Correio de Venezuela 882

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SEXTA-FEIRA 28 DE JANEIRO DE 2022 CORREIO DA VENEZUELA /# 882

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Rio só admite diálogo com o Chega “no debate parlamentar à vista de toda a gente”

Costa: Rio admite um governo PSD “refém” da extrema-direita CORREIO / LUSA O secretário-geral do PS considerou que o presidente do PSD admitiu estar disponível para ter um Governo dependente do apoio do Chega, e adiantou que este partido será o único com quem não dialogará. No final da visita à Casa do Careto, em Podence, Macedo de Cavaleiros, António Costa referiu-se à entrevista que o presidente do PSD concedeu à Antena 1, defendendo a tese de que o líder social-democrata disse aquilo que “seguramente não é o desejo dos portugueses: Um Governo que fica refém da extrema-direita”. “Durante os debates, já tínhamos percebido que o doutor Rui Rio tinha uma certa predisposição para conseguir piorar o pro-

grama do PSD com cedências à Iniciativa Liberal e, quem sabe, ao CDS-PP”, apontou. No entanto, agora, segundo o líder socialista, “ficou-se a saber que é pior, porque [o presidente do PSD] está mesmo disponível para que um seu Governo, se viesse a existir, ficasse dependente e refém da extrema-direita como já acontece hoje nos Açores”. “Ora, isso os portugueses seguramente não querem”, insistiu, contrapondo que as pessoas querem “tranquilidade, paz e unidade”. Confrontado com o convite que a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, lhe fez para se reunirem em 31 de janeiro, no dia seguinte às eleições legislativas, António Costa deu a mesma resposta que já tinha dado esta manhã em entrevista à Rádio Re-

nascença. “Não é só sentarmo-nos à mesa com a Catarina Martins. Estamos disponíveis para nos sentarmos à mesa com todos, com exceção do Chega - porque não há nada a falar com o Chega -, para encontrarmos soluções para o país”, disse. Em relação ao convite de Catarina Martins, o líder socialista deixou uma farpa, numa alusão ao chumbo do Orçamento para 2022. “Ainda há pouco tempo estivemos sentados. Só tenho mesmo pena que ela não tenha querido continuar sentada a conversar, tendo em vista prosseguirmos o trabalho do Orçamento na especialidade. Provavelmente, teríamos poupado ao país está crise política. Uma crise que, manifestamente, o país não desejava e não precisava”, acrescentou.

Francisco Rodrigues Dos Santos vai recandidatar-se à liderança do CDS O presidente do CDS-PP anunciou que será recandidato à liderança do partido e mostrou-se convicto de que vai vencer o próximo congresso e que os centristas vão ter “um bom resultado” no domingo. “Eu tenho a certeza absoluta que nas eleições legislativas eu vou receber o presente por estes dois anos de liderança que tenho à frente do CDS, depois disso serei naturalmente recandidato ao próximo congresso e irei vencê-

lo e continuar como presidente do partido e multiplicar estes aniversários por mais um bom par de anos, espero eu passados no governo de Portugal”, afirmou. Francisco Rodrigues dos Santos considerou que o PSD poderá transformar-se no “partido da toranja”, pela aproximação ao PS, e criticou Chega e Iniciativa Liberal, apontando que votar nestes partidos não é votar “a favor da direita”.

O presidente do PSD afirmou que só admite conversar com o Chega sobre orçamentos “no debate parlamentar normal à vista de toda a gente”, rejeitando que possam existir conversas de gabinete para “convencer” André Ventura. Rui Rio manifestou a convicção de que a probabilidade de o PSD vencer as eleições de domingo é “mais elevada” do que a de o PS ganhar, embora reconheça que as legislativas estão “muito disputadas”: “Admito que consiga ter uma diferença um bocado superior do que o que se está à espera”. Questionado se, caso falhem os entendimentos pós-eleitorais entre partidos, admitiria que o Presidente da República tentasse um Governo da sua iniciativa, Rio admitiu esse cenário, mas advertiu que quer o ex-chefe de Estado Cavaco Silva, quer o atual, Marcelo Rebelo de Sousa,

“não têm esse pensamento”. “Acho que eles não simpatizam nada com essa ideia, não acho que seja completamente destituída de sentido de um modo geral, a Constituição tem essa possibilidade e deve mantê-la”, afirmou. Segundo a Constituição, o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República “ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais”. Questionado sobre a relação com o Chega, Rio reiterou a recusa de uma coligação governativa com este partido e, à pergunta se admite conversar com Ventura para “o convencer dos méritos” dos seus orçamentos, Rio remeteu esse diálogo apenas para o plano público e parlamentar. “Essa conversa é o debate parlamentar normal à vista de toda a gente no plenário”, afirmou.

IL refere que as suas propostas de habitação são “melhores” que as do PCP O presidente da Iniciativa Liberal dirigiu-se ao PCP para lhe dizer que a IL tem propostas para a habitação que são “boas e bem melhores” do que aquelas apresentadas pelos comunistas. “Nós vamos à raiz do problema, portanto, PCP daqui vos digo temos sim senhor propostas para a habitação e, mais, são boas e bem melhor que as dos comunistas”, disse João Cotrim Figueiredo. No domingo, o comunista João

Oliveira sustentou que o país viveu nos últimos dois anos uma “pilhagem liberal” e considerou que as ideias dos “propagandistas das ideias liberais” para a habitação são inconcebíveis. O liberal afirmou que estar a comentar comentários sobre o mercado da habitação vindo de “paladinos da ideologia comunista é quase irónico” porque esse problema, nos países comunistas, é que nunca ficou resolvido.


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