Revista Costura Perfeita Ano XVI n°85 Maio/Junho 2015

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COSTURA PERFEITA

ANO XVI l Nยบ 85 l MAIO / JUNHO 2015




ÍNDICE

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EDIÇÃO 85

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MAIO E JUNHO DE 2015

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www.costuraperfeita.com.br

ANO XVI

.46

.72

Seções 10 12 26 44 64 80 84

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Editorial Cartas Lançamentos Comércio Exterior Caderno Têxtil – Novidades Têxteis Meio Ambiente Atualidades

90 – Curtas 102 – Tecnologia 106 – Couro e Cia. 109 – Agenda 110 – Cursos 112 – Endereços 113 – Classificados

Colunas 14 – Qualificação: Crise hídrica e energética: aliadas da qualidade? 30 – Tributos: A conta do ajuste 32 – Oferta e Demanda 36 – Coaching: O trabalho dos sonhos 60 – Ranking: Uma luz no fim do túnel 68 – Produção: Tecnologia assistiva na confecção para o cadeirante (PCD) 98 – Empreendedorismo Sebrae 100 – Caderno Senai: A importância do planejamento estratégico em uma confecção 114 – Ponto de Vista: A revolução é necessária. Vai participar? Matérias 16 – Mercado: Mãos que contam histórias – No dia 25 de maio, comemora-se o Dia da Costureira 20 – Negócios: Startups de moda 34 – Fique por Dentro: NR12 – Efeitos e desafios 38 – Especial: Terceirização – A polêmica está no ar 46 – Feiras: Tecnotêxtil Brasil 2015, Fimec 2015, Laad Defense & Security 2015 62 – Fique Sabendo: IT Studio Consulting 63 – Fique Sabendo: TNT inaugura novo centro logístico 72 – Eventos: Minas Trend – Verão 2016, SPFW – Verão 2016, Inside 3D Print 88 – Dicas e Economia: Aparelhos protetores 97 – Em Pauta: Abit relança a Frente Parlamentar Têxtil 108 – Tendências: Se sua empresa for como as demais... 111 – Costura Social: Tecelã de solidariedade

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Gisele Bündchen em desfile da Colcci na SPFW – Verão 2016 Foto: Agência Fotosite/Divulgação Arte: Arte Mais Comunicação



Diretor-presidente: Giuseppe Tropi Somma Editora e Jornalista Responsável: Silvia Boriello (MTB 41.139) Repórter: Renata Martorelli (MTB 49.937) Consultor Técnico: Marcelo Scicilliano Diagramação: Arte Mais Comunicação e Editoração Ltda. Revisão: Kiel Pimenta Colaboradores: Alessandra Rustarz, Angela Valiera, Antonio Carlos Barbosa Bacelar, Balbino Queiroz das Virgens, Claudia Valéria da Silva, Edson Jaccoud, Fábio Romito, Henriete Mirrione, Marcelo V. Prado, Marta Sales, Nália Cristina Bispo Portela Ribeiro, Rosemar Alves Matos, Rubens Nunes, Sidinei Benedito Barros, Suzi Maria Mariño, Thiago Biscuola, Wellington Nunes Publicidade: Valdir Porto Ribeiro – comercial1@costuraperfeita.com.br Assinaturas: assinatura@costuraperfeita.com.br Impressão: Prol Gráfica Distribuição Nacional Costura Perfeita é uma publicação bimestral da Cavemac – Rua Newton Prado, 333 – Bom Retiro – São Paulo (SP) – CEP: 01127-000 Telefone: (11) 2171-9200 Costura Perfeita – Redação: Telefone: (11) 2171-9252 / 2171-9263 – redacao@costuraperfeita.com.br

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POR SILVIA BORIELLO

Foto: Yuri Mine

Editorial

A canoa virou, por deixá-la virar Foi por causa do governo que não soube remar. E agora estamos neste atoleiro, o país não cresce, ficamos remando e remando para sair uns míseros milímetros do lugar. Pergunto: quem será capaz de fazer a dragagem necessária para que o Brasil volte a ter “navegabilidade”, ou seja, ir pra frente, evoluir, sem que a briga pelo poder dos remos ofusque as reais, urgentes e verdadeiras demandas? A situação política que vivemos aqui chegou a um nível insuportável, trapalhada e roubalheira atrás de trapalhada e roubalheira, e de uma forma tão cínica que beira o ridículo. Mas não somos nem devemos ser obrigados a aceitar afundar junto. Precisamos de pessoas que realmente saibam navegar e conduzir essa canoa sem se afastar da luz do farol, caso contrário, será nossa derrocada. Um dos assuntos mais recentes que está sendo tratado como uma queda de braço pelas instâncias do governo federal é a terceirização de mão de obra, com uns dizendo que as conquistas dos trabalhadores na CLT serão nocauteadas se a nova lei for aprovada, e outros afirmando que isso não vai acontecer, e sim apenas dará condições para que as empresas – contratantes e contratadas – consigam gerar mais postos de trabalhos para mais pessoas e, dessa forma, tentar tirar o país da crise que o próprio governo fez o favor de criar e alimentar por mais de uma década, com todas as bombas estourando agora ao mesmo tempo. E é sobre essa pauta que falamos no Especial desta edição. Outra questão é a NR12. Muitos empresários do setor confeccionista têm chiado em relação para quantidade de normas que mais atrapalham e atravancam do que ajudam na proteção de seus funcionários. Para falar desse assunto, nossa repórter Renata Martorelli foi em busca de depoimentos de empresas e consultores, que relataram até abuso na fiscalização. Você pode conferir na seção Fique por Dentro. Em Negócios, falamos sobre as startups de moda que vêm ganhando espaço no mercado de inovação em produtos e serviços e ainda têm muito o que render na economia criativa. Em Mercado, falamos sobre como ele está para os(as) costureiros(as), o que falta, o que sobra e, acima de tudo, uma homenagem ao dia desses guerreiros da profissão, comemorado em 25 de maio. Um grande abraço e até a próxima!

SILVIA BORIELLO É EDITORA DA REVISTA COSTURA PERFEITA editora@costuraperfeita.com.br

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FOI POR CAUSA DO GOVERNO QUE NÃO SOUBE REMAR.”



Cartas

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DA REDAÇÃO

A LUTA CONTINUA... Sr. Giuseppe Tomo a liberdade de lhe descrever uma situação bizarra. Tenho uma pequena confecção na região do Brás, em São Paulo (SP). Estou sendo obrigado a assinar na Procuradoria do Ministério do Trabalho um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) por terceirizar a costura de minha linha de produção, sob a alegação de que se trata da minha atividade. Sob a óptica fria das letras, realmente não poderia terceirizar a costura, pois só são passíveis de terceirização a limpeza e a segurança. Ocorre que, em meu nicho de mercado, 99,99% das confecções terceirizam a costura, quando não outras etapas da produção, tais como o corte e o acabamento, pois é simplesmente inviável economicamente ter sob contrato de trabalho o número de costureiras necessário para uma produção de pouco valor agregado e alta sazonalidade como a do ramo do fast fashion, dados o custo dos encargos atrelados e a ociosidade nos intervalos entre as coleções. Desde 2004, encontra-se parado no Congresso o Projeto de Lei 4.330 revogando essa arbitrariedade implementada pela bancada sindicalista, essa verdadeira amarra que o governo nos impõe (mais uma). Até o ministro Joaquim Levy está solicitando mais agilidade no andamento, conforme citado em artigo da Folha de S.Paulo. Enfim, desculpe o teor de desabafo e sem a menor pretensão de pautá-lo, mas agradeceria demais ao senhor (e tenho certeza de que milhares de pequenos empreendedores também) se pudesse divulgar esse problema. * Preservamos a identidade do autor. Tenho o prazer de escrever-lhe para parabenizá-lo pelo excelente artigo publicado na edição 83 da revista Costura Perfeita. Realmente, o que andam fazendo com o dinheiro do povo é crime e não dá

para usar outra palavra, já que “relativizar” agora é moda para disfarçar as mentiras que se anunciam ao povo, como já relatava George Orwell em seu livro 1984. Não podemos continuar calados frente a este estelionato contra a nação que vem sendo praticado no Brasil, principalmente nos últimos anos. Conheço relatos de empresários que não conseguem contratar colaboradores a menos que o façam fora da lei, pois o “registro em carteira” é impeditivo para continuar recebendo as benesses do maior incentivo à improdutividade já praticado neste país, sob o nome de “Bolsa Família”. Edson Jaccoud – Florianópolis – SC

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Seu comentário na edição 83 da revista Costura Perfeita vem ao encontro do que este microempresário vem pregando há bastante tempo, ou seja, o setor empresarial, com o recolhimento dos impostos, vem sustentando esta corrupção www.facebook.com/costura.perfeita.1 sem precedentes. Devemos nos unir e recolher os impostos em juízo. Se algum líder neste país fizer essa ideia prosperar, farei minha parte e incentivarei todos que eu twitter.com/costuraperfeita puder a participar. João Ritter – Novo Hamburgo – RS Caixa de Pandora Sra. Silvia, Parabenizo-a pela consistência e pertinência das matérias e pelo conteúdo da revista. Acabo de ler o excelente editorial com o Silvia Boriello título “Caixa de Pandora”, da Costura editora@costuraperfeita.com.br Perfeita 84. Joel Assis Nogueira Jr, Sebrae-BA, por e-mail ERRATA: Na matéria Eventos – 19ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, publicada na edição 84 (março-abril), o nome correto do gerente comercial da Garra Renata Martorelli Team é Thiago Gusmão. renata@costuraperfeita.com.br

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POR FÁBIO ROMITO

Foto: Arquivo pessoal

Qualificação

Crise hídrica e energética: aliadas da qualidade? Estive refletindo sobre a relação entre as crises hídrica e energética que estamos vivenciando no Brasil e decidi compartilhar um ponto de vista que desenvolvi com base em artigos, pareceres e entrevistas com profissionais da cadeia têxtil. Sabemos que o país está passando por momentos de crise causados pela falta de investimentos em infraestrutura e pela escassez de água, o que, consequentemente, provoca diminuição na capacidade de geração de energia elétrica (uma vez que a maior parte de nossa energia é hidrelétrica). Impulsionados pelas campanhas de conscientização, pelo risco de racionamento e pelos aumentos no preço das tarifas, os consumidores – pessoas físicas ou jurídicas – estão sendo incentivados a mudar seus hábitos de consumo. Vamos pensar nas empresas, especificamente na cadeia têxtil e nas confecções. Como vão se adaptar a essa nova situação? Bem, de acordo com o que temos observado, algumas deixarão de produzir. Outras vão procurar locais alternativos, inclusive fora do país, para continuar produzindo. Por outro lado, em diversas empresas do setor, os gestores estão começando a tomar algumas atitudes que indicam a preocupação com a necessidade de verificar alguns fatores que interferem no consumo, buscando uma racionalização no processo produtivo. Entre os aspectos que têm merecido maior atenção, podemos citar: l a verificação do procedimento dos fornecedores e a busca por outros preocupados em diminuir o consumo de água e luz; l a análise dos processos internos, questionando as reais necessidades, a eficiência no gasto energético e de água, estudando alternativas para processos muito dispendiosos; l a checagem do nível de consumo dos equipamentos e a possível troca por outros mais eficientes; l a busca por novas tecnologias que poupem recursos para substituir atividades dispendiosas;

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o treinamento dos funcionários com vistas à utilização mais racional dos recursos, inclusive envolvendo-os nos processos de reestruturação. A partir dessas observações, podemos fazer algumas considerações a respeito do assunto: por que todos esses fatores não foram considerados e tratados com importância anteriormente, uma vez que, de qualquer forma, haveria uma economia de recursos? Reestruturar processos, adquirir maquinários mais modernos, substituir tecnologias e treinar funcionários serão ótimos para a qualidade do processo e do produto, pois tais ações certamente resultarão em maior eficiência de processo, custos menores e produtos mais bem planejados e executados. Nunca é tarde para as empresas fazerem um diagnóstico interno, buscando a fonte de seus desperdícios, ineficiências e perdas de recursos, para melhorar seus processos e, consequentemente, seus produtos. Devemos lembrar que um dos princípios da qualidade total é o aperfeiçoamento contínuo (kaizen, que significa modificar para melhor), que pode ser conceituado, grosso modo, como uma estratégia de melhoria contínua, para oferecer melhores produtos a preços competitivos. Essa técnica, resumidamente, consiste em descobrir e eliminar desperdícios e atividades que não agreguem valor ao produto, bem como envolver os colaboradores na busca por melhorias e mudanças em processos e tecnologias. Parece que essa é uma filosofia que aprendemos no passado e nos esquecemos de continuar aplicando. Quem sabe a escassez nos ajude a resgatá-la? l

FÁBIO ROMITO É TÉCNICO TÊXTIL, ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. ATUA NO MERCADO DE CONFECÇÃO HÁ MAIS DE 25 ANOS, SENDO QUASE 20 DEDICADOS A CONSULTORIA E TREINAMENTO EM EMPRESAS DE VESTUÁRIO. É PROFESSOR UNIVERSITÁRIO EM CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NAS ÁREAS DE MODA E ADMINISTRAÇÃO. ROMITOFABIO@GMAIL.COM



Mercado

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POR RENATA MARTORELLI

MÃOS QUE COSTURAM HISTÓRIAS NO DIA 25 DE MAIO, COMEMORA-SE O DIA DA COSTUREIRA

Foto: Arquivo pessoal

O que antes era um hobby ou um complemento

macacões de motociclista e jaquetas Harley-

de renda hoje é uma profissão importante no

Davidson. Quando a necessidade de costurar

mercado de moda brasileiro. No dia 25 de maio,

outras peças aumenta, eu também ajusto

é comemorado o Dia da Costureira, que, no

camisas, ternos, vestidos de festa e jeans”,

século XVII, só podia retocar e ajustar peças para

explica a costureira, que acredita que entre os

alfaiates, já que o trabalho era exclusivo dos

pontos positivos da profissão está o fato de ver

homens. Somente em 1965 ela teve o trabalho

pessoas felizes com o resultado do trabalho,

reconhecido, mas ainda com restrições. Foi na

além de estar sempre aprendendo. Entre os

Revolução Industrial que a costureira conquistou

negativos, a baixa remuneração pela preocu-

o mundo, com o surgimento da padronização da

pação que têm em deixar os clientes satisfeitos.

costura, que deu a ela a oportunidade de atender

“Se eu pudesse dar um conselho para uma

a burguesia que procurava por peças diferentes SIRLENE CALDEIRA, COSTUREIRA HÁ

jovem que pretende ser costureira, diria para

das que já existiam no mercado.

estudar muito, tanto sobre costura quanto sobre

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ANOS.

Por trás das roupas estão elas com suas mãos ágeis, fazendo seu trabalho com amor. Sirlene Caldeira,

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moda e administração, para que possa ir mais adiante na profissão”, aconselha Sirlene.

costureira há 18 anos, trabalha na Ellegancy Costuras há seis.

A costureira Maria de Lourdes Lopes Castilho, mais

“Comecei a costurar com o incentivo da minha mãe, que me

conhecida como Leninha Castilho, está há nove anos no

pagou um curso. Gostei tanto que não parei mais. Hoje

mercado e sua especialidade é confecção de figurinos para

desempenho todo tipo de ajustes em costuras, porém fico a

teatro, cinema e eventos em geral, apesar de costurar qualquer

maior parte do tempo na costura de jaquetas de couro,

tipo de roupa e fazer reformas em geral. “Sempre gostei de


Arquivo pessoal

costurar, fazia para mim e, quando me dei conta, já estava costurando para fora. Depois que fiz meu primeiro figurino para um evento, adorei e me especializei nisso”, revela Leninha. A costureira diz que o ponto positivo de seu trabalho é que cada figurino é diferente do outro, o que acaba se tornando um aprendizado, apesar do curto espaço de tempo LENINHA CASTILHO É ESPECIALISTA EM CONFECÇÃO DE FIGURINOS.

que tem para confeccioná-los, que costuma ser de três a quatro dias. “Tudo que faço é com prazer e cada figurino acabado é uma satisfação incalculável, pois é muito bom ver

aquele desenho que estava no papel pronto no manequim”, conta Leninha. No mercado há sete anos, a Ellegancy Costuras e Lavanderia começou com ajustes simples e foi se especializando em diferenciais do mercado, como ajustes em biquínis, afinação de gravatas, ajustes em jaquetas de couro, macacões de motociclista e vestidos de noiva. “Para nós, a costureira é fundamental. Além de mão de obra qualificada, investimos tempo e recursos para que cada profissional da costura entenda que trabalhamos em equipe”, explica Sérgio Rossini, proprietário juntamente com sua esposa, Tatiana Rossini, da Ellegancy. Sérgio acredita que estão faltando costureiras no mercado devido aos baixos salários, à falta de benefícios, à falta de conhecimento da empresa sobre a importância dessa profissional e à importação de peças chinesas, de baixo custo, que faz com que a indústria nacional fique sucateada. “O motivo de o nosso ateliê não confeccionar é exatamente esse. As pessoas querem qualidade, porém estão dispostas a pagar os valores da China. O que pagamos de impostos no Brasil não nos permite ser competitivos”, diz o proprietário. Foto: Divulgação

Educação e mercado de trabalho Considerando que a indústria têxtil está entre as que mais empregam no Brasil, principalmente mulheres, e considerando que a maior parte dessa força-tarefa vem das confecções, pode-se dizer que a costura é uma oportunidade de primeiro emprego em uma profissão digna. Segundo Ângela Valiera, consultora e headhunter do Carreira Fashion, empresa de RH de moda, a profissão de costureira ÂNGELA VALIERA

É

CONSULTORA E HEADHUNTER DO FASHION.

era tradicionalmente passada de mãe para filha. “As

CARREIRA

mulheres tinham orgulho do ofício da costura, que era ligado à identidade feminina. Esse valor tem origem no fato de que

antigamente todas sabiam costurar. Muitas vezes as mães faziam roupas para os filhos em casa. Ao terem a oportunidade de transformar esse conhecimento em ofício remunerado, elas passaram a valorizar isso, pois foi a ponte delas para o mercado de trabalho e a identidade profissional. Hoje, porém, com o crescimento da mulher no mercado de trabalho, somado ao maior acesso à informação e à educação acadêmica, as jovens passaram a considerar a profissão de costureira como algo de menor valor por ter como ambiente o chão de fábrica. Atualmente, boa parte dessas moças quer entrar no mercado de trabalho por meio das empresas de call center por enxergar nelas a possibilidade de trabalhar em escritório e não em fábrica. Preferem lidar somente com computadores e evitam máquinas de outros tipos; não querem nem mesmo aprender o básico de costura, que poderiam aprender em casa. Essas jovens profissionais, ao entrar em call centers, encontram escalas de trabalho que incluem fins de semana e feriados, salários bem inferiores aos das costureiras e, muitas


Mercado vezes, têm que lidar com o atendimento a clientes insatisfeitos e

ocupações no mercado de trabalho, o interesse feminino pela

irritados que as destratam. Contudo, o valor agregado ao

profissão vem diminuindo. “Por isso, hoje há mais oferta do que

escritório, ao contrário da fábrica, ainda atrai muitas delas”,

procura. As mulheres querem ocupar cargos diferentes dos que

explica a consultora.

ocupavam há 30, 50 anos. É uma evolução natural do mercado

Escolher uma profissão é algo muito difícil, principalmente

de trabalho”, reflete Ulrich. Para ele, as costureiras dão vida ao

quando se é jovem. Existem muitos mitos e o jovem, boa parte

mercado de moda. “São elas que contribuem para abastecer as

das vezes, não tem maturidade nem conhecimento suficiente

lojas e vestem a população. É um trabalho muito digno e

para analisar e filtrar todas as informações. “Ele tem dificuldade

importante para a sociedade.” O Sintex representa cerca de 4,5

para enxergar reais oportunidades devido à sua inexperiência, e

mil empresas, que empregam aproximadamente 65 mil

mais dificuldade ainda em planejar o futuro. Assim, para melhorar

trabalhadores diretos, em 18 municípios de Santa Catarina.

não só o quadro das costureiras no país, mas para ter

O Sindicato das Indústrias do Vestuário do Sudoeste do

profissionais mais felizes, é fundamental que as escolas façam

Paraná (Sinvespar), localizado em Francisco Beltrão (PR), surgiu

um trabalho de orientação de carreira focado nesses dois

em 1992 para criar na mesorregião do sudoeste do Paraná mais

pontos: o autoconhecimento e a realidade do mercado de

de 420 indústrias, com geração de 9.462 empregos diretos,

trabalho. Somente assim eles poderão fazer escolhas mais

produção de 18 milhões de peças por ano, sendo alfaiataria e

assertivas e deixar de achar que “a grama do vizinho é mais

jeans as principais linhas, que representam juntas 85% da

verde”, o que faz com que muitos jovens pulem de galho em

produção e comercialização regional. “Temos um fator agravante

galho e não solidifiquem uma carreira linear“, orienta Ângela.

na região por concentrar os principais segmentos que detêm

Segundo Aluízio Alberto de Freitas, diretor da Escola de

80% da mão de obra industrial, que são os de alimentos,

Moda Sigbol Fashion, além da grande importância que a

metalurgia, moveleira e confecção. Nosso maior problema é a

profissão tem para o setor, é também uma atividade capaz de

falta de pessoas para qualificar. Entre 2005 e 2010, o Sinvespar

absorver centenas de milhares de trabalhadores, o

Foto: Liane Mota

realizou seu planejamento com foco em formação

que na atual situação econômica, com o aumento

e qualificação, em parceria com os municípios e

nas taxas de desemprego, é uma das mais

o Senai, e foram instalados cinco laboratórios de

importantes opções de geração de emprego e

aprendizagem em costura industrial e dois

renda no país. “Na década de 1990, vimos uma

centros avançados, para treinar pessoas em

desvalorização da profissão da costureira, baixos

todos os segmentos. Até o início de 2010, a

salários aliados à invasão de produtos chineses de

região formava em torno de 350 a 500 pessoas

baixo custo. Isso acabou desmotivando os jovens a

por ano nas sete escolas. A partir de 2011, a

ingressarem nessa profissão. Na década seguinte,

procura foi reduzindo em torno de 30% ao ano e

com a valorização da moda brasileira interna-

atualmente só saem cursos quando são

cionalmente, percebemos o início da retomada de ALUÍZIO ALBERTO DE FREITAS, recuperação dessa profissão. Hoje, com as DIRETOR DA SIGBOL FASHION.

ofertados por meio de programas sociais, para o

indústrias repatriando a produção, o problema vem

da costura para terem uma atividade extra ou

apoio a mulheres que querem aprender o ofício

à tona. A lacuna criada durante mais de dez anos não

fazerem pequenos consertos domésticos. Há mais de um ano

proporcionou a reposição natural de costureiras e, dessa forma,

não são fechadas turmas específicas para formar operadores de

a quantidade de profissionais no mercado foi diminuindo. Hoje,

costura industrial para as fábricas”, lamenta Cláudio Latreille,

podemos considerar que a maior dificuldade na produção da

presidente do Sinvespar e sócio-diretor de produção da Latreille

confecção é justamente esse profissional, a costureira”, revela

Jeans.

Aluízio, que diz ter observado um aumento neste ano na procura

Latreille afirma que a profissão de costureira é essencial.

pelos cursos de corte e costura industrial e de corte e costura

“Empresas de médio e grande porte adotam há alguns anos a

sob medida, na Sigbol.

prática de importar produto acabado com a própria marca, mas, com a dimensão do mercado consumidor que o Brasil possui e

Costureira, profissão imprescindível para a moda brasileira

o número significativo de pequenas empresas com mercado local-regional, que têm dificuldades de acessar o mercado

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Segundo Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias

internacional, nós vamos precisar, sempre, de costureiras, não

de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau e Região

há como ser diferente. É a profissão que veste o Brasil. Nosso

(Sintex), ser costureira já foi muito comum no universo

desafio é achar formas para atrair e manter jovens profissionais

profissional das mulheres, mas, com o surgimento de novas

no setor”, finaliza.



Negócios

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POR SILVIA BORIELLO

Foto: Divulgação

NICHOLAS KNEIP, JUSSARA ROMÃO, NATHÁLIA TAVARES ESTÁ SEDENTO POR INOVAÇÕES.

E

RAFAEL MACHADO MARTINS,

ORGANIZADORES DO

STARTUP WEEKEND FASHION & TECH:

O MERCADO

STARTUPS DE MODA MOVIMENTO É O PONTAPÉ INICIAL PARA OS EMPREENDEDORES BRASILEIROS

Não dizem que o empresariado brasileiro precisa ser criativo para driblar a crise? Pois, se depender disso, os da área de moda têm muito a contribuir. A prova está nas startups, que transformam ideias inovadoras em negócios rentáveis e palpáveis com um investimento mínimo e grande capacidade de crescer sem necessidade de investir muito mais. Mas, afinal, o que é uma startup e como ela funciona? “A startup é um negócio ainda pequeno, mas que tem condições de ser repetível e escalável, ou seja, manter a mesma estrutura de custos, ou aumentando-os pouco, e obter resultados muito maiores que no início”, explica Nathália Tavares, agente de aceleração da Tropos Lab, empresa que orienta startups e até multinacionais sobre como acelerar ideias e ações inovadoras. A sede do mercado por novas ideias que tragam um produto realmente inovador e útil é tanta que até um evento internacional dedicado ao assunto aconteceu no Senac Lapa Faustolo, em São Paulo (SP), entre os dias 27 e 29 de março:

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o Startup Weekend Fashion & Tech (SWFT), pela primeira vez no país – e na América Latina –, voltado à área de moda. Antes, apenas Nova York, Milão, Paris e Londres haviam recebido um evento com essa temática. Foram quase cem inscritos, vindos de todo o Brasil. Uma das responsáveis por essa vinda é a jornalista de moda Jussara Romão, com décadas de experiência nesse mercado, tendo passado pela redação das principais revistas de moda brasileiras. Jussara vem acompanhando o setor há muito tempo e tem percebido que o mercado interno precisa de um chacoalhão para sair do lugar, ou seja, mudar as fórmulas que já não têm o mesmo efeito. “Quando eu soube como funcionava o Startup Weekend, achei que seria um evento muito interessante para nosso mercado, um sopro, um empurrão para novos caminhos e novas formas de pensar. Faltava um evento sobre empreendedorismo nessa área, para pensar em negócios. A



Negócios Fotos: Divulgação

questionar o participante para ver se ele maioria das vezes em que a gente ouve um avaliou determinada área do negócio. Às jovem querendo entrar no mercado de vezes, sabemos que a pessoa está indo moda, ele fala em ser estilista, stylist, para o lado errado, mas não podemos falar jornalista de moda. É um mercado com ‘isso é ruim’, pois desmotiva. Perguntamos: muitas faculdades pelo Brasil, mas em ‘Você já avaliou sua ideia diante dessa nenhum momento eles falam em perspectiva?’. A ideia é fazer ela mesma se empreender numa área ligada à tecnologia, questionar. Se os projetos que nasceram no em outras necessidades e outros serviços evento virarem empresas, ótimo, mas o que possam ser aproveitados pelo objetivo final é eles entenderem a consumidor. É ligar a chave, é pensar no metodologia, o raciocínio por trás da mercado de moda além, e aqui estamos VINICIUS ALMEIDA, MARCIO MARIANO JUNIOR, tendo essa experiência”, afirmou Jussara ROMEU RECHDAN, STÉFANIE CRUZ E CAMILA criação de uma empresa, e que a partir daí eles consigam aplicá-la nas próximas ideias durante entrevista no evento. ANDERY, DO MOPEX. que tiverem. Em apenas um dia, eles Junto a ela, organizaram o evento puderam perceber junto ao cliente que a ideia brilhante que Nathália, da Tropos Lab; Nicholas Kneip, cofundador da Agrid, tiveram não era tão atraente para o mercado. Veja quanto ferramenta de orçamentos instantâneos para serviços locais; e tempo e investimento eles perderiam se insistissem com o Rafael Machado Martins,cofundador do MUITO interessante e negócio e não estivessem usando a metodologia”, explica criador de aplicativos que atingiram o ranking dos mais Nicholas. baixados no Brasil. Entre os três grupos ganhadores, dois apresentaram O evento, acompanhado in loco pela Costura Perfeita, foi serviços direcionados ao setor confeccionista. Um deles é o um grande sucesso, em todos os aspectos. Primeiro, pela Mopex (3º lugar), formado por Marcio Mariano Junior, iniciativa inédita e pela coragem e esforço dos organizadores consultor de empresas; Stéfanie Cruz, coordenadora de ede fazer tudo em tempo recorde. Segundo, pela forma como commerce; Romeu Rechdan, economista; Camila Andery, foi conduzido, com seriedade e incentivo ao mesmo tempo, arquiteta; e Vinicius Almeida, designer gráfico. Marcio, que é para que as ideias que saíssem dali virassem negócios de de Minas Gerais, havia participado do concurso Ideas for verdade. Mesmo não dando certo de cara, que fossem Change, promovido pela Tropos Lab, e sua ideia foi uma das aperfeiçoadas para dar. E, terceiro, por todo o aprendizado e selecionadas para participar do SWFT devido ao impacto que troca de ideias e experiências. traria ao setor de moda. A programação do SWFT funcionou da seguinte forma: no “O Mopex é uma consultoria online que primeiro dia, uma sexta-feira, houve uma permite às empresas de moda inserir dinâmica para que os candidatos e informações básicas na plataforma web e organizadores se conhecessem, fizessem receber dicas e orientações de consultores um networking e apresentassem suas e doutores especializados em negócios ideias. A partir das mais votadas entre os que já cortaram custos de produção pela próprios candidatos, sem nenhuma metade e triplicaram a produtividade de interferência dos jurados nem da empresas de moda. O diferencial do organização, formaram-se os grupos. Os negócio é oferecer tudo isso de forma participantes cujas ideias não foram online para ganhar mais escala e atingir escolhidas puderam juntar-se a um dos também locais distantes dos grandes grupos com o qual mais se identificasse. centros, onde a consultoria presencial é “Muitos abriam mão da própria ideia um negócio comum mas, exatamente por porque viam que podiam agregar muito em GLAUCO MASCHIO, RENATO CEDIN, NIRVANA TUFFANELLI E SIBELI DE SOUZA, DO ser presencial, não tem um custo outra. Isso acontece, e o interessante é HUNTUP.CO. acessível”, explica Marcio. que em nenhum momento a equipe de Ele conta que a ideia inicial era mais abrangente, organização, mentores ou jurados interferem nisso, todos contemplava de micros a grandes empresas e oferecia mais podiam dar sua ideia. A metodologia é livre e igualitária, de um serviço, mas sofreu modificações durante o evento. Na ninguém é obrigado a nada”, salienta Nathália. validação da ideia, perceberam que “abraçar o mundo” não Cada grupo deveria ter um desenvolvedor, um seria a melhor opção, então reduziram o mix de serviços administrador, um designer e uma pessoa de moda. “Então, oferecidos. “A Mopex vai fundo em dois dos problemas mais nós ensinamos a eles como funciona a modelagem de um graves do setor de moda e do país: a baixa produtividade e os negócio, ou seja, o que você precisa ter para transformar uma altos custos de produção. Para a mesma riqueza que um ideia em uma empresa. A Nathália é uma das pessoas que norte-americano gera em seu país são necessários cinco ensinavam isso. Eles começaram a aplicar essa metodologia e brasileiros. Precisamos reverter essa realidade no Brasil, para uma das partes dessa aplicação é: ‘Eu acho que vou ganhar nossa indústria ser mais competitiva. O brasileiro precisa dinheiro com isso’. Só que quem vai dizer isso de verdade não aprender a produzir mais e melhor usando menos recursos, e é o mentor, nem as pessoas do grupo, mas os clientes. Por isso é possível. As startups são fonte de inovação. Um país isso uma parte superimportante de todo o processo é a: ‘Vai rico é um país que tem alto índice de inovação, que repensa pra rua conversar com seu cliente, ouvir o que ele tem a dizer, seus processos e a realidade das pessoas, gerando valor pois ele tem as respostas’. Esse é um papel interessante do econômico. O Brasil, mais do que nunca, precisa dessas mentor: não é falar o que está certo ou errado, e sim

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empresas para ter um futuro promissor e conseguir reverter o quadro atual de dependência das commodities”, destaca Marcio Mariano. O próximo passo da Mopex é participar de programas de aceleração de startups, como o Startup Brasil, para aprimorá-la mais rapidamente, fazendo com que chegue logo ao setor de moda, contribuindo para um salto significativo nos resultados. O outro é a Huntup.co (2º lugar), do qual participaram Sibeli de Souza, empresária e idealizadora do projeto; Renato Cedin, executivo de contas do MercadoLivre; Nirvana Tuffanelli, estilista e empresária; e Glauco Maschio, business development manager. O Huntup.co é uma ferramenta de geração de negócios online que tem como objetivo otimizar os recursos do profissional da área de moda, reunindo toda a cadeia têxtil num só lugar. Sibeli conta que a ideia surgiu há menos de um ano, quando percebeu a dificuldade que havia em encontrar determinados serviços profissionais pela internet num mesmo lugar. “Nessa época, acabei ligando para uma amiga que atualmente mora na Califórnia para falar sobre a minha ideia, e na hora ela achou uma excelente oportunidade, não para o mercado em geral, e sim para um nicho específico, o da moda, pois havia muita deficiência em encontrar serviços como os de costureiras, bordadeiras, facções. Ela já havia passado por isso. Desde então começamos a montar o projeto. Em dezembro do ano passado, ela veio ao Brasil e ficamos uma semana elaborando todas as ideias, mas encontramos a barreira do capital para montar a plataforma e acabamos deixando em stand by. Foi aí que eu soube do evento SWFT e surgiu a oportunidade de apresentar a ideia.” Uma curiosidade: Renato Cedin nos contou que a Costura Perfeita serviu como uma das fontes de pesquisa para o aprimoramento do projeto, o que é motivo de grande orgulho e gratidão para nós. Para Sibeli, a importância do projeto está na otimização do tempo e do custo de profissionais e empresas que estejam à procura de um produto ou serviço na área de moda, além de tornar público e acessível o trabalho de mão de obra qualificada de cooperativas até então desconhecidas. “Acredito que as startups vêm para agregar valor ao mercado em que atuam, como também oferecer soluções para problemas diagnosticados”, completa. Agora, o projeto segue o caminho da captação de recursos de investimento em mídia para tornar seu canal conhecido para fazer networking no mundo da moda e, dessa forma, atrair o maior número possível de cadastros e parceiros. INCUBADORA, ACELERADORA E FACILITADORA: SAIBA A DIFERENÇA Com tantos termos andando de mãos Foto: Charles Damasceno/Agência Sebrae Notícias dadas com startup, é muito natural que haja uma confusão entre um e outro. A diretora técnica do Sebrae Nacional, Heloisa Menezes, explica que, até pouco tempo, startup significava um grupo de pessoas trabalhando em uma ideia diferente e com bom potencial de mercado, e sempre foi sinônimo de iniciar uma empresa e colocá-la em funcionamento. Ela diz que alguns especialistas consideram que toda pequena empresa em seu período inicial HELOISA MENEZES, DIRETORA TÉCNICA DO pode ser considerada como tal. SEBRAE NACIONAL. Já as aceleradoras, por sua vez, são focadas não numa necessidade prévia, e sim em empresas que tenham o potencial de crescer muito rápido. “Por isso as aceleradoras buscam startups com potencial para produzir em grande escala. Os recursos públicos, que normalmente dão suporte às incubadoras, usam de mais critérios para avaliar um plano completo, mas as aceleradoras podem apostar somente numa boa ideia. Elas são lideradas por empreendedores ou investidores experientes, enquanto as incubadoras têm gestores com experiência em mediar poder público, universidades e empresas”, explica Heloisa. As incubadoras, por sua vez, atuam mais como um laboratório de fomento a ideias, como explica Nathália Tavares. “Incubadoras de empresas normalmente


Negócios recebem essas startups e proporcionam a elas muito mais conteúdo em termos de tecnologia, negócios, informação e, na maioria das vezes, bastante pesquisa aplicada, muito mais isso do que dinheiro para financiar o negócio. Normalmente, quem está incubado é uma empresa que ainda está começando a pensar em seu projeto, em transformar uma ideia em negócio etc. Já as startups cabem em ambas”, observa. Os investidores, como o próprio nome diz, são pessoas – a maioria jovens empresários – que investem o capital necessário ao desenvolvimento da startup, comumente conhecidos como “anjos”, tornando-se sócios do negócio. Outro ponto observado é que o termo startup está muito associado a tecnologia. Rafael Machado explica que o modelo startup é muito antigo, mas a questão é que hoje existem muito mais startups porque a internet e a tecnologia possibilitaram aos negócios ser muito mais escaláveis, atingir muito mais pessoas. “É você conseguir atender 10 mil clientes com a mesma estrutura com que atende dez. A tecnologia proporcionou isso, aumentou muito esse descolamento”, comenta. Heloisa Menezes, do Sebrae, diz que a entidade tem apoiado iniciativas e eventos voltados aos empreendedores digitais para fortalecer o ecossistema das startups, como o Campus Party, por exemplo. “Também oferecemos apoio a esse potencial empresário na construção de seu modelo de negócio. Nesse sentido, desenvolvemos uma nova metodologia que ajuda o empreendedor a esboçar uma ideia de negócio, com uma previsão das principais atividades da empresa, recursos necessários, rede de possíveis parceiros e mercado consumidor. A metodologia foi transformada em uma oficina que vem sendo replicada no país inteiro. Recomendo que os donos de pequenos negócios procurem conhecer o programa Sebraetec, no qual os empreendedores podem obter consultorias sobre tecnologia e inovação, pois ele presta orientação em questões estratégicas como registro de patentes e propriedade intelectual, criação de logomarcas e design de embalagens. Com o programa, o Sebrae subsidia em até 80% o custo dessa consultoria”, comenta Heloisa, que ainda destaca que no segmento de moda as possibilidades são muitas.

Fotos Divulgação

MODACO:

PLATAFORMA REVOLUCIONÁRIA PARA O SEGMENTO DE DESIGN DE CALÇADOS NO BRASIL.

liberdade que a gente tem quando viaja. Também gosto de pensar que a vida é feita de “pequenas viagens”. O nome ajudou muito no conceito dos produtos, que são acessórios para viajar”, diz Fernanda. Nesse processo, a estilista contou com o apoio do Sebrae que, na verdade, ainda continua, pois a marca faz parte do Projeto Coletivo da Moda da entidade, que faz acompanhamento durante um ano. A marca produz acessórios de viagem como malas de fim de semana, nécessaires, bolsas urbanas, bolsas de praia, doleiras, entre outros, feitos a partir de reaproveitamento de tecidos e arrematados com metais banhados a ouro. Todas as peças são feitas utilizando técnicas manuais e produção regional, realizada em parte por pequenas empresas da região Sul e em parte no home office da estilista. “A empresa está crescendo, e mudanças nos processos de criação e produção são importantes para satisfazer as necessidades do mercado”, destaca Fernanda. O segmento de calçados também não fica de fora das inovações e talvez essa seja uma das mais interessantes para o mercado brasileiro. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), por meio de seu programa Brazilian Footwear e junto à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), acaba de lançar a ModaCo, uma plataforma digital que visa aproximar os designers de calçados de nossa indústria. Num ambiente integralmente virtual, empresas como Picadilly, Pampili, Kidy e Bibi participarão do projeto piloto lançando aos designers desafios para o desenvolvimento de produtos, no formato de “concorrência criativa”, uma ideia EXEMPLOS DE INOVAÇÃO totalmente pioneira no país. “A ideia é De um projeto paralelo a um negócio simples: a empresa divulga as caractelucrativo. Assim começou a startup La rísticas do projeto e os designers disputam Plage Petit Voyage, marca criada em 2013 entre si para criar um novo produto. Nosso pela designer gaúcha Fernanda Zimmer desafio é mudar o processo de criação do Seeling, formada em design de produto design nacional e promover uma relação pela UniRitter/RS e especializada em poderosa entre designers e empresas”, Fashion and Textile Forecasting na Central afirma Dario Alberto Henke, consultor de Saint Martins e em Textile Design no design estratégico da Abicalçados. SegunLondon College of Fashion. do ele, esse formato de concorrência “Eu queria criar algo descolado e com criativa coloca as indústrias na posição de o qual eu conseguisse ter qualidade de donas do desafio, já que definem o escopo, vida e mais liberdade com meu tempo. PEÇAS DA LA PLAGE PETIT VOYAGE. o prazo de entrega e acompanham toda a Quanto ao nome, eu precisava focar na construção do produto ou coleção em marca, nos conceitos e produtos, daí tempo real. Depois, essas empresas podem surgiu La Plage Petit Voyage. Em francês, la plage é “praia” e colocar os produtos à venda no mercado nacional ou petit voyage, “pequena viagem”. Juntei as inspirações de internacional. praias francesas, que eu adoro, com aquela sensação de O projeto – que é um tipo de incubadora para os designers

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– funciona da seguinte forma: as empresas participantes interessadas em lançar o desafio para a criação de produtos deve entrar em contato com Dario, na Abicalçados, responsável pela área. O próximo desafio, inclusive, está marcado para o mês de junho, quando também serão conhecidos os projetos vencedores. Já os designers interessados em participar devem preencher um cadastro no site www.modaco.cc até o dia 22 de maio e estarão aptos a dar início à competição. O designer que tiver sua proposta escolhida, tanto pelas empresas participantes quanto pela comunidade de designers cadastrados no projeto, receberá uma premiação em dinheiro. Na verdade, o ModaCo funciona como um tipo de incubadora para os designers. Para Dario Henke, a plataforma é ideal para indústrias de pequeno e médio portes que buscam acelerar sua pesquisa e o desenvolvimento de produtos com um investimento acessível. DICAS DE ESPECIALISTA Depois de tanto esforço para validar um modelo de negócio no mercado, a ideia é que ele cresça de forma sustentável. Para isso, Heloisa, do Sebrae, dá algumas dicas muito importantes: “Um bom plano de negócio, mesmo que simplificado, é fundamental para ajudar a compreender melhor o mercado em que se pretende atuar, o produto ou serviço que se deseja oferecer, possíveis fontes de financiamento e riscos que envolvam a iniciativa. O plano também pode servir para pensar o horizonte da empresa em curto, médio e longo prazo, para refletir sobre aonde se pretende chegar e que metas se busca atingir. Além disso, um bom planejamento tem também a finalidade de servir como uma apresentação da companhia a investidores ou parceiros, que terão uma visão mais clara de como essa marca quer se posicionar no mercado e que vantagens terão em se associar a ela. Outra questão para a qual os interessados em criar uma startup precisam estar atentos é a necessidade de buscar qualificação constante. Esse é um cuidado que todo empresário, independentemente do ramo de atuação, precisa ter”.

STYLIST BRASILEIRA NO REMOTE YEAR

Foto: Marcos Duarte/Divulgação

Imagine passar um ano inteiro viajando, trabalhando de forma remota. Pois será essa a experiência da stylist paulistana Fernanda Prats, uma das cem pessoas selecionadas entre 2.500 inscritos do mundo inteiro no Remote Year (www.remoteyear.com), projeto criado a partir de uma startup americana que reunirá pessoas de diferentes nacionalidades e profissões para viajar por 12 meses para 12 destinos internacionais, convivendo e desenvolvendo suas atividades remotamente. “A cada ano procuro evoluir em minhas viagens, tanto na escolha dos lugares quanto na duração da estadia, que sempre aumenta. Agora, me desafio a passar um ano inteiro fora de casa, diminuindo a bagagem e abrindo espaço para novas descobertas”, comenta Fernanda, que terá que adaptar sua rotina para atuar exclusivamente na pesquisa de comportamento e estilo de vida dos diferentes povos que conhecerá. A viagem inaugural será em junho deste ano, para Praga, na República Tcheca, passando depois por Eslovênia, Croácia, Turquia, Malásia, Tailândia, Vietnã, Japão, Argentina, Chile e Peru. O projeto oferecerá aos participantes toda a infraestrutura necessária para desempenharem suas atividades durante o período em que estiverem em cada destino, bem como organizará a logística e a hospedagem do grupo. Mas parte dos custos dessa jornada será custeada pelos próprios participantes, por isso Fernanda busca parcerias com empresas e marcas que tenham sinergia com o conteúdo que vai produzir. Os interessados em contatá-la podem mandar e-mail para domundo@lamp2me.com.br ou ligar para (11) 99231-9377.


Lançamentos

Fotos: Divulgação

SILMAQ FECHA PARCERIA COM A POLYTROPON

Com o sucesso de vendas das máquinas automáticas de corte da marca Bullmer e constantes solicitações de seus clientes por uma solução em software para modelagem, encaixe e risco, a Silmaq firmou uma parceria com a empresa grega Plytropon, que desde sua fundação, em 1990, vem se dedicando ao desenvolvimento de software e racionalização de processos de modelagem e produção da indústria do vestuário. No Brasil, a Silmaq vai comercializar as soluções Topcad PolyPattern Design Pro e AutoMaker, a primeira para modelagem e graduação do vestuário e a segunda para encaixe manual e automático dos moldes, que, trabalhando em conjunto com as plotters e máquinas de corte Bullmer, prometem revolucionar o mercado. Com isso, a Silmaq pretende tornar acessível a compra do sistema de modelagem, encaixe e risco com baixo custo de aquisição e manutenção, fornecendo um sistema aberto, completo e que contemple todas as ferramentas disponíveis, inclusive o módulo de geração de arquivo ISO para máquinas de corte, independentemente da marca. “Para nós, a venda de uma máquina de corte Bullmer deve ser resultado de um bom trabalho comercial e das boas referências e experiências que o cliente tem da nossa empresa, jamais porque limitamos ou condicionamos o fornecimento da ferramenta de corte à compra de nossa máquina. Nós queremos estar sempre vendendo para nossos clientes, portanto, o tipo de relacionamento que propomos é diferente. Nosso objetivo é sermos líderes também no fornecimento de CAD para modelagem, encaixe e risco para a indústria de confecção”, destaca Silvio Luiz da Paz, diretor-presidente da Silmaq. MAIS DE 280 DESENHOS PARA BORDAR A Andrade Máquinas trouxe uma novidade da Brother: a bordadeira NQ1400. Compacta e bivolt, ela traz mais de 280 desenhos e molduras e 11 tipos de letra na memória, e ainda conta com a função de edição de bordados e fontes para facilitar seu redimensionamento, reposicionamento e ângulo para combinar com outros desenhos e customizar projetos de vestuário, artesanato e decoração, entre outros.

ALTA PRODUÇÃO EM CORTE DE TECIDOS Fácil manuseio, economia de tempo e alta produção. Essas são algumas das principais qualidades da RobotCut, máquina automática de cortar tecidos lançada pela Metalsete. De origem japonesa, está disponível nos modelos TC-3000, TC-5000 e TC-7000, com largura de corte que varia de 1.600 mm a 2.200 mm, comprimento de corte de 2.000 mm e 4.000 mm, e altura de corte de 30 mm a 70 mm, com velocidade de corte de 40 m/minuto.

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Foto: Divulgação

PRENSA TÉRMICA DA METALNOX

Para quem procura alto rendimento num equipamento manual para transfers sublimáticos, a Metalnox acaba de lançar a prensa térmica EL 900. Disponível nas versões monofásica e bifásica, a prensa possui resistência fundida de alumínio e dois controladores digitais de tempo e temperatura, para garantir total uniformidade de aquecimento em sua forma e, consequentemente, uma excelente termotransferência para as peças. Sua forma inferior possui abertura em gaveta, o que torna o equipamento mais ergonômico e de fácil operação. Sua área útil é de 700 mm x 1.100 mm, o que possibilita melhor aproveitamento das peças e maior produtividade.

AVIAMENTO A JATO Divulgação

Para quem precisa de aviamentos com agilidade e comodidade, a Indusfios acaba de lançar o site Aviamento Direto (www.aviamentodireto.com.br), um serviço de alto atacado direcionado ao mercado de confecção com a proposta de oferecer produtos e serviços de qualidade em um clique, com vendedores especializados em seu site de apoio ou por telefone. São elásticos (alças, debruns, bicos, viés para arco), fios e linhas para costura em todas as cores de elástico disponíveis na loja. Detalhe: os produtos saem exclusivamente do depósito do Aviamento Direto e as encomendas são despachadas para todo o Brasil.


Lançamentos SYSTÊXTIL LANÇA PROGRAMA DE PARCERIAS A Systêxtil ampliou seu programa de parcerias focado na distribuição de seus produtos pelo território nacional, agora com a possibilidade de que até mesmo pessoas físicas atuem como canal de negócios por meio de indicações, sem pagar nada por isso e recebendo uma porcentagem sobre a venda após a concretização do negócio. Esse movimento está de acordo com o planejamento estratégico da empresa para 2015, e há algum tempo vinha sendo estudado e avaliado por sua direção para que a forma de indicações fosse colocada da maneira mais simples possível aos interessados. O programa de parcerias funciona da seguinte forma: o interessado em atuar como indicador solicita o regulamento do programa pelo e-mail parceiros@systextil.com.br ou pelo telefone (47) 3268-5442. A partir daí, ele receberá as informações e já poderá começar a fazer suas indicações à Systêxtil. Se a empresa indicada aceitar conhecer as soluções da Systêxtil, será iniciado o processo de venda e, após a concretização do negócio, o indicador receberá um percentual da licença de uso adquirida pelo cliente indicado (os valores de comissionamento poderão ser consultados no regulamento do programa enviado ao indicador). Uma informação importante é que as soluções em software e serviços de consultoria da Systêxtil são direcionadas a clientes de todos os portes e garantem total domínio sobre informações e gerenciamento dos processos têxteis. Fotos: Silvia Boriello

SOCIO TEC AMPLIA OPÇÕES EM AUTOMAÇÃO Especialista em automação de máquinas de costura, a Socio Tec ampliou a gama de produtos da linha G da Mitsubishi. Entre os destaques, estão a PLKG1010 (sem o K2), que pode fazer várias operações, como costura de etiquetas de vários tamanhos em cós – com o sistema de regulagem de tamanho para etiquetas, sem precisar trocar o bastidor de uma para outra de tamanho diferente –; prega velcro com costura em X ou paralela; faz filigranas e prega bolsos relógio e infantil. Já para a PLK-G2010R foi desenvolvida uma adaptação para fazer costura na aba de bonés. Faz oito tipos de costura e tem uma produção média diária de 2.200 abas. Foto: Divulgação

NOVA LINHA DOMÉSTICA DA SINGER Ampliando sua gama de máquinas de costura domésticas eletrônicas, a Singer acaba de trazer ao Brasil a linha Starlet. Disponível em três modelos – Starlet 6699, 6680 e 6660 –, todas possuem braço livre, estrutura interna de metal, passador de linha na agulha e ajuste de comprimento dos pontos. A diferença fica na quantidade de pontos, casas de botão e mesa extensora (essa última só não entra no modelo 6660). A Starlet 6699 possui 91 pontos e seis caseados; a Starlet 6680 vem com 74 pontos e 6 caseados; e a Starlet 6660, com 56 pontos e quatro caseados.

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SINGER STARLET 6680.



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POR THIAGO BISCUOLA

Foto: Acervo pessoal

Tributos

A conta do ajuste A devolução da medida provisória (MP) 669 foi um grande passo e mostrou que o Parlamento ainda existe. Tal medida visa aumentar, a partir de 1º de junho deste ano, as alíquotas de contribuição previdenciária incidentes sobre a receita bruta das empresas. O projeto que pretende “desinventar” a lei 13.043 propõe o aumento das alíquotas de 1% para 2,5% e de 2% para 4,5% para as empresas que são beneficiadas pela desoneração, como as do setor confeccionista. Caso a medida seja aprovada futuramente, o já combalido setor privado terá que arcar com mais esse peso em suas costas. A necessidade do ajuste fiscal era sabida por todos. O governo sinalizou com a indicação dos nomes da equipe econômica que pretende fazer o ajuste necessário. No entanto, o risco é fazê-lo, mais uma vez, com o aumento dos impostos, como já se observa com a volta da Cide, do aumento do Imposto sobre as Operações Financeiras (IOF) e, possivelmente, com a aprovação do projeto de lei 863/15 do Executivo, que substitui a MP 669/15. Tais medidas mostram que, novamente, quem terá que fazer o ajuste será a sociedade, e não a máquina pública. O Ministério da Fazenda tem divulgado recorrentemente estudos com o intuito de convencer o Congresso a votar a favor da redução da desoneração da folha. Segundo a última versão, o custo à União de R$ 25,2 bilhões tem tido baixa eficácia na geração de empregos e de valor pelo setor privado. Se as empresas estão tendo dificuldades de se manter funcionando com a desoneração, imagine o que ocorrerá quando suas margens já espremidas forem alvo de nova compressão. Na contramão do governo, estudo recente divulgado

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pela Fiesp mostrou que o setor público (leia-se os contribuintes, inclusive a indústria) gastará mais com o aumento da Selic do que receberá caso seja aprovado o projeto de lei nº 863. Segundo o material, a esfera pública gastará R$ 11,3 bilhões adicionais em juros com o aumento da Selic este ano, enquanto a renúncia fiscal à indústria seria de R$ 9,6 bilhões. Em 12 meses, encerrados em fevereiro de 2015, a esfera pública desembolsou nada menos que R$ 343,7 bilhões em juros da dívida, o equivalente a mais de 11 Copas do Mundo por ano. Sem dúvida, o problema não está nas desonerações. O nível das expectativas dos empresários está muito dependente de sinalizações práticas do governo no segundo mandato de Dilma. E não é alterando a regra do jogo constantemente que a confiança do setor privado vai se recuperar. Caso seja aprovada a lei, os empresários terão que refazer suas contas para saber se vale a pena permanecerem como beneficiários da desoneração da folha. O ano de 2015, que já se desenhava complicado, tem se mostrado cada vez mais desafiador para a economia brasileira. Para o segmento industrial, a aprovação da lei nº 863 será, na maior parte dos casos, mais uma pá de cal sobre as esperanças de alguma recuperação. THIAGO CUSTODIO BISCUOLA É BACHAREL EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS PELA FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (FEA-USP), MESTRANDO EM ECONOMIA PELO INSPER E ANALISTA SÊNIOR DA RC CONSULTORES DESDE 2013. OBTEVE EM 2011 O ECONOMICS CERTIFICATE JUNTO À TILBURG SCHOOL OF ECONOMICS AND MANAGEMENT (ND). THIAGO@RCCONSULTORES.COM.BR



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POR MARCELO V. PRADO

Produção de vestuário deverá crescer 0,7% em 2015 A indústria da moda no mundo, assim como outros setores produtores de bens de consumo, vem se desenvolvendo de forma consistente nos últimos anos, o que, infelizmente, não tem se repetido no Brasil desde 2010, quando o PIB brasileiro registrou pela última vez uma expansão significativa. O Iemi acaba de divulgar os resultados de seu Painel de Pesquisa Anual, no qual registrou uma nova queda na produção de vestuário no Brasil, em 2014, em relação ao ano anterior, com uma redução de 0,5% nos volumes fabricados, quando medidos em número de peças. Esse número não satisfaz a ninguém, mas ainda assim é melhor do que se esperava até então, com base em indicadores conjunturais como os apresentados pela Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM), que previam quedas superiores a 3%. Em termos nominais, o valor da produção em geral teve alta de 5,6%, o que é positivo para o segmento, mas ainda insuficiente para cobrir a variação média dos preços no país, que ficou em torno de 6,5% em 2014, segundo o IPCA (IBGE), que é o índice oficial adotado pelo governo. Esses números fazem parte do Estudo do Mercado Potencial de Vestuário, Meias e Acessórios, elaborado e recém-lançado pelo Iemi – Inteligência de Mercado para atender às necessidades de planejamento mercadológico das empresas que atuam nesse segmento. O estudo mostra, entre muitos indicadores, que a evolução do setor não tem sido uniforme, quando se analisam as diferentes linhas de produtos de vestuário fabricadas no país. Roupas femininas, por exemplo, principal foco da produção brasileira de artigos de

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Foto: Divulgação

Oferta e Demanda

moda, apresentou uma queda levemente inferior à média geral do setor, com redução de apenas 0,2% no volume total de peças confeccionadas. Em receitas nominais, esse segmento movimentou nada menos que R$ 46,6 bilhões no acumulado do ano, a preços de fábrica, com destaque para a linha casual adulto. A produção de roupas esportivas, por sua vez, mesmo em ano de Copa do Mundo, e com receitas de R$ 10 bilhões, frustrou o setor com um crescimento nominal de apenas 2,1% em relação ao ano anterior, bem inferior ao registrado pela linha de jeanswear, por exemplo, que avançou 4,7% no mesmo período (em valores nominais), alcançando R$ 8,1 bilhões. As linhas de produto que apresentaram melhor desempenho no ano passado foram as de moda íntima e dormir, com avanço de 10,1% nas receitas geradas em valores nominais; a linha de moda praia, com 9,8%; e a de roupas profissionais e promocionais, com 9,6% (sempre em valores nominais, comparativamente aos resultados observados no ano anterior). A participação dos artigos importados no suprimento do mercado interno, por sua vez, voltou a crescer e alcançou uma média de 13% do volume total em peças, quando considerado todo o mix de produtos e os diferentes canais de venda. Quando se analisa essa participação em valores, os importados se aproximaram de 20% do total do consumo interno, demonstrando que o que importa hoje, cada vez mais, são os produtos de maior valor agregado. Essa participação pode superar os 30% nos canais de varejo de grande superfície, como as lojas de departamento e os hipermercados, que são os maiores importadores do segmento,


juntamente com as grandes indústrias e marcas do país, que importam para complementar seu mix de produtos. Para 2015, porém, o cenário se mostra um pouco mais animador, com uma estimativa de crescimento de 0,7% para a produção nacional de vestuário em volumes de peças, favorecida pela desaceleração das importações e por um ano mais “fluido” no varejo, livre dos longos dias de vacância causados pela Copa do Mundo, quando os shoppings ficavam vazios e as lojas fechavam por causa dos jogos, além das manifestações que se espalharam pelo país antes do evento e pelas eleições gerais, entre outros acontecimentos que tiraram o foco dos brasileiros do consumo de artigos de moda. É fato que não estamos falando de uma projeção de crescimento tão animadora assim, mas é certo que muitas empresas estarão atentas às oportunidades do mercado, sabendo que os brasileiros vão adquirir nada menos que 7,1 bilhões de peças de vestuário em 2015, independentemente dos pesados ajustes em andamento em nossa economia. Meno male!

. INDICADORES SETORIAIS Excepcionalmente, nesta edição da coluna, em vez dos indicadores conjunturais, apresentamos em primeira mão aos leitores da revista os indicadores anuais da Produção e Consumo Interno de Vestuário, Meias e Acessórios no Brasil, já com as primeiras projeções estatísticas para o ano de 2015. Para maiores detalhes sobre esse mercado, consulte o site do Iemi (www.iemi.com.br).

EVOLUÇÃO RECENTE E TENDÊNCIAS DO MERCADO DE VESTUÁRIO EM 2015 (EM MILHÕES DE PEÇAS) Realizado . Descrição

2010

2011

2012

2013

2014

%

Estimado

Var.

2015

2014/2013

% Var. 2015/2014

Produção

6.437

6.321

6.125

6.172

6.144

-0,5%

6.187

0,7%

Importação

405

640

748

845

917

8,6%

975

6,3%

Exportação

40

39

29

27

23

-15,9%

20

-13,6%

Cons. aparente

6.802

6.922

6.845

6.990

7.038

0,7%

7.142

1,5%

Imp./Consumo

6,0%

9,3%

10,9%

12,1%

13,0%

13,6%

Exp./Produção

0,6%

0,6%

0,5%

0,4%

0,4%

0,3%

Fonte: Iemi.

MARCELO V. PRADO É SÓCIO-DIRETOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS E MARKETING INDUSTRIAL (IEMI) E MEMBRO DO COMITÊ TÊXTIL DA FIESP. COLUNA.CP@IEMI.COM.BR


Fique por Dentro

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POR RENATA MARTORELLI

NR12: EFEITOS E DESAFIOS NORMA TRAZ BENEFÍCIOS, DIFICULDADES E SOLUÇÕES PARA AS EMPRESAS Fotos: Divulgação

ser traduzidos para o português, no caso de Muito se tem falado e escutado sobre a NR12. máquinas importadas; procedimentos de Afinal, o que é e que mudanças ela exige das trabalho e segurança; projeto, fabricação, empresas? A NR12 foi aprovada em 1º de importação, venda, locação, leilão, cessão a maio de 1943, mas em 9 de dezembro de qualquer título, exposição e utilização; 2013 foi alterada pelo Ministério do Trabalho e capacitação e outros requisitos específicos de Emprego, que passou a exigir o cumprimento segurança. de diversas medidas de proteção para garantir Para Rubens Nunes, sócio-diretor da a saúde e a integridade física dos trabaMegatech Consultoria – Cursos e Treinalhadores, estabelecendo requisitos mínimos mentos, um dos ganhos que a norma trará para a prevenção de acidentes e doenças do ANTONIO ARY MARTORELLI, CONSULTOR DA H OPEN para as confecções será a normatização dos trabalho nas fases de projeto e utilização de CONSULTORIA E ASSESSORIA. processos. “As empresas terão que ajustar máquinas e equipamentos de todos os tipos. normas já estabelecidas, como o mapeamento Segundo o consultor Antonio Ary de risco (PPRA e PCMSO) e a utilização de Martorelli, da Hopen Consultoria e Assessoria, EPI. Quanto às atualizações sobre a NR12, as a NR12 aplica-se a todas as empresas que empresas deverão estabelecer uma política de utilizam máquinas e equipamentos, desde sua acompanhamento, pois ainda existem várias fabricação, importação, comercialização, ações que poderão alterar a norma.” Rubens exposição e cessão de qualquer título. “A diz que os pontos positivos são a normanorma veio para regulamentar e reunir diversos tização, a prevenção de acidentes por meio de conceitos que há tempos eram obrigatórios, estudos, cuidados com a saúde e o bem-estar mas, como estavam determinados em leis e normas técnicas diversas, acabavam muitas RUBENS NUNES, SÓCIO-DIRETOR dos colaboradores. Entre os negativos, apenas a falta de entendimento e acompanhamento vezes sendo despercebidos em sua total DA MEGATECH CONSULTORIA. por parte dos profissionais. “A maioria das abrangência pelas empresas, sendo que muitas delas só ficavam cientes quando ocorriam nossas empresas não está preparada para a adequação à acidentes e/ou fiscalizações. O que reforçou também o norma. Isso se dá pelo simples fato de muitos dos nossos surgimento da norma foi o índice de acidentes de trabalho, profissionais não estarem atentos a ela. Muitos nem sabiam apurado pelo Ministério do Trabalho por meio das que ela existia e outros que sabem de sua existência não Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs)”, explica o estão preocupados em colocá-la em prática, ou seja, ficam à margem da lei, passíveis de punição, que podem ser consultor. A NR12 abrange diversos quesitos e 11 anexos, que muito severas.” Como o setor de confecções tem enfrentado a são obrigações complementares, com disposições especiais ou exceções a um tipo específico de máquina ou dificuldade de se enquadrar nas determinações da norma, equipamento, além das já estabelecidas na norma, sem uma vez que a NR12 não abrange apenas máquinas e prejuízo ao disposto em norma regulamentadora espe- equipamentos novos, mas também os que foram cífica: arranjo físico e instalações; instalações e dispositivos adquiridos antes de sua publicação? De acordo com Ary, elétricos; dispositivos de partida, acionamento e parada; além da complexidade da norma e dos pontos negativos, sistemas de segurança; dispositivos de parada de o que mais entrava sua aplicação é o custo para realizar a emergência; meios de acesso permanentes; componentes adequação, pelas dificuldades que o setor vem passando pressurizados; transportes de materiais; aspectos ergo- há algum tempo. “Sem contar os diversos problemas que nômicos; riscos adicionais; manutenção, inspeção, prepa- nosso país enfrenta no dia a dia pela falta de infraestrutura, ração, ajustes e reparos; sinalização; manuais, que devem pela complexidade das leis, pela falta de investimentos em

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educação etc. Tudo isso nos leva a concluir que, em certos casos, falta coordenação na imposição de certas normas, o que as torna incoerentes em um país que precisa resolver problemas básicos, exigindo dos cidadãos o cumprimento de regras que caberiam em países desenvolvidos, ou até mesmo indo além do que é exigido nesses países. Um exemplo é o caso das máquinas importadas. Fornecedores estrangeiros reclamam que a NR12 é mais rígida do que as normas aplicadas no resto do mundo, como, por exemplo, na Europa”, conclui Ary. Foto: Divulgação Tai Lam, presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos para Confecção (Abramaco), diz que a promulgação da NR12, da maneira como foi feita, sem os devidos anexos específicos para o setor de costura, tem gerado grande confusão, tanto para as empresas como para a fiscalização. “Entendo que, devido às peculiaridades, sem o anexo específico para as máquinas de costura (como o que existe para máquinas de couro, por exemplo), a aplicabilidade TAI LAM, PRESIDENTE DA prática da NR12 fica comprometida, já que, ao se ABRAMACO. tentar aplicar a integralidade da parte geral da NR12, pode-se chegar a ambiguidades de interpretação e, em alguns casos, até a contrassensos não aplicáveis na operação do dia a dia, e outras exigências onerosas que não geram nenhum impacto prático na segurança do trabalho.” A Abramaco tem orientado os associados sobre as exigências da NR12, por meio da divulgação de boletins informativos, pareceres técnicos e jurídicos. “Paralelamente, a associação tem tomado iniciativas no âmbito técnico e elaborado estudos sobre normas internacionais de segurança no trabalho que se aplicam especificamente às máquinas de costura, em especial à ISO-10821 e à ISO-13855. Essas mesmas normas internacionais deverão pautar a formulação de uma proposta de anexo para a NR12 específico para o nosso setor”, revela Tai. Foto: Divulgação A Audaces, especialista em tecnologia para moda, está reprojetando seus produtos para integrar os sistemas de segurança necessários para atender às normas, com foco em manter a eficiência funcional dos equipamentos, para fornecer equipamentos seguros e funcionais. “Num primeiro momento, toda mudança que nos é imposta causa certa repulsa ou relutância em aceitar. Isso é natural, mas, ao estudar a relação custo x benefício que essa norma veio agregar aos nossos produtos, temos a CLÁUDIO GRANDO, PRESIDENTE certeza de que o resultado é bastante positivo. O DA AUDACES. fato de oferecermos equipamentos cada vez mais seguros e funcionais leva nossos produtos a se tornarem mais completos no mercado. As principais dificuldades são o entendimento claro da norma, como implementá-la da melhor forma, com o menor impacto no custo do produto, e, por último, sem dúvida, não comprometer a performance funcional deles”, destaca Cláudio Grando, presidente da Audaces.


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POR ANGELA VALIERA

Foto: Arquivo pessoal

Coaching

O trabalho dos sonhos Segundo pesquisa do ManpowerGroup, cinco em cada seis

estudantes de graduação com 17 anos a empresários com mais

pessoas nos EUA estão considerando mudar de emprego.

de 60.

Fontes de outros países apontam que essa realidade é mundial.

Penso: por que tem tanta gente infeliz?

O tempo médio que as pessoas ficam em um emprego hoje

As pessoas vêm para o coaching por diferentes motivos,

é menor. Até poucos anos, ter registro de passagem por várias

mas sempre que estão infelizes um elemento em comum

empresas era algo negativo, sinônimo de instabilidade ou

aparece: não se conhecem verdadeiramente. Não sabem quem

incompetência. O profissional tinha “carteira de trabalho

são, onde querem estar, o que querem fazer.

manchada”. De onde vem esse desejo de mudança constante?

Esperam que uma empresa as encontre e dê para elas tudo aquilo que querem – embora elas mesmas não saibam o que é.

Um fator é o acesso a um excesso de informações, que

O trabalho dos sonhos raramente é encontrado por sorte.

pode levar pessoas com pouca capacidade de análise e filtro a

Na grande maioria das vezes, ele é criado e construído. Criado

viver uma vida de dúvidas e grande ansiedade. Dúvidas de qual

a partir do autoconhecimento, de saber quem se é, quais são

caminho seguir, o que fazer e, posteriormente, “será que escolhi

seus talentos e inclinações, que valores se tem e quais são suas

certo?” atormentam muitas pessoas e aí vem a instabilidade.

crenças. É com base nisso que construímos nossos sonhos.

Somem-se a isso as mídias sociais, nas quais passa-se a

Na infância e na adolescência, estamos mais abertos para

imagem de que os outros vivem uma vida perfeita, que estão

essa conexão interna e para sonhar. Depois, abrimos mão dos

sempre felizes, aproveitando, comemorando, agradecendo...

gostos ditos “infantis” para buscar a seriedade e a

enquanto nós estamos no sofá de casa só assistindo. A grama

responsabilidade – como se sonhar fosse incompatível com a

dos outros parece mais verde e surge a insatisfação com a

vida adulta. Abandonamos nossas paixões para buscar metas

própria vida.

“convencionais”.

Pesquisa realizada pelo Carreira Fashion mostra que as

Mas são nossos sonhos que nos movem. Nossas

empresas do segmento têxtil e de moda apontam falta de

ideologias, crenças e valores que nos dão paciência, persis-

paciência e de persistência nos jovens recém-formados.

tência, resiliência, foco e esperança. São nossos sonhos que

Entra-se, então, na questão de que as gerações mais novas

nos permitem empreender – quer seja criando novos negócios,

querem tudo pronto e funcionando para elas e que, ao primeiro

quer seja dentro de uma empresa. Crescemos e nos expan-

sinal de dificuldade, desistem. Criados sem ter de lutar para

dimos em nossos sonhos. E fazemos nossos negócios e nossa

conquistar, têm dificuldade de enxergar no problema uma

sociedade melhores por meio daquilo em que acreditamos e

oportunidade de crescimento e a chance de mostrar seu valor.

que estamos dispostos a construir.

Mas será que é só isso? Será que a culpa é do momento atual, da tecnologia, das mudanças na forma de criação das novas gerações? No

O trabalho dos sonhos é possível. Ele existirá quando você souber qual é o seu sonho e quando sonhar com os pés no chão, construindo um pedacinho de cada vez.

passado éramos todos mais felizes ou éramos apenas conformados? Recebo diariamente em meu escritório de coaching pessoas insatisfeitas com seu trabalho e que me procuram para mudar o rumo de suas carreiras. São pessoas de todas as idades, de

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ANGELA VALIERA É COACH, FASHION CAREER COUNSELOR, DESIGNER DE INOVAÇÃO E NOVOS MERCADOS DO CARREIRA FASHION – EMPRESA DE RH ESPECIALIZADA EM MODA – E COORDENADORA DA ESCOLA ONLINE ENMODA. ANGELA@CARREIRAFASHION.COM.BR



Especial

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POR SILVIA BORIELLO

Ilustração: Arte Mais Comunicação

TERCEIRIZAÇÃO: A POLÊMICA ESTÁ NO AR PROJETO DE LEI QUE REGULAMENTA A TERCEIRIZAÇÃO DA ATIVIDADE FIM DIVIDE OPINIÕES Desde 2004, tramita no Plenário brasileiro o projeto de lei 4330/2004, de autoria do deputado Sandro Mabel (PLGO). Na pauta, o contrato de prestação de serviços a terceiros e as relações de trabalho dele recorrentes, ou seja, a terceirização. Até então, nada demais, não fosse por um detalhe: a terceirização da atividade fim, o que até o momento é considerado inconstitucional, mas que acontece na prática há muito tempo. A questão agora é oficializá-la ou não, e de que forma.

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Até o fechamento desta edição, a Câmara dos Deputados havia aprovado o PL 4330 e o texto tinha seguido para revisão no Senado, que ainda não sinalizou quando e se vai aprová-lo efetivamente, num embate de “olho por olho, dente por dente” entre Renan Calheiros e Eduardo Cunha, mais por questões de poder do que pela real importância do projeto, mas essa é uma história à parte. Em última instância, fica faltando a assinatura da presidente Dilma Rousseff.


Foto: Arquivo pessoal

Com mais de 200 emendas, uma das delas, sete seriam afetadas de forma mais polêmicas é a 15ª, do deputado Arthur negativa se fossem impedidas de terceirizar, Oliveira Maia (SD-BA), relator do projeto, que ameaçando a competitividade de 57,4% da coloca a possibilidade de terceirização de indústria de transformação, na qual se qualquer atividade fim de empresas incluem as tecelagens e confecções. Nas privadas. É nesse ponto que a discussão palavras de Longen, há que ter regras claras entra em ebulição, pois envolve questões para a aprovação do PL 4330 e um D RA . M ARILEUZA S ILVA DE O LIVEIRA , trabalhistas. equilíbrio entre as obrigações trabalhistas e ADVOGADA SÓCIA DA TERENTJVAS, De acordo com Marileuza Silva de OLIVEIRA, MARQUES ADVOGADOS o ganho de competitividade das empresas. A SSOCIADOS. Oliveira, advogada sócia da Terentjvas, “A indústria é a favor da competitividade, Oliveira, Marques Advogados Associados, podemos portanto, é contrária à desproteção e à precarização do definir trabalho terceirizado como a possibilidade de trabalho”, disse à época. contratação de terceiros para a realização de atividades Outras pesquisas sobre o assunto foram encodeterminadas e específicas. mendadas ao Instituto GPP pela Federação das Indústrias “O art. 2º e os parágrafos 1º e 2º do projeto de lei 4330 do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indúsdefinem como: ‘Art. 2º Empresa prestadora de serviços a trias do Estado de São Paulo (Ciesp), ambos presididos terceiros é a sociedade empresária destinada a prestar à por Paulo Skaf. Segundo divulgado pelas instituições no contratante serviços determinados e específicos’. No dia 6 de abril, foram ouvidos entre os dias 1º e 3 de abril inciso § 1º, a empresa prestadora de serviços contrata e 800 trabalhadores em uma pesquisa e, em outra, 235 remunera o trabalho realizado por seus empregados, ou indústrias de diferentes portes e segmentos. Atualmente, subcontrata outra empresa para a realização desses ser- segundo dados da Fiesp, são 300 mil empregados viços; no inciso § 2º, não se configura vínculo empregatício terceirizados absorvidos pela indústria paulista, o que entre a empresa contratante e os trabalhadores ou sócios poderia ser aumentado em 44% se houvesse redução da das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja insegurança jurídica, pois 56,8% das empresas que seu ramo”, explica a advogada. utilizam ou já utilizaram serviços terceirizados receberam Mas muitas dúvidas têm surgido na cabeça de reclamações trabalhistas desses profissionais. empresários, terceirizados, funcionários e sindicatos, com Com os trabalhadores, o objetivo era saber qual seu bandeiras de prós e contras sendo levantadas a todo grau de entendimento sobre a terceirização, se eles momento. Talvez esteja faltando um pouco mais de prestam serviço direto ou são terceirizados e se a clareza sobre o projeto de lei a respeito de suas regulamentação da lei lhes traria benefícios. Com as implicações práticas, mas o fato é que ele acabou vindo à indústrias, o intuito era saber em que volume utilizam o tona num momento bastante delicado de toda a indústria trabalho terceirizado, se já tiveram problemas jurídicos nacional, com perda de produtividade e empregos. com o uso dele, se apoiam a regulamentação dessa Certamente, o PL 4330 não pode simplesmente virar lei atividade e se isso se reverteria em aumento de empregos. com base numa discussão concisa; precisa haver Nos resultados divulgados pela pesquisa com os bastante consciência sobre seus efeitos para os trabalhadores, temos: trabalhadores, as empresas e o mercado como um todo, l 83,8% deles acham que a lei é positiva e, entre os para que todos ganhem com isso. terceirizados, o índice chega a 90,8%; Em setembro de 2014, o presidente da Federação das l 77,7% acham que a lei vai beneficiar as empresas; Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, l 79,8% acreditam que a lei vai gerar novos empregos; apresentou num seminário realizado em São Paulo (SP) a l 81,2% dos entrevistados não veem aspectos pesquisa Sondagem Especial: Terceirização 2014 da negativos na lei – entre os terceirizados, 89,3% deles Confederação Nacional da Indústria (CNI), feita com 2.330 acreditam ser benéfica. empresas de todo o país, revelando que, de cada dez

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Especial Já entre as indústrias, 73,2% utilizam serviços terceirizados, sendo que, entre as empresas de grande porte entrevistadas, o valor sobe para 91%. “Com a regulamentação do trabalho terceirizado, o Brasil se alinhará às mais modernas práticas trabalhistas do mundo. Nos últimos anos, a contratação de serviços de terceiros ganhou participação relevante no mercado de trabalho, de tal forma que a regulamentação de regras de contratação vai proteger e garantir direitos fundamentais de milhões de prestadores de serviços já em atividade no país”, destacou Skaf em artigo de sua autoria divulgado em 6 de abril, com o título “Terceirização: bom para o país, bom para os brasileiros”. Segundo ele, a lei também incentivará o surgimento de novas empresas e a ampliação de postos de trabalho na prestação de serviços, pois a ausência de regulamentação da terceirização deixa empregados e empresas em situação mais frágil, especialmente em relação ao recebimento de salários e direitos trabalhistas. Para quem tiver interesse em acessar os resultados das pesquisas na íntegra, os links são: http://az545403.vo.msecnd.net/uploads/2015/04/pesqui sa-terceirizacao-trabalhadores.pdf (trabalhadores) e http://az545403.vo.msecnd.net/uploads/2015/04/pesqui sa-terceirizacao-industrias.pdf (indústrias).

principalmente, dificuldades em gerenciar os serviços e também uma pseudorredução de custos, já que, na terceirização, o tomador de serviços responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas. “Nesse caso, existe sim um ônus que significa que, se a empresa terceirizada deixar de pagar as obrigações trabalhistas de seus empregados, a empresa que contratou os serviços (tomadora) terá que pagar as verbas trabalhistas e tributárias que a terceirizada não pagou. Essa responsabilidade é reconhecida pela Justiça do Trabalho com base na Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST)”, explica Marileuza. Ainda de acordo com a advogada, com a aprovação do projeto, a Justiça do Trabalho não poderia mais julgar ilegal a terceirização de serviços relacionados à atividade fim, nem poderia estabelecer o vínculo empregatício entre a contratante e o empregado da terceirizada, outorgando a esta toda a responsabilidade pelo pagamento dos encargos trabalhistas. CONFECÇÕES: PARECER FAVORÁVEL ÀS TERCEIRIZAÇÕES

Velha conhecida dos confeccionistas, a terceirização é praticada por cerca 40% do setor, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Extremamente necessária ao segmento – pelo BÔNUS X ÔNUS volume de trabalho e pela falta de incentivos fiscais para a Como existem minúcias a serem estudadas no PL contratação via CLT –, a terceirização “marginalizada” só 4330 para sua aprovação, tratamos aqui de analisar os incentiva práticas abusivas, como tantos casos de bônus e ônus do PL 4330 sob uma óptica geral. trabalho análogo ao escravo que temos presenciado De acordo com a advogada Marileuza Silva, entre os ultimamente. Foto: Divulgação benefícios que a contratação de terceiros Por esse e outros motivos, a entidade se oferece atualmente, estão aumento da declara favorável à formalização da qualidade de serviços, já que se pressupõe terceirização, porém com leis mais claras e serem pessoas especializadas no que desde que sejam cumpridas. fazem; redução de custos; otimização de “Entendemos que a terceirização é tempo; possibilidade de expansão sem necessária e legítima, desde que se cumgrandes investimentos, entre outros. pram as regras e haja uma relação saudável Contudo, nos ônus, estão acesso dos entre trabalhadores e empregadores, terceiros a informações confidenciais da criando um ambiente em que seja levado à empresa, já que podem ser várias empresas risca o que foi acordado e pronto, sem contratadas; desmotivação entre os FERNANDO PIMENTEL, margem para imprevistos a pagar futuraDIRETOR SUPERINTENDENTE DA A BIT : empregados que, normalmente, se sentem mente”, afirma Fernando Pimentel, diretorA FAVOR DA REGULAMENTAÇÃO DA ameaçados com a terceirização; mas, TERCEIRIZAÇÃO. superintendente da Abit.

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Ele conta que, na Europa, desde os anos 1980 a relação de trabalho é feita dessa forma e funciona muito bem, e outros países que concorrem conosco já fazem isso. “A prática já existe no Brasil, só precisa de um marco regulatório. O progresso do país só será feito com a qualificação do trabalho e sem essas discussões bizantinas que estamos tendo hoje”, salienta Pimentel. Foto: Arquivo pessoal Um dos empresários do setor de confecção que se declara a favor da terceirização é Alberto Semer, proprietário da Rose Feijão Confecções, marca de moda infantojuvenil com sede no bairro do Brás, em São Paulo (SP). Em sua opinião, a legislação vigente é arcaica e prejudica o desenvolvimento da indústria, além de ser mais um exemplo da interferência de um Estado paternalista em empresas privadas. “Ao contrário do que dizem os defensores da tese ALBERTO SEMER, DIRETOR DA GRIFE antiterceirização, essa liberação proporcionará INFANTOJUVENIL ROSE FEIJÃO: “A um aumento do número de postos de trabalho LEGISLAÇÃO VIGENTE É ARCAICA E PREJUDICA O DESENVOLVIMENTO DA e, se acompanhada de outras medidas, um INDÚSTRIA”. aumento da formalização desses postos, além de ir ao encontro da tão falada lei de desoneração da folha salarial, coisa que todos sabem ser necessária mas não exatamente como fazer sem afetar os direitos adquiridos dos trabalhadores”, explana Semer. “Aliás, as teses defendidas por aqueles que proíbem a terceirização, além de serem todas estapafúrdias, sem qualquer fundamento concreto, são evidentemente criações de burocratas que nunca geraram um só emprego, nunca administraram uma empresa e, por outro lado, criação de sindicalistas que só pensam em arrecadar suas contribuições e se locupletarem”, opina. Para o empresário, é bastante contraditório ver monopólios estatais e privados nas áreas de geração e distribuição de energia e de captação e distribuição de água – para ficar em apenas dois assuntos do momento – contratarem empresas terceirizadas para prestar péssimos serviços à população. “Urge, pois, que se dê um encaminhamento ao PL 4330/2004, que propõe a regularização da terceirização, apoiada, inclusive, pelo ministro Joaquim Levy, e que cada empreendedor tenha o direito – constitucional – de organizar sua atividade empresarial de forma lícita e da maneira que entender ser mais eficiente”, desabafa Semer, que também se diz curioso sobre a posição do sindicato patronal sobre o assunto. Quem também acredita no benefício da terceirização são as empresárias Marina Kloth e Gabriella Duarte, da grife catarinense de moda jovem feminina Marina & Gabriella. Elas contam que terceirizam 100% de sua produção, pois, como são uma empresa iniciante (de 2011), não teriam capacidade de investimento para contratar tantos funcionários, adquirir maquinário e ter o


Especial Fotos: Divulgação

AS EMPRESÁRIAS GABRIELLA DUARTE E MARINA KLOTH, GABRIELLA: PRODUÇÃO 100% TERCEIRIZADA.

DA

MARINA &

espaço físico necessário. A confecção trabalha com 12 terceirizados, todos do Vale do Itajaí (SC), somando em torno de 30 pessoas prestando-lhe serviços. “Acreditamos que a lei das terceirizações seja benéfica para ambas as partes. Empresas como a nossa, por exemplo, poderão ter um serviço mais especializado, contando com a habilidade de profissionais específicos de cada área. Além disso, reduzimos as despesas da empresa, diminuindo encargos de folha de pagamentos e despesas na gestão de pessoas dentro da nossa sede. Já para os terceirizados, há maior segurança com relação aos direitos trabalhistas”, defendem as empresárias. COM A PALAVRA, OS TERCEIROS Mais conhecidas como facções, no linguajar do setor confeccionista, as empresas que prestam serviços de mão de obra em costura e modelagem, entre outros, para grandes marcas e magazines estão no mercado para suprir a falta de profissionais especializados no meio e, mesmo assim, a maioria delas trabalha com sua capacidade máxima na maior parte do tempo. Uma delas é a Confecções Moda Godoy e Godoy Ltda., que fica em Socorro, interior de São Paulo, e atende marcas como Shoulder, Thelure e Absolutti. Esta última, inclusive, foi seu primeiro cliente, há sete anos. Com um quadro de 25 funcionários, sendo 17 na costura e o restante no acabamento, a empresa se coloca a favor da regulamentação da terceirização. “Para as confecções é ótimo, pois não teriam o fim trabalhista, mas, para nós, teria que ser melhorado o valor pago pelas peças, imposto por elas. Em minha opinião,

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CONFECÇÃO GODOY E GODOY: “O IDEAL SERIA AS CONTRATANTES PAGAREM PELO CUSTO-MINUTO DE CADA PEÇA”.

todas as peças deveriam ser precificadas com base no custo-minuto”, diz Selma Rogéria Passarela Godoy, sócia-proprietária da empresa. Já para a Fukai Confecções, localizada em Indaiatuba, também no interior paulista, a lei da terceirização não afetará em muita coisa o dia a dia da empresa. “Trabalhamos com serviço exclusivamente interno, diferentemente de outras facções que repassam seu trabalho a outras oficinas menores, nem sempre formalizadas. A razão desses repasses de serviços está na elevada carga tributária para a manutenção de funcionários registrados na CLT. Não sou a favor da lei da terceirização, uma vez que não há formação de novos profissionais na área da costura, ou seja, a terceirização, creio, diminui o interesse das pessoas de ingressar na carreira de costureira ou costureiro. Logo, em algum tempo, a tendência será o desaparecimento de profissionais se nada for feito em relação às leis e encargos trabalhistas”, explica Edson Tayti, sócio da Fukai, que ainda defende um maior e mais rígido controle por parte do governo na entrada de produtos importados, especialmente os asiáticos, em grande parte feitos com condições precárias de trabalho. “Não acredito que a lei de terceirização venha trazer algum benefício ao nosso setor, que se acostumou a trabalhar com mão de obra terceirizada e informal. Ultimamente, com a vigilância do Ministério do Trabalho em busca de mão de obra escrava, empresas como a Fukai têm se beneficiado. Mesmo assim, devido ao seu custo fixo elevado, é difícil conseguir um lucro proporcional ao investimento”, arremata Edson. E nisso ele está coberto de razão.



Comércio Exterior Fotos: Divulgação

DUDALINA AGORA NA SUÉCIA A expansão da Dudalina no mercado internacional tem sido enorme nos últimos anos, e o país da vez agora é a Suécia. Localizada em Estocolmo, a nova loja (a quinta no exterior) inaugurou no dia 31 de março. As outras estão em Milão (Itália), Cidade do Panamá (Panamá) e duas no Equador. Para a abertura de mercados internacionais, a Dudalina conta com o apoio do Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira), desenvolvido pela Abit em parceria com a Apex-Brasil.

AUDACES AVANÇA NO EXTERIOR A brasileira Audaces tem aumentado cada vez mais sua participação no exterior. Somente este ano, além da presença na Colombiatex, em janeiro, a empresa esteve na Xpotex, principal feira do setor têxtil e de confecções do Equador, que aconteceu entre os dias 18 e 20 de março, apresentando o Audaces Idea. A Audaces atua no Equador desde 2000 por meio de um representante local, com vendas, manutenção e suporte técnico. Sua meta para 2015 é aumentar em 50% o faturamento com as exportações. “Para chegarmos a essa meta, pretendemos destacar o ganho de produtividade que nossas inovações geram para todos os pontos da cadeia de produção na indústria”, afirmou Paulo Pereira, diretor de vendas internacionais da Audaces. Em maio, a empresa ainda faz sua estreia na Texprocess, em Frankfurt, Alemanha, sendo a única empresa 100% brasileira na feira.

VICUNHA DESTACA-SE EM FEIRA DE BANGLADESH No início de março, a Vicunha participou da terceira edição da Denimsandjeans.com, que foi a precursora e é a principal feira de denim realizada em Bangladesh. Realizada em Dhaka, a feira conta com os maiores fabricantes internacionais e visitas de grandes marcas e compradores, como C&A, Benetton, H&M, Esprit e Hermès. Foram cerca de 1.300 visitantes de 400 empresas ao redor do mundo, entre eles altos executivos do varejo, gerentes nacionais de grandes lojas de departamentos, compradores, designers e comerciantes. A Vicunha foi a única empresa não asiática entre os 25 produtores de denim presentes, recebendo visitas de representantes de grandes marcas, como Zara, G-Star, Gap e American Eagle, que puderam conferir de perto seus artigos inovadores, como o Perfect Fit, o Emana® Slim e os tecidos da linha Atlhetic Denim & Color. Thomas Dislich, diretor da Vicunha na Ásia e Europa, participou durante o evento de uma mesa-redonda sobre sustentabilidade com grandes nomes da indústria italiana de denim, como Piero Turk e Adriano Goldschmied, reforçando o posicionamento ecológico da empresa, conhecida por ser a única fabricante a oferecer produção 100% calcada em algodão BCI. Recentemente, a Vicunha abriu um escritório em Dhaka e planeja para breve a inauguração de seu showroom em Bangladesh.

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Feiras

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POR SILVIA BORIELLO

Foto: Silvia Boriello

A CAVEMAC,

QUE EXPÔS NA

TECNOTÊXTIL BRASIL

SUA ENORME E EXCLUSIVA VARIEDADE DE PEÇAS PARA MÁQUINAS DE COSTURA INDUSTRIAIS.

TECNOTÊXTIL BRASIL 2015 A edição 2105 da Tecnotêxtil Brasil – Feira de Tecnologias para a Indústria Têxtil, que aconteceu entre os dias 7 e 10 de abril no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), reuniu expositores dos setores de maquinário e insumos para têxtil, confecção, serigrafia e tecidos técnicos, pois aconteceu paralelamente à ENT Brasil – Exposição de Equipamentos e Insumos para a Indústria de Não Tecidos e Tecidos Técnicos e à Seritex – Feira de Serigrafia e Tecidos para a Indústria Têxtil. De acordo com a organização, passaram pela feira 17.500 visitantes, um público qualificado, mas pelos corredores houve reclamações de que a presença de público estava reduzida. Sobre isso, Hélvio Roberto Pompeu Madeira, diretor-presidente da FCEM, promotora da feira, explica: “Nossos novos critérios de creden-

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ciamento reduziram a quantidade na mesma proporção em que fortaleceram a qualificação dos visitantes”. Ao mesmo tempo, destaca que a Tecnotêxtil 2105 se encerrou com um clima de otimismo por parte dos empresários. Para Elias Martins, CEO da Welttec, uma das empresas expositoras, a feira trouxe bons negócios nas áreas de passadoria, corte e costura. “Acredito que a atual oscilação cambial inibiu muitos empresários na compra, mas fizemos bons contatos, que devem gerar futuros negócios”, destacou. A data da próxima edição da Tecnotêxtil Brasil já foi anunciada pela FCEM: será entre 25 e 28 de abril de 2017 em novo local, no Pavilhão Anhembi. Confira a seguir os principais lançamentos apresentados na feira.



Feiras Andrade: apresentou a enfestadeira automática Hashima KMS-1800SVFS-LR, para enfestos nos modos folha a folha e zigue-zague (com a utilização de pinças). Possui painel sensível ao toque para ajustes de função, como comprimento do enfesto e quantidade de folhas; sistema de corte de tecido no final do enfesto; sensor fotoelétrico para ajuste preciso das bordas do tecido; e cortina de proteção de entrada de ar sob a folha de tecido durante o enfesto. Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Audaces: como principal destaque, apresentou a Audaces Neocut, máquina de corte automática feita 100% no Brasil e totalmente adequada à NR12, o que a torna ultrassegura. Sensores instalados na lateral da máquina emitem feixes de luz invisíveis a olho nu, formando uma cortina. Se o operador ultrapassar essa faixa de segurança, a máquina para automaticamente de funcionar, evitando acidentes de trabalho. O melhor é que o trabalho pode ser retomado exatamente do ponto onde parou. Possui furação a quente e facas com controles de deflexão de lâminas, ou seja, quando o sensor sente que a lâmina pode inclinar, ele corrige o curso do corte automaticamente, garantindo um corte perfeito. Foto: Silvia Boriello

Barudan: apresentou as bordadeiras BEXSY912H, de 12 cabeças e 9 agulhas, 1.200 ppm, com área de bordado de 750 mm x 400 mm e lubrificação automática; a BEXYZ1208, de 8 cabeças e 12 agulhas e a possibilidade de fazer um só desenho em toda a área do pantógrafo (2,8 m); e a BEXYS51504C II, de 15 agulhas e 4 cabeçotes para boné fechado. A empresa também mostrou máquinas de uma cabeça para trabalhos diferenciados, como guipure, lantejoula, richelieu e área estendida.

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Foto: Divulgação

Comace: lançou a reta eletrônica rolamentada Maqi LS9990MW-TD4, uma agulha (DBX-1), motor direct drive, velocidade de 5.000 rpm e funções automáticas de microlubrificação, levantador de calcador, posicionamento de agulha, contagem de produção, corte de linha, limpador e arremate. Foto: Silvia Boriello

DMP: apresentou a máquina de corte automática TC-7000, que corta até 70 mm de espessura (depois de comprimido) de qualquer tipo de tecido. Feita no Japão, possui baixo consumo (10 KVA), mandril com seis tipos de furadores, faca de 6/8, sistema reciprocador de faca com amolador automático, sistema a vácuo com motor inversor de sucção e velocidade de esteira de 8 metros por minuto durante o avanço. Outro lançamento foi a GB-275 XXP-IV-AT, máquina a laser galvanométrica de gravação em alta resolução e sistema alimentador por esteira. Possui área de corte de 1.000 mm x 1.000 mm, velocidade de gravação de 900 mm/s, e é ideal para gravar em jeans, como também em couro e sintéticos. Foto: Silvia Boriello

Embalatrento: destacou o Adesipel, um papel de enfesto termoadesivo que dispensa qualquer tipo de cola ou pesos para segurar o molde sobre o tecido, proporcionando um corte limpo, organizado e de alta qualidade. Disponível em bobinas de 1,60 m, 1,70 m e 1,80 m. Foto: Divulgação

Enfesmak: lançou a enfestadeira automática FXA, de fabricação nacional, com projeto eletrônico e mecânico todo desenvolvido pela Enfesmak. Possui alinhamento automático da lateral do enfesto, cilindro com rosca sem fim para diminuir rugas nos tecidos, faz enfestos par e ímpar e trabalha com tecido em rolo ou fralda.


Foto: Silvia Boriello

FS Máquinas: seu grande lançamento foi a Pegasus M900, a primeira overloque com retentor de pó na barra de agulha, prevenindo que entrem pó e sujeira para dentro da máquina e aumentando assim sua eficiência. Além disso, não deixa vazar óleo no looper superior e na barra de transporte, o que poderia manchar o tecido, e possui a incrível velocidade de 7.000 ppm. Possui um selo holográfico para testar sua autenticidade com um cartão de verificação, disponibilizado pelo fabricante. Foto: Divulgação

GGTech: apresentou a máquina de gravação a laser XBurner SR Series 650, especial para trabalhos em jeans, levando de 8 a 15 segundos para fazer o desenho na peça e com 650 watts de potência; e a impressora de etiquetas com código de barras Argox X-1000VL, que propõe um ótimo custo x benefício para empresas de pequeno e médio porte.

Foto: Silvia Boriello

Golden Wheel: destaque para as máquinas CSA-3020YY/HAF/C3-9061, com três barras de agulha e três cores de linha diferentes, usada para a costura de gancho em calças jeans. Sua produção média é de 2.000 costuras/dia. Já a CSA-4830D-4160M/UTM/ST é uma flat seaming de coluna para materiais pesados. Possui motor direct drive, levantador de calcador e corte de linha automáticos e bitola de 6 mm. Foto: Silvia Boriello

matec: levou a enfestadeira automática Im IM14, 100% fabricada no Brasil e que faz três tipos de enfesto na mesma máquina: folha a folha, tubular e ziguezague. O mecanismo de alimentação é por esteiras que desenrolam o tecido, dispensando o uso do canudo ou a suspensão do rolo. Mab Fortuna: representante oficial da Morgan Tecnica no Brasil, destacou a Morgan Next, uma máquina de corte automática com uma das mais altas tecnologias para produções em média e larga escala. Com funções avançadas de software, permite a criação de perfil dedicado para alta definição em corte de peças para lingerie, bonés (entretela de memória), calçados, bolsas, acessórios, estofados, decoração, bancos para automóveis, barcos, aviões e capota marítima, com a capacidade de cortar os mais diversos tipos e espessuras de tecido. Entre suas principais características, estão sistema de afiação por lixas, que




Feiras Foto: Silvia Boriello

aumenta a vida útil da faca e a qualidade do corte; vácuo inteligente, com inversores digitais que controlam automaticamente a pressão do vácuo, garantindo maior precisão no corte em enfesto máximo e economia de energia; controlador pneumático digital, que gera maior velocidade de afiação da faca de corte; buffer zero, que corta sem espaços entre os moldes reduzindo drasticamente o consumo de tecido; controlador lógico programável (CLP), que torna o equipamento mais resistente a temperatura, umidade e poeira; reduzido custo de manutenção; motores de até 6.000 rpm; compatibilidade com os demais softwares e equipamentos do mercado. Foto: Silvia Boriello

Mac Len: levou as plotters de risco PE 180 CAD, com uma cabeça de impressão (hp-45), área de impressão de 1,8 m, alimentação automática de papel, transmissão de dados via cabo de rede e velocidade máxima de impressão de 45 m2/hora. Foto: Silvia Boriello

Mega: distribuidor oficial da JAM no Brasil, destacou a JAM JT862, uma máquina automática de sobrar e pregar bolsos em jeans, com produção média de 2.400 bolsos/dia por operador. Outro diferencial é que as formas são fabricadas no Brasil e possuem custo bastante reduzido. A JAM JT884, máquina de bolso que dobra a ar quente (trabalha em conjunto com a TTA 1002), possui duas cabeças para pregar duas cores de linha, com produção média de 1.300 calças/dia e conjunto de formas também econômico, feito no Brasil. A JAM JT801 é uma máquina de passante com carregador eletrônico (1,2 segundo por passante) que prega passantes de até 11 cm, exclusividade da marca no mercado brasileiro.

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Foto: Divulgação

Metalsete: apostou nas enfestadeiras NA-600FN (automática), de alta produção, alinhamento lateral e corte transversal para fim de enfesto automático, prendedores automáticos de tecido nos extremos do enfesto e braço desenrolador motorizado. Enfesta todos os tipos de tecido nos modos par, ímpar, escada e enfraldado. Já a M7E possui as mesmas características, mas é semiautomática. Foto: Divulgação

Nisew: lançou a NW5800D-7, uma reta eletrônica com direct drive e transporte duplo por agulha e dente. Sua velocidade é de 5.000 ppm e vem com uma chapa de inox para não danificar a pintura e LED original de fábrica. Rivitex: destacou duas novidades da Merrow, marca que representa oficialmente no Brasil. A 70-D3B-2 é uma máquina para unir tecidos em rolões nas tecelagens de jeans. Com velocidade de 2.250 rpm, possui apenas uma linha mas com costura super-resistente de 16 mm de largura, podendo ser usada em diversos tipos de tecido. A MB-4DFO Activeseam (versão 2.0) é uma máquina de costura com três linhas, acompanha 100% do movimento do tecido e sua costura é 30% mais forte que a flat. Possui versões específicas para tecidos leves, mais grossos e tênis, e está sendo bastante utilizada nas áreas fitness, esportiva e de dança. Detalhe: a Rivitex dá treinamento em todo o país para melhor utilização das máquinas. Foto: Divulgação

Foto: Silvia Boriello

Roland: apresentou a Versa Express RF-640S, impressora sublimática de alta capacidade produtiva, com extrema qualidade e


baixo custo de manutenção. Possui função de limpeza automática de tinta, reduzindo o consumo da mesma e preservando a cabeça de impressão, e também o aplicativo intuitivo Roland Printer Assist, que, por meio do iPad, possibilita o gerenciamento das principais funções da impressora de forma remota. Quem já trabalha com ela é a Riachuelo. Outro lançamento foi a CAMM-1 GS-24, uma plotter de recorte que fixa o desenho no tecido por meio de uma prensa térmica, ideal para produções em menor escala. Foto: Divulgação

Silly: lançou as máquinas Brother F430, de uma agulha e automação no cabeçote para pregar passantes em calças de até 11 cm, e Brother PS2733 (com automação Sipami) para pregar bolso frontal de roupa profissional, com área de trabalho de 270 mm x 330 mm.

Silmaq: destacou as novas máquinas da linha ECO da Siruba, como a overloque três fios 637K-ECO, a ponto conjugado quatro fios 647KECO e a interloque cinco fios 657K-ECO, todas da série 600K. Também levou a reta leve L720-M1-ECO, a reta para jeans L720-H1-ECO e a reta eletrônica DL72 – (M1 e H1) – ECO. Foto: Divulgação

Foto: Silvia Boriello

Socio Tec: com vários lançamentos, o destaque ficou por conta da MSTAA, máquina para bolso traseiro que tem como diferencial utilizar duas cores de linha. No meio da programação de costura, se o cliente desejar, há uma troca de agulha com a segunda cor de linha, e o sistema de pescador de linha também foi adaptado com duas barras de agulha.


Feiras Fotos: Divulgação

Sun Special: teve como destaques a caseadeira de olho eletrônica SS9820, que faz diversos tipos de caseado com fino acabamento, possui lubrificação automática, alimentação intermitente por três motores de passo do movimento X e Y, sugador de tecidos cortados e é de fácil manuseio e manutenção. É ideal para jeans, calças sociais, blazers e paletós. A SSGB-6800 é uma máquina para costura ultrapesada de materiais grossos e rígidos, como couro, sacaria, alças de big bags e até cintas de elevação de carga. A altura da barra de calcador chega a 17 mm e sua velocidade é de até 1.500 ppm. Vi.be.mac: apresentou a máquina de cós V300, que possui regulação automática de anatomia; corte e falha de ponto automáticos, sem intervenção do operador; sensor a laser que percebe o tipo de tecido, sem precisar regular; sistema de autocontrole de qualidade; baixo consumo de energia (300 kVA) e velocidade de até 4.800 ppm, fazendo uma média de 2.000 peças/dia. Já a 2261HP tem velocidade de 5.000 ppm (velocidade regulável automática), caseador inteligente, que se move em base irregular, acompanhando o tecido. Sua produção média diária é de 1.800 ganchos traseiros e 2.400 palas.

Welttec: apresentou a reta eletrônica JK-ShirleyIIE, da Jack, e, além de ser toda automática, entre suas principais características estão a alta produtividade, economia, solenoide levantador de calcador embutido, caça-fios eletromagnético, botão duplo com meia pontada e arremate e luz de LED com controle de luminosidade. Woldmack: entre seus principais lançamentos, está a calandra automática para transferência MOT-1700, da série MOT, com mecanismo preciso e temperatura uniforme em todos os espaços dos rolos duplos aquecidos a óleo, não deixando sombras sobre a impressão. Possui sistema que evita a distorção da impressão, pressão de ar ajustável, transporte por tapete, dispensando o uso de papel pardo, e isolamento térmico, fazendo com que os rolos gerem uma economia de 30% a 40% de energia elétrica. Já a KQ 3000 é uma máquina de matelassê por solda, com bobina inteiriça, que pode ser feita sob encomenda de acordo com o desenho do cliente. Fotos: Silvia Boriello

AGENDA PARALELA TECNOTÊXTIL A agenda paralela da feira também foi bastante dinâmica e movimentada. No mesmo ambiente, aconteceram o Seminário ABTT e o Fórum Tecnotêxtil de Informação, com palestras abordando temas como estamparia digital, planejamento de risco e corte, economia verde, branding, redução de custos, aparelhos para confecção (ministrada por Marta Sales, colaboradora da Costura Perfeita), entre outros. Já o II Fórum Internacional de Inovação Têxtil, organizado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) por meio do Texbrasil – Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, desenvolvido em parceria com a Apex-Brasil, contou com o patrocínio da Santaconstancia e o apoio da Associação Têxtil de Portugal (ATP), do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e de Vestuário de Portugal (Citeve), da Associação Selectiva de Moda (ASM) e do Senai para falar sobre temas ligados à tecnologia na moda esportiva e design, além de inovação dos modelos de negócio e comunicação. O Projeto Moda Inclusiva, desenvolvido pela Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência, de São Paulo (SP), contou com uma palestra de sua idealizadora, Daniela Auler, e também com um desfile com roupas adaptadas aos portadores de deficiência, mostrando um show de criatividade e indicando como o mercado ainda precisa se desenvolver nessa área. Ainda aconteceram as rodadas de negócios, o Fórum Digital by Usefashion e a apresentação da feira ITMA ao público brasileiro.

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MARTA SALES, COLABORADORA DA COSTURA PERFEITA, EM PALESTRA SOBRE APARELHOS PARA CONFECÇÃO.

UM DOS LOOKS DO DESFILE DO PROJETO MODA INCLUSIVA.



Feiras

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POR RENATA MARTORELLI

10ª LAAD DEFENSE & SECURITY Foto: Divulgação

Aconteceu entre os dias 14 e 17 de abril de tecidos mistos de algodão e a décima edição da Laad Defence & poliéster, além de possuir proteção Security 2015, feira do setor de defesa e contra raios ultravioleta (UV 50+). Já segurança que reuniu mais de 700 a Santanense levou o tecido Unicor expositores nacionais e internacionais Rip Stop, uma mistura de 50% da em três pavilhões do Riocentro, no Rio fibra Invista T420 náilon 6.6 e 50% de Janeiro (RJ). Os visitantes encontraalgodão, capaz de produzir uniram as últimas novidades em tecnologia formes inteligentes com resistência e e serviços de mais de 20 setores das proteção ao risco térmico; o tecido indústrias de defesa e segurança, como clássico 100% Cordura®, compoarmamento e munição; autenticação, sição que garante elevada resiscontrole de acesso e vigilância; tência à abrasão e ao rasgo; e o construção em defesa e segurança; Action Denim Tech (85% algodão, emergência, salvamento e resgate; 15% poliamida Cordura® Denin), equipamentos pessoais etc. para atividades que necessitam de Entre os expositores, estava a alta performance e durabilidade do Santista Work Solution, que apresentou, FORCE RIP STOP, DA CEDRO, UTILIZA A FIBRA DE produto. A marca Cordura®, da ALTA RESISTÊNCIA CORDURA NYCO. em um estande que simulava um Invista, apresentou sua linha de acampamento militar, a tecnologia do Duracam, em tecidos de proteção durável, inclusive os mais recentes estampas camufladas, que não pode ser captado por avanços em equipamentos táticos e roupas. Os tecidos binóculos infravermelhos utilizados em operações Cordura® NYCO contam com uma mistura de algodão e noturnas, confundindo a visão do inimigo. A tecnologia fibra Invista T420 náilon 6.6, que oferecem durabilidade e Duracam foi desenvolvida sobre o tecido Durapro, conforto aos uniformes militares e táticos, proporcionando produzido com poliamida 6.6 de alta tenacidade, alta resistência à abrasão e a tecnologia No Melt No Drip, de resistência à abrasão e rasgos Cordura®, da Invista. Outro proteção térmica. O tecido Cordura® Classic Nylon 6.6, ®

lançamento foi o Vulcan X3, tecido com fibra inerente de aramida com proteção contra riscos térmicos provenientes de fogo repentino, voltado para pilotos de combate, que é o primeiro retardante a chama com metaramida produzido no Brasil, com proteção durante toda a vida útil da vestimenta. A Cedro mostrou o Force Rip Stop, produzido com a tecnologia do tecido Cordura® NYCO, que é especialmente projetada para a fabricação de uniformes de combate que possam suportar rigorosas demandas físicas. O tecido é confortável e tem resistência superior à

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incluindo o tecido Solution Dyed Nylon (SDN) para proteção de infravermelho (NIR), proporciona desempenho para uma variedade de utilidades, incluindo transporte de carga, coletes balísticos, calçados e vestuário tático. A malha Cordura® Baselayer é construída para suportar todas as condições climáticas que os militares enfrentam no mundo, proporcionando a durabilidade do náilon com o conforto do algodão e o controle de umidade. A próxima edição da Laad acontecerá entre os dias 12 e 14 de abril de 2016, no mesmo local deste ano.



Feiras

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POR RENATA MARTORELLI

39ª FIMEC TRAZ RESULTADOS POSITIVOS Foto: Fábio Winter & Lu Freitas/Divulgação

Realizada entre os dias 17 e 20 de março, a 39ª Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes (Fimec) foi, segundo as entidades ligadas ao setor coureiro-calçadista, uma oportunidade para superar as adversidades econômicas. O evento contou com 1.200 expositores nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo (RS). Mais uma vez, os visitantes tiveram a oportunidade de ver uma fábrica atuando em tempo real. A sexta edição da Fábrica Conceito, projeto desenvolvido e executado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Fenac e Coelho Assessoria Empresarial, contou com três linhas de produção. Na linha de calçados masculinos, foram produzidos dois modelos de sapato social e dois de sapato esportivo, da marca Pegada. No feminino, a marca Mulher Sofisticada produziu dois modelos de sua linha de sapatilhas e dois de escarpins. Cerca de 60 empresas participaram como parceiras da Fábrica Conceito. “A automação dos processos foi a grande novidade. Tivemos, por exemplo, um robô que passava o adesivo à base d’água nos calçados”, destacou Paulo Griebeler, presidente-executivo do IBTeC. Outro destaque, o Estúdio Fimec trouxe pelo segundo ano na feira o resultado de pesquisas de tendências, desta vez para o verão 2016. A ação apresentou três temas: Efêmeros, Extravagantes e Urbano, que, segundo Christian Thomas, do Studio 10 e um dos organizadores do espaço, representam boa parte da população brasileira. Junto ao espaço foi elaborada uma espécie de “ágora” onde os visitantes assistiram a um vídeo inspirado nos temas e discutiram propostas. Entre os expositores do evento, o Grupo Amazonas apresentou toda sua linha de adesivos base água de alta performance desenvolvidos para a colagem de materiais da indústria calçadista, com alta resistência ao calor e à

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ESTÚDIO FIMEC.

hidrólise, e possibilidade de reativação tardia. Já a Caimi & Liaison, do setor de laminados de poliuretano, apresentou uma coleção inspirada nos 45 anos do festival de rock Woodstock, apostando nos anos 70, substituindo o étnico pelo boho. As cores em destaque são branco e neve, mel e solar, combinadas com tons terrosos, vermelho vibrante, vinho e preto. Gravações de minicroco, cobra e pelo são o mix de estampas. A novidade foi o atanado para modelagem a fio, assim como o novo verniz, apresentado em uma base que não permite que o artigo crie rugas nem pregas. A Lectra participou do evento com o Design Concept nas versões 2D e 3D, para o desenvolvimento de produtos, que, a partir de modelos virtuais em 3D, verifica o consumo de material e calcula o custo preliminar do projeto. A partir da próxima edição, a Fimec passará a ser realizada em três dias, atendendo à demanda do setor, e acontecerá de 15 a 17 de março de 2016, das 10h às 19h. A feira foi uma realização da Fenac e da Prefeitura de Novo Hamburgo, e contou com o patrocínio da Transduarte e do Sicoob/Ecocredi.



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POR RUBENS NUNES

Foto: Divulgação

Ranking

Uma luz no fim do túnel Pode até ser um pouco de otimismo, mas essa é minha perspectiva para o segundo semestre deste ano. Depois de o setor passar por maus bocados, é possível que venhamos a ter um aquecimento acentuado, o que é muito bem-vindo. O fato da supervalorização do dólar, que não é um problema apenas no Brasil, está fazendo com que muitas empresas que compravam boa parte de sua demanda no exterior reavaliem essa ação e comecem a estudar a possibilidade de produzir internamente. Assim, haverá a necessidade de revigorarmos nossa cadeia produtiva. Mas estamos preparados para absorver um possível aquecimento do mercado? Vejo que essa reflexão tem que ser feita de forma rápida. A maioria das empresas passou por um período de retração que fez com que encolhessem e diminuíssem postos de trabalho. Sendo assim, muitas estão com sua capacidade produtiva bem abaixo do que tinham há algum tempo, e repor essa força de trabalho não será uma ação rápida. Todos sabemos das dificuldades de encontrar mão de obra treinada e qualificada, e a falta de investimentos em treinamento poderá ser um grande entrave no momento em que o aquecimento surgir. Nossos profissionais terão de ser, mais uma vez, criativos para conseguir equacionar a lei de mercado mais comum que é a demanda x oferta. Pensando em minimizar os possíveis impactos, sugerimos algumas alternativas aos nossos leitores que podem ser aplicadas por todos, como: 1) Manter o controle efetivo de todo o estoque de matéria-prima (almoxarifado), pois o estoque desnecessário implica capital parado e falta de material significa atraso na produção;

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2) Manter uma equipe de produto focada na tendência e necessidade do mercado, o que facilitaria o estudo da aquisição de materiais, técnicas e processos, visando agilizar o estudo necessário para a formação de coleções; 3) Manter todas as informações do produto atualizadas (ficha técnica), o que poderá facilitar o estudo de utilização de matéria-prima; 4) Manter um setor de PPCP ativo e participativo, o que significa ter informações rápidas e eficientes para que nosso pessoal possa fazer as correções necessárias à obtenção dos resultados esperados; 5) Manter a produção interna ou externa (corte, costura, acabamento etc.) sob bom acompanhamento, com suas metas estabelecidas e seus resultados apontados e acompanhados, assim será mais fácil identificar o quanto será necessário crescer; 6) Manter uma equipe multifuncional capacitada para promover ações rápidas para o treinamento e inserção de novos colaboradores no processo, assim um dos maiores custos, que é o treinamento, será diluído com a rapidez na resposta de resultados. Essas ações poderão reduzir o tempo necessário de preparação de uma empresa para um possível aquecimento de mercado, ou seja, se seguirmos as propostas acima, será muito mais fácil promovermos de forma rápida uma reestruturação organizacional focada em atender de forma simples e eficaz os anseios de crescimento que estão por vir. RUBENS NUNES É CONSULTOR DE GESTÃO INDUSTRIAL HÁ MAIS DE 20 ANOS E SÓCIO DA MEGATECH CONSULTORIA. CONTATO@MEGATECHCONSULT.COM.BR



Fique Sabendo

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POR SILVIA BORIELLO

IT STUDIO CONSULTING CONSULTORIA ESPECIALIZADA NO SETOR TÊXTIL E DE CONFECÇÃO ESTREIA NO MERCADO Foto: Silvia Boriello

SANDRA MOTTA (SENTADA), VERA GRIGOLLI E THIAGO FRANKLIN, DO IT STUDIO CONSULTING: EXPERIÊNCIA SÓLIDA NO SETOR TÊXTIL E CONFECCIONISTA.

Trazendo uma bagagem – pesada, diga-se de passagem – de mais de 20 anos de atuação nos mercados nacional e internacional, Vera Grigolli, Thiago Franklin e Sandra Motta resolveram unir suas experiências no setor têxtil e confeccionista e inauguraram o It Studio Consulting. Conhecendo e vivenciando diversos períodos pelos quais os setores passaram, Vera morou durante mais de cinco anos em Milão, Itália, quando, em 1993, de volta ao Brasil, tirou uma de suas ideias do papel e abriu uma confecção de moda praia e fitness. Viu seu empreendimento crescer quando, em parceria com Thiago Franklin, começou a ampliar a atuação para o segmento fashion, fazendo coleções private label para grifes como Forum, Triton, Calvin Klein, TNG, Mandi, Cavalera, Grupo GSM (Billabong, Element, Nixon etc.), Grupo Valdac (Siberian, Memove, Crawford), entre outras, mantendo sua marca em paralelo. Thiago, formado em marketing e administração, cresceu em meio a esse universo de confecções e nada

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mais natural que, num dado momento de sua vida profissional, o caminho enveredasse para esse lado, para a área de gestão, tendo passado por especializações em grandes instituições de ensino, como FGV, Faap e ESPM, além de uma temporada na Hoft, consultoria mundialmente reconhecida como uma das pioneiras na gestão de empresas familiares. Entre um conselho ali e acolá do que colocava em prática na própria empresa aos amigos de curso, o jovem viu que poderia fazer dessa atividade uma das principais em seu trabalho, sempre voltada ao setor têxtil e confeccionista, que tem na maior parte de sua base a estrutura familiar. Agregada ao grupo, Sandra Motta, com cursos de especialização pela Faap e MBA em Varejo de Moda, é responsável pelo departamento comercial, pelas parcerias e pela prospecção de novos negócios, trazendo em sua bagagem toda a expertise construída em sua atuação no Guia JeansWear e no Carreira Fashion, renomados sites da área de moda. Conclusão: uma união que tem tudo para dar certo! Além da experiência, o que difere a consultoria são o conteúdo de sua atuação, como coaching, gestão societária, gestão de empresa familiar, estrutura de negócios, otimização operacional, engenharia e desenvolvimento de produto, private label e marketing, tudo de forma personalizada, e também os formatos de prestação de consultoria, que podem ser tanto in company quanto por meio de palestras, cursos e workshops, de acordo com a necessidade de cada público e empresa, abordando temas como administração de conflitos, administração de private label, plano de negócios, introdução e posicionamento da marca no mercado, e-commerce na moda, design de estamparia, modelagem para não modelistas, novos formatos de negócios, mídias sociais, entre muitos outros. Detalhe: eles atendem em todo o país. Para conhecer um pouco mais do trabalho do It Studio Consulting ou entrar em contato com a consultoria, acesse o site www.itstudio.com.br.


POR SILVIA BORIELLO

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Fique Sabendo

TNT INAUGURA NOVO CENTRO LOGÍSTICO O FOCO É O SETOR CONFECCIONISTA DA CAPITAL PAULISTA Foto: Divulgação

DIRETORIA

DA

TNT BRASIL

NA INAUGURAÇÃO DA UNIDADE

CANINDÉ.

No mês de março, a TNT inaugurou um novo centro logístico no bairro do Canindé, em São Paulo (SP), estrategicamente localizado para atender um de seus nichos, o Life Style, que engloba vestuário e calçados, pois fica próximo aos dois grandes polos confeccionistas brasileiros, Brás e Bom Retiro, além de perto de shoppings atacadistas e varejistas, mas que também se estende a toda a região central da capital. Como essa área responde por 18% do fluxo de cargas da TNT em São Paulo, a nova localização possibilitará a redução de 30% dos quilômetros rodados/dia por veículo, diminuindo a poluição gerada e aumentando a eficiência na entrega de mercadorias. Outra grande novidade é o projeto piloto implantado na unidade Canindé: as entregas feitas de bicicleta, aproveitando as ciclovias locais e reduzindo o impacto ambiental. “A TNT estudou o entorno da instalação e percebeu que as ciclovias poderiam ser aproveitadas. Inicialmente, serão duas bicicletas adaptadas, com baú de 1 metro cúbico cada. As bicicletas entraram em operação no fim de março, como uma opção de geração de novos modais para os grandes centros urbanos”, explica Maurício Cortizzo, diretor regional da TNT. O setor sempre esteve no escopo de atendimento da empresa, respondendo por 14% de suas operações. “No entanto, nossa expectativa é a de que ele seja um dos destaques de crescimento da companhia em 2015”, afirma Cortizzo. A unidade da TNT Brasil Canindé fica na Rua das Olarias, 319, São Paulo, SP, tel.: (11) 3313-8555.


Caderno Têxtil – Novidades Têxteis SANTACONSTANCIA EM MILÃO

ESTAMPA DESENVOLVIDA PASCOLATO.

POR

COSTANZA

A Santaconstancia uniu-se novamente ao TBS Studio para a edição 2015 do Salão Brazil S/A, que acontece em paralelo ao Salão Internacional do Móvel de Milão, na Itália, entre os dias 14 de abril e 24 de maio. O evento apresenta a exposição Happy Brazil, que exibe, por meio de estampas, a visão de 15 artistas e designers brasileiros e internacionais sobre o Brasil. As estampas foram criadas com o tecido biodegradável Light (CO2)®, lançamento da Santaconstancia, pelos profissionais Costanza Pascolato, diretora de estilo da Santaconstancia; Patricia Motta, estilista; Renata Manso, estilista da marca Anne Est Folle; Gustavo Greco, designer gráfico; Yassin Lahmar, designer francês; Victor Dzenk, estilista; Fábio Gurjão, designer da F. Kawallys; Filipe Jardim, ilustrador; Rita Lessa, designer; Regina Preto, designer; Helô Rocha, estilista da marca Têca; Kleber Matheus, designer gráfico; Vanessa da Silva, designer; Angie Marie Pessoa Taillandier, artista plástica; e Tereza Santos, designer.

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Fotos: Divulgação

TENDÊNCIA DE DECORAÇÃO A Tecelagem Panamericana apresentou lançamentos de tecidos para cortinaria dentro de sua linha Decoração. Entre as novidades, estão as listras em várias cores e tamanhos, linho, viscose e seda, além dos novos linhos chevron, com construções especiais que proporcionam toque macio e caimento. As tendências seguidas foram: Waffle & Basket, com apelo e estética artesanal; Linen Luxe and Natural, com toque descontraído, requintado, desbotado, tratamentos stonewash e reflexos metálicos; Stripes, com listras em várias larguras, borradas e pinceladas em estilo aquarela, listras na praia de veraneio, traços de lápis estilo hand-drawn, coloridas e fluorescentes; e Transparency, com tecidos de texturas mais leves.

INICIATIVA ECONOMIZA ATÉ 100% DE ÁGUA Há anos a Canatiba investe em projetos sustentáveis em seu parque fabril, em Santa Bárbara d’Oeste (SP). Seguindo a tendência, a indústria criou um produto premium com alta solidez e intensidade de cor, fixação superior à dos outros denins, baixo residual de goma e aplicação de resinas, para utilização no processo de lavagem a seco. A linha Preservation possui sete produtos na cartela: Versa Denim, 100% algodão, 11 oz; Hercules Over Died, 98% algodão, 2% poliamida, 10 oz; Sisko Denim, 100% algodão, 11,5 oz; Sisko Over Black, 60% algodão, 40% poliéster, 12 oz; Madona Skinny, 98% algodão, 2% poliamida, 9,5 oz; Atlanta Double Face, 98% algodão, 2% poliamida, 11 oz; e Varsóvia Denim, 100% algodão, 10 oz. Graças a um novo conceito em lavagem de denim, o Air Washed Jeans, de 80% a 100% do consumo de água é reduzido no processo, economizando 100 litros de água por peça lavada, se comparado ao processo tradicional.



Caderno Têxtil – Novidades Têxteis Foto: Divulgação

EXPERIÊNCIA INTERATIVA Um circuito interativo para os consumidores. Foi essa a ação realizada entre março e abril pela marca

GLORIA COELHO USA TECIDO REFLETIVO DA 3M Foto: Zé Takahashi/Agência Fotosite

LYCRA® em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), estreando a segunda etapa do Connect, projeto que teve início ano passado e que reúne todos os elos da cadeia têxtil. A LYCRA® levou uma série de ativações divertidas que demonstraram os benefícios do fio, permitindo uma imersão no mundo da marca. Além de interagir com o espaço, percorrendo um pequeno percurso e tendo seus movimentos gravados e exibidos em um totem para ser postado nas redes sociais, o consumidor que apresentou peças com etiquetas LYCRA® pôde customizá-las com a ajuda das promotoras. TAVEX VOLTA A SER SANTISTA

Na edição de verão 2016 da SPFW, a estilista Gloria Coelho, fã confessa de novidades em tecnologia, não deixou o elemento de fora de sua coleção e apostou nos tecidos refletivos da 3M em seus looks. “A nossa presença no desfile da Gloria Coelho durante a SPFW por meio dos tecidos refletivos demonstra, na prática, nosso direcionamento em desenvolver ciência para aplicar à vida, em todas as suas possibilidades”, afirmou Luiz Eduardo Serafim, head de marketing corporativo da 3M do Brasil.

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A Tavex Jeanswear no Brasil anunciou no dia 14 de abril o início do processo de mudança para a marca Santista Jeanswear, durante palestra de tendências da WGSN, em São Paulo (SP). Um novo conceito de marca será apresentado gradativamente nas próximas semanas e será oficializado no dia 13 de maio. “Um novo momento chega e os desafios de hoje nos fazem pensar em como ser melhores, evoluir sempre. Hoje, nossa matéria-prima se transforma. Uma nova Santista está chegando”, revela Gilberto Stocche, diretor-geral da Santista Jeanswear. LOJA FARBE AGORA EM NOVO ENDEREÇO Em maio, a Loja Farbe, localizada no Bom Retiro, em São Paulo (SP), ganhou novo endereço. Passou da Rua Guarani para a Rua da Graça, no mesmo bairro. O objetivo é o melhor atendimento dos clientes, com a ampliação do espaço e a melhor exposição dos produtos. Confira: Rua da Graça, 587, Bom Retiro, São Paulo, SP, telefones (11) 3313-3114, (11) 3313-3122 e (11) 3313-3167. E-mail: loja.bomretiro@farbe.com.br.



Produção

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POR ANTONIO CARLOS BARBOSA BACELAR

Colaboração: Balbino Queiroz das Virgens, Nália Cristina Bispo Portela Ribeiro, Rosemar Alves Matos, Sidinei Benedito Barros e Suzi Maria Mariño

TECNOLOGIA ASSISTIVA NA CONFECÇÃO PARA O CADEIRANTE (PCD) Foto: Arquivo pessoal

Este artigo visa analisar e promover o desenvolvimento de inovação em tecnologia assistiva e sua aplicação, com a finalidade de automatizar processos tecnológicos voltados à proficiência de pessoas com deficiência de locomoção, incapacidades ou mobilidade reduzida nos membros inferiores, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social, bem como despertar o empreendedorismo para esse público no ramo da cadeia produtiva de moda e confecção, uma economia significativa no estado da Bahia. A tecnologia assistiva busca alavancar ações inovadoras e reaplicáveis que promovam o envolvimento de pessoas com algum tipo de deficiência física (PCD – pessoas com deficiência) e a transformação social com vistas à comunicação participativa da cadeia produtiva, no sentido de inserir esse público tão promissor e determinado, que está em cadeira de rodas devido a limitações nos membros inferiores, no mercado de trabalho. Esses indivíduos atualmente se veem cerceados pela dificuldade de locomoção e de autonomia em relação a alguns postos de trabalho, como, por exemplo, em escritórios, centrais de atendimento, portarias, setores de informática e cobrança, entre outros. A proposta em pauta abre a possibilidade de ter essas pessoas inseridas nos processos produtivos de confecção e moda, ofício esse que, para sua execução, requer os profissionais sentados para o desdobrar das atividades, seja no processo de criação e desenvolvimento, seja nas etapas de costura e acabamento. Assim, tendo em vista a necessidade de inserção do público-alvo aqui em questão e, em razão das múltiplas possibilidades de encaminhamento desses profissionais

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O DESIGNER GEFFERSON VILA NOVA, PROFESSOR DO SENAI DENDEZEIROS (BA).

aos diferentes setores e segmentos da sociedade, é que se faz necessária a ampliação dos setores de vestuário, têxtil, design, moda e calçadista para a absorção de pessoas com algum tipo de deficiência física, estimulando escolas, centros de treinamento técnico e tecnológico, faculdades, universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento de produtos a buscarem ou desenvolverem inovações em tecnologia assistiva, em especial na cadeia de criação e produção de confecção e vestuário. É válido lembrar que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000), cerca de 24,5 milhões de pessoas, aproximadamente 14,5% da população brasileira, têm algum tipo de deficiência – física, auditiva, visual, intelectual ou múltipla – ou alguma limitação. A pesquisa indica que os dados de deficiência variam de acordo com a região do país, lembrando que Norte e Nordeste têm as maiores proporções (16,1% e



Produção Foto: Arquivo pessoal

17,7%, respectivamente) de pessoas que afirmam ter pelo menos uma das deficiências investigadas pelos técnicos. Sabemos que a indústria têxtil e de vestuário é tradicionalmente uma das pioneiras na industrialização de uma região ou país. Por longo tempo, manteve significativa importância na história econômica do Brasil e em especial na Bahia. As empresas de vestuário, assim como as de setores afins (cama, mesa e banho, indústria calçadista e de artefatos), têm encontrado dificuldades, entre as quais podemos citar: captação de maquinários específicos para PCD; maquinários especializados a alto custo; condições estruturais dos ambientes fabris; reconfiguração de layout; operacionalidade produtiva sob os regulamentos vigentes do PCD; altas taxas tributárias (impostos federais, estaduais e municipais). Além dessas dificuldades, ressaltamos a necessidade de fazer altos investimentos no que tange às adequações para a inclusão e incursão do portador de necessidades em seu quadro de funcionários. Levando em consideração o acima descrito, entendemos que é preciso criar uma tecnologia que facilite a mobilidade dos PCDs cadeirantes, bem como estruturar e inovar uma célula de produção de vestuário para o citado público. Essa proposta dará total visibilidade de ganho financeiro e superação aos cadeirantes para serem empreendedores e criarem facção e ateliê para atender as demandas do município e da região. Dessa forma, podem criar marcas fortes no mundo do design, estilismo e moda, e principalmente produzir peças e roupas voltadas aos portadores de necessidades especiais, pois estes futuros fabricantes entenderão muito mais suas necessidades e as de outras pessoas que fazem parte do mesmo quadro, no sentido de vestir. Na difusão dessa nova demanda, os fabricantes e fornecedores de máquinas, acessórios e mecanismos de automação se expandirão para novos mercados e, na sequência, aumentarão suas receitas financeiras e seu posicionamento na esfera global, tornando-se, assim, um divisor de águas entre barreiras e possibilidades. Conforme pesquisa e estudo sobre as atuais

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ROSINALVA

DA PAIXÃO SANTOS, PROFESSORA DO NO LABORATÓRIO DE VESTUÁRIO DA UNIDADE.

SENAI DENDEZEIROS (BA).

condições de trabalho e a realidade da acessibilidade para o público PCD, são notórios a defasagem e o despreparo das instituições públicas e privadas (empresas do primeiro, segundo e terceiro setor) quando se trata de automatizar e autonomizar pessoas com mobilidade reduzida. Entendemos, portanto, que na atualidade inúmeros modelos de auxílio e mecanismos foram criados com o objetivo de facilitar a inclusão desse público promissor no mercado de trabalho, como também facilitar a vida diante da dificuldade de locomoção. Tendo em vista a grande demanda existente em nosso país, tanto no campo da educação como na inserção no mercado de trabalho e no socioespacial (contra a desigualdade e segregação), cabe a cada um de nós a reflexão de que mesmo a passos curtos podese gerar uma resultante favorável e referência para toda uma classe.


Foto: Arquivo pessoal

A DESIGNER E PROFESSORA ANALIVIA LESSA NO CENTRO DE DESIGN E DESENVOLVIMENTO DE MODELAGEM EM CAD DO SENAI CIMATEC (BA).

As análises, avaliações, observações e feedback foram contribuições dos PCDs cadeirantes que fazem parte do magnífico e expressivo projeto que se chama Programa Incluir Fieb, pertencente à Federação das Indústrias do Estado da Bahia, que tem por objetivo qualificar, socializar e contratar para atender as demandas internas e/ou qualificar essa mão de obra específica para ser inserida no mercado de trabalho baiano e global. Essa experiência tem nos levado ao aprofundamento da compreensão e do entendimento do que é de fato prioridade. Em suma, é um projeto inteiramente voltado e vocacionado para mudar e empoderar vidas outrora reduzidas em sua mobilidade. ANTONIO CARLOS BARBOSA BACELAR, IDEALIZADOR DO PROJETO, É ESPECIALISTA NO SETOR TÊXTIL PELO SENAI/CETIQT-RJ, ATUA HÁ 17 ANOS EM PROCESSOS TÊXTEIS E É PROFESSOR NO SENAI-BA. ANTONIOB@FIEB.ORG.BR, ANTONIOBTEX@HOTMAIL.COM BALBINO QUEIROZ DAS VIRGENS É GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR, PSICANÁLISE CLÍNICA E LICENCIADO EM LETRAS (PORTUGUÊS/INGLÊS), PÓS-GRADUADO EM DOCÊNCIA E DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR E PSICOLOGIA CLÍNICA, E PROFESSOR NO SENAI-BA. BALBINO@FIEB.ORG.BR NÁLIA CRISTINA BISPO PORTELA RIBEIRO É PÓS-GRADUADA EM CONTEMPORANEIDADE, ARTE E MODA PELA UNIFACS E PROFESSORA E CONSULTORA NA BAHIA. DESIGNALIA@HOTMAIL.COM ROSEMAR ALVES MATOS É PÓS-GRADUADA EM PSICOPEDAGOGIA, PEDAGOGA E COORDENADORA DO PROCESSO DO VESTUÁRIO NO SENAI-BA. ROSEMARM@FIEB.ORG.BR SIDINEI BENEDITO BARROS É PÓS-GRADUADO EM GERENCIAMENTO AMBIENTAL E COORDENADOR NO SENAI-BA. SIDINEIBARROS@FIEB.ORG.BR SUZI MARIA MARIÑO É PÓS-DOUTORADA EM DESIGN, MESTRE EM ARQUITETURA E URBANISMO PELA FAU/USP E PROFESSORA DOUTORA TITULAR DA UNEB/UFBA NO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EBA-UFBA.


Eventos

|

POR RENATA MARTORELLI

16º MINAS TREND EVENTO GIRA A ECONOMIA E SE CONSOLIDA COMO VITRINE DE TENDÊNCIAS Foto: Zé Takahashi/Agência Fotosite

A 16ª edição do Minas Trend movi-

Azevedo, superintendente de gestão e

mentou o Expominas, em Belo Hori-

comunicação da Fiemg.

zonte (MG), entre os dias 7 e 10 de

Hoje 53,4% dos expositores são de

abril, apresentando a temporada de

Minas Gerais, 25,1% de São Paulo,

verão 2016. Com o tema Viva Cicli-

7,2% do Rio Grande do Sul, 6,4% do

camente, o evento contou com 251

Rio de Janeiro, e o restante vindo de

expositores, sendo 46 marcas estrean-

outros estados brasileiros. Já entre os

tes, e recebeu 15 mil visitantes, sendo

compradores, 13,5% vêm do interior

5 mil compradores e 750 considerados

de São Paulo, 7,5% do Rio Grande do

com alto poder de decisão e compra.

Sul, 6,6% do interior de Minas Gerais,

Promovido pela Federação das Indús-

6,4% do Paraná, 6,2% de Goiás, 4,7%

trias do Estado de Minas Gerais

da capital de São Paulo, e o restante

(Fiemg), o Minas Trend teve um cres-

de outros estados. “A seleção das

cimento de 5% em número de expositores, se comparado com a última

marcas é natural. Hoje é limitado o FABIANA MILAZZO

temporada de primavera-verão.

número de vagas. Quem está não quer sair e, quando alguém consegue entrar mas não está

Esta edição reforçou o compromisso da Fiemg de

preparado, não volta no ano seguinte, porque não estava

estimular e apoiar o aumento das exportações da moda

à altura das marcas presentes aqui. É um provocador, as

brasileira. Com a parceria do projeto Texbrasil, repre-

grifes sabem que precisam se preparar para concorrer e

sentantes de grandes redes dos Emirados Árabes, Fran-

enfrentar o mercado. É muito bom saber que conse-

ça, Irlanda, Reino Unido, Austrália, Portugal e Canadá

guimos lançar marcas que hoje são referências para o

participaram do evento e tiveram impressões positivas

Brasil e o mundo. Isso justifica ter uma federação de

sobre os produtos nacionais. Outro destaque foi a

indústrias por trás.”

realização da rodada de negócios pelo Centro Inter-

Em sua quinta edição, o concurso mineiro Ready to

nacional de Negócios (CIN), que reuniu 27 compradores

Go – Investindo no Futuro da Moda, que lança novos

internacionais e registrou 177 agendamentos de compra.

talentos, teve como vencedora a marca Tropicale, que

“O Minas Trend movimenta toda a economia da

apresentou uma coleção de 23 lenços de musseline de

cidade. Para o setor de moda, é uma plataforma de

seda e cetim de seda, em quatro tamanhos diferentes,

negócios, independentemente do porte da marca, e é

com estampas coloridas, que se transformam em roupas

responsável por cerca de 60% da receita anual de

urbanas por meio de argolas e faixas, no estande co-

algumas grifes. Isso mostra o quanto ele passou a ser

letivo do Sindivest-MG. Em outubro, a Tropicale ocupará

importante para a estrutura delas. Além dos negócios

um estande próprio no Minas Trend.

feitos aqui, o evento deixa um legado para o ano todo.

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Revelamos talentos e damos oportunidades para as

GRANDES NEGÓCIOS

grifes darem um salto de qualidade na busca de um

A grife mineira GIG Couture, especializada em tricô,

posicionamento mais profissional”, revela Henrique

trouxe para o verão 2016 muitas novidades tecnológicas.


De pontos a relevos, inspirou a coleção na clássica

paradigma de que couro é pesado, com modelagens e

arquitetura art nouveau. Renata Oliveira, gerente

estruturas que podem ser usadas em todas as estações.

comercial da marca, afirma que conciliar o salão de

Participando pela primeira vez do evento, as irmãs e

negócios com o volume de expositores e compradores,

sócias Aline Nader e Mariana Nader Bosi escolheram o

além da estrutura que tem para o lojista, são pontos

Minas Trend para lançar a grife. “Aqui conquistamos

positivos do Minas Trend. A Verde Limão, de Divinópolis

clientes, divulgamos a marca e estamos no meio, mas

(MG), que já participou da Mode City em 2009, marcou

acreditamos que deveriam investir mais em compradores

presença pela sexta vez no Minas Trend. “O evento é

para gerar mais vendas. Hoje o evento é o segundo do

muito interessante, é de renome e conhecido em todo o

Brasil em questão de desfiles, mas em vendas poderia

país. Além dos pedidos que recebemos, aumentamos a

melhorar a oferta de compradores. Apesar disso, foi

carteira de clientes. Apesar disso, acredito que poderiam

muito positivo para a divulgação da nossa marca e as

focar um pouco mais em moda praia”, revela Marisa

vendas serão consequência.”

Castro, comercial da grife, que se inspirou na Índia, com

Participando pela primeira vez, a Helô Bicalho existe

bordados, pedrarias, drapeados e babados, e apostou

há mais de 30 anos e aposta em estampas exclusivas

nos biquínis hot pants e em trabalhos manuais feitos

em alfaiataria fina. “O evento evoluiu de forma sur-

pelos detentos de Divinópolis.

preendente. Digo com certeza que hoje é o maior do

A Spol, mineira de Araguari, surgiu para espantar o

país, não só pela organização, mas em questão de


Eventos Fotos: Zé Takahashi/Agência Fotosite

negócios. Temos o costume de pensar

texturas, além de fluidez e trans-

que tudo acontece em São Paulo, mas

parências, passeando pelas décadas

aqui também está acontecendo tudo, a

de 1970 e 1980. Já a Madrepérola se

divulgação está muito boa e temos

inspirou no processo de criação de um

visitantes inclusive do exterior. Apesar

artista, com a tela em branco e sua

da crise, estamos realizando negócios.

construção, a trama e o urdume, que

Quem vem vem para comprar”, avalia

se transformam em um mix de texturas

Maria Inês Vianna Rocha, estilista da

valorizado por transparências e sobre-

Helô Bicalho, que já participou do

posições, em shapes alongados, com

evento com outras marcas.

toque de geometria.

Para Lavyne Guimarães, marketing

A estilista Patrícia Motta sur-

da Madrepérola, o Minas Trend é o

preendeu com sua coleção Alegria,

evento mais forte do segmento no

com tons claros e estamparia delicada,

momento. “Participamos desde a

plissados, drapeados e flores. Ale-

primeira edição e agora estreamos nos

PATRÍCIA MOTTA

xandre Herchcovitch apostou no mix

desfiles. Para nós aqui é muito bom,

de

por questões de negócios.”

streetwear. Rogério Lima investiu em

alfaiataria

leve

com

pegada

Entre as apostas das marcas

tons neutros, como branco, bege e

expositoras para a temporada, estão

marrom, em modelagens estruturadas

as franjas no estilo boho chique; as

e recortes com diferentes materiais.

cores fortes, como vermelho, amarelo,

Lucas Magalhães invadiu os anos 1950

laranja, verde-limão e violáceos; o

e início dos 1960 e se inspirou no

comprimento

principalmente

movimento sociocultural beatnik, com

encurtado na parte frontal e comprido

vestidos míni com leve aspecto evasé

atrás; a mistura de texturas, como o

na saia e mangas, que levaram para a

mix de tramas, de tecidos e bordados;

coleção o mood hippie.

mídi,

e o esportivo, com a aposta no

Os costumes e a religião do Tibete

streetwear elegante, o jeans moletom e

foram o ponto de partida de Fabiana

novas tecnologias.

Milazzo, que usou o couro pela primeira vez, aplicado em vestidos de

PASSARELA DE ENCHER OS OLHOS

VIVAZ

festa, combinado com rendas, bordados e texturas por meio de técnicas

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No line-up do Minas Trend, estiveram as marcas

de trançados e tapeçaria tibetanas. Na passarela, a

Vivaz, Faven, Madrepérola, Patrícia Motta, Alexandre

Plural encontrou inspiração no trabalho do fotógrafo

Herchcovitch, Rogério Lima, Lucas Magalhães, Fabiana

mineiro Marcilio Grazzinelli, com a combinação de cores

Milazzo, Plural e Mabel Magalhães. A Vivaz abriu os

terrosas, como areia, tijolo, mostarda e marsala,

desfiles com a coleção Pérola Negra Brasileira, inspirada

presentes nas estampas. Já Mabel Magalhães teve o

no universo das jabuticabeiras, com shapes limpos e

universo das musas do cinema das décadas de 1950 e

simples e silhuetas evasê e coluna, com cintura

1960 como ponto de partida para a coleção, com

marcada. A Faven apostou nos tons alaranjados e

shapes que desenham o corpo e acrescentam volume

violáceos em assimetrias e num mix de tramas e

de forma teatral nas saias, pregas e laços.



Eventos

|

POR HENRIETE MIRRIONE

Fotos: Zé Takahashi/Agência Fotosite

TOPS CAROL RIBEIRO, LUCIANA CURTIS, PASSARELAS EM DESFILE DA COLCCI.

AS

GISELE BÜNDCHEN, ANA CLAUDIA MICHELS, FERNANDA TAVARES

E

CAROL BITTENCOURT:

DESEPEDIDA DE

GISELE

DAS

SPFW 20 ANOS - VERÃO 2016 RESPONSÁVEL PELA ORGANIZAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DO SETOR, CALENDÁRIO CELEBRA O "FAZER" A 39ª edição da São Paulo Fashion Week aconteceu entre os dias 13 e 17 de abril no Parque Candido Portinari, em São Paulo (SP), trazendo lançamentos para o verão 2016 de 39 marcas. O evento prestou uma homenagem ao fazer que constrói, inspira e transforma pelo trabalho de diversas pessoas, celebrando duas décadas. “Eu acredito que o calendário tem um legado de contaminação positiva, de educação”, disse Paulo Borges, idealizador e organizador do evento. Quanto à importância das apresentações em formato de desfile para as próximas edições, Paulo explicou: “Tudo vai ficar da maneira que é. O desfile é conteúdo, e essa é a maior ferramenta de relacionamento com o consumidor, que não quer a pro-

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paganda. O desfile, para a moda, é o maior conteúdo que há, insubstituível, porque é a interpretação dramática em 5D daquilo que o estilista desenhou, e é real”, disse Borges. E, para os profissionais da moda, qual é a principal lição da SPFW nestes 20 anos? “Ela deu uma organização geral no setor, tecelagens começaram a lançar antes das confecções, antecipando-se; o consumidor começou a entender esses lançamentos, acostumou-se com a ideia da organização, criou uma expectativa; houve também um ajuste do varejo, enfim, de toda a cadeia produtiva”, afirma Gloria Kalil. A SPFW gerou ainda um profissionalismo para todos os setores. “Profissionais de todos os segmentos, do


ADRIANA DEGREAS

ALEXANDRE HERCHCOVITCH

APARTAMENTO 03

ISABELA CAPETO

JULIANA JABOUR

LENNY NIEMEYER

PAULA RAIA

RONALDO FRAGA

TÊCA

TRIYA

início da cadeia têxtil até o varejo, se formaram nesse período, incluindo fotógrafos, jornalistas, stylists. Acho também que o calendário está educando o consumidor. Entretanto, ainda somos muito jovens, precisamos aprender mais, sempre”, afirma o stylist Paulo Martinez. Na passarela, as coleções de Alexandre Herchcovitch e de Ronaldo Fraga merecem destaque especial. O primeiro provou que a cada temporada se supera ao criar outras proporções e tirar da matériaprima um novo visual, uma nova textura. Foi o que fez com o costume leve e austero de alfaiataria, de linho com algodão, inspirado no Japão, ou nas hot pants ou, ainda, no relevo dos vestidos de seda que remetem à espuma do mar. Com 35 “sereias”, sentadas de peito nu, com caudas de tecido sobre pneus ao fundo da passarela, o mineiro Ronaldo Fraga mostrou uma coleção inspirada nesse ser mitológico, com roupas repletas de sobreposições, transparências, bordados e texturas, e uma forte

pesquisa de materiais, como aplicação de escamas de peixe no lugar de paetês. Paula Raia, que abraçou o slow fashion e só apresenta suas propostas durante as temporadas de verão, sempre em sua casa, também está em evidência. A designer está cada vez mais focada na busca pela experimentação de técnicas e texturas e no uso do tecido em estado natural, sem tingimento nem tratamento. A carioca Isabela Capeto, depois de um hiato de cinco anos longe dos desfiles, vendeu parte da marca e voltou a comprá-la, retornando à SPFW com uma coleção romântica, que celebra o sol e o mar, com vestidos delicados e femininos, bordados de fitas, búzios, miçangas, enfim, lindamente fiel ao DNA da marca. O mineiro Luiz Claudio, em sua segunda apresentação no evento, com a Apartamento 03, vai se firmando como um dos principais nomes do calendário.

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Eventos

ÁGUA

DE

COCO

As roupas carregam uma sofisticação apurada. Muitas de seda e de outros tecidos nobres, trazem o desdobramento de uma amarração, quase uma alusão a um abraço, e traduzem o desejo do designer de falar da espiritualidade. Fugindo do preto e branco que invadiu as coleções, a mineira GIG mostrou uma das cartelas de cores mais bonitas da temporada, misturando candy colors a tons mais intensos, com uma malharia cheia de texturas, canelados, desenhos de ondas e silhuetas que remetiam aos anos 1960, com saias em pontas levemente assimétricas e ombros em destaque. Com inspiração nos anos 1920, em vestidos primorosamente bordados em art déco, acompanhados de macacões sofisticados e minimalistas para as mãos do designer, Samuel Cirnansck voltou à passarela da SPFW festejando os 15 anos de sua marca. Já a alagoana Helô Rocha olhou para a Bahia e evocou os orixás, criando uma coleção com muito brilho, texturas e bordados, que mergulha no universo festa, celebrando os 10 anos da marca Têca. A edição de verão trouxe ainda para o calendário as marcas de moda praia. De Fortaleza, a Água de Coco, por Liana Thomaz, com uma coleção inspirada no trabalho artesanal de seu estado natal, que resultou em lindas peças nas quais o tecido de beachwear é mesclado a delicadas rendas de bilro, macramê, richelieu, labirinto, e por aí vai. Nas estampas, palha de coco, cactos, coqueiros, muito além do lugar-comum. A

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GIG

paulista Trya – de Isabel Fioravanti, Carla Franco e Isabela Frugiuele – estreou na SPFW vibrante e colorida e falando do amor entre uma sereia e um surfista, com peças que lembram tatuagens sobre a pele ou com estampas remetendo a algas, para uma mulher solar e que valoriza as formas do corpo. A também paulista Adriana Degreas mergulhou num mar noir, de sereias sofisticadas, em que quilhas de surfistas e barbatanas de tubarões arrematam os detalhes de bodies, hot pants e maiôs em preto e branco. Aliás, muito interessante a nova e sensual proposta para as cavas das pernas das peças, para dias muito além das praias. As cariocas Lenny Niemeyer e Salinas chegaram à SPFW após muitos anos desfilando no Rio de Janeiro. Lenny, especialista em um beachwear sofisticado sem afetação, veio inspirada por antigos Carnavais. Um passeio de marinhos, malandros, pierrôs, carmens, com peças trazendo o material da moda praia, mesclado ao crepe, à trama, a babados plissados, a interferências de organza e recortes a laser dando acabamento às peças, como naipes do baralho. E, como não podia deixar de ser, Gisele Bündchen causou um grande alvoroço no evento, ao se despedir oficialmente das passarelas (será?) no desfile da Colcci, ao lado das amigas Fernanda Tavares, Ana Claudia Michels, Caroline Ribeiro, Carol Bittencourt e Luciana Curtis. Com duas décadas de carreira, a übermodel pretende se dedicar aos filhos e a outro projeto.


POR SILVIA BORIELLO

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Eventos Fotos: Divulgação

INSIDE 3D PRINT MAIOR EVENTO MUNDIAL DE IMPRESSÃO 3D FEZ SUA ESTREIA EM SP Ainda tímida no Brasil, a impressão 3D tem revolucionado diversos segmentos da indústria mundo afora. Mas, entre os dias 9 e 10 de março, São Paulo recebeu a primeira edição do Inside 3D Printing, maior evento mundial no quesito impressão 3D, tendo também a moda entre os nichos de inovação apresentados. Entre os 25 expositores nacionais e internacionais, destaque para a Stratasys, empresa americana líder em maquinário de impressão 3D e que possui escritório no Brasil. A empresa deu uma pequena amostra com a impressora 3D Objet 500 do que suas máquinas podem produzir para nosso segmento, como calçados, chuteiras, joias, capacetes, manequins e infinitas possibilidades a serem desenvolvidas, como a roupa em si. Afinal, se Dita von Teese já usou em 2013 um vestido impresso de náilon em pó com milhares de cristais Swarovski aplicados, num futuro bem próximo poderemos comprar roupas impressas em três dimensões pela internet ou em lojas físicas, bem como imprimilas em casa. Durante o evento, ainda aconteceu uma extensa programação de palestras com profissionais gabaritados do setor falando de mercados, aplicações e novas tecnologias. Para saber mais, acesse www.inside3dprintingbrasil.com.br.

ALGUNS DOS PRODUTOS IMPRESSOS EM 3D PELA STRATASYS DURANTE O EVENTO INSIDE 3D PRINTING.


Meio Ambiente Fotos: Divulgação

LEVI’S® INCENTIVA A ECONOMIA DE ÁGUA A Levi’s® está ampliando seu programa Levi’s® Water Less, lançado em 2012, que reduz em até 96% o uso de água no processo de acabamento, por meio de mudanças simples, como redução do número de ciclos na máquina de lavar, incorporação do processamento com ozônio na lavagem das peças e remoção da água de estonagem. O jeans Levi’s® Water Less pode ser encontrado em todas as lojas da marca e, além de usar menos água, educa os consumidores a fazer o mesmo. “Até o momento, produzimos 75 milhões de peças Levi’s® Water Less, economizamos mais de 880 milhões de litros de água, e reciclamos outros 16 milhões de litros. Estamos usando menos água e queremos que nosso consumidor faça o mesmo. Estamos incentivando nossos clientes a lavar menos, lavar a frio, secar no varal, doar e reciclar”, conta Marina Kadooka, coordenadora de marketing da Levi’s® Brasil.

MODA SUSTENTÁVEL A grife catarinense Damyller utiliza desde 2010 a máquina de ozônio, usada no processo de fabricação do jeans. Com tecnologia espanhola, ela acentua o processo de limpeza das peças, sem utilizar produtos químicos e reduzindo o uso de água. Além de criar um efeito único nas peças, esterilizando o jeans e deixando-o com aspecto ainda mais vintage, o equipamento permite a economia de 1 tonelada de produtos químicos por mês, antes usados para a lavagem do denim, além de produtos indiretos que seriam usados no tratamento dos efluentes. Esse processo reduz o uso de 3,3 milhões de litros de água todos os meses.

Foto: Agência Fotosite

RONALDO FRAGA LEVA TECIDOS BIODEGRADÁVEIS PARA A PASSARELA Pelo segundo ano consecutivo, a Santaconstancia foi parceira do estilista mineiro Ronaldo Fraga, na São Paulo Fashion Week, que aconteceu entre os dias 13 e 17 de abril, no Parque Candido Portinari, em São Paulo (SP). Ronaldo levou para a passarela os tecidos biodegradáveis Basic-(CO2)® e Fluity-(CO2)®, que fazem parte da família de tecidos CO2 Control®, recém-lançada pela Santaconstancia, com processos produtivos muito mais amigáveis ao meio ambiente. Os tecidos escolhidos pelo estilista têm em suas propriedades o fio Amni Soul Eco®, a primeira poliamida biodegradável do mundo, desenvolvida pela Rhodia® em parceria com a Santaconstancia. A tecnologia do fio permite que 50% da peça se decomponha nos primeiros 12 meses e em três anos esteja totalmente desagregada quando descartada em aterros sanitários.

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Meio Ambiente Foto: Clariant

CLARIANT RECEBE PRÊMIO ALEMÃO DE INOVAÇÃO A Clariant foi finalista no prestigiado prêmio de inovação Innovationspreis der Deutschen Wirtschaft 2015, na categoria Large Company. O prêmio foi relacionado com a resina sintética Polyolefin Licocene®, reconhecida como um avanço na sustentabilidade da indústria têxtil, de plástico e revestimentos. A cera Licocene® traz a possibilidade de utilizar menos ingredientes no processo de fabricação, reduzindo as etapas e usando menos recursos. Por exemplo, no setor têxtil, uma parceria entre a Clariant e a especialista alemã em revestimentos laminados Lacom GmbH obteve sucesso ao trocar o uso intensivo de energia da tecnologia de revestimento têxtil à base de água para um processo que consome menos energia no revestimento hot melt, usando quantidades muito baixas de aditivos Licocene. Há também benefícios ambientais para produtos finais, tais como a melhoria da capacidade de reciclagem de têxteis e a redução no peso do produto. Foto: Divulgação/H&M

H&M DIVULGA RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE A H&M divulgou seu Relatório de Ações de Sustentabilidade 2014, que revelou o progresso obtido pela empresa, que está na vanguarda quando o assunto é sustentabilidade. Alguns dos destaques são a utilização de energia renovável; o aumento da quantidade de produtos feitos de algodão reciclado; a divulgação da lista de fornecedores, inclusive de tecidos e fios; a utilização de energia renovável; e salários justos. Este é o 13º relatório publicado pela H&M, descrevendo o progresso de mais de 80 ações conscientes importantes que cobrem todas as fases do ciclo de vida dos produtos da empresa, desde a plantação do algodão. Foto: Archroma

TECNOLOGIA AMIGA DO MEIO AMBIENTE

A Archroma lançou uma inovação em repelente de água para roupas outdoor. A linha Smartrepel Hydro, para tecidos de poliéster, poliamida e base de algodão, tem alta performance e proteção ecofriendly para fibras. Uma nova tecnologia que não se baseia em química de flúor, compostos fluoretados (PFC), ácido perfluoro-octanoico (PFOA), ácido perfluorooctano sulfônico (PFOS) ou solventes, os produtos Smartrepel Hidro apoiam a crescente utilização de materiais ecoavançados em processos de produção por parte dos produtores têxteis e proprietários de marcas que aderiram às iniciativas da indústria, tais como o Joint Roadmap para Zero Discharge of Hazardous Chemicals (ZDHC) e as normas de ecolabel, como a bluesign® e a Oeko-Tex. A tecnologia microencapsulada da Archroma usa um agente repelente e um de ancoragem, que juntos criam uma perfeita simbiose de proteção de água, respirabilidade e durabilidade. A alta repelência em algodão, poliéster e poliamida é testada de acordo com a AATCC 22, da Association of Textile, Apparel & Materials Professionals.

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Atualidades Foto: Guilherme Hostins

EU APOIO A MODA BRASILEIRA A Lectra apoiou dois eventos que aconteceram paralelamente à 39ª edição da São Paulo Fashion Week. A empresa é uma das parceiras do FFB Trends & Business, que aconteceu dia 14 de abril, primeiro evento sobre tendências em comportamento, tecnologias, cores, estampas e modelagens, desenvolvido especialmente para o segmento Active & Sportwear. A Lectra também apoiou a 23ª edição do WGSN & SPFW – Create Tomorrow, que aconteceu nos dias 14 e 15 de abril, no Cinemark do Shopping Iguatemi, voltado para convidados, que apresentou uma série de palestras de especialistas em pesquisa de moda, tendências, design e comportamento. Os apoios fazem parte do projeto “Eu Apoio a Moda Brasileira”, criado pela Lectra para reforçar o posicionamento da empresa como apoiadora de iniciativas relevantes para a indústria da moda.

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SCMC NO EXPOGESTÃO Entre os dias 27 e 29 de maio, acontece o 13º Expogestão, congresso voltado para executivos que buscam conhecimento, experiência, atualização e relacionamento para desenvolver seus negócios. Os participantes poderão conhecer de perto o propósito e os desafios do Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC), movimento que há dez anos capacita para transformar o potencial criativo do estado. Amélia Malheiros, vice-presidente do SCMC e gestora de comunicação institucional da Cia. Hering, apresentará o movimento no dia 28 de maio, às 16h, na sala 1. O SCMC está em seu AMÉLIA MALHEIROS, VICE-PRESIDENTE DO SCMC E GESTORA décimo ano e reúne 19 empresas e DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL DA CIA. HERING. entidades de ensino que acreditam ser possível, por meio da descoberta de uma identidade de moda e design, criar desejo por produtos e marcas produzidos em Santa Catarina. Foto: Divulgação

PURO GLAMOUR A Fruit de La Passion, da empresária Cecília Bourdon, lançou a coleção com edição limitada Eternity Show, ricamente bordada com os cristais tchecos da Cristais Preciosa®, formando motivos de arabescos. Segundo Michal Sekowski, executivo de marketing do Grupo Preciosa para a América Latina e Ásia, a empresária vem realizando um trabalho notável no competitivo mercado brasileiro de lingerie, trabalho que é internacionalmente reconhecido. “O Grupo Preciosa tem investido em design e tecnologia de ponta para o desenvolvimento e produção de cristais que atendam à demanda de criações autorais e de qualidade, como estas que colocam a Fruit de La Passion em posição de destaque no mercado de luxo.”


Foto: Divulgação

CONTEXTUALIZAR NA MODA O convênio firmado entre o Sebrae e o Instituto Nacional de Moda e Design (In-Mod), Contextualizar na Moda II, iniciou sua segunda edição na São Paulo Fashion Week Verão 2016. Cerca de 150 pequenos empresários participaram da primeira missão técnica do convênio durante a SPFW. Os empresários visitaram backstages de desfiles, encontraram consultores e pesquisadores para acompanhar desfiles ao vivo comentados por especialistas em comportamento de consumo e tendências, além de encontrarem diretores e presidentes de grandes grupos de varejo de moda. Microempreendedores individuais, empreendedores com faturamento de até R$ 60 mil por ano e com até um funcionário já são responsáveis por mais de R$ 120 mil empreendimentos no mundo da moda brasileira, o que corresponde a 46% das empresas do setor, segundo levantamento do Sebrae.

TNG TERÁ LINHA DE MARI WEICKERT A TNG acaba de fechar contrato com a modelo e apresentadora MARIANA WEICKERT ASSINA CONTRATO COM A TNG, DE TITO BESSA JR. Mariana Weickert para a criação de uma linha de jeans feminino. “A Mari faz parte de nossa história e é uma pessoa especialmente querida. Nossa conversa começou logo depois do desfile da coleção passada, quando estreamos na SPFW, foi ganhando forma e, agora, já podemos afirmar que as clientes da TNG terão peças jeans femininas criadas pela modelo. Estamos comemorando a parceria”, revela Tito Bessa Jr., presidente da TNG.


Atualidades Fotos: Divulgação

A MODA NA LUTA CONTRA A POBREZA Nos dias 13 e 14 de junho, o Rio de Janeiro receberá a segunda edição do projeto Fashion Inclusive Brazil (PIB), que apresenta coleções inéditas para o verão 2016 de marcas nacionais e africanas. Os desfiles serão a partir das 14h, no Centro Cultural Ação da Cidadania, na região central da cidade. Parte da renda do projeto será doada a entidades filantrópicas que atuam na erradicação da fome e da pobreza no continente africano e no Brasil. Já estão confirmados no line-up as marcas Baldon e Designer for Love, da Nigéria; Peace Malani, da Tanzânia; Pont du Marrocos, do Marrocos; e a carioca FIB Store. Com o tema Conexão Brasil x África, os desfiles têm o patrocínio do Banco CBH (Compagnie Bancarie Helvétique), da Suíça, e curadoria de marcas da estilista Erica Bourguignon. Saiba mais em www.fashioninclusivebrazil.com.br.

PONT

DU

MARROCOS.

SEGUNDO DAY TRIPPER ACONTECE EM JULHO A jornalista e autora do guia Londres Confidencial Ana Claudia Lopes, autoridade no quesito “cantinhos especiais e pouco conhecidos em Londres”, já tem a data da segunda edição do Day Tripper, suas aulastours de moda na capital inglesa, que acontecerão entre os dias 20 e 24 de julho. Cada dia de visita por lojas, museus e outros lugares relacionados a moda e design terá um tema diferente, que nesta edição estão divididos em: Tradition, com visitas a estabelecimentos centenários em St. James e Mayfair, passando por alfaiates em Saville Row e fechando o dia com um típico chá inglês; Unique, visitando lojas únicas e fora do padrão convencional em Covent Garden e arredores, arrematando com a exposição de Sonia Delaunay no Tate Modern; Concept, com uma aula-tour em East London (Hackney, Dalston, Shoreditch, Hoxton e Brick Lane), conversando com profissionais de empreendimentos independentes com conceitos arrojados; Exclusive, com destaque para a visita à exposição de Alexander McQueen no museu Victoria & Albert (V&A) e depois uma visita a Chelsea, bairro de elite que foi o epicentro da revolução da moda nos anos 1970; e Vintage, com uma rara oportunidade de visita guiada pelo centro de conservação das peças do museu V&A, seguida de aula-tour por Notting Hill em lojas vintage e outras que misturam o antigo com o novo. Para saber os preços de pacotes e dias avulsos, bem como para mais informações, os contatos são: (21) 99733-6607, tachegando@tachegando.co, www.facebook.com/tc.tachegando, e pelo Instagram@tc.tachegando.

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Foto: Divulgação

RÉPLICA DE ALCEU PENNA NO ACERVO DO MASP A estilista Isabel Mascaro confeccionou uma réplica de um dos vestidos criados por Alceu Penna e Hércules Barsotti para a exposição Op-Art – Ilusões do Olhar, que estará em cartaz no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo (SP), do dia 16 de abril a 1º de junho, sob curadoria de Denise Mattar. A réplica foi confeccioniada com o tecido Lino®, doado pela Santaconstancia, que tem em sua composição linho, viscose e algodão, dando um aspecto natural e rústico, mas, ao mesmo tempo, com toque macio e sedoso. Após a exposição, o vestido será doado ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) para substituir o original, que está no museu junto com o acervo de 140 vestidos apresentados nos desfiles da Rhodia nos anos 1960. A

MODELISTA

ANA LÚCIA NIEPCERON

E A ESTILISTA ISABEL

MASCARO.


Dicas e Economia

Aparelhos protetores De olho na NR-12, os equipamentos de proteção individual (EPIs) tornam-se essenciais na linha de produção. Com a relação a seguir, é só você fazer o checklist do que falta em sua confecção e completar o kit de proteção de seus funcionários. Fotos: Silvia Boriello

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KC69/MA79/MA80 (CVM 140274): protetor de olho para máquina galoneira Siruba

121-02109 / 121-02000 (CVM 138236): protetor de olho para máquinas overloque e interloque Juki

118-00951 – completo (CVM 140257): protetor de olho usado em máquina overloque e interloque Juki

kit prot olho sup LG (CVM 197027): protetor de olho universal, usado em máquinas tipo 2 agulhas ponto fixo e outras

B3101-280-0A0 (CVM 110974): protetor de olho usado em máquina travete Juki

Prot dedo Juki Siruba (CVM 199572): protetor de dedo usado em máquina reta

KC218 (CVM 152555): protetor de correia usado em máquina overloque e interloque Siruba

KS-21-402 (CVM 150395): protetor de correia usado em máquina galoneira Kansai

LA14F-A1 (CVM 157901): protetor de correia usado em máquina reta Siruba, Juki e outras


BB2034 S/L (CVM 29264): avental de proteção feito de malha de aço

SI-19S (CVM 138784): protetor de dedo usado em máquina reta

SGA515M (CVM 82813): luva de malha de aço reversível, com o número de registro gravado na peça (CA)

150384.0.01 (CVM 196938): protetor de dedo usado em máquina reta

Ajustador de Luva (CVM 23825): ajustador para a luva não ficar sobrando nas pontas dos dedos

OBSERVAÇÃO Observação: Verifique sempre a marca e o modelo de sua máquina antes de adquirir qualquer peça ou aparelho. Todos os aparelhos com os códigos acima podem ser encontrados na Cavemac. Para conhecer os aparelhos que agilizam sua produção, adquira os DVDs Cavemac com dicas sobre diversos deles. Acesse o site www.cavemac.com.br e consulte os títulos disponíveis. Se tiver alguma dúvida sobre que aparelho utilizar, envie uma foto dele por e-mail para vendas@cavemac.com.br ou traga-o pessoalmente ao showroom da Cavemac. Na compra de aparelhos, caso necessite fazer algum teste no showroom da Cavemac, é necessário trazer todo o material necessário para a confecção da amostra (tecido, elástico, fitas etc.).

Agradecimentos: Alessandra Rustarz e Marta Sales.


Curtas Foto: Gabriel Capeletti/Fotosite/COB

AMAPÔ ASSINA UNIFORMES DO PAN DE TORONTO 2015

NEM AS TECELAGENS ESCAPARAM

Com a recessão da indústria brasileira e do setor têxtil e confeccionista, algumas tecelagens nacionais não resistiram e baixaram suas portas. No fim de As estilistas Pitty 2014, a TDB Têxtil foi uma delas, sem alarde. No Taliani e Carolina mês de abril, foi a vez da unidade de texturização em Gold, da Amapô, Jacareí (SP) da Rhodia, que funcionava havia 20 estão festejando a anos na região. A empresa informou a decisão de escolha da marca para desenhar os uniformes dos atletas concentrar toda sua produção na unidade de Santo brasileiros para os Jogos Pan-Americanos e ParapanAndré (SP), após a queda de consumo devido à crise Americanos de Toronto 2015, que acontecerão nos meses econômica e ao aumento substancial de seus custos de julho e agosto no Canadá. Seguindo o tema “Elegância de produção, agravados pela crise de energia Tropical”, com a bandeira nacional mostrada de forma elétrica. Com isso, 129 empregados foram desconstruída e inusitada, as peças foram apresentadas dispensados, mas, de acordo com a empresa, oficialmente durante a SPFW – Verão 2016, tendo como receberão um bônus por tempo de trabalho no local, modelos os atletas Giba e Fabiana (vôlei), Mariana capacitação para recolocação no mercado de Okimoto (maratonas aquáticas), Lara Teixeira (nado trabalho e extensão do plano de saúde por mais seis sincronizado), Leandro Guilheiro (judô) e os paralímpicos meses. Outra que enfrenta grandes dificuldades é a Talisson Glock, Veronica Almeida, Clodoaldo Silva e Daniel Santana Textiles com sua unidade 4, localizada em Dias (natação) e Bruna Alexandre (tênis de mesa), como Rondonópolis (MT). Há mais de dois meses, a parte de uma ação do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e unidade está com as atividades completamente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Segundo Pitty, foi paralisadas por falta de abastecimento de algodão, um imenso orgulho fazer os uniformes, e a ideia era criar sua principal matéria-prima, com seus cerca de 450 uma imagem forte para que, pelas fotos e vídeos, as funcionários dispensados aguardando em casa uma pessoas pudessem reconhecer os atletas brasileiros no resolução. Em 2014, o mesmo aconteceu durante o mesmo instante. “Na verdade, esse foi também um período de seis meses, segundo colaboradores da trabalho de muita emoção”, revelou a estilista. empresa. Agora nos resta torcer para que a situação se resolva da melhor forma possível e que a Foto: Arquivo pessoal SUN SPECIAL MARCA companhia não tenha o mesmo destino: encerrar de PRESENÇA NA REATECH vez suas atividades. Foto: Divulgação A Sun Special, em parceria DE OLHO NO MERCADO com a Willmak Máquinas de Costura e Acessibilidade, marcou presença na feira Reatech 2015 como o único estande de máquinas de costura adaptadas para ROMUALDO DIAS, DIRETOR DA cadeirantes. De acordo com WILLMAK. Romualdo Dias, diretor da Willmak, as máquinas fizeram bastante sucesso com o público visitante, que pôde conhecer de perto o maquinário adaptado e vislumbrar uma nova opção de trabalho. “Foi emocionante ver a fila de cadeirantes que se formou para ver as máquinas”, revelou Romualdo.

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A grife mineira PMG Lingerie acaba de levar sua expertise em peças íntimas para criar as linhas fitness e beachwear. Entre as opções da linha esportiva, estão tops, blusas, camisetas, calças, bermudas e shorts. Na linha beachwear, a grife buscou uma modelagem adequada aos diferentes tipos de corpo, com destaque para o biquíni de neoprene, material impermeável.



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Fotos: Divulgação

PREMIÈRE VISION SÃO PAULO APRESENTA O ESPAÇO MANUFACTURING A edição outono-inverno da Première Vision São Paulo, que acontece entre os dias 13 e 14 de maio no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo (SP), virá com uma novidade e tanto: o espaço Manufacturing, que contará com sete empresas prestadoras de serviços às confecções como expositores, com uma ampla e especializada plataforma de soluções e serviços da indústria de manufatura de moda. As empresas passaram pelo crivo do Comitê de Seleção da Première Vision, garantindo o alto padrão de qualidade do salão. O objetivo do novo espaço é oferecer uma cadeia integrada de serviços aos visitantes da Première, possibilitando que toda a coleção das marcas possa ser resolvida num único lugar – desde a inspiração, passando pela matéria-prima até o produto acabado. FASHION RIO: AGORA VAI? Há duas edições fora do mapa das semanas de moda nacionais, o Fashion Rio pode voltar reformulado em setembro deste ano. Quem afirma é Oskar Metsavaht, da Osklen, coordenador do Fórum Empresarial de Moda da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), grupo responsável por toda a reestruturação do evento, junto a nomes como Lenny Niemeyer, Andrea Marques, Jaqueline Di Biase (Salinas) e Sharon Azulay (Blue Man). De acordo com Oskar, o projeto ainda está em “estágio embrionário”, mas a ideia é chegar a um formato que consiga mostrar a moda integrada a outras manifestações culturais, como música, cinema e artes. Sobre as marcas cariocas que migraram para a SPFW, caberá às mesmas decidir qual a melhor plataforma para suas estratégias comerciais. Ficaremos no aguardo das próximas novidades. Fonte: Site Heloisa Tolipan.

DEPUTADO APRESENTA EMENDA EM FAVOR DA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO O deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) protocolou em 30 de março último uma emenda ao projeto de lei (PL) nº 863/2015 para ajudar o setor têxtil e confeccionista a manter sua competitividade. O PL determina, entre outras questões, a elevação das alíquotas de contribuição previdenciária das empresas sobre a receita bruta de 1% para 2,5% de forma optativa em relação ao recolhimento dos 20% sobre a folha de pagamento. Na avaliação de Macris, a desoneração da folha de pagamento foi uma iniciativa acertada do governo Dilma para impulsionar o desenvolvimento e manter os empregos do setor, e não deve ser revogada. Segundo ele, as indústrias têxtil, de confecção e de calçados têm muito a contribuir para a retomada do crescimento brasileiro, mas precisam que as ações do governo direcionadas a elas sejam pensadas e planejadas de forma a resguardar a geração de emprego, renda e desenvolvimento, e não em prejuízo ao setor. Para ir a plenário, o PL 863 ainda aguarda os pareceres dos relatores das comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça de Cidadania (CCJC). DUDALINA LANÇA LINHA FITNESS Na coleção outono-inverno 2015, que tem a cidade de Dubai, nos Emirados Árabes, como inspiração, a Dudalina apresenta uma novidade: a linha fitness. São cinco opções de peças e 16 variações de cores, entre lisas e estampadas, que misturam floral com animal print. As peças são de poliamida e sem costura, para proporcionar conforto.

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Fotos: Divulgação

Curtas DESAFIO ENTRE EMPRESAS E ESTUDANTES

VICUNHA E C&A FALAM SOBRE AS TENDÊNCIAS DE MODA NO MERCADO JEANSWEAR

No mês de março, a Vicunha e a C&A IAN BERRY, THOMAS DISLICH, SANDEEP AGARWAL, CLAUDIA No dia 25 de março, na USP Leste, reuniram convidados ALBUQUERQUE, CAMILA YAHN E JORGE GRINBERG. estudantes do último ano do curso de têxtil e especiais para falar sobre o mercado e as tendências em jeans moda conheceram os problemas e os no Brasil e no mundo. O encontro aconteceu no showroom da desafios de algumas empresas do setor que tecelagem em São Paulo (SP) e, com o tema “Panorama Denim: toparam trabalhar junto com esses jovens, o Jeans de Hoje e de Amanhã”, a jornalista Camila Yahn aceitando o olhar inexperiente e cheio de intermediou o bate-papo descontraído, que contou com a ideias deles. Essa é uma das ações presença de Cláudia Albuquerque, diretora de Compras e organizadas pela Associação Brasileira da Produtos da C&A; Thomas Dislich, diretor da Vicunha Têxtil Indústria Têxtil e de Confecção para acelerar Europa/Ásia; Jorge Grimberg, consultor de moda e colunista do o processo de busca de novas formas de Style.com e do Estadão; Sandeep Agarwal, pesquisador de olhar o próprio negócio. O convênio entre a mercado e organizador da Denims and Jeans Bangladesh; além USP Leste e a Abit foi idealizado por meio do do artista plástico britânico convidado Ian Berry, conhecido por Texbrasil (Programa de Internacionalização da suas experimentações com retalhos de jeans em retratos e Indústria da Moda Brasileira), desenvolvido paisagens, inclusive um retrato em homenagem a Ayrton Senna pela Abit em parceria com a Agência usando pedaços de jeans doados pela família do ex-piloto. A Brasileira de Promoção de Exportação e discussão principal ficou em torno da paixão mundial pelo jeans, Investimento (Apex-Brasil), e incentiva a que conquistou até o mercado de luxo, mas outros pontos aproximação do ambiente acadêmico com o também foram abordados, como a produção do denim – 70% mercado de trabalho, levando aos estudantes dela concentra-se na Ásia, seguida pela América do Sul – e seu conhecimentos das diversas áreas da consumo, que tem a China em primeiro lugar, seguida de EUA, indústria para, consequentemente, Europa, Índia e Brasil. Outro ponto destacado foi a escolherem que carreira seguir. O encontro na sustentabilidade: a importância de as empresas se preocuparem USP Leste contou com empresas com químicos, materiais e redução de uso de água em seu participantes do Texbrasil, como processo fabril, atitudes adotadas pela Vicunha. Santaconstancia, Santanense, Dellas Lingerie, FORUM INVESTE EM Moovexx, Sapeka e Bia Baby, que LINHA OUTFIT apresentaram suas necessidades, demandas e ideias para que soluções sejam desenvolvidas durante os trabalhos de conclusão de curso (TCCs) da turma que se forma em 2015. De um lado, os alunos se beneficiam do apoio e da atenção dados por especialistas já inseridos no mercado; de outro, as empresas contam com jovens experientes em metodologia científica para desenvolver projetos diferenciados.

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Seguindo a tendência esportiva, a Forum acaba de lançar sua primeira linha outfit, que traz peças urbanas e modernas para atender da academia ao trabalho. Os destaques da coleção são o moletom com shape de alfaiataria e o neoprene com cores e modelagens que traduzem flexibilidade.



Curtas Foto: Luiza Colzani/Divulgação

BDS FABRICARÁ UNIFORMES DO BATALHÃO DE CHOQUE DE SÃO PAULO

PISTOL STAR: A NOVA MARCA DE LILA COLZANI

A BDS Confecções, de Manaus (AM), especialista em roupas militares, profissionais, escolares e equipamentos de proteção individual (EPIs), venceu a licitação para fornecimento dos uniformes do Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo, que serão produzidos com o tecido Durapro, da Santista Work Solution, desenvolvido para situações de trabalho extremo, sendo cinco vezes mais resistente à abrasão quando comparado aos tecidos mistos. O tecido também conta com camuflagem Duracam, tecnologia desenvolvida pela Santista que possui alta durabilidade nas lavagens e toque confortável.

Conhecida como a criadora da grife Colcci, a estilista Lila Colzani alçou outros voos depois que vendeu a marca ao grupo AMC Têxtil, e o mais novo é a criação da marca infantil Pistol Star, nome dado em referência a uma estrela azul hipergigante com a maior massa de que se tem conhecimento, que fica a 25 mil anos-luz de distância da Terra, mas perto do centro da Via Láctea, e produz 10 milhões de vezes mais luz que o Sol. Traduzindo: potência máxima para brilhar! Em parceria com seu marido, o modelo Thiago Volpato, que é pósgraduado em gestão de moda, Lila aposta no mercado infantil para crianças de personalidade, como meninas que vivem com os joelhos ralados, andam de skate, jogam bola e, se forem princesas, são as que montam o cavalo e enfrentam o dragão, e meninos que fazem tudo isso, adoram videogame, mas não dispensam um dia de brincadeiras no parque. Roupas de criança para crianças. Para conhecer mais, acesse o site www.pistolstar.com.br.

CERTIFICAÇÃO É APRESENTADA DURANTE EVENTO NO SIVALE Criado em 2014 pelo Sivale Apucarana, em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o Laboratório de Criação de Moda (Lacrimo) surgiu para melhorar a competitividade das indústrias por meio de capacitações conjuntas, missões empresariais e visitas aos principais eventos de moda do país, além de facilitar a troca de informações entre os estilistas que atuam em Apucarana e região. No início de março, aconteceu o 11º Encontro Lacrimo, no Sivale, em Apucarana (PR), quando foi apresentado, pelo consultor do Sebrae-PR José Henrique Martins, o Selo Fashion Business, certificação exclusiva para o ramo da moda, considerado um referencial de mercado. Para obter o selo, é necessário participar do Programa Modelo de Excelência em Gestão, conhecido como MEG, voltado para empreendedores que buscam o aperfeiçoamento na gestão das empresas, implementado pelo Sebrae-PR para melhorar a competitividade das micros e pequenas empresas a longo prazo, que seguem os padrões internacionais de gestão de qualidade sugeridos pela Fundação Nacional de Qualidade (FNQ). Todos os meses acontecem encontros do Lacrimo. Saiba mais em: www.fiepr.org.br/sindicatos/sivale.

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Foto: Divulgação

ACIJU E CME TÊM NOVAS DIRETORIAS No dia 25 de março, as novas diretorias da Associação Comercial e Industrial de Juruaia (Aciju) e da Câmara da Mulher Empreendedora de Juruaia DEDEL GONÇALVES E TÂNIA MARA (CME) tomaram posse, em REZENDE. solenidade na Câmara Municipal da cidade. Tânia Mara Rezende assumiu o segundo mandato consecutivo na Aciju. “É uma grande responsabilidade, mas estou disposta a fazer o melhor pelos empresários e ajudar Juruaia a se desenvolver cada vez mais”, diz Tânia. Dedel Gonçalves, empresária de moda íntima, assumiu a presidência da Câmara da Mulher Empreendedora para o biênio 2015-2016, no lugar de Rosana Marques.


POR SILVIA BORIELLO

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Em Pauta

ABIT RELANÇA A FRENTE PARLAMENTAR TÊXTIL Um país que é o quarto maior produtor de vestuário do mundo e emprega diretamente 1,6 milhão de pessoas no setor têxtil e confeccionista, possuindo mais de 33 mil empresas nesse segmento, sendo 75% pequenas e médias. Esse é o Brasil, que tem enfrentado ainda importações de vestuário que cresceram 25 vezes ao longo de uma década. Com toda essa expressividade – positiva e negativa –, o setor merece e precisa de uma atenção maior por parte de nossos governantes. Para tanto, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) reuniu no dia 14 de abril, em Brasília, empresários, trabalhadores e profissionais liberais ligados à indústria da moda para o relançamento da Frente Parlamentar José Alencar para o Fortalecimento do Setor. Com uma agenda que ocupou o dia todo, o primeiro compromisso foi às 11h, numa reunião em que parlamentares, especialmente os novos ingressantes, puderam ver uma apresentação do atual cenário do setor, com seus principais gargalos e pleitos. “Nossa agenda de competitividade tem muitos pontos em comum com a indústria de transformação como um todo, mas há questões específicas como o nosso pleito do Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC), que tem um bom acolhimento no MDIC, porém está parado desde o ano passado na Fazenda. A nova frente será orientada em relação aos temas mais urgentes, como a desoneração da folha e a NR12, e também com temas de médio prazo, como a modernização das leis trabalhistas” explica Rafael Cervone, presidente da Abit. A Frente Parlamentar José Alencar foi criada em 2008, formada por senadores e deputados federais em defesa do setor têxtil e de confecção, tanto em plenária quanto em articulações com seus pares e facilitação de audiências entre empresários e autoridades do governo. Nessa terceira formação, que já conta com 239 membros, a coordenação e o papel de líder na Câmara dos Deputados estão a cargo do deputado federal Henrique Fontana (PT-RS). O restante da formação ficou da seguinte forma: 1º Vice-Líder na Câmara dos Deputados: deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) l 2º Vice-Líder na Câmara dos Deputados: deputado Zeca Dirceu (PT-PR) l Líder no Senado Federal: senador Luiz Henrique (PMDB-SC) l Secretária-Geral: deputada Gorete Pereira (PR-CE) l Coordenador Estadual MG: deputado Diego Andrade (PSD-MG) l Coordenador Estadual RJ: deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) l Coordenador Estadual RS: deputado Renato Molling (PP-RS) l Coordenador Estadual SC: deputado Rogério Peninha (PMDB-SC). l


Empreendedorismo Sebrae

Palavra do Presidente Confecções e empresas de fardamento e uniforme têm encontrado, no setor de compras públicas, um ambiente favorável de crescimento. Em 2014, as compras governamentais movimentaram R$ 62,1 bilhões na aquisição de bens e serviços, dos quais R$ 16,7 bilhões (27%) foram contratações junto às micros e pequenas empresas (MPE). Para aumentar essa participação, nosso projeto Compras Corporativas Públicas e Privadas deve atender 7 mil pequenos negócios somente em 2015. Nossa principal ação são os Fomenta – evento realizado pelo Sebrae, aberto ao público –, que aproximam os empreendedores dos compradores públicos. Já foram 133 eventos realizados desde 2011, com mais de 33 mil participantes. O Sebrae tem trabalhado ainda para garantir a aplicação da Lei Geral que estabelece, entre outros itens, a participação exclusiva dos pequenos negócios em licitações até R$ 80 mil. Nessa modalidade, os órgãos do Distrito Federal foram os que mais contrataram: um total de R$ 2,47 bilhões foi adquirido delas só em 2014. O projeto Compras Governamentais no DF, do Sebrae no DF, auxilia na articulação com os órgãos públicos para inserir os pequenos nas compras das regiões administrativas e secretarias. É um ganhaganha: ganha o empreendedor, que tem o governo como um grande comprador, e ganha o governo, que adquire produtos de fornecedores locais com preços acessíveis. É o caminho para a promoção do desenvolvimento local e da qualificação das empresas de pequeno porte. Microempreendedor Individual é a figura jurídica prevista na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei nº 123/2006) que possui faturamento de até R$ 60 mil reais/ano.

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Pingue-Pongue Quem pode vender para o governo e que tipo de produto de moda é mais vendido? Toda empresa formalizada e regular. O produto do setor que tem maior índice de aquisição nessa modalidade são os uniformes profissionais, camisetas de campanhas específicas e fardamentos. Mas outros artigos também podem ser licitados. Quais as dicas para as empresas que desejam vender para órgãos públicos? O primeiro passo é avaliar os riscos do contrato. Em seguida, é preciso se capacitar para dimensionar e controlar esses riscos. O Sebrae conta com capacitações para compras governamentais e um sistema de monitoramento de licitações. No Distrito Federal, os cursos incluem as oficinas: Planejamento – Fator de Redução de Riscos nas Licitações, Como Administrar um Contrato com Governo, Como Analisar um Edital de Licitação e Pregão Eletrônico na Prática. Saiba mais sobre compras governamentais acessando os vídeos: 1 – https://www.youtube.com/watch?v=Dy—Yt5Zfll 2 – https://www.youtube.com/watch?v=hCfZFcBiHs 3 – https://www.youtube.com/watch?v=zpiZuimsB4s 4 – https://www.youtube.com/watch?v=0Gqbdd4xxrk Malharia Allegro – Vendas para o governo motivaram mudanças Foto: Divulgação Com mais de 20 anos de experiência em confecções, o casal Eleanora e João Cordeiro, de Brasília, procurou ajuda para que sua empresa, a Malharia Allegro, entrasse na lista de fornecedores do governo. O casal começou participando de disputas menores, de até 50 mil unidades. Após consultorias no Sebrae do Distrito Federal e participação no Fomenta, RodaCASAL ADAPTOU MALHARIA PARA ATENDER ÓRGÃOS das de Negócios e Feiras, alteGOVERNAMENTAIS. rações foram feitas, principalmente na área de gestão de produção, e o cenário mudou. A empresa agora conta com um departamento exclusivo para acompanhar licitações e oportunidades no setor e já fornece lotes de até 200 mil peças de uniformes e fardamentos para órgãos de todo o Brasil. “O Sebrae foi importante para nosso crescimento, foi ágil em nos ouvir e nos dar retorno, ficamos mais competitivos e já atendemos até o Nordeste e o Norte do país”, explica a empreendedora. Com 30 funcionários, a Allegro está em um terreno maior, mudou o layout da fábrica, organizou sua produção e processo de treinamento, e deixou de atender nichos menores, como escolas privadas, para focar nas compras públicas. WWW Para quem pretende participar de licitações e vender para órgãos públicos, o Portal do Sebrae traz um artigo com dicas. Confira no link: http://goo.gl/GJ3VKq.



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POR ANDRESSA CAMPIDELLI

A importância do planejamento estratégico em uma confecção Partindo do princípio de que a moda é conduzida por influências sociais, por meio dos modos de agir, viver e sentir coletivos, seu desenvolvimento dentro de uma confecção se dá, principalmente, a partir da análise e compreensão desses fatores perante o mercado consumidor. A moda e a confecção comungam desse dinamismo a fim de satisfazerem as necessidades de mercados específicos, com estratégias e ações visando ao desenvolvimento, ao lançamento e à sustentação de produtos nesses mercados. Para a confecção, um bom planejamento é essencial quando queremos posicionar de forma sustentável uma marca e seus produtos no mercado. O planejamento estratégico é o primeiro passo para definir os caminhos para esse posicionamento. Uma etapa importante para o planejamento estratégico é a definição do ramo de atuação, demarcando que produtos e serviços fornecer, para quais mercados e clientes. Alguns questionamentos ajudam nessa fase, como: que tipo de necessidade podemos atender? Para qual perfil de consumidor? De que forma podemos atender essa necessidade? Vale ressaltar que, quando se fala em mercado, falamos em ambientes onde pessoas compram ou podem ser induzidas a comprar um produto ou serviço. Sendo assim, a premissa para uma confecção ser bemsucedida deve ser o bom relacionamento com o mercado e conhecer essas pessoas ou, melhor dizendo, seu público-alvo. Traçar seu público-alvo é segmentar o mercado, dividindo-o em grupos de compradores potenciais com necessidades, desejos, percepções de valores ou comportamentos de compra semelhantes. Outra etapa para a empresa se planejar é olhar seu

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Foto: Acervo pessoal

Caderno Senai

ambiente interno e realizar uma análise, identificando os pontos fortes e fracos nas áreas funcionais: recursos humanos, produção, marketing e finanças. A análise externa também é prioritária para levantar ameaças, oportunidades, incertezas e tendências futuras que existem fora da empresa, porém que garantem sua sobrevivência. É interessante estar atento aos macroambientes, observando aspectos culturais, econômicos, políticos, tecnológicos, naturais e demográficos, afinal o mercado consumidor vive e convive nesses ambientes. Para o planejamento estratégico, no ambiente externo está também uma peça fundamental para a empresa: seus concorrentes. É primordial conhecê-los, afinal eles direcionam seu posicionamento no mercado. Atente: quem são seus principais concorrentes? Como sua empresa se situa em relação a eles? Quais as vantagens de cada um deles? Que tipo de estratégia utilizam em relação a preço, comunicação, localização e distribuição? São os concorrentes que ajudam a compreender a vantagem competitiva de sua confecção, ou seja, a razão pela qual seus clientes escolhem seu produto e não o dos concorrentes, exatamente porque o seu tem algo que eles buscam e é único ou melhor do que a oferta do outro. Em suma, esses estudos de mercado que envolvem planejamento estratégico fazem com que a confecção valorize o mais importante, seu público-alvo, sua marca e, por consequência, seus produtos. ANDRESSA CAMPIDELI, MESTRA EM MODA, CULTURA E ARTE, PELO SENAC/SP, GRADUADA EM DESIGN, PELO IESB, BAURU/SP. ATUA NA ESCOLA SENAI FRANCISCO MATARAZZO COM CONSULTORIA E ASSESSORIA, ENGLOBANDO PESQUISA, PLANEJAMENTO E CRIAÇÃO DE PRODUTOS VOLTADOS À MODA, ALÉM DE ATUAR NO DESENVOLVIMENTO DO CADERNO SENAI MIX DESIGN ANDRESSA.CAMPIDELI@SP.SENAI.BR



Tecnologia

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POR SILVIA BORIELLO

MORGAN TECNICA: TECNOLOGIA ITALIANA NO BRASIL Quando se fala em salas de corte integradas ao sistema CAD/CAM, a Morgan Tecnica figura entre as principais produtoras mundiais. Com sua nova sede recéminaugurada na cidade de Adro, Itália, a empresa desenvolve e fabrica 100% de seus produtos, sendo 98% deles destinados à exportação para mais de 40 países. No Brasil, a marca está presente desde 2011 por meio de representação exclusiva da Mab Fortuna, empresa paranaense com mais de 20 anos no mercado, especializada em tecnologias para a indústria têxtil e de confecção, que também oferece todo o suporte técnico e apoio profissional para que seus equipamentos funcionem com a máxima produtividade e eficiência. Para tanto, a Mab Fortuna está em sintonia com os últimos lançamentos da Morgan Tecnica a fim de trazêlos ao mercado brasileiro, focando no crescimento e desenvolvimento do setor confeccionista nacional. Entre alguns desses lançamentos, a empresa destaca: l

Morgan Fusion: uma solução integrada ultrafuncional. A máquina de corte de tecidos automática Morgan Fusion é um conjunto de equipamentos modulares de alta tecnologia que podem atuar com total integração para uma solução completa para salas de corte de tecido de produtos como lingerie, bonés, bolsas, acessórios, calçados, estofados, decoração residencial, automóveis, barcos e aviões. A solução é composta de cinco módulos: carregador, enfestadeira, mesa, etiquetadora e corte, e

oferece grandes vantagens em velocidade, precisão e economia devido ao fato de ser a única máquina do mercado com processos contínuos e ao mesmo tempo independentes. l

CAD MD900: software completo para suas criações com uma plataforma de trabalho capaz de criar peças de vestuário em até 360o e de fácil utilização. Com sua fórmula all inclusive, oferece uma variada e completa série de funções. Em testes de eficiência de encaixe automático, apresentou uma economia de tecido, em média, 3% superior em relação a outros CAD do mercado, além de ser compatível com outros sistemas tanto na importação quanto na exportação de dados. Possui as vantagens de ter ficha técnica e fila de encaixe, módulos 100% completos e sem custo de mensalidade.

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Joker MT 380: uma estação automática de aplicação de etiquetas de identificação com o sistema de autorrotulagem da MT380, que assegura uma produção sem paradas de distribuição e de operação de corte, uma vez que é colocada entre a enfestadeira e a máquina de corte automático, trabalhando de forma independente da enfestadeira e do corte. Automática, rápida, econômica e ecológica, a etiquetadora Morgan aumenta a eficiência, a qualidade e aorganização dos lotes cortados, além de reduzir os custos operacionais com papel e tinta. Fotos: Divulgação

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ULMA AUTOMATIZA CD DA BRANDILI Recém-inaugurado na cidade de Apiúna, em Santa Catarina, o novo centro de distribuição da grife infantil Brandili foi todo automatizado pela Ulma Handling Systems. O processo teve início em 2011 a partir de um plano diretor que envolveu a expansão de processos industriais e logísticos da Brandili, consumindo R$ 70 milhões na modernização de seus parques fabris, sistemas integrados de informação e inovação em tecnologia agregada à cadeia logística. “Este projeto é um marco para a indústria têxtil brasileira, pois mostra uma revolução na modernização das empresas no que se refere a melhores práticas logísticas em armazenagem e separação de pedidos”, afirma Gorka Sudupe, diretor de operações da Ulma para a América do Sul. Antes dessa solução, o processo de armazenagem era completamente manual, com caixas empilhadas em galpões de 2 mil metros quadrados e a preparação de pedidos impressos em papel. Após uma profunda análise do que seria mais conveniente e eficiente, a Brandili foi a primeira empresa brasileira do setor de moda infantil a adotar uma solução modular e versátil, preparada para se adaptar às mudanças de mercado. Para isso, construiu um novo armazém para a preparação de pedidos, redimensionou volume, fluxos e frequência dos produtos, e ainda precisou convencer a equipe de colaboradores de que a nova solução melhoraria as condições de trabalho, como a ergonomia, e o crescimento profissional, além do valor agregado aos clientes da empresa com o ganho de produtividade. A automatização logística conta com o sistema FSS (evolução dos antigos miniload), um sistema sorter de alta cadência de classificação por dupla bandeja, comandado por um WMS (software de gestão de armazéns) desenvolvido sob medida, além de dispositivos put to light, que guiarão os operadores no processo de separação multipedido de forma intuitiva. Com isso, o rendimento e a agilidade aumentaram sensivelmente: enquanto no sistema manual de separação de ordem de pedidos a média era de 300 peças/hora por separador, agora passou para 1.000 a 1.500 peças/hora por separador. “O mito de que uma operação automatizada só pode ser implantada em grandes centros e empresas que trabalham com produtos de altíssimo valor agregado foi superado com esse projeto. A Brandili vem se profissionalizando desde a gestão até os processos fabris e logísticos, e não hesitou em ousar com uma solução de última geração para manter-se competitiva. O ganho foi, sem dúvida, para o mercado brasileiro”, afirma Sudupe.


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LECTRA: GRANDES LANÇAMENTOS VÊM POR AÍ Integrar fluxos de trabalho para facilitar e agilizar os processos criativos levaram a Lectra, líder mundial em soluções de tecnologia para indústrias que utilizam materiais flexíveis, como couro, têxteis, tecidos técnicos e materiais compostos, a reformular sua plataforma digital, apresentando o novo lectra.com. Com um novo layout e imagem de marca, o site foi desenvolvido em parceria com a agência parisiense Insign e traz elementos do design de luxo, alinhado ao posicionamento premium da Lectra no mercado, além de convidar seus visitantes a explorar um universos exclusivo com todas as tecnologias e experiências da empresa em suas áreas de atuação: moda e confecção, automotivo e mobiliário. “O novo lectra.com é uma reformulação radical de nosso site anterior. Ele se destaca pela originalidade e qualidade de seu conteúdo. Demonstra o caráter excepcional da empresa, a única do mercado que oferece uma combinação de expertise, tecnologia e consultoria. Essa é uma força que nos proporciona a direção e a inspiração em todas as nossas ferramentas de comunicação”, afirmou Myriam Akoun-Brunet, diretora de comunicações da Lectra. Uma nova central de mídia reúne todas as diferentes publicações da empresa com mais de 130 vídeos, artigos técnicos de especialistas demonstrando como podem ajudar a transformar os processos de negócios aos desafios de mercado, e dezenas de depoimentos de clientes, tudo isso publicado em vários idiomas. Também há informações mais detalhadas sobre as soluções altamente inovadoras da Lectra em cinco microssites: Vector, Versalis, Faça com a Lectra, Um Modelo de Mudança e Lectra Fashion PLM. Aliás, por falar em PLM, a Lectra está lançado simultaneamente no mundo todo – inclusive no Brasil –, o Lectra Fashion PLM V4, a mais moderna solução de gerenciamento de ciclo de vida de produtos para a indústria da moda, desenvolvida com a principal empresa de moda da Coreia do Sul, a Samsung-Cheil Industrires, e a DBApparel, marca de moda íntima líder no mercado francês e pertencente à gigante Hanesbrands. Com essa solução, é possível integrar todas as equipes envolvidas no processo de produção de um mesmo item numa plataforma em comum; controlar o tempo de cada etapa do trabalho, tornando possível a previsão e a priorização de diferentes fases do ciclo de produção para acelerar a colocação do produto no mercado, controlando o tempo para o mercado; visualizar e monitorar as atividades de desenvolvimento de produto desde a criação até seu final; e ter um panorama financeiro de todo o processo, controlando os custos em cada etapa da produção. O resultado: uma significativa economia de tempo, matéria-prima, integração de equipes e da comunicação entre elas, eliminação do retrabalho e aumento da qualidade final do produto, bem como o aumento da competitividade da empresa. “Acreditamos em um relacionamento sustentável com os clientes, para ajudá-los a enfrentar seus desafios a longo prazo. Estamos muito agradecidos à Samsung-Cheil Industries e à DBApparel por esta parceria nesta jornada do PLM”, afirmou Daniel Harari, diretor-executivo da Lectra. Todos os detalhes do Lectra Fashion PLM V4 vocês conhecerão na próxima edição da Costura Perfeita, com a cobertura completa de seu lançamento mundial.

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SENAI CONHECE EM PRIMEIRA MÃO A NOVA VERSÃO DO AUDACES IDEA Professores e coordenadores do Senai em todo o país conheceram no mês de março, em primeira mão, a sexta versão do Audaces Idea, uma ferramenta completa direcionada à produção e criação na indústria de confecção. A apresentação foi feita por meio de videoconferência e contou com profissionais das áreas de Business Development, Pesquisa de Mercado e Relações Institucionais da Audaces, que puderam apresentar as inovações e tirar dúvidas dos docentes. “Teremos três versões: uma para estudantes e professores (licença educacional com download gratuito), outra para instituições de ensino e outra para as confecções”, explica Rodrigo Cabral, diretor de Business Development da multinacional, que ainda destaca a intuitividade da nova versão do Idea. Hoje, as tecnologias da Audaces são utilizadas em mais de 300 instituições de ensino no Brasil e, por meio do Programa de Parcerias de Base Tecnológica do Senai, estão presentes em 115 unidades em todo o país, sendo 34 apenas em Santa Catarina. Na opinião de Cabral, a parceria com o Senai facilita a união de esforços entre as duas entidades no sentido de aprimorar a pesquisa mercadológica educacional e o desenvolvimento técnico-empresarial. “Além disso, garantimos a capacitação do quadro técnico do Senai, redistribuindo o conhecimento e as tecnologias”, conta Cabral. Divulgação

SOFTWARE AJUDA EMPRESÁRIOS A EVITAR FORNECEDORES COM TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO A Made in a Free World, organização de São Francisco, Califórnia, criou um software que permite às empresas pesquisar setores problemáticos da cadeia de abastecimento global de suas áreas de atuação. Batizado de Forced Layout Risk Determination and Mitigation (FRDM), a ferramenta pode ser usada por qualquer empresa colaboradora da Made in a Free World, onde os usuários informam os detalhes de suas atividades e a organização os ajuda a mapear os códigos de cada um de seus fornecedores diretos e indiretos. Cada código abre dados adicionais que mostram avaliações de riscos por meio de um painel de controle privado, e o usuário recebe recomendações de como lidar com fornecedores de alto risco em relação ao trabalho análogo à escravidão. Para o setor de confecção, infelizmente bastante famoso por essa prática, esse é um grande passo no caminho do combate à exploração de mão de obra. Mais informações no site www.madeinafreeworld.com. Fonte: Estadão PME.


Couro e Cia.

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VENCEDORES DO PRÊMIO PRIMUS INTER PARES ASSINTECAL BRASKEM 2015 A Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) divulgou no dia 16 de março no NH Hall, em Novo Hamburgo (RS), os vencedores do prêmio Primus Inter Pares Assintecal Braskem 2015, apoiado pelo Sebrae e patrocinado pela Braskem. “Com este prêmio, buscamos incentivar as empresas a continuar atuando no desenvolvimento de nossa indústria e na busca constante de aprimoramento por meio de novas tecnologias, sistemas sustentáveis e inovação”, declarou William Marcelo Nicolau, presidente da Assintecal, durante a cerimônia de abertura. Na categoria Design, os ganhadores foram: MPE – Comlasa – A evolução do design como valor agregado, e MGE-Wofstore – Lurex holográfico 3D superfície tridimencional através da holografia. Na categoria Inovação Tecnológica, ganharam: MPE – TNS Nanotecnologia – Desenvolvimento de antimicrobiano sólido para a aplicação em polímeros calçadistas, e MGE – Basf – Elastollan Soft 45, o TPU de menor dureza já aplicado nos calçados profissionais. Já na categoria Sustentabilidade, ficaram: MPE – Brimolde – Sustentabilidade com projeto massageador multiúso, e MGE – Ambiente Verde – Sustentabilidade da cadeia calçadista: produção de componentes para calçados com resíduos gerados pelas empresas deste segmento. Em Exportação, destacaram-se: MPE – Casquinha Ecofashion – Conquista crescente do mercado internacional, e MGE – Artecola – Revolução Artepowder: inovação tecnológica abre mercado asiático – o maior do mundo – para fabricante de componentes para calçados. Na categoria Imprensa, o vencedor foi Luis Vieira – Driblando Obstáculos. RHODIA É PREMIADA COM INOVAÇÕES À INDÚSTRIA COUREIRA Durante a feira Fimec 2015, a Rhodia, empresa do Grupo Solvay, ganhou o prêmio Lançamentos Fimec 2015 na categoria Produtos Químicos para Couro, graças a três novos produtos de sua linha Rhodiaeco: Rhodiaeco® AiS, Rhodiaeco® Cromofix e Rhodiaeco® WB Condicionador, todos para aplicação em diferentes etapas do processo de tratamento de couro e que podem substituir com vantagens os produtos tradicionalmente usados pelos curtumes. “Criamos esses novos produtos para atender as necessidades dos clientes e do mercado que estão em busca de alternativas competitivas e produtos de alto desempenho. São inovações que contribuem para a melhoria do processo e para a redução da geração de efluentes no processo de curtimento de couros”, destacou Marlise Margaritelli, gerente comercial e de marketing do Grupo Solvay para a América Latina da área global de negócios – Poliamida e Intermediários. O setor coureiro-calçadista representa cerca de 7% das vendas anuais de produtos químicos da Rhodia no Brasil, e todas essas novidades foram desenvolvidas dentro do país, resultado do trabalho de um laboratório exclusivo para a área de Intermediários Químicos que a empresa instalou recentemente em Paulínia (SP), onde investiu 1 milhão de euros. “Estamos atentos às oportunidades de crescimento nessa área”, acrescentou Marlise. FREUDENBERG AMPLIA ATENDIMENTO À INDÚSTRIA CALÇADISTA A Freudenberg Performance Materials, resultado da fusão entre Freudenberg Não Tecidos e Freudenberg Politex, anunciou em abril a reestruturação da filial de Novo Hamburgo (RS), para direcionar suas atividades em inovação e desenvolvimento de novos produtos diferenciados ao setor calçadista, além dos serviços de apoio a vendas e aos clientes, prospecção de novas oportunidades e expansão dos negócios. O objetivo é tornar a operação mais eficiente e ampliar os esforços nas áreas de desenvolvimento e atendimento, pois a inovação é uma das características que estão no DNA da Freudenberg”, destaca o gerente comercial da Divisão Shoe Components, Danilo da Costa Paula. As atividades de produção, compra de matéria-prima, logística, faturamento e embarque ficarão a cargo da fábrica em Jacareí (SP), e a filial de Novo Hamburgo não terá mais estoques – a gestão de produtos para pronta-entrega será feita por distribuidores locais. “Na filial nova, manteremos a administração de vendas para o Brasil e para exportação, com maior ênfase no acompanhamento de pedidos e melhor nível de resposta aos clientes e representantes. Além disso, teremos um estúdio técnico mais moderno e inovador, onde poderemos receber um maior número de clientes, e modelistas e estilistas para demonstrar as aplicações de nossos produtos”, conta Danilo.

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Tendências

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POR EDSON JACCOUD

SE SUA EMPRESA FOR COMO AS DEMAIS... Foto: Divulgação

Se sua empresa for como as demais, você está enfrentando dilemas complexos em relação ao processo criativo de desenvolvimento de produtos, comunicação, vendas e distribuição. Nos últimos anos, mudou quase tudo, a forma de vender, a forma de divulgar e principalmente a forma de buscar inspiração para o processo criativo. Na venda, já sabemos que o vendedor tem apenas 40% da força que tinha antes da mesma, porque 60% dessa força está nas mãos do comprador. Ele é quem diz ao vendedor o que quer e quando comprar. Hoje, o comprador, em todos os níveis – do consumidor ao B2B –, sabe mais sobre o produto que deseja comprar que muitos vendedores. Se você duvida disso, experimente entrar numa loja para comprar um aparelho celular. Muito provavelmente você deverá saber mais sobre o aparelho que deseja do que o vendedor que vai atendê-lo. Mas como entender e atender esse consumidor instruído? Apresento três pontos principais e seis perguntas para estimular sua curiosidade: 1) Assegurar a verba adequada: a primeira coisa é investir tempo e recursos para buscar as informações em fontes confiáveis que possam ajudar a ver o consumidor como ele é hoje. Conhecê-lo a fundo é essencial. Não basta fazer o que os concorrentes fazem, é preciso conhecê-lo e saber do que ele gosta. 2) Produzir mercadorias com visão internacional: se esse consumidor sabe o que quer comprar – e não apenas no Brasil, pois a internet trouxe os fornecedores internacionais para dentro de casa –, você também precisa saber e produzir exatamente o que está na mente dele. Mas como saber isso se o processo de desenvolvimento de produto não tem as ferramentas adequadas ou se os recursos aplicados em P&D são tão limitados? É, não dá, tem que haver uma mudança básica no processo de dotação de recursos para dar aos profissionais criativos ferramentas certas e recursos suficientes para ganharem a guerra da concorrência, principalmente da internacional.

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TRABALHO DE EM ROTERDÃ.

MAARTJE-DIJKSTRA,

DESIGNER DE MODA HOLANDESA SEDIADO

3) Contratar talentos e treinar o time: a pressão por resultados tem levado empresários a selecionar melhor seus investimentos em todas as áreas, e não é diferente na criação e no desenvolvimento de produtos. Resultados precisam ser bem aplicados, mensuráveis, e as estratégias mais inteligentes, pois existe pouco espaço para o erro. Uma estratégia deve ser contar com talentos acima da média. O ser humano é a chave do processo; sem ele, não há criação nem como capacitar a equipe para vencer os desafios impostos pelos novos tempos de economia globalizada. Proponho um exercício rápido: responda as perguntas abaixo para você mesmo. – Você sabe o que é roupa wearable? – Você tem aplicado tecnologias inovadoras em seus produtos? – Você pesquisa tendências em fontes confiáveis para criar seus produtos? – Você tem um orçamento suficiente para suas pesquisas? – Você tem reciclado e treinado sua equipe de criativos? – Eles conhecem a fundo o seu consumidor? Agora, reflita e decida se precisa de ajuda. EDSON JACCOUD É EMPRESÁRIO DO SEGMENTO TÊXTIL, COFUNDADOR DA THREESALE (EMPRESA FOCADA EM MELHORAR OS RESULTADOS DOS CLIENTES) E AGENTE DO GROUPE CARLIN DE PARIS. CONTATO@THREESALE.COM


Agenda

Julho Nacionais 6 a 9: Francal 2015 – 47a Feira Internacional da Moda em Calçados (calçados e acessórios), São Paulo, SP, www.feirafrancal.com.br 7 a 10: Fenin Fashion Verão 2016 (vestuário para lojistas), Bento Gonçalves, RS, www.fenimfeiras.com.br 8 a 9: Inspiramais – Inverno 2016 (salão de design e inovação de materiais em peles e insumos para o setor coureiro-calçadista e de vestuário), São Paulo, SP, www.inspiramais.com.br 21 a 14: Serigrafia Sign 2015 FutureTextil (serigrafia), São Paulo, SP, www.serigrafiasign.com.br 28 a 30: Fenin Fashion Rio Verão 2016 (vestuário para lojistas), Rio de Janeiro, RJ, www.fenimfeiras.com.br 28 a 31: Fenafashion – Feira Nacional de Fornecedores para Indústria da Moda (máquinas e insumos para confecção), Criciúma, SC, www.fenafashion.com.br Internacionais 4 a 6: Mode City (salão de lingerie e moda praia), Paris, França, www.lingerie-swimwear-paris.com 18 a 21: Swim Show & Lingerie Show (salão moda praia e lingerie), Miami, Flórida, EUA, www.swimshow.com 21 a 22: Première Vision NY (tecidos e insumos para confecção), Nova York, EUA, www.premierevision-newyork.com 28 a 30: Colombia Moda 2015 (desfiles), Medellín, Colômbia, www.colombiamoda.inexmoda.org.co 28 a 31: IFLS 2015 – International Fashion and Leather Show (insumos e máquinas para couro e calçados), Bogotá, Colômbia, www.ifls.com.co 29 a 31: GDS – Global Destination for Shoes and Accessories (couro, calçados e acessórios), Düsseldorf, Alemanha, www.gds-online.com

Agosto Nacionais 2 a 4: Fevest 2015 – Feira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima (lingerie, moda praia e fitness), Nova Friburgo, RJ, www.fevest.com 18 a 21: Signs Nordeste 2015 (serigrafia), Fortaleza, CE, www.fcem.com.br 18 a 21: Maquintex 2015 (máquinas, equipamentos e serviços para a indústria têxtil), Fortaleza, CE, www.fcem.com.br 18 a 21: Femicc – Feira de Máquinas para a Indústria Coureiro-Calçadista (máquinas para a indústria de couro e calçados), Fortaleza, CE, www.fcem.com.br Internacionais 2 a 4: Pure London (vestuário), Londres, Inglaterra, www.purelondon.com 2 a 4: Curve NY (lingerie e moda praia), Nova York, EUA, www.curvexpo.com 13 a 14: Swim Collective (moda praia), Huntington Beach, Califórnia, EUA, www.swimcollective.com A revista não se responsabiliza por mudanças de datas e informações fornecidas pelos organizadores dos eventos.


Cursos

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SENAC LANÇA CURSO SOBRE NEGÓCIOS DA MODA EM PARCERIA COM ESCOLA INGLESA O Senac Lapa Faustolo, em São Paulo (SP), lançou o curso Fashion Communication & Promotion – From Vision to Market, que será ministrado em inglês, em parceria com a renomada escola de moda inglesa University of the Arts London – Central Saint Martins, e oferecerá dupla certificação. O curso abordará os novos conceitos de comunicação e promoção da moda, mostrando como potencializá-los visando atingir de forma assertiva as metas estabelecidas e o público-alvo. Um dos destaques será mostrar como a estratégia de marca é essencial para as empresas que precisam de reinvenção ou que precisam desenvolver e implementar novas ideias. As inscrições estão abertas e o curso terá duração de uma semana, de 25 a 29 de maio, das 18h às 23h, de segunda a sexta-feira. Informações pelo telefone (11) 2185-9800 ou pelo site www.sp.senac.br/lapafaustolo.

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MBA EM GESTÃO DE NEGÓCIOS DA MODA As Faculdades Integradas Rio Branco (FRB) lançaram o curso MBA em Negócios da Moda, em parceria com o Instituto Brasileiro de Moda (IBModa). Com proposta inovadora e educação compacta de 12 meses e 450 horas-aula, o programa agrupa conhecimentos e práticas do design estratégico e da gestão de negócios, aliados a criatividade, inovação e empreendedorismo. O MBA será oferecido na Unidade Higienópolis, em São Paulo (SP), no Campus Granja Vianna, das FRB, e também no Rio de Janeiro. Mais informações no site www.riobrancofac.edu.br. SENAI ABRE INSCRIÇÕES PARA CURSO SUPERIOR O curso superior de Tecnologia em Produção do Vestuário da Faculdade de Tecnologia Senai Antoine Skaf tem como objetivo a formação de profissionais capazes de planejar, dirigir e controlar o processo produtivo do vestuário, com visão estratégica e tática, e assessorar tecnicamente os diferentes setores da empresa, considerando os aspectos referentes à gestão da qualidade, aos princípios éticos e à responsabilidade socioambiental, com foco nos resultados organizacionais. Com duração de seis semestres, o curso tem carga horária de 2.800 horas e aulas de segunda a sexta no período noturno. As inscrições para a prova de seleção vão até o dia 20 de maio e a prova será em 14 de junho. Inscrições online pelo site www.sp.senai.br/faculdades. CURSOS EM PERNAMBUCO O Senai Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, está com inscrições abertas para o curso Modelagem Básica, que terá início em 1º de junho. No curso, o aluno aprende leitura e interpretação do desenho técnico; traçado dos moldes básicos femininos: blusa, saia, calça, vestido, macacão, short etc.; apresentação das bases masculinas e infantis; graduação básica; adaptação de modelos; tipos de gola, manga e bolso; e recorte. Outro curso que será ministrado na escola é o de Manutenção de Máquina de Costura Especial – Casear, Botão e Travete, com início dia 6 de julho, que ensina tipos de base, ponto e transporte para máquinas especiais; transmissão de movimento das máquinas especiais; agulhas; loopers; e desmontagem, montagem e regulagem de máquinas de casear, botão e travete. Mais detalhes pelo telefone 0800-600-9606. CURSOS ONLINE GRATUITOS A Prime Cursos do Brasil, fundada em 2003, é especializada em ensino a distância. Os cursos são gratuitos e o aluno só paga se quiser receber o certificado de conclusão. As opções na área de moda são: Customização de Roupas e Acessórios, Consultoria de Moda I, Consultoria de Moda II e Corte e Costura. Para saber mais sobre os cursos, acesse www.primecursos.com.br ou ligue (47) 3037-4150.


POR SILVIA BORIELLO

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Costura Social

TECELÃ DE SOLIDARIEDADE CONHEÇA CIBELE DE BARROS, FUNDADORA DO PROJETO TECIDO SOCIAL Foto: Divulgação

Ela é costureira, empreendedora e, acima de tudo, uma tecelã social. Apresento-lhes Cibele de Barros, fundadora do projeto Tecido Social, um cluster de inteligência colaborativa e relacionamento que desenvolve soluções e mecanismos inovadores para promover organizações sociais e grupos empreendedores solidários ativos nas áreas de costura e acessórios, como define a mesma. “Queremos conhecer este universo da costura onde predomina a estética dos valores humanos mais fundamentais, como respeito, honestidade, ética e amor. Vamos criar condições para realizar sonhos, trazer prosperidade, renda e saúde mental, espiritual e emocional”, diz Cibele. Criado em 2014, seu objetivo é promover o desenvolvimento humano, cultural e econômico por meio de práticas solidárias e responsáveis nos processos de criação e confecção de produtos de moda, dando oportunidade a novas integrações sociais, parcerias, negócios, inovações e recursos. Para tanto, a empreendedora vem investindo seu tempo e esforços na identificação e qualificação de projetos e grupos sociais que utilizem a costura como atividade fim, mas sempre embasados pela economia solidária e pelo comércio justo e ético. Em seu público-alvo estão os potenciais clientes e financiadores, como estilistas, designers, estudantes e empresas da cadeia produtiva que estejam afinadas com práticas de responsabilidade social e ambiental. Para apresentar esses projetos, está sendo desenvolvida uma plataforma web que servirá de vitrine e facilitará a conexão entre as organizações e seus principais parceiros, tecendo uma verdadeira rede social, como almeja Cibele. E, a partir das próximas edições, vocês verão aqui na Costura Perfeita os cases descobertos por ela. “A parceria com a revista Costura Perfeita representa um importante elo de conexão desta rede em que compartilharemos as mesmas sensibilidades, lidando com temas tão nobres relacionados à qualidade de vida e aos valores humanos na cadeia de moda”, destaca Cibele.


ENDEREÇOS ASSOCIAÇÕES, FEDERAÇÕES, ONGS E SINDICATOS Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) – R. Júlio de Castilhos, 561, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3594-7011, www.abicalcados.com.br Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.abit.org.br Abramaco (Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Máquinas de Costura Industrial, Componentes e Sistemas) – R. Ribeiro de Lima, 282, cj. 111, São Paulo, SP, tel.: (11) 3326-6922, fax: (11) 3313-4908, www.abramaco.org.br Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) – Av. Rouxinol, 1.041, cj. 1.710, São Paulo, SP, tel.: (11) 2901-4333, www.abravest.org.br Aciju (Associação Comercial e Industrial de Juruaia) – R. Tiradentes, 135, Juruaia, MG, tel.: (35) 3553-1327, www.aciju.com.br Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) – SBN, qd. 1, bl. B, 10º andar, Ed. CNC Brasília, DF, tel.: (61) 3426-0202, www.apexbrasil.com.br Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos) – R. Júlio de Castilhos, 526, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3584-5200, www.assintecal.org.br Ciesp (Confederação das Indústrias do Estado de São Paulo) – Av. Paulista, 1.313, São Paulo, SP, tel.: (11) 3549-3232, www.ciesp.com.br CNI (Confederação Nacional da Indústria) – SBN, qd. 1, bl. C, Ed. Roberto Simonsen, Brasília, DF, tel.: (61) 3317-9000, www.portaldaindustria.com.br COB (Comitê Olímpico Brasileiro) – www.cob.org.br CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) – SBN, qd. 2, lote 12, bl. F, Edifício Via Capital, 14º andar, Brasília, DF, tel.: (61) 3031-3030, www.cpb.org.br Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais) – Av. do Contorno, 4.456, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 32634200, www.fiemg.com.br Fiems (Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul) – Av. Afonso Pena, 1.206, Campo Grande, MS, tel.: (67) 3389-9000, www.fiems.com.br Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) – Av. Paulista, 1.313, São Paulo, SP, tel.: (11) 3549-4499, www.fiesp.com.br Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) – Av. Graça Aranha, 1, Rio de Janeiro, RJ, tel.: 0800-023-1231, www.firjan.org.br IBTeC (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos) – R. Araxá, 750, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3553-1000, www.ibtec.org.br Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial) – Av. Nove de Julho, 4.865, cj. 42, São Paulo, SP, tel.: (11) 3238-5800, www.iemi.com.br In-Mod (Instituto Nacional de Moda e Design) – Av. 9 de Julho, 4.865, Torre A, 11º andar, cj. 112A, São Paulo, SP, tel.: (11) 3816-1133, www.institutoinmod.org.br Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) – Central de Relacionamento: 0800-570-0800, www.sebrae.com.br Senai-BA (Dendezeiros) – Av. Dendezeiros do Bonfim, 99, Salvador, BA, tel.: (71) 3310-9900, www.fieb.org.br Sinditêxtil-SP – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.sinditextilsp.org.br Sindivest-MG (Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Minas Gerais) – R. Juiz de Fora, 284, cjs. 603/605/607, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3295-3535, www.sindivestmg.com.br Sindivestuário-SP (Sindicato das Indústrias de Vestuário de São Paulo) – R. Mário Amaral, 172, 2º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3889-2272, www.sindivest.org.br Sintex (Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau) – R. Alwin Schrader, 89, Blumenau, SC, tel.: (47) 3326-9662, www.sintex.org.br Sivale (Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí) – R. Dr. Osvaldo Cruz, 510, 13º andar, sl. 1.303, Apucarana, PR, tel.: (43) 3122-1156, www.fiepr.org.br/sindicatos/sivale Sinvespar (Sindicato das Indústrias do Vestuário do Sudoeste do Paraná) – R. Goiás, 333, Francisco Beltrão, PR, tel.: (46) 3524-5087, www.sinvespar.com.br Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira) – tel.: (11) 3823-6100, www.texbrasil.com.br MODA E GRIFES 3M – www.3m.com.br Alexandre Herchcovitch – herchcovitch.uol.com.br

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Amapô – www.amapojeans.com.br BDS Confecções – Av. São Jorge, 2.960, Manaus, AM, tel.: (92) 3671-7521, www.roupaprofissional.com.br C&A – www.cea.com.br Confecções Moda Godoy e Godoy – Socorro, SP, tel.: (19) 3895-6777 Damyller – tel.: 0800-48-4700, www.damyller.com.br Dudalina – BR-470, km 50, 7.109, Blumenau, SC, tel.: (47) 3331-9001, www.dudalina.com.br Ellegancy Costuras – Av. Cupecê, 1.494, São Paulo, SP, tel.: (11) 5677-2429, www.elcosturas.com.br Fabiana Milazzo – www.fabianamilazzo.com.br Faven – R. Irmão Gonçalves Xavier, 82, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3284-0433, www.faven.com.br Forum – www.forum.com.br Fruit de La Passion – Al. Lorena, 1.774, São Paulo, SP, tel.: (11) 3064-3334, www.fruitdelapassion.com.br Fukai Confecções – R. Antonia Martins Luiz, 454, Indaiatuba, SP, tel.: (19) 3935-7010 GIG Couture – R. Cornélio Cerqueira, 38, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3334-6203, www.gigcouture.com.br Gloria Coelho – www.gloriacoelho.com.br H&M – www.hm.com Helô Bicalho – R. Irmão Gonçalves Xavier, 46, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3221-6006, www.helobicalho.com.br La Plage Petit Voyage – www.laplagepv.com Leninha Castilho – R. Japurá, 111, ap. 1, São Paulo, SP, tel.: (11) 3101-9071, leninhacastilho-costureira.webnode.com Levi’s® Brasil – Call center: 0800-891-2855, www.levi.com.br Lucas Magalhães – www.lucasmagalhaes.com Mabel Magalhães – R. Ouro Fino, 395, sl. 5/6, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3281-0646, www.mabelmagalhaes.com.br Madrepérola – www.madreperolamoda.com.br Marina & Gabriella – R. Carl Wahle, 140, Blumenau, SC, tel.: (47) 3035-5642, www.marinaegabriella.com.br Patricia Motta – R. Oscar Freire, 694, São Paulo, SP, tel.: (11) 3061-2844, www.patriciamotta.com.br Pistol Star – www.pistolstar.com.br Plural – R. Maranhão, 78, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3241-4053, www.pluralestilo.com.br PMG Lingerie – tel.: (31) 3332-0561, www.pmglingerie.com.br Rogério Lima – Anel Rodoviário Celso Melo Azevedo, 14.915, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3418-2440, www.rogerio-lima.com Ronaldo Fraga – www.ronaldofraga.com.br Rose Feijão Confecções – R. Mendes Gonçalves, 179, São Paulo, SP, tel.: (11) 2692-0165, www.rosefeijao.com.br Spol – Av. Coronel Teodolino Pereira de Araújo, 2.215, Araguari, MG, tel.: (34) 3242-5000, www.spolcouro.com.br TNG – www.tng.com.br Verde Limão – R. Minas Gerais, 350, Divinópolis. MG, tel.: (37) 3222-6500, www.verdelimaomodapraia.com.br Vivaz – R. Prof. Antonio Aleixo, 578, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3337-8122, www.vivazbrasil.com.br TECELAGENS E FIAÇÕES Canatiba Denim Industry – Av. Interdistrital Comendador Emílio Romi, 350, Santa Bárbara d’Oeste, SP, tel.: (19) 3459-4000, www.canatiba.com.br Cedro Têxtil – R. Paraíba, 337, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3235-5000, www.cedro.com.br Farbe – R. Engenheiro Paul Werner, 726, Blumenau, SC, tel.: (47) 3036-6200, www.farbe.com.br Freudenberg – Av. Pres. Humberto Alencar Castelo Branco, 2.735, Jacareí, SP, tel.: (12) 2127-7500, www.freudenberg.com.br Invista (LYCRA® e Cordura®) – Av. das Nações Unidas, 4.777, São Paulo, SP, tel.: (11) 6858-8160, www.invista.com, www.lycra.com.br RenauxView – R. Centenário, 215, Brusque, SC, tel.: (47) 3255-1000, www.renauxview.com Rhodia – Av. dos Estados, 5.852, Santo André, SP, tel.: (11) 4435-2589, www.rhodia.com.br Santaconstancia Tecelagem – R. Soldado Amarilho G. Queiroz, 77, São Paulo, SP, tel.: (11) 2982-7900, www.santaconstancia.com.br Santista Work Solution – SAC: 0800-011-2007, www.santistaworksolution.com.br Tavex Corporation – Av. Maria Coelho Aguiar, 215, bl. A, 2º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3748-9000, www.tavex.com

Tecelagem Panamericana – R. Rafael Cervone, 240, Santa Bárbara d’Oeste, SP, tel.: (19) 3464-7000, www.tecelagempanamericana.com.br Vicunha Têxtil – R. Henrique Schaumann, 270, São Paulo, SP, tel.: (11) 2187-2158, www.vicunha.com.br DIVERSOS Andrade Máquinas – Av. São Paulo, 125, Guarulhos, SP, tel.: (11) 3787-3333, www.sansei.com.br Archroma – www.archroma.com Armarinhos 25 – R. João Boemer, 805, São Paulo, SP, tel.: (11) 2790-2525, www.armarinhos25.com.br Arte Mais Comunicação e Editoração – tel.: (11) 4997-9690, artemais@superig.com.br Audaces – Rod. SC-401, 867, Florianópolis, SC, tel.: (41) 2107-3737, www.audaces.com.br Barudan – Av. Gomes Freire, 574, Rio de Janeiro, RJ, tel.: (21) 2506-0050, (11) 3338-1850, www.barudan.com.br Caimi & Liaison – RS-239, 2.899, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3204-3400, www.caimiliaison.com.br Carlin – R. Groenlândia, 808, São Paulo, SP, tel.: (11) 99908-6493, www.carlin-groupe.com Carreira Fashion – www.carreirafashion.com.br Casa Ferro – R. da Graça, 466, São Paulo, SP, tel.: (11) 3221-9473, www.casaferro.com.br Cavemac – R. Newton Prado, 333, São Paulo, SP, tel.: (11) 2171-9200, www.cavemac.com.br Censi Máquinas – R. Iatajaí, 2.163, Gaspar, SC, tel.: (47) 3332-5574, www.censimaquinas.com.br Clariant – www.clariant.com.br Coelho Assessoria Empresarial – R. Joaquim Pedro Soares, 317, sl. 3, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3035-3222, www.coelhoconsultoria.com.br Comace – R. Guilherme Maw, 148, São Paulo, SP, tel.: (11) 3326-0617, www.comace.com.br Comercial Sily – R. Álvaro Sarlo, 160, Vitória, ES, tel.: (27) 3323-4781, www.sily.com.br DMP – R. São Caetano, 876, São Paulo, SP, tel.: (11) 3315-2222 Embalatrento – Rod. SC-411, 1.498, Nova Trento, SC, tel.: (48) 3267-3900, www.embalatrento.com.br Enfesmak – R. Itajaí, 3.606, Blumenau, SC, tel.: (47) 3322-3419, www.enfesmak.com.br EnModa – www.enmoda.com.br Fenac – R. Araxá, 505, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3584-7200, www.fenac.com.br Fenafashion – www.fenafashion.com.br FS Máquinas – R. Vitorino Carmilo, 247, São Paulo, SP, tel.: (11) 3825-0208 Gemsy – N. 638 Donghuan Road, Taizhou, Zhejiang, China, 31.800, tel.: 0086-576-88207338, www.gemsy.com GGTech (Galileu) – R. Mamoré, 200, São Paulo, SP, tel.: (11) 3327-1700, www.ggtech.com.br Golden Whell – Av. Dr. Américo Figueiredo, 809, Sorocaba, SP, tel.: (15) 3033-1990 Grupo Amazonas – (16) 3111-1600, www.amazonas.com.br Hopen Consultoria e Assessoria – tel.: (11) 2281-9841, www.hopen.com.br Hot Air Passadoria – Av. Picarelli Irmãos, 235, Socorro, SP, tel.: (19) 3895-8074, www.hotair.com.br Huntup.co – www.huntup.co Imatec – R. Hermann Huscher, 2.977, Blumenau, SC, tel.: (47) 3324-2886, www.imatecmaquinas.com.br Indusfios – R. Júlio Conceição, 343, São Paulo, SP, tel.: (11) 2875-3467, www.indusfios.com.br It Studio Consulting – R. Serra de Bragança, 825, 66-B, São Paulo, SP, tel.: (11) 2362-5242 / 2229-9752, www.itstudio.com.br Jorik – Trav. Liberdade, 38, 1º andar, sl. 101, Maringá, PR, tel.: (44) 3223-0203, www.jorik.com.br JRJ Embalagens – R. Padre Haroldo, 152, São Pedro da União, MG, tel.: (35) 3554-1557, www.jrjembalagens.com.br Lectra – Al. Jaú, 1.754, 3º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3894-9129, www.lectra.com.br Link Comercial (Welttec) – R. Arnaldo Hass, 100, Pomerode, SC, tel.: (47) 3242-8000, www.linkcomercial.com.br Mab Fortuna – R. Osório Ribas de Paula, 94, sl. 1-104, Apucarana, PR, tel.: (43) 3423-2244, www.mabfortuna.com.br Mac Len – R. Mamoré, 582, São Paulo, SP, tel.: (11) 3376-0028, www.maclen.com.br Makro Central Importadora – R. F, 121, Canoas, RS, tel.: (51) 2131-1270, www.makrocentral.com.br

Maquintex – www.maquintex.com.br Mega Máquinas – Rod. SC-444, km 5, 32, Içara, SC, tel.: (48) 3444-1004, www.megamaquinas.net.br Megatech Consultoria – R. das Hortênsias, 408, São Paulo, SP, tel.: (11) 5071-8462, www.megatechconsult.com.br Metalnox – R. José Theodoro Ribeiro, 3.571, Jaraguá do Sul, SC, tel.: (47) 2107-4959, www.metalnox.com.br Metalsete – R. Rui Barbosa, 300, Blumenau, SC, tel.: (47) 3329-4350, www.metalsete.com.br Millennium Network – Av. Francisco Matarazzo, 1.500, São Paulo, SP, tel.: (11) 2050-6331, www.millennium.com.br Mopex – www.mopex.com.br Museu da Casa Brasileira – Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.705, São Paulo, SP, tel.: (11) 3032-3727, www.mcb.org.br Nissew – R. Newton Prado, 99, São Paulo, SP, tel.: (11) 3333-2085, www.nissew.com.br Omatex – R. Darcy Carrion, 64, Pq. Industrial Harmonia, Nova Odessa, SP, tel.: (19) 3406-7127, www.omatex.com.br Optikad – R. Octávio Forghieri, 72, sl. 24, Guarulhos, SP, tel.: (11) 2441-7749, www.optikad.com.br Preciosa – www.preciosa.com RC Consultores – R. James Joule, 92, 10o andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3053-0003, www.rcconsultores.com.br Rivitex – R. José Eugênio Padoan, 15, São Paulo, SP, tel.: (11) 5517-6082, www.rivitex.com.br Roland – www.roland.com.br RTK1 (Driluxx) – R. Senador Lucio Bittencourt, 117, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 2551-6833, www.rtk1.com.br SCMC (Santa Catarina Moda e Cultura) – tel.: (47) 3381-3380, www.scmc.com.br Senai Francisco Matarazzo – R. Correia de Andrade, 232, São Paulo, SP, tel.: (11) 3312-3550, www.sp.senai.br/textil Serigrafia Sign FutureTextil – www.serigrafiasign.com.br Serv-Mak – Av. Celso Garcia, 4.423, São Paulo, SP, tel.: (11) 2295-1022, www.serv-mak.com.br Sigbol Fashion – R. Domingos de Morais, 1.621, São Paulo, SP, tel.: (11) 5081-6361, www.sigbol.com.br Silmaq – R. República Argentina, 2.025, Blumenau, SC, tel.: (47) 3321-4444, www.silmaq.com.br Singer – Av. Presidente Vargas, 800, Indaiatuba, SP, tel.: (19) 2107-4600, www.singer.com.br Socio Tec – R. Walterio de Oliveira Verdi, 270, São José do Rio Preto, SP, tel.: (17) 2137-7777, www.sociotec.com.br Sun Sir – N. 193, Mid Xinxin Rd., Xinhe Town Wenling Zhejiang Province, China, tel.: 0086-576-86555970, www.chinasunsir.com Sun Special – R. da Graça, 577, São Paulo, SP, tel.: (11) 3334-8800, www.sunspecial.net.br Systêxtil – R. João Marcatto, 260, 5º andar, Jaraguá do Sul, SC, tel.: (47) 2106-1800, www.intersys.com.br Terentjvas, Oliveira e Marques Advogados Associados – R. Adolfo André, 1.629, Atibaia, SP, tel.: (11) 4411-4449 TNT Brasil Canindé – R. das Olarias, 319, São Paulo, SP, tel.: (11) 3313-8555, www.tnt.com Tropos Lab – R. Tomáz Gonzaga, 802-1.034, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 2514-9532, www.troposlab.com.br Trupe Editorial – São Paulo, SP, tel. (11) 3384-4040, kpimenta@uol.com.br Ulma Handling Systems – R. José Getúlio, 579, cj. 22, São Paulo, SP, tel.: (11) 3711-5940, www.ulmahandling.com.br Vibemac – tel.: (11) 99614-5074, www.vibemac.com VST Sistemas – Av. Prestes Maia, 463, Santo André, SP, tel.: (11) 4249-0808, www.vstsistemas.com.br Walter Porteiro – R. Imigrantes, 211, Americana, SP, tel.: (19) 3475-9999, www.walterporteiro.com.br Willmak Máquinas de Costura e Acessibilidade – R. Major Bonifácio, 397, Andradas, MG, tel.: (35) 3731-3217, http://willmakacessibilidade.mercadoshops.com.br Woldmack – R. do Tecelão, 390, Americana, SP, tel.: (19) 3468-3701, www.woldmack.com.br


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POR GIUSEPPE TROPI SOMMA

Foto: Divulgação

Ponto de Vista

A revolução é necessária. Vai participar? NÃO EXISTE SAÍDA DA CRISE SEM SAÍDA DO PT Crise e PT se fundem e se confundem. Essa não é uma opinião de um antipetista ou coisa parecida, porque não sou político. É a opinião de quem tem nojo de todos os partidos, desde o PT, por seus assaltos aos cofres públicos, até o PSDB, pela maracutaia dos pedágios. O PT representa a expressão máxima da podridão política em nosso país. Com raras exceções de pouquíssimas pessoas, todos os partidos são antros de gente sem capacidade intelectual nem vocação digna para contribuir para um Brasil melhor. O que todos querem é carreirismo mergulhado na corrupção do enriquecimento. “Câncer ético” neste país sempre existiu, mas o PT, com sua base cultural que une a ignorância com a grande vontade de poder, aumentou tanto essa doença a ponto de virar uma metástase. Agora não tem jeito. Câncer só se resolve extirpando. Não querem ceder? Querem ainda resistir? Então a coisa vai piorar e o preço será cada vez mais alto, para todos os brasileiros. A economia não é feita com filosofia (aliás, detesto filosofia e, se dependesse de mim, proibiria filósofos de se candidatarem, a não ser que, além da filosofia, tirassem 10 em matemática). A economia é regida pelas normas inflexíveis da matemática e pela lei de Newton (“para cada ação uma reação”). Mas temos hoje no Brasil operações matemáticas necessárias e que se tornam inviáveis diante de certas realidades criadas para cooptar o eleitor e o poder político. O PT viveu um sonho irreal que só a junção da ignorância com a bandidagem permite. Seu maior “herói” viu-se diante de um cofre abarrotado de dinheiro e com muito fluxo (alimentado pelas commodities). Achou-se dono do cofre, autor do fluxo e dono do destino de cada brasileiro. Ele não operou uma política social para socorrer alguma miséria pontual e extrema, operou uma política socialista, isto é, aquela em que o fim (o poder, no caso) justifica os meios. Ele inventou pretextos e todo tipo de bondades bolsistas para “comprar o eleitor”, até bolsas que transformaram muitos brasileiros em falsos pescadores. Mas a falsidade nunca preocupou o PT, o que importa é conquistar mais um eleitor. Se não eram “bolsas”, eram “cabides” (de empregos no governo) ou até “ricas joias”, com privilégios e altos salários nos poderes interdependentes. O estrago de tudo isso, junto com os desvios financeiros, é tão grande que atingiu as estruturas institucionais da governabilidade a ponto de não serem mais autossustentáveis. Como eu sempre disse, “distribuir bondades com o bolso alheio, qualquer ignorante e inescrupuloso sabe fazer, mas tirá-las é impossível”. Só com radicalismo. Estamos no fundo do poço. O Brasil precisa urgentemente de uma dupla revolução, uma impositiva e outra cultural. Uma, que venha dos militares ou do Congresso, não importa de quem, mas que imponha reformas constitucionais pelas quais qualquer cidadão, do rei ao plebeu, seja igual diante da lei, nos direitos e nas obrigações, e que essa lei seja rigorosíssima e não transforme bandidos em heróis. A outra revolução de que precisamos urgentemente deve acontecer em cada núcleo familiar, em cada escola, em cada igreja etc. O Brasil que queremos amanhã tem que ser construído hoje, ensinando a cada criança que, antes mesmo de ser um espiritualista, um cientista, um gênio, ela deve aprender a ser um humano, porque Deus assim a criou, porém, um humano civilizado, autodisciplinado, bom trabalhador e, acima de tudo, honesto, para seu próprio bem e o de todos. Nós, os adultos de hoje, nem todos tivemos a oportunidade de ser bem e honestamente educados, mas todos sabemos o que é correto e o que não é, e temos a obrigação de ensinar a nossos filhos e netos os verdadeiros valores morais, individuais, da família e da sociedade. Devemos definitivamente entender e ensinar que a qualidade de vida jamais está na quantidade de dinheiro que cada um tem, mas no bemestar da alma e na tranquilidade de cada um. Todos os que roubaram bilhões dos cofres públicos com certeza vivem sem sossego, com a alma pesada. Mais cedo ou mais tarde, chegarão à conclusão de que a vida é passageira e a felicidade não está no dinheiro. O mais provável é que o peso que cada um carrega só é esquecido na hora em que se está no convívio dos amigos, comendo um churrasco e tomando uma cervejinha, momento esse tão simples e barato que não precisa de bilhões para acontecer, apenas uns troquinhos de assalariado. Podemos afirmar, com absoluta certeza, que só é desonesto quem não sabe das vantagens e do bem-estar de ser honesto. * Reprodução liberada * CAV. GIUSEPPE TROPI SOMMA É EMPRESÁRIO, MEMBRO DA ABRAMACO E PRESIDENTE DO GRUPO CAVEMAC. GIUSEPPE@CAVEMAC.COM.BR Para compartilhar este e outros Pontos de Vista, acesse: www.costuraperfeita.com.br e clique no menu “Edição atual” ou “Edições anteriores”.

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