Revista de Escalada Fator 2 - nº 03

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Expediente Direção, Redação e Diagramação

Olá Galera! Aqui estamos nós novamente e com mais páginas, fotos e croquis. Fizemos um alucinante guia de escaladas nos arenitos do Paraná. Lá podese encontrar belíssimas cachoeiras, vias com agarrões, buracos, conglomerados e graduadas em até 9ºgrau!!! Trouxemos também muitas notas e entre elas a conquista brasileira no Chile e que será reportagem de um próximo número. Outro artigo interessante é o técnico sobre Proteção Móvel, onde é possível aprender alguns macetes importantes. Além da entrevista com uma das melhores escaladoras do Rio de Janeiro Mônica Pranzl . Mesmo com toda correria estamos trabalhando com afinco para melhorar cada vez mais o seu Fator2. Nessa edição convidamos todos a participarem enviando notícias de sua cidade, ou então com artigos e reportagens com fotos, croquis e muita informação sobre montanhismo. As reportagens publicadas ganharão uma assinatura semestral do Fator2. Esperamos nos próximos números criar mais algumas seções para levar até vocês tudo que possa fazer diferença para a evolução do esporte. __Cintia Adriane

Flavio Daflon e Cintia Adriane. Colaboraram neste número Helmut Becker, Ralf, Mônica Pranzl, Kawamura, Anderson Nogueira e Eduardo R. C.

Assinatura e cartas Flavio Daflon - Rua Dr. Satamini, 171 / 701 Tijuca - Rio de Janeiro, RJ - Cep 20270.233 Tel.: (021) 567-3058

Pager: 508-1001 cód. 2154295

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Formulário para assinatura na contracapa

Atenção Escalada é um esporte onde há risco de você se acidentar gravemente ou até mesmo morrer.

Esta publicação não é um substituto para um Instrutor ou Guia de escalada em rocha. Caso você não conheça ou possua dúvidas em relação às técnicas de segurança para a prática do esporte, procure um instrutor ou guia especializado para lhe ensinar. Acidentes sérios e até fatais podem ocorrer, como resultado de uma má compreensão dos artigos aqui publicados ou da superestimação dos seus próprios limites. Preço em outros estados: São Paulo - R$ 1,25 / Minas - R$ 1,25 / Paraná - R$ 1,35 / Rio G. do Sul - R$ 1,45 /

Capa: Anderson Nogueira na Dalí pra Cima (6c) no Salto São Jorge, PR. Foto: Flavio Daflon.

Nº3

Mar 1 / Abr 15, 1999


Granito Arriba Novidades

na Urca

Um boulder novo tem chamado a atenção dos escaladores locais: Rastacú. São 20 movimentos (bastante para um boulder) e graduação de 8b. É só entrar na trilha que vai para o Alfredão e para o Ás e assim que sair da pista dobrar à esquerda. O boulder está logo em seguida. Outra novidade é a falésia Pelas Barbas de Netuno, uma fenda de 7º com 7 metros, que foi a pouco guiada em móvel pelo Ralf. As colocações são duvidosas, por isso tome cuidado. Quem não quiser guiar há um grampo no cume para top-rope, na verdade este grampo é de uma via ao lado: E o Macaco Estava Certo (7b), que também vale a pena ser feita. Local: após o bloco dos 800 tome uma trilha que desce à direita por entre o capim colonião e logo verá a fenda.

Muito mais que resistência

Os americanos Hans Florine e Nancy Feagin, agora fazem parte do seleto grupo de escaladores que escalaram o El Capitan e o Half Dome em um dia. Escalaram a Nose (34 enfiadas) em 9 horas e 35 minutos, imediatamente seguiram para o Half Dome, onde escalaram a Regular Route (24 enfiadas) em 6 horas e 2 minutos. Feagin é a primeira mulher a completar esta prova de resistência. Fonte: Climbing Magazine.

A equipe de montanhistas brasileiros formada por Ralf (RJ), Serginho (RJ), Chiquinho (PR), Pita (RJ) e Mariozinho (SC) conquistaram no Chile uma via alucinante. A via chamada Mucho, Mucho Granito Arriba , fica em Cochamo e levou 18 dias para ser conquistada. Depois de 20 km de caminhada montaram acampamento na base da parede e trabalharam 17 belíssimas enfiadas de 6ºsup, A4, grade VI. Fixando cordas eles revezaram-se na conquista desta maravilhosa rota. Na última investida, os escaladores que estavam na base jumarearam 550m encontrando-se com os outros que estavam no bivac para que atingissem o cume juntos. Como disse Ralf, a melhor linha na melhor parede . No próximo número traremos a reportagem completa.

Limpeza no PP Nem só de escalada vive o montanhismo. A conservação das montanhas é um ponto muito importante . O CPM (Clube Paranaense de Montanhismo), a AMC (Associação Montanhistas de Cristo) e o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) estão promovendo um evento nos dias 27 e 28 de março, no Pico Paraná, que fica na Serra do Ibitiraquire (PR). Nestes dias serão realizadas limpeza da montanha e trabalhos de contenção e conservação das trilhas, além de melhorias nos pontos de maior perigo, onde serão trocadas correntes por escadinhas. Todos estão convidados. Participem!


Croquis O Rio de Janeiro foi palco de conquista dos escaladores Miguel Monteza Rego e Guilherme D. Fonseca. A via chama-se Nitroglicerina, e foi graduada em 3º, IV. Ela se localiza nas aderências Mundo Novo , em Laranjeiras (Face SE do Morro Dona Marta) na cidade do Rio de Janeiro.O acesso é seguindo a Rua Mundo Novo até ver as aderências à esquerda, então é só descer e entrar à direita na Rua Esperidião Rosa, depois subir a Rua Couto Fernandes, parando ao lado do Hangar seguir pela trilha à direita (não subir a escada). Com extensão de 200 metros, a proteção móvel sugerida é: Stoppers nº1 ao 8, Hexentrics nº1 ao 3, um friend de 5 a 5,5 cm de largura aberto. Dúvidas: monteza@prolink.com.br

C.E. 2000 No Rio, nos meses de janeiro e fevereiro, entre um campeonato e outro, o C.E. 2000 recebeu algumas visitas dos competidores. Destaque deve ser dado para o Linha (Alexandre Paranhos - SP) que com duas tentativas encadenou o Frases Feitas (9b), e além dela o Gosma Petzl (9c). O Guili (Guilherme Zavaschi, RS) também encadenou o Gosma Petzl. O Juanjo (Chile) tentou o História Sem Fim (10b), mas não encadenou. O Helmut (RJ) fez pela segunda vez o Coquetel de Energia (10c).

Os irmãos Huber Os irmãos Thomas e Alex Huber (Alemanha) voltaram na clássica via Salathe Wall no El Capitan (Yosemite Califórnia) e a escalaram em 15 ½ horas. Este tempo é mais ou menos o dobro do record desta via, entretanto ambos escalaram as 30 enfiadas em livre (não confundir livre com solo ou free-solo) e sem quedas! Para que isso fosse posível eles tomaram algumas variantes da via original. Encontraram no caminho fendas de meio corpo de 7a, fendas de mão e punho de 8a e trechos de até 9a. Isto não é para qualquer um! Como se não bastasse, por indicação dos bigwalistas americanos Conrad Anker e Kevin Thaw, os Hubers seguiram para a via North America Wall também no El Cap. Eles escolheram uma linha que segue de perto a North America Wall , inclusive com algumas enfiadas em comum, e a seguiram no mais puro estilo livre. O resultado foi novamente uma via com 30 enfiadas; sendo duas de 10a, quatro na casa do 9º grau e sete enfiadas na casa do 8º.

Nitroglicerina


No evento estão incluídos debate, palestras, workshop, campeonato, homenagem a Mozart Catão, Alexandre Oliveira e Othon Leonardos e Abertura da Temporada de Escalada do Clube Ex. Teresopolitano. Os interessados devem confirmar presença pelos tel. (011) 3666.6118/3661.1492/9137.6305 ou por e-mail: davini@sti.com.br.

Clubes

e Escolas

Este ano as reuniões entre Clubes e Escolas de Escalada do Estado do Rio de Janeiro tem um calendário pré-definido. As reuniões serão mensais e estão abertas para discussão de pontos relevantes ao esporte. As datas e o local são: Mês Abril

Dia Local 30 CEC 27 CEL

Maio

25

Junho

29 27

Março Alex Huber no El Niño

Os irmãos levaram duas semanas e meia para conquistar esta via e depois de um descanso, outros três dias para repetir toda a escalada, ambos escalando em livre. Eles chamaram a via de El Niño (5.13c A0). Não acabou por aí! Pouquíssimo tempo depois, os britânicos Leo Houlding e Patrick Hammond, ambos de 19 anos, fizeram uma incrível primeira repetição da nova via dos Hubers. Os dois jovens já eram conhecidos por terem repetido escaladas difíceis e com grampeação espaçada. O detalhe é que eles passaram à vista em quase todas as enfiadas, inclusive as duas de 10a. Para eles foi a melhor via que já fizeram. Fonte: Climbing Magazine.

60 Anos de Parque Entre os dias 2 e 4 de abril acontecerá uma comemoração aos 60 Anos do Parque N. da Serra dos Órgãos, em Teresópolis.

Julho

Mês Setembro

Dia Local CEL 28 CERJ

CERJ

Outubro

26

CEB

CEB

Novembro 30

CEC

CEC

Dezembro 14

CEL

Agosto

Sempre as 20 horas.

31


Desafio Nescau Brasil x Chile

Nos

dias 30 e 31 de janeiro aconteceu no Rio de Janeiro um desafio entre brasileiros e chilenos. Essa foi a primeira prova em que participaram os 10 atletas brasileiros que representarão o país em competições internacionais. Este desafio consistiu de quatro provas e a colocação de cada atleta está abaixo. Para maiores informações, consulte o site do Pro Esportiva: www.uol.com.br/webventure/mountain/proesportiva/

Feminino

Dificuldade trabalhada

Dificuldade à vista

Dificuldade sob pressão

Velocidade

Total individual

Colocação geral

Paloma Cardoso Janine Cardoso Rosita Belinky Rúbia Camarão Maria Emília Brasil

50 26 19 14 7

26 33 22 14 7

26 22 7 19 2

50 4 22 14 33

152 85 70 61 49 417

2 4 5 6 7

Sara Aylwin Ostale María Paz Tocornal Gladis María Laura Miller Jimena Vera Chile

33 22 4 10 2

50 19 7 10 2

50 33 14 10 4

19 26 10 4 10

152 100 35 34 18 339

1 3 8 9 10

Dificuldade sob pressão

Velocidade

Total individual

Colocação geral

Masculino

Dificuldade trabalhada

Dificuldade à vista

Edson Shimabukuru Alexandre Paranhos André Berezoski Helmut Becker Guilherme Zavaschi Brasil

33 22 10 14 19

26 33 22 10 10

19 33 10 22 4

50 33 26 22 2

128 121 68 68 35 420

2 3 4 5 9

Juan José Ibarra Esteban Israel Sergio Marabolí Diego Tocornal Claudio Castro Chile

50 7 26 4 2

50 22 22 4 2

50 26 7 14 2

10 7 4 19 14

160 62 59 41 20 342

1 6 7 8 10


I Etapa do Ranking Carioca

A

primeira etapa do Ranking Carioca aconteceu nos dias 23 e 24 de janeiro na Praia de Copacabana, no mesmo muro do desafio Brasil x Chile e foi patrocinado pela Nescau e KochTavares. É a partir dos Rankings Estaduais que serão selecionados os atletas que disputarão o Ranking Brasileiro e conseqüentemente, uma vaga na equipe nacional. Os primeiros colocados foram:

Feminino

Masculino

1. Monica Pranzl - 40 pontos. 2. Patrícia Mattos - 33 pts. 3. Camilla Santos - 27 pts. 4. Solange Dias - 21 pts. 5. Flávia Neves de Lima - 17 pts.

Em

1. Helmut Beccker - 100 pontos. 2. Alexandre Galvão - 80 pts. 3. Fábio Muniz - 65 pts. 4. Alexandre Aguiar - 55 pts. 5. Efraim Ferreira - 51 pts. 6. Alexandre Flores - 47 pts. 7. Daniel Costa - 43 pts. 8. Marcelo Dias - 40 pts.

Desafio Embratur/O Globo 40 graus

um outro muro, montado também na Praia de Copacabana, foram reunidos ótimos escaladores para competir nos 26,5m do maior muro já montado no país. Cada competidor teve 20 minutos para trabalhar uma via com enorme dificuldade e no final do dia lançou-se o desafio que classificou no feminino Mônica Pranzl (RJ) em 1º lugar, Claudia Clement (SP) em 2º e Maria Emília (PR) em 3º. No masculino o 1º lugar ficou com Guilherme Zavaschi (RS), em 2º Alexandre Paranhos (SP) e em 3º André Berezoski (PR). A via feminina teve classificação de 7c e a masculina em 9b, sendo o Guili o único a encadenar.

O

I Campeonato Amador CEB

CEB promoveu seu primeiro campeonato amador na sede do clube nos dias 4 e 5 de fevereiro. O torneio foi apoiado pela Escola de Alpinismo Via Livre, Webventure e Hillung e patrocinado pela Casa do Alpinista. O route -setter foi Alexandre Portella. Os 3 primeiros lugares no feminino foram: 1º Solange Dias, 2º Anne Lages e 3º Camilla Santos. E no masculino: 1º Pedro Bugin, 2º Gustavo Nassar e 3º Diego Gonçalves.


? o il t s e u e s o é Qual Parte III

Escalada Indoor - competições

Uma competição de escalada é geralmente realizada em um muro de madeira com agarras de resina. Um bom muro deve não só ser alto, mas também ter várias faces, muitos negativos e tetos. Tudo pode ser criado com placas de madeira. As agarras são dos mais variados tamanhos e formas. Dentro de um mesmo campeonato pode haver mais de uma competição. Entre as mais comuns estão: de dificuldade à vista, de dificuldade trabalhada e velocidade. Na competição de dificuldade à vista, o escalador deve ir guiando à vista , ou seja, sem conhecimento prévio da via e sem observar seus oponentes

Ranking Paranaense

Fera Brasil, SP

escalando. Também não é permitido o apoio na corda ou nas costuras, mesmo que seja para descanso, pois a continuidade também faz parte da dificuldade. No início de cada etapa os atletas terão um período para observar a via, tendo por objetivo encontrar os melhores posicionamentos para economizar energia e assim completar a escalada. Inclusive é permitido desenhar um croqui da via. Após alguns minutos de observação serão conduzidos para a área de isolamento, de onde só sairão para escalar. O Route -Setter, (que é o responsável por criar as vias da competição), irá preparar, dependendo do tamanho do torneio uma via eliminatória, uma semifinal e uma final para as categorias masculino e feminino. Tudo deverá estar de acordo com o nível dos


competidores. Cada agarra é numerada e o competidor tem por objetivo escalar a via até a última delas, se cair será anotado o número da agarra em que ele parou, assim como o tipo de movimentação ou como ele alcançou a agarra, e o escalador não tem outra chance, devendo dar a vez ao próximo competidor. Passarão para a etapa seguinte um número pré-definido de competidores. Portanto aqueles que completarem a via ou chegarem mais alto, terão maior chance. Na final aquele que atingir maior altura será anunciado como vencedor. Caso haja empate pode haver uma super-final ou simplesmente um desempate de acordo com os resultados da semi-final e da eliminatória. Como último recurso é utilizado o tempo de escalada. As regras de uma competição podem variar de um campeonato para o outro. Na competição de dificuldade trabalhada, os competidores tem em torno de 15 minutos cada um para tentar uma via com

alto grau de dificuldade. Após todos terem ensaiado é dado uma única tentativa para se encadenar a mesma, ou seja completar a escalada sem quedas. Quem for mais alto será o vencedor. O desempate é feito pelo tempo. Na competição de velocidade a via é fácil com agarras grandes e é escalada em toprop (corda de cima). Como o nome sugere, quem subir no menor tempo é o campeão. No desafio Brasil x Chile houve também uma competição de dificuldade sobre pressão. Esta, podemos dizer, é um meio termo entre a dificuldade à vista e a velocidade; e consistia em uma via um pouco mais fácil que a da dificuldade à vista e levava em consideração o tempo de escalada. O mais rápido a encadenar vencia. O nível das competições profissionais no Brasil está mais ou menos assim: Dificuldade à vista feminino - do 6+ à 7c. Dificuldade à vista masculino - do 7c/8a à 9b. Dificuldade trabalhada feminino - 7c/8a. Dificuldade trabalhada masculino - 9b/9c. __Cintia e Flavio Daflon

Os lugares mágicos são sempre lindos e merecem ser contemplados. São cachoeiras, montanhas, florestas, onde os espíritos da terra costumam brincar, sorrir e conversar com os homens. (Brida - Paulo Coelho)


Q

uem nunca escalou em arenito não tem idéia do que está perdendo! No Paraná existem 3 paraísos de escalada nesse tipo de rocha. Eles estão localizados na região dos Campos Gerais onde ficam as cidades de Campo Largo e Ponta Grossa. Essa mesma região abriga a famosa Vila Velha e o Canyon Guartelá. Escalar em arenito é interessante pela grande quantidade e variedade de agarras e buracos. A rocha é bem menos abrasiva que o granito e sempre vertical, com alguns negativos e tetos.

São Luis do Purunã

S

eguindo pela Rodovia do Café que sai de Curitiba sentido Ponta Grossa o primeiro recanto de rocha que chama a atenção são as falésias de São Luis do Purunã. Há três maneiras de se chegar as paredes: um rapel pelas vias, a caminhada do canyon e a caminhada da Hamburguer. Esta é a mais recomendada, pois percorre sequêncialmente quase todas as vias do lugar. As graduações vão de 4º à 7c com algumas vias necessitanto de material móvel. No croqui, ao final do artigo, segue as 17 vias principais.

Buraco do Padre

C

ontinuando pela BR-277 (Rodovia do Café) segue-se até o Buraco do Padre, este também um ponto turistico

pela cachoeira que despenca em u por um canyon.

Na entrada do lugar há um enorme instalações abandonadas de campin possível vislumbrar as paredes.

As vias principais são quatro: a Fav graduação de 5º até um teto de 8b; com enormes agarras e buracos; a 12 T um 7b com um pequeno teto no final; uma variante da via anterior. Há també que exigem atenção, pois alguns quebradiças.

Essa região é rica em caminhadas. Um até Dolinas: um chapadão que term penhasco, onde costumam rapelar s floresta cerrada de onde pode-se v Existem algumas vias perdidas, difíceis não conhece. É caminho longo e com por campos, fazendas, bosques e ch faça com alguém que conheça ou se de orientação.

Salto São Jorge

O

utro point de arenito digno de salto São Jorge. O local pertence

Ao lado com as Buraco o teto

À direit via


ma caverna e segue

gramado e algumas g. Deste ângulo já é

vos, via guiada, com o top-rope Mulheres Trabalhos de Hércules, ; e a Halloween que é ém inúmeros boulders escondem agarras

ma delas é a que leva mina em um abrupto seus 50 metros até a oltar por uma trilha. s de achar para quem mplicado pois passa-se apadas de pedra. Só você tiver boa noção

e

grandes elogios é o e a uma fazenda cujo

o esquerdo o Bloco principais vias do do Padre. Nela vê-se da Favos.

ta Flavio escalando a Hambúrger , em São Luíz do Purunã

Arenitos

3 opções de escalada no Paraná


dono cobra o ingresso e permanência, oferencendo lugar para camping e instalações sanitárias com banho quente. As espetaculares quedas d água e cachoeiras que embelezam essa região possuem em alguns lugares piscinas naturais e em outros grandes placas de rocha fendadas ou em degraus que proporcionam boas travessias com água pela canela. Seguindo pela trilha ao lado do rio chega-se a primeira cachoeira, cuja travessia leva até o rapel da via Dalí pra Cima . No bloco em frente a essa queda pode-se descer em rapel até a base do top-rope Primórdios, ou como segunda opção descer pela trilha do outro lado, que ladeia um pequeno canyon. Da base da Primórdios tem-se acesso às três vias ao lado da primeira cachoeira. São curtas e difíceis, com um posicionamento estranho e agarras abauladas em uma parede bem vertical. Seus nomes: Janck, Style e Punk. Voltando a trilha principal e continuando por ela chegase a base da mais bela cachoeira: o Salto São Jorge. Suas águas jorram de um buraco no paredão precipitando-se em um negativo de 20 metros. Na parede ao lado desse salto existem fantásticos tetos e negativos que comportam três vias, duas em artificial e

uma em livre. Esta última é uma maginífica rota de 6c chamada Dalí pra Cima ; com acesso somente por rapel. As vezes o vento forte sopra as águas da cachoeira borrifando e proporcionando uma refrescante garoa nos escaladores. Outro setor alucinante encontra-se também ao lado do salto. É onde estão o maior número e as mais freqüentadas vias. Da esquerda para a direita tem a Fissura da Jararaca; Porta Retrato; Castilho; Pega Formiga e no platô acima ficam as: Domingo no Parque; Paleolítico; Legalise Já e Voyage. De todas as vias de São Jorge aqui citadas, a mais fácil é o 5º da Primórdios, todas as outras estão acima de 6c, tendo a mais difícil 9a.

T

odos esses lugares ainda possuem muitas possibilidades para abertura de novas rotas, não esquecendo porém que a grampeação é diferente pois exige grampos e chapeletas próprios para o tipo de rocha. Deve-se evitar vias que passem próximas à vegetação

A esquerda uma das belíssimos quedas que formam o Salto São Jorge. Esta vista é de cima do bloco da Primórdios.


Todos

esses lugares ainda possuem muitas possibilidades para abertura de novas vias.

para prevenir contra sua depredação, e lembrar sempre que alguns lugares podem ter paredes quebradiças. Seja qual for sua opção tenho certeza que serão escaladas e momentos inesquecíveis de aventura e beleza.

Na direita a parede da via Dalí pra Cima emoldurada pelas águas do Salto São Jorge


São Luiz do Purunã

14 13 15

BR-277 (Rod. do

de localização dos Arenitos

12

Salto São Jorge

78

9

1 01 1

Estra da d e Te rra

Pedágio

Túnel

500

Croquis

1

2 34

5 6

Projeto

Tri lha

p/ Ha m b ú rg ue r

Buraco do Padre

A - Trilha para o rapel da Dalí Pra Cima. B - Trilha da Primórdios (por cima). C - Trilha da Primórdios (pelo canion). D - Trilha para a Punk. E - Trilha para a Porta-Retrato.

Setores da Punk e da Porta Retrato em S. São Jorge

São Luiz do Purunã 1. Hamburger, 7a 2. Pura Ilusão, 6c 3. Mato Psicodélico, 6a/b 4. Pink Floyde, 6a/b 5. Sangue, 6c 6. Pimenta Malagueta, 7c 7 e 8. Vias curtas de 3º e 4º 9. Boluda, 7a 10. Rainha do Abismo, 5º/6a 11. Bocó, 4º+ Buraco do Padre 12. Xote das Meninas, 5º/6a (móvel) 1. Favos, 8b (5º grau até o Teto) 13. Jumping Jack, 6c/7a 2. Mulheres, 5º grau (top rope) 14. Diedro, 4º (móvel) 3. 12 Trabalhos, 7a/b 4. Halloween, 7c (Vr. da 12 Trabalhos) 15. Bicho Triste, 5º/A1

Salto São Jorge 1. Fissura da Jararaca, 7c 2. Prota-Retrato, 7b 3. Castilha, 6c 4. Pega Formiga, 7c 5. Domingo no Parque, 7a 6. Paleolítico, 6b 7. Legalise Já, 9a 8. Voyage, 7b 9. Janck, 8a 10. Style, 7a 11. Punk, 6c 12. Primórdios, 5º 13. Dalí pra Cima, 6c


São Luiz do Purunã Como Chegar Seguir pela BR-277 e entrar na estradinha de terra à esquerda, depois do túnel, a 500 metros do primeiro pedagio. Continuar até a porteira de arame à esquerda. Onde Ficar Há opções de bivaque e acampamento sem infra-estrutura alguma e deve ser levada toda água, pois a do local não é confiável. O melhor é ir pela manhã e voltar no final da tarde para Curitiba.

Buraco do Padre

Como

chegar e aonde ficar

Salto São Jorge Como Chegar Seguir o mesmo trajeto do Buraco do Padre até o Recanto Botuquara. Ao invés de entrar à direita entrar no asfalto à esquerda e seguir quase até Ponta Grossa e quando avistar outra placa grande da Coca-Cola virar à direita em direção a Alagados. Ao chegar ao viaduto tomar a bifurcação à direita e seguir as placas do Salto São Jorge. Onde Ficar O local possui estrutura simples para camping com banheiros e chuveiro quente. Vários lugares para acampamento e bivaque. A taxa cobrada é de R$ 5,00 por noite por pessoa.

Como Chegar Seguir pela BR-277 sentido Ponta Grossa, passando por dois pedágios. À mais ou menos 10 km. antes de Ponta Grossa procurar à direita uma placa grande da Coca-Cola e logo depois a empresa Cargil. Entrar na estrada antes da Cargil onde tem uma plaquinha do Recanto Botuquara. Depois de uns 10 km. de terra entrar à direita no asfalto, mais 5 ou 10 km entrar na estrada de terra com placa do Buraco do Padre. Depois da pontezinha de madeira entrar à esquerda e seguir até o grande gramado de estacionamento. Onde Ficar Há muitos lugares para acampamento. Apesar do rio próximo, é mais confiável buscar a água na bica onde há uma nascente.

__ Cintia Adriane, Kawamura e Flavio Daflon. Par de Pole, Leki c/ amortecedor, novo - R$100,00, e Anorak de Goretex Campmor - R$320,00

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na Proteção Móvel M esmo que você nunca tenha escalado em móvel é importante saber que estas peças proporcionam escaladas mais limpas e muito mais interessantes. Mais limpas por serem fixadas temporariamente em fendas na rocha, sendo retiradas pelo último da cordada, não deixando rastro. Mais interessante, porque você deve procurar onde e como fazer sua própria proteção, tornando sua escalada uma verdadeira conquista. A habilidade no manejo destas peças móveis, também chamadas entaladores, ainda que seja simples na teoría, resulta muito complexa na prática e é necessária muita experiência para saber encontrar os lugares ideais para a colocação das peças e para colocá-las apropriadamente. Em primeiro lugar evite fissuras com rocha quebradiça. Verifique se os dois

lados da fenda são sólidos o suficiente para aguentar o tranco de uma queda.

Se há um estreitamento da fenda a escolha da peça ideal talvez recaia sobre um nut. Um nut pode ser um stopper ou um hexentric. Escolha um tamanho que se adeque o mais perfeitamente no afunila_ mento, com a maior área de contato possível com a rocha e dê um puxão com a mão para que a peça se firme. U m jogo (conjunto) de stoppers é fundamental praticamente e m toda escalada móvel e é composto em média de 10 peças. E xistem também os micro-nuts, com milímetros e que são mais utilizados em artificial sempre com você um saca-nut para não ter peça.

espessura de até 3 móvel. Não esqueça de levar que abandonar alguma

Q uando a fenda tiver

paredes paralelas nada melhor que os friends. Este entalador é mecânico e se fecha e abre para ser colocado dentro da fissura. Pode-se colocar tal peça com certa rapidez, economizando tempo e esforço, o que tornou possível realizar escaladas extremamente difíceis que de outro modo seriam virtualmente impossíveis.

Mesmo tendo uma colocação rápida os friends necessitam muita

atenção: devem ficar metade apertados, pois podem travar da fissura pois podem correr mãos de alcançarem a alça que tomar cuidado também para o

ou mais fechados; não devem entrar muito na hora de sair; não devem ficar muito no interior um pouco mais para o fundo impedindo suas destrava o friend na hora de recolher a peça; friend não correr para uma parte mais larga da

Continua


soltar; para evitar que o friend se mova e saia devido ao corda utilize fitas grandes; e se a fissura for horizontal prefira Não esqueça, como já foi falado, que na prática as coisas complexas e que experiência é fundamental, além de uma ○

fenda e se movimento da friends flexíveis. são bem mais boa instrução.

U m jogo de friends padrão tem em média 6 peças. Aqui no Brasil com um jogo destes e outro de stoppers já é possível fazer muitas vias. É claro que em alguns lugares será necessário levar peças do mesmo tamanho repetidas, por isso antes de escalar qualquer via em móvel informe-se com o conquistador que equipo levar e/ou consiga um croqui para evitar que você entre numa roubada.


Quais por exemplo? Gosto. Por exemplo, no Pão de Açúcar gosto do Totem e gosto de Salinas também (Friburgo - RJ).

Mônica Pranzl Idade: 29 Anos de escalada: 10 Ocupação: Estudante de mestrado de Engenharia de Transportes Peso: 60 Altura: 1,72 Apoio: Equinox. Alguns feitos: Encadenou a via Brain Lock , 8c/9a, na lagoa, e no Campo Escola 2000 a via Ban-Ban graduada em 9a/b (a mais difícil via encadenada em rocha no Brasil por uma mulher). Ganhou várias competições de escalada indoor. Que tipo de escalada mais lhe agrada? Gosto de tudo, mas pratico mais a escalada desportiva. Gosto do lado social , do desafio atlético e da segurança da escalada desportiva. E também porque fico um pouco preguiçosa com o empenho que são as longas escaladas, como acordar super-cedo, caminhar muito até a base... (risos). Quais são seus points de escalada? Gosto da Floresta da Tijuca, Horto, Lagoa, Urubu, Petrópolis (onde gostaria de ir mais), e do Cipó em Minas. Gosta também de fazer vias longas?

Que lugar você sonha escalar um dia? Porque? Na Tailândia. Porque tem o maior visual, altas praias, é super-barato, tem mergulho, e cálcareo ,hein?! Você treina muito, só de vez em quando ou nem pensa nisso? Pensar eu penso... agora fazer é outra história (risos). Estou sem tempo, mas quando passar meu sufoco acadêmico (risos) quero me dedicar mais à treinar. Se você não treina, chega um momento que não evolui muito ou evolui muito devagar. Quais foram as vias que te deram mais trabalho para encadenar? Foi a antiga História Sem Fim (quando tinha agarras de resina era graduada em 9b), que depois de trabalhar muito nela e encadenar de top-rope, o Helmut fez o favor de tirar as agarras (risos) e transformar a via em 10b (risos). Tô brincando! Acho que ele fez bem, concordei totalmente. Você faz algum regime de atleta ou come de tudo? Como de tudo e sou viciada em doce (risos). Só evito refrigerante pra não pegar muito pesado (risos). Você já pensou em viver exclusivamente de escalada, ou acha isso difícil? Não, nunca pensei! Sempre conciliei escalada com a faculdade de Engenharia e Mestrado. Acho que para mim já passou a fase. Atualmente ninguém vive como atleta. Eu gostaria de


trabalhar com escalada. Talvez com alguma academia ou ensinando crianças. Muitos dizem que a falta de patrocinador é o grande problema para a evolução dos nossos atletas, outros dizem que precisam haver mais campeonatos para que eles possam se destacar... Como você vê isso? Uma coisa puxa a outra. Só há patrocínio se houver retorno, e só há retorno se houver repercussão na mídia. Cabe a todos que de alguma forma estão ligados ao assunto correr atrás de organizar campeonatos. Você já teve dois acidentes sérios, que lição tirou deles? Puxa, tantas!! Primeiro, escolha bem o cara que te dá segurança (risos). Segundo, competição é coisa séria. Algumas pessoa acham que é só botar uns premiozinhos e chamar a galera. Não se conscientizam que eles são responsáveis pela segurança do evento. Felizmente hoje a gente tem o Tomás (do Pro-Esportiva) que é supercompetente e tem organizado campeonatos

super-bons. Há algum tempo atrás quase não se viam mulheres escalando, hoje elas embelezam as paredes brasileiras. Você acha que há algum preconceito ou acha que isso nunca existiu no meio montanhístico? Mulheres escalando!? Só se for em Curitiba (risos). Aqui no Rio quase não vejo mulheres escalando, aliás me sinto um pouco solitária nesse sentido. Me acrescentaria bem mais compartilhar as diferenças que o sexo feminino tem do masculino. Acho que tem um certo protecionismo por parte dos homens, tipo mulher ter medo, tudo bem . E é interessante ver como depois que uma mulher faz uma via difícil, os homens também fazem, pois um mito foi quebrado para eles. Quais são seus planos para este ano? Terminar esse maldito mestrado (risos), e depois viajar, escalar... escalar, viajar... (risos). Tentar treinar um pouco, como eu tinha falado antes... Tenho alguns projetos que quero ver se realizo. Alguns relacionados com esclada outros não.




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