Entre a cruz e o capeta... Mulheres da Família Plantageneta

Page 1

entre a cruz e o capeta

Mulheres da família

Plantageneta texto e composição por Claudia Schmidt protagonistas e ilustrações temáticas por Mara Sop


A galeria de rainhas Plantagenetas da talentosa Mara Sop foi a inspiração inicial para este trabalho.

Os 14 livros da saga Plantagenetas, da escritora Jean Plaidy, foram de uma ajuda inestimável e me proporcionaram a clareza necessária para ritmar a conexão entre as protagonistas e visualizá-las na linha do tempo. As Crônicas Saxônicas, do Bernard Cornwell, me deram a base para entender o que aconteceu antes do estabelecimento desta dinastia. Livros isolados, além desse tesouro: Biographical Sketches of the Queens of England, From the Norman Conquest to the Reign of Victoria; or The Royal Book of Beauty por Mary Howitt, também complementaram as eventuais lacunas com as quais eu me deparei enquanto tomava chá ou enchia a cara com as Plantagenetas. E elas me recomendaram começar a contação das estórias delas a partir de quando estavam os saxões em seu lugar, mas vieram vikings e normandos atrapalhar...



A Inglaterra que conhecemos hoje É bem diferente do que já foi um dia O mapa ao lado é só um exemplo Bem anterior ao ataque da Normandia Porque essa estória engata mesmo Um pouco depois do ataque normando Mas fica mais fácil falar das rainhas Entendo como a Inglaterra foi se formando Esse é um mapa do século IX De quando os vikings metiam medo E conseguir a unificação desses reinos Era o grande sonho do rei Alfredo Alfredo, o Grande, governava em Wessex E os ataques vikings ele estancou Foi reconhecido até em Gales E com o invasor, a Ânglia ele negociou Porém foi só com os descendentes do Alfredo Que ocorreu de fato a unificação Que começou com o neto Aethelstan E teve os sobrinhos deste na continuação O filho, Eduardo, herdou Kent e todos os “#ex” Enquanto a Mércia ficou com a filha E com a Etelflaed enviuvando sem varões Os dois reinos acabaram ficando na mesma família O rei Alfredo até teve outros filhos Mas só uma é que será relevante A Elfrida, que vai para o continente Pra se casar com o conde Balduíno II de Flandres

A Nortúmbria foi o Último Reino A ser finalmente acrescentado E esta é a melhor estória do século X Que virou saga e na TV ganhou até seriado


https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Est-Anglie_Heptarchie_800.png


Entretanto, no começo do século XI Os vikings conseguem atracar sua barca E em resposta a um massacre do rei saxão Ethelred II Eles trocam o saxão pelo rei Swein da Dinamarca O rei saxão tinha se casado com uma normanda Numa aliança um tanto precária e controvertida Na qual o ducado dela negaria porto aos vikings Dificultando-lhes toda e qualquer investida E sobrou pra jovem Emma da Normandia Ser desse velho rei a segunda rainha Ela enfrentou a hostilidade dos enteados adultos Que a consideravam uma adolescente bobinha Durante o reinado de rei Ethelred II Ela foi basicamente mãe e figura decorativa Mas com a represália viking do Swein A Emma acabou subindo muito na vida Pois o Ethelred fugiu com todos pra Normandia Pra retornar logo, em um ano ou dois Porque o rei Swein Forkbeard morria Abrindo espaço pra alguém vir depois Ethelred II retorna, mas logo morre E quem reinaria é agora a grande questão Os filhos da Emma eram os mais bem cotados Mas perdem a vaga para um meio-irmão Mas Cnut, o segundo filho do falecido Swein Que aguardava fora de Londres exilado Contra ataca e a Emma procura uma saída Negociando pra si mais um casamento arranjado Os dois príncipes filhos dela foram então enviados Para um exílio estratégico lá na Normandia Criados e protegidos por sobrinhos da Emma Que eram os atuais duques da sua família



Os 2 filhos dela foram atacados mais tarde Por um filho bastardo do atual marido Entretanto o mais velho conseguiu sobreviver E como rei Eduardo, o Confessor ficou conhecido Ele foi o penúltimo rei saxão da Inglaterra Enquanto a Emma 3 títulos acumulara Pois dos tronos da Dinamarca e da Noruega O seu marido Cnut também se apropriara A região toda ficou conhecida Como Império do Mar do Norte Mas isso tudo acaba pouco depois Do Cnut encontrar sua morte A Emma fortalecera a reivindicação do Cnut Ao trono inglês como um rei cristão Aproximando-se da igreja do continente E temperando a aliança política com afeição E quando um filho de cada casamento dela A guarda e a coroa da Inglaterra compartilharam A Emma foi o elo de ligação entre eles Liderando as causas sobre as quais eles reinaram Depois, acontece um cambalacho na sucessão Com a morte do rei Eduardo, o Confessor Por um cunhado dele cuja festa dura bem pouco Desbaratada por um vizinho Conquistador Esse vizinho era o duque Guilherme II Um primo e governante da Normandia Filho ilegítimo do duque anterior E de quem a rainha Emma era tia É que o Guilherme reclamava a coroa Que o Eduardo lhe teria deixado de herança Mas sem obter o aval do Witan Ele logo providenciou a cobrança



Mas o Guilherme já imaginando a dificuldade De instalar uma nova versão de dinastia Antecipava uma aliança na Europa Via um combo casamento + apoio da família E pra reforçar ainda mais o seu direito Antes que surgisse algum novo enredo Ele encontrou no continente uma noiva Descendente do velho e bom rei Alfredo Esta seria a Matilde de Flandres Também sobrinha do rei da França Que era desimpedida, baixinha e usava tranças Mas que, felizmente, não era criança O apoio do sogro conde Balduíno V de Flandres O Guilherme também ansiava em seu íntimo Mas a noiva Matilde deu o contra Porque o Guilherme era filho ilegítimo É que a Matilde super valorizava Essa questão de nascimento e hierarquia Afinal o seu antepassado Alfredo já era rei Quando a Inglaterra ainda nem existia Mas o Guilherme não se conformou Com esta preconceituosa negativa E dizem que ao recebê-la do mensageiro Partiu pra uma abordagem mais assertiva Conta-se que o duque invadiu o castelo dela E que puxando-lhe as tranças jogou-a no chão E que antes de ele ir rapidinho pra casa Usou com ela o seu poder de persuasão Mas antes que houvesse um duelo Entre o pai dela e o duque da Normandia A Matilde refletiu e reviu seus conceitos E afirmou que só com o Guilherme ela se casaria



O casal teve uns nove ou dez filhos E o rei Guilherme I parece lhe ter sido fiel Nenhum bastardo tendo aparecido Pra azucrinar ou passar seu chapéu Henrique I foi o quarto filho homem que eles tiveram Mas que calhou ser do seu pai o sucessor E a filha Adela veio a ser mãe do rei Estevão I Que foi do trono da neta deles um usurpador A neta Matilde da Inglaterra tinha direito Por ter sobrevivido ao único irmão Que sucumbiu muito jovem num naufrágio Que alguns cogitavam ter sido armação Essa Matilde era determinada como a avó Inteligente e responsável desde criança Foi dada em casamento para um imperador Em nome de mais uma importante aliança Com esse imperador ela dividiu o poder Até foi da Itália uma regente sagrada Não aceitava o que lhe fosse imposto E na Basílica de São Pedro ela foi coroada No Sacro-Império Romano Germânico Até enviuvar muito cedo ela viveu E como não conseguiu gerar um herdeiro O poder que ela tinha dessa forma ela perdeu O marido imperador era o Heinrich V E o casamento parece ter sido feliz E mesmo depois de viúva ela ostentava O respeitável título de imperatriz Ela até cogitou permanecer lá no império Mas foi assediada pelo rival do marido Que desejava fazer uma aliança com ela E que ela o favorecesse e lhe tomasse partido



Então, para a Inglaterra ela retorna A chamado do pai Henrique I Que já pensava na questão sucessória Pois tinha lamentavelmente perdido o herdeiro Embora ele tivesse tido dezenas de filhos Foram todos gerados fora do casamento E com o sobrinho Estevão rondando Vislumbrava-se uma crise em andamento O Estevão contava com o apoio da igreja Quando o trono da prima ele usurpou Os barões normandos ficaram em cima do muro E um levante a resoluta Matilde organizou Teve o apoio do tio David I, rei da Escócia Da madrasta, de um meio-irmão e do segundo marido Na batalha de Lincoln ela captura o Estevão E imagina agora ter finalmente vencido Mas ela não chega nem a ser coroada Por não ser uma figura exatamente popular E quando o meio-irmão dela é capturado Com o primo Estevão ela tem que negociar Ela própria se viu aprisionada num castelo em Oxford Talvez por se arriscar como quase ninguém se atreve Mas muito astuta, vestiu-se toda de branco E fugiu da prisão durante uma tempestade de neve A guerra acaba quando a Matilde e o Estevão Concordam com que o Estevão seja enfim coroado Desde que o filho da Matilde com o seu segundo marido Como herdeiro e sucessor dele seja desde já apontado O segundo marido dela era o conde de Anjou Num território que era feudo da coroa francesa E ele conquistou do Estevão I o ducado da Normandia Que o filho Henrique II herdaria com a coroa inglesa Ele era famoso por usar uma florzinha amarela silvestre Como enfeite no chapéu ou na lapela da jaqueta E como essa florzinha era uma “Plant Genet” Ao seu nome Godofredo adicionaram Plantageneta



Parece que o Godofredo era até bem tranquilo Além de muito bonito, charmoso e galanteador Mas a Matilde realmente o desprezava Por compará-lo sempre com o marido imperador E embora a Matilde se sentisse rebaixada Da posição importante que ocupara um dia Ela se dedica às funções de regente do filho Na administração do ducado da Normandia Além de articuladora política e guerreira A Matilde batalhou por seus herdeiros Piedosa, também ajudou muito a igreja Financiando a construção de mosteiros E como os Plantagenetas eram de Anjou E terão agora no século XII muitos meninos Os seus avanços territoriais ostensivos São também chamados de anjevinos E é assim que essa estória engata No assunto que o seu título prometia Que são as rainhas Plantagenetas E a sua longeva e complicada dinastia Então, a primeira foi a imperatriz Matilde Que, ironicamente, como rainha não foi coroada Mas a segunda rainha teve duas coroas Era linda, namoradeira e até participou de cruzada Ela nasceu na região chamada Aquitânia Que era um ducado (MUITO!!!) importante Dá pra ver só pelo tamanho dele No mapa que está logo ali adiante

Nesse mapa a região verde escuro é o domínio Que seria exclusivo do rei da França As outras são feudos cujos controles dependem De casamentos reais ou de uma ou outra aliança https://commons.wikimedia.org/wiki/File:France_1154_Eng.jpg#/media/Ficheiro:France_1154_Eng.jpg



A Normandia é mais independente E para a França é quase uma obsessão Reintegrar esse território de nórdicos Outrora cedido em troca de proteção E ali com o duque da Aquitânia morrendo Sem que houvesse um herdeiro varão Pintou mais um casamento arranjado Entre o delfim e a herdeira do duque em questão O delfim era o segundo filho do rei Que para a igreja tinha sido preparado Mas com a morte do primogênito Sobrou pra ele honrar o noivado A princípio relutante e inseguro E muitos diziam que até pesaroso Ele não desejava assumir esse fardo Ansiando pela vida calma de religioso Mas teria, depois, mudado de ideia À primeira visão da sua prometida Ela era lindíssima, culta e elegante E pelo seu povo era muito querida Ela era a Leonor da Aquitânia Deslumbrada pela própria figura Mulher determinada e apaixonada Sedenta de amor, poder e aventura E tendo se sentido em sua vaidade afrontada Por num nobre conde e senhor feudal Ela incita o marido e já rei Luís VII a se vingar Num ataque de ego e chilique temperamental O Luís VII reluta porém acaba cedendo Aos argumentos da esposa adorada Mas remoendo-se depois de remorsos Cogita a redenção saindo numa Cruzada



A Leonor abraça com fervor essa ideia E diz que o acompanhará nessa luta Prepara um guarda-roupa especial E um séquito de admiradores ela recruta Eles deixam a filhinha em Paris E levam o seu exército pra Terra Santa Os trovadores exaltam a beleza da Leonor E a romaria luxuosa a todos encanta Mas nem tudo sai como o desejado E eles caem em mais de uma emboscada E são socorridos por um tio da Leonor Por quem ela logo ficaria apaixonada Ela tem um romance também Com um nativo sarraceno E quando o rei Luís VII se toca Ele já tinha perdido terreno Eles acabam até se reconciliando E mais uma filha ganha essa união Mas o casamento estava ficando chato E eles recorrem a uma anulação Então, a rainha da França Que por 15 anos fora casada Retoma a posse da Aquitânia E parte pra outra empreitada As duas filhas deles ficaram com o pai Deixadas na França para serem criadas A Leonor se ressentiu, mas reconsiderou Pois por um casamento elas logo seriam levadas

E para um novo casório ela escolhe o Henrique Primogênito da imperatriz Matilde Esta imediatamente se identifica com a nora Que, como ela, não tinha nada de humilde



O primogênito Guilherme morre Logo depois dela ter o segundo filho Que é batizado com o nome do pai E como Henrique, o Jovem ficou conhecido Então, a Leonor descobre que o marido É um lascivo adúltero e sem vergonha E ele aparece do nada com um bastardo Que alegara ter caído de alguma cegonha A Leonor fica com raiva e parte pra briga O marido ameaça e quase vira um demônio Porém o Henrique II não se divorcia dela Pra não ver diminuído o seu patrimônio É que com a Leonor, à Normandia e Anjou A Aquitânia tinha sido acrescentada Logo seria a vez de Vexin e Bretanha Conforme uma nova aliança fosse firmada E como ainda sentia desejo pelo marido A Leonor acabou até se conformando E o Henrique aproveitava e plantava nela Mais um filho de vez em quando E assim com o Henrique foram 8 filhos Além das 2 filhas geradas com o rei da França E por mais estranho que pareça Ela se acalmava quando tinha criança E o Henrique II se tocando disso Pra Leonor ele não dava sossego Então, da sua glamorosa vida pregressa Uma Leonor embarrigada praticava o desapego

O casamento desanda de fato quando ela Uma amante fixa e de longo tempo descobre Uma moça que o Henrique mantinha num castelinho Que mandara construir no meio de um bosque



Essa galesa era a Rosamund Clifford Com quem o rei encontrava paz e serenidade Mansa, meiga e solícita ela era Além de ter metade da sua idade E como a Leonor era esperta e perigosa E também guiada por seu faro e instinto O rei escondeu a doce Rosamund Num palácio cercado por um labirinto A rainha Leonor descobrindo o lance Fica com raiva e se retira para o seu ducado Deixando o caminho livre para o Henrique II Viver abertamente o seu pecado Então, o querido filho Ricardo ela nomeia Como duque da sua amada Aquitânia E o filho Godofredo que já era conde de Anjou Por casamento, torna-se o duque da Bretanha O primogênito Henrique, o Jovem, seria rei E o próximo duque da Normandia E o pai o coroa prematuramente Algo de que logo depois se arrependeria Só faltava o filho caçula João Sem Terra Ter alguma herança ou propriedade Então, o Henrique o torna senhor da Irlanda O que se mostrou ser uma tremenda temeridade O filho Henrique, o Jovem, já tinha se casado Com uma princesa filha do rei da França E já chegava a irmã desta para o Ricardo Embora ela ainda fosse muito criança E o Henrique II sem noção de civilidade Para o lado da princesinha Alice se engraçou Então, substituiu a meiga Rosamund por ela E dizem que a princesinha ele até engravidou



A Leonor observa lá do continente As dificuldades e peripécias desse rei pervertido E quando os filhos adolescentes se rebelam Ela os apoia contra o próprio marido E é numa infeliz manobra do acaso Quando ela cavalga disfarçada de mensageira Que os batedores rei a interceptam E levam-na até ele que a faz prisioneira Dessa vez o rei ganha a batalha deles E a Leonor fica 16 anos encarcerada Num castelo onde ela terá todo o conforto Mas sem liberdade e totalmente isolada Mas ela acompanha o que se passa Com espiões fiéis que lhe prestam favor E que lhe contam as novidades do rei Musicando-as como faria um trovador O filho Henrique, o Jovem já estava casado Com uma princesa filha do seu primeiro marido O nome dela era Margarida da França E o sogro o apoia e lhe toma partido

Eles vão constantemente para a França E ela foi para o Jovem uma companheira fiel Mas estéril depois da morte do seu único herdeiro Ela quase foi descartada por não cumprir o seu papel E foi em mais uma revolta do jovem Henrique Descontente por ainda ser um rei estagiário Que uma disenteria o mata numa batalha Quando ele investia contra o pai autoritário A Margarida encontra-se, então, viúva E é conduzida a um novo casamento Casa-se, agora, com o rei Bella III da Hungria A quem aconselha com grande discernimento



Ela recomenda que o Bella liberte um irmão traíra Para que este se juntasse à Terceira Cruzada E quando este irmão perigoso parte com 2000 soldados Eles matam 2 coelhos com apenas uma cajadada Pra Terra Santa ela parte em peregrinação Depois de perder novamente um marido Ela que foi uma rainha Plantageneta Mas uma que foi sem nunca de fato ter sido A Leonor da Aquitânia lamenta a morte do Jovem E naquele Natal o Henrique II reúne a família O Coração de Leão é o herdeiro mais óbvio E a noivinha dele continua vítima de pedofilia A Leonor previne o Ricardo desse delito do pai Que dessa vez sujou mesmo a própria barra E o Ricardo acaba combinando um noivado Com uma princesa filha do rei de Navarra A Berengária de Navarra fica aguardando Até que o Ricardo se livre do antigo noivado Mas isso só acontece só depois da morte do Henrique II E com o Ricardo já tendo sido até coroado

Pois o atual rei da França e que seria o futuro cunhado dele Admite que uma liberação lhe seja afinal concedida Os 2 já tinham combinado combater na Terceira Cruzada E parece até que desenvolveram uma amizade colorida A Leonor vai buscar a noiva em Navarra E a entrega para o Ricardo lá na Sicília A filha dela, Joana, era a rainha viúva do local E estava prisioneira de um bastardo da família O Ricardo faz um acordo pela liberdade da irmã Com o Tancredo que foi do trono o usurpador Mas a herdeira legítima era a imperatriz do Sacro Império E com isso o Ricardo desperta a ira do imperador



Então, a nova futura rainha Berengária Tendo a cunhada Joana como companhia Parte para os perigos da Terceira Cruzada E da frieza do Ricardo ela nem desconfia Depois percebe que o único interesse do Ricardo É batalhar e combater o povo infiel Eles até se casam na ilha de Chipre Mas não têm o que eu chamaria de lua de mel O Ricardo não consegue expulsar o inimigo Para assumir o controle de Jerusalém E a mãe Leonor de Aquitânia o adverte Que há problemas na Inglaterra também O casal retorna, então, pra Europa Ela pelo litoral e ele pelo interior E o Ricardo acaba sendo feito refém Nos domínios daquele vingativo imperador A Berengária permanece no continente Na companhia da amiga e cunhada Mas esta se casa com o conde de Toulouse Então, a rainha se vê só e totalmente isolada

Quando o paradeiro do Ricardo é descoberto A mãe Leonor mobiliza toda a Inglaterra Ela consegue providenciar o resgate exigido Pra infelicidade do filho João Sem Terra Quando o Ricardo enfim retorna A retomar o reinado ele se empenha Depois é intimado a se reaproximar da esposa Mas em novos combates ele se embrenha E numa batalha mesquinha e infeliz Pelo suposto tesouro de um castelão Uma flecha lhe perfura o ombro desprotegido E paralisa o famoso Coração de Leão



E a Leonor sofre o mais duro golpe Com a perda do seu filho mais querido Então, a coroa vai para o caçula João Que se revela ser um tirano, cruel e pervertido Até houve, na ocasião, uma crise A respeito desta questionada sucessão Pois um neto dela, Artur, teria mais direito Já que era filho de um irmão mais velho do João Como este filho, Godofredo, já tinha morrido Muito antes disputando um torneio A Leonor toma o partido do caçula João Em detrimento do herdeiro do seu filho do meio O Artur era apoiado pelo rei da França Uma vez que nascera e crescera bretão Então, vários nobres franceses se reúnem Também o apoiando nessa pretensão A Leonor já está com mais de 80 anos de idade Mas parte para o meio dessa rebelião Acaba sendo capturada numa torre Pra em seguida ser salva pelo filho João

O João nunca foi um hábil guerreiro Isso foi muito mais um golpe de sorte Então, ele captura o adolescente Artur Que pelas mãos do tio (provavelmente) encontra a morte Pois ele é levado preso pra Normandia Logo na rasteira desta infeliz batalha O tio já planejando crueldades pra ele E as águas do Sena como a sua mortalha E essa foi só uma das inúmeras maldades Desse grande flagelo da Inglaterra Estupro, tortura, mutilação e pilhagem Viraram sinônimos de João Sem Terra



E o João já era rei quando, no interior da França Conheceu uma jovem e encantadora beldade Ela era a Isabella de Angoulême Uma menina nobre, virgem e menor de idade Ela já estava prometida para um rapaz Que era nobre, valente, bonito e respeitado Então, o João não poderia toma-la à força Sem que isso se tornasse uma questão de estado Ele espera a menina crescer um pouco E usa a sua influência sobre os pais dela Eles acabam lhe facilitando o acesso à menina E o casório acontece ali mesmo numa capela O noivo inconsolável desafia o João Para acertarem as contas num duelo Mas o covarde João não sabendo o que é honra Volta pra Inglaterra e se enfia no seu castelo A menina gostava muito do noivo Mas era de natureza vaidosa e mesquinha O João lhe correspondeu à lascívia E (melhor de tudo!) ainda tornou-a rainha

Dizem que nos 7 primeiros anos de casamento Eles não saiam da cama antes do meio-dia Os conselheiros já previam os desastres E o primeiro deles foi a perda da Normandia Depois ele foi perdendo na França Uma por uma, as demais as possessões E houve uma grande comoção interna Conhecida como a Revolta dos Barões Estes lhe apresentaram uma antiga carta Redigida pelo Henrique I que era o rei na ocasião E esta Magna Carta foi considerada como sendo O primeiro passo para um protótipo de constituição



Coagido, o João não teve como escapar E a Magna Carta acabou sendo assinada Além do fato de que numa briga com o papa Ele já fora excomungado e Inglaterra interditada Enquanto isso a Isabella seguia linda E muito apaixonada pela própria figura E enquanto o João fica cada vez mais louco Ela se envolve em uma ou outra aventura E o João descobrindo um dos casos dela Comete uma série de mutilações Em um jovem que ele descobre Ser o alvo mais recente das suas atenções Então, ele a aprisiona por anos em um castelo Mas com os filhos e algum conforto E ela reza junto com toda a Inglaterra Pelo dia em que o João estaria morto Mas ele ainda tem muita energia E planeja contra ela uma nova vingança Prometendo àquele ex-noivo da Isabella A Joana, filha deles que ainda é criança

Depois ele contrata mercenários franceses Para contra os barões ingleses lutar Estes acenam ao futuro rei da França com coroa Na condição que este os venha ajudar É que a esposa do herdeiro francês Além de ser uma princesa de muito valor Teria os próprios direitos respaldados Já que era neta do Henrique II e da Leonor A própria Leonor é quem foi entregar a neta Blanca de Castela para o futuro marido E a Leonor que já era uma octogenária Não descansava até ter seu dever cumprido



Então, eu acho que esta é a situação Mais inusitada que já se viu Franceses lutando entre si numa Inglaterra Que está bem no meio de uma guerra civil E é nesse cenário que o João se encontra em viagem Ainda disposto a praticar um e outro pecado Quando depois de comer pêssegos numa abadia Ele morre (muito provavelmente) envenenado Dizem que na noite quando ele morreu A Inglaterra foi assolada pelo maior vendaval Que para os súditos era o diabo se preparando Pra receber de volta o seu príncipe do mal Então, o primogênito deles é levado pro trono Sendo imediatamente coroado como Henrique III E mesmo sendo ele ainda um pré-adolescente Livra o seu país de ter um rei estrangeiro Mas a Isabella entre os sisudos regentes Não consegue confetes nem angariar algum fã Então, resolve partir levando consigo uma filha Lá pra França e para as bandas de Lusignan

Ali estavam os domínios daquele nobre Que lhe fora anteriormente prometido E ela lhe entregaria pessoalmente A filha Joana que o receberia como marido O cara ainda estava bonito e gostoso E era um conde mais importante do que fora outrora Então, a Isabella traçou seu plano da ação E partiu para o ataque sem qualquer demora Eles se casam rápido e sem permissão real O que o Henrique III considerou uma afronta Então, o casório da irmãzinha com o rei da Escócia O rei da Inglaterra logo começa a levar em conta



Mas a Isabella não se contenta em ser condessa Pois jamais se esquece de que na Inglaterra ela é rainha Então, quando o rei Luís VIII deixa a Blanche viúva Ela revela toda a sua natureza vaidosa e mesquinha Ela reúne em torno do marido alguns nobres Que o conhecem e lhe respeitam a opinião Sugere que uma aliança entre eles seria melhor Do que jurar fidelidade ao novo rei na sua coroação Secretamente, ela entra em contato com o filho E o chama lá da Inglaterra para uma investida Assegurando que o exército francês é despreparado E que a vitória inglesa é coisa mais do que garantida Mas a Blanche assessorando o filho Luís IX Já tinha montado uma rede de espionagem Então, o exército francês rebate fortalecido E o inglês Henrique III acaba perdendo a viagem A Isabella ajoelha-se fingindo humildade E diante do novo rei ela pede perdão Retorna, então, para o seu próprio condado Mas logo concebe mais uma vil traição

É que o envenenamento do filho da Blanche Com a ajuda de 2 vilões ela teria providenciado Mas os caras são pegos com a mão na massa E são enforcados após tê-la denunciado O criminosos não conseguiram delação premiada E a Isabella sabia que agora não teria clemência Então, fugiu para a Abadia de Fontevraud Onde passou a viver uma vida de penitência Ela viveu sem vaidades por mais quase 2 anos E numa cova comum pediu pra ser enterrada Posteriormente foi removida para o mausoléu dos sogros E com uma estátua teve a sua elegância eternizada



E é só pra facilitar a vida da gente Nessas confusas questões de geopolítica Que esses mapas estão aqui lado a lado E não pra tripudiar ou fazer qualquer crítica

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Conquetes_Philippe_Auguste.png#/medi a/Ficheiro:Conquetes_Philippe_Auguste.png


E também pra soltar um spoiler desses 2 países Que não tem a ver com cruzadas e muçulmanos Mas com a disputa pelo trono da França Numa queda de braço que durou 100 anos

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Conquetes_Philippe_Auguste.png#/medi a/Ficheiro:Conquetes_Philippe_Auguste.png


Então, na altura daquela malograda investida na França O rei Henrique III estava finalmente casado E a Inglaterra avançava no século XIII Com esse rei inseguro, indeciso e manipulado É que o Henrique III já era quase um solteirão Sentindo-se muito desprezado naquele mercado Mas parece mesmo é que ele inflacionara os dotes Pelo simples fato de estar num posto privilegiado E é por intermédio e conselho do irmão Ricardo Ao descobrir na França uma rara beldade Que o Henrique é convencido a abrir mão do dote E se casa com a guria que tem a metade da sua idade A Leonor de Provença era famosa pela beleza Pelo talento precoce e por sua grande inteligência Ficou conhecida depois pela prática do nepotismo Além de favorecimento e tráfico de influência Logo a população e os barões se desagradam dela Por causa da montanha de apadrinhados estrangeiros Parentes da rainha ocupando cargos importantes Além do fato desta não lhes providenciar herdeiros

E cada vez mais ninguém conseguia confiar no rei Por sua fraqueza, subterfúgios e abusos gananciosos Ele extorquia judeus e comerciantes londrinos Elevando os impostos e criando tributos fantasiosos E esse descontentamento popular só foi agravado Com a malograda campanha na França Quando a mãe do rei mobilizou e usou a Inglaterra Por questões de ego arranhado e vingança Mas depois que a Leonor produziu 2 herdeiros varões O povo sossega e uma rebelião ele até descarta Mas os barões são um encosto permanente para o rei Assombrando-o com as restrições da temida Magna Carta



O primogênito deles começa a ter atitudes irrefletidas No mesmo gênero do seu tirano avô João Depois, encaminhado para a aguarda do Luís IX Na França ele desenvolve empatia e espírito cristão E como para o segundo filho o casal não consegue Assegurar uma consistente herança de família O rei abraça uma oportunidade com que o Papa lhe acena De patrocinar uma guerra pela coroa da Sicília Então, com a economia cada vez mais precária O rei e o seu herdeiro foram contidos num castelo O cunhado do rei assumindo o comando dos barões Que pretendiam instituir um gabinete paralelo Esse gabinete seria composto por súditos Representantes de províncias e condados Com os decretos reais passando por esse parlamento E só tendo validade depois de serem aprovados E a Leonor que invejara a irmã Marguerite Pelo casamento desta com o Luís IX da França Foge e é acolhida pela irmã quando o marido é preso E que o rei Luís os ajude ela tem muita esperança

O Luís IX pondera e dá o seu aconselhamento Que a Leonor não aprecia e desconsidera E como ele não oferece dinheiro para um exército Uma campanha de apoiadores na França ela lidera Ela consegue que um fiel cavaleiro do filho Cerque o castelo para que este se veja ameaçado Ao que o castelo responde com a proposta De que o príncipe Eduardo lhes seja catapultado O cavaleiro desiste e logo vai embora Mas os prisioneiros veem mudar sua sorte Pois o Eduardo escapa com a ajuda de aliados E com um exército eles lhe dão suporte



Nessa altura o príncipe herdeiro Eduardo Que reconhecia cada abuso pelo rei praticado Estava planejando partir numa Cruzada E agir com rigor quando assumisse o próprio reinado E para isso ele contaria com a ajuda da esposa Uma jovem meiga e de bom discernimento Que até o acompanhou na Cruzada E o salvou de uma morte por envenenamento A Leonor de Castela se casara com ele Para a manutenção da paz na Gasconha Que era uma possessão inglesa remanescente E cujos rebeldes faziam o Henrique III passar vergonha Ela foi uma neta da princesinha francesa Alice A outrora prometida do Coração de Leão Mas que tendo sido seduzida pelo sogro Voltou ao mercado como artigo de segunda mão E a mãe dela fora cogitada para um casamento Com o considerado melhor partido da ocasião Ficara à disposição do noivo Henrique III Até que o pretendente a deixara na mão

Então, o rei castelhano exigiu que o noivo Se deslocasse para a realização do enlace Pois a jovem Leonor só deixaria Castela A partir do momento em que se casasse O príncipe Eduardo se agrada dela E eles se casam sem mais delongas Antes dele ser apelidado como Martelo dos Escoceses Mas já com o apelido de Pernas Longas Ele era incomumente alto, louro e dedicado E com traços do seu famoso ancestral normando Então, apesar de ter sido um arranjo político A Leonor ficou encantada e acabou se apaixonando



Eles tiveram por volta de 14 filhos E 2 meninas nasceram em plena Cruzada A Leonor viveu até os 49 anos de idade 36 dos quais ela permaneceu casada Quando o Eduardo foi reivindicar a Escócia Ela morreu doente, mas viajando ao seu lado E quando o corpo dela foi reconduzido pra Londres O trajeto de volta foi com 12 cruzes sinalizado Em Geddington, Hardingstone e Waltham Sobreviveram 3 dessas chamadas Cruzes de Leonor As réplicas que estão em Banbury e Charing Cross Vão me lembrar sempre dela e do seu conquistador Ela foi carcereira gentil de uma xará e prima do rei Que com um príncipe galês se casaria O pai da noiva foi aquele inventor do parlamento E o noivo seria o objeto de uma temida profecia Essa profecia seria da autoria do próprio Merlin Que dizia que um galês seria rei de toda a Inglaterra Então, o rei Eduardo I não teve escolha Raptou a prima e contra o noivo declarou guerra

Então, o rei partiu à frente do seu exército Para acabar com mais essa rebelião Enquanto isso a Leonor engravidava Com a esperança de conseguir um varão 3 principezinhos já tinham morrido Mal saídos da primeira infância Enquanto a filha mais velha ficava feliz Ao ver aumentar a própria importância Mas finalmente nasceu o desejado varão Em Gales, no estratégico Castelo de Caernarfon Ele foi, mais tarde, declarado príncipe de Gales Reafirmando o domínio inglês naquela região



Também foram muitas as campanhas contra a Escócia Pois com Gales já dominado, no norte não podia ser diferente Então, numa incursão ele confisca a Pedra do Destino E numa outra ele captura o herói do filme Coração Valente Depois, o rei Eduardo I acabou ficando viúvo Com muitos dos seus herdeiros já tendo morrido E como ele tinha pouco mais de 50 anos de idade Ainda estava apto para as funções de marido Ele se casa com a Marguerite da França Que, em relação e ele, era 40 anos mais nova Tiveram 2 filhos e 1 filha em 8 anos de casamento Até que numa campanha, uma disenteria o leva pra cova Dizem que ali o rei teria pedido aos seus apoiadores Que cuidassem bem do futuro Eduardo II, seu filho Assegurando que o rapaz ascendesse ao trono E mantendo o provável amante dele no exílio Mas é tortuosa a estória do casamento deles Pois em negociação estava o casamento desse herdeiro Entretanto ao ouvir a respeito da beleza da noiva Num surto de testosterona o rei se coloca primeiro

Então, o rei Filipe IV, conhecido como Filipe, o Belo Negocia o noivado trocando a irmã pela Gasconha O mesmo território que motivara o casamento anterior Só que desta vez a Inglaterra comeu bronha Porque a referida beldade desse arranjo Já estava a um príncipe austríaco prometida O rei Filipe IV oferece outra de suas meio-irmãs Ao que o Eduardo responde com uma investida Transcorrem-se 5 anos de desentendimentos com a França Até uma trégua ser alcançada por interferência papal E numa negociação que combinava um casamento duplo O Eduardo I acaba se casando com a Marguerite afinal



O Eduardo I estava, nessa altura, sexagenário E, por falta de dinheiro, essa rainha nunca foi coroada Ela atuou como interface entre o marido e o enteado Cuja relação se encontrava bastante estragada Ela exerceu sobre o idoso e irado marido Uma benéfica e saudável influência E muitos dos súditos caídos nas más graças do rei Por intermédio dela obtiveram clemência Formaram um casal improvavelmente feliz E ele se referia a ela como “uma pérola de grande valor” E a única filha mulher que eles tiveram Ela batizou com o nome da falecida rainha Leonor Ela parece não ter considerado se casar de novo E viveu reclusa apesar da pouca idade que tinha Compareceu ao casamento do novo rei Eduardo II E na coroação da noiva que era sua sobrinha Ela se entendia muito bem com o enteado Que era só dois anos mais novo do que ela Mas com o retorno do amigo favorito dele Eles se envolveram em mais de uma querela

Pois quando o favorito Piers Gaveston retorna Com o título de conde da Cornualha ele é agraciado Envolvendo uma grande fortuna que historicamente Apenas por um irmão mais novo do rei era herdado E já era o século XIV quando o Eduardo II se casa Com aquela que será conhecida como a Loba da França Que era a filha caçula do rei daquele país E que ao se casar ainda era considerada criança O Eduardo era um jovem de 23 anos de idade E até a noiva crescer ele não foi um celibatário Vivia cercado de luxo, farra e futilidades E a afeição dele teria até um belo destinatário



Sabe-se que o rei se sentou junto ao seu favorito Na celebração do seu próprio casamento E que lhe deu de presente algumas joias da rainha Que o amigo exibia sem o menor constrangimento Essas joias e uma porção de coisas de ouro Que o Eduardo II concedeu aos seus beneficiários Foram produtos de pilhagem que o pai da noiva Cometeu contra os famosos cavaleiros templários E isso até poderia indicar o tom do futuro Do casamento desse jovem casal real Mas o consórcio deles gerou 4 filhos Com o rei comparecendo no seu leito conjugal Essa nova rainha era a Isabella da França Uma beldade indignada com toda essa humilhação E pra quem a vingança era um prato a ser servido frio E degustado na companhia do seu tão desejado varão Pra conseguir isso ela se empenha com afinco Oferecendo-se sedutora numa bandeja E assegurando a disposição do marido Com uma mistura de leite quente, vinho e cerveja

Quando ela estava grávida do primeiro filho Fecha-se um cerco dos nobres barões Que também estavam fartos do Piers Gaveston E o despacham sem maiores considerações Ela se impressiona com o conde Thomas de Lancaster Que é o líder dos barões e primo do seu marido Mas, pensando nos filhos, não se envolve com ele Para suas paternidades não serem algo a ser discutido Enquanto isso a Escócia e o País de Gales Vislumbram ali uma magnífica oportunidade O surgimento de um rei inglês fraco e de coração partido E de cujos barões enfrenta uma crise de lealdade



Então, são muitas as incursões nas fronteiras E a Escócia consegue enfim mais independência Tempestades de verão inundam a Inglaterra E a potência inglesa quase se vê à falência Aí, a Isabella desencana desse primo Lancaster Que não se mostrou ser assim tão diligente E ao não vislumbrar mais quaisquer aliados Ela foca na formação do filho e em ser dele a regente Porque a vingança que ela planeja começa Com a deposição desse rei incompetente E pra isso ela confia no respaldo do povo Que está ficando cada vez mais descontente E soube que também não receberia ajuda do pai Que falecera rápido após ter caído doente Ocorrência que foi atribuída a um castigo divino Já que pouco antes morrera o Papa Clemente É que o pai dela e o papa tinham sido aliados Na perseguição à Ordem dos Cavaleiros Templários Inventaram calúnias para os desmoralizarem E dos tesouros deles passaram a ser usuários

Então, quando eles condenam à morte na fogueira O grão mestre do Templo e da Ordem dessa missão A multidão testemunha uma luz cair sobre ele E ouvem nitidamente quando ele lança a maldição Parece que essa maldição determinaria o fim Da casa dos Capetos como dinastia Pois dizia que nenhum rei ia sobreviver o bastante E nenhum herdeiro para a França produziria Então, 2 dos irmãos mais velhos dela morrem Na sequência e sem deixar príncipes herdeiros O terceiro irmão dela foi o último dos Capetos Dinastia que acabou depois de acabar com os cavaleiros



A conselho do Hugh o rei reduz a mesada E confisca propriedades e castelos da Isabella Depois ela conhece um prisioneiro da Torre Que imediatamente se apaixona por ela Eles se tornam amantes e tramam juntos Com a ajuda de um bispo e do carcereiro O prisioneiro Roger Mortimer escapa da torre Pra desgosto do rei e do seu lorde camareiro É que o camareiro Hugh e o rei têm ciência Do desagrado que causa esse seu relacionamento Nem tanto pela amizade colorida deles como por Enriquecimento ilícito além de favorecimento Então, a Isabella planeja juntar-se ao amante Que se encontra foragido no continente Para isso ela descola uma missão diplomática A qual o Hugh aprova e ainda fica contente Ela resolve o assunto de uma possessão Mas surge o problema da vassalagem Ela sugere que o príncipe herdeiro participe Então, logo o príncipe Eduardo sai em viagem

Ela aproveita a chegada do filho querido Para colocar o seu plano em movimento E com Mortimer e um exército de mercenários Da sua vingança ela vê chegar o momento Quando a tropa chega na Inglaterra o rei oferece Um prêmio pela cabeça daquele Mortimer fugitivo Então, a Isabella blefa e dobra a recompensa Pra quem lhe trouxer a cabeça do Hugh, seu inimigo Ela acaba com a raça dos Le Despensers Enquanto o rei Eduardo II ela deixa confinado O rei fica sabendo do fim trágico e cruel do amigo Que com uma coroa de urtigas foi executado



A Isabella não consegue oficialmente a regência Mas o filho ela permanece influenciando O amante é reconhecidamente o novo favorito E nos cofres já exauridos os 2 seguem avançando E enquanto o filho segue em campanha pra Escócia Ela e o amante se esbaldam com todo o poder O novo rei está como o cego do velho ditado Que diz que o pior cego é aquele que não quer ver A campanha do jovem rei se mostra um fracasso E além disso ele recebe uma notícia perturbadora Que o pai dele tinha morrido no cativeiro O que lhe garantiria definitivamente a coroa Ele se entristece com a perda do pai Por quem sempre nutrira bom sentimento Mas além de ocupado com a campanha na Escócia Ele se encontra às vésperas do próprio casamento Então, ele não se atém aos detalhes sórdidos Que rodeiam esse funesto acontecimento Do fato do pai ter sido retirado da custódia de um primo E de um castelo onde recebia um bom tratamento

Para que nos domínios do amante da mãe Fosse trancafiado e tratado como indigente E do povo já estando farto do casal de amantes Cogitar para o antigo rei um resgate iminente Pois, a Isabella e o amante temendo Que a posição deles esteja correndo perigo Tramam um assassinato cruel para o rei E eliminam depois quem eles consideram inimigo O que foi planejado para o assassinato do rei É uma das piores atrocidades que eu vi na vida E eu me abstenho de transcrever os detalhes aqui Mas eles estão na Web, numa página bem conhecida



E talvez tenha sido o nascimento do seu primeiro filho Que tenha lhe proporcionado esse amadurecimento Pois é preciso se lembrar de que ele era um adolescente E por cuja mãe ele vivia em completo encantamento Em dúvida, ele consultou um cavaleiro de armas Que era discreto e em quem ele tinha total confiança O amigo contou-lhe o que já era de domínio público E, com isso, muitos outros detalhes lhe vieram à lembrança Então, os dois decidiram dar cabo do Mortimer Apontando os crimes dele numa sessão do parlamento Dessa forma, ele seria colocado diante dos seus pares Que se responsabilizariam por esse julgamento O casal foi alertado por informantes da sua rede E num castelo em Nottingham eles se entrincheiraram Mas o administrador do castelo era fiel ao novo rei E por meio de uma passagem secreta eles os capturaram O Mortimer foi ali mesmo julgado e enforcado Mas sua mãe Isabella o rei não submeteu Ele a encaminhou para ser mantida num castelo Onde isolada, até o fim da vida ela viveu

A Isabella conviveu pouco tempo com a nora Atrasou a coroação dela e nem visitou o neto recém nascido Mas a Philippa de Hainault não ligava Pois só tinha olhos e ouvidos para o seu adorado marido Ela se apaixonou pelo Eduardo à primeira vista Quando ele fora naquela viagem pra França E o dote dela pagou o exército da Isabella Que o onde e Hainault adiantara na confiança Na época, a Inglaterra exportava lã de ovelha Mas não dominava a técnica da tecelagem Então, precisava importar os rolos de tecido Ficando economicamente em desvantagem



Então, a Philippa percebendo essa situação Mandou buscar na sua terra um famoso profissional Que instituiu na ilha uma cultura de tecelões Melhorando, assim, a sua balança comercial Promoveu a indústria do carvão e a saúde pública Apoiou o ensino da medicina e a literatura Foi patrona do cronista Jean Froissart Que lhe dedicou uma belíssima iluminura Era holandesa, mas de ascendência afro-mourisca Culta e versada em finanças e diplomacia Nasceu de uma irmã do novo rei Filipe de Valois Que substituiu os Capetos com a sua própria dinastia Possuía o sangue real da antiga linhagem inglesa Como descendente do Estevão I, neto do Conquistador Retemperou, assim, os seus filhos Plantagenetas Com mais uma pitada do seu próprio sabor Ela amamentou Eduardo, o seu primogênito O que não era comum nas casas reais Ela com o bebê Eduardo no colo inspiraram A representação da Madona e seu Filho em vitrais Ela sabia que o marido lhe era fiel, mas notava Que em algumas beldades ele detinha o olhar Então, resolveu acompanhá-lo em suas viagens Não querendo dar chance ou muita sopa ao azar É por isso que 2 dos 14 filhos que tiveram Acabaram em cidades estrangeiras nascendo Pois ela o acompanhava em missões diplomáticas Ou onde as batalhas estivessem acontecendo Nas poucas vezes em que ela não ia junto Substituía o marido assumindo o papel de regente E numa dessas vezes quando a Escócia invadiu Ela, mesmo grávida, do exército tomou a frente Foi quando o Eduardo III estava sitiando Calais Que esse rei escocês acabou sendo capturado Depois, a Philippa e a filha mais velha foram até lá Pois um noivado pra ela estava sendo arranjado



É que a mãe do Eduardo era a última Capeto Cuja linhagem masculina fora amaldiçoada E como a lei impedia uma mulher reinar A indicação do filho dela nunca nem foi cogitada Por isso duas das suas 4 filhas ele enviou Para angariar apoio por meio de um noivado Mas os noivos de ambas acabaram rompendo Pois preferiram, depois, passar para o outro lado A Philippa considerava esse pleito uma vaidade E sentia que o rei, às vezes, parecia infantil Ela achava melhor ter paz e prosperidade Mas ele precisava parecer grandioso e viril Assim entre lanças, tréguas, arcos e flechas Um século de sangue banhou aquela terra As fronteiras ficaram dinâmicas na região Durante aqueles trágicos 100 anos de guerra Parece que teve um mexerico quando o rei Foi certa vez resgatar um castelo cercado Que era de um amigo dele aprisionado na França E por cuja esposa ele ficou loucamente apaixonado Disseram que a virtuosa e bela esposa Da própria honra não quis abrir mão E como o rei não era nenhum estuprador Acabou carrancudo e sofrendo de tesão Bem mais tarde a rainha Philippa adoece Sentindo dores e dificuldades para se locomover Então, uma bela jovem dama de companhia dela Tomou a iniciativa de a cama do rei aquecer É que as suas inúmeras gestações seguidas Durante as quais ela não teve qualquer problema Acabaram fazendo-a engordar e inchar demais Culminando com a morte dela causada por um edema Já ouvi dizer que a própria rainha Philippa teria Essa aproximação para o velho rei facilitado E quando, enfim, a rainha Philippa morreu Ele colocou a amante abertamente ao seu lado



Logo, o rei lúcido e decidido que o povo conhecera Começou a apresentar sinais claros de senilidade E parece que a Alice se aproveitando da situação Apropriava-se do que podia com a maior naturalidade E o filho Eduardo que voltara doente da França Consegue afastá-la numa ação junto ao parlamento Quando ele morre, o irmão João de Gaunt reverte a sentença Para, junto ao pai, ganhar pontos e reconhecimento Depois de 8 anos, da morte da rainha Philippa Ao lado da esposa, o Eduardo III foi enterrado O filho Eduardo, o Príncipe Negro, já tinha morrido E o neto Ricardo II é quem foi, então, entronado O Príncipe Negro recebeu esse apelido Por causa da armadura preta que ele usava Isso o distinguia dos demais numa batalha O que, também, perigo extra representava Ele conseguiu capturar o rei Jean da França Que por anos, em Londres, ficou prisioneiro E povo que achava que a guerra tinha acabado Já morria de amores pelo seu príncipe herdeiro

Foi muito triste quando ele morreu com febre E o primogênito dele também já tinha morrido Então, o Ricardinho que era o segundo filho dele Acabou sendo para o primeiro da fila promovido Já morrera também Lionel, o segundo filho do Eduardo III Restando os duques de Gloucester, Lancaster e York Mas o falecido duque de Clarence será importante mais tarde Por embasar aquela disputa de primos, rosas e morte É que quando chegar a hora de depor um rei Lancaster Sob a alegação de subserviência e incapacidade Os primos York alegarão ascendência materna de Clarence O que lhes conferirá precedência e legitimidade



O jovem Ricardo foi, então, coroado Apesar dos temores e de toda apreensão Porque o tio Lancaster, João de Gaunt Já estava de olho na próxima sucessão O John já fizera conchavos com aliados E a lei sálica ele até cogitou sancionar Mas o parlamento considerou que isso poderia A reivindicação deles pela coroa francesa invalidar Essa lei não inclui meninas na linha sucessória E iria da mesma a Philippa Plantageneta retirar Essa sobrinha era a filha do falecido irmão Lionel Que o tio John só pensava em ultrapassar Com os seus esforços tendo sido mal sucedidos E com um índice muito alto de rejeição popular O tio Lancaster se recolheu no campo com a amante Mas uma boa oportunidade ele não deixaria passar O novo reinado foi, então, apoiado em conselhos Modelo que substituía aquele usual de regência De outra forma o tio Lancaster seria o regente natural Conseguindo exercer ainda mais a sua influência

Então, nas duas décadas finais do século XIV A Inglaterra viveu momentos angustiantes Primeiro foi a Revolta Camponesa em 1381 E mais tarde o movimento dos Lordes apelantes Apesar de ter demonstrado coragem e firmeza Ao lidar com as diversas crises e a rebelião É provável que o Ricardo tenha ficado traumatizado Tornando-se absolutista e um rei sem coração O Ricardo II começou a se revelar um tirano Apesar de ser muito jovem e inteligente E, visando importantes alianças internacionais Entrou no mercado como um potencial pretendente



E a noiva escolhida foi a Anna da Bohemia Num aliança que envolvia a igreja e o estado Pois o país dela até já rompera com a França Pra defender a posição do Urbano no papado É que naquela ocasião existiam dois papas O Clemente sendo mascote do rei da França Isso foi chamado de o Grande Cisma do Ocidente E provocou muita negociação e troca de aliança E parece que devido a uma onda gigante Que arrebentou logo após ela ter chegado O navio no qual ela tinha feito a travessia Foi completa e totalmente destroçado Alguns consideraram isso um mau agouro Outros achavam que ela tinha sido abençoada O casamento foi festejado com muita pompa E na sequência ela foi, então, coroada Ficou conhecida como “Boa Rainha Anna” Por seu espírito compassivo e apaziguador Ao obter perdão generalizado para os camponeses E livrar os condenados das mãos do executor

Ela trouxe consigo um adorno de cabeça Que de tão alto quase chegava no céu Era largo e se dividia em 2 chifres pontiagudos De cujas pontas se prendia um longo véu Popularizou a prática de cavalgar de lado E revolucionou um design que se conhecia Ao trazer para o país uma carruagem Que se presume ter sido feita na Hungria A sogra dela, a Bela Donzela de Kent Que já não conseguia mais cavalgar Provavelmente se beneficiou de uma dessas Quando a paz entre os lords precisou costurar



Pois havia um descontentamento geral Com os abusos que o Ricardo cometia Tipo impostos altos e favoritos se dando bem Coisa que com o bisavô dele também acontecia A Anna não se ressentia com esses favoritos E convivia bem com o rei e seus companheiros Perece que o que a entristecia mesmo Era não conseguir produzir os herdeiros Mas o Ricardo gostava muito dela E não lhe fazia nenhuma cobrança Ele curtia a dedicação que ela lhe tinha Que não seria tanta se ela tivesse criança Ela acalmava o gênio forte Plantageneta Que explodia do nada e sem qualquer demora Como quando ele destruiu os aposentos Do palácio de onde a morte a levou embora A morte dela foi de repente, aos 29 anos de idade Com o Ricardo II ficando profundamente enlutado E as atitudes moderadoras dela teriam impedido Que esse reinado fosse precocemente abreviado

Mas não foi exatamente isso o que aconteceu E o rei Ricardo foi novamente ao mercado Então, com a francesa Isabella de Valois Um noivado pacificador logo foi acertado Esse casamento representaria uma trégua Naquela interminável guerra com a França A noiva era a filha mais velha do rei Carlos VI E, com 9 anos de idade, ainda era muito criança Ela ficou fascinada com a aparência do noivo O casamento foi celebrado e seguido da coroação O Ricardo não se incomodava em esperá-la crescer E acompanhava pessoalmente a sua educação



É que a nova rainha ser educada na Inglaterra O Ricardo II considerava muito importante Além de ele considerar que uma substituição imediata Para a memória da rainha Anna seria ultrajante Ela se deliciava com a bajulação recebida Tanto pelo povo como pela nobreza E a dama que ela mais apreciava Era a do Tio Lancaster a nova duquesa Pois o tio John da Gaunt enviuvando De uma pretendente ao trono de Castela Casou-se com a amante de muitos anos E o rei legitimou os filhos que ele teve com ela Os filhos que o John teve com a amante O sobrenome Beaufort tinham assumido Pelo fato de naquele castelo francês Essas 4 crianças terem nascido No total, foram 3 duquesas Lancaster E a Blanche de Lancaster foi a primeira Foi por meio dela que ele se tornou duque Pois do pai dela ela acabou sendo a única herdeira

Além desse título muito importante A Blanche deu ao marido um varão Que na dança das cadeiras dos herdeiros Acabava avançando na linha de sucessão O tio Lancaster tinha até sossegado o facho Da sua infindável ambição pela coroa real Sua filha Catherine ele casou com o rei de Castela E a filha Philippa ele casou com o rei de Portugal É claro que ele nem sonhava que o sangue dele estaria Correndo nas veias de muitos dos reis do futuro E quem não quiser saber ou receber um spoiler Não olhe para o organograma desenhado no fundo escuro


João de Gaunt ( 1340  1399) Duque de Lancaster

Henrique IV

Catarina de Castela

Henrique V

João II de Castela

Henrique VI

todos os reis de Castela, Espanha e Habsburgos

Joana de Beaufort John de Beaufort

Casamento com a Escócia

Philippa de Portugal Casamento com a casa de York

Duarte de Portugal

todos os reis da Escócia e UK*

todos os reis de Portugal subsequentes

Henrique Tudor

 Guerra das Rosas

Henrique VII

Eduardo IV

Ricardo III

* reis da Inglaterra, Grã-Bretanha e Reino Unido de 1603 até os dias atuais


Então, depois de 20 anos do reinado do sobrinho O tio Lancaster já estava cansado e envelhecido Então, intercedeu junto ao rei pelo filho exilado Para que o direito à herança paterna lhe fosse garantido Apesar de o Ricardo ter prometido isso ao tio Após a morte dele o rei descumpriu a promessa O primo Henrique, então, diante dessa injustiça Encontra apoiadores e do exílio ele volta depressa Ele rapidamente se encontra com o Ricardo Que não tem escolha a não ser a abdicação A sua rainha criança é mantida isolada Sem entender direito a própria situação E quando apoiadores do Ricardo se juntam Para vingá-lo do novo rei Henrique IV já coroado A tentativa deles é denunciada e frustrada E o Ricardo tem o seu destino selado Pois temendo que o Ricardo enquanto vivo Pudesse motivar qualquer levante ou comoção O rei Henrique IV o manteve fora das vistas Numa fortaleza onde ele morreu por inanição

Então, o século XV começa com a menina viúva Pelo pai sendo chamada de volta pra França Mas o Henrique IV não a enviou de volta Pois de casá-la com o próprio filho ele tinha esperança A Isabella enlutada não deu ouvidos ao rei E para partir ela enfim conseguiu permissão Ela teve que deixar o dote dela na Inglaterra Mas parece que não lhes sobrara mais nem um tostão De volta à França, a jovem rainha viúva Foi, mais tarde, a um primo dela prometida Morreu aos 19 anos no parto da única filha Sua vida, como o reinado, precocemente interrompida


Alguns anos depois o rei Henrique IV Esperançoso, até tentara novamente O filho dele com a Isabella casar E, ele mesmo, viúvo, uma noiva também precisava encontrar


E no seu tempo de exilado na França Com uma nobre o Henrique quase se casou Mas com interferência do então rei Ricardo Esse arranjo não se concretizou Além disso o Ricardo induziu o sogro francês O primo Henrique, da França expulsar Então, este teve que partir pra Bretanha Onde o duque de lá concordou em o asilar O duque da Bretanha já era bem velho E a esposa dele era uma belezura Joana de Navarra era o nome dela E o Henrique se viu na maior gastura Parece que o duque era muito ciumento E disso o Henrique logo foi alertado Então, ele canalizou o seu excesso de testosterona No planejamento de um golpe de estado Em princípio a intenção dele era apenas recuperar O legado Lancaster que lhe fora confiscado Mas o Ricardo tinha ido combater na Irlanda Onde o atual herdeiro tinha sido derrotado

O encontro dos 2 primos já foi contado lá atrás E já se sabe que o Henrique foi bem sucedido O que importa agora é o enlace almejado Pra acontecer quando a Joana perdesse o marido Ela tinha 35 anos de idade e o Henrique quase 37 E eles não tiveram filhos frutos desse casamento Mas os 6 que o Henrique já tinha tido garantiam Que esse detalhe não seria um aborrecimento A Joana foi a primeira viúva a se tornar consorte real Desde os tempos do Guilherme, o Conquistador Era amável e evitou que muitos males acontecessem Influenciando o Henrique IV com seu jeito apaziguador



Concedendo-lhe honrarias e possessões O Henrique sempre provou lhe ser devotado E sob a suspeita dela estar sendo assediada O duque de York foi preso por um marido enciumado A desculpa para a prisão do primo York Foi o envolvimento deste numa rebelião Por meio da qual ele pretendia colocar no trono Um descendente do Lionel, aquele outro irmão Então, a coroa dos Lancaster se sustentava Na cabeça do Henrique de forma precária E além de todos os problemas políticos O rei ainda se viu acometido por um tipo de urticária Em meio a tudo isso a Joana observava Que o casamento perdera todo o seu romantismo E ela não era exatamente estimada pelo povo Por este manifestar o seu já conhecido xenofobismo Ela se relacionava bem com os seus enteados E, já viúva, do enteado Henrique V ela até foi regente Isso aconteceu durante a vitória inglesa em Agincourt Onde ela perdeu o irmão e mais um ou outro parente

Embora ela tenha curtido publicamente a vitória inglesa O contentamento dela começou a ser questionado Pois o filho dela Arthur da Bretanha foi vencido Ficando por 5 anos na Torre de Londres aprisionado Mesmo assim, esse Arthur da Bretanha desempenhou Na Guerra dos 100 Anos um muito papel importante Combateu ao lado da adolescente Joana d’Arc E tirou afinal a Normandia daquele domínio itinerante Mas bem antes disso e por conta deste mesmo território O novo regente John Lancaster criou até uma fantasia Na qual a Joana acabou aprisionada sob a acusação De contra os 2 Henriques ter se valido de feitiçaria



Como o Henrique V estava em guerra e sem grana O belo dote da madrasta ele andava cobiçando E nem mesmo ao voltar casado lá da França O confisco da Joana ele acabou aliviando Parece até que ele teria usado esses recursos Para a manutenção da sua esposa e nova rainha Que mesmo sendo parente próxima da Joana Não intercedeu por ela aproveitando o status que tinha E a Inglaterra com os seus invencíveis arqueiros Os quais o próprio rei Henrique V liderava Obteve vitórias importantes nessa ocasião Mas, enquanto isso, a saúde do rei acabava E pressentindo uma morte iminente O remorso tomou conta do rei enteado Mandou restituírem o dote da madrasta Pelo menos o que ainda lhe tinha restado A Joana teve por volta de 9 filhos Da união com aquele duque bretão e idoso E dizem que ela desbancava os inimigos Com o seu sorriso sempre radiante e luminoso

A próxima rainha Plantageneta eu diria Que é quase um déjà vu ou uma reedição Tanto no sobrenome como no reinado Aquele sendo o mesmo e este tendo curta duração A Catarina de Valois era a irmã caçula Daquela rainha que voltou pra casa na França Ao enviuvar do belo e (assassinado) rei Ricardo II E que se casara ainda muito criança A infância da Catarina não foi nada fácil Ela levou muito susto e foi negligenciada Pois o pai dela sofria de perturbações mentais E a mãe dela era uma interesseira depravada



Durante os lapsos do rei Carlos VI, seu pai A mãe dela governava com o cunhado e amante A França ia sendo invadida pelos ingleses E a situação ficava cada vez mais alarmante Em um determinado momento da guerra Morreram o delfim e o herdeiro seguinte Restaram o rei doente e o último filho E a França se ajoelhou como um pedinte Então, foi negociado um tratado de paz No qual havia um casamento envolvido A Catarina substituindo a falecida irmã Isabella Que não aceitara o Henrique V como marido Esse acordo também previa a entrega Da coroa da França para a Inglaterra A acontecer depois da morte do rei Carlos VI E acabando de vez com os 100 anos de guerra Mas de uma ou outra escaramuça francesa Os ingleses ainda precisavam se defender Então, o Henrique V deixava a Inglaterra Mas só depois de as suas funções de marido exercer

O Henrique V ficava, assim, sujeito a intempéries E à imundície dos locais onde se aquartelava Aí, foi enfraquecendo no decorrer das batalhas E morreu de febre e disenteria quando lutava Então, a Catarina tinha apenas 21 anos de idade Quando do rei Henrique V ela enviuvou O filho deles, Henrique VI, ainda era um bebê E a proteção dos cunhados foi tudo o que lhe restou Logo depois ela recebeu uma mensagem Que o próprio pai, Carlos VI, tinha morrido E quem lhe ajudou a superar essa fase ruim Foi um escudeiro galês do falecido marido



Casa-se em segredo com o belo Owen Tudor Que se colocara a serviço como seu guardião E logo depois o parlamento sanciona uma lei Proibindo-a de se casar ser ter autorização Mas é tarde demais e o casamento já foi realizado E, além disso, seus 3 filhos homens nascerão Ironicamente, mais tarde, descendentes deles Os novos brotos da árvore Plantageneta arrancarão O Henrique VI fora entregue ao conde de Warwick Que da educação formal do reizinho se encarregou O tio Humphrey Lancaster administrava o reino E para o tio John, ficar na França foi o que sobrou E estava muito difícil para o John manter o domínio Que exigia todos os seus talentos de negociador Ele até se casou com a irmã do Duque de Borgonha Que apesar de ser vassalo da França apoiava o invasor É que a França estava internamente dividida Por territórios e forças que entre si combatiam E isso favorecia muito a penetração inglesa no país Pois desse jeito eles mesmos se enfraqueciam E a causa desse racha foram 2 assassinatos Que polarizaram as facções mais influentes da França O duque de Orléans assassinado seria a favor do delfim Que deu o troco no Borgonha por impulso e por vingança Mas a situação começa a mudar de figura Quando aparece uma inspiração espiritual Os rumores de uma virgem libertadora Que uniria a França toda num só ideal Enquanto o assunto dessa musa amadurecia Na Inglaterra a Catarina morria numa abadia Pra onde tinha sido enviada no fim de uma gravidez Como punição e castigo pela sua rebeldia E o Henrique VI ia crescendo e não tinha nada Do próprio pai, aquele Henrique conquistador Não era nem um pouco aquele guerreiro nato Sendo mais um erudito, pacifista e sonhador



Enquanto a musa francesa seguia as vozes O rei inglês, em transe, ouvia direto o pai eterno Mas parece mesmo é que o rei era doente De um distúrbio parecido com o do avô materno E, já cansado de tanta guerra e confusão Rezando sem parar pela paz esse Henrique vivia Enquanto na França o tio John enfrentava musa E ia perdendo terreno dia após dia A musa Joana D’Arc foi num momento atraiçoada A guerra equilibrou mas ela morreu na fogueira Tratados de paz foram firmados com um casório E davam um tempo na invasão estrangeira A noiva agora era a Margarida d’Anjou Sendo Anjou o território do primeiro Plantageneta Marido daquela Matilde que não reinou na Inglaterra Mas que foi imperatriz e rainha da cocada preta Entretanto, muitos nobres discordaram dos termos Depois do acordo de trégua que tinha sido firmado Já que depois do casório a Inglaterra desistiu daquela coroa E devolveu pra França parte do que já fora conquistado

Então, esse descontentamento comprometeu A credibilidade dos conselheiros reais Que eram os chamados lancastrianos Por serem dos Lancasters seguidores leais E começa-se a odiar a francesa que ocupou a vaga Que até o rei ter idade pra se casar esteve aberta Mas é verdade que a Margarida gabaritou Nos quesitos ser bonita, dominadora e esperta Sua valentia, determinação e espírito destemido Promoveram guerras internas, ruína e morte Ela alimentou a revolta de parentes muito próximos Que eram os primos Plantagenetas da casa de York



E como o Henrique VI só vivia rezando Demorou para que ele lhe desse atenção Mas ela conseguiu que ele lhe fizesse um filho Pouco antes de ele sofrer um longo apagão Meses depois quando o Henrique acordou O seu príncipe herdeiro até já tinha nascido Não sei se ele acreditava que o filho era dele Ou se achava que o Espírito Santo é que tinha agido E a nova variável que é esse herdeiro Desequilibra completamente o fiel da balança Pois os primos Yorks ficam mais longe do trono Com o surgimento improvável dessa criança Esses dois parentes tinham insígnias bordadas Nos seus estandartes como uma estampa No dos Plantagenetas de Lancaster era a Rosa Vermelha E nos dos Plantagenetas de York havia uma Rosa Branca Então, a Guerra das Rosas ia sendo travada Tanto no front como nos conselhos palacianos Foi um sobe e desce de poder entre os primos Que matou muita gente e durou 30 anos A Margarida até pediu ao seu tio e rei da França Que atacasse Calais com uma investida naval Ela queria prejudicar o comandante yorkista Mesmo às custas do porto que pra Inglaterra era vital O rei Henrique VI parecia não enxergar nada Além do seu próprio estado de graça Ele achava o primo York super bacana Onde a rainha Margarida só via trapaça Ele não percebia a esposa se esforçando Para os avanços do primo York deter Ele não achava que havia um avanço E nem que houvesse nada a temer E pra Margarida o pior foi o acordo de sucessão Que foi pelo próprio Henrique VI assinado De que com a morte dele o primo York seria o rei Em detrimento do seu filho e herdeiro adorado



Então, ela que já reforçara o seu exército antes Com um contingente guerreiro escocês Recrutou, também, o apoio dos parentes Tudors Que combateram por ela no território galês Mesmo assim, os primos Yorks venceram E o pleito deles se considerou verdadeiro Pois eram herdeiros de 2 dos irmãos do João de Gaunt E, portanto, descendentes do velho rei Eduardo III A Inglaterra mudou, então, de casa reinante Mas a linhagem Plantageneta continuava A própria Margarida abandonou o Henrique VI E pra França, com o filho pequeno ela se aventurava Não sei nem se o Henrique soube do ocorrido E de que tinha perdido a coroa numa batalha Dizem que ele vagou pelo país por um tempo Dormindo sob as estrelas e num colchão de palha Depois, pelos queridos parentes York O Henrique VI foi finalmente confinado O primo York mesmo morrera numa batalha E o filho dele é que acabou sendo coroado Mas enquanto a Rosa Branca florescia Os meio-irmãos Tudors se arrumavam O mais velho se casara com uma pró Lancaster E por um herdeiro eles esperavam O futuro papai Edmundo Tudor foi capturado E morto no limiar dessa derrota vermelha Enviuvou uma Beaulfort grávida e obstinada Que acabou virando uma velha pentelha Mas tudo isso só fica importante mais tarde Quando a curta supremacia da casa de York definha E a grávida, que é descendente do João de Gaunt Consegue coroar o filho, mas nunca será rainha Como esse assunto, por enquanto, é paralelo E só mais tarde é que terá esse efeito Foco agora nas rainhas Plantagenetas da Rosa Branca Que são só 2, mas merecem o nosso respeito



Então, o yorkista Eduardo IV já era rei Quando ao cavalgar se deparou de repente Com uma bela jovem viúva e seus filhos Que numa curva da estrada apareceu-lhe na frente Ele até reparou muito bem nela Que o abordou pra fazer-lhe um pedido Ela solicitava a herança confiscada dos filhos Pois tinha acabado de perder o marido Como o morto era um lancastriano Tudo o que era dele foi confiscado A viúva teve que ir viver com os próprios pais E viu o seu futuro ser morto e enterrado Acontece que esse encontro casual Não foi exatamente uma coincidência A viúva tinha sido uma dama da antiga rainha E das sutilezas da corte ela tinha consciência Então, no quesito impressionar o novo rei A Elizabeth Woodville foi bem sucedida Acabou se casando secretamente com o ele E um pouco depois ela subiu muito na vida

No começo, o conselho surtou ao saber do fato Mas esse desgosto não foi nem a metade Pois a rainha arranjou casamentos influentes Para os seus parentes que ainda nem tinham idade Acontece que a família dela era muito grande Para um não tão grande ou vultoso patrimônio E algumas maneiras de corrigir isso sem esforço Iam de favorecimento real a enriquecer por matrimônio A rainha, dessa forma, influenciava na fusão de famílias Num mercado cobiçado e restrito que escasseava Então, ela acabava batendo de frente com todos Cujos pleitos para os próprios filhos ela rechaçava



O Conde de Warwick entre os descontentes Era o que mais dava sinais de estar revoltado Pois as filhas dele eram as mais ricas herdeiras E ele temia que as mesmas ficassem de lado Na hipótese de elas ficarem órfãs solteiras A herança delas sob a guarda da coroa ficava Dessa forma, para terem acesso à sua riqueza Teriam que se casar com quem o rei determinava Então, o conde abraça uma oportunidade Ao conseguir um tão desejado casamento Nessa ocasião ele se encontra com o rei da França E eles firmam uma espécie de entendimento A Margarida d’Anjou é quem festeja esse conde Um parente e ex-conselheiro do primo York Pois agora que o conde mudara de lado Ela esperava conseguir virar sua má sorte Casam, então, a filha caçula do conde Com o príncipe Lancaster filho da Margarida E a pobre Anne de Warwick se torna refém Daquela que estimulou essa guerra sofrida Mas quando a Margarida chega na Inglaterra Pra reconquistar a sua antiga posição O Conde de Warwick já tinha tombado em batalha E os Yorks já estavam reprimindo a rebelião O herdeiro Lancaster morre em combate E a Margarida acaba afinal sendo detida O velho Henrique VI morre durante o sono E declaram que ele foi vítima de morte morrida A Anne é resgatada do meio do front Pelo irmãozinho caçula do rei Eduardo E a garota que havia sido negociada como um trunfo Era agora considerada não mais do que um fardo Ela foi levada pra viver com a irmã e o cunhado Que a mantiveram no mais completo isolamento Aproveitaram-se do luto dela como desculpa E consideram até colocá-la num convento


A metade dela da herança de família É o que eles, na verdade, desejavam E como ela só a receberia após um casamento Impedir que ela se casasse eles planejavam


O caçula Ricardo tendo isso em mente E conhecendo a Anne desde criança Tratou de se encontrar escondido com ela Ocasião em que a conquistou e lhe deu esperança O Ricardo raptou-a da casa da irmã E a manteve num lugar escondido Quando a Anne de Warwick retorna Já estava casada com um novo marido Ela tem um filho e acolhe os sobrinhos órfãos E vivem todos juntos em um castelo no norte Mas o Ricardo que já se encontrava em Londres Assiste o Eduardo IV que está à beira da morte É que levando uma vida de excessos O rei Eduardo IV adoeceu de repente Ao morrer ele fez do Ricardo o protetor do reino Que, em seguida, fez de si próprio o regente E afetando ter descoberto uma conspiração Que atentaria contra a vida do príncipe herdeiro Ricardo conduziu o jovem príncipe de Gales à coroação Mas, na verdade, o manteve na Torre como prisioneiro Levou, depois, pra Torre o irmão desse príncipe Para que este fizesse companhia ao rei recém coroado E enquanto isso ele próprio reunia evidências De que o falecido rei já tinha sido casado Isso invalidava o casamento do ex-rei Eduardo IV E a pobre dupla foi considerada ilegítima Os 2 príncipes acabaram sumindo do mapa Considerados, por anos, do próprio tio uma vítima O Ricardo consegue afinal ser coroado Contestando qualquer outro herdeiro E à antiga rainha Elizabeth Woodville só resta Refugiar-se e tramar contra o novo rei Ricardo III A Anne se torna, então, a nova rainha Mas o filho dela morre logo em seguida Há rumores que o Ricardo quer se livrar dela E, num eclipse solar, ela se despede da vida



A Anne é uma das Plantagenetas mais enigmáticas Pouco se sabe sobre os seus anseios e sentimentos Se foi apenas um peão nas mãos do pai e do marido Ou se teria os seus próprios planos e entendimentos A saída de cena da rainha Anne num eclipse Quase pressagia o fim iminente dessa dinastia Pois o marido dela foi o último exemplar De rei Plantageneta que até hoje existiria Depois um Tudor acaba ascendendo ao trono Vencendo o controverso rei Ricardo III Esse rapaz é neto do Owen Tudor e da Catarina O par formado pela rainha viúva e o escudeiro Às vezes, considerado um mero usurpador De linhagem fraca e até um aventureiro O Tudor conquistou a coroa graças a mercenários Do seu exército empesteado e estrangeiro Pois foi vacilo do Ricardo III manter conselheiros Que do falecido irmão Eduardo IV ele herdou Ele até desconfiava um pouco da lealdade deles E mais de um conselheiro ele decapitou Mas mesmo com todo o cuidado que ele teve De um traidor o Ricardo não desconfiou E por um conselheiro padrasto do jovem Tudor A derrota definitiva o Plantageneta amargou Essa foi uma batalha vencida nos bastidores Costurando muito conchavo com traição E com o padrasto do Henrique Tudor retirando Da retaguarda do Ricardo III o seu pelotão Então, da longeva e diversificada dinastia Plantageneta Esse foi o ato que determinou o baixar das cortinas Os Tudors eliminaram brotos e sementes dessa cepa Matando todos os rapazes e só poupando as meninas Entretanto, aquela florzinha silvestre amarela Que o seu nome emprestou pra essa família famosa Resistiu à devastação de 100 anos de guerra E sobreviveu até depois de a rosa brigar com a rosa



Claudia Schmidt, artista visual, amante de leitura histórica e fantástica, de astrologia e tarot, além de escrevinhadora acidental.

Frequentou a pintura clássica na adolescência, mas profissionalmente trilhou os caminhos da engenharia eletrônica onde se familiarizou com a criação de conteúdo via software durante a sua atuação no projeto para a implantação da plataforma de TV Digital no Brasil. Com esse background, especificando requisitos para o desenvolvimento de ferramentas de autoria e explorando a animação de formas geométricas e a agregação de fotos e cores, nasceu o impulso de se manifestar artisticamente por meio das mesmas. Suas composições têm sido expostas no Brasil e no exterior e suas ilustrações iniciais lhe inspiraram reflexões corriqueiras que, reunidas, deram origem à Sereia e sua série de livros ilustrados exibidos em https://issuu.com/claudiapovoasschmidt

https://cschmidt303.wixsite.com/ilustras reúne o seu trabalho visual e um blog.


Mara Sop, ilustradora, apaixonada por história, arte, livros e gatos (muitos gatos, rsrs), começou a desenhar aos 3 anos de idade e nunca mais parou.

Após se formar em moda, voltou sua arte para história da moda através do projeto Fashiononline, redesenhando trajes icônicos imortalizados em obras de arte, personalidades históricas marcantes, assim como em trajes do teatro, cinema e TV que representam a moda de tempos passados. Atualmente tem atuado como capista e ilustradora de livros de época e históricos. Fora da área de ilustração, foi vencedora e finalista de concursos de novos talentos da moda, também já se aventurou publicando um artigo sobre a moda na época de Jane Austen e suas

representações em filmes na antologia Querida Jane Austen, uma homenagem. Em 2020, a convite da Secretária de Cultura e Turismo da Cidade de São Paulo, palestrou sobre literatura clássica nacional feita por mulheres, resgatando importantes nomes de nossas primeiras autoras há muito esquecidos. É também a criadora de conteúdo da página Romances Históricos no Facebook desde 2014. no insta: https://www.instagram.com/mara_sop/ no face: https://www.facebook.com/mara.sop/ em devianart: https://www.deviantart.com/marasop página de bonequinhas do projeto fashiononline: https://www.facebook.com/fashiononline.hist/


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.