N o M u n d o Assinatura & cartas Flavio Daflon e Cintia Adriane Rua Valparaíso, 81 / 401 - Tijuca Rio de Janeiro, RJ. - 20261.130 Tel.: (21) 2567-7105 E-mail: fator2@guiadaurca.com www.guiadaurca.com Assinatura anual: R$ 20,00
Fator2-Fator de Queda Fator 2 é um fator de queda extremo, na qual todos os componentes de uma escalada são submetidos a grande impacto. Este fator é calculado pela altura da queda, dividido pela distância de corda entre os escaladores.
Atenção Escalada é um esporte onde há risco de você se acidentar gravemente ou até mesmo morrer. Esta publicação não é um substituto para um instrutor ou guia de escalada em rocha. Caso você não conheça as técnicas de segurança para a prática do esporte, ou possua dúvidas, procure um instrutor ou guia especializado para lhe ensinar. Acidentes sérios e até fatais podem ocorrer, como resultado de uma má compreensão dos artigos aqui publicados ou da superestimação dos seus próprios limites.
Escalada Rápida Nesta temporada, Sergio Tartari e o argentino Luciano Fiorenza realizaram um “speed climb” de três vias, em um dia, no Pico Maior de Friburgo (foto abaixo). Saíram do Refúgio das Águas - que fica a uma hora e meia da base da montanha - a uma hora da manhã e levaram dezoito horas ao todo escalando. Eles começaram pela via Decadence avec Elegance, ainda a noite (descendo por ela mesma), depois fizeram a Arco da Velha (tornando a descer pela Decadence) e em seguida subiram a via Leste. José Luis ‘Capachão’ e Marcus França, escaladores paranaenses, já haviam feito uma escalada nesse estilo, nas vias Decadence e Leste. Tartari e Fiorenza acrescentaram mais 700 metros a empreitada. Veja a seguir as características de cada via. . Decadence avec Elegance, Elegance 5º VIsup (A0/VIIc) E2, tem 17 enfiadas e 700 metros. . Leste este, 5º (A0/VIsup) E3, possui 18 enfiadas e 700 metros. elha . Arco da V Velha elha, 6º VIIa E3, tem 15 enfiadas, e 700 metros. Ao final foram 50 enfiadas e 2.100 metros.
A Fator2 não se identifica necessariamente com as opiniões expressadas por seus colaboradores. Jornalista Responsável: Marcio Carrilho. nº 20900/122/50
Distribuição Lojas de equipamento, clubes de montanhismo, academias de escalada, na Pista Claúdio Coutinho e na entrada do Babilônia na Urca. Capa: Daniel Bonella e Diogo Marassi, na Franco-Brasileira, na Pedra do Sino. Foto Taranto Jr. Fator 2 - número 22 - 2003
SoS Urca O Grupo de Trabalho SOS Urca está promovendo uma campanha para a compra de uma máquina para o corte do capim colonião. A crescente expansão desta espécie exótica de capim, como todos sabem, é uma das maiores responsáveis pela significativa destruição de nossa Mata Atlântica, como observamos na Urca. Para enfrentar mais competentemente esta praga, é necessária a aquisição de uma máquina para a capinagem. Você pode participar comprando uma camisa de malha do “GT SOS Morro da Urca!” As camisetas baby look passaram a custar 8 reais. É só entrar em contato com Rosane (rosaneac2@yahoo.com.br), na Limite Vertical: Rua Bambina, 141, fundos ou nas reuniões da FEMERJ. Não deixe de participar. A montanha agradece!
N o M u n d o III Etapa do Ranking Carioca de Escalada Esportiva Master Masculino 1º Lugar – Daniel “Coçada” - RJ 2º Lugar – Diogo Ratacheski - PR 3º Lugar – Alexandre “Linha”- SP 4º Lugar – Fábio Muniz - RJ 5º Lugar – Tadeu Scaf - RJ 6º Lugar – Oscar Echeverrey - Colômbia 7º Lugar – Thiago Veloso - SP 8º Lugar – Matheus Veloso - SP
Amador Masculino 1º Lugar – Caio Gomes - RJ 2º Lugar – Diogo Fagundes - RJ 3º Lugar – Guilherme Miranda - RJ 4º Lugar – Rodrigo Mendonça - RJ 5º Lugar – Stefano “Ligeirirnho” - SP 6º Lugar – Guilherme “Grilo” - RJ Fernando Pujol - RJ Daniel “Olho” - RJ Rafael Lomenzo – RJ
Master FFeminino eminino 1º Lugar – Raguel Guilhon - RJ 2º Lugar – Bianca Castro - RJ 3º Lugar – Rafaela de Lima - MG
Amadro FFeminino eminino e Infantil Misto 1º Lugar – Thais Miranda - RJ 2º Lugar – Pedro Nort - RJ 3º Lugar – Pedro Gomes - RJ 4º Lugar – Ana Maria França - RJ 5º Lugar – Midori - PR
IV Etapa do Ranking Carioca de Escalada Esportiva Master Masculino 1º Lugar – Daniel “Coçada” 2º Lugar – Fábio Muniz 3º Lugar – Rafael D'Ávila 4º Lugar – Eric Leite 4º Lugar – Alexandre Flores 6º Lugar – Tadeu Scaf 7º Lugar – Leandro Nogueira 8º Lugar – Pedro Henrique Soares
Juvenil Masculino 1º Lugar – Caio Gomes 2º Lugar – Guilherme Miranda 3º Lugar – Diogo Fagundes 4º Lugar – Rodrigo Mendonça 5º Lugar – Rafael Augusto Lomenso 6º Lugar – Hugo Langel 7º Lugar – Diogo Rodrigues 7º Lugar – Demetrius Lopes 9º Lugar – Deivid Veloso
Master FFeminino eminino 1º Lugar – Raguel Guilhon 2º Lugar – Bianca Castro 3º Lugar – Patrícia Mattos 4º Lugar – Carolina Basili 5º Lugar – Solange Dias 6º Lugar – Carolina Noronha 7º Lugar – Patrícia Xavier
Infantil FFeminino eminino 1º Lugar – Thais Miranda 2º Lugar – Ana Maria França 3º Lugar – Marcela Kutembach Infantil Masculino 1º Lugar – Pedro Nort 2º Lugar – Pedro Gomes 3º Lugar – Christian Pedrosa
prêmios para os melhores atletas do Teva & Ferrino Open de Boulder.
III
Ranking Carioca
Aconteceu no final de semana de 25 e 26 de outubro, no Tio San Gym Center – Muro da Patrícia, em Niterói - Rio de Janeiro, a III Etapa do Ranking Carioca de Escalada Esportiva 2003, valendo pontos para o ranking 2003. O route-setter foi Alexandre “Xakundun” que mostrrou seu talento abrindo vias de oitavo grau com botes, vôos e domínios em regletes. Na categoria Infantil e amador feminino (que concorreram juntos por falta de competidores) devemos destacar os atletas Thatá e Pedro Nort pelo elevado grau técnico demonstrado no campeonato. Na categoria Amador Masculino, Caio Martins levou o título e demonstrando que será ameaça para os atletas da Master. A final feminina foi muito disputada entre Raquel Guilhon e Bianca Castro, ficando a primeira no lugar mais alto do pódio. A categoria Master, que começou com 15 atletas, foi acirrada entre os escaladores Diogo Ratacheski (PR) e Daniel “Coçada” (RJ). Na premiação, não faltaram sorrisos e
N o M u n d o A última etapa aconteceu na academia Estação do Corpo (II Campeonato Estação do Corpo de Escalada Esportiva), na Barra, onde definiu o campeão de cada categoria. Realizado nos dias 6 e 7 de dezembro, a etapa foi bastante adrenante. O route-setter, Luiz Cláudio “Pita”, mandou muito bem nas vias e facilitou o trabalho dos juízes. Daniel Coçada, do master masculino, foi o único atleta a fazer “Top” no domingo e, por isso, levou a etapa e o título de campeão carioca de escalada esportiva 2003. Veja os resultados no quadro ao lado.
Guia de Escaladas do Anhangava O Guia de Escaladas em rocha Morro do Anhangava foi lançado no Paraná e trás informações sobre uma das áreas mais tradicionais e frequentadas do montanhismo paranaense. No livro encontra-se o histórico do local, aspectos naturais, como chegar, onde dormir, ética local, equipamentos necessários, zonas, setores e vias, trilhas e muito mais, além de falar sobre o Movimento Pró-Parque Serra da Baitaca, onde se localiza a montanha. São cerca de 180 vias catalogadas. Você pode adquirir o seu nas lojas de montanha, no site www.guiadaurca.com ou ainda pelo telefone (21) 2567-7105.
Mulheres cariocas A escaladora Viviane Fernandes, 20 anos está de parabéns. No dia 25 de outubro ela realizou uma escalada de fato impressionante. Após ter feito no Totem (Pão de Açúcar) as vias Limiar das Lacas (VIIIa), As Lacas Também Amam (VIIc), Revolta dos Gravatás (VIIc) e chegar ao cume fazendo a última enfiada do Lagartão), ela pegou a trilha que leva a face norte e escalou a via Secundo Costa Neto (5º VIIa E2 D3), chegando novamente ao cume em mais quatro horas. Somando ao todo mais de 550 metros de escalada. Com apenas um ano e oito meses de escalada, Viviane vem se destacando nas paredes cariocas, tendo guiado uma longa lista de vias difíceis, com por exemplo, o Lagartão (VIIc), Caixinha de Surpresa (VIIa), Pássaros de Fogo (VIIa), Waldemar Guimarães (VIIc), e Cisco Kid (VIIb) no Pão de Açúcar, CERJ (5º A0/VIsup E2 - 400 metros), em Salinas e C-100 (5º VI) na Pedra da Gávea, entre outras.
Viviane Fernandes, na via zona Morta (VIIIb), no Campo Escola 2000.
Ela também já encadenou algumas vias fortes em falésia, como a Nebulosa (VIIIb) no São João e a Zona Morta (VIIIb) no Campo Escola 2000. De olho nela!
Dois anos após a inauguração do CEPI, foi
finalizada a quarta via para o cume do Pão de Açúcar, a Chaminé Gallotti, aberta no lado oposto do Totem, onde se encontra a Chaminé Stop. Desenhada num intrincado sistema de fendas, formada por uma sucessão de platôs, chaminés estreitas, entalamentos de corpo e oposições, a Gallotti foi conquistada utilizando-se troncos, cabos de aço e cerca de 80 grampos, além de contar com a participação de 20 escaladores.
Iniciada em 1948, esta conquista sofreu diversas
interrupções, levando seis anos para ser concluída. A história desta longa via contou com um episódio insólito e sinistro. Em setembro de 1949, durante a conquista do segundo lance, foi encontrado um cadáver entalado pelo pescoço numa fenda. O escalador que guiava aquele lance ainda deu segurança de uma árvore próxima para que seu participante chegasse até ele. Os dois resolveram descer e chamar a polícia, que retirou o corpo do local. O corpo deste homem, que nunca foi identificado, ficou conhecido como a Múmia da Gallotti.
Os cabos de aço da Gallotti começaram a ser
removidos nos anos 60. A presença de fendas em boa parte da via era um convite irresistível para a escalada em livre. Sem os cabos, alguns lances de maior dificuldade técnica eram vencidos com apoios artificiais, como no lance do estribo, onde havia um estribo de ferro para apoio. Estas mudanças deixaram a via com uma aparência próxima a dos dias atuais.
A longa conquista da Gallotti foi levada a cabo por Antônio de Oliveira, Ricardo Menescal, Laércio Martins, Patrick White e Tadeusz Hollup, todos pertencentes ao Clube Excursionista Carioca (CEC).
Trecho retirado do livro “Guia de Escaladas da Urca”. Fotos: Arquivo CEC/Ivan Calou.
Ao sentir um leve desconforto ou uma dor contínua, o tratamento já será indicado. Este é o estágio inicial da doença e ainda é reversível. Ignorar o tratamento nesta fase, dando continuidade ao esforço repetitivo, aumenta o tempo de permanência da patologia e, obviamente, o de recuperação. Portanto, o afastamento temporário das escaladas aliado ao tratamento orientado, elimina as dores e as inflamações e, na maioria dos casos, a recuperação é total. Tendinite é a inflamação das bainhas dos tendões e dos próprios tendões, causada pela repetição de movimentos sem que haja intervalos de descanso. Por falta de pausas ou pausas por períodos insuficientes para a recuperação muscular em longas escaladas é que a doença começa a se desenvolver. O sedentarismo, a baixa resistência física e a vontade de ultrapassar os limites são os principais fatores contribuintes para o desenvolvimento da doença. No caso da escalada, as áreas corpóreas mais afetadas são as articulações dos dedos, punho, cotovelos e ombros, sendo que, algumas vezes, bilateralmente, podendo variar de lesões leves a crônicas graves. Geralmente, a procura por tratamento se dá quando o estágio da doença está avançado. A recuperação para os estados crônicos é lenta e o repouso do movimento afetado deve ser total, caso contrário, o escalador, que se submete às mesmas circunstâncias que lesaram os tendões anteriormente, apresentará novamente os mesmos sintomas em um período bem menor do que da primeira vez. A cura para os casos crônicos é muito difícil pois, tratando-se de escaladores, uma parede é sempre um convite irrecusável e a intenção de afastar-se do esporte, ou até mesmo de abandoná-lo é inaceitável. Trata-se de um caso muito delicado pois a cura tão cedo não há de chegar e o tratamento deverá, pelo menos, estar sendo feito em paralelo como tentativa de amenizar a evolução do estado crônico. Infelizmente, isto nem sempre ocorre e, na maioria das vezes, o afastamento é definitivo.
Os sintomas da doença variam de dores em diferentes graus, desconforto, pontadas, fraqueza muscular e difícil movimentação da área acometida. Geralmente relatamse no dia a dia ao dirigir um carro, carregar as compras do supermercado e até mesmo escrever ou teclar. Em estágios avançados pode haver dores insuportáveis, perda parcial ou total dos movimentos, atrofias e paralisias. A Medicina TTradicional radicional Chinesa e a TTendinite endinite Os primeiros registros terapêuticos na China são da dinastia Shang, no ano de 1766 a.C. A Medicina Tradicional Chinesa sustenta que os seus tratamentos sejam elaborados em “pontos” localizados e selecionados ao longo do corpo, incluídos em vários trajetos chamado “meridianos”. Estes meridianos estão relacionados aos órgãos internos que, por sua vez, controlam e governam várias funções motoras e emocionais. No conceito oriental chinês, a tendinite é a obstrução do fluxo energético em alguns canais, o que dificulta a circulação de Qi (energia) e Xue (sangue) da região obstruída. Estes dois são interdependentes, enquanto o Qi movimenta o Xue ao longo do corpo, o Xue, por sua vez, faz a nutrição do Qi. Se o Qi parar, o Xue também irá parar e acarretará uma estagnação, causando sintomas que serão mencionados logo a seguir.
O sedentarismo, a baixa resistência física e a vontade de ultrapassar os limites são os principais fatores contribuintes para o desenvolvimento da doença.
Na Medicina Tradicional Chinesa o Gan (fígado) é um sistema complexo que faz correspondências com as emoções, tecidos corporais, órgão dos sentidos, cor, clima, som, sabor, dentre outros. O Gan é o responsável pelo funcionamento normal dos tendões, nutrindo-os com o seu Qi e Xue. Quando o Xue do Gan se torna deficiente, os
tendões podem ser acometidos de fraqueza, debilidade articular na contração e relaxamento, espasmos ou tremores. Este não seria o caso da tendinite do escalador, porém, a obstrução de uma parte dos canais causada pela escalada, quase sempre compromete a função energética do Gan.
O tratamento da tendinite na Medicina Tradicional Chinesa consiste, principalmente, na observação minuciosa da localização da dor e de seu respectivo trajeto.
Pelo fato do canal estar obstruído e as funções energéticas do Gan normalizadas, haverá um excesso de energia em outra parte do corpo, mais especificamente no próprio Gan.
Escaladores que apresentam alguma desarmonia no Gan podem apresentar facilmente sintomas como nervosismo, irrequietude, irritação, raiva ou acessos de fúria, estando propensos a desenvolver a tendinite mais rapidamente na prática esportiva. A invasão de agentes patogênicos externos, como a invasão de vento frio (gripes e resfriados), são chamadas de energias perversas. Invadem o organismo não somente pelas vias orais e nasais, mas também por outras áreas do corpo como, por exemplo, das pontas dos dedos até o cotovelo. O Qi, juntamente com o Xue têm a função de aquecer, umedecer e proteger o corpo contra os agentes patogênicos externos. Desta forma, o escalador que contrair a patologia da tendinite terá uma baixa na defesa energética daquela área, podendo ser invadido pelo vento frio mais facilmente. O TTratamento ratamento Chinês O tratamento da tendinite na Medicina Tradicional Chinesa consiste, principalmente, na observação minuciosa da localização da dor e de seu respectivo trajeto. Existem vários métodos terapêuticos para o tratamento da tendinite, como por exemplo: moxabustão, acupuntura e fitoterapia. Estas são estratégias terapêuticas escolhidas através de um diagnóstico preciso e complexo obtido por meio da anamnese. É importante citar que, após o diagnóstico, se a terapêutica escolhida for a mesma para duas pessoas acometidas pela tendinite, a técnica de conduzi-la possivelmente será diferente, mas em todos os casos, o afastamento temporário das escaladas será obrigatório. Portanto, qualquer que seja o método de tratamento que essa medicina adote, é preconizado para todos os casos, a seguinte definição - harmonização orgânica através do equilíbrio energético das polaridades Yin Yang. Para se obter maiores chances percentuais de chegar a esse equilíbrio energético, é importante o tratamento estar aliado a correção dos hábitos alimentares e a horários de sono regulares. As terapias complementares (alternativas) geralmente são procuradas nos estágios finais da doença, quando o tratamento da medicina ocidental não surtiu efeito.
Segundo os terapeutas, as terapias complementares deveriam ser as primeiras a serem indicadas e não as últimas, podendo haver ótimos resultados sem a agressão do organismo pela ingestão de drogas farmacêuticas. Moxabustão (aplicação e resultados)
Antigamente as pedras eram aquecidas ao sol para serem utilizadas sobre pressão nos pontos da dor, com a finalidade de aliviá-la. Posteriormente, foi a vez da queima de ervas secas... mas, foi na Dinastia Sung, no período de 960 a 1260 d.C. que as técnicas ganharam regras e foram definidas. Moxabustão é um método de tratamento muito popular na China, feito através da produção do calor pela queima da erva artemísia vulgaris. A planta é seca, moída a pó e enrolada na forma de um bastão assemelhando-se a um charuto. Após a sua queima, o bastão é direcionado à pele para emitir calor necessário e estimular o ponto selecionado sem causar desconforto ou queimaduras ao paciente. A técnica de moxabustão para tendinites e inflamações diversas, de certa forma é simples. Apresenta resultados imediatos como relaxamento muscular, aumento do fluxo de Qi e Xue e quase sempre alivia as dores. Um dos defensores desta técnica para a cura de inflamações, tanto nos estados agudos como crônicos, é o Dr. Xu Jie, do Departamento de Tramatologia da Faculdade de Jiangxi de Medicina Chinesa. Tom Sintam Wen em sua obra “Acupuntura Clássica Chinesa”, faz a mesma referência com algumas considerações. Para iniciar esse tratamento deve-se consultar um profissional do ramo para que faça essas aplicações, pois ele detém conhecimentos de tempo de duração, técnicas específicas, distância da pele e localização dos pontos através das estruturas anatômicas. Na maioria dos casos, depois da primeira consulta, o paciente bem orientado pela ajuda do profissional poderá facilmente aplicar-se com a técnica de moxabustão em sua própria residência. Existem inúmeras técnicas de moxabustão e, a escolha de uma ou mais destas técnicas para o tratamento será de acordo com a manifestação (irradiação e localidade da dor) da tendinite. Infelizmente, seria impossível descrevêlas todas neste artigo. A busca pelo tratamento da tendinite e de outras patologias através da medicina ocidental ou oriental é freqüente e ambas têm o interesse de proporcionar a cura para qualquer enfermidade, devendo sempre atuar em conjunto. Qualquer tratamento será válido, desde que o profissional tenha domínio das técnicas a serem empregadas e, quando necessário, encaminhar o paciente a um outro profissional que possa oferecer melhor suporte e resultados relevantes. Desta forma, pode-se realmente acreditar que os alívios dos sofrimentos das pessoas e os resultados para se alcançar a cura estão sendo ampliados.
Roberto Cardia, Estudante de Medicina Tradicional Chinesa. Contato para esclarecimentos – Tel.: (21) 2264 0594
por: Daniel Guimarães e Flavio Daflon Este foi o ano em que os escaladores cariocas mais estiveram em big walls. Foram repetidas seis vias de peso, do qual participaram 19 escaladores. Neste artigo publicamos uma breve descrição de cada via, fatos interessantes sobre, explicamos o termo big wall e como funciona o sistema de graduação. Big Wall Não há nenhuma definição específica que qualifique uma parede como um big wall, mas como o termo já diz, tem que ser uma parede grande, preferencialmente fendada e negativa. Um big wall pode ser visto como uma escalada que venha a durar normalmente mais de dois dias,
Pita na Tragados pelo Tempo. Foto: Flavio Daflon.
geralmente utiliza-se muita proteção móvel. Os estilos em livre ou em artificial podem ser utilizados, mas geralmente a escalada em artificial móvel é a predominante. Ao contrário da escalada em livre, estilo que tem como desafio utilizar apenas o corpo sem ajuda de pontos de apoio diferentes da rocha para progredir, a escalada artificial utiliza uma gama de equipamentos que são acomodados, entalados ou até mesmo martelados na rocha, onde o escalador se pendura para progredir e colocar a próxima peça. Esse ritual acontece geralmente nas fendas. Apenas quando não é possível instalar nenhum desses equipamentos uma proteção fixa é colocada.
Bernardo na Crazy Muzungus. Foto: Flavio Daflon.
Repetições: Anatomia de Um Rosto (Pedra da Gávea), A3+ - Gustavo Sampaio e Daniel Guimarães levaram 2 dias para fazer as 7 enfiadas. Crazy Muzungus (Garrafão) - A2 - Flavio Daflon, Álvaro Loureiro e Bernardo Cruz levaram 5 dias para fazer as16 enfiadas. - Daniel Guimarães, Josemar Sechin, José Alberto e Taranto Junior levaram 4 dias para fazer a segunda vez essa mesma via. - Hillo Santana, Cristiano e Diogo levaram 6 dias. Perderam 2 dias e meio para achar a base. Eclipse Oculto (Pedra do Sino), A2+, 10 enfiadas. - Sergio Tartari em solitário, cinco dias.
A dificuldade da escalada em artificial depende da precariedade em que as peças são colocadas e o risco que uma sequência dessas peças delicadas pode oferecer ao escalador em caso de uma eventual queda. As peças que não precisam ser martelas, mesmo quando mais precárias, são mais valorizadas, pois, não deixam cicatrizes na rocha. Uma outra classificação se refere a complexibilidade de se chegar a base, escalar a via e retornar. Fazendo com que escaladas sejam muito diferentes em relação
Flavio Daflon na Tragados pelo Tempo. Foto: ’Pita’.
Os Impermeáveis (Dedo de Deus) - A3 - Daniel Guimarães, Eduardo ‘Barão’ e Taranto Junior fizeram em 3 dias as 9 enfiadas. Terra de Giantes (Pedra do Sino) - A4, 14 enfiadas. - Alexandre Portela e Juan em 4 dias. - Sérgio Tartari e Luciano em 5 dias. - Hillo Santana, Marius Bagnati e Gabriel Cattan em 7 dias. Tragados pelo Tempo (Corcovado) - A3 - Luis Claudio ‘Pita’, Flavio Daflon e Alvaro Loureiro levaram 3 dias nas 12 enfiadas. Cavalaricias de Áugeas (M. do Sul) - A2 VIsup - Daniel Guimarães, Gustavo Sampaio e Ricardo de Moraes levaram 2 dias para conquistar as 6 enfiadas deste novo big wall. ao planejamento logístico mesmo que tenham dificuldade técnica bem semelhantes. A rotina em um big wall é sempre a mesma, um guia, outro dá segurança e o terceiro organiza, pode haver o revezamento de funções depois de longas horas esperando uma enfiada ser completada. Nesse estilo geralmente apenas o primeiro escala enquanto que os outros sobem pela corda, para poupar tempo. O objetivo principal é chegar ao final
Parada na Terra de Gigantes. Arquivo: Hillo Santana.
da via pelo caminho mais isento de proteções fixas possível. Como a escalada dura mais de dois dias, os escaladores devem levar o equipamento necessário para permanecer na parede, um verdadeiro acampamento suspenso, além dos víveres essenciais como comida, água e equipamento. Quem escala um Big Wall sabe que o mais difícil não é entrar em uma via, mas, com certeza, sair dela. As Vias A Tragados pelo Tempo foi o primeiro big wall do país. Foi aberta em 1984, inicialmente pelo americano David Austin, ao qual se juntaram Alexandre Portela e Sérgio Tartari. Está localizada na mais imponente parede da cidade do Rio de Janeiro, o Corcovado. De 1984 a 2003 foi repetida apenas pelos conquistadores e por uma cordada suiça. Barão fazendo a segurança na via Imperneáveis, no Dedo de Deus.
A Crazy Muzungus está localizada no Garrafão, na Serra dos Órgãos. Uma das maiores dificuldades é chegar na base. A cordada Hillo-Cristiano-Diogo, por exemplo, levou dois dias e meio para chegar lá. O mesmo aconteceu três meses depois com a cordada Bagre-Kika-Adrian. É o big wall mais isolado do país. Foi aberta pelos europeus Jacques Richard, Rolf Rauber, Romain Vogler e o brasileiro Predrag Pancevski. A graduação de dificuldade nos diz o quanto difícil será os lances de uma via. A0 É a utilização de alguma peça ou grampo para progredir, sem (geralmente) necessidade de um estribo. Ex.: pisar em grampos, se puxar em nuts, etc. A1 Pode ser artificial fixo ou móvel. Se for móvel as colocações são fáceis, em linha reta, sólidas e sem risco de alguma sair. A2 Artificial moderado. Proteções geralmente sólidas, mas às vezes cansativas na colocação. Talvez uma ou duas peças frágeis acima de uma outra boa, sem perigo na queda. A2+ Como o A2, mas com várias peças frágeis acima de uma boa. Quedas possíveis de 6 a 10 metros, mas com pouco risco de se chocar durante a queda. Saber encontrar a via pode ser necessário. A3 Artificial difícil. Métodos de teste necessários. Envolve várias peças frágeis em sequência. Grandes quedas possíveis, podendo passar de 15 metros, mas geralmente sem grandes riscos. Algumas horas são necessárias para completar uma enfiada devido a complexidade das proteções. A3+ Como um A3, mas com risco de uma queda perigosa. Peças frágeis após longos trechos com peças que só aguentam o peso do corpo, não uma queda. Potencial de se machucar se não for feito um bom julgamento. Geralmente um escalador experiente em artificial demora mais de 3 horas para guiar uma enfiada. A4 Artificial sério, com bastante risco. Potencial de quedas de 20 a 30 metros são comuns e com aterrissagem incerta. A4+ Mais sério que A4. Muitas horas para guiar uma enfiada, fazendo com que o escalador sofra longos períodos de incerteza e medo. Freqüentemente exige eficiência nos movimentos, como num ballet, para não soltar a marginal colocação. A5 Artificial extremo. Nenhuma peça é realmente confiável para segurar uma queda na enfiada inteira. A5 é reservado para enfiadas sem grampos ou chapeletas. Livre tradução do livro Big Walls de John Long e John Middendorf.
A via Anatomia de Um Rosto, começa em livre, na barba da Gávea e segue num artificial delicado (A3+) até os olhos. D1 - 1 a 3 horas. Ex.: vias do Babilônia. Alí a via atravessa o negativoD2 - 3 a 4 horas. Ex.: Italiano com Secundo. teto dos olhos e segue pela D3 - 4 a 6 horas. Ex.: Lagartão. testa até o cume. Na lista de D4 - um dia cheio. Ênfase no cheio. Ex.: Diretíssima Sul. equipamentos utilizado pelos D5 - um à dois dias. Bivac é normalmente inevitável. Ex.: Contra-Pino. conquistadores dá para ter D6 - 2 ou mais dias na parede. Ex.: Tragados pelo Tempo. uma idéia da parafernália que é necessário levar: 10 pitons Knifeblade, 6 pitons Lost Arrow, 1 Rurp, 1 Pecker, Copperheads, cliffs, nuts diversos, micro-nuts, tricams pequenos, 2 jogos de friends, camolots 3½ e 4, 2 Big Bro e 3 cordas. A graduação de duração nos diz quanto tempo um escalador experiente irá levar para completar uma via.
A Terra de Gigantes é considerada a mais difícil big wall do país. Depois da conquista ficou mais sde uma década sem repetições. Este ano Hillo, Marius e Gabriel Cattan fizeram a primeira repetição desta via sem a participação de algum dos conquistadores. Ficaram sete dias na parede. O filme desta escalada foi mostrado no Festival de Banff e deverá estar a venda em 2004. Os Impermeáveis tem 350 metros de via, e está na face norte do Dedo de Deus. Noventa por cento da via é levemente negativa e 10% vertical. É o primeiro big wall do Dedo de Deus e foi terminada em 10 de agosto de 2002, por Alexandre Portela, Claudio Luiz ‘Pita’, Juan Kempen e Nello Aun. Daniel, Barão e Taranto chegaram ao cume às 23 horas, depois de três dias de empreitada. A Eclipse Oculto foi conquistada em 22 dias no ano de 1999 e não tinha nenhuma repetição até então. Tartari iria com Sergio Poyares, mas este não pode na última hora. Foi quando Tartari decidiu ir sozinho.
Acima Alvaro e Bernardo no bivaque da Crazy Muzungus, no Garrafão.
Hillo na conquista da via Eclipse Oculto, na Pedra do Sino, PNSO.
T é c n i c a Nós Auto-blocantes... Uma vez ou outra, o montanhista acaba se vendo numa situação emergencial, nesses casos, conhecer um nó autoblocante pode ser essencial para sair da ‘roubada’. O Prussik todos conhecem... ou deveriam conhecer, mas existem outras opções como o Marchard, o Bachman e o Auto-blocante. Abaixo descrevemos as vantagens e desvantagens de cada um. Escolha o seu!
Prussik
O Prussik é o mais utilizado deles e tem a vantagem de trabalhar nos dois sentidos da corda. Normalmente é feito com duas voltas, mas pode-se utilizar com três, caso necessário. A desvantagem é não poder utilizá-lo com fitas, caso você tenha esquecido ou perdido o(s) cordelete(s). O Marchard funciona bem com fitas e com cordeletes, mas só deve ser tracionado em uma direção. Normalmente utiliza-se com quatro voltas, mas este número pode variar em função da espessura do cordelete, da corda ou se está sendo utilizado com fitas. Para descobrir, só testando. O Bachman é utilizado com um mosquetão e tem a vantagem de correr bem pela corda e proporcionar um ‘punho’ improvisado. Mas deve-se tomar muito cuidado, pois ele pode afrouxar repentinamente caso você jogue peso no mosquetão quando estiver pendurado. É aconselhável treino para não cometer este erro. Como o Marchard só deve ser tracionado em uma direção e o número de votlas deve ser testado para não travar demais, nem de menos. O nó Auto-blocante, pode ser utilizado também para ascensão, mas tem sua melhor utilização como backup do rapel. Por ser utilizado abaixo do freio é mais fácil de soltar depois de travado, o que nem sempre occorre com o Prussik. A desvantagem é que se o escalador, ao iniciar o rapel, por algum erro não estiver preso ao freio, irá ficar pendurado pela perna e possivelmente de cabeça para baixo. Pode ser feito com fita ou cordelete.
Marchard
Bachman
ools and Fontes: Rock - TTools Technique echnique, de Michel Benge e escue Duane Raleigh e Self-R Self-Rescue escue, de David J. Fasulo.
Autoblocante
R a l f C ô r t e s O p i n i ã o
Retrospectiva 2003, 2002, 2001... Um dos maiores problemas do Brasil é a falta de consciência e comprometimento das pessoas formadoras de opinião. Vemos tantos políticos corruptos que acabamos por desacreditar na política como um todo, o que acarreta numa boa parcela da população escolhendo seus representantes sem a seriedade com que deveria. Tudo bem, somos um país com consciência política recente, muita miséria num extenso território, e ainda falta uma dose maior de patriotismo - mais que patriotismo, responsabilidade. No entanto, já está mais do que na hora desse quadro mudar de vez. Na escalada acontece o mesmo. Vemos escaladores experientes em matéria de tempo de escalada, mas que, quando o assunto é a ética, demonstram uma total falta de comprometimento e responsabilidade sobre seus atos na montanha. Foi assim quando o Mário Arnaud resolveu conquistar a Ursinho de Pelúcia, num local onde simplesmente não dava para se ver a rocha, de tanta vegetação que havia. Sua falta de bom senso resultou num processo que corre até hoje na Justiça e, por causa dele, estamos correndo o risco de não poder escalar mais nem nas tradicionais vias de toda a Face Sul do Pão de Açúcar. O perigo de escaladores formadores de opinião, mas sem consciência, é o mau exemplo. Foi o que aconteceu quando um de seus “discípulos”, o Rafael Wojcik, abriu uma via na já congestionada parede do Babilônia, entre a Salomith e o M2, mesmo após pedidos de vários escaladores e de alguns dirigentes da FEMERJ para que isso não fosse feito. E, pior, dias antes do Seminário de Mínimo Impacto em Montanha, onde aí sim compareceram nomes realmente importantes e comprometidos com o saudável desenvolvimento do nosso esporte. Aí está o perigo do mau exemplo. Acabou de rolar o Banff, e muitos escaladores puderam saber mais sobre a história da escalada em Yosemite, da importância da ética na prática do esporte, da preservação da integridade da rocha, todos assuntos discutidos desde o início da escalada na região. Aqui, ainda hoje se questionam o uso de grampo em fenda, a colocação de agarras artificiais na rocha e o direito autoral nas vias. Pode parecer brincadeira, ou papo de gente que ainda não entende muito bem como as coisas funcionam neste nosso esporte, mas não é. No próprio dia da exibição do filme, na tarde da terçafeira 11 de novembro, no negativo da Pedra do Urubu, falou-se sobre novamente se colocar agarras naquele local, num papo era entre o Luiz Cláudio Pita e o Álvaro Loureiro. Isso porque o Pita, conquistador da impactante Via dos Plásticos, já concordou sobre o mau exemplo que é a existência desta via - outros escaladores, após
conhecê-la, também colocaram agarras de plástico na pedra, como em Petrópolis e Minas Gerais - e se comprometeu a retirar as agarras artificiais da rocha. Até agora, porém, só da boca pra fora. Isso tudo porque, há mais ou menos 13 anos, o esporte estava numa quebra de geração, entre a escalada clássica, onde o lema era simplesmente subir, e a esportiva, que vinha rompendo barreiras de graduação. Era como no início de uma batalha, a procura por vias punks e ao mesmo tempo a falta de noção de ética que existe hoje. Por isso, as agarras de plástico e as agarras cavadas. Inclusive, na época eu mesmo cheguei a cavar agarras em uma via, pois sem elas era impossível subir e eu queria dar uma continuidade. Eu lembro que no ato do crime eu me senti mal, achava que aquilo não era legal. Enquanto cavava, sentia que estava fazendo merda, mas, na época, a gente teve que aprender na prática o certo e o errado. Eu NUNCA mais cavei agarras. Ano passado, o Serginho Tartari fez um comentário óbvio: “existem lugares que não foram feitos para serem subidos”. O mais novo caso é um dos mais inacreditáveis. Este tal de Gofredo vem negar o direito autoral das vias e defender a grampeação de fendas, assuntos já mais do que encerrados. Se fosse apenas a sua opinião, coitado. Mas não, o cara é vice-presidente de um dos mais importantes e tradicionais clubes de escalada, o CEB, e vem falando em nome do mesmo, denegrindo a imagem do clube. Enquanto o Gofredo estiver em qualquer direção, eu não me sinto bem lá dentro. Fica aqui o meu protesto. Uma coisa quero deixar claro: esta é a minha opinião. Pensei até em não escrever esta coluna, mas eu me sinto obrigado a colocar minha postura, como formador de opinião, eu tenho essa responsabilidade e a assumo. Alguns acham que eu levo tudo muito a sério, que caio em provocações, mas o problema são as pessoas que vivem do esporte e que não o levam a sério e avacalham nossas paredes. Ainda bem que a maioria são pessoas conscientes, comprometidas com o bom desenvolvimento do esporte. Simplesmente porque não é de uma hora pra outra, sem muita luta e esforço, que se monta e se mantém uma federação, e estamos prestes a fundar uma confederação de montanhismo no Brasil. Todo o peso e a força de uma entidade como esta se deve à seriedade dada por cada um de nós, escaladores. É uma conquista, e deve ser mantida e preservada. Dedicar-me integralmente à escalada foi uma opção de vida, e eu sou fiel ao que me dá tudo de bom. Às vezes, me acho um palhaço, mas não é assim que os políticos honestos são vistos por seus enriquecidos companheiros “espertos”?! Quem dera que mais políticos fossem fiéis ao povo que os elege, e trabalhassem sério em prol de um Brasil melhor para todos. Se cada um fizer a sua parte com seriedade e comprometimento, já será um começo.
W a l d e c y C o l u n a
d e
M a t h i a s C a m i n h a d a
Mochilas Para desenvolver este tema, resolvi bater um papo com o Marcelo Ramos (Equinox), que produz mochilas há mais de 15 anos. O que irei analisar, são as mochilas usadas para montanha, e não para nosso meio urbano. Podemos dividilas em mochilas de ataque (20 a 40 litros) e mochilas cargueiras (60 a 90 litros). Nas lojas cariocas, há vários modelos e tamanhos. Antes de uma compra, cheque sempre a garantia que se dá do lojista e/ou do fabricante. Mochilha de Ataque: deve possuir somente corpo e satélite (tampa de cima). Vejo muitos modelos com fitas, bolsos e cordeletes elásticos externos, que numa trilha um pouco mais fechada, te dará muito trabalho de locomoção. Quanto ao tecido, muito se fala do RipStop, porém, acho que ele rasga com facilidade. O melhor, é a Cordura 500. Para uma escalada ao Dedo de Deus, deve se levar uma mochila de 40 litros, para uma caminhada na Floresta da Tijuca, uma de 20 litros resolve o problema.
Mochila Cargueira: deve possuir também, barrigueira com regulagem (essencial), armação interna e fitas laterais de compressão. O conforto de uma mochila cargueira, é o uso correto de sua barrigueira. Ao comprar uma cargueira, negocie com o vendedor, uma possível troca. Leve-a para casa, coloque todo o seu equipo nela, e aí sim pode se ter uma noção de como ela trabalha no seu corpo. Experimente suas regulagens, para que a barrigueira trabalhe bem, descansando quase todo o peso da mochila na sua bacia. Muitos me perguntam aonde levar o isolante, já que ele não cabe dentro da mochila. Procure comprar isolante dobrável, e não de enrolar, uma boa dica para os lojistas, já que não tem a venda aqui no Rio. Para finalizar, não podemos esquecer que todo o material deve ser acondicionado do lado de dentro da mochila (nada do lado de fora) e também de uma capa de mochila, para proteger da chuva. Pessoal, é isso, boas caminhadas e até a próxima.
C r o q u i s 7 Unicec 3º IIIsup E2 D1 - 250 metros. Está localizada na face norte do Morro Dona Marta, no bairro do Cosme Velho. Esta parede é aquela que pode ser vista entre as duas galerias do Túnel Rebouças, no lado esquerdo. Para chegar lá, siga até o final da Rua Efigênia Sales, que fica ao lado da estação do trem do Corcovado. No final da rua há um terreno baldio e uma grota, infelizmente com lixo. Entre por ela e perto do final a melhor opção é sair da grota pela direita por entre o bambuzal. Contorne por cima a grota e caminhe para a esquerda, passando nos fundos de um terreno murado. Você irá passar por uma cerca de arame farpado e encontrar uma antiga escalada. Siga por ela poucos metros até visualizar mais à esquerda uma calha de drenagem. É seguindo por esta calha que você chegará a parede. Agora basta ir margeando a pedra para à esquerda até o diedro da Unicec. Toda a caminhada deve levar cerca de 10 minutos. Este lado do Dona Marta no verão está na sombra até umas 10 horas da manhã. Para quem tem disposição de escalar cedo pode ir e voltar sem pegar sol. Esta via foi conquistada em 1974 por Bruno Menescal, Jean Pierre, José Schuster, Marcos da Silveira e Pedro Epprecht.
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C r o q u i s CEPI em livre 6º VIIc E3 - 230 metros. O famoso cabo do CEPI, a única via ferrata do Pão-de-Açucar, foi encadenado em livre recentemente pelo escalador Flávio Daflon. Ele sugere um 6º VIIc E3. O crux se dá na segunda enfiada da via, uma barriguinha de VIIc. A saída do chão é um VIIa tranquilo, bem protegido por chapeletas. Daí, o escalador faz uma horizontal e logo depois entra num dos lances mais expostos da via, um VIIb de agarrinha à direita do cabo. Flávio faz questão de afirmar que o cabo em momento algum atrapalha em fazer a via em livre. Ele argumenta que o CEPI faz parte da história da escalada no Brasil e deve ser mantido como tal. O Cabo foi posto em 1952 pelo Centro Excursionista do Pico de Itatiaia (hoje extinto), cuja sigla deu o nome à via ferrata. Fazer o CEPI em livre oferece somente mais uma opção na Face Oeste do Pão-deAçúcar. Para mais informações consulte o Guia de Escaladas da Urca, www.viacrux.net e www.guiadaurca.com.
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C r o q u i s
DGM 5º VI E2 - 405 metros. Esta escalada foi começada na década de 60 por Dirceu Gouveia (o DGM), com cabos de aço, mas foi abandonada depois de ter sido colocado uma centena de metros de cabos. Mais tarde o Luciano Perez, do CEG, genro do DGM, foi até lá com o Nelsinho e o Pepe (um escalador que morreu há muitos anos) e começou a regrampear a via para fazê-la em livre, mas foram só até um certo ponto e também interromperam o serviço. Muito mais tarde ainda, André Ilha e Ricardo de Moraes resolveram levar adiante a tarefa e, com a ajuda do próprio Luciano, e autorização do sogro dele, reconquistaram com grampos de 1/2" para proteção de lances livres. Quando terminaram, resolveram fazer uma homenagem ao amigo Pepe, daí o nome Pepe Legal. O problema é que a via já tinha o nome DGM. Por isso a confusão de nomes. Para chegar lá entre pela Reserva Florestal do Grajaú e pegue a trilha à direita da Casa da Administração. Esta trilha irá subir até uma canaleta de concreto. Siga pela canaleta até a óbvia aresta do Perdido do Andaraí, de onde será fácil localizar a via. Esta parede é norte e portanto bastante quente, vá cedo (o Parque abre as oito, mas é possível que permitam que escaladores entrem mais cedo para as paredes) e leve bastante água. A descida do cume pode ser feita por caminhada.
Traçados: esq, DGM; dir, CEB-60 - 5º VI E2 (traçados aproximados). Página 21 - Fator2
C r o q u i s
Ninguém Merece 5º VI E4. Esta via foi terminada recentemente (15 de agosto de 2003), e fica logo à esquerda da via Solaris, no Irmão Menor do Leblon. Devido ao grau de exposição é aconselhável estar escalando sem problemas o grau exigido pela via. Ela termina no último grampo da “Sombra e Água Fresca”. Depois são mais 20 metros até o platô. O rapel deve ser feito da ‘Marizel’. O material usado foi: fitas longas, 8 costuras, camalots 2 e 3, nuts pequenos e corda de 60 metros. É uma conquista dos escaladores André Kühner, Fernando Sabioni, George Michel ‘Jujo’ Salamani e Nilton Campos.
Equinox