Sobre: CultPop
Dos gibis para as telas: a expansão do universo da “Turma da Mônica” em vinhetas animadas
A Fronteira Final: Guerra Fria e movimentos pacifistas refletidos em JORNADA NAS ESTRELAS Quadrinhos
Design industrial: entre a razão e a sensibilidade
Capitão América: o herói mitológico estadunidense Artes
Quadrinhos
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Dia 25 de maio Dia do Orgulho Nerd
Editorial
Douglas Adams: The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy
Julia Laks Esqueça a imagem daquela pessoa magrinha, de óculos, antissocial. Os Nerds atuais têm idades e físicos variados, trocam experiências na Internet, organizam eventos temáticos e definiram até uma data própria para celebrar. Agora é oficial, dia 25 de maio é o Dia do Orgulho Nerd ou o Dia da Toalha. E como para eles nada é por acaso, a data foi muito bem escolhida. “Além de prestar uma homenagem ao autor Douglas Adams, que escreveu O Guia do Mochileiro das Galáxias e ao protagonista do livro, sobrevivente do planeta Terra que precisa se adaptar ao espaço e descobrir a importância da toalha nesse universo, comemoramos a première do primeiro filme da série Star Wars, em 1977”, explica Eduardo Sales Filho, de 35 anos, professor de Propaganda e Marketing da Universidade Dois de Julho, em Salvador, Editorchefe do blog Papo de Gordo e Nerd assumido. Criou-se então a tradição na qual pessoas saem às ruas com uma toalha ou postam fotos com o utensilio na rede. Há, inclusive, blogs como o Jovem Nerd que centralizam esses envios e produzem vídeos e montagens com o material. Porém o dia também serve de motivo para debater temas do universo deste grupo e falar sobre filmes clássicos.
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Sumário
Sobre: CultPop
Sobre: Literatura
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A Fronteira Final: Guerra Fria e movimentos pacifistas refletidos em JORNADA NAS ESTRELAS Revolução, entretenimento e juventude em “Jogos Vorazes”: das representações culturais e midiáticas às metáforas da contemporaneidade
Sobre: Telas
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“Battle Arena”: o videogame como um contexto inventivo
Dos gibis para as telas: a expansão do universo da “Turma da Mônica” em vinhetas animadas
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Sobre: Arte Corpo museu: imagens entre fronteiras Design industrial: entre a razão e a sensibilidade
Primeira edição da revista digital Sobre: CultPop Designer Alessandra Tomedi Dorneles adorneles53@gmail.com (51) 99852 0498 Projeto G2 Editoração Eletronica 2017/1 Professor: Cid D´Ávila Universidade La Salle Av. Vítor Barreto, 2288 - Centro, Canoas - RS, 92010-000 (51) 3476-8500 Acesso aos artigos científicos http://unilasalle.edu.br/canoas/ editora-unilasalle/ Autores: Yuan Veiga Pereira, Camila Cuencas Funari Mendes e Silva, Mariele Rodrigues Correa, Marcelo Maia Vinagre Mocarzel, Cláudia da Silva Pereira, João Carlos de Carvalho, Carlos Alberto Baum da Silva, Cleci Maraschin, Silvana Dias da Silva, Vanessa Mendes da Silva, Alessandro Cury Soares e Gilca Maria Lucena Kortmann, Monique
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Sobre: Quadrinhos Capitão América: o herói mitológico estadunidense As Super-Heroínas como instrumento de gênero nas Histórias em quadrinhos
de Almeida Neves Rodrigues, César Bastos de Mattos Vieira, Patrícia Camera, Robson Xavier da Costa, Maria do Rosário de Fátima Maria Aparecida de Faria, Alexandre Pereira de Carvalho, Andrea Maria Pereira Furtado, Jéssica de Cássia Vilela Silva, Marcos Antonio, Esquef Maciel, Ivo Canabarro, Marisa Mártires, Aangel Carrenõ, Carolina Sousa, Cleiton Luiz Kerber, Tiago da Silva Krening, Tânia Luisa Koltermann, Régio Pierre da Silva, Cleiton Luiz, Ailton da Costa Silva Júnior,
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Gelson Vanderlei Weschenfelder.
Sobre: CultPop
Sobre: Literatura Star Trek : Jornada nas Estrelas
Análise das relações intergeracionais no livro “A menina, o cofrinho e a vovó”, de Cora Coralina Camila Cuencas Funari Mendes e Silva Mariele Rodrigues Correa
A Fronteira Final: Guerra Fria e movimentos pacifistas refletidos em JORNADA NAS ESTRELAS Ao analisar a série original de Jornada nas Estrelas, buscamos notar quão representativa foi para a sociedade ao fim da década de 60. Usando como métodos de pesquisa estudos sobre representações de mundo, sensibilidades e o uso de imagens, a análise se apresenta como de cunho histórico e social. O recorte do estudo foca-se na questão de guerra e paz, no contexto histórico da guerra fria e movimentos ativistas pelos direitos humanos. Palavras-chave: Jornada nas Estrelas; Representações; Sensibilidades; Pacifismo.
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Yuan Veiga Pereira
Este artigo apresenta uma análise do livro A menina, o cofrinho e a vovó, de Cora Coralina (2009), como subsídio para refletirmos sobre as relações intergeracionais entre avós e netos. De caráter qualitativo, o caminho metodológico é formado pela utilização de alguns conceitos psicanalíticos como referência para análise dos componentes simbólicos presentes na obra. Com a construção de um olhar psicanalítico, destacamos a importância da construção dos vínculos simbólicos e das heranças imateriais transmitidas entre gerações. Palavras-chave: Jornada nas Estrelas; Representações; Sensibilidades; Pacifismo.
“A capacidade imaginativa e simbólica infantil, em seu curso de desenvolvimento, é imensurável. As narrativas da literatura infantil oferecem à criança a simbologia com a qual se pode brincar, sonhar e ressignificar suas experiências emocionais, com uma multiplicidade de sentidos para a compreensão de anseios e angústias.” Camila Cuencas Funari Mendes e Silva Mariele Rodrigues Correa
Sobre: CultPop
Sobre: Literatura
S Revolução, entretenimento e juventude em “Jogos Vorazes”: das representações culturais e midiáticas às metáforas da contemporaneidade
Marcelo Maia Vinagre Mocarzel Cláudia da Silva Pereira O livro “Jogos Vorazes” foi originalmente publicado nos Estados Unidos, em 2008, e lançado no Brasil em 2010. As duas questões centrais que norteiam este artigo são que a mídia tomou a noção de juventude como metáfora de revolução, sem afirmar-se, com isso, que tal referência tenha sido criada por ela, e a juventude passa a ser metáfora de entretenimento, e não apenas aquela que se entretém e se diverte. O presente artigo, portanto, busca analisar esta trilogia como uma possível representação social da juventude a partir do que dela se reveste, ou seja, revolução e entretenimento.
“ Pelas vias do consumo, a juventude estabeleceu seu lugar na sociedade, tanto pelo seu papel de consumidor, quanto de influenciador. A juvenilização da vida cotidiana expande a ideia de juventude para todas as faixas etárias, e consome-se, simbolicamente, seus valores, suas práticas e, objetivamente, os bens materiais a ele relacionados.” Marcelo Maia Mocarzel Cláudia da Silva Pereira
Palavras-chave: Juventude. Representações Sociais. Revolução. Entretenimento.
Jogos Vorazes : Tordo
“ O uso da tecnologia avançou consideravelmente. Entretanto, ao mesmo tempo, ele acredita que ainda estamos longe de usar todo o potencial que ela pode oferecer, em vez de serem apenas substitutos virtuais de livros e cadernos.” Papert (1997)
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Sobre: Literatura
A literatura infanto-juvenil sob a perspectiva da psicologia Vanessa Just Blanco William Pohlmann Maria da Silva Miriam Sobieszczanski A presente revisão de literatura, que aborda as relações entre psicologia e Literatura Infantil, visa a esclarecer a agregação de valores socioculturais, a elaboração de ideais críticos, o desenvolvimento cognitivo, a relevância do estímulo à literatura e, principalmente, a influência das histórias sobre o psicológico dos infantes. Mediante a análise de alguns estudos, constatamos que há uma forte probabilidade de a Literatura Infantil influir na formação da subjetividade da criança. Porém ressaltamos a necessidade de mais estudos de caráter interventivo a longo prazo. Palavras-chaves: Literatura; Psicologia; Ensino
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Sobre: CultPop
A armadilha do conto: um mapa de leitura João Carlos de Carvalho
Ao conciliar alguns conceitos convergentes para uma teoria da leitura, o presente artigo intenta explorar as bases em que se dão a construção da atmosfera semântica e estética de um conto. Analisam-se alguns aspectos estruturais de “Boa noite, Maria”, de Lygia Fagundes Telles, privilegiando as estratégias de compreensão de uma certa linha de perspectiva e parceiros de infindáveis caminhos de descoberta que envolvem prazer e conhecimento técnico do texto, sobretudo enquanto fenômeno humano a se perceber.
Palavras-chaves: Teoria da Leitura; Tensão Semântica e Estética; Formação do Leitor.
Sobre: Telas
S “Battle Arena”: o videogame como um contexto inventivo
Carlos Alberto Baum da Silva Cleci Maraschin
O presente artigo busca discutir a relação entre videogames e cognição tomando em análise a experiência do primeiro autor com o jogo Defense of the Ancients. Trata-se de um jogo online cooperativo e competitivo. A experiência de jogar é discutida a partir do método de análise da Retórica Procedural de Ian Bogost, que leva em consideração não apenas os elementos do jogo, mas um processo mais amplo que envolve as ações do software e as do jogador. Esse modo de pesquisar permitiu construir ferramentas para pensar o videogame como espaço para invenção, centrando sua descrição na operatividade que os jogos exigem de quem os joga. Nessa perspectiva, o conjunto de símbolos dispostos pelo jogo só adquirem significado através da ação do jogador e não são adequadamente interpretados do ponto de vista de um espectador. As regras, por sua vez, não determinam a ação, mas definem as condições de possibilidade da experiência do jogador.
Essas características permitem ao operador do jogo criar um tipo de conhecimento menos descritivo e mais operacional, um saber-fazer, mais corporificado, que se configura a partir das regras do jogo, mas que nem por isso é destituído de pensamento.
Palavras-chave: Videogame; Cognição; Invenção; Jogos Eletrônicos; Aprendizagem.
Jogo : Defense of the Ancients
O cinema e os quadrinhos:
ferramentas alternativas para o ensino de química Silvana Dias da Silva, Vanessa Mendes da Silva Alessandro Cury Soares e Gilca Maria Lucena Kortmann
Atualmente, a abordagem de Química no ensino médio tem sido amplamente discutida em estudos acadêmicos. Muitas propostas são apresentadas, sendo o cinema, como uma ferramenta motivadora no processo de ensino/aprendizagem, uma delas, embora não se trate de mais inovadora. Contextualizar o conteúdo da Tabela de elementos químicos, o compromisso com a fundamentação teórica visando à compreensão de ciência, tecnologia, sociedade e meio ambiente, através do ensino de química, é a proposta deste estudo. A obra cinematográfica oriunda de uma história em quadrinho, escolhida para fomentar esse debate, foi o filme Homem de Ferro II, por ser uma obra atual e dinâmica, repleta de conceitos a serem abordados como mediadores na formação do conhecimento.
Palavras-chave: Cinema; Tabela periódica; Ensino de química.
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Sobre: Telas
Dos gibis para as telas:
a expansão do universo da “Turma da Mônica” em vinhetas animadas Monique de Almeida Neves Rodrigues
Este artigo tem como objetivo principal analisar uma série de vinhetas produzidas por Maurício de Sousa em parceria com a AMA – Associação de Amigos do Autista – que tematizam o autismo infantil. Para tanto, fez-se uma breve retrospectiva da história do autor e da Turma da Mônica, e buscou-se identificar quais aspectos dos gibis foram mantidos ou adaptados para essas produções audiovisuais. Palavras-chave: Arte Sequencial; Maurício de Sousa; Turma da Mônica.
Introdução Os traços e personagens de Maurício de Sousa são, certamente, dos mais famosos e reconhecidos do Brasil. As revistas da Turma da Mônica, composta pelos célebres personagens infantis do autor, ocupam as prateleiras de vendedores, leitores e colecionadores das chamadas histórias em quadrinhos há décadas, e sua popularidade não pareceu minguar ao longo das mesmas. Desde os anos de 1960, quando criou seus primeiros personagens – Bidu e Franjinha – Maurício de Sousa conquista crianças, jovens e adultos de todo o Brasil, além das recentes versões traduzidas de seus gibis, comercializadas em outros países. Ao longo de todos esses anos, o traço do cartunista evoluiu, e as personagens da Turma ganharam visuais diferentes das primeiras versões. Ainda assim, as características principais das personagens permanecem presentes, cristalizadas no estilo inconfundível de seu criador. Isso se deu não apenas com as idiossincrasias visuais
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Sobre: CultPop
de Mônica e seus amigos, como também em seus traços de personalidade e suas funções dentro da trama, que permaneceram relativamente estáveis ao longo dos anos. Com o sucesso e a popularidade da Turma da Mônica, a migração das personagens para outros gêneros do discurso aconteceu naturalmente, seja como estratégia de marketing ou como uma expansão natural do universo centralizado no Bairro do Limoeiro. Das páginas dos gibis, Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão passaram a estampar produtos, fazer parte de campanhas, tiveram sua própria animação gráfica e até ganharam seu próprio parque de diversões. Nesse artigo, analisaremos uma dessas produções – vinhetas animadas – observando de que maneira o universo infantil da turminha foi transposto para esse novo gênero, quais características das revistas foram mantidas e quais foram adaptadas para esse novo formato. Analisaremos, também, de que maneira as personagens passam a ser
retratadas nessa aventura audiovisual, ou seja, se permanecem fiéis a suas personalidades já conhecidas, e de que modo isso contribui para a narrativa e para o projeto de dizer das vinhetas. Para embasar nossa análise, recorremos aos estudos bakhtinianos do discurso, além de pesquisadores das artes sequenciais.
Sobre: Telas
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Turma da Mônica: do nascimento a atualidade Turma da Mônica teve suas raízes nascidas no ‘ nal dos anos de 1950, quando Maurício de Sousa criou suas primeiras personagens: Bidu e seu dono, Franjinha. O autor, que acabava de sofrer uma transição em sua carreira - deixou de escrever reportagens policiais para se dedicar ao desenho - logo criou outra personagem que, até hoje, é um dos mais conhecidos e populares de seu acervo: o eterno garoto
encrenqueiro Cebolinha. As tirinhas de Cebolinha fizeram sucesso no jornal Folhinha de São Paulo, um caderno infantil que compunha uma edição semanal da Folha de São Paulo. De acordo com as informações da revista Coleção de Miniaturas Turma da Mônica, no início dos anos de 1960 o desenhista começou a buscar inspiração para personagens femininas que pudessem contracenar com Cebolinha. A inspiração veio de dentro de casa, na observação da personalidade forte de sua filha, Mônica Spada e Sousa. Os traços visuais da personagem Mônica também foram inspirados nela, como vemos a seguir:
Maurício de Sousa: Turma da Mônica nº1.
Então, em 1963, Mônica finalmente estreou para o público, aparecendo em uma tirinha de Cebolinha publicada no jornal. Observando as duas personagens, em sua primeira interação, conseguimos reconhecê-los com facilidade, apesar de apresentarem traços mais “rudimentares”, por assim dizer, que os da atualidade. Outra diferença marcante é a falta de cores dos quadrinhos que conhecemos hoje - as tirinhas da época eram publicadas em tinta preta. Já nessa primeira tirinha é possível perceber sua personalidade forte e, de certa forma, bruta, pois responde às exigências de Cebolinha com uma coelhada (a primeira de muitas). Também aí já fica evidente o eterno conflito entre Mônica e Cebolinha, que ainda hoje é retratado nos gibis da Turma da Mônica. Outro momento marcante que não demorou a acontecer, e que foi também imortalizado em suas incontáveis ocorrências ao longo dos anos, é a primeira vez em que Cebolinha sequestra Sansão, o querido coelhinho de Mônica.
Maurício de Sousa: Turma da Mônica nº1.
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Sobre: Telas
Maurício de Sousa: Turma da Mônica nº1.
Todos esses acontecimentos começam a traçar o mote das histórias da Turma da Mônica, onde as personagens, que tem por volta de 7 anos de idade, convivem, brincam e brigam nas ruas e áreas verdes do fictício Bairro do Limoeiro. Até então, entretanto, a “Turma da Mônica”, propriamente dita, ainda não existia. Mônica continuou fazendo participações nas tirinhas de Cebolinha por alguns anos, até que, em Maio de 1970, foi publicado seu primeiro gibi mensal, cuja capa vemos recriada a seguir:
Olhares sobre Maurício de Sousa
Começava aí o reino de Mônica como uma das personagens mais icônicas da arte sequencial brasileira. Mais de quarenta e cinco anos se passaram desde o lançamento dessa primeira revista da Mônica e sua turma, e ainda hoje é possível encontrar os gibis em qualquer banca de jornais do Brasil. Maurício de Sousa completou 80 anos em 2015, e segue administrando seu legado artístico e cultural por meio da empresa Maurício de Sousa Produções, bem como lançando revistas da Turma da Mônica e da Turma da Mônica Jovem – um projeto que teve início em 2008 e traz as personagens em sua fase adolescente, com inspiração nos mangás, ou arte sequencial tipicamente japonesa.
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Sobre: CultPop
Os quadrinhos de Maurício de Sousa surgem no Brasil no final da década de 1950, às vésperas do início da ditadura militar. Quando, em 1964, foi aprovado o projeto do deputado federal Eurico de Oliveira, que proibia a publicação de revistas com determinadas temáticas, tais como terror, violência e sexo, os quadrinhos de Maurício de Sousa passaram a ter ainda mais visibilidade no cenário nacional, visto que suas histórias infantis apresentavam temática branda e humorística. Segundo Silva Junior (apud D’OLIVEIRA, 2011, p. 65), “Quando fosse posta em prática, a medida transportaria para o poder público praticamente todos os dispositivos de controle e veto do código de ética dos quadrinhos adotados três anos antes”. Em 1966, segundo Ribeiro (2011), nascia a Maurício de Sousa Produções, que se tornaria, a partir de
então, a produtora oficial dos produtos relacionados à Turma da Mônica. No ano seguinte, Maurício de Sousa providencia a licença comercial de suas personagens e surge então a primeira produção animada com a personagem Mônica: propagandas do extrato de tomate Cica, que também contava com a participação de Jotalhão, o elefante. Trata-se de uma produção audiovisual em que Mônica, sua mãe e Jotalhão interagem em uma situação bem-humorada em que Mônica confunde um pedido de sua mãe e, ao invés de trazer para casa o molho de tomate cujo mascote era um elefante, acaba por trazer o próprio elefante.
A presença de Mônica nessa primeira produção audiovisual da empresa ilustra o protagonismo que a personagem vinha adquirindo ao longo da década, que culminou, no início dos anos 70, com o lançamento da primeira revista mensal da Mônica, pela editora Abril. Ao longo das décadas que se seguiram, as revistas mensais da Mônica continuaram a ser publicadas, enquanto outros personagens ganhavam suas próprias revistas, como Cebolinha em 1973, Cascão em 1982 e Magali em 1989. Além do apelo comercial, um outro lado do trabalho de Maurício de Sousa se desenvolveu ao longo de sua carreira com as personagens da Turma da Mônica; as lutas sociais:
Sobre: Telas
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De modo mais acentuado nas duas últimas décadas, a postura do cartunista foi de promover, através de personagens existentes e novos arquétipos, estímulos sociais a favor de políticas públicas inclusivas, alimentando movimentos favoráveis às causas, como: inclusão de portadores de necessidades especiais e até mesmo em manifestações de veto presidencial, como ocorrido recentemente com a possibilidade de veto no relatório aprovado pela Câmara Federal do Novo Código Florestal (CASTILHO; MACEDO, 2012, p. 02).
Para tanto, diversas estratégias foram adotadas pela Maurício de Sousa Produções, como, por exemplo, a realização de parcerias com instituições relacionadas às questões a serem apoiadas ou mais amplamente divulgadas. Uma dessas instituições é o UNICEF – Fundo das Nações Unidas pela Infância – com a qual Maurício de Sousa colabora na luta pelos Direitos da Criança e do Adolescente. Outra de que também contou com o apoio das personagens de Maurício de Sousa é a AMA – Associação dos Amigos do Autista – com a qual o autor produziu uma série de vinhetas, algumas das quais são o objeto de análise desse artigo. Além disso, a produtora também se dedicou a confecção de gibis especiais que tratam, cada um, de um tema socialmente relevante, de cunho mais pedagógico, como, por exemplo, educação financeira, maternidade saudável e água potável. Essas revistas estão disponíveis para leitura online no portal da Turma da Mônica e têm sua venda proibida, sendo de distribuição gratuita. Mesmo nessas produções, e ainda que olhemos apenas para suas capas, fica fácil perceber o protagonismo de Mônica não só como aquela que dá nome à turma, mas como uma líder de fato, que centraliza em sua figura o projeto de dizer da obra.
Da tinta para o audiovisual: o que muda e o que permanece?
A parceria de Maurício de Sousa com a Associação de Amigos do Autista, a AMA, realizada no início dos anos 2000, resultou na produção de dois materiais que têm, como tema central, a questão do autismo infantil. O primeiro é um gibi de quinze páginas onde a turma conhece André, um garoto mais novo que tem autismo. O gibi foi lançado em 2003 e, de distribuição gratuita, rapidamente se esgotou. O outro material, até hoje de fácil acesso na internet, é uma série de vídeos curtos que mostram a convivência de André com as personagens já conhecidas da turma. As animações, diferentes daquela primeira animação de Mônica e Jotalhão, não tem fins comerciais – parecem ser de natureza socioeducativa – e contam com uma paleta vibrante de cores que não estavam disponíveis na época em que foi produzido o comercial da Cica. Para os fins deste trabalho, estamos aqui considerando que os gibis e as vinhetas, enquanto obras de arte sequencial, constituem gêneros do discurso distintos na perspectiva bakhtiniana, ou seja, dentro dessa esfera de utilização da língua, a esfera artística, cada um é um tipo relativamente estável de enunciado (BAKHTIN, 1997, p. 280), que apresenta
certas regularidades em seus aspectos temáticos, composicionais e estilísticos. Entretanto, sabemos que, no caso desse corpus, temos aspectos em comum que circulam pelos dois materiais, que os unem e os tornam parte de um mesmo universo estético, que, por sua vez, gozam de um mesmo senso de autoria. Para entendermos melhor essas questões, observemos uma dessas vinhetas, que aqui chamaremos de Vinheta A e que aparenta ser, de fato, a primeira do conjunto. Nela, Mônica é quem aparece primeiro na tela, olhando diretamente para seu telespectador e acenando de maneira efusiva enquanto começa sua fala: “Olá, quero que você conheça o André, o meu novo amiguinho”.
Maurício de Sousa: A saudação de Mônica
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Sobre: Telas
Maurício de Sousa: Mônica e André
Para analisarmos um pouco mais a fundo esse jogo de semelhanças e diferenças, especialmente no que concerne a caracterização das personagens nesse outro gênero do discurso, observemos outra vinheta, dessa vez mais uma querida personagem da turma, que também tem seu próprio gibi: Magali. A animação tem como protagonistas Mônica e André brincando de gangorra. Os dois parecem se divertir no playground a céu aberto, onde se pode ver ou-
tros brinquedos ao fundo. A área natural novamente aparece como cenário, e o céu, dessa vez, vem mesclado de azul e rosa, em um aparente fim de tarde, seguindo a linha de cores existentes no gibi. A mensagem é passada de maneira harmoniosa com as situações que a turma normalmente vivencia nas revistas, sem que as falas das personagens ou suas ações percam a autenticidade construída ao longo de todos esses anos de existência. Outra característica que também é derivada dos gibis é o protagonismo de Mônica, a’ nal, é ela quem traz a fala do adulto para as animações, demonstrando certa maturidade em relação a seus colegas. Seu discurso ao longo das vinhetas tem um tom pedagógico, por vezes valorativo, mas que cabe à personalidade de Mônica. Em suma, podemos perceber que as vinhetas, apesar de serem produções de natureza artística diferente da dos
gibis, busca manter a identidade visual dos mesmos, respeitando esquemas de cores, os traços e a expressividade habitual das personagens. Além disso, percebemos que os próprios modelos situacionais das histórias ou tirinhas foram também preservados, permitindo que as personagens já tão conhecidas e adoradas mantivessem suas características mais marcantes e garantindo, assim, a integridade intelectual e estética do trabalho de Maurício de Sousa.
Mauricio de Souza: Cebolinha e Magali
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Sobre: CultPop
Mauricio de Souza: Turma da Mônica
Sobre: Telas
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concebidas com intuito nobre e produzidas com notável sensibilidade, as vinhetas que constituíram objeto de análise deste trabalho demonstram um engajamento do autor com as causas sociais ligadas à criança no Brasil. Prova disso é o título que Maurício de Sousa recebeu em 2007 de Escritor do UNICEF, quando produzia mais obras socioeducativas em favor dos jovens e crianças de nosso país. As vinhetas demonstram, também, que a expansão do universo da Turma da Mônica é virtualmente ilimitada, visto o tamanho e a experiência da Maurício de Sousa Produções atualmente. Ao assistirmos a essas animações, sentimos que estamos verdadeiramente vendo Mônica e seus amigos diretamente das páginas dos gibis para a tela, sem sentimentos de inadequação ou falta de autenticidade. Para concluirmos nossas reflexões, fiquemos com o comentário que Haynes (2002, p. 295) fez acerca da visão de Bakhtin sobre autoria e, especialmente, sobre essa ligação tão importante entre arte e vida:
Referências BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2. ed. Tradução de Maria Ermantina G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997. CASTILHO, A.; MACEDO, R. Comunicação, literatura e poder: uma análise da inK uência dos personagens de Mauricio de Sousa no fomento de políticas públicas no Brasil. Disponível em: https://www.yumpu.com/ pt/document/view/12458678/ comunicacao-literatura-e-poder-uma-analise-da-inK uencia-unesp, 2012. Acesso em: Set 2016. D’OLIVEIRA, G. Humor e identidade: brasilidade em Laerte e Mauricio de Sousa. REVISTA USP, São Paulo, .88, p.60-73, dezembro/fevereiro 2010-2011. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/revusp/article/ view/13852. Acesso em: Set 2016. HAYNES, D. J. Bakhtin and the visual arts. Nova Iorque: Cambridge, 2008. RIBEIRO, A. L. Maurício de Sousa. Disponível em: http://www.guiadosquadrinhos.com/artista/mauricio-desousa/1172, 2011. Acesso em: Set 2016
Thus, his interpretation of creativity emphasized the profound moral obligation we bear toward others. Such obligation is never solely theoretical, but is an individual’s concrete response to actual persons in speci’ c situations. Because we do not exist alone, as isolated consciousnesses, our creative work is always answering the other. Answerability contains the moral imperative that the artist remain engaged with life, that the artist answer for life.
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Sobre: Arte
A cidade fotográfica César Bastos de Mattos Vieira
A fotografia sob a perspectiva da construção social da tecnologia Patrícia Camera
Rua em Bonn : Alemanha
A fotografia sempre foi utilizada como ferramenta de representação e apresentação da arquitetura e da cidade. Entretanto, a realidade visível não se mostra, no registro fotográfico, em sua totalidade e com a mesma precisão e equivalência em todas as situações. É necessário que as demandas fundamentais da fotografia sejam satisfeitas, que são: luz, distância e ordenamento. Propõe-se uma reflexão sobre a possível existência
de uma construção imagética com consequências no universo real de uma “cidade fotográfica”. Esta cidade seria uma urbe pensada pela lógica da fotografia, ou seja, que estaria respondendo, prioritariamente, as demandas da fotografia. Busca-se levantar e apresentar que lógica é esta e questionar se esta maneira de ver e pensar fotograficamente a cidade, de certa maneira, distancia as soluções projetuais da sua função básica. Palavras-chave: Fotografia; Cidade; Urbanismo
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Sobre: CultPop
O objetivo deste artigo é municar que a tecnologia fotográfica não é “neutra” e que sua relação com o ser humano está em constante negociação. Problematiza-se a fotografia, considerando as ideias desenvolvidas por Vilém Flusser. Discute-se a práxis fotográfica a partir da pose, do instantâneo fotográfico e da fotografia expandida. Um breve panorama da fotografia é traçado para refletir as mudanças no entendimento acerca do que é a fotografia. Nesta trajetória são indicadas algumas das repercussões filosóficas e atitudes subversivas aplicadas junto às imagens técnicas. Palavras-chave: Fotografia, tecnologia, Vilém Flusser
Sobre: Arte
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Desenhos: entre as mãos e o mouse
Corpo museu: imagens entre fronteiras Robson Xavier da Costa Esse trabalho compreende um ensaio teórico sobre as imagens e o lugar do corpo na relação entre a arte e o processo arteterapêutico, buscando compreendê-lo como um espaço de aprendizagem e repositório das marcas do tempo, ou seja, um museu vivo. De forma ampla, objetivamos entender o lugar do corpo na representação artística contemporânea e sua pertença simbólica no setting arteterapêutico,
utilizando como método a revisão bibliográfica. Tentamos construir um percurso teórico sobre a presença do corpo no discurso sobre a arte e sobre a arteterapia, ao longo dos estudos de Paín (2009), Rouge (2003), Sontag (2009) e Da Costa (2010), instigando o debate sobre a problematização do corpo entre as fronteiras do conhecimento. Palavras-chave: Corpo. Arteterapia. Museu. Artes Visuais.
“ Se o corpo é um museu vivo, somos todos criadores de suas obras, conservadores delas, curadores das nossas exposições, mediadores culturais, historiadores da nossa arte, mas sempre, necessitamos fechar o ciclo com outro elemento externo, o público, aquele que completa a obra, que interage que manipula, que olha que emite opinião. Necessitamos sempre do olhar de fora, do especialista, daquele que julga pertinente, do discurso competente. No caso da arteterapia, necessitamos da mediação do sujeito chamado arteterapêuta.” Robson Xavier da Costa
Maria do Rosário de Fátima Maria Aparecida de Faria Alexandre Pereira de Carvalho Andrea Maria Pereira Furtado Jéssica de Cássia Vilela Silva Objetivou-se analisar a produção de desenhos por meio de atividades: informatizada de aprendizagem e com lápis e papel, tendo como participantes alunos da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais, com idades entre 14 e 19 anos. O instrumento foi o ambiente informatizado A Bela Adormecida. As produções revelaram que houve o exercício das funções psicológicas superiores, tais como, percepção dos estilos, a escolha deles e a memória para retomá-los, trazendo-os para uma representação própria. Os desenhos permitiram aos alunos a organização da experiência vivenciada de uma forma estética, além de ter se constituído como uma expressão lúdica e criativa. Palavras-chave: Desenhos. Funções psicológicas superiores. Estética.
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Sobre: Arte
Design industrial: entre a razão e a sensibilidade Marcos Antonio Esquef Maciel O artigo aborda o tema da formação do desenhista industrial, desenvolvendo uma reflexão em torno da antiga controvérsia arte versus técnica discutindo a relação forma e função e a dupla inserção social do artefato produzido, quer como objeto de fruição estética quer como objeto útil. Apreende e considera a idea humanística de que o design reúne razão e sensibilidade. Palavras-chave: Design. Arte. Técnica. Formação humana.
“O argumento de que o Design, em sua ontologia, possui uma estreita vinculação com a arte e com o desenvolvimento da técnica parece-nos correto. Assim, da mesma forma como outros aspectos o são, no tocante à estética, consideramos que esse é um relevante ingrediente do trabalho de Design. E isso nos traz algumas questões para refletirmos sobre a relação entre o Design e a Arte.” Marcos Antonio Esquef Maciel
Fotografia & História Cultural: Uma Janela aberta para o mundo Ivo Canabarro
Pintura de Carybé: Roda de samba
O artigo aborda a relação da fotografia como a história cultural, pois os primeiros trabalhos sobre fotografia no Brasil foram realizados como embasamento teórico e metodológico da História Cultural. Mais tarde, a fotografia começou a ser aproximada da cultura visual, dando suporte para as discussões sobre suas utilizações nas ciências humanas. Num primeiro momento, algumas discussões sobre o campo da História Cultural no Brasil, e conhecimento, nos dando uma noção de sua expressão cultural. Palavras-chave: Fotografia; Cultura visual; História cultura.
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Sobre: CultPop
Sobre: Arte
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Aprender a ensinar: influências culturais no desenho artístico Marisa Mártires Aangel Carrenõ Carolina Sousa
“A arte é, essencialmente, a expressão do eu. Ao apoiarmos e encorajarmos os nossos alunos, ao trocarmos ideias com eles, podemos ajudá-los a desenvolver uma crescente sensibilidade ao meio. O espírito criativo dos alunos necessita de reforço, e quem melhor que os professores, para lhes proporcionarem um ambiente fértil para a experiência artística? Se proporcionarmos aos alunos o conhecimento, ou mesmo o contato com diversas culturas, eles encontrarão algo com que se identifiquem no puzzle intercultural mundial e este contato poderá constituir um forte impulso à sua criatividade.” Marisa Mártires Angel Carreño Carolina Sousa
Nesta era multicultural em que vivemos, e em que estamos cada vez mais próximos através da internet e dos meios de comunicação, sofremos influências culturais que outrora seriam impensáveis. No nosso meio, têm crescido várias expressões artístico-visuais influênciadas por fenômenos de cultura visual ligados à imagem, oriundos das mais diversas culturas. Este trabalho, inserido no campo da investigação educativa, pretende analisar as influências culturais presentes no desenho de um aluno do ensino secundário inserido na área das artes visuais. Para tal, a investigação é realizada em Portugal, numa escola secundária pública na região do Algarve, concretamente na cidade de Faro, e a escola caracterizase por estar ligada às artes plásticas, apresentando-se os dados recolhidos junto deste aluno na disciplina de desenho. Palavras-chave: Influências culturais. Desenho artístico. Artes visuais. Educação artística. Cultura visual.
Pintura de Regina Schwingel
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Sobre: Quadrinhos Marvel : Capitain America
Capitão América: o herói mitológico estadunidense Cleiton Luiz Kerber
Vivemos em uma sociedade secularizada, os mitos dos antigos povos perderam prestigio perante o homem contemporâneo, todos os seus ensinamentos e máximas morais estão desprovidos de sentido na sociedade pós-moderna. O que se pretende apresentar nesta pesquisa de natureza teórica e de cunho bibliográfico é a função do mito presente tanto nas culturas da antiguidade como a sua função presente nas narrativas das superaventuras, que vem assumir o papel das antigas mitologias, carregando de simbologia e sacralidade elementos da cultura contemporânea e discutindo temas sociais e históricos de forma crítica e teórica. Aborda-se nesse trabalho o personagem das histórias em quadrinhos Capitão América, desde sua criação até os elementos históricos e sociais que acabaram sendo introduzidos durante a cronologia de suas histórias, caracterizando-o como o mito da nação estadunidense. O super-herói americano assume como características todos os ideais e máximas da cultura e da ideologia norte-americana, servindo assim como os antigos heróis mitológicos como um exemplo a ser seguido pelo povo.
Histórias em quadrinhos digitais: a narrativa em “CIA: Operation Ajax” Tiago da Silva Krening Tânia Luisa Koltermann Régio Pierre da Silva As formas de se contar histórias modificam-se a partir da convergência digital, incluindo as histórias em quadrinhos (HQs). Este artigo apresenta uma pesquisa através de levantamento bibliográfico, o que embasa a análise da narrativa da HQ CIA: Operation Ajax. São discutidos conceitos e estruturas de narrativa e definidas HQs digitais. Como resultado, tem-se uma sistematização de conhecimento que permite uma maior compressão das HQs digitais e uma observação de como este tipo de narrativa se comporta na prática.
Palavras Chaves: Narrativa; Histórias em Quadrinhos; Hipermídia.
Palavras Chaves: Mito; Superaventuras; Cultura Estadunidense; Capitão América.
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Sobre: CultPop
Steve Scott: CIA Operation Ajax
Sobre: Quadrinhos
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Concepções de ensino da língua materna subjacentes às tirinhas com a personagem Mafalda Quino : Mafalda Cleiton Luiz
O presente trabalho objetiva analisar as concepções de linguagem e de ensino no gênero tirinhas, com a personagem Mafalda, do cartunista Quino. O gênero em estudo pode ser considerado da esfera humorística. Assim, a estratégia para construção do humor no corpus selecionado se dá exatamente por reforçar uma concepção de linguagem e ensino um tanto distante daquela suposta dos possíveis leitores. Este estudo constitui-se em uma pesquisa bibliográfica de cunho analítico e descritivo. Como suporte teórico, baseou-se em Bakhtin (1997), Marcuschi (2002), Bunzen; Mendonça (2013), Kleiman (2009), Pérez; García (2001), Bronckart (1999), Vasconcelos (1992), dentre outros. O corpus da pesquisa teve como objeto de análise quatro tirinhas do cartunista argentino Quino. Verificamos que a concepção de ensino da língua materna subjacente aos textos analisados está fundamentada, principalmente, com base numa perspectiva mais estruturalista e formal tendo em vista que a língua é apresentada, quase sempre, como código, restringindo-se a um conjunto de signos.
Concepções de Ensino e de Linguagem; Ensino da Língua Portuguesa; Gênero Tirinha
Jornada do herói nos quadrinhos: o leitor e a leitura no processo de autodescoberta e conhecimento André Roberto Histórias em quadrinhos flertam com a realidade e oferecem parâmetros para que novos conhecimentos e informações sejam adquiridos. Através da revisão teórica e estudos em comunicação e cultura, busca-se resposta para o pressuposto de que este tipo de leitura possibilita crescimento crítico social e representa importante ferramenta de incentivo à leitura. Aliado a isto, há os estudos do mitólogo Joseph Campbell e sua jornada do herói, no o qual o leitor atravessa um processo de autodescoberta, em que cada indivíduo enfrenta desa” os para adquirir valores morais mais elevados.
Jornada do Herói; Quadrinhos; Leitor; Leitura; Narrativa; Conhecimento.
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Sobre: Quadrinhos
Histórias em quadrinhos como fonte de pesquisa: uma análise sócio-histórica acerca do graphic novel “Batman: a piada mortal” Ailton da Costa Silva Júnior
Este trabalho propõe uma discussão acerca da utilização de histórias em quadrinhos (HQs) como fontes de pesquisa sócio-histórica. Tal debate promoverá uma análise sobre alguns aspectos referentes à criação do graphic novel Batman: A Piada Mortal de Alan Moore como ponto de referência. A criação, e sua estética e ainda uma re/ exão sobre alguns personagens principais da trama exposta nesta história em quadrinhos permitirão uma observação mais detalhada da relevância existente em sua narrativa, e sua importância como fonte documental. Para este 2 m, será realizada uma investigação sobre a arte sequencial mediante um estudo nos campos científicos da história, com Chartier e da semiologia, com Barthes, com o objetivo e demonstrar como os aspectos visuais e “não visuais” (escrita) interligam-se na construção de diferentes sentidos.
As Super-Heroínas como instrumento de gênero nas Histórias em Quadrinhos Gelson Vanderlei Weschenfelder
As transformações que ocorreram na história nos últimos cem anos, tiveram eco nas páginas das histórias em quadrinhos de super-heróis. Estes quadrinhos, ao refletirem sobre as mudanças sociais e políticas ressaltaram a questão da diferença e as relações de gênero construídas socialmente. As histórias em quadrinhos com seus super heróis e heroínas também foram responsáveis por trazer para os meios de comunicação de massa o debate sobre a diferença entre os sexos. As mulheres estiveram presentes nas HQ’s, primeiramente como coadjuvantes, sendo o objeto das maquinações dos vilões, e, acompanhando os novos tempos com as marchas dos movimentos feministas, passam aos papéis principais, transformando-se em super-heroínas.
Palavras chaves: Super-heroína – relações de gênero – história em quadrinhos.
Palavras chaves: Super-heroína – relações de gênero – história em quadrinhos.
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Sobre: CultPop
Injustice 2: Wonder Woman vs Batman