Chapéus de Fada

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Chapéus de Fada

texto por Claudia Schmidt protagonistas por Mara Sop


A saga da escritora Philippa Gregory foi a inspiração e o ponto de partida para eu sonhar com as aventuras, venturas e desventuras dessas mulheres. A história romanceada despertou o meu interesse e me proporcionou a clareza necessária ritmar a conexão entre as protagonistas e visualizá-las na linha do tempo.


Muito mais há pra escrever... Muitas mais sobre as quais escrever. Ofereço a todas as musas e suas estórias inspiradoras!


A história raramente nos brinda Com personagens femininas Os antigos reis até lamentavam Quando só lhes nascia meninas

Chapéus de Fada

Porque só os meninos herdavam Qualquer título ou propriedade E a família que não os tivesse Perdia grana, poder e continuidade A humanidade nem imaginava Que o gene do pai é que determina Se a pessoa que vai nascer Será menino ou menina Então, durante séculos Muito caro as mulheres pagaram Por um evento genético Do qual nem sequer participavam Algumas mulheres das quais vou falar São de quando a França mal existia Não passando de um punhado de reinos Por cujos territórios com a Inglaterra combatia E nessa disputa que durou 100 anos As famílias reais entraram em guerra Os Valois representando a França E os Plantagenetas, a Inglaterra Até combinavam acordos de paz Que um casamento entre eles selaria Mas novos reis os desrespeitavam Assim que um monarca anterior morria



E era aí que princesas entravam Como objeto na negociação Mas a guerra sempre recomeçava E elas se viam na contra-mão A Inglaterra dos famosos arqueiros Os quais o próprio Henrique V liderava Conquistou muitas terras graças a esse rei Que morreu de disenteria quando lutava Catarina de Valois tinha 20 anos Quando do Henrique V enviuvou O filho deles ainda era um bebê E escondido ela se enamorou Casou-se com o belo Owen Tudor Do seu guarda-roupa o guardião Os cunhados dela fecharam o cerco E lhe confiscaram o herdeiro do irmão Pois ela não poderia ter se casado Sem a devida e real permissão E, pior, 2 dos filhos que teve com o Tudor Os rumos dessa história abalarão Então o futuro Henrique VI Foi criado por seus tios regentes Humphery que ficou com ele na Inglaterra E João, na França com os combatentes Esse Henrique não tinha nada Do Henrique anterior Não era nem um pouco guerreiro Sendo mais um sonhador


Catarina de Valois


Entrava às vezes em transe E conversava com o pai eterno Mas parece mesmo é que era zureta Coisa herdada do seu lado materno E, já cansado de tanta guerra Rezando pela paz esse Henrique vivia Enquanto na França o tio João labutava Perdendo terreno dia após dia É que a França tinha uma musa Que os franceses inspirava E com a guerreira Joanna D’Arc Venciam quem os afrontava Ela era uma camponesa Foi uma líder ainda menina Mobilizou o exército francês Seguindo só a orientação divina Depois de muitas vitórias A derrota dela tem sua vez Traída, então, ela será presa Pra ser entregue ao exército inglês Essa entrega seria negociada Pelo Duque de Luxemburgo E ela ficou refém no castelo dele Antes de encontrar o verdugo No castelo ela passou um verão Quase em família com a nobreza A Joana usava roupas de homem O que lhes causava estranheza


Joana D’Arc


Ela até conquistou a amizade De uma nobre do lugar Que vira um agouro nas cartas Um que não conseguiriam mudar Dizem que a perseguição a Joana Não foi só traição dos franceses Mas que teria sido impulsionada Por uma infanta dos portugueses Dona Isabel seria esta Filha querida de D. João I E que teria agido por raiva E não por poder ou dinheiro Também não seria pelo parentesco Com o Henrique VI da Inglaterra Uma vez que a tia avó dele Calhava de ser a mãe dela Ia tornar-se Duquesa da Borgonha Que era um ducado poderoso E ela tinha um temperamento Conhecido por ser forte e rancoroso Então, dizem que a raiva dela Foi por causa de um aborrecimento Um cerco que a Joana organizou Às vésperas do seu casamento A Isabel era muito inteligente Mecenas culta e refinada Uma mulher vingativa que a Joana Encontrou na hora errada


Isabel da Borgonha


Isabel amamentou o terceiro filho O que nenhuma nobre fazia Pois das amas de leite ela desconfiara E a morte dos anteriores lhes atribuía E depois de negociada a entrega Da Joana para os britânicos A pobre foi submetida A rituais quase satânicos O que a Joana passou Não é nenhuma brincadeira E sendo acusada de bruxaria Acabou por morrer na fogueira Ela foi levada até Rouen Pela família luxemburguesa A amiga assistiu o martírio dela O que lhe causou imensa tristeza A nobre amiga se perguntava Se conseguiria ter impedido Mas o que vira nas cartas Fora forte, cruel e definitivo E esta jovem chamou a atenção De um nobre representante inglês Sabendo que a família dela Vinha de um mito luxemburguês Nesse mito, Siegfried de Ardenas O primeiro conde desse local Casa-se com uma sereia cujos dons Se propagam na linha matriarcal



A jovem descenderia de Melusina Nessa ancestralidade alegada Uma divindade das águas doces Dos rios e de toda fonte sagrada Ligada à fertilidade À vingança e aos segredos Os poderes de Melusina Aparecerão em muitos enredos E o nobre inglês que se interessou Pelo potencial dessa herança Resolveu casar-se com ela Que ainda era quase criança E o pai comemorou por sua filha Que agora seria duquesa Porém o duque não se deitaria com ela Precisava da deusa virgem luxemburguesa Ele secretamente praticava alquimia Sondava o futuro e o sobrenatural E imaginara que a virgindade do canal Seria um requisito fundamental O sucesso de qualquer empreendimento Seria equivalente à pedra filosofal E dependia da vidente ser pura Transparente como um cristal Então encontrando uma virgem Possuidora de um dom natural Apresentou-lhe os mistérios E desenvolveu o seu potencial



Eles moravam nos domínios do duque Que era inglês, mas vivia na França Ele tinha sido um daqueles regentes O tio João Lancaster do Henrique VI criança Nascida Jacquetta de Luxemburgo Ela se tornou uma pessoa importante Participou dos dois lados da Guerra das Rosas Casou escondido e teve uma filha reinante Enviuvou cedo do João de Lancaster Mas manteve o título consigo Herdou um terço da fortuna dele E logo arrumou um marido O Henrique VI ficou contrariado Por não ter antes lhe dado o aval Ela pagou 1000 libras de multa E o rei a perdoou no final Então a sua posição na corte A Jacquetta assim reconquistou Mas foi com a futura rainha Que mais honrarias ela ganhou Como o chat que o Henrique mantinha Com o próprio Deus do firmamento Não conseguia manter a paz O jeito foi apelar para outro casamento Foi assim que a Jacquetta Entrou mais uma vez em ação Sendo mais ou menos parente da noiva Que era a oferta da ocasião


Jacquetta de Luxemburgo


Atravessou o Canal da Mancha Com o seu novo marido plebeu Trouxe consigo Margarida d’Anjou Cumprindo a missão que recebeu Muitos nobres discordavam Do acordo que foi firmado Pois com o noivado a Inglaterra devolvia Boa parte do que fora conquistado Todo esse descontentamento Comprometeu os conselheiros reais Os chamados lancastrianos E que aos Lancasters eram leais E considerada por todos Como uma noiva mui bela Eu diria que a Margarida d’Anjou Marcava os seus gols por tabela Sua valentia e espírito destemido Causaram guerras, ruínas e mortes Alimentando a revolta dos parentes Que por acaso eram os primos Yorks E como o rei só vivia rezando Demorou para que ele lhe desse atenção Mas ela conseguiu que ele lhe fizesse um filho Pouco antes de ele sofrer um apagão Meses depois quando o Henrique acordou O menino até já tinha nascido Não sei se ele acreditava que o filho era dele Ou se o Espírito Santo é que tinha agido


Margarida D’Anjou


Essa nova variável que é o herdeiro Desequilibra o fiel da balança Pois os Yorks ficam mais longe do trono Com o surgimento dessa criança Os dois parentes tinham insígnias Nos estandartes como uma estampa Os Lancasters tinham a rosa vermelha E os Yorks uma rosa branca A Guerra das Rosas ia sendo travada No front e nos conselhos palacianos Era um sobe e desce de poder Que ao todo durou 30 anos O rei parecia não enxergar nada Além do próprio estado de graça Ele achava o primo York bacana Onde a Margarida só via trapaça Ele não percebia a esposa se esforçando Para os avanços do primo York deter Ele não achava que havia um avanço E nem que houvesse nada a temer E a Margarida considerava a Jacquetta Mais do que uma dama de companhia E a Jacquetta assessorava a rainha Enquanto a sua própria família crescia A rainha fez do marido da prima um barão Enquanto a prole deles aumentava A Jacquetta e o marido tiveram 14 filhos E no futuro deles a Jacquetta pensava


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Lord e Lady Rivers foi o título concedido Como prova real de gratidão e estima Não sei se o Rivers foi por acaso Ou se foi referência a Melusina Ao lado da Rosa Vermelha no front A família da Jacquetta sempre lutou Mas foi na Batalha de Towton Que a casaca da Jacquetta virou A Margarida já reforçara seu exército antes Com um contingente escocês E contava com os cunhados Tudors Que combatiam no território galês Mesmo assim, os Yorks venceram E os Rivers acabaram capturados Desse jeito, ou eles viravam Rosa Branca Ou seriam todos sacrificados Eles mudaram, então, de lado Sem ter mais qualquer esperança A própria Margarida abandonava o Henrique E fugia com o filho pra França Não sei nem se o Henrique soube Que acontecera uma batalha Dizem que vagou pelo país por um tempo Dormindo ao relento e no chão de palha Depois, pelos queridos parentes York O Henrique foi finalmente confinado O primo York mesmo já tinha morrido E o filho dele até já tinha se coroado


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Então o novo rei Eduardo IV precisava Pelos demais governantes ser reconhecido E pra angariar alianças pra Inglaterra O conselho inglês o ofereceria como marido Com o reino da princesa Bona di Savoya As negociações estavam adiantadas Mas com o Eduardo correndo por fora As negociações foram frustradas E a Bona casou-se com o Duque de Milão Para fortalecer as ligações com a França Com cujo rei a irmã dela já se casara E consolidava-se ainda mais essa aliança Ela governou como regente do filho Quando o marido foi assassinado Mas o seu governo durou só 5 anos Tendo sido reivindicado pelo cunhado O cunhado Ludovico notou o racha Que acontecia na corte milanesa Onde metade votava com o conselho E metade com o amante da duquesa O resultado teria sido previsto Por um conselheiro experiente Dizendo que com a cabeça dele cortada Perder o governo seria iminente Enquanto isso na Inglaterra Com o novo rei marcando território O próprio conselho o perdia de vista E o apetite dele já era notório


Bona di Savoya


Mas enquanto a Rosa Branca florescia Os meio-irmãos Tudors se arrumavam O mais velho se casara com uma Lancaster E por um herdeiro eles esperavam O futuro papai Tudor foi capturado Morto no limiar da derrota vermelha Enviuvou uma grávida de 12 anos de idade Que acabou virando uma velha pentelha A estória dela fica importante Quando a supremacia York ela malogra Margareth Beaufort colocou o filho no trono E foi o que há de pior em matéria de sogra Como esse assunto é paralelo E só mais tarde é que tem efeito Foco agora nas mulheres da Rosa Branca Que merecem todo o nosso respeito A Cecily Neville não foi governante Mas comeu o pão que o diabo amassou Perdeu o marido, um filho e o irmão Quando essa maldita guerra apertou Foi a esposa do primo York Era a mãe do rei Eduardo Que matou o próprio irmão Jorge Assessorado pelo irmãozinho Ricardo Mesmo com tanta matança Ela teve incontáveis descendentes Mas os meninos foram todos mortos Pra que do trono não fossem pretendentes


Cecily Neville


O seu filho Eduardo já era rei Quando se deparou de repente Com uma jovem viúva e seus filhos Que na estrada atravessou sua frente Ele reparou muito bem nela Que o abordou pra fazer-lhe um pedido Ela solicitava a herança dos filhos Pois acabara de perder o marido Como o morto era lancastriano Tudo o que era dele foi confiscado A viúva foi viver com os pais E teve o seu futuro enterrado Acontece que esse pseudo acaso Não foi exatamente fortuito A viúva era filha da Jacquetta E impressionar o rei era o seu intuito E nesse quesito a Elizabeth Woodville Foi muito bem sucedida Acabou se casando com o rei E assim subiu muito na vida No começo o conselho surtou Mas isso não foi nem a metade Pois a rainha arrumou casamentos Para os irmãos que ainda nem tinham idade Já que a família era muito grande Para um não tão grande patrimônio E o único jeito de corrigir isso Ia de favorecimento a matrimônio


Elizabeth Woodville


A rainha influenciava na fusão de famílias Num mercado restrito que escasseava E acabava batendo de frente com todos Cujos pleitos ela rechaçava O Conde de Warwick entre eles Era o que andava mais revoltado Pois suas filhas eram ricas herdeiras E ele temia que elas ficassem de lado Foi assim que a filha mais velha dele Arriscou-se a ser uma fora da lei Ele levou Isabel Neville pra Calais Pra casar-se com o irmão do rei Jorge de York era o noivo sortudo E o casal foi depois perdoado Tiveram 3 lindas crianças E o menino deles foi decapitado É que o garoto era um daqueles Possíveis pretendentes ao trono E quando a Rosa Branca caiu de vez Ele se viu em completo abandono A Isabel morrera no parto E o Jorge, no vinho, o rei afogou A irmã mais velha cuidava dele Mas anos depois o Tudor o levou Isso é só bem depois desse tempo Por hora o Jorge ainda respira E, sentindo-se desfavorecido Contra o irmão Eduardo IV ele conspira


Isabel

Neville


O recém casado e o sogro conde Na ocasião do seu casamento Tinham firmado com o rei da França Uma espécie de entendimento Meses depois o Eduardo descobre E agindo em própria defesa Decretou a detenção deles dois Que viraram não mais que uma presa Eles fugiram de barco pra França Debaixo da maior tempestade Certos de que a Jacquetta e a rainha Controlavam as águas e essa calamidade E a Isabel grávida do primeiro filho No barco acabou tendo um aborto Quando desolados em Paris chegaram O rei da França já os aguardava no porto E a Margarida d’Anjou recepcionava O conde sobrinho do primo York E agora que ele mudara de lado Ela esperava alterar sua sorte Casam, então, a filha caçula do conde Com o Lancaster filho da Margarida E a Ana Neville se torna refém Daquela que estimulou essa guerra sofrida Em algum momento dessa aliança O conde investiga a Jacquetta por bruxaria Mas a prima Margarida intercede por ela E o processo meio que nem se inicia



E quando a Margarida chega na Inglaterra Pra reconquistar a sua antiga posição O Conde de Warwick já tinha tombado E o Jorge voltara para o lado do irmão O herdeiro Lancaster morre em combate E a Margarida acaba afinal detida O velho Henrique VI morre durante o sono E declaram que foi de morte morrida A Ana Neville é resgatada do front Pelo irmão caçula do rei Eduardo A garota que já havia sido um trunfo Era agora considerada um fardo Foi viver com a irmã e o cunhado Que a mantiveram total isolamento E com a desculpa do luto dela Consideram colocá-la num convento A metade dela da herança de família É o que na verdade eles desejavam E como ela só receberia após um casamento Evitar que ela se casasse eles planejavam O caçula Ricardo observando isso E conhecendo a Ana desde criança Tratou de se encontrar escondido com ela Quando a conquistou e lhe deu esperança O Ricardo raptou-a da casa da irmã E a manteve num lugar escondido Quando por fim ela foi para a corte Já estava casada com um novo marido


Ana Neville


Então acaba acontecendo afinal O que o Conde de Warwick almejara As filhas casadas com os irmãos do rei Pleito que a rainha anteriormente lhe negara A Ana se reconcilia com a irmã Mas da corte ela se afasta Eles vivem mais tempo no norte Pois ela teme a rainha nefasta A Ana dá à luz um filho varão E sofre com a morte da sua irmã Isabel O cunhado viúvo acusa a rainha E os irmãos o afogam num tonel É que o Jorge é aprisionado na torre Onde vai morrer de qualquer maneira O rei permite que ele escolha o jeito E ele escolhe afogar-se no vinho madeira A Ana acolhe os sobrinhos E vivem todos juntos no norte E o Ricardo já se encontra em Londres Quando o Eduardo IV encontra a morte O Ricardo se torna, então, rei Contestando qualquer outro herdeiro A Elizabeth Woodville se refugia e trama Contra o novo rei Ricardo III A Ana se torna a nova rainha Mas o seu filho morre em seguida Ela jamais se recupera da perda E lentamente desiste da vida


Ana Neville


Os conselheiros do rei Ricardo Do irmão Eduardo ele herdou Por isso desconfiava deles E mais de um deles ele decapitou Mas mesmo com todo cuidado Num traidor ele confiou E pelo marido de Margarete Beaufort A derrota definitiva ele amargou Ela foi a grávida de 12 anos Descendente da Rosa Vermelha Ela se julgava a Joana D’Arc inglesa Também guiada por uma centelha Confiava que seria a vontade divina Que o seu próprio filho ocupasse trono Uma missão a qual ela se dedica Com quem sofre de algum transtorno O filho Henrique ela mandara pra França Com o tio Tudor escondido Pois se ele pisasse na Inglaterra Pela Rosa Branca seria detido Depois de enviuvar do Tudor A um Buckingham ela é entregue E com um conselheiro do rei Viúva de novo, se casar ela consegue A atividade subversiva dela Acaba não passando despercebida O marido alega que ela é maluca E o rei deixa que em casa ela seja detida


Margarete Beaufort


Ela fica em prisão domiciliar E tem a sua renda confiscada Vê-se um tempo nas mãos do marido Mas ainda lhe resta uma cartada É que Elizabeth Woodville agora viúva Está refugiada e sem nenhuma amiga Com os filhos presos na Torre E disposta a comprar uma briga Então, a Margarete cumpre a pena E a Elizabeth ela logo procura Elas compactuam e juntam forças Pra abalar essa estrutura A Margarete promove o retorno Do filho Tudor que está na França E tem o compromisso da Woodville Cuja filha Elizabeth selaria a aliança Nesse meio tempo o Ricardo aparece Abatido e alegando inocência Do caso do recente sumiço dos filhos dela Que na Torre aguardavam clemência A Elizabeth fica dividida E sem saber em quem confiar Pois o Ricardo diz que com esse sumiço Só os Tudors teriam a ganhar O Ricardo leva as sobrinhas consigo Pra que no palácio possam viver E a Elizabeth Woodville se recolhe no campo Sem conluios nos quais se envolver


Elizabeth Woodville


E nunca ninguém jamais soube O mistério por trás daquele sumiço E se alguém teria salvo o menino caçula Usando astúcia, amor ou feitiço Mas pode até ser verdade Que um dos meninos sobreviveu Que teria sido mandado pro continente E que na Borgonha se escondeu A Borgonha seria um lugar plausível Por contar com a proteção da duquesa Esta seria a Margarete da Borgonha Irmã querida dos Yorks da realeza No começo do reinado York Combinaram enfim o seu casamento Com o duque filho da Dona Isabel A nobre que praticou o aleitamento Antes disso ela foi objeto De infinitas negociações Portugal, França e Yorks jogando Como num mercado de opções A Margarete foi amplamente caluniada Por adversários do rei Eduardo Que afirmavam que ela não era virgem E que até tinha tido um filho bastardo Tentaram também evitar que o Papa Concedesse a bula papal Pois alegavam que ela e o duque Seriam primos em quarto grau


Margarete da Borgonha


Com os boatos ignorados E o Papa devidamente subornado Foram firmados acordos de defesa mútua Entre a Inglaterra e o ducado Isso deu tempo pro duque Casar, enviuvar e casar de novo E por fim ela estabeleceu no continente Um refúgio seguro para o seu povo E o seu direito ao trono inglês A Margarete manteve assegurado E até reconheceu como seu sobrinho O suposto herdeiro que pleiteava o reinado Pra jovem Maria da Borgonha A Margarete foi madrasta e mentora E quando a órfã tornou-se duquesa Dos contratos da enteada ela foi co-autora Instruiu-a a se casar com o Maximiliano Em vez de com Jorge, o seu próprio irmão Que ao enviuvar esteve buscando Pra própria desgraça uma solução A duquesa Maria morreu muito jovem Numa caçada, o que era a sua paixão Ela estava grávida do quarto filho Quando do cavalo caiu no chão Maximiliano do Sacro Império Romano Garantiu à Borgonha proteção Tiveram dois filhos sobreviventes Que se casaram com Castela e Aragão


Maria da Borgonha


Então, por isso sempre a suspeita De um novo possível herdeiro York E o Henrique VII recém coroado Ia condenando todos à morte Pois o Tudor enfim ascendera ao trono Vencendo o rei Ricardo III O tio Tudor montara um exército Doente com peste e com pouco dinheiro E essa batalha foi vencida Alinhavando conchavo e traição E com o padrasto Tudor retirando Da retaguarda do Ricardo o seu pelotão Então a Margarete Beaufort consegue O seu maior momento de glória E como Milady Mãe do Rei Ela acabou passando pra história Ela foi determinante para a ascensão Do seu adorado único filho E, implacável na manutenção dele, Não custava a apertar o gatilho Ela teve uma vida longa demais Dizem que de muita devoção Escreveu procedimentos pra tudo Até a ordem de se entrar num salão Era defensora ferrenha da igreja E rezava de hora em hora Infernizou vida da Elizabeth de York Que por aquele acordo virou sua nora


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A infância da Elizabeth de York Foi feliz e muito privilegiada Filha predileta do rei Eduardo Outra princesa a ser negociada Muitos pretendentes o pai cogitou Antes que a morte o levasse Mas agora que o tio Ricardo reinava Despencava o preço do seu passe Dizem que ela foi cortejada por ele E que até veio a se apaixonar Mas quando ele tombou na batalha Com o Tudor ela precisou se casar Não deve ter sido fácil Mas ela logo produziu um varão Este seria o Príncipe Arthur Prometido da Catarina de Aragão Dos filhos dela que sobreviveram Duas princesas subiram na vida E Henrique, o filho que iria pra Igreja Acabou virando rei e feminicida O marido Tudor, ou Henrique VII Destroçou a maior parte da família York Manteve alguns no seu conselho Mas logo lhes encomendava a morte A Elizabeth era muito bonita Dizem que a mais bela da cristandade Morreu em consequência de um parto No dia em que completava 37 anos de idade

Apesar dos pretendentes que teve Acabou ficando com o rebotalho Mas teria sido imortalizada por este Como a rainha da copas do baralho


Elizabeth de York


Na querida prima Margarete Era em quem ela mais confiava Que a sogra Tudor colocou num casamento E cujo status isso em muito a rebaixava A Margarete era uma nobre Filha do agora afogado Jorge de York Mas com o irmão aprisionado na Torre Achou melhor não reclamar da sorte Tornou-se, então, Margarete Pole Ao casar-se com um cavaleiro Viviam num castelo em Gales Orientando o então príncipe herdeiro Este viria a ser o Príncipe Arthur Que se casou com a infanta de Aragão Mas como morreu logo depois Deixou o caminho livre pro irmão A Margarete sempre foi fiel às rainhas Apesar do seu próprio desconforto Sofreu com a morte da prima Elizabeth Que engravidou pra repor o filho morto Serviu à princesa Catarina de Aragão Outro peão das questões de estado Embora a chegada desta implicasse Que o seu próprio irmão seria decapitado Mesmo com toda dedicação Ela acabou não sendo poupada Mataram seus filhos e netos E aos quase 70 ela foi decapitada


Margarete Pole


Mas no tempo em que viveu na corte Ajudou a criar os filhos da prima Depois criou a princesa Maria Filha do Henrique VIII e da Catarina Morreu sem poder receber visitas E antes de poder visitar essas duas Pois o agora rei Henrique VIII Já estava aprontando das suas Ela foi decapitada a mando dele Aborrecido com uma insurreição Que os nortistas empenharam Por questões de religião Outra parente da Elizabeth de York Uma das infinitas filhas da avó Jacquetta Era a viúva de um Buckingham importante Que se meteu numa mutreta Sua tia caçula Katherine Woodville Que foi casada na mais tenra idade Naqueles casamentos que rainha reservava Pra seus irmãos subirem na sociedade O marido dela Duque de Buckingham Nunca se conformou com esse casamento Apoiou o Ricardo contra a Elizabeth Woodville Por causa desse seu antigo ressentimento Ele foi executado ao trair o rei Ricardo E a Katherine herdou o seu patrimônio Deram-na como prêmio para o tio Tudor Que levou essa herança no matrimonio


Katherine Woodville


Duas filhas teve a Elizabeth de York Que sobreviveram à infância As duas foram rainhas De maior ou menor importância A mais velha era a Margarete Tudor Que era a empáfia em pessoa Tinha-se em altíssima consideração Ansiava por chegar à coroa Seu irmão Arthur já se casara Com a Catarina da Aragão De quem ela tinha ciúmes E culpava pela perda do irmão A mãe dela faleceu pouco depois Dela ser prometida em casamento Seria, então, Rainha da Escócia E já exigia receber esse tratamento O Rei da Escócia James IV Era moderno, estudioso e visionário E tinha uma penca de bastardos Mais contas do que há num rosário A Margarete saiu com eles Querendo-os longe das vistas O James IV concordou relutante E partiu para outras conquistas A Inglaterra o rei James queria Há muito tempo conquistar Mas sempre teve muito trabalho Para os próprios clãs unificar


Margarete Tudor


O ataque foi agendado pra quando O Henrique VIII invadia a França Mas o James não esperava a defensiva De uma regente com excesso e confiança A Catarina de Aragão concentrou Algumas forças na fronteira Estando no front desde criança Ela logo tomou a dianteira A Escócia foi, então, vencida E a Margarete enviuvou A vida dela logo desanda E a Catarina ela de novo culpou A Margarete vira regente Do seu filho o príncipe herdeiro Mas se envolve com o clã Douglas Que está atrás de poder e dinheiro Ela se casa escondido com um Douglas E acaba perdendo a regência Chega um interventor da França Que com ela logo perde a paciência Separada do filho ela foge Refugiada em sua terra natal Descobre que o marido é um sacana E parte pra desforra final O irmão Henrique também a sacaneia Pois com o cunhado ele fica de boa E a Margarete recorre aos outros clãs Recuperando, assim, a coroa


Catarina de Aragão


Como o Henrique se separa da Catarina E a Margarete daquele que a sacaneava Ela e o seu irmão Henrique formaram A primeira dupla de irmãos divorciada Os descendentes da Margarete se ferraram Mas depois deram a volta por cima Pois a neta Mary Stuart foi decapitada Mas o bisneto James herdou a coroa da prima E a filha caçula da Elizabeth de York Acabou sendo casada com um rei da França Mas o velho rei morreu logo depois Deixando-a com o título e com esperança É que o Duque de Sulffolk foi designado Para a Mary Rose Tudor buscar Eles se casam na viagem de volta E com ela o irmão não poderia mais contar Os dois já estavam apaixonados Quando ela teve que se casar E a Mary Rose combinara como irmão Que a mais nenhum arranjo ele a iria forçar O cara era o melhor amigo do Henrique E essa era a sua irmã queridinha Eles são avós da famosa Lady Jane A que, por 9 dias, da Inglaterra foi rainha Parece que o Henrique não gostou Mas isso já era de se esperar Dizem que já negociava de novo a irmã Mas teve que o projeto abortar


Mary Rose Tudor


Como o amigo não nasceu nobre O Henrique o fez duque posteriormente E isso lhe facilitou desposar uma Tudor Que não era para o bico de qualquer pretendente A beleza do casal era famosa Na Inglaterra e além das fronteiras Mas não ouvi dizer o mesmo De nenhuma das suas herdeiras Dos 3 filhos que a Mary Rose teve Só as 2 meninas sobreviveram As quais também tiveram só filhas Que os historiadores não esqueceram Frances Brandon a filha mais velha Casou-se com um homem bem relacionado Que vinha de uma linha de descendentes De um enteado daquele antigo rei Eduardo Dizem que os dois eram ambiciosos De natureza calculista e mesquinha Eles foram os pais da famosa Lady Jane Aquela que, por 9 dias, da Inglaterra foi rainha Esse reinado foi um golpe E não teve o apoio do povo Todos envolvidos se ferraram Mas a Frances escapou e se casou de novo O séquito da mãe dela na França Continha muitas donzelas inglesas Estas eram verdadeiras beldades Da aristocracia ou da nobreza


Lady Frances Brandon


Duas dessas eram irmãs Sua fama não foi pequena Cativaram o Henrique VIII Pertenciam à família Bolena A Maria Bolena foi a primeira A cama do rei frequentar O marido dela até saiu do caminho Pois muito teria a lucrar Precisaram viver separados Pra que nenhuma dúvida houvesse Da paternidade de um rebento Que por ventura a Maria tivesse Ela conseguiu parir um menino Mas a atenção do rei já esfriava Então a família dela sedenta Outra irmã Bolena já preparava A outra Bolena levou o rei Às raias da loucura Seduzindo-o e afastando-o Num jogo de puxa e empurra Flertando com irmã morena de dia O apetite do rei aumentava À irmã loura coube o papel noturno Daquela que a cama do rei esquentava Eram como uma equipe Da empresa Bolena Ltda familiar Cuja meta de alcançar a coroa Elas tinham que alcançar


Maria Bolena


Demorou para a Ana Bolena O seu reinado começar Foi só quando o rei conseguiu A rainha Catarina aposentar Depois da coroação da Ana A família ficou das mais importantes E a Maria continuava servindo Mas sem o empenho de antes Pois a Ana se precavendo Enquanto um varão não nascia Elaborou o seu plano B ao confiscar O filho da sua própria irmã Maria Descontente, a Maria largou tudo Por um inteligente cavaleiro Casaram-se e fugiram pro campo Onde este virou fazendeiro Os abortos seguidos da Ana Deixaram-na apavorada Pois a futura Elizabeth I no berço Para o Henrique VIII não significava nada Apesar do empenho da equipe Acabou como a primeira rainha decapitada E o rei logo se casou com outra Cuja família Seymour S.A. foi contratada O varão Eduardo VI foi então produzido Um jovem disciplinado e inteligente Mas ele viveu muito pouco E foi manipulado por seu próprio regente


Ana Bolena


O regente o fez nomear uma prima Alterando toda a linha sucessória Lady Jane Gray seria a rainha E as meia-irmãs dele seriam tiradas da estória Ela era culta e protestante fervorosa E em mais de 5 idiomas ela era fluente Mas entrou de gaiata numa trama Entre os pais dela e o regente Que a casaram com o filho dele Já tendo a coroação dela em mente E ela com apenas 16 anos de idade Viu-se acuada e impotente Foi coroada contra a vontade E por apenas 9 dias governaria Pois um levante já a destronava E restabelecia a Princesa Maria A Maria a deixaria sob custódia Mas só até ter o seu próprio descendente Pois não desejava matar a moça Mais uma vítima do que uma ameaça iminente Mas o descendente que a Maria planejara Deixava a Inglaterra na maior apreensão Pois seria com o herdeiro católico espanhol E o pai da Jane embarcou numa rebelião Um ex-noivo que a Maria tivera Denunciou o pretendido E a rainha não teve outro jeito Decapitaria Lady Jane, o pai e o marido


Jane Gray


Ela ofereceu clemência a Lady Jane Se esta ao catolicismo se convertesse Mas a veemente recusa da mesma Fez com esta pelo machado perecesse A primeira infância da Maria I Foi rigorosa, protegida e festejada Mergulhou nos clássicos e nas escrituras Também na música, em falcoaria e caçada Foi designada princesa de Gales Um treinamento pra governante Mas seu mundo virou de ponta cabeça Quando o pai promoveu a amante Seria, então, considerada bastarda Durante os anos de juventude Perdeu seu status de princesa Os pretendentes, a mãe e a atitude Da irmã Elizabeth ela foi quase babá E aos 19 anos ficou gravemente doente Foi restabelecida ao enfim reconhecer o pai Como da nova igreja inglesa o dirigente Só aos 37 é que subiu ao trono Como rainha, soberana e regente E causou um racha no conselho Ao anunciar o seu pretendente Mas conseguiu convencer os súditos A aceitarem o príncipe espanhol Assegurou-lhes de que este só reinaria Pra ela e debaixo do lençol


Maria I


Com os ânimos pacificados Ela promoveu avanços importantes Mas ficou mais conhecida mesmo Por perseguir hereges e protestantes Seu reinado pagou 2 grandes micos Envolvendo gravidez imaginária Ela teria inspirado, talvez, o nome do drink Por sua alcunha de Maria, a Sanguinária “Bloody Mary” foi assim que ela Ficou tristemente conhecida E o pai dela que matou muito mais gente É mais lembrado como excêntrico feminicida Ao morrer, a irmã dela ascendeu Sendo coroada como Elizabeth I Inaugurou a Era de Ouro da Inglaterra Que queria do mundo a dianteira A infância da Elizabeth também foi trash Marcada por abandono e insegurança A mãe dela foi a Ana Bolena Decapitada quando ela ainda era criança Mas sob os cuidados de Catarina Parr Que foi a sua última madrasta Ela teve uma educação de primeira Que da mediocridade a afasta Pelo Seymour marido da madrasta Ela foi assediada na adolescência E sendo ele um dos tios do então rei Talvez desejasse aumentar sua influência


Elizabeth I


Com essa trama descoberta O tio Seymour foi decapitado A Elizabeth também foi investigada Mas nada contra ela foi comprovado Na juventude ela despertou o interesse Do cunhado, marido da sua irmã Este era Filipe, hoje Príncipe das Astúrias Porém o Rei Católico da Espanha amanhã Ela ficou um ano na Torre Detida por suspeita de traição De ter se envolvido com os protestantes Que pretendiam uma rebelião Mas a Elizabeth escapou da morte Sendo inocentada nessa questão E a irmã a reconheceu como sucessora Diferentemente do que lhes fizera o irmão No reinado dela o teatro floresceu Com Shakespeare rompendo o estilo Foi um período de muita expansão A Inglaterra protestante avançava sem vacilo Apesar dos inúmeros pretendentes Nem com o crush ela resolveu se casar Sabia que um marido ameaçaria o reino E a autonomia que ela custou a conquistar Como a Elizabeth I não teve herdeiros A coroa dela foi parar no vizinho O filho da sua prima Maria Stuart virou rei Um escocês sem nenhum Tudor no caminho


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E a Maria Stuart, Rainha dos Scotts Também teve uma vida movimentada Foi consorte da França e rainha da Escócia Conspirou contra a prima e morreu decapitada As aventuras dessa Maria sugerem Ter sido ela uma mulher estouvada Mas cartas recém descobertas Apontam para uma rainha antenada Mostram que a temporada dela na França Numa corte rica, culta e refinada Não abalaram o seu amor pela terra natal Perdida no norte e no meio do nada Ela foi sempre uma ameaça velada À prima e à vizinha Inglaterra Sua estreita associação com a França Era quase uma declaração de guerra Quando ela volta viúva da França Outrora cotada para o Eduardo VI já falecido A prima tenta casá-la com o próprio crush Mas ela escolhe um primo de ambas para marido Parece que a Maria sempre viveu Num ambiente competitivo e conturbado O próprio marido lhe cobiçava a coroa Até o dia em que morreu assassinado A Maria, então, logo se casa Com o principal suspeito do crime É obrigada a abdicar e se separar do filho Fica presa num castelo, mas isso não a redime


Maria Stuart


Desse castelo ela consegue fugir Mas acaba perdendo a batalha Pede refúgio pra prima na Inglaterra E começa a tecer a própria mortalha Ela participa de um levante no norte De caráter político e religioso A prima toma conhecimento da intenção dela De tomar a Inglaterra num complô ambicioso Com essa rebelião sufocada Ela viveu 19 anos em cárceres privados Num rodízio de mansões inglesas Com conforto e muitos criados

A descoberta de cartas incriminadoras O destino da Maria finalmente selaria Pois segundo o que foi levantado Contra a vida da prima ela atentaria A Elizabeth proclamou a sentença De um modo preciso e calculado Que fez com que o próprio envolvimento Jamais pudesse ser totalmente comprovado As duas eram rainhas na mesma ilha E eram primas de verdade Falavam o mesmo idioma E tinham pouca diferença de idade Que elas nunca se encontraram É fato do qual se tem ciência Sabe-se que sabiam muito uma da outra Mas só por meio de correspondência E o filho da Maria reinou como dois E assim outros até a unificação das coroas Muitas cabeças vão disputar o seu uso Revolucionários, idealistas, varões e varoas


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Nas vidas que essas mulheres viveram Nenhuma carruagem vira legume Cada uma delas tem brilho próprio Seja de estrela ou de vagalume Imagino a Catarina Parr navegando Na barcaça da sua xará de Aragão Sentindo o peso da coroa da Ana Bolena Cuja cabeça rolou pelo chão Dormindo na cama onde a Jane Seymour Depois de um parto lentamente morria Ou defendendo a reforma da igreja Que a presença da Ana de Cleves prometia Penso na sua aflição ao controlar A necessidade que sentia do amado A mesma que levou a Katherine Howard A um encontro final com o machado Mulheres que um dia existiram Nascidas ou não em Atenas Perseguidas e mortas por bruxaria E pra quem bardos fizeram poemas Usaram chapéus de fada Usaram coroa, elmo ou toucado Nadaram contra a maré Contra a fogueira e o machado Têm nos currículos a morte E promessas de muitas venturas À mercê dos caprichos humanos E da rodas das próprias fortunas



Claudia Schmidt, artista visual, amante de leitura histórica e fantástica, de astrologia e tarot, além de escrevinhadora acidental.

Frequentou a pintura clássica na adolescência, mas profissionalmente trilhou os caminhos da engenharia eletrônica onde se familiarizou com a criação de conteúdo via software durante a sua atuação no projeto para a implantação da plataforma de TV Digital no Brasil. Com esse background, especificando requisitos para o desenvolvimento de ferramentas de autoria e explorando a animação de formas geométricas e a agregação de fotos e cores, nasceu o impulso de se manifestar artisticamente por meio das mesmas. Suas composições têm sido expostas no Brasil e no exterior e suas ilustrações iniciais lhe inspiraram reflexões corriqueiras que, reunidas, deram origem à Sereia e sua série de livros ilustrados exibidos em https://issuu.com/claudiapovoasschmidt https://cschmidt303.wixsite.com/ilustras reúne o seu trabalho visual e um blog.


Mara Sop, ilustradora, apaixonada por história, arte, livros e gatos (muitos gatos, rsrs), começou a desenhar aos 3 anos de idade e nunca mais parou.

Após se formar em moda, voltou sua arte para história da moda através do projeto Fashiononline, redesenhando trajes icônicos imortalizados em obras de arte, personalidades históricas marcantes, assim como em trajes do teatro, cinema e TV que representam a moda de tempos passados. Atualmente tem atuado como capista e ilustradora de livros de época e históricos. Fora da área de ilustração, foi vencedora e finalista de concursos de novos talentos da moda, também já se aventurou publicando

um artigo sobre a moda na época de Jane Austen e suas representações em filmes na antologia Querida Jane Austen, uma homenagem. Em 2020, a convite da Secretária de Cultura e Turismo da Cidade de São Paulo, palestrou sobre literatura clássica nacional feita por mulheres, resgatando importantes nomes de nossas primeiras autoras há muito esquecidos. É também a criadora de conteúdo da página Romances Históricos no Facebook desde 2014. no insta: https://www.instagram.com/mara_sop/ no face: https://www.facebook.com/mara.sop/ em devianart: https://www.deviantart.com/marasop página de bonequinhas do projeto fashiononline: https://www.facebook.com/fashiononline.hist/


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