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associação brasileira de internet
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ano VII . edição 29 . nov / dez 2019 - jan 2020
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EDITORIAL eduardo neger
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Presidente da Abranet
MAIS LIBERDADE, MAIS COMPETIÇÃO E MENOS REGULAÇÃO a abranet teve uma atuação intensa em 2019, principalmente no campo da legislação e regulamentação. Fizemos visitas e mantivemos reuniões frequentes com os órgãos relevantes aos interesses dos associados. Nossos pleitos podem ser resumidos em mais liberdade empresarial e um olhar especialmente voltado para as pequenas e médias empresas. O mercado brasileiro de telecomunicações e de internet vive um momento único, e é nossa obrigação, como entidade de classe, nos posicionarmos sobre temas que vão alterar de forma significativa o modo de fazer negócios, como o 5G. Mas isto sem deixar de dar atenção a assuntos que estão à mesa há anos, como a oferta de voz, com numeração própria, no Serviço de Comunicação Multimídia. Nesta edição da Revista Abranet, mostramos as principais contribuições que fizemos este ano aos órgãos do setor para defender mais liberdade, mais competição e menos regulação. É nosso dever – e mais do que isso, nossa missão – ser a voz das empresas de internet no Brasil. Dos assuntos regulatórios aos de negócios. Como responsáveis pelo avanço da banda larga fixa no País, as prestadoras de serviços de internet e de SCM entraram, definitivamente, no radar das fusões e aquisições. Nossa reportagem mostra que os fundos de investimentos estão de olho em nosso segmento e pedem a profissionalização da governança. Há muita inovação acontecendo em um mercado comprador de tecnologia como é o financeiro. Pagamentos instantâneos e open banking abrem novas oportunidades. Ainda se está à espera de regulamentação pelo Banco Central, mas os bancos já estão oferecendo APIs para que terceiros possam criar produtos. É bom ficar atento a esse filão. Também tratamos neste número da revista da evolução das infraestruturas de rede para fornecer velocidades de acesso à internet cada vez maiores, como é o caso da geração xGPON, também chamada de 10GPON. Abordamos, ainda, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, que é um marco no Brasil. Chegamos aos 23 anos de atuação da Abranet. Como escrevemos em carta aos nossos associados, “não é exagero dizer que a nossa história se confunde com a história da internet no Brasil”. O ano de 2019 se despede. Muito trabalho nos espera em 2020, e estamos prontos para esse desafio. Feliz Natal e um ótimo Ano Novo a todos os nossos associados e seus familiares! Boa leitura! abranet.org.br novembro / dezembro 2019 - janeiro 2020
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ÍNDICE 06 | MERCADO empresas de internet estão no radar de fundos de investimento. A necessidade cada vez maior de redes de fibra óptica para suportar o aumento do tráfego tem colocado as empresas de internet em evidência, e há investidores interessados em fusões e aquisições.
ConseLHo ediToriaL eduardo neger neger@abranet.org.br
eduardo parajo
parajo@abranet.org.br
gerÊnCia eXeCuTiVa roseli ruiz vazquez
10 | POLÍTICA
gerente@abranet.org.br
maIs compEtIção, mEnos rEGulação Abranet teve uma atuação intensa em 2019 ao encaminhar contribuições públicas para consolidar uma internet produtiva, livre e inovadora
ProJeTo, ProduÇÃo e ediÇÃo
editora convergência digital editora@convergenciadigital.com.br Tel: 011-3045-3481
direÇÃo ediToriaL / ediTora-CHeFe
ana paula lobo
analobo@convergenciadigital.com.br
16 | FUTURECOM / FUTURENET Futurenet: abranet discute tendências de mercado e tecnologia. No evento – que já é tradição da entidade e ocorre no primeiro dia do Futurecom –, foram debatidos temas como transformação digital, segurança da informação e a chegada do 5G e seus impactos nas empresas de serviços de internet.
ediÇÃo
bia alvim
bia.alvim@pebcomunicacao.com rePorTagem / redaÇÃo
roberta prescott
prescottroberta@gmail.com
22 | TECNOLOGIA
luis Osvaldo Grossmann
redes GpOn evoluem para atender a novas demandas. As infraestruturas têm evoluído para fornecer velocidades de acesso à internet cada vez maiores, como é o caso da geração xGPON, também chamada de 10GPON. Mas a migração para a nova tecnologia exige planejamento.
ediÇÃo de arTe e diagramaÇÃo
24 | TENDÊNCIAS disrupção no sistema financeiro abre oportunidades de negócios. Pagamentos instantâneos e open banking são uma nova frente para quem busca inovação e o melhor uso da tecnologia. Neste momento, aguarda-se a regulamentação pelo Banco Central – que colocou o tema em consulta pública –, mas os bancos já oferecem APIs para que terceiros possam criar novos produtos.
ruivo@convergenciadigital.com.br
pedro costa
pedro@convergenciadigital.com.br imPressÃo
Gráfica pigma
27 | CONEXÃO lGpd tarda a avançar. Acesso à internet ainda é desigual. criador do WWW quer mudar a internet. CGI.br sai em defesa da criptografia.
30 | OPINIÃO . Por Anjali George, analista de Produto na ManageEngine encare as ameaças internas e assuma a gestão de riscos Pesquisa global mostra que mais da metade dos incidentes de segurança é causada por desatenção e cliques indevidos em links inseguros recebidos pelos colaboradores. Essa falta de cuidado trava a transformação digital.
Rua MMDC, 450 cj 304 - Butantã - São Paulo / SP CEP: 05510-020 Fone: ( 11 ) 4564-7227 www.abranet.org.br facebook.com/abranetoficial bit.ly/LinkedIn_Abranet @abranet_brasil Youtube.com/AbranetBrasil
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ABRANET COMPLETA 23 ANOS COM A MISSÃO DE DEFENDER AS EMPRESAS DE INTERNET NO BRASIL A Associação Brasileira de Internet completou 23 anos em novembro. Em carta aos associados, Eduardo Neger, presidente da entidade, destacou que a associação construiu uma história que se confunde com a do desenvolvimento da internet no Brasil. “Na data em que a Abranet completa 23 anos, renovamos a aposta nas empresas da cadeia de valor da internet brasileira, que, apesar dos desafios, têm sido pródigas em casos de sucesso.” Leia a carta na íntegra:
O uso empresarial da internet no Brasil tem pouco mais de 23 anos, iniciado por um pequeno e visionário grupo de empreendedores. Os provedores de acesso e conteúdo enfrentaram grandes desafios ao apostar nesta nova plataforma de serviços. Alguns destes pioneiros da internet brasileira fundaram em 1996 uma entidade sem fins lucrativos para congregar suas demandas e fomentar o crescimento da nascente tecnologia em que apostavam. Assim nasceu a Abranet. Não é exagero dizer que a história da Abranet se confunde com a história da internet no Brasil. Em um tempo em que inovação ainda não era a palavra da moda, estes empresários tiveram que superar a limitada infraestrutura de telecomunicações do País e o ceticismo dos setores mais conservadores. Internet era um assunto que passava longe do interesse do cidadão comum, restrito a um seleto grupo de acadêmicos e entusiastas. Nesta perspectiva, evoluímos. E como! Temos orgulho de reunir na Abranet as mais importantes empresas de internet do Brasil, protagonistas da acelerada evolução que experimenta o setor nos últimos anos. Diretores, conselheiros e associados têm conseguido, em meio a agendas cada vez mais recheadas de compromissos, dedicar voluntariamente seu tempo para a Abranet. Troca injusta: o aprendizado na entidade é sempre muito maior que nossa contribuição individual. Podemos nos dar ao luxo de uma reflexão que só uma entidade empresarial longeva pode oferecer. Afinal de contas, quantas vezes já ouvimos que os provedores estavam extintos, que a bolha da internet seria implacável, que a crise internacional era forte, que tudo mudaria com o 2G, o 3G, o 4G, o 5G etc. etc. etc. E cá estamos, insistindo. Por isso, na data em que a Abranet completa 23 anos, renovamos a aposta nas empresas da cadeia de valor da internet brasileira, que, apesar dos desafios, têm sido pródigas em casos de sucesso. Sim, até unicórnio já temos entre nossos associados. Parabéns a todos que contribuíram para esta evolução. Eduardo Neger Presidente da Abranet
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MERCADO
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Roberta Prescott
eMPresas de internet
estão no radar de
FUndos de inVestiMento A necessidade cada vez maior de redes de fibra óptica para suportar o aumento do tráfego tem colocado as empresas de internet em evidência, e há investidores interessados em fusões e aquisições. aS empreSaS prestadoras de serviços de internet estão no radar de fundos de investimentos, e o processo de consolidação deve ganhar força nos próximos meses. Somadas, as prestadoras de pequeno porte (PPPs) aumentaram em 2,44 milhões o número de domicílios que atendem com banda larga fixa, nos últimos 12 meses – um crescimento anual de 34,59%. Em setembro de 2019, respondiam por 29,04% do mercado brasileiro, com 32,68 milhões de domicílios com acesso em banda larga. Nesse cenário, elas têm chamado cada vez mais atenção de investidores. Já existem casos deste movimento, como a Sumicity, que tem o fundo EB Capital como acionista majoritário desde o fim do ano passado. Quem também está olhando empresas de internet é o fundo Light Wave Capital.
”A consolidação começou há pouco tempo, e as empresas ainda não sabem o que o investidor quer e não têm noção de valuation, de quanto o mercado está disposto a pagar.”
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riCardo monTes Fundador do Light Wave Capital Fundado por Ricardo Montes, experiente no setor de telecomunicações, o fundo foi constituído em junho deste ano com investimentos de instituições estrangeiras e tem sede em Florianópolis/SC. No total, são 15 investidores, entre brasileiros, europeus e estadunidenses. Em entrevista à Abranet, Montes adiantou que pretende assinar o primeiro cheque para uma aquisição entre R$ 50 milhões e R$ 150 milhões e garantiu que já
cresciMento inorGÂnico O crescimento por meio de aquisições também faz parte da estratégia de algumas empresas provedoras de internet. A AmericaNet é uma delas e está enxergando boas oportunidades de atuação e crescimento no interior de São Paulo e no Sul de Minas Gerais. “Temos percebido que há um mercado [nesses locais] que precisa ser atendido, tanto no B2B quanto no B2C”, afirmou José Luiz Pelosini, vicepresidente da AmericaNet. A operadora tem a meta de chegar, até o fim de 2022, a um milhão de assinantes, e este montante seria atingido tanto por meio de crescimento orgânico como inorgânico. Ela está olhando, principalmente, empresas que atuem no mercado consumidor, não necessariamente na região Sudeste. “Dos processos em andamento, nós acreditamos fechar o primeiro trimestre com 200 mil assinantes”, disse. A Horizons Telecom também está em um momento de expansão, e aquisições estão no radar da operadora fundada em 2010 e com sede em Curitiba/PR. A empresa foi criada para atender a um cliente especial e depois o modelo foi replicado. “O que nos motivou foi a falta de atendimento com conectividade”, detalhou Ricardo Montanher, diretor da Horizons Telecom. Fazer aquisições está nos planos da empresa para complementar o crescimento orgânico. “Desde o ano passado temos feito um estudo de pipeline de alguns provedores espalhados pelo Brasil para começar crescimento inorgânico”, apontou Montanher. A operadora já atua em cidades do estado de São Paulo como São José dos Campos, Osasco, Barueri e Santo André; Mauá (Rio de Janeiro) e na região metropolitana de Curitiba (Paraná). Para o diretor, o diferencial da Horizons para se destacar em um mercado altamente competitivo é o atendimento humanizado. “Quem liga para o nosso 0800. não fala com a URA.”
tem uma lista de candidatas em avaliação. “Pode ser uma empresa ou várias, no esquema de rollups”, disse. Dá-se o nome de rollups quando algumas empresas se unem para fazer uma venda conjunta. O fundo buscar adquirir, preferencialmente, 100% das companhias, mas, em alguns casos, pode considerar a compra de um porcentual menor, de 80%. No radar, estão firmas que faturam de R$ 40 milhões a R$ 100 milhões. “Tem de ter fibra óptica no lugar certo, ou seja, um ativo bem-posicionado, para que a partir dele possamos crescer para gerar retorno sobre o investimento”, detalhou o gestor. O objetivo é criar uma plataforma de fibra óptica no Brasil para prover serviços de banda larga.
De acordo com Montes, estão sendo analisadas empresas em todo território brasileiro, mas em lugares fora dos grandes centros urbanos. “Estamos olhando o interior do Brasil inteiro e regiões metropolitanas de capitais do Nordeste”, disse. Na leitura dele, há um universo de empresários dispostos a vender suas empresas e existe clima para uma consolidação do setor. Ainda há, contudo, uma grande abranet.org.br novembro / dezembro 2019 - janeiro 2020
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informalidade, mas o mercado estaria se educando. “É comum vir empresário até nós para vender, mas, em muitos casos, eles não estão assessorados ou estão mal assessorados. A gente faz papel de educador, de dizer que tem de se preparar, contratar time, ter uma tese de venda crível e organizar a contabilidade da casa”, relatou. Montes acredita que o mercado irá amadurecer e que, dentro de alguns anos, as empresas estarão muito mais prontas para processos de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês). “A consolidação começou há pouco tempo, e as empresas ainda não sabem o que o investidor quer e não têm noção de valuation, de quanto o mercado está disposto a pagar.” Formalização é um dos requisitos básicos para que as empresas sejam atraentes a investidores. Em abril, na Convenção Abranet, Luis Carlos Szymonowicz, sócio da Szymonowicz Advogados Associados, enfatizou que “saber sobre diligência, assim como outros procedimentos, como avaliação, levantamento dos documentos, além da transparência, identificação de problemas e correção, faz parte da preparação de uma empresa para M&A.” Na mesma linha, o diretor de Investimentos do banco Santander, Valder Nogueira, disse, ao participar do Futurecom 2019, que os investidores vão buscar negócios mais profissionalizados, em conformidade com as regras da Anatel e as melhores práticas de governança. Para ele, “o mercado de fusões e aquisições permanecerá aquecido por um bom tempo, mas os investidores tendem a ficar cada vez mais criteriosos.” Também alertou que a janela de oportunidade para a expansão dos provedores regionais já “não está tão aberta como antes” em função das metas de cobertura e homes passed [casas que podem assinar o serviço em fibra] da concessionária nacional.
”O mercado de fusões e aquisições permanecerá aquecido por um bom tempo, mas os investidores tendem a ficar cada vez mais criteriosos.” Valder Nogueira Diretor de Investimentos do banco Santander
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”Saber sobre diligência, assim como outros procedimentos, faz parte da preparação de uma empresa para M&A.” Luis Carlos Szymonowicz Sócio da Szymonowicz Advogados Associados A EB Capital começou a olhar o setor de telecom há três anos e já fez um movimento grande no mercado, quando investiu na Sumicity, no fim de 2018. O fundo tem dois braços de atividades: venture capital para empresas menores e private equity para as médias. Felipe Matsunaga, sócio na EB Capital, contou que o que chamou a atenção foi o fato de o provedor ter construído backbone e backhaul e navegado em um oceano azul. “Grande parte do sucesso veio de colocar fibra óptica e competir com infraestrutura legada. Nosso dever de casa foi ajudar a povoar, e sabemos que daqui para frente será mais complicado”, disse. Fibra óptica Antes de investir na Sumicity, o fundo avaliou cerca de 30 provedores. “Nós nos identificamos com a Sumicity porque ela tinha um backbone enorme e superestruturado, não dependia de ninguém para este backbone, não comprando – ou comprando pouco – tráfego, tinha uma rede de FTTH muito extensa e vasta e estava crescendo quase 50% ao ano”, detalhou. “Era uma joia a ser lapidada que achamos no meio do Rio de Janeiro.” Matsunaga ressaltou que o fundo segue “supercomprador” e alertou que as empresas que almejam a entrada de investidores precisam se preparar. O primeiro desafio, disse, é a formalização e o segundo é valoração, porque a percepção do empreendedor do que ele acha que vale a companhia é, normalmente, diferente do que realmente vale. “Elas têm de se formalizar e seguir crescendo”, afirmou. O fundo Light Wave Capital está buscando empresas que tenham rede de fibra óptica, um “número interessante de clientes”, faturamento de R$ 40 milhões a R$ 100 milhões e margem EBITDA acima dos 35%, que é
”As empresas de internet têm de se formalizar e seguir crescendo.” FeLiPe maTsunaga Sócio na EB Capital a média do mercado para empresas com fibra óptica. No que se refere ao backbone, é interessante se tiver planos de expansão para novas cidades. Contudo, o tamanho do backbone não é o fator mais importante. Já a EB Capital costuma fazer investimentos em empresas de médio porte, com R$ 50 milhões ou mais de faturamento. Alguma transação de firma de menor porte pode ocorrer, mas via alguma companhia que já recebeu aporte, como a Sumicity. “Por exemplo, uma empresa que tenha faturamento menor, mas é super-relevante para o backbone da Sumicity ou está onde passa o backbone da Sumicity, poderíamos ter interesse em fazer aquisição. Fazemos uma conta se é mais fácil adquirir versus construir do zero”, explicou. Com relação à saída do fundo, a ideia é que o Light Wave Capital fique alguns anos à frente da empresa adquirida para que ela cresça e gere o retorno almejado. “Vamos ficar alguns anos operando a empresa, mas é difícil precisar quantos”, disse Montes. De acordo com ele, o fundo está montando um time para operar a empresa ativamente, com criação de conselho de administração e implantação de práticas de governança corporativa. “Eu vou ser o CEO e já identifiquei pessoas no mercado que poderiam entrar na empresa conosco”, adiantou. Atualmente, o Light Wave Capital conta com duas pessoas no time brasileiro: além de Ricardo Montes, Lucas Rosa.
aMerican toWer bUsca atiVo coMPartilHÁVel A American Tower está sempre olhando novos ativos. “Dos 20 mil sites que temos, 15 mil vieram de aquisições, então, é nosso DNA olhar aquisições, mas vamos olhar sempre um ativo que seja compartilhável. Esse é um requisito essencial para o nosso negócio”, destacou o CEO da empresa, Flavio Cardoso. Os ativos de empresas de internet interessam, mas o executivo da American Tower sugere que os CEOs dessas companhias busquem o máximo possível a legalização deles. “Há muitas empresas que precisam fazer um inventário dos seus ativos; investir em gestão porque quem quer investir em rede neutra, como é o nosso caso, fibras ópticas apagadas e acesas vão fazer a diferença”, salientou. A American Tower anunciou uma rede neutra FTTH (Fiber to the Home). O modelo e a tecnologia permitem às operadoras oferecer serviços de telecomunicações, como TV, banda larga e voz, a seus clientes residenciais e empresariais sem a necessidade de investimento em infraestrutura de rede, uma vez que o novo modelo permite o uso mais racional dos ativos de redes ópticas. Na primeira fase do projeto, a área selecionada utilizará os dutos já existentes na região central de Belo Horizonte, onde já não faz mais sentido construir novas redes subterrâneas, ou até mesmo redes aéreas. O modelo vem ao encontro da necessidade de otimização da infraestrutura e evita a construção de várias redes superpostas, além de contribuir para uma organização melhor do uso do espaço.
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maIs compEtIção, mEnos rEGulação Abranet teve uma atuação intensa em 2019, encaminhando contribuições públicas para consolidar uma internet produtiva, livre e inovadora
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O ano de 2019 foi intenso para a Associação Brasileira de Internet. A entidade se posicionou quanto a diversos temas de grande interesse para os seus associados. No setor de telecomunicações, atuou em reuniões técnicas sobre o novo Plano Geral de Metas de Competição (PGMC). Trabalhou e elaborou a modelagem aplicada para as ofertas de atacado, incluindo enlaces de alta velocidade, interconexão de dados para o Sistema Telefônico Fixo Comutado (STFC), dutos a serem compartilhados e demais produtos de atacado hoje disponibilizados pelo Sistema de Negociação de Ofertas de Atacado (SNOA) da Anatel. Um dos pontos-chave foi a solicitação de abertura à participação das pequenas prestadoras de telecomunicações na definição do sistema de administração de numeração a ser desenvolvido pela Anatel. Como interessada, a associação participou das reuniões técnicas para definição dos requisitos do novo sistema de gestão de numeração, que possibilitará a atuação direta das pequenas empresas no controle desses recursos para seu uso. Integrante do Comitê de Pequenas Prestadoras de Telecomunicações, a Abranet apresentou propostas para a regulamentação de bloqueadores de sinal utilizados no Brasil; alteração da regulamentação de reforçadores de sinal para sistemas móveis, diretrizes para a redução da carga regulatória, bases para o leilão de 5G, entre outras propostas. Em defesa das associadas A Abranet também propôs a definição imediata de numeração para o Serviço de Comunicação Multimidia (SCM) e a liberação para atuar em serviço de voz de forma similar ao que ocorre com o Serviço Móvel Pessoal (SMP), ou seja, sem a necessidade de outorga de STFC e sem aplicar as regras daquele serviço, como a definição de áreas locais. Requereu ainda a suspensão de todas as alterações do STFC em discussão ou consulta pública, em especial, a que altera a definição das áreas locais e passa a numeração do STFC para nove dígitos, com a introdução de digito adicional como ocorreu com o SMP, sem levar em conta as implicações face às alterações da Lei Geral de Telecomunicações (LGT) e dos custos e implicações para as pequenas prestadoras de STFC. Como entidade, solicitou a ampliação do espectro destinado ao WiFi, incluindo frequências que permitam a operação da nova interface para velocidades muito altas e revisão dos limites de potência hoje definidos. A seguir, estão elencadas as posições defendidas pela entidade.
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Empresas de Internet e o leilão do 5G Sobre o leilão 5G, que habilitará novos modelos de negócios no Brasil, a Abranet participou das discussões e apresentações em eventos e grupos técnicos da Anatel. A proposta apresentada pela entidade se baseia na não discriminação entre grandes grupos econômicos e pequenas prestadoras e na definição de um leilão acessível a todas as empresas, inclusive novos empreendedores. A proposta inclui duas etapas distintas, uma primeira de qualificação e classificação dos participantes, atendendo as regras aplicáveis, incluindo a classificação definitiva de pequenas prestadoras, de consórcios, de novos grupos empresariais e dos grandes grupos econômicos presentes no setor, inclusive a análise do caso da Oi, em recuperação judicial. A segunda etapa observa os projetos apresentados por áreas de atuação – a sugestão foi a utilização das mesmas áreas usadas nos leilões de banda A e B –, associando um critério de pontuação por área envolvendo a proposta de
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cobertura de áreas urbanas e rurais (a maior pontuação seria designada para os municípios com menos competição segundo a classificação do PGMC). Também incorpora pontuação associada ao atendimento de localidade de menor população no município (o critério sugerido privilegia as menores populações), pontuação por uma proposta de oferta de atacado da capacidade de rede wireless ou da cessão de uso de frequências, pontuação pelo prazo de atendimento das áreas, localidades e oferta de atacado. Como parte preliminar, foi proposto ainda que os projetos sejam objeto de análise de viabilidade pelo BNDES. A Abranet propôs ainda que as áreas sem previsão de ativação em 36 meses tivessem suas frequências disponibilizadas em cessão de uso secundário, caso o projeto antecipe o prazo de ativação em até 24 meses e atenda no mínimo a mesma área e localidades ofertadas pela empresa no leilão.
O Poder Executivo (ministério e Anatel) analisaria a conveniência de converter o uso secundário em primário. Por fim, a associação propôs considerar o fato de que podem participar empresas que já são prestadoras de SMP e empresas que serão novas prestadoras de SMP. Os investimentos e esforços para cada caso são bastante distintos, a ponto de prestadoras existentes poderem, em determinados casos, simplesmente atualizar software em sua rede, enquanto novas empresas terão que constituir suas redes e sites. Este conceito, associado à previsão legal de equivalência de proposta em leilões por pequenas empresas, permitiu sugerir que os valores propostos por novas empresas menores em até 40% para áreas urbanas e 50% nas áreas rurais sejam considerados equivalentes a propostas de
empresas já atuantes no mercado. Tal fato implicaria uma preferência a novas empresas SMP, sejam elas pequenas prestadoras ou novos grupos econômicos entrantes. A entidade se manifestou ainda sobre as faixas de frequências a serem objeto do edital e propôs que o uso de ondas milimétricas fosse afastado em função do estágio do desenvolvimento da tecnologia e que sejam consideradas somente faixas para as quais exista comercialização de equipamentos antes da publicação do edital, uma vez que sem o preço dos equipamentos uma proposta no leilão seria especulativa. A entidade apresentou ainda as suas posições em outros temas como a desnecessária regulação de vídeo sob demanda (VoD) proposta pela Ancine e as alterações da legislação de TV por assinatura.
“O espectro é um recurso limitado e, como tal, vital para vários segmentos que devem ser considerados em qualquer decisão a ser adotada. No presente momento há um ‘frenesi’ em identificar frequências para a chamada tecnologia 5G. Essa situação não pode prejudicar ou restringir o uso de outras tecnologias e segmentos do mercado, como o WiFi.” Trecho do documento com as propostas da Associação Brasileira de Internet
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Novo marco legal das telecomunicações Acerca da revisão do marco legal das telecomunicações, a Abranet destacou que ela exige uma reavaliação do próprio mercado de telefonia no País, com ajustes regulatórios que permitam aos prestadores de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) absorverem a oferta de serviços de voz, com recursos de numeração e sistema de áreas de tarifação nos moldes da telefonia celular. Em contribuição à consulta pública da Anatel sobre a proposta de revisão do regulamento das obrigações de
Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (E-Ciber) 14
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universalização, a entidade pontuou que o próprio debate parte de premissas ultrapassadas a partir da Lei 13.879/19. “Devem ser estabelecidas as premissas para a definição de um novo PGMU, observando o interesse público, incluindo a preservação da universalização alcançada até a presente data, assim como os ajustes necessários em face das concessionárias optarem pela adaptação para autorização de STFC”, ressaltou a Abranet. Assim, ao sustentar uma agenda regulatória específica
Após receber contribuição da Abranet referente à consulta pública acerca da Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (E-Ciber), o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou que iria rever os três pontos críticos levantados pela entidade. A E-Ciber é um conjunto de recomendações e orientações para os setores público e privado sobre segurança de
para tratar do futuro da telefonia fixa, “a Abranet defendeu que o substituto do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) é o SCM que deve ser autorizado a oferecer o serviço de voz, alinhado com o modelo utilizado pelo Serviço Móvel Pessoal (SMP), ou seja, sem áreas locais, chamadas dentro da área correspondente ao código nacional e chamadas entre pontos localizados em áreas de códigos nacionais diferentes e o mesmo conceito para chamadas internacionais.” A Abranet apontou, ainda, que “a necessidade de manutenção do código de seleção de prestadora deve ser avaliada. A numeração do SCM utilizará plano similar ao do SMP, com um oitavo dígito para indicar tratar-se do serviço fixo. Estas alterações são urgentes e necessárias e vão ao encontro do interesse público, criando uma alternativa para manutenção da massificação do serviço de voz, por meio do SCM.”
“Devem ser estabelecidas as premissas para a definição de um novo PGMU, observando o interesse público, incluindo a preservação da universalização alcançada até a presente data.” Contribuição da Abranet à consulta pública
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou que iria rever os três pontos críticos levantados pela Abranet em sua contribuição à consulta pública sobre a E-Ciber. informação em ambientes virtuais, e deverá ser efetivada por meio de um decreto presidencial, ainda sem data definida. Em sua contribuição, a Abranet manifestou preocupação com o trecho que menciona “o estabelecimento de rotina de auditorias programadas em segurança cibernética dentro dos órgãos públicos e das entidades privadas”, a fim de analisar “vulnerabilidades, relatórios técnicos de ameaças e relação de soluções em tecnologia”, entre outros tópicos. A Abranet também contestou que o mercado de
meios de pagamento possa ser considerado parte do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e, em consequência disso, ser qualificado como IFC (Infraestrutura Crítica), a exemplo de grandes servidores, pontos de troca de tráfego e datacenters. Outro ponto levantado foi em relação ao tratamento, de forma genérica, a uma ampla revisão do Marco Civil da Internet, para endereçar questões relacionadas à governança da rede, negócios eletrônicos, crimes cibernéticos e direitos do consumidor na Internet. abranet.org.br novembro / dezembro 2019 - janeiro 2020
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FUTURECOM / FUTURENET
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Roberta Prescott
Futurenet: abranet discute tendências de mercado e tecnologia No evento – que já é tradição da entidade e ocorre no primeiro dia do Futurecom –, foram debatidos temas como transformação digital, segurança da informação e a chegada do 5G e seus impactos nas empresas de serviços de internet. aS tendÊnciaS de mercado e de tecnologia, segurança da informação, transformação digital, caminho do 5G e oportunidades de negócios para empresas de internet foram temas amplamente discutidos no Futurenet 2019, realizado pela Abranet no primeiro dia do Futurecom, o mais importante evento de telecomunicações no Brasil, que aconteceu em outubro, em São Paulo. Na cerimônia de abertura do Futurenet, o coordenador de Projetos do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), Gilberto Zorello, ressaltou que não há um dia em que não ocorra problema de segurança na internet. São, principalmente, ataques de negação de serviço
”Todos tendem a proteger a sua rede olhando o que está entrando, e poucos olham o que está saindo.” giLBerTo zoreLLo Coordenador de Projetos do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br)
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(DDoS, do inglês distribute denial of service) e ataques ao protocolo BGP, além de vazamentos. Muitos problemas são motivados por falhas de segurança que poderiam ser evitadas se fossem seguidas melhores práticas, conforme o especialista explicou em entrevista em vídeo (veja abaixo). Para solucionar os problemas de segurança, algumas medidas têm de ser adotadas pelos operadores dos sistemas autônomos com apoio do NIC.br. Entre as ações coordenadas, constam a implementação de filtros de rotas ao IX.br,
ASSISTA À ENTREVISTA:
https://youtu.be/lxcu4ahoYbe VEJA A COBERTURA COMPLETA:
http://bit.ly/Futurenet2019
”A principal função do PTT é buscar qualidade e não só menor preço.” anTÔnio moreiras Gerente de Projetos e Desenvolvimento do Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (Ceptro.br/NIC.br)
o estabelecimento de métricas e acompanhamento dessas ações. Por exemplo, para resolver problemas de ataques DDoS por reflexão, os provedores devem instalar no cliente um filtro antispoofing. Outras ações recomendadas são aplicar filtros antispoofing e fazer configuração de serviços e harderning, escolhendo senhas melhores, atualizando os equipamentos e usando protocolos criptográficos. Erros nas configurações dos anúncios de rotas das redes geralmente ocorrem de forma deliberada ou por falta de conhecimento e/ou treinamento. Esses problemas podem causar ameaças que têm se tornado comum na internet, tais como sequestro de prefixos (hijacking) e vazamento de rotas (leak). “Todos tendem a proteger a sua rede olhando o que está entrando, e poucos olham o que está saindo”, disse Zorello. Lançado em 2017, o programa Internet mais Segura tem o apoio de entidades como a Abranet. Seu objetivo é atuar em auxílio à comunidade técnica da internet para diminuir o número de ataques de negação de serviço (DDoS) originados nas redes do Brasil, reduzir o sequestro de prefixos, o vazamento de rotas e a falsificação de endereços
ASSISTA À ENTREVISTA:
https://youtu.be/sHdGtcsghti VEJA A COBERTURA COMPLETA:
http://bit.ly/Futurenet2019 IP de origem, além de também reduzir as vulnerabilidades e falhas de configuração presentes nos elementos da rede e aproximar as diferentes equipes responsáveis pela segurança e estabilidade da rede. O programa interage com as associações de operadoras de telecomunicações e provedores de serviços de internet e seus afiliados para criar e disseminar uma cultura de segurança com proposições de melhoria de processos e de configurações visando a mitigação de problemas e para reforçar a necessidade de implantar, em suas redes, boas práticas, como o MANRS (Mutually Agreed Norms for Routing Security), além de fornecer recomendações para especificação, configuração e operação de CPEs em suas respectivas redes. Antônio Moreiras, gerente de Projetos e Desenvolvimento do Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (Ceptro.br/NIC.br), enfatizou que os benefícios de se aderir a pontos de troca de tráfego (PTTs ou IX, de Internet Exchange) vão muito além da redução de custo e que há várias oportunidades de negócios nos PTTs. “A principal função do PTT é buscar qualidade e não só menor preço”, ressaltou. Moreiras explicou que os PTTs existem para favorecer a colaboração, o networking, e que sem isso não faz sentido eles existirem. Para fazer parte, é necessário ser sistema autônomo (AS, na sigla em inglês). Estar em um PTT confere, segundo Moreiras, mais qualidade, velocidade, melhor experiência do usuário, maior controle sobre o tráfego, mais resiliência, infraestrutura mais organizada e robusta, menos intermediários e menores custos. A primeira função de um PTT é favorecer o peering, a troca de tráfego, diminuindo as barreiras para que os AS se interliguem. “Isto proporciona melhor experiência para o usuário, mais velocidade, maior resiliência e menor custo, abranet.org.br novembro / dezembro 2019 - janeiro 2020
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pois se eliminam os intermediários”, apontou. Outro aspecto é o acesso aos conteúdos locais. “Um PTT facilita que o tráfego local seja resolvido localmente interligando provedores de renaTo auriCCHio Gerente de Vendas da China Telecom Americas acesso e conteúdos geograficamente próximos. São menos intermediários, distâncias menores, mais velocidade, menor custo, melhor experiência do usuário”, explicou. O acesso a CDNs, que são redes de distribuição de conteúdo, é outra vantagem de se ligar a um PTT, já que eles são ASSISTA À ENTREVISTA: pontos ideais na infraestrutura da internet para https://youtu.be/XeaspV52ybc interligar as CDNs e provedores de acesso, o que é, segundo Moreiras, mutualmente vantajoso. VEJA A COBERTURA COMPLETA: “Normalmente, as CDNs estão participando http://bit.ly/Futurenet2019 dos PTTs maiores, com grande número de provedores e uma grande área de abrangência/influência. Em outros PTTs, algumas vezes é possível obter o conte- rio de demanda exponencial por banda larga em diferentes údo de algumas CDNs instaladas na infraestrutura de outros localidades”, no Futurecom 2019, que vai entrar na telefoprovedores locais, contratando serviços de trânsito internet, nia móvel. “Estamos estudando como entrar na móvel no trânsito restrito dos mesmos ou por algum outro tipo de cola- ano que vem e estamos estudando o tema 5G”, disse. Após a entrada do fundo EB Capital como acionista maboração”, detalhou. As empresas prestadoras de serviços de internet preci- joritário, no fim do ano passado, a Sumicity vive uma nova sam também assegurar um bom trânsito IP, conforme expli- fase de expansão. “A companhia recebeu aporte do fundo cou Renato Auricchio, gerente de Vendas da China Telecom em dezembro de 2018 e tem plano agressivo de crescimenAmericas. “Ter um bom trânsito IP faz toda a diferença para to, com o objetivo de, nos próximos três a quatro anos, cheagregar valor ao negócio”, disse. Segundo ele, para conse- gar a 500 mil usuários. Já dobramos de tamanho em 10 meguir uma boa qualidade, é necessário estar conectado à ope- ses”, ressaltou. A meta é fechar 2019 com 200 mil clientes. radora tier 1 e analisar com quem ela está conectada para De acordo com o CEO, a empresa constrói entre 400 e 500 quilômetros de rede metropolitana por mês. saber se atende às demandas do provedor de trânsito IP. Para 2020, o planejamento inclui ações para melhorar a experiência do cliente. A provedora está trabalhanna mira do 5g Para as empresas de internet, a tecnologia 5G é uma do com equipamento de Wi-Fi dual band para todos os boa oportunidade de negócios, porque chega com a pro- contratos com velocidade contratada acima de 100 Mbps. messa de se trafegar dados em alta velocidade, permitindo “Isto melhora a experiência do cliente na rede sem fio”, diversas aplicações. “Para quem, hoje, tem conexão fixa, disse Abreu Carvalho, completando que 95% da base de isto abre a possibilidade de ampliar os serviços, lembran- assinantes tem planos acima de 50 Mbps de velocidade. Quando o 5G for realidade, as redes de fibra óptica dos do que o 5G requer infraestrutura de backhaul e é preciso ter fibra óptica chegando para aquela antena e estação ra- provedores vão consolidar backhaul, na visão de Leandro diobase”, destacou o presidente da Abranet, Eduardo Ne- Kuhn, CEO da L8. “Os provedores de internet que estão ger, apontando que empresas de internet veem isto como hoje ‘fibrando’ para atender às residências vão ter uma rede oportunidade de vender serviços de infraestrutura para de fibra óptica para ser um backhaul de 5G, que é uma tecnologia que vai precisar de muita fibra para ter a cobertura quem estiver entrando com 5G. Fábio Abreu Carvalho, CEO da Sumicity, associada à necessária para de fato funcionar bem”, destacou. Kuhn disse acreditar em um modelo para fibra óptica Abranet, afirmou, durante o painel “Redes ópticas no cená-
”Ter um bom trânsito IP faz toda a diferença para agregar valor ao negócio.”
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reivindicação pela faixa de 450 mHz Ao participar de painel que discutiu os desafios e as oportunidades da conectividade no campo, durante o Futurecom 2019, o presidente da Abranet, Eduardo Neger, voltou a reivindicar o uso da faixa de 450 MHz pelas empresas de internet e também que prestadoras de pequeno porte tenham acesso primário a frequências designadas no leilão de 5G. “Hoje se fala muito no 5G e no acesso ao espectro e às frequências, mas há dez anos o então ministro Hélio Costa anunciava o plano nacional de comunicação rural. Em 2009, falava-se que haveria conectividade no campo e nas escolas e que seria usada a faixa de 450 MHz para isto.” Passada uma década, a conexão não chegou a todas as escolas e a faixa de frequência dos 450 MHz está subutilizada pelas operadoras. “Pedimos a faixa dos 450 MHz para os provedores locais”, disse Neger, endereçando a questão a Ronaldo Neves Moura, chefe de gabinete da presidência da Anatel. Esta, na verdade, é uma defesa antiga da Abranet, que vem solicitando o uso da frequência para que os provedores de internet a usem em aplicações rurais. Além dos 450 MHz, ser contemplado no leilão de frequências de 5G é outra demanda das empresas de internet. Na primeira reunião do Conselho Diretor da agência para o leilão 5G, previsto para algum momento de 2020, o relator, Vicente Aquino, propôs várias mudanças no desenho feito pela área técnica, especialmente ao destinar parte da faixa de 3,5 GHz exclusivamente para provedores de pequeno porte ou novos entrantes. “É importante o operador regional ter
”Em 2009, falava-se que haveria conectividade no campo e nas escolas e que seria usada a faixa de 450 MHz para isto. Pedimos a faixa dos 450 MHz para os provedores locais.”
Adriano Gomez - Futurecom 2019
eduardo neger Presidente da Abranet esta faixa em caráter primário”, destacou Neger. Ao comentar os desafios de conectar o campo, Ronaldo Neves Moura, da Anatel, defendeu que seja feita uma política nos moldes do que ocorreu no setor elétrico décadas atrás para levar luz às áreas rurais e disse que o primeiro passo foi dado com a mudança da Lei Geral de Telecomunicações. Ele reconheceu que a faixa de 450 MHz não foi usada como deveria e que outras, como uma subfaixa no 700 MHz, merecem atenção. “Há uma [subfaixa no 700 MHz] que não foi leiloada e que volta ao edital de 5G”, apontou.
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parecido com o setor elétrico, com uma empresa apenas passando as redes e atuando como carrier de carrier para todos, inclusive as grandes. “Teria de ser um player neutro com obrigação de vender estes serviços para quem quiser explorar”, apontou. Com relação às tendências em fibra óptica, Kuhn destacou o XGS-PON. “Com ele, se consegue suportar as aplicações novas que são muito baseadas em vídeo.”
”Os provedores de internet que estão hoje ‘fibrando’ para atender às residências vão ter uma rede de fibra óptica para ser um backhaul de 5G.” Leandro KuHn CEO DA L8
mais trÁFego demanda novo protoCoLo O Futurenet 2019 discutiu ainda tendências em protocolos IP. Em sua apresentação, Tiago Setti, especialista em redes IP e ópticas na NuiTec Consultoria em Tecnologia, explicou que a EVPN, sigla para Ethernet Virtual Private Network, é um novo modelo para suporte no transporte e entrega de serviços e se destaca por ser uma forma simples de implantar um vasto número de serviços, tais como L2VPN, L3VPN, DCI e IRB. De acordo com Setti, um novo protocolo era necessário para melhorar a comunicação das tecnologias legadas de camada 2, baseadas no princípio de flooding and learning, e para atender a novas necessidades e oportunidades na evolução de redes, como virtualização e computação em nuvem, DCI (data center interconnect), redução de protocolos e inte-
ASSISTA À ENTREVISTA:
https://youtu.be/vxM3n2laoza VEJA A COBERTURA COMPLETA:
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gração dos serviços de camada 2 e camada 3 na mesma VPN. O especialista apontou que a EVPN endereça uma série de requisitos e funcionalidades dos protocolos atuais, como suporte a all-active multi-homing; minimização do flooding de BUM e melhora do princípio de aprendizagem; suporte a mobilidade de VMs; e integração com novas camadas de transporte (VxLAN, NVGRE, GENEVE). “A EVPN vem trazer simplificação na quantidade de protocolos, integração maior com sistema de orquestração e simplificação da operação no dia a dia”, disse. Setti também esclareceu o funcionamento das VXLAN, que utilizam VNI field composto por um espaço de endereçamento total de 24 bits – e não 12 bits como a VLAN. Elas escalam o limite de segmentos para aproximadamente 16 milhões e contam com VXLAN Network Identifier como Tiago seTTi Especialista em redes IP e ópticas na NuiTec parte do cabeçalho.
”A EVPN vem trazer simplificação na quantidade de protocolos, integração maior com sistema de orquestração e simplificação da operação no dia a dia.”
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novas oportunidades de negóCio Atuar como operadora móvel com rede virtual (MVNO, na sigla em inglês para Mobile Virtual Network Operator) é uma alternativa para empresas de internet que planejam aumentar o portfólio de ofertas, incorporando voz móvel aos serviços já prestados. Operadora virtual especializada em viabilizar outras MVNOs – ou seja, uma Mobi-
le Virtual Network Enabler (MVNE) –, a Telecall foca no mercado de ISPs e, de acordo com Bruno Kelman Ajuz, vice-presidente de Marketing, já está em conversas com provedores. aLLan KeLman aJuz CEO da Telecall “Já temos alguns ISPs, principalmente, no Nordeste e no interior que se interessaram. São, normalmente, provedores com mais de 100 mil assinantes”, disse. Questionado sobre o porquê de as MVNOs não terem deslanchado no Brasil, Ajuz explicou que os nichos de mercado não estavam ASSISTA À ENTREVISTA: sendo trabalhados. “Nós tínhamos poucos players https://youtu.be/adPoKUk4tFs querendo entregar os mesmos tipos de planos que as grandes operadoras, então, entregar mais do mesVEJA A COBERTURA COMPLETA: mo não vinga. Ou foca em nicho ou na experiência http://bit.ly/Futurenet2019 do cliente ou você está morto”, enfatizou. As empresas podem contar com diversos frameworks Outras oportunidades de negócios podem vir de mudanças internas. O movimento para a transformação digital é para passar pela jornada da transformação digital. “Connatural e todas as empresas vão passar por ele, inclusive, as seguimos dividir as mudanças entre as de modelo de nede internet, destacou Allan Kelman Ajuz, CEO da Telecall. gócios, nos processos e a parte de core e crowd, o que fica “Quanto maior o provedor, mais difícil é esta transforma- para dentro e o que abre para desenvolvimento”, explicou. ção. Sabemos que existe uma mudança cultural que tem de “Toda transformação digital tem de ser feita buscando o melhor atendimento ao cliente.” ser feita e o provedor tem de estar pronto”, disse.
”Quanto maior o provedor, mais difícil é a transformação digital.”
Associação Brasileira de Internet participa, com associadas, do Futurecom, realizado em outubro, em São Paulo, que se apresenta como o maior e mais importante evento de transformação digital da América Latina, propiciando um ambiente de networking, geração de negócios e troca de experiências.
Divulgação / Acadêmica Agência de Comunicação
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TECNOLOGIA
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Roberta Prescott
redes GPon eVolUeM Para atender a noVas deMandas
As infraestruturas têm evoluído para fornecer velocidades de acesso à internet cada vez maiores, como é o caso da geração xGPON, também chamada de 10GPON. Mas a migração para a nova tecnologia exige planejamento. a Fibra óptica ganhou força no Brasil, e o uso para projetos de rede é crescente devido à sua alta capacidade de transmissão de dados. Para acompanhar o aumento da necessidade por banda e velocidade, principalmente para atender a novas aplicações baseadas em internet, as redes Passive Optical Network (PON), que têm como principal característica a utilização do sinal óptico (luz) em seu meio físico, estão em constante evolução. A popularidade das redes PON pode ser explicada pelo alcance das redes de acesso de até 20 quilômetros, bem maior que os cerca de 2 km das redes ADSL, e às velocidades mais altas. E ao eliminar equipamentos ativos da rede externa, as redes PON derrubaram o custo de manutenção. “Esse tipo de rede [PON] permitiu chegar a modelos econômicos viáveis para velocidades de serviço muito mais elevadas do que as anteriores (principalmente ADSL e cable modem) e com mais confiabilidade do que as tecnologias de rádio existentes até então”, afirma Sergio Roberto Scarpin, gerente de Equi-
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pamento e Desenvolvimento de Software da Furukawa. Apesar de inicialmente mais caro que outras tecnologias, por usar interfaces ópticas, o modelo de divisão passiva permite que relativamente poucas interfaces na central consigam atender a um número muito maior de assinantes. “Essa matemática aplicada à topologia da rede permitiu que, a partir de um número relativamente baixo de fibras ópticas nos backbones (que inicialmente as operadoras até poderiam ter já disponíveis, como sobra ou sobressalente), as operadoras pudessem atender a um grande número de assinantes”, acrescenta. As redes PON estão divididas entre GPON (ITU-T G.984, ATM, TDM e Ethernet) e EPON (IEEE 802.3ah, Ethernet e TDM), sendo as principais diferenças entre elas a simetria, velocidades de transmissão, capacidade por porta, tamanho dos pacotes e comprimento de onda. “O EPON foi inicialmente adotado pelos mercados do Japão e da Coreia do Sul, que saíram na frente na construção de redes FTTH,
”Esse tipo de rede [PON] permitiu chegar a modelos econômicos viáveis para velocidades de serviço muito mais elevadas do que as anteriores e com mais confiabilidade do que as tecnologias de rádio existentes até então.” sergio roBerTo sCarPin Gerente de Equipamento e Desenvolvimento de Software da Furukawa fazendo com que a sua base inicial fosse muito maior que a do GPON. O protocolo EPON também teve bastante apelo entre as operadoras de CATV pela proximidade operacional com o modelo de cable modem”, diz Scarpin. Já o GPON foi projetado para encapsular uma variedade de protocolos legados, como os serviços determinísticos de PDH (T1/E1), serviços de sincronização de tempo, entre outros, e usa como base as células do ATM. “Para acomodar essa complexidade de protocolos, o GPON traz muito mais complexidade inerente. Mas. apesar do hardware tender a ser mais caro, o GPON acabou sendo a escolha das operadoras de telecomunicação, pois foi implementado pelos fabricantes de hardware inicialmente como placas para os mesmos chassis que as operadoras já usavam para as placas de serviço ADSL, facilitando a migração”, aponta Scarpin. As redes GPON têm evoluído para fornecer velocidades de acesso à internet cada vez maiores, como é o caso da geração xGPON, também chamada de 10GPON. “A evolução das redes PON vai na direção de ofertar cada vez mais simetria de tráfego. Esperamos como nova etapa, que já se torna uma realidade hoje, a disponibilidade de velocidades de conexão de 25 Gbps que serão necessárias, por exemplo, para o backhaul de small cells de 5G”, diz Wilson Cardoso, líder de Soluções da Nokia para a América Latina. Segundo Roberto Scarpin, da Furukawa, atualmente, há duas versões comerciais de 10 Gbps: o 10GE-PON do IEEE,
cuja norma foi publicada em 2009 e pode ser implementado como 10 Gbps downstream e 1 Gbps upstream ou de forma simétrica, e o ITU-T, que tem duas versões separadas, tendo o XG-PON (10G x 2.5G) sido publicado em 2012 e o XGS -PON (10G simétrico), em 2016. “Dentre elas, o XGS-PON parece ser a escolha do mercado”, pontua.
atuaLiZação Os projetos de implantação das novas versões de GPON precisam ser estruturados. “Um dos fatores importantes é garantir um planejamento de longo prazo da rede óptica, definindo os pontos de splitting e como deverão ser as demandas futuras de serviço. A substituição de eletrônica pode ter custos altos, mas apresenta benefícios claros de retorno de investimento”, alerta Cardoso, da Nokia. Ademais dos padrões, o hardware é parte fundamental para a evolução das redes, e os equipamentos dos assinantes que serão atendidos em 10 Gbps devem ser trocados. Para Scarpin, da Furukawa, os preços ainda estão muito elevados, o que inibe a evolução. As versões de 10G das redes PON utilizam comprimentos de onda adicionais àqueles usados nas versões atuais. Por isso, podem ser suportados na mesma fibra óptica que hoje já suporta PON, apenas adicionando um filtro WDM especial na central. Porém, alerta Scarpin, os protocolos 10G do IEEE e do ITU-T passam a usar comprimentos de onda diferentes entre si e, por motivos de compatibilidade, quem tem EPON deve seguir para o GE-PON e quem tem GPON deve seguir para o XGS-PON. Scarpin adianta que o IEEE já tem grupos de trabalho para versões futuras, como o “super-PON”, que pretende estender-se a uma região de 50 quilômetros de raio, o que poderia mudar profundamente a maneira como se projetam as redes de acesso. “Já existe uma norma em formação para a versão que suportará 25 Gbps e 50 Gbps no downstream e 10 Gbps, 25 Gbps e 50 Gbps no upstream. O ITU-T também já está bem avançado no NG-PON2, que deve permitir velocidades de linha até 40 Gbps”, disse. wiLson Cardoso Líder de Soluções da Nokia para a América Latina
”A evolução das redes PON vai na direção de ofertar cada vez mais simetria de tráfego. Esperamos como nova etapa, que já se torna uma realidade hoje, a disponibilidade de velocidades de conexão de 25 Gbps.”
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TENDÊNCIAS
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Roberta Prescott
disrUPção no sisteMa Financeiro abre oPortUnidades de neGÓcios Pagamentos instantâneos e open banking são uma nova frente para quem busca inovação e o melhor uso da tecnologia. Neste momento, aguarda-se a regulamentação pelo Banco Central – que colocou o tema em consulta pública –, mas os bancos já oferecem APIs para que terceiros possam criar novos produtos. O avançO da tecnOlOGia, principalmente após o advento da internet, impacta fortemente diversos setores da economia. Mais recentemente, o sistema financeiro e, em particular, os meios de pagamento estão passando por uma verdadeira revolução que abre oportunidades para empresas de diferentes nichos. Tome, por exemplo, as possibilidades que advêm do open banking e de pagamentos instantâneos. Em ambos os casos, empresas que não são necessariamente do setor financeiro podem ser beneficiadas com oportunidades de negócios, além de terem mais um nicho para fornecer tecnologia e conectividade. Bancos estão oferecendo Application Programming Interfaces (APIs) para que terceiros criem produtos a partir delas. Tanto o open banking quanto pagamentos instantâ-
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neos estão alinhados ao que o Banco Central do Brasil chamou de Agenda BC#. Lançada em maio deste ano, a Agenda BC# é um conjunto de intenções que norteará o trabalho da instituição nos próximos anos (leia box na página 26). Em nota, o Banco Central afirmou à Revista Abranet reconhecer a importância de formas inovadoras de prestação de serviços e considerar que tem atuado intensamente para permitir que instituições financeiras baseadas em avanços tecnológicos possam impulsionar a competição no Sistema Financeiro Nacional e no mercado global. Como exemplos, o BC destacou a criação das modalidades Sociedade de Crédito Direto (SCD) e Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) – conhecidas como fintechs de crédito –, a regulamentação do uso e do armaze-
”O ambiente aberto é propício para o desenvolvimento de novos modelos de negócio, que poderão ser desenvolvidos por qualquer instituição que deseje participar do arranjo.” JoÃo manoeL PinHo de meLLo Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central
namento de dados em nuvens e da segurança cibernética e a atualização dos normativos que dispõem sobre a conta de depósitos, permitindo para pessoas naturais e jurídicas a abertura e o encerramento por meio eletrônico. pagamentos instantÂneos O Banco Central do Brasil está conduzindo estudos e discussões a fim de formular as regulamentações. Instituiu, em março de 2019, o Fórum Pagamentos Instantâneos (Fórum PI), que conta com cerca de 200 instituições participantes e tem o objetivo de detalhar os requisitos fundamentais do ecossistema brasileiro de pagamentos instantâneos, que foram aprovados pela diretoria colegiada do Banco Central no fim de 2018. A expectativa do Banco Central é chegar a definições
Divulgação
para viabilizar a construção dos sistemas dentro da instituição. O Sistema Pagamentos Instantâneos (SPI) funcionará como a plataforma centralizada e única de liquidação dos pagamentos instantâneos. O SPI também funcionará como base de endereçamento, ou seja, uma base de dados centralizada para identificação das contas transacionais dos clientes, bem como o desenvolvimento dos sistemas pelos participantes do arranjo. O BC tem buscado padronização – por exemplo, de QR Codes, para que não haja diversas placas nos estabelecimentos – e perseguido a formatação de um ambiente aberto. O intuito é que o arranjo de pagamentos instantâneos que estabeleceu seja aberto e interligado a todos os arranjos fechados, inclusive aqueles baseados em carteiras digitais. A homologação da plataforma para pagamentos instantâneos está prevista para junho de 2020, com o lançamento planejado para novembro daquele mesmo ano. “Esse ambiente aberto, inclusive, é propício para o desenvolvimento de novos modelos de negócio, que poderão ser desenvolvidos por agentes incumbentes, agentes grandes, novos entrantes, fintechs, bancos, instituições de pagamento. Enfim, por qualquer instituição que deseje participar do arranjo, inclusive, aquelas que atuam atualmente em outros arranjos”, afirmou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, na abertura da 6ª reunião plenária do Fórum PI. Para 2020, o Banco Central tem expectativa de colocar em execução o ecossistema de pagamentos instantâneos. Segundo a entidade, eles têm potencial para aumentar a competição na oferta de serviços e a inclusão de parte da população atualmente não atendida pelo sistema bancário e também para melhorar a eficiência do sistema financeiro. abranet.org.br novembro / dezembro 2019 - janeiro 2020
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open banKing O open banking também avança no Brasil e com ele surge um enorme ecossistema em torno dos bancos, ofertando aos clientes as mais variadas aplicações. Isto significa oportunidades de negócios não apenas para desenvolvedores como também para empresas de diversas especialidades em tecnologia, como segurança e computação em nuvem. Na União Europeia, a regulamentação financeira mais recente, a PSD2 (Revised Payment Service Directive), incorporou o conceito de open banking. A medida foi tomada após a crise financeira da década passada com o objetivo de aumentar a competição no setor bancário. Diferentemente da UE, no Brasil, os bancos ainda não são obrigados a abrir conectores, ou seja, a colocar interfaces de programação de aplicativos (APIs) à disposição de terceiros para desenvolverem aplicações e oferecerem produtos e serviços baseados na plataforma e nos dados bancários. Mas a falta de regulamentação não tem impedido os bancos de testarem o modelo. Ainda falta estabelecer um critério de padronização. Em abril deste ano, o Banco Central publicou o Comunicado 33.455, que estabeleceu as principais diretrizes para orientar a proposta de regulamentação do modelo a ser adotado no Brasil. Na ótica do Banco Central, open banking é considerado o compartilhamento de dados, pro-
o maPa da mina A Agenda BC# está estruturada em quatro dimensões: inclusão, competitividade, transparência e educação financeira. A dimensão INCLUSÃO engloba iniciativas para facilitar o acesso ao mercado por todos os investidores e tomadores, incluindo pequenos, médios e grandes, nacionais e estrangeiros. Entre as medidas para alcançar esse objetivo estão plataformas digitais, menos burocracia e simplificação de procedimentos. A dimensão COMPETITIVIDADE busca a
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dutos e serviços pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas, a critério de seus clientes, em se tratando de dados a eles relacionados, por meio de abertura e integração de plataformas e infraestruturas de sistemas de informação, de forma segura, ágil e conveniente. A expectativa, quando da publicação do comunicado, era que o modelo de open banking fosse implementado a partir do segundo semestre de 2020. Para tanto, o Banco Central do Brasil colocou em consulta pública, até 31 de janeiro de 2020, propostas normativas para a implantação do Sistema Financeiro Aberto (open banking) e do Ambiente Controlado de Testes para Inovações Financeiras e de Pagamento (Sandbox Regulatório), bem como para disciplinar a atividade de escrituração de duplicata escritural. O Sandbox Regulatório permitirá que instituições já autorizadas e ainda não autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil possam testar projetos inovadores (novos produtos, serviços ou modelos de negócio) com clientes reais, sujeitos a requisitos estabelecidos na regulamentação específica. A consulta pública visa a definir, entre outros aspectos, o escopo mínimo de instituições participantes e de dados e serviços abrangidos, bem como os requisitos e as responsabilidades para compartilhamento, a convenção celebrada entre os participantes e o cronograma de implementação.
adequada precificação por meio de instrumentos de acesso competitivo aos mercados. É nela que se enquadram o pagamento instantâneo, a melhora do ambiente das garantias no País, a implementação do Sistema Financeiro Aberto (open banking), a digitalização de títulos de crédito e o aprimoramento da supervisão do risco cibernético do SFN. Em TRANSPARÊNCIA, a instituição foca o aprimoramento do processo de formação de preço e das informações de mercado e do BC. E, em EDUCAÇÃO FINANCEIRA, almeja conscientizar o cidadão para que todos participem do mercado e cultivem o hábito de poupar.
CONEXÃO
LGPD tarda a avançar nO Fim de OutubrO, um projeto de lei foi apresentado com o objetivo de adiar em dois anos a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), passando de agosto de 2020 para agosto de 2022. Segundo o autor da proposta, deputado federal Carlos Bezerra (MDB/MT), a medida é necessária devido à falta de tempo para a implementação. “A nova lei estabeleceu como marco inicial de vigência dos seus dispositivos mais relevantes o mês de agosto de 2020. Ocorre que, hoje, a pouco mais de dez meses da entrada em vigor da LGPD, apenas uma pequena parcela das empresas brasileiras iniciou o processo de adaptação ao novo cenário jurídico”, argumentou o parlamentar como justificativa para o projeto. Bezerra destacou ainda que, se nem mesmo as grandes corporações estão preparadas para lidar com os desafios introduzidos pela LGPD, para as pequenas empresas o quadro certamente inspira ainda mais preocupação, sobretudo, no momento de grave turbulência econômica que o Brasil atravessa hoje. A justificativa do projeto também aponta para a demora do governo federal em instalar a agência reguladora prevista na legislação. “Soma-se a tudo isso a morosidade do Poder Público na instalação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados, que será responsável por editar os regulamentos e procedimentos para balizar as ações das empresas.” Segundo o deputado, “ainda que a Autoridade seja instalada com a maior brevidade possível, cenário que não nos parece provável, decerto não haverá tempo hábil até agosto de 2020 para que todas as propostas de regulamentação sobre a matéria sejam discutidas pela sociedade e aprovadas pelo órgão.” atraso das empresas Uma pesquisa com 104 empresas brasileiras mostrou que 84% ainda não estão preparadas para atender a todos os requisitos da nova legislação. A primeira amostragem de um
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Roberta Prescott
TesTe onLine A ICTS Protiviti criou um serviço gratuito para ajudar empresas a identificarem o seu grau de adequação à lei por meio de uma avaliação técnica. O teste, que pode ser acessado em https://www.protiviti.com/br-por/protecao-dedados-pessoais, é em formato de questionário online, composto de perguntas alternativas relacionadas à política interna de proteção de dados. Após tê-lo respondido, na mesma hora, a empresa recebe gratuitamente um relatório com o diagnóstico sobre o seu atual nível de adequação à LGPD para saber se está, ou não, sujeita a multas por infrações à lei.
estudo organizado pela consultoria de ética e compliance ICTS Protiviti, realizada com organizações de diferentes portes, setores e regiões do País entre 10 de agosto e 10 de novembro de 2019, mostrou que apenas 12,5% das empresas participantes já realizaram o mapeamento de riscos de segurança da informação e proteção de dados, considerada uma ação primária de adequação à lei, e somente 17,3% delas estão preparadas para fazer a gestão da privacidade de dados processados por seus fornecedores e terceiros. Em contrapartida, o desenvolvimento de políticas e normativos em relação aos cuidados da LGPD é o quesito com maior nível de aderência por parte das empresas, com 41,3% indicando já terem produzido este conteúdo. Em nota, quando faltavam 300 dias para a entrada em vigor da nova lei, Jefferson Kiyohara, especialista em LGPD e diretor de Compliance na ICTS Protiviti, destacou que era “preocupante o fato de as organizações terem realizado o desenvolvimento de políticas de segurança sem antes terem mapeado seus riscos ligados ao não cumprimento da norma.” Para ele, é como iniciar uma viagem sem ter clareza sobre o destino. Das 104 participantes do estudo, 33% são corporações de grande porte, 27,5% fazem parte do grupo de médias empresas e 39,6% são micro e pequenas. Participaram organizações de setores variados da economia. abranet.org.br novembro / dezembro 2019 - janeiro 2020
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Acesso à internet ainda é desigual Embora 86% das crianças e adolescentes brasileiros sejam usuários de internet, as desigualdades no acesso ainda persistem. Em sua sétima edição, a pesquisa TIC Kids Online Brasil apontou que 86% das crianças e adolescentes brasileiros com idade entre 9 e 17 anos são usuários de internet, o que equivale a 24,3 milhões de indivíduos conectados. As desigualdades em relação ao acesso e ao uso da rede, contudo, persistem. Enquanto 90% desse público localizado em áreas urbanas tem acesso à internet, nas áreas rurais, o porcentual é bem mais baixo: 68%. A diferença também existe por esferas sociais: 98% das crianças e adolescentes das classes AB têm acesso, contra 73% das classes DE. A TIC Kids Online Brasil estima que aproximadamente 3,8 milhões de crianças e adolescentes de 9 a 17 anos não tinham acesso à internet em 2018. Dentre os motivos, o mais citado foi a falta de acesso à rede no domicílio (8%), seguido por impossibilidade de usar a inter-
Criador do WWW quer mudar a internet o criador da World Wide Web, Sir Tim BernersLee, lançou um plano de ação global para salvar a internet das manipulações políticas, das fake news, das violações à privacidade e de outras forças negativas que ameaçam conduzir o planeta a uma “distopia digital”. Berners-Lee foi responsável pela criação do ‘Contrato para a Web’, documento divulgado no final de 2018, e que hoje conta com o apoio de mais de 150 organizações, entre elas o Comitê Gestor da Internet do Brasil. Na prática, o documento exige que governos, empresas e
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net na escola (5%). A proporção dos que acessam a rede por meio do celular se manteve estável em 93%, o que equivale a 22,7 milhões de indivíduos. Cresceu a proporção daqueles cujo acesso à internet é feito exclusivamente pelo celular: a pesquisa mostrou que para 53% dos internautas investigados o celular é o único dispositivo usado para acessar a rede. Nas classes DE, essa proporção foi de 71%. Segundo Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, o uso da internet exclusivamente pelo telefone celular é um fenômeno verificado em aproximadamente dois terços das crianças e adolescentes das classes DE. Ele ressaltou que o uso exclusivo de celular aumentou também por jovens de classes mais altas (de 15% para 26%) e de áreas urbanas (de 43% para 52%), um indicativo de que essa não é questão unicamente de acesso a múltiplos dispositivos, mas de escolha por parte importante das crianças e adolescentes. Em contrapartida ao celular, notou-se que o acesso pela televisão aumentou em 2018 (32%), seguindo a tendência de alta observada desde 2014, quando apenas 5% das crianças e adolescentes conectados utilizavam esse
indivíduos que o assinam adotem compromissos concretos para proteger a web de abusos e garantir que ela beneficie a humanidade. “Acho que o medo de coisas ruins acontecerem na internet se torna cada vez mais justificável”, disse o ‘pai’ da web ao jornal inglês The Guardian. “Se deixarmos a web como está, há um grande número de coisas que darão errado. Podemos acabar com uma distopia digital se não mudarmos as coisas. E não se trata de um plano de 10 anos, precisamos mudar a web agora.” A proposta apresentada por Berners-Lee destaca nove princípios centrais para a proteção da web, três para cada um dos grupos: governo, empresas e pessoas. “As forças conduzindo a web para a direção errada sempre foram muito fortes”, diz Berners-Lee.
De acordo com a pesquisa, 82% das crianças e adolescentes usuários de internet (entre 9 Em termos de redes sociais, pela e 17 anos) têm perfil em redes ordem, as mais utilizadas por sociais, sendo que a faixa etária crianças e adolescentes são: mais presente nessas plataformas é dos adolescentes de 15 a 17 anos 1 . Whatsapp (97%). Entre os que possuem per2 . Facebook fis em redes sociais, o WhatsApp foi a plataforma mais mencionada ConteÚdo muLtimÍdia 3 . Instagram (72%), superando pela primeira Vídeos, programas, filmes e sévez na série histórica da pesquisa o ries online estão entre os conteúdos número daqueles que declararam ter perfis no Facebook preferidos de crianças e adolescentes usuários de inter(66%). O Instagram também apresentou crescimento, e net. A pesquisa revelou crescimento do uso da internet a plataforma já é a terceira com maior número de perfis por jovens para atividades multimídia. Do total de entre(45%) – em 2013 eram apenas 16%. Já entre crianças de vistados, 83% afirmaram assistir a vídeos, programas, 9 e 10 anos, 58% possuem perfis em redes sociais: 46% filmes ou séries online, enquanto 77% disseram utilizar no WhatsApp, 23% no Facebook e 14% no Instagram. serviço de envio de mensagens instantâneas. A pesquisa TIC Kids Online Brasil entrevistou 2.964 O estudo destacou que 82% das crianças e adolescentes usuários de internet escutam música online; 60% jogam na crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou responsáveis, em todo o território internet sem conexão com outros jogadores e 55% jogam nacional. Ela foi divulgada pelo Comitê Gestor da Interconectados com outros jogadores. No âmbito das atividanet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de des com fins educativos, 74% das crianças e adolescentes Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Inforconectados pesquisam na internet para fazer trabalhos esmação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenacolares, 63% fazem pesquisas por curiosidade ou vontade ção do Ponto BR (NIC.br). própria e 53% leem ou assistem a notícias na internet. dispositivo para acessar a internet. A mesma tendência vem sendo observada pela pesquisa TIC Domicílios: em 2014, apenas 7% da população usuária de internet com 10 anos ou mais utilizava a televisão para acessar a rede, proporção que passou para 30% em 2018.
o Que eLes usam?
CGI.br sai em defesa da criptografia em reSpOSta a mais uma onda de propostas que defendem o enfraquecimento da criptografia nas ferramentas de comunicação, o Comitê Gestor da Internet soltou uma nota pública chamando atenção para a necessidade de segurança que permeia não apenas a troca de mensagens entre as pessoas, mas entre as instituições e o próprio governo. “O uso de criptografia forte é essencial para que fluxos de informação se estabeleçam de forma segura e confiável na internet, não somente para usuários individuais, como também para empresas e órgãos públicos”, lembra
o CGI.br, apontando para a proteção legal desse tipo de tecnologia e para os riscos inerentes ao enfraquecimento da criptografia ou a criação de ‘chaves’ ou backdoors sob a justificativa de persecuções criminais. “Uma eventual implementação de mecanismos de acesso privilegiado por meio de ferramentas tais como ‘backdoors’ ou ‘chaves-mestras’, além de poder ser inócua ante intransponibilidades de ordem técnica para a obtenção da mensagem original, pode também representar riscos maiores, ao criar brechas de segurança que poderão ser exploradas para fins maliciosos.” Leia a íntegra da nota pública do CGI.br no endereço http://bit.ly/notaCGIbr
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OPINIÃO Capture o Código para ter esta pÁgina em seu smartphone
Anjali George Analista de Produto na ManageEngine
ENCARE AS AMEAÇAS INTERNAS E ASSUMA A GESTÃO DE RISCOS À medida Que violações de alto nível em todo o mundo continuam a ser notícia, muitas empresas de diversos setores estão avaliando seriamente suas posturas em relação à segurança cibernética. No Brasil, a Flipside, empresa de conscientização corporativa em segurança da informação, realizou um levantamento com gestores de segurança de 200 companhias de diversos setores, entre agosto e setembro deste ano, e apontou que mais de 27% das organizações ouvidas já investiram até R$ 5 milhões em campanhas de conscientização de segurança no último ano. Mas a pesquisa também revelou um dado preocupante: 52% dos incidentes de segurança são causados por desatenção e cliques indevidos em links inseguros recebidos pelos colaboradores. Enquanto as empresas investem em programas de transformação digital, elas também deveriam estar investindo em gestão de riscos. Um ponto para se ter em mente é que as ameaças à segurança que assombram o cenário de TI não são exclusivamente externas. Enquanto os administradores estão ocupados protegendo o perímetro da empresa, alguém confiável pode estar conduzindo um ataque malicioso de dentro da rede. Quão perigosos são os insiders? Uma pesquisa encomendada pelo portal Cybersecurity Insiders revelou que 90% das organizações sentem-se vulneráveis a ameaças internas – e mais da metade dos entrevistados confirmou ao menos um ataque deste tipo contra a empresa nos últimos 12 meses. Ameaças internas são mais perigosas que ataques externos, porque usam credenciais legítimas, máquinas e privilégios de acesso. As soluções tradicionais de SIEM (sigla em inglês para Gestão de Eventos e Informações de Segurança)
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usam alertas baseados em regras simples para detectar possíveis ameaças internas e que não trabalham corretamente porquê: ● Falham ao rastrear desvios no comportamento do usuário ● Acionam alarmes falsos que atrasam a detecção de ameaças ● Não oferecem avaliação de riscos e vulnerabilidades anÁLise de Comportamento do usuÁrio O Gartner prevê que o mercado de UBA (sigla em inglês para Análise de Comportamento do Usuário) crescerá 48% até 2020. Esse crescimento será impulsionado pela demanda por recursos para lidar com ameaças internas e detectar contas comprometidas, que faltam nos sistemas de segurança tradicionais. As soluções UBA oferecem vários recursos para detectar ameaças internas, incluindo: ● Bases estabelecidas de comportamento do usuário: analisar as atividades dos usuários e procurar desvios em relação ao comportamento usual proporcionam às equipes de TI um ponto de vantagem importante na identificação de ameaças, antes delas se tornarem violações prejudiciais ● Limiares dinâmicos para analisar o comportamento do usuário: com limites de alerta dinâmicos, a UBA ajuda a reduzir o número de falsos positivos, para que as equipes de segurança possam identificar facilmente os indicadores reais de comprometimento e responder rapidamente ● Detecção de abuso de privilégios: as soluções UBA ajudam a detectar comportamento anormal do usuário em contas privilegiadas, além de proteger informações confidenciais Ameaças internas em uma rede corporativa representam uma grande preocupação de segurança, sejam detectadas ou não. Quanto mais rapidamente essas ameaças forem eliminadas, menor o risco geral para os negócios.
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