Revista de Escalada Fator 2 - nº 08

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Assinatura e cartas

O montanhismo brasileiro tem crescido muito nos últimos anos, mas infelizmente o grande número de curiosos e leigos que se aventuram nas montanhas também. Não há nada de errado nas pessoas quererem subir montanhas, mas sim a maneira como elas o fazem. Existem numerosas escalaminhadas como a da pedra da Gávea e do costão do Pão de Açúcar onde atualmente tem se encontrado muitos leigos a subir sem o uso de nenhum equipamento... É certo que são acessos fáceis, mas nem por isso deixam de ser perigosos, tanto é que possuem grampos. Outros exemplos são as vias Escadinha de Jacó e São Bento (ambas no Pão de Açúcar) que também são freqüentemente subidas por leigos sem nenhuma técnica ou segurança. Inclusive, no mínimo, atrapalhando quem o faz corretamente. Isso continuará acontecendo mesmo que algum acidente fatal ocorra e mais uma vez os montanhistas sejam os vilões da história. Cabe a nós montanhistas fazer algo para que isso deixe de ocorrer, orientando os leigos e principiantes para evoluir de maneira correta através de cursos que podem ser encontrados nos clubes, associações e escolas de escalada e também escolhendo bons parceiros e conscientizando-se das técnicas de segurança para que acidentes não acontecem conosco. Existem escaladas fáceis, contudo não vamos dar chance a má sorte, acidentes acontecem quando menos se espera e mesmo com os mais experientes que se achem super confiantes!!!!

__Cintia Adriane

Flavio Daflon e Cintia Adriane - Rua Valparaíso, 81 / 401 Tijuca - Rio de Janeiro, RJ - Cep 20261.130 Tel.: (21) 567-7105 E-mail: fator2@pobox.com

www.webspace.com.br/cia-escalada/fator2

Fator2 - Fator de Queda Fator 2 é um fator de queda extremo, na qual todos os componentes de uma escalada são submetidos a grande impacto. Este fator é calculado pela altura da queda, dividido pela distância de corda entre os escaladores.

Atenção

Escalada é um esporte onde há risco de você se acidentar gravemente ou até mesmo morrer. Esta publicação não é um substituto para um Instrutor ou Guia de escalada em rocha. Caso você não conheça ou possua dúvidas em relação às técnicas de segurança para a prática do esporte, procure um instrutor ou guia especializado para lhe ensinar. Acidentes sérios e até fatais podem ocorrer, como resultado de uma má compreensão dos artigos aqui publicados ou da superestimação dos seus próprios limites. Capa: Andy Maag escalando em livre na Nose , Yosemite. Foto: Alexandre Portela.

Nº7

Outubro / Novembro, 1999


prêmios. Maiores informações: (11) 866-2611 ou alaya@alaya.com.br .

Queda no Pão de Açúcar

Corrida de Aventura A primeira edição do Raid Brotas Extreme, prova de aventura e de solidariedade, acontecerá nos dias 7 a 9 de Julho de 2000, em Brotas (SP). Será uma competição de ritmo muito intenso, com provas nas modalidades: orientação, técnicas verticais (subida e descida em corda), canyoning, mountain bike, rafting, ride n run (cavalos) e bóia-cross. As equipes deverão ter 4 competidores (no mínimo 1 mulher) e 2 pessoas no apoio logístico. As vagas são para 30 equipes, a inscrição é de R$ 1000,00 por equipe e o prazo é de 1 a 31 de maio de 2000. A equipe vencedora tem vaga garantida na edição 2000 da Expedição Mata Atlântica, dentre outros

Pode vir que é só uma caminhada... não precisa dar segurança , Ah, daqui para cima ninguém mais cai... , Você faz esse lance encordado? Eu não preciso, é fácil! ... Quantas vezes não ouvimos estas frases? Dia 8 de janeiro, na escalada do Paredão Heineken no Pão de Açúcar, só não aconteceu algo pior porque os guias foram cautelosos.. A escaladora Cissa de Almeida ainda estava presa no último grampo, quando o líder da cordada seguiu para um trecho que seria uma mera caminhada. Quando esticou a corda ele mandou que ela subisse. Antes mesmo de começar a caminhada, não se sabe exatamente como (talvez tenha escorregado numa lasca de pedra) Cissa caiu cerca de 8 metros até que a corda que os unia esticou. O saldo da queda foi o pé esquerdo torcido e um sofisticado e seguro trabalho de descida da vítima. Não fosse a corda que os unia e a atitude de manterem os procedimentos básicos de segurança, muitas vezes negligenciados, a escaladora talvez não tivesse sobrevivido. Graças a atitude previdente de se manterem encordados até local seguro, (o que muitos talvez não o fizessem, acreditando ser um exagero), tudo não passou de um susto e quinze dias de molho , engessada. Que este incidente sirva de exemplo aqueles que negligenciam a segurança em lances fáceis de escalada ou caminhadas expostas. A história de que aqui ninguém vai cair é falsa, haja vista que a maioria dos acidentes corriqueiros acontecem nos lugares mais bestas , quando estamos confiantes de que nada vai acontecer... A adoção de medidas de segurança nunca é um exagero, mas uma forma de praticar o montanhismo com prazer. Sinceros agradecimentos a todos que naquele momento agiram com dedicação, carinho, adotando medidas com a máxima segurança possível para que Cissa fosse retirada do local da forma mais tranqüila possível. São atitudes como essa que nos possibilitam continuar usufruindo do prazer de seguir praticando o montanhismo. Cissa de Almeida Biasoli


Sites de Montanhismo Chegou na Fator2 o e-mail de dois grupos de montanhismo que estão com seus sites atualizados. São eles o Grupo Rocha de Marília, de São Paulo, que está no endereço: www.geocities.com/yosemite/campground/ 4302, e o outro é o do Clube Excursionista Petropolitano (CEP) de Petrópolis, RJ, no endereço: www.compuland.com.br/cepetro/

Mais uma na Trango Os russos Yuri Koshelenko, Alexander Odintsov, Igor Potankin e Ivan Samoilenko, abriram nova via na face noroeste da Trango Tower (Karakoram), a mesma onde os americanos haviam aberto a maior via de escalada em rocha do mundo (ver Fator2 nº 7). Agora ambas sustentam este título, pois a via dos russos também tem 1800m em rocha, 63 enfiadas e está graduada em: grade VII, 7º grau A4. A rota aberta 11 dias depois da americana, chama-se Russian Way . Revista Climbing

No Gelo A 2ª Etapa da Copa do Mundo de Gelo (Ice World Cup) na França foi abruptamente interrompida por um desastre no dia 25 de janeiro. Na manhã do segundo dia de campeonato, durante a inspeção de rotina, ao cravar o piolet no gelo, o route setter sentiu parte da torre despencar. Provavelmente a falha foi causada por um grande corte feito na estrutura da torre para a abertura da semifinal. Ninguém se feriu, mas houve grandes transtornos no prosseguimento da Copa. Revista Rock n Ice.

Assaltos na Rocha Recentemente aconteceu um fato lastimável em uma das melhores áreas de escalada do Brasil, a Serra do Cipó. Esse paraíso de bela natureza andou recebendo visitantes perigosos. Dois montanhistas cariocas relataram que no primeiro dia de estadia, quando acamparam em uma gruta perto do local de escaladas, tiveram que voltar para casa depois de um assalto que um deles sofreu na trilha, quando voltava do banho que tinha ido tomar no Camping da Zuma. Eram mais de dois e um deles apontou a arma para sua cabeça. Houve até a suposta idéia de matá-lo, mas resolveram solta-lo. Mesmo em lugares tão bonitos e isolados estamos à mercê de maus elementos que deveriam estar atrás das grades. Daniel Ferreira, montanhista da região solicita a todos escaladores que tiverem informações sobre ocorrências de furtos, assaltos ou similares nas áreas de escalada mineiras, favor entrar em contato no e-mail: daferma@zaz.com.br. É necessário informar à PMMG sobre a necessidade de maior policiamento nos locais. Por isso não hesitem em dar queixa na delegacia.


China Wall Foi inaugurado há algumas semanas, dentro do Playland, no Barra Shopping, no Rio de Janeiro: o China Wall. Com 11 metros de altura e 19 de largura, o mesmo conta com vias de várias graduações em paredes verticais, diedros e negativas. A empresa responsável é a Xtreem, e o coordenador técnico do Muro é Bruno Menescal. A equipe está formada por 8 instrutores que além de fazer a segurança nas cordas, orienta os já iniciados e ensina aos leigos a arte de subir pelas paredes. Em breve serão ministrados cursos de escalada indoor e em rocha. Com certeza muitos dos futuros escaladores estarão começando no muro suas aventuras rumo as montanhas.

Mais Guias Mais um saindo do forno! Alberto e Fábio Guedes estão escrevendo o Guia de Escaladas da Região de Itatiaia. Serão aproximadamente 200 vias. Eles já tem o material quase todo pronto, mas estão faltando os nomes dos conquistadores e de algumas vias. Por isso quem tiver informações ou que já tenha conquistado vias em Itatiaia e puder ajudar, entre em contato com o Alberto pelo e-mail jfguedes@zaz.com.br ou tel.:(24) 9917.2534 / (24) 354.0274. Esta iniciativa conta com o apoio do Parque Nacional Itatiaia e do Grupo Excursionista Agulhas Negras. Logo todos poderão desfrutar das belíssimas vias daquela região. E já saiu o Guia de Escaladas de Minas com croquis, história e catálogo de 800 vias de todo o Estado. Informações nos telefones: 271-1679 ou 9967-3415 ou ainda por e-mail: daferma@zaz.com.br.

A união faz a força Depois de discussões e reuniões através da Interclubes o projeto do deputado Miro Teixeira, que previa a obrigatoriedade de contratação de guias da região para visitação as unidades de conservação, foi retirado, mostrando os benefícios que a união dos montanhistas em organizações pode proporcionar. O deputado visava melhorar a situação do desemprego no país, mas não contava com as imperfeições do projeto. Outro projeto será apresentado futuramente pelo Sr. Miro, que prometeu entrar em contato com a Interclubes antes de apresentá-lo para debatê-lo com todos os interessados.

Novos Feras Gustavo Nassar com apenas dois anos de escalada foi o segundo escalador a encadenar a via The Hunter , na Floresta da Tijuca (RJ), graduada em 9c/10a. O garoto de 23 anos, já conseguiu completar sem quedas outras vias difíceis como Heróis da Resistência (9c), Morfina (9b), as duas na Serra do Cipó (MG) e Frases Feitas (9a/b), Ban Ban (9a/b) entre outras. Fica aí um incentivo para a galera que está começando, com persistência e determinação podemos formar grandes feras da escalada no Brasil. Felipe M. Assad.


Dhaulagiri em Solitário A perigosa parede sul da Dhaulagiri (no Himalaia nepalês) com 4000 metros, até então virgem, acaba de ser conquistada pelo esloveno Tomaz Humar em novembro passado, e em solitário. No mais puro estilo alpino, com 40 kg as costas e somente 50 metros de cordim de kevlar de 5mm para fazer a segurança, Tomaz abriu em 9 dias essa impressionante linha. Ela sobe pelo centro da parede sul superando os 4 mil metros com uma dificuldade de grade VII, trechos de 90º de inclinação e misto de rocha e gelo M7+. Dos 4000 m que possui, 1700m são de rocha percorrida por precárias cascatas de gelo, rocha decomposta, barreiras de seracs e muitas gretas. Reinhold Messner já havia feito uma tentativa nessa parede sul em 1977 e depois de permanecer 4 semanas com muito mal tempo decidiu abandonar a idéia. Segundo conta nesse tempo que lá ficou aprendeu o que é o terror. Humar, com 30 anos, conseguiu abrir essa duríssima rota em uma das paredes mais difíceis do mundo.

Recorde no Aconcágua Depois de 10 dias de aclimatação em Plaza de Mulas (acampamento base), três italianos bateram o recorde de subida rápida no Aconcágua, Argentina. O pico de 6.962m foi escalado por Bruno Bronod, Fabio Meraldi e Jean Pellissier em 3 horas e 40 minutos. O recorde anteriormente era dos franceses que haviam subido em 4 horas e 36 minutos, em 1992. Desde sua primeira escalada, no final do século IX a montanha já conta com 99 mortes. Nesta estação, um mexicano, um argentino e uma mulher japonesa morreram de edema

pulmonar provocado pelo mal da altitude. Sem dúvida a subida em velocidade é uma aventura ousada e perigosa, mas também gloriosa.

Proteções Fixas Está sendo organizado o I Seminário Sobre Proteções Fixas da Interclubes. O evento ocorrerá no dia 15 de março às 19:30 hs na sede do CEB (Centro Excursionista Brasileiro), na Av. Almirante Barroso nº 2, 8º andar, Centro, RJ, e seguirá o mesmo modelo dos seminários sobre graduação. Haverá uma mesa e cada um de seus membros fará uma exposição inicial, para depois abrirem-se os debate.


Morte na Pedra da Gávea Dia 23 de janeiro foi marcado por mais um trágico acidente na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro. Alexssandro Marques, de 25 anos caiu no trecho denominado Carrasqueira. Talvez pela demora em ser socorrido não sobreviveu. Montanhistas que estavam no local tentaram por mais de uma hora entrar em contato com alguém pelo telefone, mas ninguém atendia. Até a Guarda Municipal tentou acionar o resgate, sem resultado. Segundo uma montanhista, chegaram a perguntar qual era o endereço da Gávea! Uma hora mais tarde dois helicópteros do CGOA chegaram ao local, mas o rapaz acabou morrendo no Hospital Miguel Couto vítima de traumatismo crânio-encefálico.

Face Nordeste do Itabira Uma nova rota foi aberta no Pico do Itabira, no Espírito santo, por Luciano Bender, Marcel Leoni, Leandro Bidu Siqueira e Magno Santos. Até então existiam apenas duas vias, a Silvio Mendes de 1947, e a Chaminé Cachoeiro de 1960. A nova rota localiza-se na face nordeste do Pico do Itabira, que fica na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, e tem 540 metros de altitude. São 7 enfiadas, ao todo, aproximadamente, 320 metros de escalada em rocha. A via foi graduada em VI A2+ e o material necessário para a escalada são: 2 cordas de 50 metros, 2 jogos de Friends, 3 pitons de lâmina média, 4 pitons Angle (2 pequenos e 2 médios) 1 RURP e 3 TCU s pequenos a médios. Nas próximas edições estaremos publicando a matéria com fotos e croquis, aguardem!


Acidentes em montanha Pedro Lacaz Amaral vem realizando um trabalho junto à PAREDE - Esportes de Montanha , que consiste na elaboração de um Relatório de Acidentes em Esportes de Montanha. A idéia é emitir anualmente um apanhado de todos os acidentes ocorridos durante o ano, junto com uma análise dos mesmos, para que, conhecendo-se a causa eles não se repitam. Além do relatório anual, estará sendo feito um levantamento de todos os acidentes ocorridos nos últimos 20 anos. Se alguém esteve envolvido em algum acidente ou quase-acidente, e quiser ajudar, preencham o relatório, que pode ser solicitado através do e-mail parede@openlink.com.br ou preenchido on line, no site do Hang On http://www.hangon.com.br/acidentes ou ainda solicitado através do endereço Rua Senador Pedro Velho, 219 - Cosme Velho CEP 22241-070 - Rio de Janeiro - RJ ou telefones: (21) 9165-7577 (c/ Pedro) e (21) 548-3468 (c/Kiko). Em função desse Relatório, está sendo feito um levantamento de todos os Clubes Excursionistas, Escolas de Escalada, Lojas de Equipamentos e locais onde escaladores podem ser encontrados, em todo o Brasil. Este levantamento vai servir para que se possa fazer uma maior divulgação do Relatório e para que, quando o mesmo estiver pronto, possa ser enviado para estes locais. Quem puder informar nome, endereço, e-mail, telefone e pessoa de contato destes locais, pode fazê-lo pelo e-mail ou endereço acima mencionados.

Croquis Por falta de espaço não foi possível publicar o croqui da via Credito Divino . Porém você pode salvá-lo no site da Fator2: www.webspace.com.br /cia-escalada/fator2.

Via Crédito Divino Imponente, a Agulha do Diabo com 2060m, está localizada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Seu cume foi conquistado em 29 de junho de 1941, e a via normal era a única opção de ascensão até hoje. No dia 25 de Agosto de 1994, 53 anos depois da conquista, Ildinei de Oliveira, Rogério L. Mattos e Alex S. Ribeiro, iniciaram a conquista de uma nova via que viria a ser terminada em 27 de dezembro de 1999. Crédito Divino , foi o nome dado devido ao grande esforço, para conquistar uma nova alternativa de ascensão ao cume desta magnífica formação da Serra dos Órgãos. Foram 6 enfiadas, ao todo 250 metros, graduada em IV A2. O equipamento necessário é: corda de 50m, 2 jogos de Friends, 2 Camolot 4 e 5, clifs para buraco de ¼.


? o il t s e u e s o é Qual Escalada de Alta Montanha Como o nome diz, Alta Montanha pressupõe altitude (acima de cerca de cinco mil metros), falta de oxigênio, gelo (não obrigatoriamente já que, só para citar um exemplo, não existe mais glaciares na via normal do Aconcágua, 6.962 m.), longas caminhadas de aproximação, expedições para lugares distantes (não existe alta montanha no Brasil) e dias, semanas ou meses escalando, se estivermos no Himalaia tentando um oito mil. Uma boa aclimatação é a chave, e isto implica em dar tempo ao seu corpo para se acostumar com a baixa concentração de oxigênio no ar rarefeito. Dor de cabeça, insônia ou sonolência exagerada, enjôo, lentidão no passo e no pensamento são alguns dos fatores que podem denunciar a má aclimatação. Enjôo também pode ser prenúncio de esforço físico exagerado acima do suportável -, assim como tosse pode indicar início de edema pulmonar, e falta de equilíbrio indicar edema cerebral, duas doenças da altitude que podem matar. Gelo e rocha são diferentes o suficiente

Uso de piolets e grampons.

Parte VII

busca nos destroços de uma avalanche, aprender a reconhecer uma área propensa a elas, conhecer como é constituída uma montanha de neve, aprender como se forma e o que é um glaciar, acampar no gelo, entre outras, você estará apto para vôos cada vez maiores, mais altos e audaciosos como uma parede técnica em altitude a Bolívia é cheia delas e é aqui pertinho... O Aconcágua é um ótimo exemplo em vários sentidos, já que a normal é conhecida por ser fácil tecnicamente. Aliás, a maior parte das normais costumam ser fáceis, não? O fácil tecnicamente não significa que ela seja segura e o Aconcágua costuma cobrar uma taxa alta destes incautos: morte por hipotermia, congelamentos, quedas bobas em paredes de pouca inclinação com conseqüências desastrosas como coma e morte, e toda sorte de acidente que poderia facilmente ser evitado, apenas usando equipamentos corretos e conhecendo um pouco mais o ambiente severo de alta montanha. Para piorar, muitos

para praticamente significar outro esporte. Por isto, é sugerido um curso para a iniciação em gelo, mesmo que já se tenha anos de experiência na rocha o encordamento no gelo é diferente, por exemplo. Com técnicas de escalada e segurança como: usar uma piqueta, fazer um rappel em um cogumelo de gelo ou estaca, segurar a queda de seu companheiro dentro de uma greta, se assegurar, pular uma greta, tirar seu companheiro de dentro de uma, cavar um iglu, aprender a escolher os vários tipos de piqueta e grampon que existem no mercado, aprender a fazer uma

Alta Montanha na Bolívia.


conseguem efetivamente chegar ao cume, aumentando a arrogância e proporcionando ao pretenso alpinista a sensação de conhecedor da montanha e suas mil facetas, crescendo enormemente o risco que esta pessoa correrá na próxima expedição (que deverá ser provavelmente Bolívia ou Peru, pelo baixo preço e proximidade, mas que exigirão

um mínimo de conhecimento de glaciares, travessias, segurança e resgate). Faça um curso, aprenda as técnicas e divirta-se com segurança! Já que nos resta apenas 10% de gelo cobrindo a Terra...

Texto: Helena Artmann (jornalista, alpinista fez o Curso Básico de Escalada em Gelo do Clube Alpino Paulista em janeiro de 1996 e o Io. Curso de Alta Montanha do CAP em julho de 1996 com algumas incursões pelo gelo e altitude nas montanhas dos Andes, Alpes, Himalaia, Alasca, África, Cáucasus e Antártica).

As montanhas as vezes servem de consolo ou abrigo para aqueles momentos de paz interior. Aos loucos aventurados caberá sempre uma nova via a ser traçada na longitude de um espaço rochoso, que as vezes pode se tornar curto demais para quem não respeita seus limites. Val de Salinas.


paredes americanas

americanas

Por Alexandre Portela

Em Janeiro de 99, meu amigo e companheir Estados Unidos, disse ter um carro tipo furgão em cas meses de escalada sem quase descanso,

Andy me pegou no aeroporto de Seatle e fomos dir os graus de dificuldade. Vale dizer que em todas a proteções fixas. Começamos com alguns 5.10, 5.11 e até North Cascades National Park, a NE de Seatle, onde e clássico de Big Wall ( 5.10 A4 ) em ambiente mais selvagem fizemos em livre dando um 5.11+, também


Por dois meses Alexandre Portela esteve nos Estados Unidos. Entre vias desportivas e bigwalls esteve escalando por nove diferentes áreas.

ro de conquista na Face Sul da Poincenot, Andy Maag, me convidou para uma viagem aos sa de uns amigos em Seatle e de lá, poderíamos ir viajando e escalando. Resultou em dois por nove diferentes áreas, nos meses de outubro e novembro de 99.

reto para Index, escalar numa super falésia de fissuras, totalmente em proteção móvel e com todos as regiões onde escalei não encontrei sequer uma via protegível em móvel que tivesse é um 5.13 com corda de cima que me custou a pele dos dedos e bolhas dágua. Depois fomos ao está situado o Pico Liberty Bell (aprox. 3000 mts.), escalamos Thin Red Line em dois dias, um m. No mesmo maciço fizemos uma longa via em estilo alpino não muito difícil com um artificial que fizemos a face Nordeste, que acredito termos conquistado uma via, pois


não encontramos nenhuma informação. A parede, com alguns sistemas de fissuras meio indefinidas não nos dava nenhuma certeza de que sairíamos por algum lugar, e as colocações eram muitas vezes precárias num granito não lá muito sólido e com uma dificuldade constante de 5.10+ e 5.11. Foram dez dias de tempo perfeito nessas isoladas montanhas. Partimos ao sul e chegamos em Smith Rocks. Na manhã seguinte uma romaria de escaladores se dirigia para as tão belas e conhecidas falésias de arenito. Integramo-nos nesta caravana de trepadores e aproveitamos o sábado com escalada desportiva, relaxadamente e sem estress. Após algumas belas vias terminamos afinal no provável 5.12 mais exposto de Smith Rocks, e que Andy concluiu após escalar e desescalar algumas vezes o último, longo, atlético e adrenante lance da via, situação que acabou se repetindo em outras escolas esportivas pelas quais passamos. O escalar relaxado acabava sempre por alguma via adrena , normalmente quando já havíamos gastado consideravelmente as nossas forças. No Domingo nos metemos na via AstroMonkey (5.11d) em Monkey Face, com sete verticais e exigentes enfiadas. Sem dúvida uma belíssima via com fissuras das mais variadas incluindo algumas barrigas e tetos bastante divertidos . Y o s e m i t e National Park foi nosso próximo destino. No gramado em frente ao El Capitan pode-se ficar horas deitado observando e viajando. O pensamento percorrendo inúmeras fissuras, diedros, negativos, passos em cliff, pitons, heads, pêndulos, bivaques... Que fazer? Tantas coisas, tantas possibilidades... Nosso objetivo era escalar belas e fortes vias. Então, primeiro, escolhemos o local: a grande muralha à direita da Nose , a mais longa de todas sem perder a verticalidade. Qual via? Ora, não importava, seria mais emocionante subir por onde quiséssemos, sem informações, croquis, lista de equipamentos ou cordas fixas. Calculamos tudo olhando a via e sem abrir qualquer tipo de guia. Lançamo-nos por essa parede, à primeira vista muito lisa e com


sutis sistemas de fissuras. Logo nas primeiras enfiadas já nos deparamos com rasas e longas fissuras para heads, muitos já fixos ocupando os poucos espaços possíveis para colocações. O que por um lado agilizava, por outro era muito mais adrenante. Muitos já tinham os cabinhos arrebentado, sendo necessário fazer um minúsculo prussik nas emendas dos cabos, pois o local para o mosquetão já era. Nos terceiro e quarto dias estávamos numa parte da parede que acreditamos termos sido os primeiros a repetí-la, pois as marcas nas finas fissuras deixava claro que haviam sentido a pressão dos pitons apenas uma ou no máximo duas vezes, em sua existência. Delicada, equalizávamos hurps e heads, pequenos stopers suspeitos e pitons com fitas na base. Os cliffs foram usados em quase todas as enfiadas, tornando-se ferramentas inseparáveis. No total foram oito dias e sete noites incluindo a descida, um a menos do que tínhamos de comida e água. Enfiadas de A3+ foram a maioria sendo algumas A2 e A4 . Passamos por Mescalito , Adrift com suas quase intocadas fissuras, Wall of Early Morning (com algumas enfiadas de rivets de alumínio tão velhos e desgastados que os heads me deixavam mais tranquilos) e

À esq.: Andy em Smith Rocks; à esq. embaixo e também na foto acima em Zion na Moon Light Butress ; abaixo no cume da North Cascades .


Mescalito outra vez, para finalizar. Se eu fosse graduar as enfiadas com certeza mudaria várias. Os A3+ de Adrift eram mais difíceis que os A4 de Mescalito . Num lugar com tantos big walls, onde há muita referência de graduação, ainda sim a diferênça pode ser muito grande. A graduação de artificial é bem difícil de definir. Uma enfiada pode ser um A3 só porque não tem uma queda de 40 metros, mas pode ser muito mais técnico e trabalhoso que um A4, necessitando muitas vezes o dobro de tempo para escalá-la. Fissurados, escalamos com apenas uma dia de descanso talvez a via em livre mais bonita de Yosemite, Astroman . Uma cordada já estava na via e isso atrasou-nos o suficiente para não escalarmos as três últimas enfiadas. Porém as 7 consideradas mais bonitas pudemos desfrutá-las em 5 longas enfiadas com corda de 60m (5.10a, 5.11c, 5.10b, 5.11b e 5.11b). Fomos a Las Vegas passando pelo deserto da morte, e pegamos Ilona, companheira de Andy que estaria conosco 15 dias. Sem perder tempo, escalamos em Red Rocks alguns dias. O arenito vermelho e branco, ora separados, ora misturados, causava lindos efeitos visuais principalmente com as luzes do amanhecer e do pôr do sol... Além do setor esportivo que tem vias de todo tipo, escolhemos duas longas vias também consideradas entre as mais belas da região, Crimison Crisalis ( aprox. 9 enfiadas, 5.9+) e Levitation (aprox. 10 enfiadas, 5.11+). Foram belos dias azuis com noites frias de lua cheia. Nosso próximo objtetivo era escalar Moon Light Buttress (C2 ou 5.13a) em Zion Canion National Park. O lugar é alucinante, um labirinto de Canions e a via que escolhemos era num arenito vermelho com fissuras longas e perfeitas. É preciso ter vários móveis repetidos. Entrar num lance com a fissura longa e igual, com poucos pés e a colocação de microfriends com areia soltando ao seu toque são uma adrenalina que realmente não estamos acostumados. É preciso proteger sem inocência, e ao mersmo tempo, esticar o máximo entre cada peça repetida. Moon Light Buttress é um clássico, muito conhecido pela sua beleza e também muito disputado. Ao


chegarmos haviam 3 cordadas na via. Entramos assim mesmo. A cordada de cima tinha um dia de vantagem, porém encostamos neles, ou melhor nelas, em algumas horas. Ficamos sabendo que era o primeiro bigwall delas. O jeito foi enrolar, montar a maca e a rede de parede e brincar um pouco nas perfeitas fissuras da via. No dia seguinte, foi do tipo empurrando-as, senão levariam 4 dias. No cume foi aquela comemoração. Poucas vezes eu havia escalado 10 enfiadas de fissuras perfeitas ininterruptamente. Mas nossas cabeças não saíram dessa belíssima via e no dia seguinte bem cedo partimos, eu e Andy, para tentá-la toda em livre e rápido. Acordar cedo não foi suficiente, já tinha gente entrando na via. Pensativos e sem querer abandonar a idéia, resolvemos fazê-la ao contrário. Subimos ao cume, rapelávamos as enfiadas e íamos refazendo-as. Terminamos cansados e felizes, conseguimos escalá-la com apenas uma queda cada um essa super via (10 enfiadas: 5.8, 5.10, A1, 5.11d, 5.12d, 5.12a, 5.12b, 5.12a, 5.12a, 5.10). Voltamos às termas de Bishop nesses últimos dias e

Fotos do El Capitan onde Alexandre o Andy escalaram duas vias; à esq. abaixo na Mescalito ; acima na Adrift ; e abaixo na Nose .


aproveitamos para conhecer Happy Boulder (rocha vulcânica cheia de buracos) e Butter Milk (granito tipo do Anhangava no Paraná), duas famosas escolas de blocos. Também fomos a uma enorme área de escalada esportiva num Canion com rocha vulcânica, Ows River Gorge. Despedimo-nos de Ilona em Las Vegas e voltamos a Yosemite. Nos restavam dez dias e previsão de chuvas. Mais uma vez, que fazer? Tentar a The Nose em livre! Afinal, o que seria essa tão falada ascenção em livre que tantos escaladores tentaram e tão poucos fizeram. Ah.., quero ver isso de perto! Comecei guiando as seis primeiras enfiadas, já um pouco tarde. Em Novembro o dia é muito mais curto e frio que no auge da temporada, uma diferença de seis horas. Dois dias de chuva se seguiram. Estavamos felizes pois passamos tudo à vista com exceção de um pequeno pêndulo de três metros, eu não estava muito afim de ficar voando em cima de piton fixo fino e torto. Levamos apenas stoppers e friends, e não era nosso objetivo ficar arrombando mais as fendas do que já estavam. Aliás, muitos desses bigwalls escalados em livre só são possíveis hoje devido aos inúmeros buracos feitos pelo uso intenso de pitons, o que não seria possível a alguns anos atrás. Retomamos a via guiando ainda eu, estava bem e seguimos assim. Um novo pêndulo, agora maior, desistimos de tentá-lo em livre, pois seria uma manobra de segurança mais complexa, para que os dois pudessem tentá-lo em livre, e isso nos custaria muito tempo. Preferimos deixar esses seis metros para trás. Várias enfiadas

acima e meu braço começou a sentir e então revesei com Andy, que apesar de ser muito mais forte também ralou um bocado para encadenar as últimas enfiadas do dia. Eram uns offwidths brutais que me custaram uma pequena e respeitável distensão no bíceps. Isso me entristeceu muito, as lágrimas vieram aos meus olhos e um grande vazio me abateu. Tínhamos ido muito bem nessas primeiras quinze enfiadas. Aos poucos fui me recuperando, afinal, estava num lugar incrível. Decidi seguir em artificial enquanto Andy se matava naquele mundo de fissuras. Fomos revezando, em especial as enfiadas mais difíceis de proteger em livre eu guiei em artificial. Foi uma grande performance de Andy, que no total não escalou em livre no máximo uns quarenta metros da via toda. São 34 enfiadas! Como havia pouco tempo e não podia exagerar com meu braço, subimos e descemos o Half Dome por uma fácil e belíssima via de 5.7, Snake Dike , em um dia, saindo de dentro do Vale. No dia seguinte mal podíamos caminhar. Serenity Crack 5.10d e Sons of Yesterday 5.10a, uma seguida da outra, formam uma simpática e bonita via de oito enfiadas, normalmente escalada por todos quando chegam a Yosemite afim de acortumar-se com as fissuras, foi minha despedida. Foi uma viagem incrível, com gente incrível. Assim mesmo, morri de saudades de nossa gente e das nossas super verdes montanhas, ainda muito intocadas e selvagens se compararmos com as montanhas americanas...acho que vocês entendem... Alexandre contou com o apoio da Snake e Rio Climbing.


Resultados Campeonato Brasileiro Masculino - Iniciante de Escalada 1. Marcelo Bressan

2. Gustavo Aconteceu nos dias 18 e 19 de 3. Diego Gonçalves Magger dezembro em São Paulo na Feminino - Iniciante academia Casa de Pedra. 1. Grioneia Barbosa Masculino Master 2. Thais Makino 1. Helmut Becker 3. Laura Yamazaki 2. Andre Berezówski 3. Anderson Golveia II Campeonato Amador 4. Thiago P. Balen CEB de Escalada 5. Fábio Muniz Aconteceu nos dias 24 e 25 de 6- Alexandre Paranhos fevereiro na sede do clube. 7- Carlos Eduardo Masculino 8- Yan Lages Ouriques 1. Diego Gonçalves - Niterói. Feminino Master 2. Daniel Rabelais - Petro. 1. Paloma Cardoso 3. André Félix - Niterói. 2. Monica Pranzl 3. 4. 5. 6. 7. 8.

Janine Cardoso Camila Santos Rubia Camarão Claudia Clemant Nívea Coutinho Nováes Ana Luisa Makino

Feminino

1. Grigri - RJ. 2. Lúcia Fragoso - RJ. 3. Karina - RJ.

Próximas competições

Infantil

1. Caio Martins. 1. Bianca Castro. 1. Pedro Nort

Ranking da Copa Boulder Mineira Serão 6 etapas, duas já aconteceram, a última no dia 12 e 13 de fevereiro. Abaixo o resultado do ranking.

Masculino - Pro

1. Yan Lages. 2. Pedro Assis. 3. Cristiano Loureiro.

Feminino - Pro

1. Andreia Rajão. 2. Claudia Ferreira. 3. Anne Lajes.

Masculino - Interm. 1. Yan Lages. 2. Daniel Vilela. 3. Alexandre Megali.

. 18/19, 25/26 de março e 1/2 de abril acontecem no New York City Center na Barra o Campeonato Carioca de dificuldade, mais uma etapa do Campeonato Brasileiro e a Capa América de escalada, respectivamente. Informações: AAERJ. . Terceira etapa da Copa Mineira de Boulder acontece nos dia 8 e 9 de abril em Belo Horizonte. Informações: (31) 293-1129


na

Cuidado com sua corda!!

U

ma corda pode durar de 1 dia a 5 anos, tudo vai depender do uso e do cuidado que você der a ela, portanto preste atenção aos cuidados que você deve ter para preservála e para saber quando deve aposentá-la: 1 - Sempre proteja sua corda de pontos de abrasão. Evite beiradas afiadas (cristais de rocha e quinas, por exemplo.) que possam cortar a capa da corda. Aposente ou corte a sua quando puder ver a alma branca na área ferida ou se a corda parecer solta internamente ou plana. Apalpando você pode perceber alterações no diâmetro, na textura ou se um ponto dobra mais facilmente, o que pode indicar dano! Se isso acontecer nas pontas, pode ser corrigido cortando o pedaço danificado e fundindo a ponta ao fogo deixando-a compacta. Contudo se o dano for próximo ao meio não há solução, você terá duas cordas menores. 2 - Proteja sua corda de produtos químicos, calor excessivo e prolongada exposição ao sol. Proteja sua corda de todo produto alcalino, agentes oxidantes e que contenha ácido. Há registro de acidentes por rompimento de cordas que estavam contaminadas por ácido de bateria. Provavelmente na hora de guardar a corda na mala do carro houve a contato. Nem todos os produtos químicos afetam o nylon, mas proteja-se sempre. 3 - Mantenha sua corda limpa. A sujeira irá encurtar a vida de sua corda por causar abrasão externa e interna. Lave-a com água fria e sabão neutro. Não use clareadores. A corda deve ser seca à sombra. Não utilize secadoras comerciais. Ela pode ser lavada em máquina de lavar com água fria, desde que na função baixa rotação ou tecidos delicados e em voltas frouxas de preferência

dentro de um saco grande de tecido, para evitar que fique presa entre o agitador e o tambor, sofrendo danos pelo atrito. Utilize a máquina pelo menos uma vez antes com água pura para retirar a sobra de sabão da última lavagem de roupas. 4 - Sempre use técnicas corretas de rapel. Rapel rápido demais, pêndulos e saltos podem causar feridas na capa. 5 - Não pise na corda. A sujeira irá entranhar pela capa e partículas de pedra e areia podem danificar bastante a alma através da abrasão contínua, encurtando a vida útil da mesma. 6 - Inspecione sua corda antes e depois de cada escalada procurando por feridas. 7 - Guarde sua corda enrolada frouxamente, em lugar limpo, seco e frio, longe dos raios solares, sem nós nem peso por cima. Os três principais motivos que levam um escalador a aposentar sua corda são (possivelmente nesta ordem): envelhecimento devido ao uso; abrasão; e quedas. Para que você tenha uma idéia, uma corda deve ser aposentada de 6 meses a 1 ano se for usada quase diariamente; até 2 anos se for usada todos os finais de semana; 4 a 5 anos se for usada menos freqüentemente. Isto, sem levar em conta abrasões ou quedas com fator alto, claro. Mesmo que você tenha aposentado sua corda para guiadas, ela pode ainda, por algum tempo, ser usada para top-rope ou rapel. Siga esses conselhos, e trate sua corda com carinho, afinal é ela que estará te ligando a vida numa escalada.


O

Acima uma sugestão para enrolar sua corda para o transporte.

Proteja-se do Sol Quebre um ovo no teto de um carro e deixe-o estacionado no sol por mais de uma hora. Certamente ele irá fritar. Exponha-se ao sol sem proteção apropriada e você experimentará resultados similares em sua pele. A dor da queimadura, mais cedo ou mais tarde, desaparecerá. Porém, danos como rugas e melanoma, não irão embora. Todos os praticantes de atividades que envolvam exposição ao sol, devem tomar alguns cuidados para que, no futuro, não venham a sofrer. Algumas Verdades

Sol é mais forte entre 10:00 e 14:00 horas (11:00 e 15:00 horas durante o horário de verão). Minimize sua exposição neste período. Dias nublados não são garantia de proteção contra o sol; os raios são tão prejudiciais quanto em um dia ensolarado. Quanto maior a altitude, mais intensos serão os raios solares, uma vez que existe menos atmosfera para dispersar os raios nocivos. Areia, água e até mesmo concreto irão refletir os rios solares na sua pele. Loções e Poções

FPS (Fator de Proteção Solar) refere-se ao

nível de proteção às queimadura, que pode se esperar em um determinado tempo. Em outras palavras, se sua pele desprotegida fica vermelha após 15 minutos de exposição ao sol, um protetor solar com FPS 10 irá protegelo de queimaduras por 150 minutos. Aplicar protetor solar com FPS 15 ou maior, pelo menos 30 minutos antes de se expor ao sol. Para lugares mais elevados, usar um protetor com FPS no mínimo 25. Reaplicar o protetor freqüentemente, de preferência a cada 2 horas. Reaplicar após suar muito ou se molhar, mesmo que o protetor seja resistente a água. Se você está tomando algum medicamento, pílulas anticoncepcionais ou usando algum cosmético, o protetor solar pode causar reação alérgica. Portanto, procure seu dermatologista antes de usar qualquer protetor. Últimas Dicas

Use sempre um chapéu de abas larga, suficiente para proteger seu rosto e sua nuca. As roupas não garantem proteção contra os raios solares. Roupas largas e molhadas permitem a entrada dos raios. Portanto, use também protetor solar por debaixo da roupa. Por: Pedro Lacaz Amaral.


Hillo Santana Idade: 32. Anos de escalada: 14. Ocupação: trabalhos que envolvem escalada e organização de campeonatos. Peso: 66. Altura: 1,83. Apoio: American Airlines. Cidade: Rio de Janeiro - RJ.

Alguns feitos: Em parede: três coquistas na Pedra do Sino em Teresópolis e conquista na Face Sul do Corcovado. Em desportiva: ter encadenado a Ética Decomposta (9a) e a Heróis da Resistência (9c).

Como começou a escalar? Começei fazendo o C.E.P.I. (cabo de aço na face oeste do Pão de Açúcar) em 83. Fazia à Bangu ou com segurança? Com segurança. Pegava com um amigo equipamento emprestado. Depois começei a ir pro Babilônia, pros Coloridos, Ácidos, Lagartinho. Ía com o Pita. Isso era em que ano? 86. Vocês tinham pouco equipamento, não? Na época sim, escalava com corda bacalhau , ganchos de obra e algumas costuras que ganhamos. Dava segurança de ombro. Primeira queda minha foi no Reinaldo Bencken (Babilônia) que o Pita segurou no ombro e ficou com o olho arregalado. Subia sem técnica, ficava muitas horas parado no mesmo lugar. Subia pouco e parava. Às vezes fazia parada de grampo em grampo. O Pita tinha mais ou menos uns 13 anos. Depois começamos a conhecer mais a galera. Que galera? Paulo Macaco, Serginho (Tartari), Vidom,

Ritinha... Quais eram as melhores vias na época? O Lagartão sempre foi um mito, era considerada a via mais difícil. Hoje não... Hoje quais são as melhores vias? O Atalho (no Corcovado) é a via que mais gosto. O Limiar da Loucura (Pão de Açúcar), o Urubu Sacana (Urubu) e o Gosma Petzl (no C.E. 2000). E quais as escaladas que gostaria de fazer? Salathé Wall em Yosemite, Almas Defumadas (Garrafão), Franco-Brasileira (no Sino)... Quando você sola é porque gosta ou é por falta de parceiros? Atualmente não tenho feito. Eu gosto. Tem que tá concentrado, em forma. Tem que fazer como se estivesse guiando. O que já solou? O M2, o Cavalo Louco, depois de repetir muitas vezes, fiquei trabalhando aqueles lances. O Lático (nos Ácidos) também. Teve uma vez um cara que nem era escalador e tentou subir a chaminé Galotti sozinho e claro ficou preso lá. Diz a lenda que você foi fazer o resgate e falou pro indivíduo: fica calmo que a morte tá na espreita ?


Mentira, vou te contar a estória certa. Isso é mentira, ninguém tava lá pra saber. Foi assim: tava eu e Pita nos 800 (bloco na Urca). Passou esse cara olhando e quis fazer também, o cara tava de chinelo, tentou e foi embora. A gente foi pro Urubu. Uma meia hora depois escutamos uns gritos. Era fim da tarde, tava nublado, ventando, o tempo tava virando e a gente achou que tinha alguém na robada. Pensamos que o cara tava na Stop (chaminé à esquerda da Galotti), aí eu solei o Lagartinho com baudrier e duas fitas e Pita voltou pro Urubu pra buscar a corda. Fui para a Stop e o cara tava na Galotti, aí eu fui pra Galotti pela passagem de uma pra outra. O cara tava agarrado nuns gravatás na merda, ia morrer. Passei uma fita nele e costurei no grampo. Fui com ele até a Stop e desci pra buscar a corda que o Pita já tava chegando. Subi solando de novo até o cara e ele não tava mais lá. Ele desceu por aquela calha de mato e a gente só encontrou ele lá na pista.

Desceu escorregando a calha, tava com um talho grande no pescoço. É a favor de agarras cavadas ou de resina na rocha? Na rocha não, tem que ser o natural. Pra você o que é um escalador bom? Um escalador completo, que escala um pouco de tudo: falésia, bigwall,... Quando não escala faz o que? Gosto de ler, escrever, elaborar projetos de escalada. Vou a praia, cachoeira, gosto de nadar. Algum evento a vista? Três eventos devem acontecer no New York City Center. De março até abril. Serão vários eventos, shows, vai ser um mega evento.




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