Após longa imersão no universo de pintores como Kandinsky, Tarsila do Amaral e Vicent Van Goh, a CIA DRUW mergulha no universo encantado da cor, onde cria partituras lúdicas e poéticas das cores em movimento. A cor está em tudo, dentro e fora, no cheio e no vazio, na luz e no pigmento, entre o céu e a terra, na física e na química. Uma cor nunca está sozinha, está sempre cercada de outras vizinhas e produzem efeitos contraditórios. Como uma cor se comporta ao lado da outra? Combinações, personalidades, tonalidades para uma composição poética em movimento. POETAS DA COR são seres, energias que acionam e resgatam a essência do poder criativo espontâneo que vive em nós.
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O gênio não é mais do que um retorno à infância Matisse
POETAS Com meus pés de pincéis vou colorir os espaços. Alongo o azul, giro o vermelho, piso o verde, faço ponta, passo, passo. Vou preencher os vazios com o colorido das mãos. Aponto no meio e acerto um ponto em cheio. Empurro o rosa que voa pro alto, pego o cinza e salto, salto. Matizes, texturas que arrasto para essas alturas. Deixo um rastro de bege e sigo preenchendo todas as linhas. As cores são vivas e existem sozinhas. Ilumino o laranja que brilha puro.
Arranco o preto, o branco, trago pra perto, seguro.
Meu colorido é todo do seu próprio jeito. Pode ser florido, fluido, sem nenhum sentido e até, quem sabe, imperfeito. Nele eu encontro o silêncio, mas também o ruído. E aceito. Com ele não há nada parecido. O mundo fica livre, belo, inspirado e divertido. Desde o mais singelo amarelo até o último tom daquele indescritível marrom. Cada gotinha de cor pinga, espirra, se mistura, não é mais pura.
DA COR Molha e caminha enquanto colore. Escorre, para e corre. Vai secando com a brisa de um movimento. Contorna uma, duas, várias formas e se transforma num arco-íris de vento. Vou olhando fora e sentindo dentro.
O colorido é a dança infinita das cores. É uma sequência que não se imita. Coreografia. Grafia da cor. É o imaginário do seu autor. Cada um com sua cada cor faz. Recuo pra frente, avanço pra trás. Inverto as direções para
encontrar outros tons, outros padrões. O mundo é uma tela e eu vou criando enquanto meu corpo pincela. Quando simplesmente ando a tinta me segue pisando. Se decido correr a tinta vai mostrar seu poder. Quero ficar parado mas a tinta me obriga, me inspira, me instiga. E sou eu de novo que chovo em cor e me espalho para todo lado. Agora, se me chacoalho, a tinta cai toda de mim. Sou um poeta da cor, me conformo. Sempre fui, sempre serei assim.
COMO SER UM
POETA DA COR Para ser um poeta da cor, por favor, não pense muito! Respire fundo e pisque os olhos três vezes, tudo junto.
Estale os dedos: não tenha medo! Deixe a lâmpada da ideia se acender. Vá olhando ao seu redor. Permita-se perceber. Espreguice o corpo.
Fique reto, fique torto. Tente lembrar rapidamente todas as cores que você conhece. Invente, mas ainda não comece. Tenha por perto tinta, pincel, imaginação e papel. Prepare a vontade para entrar em ação. Ajuste os ponteiros da mente e do coração. Feche os olhos para se colorir primeiro por dentro. Deixe fluir um sentimento, brotar uma sementinha de pigmento. Pedacinhos de qualquer sensação podem servir. Então, se a partir daí as cores quiserem sair, abra os olhos e aqueça os pés e as mãos. Sorria com essa liberdade cheia de alegria. Pinte, lambuze, meleque o mundo.
Lembre-se que o avental do pintor tem a sua própria cor: imundo! Quando você menos esperar e nem tiver percebido, um poeta da cor surgirá e, ao seu redor tudo, tudo colorido. Imagens vão ser projetadas em telas redondas e quadradas. Desenhos e formas se formam no espaço do jeito que você quiser, com qualquer traço. Basta apenas não se conter e deixar livre, leve e contente esse poeta que existe dentro da gente. Não precisa nenhum dom, nenhuma escolha especial de tom. É simples assim, é só acontecer. Para ser um poeta da cor basta apenas ser você.
PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
O azul, o amarelo e o vermelho achavam que quem chegasse primeiro seria a cor mais vibrante. Na verdade, não há valor em quem vem depois ou em quem vem antes. As três são igualmente importantes. Elas são chamadas primárias porque a partir delas surgem outras cores várias. Mas, voltando ao início, temos uma situação bastante difícil. Dessa corrida para chegar na frente surgiram diversos inconvenientes. O vermelho com uma força que sempre esbanja trombou com o amarelo e, desse atropelo, surgiu o laranja. Já o azul imprudente, pulando feito canguru, não viu o amarelado amarelo bem na sua frente e tropeçou nele, acertando
o pobre coitado em cheio. O acidente foi feio e os dois, espantados, viram surgir ali no meio um tom paralelo chamado verde. O azul saiu desse choque mancando, um pouco coxo, enquanto o vermelho acelerando não viu o sinal fechado com sua própria cor. Resultado: muita dor e um recém-chegado roxo. Mas o que era uma disputa primária tornou-se uma confusão hilária. As cores surgidas de cada junção, conhecidas como secundárias, queriam agora toda a atenção. Já não bastavam três agora disputavam as seis. E como já percebemos que nenhuma gosta de ficar em último lugar, o final já sabemos: essa corrida das cores vai se multiplicar.
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Levei 4 anos para pintar como Rafael e a vida toda para pintar como uma crianรงa Pablo Picasso
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O DISCO DE
NEWTON Parado parece uma esfera linda, uma pintura redonda, uma roleta, um volante, uma pizza mirabolante. Parece ainda uma colcha costurada, colorida, arredondada, com retalhos triangulares, nem t찾o grandes nem t찾o pequenos, como se fossem
setas, esperando a hora de serem libertas pelos ares. Com um leve toque, um breve aceno e algum impulso, essa misteriosa coisa se desmancha no lugar. E como se fosse a 처rbita incerta de um planeta avulso, no ar surge uma mancha circular
que me convida a entrar na história. Eu sigo então a trajetória dessa ciranda colorida. Parece a roda da vida. O disco de Newton é tão mágico, tão bonito. É uma grande roda de cor, infinito. Enquanto ele gira o mundo se inspira. Não é um disco voador nem toca música. Mas toca de um jeito a gente... Não sei se de propósito ou por acidente. E vai girando numa viagem de outros voos, outras dimensões. São imagens reais ou ilusões? Se eu giro o disco mais lento, me concentro e deixo o olhar reto, vejo preto direto. Se eu giro a toda
velocidade vejo o branco num olhar de claridade. Agora, se eu giro mais ou menos, nem tão rápido, nem tão lento, salta do disco um meio termo: um cinza ameno, sereno. O disco de Newton é uma poesia ambulante. É um jogo de cor cintilante. Brincadeira cheia de motivos, quando esse disco gira tudo fica mais vivo. Quero girar também, rodando sem parar, sem ficar tonto, fixando apenas um ponto para o giro acompanhar. Não tenho mais palavras nem cores para me expressar. O disco de Newton, não minto, parece dizer tudo o que eu sinto.
JOGOS PARA A MENTE E
CORPO Introdução
Sir. Isaac Newton nasceu em 4 de janeiro de 1643 (quase um ano depois da morte de Galileo) em Woolsthorpe, Lincolnshire, Inglaterra.
Newton explicou que a luz que consideramos branca é, na verdade, uma luz composta de várias cores. Para comprovar tal fato, decompôs a luz com a utilização de um prisma triangular de cristal. Através desse prisma passava um feixe de luz que se decompunha nas cores básicas. Faltava, no entanto, comprovar que a luz branca é proveniente da soma dos espectros luminosos. Foi a partir daí que surgiu o disco de Newton. Ele é pintado com as mesmas cores que compõem o espectro da luz branca. Ao girá-lo com intensidade, a cor branca aparece uniformemente, devido à incidência de luz.
JOGO 01
JOGO 02
MONTANDO O DISCO DE NEWTON Materiais - Tesoura - Lápis para ser a ponta do pião
CONSTRUINDO O SEU PRÓPRIO DISCO DE NEWTON Objetivos 1. Diferenciar as cores. 2. Reconhecer a relação entre pigmento, cor e luminosidade.
Introdução - Recorte o disco e fure no centro (conforme indicação do desenho).
Materiais - cartolina branca - lápis de cor (verde, azul escuro, azul claro, roxo, vermelho, laranja, amarelo) - compasso - lápis preto - régua e borracha
Estratégias 1. Deve-se realizar um círculo com aproximadamente 15 cm de diâmetro. 2. Dividir o círculo em oito partes iguais. 3. Pintar utilizando as cores, conforme modelo apresentado acima. 4. Realizar um furo no centro do círculo e acrescentar um lápis, com o intuito de girálo velozmente, observando assim o aparecimento da cor branca. Você pode ainda fazer seu disco de outras formas - CD’s ou disco de vinil ou similiar - Crie um instrumento com bolinha de gudê para fazer a esfera do pião.
JOGO 03
DINÂMICAS DAS CORES
Objetivos 1. Compreensão de cores e seus signficados. 2. Reconhecer a relação das cores com o movimento do corpo. Regras
- Uses os cartões com os textos das cores para esta dinâmica - Propor uma leitura do textos e uma analise sobre as cores. - Separe as cores que tenha mais empatia e sugira movimento com o corpo. - Utilizar música se possível.
JOGO 04
MISTURANDO AS CORES QUENTES E AS FRIAS
Objetivos 1. Diferenciar as cores. 2. Reconhecer a relação entre pigmento, cor e luminosidade. 3. Diferenciação das cores frias e quentes. 4. Pode ser analisar ainda a fusão das cores primárias e secundárias. Regras
1. Ofereça a todos os participantes: lápis coloridos, giz de cera, guache entre outros. 2. Peça para que cada um escolha uma cor para
trabalhar. 3. Dividir a turma em dois grupos (de cada lado do papel esticado no chão): o grupo que escolheu cores quentes de um lado e o outro grupo com as cores frias do outro. 4. Selecione uma criança de cada vez para pintar um grande rolo de papel craft ou similar. 5. Sugestão inicial é que as cores frias fiquem de um lado e as cores quentes do outro. 6. A medida que eles vão avançando na pintura deixem que troquem de lugar. 7. Peça que todos observem a mistura das cores.
FICHA TÉCNICA | POETAS DA COR CONCEPÇÃO E DIREÇÃO Miriam Druwe INTÉRPRETES/CRIADORES Anderson Gouvea, Alessandra Fioravantti, Elizandro Carneiro, Felipe Sacon, Manu Fadul, Orlando Dantas e Miriam Druwe VOZES EM OFF Amelie Fioravanti, Nicolas Druwe, Samir Fadul ASSISTENTE E COLABORADOR DRAMATÚRGICO Ronaldo Aguiar COMPOSIÇÃO E DIREÇÃO MUSICAL Divanir Gattamorta PREPARAÇÃO CORPORAL Glauco Muller
PESQUISA COREOGRÁFICA Denise Namura, Michael Bugdahn e Cia Druw DESENHO DE LUZ Lúcia Chedieck FIGURINO E CENÁRIO Marco Lima OPERAÇÃO DE LUZ Marcel Gilber VÍDEO CENÁRIO Tatiana Guimarães TEXTOS DAS CORES Fábio Parpinelli PROJETO GRÁFICO Kleber Góes Comunica.Ações PRODUÇÃO EXECUTIVA Tanza Produções
PROGRAMA MUNICIPAL DE
PREFEITURA DE
Sテグ PAULO CULTURA