Revista de Escalada Fator 2 - nº 24

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N o M u n d o Assinatura & cartas Flavio Daflon e Cintia Adriane Rua Valparaíso, 81 / 401 - Tijuca Rio de Janeiro, RJ. - 20261.130 Tel.: (21) 2567-7105 E-mail: fator2@guiadaurca.com www.guiadaurca.com Assinatura anual: R$ 20,00 Informações: www.guiadaurca.com/assina.htm

Fator2-Fator de Queda Fator 2 é um fator de queda extremo, na qual todos os componentes de uma escalada são submetidos a grande impacto. Este fator é calculado pela altura da queda, dividido pela distância de corda entre os escaladores.

Encadenamentos A escaladora Viviane Fernandes, 20 anos, mais uma vez se superou. No início de julho, ela encadenou a via Urubu Sacana (VIIIc), na Pedra do Urubu, tornando-se uma das poucas mulheres a fazer tal via. Teve que escalar em top rope porque as proteções já estão bem corroídas pela maresia. Depois, na primeira semana de outubro, encadenou a esportiva móvel Pelas Barbas de Netuno (VIIa E5), também na Urca. Viviane tem treinado bastante e já encadenou algumas vias fortes em falésia, como a Nebulosa (VIIIb), no São João; e a Zona Morta (VIIIb), no Campo Escola 2000; além de algumas vias de parede, como o Lagartão (VIIc), Caixinha de Surpresa (VIIa), Pássaros de Fogo (VIIa), Waldemar Guimarães (VIIc) e Cisco Kid (VIIb), todas no Pão de Açúcar; a CERJ (5º A0/VIsup E2 - 400 metros), em Salinas, e o C-100 (5º VI), na Pedra da Gávea.

Atenção Escalada é um esporte onde há risco de você se acidentar gravemente ou até mesmo morrer. Esta publicação não é um substituto para um instrutor ou guia de escalada em rocha. Caso você não conheça as técnicas de segurança para a prática do esporte, ou possua dúvidas, procure um instrutor ou guia especializado para lhe ensinar. Acidentes sérios e até fatais podem ocorrer, como resultado de uma má compreensão dos artigos aqui publicados ou da superestimação dos seus próprios limites. A Fator2 não se identifica necessariamente com as opiniões expressadas por seus colaboradores. Jornalista Responsável: Marcio Carrilho. (20900/122/50)

Distribuição Lojas de equipamento, clubes de montanhismo, academias de escalada, no Jornaleiro da Urca, na Pista Claúdio Coutinho e na entrada do Babilônia, na Urca. Capa: Pita no Atalho do Diabo, Corcovado. Foto: Terra Nova. Fator 2 - número 24 - 2004

Viviane na via Urubu Sacana (VIIIc) na Pedra do Urubu.

Já no mês de outubro, o escalador gaúcho Thiago Balen, de Caxias do Sul, fez a terceira repetição da via Massa Crítica, na Barrinha, conquistada por Luis Cláudio “Pita” (www.bypita.com.br) e cogitada como o primeiro XIa do Brasil. Antes, ela havia sido repetida apenas pelo carioca Daniel “Coçada”,, o primeiro a fazê-la, e pelo petropolitano Fabio Muniz, que conseguiu o feito duas vezes. O encadenamento dos 74 movimentos da via, quase todos explosivos, acabou saindo rápido: no total, juntando as duas temporadas de Thiago no Rio, a anterior e a atual, foram necessárias apenas quatro tentativas, considerando duas equipadas. Uma semana após Thiago, foi a vez do também gaúcho Guilherme “Guili” Zavaschi e do carioca Tadeu Rodrigues encadenar a via. Thiago e Guili já estiveram várias vezes no Rio, tendo encadenado, entre outras vias, a Coquetel de Energia (Xc) no CE 2000.


N o M u n d o

Tadeu Rodrigues na Massa Crítica, na Barrinha.

agarras cavadas, sendo uma linha 100% natural, como manda a ética de toda a comunidade escaladora, aqui e lá fora.

Thiago Balen escalando na Barrinha.

Em 25 de outubro, Tadeu Rodrigues fez a terceira repetição da via Monstro da Lagoa Negra, no Platô da Lagoa, após apenas duas tentativas num mesmo dia - sem contar a primeira, que foi apenas para equipá-la. O impressionante é que Tadeu nunca havia entrado na via antes. Assim, tornou-se o primeiro a encadená-la em apenas um dia. Tadeu fez a seqüência de movimentos utilizada por Fábio Muniz. O Monstro ficou esperando por um encadenamento durante quase uma década, até que, em 2003, Daniel “Coçada” encarou o monstro de frente e conseguiu. Em abril deste ano, foi a vez de Fábio Muniz domar o bicho e, em 11 de setembro, um dos autores da via, Ralf Côrtes (o outro é Marcelo Braga), acertou finalmente as contas com o monstrengo. Trata-se de uma das únicas vias do Platô da Lagoa que não possui

Desde novembro de 2002, com a segunda repetição do problema, por Ralf Côrtes, o Macumba (IXc), no Bloco do Macumba, esperava por um novo encadenamento. Foi então que o petropolitano Fabio Muniz fez a terceira repetição deste boulder, em 30 de outubro. O Bloco do Macumba é um dos blocos mais interessantes da Urca, e o seu mais famoso problema, que também lhe dá o nome, é um boulder curto e explosivo, com cerca de dez movimentos. Aberto por Ralf Côrtes há muitos anos, ele foi encadenado primeiramente por Helmut Becker, atualmente morando no Canadá, e depois por Nando, que reside agora em Yosemite, nos EUA, seguido finalmente pelo seu próprio autor. Ralf, aliás, sugeriu na época do seu comemorado encadenamento uma graduação em torno de IXc/ Xa, o que despertou a cobiça sobre este boulder, já que a graduação sugerida anteriormente era de IXb. Fabinho acredita que o grau é mesmo IXc. Fonte: site Via Crux: www.viacrux.net.


N o M u n d o

Picos brasileiros têm nova medição Fruto de uma parceria entre o Instituto Militar de Engenharia (IME), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Projeto Pontos Culminantes realiza pela primeira vez medições precisas de alta tecnologia nas montanhas mais altas do Brasil. Após 36 horas ininterruptas de monitoramento, o Pico da Neblina, ponto culminante do País, revelou-se mais baixo. Ele tem em verdade 2.993,78m e não os propalados 3.014,1m, medidos em 1965 com o uso de imprecisos barômetros. A mesma expedição revelou que o Pico 31 de Março, que fica próximo ao Neblina, na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, também é menor do que se pensava: 2.972,66m, quase 20 metros menos do que a sua antiga medida oficial, 2.992,4m. Em compensação, a Pedra da Mina (em Passa Quatro, Minas Gerais) e o Pico das Agulhas Negras (localizado em Itatiaia, no Rio de Janeiro) “cresceram” após as novas medições, passando a, respectivamente, 2.798,39m e 2.791,55m, contra os 2.770m e 2.787m de antes. A novidade é que agora a Pedra da Mina ganhou o status de ponto culminante da Serra da Mantiqueira, desbancando o popular Agulhas Negras. As próximas medições do projeto serão na Serra do Caparaó, na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo, onde estão o Pico da Bandeira e o Pico do Cristal. Por Marcio Carrilho.

Vídeos de Escalada Nos últimos anos, a produção de vídeos de escalada nacionais tem crescido bastante, incentivada por festivais e pelo desejo dos praticantes de verem documentadas as suas áreas de escaladas, vias e os próprios escaladores. Ainda com muito potencial pela frente, este movimento de produção nacional teve como destaque entre os seus pioneiros o paulista Eliseu Frechou (“Escalada Brasil”) e o carioca Hillo Santana (“Cariocando” e “Terra de Gigantes”). Nesta onda, foi lançado recentemente o DVD “Andar na Pedra”, de Adriana Mello, Rogério Mello e André Kühner. O filme mostra um pouco da escalada na cidade do Rio de Janeiro, com Julio Campanella escalando os boulders Pirâmide (VIIa à vista) e Pequeno Buda (VIIc), e André Kühner no Boulder da Árvore (VIIIa), todos na área dos Primatas. Tem também imagens de Diogo Ratacheski na Mister Bill (Xa), o primeiro a encadenar essa via, e Felipe Assad na Filé com Certeza (IXa), ambas na Barrinha. No Pão de Açúcar, o filme mostra Ralf Côrtes encadenando a De Costas para o Passado (IXc). Para completar, o final traz um clipe com flashes de escalada de vários lugares do Brasil. O DVD está à venda nas lojas de montanhismo. Mais informações com André Kühner: (21) 9354-0400 andreescaladas@uol.com.br.

Gigantes” já encontra-se apresentado no III Banff bom humor uma das Gigantes, um big wall em Teresópolis (RJ). Em escaladas na cidade do Rio de Janeiro. Mais 8753-1486 / hillosantana@yahoo.com.br.

Outros dois vídeos cariocas, “Terra de Gigantes” e “Cairocando”, ambos de Hillo Santana, Carlos San Miguel e Sancho Corá, terão em breve distribuição nacional e internacional, com foco na Europa e nos Estados Unidos, segundo seus autores. “Terra de nas lojas desde o ano passado, quando foi Mountain Film Festival, no Rio. Ele mostra com muito escaladas mais difíceis do Brasil, a Terra de na Pedra do Sino, localizada na Serra dos Órgãos, fase final de produção, “Cariocando” traz diversas informações com Hillo Santana: (21) 9299-1595 /


Por: Vicente A. Labate.

Não há nuvens, não há vento, não faz frio e não temos medo. Não parece uma história de escaladores patagônicos, mas é. Há dias dias eu esperava conseguir trabalho como guia em Chaltén, na Patagônia argentina. Voltava de uma viagem de sete meses de escalada pela Europa e precisava trabalhar antes que os “gusanos” (espécie de cupim) me comessem. Eu tinha que me repetir dia após dia: não escalar, não portear a nenhum acampamento, preciso me manter motivado para conseguir trabalho. Mas, na empresa me diziam que esperasse e o céu caía. Doíam-me os pé e me suavam as mãos; fazia três dias consecutivos de clima perfeito para escalada e não parecia que iria mudar. Eu passeava pelo acampamento como um preso com tempo livre. Morava em Madsen, um camping livre a dois quilômetros do povoado, onde a maioria dos escaladores fazem parada antes de subir a Río Blanco, o acampamento base para qualquer escalada na face leste da cadeia do Fitz Roy. Diego, um rapaz de 19 anos, buscava companheiro de escalada e, apesar das minhas negativas, insistia. Insistia e insistia... Em 12 de janeiro, supostamente, teria meu primeiro trabalho com um grupo de japoneses e, como um

drogado em síndrome de abstinência, cedi aos apelos de Diego. Com pressa japonesa, e porque sabíamos que o bom tempo não duraria muito mais, seguimos para a Agulha S, um satélite de Chaltén - como o Fitz Roy era chamado pelos Tehuelches, significando algo como “aquele que fuma”-, que oferece a possibilidade de um cume patagônico, mas a preço acessível para escaladores comuns, com vias perto de 500 metros (altura média) e mais ou menos protegidas do infernal vento oeste. Aproximadamente a três horas e meia de Madsen, chega-se a uma cova na rocha, onde se pode fazer um acampamento razoavelmente protegido, num platô fantástico pendurado entre o glaciar Río Blanco e a incrível Lagoa Sucia. Depois de uma soneca, com as costas doloridas de tanto peso, seguimos para o glaciar. Com poucas gretas e bem plano, este glaciar não assusta nada; ao menos na aproximação da S e da Saint-Exupéry, mas fica óbvia a necessidade do conhecimento de técnicas de auto-resgate. Uma hora e meia depois, o prazer do plano acabou, era tempo de empunhar as piquetas e atacar a rimaia, que tinha, todavia, as bordas meio fechadas e nos permitiu acessar os 150 metros de rampa gelada, de 55 graus, com relativa facilidade. Subimos a rampa desencordados até o começo do diedro, uns metros adrenantes, porém não mais do que um trepa-mato do Marumbi, no Paraná, de misto fácil e uma parada que nos deixou prontos para a rocha. Compacto e aderente, ainda que muitas vezes molhado, o maravilhoso granito patagônico nos dava as boasvindas, com um diedro de quatro enfiadas (V+), bons pitons em todas as reuniões, facilitando muito o trabalho e possibilitando escalar bem rápido. Ao terminar o diedro, chegamos a um pequeno colo, um espetáculo de granitos e glaciares, palco fantástico para o show da cadeia do Torre. O

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fumador, assim chamado pelos índios, pois sempre tem uma nuvem por cima dele, não soltava fumaça. O que restava da via era um esporão de três enfiadas com alguns lances de 6+, o que sempre dependia da fissura escolhida, e o cume, incrível, pequeno e plano, com espaço para uma só pessoa, suspenso a 500 metros no vazio.

de termos saído da cova à noite, voltamos a ela já tateando o caminho. Cansados, alcançamos no outro dia o camping Madsen, onde eu finalmente consegui trabalho. Não me comeram “los gusanos”, nem tive que comê-los.

Rapelamos pela mesma via sem problemas e as cordas não se travaram, o que é um problema comum na Patagônia, mas, ao chegar ao último rapel do diedro, vimos que faltava uma das botas de Diego, que havia caído pelo corredor e nos sorria amarela, lá da borda da rimaia. Longe dos rapéis, em meio a uma possível queda de pedras, devíamos recuperá-la ou então caminhar pelo glaciar com sapatilhas de escalada. Ficamos com a primeira opção: rapelamos a rimaia, caminhamos até próximo da bota e jogamos o piolet, atado como um gancho do Batman. Obviamente, a bota caiu no fundo da greta e tivemos que trocar o gancho pela pesca. Nossa estratégia na via tinha sido simples, eu guiava todo o diedro e Diego, o esporão. Assim, quem escalava de segundo se habituava com a mochila e a corda de cima, enquanto o guia entrava em harmonia com as fissuras e a neve incrustada. Toda a escalada levou 4h30min, incluindo a rampa. Fomos rápidos subindo, mas demoramos muito nos rapéis e na recuperação da bota, assim, apesar dos dias patagônicos de janeiro serem bem compridos e

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uem diria que esta área, que já foi coberta por plantações de café no século 19, um dia se transformaria num parque nacional, com uma floresta exuberante e muitas escaladas? Felizmente isto aconteceu e hoje os escaladores podem desfrutar do Parque Nacional da Tijuca, que abrange as montanhas da Floresta da Tijuca (cujo ponto culminante é o Pico da Tijuca, com 1.021m), da Floresta das Paineiras (onde está o Corcovado, 704m) e do Maciço da Pedra da Gávea (756m). Os primeiros registros de escaladas nas montanhas do Maciço da Tijuca datam da década 1930. Desde então, a área virou um grande point da escalada carioca, com opções que vão desde boulders até big walls. Para suprir a necessidade de orientação e informação dos escaladores sobre a área, a dupla Flavio Daflon e Delson de Queiroz, autores do Guia de Escaladas da Urca, decidiu lançar um guia de escaladas totalmente dedicado à Floresta da Tijuca. Mesmo com a experiência que já tinham do guia anterior, esta empreitada revelou-se bastante difícil, tendo consumido quatro anos de intenso trabalho de pesquisa e de repetição das vias.

Patrocinado pela Casa do Alpinista, Deuter, Equinox e Montcamp o guia traz, ao longo das suas 240 páginas, dicas para escalar em 24 locais, além de um capítulo com mapas coloridos das principais trilhas do parque. Ao todo, são 236 vias de escalada, sendo 180 com croquis detalhados, uma centena de fotos e muitos desenhos. Com o guia em mãos, o escalador poderá explorar todo o potencial das vias do parque e de suas principais trilhas, além de obter informações valiosas sobre o grau de dificuldade, equipamento necessário e acesso das mesmas. As vias e trilhas estão distribuídas nas seguintes montanhas: Corcovado, Pedra da Gávea, Pico da Tijuca, Bico do Papagaio, Pedra Bonita, Aderências do Sumaré, Dona Marta, Paineiras, Agulhinha da Gávea, Campo Escola 2000, Barrinha, Falésia da Asa Delta, Pico dos Quatro, Contraforte do Corcovado, Castelos da Taquara, Andaraí Maior, Tijuca-Mirim e Primatas. Com formato compacto, especialmente concebido para facilitar sua acomodação na mochila, o guia traz ainda um capítulo dedicado à geologia, escrito pelo escalador e geólogo Antônio Paulo Farias, que explica a formação das montanhas da cidade

Abaixo, via Jair Joana no Tijuca-Mirim, Falésia da Barrinha, Diedro do Magia Vertical e Falésia da Barrinha.


Esses são alguns exemplos de mapas, croquis, fotos e desenhos que ilustram o Guia de Escaladas da Floresta da Tijuca.

do Rio de Janeiro. Ele também possui capítulos anexos com a lista dos conquistadores de cada via e o ano de conquista, lista dos clubes filiados à Femerj e dos guias profissionais certificados pela Aguiperj, além de textos em português e inglês. Com toda essa mordomia, quem é que vai deixar de explorar essas montanhas belíssimas, verdadeiros cartõespostais do Rio de Janeiro? Você pode encontrar o Guia de Escaladas da Floresta da Tijuca nos locais:

Casa do Alpinista: Rua Mena Barreto, 105, Botafogo, RJ - (21) 2286-9564. Equinox: Rua Buenos aires, 41/sl, Centro, Rio de Janeiro - (21) 2223-1573. Montcamp: Av. Rio Branco, 50/sl, Centro, Rio de Janeiro - (21) 2438-8358. Nas livrarias: Da Vinci, no Centro e da Travessa, em Ipanema. No Jornaleiro da Urca e através do site: www.guiadaurca.com


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Por: André Kühner. Fotos: Nilton Campos e Flavio Daflon Há algum tempo indo escalar a Fissura Guilherme, no Morro do Cantagalo, reparei na quantidade de fendas espalhadas no local, algumas já conquistadas e outras tão interessantes, mas que nunca tinham sido escaladas. Neste mesmo dia, ensaiei um lance de top rope bastante difícil, que poderia ser guiado com proteções super delicadas e com grau estimado entre VIIIb/c E5, o que foi logo confirmado pelo Nilton Campos e pelo Ralf Côrtes. Este lance ainda é um projeto e foi batizado de Se Liga no Presunto.

Ficamos com um gostinho de quero mais, pois a linha continuava sem mato num lance meio negativo e com boas agarras. Logo depois passamos a observar outra linha, que começa à direita, cruza o Presunto, passa pela Porcos Guerreiros - via aberta pelo André Ilha - e termina num grampo de uma via antiga e inacabada. Esta nova linha foi apelidada de Porcos Safados (VIIb E4, foto ao lado) e guiada primeiramente pelo Nilton, depois pelo Ralf, eu e Daflon. Então, chegou a vez de uma outra fendinha, onde técnicos de contenção de encostas, entalaram alguns vergalhões no início para construir uma calha de cimento alguns metros abaixo. Resolvemos encarar o serviço de limpeza, já que aquilo não era uma via, mas sim uma sujeira antiga. O José Carlos (Leleco) encarou a primeira investida. Depois voltei lá com o Nilton e conquistei o trecho que faltava, colocando o grampo necessário para o rapel e retirando o restante dos vergalhões. Foram utilizados micro friends, friends médios e nuts. Esta via se chama Donos do Nada (VIsup E3/E4). No mesmo setor, surgiu a Porco-espinho (V E5), que começa num platô, logo abaixo da Donos do Nada, depois segue em agarras, com proteções feitas em dois parafusos para cabo de aço, um cliff

da Black Diamond médio de laca (do tipo gota ou hook, usado como proteção) e friends (DMM 0.5, 1.0, 2.0, 3.0 e 3.5). Partimos para o setor anterior, onde já estávamos de olho numa fenda bem rasa, que passava para um platô e emendava em outra fenda. O Nilton entrou e bateu um grampo no final desta fenda. Ao descer, ficamos com um gostinho de quero mais, pois a linha continuava sem mato num lance meio negativo e com boas agarras - lógico que nada muito sólido, o que aumenta o grau de exposição. Fomos embora com o pensamento no lance e discutindo se a via estava ou não pronta, embora o nome já houvesse sido escolhido: Tá Pronto. Algumas insônias depois, voltamos e fixamos mais três grampos, aumentando o grau de IV para V e o tamanho da via, que passou a ter exatos 30 metros.Também escalamos lances bem legais em top rope nos dois lados da fenda. Mais à esquerda, há um diedro, já iniciado. Conversamos com o André Ilha, que desconhecia os conquistadores, o nome da via e sequer se tinha sido repetida. Afinal, era o início de uma conquista muito antiga, abandonada e com grampos enferrujados, feitos de vergalhões torcidos. Entramos na via, substituímos os grampos antigos e conquistamos o trecho final, protegido por um Friend 5.0 (morcegão). Batizamos a via de Achados e Perdidos (Vsup E3 23m). A partir daí, surgiu outro projeto, o 8º Blau (VIIIc/ IXa), com um top rope montado no último grampo


À esquerda, Bruno Maibon na Tá Pronto. À direita André Kühner na Porcos Guerreiros. Nesta última foto é possível ver no lado esquerdo, a larga fenda por onde passa Os Infiéis e no direito um pequeno trecho da Fissura Guilherme. Na página anterior e na seguinte Ralf Côrtes na Porcos Safados.

da Achados e Perdidos. Existe ainda uma variante na entrada da Achados e Perdidos, chamada de MeiaSola, que aumenta o grau de exposição para E4. Logo que começamos a freqüentar o local, percebemos que as bases das vias eram frágeis e que, com a freqüência dos escaladores, elas desabariam se não houvesse um trabalho de contenção. Fizemos então degraus com pedras, troncos, galhos e folhas, que precisarão de uma manutenção e cuidados periódicos pelos freqüentadores.

Segue a descrição das vias já conquistadas neste setor do Cantagalo: 1. A Adrenalina drenalina 1000 - 6º VIsup - É uma via de mais de uma enfiada, mas a fenda está logo no início e graduada em VI. São necessários friends e stoppers pequenos e micros. Conquistadores: Mário Arnaud e Maurício Mota. 2. Tá Pronto - V E3 30 metros - Friends médios e grandes e stoppers grandes. Conquistadores: Nilton Campos e André Kühner.

3. A chados e Perdidos - Vsup E3 23 Achados metros - Um jogo de friends, inclusive o nº 5 da Wild Country e stoppers pequenos. Conquistadores: Nilton Campos, André Kühner e Fernando Sabioni. 3a. Variante Meia Sola - V E3 - Friends médios e stoppers grandes. Conquistadores: Nilton Campos e Marco Spyffer (Snakinho). 4. Projeto 8º Blau - Ainda é projeto, mas pode ser feito em top rope montado no último grampo da Achados e Perdidos. 5. F Fis issur sura is sur a Guilherme - VIIa - Fenda clássica do local e exigente em termos de resistência. Friends pequenos e médios e stoppers. Conquistadores: Guilherme Ribeiro, José Roberto e Waldemar Guimarães. 6. Porcos Saf ados - VIIb E4, 12 metros Safados Friends pequenos e médios. Conquistadores: Nilton Campos e André Kühner . a no presunto 7. Projeto Se Lig Liga Projeto tentado em to rope com lance bastante difícil que pode ser guiado com proteções super delicadas e com grau estimado em VIIIb/c E5.

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Partimos para o setor anterior, ao qual já estávamos de olho numa fenda bem rasa, que passava para um platô e emendava em outra fenda. 8. Porcos Guerreiros - VIIc - Os primeiros metros são protegidos com friends médios/ grandes (VI). Depois que a fenda termina, começa a parte mais difícil (VIIc). Conquistadores: André Ilha e Pedro Pow. 9. Os Infiéis - VI - Começa numa fenda larga. Deve-se tomar cuidado com uma grande laca depois da primeira barriga. Friends grandes e médios. 10. Donos do Nad Nada a - VIsup E3/E4, 20 metros - Friends micro, pequenos, médios, grande (opcional) e nuts. Conquistadores - André Kühner, Nilton Campos e José Carlos (Leleco). 11. Porco Espinho - Vsup E4/E5, 25 metros - Dois cabos para parafuso, um cliff gota ou hook da Black Diamond, friends micro, pequenos e médios. Conquistadores: André Kühner e Nilton Campos.


T é c n i c a Fenda do Cavalo Louco... A seção técnica deste número é para aqueles que querem fazer a via Cavalo Louco no Pão de Açúcar, mas não sabem como proteger a fenda no início da escalada. Muitos pensam logo nos friends, porém, sabendo usar bem um jogo de stoppers, os friends não farão falta. Nem mesmo a segurança será prejudicada, pois é possível - e aconselhável - colocar vários stoppers. Normalmente, para quem está guiando o Cavalo Louco pela primeira vez, um número de quatro a seis peças colocadas está de bom tamanho. São necessários stoppers grandes, de preferência repetidos (peça emprestado!), e alguns médios. É possível proteger a fenda logo no início (foto 1), no meio (foto 2) e no final (foto 3). A proteção mais fácil de fazer é a do início da fenda. Dá para ficar parado confortavelmente e colocar um stopper grande de maneira inquestionável, de tão bom que fica. A segunda proteção, no meio da fenda, talvez seja a mais trabalhosa, pois a colocação não é tão óbvia quanto a primeira, exigindo um olho mais atento para que fique boa. Na foto 2, o stopper foi encaixado pelas laterais. Um friend entre os números 2 e 2,5 neste caso ficaria ótimo, inclusive por que tem uma colocação mais fácil. No final da fenda (foto 3), foram colocados dois stoppers, um médio e outro grande, pois serão estas peças que defenderão o crux (V). As duas ficam muito boas e são mais que suficientes para aguentar quedas de guia. Com elas não é nem

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Nesta foto é possível ver a proteção no meio da fenda e as duas últimas colocadas juntas, antes do crux.

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T é c n i c a necessário ir até o arco para colocar outra peça, já que estão bem próximas ao lance do crux. O primeiro e estes dois últimos stoppers eu não substituiria por friends. Para colocar um bom stopper procure por um estrangulamento, escolha o tamanho que melhor se encaixa, deixe-o voltado para a direção da queda e dê alguns puxões até que ele se fixe. Outra opção é fazer a primeira enfiada do Italianos, passar para o Cavalo Louco e montar um top rope na fenda. Desta maneira, pode-se treinar a colocação das peças e a própria fenda. No dia em que sentir-se seguro e tiver colocando peças à prova de bomba, você pode tentar guiar. Não esqueça que o primeiro crux do Cavalo Louco é justamente a barriguinha saindo da fenda (V), mas a fenda em si é IV. Caso esteja treinando apenas a fenda em top rope,

deixe passar eventuais cordadas que estejam fazendo a via inteira. Como em qualquer outra escalada, é importante saber que a sua segurança depende sobretudo de você mesmo. Alguns escaladores podem passar pela fenda do Cavalo Louco, achá-la segura e colocar poucas peças, mas outros, mesmo usando vários móveis podem até se machucar. Na teoria, a colocação de móveis pode parecer fácil, mas a prática é bem diferente e insubstituível. Para treinar a colocação de stoppers e a técnica de oposição, antes de tentar guiar o Cavalo Louco, boas opções são o K2, no Corcovado; o Olimpo, na Agulhinha da Gávea; a primeira enfiada do Urbanóide, no Cantagalo; e o diedro Pégasus, no Babilônia, entre outras. Flavio Daflon.

Mosquetões Cruzados... Quando se perde um freio durante o rapel, podese recorrer a vários métodos alternativos. Um deles é o do mosquetão cruzado, também conhecido como Yosemite, bastante eficaz e que proporciona uma descida bastante suave. Para montá-lo, são necessários de dois a quatro mosquetões. Quanto mais mosquetões, maior o poder

de freio (atrito). Para evitar que algum mosquetão abra acidentalmente, utilize mosquetões de rosca ou dois simples invertidos. Há duas maneiras de se montar este freio. A mais simples é passar a corda por dentro do mosquetão de base - de preferência oval - e depois clipar os mosquetões por onde a corda deslizará, no mosquetão base, abaixo da corda. Dependendo do tamanho e da abertura dos mosquetões, esta não será uma tarefa fácil, sendo melhor então montá-lo de outra forma. Passe a corda pelo mosquetão base, clipe os outros mosquetões em dois pontos da corda (veja o desenho) e deslize-os até a posição final. Atenção: na hora de desmontar o freio, faça na ordem inversa da montagem, para não deixar os mosquetões cair. Flavio Daflon.

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R a l f C ô r t e s T r a d i ç ã o

Canta Grampo, canta!... Pode-se dizer que a criação do grampo foi um marco da escalada em rocha no Brasil. Foi inventado em 1912, pelo pernambucano José Teixeira Guimarães, um dos conquistadores do Dedo de Deus. Seus grampos são usados até hoje pelos escaladores que repetem a Teixeira, via aberta há 88 anos. A partir da década de 40, Silvio Mendes e sua turma (CERJ) deram forma à escalada brasileira, com os grampos de 1/2 ou de 5/8 de polegada, que proporcionaram, em menos de uma década, as conquistas da chaminé Rio de Janeiro, no Corcovado; da Stop, no Pão de Açúcar; da Travessia dos Olhos, na Pedra da Gávea; além de escaladas no Pico Maior, Capacete e Caixa de Fósforo, em Salinas, Nova Friburgo; e nos picos do Itabira e da Freira, ambos no Espírito Santo. Está claro que, apesar de nossos grampos serem equipamentos de proteção fixa não homologados, fabricados ainda artesanalmente para um público restrito e sem investimento para melhorar a tecnologia de fabricação, eles apresentam avanços na solda e no aço utilizado. E o mais importante: não houve até hoje um único registro de acidente fatal por falha nos grampos. Testes foram feitos na PUC com vários grampos, de diferentes fabricantes, que suportaram cargas de até 1.400 Kg antes de romper e, com o olhal voltado para baixo, de 4.000 Kg, mesmo com soldas duvidosas. O que ocorre na prática é que as quedas normalmente acontecem com fatores menores que dois, em cordas com força de choque muito menores do que as especificações da UIAA. As modernas cordas de escalada apresentam forças de choque entre 670 Kgf e 900 Kgf, exigindo, portanto, menos do sistema em caso de queda. Por outro lado, um grampo mal batido é extremamente perigoso, pois sem um sistema de expansão ou qualquer tipo de cola, a qualidade da sua colocação dependerá muito da habilidade do escalador e da broca utilizada. Ou seja, nada de palhetas e muito menos grampos pra fora. No site do CEC (www.carioca.org.br) há detalhes interessantes sobre os testes realizados com os grampos. Conheça-o e tire suas próprias conclusões.


W a l d e c y C o l u n a

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M a t h i a s C a m i n h a d a

Croquis de Caminh a d a O texto abaixo foi escrito pelo grande montanhista Mário Senna, muito conhecido no meio, que nos alerta para o estrago causado pela divulgação na mídia de croquis de caminhada. É sempre bom lembrar que um croqui nas mãos de um leigo pode levar a acidentes, o que é comprovado por vários casos. O controle das informações ajuda na preservação de nossas montanhas. Eis o texto do Mário: Em junho de 1989, uma amiga de São Paulo me deu um croqui da travessia Lençóis – Andaraí, na Bahia, que não havia sido feito por ela. No mês seguinte, lá estava eu conhecendo uma das regiões mais bonitas do Brasil. Logo que regressei ao Rio, fiz um outro croqui, onde acrescentei novas informações, e depois escrevi uma matéria sobre o assunto no jornal Escalada (nov/ dez 1989, no 2), editado na época pela Montcamp do Rio de Janeiro. Dei uma cópia do novo croqui a várias pessoas, e logo depois saiu outra matéria, desta vez no Jornal do Brasil de 24 de janeiro de 1990. Uma dessas cópias do novo croqui foi parar nas mãos de um comerciante de Lençóis, que o copiou e passou a vendê-lo em sua loja de suvenires.

Em junho de 1990 eu voltei a Lençóis. Desta vez não fiz a travessia, mas soube, através de um amigo que mora na região e de fotografias de pessoas que estiveram por lá, da ação de vândalos que arrombaram a porta da capela da Ruinha simplesmente para ver o que tinha lá dentro. Dois anos se passaram e a informação que eu tenho é que a cada dia mais pessoas estão fazendo a travessia. Lógico que não fui o único divulgador, mas, se não houvesse as matérias e se o croqui tivesse circulado apenas no meio de montanhistas ecologicamente conscientes - nem todos são -, o vandalismo na região não estaria tão avançado. Recentemente saiu mais uma reportagem sobre a Chapada Diamantina na revista Horizonte Geográfico, além de um livro sobre as trilhas do Parque Nacional de Itatiaia. Gostaria que todos refletissem sobre o risco que é este tipo de divulgação, pois, assim como eu, na matéria do jornal Escalada, todos que divulgam as trilhas não têm controle sobre o tipo de pessoa que irá para a montanha. O que está em jogo não é uma atitude individualista de não divulgar uma informação e sim uma atitude de cunho preservacionista e eticamente correta. Os croquis de escalada são um pouco diferentes, pois não divulgam o acesso das vias em detalhes e o impacto é bem menor na rocha do que nas trilhas. Estou à disposição para trocar idéias sobre o assunto. Até a próxima.


C r o q u i s 9 Fecho Eclair 5º VI E4 D1- 80 metros. Localizada na fece norte do Pão de Açúcar, à esquerda da Íbis, esta é uma daquelas vias em que, para não cair, é bom estar escalando solidamente um grau acima do exigido. A Fecho Eclair possui alguns lances longos e sete das suas doze proteções são de ¼ de polegada, que podem não segurar uma queda grande e, isto sim, dar uma grande queda no guia. Em alguns pontos foram colocados dois grampos de ¼, lado a lado, para dar um pouco mais de confiança.

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Estes grampos de ¼ usados na conquista da Fecho Éclair são originais da conquista da Íbis, de 1973. No início da década de 90, quando a Íbis foi regrampeada, tais grampos foram retirados e substituídos. Com eles Luís Claudio “Pita”, Ralf Côrtes e Márcio Lozada conquistaram, em 1990, a Fecho Éclair. Em 2002, alguns destes grampos de ¼ foram substituídos por chapeletas e parafusos de ¼. Devese levar um stopper de cabo para costurar um parafuso. Este e outros croquis podem ser vistos em www.guiadaurca.com.

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IV

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C r o q u i s Emílio Comiti 4º IVsup E2 D2. É a via clássica do Dois Irmãos de Jacarepaguá, uma bonita conquista de Salomith Fernandes e de Raymundo Minchetti, de 1967. Possui trechos de agarras, aderência e oposição até atingir o cume, 245 metros acima do nível do mar. A trilha até a base é curta, mas com bastante capim-colonião no trecho final. Ela começa no ponto final do ônibus 762, na Colônia Juliano Moreira, na Taquara, em Jacarepaguá. Em frente ao ponto há uma grande casa antiga, que serve de moradia para algumas famílias. Peça licença a algum morador e contorne a casa, pois atrás dela há uma passagem para um terreno de vegetação baixa. Siga até uma torre de energia e depois, até uma segunda torre localizada à direita desta primeira. Neste ponto, há uma estrada que leva até bem próximo à base, o restante é capim. Cuidado com as caixas de criação de abelhas, próximas a estrada.


C r o q u i s

Capitão Virgulino 3º VI E1. Localizada na face norte do Morro da Urca, mais precisamente entre as vias Mesmo com Sol e Cabeça Oca, ela não consta da 3ª edição do Guia da Urca, pois foi aberta em novembro de 2001, posteriormente ao desenho dos croquis desta parede. Conquistada por Paulo Baldener, Jorge Campos Jr. e Ricardo Teixeira, tem 35 metros e segue apenas até o Cota 200, sendo, portanto, uma variante para esta via ou para a Mesmo com Sol.

Zé Carioca 4º VIsup A1. Aberta por Ralf Côrtes, Ana Alvarenga, Dodi, Hugo e Afonso, esta nova via fica na face norte do Morro da Urca. Ela começa no primeiro grampo do Singra e tem um trecho de A1 entre a primeira e a segunda paradas. Neste artificial, é necessário pisar no último degrau do estribo para alcançar o próximo grampo. O lance de saída do artificial é um VIsup obrigatório. O retorno é feito pela trilha do Morro da Urca. Para se chegar à base pode-se seguir as indicações do Guia da Urca ou procurar o último grampo da via e rapelar. Essa conquista teve o apoio da Equinox


C r o q u i s

Falcão a Espreita 4º V E3. Concluída este ano, a mais nova via do Morro do Cantagalo é de autoria de Rodrigo Molina, Leandro Chen, André Kühner e Alcino Falcão.Trata-se de uma nova opção para a comunidade de escaladores, já que algumas das vias do local estão sendo desaconselhadas. Apesar de estar no lado direito da parede, ela não oferece risco aos prédios abaixo, pois há um platô de vegetação na sua base. Recomenda-se estar guiando com segurança o grau exigido pela via, já que alguns trechos são bem expostos. Também é recomendável o uso de capacete, pois o Cantagalo possui rocha quebradiça, o que é mais acentuado em vias recémconquistadas. O nome da via foi dado em homenagem a um dos conquistadores.

Vr. Direta V E2. No número anterior da Fator2 publicamos o croqui do Urbanóide, via clássica da cidade localizada no Morro do Cantagalo. Publicamos agora um novo croqui, já que recentemente os escaladores Flavio Daflon e Marcio Carrilho conquistaram a Variante Direta, na última enfiada da via. O grau sugerido fica entre IVsup e V, com exposição E2, e ainda há agarras que podem quebrar. O rapel é na linha reta da via.





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