Revista Costura Perfeita Ano XVII n°87 Setembro/Outubro 2015

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COSTURA PERFEITA

ANO XVII l Nยบ 87 l SETEMBRO / OUTUBRO 2015




ÍNDICE

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EDIÇÃO 87

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SETEMBRO E OUTUBRO DE 2015

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ANO XVII

www.costuraperfeita.com.br

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Seções 8 – Editorial 10 – Cartas 20 – Lançamentos 38 – Atualidades 62 – Couro e Cia. 64 – Curtas 90 – Comércio Exterior

96 – Caderno Têxtil – Novidades Têxteis 98 – Meio Ambiente 102 – Tecnologia 106 – Cursos 107 – Agenda 110 – Endereços 111 – Classificados

Colunas 12 – Oferta e Demanda 14 – Qualificação: Melhorar a competitividade individual é necessário 18 – Tributos: Bloco K – Confecções devem estar preparadas para 2016 22 – Produção: O produto e sua engenharia 28 – Empreendedorismo Sebrae 30 – Dentro da Lei: Moda x pirataria 60 – Coaching: “Eu gostaria que alguém tivesse as respostas para minhas perguntas”, é o que boa parte dos universitários de hoje diz 94 – Gestão: Na crise, o serviço faz a diferença 99 – Em Pauta: O Brasil além do Brazil 100 – Caderno Senai: A identidade da marca e a percepção do consumidor 108 – Costura Social: Quando a costura abraça a alma 113 – Ponto de Vista: O Brasil num beco sem saída Matérias

CAPA: Look desenvolvido pela estilista Almerinda Maria para o projeto Canatiba Lab, em que a renda foi construída com fios de índigo. Foto gentilmente cedida pela Canatiba. Fotógrafo: José Vitor Malheiro Modelo: Ellen Milgrau Make & hair: Renner Sousa Stylist: Vanessa Covo Arte: Arte Mais Comunicação

16 – Fique por Dentro: Reduzindo a conta – Com o período de calor se aproximando, como sua empresa pode economizar energia elétrica? 24 – Mercado: Plus size: sinônimo de vendas 32 – Especial: Agir no presente mirando o futuro – Que aspectos as confecções devem levar em conta para fortalecer sua permanência no mercado 42 – Negócios: Confecção do Futuro – Projeto visa promover conceitos inovadores para empresários do setor têxtil brasileiro 46 – Feiras: Serigrafia Sign FutureTextil 2015, Maquintex 2015, Fenin Fashion Bento Gonçalves e Rio de Janeiro – Verão 2016 61 – Fique Sabendo: Agulha mágica facilita bordado manual 68 – Dicas e Economia: Peças e acessórios para bordado 72 – Eventos: Colombiamoda 2015, Vitória Moda, Movimento da Moda, Inspiramais – Inverno 2016, Senai Brasil Fashion, 20ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, Senac Moda Informação – Inverno 2016 104 – Tendências: Preview Verão 2016 – A força transformadora das tendências de varejo

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Diretor-presidente: Giuseppe Tropi Somma Editora e Jornalista Responsável: Silvia Boriello (MTB 41.139) Repórteres: Renata Martorelli (MTB 49.937) e Roselaine Araujo (MTB 38.256) Diagramação: Arte Mais Comunicação e Editoração Ltda. Revisão: Kiel Pimenta Colaboradores: Alessandra Rustarz, Alexandre Gaiofato de Souza, Alexandre Sakamoto, Angela Valiera, Bruno Hansen, Cibele de Barros, Claudia Valéria da Silva, Edson Jaccoud, Fábio Romito, Henriete Mirrione, Marcelo V. Prado, Marco Aurélio V. Lopes, Marina Melz, Marta Sales, Ricardo Martorelli, Roselaine Araujo, Vera Grigolli Publicidade: Valdir Porto Ribeiro – comercial1@costuraperfeita.com.br Assinaturas: assinatura@costuraperfeita.com.br Impressão: Prol Gráfica Distribuição Nacional Costura Perfeita é uma publicação bimestral da Cavemac – Rua Newton Prado, 333 – Bom Retiro – São Paulo (SP) – CEP: 01127-000 Telefone: (11) 2171-9200 Costura Perfeita – Redação: Telefone: (11) 2171-9252 / 2171-9263 – redacao@costuraperfeita.com.br

A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. É proibida qualquer forma de reprodução das matérias, fotos ou ilustrações desta publicação sem a prévia autorização da editora.



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POR SILVIA BORIELLO

Foto: Alexandre Sakamoto

Editorial

Quase na maioridade Passou-se mais um ano e a Costura Perfeita está perto de sua maioridade: chegou aos 17 anos! Estamos aqui firmes e fortes para continuar nossa história, procurando evoluir cada dia mais, impulsionados pelo desejo de contribuir com o desenvolvimento do setor confeccionista brasileiro. Se as coisas não andam lá tão fáceis, é aí que procuramos ainda mais motivação para que mudem, melhorem, cresçam, progridam. Ficar parado é que não dá, não resolve nada. Em recente visita a Medellín para a cobertura do evento Colombiamoda, pude ouvir do presidente colombiano, Juan Manuel Santos Calderon, durante a cerimônia de abertura, o seguinte comentário sobre o setor confeccionista em seu país: “Trata-se de um setor que temos que impulsionar, porque existe capital humano e talento”. Que sonho seria ouvir isso no Brasil! Temos capital humano e talento de sobra; temos trabalhadores e empresários realmente lutadores, que estão segurando um cabo de aço na raça para não entregar os pontos, literalmente. Se nosso governo não enxerga o setor dessa forma – e não é por falta de mostrar a ele por A + B do que somos capazes –, talvez a tática seja seguir alheio a ele e pedir que não nos atrapalhe, não interfira, como vem fazendo o setor agropecuário, não por acaso um dos que vêm crescendo em meio a essa turbulência. Daqui do nosso lado vamos em busca da informação como elemento transformador, para que possamos comemorar juntos durante muitos e muitos anos mais. Parabéns a todos nós!

SILVIA BORIELLO É EDITORA DA REVISTA COSTURA PERFEITA editora@costuraperfeita.com.br

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FICAR PARADO É QUE NÃO DÁ, NÃO RESOLVE NADA.”



Cartas

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FALE CONOSCO

DA REDAÇÃO

TRABALHO RECONHECIDO GIUSEPPE, Excelente o seu texto na última edição da revista Costura Perfeita. Há pouco tempo, encontrei um texto de uma pensadora americana chamada Ayn Rand que define perfeitamente nossa sociedade e como estamos condenados, em sinergia com seu texto. “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.” Obrigado. Diogo Kempers – Indústria Kempers – Águas de Lindoia – SP Seu ponto de vista, como sempre, é algo sensacional, que deveria ser editado pela revista Exame (por que não?). Sobre a cobrança de impostos do governo, em minha opinião, os impostos das indústrias deveriam ser iguais aos da China (3%), e de resto seria cobrado somente o IR sobre o lucro. O imposto da mercadoria seria cobrado do consumidor final, acabando com o efeito cascata (que é proibido). As indústrias já pagam um bom imposto (33%) sobre água, luz e telefonia. Aliás, o governo também cobra da população esse imposto de 33% na conta de gás. Abraço. Saad Doher – São Paulo – SP

SILVIA, Gostaria que você soubesse que, ao receber a Costura Perfeita e ver seu artigo “A Tecnologia Assusta?”, fiquei muito feliz com as abordagens. Estamos vivendo situações similares todos os dias em visita às indústrias, que encontram grande dificuldade em contratar pessoas qualificadas em tecnologia para o setor de vestuário. Maria Abigail Fortuna – Apucarana – PR Muito obrigado pela reportagem sobre o Perú Moda, ficou ótima! Gostaríamos de vêla na próxima edição do evento. Diego Purizaga – Tailor PR – Peru Como leitor assíduo da revista Costura Perfeita, quero parabenizá-la pelo conteúdo de seu editorial. Ele expressa não só a realidade, mas o seu domínio de conhecimentos tanto setoriais, de que trata a revista, quanto nacionais, de interesse de todos os brasileiros. Abraços. Giuseppe Tropi Somma – Diretor-presidente da Cavemac e da Costura Perfeita – São Paulo – SP

Endereço: Rua Newton Prado, 333 Bom Retiro, São Paulo, SP CEP 01127-000

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Silvia Boriello editora@costuraperfeita.com.br

Errata – Na edição 86, as seções Endereços e Classificados saíram com o conteúdo da edição 85.

Renata Martorelli renata@costuraperfeita.com.br

– Na edição 86, o endereço da Plotag não foi exibido. Os contatos são: R. Sólon, 558, São Paulo, SP, tel.: (11) 3361-8722, www.plotag.com.br. Roselaine Araujo

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redacao@costuraperfeita.com.br



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POR MARCELO V. PRADO

Foto: Divulgação

Oferta e Demanda

Inovar para enfrentar a crise Ainda que parciais, os resultados das vendas do varejo de moda, apresentados ao final desta coluna (no item “Indicadores setoriais”), ilustram o forte impacto da retração do consumo provocada pela crise econômica atual, recrudescida em boa parte pelo delicado momento político vivido pelo país. Mesmo assim, e em que pese o risco de uma crise institucional, ou da retração da renda e do mercado de consumo, como empresários e executivos não temos como nos furtar da obrigação de prover rentabilidade e crescimento às nossas empresas, independentemente da situação em que o mercado se encontre. Em momentos como o atual, em que a demanda existente não é capaz de promover o crescimento, tal responsabilidade se transfere automaticamente para as mãos das empresas e de seus dirigentes. Afinal, quando o consumo é maior do que a oferta e o mercado se mostra “comprador”, crescer não chega a ser um desafio tão grande, mas, quando uma crise se instala e a situação se inverte, tudo se torna muito mais difícil, mesmo porque não haverá espaço para todos. Outra consideração importante a ser feita é a de que, independentemente se o desempenho agregado de determinado mercado é positivo ou negativo, sempre é possível segmentar seus participantes em dois grandes grupos: o das empresas que crescem apesar do mercado e o daquelas que estão em retração. A diferença é que o segundo grupo tende a ser maior quando vivemos um momento de crise como o atual. Ainda assim, o que definirá em qual desses grupos sua empresa vai se encontrar dependerá das decisões que você e seus executivos vão tomar, internamente, para enfrentar as adversidades que se apresentam. É em momentos como esse que a visão e o espírito empresarial de alguns costumam se destacar dos demais. Neste ano, marcado por tantas turbulências, temos tido o

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prazer de acompanhar empresas com crescimentos expressivos, impulsionados por uma boa dose de inovação e um planejamento bem focado, o que as tem mantido longe da briga de preços, encantando seus clientes e se mantendo em crescimento apesar do mercado. Na crise, existe uma máxima insuperável, a de que “o que vende é o novo”. Oferecer “mais do mesmo” ao mercado até pode ser mais fácil, confortável e barato, mas não trará crescimento ao negócio e o empurrará para o confronto de preços. Com custos em alta e preços em baixa, a conta não vai fechar e o lucro vai embora. Para enfrentar esse tipo de situação, não temos muita escolha e, mais do que nunca, será preciso inovar. Aqui a inovação precisa ser mais bem entendida, desassociando-se de uma visão restrita ao espectro do produto. Será preciso conceber a inovação dentro de um conceito mais amplo, que envolva os processos de fabricação, a logística de entrega, as formas de comercialização, os serviços pós-vendas, as estratégias de comunicação, exposição e promoção da marca, de forma que um conjunto de inovações construa os diferenciais necessários para agregar valor ao negócio. O conceito de inovação pode ser mais bem entendido quando desmembrado em forma de uma simples equação: inovação = novo + ação, em que o novo pode ser descrito pela capacidade da empresa de ser criativa, original e ousada, até porque para inovar é preciso ter, entre outras coisas, coragem para fazer diferente; em muitos casos, algo que ninguém ainda fez. Quanto à ação, ela pode ser traduzida pelo planejamento das tarefas, definição dos responsáveis e dos prazos de implantação e, aqui, contará muito a qualidade da equipe envolvida, seu grau de organização, sua motivação e o esforço a ser empreendido para levar essa inovação ao mercado. Como sempre acontece, o segundo semestre do ano deverá ser bem mais aquecido para o mercado de moda,


com a entrada das coleções primavera-verão e alto verão, o pagamento do 13º salário e as festas de fim de ano. Ainda assim, os resultados esperados não vão compensar a queda de vendas do varejo neste primeiro semestre e projeta-se uma evolução negativa para o consumo desses produtos no acumulado do ano. Contudo, para os que se encontram pessimistas e desanimados com esse cenário, é bom não esquecer que em 2015, com ou sem crise, os brasileiros vão consumir nada menos que R$ 220 bilhões em roupas e calçados. Inove e aumente a participação da sua empresa nesse imenso negócio. Até a próxima!

INDICADORES SETORIAIS A produção de vestuário teve crescimento de 3,5% em junho, quando comparada ao mês anterior. O setor se destaca quando comparado com a indústria de transformação, na qual registrou queda de 0,9% no mesmo período. No acumulado do semestre (jan.-jun.), segundo a pesquisa industrial mensal do IBGE, o índice registrou queda acentuada de 10,2% no volume físico produzido. G Apesar de as vendas no varejo (volume) acumularem queda de 5,0% no ano, o setor pode se beneficiar com a proximidade das demandas de fim de ano. Apesar do leve crescimento das importações de 3,7% e do aumento da taxa cambial, a expectativa é de que o valor dessas importações se reduza significativamente, beneficiando a indústria brasileira. Essas importações somaram US$ 1,55 bilhão no ano e serão insuficientes para atender os estoques do setor. G As exportações brasileiras de vestuário alcançaram US$ 72,6 milhões até julho deste ano, com retração de 8,3% em relação ao mesmo período de 2014. Apesar da elevação recente do câmbio, há claras demonstrações de que uma recuperação nesse indicador demandará tempo e muito trabalho para gerar os frutos desejados. Segundo o IBGE, os preços do vestuário no varejo recuaram 0,31% em julho de 2015, mas ainda assim acumulam alta de 1,12% no período de janeiro a julho deste ano. G

CONJUNTURA DO SETOR DE VESTUÁRIO NO BRASIL 1. Produção, emprego, preços (%)

No mês

No ano

Últimos 12

meses Produção física volumes (junho 2015)

3,5%

-10,2%

-6,6%

Vendas no varejo em volumes (junho 2015)

-7,4%

-5,0%

-2,9%

Vendas no varejo em valores (junho 2015)

-6,7%

-1,8%

0,7%

Preços ao consumidor (julho 2015) IBGE (1)

-0,31%

+1,12%

+3,45%

Jan.-jul. 2014

Jan.-jul. 2015

Variação

Exportação (julho 2015)

79.188

72.616

-8,3%

Importação (julho 2015)

1.493.438

1.548.234

3,7%

Saldo (exportação – importação) (julho 2015)

-1.414.250

-1.475.618

4,3%

2. Comércio exterior (US$ 1.000)

(2)

Fontes: IBGE / Secex – Elaboração Iemi. Notas: (1) IPCA – Índice de preços ao consumidor amplo da cesta de produtos de vestuário – Brasil. (2) Variação de janeiro a julho de 2015 contra janeiro a julho de 2014.

MARCELO V. PRADO É SÓCIO-DIRETOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS E MARKETING INDUSTRIAL (IEMI) E MEMBRO DO COMITÊ TÊXTIL DA FIESP. COLUNA.CP@IEMI.COM.BR


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POR FÁBIO ROMITO

Foto: Arquivo pessoal

Qualificação

Melhorar a competitividade individual é necessário É atribuída ao sr. Joseph Juran (um dos grandes estudiosos de sistemas de qualidade) a seguinte frase: “Para cada quatro defeitos encontrados pelo controle de qualidade, haverá mais um que será encontrado somente pelo cliente”. Levando-se em consideração essa afirmação, isso significa que, independentemente da quantidade de produtos com defeito gerados por sua empresa, cerca de 20% deles chegarão às mãos de seu cliente. O que isso significa? Significa que, se você não ficar atento ao modelo de gestão de qualidade adotado por sua empresa, seu cliente vai receber produtos com defeito, e isso vai influenciar se você receberá, ou não, a mesma quantidade de encomendas no futuro. Estamos vivendo no Brasil, neste momento, um período muito delicado, sobretudo para o setor de confecção, o que tem sido propagado por diversos meios de comunicação e está muito bem ilustrado e explicado nos ótimos artigos “Jogo de cintura” e “Confecções paulistas em alerta”, da edição 86 desta revista. Muitas empresas estão fechando ou diminuindo seu tamanho, reduzindo o número de lojas, enfim, se readaptando. Este é um momento de reflexão e de reestruturação do sistema de gestão das empresas, incluindo-se aí o sistema de gestão da qualidade. Conforme expliquei acima, de acordo com as palavras do sr. Juran, pelo menos 20% dos defeitos gerados em seu sistema produtivo chegarão às mão de seu cliente. Pense no que isso significa em termos de quantidade de peças, de processos e da quantidade de dinheiro desperdiçada. Será que problemas de qualidade não estão influenciando o preço final de seus produtos (excesso de custos relacionados à qualidade onerando o preço de venda)? Será que não está na hora de pensar na

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qualidade do produto como um diferencial competitivo e adotar um sistema de gestão da qualidade mais rigoroso, com controle de custos? Talvez, nestes tempos, seja ainda mais importante ficar atento a fatores como o custo de materiais e de mão de obra gastos em produtos com defeito; a quantidade de reprocesso ou retrabalho; o custo de reinspeção de produtos que não foram aprovados pelo cliente; o custo de mão de obra envolvida no atendimento de reclamações; as trocas ou reposição de produtos; as vendas de saldos de produtos de segunda qualidade, com baixa ou nenhuma margem de lucro; o custo por prorrogação de pagamento de duplicata por parte do cliente, ocasionado pela entrega após o prazo, decorrente de problemas de qualidade; os custos de transporte em dobro. Esses são alguns exemplos de problemas que podem influenciar o custo de seus produtos, mas que não aparecem em sua contabilidade tradicional. Tudo isso pode estar afetando seriamente seu negócio, sem que você se dê conta. Neste momento delicado, em que as autoridades parecem não colaborar com o setor, cabe ao empresário fazer a sua parte e estudar o seu negócio, para tentar promover uma melhora de competitividade, analisando suas atividades para detectar pontos críticos e trabalhar para melhorá-los. O mercado está em retração sim, porém não podemos nos acomodar e deixar de gerenciar nossas empresas. Precisamos ter a convicção de que fizemos tudo para mantê-las sadias. FÁBIO ROMITO É TÉCNICO TÊXTIL, ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. ATUA NO MERCADO DE CONFECÇÃO HÁ MAIS DE 25 ANOS, SENDO QUASE 20 DEDICADOS A CONSULTORIA E TREINAMENTO EM EMPRESAS DE VESTUÁRIO. É PROFESSOR UNIVERSITÁRIO EM CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NAS ÁREAS DE MODA E ADMINISTRAÇÃO. ROMITOFABIO@GMAIL.COM



Fique por Dentro

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POR RENATA MARTORELLI

REDUZINDO A CONTA COM O PERÍODO DE CALOR SE APROXIMANDO, COMO SUA EMPRESA PODE ECONOMIZAR ENERGIA ELÉTRICA?

O consumo de eletricidade no Brasil em julho de 2015 foi de 36.785 gigawatts-hora (GWh), registrando queda de 2,9% em comparação com o mesmo mês em 2014. Na indústria, houve queda de 3,4%, com gasto total de 14.058 GWh. Os dados foram divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que é vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Segundo a EPE, o recuo é devido às tarifas de energia elétrica mais elevadas do que no ano passado, cenário econômico desfavorável, redução do poder de compra, temperaturas mais amenas e redução da jornada de trabalho nas fábricas. Segundo Fábio Pereira Benjovengo, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica da PUC Campinas, olhar para a atual situação do mercado energético nacional é olhar para o passado, pois um país cuja capacidade de geração de energia supre a demanda é um país que investiu nesse setor vários anos, o que não acontece no Brasil. “Obras de infraestrutura de sistemas de energia elétrica costumam ser vistas como obras de grande porte, portanto, de longuíssimo prazo. Esse último fator é determinante para a falta de investimentos nessa área em nosso país. Nenhum governo reservará uma parte considerável de sua verba para financiar um projeto que não ficará pronto em seu mandato”, avalia Benjovengo. Foto: Arquivo pessoal O professor acredita que hoje, como em 2001, estamos passando por um momento em que a geração de energia está trabalhando em seu limite. “Naquela época, a mudança de hábitos foi mais que suficiente para superar a crise, mas atualmente há menos espaço para melhorias no consumo de muitos segmentos da indústria, pois muitos operam com FÁBIO PEREIRA equipamentos de altíssima eficiência BENJOVENGO, PROFESSOR energética, usam iluminação natural, DA FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA bem como utilizam correntes de ar PUC CAMPINAS. naturais para resfriamento de ambientes, além de ter essa preocupação na arquitetura de seus prédios. Então, como superar a crise desta vez? Adaptando nossos hábitos a essa nova condição. Seria muita ingenuidade pensar que agora, no meio da crise financeira em que o país se encontra, teremos investimentos pesados em geração de energia. Mesmo que esses investimentos aparecessem, demo-

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raria anos até que os primeiros resultados pudessem ser vistos.” As características das indústrias mudaram de maneira considerável nas últimas décadas: a produção manual vem dando lugar à produção automatizada. Esse fenômeno transformou a indústria têxtil numa atividade intensiva em capital, afastando a intensidade em trabalho, tendo como contrapartida o aumento do consumo energético. “No processo produtivo têxtil, as etapas de enobrecimento têm um maior peso no consumo de energia em comparação às etapas restantes. As empresas deparam com a preocupação da eficiência energética, em parte por questões de custo, mas também, cada vez mais, por preocupações ambientais. Uma maneira de gerenciar esse consumo de energia é adotando políticas de gestão energética, que visam ao acompanhamento da utilização da energia de forma racional e eficiente, propondo correções nos processos produtivos, quando necessário, explica Benjovengo, que acredita que, para implantar uma política de gestão energética, as empresas devem acompanhar as melhorias nos processos produtivos, motivar os usuários a usar racionalmente a energia, divulgar ações e resultados e prestar esclarecimentos sobre as ações tomadas. Outra alternativa para a redução dos custos em parques industriais é a cogeração. Nessa técnica, o calor produzido na geração elétrica é usado no processo produtivo sob a forma de vapor. “A vantagem dessa solução é que o consumidor economiza o combustível que necessitaria para produzir o calor do processo. No entanto, a cogeração exige um elevado investimento inicial, o que dificulta o acesso de pequenas e médias empresas a essa tecnologia”, diz Benjovengo. A DeMillus, fabricante de lingerie feminina e masculina, por meio de seu Programa de Eficiência Energética e Sustentabilidade, investiu na instalação de uma planta de cogeração de energia para geração de energia elétrica, redução do custo e proteção de qualquer falha no fornecimento por parte da concessionária ou de qualquer racionamento imposto pelo governo. Para a montagem da planta de cogeração, a empresa foi buscar tecnologia de ponta e contratou uma empresa espanhola especializada nesse tipo de instalação. “Fizemos um investimento alto, porém o payback fica em torno de dois anos. Essa planta consiste na utilização de três grupos geradores a gás natural, capazes de gerar energia suficiente para a alimentação elétrica


Foto: Divulgação

de toda a unidade fabril. Os gases de escape, a altas temperaturas, são direcionados a duas caldeiras, que geram vapor para utilização nos setores de produção. Além disso, a água quente do sistema de arrefecimento é levada a duas máquinas de absorção, capazes de gerar água gelada para o condicionamento dos LINHA DE PRODUÇÃO DA DEMILLUS. setores. Dessa forma, além da redução da utilização de energia elétrica da rede, deixamos de consumir energia nas caldeiras e nas máquinas de absorção, para gerar o vapor e a água gelada necessários. A cogeração também reduz a emissão de 2.300 tons de CO2 por ano”, revela Abdalla Chafic Haddad, presidente da DeMillus. Além dessa tecnologia de ponta, a DeMillus apostou na substituição de motores antigos por novos, com consumo e perdas menores; substituição de luminárias com lâmpadas de descarga (vapor metálico), com potência de 400 W, por luminárias de LED, com potência de 110 W, mantendo o mesmo nível de iluminação, instalação de inversores de frequência para a partida e controle de velocidade de motores de indução; separação de circuitos de iluminação, para que se possa manter desligados os circuitos dos setores não utilizados; e substituição de transformadores de potência antigos, a óleo mineral isolante, por transformadores a seco, com tecnologia atual, com redução significativa de perdas e sem riscos ambientais. Fundada em 2013, a Zati Soluções Tecnológicas está localizada na Zona Leste de São Paulo. Pensando em sustentabilidade, a empresa criou uma solução interessante para colaborar com a redução no gasto de energia elétrica: o filtro SRFE (Sistema Retificador de Frequência Elétrica), usado para corrigir, melhorar a qualidade e reduzir o desperdício de energia elétrica, um dos maiores vilões da economia do país. “Ao utilizar o filtro SRFE-Zati em qualquer circuito de energia, os empresários do ramo de confecção vão proporcionar proteção aos equipamentos Foto: Arquivo pessoal conectados à rede elétrica interna e economia na fatura de energia elétrica mensal, em uma média de 10% a 15% após sua instalação, diminuindo a perda dos equipamentos elétricos, eletromecânicos, eletroeletrônicos (motores, reatores e lâmpadas), o que significa redução de gastos para as empresas e microempreendedores do ramo, e redução em manutenção dos equipamentos e troca de peças. A vida útil do aparelho SRFE gira em torno de dez anos, período no qual, pela economia oferecida, permite aos clientes usufruir de ganhos no sentido de reduzir a OSMAR MARTINS, DIRETOR fatura de energia elétrica e a reposição de peças”, explica OPERACIONAL DA ZATI. Osmar Martins, diretor operacional da Zati. Segundo avaliação do Sebrae/RJ, sobre o tema eficiência energética (EE), o potencial de economia de energia das empresas de micro e pequeno porte é em média de 30%. O estudo identificou que a grande maioria dos empresários passa por três momentos de percepção de energia: informação, orientação e adequação. O Programa de Energia e Eficiência Energética do Sebrae/RJ (P3E) consiste em produtos diversos que atuam desde a sensibilização até consultorias técnicas especializadas dentro da empresa, que são os chamados Diagnósticos Energéticos, que contam com um subsídio financeiro do programa Sebraetec, que arca com 80% do valor da consultoria, ou seja, o empresário arca somente com 20% do custo.


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POR RICARDO MARTORELLI

Bloco K – confecções devem estar preparadas para 2016 O Bloco K fará parte da Escrituração Fiscal Digital do ICMS (legislação estadual) e do IPI (legislação nacional), prestando informações mensais da produção, do consumo de insumos e do estoque escriturado. O Bloco K substituirá o Livro de Registro de Controle de Produção de Estoque e será obrigatório a partir de janeiro de 2016 para indústrias, empresas equiparadas a indústrias e atacadistas, exceto para empresas optantes pelo Simples Nacional. Os registros do Bloco K abrangerão as seguintes informações: G K100 – período de apuração do ICMS e do IPI; G K200 – estoque escriturado com todos os itens do estoque; G K220 – outras movimentações internas entre mercadorias; G K230 – itens produzidos: em processo e produtos acabados; G K235 – os insumos consumidos na produção, ou seja, do registro K230; G K250 – produtos industrializados por terceiros; G K255 – insumos próprios consumidos na produção feita por terceiros, ou seja, do registro K250. Além dos registros internos do Bloco K, outros registros do Sped Fiscal serão utilizados, como o Registro 0200 e o Registro 0210. O Registro 0200 contém a identificação dos produtos, enquanto o Registro 0210, o consumo específico padronizado, com a lista técnica de produção e o percentual normal de perda ou quebra de insumos na produção. As informações prestadas no Bloco K serão comparadas com as informações de outras obrigações

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Foto: Arquivo pessoal

Tributos

entregues. Portanto, é necessário o preenchimento correto de todas as informações para evitar penalidades e multas por parte do fisco. O empresário deverá estar atento às mudanças, pois o Bloco K acarretará em custos operacionais e maior fiscalização. Atualmente, nem todas as empresas mantêm o Livro de Registro de Controle de Produção de Estoque em dia, pois a fiscalização não costuma exigir. Apesar dos custos para adaptação de sistemas de produção, treinamento de funcionários e do tempo gasto para o levantamento de todos os dados no curto prazo, a médio e longo prazo o Bloco K auxiliará as empresas a manterem um controle de estoque ativo, facilitando o controle gerencial e a contabilidade de custos. Quanto antes o empresário se preparar para o Bloco K, melhor. Além de não ser pego de surpresa em janeiro de 2016, a adaptação antecipada poderá ser um diferencial competitivo em termos de tempo e custo. Todas essas mudanças exigirão grandes esforços por parte dos empresários. A legislação, mais do que nunca, deverá ser cumprida à risca. Caso a empresa ainda não esteja se preparando para essa nova exigência, entre em contato com seu contador. Ele dará todo o apoio necessário, conduzindo o processo e dando dicas importantes para a adequação de sua empresa. Prepare-se: 2016 está cada vez mais próximo! RICARDO MARTORELLI É BACHAREL PELA FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS COM ÊNFASE EM FINANÇAS E EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E SÓCIO/CONSULTOR DA HOPEN CONSULTORIA E ASSESSORIA. RICARDO@HOPEN.COM.BR



Lançamentos CASEADOS NUM INSTANTE Fotos: Divulgação

Quer aumentar a eficiência na produção de caseados de olho? A Sansei te dá uma ajudinha com a nova caseadeira de olho SA-9820-01, 100% eletrônica e de alta velocidade, que chega a 2.500 rpm. Possui motor direct drive, quatro tipos diferentes de caseado, com quatro ciclos cada, e tamanho de até 45 mm, 1 agulha, cortador de linha automático (com corte longo de linha), ideal para jeans, ternos e sobretudos. Seu painel de operação é de fácil manipulação, sendo possível ajustar os caseados de acordo com a peça confeccionada.

NOVA CALANDRA DA METALNOX A Metalnox trouxe ao mercado a calandra CMD 1800 Série 02, desenvolvida e produzida pela empresa totalmente no Brasil. Destinada à sublimação de tecidos sintéticos, possibilita trabalhos em tecidos e transfers contínuos, bem como em peças cortadas. Possui cilindro de aço cromado de 215 mm de diâmetro e comprimento total de 1,8 m, velocidade mecânica de até 3 m/min, esteira transportadora para saída de material, mesa de trabalho modular com possibilidade de customização, sensor de alinhamento automático do feltro com ação pneumática, entre outras funções.

PARA BORDAR EM QUALQUER LUGAR Para quem gosta de bordar, seja em seu pequeno negócio, seja como um hobby, a Singer tem uma grande novidade: a bordadeira Superb EM200, bivolt, portátil e fácil de usar, que pode ser levada a qualquer lugar. A Superb EM200 vem com 200 projetos de bordado, sendo 69 na própria máquina e outros 131 no pen drive que a acompanha, além de duas fontes de letra com três opções de tamanho. Tem como diferencial a função alinhavo, o que dá um maior apoio em tecidos instáveis, evitando que fiquem repuxados. Possui também enchedor de bobina independente, que permite dar continuidade ao bordado já iniciado, sem a necessidade de interrompê-lo para encher a bobina. Sua área de bordado é de 260 mm x 150 mm, velocidade de até 700 pontos por minuto, cortador automático de linha, ajuste para aumentar ou reduzir o tamanho dos bordados em até 20%.

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LEITURA FASHION Fotos: Divulgação

Um Alfaiate no Palácio do Catete: o jornalista e pesquisador Gustavo Camargo narra neste livro a história de José de Cicco, um dos mais famosos alfaiates que trabalharam no Brasil, conhecido como “alfaiate dos presidentes” – era ele o responsável exclusivo pelo guarda-roupa de Getúlio Vargas. Como em um diário, o autor conta a história da alfaiataria desde seus primórdios, inserida no contexto do cenário político brasileiro e dos conflitos mundiais do século XX, tudo isso em meio à biografia do protagonista – nascido na Itália no início do século passado – e notas de seu processo de pesquisa e descobertas, salpicadas de diálogos imaginários entre De Cicco e Vargas. Editora: Estação das Letras e Cores, www.estacaoletras.com.br. Champagne Supernovas: num retrato da moda dos anos 1990, a autora Maureen Callahan pauta suas histórias na top model Kate Moss, um dos maiores ícones da época, e nos estilistas Alexander McQueen e Marc Jacobs, retratando o momento em que o alternativo se tornou mainstream, tornando-se um grande negócio. Embora Maureen não tenha entrevistado pessoalmente os três personagens principais, conseguiu informações de bastidores com pessoas ligadas a eles e que mostram seu lado humano, trazendo assuntos como o tumultuado romance entre Kate e o ator Johnny Depp, dois namorados que Jacobs perdeu para a aids, fatores que levaram McQueen ao suicídio, bem como a importância de figuras como Isabella Blow, que descobriu o estilista inglês, e a fotógrafa Corine Day, que abriu as portas do mercado para Kate Moss. Disponível também em ebook. Editora: Rocco, www.rocco.com.br. Ronaldo Fraga – Caderno de Roupas, Memórias e Croquis: lançado em 2013, o livro fez tanto sucesso – esgotou-se em menos de seis meses – que chegou à sua segunda edição, revista e ampliada. Seus traços inconfundíveis, registrados em seus cadernos de desenho ao longo da carreira, entre 1996 e 2014, contam as histórias de suas coleções, seus processos criativos, referências garimpadas na literatura, artes, música, dança e suas próprias memórias. Com uma nova capa, traz ainda as coleções mais recentes do estilista e textos de Costanza Pascolato, Cristiane Mesquita, autora do livro, e orelha assinada pelo jornalista Ricardo Oliveros. Editora: Cobogó, www.cobogo.com.br.


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POR VERA GRIGOLLI

Foto: Arquivo pessoal

Produção

O produto e sua engenharia O que de fato é criação em escala industrial? Quais os aspectos que precisam ser levados em consideração? Pesquisas de tendências em viagens pelo mundo, em sites especializados ou até mesmo em um giro rápido pelas redes sociais trazem uma enorme quantidade de referências, inspirações e possibilidades para montarmos uma coleção. Mas será isso suficiente para obter resultados comerciais positivos? Essa questão nos leva a um assunto que divide opiniões nos departamentos das empresas e muitas vezes acaba em fogo cruzado: como unir criação e otimização da produção? Como aliada na solução desse impasse está a engenharia de produto. Peças mais criativas geralmente não são produtivas e são custosas. Eventualmente, elas até atendem a esses requisitos, mas se tornam quase artesanais, não respeitando padrão de qualidade e complicando o timing da entrega. Transformar informação e criatividade em produto exige um trabalho complexo para que ele seja diferenciado e sedutor, porém com matéria-prima adequada, boa produtividade e custo competitivo. Para unir todos esses fatores é que precisamos contar com uma boa engenharia de produto, um processo de grande importância que traz o ponto de equilíbrio entre o básico e o diferenciado. Mas o melhor é que há recursos para tudo. Recursos tecnológicos e mecânicos são nossos cúmplices nessa missão. Se eles ainda não existem, é possível desenvolvê-los de acordo com as necessidades que surgirem. Claro que o conhecimento específico sobre matériaprima, tecido, aviamentos e insumos em geral, além da compreensão dos procedimentos de construção (desde a modelagem até a montagem da peça), é fundamental. Essa sabedoria aliada à criatividade traz resultados extremamente positivos. Sabemos que a palavra de ordem do momento é inovação, e é fato que determinados detalhes fazem toda a diferença em um modelo. No entanto, não podemos esquecer a importância de ter eficiência na cadeia produtiva e, mais que isso, devemos avaliar os recursos disponíveis para não inviabilizar produções.

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Se não podemos competir em volume e alta produtividade, podemos, sim, encontrar caminhos alternativos, com produtos diferenciados, produtivos e com qualidade. Há sempre uma opção de releitura, a diferença pode estar nas sutilezas. Uma simples camiseta, por exemplo, pode ser um ótimo exercício para nossa criação. Podemos contar com recursos que vão além de uma boa programação visual, os acabamentos diferenciados podem torná-la especial e esses custos muitas vezes são menores do que se imagina. Otimizar custos e se destacar tomando cuidado com os detalhes pode valorizar as peças em grande escala, transformando as básicas em produtos de desejo. Para ajudar a dar asas à nossa imaginação com tantos fatores para administrar e ainda com o agravante do nosso atual tempo de crise, investir em aparelhos e acessórios pode ser um fator que traz eficiência e qualidade para a produção com baixo custo, já que, neste momento, investimentos em maquinários caros não estão na lista de prioridades das empresas em geral. Esse pode ser o tipo de diferencial em sua produção que você levará consigo para sempre, seguindo o princípio de uma frase que temos ouvido muito ultimamente: “Em momentos de crise, encontram-se grandes oportunidades”. Digo mais: também é momento de aprendizado! Criação em escala industrial é isso, um constante investimento em conhecimento e a busca de soluções para a temida equação criatividade x produtividade. E aí? Como anda a engenharia de produto da sua empresa? VERA GRIGOLLI É CONSULTORA E PALESTRANTE DA IT STUDIO CONSULTING, CONSULTORIA ESPECIALIZADA EM MERCADO TÊXTIL. SEUS PRINCIPAIS TEMAS SÃO RELACIONADOS A DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO. PÓS-GRADUADA EM MILÃO, NA SCUOLA DI REGIONE DI LOMBARDIA (ENGENHARIA DE PRODUTO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES) E ESPECIALIZADA PELA SCUOLA MARANGONI (CRIAÇÃO EM ESCALA INDUSTRIAL E GERENCIAMENTO DE COLEÇÃO). É DOCENTE DO NÚCLEO DE MODA DA FAAP, NO CURSO A MODA COMO NEGÓCIO. ITSTUDIO.VERA@GMAIL.COM / WWW.ITSTUDIO.COM.BR



Mercado

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POR HENRIETE MIRRIONE

PLUS SIZE: SINÔNIMO DE VENDAS NA CONTRAMÃO DA CRISE, O SEGMENTO CRESCE E SE FORTALECE COM BONS NEGÓCIOS

Hoje no mercado existem marcas plus size que abrangem todos os estilos, do clássico à moda festa, passando pelo executivo, beachwear, fitness, jeanswear, teen... Enfim, empresas que vão de produtos de apelo popular até os mais sofisticados. E, embora a moda plus size já contemple diversos estilos e as peças GG já possam ser encontradas até em grandes magazines, com inúmeras confecções produzindo itens para o setor, esse número ainda é reduzido, por se tratar na maioria de médias e pequenas empresas. Logo, só há em cada shopping center uma ou duas lojas plus size entre centenas de lojas de moda de tamanhos menores.A demanda ainda é bem maior que a oferta. Segundo dados do Ministério da Saúde, pessoas com excesso de peso já são 52% da população brasileira. Há nove anos, esse perfil era de 43%, ou seja, o mercado de confecção pluz size está em franca expansão, carente de bons produtos, em resposta a uma consumidora cada vez mais exigente e informada. “O crescimento do segmento é fantástico, em qualidade e em quantidade. Os últimos anos no Brasil foram de recessão econômica, diversas indústrias têxteis encerraram suas atividades. No plus size, continuam surgindo novas grifes. Uma prova é o Fashion Weekend Plus Size Verão 2016, nossa maior edição até hoje”, destaca Renata Poskus, jornalista e blogueira do blog Mulherão, um dos pioneiros do nicho, e idealizadora e diretora do FWPS.

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HOJE, A YPS JÁ REPRESENTA 40% DO FATURAMENTO DO GRUPO GAÚCHO H. FONTANA, FABRICANDO 10 MIL PEÇAS POR MÊS, COM UM FATURAMENTO DE R$ 600 MIL MENSAIS, COMERCIALIZANDO PEÇAS PARA TODO O BRASIL.

Foto : Div ulga ção


Fotos: Divulgação

A TOP FLÚVIA LACERDA, QUE ACABA DE LANÇAR UMA LINHA BEACHWEAR PLUS SIZE COM A MELINDE BRASIL.

A CATARINENSE MARIALÍCIA, DA ELIAN TÊXTIL, ESCOLHEU O FWPS PARA LANÇAR SUA PRIMEIRA COLEÇÃO VOLTADA PARA O PLUS SIZE, A MARIALÍCIA PLUS, UTILIZANDO MATERIAIS COMO RENDAS, MALHAS LEVES E BRILHO.

O evento realizou sua 12ª edição em julho na capital paulista, apresentando as coleções de verão 2016 de 18 marcas – 13 desfilando e participando do Salão de Negócios e outras apenas na área business do evento, recebendo 1.200 visitantes. “Há cinco anos, as empresas não se preocupavam com a modelagem das roupas, que quase sempre eram restritas a vestidos longos, camisões e camisetões, todos quadrados, além de leggings e calças de gorgurão. Tudo muito sem graça, com estampas ultrapassadas. As confecções não faziam coleções inspiradas em tendências de moda mundiais. Faziam sempre a mesma receita. E vendiam porque a consumidora não tinha opção. Além disso, havia uma sensação entre as clientes plus size de que elas estavam erradas sendo gordas, que deveriam emagrecer e não exigir moda de qualidade e com preços acessíveis. Eu mesma passei por isso”, explica Renata. Com o glamour do nicho, esse cenário mudou. As revistas de moda, que antes marginalizavam o segmento, passaram a incluí-lo em editoriais. Mesmo que timidamente, essa inclusão despertou o olhar dos consumidores e fabricantes para a necessidade de mudança. O diálogo sobre a moda plus size tornou-se público.


Mercado “Com isso, as reclamações, as sugestões e as setor uma carência de produtos de qualidade. exigências de uma consumidora moderna, jovem e que “Justamente pela crise, algumas marcas estão recuando buscava melhorias no setor fizeram surgir uma cliente que e reduzindo os investimentos nas coleções. Vimos aí uma pede, exige, insiste, reclama e até boicota uma empresa oportunidade de aproveitar esse gap. Percebemos que o se essa não respeitar seus direitos. Muitas novas marcas mercado plus size ainda é muito precário de confecções apareceram, com uma proposta atual, modelagens que realmente entendam as necessidades e os desejos inovadoras, estampas modernas e comunicação do consumidor”, diz Suelen Mass, coordenadora de apropriada, levando as mais antigas também a se Desenvolvimento de Produto da Elian Têxtil, empresa atualizar. O valor das roupas também diminuiu, devido à detentora da marca que está presente em lojas concorrência”, ressalta a empresária. multimarcas de todo o Brasil. A Melinde Brasil, por exemplo, é uma marca que já Empresas tradicionais do mercado também pertem uma expertise no segmento, acompanhando as ceberam a importância do segmento. Em 2014, o grupo diversas transformações do plus size desde os anos 90. H. Fontana, detentor das marcas Di Trevi e Di Trevi Job, Sediada no bairro do Limão, na capital Foto: Divulgação reconhecidas por sua expertise no paulista, a marca feminina conta com segmento de jeanswear, moda feminina uma produção de 5 mil peças por mês, e masculina, criou a YPS, direcionada com cinco lojas – quatro em São Paulo ao plus size. Hoje, a etiqueta já e uma em Guarulhos – e um erepresenta 40% da receita do grupo, commerce próprio, comercializando fabricando 10 mil peças por mês e suas peças para todo o Brasil por meio tendo um faturamento de R$ 600 mil de revendedores e parceiros. por mês, vendendo para todo o Brasil. Neste momento, a empresa se “Tínhamos uma grande demanda prepara para expandir sua atuação no de clientes querendo tamanhos nicho, lançando uma linha de maiores de nossas peças.Por isso beachwear aliada ao nome de uma das investimos numa marca específica para modelos mais renomadas do nicho, o plus size. O crescimento desse tipo Flúvia Lacerda. “Com a moda praia, “O CRESCIMENTO DO PLUS SIZE É FANTÁSTICO, de consumidora é muito positivo, ela aproveitamos a oportunidade para EM QUALIDADE E EM QUANTIDADE”, DIZ RENATA está mais exigente e ligada, não se POSKUS, JORNALISTA DO PIONEIRO BLOG ampliar nosso mix de produtos, além de MULHERÃO E IDEALIZADORA E DIRETORA DO contenta mais com qualquer modelo de FASHION WEEK PLUS SIZE. trazer inovação para plus size, que roupa, quer moda, mas ainda encontra ainda é muito limitado. A Flúvia é uma dificuldade em comprar peças que grande parceira e nós queremos trazer tudo de melhor vistam bem em seu corpo, mesclando conforto e estilo”, para esse mercado: peças cheias de tendência, cores e diz Paulo Fontana, diretor-geral do grupo H. Fontana. inovação, deixando para traz o estigma da roupa larga, Para entrar no setor, a empresa estudou cuidas túnicas e leggings de cor preta ou escura”, conta dadosamente o nicho. “Preocupamo-nos em nos Vanessa Licciardi, estilista da grife. adequar ao público-alvo, fizemos um estudo para A catarinense Marialícia, que produz roupas jovens de compreender a cliente e suas vontades, para assim apelo casual, escolheu o FWPS para lançar sua primeira adaptarmos nosso produto.Também revimos a coleção voltada para o setor, a Marialícia Plus, utilizando modelagem, fomos além de apenas aumentar os materiais como rendas, malhas leves e brilho. No produto, tamanhos. Focamos na mudança dos comprimentos, no a ideia é valorizar, entre outros atributos, a estamparia e tamanho da panturrilha das calças, e assim por diante. os tecidos selecionados. A marca traz como principais Estamos investindo em comunicação para divulgar a destaques o colorido, o conforto e a fluidez. A grife marca e em outras ações de marketing”, conta o resolveu investir em tamanhos maiores porque viu no empresário.

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Empreendedorismo Sebrae

Foto: Rodrigo Oliveira/Divulgação

também acesso às normas de vestuário, cursos de etiquetagem, produzido guias e cartilhas sobre o tema. Além disso, estamos reunindo empreendedores e instituições para debater essas regras, tentando antever os possíveis gargalos, atualizando-as com foco nos pequenos negócios, diminuindo os entraves. Participe desse processo.

Pingue-Pongue LUIZ BARRETTO,

PRESIDENTE DO

SEBRAE NACIONAL.

Qual a importância das normas para as confecções?

Palavra do Presidente Brasil tem avançado na criação e utilização de normas técnicas para vestuário. Em vez de ser vista como limitante pelos empreendedores, a normalização deve ser uma bússola para quem busca o caminho para a qualidade. Usar critérios estabelecidos e documentados em confecções permite uma produção homogênea, qualidade, padronização, melhorias no atendimento aos clientes, evita reprocessos e reduz as devoluções de produtos, que geram prejuízos financeiros e para a imagem. O Sebrae tem trabalhado em parceria com instituições como a ABNT e o Inmetro para mostrar a importância das normas como ferramenta tecnológica de inovação e resolução de problemas. Com o Sebraetec, por exemplo, pagamos até 80% das análises, consultorias e pesquisas para os empreendedores que estiverem interessados em novas práticas de produção, em mudanças. Temos oferecido

O

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Hoje, as normas existentes são voluntárias, mas a padronização e a normalização permitem às empresas inovar e se tornar mais competitivas. As únicas obrigatórias são relacionadas às etiquetas. É preciso estar atento porque as peças com etiquetas erradas podem ser recolhidas e o empreendimento, multado.

Onde buscar informações? O Sebrae e a ABNT disponibilizam cursos e informações sobre a normalização para vestuário. Um bom lugar para tirar dúvidas é o portal MPE na página da ABNT (http://abnt.org.br/paginampe/), fruto de uma parceria entre as duas instituições. No site, o empreendedor pode acessar cartilhas, notícias, coleções setoriais, além de participar de cursos e adquirir as normas pagando um terço do valor de mercado.

Cabo Frio (RJ) – Moda praia adéqua-se às normas para expandir Um dos primeiros biquínis usados em Arraial do


Foto: Divulgação

Cabo, na década de 60, foi um modelo de lonita branca, com chapéu e short combinando, criado por Maria Elena Viter, a pedido de amigas cariocas. Assim surgiu a Enseada Moda Praia que, 35 anos depois, é uma empresa familiar com quatro lojas e uma virtual, distribui peças em multimarcas de todo o Brasil e exporta para Grécia e Portugal. Para a filha, Ielra Hellen Nunes Viter, proprietária e gestora da empresa, capacitações e atualizações sobre normas para confecção têm ajudado na expansão. “Temos constantes problemas com as etiquetas, não sabíamos como proceder. O curso de etiquetagem que fiz no Sebrae Cabo Frio nos permitiu adequar as peças e temos nos aprimorado”, explica. Depois de ser multada por falha na etiqueta de bojos de uma coleção, a empresária sugere que a fiscalização esteja focada nas ações corretivas. “Na grande maioria dos casos, erramos por não saber como melhor apresentar as informações necessárias”, explica. Ielra participa de vários cursos e reciclagens e a Enseada já recebeu diversos prêmios de gestão e inovação.

WWW O Sebrae e a ABNT produziram um guia de implementação das normas para vestuário. Para baixar em PDF, acesse o link http://goo.gl/7Feqlu.


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POR ALEXANDRE GAIOFATO DE SOUZA E MARCO AURÉLIO V. LOPES

Fotos: Arquivo pessoal

Dentro da Lei

Moda x pirataria O Brasil está na lista dos maiores mercados de luxo em potencial do mundo e, apesar da situação econômica do país não ser das melhores, sentindo os sinais da crise que assola a Europa, a moda aqui se mantém em alta e parece não sofrer tanto com o atual quadro econômico que preocupa tantos outros setores da economia. Isso porque a moda gera tendências e é utilizada até como meio de comunicação entre crianças, jovens e adultos, que se posicionam diante do consumo para se sentirem pertencentes a certa camada da sociedade ou aceitos por ela, por meio de status e poder aquisitivo. No entanto, o momento econômico do país, seguido de turbulências políticas em virtude da corrupção, reflete negativamente principalmente nas camadas mais pobres da população, que preferem não assumir riscos, deixando de lado gastos entendidos como desnecessários, sem deixar de almejar e sonhar com produtos em evidência na moda. Somada a crise econômica às altas cargas tributárias aplicadas pelo governo de nosso país, o resultado impacta diretamente os preços de todos os produtos de qualquer segmento, direcionando consumidores com menor poder aquisitivo à procura por produtos contrafeitos, sendo o Brasil um dos países com maior mercado de produtos falsificados do mundo. Infelizmente, notamos a presença tímida do governo no combate à pirataria. Até o momento não está em pauta no Congresso nenhum projeto de lei que endureça, de maneira eficaz, a penalização pela prática desse ilícito, ao contrário do que acontece na França, onde a contrafação é levada a sério, com multas pesadíssimas e até prisões

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de quem for surpreendido utilizando ou adquirindo um produto pirata. Cansadas das omissões governamentais, algumas marcas estão investindo na defesa de seus direitos, numa verdadeira guerra contra a pirataria. Essa defesa da marca resume-se a uma verdadeira caçada diária nas redes sociais, sites de compras, lojas físicas, fabricação ou estoques irregulares, com base na Lei de Propriedade Industrial, resultando na apreensão de milhares de produtos falsificados, com o apoio, principalmente, da Polícia Civil, em especial da Delegacia de Propriedade Imaterial – Deic, de São Paulo (SP). A ideia desse trabalho é manter o prestígio e o reconhecimento alcançados em todo o mundo por décadas de trabalho a fio. Caso contrário, a pirataria acabaria desagradando o público consumidor do produto original, podendo ocasionar a degradação ou até mesmo a aniquilação da marca no mercado, como já ocorreu com tantas outras que fizeram sucesso no passado e atualmente nem sequer são lembradas. ALEXANDRE GAIOFATO DE SOUZA É ADVOGADO, PÓS-GRADUADO EM PROCESSO CIVIL PELA PUC/SP, COM MBA EM DIREITO DA ECONOMIA E DA EMPRESA PELA FGV E PELA OHIO UNIVERSITY, MEMBRO RELATOR DO IV TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB/SP, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA DOS LOJISTAS DO BOM RETIRO E SÓCIO DA GAIOFATO E GALVÃO ADVOGADOS ASSOCIADOS. ALEXANDRE@GAIOFATOEGALVAO.COM.BR MARCO AURÉLIO V. LOPES É ADVOGADO, FORMADO PELO CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO (FIG-UNIMESP), COORDENADOR DA ÁREA CRIMINAL DO ESCRITÓRIO GAIOFATO E GALVÃO ADVOGADOS ASSOCIADOS, ESPECIALISTA EM DIREITO PENAL EMPRESARIAL. MARCO.LOPES@GAIOFATOEGALVAO.COM.BR



Especial

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POR SILVIA BORIELLO

AGIR NO PRESENTE MIRANDO O FUTURO QUE ASPECTOS AS CONFECÇÕES DEVEM LEVAR EM CONTA PARA FORTALECER SUA PERMANÊNCIA NO MERCADO

Ilustração: Gilberto Fernandes

Qual seria a melhor definição para situação que estamos vivendo no Brasil atualmente? Governo bipolar? Esquizofrênico? Falta capacidade cognitiva para entender o que o país realmente precisa? Marte retrógrado? São inúmeras situações tão absurdas que é muito difícil de acreditar que são proporcionadas por quem gerencia uma nação. Se o descontrole do orçamento e a falta de entendimento e comunicação já dificultam a vida de duas pessoas dentro de casa, imagine a proporção que isso toma quando se fala de um país continental como o Brasil. Aliás, nem precisa se dar ao trabalho de imaginar, estamos assistindo a um verdadeiro reality show de trapalhadas que estão nos custando caro. Caríssimo. Estamos sendo obrigados a pagar a conta de uma dívida que não é nossa. Conforme disse recentemente o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, durante um fórum empresarial em São Paulo, “a bússola do Brasil está quebrada”. Uma constatação triste, mas verdadeira. Nardes frisou o que já

instituições estão funcionando a plena abertura. Ele diz ser

sabemos – estamos sob uma crise política que está se

necessária a harmonia dos poderes, mesmo sendo inde-

desdobrando em econômica – e que, para alguém dirigir uma

pendentes. O empresário Abílio Diniz, convidado para o mesmo

instituição, tem que ter credibilidade, confiança e, no caso do

fórum, arrematou: “Essa harmonia só haverá quando trancarmos

governo, a governança pública, e a nossa anda baixíssima. Isso

numa mesma sala o Lula, o Temer e o Fernando Henrique

fez com que o TCU criasse uma brochura com boas práticas de

Cardoso, jogarmos a chave fora e só achá-la quando eles

governança e um Indicador Geral de Governança, o IGG, para

entrarem num entendimento. Parece briga de criança! Só dessa

avaliar as estratégias de desenvolvimento e transparência nas

forma, com eles entrando num acordo, o país poderá sair do lugar

práticas governamentais. A que ponto chegamos.

e crescer”. Ou seja, falta alguém que realmente assuma o papel

O vice-presidente, Michel Temer, também presente ao fórum,

de estadista. E ainda salientou que, como empresário brasileiro, já

ele mesmo divergente de sua “chefe”, falou sobre as diferenças

passou por diversas crises, esta é apenas mais uma, e, por mais

entre governo, governabilidade e governança.“Quando se fala em

difícil que seja, sairemos dela.

governo, refere-se às instituições que dirigem o país; quando se fala em governabilidade, fala-se do apoio político que os

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DE VOLTA PARA O PASSADO?

dirigentes precisam para governar; e, quando se fala em

Este ano de 2015 tem sido muito difícil para todos os setores,

governança, refere-se ao apoio dos setores sociais, do

uns mais, outros menos afetados, porém todos no mesmo barco.

pensamento nacional, ao governo”. Segundo Temer, a crise que

Alta da inflação, desemprego, estagnação, falta de credibilidade

se instalou é político-econômica, mas não institucional, pois as

no mercado internacional, a palavra impeachment correndo


solta... O Brasil, em vez de progredir, está voltando para trás, com assuntos tratados no fim dos anos 1980 e início dos 1990, o que, aliás, tem ditado algumas tendências na moda ultimamente. Mas que essas referências fiquem restritas a essa área. Rafael Cervone Netto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), disse ter começado o ano bastante preocupado, pois a agenda do governo tem mudado muito, praticamente toda semana, e isso tem dificultado bastante o planejamento estratégico das empresas. Cervone diz que representantes da Abit e da Frente Parlamentar Mista José Alencar, mais conhecida como Frente Parlamentar Têxtil, têm intensificado sua presença em Brasília, chegando a passar até quatro dias por semana na capital federal para fazer uma marcação cerrada sobre pontos cruciais à sobrevivência do setor têxtil e confeccionista, especialmente no que diz respeito à anulação da desoneração da folha de pagamento e à instalação de um regime tributário diferenciado para o setor confeccionista, o RTCC (Regime Tributário Competitivo para Confecção). “Agora, estou chamando o RTCC de RCC, pois o governo não gosta de ouvir ‘tributário’”, brinca Cervone. “Só que o governo tem que encarar o RTCC não como um projeto tributário, mas como um projeto estruturante da competitividade de um elo da cadeia, que é o final, a confecção. Ele pode reduzir a arrecadação num primeiro momento, mas num curtíssimo prazo ele se paga, gerando em dez anos mais de 300 mil empregos. Temos que pensar que, na hora em que o Brasil voltar a crescer, se as confecções não estiverem estruturadas, não daremos conta. O regime do Simples trava o crescimento das empresas, o RTCC não, ele se estrutura por um ponto importantíssimo, que é o fato de que hoje o varejo não se credita pelo Simples, portanto, não quer comprar de empresas sob esse sistema. Com o RTCC, projeto apoiado pelo varejo, ele passa a se creditar e a empresa não tem limite para crescer: ela pode se planejar, ganhar estrutura, competitividade e produtividade, assim pode oferecer ao varejo daqui e ao mercado externo, puxando todos os outros elos da cadeia têxtil que não estão contemplados nesse projeto. O Brasil é um dos pouquíssimos países no mundo que detém o know-how de todos os elos dessa cadeia, e isso é estratégico para nós. Agora, para nos reestruturarmos, precisamos do mínimo de previsibilidade, que é um dos principais problemas que sofremos”, explica. Um exemplo claro do que ele diz é a desoneração da folha de pagamento e o Reintegra, ambos benefícios dados pelo governo federal no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, que jurou “de pés juntos” que seriam perenes, segundo Cervone. Mas foi só virar a folhinha do calendário para 2015 que tudo ficou para trás. Não só foi revogada a desoneração da folha para produtos confeccionados como ainda foi aumentada sua porcentagem: em vez de as empresas continuarem pagando de 1% a 2% sobre o faturamento, o governo quer elevar essas alíquotas para 2,5% a 4,5%, conforme o setor. Cervone lembra que o propósito original da desoneração da folha de pagamento era dar mais competitividade a setores altamente empregadores e que enfrentam diretamente a concorrência internacional. Por isso repudiou o anúncio do aumento pelo governo no fim de agosto, o Veto 38, feito pela presidente da República. Mas ainda não se deu por vencido, pois esse veto precisa passar por sessão conjunta no Congresso Nacional, conforme determina a Constituição Federal. Até o fechamento desta edição, ainda não havia data definida para isso acontecer. “Não se justifica o aporte de R$ 8 bilhões dado à indústria automobilística recentemente, retirado dos bancos públicos. Por mais respeito que eu tenha por eles, não se justifica. Escolher setores nesse momento é muito difícil. Enquanto eles


Especial Foto: Divulgação

empregam 300 mil pessoas, o setor

que estão crescendo ou que estão caindo depende das decisões

têxtil e de vestuário emprega 1,650

que ela tomou, de como reagiu aos problemas externos. Quando

milhão, representa 10,5% do PIB

há crise, o mercado não entrega crescimento para ninguém, a

industrial brasileiro e 33% da arre-

responsabilidade passa para a empresa. Às vezes o sujeito corta

cadação de impostos do país, é 1/3.

até a aquisição de informações, pesquisas, inovações, elementos

Então, há alguma coisa muito dese-

esses que trarão valor ao negócio”, afirma Marcelo.

quilibrada aí, e o resultado estamos

No caso das confecções, ele acredita que esse não seja o

vendo, a indústria não está aguentando

momento ideal de ampliar a produção, mas sim de trazer para

mais. Se tivemos em 2013 um saldo

dentro da empresa máquinas mais eficientes, produtivas,

positivo de 7.300 empregos gerados a

modernas e econômicas, que consumam menos energia,

mais no setor, em 2014 tivemos um

insumos e entreguem um melhor resultado em tempo reduzido.

saldo negativo de 20 mil postos de trabalho e, para este ano, a

Para ele, essa decisão levará a empresa a um novo patamar de

previsão é fecharmos entre 65 mil a 70 mil postos negativos”,

eficiência, o que ajuda e muito no presente e também futura-

salienta o presidente da Abit.

mente. “Tempo e recursos são duas coisas absolutamente limi-

RAFAEL CERVONE NETTO, PRESIDENTE DA ABIT.

Para ele, mesmo sendo um setor que sofre muito, leva muita

tadas. Por mais rica que seja uma empresa, ela tem o tempo de

“bolada nas costas”, como diz, a confecção no Brasil não vai

pessoas e recursos limitáveis. Então ela tem que priorizar onde

acabar, mas se transformar. “É um setor com alto poder de

colocar seus recursos para ter um melhor retorno”. Ou seja: estar

reação: ele sente primeiro, mas se recupera primeiro. Há soluções

preparado agora para quando as nuvens cinzas começarem a se

para ele, sem dúvidas.”

dissipar, vislumbrando novos horizontes. E as oportunidades? Quando não batem à porta, temos que ir

ENXERGAR OPORTUNIDADES E OLHAR PARA O FUTURO

à caça. Segundo Marcelo, oportunidades não faltam, mas

Há quem diga que em momentos de crise surgem

precisam ser mapeadas, ou seja, colher informações, identificá-las

oportunidades. É verdade. Oportunidade de rever planos,

e traduzi-las. No vestuário, por exemplo, há nichos em que a

produção, gestão, nicho de mercado, ou seja, a crise força a olhar

produção está caindo e outros em que está aumentando (veja o

tudo com mais cuidado, ser muito mais assertivo. Marcelo Villin

gráfico). A questão é lançar um novo olhar para áreas pouco

Prado, sócio-diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial

exploradas. O diretor do Iemi exemplifica algumas, como as rou-

(Iemi), lembra que toda crise impõe um estrangulamento, e nem

pas esportivas, por exemplo, que não precisam se ancorar em

todos conseguirão passar pelo funil. Para permanecerem no

eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas. Temos o MMA e

mercado, as empresas precisam ter o máximo de eficiência, olhar

tantos outros por aí, como roupas para motociclistas, que querem

o que é realmente prioritário e, nessas horas, uma boa gestão faz

um artigo de moda, mas que seja funcional, proteja, e não

toda a diferença. “Quando se faz um corte de custos, o objetivo

encontram no mercado. “Quem está produzindo aqui no Brás ou

é cortar despesas visando a uma margem de lucro, mas, quando

no Paquistão são empresas de motopeças, autopeças, nada es-

se faz isso, pode-se estar tirando o sustento de algo que é

pecializado, nada de moda, e estão explorando um nicho que po-

rentável, ou seja, se fizer um corte errado, pode ser justamente o

deria muito bem estar sendo trabalhado pelas confecções”, conta.

da seiva que sustenta a árvore toda. Tem que saber exatamente onde se está cortando”, adverte. Um dos primeiros pontos atacados que ele destaca nessa guilhotinada é a área de marketing, que é geradora de vendas. “Na crise, o que vende é o novo, mas o novo sem marketing não sai da gaveta, do estoque. Precisa ser lançado, divulgado, comunicado às pessoas”, diz. O mesmo acontece com a estrutura comercial, outra fomentadora de vendas. Algumas empresas cortam itens da linha de produção ou algum processo que agrega valor; adiam a troca de um equipamento que já estava no limite em termos de consumo, produção, energia, eficiência, poluição, o que pode trazer a ela um ônus maior. “Então, nessa fase, vemos um processo seletivo muito grande. Estar no grupo das empresas

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Outra tendência que ele aponta no mercado é que, mesmo com os grandes magazines ou grandes grifes tendo uma capacidade maior para superar esse período e sair fortalecidos, não há mais no Brasil uma marca dominante. Geralmente essas grandes empresas estão nos principais centros comerciais. Esse fator abre uma brecha interessante de abastecimento em áreas mais remotas, menores, ou que estão se desenvolvendo. Marcelo Prado cita áreas que avançaram muito com o agronegócio, especialmente na região Norte, que continuarão crescendo, mas são menos abastecidas. “Nessa região, há R$ 1.400/ano disponíveis no bolso da população para gastos com cama, mesa e banho para cada metro quadrado de loja que há por lá. No estado de São Paulo, esse valor cai para R$ 400/ano. É uma oportunidade três vezes maior. É preciso identificar nichos que possam ser mais bem explorados sem a pressão da concorrência, com uma demanda reprimida maior, e o Brasil oferece inúmeras oportunidades”, revela. Além disso, ele destaca a importância da inovação, pois o consumidor hoje está muito arredio. Se ele chegar a uma loja e ver mais do mesmo, não se motivará a comprar. Outro fator preponderante, principalmente para as pequenas e médias confecções: especializar-se, e não ser uma fábrica de copiar as grandes grifes.O caminho é criar uma identidade própria para se destacar no mercado, agregar valor e sair da briga de preços; crescer, apesar do período. O câmbio em alta também favorece quem quer aumentar sua participação tanto no mercado interno quanto no externo, mas precisa se estabilizar. No interno, um movimento que vem acontecendo é reduzir a produção lá fora ou a importação pelo varejo, pois, além das taxas cambiais galopantes, não está valendo a pena importar um produto com tanta antecedência e em grande quantidade, que demora meses para estar no ponto de venda. As lojas precisam de estoque mínimo, quase sob encomenda, para atender rapidamente seu público de forma assertiva, sem sobras, e para isso precisam de fornecedores com resposta rápida. Traduzindo: um produtor local que faça o produto que ele costuma importar. O caminho contrário, que é a exportação, vive um momento altamente propício, com o câmbio alto a favor. A Abit, por meio de seu programa de internacionalização, o Texbrasil, em parceria com a Apex-Brasil, vem incentivando seus associados a se estruturar e começar ou aumentar suas vendas no exterior. “Esse é um dos projetos mais bem estruturados que nós temos, 70% das exportações brasileiras de nosso setor passam pelo Texbrasil. De dezembro de 2014 a novembro de 2016, temos 786 ações já desenhadas, fora as que entram no caminho”, conta Rafael Cervone. “O programa mostra ainda que empresas exportadoras têm que ser mais competitivas para brigar no mercado global. Isso posto, ela se torna mais competitiva também no nacional. Temos uma meta audaciosíssima que é voltar a ter 1% do market share mundial. Atualmente, estamos em 0,56%. Isso significa sair de US$ 1,2 bilhão ao ano e chegar a US$ 7 bilhões em dez anos”, diz. Contudo, Marcelo Prado salienta que vender no mercado externo exige uma total organização, estruturação, tempo e dedicação das empresas, para conseguir dar conta dos dois mercados. E não adianta produzir a mesma coisa que outros players, tem que ser um produto diferenciado para se destacar. Mais do mesmo é uma fórmula muito fraca de competição, pois qualquer fornecedor que tiver uma estrutura e preço melhores que os da sua empresa facilmente o colocará para fora do jogo.


Fotos: Divulgação

Especial MARCAS MINEIRAS TOMANDO A INICIATIVA Um grupo de marcas e consultores de Belo Horizonte resolveu não se deixar abater pelo cenário adverso e fez algo essencial: uniu-se e foi atrás de dados de mercado para agir em favor próprio. Juh Amaral, consultora da empresa Coopermoda, diz que, com a situação econômica instável, perceberam que os clientes que consumiam produtos com preços mais elevados migraram para marcas com valores mais acessíveis. “Esse cenário nos fez perceber que os lojistas estão à procura desse

ARTE SACRA

CAJO

CLEO

FRUTACOR

diferencial, um produto de qualidade com preço bom”, conta Juh. Nalva Santos, também consultora da Coopermoda, destaca que o comportamento do consumidor é um ponto importante, e completa: “É necessário que se compreendam os anseios e necessidades do público, entender o que o consumidor espera do setor de confecção e, assim, traçar sua estratégia de marketing, pois em tempos de crise esse é o setor da empresa que deve estar em alta, se movimentando o tempo todo”. Cleo Carvalho, da grife Cleo, conta que em seus 20 anos já passou por períodos até mais difíceis do que esse, com inflação de 40% ao mês e mercado oscilante por causa da insegurança financeira. “Sempre enfrentamos momentos de crise com planejamento da produção, e sempre preservando o capital de giro da empresa. Mas, para atravessar esse momento de

saudável por toda a vida e enfrente os períodos mais complicados

dificuldade, decidi que nossa empresa não iria vivê-lo. Para que

sem sustos”.

isso acontecesse, ficamos mais criativos e pontuais com a

Carolina e Marcela Malloy, da grife Arte Sacra, contam que a

entrega das peças, investimos ainda mais na divulgação da

marca está há 25 anos no mercado e também já atravessou

coleção e incentivamos toda a equipe a participar desse projeto”,

vários cenários econômicos. Para enfrentar esse, em particular, a

anima-se.

dupla vem buscando fortalecer o nome da marca no cenário

A Frutacor, outra marca mineira de moda feminina que está no

nacional, tornando-a referência e gerando desejo de consumo, ao

mercado desde 1982, também está escolada no tema. Ana

mesmo tempo em que investem no alto padrão de produção e

Cristina Bastos, proprietária e diretora criativa da marca, diz que o

marketing, considerando a proximidade com seu público, item-

maior aprendizado foi manter os pés no chão e trabalhar ainda

chave nessa hora. “Relacionamento. Essa é a palavra para este

mais, investir em produtos e marketing, tudo de uma forma que

ano. Queremos atender o cliente da melhor forma, então o

consiga sustentar a longo prazo. Para se fortalecer e se recuperar

acompanhamos em todas as etapas: da venda ao atendimento e

rapidamente dessa crise, Ana dá sua receita: “Boas estratégias e

ao consumidor final. Queremos ser parceiros em tudo”, reforçam

uma boa administração, para que a empresa se mantenha

Marcela e Carolina.

Foto: Dani Cruz / Divulgação

A caçulinha desse grupo, a grife Cajo, que está há apenas dois anos no mercado, já nasceu num ambiente econômico estremecido. Dessa forma, conta Carol Caetano, diretora de estilo da marca, a ordem é manter uma postura inovadora e empreendedora diante dos desafios. “O investimento no marketing e comunicação da empresa foi e ainda tem sido uma das grandes estratégias para vencer o período de recessão. Para a coleção atual da marca, por exemplo, apostamos na imagem da atriz Marina Ruy Barbosa para criar visibilidade e aumentar a exposição da Cajo e, junto a isso, aperfeiçoar todo o trabalho

JUH AMARAL

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E

NALVA SANTOS,

CONSULTORAS DA

COOPERMODA.

desenvolvido com nossos clientes”, comenta.


MAIS DICAS DE ESPECIALISTAS Para trazer mais elementos para que os confeccionistas brasileiros consigam atravessar a crise e sair fortalecidos dela, Costura Perfeita conversou com dois especialistas no setor: Anderson Ozawa, coach de empresas e pessoas, especialista em gestão de varejo e prevenção de perdas e diretor dessa mesma área no Grupo Boucinhas, e Edson Jaccoud, fundador e promotor da Threesale Sales & Tool Sales Services. Confira a seguir. Cinco pontos que levarão o confeccionista brasileiro a um porto seguro e o livrarão de um naufrágio: Fotos: Divulgação

1. O empresário brasileiro do setor têxtil precisa estar atento para reinventar seu negócio continuadamente. Quando digo reinventar, estou falando em mais do que inovação e atualização. Além de se atualizar e inovar, é preciso se perguntar “o que meu consumidor deseja?” e fazer o impossível para atendê-lo. 2. Aprender a se comunicar corEDSON JACCOUD retamente com seu mercado. Em tempos de internet e equipamentos móveis, não basta apenas ter um site, ele tem que ser interativo com o consumidor e sua empresa visível em todo tipo de dispositivos existentes, ou seja, no PC, tablet, celular etc., e otimizar para ferramentas de busca SEO (do inglês Search Engine Optimization) de forma intensa, para apresentar seus produtos no topo do ranking, já que a forma de pesquisa hoje em dia não é mais o passeio no shopping, mas sim pelo novo verbo: “googar”. 3. Saber que o poder de decisão de compra e de determinação do preço dos produtos não está mais nas mãos do empresário, mas sim do consumidor. Na verdade, hoje o comprador sabe mais sobre o produto que deseja comprar do que o vendedor. Geralmente, o comprador pesquisa na internet e conhece os benefícios e o preço dos produtos antes de entrar numa loja ou de acionar a ajuda de um vendedor. 4. Saber que o que é melhor leva tempo para ser feito. Portanto, além do produto certo e produzido corretamente, o pessoal de atendimento precisa de treinamento e isso demanda tempo de seus líderes. A capacitação dos colaboradores no atendimento não pode ser negligenciada, sob pena de levar a empresa à falência. Como pode um empregador recrutar, contratar e colocar um profissional na área de trabalho sem investir um número mínimo de horas em treinamento consistente? Isso leva tempo! Como pode esperar dos criativos responsáveis por desenvolver os produtos que devem atrair seus clientes sem dar a eles a devida atenção em treinamento, motivação e ferramentas criativas? A motivação estimula aquela atitude que cria a confiança necessária para manter a persistência. Sem investir tempo e recursos significativos, é melhor desistir de continuar no mercado. Não existe mais espaço para empreender sem qualificação específica. O profissional “faz tudo” não é bom em nada, porque ninguém pode ser bom em tudo ao mesmo tempo. 5. Administrar estoques como administra sua conta bancária. Olhar para suas prateleiras e enxergar “dinheiro”, e não produtos. Só assim a administração do estoque será eficaz. Eliminar o que demora para girar e se concentrar no que é o seu melhor é a

fórmula para o sucesso, mas suas decisões precisam ser tomadas com base em informações válidas, a era do “achismo” ficou para trás. O produto deve gerar lucro para que a empresa cresça. Se o estoque não for qualificado, valerá menos do que o dinheiro que custou para fazê-lo, e isso é prejuízo. As empresas devem ter uma visão de futuro e, por obrigação – não por situação –, dar atenção a pontos importantes para que possam viver – e não sobreviver – em qualquer cenário. Destaco os principais: Missão, Visão e Valores: toda empresa deve saber qual sua razão de ser, por que ela existe. Toda empresa deve saber aonde quer chegar, qual sua visão de futuro, quais são os valores necessários para tudo isso. Sente, invista tempo para definir esses três importantes itens. Planejamento estratégico: saiba onde você estará nos próximos anos. Faça um planejamento estratégico de ANDERSON OZAWA no mínimo cinco anos, projetando cenários econômicos, de negócios, expansão, novos produtos, novas plantas, entre outros. Processos definidos: ter os processos escritos e formalizados possibilita a garantia de segurança e controle em sua execução. Quando você coloca seus processos no papel, consegue identificar pontos de melhoria e pontos de risco, ou seja, onde não pode falhar. Auxilia também na capacitação dos colaboradores em uma linguagem única. Pessoas apaixonadas: evoluir do Departamento Pessoal para o Recursos Humanos e, assim, ter foco nas pessoas e deixá-las apaixonadas pela sua empresa, pela sua missão, pelos seus produtos. Quanto mais paixão elas tiverem, mais disciplinadas nos processos, mais criativas, mais comprometidas serão. Ficar de Olho nas Perdas: o processo produtivo carrega consigo as perdas que, sem controle, afetam o seu número final. É importante identificar, medir e combater as causas na origem. Imagine seu negócio com uma perda que pode representar até 2% do seu faturamento? Feche os buracos deste vazamento! Conheça seu Cliente: os hábitos dos consumidores mudaram e eles estão menos fiéis às marcas, produtos e empresas. Conhecer seus clientes ajudará a entender qual a melhor solução – e não mais o melhor produto – atende às suas necessidades. Entre no mundo online: você deve estar no mundo online. Hoje as pessoas consultam tudo na internet e compram mais ainda. Sua empresa tem “apenas um site”? Ela precisa mais do que isso. Precisa adotar o marketing digital e os meios de venda online que podem levar sua empresa a novos clientes e fideliza-los. Opte por não entrar na crise: quando você toma esta decisão, sai do modelo mental de que não pode fazer nada para uma atitude de que sua parte você pode fazer, e muito bem. A crise existe, mas na sua estratégia, na sua empresa, não! Em suma, quanto mais eficiente você for, menor será o impacto dos fatores externos em sua empresa. E para avançar neste campo de batalha, só chegarão ao final aquelas empresas que estiverem preparadas. Infelizmente, as que não estiverem, ficarão no caminho. Assim é, e sempre foi, o mundo dos negócios.

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Atualidades Foto: Divulgação

GOTEX SHOW ANUNCIA SUA TERCEIRA EDIÇÃO A edição 2015 da Gotex Show – Feira Internacional de Produtos Têxteis, acontecerá entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), mas seu lançamento para a imprensa aconteceu no dia 23 de julho no China Trade Center, também em São Paulo. Na ocasião, o diretor-executivo do comitê organizador da feira, Pan Faming, disse que mais de cem expositores, especialmente asiáticos, dos segmentos têxtil – fios, fibras, tecidos, aviamentos e produtos acabados (vestuário, casa e decoração) – mostrarão suas novidades ao mercado brasileiro, a fim de estreitar relações comerciais, e destacou que pretende aumentar a participação de empresas nacionais na mostra. Aproveitando a passagem de Pan pelo Brasil, Costura Perfeita fez uma entrevista exclusiva com o diretor da feira. Confira a seguir. CP: O governo brasileiro estreitou ainda mais relações com a China, que está investindo em diversas áreas do país. Como está essa relação no que diz respeito ao setor têxtil e confeccionista? PF: A China é hoje um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Os dois países mantêm importantes fluxos de investimentos. No último ano, as trocas comerciais alcançaram US$ 77,9 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 3,3 bilhões. No lado brasileiro, destacam-se os setores aeronáutico, bancário, de máquinas e agronegócios. Na China, observa-se uma ampla diversificação dos investimentos para os setores de energia, eletrônicos, automotivo e bancário. As relações bilaterais entre os dois países estão tomando novos rumos e apontam para um novo tipo de cooperação. Hoje, o foco é em parcerias, investimentos em aumento da capacidade produtiva e novas tecnologias. Nossa expectativa é que os diálogos entre governo, entidades de classe e empresários estejam cada vez mais abertos em prol do desenvolvimento de toda a cadeia brasileira têxtil. CP: Mesmo com o período bastante recessivo este ano e com previsão de se alongar ao menos até 2016, ainda é viável para a China investir no setor têxtil e confeccionista brasileiro? Por quê? PF: Sempre é viável investir no Brasil. O país possui grande capacidade de recuperação, superou outras crises no passado e, com certeza, vai superar esta. O setor têxtil e confeccionista brasileiro, em geral, tem grande potencial e oferece inúmeras oportunidades. O Brasil é o único país da América do Sul com posição de destaque na produção têxtil mundial, responsável por 2,4%, o que lhe garante o quinto lugar no ranking. É o quarto maior produtor de vestuário, com 2,6% da produção mundial. O país é também grande protagonista no segmento de moda praia e o design e o produto nacional são bastante valorizados no mercado externo. CP: Atualmente, na China, o mercado tem se voltado mais ao consumo do que à produção? PF: A China consolidou-se como uma das maiores potências econômicas mundiais. Seu ritmo de produção continua forte. Hoje, o país tem o desafio de manter o mesmo nível de crescimento das últimas décadas, com uma sociedade que possui uma classe média mais sólida e com maior poder aquisitivo. O modelo de crescimento econômico da China tem se voltado também para esse mercado, com o aumento do consumo doméstico. Contudo, o país, apesar de sua larga escala de produção, tem também importado produtos diferenciados, muitos deles de marcas famosas ou com design inovador como complemento para atender a demanda dessa crescente classe de consumidores.

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Foto: Costura Rio/Divulgação

COSTURA RIO AQUECE NEGÓCIOS EM PETROPÓLIS De 27 a 29 de agosto, confeccionistas e profissionais ligados ao setor puderam aprender, fazer contatos e negociar no Costura Rio 2015. Realizado pela prefeitura de Petrópolis e pelo Sindicato das Indústrias de Confecção de Petrópolis (Sindcon), a segunda edição do evento trouxe novas tecnologias em maquinários e tecidos, palestras e rodadas de negócio. Feito em parceria com o Senai e o Sistema Firjan, o evento foi um sucesso. Em seus três dias, cerca de 3 mil visitantes passaram nos corredores do Hipershopping ABC, em Petrópolis (RJ). Segundo a organização do Costura Rio, este ano a projeção para negócios é de R$ 80 milhões, mesmo com a crise econômica. “O Costura Rio é uma vitrine que potencializa o ramo confeccionista ao apresentar novidades e estimular parcerias comerciais. Petrópolis

hoje possui um dos principais polos de moda do Brasil e o maior do estado do Rio, com 2.049 empresas que geram mais de 13.400 empregos”, ressalta o presidente do Sindcon e vice-presidente da Representação Regional da Firjan, Addison Meneses. A palestra de abertura do evento foi ministrada por Ronaldo Fraga, estilista brasileiro reconhecido no mundo inteiro. Cerca de 30 estandes ocuparam uma área de 840 metros quadrados dentro do Hipershopping ABC. Entre eles, estava a Audaces, que levou para lá novas versões de seus sistemas e também o Audaces Neocut, máquina de corte automática bastante competitiva. “Agrupamos todos os atributos necessários para obedecer à legislação, que conta com mais de 300 exigências a serem cumpridas para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores”, destacou o presidente da Audaces, Claudio Grando.


Atualidades Foto: Divulgação

SÃO PAULO RECEBE O TRAILER PREMIÈRE A capital paulista receberá, entre 13 e 16 de outubro, a segunda edição do Trailer Première – Salão Internacional de Moda e Negócios, que será realizada no Centro de Eventos Pro Magno, em São Paulo (SP). Exclusivo para compradores – lojistas multimarcas ou monomarcas, nacionais ou internacionais –, o evento reunirá grandes marcas premium de moda feminina, masculina, acessórios e calçados com as tendências para o inverno 2016. “O Trailer Première nasceu para ocupar uma lacuna que havia no calendário de negócios de moda no Brasil. Ao reunir grandes marcas e os principais compradores nacionais e internacionais, atuamos como agente facilitador para a efetivação de vendas e o networking entre marcas, lojistas e distribuidores”, afirmou Angelo Miranda, diretor comercial da Agadê Eventos, realizadora do salão. Para ele, São Paulo necessita de um evento desse porte, que movimente os setores têxtil, confeccionista e de turismo, e seu objetivo é se estabelecer no calendário de negócios da moda do país. A primeira edição, realizada em maio deste ano, movimentou R$ 19 milhões, reunindo 43 marcas e 450 lojistas do Brasil e da América Latina, e contou com a presença de compradores da Dinamarca e do Japão. Para esta edição de outubro, a expectativa é reunir 80 grandes marcas premium e faturar cerca de R$ 40 milhões, como destacou Angelo. Ele conta que essa seleção dos expositores e compradores VIPs é feita por uma equipe técnica, mas todos os lojistas interessados podem se cadastrar no site www.portaltrailer.com.br/cadastre-se e receber informações. Mesmo com a economia mais retraída, a aposta é que os compradores serão mais criteriosos, mas não deixarão de adquirir produtos diferenciados e de boa qualidade. “O Trailer Première contribuirá, e muito, na sinergia e oxigenação das indústrias e na programação das entregas dos pedidos para os meses futuros. Temos um trabalho muito forte com o mailing de compradores VIPs espalhados por todo o Brasil. Convidaremos mais de 10 mil compradores”, destaca Angelo.

Foto: Google Fashion Trends/Divulgação

DADOS DE CONSUMO NA INTERNET Tendências de consumo e previsões para o segmento de moda foram mostradas em agosto no evento Google Fashion Trends. Realizado na sede da companhia e feito em conjunto com a empresa de tendências de moda WGSN, o evento ofereceu uma visão sobre o futuro da moda brasileira. Um estudo sobre a relação dos consumidores com a interatividade e a forma como as pessoas reagem perante as tendências foi apresentado em conjunto com os assuntos de maior pesquisa no serviço de busca. A WGSN apresentou uma análise da temporada de inverno 2016, apontando as principais cores, materiais e estilos para os setores feminino e masculino. A Riachuelo e OQVestir dividiram as atenções do dia, revelando como usam as plataformas de publicidade do Google para atingir seu público-alvo. Entre os dados de maior relevância, está que 72% dos consumidores utilizam a internet e 64% dos internautas que compraram roupa fazem pesquisas online antes de comprar.

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VEM AÍ O VESTVALE Prepare-se. Organizadores, expositores e compradores estão nos últimos preparativos da segunda rodada da Feira das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Vestvale). Este ano, o evento acontece nos dias 23 e 24 de setembro, das 10 às 21 horas, no Tropical Shop, em Apucarana (PR). É uma realização da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana e do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale Apucarana). Na primeira edição, participaram cerca de 50 empresas, provenientes de 11 municípios. Entre os produtos exibidos, estavam linhas de jeans, camisetas, moda íntima e outros setores. Para a segunda edição, o presidente do Sivale Apucarana revela mudanças no formato para atender o pedido dos expositores. “A principal reivindicação foi realizar a Vestvale em dois dias. O horário também foi reformulado para se estender ao início da noite. Essas mudanças devem facilitar a agenda dos compradores”, afirma Jayme Leonel. Para saber mais, ligue para (43) 3033-6670.

PRODUÇÃO TÊXTIL DO CEARÁ APRESENTA QUEDA O Ceará, quinto principal produtor têxtil e de confecção do país, registrou queda de 31,1% em sua produção física têxtil nos sete primeiros meses deste ano. A produção física da confecção e vestuário apresentou queda de 4,2% no mesmo período. Segundo o Instituto de Estudos e Marketing Industrial Inteligência de Mercado (Iemi), o estado, que apresentou faturamento de US$ 3,8 bilhões em 2014, conta hoje com 1.630 empresas e 111 mil trabalhadores. No primeiro semestre, foi registrada uma perda 1.724 postos de trabalho no setor têxtil e de confecção. Entre janeiro e julho, o Ceará respondeu por 4,32% do total das exportações brasileiras de produtos têxteis e confeccionados, totalizando US$ 27,38 milhões, o que significa uma queda de 15,13% em relação ao mesmo período de 2014. Em relação às importações, o estado respondeu por 2,83% do total brasileiro (produtos têxteis e confeccionados), totalizando US$ 108,62 milhões, ou seja, uma queda de 7,04% em relação ao mesmo período do ano passado. A balança comercial está em déficit de US$ 81,24 milhões, contra um déficit de US$ 77,04 milhões no mesmo período de 2014.


Negócios

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POR RENATA MARTORELLI

CONFECÇÃO DO FUTURO PROJETO VISA PROMOVER CONCEITOS INOVADORES PARA EMPRESÁRIOS DO SETOR TÊXTIL BRASILEIRO Foto: Divulgação/Sintex

Idealizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o projeto Confecção do Futuro tem o objetivo de dar continuidade aos trabalhos relacionados ao fortalecimento da indústria têxtil e de confecção brasileira. Segundo o projeto, para fazer parte da Confecção do Futuro as empresas devem estar atentas às seguintes condições: customização em massa, qualidade do produto certificada, vendas pela internet, integração mercadológica na cadeia de valor apoiada em tecnologia da informação e comunicação (TIC), gestão profissionalizada e rápido tempo de resposta (time to market). A fase inicial da proposta envolveu a conceituação da empresa de confecção do futuro, realizada pela Fundação Certi e pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai (Senai/Cetiqt). “Ao analisarmos essa conceituação, ficou evidente que a grande mudança a ser adotada pela indústria têxtil não se traduz apenas em equipamentos automáticos, mas em uma completa filosofia de inovação tanto nos processos produtivos como nos processos gerenciais”, revela Caetano Ulharuzo, especialista da ABDI. Na etapa seguinte, o projeto foi apresentado para empresários do setor durante um workshop na Abit. Os interessados em empreender a planta inovadora preencheram um formulário distribuído no evento e depois passaram por entrevistas com uma comissão julgadora. Entre as interessadas, a marca Sol Sports, de Santa Catarina, foi considerada a empresa com maior aderência aos conceitos avaliados e com maior potencial para seguir o projeto, já que, além de investir na realização do empreendimento, a empresa vencedora deve estar aberta à visitação de outros empresários. “No curto prazo, esperamos melhorar a produtividade e, no longo prazo, ser reconhecidos como uma empresa inovadora e eficiente em todos os seus processos, desde a concepção dos produtos desejados pelo mercado até o atendimento ao cliente. Já estamos nos preparando para essa nova operação, fazendo diagnósticos da situação e treinando a equipe”, conta Ary Pradi, sócio-diretor da Sol Sports.

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FERNANDO PIMENTEL, DIRETOR-SUPERINTENDENTE DA ABIT, APRESENTA O PROJETO NO SINTEX (SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE FIAÇÃO, TECELAGEM E DO VESTUÁRIO DE BLUMENAU (SINTEX), EM SANTA CATARINA.

Segundo o diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel, a confecção é o elo que mais emprega e mais agrega valor em toda a cadeia têxtil, porém se encontra pressionada por uma série de fatores como custo, escala, mão de obra, concorrência externa, entre outros. “Para que a indústria de moda brasileira tenha competitividade no mundo, é fundamental fortalecer o elo da confecção. O Brasil nem é barato nem está na fronteira tecnológica do setor. Portanto, dentro do âmbito do estudo estratégico Têxtil 2030, a Confecção do Futuro é um caminho para aumentar a competitividade, já que é um projeto estruturante. Não elimina, porém, outros pontos, como a questão tributária e trabalhista, com as quais a Abit luta diariamente.” Pimentel ainda afirma que a escolha da Sol Sports é o início de um grande movimento que incorpora indústria, varejo, governo, entidades de classe e sindicatos, que vai colocar o setor em outro patamar. A Confecção do Futuro envolve consultoria especializada em projetos de manufatura e instalação de unidades produtivas, que inclui representantes do Senai/ Cetiqt. O projeto divide-se em quatro etapas: definição conceitual da “Empresa de Confecção do Futuro”; apresentação de conceitos a empresários e seleção de interessados; entrevista e seleção; e a etapa em que o projeto se encontra, que é a elaboração de estudo de viabilidade técnica e econômica futurista e implantação do empreendimento. A proposta deve acontecer ao longo de 12 meses, com recursos da ABDI.





Feiras

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POR SILVIA BORIELLO

Foto: Divulgação

SERIGRAFIA SIGN FUTURETEXTIL 2015 O Pavilhão do Anhembi, em São Paulo (SP), recebeu entre os dias 21 e 24 de julho a 25ª edição da Serigrafia Sign FutureTextil, organizada pela BTS Informa. Segundo a organização, mais de 36 mil visitantes (5% a mais que em 2014), inclusive confeccionistas, foram conferir os lançamentos em serigrafia, impressão digital e têxtil, sublimação, comunicação visual e brindes promocionais das 650 marcas expositoras, bem como participar do Espaço do Conhecimento, onde aconteceu a primeira edição da South America Digital Textile Conference, organizada pelo portal WTiN (World Textile Information Network Ltd.), que falou sobre as oportunidades e barreiras para birôs que desejam entrar nesse mercado ou introduzir a impressão digital na operação tradicional. “Durante os últimos anos, o mercado tem crescido, em média, 30% ao ano. A perspectiva é que muito em breve nós atingiremos mercados onde ainda não atuamos, como de roupa de cama, decoração e tecidos largos. No Brasil, atualmente, temos cerca de 50 estamparias digitais com mais de 2 mil impressoras sublimáticas instaladas em diversos pontos do país. O

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mais importante na impressão digital é a parte de criação e, nesse sentido, o Brasil é um país ímpar e muito importante no setor”, afirmou José Macedo, presidente da Sintequímica, durante a abertura da conferência. Cintia Miguel, gerente da Serigrafia Sign, diz que a área têxtil, como um todo, vem ganhando mais espaço na feira nos últimos anos, e acredita que isso se deva ao crescimento da impressão digital em têxteis. “O Brasil está entre os cinco maiores produtores mundiais nesse segmento e isso se dá porque é possível integrar todos os elos da cadeia têxtil no país, desde a produção das fibras naturais e sintéticas até o varejo. Os grandes players do mercado também voltaram sua atenção para o setor, com máquinas especializadas e de grande tecnologia para atender a demanda. Então, foi um movimento natural aumentar na feira a presença da indústria têxtil, inclusive de confecções, já que ela é o maior palco de lançamentos na área”, analisa Cintia. A edição 2016 acontecerá de 3 a 6 de maio, no Anhembi. Confira, a seguir, os destaques da feira direcionados ao setor confeccionista.


Fotos: Divulgação

Ampla: apresentou a família de impressoras New Targa XT, como a New Targa XT Aquatex, impressora por sublimação de alta produtividade, para empresas de grande porte e birôs de impressão digital. Possui o chassi monobloco Ampla Core, que confere robustez e estabilidade; velocidade máxima de 229 m2/h; área de impressão de 1,80 m, com 4, 8 ou 16 cabeças; resolução de 1.200 dpi; sistema de alimentação de tinta por pressão negativa com avançada tecnologia estabilizadora; computador industrial embutido, com processador i5, interface touchscreen, monitoramento em tempo real das principais funções do equipamento e uma linha de tintas à base de água, desenvolvida especialmente para esse modelo. Mac Len: levou o carrossel PT-WMG-W1000, desenvolvido para conferir rapidez e qualidade no processo de estamparia, com capacidade produtiva de até 1.450 peças/hora. Possui seis formas de trabalho, de 15 cm x 22 cm cada, ligação monofásica, baixo consumo de ar e consumo energético de 1.7 KW/h.

Metalnox: entre seus diversos lançamentos, destaque para a Evox mtx8, uma máquina industrial para impressão digital direta em tecido, desenvolvida 100% no Brasil, sendo a primeira da categoria em âmbito industrial da América Latina e a terceira no mundo. Projetada para operação contínua, possui oito cabeças de impressão Seiko; duas bandejas de impressão 600 mm x 800 mm (com possibilidade de implementar tamanhos customizados); reservatório para excessos e resíduos com sensor de nível de tinta; impressão de até 300 peças A4/hora (estampa tecidos 50% algodão claro e escuro); sistema Work Flow, que otimiza o tempo inativo da máquina, aumentando sua produtividade; sistema Double Print, com impressão simultânea de cores e fundos (CMYK + White); função Spit, que evita a obstrução dos bocais da cabeça de impressão, aumentando sua vida útil; função Degassing, que retira o oxigênio da tinta, evitando falhas de impressão; e função White Print, com uso opcional do fundo branco para impressão, possibilitando usar a própria cor do tecido como composição da imagem.


Feiras HP: apresentou a linha de impressoras HP Látex, como o modelo 360, por exemplo, que imprime também em tecidos e malhas. Com resolução de 1.200 x 1.200 dpi, seis cabeças originais HP e velocidade de impressão de até 6 m2/h em tecidos, seu Fotos: Divulgação

grande diferencial fica por conta das tintas HP Látex 831 (com certificado Ecologo®, que atendem a diversos critérios rigorosos referentes à saúde humana), mais resistentes ao tempo e a arranhões, sendo toda a cura e secagem feitas dentro da impressora, prontas para acabamento e entrega imediata. Seu coletor de tinta permite imprimir em diversos materiais têxteis, inclusive tecido poroso, e o sensor óptico de avanço de mídia (OMAS) controla o registro de impressão automaticamente, eliminando faixas de erros de avanço mesmo em mídias pequenas.

gerenciamento de longe das principais funções da impressora. A largura máxima de impressão é de 1,6 m e a resolução de imagem é de 720 dpi. A empresa apresentou também o Roland Academy, um treinamento oferecido na versão online e presencial.

BM do Brasil: trouxe a Da Vinci, impressora digital para têxtil diretamente em todos os tipos de tecidos, inclusive com elastano. Possui quatro cabeças de impressão; resolução máxima de 1.440 dpi; largura de impressão de 1,8 m; novo sistema de controle de jato de tinta, que suporta dois tipos de configurações de tamanho de pontos variáveis; roletes de pressão projetados para manter a mídia firme, evitando desalinhamentos ou distorções do material; após a impressão, os roletes internos são levantados e, automaticamente, inicia-se o rebobinamento e o posterior corte do material, não danificando a impressão mesmo com a tinta não estando totalmente seca. Foto: Silvia Boriello

Roland: lançou a Versa Express RF-640S, impressora sublimática desenvolvida especialmente para o mercado têxtil, de fácil manuseio, alta qualidade de impressão e produtividade. Sua nova cabeça de impressão proporciona cores mais vivas e maior nitidez, bem como fácil manutenção e baixos custos de impressão. Possui função de limpeza automatizada, diminuindo o consumo de tinta causado por limpezas desnecessárias e preservando a cabeça de impressão. Além disso, pode ser controlada remotamente por meio do Roland Printer Assist, um aplicativo para iPad que possibilita o

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Global Química & Moda: especializada em produtos para estamparia no setor têxtil, apresentou as novidades em foiltop, como o Acqua, um filme transparente só com as texturas; o foil dupla face, que pode ser aplicado em transparências; o foil Marsala, a cor do ano; a pasta glitter, que pode ser usada no algodão; e a pasta flock (flocagem), que pode ser aplicada junto com o foil.



Feiras

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POR RENATA MARTORELLI

Foto: Divulgação

MAQUINTEX, FEMICC 2015 E SIGNS NORDESTE 2015 TERMINAM EM CLIMA OTIMISTA O mercado têxtil do Nordeste detém 18,6% de toda a produção nacional, contribuindo significativamente para o PIB estadual, e está entre as principais regiões exportadoras do Brasil. Nesse cenário, a Maquintex – Feira de Máquinas, Equipamentos, Serviços e Química para a Indústria Têxtil aconteceu simultaneamente com a Femicc – Feira de Máquinas para a Indústria Coureiro Calçadista e a Signs Nordeste – Feira de Equipamentos e Serviços para Impressão Digital, Sinalização e Serigrafia, no Centro de Convenções do Ceará, em Fortaleza (CE). Juntos, os três eventos reuniram 800 marcas entre os dias 18 e 21 de agosto e receberam a visitação de 20 mil profissionais. “Ficamos muito satisfeitos com os resultados das feiras, em um momento de macroeconomia em retração,

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pois os expositores realizaram bons negócios, estão otimistas com os resultados do pós-evento e a expectativa para o segundo semestre é positiva”, revela Hélvio Roberto Pompeo Madeira, diretor-presidente da FCEM, organizadora e promotora dos eventos. Além dos lançamentos apresentados, os visitantes puderam participar do Fórum de Informação, voltado para a atualização profissional, com palestras sobre matériaprima, processos de transformação, produção, sustentabilidade e tendências. Outro destaque foi o XXVI CNTT – Congresso Nacional de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda, organizado pela Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda (ABTT). A Femicc realizou também, no último dia da feira, o Seminário Coureiro-Calçadista do Norte Nordeste.


Os expositores enxergam o mercado da região de forma positiva. Décio Serra, do departamento de vendas da GG Tech, acredita que o mercado nordestino tem um forte potencial. “O mercado é grande, exige trabalho e dedicação, com visitas constantes e acompanhamento com pós-venda e treinamentos de nossos produtos”. Sandro Jarbas, da Enfesmak, diz que a região de Pernambuco a Fortaleza é a que mais está crescendo. “Muitas empresas estão mandando os trabalhos de corte e costura para fazer no Nordeste, o que acaba elevando o crescimento, já que no Sul e Sudeste o mercado está saturado. Mão de obra tem bastante no Nordeste, já no Sul e Sudeste, a filha da costureira não tem mais o incentivo da mãe para seguir carreira”, reflete Sandro. Segundo Edson Souza, diretor comercial da Silmaq, “o mercado nordestino é muito importante para nós, por isso mantemos nossa segunda maior filial no Recife (PE). Apesar da crise, o mercado já começa a reagir e esperamos um fim de ano melhor do que foi até agora. A feira nos surpreendeu. Investimos como se estivéssemos em tempos normais, pois não podemos participar como se não fosse trazer resultados. A visitação foi menor, mas quem veio veio em busca de soluções”. A próxima edição das feiras acontece de 3 a 6 de outubro de 2017, no mesmo local. Confira os principais lançamentos apresentados pelos expositores:

Foto: Renata Martorelli

Foto: Divulgação

Ampla: projetada para trabalhar em longos ciclos de produção, a família New Targa XT possui chassi monobloco AmplaCore, utilizando em sua fabricação componentes industriais de alta qualidade. A principal impressora da linha é a New Targa XT tecnologia solvente, disponível nas larguras de 1,80 ou 3,20m, com 4, 8 ou 16 cabeças de impressão industrial de 7pL, resolução de 1200dpi e velocidade de até 320m²/h. Audaces: a nova versão do Audaces Idea, sistema que facilita a comunicação entre estilistas e modelistas ao levar precisão e agilidade ao desenho e aplicação das informações que vão orientar a etapa de modelagem, foi uma das novidades. A outra ficou por conta da nova versão do Audaces Vestuário, que trouxe funcionalidades que agregam maior velocidade à criação e manipulação dos moldes. Barudan: a máquina de bordar modelo BEXYY908HII foi apresentada com área de bordado maior e inovações técnicas para gerar maior produtividade. Comelz: apresentou os lançamentos de Encaixe Automático de Corte de Couro; Encaixe Automático para Corte de Materiais Lineares; Suporte para Enfestar Materiais; e Máquina de Corte Automático para Menores




Foto: Renata Martorelli Foto: Renata Martorelli

Foto: Renata Martorelli

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Foto: Renata Martorelli

lançamentos Laís, com largura de 16 mm e rendinha estreita com desenho geométrico; Bia 16 mm, novo viés dobrável com um lado liso e um lado trabalhado; Alça Confort, alça de sutiã em duas larguras, 18 e 25 mm, que forma uma ombreira para trazer conforto na utilização; Sabrina 82 mm Sublimada, com estampas digitais, e a coleção Manuela 40 Reveillon, voltada para o fim do ano, em quatro cores com as palavras amor, sucesso e paz. Etical: unindo beleza e maciez, a empresa investiu na coleção Mescla, apostando no brilho do fio lurex, a partir da etiqueta que permite toque suave e maior maciez, quebrando a regra desse tipo de fio, que normalmente deixa a etiqueta bordada áspera no contato com a pele. Estúdio Magnólia: o estúdio paulistano foi inaugurado durante a Maquintex e trabalha com estampas exclusivas desenvolvidas pela artista plástica Magda Sento Sé. Como todo trabalho de design parte de um trabalho manual, cada estampa tem uma MAGDA SENTO SÉ E SUAS CRIAÇÕES. particularidade. “A proposta é desenvolver para as confecções um projeto para que elas se diferenciem da concorrência por meio das estampas, que podem ser em qualquer base”, revela Magda, que apostou no público da feira e achou interessante, já que seu produto foi bem aceito. “Senti que tem campo para o meu trabalho na região. Tive muita aceitação e estou descobrindo algumas formas de divulgação. O Nordeste é carente desse tipo de trabalho.”

Foto: Renata Martorelli

Volumes de Produção. Elastan: apostou nos

Foto: Divulgação

Foto: Renata Martorelli

Feiras F1 Suprimentos: levou a Gama Print nas versões sublimática e ecossolvente, com opções de 1, 2 ou 4 cabeças, com alta durabilidade, produção em níveis industriais e qualidade de impressão fotográfica. FS Máquinas: apresentou a Brother S7300, reta eletrônica com painel de LCD, velocidade de 5.000 ppm, ajuste eletrônico de transporte e tamanho de ponto por motor de passo e corte de linha curto. Havir: o papel com película de PU impresso na plotter solvente e transferido para o courvin foi o grande destaque. Pode ser usado em sapatos, chinelos, bolsas, almofadas impermeabilizadas e palmilhas. Iberlaser: o destaque foi a máquina a laser para fazer estampa em jeans e malha modelo INDI V 200/300/600 em várias potências, que vão de 100 a 1.200 W, voltada para lavanderias, com extrator de fumaça, velocidade de gravação de 1.200 mm/s, cabeçote galvanométrico 2/3 eixos e refrigeração. IBG Botões: atenta ao que está acontecendo no mercado europeu, apresentou botões de poliéster com resina termofixa; botões de coroso (semente originária do Equador), de madeira e de coco. Entre os destaques, estão os botões de madeira penteada com acabamento a laser e de coroso com detalhes, e botões com acabamentos a laser. Icla: o grande destaque da empresa foi a sacola com costura com solda eletrônica. Linhanyl: a empresa acaba de inaugurar uma fábrica em Horizonte, no Ceará, já que os principais clientes vieram para a região. O zíper de metal shiny, com


Foto: Renata Martorelli

banho de shiny, que apresenta um tratamento de verniz para o zíper não oxidar, foi o lançamento da Linhanyl. Marabu: o destaque foi a tinta sublimática TexaJet DX-STE Maravu, desenvolvida exclusivamente para cabeças de impressão Epson, com cores intensas com preto de alta densidade, impressão brilhante, compatibilidade ambiental sem uso de surfactantes, baixo odor, propriedade de solidez à luz, lavagem e transpiração. Metalnox: apresentou Foto: Divulgação sua linha de prensas térmicas manuais, semiautomáticas e automáticas, além de levar ao Nordeste pela primeira vez a nova Calandra CMD 1800 Série 2, destinada à CALANDRA CMD 1800 SÉRIE 2, DA METALNOX. sublimação de tecidos sintéticos, que possibilita trabalhos em tecido e transfer contínuos, além de tecidos e transfer em peças cortadas. Outro destaque foi a ePrint, impressora digital para sublimação MTX Strong, destinada a impressões sublimáticas com velocidade de até 150 m2/h. Mimaki: apresentou um dos lançamentos para 2015, a série CJV150, que vai além da impressão, permitindo uma grande variedade de aplicações devido à função de recorte conjugado à máquina. Opções diferentes de set de tintas aumentam a capacidade de explorar cores especiais em meios-tons ou mesmo imprimindo em substratos transparentes, com o uso de tinta branca e prata. Morais Máquinas: destacou a PFAFF para trabalhar com quilt e patchwork Passport 2.0 com sistema IDT de transporte duplo, que puxa tanto tecido grosso quanto fino. OKI Data: apresentou a C711WT, máquina que permite a impressão colorida, além do branco, em diversos tipos de mídia, como transfers, papéis coloridos e transparentes, em formato A4 e gramatura de até 250 mm. Silmaq: apresentou a linha ECO da Siruba, econômica e ecológica, com máquinas retas, eletrônicas ou mecânicas, overloques e interloques, com preço mais acessível do que a linha tradicional Siruba, mas com a mesma qualidade. SocioTec: desenvolveu a MST-1010-MFDC, uma automação capaz de pregar etiquetas com duas agulhas, possibilitando a costura em duas cores. O equipamento prega 2.100

Foto: Divulgação


Feiras

inovou com o lançamento da versão para dispositivos móveis do catálogo digital voltado para representantes comerciais. O Systêxtil Catálogo Digital permite o acesso a mostruários de produtos para representantes de forma simples e automática, a partir de imagens de produtos. O programa conta com imagens dos produtos e tecidos, vinculados às tabelas de preços, grades, quantidade disponível em estoque, cartelas de cores,

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Foto: Divulgação

entre outras necessidades do segmento têxtil em que o usuário atua e pode ser totalmente integrado com a ferramenta ERP. Outro destaque foi a solidificação da Systêxtil com o programa de canais comerciais regionais, facilitando ainda mais o contato do cliente com a empresa. Welttec: levou o Tear Circular Plush, com painel de controle de simples operação com sistema LFA, que compõe todas as informações necessárias, regulagem

JK-3020-MBA,

DA

WELTTEC.

de ponto central, mangueiras de óleo com engate rápido, alargador de tecido de fácil regulagem, sistema de limpeza com ventiladores e ar comprimido e portafios com passamento automático a ar. Outro produto apresentado foi a Máquina de Bolso Automático com Dobra a Fio, modelo JK-3020-MBA, com 1 agulha, 2 fios, transporte por motores de passo, comprimento do ponto até 10 mm, velocidade de 2.700 rpm, produção de 250 peças/hora e campo de trabalho de 280 mm x 190 mm. Foto: Renata Martorelli

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

etiquetas em calças por dia e também é indicado para costurar bolsos relógio, bolsos para roupa infantil e velcros. Sun Special: o destaque foi a máquina de costura industrial interloque eletrônica automática com motor direct drive, modelo MÁQUINA DE COSTURA INDUSTRIAL INTERLOQUE SS6816T-04ELETRÔNICA AUTOMÁTICA, DA SUN SPECIAL. UTC2-AK-CF, ideal para tecido pesado, 2 agulhas e 5 fios, com costura automática, sem necessidade de acionar o pedal, bastando aproximar o tecido para ela costurar e cortar automaticamente, possibilitando a utilização por cadeirantes. Já a máquina de costura industrial travete automático para pregar passante modelo SS-254 possui cabeçote com 2 agulhas; corta, dobra e costura o passante automaticamente; velocidade máxima e 2.700 rpm; e produção média de 1.800 peças em 8 horas. Systêxtil:

Zoje: a máquina ZJ9610SA-D3-M-3 é direcionada para costura detalhada em beiradas de couro, sapatos e bolsas, MÁQUINA DE FILIGRANA ZJ5770Asem correia, com 3020HG1, DA ZOJE. motor direct drive e painel multifunções. Já a máquina de filigrana ZJ5770A-3020HG1 é preparada para costurar bolso de fardamento, possui múltiplas funções e requer área de trabalho maior que as outras máquinas do mercado.



Feiras

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POR SILVIA BORIELLO

FENIN: VERÃO 2016 EM BENTO GONÇALVES E NO RIO DE JANEIRO Fotos: Divulgação

Depois da edição realizada em São Paulo, a edição de Verão 2016 da Fenin seguiu para Bento Gonçalves (RS) e o Rio de Janeiro (RJ), entre os dias 7 a 10 de julho e 28 a 30 de julho, respectivamente, reunindo grandes marcas nacionais e internacionais, como Nicoboco, Ton Âge, Modelan, Rock & Soda, Malharia Nacional, Zaferano, Zune Jeans, Crocker, Occy, Gangster, Vide Bula, Desigual, Levi’s, DKNY, Tommy Hilfiger, Nike, entre muitas outras. Algumas dessas marcas participaram das três feiras, outras selecionaram a ideal para atingir seus mercadosalvo. O volume de vendas não foi divulgado, mas, de acordo com a organização, feita pela Fenim Feiras, de Julio Viana, os resultados foram bastante satisfatórios. Uma boa surpresa foi a Fenin Fashion Rio, que fez sua estreia na Cidade Maravilhosa, no espaço Riocentro. O Rio de Janeiro estava carente de eventos que promovessem a moda local, depois de algumas edições sem o Fashion Rio e salões de negócios. Por esse motivo, o estilista e presidente do Conselho de Moda do Rio de Janeiro, Carlos Tufvesson, elogiou a iniciativa de levar ao Rio um evento tão importante e estruturado, que trabalha para a movimentação da indústria brasileira de moda. Entre as grifes participantes de todo o país, destaque para a participação da Blue Man na Fenin Fashion Rio, marca ícone do lifestyle carioca e de moda praia brasileira que mantém seu posto desde os anos 1970, quando foi criada. Quem também chamou atenção foi a Afghan, com suas estampas exclusivas, jeans com acabamentos especiais e originais, tricôs leves e uma linha de moda festa. A novíssima Saia com Arte destacou-se com as peças feitas de tecidos leves trazendo nas estampas elementos das obras de Monet, Van Gogh, Klimt, Magritte, Gauguin e Frida Kahlo, por exemplo. Outras que marcaram presença foram Ausländer, Limits, Carbon e o

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MODELAN

SAIA

COM

MALHARIA NACIONAL

ARTE

BLUE MAN

DENIS VIANA, CARLOS TUFVESSON JULIO VIANA.

ROBERTA RODRIGUES

NA

E

AFGHAN

coletivo Cria Rio!, projeto desenvolvido em parceria entre Firjan e Sebrae para apoiar novos estilistas cariocas de moda autoral. O espaço Black na Favela apresentou criadores que trabalham com material reciclado e a moda feita nas comunidades, embalados por DJs da Zona Norte do Rio.



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POR ANGELA VALIERA

“Eu gostaria que alguém tivesse as respostas para minhas perguntas”

Foto: Arquivo pessoal

Coaching

É O QUE BOA PARTE DOS UNIVERSITÁRIOS DE HOJE DIZEM Os jovens universitários querem variedade e opções. Mas não conseguem escolher uma. Querem uma carreira atraente, gratificante e com alta remuneração. Mas não querem assumir grandes responsabilidades, abrindo mão do desejo de ser guiado e orientado constantemente para desenvolver habilidades de liderança. Querem ter mais conhecimento, reclamam das instituições de ensino e dos professores. Mas não querem investir tempo nos estudos. O abismo entre a graduação e o mercado de trabalho está lentamente e fortemente ficando cada vez maior. E os jovens, apesar de toda a liberdade, sentemse cada vez mais presos pois não sabem como resolver a situação. As famílias ficam, simultaneamente, apoiadoras e deficientes em soluções, ansiosas, sem saber como orientá-los. Quanto mais os meses passam, menos os jovens podem continuar procrastinando – algo que eles fazem tranquilamente e normalmente em grupo, quando um apoia o outro nisso. Eles veem à frente a data-limite da formatura e sabem que, a partir dali, muita coisa vai mudar. Para a maioria deles, dar o próximo passo será a decisão mais importante de suas vidas até o momento. Ser estudante é uma ocupação e uma identidade. Fazer a transição da faculdade para o mercado de trabalho exige a ressignação do papel no qual ele já é expert. Ele sabe navegar nas nuances do sistema educacional e entendeu o que pode esperar, o que esperam dele e como pode obter sucesso. Como estudantes, eles estão no controle. Após a graduação, é preciso aprender a negociar tudo de outra forma, com justificativas plausíveis e em uma relação ganha-ganha. Não há mais a possibilidade

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de apenas pedir para ganhar, ou até mesmo de ganhar sem precisar pedir. É preciso aprender a aceitar ordens, a viver com metas e a contribuir com a equipe e a empresa para crescer. É preciso sair da posição central, na qual tudo gira em torno de si, e perceber-se como parte de uma engrenagem. Já estamos no segundo semestre e, em dezembro, mais uma leva de estudantes será colocada no mercado de trabalho. Muitos vão começar a trabalhar só agora, pois cada vez mais há estudantes que deixam para iniciar a vida profissional só depois de formados. Dedicam-se apenas à vida acadêmica durante os quatro anos de curso acreditando que apenas o conhecimento adquirido será suficiente, esquecendo-se da importância de desenvolver habilidades práticas. E, acima de tudo, esquecendo-se de que há um tipo de conhecimento que não se aprende na faculdade: postura profissional. As respostas sobre a postura profissional, sobre o comportamento no ambiente de trabalho, ele vai ter que descobrir sozinho no dia a dia. Elas não virão até o jovem espontaneamente e dificilmente alguém vai conduzi-lo pela mão no mercado de trabalho. Cabe aos profissionais que já estão no mercado compreender essa nova geração e encontrar formas de mostrar o caminho a ela. Não dando todas as respostas, mas apontando a luz para que ela enxergue melhor em meio à névoa que vê à sua frente. ANGELA VALIERA É COACH, FASHION CAREER COUNSELOR, DESIGNER DE INOVAÇÃO E NOVOS MERCADOS DO CARREIRA FASHION – EMPRESA DE RH ESPECIALIZADA EM MODA – E COORDENADORA DA ESCOLA ONLINE ENMODA. ANGELA@CARREIRAFASHION.COM.BR WWW.ANGELAVALIERA.COM.BR


POR ROSELAINE ARAUJO

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Fique Sabendo

AGULHA MÁGICA FACILITA BORDADO MANUAL Fotos: Divulgação

Bordar com perfeição, rapidez e durabilidade. Empresas e profissionais que trabalham com aplicações manuais necessitam unir todas essas qualidades para se diferenciar no mercado. A agulha mágica, também conhecida como agulha de bordado de bastidor, oferece todas essas vantagens. Quem garante isso é Felipp Aguiar, que trabalha com bordados há mais de 17 anos e hoje dirige a Fellip Bordados, especializada em bordar com exclusividade peças de alta-costura, como vestidos de noiva e de festa. Localizada em São José (SC), a empresa atende pedidos em todo o país. “Minha família trabalha com bordados há 42 anos. A agulha mágica não é novidade, mas poucas pessoas sabem utilizá-la com eficiência. Com ela, é possível aplicar infinitos tipos de pedraria em todos os tecidos, desde o mais fino, como o tule, até o mais resistente, como o couro. Utilizo-a em tudo que bordo, até porque ela deixa o bordado mais firme também”, explica Felipp. Além disso, a agulha é prática. “Seu gancho permite puxar a linha de modo fácil e ágil, o que aumenta nossa produção. A agulha normal borda 50 gramas; já com a mágica, são 4 quilos”, diz. Para obter esse feito, Fellip acopla uma caneta comum na agulha. “Publiquei um vídeo no YouTube para mostrar como utilizo a agulha com a caneta. A intenção é dividir esse conhecimento para ajudar a todos”, acrescenta. A agulha mágica é comercializada na Cavemac. Informações pelos telefones (11) 2171-9222 e 98473-6760 (Whatsapp) ou pelo e-mail comercial@cavemac.com.br. Para saber mais, acesse www.fellipbordados.com.


Fotos: Divulgação

Couro e Cia. NETSHOES TERÁ CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO EM MINAS GERAIS

CALÇADISTAS REÚNEM-SE CONTRA IMPORTAÇÕES FRAUDULENTAS

A partir do terceiro trimestre Durante a última edição da deste ano, na cidade de Francal, em julho, Extrema (MG), entrará em representantes das câmaras operação o novo centro de calçadistas da América Latina distribuição da Netshoes, reuniram-se para discutir a criação de um sistema de intercâmbio de informações que já conta com outros sobre o comércio exterior de calçados de seus países. O objetivo: aplacar as CDs em Barueri (SP), Itapevi importações fraudulentas acontecidas nas aduanas. De acordo com Heitor Klein, (SP) e Jaboatão dos presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados Guararapes (PE), com a (Abicalçados), essas fraudes estão presentes em todos os países com polos missão de ampliar e dar calçadistas relevantes e têm efeitos funestos para as empresas produtoras nacionais. maior agilidade às entregas Klein também ressaltou a importância da padronização das informações divulgadas, em todo o país. “Nosso pois nem sempre os dados divulgados pelo país exportador coincidem com os objetivo é embasar o plano apresentados pelo país de destino. Essa questão foi confirmada por Luiz Gustavo de crescimento da Flórez, presidente da associação de calçadistas da Colômbia (Acicam), ao Netshoes, ainda mais agora exemplificar a entrada de calçados mexicanos em seu país: em 2014, foram 10,1 com a chegada da Zattini, e milhões de pares enviados à Colômbia, sendo que 7 milhões tinham preço menor que manter a qualidade logística US$ 1. Já Alejandro Gómez, diretor-geral da câmara de calçadistas do México e de personalização de (Ciceg), passou dados muito diferentes dos de Flórez. Segundo ele, de acordo com produtos pelas quais somos registros oficiais do México, foram vendidos à Colômbia nesse período 736 mil pares conhecidos”, diz Graciela a um preço médio de US$ 11 cada. Vale ressaltar que o governo colombiano criou Tanaka, COO na Netshoes. uma lei específica em relação ao contrabando e às importações fraudulentas, A estrutura logística em problemas recorrentes no país, e o governo mexicano vem se esforçando na Extrema será responsável fiscalização como forma de barrar a entrada desses produtos. Apesar de apenas 15% pelo envio de produtos de deles serem verificados por observadores indicados pela Ciceg, a ação já fez com pequenos e grandes que o setor crescesse 1,4% no primeiro quadrimestre de 2015. volumes da loja virtual de Outro país que tem sofrido com as importações calçadistas é o Chile, que possui artigos esportivos e também uma política econômica aberta e obediente à Organização Mundial do Comércio da Zattini, braço da (OMC). Pedro Bosco, diretor da câmara calçadista do Chile (Fedecall), diz que não há empresa focado em moda e reciprocidade em algumas transações, e isso resultou numa enxurrada de produtos lifestyle. Além disso, de lá asiáticos em seu país. Para sobreviver, os fabricantes direcionaram-se aos nichos de sairão as peças inovação e qualidade, tanto para o mercado interno quanto para o externo. Sérgio personalizadas, como Panossian, representante da câmara argentina, também esteve presente, camisas de times de futebol, destacando oportunidades comerciais importantes para as empresas que adotam basquete, running, bonés, práticas sustentáveis. tênis, mochilas, entre outros, DUMOND DE CARA NOVA gerando mais de 150 empregos diretos nessa Para trazer mais suavidade, modernidade e primeira fase, todos feminilidade à sua identidade visual, a Dumond redesenhou seu logotipo, mais fluido, internos, de acordo com a criado a partir da letra inicial, o D, para marcar a nova fase da empresa. O novo logo política da empresa. aparecerá em linhas especiais do Verão 2016, fazendo uma transição gradual com o logo antigo até a coleção de Inverno 2016, quando será definitivamente substituído.

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HAVAIANAS + CHARLOTTE OLYMPIA: OH MY GOD! Pezinhos “divando” na praia ou na piscina no verão 2016? Sim! A Havaianas fez uma parceria com a incensada Charlotte Olympia, marca da designer de calçados inglesa Charlotte Dellal, filha da top model brasileira Andrea Dellal. Batizada de Charlotte Olympia Loves Havaianas!, a coleçãocápsula traz três sandálias com a paleta de cores características da marca, como vermelho, dourado e rosado, além das estampas ícones: a teia de aranha, o leopardo Bruce e a gatinha Kitty. Cada sandália vem com o nome da coleção na sola e um pin de teia de aranha nas alças, logo da grife inglesa. Além das sandálias, a coleção conta ainda com toalhas de praia ilustradas com as pin-ups desenhadas por Charlotte. Mas teremos que segurar a ansiedade até fevereiro de 2016, quando a coleção estará disponível no espaço Havaianas, em São Paulo, nas lojas físicas e online Charlotte Olympia, e em varejistas superseletos pelo mundo. PASSINHOS MONITORADOS Fotos: Divulgação

A Klin lançou uma supernovidade durante a Francal 2015: a linha Chip Klin, que vem com um dispositivo embutido em seus calçados para monitorar por onde andam as crianças por meio da tecnologia BLE (Bluetooth Low Energy), que, aliada ao aplicativo Chip Klin App – disponível para os sistemas Android e iOS –, faz com que os pais consigam controlar a distância por ondem andam seus pimpolhos. Hoje, a Klin é a primeira e única empresa brasileira a trazer esse tipo de conceito de rastreamento e inovação ao país.


Foto: Chico Gadelha

Curtas SOLVAY DIVULGA RESULTADOS DO SEGUNDO TRIMESTRE

CEARÁ MODA CONTEMPORÂNEA É LANÇADO EM FORTALEZA

O Grupo Solvay teve um faturamento de 2,675 bilhões de euros no segundo trimestre de 2015, chegando a um crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O REBITDA (lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 8,1% no período, alcançando 500 milhões de euros. O lucro líquido no segundo trimestre de 2015 foi de 143 milhões de euros. No primeiro semestre de 2015, as vendas alcançaram 5,322 bilhões de euros, com um crescimento de 5,3% em relação ao primeiro semestre de 2014.

No dia 19 de agosto, o Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário no DA ESQ. PARA A DIR.: ALOISIO RAMALHO FILHO, PRESIDENTE DO Estado do Ceará SINDROUPAS-CE; MARCUS VINICIUS, PRESIDENTE DO (Sindroupas-CE), o Sindicato SINDCONFECÇÕES-CE; BETO STUDART, PRESIDENTE DA FIEC; ERMANO MAIA, PRESIDENTE DO SINDITÊXTIL-CE; ADRIANO das Indústrias de Confecção G COSTA LIMA, PRESIDENTE DA CÂMARA SETORIAL DO VESTUÁRIO-CE. de Roupas e Chapéus de Senhoras no Estado do Ceará (Sindconfecções-CE) e o Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral no Estado do Ceará (Sinditêxtil-CE) lançaram na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), em Fortaleza (CE), o salão internacional de moda e negócios Ceará Moda Contemporânea, que será realizado de 27 a 29 de abril de 2016, no Centro de Eventos do Ceará. O evento é uma realização da Câmara Setorial do Vestuário, liderada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, por meio da Agência do Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), que identificou a necessidade de maior acesso ao mercado para potencializar os negócios, após um planejamento estratégico para a cadeia produtiva da moda. “A partir daí, os três sindicatos que representam o setor uniram-se para viabilizar essa importante estratégia para o setor industrial da moda. O salão visa impulsionar o mercado e gerar novos negócios nacionais e internacionais para o segmento, lembrando que o Ceará é hoje o maior polo de moda íntima e o quinto maior polo têxtil do Brasil”, diz Adriano Costa, presidente da Adece. O Ceará Moda Contemporânea, que será planejado e organizado pela New Stage Produções e Eventos, vai reunir cerca de cem empresas cearenses de moda feminina, masculina, infantil, íntima, praia, fitness, acessórios, têxtil e aviamentos. Saiba mais em: www.cearamodacontemporanea.com.br.

PECLERS PARIS CHEGA AO BRASIL A Link, agência liderada pela empresária Érika Brandão, firmou parceria com o birô Peclers Paris, que desde 1970 antecipa a evolução dos valores de consumo, atitudes, estilos de vida e preferências estéticas, traduzindo tendências em estratégias, conceitos criativos e ideias inovadoras. No Brasil, a Link será responsável pela viabilização das palestras, workshops, consultorias e parcerias da Peclers Paris, que por aqui tem como business development manager e trend spotters Andréa Merkel e Isabel Dezon.

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Foto: Divulgação

LIEBE APOSTA EM BOJOS TECNOLÓGICOS A Liebe desenvolveu modelos de sutiãs charmosos, com bojos Delfa, que unem tecnologia e modernidade, ideais para ser usados com transparências e fendas. O destaque é o Cropped, de renda, com bojo de espuma sweet e toque macio. Para os tamanhos 40 e 42, a Delfa usou a tecnologia para produzir bojos inteligentes com volume interno, e os de tamanho 44 e 46 são confeccionados sem enchimento, para proporcionar conforto. Já o modelo meia-taça é todo elaborado com tule com elastano microfilamentado, que realça os seios com leveza.


Foto: Divulgação

MODA FITNESS REPAGINADA

SIVALE PROMOVE 2º FÓRUM DE MODELAGEM

A marca feminina de roupas esportivas recém-chegada ao mercado brasileiro, Authen apresenta um novo conceito no mercado fitness. Criada pelo americano e esportista Christopher J. Spikes, a grife une o know-how americano em tecnologia com o estilo brasileiro. A coleção conta com leggings com fio infravermelho Emana®, camisetas de manga longa, macacão, saia de corrida com bolso interno, entre outros destaques. “Queremos oferecer à mulher roupas que ajudem na prática do esporte e que ao mesmo tempo destaquem a brasilidade”, revela Spikes, que atualmente mora no Rio de Janeiro. A Authen pode ser encontrada em lojas do país ou pelo site www.authen.com.br.

Entre os dias 20 e 23 de outubro, acontece o 2º Fórum do Vestuário, promovido pelo Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale), com o apoio da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Essa edição contará com uma participação especial do Grupo Lacrimo (Laboratório de Criação de Moda), formado por profissionais de moda das empresas associadas ao Sivale, que promoverá o Apucarana Fashion Day, encerramento do fórum com desfiles de looks criados pelo grupo, além de peças das empresas participantes do Lacrimo. O evento ainda terá uma palestra do Sebrae sobre Eficiência Energética, uma palestra técnica de inovação e o case de sucesso da Morena Rosa.


Curtas Fotos:: Divulgação

NO PARAÍSO

PANO PRA MANGA DESENVOLVE CASACOS PARA ESTILISTA Fazendo parte do Costura Solidária SP e do projeto de moda Ecosol, que tem como objetivo construir uma relação de empreendimentos de costura da economia solidária com estilistas; cinco integrantes da oficina de costura Pano pra Manga, projeto social idealizado pela Cummins South América, confeccionaram dois casacos, um conceitual e outro comercial, desenhados pela estilista Fernanda Yamamoto para a exposição Design Artesanato e a Cidade, que aconteceu até o dia 16 de agosto no Conjunto Nacional, em São Paulo (SP). A exposição fez parte da programação do Design Weekend.

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Tem marca nova no pedaço. A The Paradise, criada pelos estilistas Thomaz Azulay e Patrick Doering, tem em seu DNA um universo colorido e mágico, com arte e estamparia digital como destaques. Na coleção de estreia, a de verão 2016, as modelagens são clássicas e cada uma das peças, limitadas e numeradas à mão, recebeu um quadro de estampa pensado meticulosamente para seu shape, tudo muito exuberante e sobre bases nobres, como seda twill e javanesa, piquet comfort e tecidos tecnológicos. Entre os desenhos, paisagens tropicais, o brilho das joias, elementos kitsch e a Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro, onde os estilistas vivem. A coleção, que vem com roupas masculinas, femininas, moda praia e acessórios, já está à venda no ecommerce da marca, para todo o Brasil. www.paradise.art.br. SINDITÊXTIL-CE COMEMORA 80 ANOS COM MANIFESTO O Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará (Sinditêxtil-CE) completa 80 anos em 2015 e comemora seu aniversário com o manifesto Valorização da Moda Local (VML), que foi anunciado no dia 19 de agosto no evento de lançamento do Ceará Moda Contemporânea – Salão Nacional e Internacional de Moda e Negócios, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). O objetivo é mobilizar a sociedade para o consumo local, valorizando os elos que fazem a moda. Segundo o Sinditêxtil, esse será o primeiro passo de um movimento que não tem previsão de término e já tem planejamento de ações até 2016. COLOMBO FAZ FUSÃO COM GARNERO GROUP A rede de lojas de vestuário masculino Colombo anunciou no dia 27 de agosto um acordo de fusão com a Garnero Group Acquisition Company (GGAC), avaliado em aproximadamente US$ 330 milhões. O Grupo Colombo possui mais de 400 lojas no país e teve receita líquida de R$ 550 milhões em 2014. Após a conclusão da operação, os acionistas atuais da rede de lojas terão cerca de 25% da companhia, que passará a se chamar Garnero Colombo e permanecerá listada na Nasdaq.


Foto: Divulgação/WorldSkills

BRASIL É DESTAQUE NO WORDSKILLS Após anos de estudos e treinamentos, o mineiro Kaio Júnio Martins Silva foi escolhido em 2012 como o melhor do curso de Tecnologia O BRASILEIRO KAIO JÚNIO MARTINS da Moda de Minas Gerais e, SILVA COMPETIU NA CATEGORIA FASHION TECHNOLOGY, NA WORLDSKILLS 2015. logo depois, do Brasil. O esforço rendeu um convite para participar das Olimpíadas do Conhecimento, 43ª WordSkills São Paulo 2015, que foi realizada entre os dias 11 e 16 de agosto, em São Paulo (SP). O Brasil foi representado por 56 jovens profissionais técnicos, diante de 1.200 competidores, todos menores de 22 anos, de 62 países, e foi o país que conquistou o maior número de medalhas: 11 de ouro, 10 de prata e 6 de bronze. Além das disputas, os participantes participaram de programas voltados ao multiculturalismo, conferências nacionais e

internacionais, atividades interativas, além de terem tido acesso a informações específicas de cada ocupação. A competição, pela primeira vez realizada na América Latina, recebeu mais de 250 mil visitantes, acima da média esperada. FEBRATEX ACONTECE EM 2016 Organizada e promovida pela FCEM – Feiras, Congressos e Empreendimentos, a 15ª edição da Feira Brasileira para a Indústria Têxtil (Febratex) acontece entre os dias 9 e 12 de agosto de 2016, no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC). Entre as novidades, está a inauguração do novo pavilhão Setor 4, que será entregue em setembro de 2015, erguido na modalidade naming right, seguindo o modelo dos maiores espaços de eventos do mundo, que poderá abrigar 1.500 pessoas. A última edição da Febratex, realizada em agosto de 2014, recebeu cerca de 90 mil visitantes e reuniu expositores de mais de 50 países, totalizando 2.250 marcas.


Dicas e Economia

Peças e acessórios para bordados Os bordados estão vindo com tudo no próximo verão e no inverno 2016. Por isso, fizemos uma seleção de peças e acessórios para máquina de bordar, com as mais diferentes funções e efeitos pra você arrasar na produção Fotos: Silvia Boriello

KNE-7-94ATRM (CVM 174043): lançadeira Kobest stardart para máquina de bordar, com capacidade de linha 60% maior

KLG-7-94ATR (CVM 174044): lançadeira Kobest jumbo para máquina de bordar, com capacidade de linha 50% maior

BO-KBG (CVM 174056): carretilha pequena, para lançadeira Kobest

BO-KBL (CVM 174057): carretilha grande, para lançadeira Kobest

BS-C-RD (CVM 161825): guia para lantejoula

Tajima B684-boné (CVM 152464): bastidor para boné AT-130301000 (CVM 127881): puxador de linha

JP-145-2 (CVM 199308): faca para lantejoula

BS-C-072A (CVM 161802): calcador para lantejoula

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JP-237-H Strong (CVM 205765): faca para lantejoula

AC 05160000-H Strong (CVM 165415): faca

AC 05170000-H Strong (CVM 165416): faca

BS-C-072B (CVM 161803): calcador para lantejoula

JP-338-2-H Strong (CVM 177017): faca para lantejoula

Boring set – ag fina (CVM 129769): agulha para boring


EF 061 3030 000 (CVM 139908): calcador Tajima

Enchedor Tajima BZ-2 (CVM 151634): enchedor de carretilha Tajima

Tajima FD110 (CVM 152033): drive

SS-C-260 (CVM 157407): biela

EF 0514 000300 (CVM 43837): trilho do guia do estica-fio


Dicas e Economia

EF 0625 000600 (CVM 157591): amortecedor

Tajima A260-4 (CVM 129931): solenoide do puxa-fio

EF 0604000 (CVM 119525): alavanca do estica-fio

EF 064202000 (CVM 43891): anel de borracha achatado

EF 0553000300 (CVM 129821): trilho

EF 0532S (CVM 119587): drive completo

EG 0527000000 (CVM 187281): biela

EG 0213000 (CVM 124491): picker

OFAM 00220000 (CVM 119279): bastidor magnético

TFA-00210000 (CVM 137225): bastidor para máquina cilíndrica

EF 0516/EF 0517 (CVM 119532): Alavanca

Tajima A245-20 (CVM 43907): mola do tensor

Correia Tajima 136: correia de transmissão fechada (CVM 118265) ou aberta (CVM 164486)

OFAM-430X280 (CVM 139804): bastidor magnético

EF 06120000 (CVM 119547): braçadeira

DBX K5: agulha com ponta de cerâmica Punto Plus, que reduz o aquecimento em até 30%

FX 0228 (CVM 126842): faca

FX 0227000 (CVM 165414): faca móvel

OBSERVAÇÃO Observação: Verifique sempre a marca e o modelo de sua máquina antes de adquirir qualquer peça ou aparelho. Todos os aparelhos com os códigos acima podem ser encontrados na Cavemac. Para conhecer os aparelhos que agilizam sua produção, adquira os DVDs Cavemac com dicas sobre diversos deles. Acesse o site www.cavemac.com.br e consulte os títulos disponíveis. Se tiver alguma dúvida sobre que aparelho utilizar, envie uma foto dele por e-mail para vendas@cavemac.com.br ou traga-o pessoalmente ao showroom da Cavemac. Na compra de aparelhos, caso necessite fazer algum teste em nosso showroom, é necessário trazer todo o material para a confecção da amostra (tecido, elástico, fitas etc.). Agradecimentos: Alessandra Rustarz e Marta Sales.

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Eventos

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POR SILVIA BORIELLO

COLOMBIAMODA 2015 Foto: Divulgação/Inexmoda

EVENTO DESTACA A UNIÃO ENTRE TODOS OS ELOS DA INDÚSTRIA DE MODA COLOMBIANA

DESFILE

DA ESTILISTA COLOMBIANA KIKA VARGAS, QUE ENCERROU O EVENTO.

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Poucas vezes se vê um evento tão completo como o Colombiamoda, a semana de moda colombiana, que este ano teve sua 20ª edição entre os dias 28 e 30 de julho no Centro de Exposições Plaza Mayor, em Medellín. Organizado pelo Instituto para a Exportação e Moda (Inexmoda), o evento possui três pilares principais: passarelas, salão de negócios e conhecimento, formando uma plataforma comercial que integra desde a área acadêmica (Pavilhão do Conhecimento) até as exportações e o varejo, de maneira muito bem estruturada e com apoio e incentivos governamentais, pois o governo vê o setor têxtil na Colômbia como um importante aliado no crescimento econômico do país. Prova disso é que, na abertura oficial do Colombiamoda, o presidente do país, Juan Manuel Santos Calderon, anunciou a meta para o setor têxtil e de confecção do país crescer 17% até 2018, ou seja, ultrapassar US$ 1 bilhão em exportações nesse período. “Trata-se de um setor que temos que impulsionar, porque existe capital humano e talento”, afirmou Calderon durante sua visita. A edição 2016 já tem até data marcada: de 26 a 28 de julho. Segundo o Inexmoda, foram US$ 341 milhões em negócios fechados durante o evento e com expectativa de concretização durante os próximos 12 meses – 11% acima do ano anterior –, movimentados por mais de 60 mil visitantes e 13.271 compradores (11.568 nacionais e 1.703 internacionais), vindos de 36 países para conferir as novidades dos 30 desfiles apresentados e dos 654 expositores, sendo a maior parte colombianos, seguidos por pessoal de Portugal (35%), Peru (14%), Brasil (12%), México e Equador (com 7% cada um).


De acordo com Carlos Eduardo Botero, presidenteexecutivo do Inexmoda, a ausência da China ou de países asiáticos entre os expositores deu-se por uma questão estratégica de priorizar empresas latino-americanas e, por conseguinte, seus parceiros comerciais europeus e americanos. O Brasil participou com 14 empresas oficialmente, além da presença promocional da Chilli Beans e da Melissa, por meio de seus representantes locais. Como a premissa do Colombiamoda é integrar toda a cadeia têxtil colombiana, pelo terceiro ano consecutivo o evento aconteceu com mais duas feiras no mesmo espaço: Textiles2 (mostra comercial de fabricantes de produtos têxteis dos mais diversos segmentos, como cama, mesa, banho, decoração – CasaModa – e serviços full package) e Moda pro Mundo (moda de cunho social). Além do espaço para vestuário em geral – moda feminina, masculina, íntima, praia, jeanswear, sportswear, fitness, calçados, joias –, uma das novidades e também destaque desta edição foi o universo infantil, em espaço próprio, com 27 expositores. Foto: Divulgação/Inexmoda

COMPRADORES Entre os mais de 13 mil compradores presentes ao Colombiamoda, 672 (representando 479 empresas) foram convidados pela ProColombia, entidade que faz parte do Ministério de Comércio, Indústria e Turismo do país e atua nas relações comerciais com o mundo. Os EUA compareceram com a maior delegação – 141 compradores –, seguidos de Equador (109), México (55) e Costa Rica (52). Os produtos mais procurados foram os de moda casual, esportiva, praia, lingerie e de controle, como as cintas redutoras de medidas. Do Brasil, três empresas foram convidadas: Comexport, Mundo do Enxoval e Asdrumark. Ana Maraucci, compradora do departamento têxtil da Comexport, uma trading que articula esse direcionamento de produtos importados de acordo com o mercado, esteve no Colombiamoda pela primeira vez. Ela conta que, apesar de não ter encontrado o tipo de produto que procurava – meias –, achou o evento bastante amplo e organizado. “O pessoal da organização da feira estava sempre pronto e disposto a ajudar. Senti uma pequena dificuldade para encontrar os expositores buscando pelo número do estande, pois estavam um pouco fora de ordem. Gostei demais dos produtos, creio que se encaixam bem no mercado brasileiro. Em relação à qualidade, vi produtos de todos os níveis, o que é bom para atender clientes posicionados em todas as faixas. Nosso trabalho começa agora, oferecendo o que vimos na feira para os clientes nacionais”, revela Ana.

Foto: Silvia Boriello

ESTANDE

INTERATIVO DA

OFFCORSS.

A OffCorss, por exemplo, uma das principais marcas infantis colombianas, pertencente à Hermeco, montou um estande interativo chamado OffCorss Theater, com atividades interativas e divertidas, marcas registradas da empresa. Os negócios? Vão bem, obrigada! Durante o evento, a marca foi contatada pela empresa OMO Grupo BC Online, que faz parte do Google Business Solutions, com o intuito de vender as peças da OffCorss via ecommerce no mercado mexicano. A moda infantil colombiana também chamou a atenção de compradores do Peru, Equador, Panamá e Haiti.

A AUDACES

FOI UMA DAS APOIADORAS DO CONCURSO

LATINOAMERICA HABLA.

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Eventos

Foto: Silvia Boriello

Foto: Divulgação

ESTANDE DO PROEJTO BY BAGS.

BRASIL

ESTANDE DA COVOLAN COLOMBIAMODA.

NO

Foto: Silvia Boriello

Sandra Miqui, que cuida da parte de Desenvolvimento de Produto – Linha Homewear – do Mundo do Enxoval e faz assessoria de imagem para a grife de moda feminina de luxo Lita Mortari, conta que também esteve pela primeira vez no Colombiamoda e teve uma ótima experiência. Para o Mundo do Enxoval, fechou negócios na área de cama, mesa e banho com uma empresa de Portugal. Já para a Lita Mortari, o resultado rendeu muito mais frutos entre parcerias e negócios, tanto que seu próximo catálogo será fotografado em Bogotá. A partir do mês de setembro, num esquema pop up store, as roupas da Lita Mortari estarão na loja da designer colombiana Carolina Estefan, em Bogotá, ao mesmo tempo em que suas peças estarão na loja Lita Mortari em São Paulo, junto às marcas Mischa (sapatos artesanais), Entre Águas (roupas de banho e lingerie, com detalhes em macramê de algodão feitos por tribos indígenas da Colômbia) e produtos da Makeno, loja de Medellín que vende artigos de vestuário, acessórios, decoração e mobiliário. “No Colombiamoda, encontrei produtos de alta qualidade e estilistas talentosos e de alto nível”, opina Sandra. EXPOSITORES BRASILEIROS

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MALHARIA PRINCESA. Foto: Divulgação

A presença brasileira entre os expositores do Colombiamoda ficou marcada, principalmente, pelo setor de calçados e acessórios. A Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (Abiacav), por meio do Brasil by Bags, programa de exportações junto à Apex-Brasil, participou pela primeira vez do evento com algumas marcas selecionadas, como Smartbag, Drizza, Maria Luzia, Patricia Pereira e Armelin, com produtos na faixa média de preço de US$ 100 a US$ 200, especialmente de peles exóticas, segundo Diego Serafim, gerente de projetos da Abiacav. Durante as rodadas de negócios estabelecidas antes do evento e mais de 200 reuniões com compradores internacionais durante seu acontecimento, as cinco empresas juntas venderam US$ 32.200, e foram prospectados mais US$ 242 mil para os próximos 12 meses, entre contatos com 35 compradores internacionais. O Brazilian Footwear, projeto de exportações de calçados feito entre a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e a Apex-Brasil, participou do Colombiamoda com uma ação inédita chamada Pop Up Showroom, dando visibilidade aos produtos da Amazo-

DEMOCRATA, FOOTWEAR.

UMA DAS MARCAS EXPOSITORAS PELO PROJETO

BRAZILIAN

nas Sandals, Democrata, Cristófoli, Luz da Lua e Pampili. Todas essas empresas já exportam para outros países, mas a única com presença já consolidada na Colômbia é a Pampili, por meio de representante.


Michela Gabriel, coordenadora de Negócios Internacionais da grife de calçado infantil, conta que a maior parte de seus clientes naquele país está na região litorânea, tendo como produtos de maior saída os de cabedal aberto e couro molinho, ideais para calor e praia. Mas as sapatilhas de festa, cheias de brilho, pedrarias e informação de moda, também são bastante procuradas. Ao todo, as marcas fecharam US$ 410 mil em negócios durante o evento e a prospecção é de mais US$ 575 mil para os próximos seis meses. “Ficamos muito satisfeitos com nossa primeira participação. Tivemos retornos positivos de compradores e formadores de opinião, que ficaram encantados com os produtos. Além disso, as empresas tiveram a oportunidade de trabalhar o posicionamento de imagem e iniciar um relacionamento com novos contatos”, afirmou a analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Maria Patrícia de Freitas. Mario Oliveira, gerente de exportações da Grendene, que montou um grande e festivo estande da Ipanema no Colombiamoda, contou que a empresa atua há 15 anos no mercado colombiano por meio de multimarcas, mas há planos de ter lojas próprias. Hoje, a Colômbia é o segundo maior destino de exportações da Grendene, cerca de 10% de sua produção, atrás apenas do Paraguai. Quem resolveu apostar também no Colombiamoda foram as tecelagens Covolan (MG) e Malharia Princesa (SC). Com clientes na Colômbia, a Covolan decidiu apostar suas fichas no evento para estar mais próxima de seus clientes, muitos deles expositores, e ainda fez parceria com a Termimoda, empresa colombiana de beneficiamento em denim, o que facilitou a reprodução de alguns efeitos apresentados em seus lançamentos de tecidos. “O resultado foi ótimo, com muitos clientes confeccionistas vendo no estande os tecidos, acabamentos, e já fazendo pedidos ali mesmo”, comemorou Cynthia Jaber, gerente de exportações da Covolan. Seu alvo era a ampliação no mercado colombiano, além de atingir outros países da América Latina e Central, bem como EUA e Europa. A Malharia Princesa, que produz bases para os segmentos fitness, lingerie e moda praia, esteve pela primeira vez no país. Vagner Braga Tebalde, gerente comercial da tecelagem, diz que sua principal meta era a abertura de mercado na Colômbia, inclusive por meio de representantes. PORTUGAL ONIPRESENTE Depois das empresas colombianas, Portugal foi o país com maior presença na área de negócios do Colombiamoda, tanto em vestuário como em cama, mesa banho e calçados. Nesse último segmento, montou um estande gigantesco com 15 marcas calçadistas portuguesas, trazidas pela Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (Apiccaps). A parte de vestuário também estava bem representa com confecções


Eventos Fotos: Divulgação / Inexmoda

de moda social, feminina, infantil, camisetas e malharia retilínea, trazidas pela Associação Selectiva Moda (ASM), por meio do projeto From Portugal. Em conversa com Manuel Serrão, diretor-executivo da ASM, ele contou que essa é a quarta participação do projeto no evento, que teve um número recorde de participantes portugueses. “A maioria ficou muito satisfeita por ter conseguido atingir seus objetivos”, afirma. Serrão diz que a relação comercial entre Portugal e Colômbia no setor do vestuário é recente, mas vem crescendo com uma taxa acima da média de casos semelhantes. É sabido e notório que Portugal vem retomando a produção interna de vestuário e ampliando sua presença no mercado internacional, impulsionada por programas de exportação do governo português ao setor, promovidos com fundos comunitários. Segundo Serrão, os setores têxtil, confeccionista e calçadista representam juntos 15% do total das exportações de seu país. “São setores tradicionais em Portugal. A retomada e o crescimento têm acontecido por haver um passado de bons serviços e um presente que promete um futuro com ainda mais inovação, design e qualidade”, declara o diretor da ASM.

FRANCESCA MIRANDA

PASSARELA Algumas das principais marcas da moda colombiana mostraram suas coleções nas passarelas do Colombiamoda, contando com a presença de grandes magazines, como a Falabella e Éxito, com sua marca Arkitect, que teve a top brasileira Izabel Goulart como destaque. No desfile-show da Leonisa, grife colombiana de lingerie, a estrela foi Isabeli Fontana, garota-propaganda da marca, que apareceu em peças ousadas e trabalhadas com muitas rendas e brilhos, e Bruna Fialho desfilou para Studio F. Pepa Pombo, que já desfilou no Fashion Rio, levou à passarela sua malharia retilínea. Também participaram a estilista Francesca Miranda, de moda festa e noiva, Daniella Batlle, Natalia Londoño, Jorge Duque, Johanna Ortiz, Leal Daccarett, Darío Cárdenas, Ricardo Pava, Isabel Caviedes, e as marcas Gef, Punto Blanco, Trucco’s Jeans, Erikóby David Alfonson, Mon e Velarde, Mar de Rosas, Love Citizens, entre outras, finalizando com a incrível moda autoral da estilista colombiana Kika Vargas, que criou looks exclusivos para a Glade, uma das patrocinadoras do evento.

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LEONISA

FALABELLA

PEPA POMBO

STUDIO F

ARKITECT (ÉXITO)



Eventos

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POR SILVIA BORIELLO

VITÓRIA MODA 2015 EVENTO CHEGA À SUA OITAVA EDIÇÃO E GERA R$ 14 MILHÕES EM NEGÓCIOS

O alto verão da moda capixaba foi mostrado no principal evento do Espírito Santo, o Vitória Moda, realizado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), junto ao Sebrae-ES, Sesi e Senai. Sob o tema “Luz, Câmera, Inspiração!”, o evento chegou à sua oitava edição, que, entre os dias 7 e 9 de julho, reuniu um público de 5 mil visitantes no Centro de Convenções de Vitória. Ao todo, foram 20 desfiles, além de palestras, oficinas, espaço business e economia criativa, reunindo marcas como Amabilis, Marcí, Konyk, Clutch, Dua’s, Marcelo Zantti, Hagaef, Turquesa, Surreal, Sol de Verão, Verônica Santolini, Florest, PK Premium, Negralinda, Buphallos, Açúcar Moreno, Riviera, Saia de Chita, Cris Trajano e os novos talentos universitários. Paralelamente aos desfiles, aconteceram ainda o Salão da Economia Criativa, comandado pela designer e empresária Jaqcueline Chiabay, em que 23 micros e pequenas empresas puderam expor seus trabalhos, e o Espaço Business, que contou com 119 expositores de moda feminina, masculina, praia, fitness, íntima, jeans, surfe, bolsas e acessórios, além da loja-modelo do Sebrae, com 11 marcas participantes expondo seus produtos. De acordo com Carla Bortolozzo Bassetti, analista da Unidade de Atendimento Coletivo à Indústria do Sebrae-ES, a entidade contratou uma consultoria especializada para fazer um levantamento da demanda em relação aos produtos capixabas e, assim, selecionar as marcas expositoras e os compradores – foram convidados 500, vindos de mais de 15 estados, especialmente de Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso, além dos vindos de várias cidades capixabas –, resultando em mais de R$ 14 milhões em negócios fechados durante o evento e prospectados para os próximos 12 meses. Ela conta que, além dessa rodada durante o Vitória Moda, outros

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eventos regionais têm acontecido para atrair compradores, como o realizado em Colatina no mês de março e os previstos para este semestre nas cidades de Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim, sendo um deles de “portas abertas”, direto das fábricas aos consumidores, coordenado pelo Sindicato da Indústria de Confecção em Geral do Estado do Espírito Santo (Sinconfec), a fim de escoar estoques para que não fiquem parados nas confecções, movimentando o varejo. Sobre o momento delicado pelo qual passa a economia brasileira, Carla diz que o Sebrae tem unido forças com as câmaras setoriais para dar apoio às empresas. “As confecções que estavam bem estruturadas estão enxugando custos de produção e atravessando bem esse período, mas as que não estavam agora precisam se reinventar e rever suas estratégias”, afirma. “Sempre nos perguntam se o setor de vestuário no Espírito Santo também entrou em crise. Eu respondo que não entrou, porque não saiu dela. O setor, no nosso estado e no Brasil como um todo, vem enfrentando dificuldades há muito tempo. Como já operávamos em níveis mais baixos, não caímos na mesma intensidade de muitos outros setores. Aqui no estado, estamos mantendo os níveis de emprego e de produção, com uma pequena queda no faturamento”, afirma José Carlos Bergamin, empresário e presidente da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário da Findes. Ele conta que, junto ao Sebrae, a Findes, além de realizar ações de curto prazo e resultados imediatos, como feiras, eventos e rodadas de negócios, entre outros, também está olhando para o longo prazo, com a implementação de um forte programa de integração ao desenvolvimento do vestuário capixaba, a partir de dois grandes eixos: o Grupo Tangível e o Intangível. O Tangível é composto de facções, APLs e empresas de produtos segmentados, como uniformes, camisas e


Fotos: Divulgação

AMABILIS

AÇÚCAR MORENO

KONYK

MARCÍ

RIVIERA

VERÔNICA SANTOLINI

calças sociais, jeanswear, entre outros, e o preço é muito importante. A ele serão oferecidas, principalmente, qualificações e ferramentas de gestão de custos, processos produtivos e automação. Já no Grupo Intangível, formado por empresas de vários segmentos que desenvolvem coleções de moda temporais, em que o design, a marca e os canais de vendas são o que mais importa, serão oferecidas qualificações e ferramentas voltadas aos processos criativos, branding e inteligência de mercado. “Estaremos cada vez mais próximos das empresas

levando a mensagem de que venceremos como um grupo ou morreremos como indivíduos. Unidos, organizados e planejados com visão de longo prazo, podemos aplicar as ações estratégicas de forma integrada e com mais acertos”, ressalta Bergamin. “Promover a sustentabilidade das empresas no curto prazo e prepará-las para o futuro é o nosso objetivo. Temos que internalizar em todos os empreendedores do setor que somos maiores do que a crise. Precisamos acreditar nisso e agir, porque o Brasil, apesar de tudo, é um grande país.”

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Eventos

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POR SILVIA BORIELLO Foto: Divulgação

DESFILE

A CÉU ABERTO DE CEM CONFECÇÕES DO

BRÁS,

ENTRE AS RUAS

XAVANTES, JOLI, MENDES JUNIOR

E

MENDES GONÇALVES.

MOVIMENTO DA MODA CONFECCIONISTAS DO BRÁS CRIAM EVENTO INDEPENDENTE PARA MOVIMENTAR AS VENDAS

Esperar clientes de braços cruzados definitivamente não combina com os lojistas do Brás, em São Paulo (SP), maior polo confeccionista do país e da América Latina. Partindo dessa premissa, o empresário Josino Neves, dono da marca Klepton Boone, teve uma ideia: se feiras nacionais conseguem atrair lojistas da região a expor fora de São Paulo, por que não atrair os compradores do Brasil todo para o Brás, no “quintal de casa”? Conversando com outros dois empresários vizinhos, das marcas Folky e K2B, tomaram a decisão de criar um evento independente para atrair mais compradores, fazendo nascer, assim, o Movimento da Moda, que teve sua segunda edição entre os dias 17 e 20 de agosto, nas ruas Xavantes, Joli, Mendes Junior e Mendes Gonçalves, atraindo atraindo um público expressivo, segundo a organização, em seus dois

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desfiles diários a céu aberto, com mais de 200 modelos circulando com as roupas e sacolas das lojas, incrementando as vendas em 20%. Josino conta que a primeira edição aconteceu em março deste ano, com 11 confecções participantes. O sucesso foi tão grande que, para esta segunda edição, mais de cem lojistas aderiram ao movimento, marcando o início do lançamento das coleções de primavera-verão 2016. “Crescemos mais de 100% em relação à primeira edição do Movimento da Moda. A segunda foi um sucesso maior ainda. Queremos manter essa iniciativa com eventos sazonais para nossos clientes e, para o próximo lançamento de coleção, em março de 2016, aumentar o número de lojas para 300”, afirma. O início foi todo no boca a boca, visitando lojas,


Fotos: Silvia Boriello

LOOKS

DE ALGUMAS MARCAS QUE PARTICIPARAM DO

MOVIMENTO

DA

MODA.

explicando o projeto e enviando convites virtuais a todo o mailing de clientes, por e-mail, telefone e WhatsApp. O empresário explica que, apesar de serem associados à Associação de Lojistas do Brás (Alobrás), a ação deu-se de forma independente, pelo motivo de o bairro ser muito grande e diversificado, e os interesses, portanto, distintos. “Muitas vezes, o que o pessoal de outras ruas pleiteia, como a Oriente e a Maria Marcolina, não é o que nós pleiteamos. São perfis diferentes de compradores”, comenta. Durante os dias do evento, as confecções participantes – indicadas com balões vermelho e amarelo na porta – ofereceram serviços diferenciados dentro das lojas, que iam de serviço de buffet a almoço para os clientes, fechando mais vendas e atraindo outros novos. Para Carla Nabahan, diretora de marketing da Parizi Jeans, uma das participantes das duas edições, esta última foi muito importante em relação às vendas. Os clientes vieram em busca da nova coleção verão 2016, estrelada pelo ator global JP Rufino. “Por sermos uma marca infantil, não participamos dos desfiles coletivos e de outras ações que ocorreram, mas esse evento, sem sombra de dúvida, contribuiu para que os clientes ficassem mais atraídos pela nova coleção que acabamos de lançar. Não adianta ficarmos sentados de braços cruzados lamentando nossa atual situação econômica e política. Só vamos superar essa e qualquer outra crise cíclica com muito trabalho e dedicação. Ações como essas e outras para atrair o público lojista são sempre bem-vindas”, afirma Carla. “Quando as pessoas falam em crise, eu costumo dizer que a crise, neste momento, foi nossa parceira, pois foi graças a ela que tomamos essa iniciativa. Já que o tempo vai passar, que ele passe com os empresários fazendo alguma coisa, e confecção é isso, é mudança. Constantemente, você tem que trazer uma nova alternativa ao seu cliente, como mudança do perfil da loja, coleção, atendimento sempre melhor. São coisas pequenas que vão dando resultado”, diz Josino.


Eventos

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POR ROSELAINE ARAUJO

Foto: Roselaine Araujo

INSPIRAMAIS INVERNO 2016 FORMAS, CORES E TEXTURAS A SERVIÇO DA OSTENTAÇÃO

Cada vez melhor. Essa é a sensação de quem já conhece o Inspiramais – Salão de Design e Inovação de Materiais, mas faz questão de voltar a cada edição para conferir o que o evento propõe de inovação. E não há como se arrepender. Este ano, a 12ª edição foi surpreendente. O evento, que aconteceu nos dias 8 e 9 de julho no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, em São Paulo (SP), recebeu cerca de 5,5 mil visitantes, que vieram de todo o país e também do exterior para conferir as inovações para o inverno 2016. Logo na entrada, o público entrou na atmosfera de inspiração por meio da música. Dois artistas tocaram sanfona e clarinete ao vivo. Nos corredores, não faltaram referências culturais, tecnológicas e de

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incentivo para quem quer empreender dentro dos setores têxtil, calçadista e moveleiro, entre outros que se alimentam do design. O público conferiu de perto as matérias-primas que estarão em alta no próximo inverno, como couros, zíperes, tecidos e outros materiais que fazem toda a diferença em matéria de inovação. Realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), pelo Footwear Components by Brasil e pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), o Inspiramais já assegurou totalmente seu mérito no calendário da moda, já que revela lançamentos desenvolvidos ao longo de todo o semestre pela indústria de componentes.


Foto: Roselaine Araujo

O QUE VEM POR AÍ? Um dos pontos altos do evento é o Fórum de Inspirações. Cerca de 29 polos produtivos de todo país, incluindo calçados, confecções e um polo varejista, recebem palestras e consultorias do Fórum de Inspirações. Ao longo de seis meses, profissionais de diferentes áreas que integram o fórum pesquisam junto aos empresários as principais tendências para desenvolver uma moda com design e identidade brasileiros. O projeto é comandado por Walter Rodrigues, estilista e coordenador do Núcleo de Design da Assintecal. Segundo ele, antes de pensar no produto, as empresas precisam se autoavaliar. “É necessário conhecer suas reais necessidades e limites para compreender quais são as prioridades na criação dos materiais”, afirma Rodrigues. O Fórum de Inspirações abordou três conceitos este ano: Pertencimento, Deslocamento e Suavidade. A palavra de ordem escolhida para o inverno 2016 é Ostentação. Ligado ao conceito Pertencimento, o termo provoca questionamentos sobre o que significa pertencer no mundo globalizado. Dentro desse tema, existem dois extremos: ostentar pela essência ou ostentar pela aparência. Para Walter Rodrigues, o consumidor atual estabelece com as marcas de luxo uma relação de protagonista, independentemente de usar o produto original ou um genérico. “O que importa agora é que, no filme da sua vida, na timeline das redes sociais, todos o reconheçam como um exemplo. Ostentar deixou de ser pecado e foi ressignificado como atitude normal. Isso mudou totalmente a apresentação dos produtos. As empresas atentas a essas manifestações proporcionam agora a seus clientes inúmeros canais de comunicação. Afinal, nada melhor do que a propaganda boca a boca”, enfatiza Rodrigues. Além do fórum, o evento apresentou ao público uma série de matérias-primas artesanais e sustentáveis. Os projetos Ecodesign, Mix By Brasil e + Estampa – orientados pelos estilistas Walter Rodrigues, Isabela Capeto e Jefferson de Assis – encheram os EDY RIBEIRO, COORDENADORA DO PROJETO CANOA. olhos dos visitantes ao mostrar como o estímulo à criatividade pode resultar na confecção de produtos originais feitos a partir do reaproveitamentos de materiais presentes em nosso cotidiano, como a borracha descartada. O projeto Canoa, por exemplo, é um dos destaques do Projeto Mix By Brasil. Em busca do desenvolvimento social e ambiental na cidade de Canoas (RS), ecodesigners gaúchos transformaram resíduos de derivados de petróleo em peças exclusivas. “Graças à parceria com o Sebrae e a Rede Petro, o projeto, que nasceu há oito anos, ajuda na preservação ambiental e ainda gera renda para mais de 30 artesãos. Temos orgulho de poder mostrar agora nosso trabalho para o mundo inteiro”, festeja Edy Ribeiro, coordenadora do Grupo Canoa.


Eventos Quem esteve no evento pôde checar também o Preview do Couro, realizado em parceria com o CICB e o Referências Brasileiras. Este ano, a ênfase recaiu sobre os símbolos da cultura brasileira, retratados em estampas, recortes e texturas abstratas. O verão 2017 vai contemplar um pouco de tudo em matéria de couro. De um lado, chegam os tons fortes, como verdes, rosas e laranjas, que representam o otimismo. Tão importante quanto eles são os clássicos, como o preto e o branco, que jamais perdem seus lugares. Com o objetivo de aquecer os negócios, o evento promoveu ainda cerca de 900 rodadas de negócios no Projeto Comprador. Em parceria com a Apex-Brasil e o Footwear Components by Brasil, o projeto trouxe ao Inspiramais fabricantes de calçados do México, Equador e Colômbia. A previsão este ano é gerar com o projeto cerca de US$ 2,4 milhões em vendas para os próximos 12 meses. Somente essas ações já seriam suficientes para satisfazer a maioria dos visitantes do evento, mas acreditem: isso não foi tudo. Ao todo, a Assintecal promoveu14 projetos, incluindo ainda Oficinas de Criação e palestras relacionadas a inovação. OUSADIA NOS LANÇAMENTOS Novas cores, formas e composições chamaram a atenção do público, que lotou os corredores. No estande Affare Laser, o destaque foi o laser colorido, que pode ser aplicado na produção de acessórios e alças para bolsas. “Além de dar um design diferenciado ao produto,

oferecemos um material de grande durabilidade. O desenho feito a laser é o tressê, que é um modelo que imita um trançado”, explica Felipe Gáudio, designer da marca. De Novo Hamburgo (RS), a Caimi & Liaison trouxe ao Inspiramais produtos alternativos ao couro. “Lançamos o artigo atanado. Ele possui espessura de 1.2, que permite fazer tiras de sandálias rústicas com corte a fio, dispensando o forro e facilitando a produção de nossos clientes. Outro produto interessante que apresentamos é o Tokyo, cuja estampa possui um efeito interessante de luz e sombra”, descreveu Andressa Cigerza, líder de desenvolvimento da Caimi. Já a Cipatex, uma das empresas que são referência em laminados sintéticos e uma das patrocinadoras do evento, apresentou o prélançamento de sua coleção Outono-Inverno 2016 para calçados femininos, masculinos e esportivos. “No segmento esportivo, a novidade foi o conceito 3D da linha Movies. O laminado tem nuance furta-cor e pigmentos de interferência, proporcionando um estilo moderno que garante um visual de movimento ao calçado. A funcionalidade Hot Melt dispensa o uso de costura. Mais uma vantagem do produto, que otimiza o processo fabril e diminui o peso do calçado final”, detalha Leonardo Vieira, gerente de produtos da Cipatex. Fabricante de tecidos, forros e espumas, o Grupo Cofrag apostou alto no tema Ostentação. “O nosso Inverno 2016 foi tomando pelo luxo. Dourados e brilhos metalizados contam com aplicações únicas sobre bases ricas em texturas. Foram evidenciadas também estampas Fotos: Divulgação

COLEÇÃO OUTONO-INVERNO 2016 AFFARE:

DESENHO FEITO A LASER IMITA TRANÇADO.

CAMURÇA

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ENVELHECIDA, PRODUZIDA PELA

MAGMA.

ESTAMPA TOKYO

DA

DA

CIPATEX.

CAIMI & LIAISON.

DIAMOND ACESSÓRIOS.

PROJETO ECODESIGN, ISABELA CAPETO.

DIRIGIDO PELA ESTILISTA


RENDA GLITTER

DA

FOCAL TÊXTIL.

COFRAG:

APOSTA NO TEMA

OSTENTAÇÃO.

‘artesanais’, que trazem imitações de jeans e elementos da natureza, como árvores e flores”, declara Vinícius Boniatti, designer da empresa. Especializada em cristais aplicados em rebites, botões, entre outros materiais, a Diamond Acessórios expôs seu amplo portfólio com grande variedade de tiras e malhas termocolantes. “A inovação este ano ficou por conta dos calcadores para todas as nossas correntes de strass, que agilizam a produção têxtil e calçadista. É o caso da nossa tira multiformatos, que é termoaplicável, ou seja, ela fixa com calor. É um processo rápido e eficaz”, garante Juliana Martins, diretora da empresa. Para os amantes do design, a empresa Estúdio Capim apresentou uma série de estampas para diversas superfícies, como tecidos, papéis, cerâmica ou qualquer outra escolhida pelo cliente. “Somos um estúdio de design de superfície. Criamos estampas para qualquer material. Como atendemos vários segmentos, apresentamos no evento toda nossa coleção, com mais de 300 desenhos com linguagens diferentes. Entregamos a nossos consumidores a arte já raportada, agilizando assim o processo de impressão na estamparia”, esclarece Alexandra Ward, diretora de criação do estúdio. Rita Acuio, designer da Focal Têxtil, mostrou a grande sensação da empresa: a renda Glitter. “O produto já é um campeão de vendas pela variedade de cores, baixo custo e fácil aplicação”, afirmou. Produtor de componentes para calçados, bolsas, acessórios e vestuário, a Magma lançou no evento a camurça envelhecida. “O produto tem característica similar ao couro envelhecido, porém, graças à tecnologia que empregamos, o fizemos em suede sintético. Além de se encaixar em uma das tendências mais exploradas no evento, o material também foi muito visto em grandes desfiles na última temporada de inverno”, lembra Fernando Nicory, diretor da empresa. Para ele, o Inspiramais tornou-se bastante diferenciado na cadeia produtiva. “O formato do Inspiramais é muito convidativo, seja para os pequenos, seja para os grandes produtores. A Magma está presente desde as primeiras edições e ficamos felizes em perceber o quanto ele se consolidou. Fazemos parte disso dessa história”, afirmou Nicory. Quem perdeu este ano já pode ficar esperto para a próxima edição, a 13ª, que já tem data marcada para os dias 11 e 12 de janeiro de 2016. Programese bem, acesse: www.inspiramais.com.br.


Eventos

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POR SILVIA BORIELLO

SENAI BRASIL FASHION EVENTO REVELA NOVOS TALENTOS DA MODA E RESSALTA A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Fotos: Agência Fotosite/Divulgação

Mais de 300 inscrições de todo o país foram analisadas até chegar aos nove alunos escolhidos do Sistema Senai, cada um vindo de um estado brasileiro. O start da segunda edição do Senai Brasil Fashion, patrocinado pelo Senai/Cetiqt, do Rio de Janeiro (RJ), com curadoria de Flavio Sabrá, gerente de Inovação, Estudos e Pesquisas da entidade, deu-se oficialmente no dia 10 de junho deste ano, quando aconteceu a primeira das quatro reuniões do grupo com um time de orientadores formado por nada menos que Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura e Ronaldo Fraga, além da participação dos consultores Jackson Araujo e Letícia Abraham (WGSN), do consultor de modelagem Wilson Ranieri e do stylist Daniel Ueda, entre outros. De acordo com Sabrá, durante o processo os alunos aprendem a ter uma visão completa da profissão, desde a concepção até o resultado na passarela. Eles foram responsáveis por todas as etapas, partindo do croqui, escolha do tecido, modelagem, costura, acabamento, maquiagem, trilha etc., sempre orientados por algum profissional, como Wilson Ranieri, que acompanhava de perto cada um deles ajudando na modelagem. “O principal desafio dos alunos tem sido aliar o processo criativo com a produção industrial. E é justamente este o grande diferencial do Senai Brasil Fashion: tirar os alunos da sala de aula e dar a eles uma experiência prática, com o acompanhamento de profissionais que são referência no mercado brasileiro e internacional da cadeia têxtil e de confecção”, diz Sabrá. Cada aluno criou três looks (conceito, prêt-à-porter e streetwear) numa minicoleção temática, que foram apresentados num desfile em São Paulo no dia 13 de agosto para empresários e formadores de opinião, contando com a presença de tops consagradas, como Isabeli Fontana, Izabel Goulart, Luciana Curtis, Laís Ribeiro, Carol Trentini, Ana Beatriz Barros, Cinthia Dicker, Bruna Tenório e Viviane Orth.

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AMANDA CASTRO (CURITIBA – PR)

ANDRÉ FORTES (SÃO PAULO – SP)

JÉSSICA CEREJEIRA (PARANAMIRIM – RN)

LAÍS ALVES (CAMPINA GRANDE – PB)

MICHEL CARDOSO (RIO DE JANEIRO – RJ)

NATHÁLIA MENEZEZ (BELO HORIZONTE – MG)

SABRINA BUBLITZ (BLUMENAU – SC)

TIAGO PRADO (ANANINDEUA – PA)

WILLAME KNOWLES (TRIZIDELA DO VALE – MA)


POR SILVIA BORIELLO

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Eventos

20ª RODADA DE NEGÓCIOS DA MODA PERNAMBUCANA Foto: Divulgação

A 20ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, realizada entre os dias 12 e 14 de agosto em Caruaru (PE), marcou os 10 anos de evento, realizado pela Associação Comercial e Empresarial de Pernambuco (Acic) e pelo Sebrae-PE, patrocinado pelo Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecção de Pernambuco e apoiado pelo SindivestPE e pela prefeitura de Caruaru. Com o lançamento das coleções de primavera-verão 2016, 500 lojistas de todo o país foram responsáveis pela comercialização de mais de 1,1 milhão de itens de vestuário, calçados e acessórios dos segmentos feminino, masculino, infantil, bebê, surfwear, jeanswear, moda íntima, praia e fitness, gerando R$ 22 milhões em negócios imediatos e a curto prazo, até o fim de 2015. Desse total, a Região Norte ficou com a maior fatia de compras, R$ 6,4 milhões, seguida das regiões Centro-Oeste (R$ 6,2 milhões), Sudeste (R$ 3,5 milhões), Nordeste (R$ 3,4 milhões) e Sul (R$ 2,5 milhões). “A Rodada é um trabalho realizado ao longo de dez anos que consiste não somente na comercialização de produtos, mas na capacitação profissional dentro das indústrias e na preparação comercial durante cada semestre. Por isso estamos mais competitivos a cada ano. Nossa região vem atuando com muita pesquisa e desenvolvimento, e o resultado é visto no interesse cada vez maior de lojistas das regiões Norte, Sul e Sudeste por nossos produtos, pois sabem que terão qualidade e criatividade de confecção, empresas formalizadas e adequadas aos padrões de mercado”, declarou Osíris Lins Caldas Neto, presidente da Acic.


Eventos

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POR RENATA MARTORELLI

SENAC MODA INFORMAÇÃO INVERNO 2016 Foto: Divulgação

O Teatro Bradesco, em São Paulo (SP),

decotes e detalhes nos tecidos, para o

recebeu no dia 25 de agosto a 46ª edição

feminino, que ainda traz camisas com gola

do Senac Moda Informação – Inverno 2016.

laço, decote V profundo, casacos, mantôs,

A palestra de abertura teve como tema “A

parcas e coletes. O masculino apresenta

Mágica de Inovar e Criar”, ministrada pela

mistura de texturas e aplique de relevo nas

psicóloga Meiry Kamia, autora do livro

malhas e camisas com detalhes ricos e

Motivação sem Truques. Na ocasião, ela

discretos.

discutiu formas de prosperar por meio de

misturas entre leves e pesados, com

caminhos criativos, que fogem ao usual e

estampas listradas, maxionça ou listra de

proporcionam novidades.

zebra abstrata, além do xadrez tartan e

tecidos,

observamos

O evento apontou três temas centrais:

xadrez quadriculado, tudo em cores vivas

Boho 4ever, Je Suis Moderna e Vitoriano

como amarelo, laranja, roxo, verde e royal,

Gótico. Os consultores mostraram as

em contraste com cores neutras.

pesquisas feitas nas ruas e no varejo

O tema central, Vitoriano Gótico,

internacional, adaptadas para atender o

representa o romantismo da era vitoriana e

mercado brasileiro. Além da apresentação

a estética agressiva do mundo gótico. As

de palestras para a discussão dos temas,

peças

os participantes puderam conferir cerca de

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Nos

possuem

sensualidade,

dra-

maticidade e exuberância. Entre as peças

70 looks produzidos com peças do mercado europeu, que

femininas, os destaques são gola alta, jaqueta biker,

traduzem os três temas desta edição.

amarrações, casaco peplum e peças com detalhes

O tema Boho 4ever traz a década setentista dando

metalizados, fivelas e correntes. Os homens têm o zíper como

continuidade à Newstalgia 70, do verão 2016. No inverno, as

o acessório da vez, presente em jaquetas de couro e nas

influências surgem com uma cartela de cores quentes,

calças retas, com efeito funcional ou decorativo e joggers em

estamparia étnica, formas geométricas unidas e sobreposição

versões clássicas e inusitadas. A estamparia apresenta penas

de peças para compor os looks. Entre os destaques femininos,

de pavão, cruzes e arabescos bizantinos. As cores seguem o

estão ponchos, casacos, coletes, saias e vestidos longos, e

estilo com preto, vermelho e vinho, acompanhados de branco,

muita franja, patchwork, pelos, miçangas e laçagens. Para o

creme, azul-marinho e azul cobalto. Nos tecidos, vemos veludo

masculino, full print nas camisetas composto de estampas

cristal, pelos e pelúcias, transparências em silk georgette, silk

com interferência, camisaria com falsos lisos e calças com

chiffon, organza e rendas, acompanhados de apliques de

quadril mais solto, afinando a partir dos joelhos. As texturas

lantejoulas, pedraria, canutilhos e strass.

apresentam peles e pelos, brocados, jeans, sarjas leves e

As peças do inverno 2016 serão mais comportadas, mas o

pesadas, transparências em chiffon, crepe georgette e

top cropped e as listras estarão fortes na estação, além de

algodão, entre outros.

blusas com golas exageradas e laços, camisetas com frases, e

No tema Je Suis Moderna, as interpretações são sempre

tachas e spikes nas peças. O jeans vem com tudo na estação

repaginadas e modernas e os anos 60, 80 e 90 são a base

e a skinny agora surge com cintura alta. Já a flare aposta nos

para a construção da imagem atual. Segundo a consultora

anos 70, que vêm como referência de estilo em peças com

Luciana Parisi, o ponto forte são as costas, valorizadas com

cintura mais alta e tonalidades de azul limpo.



Fotos: Divulgação

Comércio Exterior BRASIL NA WHO’S NEXT E PREMIÈRE CLASSE Algumas marcas brasileiras têm brilhado nas feiras Who’s Next e Première Classe, que acontecem em Paris, França, e uma das responsáveis por isso é a consultora Isabela Keiko, que atua há 15 anos no mercado nacional e internacional de moda, fazendo um trabalho de curadoria e reposicionamento de grifes brasucas no exterior. “É importante saber que para se consolidar lá fora é necessário tempo, persistência e investimento”, ressalta Isabela. Na edição de setembro da Who’s Next, que comemora os 20 anos da feira, estarão Osklen, PatBo, Cecília Prado, Helô Rocha, Liziane Richter, Ju Guimarães, Maria Pavan, Tigresse, as de moda praia Lenny, Tharia, Bloom e Loér, além dos novos talentos Karin Feller, Gralias, CYN (Cynthia Hayashi) e Handred. Da Première Classe, participarão as marcas de acessórios Irá Salles, Louloux, Caleidoscópio, T. Arrigoni e Vert – conhecida como “Veja” na França.

CECÍLIA PRADO

AUDACES APOIA DESFILE MAIS LONGO DO MUNDO Quebrar o recorde de desfile mais longo do mundo. Essa foi a meta do Gamarra Fashion Show 2015, realizado no maior complexo têxtil e confeccionista do Peru, Gamarra, conhecido como patrimônio comercial peruano e localizado no distrito de La Victoria, dentro da capital, Lima. Entre os dias 4 e 5 de agosto, mais de cem confecções locais participaram do desafio promovido pela Perú BTL, em que a meta era manter um desfile com 30 horas de duração, superando as 24 horas de outro desfile realizado em Miami no ano passado, além de atrair os holofotes para a produção de moda no Peru. Quem levou seu apoio ao concurso foi a brasileira Audaces, que possui escritório no país e disponibilizou gratuitamente aos participantes 1.500 licenças do Audaces Idea 6, software específico para a criação de desenhos de moda, incluindo outro concurso que também acontece na região até o dia 23 de outubro, o Gamarra Produce, promovido pelo Ministério da Produção peruano. A região de Gamarra conta com mais de 20 mil empresas têxteis, entre elas confecções, estabelecimentos comerciais, fornecedores, fabricantes, entre outros, e periodicamente promove ações para impulsionar a competitividade das micros e pequenas empresas locais. Segundo Humberto Pereyra, gerente regional da Audaces no Peru, utilizar ferramentas de última tecnologia em desenhos de moda por computador pela primeira vez num concurso dessa natureza é um grande passo do Ministério para estimular a competitividade dos desenhistas de moda peruanos, bem como incentivar a inovação tecnológica nas PMEs. “Acredito que vamos fomentar a competitividade dessas empresas e isso pode facilitar e intensificar o comércio bilateral, assim como o fluxo de investimentos entre os dois países”, destacou Humberto.

VICUNHA NAS PASSARELAS DE NOVA YORK O estilista americano Asaf Ganot, que viveu dois anos no Brasil, levou o lifestyle daqui para as passarelas de Nova York em sua coleção de verão 2016 e, com ela, os índigos da Vicunha. Para transmitir a leveza dos homens brasileiros, Asaf usou artigos das linhas Moove, Essential, Shirting Collection e Athletic Denim, com destaque para o Borges, dessa última linha, índigo estampado de alta elasticidade com toque de moletom por dentro, seguindo sua identidade esportiva e contemporânea. LOOK

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CONFECCIONADO COM O ÍNDIGO

BORGES,

DA LINHA

ATHLETIC DENIM

DA

VICUNHA.


Foto: Divulgação

THEMICAM – BONS NEGÓCIOS PARA OS CALÇADISTAS BRASILEIROS A theMicam, uma das mais importantes feiras de calçados do mundo, realizada entre 1º e 4 de setembro em Milão, Itália, gerou um saldo positivo para os expositores brasileiros, que se uniram aos cerca de 1,4 mil presentes e, juntos, receberam mais de 30 mil compradores. Por meio do programa Brazilian Footwear, desenvolvido pela Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), as marcas Anatomic & Co, Moema, Boaonda, Carrano, Cecconello, Democrata, Kildare, Dumond, Capodarte, Lilly’s Closet, Madeira Brasil, Sapatoterapia, Werner, Vizzano, Beira Rio, Moleca, Molekinha, Modare, Sollu, Rider, Ipanema, Grendha, Zaxy, Tabita, Paolo Sesto, Capelli Rossi, Indiana, Usaflex, Stéphanie Classic, Andacco, Freeway Easywear, Itapuã, Piccadilly, Piccadilly for Girls, Ramarim, Radamés, Kontatto, Savelli, Pegada, Toni Salloum, Ortopé, Steps on Green, Francajel, Frattina, Suzana Santos, Renata Mello, Art’s Brasil, Jorge Bischoff, Loucos e Santos, Guilhermina, Raphaella Booz, Luz da Lua e Cristófoli participaram da feira e faturaram, ao todo, US$ 33,6 milhões, sendo US$ 10,4 milhões dentro do salão e mais US$ 23,2 milhões para os próximos seis meses, dando um fôlego extra nas exportações. “Foram mais de 1,5 mil contatos com compradores de alto nível, sendo quase mil deles novos. As empresas saíram muito satisfeitas”, comemorou Juliana Kauer, analista de Promoção Comercial da Abicalçados. De acordo com alguns expositores, houve uma ótima aceitação dos produtos brasileiros e o câmbio valorizado surtiu um efeito positivo no comércio internacional. As empresas participantes da theMicam passaram também pelo Export Thinking, um projeto do programa Brazilian Footwear para capacitar marcas a gerar negócios e manter os principais mercados internacionais, estudando os modelos de negócios locais. Durante a theMicam, ainda foi apresentado o novo site do Brazilian Footwear, uma plataforma de negócios exclusiva para o setor calçadista, fechada para importadores, compradores, agentes, distribuidores e representantes do mundo todo, onde a busca pelo produto desejado poderá ser feita por meio de filtros por marca, gênero, tipo de sapato, nicho, estilo, faixa de preço e material, entre outros.


Comércio Exterior

Fotos: Divulgação

ASSINTECAL LEVA MATERIOTECA AO PERU

COMPONENTES NO CAMINHO DA INTERNACIONALIZAÇÃO

Por meio do projeto Footwear Components by Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e Apex-Brasil, foi levada ao Peru, pela primeira vez, a Materioteca, um acervo de materiais inovadores que servem como fonte de pesquisa para empresários e designers de calçados e acessórios, que a Assintecal já mantém em alguns polos calçadistas no Brasil. Durante os dias 20 e 24 de julho, 36 empresas vindas de Lima e Trujilo, como Calimod, Luna, Innovus e Tobbex, puderam conhecer de perto nossos materiais e ainda receberam atendimento da designer Melissa Sant’Ana, da incubadora Star Line, que oferece de forma presencial e virtual serviços de design e desenvolvimento de coleções aos fabricantes internacionais. Melissa percebeu em seus atendimentos um grande interesse dos empresários peruanos por solados, adesivos, plataformas, enfeites e inovações em couro, ao mesmo tempo em que constatou a falta de acesso e a necessidade de serviços de design por parte deles. “Hoje, o mercado peruano tem uma deficiência muito grande quando o assunto é design e inovação, por isso ações como essa são de extrema importância e só vêm agregar ao nosso trabalho. Tive a oportunidade de entender um pouco mais sobre o processo de desenvolvimento e criação de uma coleção e pretendo aprofundar esse conhecimento ainda mais. Espero que essa seja a primeira de muitas consultorias realizadas pela Materioteca e pela Star Line aqui no Peru”, afirmou Miguel Angel, da empresa Leather Corp, que iniciou negociações com a incubadora para usufruir de seus serviços.

Tendo como diferenciais design, inovação e sustentabilidade, os componentes para o setor de couro, calçados e acessórios têm trilhado o caminho da internacionalização. Durante coletiva de imprensa realizada no evento Inspiramais, no mês de julho, em São Paulo (SP), a superintendente da Assintecal, Ilse Biason, declarou: “Diante de um mercado interno cheio de oscilações, devemos aproveitar nosso melhores adjetivos para exportar mais. Somos um povo criativo, que produz moda com design e competência, e que pode ser exportada muito mais mundo afora”. Fatores como a valorização do dólar, a recuperação da economia americana e medidas governamentais, como o Plano Nacional de Exportações (PNE), têm contribuído bastante com esse cenário. Segundo Ilse, até o mês de maio, esse segmento de componentes havia exportado para cerca de 138 países, tendo a Argentina como principal destino, seguida de Alemanha, EUA, Paraguai e México. A Índia e a Turquia também aumentaram suas compras de componentes brasileiros. Quem apoia a iniciativa junto à Assintecal são o Sebrae Nacional, capacitando empresas para o mercado interno e externo, e a Apex-Brasil.

LYCRA® NO KINGPINS DENIM SHOW A LYCRA® foi uma das copatrocinadoras da Kingpins Denim Show, uma das principais feiras de denim do mundo, que aconteceu entre os dias 11 e 12 de agosto em Hong Kong. A empresa apresentou ao ® segmento a tecnologia LYCRA Beauty, bem como as propriedades do Coolmax® e do Thermolite® e as tendências de moda para o inverno 2017, baseadas em três pilares: Future Warrior – atração de polos opostos, em que o funcional se funde ao mundo imaginário, dando origem a denins multifuncionais, com brilhos futuristas e texturas ásperas; a Master Craft, pautada pelo “do it yourself”, ou “faça você mesmo”, trazendo de volta antigas técnicas artesanais, traduzidas em peças mais leves e com texturas variadas; e a Off-Kilter, em que o estranho e o mundano se transformam em peças coloridas, esportivas, com listras hiperrealistas e estampas decorativas furta-cor.

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POR EDSON JACCOUD

Foto: Divulgação

Gestão

Na crise, o serviço faz a diferença Os clientes são a alma de qualquer negócio. O modo como uma empresa lida com seus clientes é fundamental para seu sucesso a longo prazo. Em momentos em que o consumidor tende a manter seus recursos mais dentro do bolso do que despendê-los em troca de algum bem, por mais desejável que possa ser, a qualidade do serviço prestado, desde a entrada na loja – e pode ser virtual também, não apenas física – até a conclusão do processo no pós-venda, é fundamental. Cada cliente tem uma experiência única com a empresa, e o que ele vivencia na primeira vez certamente marcará a relação que terá no futuro. Normalmente, tendemos a não repetir experiências desagradáveis, exceto em certos casos onde há monopólio ou baixa oferta de fornecedores, como é o caso das telecomunicações, em que o consumidor vive uma relação de amor e ódio simultaneamente. Amor pelos equipamentos cada vez mais modernos, arrojados e que se tornaram ícones de status para muitos e ódio pelo serviço prestado pelas operadoras, que ainda sofrem da síndrome de monopólio estatal e tratam seus clientes não como tais, mas como “usuários”, com total desprezo e desconsideração, acobertadas por quem deveria fiscalizá-las. “A verdade é que a forma como uma empresa lida com seus clientes mais exigentes é fundamental para sua reputação a longo prazo. Como a empresa se comunica com seus clientes exigentes é diretamente proporcional à sua viabilidade e taxa de sobrevivência. É também importante notar que nenhuma empresa procura um cliente difícil – em vez disso, esses clientes encontram a empresa. Da mesma forma, nenhuma empresa gasta em marketing para atrair clientes difíceis. Estes clientes são uma parte do

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‘pacote de gestão’ de uma empresa, como qualquer outro elemento. Olhar como uma empresa se comunica com esses clientes faz a diferença entre uma que prospera e uma cujos dias estão contados” (Frank Battista). Se você não atua em um monopólio, eu o aconselharia a revisar todo o seu processo e avaliar a qualidade do serviço prestado. Não importa se você tem um pequeno café, uma grande rede de varejo ou uma indústria de médio porte, todos dependem do serviço que prestam a seus clientes. Cliente insatisfeito é um “veneno” para qualquer empresa. Ele causa mais estrago na imagem da empresa do que você possa imaginar. No entanto, o cliente satisfeito é o melhor fortificante para os resultados do seu negócio. Ele indica, fala bem e busca retribuir de alguma forma com novas compras repetidas por anos. Isso é facilmente comprovado por empresas centenárias que estão no mercado porque prestam serviços de qualidade a seus clientes. Clientes insatisfeitos não costumam comprar novamente! Um artigo da Harvard Business Review declarou que, em média, uma empresa perde 50% de seus clientes a cada cinco anos, geralmente por causa de deficiência em seus serviços. Já que tanto o sucesso quanto a sobrevivência da maioria dos negócios são atribuídos ao crescimento do lucro líquido anual, estar constantemente prospectando novos clientes é crítico, a menos que algo mais seja feito para preservar os já existentes. Segundo os americanos, que adoram estatísticas, um cliente satisfeito divulga sua experiência de uma compra agradável, em média, a oito pessoas de seu círculo de relacionamento. Por sua vez, um cliente insatisfeito divulga sua experiência desagradável a 10% de seu universo de


relacionamento. Considerando que um cidadão ativo normalmente se relaciona com aproximadamente 250 pessoas e sabendo que os internautas se relacionam com muito mais do que isso, podemos deduzir que 25 pessoas sejam atingidas por informação negativa sobre a empresa. Sem considerar, ainda, que a internet é muito usada para isso por meio das redes sociais e de sites especializados em reclamações, como www.reclameaqui.com.br, entre outros, além dos órgãos de defesa do consumidor. Imagine se sua empresa tiver apenas um cliente insatisfeito por dia, isso significará 30 no fim do mês. Com 30 pessoas transmitindo experiências desagradáveis a 25 pessoas em apenas um dia, você terá 750 pessoas ouvindo alguém falar mal da sua empresa diariamente. Multiplicando por 30 dias do mês, terá 22.500 pessoas nessa situação. Será que você tem 22 mil clientes? Você acha que poderia sobreviver a tal volume de insatisfação ou de comentários negativos sobre sua empresa? Tendo essa imagem em mente, “transforme-se” temporariamente em um “protetor” de seus clientes, pois, vivendo na pele deles, poderá enxergar melhor o que acontece com eles. Como você faria isso? Para começar, se ainda não está fazendo isso, comece por rastrear o número de clientes que você está perdendo todos os dias. Isso deverá motivá-lo a descobrir formas de preservá-los. Pergunte-lhes por que decidiram não mais fazer negócios com você. Você poderia fazer pesquisas breves e aleatórias com clientes, pedindo-lhes para descrever sua experiência de negócios com você: o que gostaram, o que (se for o caso) não gostaram, o que poderia ser melhorado. Se receber uma queixa de um cliente, faça o possível para resolver o problema. Depois, faça um acompanhamento para saber se aquilo que você fez foi satisfatório. Dicas: l Por que não usar essas informações para iniciar um processo de avaliação da qualidade dos serviços que sua empresa presta a seus clientes? l Será que todo o processo de atendimento que sua empresa presta está mapeado e documentado? l Você tem um manual dos serviços que sua equipe pode consultar sempre que precisar?

Todas as tarefas realizadas por seus colaboradores ficam registradas na ficha do cliente e geram relatórios gerenciais? l Se sua empresa não costuma realizar pesquisas de satisfação entre os clientes, comece hoje! Mas cuidado com os elogios: eles costumam colocar uma nuvem sobre o verdadeiro entendimento do que acontece, pois tendem a inflar o ego e dar uma falsa sensação de euforia. l Você tem uma coleção de e-mails/cartas prontos para enviar a clientes, conforme o caso, e experiência obtida com sua organização? l Apenas 4% dos insatisfeitos reclamam, portanto as manifestações de reclamação, necessidades não atendidas etc. ajudam o administrador a mapear as ocorrências que sua área de atendimento vem tendo. Dessa última dica, podemos deduzir que 96% dos que tiveram experiências desagradáveis não lhe falaram nada, portanto você está em completo desconhecimento do que anda ocorrendo em sua empresa. Atenção: em tempos de internet, cuidar adequadamente das redes sociais e dar a devida atenção a quem se comunica com a empresa na forma virtual é de fundamental importância. Como sua empresa tem lidado com essas manifestações? Um milhão de marcas está “twittando”, “instagramando” e postando seu “lado humano” nas redes sociais. Mas será que em 2016 as marcas que querem garantir sua sobrevivência vão começar no difícil caminho para a verdadeira “iluminação”, tomando medidas significativas para melhorar a vida dos indivíduos e o resto do mundo? Em uma pesquisa global com 28 mil consumidores, 63% disseram que só vão comprar produtos e serviços de quem apelar para suas crenças, valores ou ideais. Deixar de supervisionar tais interações pode custar muito caro a você e à sua empresa. Ouvir seus clientes pode tornar sua empresa melhor, caso tome as devidas providências em relação aos feedbacks que receber deles. l

EDSON JACCOUD É COFUNDADOR DA THREESALE, UMA ORGANIZAÇÃO FOCADA EM VENDAS E MOVIDA PELA EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO. FORMA E CAPACITA EQUIPES DE VENDAS HÁ MAIS DE 30 ANOS. EDSON.JACCOUD@THREESALE.COM

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Caderno Têxtil – Novidades Têxteis CANATIBA LAB APOSTANDO NO DESIGN BRASILEIRO

Fotos: Divulgação

Desafiar os limites do denim e, ao mesmo tempo, apostar no design nacional. Esse é o objetivo do projeto Canatiba Lab, uma iniciativa da tecelagem Canatiba para estimular toda a cadeia têxtil por meio de uma matéria-prima centenária, o denim, traçando um diálogo permanente com a vanguarda do design. Coordenado por Vanessa Covolan e com curadoria da equipe Duo Press, o Canatiba Lab, nessa nova etapa, convidou três parceiros de diferentes áreas da moda: a estilista mineira Fabiana Milazzo, ícone do luxo nos detalhes em construções inusitadas, que flertam com a alta-costura, na qual desenvolveu peças com bordados, aplicações, rolotês e as mais diversas técnicas aplicadas no denim; a cearense Almerinda Maria, há quase 30 anos no mercado e mestre da renda renascença, com toque manual e total sofisticação em peças demi couture, que desenvolveu rendas com fios de denim, resgatando a tradição da rendeira com toque contemporâneo; e Silvia Ulson, designer formada na Mossart de Boston e pós-graduada pelo F.I.T. de Nova York, que já trabalhou na criação de estampas e modelagens para Carolina Herrera e hoje possui sua marca, a S/U. Para o projeto, criou peças com modelagens diferenciadas e prints com manchas LOOK DA ESTILISTA FABIANA MILAZZO CRIADO PARA O CANATIBA LAB. de tinta, seguindo suas referências com intervenções à mão livre. Todas as peças, desenvolvidas com tecidos selecionados pela Canatiba para cada artista participante para que explorem as possibilidades de cada um, ficarão expostas no showroom da tecelagem em São Paulo (SP). SALOTEX É DESTAQUE NA FEVEST

MICRO POWER.

DONADANI PASSA POR REFORMULAÇÃO

Entre os dias 2 e 4 de agosto, a Salotex participou da Fevest,

que aconteceu em Nova Friburgo (RJ). A tecelagem apresentou o recém-lançado Micro Poliamida, além do Power Confort, Fênix e Vênus, confeccionados com diferentes proporções de poliamida e elastano, voltados para moda íntima e fitness. O Micro Power, com 36% de elastano, proporciona compressão com ajuste perfeito, e o Power Confort possui maior propriedade modeladora. Já o Fênix, com base lisa, e o Vênus, com aspecto creponado, são voltados para a confecção de calcinhas sem fita elástica nem costuras, com corte a fio.

Desde o dia 17 de agosto, a loja de tecidos DonaDani entrou em uma nova fase. A loja passou a se chamar Espaço DonaDani e o horário de funcionamento será das 13h às 17h, ficando o período da manhã dedicado ao atendimento a clientes com hora marcada. Acompanhando a conjuntura econômica, no espaço os clientes poderão adquirir produtos com preços promocionais durante o ano inteiro. Nesta nova fase, os 600 m2 da loja passam a ser inteiramente dos tecidos, desde aqueles para looks do dia a dia até os bordados com paetês e demais tecidos para moda festa.

JOGÊ LANÇA CALCINHA MAKE UP BIKINI A Jogê acaba de lançar as calcinhas Make Up Bikini. Elas são encontradas em três tons de blush, que combinam com cada tom de pele. Confeccionadas em microfibra air, são extremamente leves e com tecnologia die cut, sem elásticos e sem costuras, e não enrolam nem marcam.

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Foto: Divulgação

LIZ UNE-SE À LYCRA® PARA APRESENTAR INOVAÇÕES As marcas LYCRA® e Liz uniram-se para apresentar suas inovações nos segmentos de lingerie, sportwear e shapewear, com soluções aliadas à tecnologia do fio elastano. O Liz Fit Sense, criado em 2005, é uma consultoria sobre os tamanhos e estilos de sutiãs da marca e tem como objetivo ressaltar a importância de escolher a peça mais adequada para cada corpo, levando em consideração o biotipo, o tamanho dos seios, a proporcionalidade das costas, além do caimento, obtido com fio LYCRA® na composição. Os tops para prática esportiva também têm um cuidado especial. Os Tops Firmes Liz Sport combinam técnicas inovadoras de compressão e encapsulação aliadas à tecnologia LYCRA® Sport, que proporciona elasticidade e liberdade de movimento. Já a linha de shapewear conta com a exclusiva tecnologia LYCRA® Beauty, que molda a silhueta, preservando o conforto.

COLTEX APOSTA NAS CORES CÍTRICAS Com o sucesso do tecido Neoprene nas praias nacionais e internacionais, a Coltex decidiu inovar e lançar o tecido Neotech, ideal para fazer biquínis em três cores especiais, ainda mais cítricas. O tecido com elastano possui semelhança com o Neoprene e o Legend, lançados para o verão 2016. Foto: Renata Martorelli

VICUNHA LAUNDRY EDITION – CREATING DESIRE BY GB CUSTOMIZAÇÃO A Vicunha Têxtil acaba de lançar o Vicunha Laundry Edition – Creating Desire, série de eventos para lançamento de coleções especiais, com foco nas maiores novidades em beneficiamento e produção limpa. Na primeira edição, que aconteceu no dia 25 de agosto, em São Paulo (SP), no showroom da Vicunha, a têxtil uniu seu conhecimento em matéria-prima e pesquisa de tendências à expertise do Grupo GB Customização. A coleção Vicunha Laundry Edition – Creating Desire by GB Customização foi desenvolvida em cima de algumas das tendências em que a têxtil acredita. O tema Atmosphere traz peças com temas celestiais, conferindo ao jeans uma energia artística e o efeito manchado de forma discreta e pontual. Os jeans apresentados foram o Starry Sky, com inspiração na vista noturna do céu estrelado, com superfície de microtexturas, feitas de discretos pontos de luz, e o Cloudy, que tem o céu nublado presente no visual suavemente manchado. Em Décor, a natureza, a arquitetura e os objetos étnicos são pensados como elementos decorativos, apostando no Botanic, que mistura padronagens botânicas, como florais e folhagens, em uma cartela de verdes aquarelados; Embossed, com o design rococó dos afrescos franceses e italianos, que traz desenhos com formas orgânicas e efeito 3D; e Índigo Truss, inspirado no universo étnico com formas geométricas e irregulares. Já o tema Vintage é uma eterna tendência e traz o Time and Memory, com jeans azuis especiais e lavagens contrastantes, além de muita marcação 3D; Dusty, influenciado pelo espírito aventureiro dos viajantes que exploram lugares desconhecidos; I Love Old, que retira seu visual destruído e harmônico da adoração do antigo, apresentando superfícies cheias de texturas, rasgos, arranhados e puídos; e Japanese Legacy, com patches e visual com efeito de remendo. Foto: Divulgação/YKK

ZÍPER DE PLÁSTICO OU DE METAL? A YKK apresentou durante a Première Vision Accessories a METALUXE® Mirror Effect, linha composta de combinações de zíperes de plástico e efeito metálico. Leve, com excelente custobenefício, o zíper de plástico Vislon® é lustroso e se assemelha ao zíper de metal polido. A linha METALUXE® Mirror Effect de elementos plásticos combina tecnologias com fechos que aparentam ser metálicos devido ao fato de a superfície ser tratada com um método que reproduz o efeito de galvanização.

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Meio Ambiente Fotos: Divulgação

SANTACONSTANCIA AMPLIA LINHA DE BIODEGRADÁVEIS A Santaconstancia apresentou novos tecidos da linha CO2 Control, que combinam conforto e respeito ao meio ambiente. As novidades são: Link-(CO2)®, malha dupla que favorece troca térmica, inibindo o efeito úmido colado; X-Fit-(CO2)®, resistente ao cloro, sal, protetores solares e outros produtos químicos, construído com fibras elásticas de Lastol XLATM, derivadas do petróleo; e Light Índigo-(CO2)®, malha elástica com corante índigo desbotável. Os lançamentos têm em suas propriedades a primeira poliamida biodegradável do mundo, a Amni Soul Eco, desenvolvida pela Rhodia.

LINK-(CO2)®.

ALGODÃO ORGÂNICO PARA OS PEQUENOS Investindo em produtos sustentáveis e com menor impacto ambiental, a C&A vai ampliar nas lojas físicas, e em breve no e-commerce, suas linhas baby e infantil confeccionadas com algodão orgânico, que não utiliza agrotóxicos e gasta menos água em seu cultivo. A linha conta com uma etiqueta diferenciada e aposta em bodies, tops básicos, leggings, polos e conjuntos para meninos e meninas, em tamanhos que vão do recém-nascido até 12 anos. WHOOP LANÇA TÊNIS SUSTENTÁVEL A Whoop, marca de tênis casuais, apostou em sua coleção primavera-verão na linha Eco Whopp, tênis vulcanizado confeccionado com tecido macio feito de garrafas PET recicladas, sem corante, que usa cinco vezes menos água em sua produção, além de reduzir a emissão de CO2. O solado é produzido com borracha reciclada, a partir da reutilização da matéria-prima que deixa de ser descartada no meio ambiente. BASF QUÍMICOS TÊXTEIS AGORA É ARCHROMA A Archroma, líder global em produtos químicos para os setores têxtil, de papel e emulsão, anunciou no dia 1º de julho a conclusão da aquisição da unidade de produtos químicos têxteis da Basf Global. A aquisição solidificou ainda mais a posição da Archroma como líder da indústria no fornecimento de produtos químicos e corantes para a indústria têxtil. ECOBOTÕES CHEGA AO BRASIL A Ecobotões, empresa da Louropel, fabricante mundial de botões, acaba de chegar ao mercado brasileiro. Traz produtos revolucionários, produzidos a partir de materiais naturais e renováveis como o algodão, o cânhamo, a farinha de sêmola, papel reciclado, pó de chifre, ureia, folha de madeira natural e borra de café. Presente nas passarelas de mais de 30 países, a Louropel buscou no Brasil um parceiro e assim surgiu a Ecobotões, que carrega o conhecimento de Sidney Tuffy Sayeg, que tem sua trajetória familiar e profissional mesclada à história brasileira dos botões.

BOTÕES

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FEITOS COM PAPEL RECICLADO.


O Brasil além do Brazil

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Em Pauta

Foto: Divulgação

POR BRUNO HANSEN

Quando nos propusemos a produzir estampas que levassem a cultura e a natureza brasileiras para as passarelas do mundo, não imaginávamos, na verdade, que nossa missão seria tão árdua e surpreendente. Árdua porque escolher um símbolo que fale de algo tão imenso e intenso quanto nossa nação é um desafio diário. Surpreendente porque muita gente, aqui e no exterior, vê no Brasil símbolos que restringem nossa identidade em vez de mostrar toda a sua expressão. Somos uma nação estereotipada em todo o mundo. Enquanto nós sabemos que a calçada de Copacabana, o Maracanã e o Cristo Redentor são apenas símbolos que nos representam, há quem pense que esses locais são o resumo de nossa nação. Sim, somos praia, futebol, religiosidade. Mas também somos floresta amazônica, pão de queijo, Inhotim, vinícolas de altitude. E isso precisa ser conhecido e reconhecido por nós e pelo mundo. Quando pensamos em produtos com uma flor rara que só se encontra por aqui e apresentamos referências na maloca de Adoniran Barbosa ou expressões como “tiro, porrada e bomba”, os próprios brasileiros às vezes não se reconhecem. Somos essa nação. No Sul, também somos Bahia. No Nordeste, também Amazônia. Em São Paulo, também temos um pouco de Minas Gerais. Talvez o mundo não nos reconheça com tamanha diversidade porque o próprio brasileiro não se vê assim. Como na música cantada por Elis Regina no fim da década de 1970, “o Brazil não conhece o Brasil, o Brazil nunca foi ao Brasil”. Mas precisamos mudar isso. Aguçar o olhar para perceber riqueza e proximidade onde hoje enxergamos resumo e distanciamento. Estamos muito longe da imagem caricata do Brazil com “z”. Ainda bem. É por isso que, nos eventos internacionais onde seremos representantes do Brasil nos próximos meses, não levaremos nossos pontos turísticos clássicos. Não abriremos mão de mostrar aos estrangeiros e aos próprios brasileiros um país que descobrimos todos os dias: rico, variado e que só quem vive na realidade é capaz de ver. Ou não. Você vê?

BRUNO HANSEN É DIRETOR DO ELAIÁ ESTÚDIO. BRUNO@ELAIA.COM.BR


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POR VALÉRIA FELDMAN

Foto: Divulgação

Caderno Senai

A identidade da marca e a percepção do consumidor Entende-se marca como o sinal que distingue uma empresa de outra, seus produtos e serviços. No entanto, ter somente a marca não é suficiente, pois deve-se saber que ter um volume de vendas alto nem sempre significa que se possui uma imagem forte no mercado. É necessário construir uma imagem sólida não só comercialmente, mas também perante o consumidor; é preciso conquistar sua mente e garantir que a percepção que ele tem de sua marca está chegando da forma que se espera. Por meio do logotipo, pode-se identificar uma marca, pois ele é sua identidade visual, mas outras características implícitas devem ser percebidas pelo consumidor, e isso é parte de um trabalho longo de relacionamento e construção de identidade. O consumidor vincula a marca não somente à qualidade física do produto, mas também a uma série de associações emocionais e sociais que ela possa transmitir. Esses fatores podem influenciar a compra de determinado produto ou não. Marcas que causam encantamento são muito mais lembradas e consumidas, desde que essa percepção seja positiva. Uma marca forte é aquela que ocupa um lugar de destaque no imaginário do consumidor, que nela reconhece valores e qualidades com as quais se identifica, que transpõe faixas etárias ou de renda e direciona o consumidor no sentido da compra pelo que ela representa ou significa, como um símbolo que proporciona poderes especiais a quem a adquire. Muitas empresas se posicionam no mercado por meio do brand-oriented (mercado orientado por marcas), ou seja, norteiam-se pelas marcas concorrentes, principalmente as líderes de mercado e seus lançamentos. Essa ação é altamente perigosa, pois seu resultado é a mesmice e acaba desestimulando o consumo. Todas as marcas concorrentes acabam fazendo tudo igual. Onde está o diferencial? O estudo do mercado deve ser um norteador e não um fim em si mesmo. A metodologia empregada deve ser a observação, a interpretação dos sinais, a filtragem e, principalmente, a busca por um caminho próprio, uma identidade que por muitas

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empresas foi perdida. A falta de pesquisa, de método e de um processo criativo são caminhos fáceis para a cópia, muitas vezes e quase sempre travestida de referência. Não se deve fazer simplesmente o que o mercado está fazendo. Colocar-se no lugar do cliente e perceber como ele gostaria que o produto fosse feito é um caminho que garante um maior conhecimento, diminuindo a incerteza sobre o que se vai produzir. Inovar é a palavra? Não apenas. Atualmente não basta somente inovar. A empresa deve apostar na antecipação dessa inovação. Perceber o desejo do consumidor antes mesmo que ele saiba que deseja aquilo. Inovação não se fundamenta em algo pontual, mas sim deve ser parte integrante da cultura da empresa. O mesmo desafio em projetar produtos deve ser o de projetar a própria organização, com foco no cliente. Hoje, o indivíduo expressa seus valores, vontades, visões de mundo e, principalmente, estilo próprio por meio da roupa. Mais do que nunca, as marcas devem ter essa percepção e alinhar-se ao seu consumidor, ao mercado e, sobretudo, preservar, alinhar ou mesmo criar uma identidade, caso ainda não a tenha construído. Empresas podem criar produtos, no entanto o que os consumidores compram são marcas. Marcas do futuro antecipam desejos que ainda nem foram percebidos e, se a sua identidade ecoar positivamente, não haverá nenhuma barreira intransponível para o crescimento da empresa no mercado. VALÉRIA FELDMAN É ESPECIALISTA EM MODA E CRIAÇÃO E BACHAREL EM DESENHO DE MODA PELA FACULDADE SANTA MARCELINA, ALÉM DE TÉCNICA EM VESTUÁRIO PELO SENAI-SP. TEM AMPLA EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE ENSINO DE MODA, ATUANDO COMO DOCENTE DESDE 2001. ATUALMENTE, MINISTRA AULAS NO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PRODUÇÃO DE VESTUÁRIO E NOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI ANTOINE SKAF (SP). ATUA AINDA NO CURSO TÉCNICO EM VESTUÁRIO E NO CURSO DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES DA ESCOLA SENAI FRANCISCO MATARAZZO. É PESQUISADORA DE MODA ASSÍDUA, INQUIETA E INSTIGADORA SOBRE ASSUNTOS COMO TENDÊNCIAS, CRIAÇÃO, DESIGN E COMPORTAMENTO. VALERIA.FELDMAN@SP.SENAI.BR



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Tecnologia AUMENTANDO AS VENDAS PELO INSTAGRAM

CALCULADORA PARA COMPRA DE TECIDOS

Se fazer o cálculo da quantidade Ampliar as vendas é de tecido a ser comprada de acordo com a produção, para que não sobre sempre bom e, nesses nem falte, era uma tarefa complicada, agora não é mais, inclusive para tempos difíceis que quem faz a venda. A empresa brasileira Belli Consultores desenvolveu, atravessamos no país, inicialmente para o sistema Android, um aplicativo chamado CalcTEX, uma é mais que necessário. calculadora virtual gratuita que pode ser baixada na loja Google Play Store. Para dar um up no Com ela, é possível validar as informações de rendimento do tecido por comércio virtual, grifes metro linear ou quadrado, comparar tecidos pelo rendimento ou preço, como Cia. Marítima, Valisere, Shoulder, converter a largura de polegadas para metros, gramatura linear por metro Sephora e UZA Shoes têm utilizado a quadrado, quantidade de quilos para metros, entre outros. Dessa forma, é Instaby, plataforma criada por Rafael possível também calcular quantas peças podem ser produzidas com a Bluvol e Fellipe Guimarães em quantidade de tecidos disponível no estoque, otimizando o tempo e a fevereiro deste ano, após conhecerem tomada de decisões na hora da compra. As informações ficam disponíveis a ideia no exterior e resolverem numa barra de ícones interativos, em duas telas básicas: uma para tecidos “tropicalizá-la”, adicionando algumas e outra para necessidades de compra. Há ainda no menu a opção “Enviar”, funcionalidades especiais para o pela qual as informações seguem para o corpo do e-mail e o usuário só mercado brasileiro. A empresa surgiu preenche o destinatário e o assunto, o que facilita a vida de quem precisa com dois objetivos principais: facilitar a utilizar essas informações sobre o produto. Para conhecer mais detalhes da vida do seguidor das marcas no CalcTEX, acesse www.calctex.com.br. Instagram e, ao mesmo tempo, CABINE COM SCANNER aumentar as vendas dessas marcas, CORPORAL 3D também por meio de celebridades que divulgam seus produtos e se relacionam com clientes pelo Instagram, replicando o feed da rede social e adicionando links que a ferramenta não permite. Na Instaby, as fotos do Instagram são clicáveis e redirecionam o usuário para a página da marca para finalizar a compra do produto. Nesse caso, a empresa contratante só paga ao Instaby quando as vendas forem realizadas por meio da plataforma. A Cia. Marítima, por exemplo, testou o Instaby por três meses antes de ele entrar efetivamente no mercado. Logo no primeiro mês da experimentação, investindo apenas na funcionalidade de posts, a plataforma tornou-se responsável por 10% do faturamento do e-commerce da marca.

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Como seria bom entrar numa cabine de loja e sair com uma roupa sob medida. Isso já é possível com o Symcad III, um body scanner 3D fabricado pela empresa francesa Telmat, no qual mais de 140 medidas são levantadas automaticamente em menos de 30 segundos. Possui sensores de profundidade por triangulação óptica360º, que permitem a detecção visual de todas as formas corporais da pessoa, fazendo com que ela escolha peças de caimento perfeito, mesmo no prêt-à-porter. Na Europa, mais de 30 lojas de roupas sob medida já utilizam o equipamento, que está disponível em duas versões: Symcad III – C, adaptado para tirar medidas em lojas, podendo ser equipado com uma extensão que permite ao cliente despir-se, podendo atender até 50 pessoas por hora, ideal para o mercado de roupas profissionais; e o Symcad III – T, uma versão itinerante que pode ser transportada para outros lugares, pesando cerca de 80 kg e com tempo de instalação inferior a 1 hora, sem necessidade de conhecimentos técnicos por parte do usuário. Quem tiver curiosidade pode conhecer mais do produto em www.symcad.com/EXPORT/.



Tendências

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POR TRENDZ BUREAU

PREVIEW VERÃO 2016 A FORÇA TRANSFORMADORA DAS TENDÊNCIAS DE VAREJO Fotos: Divulgação/TrendZ Bureau

Numa divertida combinação de tendências – os boêmios anos 70, o poderoso sportswear, o moderno utilitário, a alfaiataria inteligente, o luxo do neoconforto e o artesanal industrializado –, a estação segue uma “vibe” retrô-contemporânea e revela todo o frescor de uma boemia “festival” despreocupada. Nas silhuetas, batas, maxicoletes, minicoletes, microssaias, macacões, macaquinhos, jardineiras, longos e bocas de sino. Nos tecidos e malhas, destacamos a camurça, o denim, a cambraia, o jérsei, as tricolines, a meia-malha e as sarjas. Nos detalhes, bordados coloridos e franjas. O sportswear, que esteve bastante presente no inverno passado, continua seu reinado no mercado varejista também nessa temporada, visto em silhuetas bem ajustadas com recortes e vazados com um “flair fitness”, malhas como o jérsei, com uma porcentagem alta de elastano, segunda pele, emborrachados, o neoprene com variações de gramatura, dupla face e seus cortes a laser, telas, helancas de poliamida, canelados e piquê. E, nos detalhes, zíperes de náilon e elásticos aparentes. As estampas são geométricas, bicolores e digitais. A alfaiataria inteligente traz nos tecidos a tricoline de algodão com elastano, o gabardine e a microfibra. Nos detalhes, os abotoamentos e os colarinhos entretelados. Os paletós e blazers forrados sem costura e desfiados são o hit da estação. O utilitário moderno traz o denim, o

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chambray, a sarja e a cambraia nos tecidos. Nas peças, jaquetas funcionais, macacões, maxicoletes, bolsos chapados com abas ou fole. Nos aviamentos, meias argolas em prata e, nos detalhes, cintos forrados com o mesmo tecido. Apresentando uma nova dimensão de conforto surge o neoconforto, um mix harmônico e elegante de loungewear + pijama alfaiataria, remetendo a tecidos nobres, como seda, chiffon, musseline, cetim e jacquard. Nos detalhes e aviamentos, destacamos a passamanaria franjada em viscose, rendas francesas, rendas sutache, acabamentos com vivo nos bolsos e golas. Nas silhuetas, as golas e mangas de quimono, o penhoar. E as lindas estampas florais orientais. O artesanato para o varejo é industrializado, porém traz o valor estético do DNA e de sua autenticidade histórica e cultural inserido no vestuário. Os bicos de renda, bordados, crochês e macramês são apresentados em diversas formas ou em detalhes especiais, e peças industrializadas transformam-se em trabalhos singulares. Tecidos rústicos, estampas de barrado de lenço, arabescos árabes e cashmere indiano. Nas silhuetas, túnicas e batas. Esta pesquisa foi realizada pelo TrendZ Bureau em Londres, baseada em dados obtidos nos períodos de fevereiro a agosto de 2015, com uma análise mapeada no universo das coleções de verão do mercado europeu. www.trendzbureau.com



Cursos CURSOS LIVRES NA FAAP Foto: Divulgação

A Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) oferece uma programação de cursos livres na área de moda, que atendem desde o estudante que deseja se especializar até profissionais que desejam se atualizar. Oferecidos pelo Núcleo de Cultura e Beleza da Faap, as opções são: Design de Bolsas e Produção, Edição, Fotografia e Styling de Moda para Editoriais, ambos com início em 21 de setembro; Coolhunting, iniciando em 10 de novembro, e Desenho Planificado de Moda com Adobe Illustrator, com início dia 11 de novembro. Mais informações pelo telefone (11) 3662-7034 ou pelo site www.faap.br/nucleocultura. OPORTUNIDADES PARA DRIBLAR A CRISE

LANÇADA PRIMEIRA PÓS EM FASHION LAW DO MUNDO Em 2010, em parceria com o Council of Fashion Designers of América (CFDA), foi criado o Fashion Law Institute e hoje a legislação de moda não é mais uma tendência nova e sim parte integral dos negócios. Pensando nisso, após dez anos na Fordham University, a professora Susan Scafidi lançou, com o apoio de Diane von Furstenberg, presidente do CFDA, os primeiros cursos de pós-graduação em Fashion Law de Nova York e do mundo. Para quem não é especialista em direito, mas trabalha no setor de moda e quer ficar por dentro das leis, a universidade oferece um curso para ensinar a legislação. Já quem tem graduação em direito pode se inscrever no curso de pós-graduação em Fashion Law. Segundo Susan Scafidi, as oportunidades são ótimas para profissionais que desejam trabalhar na área e também para empresas que poderão se especializar ainda mais no atendimento ao luxo, varejo e mercado de moda. Saiba mais: www.fordham.edu.

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Pensando em oferecer soluções para as empresas driblarem a crise e empreenderem, a Sigbol Fashion, desde o início do ano, reformulou sua grade de cursos e passou a oferecer programas específicos de moda PET, moda GG, moda fitness e moda íntima. No mês de agosto, seguindo esse raciocínio, a escola lançou o curso livre Ajustes e Reformas, com duração de seis meses, em que o aluno pode escolher a duração. Indicado para atender às necessidades de costura dos ateliês aprimorando o uso de máquinas industriais, reta, overloque, galoneira e caseira, como também técnicas de pontos à mão em tecidos plano e malha, o curso ensina a fazer marcação de barras, afunilar pernas de calça, fazer diversos tipos de barra, pespontos com linha própria e cerzido, descostura e aplicação de zíper em calça jeans. As inscrições estão abertas em todas as unidades da escola. Saiba mais: (11) 5904-6461, www.sigbol.com.br. ORBITATO DIVULGA CURSOS ATÉ DEZEMBRO Em outubro, novembro e dezembro, o Instituto Orbitato vai realizar diversos cursos. Modelar I: Técnicas em Modelagem, com Jum Nakao, acontece nos dias 4 e 5 de outubro, das 9h às 18h. Já nos dias 15, 16 e 17 de outubro, das 9h às 18h, será ministrado por Maria Cecília Duarte o curso Vestidos de Festa – Modelagem Plana. Confecção de Vestidos de Festa, com Luis Serafim, acontece em 18 de outubro, das 9h às 18h. Em novembro, nos dias 13 e 14, será realizado o Conceito + Identidade = Produto com Alma, com Ronaldo Fraga e Celaine Refosco. Já em dezembro a escola conta com o curso Modelagem Jeanswear, nos dias 4 e 5, das 9h às 18h. Para mais informações, acesse: www.orbitato.com.br. ESCA OFERECE PROMOÇÃO EM CURSOS DE MODA FEMININA A Esca RJ Escola de Moda, localizada no Rio de Janeiro, oferece cursos rápidos com duração de seis meses, e completos, com duração de um ano e meio. Para este mês, a escola está com desconto no Curso Rápido de Moda Feminina Básico em Malha ou Tecido e no Curso Rápido de Moda Feminina Completo em Malha ou Tecido, ambos com oito horas semanais de aula. Informações sobre matrícula, horários e valores podem ser adquiridas pelos telefones (21) 3826-1847 e 2225-2184 ou pelo site www.escarj.com.br.


Agenda

Novembro Nacionais 4 e 5: Première Vision São Paulo (tecidos, aviamentos e serviços), São Paulo, SP, www.premierevision-saopaulo.com 22 a 25: Fit 0-16 – Feira Internacional do Setor Infantojuvenil, Teen, Bebê – Inverno 2016 (feira de negócios – confecção bebê, infantil e juvenil), São Paulo, SP, www.fit0-16.com.br Internacionais 12 a 19: ITMA 2015 (maquinário para têxteis e confecções), Milão, Itália, www.itma.com 14 a 27: IITF 2015 – Feira Internacional da Índia (multissetorial), Nova Déli, Índia, www.iitf.in 20 a 22: Modaprima (moda e acessórios), Florença, Itália, www.pittimmagine.com 25 a 28: ISF – International Sport Fitness (moda esportiva e fitness), Jidá, Arábia Saudita, www.ifssaudi.com

Dezembro Não foram encontrados eventos para o período. Tome nota: De 13 a 16 de outubro, acontecerá em São Paulo (SP) a segunda edição do Salão de Moda e Negócios Trailer Première, no Centro de Eventos Pro Magno. Informações no site www.portaltrailer.com.br. A revista não se responsabiliza por mudanças de datas e informações fornecidas pelos organizadores dos eventos.


Costura Social

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POR CIBELE DE BARROS/TECIDO SOCIAL

QUANDO A COSTURA ABRAÇA A ALMA Foto: Costurando a Vida/Divulgação

“Nenhuma a menos!” Com essa determinação de solidariedade, consolidou-se o projeto Costurando a Vida. Lúcia de Fátima do Nascimento, a madrinha do projeto, foi apresentada à costura no berço familiar. Aos 13 anos, por vocação e necessidade, trocou as brincadeiras e a vizinhança de Carapicuíba pelas oficinas do Bom Retiro. Já adulta e experiente, voltou para o quintal de sua infância e abriu a própria oficina de conserto de roupas, que seguiu próspera até bater à sua porta o convite para ajudar a salvar vidas: fechar a oficina e recomeçar do zero, como colaboradora de um trabalho de assistência social da ONG Associação Cristã Corrente de Luz, na comunidade carente de Vila Esperança, em Santana de Parnaíba (SP). Sua missão: costurar vidas despedaçadas de mulheres que

DA ESQ. PARA A DIR.: LAIS DINIZ, IVIE NASCIMENTO SILVA DIAS, MARIA REGINA DO NASCIMENTO, GASPARINA RUFINO DO NASCIMENTO, INÊS DA SILVA, LÚCIA DE FÁTIMA DO NASCIMENTO, CRISTIANE DE SOUZA, VALMIRA TARGINO DE SOUZA, ROSANA MARIA MIRANDA E JOELSON CRISTIANO DA SILVA.

viviam em lixões e nas ruas, vítimas de famílias desestruturadas, violência, depressão, drogas e álcool. A inspiração: a crença no

Elizabeth, vítima de depressão crônica, resgataram sua

poder transformador da costura. Ivie Nascimento Silva Dias, filha

dignidade e confiança para seguir. “Nenhuma a menos. Quando

de Lúcia, chegou um pouco depois. Trabalhou para marcas

não vinham, eu ia atrás delas. Me colocava nas condições

famosas e vivenciou conflitos de valores até optar pelo

delas. Me envolvia com suas questões”, relata Lúcia. Hoje,

empreendedorismo social.

todas as mulheres que passaram pela oficina estão colocadas

O projeto começou com visitas e conversas com a

O período de incubação do projeto na ONG durou quatro

indicasse o caminho a seguir. Foi quando o carisma de Lúcia e

anos. Atualmente, o grupo atua em oficina própria, em

o chamado da costura entraram para a história de 12 mulheres

Carapicuíba, mas ainda conta com o apoio da associação.

castigadas pela pobreza. A associação acolheu o projeto,

Atende projetos variados e realizará o desafio Tecido Social,

estruturou a oficina-escola e uma pequena confecção, onde as

confeccionando as camisetas masculinas de uma nova marca,

aprendizes poderiam trabalhar.

a Demiam, lançada em julho.

O combinado eram duas horas diárias de aula que, mais

Entre seus planos para o futuro, estão o de costurar vidas

adiante, passaram para seis horas. O processo foi muito

melhores, capacitando e criando oportunidades para mulheres

desafiador. “A mente e as condições físicas das mulheres não

em situação de risco social, e lançar a marca ecológica e sus-

permitiam que focassem na aprendizagem. Algumas não

tentável de roupas infantis Tilucy, já disponível na própria oficina.

tomavam banho e vinham descalças”, conta Lúcia.

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profissionalmente.

comunidade até desenharem o mapa de prioridades sociais que

Para saber mais sobre essa história, assista ao

Para penetrar nesse universo, criaram um espaço de diálogo

vídeo no canal da Tecido Social no YouTube pelo link

e uma rotina de leituras e reflexões sobre questões humanas e

https://www.youtube.com/watch?v=M25CXeWaurk (também

espirituais que dessem suporte ao grupo, e que prevalecem até

disponível na fanpage da Costura Perfeita no Facebook) e entre

hoje. Foi com a dedicação amorosa e muitos abraços depois

em contato com o projeto Costurando a Vida pelo

que pessoas como Teresa, egressa da casa de custódia da

telefone

penitenciária de Franco da Rocha; Inês, ex-alcoólatra; e

ivie@costurandoavida.com.br.

(11)

4154-5965

(Lúcia/Ivie)

ou

pelo

e-mail


Divulgação

FOCUS TÊXTIL INVESTE NA RESPONSABILIDADE SOCIAL O desenvolvimento e comercialização de tecidos é apenas uma das faces da Focus Têxtil. Outra é a responsabilidade social. Para isso, a empresa criou o Instituto Focus Têxtil (IFT), que busca incentivar o empreendedorismo e facilitar o acesso à capacitação de profissionais para os setores têxtil, de moda e design, reduzindo a desigualdade e aumentando o desenvolvimento social das regiões onde atua, bem como estimular ações que desenvolvam novos talentos da economia criativa na moda. Um dos projetos lançados pelo IFT é o Ampliando Acessos, com o objetivo de formar um mapa interativo a partir de uma base de dados com todas as ONGs em São Paulo que fazem capacitação de corte e costura para comunidades de baixa renda, para que empresas possam contratar mão de obra qualificada. Para formar essa base de dados, a tecelagem está pedindo a colaboração de todos que puderem indicar ONGs e projetos que conheçam e nos quais confiem. Mais informações no site www.institutofocustextil.org.br.

Foto: Divulgação

FARBE E SENAI CRIAM CADEIRA DE RODAS A PARTIR DE BICICLETAS Uma cadeira de rodas a partir de uma bicicleta. Essa ideia partiu de um colaborador da Farbe, tecelagem catarinense especializada em malharia e tecidos para moda feminina EQUIPES DO SENAI E DA FARBE REALIZAM A ENTREGA DAS e fitness, por meio de seu CADEIRAS. Comitê de Pessoas com Deficiência, criado na empresa há três anos com o objetivo de atrair e reter talentos nessa área. Numa das reuniões mensais do grupo, outra colaboradora, que leciona no Senai de Indaial (SC), levou a ideia até a escola e o resultado foram duas cadeiras criadas por eles em parceria. Funcionários da Farbe arrecadaram bicicletas e alunos do Senai criaram o desenho técnico, solda e montagem, deixando todos muito animados em continuar. A primeira ganhadora da cadeira de rodas é Luzia Ridieri, de 50 anos, que preside uma ONG, cuida da casa e da neta de 4 anos, e perdeu o movimento das pernas aos 2 anos de idade, devido a uma meningite.


ENDEREÇOS ASSOCIAÇÕES, FEDERAÇÕES, ONGS E SINDICATOS ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) – SBN qd. 1, bl. B, Ed. CNC, 14º andar, Brasília, DF, tel.: (61) 3962-8700, www.abdi.com.br Abiacav (Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro) – Av. Paulista, 1.313, 9º andar, cj. 910, São Paulo, SP, tel.: (11) 3739-3608, www.abiacav.org.br Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) – R. Júlio de Castilhos, 561, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3594-7011, www.abicalcados.com.br Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.abit.org.br Abramaco (Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Máquinas de Costura Industrial, Componentes e Sistemas) – R. Ribeiro de Lima, 282, cj. 111, São Paulo, SP, tel.: (11) 3326-6922, fax: (11) 3313-4908, www.abramaco.org.br Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) – Av. Rouxinol, 1.041, cj. 1.710, São Paulo, SP, tel.: (11) 2901-4333, www.abravest.org.br ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) – tel.: (11) 3431-8858, www.abvtex.org.br Acia (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana) – R. Osvaldo Cruz, 510, 15º andar, Apucarana, PR, tel.: (43) 3033-6670, www.acianet.com.br Acic (Associação Comercial e Empresarial de Caruaru) – R. Armando da Fonte, 15, Caruaru, PE, tel.: (81) 3721-2725, www.acic-caruaru.com.br Acicam (Associação de Calçadistas da Colômbia) – www.acicam.org Adece (Agência do Desenvolvimento do Estado do Ceará) – Av. Dom Luís, 807, 7º andar, Fortaleza, CE, tel.: (85) 3457-3300, www.adece.ce.gov.br Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) – SBN, qd. 1, bl. B, 10º andar, Ed. CNC Brasília, DF, tel.: (61) 3426-0202, www.apexbrasil.com.br Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos) – R. Júlio de Castilhos, 526, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3584-5200, www.assintecal.org.br CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil) – Saus, qd. 1, bl. N, Edifício Terra Brasilis, 408-409, Brasília, DF, tel.: (61) 3224-1867, www.cicb.org.br Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará) – Av. Barão de Studart, 1.980, Fortaleza, CE, tel.: 85) 4009-6300, www.sfiec.org.br Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo) – Av. Nossa Senhora da Penha, 2.053, Vitória, ES, tel.: (27) 3334-5600, www.sistemafindes.org.br Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) – Av. Graça Aranha, 1, Rio de Janeiro, RJ, tel.: 0800-023-1231, www.firjan.org.br Footwear Components by Brasil – R. Júlio de Castilhos, 526, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3584-5200, www.fcbybrasil.com Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial) – Av. Nove de Julho, 4.865, cj. 42, São Paulo, SP, tel.: (11) 3238-5800, www.iemi.com.br Inexmoda – Calle 14, 40A- 173, Medellín, Colômbia, www.inexmoda.org.co Instituto Focus Têxtil – www.institutofocustextil.org.br NTCPE (Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecção em Pernambuco) – R. da Moeda, 46, Recife, PE, tel.: (81) 3448-0993, www.ntcpe.org.br ONG Associação Cristã Corrente de Luz – R. Prof. Edgar de Moraes, 120A, Santana de Parnaíba, SP, tel.: (11) 4154-4850, www.correntedeluz.com Procolombia – Al. Santos, 1.800, 10o andar, cj. 10B, São Paulo, SP, tel.:(11) 3171-0165, www.procolombia.co Projeto Canoa – tel.: (51) 3466-5108/9294-1795, www.facebook.com/projetocanoagrupocanoa Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) – Central de Relacionamento: 0800-570-0800, www.sebrae.com.br Sindcon (Sindicato das Indústrias de Confecção de Petrópolis) – R. 24 de Maio, 2, 3º andar, Petrópolis, RJ, tel.: (24) 2231-6031, www.sindcon.org.br Sinditêxtil-CE (Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará) – Av. Barão de Studart, 1.980, 3º andar, sl. 308, Fortaleza, CE, tel.: (85) 3421-5456, www.sinditextilce.org.br Sinditêxtil-SP – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.sinditextilsp.org.br Sindivest-PE – www.sindivestpe.com.br Sindivestuário-SP (Sindicato das Indústrias de Vestuário de São Paulo) – R. Mário Amaral, 172, 2º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3889-2272, www.sindivest.org.br Sindconfecções-CE (Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras no Estado do Ceará) – Av. Barão de Studart, 1.980, Fortaleza, CE, tel.: (85) 3421-5457, www.sindconfeccoes.org.br

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Sindroupas-CE (Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário no Estado do Ceará) – Av. Barão de Studart, 1.980, 4º andar, Fortaleza, CE, tel.: (85) 3264-0738, www.sindicatodaindustria.com.br Sivale (SSindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana) – R. Doutor Oswaldo Cruz, 510, 13º andar, Apucarana, PR, tel.: (43) 3122-1156, www.fiepr.org.br Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira) – tel.: (11) 3823-6100, www.texbrasil.com.br MODA E GRIFES Arte Sacra – R. Lavras, 605, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3287-1417, www.artesacramoda.com.br Authen – tel.: (21) 98480-2300, www.authen.com.br C&A – www.cea.com.br Cajo – R. Turfa, 430, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 2551-7920, www.cajofashion.com.br Cleo – R. Aristóteles Caldeira, 281, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3312-2339, www.cleocarvalhobh.com.br Colombo – www.camisariacolombo.com.br DeMillus – www.demillus.com.br Dumond – SAC: 0800-648 4975, www.dumond.com.br Felipp Bordados – R. Frederico Afonso, 4150, São José, SC, tel.: (48) 8859-8100, www.felippbordados.com Frutacor – R. Pedra Bonita, 318, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3372-9054, www.frutacorbh.com.br Havaianas – www.havaianas.com.br Jogê – www.joge.com.br Klin – tel.: (18) 3643-7164, www.klin.com.br Liebe – www.liebelingerie.com.br Liz – www.liz.com.br Marialícia – R. Manoel Francisco da Costa, 215, Jaraguá do Sul, SC, tel.: (47) 3275-9000, www.marialicia.com Riachuelo – R. Leão XIII, 500, São Paulo, SP, tel.: 0800-701-4342, www.riachuelo.com.br The Paradise – www.paradise.art.br Whoop – www.teniswhoop.com.br YPS – R. Voluntários da Pátria, 491, Porto Alegre, RS, tel.: (51) 2125-9999, www.ypsmoda.com.br TECELAGENS E FIAÇÕES Canatiba Denim Industry – Av. Interdistrital Comendador Emílio Romi, 350, Santa Bárbara d’Oeste, SP, tel.: (19) 3459-4000, www.canatiba.com.br Coltex – R. Jequié, 1.500, Joinville, SC, tel.: (47) 3467-2111, www.coltex.com.br DonaDani – R. Atílio Piffer, 759, São Paulo, SP, tel.: (11) 2171-0175, www.lojadonadani.com.br Farbe – R. Engenheiro Paul Werner, 726, Blumenau, SC, tel.: (47) 3036-6200, www.farbe.com.br Focus Têxtil – R. Achilles Orlando Curtolo, 584, São Paulo, SP, tel.: (11) 3618-4777, www.focustextil.com.br Invista (LYCRA®) – Av. das Nações Unidas, 4.777, São Paulo, SP, tel.: (11) 6858-8160, www.invista.com, www.lycra.com.br Rhodia (Grupo Solvay) – Av. dos Estados, 5.852, Santo André, SP, tel.: (11) 4435-2589, www.rhodia.com.br Salotex – R. Dr. Nicolino Morena, 110, São Paulo, SP, tel.: (11) 2243-0111, www.salotex.com.br Santaconstancia Tecelagem – R. Soldado Amarilho G. Queiroz, 77, São Paulo, SP, tel.: (11) 2982-7900, www.santaconstancia.com.br Sultextil – R. Cesare Cambruzzi, 475, Caxias do Sul, RS, tel.: (54) 3211-1200, www.sultextil.com.br Vicunha Têxtil – R. Henrique Schaumann, 270, São Paulo, SP, tel.: (11) 2187-2158, www.vicunha.com.br DIVERSOS Affare Laser – R. Geraldo Garcia do Nascimento, 2.440, Franca, SP, tel.: (16) 3711-2888, www.affarelaser.com.br Alfa SistComp – R. Augusto Carlos Bauman, 1.011, São Paulo, SP, tel.: (11) 2079-7780, www.alfasistcomp.com.br Ampla – Av. Maringá, 691, Pinhais, PR, tel.: (41) 3525-9300, www.ampladigital.com.br Andrade Máquinas – Av. São Paulo, 125, Guarulhos, SP, tel.: (11) 3787-3333, www.sansei.com.br Archroma – www.archroma.com Armarinhos 25 – R. João Boemer, 805, São Paulo, SP, tel.: (11) 2790-2525, www.armarinhos25.com.br Arte Mais Comunicação e Editoração – tel.: (11) 4997-9690, artemais@superig.com.br Audaces – Rod. SC-401, 867, Florianópolis, SC, tel.: (41) 2107-3737, www.audaces.com.br Barudan – Av. Gomes Freire, 574, Rio de Janeiro, RJ, tel.: (21) 2506-0050, (11) 3338-1850, www.barudan.com.br Belli Consultores – Av. Evilásio Almeida Miranda, 201, Fortaleza, CE, tel.: (85) 3274-7109, www.belli.com.br BM do Brasil – R. dos Italianos, 943, São Paulo, SP, tel.: (11) 3331-6313, www.bmdobrasil.com.br

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Ponto de Vista

Foto: Divulgação

POR GIUSEPPE TROPI SOMMA

O Brasil num beco sem saída REFORMAS, SÓ COM O APOIO DOS MILITARES

É claro que todo o mal do nosso Brasil está exclusivamente no governo e em seus três poderes e precisamos de reformas radicais para corrigir isso. A maioria das pessoas que poderia corrigir – e mudar tudo – está envolvida na corrupção, ou explorando fartamente a máquina pública, ou, ainda, quase todos colaboraram para deixar este governo com um peso insuportável. É possível esperar que algo de bom aconteça e que eles queiram cortar na própria carne para resolver tudo, espontaneamente, e do modo menos trágico possível para o Brasil? Não. Já deram a entender que não. As manifestações populares foram claras nas reivindicações, mas não houve resposta por parte dos políticos. Todos sabemos que cerca de 92,9% do povo está contra o governo. Só faltam os filiados da CUT; os filiados ao MST, MTST, os filiados ao PT, os funcionários públicos em órgãos aparelhados, os blogueiros, os estrangeiros (haitianos e cubanos). Só faltam os funcionários que ocupam “cargos em comissão” etc. Hoje, num encontro de duas ou mais pessoas, os assuntos inevitáveis são a crise, a roubalheira e a insistência do PT em permanecer no governo. As pessoas que participaram da primeira manifestação nas ruas seguramente não chegam a 1% dos brasileiros realmente descontentes. Infelizmente, a rua é para os cabrestos da demagogia hasteando bandeiras vermelhas, porque o verdadeiro trabalhador não gosta ou não tem tempo para isso. Os brasileiros, diante da falta de resposta dos governantes e parlamentares às primeiras e grandes manifestações, deixaram de acreditar na eficiência das mesmas. Hoje, aumenta a oposição ao governo, mas diminui o povo nas manifestações. No passado, por manifestações muito menores, qualquer governo brasileiro teria renunciado e atendido o clamor popular. Agora não. Essa falta de resposta ao que as ruas pedem tem um porquê. Nas crises do passado, a briga era apenas pelo poder. Hoje, não. A situação de hoje é muito especial. O PT abdicar do poder significa dar ao povo brasileiro a lupa para desvendar os múltiplos desvios e os caminhos que levam aos mandantes. Significa dar visibilidade a tudo o que a operação Lava Jato não pode dar, por sua magnitude e complexidade, em que, inclusive, apareceria a maioria dos parlamentares. Uma renúncia por parte da presidente seria simples. Aliás, quem não gostaria de trocar o inferno de um governo falido, desgastado, desmoralizado e permanentemente insultado, pelo doce sossego do lar e da família? O problema não é que ela não queira, mas porque os outros, sem se preocupar com as desastrosas

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Ponto de Vista consequências, exigem que ela jamais renuncie. Afinal, qual é a outra saída que eles vislumbram? Existe outra saída? Não. Infelizmente, mais uma vez, materializou-se a sábia definição de Margareth Thatcher: “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”. Só que os companheiros foram com tanta sede ao pote que acabaram com o dinheiro dos outros antes mesmo de implantar o socialismo. Há quase dez anos, diante da direção deste governo do PT, por uma questão puramente matemática, eu já havia sinalizado e alertava para este abismo. Agora, estamos no fundo do poço. Tem saída? Não! Basta notar que, hoje, todas as tentativas de melhorar só fazem é piorar. Criar artimanhas para tirar mais recursos da sociedade é pura idiotice. Porque não pode existir governo rico com sociedade pobre. Com os desvios e incompetência, os governantes agigantaram a máquina pública e empobreceram a sociedade. Agora, precisamos de reformas institucionais radicais para reverter isso: diminuir o governo e dar prosperidade à sociedade. A tarefa é gigante e não serão os atuais e incompetentes governantes a tirar o Brasil dessa situação. O melhor que os atuais políticos poderiam fazer é aproveitar o dinheiro que mandaram lá para fora e sair do país. As reformas de que o Brasil precisa certamente não serão esses políticos a fazê-las, seja os da situação, seja os da oposição, porque não têm competência, nem credibilidade, nem espírito de isenção. Então nos resta uma pergunta: poderão ser os militares? Infelizmente, sim. Contrariamente ao que quase todos os políticos pregam hoje, os militares nunca entraram para dar golpes, mas sempre para pôr ordem. Mas os atuais políticos pregam o temor e a aversão aos militares, pois são quase todos ex-terroristas ou exilados políticos (que perderam a guerra, mas ganharam o poder, graças à nossa confiança). A verdadeira reforma deve ser feita com o apoio dos militares, sim, mas pela sociedade, sempre em caráter plebiscitário, assunto por assunto, e sempre com três opções, de três autorias: de um partido de esquerda, de um partido de centro e de um partido de direita. Políticos brasileiros, nós queremos uma democracia verdadeira, civilizada e de respeito, que certamente não será melhor só para nós, mas para os nossos e os vossos netos. A falta de prosperidade numa sociedade gera falta de segurança civil. Sem segurança, de nada vale a prosperidade. Hoje nós estamos sem as duas.

* Reprodução liberada * CAV. GIUSEPPE TROPI SOMMA É EMPRESÁRIO, MEMBRO DA ABRAMACO E PRESIDENTE DO GRUPO CAVEMAC. GIUSEPPE@CAVEMAC.COM.BR Para compartilhar este e outros Pontos de Vista, acesse: www.costuraperfeita.com.br e clique no menu “Edição atual” ou “Edições anteriores”.

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O SOCIALISMO DURA ATÉ ACABAR O DINHEIRO DOS OUTROS”




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