Metodologia de GestĂŁo para Empreendimentos Populares
Of icinas do Pr ocesso Manual do Selet ivo Educador Social
PRODUÇÃO AUTORAL CANÔNICA, Rosangela ZANOTTI, Erica BORGES, Khin
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APRESENTAÇÃO Com base em revisão metodológica realizada entre setembro e dezembro de 2014, a equipe do Consulado da Mulher criou um novo método de trabalho com empreendedoras populares que tem início no Processo de Seleção, passa por uma série de oficinas que inclui os temas: empreendedorismo popular, gênero, modelo de negócio e planejamento estratégico e plano de ação, até chegar à assessoria dos empreendimentos por um período de 2 anos. O processo de seleção inicia com a realização de parcerias com instituições como escolas, igrejas, unidades básicas de saúde, CRAS e outros nas comunidades do entorno das fábricas para que estes ajudem na divulgação. As empreendedoras interessadas enviam a ficha de inscrição. Todas passam por avaliação dos seguintes critérios: vulnerabilidade social, renda e tempo mínimo de existência do negócio. As finalistas são convidadas para entrevista, de onde saem as empreendedoras que seguirão para a fase de oficinas. Realizadas as oficinas, todas as participantes devem apresentar o seu planejamento estratégico e o plano de ação a uma banca empreendedora, que dará feedbacks e dicas sobre como seguir com o negócio. Passada esta fase as empreendedoras entram em assessoria e passam a ser acompanhadas por um educador do Consulado da Mulher pelo período de dois anos. Espera-se que após este processo elas estejam aptas a seguir empreendendo e crescendo tanto quanto desejarem. Esta proposta instrucional foi desenvolvida para facilitar a realização das oficinas do período de seleção de empreendedoras, indicando um plano de ensino básico. Enquanto educador sinta-se a vontade para usar da criatividade e adaptar os conteúdos às suas necessidades e realidades pedagógicas. Adicionalmente, sugerimos que os vídeos e possivelmente as histórias a serem apresentadas nas oficinas sejam, sempre que possível, adaptadas ou trocadas para outras mais próximas da realidade das pessoas que estão recebendo a informação. Histórias de empreendedoras da cidade, região ou estado podem fazer mais sentido para o grupo do que de mulheres de outras localidades / realidades. Boas Oficinas!
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SUMÁRIO PARTE 1 – SER EMPREENDEDORA, 9 Apresentação, 10 O que é ser empreendedora, 12 Características empreendedoras, 14 O perfil das pessoas empreendedoras, 17 Estabeleça seus objetivos, 18 Planejar, Planejar, Planejar, 18 Planeje a si próprio e amenize riscos, 18 Como planejar minha ideia de negócio?, 19 Formas associativas de empreender: cooperativismo popular | colaboração solidária | empreendedorismo em rede, 20 O que é cooperação?, 21 O que é empreendedorismo em rede de cooperação?, 22 O que é a Colaboração Solidária?, 24 PARTE 2 – MULHER, AUTONOMIA E TRABALHO, 27 O que é Gênero?, 28 Mulher e o trabalho, 30 Mulher e o dinheiro, 31 PARTE 3 – DESENHAR O SEU MODELO DE NEGÓCIO, 35 CANVAS e o modelo de negócio, 36 Como fazer o CANVAS, 37 Bloco das emoções, 39 Bloco da Razão, 42 Finalização do CANVAS, 44 PARTE 4 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, 47 O que é Planejamento Estratégico?, 48 Quais são os elementos de Planejamento Estratégico?, 50 Análise da Situação Atual, 52 Identidade do Empreendimento, 55 Resultados do Empreendimento, 57 Produtos e Serviços, 58 Fluxograma / Cadeia de Valor, 59 Análise de Mercado, 61 Avaliação, 64 Plano de Ação, 65 ANEXOS, 67 COMPLEMENTOS, 87 REFERÊNCIAS, 93 * Vídeos disponíveis em domínio público no site da Endeavor e YouTube. ** Para download utilizar aTube Catcher
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Parte 1 SER EMPREENDEDORA Objetivo do módulo:
Carga Horária:
Sensibilizar as participantes sobre o empreendedorismo como alternativa de trabalho e renda. Conceituar de modo introdutório noções básicas sobre o perfil empreendedor e o desenvolvimento de competências pessoais para tornar real o seu “projeto de vida”.
2 aulas de 3 horas
Roteiro: ● O que é ser empreendedora ● Características empreendedoras ● O perfil das pessoas empreendedoras ● Empreendedorismo em rede: cooperativismo popular ● Projeto de vida Preparação: Quando agendar a oficina, peça para as participantes trazerem uma foto (pode ser recorte, foto da foto, etc.) de uma empreendedora de sucesso que elas admirem. No primeiro encontro elas devem estar com a foto em mãos (papel ou celular).
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1a Sessão Apresentação
Dinamica
Baú de viajante Desenvolvimento: Dispor o grupo sentado em círculo. Comece com a seguinte fala, tendo o baú em mãos: “Na mala de um viajante há lugar para muitas coisas... de tempo em tempo, Provocar as participantes a na viagem que se chama vida, precisamos Objetivo refletir sobre onde estão e o decidir para onde vamos e o que de fato que querem para suas vidas. queremos carregar em nossa mala, para assim Um baú (ou caixa com tamevitarmos itens desnecessários!” Em seguida, pa de fácil abertura) dispor anuncie que dentro do baú há vários itens que vários papéis que contenha precisamos decidir levar ou não, e que, toda vez Material palavras-chave, como: felicidade, sonho, realização, obNecessário que a música parar, alguém vai abri-lo e retirar jetivo de vida, determinação, vitória, medo, coragem, plaum bilhete que contém uma palavra mágica. no, desafio, criatividade, orAssim que a pessoa escolhida pelo baú ler a gulho, ameaça, ideia, desejo, etc. Música de fundo. palavra mágica, deverá compartilhar com as demais pessoas sentimentos e emoções que Varia de acordo com a vierem à tona. O importante é tentar traduzir disponibilidade do mediador o que a palavra significa em sua vida, atual ou Tempo para a dinâmica, número de pessoas e interesse do futura. Assim que a fala cessar, a música volta grupo. a tocar para que os demais possam passar pela experiência. Ao encerrar a atividade fazer uma breve reflexão sobre o fato de que, na vida a felicidade só dependerá de nossas próprias escolhas, ou seja, daquilo que de fato decidimos carregar em nossa mala durante nossa jornada!
PARA SE INSPIRAR:
DONA RAIMUNDA DAS TAPIOCAS: A INCRÍVEL MULTIPLICADORA Ela já enfrentou as maiores dificuldades por não ter dinheiro suficiente nem para complementar a alimentação da família. Trabalhadora incansável multiplicou valores irrisórios com o próprio suor, melhorou de vida e hoje dá palestras para pessoas que desenvolvem projetos públicos sociais e políticos, sem deixar de lado seu apurado senso de economia e investimento.
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Começar o negócio com R$ 1 milhão teria sido bem mais fácil, mas Raimunda só tinha R$ 1. O que para muita gente é troco, para ela era uma pequena fortuna. “Às vezes, eu tinha só o feijão, o arroz, não tinha uma merenda para dar para essas crianças comerem”,conta a quituteira Raimunda Pereira. Quando Raimunda se viu apenas com R$ 1 na mão e muita necessidade em casa, resolveu apostar numa receita que aprendeu com os pais. Com o dinheiro, comprou goma, que é a massa usada para fazer a tapioca. Um vizinho deu os cocos. Ela preparou tudo. E com 25 tapiocas começou um negócio. “Me levantei de madrugada, caladinha, sozinha, quebrei uns coquinhos, fiz 25 tapiocas e saí vendendo. Vendi tudinho”, lembra ela. Ela voltou para casa com menos de R$ 10 e uma pergunta: O que fazer para esse dinheirinho render? “Primeiro eu tinha que comprar o material para trabalhar, porque se eu não comprasse, eu gastava o dinheiro todo em casa e como era que eu ia trabalhar sem ter material?”, conta Raimunda. A produção foi aumentando, as encomendas também. O primeiro grande cliente foi o dono da padaria do bairro, na periferia de Fortaleza. “Comecei com dez tapiocas. Aí foi aumentando. De dez passou para 15, de 15 para 20, para 30, depois passou para 50”, lembra ela. “Ela deixa de manhã, a tarde passa cobrando e a gente paga. Nunca fiquei devendo, ela não deixa”, diz o dono da padaria Cristiano Marques. Já não faltava mais comida em casa e Raimunda até pensou em fazer uma pequena extravagância, comprar um vestido novo. “Quando eu cheguei na loja eu olhava para os tecidos, olhava para os vestidos e fica pensando que não ia dar”, lembra ela. Foi o espírito de empreendedora que falou mais alto. “Andei em muitas lojas, muitas. Não comprei o vestido, comprei foi as peças para eu trabalhar, forma para fazer tapioca”, conta ela. Com os novos equipamentos, a produção 11
se multiplicou. A família, que não botava fé no negócio, passou a acreditar. Ela, os filhos e o marido montaram uma cozinha maior em casa para fazer as tapiocas. “Eu faço 350, 400, quase todo dia”, garante Raimunda. Os valores ainda são pequenos. O investimento que Raimunda fez no começo (R$ 1,00) equivale hoje a três tapiocas menores. E foi assim, de moeda em moeda, de real em real, que ela conseguiu formar um pequeno patrimônio. Reformou a casa onde mora e construiu outros quatro imóveis para alugar, na periferia de Fortaleza. “Para mim é um castelo que eu tenho, é um futuro para minha vida, um futuro pros meus filhos mais tarde”, afirma ela. Sete anos depois, Raimunda sabe que deve manter o ritmo de trabalho. Levanta de madrugada, todos os dias. ”A gente se levanta às 2h”, conta. Quando termina de fazer as centenas de tapiocas, ainda tem fôlego para entregar o café da manhã. Ela vende nas ruas, de porta em porta. “O sabor do coco é muito bom, bem macia, é ótima. Todo dia de manhã ela passa, já vem gritando e a gente já sabe que é ela e eu compro”, aprova o cliente Sidnei da Silva. Histórias como a de Raimunda se refletem nas estatísticas. O último levantamento feito no Brasil mostra que para cada homem que começa um negócio, há também uma mulher. O país é o segundo no mundo em número de mulheres empreendedoras, atrás apenas da Hungria. No Ceará, a vida dessa mulher forte, batalhadora virou exemplo. Hoje, Raimunda dá palestras, ensina como investir bem o dinheiro. Na plateia, médicas, psicólogas, assistentes sociais que desenvolvem políticas públicas no interior do Ceará. “A dificuldade, a humildade, a necessidade, que é demais. Você passar fome de ter vontade de comer uma coisa e não ter o dinheiro para comprar. Você saber poupar aquele dinheiro que você pegou, saber dividir aquele dinheiro que
você conseguiu, é isso aí que me fez isso”, explica Raimunda. Raimunda não sabe mais onde as tapiocas podem ajudá-la a chegar. Para quem pensa em seguir o mesmo caminho, o conselho é
Dica Pedagógica:
um só: “Tanto faz R$ 1 como R$ 1 milhão, você tem que saber valorizar e usar”, ensina Raimunda.
Fonte texto: Ideias e negócios (2008, web)
Em um círculo de aprendizagem, divida a leitura do texto entre as pessoas presentes na sessão. Inicie a reflexão a partir da história de vida da Raimunda deixando que as pessoas compartilhem suas visões, anote em tarjetas de papel utilizando canetas hidrográficas coloridas palavras chave que definem características empreendedoras. Construa um painel visual com todas as palavras-chave compartilhadas. Se possível, deixe o painel visível durante todas as oficinas.
O que é ser empreendedora Padaria da Ana
Ser empreendedora é ter atitude para transformar ideias em realidade. Porém, é preciso saber que empreender não é uma tarefa fácil, exige tempo, esforços e disciplina. Não basta simplesmente abrir um espaço e achar que o negócio prosperará sozinho. A cada dia surgirão desafios! Tão importantes como aqueles que te motivaram a seguir pelo caminho do empreendedorismo.
Ao conduzir um negócio, você precisará organizar suas atividades para vender produtos ou serviços e isso não é um simples passa tempo. Afinal, é sua fonte de geração de trabalho e renda! Seu sonho virando realidade! Para começar a empreender o mais importante é se conhecer. Conhecer principalmente seus pontos fortes. O que você já sabe fazer! O que você já fez no passado e que pode te ajudar a ter viabilidade econômica?
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Dica Pedagógica:
Distribua folhas em branco e peça aos participantes que escrevam no alto da página a frase: “NO QUE SOU BOM”. A seguir, provoque o grupo a refletir ações simples que já realizaram, no convívio com a família, com amigos, na comunidade... Experiências do tipo “Nossa, como isso é bom, porque você não faz para vender?” “Puxa, como você é talentosa!” Enfim, qualquer exemplo pequeno pode ser resgatado e contribuirá para auto estima empreendedora.
A seguir, pense nos pontos que precisará desenvolver e em quem poderá te ajudar. Pois você pode começar empreender sozinho, mas certamente não conseguirá fazer tudo sozinho.
Dica Pedagógica:
Distribua novas folhas em branco e peça aos participantes que escrevam no alto da página a frase: “NO QUE EU NÃO SOU BOM”. A seguir, provoque o grupo a refletir ações que julgam não conseguirem realizar sozinhos... Refletindo a importância de que quanto mais se conhecerem, mais chances terão de saber quando e onde buscar ajuda.
Segundo Dornelas (2005), empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam a transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso. É possível afirmar que o empreendedorismo é a habilidade de construir algo de pouco ou quase nada. E, tem a ver com comportamento e não com personalidade. Ainda de acordo com Dornelas (2005), a palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e significa aquele que assume riscos e começa algo novo.
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Características empreendedoras Dica Pedagógica:
Inicie uma discussão com o grupo refletindo o que consideram que as pessoas empreendedoras têm como características, ou seja, o que as diferenciam das demais e o que a motivam a empreender. Deixem que compartilhem suas ideias por alguns minutos. Após, divida o grupo em equipes de trabalho. Distribua revistas, tesouras, cola e canetinhas e peçam que elaborem um cartaz com exemplos de comportamento empreendedor. Ao finalizar a tarefa, cada equipe apresenta o seu trabalho, argumentando sua visão sobre o tema.
Pessoas empreendedoras possuem características comuns. Algumas nascem com essas características, outras aprendem. O importante é que todos nós podemos empreender, porque todos somos capazes de aprender. Como dizia o educador Paulo Freire, “todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos algumas coisas. Por isso aprendemos sempre.” O empreendedorismo é um conjunto de comportamentos e hábitos que podem ser adquiridos com capacitação adequada. Por isso, quem decide ser empreendedora precisa aprender sempre! Ser empreendedora exige determinadas características, que na visão de Dornelas (2005) são:
● Ser visionária. Não enxergar apenas o presente: enxergar também o futuro; ● Saber tomar decisões; ● Fazer a diferença; ● Saber explorar ao máximo as oportunidades; ● Ser determinada e dinâmica; ● Ser dedicada; ● Ser otimista e apaixonada pelo que faz; ● Ser independente e construir o próprio destino; ● Buscar sempre o próprio desenvolvimento econômico; ● Ser líder e formadora de equipes; ● Relacionar-se bem; ● Ser organizada; ● Planejar, planejar, planejar; ● Buscar sempre o conhecimento; 14
● Assumir riscos calculados; ● Criar valor para a sociedade;
De modo geral, empreendedoras de sucesso acumulam habilidades, experiências, contatos, visão e capacidade de perseguir oportunidades com o passar do tempo. Uma boa dica é aprender com as experiências de outras empreendedoras que atuam com aquilo que você está buscando. Faça contatos e busque informações sobre desafios comuns, isso pode te ajudar a tomar decisões mais assertivas em algum ponto que você precisa de ajuda. Tenha sempre em mente que empreender não é fácil e que você irá precisar de: 1. Iniciativa: Busca constante por oportunidades de negócios. Esteja sempre atenta ao que acontece na sua cidade, no seu bairro, na comunidade, enfim, no mercado em que quer atuar. Não fique à espera que os outros venham resolver os seus problemas. A iniciativa é a capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age, “arregaça as mangas” e parte para a solução. 2. Ambição: Procure fazer sempre mais e melhor, nunca se contentando com o que já atingiu. Não tentar progredir significa estagnar e você pode ter a ambição de chegar um pouco mais além do que da última vez. 3. Perseverança, otimismo e determinação: Defina metas e consequentemente tentar atingi-las, sempre com um espírito positivo, sem se deixar abater por algo que possa ocorrer mal. As dificuldades vão acontecer, porém não desista perante situações desafiantes. Sinta-se determinada, entusiasmada e crente para persistir até que as coisas comecem a funcionar adequadamente. 4. Coragem para correr riscos: Não tenha medo do fracasso e da rejeição, você fará tudo o que for necessário para não fracassar, mas não deve ser atormentada pelo medo paralisante do fracasso. Pessoas com medo do fracasso preferem não correr o risco e então ficam paralisadas. Arriscar-se faz parte do ato de empreender. Informa-se sempre antes de tomar decisões complexas. Conte com ajuda de outras pessoas que possuem mais experiência e aprenda a correr riscos calculados. 5. Capacidade de planejamento: Tenha a visão de onde está, aonde quer chegar e o que é preciso fazer para alcançar seus objetivos. Crie planos de ações e priorize-os dentro do negócio. 6. Exigência de qualidade e eficiência: Busque fazer o melhor, de forma mais rápida e com menor custo benefício. Tenha vontade para atender ou superar padrões de excelência. Desenvolva ou utilize procedimentos para assegurar que o trabalho seja concluído a tempo e que atenda as expectativas de qualidade desejada por clientes e consumidores.
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7. Rede de contatos: É importante interagir com a família, amigos, vizinhos e outras pessoas da cidade, do bairro, da comunidade. Assim, você irá formar bons contatos, divulgando seus produtos e/ou serviços. 8. Liderança: Você precisa ser líder do seu negócio. Ninguém fará a caminhada empreendedora por você. Portanto, motive-se a cada dia e tornese comprometida com o seu projeto de vida. Se você trabalha em grupo, seja uma liderança positiva, aquela que inspira as pessoas a serem igualmente comprometidas com o negócio. 9. Autoconfiança, motivação e entusiasmo: Acredite em si mesma! A crença em si fará você arriscar mais, ousar e realizar tarefas desafiadoras. A motivação permitirá entusiasmar-se com suas ideias e projetos. 10. Criatividade: Busque pensar de modo diferente, crie o novo. Permita-se ir mais longe, aposte no seu potencial criativo para diferenciar seu negócio no mercado. 11. Trabalho em equipe: Acredite nos outros! Aprenda a trabalhar junto a outras pessoas. Uma equipe forte, coesa, torna-se capaz de alcançar resultados incríveis. 12. Conhecimentos técnicos: Busque constantemente adquirir conhecimentos e habilidades técnicas. A qualidade de seus produtos e serviços depende do seu comprometimento com a constante melhoria de processos, produtos e serviços. 13. Decisão e responsabilidade: Não fique à espera que os outros decidam por você. Tome decisões e aceite a responsabilidade que acarreta. 14. Flexibilidade e resiliência: Adapta-se às circunstâncias que o rodeiam, pois se algo corre diferente do inicialmente previsto, você não deve desistir, mas sim alterar os seus planos de modo a atingir os seus objetivos. É raro encontrar todas essas características empreendedoras numa só pessoa. Entretanto, elas devem ser exercitadas na pessoa empreendedora ou em seus parceiros, para consolidar a viabilidade econômica do negócio. Dica Pedagógica:
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Peça as participantes pensarem a respeito da pessoa da foto que trouxeram. Elas devem identificar quais das características acima acreditam que esta pessoa tem. Peça para que apresentem o resultado ao grupo. Feche com a mensagem de que esse alguém será sua inspiração nos momentos mais desafiadores.
O perfil das pessoas empreendedoras Sugestão de Vídeo: História de superação de Leila Velez, do Beleza Natural
Título: Sonho Grande | Leila Velez – Beleza Natural
Sinopse: Historia de superação de quatro pessoas, uma empregada doméstica, uma cabeleireira e dois atendentes de lanchonete, que viviam em uma favela do Rio de Janeiro e hoje são donos de uma grande empresa.
Título: Sodiê Doces | Sua História Nossa História
Sinopse: Entrevista com a dona da Sodiê doces, que iniciou como boia fria, foi empregada doméstica, começou a fazer bolos, abriu uma pequena lojinha e hoje tem mais de 200 lojas espalhadas pelo Brasil. Sugestão de passar os 10 primeiros minutos. Encerramento:
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Encerre a primeira sessão entregando a elas o Quadro de Planejamento Pessoal, que está no Anexo I desta apostila. Peça que tragam preenchido na próxima sessão e que caso precisem de ajuda no preenchimento podem pedir aos familiares ou amigos.
2a Sessão
Estabeleça seus objetivos Os objetivos funcionam como uma mola propulsora, e são capazes de impulsionar o negócio e as pessoas que a ele se dedicam. Sem essa força orientadora dificilmente a empreendedora se locomoverá na direção certa.
r? Alice: Você pode me ajuda Gato: Sim, pois não? Alice: Para onde vai essa estrada? er ir? Gato: Para onde você qu Alice: Eu não sei, estou perdida. Gato: Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve
das Maravilhas Lewis Carol - Alice no País
Dica Pedagógica:
Conte a história de “Alice no País das Maravilhas” ou reproduza a cena do filme em que Alice dialoga com o Gato. Reflita com o grupo sobre a falta de objetivos e suas consequências, tanto na vida quanto nos negócios.
Planejar, Planejar, Planejar O planejamento analisa e seleciona alternativas para o negócio, determinando objetivos e maneiras para alcançá-los. Por esses motivos, é importante decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando e quem deve fazer. “Aonde irei, qual é o meu negócio, quais são os meus objetivos?”. Sem essas respostas adequadas, não se pode planejar o futuro. É como andar na escuridão, sem qualquer noção de direção. Sem planejamento sequer existem parâmetros para medir e avaliar o próprio desempenho do negócio.
Planeje a si próprio e amenize riscos Planejar é traçar caminhos para se chegar aos objetivos que estabelecemos. É quando conseguimos organizar a nossa vida ao ponto de estabelecermos metas 18
para o nosso negócio, identificando e tirando proveito das oportunidades que constantemente vão surgindo. Oportunidades surgem no campo profissional como consequência do pessoal. Desse modo, basta se conhecer, para se planejar. O autoconhecimento impulsiona tudo àquilo que desejamos para nossa história de vida, e molda também a nossa visão de negócio. É muito importante que consigamos responder a determinadas questões para que tenhamos a real definição dos nossos objetivos empreendedores. Dica Pedagógica:
Peça para que cada empreendedora conte a resposta que deu para uma das questões do Anexo I em ordem para que no final possam avaliar em conjunto o que foi mencionado, se realmente são objetivos, se realmente são oportunidades e fraquezas. Faça uma reflexão conjunta.
Como planejar minha ideia de negócio? O ato de planejar representa seriedade e profissionalismo. Em todo planejamento é fundamental:
● Estabelecer objetivos; ● Prever atividades a serem realizadas para atingir os objetivos; ● Elaborar um cronograma de atividades; ● Determinar o grau de responsabilidade das pessoas envolvidas, incumbidas
em realizar as atividades.
Para que as ideias possam ser organizadas na etapa de planejamento, algumas ferramentas são elaboradas e aplicadas, conforme a realidade que vivenciamos. Veja a seguir, alguns exemplos de ferramentas utilizadas para planejamento: Exemplo 1 O quê? (objetivo)
Quando? (prazo)
Como? (de qual forma)
Quem? (responsável)
Pesquisa de concorrentes
Jun
Visitar comércio local
Maria
Treinamento em panificação
Jul
Curso específico
Ana
Ampliar acesso a mercados
Ago a dez
Distribuir nossos produtos no bairro
Maria e Ana
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Exemplo 2 OBJETIVO: Implementação de ponto comercial Atividade jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Locação da sala Verificar licenças prefeitura Comprar móveis
x
Quem Bia
x
Paula
x
Lia
Tais ferramentas, quando elaboradas e disponibilizadas de forma visível, para constante consulta, possibilitam que não perdemos o foco daquilo que desejamos e buscamos como estratégia de negócio, ou, até mesmo, de plano individual quando as utilizamos para fins de planejamento de vida. Dica Pedagógica:
Mencione que voltaremos a estes pontos quando estivermos construindo o planejamento estratégico da empresa delas, em sessões posteriores.
Formas associativas de empreender: cooperativismo popular | colaboração solidária | empreendedorismo em rede Você Sabia?
Historicamente os povos antigos já praticavam formas associativas de ajuda mútua. Partilhar aquilo que se tinha disponível fazia parte da conduta pela sobrevivência. Fonte: Ceará em revista (2015)
Como os seres humanos viviam da caça, da pesca e da coleta, as atividades laborais eram coletivas e de propriedade comum, ou seja, tudo aquilo que era resultado dessas ações era dividido entre todos no povoado. Inclusive, a moradia era partilhada de modo a garantir justo abrigo. Todos buscavam sobrevivência, logo compartilhar as necessidades básicas era um dever comum.
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Dica Pedagógica:
Inicie uma discussão com o grupo refletindo como é a sociedade hoje. Que alternativas há para o mundo do trabalho? Há colaboração? As pessoas se unem para buscar alternativas que garantem o sustento de suas famílias? Tempo: 5 min.
Dica Pedagógica
Divida as participantes em grupos de trabalho (máximo 4 pessoas) e distribua cartazes em branco, canetas hidrográficas, cola, tesoura e revistas. Peça às participantes que desenvolvam um cartaz sobre o entendimento da palavra cooperação. Cada grupo deverá apresentar sua visão de mundo. Tempo: 15 min.
Complementar:
Dica Pedagógica: Complementar:
Agora compartilhe uma imagem de pessoas conectadas em rede (impressa ou projetada). Peça as equipes que definam cooperativismo em rede. Cada grupo deverá apresentar sua visão de mundo, por meio de palavras-chave. Tempo: 10 min.
O que é cooperação? Cooperação é uma relação baseada na colaboração entre pessoas ou organizações, no sentido de alcançar objetivos comuns. Assim sendo, é possível afirmar que a cooperação é uma forma de ação que tem de ser praticada em grupo por não existir meios de alguém se auto-cooperar, visto que, essa ação expressa o agir coletivamente. Existem na natureza muitos exemplos de cooperação – o trabalho diário das formigas e das abelhas para se manterem vivas, são exemplos que nos surgem de imediato quando pensamos em cooperação. Nós, os seres humanos, só conseguimos ser bem sucedidos nas nossas relações sociais, em grande parte, devido aos resultados da nossa ação enquanto grupo, ou seja, da nossa ação cooperativa. Ao pensarmos nas relações de trabalho entre empreendedoras será que isso é possível?
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O que é empreendedorismo em rede de cooperação? A união entre pessoas, com interesses comuns, é um caminho para promover o empreendedorismo em rede de cooperação. Assim, cada uma colabora com a ideia de negócio da outra formando alianças empreendedoras que visa o bem de todas. Segundo Vasconcelos (2007), novos negócios são iniciados quando indivíduos percebem oportunidades e se mobilizam para obter os recursos necessários para implementá-las. Para acessar esses recursos, físicos ou não, os indivíduos entram em contato com outros indivíduos, procurando ajuda com amigos, familiares, colegas de trabalho e com outras pessoas fora de seu círculo de convivência social. Esses contatos têm como objetivo não só obter os recursos econômicos para iniciar o negócio como também buscar apoio para a ideia do negócio, conselhos e informações e suporte social e emocional para a constituição do empreendimento. Quando se trabalha o empreendedorismo em rende a interação entre os envolvidos fortalece o enfrentamento das dificuldades comuns e a busca por soluções em conjunto. Assim, ampliam-se também as oportunidades de negócio, onde vários empreendimentos em sinergia podem alcançar melhores resultados econômicos. As redes de empreendedorismo são também caracterizadas pelos valores e objetivos compartilhados, nela as pessoas se unem preservando sua autonomia, porém com vontade de entrar e permanecer na rede formando multilideranças, onde cada um assume uma parte da responsabilidade e todos trabalham por um objetivo maior. Martinelli e Joyal (2004, apud Galvão, s.n.d) comentam que, nas estruturas de redes, todos os atores têm aproximadamente o mesmo poder, pois cada um decide sobre a sua ação, e seu nível de responsabilidade é próximo, sendo, portanto, corresponsabilidade sobre as ações do grupo como um todo. A rede então é também um conjunto dinâmico de elementos, que mantém relações de empoderamento entre si, onde, todos têm o mesmo grau de poder e ela existe somente porque este poder é diluído entre os participantes. Uma rede de cooperação entre empreendimentos surge pela união de modelos de negócios que trabalham num mesmo segmento de produção, com vistas a obter benefícios desta união, como redução de custos com poder de barganha junto a fornecedores, acesso a maiores e melhores linhas de crédito, criação de uma marca forte, facilidade da inserção no mercado, etc.
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Dinamica “A rede”
Desenvolvimento: em círculo, de pé e com as mãos dadas, uma pessoa fica de fora. O instrutor direciona os participantes para que um passe por baixo do braço do outro, um vire de costas, outro de lado, enfim, até que se forme uma rede embaralhada. Então, chama se a pessoa que ficou de fora e diz que eles tem dois minutos para desenrolar e voltar ao círculo, sem soltar as mãos. A tendência é que a pessoa vá direcionando cada individuo à girar novamente ou passar por baixo do braço do outro, mas não consiga desenrolar todo mundo no tempo determinado. Então, o instrutor diz “Pessoal, se desenrolem” e rapidamente o círculo volta ao que era antes.
Objetivo
Perceber a importância do próximo para a construção de um objetivo comum.
Material Necessário
Um grupo de 6 ou mais pessoas.
Tempo
5 minutos
Dinamica
Auxílio mútuo Desenvolvimento: em círculo, de pé. É dado um pirulito para cada participante e os seguintes comandos: todos devem segurar o pirulito com a mão direita, com o braço estendido. Não pode ser dobrado, apenas levado para a direita ou esquerda, mas sem dobrá-lo. A mão Para reflexão da importância esquerda fica livre. Primeiro solicita-se que Objetivo do próximo em nossa vida. desembrulhem o pirulito, já na posição correta (braço estendido, segurando o pirulito e de pé, Material Pirulito para cada particiem círculo). Para isso, pode-se utilizar a mão Necessário pante. esquerda. O mediador da dinâmica recolhe os papéis e em seguida, dá a seguinte orientação: sem sair do lugar em que estão, todos devem chupar o pirulito! Aguardar até que alguém tenha a iniciativa de imaginar como executar esta tarefa, que só há uma: oferecer o pirulito para a pessoa ao lado!!! Assim, automaticamente, os demais irão oferecer e todos poderão experimentar o pirulito. Todos se sentam. Inicia-se uma breve reflexão de quanto precisamos uns dos outros para chegar a um objetivo comum.
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O que é a Colaboração Solidária? De acordo com Mance (1999) a palavra colaboração deriva do verbo latino collaborare, que significa trabalhar juntos. O termo solidário, por sua vez, deriva da palavra solidu, significando algo forte, que dificilmente se deixa destruir por uma força externa. Esse modo de pensar indica uma relação de responsabilidade entre pessoas unidas por interesses comuns, de maneira tal que cada elemento do grupo se sinta na obrigação moral de apoiar os demais. Colaboração Solidária significa, portanto, trabalho e consumo compartilhados cujo vínculo recíproco entre as pessoas advém, primeiramente, de um sentido moral de corresponsabilidade pelo bem-viver de todos e de cada um em particular. Dica Pedagógica:
Sugestão de Vídeo:
Trabalho em conjunto, Cooperativismo e Economia Solidária
Apresente um ou dois dos vídeos abaixo e realize uma pequena discussão em grupo, encerrando o tema e também a sessão. Caso tenha alguma rede organizada em sua unidade, convide-as para participar de uma reunião e “ver com os próprios olhos” como funciona.
Título: O Valor da Iniciativa
Sinopse: Vídeo que mostra a importância de tomar uma iniciativa, mas principalmente como o trabalho fica mais eficiente se feito em grupo. Sozinho o menino nunca teria atingido seu objetivo, mas com a ajuda de outras pessoas, foi possível. Título: Globo Repórter: Vale Europeu, 19/02/2016
Sinopse: Conta como funciona a economia no Vale Europeu de Santa Catarina que está muito ligada à economia solidária. A senhora que tem a pousada faz certos produtos e compra outros das vizinhas, por exemplo.
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Título: Cooperativismo, solidária.
economia
Sinopse: Reportagens que contextualizam o cooperativismo popular, evidenciando a integração entre produtores para a melhoria na qualidade de vida. Título: Cidade Solidária: Consumo Solidário “Cadeias Produtivas na Economia Solidária”
Sinopse: Animação que apresenta a propostas de uma sociedade onde prevalecem a autogestão e o bem viver, princípios da Economia Solidária e do Comércio Justo e Solidário.
Lição de Casa:
Assistir todo o filme “Alice no País das Maravilhas” e trazer na próxima sessão os entendimentos sobre o filme para uma pequena discussão.
Encerramento:
Encerre a segunda sessão fazendo com elas, em sala de aula, o “Projeto de vida” que está no Anexo II deste material. Dê tempo para que elas possam pensar, e sugira que utilizem os questionamentos feitos em casa, na sessão anterior. Peça para que cada uma traga um mini-espelho na próxima oficina (tipo espelho de maquiagem).
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Parte 2 MULHER, TRABALHO E AUTONOMIA
Objetivo do módulo:
Carga Horária
Mostrar para as empreendedoras que muitas das diferenças apontadas entre homens e mulheres não são natas, mas sim conceitos criados pela sociedade para definir os papéis de cada um. Falar sobre a importância da mulher ter a sua independência financeira, de lidar com o dinheiro e de ter autonomia.
1 aula de 3 horas
Roteiro: ● Questionamentos do cotidiano; ● Leitura de histórias e análise; ● A mulher e o trabalho; ● A mulher e o dinheiro; ● Eu mereço! Preparação: Realizar as leituras das histórias, identificar os principais conceitos de gênero a serem discutidos, tanto para mulheres como para homens. Trazer alguns mini espelhos, caso elas tenham se esquecido.
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Sessão Única Iniciar a sessão com a discussão sobre o filme “Alice no país das maravilhas”. Perguntar o que cada uma entendeu do filme e sobre o desfecho dele.
Dica Pedagógica:
Importante que o educador assista o filme para conduzir a discussão. O tema principal a tratar é de como a Alice está buscando descobrir sua essência, se descobrir e como ao final, ela consegue se auto afirmar e, só volta a crescer quando diz firmemente e com assertividade o seu nome.
O que é Gênero? A identidade biológica é definida pelo sexo Quando vemos um bebê recém-nascido não temos dúvidas quanto ao seu sexo pelo órgão genital - pênis ou vagina. Esta diferença a natureza se encarregou de definir: macho ou fêmea. Assim, somente pessoas do sexo feminino podem menstruar, engravidar, amamentar, passar pela menopausa e as do sexo masculino podem produzir espermatozoides. Este é um dado que, por mais que a ciência evolua, não pode ser mudado.
A identidade de gênero é definida pela cultura Desde o início da humanidade, homens e mulheres realizam trabalhos diferentes e, muitas vezes, não são considerados iguais entre si, com os mesmos direitos, deveres e com o mesmo valor. É isso que chamamos relações de gênero e que, na maioria das vezes, atribuem às mulheres uma condição desigual em relação aos homens. Na maioria das sociedades do planeta, as mulheres recebem salários menores, não são reconhecidas pelo trabalho doméstico, não têm controle e autonomia sobre o seu próprio corpo, estão em poucos cargos de comando de empresas e de governos. Chamamos relações de gênero aquelas relações sociais entre homens e mulheres que foram construídas ao longo da história.
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Em cada lugar há uma relação diferente entre homens e mulheres. Na religião muçulmana, por exemplo, as mulheres não podem mostrar em público praticamente nenhuma parte de seu corpo. Já no Brasil, as mulheres podem vestir-se bem à vontade, principalmente nas praias de nosso litoral. Tradução: “Tudo coberto menos os olhos. Que cultura de dominação masculina mais cruel!” “Nada coberto só os olhos. Que cultura de dominação masculina mais cruel!”
Dica Pedagógica:
Outro exemplo: até a década de 1930, as mulheres não podiam votar no Brasil. Hoje são reconhecidas como eleitoras, mesmo que poucas consigam alcançar cargos no mundo da política.
Depois de explicar rapidamente a diferença de conceitos entre sexo e gênero inicie a oficina dizendo que hoje vamos ler algumas historias e depois conversar sobre elas.
Leitura
A Princesa Sabichona Desenvolvimento: reunir as mulheres em círculo. Contar a história e deixá-las imaginar. Em seguida, passar o livro para que elas vejam as ilustrações. Abrir uma roda de conversa guiada pelas seguintes perguntas: O que essa princesa tinha de diferente das outras? O que ela gostava de fazer? Como ela se comportava? O que ela não queria fazer? Por quê? Como a história termina? Vocês acham que é possível ser feliz para sempre sem se casar? Por quê?
Objetivo
Tempo
Discutir o “comportamento diferente” de uma princesa e questões acerca da obrigatoriedade do casamento para a mulher.
20 a 30 minutos
Neste momento, é importante que o educador problematize a naturalização do casamento como algo que pode ser vivido tanto por mulheres quanto por homens ou não, se for uma escolha. Que quebre também o paradigma dos comportamentos de delicadeza, dependência e obediência como características 29
das mulheres. É importante promover a reflexão das empreendedoras no sentido de entender que podemos escolher e descobrir, experimentando, o que gostamos de fazer e como queremos que nossa vida seja.
Leitura
Ceci tem pipi Desenvolvimento: reunir as mulheres em círculo. Contar a história. Abrir uma roda de conversa guiada pelas seguintes perguntas: Porque o Max achava que os “com pipi” são mais fortes? O que a Ceci tinha de diferente das outras meninas? O que ela não queria fazer? Todas as meninas brincam de boneca e desenham florzinha? Por quê? As meninas não são boas nos esportes? Como a história termina? Vocês acham que a mulher pode fazer tudo o que o homem faz se ela quiser? Por quê? E o homem, pode fazer tudo o que a mulher faz? Porque? Outra vez é importante direcionar para que as empreendedoras entendam que sim, que homens e mulheres são capazes de fazer as mesmas atividades se eles quiserem, mas que, geralmente, somos criados para ser mais delicadas e eles mais fortes, mais emocionais e eles mais racionais e assim por diante.
Objetivo
Tempo
Discutir masculinidades e feminilidades. Porque os homens são considerados mais fortes, mais racionais, melhores para as matemáticas e exatas ou para os esportes do que as mulheres. Apontar as diferenças que são físicas e as que são só conceituais (gênero).
20 a 30 minutos
A mulher e o trabalho Na nossa sociedade, homens e mulheres fazem trabalhos diferentes. Normalmente os trabalhos de empregada doméstica, manicure, babá, professora de escola e outros que têm a ver com o CUIDADO e CARINHO, são realizados por mulheres. Enquanto os trabalhos de pedreiro, motorista, policial, ser político ou pilotar um avião, que tem a ver com FORÇA e ESTRATÉGIA são realizados pelos homens. E quais destes trabalhos pagam melhor? Em geral os pedreiros, motoristas, policiais, políticos ou pilotos de avião ganham mais do que as faxineiras, manicures, babás e professoras de escola, 30
certo? Mas será que os homens são mais inteligentes que as mulheres? Ou mais esforçados para ganhar mais? A resposta é não! Fisicamente somos iguais em capacidades mentais. A diferença normalmente está em como as mulheres e homens são criados. Você já reparou que os adultos conversam com os bebês, mesmo dentro da barriga da mãe, em tons de voz e jeitos diferentes para meninos e meninas? Esse tratamento diferenciado vai se prolongar até a vida adulta. Os meninos ganham bolas e carrinhos, e as meninas, bonecas e panelinhas. Desta forma, as crianças aprendem que cada sexo deve ter um jeito de se comportar, falar, brincar e de socializar: “Isso é coisa de menino”, “Isso é coisa de menina”. Faça um exercício de memória e volte à sua infância... Você tinha os mesmos direitos e deveres que seus irmãos(ãs)? As moças podiam sair sozinhas? Os rapazes podiam cuidar dos afazeres domésticos? Dica Pedagógica:
Neste momento, entregue as empreendedoras uma folha sulfite em branco e lápis de cor e peça para que desenhem coisas que elas não fazem por ser mulher, mas que poderiam ou gostariam de fazer. Caso tenha algum homem no grupo, peça para que ele faça o mesmo, coisas que poderia fazer, mas não faz porque é homem.
A mulher e o dinheiro Geralmente, ao homem cabe o papel de ser provedor da família e trazer “dinheiro para casa”. Mas precisa ser assim mesmo? Foi um papel que a sociedade construiu ao longo do tempo e que pode ser mudado. A cada ano cresce o número de desempregados. Homens que se viam chefes de família têm hoje que contar com a renda de suas companheiras. Muitos deles sentem-se humilhados, desvalorizados, e isso se agrava se não conseguem encontrar um novo emprego, podendo, inclusive, desencadear conflitos e violência doméstica. E você sabia que mesmo trabalhando nos mesmos cargos que os homens, as mulheres recebem, em média, 30% a menos que eles? Isso quer dizer que se um homem que é juiz de futebol ganha por mês R$ 1.000,00, uma mulher que é juíza de futebol, ganha por mês R$ 700,00, no máximo. Além disso, tem ainda o trabalho doméstico. Um estudo realizado pela Consultoria McKinsey em 2013 mostrou que em todos os níveis sociais, mesmo aquelas mulheres que trabalham em empresa e são executivas, são as responsáveis pela maior parte dos trabalhos de casa como lavar, passar, cozinhar limpar e cuidar dos filhos. Estas coisas dão um trabalhão, não dão? E porque é que não são remuneradas ou muitas vezes nem sequer valorizadas? 31
No Brasil, as donas de casa iniciaram a luta pelo direito à aposentadoria, mas ainda não têm o seu trabalho reconhecido e não são remuneradas. Além disso, muitas trabalhadoras que vivem de atividades informais em casa, como a venda de artesanato e alimentos, não dão aos seus produtos o valor real, que inclui sua valiosa mão-de-obra. Às vezes acham até que seu produto não vale nada, que nem é tão bom assim. Dica Pedagógica:
Faça uma rodada de conversa perguntando quem acha que o seu produto é muito bom e por quê. Em seguida pergunte se ela vende o produto pelo que acha que vale e se no valor que ela ganha está embutida a mão de obra, se ela acha que paga o trabalho que teve para fazer.
Título: The Unfair Menu
Sugestão de Vídeo:
Ilustração da diferença salarial entre homens e mulheres
Sinopse: Um restaurante em São Paulo resolveu cobrar 30% a mais dos homens em todos os pratos para mostrar que se as mulheres, tendo o mesmo cargo, ganham menos, então na verdade tudo custa mais caro para elas. PARA SE INSPIRAR:
SUMA, KAMLARI - NEPAL História: Suma. Bardiya, Nepal
Objetivo: Discutir o poder de mudança que há dentro de cada um@. E a possibilidade que cada pessoa tem de ser protagonista de sua própria história. Desenvolvimento: reunir as mulheres em círculo. Contar a história e passar as imagens sobre a história de Suma (Anexo V). Abrir uma roda de conversa guiada pelas seguintes perguntas: Como foi a infância de Suma? O que impedia Suma de ser livre? O
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que fez Suma mudar o rumo de história? Vocês acreditam no poder de mudança que tem em suas vidas? E na vida dos que estão à sua volta? Vocês acham que é possível “ser dona de sua própria história”? Tempo da atividade: 20 a 30 minutos
Você merece fazer aquilo que deseja, que acredita ser importante, independente de ser homem ou mulher e das escolhas e limites que a sociedade possa ter imposto para você. Você também merece ser remunerada de maneira justa pelo trabalho que você realiza! Você merece ter o seu dinheiro e decidir quais sonhos vai realizar com ele. Mas isso só vai acontecer se você souber se dar o valor que tem! Sendo assim, daqui em diante se alguém disser: “Nossa que bolo gostoso!” Você vai responder “Obrigada, fiz com carinho” ou ainda “Obrigada, deu bastante trabalho” e não “Ah, está mais ou menos” ou “Poderia estar melhor”.
Dica Pedagógica:
Encerre a sessão pedindo para que cada uma pegue o seu mini espelho e a folha onde desenharam aquilo que gostariam de fazer mas não podem por ser mulher. Dê 1 minuto para que se observem em seguida peça para que, olhando no espelho digam: eu posso fazer (tudo o que está escrito na lista). Depois digam: eu sou empreendedora e meu trabalho tem muito valor.
Encerramento:
Peça para que como lição de casa elas revisem o projeto de vida que fizeram na sessão anterior, observando se gostariam de mudar alguma coisa. Peça também que tragam fotos de mulheres “fazendo trabalho de homem” e homens “fazendo trabalho de mulher”. Pode ser recorte, impresso ou no celular. Por último peça pra que tragam jornais e revistas que tenham em casa que serão usados na próxima sessão
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Parte 3 DESENHAR O SEU MODELO DE NEGÓCIO
Objetivo do módulo:
Carga Horária
Auxiliar a empreendedora a visualizar o seu negócio como um todo. Construir de maneira clara e lúdica, o conteúdo das áreas mais importantes para que o negócio funcione ajudando a pensar de forma criativa e inovadora sempre que possível.
3 aulas de 3 horas
Roteiro: ● CANVAS e o Modelo de Negócio; ● Como fazer o CANVAS; ● Bloco das emoções; ● Bloco da razão. Preparação: Traga uma tela para pintura e giz á óleo além de jornais, revistas, cola, tesoura, canetas e canetinhas coloridas e post-its, para serem usados ao longo da sessão. Peça a ajuda de outros educadores / coordenadores para as próximas sessões uma vez que cada empreendedora fará o seu próprio CANVAS e precisarão de auxílio.
Dica Pedagógica:
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Inicie entregando a tela e o giz á óleo para as empreendedoras e peça para que elas façam uma arte bem bonita que lembre o empreendimento delas.
1ª Sessão
CANVAS e o modelo de negócio CANVAS é uma palavra usada por pintores e artistas para falar de um quadro ou pintura. Neste exercício, a proposta é que vocês façam um quadro, uma pintura, do negócio de vocês. Todos nós sabemos que para que um quadro seja vendido ele tem que ser bem bonito ou ter um estilo de arte muito diferente, inovador. É com este pensamento em mente que vocês vão pintar o quadro do negócio de vocês! Não existe um conceito definitivo sobre modelo de negócio. O modelo tem a ver como a forma que o empreendimento cria e entrega valor para o seu cliente. Veja bem, é como se o cliente recebe valor e não um produto. É claro que este valor é entregue através de um produto ou serviço, mas devemos dar a devida importância ao valor (sensações, emoção, necessidade atendida, rapidez, etc.) que aquele produto ou serviço entrega. O objetivo de montar o modelo de negócio com todos os participantes do empreendimento é que vocês possam ser livres para criar, ter novas ideias, errar e acertar, dar vida ao seu empreendimento.
PARA SE INSPIRAR:
QUITANDA SABOR CASEIRO
As empreendedoras do Quitanda Sabor Caseiro, que fica lá em Feira Grande, no interior de Alagoas, achavam que o negócio delas ia muito bem, obrigada. Elas tinham começado já faziam 3 anos, eram a única lanchonete de pastel e coxinha em frente à igreja, no miolinho do povoado e todo mês elas levaram um dinheirinho para casa. Até que elas tiveram a oportunidade de utilizar o CANVAS para pensar no seu modelo de negócio. Elas tinham muita certeza de quem eram os seus clientes: o pessoal da vila que ia passar tempo na praça, quem ia à missa ou outro evento na igreja e alguns homens que se reuniam em frente à igreja para beber juntos; sabiam muito bem qual o valor que entregavam em seu produto: ele era 36
caseiro, de qualidade e muito barato; também tinham na ponta da língua outras coisas a respeito do negócio. Mas quando pararam para avaliar os custos que tinham e comparar com as receitas (dinheiro) que estavam recebendo elas tomaram um susto... Não sabiam que era tanto gasto! Foi então que elas resolveram refazer todos os preços dos produtos e perceberam que não estavam tendo lucro nem prejuízo. O que elas
gastavam, ganhavam de volta, mas ninguém consegue sobreviver assim. Então, aumentaram um pouquinho os preços, nada que pesasse no bolso do cliente, mas uma quantidade que
Dica Pedagógica:
fez diferença para elas na retirada do fim do mês. Ainda bem que elas tiveram a oportunidade de pensar juntas no seu modelo de negócio!
Conte a história e faça um momento de reflexão sobre a importância de utilizar esta ferramenta para visualizar o negócio como um todo, começar a entender com mais profundidade cada parte dele para entender o que funciona e o que não está tão bem.
Como fazer o CANVAS Reúna todas as pessoas que fazem parte do seu empreendimento, mesmo que alguém só dê uma mãozinha de vez em quando. O CANVAS funciona melhor se discutido em grupo. Utilize o quadro na página a seguir como referência para discussão de cada um dos 9 pontos do negócio, conforme descrição a seguir: 1. Use sempre blocos adesivos coloridos (tipo post-it), jornais e revistas para recorte, lápis de cor e canetinha colorida; 2. O CANVAS é uma ferramenta visual, por isso os desenhos e cores são importantes para construir uma narrativa que ajude na compreensão; 3. Use técnicas que estimulem a discussão para gerar o máximo possível de alternativas para o negócio; 4. Busque em cada bloco tentar criar modelos inovadores que possibilitem vantagem competitiva. 5. Tenha em mente que qualquer ideia, sugestão ou informação deve ser aceita e discutida entre o grupo para que o resultado seja o melhor possível.
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Modelo de Negócios Parcerias-chave
Atividades-chave
Recursos-chave
Estrutura de Custos
Elaborado para:
Elaborado por:
Data:
Versão:
Oferta de Valor
Relacionamento
Segmentos de Clientes
Canais
Fontes de Receita
Dica Pedagógica:
Imprimir o quadro em tamanho A3 de arquivo da plataforma virtual ou utilizar uma folha sulfite A4 para cada uma das colunas e colar em um painel maior depois. O tamanho do quadro (grande) é importante para melhor visualização.
Sugestão de Vídeo:
Título: Papo Online #07 - Business Model Canvas - Parte II - com Prof. Sergio Seloti.Jr
Modelo de Negócio
Sinopse: Vídeo aula explicativa sobre a importância do CANVAS e como utilizar.
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Título: O Mapa Negócio
do
Modelo
de
Sinopse: Vídeo ilustrativo que mostra rapidamente de que se trata cada bloco do CANVAS.
Dica Pedagógica:
É importante que os grupos ou empreendedoras discutam / pensem e respondam a cada uma das perguntas colocadas nos blocos para que possam definir com mais clareza os itens dos blocos.
Bloco das emoções 1. Perfil de cliente ou segmento de cliente O cliente é o motivo pelo qual o negócio existe. Sem eles nenhuma empresa sobrevive, por isso este bloco deve ser o primeiro a ser preenchido. Uma vez que definindo o perfil do seu cliente e em qual segmento ele está fica mais fácil de visualizar todo o restante das informações do seu negócio.
● Para quem estou criando valor? (Mulher x Homem? Que idade? Que perfil de consumo?);
● Posso agrupá-los e diferenciá-los entre si? (Mercado de massa? Um nicho
de mercado? Segmentado? Diversificado?);
● Quais as características de consumo? (compram mercadoria de luxo ou
compram pelo preço? Compram uma vez ao mês ou toda semana ou todos os dias? Vão até o local de compra ou querem que entregue em casa? O que querem ver no produto?)
● Qual necessidade destes clientes o meu produto atende? Que problema ele resolve?
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2. Proposta de Valor É o motivo pelo qual os clientes escolhem uma empresa ou outra. Ela resolve um problema ou satisfaz uma necessidade do consumidor. Deve ser o segundo bloco a ser preenchido. Definir valor vai muito além de definir produto ou serviços. É definir a razão pela qual o cliente vai consumir estes produtos ou serviços.
● Quais problemas e necessidades, sentido pelos clientes, vamos resolver? ● Que valores entregamos aos nossos clientes? ● Quais benefícios você oferece aos seus clientes? (Produtos e serviços que
beneficiem seus clientes a nível funcional, financeiro ou emocional).
● O que torna a sua oferta única? Como se diferencia da concorrência? ● Porque o seu cliente voltaria a comprar de você? Uma empresa pode entregar design, uma novidade ao mercado, um produto que existe, mas que tem melhor desempenho, uma marca/status, um bom preço, uma forma de o cliente reduzir custos, um produto que ajuda a reduzir risco, ser acessível, conveniência / facilidade de uso, etc. São várias as possibilidades de propostas de valor e você deve escolher a sua baseada no(s) segmento(s) de cliente que definiu.
3. Canais Nesta seção você vai pensar como a sua empresa se comunica e alcança o segmento de clientes que definiu acima. Vamos pensar nas formas de comunicar, distribuir e vender o produto. Quanto mais curto e claro o caminho, melhor para sua empresa.
● Conhecimento: como aumentamos o conhecimento sobre o nosso
produto?
● Avaliação: como fazemos o cliente perceber a nossa proposta de valor? ● Compra: como o cliente faz para comprar o nosso produto? (loja, feira, site,
etc.)
● Entrega: como entregamos o produto ao cliente? E como entregamos o
valor proposto?
● Pós-venda: como fornecemos apoio ao cliente depois da venda? Os canais podem ser diretos: equipe de vendas, lojas próprias, venda na internet. Ou indiretos: lojas parceiras, atacado, etc. 40
4. Relacionamento com o cliente Neste ponto você deve criar uma estratégia para se relacionar com o seu segmento de clientes. Por exemplo, as operadoras de celulares, no começo, utilizavam como estratégia doar o aparelho para que o cliente comprasse a linha. Agora com o mercado tão cheio de celulares, eles não fazem mais isso, mudaram a estratégia de relacionamento.
● Que tipo de relacionamento o nosso segmento de clientes espera que
tenhamos com eles?
O relacionamento pode ser por: 1) Assistência pessoal – contato direto com o representante; 2) Assistência personalizada – um representante só para aquele cliente; 3) Serviços automatizados – online; 4) Comunidades online; 5) Cocriação – você sugere que o seu cliente crie o produto junto com você.
5. Fontes de Receita É o dinheiro que uma empresa gera a partir da venda para o seu segmento de cliente. A primeira coisa a saber é: que valor o seu cliente está realmente disposto a pagar pelo seu produto?
● Quais são as minhas fontes de receita? Além da venda do produto, tem outras?
● Quanto os meus clientes pagam por produtos como o meu? ● Como eles pagam? (Dinheiro? Cartão? À Vista ou a prazo? Etc.) Dica Pedagógica:
Os primeiros 5 blocos do CANVAS do lado direito do quadro, que assim como o lado direito do cérebro, trata das emoções. É recomendável que na primeira sessão sejam preenchidas as informações destes blocos e que os do lado esquerdo fiquem para o próximo encontro.
Encerramento:
Encerre a primeira sessão pedindo que as empreendedoras selecionem 1 de seus produtos para trabalhar no próximo encontro e que tragam anotado em papel ou celular todos os custos que tem com este produto.
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2a Sessão
Bloco da Razão
Dica Pedagógica:
Os criadores do CANVAS sugerem que após falar das fontes de receita, sejam apresentadas as formas de precificação de um produto. Peça para que 3 empreendedoras se voluntariem oferecendo os seus produtos como exemplo e mostre em uma lousa, flip chart ou cartolina, como calcular o preço do produto incluindo todos os custos + o valor da mão de obra. Utilize o material de precificação contido no manual de educação financeira.
O cálculo de preços leva em conta: 1. Custo do trabalho: a hora de trabalho de uma pessoa foi fixada em R$ 10,00; trabalhando 8 horas em um dia, ela terá uma remuneração de R$ 80,00. Esse será o custo do trabalho; 2. Custo do processo: para produzir coxinha supõe-se que os gastos com farinha, batata, temperos, frango, gás e embalagens foram de R$ 40,00; 3. Outros custos: levando em consideração que ela leva 8 horas para produzir uma receita de coxinhas, a soma dos itens abaixo dá R$ 34,34
● Transporte: R$ 10,00 (para ir e voltar das compras de ingredientes); ● INSS/EI: R$ 1,00 (caso a pessoa seja uma empreendedora
individual (EI), ela pagará cerca de R$ 30,00 por mês, entre taxas e INSS);
● Aluguel: R$ 16,67 (valor mensal dividido por 30 dias, já que as 100
coxinhas foram produzidas em 1 dia);
● Água/luz/telefone: R$ 6,67 por dia.
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Somando-se os conjuntos de custos chega-se ao seguinte resultado:
Custo do trabalho:.. . . . . . . . R$80,00 Custos de processo:.. . . . . . . R$ 40,00 Outros custos:.. . . . . . . . . . R$ 34,34 Total de custos:.. . . R$ 154,34 (100 coxinhas) Valor justo de uma coxinha . . . . R$ 1,54 Portanto, R$ 1,54 é o preço mínimo. Abaixo desse valor, o trabalho não seria remunerado a R$ 10,00 por hora conforme foi estabelecido pelo empreendedor e nenhum outro custo pode ser reduzido. Se algum cliente se interessar pela compra de mil coxinhas, por exemplo, o empreendedor sabe que R$ 1,54 é o mínimo a que pode chegar.
Mas e se o preço de mercado fosse R$ 1,00 por coxinha? Estaríamos diante de um problema. Como se ajustar? Comprar uma máquina que produza maior quantidade em menos tempo? Reduzir os custos dos produtos ou do aluguel? Ou ainda, definir o nosso perfil de clientes como sendo um perfil premium, que só compra coxinhas de muita qualidade, mesmo que o preço seja maior e adequar a nossa estratégia de negócio para eles? Caso a concorrência produza em quantidade, qualidade e preço que não possam ser alcançados estaria inviabilizada a produção de coxinhas. A única saída seria se pensar em outro produto para fazer e comercializar.
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3a Sessão
Finalização do CANVAS 6. Recursos Principais Os recursos principais podem ser físicos, financeiros, intelectuais ou humanos. Tudo vai depender do seu modelo de negócio. Por exemplo, um fabricante de chip de celular precisa de maquinário muito especifico, mas o criador do chip precisa de recursos humanos especializados.
● Que recursos principais a nossa proposta de valor requer?
Físico: edifícios, máquinas, veículos, pontos de vendas, redes de distribuição; Intelectual: marcas, patentes, registros; Humano: pessoas; Financeiro: garantias financeiras, dinheiro, linha de crédito ou opção de ações.
7. Atividades-Chave São as ações mais importantes que uma empresa deve executar para funcionar com sucesso. Necessárias para oferecer a proposta de valor, alcançar mercados, manter o relacionamento com o cliente e gerar renda. São diferentes para cada tipo de negócio. Para uma empresa de computador, fazer a montagem do equipamento é uma atividade chave, para uma empresa de consultoria, resolver problemas é mais importante, e assim por diante.
● Quais as atividades principais que a nossa proposta de valor requer? ● E as principais atividades para manter nossos canais de distribuição? ● E o relacionamento com o cliente? 8. Parcerias Principais Descreve a rede de fornecedores e parceiros que o seu negócio precisa para funcionar. Cada dia mais as parcerias vêm se tornando uma peça fundamental em muitos modelos de negócio. As empresas criam alianças para otimizar, reduzir risco ou adquirir recursos.
● Quem são os principais parceiros? 44
● Quem são os principais fornecedores? ● Que recursos principais estamos adquirindo dos parceiros? ● Que atividades-chave os parceiros executam?
9. Estrutura de Custo São todos os custos envolvidos na operação de um modelo de negócios. Custos para criar e oferecer valor, custos para manter o relacionamento com o cliente, custo das atividades chave, etc.
● Quais são os custos mais importantes em nosso Modelo de Negócio? ● Que recursos principais são mais caros? ● Quais as atividades mais custosas? Temos itens de custo fixo como salários, aluguéis e fábricas; e custos variáveis como fornecedores, matéria-prima, impostos, embalagens, etc.
Impr ima o CANVAS em um poster
Encerramento:
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Col oque o poster em uma parede
Desenhe o modelo de negocio
Encerre fotografando os quadros prontos e pedindo para que cada empreendedora leve para casa o seu CANVAS e coloque na parede, em um lugar visível, próximo do seu local de produção. Local onde ela posa visualizar sempre que possível e inclusive alterar coisas que acreditar serem importantes.
Parte 4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Objetivo do módulo:
Carga Horária
Construir um Planejamento Estratégico junto com a empreendedora para que ela possa visualizar o seu negócio como um todo avaliando a viabilidade e as melhores estratégias a curto, médio e longo prazo para que ele seja bem sucedido.
4 aulas de 4 horas
Roteiro: ● O que é Planejamento Estratégico? ● Quais elementos o compõe? ● Análise da Situação Atual; ● Histórico e valores do empreendimento; ● Cadeia de valores: entendendo o seu processo produtivo; ● Análise Econômico Financeira. Preparação: Traga jornais, revistas, cola, tesoura, canetas e canetinhas coloridas, e post-its; para serem usados ao longo da sessão. Peça para que as empreendedoras tragam o CANVAS feito nas sessões anteriores e, para a que morar mais próximo do local da oficina, que leve também uma bacia que será utilizada na dinâmica. Imprima com tinta colorida as figuras do anexo III e traga para a aula.
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1a Sessão
O que é Planejamento Estratégico? Todos os dias nós temos ideias para melhorar nossas vidas. Exemplos de outras pessoas, histórias transmitidas na mídia e uma mera conversa com alguém podem nos motivar a melhorar. E então os desejos começam: desejamos emagrecer, adquirir hábitos mais saudáveis, pagar um plano de saúde melhor, poupar para velhice, empreender, comprar um carro novo, passar férias em algum lugar lindo... Algumas dessas ideias são muito fáceis de fazer acontecer, outras nem tanto. Mas o fato é que a maior parte delas morre em segundos. Outras resistem por horas. Algumas passam a habitar o fundo da nossa mente e de vez em quando aparecem do nada em momentos de insatisfação “E se... Por que não... Não está na hora...”. Dá para imaginar isso na nossa vida quando nos lembramos daquela nossa listinha de metas de ano novo. Quantas metas dela você cumpriu? Se é assim na nossa vida, imagine em um empreendimento? A maior parte do que pensamos muitas vezes não se torna realidade, por diversas razões.
“Planejar é estruturar um caminho entre o desejo e a ação. Isto vale para qualquer coisa que não possa ser executada agora. Pessoas eficazes e bem sucedidas repetem sistematicamente que a capacidade de priorizar e dizer não para as distrações é um dos fatores chaves de seu sucesso”. (CASTELLO,D., 2013) É isso o que queremos para o nosso negócio? Que ele vá por qualquer caminho e chegue a qualquer lugar? ? Alice: Você pode me ajudar Gato: Sim, pois não? Alice: Para onde vai essa estrada? r ir? Gato: Para onde você que ou est , sei não Alice: Eu perdida. e Gato: Para quem não sab er lqu para onde vai, qua caminho serve
das Maravilhas Lewis Carol - Alice no País
Dica Pedagógica:
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Conte novamente a história de “Alice no País das Maravilhas” ou reproduza a cena do filme em que Alice dialoga com o Gato. Reflita com o grupo sobre a falta de objetivos e suas consequências, tanto na vida quanto nos negócios.
Dinamica
O barquinho Desenvolvimento: Distribua uma folha de papel dobradura para cada empreendedora. A seguir, faça com elas barquinhos de papel. Que cada empreendedora escreva o nome do seu empreendimentos no barquinho. Leve uma bacia com água e coloque os barquinhos na água e comece a narrar o texto a seguir, instigando a imaginação das empreendedoras ao longo da narração.
Objetivo
Para reflexão da importância de ter um objetivo.
Material Necessário
Bacia com água e folhas para dobrar em formato de barco.
Pergunte: O que você faria para que o barquinho possa chegar ao outro lado? (Ouvir o que elas poderiam fazer: assoprar, empurrar com a mão, esperar o vento soprar, puxar com uma linha?). Guiá-lo com as mãos seria uma boa resposta. Dessa forma você tem o controle do seu negócio, observa ele de perto e consegue ajudá-lo a superar os obstáculos. Assoprar não permite que você controle o seu negócio, você o impulsiona, mas sem uma direção definida. Esperar o vento soprar pode tanto levar o barco a destinos indesejáveis como ele pode não sair do lugar caso não haja vento. E puxar com uma linha pode proporcionar uma direção retilínea, mas que força a passar por cima dos obstáculos forçadamente, sem planejamento ou mudança de direção. OBS: para dicas de como dobrar o papel para que fique em forma de barco, verifique o complemento II no final do material
Suponhamos que você goste de viajar e que seu sonho é dar a volta no mundo. Você deve definir sua rota, prever tempestades e outros fenômenos sobre os quais você não tem controle. Ao mesmo tempo, outros barcos podem ter o mesmo sonho que o seu, os quais você deve conhecê-los e compará-los com o seu barco, para descobrir o que ele tem de bom que deve ser alavancado e o que precisa melhorar. Todas essas análises vão desencadear ações em direção ao seu sonho. Muito bem, acabamos de estruturar o Planejamento Estratégico da sua volta ao mundo marítima. 49
Dica Pedagógica:
No momento em que estiver narrando a história utilize um quadro branco e uma cartolina para trazer à realidade elementos da história. Assim, se a história do barquinho de papel fosse a história do seu negócio, se poderia dizer que dar a volta ao mundo era o objetivo do barquinho, o mar e o clima representam o cenário econômico e situação do mercado, os outros barcos eram os concorrentes e as tempestades e ilhas eram os desafios e oportunidades da viagem.
Agora, bastaria dividir o sonho e a estratégia com a tripulação, alinhar as responsabilidades das ações com cada um@, determinar metas, prazos e colocar o barco na água. O Planejamento Estratégico é uma poderosa ferramenta para uma empresa entender aonde quer chegar e colocar no papel o futuro do negócio. Ele ajuda o empreendimento a escolher os melhores caminhos em termos de risco, retorno e complexidade.
Quais são os elementos de Planejamento Estratégico?
Dinamica
Planejamento Estratégico: A receita que dá certo Desenvolvimento: Inicie descrevendo os elementos do Planejamento Estratégico. Bolo de Cenoura – O nome da receita é o OBJETIVO ESTRATÉGICO ou a MISSÃO da empresa em questão. É o porque dela existir e o caminho que deve trilhar. É necessário fazer entender que o resultado final, obrigatoriamente tem que ser este, se o bolo é de cenoura, de nada adiantará conseguirem fazer um delicioso bolo de chocolate. Pode ser bom, mas incompatível com o esperado.
Objetivo
Material Necessário
Tempo
Apresentar e descrever os elementos de um Planejamento Estratégico. Ingredientes de plástico, sal, açúcar, farinha, frutas, legumes etc. 30 min
Dica: Neste momento as empreendedoras devem ter um tempo para planejar e discutir quais os ingredientes que vão em uma receita de bolo de cenoura.
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Ingredientes – Os ingredientes são os recursos que o empreendimento dispõe para a realização do objetivo. Como recursos entende-se pessoas do empreendimento (habilidades e conhecimentos), fundo de investimento, equipamentos e utensílios, espaço de produção/venda, fornecedores, comunicação interna. Cada item, ou ingrediente, deve ser discutido para que consigam entender como cada um contribui dentro do empreendimento. Será que alguns ingredientes poderiam ser substituídos por outros? Essa pergunta é uma oportunidade de abrir o leque para novas ideias e formas de concretizá-las. Os ingredientes são parte fundamental do Planejamento Estratégico. Afinal de contas, a escolha de ingredientes errados compromete toda execução da tarefa. Dica: Agora, elas escolhem dentre os ingredientes de plástico ou papel (complemento III), aquilo que devem usar para fazer a receita. É interessante ter alguns ingredientes a mais e deixar faltar algum para a receita escolhida. Modo de preparo – Como fazer condiz em como manipular os recursos, ou ingredientes, de forma a extrair o seu melhor e, assim, garantir o melhor resultado. Peça pra que elas digam tudo o que precisariam ter ali para desenvolver a receita e quais os obstáculos naquele momento (não tem batedeira, liquidificador, forno, etc). Peça para que elas pensem em planos B e C para estes obstáculos colocados. Sugira que se organizem e façam um plano de ação onde vão distribuir as tarefas para confecção do bolo. Dica: Leve os desenhos dos equipamentos anexos ao material (anexo III) para que as empreendedoras imaginem o processo de produção do bolo e onde deve ir cada ingrediente. Mão na massa – Traga uma foto de um bolo pronto e faça com elas uma reflexão sobre todo o processo, comparando com o planejamento estratégico do empreendimento delas.
Para toda empreendedora que deseja crescer, um dos primeiros passos é entender como iniciar a montagem de um planejamento estratégico que proporcione boas chances de sucesso ao negócio. Como o próprio significado da palavra indica, planejar estratégias é uma arte que requer eficiência, informações adequadas e conhecimento de mercado, para que as decisões tomadas estejam bem casadas com a visão de futuro da empresa. É aconselhável, para todas as situações, que o plano esteja traçado no papel antes que seja colocado em ação. Portanto, o início de todo planejamento estratégico passa por algumas definições simples, que serão apresentadas a seguir.
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Dica Pedagógica:
Ao falar de cada item do Planejamento Estratégico já vá parando para que elas possam ir realizando os exercícios (Anexo IV) e construindo o delas.
Análise da Situação Atual Histórico do Empreendimento Quando alguém pergunta a você: “Qual é a sua história?” ou então “Qual é a história do seu empreendimento?”, estas perguntas são fáceis de responder? Ou você leva um tempo para reconstruir as memórias e selecionar aquelas que melhor representam a sua vida e a do empreendimento? Pode-se dizer que a definição do histórico do empreendimento, ou seja, conseguir definir “Quem somos?”, “Porque nasceu o empreendimento?” e “Qual a sua vocação?”; é a etapa mais importante do Planejamento Estratégico. Afinal, como definir aonde se quer chegar se não sabemos nem de onde partimos ou o que temos? Mas por que contar histórias ainda é vantajoso? Contar a história do seu empreendimento pode ser até mesmo vantajoso, do ponto de vista de atrair o mercado consumidor, além de poder despertar inspiração de outras pessoas, porque as melhores histórias envolvem o público de tal forma que é possível a ele se envolver em sua imaginação, concluir a história em sua mente e mais importante, criar uma história na vida dele a partir da sua. Pense em um livro favorito, escrito ou em gravuras, e o que aconteceu em sua mente quando você leu. Sua imaginação provavelmente era transportada para um lugar diferente, onde você era livre para imaginar o seu redor e como os personagens agiram ou como eram na aparência física. Isso é o mesmo que acontecerá com alguém ao ouvir ou ler a sua história. E pense bem, uma boa história é algo que os consumidores querem ver mais.
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Você Sabia?
Em um estudo realizado pelo Yahoo! E BBDO com mais de mil pessoas, descobriu-se que:
● 57% dos consumidores querem saber sobre a história e detalhes peculiares de uma marca;
● 54% acreditam que é muito importante que as marcas
forneçam informações sobre “porque devemos nos preocupar com eles”.
● 45% estão à procura de histórias interessantes sobre marcas.
Vemos então um interesse por parte dos consumidores de conhecer a historia por trás de uma marca e as pessoas que fazem parte desta história.
Mas como contar a minha história? Contar a história não é tão difícil quanto parece. Podemos seguir algumas dicas:
● Saiba quem é você: Para que você conte uma história, você deve
primeiramente conhecer os personagens, o cenário e o contexto da história. Isso quer dizer que você precisa conhecer a sua história. E acredito que ninguém melhor do que você mesma não é?
● Capture memórias e organize-as: Reúna o máximo de informações
possíveis que você lembrar acerca de sua história. A partir daí, organize as informações. Você pode criar uma linha de tempo real, com destaque para grandes eventos, resultados e metas.
● Tente transmitir o que te inspirou a empreender: Explique por que a
atividade particular foi escolhida, as dificuldades enfrentadas no tempo e obstáculos superados. Tempere o todo com histórias pessoais e citações. Faça a sua história com a mesma paixão com que foi criado o empreendimento, isso vai criar uma conexão emocional com os consumidores.
● Torne a história interessante: Falando de negócios... É importante que
monte uma história marcante e emocional. Coloque os pontos mais interessantes e originais do seu empreendimento. Isso faz com que seja criada uma conexão emocional do público com ele. E seja sempre muito verdadeira, as pessoas são cativadas por histórias reais. Vamos usar um exemplo para que você entenda 53
melhor: “Uma empresa pode contar que o seu produto foi criado 120 anos atrás e que o produto é muito bom”. Isso não causaria nenhum impacto ou interesse no público. Porém, a empresa poderia fazer da seguinte forma: “Uma empresa vende brigadeiros com mais de 15 sabores diferentes, e foram inventados pela Beatriz G. uma confeiteira vinda de uma pequena cidade no interior”. Essa é uma história que chama a atenção, ela conta quem é a personagem, o que ela fez e de onde veio. Dica Pedagógica:
Distribua o quadrinho de preenchimento do “Histórico do empreendimento” (do complemento III) e continue narrando o texto para um momento de inspiração das empreendedoras.
Toda história tem um nome A partir da história que você contou do seu empreendimento, se você já não tinha, agora defina um nome. É importante que o seu cliente veja que a sua empresa está se profissionalizando e que o nome dela traz consigo uma história.
Encerramento:
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Encerre sugerindo que elas aperfeiçoem o nome dado ao empreendimento através de observação. Que entre esta sessão e a próxima, observem nomes de comércios por onde andam e que anotem aqueles que gostam mais. Peça para que tragam na próxima aula e apresentem umas para as outras.
2a Sessão Preparação: Prepare-se para discutir com elas os nomes que trouxeram e ajudálas a chegar a um nome interessante para o seu empreendimento.
Identidade do Empreendimento Imagine se você fosse convidada para entrar em um veículo que a levaria a qualquer lugar. Como você se sentiria se não soubesse qual seria o veículo, o local, o momento de chegada ao destino e nem as condições de viagem? Trazendo para o mundo dos negócios... Você já trabalhou em algum lugar assim? Muitas empresas são assim. Com o passar do tempo as donas, fundadoras e até mesmo os funcionários esquecem ou não sabem o propósito da empresa existir, aonde ela quer chegar e quando querem chegar. A empresa que fica dessa forma, quando cresce e chega a uma situação de sucesso, não sabem o que fizeram para chegar a isso. É triste, não é? Então, já que agora você já sabe e definiu a história e do seu empreendimento, lhe pergunto: Qual a missão do seu empreendimento? Qual a importância do nosso negócio para o mercado? Afinal, aonde você quer chegar?
Definindo a Missão Aliás, você sabe o que é missão? Pode-se dizer que missão é a finalidade da sua existência, o porquê você está aqui, o que pretende fazer e a quem se destina essa sua existência. No meio empresarial, o significado de missão não diverge desse conceito. Se o seu empreendimento não souber por que ele existe, não conseguirá definir um Planejamento Estratégico de crescimento, porque os objetivos não serão claros. A declaração da missão serve como base para a construção da estratégia (com objetivos, indicadores e metas). Uma boa definição de missão deve esclarecer o benefício gerado pela empresa para o seu público-alvo. Em outras palavras:
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“Uma empresa deve existir não para produzir o produto ou prestar o serviço que consta em seu contrato social (regimento ou estatuto), mas sim, para levar o benefício (serviço ou produto) ao seu público-alvo. Além disso, uma boa definição de missão deve ser inspiradora e desafiadora, para que todas as pessoas envolvidas no empreendimento estejam comprometidas em levar um benefício cada vez melhor para um (maior) público-alvo.” (NAKAGAWA, M. Movimento Empreenda) Veja alguns exemplos de missões de empresas brasileiras: Magazine Luiza, Fundada por Luiza Trajano Donato: Ser uma empresa competitiva, inovadora e ousada que visa sempre o bem-estar comum. Dudalina, fundada por Sônia Hess: Criar produtos que encantem, envolvendo as pessoas na magia do Universo Dudalina, para ser a empresa brasileira de moda mais admirada. Harald Chocolates e Coberturas Fundamentada na tradição e na paixão pelo chocolate, a Harald é uma marca associada com eventos de prazer, que desenvolve produtos e serviços sinônimos de excelência e que constrói sua liderança fortalecendo seu comprometimento com a sustentabilidade e o bem-estar da sociedade. Friboi Sermos os melhores naquilo que nos propusermos a fazer, com foco absoluto em nossas atividades, garantindo os melhores produtos e serviços aos clientes, solidez aos fornecedores, rentabilidade aos acionistas e a oportunidade de um futuro melhor a todos os colaboradores.
Montando a Missão Como já vimos, a missão deve responder ao que o empreendimento se propõe a fazer, e para quem. O enunciado da missão é uma declaração concisa do propósito e das responsabilidades da sua empresa perante os seus clientes:
● Por que a empresa existe? ● O que a empresa faz? Qual é o negócio da empresa? ● Para quem? Qual o perfil dos clientes da empresa? ● O que a companhia busca trazer para os seus clientes?
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O objetivo da empresa é focar em clientes pontuais, ou na massa em geral? Pensar sobre este assunto e saber precisamente a resposta para estas perguntas pode fazer toda a diferença. Dentro do contexto da administração, é a missão corporativa que determina o que a empresa vai ser.
Dica Pedagógica:
Distribua a folha com o quadrinho Identidade do Empreendimento (Anexo IV) para que a missão seja montada.
Resultados do Empreendimento Você lembra do Plano de negócio que elaborou com o CANVAS? Neste pedaço do Planejamento Estratégico vamos usar muito as informações que você colocou no painel. Dica Pedagógica:
Faça uma breve recapitulação de como foi o processo de construção do CANVAS. Muitas das informações usadas a seguir, virão do que as empreendedoras colocaram no painel.
Agora você já sabe contar a sua história. Seu empreendimento tem uma missão. Mas, você sabe dizer os resultados do seu empreendimento? No Canvas aprendemos a observar de onde vêm as nossas receitas (aquilo que entra) e em que temos despesas. No entanto, muitas vezes temos dificuldade de colocar números e contabilizar estes resultados, não é mesmo? Mas como melhorar o resultado da empresa se não se conhece os seus resultados? Como saber o que fazer, ou, por onde começar? É necessário saber medir, para saber melhorar um resultado.
Definindo os custos fixos De uma maneira bem simples, podemos definir os custos fixos como aqueles que não sofrem alterações influenciadas pelo quanto você produziu no mês, por exemplo. Um exemplo clássico é o aluguel, que pode sofrer reajustes em determinados momentos e ainda assim continuar pertencendo ao grupo dos custos fixos, já que tais reajustes não estarão relacionados às oscilações na produção do empreendimento. Além do aluguel, são também classificados como custos fixos os serviços de vigilância e segurança, gastos com telefonia, limpeza, manutenção e afins. 57
O que são custos variáveis? Os custos variáveis, por sua vez, estão diretamente ligados à produção do empreendimento, sofrendo alterações de um período para outro. O melhor exemplo deste tipo de custo vem das matérias-primas: quanto mais se produz, mais material é utilizado e, portanto, maior é o gasto. Outros exemplos de custos variáveis são a mão-de-obra direta, comissões e fretes de venda e insumos diretos. Dica Pedagógica:
Distribua a folha com o quadrinho Resultados do Empreendimento (Anexo IV) para que as empreendedoras preencham os seus respectivos custos conforme a sua explicação.
Receitas do empreendimento O empreendimento não vive só de custos, certo? Que bom! Então vamos colocar no papel toda renda gerada no seu empreendimento, porque as receitas são todos os recursos provenientes da venda de mercadorias ou de uma prestação de serviços. Assim, quando você vende seus produtos, independente da quantidade e quando você presta um serviço, seja servindo uma festa ou um café da manhã ou da tarde, você está gerando receita.
Dica Pedagógica:
Peça para que façam um levantamento do que foi gerado de receita no último mês, por exemplo, e que escrevam no quadrinho da folha de Resultados do Empreendimento.
Produtos e Serviços Como boa empreendedora você sabe muito bem os produtos que vende e os serviços que oferece, não é mesmo? Você se lembra que no CANVAS definimos as propostas de valor do seu empreendimento? Vamos resgatá-la agora. A definição dos seus produtos e serviços é muito importante. Isso mostra que você conhece o público-alvo ao que o seu empreendimento se destina. E mais, é sempre imprescindível que se faça uma avaliação dos produtos que se comercializa. Porque às vezes, pode ser que você venda algo que não te traz retorno significativo e que não cative consumidores. Você conhece o produto “carro chefe” do seu empreendimento? Tem algum produto que mudaria ou que retiraria?
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Dica Pedagógica:
Converse com as empreendedoras sobre os produtos e serviços que oferecem. É importante que elas avaliem os prós e contras em relação a eles. Depois, auxilie-as no preenchimento do quadrinho de Produtos e Serviços (Anexo IV).
Fluxograma / Cadeia de Valor Quando você tem um evento para atender, normalmente você o planeja anteriormente? Na sua mente, você imagina as tarefas que precisa desenvolver para que o evento seja realizado? Tudo o que fazemos no dia a dia poderia ser desenhado num fluxograma. Até mesmo a sequência do nosso dia. Pense bem: você acorda, escova os dentes, toma café, se arruma, vai trabalhar, almoça, trabalha de novo, toma um café da tarde, vai embora para casa, janta e dorme novamente. Esse poderia ser o exemplo de um dia normal. Você concorda que nós temos uma sequência de tarefas que realizamos todos os dias da mesma forma? Pelo menos, dormir e comer várias vezes ao dia é um padrão, não é mesmo?
No seu empreendimento, pode haver uma série de tarefas que realiza todos os dias como limpar o espaço de produção, produzir, embalar e distribuir o alimento. E há aquelas tarefas que são muito importantes que vão garantir a segurança do que produzimos como lavar as mãos. Vejamos um exemplo a seguir. Compra ingredientes
Vai ao mercado
Limpa o espaço de produção
Separa os ingredientes
Separa os equipamentos
Inicia a produção
Entrega o produto 59
Guarda no estoque
Embala o produto
Limpa a cozinha
Este é um exemplo bem simples de fluxograma de processo (Anexo IV). Dá para perceber que para que todas as etapas/tarefas sejam executadas são necessários materiais ou equipamentos. Conhecer o seu processo é bom por conta disso também. Você consegue perceber as suas necessidades e caso lhe falte alguma coisa, pode se planejar e providenciar o que falta antes de iniciar o processo. Você não vai querer lembrar-se de comprar o fermento do bolo no momento em que já tenha batido a massa, ou vai?
Dica Pedagógica:
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Utilizando a folha do Fluxograma de Processo (Anexo IV), monte junto com as empreendedoras um fluxograma simples, por exemplo, de uma receita de bolo. Oriente-as para que coloquem todos os equipamentos e materiais necessários em cada etapa.
3a Sessão
Análise de Mercado Todo empreendimento está inserido em um ambiente que é chamado de Mercado. O tal mercado é formado por: pessoas que compram e vendem produtos, empresas que fabricam um produto ou realizam um serviço e algumas vezes por distribuidores ou atravessadores que compram das empresas para vender às pessoas. 1. Posicionamento Estratégico Definir em que nicho estou inserida (alimentação, indústria, artesanato, etc); como funciona este nicho? (tem muita concorrência, depende da economia ou de outro fator; é primeira necessidade? Etc). O que eu ofereço neste mercado?Como me posiciono? O que me diferencia? 2. Perfil do Consumidor Levantado o perfil do Cliente no CANVAS, agora vamos comprovar se o que acreditávamos ser verdade, realmente é através de uma pesquisa com os nossos clientes.
Dica Pedagógica:
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Divida as empreendedoras em grupo e dê 10 minutos para que elas possam criar uma pesquisa de 5 perguntas para um negócio que seja similar ao delas. Depois peça para que apliquem a pesquisa umas com as outras e vão tomando nota dos resultados. Então ajude-as a entender como contabilizar estes resultados. Ex: se 4 empreendedoras responderam a pesquisa e 3 disseram que sim a uma pergunta, então 75% dos respondentes acreditam que sim.
Dica de Pesquisa:
O objetivo principal da pesquisa é o de coletar informações sobre seus resultados de vendas e do quanto as pessoas conhecem e consumiriam o seu produto. A pesquisa primária também avalia o plano de seus concorrentes, buscando lhe dar mais informações sobre suas ações e movimentos no mercado. Algumas questões importantes ainda podem ser incluídas nessa pesquisa, por exemplo: 1. Que fatores você considera ao comprar este produto ou serviço? 2. O que você gostou e o que não gostou sobre produtos ou serviços atuais existentes no mercado? 3. Que áreas você sugere melhorar na empresa? 4. Qual é o preço mais adequado para este produto ou serviço?
3. Canais de vendas Fazer uma análise dos meus canais de vendas levantados no CANVAS (quais são, quantos são, são suficientes, eu domino todos eles, etc). 4. Concorrentes Realizar uma análise completa da concorrência, verificar concorrentes próximos (outra empreendedora que faça o mesmo que eu na minha rua), distantes (bolo da padaria ou do mercado, diretos (os mesmos citados anteriormente) ou indiretos (se a pessoa não encontra o suco que ela quer, o que pode consumir no lugar? Uma água, um refrigerante? Uma bebida alcoólica, etc), estes produtos não são iguais ao que você oferece mas são concorrentes indiretos. Entender o que os concorrentes tem de melhor ou diferente e porque um cliente poderia preferir comprar com eles do que com você. Não esqueça de anotar tudo para poder analisar depois! 5. Matéria-prima e Fornecedores Do que preciso para fazer o meu produto? Quem fornece para mim? Avaliar quem são os seus fornecedores principais e como sua empresa se relaciona com eles. Qual o poder de barganha? É fácil substituir algum dos fornecedores? O padrão de qualidade do produto que eles entregam é bom?
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6. Outros Economia, tendências de consumo, tecnologia: podem auxiliar o meu negócio? Existem outros fatores que podem ajudar ou atrapalhar? Dica Pedagógica:
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Imprimir as páginas do Anexo IV e entregar às empreendedoras para que possam ir montando o seu planejamento estratégico.
4a Sessão Avaliação
Com estas informações todas preenchidas e pensadas, agora é o momento de começar a avaliar tudo o que foi levantado. Para avaliar, vamos utilizar uma técnica chamada de matriz FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças).
É um instrumento simples e valioso de análise de negócio. Sua finalidade é detectar pontos fortes e fracos de uma empresa, com o objetivo de torná-la mais eficiente e competitiva, corrigindo assim suas deficiências (SEBRAE). Sua utilização é muito simples. Você vai olhar para tudo o que construiu, desde o objetivo / missão da empresa, até os custos e faturamento, análise dos clientes, dos concorrentes, etc. e vai analisar onde encaixar tudo isso.
Exemplo 1 Se você acredita que o objetivo da sua empresa está muito forte você vai colocar nas Fortalezas. Se ele está forte, mas você acredita que ainda há muito que desenvolver para ele se tornar realidade, pode colocá-lo nas Oportunidades. Exemplo 2 Você chegou à conclusão de que um dos seus concorrentes tem o produto com muito mais qualidade que o seu, e este é o diferencial deles você pode entender isso como uma ameaça ao seu negócio ou como uma oportunidade para que você encontre outro perfil de clientes ou melhore a qualidade do seu produto.
Dica Pedagógica:
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Peça para a empreendedora fazer uma análise FOFA pessoal como lição de casa. Entregue a ela o impresso do Anexo VI para colocar as informações. O conteúdo do Complemento I está direcionado para explicar a diferença entre a FOFA do negócio e a pessoal e pode ser entregue a empreendedora, caso necessário.
Plano de Ação Esta é a ultima parte do seu planejamento estratégico! Agora que você listou tudo o que é Fortaleza, Oportunidade, Fraqueza e Ameaça, está na hora de pensar o que você pode fazer para melhorar aquilo que considera ser Fraqueza e para minimizar o impacto negativo das Ameaças ao seu negócio. O objetivo desta parte do exercício é pegar cada uma das Fraquezas e cada uma das Ameaças e criar uma ação correspondente. Em seguida, marcar o responsável por cada ação e colocar um prazo para que seja realizada.
Exemplo do Plano de Ação de uma empreendedora em 2015
O QUE
POR QUE
COMO
ONDE
QUEM
QUANDO
Fazer cartões de visita e panfleto
Ampliar divulgação
Encomendar
Gráfica
Jessica
15-08-2015
Alugar cozinha
Organização da produção
Fazendo fundo de reserva
Meu bairro
Silvia/Jessica
31-08-2015
Criar blog para divulgação
Aumentar clientes
Na internet
Em casa
Jessica
31-08-2015
Tirar carta motorista
Para fazer entregas
Da forma Auto escola mais prática
Jessica
Até dezembro 2015
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ANEXOS
ANEXO I PLANEJAMENTO PESSOAL Quais são os meus sonhos? Meus desejos? Aonde quero chegar? Quais são os meus maiores objetivos? Como faço para alcançar o que desejo? O que fiz até agora que me ajudou a chegar até aqui? O que fiz até agora que vai me ajudar a atingir meus objetivos futuros? O que fiz até agora que me atrapalhou para atingir os meus objetivos? Como posso mudar o que estou fazendo e que está me atrapalhando? Com quem posso contar para me auxiliar nessa caminhada? Conheço meus pontos fortes, que vão me auxiliar, e meus pontos fracos, que podem me atrapalhar?
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Minhas Respostas
ANEXO II Projeto de Vida Relembrando o aprendizado compartilhado até o momento, estabeleça alguns desafios que te impulsionem a superá-los nos próximos 6 meses (180 dias). Assim, você estará firmando um compromisso com seu crescimento pessoal e profissional. O QUE VOU PARAR DE FAZER: 1. ______________________________________________________________________ 2. ______________________________________________________________________ 3. ______________________________________________________________________ 4. ______________________________________________________________________ 5. ______________________________________________________________________ O QUE VOU CONTINUAR A FAZER: 1. ______________________________________________________________________ 2. ______________________________________________________________________ 3. ______________________________________________________________________ 4. ______________________________________________________________________ 5. ______________________________________________________________________ O QUE VOU INICIAR: 1. ______________________________________________________________________ 2. ______________________________________________________________________ 3. ______________________________________________________________________ 4. ______________________________________________________________________ 5. ______________________________________________________________________
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POTENCIAIS QUE RECONHEÇO EM MIM E QUE USAREI PARA VENCER DESAFIOS: 1. ______________________________________________________________________ 2. ______________________________________________________________________ 3. ______________________________________________________________________ 4. ______________________________________________________________________ 5. ______________________________________________________________________ Quando escrevemos sobre nossos objetivos, sejam eles a curto, médio, ou longo prazo, estabelecemos com nós mesmos um compromisso de torná-los reais. Guarde esse exercício com muito carinho, provavelmente, muitas das coisas que você escreveu irão realmente acontecer. Torná-los reais só depende de você! Afinal de contas, o caminho é seu e ninguém poderá caminhar por você. Uma boa jornada!
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ANEXO III
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Água morna
Fermento Biológico
Óleo
Ovos
Açúcar
Creme de leite
Gemas
Sal
Canela
Açúcar refinado
Farinha de trigo
Açúcar mascavo
Baunilha
Chocolate
Manteiga
Cenoura ralada
FogĂŁo
Liquidificador
Batedeira
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ANEXO IV
Histórico do Empreendimento Conte aqui a história do seu empreendimento.
Identidade do Empreendimento
Qual é o nome do seu empreendimento?
Quem faz parte dele?
Definição de Missão
1. Defina qual é o principal benefício que sua empresa leva a seu público-alvo.
2. Defina qual é a principal vantagem (diferencial) competitiva que distingue seu empreendimento da concorrência.
3. Defina se há algum interesse especial que deveria estar na missão da sua empresa.
4. Elabore uma frase curta que apresente o benefício, a vantagem competitiva e o interesse da empreendedora.
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Resultados do empreendimento Cutos fixos do empreendimento:
Custos variáveis do empreendimento:
Receita gerada num período:
Produtos e Serviços
Quais são os produtos que o seu empreendimento produz?
Qual o produto que vende mais?
Qual o produto que vende menos?
Quais os serviços prestados pelo seu empreendimento?
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FLUXOGRAMA DE PROCESSO
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Posicionamento Estratégico Qual a área do seu negócio? O nicho de mercado em que está inserido?
Como é este mercado?
O que eu ofereço neste mercado?
O que me diferencia?
Perfil do Consumidor
Espaço para apresentação do resultado da pesquisa realizada:
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Fazer aqui uma anĂĄlise dos canais levantados no CANVAS:
Canais de Vendas
Quem sĂŁo os meus concorrentes diretos e indiretos?
Concorrentes
Quais as vantagens competitivas que eles tem?
Porque alguns consumidores escolhem comprar com eles?
O que eles entregam de melhor ou diferente?
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Matéria-Prima e Fornecedores A partir da lista de recursos necessários levantada no CANVAS, liste aqui as principais matérias-prima que você precisa para fazer o seu produto :
Quem são os seus fornecedores? Você depende só deles ou poderia trocar? Como é seu relacionamento com eles? É possível barganhar por preço?
Outros Fatores
Como a situação econômica do país pode se relacionar com o seu empreendimento?
Quais são as tendências de consumo para o seu nicho de mercado?
Você enfrenta algum tipo de barreira fiscal ou legal?
Você poderia usar a tecnologia para te ajudar com o negócio? Como?
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ANEXO V Suma* Bardiya, Nepal [Imagem 1] Os pais de Suma não a mandaram para a escola. Eles a mandaram trabalhar. Por isso, Suma é chamada de “kamlari ”. [Imagem 2] Ela compõe canções para lembrar que as suas lembranças são reais. E, muitas vezes, com tanta tristeza ao seu redor, o que sai reflete tristeza. Seus pais fizeram trabalho forçado, quando eram crianças. Kamlar e kamlari eram como eram chamados. É assim que fazem as coisas por onde ela vive. É assim que tem sido para os pobres. Era necessário que ela se submetesse a um senhor, se não, como ela sobreviveria? [Imagem 3] Esta era a casa de seu primeiro senhor. O pai e a mãe de Suma a venderam para que ela tivesse um lugar onde morar, e comida suficiente para comer. [Imagem 4] Ela tinha apenas seis anos de idade. Fagundes Tharu, seu senhor, era senhorio e moleiro. Ele fazia Suma trabalhar das 4h da manhã até de tarde da noite. [Imagem 5] Suma tinha que limpar a casa, lavar a louça e ir para a floresta buscar lenha. [Imagem 6] Quando não cuidava de cabras, Suma cuidava de crianças. Para Suma as cabras eram mais boazinhas. As filhas zombavam dela, porque suas roupas eram rasgadas. Elas provocavam Suma. Batiam nela. [Imagem 7] Suma desejava que seus pais a pegassem de volta. Que a deixassem ficar em casa e ir para a escola, como seu irmão. Mas quando ela pensava o quanto seus pais eram pobres, e o quanto eles também ainda sofriam, Suma se sentia enfraquecida. Ela não podia pedir por isto. [Imagem 8] Esta era a casa de seu segundo senhor. Janak Malla usava 81
uniforme para trabalhar. Ele e a patroa eram muito duros. [Imagem 9] “Garota sem sorte”, é como costumavam chamá-la. “Ei garota sem sorte, faça isso”, gritavam. [Imagem 10] Eles faziam Suma dormir no galpão das cabras, vestindo trapos, e comendo restos de seus pratos sujos. [Imagem 11] Suma não pôde falar sobre tudo o que aconteceu naquele lugar, mas ela nunca esquecera o que passara por lá. Foi neste lugar que começou a escrever suas canções. Só as canções eram capazes de fazê-la suportar. [Áudio: Canção de Suma 1]
“Egoísta foram minha mãe e meu pai Eles deram à luz uma filha Eles deram à luz uma filha Meus irmãos vão à escola estudar Enquanto eu sou escrava na casa de um senhor É uma vida dura ser espancada todos os dias.” [Imagem 12] Esta era a casa do seu terceiro senhor. Ela tinha 11 anos quando chegou à casa de Chaitey Tharu. Ela era uma kamlari há cinco anos. Não era tão ruim nesta casa. [Imagem 13] Na verdade, era ruim porque havia muito trabalho, mas havia um inquilino na casa, um professor chamado Bimal Sir. [Imagem 14] Ele mudou a sua vida. Bimal Sir convenceu seus mestres a matricula-la no curso noturno. [Imagem 15] Suma e outras alunas se reuniam no final do dia de trabalho e aprendiam a ler e escrever. Suma amava essa aula à noite. A aula era ministrada por assistentes sociais, para meninas como Suma, kamlaris. [Imagem 16] Nestas aulas também conversavam com os professores sobre o que era ser uma kamlari. E quando falavam sobre isso, começavam a perceber que trabalho forçado era escravidão. E não é? [Imagem 17] As professoras da aula noturna foram bater de casa em casa. “Olá somos de uma organização.... Uma menina trabalha aqui. Eu estou aqui para levá-la”, elas queriam liberta-las. Uma professora, Sita-didi, disse ao senhor de Suma, que ele violava a lei mantendo-a como kamlari. [Imagem 18] Ela falou da lei contra o trabalho forçado, da lei sobre direitos infantis, da lei sobre direitos trabalhistas e da lei contra violência doméstica e tráfico. Ela conversou com ele sobre justiça e injustiça e exigiu que ele libertasse Suma. O mestre de Suma disse que não. [Imagem 19] “Um acordo feito não poderia ser desfeito”, foi o que ele disse. Sita-didi não desistiu. Ela continuou discutindo. Ela voltava dia após dia. [Imagem 20] E ela acabou levando Suma para casa, com sua mãe e seu pai.
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[Imagem 21] “Eu sou senhora da minha vida agora”, disse Suma. “Eu não tenho patroa. Eu fui a última da família a fazer trabalho forçado. Depois de mim, todos serão livres. [Imagem 22] Eu sinto como se tivesse poder, como se pudesse fazer qualquer coisa. E eu tenho tantas coisas importantes a fazer”. [Imagem 23] Dentro desta casa está uma menina como Suma. Longe de seus pais, trabalhando dia à noite, querendo tanto ser livre. [Imagem 24] Suma e outras mulheres e meninas foram até esta casa, à casa do senhor dela, para dizer: “Sabemos que você tem uma kamlari trabalhando para você. Você deve libertá-la”. [Imagem 25, 26 e 27 – durante a canção de Suma 2] [Imagem 28] “Eu vi de onde vem a mudança. Ela vem como uma canção que não dá pra segurar. De repente, é como um suspiro percorrendo seu corpo, e você está cantando! E outros pegam a melodia e começam a cantar também. É uma doce melodia ecoa para o mundo, e toca o coração de uma pessoa. E depois de outra. E de outra”. [Imagem 29] Para Suma não é suficiente estar livre. Ela usa a educação que teve para garantir que todas as meninas possam ir para a escola. A pratica de kamlari, tem sido proibida desde 2000.
*Conteúdo extraído do documentário “Girl Rising” **as imagens mencionadas no texto estão no PowerPoint que acompanha o material.
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ANEXO VI
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COMPLEMENTOS
COMPLEMENTO I Utilize com as participantes a análise SWOT/FOFA Pessoal e Profissional. Analisando pontos fortes, oportunidades, pontos fracos e ameaças. ANÁLISE PESSOAL
ANÁLISE PROFISSIONAL
Pontos fortes
Oportunidades
Pontos fortes
Oportunidades
Pontos fracos
Ameaças
Pontos fracos
Ameaças
EU
AMBIENTE EXTERNO
EU
AMBIENTE EXTERNO
Distribua folhas em branco e peça as participantes que dividam a página em 4 partes. Em cada uma das partes, as palavras–chave das figuras acima devem ser devidamente distribuídas, em cor de destaque. Cada uma das partes deve seguir a seguinte lógica de análise: Análise Pessoal EU: avaliar pontos fortes e fracos da minha personalidade, habilidades e conhecimentos: “no que realmente sou boa e me difere – pontos fortes” e “no que não sou boa e que impede meu crescimento pessoal –fraquezas”. AMBIENTE EXTERNO: avaliar a força que o mundo exerce sobre mim. Oportunidades que vislumbro e ameaças que podem fazer com que as oportunidades não se concretizem na minha vida. Análise Profissional EU: avaliar pontos fortes e fracos (características empreendedoras e comportamentais) que percebo em mim e que ajudam ou impedem de tornar real minha ideia de negócio. AMBIENTE EXTERNO: avaliar a força que o mundo exerce sobre minha ideia de negócio. Oportunidades que vislumbro e ameaças que podem fazer com que as oportunidades não se concretizem na minha vida profissional.
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COMPLEMENTO II
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REFERÊNCIAS ARAUJO, Liliane, Fazendo gênero: brincando com estereótipos e desconstruindo preconceitos. Disponível em: http://portaldoprofessor. m e c . g o v. b r /f i c h a Te c n i c a A u l a . h t m l ? p a g i n a = e s p a c o % 2 F v i su a l i z a r _ aula&aula=53697&secao=espaco&request_locale=es. Acesso em 26/04/2015. CONSULADO DA MULHER, Educação em gênero, trabalho e renda: o exercício da autonomia. 2007 DORNELAS, J.C.A., Empreendedorismo: Transformando Idéias em Negócios. 2ª Ed. Rio de Janeiro, RJ: Campus, 2005. IASKIO, Emerson Leonardo Schimdt. O que é Economia Solidária? Cooperativismo, economia solidária e inclusão social: métodos e abordagens. Curitiba, PR: UFPR, 2007. IDEIAS E NEGÓCIOS. Dona Raimunda das tapiocas: a incrível multiplicadora. Disponível em: http://ideiasenegocios.blogspot.com.br/2008/01/donaramunda-das-tapiocas-incrvel.html. Acesso em: 13/10/2012 GALVÃO, Franciani Fernandes. Empreendedorismo e redes de cooperação. Universidade estadual do centro-oeste – UNICENTRO. s.n.d. PORTAL DO COOPERATIVISMO POPULAR. Princípios básicos do cooperativismo. Disponível em: http://www.cooperativismopopular.ufrj.br Acesso em: 07/04/2015. MANCE, Euclides André. A revolução das redes: a colaboração solidária como alternativa pós-capitalista à globalização atual. 2ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. MCKINSEY&COMPANY, Women Matter 2013: Gender diversity in top management: Moving corporate culture, moving boundaries. Disponível em: http://www.mckinsey.com/features/women_matter . Acesso em 26/04/2015 MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. A economia solidária. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/ecosolidaria/o-que-e-economia-solidaria.htm. Acesso em: 08/04/2015. OSTERWALDER, Alexander & PIGNEUR, Yves. Business Model Generation: Inovação em Modelos de Negócios. Alta Books. Rio de Janeiro 2011. SEBRAE. Matriz FOFA. http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/ Use-a-matriz-F.O.F.A.-para-corrigir-defici%C3%AAncias-e-melhorar-a-empresa. Acesso em 12/06/2015 VASCONCELOS, Geraldo Magela Rodrigues de. Empreendedorismo e redes de relacionamento. Artigo. XXXI Encontro ANPAD. Rio de Janeiro: 2007.
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