Assinatura & cartas Flavio Daflon e Cintia Adriane Rua Valparaíso, 81 / 401 - Tijuca Rio de Janeiro, RJ. Cep 20261.130 Tel.: (21) 567-7105 E-mail: fator2@pobox.com www.webspace.com.br/ciaescalada/fator2
Fator2-Fator de Queda Fator 2 é um fator de queda extremo, na qual todos os componentes de uma escalada são submetidos a grande impacto. Este fator é calculado pela altura da queda, dividido pela distância de corda entre os escaladores.
Atenção Escalada é um esporte onde há risco de você se acidentar gravemente ou até mesmo morrer. Esta publicação não é um substituto para um Instrutor ou Guia de escalada em rocha. Caso você não conheça ou possua dúvidas em relação às técnicas de segurança para a prática do esporte, procure um instrutor ou guia especializado para lhe ensinar. Acidentes sérios e até fatais podem ocorrer, como resultado de uma má compreensão dos artigos aqui publicados ou da superestimação dos seus próprios limites. Capa: Ralf Côrtes na via Barco Pornô , VIsup E5. Itacoatiara - RJ. Foto: Ducha. Nº10 Outubro, 1/ Novembro 15, 2000
Escalando pelo Rio podemos notar o ótimo trabalho de regrampeação que andam realilzando em vias que se encontravam pouco confiáveis a segurança. No entanto também constatamos algo que nos incomoda, que o fato de não serem retirados os grampos antigos... Pelo contrário alguns foram até amassados de maneira a colarem seu olhal na rocha. Isso tem sido feito por motivo que desconhecemos, pois não há necessidade alguma, o ideal é retirá-lo ou quebrá-lo e tapar o buraco (muitos tem obtido excelente resultado usando durepox e pó de pedra). Além de não ser útil, polui a pedra e é bastante feio aqule grampo todo entortado enferrujando. Uma regrampeação deve ser feita após um estudo da via, para mantê-la ainda original (sem mais nem menos grampos). Grampos inox podem ser pensados para os locais próximos ao mar ou em pontos em que é comum a parede ficar molhada pela proximidade de platôs, etc. Vamos preservar nossas paredes e nosso esporte. Cintia Adriane
Big Wall Gaúcho
Federação de Montanha
Dia 16 de agosto, foi concluída a Expedição Malacara 2000, que resultou na conquista da primeira big wall do Rio Grande do Sul.
Em 29 de agosto de 2000, na sede do Centro Excursionista Brasileiro, foi criada a Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro, tendo por fundadores as entidades: Clube Excursionista Carioca, Centro Excursionista Guanabara, Centro Excursionista Petropolitano, Centro Excursionista Brasileiro e Centro Excursionista Rio de Janeiro.
Os conquistadores Rodrigo Matzenbacher e Sérgio Souto Rocha permaneceram 9 dias dormindo em porta-ledges para conquistar uma parede de 400 metros no canion Malacara, nos Aparados da Serra. A via batizada de Convite aos Heróis (7º A3+), possui um basalto muito instável, fendas expansivas e muitos blocos soltos ou encaixados. O vento forte derruba muitas pedras dos platôs de mato, segundo diz o montanhista Cristian M. dos Santos que participou da expedição. Uma coisa muito útil foram dois micro-friends que eu comprei. Como diria o Rodrigo: são vitais! comenta Cristian. Foram utilizados também chapeletas com parabolts de 10mm, grampos de 12 x 30mm, parafusos de 6mm, dois jogos de Camelots, mais alguns friends Cassin, dois jogos de Stoppers, dois jogos de nuts, cliffs, pitons variados e copper-heads, o que resultou em uma via 90% em móvel. Essa expedição teve apoio da Petroquímica Triunfo S.A, HSS Informática Ltda, Essência da Terra Produtos Naturais, Serelepe, Stone Age Mountain e Ar Livre/Vertex.
Evoluções Josune Bereziartu, 28 anos (Espanha) é a primeira mulher a escalar 5.14c em Redpoint (XIb Brasil). Antes ela já havia escalado três vias de 5.14b (XIa), enquanto nenhuma outra mulher escalou vias mais difíceis que 5.14a (Xc). Esta é realmente uma escaladora de destaque. Já o japonês Yuji Hirayama, se converteu no terceiro escalador a passar à vista um 5.14a (Xc), depois de encadenar Follia Esplosiva , na Itália. Recentemente ele foi pressionado a se tornar o primeiro escalador a passar à vista em um 5.14b (XIa), a via é Mortal Combat , na França. Porém o grau foi decotado por ele.
Com esta criação o montanhismo brasileiro dá um novo e importante passo para a evolução e regulamentação do esporte, ajudando a informar, esclarecer e formar praticantes conscientes com a ética, técnicas, segurança e ecologia desse esporte intimamente ligado a natureza e aventura. Uma nova Assembléia será realizada em 26 de setembro de 2000, na rua Hilário de Gouveia, 71/ 206, Copacana, Rio de Janeiro (RJ) para aprovação do estatuto.
Aventura na faculdade Foi criado o primeiro curso superior em administração e gestão de esportes radicais e de ecoaventura, com a primeira turma iniciando em agosto. As aulas serão ministradas no campus Barra da universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, a primeira a lançar cursos seqüenciais, com duração de dois anos, e reconhecidos pelo Ministério da Educação. A meta é formar profissionais qualificados em gerir negócios voltados para a gestão de esportes alternativos, com conhecimentos básicos de seus respectivos estatutos, normas e custos para praticálos, preparando o profissional para divulgar, contratar e gerir de forma correta, com o máximo de rentabilidade, tal atividade. O curso terá um prazo de dois anos, e a mensalidade será de R$ 250,00. Talvez no futuro surjam investimento para produção de materiais nacionais com qualidade excelente e com valor justo, para viabilizar melhor a prática desportiva e projetar o Brasil no horizonte internacional .
Mais um nos 14 Oito Mil Aos 50 anos, o italiano Sergio Martini, se converteu no sétimo homem no mundo a subir as 14 maiores montanhas de oito mil metros. Em 19 de maio completou a façanha, pisando o cume do Lhotse (8516m) junto com a expedição eslovena liderada por Tomaz Zerovnik. Essa não foi a primeira experiência que Martini teve nessa montanha. Em outubro de 1997 já havia subido, mas a pouca visibilidade deixou dúvidas de sua chegada ao cume, pois segundo outros alpinistas, suas pegadas acabavam antes do topo. Porém esta última ascensão dispersa todas elas. Outro alpinista, Um Hong Gil, coreano de 39 anos também reclama seu lugar entre os que já fizeram as 14 montanhas maiores do mundo. Porém sua ascensão duvidosa ao cume do Lhotse está causando grande polêmica. Juanito Oiarzábal, (espanhol) que já completou suas 14 montanhas estava lá quando o coreano tentou o cume e viu quando ele deu mei-volta e começou a descer antes de chegar ao cume. Contudo Um Hong afirma que desceu um pouco, mas logo voltou a subir e seguir para o cume. O que é pouco provável segundo a periodista Elizabeth Hawley, encarregada de homologar as ascensões no Himalaia.
Escalada em Muriaé - MG A equipe Vertical Esporte , que tem como integrantes Carlos Alberto dos Santos (Betinho), Alezandre Eduardo dos Santos, Valdinei Muniz (Dinei), Antônio Carlos e Ronildo, realizaram uma conquista, dentre as tantas já feitas, muito significativa. Foi aberta uma rota na Pedra Santa Maria, na cidade de Muriaé (MG). O nome da via é Jardim Suspenso devido a grande quantidade de bromélias e orquídeas encontradas durante a escalada. O crux da via é 5ºsup, tem quatro enfiadas com direito a fenda, diedro e uma chaminé, totalizando 220m. A escalada é muito tranquila e de fácil acesso. A mesma pedra ainda oferece uma quantidade enorme de vias a serem conquistadas. Aqueles que estiverem interessados em conhecer o local podem entrar em contato pelos telefones: (32) 234-3662/ 234-8078 (Alexandre) ou 3608-5060/c.asantos@bol.com.br (Carlos).
Devaneando... Nova via no Capacete de Salinas: Devaneios do Repouso , conquistada em solitária com auto segurança por Sergio Tartari, fica a esquerda da Fata Morgana . Segundo o conquistador, que já fez uma repetição convencional, talvez seja a via mais difícil da montanha com graduação em torno de 6º ou 7º grau. Todos os lances foram conquistados em livre, com apenas um furo de cliff para bater um grampo numa parada delicada e sem uso de furadeira. No mais, puro estilo! Maiores informações, com o próprio Sergio, no Refugio das Águas.
Ação Direta Em 7 de junho o jovem escalador espanhol Iker Pou, fez a 3ª ascensão da famosa Action Direct (XIc brasileiro), na Alemanha. A via tem seqüências de rasos monodedos e bidedos, era a escalada esportiva mais difícil do mundo, quando foi guiado pelo legendário Wolfgang Gullich em 1991. Durante a última década sua reputação só cresceu, apesar de vários escaladores fortes, incluindo Chris Sharma, Ben Moon e Klen Loskot terem tentado Action Direct , o único que teve sucesso foi o alemão Alex Adler em 1995. Pou, um forte escalador que já fez alguns XIb s na Espanha trabalhou duro nessa ascensão. Este ano teve sucesso, mas só depois de ter caído 16 vezes entre o penúltimo e o último grampo.
Qual o mais alto? Pesquisadores do departamento de geografia da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram que o ponto mais alto da Serra da Mantiqueira não é o Pico das Agulhas Negras como se pensava e sim a Pedra da Mina que está situada na divisa de Queluz (SP) e Passa Quatro (MG), na Serra Fina. A Pedra da Mina tem 2.797 metros e passa a ser a quarta maior montanha em altura do País. O geógrafo Lorenzo Bagini coordenou as pesquisas. A nova aferição da medida ocorreu em 8 de janeiro, quando Bagini e sua equipe chegaram de helicóptero ao topo da Pedra da Mina. Segundo a equipe, a Pedra da Mina é o ponto mais frio do Brasil, onde se registraram 13,5 graus negativos. O local é de difícil acesso e sua primeira escalada ocorreu na década de 50. Ainda trata-se de um maciço de formação rara, pois é alcalino e sem
presença de quartzo. A Serra Fina se classificará ainda como a mais alta montanha em rocha alcalina da América. O Pico das Agulhas Negras, em Itatiaia (RJ), sempre foi dado como o cume da Serra da Mantiqueira e foi medido pela primeira vez em 1876. A altura oficial, que marca 2.787 metros, está errada e sua última aferição, em 19 de fevereiro, mostrou 2.789 metros ao nível do mar. A Serra Fina é a crista do complexo da Mantiqueira, no trecho compreendido entre o município de Cruzeiro até as proximidades do Pico dos Três Estados, nas divisas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Pancada de Pedra Impossível descrever a majestosidade geológica de Panca (ES) é de ficar boquiaberto com tal trabalho da mãe natureza (veja na foto ao lado). A cidade é um espaço aberto para diversos esportes de natureza (ou radicais, como queira) tais como: escalada, trekking, parapente, asa delta, mountain bike... Existe um projeto de incentivo a estes esportes que está sendo realizado pelos voadores que moram lá, e apoiado pela prefeitura, focando os esportistas de aventura que tenham espírito desbravador e entusiástico. Pancas tem um potencial turístico muito grande e fica o recado para quem quiser se aventurar em conquistas por lá. Para maiores informações entrar em contato como: André (27) 2726-1118, (27) 4982871 ou Prefeitura (27) 726-1538. Gabriela Saliba.
Conquista na Maria Comprida Três escaladores petropolitanos (Alex S. Ribeiro, Ildinei de Oliveira, Leandro S, Pereira) e um carioca (André Machado) conquistaram na Maria Comprida em Petrópolis-RJ um novo Big Wall. A via Dominio das Sombras D65+A3+E3. São 18 enfiadas verticais, um total de 850 metros de via. Foram 14 dias de conquista, 4 na base e os outros 10 em estilo alpino.Para maiores informações entre no nosso site: www.mariacomprida.com.br.
Waldemar chega ao cume da K2
Dia 29 de julho, passa a ser um marco para os escaladores brasileiros, pois pela primeira vez a bandeira brasileira chega ao cume da montanha K2, a segunda maior do mundo, com 8611m, no Himalaia. Niclevicz teve 4 dias de tempo bom para fazer sua investida na companhia de Abele Blanc e Marco Camandona. Segundo ele, chegou ao cume sem o uso de oxigênio. No caminho de volta perdeu sua lanterna e seus companheiros se adiantaram deixando-o mais atrás. Precisou se abrigar em uma greta, onde passou a noite tremendo ao frio de 30ºC, o que lhe provocou um princípio de congelamento em uma das mãos. Na manhã seguinte chegou ao acampamento base e encontrou seus amigos, Marco com congelamentos nos dedos e Abele em perfeita forma. Mais um desafio vencido!
Resultados Copa Ferrino de Boulder Amador Indoor Foram 4 etapas, sendo a última no dia 12 de agosto. O resultado abaixo é a colocação geral após as 4 etapas.A pior etapa de cada competidor foi descartada. Os primeiros colocados desta copa não poderão participar dos próximos campeonatos amadores do Salesiano.
Feminino 1. 2. 3. 4. 5.
.
Gri-Gri - RJ Lúcia Fragoso - RJ Cris Costa - RJ Raquel Gulhion - RJ Tais Maquino - SP
Masculino 1. 2. 3. 4. 5.
Daniel Rabelais - Petrópolis Diego Mager - Niterói André Felix - Niterói Bernardo Cruz - RJ Regis Azevedo - Niterói
Infantil 1. 2. 3. 4.
Pedro Pereira - RJ Ramon - RJ Pedro Martins - RJ Marcella Santos - RJ
Próximas competições
Dia 11 de novembro acontecerá um Festival de Boulder, não será exatamente uma campeonato, pois toda a premiação será sorteada entre os participantes. As inscrições poderão ser feitas a partir de novembro através da Home Page: www.casadepedra.com.br, ou no local e terão o valor em torno de R$20,00
.
Nos dias 25 e 26 de novembro se realizará a 2ª Etapa do Campeonato Brasileiro, também na Casa de Pedra (a 1ª etapa aconteceu no Rio de Janeiro), e as inscrições serão de R$30,00 à confirmar.
H e l m u t B e c k e r
R a l f C ô r t e s
C o l u n a
C o l u n a
Escalada Esportiva
Escalada Tradicional
E scalada esportiva é uma das várias modalidades do montanhismo ou alpinismo moderno. Como cada uma delas, tem seus próprios aspectos. Para os fanáticos por prática desportiva atlética, é a modalidade perfeita, pois superação atlética corre no sangue daqueles que tem aquela fissura por tentar encadear aquela viazinha naquela falésia . Imaginar um escalador hoje em dia é visualizar uma figura esquálida, de musculatura definida, dedos que mais parecem cabos de vassoura e pés deformados pelas sapatilhas de 4 números a menos. Mas com certeza escalada esportiva não se trata apenas de um panorama onde escalar resume-se na obstinação pelo grau de dificuladade como muitos pensam. A forma de superação é muito mais sutil e complexa do que parece. Encontrar uma via é como enxergar uma nova possibilidade, é potencializar uma futura realização. Grampeá-la é dar forma a futura obra. Iniciar sua fase de reconhecimento, aprender seus movimentos é como se deparar com um novo desafio, é evoluir seu nível técnico, físico e mental ao padrões da nova meta. Encadeá-la é o prêmio, é a glória por tanto empenho, não importa quanto tempo se leva, sempre é uma sensação insubstituível a de realizar um objetivo.
Quando se ouve falar em escalada tradicional, as pessoas pensam logo naquele camarada de kichute e metódico. Esse pensamento é por completo errôneo.
Como todas as modalidades, a escalada esportiva tem seus próprios temperos para serem saboreados. Como as outras possui sua própria logística, sua própria forma de manifestar a estratégia e a tática, mas possui também o mesmo princípio, superar a si mesmo para conquistar o objetivo almejado. Assim sendo, magnésio nas mãos, costuras no bouldrier, sapatilhas nos pés e vamos entijolar os braços e mandar ver. Até breve.
A escalada tradicional consiste em trabalhar as vias em livre com proteções em lugares naturais na rocha, seja qual for o tamanho da via ou sua dificuldade. Proteções fixas nesse estilo somente se for de baixo para cima sem artifícios (como cliffs) para evolução, a não ser para colocá-los. A maioria das vias do Rio foram conquistadas assim.
Hoje em dia existe uma ramificação da escalada tradicional que é a escalada esportiva tradicional que lida com altíssimo grau de dificulade técnica em cima de proteções móveis quase que sempre pré colocadas, devido a necessidade de se utilizar as duas mãos para trabalhar as peças de proteção, normalmente são vias trabalhadas com corda de cima numa ancoragem equalizada em equipos móveis ou com no máximo uma proteção fixa no cume. É bom não confundir a Escalada Tradicional com o estilo Big Wall (artificial). E é bom repetir, a escalada tradicional é completamente livre, sem um apoio sequer e de preferência sem deixar rastros. Em todos os números nesta coluna darei uma dica de uma boa esportiva tradicional para ser feita. Um abraço.
S
ituada no coração do Rio de Janeiro, surge mais uma bela rocha para a escala esportiva. Localizada na face sul do morro dona marta (voltada para botafogo). São em princípio 6 vias em agarras sólidas com possibilidade de novos projetos de vias bastantes exigentes. Pode-se estacionar no mirante Dona Marta (não confundir com o heliporto) e acessar a base das vias por uma trilha que desçe à direita no bambuzal dez metros após a guarita de entrada. Depois entre na primeira trilha a esquerda e logo estará na base. Sendo um lugar de visitação turística diária tem segurança policial 24 horas. De qualquer maneira é bom tomar cuidado devido a
proximidade da favela de mesmo nome. Vamos ao que interessa, as vias: todas com passadas em negativo, bem protegidas com grampos (7 a 10 proteções), uma linda vista da baia de guanabara e do pão de açúcar, base boa e começando com o grau mais baixo em 7b ( vide croqui ). Uma curiosidade, são os nomes dados as vias fazendo-se uma alusão à violência de nossa cidade. Vale à pena conferir. A conquita foi realizada graças ao apoio da casa do alpinista e pelos escaladores: Ricardo Zugliani e Marcelo PV . Texto e fotos: Ricardo Zugliani.
Vias na ordem em que apareçem: 1. 2. 3. 4. 5.
Bala Perdida, VIIb; Cativeiro, IXa; AR-15, IXb; Tiro e Queda, VIIc; Banda Podre, VIIIa; Variante X-9, VIIc; 6. projeto ; 7. Lalau (móvel).
Reinhold
Messner Barreiras quebradas no Everest
N
a primavera de 1978, Reinhold Messner e Peter Habeler foram a público com sua tentativa de serem os primeiros a escalar os 8.848m do Everest, por meios justos sem oxigênio e sem carregadores. Em entrevistas, especialistas chamaram a missão de suicida. Na TV, médicos explicaram como era fisiologicamente impossível para um ser humano funcionar próximo a qualquer dos cumes das 5 maiores montanhas do mundo. Alguns até aceitavam que ele poderia chegar ao cume, mas ninguém acreditava que ele voltasse vivo. E se ele de alguma forma conseguisse poderia voltar como um vegetal. Naquela primavera, Messner e Habeler se juntaram a um grande grupo Austríaco que almejava a via original da primeira ascensão do Everest, o Colo Sul e a Aresta Sudeste. Eles planejavam tentar uma nova via no Pilar Sul trabalhando como uma equipe de 2, mas as más condições do gelo na parede os convenceu a juntar forças com os austríacos.
escaladores haviam usado um acampamento final a quase 8.500 metros, mas eles sentiam que sem oxigênio um bivaque naquela altitude seria um sério erro. Eles optaram por escalar os 1.000 metros finais em uma única investida, para minimizar seu tempo na zona da morte . No dia 8 de maio, seus conhecimentos e os avisos dos médicos pesava muito em suas mentes. Ninguém jamais havia escalado, nem perto desta altitude sem oxigênio suplementar. O esforço danificaria seus cérebros? Eles completaram a escalada dos 1.000 metros em mais ou menos Messner e Peter habeler.
Após 2 semanas levando cargas (equipamentos e mantimentos) para estabelecer uma série de acampamentos, eles se encontravam bem aclimatados para o ataque ao cume a partir do Colo Sul a 7.900 metros. Quatro alpinistas da expedição já haviam alcançado o cume com oxigênio, então a trilha estava bem batida. Os outros
Durante a ascensão de 1980 em solitário.
8 horas, mais rápido que os que haviam usado oxigênio. No Escalão Hillary, o crux técnico da aresta sudeste, Messner filmou, enquanto Habeler passou o crux e continuou em direção ao cume. Em pouco tempo a dupla sentava atordoada no cume. Incrédulos de finalmente Ter alcançado seu objetivo. Habeler começou a descer antes de Messner, que ficou para filmar e gravar suas palavras num pequeno gravador no caso de sua memória ficar prejudicada. Mais abaixo, Habeler torcia o tornozelo escorregando abaixo do Cume Sul, e Messner lentamente ficava com cegueira da neve, por ter olhado pela lente sem proteção da máquina fotográfica. Os dois chegaram no Colo Sul com segurança, mas a esta altura Messner já estava quase completamente cego. Aquela noite, ele descobriu que só as lágrimas aliviavam a dor nos seus olhos. Em casa a averiguação pela imprensa foi intensa e algumas discrepâncias entre Messner e Habeler quanto a história da escalada gerou alguma controvérsia. Como Messner e Habeler escalaram juntos, com uma expedição austríaca e tinham a segurança do oxigênio dessa equipe por perto em caso de emergência, Habeler e Messner se dividiam sobre se a escalada foi realmente feita sem ajuda externa, por meios justos . Para defender sua afirmação de uma vitória por meios justos , Messner desafiou a versão de Habeler dos eventos, criando uma profunda ferida em uma das mais fortes e promissoras duplas a estar presa a uma corda. Eles nunca mais escalariam juntos. Escalar o Everest sem oxigênio havia quebrado uma grande barreira psicológica no alpinismo Himalaio, mas Messner ainda tinha um objetivo em mente:
escalar a montanha sem oxigênio e em solitário. Em junho de 1980 ele partiu para o lado norte do Everest, em uma das primeiras expedições a obter permissão de escalar a partir do Tibete. Sua namorada Nena Holguin, um oficial de ligação e um cozinheiro foram as únicas pessoas a acompanhá-lo e mesmo assim só ao campo base. Era a primeira viagem de Messner ao Himalaia durante a estação das Monções, e ao chegar ao campo base, notou que tinha sido um erro. Nevascas pesadas faziam com que o trabalho de abrir trilha fosse extremamente extenuante. Uma tarefa impossível para um homem só, então Messner e Holguin foram explorar o oeste do Tibete até agosto. No dia 18 de agosto (Messner escolheu agosto, época de monções, propositadamente para evitar que o trabalho de outras expedições impedisse que ele estivesse absolutamente só na montanha, aplicando o conceito de solitário com todas as suas conseqüências), durante uma aliviada das monções, Messner partiu do campo base. Ao longo dos últimos anos ele havia feito avanços contínuos em táticas alpinas no Himalaia, incluindo um solo recente do Nanga Parbat e ele sabia que velocidade era crucial. Ele levava somente uma mochila leve com o essencial para três dias na montanha. Abaixo do Colo Norte, Messner caiu 7 metros numa greta. Milagrosamente não se machucou, conseguiu sair da greta escalando e armou um acampamento a 8.000 metros. No dia seguinte ele continuou, mas a neve perigosamente solta na parede o forçou a parar e mudar de direção (em princípio sua intenção era de repetir a via original do colo norte e aresta
noroeste iniciado por mallory e terminado pelos chineses, mas a quantidade de neve o fez desviar para a via interminada de Norton). Messner atravessou toda a face norte até a Aresta Norte onde ele armou outro acampamento a 8.250 metros. Na manhã do terceiro dia, ele partiu sem equipamento de bivaque decidido a chegar ao topo e descer no mesmo dia. Um longo corredor de neve, o Corredor Norton levava à Aresta Norte, onde ele começou a longa travessia em direção ao cume. Ele respirava 10 vezes para cada passo a frente. Messner quase completamente exaurido, finalmente entre em colapso. Ele se arrasta de quatro até o topo. Desta maneira chega ao cume em solitário, sem oxigênio, em estilo alpino (sem previamente montar acampamentos ou cordas fixas) e ainda terminando uma nova via. Messner foi ao limite e além. Ele escreve em seu livro, Todos os 14 oito mil : O limite a qualquer tempo é só um tabu que pode ser movido, para podermos lentamente nos mover em direção ao que é absolutamente impossível, algo que ninguém pode alcançar, mas que é a ponte mágica que mantém a incerteza e a aventura vivos.
Messner em casa no sul do Tirol, Itália.
Como Escalar Chaminés... Nenhum outro tipo de escalada causa tantas caras feias quanto as chaminés. Todo mundo diz que não gosta mas na maioria das vezes só tentou uma vez. Da mesma forma que é difícil aprender chaminé em livros e revistas é também difícil aprender na primeira tentativa. Possivelmente você terá que tentar uma dúzia de vezes, mas pode ter certeza que você terá um sensível progresso. Não pense que você nunca vai precisar escalar assim, muitas das vias clássicas possuem trechos de chaminé: Lagartão, Secundo e Waldo no Pão de Açúcar, Oitavo Passageiro no Corcovado, Leste no Pico Maior de Salinas e Face Leste no Dedo de Deus são bons exemplos. Em muitos destes casos a grampeação é longa seja por que quem conquistou dominava tal técnica ou porque é muito difícil parar para bater um grampo. Portanto leve em consideração tal técnica se você gosta de escalar longas vias.
Chaminés são fendas grandes o suficiente para você colocar todo o seu corpo dentro delas. Algumas são tão largas que você vai precisar colocar a mão e o pé esquerdo numa das paredes e a mão e pé direito na outra (figura da esquerda). Na hora de ganhar altura é só subir um pé de cada vez e depois uma mão de cada vez, não há muito mistério. Depois que você se acostuma com a quantidade de força certa que deve ser feita na parede (nem muito para não se esgotar, nem pouco para não despencar) e pega o ritmo a escalada flui. O maior problema está nas chaminés estreitas, daquelas que você tem que soltar o ar dos pulmões para poder subir. Quem sofre com claustrofobia vai sofrer mesmo porque em alguns casos você tem que escolher para qual lado vai olhar pois não é possível nem girar a cabeça. Neste tipo de chaminé é bom levar um par de joelheiras, pois seus joelhos não escaparão. Para evoluir você terá que alternar movimentos de pernas e braços. Para subir as pernas trave os ombros e as costas empurrando a parede que está à sua frente com braços e dedos apontando para baixo. Ponha a planta do pé ou o calcanhar na mesma parede das suas costas e encoste o joelho na oposta, trave e comece a subir os ombros um de cada vez num movimento sincronizado e curto, suba aos centímetros, até que não seja mais possível então volte-se para as pernas de novo (figura acima). As chaminés mais lights são as médias (próxima página) o macete é ter a mão e o pé na frente alternados (por exemplo pé esquerdo e mão direita) o mesmo vale para a mão e o pé nas costas. Para subir trave mãos e pernas, descole as costas da parede, estique as pernas e volte as costas para a parede. Pé e mão da frente passam para trás e viceversa. Agora é só repetir os passos. Em algumas chaminés médias basta alternar apenas os pés e ir sempre com as mãos atrás, é uma maneira bem
confortável. Em qualquer tipo de chaminé agarras de pé são muito bem vindas, elas facilitam bastante nosso trabalho. Procure sempre por elas, apesar de muitas chaminés serem completamente lisas em um trecho ou outro as agarras de pé aparecem nem sempre são óbvias e se você não prestar atenção podem até passar despercebidas. Tais agarras também ajudam muito na hora de descansar, chaminés são cansativas, não há como negar, por isso você deve aproveitar bem os pontos de descanso para juntar forças para os próximos metros. Agora, em qual face você deve colocar os pés ou as costas? Procure pela parede que tenha agarras para teu pé e para as costas a parede mais regular e menos vertical. Nem sempre é fácil e em muitos casos você vai ter que confiar no seu instinto. Com certeza perto da área que você escala deve ter uma chaminé mesmo que pequena. Faça um top-rope e treine, mas treine mesmo várias vezes em vários dias. Mais cedo ou mais tarde você vai precisar...
Paradas Equalizadas!? Quando você equalizar dois grampos e se prender no ponto central preste atenção no ângulo formado entre as fitas. Se este ângulo for de 120º, por exemplo, e você jogar 100 quilos no ponto central, cada grampo estará segurando 100 quilos! Ou seja, de nada está adiantando sua equalização que deve ter por objetivo distribuir o peso entre os grampos. Até 45 graus o ângulo é aceitável, acima disso utilize uma fita maior para reduzi-lo.
Caminhada da Pedra Riscada Lumiar - Nova Friburgo - RJ
Classificação: caminhada Leve com uso de corda. Duração: cerca de 1:30hs (ida e volta 4 horas) Material necessário: mochila leve com farnel, casaco, e 1 litro de água. Leve uma corda, e vá com uma pessoa mais experiente que lhe oriente como descer e subir utilizando corda, e lhe dê segurança num único lance de uns 4 metros . É recomendável não ir sozinho, já que perto do cume existem uns poucos locais com certo risco. O Acesso: Cerca de 3,5 km após a praça de Lumiar, na estrada de Terra que vai para Casimiro de abreu/ Barra do Sana. Para-se o carro a direita, num monte de capim para gado, em frente a uma placa indicando 1750 metros para a Fazenda Pedra Riscada.
A frente existe uma pequena entrada para a casa de pau a pique, com bambus atravessados simulando um portão. Cumprimente a dona da casa a Sr. Balduina, e peça licença para passar nos fundos da sua casa e comunique que vai subir a pedra . O caminho passa pelo lado esquerdo da casa e depois pega uma picada nos fundos da casa, muito utilizada por moradores das casas acima para se comunicarem com a estrada. Ao final da picada existe outra casa de um morador parente de Dona Baulduina, caso você o encontrar cumprimente. Pegue novamente a picada que sobe atrás da casa, e ao final desta se chegará a uma estrada quase que completamente tomada pelo mato. Percorra a estrada até quase ao final (andando pela estrada), onde você verá a direita uma subida para o passe (colo), em capim melado para a Pedra Riscada. Tenha em mente que o primeiro objetivo desta caminhada é atingir o colo da pedra Riscada, e para isso existe um ntigo caminho. Este como você vera pelas marcas de ferradura, e disposição das pedras ainda é utilizado como caminho de interligação deste Continua na próxima página.
vale com outro vale situado próximo a localidade de Cascata. Note a construção do caminho provável antiga interligação de Friburgo com Casemiro de Abreu. No colo, ao final da subida, é encontrada uma casa de pau a pique. Para trás da casa o caminho continua, descendo para outro vale, e temos a ultima água. Pegue água neste local e retorne para a casa. Um pouco antes da casa, cerca de uns 50 metros, você passou por uma entrada a direita no mato (direita de quem esta subindo). Neste local começa a trilha da Pedra Riscada. Logo no inicio existe uma bifurcação a direita subindo, não pegue este caminho. Pegue o da esquerda que desce um pouco e vai tender a encostar mais na pedra. Siga este caminho agora cheio de obstáculos como tronco caídos, degraus, segura raízes, e mantenha-se sempre subindo a uma distância de uns 30 metros da pedra. Você passará por uma queda de barreira onde o caminho continua a direita desta, e neste local você já este muito próximo ao final da caminhada. Falta agora somente o lance
bem vertical onde existe uma corda de nylon (será que está legal???), onde você deve subir no braço , uns lances escorregadios de pedra que você contorna por um platô não muito firme pela esquerda, e uma aderência delicada de 1,5 m que vai dar já bem perto da caminhada final do cume. Após este lance a vista se descortina, sendo possível ver imediatamente a frente o Corcovado de Friburgo, o Caledônia, Três Picos. O frade de Macaé esta mais escondido a direita ao lado de outra crista. Em dias claros avista-se o mar e morros da Barra de São João. Na corcova inferior existe uma bonita vista para Lumiar. A trilha desta caminhada para ser carregada com GPS pode ser conseguida em: http:// trek.rj.net/ ou http://www.jepclubede Brasilia.homestead.com/ Atenção: Fazendo caminhadas há o risco de você se acidentar ou até mesmo morrer, por isso procure sempre estar na companhia de alguém experiente, um guia profissional ou de clube, que irá garantir sua segurança e de seus companheiros. Evite aventurarse sozinho por trilhas e montanhas, principalmente em lugares que não conheça. As informações contidas nos artigos da revista não substituem um guia.
Eu freqüentemente tive condições de tempo muito ruins nas minhas escaladas no Eiger, no Esporão Walker, etc. mas isso não me incomodava muito. Ao contrário, más condições me faziam mais animado e ativo e eu dizia: Agora, mais do que nunca, eu tenho que conseguir! Eu nunca tive um sentimento de pavor ou medo, porque você sabe, medo não ajuda. (Anderl Heckmair conquistador da Face Norte do Eiger)
Neil Gresham Recentemente este escalador inglês da última geração em escalada tradicional esteve no Rio de Janeiro, acompanhado por mais três feras nesse estilo: Mike Robertson, Seb Grieve e Rick Smee. Eles escalaram as vias como Pássaros de Fogo (5º VIIa) e Xeque-Mate (6º VIIb), ambas no Pão de Açúcar. Segundo eles estão viajando para caçar e abrir vias no estilo tradicional. Estiveram na companhia do Ralf em Itacoatiara e Itatiaia, lugares de que gostaram muito. Só em Itatiaia abriaram 7 vias, uma falésia inteira, do E3 ao E8 inglês. Neil chegou a ficar 50 dias no Brasil e deu palestras com projeção de slides, no Escalada Café (RJ) e na Casa de Pedra (SP). As perguntas abaixo ele respondeu ao Ralf Côrtes. Idade: 29 anos. Anos de escalada: 16 . Patrocínio: DMM, Mountain Hardware, La esportiva e Okley. Origem: Shefield, Inglaterra. Qual é sua definição de escalada tradicional? É a escalada que gradua a mente também, não só o físico, a escalada tradicional perfeita é aquela que é feita On Sight (a vista). A tradicional é um estilo difícil a vista. O que motivou você a conhecer o Brasil? Em primeiro lugar a procura de novos lugares para investir na escalada tradicional, e como o Fabiano, da F. Equipamentos, é representante da DMM no Brasil, ficou mais fácil. Qual é o conselho de ética que você daria para os brasileiros? A escalada tradicional e a escalada esportiva com proteções fixas convivem harmoniosamente na Inglaterra, existem escolas de escalada com vias esportivas tradicionais ao lado de vias esportivas chapeletadas e o conselho é que façam o mesmo. Qual a via mais difícil em
tradicional que você já fez? Indian Face , E9 6b. Qual foi a graduação máxima feita por você em escalada esportiva fixa? 5.14a (Xc Brasil). E a via mais bonita em tradicional? Boiling Point E8 6b, em Itatiaia, sem dúvida. E no Brasil você volta ou não? Seguro que ano que vem voltarei e bem acompanhado.