5º ESPAÇO PROJETA ARTE FATEC-SP/2021 - O Ser livre e as impressões do espaço e do tempo.

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Espaço Projeta Arte Fatec-SP

O Ser livre e as impressões do espaço e do tempo Um pequeno transcorrido filosófico sobre a compreensão do mundo Cleusa Rossetto Ao entrarmos nesta senda sobre a compreensão do mundo, vale um pouco de filosofia, como intuito de ampliar a forma de entendimento sobre nossa participação no espaço e no tempo. Comecemos por David HUME, num texto escrito por Michelle VAZ, onde o autor explana que o pensamento parece não possuir limites, mas que encontrase detido à “limites bastante estreitos, e que todo esse poder criador da mente consiste meramente na capacidade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que os sentidos e a experiência nos fornecem” (HUME, 1999, p. 13). Os pensamentos possuem leis através das quais ligam-se ao intelecto, ou seja, há famílias de ideias que montam várias formas de discurso – desde conversas triviais até um raciocínio mais grave. Os princípios de conexões também se aplicam aos sonhos: a imaginação possui a capacidade de fazer presente o que está ausente, enquanto a memória é a capacidade de armazenar imagens e palavras. Ambas não funcionam sem regras, sem uma lógica de ligação entre os pensamentos 8

e as imagens – os quais são tarefas da memória e da imaginação. Ao admitir tais leis, faz-se notório um resquício metafísico em HUME, já que parece haver uma crença, por parte do filósofo, em uma ordem interna de acordo com as quais as associações se dão. Nas composições geniais, é imprescindível que o autor possua um plano ou objeto. Ademais, em composições narrativas, os eventos ou atos relatados pelo escritor devem estar unidos por algum elo, precisam estar ligados uns aos outros na imaginação a ponto de formar uma espécie de unidade que seja capaz de colocá-los em somente um plano, com apenas um ponto de vista. O princípio de conexão que há entre diferentes eventos forma o tema de uma história ou de um poema. HUME propõe-se a analisar o motivo que acarreta a necessidade de uma unidade mais próxima e mais estrita durante a fabulação da poesia. Primeiramente, o filósofo afirma que toda poesia – uma espécie de pintura – aproxima-nos mais do objeto do que outro tipo da narrativa, ilumina esse objeto com mais força


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