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N o M u n d o Assinatura & cartas Flavio Daflon e Cintia Adriane Rua Valparaíso, 81 / 401 - Tijuca Rio de Janeiro, RJ. - 20261.130 Tel.: (21) 2567-7105 E-mail: fator2@guiadaurca.com www.guiadaurca.com Assinatura anual: R$ 20,00
Fator2-Fator de Queda Fator 2 é um fator de queda extremo, na qual todos os componentes de uma escalada são submetidos a grande impacto. Este fator é calculado pela altura da queda, dividido pela distância de corda entre os escaladores.
Atenção Escalada é um esporte onde há risco de você se acidentar gravemente ou até mesmo morrer. Esta publicação não é um substituto para um instrutor ou guia de escalada em rocha. Caso você não conheça as técnicas de segurança para a prática do esporte, ou possua dúvidas, procure um instrutor ou guia especializado para lhe ensinar. Acidentes sérios e até fatais podem ocorrer, como resultado de uma má compreensão dos artigos aqui publicados ou da superestimação dos seus próprios limites. A Fator2 não se identifica necessariamente com as opiniões expressadas por seus colaboradores. Jornalista Responsável: Marcio Carrilho. (20900/122/50)
Distribuição Lojas de equipamento, clubes de montanhismo, academias de escalada, no Jornaleiro da Urca, na Pista Claúdio Coutinho e na entrada do Babilônia, na Urca. Capa: Mário Miranda após a escalada da via Francesa no Pico Sul do Huyana Potosi, 6.012m. Foto: Flavio Daflon
Campo Escola 2000 No mês de abril, a via Migalhas Indecentes (IXc), aberta por Álvaro Loureiro, no Campo Escola 2000, na Floresta da Tijuca, teve sua quinta repetição realizada por Diogo Lopes Fagundes, escalador de 17 anos. Esta foi sua segunda via de nono grau - a primeira foi Filezão, na Barrinha. O primeiro encadenamento da Migalhas foi de Daniel Coçada, em 2002, e o segundo, de Luiz Claudio Pita. O Campo Escola 2000, também ganhou mais uma via. Chama-se Carta na Manga e foi aberta por Pita no começo de 2004. Como graduação, ele sugere um décimo grau, talvez um Xa. Começando no artificial inicial Campo Escola 2000, na Floresta da Tijuca. das vias Frases Feitas, Gosma Fonte e foto: site www.viacrux.net Petzl e The Hunter, a via segue em direção à Gozma Petzl e depois pela horizontal inicial da The Hunter, continuando mais à esquerda. A confirmação do grau depende de mais repetições.
Cactus Tequila Foi conquistada uma nova via na Floresta da Tijuca, mais precisamente na Face Leste do Pico do Andaraí Maior. Conquistada por Júlio César Paes de Mello, José de Oliveira Barros, José Carlos Muniz e Alexandre Faia, escaladores do Centro Excursionista Rio de Janeiro (CERJ), a via é uma homenagem a Carlos Eduardo Taylor, ex-guia do clube. Com 50 metros de extensão, ela possui lances obrigatórios de V e VIsup e um lance opcional de VIIb, que pode ser feito em A1. A graduação ficou em 5º VIsup (VIIb/A1). É necessário levar um jogo de Friends (até o Camalot 3), um de Micro-Friends e um de stoppers. De acordo com o croqui enviado pelos conquistadores, o acesso à via começa na trilha da Caveira. Deve-se passar por dentro de uma casa em ruínas e seguir pela trilha que começa atrás dela. Depois, segue-se em direção à Gruta da Meia Lua, passando-se pela primeira gruta e atravessando a segunda, de onde segue-se em direção à parede. Ali, margeia-se até chegar a um grampo branco. Brevemente será divulgado um croqui mais detalhado desta via.
Fator 2 - número 23 - 2004
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N o M u n d o
Sargento Pincel e Escorpião Recentemente Tonico Magalhães e Juliano Magalhães, seu filho, conquistaram duas novas vias na Urca: Sargento Pincel e Escorpião. A primeira fica na parede do contraforte do Pão de Açúcar e a segunda, no Babilônia, na altura do Rio Sul. A Sargento Pincel (4 VIsup E1), tem 45 metros e 11 grampos de 1/2" com galvanização amarela. Ela fica à esquerda da via 49, na parede do Contraforte. Para se chegar à base, é preciso ir em direção às vias das cervejas (Boêmia Gelada e Heineken). Após o pequeno trecho de rapel, vira-se à direita e segue-se em direção ao contraforte.
Foto: João Ferrer.
Já a Escorpião (IIIsup E2), com 45 metros e oito grampos de 1/2", fica à direita da via Sem Sacanagem, que, por sua vez, fica à direita das outras vias (Só de Sacanagem e Sagitário). O melhor acesso para este setor do Babilônia é através da curva da estrada que liga o Rio Sul à Ladeira do Leme. Pode-se também acessá-lo pela trilha tradicional que percorre a base das vias desde a estação do bondinho.
Calendário de competições 2004 A Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ) divulgou o calendário de competições de escalada esportiva de 2004, com cinco etapas de dificuldade. Elas serão válidas para o Ranking Carioca de Escalada Esportiva 2004.
Maio - 15 e 16
Academia Estação do Corpo - (Rio)
Julho - 17 e 18
Academia Cia. Athetica -(Rio)
Agosto - 14 e 15
Muro Planeta Vertical - (Nova Friburgo)
Setembro - 25 e 26
Clube Comary - (Teresópolis)
Novembro - 6 e 7
Academia Estação do Corpo - (Rio)
Satisfação e Novas Tendências No dia 26 de novembro de 2003, o escalador paranaense Eduardo Mazza, o Formiga, guiou à vista as esportivas em móvel Satisfação (VIsup E5/E6) e Novas Tendências (VIsup E5/E6), que também foi guiada pelo escalador Nilton Campos. Ambas ficam na falésia São Sebastião, no Morro da Urca.
Foram fixados apenas 42 grampos (e não 80, como Na edição passada da Fator2, publicamos uma consta no artigo) e seis cabos de aço, num total de matéria sobre a “múmia” achada durante a 76 metros. O nome Gallotti foi dado em conquista da Chaminé Gallotti, na Face Sul do Pão homenagem ao senador Gallotti, que na época de Açúcar. Cabe aqui completar e corrigir algumas apoiava e ajudava muito o CEC. informações que nos foram enviadass por um dos Depois, por telefone, tiramos algumas dúvidas com conquistadores, Tadeusz Hollup. Tadeusz sobre o caso da múmia encontrada durante Segundo o que nos informou por carta, a conquista a conquista. foi inciada em 18 de Na primeira caminhada para a base setembro de 1949 (e não em Durante a caminhada da via Tadeusz conta que encontrou 1948), e concluída em 25 de para a base da via um sapato e, em tom de dezembro de 1954. Tadeusz conta que brincadeira, disse: “Acho que iremos Em verdade, participaram da encontrar o dono desse sapato”. árdua conquista apenas encontrou um sapato, e Dito e feito, encontraram o cadáver cinco escaladores: Tadeusz emtom de brincadeira entalado pela garganta e descalço. Hollup, Antônio Marcos de falou: “Acho que iremos Imediatamente bateram um grampo, Oliveira e Ricardo Batalha já contando que iriam precisar. Menescal, juntando-se encontrar o dono desse No mesmo dia comunicaram o caso posteriormente ao grupo s a p at o ” . na delegacia de Botafogo e Patrick David White e Laércio combinaram o resgate do corpo Martins, todos integrantes do para o dia seguinte. “Durante a noite e madrugada Centro Excursionista Carioca (CEC). Naquela época, recebi alguns repórteres que queriam saber da era costume do clube levar outros escaladores para múmia”, conta Tadeusz. ver o andamento da conquista. Assim, muitos Na década de 40, ainda não havia a pista Cláudio “visitaram” a Gallotti, mas não participaram da Coutinho e os escaladores tiveram um pouco de conquista, apenas ajudaram levando material trabalho para levar os bombeiros, o legista, o necessário.
Manchete do Jornal “A Noite”, de Terça-feira, 20 de setembro de 1949, sobre a descoberta da múmia da Gallotti. Ao lado a foto do corpo.
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delegado e repórteres à base Um fato curioso é que havia Naquela época era costume do uma favela entre o Morro da da via. O corpo, que deveria estar ali há vários meses, foi clube levar outros escaladores Urca e o Pão de Açúcar, descido pelos próprios virada para a Face Sul. Esta para ver o andamento da escaladores com uma corda. favela foi removida conquista... “Era esqueleto puro, apenas posteriormente pelos militares, pois estava com a pele ressecada por alastrando-se e começava a avançar para o cume cima”, lembra Tadeusz. do Morro da Urca. Segundo o legista, a pessoa era um homem, mas não foi possível identificá-lo. Mesmo com as fotos publicadas nos jornais, ninguém se manifestou. “Desconfio que tenha sido um assassinato, pois quando a encontramos, a múmia tinha um rombo no peito”, observa. Tadeusz não acha possível que uma pessoa pudesse cair do cume e parar naquela posição da chaminé, logo no início da via.
Ao lado, a partir da esquerda, quatro dos conquistadores: Patrick White, Laércio Martins, Ricardo Menescal e Tadeusz Hollup. Mais à direita, Tadeusz Hollup, na conquista da Chaminé Gallotti.
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São José do Vale do Rio Preto é um longo nome para uma pequena cidade serrana, localizada próximo a Teresópolis e a 130 km do Rio. Nela situa-se o bairro de Poço Fundo, onde os entusiastas da escalada em aderência encontram boas opções. Até meados dos anos 80, o lugar serviu de refúgio para o famoso compositor Tom Jobim. Segundo o site www.campoescola.com.br um de seus maiores sucessos, “Águas de Março”, foi composto em Poço Fundo em homenagem ao próprio local. As vias das belas paredes tem no máximo quatro enfiadas e são bem variadas, com aderência, agarras e fendas, além de características e graus diversos.
por pessoa para manter o acesso aberto. Por isso, é preciso manter uma política da boa vizinhança para que o acesso não seja proibido. Portanto, nada de gritaria, algazarra, vandalismo e sujeira; como em qualquer lugar, traga sempre o lixo de volta. O mesmo fazendeiro, senhor Iedo Bravo, ainda oferece um serviço de cavalgadas e paredes venda de leite fresco.
As belas tem no máximo quatro enfiadas, e apresentam vias de aderência, agarras e fendas...
Além de deliciosas e desafiadoras passadas, lances e posicionamentos, o escalador terá o prazer de deslumbrar-se com a paisagem do belo vale, que é cortado por um volumoso rio ladeado de colinas e salpicado de fazendas. O clima geralmente difere bastante do encontrado no Rio de Janeiro, sendo o período mais seco o que vai de abril a agosto. Em princípio, o único ponto base para quem quer conhecer essa maravilha é a Pousada Campo Escola, que começou a funcionar recentemente e ainda está em fase de estruturação. Mesmo assim, ela já oferece conforto e uma comida deliciosa, além de ficar de frente para as escaladas. Como as paredes ficam dento das terras do fazendeiro vizinho, o mesmo instiuiu um taxa de R$2,00
Em 2003, completaram-se 20 anos de escaladas em Poço Fundo. Ao longo desse tempo, um círculo relativamente restrito de pessoas freqüentou o lugar e conquistou as vias, entre elas Rafael Schwab, Marcelo Braga, Gabriel Fonseca, Marcos Madeira, Fernando Fajardo, Ricardo de Moraes, Marcelo Ramos, Ralf Côrtes e Mônica Pranzl. Muitas vias foram equipadas com corda de cima, mas sempre houve consenso sobre onde se deveria abrir de baixo, conquistando, e onde se poderia construir. As vias construídas possuem grampeação de vias esportivas e estão localizadas sempre nos metros iniciais das paredes, onde o grau de inclinação é maior, todas elas variantes de vias conquistadas de baixo. Nas vias conquistadas de baixo, nem sempre a proteção é esportiva, devido ao contexto em que se dá uma conquista. Respeitar a ética local é fundamental. Então, lembre-se de dois pontos importantes - que, para a maioria dos escaladores, nem é mais preciso falar: . As conquistas em andamento não devem ser continuadas e não deve ser batido nenhum grampo
Setor 1 Pr. Micuim Micuim, 4º V, 3 enfiadas. Depois da Chuva, Chuva 4º, 60m. Nubrina Nubrina, 4º.
Setor 2 Águas de Março Março, 3º, ± 70m. Jardins Suspensos de PPoço oço FFundo undo undo, 3º, ± 70m. Obrigado Senhor Senhor, 2º IV, ± 60m. Coq au Vin Vin, VIsup/VIIa, ± 20m. Tira-gosto ira-gosto, 3º IV, duas enfiadas. Variante LLasanha asanha asanha, Vsup, pode ter 20 ou 30m dependendo de qual direção você tome. Variante Dom Balalão Balalão, VIIb. Marmota Idiota Idiota, IIIsup/IV -, duas enfiadas de corda ± curtas. Gato PPacato acato acato, 4º VIsup/VII - , uma enfiada AV aca V oadora Vaca Voadora oadora, VIIIa/b, tem quatro grampos e é uma variante do Gato Pacato.
intermediário sem consulta prévia aos conquistadores das vias. . Não se deve bater grampo se houver a possibilidade de proteção móvel, e muito menos cavar ou colocar agarras. Vá até lá, treine sua escalada e curta o lugar. Mais informações podem ser obtidas no site www.campoescola.com.br ou pelo telefones (21) 9914-8698 – (24) 9953-1413 (Marco Aurélio) e (41) 255-5308 (Marcos Madeira).
Setor 3 Na Sombra do Guapuruvu Guapuruvu, 4º. Meu Negócio é Quenga Quenga, Vsup/VI. Só no FForévis orévis orévis, 5º. Com Cuspe e Jeito Jeito, 5º. Matita PPerê erê erê, IVsup, ± 60m. A Moita dos Calangos Calangos, 4º V. Pr. Mordomia Mordomia, 4º VI/VIsup, 3 enfiadas curtas. Pr. PPoço oço FFundo undo undo, 4º V 3 enfiadas.
Setor 4 Tião Gavião Gavião, 5º VIIc (?). Zurrapa Zurrapa, VIIc, 15m. Fissura em THC, THC 4º VIsup. Scapolips Scapolips, IXb/c. Legião Estrangeira Estrangeira, VIIb/c. Fissurim issurim, VIIb. Buça Dentuça Dentuça, VIIa. Queijo Suíço Suíço, 5º VII. Variante Coisas do Espírito, Espírito IX/X (?). Variante Espírito da Coisa Coisa, VIIc/VIII a. A Coisa Coisa, VIIb. Variante Diabo V erde Verde erde, VIIb. É o Capetão Capetão, 5° V. Variante Cadaverina Cadaverina, VI, 20m. Variante R abo do Capeta Rabo Capeta, VIIIa, 20m. Moby Dick Dick, VIIb. O Intragável Intragável, VIIb. Sapo PPeçonhento eçonhento eçonhento, VIIa. Lance do Chiquinho Chiquinho, VIIIa. Macacos no Sótão Sótão, VIIa. Ratos no PPorão orão orão, VIIb/c.
A foto do título é uma visão geral das falésias com os setores 2, 3 e 4. Acima, Luiza Nunes escalando no Setor 4. Abaixo, Roseli, Paulo e Luiza na varanda da Pousada Campo Escola. Fotos de Eduardo Magalhães e Paulo Beleza.
E q u i p a m e n t o Equipos nacionais... Entre escaladores não é nada difícil encontrar alguém reclamando dos preços dos equipamentos importados. O pior é que, em certos casos, não existe, ou existia, equipamento nacional similar. Não havia o que fazer, a não ser rezar pela queda do dólar e do euro. No entanto, já faz alguns anos que escaladores e empresas brasileiros têm dado mostra de criatividade e talento, desenvolvendo, aqui no País, peças que só existiam importadas, como chapeletas e friends. Também já se fabricam equipamentos dificilmente encontrados nas lojas do País, como haulbags e portaledges. Tudo isso, é claro, com preços bem mais acessíveis.
Alguns destes materiais foram testados em institutos, outros nas paredes, e foram aperfeiçoados durante os últimos anos. As melhorias são significativas, basta comparar os primeiros friends rígidos fabricados pela Proalp, na década de 90, com os atuais. Ou ainda as chapeletas Bomba de 17sKN com o modelo atual, de 22KN, em aço inoxidável. Isso sem falar na chapeleta dupla da Bonier, com um desenho inovador, que suporta mais do que a maioria das importadas, é de inox e ainda permite o rapel, pois tem um desenho de cantos arredondados, o que não danifica a corda, sendo ideal para utilização nas paradas.
No caso dos friends, um importado custa de R$ 250,00 a R$ 400,00; já o modelo nacional varia de R$ 100,00 a R$ 140,00.
É isso. Fica aqui a dica e a torcida pelo equipamento nacional. Veja os quadros abaixo, compare, informe-se, ligue, tire suas dúvidas e decida.
Petate (Haulbag) Alto Estilo Material: cordura 1000 Denier Vinilica Peso: 90L. - 2,590g / 140L. - 3,580g Usado e Aprovado: Corcovado, Pedra do Sino, Cochamo, Trango Tower, Yosemite. Preço: 90L. - R$ 382,50 / 140L. - R$ 437,00 Onde comprar: site: www.altoestilo.com - e-mail: altoestilo@acampar.com.br - tel.: (41) 9962-9214 / Fax: (41) 3029-1149.
Chapeletas Bomba Composição: aço inoxidável Carga: 22KN Teste: Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Veja laudo no endereço www.guiadaurca.com/equipo Preço: R$ 5,00 Onde comprar: site: www.chapeletabomba.hpg.com.br e-mail: chapeletabomba@ig.com.br - tel.: (12) 39711470. Eliseu Frechou.
Portaledge Bombastic Material: tubos de aço sem solda, fivelas de metal e encaixe usinados em alumínio, fly com flanela. Peso: 8,4 kg - Dimensões: 1,90 x 0,80m Preço: R$ 1.200,00 Onde comprar: e-mail: chapeletabomba@ig.com.br ou postmaster@mountainvoices.com.br - tel.: (12) 39711470. Eliseu Frechou.
Friends Proalp Numeração: do 1 ao 10 (brasileira) Milímetros para fenda: de 1,7cm. a 15cm. Carga: 1.000kg as peças menores - 1.450kg as maiores. Teste: Próprio da fábrica. Ruptura no cabo, não na emenda. Preço: jogo de 10 peças - R$ 1.000,00. Peças separadas de duas em duas: nº 1 e 2 - R$ 200,00 nº 3 e 4 - R$ 220,00 nº 5 e 6 - R$ 240,00 nº 7 e 8 - R$ 260,00 nº 9 e 10 - R$ 280,00 Onde comprar: Chico Bauter - Tel.: (24) 2242-7765.
Chapeletas Bonier Composição: aço inox AISI 304 Peso: simples 45g - dupla 75g Carga: simples 28KN - dupla 30KN Teste: SpectroScan. Veja laudo em www.guiadaurca.com/ equipo Preço: simples R$ 7,40 - dupla R$ 13,70 Onde comprar: site: www.bonier.com.br - e-mail: bonier@bonier.com.br - tel.: (41) 288-1298.
Texto e fotos: Nilton Campos
Em apenas duas horas e meia de vôo, saindo de São Paulo, chegamos a La Paz, capital da Bolívia, e deparamos com a majestosa Cordilheira Real, com nevados que variam entre 5.000m e 6.439m de altitude. Naquele momento entramos em uma outra dimensão, a qual estamos pouco acostumados.
de águas naturais e cristalinas: as lagunas Tuni Condoriri (a 4.448m de altitude) e Chiarkhota (4.700m). Os principais picos para aclimatação e aprendizado do maciço são o Pico Áustria (5.000m), Pirâmide Blanca (5.230m), Tarija (5.060m) e Ilusión (5.330m).
La Paz, com suas ladeiras e o aeroporto de El Alto, oscila entre 3.600m e 4.000m de altitude, o que faz dela a capital de um país mais alta do mundo. O comércio frenético de suas ruas, as cansativas
Uma vez aclimatado e mais ambientado com o estilo do local, tente o belíssimo Pequeño Alpamayo (5.410m), que é considerado a montanha mais charmosa da Bolívia. Por último, recomendo a impressionante Cabeza del Condor (5.648m), que é o ponto culminante de todo o maciço.
La PPaz az é um centro importantíssimo para a prática do andinismo ... andinismo... ladeiras, a altitude, as cholas com suas vestimentas típicas, o povo andino descendente dos Aymarás e os altos picos nevados dão o tom da cidade. Além disso, é um centro importantíssimo para a prática do andinismo, para aqueles que procuram escalada em gelo ou mista e, principalmente, para escaladores menos experimentados nesta prática. A Cordilheira Real é um grupo de montanhas que se estende por 150km ao largo de La Paz. Ela vai do nevado Illimani, ao sul, seu ponto mais alto, com 6.439m, até o nevado Illampu, ao norte, com 6.331m, que é considerado o nevado de rota normal mais difícil da Bolívia. O maciço do Condoriri, bem no centro da Cordilheira Real, é um maravilhoso grupo de montanhas da região. Devido a sua importância esportiva e turística, em junho de 1942 foi transformado em Parque Nacional do Condoriri. O Condoriri é composto de 13 picos principais, de formas caprichosas e beleza impressionante, cercados de reservatórios
De La Paz até a Laguna Tuni levam-se aproximadamente duas horas em veículo 4x4. De Tuni até a Laguna Chiarkhota (campo base), são mais duas horas de caminhada. O equipo pesado pode ir em mulas, alugadas por US$ 7 em média e que levam até 30 quilos. Gaste uma semana na região do Condoriri e, se você estiver bem aclimatado, faça pelo menos três picos com mais de 5.000m. Além disso, é um local excelente para curso de escalada em gelo. Antes de seguir para a região, é recomendável ficar de três a
Condoriri, 5.648 metros.
Nilton Campos no cume da Piramide Blanca, 5.290 metros.
quatro dias entre La Paz e o Altiplano, para uma melhor aclimatação. Ao retornar a La Paz, descanse dois dias e faça uma investida ao Huayna Potosí (6.088m), que é a
O maciço do Condoriri é composto de 13 picos principais de formas caprichosas e belezas impressionantes... montanha de 6.000m mais perto de La Paz, podendo ser feita em apenas dois dias e uma noite. De La Paz à Laguna Zongo, início da caminhada rumo ao Huayna Potosí, leva-se uma hora e meia de em veículo 4x4 e mais duas horas a pé até o campo alto, a 5.100m. Se estiver muito cansado ou com dinheiro sobrando, é possível contratar carregadores por US$ 10. Monte sua barraca e ataque o cume de madrugada. Se tudo der certo, ao final do mesmo dia você estará em La Paz. O Huayna é perfeito para quem têm pouca experiência mas muita disposição. A temporada de escalada na Cordilheira Real vai de final de abril a final de setembro. Boas escaladas e boa aclimatação.
Dicas A LAB tam as tarifas mais baratas: US$ 360 (baixa temporada) e US$ 420 (alta temporada, de meados de junho ao final de julho). Consegue-se hospedagem com banheiro e televisão no quarto em média por US$ 15 o quarto O transporte de La Paz até as montanhas varia de US$ 90 a US$ 150, ida e volta. Tudo depende da sua conversa. Nunca aceite o primeiro valor. Os guias da região cobram em média US$ 60 por dia. O táxi do aeroporto ao centro sai por US$ 7. Chegando ao aeroporto de El Alto vá para a Calle (rua) Sagárnaga, no centro, ao lado da Plaza San Francisco. Lá encontram-se várias agências de turismo, que fornecem as informações necessárias e alugam equipamento para as escaladas. Há também bons hotéis nas proximidades, com destaque para o Hostal Naira, na própria Sagárnaga. Ali também é possível encontrar escaladores e aventureiros de todas as partes do mundo, que podem ajudar com informações e dicas valiosas.
Pequeño Alpamayo, 5.410 metros. No círculo pode-se ver três escaladores.
O francês Jean-Christophe Lafaille é um dos escaladores mais polivalentes da atualidade. Começou a escalar seriamente em 1979 e, desde então, tem expandido os seus limites de escalada, seja nos Alpes ou no Himalaia. Seu histórico serve como amostra de sua versatilidade.
um trecho fácil, uma nevasca impediu que seguissem avançando. Esgotados e ligeiramente fora de controle, foram obrigados a descer, arriscando muito em cada rapel. Em um determinado momento, Beghin quis rapelar em apenas um grampo de gelo, mas Lafaille insistiu em usar um de seus piolets(*1) como backup.
Como escalador esportivo encadenou 8c (XIa) e Dois rapéis abaixo, realizou o primeiro 8a+ (Xa) em solo. Como alpinista, escalou em A fadiga, a confusão da solitário, na vertente italiana do Mont Blanc, a via Divine toRmenta e a necessidade Providence (900m, 6b A3) e conquistou Chemin des Étoiles de baixar dali rapidamente (1.000m, 6b A3), nas Grandes nublaram temporariamente Jorasses.
Beghin fez uma ancoragem que permitiria alcançar terreno menos vertical e guardou com ele o resto do equipamento. Como era complicado levar ainda os dois piolets, de mau humor, passou um deles a Lafaille, que estava mais abaixo em um platô. A fadiga, a seus anos de confusão causada pela tormenta Lafaille conquistou também o e a urgência em descer primeiro A5 nas paredes dos experiência... nublaram temporariamente seus Alpes (1.000m, A5 M7 V+) e tem anos de experiência. Exausto, experiência em vias de cascatas de gelo e de dry Beghin jogou-se para trás sobre uma só peça e sem tooling. No Himalaia, já fez sete cumes acima dos proteções de reforço. A peça saiu e ele sofreu uma 8.000m. Mas, foi no Annapurna (8.091m) que viveu queda fatal de 1.500 metros, levando com ele as duas a situação mais complicada em toda sua trajetória de cordas e todo o material. alpinista. Atônito, Lafaille olhou para baixo com a certeza de Em outubro de 1992, Laffaille e seu compatriota que Pierre poderia parar: “Apesar de haver muita Pierre Beghin tentaram conquistar uma nova via na verticalidade, achava que acabaria parando”, conta impressionante face sul do Annapurna. Depois de três dias de pura escalada, escureceu quando estavam a 7.300m, enquanto buscavam um platô que viram em fotos. Mas, em seu lugar encontraram uma placa de gelo denso e escuro com 70 graus de inclinação. Não puderam cavar um platô para montar a barraca e tiveram que bivacar pendurados pelos baudriers. Incapazes de acender o fogareiro por culpa do vento, passaram uma noite longa e amarga. Na manhã seguinte, continuaram a escalada e, quando faltavam apenas 150 metros para alcançar Pierre Beghin na parede em que morreria após cair do rapel.
(*1) Picareta utilizada para cravar no gelo. (*2) Tipo de scalada que mistura gelo e rocha. (*3) Travas com pontas de metal usadas na bota. (*4) Greta na base de uma parede de gelo.
que sair por cima era impossível, ele desescalou por terreno misto(*2) relativamente difícil até seu último bivaque, onde estavam os 20 metros de corda que haviam deixado a 7.000 metros. Ali, sem comida e com pouco gás no fogareiro para derreter neve e obter água, passou 48 horas encurralado, enquanto a tormenta soprava com força. Lafaille aproveitou os breves intervalos da tempestade para descer em curtos rapéis, usando os 20 metros de corda e toda ancoragem possível, como os espeques da barraca, cravados de dois em dois. “A soma de tudo que havia feito durante os últimos dez anos principalmente a escalada em solitário - me tirou dessa situação. Apesar disso, tive problemas a 7.000 metros porque estava assutado, tinha medo de cair”, lembra.
Jean-Christophe Lafaille escalando solo a via “Privilege du Serpent” (IXb), em Cëuse, França.
As fixações de seus crampons(*3) tinham se afrouxado, pouco a pouco, mas ele estava demasiado cansado para se ocupar delas. Um dos crampons saiu e desapareceu parede abaixo. Lafaille, continuo baixando, dando saltos com a única bota com crampon que lhe restava. Milagrosamente, 150m mais abaixo conseguiu recuperar o crampon perdido, num trecho de neve fofa. A 6.600m, alcançou um trecho de 150m de cordas fixas, deixado para facilitar a descida. Somente 100m abaixo das cordas é que havia um depósito de comida e combustível. Antes de alcançá-lo, uma queda de pedras o atingiu em cheio, quebrando o seu antebraço direito, que imediatamente começou a inchar e não parou até que a manga da jaqueta impediu. “Meu moral era alto quando me dirigia para a corda fixa, porque sabia que iria sobreviver. Dez minutos depois estava mais deprimido do que nunca. Pensei que não conseguiria sair da parede...”, recorda.
Lafaille. “Nunca esquecerei que foi o que pensei naquele momento”. Sozinho em uma das maiores paredes de montanha do mundo, ele se viu com nada mais do que uma mochila quase vazia, a roupa do corpo, um par de piolets, dois mosquetões e uma Depois de três dias de pura fita. Além disso, a escalada, escureceu quando tempestade piorava. Do ponto de vista de um estavam a 7.300 metros, enquanto espectador disciplinado, buscavam um platô que se via em Lafaille não tinha nenhuma possibilidade fotos. de sair com vida. Certo de
Bivacando a 6.500m, Lafaille chegou a pensar em rolar montanha abaixo dentro do saco de dormir para acabar de vez com aquele suplício. Mas, o instinto de sobrevivência prevaleceu. “Ainda me
restava um pouco e pensei que o mínimo que poderia fazer era dar tudo”. Aos 6.500m, rapelou 200m e logo deixou as cordas, porque tinha que puxá-las com muita força para fazer usando apenas um braço e a boca. Desceu um trecho de gelo de 55 graus com um único piolet. A corda que haviam deixado para passar a rimaia(*4) estava congelada e, por mais que fosse puxada, golpeada ou mordida, não se afrouxava. Este episódio custou a Lafaille um dente quebrado. Na manhã depois do acidente, seu oitavo dia na parede, Lafaille desescalou a rimaia. Protegido de quedas de pedras pela borda negativa da rimaia e não longe do campo base, ele relaxou. Tirou o capacete, deixou a mochila de lado e ficou tombado meia hora, dizendo “Nunca mais voltarei às montanhas em toda a minha vida”. Antes do acidente, ele e Pierre percorriam facilmente o caminho da rimaia ao campo base em apenas 30 minutos. Mas, agora havia meio metro de neve. A barraca que haviam deixado no campo base avançado estava enterrada e rígida pelo gelo, Lafaille quase enlouqueceu quando não conseguiu desenterrar os víveres nela armazenados. Dirigiu-se a uma barraca de uma equipe eslovena e pegou dois tubos de mel. “Tive medo de pegar mais, agora não sei porque”. Seguiu a pegada dos eslovenos e encontrou um sherpa que trazia água e comida.
e, em 1996, subiu o Shisha Pangma e fez uma travessia, em solitário, do Gasherbrum I e II em três dias. Em 2002, fez com o espanhol Alberto Iñurrategi, a primeira repetição da Aresta Leste do Annapurna, uma via com poucas possibilidades de êxito, por ser técnica, difícil, longa e de alto Lafaille no acampamento base. risco, pois é desprotegida dos ventos. No caminho de ida e volta acamparam três dias seguidos acima dos 7.000m. Lafaille também continua em atividade escalando nos Alpes, além de trabalhar como instrutor na escola de Guias de Chamonix, na França. Fonte: Desnivel de nov/1993 e Jun/2001e Alpinismo Extremo, de Mark Twight e James Martin .
Depois de algumas operações no braço, meses de descanso e terapia, Lafaille começou a escalar novamente. Em 1994, voltou a escalar bem em rocha
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R a l f C ô r t e s C r o q u i s
Platô d a Lagoa no fino trato Durante minhas tentativas em um novo projeto no Platô da Lagoa, tive a chance de observar o ciclo que mexe com o lugar, dos escaladores freqüentadores do ambiente aos escaladores de passagem (profissionais, curiosos...), e fiz uma triagem de vias no intuito de elaborar uma brincadeira, um circuito tradicional. E deu no croqui abaixo, com vias de no máximo VIIb com proteções fixas e móveis, que seriam uma boa aula de escalada em rocha para quem curte a atividade.
Conquistadores: André Ilha e Lúcia Duarte.
Escolhi somente as vias que foram abertas sem agarras cavadas, de baixo ou em móvel. O começo pode ser numa fenda perfeita com boas proteções móveis, como a Pequena Notável, ou fazer a cabeça com a Cabeça Feita, uma viazinha em móvel mais corajosa. A maior delas é a Veias Abertas, com duas enfiadas, quando o concreto do lugar some. Depois vem o Cristal Canibal, um delírio de boas agarras com um toque final de VIIb e, Pros Que Estão em Casa, está na hora de ajeitar os móveis do lar... Taí um circuito e um dia ganho no Platô da Lagoa.
Conquistadores: Júlio Campanella e André Kühner
C r o q u i s
Para chegar à Pequena Notável, caminhe no platô da Lagoa para a esquerda. Quando acabar o concreto, passe pela base da Lábios, pegue uma trilha e caminhe uns 150m. Procure pelo primeiro diedro da via, que só é visível saindo da trilha e indo em direção à parede. A Cabeça Feita fica logo à esquerda da Lábios. A Veias Abertas, também conhecida como Cristal Mágico, é fácil encontrar, basta procurar o veio de cristal. Já as vias Cristal Canibal e Pros Que Estão em Casa, estão na extrema direita do concreto e também são fáceis de identificar. Veias Abertas e Cristal Canibal não precisam de móveis. Mais informações: ralfcortes@ig.com.br ou fator2@guiadaurca.com.
Pros Que Estão em Casa
Conquistadores: iniciada por Bruno Menescal e Rodolfo Pajuaba e finalizada por Andre Ilha e Lucia Duarte.
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Conquistadores: Andre Kühner e Nilton Campos.
W a l d e c y C o l u n a
d e
M a t h i a s C a m i n h a d a
Nossos ídolos do passado No alpinismo seria fácil identificarmos nossos ídolos, felizmente muitos deles brasileiros. Se no passado nós tivemos ícones da escalada, como Sylvio Mendes, Giuseppe Toselli, Pellegrini e Rodolfo Chermont, também tivemos ícones das caminhadas e grandes empreitadas. É necessário então relembrarmos grandes guias da velha guarda do Centro Excursionista Brasileiro (CEB), geração de ouro que brilhou na década de 40 e 50. Além de guias, eram mateiros excepcionais: Ájax Alves Correa Correa: profundo conhecedor da Serra dos Órgãos e Itatiaia. Quando, em 1947, havia preparado a descida dos paredões dos Castelões (PNSO), um grupo se antecipou e, sem comunicar nada, desceu na sua frente. Tal fato o fez se afastar durante longos anos do CEB. Gunther Bucheister Bucheister: especialista em Serra dos Órgãos foi um dos conquistadores da Agulha do Diabo (1941). Ele foi o responsável pela abertura da picada até a base da montanha, subindo todo o Rio Paquequer e se aprofundando no colo entre o São Pedro e o São João. Salomyth me contou uma vez que Gunther, do
cume do Sino, indagou aos seus companheiros: “Que tal descermos o Sino por aqui?”. E assim foi, abrindo a picada durante três dias até chegar na linha do trem. Almy Ulissea Ulissea: em minha opinião, o maior de todos. Maior porque era um montanhista completo, bom de planejamento, de caminhada e escalada. Almy conquistou a Face Leste do Dedo de Deus, em 1944, sem usar um único grampo, conquistou também a Agulha do Diabo, Agulha da Coroa do Frade (1946) ainda sem repetição -, Agulha das Duas Vertentes (1945), na qual eu participei da sua terceira repetição, em 2002, Pico Grande de Magé (1941) e tantas outras montanhas. Morto nos anos 70, pouco se sabe sobre ele. Há uma geração mais nova, como Carlos Costa Leite, infelizmente falecido, e outros que ainda estão na ativa, como Raimundo Luiz Minchetti e Francesco Berardi. Berardi, um dos pilares do CEB continua conquistando montanhas, várias por ano, num ritmo de tirar o fôlego dos mais jovens. Necessário citar o Mário Senna, que aprendeu a fazer montanha com esta ultima geração. Infelizmente, a geração dos grandes guias mateiros não está se renovando e a tradição das grandes empreitadas e planejamentos está se findando. Agradeço aos que me procuraram para tirar dúvidas da minha última matéria sobre mochilas. Até a próxima.
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Waldecy Mathias Lucena
C r o q u i s 8 Argus 5º VIsup E3 D3 - 400 metros. Essa via é uma conquista de Giovanni Tartari, Jorge Gomes e Sérgio Tartari, de 1988, e fica na Face Norte do Pão de Açúcar. Para chegar na base, o mais fácil é descer a Face Leste, acessada pelo Costão, chegar até a base da Iemanjá e descer até o nível do mar. Seguindo o caminho dos pescadores, chega-se a um trecho que deve ser atravessado com as cordas fixas que estão lá. Após este trecho já é possível ver os grampos da primeira enfiada. É aconselhável fazer este trecho com a maré baixa. Ela é um E2 nas três primeiras enfiadas, sendo o VIsup obrigatório, e só depois possui alguns lances longos. Nos dois trechos mais expostos não é possível ver o próximo grampo. Deve-se ter cuidado para não sair da via. É necessário levar um jogo de friends. Esta e outras atualizações do Guia da Urca podem ser vistas em www.guiadaurca.com.
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C r o q u i s
Urbanóide 4º V E2 D1 - 3 enfiadas. Situada no Morro do Cantagalo, na Lagoa, o Urbanóide é uma das vias mais conhecidas, bonitas e clássicas do Rio de Janeiro. A primeira enfiada possui uma linda sequência de lacas e a proteção pode ser melhorada com alguns stoppers, apesar de não ser obrigatório. O lance de V, que é obrigatório, fica no início da segunda enfiada. Normalmente se faz uma pequena terceira enfiada e não se chega ao cume, que é alcançado facilmente por trilha a partir da Favela do Cantagalo. O acesso é feito pela Rua Prof. Gastão Baiana, que liga a Lagoa a Copacabana. No alto dela, entra-se na Rua Pres. Afonso Lopes, junto a uma cabine da PM. A trilha começa no final da rua à esquerda.
Equinox