Revista de Escalada Fator 2 - nº 11

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Assinatura & cartas Flavio Daflon e Cintia Adriane Rua Valparaíso, 81 / 401 - Tijuca Rio de Janeiro, RJ. Cep 20261.130 Tel.: (21) 567-7105 E-mail: fator2@pobox.com www.webspace.com.br/ciaescalada/fator2

Fator2-Fator de Queda Fator 2 é um fator de queda extremo, na qual todos os componentes de uma escalada são submetidos a grande impacto. Este fator é calculado pela altura da queda, dividido pela distância de corda entre os escaladores.

Atenção Escalada é um esporte onde há risco de você se acidentar gravemente ou até mesmo morrer. Esta publicação não é um substituto para um Instrutor ou Guia de escalada em rocha. Caso você não conheça ou possua dúvidas em relação às técnicas de segurança para a prática do esporte, procure um instrutor ou guia especializado para lhe ensinar. Acidentes sérios e até fatais podem ocorrer, como resultado de uma má compreensão dos artigos aqui publicados ou da superestimação dos seus próprios limites. Capa: Pita na via Vaca Louca (10b) - Barrinha, RJ. Foto: Flavio Daflon. Nº11 Novembro 15 / Janeiro 1, 2000

N o s s a

P a l a v r a

Um Descanso Necessário. Nem sempre caminhar por uma trilha é fácil. Isso se faz notar principalmente quando temos que subir uma trilha toda erodida. Geralmente reclamamos muito e se estiver muito liso contornamos os trechos difíceis, subindo mais para o lado, agarrando na vegetação ao redor. Muito bem, mas isso é certo? O que acontecerá depois é que todos que por lá passarem vão fazer a mesma coisa, e em pouco tempo o que era uma trilha vira uma avenida . Um belo exemplo é a trilha que leva a base do ArcoÍris nos Coloridos, no Morro da Urca. A trilha está inteiramente maltratada e cada vez mais aberta, expondo as rochas e acabando com a vegetação. Mas como evitar isso? Em primeiro lugar devemos subir sempre pelos trechos de pedra, a aderência é muito boa, é só confiar, evitando assim seguir pelos lados onde mais vegetação será pisoteada, mais terra cairá e mais aberto o caminho ficará. Se tiver chovido, ou a pedra estiver molhada o ideal é não subir, porém se for muito necessário passar por ali, fazê-lo com cuidado pela pedra para não escorregar. Quanto menos se utilizar a trilha, mais rápido ela se recuperará. Este caminho precisa de um descanso. No caso particular da trilha dos Coloridos, o rampão de rocha que também dá acesso à base das vias, não é difícil e é um excelente treinamento para quem está começando, além de um bom aquecimento. Que tal deixar esta trilha para casos inevitáveis? Que tal orientarmos as pessoas na maneira correta de se caminhar em trilha? Cintia Adriane


N o M u n d o Guia de Itatiaia

Recuperação da Agulha da Neblina

Finalmente ficou pronto o Guia de Escaladas do Itatiaia. O lançamento na sede do Parque Nacional acontece no dia 24, em Itatiaia. No Rio de Janeiro está marcado para o dia 29, no Escalada Café em Botafogo.

Para quem não sabe, a Agulha da Neblina está situada no Parque Nacional Serra dos Órgãos e fica ao lado da Diabinho , as duas montanhas estão ao lado da Agulha do Diabo. Em 30 de setembro a via da Agulha da Neblina foi recuperada por Ricardo de Morais (CEC), Waldeci Lucena (CERJ) e Mario Senna (CEG). Autorizados pelo PNSO foram batidos no total 6 grampos de ½ , sendo 2 grampos no cume do Diabinho e 4 grampos na parede da Agulha.

O Guia, com 112 páginas traz 166 vias de escaladas com comentários, croquis, fotos, além de curiosidades da região, uma breve história sobre alpinismo no Brasil e no mundo. Ele busca registrar e informar as conquistas no Itatiaia a toda comunidade escaladora, e também levar aos simpatizantes e visitantes dessa região o nosso esporte. Esta edição independente de tiragem limitada contou com o apoio das seguintes empresas: Equinox, Pé na Trilha, Altitude 2787, Snake, Curtlo, Escalada Café, Estância Rio Acima e Pousada Alsene. Maiores informações com Alberto e Fábio Guedes, jfguedes@zaz.com.br - (24) 9917.2534.

Esta foi conquistada em 1977 por André Ilha e Antônio Magalhães (Tonico), e doada ao CEB (Centro Excursionista Brasileiro). Pelo que se sabe até agora não houve nenhuma repetição. O Diabinho , não se sabe quem conquistou e nem a época. Para chegar é preciso fazer as duas primeiras enfiadas da Agulha do Diabo, subir o Diabinho pelo cabo de aço (que está em boas condições, são aproximadamente 40 metros de subida em parede e em meio a vegetação), rapelar do cume até a base da Agulha da Neblina (uns 3 metros) e fazer o artificial de 4 grampos. No último grampo faz-se um domínio até o grampo de inox do topo. Nenhuma das duas montanhas tem livro de cume, então quem se interessar fica a dica de levar uma urna de cume.

Atração pelo perigo? Jim Wickwire é norte-americano e foi um dos alpinistas de grande altitude mais completos dos EUA. No livro escrito por ele em parceria com a escritora Dorothy Bullitt, ele relata trechos de sua vida como montanhista, suas conquistas e derrotas. Viciado no Perigo não quer mostrar o porquê das pessoas escalarem, mas a motivação que levou Jim a fazê-lo. Apesar de amar sua esposa, os filhos pequenos, e das mortes que presenciou de companheiros nas montanhas, ele sempre sentiu-se atraído de uma maneira tão intensa pelo perigo, que nunca conseguiu cumprir suas promessas de deixar de escalar. Wickwire viajou pelo mundo em busca de desafios, foi um dos primeiros norte-americanos a escalar o K2, no Himalaia, fez também a primeira ascensão ao monte McKinley em estilo alpino e viveu situações de sofrimento e perda que ainda o atormentam. Certamente é um dos melhores livros de aventura em montanha já publicados no Brasil.


N o

M u n d o

Acidentes

Pelo acesso irrestrito às montanhas

Mais uma vez o postal carioca é palco de uma acidente trágico. Daniel Soares Novaes de 22 anos escalador de Santos (SP) caiu durante o rapel da via Italianos (5º V). Este foi o segundo acidente na mesma semana, o outro foi de um rapaz que teve fratura exposta na perna, na via Alfredo Maciel (6º VIIc) também no Pão de Açúcar, depois de cair guiando em cima de um pequeno platô.

Aconteceu no dia 22 de outubro, na rua Sara Vilela no Jardim Botânico (RJ), manifesto pelo acesso irrestrito às montanhas. Neste caso em particular, o acesso à parede chamada Aderências do Sumaré , local que possui cerca de 10 vias com comprimento médio de 150 metros. Para chegar às vias utilizavase o início da antiga trilha Horto-Corcovado, que é justamente a trilha que está com seu acesso impedido. Esta trilha foi traçada no período imperial. Seus trechos ainda conservam pontes de pedra e calçamento tipo Pé de Moleque pavimentação muito adotada no Rio Antigo, sendo destacado desta forma a alta importância histórica, cultural e ambiental desta exuberante região.

Segundo informações Daniel estava na companhia de seu amigo Rogério, também de Santos (SP) e já tinha 5 anos de experiência em escaladas em vários lugares, inclusive no Rio. Fizeram a via Italianos até o final (Caverninha do CEPI) revezando a guiada. Durante a descida eles também revezaram. Já haviam feito dois rapéis. No terceiro, enquanto Daniel montava seu rapel, Rogério mexia na mochila, foi quando percebeu seu amigo tirando a solteira e iniciando a descida para o vazio. Nem mesmo Rogério sabe explicar o que houve, simplemente ele tirou a solteira e caiu, provavelmente algum descuido na hora de armar o rapel. Alexandre, escalador carioca que estava na trilha dos Italianos, foi quem socorreu Daniel, mas antes que o médico dos bombeiros chegasse já era tarde e o garoto não resitiu aos ferimentos. Fica a dica para ficar atento na segurança, principalmente no rapel, não somente sua mas na segurança do seu companheiro, por mais experiente que ele seja e vice-versa.

A então InterClubes, hoje FEMERJ, tentou estabelecer uma linha de diálogo com os responsáveis pela interdição e destruição da trilha, fauna e flora locais. A tentativa foi infrutífera. Esta trilha foi fechada de maneira ilegal e arbitrária pelos dois supostos donos do terreno, que mantém vigilância particular e cães de guarda no local. Na manifestação compareceram o secretário de meio ambiente, o diretor do Parque Nacional da Tijuca e um representante do Ibama, este último prometeu uma entrada num terreno do Ibama próximo ao local. Este terreno é ocupado por funcionários do órgão. Independentemente continua o processo para liberação da entrada pela Sara Vilela.

Outro acidente aconteceu com o escalador carioca Ralf Cortês, que durante uma temporada na Inglaterra caiu enquanto tentava uma via graduada em E6 (8b brasileiro) e teve fratura no punho. O fato aconteceu na segunda semana de sua estadia. Ele foi submetido a duas cirurgias na mão e agora se recupera em casa aguardando o final do mês para começar as sessões de fisioterapia.

Rapel na Fumaça A Cachoeira da Fumaça, localiza-se no Parque Nacional da Chapada Diamantina, uma ilha de canyons, cachoeiras, rios e campos floridos no interior da Bahia, a aproximadamente 400 Km de Salvador. Esse paraíso foi o cenário da expedição que aconteceu nos dias 20 e 21 de outubro, organizada por Albert D Orleans , Fábio Barbosa e Andersen Braga, para descer por rappel, a maior queda da região, a Cachoeira da Fumaça. Foram usadas no total 1.330 mts de corda e todos os riscos foram considerados, a fim de que não houvessem sequer, possibilidades de acidentes. Ao todo foram 19 integrantes que desceram levando um total de 6 horas de rappel. Pág.5 - Fator2


N o

M u n d o

Noroeste fluminense na escalada

Tira e põe Infernal

Porciúncula, paraíso do Vôo Livre, é agora o paraíso da escalada do noroeste fluminense. Pequena cidade do Estado do Rio de Janeiro, com grande potencial para o esporte, tem altas vias em rocha com vários graus de dificuldade como: uma Big Wall na Pedra Elefantina de 500m, 2 vias de 100m na Pedra do Pirineu e também a Pedra do Sapo, com 11 vias atléticas prontas e várias outras em projeto.

A via Diedro Infernal (3º V), por muitos chamada de Diedro Pégaso conquistada em 1977 pelos escaladores André Ribas, Antônio Magalhães, Mário Arnaud e Paulo Ferreira, teve parte de seus grampos arrancados (o trecho do diedro que pode ser protegido em móvel) sem o consentimento dos conquistadores. A via contava, em sua concepção original, com um total de 16 grampos (7 de 1/2" e 9 de 3/8") nos 100 metros de via. Deste total, 5 grampos de 3/8" estavam distribuídos pelo diedro inicial e foram arrancados.

Porciúncula já é visitada por vários escaladores conhecidos no Rio como Ricardo Lima (Ricardinho), Tadeu Scaf e Fábio Fernandes (de Juiz de Fora). A cidade também é propícia para a prática de Mountain Bike, caminhadas, acampamentos, cannyoning e cavalgadas. Já existe um grupo de escalada em atividade, o grupo El Niño, do qual alguns integrantes são: Aurélio, John, Wesley, Alan, Marcel e Tiago. O telefone para contato é 0xx 24 842-1345 (Aurélio ou John). Participe desta aventura, visite Porciúncula!!!!! Solange (Niterói, RJ)

Segundo informações, um dos conquistadores (Antônio Magalhães) acha um absurdo o que fizeram e pediu que fossem recolocados os grampos em seus devidos lugares batendo, no entanto, grampos de 1/2" ao invés de 3/8" (como era antigamente). A ética já diz: fendas não devem ser grampeadas, mas as vias que o forem não devem ter seus grampos arrancados sem a devida permissão de seus conquistadores. Cabe aos profissionais e clubes formarem bem os futuros escaladores.

Novas conquistas Duas novas vias no Rio. A primeira é o O Pão Que o Diabo Amassou no Pão de Açúcar, uma conquista do Ralf, Ducha e Rafael. Está entre o Ïtalianos e a Pássaros de Fogo e termina na última enfiada do Cisco Kid . A via ainda não foi repetida por isso a graduação ainda precisa ser confirmada. São seis enfiadas (A1 VIIb, VIa, VIa, IV, III, VIIc) com grau sugerido de 6º VIIc A1 E3. No A1 da primeira enfiada são necessários clifs. Também é necessário levar alguns nuts de cabo e friends. Ä outra via aberta foi a Cabrito Cabreiro na face noroeste do Morro dos Cabritos, com acesso pela falésia da Lagoa na Rua Tabatinguera logo depois da curva do Calombo. Participaram da conquista: Nilton Campos, Júlio Campanella e André Kuhner. O grau sugerido é de Vsup com alguns lances expostos no final da parede. Bastam oito costuras longas e uma corda de 50 metros para realizar esta via.

N a C a b e ç a O alpinismo constrói amizades, fortalece o caráter e incentiva o heroísmo. Da mesma forma pode azedar relacionamentos, exibir fraquezas humanas e humilhar os arrogantes. (Jim Wickwire - Autor do Livro Viciado no Perigo )



N o M u r o Resultados II Encontro Amador 90 Graus de Escalada Esportiva - SP Foi realizado no dia 21 de outubro, na Academia 90 Graus, com o apoio da Aventura Brasil, BY e Singing Rock. Foram 3 rodadas, cada uma com duas vias que tinham de ser escaladas uma em seguida da outra. Abaixo segue a classificação final.

Feminino 1. 2. 3. 4. 5.

Tais Makino Marcia Kanzaki Mieko Makino Samanta Chu Mayra Reis

Masculino 1. 2. 3. 4. 5.

Léo Medeiros Roberto Okubo Uira Fernandes Fabio Sodeyama Marcos Ferrareto

Campeonato de Escalada Esportiva Vertical Indoor - SP O campeonato foi realizado no dia 16 de outubro pela Vertical Indoor (Arajá - SP), teve o apoio das marcas Curtlo, Snake, By, Singing Rock e Lanex.

Feminino 1. 2. 3. 4. 5.

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Lia Chaer - SP Thais Makino - SP Márcia Yuki Kanzaki - SP Mieko Rose Makino - SP Yana Lumi Fujita - SP

Masculino 1. 2. 3. 4. 5.

Cristiano de A Vianna - SP Saulo Ortiz Sauberli - SP Ricardo Marques - SP Daniel Nery - SP Octavio Bernades - SJC

Campeonato Gaúcho de Escalada em Boulder - RS Organizado pela Associação Bageense de Montanhismo e Stonehenge Mountain, aconteceu dia 12/11/00 no posto Ollé Master, em Bagé. Contou com os patrocínios: Ponto Yang, By, Setur, Postos Ollé, Montanha Equipamentos, Matrix, Big Wall, Kalash, Snake, New Republic, Blue Water, Montana, Vertex Outsider, Mont Blanc, e com o apoio da Ass. Gaúcha de Montanhismo, Fabicasa e Judô Clube de Bagé.

Feminino 1. Paula Amaral - P. Alegre 2. Karen - P. Alegre 3. Sabrina - P. Alegre

Masculino

1. Lair Jr. - P. Alegre 2. Naoki Arima - Ivoti 3. Antônio Nery - P. Alegre

Próximas competições

Dia 9 de dezembro, das 9h as 14h, se realizará o 1º Boulder Solidário, no ginásio de escalada Crux - SP. Inscrições a partir de 6 de novembro pelo tel. (11) 3965-9518, e-mail crux@zip.net ou no prórpria ginásio.

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Nos dias 25 e 26 de novembro se realizará a 2ª Etapa do Campeonato Brasileiro, na Casa de Pedra - SP (a 1ª etapa aconteceu no Rio de Janeiro), e as inscrições serão de R$30,00 à confirmar.


H e l m u t B e c k e r

R a l f C ô r t e s

C o l u n a

C o l u n a

O Grau de dificuldade e o Bom Senso

Rocha e Etica

Este é um daqueles temas ótimos para abrir prolongadas e exaustivas discussões entre escaladores. Na escalada esportiva, é um dos principais eixos e motivos de tanta obstinação entre os assíduos praticantes. Vamos tentar de forma imparcial analisar este objeto de alegria e polêmicas chamado grau de dificuldade. Em primeiro lugar, deve-se ter consciência de que é um elemento subjetivo no esporte, o que é fácil para um, é difícil para outros, e vice-versa. Para compreender melhor esta louca matemática, é importante levar em conta os fatores que compõem o grau de uma via de um modo geral. São eles: comprimento da via, inclinação da parede, a disposição das agarras, o que implica na movimentação, bem como o tamanho das mesmas nas seções mais difíceis, assim como, as seções de crux das vias, quantas delas existem na via, onde estão, suas dificuldades isoladas e a influência que causa na dificuldade final devido a localização. Numa via esportiva, a seção crucial é provavelmente o fator mais importante na graduação total. A dificuldade isolada, o tamanho, ou número de movimentos e sua localização na via, definem bem a proposta final. Ninguém disse que é simples, mais não é impossível de entender. A estrutura física da via é o que determina sua graduação, não a disposição do escalador que pode variar de um dia para outro. Um dos critérios mais confiáveis a princípio é a comparação entre vias, mas isto se torna mais válido se feito entre vias parecidas de um modo geral. Uma via curta e concentrada não deve ser comparada a uma longa e diluída, da mesma forma que a graduação de um boulder não se aplica a uma via de falésia. Primeiro compare com uma via semelhante em estrutura e de graduação próxima. E para amenizar as dúvidas, pode ajudar categorizar as vias, p.ex., uma via pode ser graduada em 7b de continuidade, concentrado, ou diluído caso seja em uma longa via e assim por diante. Até lá, muitas discussões, reflexões, dores de cabeça e escaladas para relaxar todo esse stress. Vale lembrar que a base de um bom senso está na experiência, portanto escalem bastante e aumentem sua bagagem. Até a próxima.

Em julho de 1995, fiz uma matéria para o informativo de montanha Mountain Voices , sobre Itacoatiara em Niterói. De toda a matéria eu ressaltava dois tópicos: a ética e as falésias do setor do mar. A ética porque faz parte indiscutível do jogo da escalada. E as falésias do setor do mar, para evitar a irreversível mancha que o grampo causa. Eu pedia na matéria, por favor que se evitasse grampos nas paredes, somente no cume dessas falésias tão acercadas pelo mar. Hoje peço mais uma vez que evitem, por dois motivos que se fundem na escalada tradicional: a ética e a rocha. Removi quase 30 grampos! Em boulders, que há 15 anos atrás fazíamos de kichute, deparei-me com até 2 grampos para serem guiados. Não há necessidade, vamos preservar a escalada tradicional, que é o nosso forte ainda. Basta usar peças móveis ou fazê-los em top rope. No croqui abaixo todas as vias foram guiadas no estilo tradicional, com exceção da Banana Split , Mr. Magoo e Ogro . Qualquer dúvida: 295-3802.

Helmut Becker é patrocinado por: DMM, Sterling Ropes e Saltic Shoes.


O ELO PERDIDO CARIOCA M

e lembro que eu estava indo pro cipó no início de janeiro de 2000, quando o Antônio Paulo me deu um toque sobre uma nova falésia (descoberta sua) localizada na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Eu fiquei pensando e recordei que todas as nossas empreitadas em busca da falésia perdida haviam sido um fiasco. Após uma resposta meio desinteressada acabei combinando com ele uma visita. O tempo passou, o Cipó rolou e aquela curiosidade de conhecer a falésia me vinha de vez em quando. Foi quando no começo de fevereiro decidimos conferir a dica. Realmente era inacreditável o que víamos! Uma falésia totalmente negativa, de mais ou menos 35m de altura por 150m de largura, com agarras totalmente sólidas (vamos dar uma força já que na urca 90% das vias têm agarras quebradiças) e em nenhum ponto interrompidas, quer dizer,

sem aqueles chatíssimos trechos lisos. Eu não sabia o que fazer! Se grampeava aquela, ou aquela, ou aquela Bom, sei que naquele dia grampeamos duas vias: Filezão - 9c/10a e Crux com certeza - 9b, vias que tiveram sua primeira ascensão algum tempo depois pelo Helmut e por mim respectivamente. As vias se apresentavam sem descanso, com crux bem definido e tendo como marca registrada a luta pela resistência. Porra brother, tem que balançar muito o braço!!!!!!! Ah, só de lembrete, corda de 50m não dá não, tem que ser de 60m. Nas próximas conquistas predominou o estilo HARD, com 6 obras primas: Lágrimas de Sangue - 10b - Já encadenada. São 92 movimentos, 30 metros. Ao lado, Pita na via Lágrimas de Sangue, 10b. Acima, Ivanir Chamberlain na mesma via.

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^ O Que mais conta é a Resistencia Você faz um 10a que corresponde a 2/3 da via, chega a um bom descanso, daí pega uma parte final de 8C. Bill, um possível 10c - Projeto. Aproximadamente 90 movimentos, 30m, com sessões bem difíceis entrecortadas por bons descansos. Vaca Louca - 10 b - Já encadenada. 75 movimentos, 30m, com pouquíssimos descansos. Na parte final uma sequência de regletes é responsável pelo grau da via. Abobrinha - Um 8c lindo de resistência, 20 m. Filezinho - 9b, aproximadamente 80 movimentos com um crux bem explosivo. Na última metade da via, a dificuldade atenua com muitas agarras grandes. Massa Crítica - Um possível 11a. A primeira metade da via já é um 10a, seguida por uma sequência sinistra de 10c. São mais de 80 movimentos, quase tudo de boulder, com apenas um bom descanso. Realmente esse novo local foi um grande presente para todos os escaladores esportivos, já que por muito tempo não aparecia algo tão bom quanto o Cipó (que Deus o tenha!) e o Campo Escola 2000. Acredito que a evolução do nível aqui no Brasil sofreu um grande acréscimo com a Barrinha, e seria ótimo se escaladores de outros estados pudessem vir aqui para confirmar o grau. E também não poderia deixar de agradecer a todas as pessoas que deram uma força nessa obra , que não foi fácil. E pra não esquecer, eu vou dar a dica de como se chega lá: descendo a estrada do Joá no sentido Barra, um pouco antes de terminar a descida, tomar a primeira a direita. Passando uns quebra molas você contorna uma pracinha e entra num portão que é o início de uma rua chamada Sorimã. Vai até o final, estaciona e sobe uma trilha de 15 minutos. que sai à esquerda de um caminho de escravos (calçada com pedras), depois de subir 50 metros por ele. É isso aí galera! Boas escaladas! Texto: Luis Claudio Pita. Fotos: Flavio Daflon.

Ao lado, Sequência do Pita na via Vaca Louca, 10b.

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Travessia Recorde do

Himalaia

Quatro mil e quinhentos quilometros em duzentos e onze dias

P

ouco se divulga no ocidente as façanhas das expedições orientais nas montanhas do Himalaia. Em geral, temos tão somente uma vaga notícia sem maiores detalhes. Já as expedições mistas ou puramente ocidentais, recebem sempre maior notoriedade nas revistas e jornais. Nada de anormal nisto, visto que os meios de comunicação privilegiam as ocorrências que possam suscitar maior interesse no seu público alvo. Na tentativa de apurar-se algo mais sobre as intrépidas e, até mesmo, inusitadas iniciativas dos montanhistas locais, recorrese então, dentro do possível, aos informantes e/ou informativos de lá e, tendo-se um pouco de sorte... 1997 Um grupo de montanhistas indianas percorreu, de leste a oeste, toda a extensão da cadeia do Himalaia. Lideradas pela experiente himalaista Bachendri Pal, as aventureiras Chawla Jagirdar, Kokila Sudha, Chetna Sahu e Nanda Patel, conquistaram um único feito na história das travessias de altitude e longa distância. Foram dois anos de planejamento pela líder, e quase sete meses e meio de travessia, percorrendo 36 passos acima de

3000 mts., sendo os de Kalindi (aproximadamente 5.945m) e Colo de Indira (aproximadamente 6.152m) os mais altos. Bachendri Pal que se tornou a quinta mulher a escalar o Everest em 1984, aos 30 anos, sendo também a primeira indiana. Ela liderou a expedição recordista feminina ao Everest em 1993, expedição esta da qual participou a também indiana Santosh Yadav, única escaladora a subir o Everest duas vezes (primeira vez em 1992), sendo que, outros recordes pertencem a essa mesma expedição: maior número de integrantes de uma mesma expedição a atingir o cume (18 escaladoras); mais jovem escaladora a atingir o cume, a americana Dicky Dolma com 19 anos; primeira expedição feminina ao Everest; primeira expedição feminina indonepalesa; primeira expedição ao Everest liderada por uma mulher. Partindo da localidade de Bomdila, no dia 04 de fevereiro de 1997, elas passaram pelo Passo de Sela, adentraram o Butão, percorreram extensão do Himalaia neste país, chegaram ao Sikkin (território anexados a Índia em 1975), para em seguida atravessarem o cansativo Passo de Rathongla e entrarem no leste do Nepal. Elas alcançaram Kathmandu em 26 de abril e continuaram em Pág.12 - Fator2

direção oeste pelo circuito do Annapurna. Atravessaram o ventoso Passo de Thorang La. Chegaram a Jumla, e cobriram todo o oeste do Nepal ao longo de aproximadamente três semanas e reentraram na Índia no dia 07 de junho. Da região de Kumaon, seguiram por rotas antigas e elevadas, passaram pelo Passo de Kalindi e na Cachemira chegando no lago Tso Morari que, repleto de bandos de aves migratórias, se mostrou um dos mais belos cenários para acampamento de toda a travessia. Atingiram a região noroeste da Índia e, tendo o apoio do Comandante de Brigada do setor, atravessaram o mais alto passo acessível a veículos sempre a pé para adentrarem o remoto Vale de Nubra. No dia 10 de agosto chegaram na base do Glaciar de Siachen, área de permanente presença militar por ser disputa de fronteira com o Paquistão. Esta foi a primeira expedição civil a ser autorizada na área estrategicamente importante deste glaciar. Após a árdua jornada pelo Siachen, onde enfrentaram tempestades de neve com a temperatura caindo até 20 graus negativos, crevassas e serem alvejadas pela milícia inimiga, o grupo finalmente cumpriu o seu objetivo ao alcançarem o Colo de Indira, a


aproximadamente 6152 mts, no Karakoram leste, no dia 02 de setembro. O grupo iniciou a travessia com oito expedicionárias, das quais três, Malika Verdi, Vineeta Muni e Sumita Roy, se separaram devido a desentendimentos e continuaram numa travessia independente, com a ajuda de mais três outras integrantes de apoio, completando um percurso

mais curto até o Passo de Karakoram. Das integrantes da travessia, apenas duas na época eram himalaistas profissionais, Bachendri Pal e Chawla Jagirdar, sendo que as outras apesar de amadoras tinham experiência em alta montanha. A Santosh Yadav e a Bachendri Pal, são membros da Indian Mountaineering Foundation,

entidade máxima do montanhismo na Índia, que orienta e autoriza as expedições neste país. Esta não foi a primeira travessia da cadeia do Himalaia, mas foi a mais completa e em tempo recorde, além de ser a única feita por um grupo feminino. Por: Nívia Maria Souto Sgarbi; Fontes: India Today e The Economic Times Calcutta.

Montanhistas interessados em realizar expedições ao Himalaia Indiano, com prévia experiência em alta montanha, aceitem a referência para orientação como guia, da himalaista M. Kokila Sudha, integrante da travessia recorde do Himalaia em 1997 (4500km de leste a oeste) e experiente montanhista em seu país. Contatos por carta em inglês para: M. Kokila Sudha - C/o Ravishankar - 1642/2, 40th A cross T Block - Jayanagar — Bangalore Karnataka — Índia CEP 560041

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N a P a r e d e Vocabulário Esportivo... Nem todo mundo está familiarizado com os termos que usamos algumas vezes na Revista para descrever uma escalada. Expressões como à vista ou encadenar muitas vezes não são entendidas ou são utilizadas de maneira errada. Este artigo tenta então traduzir alguns termos.

via ou enfiada sem nenhuma queda e sem ficar pendurado pela corda ou solteira.

Escalada Esportiva Escalada de até uma enfiada, normalmente em falésias, onde a busca é o prazer da dificuldade e o objetivo é escalar com o melhor estilo possível. A grampeação geralmente é próxima fazendo com que a escalada esportiva seja relativamente segura.

Red point - Encadenar após algumas tentativas sem nenhuma costura previamente colocada ou seja, sacando todas as costuras da cadeirinha.

Crux ou Lance Chave de uma via.

O lance mais difícil

Dinâmico - Movimento dinâmico em direção a uma agarra distante. Não só a mão se move mas o corpo todo também. Bote - Um dinâmico com ainda mais energia para cobrir uma distância maior. Normalmente se o escalador não alcança a agarra ou não consegue travar nela, cai. Top rope - A corda que é presa ao escalador vai ao grampo no topo da parede e volta ao chão para o escalador que vai fazer a segurança. Quem vai escalar não precisa se preocupar com quedas, ficando livre para pensar na sua escalada. Com queda - Guiar uma via ou escalar em top rope com alguma queda ou tendo parado para descansar preso pela corda. Pode-se citar o número de quedas: Escalei tal via guiando com três quedas . Encadenar ou Encadear - Guiar toda uma

Pink point - Guiar uma via sem queda e sem ficar pendurado ou seja, encadenar após algumas tentativas e com as costuras previamente colocadas nos grampos.

Flash - Encadenar logo na primeira tentativa, mas com alguma informação prévia da via sobre como fazer o crux por exemplo. Ver algum outro escalador fazendo a via também é considerado como informação prévia. On sight ou À vista - Encadenar logo na primeira tentativa sem nenhum conhecimento prévio da via, não pode ter visto ninguém escalando-a antes nem pode ter dica alguma de como fazer algum movimento. É considerado o melhor dos estilos, o mais limpo. Num mesmo escalador a diferença entre fazer uma via em Pink Point ou À vista pode ser bem grande, por exemplo: é comum ver escaladores fazerem um nono grau em Pink Point (depois de ter tentado inúmeras vezes) e quando escalam À vista ficam na casa do sétimo. Talvez agora dê para entender porque frases do tipo: Encadenar com uma queda ou Passar à vista na segunda tentativa , que já foram ouvidas, são tão absurdas como Guiar em top rope . Flavio Daflon


N a

P a r e d e

Cronologia do Equipamento... 1943

Primeiro aparelho de descida, por Pierre Allain.

1946

Invenção dos grampos de aço duro, por John Salathé.

1950

Fabricação de mosquetões de alumínio, por Pierre Allain.

1952

Primeira corda dinâmica de escalada. Fabricada por Rivory Joanny.

1960

Chucks Wilts inventa o Knifeblade, um piton super plano. Outro americano, Tom Frost desenho o legendário micro-piton RURP.

1961

Comercialização do primeiro nut de cabo: o Acorn, de John Brailsford.

1962

Rivory Joanny comercializa a fita.

1963

Nascimento do espit na França.

1968

Aparelho de descida tipo oito, fabricado por Clog.

1969

Aparição da fita expressa (Troll). Invenção do Copperhead , por Bill Forrest.

1970

Placa-freio para segurança dinâmica, por Fritz Sticht. Cadeirinha de fita (modelo Whillans, da Troll).

1971

Invenção do entalador Exentric , por Yvon Chouinard e Tom Frost.

1972

Aparição do bloqueador Shunt (Petzl).

1975

Invenção do Friend, pelo americano Ray Jardine.

1978

Começa a fabricação da cadeirinha com anel ventral (loop) para rapel e segurança (Troll)

1979

Aparição do RP, o primeiro micro stopper (Roland Pauligk). Comercialização do stopper curvo graças a Wild Country.

1980

Descobrimento da goma cozida por um grupo de escaladores de Madrid.

1984

Mosquetão curvo, por Jean P. Fréchin (New Alp).

1986

Friend de cabo, por Mark Vallance (Wild Country).

1987

Nascimento do Friend de eixo duplo: o Camalot (Chouinard Black Dimond).

1988

Descobrimento do primeiro tubo de segurança (ATC), graças a Jeff Lowe.

1990

Aparecimento do Grigri, primeiro freio 100% automático (Petzl).

1991

Placa autoblocante Magic para segurança do participante, por J. P. Fréchin (New Alp).

1994

Logic, freio automático de uma só peça, por Antonio Cassin (Cassin).

1995

ABS, primeiro freio dinâmico e automático, por Vincent Couttet e Hubert Boissier (Alp Tech).


Caminhada da

Pedra Bonita Parque Nacional da Tijuca - Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro possui algumas caminhadas bem fáceis que não exigem tanto de seus praticantes e que pouco gente conheçe. Uma das melhores opções para se admirar o Rio das alturas é a Pedra Bonita, na Floresta da Tijuca. É uma caminhada leve que não necessita de material de segurança, e dura em média meia hora até o cume. Tudo que vai precisar levar é uma pequena mochila com lanche, água, agasalhos e lanternas (sempre as tenha em todas as ocasiões, emergências acontecem quando menos se espera). O acesso se dá pela estrada que leva a Rampa de Asa Delta, na Estrada das Canoas (liga São Conrado ao Alto da Boa vista), onde os viciados em adrenalina pulam com suas asas deltas e seus parapentes. A subida à rampa e regulada pela associação de vôo livre e o número de carros permitidos para subir é limitado. Pare no primeiro estacionamento e desça um pouquinho até encontrar uma placa do lado esquerdo (de quem desce) da estrada indicando a Pedra Bonita. Comece a subir. A trilha está bem demarcada, ela começa indo para à direita num trecho que tem uma vegetação alta e sombreada, contorna um terreno particular com uma pequena plantação e alcança um lindo mirante de onde vê-se a Agulhinha da Gávea. Boa parte do caminho é feito ao sol, ladeado por samambaias e vegetação rasteira. Por isso não esqueça o protetor solar! Há pelo caminho uma visão belíssima da região ao redor, das montanhas e da cidade. Na descida fique ligado nas placas de sinalização da trilha para não pegar um caminho errado. O cume faz jus ao nome da pedra, é muito bonito. É um imenso platô de rocha emoldurado por uma paisagem fantástica. De um lado termina em uma larga florestinha de cume e do outro abruptos paredões, que os escaladores usam para subir. Lá de cima pode-se vislumbrar a Praia de São Conrado, a imponente Pedra da Gávea, as praias da Barra da Tijuca e ainda ser presenteado por uma revoada de asas e parapentes. É mais que Pedra Bonita, é linda!!!!

Cintia Adriane

Atenção: Procure sempre estar na companhia de alguém experiente, um guia profissional ou de clube, que irá garantir sua segurança e de seus companheiros. Evite aventurar-se sozinho por trilhas e montanhas, principalmente em lugares que não conheça. As informações contidas nos artigos da revista não substituem um guia.


Mínimo Impacto Esta

é

a regra Jogo

Hoje em dia milhares de pessoas procuram ambientes naturais para atividade de lazer, que vão desde um simples passeio até a prática de esportes de natureza. Na maioria destes locais a natureza é frágil e precisa ser tratada com cuidado. A proteção destes locais depende muito do comportamento dos visitantes. Você pode evitar o impacto da poluição e da destruição das áreas que freqüenta. É só seguir algumas regras simples, que ajudam a proteger o meio ambiente, dão maior prazer à sua visita e previnem acidentes, que nesses lugares afastados podem ter graves conseqüências. Abaixo estão alguns Princípios de Conduta Consciente em Ambientes Naturais:

1 - Planejamento é fundamental

Informe-se sobre as condições climáticas. Viaje em grupos pequenos, que causam menos impacto.

Evite viajar para as áreas mais populares durante feriados prolongados e férias.

Escolha as atividades que você vai realizar

na sua visita conforme o seu condicionamento físico e seu nível de experiência.

2 - Você é responsável por sua segurança

Não se arrisque sem necessidade. Calcule o tempo de viagem e deixe um

roteiro com alguém de confiança, que possa acionar o resgate, caso necessário.

Aprenda as técnicas básicas de segurança, como navegação e primeiros socorros.

Tenha certeza de que você dispões do

equipamento apropriado para cada situação.

Caso você não tenha experiência em

do

atividades recreativas em ambientes naturais, entre em contato com centros excursionistas, empresas de ecoturismo, profissionais ou condutores de visitantes.

3 - Cuide das trilhas e dos locais de acampamento

Mantenha-se nas trilhas pré determinadas, mesmo se ela estiver molhada, lamacenta ou escorregadia. Se você contorna a parte danificada de um trilha, o estrago se tornará maior no futuro. Não use atalhos que cortam caminhos. Os atalhos favorecem a erosão e a destruição das raízes e plantas inteiras. Acampando, evite áreas frágeis. Acampe

somente em locais pré estabelecidos, quando existirem. Acampe a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água. Bons locais de acampamento são encontrados, não construídos. Não corte nem arranque a vegetação, nem remova pedra ao acampar.

Não cave valetas ao redor das barracas, escolha melhor o local e use um plástico sobre a barraca. 4 - Traga seu lixo de volta

Ao percorrer uma trilha, ou sair de uma área de acampamento, certifique-se que elas permaneçam como se ninguém houvesse passado por ali. Remova todas as evidências de sua passagem.


Não deixe rastros!

Não queime, nem enterre o lixo. As embalagens podem não queimar completamente, e animais podem cavar até o lixo e espalhá-lo. Traga todo o seu lixo de volta com você. Caso não haja banheiros na área, cave um buraco com mais ou menos 15 cm de profundidade a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água, trilhas ou locais de acampamento, em local onde não seja necessário remover a vegetação. 5 - Deixe cada coisa em seu lugar

Não construa qualquer tipo de estrutura, como bancos, mesas, pontes, etc. Não quebre ou corte galhos de árvores, mesmo que estejam mortas ou tombadas, pois podem estar servindo de abrigo para aves ou outros animais. Resista a tentação de levar lembranças

para casa. Tire apenas fotografias, deixe apenas leves pegadas, e leve para casa apenas suas memórias.

6 - Não faça fogueiras

Fogueiras matam o solo, enfeiam os locais de acampamento e representam um grande perigo de incêndios florestais. Para cozinhar utilize um fogareiro próprio para acampamento. Para iluminar o acampamento, utilize um lampião ou lanterna em vez de uma fogueira. Se você realmente precisa acender uma fogueira, utilize locais previamente estabelecidos, e somente se as normas da área permitirem. Mantenha o fogo pequeno, utilizando apenas madeira morta encontrada no chão. Tenha absoluta certeza de que sua fogueira está completamente apagada antes de abandonar a área. 7 - Respeite os animais e as plantas

Observe os animais a distância. A proximidade pode ser interpretada como uma ameaça e provocar um ataque, mesmo de

pequenos animais. Além disso, animais silvestres podem transmitir doenças graves.

Não alimente os animais. Eles podem

acabar se acostumando com comida humana e passar a invadir os acampamentos em busca de alimento, danificando barracas, mochilas e outros equipamentos.

Não retire flores e plantas silvestres. 8 - Seja cortês com outros visitantes

Evite fazer barulho, ele assusta os animais. Ande e acampe em silêncio, preservando a tranqüilidade e a sensação de harmonia que a natureza favorece. Deixe rádios e instrumentos sonoros em casa ou troque-os por um walkman. Deixe os animais domésticos em casa. Colabore com a educação de outros

visitantes, transmitindo os princípios de mínimo impacto sempre que houver oportunidade.

Estas regras de conduta consciente (mínimo impacto), resumidas nos 8 princípios descritos acima, estão sendo adotados pelas pessoas no mundo inteiro. Seguindo e difundindo este informe, você estará ajudando a garantir que o lugar que está desfrutando hoje permenecerá sempre na melhor das condições, para você e para os outros visitantes. fonte: Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Ministério do Meio Ambiente, Governo Federal com apoio técnico do Centro Excrusionista Universitário.





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