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Pesquisa contabiliza 12.826 empresas provendo acesso à internet no Brasil, das quais apenas 7.007 declaram, mensalmente, dados de acessos à Anatel. Conheça o perfil das empresas de internet brasileiras.

TIC PROVEDORES 2020: quem somos?

O DOMÍNIO DA FIBRA ÓTICA como a tecnologia usada pelos provedores de internet para oferecer serviços; a expansão, ano após ano, do número de empresas com licença para prestação de Serviços de Comunicação Multimídia (SCM); o aumento da presença dos ISPs nos pontos de troca de tráfego; e maior entrega de IPv6 para os clientes foram destaques da TIC Provedores 2020, pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), divulgada no início de julho pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic. br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), responsável por sua condução.

A pesquisa TIC Provedores 2020 aponta que havia 12.826 empresas provendo acesso à internet no Brasil no ano passado. A maioria delas (61%) começou a prestar serviços de internet nos últimos dez anos, entre 2011 e 2020, e pouco mais da metade (54%) iniciou suas atividades entre 2014 e 2020, o que, segundo ressalta a pesquisa, coincide com o período recente de mudanças regulatórias que visaram a facilitar a entrada de empresas no setor.

A maior parte das empresas atuava em um mercado restrito a poucas localidades: 43% atendiam a apenas um município e 44%, de dois a cinco. Entre os provedores com menos de 100 acessos e de 100 a 300 acessos, a maio-

Confira todos os indicadores da pesquisa TIC Provedores 2020 https://www.cetic.br/pt/pesquisa/ provedores/indicadores ria estava em apenas um município. Já os que contabilizaram a partir de 301 acessos atuavam, em sua maioria, em ao menos dois municípios. Já com relação ao porte, as microempresas (48%) somam o maior número, seguidas das pequenas empresas (43%).

PESQUISA DE 2017 VERSUS 2020

Há uma lacuna: das 12.826 empresas provendo acesso à internet no Brasil, apenas 7.007 delas declaram mensalmente seus dados de acessos à Anatel. E o gap é ainda maior considerando que, em 2020, 15.135 empresas tinham licença SCM. “Partimos do número de licenças SCM, que são as 15.135, mas para a ponderação final, levantamos os CNAEs [Classificação Nacional de Atividades Econômicas] e chegamos a 12.826”, explicou Leonardo Melo Lins, coordenador da pesquisa no Cetic.br|NIC. br, em entrevista à Abranet.

“Algumas empresas ficaram no caminho; outras se fundiram. Das que têm CNAEs ativos, consideramos para a apresentação dos resultados as que fornecem mensal-

mente os dados de acessos à Anatel para podermos comparar os números da TIC Provedores 2020 com a pesquisa de 2017, que usou essa base”, acrescentou.

Assim, a pesquisa apresentada em 2021 considera o universo de 7.007 ISPs, ainda que existam muito mais – cerca de 5 mil – que não enviam regularmente seus dados à Agência Nacional de Telecomunicações e, portanto, ficaram fora da amostra. No site do Cetic é possível obter os dados referentes ao universo das 12.826 empresas provedoras no País.

Segundo Melo, ainda que os montantes sejam diferentes, as tendências reveladas pela pesquisa são iguais. Por

A pesquisa também mostrou que aumentou o número de ISPs conectados em algum dos Pontos de Troca de Tráfego (PTTs ou Internet Exchange - IX, em inglês), passando de 1.289 em 2017 para 2.442. Há, contudo, uma participação menor de provedores de pequeno porte e de provedores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

exemplo, no fornecimento de fibra ótica, ele apontou que 89% das empresas considerando o universo das 12 mil oferecendo têm o acesso, versus 91% levando em conta as 7 mil. O crescimento de empresas no País que ofertam fibra como conexão em relação ao último levantamento, de 2017, foi de 13 pontos percentuais (saltou de 78% das empresas que declararam acessos para 91%).

Com isso, a fibra ótica passou a liderar o ranking. Em números absolutos, a pesquisa estimou que 6.401 empresas tinham esse tipo de acesso em 2020, contra 2.416 de 2017. A fibra ótica está presente em todas as regiões do País. Na análise do gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, “o volume de tráfego de internet vem aumentando e, por isso, é importante que o provedor ofereça fibra óptica para dar conta de demandas, proporcionando uma conexão mais rápida e estável.”

A pesquisa identificou que a maioria das empresas, de todos os portes e em todas as regiões, oferece essa opção. Isso, segundo Barbosa, não quer dizer que todo mundo no Brasil esteja conectado via fibra óptica, mas que a maior parte dos provedores tem capacidade de ofertá-la ao cliente final. PTT, IPV6 E SEGURANÇA

Barbosa ressaltou que o aumento da presença de provedores em um PTT colabora para melhorar o tráfego da internet como um todo. Apontou que ainda há boa margem para crescimento, pois o estudo concluiu que uma parcela considerável de provedores de pequeno porte ainda está fora dessa infraestrutura. Com relação à IPv6, ainda há uma entrega menor entre provedores com menos de 300 acessos, mas o número total de ISPs que entregam IPv6 passou de 922, em 2017, para 3.102 em 2020. Foi um marco, na visão de Leonardo Melo Lins. “É um crescimento enorme comparando com a última pesquisa e está um pouco mais distribuído entre as regiões, mas ainda vemos um porcentual interessante com espaço para crescer”, ponderou.

Já em segurança, 1.793 (26%) provedores com declaração de acessos afirmaram que sofreram ataques de negação de serviços (DDoS). Além disso, 35% dos provedores que receberam ataques tiveram seus serviços paralisados e 51% continuaram operando, mas com lentidão. Esses dois impactos foram os mais relatados pelos provedores de vários portes, o que demonstra que os ataques são fatores de preocupação para a resiliência da rede de todas as empresas, independentemente do tamanho.

A principal atividade exercida pelas empresas provedoras foi o serviço de acesso à internet, sendo o de trânsito IP (43%) e o de transporte (41%) os mais frequentes nos provedores com mais de 1.000 acessos. Em comparação com a edição de 2017, houve uma redução na proporção dos que oferecem serviços de e-mail (de 26%, em 2017, para 16%, em 2020); infraestrutura, como hosting ou colocation (de 24% para 19%) e tele fonia sobre IP (de 23% para 19%). • -

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