Revista Costura Perfeita Ano XVI n°86 Julho/Agosto 2015

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COSTURA PERFEITA

ANO XVI l Nยบ 86 l JULHO / AGOSTO 2015




ÍNDICE

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EDIÇÃO 86

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JULHO E AGOSTO DE 2015

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ANO XVI

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www.costuraperfeita.com.br

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.70 .82

Seções 8 – Editorial 10 – Cartas 26 – Lançamentos 76 – Atualidades 90 – Caderno Têxtil – Novidades Têxteis 94 – Comércio Exterior 102 – Curtas

111 – Serigrafia 117 – Couro e Cia. 122 – Cursos 123 – Agenda 126 – Endereços 127 – Classificados

Colunas 12 – Qualificação: Os custos da qualidade 18 – Gestão: Empresa familiar – Você faz parte desse universo? 28 – Empreendedorismo Sebrae 30 – Oferta e Demanda 36 – Ranking: Capacidade produtiva x gargalo 54 – Coaching: Inteligência emocional no ambiente corporativo – Como desenvolver? 74 – Dentro da Lei: Simulação para o recebimento do Seguro-Desemprego é crime 80 – Produção: Graduação x experiência 93 – Tributos: O impacto da adoção do Simples Nacional para ME e EPP nas confecções 124 – Caderno Senai: Senai Mix Design – Outono-Inverno 2016 – Os paradoxos movimentam a moda 129 – Ponto de Vista: A farsa das reformas e o silêncio dos empresários Matérias

CAPA: Campanha Stay Wild da grife Tricky Hips. Foto: Henrique Padilha/Divulgação Arte: Arte Mais Comunicação

14 – Mercado: Os donos da vez – Mercado de moda masculina cresce mais que de feminina 22 – Negócios: Jogo de cintura – Empresas têxteis enfrentam como podem a recessão do mercado nacional 32 – Fique por Dentro: PLM revolucionando o gerenciamento das confecções 38 – Especial: A Tecnologia assusta? Confecções nacionais sentem falta de profissionais qualificados na operação de maquinários mais avançados 48 – Feiras: Texprocess 2015, 11ª Première Vision São Paulo – Inverno 2016, Brazil International Apparel Sourcing Show 2015, Fenin Fashion SP 2015, Salão Moda Brasil 2015 82 – Eventos: Perú Moda 2015, 2o Fórum Negócios da Moda Estadão, Dragão Fashion Brasil 2015 98 – Fique Sabendo: Rhodia: boas novidades para o presente e o futuro 99 – Fique Sabendo: Confecções paulistas em alerta – Produção tem queda de 30% e demissões preocupam o setor 100 – Fique Sabendo: Roupas infantis agora têm norma de segurança 108 – Meio Ambiente: Conta-corrente: Banco de Tecidos é oportunidade sustentável para sobras do material 112 – Tecnologia: Liberdade de mercado – Plataforma de moda do MercadoLivre mostra crescimento surpreendente 118 – Dicas e Economia: Calças e camisas sociais 120 – Costura Social: Na cadência de um mesmo sonho – Grupo de costureiras de Osasco se uniu na esperança de uma vida melhor

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Diretor-presidente: Giuseppe Tropi Somma Editora e Jornalista Responsável: Silvia Boriello (MTB 41.139) Repórter: Renata Martorelli (MTB 49.937) Consultor Técnico: Marcelo Scicilliano Diagramação: Arte Mais Comunicação e Editoração Ltda. Revisão: Kiel Pimenta Colaboradores: Alessandra Rustarz, Alexandre Gaiofato de Souza, Alexandre Sakamoto, Angela Valiera, Antonio Carlos Barbosa Bacelar, Cibele de Barros, Claudia Valéria da Silva, Débora Catelani, Fábio Romito, Henriete Mirrione, Marcelo Antonio Paschoal, Marcelo V. Prado, Marta Sales, Ricardo Martorelli, Ronaldo Veras Liguri, Roselaine Araujo, Rubens Nunes, Thiago Franklin Publicidade: Valdir Porto Ribeiro – comercial1@costuraperfeita.com.br Assinaturas: assinatura@costuraperfeita.com.br Impressão: Prol Gráfica Distribuição Nacional Costura Perfeita é uma publicação bimestral da Cavemac – Rua Newton Prado, 333 – Bom Retiro – São Paulo (SP) – CEP: 01127-000 Telefone: (11) 2171-9200 Costura Perfeita – Redação: Telefone: (11) 2171-9252 / 2171-9263 – redacao@costuraperfeita.com.br

A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. É proibida qualquer forma de reprodução das matérias, fotos ou ilustrações desta publicação sem a prévia autorização da editora.



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POR SILVIA BORIELLO

Foto: Yuri Mine

Editorial

A solução é alugar o Brasil? Só de imaginar o quanto nosso país era para ter evoluído nos últimos 15 anos e ver o quanto ele regrediu em tão pouco tempo, deixando muitos avanços para trás, bate uma tristeza profunda. Investimentos indo para o lado errado, para o que não é prioritário, e quando vão para o que é, sempre existem furos nos “dutos” que fazem a verba se perder pelo caminho. Como diria Raul Seixas, “negócio bom assim ninguém nunca viu, tá tudo pronto aqui é só vir pegar, dar lugar ‘pros gringo’ entrar, esse imóvel está pra alugar”. A solução é alugar o Brasil? Pelo jeito ele já foi alugado, pela China, que anunciou este ano o investimento de US$ 53 bilhões no país, especialmente nas áreas de logística, minérios, petróleo e energia. Commodities? Não, obrigada! Agora a pedida é aproveitar toda a estrutura montada aqui e explorar em benefício próprio, coisa que o Brasil não soube fazer direito. A conta desse investimento, mais uma vez, quem vai pagar seremos nós; porém, sem saber em que termos e condições, ou o que sobrará do e para o nosso setor. Resta-nos agora ficar atentos ao que virá e enfrentar o que for preciso. A questão é: quem tem fôlego para isso? Indústrias enfraquecidas, comércio desaquecido, desemprego aumentando... Vamos sobrevivendo como podemos, e a informação de mercado, neste momento, é fundamental para planejar os passos futuros. É dessa forma que pretendemos dar nossa contribuição ao setor, trazendo elementos dos mais diversos âmbitos para ajudar os confeccionistas. Nesta edição, Costura Perfeita fez as mais diversas coberturas dentro e fora do Brasil, tudo para trazer informações exclusivas: a Texprocess, em Frankfurt, com as principais novidades mundiais em maquinário e soluções para o setor de confecção; o evento Perú Moda, em Lima, mostrando a grande troca comercial entre os dois países; e, a convite da Lectra, estivemos em sua sede em Bordeaux, na França, para conhecer na prática o sistema PLM, apresentado por experts de mercado e com exemplos de grandes marcas internacionais que já estão trabalhando com ele, que promete revolucionar a forma de gerenciamento de todos os processos dentro e fora das empresas. Também lançamos uma nova seção, a Dentro da Lei, para falar sobre assuntos jurídicos que interferem diretamente nas confecções, para que elas possam se precaver de riscos desnecessários. Como sempre, um time de peso agrega todo o seu conhecimento a estas páginas para que você tenha ferramentas para crescer. Boa leitura! SILVIA BORIELLO É EDITORA DA REVISTA COSTURA PERFEITA editora@costuraperfeita.com.br

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PELO JEITO O BRASIL JÁ FOI ALUGADO PELA CHINA.”



Cartas

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DA REDAÇÃO

REFLEXO DA SOCIEDADE

FALE CONOSCO

GIUSEPPE Acompanho todas as edições de Costura Perfeita e gosto dos Pontos de Vista escritos por você. Na coluna da edição nº 85 (maio-junho de 2015), tenho a impressão de que você digitalizou meu pensamento sobre o assunto, exceto pelo trecho “que venha dos militares”. Parabéns! João Moura – São Paulo – SP

Endereço: Rua Newton Prado, 333 Bom Retiro, São Paulo, SP CEP 01127-000

Sou um grande leitor e admirador dos Pontos de Vista, acompanho todos os meses. Se o Brasil tivesse 10% de empresários com sua visão, seria ótimo. Elvércio Alves – Araçatuba – SP

Telefones: +55 11 2171-9200 Fax: +55 11 2171-9339

Parabéns! A cada edição da Costura Perfeita, em seu Ponto de Vista, sempre uma opinião pertinente, fundamentada na ética de alguém que está realmente preocupado não somente com o futuro de nossa pátria, mas, principalmente, com os cidadãos brasileiros. Seu ponto de vista da edição 84 ‘fecha’ em gênero e grau não somente com o meu pensamento, mas também com a realidade a que, infelizmente, todos nós, brasileiros, estamos assistindo. Lamentavelmente, dos atuais parlamentares da esfera federal, 52,2% dos deputados federais e 51,9% dos senadores da República respondem a processos em tribunais brasileiros, conforme nos apresenta a Transparência Brasil – Excelência. O que podemos esperar deles? Um abraço. Antonio Knopf – Blumenau – SC Parabéns, sr. Giuseppe, o Ponto de Vista ficou ótimo. Todos nós estamos exauridos deste governo, ninguém aguenta mais. Sua mensagem chegará ao leitor facilmente, porque o texto está claro e de fácil leitura e certamente a maioria compartilhará do mesmo. Digo ainda que continuarão admirando não só o empresário bem-sucedido como também a pessoa humilde que é. Marileuza Silva de Oliveira – Atibaia – SP ELOGIOS À REDAÇÃO A revista Costura Perfeita é excelente para quem gosta de moda. Há muitos anos recebo e leio todos os artigos do sr. Giuseppe. São muito bons. Li o artigo da edição 84 e mais uma vez achei excelente. Ele nos mostra a realidade de nosso país. Maria Leonor – via Facebook

E-mail: redacao@costuraperfeita.com.br Site: www.costuraperfeita.com.br

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Silvia Boriello editora@costuraperfeita.com.br

Renata Martorelli renata@costuraperfeita.com.br



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POR FÁBIO ROMITO

Foto: Arquivo pessoal

Qualificação

Os custos da qualidade Resolvi escrever este artigo depois de receber o contato de um leitor da revista me fazendo algumas perguntas sobre o tema. Achei que seria muito interessante desmistificar um pouco o assunto. Você sabe o que são os custos da qualidade? Em linhas gerais, não são somente os custos necessários para criar um produto com boa qualidade (o que, convenhamos, é obrigação). São também, em grande parte, os custos de criar e produzir um produto de baixa qualidade, incorrendo em custos incrementais que não existiriam. Isso pode indicar, grosso modo, que, se sua empresa tem gastos para desenvolver produtos de boa qualidade porém os custos da “não qualidade” também são altos, algo está muito errado no sistema, trazendo um alto encargo financeiro para seu produto. Os custos da qualidade e da não qualidade podem ser divididos, basicamente, em três tipos: 1 – Custo das falhas: são aqueles relacionados efetivamente aos produtos, ou seja, fruto de um sistema de projeto e produção com problemas. Muitos autores os citam como custos da não qualidade. Eles podem ser divididos em: a. Custo das falhas internas: são aqueles custos decorrentes de problemas detectados antes da entrega dos produtos ao cliente, como, por exemplo, algo comum em empresas de vestuário, fazer uma inspeção em 100% do lote produzido, pois a amostragem encontrou defeitos além do estabelecido. Consertos (retrabalho) também são um bom exemplo. b. Custo das falhas externas: São aqueles decorrentes de problemas detectados após a entrega do produto ao cliente. Um bom exemplo seriam as trocas ou reposições de produtos feitas a ele (cliente). Na indústria automobilística, há um exemplo milionário, os recalls.

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2 – Custos de prevenção: São os custos decorrentes de todas as atividades destinadas a evitar produtos de baixa qualidade, como planejamento de sistemas de qualidade, treinamento de equipe de qualidade etc. 3 – Custos de avaliação: São os custos decorrentes das atividades de avaliação de qualidade dos produtos, como inspeções, manutenção de laboratórios etc. Caro leitor, para conduzir sua empresa a um patamar competitivo nesse mercado, você deve fazer produtos com um nível de qualidade superior ao da concorrência, seja ela de onde for. E, para acompanhar em termos de custo, é necessário enxugar ao máximo sua estrutura, portanto, você deve tomar como base algumas ações: l Faça um planejamento de qualidade para sua empresa, estipulando padrões, controles e, principalmente, conscientizando seu pessoal acerca da qualidade dos produtos e da necessidade de seguir os procedimentos e checar os padrões; l Acompanhe sempre os índices de sua empresa; l Procure calcular quanto você gasta para corrigir problemas (custos da não qualidade, item 1), pois esses podem ser reduzidos e, quando envolvem o nome da empresa diretamente junto ao consumidor, podem trazer prejuízos muito grandes, tanto financeiros quanto de imagem. Com planejamento adequado e perseverança, pode-se alcançar ótimos níveis de qualidade de produto e diminuir, e muito, o custo total da produção. FÁBIO ROMITO É TÉCNICO TÊXTIL, ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. ATUA NO MERCADO DE CONFECÇÃO HÁ MAIS DE 25 ANOS, SENDO QUASE 20 DEDICADOS A CONSULTORIA E TREINAMENTO EM EMPRESAS DE VESTUÁRIO. É PROFESSOR UNIVERSITÁRIO EM CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NAS ÁREAS DE MODA E ADMINISTRAÇÃO. ROMITOFABIO@GMAIL.COM



Mercado

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POR RENATA MARTORELLI

OS DONOS DA VEZ – MERCADO DE MODA MASCULINA SUPERA O DE FEMININA EM CRESCIMENTO

Foto: Gleesson Paulino / Divulgação

EDITORIAL

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INSPIRADO NAS MUGSHOTS DOS ANOS 1840: PEÇAS DO ESTILISTA JOÃO PIMENTA, FEITAS SOB MEDIDA.


Segundo pesquisa realizada pela consultoria de mercado Euromonitor International, as vendas do segmento de moda masculina cresceram 4,5% em 2014, contra 3,7% de moda feminina, e até 2019 devem chegar a US$ 40 bilhões. A alta nas vendas para os próximos anos será alcançada por camisetas, jeans e casacos, de acordo com a consultoria. O foco na aparência pessoal tem sido o carro-chefe nessa mudança de cenário. Antes eles não se preocupavam muito em combinar peças, em se vestir bem, mas hoje a tendência está diferente, eles estão vaidosos, acompanham a moda e estão de olho na estética. Uma pesquisa do IBGE aponta que os homens gastam por ano R$ 80 milhões com a aparência, sendo uma parte disso voltada para o vestuário. A marca Mario Queiroz, criada há 20 anos pelo designer e seu sócio, José Augusto Fabron, já esteve nos maiores eventos de moda do Brasil, sendo 20 participações na São Paulo Fashion Week, além de ter representado o país no Pret-à-Porter Paris, no Ano do Brasil na França. A grife já trabalhou com lojas multimarcas em várias cidades brasileiras e teve loja própria nos Jardins, em São Paulo (SP), onde funcionava também seu showroom. Hoje, Mario Queiroz faz roupas sob medida e tem um escritório de “inteligência de moda” para dar consultoria a empresas de vários setores, entre as quais se destaca a marca de joias Rommanel, com quem Mario tem um licenciamento de sua linha chamada “Essencial por Mario Queiroz”. “Desde que comecei como designer, tive um foco maior na moda masculina e atuei em diversos segmentos da moda, indo da clássica ao streetwear. Fui o primeiro designer nesse setor na marca Vision. Quando lançamos a Mario Queiroz, o objetivo foi atender o homem que busca peças acessíveis com estilo, exclusividade e design marcante”, conta o estilista. As peças são limitadas, cerca de cem por modelo, e a grife não possui um público-alvo dividido por faixa etária, mas sim por atitude, com interesse em peças autorais. Com a ideia de que a moda masculina é feita de diferentes segmentos e indo contra a máxima de que todo homem é igual ou só existe um tipo de “homem comum”, Mario Queiroz acredita que eles estão deixando de lado o pensamento de uniformização, perdendo o medo de assumir sua vaidade, porque precisam competir com uma

mulher competente e antenada em moda. “O homem brasileiro é mais evoluído do que o mercado de moda masculina no Brasil. Considero meu papel alertar as empresas e os designers e criar situações que incentivem a melhoria desse segmento”, comenta o designer. Nos dias 3 e 4 de agosto, Mario Queiroz apresentará, no Senac Lapa Faustolo, em São Paulo (SP), o evento “Homem Brasileiro 2015”. Na ocasião, será lançada a exposição 20 Anos de Moda Masculina de Mario Queiroz. Ruptura, que conta a trajetória de sua marca e discute os papéis dos homens de hoje e do futuro, pensando em novas possibilidades. Serão apresentados 20 looks, croquis, fotos de desfiles e catálogos, além de editoriais. A exposição ficará em cartaz até o dia 28 de agosto, com entrada gratuita. No dia 4 de agosto, acontece o Fórum de Discussão do Masculino, que abordará os diferentes tipos de homem da sociedade, como cidadãos e consumidores, e contará com nomes importantes do cenário de moda atual. Para participar, basta fazer a inscrição no site do www.sp.senac.br. João Pimenta começou desfilando na Casa de Criadores em 2005, com criações femininas e masculinas. No terceiro desfile, observando a necessidade do mercado, focou as coleções só no masculino. O estilista trabalha com o contraponto do masculino com o feminino e do pobre e rico no conceitual da marca. Trabalha com a elite de moda e com lugares incomuns na moda, como o campo, o caipira, favelas e mendigos. “O masculino era muito quadrado, o homem tem vontade de evolução, por isso o olhar para as formas femininas é uma tendência. Com relação ao pobre e rico, as pessoas elitizam a moda e ela não é só para rico. As pessoas simples têm interesse também. Na minha última coleção, me inspiriei no não gênero”, explica João Pimenta. A grife produz peças sob medida, no estilo alfaiate, mas trabalhando com a androginia. “Meu público é bem sério, executivos, noivos etc. Não temos problemas de discriminação diante do nosso conceito. Trabalhamos o dúbio, nadamos dos dois lados. Agora, com a revolta das pessoas com o fast fashion, elas estão querendo algo para o corpo delas e isso faz crescer a procura pelo sob medida”, afirma Pimenta. O estilista ainda diz que o homem quer inovação no guarda-roupa, é mais exigente do que a mulher, quer que a roupa dure muito tempo e

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Mercado

Fotos: Divulgação

tem grande poder de compra. “Para atrair quem não é fashion, trabalho o clássico mudando as matérias-primas, misturando os tradicionais com moletom e couro, fazendo um trabalho de alfaiataria contemporâneo. Aqui, o cliente escolhe como quer a peça, com diferenciais, tanto de tecidos como na estética”, explica. Segundo Pimenta, a moda feminina está muito saturada de informações e criações. “Se existe um lugar onde a moda pode evoluir é no masculino. No feminino, nada mais é novidade. Infelizmente, o mercado brasileiro ainda não enxerga o potencial da moda masculina. Você vê poucas revistas para homens, poucos estilistas. Existe um desinteresse muito grande do mercado nacional pelo masculino.” Fundada em 2009 pelo carioca Lissandro Silva, a Tricky Hips trabalha com coleções criadas a partir de temas, usando como referência a parte cool da cultura jovem. No ano passado, o estilista Felipe Sosa, que já passou por marcas como a Track&Field, trouxe sua expertise para a grife. A Tricky Hips trabalha com a faixa etária de 18 a 30 anos e a produção mensal varia de acordo com a época do ano, sendo em média de 1.500 peças por mês. “Por falta de marcas masculinas nacionais que entregassem o trio produto + design + branding por um preço acessível, surgiu a ideia de criar a grife. Notamos que tínhamos dificuldade de encontrar produtos de marcas com as quais nos identificássemos, com informação de moda, bem acabados, com design diferenciado e que tivessem um preço Foto: Divulgação

DER METROPOL,

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DE

MARIO FRANCISCO.

TRICKY HIPS.

acessível”, conta Lissandro Silva, diretor criativo da Tricky Hips. Lissandro acredita que o comportamento de consumo masculino vem mudando ao longo dos últimos anos, devido à quantidade cada vez maior de homens preocupados com a imagem, que entendem que a roupa diz muito a respeito deles. “Além da moda, essa nova percepção fica bem clara no crescimento do mercado de cosméticos voltados exclusivamente para esse público.” Um bom exemplo para o segmento, em sua primeira participação no evento Casa de Criadores, na edição de verão 2009, a Der Metropol foi apontada pela crítica como a grande revelação da temporada, passando a integrar instantaneamente o line-up oficial do evento. Em janeiro de 2012, foi convidada para desfilar na Semana de Moda de Barcelona, sendo eleita um dos destaques da temporada pela crítica internacional. Atualmente, conta com o apoio do governo brasileiro, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), por meio do BtoBe, grupo formado por dez estilistas brasileiros considerados promissores, que já participou de eventos em Paris e Londres. Mario Francisco, designer e CEO da Der Metropol, diz que a moda masculina sempre foi a área com a qual teve mais afinidade, desde o início. “Quando resolvi cursar a faculdade de moda, minha intenção já era trabalhar com o masculino. Atualmente, estou focado na produção apenas de peças sob medida, com o mix certeiro entre alfaiataria,


Foto: Sergio Caddat

DE

MODA MASCULINA

DE

MARIO QUEIROZ.

streetwear e sportswear, que é a principal característica da marca. A importância do mercado de moda masculina é fundamental, como todos os mercados, inclusive culturalmente, já que barreiras culturais que existem e estão estabelecidas há tempos são quebradas pelo próprio homem brasileiro, com uma nova maneira de se vestir ou ao usar uma peça de uma nova maneira, ao usar uma nova modelagem que proporciona um volume e caimento diferentes do já estabelecido etc. Vejo isso bastante no streetwear e na moda que vem das ruas, percebo que é onde os homens mais se arriscam”, comenta Mario Francisco. A Civil Jeans, do Grupo Claudia Rabelo, confecção de roupas de Belo Horizonte (MG) que atua no mercado de jeanswear há 25 anos, atende uma faixa etária ampla, de 20 a 50 anos, com produção mensal de 10 mil peças masculinas, além da parte da produção que é terceirizada no Sul do país e das importações. “Intensificamos nosso investimento na moda masculina há dois anos. Por meio de uma consultoria, observamos que havia uma carência de boas marcas do segmento no mercado que conseguissem atender o homem brasileiro, que está cada vez mais exigente na escolha de suas roupas. Unimos essa oportunidade

com nossa capacidade de transformar a Civil em uma marca que conseguisse atender essa demanda, principalmente no mercado jeanswear”, explica Pedro Rabelo, diretor da Civil Jeans. A aposta da marca para atingir o mercado masculino é investir em qualidade de produto e em detalhes nas peças. “Vimos que o homem é muito preocupado com o conforto. Um exemplo de como traduzimos essa preocupação foi o aumento da linha do ‘jeans moletom’, que tem o aspecto do jeans e o conforto do moletom. Outra preocupação é com os detalhes, uma vez que não existem tantas novidades na moda masculina como na feminina. Acredito que a masculina estava muito atrás da feminina em questão de inovação. Como o homem hoje se importa mais com questões estéticas, a moda masculina está tentando ‘correr atrás do prejuízo’ para acompanhar a feminina”, reflete Rabelo. Eles finalmente estão descobrindo que se vestir bem e gostar de moda não têm a ver com sexualidade e sim com estilo, e, para acompanhar esse movimento, as marcas estão se adaptando e investindo em conforto e qualidade, além de informações de moda. Enfim, chegou a vez deles! Foto: Weber Pádua

EXPOSIÇÃO 20 ANOS

CIVIL JEANS.

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POR THIAGO FRANKLIN

Foto: Divulgação

Gestão

Empresa familiar - você faz parte desse universo? A gestão de empresa familiar não é tarefa fácil, nem mesmo para os experts em administração, pois o conhecimento administrativo, por si só, não resulta em soluções efetivas quando se envolvem empresa, família e patrimônio. Nós podemos encarar dois lados desse fato: o lado bom é que não é preciso dedicar-se a ser um expert em administração para tocar esse barco; o lado ruim é que ainda assim será preciso muita dedicação, nesse caso, para aprender a lidar com as peculiaridades da gestão da empresa familiar. Sempre gosto de lembrar que nunca é tarde para se doar a essa jornada de mudanças e aprendizado. Quem decide aplicar uma gestão específica para empresas familiares em seus negócios garante uma experiência que trará muitos benefícios nas três esferas: empresarial, familiar e patrimonial. Patriarcas e herdeiros ficam receosos em eventualmente abalar laços afetivos e vínculos societários, mas um trabalho consciente e bem realizado pode solucionar grandes problemas que aumentam os temidos custos invisíveis, minando a empresa com o passar dos anos. Simplificando, seria como uma vacina: não é obrigatório tomar, mas é essencial, caso pense em saúde e longevidade. Todos nós entramos no consultório sabendo que a picada da agulha pode doer, mas temos consciência de que isso não é nada comparado aos malefícios de uma doença. Pensando em prevenção, essa “vacina” pode ser a solução para o alarmante índice de 67% de empresas familiares que não passam da primeira para a segunda geração, ficando pelo caminho. Se você possui algum vínculo societário ou de gestão com um familiar ou se na sua empresa há algum familiar atuante, seja ele de qualquer escalão, você pode se considerar parte do (nem tão) seleto grupo de empresas familiares brasileiras, que totalizam a incrível soma de 90% dos empreendimentos de nosso país. Revisando nossa história, desde as capitanias hereditárias (primeiras empresas familiares privadas do Brasil) até

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chegar às empresas atuais, sejam de pequeno, médio ou grande porte, todas sofreram ou sofrem com a falta de conhecimento aprofundado sobre gestão de empresa familiar, com problemas sendo acumulados durante todo o ciclo de gestão do fundador e refletidos de forma drástica no momento da sucessão. Os estudos e pesquisas aprofundados sobre esse tema foram se ajustando com os anos, junto à mudança de mentalidade do mercado e em busca das almejadas sustentabilidade e longevidade. Para ter uma ideia, há pouco tempo houve uma espécie de “inquisição familiar”, por meio da exclusão dos executivos familiares da gestão de grandes empresas, inserindo-se gestores profissionais do mercado em busca de resultados a qualquer custo. Hoje se sabe que o melhor resultado acontece ao se profissionalizar os executivos da família. Pode parecer um simples trocadilho entre profissionalizar a empresa familiar e profissionalizar a família, mas, apesar de demandar mais trabalho, estudo e tempo de maturação, é um investimento com respostas positivas imensuráveis nas três esferas. Poder seguir em frente com os ideais e o legado da família adaptados e cultivados dia a dia em consenso pelos envolvidos e, principalmente, de forma rentável é, com certeza, motivo de orgulho e união para todos. Embarque nessa tendência mundial, prepare-se e busque ajuda para profissionalizar sua família. Como consequência, você conquistará profissionais dedicados, executivos familiares gabaritados, sócios bem preparados, acionistas atuantes, integração familiar e evolução patrimonial.

THIAGO FRANKLIN É CONSULTOR E PALESTRANTE DA IT STUDIO CONSULTING, CONSULTORIA ESPECIALIZADA EM MERCADO TÊXTIL. SEUS PRINCIPAIS TEMAS SÃO GESTÃO DA EMPRESA FAMILIAR E GESTÃO SOCIETÁRIA. É FORMADO EM MARKETING E ADMINISTRAÇÃO E PÓS-GRADUADO PELA FAAP, COM ESPECIALIZAÇÃO NA FGV EM GESTÃO DA EMPRESA FAMILIAR. WWW.ITSTUDIO.COM.BR





Negócios

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POR HENRIETE MIRRIONE

JOGO DE CINTURA EMPRESAS TÊXTEIS ENFRENTAM COMO PODEM A RECESSÃO DO MERCADO NACIONAL

Foto: Divulgação

A indústria nacional vive um momento de crise que atinge diversos segmentos, inclusive o de têxtil e confecção. Para driblar a recessão, as empresas seguem bravamente, algumas seriamente afetadas, outras buscando ajustes de operações, com redirecionamento de plataforma de produtos, reescrevendo a própria história ou direcionando a produção para o mercado externo, vislumbrando uma saída além das fronteiras. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), as importações de têxteis e confeccionados entre janeiro e março deste ano cresceram, em valor (US$), 2,4%, e as exportações caíram 11,9%, enquanto o crescimento do déficit na balança comercial foi de 4,9% em relação a 2014 (dados sem fibra de algodão). Já as importações, somente de vestuário, no acumulado de janeiro a março de 2015, apresentaram crescimento de 3,9% em valor. Comparado com o do mesmo período de 2014, o crescimento foi de 11,4% em toneladas. A produção teve, em janeiro e fevereiro, queda de 9,3% na indústria de transformação, queda de 8,2% no segmento têxtil e queda de 17,1% no vestuário. Detalhe: esses dados são similares aos do mesmo período do ano anterior. No comparativo de fevereiro de 2015 com o do ano passado,o setor têxtil apresentou queda de 7,1% e o vestuário teve queda de 19,7%. “Essa é uma situação infelizmente anunciada para o setor, que vem perdendo participação no market share internacional, mesmo sendo o quarto maior país confeccionista do mundo, o quinto maior produtor têxtil e o sétimo maior mercado consumidor, além de ser a maior cadeia produtiva integrada do Ocidente, desde a matériaprima até o produto final”, destaca Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit. E isso apenas destacando os dados do primeiro trimestre deste ano. Aliás, reflexos desse contexto já atingiram em cheio

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CANATIBA: A ESTRATÉGIA DIANTE DA RECESSÃO É FORTALECER O CURSO DA EMPRESA.

algumas das nossas mais tradicionais indústrias. Em maio, a Santana Textiles fechou em São Paulo todo o escritório administrativo que matinha na capital, deixando apenas uma pequena estrutura de vendas e apoio comercial. Entre suas unidades, a sede em Horizontina, no Ceará, e a da Argentina seguem normalmente com suas atividades. As unidades do Rio Grande do Norte e de Mato Grosso foram praticamente desativadas também em maio, contando apenas com 20 funcionários – o


Fotos: Divulgação

RHODIA: A INDÚSTRIA TÊXTIL CONTINUA MUITO PRESSIONADA POR UMA COMBINAÇÃO DE CUSTOS ALTOS DE PRODUÇÃO.

pessoal da segurança e da manutenção de equipamentos. Entretanto, a indústria caminha com o projeto de instalação da fábrica nos Estados Unidos, que, segundo Laércio Rossi, membro do conselho, já está em processo de montagem. “É frustrante para qualquer empresário ver o país em recessão. Não esperamos melhoras no cenário econômico em curto e médio prazo. Portanto, para a empresa o momento é de repensar operações. Infelizmente, vamos fechar o ano com uma queda expressiva de faturamento. Devemos obter 33% do que faturaríamos em um ano normal. Esperamos uma modesta retomada para 2016”, afirma Delfino Neto, diretor-presidente da Santana Textiles. Um mês antes, em abril, a unidade de texturização da Rhodia, com duas décadas de atividades e localizada em Jacareí, interior paulista, também fechou as portas. A empresa decidiu concentrar a produção de fios têxteis de poliamida na unidade de Santo André. “O fechamento da unidade resultou do cenário econômico de forte queda no consumo de produtos industrializados, que acarretou uma redução das vendas de fios de poliamida. Além disso, houve acréscimo substancial dos custos de produção, que foram agravados neste ano pelo aumento excessivo do custo de energia – um insumo de alto impacto para a indústria têxtil, que, aliás, continua muito pressionado por uma combinação de custos altos de produção, com elevação de importações de artigos acabados”, diz Renato Boaventura, diretor da unidade global de negócios de fibras do Grupo Solvay, dono da Rhodia desde 2011. Vale salientar que algumas empresas têm redire-

cionado suas linhas de produtos para sedimentar uma posição no mercado ou ainda driblar o panorama atual. Nos últimos três anos, por exemplo, a Cedro, estrategicamente, resolveu investir na produção de tecidos considerados premium, buscando maior competitividade em relação às commodities importadas. Nesse cenário, a empresa fechou o ano de 2014 com 65% da produção direcionada ao denim premium. Com essa estratégia, registrou uma queda no faturamento do ano passado da ordem de 3,6%, mediante uma retração de 5% do setor, segundo dados da Abit. “Redefinimos nossa linha de produtos. Esse caminho já aponta bons resultados e nos permitiu, em um ambiente de forte dificuldade, ter um resultado melhor que o da média do nosso setor em 2014. Os produtos considerados premium avançam para, até o fim do ano, representar 70% da nossa linha denim, assim como o crescimento de tecidos técnicos na linha workwear”, conta Marco Antonio Branquinho, presidente da Cedro Têxtil.

CEDRO: REDEFINIMOS NOSSA LINHA DE PRODUTOS E ESSE CAMINHO JÁ APONTA BONS RESULTADOS.

A Cedro acredita que o trabalho em conjunto com as confecções é que levará a um momento mais positivo no mercado. “A retração atual também atinge confecções e o varejo. Estamos investindo em produtos diferenciados por sabermos que as confecções também querem ter um produto melhor, que faça frente à importação e possa valorizar a moda nacional”, diz Branquinho. Já para a Canatiba, a estratégia diante da recessão é fortalecer o curso da empresa. “Enfrentamos o cenário

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Negócios Fotos: Divulgação

adverso fortalecendo e investindo em melhorias na produção, nos serviços ao cliente e, principalmente, trabalhando sempre na inovação de produto”, afirma Fabio Covolan, diretor de marketing da empresa. “Acredito que, neste momento, os produtos têxteis – especialmente o denim, afinal temos indústrias extremamente competentes, com tecnologia e qualidade de ponta – se tornaram mais atrativos para o mercado externo. A desvalorização do real fez com que nossos preços ficassem um pouco mais competitivos”, acrescenta o diretor. Fernando Pimentel, da Abit, também defende as exportações como uma saída para o fortalecimento das indústrias têxteis nacionais. “Contamos com empresas capacitadas, produtos excelentes, além dos elementos necessários para nos direcionar ao exterior, como um câmbio favorável. O que falta? Esbarramos na falta de um acordo com o Mercosul e esperamos um aquecimento do mercado norte-americano, segundo maior destino das nossas exportações, entre outros tópicos. Claro que, nesse cenário, as empresas precisam encontrar o melhor caminho para realizar seus negócios, buscar inovações, diversificações, e assim por diante”, argumenta Pimentel. Neste momento, por exemplo, a Vicunha leva seus tecidos para mais países, ampliando a ação internacional da empresa em até 20% em 2015. “Com esse objetivo, reforçamos, este ano, nossa atuação em grandes feiras do mercado de jeanswear, como a Munich Fabric Start, na Alemanha; a Denimsandjeans, em Dhaka, capital de Bangladesh; e a Denim Première Vision, que passou a ocorrer em Barcelona, na Espanha”, diz Anna Maria Kuntz, diretora-executiva comercial da Vicunha.

VICUNHA:

A EMPRESA ESTÁ FOCADA EM FORTALECER AÇÕES NO MERCADO INTERNACIONAL.

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TEXPRIMA:

A PALAVRA DE ORDEM É “INOVAÇÃO”.

“Aumentamos também nossa presença no exterior por meio de escritórios e representações comerciais. Com esse foco, firmamos forte participação mundial – com filiais espalhadas por Europa, Ásia e Américas, explorando possibilidades de novos negócios, atraindo mais clientes e gerando relacionamento com fornecedores e grandes marcas internacionais. Nos últimos anos, a empresa já exportou para mais de 80 países, volume que corresponde a, aproximadamente, de 30% a 35% de nossa produção”, explica a diretora. E não são só os gigantes que têm expectativas de crescimento. Sem informar números, a TexPrima também espera crescer em 2015. “Temos a expectativa de fechar o ano em crescimento. Estamos investindo em tecnologia, em treinamento e em pesquisa de tendências, pois, para driblar a crise, acho que o principal é entender o papel de seu produto na mão do consumidor. É como dizem: ‘Sirva o consumidor no lugar certo e na hora certa’”, enfatiza Danielle Hittmair, diretora de desenvolvimento e marketing da TexPrima. A diretora destaca que eventos como inflação, juros, alta do dólar, retração do consumo e arrocho fiscal são comuns a todos. “É preciso analisar os fatos e seus impactos sobre o negócio, pois cada empresa é afetada de forma diferente pela conjuntura econômica. A palavra de ordem é ‘inovação’, estamos sempre investindo em pesquisas, criando estratégias e buscando novas tecnologias, itens que são fundamentais neste momento. Aliás, até nos momentos de crise é possível encontrar oportunidades e renegociar metas para alcançar os objetivos da empresa”, finaliza a diretora.



Lançamentos

Fotos: Divulgação

TECIDOS EMBALADOS E PROTEGIDOS Para as confecções que querem cuidar bem de seu estoque de tecidos, a Walter Porteiro lançou a embaladora automática de rolos tecidos AWX 8259, capaz de embalar – em filmes de polietileno de alta ou baixa densidade – rolos de até 500 mm de diâmetro x 2.400 mm de largura (um rolo a cada 45 segundos, em condições ideais). Toda programável via PLC, solda por indução toda a extensão longitudinal e as extremidades da embalagem, com alta performance e economia. Disponível em 220 V.

CORTE A LASER PARA TAMANHOS GRANDES Popular no exterior, a máquina de corte a laser PI4000 acaba de chegar ao Brasil, trazida pela Plotag. Seu grande diferencial é a área de corte – 250 cm x 150 cm –, enquanto as máquinas mais vendidas no país ficam na média de 90 cm x 100 cm. Sua esteira permite o carregamento automático de alimentação de tecido (todo o rolo), o que aumenta a eficiência na produção, sendo muito utilizada para o feitio de peças piloto, pois reduz significativamente a quantidade de mão de obra. Seu feixe de laser constante garante um corte consistente em diferentes posições dentro de sua grande área de corte. Seu sistema gráfico é compatível com AutoCAD e CorelDRAW®, entre outros, e aceita vários formatos de arquivo gráfico, entre eles BMP, GIF, JPEG, TIFF, CDR, PLT, DMG, TGA, PCX, DST e DXF.

OPTIKAD TRAZ NOVA MÁQUINA DE CORTE A Optikad apresenta ao mercado uma nova máquina de corte com tecnologia italiana, a Orox Flexo. Com sistema de corte contínuo, limpador automático de cerdas, faca e vácuo inteligentes e baixo consumo de energia, a Orox ainda possui o sistema Pops, com etiquetadora de peças cortadas que dispensa o uso de plotter. Tudo isso com três anos de garantia.

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LEITURA FASHION TEM NOVIDADE DURKOPP NA ANDRADE Foto: Divulgação

Fotos: Divulgação

Tenho Dito: Histórias e Reflexões de Moda: o querido e prestigiado historiador João Braga reuniu 15 artigos escritos para a revista acadêmica D’Obras entre 2007 e 2014, nos quais fala sobre moda, arte, design e consumo e suas inter-relações com outras áreas, como antropologia, sociologia, comunicação e marketing. As temáticas são diversas, como luxo, estilo, Paul Poiret, Rose Bertin, Casa Lange, Brummel e o dandismo, e os sapatos como distinção social. Sobre o título, João explica a escolha: “Pensando e repensando, resolvi dar o nome de Tenho Dito: Histórias e Reflexões de Moda. Afinal, reafirmo em cada artigo o que venho dizendo em salas de aula de todo o Brasil”. A apresentação do livro foi escrita por ninguém menos que Costanza Pascolato. Editora: Estação das Letras e Cores, www.estacaoletras.com.br. História da Moda: este é o primeiro

A Andrade Máquinas está com uma novidade da Durkopp-Adler em seu portfólio: a 745-35-S, uma máquina automática para a confecção de bolsos sociais (com vivo simples ou duplo) tanto em calças como em paletós, bem como em peças feitas de jeans, sarja e outros materiais, pois o equipamento é preparado de acordo com as necessidades do cliente. Também é possível aplicar a portinhola com a vantagem de o tamanho do bolso se ajustar a ela, impedindo que a mesma fique prensada ou folgada no vão do bolso. Entre outras características, estão a fácil operação, aprendizagem e manutenção do sistema de facas; enchedor de bobina de acionamento independente do cabeçote de costura; redução da frequência de troca de bobinas, graças à grande capacidade da lançadeira; sistema de monitoramento de quebra de linha na agulha, que para a costura imediatamente; fotocélula com leitura automática do tamanho da portinhola; nove programas de costura memorizados, com até sete sequências programáveis; máxima precisão nos cantos dos bolsos; funcionamento silencioso; e produção de até 2.400 bolsos em oito horas, um rendimento superior ao de até nove pessoas produzindo de forma manual.

título da série de livros de moda para colorir que a Editora Estação das Letras e Cores lança, catalogado nas categorias arteterapia + a arte-educação. Feito pelo ilustrador Marcio Alek, o livro narra a história da indumentária feminina desde a Antiguidade (Egito, Grécia e Roma), passando pelo surgimento da moda na Idade Média até chegar a Alexander McQueen, no século 21. Em cada uma das épocas, o leitor pode encontrar, além do desenho para colorir, os trajes, o modelo de beleza e uma obra de arte que representa o período histórico em questão. Editora: Estação das Letras e Cores, www.estacaoletras.com.br.


Empreendedorismo Sebrae

Pingue-Pongue Como o Sebrae pode ajudar na utilização de resíduos sólidos no setor de moda?

LUIZ BARRETTO,

PRESIDENTE DO

SEBRAE NACIONAL.

Palavra do Presidente No mercado da moda, a preocupação dos consumidores com o meio ambiente e a valorização de produtos sustentáveis levou as empresas do segmento a incorporar estratégias de sustentabilidade em seus processos produtivos. Uma das inovações tem sido buscar alternativas para retalhos e outros insumos provenientes da indústria. Com o apoio de nosso Centro Sebrae de Sustentabilidade, temos unido artesãos, designers e empreendedores para investir na reutilização de sobras de confecções em artigos que têm chamado atenção em feiras e eventos do segmento. O Brasil produz 175 mil toneladas/ano de resíduos têxteis. Para aproveitá-los e cumprir a legislação brasileira sobre gestão de resíduos sólidos, temos projetos regionais como o Atelier Criativo, no Ceará; e o Mulheres de Argila, em Pernambuco, que apoiam o associativismo e a união com empresas que incentivam a indústria da reciclagem. Consultorias, treinamentos, palestras e cursos com foco em áreas como relações humanas, vendas, associativismo, qualificação, novas técnicas e ações para fortalecer a negociação dos produtos fazem parte do processo. Com isso, otimizamos o uso de matérias-primas, incentivamos as boas práticas de sustentabilidade e o desenvolvimento de novas mercadorias de moda e design com valor artístico agregado e diminuição de gastos.

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É interessante procurar consultores por meio do Sebraetec, por exemplo, que ajudarão a diagnosticar se o empreendedor pode fornecer resíduos para projetos ou reaproveitar resíduos de alguma confecção.

Fotos: Divulgação


Foto: Divulgação

Onde buscar informações? Existem programas no BNDES que oferecem incentivos para o empreendedor que quer investir em tecnologia para sustentabilidade. Existe ainda, na internet, a Bolsa de Resíduos, que permite a livre negociação deles. Nela, qualquer empresa pode anunciar seus resíduos gratuitamente, comprar e vender retalhos, estopas e outros restos têxteis. É importante se informar antes de entrar nesse nicho. Em Barro, no Ceará, retalhos de tecido e restos de couro mudaram o artesanato local As artesãs da Associação dos Artesãos do Município de Barro (Artemb), no Ceará, sempre trabalharam com bordados, fibras e fuxicos, mas foi com a ajuda do Sebrae em Cariri que elas começaram a utilizar resíduos sólidos em suas coleções. O grupo, que existe desde 2010, vem participando de capacitações e cursos constantes que ajudaram as empreendedoras a conquistar mercados. “Em 2012, começamos as consultorias e um diagnóstico ajudou a identificar a principal tipologia a ser trabalhada pelo grupo. Resgatamos o bordado ‘boa-noite’, que até então só era feito por uma única artesã de 80 anos de idade, e mudamos nossos produtos”, conta Zuleide Ferreira, da Artemb. Dentro da ação Atelier Criativo, o grupo fez parte da coleção Cariri, Moda & Paixão, produzindo flores, crochês e aplicações a partir de retalhos e sobras de couro e tecido. “Superamos o problema da falta de qualidade com a ajuda do Sebrae. Todo ano recebemos um designer e um artesão mestre que nos ajudam a criar uma nova coleção e temos tantas encomendas que não damos conta”, comemora Ferreira. As artesãs vendem no atacado e no varejo e faturam até R$ 5 mil por pedido. WWW O site do Centro Sebrae de Sustentabilidade conta com várias histórias de sucesso de uso de resíduos têxteis. Para saber mais e conhecer outras práticas sustentáveis, acesse: http://goo.gl/StEbic.


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POR MARCELO V. PRADO

Será que estamos preparados para voltar a exportar? Em pouco mais de um ano, a taxa de câmbio no Brasil saiu de um patamar médio de R$ 2,20 por dólar para uma taxa média de R$ 3,10, o que representa uma elevação superior a 40% em um período relativamente curto. Esse fato reacendeu a esperança em muitas empresas do setor de moda no Brasil, que costumavam ter na exportação um canal complementar às suas vendas, de voltar a participar do mercado externo como um possível antídoto à crise econômica que vivemos atualmente. Sem dúvida alguma, os números do comércio internacional de vestuário são extremamente atraentes e motivadores. Para ter uma ideia, apenas no ano de 2013, último dado disponível, as exportações globais de roupas chegaram à casa dos US$ 428 bilhões, a um ritmo de crescimento médio anual superior a 8% ao ano, desde a crise internacional de 2008. Todos sabemos que esse mercado é dominado por países asiáticos, que se especializaram em vender “mais do mesmo, mais barato”, ou seja, produtos básicos, cópias e artigos desenvolvidos para marcas famosas da Europa e dos Estados Unidos. Esses países substituíram antigas bases produtivas que haviam se acostumado a atuar nesse mesmo modelo de exportação, aí incluídos os brasileiros, mas que hoje não têm mais como competir internacionalmente nesse formato. Apesar da força dos asiáticos, restam ainda países que estão desenvolvendo suas exportações, como o Peru, a Colômbia, os países da América Central, do Leste Europeu e do Norte da África, que, mesmo não tendo custos tão baixos de produção, conseguiram criar um modelo sustentável de exportação graças ao acesso privilegiado a alguns dos principais mercados consumidores do planeta, onde seus produtos atravessam as fronteiras isentos de tarifas de importação.

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Foto: Divulgação

Oferta e Demanda

Ao Brasil, que não fez a lição de casa nessa área e que, ainda por cima, na contramão dos países emergentes, manteve sua moeda fortemente valorizada frente ao dólar nos últimos anos, só restou mesmo assistir de longe à grande expansão do comércio internacional de roupas, enterrando o antigo sonho de “conquistar o mundo com a moda brasileira”, tão propagado pela mídia e pelas entidades ligadas ao setor no início dos anos 2000. Agora, depois de muitos anos remando para se manter competitivos em seu próprio mercado, nossos fabricantes começam a avaliar as possibilidades de voltar a conquistar uma fatia mais relevante das exportações mundiais. Atualmente, a participação do Brasil nesse mercado é pífia, com vendas de roupas ao exterior inferiores a US$ 140 milhões por ano, ou 0,03% do total exportado pelo mundo. A intenção, sem dúvida, é das melhores, mas as chances serão muito pequenas se nossos exportadores não pensarem numa nova estratégia de exportação, na qual os esforços sejam direcionados a produtos originais, carregados de inovação e brasilidade, explorando dentro da moda o admirado estilo de vida de nosso povo, além de materiais e temas relacionados às nossas abundantes riquezas naturais. Sim, para voltar a exportar temos que deixar de ser apenas meros imitadores e nos diferenciar de verdade, criando um estilo próprio para nossos produtos e um conceito original para nossas marcas. Temos que deixar de vender produtos e passar a vender estilo, comportamento e inovação. Exemplos como este, dentro do negócio da moda, já não nos faltam. Podemos destacar casos como o das sandálias Havaianas e dos perfumes da Natura, entre outros, que estão sabendo como agregar valor a seus produtos e marcas, o suficiente para justificar todo o esforço envolvido no processo de exportação.


Mais importante, talvez, é que essas empresas perceberam, desde o início, que, somente quando você tem algo realmente novo e original, tem a chance de encantar seu público-alvo, fugindo da briga de preço com os demais concorrentes. Sempre ouvi que o brasileiro é muito criativo, mas isso só não basta. Chegou a hora de aproveitarmos a oportunidade de usar essa criatividade para nos diferenciarmos realmente e, por que não, para voltarmos a ser exportadores de sucesso. Até a próxima!

. INDICADORES SETORIAIS A

produção de vestuário teve queda de 4,5% em abril, se comparada ao mês anterior. No acumulado do ano, segundo a pesquisa industrial mensal do IBGE, registra queda no volume físico produzido de 13,6%. Essa queda tende a ser revertida nos próximos meses, uma vez que as vendas no varejo de vestuário acumulam queda de apenas 0,2% nos volumes vendidos, no mesmo período, com 1,1% nos valores da receita, e precisarão se abastecer junto à indústria nacional para recompor seus estoques, já que as importações, com crescimento de apenas 3,2% este ano e US$ 1,19 bilhão acumulado, são insuficientes para tanto. As exportações brasileiras de vestuário alcançaram US$ 51,4 milhões até maio deste ano, com queda de 9,5% em relação ao mesmo período de 2014, apesar da elevação recente do câmbio, dando claras demonstrações de que uma recuperação desse indicador demandará tempo e muito trabalho para gerar os frutos desejados. Segundo o IBGE, os preços do vestuário no varejo se elevaram 0,61% em maio de 2015, mais ainda assim acumulam alta de apenas 0,80% nos primeiros cinco meses do ano. CONJUNTURA DO SETOR DE VESTUÁRIO NO BRASIL 1. Produção, emprego, preços (%)

No mês

No ano

Últimos 12 meses

. Produção física (abril 2015)

-4,5%

-13,6%

-7,4%

. Vendas no varejo em volumes (abril 2015)

-0,2%

-4,2%

-1,9%

0,6%

-1,1%

2,0%

+0,61%

+0,80%

+3,43%

. Vendas no varejo em valores (abril 2015) (1)

. Preços ao consumidor (janeiro 2015) IBGE 2. Comércio exterior (US$ 1.000)

Jan.-maio 2014 Jan.-maio 2015 Variação

. Exportação (maio 2015)

56.780

51.362

-9,5%

. Importação (maio 2015)

1.150.078

1.187.388

3,2%

. Saldo (exportação – importação) (maio 2015)

-1.093.298

-1.136.026

3,9%

(2)

Fontes: IBGE / Secex – Elaboração Iemi. Notas:

(1) (2)

IPCA – Índice de preços ao consumidor amplo – Brasil. Variação de janeiro a maio de 2015 contra janeiro a maio de 2014.

MARCELO V. PRADO É SÓCIO-DIRETOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS E MARKETING INDUSTRIAL (IEMI) E MEMBRO DO COMITÊ TÊXTIL DA FIESP. COLUNA.CP@IEMI.COM.BR


Fique Por Dentro

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POR SILVIA BORIELLO

PLM REVOLUCIONANDO O GERENCIAMENTO DAS CONFECÇÕES SISTEMA DÁ VISIBILIDADE DE PONTA A PONTA NA PRODUÇÃO Foto: Divulgação

Na edição passada de Costura Perfeita (n° 85 – maio/ junho), na seção de Tecnologia, fizemos uma introdução sobre o sistema Lectra Fashion PLM V4 e, a convite da empresa, estivemos em sua sede em Bordeaux, na França, no mês de maio, para o seu seminário e lançamento mundial. Também estiveram presentes confeccionistas e especialistas em produção e TI do mundo todo, inclusive do Brasil, como a Kamylus Malhas, de Jaraguá do Sul (SC), e o Grupo La Moda, detentor da marca Lança Perfume, sediado em Criciúma (SC). O sistema PLM, na verdade, foi lançado pela Lectra em 2005, porém era muito diferente do atual. Anteriormente, o sistema trabalhava por módulos separados, mas agora todos são integrados e mais completos, agregando funcionalidades fundamentais e envolvendo até o ERP das empresas. “O PLM antigo é diferente do que temos hoje e vem evoluindo muito rápido. Eu diria que na minha região, a América Latina, começamos a trabalhar no assunto há cerca de dois anos, quando fechamos contrato com a Hermeco, da Colômbia, e mesmo assim trabalhei muito diretamente com a França. No Brasil, começamos agora, pois o mercado ainda não está suficientemente maduro. A maioria de nossos clientes está implantando o ERP agora, e o PLM é o segundo passo. Isso está evoluindo muito bem, já começamos projetos com grandes empresas”, conta Adriana Papavero, diretora da Lectra para a América do Sul. Ela comenta que o mercado brasileiro vem recebendo muito bem a novidade do PLM V4, especialmente nas empresas maiores, onde a cultura do sistema ERP está mais desenvolvida, inclusive com a formalização e ampliação das áreas de tecnologia da informação e lean

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UMA

DAS APRESENTAÇÕES DO SEMINÁRIO DA EMPRESA EM BORDEAUX, NA FRANÇA.

LECTRA FASHION PLM V4,

NA SEDE

manufacturing internamente, o que não era uma realidade há dois anos, por exemplo, e a tendência é o mercado mudar cada vez mais rápido. Empresas de moda de grande porte da França, Itália e China são as que mais têm aderido a essa plataforma revolucionária, tais como Imperial Fashion, Petit Bateau, Zumba, Peacebird, Ellassay e Aokang, entre muitas outras. Para a implantação do sistema, o tempo médio é de um ano, começando pela análise minuciosa das necessidades do cliente, o escopo, o mapa do projeto, a integração de interfaces, até o final. Todo o processo é acompanhado de perto por uma equipe de consultoria da Lectra, que continua fazendo esse acompanhamento posterior para suporte e melhoria contínua. “Nós trabalhamos em conjunto com os clientes, aprendemos muito com eles. Eles nos solicitam inovações


e as aceitamos e implantamos, por isso temos uma equipe tão grande de pesquisa e desenvolvimento. A Lectra não é mais igual aos concorrentes há muito tempo. Não é só a máquina, é consultoria, é entrada e análise de processos, do que o cliente vai ganhar com isso, é uma maneira completamente diferente de trabalhar”, ressalta Adriana. ENTENDA O PRODUCT LIFECYCLE MANAGEMENT (PLM) Na abertura do seminário em Bordeaux, Edouard Macquin, vicepresidente-executivo de Vendas Globais da Lectra, e que já foi diretor da companhia no Brasil durante 11 anos, lembrou que, a partir da crise global entre 2008 e 2009, as empresas adaptaram ou mudaram, definitivamente, seus modelos de negócios, reviram seus custos, métodos e valores de produção, mesmo porque os consumidores também mudaram – são eles que ditam os anseios do mercado e estão cada dia mais exigentes, imediatistas e conectados, os chamados millenials. Para atender a esses pedidos, as confecções têm que estar preparadas e organizadas, para não se perderem no timing nem no planejamento. Para isso foi pensado o PLM V4. O sistema centraliza e sincroniza todos os processos de produção, cobrindo completamente as áreas de planejamento e gerenciamento de coleções, design, desenvolvimento de cores, estampas e padronagens, desenvolvimento de produto, de material, e controle de fornecedores e preços, ou seja, integra toda a equipe e coloca “ordem na casa”. Dessa forma, fica mais fácil para os profissionais de uma empresa entenderem o impacto de suas funções no processo produtivo e enxergar tudo em tempo real. O objetivo é dar visibilidade a todas essas etapas e aumentar a produtividade, diminuindo o tempo de confecção do produto até o mercado de forma assertiva, poupando recursos de forma gigantesca. Tudo é feito de maneira customizada, de acordo com o que a confecção quer e precisa, e é muito importante que haja conhecimentos de informática para entender todos os processos e seus tempos. COMO FUNCIONA? Para quem exporta, enfrentar os desafios do mercado nacional e internacional não é tarefa das mais fáceis. Aspectos culturais, climáticos, comportamentais e diferenças biológicas (compleição corporal para fazer a modelagem) interferem diretamente na hora de planejar uma coleção e precificá-la, sem contar os custos de materiais, fornecedores e prestadores de serviços. Para fazer com que todas essas etapas sejam claramente enxergadas pelas empresas, o sistema PLM V4 se apoia nos seguintes pilares: l Definição de bases para crescimento futuro: aqui a ordem é estabelecer uma estrutura de coleção bem equilibrada, na qual o mix de produtos é cuidadosamente definido para cada estação. Isso facilita a troca de opiniões e informações entre a equipe e o briefing de marketing. l Reforçar o impacto do estilo: explorando o design para a criação de produtos inovadores com processos inteligentes de tecnologia, por meio das ferramentas de criação da Lectra ou com as do Adobe Illustrator® (a licença


Fique Por Dentro Foto: Divulgação

de uso desse programa fica por conta do confeccionista). O resultado pode ser compartilhado pela equipe de desenvolvimento de produto com outras áreas da empresa. l Segurança na imagem da marca: integrar a coordenação de estampas das peças com a modelagem 3D, verificando rapidamente caimento, forma, encaixe e permitindo modificações rápidas. Isso reduz custos com amostras físicas e monitora as alterações entre o projeto e a fabricação, melhorando tempos, métodos e resposta ao mercado. l Fortalecer a relação com fornecedores e terceirizados: no sistema, é possível inserir os dados de fornecedores e terceirizados a fim de comparar custos, produtos, otimizar as compras e o controle de materiais e entregas de forma rápida e eficiente. l Controlar os custos de pré-produção: nessa área, é possível fazer uma estimativa de custos de materiais e controle de margem com maior precisão. Assim, pode-se antecipar riscos e sincronizar a cadeia de fornecimento global com fornecedores, gerenciando ciclos de produção sem sacrificar a qualidade. l Monitorar e medir : com a ferramenta Key Performance Indicators (KPI: Indicador Chave de Desempenho), pode-se aumentar e garantir o desempenho dos produtos e acordos financeiros. Dessa forma, torna-se mais fácil gerenciar calendários complexos e apertados e reagir rapidamente às demandas do mercado e às restrições por parte da oferta. A OPINIÃO DOS CONFECCIONISTAS As confecções participantes do seminário puderam conhecer de perto todas as ferramentas do sistema PLM V4 e tirar suas próprias conclusões, como foi o caso das empresas brasileiras. Camilo Vargas Junior, diretor da Kamylus Malhas, conta que a empresa vem trabalhando em parceria com a Lectra desde o início de 2014, quando chegaram suas recém-adquiridas máquinas de corte e enfesto. Por meio do convite de um representante da Lectra em sua região, participou do evento e, até aquele momento, não sabia

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exatamente como funcionava o PLM. “Achei o sistema extremamente interessante e completo, haja visto que ele não foi adaptado, e sim desenvolvido especificamente para o nosso ramo. Ele agrupa todas as informações que dizem respeito ao desenvolvimento até o início da produção. Ter todas essas informações sincronizadas e atualizadas é de extrema necessidade para nós. A implantação do sistema será, com certeza, de nosso interesse para um futuro próximo”, afirma Camilo. O Grupo La Moda também está nesse caminho. A empresa também foi convidada a participar do seminário e esteve presente com quatro representantes, de diferentes áreas. Um deles é André Dalsasso, coordenador de Tecnologia da Informação da La Moda. Ele diz que já utilizam os sistemas de modelagem (CAD/CAM) e corte da Lectra há três anos e estão sempre à procura dos melhores e maiores fornecedores do mercado. Por meio de um benchmarking com as maiores empresas mundiais na área de moda, consideraram o sistema PLM da Lectra o melhor da área. “Todo o controle de ciclo de vida do produto, desde o planejamento até a modelagem, atualmente é realizado por planilhas de Excel. O software PLM da Lectra é totalmente aderente ao processo de criação do produto da Lança Perfume e vem ao encontro da estratégia da companhia de estruturação da área de pesquisa e desenvolvimento. Pretendemos implantar o PLM no segundo semestre de 2016”, revela Dalsasso.

Foto: Alexandre Sakamoto

SILVIA BORIELLO, LECTRA.

EDITORA DA

COSTURA PERFEITA,

EM VISITA À SEDE DA



|

POR RUBENS NUNES

Foto: Divulgação

Ranking

Capacidade produtiva x gargalo Nos dias de hoje, as empresas encontram-se muito retraídas. Com o desaquecimento do mercado, é muito comum que estejam operando no limite do limite. Assim, qualquer aquecimento pode ser um grande problema, pois poderá exigir tomadas de decisão rápidas e eficazes dos profissionais à frente da indústria. Da mesma forma, a outra ponta do negócio (clientes) também está esperando até o último instante para investir, ou seja, o tempo entre o pedido e a entrega tem que estar afinado pela demanda do mercado. Hoje não sei é possível ou admissível ter estoque ocioso. Espera-se que a indústria agilize seus processos a tempo de atender essa demanda. Sendo assim, torna-se indispensável que o profissional saiba equacionar esse problema que é a capacidade produtiva e se livrar de possíveis gargalos produtivos. Muitos dos profissionais responsáveis pela indústria desconhecem ou não analisam esse fator quando determinam o que será produzido em determinado período. Uma definição simples do que vem a ser capacidade produtiva é a seguinte: “É a quantidade máxima de produtos ou serviços que a empresa pode produzir em um intervalo de tempo”. É muito comum que o responsável pela produção analise apenas a capacidade disponível (que é o estudo da capacidade da produção sobre o tempo disponível de funcionamento da fábrica).

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Nesse caso, é possível que se cometa a falha de não analisar o estudo do produto a ser produzido, realizado por meio de tempos e métodos (cronometragem e explosão produtiva). Essas ferramentas podem garantir uma análise de todas as necessidades para a realização da produção, ou seja, o número de pessoas envolvidas e o maquinário necessário para a execução desse plano de ação. Quando analisadas as informações, é possível deparar com um gargalo de produção – designação do componente que limita o desempenho ou a capacidade de todo o sistema, comprometendo a capacidade produtiva final. Por capacidade final de produção devemos entender a quantidade de produtos disponibilizados ao consumidor final em determinado intervalo de tempo. Para isso, é necessário entender o que vem a ser a capacidade instalada de sua empresa e dominar esse assunto, que pode ser traduzido como o limite da produção ou a capacidade máxima de produção de uma fábrica. É a quantidade de unidades de produto que as máquinas e equipamentos instalados são capazes de produzir. Lembre-se: um gargalo cria a necessidade de estoques maiores nos setores anteriores, o que aumenta os custos da empresa.

RUBENS NUNES É CONSULTOR DE GESTÃO INDUSTRIAL HÁ MAIS DE 20 ANOS E SÓCIO DA MEGATECH CONSULTORIA. CONTATO@MEGATECHCONSULT.COM.BR



Especial

|

POR SILVIA BORIELLO

Foto: Divulgação

A TECNOLOGIA ASSUSTA? CONFECÇÕES NACIONAIS SENTEM FALTA DE PROFISSIONAIS QUALIFICADOS NA OPERAÇÃO DE MAQUINÁRIOS MAIS AVANÇADOS

MISSBELLA,

MARCA DO

GRUPO PW EXPORT:

PRIORIDADE NA AUTOMAÇÃO.

Na busca por seu lugar ao sol, uma grande parte – gigantesca,

produtividade, porém existe outro motivo, que é a real intenção

na verdade – das indústrias de moda quer reduzir custos de

na maioria das vezes, de deixar de depender da mão de obra de

produção sacrificando justamente a parte mais importante, que

costura e ter operadores de máquina. “Esse desejo oculto fica

dará vida às criações: a própria produção. Isso vale para

cada vez mais claro quando se toma a decisão de fazer novas

qualquer porte de empresa ou localidade, aqui ou no exterior,

aquisições. Isso se dá pela constante falta de comprometimento

espremendo o valor pago por peça pronta,

dos colaboradores quanto aos resultados da

deixando em décimo plano o custo da mão

empresa, e essa relação precisa ser mais bem

de obra.

analisada”, pondera Nunes.

Seria a baixa remuneração um dos fatores

Em sua percepção, o segmento de jeanswear

para a falta de interesse em trabalhar na área de

é um dos mais sensíveis à falta de qualificação dos

costura? Claro que há exceções, mas que a falta

colaboradores por ser muito concorrido, no qual

de profissionais no setor é grande todos sabemos,

confecções e facções procuram ter máquinas

e a coisa se complica mais quando se fala em

mais rápidas e modernas, mas nem sempre con-

trabalhar em maquinários mais tecnológicos e com

seguem tirar delas o melhor proveito. “Isso ocorre,

operação automatizada.

no meu entender, pelo problema decorrente da

A questão é complexa e não pode ser vista por

falta de um treinamento mais aprimorado da mão

apenas um lado do prisma, pois existem vários

de obra. Existem muitos colaboradores que não

outros. Rubens Nunes, consultor de gestão

sabem operar nem um quarto do potencial da

industrial da Megatech Consultoria, diz que,

máquina. Muitos foram treinados por seus ante-

observando dezenas de confecções com as quais

cessores, ou seja, muito do treinamento passado

trabalha Brasil afora, percebe que os empresários, ZUNE JEANS: DIFICULDADE DE quando adquirem novos maquinários, o fazem ENCONTRAR BONS PRESTADORES

pelo fabricante ou por seus representantes se

com o objetivo de agilizar processos para ganhar

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Foto: Divulgação

DE SERVIÇOS DE COSTURA NO BRASIL.

perdeu”, conclui. Quem tem autoridade para falar sobre o


assunto é o empresário José Eduardo Nahas Filho, diretor do

É o que vem fazendo Paulo Vieira, diretor-presidente do

Grupo Zune Jeans. Localizado no bairro do Brás, em São

Grupo PW Export, responsável pelas marcas Missbella, Missbella

Paulo (SP), o grupo detém as marcas Zune Jeans, Rodrigo

Princess, Vide Bula e Vide Bula Jr. Ele está montando uma nova

Faro by Zune, Rock & Soda, Über Jeans e Disparate, e vende

unidade industrial na cidade de Baixo Guandu, no Espírito Santo,

para todo o país.

a 49 km de Colatina, onde fica a sede da empresa, e a prioridade

Ele conta que, internamente, a confecção faz apenas o corte

é o investimento em automação e maquinários tecnologicamente

das peças, mas a costura e o acabamento são terceirizados,

mais avançados, além do programa de lean manufacturing e da

sendo uma parte feita no Brasil e outra na China. No entanto,

forte capacitação interna em parceria com o Senai e o Instituto

quando compara a qualidade da costura e da mão de obra no

Federal do Espírito Santo. No entanto, sente fortemente a falta de

que é feito aqui e no que é feito lá fora, vê uma diferença muito

profissionais de confecção capacitados e disponíveis no

grande a favor dos chineses. “Acho que isso é fruto de algumas

mercado para operar de modo eficiente os equipamentos mais Foto: Divulgação

coisas, e uma delas é o sucateamento das ofici-

tecnológicos da empresa.

nas de costura nacionais. Momentaneamente,

“O parque industrial de confecções, salvo

como o mercado brasileiro está mais recessivo,

exceções, carece de fortes investimentos

a oferta de mão de obra, mesmo a de melhor

tecnológicos para suprir a defasagem de

qualidade, aumentou. Então, agora não

muitos anos causada pela desindustrialização

estamos tendo tanto problema como tivemos

do setor de vestuário no Brasil. Os inves-

no passado recente, mas isso é uma questão

timentos são absolutamente necessários para

de tempo: é só o mercado reaquecer um

melhorar a produtividade, mas fundamental é

pouquinho que voltaremos a enfrentar grande

termos profissionais disponíveis e qualificados

dificuldade de encontrar bons prestadores de

por meio de uma educação profissional

serviços na área de costura”, afirma.

adequada, hoje escassa no mercado”,

Para José Eduardo, além da lei de mercado,

ressalta Vieira.

no qual só fica quem tem competência para

Outras empresas de grande porte também

oferecer mão de obra mais qualificada, há o DUDALINA: AUTOMAÇÃO E TREINAMENTOS fator da dificuldade de investimento por parte INTERNOS PARA AUMENTAR A QUALIDADE E

vêm sentindo o mesmo problema, como a

das oficinas de costura, principalmente devido

mão de obra especializada tanto para a área

A PRODUÇÃO.

aos baixos valores pagos pelo trabalho.

Dudalina, que encontra dificuldades em achar

Foto: Roger Engelmann/Farn Forfun

de costura quanto para equipamentos

“Acho que, na cadeia produtiva da

automatizados. A solução tem sido fa-

confecção, o prestador de serviços na

zer treinamentos internos em suas

oficina de costura é a parte mais

plantas fabris conduzidos por instru-

achatada e, muitas vezes, ele tem

tores que abordam, além da operação

dificuldade até de fechar a conta nas

dos equipamentos, o padrão de

operações

qualidade, a produtividade e a segu-

do

dia

a

dia,

não

conseguindo fazer investimentos em renovação

de

equipamentos,

rança.

em

máquinas. Acho que esse é um componente importante”, salienta.

Gerson DEDEKA: TREINAMENTOS

INTERNOS PARA SUPRIR A FALTA DE MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA.

O consultor Rubens Nunes vê isso

Schuhardt,

diretor

de

operações da Dudalina, conta que, para enfrentar essa questão, a empresa contratou um especialista internacional

de perto. Para ele, os empresários estão procurando modernizar

chamado Antonio Baliarda, que já atuou em mais de 50 países e

o máximo possível seu parque industrial frente à competitividade

desenvolveu a padronização dos métodos no sistema produtivo.

de mercado, mas esbarram também nos altos custos de

“Por termos um sistema de treinamento baseado em métodos

impostos e taxas governamentais. “Acredito que poderíamos

descritos e filmados, percebemos que as pessoas possuem um

estar mais adiantados se não fosse pelo custo Brasil, que torna

aprendizado mais efetivo, tendo maior aderência por parte dos

muito caro esse investimento. Mesmo assim, temos empresários

colaboradores”, comenta Gerson.

ousados que buscam, no mínimo, a substituição constante por máquinas mais modernas”, diz.

A Dedeka, de Caxias do Sul (RS), tem feito o mesmo: investido em treinamentos internos para suprir a carência de mão

39


Especial de obra em geral, principalmente quando se trata de

que, com a dificuldade de encontrar profissionais, criou uma

equipamentos tecnológicos. O resultado tem sido bastante

“escolinha” dentro da fábrica, onde as supervisoras, que já

positivo, de acordo com o diretor da empresa de moda infantil,

foram costureiras no passado, conhecem todo o processo e

Sérgio Moacir Rosa. “Se a pessoa tem dificuldade, mas tem

recebem treinamentos no Senai, repassam seus conhe-

interesse em aprender e bom comportamento, procuramos

cimentos aos novatos e acompanham sua evolução. Também

ser pacientes e persistir para a evolução do aprendizado”,

contam com consultorias contratadas para dar treinamentos

afirma Sérgio.

internos na empresa. “Se você procurar um profissional pronto no mercado, é

ENSINO E FAIXA ETÁRIA: AGENTES INFLUENCIADORES

muito difícil, não aparece. No corte, por exemplo, você precisa de profissionais com conhecimento em corte de tecidos, de renda,

Dois pontos em comum entre as confecções entrevistadas chamaram atenção: todas disseram que falta

Foto: Divulgação

desenvolvimento de seus funcionários terá muita

uma ênfase maior em maquinários mais

dificuldade. Infelizmente, o Brasil não é um país

tecnológicos nos cursos profissionalizantes, ou

que investe tanto em cursos, em educação,

que às vezes não são bem divulgados, além de

então a empresa tem que ter esse papel

o fator idade influenciar nesse aprendizado.

também”, diz Cairo.

“Sentimos que os gargalos para melhorar a

Segundo ele, a questão da idade também

competitividade da empresa também passam

influencia no aprendizado para trabalhar com

por problemas como carga fiscal, taxa de juros,

máquinas mais sofisticadas. Enquanto uma

retração do mercado, insegurança jurídica,

costureira com um pouco mais de idade fica

relações

mais receosa para costurar numa máquina

de

trabalho

burocratizadas

e

infraestrutura. Mas uma educação de qualidade, com

40

encaixe... A empresa que não investir hoje em treinamento e

melhor

escolaridade,

influenciaria

CAIRO BENEVIDES, LIEBE.

DIRETOR DA

eletrônica, uma mais jovem já toma isso como um desafio. O segredo é manter os dois perfis

positivamente a produtividade no trabalho”, avalia o empresário

misturados. “Na minha fábrica, as costureiras com um pouco

Paulo Vieira.

mais de idade às vezes têm dificuldade e, se elas não fizerem

Gerson Schuhardt, da Dudalina, diz que também tem

esse trabalho, podem até ficar fora do mercado, pois estão vindo

percebido essa lacuna no mercado, a falta de estruturas de

mais tecnologias, máquinas eletrônicas, e elas têm que ter esse

ensino propícias para treinar ou capacitar iniciantes de costura, e

interesse. Temos que observar que algumas costureiras se dão

essa reponsabilidade acaba ficando com as empresas, como

melhor com um tipo de máquina do que com outro, mas a

exemplifica Sérgio Rosa, da Dedeka. “Percebo uma contínua

resistência você só quebra com a experiência, aí elas acabam

evasão dos profissionais do setor em função de a maioria

vencendo essa barreira.”

procurar por outras áreas, como administração, informática etc.,

Para Marcelo Matheus, gerente de produção da marca

ou seja, por mais inovação tecnológica que a indústria do

esportiva Natural Sports, de São Paulo, capital, ocorre o mesmo.

vestuário tenha tido – como máquinas de costura eletrônicas,

Com uma produção anual de 720 mil peças, ele diz que encontra

máquinas de corte automáticas, estamparia digital, entre outras.

dificuldades na célula de produção interna, que conta com seis

Na concepção das pessoas mais jovens, especialmente, a

profissionais, e também na externa, onde 25 facções costuram

atividade continua sendo considerada simples. A função de

90% de sua demanda. “As costureiras internas que temos hoje

costureira, por exemplo, é menosprezada pelos mais novos.

são aquelas mais antigas que resolveram voltar ao trabalho. Por

Assim, acredito que, na maior parte das empresas, as pessoas

isso a dificuldade com o maquinário mais avançado. No entanto,

que operam essas máquinas são mais velhas e acabam tendo

temos todo o suporte de nosso representante de máquinas.

mais dificuldades com as novidades. Por outro lado, procuramos

Com o treinamento deles, as dificuldades estão diminuindo dia a

reforçar para essas pessoas que, apesar de as máquinas terem

dia.” Na Dudalina, esse suporte por parte dos fabricantes e

evoluído muito, ainda assim é necessário alguém para operá-las,

fornecedores de máquinas e equipamentos é fundamental.

diferentemente do que ocorre em outros ramos, onde basta

Gerson conta que essa parceria tem se mantido ativa, na qual,

apertar um botão e a peça sai pronta”, destaca Sérgio.

além do suporte, recebem também o treinamento operacional.

Quem relata situação semelhante é Cairo Benevides, diretor

Na área de educação profissionalizante no setor de

da Liebe, grife de lingerie sediada em Fortaleza (CE). Ele conta

confecção, especialmente de maquinário, o Senai é uma



Especial Foto: Kakau Santos/Divulgação

referência nacional. Com o questionamento por parte de confeccionistas, fabricantes e distribuidores de máquinas sobre a falta de mão de obra na área que atenda a demanda por capacitação tecnológica, Luisa Meirelles, coordenadora de Tecnologia em Produção de Vestuário do Senai/Cetiqt, no Rio de Janeiro (RJ), unidade totalmente voltada à cadeia têxtil e confeccionista, diz que, no momento, estão com um grande investimento em modernização das plantas de confecção, tecelagem e inovação, buscando o que há de mais moderno no mercado para formar seus alunos. Ela conta que procuram incluir nos currículos dos cursos a modernização tecnológica exigida pelo mercado de trabalho em todas as pontas, como a modelagem, por exemplo. “O Senai/Cetiqt está atento a todas as mudanças tecnológicas, tanto que adota os programas de modelagem Lectra, Audaces, Gerber e Moda 01 na grade curricular do curso de Tecnologia em

EDSON JOSÉ

DE

SOUZA,

DIRETOR COMERCIAL DA

SILMAQ.

Produção de Vestuário. Outros CADs são empregados para a representação técnica do vestuário, seja nos cursos de

maquinário com preço e qualidade reduzidos, só para atender a

graduação, seja nos cursos técnicos. Além disso, ofertamos

demanda instantânea. É completamente compreensível a falta

cursos de extensão que possibilitam o aprendizado de

de verba para grandes investimentos atualmente, devido às

modelagem de vestuário nesses programas”, explica Luisa, que

condições internas de economia e mercado, mas também é

constata o interesse dos mais jovens por formação em

preciso pensar em médio e longo prazos. Vale a pena sacrificar

CAD/CAM, e das pessoas mais maduras por cursos de costura.

a qualidade de seus produtos e o rendimento da produção, bem

“Percebo certa resistência por parte dos alunos mais velhos em

como causar o desgaste dos funcionários e de um maquinário

maquinários mais tecnológicos, pois têm dificuldade com a

que precisará ser reposto em pouco tempo, por não investir um

informática.”

pouco mais num equipamento de ponta?

A direção do Senai Francisco Matarazzo, localizado no bairro

Para José Eduardo, da Zune, não, vide o exemplo da calça

do Brás, em São Paulo (SP), e especializado em formação

jeans fabricada aqui e na China. “Acho que estamos no meio

técnica na área têxtil e do vestuário, também foi procurada para

dessa transição, é uma questão de tempo. Acredito que muito

falar sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição não

em breve começaremos a viver uma realidade totalmente

respondeu a entrevista.

diferente em termos de qualidade de acabamento e de mão de obra aqui”, ressalta. Em sua opinião, está começando a

O MAQUINÁRIO VISTO COMO INVESTIMENTO

haver a conscientização de que vender um produto mais acessível não quer dizer que ele tenha que ser de baixa

Para que o Brasil avance na qualidade da prestação de mão de obra nas confecções e ganhe mercado, além de investir na

“O Brasil precisa entender que investimento em equipamento

formação e qualificação dos profissionais, antigos e novos, é

de qualidade não é custo. O equipamento de qualidade reduz o

preciso também pensar na escolha do maquinário como

custo do produto final, pois normalmente vem com um pacote

investimento, pois ele ajudará sobremaneira no ganho produtivo

de

e na excelência de produto. Já parou para pensar na economia

confiabilidade, durabilidade e qualidade de produção, revertendo

gerada ao ter um maquinário eficiente, que não precise parar

todo o investimento em lucro. O treinamento operacional tam-

tantas vezes para consertos ou ajustes, aumentando a

bém influencia positivamente no rendimento dos equipamentos.

produtividade e o interesse do operador em trabalhar nele? Fora

Antes de reclamarmos da qualidade da mão de obra nas

a economia na reposição de peças, em visitas técnicas de

fábricas, devemos olhar para o que oferecemos aos nossos

mecânicos e mesmo no consumo de energia elétrica.

colaboradores em termos de equipamentos e de formação para

No entanto, uma parte dos empresários ainda não pensa dessa forma e prefere investir seu dinheiro na compra de um

42

qualidade, pelo contrário.

vantagens

agregado,

como

maior

produtividade,

a operação deles”, destaca o engenheiro Edson José de Souza, diretor comercial da Silmaq.


Para ele, questionar a “falta de mão de obra especializada” é, de certa forma, querer justificar um investimento malfeito. “Se o empresário compra um equipamento e seus operadores só aproveitam 50% de sua capacidade produtiva, esse equipamento está custando praticamente o dobro do preço. O fator decisório não pode se basear somente em preço. Um equipamento de primeira linha pode exigir até 30% a mais de investimento, mas, se ele tem produção 30% maior que o outro, já custa o mesmo preço; se exige menos manutenção, custa mais barato. O que percebemos é uma avalanche de oferta pela oferta, e não de benefícios para tornar a indústria mais competitiva”, aponta Edson. De acordo com ele, a Silmaq mantém essa constante preocupação em só trabalhar com produtos de alta qualidade e tecnologia, além de oferecer um serviço diferenciado que possibilite ao cliente ter total aproveitamento do dinheiro investido no equipamento adquirido. “Quando vendemos nossos equipamentos, a formação dos operadores e a formação da manutenção básica estão inclusas no custo do maquinário. A Silmaq investe muito na formação de seus técnicos para que eles possam formar bem a mão de obra que vai operar as Foto: Divulgação

máquinas instaladas nos clientes. Temos um departamento de qualidade que cuida da verificação dos resultados do trabalho de nossos técnicos e da satisfação do cliente, e tudo isso agrega valor aos nossos produtos”, destaca. Augusto Pereira, consultor de vendas da Andrade Máquinas, ressalta que o problema da falta de mão de obra especializada e qualificada não é exclusivo do setor têxtil e confeccionista, mas generalizado no Brasil. Segundo ele, pesquisas recentes mostram que essa taxa em nosso país é quase o dobro da média mundial. Os fatores são

AUGUSTO PEREIRA, CONSULTOR DE VENDAS DA ANDRADE MÁQUINAS.

diversos, mas principalmente a formação básica de baixa qualidade e a falta de cursos técnicos

específicos. “Em todo o país, temos visto que a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada tem sido preponderante para que muitas empresas deixem de investir em novas tecnologias e busquem produtos manufaturados em mercados que as dominam”, adverte Augusto. O consultor confirma que o desenvolvimento de novas tecnologias para a Foto: Silvia Boriello

indústria de confecção nos últimos anos trouxe uma série de benefícios às empresas do setor, como a padronização da qualidade, o aumento da produtividade, a diminuição do consumo de energia, entre outros. Mas, se por um lado essas inovações têm dado melhores condições para quem lida com esses equipamentos, por outro tem exigido uma qualificação mínima necessária para que todos os recursos sejam explorados. “Com o apoio dos principais fabricantes e desenvolvedores de tecnologia do setor, a Andrade Máquinas, ao

JOSÉ ROBERTO NEUBAUER, DIRETOR COMERCIAL DA OPTIKAD DO BRASIL.

longo dos anos, tem promovido diversos treinamentos internos e itinerantes para revendedores e


Especial confecções, que propiciam maior entendimento dos recursos

Ele lembra que, há 30 anos, os empresários brasileiros do

tecnológicos dos equipamentos. Dessa forma, nossos clientes

setor de confecção só compravam maquinário de qualidade. Ao

podem aproveitar ao máximo a capacidade de cada

mesmo tempo, nesse mesmo período, o país esteve fechado ao

equipamento e mantê-los em perfeitas condições de uso e

comércio internacional, o que criou certo comodismo interno,

segurança e cada vez mais competitivos.”

pois as empresas daqui não tinham que competir com as de

Particularmente no que diz respeito ao setor de corte das

fora. Mas não há mais espaço para essa mentalidade há tempos.

confecções, uma área altamente automatizada, José Roberto

Um exemplo é uma passagem que Franco teve por

Neubauer, diretor comercial da Optikad do Brasil, relata sua

Bangladesh. O que pôde ver foi que, num país onde os salários

experiência com a visita frequente aos clientes

Foto: Divulgação

interessados em seus produtos. Ele constata a

do mundo, existe muito mais automação do que

real escassez de profissionais qualificados no

no Brasil. “É um absurdo!”, indigna-se. Mas ele

mercado por todos os motivos já listados

sente que os empresários estão começando a

anteriormente, inclusive o problema recorrente

mudar o pensamento, e a atual situação, por

da falta de compromisso e assiduidade dos

pior que seja no mercado confeccionista

profissionais, que compromete o planejamento

nacional, está fazendo com que repensem sua

produtivo das empresas, mas também destaca

produção, para onde vai o mercado e como se

que a maioria das confecções no Brasil está

estruturar para o futuro. A alta do dólar também

muito atrasada quando se fala em automação

está tendo esse efeito de retomada da produção

industrial. “Hoje, temos um grande número de

interna, movimento que vem acontecendo

encarregados de trabalhos excessivamente mecânicos, que, como já não se encontram

SILVIO NAZARIO SOBRINHO, SÓCIOPROPRIETÁRIO DA MEGA MÁQUINAS.

disponíveis no mercado, são substituídos por um

fortemente também na Europa, com o intuito de ter uma resposta mais rápida do produto no ponto de venda em vez de fazer um pedido na

técnico especializado, como ocorre no corte de tecidos. Em

Ásia com seis a oito meses de antecedência. A China, mais

nosso caso, esse técnico é treinado pela própria Optikad em

expoente país no cenário mundial, está deixando de ser

regime de produção. Nossa automação, além dessa profunda

fornecedor para ser consumidor, comprando de Bangladesh.

substituição de mão de obra, reduz o tempo operacional e

Segundo Franco, o problema é que a mão de obra no Brasil

proporciona total precisão do corte, o que aumenta a

está ficando cara e escassa, então as empresas têm que se

produtividade dos setores subsequentes de fabricação”, salienta.

estruturar para ser mais competitivas. “O mercado do futuro não

Quem também se mostra favorável à

Foto: Silvia Boriello

permitirá mais que uma empresa não tenha uma

automação é Silvio Nazario Sobrinho, sócio-

estrutura que possa melhorar a produtividade.

proprietário da Mega Máquinas, de Içara (SC).

Para isso, não basta ter só tecnologia, tem que

Ele destaca que um dos focos da empresa para

ser tecnologia boa. Tem confeccionista que não

solucionar o problema da falta de mão de obra

compra máquinas de maior qualidade porque

qualificada em maquinários mais tecnológicos

diz ser difícil trazer para o Brasil. Mas, se ele

em determinadas funções na linha de produção

pensa em montar uma empresa para 20 anos

foi encontrar máquinas especiais desenvolvidas

pelo menos, não pode pensar desse jeito.

no exterior. “Hoje, existem máquinas de alta

Comprando um maquinário mais barato, ele

tecnologia que podem, em diversos casos,

pode ter três meses de felicidade e o resto do

suprir a falta de mão de obra especializada e,

tempo mais complicado pela frente. Hoje, ele

assim, apenas um operador de máquina pode manuseá-la obtendo o resultado final desejado,

pode ter uma fábrica com 60 pessoas fazendo FRANCO COIN, GERENTE DE VENDAS DA VIBEMAC, MAICA E FRAMIS.

ou até melhor, pois a máquina mantém sempre o padrão de qualidade em uma linha de produção.”

44

e custos com funcionários são os mais baixos

300 peças por dia, mas já com prazo de validade, ou ter uma fábrica com 60 pessoas

fazendo 2 mil peças por dia, essa, sim, saudável e com futuro,

Para Franco Coin, gerente de vendas das marcas Vibemac,

enquanto a primeira não sustenta o custo que tem. Por absurdo

Maica e Framis, a mão de obra qualificada e a automação de

que seja, quando você tem um equipamento de automação, ele

maquinário no Brasil são pontos convergentes no que diz

já eleva a qualidade dos produtos. Se os números não batem, a

respeito à sobrevivência da empresa.

fábrica fecha. É a lei da sobrevivência.”





Feiras

|

POR SILVIA BORIELLO

Foto: Divulgação

TEXPROCESS 2015 FEIRA TRAZ INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E SUSTENTABILIDADE ÀS CONFECÇÕES O Parque de Exposições Messe Frankfurt foi palco de mais uma

couro, empresários dos setores automobilístico e mobiliário

edição da Texprocess, realizada entre os dias 4 e 7 de maio na

também buscavam soluções tecnológicas na Texprocess.

cidade de Frankfurt, Alemanha, paralelamente à Techtextil.

Alemão do Ministério Federal da Economia e Energia, o centro de

confeccionista, a feira reuniu os principais fabricantes e os mais

produção têxtil está na Ásia, mas o de tecnologia na Alemanha, e

recentes lançamentos em maquinário e inovações tecnológicas

destacou ainda a importância de inovações têxteis para a saúde.

para o setor. Segundo a Messe Frankfurt, organizadora das

“A Texprocess é, claramente, a principal feira para o setor.

feiras, as duas juntas atraíram cerca de 42 mil visitantes, vindos

Este ano, nossos expositores ficaram muito mais satisfeitos com

de 116 países, dispostos a conhecer o que os 1.662 expositores

a qualidade dos visitantes e dos contatos feitos com os seus

de 102 países, inclusive o Brasil, levaram como seus últimos

grupos-alvo. Foram concluídas diversas transações comerciais

lançamentos. Só a Techtexil recebeu 1.389 expositores e 28.500

diretas. Vimos também estandes impressionantes e produtos

visitantes, 4% a mais que a edição de 2013, enquanto a

fascinantes. Na feira, visitantes profissionais foram capazes de

Texprocess ficou com 273 expositores e 13.300 visitantes. A

descobrir mais inovações do que nunca nas áreas de design,

Alemanha foi líder em visitação, seguida de Itália, Romênia,

corte, costura, juntando-se tricô, bordado, acabamento e

Polônia, Portugal, Turquia, França, Reino Unido, Espanha, Bulgá-

impressão têxtil”, declarou Detlef Braun, membro da Junta

ria e Rússia, e países como Bangladesh, China, Egito e Sri Lanka

Executiva da Messe Frankfurt.

aumentaram sua participação. Um dado interessante é que, além do setor do vestuário e

48

Para Brigitte Zypries, secretária de Estado do Parlamento

Uma das mais importantes do mundo para o segmento

A data da próxima edição em Frankfurt já foi divulgada: de 9 a 12 de maio de 2017.


Foto: Silvia Boriello

LANÇAMENTOS Pela segunda vez, a Costura Perfeita esteve presente na Texprocess para ver de perto todas essas novidades e trazer tudo em primeira mão para seus leitores. Confira os destaques: Fotos: Divulgação

AMF Reece: Entre seus vários lançamentos, destaque para a Atlas Mark IV, aplicadora de passante

automática

ideal para jeans. Ela permite

a

mudança

automática de comprimento do passante em apenas alguns segundos e a costura de padrões totalmente customizáveis pelo drive X-Y. Possui sistema duplo de agulhas e as funções são controladas por um painel touch-screen colorido. Outro destaque foi a PS 250, que faz a costura de vários formatos e A

EMPRESA POLONESA STRIMA MONTOU NA TEXPROCESS UMA ‘CONFECÇÃO AO VIVO”, UMA LINHA DE PRODUÇÃO COM SISTEMA CAD DA AUDACES, ENFESTO DA TAKATORI, CORTE E FUSÃO DA OSHIMA, MÁQUINAS DE COSTURA ZOJE COM PEÇAS DA TEXI, PASSADORIA DA PRIMULA E BATISTELLA, EMBALAGEM DA OSHIMA E LOGÍSTICA DE ARMAZENAGEM DA LOOP.

tamanhos de bolsos em duas cores de linha diferentes numa mesma operação, tudo controlado por um painel touch-screen. Possui 1.000 padrões de desenho em sua memória interna e área de trabalho de 250x250mm.

INDÚSTRIA 4.0 E SUSTENTABILIDADE Barudan: uma das principais Dentro da temática da feira – inovação e sustentabilidade –,

novidades foi a BEXT-S1501 CII,

foi apresentado o Indústria 4.0, um projeto do governo alemão

bordadeira de 1 cabeça, 15

que promove a informatização da indústria de transformação por

agulhas, com 3 motores servo AC –

meio do uso de alta tecnologia, com o objetivo de criar uma

um para a cabeça de costura, uma

fábrica inteligente (Smart Factory) caracterizada pela capacidade

para a unidade Pantograph V e um

de adaptação, eficiência dos recursos e ergonomia, bem como

para a unidade Pantograph H, o

pela integração de clientes e parceiros de negócios nos próprios

que lhe dá uma velocidade maior

processos da cadeia de valor, além de incluir uma base

de trabalho, saltando de 1.000 para

tecnológica com sistemas ciberfísicos e a “internet das coisas”.

1.300 ppm em peças flat e de 800 para 1.000 ppm em peças

Ou seja, a área de Tecnologia da Informação (TI) estará cada dia

arredondadas, como bonés. Sua área de trabalho é de

mais vinculada ao processo produtivo das confecções, como

450x520mm e seu cilindro tem espaço para carga e descarga de

nas soluções Product Lifecycle Manufacturing (PLM), RFID,

materiais difíceis e pesados, como sacos de lona, casacos

sistemas de gerenciamento de espaço (logística, armaze-

pesados, cobertores de cavalo, entre outros.

namento, suprimentos) e fluxo de trabalho, virtualização e impressão 3D, realidade aumentada, vendas por e-commerce e

Brother: apresentou a

multicanal (omnichannel) e monitoramento remoto de maquinário

S-7300A NEXIO, uma das

e processos, tudo compartilhado pela computação em nuvem

ganhadoras

(cloud computing), que também armazena todos os dados sem

Texprocess

precisar de um grande computador na empresa para fazer tudo

Award na categoria Nova

isso. E um dado importante: aumentando a eficiência nos

Tecnologia. A máquina de

processos, na qualidade, no rendimento e na economia de

costura reta é a primeira no

energia, visto que esses novos produtos estão vindo ao mercado com um consumo muito menor.

do

prêmio

Innovation

mundo a trabalhar com o sistema de alimentação eletrônico e capaz de mudar o

49


Feiras movimento de alimentação conforme o uso e o tipo de material

protótipos e aumentando a qualidade. Possui um banco de

a ser costurado, sem precisar de ajuste manual. O motor pode

imagens com texturas de tecidos, aviamentos, plissados, dobras

controlar o posicionamento exato, fornecendo controle numérico

e muitos outros detalhes que ajudam na criação das peças e sua

para comprimento e pontos padronizados.

visualização mais próxima do real, permitindo ajustes e trocas. As

Pontos de design que já foram feitos à mão anteriormente já

ordens de serviço podem ser importadas diretamente do ERP,

estão disponíveis e podem ser usados em punhos e colarinhos.

seguindo para a plotagem e impressão digital, gerando relatórios

Entre outras funcionalidades, possui ainda duas facas móveis

automáticos dos processos, aumentando a rapidez e reduzindo

que permitem cortar a linha na parte inferior do buraco da agulha,

erros humanos. Outra grande novidade foi o lançamento do

deixando o fio remanescente no tamanho curto o suficiente para

YuniquePLM na nuvem, uma solução específica de PLM para

uma operação sem estresse; nova lançadeira para uma vasta

moda disponível no Amazon Web Services (AWS). Aproveitando

gama de materiais, aumentando a capacidade de costura e

a infraestrutura de nuvem, os recursos podem ser escalados sob

reduzindo a reposição de linha; duas chaves separadas que

demanda e grandes investimentos iniciais em hardware e

podem receber funções diferentes em cada uma, definidas pelo

manutenção não são mais necessários, permitindo que

painel; e maior economia de energia.

empresas de todos os tamanhos possam fornecer seus produtos ao mercado mais rápido do que nunca.

Cerliani: apresentou a nova CM – Mola de Tensão, uma tecnologia patenteada que permite à lançadeira ter uma tensão

Juki:

levou

diversos

muito mais estável durante a costura, obtida por meio de uma

lançamentos, com desta-

dobra externa em direção à mola de pressão, fazendo com que

que para a AMS-221EN-

o ponto de pressão não fique mais na borda da mola, mas nessa

TS3020/X90002, máquina

curvatura adicional. Isso também faz com que o fio não enrole

de ciclo controlado por

mais quando o operador retirar a bobina de linha que ainda não

computador desenvolvida

estiver vazia e, na troca de linha por um tipo diferente, não há

para costura em 2 cores

mudança na tensão da mesma. Essa nova lançadeira pode ser

diferentes nos bolsos de

usada em qualquer máquina de costura, sem a necessidade de

calças jeans, costurando o

uma intervenção adicional.

bolso dobrado sobre a calça. Um dado interessante foi o aumento na procura por maquinários para estofamento, setor

Fotos: Divulgação

Epson: lançou o

automobilístico e coureiro que a Juki percebeu em seu estande.

Caddon e ColorDigital, um escanner e softwa-

Kansai: apresentou um

re desenvolvidos em

lançamento especial para

parceria com o Ger-

as

confecções

sul-

man Institute for Fashion. Eles reproduzem o material digitalizado,

americanas: a FX4418SPF-

suas cores exatas e todas as informações da paleta de cores,

SA, máquina de cós curvo,

como sua composição, vão para um dispositivo chamado DMX

6 agulhas, base cilíndrica e

Cloud, que as armazena para reproduzi-las em estampas

ponto cadeia dupla. Possui

quando necessário de forma precisa. As amostras podem ser

largura de ponto de 1.5 a

impressas em papel especial, tecido de poliéster, ou ser enviadas

3.6mm, puller superior com

por e-mail, reduzindo custos e erros nas mesmas.

6 rolamentos de aço e inferior com 2 pullers de borracha separados, e velocidade de

Gerber: anunciou o

4.500 rpm.

Accumark 10.0, software de design de vestuário que

Macpi: a empresa apostou no sistema

integra as soluções 3D e

bandage, ou seja, costura por vedação,

2D e automatiza todo o

especialmente

processo de produção,

esportivo e de lingerie.

facilitando-o, economizando tempo, custos de matérias-primas e

50

para

os

segmentos



Feiras Foto: Silvia Boriello

Foto: Silvia Boriello

Maica:

uma

Tajima: apresentou a

automação que dobra e costura

TMarc-K1204C,

vistas

bordadeira que permite o

de

apresentou camisa

automati-

camente, fazendo até 3 mil

ajuste

peças/dia.

alturas de bordado na

Permite

adaptar

bitolas e cabeças diferentes.

de

diferentes

mesma peça, e o Pulse ID, seu novo software

Fotos: Divulgação

Optitex: lançou o O/Dev, um software que faz um

para bordados. Foto: Silvia Boriello

mostruário digital – o que

Vibemac: trouxe a

antes levava semanas ou

VC900,

máquina

de

meses agora pode ser feito

vinco e caseado na vista

em quatro horas, desde a amostra até a peça piloto. Nele é

de jeans que possui

possível criar a parte de design da peça, estampas e padrões,

apenas carregamento e

variações de tamanho, visualização 3D em várias posturas e

descarregamento

tamanhos de manequim, com a inserção de aviamentos nas

peças de forma manual,

peças, ajustes e conversão para 2D, permitindo visualizar ao

o restante da operação é

mesmo tempo como ficará a peça em 2D e 3D. Todo esse

automatizado. A adaptação pode ser feita em cima de

mostruário pode ser compartilhado com os clientes e

cabeçotes de diferentes máquinas.

de

fornecedores, economizando em amostras de tecido. Pfaff: em parceria com a Dürkopp Adler, desenvolveu diversas máquinas tecnológicas para costuras em jeans, vestuário em geral, couro, tecidos técnicos, setor automotivo e mobiliário. Uma delas foi a Pfaff 8303i, máquina com fita de soldagem de costuras com um sistema diferente de alimentação e repetição de processos, todos programáveis e salvos via painel touch screen, permitindo, dessa forma, um rendimento 20% superior em relação a outras máquinas do mercado. Schmetz: destacou suas novas facas de corte e tesouras, como a linha XXXL, para corte de tecidos pesados com o máximo conforto e estabilidade. Siruba: um dos lançamentos foi a ML8000DAH1-13, máquina reta especial para materiais médios e pesados. Possui motor direct drive com transmissão equilibrada, menor vibração e baixo ruído.

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de

energia

AUDACES: PRESENÇA BRASILEIRA NA TEXPROCESS Foto: Silvia Boriello

Única empresa 100% brasileira presente na Texprocess, a Audaces participou pela primeira vez como expositor. Ela já possui distribuidor na Bulgária desde 1997 e algumas centenas de clientes na Europa, bem como representantes em Portugal, Itália, Turquia, Espanha, Polônia e Lituânia, diz Paulo Pereira, diretor de vendas internacionais da Audaces. “É um mercado bem PAULO PEREIRA, DIRETOR DE VENDAS INTERNACIONAIS DA AUDACES. competitivo, mas vemos como um grande oportunidade, pois nosso maior diferencial é a facilidade de uso do sistema, mais intuitivo”, comenta. De acordo com Paulo, um dos grandes destaques foi a apresentação da versão 13 do Audaces Vestuário, bem como do Audaces 3D e Audaces IDEA, além dos benefícios do Clube Audaces, que possui atualizações gratuitas e ferramentas e versões exclusivas para os participantes. A participação na Texprocess faz parte da estratégia da empresa de ampliar em 50% sua participação no mercado externo, fortalecendo a marca por meio da presença em feiras e eventos internacionais.


TEXPROCESS INNOVATION AWARD Durante a feira aconteceu a terceira edição do Texprocess Innovation Award, prêmio de inovação em maquinário que tem como critérios de avaliação tecnologia, economia, qualidade, mercado e sustentabilidade. O prêmio foi dividido em duas categorias: Nova Tecnologia e Novo Processo. Os vencedores em cada uma delas foram: Nova Tecnologia

Fotos: Divulgação

Veit: Fusing 4.0 – controle de processo descentralizado que facilita a comunicação dos processos produtivos como um todo.

Xi’an Typical Europe: Vetron Autoseam – máquina de costura que pode produzir componentes tridimensionais sem um operador.

Brother: S-7300A NEXIO – primeira máquina interloque do mundo com sistema eletrônico de alimentação conectado a um motor de passo.

Novo Processo Dürkopp Adler: M-Type Premium – máquina na qual é possível programar um processo de costura e ele ser reproduzido, o que ajuda o operador a visualizar o progresso da operação e manter o padrão das peças.

INNOVATIVE APPAREL SHOW Pela primeira vez na Techtextil e Texprocess aconteceu o Innovative Apparel Show, um desfile que combinou tecidos técnicos com processos tecnológicos para a criação de um look, no qual o público votava em seu favorito. A ganhadora foi Maria Valdez, da Universidade de Ciências Aplicadas Hochschule Niederrhein, localizada na cidade alemã de Mönchengladbach. Seu vestido foi feito com tecidos de volumes tridimensionais e foi usado ultrassom para a soldagem das emendas, em vez de costuras.

Foto: Divulgação


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POR ANGELA VALIERA

Inteligência emocional no ambiente corporativo, como desenvolver? Muitas pessoas vêm ao meu escritório para coaching e dizem: – Meu ambiente de trabalho é desmotivador. – Meu chefe não me dá oportunidade de crescer, quer que eu fique preso onde estou. – Não vejo como me desenvolver no meu trabalho. – As pessoas no meu trabalho perdem muito tempo com picuinhas, não tenho amigos lá. Sim, é importante se identificar com o ambiente profissional e analisar como ele te afeta. Para analisá-lo, reflita sobre as seguintes questões: – Seu ambiente é ótimo, neutro ou tóxico para você? – Há questões de cultura, poder, hierarquia, igualdade, espaço e/ou identidade que te afetam? – Como você acessa e como lida com a dinâmica desse ambiente? – Que características definem o ambiente ideal para você, aquele que traz à tona o melhor de você? Um ambiente positivo contribui profundamente para nosso rendimento, produtividade e desenvolvimento. No entanto, o que muitas pessoas se esquecem é de que elas são efetivamente responsáveis pelo ambiente onde estão inseridas. O ambiente não é uma espécie de “entidade” com vida própria, e nós não somos vítimas dele. Nós fazemos parte do ambiente e nossas ações implicarão reações dos outros envolvidos. É essa dinâmica de ações e reações, energias e humor que constrói o ambiente. Assim, é fundamental também analisar: – Qual sua responsabilidade nisso? – Como você pode esculpir esse ambiente? – Você está usando todos os seus recursos (capacidades/habilidades) para isso? Algumas pessoas naturalmente percebem o ambiente e sabem como utilizar positivamente o sistema e as informações para conseguir que as coisas sejam feitas. Quando encontram desafios na cultura da empresa, da equipe ou da sociedade, ou quando precisam trabalhar com a diversidade, elas

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Foto: Arquivo pessoal

Coaching

facilmente encontram formas de se comunicar com os indivíduos, organizações e sistemas. Isso é a inteligência emocional. A habilidade de se manter centrado, sendo quem realmente se é, sem se deixar afetar negativamente pelo ambiente. Inclusive, ao contrário disso, afetando positivamente o ambiente, trabalhando a empatia e construindo relações “ganha-ganha”. Algumas pessoas procuram cursos de comunicação e/ou negociação. Eles contribuem, porém são apenas parte do processo. Na verdade, a última parte dele. Existem atualmente ótimas técnicas de desenvolvimento de inteligência emocional por pesquisadores em diversos países, que aplicamos com facilidade no processo de coaching. O foco maior encontra-se no gerenciamento do estresse pessoal. Quando estamos estressados, nossas emoções, pensamentos e ações ficam incoerentes. Assim, deixamos de ser quem realmente somos e não agimos em nosso melhor. Ficamos presos tentando enxergar através de uma neblina que distorce nossa percepção sobre as coisas e nos deixa com a visão limitada. Passamos a ver apenas um caminho, sem perceber que existem outras possibilidades, outras formas de sentir, pensar e agir sobre o que está acontecendo – possibilidades estas que nos trariam resultados diferentes daqueles que estamos tendo. Quando estamos calmos e centrados, temos mais clareza do que está acontecendo e conseguimos perceber as situações de outra forma. Ganhamos flexibilidade para agir. Nossa mente fica aguçada, lógica e criativa. E nosso emocional fica equilibrado. Aí, sim, operamos em nosso máximo e conseguimos esculpir o ambiente a nosso favor, de maneira positiva para todos os envolvidos.

ANGELA VALIERA É COACH, FASHION CAREER COUNSELOR, DESIGNER DE INOVAÇÃO E NOVOS MERCADOS DO CARREIRA FASHION – EMPRESA DE RH ESPECIALIZADA EM MODA – E COORDENADORA DA ESCOLA ONLINE ENMODA. ANGELA@CARREIRAFASHION.COM.BR





Feiras

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POR RENATA MARTORELLI E ROSELAINE ARAUJO

11ª PREMIÈRE VISION SÃO PAULO MESMO COM A CRISE NO MERCADO DE MODA, O EVENTO CONTINUA SENDO UMA GRANDE VITRINE DE NEGÓCIOS PARA O SETOR

Foto: Divulgação

Com a palavra-chave Descobrimentos, a 11ª edição da Première Vision São Paulo aconteceu nos dias 12 e 13 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), e apresentou novidades para a temporada outonoinverno 2016 de 69 expositores de nove países, em denim, fibras e fios, aviamentos, desenhos têxteis, tecidos e, pela primeira vez, serviços de private label. O salão, que teve como embaixador Dudu Bertholini, contou com debates sobre o setor de moda, como “Qual o Futuro da Moda Brasileira”, com Dudu Bertholini, Camila Yahn (FFW) e Alessandra Maluf (Tecelagem Columbia), e “Criatividade e o Novo Mercado de Moda – Possibilidades, Oportunidades e Descobertas”, com participação de Ivna Barreto, gerente de marketing da Canatiba, das designers Lorena e Laura Andrade, da grife mineira Llas (que desfila na São Paulo Fashion Week) e de Leandro Elias Miguel, diretor comercial da grife francesa de calçados sustentáveis Vert Shoes. Recém-inaugurado na feira, o espaço Manufacturing teve foco na produção de vestuário no modelo private label. “A área contou com sete empresas, sendo duas brasileiras e o restante peruanas e indianas. Nunca na história do evento tivemos espaço para as facções. Quando visitamos as empresas, vimos que não tinham investimento em marketing. Levar o evento até elas e mostrar que poderiam expor e fazê-las acreditar nessa possibilidade reunindo um grupo heterogêneo foi uma luta”, revela Luana Cloper, gerente do salão. Durante a coletiva de imprensa realizada no primeiro dia da feira, Guglielmo Olearo, diretor dos salões internacionais da Première Vision, convidou os players da indústria de moda para construírem juntos a moda latino-americana, já que, segundo ele, a continuidade de resultados do salão depende de um esforço comum, além da maior internacionalização das empresas nacio-

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nais, que devem jogar o jogo do mercado. “Parece que vivemos um momento de dificuldades e instabilidade no Brasil e na Europa. Ao andarmos no salão, sabemos que é feito com o apoio da sociedade. A economia está difícil, por isso tivemos que reduzir o espaço da feira, mas vamos superar. Em 1973, surgiu a Première Vision em plena crise e tumulto, e foi na dificuldade que desde o começo fizemos diferente, trouxemos tendências e lançamentos. Prezamos o Brasil, que é o quarto no mundo em confecção, e o mundo não o conhece pela moda. Viemos aqui para dar um empurrão e mostrar a criatividade brasileira para o mundo. Não podemos ficar sozinhos, temos que compartilhar a moda brasileira. Ficamos felizes quando falaram em internacionalização e ficamos tristes em anunciar que a Première Vision Paris só contou com quatro expositores brasileiros. Temos que acordar para continuarmos sendo otimistas, temos que trabalhar juntos com a indústria têxtil e de moda”, comenta Guglielmo Olearo, diretor dos salões internacionais da Première Vision. A próxima edição acontecerá nos dias 4 e 5 de novembro de 2015. Confira algumas novidades apresentadas pelos expositores durante a 11ª edição da Première Vision São Paulo, divididas por setores:


FABRICS Fotos: Roselaine Araujo

Branyl: Mostrou vários tipos de tule, mas o ponto alto da coleção foram as rendas de jacquard. Feitas com fundos coloridos em branco, preto ou off-white, os itens trazem na composição 88% de poliamida e 12% de elastano. A marca expôs também as rendas de tira, criadas para atender o mercado de moda íntima. Cataguases: Trouxe muitos lançamentos, entre eles vários tecidos maquinetados e com diferentes tipos de textura. O item Cezanne, por exemplo, 100% algodão, chega em tons vermelho e azul. Um dos itens de sobressai na coleção é o Megan. Feito 100% em viscose, o tecido ganhou uma bela estamparia digital. Foto: Divulgação

Coltex: Com o tema Future Sense, a coleção apostou em texturas, com jacquard do mais grosso ao mais MATRIX fino, com destaque para o Matrix, jacquard fino com desenho bem definido, como se fosse estampa. Entre os tecidos de retenção, indicados para fitness, destaque para o Bali, com tingimento que brilha no escuro. As estampas digitais aparecem com efeito 3D, futurista, palmeiras e new old.

DIGITALE TEXTIL

Digitale Têxtil: Com a premissa de que os opostos se atraem, a marca criou quatro temas: 70’s, Fantastic, Future e Digital Archaeology.

Entre os lançamentos, a novidade maior ficou por conta da estamparia digital, agora direcionada também à moda fitness, como o artigo Speed Power, que mesmo esticado não apresenta transparência. A empresa noticiou também a recente conquista da homologação LYCRA. Marles: Chamou atenção com os jacquards em diversas construções e desenhos. Com cores múltiplas e gramatura de todos os tipos, os étnicos ainda são a bola da vez nas bandeiras da marca, como o artigo Chloé. Paranatex Têxtil: No mercado há quase 50 anos, a empresa paranaense estreou no evento com múltiplas opções de sarjas. As linhas: Washed, Colored e Printed chegam ao mercado com padronagens em xadrezes e listras. A linha Washed é perfeita para quem deseja fazer tratamentos em lavanderia depois da produção da peça. Entre os coloridos, o brilho se faz presente nos artigos voltados ao público feminino. Já os itens da Print Indigo vêm na sarja 3x1 com corante índigo em diferentes estampas como xadrezes, listradas e outras. Pelican Têxtil: Exibiu inúmeros tipos de peles sintéticas, que prometem ser a sensação do inverno 2016, como a Milennium, ideal para a confecção de casacos mais luxuosos, já que possui 70 mm de altura. Outro artigo de destaque é o Alasca, disponível em branco e preto, que tem na composição 80% de acrílico e 20% de poliéster. São Joanense: Mostrou 50 variantes de estampas distribuídas em quatro bases 100% algodão, mas com pesos diferentes: Kargo Light (5 oz), Kargo Sport (6 oz), Kargo Tela (7,5 oz) e Kargo Casual (6 oz). A linha de brim com estampas florais, listrados e xadrezes mostrou o quanto a marca investe cada vez mais na diversidade.

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Feiras Sueco Têxtil: “Cultural Inverno 2016 Vanguard”, assim foi batizada a coleção da marca que conecta o antigo e o novo. Tons fortes em contraste com neutros traduzem essa união, que se enriquece com as influências de Japão, China, Indonésia, Espanha e a era vitoriana. O item Artisan, jacquard composto de poliéster, elastano e algodão, é uma das grandes apostas da Sueco junto ao Damask, produzido em poliamida, elastano e poliéster. Sultextil: A natureza urbana é representada em malhas com volumes, moletons de felpas grossas, texturas em matelassês, canelados e microfavos, além das malhas com cara de pele e toque felpudo. Os efeitos ficam por conta dos veludos brilhantes e molhados, que se contrapõem ao visual opaco dos neoprenes e dos desenhos clássicos de lã e poá. Apareceram jacquards diferenciados com volumes, quilt mescla com ou sem brilho, jacquards de plush, e listrados, com destaque para o lançamento Texas, que traz desenho de listras com efeito óptico. DENIM

Canatiba destacou cinco lançamentos com tingimentos intenso, blue black, original, black e over dyed, com pesos de 7,5 oz a 11,5 oz. Cedro: Entre os diversos lançamentos, alguns destaques foram o Duo Elastic, denim superstretch em construção diferenciada que utiliza a trama Duo Core, um fio especial que possui dois filamentos, poliéster elastizado (T400) e elastano, recobertos com algodão; o Venice, denim stretch superblack com tingimento e trama black em tecido denso e escuro; e o Caen, denim texturizado, com aspecto visual de tecido maquinetado, que permite a criação de looks rústicos. IskoTM: Na família Isko TruebluTM, o Isko Master CoatTM oferece superfícies suaves para facilitar o trabalho de lixamento; já o Isko Black ChipTM contrasta o fio branco no denim, proporcionando, após o stone e o lixamento, um efeito final na diagonal da construção e trama preta.

Fotos: Divulgação

Canatiba: Apresentou oito produtos da linha Duo Core®, de alta elasticidade, com tingimentos azul intenso, over dyed, azul médio, black e PT com fio penteado. Na linha de leves, que traz a mistura de fibras ecológicas, mostrou acabamentos diferenciados, resinados e sobre tingimentos com lavagens azul médio e black e pesos CETIM PENTEADO PT DUO CORE de 5 oz e 7,5 oz. Na linha THERMOELAST. Megaflex Comfort®, que conta com a tecnologia LYCRA® Lasting Fit T400®, a

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Nicoletti Têxtil: Lançou o Denim Liberty Flex, cujo diferencial é a elasticidade, que chega a 55%. Leve e de toque suave, o tecido está preparado para atingir tons mais claros ou intensos, de acordo com os processos de lavanderia. A composição do artigo é 70% algodão, 27% poliéster e 3% elastano. Durante o evento, bailarinas demonstraram no estande toda a elasticidade do artigo. YARNS Antex: Dentro da área de fiação, a marca apresentou o Eco Antex, um fio feito a partir de matéria-prima reciclada, de forma que resíduos pós-industriais do processo têxtil são triturados e transformados dentro de instalações especiais de reciclagem. Outro artigo de



Feiras

DESIGNS

Icla: Criou este ano dois books de inspiração: Discovery e Sinteses. No Discovery, a marca chama atenção para as etiquetas com detalhes de couro. Já no Sinteses, estão evidenciados os relevos e também os efeitos de mancha nas etiquetas e tags.

Dash Studio: Celebrou a mistura de culturas em sua coleção de estampas, com pinturas e elementos étnicos de países da Ásia meridional, extremo noroeste da África e Leste Europeu mixados nas estampas relacionados com os temas gipsy, folk e boho. Os desenhos exploram diferentes traços, além das misturas de florais e geométricos.

Preciosa®: Em parceria com a Europe Star, lançou a linha de cristais engrampados, com diversificada cartela de cores desenvolvida em conjunto com a Pantone. O visitante também conferiu as criações dos designers brasileiros que trabalham em parceria com a Preciosa: Lino Villaventura, Samuel Cirnansck, Jorge Bischoff, Fruit de la Passion e Maria Rossetti.

destaque são os fios metalizados e também os que possuem efeitos especiais integrando várias cores, como o Génere de Punt Tipos Circular.

Foto: Roselaine Araujo

ACCESSORIES Haco: Após investimentos, a empresa é capaz de criar produtos 100% bordados com riqueza de detalhes. Outro lançamento exclusivo é a linha de Sublimados, que permite a aplicação de fotografias e imagens coloridas em diversos produtos. Os cadarços com ponta emborrachada, lançados na última edição da feira, passaram a ser comercializados nesta edição, com variedade de cores, podendo ser aplicados em diversos segmentos. Foto: Divulgação

HI Etiquetas: A fabricante de etiquetas certificada e homologada pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) destacou as etiquetas tecidas/sublimadas, que unem as duas técnicas. São etiquetas tecidas em teares jacquard com aplicação de imagens no fundo por meio de sublimação, o que resulta em etiquetas com fundos diferenciados, sem limite de cores e com toque macio. Destaque também para os patches (emblemas), etiquetas tecidas com QR Code, supertafetá e superdefinição.

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Reuter: A empresa mostrou a coleção inspirada nas Olímpiadas 2016. Acessórios para bolsas e calçados, como botões e placas bimetais e trimetais em banhos diversos foram os itens que mais chamaram atenção. A empresa também destacou o selo de sustentabilidade validado pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), que comprova a preocupação da Reuter em tratar e reaproveitar a água da chuva em seus processos produtivos, além de outras ações de preservação ambiental. Tecnoblu: Com o tema Arte Brasileira, a empresa dividiu seu inverno 2016 em dois books: jeans e casual. No book jeans, etiquetas de cós icônicas com novas possibilidades de materiais, processos de desgaste, enobrecimento das bases e banhos de metais. No book casual, os produtos são mais leves, menores, precisos em detalhes, com gráfica refinada. A linha de botões, metais e rebites apresenta acabamentos e processos como esmaltados, vintage diferenciado e high polish.


Foto: Renata Martorelli

Ykk: A coleção YKK Trends 2016 – Fastening Selection F005 mostrou a coordenação entre puxadores e botões com formatos semelhantes e rebites, como o animal print. Os acabamentos em zíperes, botões, rebites, botões de pressão, botões de costura metálicos e placas metálicas receberam coordenação de acabamentos exclusivos, como o vintage, inclusive nos tapes dos zíperes.

MANUFACTURING Emecelle: A marca fez parte do novo espaço da feira, o Manufaturing. Segundo Mônica Rosenfeld, do setor de desenvolvimento de produtos, o foco da empresa é o private label há 14 anos. “Nossos clientes estão mais concentrados em São Paulo e no Rio de Janeiro, inclusive criamos para marcas famosas. Parte do desenvolvimento é em cima de croquis, viagens e pesquisas. Começamos a trabalhar com fios peruanos também para oferecer mais matérias-primas, alem de máquinas de última geração. Nossa fábrica tem 30 anos e notamos que está havendo uma volta para o mercado interno. A alta do dólar fez eles repensarem, inclusive com problemas de entrega e qualidade, na hora de importar.” Línea Laura: A empresa foi a primeira a ser convidada e aprovada a participar do espaço Manufacturing pela


Feiras Fotos: Divulgação

Première Vision Paris e é voltada para private label premium. “Passar por esse filtro é um grande reconhecimento. Nosso estande buscou transportar o visitante para nossa fábrica. Nosso trabalho é feito em moulage e nosso estilista trabalha interagindo com a equipe de criação interna do cliente. Nossa preocupação é criar o produto na faixa de preço e no prazo que o cliente quer”, explica Marília Piccinini da Carvalhinha, do estilo da Línea Laura. Para ela, essa foi uma chance de a marca interagir e não ficar só nos bastidores, ver novas formas de se inserir no mercado, para a criação de negócios diferentes. “É um laboratório, tudo novo, e temos que tirar ensinamentos”, conta Marília. O estande simulou a fábrica da Línea Laura e contou com mais de 450 fotos de inspirações para o inverno 2016, pesquisas de tecidos, cartela de cores e 150 peças prontas com

Uniformes

criativos Desta vez, a marca escolhida para criar os uniformes usados na feira foi a Llas, lançada no mercado em 2010 pelas irmãs Lorena Andrade, designer de moda, e Laura Andrade, arquiteta com especialização em moda e administração. A Llas optou por um vestido t-shirt ornamentado com excedentes dos expositores e da própria marca, com ampliações, colagens, repetições e esvaziamentos. “Uma intenção de reconstrução e requalificação de resíduos, aviamentos e elementos do cotidiano. Um exercício livre de infinitas combinações e recombinações a partir dos artigos remanescentes recolhidos ao acaso e aplicados/bordados nos uniformes”, revela Olívia Merquior, coordenadora de moda da Première Vision na América Latina.

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LÍNEA LAURA

referências de tendências. “Fazemos peça piloto exclusiva, mas também contamos com mais de 2 mil peças de acervo”, finaliza Marília.



Feiras

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POR RENATA MARTORELLI

BRAZIL INTERNATIONAL APPAREL SOURCING SHOW 2015 FEIRA INTERNACIONAL DE FORNECEDORES DE TECIDOS FOI PROMOVIDA PELO GRUPO CEMS GLOBAL Fotos: Divulgação

O Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP), recebeu, entre os dias 27 e 29 de maio, a Brazil International Apparel Sourcing Show 2015 (BIAS 2015), feira organizada pelo Grupo CEMS Global, voltada para manufaturas de private label e sourcing de varejo no mercado nacional. Com cerca de 130 expositores vindos de diversos países asiáticos, como Bangladesh, Sri Lanka e China, o evento teve como objetivo realizar um networking entre as empresas nacionais e internacionais. A CEMS Global organiza mais de 40 exposições internacionais por ano, em três continentes. “Num futuro próximo, gostaríamos também de persuadir fabricantes têxteis e de vestuário brasileiros a explorarem mercados internacionais e gostaríamos de dar-lhes boas vindas para participarem de nossa série de exposições realizadas em seis países”, revela Shahid Sarwar, CEO do grupo global. A feira não recebeu muitos visitantes, mas, apesar disso, o grupo continua motivado em manter o evento no país. “O que esperávamos não aconteceu. Os empresários brasileiros não foram ao evento para interagir com os expositores. O objetivo não era somente que comprassem, mas que viessem para ver a exposição, ver que o mercado é competitivo, que pudessem juntar forças com os sete países asiáticos que participaram da feira. Não foi ruim o resultado, foi a primeira vez e isso leva um tempo, nada é feito no primeiro passo, temos que ir tentando, pois é um evento internacional e não chinês, e no ano que vem teremos mais países, como a Turquia e a Coreia. Conversei com compradores que só conheciam 2/3 de empresas organizadoras de eventos e agora viram que a CEMS é forte e isso gerou confiança para eles, já que somos novos no Brasil, mas conhecidos no mundo todo”, conta Shahid Sarwar. Segundo Chitranjali Dissanayake, diretora internacional

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de produtos da Sri Lanka Export Development Board (EDB), o Brasil é um mercado novo para o Sri Lanka, que atualmente produz para marcas como C&A, Victoria’s Secret, H&M, Tommy Hilfiger, entre outras. “Quisemos apresentar nossos produtos e conhecer o mercado para sabermos como é o trabalho. Vemos que o Brasil se veste bem, presta atenção em tecidos, e isso é positivo. O denim é muito forte em nosso país, produzimos cerca de 25 milhões de peças ao ano, com tecnologias de lavagem e tingimento de última geração, além de fitness, malharia, lingerie e moda praia”, explica Chitranjali Dissanayake.



Feiras

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POR SILVIA BORIELLO

FENIN FASHION SÃO PAULO 2015 FEIRA BUSCA REAQUECER O MERCADO ANTECIPANDO AS COLEÇÕES PARA O VERÃO 2016

Foto: Silvia Boriello

A terceira edição da Fenin Fashion São Paulo, realizada entre 21 e 23 de junho no São Paulo Expo (antigo Centro de Convenções Imigrantes), em São Paulo (SP), fechou com balanço positivo, de modo geral, para as cerca de 280 confecções participantes, somando mais de mil marcas. Apesar do momento de retração econômica, Julio Viana, diretor da Expovest, promotora da feira, acredita numa retomada para o segundo semestre e decidiu manter suas feiras da edição de verão 2016, tanto a de São Paulo quanto as do Rio de Janeiro e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em datas próximas, com a estratégia de fazer um pré-lançamento das coleções. “Estamos passando por desemprego e inadimplência, e essa é uma trava poderosa na economia que preocupa muito o fabricante. Mas acredito na recuperação do Brasil, já passamos por momentos piores”, comenta Julio. Ele conta que foram mais de 3 mil compradores convidados, vindos especialmente do interior de São Paulo, sul de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro, mas entre o total de 18 mil visitantes, de acordo com a organização, os compradores espontâneos vieram de todo o país, principalmente de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Questionado sobre a proximidade entre as datas e localidade das feiras, Julio Viana esclareceu que, na edição de Bento Gonçalves, a maior parte dos compradores vem do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e que a do Rio de Janeiro atrai muitos compradores das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Com isso, ele consegue abastecer lojistas de todo o país. A nova localização da feira também não interferiu na visitação, segundo Viana, pois no antigo espaço, o Expo

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ZUNE: COMPRADORES ESTÃO APOSTANDO MAIS EM PEÇAS DE VENDA GARANTIDA.

Center Norte, não havia muitas opções de hospedagem e serviços para os compradores, além do acesso dificultado. Esses aspectos melhoraram para os compradores, que em sua maioria chegaram pelo aeroporto de Congonhas e ficaram hospedados na região de Moema, próximo ao novo pavilhão, que deve abrigar a feira em 2016. EXPOSITORES Anderson Santos, vendedor do Grupo Zune – que compreende as marcas Zune Jeans, Rock & Soda, Über Jeans, Rodrigo Faro by Zune e Disparate, diz que estava um pouco apreensivo por nessa edição não vir a coleção feita em parceria com o jogador Neymar Jr., devido ao término do contrato. No entanto, essa sensação logo passou ao ver que os clientes gostaram muito das outras coleções e não houve interferência nas vendas, que se mantiveram iguais. Ele destaca que o mix feminino veio maior e mais atrativo, porém os lojistas estão mais


Fotos: Silvia Boriello

AISHTY: VENDA DE RIO DE JANEIRO.

TODA A COLEÇÃO E REPOSIÇÃO PARA

BENTO GONÇALVES

E

ZAFFERANO:

O MOVIMENTO FOI REDUZIDO, MAS A COLEÇÃO MUITO BEM ACEITA.

retraídos nas compras, apostando em mas não podemos desconsiderar que peças de venda garantida, e tímidos estamos conseguindo manter uma nas mais ousadas. O grupo participará estabilidade ainda que com todos os também das feiras no Rio Grande do pesares atuais, como crise econômica e Sul e Rio de Janeiro. problemas internos de logística que nos Para a grife feminina Aishty, que tem dificultaram algumas entregas de a atriz Fiorella Matheis como garotamercadoria no ano passado, o que já foi propaganda, a feira teve um ótimo contornado, e acreditamos que ainda resultado, atraindo compradores de evoluiremos bastante como empresa. todo o país, segundo Charles Anjuu, Nossa coleção de verão foi superbem diretor de marketing da marca. Ele aceita e nosso primeiro entendimento conta que mantiveram o mesmo fluxo sobre isso obtivemos na feira, pois de vendas e que toda a coleção nossa média de vendas, calculada com exposta – com peças 100% imbase em fluxo x vendas, foi bastante M.NACIONAL: PRIMEIRA PARTICIPAÇÃO E portadas, vindas de três países – foi RESULTADO POSITIVO. significativa. Adiante, abriremos novas vendida e seria reposta para as feiras frentes e contaremos com modelos do Rio e de Bento Gonçalves, das quais também vão cada vez mais diferenciados”, conta Ronnie. participar. A M.Nacional, grife de moda feminina de Jacutinga Já para a Zafferano, marca paulista de camisaria (MG), participou pela primeira vez da Fenin Fashion SP e premium masculina, essa edição não trouxe resultados tão achou o resultado positivo, porém a feira pouco divulgada. bons. Ronnie Gismonti, coordenador criativo da marca, Apesar disso, também participará das outras duas comenta que já participaram de edições anteriores, mas edições fora de São Paulo. Compradores das regiões nessa, em especial, ficaram mais longe de suas metas de Sudeste e Sul foram os que mais compareceram ao venda. “É preciso levar em consideração não somente estande da marca, segundo Vanessa Araújo, supervisora questões como a situação econômica do país, mas de vendas da M.Nacional, mas também venderam para o também de logística de organização, pois o fluxo de Norte e Nordeste. Para ela, todos têm sentido o mercado consumidores estava baixo”, opina Ronnie. retraído, pois a economia nunca esteve tão instável. Mas ele destaca que a identidade da marca vem cres- “Acreditamos que a estação primavera-verão seja mais cendo e o desejo pelas peças por parte dos consumidores fácil de trabalhar devido ao fato de ser mais longa e ao também, mantendo sua clientela fiel e agregando novos preço das peças mais acessível. Nossa estratégia de clientes. venda para o segundo semestre é de muito trabalho, “Ainda assim, o momento é de apreensão. Dizer que divulgação do produto, respeito e atenção no atendimento estamos numa corrente ideal de vendas não é verdade, ao cliente”, conclui Vanessa.

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Feiras

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POR RENATA MARTORELLI

SALÃO MODA BRASIL 2015 SETOR DE MODA ÍNTIMA, PRAIA E FITNESS SEGUE EM CRESCIMENTO O São Paulo Expo, antigo Expo Imigrantes, em São Paulo (SP), foi palco do Salão Moda Brasil 2015, que aconteceu entre os dias 21 e 23 de junho. A feira, voltada para moda praia, fitness e lingerie, incentivou o comércio nacional e recebeu 14 mil compradores de 22 países, resultando em um volume de negócios de R$ 700 milhões. Confira os últimos lançamentos apresentados durante o salão. 2Rios: levou flores e cores claras, além de peças inspiradas na liberdade da cultura neo-hippie, explorando rendas, flores, perfumes com uma pitada de ousadia. As linhas Sensitive Fashion e Sensitive Fit são os destaques da coleção. Any Any: inspirada no clima de ar livre e passeios de bicicleta pelos jardins do mundo, traz florais românticos ou ingênuos com flores pinceladas em aquarela ou que remetem a estampas antigas. Nas estampas étnicas, destaque para as Américas Latina e Central, com elementos gráficos, geométricos e peças artesanais.

Cachopa Brasil: especialista em fitness e beachwear plus size, apresentou peças estruturadas, com bojos e recortes que valorizam o corpo. Estampas com referências étnicas, fauna e flora tropical e a riqueza da vida marinha são os pontos fortes da coleção. Darling: trouxe peças coloridas, divididas em quatro coleções: Lace Flowers, com estampa exclusiva com tema botânico, que apresenta a leveza das flores em efeito aquarelado; Emotions, voltada para as noivas, com peças transparentes, rendas, lacinhos de cetim, tule e detalhes de cristais; Frisson, com toques fluorescentes que transparecem sob a renda, franzidos, tiras e lacinhos; e Provoque, com muita transparência, renda importada e tule pele, extremamente macio. Dilady: na linha Ritratti Materna, apostou no body gestante e na calça Max Connect, que proporcionam sustentação e cobrem confortavelmente a barriga com tela de jérsei light ultracomfort. Para o pós-parto, o sutiã de amamentação com zíper tem abertura frontal e costas estilo nadador, e o sutiã de amamentação com bojo soft traz bojo de espuma macia e abertura lateral. Fotos: Divulgação

LIEBE

70

PLAYBOY

PIJAMA

ESPORTIVO DA LINHA

CORALINE,

DA

MIXTE.


Foto: Divulgação

Gisele Bündchen Intimates: lançou a coleção Versailles em homenagem aos 20 anos de carreira da top, inspirada nos jardins do palácio francês. Todas as peças ganharam um toque de microfibra com estampa floral e acabamento com renda exclusiva. As calcinhas biquíni e fio-dental possuem detalhe de renda no cós, que não marca nas laterais. Hope: na coleção de básicos, as linhas Nude e Nude Glam ganharam os tons shock e sky, derivações de rosa e azul. Já a Touch, tonalidades de laranja e amarelo também são apostas para o verão. A Life apresentou uma subcoleção baseada na tendência do animal print. Liebe: a coleção Beleza Natural traz desenhos nas rendas, detalhes das laises e estampas em cores vivas e neutras com presença de flores. A grande novidade fica por conta da mistura da estampa animal print com a renda guipure, que aparece nos espartilhos, em sutiãs com decotes profundos e algumas vezes nos modelos cropped, e nas calcinhas string. As lingeries aparecem

CALCINHA

INVISÍVEL DA COLEÇÃO

SENSITIVE,

DA

2RIOS.

sem elástico, para não marcar sob a roupa, de microfibra com toque gelado e brilho perolado, que proporciona secagem super-rápida. Lindelucy Lingerie: a marca de Juruaia (MG) lançou um conjunto de lingerie avaliado em R$ 100 mil para comemorar seus 20 anos no mercado. A lingerie faz


Feiras parte da coleção Essência Preciosa, que traz peças um pijama esportivo, traz a leveza do modal com inspiradas em perfumes e pedras preciosas. O conjunto LYCRA® com um toque sexy. As peças são compostas Joia Rara foi elaborado com tecido de microfibra Swan de tops, shorts, calça legging e vêm com elástico de 3 Lumina, da Rosset, com recortes de renda importada na cm personalizado. Playboy: com 22 modelos com cores fortes e cor branca e acessórios dourados banhados a ouro, com aplicação de um pingente de ouro adornado com vibrantes, a marca trouxe versões de boxer e sungão brilhante de 1,79 quilate. com elásticos metalizados e bordados e desenhos Liz: destaque para a linha Liz Collections, que jovens e irreverentes. O cotton aparece liso, estampado apostou na renda Spanish Design, inspirada na região e listrado. Recco: lançou a linha Verde, primeira linha de da Andaluzia, no sul da Espanha. A supermicrofibra Amni Allumé tem brilho e toque que imitam a seda e os underwear no mundo a usar o Amni Soul Eco, único fio tons variam entre o rosa Marbella e o azul-marinho de poliamida biodegradável do mundo, que permite que Orion, além do cosmético Sotile, e do branco e preto. as peças, quando descartadas corretamente, se Love Secret: especialista em lingerie com matéria- decomponham rapidamente. Entre as novidades, estão prima ecológica, lançou uma linha completa de calcinhas, caftãs e pijamas. O lançamento é uma maternidade para todo o período da gestação e pós- parceria da Recco com a Rhodia e a Berlan. RioMan: a grife de cuecas apresentou quatro parto. A marca fez estudos rigorosos sobre as Foto: Divulgação alterações corporais das gestantes, além de linhas em sua primeira participação na feira: investir em tecidos tecnológicos com Ultra Comfort, desenvolvida em viscose com proteção natural contra bactérias, aplicação elastano; Comfort Cotton, em algodão com correta de aviamentos e modelagens elastano e modelagem anatômica; especiais. Os produtos são desenvolvidos Comfort Performance, em microfibra, com fibras 100% orgânicas, antialérgicas que proporciona liberdade de e com respirabilidade. movimento e secagem rápida; LYCRA®: expôs peças conceituais, e Comfort Performance sem confeccionadas com base nas Costura, sem costuras laterais, tendências do verão 2016 em padrões risca de giz e apresentadas pela emxadrez, ideal para a prática de presa para o segmento esportes. Salotex: apresentou os de lingerie. Os temas são Belle Dame, voltado tecidos: Invisível, tule superleve para mulheres que apreciam com efeito invisível; Ball, tecido cores neutras e clássicas; Avantleve com construção diferenciada, Garde, que combina o clássico e o bielástico, com aspecto brilhoso; contemporâneo com estampas florais e Tetris, com toque macio, construído cores fortes; Olympique, para a prática com poliamida microfilamentada e 17% esportiva; e Je T’Aime, com inspirações elastano; Micro Power, 36% elastano retrô combinadas com o contemcom alta compressão modeladora, porâneo. respirabilidade e visual de falso Mixte: inspirada nas tendências de furadinho; Memphis, de poliamida migrandes florais, estampas invertidas, crofilamentada e texturizada, com reativas e insect print, a coleção apreaspecto telado; Denim, inspirado no senta tecidos diferenciados. Destaque jeans, com 9% de elastano nas peças para a linha Coraline, que traz mais do que mais ajustadas. ANY ANY

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POR ALEXANDRE GAIOFATO DE SOUZA E MARCELO ANTONIO PASCHOAL

Fotos: Arquivo pessoal

Dentro da Lei

Simulação para o recebimento do segurodesemprego é crime O seguro-desemprego é um benefício instituído por lei e pago pelo governo federal ao empregado que preencher as condições previstas na lei que o disciplina. Tem a finalidade de auxiliar o empregado na busca de um novo emprego, dando-lhe ao menos um pouco de segurança financeira durante esse período. Não é difícil, porém, ocorrer situações em que o empregado recém-contratado e que ainda está recebendo o benefício combina com seu novo empregador que não seja feito o registro em sua CTPS de imediato, a fim de que ele não deixe de receber o seguro-desemprego. Em outras situações, empregado e empregador simulam uma dispensa para que o seguro-desemprego seja recebido pelo empregado enquanto trabalha. Nos dois casos, temos a ocorrência de fraude à legislação trabalhista e de prática de crime de estelionato, previsto no artigo 171, § 3º do Código Penal. É importante mencionar que esse tipo de delito não é praticado apenas pelo empregado, mas também pelo empregador. Isso porque é obrigação do empregador registrar o empregado desde o primeiro dia de trabalho, sendo que a falta de registro durante o período em que o empregado está recebendo o seguro-desemprego presume a participação do empregador na fraude. Vale destacar que há entendimento no sentido de que não é a simples falta de registro em CTPS que garante o recebimento do benefício, mas sim a falta de qualquer trabalho remunerado que garanta renda ao trabalhador. A instituição do e-Social pelo governo federal, que visa unificar o envio de informações pelo empregador em relação aos trabalhadores que lhe prestam serviços remunerados, é uma das formas de tentar evitar essa ocorrência, pois, pelo sistema, até mesmo a folha de pagamento dos empregados e dos prestadores de serviços será enviada por meio digital, podendo a partir daí ser facilmente detectado qualquer pagamento feito fora da folha de salário. Também nos processos trabalhistas podem surgir consequências para as partes nas esferas administrativa e criminal,

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pois na própria sentença constará a necessária comunicação ao Ministério do Trabalho, além de comunicação ao Ministério Público Federal para a apuração de crime contra o erário. Exemplo dessa situação ocorreu na ação penal nº 18684.2012.4.01.3800, na qual o empregado de um restaurante foi condenado a um ano e quatro meses de reclusão por receber indevidamente o seguro-desemprego. O argumento é que o princípio da insignificância não se aplica a esses casos, pois as fraudes realizadas em detrimento do programa de seguro-desemprego transcendem o interesse meramente pecuniário do Estado, porque vulneram o próprio sistema de amparo aos trabalhadores. Mal comparando, podemos vislumbrar aqui uma contradição escancarada diante de todos os protestos ocorridos nos últimos meses contra a corrupção no governo, pois o próprio trabalhador acaba praticando, certamente em grau muito menor, o mesmo ato contra o qual ocorrem os protestos, na medida em que, ao receber indevidamente dinheiro público, também está lesando o erário com sua atitude. Assim, concluímos que a contratação ou a manutenção de empregados sem registro em CTPS, em que pese parecer vantajosa para as partes, pode culminar em sérios problemas de ordem trabalhista, fiscal, criminal e cível, o que refere, em última análise, risco excessivo para as partes envolvidas, além de notório desvirtuamento moral por parte do cidadão que estará praticando o ato odioso de desvio de dinheiro público.

ALEXANDRE GAIOFATO DE SOUZA É ADVOGADO, PÓS-GRADUADO EM PROCESSO CIVIL PELA PUC/SP, MBA EM DIREITO DA ECONOMIA E DA EMPRESA PELA FGV E PELA OHIO UNIVERSITY, MEMBRO RELATOR DO IV TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB/SP, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA DOS LOJISTAS DO BOM RETIRO E SÓCIO DA GAIOFATO E GALVÃO ADVOGADOS ASSOCIADOS. ALEXANDRE@GAIOFATOEGALVAO.COM.BR MARCELO ANTONIO PASCHOAL É ADVOGADO ATUANTE NA AREA TRABALHISTA, BACHAREL EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU (SP), PÓS-GRADUADO EM DIREITO DO TRABALHO E DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO PELA ESCOLA PAULISTA DE DIREITO (EPD) E MEMBRO DA GAIOFATO E GALVÃO ADVOGADOS ASSOCIADOS. MARCELO.PASCHOAL@GAIOFATOEGALVAO.COM.BR



Atualidades Foto: Divulgação

AMERICANA REGISTA DÉFICIT NA BALANÇA COMERCIAL

A STAROUP ESTÁ DE VOLTA

Hortolândia, o saldo ficou 1% negativo no têxtil e 5% positivo no de confecção. Os dados são do Caged e foram divulgados pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

Enquanto o país vive uma crise geral, inclusive no setor confeccionista, a Fakini, especialista em moda infantil, cresceu 18% no primeiro quadrimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. Sediada em Pomerode (SC), a Fakini ingressou este ano no Programa Texbrasil com o objetivo de internacionalizar a marca.

Ícone dos anos 70, o jeans A cidade de Americana, no interior de São Staroup volta à cena nacional Paulo, um importante polo têxtil e acompanhando a onda confeccionista nacional, fechou os cinco setentista da moda. Foi um primeiros meses do ano com déficit na longo período de lacuna no balança comercial. De acordo com os mercado, desde que sua dados divulgados pelo Sindicato das antiga dona, a Botucatu Têxtil, Indústrias de Fiação e Tecelagem do decretou falência em 2008. Estado de São Paulo (Sinditêxtil-SP), Após avaliar o potencial de tendo como fonte o Ministério do aceitação da marca junto ao Desenvolvimento, Indústria e Comércio, as público consumidor, a importações de têxteis e confeccionados empresa Alshernetti na região teve uma queda de 45,2% em Administradora, que fica na valor, passando de US$ 26,17 milhões cidade de Capivari (SP), fez para US$ 14,29 milhões entre janeiro e uma proposta aos credores da maio deste ano, comparado ao mesmo massa falida para obter a licença de fabricação e comercialização de período de 2014, o que é uma boa peças da marca, mediante o pagamento de royalties. Depois de notícia. No entanto, as exportações avaliada e considerada benéfica para ambos os lados, a proposta foi também diminuíram, e muito, nesse aceita e, a partir de então, a Confecções Racheltex, pertencente ao mesmo tempo, indo de US$ 7,06 milhões Grupo Alshernetti, começou a produzir com força total a primeira para US$ 2,20 milhões, gerando uma coleção da Staroup sob sua tutela. À frente da marca está a estilista baixa acumulada de 36,73% no período, Natália Nicoletti, que assina a coleção e traz inovação e tradição sem incluir as fibras de algodão. O como lema desse novo período da marca. “Queremos trazer aquele número de empregos, porém, se manteve sentimento de lembrança da marca para quem viveu na época em no setor de confecção e teve uma que a Staroup era símbolo de desejo, mas, ao mesmo tempo, nosso discreta alta no mês de maio – 0,93%, objetivo é estar por dentro das últimas tendências do mundo da contra o período de baixas entre janeiro e moda, trazendo inovações tanto nos cortes como nas lavagens”, abril de 2015. O mesmo aconteceu em conta Natália. As silhuetas – masculinas e femininas – também vêm Santa Bárbara d’Oeste, que teve um bastante democráticas, segundo a estilista, inclusive com uma aumento de 1,8% nos empregos do setor coleção plus size, com modelagem adequada, confortável, atual e têxtil em maio, mas uma queda de 8,24% moderna, com informação de moda, tudo produzido em território no de confecção. Em Sumaré e nacional. Uma loja conceito está sendo construída em Capivari, mas Campinas, houve queda de postos de a marca já trabalha com 58 revendedores espalhados pelos grandes trabalho no setor têxtil – 5% e 1,44%, centros brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas respectivamente –, 1% de crescimento no Gerais e Rio Grande do Sul. setor de vestuário de Sumaré e redução NADANDO CONTRA A MARÉ de 0,38% no de Campinas. Já em

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ADIDAS BY SALINAS

Foto: Divulgação

SCMC E PERESTROIKA TRAZEM CAPACITAÇÕES PERSONALIZADAS

O Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC) fechou uma parceria com a escola de moda e criatividade Perestroika. Serão oferecidos 16 módulos, cada um com cerca de 80 profissionais das empresas envolvidas, que trarão novos conceitos em tecnologia, criatividade e engajamento. O projeto desenvolvido pelas empresas este ano será um estudo de inovação proposto pelos próprios profissionais, podendo ser nas áreas de processos, produtos ou marketing. As soluções serão discutidas com os A Adidas anunciou no dia 2 de junho a parceria professores da Perestroika e entre os profissionais. Outro com a carioca Salinas, de moda praia, para o destaque do SCMC é a interação de estudantes e lançamento da primeira coleção fitness criada com instituições de ensino com as empresas. Enquanto os a colaboração de uma marca brasileira. Entre as profissionais recebem as capacitações, os acadêmicos peças, estão as linhas de treinamento, corrida e participam de seis workshops sobre paixão e inovação, e natação, com estampa exclusiva assinada pela em novembro os dois trabalhos se reúnem e realizam em Salinas, sob o comando da diretora criativa e Florianópolis a primeira edição do Design Campo, com fundadora da marca, Jacqueline De Biase. A cinco dias de debates, capacitações inéditas e palestras coleção será lançada em novembro em todo o país. relacionadas aos temas abordados durante o ano.


Atualidades Fotos: Divulgação

GAP FECHA 175 LOJAS

MODA ESPORTIVA

A Gap, que tem sofrido para se recuperar das quedas nas vendas,

NA MIRA

anunciou em junho que fechará 175 de suas 675 lojas nos Estados Unidos

A Invista encomendou

nos próximos anos, sendo que 140 serão fechadas no ano fiscal de 2015.

uma pesquisa sobre

A grife também declarou o corte de aproximadamente 250 empregos este ano na sede da

hábitos dos brasileiros no

empresa, em São Francisco, de um total de cerca de 141 mil funcionários no mundo. O CEO da

momento da compra de

Gap, Art Peck, acredita que com a mudança a empresa fará a marca voltar a crescer.

moda esportiva, e itens como conforto e

LECTRA EM PARCERIA COM BTOBE

qualidade foram os mais

O concurso BtoBe (Brazilians to Be), iniciativa do

relevantes no ato da

Texbrasil, programa de internacionalização da indústria

compra, representando 69% e 55%,

da moda brasileira, mantido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), contou com o apoio da Lectra, que reuniu pela

DA

ESQUERDA PARA A DIREITA: SILVIA FERRAZ, ESTILISTA DA MARCA DE MODA INFANTIL, SPIRODIRO; GABRIELA SAKATE, ESTILISTA DA MARCA GABRIELA SAKATE; E JULIA GUGLIELMETTI, ESTILISTA DA MARCA GRALIAS.

segunda vez o grupo de estilistas com a especialista da Lectra em processos da indústria da moda, Giselle Araújo, que orientou os jovens empreendedores em um exercício no qual puderam identificar com clareza a proposta de valor de suas respectivas marcas, assim como os recursos que têm à disposição, analisar como podem melhorar seus processos e avaliar a efetividade de suas fórmulas de lucro. A terceira rodada que a Lectra promoverá para estilistas do concurso está prevista para agosto.

respectivamente. Entre os cidadãos que praticam exercícios, 80% usam roupas esportivas para sua finalidade principal e 48% também as usam para ficar em casa e em atividades de lazer. Aspectos como preço, durabilidade, caimento, performance e

PETRÓPOLIS RECEBE A SEGUNDA

respirabilidade também

EDIÇÃO DA COSTURA RIO

são levados em conta na

A segunda edição da Costura Rio –

hora da compra. A

feira de negócios voltada ao setor

pesquisa ainda revelou

têxtil e confeccionista – já tem data

que a frequência de uso

marcada: acontecerá entre os dias 27

de roupas esportivas é

e 29 de agosto no Hipershopping

de uma vez a cada dois

ABC, em Petrópolis (RJ). O objetivo é

dias, sendo a maior parte

DA ESQ. PARA A DIR.: RODRIGO QUEIROZ, DA FÁBRIKA DE IDEIAS; reunir fornecedores de matéria-prima ANTONIO BERENGUER, VICE-PRESIDENE DO CIRJ DA FIRJAN; WALTRAUD KEUPER, PRESIDENTE DA RR SERRANA DA FIRJAN; RUBENS BOMTEMPO, e equipamentos, prestadores de PREFEITO DE PETRÓPOLIS; ADDISON MENESES, PRESIDENTE DO SINDCON; serviços e profissionais da área de E CLAUDIA PACHECO, COORDENADORA DO SEBRAE NA REGIÃO.

tecnologia, fortalecendo o setor

por mulheres mais jovens de classes mais altas, das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul. O

confeccionista local ao mesmo tempo em que apresenta suas novidades e estimula novas

Nordeste é a região onde

parcerias comerciais. “Respiramos confecção. São 25 mil pessoas que atuam no setor e nada

menos se usa esse tipo

melhor do que fazer a coisa acontecer aqui, buscar ser referência para todo o país. Essa é uma

de roupa, mas é quem

semente que vai prosperar e, para isso, os empresários têm que acreditar”, destacou Addison

mais a usa para sua

Meneses, presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Petrópolis (Sindcon) e vice-

finalidade principal. Dos

presidente da Representação Regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

usuários de roupas

(Firjan) na Região Serrana, durante o lançamento da feira para empresários no início de junho. A

esportivas, 41% sempre

primeira edição aconteceu em 2013, reunindo mais de 3 mil visitantes e movimentando R$ 80

ou quase sempre

milhões em negócios no decorrer do ano. A feira é promovida pelo Sindicon em parceria com a

checam as informações

prefeitura de Petrópolis e tem o apoio do Sistema Firjan e do Sebrae. “É um evento emblemático,

técnicas das peças,

que busca pensar a economia do nosso município de forma sustentável. Ações como essa, que

sendo a procura por

proporcionam o desenvolvimento de pessoas e empresas da cidade, terão sempre nosso apoio”, afirmou o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo.

esses dados maior no Sul e entre as classes mais altas.

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POR RONALDO VERAS LIGURI

Foto: Arquivo pessoal

Produção

Graduação x experiência No mercado de trabalho, é natural encontrar empresas que buscam a profissionalização dos funcionários, sempre atrás de melhorias em setores-chaves como PPCP, almoxarifado e o próprio setor de produção. Naturalmente, algumas dessas melhorias vêm com a contratação de uma nova equipe, e aí surge a dúvida que todo empresário tem: o que é mais importante: graduação ou experiência? Formado em engenharia de produção, tive como referencial teórico disciplinas como cálculo, física, mecânica, que dão base à engenharia, e como diferencial estudei disciplinas ligadas a engenharia da qualidade, layout de fábrica, custos de projetos e investimentos, ergonomia, engenharia de métodos, logística e PPCP (planejamento programação e controle da produção), garantindo um conhecimento teórico relevante sobre processos produtivos. Contudo, possuía pouca experiência prática. Então, como alinhar a teoria à prática? Por meio de um programa de estágio, consegui absorver as dificuldades que são encontradas durante o dia a dia empresarial. Como toda empresa que busca aperfeiçoar seus processos, se profissionalizar, ser mais competitiva, a empresa em que entrei como estagiário possuía essa demanda por um profissional qualificado para atuar na implantação de seu setor de PPCP. Uma oportunidade e um grande desafio – foi o meu primeiro pensamento – conseguir conciliar a faculdade com o objetivo de implantar o PPCP. Entre as dificuldades iniciais encontradas, a falta de procedimentos, a desorganização, o descompromisso dos colaboradores, um sistema ERP (Enterprise Resource Planning) alimentado incorretamente e cadastros de fichas técnicas errados foram fatores que levaram não apenas a buscar implantar um PPCP funcional, mas também tornar todos os setores funcionais, colaborativos entre si. Ao término de minha graduação, a empresa decidiu me

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efetivar. Como já existia um trabalho sendo realizado por uma empresa de consultoria renomada no mercado, tivemos a incumbência de desenvolver um projeto de documentação e padronização dos procedimentos de cada setor, criando um manual detalhado das atividades e dos compromissos de cada um deles. Percebeu-se, por meio de uma entrevista com todos os líderes, que o manual de procedimentos era necessário nos setores de compras, almoxarifado, modelagem, corte, PPCP e produção. Com baixa confiabilidade no estoque de matéria-prima, atrasos nos prazos de entrega de fornecedores, erros em entradas e saídas de suprimentos, cadastro incorreto de materiais, os setores de almoxarifado e compras foram os primeiros em que houve a busca pelo aperfeiçoamento dos processos. Desenvolvendo um manual específico para compras e almoxarifado, houve o detalhamento da maneira de proceder em cada atividade, fornecendo um tutorial de como atuar em baixas de matérias-primas, cadastros, compras e controle de estoque. Com o almoxarifado correto, o próximo item a ser corrigido seria a ficha técnica dos produtos. A ficha técnica era feita pelo PPCP, e as informações contidas na mesma eram muito desorganizadas, com códigos errados de matérias-primas e consumos quase sempre equivocados. Tais erros fizeram com que a explosão de matéria-prima (a quantidade de material necessária para a produção da demanda solicitada) fosse errada. Como sua reserva e baixa também foram feitas de forma inadequada, consequentemente a margem de acerto de todo o PPCP foi prejudicada. Para corrigir as fichas técnicas, o primeiro procedimento foi criar uma ficha para os modelistas preencherem, conhecida como ficha do produto. Essa ficha deve conter todas as informações para construir o modelo, desde a lista das matérias-primas até como se deve montar a peça.


Depois de preenchida pelos modelistas, a ficha do produto deve ser enviada ao PPCP e ele transmitirá todas as características documentadas para a ficha técnica do sistema. Com a informação correta na ficha técnica, o cálculo da matéria-prima se torna acertado, a baixa é dada de maneira exata e todas as informações necessárias são repassadas à produção. Trabalhando junto à empresa de consultoria, fizemos grandes avanços em relação ao planejamento, programação e controle da produção. Utilizando uma ferramenta conhecida como Cronomod, podemos, de forma simples, programar a produção semanal de uma empresa, sabendo o que cada departamento deve produzir por dia. Assim, fica sob a responsabilidade do PPCP seguir essa programação e cobrar os responsáveis para que os produtos sejam finalizados nos prazos estabelecidos. Com a programação de produção fixada, conseguimos que o estoque saiba que tecidos serão utilizados na semana, e também que o tempo de descanso do tecido seja obedecido corretamente, para que os encaixes sejam feitos com antecedência, pois assim o setor de corte trabalha apenas cortando o número de peças necessário para um dia de produção, podendo até reduzir o número de pessoas, caso seja interessante. Também conseguimos criar um sequenciamento correto das ordens de produção, obedecendo ao first in/first out, que em tradução livre significa que o primeiro pedido que entra deve ser o primeiro que sai. A documentação dos procedimentos de cada setor foi uma importante atividade para a empresa, em que a mesma conseguiu criar uma identidade própria, deixando de ser um lugar onde cada um faz o que quer para ser um onde todos fazem o que é correto. Como os principais setores da empresa foram estudados, documentados e padronizados, buscando o aperfeiçoamento dos processos, estes passaram a ser mais importantes do que as pessoas, ou seja, se algum funcionário faltar, outro pode fazer seu serviço apenas consultando o manual de procedimentos do setor. Hoje, atuo como coordenador de PPCP e tenho como desafio não apenas trabalhar com programação de compras, produção, prazos e metas, mas também modificar toda uma cultura empresarial de etapas e procedimentos incorretos. Junto à consultoria, estamos a cada dia lutando, ganhando a confiança de cada um e, mesmo com a relutância de alguns líderes, conseguimos desenvolver grandes mudanças na cultura interna da empresa. Mesmo ainda não sendo muito experiente, chego à conclusão de que todo cargo exige certo conhecimento. Um cargo de líder exige que se possua tanto o conhecimento teórico quanto o prático. Unindo os dois conhecimentos, consegue-se formar estratégias de trabalho em que a experiência aliada à teoria faz com que o sucesso seja alcançado. RONALDO VERAS LIGURI É ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO FORMADO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS (UFGD-MS), ESPECIALISTA EM PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO (UTILIZANDO OS SISTEMAS APS – ADVANCED PLANNING SYSTEMS) E EM MÉTODOS ESTATÍSTICOS PARA ENGENHARIA DA QUALIDADE, E POSSUI CURSO DE FERRAMENTAS PARA LOGÍSTICA INDUSTRIAL. RONALDO-LIGURI@HOTMAIL.COM


Eventos

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POR SILVIA BORIELLO

Foto: Silvia Boriello

MULHERES

DO

LA REPÚBLICA

DEL

TEJIDO:

COMÉRCIO JUSTO MANTENDO AS TRADIÇÕES E A INCLUSÃO SOCIAL.

PERÚ MODA 2015 PRESENÇA BRASILEIRA FOI DESTAQUE NO EVENTO A edição 2015 do evento Perú Moda aconteceu em duas

camisaria e t-shirts de algodão naquele país, mas agora a

etapas: a primeira em abril, com o encontro de negócios, e a

intenção é comercializar suas peças prontas por meio de uma

segunda entre 27 e 29 de maio, com os desfiles e expositores.

parceria com a Algotex, que se tornou sua licenciada para

Ao todo, 1.200 visitantes vindos de 40 países e outros 7 mil

confeccionar e vender os produtos da marca, e, a partir daí,

locais estiveram presentes no evento, sendo 560 compradores

expandir sua participação em outros países da América Latina.

convidados. Do Brasil, 35 participaram da primeira fase e 75 da segunda, sendo a maior delegação depois da dos EUA.

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Outras marcas brasileiras que também importam produtos do Peru são Dudalina, Brooksfield, Hering, Vila Romana, VR

Segundo a organização do evento, as áreas de maior

Menswear, Richards, Ricardo Almeida, Sergio K., Lita Mortari,

procura foram a de fornecedores (peças prontas), full package

Aramis, Redley, Cantão, GEP e grandes varejistas como C&A,

(itens de algodão pima) e comércio justo (especialmente em itens

Renner e Riachuelo.

de alpaca), a geração de negócios chegou a US$ 90 milhões, e

A relação comercial entre Brasil e Peru na área têxtil e de

compradores de alguns dos principais players mundiais puderam

confecção, na realidade, vem se estreitando. De acordo com Igor

conhecer de perto os produtos peruanos, como Gap, Tory

Rojas, coordenador da Indústria do Vestuário da Comissão de

Burch, Guess, Kate Spade, Versace, La Perla, Bimba & Lola,

Promoção do Peru para a Exportação e Turismo – Promperú, o

Apparel, Dimple Hsu, GS Shop, Benetton, Mac Clem, Polo USA,

Brasil figura como o terceiro maior destino de suas exportações,

Redley, Penalty e Cavalera. Esta última, aliás, expôs e desfilou

atrás de EUA e Argentina. Entre 2010 e 2014, houve um

pela primeira vez no Peru, fechando o evento com um dos

aumento de 82% nas exportações peruanas ao Brasil, passando

desfiles mais aguardados.

de US$ 65,49 milhões para US$ 119,21 milhões FOB, sendo

Com isso, a Cavalera oficializou sua entrada no mercado

72% delas em peças de vestuário acabadas de maior valor

peruano, como explica Rena Guidon, gestor comercial da marca.

agregado, como informa Claudio Macedo, diretor de Promoção

A Cavalera já produz há sete anos cerca de 10% de sua

de Exportações do Escritório Comercial do Peru no Brasil. “Para



Eventos

Fotos: Silvia Boriello

os próximos anos estima-se um maior crescimento também no setor médio e atacado, nos quais o Escritório Comercial do Peru no Brasil possui um projeto de internacionalização de pequenas e médias empresas peruanas, que têm formado consórcios para vender seus produtos de pronta-entrega já nacionalizados”, conta Macedo. Aliás, investir em marcas próprias é um dos próximos passos da indústria peruana, que é mundialmente conhecida pelo outsourcing (terceirização), fornecendo para grifes do porte de Armani, Lacoste e MaxMara, que inclusive começou este ano a produzir peças de alpaca no Peru. “O nicho que temos é o da indústria de produtos de base, médio ou médio-alto padrão, e

ESTANDE DA ALGOTEX COM CAVALERA, QUE LEVOU SUA BARBEARIA AO EVENTO.

A

DA MPDE: SEM QUÍMICOS PESADOS.

ROUPINHAS

estamos em processo de propor não somente outsourcing, mas que as marcas nacionais comecem a crescer. O mercado local

edição recebeu mais visitas do Brasil, bem como do Panamá, do

tem permitido que muitas empresas exportadoras peruanas

México, de Honduras e de alguns países europeus que se mos-

sigam em frente com sua marca própria, além do private label.

traram bastante interessados em estreitar relações comerciais

Temos a Creditex, por exemplo, que é uma empresa muito

com o Peru.

grande e já tem três marcas: M.bö, Norman & Taylor e Marc

A Texma é outra empresa peruana a fechar negócios com o

Boheler. Outra no mesmo caminho é a Textimax, que produz

Brasil. Há 20 anos no mercado, produzindo 200 mil peças/mês

para a Hugo Boss, entre outras grifes renomadas. Mas é um

e tendo a América do Sul como principal destino de seus

início, pois todo o processo de aprendizagem está no mercado

produtos, está fabricando uma parte da linha de vestuário da

local”, revela Igor Rojas. Ele ressalta ainda que o setor manu-

Havaianas, e a Olympikus também já está em contato.

fatureiro é prioritário para o governo peruano, pois é o que mais exporta, tanto que o evento Perú Moda tem uma grande força no

COMÉRCIO JUSTO

país, o que não acontece em outros setores. Dentro da ma-

Uma boa constatação durante o Perú Moda foi a de que o

nufatura, 24% do PIB vem do setor de confecção. “Diz-se que

comércio justo e a produção sustentável têm um espaço de valor

10% da população do Peru, direta ou indiretamente, trabalha na

e destaque na moda peruana. Um exemplo é a empresa de

cadeia têxtil, em todos os seus segmentos”, comenta Igor.

moda infantil MPDe (Management and Product Development S.A.C.), que produz para marcas nos EUA e Japão, tudo 100%

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EXPOSITORES

algodão pima. Luz Huarcaya, designer e proprietária da MPDe,

O espaço de exposições do evento mostrou-se bastante

destaca que o foco principal é a segurança nas roupas infantis,

democrático este ano, em que empresas de menor porte se

especialmente para bebês, e por isso faz todo o controle da

posicionaram lado a lado de grandes produtores peruanos.

produção internamente – tudo tem que estar inteiramente livre de

A Nettalco, por exemplo, uma das gigantes do país, com

chumbo e químicos pesados –, pois esses resíduos presentes na

produção mensal de quase 1 milhão de peças (polos, camisetas

estamparia são altamente tóxicos. A empresa possui certificados

e camisaria) de algodão pima e outras mesclas, recebeu a visita

internacionais na área e é a única a produzir para a linha de

em seu estande do representante da Brooksfield. A empresa já

vestuário infantil da Caterpillar.

fabrica para marcas brasileiras há algum tempo, como a

A grife Ayni, fundada há dez anos por Laercke Skyum e

Crawford, entre outras, especialmente camisaria, e possui

Adriana Cachay, segue a linha de produção responsável e

produção vertical (full package) em três fábricas, todas em Lima,

comércio justo, beneficiando 300 famílias no Peru em diferentes

empregando 1.200 costureiras. Outra forte produtora de

regiões, qualificando esses trabalhadores em áreas como tricô,

camisaria é a Texcorp, que faz até 180 mil metros de tecido/mês

macramê e bordados. Com um estilo clean, moderno e texturas

com algodão pima, e produz para Brooksfield, Via Veneto e Polo

mais rústicas, tudo feito com materiais naturais e provenientes do

Ralph Lauren, entre outras. Quem também exporta para marcas

Peru, como alpaca, algodão pima e blends com seda, bambu,

brasileiras como Luigi Bertoli e Aramis é a Textil Airin Neiva, com

couro e pedras, as roupas são for export e estão à venda na

produção mensal de 70 mil peças em sistema full package.

Barneys, em Nova York, e em lojas no Japão, Londres, Itália e

Nancy Perez, gerente comercial da empresa, diz que nesta

Brasil, na Lita Mortari.


Fotos: Divulgação Foto: Silvia Boriello

Outro projeto muito interessante é o La República del Tejido, formado por artesãos de três comunidades de Puno: Ajoyani, Antauta e Macusani. Um trio de designers peruanos ca-

SILVIA PAREDES, MUNDO 2015.

GANHADORA DO

CONCURSO JOVENS CRIADORES

AO

pacita homens e mulheres dessas comunidades na produção de fios AYNI

de alpaca (para vestuá-

rio) e ovelha (para decoração). Para a comercialização das peças tanto no mercado interno quanto no externo, criaram uma marca própria, a Klaud, que funciona ainda como uma agência de desenho têxtil e gestão de moda. DESFILES A abertura do evento foi com o Concurso Jovens Criadores ao Mundo, em que um júri especial avalia o trabalho de

JOSE MIGUEL VALDIVIA

MECHE CORREA

M BO

JOHN HOLDEN

JORGE SALINAS

CAVALERA

estudantes de moda peruanos. A vencedora desta edição foi Silvia Paredes, que, entre outros prêmios, terá 1 mês de estudos pagos no Beijing Institute of Fashion Technology e fará parte do DCFF Macy’s Project, uma incubadora de novos talentos. Nas passarelas do Perú Moda, apresentaram-se as seguintes marcas e designers: Dunkelvolk (por Roger Loayza), Anntarah (por Alessandra Petersen), M.bö (por Sergio Dávila), Jose Miguel Valdivia, Mara Intimates (por Claudia Jimenez), John Holden (por José Clemente), Emporio Jeans (por Jorge Luis Salinas), Alpaca del Peru (por Claudia Bertolero, Chiara Machiavello, Gleny Castro, Sumy Kujón e Meche Correa) e Cavalera.

Foto: Silvia Boriello

VISITA À CREDITEX O grupo de imprensa internacional foi convidado a conhecer as dependências da Creditex, uma das maiores empresas do setor têxtil e confeccionista do Peru, que produz, numa estrutura totalmente verticalizada, desde a fibra e os fios de algodão até a manufatura, finalizando com o full package (possui uma equipe interna de desenvolvimento de coleções, estampas e padronagens). Sua capacidade produtiva é de 1,2 milhão de peças ao ano, prioritariamente para exportação, tendo como principais destinos EUA, México, Colômbia, Itália e Brasil, e emprega 2.100 pessoas atualmente. Para manter a excelência em seus produtos e a alta produtividade, a empresa não brinca em serviço: investe US$ 4 milhões ao ano em aperfeiçoamento de tecnologias.

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Eventos

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POR SILVIA BORIELLO

SEGUNDO FÓRUM NEGÓCIOS DA MODA Foto: Divulgação

No dia 2 de junho, a sede da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) foi palco da segunda edição do Fórum Negócios da Moda, promovido pela instituição em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo (Estadão) com o apoio da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), da Associação Brasileira de Estilistas (Abest) e do Senac-SP. O evento foi dividido em três painéis: “Os Desafios da Moda no Cenário Macroeconômico”, “Tendências de Negócios da Moda” e “O Comportamento do Consumidor no Mercado Digital”. Para discutir sobre os temas propostos, um time de peso foi escalado, como Alexandre Birman, presidente do Grupo Arezzo (que engloba as marcas Arezzo, Schutz, Anacapri e Alexandre Birman); Fernando Pimentel, diretor-superintendente

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da Abit; José Galló, presidente da Renner; Luis Taniguchi, diretor

está tentando agora tirar o atraso buscando novos acordos, com

da Tani Brazil Consultoria Empresarial e representante do Senac-

ou sem Mercosul. “O Brasil se isolou do mundo e ficou numa

SP; Letícia Abraham, do WGSN; Alexandre Herchcovitch, es-

arena política retrógrada”, desabafou. Ressaltou ainda as

tilista; Adriana Papavero, diretora da Lectra para a América do

questões sobre a regulamentação da profissão de costureira, a

Sul; Roberto Davidowicz, presidente da Abest; Ana Isabel de

conturbada agenda trabalhista, a falta de mão de obra, o grande

Carvalho Pinto, diretor da Shop2gether; Costanza Pascolato,

volume de importados competindo internamente com o produto

consultora de moda; e Pedro Guasti, presidente do Conselho de

nacional e a carga e o sistema tributários, nos quais predomina

Comércio Eletrônico da FecomercioSP e vice-presidente de

a “síndrome de Peter Pan”: para não ter uma taxação maior, as

Relações Institucionais do Buscapé, entre outros.

empresas não saem do Simples, preferem abrir outro CPNJ e se

No primeiro painel, Alexandre Birman revelou que, hoje, a

multiplicam, mas não crescem. E por isso não abre mão da

aposta da empresa está no omni channel, ou seja, utilizar todos

aprovação do Regime Tributário Competitivo da Confecção

os canais de venda – lojas físicas (próprias, franquias,

(RTCC) para destravar a capacidade produtiva de nossas

monomarcas e multimarcas), e-commerce (onde mais têm

confecções.

investido) e, agora, no recém-lançado aplicativo de vendas por

José Galló, da Renner, concordou com Pimentel na questão

celular, mantendo permanente o desejo de consumo em seus

de o Simples limitar as empresas, e disse ainda que 40% das

clientes. Birman destacou que o segmento de bolsas tem

roupas vendidas no país não têm nota fiscal, resultando em

crescido muito dentro do grupo, em todos os seus diferentes

informalidade e queda de qualidade. Galló comentou que, entre

nichos de mercado, e que estão em fase piloto em outros

2011 e 2013, o país ia bem, mas agora só quem vai pra frente é

segmentos de acessórios com a marca Schutz. O empresário

quem cria um diferencial competitivo de mercado, seja a

ainda deu uma dica: “Olhar para fora é importante, mas olhar

empresa do tamanho que for. “Se você cria um negócio sem

para dentro de casa e buscar oportunidades de melhora é mais

diferenciais competitivos, logo a empresa começará a ter pro-

importante ainda”.

blemas financeiros. O consumidor está assustado, reduzindo o

Fernando Pimentel, da Abit, falou da importância da

consumo, pessimista, sem confiança na economia e, nessa

internacionalização dos produtos brasileiros, e que o governo

situação, ele busca por marcas fortes. Não existe solução de


problemas se não estivermos firmes na realidade”, disse. E uma de suas afirmações, em alusão ao problema do trabalho escravo, gerou polêmica: “Trabalho escravo é o de todo trabalhador brasileiro, que passa mais de meio ano trabalhando para pagar impostos”. Já Luis Taniguchi, da Tani Brazil, ressaltou que as empresas têm que ter um planejamento eficiente e uma gestão que enxergue além da receita. E o primordial: valorizar o fator humano, investir e motivar as pessoas da equipe para conseguir mudanças, com ou sem ajuda do governo. “Se o governo não dá educação, dê você”, completou Galló. O PAPEL DO FAST FASHION No segundo painel, Letícia Abraham, do WGSN, Adriana Papavero, da Lectra, e o estilista Alexandre Herchcovitch debateram sobre o papel do fast fashion atualmente: mocinho ou bandido? Para Letícia, o fast fashion é a forma de acesso a produtos de maior valor que gostaríamos de ter, porém, com preço muito menor. No entanto, com o consumo exagerado, ele muda de figura. “Precisa haver consciência da cadeia produtiva e qualidade do produto que é comprado”, ponderou. Herchcovitch fez um contraponto: com o acesso à informação democratizado, vê que um caminho inverso está sendo buscado, as pessoas estão percebendo que, somando o que gastam em várias peças de fast fashion, que durarão pouco, podem investir numa peça de maior qualidade, design e atemporal. “Estamos caminhando para um equilíbrio nesse consumo”, disse o estilista. Para ele, a Ásia, além de costurar bem, está desenvolvendo o design, o que não havia há 15 anos. “Não acho que consigamos competir com a expertise e estratégia de mercado deles, precisamos buscar o que temos de melhor e investir nisso”, salientou. Para Adriana Papavero, da Lectra, o consumidor é o dono do momento e o grande desafio da indústria hoje é a competitividade frente à conectividade. Para exemplificar, destacou a utilização da tecnologia 3D no vestuário, em que as empresas, por meio de um software, colocam suas criações nos mais diversos tipos de manequins virtuais e, com uma maior interação entre estilista e modelista, é possível ter a noção do caimento com mais precisão, o que é um diferencial e tanto para o consumidor na hora de se decidir por um produto. Em consequência, as empresas ganham em qualidade, assertividade, agilidade e competitividade. E-COMMERCE No terceiro painel, Pedro Guasti destacou, entre diversos pontos, que há muito espaço para ser explorado no e-commerce, e o principal motivador da compra online é o preço. No entanto, o consumidor tem buscado informações em todos os canais possíveis antes de fechar uma compra – on ou offline. Outros desafios são a falta de padronização dos tamanhos de roupa, fator que gera a maior incidência de trocas, e a logística reversa (trocas e devoluções), que custa quatro vezes mais que a remessa simples. Ana Isabel, da Shop2gether, falou sobre o mito de que ter um e-commerce sai sempre mais barato do que uma loja física, pois há muitos outros custos por trás. “Vender moda é vender serviço. Para que o consumidor tenha essa experiência real, investimos em profissionais de beleza para personificar o produto e torná-lo ainda mais próximo do cliente”, finalizou.


Eventos

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POR SILVIA BORIELLO

DRAGÃO FASHION BRASIL 2015 Fotos: Roberta Braga/Leila Motta/Ricardo K. (Divulgação)

O Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Fortaleza serviu de passarela à beira-mar para a edição 2015 do Dragão Fashion Brasil, maior evento de moda autoral do país, que este ano aconteceu entre os dias 5 e 10 de maio (de 5 a 7 o Dragão Pensando Moda, com a programação educacional em parceria com o Senac Ceará, e de 7 a 10 os desfiles e a programação cultural paralela). O tema – “Mãos à Obra, Mãos à Moda” – foi escolhido com o propósito de incentivar a criação a partir da apropriação das artesanias pelas mentes inovadoras da moda autoral, resgatando os saberes locais e valorizando as tipografias produzidas por comunidades de artesãos do Nordeste brasileiro. Segundo dados divulgados pela organização com base no Anuário da Moda do Ceará de 2014, a moda movimenta 64,9 mil empregos formais e 1,7 mil empresas têxteis e de confecção no estado, com estimativa de aumento de 8,3% para artigos confeccionados e 4,6% para têxteis, além de apontar a economia criativa como um norteador. “Há 16 anos, o evento contribui para o mercado da moda, fomentando a formação de profissionais e criando ambientes de networking e negócios, mas sempre mantendo o olhar próprio de valorização da cultura”, destaca Cláudio Silveira, idealizador e organizador do DFB. Ao todo, foram 32 desfiles, somados aos de novos talentos. Para comprovar a pluralidade cultural do evento, estiveram presentes marcas e estilistas de todo canto do Brasil e de fora dele, como André Sampaio, Almerinda Maria, Gisela Franck, Ivanildo Nunes, João Paulo Guedes, Lenita Negrão, Lindebergue Fernandes, Lino Villaventura, Paulo Martins e Rebeca Sampaio (CE); Aládio Marques, Jeferson Ribeiro e Vitorino Campos (BA); Melk Z-da (PE); Ricardo San Martin e Wagner Kalieno (RN); Weider Silveiro (PI); Ronaldo Silvestre (MG); Jadson Raniere (SP); Asap (RS); Bikini Society e Lizze (França); Christina Crawford (Itália); e, fechando o evento, a Riachuelo, patrocinadora oficial.

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ALÁDIO MARQUES

ALMERINDA MARIA

ASAP

BIKINI SOCIETY

CHRISTINA CRAWFORD

GISELA FRANCK

IVANILDO NUNES

JOÃO PAULO GUEDES

LINDEBERGUE FERNANDES

MELK Z-DA

RIACHUELO

WEIDER SILVEIRO



Caderno Têxtil – Novidades Têxteis Fotos: Divulgação

NILIT CHEGA AO BRASIL A Nilit, fabricante israelense de náilon 6.6 para aplicações têxteis e de plásticos de engenharia, acaba de inaugurar no Brasil uma de suas plataformas globais de produção com a aquisição, no final de 2014, da unidade de náilon têxtil e polímeros da Invista, em Americana (SP). Com investimento de mais de R$ 30 milhões em máquinas de texturização de última geração e instalação de sistemas de climatização da área produtiva, a fábrica entrou em produção em junho para fios têxteis de náilon 6.6, incluindo uma gama de fios inteligentes e de alta performance, como fios antiodor, gerenciadores de umidade, com efeito refrescante e redutor de estresse muscular. Entre as novidades trazidas pela empresa para o Brasil, estão: Nilit Breeze®, fio de náilon 6.6 que reduz a temperatura do corpo em até 1 ºC, o que possibilita o desenvolvimento de tecidos com capacidade de ventilação e proteção UV; Nilit Innergy®, que melhora a circulação utilizando a tecnologia FIR, que transforma o calor do corpo em raios infravermelhos longos, reduzindo a fadiga muscular e melhorando a performance em atividades esportivas, além de reduzir a aparência da celulite; Nilit Aquarius®, desenvolvido para dissipar a umidade de modo que o usuário se sinta seco e confortável mesmo durante a prática intensa de atividade física – as propriedade hidrofílicas do fio não se modificam mesmo depois de muitas lavagens; Nilit World of Colours, com preocupação ambiental, a família de fios com polímeros especialmente desenvolvidos para tingir de maneira diferenciada proporciona redução no consumo de água e corantes no processo de tingimento, permitindo a produção de tecidos com desenhos e listras com a mesma textura do fio base; Nylon 6.6 Supplex® by Nilit, com processo de texturização com jatos de ar, o toque fica natural e semelhante ao do algodão, mas com maior respirabilidade, não amassa, mantém as cores vivas e possui secagem rápida. Com a inauguração, a divisão de fibras da Nilit passa a contar com quatro fábricas: Israel, China, Estados Unidos e, agora, Brasil. ESTAMPAS CRIATIVAS O estúdio de estampas Elaiá e o artista plástico Julian Gallasch uniram-se com o propósito de impactar e fazer pensar. A coleção de dez estampas foi lançada em Blumenau (SC) no dia 21 de maio, com a ideia de mostrar uma visão do Brasil mais subversiva e distante das referências já consagradas, como a praia de Copacabana e o Cristo Redentor. “Queremos mostrar que o país é maior e mais diversificado do que estamos acostumados. Acreditamos que moda e arte, juntas, podem transmitir esse recado”, afirma Ana Paula Lopes, diretora criativa do Elaiá. A escolha de Julian para assinar a coleção representa o pensamento do Elaiá: “abrasileirar” as passarelas. “O estúdio entende que o Brasil merece ser visto de outras maneiras e por novas pessoas e que a moda do mundo vai se render ainda mais ao nosso país quando entendermos o potencial criativo e artístico que temos”, acrescenta Ana Paula.

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Caderno Têxtil – Novidades Têxteis Foto: Renata Martorelli

VICUNHA APRESENTA INVERNO 2016 A Vicunha apresentou suas novidades para a temporada de inverno 2016, com foco na alta tecnologia e na versatilidade. Os lançamentos para camisaria apresentam construção por fios 100% algodão e pesos leves, que garantem fluidez aos looks de denim, com tingimentos seguindo a tendência black em artigos como Parker e Hector, com 5,7 oz, na cor Black + overdye Black e Blue + overdye Black. Na linha printed, os novos índigos superleves para camisaria Jefrey, Erick, Poul e Roxy trazem motivos com design geométrico e abstrato. A linha Moove apresentou o Liane, com 9 oz, denim de tonalidade Dark Blue Super Intensa que pode ser trabalhado em padrões escuros. Já na linha dos Moove Super Stretch, o índigo Missouri, de 9 oz, tem tonalidade azul intenso; o artigo cetim stretch Munich, de 7,8 oz apresenta toque supermacio devido ao acabamento special touch, presente também no brim Steve Plus II, de 8,5 oz, e no Olívia, 7,8 oz, de sarja levemente marcada e fios penteados. A linha Moove Raw traz brins diferenciados, como o Bárbara, de 8,8 oz, com alta elasticidade e que evita diversos processos de lavagem, prezando a economia de água, e o Beatrice, 9,2 oz, com aparência brilhante e presença de fio preto de poliéster em REBEL STRETCH. sua estrutura. A linha de produtos Perfect Fit mostrou o Angelina, de 7,4 oz, que traz em sua estrutura fios de viscose e algodão no urdume, na tonalidade Dark Blue, e o Callas, de 8,5 oz, ideal para ajustar ao corpo, proporcionando amplitude de movimento e toque extramacio. No Athletic Denim, três lançamentos foram apresentados: Trainer, Squash Black e Street, de composição algodão, poliéster e elastano. Na Athletic Color, o Jogging é ideal para tops e bottons. O Rebel Denim tem composição 100% algodão e uma camada de fios crus em sua superfície que, por meio de processo abrasivo em lavanderia, se rompem e revelam o original denim, proporcionando efeito destroyed natural e aspecto vintage inédito. A linha que traz estampas modernas dos florais aos gráficos, a Printed Denim, lançou o Liza, o Jenny, o Gris e o Ethan, todos de denim stretch. Na Essential, as novas opções em denim são: Knut, de tonalidade azul puro índigo, e Moretti Blue Black, de tonalidade Dark superintensa e visual authentic denim. Na linha Color, a Vicunha apresenta o Hannover, com poliéster em sua composição, ideal para sublimação, e o Russel, 100% algodão, com toque supermacio. Os brins com aparência de couro natural continuam em alta e a linha Iron Leather ganha o artigo Urban, de 6,5 oz, em três versões: vermelho, ferrugem e cinza, com brilho em duo color e avesso em cores contrastantes. Foto: Divulgação

RETARDANTES A CHAMAS A Cedro apresentou ao mercado três opções para a confecção de equipamentos de proteção individual, oferecendo tecidos com a tecnologia retardante a chamas Proban, exclusiva no Brasil. O Mercúrio FR é 100% algodão, com acabamento que garante proteção contra metais líquidos, pequenas chamas, calor de contato, convectivo, radiante e ferro fundido, e proteção UV 50+, além de ser aprovado pelas normas internacionais ISO 11611 e ISO 11612. O Cronos FR 11 oz é um denim FR aprovado pelas normas internacionais ISO 15025 e IEC 61482-1-1 Método A, com proteção UV 50+, indicado para exposição a grandes riscos como fogo repentino, arco elétrico e calor por radiação. O denim Zeus FR 14 oz traz alta proteção em casos de fogo repentino, arco elétrico e calor por radiação.

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POR RICARDO MARTORELLI

O impacto da adoção do Simples Nacional para ME e EPP nas confecções A adoção do Simples Nacional nas indústrias de confecção pode ser uma grande estratégia de diminuição de custos. Para a empresa aderir ao Simples Nacional – que abrange os seguintes impostos e contribuições: IRPJ, CSLL, Cofins, PIS/Pasep, Contribuição Previdenciária Patronal (INSS da empresa), ICMS e IPI –, precisa ser microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP). A diferença entre a ME e a EPP está no faturamento. Enquanto a ME pode faturar até R$ 360.000,00 ao ano, a EPP pode faturar de R$ 360.000,01 a R$ 3.600.000,00. O Sistema Tributário Nacional é extremamente complexo. O Simples Nacional facilitou a gestão tributária da empresa, unificando o recolhimento dos impostos. Basta aplicar o percentual da tabela do Simples Nacional no faturamento mensal para apurar e gerar o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). No caso de ICMS com substituição tributária, o tratamento é igual ao das empresas tributadas por outros regimes e recolhido separadamente do DAS. No caso das indústrias de confecção ME, a alíquota aplicada pode ser de 4,5% sobre o faturamento bruto, caso ele não ultrapasse R$ 180.000,00, ou de 5,97%, caso ele fique entre R$ 180.000,01 e 360.000,00. Para as EPPs, a alíquota aplicada varia de 7,34% a 12,11%, com as alíquotas progressivas de acordo com o faturamento, de R$ 360.000,01 até R$ 3.600.000,00. Utilizando premissas que excluam eventuais valores de ICMS, ICMS substituição tributária e encargos da folha de pagamento, seguem possíveis economias tributárias para as empresas: As empresas ME podem ter uma economia tributária de pelo menos 5,36%. No caso de faturamento máximo de até R$ 180.000,00, a economia mínima pode chegar a 6,83%; Para as empresas EPP, é necessária uma atenção especial. Dependendo do faturamento, o Simples

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Foto: Arquivo pessoal

Tributos

Nacional pode acarretar mais custos para a empresa do que a tributação pelo lucro presumido. Com faturamento de até R$ 2.700.000,00, a empresa pode ter uma economia tributária de pelo menos 0,51%. Quanto menor o faturamento, maior o percentual de economia com tributos e contribuições. Faturamentos acima de R$ 2.700.000,01 necessitam de um bom planejamento tributário para verificar a melhor opção de tributação para a empresa. Os números acima são premissas. Outras variáveis, como a folha de pagamento, podem impactar em outro percentual de economia tributária. É importante o auxílio de um profissional para planejar e ajudar o empresário a escolher o melhor enquadramento tributário para sua empresa. No Brasil, um bom planejamento tributário pode ser um importante diferencial competitivo. Mas o empresário deve estar sempre assessorado por um contador e/ou consultor tributário, pois o planejamento não pode ser confundido com evasão fiscal. O entendimento da legislação tributária é fundamental para que seja eficaz e de acordo com as leis. Outra grande barreira para as indústrias de confecção têm sido os produtos importados com baixos preços, pois os custos dos produtos, a carga tributária e os custos de mão de obra são muito inferiores aos dos produtos nacionais. A recente valorização do dólar reacendeu uma esperança de melhoria competitiva para a indústria nacional. A criação do Simples Nacional ajudou muito as confecções na disputa com os produtos importados, porém o cenário ideal para as indústrias nacionais ainda está longe de ser alcançado. RICARDO MARTORELLI É BACHAREL PELA FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS COM ÊNFASE EM FINANÇAS E EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E SÓCIO/CONSULTOR DA HOPEN ASSESSORIA E CONSULTORIA. RICARDO@HOPEN.COM.BR



Fotos: Divulgação

Comércio Exterior METALNOX REPRESENTA O BRASIL NA FESPA Única empresa brasileira presente na Fespa 2015, realizada entre 18 e 22 de maio em Colônia, Alemanha, a Metalnox Máquinas apresentou sua linha de prensas térmicas manuais, semi e automáticas a visitantes de todo o mundo. Entre os destaques, a EL900, uma prensa térmica manual para sublimação com alto rendimento produtivo em área útil de 70 mm x 1.000 mm, resistência fundida e usinada em TIME METALNOX NA FESPA ALEMANHA: RAFAEL SANTOS, GERENTE DE alumínio, dois controladores digitais de tempo e temperatura ASSISTÊNCIA TÉCNICA; GUILHERME GASPAR MIGUEL, DO DEPARTAMENTO COMERCIAL; CÉSAR LUIS EGER, GERENTE DE para garantir uniformidade. Outro destaque foi a calandra COMÉRCIO EXTERIOR; E RODRIGO GULARTE, TAMBÉM DO CMD 1800, que faz sublimação rolo a rolo e de peças DEPARTAMENTO COMERCIAL. cortadas. Para Alexandre dos Santos, coordenador de marketing da Metalnox, a feira foi um sucesso e a empresa pôde fortalecer o contato com clientes e parceiros, além de prospectar novos distribuidores. “Esperamos aumentar ainda mais nossa abrangência no mercado externo”, comenta. VICUNHA NA DENIM BY PREMIÈRE VISION Tecidos de toque macio, denins leves para camisaria e o original jeans foram os produtos mais requisitados pelos compradores europeus no estande da Vicunha Têxtil durante a Denim by Première Vision, que aconteceu no fim de maio em Barcelona, Espanha, local que receberá a feira nos próximos anos. Entre os destaques, os tecidos Gisele e Angelina da linha Perfect Fit, com excelente elasticidade e ótima recuperação, além dos artigos das linhas Denim e Color Care com o fio Emana®, conferidos de perto por representantes da Diesel, Benetton, Calvin Klein, Marks & Spencer, C&A e a brasileira Damyller.

PITTI BIMBO: BONS NEGÓCIOS NO SEGMENTO INFANTIL

CRISTINA MALHAS, PITTI BIMBO.

UMA DAS MARCAS BRASILEIRAS NO

A tradicional feira de moda infantil Pitti Bimbo, que teve sua 81a edição entre os dias 25 e 27 de junho em Florença, Itália, contou com a presença de seis marcas infantis brasileiras: Mini Us, Paçoca, Viva Flor, L’Eté, Lili Bag e Cristina Malhas, todas apoiadas pelo Texbrasil – Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, desenvolvido em parceria entre Abit e Apex-Brasil. A feira atraiu mais de 10 mil visitantes, sendo 5.600 compradores, gerando negócios da ordem de US$ 48,5 mil para as empresas brasileiras e expectativa de mais US$ 355 mil para os próximos 12 meses.

ELAIÁ NA PREMIÈRE VISION PARIS E NOVA YORK A empresa é jovem, nasceu em outubro de 2014, mas já está se destacando no mercado nacional e internacional, tanto que o estúdio de estampas catarinense Elaiá foi aprovado na criteriosa seleção para participação nos salões Première Vision de Nova York e de Paris, que acontecem em julho e setembro, respectivamente. “Trabalhamos muito nestes primeiros oito meses para que isso se concretizasse, mas não imaginamos que conseguiríamos nesse prazo. Todo o nosso esforço agora é para vencer o desafio de representar bem o design nacional”, diz Bruno Hansen, gestor do estúdio. As participações contarão com o apoio do programa Texbrasil.

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Fique Sabendo

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POR SILVIA BORIELLO

RHODIA: BOAS NOVIDADES PARA O PRESENTE E O FUTURO Foto: Divulgação

O segundo semestre de 2015 vem cheio de novidades da Rhodia para o mercado brasileiro e internacional. Durante almoço para a imprensa em São Paulo no mês de junho, foi apresentado o mais novo presidente da Unidade Global de Negócios Fibras do Grupo Solvay, detentor da Rhodia: o executivo Renato Boaventura, que iniciou sua carreira na companhia em 1992, como estagiário, e, de lá pra cá, trilhou um longo caminho, inclusive na Itália, onde chegou a gerente-geral da Rhodia Technical Fibers entre 2000 e 2003, quando retornou ao Brasil para continuar sua trajetória. Ele ocupa a partir de 1º de julho deste ano o posto que foi de Francisco Ferraroli, que se aposentou da empresa após 40 anos no grupo. Boaventura conta que, há dois anos, algumas ações vêm sendo planejadas com o intuito de focar em produtos mais tecnológicos e otimizar a produtividade da empresa. Uma dessas ações foi o fechamento da unidade de Jacareí (SP), que produzia fios técnicos e industriais direcionados à indústria de pneus, por exemplo. “Não fazia sentido um investimento lá, onde houve uma queda na demanda por esses produtos, mas sim em Santo André, onde a fábrica possui toda a infraestrutura adequada”, revela o presidente, referindo-se ao aporte de R$ 50 milhões na unidade do ABC paulista feito somente este ano, mirando em três objetivos principais: produtividade, qualidade e tecnologia. Para isso, houve uma transformação interna tanto física – com adaptações na planta para acelerar as inovações – quanto estratégica: uma mudança no portfólio, investindo em fios e fibras altamente tecnológicos, funcionais e sustentáveis, inclusive em seus processos de fabricação, como está sendo feito na unidade de Paulínia, interior de São Paulo, onde foi lançado o primeiro laboratório de biotecnologia da Solvay no mundo. Lá, toda a geração de resíduos é usada na criação de fibras, tendo aproveitamento total. “Vamos deixar a produção em escala, as commodities, para a Ásia e investir em inovação, fios e fibras de alto valor, sustentáveis, e na globalização dos produtos criados aqui na matriz brasileira da Rhodia”, diz o novo presidente, ressaltando que a indústria têxtil nacional continua forte, competente e aberta a inovações e que tudo foi feito com o intuito de estar mais próximos às necessidades de seus clientes. E os planos são ousados: na parte comercial, a meta é dobrar as vendas de novos produtos (criados há menos de cinco anos) até 2018, que hoje representam 40% do faturamento. O fio Emana®, por exemplo, já responde por

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RENATO BOAVENTURA, NOVO FIBRAS DO GRUPO SOLVAY.

PRESIDENTE DA

UNIDADE GLOBAL

DE

NEGÓCIOS

quase 50% das exportações da Rhodia, especialmente para os EUA e a Coreia. Na parte de tecnologia e sustentabilidade, uma excelente notícia: em cinco anos, a unidade brasileira quer transformar 100% de seus produtos em biodegradáveis ou recicláveis, seguindo o exemplo da Amni Soul Eco®, primeira poliamida biodegradável do mundo, criada no Brasil, além de tornar toda a fabricação ecoeficiente. AMNI SUSTEINABLE WHITE Mais uma boa novidade anunciada pelo Grupo Solvay: o lançamento do fio sustentável Amni Susteinable White, especialmente desenvolvido para o setor de lingerie e apresentado oficialmente no Salão Moda Brasil 2015. Esse novo fio possui um branco inédito no mercado e não necessita de nenhum beneficiamento contra o amarelamento, ele já vem pronto de fábrica. A tecnologia é patenteada e totalmente brasileira. Com alguns ajustes no maquinário, a Rhodia conseguiu inserir esse acabamento no fio e resolver o problema de seus clientes sem interferir no custo final. O melhor de tudo: com esse processo, o consumo de água reduziu drasticamente – entre 80% e 100% –, além do de energia elétrica. Para a indústria têxtil, isso se traduz em agilidade, aumento de produtividade e redução de, em média, 19 milhões de litros de água consumidos por ano, bem como a redução de impacto ambiental e de custos com o tratamento de efluentes e químicos, tudo isso sem perder o toque suave, o conforto, a leveza, a respirabilidade e o easy care da poliamida Amni.


POR SILVIA BORIELLO

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Fique Sabendo

CONFECÇÕES PAULISTAS EM ALERTA PRODUÇÃO TEM QUEDA DE 30% E DEMISSÕES PREOCUPAM O SETOR Se o ano de 2014 foi frustrante para o setor de confecção e tantos outros – Copa do Mundo com efeito rebote em vendas e eleições presidenciais deixando o mercado receoso do que poderia vir de seu resultado –, o de 2015, infelizmente, está com um panorama ainda menos animador. Segundo pesquisa do Sindicato das Indústrias do Vestuário e de Confecção de São Paulo (Sindivestuário), somente no mês de abril deste ano a indústria paulista de vestuário produziu 18,6% a menos do que no mesmo período de 2014, acumulando, dessa forma, uma redução de 28,3% no primeiro quadrimestre de 2015. Nesse período, 500 confecções baixaram as portas no Brasil, sendo 150 no estado de São Paulo – metade na capital e o restante em polos de Americana, Nova Odessa, Campinas, Sumaré e ABC. De acordo com o sindicato, o setor de vestuário brasileiro, em todos os seus segmentos, tem sido mais afetado que qualquer outro na indústria de transformação (vide gráfico). “A queda é geral, como os números mostram no gráfico de São Paulo e do Brasil”, comenta Ronald Masijah, empresário e presidente do Sindivestuário. Para ter uma ideia, a empresa que dirige, a Darling, chegou a produzir entre 2008 e 2010 cerca de 500 mil peças de lingerie por mês, empregando 400 costureiras. Atualmente, tanto a produção quanto as costureiras foram reduzidas pela metade. A esperança em um aumento de vendas estava focada nos meses de maio e junho, nos quais sempre, religiosamente, houve um incremento de 20% nas vendas devido ao Dia dos Namorados, mas este ano, segundo o empresário, foi como se não houvesse existido. “O varejo, quando consegue vender alguma peça, vende a importada, que tem preço final menor, devido à excessiva carga tributária sobre as roupas fabricadas no Brasil (42% contra 13% sobre a chinesa). Assim, com a cadeia produtiva têxtil e de vestuário em retração, não há como segurar trabalhadores parados. As demissões, infelizmente, já estão

ocorrendo”, lamenta Masijah. Com a queda na produção, o resultado vem se transformando em desemprego. Difícil é saber onde será absorvida essa mão de obra. Segundo Ronald Masijah, os empresários do setor, por meio do sindicato e outras associações, vêm tentando todas as formas possíveis de negociação com o governo federal para aumentar a competitividade do setor de vestuário brasileiro frente ao importado, especialmente o chinês. “Sem o apoio do governo, não há como competir com a roupa pronta chinesa. Toda a cadeia produtiva perde espaço a cada dia para as importações. Estamos trabalhando pela implementação do projeto do Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC), que mantém a empresa num sistema tributário parecido com o Simples, independentemente do faturamento. Só assim o setor conseguirá competir com as roupas importadas”, afirma Masijah. Para ele, o ano de 2015 está perdido. “Vamos sobreviver, mas muitas empresas e empregos serão perdidos. Para 2016, esperamos que a economia reaja e, naturalmente, que seja feita alguma ação para reduzir os encargos na produção e na folha de pagamentos. Continuaremos lutando junto aos governos federal e estadual para que possamos manter nossas empresas e empregos”. Mas, em sua opinião, se tudo continuar como está, o setor não sobreviverá mais uma década.

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Fique Sabendo

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POR SILVIA BORIELLO

ROUPAS INFANTIS AGORA TÊM NORMA DE SEGURANÇA Foto: www.pixabay.com

O Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário (ABNT/CB17), composto de entidades como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) e a ONG Criança Segura, entre outras, publicou no mês de maio a Norma ABNT NBR 16365/2015, referente à segurança de roupas infantis. Elaborada por um grupo de estudos do comitê, a chamada Norma de Segurança de Roupas Infantis foi criada com o intuito de promover a segurança das crianças por meio de suas roupas e, ao mesmo tempo, orientar a indústria de vestuário infantil para os critérios de fabricação, com o intuito de minimizar os riscos de acidentes com a aplicação de cordões, cintos e aviamentos nas roupas dos baixinhos (cordões com mais de 5 cm, capuzes, botões, costuras grossas, partes protuberantes, etiquetas costuradas com fios de poliamida etc.), levando em consideração sua faixa etária e atividades praticadas no dia a dia. De acordo com a Abit, os dados oficiais sobre acidentes infantis no Brasil não são específicos sobre as ocorrências com vestuário, porém mostram que o sufocamento é a principal causa de morte entre bebês de até 1 ano de idade. “Existem diversos acidentes com crianças, tais como botões que se soltam e são engolidos ou cordões que ficam presos em brinquedos, entre outros. Essa norma estabelece os requisitos mínimos de segurança e desempenho para o vestuário infantil, com o intuito de alertar sobre sua importância. Além disso, especifica outras coisas, bem como descreve riscos com aviamentos presentes nas roupas. A existência dessa norma contribuirá para evitar futuros acidentes”, afirma Carlos Santos Amorim Jr., diretor de Relações Externas da ABNT. O comitê ressalta que essa é, por enquanto, uma norma voluntária, mas as confecções podem adotá-la desde já, adequando sua produção antes que ela vire lei – o que pode acontecer dentro de seis meses a um ano, dada a impor-

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tância do assunto. A partir do momento em que a lei for publicada, as confecções e o varejo passarão a ser fiscalizados. “Acreditamos que, com iniciativas desse tipo, a indústria têxtil e de confecção brasileira está cada vez mais preparada para atender o consumidor com segurança, além de poder competir internacionalmente em mercados que já fiscalizam essas roupas. É importante frisar que, a partir do momento em que a norma se tornar lei, os importados deverão obedecer as regras e estarão sujeitos a fiscalização”, explica o presidente da Abit, Rafael Cervone. Vamos ficar de olho! A Abvtex, que também participou da elaboração dessa norma, ressalta a importância ao público final. “As redes de varejo associadas à Abvtex representam seus consumidores nesse grupo de trabalho. Essa iniciativa é válida tanto para as lojas físicas como para o ecommerce e a venda por catálogo, oferecendo maior segurança às crianças usuárias desses artigos e ajudando os compradores na escolha das peças ideais para cada faixa etária”, afirma o diretor-executivo da Abvtex, Sidnei de Abreu.



Curtas Foto: Jacques Dequeker/Divulgação

VESTUÁRIO TERÁ ALÍQUOTA OPTATIVA DE 1,5% NA FOLHA DE PAGAMENTO No dia 25 de junho, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou com 211 votos favoráveis a manutenção do setor de confecção do vestuário na política de desoneração da folha de pagamento, passando de 1% para 1,5% sobre a receita bruta. Mas ela será optativa: ou a empresa escolhe esse desconto ou volta a recolher os 20% sobre a folha de pagamento. A ideia original era aumentar a alíquota de contribuição de 1% para 2,5% com base no PL 863/2015, mas a Abit, junto com todos os membros da Frente Parlamentar José de Alencar, continua em busca de soluções mais favoráveis ao setor e sugeriu a inclusão de novas emendas, que ainda não foram atendidas nessa etapa. Vale lembrar que o projeto de lei ainda seguirá para aprovação no Senado Federal e valerá após 90 dias da aprovação final pelo Poder Legislativo e pela presidente da República, caso o façam. SHOWROOM CANATIBA REPAGINADO Foto: Silvia Boriello

CAMPANHA SOBRE TRABALHO INFANTL PREMIADA EM CANNES Para alertar sobre a questão do trabalho infantil, a Fundação Abrinq/Save the Children encomendou uma campanha publicitária à agência brasileira Lew’Lara/TBWA, mostrando que ele está mais próximo de nós do que imaginamos. E como isso infelizmente acontece no mundo da moda também, a campanha – com seis peças diferentes – recrutou renomados fotógrafos de moda nacionais e tops brasileiras reconhecidas internacionalmente, como Carol Ribeiro e Thais Custodio. Com isso, o case levou os Leões de Ouro e Prata na categoria Outdoor no Festival de Criatividade de Cannes, na França. Nas imagens, produzidas como um editorial de moda, crianças aparecem escondidas sob as listras das roupas, passando a mensagem de que aquela linda peça pode ser fruto de exploração infantil. No site da Abrinq (www.fundabrinq.org.br), há um link para saber que empresas têxteis estão livres desse tipo de trabalho. FENAFASHION 2015 CANCELADA

O showroom da Canatiba, no Mega Polo, em São Paulo (SP), está de cara nova. Com pisos e paredes novos, o espaço agora conta com um lounge e bancada para clientes e imprensa, com acesso à internet e ao WGSN, disponível para pesquisas. Os produtos estão dispostos separados por tecnologias da Canatiba aplicadas em cada um deles, facilitando sua visualização.

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Marcada para acontecer entre os dias 28 e 31 de julho em Criciúma (SC), a Feira Nacional de Fornecedores para a Indústria da Moda (Fenafashion) foi cancelada e transferida para 2016. Segundo comunicado da Fama Feiras, promotora do evento, a transferência de datas deu-se a pedido dos expositores, que veem com cautela o momento atual da economia e estão focados na reorganização da indústria de moda. “Nós produzimos o evento para que todos realizem bons negócios, e o momento atual da economia de nosso país não favorece novos investimentos, segundo os expositores”, diz Marcelo Benatti Machado, diretor comercial da Fenafashion. A próxima edição da feira acontecerá nos dias 26 a 29 de abril de 2016, em Criciúma, de acordo com a promotora.



Curtas TRABALHADORES DO RANA PLAZA GANHAM RESSARCIMENTO Desde o colapso acontecido em abril de 2013 no prédio Rana Plaza, em Bangladesh, que deixou cerca de 1.200 trabalhadores da indústria de confecção mortos e outros milhares de feridos, muitas famílias ficaram sem seus entes que, em grande parte, eram os mantenedores da casa. Para a tragédia não passar impune, em janeiro de 2014 foi criado pela International Labour Organization (ILO) o Rana Plaza Donors Trust Fund, um fundo para as grandes marcas de moda que se utilizavam dos serviços dos trabalhadores do prédio depositarem o dinheiro para o ressarcimento das famílias. A soma total, de US$ 30 milhões, foi finalmente alcançada no início do mês de junho, com uma grande doação anônima. A ILO havia estipulado que as doações deveriam ser em dólares americanos e depositados numa conta específica em Bangladesh. Após o rateio para as famílias, feito pelas Nações Unidas, o dinheiro seria convertido na moeda bengalesa e creditado para as famílias das vítimas. Fonte: Clean Clothes Campaign

Foto: Divulgação

SABRINA SATO BY SOMMER Sabrina Sato lançou sua primeira coleção em parceria com a marca Sommer. Com o nome Sabrina Sato by Sommer, a coleção de inverno traz 35 peças com o estilo da apresentadora, com oito estampas e texturas exclusivas. São vestidos, saias, tops e jaquetas, com modelagens femininas e silhuetas precisas, elaboradas em tecidos como jacquard de malha, pelo sintético e camurça. O destaque é o jacquard com matelassê, além das aplicações de correntes e pedrarias nas opções em pelo, e as cores são bordô, marinho e camelo.

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DE VOLTA AO MERCADO Foto: Divulgação

JOÃO SALUM,

GERENTE DE VENDAS DA

AUDACES.

João Salum, profundo conhecedor do setor têxtil e de confecção brasileiro, é o novo gerente de vendas da Audaces em São Paulo. Essa será a segunda passagem do profissional pela empresa. Salum retorna ainda mais experiente e com audácia de sobra para apoiar o crescimento e a inclusão de tecnologias de ponta no mercado. “Esta vem sendo uma grande realização. Representar a marca líder na América Latina é desafiador, o que me move são os desafios. E o desafio para mim é um prazer”, comenta, sorrindo, Salum.

GRUPO GB AMPLIA UNIDADE DE COLATINA O Grupo GB Customização está ampliando a unidade de Colatina (ES) com a instalação de um novo galpão de 800 m2 e a ampliação do setor de desenvolvimento. A empresa fechou o primeiro trimestre com crescimento de 13,4%, o que incentivou o investimento também em um novo gerador de energia.



Curtas

Fotos: Divulgação

SENAI BRASIL FASHION CHEGA A SÃO PAULO Teve início no dia 10 de junho a segunda edição do Senai Brasil Fashion, com a primeira reunião entre nove estudantes do Sistema Senai de todo o Brasil e o grupo de coaches, com Ronaldo Fraga, Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura, entre outros, que os ajudará a desenvolver minicoleções criadas exclusivamente para o projeto. Serão quatro encontros que resultarão em peças inspiradas no tema A Influência do Mundo no Brasil. Cada aluno criará três looks: conceito, prêt-à-porter e streetwear, e as peças serão apresentadas por tops internacionais e new faces no dia 13 de agosto, durante desfile para empresários e formadores de opinião do mercado da moda, em São Paulo. O projeto é patrocinado pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai/Cetiqt). #HMBALMAINATION A H&M anunciou a parceria com a parisiense Balmain. Um verdadeiro baluarte do luxo francês, sob a direção criativa do jovem Olivier Rousteing, a Balmain cresceu em um fenômeno da cultura pop global. “Eu quero falar com a minha geração. Esse é o meu principal objetivo como designer e a H&M permite essa possibilidade única de trazer todos para o mundo da Balmain, pegar um pedaço do sonho e criar um #HMBalmaination mundial: um movimento de união, alimentado por uma hashtag. Para mim, a parceria foi natural: a H&M é uma marca com a qual todo mundo se conecta, e eu compartilho disso”, diz Olivier Rousteing. Fundada em 1945, a Balmain manteve-se sempre fiel à visão e ao espírito de seu fundador e expressa energia, diversão e liberdade. Rousteing criou uma identidade única para a casa, ao mesmo tempo respeitável por seu DNA de altacostura e enraizado no momento, com um toque showbiz. “Estamos muito animados em ter a Balmain como nosso designer convidado na H&M. Com sua mistura de espírito e atitude do couture streetwear, a Balmain é dona de um estilo único. Ela também está intimamente ligada ao show business e ao mundo da música, o que adiciona elementos-surpresa”, diz Ann-Sofie Johansson, consultora criativa da H&M. A coleção estará disponível a partir de 5 de novembro, em cerca de 250 lojas em todo o mundo e online, e terá roupas e acessórios para homens e mulheres.

QUE SUTIÃ VOCÊ USA? As mulheres sofrem na hora de escolher as lingeries. Muitas vezes não sabem quais são suas reais medidas, e nem sempre os formatos e tamanhos dos seios são proporcionais às medidas das costas. Pensando nisso, a Liebe desenvolveu uma tabela de medidas para as clientes descobrirem seus verdadeiros tamanhos, comparando as medidas da fita métrica. Nessa onda, a empresa passa a oferecer sutiãs com copas mais profundas para sustentação. Na tabela, é possível encontrar os tamanhos para copas A, B, C e D de sutiãs, além de calcinhas.

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Meio Ambiente

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POR RENATA MARTORELLI

CONTA-CORRENTE BANCO DE TECIDOS É OPORTUNIDADE SUSTENTÁVEL PARA SOBRAS DO MATERIAL

Fotos: Divulgação

Um novo conceito de negócio. Essa é a proposta do Banco de Tecidos, que utiliza tecidos como moeda corrente. Inaugurado em janeiro de 2015, na Vila Leopoldina, em São Paulo, tem como objetivo colocar de volta na cadeia de produção sobras de tecido que ocupam ateliês e confecções, incentivando a circulação da mercadoria. “A ideia surgiu após eu constatar que possuía cerca de 600 quilos de tecidos de cores, padronagens e tamanhos variados, conseguidos após 20 anos de intenso trabalho no cinema, teatro, televisão e em diferentes eventos, como o Rock in Rio. Criei o Banco de Tecidos porque não conseguia me desfazer deles por apego, e porque muitos eram de boa qualidade e eu achava o descarte um desperdício. Conversando com amigos, descobri que esse não era um problema só meu, mas de todos nós que trabalhamos com moda ou figurino. Decidi, então, criar o banco para ter um lugar onde pudesse guardar os retalhos, mas eles não poderiam ficar estacionados, tinham que girar. O passo seguinte foi promover a troca com os amigos do meu métier. De repente, o banco cresceu rápido demais e percebi que era um negócio com uma visão sustentável. E foi assim, com uma pegada social e sustentável, que nasceu essa nova

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forma de negócio”, revela Lu Bueno, designer, cenógrafa, figurinista e sócia-diretora da Lupa Produções e do Banco de Tecidos. Os interessados podem participar de duas formas: como comprador regular, com cortes de tecidos diversos a R$ 35,00 o quilo, ou como correntista, depositando peças que não utiliza mais, podendo retirar seus créditos em tecidos a qualquer momento, sendo que, dos tecidos depositados, 20% ficam para o banco e 80% para o correntista. Qualquer pessoa pode participar do projeto, seja artesão, criador de moda, costureira, estilista, aderecista, figurinista, cenógrafo etc. O banco trabalha apenas com tecidos de reúso, de segunda mão, que tenham história, como sobras de rolo, de confecção ou de produções artísticas. “Hoje atendemos pelo menos cinco pessoas por dia, que se tornam correntistas do banco ou vêm comprar tecidos por quilo. Acho que estou promovendo um negócio sustentável e os tecidos estão sendo preservados, tendo outro fim que não o lixo. Fico feliz em vê-los sendo reaproveitados e circulando”, comemora Lu Bueno. Conheça o espaço: Rua Campo Grande, 504, Vila Leopoldina, São Paulo (SP), tel.: (11) 4371-3283, site: www.bancodetecido.com.br.



Meio Ambiente Fotos: Divulgação

INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL A Archroma, especializada em indústria química, apresentou na Denim Première Vision (DPV), nos dias 27 e 28 de maio, em Barcelona, na Espanha, suas inovações químicas para a moda, com cores ecologicamente conscientes e acabamentos. A empresa expandiu sua gama de aplicações para os corantes líquidos Optisul® C, incluindo novas opções em cores e tratamentos para tecidos estampados, permitindo a criação de contrastes químicos em calças estampadas ou revestidas. Como parte de seu portfólio de cores, a Archroma lançou no DPV um corante novo, azul-amarelado brilhante, chamado Diresul® Pacific Blue RDT, o primeiro de uma série planejada de verdes e azuis brilhantes, com nomes relacionados ao mar. A empresa utiliza resíduos agrícolas e de plantas de aterro sanitário para produzir uma paleta rica de verdes, marrons e cinzas, na linha de corantes EarthColors. Já o artigo SmartRepel Hidro, que faz parte da linha SmartRepel, sem flúor em sua base, fornece repelência à água para roupas casuais, sem perder a suavidade e a respirabilidade.

SANTACONSTANCIA RECEBE CERTIFICAÇÃO OEKO-TEX A Santaconstancia apresentou durante a 21ª edição da Feira Ópera a certificação OekoTex®100 Classe I. Todos os artigos da empresa, entre eles os da linha Infanteen, voltada ao segmento infantil e jovem, receberam a certificação por estarem livres de elementos prejudiciais à saúde. A certificação baseia-se em simulações de absorção de substâncias químicas pelo corpo através da pele, por via oral ou respiratória, incluindo, além de tecidos, linhas e aviamentos, que também precisam se enquadrar nas exigências. A confecção dos produtos é rastreada desde a origem da matéria-prima até a produção final do fio têxtil, selecionados pela ausência de toxicidade para a pele e o ambiente.

CRISTAL 100% ECOLÓGICO A pedra de altíssimo brilho 100% ecológica MC Chaton Máxima by Preciosa® é a aposta da Cristais Preciosa quando o assunto é sustentabilidade. Livre da presença de chumbo em sua composição, com percentual de 0,009%, e com a tecnologia High-Pure Crystal®, tem sistema original de lapidação com 15 facetas, desenvolvido a partir do acabamento Dura-Foiling, que garante maior brilho, maior fixação e alta resistência nas operações de confecção de roupa ou acessórios de moda.

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Serigrafia

Foto: Divulgação

EPSON LANÇA SURECOLOR F9200 A Epson, empresa especializada em impressoras de grandes formatos, apresentou no dia 26 de maio, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (SP), a impressora para sublimação têxtil Epson SureColor F9200. O lançamento conta com duas cabeças de impressão com a tecnologia PrecisionCore, que reduz o tempo de impressão pela metade, sem comprometer a qualidade do trabalho, além do sistema de tinta UltraChrome DS, em que o preto de alta densidade proporciona impressão em tons de preto intensos, neutros e sombras densas, ideal para a indústria têxtil na produção de estampas em tecidos de alta qualidade, com fidelidade de cor, e também para a moda esportiva, praia, decoração e alta-costura. A impressora tem um secador opcional e um sistema de take-up altamente preciso, que evita a perda de tempo na secagem das impressões. “A SureColor F9200 é

ágil e tem baixo custo por metro quadrado, graças à economia de tinta durante a impressão, e baixo custo de manutenção, além da redução do tempo gasto com o reabastecimento de suprimentos na máquina”, destaca Evelin Wanke, gerente de vendas da Epson.


Tecnologia

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POR SILVIA BORIELLO Foto: Divulgação

LIBERDADE DE MERCADO PLATAFORMA DE MODA DO MERCADOLIVRE MOSTRA CRESCIMENTO SURPREENDENTE

MAURO LOPEZ,

GERENTE DE MODA DO

MERCADOLIVRE.

Se as vendas de artigos de moda andam desaquecidas nas lojas físicas, nas virtuais, pelo contrário, estão pegando fogo. Diversos estudos mostram esse crescimento do e-commerce, especialmente no Brasil, e uma das provas disso está na plataforma de moda do MercadoLivre, maior site de compra e venda da América Latina. Depois de observar o grande fluxo de anúncios, buscas e compras por esse tipo de produto no site – que cresceu 31% entre janeiro e setembro de 2014, comparado ao mesmo período de 2013 –, foi criada em novembro do ano passado uma equipe comercial exclusiva com expertise no mercado de moda, nascendo assim um espaço totalmente dedicado ao tema dentro da plataforma do MercadoLivre, englobando não só roupas e sapatos, mas também itens de saúde e beleza, como maquiagem, perfumes e cuidados com corpo e cabelos (http://www.mercadolivre.com.br/moda/). Um dado curioso é que, apesar de as mulheres ainda serem a maioria das consumidoras nessa área, os homens têm aumentado sua presença. “Somos um marketplace, ou seja, um grande shopping online, e nosso compromisso é que o consumidor tenha a experiência de compra do mundo físico com os benefícios do online. Além de engajarmos nosso consumidor com as

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tendências de consumo das novas coleções do universo fashion, também criamos ações direcionadas exclusivamente à troca de coleções. Em abril, inclusive, realizamos a campanha de moda Coleção Outono-Inverno – Moda é o que Você Veste!, destaca Mauro Lopez, gerente de moda do MercadoLivre. O site, fundado em 1999 na Argentina, está presente em 14 países atualmente, tendo nosso país como responsável por mais da metade de sua receita. A plataforma de moda existe apenas no Brasil, Argentina e México e logo se estenderá ao Chile e ao Uruguai. O espaço conta com um layout exclusivo, diferente do de outros setores dentro da plataforma, onde as empresas podem expor seus produtos de forma prática, objetiva e conceitual. A busca do cliente pode ser feita por marcas, coleções ou outlet. “O lançamento do espaço dedicado à moda aconteceu com apenas quatro ou cinco marcas. Hoje, contamos com mais de 50 marcas e multimarcas. O objetivo principal é sermos reconhecidos não somente como o maior e-commerce da América Latina, mas como o maior e-commerce de moda do país. Aos poucos, temos conquistado nosso espaço. Menos de um ano depois do lançamento, temos empresas importantes em parceria e inúmeras marcas buscando nossa plataforma para fomentar seus negócios. O marketplace tornou-se realidade há alguns


anos, mas em 2015 tem se consolidado como um dos principais canais de venda e marketing para as marcas e multimarcas. Atualmente, temos bons exemplos de parceria de sucesso com marcas como Camisaria Colombo e Khelf, além das conhecidas multimarcas World Tennis e Decathlon. Em alguns casos, nosso canal chega a representar faturamento superior ao da maior loja desses varejistas”, revela Mauro. Ele ainda conta que fazem um planejamento estratégico com cada um de seus parceiros, o que inclui investimento em marketing para alcance de performance. “Nosso constante objetivo é manter a melhor experiência de compra ao consumidor e, para que isso aconteça, também precisamos que nossos parceiros estejam totalmente engajados no negócio”, complementa. LOGÍSTICA E BASE DE DADOS Ter visibilidade e facilidade de compra não basta para o cliente ficar satisfeito. Segurança, seriedade e garantia de entrega são pontos fundamentais, tanto para ele quanto para a empresa que vende. Para isso, a engrenagem do e-commerce precisa estar funcionando azeitada, com respaldo em todas as etapas, para que a experiência de compra e venda não vire um pesadelo. Mauro explica que todo o gerenciamento de dados de estoques, compras, vendas e entregas é feito de forma automática a partir do momento em que a loja está integrada à plataforma interna do site, ancorado em serviços de pagamento e envio. Em abril deste ano, o MercadoLivre adquiriu a KPL, maior empresa de ERP e back office de e-commerce do país. Foram investidos inicialmente R$ 50 milhões com o objetivo de ampliar os serviços de qualidade prestados a seus parceiros. Por falar em parceria, eles também mantêm uma com os Correios para o envio dos produtos, apesar de cada marca ter sua política de entrega e troca. Para facilitar essa operação, foi criado o produto MercadoEnvios, para gerenciar a entrega dos pedidos, além do conhecido MercadoPago, para intermediar a compra e o pagamento dos mesmos. AMBIENTE DEMOCRÁTICO Não são só as grandes marcas que estão habilitadas a fazer parte da plataforma de moda do MercadoLivre. As pequenas e médias também têm vez, tornando-se uma vitrine ideal para novos designers exporem seus produtos na rede e expandirem seus negócios sem terem que investir num e-commerce próprio. Mauro conta que o grande diferencial do MercadoLivre em relação a outras plataformas de vendas online é o ambiente democratizado com conceito de moda, o que possibilita ampliar as ofertas de produtos e atingir todos os perfis. Segundo ele, hoje possuem mais de 21 milhões de compradores únicos e as intenções de compra ultrapassam os 110 milhões de visitas por mês, fechando efetivamente 2,5 compras por segundo. E ainda contam com o MercadoShops, um produto que ajuda empreendedores a criar e gerir suas lojas online. “Em linhas gerais, aumentamos a capilaridade e o reconhecimento da marca alinhados ao posicionamento e conceito de cada uma delas”, analisa o gerente. A facilitação de compras de produtos importados por meio da internet não intimidou a equipe de moda do MercadoLivre. Para Mauro, a concorrência nesse mercado é um fator positivo para alavancar a categoria e para que a moda seja ainda mais disseminada. Para ele, o objetivo é atingir todas as classes com opções de produtos para todos os gostos. No primeiro trimestre deste ano, o site obteve um crescimento geral de 28% comparado ao mesmo período de 2013, e para o segundo semestre a ordem é manter o foco no cliente, implementando tecnologias que melhorem a experiência de compra do consumidor, além da ampliação de parcerias comerciais.


Tecnologia GOOGLE E LEVI’S LANÇAM TECIDO SENSÍVEL AO TOQUE A interação entre moda e tecnologia está cada vez maior, tanto que o Google resolveu, mais uma vez (o Google Glass foi uma das intervenções), investir nessa empreitada com seu Project Jacquard, e anunciou a Levi’s como sua parceira. Esse desenvolvimento consiste na implantação de fios condutores em tecidos, tornando-os uma plataforma sensível ao toque, em que o usuário pode atender o telefone encostando em sua calça jeans, ou trocar a música no celular, por exemplo, sem ter que tirar seu gadget do bolso. O mercado aguarda ansioso o lançamento oficial. UM MODELO DE MUDANÇA Para levar às confecções uma análise ampla sobre o atual cenário, a Lectra, uma das líderes mundiais em tecnologia integrada voltada à indústria de moda, lançou em maio o e-book Um Modelo de Mudança, baseado em entrevistas com os principais profissionais do setor sobre as transformações do mercado nas últimas décadas. Esse estudo mostra o quanto as mudanças se refletiram em todas as funções ou processos de trabalho, e equipes de design, desenvolvimento e sourcing passaram a ser pressionadas a fazer mais com menos. “O ritmo de mudança na moda nunca foi tão rápido. O fast fashion, as mídias sociais e as tecnologias móveis proporcionaram aos consumidores o poder do compartilhamento instantâneo e grandes expectativas. Eles estão cada vez mais sofisticados em suas exigências. O mercado, por sua vez, está cada vez mais saturado, o que torna as estratégias consagradas dessa indústria, como expansão geográfica e internacionalização, mais complexas do que no passado e muitas vezes insuficientes. A indústria da moda foi transformada. Há porém, um limite no quanto uma empresa pode cortar os custos. As empresas de moda e confecção têm sido forçadas a olhar para dentro e reavaliar como direcionam os produtos ao mercado”, avalia Adriana Papavero, diretora da Lectra América do Sul. De acordo com a análise, a atualização das tecnologias é um ponto de partida importante, mas é apenas um dos aspectos da solução, pois os ganhos reais levitam sobre algo mais abrangente, que é a mudança de processo em toda a organização, envolvendo melhores práticas, padrões de referência e liderança. E esse modelo de mudança é sugerido e exemplificado sobre como realizá-la da melhor maneira possível, mostrando cases de indústrias de vanguarda. O e-book foi desenvolvido para os clientes da Lectra, mas também está disponível para download no link http://amodelforchange.lectra.com/pt-br. DAFITI, KANUI E TRICAE NO MESMO TIME Uma novidade chacoalhou o comércio eletrônico brasileiro: o Global Fashion Group (GFG), que opera a Dafiti, maior e-commerce de moda da América Latina, anunciou em junho a aquisição das lojas virtuais Kanui, de artigos esportivos e estilo de vida, e a Tricae, líder em vendas de produtos para bebês e crianças, formando, assim, um grupo completo de oferta de produtos de moda no Brasil. Juntas, as três empresas tiveram uma receita líquida de R$ 773 milhões em 2014, sendo R$ 592 apenas da Dafiti, representando um crescimento de 41% em relação a 2013, um grande salto para uma empresa fundada em 2011 e que hoje opera, além de no Brasil, na Argentina, Colômbia, Chile e México. Nessa transação, o GFG somará 5 milhões de clientes na América Latina e empregará 3.100 funcionários – 2.400 só no Brasil. Os sites continuarão funcionando independentes, mantendo suas marcas e culturas atuais. “No início deste ano, começamos a buscar parcerias com empresas que possuíssem negócios sustentáveis, grande potencial de crescimento e excelente gestão da operação. Estamos muito otimistas em trabalhar conjuntamente com Kanui e Tricae, duas empresas que representam o sucesso em categorias nas quais queremos ganhar mais vantagem competitiva no mercado brasileiro”, comentou o CEO de operações da GFG LatAm, Phillip Povel.

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Fotos: Divulgação

Tecnologia SCHUTZ PELO CELULAR

Fotos: Divulgação

Estar presente em todos os canais de compra é uma das apostas da Schutz. Para coroar essa ideia, a marca lançou em maio um aplicativo para smartphones chamado Schutz Now, desenvolvido em parceria com a Taqtile. Por enquanto disponível apenas para iPhone, o app promete uma experiência de compra divertida, em que a ideia é a cliente achar o perfect match entre seus gostos e os itens preferidos da Schutz, que sugere combinações aleatórias de sapatos e bolsas que podem ser descartadas ou curtidas. Quando a cliente achar sua combinação perfeita, pode arrastá-la para sua sacola de compras. Caso um dos produtos esteja indisponível naquele momento, a usuária pode optar por receber um aviso de quando o item retornar ao estoque. Para as que preferem as lojas físicas, o app mostra uma lista das lojas mais próximas que possuem os itens desejados. Além disso, as fãs da marca, quando estiverem logadas no aplicativo, receberão em primeira mão informações sobre novas coleções, lançamentos, vendas especiais e convites para eventos exclusivos. Outra novidade é a ferramenta de busca Find Your Schutz, que permite encontrar exatamente o que se procura para cada tipo de ocasião. Com o app, a marca consegue coletar informações por meio do número de interações de suas usuárias, podendo personalizar conteúdos para diferentes perfis, além de conhecer melhor sua consumidora e aproximá-la ainda mais da empresa.

E-DELIVERY DE MODA Você já ouviu falar em e-delivery de moda? Pois é o que a marca Soph anda fazendo em sua loja online. Adepta do “básico com bossa”, a grife investe em peças atemporais e, dessa forma, conquistou muitos clientes. Para tornar a experiência de compra mais prática, resolveu oferecer o serviço de e-delivery, pelo qual a cliente escolhe as peças pelo site, as recebe em casa para experimentá-las sem compromisso, e pode devolver o que não quiser em até 48 horas, pagando apenas por aquilo que ficar. Tudo sem taxa de entrega. Mas atenção: a empresa atende somente na capital paulista. Mais detalhes no site www.sophsp.com.br.

ULMA LANÇA SITE BRASILEIRO Especializada no desenvolvimento de sistemas automatizados de armazenagem e logística, a Ulma Handling Systems, em parceria com a empresa japonesa Daifuku, lançou seu novo site, totalmente renovado, multilíngue e com visual moderno, oferecendo aos visitantes uma navegação fácil, bem como uma completa vitrine eletrônica de soluções por tipo de demanda, mostrando projetos que a empresa desenvolve no Brasil e no exterior. Para Edurne Unzueta, responsável pela área de comunicação da Ulma, o site lhes permitirá estar mais próximos de seus clientes e prospects. “O novo website foi desenhado para obedecer a um contexto de comunicação em que, além das redes sociais, os profissionais do mercado e a mídia possam ver detalhes dos projetos, com o privilégio de acessar fotos e vídeos. Apresentamos nossas atividades, equipe e inovações para setores específicos”, detalha Unzueta.

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Couro e Cia.

MODA CO ANUNCIA VENCEDORES DO PRIMEIRO DESAFIO Ilustração: Divulgação

A plataforma colaborativa Moda Co, lançada em abril pela Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados) como um projeto inédito no setor calçadista brasileiro, anunciou em junho os vencedores de seu primeiro desafio, lançado por um seleto grupo formado por Bibi, Kidy, Pampili e Piccadilly. Entre mais de 800 inscrições, quatro foram os sortudos designers que tiveram seus trabalhos escolhidos pelas empresas participantes, somando R$ 10 mil em premiações. No desafio da Piccadilly, o vencedor do prêmio empresa foi Roger Ross e o do prêmio comunidade foi Laiz Gehrmann Boschetti; no da Pampili, foram Jéssica Stopinski Triaquim e Mario Mazetto Neto, respectivamente; na Bibi, Maicon Ricardo de Matos abocanhou os dois prêmios; e no desafio da Kidy, Adriana Ferreira ficou com o prêmio empresa enquanto Getúlio Luiz dos Santos ficou com o comunidade. “Quando lançamos a plataforma, tínhamos o sentimento de estar prestando um grande serviço ao setor calçadista. O engajamento e o feedback das empresas nos deixam contentes e, acima de tudo, confirmam nossa expectativa inicial. A Abicalçados, com a Moda Co, dá um passo à

PROJETO

CRIADO POR

MAICON RICARDO

DE

MATOS

PARA A

BIBI.

frente, trazendo um conceito de criação coletiva para um setor que, tradicionalmente, tinha seus processos de desenvolvimento escondidos a sete chaves”, comenta Dario Henke, consultor de Design Estratégico da Abicalçados. E completa: “A concorrência entre as empresas não pode ir contra o potencial criativo dos profissionais”.


Dicas e Economia

Calças e camisas sociais Essenciais no guarda-roupa masculino, as calças e camisas pegam carona na onda boyish e se tornam peças-chave no feminino. Para deixar suas peças com acabamento perfeito, saiba aqui quais aparelhos podem fazer isso para você

Fotos: Silvia Boriello

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YS-4455 (CVM 108253): caseador para máquina industrial (disponível também para caseira)

SC 755(CVM 157086): aparelho para refilar colarinho e outros, utilizado em máquina reta

B2547-372-0B0(CVM 118896): aparelho para pregar botão de camisa, usado em máquina botoneira (disponível também para botões finos, espessos, grandes ou pequenos)

B2401-372-0B0(CVM 108610): aparelho para pregar botão de pé, utilizado em máquina botoneira

AT42(CVM 24738): aparelho para pala de camisa, usado em máquina reta

AP vista camis 70 – Vi(CVM 196477): aparelho para vista de camisa com vivo, usado em máquina reta

AP17 (CVM 24085): aparelho para vista de camisa, usado em máquina reta

AP72L (CVM 24353): aparelho para vista de camisa (não dobra 100%), utilizado em máquina reta

AT vista 2 agulhas 35mm (CVM 216437): aparelho para vista de camisa, usado em máquina 2 agulhas ponto fixo

AT70 (CVM 116366): aparelho para barras, especial para curvas e emendas, usado em máquina reta

AP-vista 2AG-Vi (CVM 207535): aparelho para vista de camisa sobreposta, usado em máquina 2 agulhas ponto fixo

S80L (CVM 210706): espaçador de botão, usado em máquina botoneira

AP59 (CVM 110186): aparelho para passante, usado em máquina de passante com faca

NR-31S (CVM 198997): calcador para cós invisível, usado em máquina reta

AP46 A e B (CVM 176925): aparelho para vivar bolso, com 1 ou 2 vivos, usado em máquina 2 agulhas ponto fixo


AP-etiqueta metal 4F (CVM 190870): aparelho para pregar etiqueta de metal com 2 ou 4 furos, usado em máquina botoneira

AP-nervura (CVM 171521): aparelho para nervura (até 12 nervuras ao mesmo tempo), utilizado em máquina de elástico

NOVIDADES

AP 45 reta (CVM 215962): aparelho para vista de camisa com entrada para entretela, usado em máquina reta

AP-cos anat 8,0 jard (CVM 214779): aparelho para cós de jardineira, usado em máquina de cós

OBSERVAÇÃO Observação: Verifique sempre a marca e o modelo de sua máquina antes de adquirir qualquer peça ou aparelho. Todos os aparelhos com os códigos acima podem ser encontrados na Cavemac. Para conhecer os aparelhos que agilizam sua produção, adquira os DVDs Cavemac com dicas sobre diversos deles. Acesse o site www.cavemac.com.br e consulte os títulos disponíveis. Se tiver alguma dúvida sobre que aparelho utilizar, envie uma foto dele por e-mail para vendas@cavemac.com.br ou traga-o pessoalmente ao showroom da Cavemac. Na compra de aparelhos, caso necessite fazer algum teste em nosso showroom, é necessário trazer todo o material necessário para a confecção da amostra (tecido, elástico, fitas etc.).

Agradecimentos: Alessandra Rustarz e Marta Sales.


Costura Social

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POR CIBELE DE BARROS/TECIDO SOCIAL

NA CADÊNCIA DE UM MESMO SONHO GRUPO DE COSTUREIRAS DE OSASCO SE UNIU NA ESPERANÇA DE UMA VIDA MELHOR Foto: Carina de Barros/Divulgação

COSTUREIRAS

DA

COOPERATIVA

DE

COSTURA

DE

OSASCO:

EXEMPLO DE PERSISTÊNCIA E SUPERAÇÃO.

As nossas convidadas desta edição são as meninas da Cooperativa de Costura Osasco. O grupo de costura que vamos conhecer é um caso de persistência, superação e referência no empreendedorismo solidário para começarmos nosso passeio pela costura social com inspiração e motivação para aprender com quem tem muito para contar. Como tudo aconteceu (ou quase tudo) Eram 200 corações. Cada um pulsando na cadência de um sonho e na esperança de uma vida melhor. O entrelaçamento das vidas das nove costureiras que hoje formam a Cooperativa de Costura de Osasco teve início em 2006, nas oficinas de costura do projeto Oficina Escola, da Secretaria do Trabalho da Prefeitura de Osasco, em parceria com a Associação Eremim, Ação Social de Promoção da Cidadania e Desenvolvimento Humano. O projeto é destinado a mulheres de baixa renda, beneficiárias do Bolsa Família. Entre as 200

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aspirantes à profissão de costureira, estavam Marize, Elizete, Ana Paula, Diva, Nair, Jarize, Maria Carla, Maria José e Durvalina. Elas relembram as emoções vividas na oficina e, entre memórias e motivos, em coro, declaram: “É que a gente gosta de costurar!”. Nos dois anos de formação, produziram uniformes escolares para a rede municipal de Osasco e aprenderam sobre cooperativismo, empreendedorismo solidário, comércio justo e as bases de conhecimentos que nortearam suas escolhas e suas vidas. Em 2006, concluído o primeiro ano de formação, optaram pelo cooperativismo. Tinham a convicção de que juntas seriam mais fortes e aumentariam as chances de atingir seus objetivos. “A economia solidária em si, por seus valores, nos motiva. O formato de participação associativa promove o intercâmbio de saberes, em que cada um faz o que sabe melhor e ensina o outro para crescermos juntos”, comenta Diva. O chamado foi forte. Em 2007, com o apoio da


Fotos: Carina de Barros/Divulgação

Incubadora Pública de Osasco, 33 mulheres constituíram a Cooperativa de Costura Osasco. Estabeleceram-se em um galpão cedido temporariamente pela prefeitura de Osasco e tudo passou a ser compartilhado – trabalho, comida, crises, incertezas e esperança. “Tinha dias que a gente recebia R$ 50, tinha dias que a gente não recebia nada”, comenta Maria Carla. Com as dificuldades iniciais, sem recursos para investir, sem experiência, com poucos equipamentos e poucos clientes, muitas sucumbiram às fragilidades financeiras e familiares. Ficaram apenas nove mulheres que acreditaram. Economizaram para alugar um imóvel, compraram as máquinas e aprenderam a gerenciar a produção e o negócio. “No começo, na maioria dos meses não tínhamos nada para receber, mas tínhamos a esperança de que iríamos conseguir”, conta Marize. Desde o início, seguem os princípios da economia solidária e do comércio justo e ético, o que nem sempre é compreendido no mercado. Numa ocasião, conta Ana Paula, o cliente chegou a perguntar por que elas precisavam dormir. Propostas com preços e prazos indecentes aqui são recusadas, mas o grupo tem metas e busca realizá-las. Afinal, “economia solidária não é bazar. Comércio justo não significa improdutividade, baixa qualidade nem caridade, e todos os dias um leão bate à nossa porta”, desabafa Ana Paula. Mas, convenhamos, respeito e sucesso não se conquistam sem dignidade. O modelo do empreendimento motiva a atualização permanente. Todas buscaram aprimorar sua formação, concluindo o ensino médio. Maria Carla cursa a faculdade de administração, Marize é modelista profissional e Elizete cursa ciências contábeis.

Projetos realizados e reconhecimento Com essa disposição, produziram figurinos para o Teatro Mágico, 10 mil camisetas da campanha Todas as Cores, Todos os Amores e, entre outros projetos, o desafio Tecido Social, para desenvolver uma peça para a coleção da marca Antes de Paris. “Sobra vontade de assumir desafios, de apurar o trabalho e de crescer”, relata Gisele Minasse, estilista e dona da marca. Em 2011, receberam o reconhecimento do governo federal como referência em empreendedorismo solidário. Marize representou a equipe no lançamento do Plano de Superação da Extrema Pobreza – Brasil sem Miséria. E não parou aí. Foram selecionadas para concorrer ao Prêmio BNDES de Boas Práticas em Economia Solidária 2015. Os planos para o futuro são muitos. Elas começaram a confeccionar uma linha de produtos para a marca CCO e querem abrir uma loja física nas próprias instalações da oficina. Para compartilhar o que aprenderam, querem criar um espaço de aprendizagem na oficina para quem quiser costurar e aprender sobre economia solidária. Produzir o tecido por meio do entrelaçamento de vidas é preciso, e vestir a roupa costurada com esse tecido não tem preço. Conhecendo essa história de prosperidade e determinação, penso por onde pulsarão os outros 191 corações... Conheça as meninas no canal da Tecido Social: https://goo.gl/V6EXy1, e entre em contato com a cooperativa (Marize ou Elizete) pelo telefone (11) 4625-2916 ou pelo e-mail coopcosturaosasco@hotmail.com.

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Cursos MECÂNICA DE MÁQUINAS EM CARUARU Foto: Divulgação

O Senai Caruaru, em Pernambuco, vai oferecer dois cursos na área de vestuário. O curso de Manutenção de Máquinas de Costura Especiais – Casear, Botão e Travete inicia em 30 de julho e vai até 19 de agosto, das 18h às 22h, e o curso de Manutenção de Máquina de Costura Eletrônica começa em 20 de agosto e termina em 10 de setembro, também das 18h às 22h. Saiba mais pelos telefones 0800-600-9606 ou (81) 2103-2775. CURSOS NO IT STUDIO CONSULTING

ESPECIALIZAÇÕES PARA O SEGUNDO SEMESTRE A Anhembi Morumbi está com inscrições abertas até o dia 31 de julho para o processo seletivo do segundo semestre para as especializações Master em Negócios de Moda, que oferece conceitos atualizados de gestão de varejo de moda e prepara os profissionais para trabalhar com projetos que envolvam sistemas de informações visuais, artísticas, culturais e tecnológicas de forma contextualizada; Comunicação e Produção de Moda, que proporciona a compreensão dos movimentos de moda presentes na contemporaneidade e as razões do vestir dos indivíduos, oferecendo a possibilidade de vislumbrar ações já existentes no mercado e, por meio de reflexões e planejamento comunicacional, desenvolver ferramentas para inovações no setor de moda; e Master em Visual Merchandising para Moda, que tem a proposta de desenvolver a capacidade de ramificar a identidade da marca no ponto de venda. Os interessados podem realizar a inscrição gratuita pelo site www.anhembi.br, ou entrar em contato pelos telefones (11) 4007-1192 (capital e Grande São Paulo) e 0800-015-9020 (demais localidades).

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Agora é possível aprender no It Studio Consulting, empresa de consultoria recém-inaugurada. Nos dias 24 e 25 de julho, acontece o curso Como Administrar o Private Label, que apresenta passo a passo os processos que envolvem a escala de produção. Já em 7 e 8 de agosto, ocorre o curso Tecido – Como Fazer a Escolha Certa, com classificação e nomenclatura de fibras e tecidos, bases adequadas aos diversos segmentos, entre outros temas. Em 14 e 15 de agosto, a consultoria apresenta o curso Administração de Conflitos, voltado para a gestão de pessoas, visando melhor entrosamento interpessoal e otimização do desempenho da equipe. Para finalizar a primeira parte dos cursos, acontece em 28 e 29 de agosto o Design de Estamparia, que enfatiza a importância da criação de estamparia de forma consciente, apontando como utilizar de forma adequada as referências no desenvolvimento das artes e também como realizar um cruzamento de dados entre as técnicas de estamparia disponíveis e os parâmetros de aplicação e de custo. Os cursos serão realizados na Rua Serra de Bragança, 825, Tatuapé, São Paulo (SP), e as inscrições podem ser feitas pelo site www.itstudio.com.br. PÓS-GRADUAÇÃO COM INSCRIÇÕES ABERTAS NO SENAC As inscrições estão abertas até o dia 4 de agosto no Centro Universitário Senac, para 42 cursos de pós-graduação presenciais, em São Paulo e no interior do estado. Entre os destaques, estão Gestão de Negócios, Gestão de Marketing, Gestão Estratégica de Pessoas, Negócios da Moda, Gestão da Comunicação em Mídias Sociais, entre outros. A taxa de inscrição é de R$ 50. Informações e inscrições pelo site www.sp.senac.br/posgraduacao ou pelo telefone 0800-883-2000. TÉCNICAS DE CORTE E COSTURA O Senac-RS oferece o curso livre de Técnicas de Corte e Costura, que capacita para a confecção de peças de vestuário e apresenta conhecimentos para adaptação de modelagens prontas, riscar, cortar, costurar e fazer acabamentos, com início em 3 de agosto de 2015 e término em 13 de janeiro de 2016, no Senac Cachoeira do Sul, e de 18 de agosto a 1º de dezembro ou 29 de outubro a 7 de abril de 2016, no Senac Novo Hamburgo. Saiba mais: Cachoeira do Sul (51) 3722-3187, Novo Hamburgo (51) 3594-6133.


Agenda Setembro Nacionais – 14 a 17: Equipotel São Paulo (hotelaria e gastronomia), São Paulo, SP, www.equipotel.com.br Internacionais – 1º a 3: Spinexpo Shanghai (fios, fibras e malharia retilínea), Xangai, China, www.spinexpo.com – 4 a 6: The Sourcing Connection Première Vision (prestadores de serviços de costura em vestuário), Paris, França, www.thesourcingconnection.com – 4 a 6: Première Vision Manufacturing (prestadores de serviços em geral às confecções), Paris, França, www.premierevision.com – 4 a 7: Who’s Next (vestuário), Paris, França, www.whosnext-tradeshow.com – 4 a 7: Première Classe (acessórios), Paris, França, www.premiere-classe.com – 10 a 13: Kind + Jugend 2015 (feira de moda infantil), Colônia, Alemanha, www.kind.com – 11 a 13: Momad Metrópolis – Salão Internacional de Têxtil, Calçados e Componentes (vestuário, calçados e acessórios), Madri, Espanha, www.momad.metropolis.ifema.es – 15 a 17: Première Vision Fabrics – Inverno 2017 (tecidos), Paris, França, www.premierevision.com – 15 a 17: Première Vision Yarns – Inverno 2017 (fios e fibras), Paris, França, www.premierevision.com – 15 a 17: Première Vision Leather – Inverno 2017 (couro e peles), Paris, França, www.premierevision.com – 15 a 17: Première Vision Accessories – Inverno 2017 (acessórios e componentes), Paris, França, www.premierevision.com – 15 a 17: Première Vision Designs – Inverno 2017 (design), Paris, França, www.premierevision.com – 18 a 20: Tranoï New York (vestuário de alto valor agregado), Nova York, EUA, www.tranoi.com

Outubro Nacionais – 6 a 9: Minas Trend Preview – Inverno 2016 (salão de negócios e desfiles), Belo Horizonte, MG, www.minastrendpreview.com – 19 a 23: 40 a SPFW – Inverno 2016 (desfiles), São Paulo, SP, www.ffw.com.br Internacionais – 2 a 5: Tranoï Femme (moda feminina de alto valor agregado), Paris, França, www.tranoi.com – 2 a 5: Vendôme Luxury – Verão 2016 (vestuário prêt-à-porter, couture, joias e acessórios), Paris, França, www.vendomeluxury-paris.com – 12 a 13: Première Vision Live Seoul (tecidos e componentes), Seul, China, www.premierevision.com – 15 a 16: Première Vision Live Shanghai (tecidos e componentes), Xangai, China, www.premierevision.com – 21 a 23: Première Vision Istambul – Inverno 2017 (tecidos e componentes), Istambul, Turquia, www.premierevision.com – 22 a 25: Expotextil Perú 2015 – IX Feira Internacional de Provedores da Indústria Têxtil e de Confecção (maquinário têxtil e de confecção, tecidos, couro, calçados, complementos, sublimação), Lima, Peru, www.expotextilperu.com Tome nota: O Senac Moda Informação – Inverno 2016 acontecerá no dia 25 de agosto, no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP). As inscrições podem ser feitas até o dia 21 de agosto pelo site www.sp.senac.br/smi. A revista não se responsabiliza por mudanças de datas e informações fornecidas pelos organizadores dos eventos.


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POR DÉBORA CATELANI

Foto: Arquivo pessoal

Caderno Senai

Senai Mix Design Outono-Inverno 2016 OS PARADOXOS MOVIMENTAM A MODA

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As direções criativas para as estações outono-inverno 2016 apontam paradoxos que ecoam na atualidade, em que pensamentos ou atos até então considerados extremos e contraditórios se encontram e mudam os rumos da sociedade contemporânea. De repente, o que nunca fez sentido e estava longe de qualquer lógica agora move o presente e nos dá fôlego para o futuro. Vemo-nos imersos em um cenário de suspense, repleto de medos e incertezas que inevitavelmente nos despertam um estranho encantamento. Ao mesmo tempo, uma realidade insiste em invadir nossa ficção diária. E, por fim, um sentimento de individualidade fortalece o lado coletivo de cada um de nós. Diante desse contexto contraditório apontado nas pesquisas realizadas pela equipe de desenvolvimento do caderno Senai Mix Design, foram definidas as três direções criativas que embasarão o desenvolvimento de produtos, incluindo o setor de vestuário. São elas:

– Direção 2 – Ficção Realista: aponta para caminhos

– Direção 1 – Medo Encantado : exalta a sensação que advém do desconhecido e a sedução obtida pela consciência de um possível perigo. Estabelece-se entre o deslumbramento e o temor, o fascínio e o receio. Revela as preocupações do cotidiano quanto ao excesso de informações que precisamos processar em nossas mentes, causadas de certa forma pelo medo e pela insegurança. Enaltece sentimentos sombrios que se refletem no imaginário em cenários de sonhos e pesadelos.

Especificamente para o vestuário, por meio de nossas pesquisas, notamos uma ruptura dos estereótipos relacionados aos gêneros masculino e feminino. A moda, neste momento, une o que a sociedade até tempos atrás enxergava de forma separada. Ou seja, as roupas estão além do gênero, nos fazem refletir sobre os paradoxos que refletem diretamente em novos hábitos de consumo. Portanto, os produtos ligados ao setor vão ao encontro das oposições do mundo contemporâneo, em

em que a tecnologia tem o poder de simular e trazer a esfera imaginativa para o contexto real. O presente nos mostra que chegamos ao futuro, que um dia foi utópico. Constatamos que hoje vivemos em uma ilha de ficção cercada de realidade por todos os lados. – Direção 3 – Coletivo Particular: retrata o atual momento da humanidade, revelando as preocupações com as conexões de nossa existência e de como nossas escolhas interferem no mundo. Aborda a importância de não levar a vida tão a sério e trazer humor e criatividade para o dia a dia, numa espécie de existência alternativa. Mostra, por fim, que é importante vivermos com qualidade de vida, colocando o lado particular em contribuição com o coletivo, em compartilhamentos de tempo e de experiências de vida.


que novos comportamentos são delineados com ares nostálgicos. Merecem destaque como referenciais a década de 40 – marcada pelo militarismo e pelo posicionamento feminino pautado pela independência perante a sociedade, quando a mulher passou a assumir postos de trabalho enquanto o mundo se encontrava em guerra – e a década de 70, marcada pelo sentimento de liberdade, contestação e democratização da moda, que aparece revisitada no mundo atual, também marcado por mudanças e novas atitudes em um ambiente assolado por crises e turbulências econômicas. Entre referências contraditórias, encontramos fusões estéticas inusitadas em peças românticas e ao mesmo tempo sombrias e carregadas de sensualidade. O peso da estética militar aparece balanceado pela leveza e pelo minimalismo de referências orientais. A alfaiataria e o esporte surgem condensados em peças carregadas de hibridismo. As roupas, portanto, traduzem, ao mesmo tempo, sentimentos opostos, como necessidade de proteção diante do cenário inseguro, e de expressão, como afirmação de novos ideais.

O SENAI MIX DESIGN

É UMA PUBLICAÇÃO DO SENAI-SP QUE SE DEDICA A DIFUNDIR INFORMAÇÕES SOBRE MACROTENDÊNCIAS DE COMPORTAMENTO E CONSUMO, TENDÊNCIAS DE MODA E DADOS TÉCNICOS PARA OS SETORES DE VESTUÁRIO, CALÇADOS, BOLSAS, JOIAS FOLHEADAS E BIJUTERIAS. ALÉM DO LANÇAMENTO DA PUBLICAÇÃO, QUE INCLUI UM PEN DRIVE COM CONTEÚDO DIGITAL, A CADA EDIÇÃO SÃO REALIZADOS EVENTOS COMO CONFERÊNCIAS, PALESTRAS E OFICINAS NOS PRINCIPAIS POLOS DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Mais informações no site: http://mixdesign.sp.senai.br DÉBORA CATELANI É DESIGNER, PÓS-GRADUADA EM MODA: PRODUTO E COMUNICAÇÃO PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA/PR, GRADUADA EM DESENHO INDUSTRIAL PELA UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ-LONDRINA/PR. HOJE ATUA NO SETOR DE DESIGN EM ATENDIMENTOS EMPRESARIAIS VOLTADOS PARA MODA/VESTUÁRIO NA UNIDADE SENAI FRANCISCO MATARAZZO E NA ÁREA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DO SENAI MIX DESIGN. DEBORA.CATELANI@SP.SENAI.BR


ENDEREÇOS ASSOCIAÇÕES, FEDERAÇÕES, ONGS E SINDICATOS Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) – R. Júlio de Castilhos, 561, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3594-7011, www.abicalcados.com.br Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.abit.org.br Abramaco (Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Máquinas de Costura Industrial, Componentes e Sistemas) – R. Ribeiro de Lima, 282, cj. 111, São Paulo, SP, tel.: (11) 3326-6922, fax: (11) 3313-4908, www.abramaco.org.br Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) – Av. Rouxinol, 1.041, cj. 1.710, São Paulo, SP, tel.: (11) 2901-4333, www.abravest.org.br Aciju (Associação Comercial e Industrial de Juruaia) – R. Tiradentes, 135, Juruaia, MG, tel.: (35) 35531327, www.aciju.com.br Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) – SBN, qd. 1, bl. B, 10º andar, Ed. CNC Brasília, DF, tel.: (61) 3426-0202, www.apexbrasil.com.br Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos) – R. Júlio de Castilhos, 526, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3584-5200, www.assintecal.org.br Ciesp (Confederação das Indústrias do Estado de São Paulo) – Av. Paulista, 1.313, São Paulo, SP, tel.: (11) 3549-3232, www.ciesp.com.br CNI (Confederação Nacional da Indústria) – SBN, qd. 1, bl. C, Ed. Roberto Simonsen, Brasília, DF, tel.: (61) 3317-9000, www.portaldaindustria.com.br COB (Comitê Olímpico Brasileiro) – www.cob.org.br CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) – SBN, qd. 2, lote 12, bl. F, Edifício Via Capital, 14º andar, Brasília, DF, tel.: (61) 3031-3030, www.cpb.org.br Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais) – Av. do Contorno, 4.456, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3263-4200, www.fiemg.com.br Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul) – Av. Afonso Pena, 1.206, Campo Grande, MS, tel.: (67) 3389-9000, www.fiems.com.br Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) – Av. Paulista, 1.313, São Paulo, SP, tel.: (11) 3549-4499, www.fiesp.com.br Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) – Av. Graça Aranha, 1, Rio de Janeiro, RJ, tel.: 0800-023-1231, www.firjan.org.br IBTeC (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos) – R. Araxá, 750, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3553-1000, www.ibtec.org.br Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial) – Av. Nove de Julho, 4.865, cj. 42, São Paulo, SP, tel.: (11) 3238-5800, www.iemi.com.br In-Mod (Instituto Nacional de Moda e Design) – Av. 9 de Julho, 4.865, Torre A, 11º andar, cj. 112A, São Paulo, SP, tel.: (11) 3816-1133, www.institutoinmod.org.br Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) – Central de Relacionamento: 0800-570-0800, www.sebrae.com.br Senai-BA (Dendezeiros) – Av. Dendezeiros do Bonfim, 99, Salvador, BA, tel.: (71) 3310-9900, www.fieb.org.br Sinditêxtil-SP – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.sinditextilsp.org.br Sindivest-MG (Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Minas Gerais) – R. Juiz de Fora, 284, cjs. 603/605/607, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3295-3535, www.sindivestmg.com.br Sindivestuário-SP (Sindicato das Indústrias de Vestuário de São Paulo) – R. Mário Amaral, 172, 2º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3889-2272, www.sindivest.org.br Sintex (Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau) – R. Alwin Schrader, 89, Blumenau, SC, tel.: (47) 3326-9662, www.sintex.org.br Sivale (Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí) – R. Dr. Osvaldo Cruz, 510, 13º andar, sl. 1.303, Apucarana, PR, tel.: (43) 3122-1156, www.fiepr.org.br/sindicatos/sivale Sinvespar (Sindicato das Indústrias do Vestuário do Sudoeste do Paraná) – R. Goiás, 333, Francisco Beltrão, PR, tel.: (46) 3524-5087, www.sinvespar.com.br Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira) – tel.: (11) 3823-6100, www.texbrasil.com.br

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MODA E GRIFES 3M – www.3m.com.br Alexandre Herchcovitch – herchcovitch.uol.com.br Amapô – www.amapojeans.com.br BDS Confecções – Av. São Jorge, 2.960, Manaus, AM, tel.: (92) 3671-7521, www.roupaprofissional.com.br C&A – www.cea.com.br Confecções Moda Godoy e Godoy – Socorro, SP, tel.: (19) 3895-6777 Damyller – tel.: 0800-48-4700, www.damyller.com.br Dudalina – BR-470, km 50, 7.109, Blumenau, SC, tel.: (47) 3331-9001, www.dudalina.com.br Ellegancy Costuras – Av. Cupecê, 1.494, São Paulo, SP, tel.: (11) 5677-2429, www.elcosturas.com.br Fabiana Milazzo – www.fabianamilazzo.com.br Faven – R. Irmão Gonçalves Xavier, 82, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3284-0433, www.faven.com.br Forum – www.forum.com.br Fruit de La Passion – Al. Lorena, 1.774, São Paulo, SP, tel.: (11) 3064-3334, www.fruitdelapassion.com.br Fukai Confecções – R. Antonia Martins Luiz, 454, Indaiatuba, SP, tel.: (19) 3935-7010 Gig Couture – R. Cornélio Cerqueira, 38, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3334-6203, www.gigcouture.com.br Gloria Coelho – www.gloriacoelho.com.br H&M – www.hm.com Helô Bicalho – R. Irmão Gonçalves Xavier, 46, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3221-6006, www.helobicalho.com.br La Plage Petit Voyage – www.laplagepv.com Leninha Castilho – R. Japurá, 111, ap. 1, São Paulo, SP, tel.: (11) 3101-9071, eninhacastilhocostureira.webnode.com Levi’s® Brasil – Call center: 0800-891-2855, www.levi.com.br Lucas Magalhães – www.lucasmagalhaes.com Mabel Magalhães – R. Ouro Fino, 395, sl. 5/6, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3281-0646, www.mabelmagalhaes.com.br Madrepérola – www.madreperolamoda.com.br Marina & Gabriella – R. Carl Wahle, 140, Blumenau, SC, tel.: (47) 3035-5642, www.marinaegabriella.com.br Patricia Motta – R. Oscar Freire, 694, São Paulo, SP, tel.: (11) 3061-2844, www.patriciamotta.com.br Pistol Star – www.pistolstar.com.br Plural – R. Maranhão, 78, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3241-4053, www.pluralestilo.com.br PMG Lingerie – tel.: (31) 3332-0561, www.pmgçingerie.com.br Rogério Lima – Anel Rodoviário Celso Melo Azevedo, 14.915, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3418-2440, www.rogerio-lima.com Ronaldo Fraga – www.ronaldofraga.com.br Rose Feijão Confecções – R. Mendes Gonçalves, 179, São Paulo, SP, tel.: (11) 2692-0165, www.rosefeijao.com.br Spol – Av. Coronel Teodolino Pereira de Araújo, 2.215, Araguari, MG, tel.: (34) 3242-5000, www.spolcouro.com.br TNG – www.tng.com.br Verde Limão – R. Minas Gerais, 350, Divinópolis. MG, tel.: (37) 3222-6500, www.verdelimaomodapraia.com.br Vivaz – R. Prof. Antonio Aleixo, 578, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3337-8122, www.vivazbrasil.com.br TECELAGENS E FIAÇÕES Canatiba Denim Industry – Av. Interdistrital Comendador Emílio Romi, 350, Santa Bárbara d’Oeste, SP, tel.: (19) 3459-4000, www.canatiba.com.br Cedro Têxtil – R. Paraíba, 337, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3235-5000, www.cedro.com.br Farbe – R. Engenheiro Paul Werner, 726, Blumenau, SC, tel.: (47) 3036-6200, www.farbe.com.br Freudenberg – Av. Pres. Humberto Alencar Castelo Branco, 2.735, Jacareí, SP, tel.: (12) 2127-7500, www.freudenberg.com.br Invista (LYCRA® e Cordura®) – Av. das Nações Unidas, 4.777, São Paulo, SP, tel.: (11) 6858-8160, www.invista.com, www.lycra.com.br RenauxView – R. Centenário, 215, Brusque, SC, tel.: (47) 3255-1000, www.renauxview.com Rhodia – Av. dos Estados, 5.852, Santo André, SP, tel.: (11) 4435-2589, www.rhodia.com.br Santaconstancia Tecelagem – R. Soldado Amarilho G. Queiroz, 77, São Paulo, SP, tel.: (11) 2982-7900, www.santaconstancia.com.br Santista Work Solution – SAC: 0800-011-2007, www.santistaworksolution.com.br

Tavex Corporation – Av. Maria Coelho Aguiar, 215, bl. A, 2º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3748-9000, www.tavex.com Tecelagem Panamericana – R. Rafael Cervone, 240, Santa Bárbara d’Oeste, SP, tel.: (19) 3464-7000, www.tecelagempanamericana.com.br Vicunha Têxtil – R. Henrique Schaumann, 270, São Paulo, SP, tel.: (11) 2187-2158, www.vicunha.com.br DIVERSOS Andrade Máquinas – Av. São Paulo, 125, Guarulhos, SP, tel.: (11) 3787-3333, www.sansei.com.br Archroma – www.archroma.com Armarinhos 25 – R. João Boemer, 805, São Paulo, SP, tel.: (11) 2790-2525, www.armarinhos25.com.br Arte Mais Comunicação e Editoração – tel.: (11) 4997-9690, artemais@superig.com.br Audaces – Rod. SC-401, 867, Florianópolis, SC, tel.: (41) 2107-3737, www.audaces.com.br Barudan – Av. Gomes Freire, 574, Rio de Janeiro, RJ, tel.: (21) 2506-0050, (11) 3338-1850, www.barudan.com.br Caimi & Liaison – RS-239, 2.899, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3204-3400, www.caimiliaison.com.br Carlin – R. Groenlândia, 808, São Paulo, SP, tel.: (11) 99908-6493, www.carlin-groupe.com Carreira Fashion – www.carreirafashion.com.br Casa Ferro – R. da Graça, 466, São Paulo, SP, tel.: (11) 3221-9473, www.casaferro.com.br Cavemac – R. Newton Prado, 333, São Paulo, SP, tel.: (11) 2171-9200, www.cavemac.com.br Censi Máquinas – R. Itajaí, 2.163, Gaspar, SC, tel.: (47) 3332-5574, www.censimaquinas.com.br Clariant – www.clariant.com.br Coelho Assessoria Empresarial – R. Joaquim Pedro Soares, 317, sl. 3, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3035-3222, www.coelhoconsultoria.com.br Comace – R. Guilherme Maw, 148, São Paulo, SP, tel.: (11) 3326-0617, www.comace.com.br Comercial Sily – R. Álvaro Sarlo, 160, Vitória, ES, tel.: (27) 3323-4781, www.sily.com.br DMP – R. São Caetano, 876, São Paulo, SP, tel.: (11) 3315-2222 Embalatrento – Rod. SC-411, 1.498, Nova Trento, SC, tel.: (48) 3267-3900, www.embalatrento.com.br Enfesmak – R. Itajaí, 3.606, Blumenau, SC, tel.: (47) 3322-3419, www.enfesmak.com.br EnModa – www.enmoda.com.br Fenac – R. Araxá, 505, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3584-7200, www.fenac.com.br Fenafashion – www.fenafashion.com.br FS Máquinas – R. Vitorino Carmilo, 247, São Paulo, SP, tel.: (11) 3825-0208 Gemsy – N. 638 Donghuan Road, Taizhou, Zhejiang, China, 31.800, tel.: 0086-576-88207338, www.gemsy.com GGTech (Galileu) – R. Mamoré, 200, São Paulo, SP, tel.: (11) 3327-1700, www.ggtech.com.br Golden Whell – Av. Dr. Américo Figueiredo, 809, Sorocaba, SP, tel.: (15) 3033-1990 Grupo Amazonas – (16) 3111-1600, www.amazonas.com.br Hopen Consultoria e Assessoria – tel.: (11) 2281-9841, www.hopen.com.br Hot Air Passadoria – Av. Picarelli Irmãos, 235, Socorro, SP, tel.: (19) 3895-8074, www.hotair.com.br Huntup.co – www.huntup.co Imatec – R. Hermann Huscher, 2.977, Blumenau, SC, tel.: (47) 3324-2886, www.imatecmaquinas.com.br Indusfios – R. Júlio Conceição, 343, São Paulo, SP, tel.: (11) 2875-3467, www.indusfios.com.br It Studio Consulting – R. Serra de Bragança, 825, 66-B, São Paulo, SP, tel.: (11) 2362-5242 / 22299752, www.itstudio.com.br Jorik – Trav. Liberdade, 38, 1º andar, sl. 101, Maringá, PR, tel.: (44) 3223-0203, www.jorik.com.br JRJ Embalagens – R. Padre Haroldo, 152, São Pedro da União, MG, tel.: (35) 3554-1557, www.jrjembalagens.com.br Lectra – Al. Jaú, 1.754, 3º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3894-9129, www.lectra.com.br Link Comercial (Welttec) – R. Arnaldo Hass, 100, Pomerode, SC, tel.: (47) 3242-8000, www.linkcomercial.com.br Mab Fortuna – R. Osório Ribas de Paula, 94, sl. 1104, Apucarana, PR, tel.: (43) 3423-2244, www.mabfortuna.com.br Mac Len – R. Mamoré, 582, São Paulo, SP, tel.: (11) 3376-0028, www.maclen.com.br Makro Central Importadora – R. F, 121, Canoas, RS, tel.: (51) 2131-1270, www.makrocentral.com.br Maquintex – www.maquintex.com.br

Mega Máquinas – Rod. SC-444, km 5, 32, Içara, SC, tel.: (48) 3444-1004, www.megamaquinas.net.br Megatech Consultoria – R. das Hortênsias, 408, São Paulo, SP, tel.: (11) 5071-8462, www.megatechconsult.com.br Metalnox – R. José Theodoro Ribeiro, 3.571, Jaraguá do Sul, SC, tel.: (47) 2107-4959, www.metalnox.com.br Metalsete – R. Rui Barbosa, 300, Blumenau, SC, tel.: (47) 3329-4350, www.metalsete.com.br Millennium Network – Av. Francisco Matarazzo, 1.500, São Paulo, SP, tel.: (11) 2050-6331, www.millennium.com.br Mopex – www.mopex.com.br Museu da Casa Brasileira – Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.705, São Paulo, SP, tel.: (11) 3032-3727, www.mcb.org.br Nissew – R. Newton Prado, 99, São Paulo, SP, tel.: (11) 3333-2085, www.nissew.com.br Omatex – R. Darcy Carrion, 64, Pq. Industrial Harmonia, Nova Odessa, SP, tel.: (19) 3406-7127, www.omatex.com.br Optikad – R. Octávio Forghieri, 72, sl. 24, Guarulhos, SP, tel.: (11) 2441-7749, www.optikad.com.br Preciosa – www.preciosa.com RC Consultores – R. James Joule, 92, 10o andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3053-0003, www.rcconsultores.com.br Rivitex – R. José Eugênio Padoan, 15, São Paulo, SP, tel.: (11) 5517-6082, www.rivitex.com.br Roland – www.roland.com.br RTK1 (Driluxx) – R. Senador Lucio Bittencourt, 117, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 2551-6833, www.rtk1.com.br SCMC (Santa Catarina Moda e Cultura) – tel.: (47) 3381-3380, www.scmc.com.br Senai Francisco Matarazzo – R. Correia de Andrade, 232, São Paulo, SP, tel.: (11) 3312-3550, www.sp.senai.br/textil Serv-Mak – Av. Celso Garcia, 4.423, São Paulo, SP, tel.: (11) 2295-1022, www.serv-mak.com.br Sigbol Fashion – R. Domingos de Morais, 1.621, São Paulo, SP, tel.: (11) 5081-6361, www.sigbol.com.br Sign Future Têxtil – www.serigrafiasign.com.br Silmaq – R. República Argentina, 2.025, Blumenau, SC, tel.: (47) 3321-4444, www.silmaq.com.br Singer – Av. Presidente Vargas, 800, Indaiatuba, SP, tel.: (19) 2107-4600, www.singer.com.br Socio Tec – R. Walterio de Oliveira Verdi, 270, São José do Rio Preto, SP, tel.: (17) 2137-7777, www.sociotec.com.br Sun Sir – N. 193, Mid Xinxin Rd., Xinhe Town Wenling Zhejiang Province, China, tel.: 0086-576-86555970, www.chinasunsir.com Sun Special – R. da Graça, 577, São Paulo, SP, tel.: (11) 3334-8800, www.sunspecial.net.br Systêxtil – R. João Marcatto, 260, 5º andar, Jaraguá do Sul, SC, tel.: (47) 2106-1800, www.intersys.com.br Terentjvas, Oliveira e Marques Advogados Associados – R. Adolfo André, 1.629, Atibaia, SP, tel.: (11) 4411-4449 TNT Brasil Canindé – R. das Olarias, 319, São Paulo, SP, tel.: (11) 3313-8555, www.tnt.com Tropos Lab – R. Tomáz Gonzaga, 802-1.034, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 2514-9532, www.troposlab.com.br Trupe Editorial – São Paulo, SP, tel. (11) 3384-4040, kpimenta@uol.com.br Ulma Handling Systems – R. José Getúlio, 579, cj. 22, São Paulo, SP, tel.: (11) 3711-5940, www.ulmahandling.com.br Vibemac – tel.: (11) 99614-5074, www.vibemac.com VST Sistemas – Av. Prestes Maia, 463, Santo André, SP, tel.: (11) 4249-0808, www.vstsistemas.com.br Walter Porteiro – R. Imigrantes, 211, Americana, SP, tel.: (19) 3475-9999, www.walterporteiro.com.br Willmak Máquinas de Costura e Acessibilidade – R. Major Bonifácio, 397, Andradas, MG, tel.: (35) 3731-3217, http://willmakacessibilidade.mercadoshops.com.br Woldmack – R. do Tecelão, 390, Americana, SP, tel.: (19) 3468-3701, www.woldmack.com.br


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Ponto de Vista

Foto: Divulgação

POR GIUSEPPE TROPI SOMMA

A farsa das reformas e o silêncio dos empresários Pedir aos políticos para fazer uma reforma política é como pedir aos detentos que eles próprios façam uma reforma penal e prisional. Será que é tão difícil entender que o único e gravíssimo mal do Brasil se chama governo? Quando digo governo, me refiro aos três poderes, pois, em maior ou menor proporção, cada um tem sua parcela de culpa pelas mazelas de nosso país. Eu pergunto: se um governo, ao menos teoricamente, está a serviço do povo, quem deveria ditar as regras de reformas, o povo ou o governo? Mas alguém pode questionar: nós estamos numa democracia e, para isso, elegemos os parlamentares para nos representar. Sem dúvida. Nós os elegemos para criarem normas e leis que disciplinem a vida e o convívio da sociedade, não é isso? Só que, no caso de reformas políticas e outras reformas de que o Brasil precisa, não é para disciplinar a sociedade, mas para disciplinar eles mesmos, que arruinaram e arruínam nosso país, tirando a governabilidade de nossas instituições. Se uma pessoa X (Mané), necessitando fazer uma construção, contrata pedreiros, ajudantes, engenheiros, pintores etc., poderia ele aceitar que esse mesmo pessoal, unido, estabeleça normas de quando e como trabalhar, ou o quanto cada um deve ganhar? Poderia ele aceitar que eles decidissem se, com o seu dinheiro (do Mané), atenderiam o vizinho ao lado, o tal de sr. Cubadre, que pediu a eles que, enquanto trabalhassem para o Mané, fizessem outra construção ao lado, na casa dele, e a colocassem na conta do Mané? Lógico que seria um absurdo, e o Mané não aceitaria! Mas o contribuinte brasileiro – que se faz de Mané – deixa que os governantes façam tudo com seu dinheiro, menos o que realmente deveriam fazer. Ultimamente, tratando-se da terceirização do trabalho, tem-se falado muito em “atividade fim” e “atividade meio”. Administrar os impostos para prestar serviços públicos para a sociedade deveria ser “atividade fim” de um governo, mas passou a ser “atividade meio”, porque a “atividade fim” é o enriquecimento dos políticos e do corporativismo público. O pagamento de impostos, que deveria ser uma “atividade meio” para termos os serviços públicos, passou a ser uma “atividade fim”, pois a sociedade só trabalha em regime de escravidão para pagar impostos. Os profissionais da demagogia, que vivem explorando politicamente o trabalhador brasileiro, falam tanto em trabalho escravo, mas não se olham no espelho. A máquina pública foi tomada de assalto por todo tipo de aventureiros e “aloprados”, que mantêm a sociedade brasileira num flagrante trabalho escravo. A tributação é tanta que, além de tirar todo o fruto de nosso trabalho, aos poucos está nos empobrecendo. Esperar que as coisas mudem por iniciativa dos políticos é ser ingênuo demais. Isso jamais acontecerá. Eles fingem que mudam, mas trocam seis por meia dúzia. Falam de tudo, mas: l Não falam em redução das mordomias; l Não falam em redução do número de parlamentares, vereadores etc; l Não falam em acabar com institutos e fundações públicas desnecessários, criados apenas para ser cabides de emprego; l Não falam em acabar com o financiamento de partidos, pelo governo ou por privados, porque quem deve sustentar partidos são os próprios associados, como qualquer entidade associativa faz; l Não falam em acabar com aposentadorias múltiplas de políticos e funcionários públicos, porque a aposentadoria deve ser única e proporcional ao recolhimento, como é para todos os trabalhadores, etc.

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Ponto de Vista A meu ver, quem poderia e deveria criar reformas é a sociedade, isto é, quem realmente é prejudicado e paga a conta. A sociedade, como contribuinte, deve exigir o direito de auditar todos os serviços públicos em sua eficiência e produtividade, enxugando os custos de cada departamento. A força produtiva empresarial, com seus setores culturais, acadêmicos e alto profissionalismo, tem condições e deveria elaborar uma reforma séria e civilizada, para depois o povo referendá-la. Está na hora de acordar e tomar atitudes. Hoje, a estrutura governamental está agigantada e contaminada, com os absurdos enraizados e tributariamente insuportável, ao ponto de que só uma intervenção militar seria capaz de corrigi-las. Mas, para quem é contra uma intervenção militar, existiria uma saída bem democrática, e ela está nas mãos dos empresários organizados em suas entidades. Cadê as 27 federações da indústria dos diversos estados brasileiros? Cadê os 1.250 sindicatos patronais? Dão-se conta da força e da responsabilidade que têm e de que são a turbina geradora de toda a riqueza econômica deste país? Dão-se conta de que, uma vez delegada ao governo a tarefa de gerenciar nossos impostos em prol da sociedade, ele se apropria dos mesmos, levando-nos à falência? Nós não podemos ficar de braços cruzados! Quando o síndico de um condomínio nos surpreende com incompetência administrativa e desvio de recursos, o que obviamente fazemos? Primeiramente, fazemos uma auditoria e, uma vez verificadas as irregularidades, deixamos de pagar o condomínio até que o síndico saia. Greve geral. Bastaria apenas que o setor produtivo se unisse de fato, numa única voz e atitude, para convencer a si próprio e aos outros de que não existe força maior neste país que a deles. Se o trabalhador tem direito à greve, por que o empresário não teria? Numa greve, o trabalhador para de fazer o que o sistema mais precisa dele: produzir. Logo, o empresário pode parar de fazer o que o sistema (governo) mais precisa dele: recolher impostos. Deixar de recolher impostos é crime? Sim, quando há uma finalidade de sonegação e é um ato individual. Em se tratando de um movimento de reivindicação de classe, não. Ainda mais quando essa reivindicação é para a ética e a eficiência na administração pública. Muitas são as reformas necessárias, e o contribuinte deve começar a exigi-las e não mais pedi-las. Necessitamos fazer uma verdadeira faxina na administração pública para dar ao Brasil um governo com peso mínimo, porém eficiente, um verdadeiro começo de prosperidade, real e não fictícia, como aconteceu até agora. O verdadeiro crescimento e prosperidade de um país só se fazem com o lucro que fica na sociedade, não com os altos impostos que vão para o governo. Não existe país rico com sociedade pobre. Existem, sim, países pobres com governantes ricos, chamados de “amigos dos trabalhadores” pela ignorância nacional, ou de “socialistas latino-americanos” pelos demais. Aqui vai o meu alerta: “Uma esmagadora maioria, culta e trabalhadora, quando omissa e covarde, será facilmente dominada por uma pequenina, porém ativa, minoria de vagabundos". * Reprodução liberada * CAV. GIUSEPPE TROPI SOMMA É EMPRESÁRIO, MEMBRO DA ABRAMACO E PRESIDENTE DO GRUPO CAVEMAC. GIUSEPPE@CAVEMAC.COM.BR Para compartilhar este e outros Pontos de Vista, acesse: www.costuraperfeita.com.br e clique no menu “Edição atual” ou “Edições anteriores”.

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ESPERAR QUE AS COISAS MUDEM POR INICIATIVA DOS POLÍTICOS É SER INGÊNUO DEMAIS”


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