Assinatura & cartas Flavio Daflon e Cintia Adriane Rua Valparaíso, 81 / 401 - Tijuca Rio de Janeiro, RJ. Cep 20261.130 Tel.: (21) 2567-7105 E-mail: fator2@guiadaurca.com www.guiadaurca.com/fator2
Fator2-Fator de Queda Fator 2 é um fator de queda extremo, na qual todos os componentes de uma escalada são submetidos a grande impacto. Este fator é calculado pela altura da queda, dividido pela distância de corda entre os escaladores.
Atenção Escalada é um esporte onde há risco de você se acidentar gravemente ou até mesmo morrer. Esta publicação não é um substituto para um instrutor ou guia de escalada em rocha. Caso você não conheça as técnicas de segurança para a prática do esporte, ou possua dúvidas, procure um instrutor ou guia especializado para lhe ensinar. Acidentes sérios e até fatais podem ocorrer, como resultado de uma má compreensão dos artigos aqui publicados ou da superestimação dos seus próprios limites.
N o M u n d o Cecilia Buil e Roberta Nunes No dia 10 de agosto, a espanhola Cecilia Buil e brasileira Roberta Nunes chegaram ao cume do Thumbnail, na Groenlândia, conquistando 1.620 metros numa das maiores paredes de rocha do mundo. Batizada de Hidrofilia, a via possui 31 enfiadas e dificuldade de 6c+/7a francês (VIIb/VIIc brasileiro). O curioso é que ela começa em mar aberto, o que obrigou as escaladoras a iniciar a conquista a partir de caiaques. A paisagem belísssima ao redor incluia baleias, focas e pinguins. Elas passaram 15 dias na montanha e fizeram a via mais longa de suas vidas.
Roberta Nunes, na Patagônia.
Cecilia é uma das melhores escaladoras de grande parede da Espanha e já realizou numerosas façanhas em rocha, como ‘Lost in América’ e ‘The Nose’, no Yosemite, assim como a Shipton Spire (5.845 m), com 1.300 metros de parede, nas montanhas do Karakorum, no Himalaia. Roberta dispensa comentários, destacando-se como a mais ativa escaladora de parede do País, tendo guiado numerosas vias no Brasil e na Patagônia, como a Agulha Guillaumet (2593m), Inominata (2500m), Media Luna (1923m), Saint Exupery (2548m), San Lorenzo (3720m) e duas tentativas ao Fitz Roy. Mais informações no site: www.desnivel.com e www.p-guara.com/ groenlandia/ portada.htm
Revisão: Marcio Carrilho. Capa: Ralf Côrtes na Southern Confort, Xc, na Pedra do Urubu. Foto: Marcela Chaves. Fator 2 - número 21 - 2003
Cecilia Buil numa das paradas na Shipton Spire.
N o M u n d o
Ranking Carioca
I Etapa do Ranking Carioca de Escalada na Velox Master Masculino 1º Lugar – Daniel “Coçada” 2º Lugar – Alexandre “Xandinho” 3º Lugar – Luciano “Lupa” 4º Lugar – Rodrigo Almeida 5º Lugar – André “Godofi” 6º Lugar – Eric Leite 7º Lugar – Allan Rodrigues 8º Lugar – Fernando Pujol
Juvenil Masculino 1º Lugar – Caio Gomes 2º Lugar – Pedro Henrique Soares 3º Lugar – Guilherme Miranda 4º Lugar – Rodrigo Mendonça 5º Lugar – Hugo Herven 6º Lugar – Diogo Rodrigues 7º Lugar – Pedro Futuro 8º Lugar – Rafael Augusto
Feminino 1º Lugar – Raguel Guilhon 2º Lugar – Bianca Castro 3º Lugar – Solange Dias 4º Lugar – Patrícia Mattos 5º Lugar – Carolina Basili
Infantil 1º Lugar – Thais Miranda 2º Lugar – Pedro Gomes 3º Lugar – Christian Pedrosa 4º Lugar – Ana Maria França 5º Lugar – Marcela Kutembach
II Etapa do Ranking Cariocade Escalada na Estação do Corpo Master Masculino 1º Lugar – Daniel “Coçada” 2º Lugar – Fábio Muniz 3º Lugar – Leandro Nogueira 4º Lugar – Pedro H. Soares 5º Lugar – Alexandre ‘Xakundum’
Juvenil Masculino 1º Lugar – Caio Gomes 2º Lugar – Tadeu Scaf 3º Lugar – Rodrigo Mendonça 4º Lugar – Hugo Langel 5º Lugar – Guilherme Miranda
Feminino 1º Lugar – Raguel Guilhon 2º Lugar – Bianca Castro 3º Lugar – Patrícia Mattos 4º Lugar – Carolina Rodrigues 5º Lugar – Patricia Xavier
Infantil Masculino 1º Lugar – Pedro Gomes 2º Lugar – Pedro Nort 3º Lugar – Rodrigo Barreto 4º Lugar – Christian Pedrosa Infantil FFeminino eminino 1º Lugar – Thais Miranda
As duas primeiras etapas do Ranking Carioca de Escalada 2003 foram um sucesso. A primeira, na Academia Velox, dias 24 e 25 de maio, teve uma excelente atuação do route setter Bernardo “Nado” Cruz. Atuando pela primeira vez em competições oficiais, ele não deixou a desejar na qualidade e perfeição das vias abertas para todas as categorias. Já a segunda (I Campeonato Timberland) aconteceu na Academia Estação do Corpo Barra, nos dias 26 e 27 de julho. Ralf Côrtes, route setter da competição, preparou uma bela via para a final do master masculino, que classificou em VIIIc. A terceira etapa, realizada dias 16 e 17 de agosto, na Academia Velox, terá seus resultados publicados na próxima edição da Fator2 e no site do Guia da Urca.
Encadenamentos Primeiro, foi a Raquel Guillon mandando a Ban-Ban (IXa), no Campo Escola 2000, na Floresta da Tijuca. Agora, mais um ‘red point’ no 2000 mostra como a escalada esportiva feminina brasileira vem evoluindo. No dia 15 de junho, a niteroiense Taís Miranda (foto ao lado), de 11 anos de idade e apenas dois de escalada, encadenou a Epitáfios de Ilusões (VIIc), uma via que exige força e resistência por ser toda negativa. Para conseguir tal proeza, ela precisou de cerca de dez tentativas, nas cinco vezes em que foi à falésia. Taís, que treina junto com seu irmão Guilherme, de 13 anos, no muro da Patrícia (Tio Sam Gym Center), em Niterói, tornou-se a mais jovem escaladora a conseguir este ‘red point’, que já derrubou muito marmanjo. Todas as fotos da revista podem ser vistas coloridas em: www.guiadaurca.com
Foto: Diogo R. Ribeiro
N o M u n d o Na Pedra do Urubu, Ralf Côrtes (foto ao lado) voltou a tentar a Southern Comfort (Xa), conhecida como Via do Alemão (ela é a fissura que fica no negativo, logo à esquerda de quem chega na pedra), que ele já havia encadenado. Agora, porém, buscava uma saída mais difícil, abaixo da original. Na época da sua abertura (1987), pelo alemão Wolfgang Güllich, a base era bem mais alta. Desde então, devido à erosão e movimentação de pessoas, algumas pedras rolaram, fazendo com que a base ficasse mais baixa. Apenas este novo trecho feito por Ralf deve chegar a VIIIc de boulder explosivo, portanto, o grau total da via também aumenta, podendo chegar a Xc. Outro detalhe interessante é que Ralf começou com apenas a primeira costura feita, pois até então todos que haviam repetido a via o fizeram começando com as duas primeiras costuras colocadas. Com isso, o grau de exposição também aumentou, podendo chegar a E3. Nilton Campos e Fernando Sabioni fizeram as primeiras repetições do boulder ‘highball’ Última Fronteira, IVsup, e da esportiva móvel Live Rust 79, VI E2/E3, na Pedra da Lei, ambas sem ensaios prévios. Luciano “Lupa” (nas duas fotos de baixo) encadenou em julho o boulder Lixão do Gomes, VIIIc. Ele é o primeiro a mandar esse projeto, localizado num novo setor de boulders na Urca, que fica entre o boulder do Mico Mija e do Macumba. São três blocos e seis problemas com graduação entre VIsup e VIIIc. Lupa também mandou o Equinócio, IXa, no boulder do Macumba, uma travessia que, como o grau sugere, é bastante forte. Lupa tem o apoio das Agarras VDoze. Também na Urca, mais um projeto foi encadenado. Trata-se de um antigo problema: O Inominado, localizado atrás da pedra dos 800, na Pista Claudio Coutinho. O autor da façanha é Daniel ‘Coçada’, que graduou o mesmo em IXc. Criado por Luis Cláudio Pita, este projeto já deu muito trabalho para outros excelentes escaladores e só agora saiu. ‘Coçada’ também conseguiu realizar o Bote Impossível na reserva do Grajaú. Este lance está num negativo bem forte na mesma pedra da Fenda do Além. O problema era o último movimento, o do bote, que por sinal é gigante e nunca havia sido feito, daí o nome. Em maio, Fabio Muniz, o Fabinho de Petrópolis, encadenou a via Massa Crítica, na Barrinha, o provável primeiro XIa do Brasil. Dois meses depois ele voltou e repetiu a cadena. Antes de Fabinho, somente ‘Coçada’ havia encadenado esta via. Para confirmar o XIa da Massa Crítica, ambos querem antes repetir outras vias de grande dificuldade. Estas e outras notas podem ser lidas com mais detalhes em: www.viacrux.net
N o M u n d o
Rapidez na aderência No início de junho, Daniel Bonella e Demítrius Medeiros diminuíram de 2h35 para 1h17 o tempo de ascenção da Infinita Highway (6º VIIb A0), via de 715 metros no Escalavrado, na Serra dos Órgãos. Os escaladores dizem que o clima colaborou muito, pois o dia estava com uma temperatura bastante amena. A escalada foi realizada quase toda em simultâneo (à francesa), sendo feita a segurança apenas nas três enfiadas mais difíceis. Bonella afirma ter empregado o “estilo de sobrevivência”, onde o que vale mesmo é a rapidez, leveza e segurança na escalada, porém, respeitando-se sempre a ética. Eles tiveram o apoio da Deuter e da Teva.
A arte de escalar em CD Roberto Cardia lançou seu CD-Rom “A Arte de Escalar”, um apanhado de 1.200 fotos sobre montanhismo, escalada, equipamentos, nós, vídeos, livros, informações técnicas, sites e muito mais. Esta a venda na Casa do Alpinista e no site www.guiadaurca.com. O preço unitário é de R$ 18,00, incluindo o envio.
Errata Na edição nº 15 de Fator 2 foi publicado um artigo de autoria de André Ilha, “Ceará Vertical”, onde ele relata as conquistas que fez naquele estado. Entretanto, recentemente ele descobriu que a parte principal de uma dessas vias já havia sido escalada anteriormente, cabendo então a retificação. Trata-se da Via Normal, da cabeça da Pedra da Galinha Choca, em Quixadá, cujo trecho final, de IV (conforme graduado à época), foi conquistado bem antes, em 1978, pelo escalador carioca Eugênio Epprecht, em solo. Sendo assim, Epprecht conquistou não apenas a via, mas também o cume deste belíssimo pontão, que é uma das principais atrações daquela cidade cearense. Permanece como conquista de André Ilha somente o fácil sistema de oposições (II), que segue à esquerda do trepa-pedra que leva ao ombro, de onde parte o exposto trecho em agarras solado por Eugênio Epprecht. Na matéria “As Grandes Paredes do Brasil”, publicada na Fator 2 n° 20, faltou citar nominalmente outros conquistadores da via Domínio das Sombras: Leandro Siqueira Pereira, Rogério L. Matos e Fernando Aires. Na mesma matéria, os nomes corretos dos conquistadores da via Maria Nebulosa são Alex Ribeiro, Jorge Fernandes e Rafael Wojcik.
INFOFEMERJ Número 9
A Declaração do TTirol irol Imagine mais de 100 montanhistas de países, ideologias, gerações e estilos distintos dividindo o mesmo espaço durante três dias para traçar as diretrizes sobre a melhor prática nos esportes de montanha. Quem conhece a paixão dos montanhistas por seu esporte sabe que isso poderia render discussões inflamadas, argumentações, réplicas e tréplicas sem que se chegasse a conclusão alguma. Parece loucura, mas isso ocorreu: do dia 06 ao dia 08 de setembro de 2002, a cidade de Innsbruck sediou um congresso sobre “O Futuro dos Esportes de Montanha”, evento fruto de um trabalho de cinco anos iniciado na Comissão de Montanhismo da UIAA. A idéia desse simpósio era criar um documento sobre ética, a partir das conclusões da consulta pública dos trabalhos “To bolt or not to be” e do “Código da Montanha”, que estabelecesse as diretrizes para servirem como fundação sólida para assegurar a continuidade dos esportes de montanha por muitas gerações. Compareceram ao evento mais de cem montanhistas, dentre especialistas, representantes de federações e escaladores de elite, tanto do presente quanto do passado. Só para citar alguns dos presentes, cujas idades variam de 18 a mais de 70 anos: Chris Bonington, Jim Bridwell, Tommy Caldwell, Kurt Diemberger, Tom Frost, Etienne Gross, Leo Houlding, Alexander e Thomas Huber, Silvo Karo, Reinhold Messner, Eliza Moran, Oswald Ölz, Beth Rodden, Nazir Sabir, Robert Schauer, Doug Scott, Mandip Singh, Santosh Yadav. Alex Huber abriu o evento dizendo: “Esportes de montanha têm um futuro, mas eles também têm uma história. Hoje em dia, escaladas são feitas no estilo do “prazer”, mas vias antigas de épocas anteriores estão sendo retrogrampeadas sob o disfarce de renovação. Isto mostra uma falta de respeito pelo que foi realizado na conquista e pela diversidade inerente à escalada de montanha – e isso causa uma divisão na comunidade de escalada.” Reinhold Messner enfatizou a responsabilidade individual para a proteção da herança do montanhismo. Tom Frost falou sobre a necessidade de reconciliar o princípio de mínimo impacto com a liberdade desinibida dos escaladores de fazerem o que querem.
Foram formados dez grupos de trabalho de cerca de doze pessoas, cada um presidido por uma personalidade bem conhecida e com a responsabilidade de delinear o que é considerado a melhor prática nos esportes de montanha. Todos os escaladores concordaram que responsabilidade pessoal, liberdade de tomada de decisão e o perigo inerente à atividade são parte integrante deste esporte. Estilo e elegância são tão ou mais importantes do que fazer cume. A conferência foi finalizada com um arremate apaixonado de Chris Bonington. Ele se disse satisfeito em ver que um relevante consenso foi alcançado na notável polaridade entre o esboço da Declaração do Tirol e a contraproposta do Clube Alpino Suíço. As discussões foram apaixonadas, mas sem animosidade, o que demonstrou que a elite dos montanhistas não é elitista. Todos estavam preparados para escutar. Chris disse que “descoberta não é apenas de natureza geográfica, há a descoberta física, mental e emocional” e ele falou sobre como esses componentes podem expandir a mente. Falando sobre grampeação, ele apelou para que se atenha à filosofia de não deixar rastros (“Leave no Trace”) e de aceitar o ambiente de montanha da forma como ele é. E acrescentou que, através da grampeação, você se impõe sobre a montanha. Para ele, a resposta à questão do documento suíço – se montanhas são monumentos – é sim sim, sem dúvida há monumentos como a Face Norte do Eiger ou o Esporão Walker e eles devem ser mantidos da forma como são para permitir que nós os compreendamos. E finalizou lembrando aos participantes de disseminar os resultados da conferência por todo o mundo. O documento final completo da Declaração do Tirol pode ser baixado na página da UIAA (www.uiaa.ch). A versão em português pode ser vista no site da FEMERJ (www.femerj.org). Texto baseado no artigo conjunto de Elisa Moran, VP da Comissão de Montanhismo da UIAA, e Ernst Haase, Editor do Jornal da UIAA, publicado no Jornal da UIAA n.° 1/2003.
Costão do Pão de Açúcar Conforme decisão tomada na última Assembléia Geral da FEMERJ, solicitamos à Cia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar o fim da gratuidade na descida do bondinho, em função do risco de desabamento do Totem e do problema ambiental causado pela altíssima freqüência daquela via. A cobrança seria a partir de 07 de abril, fato amplamente divulgado pela FEMERJ, inclusive com placas de aviso, que foram roubadas e recolocadas. Com muito dificuldade conseguimos voluntários para fazerem o levantamento da freqüência do costão nos feriados e finais de semana mas, para nosso espanto, a Cia não implementou a cobrança. Novo contato foi feito e, desta vez, a garantia da cobrança ser efetivada em 28 de abril. Para nossa surpresa, descobrimos que nada foi feito. Entramos novamente em contato com a Cia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar e fomos informados que continuavam não conseguindo implementar a cobrança. Essa era uma medida para ser colocada em prática não de forma fragmentada. Entendemos que não podemos deixar os montanhistas sem saber quando será realmente cobrada a descida. Afinal, planejamos tudo para que todos ficassem sabendo com bastante antecedência. Diante da dificuldade da Cia em implementar a medida, achamos que seria prudente suspender a mesma até que fosse realmente possível sua efetivação e, nesse caso, uma nova campanha será feita. O perigo de desabamento continua e iremos continuar a colocar placas avisando. Juntamente com esta medida, tentaremos, com a Geo Rio, uma solução rápida para o Totem do Costão do Pão de Açúcar. Assim sendo, lembramos que o Costão continua oficialmente interditado Morro do Cantagalo As vias do Morro do Cantagalo, na face da Lagoa, que ficam à direita da parede (Paixão de Cris, Labirintite etc.), tem agarras que quebram facilmente e caem nos carros estacionados abaixo. Estamos trabalhando com a Geo Rio para solucionarmos este problema. Portanto, pedimos que não escalem estas vias até que a questão seja resolvida. Caso as pedras continuem caindo, a Defesa Civil poderá interditar a parede. Calendário de 2003: As reuniões acontecem na última terça-feira do mês, às 19 hs, e está aberta a todos. Sua presença é muito importante para o desenvolvimento do nosso esporte! As datas e locais das reuniões estão no site da FEMERJ. Como se federar? Toda e qualquer informação pode ser obtida através do site www.femerj.org ou do email infofemerj@ig.com.br Participe você também! · Os interessados em fazer parte da lista da FEMERJ deverão mandar um email sem título para o seguinte endereço: FEMERJsubscribe@yahoogrupos.com.br · Pedimos a participação e colaboração dos montanhistas para que enviem informações, para o email da FEMERJ, do estado das trilhas e vias que existem no nosso estado. · Continue contribuindo com a Croquiteca Croquiteca, enviando os croquis para o email femerj@uol.com.br
Notícias, sugestões e qualquer tipo de contato e informação deverá ser enviada para o endereço: infofemerj@ig.com.br
Os acidentes com cobras no Brasil são causados, em sua grande maioria, por serpentes conhecidas como jararaca, jararacuçu, caiçaca, urutu e cotiara (gênero Bothrops); seguidos dos acidentes por cascavéis (gênero Crotalus), surucucus (gênero Lachesis) e pelas corais verdadeiras (gênero Micrurus). Ultimamente, ouvimos com mais frequência relatos de escaladores sobre cobras encontradas em trilhas e bases de escaladas. Não se pode dizer se isso se deve mais ao aumento do número de praticantes ou devido ao acúmulo de lixo nas montanhas, que atrai roedores e, consequentemente, cobras. Caso ocorra algum acidente com estes animais, seguem algumas dicas do Instituto Vital Brazil e do Butantan. O que fazer: 1 - Tente identificar a espécie da cobra. 2 - Lave o local com água e sabão, já que a picada provoca um ferimento que pode infeccionar. 3 - Mantenha o acidentado em repouso. Caso a picada seja na perna ou no braço, mantenha as extremidades levantadas. 4 - Leve o acidentado imediatamente para o centro de saúde mais próximo.
O que não fazer: 1 - Não amarrar ou fazer torniquete. O garrote impede a circulação do sangue, piorando a situação, e não impede a absorção do veneno. 2 - Não fazer cortes nem chupar o local da picada, já que estes procedimentos, somados aos efeitos do veneno, podem produzir hemorragias e infecções. O soro anti-ofídico não se toma por via oral, e sim através de uma injeção na veia. Ele deve ser tomado com acompanhamento médico e em condições hospitalares, pois pode produzir graves reações alérgicas. O veneno de algumas cobras exigem soros específicos. O soro polivalente serve apenas para algumas espécies. O prazo de validade do soro é de três anos, a partir da data de fabricação. É importante sempre verificar, na ampola ou na embalagem, a data de fabricação e a validade. Além disso, devem ser observadas possíveis alterações, como turvação e formação de depósito no fundo da ampola. Apesar de terem prazo de validade, já foi demonstrado que os soros permanecem ativos durante muitos anos se forem acondicionados corretamente, evitando a exposição ao calor ou ao congelamento. O soro deve ser guardado na geladeira e não no congelador. O tratamento com soro deve ser iniciado o mais
Pólos de Atentdimento de acidentes por animais peçonhentos no Rio de Janeiro RIO DE JANEIRO: Hosp. Mun. Lourenço Jorge - Av. Airton Sena, 200 - Barra - Tel: (21) 2431-5878 e 3325-1818.
PETRÓPOLIS - Hosp. Mun. de Petrópolis - Rua Paulino Afonso, 455 - Binguen - Tel: (24) 22374062.
Hosp. Est. Pedro II - Rua do Prado, s/n - Santa Cruz Tel: (21)3395-1202 e 395-0123.
NOVA FRIBURGO - Hosp. Dr. Raul Sertã - Rua General Ozório, 324 - Centro - Tel: (24) 2523-9000.
Inst. Estadual de Infectologia São Sebastião - R. Carlos Seidl, 395 - Caju - Tel: (21) 2580-7382, 2580-0868, 2580-7432 e 2580-0268.
TERESÓPOLIS - Hosp. de Clínicas - Av. Delfim Moreira, 2212 - Tel: (21) 2742-4152.
NITERÓI - Hosp. Univ. Antônio Pedro - R. Marquês do Paraná, 303 - Centro - Tel: (21) 2620-2828 e 2620-5111.
rápido possível, de preferência nas primeiras quatro horas depois de ocorrido o acidente. Quanto antes o tratamento for iniciado, com o soro específico e na dose correta, maiores serão as chances de cura do paciente. Entretanto, havendo sintomas de envenenamento o tratamento deve ser feito, seja qual for o tempo transcorrido desde o acidente. O Brasil conta com uma ampla rede de hospitais e postos de saúde que oferecem tratamento gratuito aos acidentados por animais peçonhentos. Estes locais possuem os diversos tipos de soros antipeçonhentos e pessoal qualificado para tratar os acidentados.
ITATIAIA - Hosp. Mun. Manoel Martins de Barros Av. Dois - Jardim Itatiaia - Tel: (24) 3352-1599.
Fizemos uma tabela dos lugares no Rio de Janeiro onde encontrar o soro anti-ofídico e quem o aplique. Você pode recortá-la e plastificá-la, levando sempre nas suas escaladas e caminhadas. Cada Estado, através das secretarias estaduais de Saúde, recebe os soros do Ministério da Saúde e os distribui para uma rede de pólos de atendimento. Cintia Adriane.
Fonte: www.prossiga.br/vitalbrazil e www.butantan.gov.br
Leia todas as 20 primeiras edições da Fator2! completo da revista. Peça o CD-ROM Através de tem acesso
um índice você a qualquer
artigo já
publicado.
São técnicas,
matérias dicas de
locais para croquis,
escalar, história,
campeonatos, mundo, info
noticias do Femerj,
equipamentos, de escalada tradicional e de
Encomendas: (21) 2567-7105
entrevistas, colunas esportiva, caminhada.
ou www.guiadaurca.com
Texto: Oswaldo Cruz “Baldin”. Fotos: Gabriela Saliba.
Q
ue o Espírito Santo tem rochas de grande potencial espalhadas pelas suas cidadezinhas do interior, já não é novidade para ninguém. Ainda há muita coisa para se conquistar, cumes virgens que aguardam a visita desses seres estranhos cheios de apetrechos.
M
maioria das paredes não passam da inclinação vertical. No setor da Barriga da Macaca, porém, existem vias negativas.
B
em no estilo do Rio de Janeiro, as vias são, na sua grande maioria, protegidas com grampos tipo P de meia polegada, com paradas duplas. Casos raros são as vias com chapeletas, e algumas fendas para equipo móvel. Hoje, o local conta com 40 vias espalhadas por três setores principais. Para quem pega a Terceira Ponte no sentido Vila Velha x Vitória, ao olhar para o complexo, ele lembra muito o perfil de uma macaca deitada. Por esta semelhança, os escaladores locais dividem o complexo em três partes: Setor da Testa, Setor da Boca e Setor da Barriga da Macaca.
as, como se não bastasse, também na região metropolitana da capital do Estado, Vitória, há muitas opções de escalada. São falésias, boulders, fendas, enfim, um prato cheio para escaladas a poucos minutos de casa, em belos locais onde o verde ainda tenta lutar contra a voracidade destruidora do bicho homem. Vitória é uma espécie de prolongamento do Rio de Janeiro em termos de Escaladas Urbanas, com a mesma harmonia entre mar e montanha. Na vizinha Vila Velha, separada de Vitória por uma grande ponte (a Terceira Ponte), Oswaldo Cruz no Morro do Moreno com a cidade de Vitória ao fundo. está o Morro do Moreno, ponto mais freqüentado da região. Ele tem uma situação privilegiada, com a Terceira Ponte e o famoso Convento da Penha de um lado, e a Praia da Costa, de outro. No topo, existe uma rampa para vôo livre e ainda trilhas para mountain bike e caminhadas, muito freqüentadas nos fins de semana.
D
a mesma forma, as vias do local são bastante utilizadas, como as já consagradas 90 Graus e As Aparências Enganam. A rocha é de granito de ótima aderência, não muito abrasivo, com regletes que possibilitam belos movimentos técnicos. A maioria das vias são esportivas, curtas e técnicas. Algumas exigem força, mas praticamente nada de resistência, já que a
Setor Testa da Macaca
- Localizado totalmente de frente para a Terceira Ponte, é o local onde foram abertas as primeiras vias, como Sargento (IVsup) e Maria Mole (Vsup).
Setor Boca da Macaca
- Falésia esbranquiçada atrás do setor da Testa, é uma parede bem vertical de 25 metros de altura.
Setor Barriga da Macaca
- Este setor possui duas paredes: um grande teto, que fica na parte mais alta, e a parede de baixo, onde existem ótimas vias, a maioria com graduação girando em torno de 7° grau, o que faz dela o “Império do 7° Grau”. O Teto possui algumas fendas que possibilitam uso de proteções móveis. Porém, a maioria destas fendas são bem esfarelentas, o que exige um pouco de cautela nas colocações. Ali existem três vias em artificial e três em livre.
Os Boulders - Depois de 40 vias abertas até o momento,
Digamos que Vitória é um prolongamento do Rio de JJaneiro aneiro no que poderíamos chamar de EEscaladas scaladas Urbanas.
Oswaldo escalando no Setor Barriga da Macaca.
Isabela, escalando a via 90 Graus, VI, no Morro do Moreno. dos mais variados estilos, é a vez dos boulders. Os melhores blocos se encontram na trilha que dá acesso ao setor da Barriga da Macaca, num total de 15 vias espalhadas por diversos blocos nas redondezas.
T
oda esta área tem sido muito explorada pelo Lucas “Sinistro”, Renê, Marcio Castilho, Daniel “Lesma”, eu e mais uma galera - desculpem eu não lembrar de todos. Enfim, somos privilegiados por ter um point destes encravado dentro da cidade, “no quintal de casa”. O melhor acesso, para quem vem de Vitória, é pegar a Terceira Ponte e atravessá-la até Vila Velha. Logo na saída da ponte, vire à direita e depois na segunda à direita. Siga até debaixo da ponte e vire à esquerda, ao lado da banca de jornais, e siga sempre embaixo da ponte. Na estrada de chão, quando chegar ao clube do Exército, decida: se seguir direto, vai para o Setor da Testa. Já virando à direita e depois à esquerda, você chega às trilhas que dão acesso à Boca e a Barriga da Macaca. Para chegar na Testa, suba por uma trilha a direita do chalé, até uma rampa de 30 metros, de segundo grau. Um platô no meio da parede é o ponto de partida para a mai! oria das vias. Para ir à Boca, entre na rua da boate, suba a ladeira e siga pela estrada de chão, até encontrar um portão, que pertence a uma casa de madeira à esquerda. Ali, pegue uma trilha à direita pela mata e logo chegará à base do Setor da Boca, onde fica a 90 Graus.
P
ara chegar nas vias de trás deste setor, contorne a falésia pela direita e depois passe por uma chaminé. A primeira via é a E o Vento Levou.
S
e você for para a Barriga, ao entrar na rua da boate, pegue a primeira à direira e siga pela trilha, passando pelos boulders até uma mangueira, onde uma trilha à esquerda leva ao teto. Uma trilha à direita, no meio do bambuzal, vai para a parede de baixo.
O
Morro do Moreno é bem seguro, pois fica dentro de uma área do Exército. São raros casos de assaltos na região e, nos finais de semana, famílias inteiras freqüentam o local. Equipos - “Kit Falésia”, com uma corda de 50 metros e oito costuras, é o suficiente para se fazer tudo. Para as vias em móvel, um jogo de nuts, um de friends e, para os artificiais, cliffs variados e alguns pitons de lâminas podem ser úteis.
I
nfelizmente, de alguns anos para cá temos visto cenas absurdas no local, como construções que estão detonando a área, além de lixo e pixações, atalhos e outros crimes cometidos por alguns maus elementos, que estão degradando esse maravilhoso complexo. No entanto, mutirões de limpeza e movimentos contra as construções estão sendo promovidos para preservar este importante patrimônio capixaba: o Morro do Moreno.
R
ecentemente, foi criada a Associação Capixaba de Escalada (ACE), que certamente renderá bons frutos para a comunidade escaladora do Espírito Santo. Mais informações pelo telefone (27) 9998-4485 ou oswaldobaldim@hotmail.com. No site www.planetavertical.kit.net encontram-se textos sobre outros pontos de escalada no Espírito Santo.
Granito de ótima aderência, não muito abrasivo, apresenta regletes que possibilitam belos movimentos técnicos.
Q
uem não gosta de tirar umas feriazinhas para curtí-las num lugar bonito e sossegado? Nada melhor como pano de fundo as maravilhosas montanhas, não é mesmo? Para os montanhistas isso não é difícil, basta pegar a mochila, enchê-la com o material de camping e de escalada e ir acampar numa das numerosas montanhas que temos em nosso riquíssimo país.
B
om, mas se você não curte dormir Rô, em frente ao Abrigo Refúgio das Águas. numa barraca, com chão duro, mosquito, sem banheiro e pior, sem banho quente (ou está um pouco cansado desses perrengues), nada melhor que usufruir das pousadas e abrigos, muitos deles direcionados para os apaixonados por paredes e trilhas.
S U
im, há muitas dessas pertinho das montanhas e dos lugares de natureza mais fabulosa. Você pode apreciar toda a beleza ao seu redor e escalar muito, sem abdicar totalmente do conforto.
m ótimo exemplo é o Refúgio das Águas, criado pelo escalador Sergio Tartari e sua esposa Rô. Como cenário, a bela região conhecida como Salinas e, emoldurando o retrato perfeito do Refúgio, os Três Picos de Friburgo (RJ). No Abrigo o ambiente é rústico e muito acolhedor, bem típico de montanha. Existem dois quartos com beliches, mais os sofás e colchonetes. Há também um banheiro com água aquecida pela serpentina do fogão a lenha e uma cozinha. Além da companhia agradabilíssima e das histórias de
montanha dos proprietários, há muitas caminhadas e escaladas nas redondezas. As paredes mais frequentadas são o Pico Maior, o Capacete, o Morro do Gato e a Caixinha de Fósforo. Na mesma região, um pouco mais perto dos Três Picos há também o abrigo República Três Picos. Ele fica num platô a 1.500 metros de altitude e também é mantido por um excelente montanhista, Paulo Mascarin. Ambos são bastante recomendados.
E
m Petrópolis a melhor pedida é a Pousada Cabanas do Açu, localizada em outro paraíso natural que é o Vale do Bonfim, em Correias, perto do acesso a trilha da Travessia PetrópolisTeresópolis. Com uma infraestrutura mais sofisticada, oferece inclusive passeios e escaladas para os que desejarem. O Luis Antônio, dono da pousada, também é montanhista e sabe o valor da natureza ao redor. São cinco belos chalés, piscina natural, sauna, restaurante entre outras surpresas. Para escalar, há a Pedra Comprida, conhecida por muitos como Ser e o paredão Maria Cristina, para caminhar boas opções são a cachoeira Véu da Noiva e a pedra do Açú, no meio da travessia para Teresópolis.
V
ocê pode procurar mais dicas de pousadas, no estilo montanhista, com os amigos. Abaixo segue alguns contatos e valores: Refúgio das Águas com Sérgio Tartari e Rô. Santa Cruz - Friburgo, RJ - Tel.: (22) 2543-3504 Pernoite R$10,00, com café da manhã R$15,00 e com café e refeição R$25,00. Pousada Cabanas do Açú com Luiz Antônio e Elizabeth Estr. Do Bonfim, 3501, km 3,5, Côrreas - Petrópolis Tel.: (24) 2221-3832 / 2236-0066 Camping R$15,00 por pessoa com café da manhã. Chalé para dois R$60,00 por pessoa com café. Para um grupo de quatro o chalé com café da manhã sai por R$34,00 por pessoa. República Três Picos com Paulo Mascarin Estrada dos Três Picos - Vale dos Três Picos - Salinas, Friburgo. Tel.: (21) 3209-1145 R$35,00 por pessoa com café da manhã e uma refeição. Acampando R$7,00 por pessoa. Para chegar lá, melhor com um 4x4, caso contrário pode-se deixar o carro a meia hora do refúgio. Refúgio do Matão No meio da trilha Alsene-Maromba via Serra Negra no Parque Nacional do Itatiaia. Camping R$10,00, café da manhã R$2,00, refeição R$7,00. Possui também chalé. Acesso somente a pé, 16 km depois do Alsene. Cintia Adriane.
T é c n i c a Oitos e tubos... Já faz tempo que algumas revistas estrangeiras especializadas alertam sobre o risco de, em algumas situações, o escalador que estiver dando segurança ter as mãos queimadas tentando frear uma queda de guia utilizando oitos ou tubos (ATC, The Bug, AirBrake, etc). Tais situações poderiam ser: 1) A queda de um guia pesado e uma mão com pouca força por parte do segurança. 2) Um fator de queda 2 ou parecido numa parede que mais vertical ou pouco positiva. No primeiro caso, por exemplo, estão estão alguns típicos casais, quando o homem pesa 80 quilos ou mais e a mulher, bem mais leve, tem pouca força na mão. No segundo grupo, estão os casos da escaladora carioca Katia Torres, que já teve a mão queimada ao parar uma queda de fator 2 com um oito, e de Álvaro Loureiro, que teve a mão, entre o polegar e o indicador, puxada para dentro do ATC ao travar um fator igual. Para piorar as coisas, as cor! das em única (single rope) hoje em dia estão cada vez mais finas, com 9.7, 9.5 e até 9.3mm. Elas se comportam muito diferente em relação ao deslizamento sobre o freio, se compararmos com as mais antigas, que tinham diâmetros entre 10.5 e 11mm.
pequeno. Estes dispositivos atuam de forma relativamente suave e cuidam portanto da cadeia de segurança e do escalador. Não obstante, requerem uma força na mão do escalador bastante elevada. Para pequenas forças na mão não se pode controlar a frenagem devido ao enorme deslizamento da corda”. Este estudo foi feito com a fixação dos freios sobre um ponto fixo em laboratório, e não sobre o corpo de um escalador, portanto não é conclusivo para todos os casos de queda de guia. Também não levou em consideração os diferentes modelos de tubos no mercado, já que, dependendo do fabricante, eles podem ter maior ou menor poder de freio. Com isso, muitos pensariam logo no Gri-Gri, que é a melhor opção para vias esportivas. Mas, não se deve esquecer que segundo o fabricante, a Petzl, o Gri-Gri só deve ser utilizado para vias esportivas, já que o impacto de uma queda freada com ele pode ser alto demais para algumas proteções, principalmente se forem móveis.
Se você utiliza oito ou tubo e se encaixa nas situações descritas neste artigo, vale a pena alguns cuidados.
Em verdade, não existem freios perigosos à venda, assim como não existe o aparelho ideal para todas as situações. Os que funcionam bem em certas manobras deixam a desejar em outras, e aqueles que são seguros num momento podem ser de difícil utilização ou perigosos em outros. Cabe ao escalador, dependendo do tipo de escalada que estará praticando, esportiva, de parede ou móvel, escolher o melhor freio.
Recentemente, o Departamento de Investigação em Segurança da Associação Alpina Alemã (DAV) realizou alguns testes com o intuito de responder a certas questões a respeito dos freios. Um De qualquer maneira, se você utiliza oito ou tubo destes testes chama a atenção. Nele, uma queda com e se encaixa nas situações descritas no início deste fator baixo (0,4) e uma mão simulada exercendo uma artigo, vale a pena tomar alguns cuidados, entre eles: força de 100 quilos (considerada fraca), sobre uma Usar luva na mão que trava a corda ou usar o tubo corda de 9,5mm, causou um deslizamento de corda com dois mosquetões, para aumentar o poder de freio. pelo aparelho de 1,60 metro num oito grande e de São dicas simples e que podem evitar surpresas. 1,82 metro num tubo. Tal deslizamento, segundo o estudo, “é praticamente incontrolável para um Flavio Daflon Mais detalhes sobre o estudo do DAV podem ser encontrados segurança sem luvas”. E continua: “Alguns oitos e o P á de g i nfator a 16 - Fator2 nas revistas Panorama del DAV e Desnivel. tubo são adequados para parar quedas
D i c a s Croquis Plastificados... Para algumas vias, é praticamente obrigatório levar um croqui quando se escala à vista. Grampos escondidos e horizontais inesperadas são algumas das surpresas que uma escalada pode revelar. Existem casos de escaladores que erraram a via e fizeram lances longuíssimos, sem encontrar nenhuma proteção, sendo obrigados a desescalar. Ou escaladores que desistiram da via porque não sabiam por onde seguir, e ainda aqueles que começaram por uma via e terminaram em outra sem saber.
arredondar as pontas, que podem incomodar. Levando o croqui desta maneira você pode, dependendo do lance, consultá-lo mesmo entre um grampo e outro. Para terminar, vale lembrar que os croquis não fazem milagres, uma boa leitura de via, bom senso e experiência são sempre importantes. Boas escaladas!
Muitos já passsaram por situações parecidas, seja no Babilônia ou no Pico Maior de Salinas, em Nova Friburgo. Em muitas desas situações, um croqui teria feito a diferença.
Levando o croqui desta maneira você pode consultá-lo mesmo entre um grampo e outro
O ideal é ter o croqui sempre com o guia e à mão, nada de deixá-lo na mochila do participante. É a Lei de Murphy: na hora em que você mais precisar dele, mais estará incomunicável com o participante. Uma boa dica é tirar uma fotocópia reduzida do croqui, tomando o cuidado para que não prejudique a leitura. Por exemplo, no caso dos croquis do Guia da Urca, uma redução de até 36% é o suficiente. Com o croqui reduzido, corte as margens excedentes e plastifique para torná-lo mais resistente. Depois, faça um furo, passe um cordelete por ele e clipe o croqui no baudrier. Não deixe de Página 17 - Fator2
Flavio Daflon.
R a l f C ô r t e s C o l u n a
d e
T r a d i c i o n a l
Tradicion almente confuso Finalmente, o antídoto foi descoberto, nada mais que um equívoco pelos próprio escaladores. Essa história mal resolvida sobre a porra do nome a ser dado para a porra do estilo. O nome surgiu do nada, através dos escaladores que praticavam a porra do estilo sem a porra do nome. E foram abertas várias vias que, em verdade, seriam a evolução de um estilo que já existia, de gerações anteriores, que também não sabiam a porra do nome. Com possibilidades intrépidas das proteções, vias foram surgindo junto com novos adeptos, a prática e simpatizantes do assunto. Entre os praticantes, foram surgindo dúvidas com a porra da graduação, que não batia muito com a graduação de Salinas. Ou seja, evoluímos - acho que para melhor. No fundo, a graduação é a mesma, só que mais prolongada (simples). Dúvidas também surgiram em como definir o conteúdo do estilo, mas conseguimos também entendê-lo, e as dúvidas foram enfraquecendo e, por ! fim, a porra do nome. Resolvemos adotar o nome gringo já utilizado, apenas traduzido, nada mais justo: Esportiva Tradicional. Que acabou virando um apelido. E os apelidos sempre passam um pouco de intimidade ao assunto. E daí surgiram discussões imbecis sobre o assunto, que na verdade, na minha visão, foi um mal entendido sobre a porra do nome. E chegamos a uma conclusão de um novo nome: Esportiva Móvel. A minha opinião é que os apelidos são bacanas. As mais novas antigas definições: 1.
Vias tradicionais
2.
Vias em grande paredes
3.
Vias esportivas . técnicas . atléticas
4.
Vias com proteções móveis . fendas . esportivas
(nota da redação: veja no site www.guiadaurca.com o artigo ‘Padrões de Escaladas Brasileiros’ de Antônio Paulo Faria sobre a denominação das modalidades de escalada no Brasil)
H e l m u t B e c k e r C o l u n a
d e
E s p o r t i v a
Sessões de trein amento de alta Intensid ade i Sessões de treino de alta intensidade são muito benéficas, mas também podem ter resultados desastrosos. Um dos princípios do treinamento é o da sobrecarga, onde trabalha-se intensidade e volume de esforço simultaneamente. Se o objetivo são vias de seções curtas e intensas, ou mesmo o bouldering, o enfoque do treino é preferencialmente a intensidade, para se aprimorar a capacidade anaeróbica específica. A intensidade pode ser determinada basicamente sob duas formas, que funcionam combinadas: o nível do esforço executado e o tempo de execução. Há uma variação também na intensidade de treino, que é o tempo de repouso entre cada esforço executado. Para o mesmo nível de esforço, quanto menor o tempo de repouso, maior será a intensidade do treino. A intensidade não está apenas no esforço isolado, mas também no proceso de treino, considerando a sessão como um todo. Saber dosar a intensidade do treino é de extrema importância para se atingir os resultados desejados, evitar lesões e até o excesso de treinamento. Este tipo de treino pode ser feito tanto em rocha como em muro. A fim de isolar mais a condição física do trabalho, é conveniente escalar em vias já conhecidas próximas do nível máximo trabalhado. Se o nível dos movimentos ou seções estiver muito acima, há o risco de sobrecarga nos tendões e articulações. Nunca esqueça que na escalada esportiva a precisão de movimentos é fundamental. Quando se está treinando em muro, a dica também e válida. Caso novas vias sejam criadas, é interessante estabelecer movimentos que sejam executáveis em grupos, com no máximo três tentativas de trabalho - o que é conveniente de se fazer na fase de aquecimento mais avançada - ainda mantendo-se um bom nível de dificuldade. As vias não devem ser muito longas, já que o objetivo é a intensidade. Com as vias estabelecidas, pode-se iniciar as tentativas de encadeamento, marcando-se também o tempo de execução. A partir daí, valem as experimentações, como repetir a via após um repouso de mesma duração do estímulo, ou diminuindo o mesmo para metade do tempo. Em uma sessão, cada via pode ser repetida de quatro a oito vezes, dependendo do nível do escalador. Esse pequeno modelo de treino de intensidade é válido tanto para boulder como para vias de até 30 movimentos. É importante manter um tempo de no mínimo 24 horas de repouso entre cada sessão deste tipo de treino. Lembre-se de não exagerar, mas mantenha a escalada forte.
W a l d e c y C o l u n a
d e
M a t h i a s C a m i n h a d a
Cuid ando de sua saúde Esse texto é não somente para o pessoal da caminhada, mas para montanhistas em geral. Sempre que praticamos qualquer atividade em que temos contato com florestas ou pedras, é inevitável o aparecimento de pequenos cortes e/ou machucados, o que facilita o desenvolvimento do tétano, doença que pode matar. Pensamos erradamente que o tétano é uma doença urbana, que na natureza jamais iremos encontrá-la. Mas não é bem assim. É possível um simples espinho entrar na pele e vir a ocorrer o tétano. No final do ano passado, meu grande amigo do CERJ, João Paulo (JP), fez a Travessia Parque Lage x Corcovado e, de bobeira, bebeu de uma das fontes da caminhada, contraindo a hepatite do tipo A. Ficou sem poder trabalhar durante dois meses, e outros tantos meses sem poder escalar. Isso aconteceu dentro de uma área de parque nacional.
Ao praticar espeleologia, por exemplo, deve-se tomar cuidado com excrementos de morcegos, que transmitem a raiva e histoplasmose pelo ar. No ano passado, foram detectados vários casos de febre amarela em Minas Gerais e no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Todas essas doenças infelizmente existem e estamos mais expostos a contraí-las do que uma pessoa que não pratica esportes de montanha. Mas, com procedimentos muito simples, podemos contornar estes problemas. No caso do tétano, em qualquer posto de saúde do Rio de Janeiro é possível vacinado gratuitamente. Toma-se uma dose e, após 30 dias, outra dose. Um ano depois da primeira toma-se uma dose de reforço e pronto, imunização por 10 anos. No caso da hepatite, infelizmente a vacina só é gratuita para pessoas de até 19 anos. São três doses para ficar imunizado, a cerca de R$ 120,00 cada dose para os tipos A e B. Já no caso da febre amarela, a vacina é gratuita. Não sou médico, por isso esses dados foram levantados com amigos da área médica e que também escalam. Também servi de cobaia para algumas vacinas. Qualquer dúvida, você deverá consultar um médico. É isso aí pessoal, boas caminhadas e até a próxima.
Pรกgina 20 - Fator2
C r o q u i s 6 Fissura São João Localizada no Morro de mesmo nome, tem acesso pelo Parque da Chacrinha, onde se chaga pela Rua Travessa Guimarães Natal, em Copacabana (próximo à estação de metrô Arcoverde). Uma vez no parque, siga em frente e pelo lado esquerdo, contornando a área de lazer. Há uma trilha que sobe pouco antes de um muro de pedras. Logo, esta trilha segue para a esquerda e passa uma dezena de metros abaixo de um bambuzal, para então voltar a subir. Chegando à parede, ande um pouco à esquerda até ver alguns grampos. Neste ponto há uma pequena escada de terceiro grau, que leva ao platô da falésia do São João: Nebulosa (VIIIa), Meteorito (VIIIa) Filhos do Meio Fio (VIIIc), Andrômeda (VIIIc), etc. A Fissura São João fica uns 15 metros à esquerda da Andrômeda, que é a última das vias. Na dúvida, procure alguém que já conheça a falésia, o que não é difícil encontrar.
Ácido Lático, Entre Ácidos e Fórmico Este croqui! é um complemento àquele que foi publicado, dos Ácidos, no Guia de Escaladas da Urca. Abrange somente três vias,
mas possui bastante detalhes. O Lático é uma das vias mais conhecidas dos Ácidos e, apesar de ser uma via esportiva, possui uns bons vôos, pois sua grampeação é de E2. Para chegar lá, basta subir o costão do lado direito da Praia Vermelha, seguindo os grampos para a esquerda e, no final, para a direita, até a entrada da curta trilha que leva às vias. O Lático fica alguns metros à direita da chegada da trilha à parede. Página 21 - Fator2
C r o q u i s CEB-60 5º VI E2- 465 metros. A CEB-60 é a via clássica do Perdido do Andaraí. Foi conquistada em 1979 por Mário Arnaud e Maurício Mota e é bastante longa, tendo mais de 450 metros. Possui bastante horizontais e diagonais, com rocha quebradiça em alguns pontos, o que exige muita atenção. Outra boa opção nesta mesma parede é a via logo à esquerda da CEB-60. Chama-se DGM (alguns conhecem por Pepe Legal), sobe pela bonita aresta do Perdido e está graduada em 5º VI. Na foto abaixo, o traçado aproximado destas vias.
Equinox