Revista Costura Perfeita Ano XVI n°83 Janeiro/Fevereiro 2015

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COSTURA PERFEITA

ANO XVI l Nยบ 83 l JANEIRO I FEVEREIRO 2015




ÍNDICE

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EDIÇÃO 83

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JANEIRO E FEVEREIRO DE 2015

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ANO XVI

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www.costuraperfeita.com.br

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Seções 8 – Editorial 10 – Cartas 28 – Lançamentos 44 – Meio Ambiente 58 – Couro e Cia. 66 – Comércio Exterior 70 – Caderno Têxtil – Novidades Têxteis 84 – Curtas

90 – Atualidades 97 – Serigrafia 98 – Cursos 105 – Cultura 107 – Agenda 111 – Classificados 112 – Endereços

Colunas 12 – Oferta e Demanda 14 – Qualificação: Reflexões para 2015 18 – Ranking: O PPCP e o planejamento da nova coleção 30 – Empreendedorismo Sebrae 32 – Produção: Controles de produção: qual o melhor método? 46 – Caderno Senai: O desafio da informação: como filtrar tendências de moda e mercado 48 – Gestão: Profissionalizar ou não? Eis a questão 83 – Coaching: O que esperar de 2015? 108 – Você Sabia? De volta às origens – Dos adornos visuais à austeridade. Da austeridade aos adornos visuais 114 – Ponto de Vista: A bondade criminosa com os nossos impostos

Beatrice Mirrione Laporta veste look Brandili. Foto: Silvia Boriello Produção: Silvia Boriello e Henriete Mirrione Agradecimentos: Henriete Mirrione Arte: Arte Mais Comunicação

Matérias 16 – Negócios: Moda e geração Z: estamos preparados para essa nova realidade? 20 – Mercado: Longe da brincadeira – Mercado de moda infantil está em expansão e dita tendências 34 – Especial: Quem faz suas roupas? A indústria da moda se movimenta para instigar consumidores a enxergar além das etiquetas de preço e tamanho na hora de comprar um item de vestuário e se conscientizar do impacto de suas escolhas 42 – Feiras: FIT 0-16 52 – Eventos: BR.Ecoera, Paraná Criando Moda, SCMC #9 62 – Fique Sabendo: Shoulder na geração 3D 64 – Fique Sabendo: Manufacturing 74 – Tecnologia: Etiquetas inteligentes – Radiofrequência para alavancar a produção e a comercialização de peças 76 – Tecnologia: Optiplan V3R4 – Nova sala de corte da Lectra 80 – Dicas e Economia: Roupas infantis 96 – Fique por Dentro: Reforço na fiscalização – Receita Federal pretende fortalecer a fiscalização de produtos adquiridos em viagens internacionais. 100 – Tendências: Moda infantil: uma visão do verão 2016 – Lembranças, fantasias e natureza 102 – Costura Social: Razão e sensibilidade – Papo de Responsa 106 – Minha Empresa: Freeboard

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Diretor-presidente: Giuseppe Tropi Somma Editora e Jornalista Responsável: Silvia Boriello (MTB 41.139) Repórter: Renata Martorelli (MTB 49.937) Consultor Técnico: Marcelo Scicilliano Diagramação: Arte Mais Comunicação e Editoração Ltda. Revisão: Kiel Pimenta Colaboradores: Alessandra Lanzeloti, Alessandra Rustarz, Alexandre Gonçalves Sakamoto, Anderson Ozawa, Angela Valiera, Bruno Hansen, Claudia Valéria da Silva, Débora Catelani, Edson Jaccoud, Fábio Romito, Henriete Mirrione, João Braga, Marcelo V. Prado, Márcia Malpighi, Marina Melz, Marta Sales, Monica Oliveira, Roselaine Araujo, Rubens Nunes, Wellington Nunes Publicidade: Valdir Porto Ribeiro – comercial1@costuraperfeita.com.br Assinaturas: assinatura@costuraperfeita.com.br Impressão: Prol Gráfica Distribuição Nacional Costura Perfeita é uma publicação bimestral da Cavemac – Rua Newton Prado, 333 – Bom Retiro – São Paulo (SP) – CEP: 01127-000 Telefone: (11) 2171-9200 Costura Perfeita – Redação: Telefone: (11) 2171-9252 / 2171-9263 – redacao@costuraperfeita.com.br

A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. É proibida qualquer forma de reprodução das matérias, fotos ou ilustrações desta publicação sem a prévia autorização da editora.



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POR SILVIA BORIELLO

Foto: Yuri Mine

Editorial

Que bons ventos tragam 2015! Ufa, que ano difícil foi o que passou, não? Viramos a página, mas a história continua, e tomara que seu enredo tome um bom rumo. E, assim como a moda dita tendências, como “a cor do ano”, me arrisco a dizer que a “palavra de 2015” é: controle. Controle nos gastos, controle sobre a saúde de sua empresa, controle dos passos a dar, para que tudo se mantenha “no controle”, não de uma forma restritiva, mas cautelosa, com o intuito de manter o equilíbrio para não ser derrubado no primeiro vento que passar. Esse será um ano de arrumação de casa no governo (assim esperamos!) e o reflexo darse-á dentro da nossa. Será um ano mais duro? Aparentemente sim, mas será só a partir dessa “arrumação” que o país poderá voltar ao seu trilho certo. Para abrir o ano, estreamos com duas novidades: a primeira delas é a parceria com o bureau francês Carlin na seção Tendências, com conteúdo exclusivo e pensado para as empresas de pequeno e médio portes, que precisam trabalhar antenadas com o mercado, mas nem sempre podem pagar por uma pesquisa mais profunda do que estará por vir. A segunda é a estreia da seção Costura Social, na qual, a cada edição, mostraremos ações de cunho social realizadas pela indústria têxtil e de confecção Brasil afora, dando chance de as pessoas descobrirem seu valor, de crescimento e desenvolvimento. Para abrir com chave de ouro, contamos a história da ONG Papo de Responsa, que atua com jovens que caíram no mundo das drogas e das ruas, dando-lhes, além de alimentação, banho, documentos e estudos, uma oportunidade de resgate da dignidade e reinserção na sociedade por meio de uma profissão como a costura. Confesso que essa matéria me fez rever e repensar alguns conceitos e como precisamos olhar com mais atenção para as pessoas. Ser firmes, sim, mas ter um cuidado maior em filtrar uma situação de outra, pois há algumas dessas pessoas que precisam apenas de um olhar mais atento e carinhoso como um incentivo para ter vontade de melhorar. Se evoluir como ser humano não é um dos principais sentidos da vida, qual a razão de continuar nela, não é mesmo? É por isso que meu mais sincero desejo para todos nós é que trilhemos esse caminho de evolução, com um inspirando o outro a melhorar. Temos muitos exemplos a seguir. Um verdadeiro feliz 2015!

SILVIA BORIELLO É EDITORA DA REVISTA COSTURA PERFEITA editora@costuraperfeita.com.br

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ASSIM COMO A MODA DITA TENDÊNCIAS, COMO ‘A COR DO ANO’, ME ARRISCO A DIZER QUE A ‘PALAVRA DE 2015’ É: CONTROLE.”



Cartas

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DA REDAÇÃO

LUTA CONTÍNUA Sr. Giuseppe, Parabenizo o senhor por tudo que escreve na revista Costura Perfeita. Fica uma pergunta para o Brasil: por que uma cidade industrializada como Brusque, com 100 mil habitantes, deu 82% de votos contra o PT? Aqui mostramos quanto o tão falado trabalhador na boca dos petistas está insatisfeito com esta “cubocracia” que eles querem colocar garganta abaixo. Só nos resta trabalhar, trabalhar, trabalhar e trabalhar para aqueles que não querem trabalhar. Abraço ao amigo. * Preservamos a identidade do autor. Olá, Sr. Giuseppe, Meu nome é Márcia, eu e meu marido temos uma pequena confecção em Lins, no interior de São Paulo, há 23 anos. Começamos com uma overloque chinesinha na sala de minha casa, lutamos muito e hoje temos dez funcionários (até o começo deste ano eram 17), compramos várias máquinas e o prédio onde estamos atualmente, tudo com muito esforço. Não estamos mais aguentando a carga tributária e os funcionários, que sempre faltam e estão sempre com a razão. Como o senhor mesmo já disse em outros Pontos de Vista, somos tratados como verdadeiros “lobos maus”, somos desonestos e mal-intencionados, parece que não somos nós, os pequenos empresários, que ajudamos este país a se desenvolver, damos emprego, temos uma relação muito próxima com nossos funcionários, pois trabalhamos juntos e isso faz com que os tratemos como filhos (meu marido até brinca falando que mais pareço assistente social). Mas, enfim, minha revolta no momento é quanto às eleições. Tenho duas funcionárias que trabalharam na eleição, tenho que dar dois dias de folga (segundo o cartório eleitoral), não concordo, mas lei é lei. O pior de tudo é que elas foram convocadas para participar de uma reunião das 18 às 20 horas numa sexta-feira, já tiveram que sair mais cedo para chegar no horário. Aqui em Lins tudo é perto, saíram às 17h, mas, nas grandes capitais, devem faltar o dia todo. Trouxeram outra declaração de mais dois dias, não me

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conformo com isso, pois foram apenas duas horas de reunião e fora do expediente. Por que nós temos que pagar por tudo? Por que o governo não convoca funcionário público, que é ele quem paga (embora saia também do nosso bolso). Nós não trabalhamos no domingo, mas tem gente que trabalha em mercados, farmácias etc. Além de faltarem no domingo, ganham mais dois dias. Como o senhor percebe, não sou muito boa com as palavras, mas ficaria feliz se pudesse escrever uma matéria sobre esse assunto. Adoro sua revista, suas matérias são excelentes, fico aguardando ansiosa por ela. Quando chega, eu e meu marido a disputamos, sempre começo de trás para a frente (igual japonês), para ler o Ponto de Vista. Parabéns e muito obrigado por conseguir levar, por meio das palavras, exatamente o meu pensamento e o de muitos outros pequenos empresários. Márcia Martins de Carvalho – Lins – SP Recebo a revista Costura Perfeita bimestralmente. Leio todos os artigos, mas primeiro leio o do sr. Giuseppe. São excelentes e nos levam a pensar como nosso país poderia estar entre os primeiros do mundo, mas cada dia se torna pior. É o que vemos e sabemos a cada instante. Leonor Sá Barbosa – Petrolândia – PE – via Facebook

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Prezado Fábio Romito Muito bom seu artigo! Tenho indústria, não de confecção, mas ligada ao ramo. Já me aconteceu de acompanhar preço de concorrente pensando: “Se ele pode, eu também”. Engano, cada um tem seus custos! Quanto ao custo Brasil, devemos Silvia Boriello lutar para reduzi-lo, porém, um item por vez. editora@costuraperfeita.com.br Nada de levantar barreiras ao importado, temos que reduzir os obstáculos para o empreendedor nacional. O pior problema para as empresas, atualmente, é o custo trabalhista, com sua legislação antiquada e os famosos “processos trabalhistas”, em que só ganham os advogados e que desestimulam o empregador a contratar. Edson Del Priore, Estamac Móveis e Renata Martorelli renata@costuraperfeita.com.br Componentes Ltda. – São Paulo – SP



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POR MARCELO V. PRADO

Foto: Divulgação

Oferta e Demanda

Roupas não são pilhas Quando analisamos o comportamento de compra dos diferentes bens de consumo, observamos que a maior parte dos produtos não tem o poder de atrair seus consumidores a ponto de tirá-los de dentro de casa apenas para ir a uma loja adquiri-los. As pilhas comuns, aquelas que usamos em nossos controles remotos, mouses, lanternas etc., se enquadram perfeitamente nesse grupo, o que impõe a seus fabricantes, para que possam participar e crescer em seus mercados, grandes esforços nas áreas comercial e logística, tendo como desafio garantir sua oferta em locais de consumo de conveniência, com bom tráfego de consumidores, tais como farmácias, padarias, supermercados, bancas de jornal, postos de gasolina etc. Ainda assim, esses produtos têm que ser ofertados em locais estratégicos da loja, de preferência em blisters expostos nas filas dos caixas, aproveitando o momento em que os consumidores, depois de já terem realizado suas compras prioritárias, estejam menos atentos a produtos de maior atratividade, para que, aí sim, possam pensar se precisam ou não levar “pilhas para casa”... Pois bem, as roupas, por sua vez, sugerem um comportamento de compra completamente diferente, colocandose em um seleto grupo de bens de consumo para os quais os consumidores se dispõem a sair de casa, pegar um carro, enfrentar o trânsito, pagar um estacionamento etc. apenas para comprar uma saia ou uma blusa que combine melhor com o look planejado para o evento da noite, ou mesmo uma mera meia-calça que o complemente. Essa predisposição deve-se ao fato de que esse é um produto de grande relevância para os consumidores, por que não dizer de primeira necessidade, afinal, sem roupa não se costuma sair nem de dentro do quarto, quiçá de dentro de casa. Tal característica confere a essa categoria

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de produto um enorme poder de atração de demanda, e não é à toa que os shopping centers adoram as lojas de roupas, pois elas são um dos principais responsáveis pela geração de tráfego em seus centros de consumo, a ponto de já representarem quase 60% da área bruta locável (ABL) dos shoppings do Brasil. Para ter uma ideia do que isso representa em números, estamos falando de mais de 50 mil lojas vendendo roupas (especializadas em moda ou não), distribuídas em cerca de 520 shoppings em operação no país atualmente. Esse número equivale a um 1/3 de todos os pontos de venda de vestuário em operação no território nacional. Outra característica interessante no comportamento dos consumidores de roupas está no grau de impulsividade presente nas decisões de compra do produto. Em épocas de mercado aquecido, a compra à primeira vista (por que não dizer “amor à primeira vista?”), sem qualquer tipo de pesquisa prévia por preços, modelos ou qualquer outro diferencial, corresponde a mais de 50% dos casos. Em outros 25%, a pessoa já havia visto e se encantado com o produto antes, mas optou por retornar à loja posteriormente para realizar a compra. Mesmo em épocas de mercado desaquecido, como o atual, a taxa de compra à primeira vista se mantém acima dos 40%, e a da compra posterior, no retorno à loja, superior a 20%. O encantamento pelo produto é tal que muitos que saem de casa programados, por exemplo, para comprar uma blusa em muitos casos voltam com um vestido, um casaco ou uma calça nas sacolas, simplesmente porque eles eram lindos (ao marido elas vão dizer que era uma oferta imperdível, é claro...), a ponto de fazerem com que até se esquecessem da blusa que pretendiam comprar. Em termos de comportamento de compra, “as roupas não são pilhas”, possuem um poder de atração incrível e,


muito mais importante do que terem preços baixos, precisam encantar os consumidores para poderem girar no ponto de venda. Não se esqueça: encante os consumidores com seus produtos e seja muito bem-sucedido em 2015. Sucesso!

INDICADORES A produção de vestuário avançou 6,6% em outubro em relação ao mês anterior. Já no acumulado no ano, entre janeiro e outubro de 2014 sobre o mesmo período do ano anterior, houve queda de 2,7%, segundo a pesquisa industrial mensal do IBGE. O pessoal ocupado no setor teve queda de apenas 1,0% no mês, acumulando -0,1% no ano. l

l As vendas no varejo de vestuário obtiveram crescimento de 8,5% em volumes e 9,0% em valores em outubro, acumulando um resultado negativo de 0,9% nos volumes vendidos, porém positivo em 3,8% nos valores da receita, até outubro de 2014.

l Segundo o IBGE, os preços do vestuário no varejo avançaram 0,39% em novembro; já em relação ao mesmo mês no ano anterior, houve alta de 3,60%.

l Já as exportações brasileiras de vestuário alcançaram US$ 130,7 milhões entre janeiro e novembro de 2014, com queda de 2,5% em relação ao mesmo período no ano anterior, enquanto as importações chegaram a US$ 2,4 bilhões, com alta de 8,3%, por conseguinte elevando o déficit da balança comercial para do setor em 9,0%.

CONJUNTURA DO SETOR DE VESTUÁRIO NO BRASIL 1. Produção, emprego, preços (%) No mês No ano Últimos 12 meses . Produção física (outubro 2014) . Emprego (outubro 2014) . Vendas no varejo em volumes (outubro 2014) . Vendas no varejo em valores (outubro 2014) . Preços ao consumidor (novembro 2014) IBGE(1) 2. Comércio exterior (US$ 1.000) . Exportação . Importação . Saldo (exportação – importação)

6,6% -1,0% 8,5% 9,0% 0,39% Jan.-nov. 2013

-2,7% -0,1% -0,9% 3,8% 2,78% Jan.-nov. 2014

-4,2% -5,3% 0,3% 5,2% 3,60% Variação(2)

134.079 2.194.390 -2.060.312

130.675 2.377.246 -2.246.570

-2,5% 8,3% 9,0%

Fontes: IBGE/Secex. Elaboração Iemi. Notas:

(1) (2)

IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo – Brasil. Variação de janeiro a novembro 2014 / janeiro a novembro 2013.

MARCELO V. PRADO É SÓCIO-DIRETOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS E MARKETING INDUSTRIAL (IEMI) E MEMBRO DO COMITÊ TÊXTIL DA FIESP. COLUNA.CP@IEMI.COM.BR


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POR FÁBIO ROMITO

Foto: Arquivo pessoal

Qualificação

Reflexões para 2015 Gostaria de iniciar desejando um ótimo ano de 2015 a todos. Com o início do ano, renovam-se as esperanças, as preocupações, as expectativas. E todos nós fazemos planos para o novo ano, esperando que ele seja melhor que o anterior. Vamos pensar em tornar isso uma realidade, no que tange à qualidade em nossa empresa? Segue uma série de reflexões que proponho para ajustar seu negócio ao ano que se inicia. Primeira reflexão: Como anda a qualidade dos produtos de sua empresa? Vamos focar nos relatórios de qualidade dos produtos e verificar quais foram os índices de rejeição de produtos na empresa. Nesse relatório, devemos filtrar os dados por tipo de defeito, modelos com maior índice de rejeição, fornecedores que repetidamente apresentaram problemas de qualidade em seus produtos ou serviços. Enfim, deve-se encontrar os problemas que mais apareceram e seus principais causadores. Analisados os dados, trace suas metas de melhoria para o ano vindouro, defina objetivos de qualidade alcançáveis para sua empresa, sempre com a intenção de melhorar. Esse é o momento de fazer os ajustes necessários para enfrentar os desafios que se apresentarão em 2015. Segunda reflexão: Como foi, em 2014, o retorno de seus clientes em relação aos seus produtos? Analise o feedback recebido dos clientes. Veja como eles estão avaliando a qualidade de seus produtos. Analise taxa de desistência, clientes que não estão mais comprando com frequência, tente descobrir quais os motivos pelos quais deixaram de comprar seus produtos. Isso dará subsídios para você pensar em como melhorar seu produto de acordo com os desejos e necessidades de seus clientes.

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Terceira reflexão: Como estão os processos produtivos? Analise os números de seu sistema produtivo. Ele pode melhorar? Eu garanto que sempre pode. Se você utiliza fornecedores externos para sua mão de obra, analise as empresas que fornecem para você. Veja se elas dispõem dos recursos necessários para melhorar a qualidade de seus produtos, procure fornecedores mais capacitados, se for o caso. Tudo em prol da melhoria da qualidade. Quarta reflexão: Você já pensou na importância da “roupagem” da sua empresa para a impressão de boa qualidade que pretende passar? Além de bons produtos, para passar uma impressão de boas práticas de qualidade, é importante que a empresa seja organizada, limpa, atenda bem os clientes e fornecedores (seja por telefone, seja pessoalmente). Enfim, mostre que preza por fazer o melhor em tudo, do produto ao atendimento, passando pela limpeza e pela qualidade de vida dos colaboradores. Pense em sua empresa, em seu negócio. Faça, neste início de ano, todas as reflexões necessárias. Trace suas metas e esteja preparado. O ano que se inicia promete muitos desafios para o nosso setor. Talvez boas surpresas, quem sabe? Será um ano de adaptações, sem dúvidas.

FÁBIO ROMITO É TÉCNICO TÊXTIL, ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. ATUA NO MERCADO DE CONFECÇÃO HÁ MAIS DE 25 ANOS, SENDO QUASE 20 DEDICADOS A CONSULTORIA E TREINAMENTO EM EMPRESAS DE VESTUÁRIO. É PROFESSOR UNIVERSITÁRIO EM CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NAS ÁREAS DE MODA E ADMINISTRAÇÃO. ROMITOFABIO@GMAIL.COM



Negócios

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POR BRUNO HANSEN

MODA E GERAÇÃO Z: ESTAMOS PREPARADOS PARA ESSA NOVA REALIDADE? Foto: Daniel Zimmermann/Divulgação

Nascida entre 1990 e 2010, na era do boom tecnológico, do avanço da internet e da comunicação virtual, a geração Z muito em breve chegará ao mercado. Como consumidores ou profissionais, serão estes os indivíduos que farão parte do futuro (nem tão futuro assim) de nossos negócios. Eles já nascem conectados, não querem mais esperar por mudanças e, diferentemente do que muitos imaginam, não querem se acomodar ou esperar que a mudança aconteça de forma gradativa. A geração Z é a própria mudança. E ela afetará todo o sistema, inclusive a moda. Há alguns anos eu tive que parar para entender que não estava entregando o que o meu cliente queria, que não estava valorizando as estampas e as cores brasileiras e que precisava valorizar toda a nossa cultura e diversidade. Hoje eu paro e vejo também que os processos internos precisam ser revistos e adaptados para a chegada de um novo perfil de consumidor e profissional. Parar para repensar os processos de criação, dar liberdade e valor às criações e imprimir identidade a nossas peças, estampas e processos é o mínimo que podemos fazer. Mas precisamos ir além. Estamos preparados para receber em nossas empresas profissionais questionadores, sedentos por mudanças, que não querem ficar atrás de um computador, mas participar das mudanças, imprimir novas formas de trabalho e mostrar que a moda brasileira pode mais? Estamos preparados para lidar com uma geração com pressa e vontade de ir além? Como empresários, profissionais de moda, criadores de tendências, é preciso parar e avaliar tudo o que estamos fazendo. Direcionar nossos negócios de

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BRUNO HANSEN É DIRETOR WWW.DIGRA.COM.BR

DO

ESTÚDIO ELAIÁ

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DIGRA.

acordo com o que o futuro nos espera é mais do que necessário: é uma questão de sobrevivência. Precisamos oferecer ambientes mais colaborativos, que valorizem as ideias e ideais, que permitam novas formas de trabalho. É preciso deixar o corporativismo, a seriedade e a rotina fechada para outros ramos. Vamos trazer para a moda tudo o que ela tem de melhor: criatividade, identidade, cor e sabor. Vamos mostrar a essa nova geração que, sim, é possível produzir, e muito, sem a caretice de um escritório padrão. Além de uma mudança no jeito de trabalhar e viver, será uma mudança que afetará diretamente nossos negócios e nossos produtos. Afinal, você não quer perder espaço por falta de inovação e opções para as pessoas que farão o futuro acontecer, não é mesmo?



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POR RUBENS NUNES

Foto: Divulgação

Ranking

O PPCP e o planejamento da nova coleção Todos sabemos que, para ter o sucesso de uma coleção, é necessário um trabalho imenso antes de lançá-la. Esse trabalho envolve várias pessoas e departamentos, e muito planejamento e suor são necessários para que nossos clientes tenham o desejo de usar nossas marcas. Mas, para que isso aconteça, é imprescindível que o produto esteja na hora certa ao alcance deles. Nesse momento é que analisamos o papel do PPCP dentro desse cenário. Como sabemos, o PPCP é o local onde todas as informações são tabuladas, analisadas e passadas adiante. Dessa forma, um dos primeiros passos que a equipe de criação necessita para a elaboração de uma nova coleção é a análise do que temos de estoque de matéria-prima, ou seja, estar com o almoxarifado catalogado e controlado é extremamente importante, pois é onde essas informações serão coletadas. Em um trabalho conjunto com o pessoal de criação, é necessária a criação de cronogramas em que serão

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definidas as datas das principais atividades a ser desenvolvidas, que vão desde a entrega de desenhos, passando pela modelagem, piloto, prova, ajuste, mostruário e todas as etapas da produção. Para ser possível um cronograma mais assertivo às etapas de produção, é necessário que os profissionais do PPCP tenham em mãos informações básicas, tais como: l Previsão de vendas por produto; l Dados técnicos dos produtos; l Estoques existentes; l Fluxograma do produto; l Tabela de desperdício das máquinas; l Quantidade de máquinas e fusos; l Limites de velocidade das máquinas; l Limites de eficiência das máquinas por produto; l Horas disponíveis por máquina; l Capacidade produtiva por máquina; l Tempos-padrão por operação; l Tempos de preparação.


Esse cronograma podemos chamar de Plano Mestre de Produção (PMP, do inglês Master Production Schedule – MPS), ou seja, um documento que diz quais itens serão produzidos e quando cada um será produzido, em determinado período. Geralmente, esse período cobre algumas poucas semanas, podendo chegar de seis meses a um ano, analisando e planejando cada etapa do processo tendo como parâmetro: l Planejamento da Fábrica: a sequência de tarefas é planejada em unidades de processo, e a relação espacial entre os locais de trabalho é planificada.

l Planejamento do Processo: é escolhida a forma inicial do material para cada componente; cada processo definido no planejamento da fábrica é então analisado novamente e é planejada a divisão de operações. Também nesse nível é feita a escolha do maquinário e dos equipamentos necessários e é planejado o layout para cada departamento.

Planejamento de Operações: cada operação pensada durante o Planejamento do Processo é considerada individualmente e sua divisão final em elementos é definida. Ao mesmo tempo, são feitos planos para o ferramental especial necessário para completar cada operação e para o layout das diferentes máquinas e equipamentos que compõem cada centro produtivo. l

A elaboração desse PMP faz com que o PPCP comece a dar forma às atividades e atitudes para sua execução. Como vimos, vários setores estão integrados, e envolver seus colaboradores com os prazos e metas é fundamental. Fazer o acompanhamento para que todos os setores envolvidos possam realizá-lo dentro do que foi planejado é a diferença entre o sucesso ou não do cumprimento das datas. O PPCP é um “centro transformador de informações”, recebe “Lista de Materiais”, “Lista de Operações”, “Previsão de Vendas”, e as transforma em “Programas de Produção”, “Ordens de Fabricação e de Montagem” etc., enviando essas informações aos departamentos da fábrica.

RUBENS NUNES É CONSULTOR DE GESTÃO INDUSTRIAL HÁ MAIS DE 20 ANOS E SÓCIO DA MEGATECH CONSULTORIA. CONTATO@MEGATECHCONSULT.COM.BR


Mercado

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POR RENATA MARTORELLI

LONGE DA BRINCADEIRA MERCADO DE MODA INFANTIL ESTÁ EM EXPANSÃO E DITA TENDÊNCIAS

Modelo: Beatrice Mirrione Laporta Produção: Silvia Boriello e Henriete Mirrione Look: Brandili Foto: Silvia Boriello

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Foto: Divulgação

Aquele tempo em que as mães escolhiam as roupas que Projetando uma taxa cambial de R$ 2,35 por dólar, o valor os filhos iam usar ficou para trás. Os bebês e as crianças da produção de artigos de moda infantil e bebê chegaria já ditam tendências e influenciam os hábitos de consumo a US$ 8,5 bilhões em 2014, enquanto as importações da família, porque estão cada vez mais interessados em somariam US$ 320,5 milhões e as exportações, US$ moda, causando uma mudança no consumo e elevando 23,1 milhões. Com esses resultados, o consumo os números do setor. aparente poderá apresentar crescimento de 2,2% em O mercado de vestuário infantil representa cerca de volumes de peças e 7,3% em valores reais. Esses dados 15% do setor de moda e em 2013 movimentou R$ 16 serão confirmados pelo Iemi no decorrer do primeiro bilhões em roupas e acessórios. Segundo estimativas do semestre de 2015. mercado, o faturamento em 2014 deve chegar a R$ 150 Ligados nos pequenos milhões, sendo 60% vendas de roupas e calçados e o restante de brinquedos e carrinhos de bebê. O público infantil está mais exigente com os O núcleo de Inteligência de Mercado do Instituto produtos, já que os pequenos podem acompanhar de Estudos e Marketing Industrial (Iemi) divulgou o as tendências de moda pela internet, nas novelas estudo “Mercado Potencial de Moda Infantil e Bebê infantis e na própria escola. Um produto infantil 2014”, que teve como objetivo mostrar a evolução deve agradar tanto as crianças quanto os pais, que de oferta e demanda desses produtos nos são os responsáveis pelas compras. Apesar de últimos cinco anos (2009-2013), destinados ao os pais comprarem, atualmente as crianças público de até 12 anos. Segundo os dados expressam suas preferências desde pequenas, publicados, o Brasil conta com 7 mil unidades interferindo na decisão de compra. A garotada produtoras que atuam no segmento de moda leva em conta o estilo dos pais de se vestir, infantil e bebê. Juntas, as unidades são propagandas, amigos e seus interesses responsáveis por mais de 350 mil pessoas individuais. empregadas direta e indiretamente na Dentro desse novo contexto de comprodução dos artigos. A produção no setor portamento, as marcas de moda infantil buscam recuou 0,1% em 2013, se comparada com 2012, se identificar cada vez mais com seu público, para mas nos últimos cinco anos houve alta de 6%, atrair a atenção dele, e oferecem produtos que se passando de 1,4 bilhão de peças em 2009 para 1,5 enquadram nos pré-requisitos dos pais. milhão em 2013. Contudo, o consumo aparente teve Fundada em 1964, a Brandili no início crescimento de 11,4% em volumes de peças, entre fabricava conjuntos para batizados e blusas 2009 e 2013. básicas, e em 1990 a produção passou a ser A participação dos importados sobre o BRANDILI: NO INÍCIO, FABRICAVA de roupas 100% algodão, exclusivas consumo nacional voltou a crescer em 2013. Em CONJUNTOS PARA BATIZADOS E para crianças, passando a atender BLUSAS BÁSICAS, E EM 1990 A volumes de peças, os importados em 2009 PRODUÇÃO PASSOU A SER DE todos os estados do Brasil. A empresa ROUPAS 100% ALGODÃO. representavam 2,1% e, em 2013, chegaram a é um dos principais players do setor, 6%. Por outro lado, a participação das exportações sobre mantendo parques fabris nas cidades de Apiúna e a produção nacional, que foi de 1% em 2009, caiu para Otacílio Costa, em Santa Catarina, e Hernandarias, no 0,4% em 2013, em volumes de peças, segundo o Paraguai, além de uma unidade administrativa em estudo. As exportações caíram 13,4% em valores em Blumenau (SC). A marca trabalha com produtos de 0 a 12 dólares, representando um recuo de 3,5% ao ano; já as anos. “A marca principal, Brandili, possui peças que importações aumentaram 32,6% ao ano. seguem as principais tendências de moda para as Para 2014, o estudo do Iemi prevê um crescimento de crianças, sendo qualidade e conforto os principais 1,2% em volumes de peças. As importações deverão atributos. A Brandili Club tem um estilo descontraído e crescer 17,3% e as exportações terão recuo de 11,3%. divertido, com roupas coloridas e estampas descoladas.

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Mercado Foto: Divulgação

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LILICA RIPILICA

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Já a Brandili Mundi oferece roupas para comemorações e festinhas. A empresa também produz a linha Brandili Licenciados, que faz a criança vestir e viver o mundo da fantasia. São cinco coleções lançadas por ano: Alto Verão, Tropical, Inverno, São João e Primavera. Desenvolvemos também coleções especiais para o Norte e Nordeste brasileiros”, conta Bruna Brandes Klein, diretora de desenvolvimento de produto da Brandili. A empresa conta com 1.700 colaboradores diretos e cerca de 1.500 indiretos, representados pelas facções de confecção, e produz 1,4 milhão de peças por mês. “Investimos mais de R$ 70 milhões nos últimos cinco anos para modernizar nossos parques fabris e sistemas integrados de informação. A maior inovação é a tecnologia de classe mundial implementada na cadeia logística (Expedição) em 2014. Com as melhorias, a empresa pretende aumentar a eficiência operacional e ampliar em 2015 até 7% o volume de produção, que será de 14,5 milhões de peças em 2014. A informação também é um dos principais diferenciais competitivos, e com esses investimentos conseguimos ter, com maior agilidade e integração, informações internas para buscarmos a maior eficiência que gera competitividade, além das informações de mercado, desde as pesquisas de tendências, do perfil do consumidor, de preços, de concorrência, e com nossos clientes. No entanto, o plano de crescimento contempla não só infraestrutura como também qualificação de mão de obra, programas socioambientais, de qualidade de vida e de valorização profissional”, explica Bruna. O posicionamento da Brandili em 2014 foi de “amor

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pela criança” e reforçou a ideologia da empresa. “Percebemos que o envolvimento da marca com as mães, e vice-versa, vai muito além do simples ato de vestir. Ser fiel ao posicionamento 100% criança e ter o amor pela criança como seu valor principal, buscando sempre produtos e ações de marca que reflitam esses ideais, nos dará cada vez mais consistência perante o mercado. Garantir nosso DNA de moda, que não é lançar tendências ou arrojar, mas adaptar para o mundo infantil o que se vê nos adultos de forma a não ser tão temporal, também passa a ser reconhecido pelos clientes como perfil de produto Brandili. E ainda o posicionamento consistente de preços, alinhado com o estilo de produtos que o consumidor brasileiro deseja usar e a garantia da qualidade dão segurança para os lojistas e mães confiarem na marca. Aliar essas questões de produto com uma comunicação consistente para as mães, traduzindo nossos atributos e fazendo com que a promessa de marca seja sempre entregue. A pulverização ampla no mercado também é muito bem-vinda, pois garante que os produtos Brandili sejam encontrados em milhares de pontos de venda”, revela Bruna. O foco da empresa é ampliar ainda mais a distribuição para o mercado nacional, onde já se encontra presente em 67% das cidades, em 15 mil pontos de venda. “No conjunto de ações de expansão com foco web, renovamos nosso site institucional e relançamos o blog modainfantil.com.br, com muito mais recursos para os visitantes que estão interessados nas novidades da empresa e do universo da moda infantil. Lá o público encontra as coleções da marca, dicas, tendências, fotos de crianças com looks Brandili e muito mais. Também investimos em projetos socioambientais e apoiamos causas voltadas ao bemestar e à qualidade de vida de crianças e adolescentes. Além de práticas corporativas nas comunidades onde atuamos, pelo terceiro ano consecutivo somos apoiadores do projeto Criança Esperança, parceria da Unesco com a Rede Globo”, salienta Bruna. Para a diretora de desenvolvimento de produto da grife, o mercado tem acompanhado uma mudança de comportamento das crianças, ocorrido por vários fatores, como a tecnologia. “Hoje em dia, as crianças, na maioria das vezes, já escolhem sua própria roupa e procuram cada vez mais peças fashionistas. E nós temos o cuidado



Mercado de interpretar esse comportamento. Não significa que a criança queira ser, por exemplo, uma blogueira fashionista. Muitas vezes esse comportamento é mais incentivado pela mãe, que gosta de vestir a criança dentro das tendências, tirar fotos, postar em redes sociais ou blogs e vibrar com isso, mostrando para a criança que é legal ‘brincar’ de se vestir. Sim, as crianças escolhem a roupa, gostam de moda, mas sua influência continua sendo a mãe, os amigos, os ídolos, personagens ou outras crianças/celebridades, dependendo da idade. As menores também associam roupa a fantasia, não estão necessariamente preocupadas em seguir ou não uma tendência de moda, mas escolhem a roupa por uma imagem que está em sua imaginação – pode ser uma princesa, uma fada, uma boneca, um herói, a mãe, uma celebridade. Ou seja, moda infantil é uma realidade e uma preocupação do mercado, roupa de criança não é um produto ‘genérico’. O mercado reconhece isso e aposta em marcas com esse entendimento. Percebemos que o consumidor médio brasileiro investe em roupas para seu filho, quer algo bom e que chame atenção para diferentes momentos, mas também precisa da roupa mais básica para o dia a dia, que seja durável. Essa equação de propostas de valor é o que percebemos que o mercado valoriza em uma marca.” A Marisol nasceu em 22 de maio de 1964, em Jaraguá do Sul (SC), como uma pequena fábrica de chapéus de praia, tendo como fundador o empreendedor Pedro Donini, o qual vislumbrava o êxito das fibras naturais e sintéticas. Em 1968, já com 25 colaboradores, a fábrica de chapéus de praia decresceu, foi então que a empresa adquiriu uma pequena indústria de malhas e mudou sua atividade. “Com a incorporação da Tricotagem e Malharia Jaraguá Ltda., a fábrica renasceu e passou a trilhar um novo caminho. Assim, a partir de 1981, a Marisol ampliou sua produção, realizou aquisições e ingressou no seleto grupo das grandes malharias, com ênfase na produção de commodities. Sua filosofia de trabalho, desde bem cedo definida, baseia-se na manutenção permanente do elevado padrão de qualidade de seus produtos e serviços para a completa satisfação dos consumidores nos segmentos de mercado em que a empresa atua. Já entre 1991 e 2000, a companhia lançou as marcas Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre, passando a atuar em nichos de

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mercado e transformando-se em respeitável indústria de vestuário. Em 2001, a empresa passou a diversificar sua atuação, ingressando em segmentos de calçados, meias e acessórios e desenvolvendo redes de franquias e rede de valor, além de posicionar-se como reconhecida gestora de marcas e canais de distribuição no segmento de vestuário”, explica Ivanildo Paulo Krause, diretor corporativo-financeiro da Marisol. Para garantir competitividade e sustentabilidade num cenário de grandes desafios para a indústria do vestuário, entre 2011 e 2013 a Marisol consolidou sua estratégia e reorganizou sua atividade produtiva. Ela é uma companhia de capital fechado e tem capacidade de produzir 11 milhões de peças de roupa e 2,2 milhões de pares de calçados por ano. Conta com duas unidades fabris, no Ceará (Pacatuba) e em Santa Catarina (Jaraguá do Sul), e com três unidades de negócios, que fazem a gestão das marcas (Marisol, Mineral, Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre) e dos canais de distribuição – redes de franquias, redes de Valor, e-commerce, lojas próprias e lojas multimarcas. Segundo Gilmar Sérgio Vegini, diretor corporativo do varejo, a Lilica Ripilica oferece produtos para os públicos das classes A e B, para as linhas de recém-nascidos, bebê, primeiros passos e infantil, compreendendo uma faixa etária de 0 a 10 anos. “Setenta por cento do que distribuímos no mercado provém de produção interna. Em termos de confecção, todas as peças são produzidas internamente com algum tipo de terceirização em alguns dos processos, como em bordados, sublimação etc. Na produção de calçados, 50% produzimos internamente e Foto: Júlio Soares/Objetiva Fotografias

A DEDEKA, DE CAXIAS DO SUL (RS), PRODUZ HOMEWEAR, SUMMER BEBÊ E INFANTIL DESDE 12 DE JULHO DE 1990.

UNDERWEAR E


nos outros 50% utilizamos serviços de terceirização local para produção de alguns processos, que são finalizados internamente. Trinta por cento do que distribuímos no mercado provém de produtos dos quais não temos expertise de produção interna e que compramos prontos. Esses produtos são predominantemente oriundos do mercado externo, predominantemente da Ásia”, revela Gilmar. A Marisol possui atualmente duas unidades industriais nos estados de Santa Catarina (em Jaraguá do Sul) e Ceará (na cidade de Pacatuba). “Contamos com 3 mil colaboradores, com instalações de 153 mil m2 de área construída, com capacidade para produzir mensalmente 400 toneladas de malha, 800 mil peças de roupa, 180 mil pares de calçados infantis e 100 mil de pares de meias. Para a marca Lilica Ripilica, temos uma capacidade mensal de produção interna de 200 mil peças de roupa, 50 mil pares de calçados e 25 mil pares de meias. Distribuímos a marca Lilica Ripilica em diversos canais, como a rede de franquias Lilica & Tigor, que tem 170 lojas, todas operadas por franqueados e espalhadas pelo território nacional”, destaca Jair Pasquali, diretor corporativo industrial da Marisol. Para alcançar um padrão mundial de competitividade em seu segmento de atuação, a Marisol revisou sua matriz de sourcing. Definindo especializações de suas unidades, concentrou suas operações industriais, além de constituir uma empresa no exterior, a Marisol Hong Kong, para gerenciar parte da produção em países asiáticos. Outro movimento importante para a otimização da competitividade foi a decisão de comercializar parte da produção de malhas para terceiros, transformando em riqueza parte da capacidade operacional. “As transformações realizadas para adequar a Marisol a esse padrão de competitividade mundial possibilitaram que a empresa alcançasse um desempenho mercadológico muito superior à média de 2,3% do PIB brasileiro. Em 2013, a receita operacional líquida cresceu 23% em relação a 2012, ampliando a geração de riqueza da Marisol para toda a sociedade. Temos um plano de crescimento consistente para os próximos anos, que envolve desde o crescimento da rede de lojas Lilica e Tigor, passando pelo aumento do portfólio de produtos e chegando até o desenvolvimento de conteúdo, engajamento e divulgação da marca. Já estamos desenvolvendo um material completo, atualizando o posicionamento da marca, e na sequência vamos montar a estratégia de divulgação para o mercado. Além disso, vamos investir nas redes sociais, onde já somos líderes entre as marcas infantis, tanto no Facebook como no Instagram.” A Dedeka, de Caxias do Sul (RS), produz homewear, underwear e Summer bebê e infantil desde 12 de julho de 1990. “Começamos fazendo um modelo de calças plásticas diferenciado, que não existia no mercado, em uma área de 18 m2, com meia mesa de pingue-pongue para cortar as matérias-primas, uma prensa de botão de pressão manual e uma produção aproximada de mil calças plásticas por mês. Apenas alguns anos depois,


Mercado Foto: Divulgação

com a abertura de mercado e com uma mercado que tem espaço para muito oportunidade de negócio, é que crescimento. A Dedeka, por exemplo, começamos a fabricar a linha deve fechar 2014 com 10% a mais em underwear”, diz Sérgio Moacir da Rosa, relação ao ano anterior. Além disso, os diretor da Dedeka. Dentro da linha de produtos confeccionados no Brasil são homewear, a marca oferece pijamas, bem vistos no mundo inteiro pela bodies, macacões, camisolas, lençóis qualidade e pelo design”, comenta para berço, mantas, pantufas, babaSérgio sobre as projeções do mercado dores, paninhos de boca etc.; na de infantil. underwear, ceroulas, camisetas, bodies O talento para a moda surgiu há básicos etc.; e, na Summer, roupões, muito tempo na vida de Lucileine, biquínis, maiôs, sungas, saídas de praia diretora e proprietária da Karapalida. etc., para crianças de 0 a 8 anos. Sua avó, que veio da Itália, trabalhava A Dedeka terceiriza parte da costura, com alta-costura e a neta mostrava os demais processos são feitos A KARAPALIDA CONTA COM 160 suas habilidades com a agulha e a linha. COLABORADORES DIRETOS, ALÉM DE internamente, inclusive a parte de Em Cianorte (PR), uma cidade que TRABALHAR COM FACÇÕES E LAVANDERIAS estamparia. No momento, a grife conta TERCEIRIZADAS, E PRODUZ 30 MIL PEÇAS respira moda, só faltava um incentivo POR MÊS. com 90 colaboradores e uma produção para que a proprietária pudesse mensal de aproximadamente 60 mil peças, que atendem concretizar seu sonho. Foi quando ela chamou os irmãos a lojas multimarcas e são vendidas na loja virtual outlet. João Paulo e Selene para ajudá-la. Com a moda no DNA “Estar atento ao mercado, sempre inovando, da família, em 1999 nascia a Karapalida. Com a chegada surpreendendo os clientes e, principalmente, fazer tudo e o crescimento dos filhos, Lucileine e o esposo, Roberto, isso em meio a situações externas que influenciam, perceberam a escassez de roupas infantis no mercado e como, por exemplo, a concorrência, não apenas de o sonho de ter uma produção logo virou um importante produtos chineses, vindos em contêineres, mas também motivo para investir e inovar. Da excelência na fabricação das compras feitas por turistas no exterior; a economia de peças kids, a família Karapalida cresceu e se tornou interna do país, a alta taxa de impostos e de juros, a falta especializada também em moda teen. O público da de mão de obra qualificada. Em relação a essa última marca vai de 0 a 13 anos, das classes B, C e D, com questão, vejo que os critérios atuais para recebimento de peças masculinas e femininas de modinha e jeans. “A Bolsa Família e salário desemprego acabam prejudicando confecção é uma tradição na família e no município onde as empresas e a economia do próprio país, uma vez que moramos. Escolhemos o público infantil porque a oferta muitos preferem receber tais itens sem trabalhar em vez de produtos para o segmento era muito escassa. de se qualificar e contribuir com a mudança da cultura de Queríamos algo tão encantador e fashion quanto as um país de Terceiro Mundo, que ainda temos”, desabafa peças feitas para adultos”, revela Roberto Tavares, diretor Sérgio. A marca pretende abrir uma loja própria nos da empresa. A Karapalida conta com 160 colaboradores próximos cinco anos, com o objetivo de reforçar o apoio diretos, além de trabalhar com facções e lavanderias aos parceiros lojistas e, também, estreitar o relaciona- terceirizadas, e produz 30 mil peças por mês. Ao todo, a mento com o consumidor para que o conceito da marca grife possui quatro lojas de atacado e varejo em Cianorte Dedeka seja conhecido mais facilmente. e Maringá, no Paraná. “O ramo têxtil e da confecção, de modo geral, tem “Acredito que o mercado de moda infantil está em sentido dificuldades, mas, em relação ao infantil, acredito expansão, especialmente com a exploração do público que esteja num cenário melhor, inclusive em crescimento, teen. Mais do que saber como as mães querem vestir até mesmo em virtude de os pais estarem investindo seus filhos, procuramos identificar nas pesquisas o cada vez mais em seus filhos. É, sem dúvida, um comportamento e o desejo das crianças, cada vez mais

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Foto: Divulgação

conectadas e decididas. A internet tem grande influência, pois dita moda de desenhos, seriados, gírias, e a gente busca seguir tudo para acompanhar nossos consumidores”, diz TENIS STAR BABY PREMIUM COM ESTAMPA FLORAL SALMÃO, Roberto. DA PIMPOLHO. A Pimpolho, fundada em 1962 por José Tavares de Brito juntamente com a esposa, Nilza Vieira de Azevedo, está localizada em Vila Velha (ES) e desenvolve produtos para os pimpolhos de 0 a 3 anos, entre calçados, meias, brinquedos, chinelos, vestuário, copinhos, pratinhos e bonés. “Desde o início, apostamos no mercado infantil, mas a cada ano, a cada coleção, nossa missão é sempre trazer qualidade, estilo, tendências e novidades para as mamães e seus filhos”, conta Gustavo Horto, CEO da Pimpolho. Segundo Gustavo, grande parte dos produtos oferecidos é produzida na planta industrial em Vila Velha. “Temos ainda mais duas filiais produzindo nossas peças. Alguns produtos são desenvolvidos por nós, mas produzidos por terceiros, sempre mantendo nosso padrão total de qualidade e desenvolvimento”, explica. A empresa produz 20 mil pares de calçados por dia. “Não possuímos lojas próprias, mas contamos com mais de 9 mil pontos de venda no território nacional e atuamos desde 1995 em mais de 40 países, com forte presença no Oriente Médio, Europa, África e América Latina. O ecommerce B2B, www.lojistapimpolho.com.br, é voltado para o atendimento de lojistas e disponibiliza todo o portfólio da marca, que inclui mais de 500 produtos para pronta-entrega. Além das lojas de varejo, estamos hoje nos principais atacados e em todos os magazines do Brasil. Temos parceria com mais de dez e-commerces para o cliente final”, revela Gustavo. Para os próximos cinco anos, a Pimpolho pretende continuar com o constante crescimento, que em 2012 foi de 26% e, em 2013, de 21%. “Em 2014, lançamos a linha de confecção infantil, com os bodies. Para 2015, outras novidades virão na linha de confecção. Lançamos ainda a linha Colorê, com uma proposta totalmente diferenciada, desde a linda embalagem, passando pelo cheirinho único de nossas sandálias e sapatilhas coloridas e estilosas. A marca prepara grandes novidades para 2015. O que mais ouvimos dos clientes lojistas é a grande procura que nossos produtos possuem nos pontos de venda. Isso nos deixa cada vez mais entusiasmados e motivados para seguirmos neste caminho com a tradição da marca Pimpolho. Hoje, possuímos 25 profissionais na área de P&D (produção e design), considerando profissionais da área de produtos, estilo e tendências no Brasil e na Europa, trazendo todas as novidades com a inovação, a qualidade e a rapidez de que nosso cliente necessita”, comemora Gustavo.


Lançamentos ANDRADE INICIA 2015 COM LANÇAMENTO Ano novo, Fotos: Divulgação máquinas novas. A Andrade Máquinas inicia 2015 trazendo como lançamento a Sansei SA7200 RPF, máquina reta eletrônica ponto fixo, com direct drive e alta velocidade de costura. Possui sistema de corte de linha oscilante – mais eficiente que o sistema tradicional –, painel de programação integrado ao cabeçote, compacto, funcional e de simples operação, e a possibilidade de programação de ciclos de costura para aplicação de etiquetas, bolsos em camisas e outras variações.

O CADARÇO NÃO É MAIS O MESMO Para quem procura cadarços com o mesmo tingimento da cor da peça ou fundo cru, a Etical Etiquetas disponibilizou recentemente esse tipo de produto. Feito de algodão, possui textura macia e logomarca contínua.

LEITURA FASHION Sapato de Mulher – Um Passeio pelo Imaginário das Brasileiras: sapatos e mulheres – uma atração fatal! Esse interesse feminino serviu como base para o livro escrito por Eliana Castro, João Braga e Ricardo Feldman, que oferece uma perspectiva comportamental sobre essa paixão ilógica. A partir da história do calçado e suas correspondências simbólicas, o livro faz a conexão entre os pés e o andar feminino, o molejo das brasileiras, a relação entre salto e poder, excentricidades, fantasias e sonhos, tudo ilustrado com entrevistas feitas com mulheres de várias regiões do Brasil, bem como editores de moda, stylists, designers de calçados, estilistas, historiadores, psicólogos, e imagens do acervo de grandes fotógrafos da moda nacional. O livro foi criado pela Editora Livre, com apoio da Lei Rouanet, e patrocinado pela C&A. Editora Livre, www.livreconteudo.com.br.

ERRATA: Na edição 82 de Costura Perfeita, o lançamento da Andrade Máquinas foi publicado com a foto errada. Segue a imagem correta e sua descrição. NOVIDADE KANSAI SPECIAL NO MERCADO NACIONAL A Andrade Máquinas está trazendo ao mercado a nova galoneira da Kansai Special, modelo WX8803MG, prático e ideal para qualquer confecção. Isso porque possui três agulhas, cinco fios, base plana fechada com bitola de ¼ para barras de roupas em geral e velocidade de 6.000 ppm. Ainda acompanha um kit especial completo de base aberta e seus respectivos acessórios para aplicação de viés, com chapa, dente, calcador, suporte e prato para colocar a fita.

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Empreendedorismo Sebrae

Foto: Rodrigo Oliveira/Divulgação

Perguntas e Respostas LUIZ BARRETTO,

PRESIDENTE DO

SEBRAE NACIONAL.

Palavra do Presidente Diante de inúmeras oportunidades de expansão, a indústria têxtil encontra no nicho de uniformes um mercado promissor. Diferentemente de décadas atrás, quando o desenho das roupas profissionais não acompanhava tendências, a produção atual ganhou sofisticação e status de moda, graças a novas modelagens, cores e tecidos. Com 1,2 mil empresas que fabricam exclusivamente uniformes e geram 52 mil empregos diretos, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o segmento de roupas profissionais no Brasil está em ascensão e apresenta um leque de alternativas para quem deseja investir na área. Grandes acontecimentos esportivos, como a Copa do Mundo do ano passado e as Olimpíadas de 2016, abriram espaço para as micros e pequenas empresas fornecerem roupas e acessórios para os funcionários envolvidos nas obras e nos próprios eventos. Além disso, escolas, academias de ginástica, condomínios, bancos, empresas de segurança, indústrias e empresas de todas as áreas são clientes em potencial. O Sebrae tem investido em projetos de fortalecimento do setor em diversos estados e as estratégias incluem capacitação e acesso a mercados. A concorrência tende a aumentar, mas o empreendedor preparado só tem a ganhar.

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Quais os principais desafios para as confecções de uniformes? É necessário se adequar às normas técnicas e exigências feitas pelas empresas contratantes. O empreendedor do ramo também precisa estar atento a investimentos em maquinário, tecnologia, inovação e design diferenciado. O principal desafio, no entanto, é aplicar excelência na gestão, definindo claramente o posicionamento da empresa, para saber em quais oportunidades apostar e não dar um passo maior do que a perna. Como os empreendedores podem aproveitar as oportunidades? Fabricar uniformes exige um grande investimento em maquinário e capacitação dos profissionais para operar os equipamentos. Se a confecção já é estabelecida, vale participar de cursos, concorrências públicas e feiras de negócios. Caso a empresa ainda não esteja estabelecida, o Sebrae pode ajudar a começar do zero, da criação de um plano de negócios à pesquisa de mercado e de investimentos necessários. É possível trabalhar com segmentação no ramo de confecção de roupas profissionais? O mercado de roupas profissionais é muito amplo e inclui desde peças de uso obrigatório, como jalecos para uso no setor alimentício e hospitalar, até uniformes completos e de identificação imediata para profissionais como lixeiros, agentes de trânsito e de empresas aéreas, que precisam ser feitos de materiais diferenciados, com proteção contra a exposição solar, por exemplo.


Inovação nos uniformes do Rio de Janeiro Uma pesquisa do Sebrae no Rio de Janeiro feita em 2012 mostrou que o segmento de moda que mais cresceu no estado nos últimos anos foi o de roupas profissionais. Com esses resultados, a coordenação de moda da instituição iniciou um projeto para capacitar empresas do setor de uniformes e facilitar o acesso a mercados. Administrador da fábrica de uniformes Sofistil, Rafael Peixoto tem participado do projeto desde o começo e já comemora os resultados. Além de vender para bancos e grandes empresas locais, conseguiu ter a empresa inserida no cadastro de fornecedores da L’Oréal, do Comitê Olímpico Internacional (COI) e da Volkswagen. “O Sebrae nos ajudou a ter acesso a clientes que antes não teríamos como conhecer, abriu muitas portas”, afirma. A empresa, que existe há seis anos, surgiu de uma necessidade pessoal por uniformes profissionais, que estavam custando caro ao empresário, mas deu tão certo que virou o principal empreendimento de Peixoto. “Esse não é um mercado para aventureiros, são necessários foco e investimento em tecnologia e na sistematização do processo, em capacitação”, alerta. Hoje, a Sofistil é uma empresa especializada em soluções de uniformização, de roupas simples até peças com proteção antimicrobiana e solar; de acessórios até equipamentos de segurança, fornecidos em parcerias com empresas como a 3M.

Qualidade atestada Uma das exigências no Brasil para começar a produzir roupas profissionais é o selo Qual de qualidade, desenvolvido pela Abit e pela Apex-Brasil para proporcionar mais segurança e conforto aos usuários e compradores de uniformes de todos os segmentos do mercado, que leva em conta, entre outras coisas, aspectos de sustentabilidade na fabricação. Para saber mais, acesse o site do selo (www.seloqual.com.br). www.sebrae.com.br


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POR WELLINGTON NUNES

Foto: Arquivo pessoal

Produção

Controles de produção: qual o melhor método? Essa é uma questão muito ampla. Existem algumas formas de fazer esse controle e algumas pessoas defendem a sua utilização como sendo a ideal. Vejam, a seguir, exemplos dessas “maneiras”. Algumas empresas utilizam controles por dados históricos, em que as informações de metas são o resultado de um dado anterior por vezes alcançado, que imaginam ser o ideal.

Outras fazem esse controle de metas por necessidade de resultados, em que o que precisa ser feito é o que “tem que sair”, muitas vezes utilizando o recurso de horas extras, sem se preocupar com o custo extra que essa ação gera. Outras fazem o controle da meta pela capacidade de uma colaboradora, ou seja, a colaboradora X pode produzir uma quantidade Y de peças e é essa a meta da fábrica, gerando gargalos e ociosidades.

Vejam um exemplo de apontamento de resultados: Controle de produção Operadoras diretas ==========>

13,5

Jornada de trabalho =========>

540,0000

Soma dos minutos parados =====> Minutos trabalhados =========> Data 14/fev.

7290,0000

Modelo

Ref.

Sutiã

2748

Total peças =======>

894

Quant. 894

R$

-

Valor total peças ===>

R$

12583

Eficiência % ===>

48,32%

3,94

Custo

Custo

Preço

Minutos

unit. prev.

unit. real

unitário

produz.

R$ -

R$ -

3522,3600

3522,3600

Custo total peças ===> Acumulado ===>

T.P.

O controle da produção tem que ser executado por profissionais treinados e capazes de prover informações à gestão industrial em tempo hábil de corrigir os desvios do que foi planejado como meta.

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Outras fazem o controle da meta pela capacidade de um tipo de máquina, ou seja, a máquina X pode produzir uma quantidade Y de peças e é essa a meta da fábrica, gerando gargalos e ociosidade. Já outras não controlam a meta, apenas apontam o resultado do trabalho de cada colaboradora no final do dia. Isso exige um grau de controle muito trabalhoso e pouco eficaz, uma vez que se prega a execução do processo e não o término do produto. Nesses casos, existe uma inicialização de um banco de informações que serão utilizadas no controle por fatos históricos, mas, como disse anteriormente, controlam com o apontamento o resultado, sem a cobrança de metas. Outras promovem uma “mistura” de todas essas “maneiras” e fazem um controle de metas em que a necessidade é quem ditará a forma de controle. O controle ideal é aquele que, inicialmente, promove a cronometragem e estudos de capacidade produtiva, em que é levado em conta o número de colaboradores, de máquinas e equipamentos, o que vem a ser a cronoanálise do produto, que chamamos de Controle Sistemático Disciplinar (tema já tratado em edições anteriores), controle de apontamentos checados a cada período preestabelecido, podendo ser a cada 15, 30 ou 60 minutos, dependendo da política de cada empresa Mas atenção: a cronometragem ou o estudo errado dessa técnica poderá trazer prejuízos irreparáveis à saúde financeira da empresa. Já encontramos empresas em que não se teve cuidado e constatamos que a meta estava elaborada de forma errada. Os números de produtividade eram excelentes, mas o resultado financeiro, um fiasco. Infelizmente, essa situação é mais comum do que muitos de vocês, leitores, podem imaginar. Para que possamos ter um controle de produção eficaz, é necessário que se atente às técnicas já existentes. Entre elas, podemos citar o controle por etapas, no qual poderemos seguir (veja tabela na página 32): Estabelecimento de padrões; l Avaliação de desempenho; l Comparação do desempenho com o padrão estabelecido; l Ação corretiva. l

WELLINGTON NUNES É CONSULTOR DA MEGATECH CONSULT. WELLINGTON@MEGATECHCONSULT.COM.BR


Especial

|

POR SILVIA BORIELLO

QUEM FAZ SUAS ROUPAS? A INDÚSTRIA DA MODA MOVIMENTA-SE PARA INSTIGAR CONSUMIDORES A ENXERGAR ALÉM DAS ETIQUETAS DE PREÇO E TAMANHO NA HORA DE COMPRAR UM ITEM DE VESTUÁRIO E SE CONSCIENTIZAR DO IMPACTO DE SUAS ESCOLHAS

Atire a primeira pedra quem disser que, quando vê numa vitrine Foto: Divulgação

uma roupa, calçado ou acessório que chame sua atenção, imediatamente o ponto focal se desloca para a etiqueta de preço. E, já dentro da loja, para a de tamanho. Quiçá uma espiada no tipo de tecido e nas instruções de lavagem. Mas e o restante das informações que essa peça carrega em sua etiqueta de fabricação importa para você?

PÔSTER DA CAMPANHA “WHO MADE YOUR CLOTHES?”, FASHION REVOLUTION.

DO MOVIMENTO

A moda, de forma geral, tem o poder e o dom do encantamento, de fazer as pessoas se enxergarem e se imaginarem

com jornadas desgastantes, ambiente insalubre, sem a mínima

de um jeito que transmita pinceladas de sua personalidade ou

estrutura de segurança, e valores pífios pagos por peça

de como gostariam de ser vistas pelas outras. Há uma projeção,

costurada, era – e ainda é – a mina de ouro de grandes grifes

uma transmutação. Então, que tal nos aprofundarmos um

de fast fashion internacionais. A cena das vítimas entre os

pouquinho mais nessa troca além do nosso corpo? Já parou

escombros com etiquetas de dezenas de marcas espalhadas é

para pensar em quem faz suas roupas?

realmente chocante. E essa foi apenas mais uma das

A globalização há muito tempo vem permitindo o

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ocorrências, infelizmente.

intercâmbio de culturas, informações e também aproximando

Com repercussão mundial, o caso Rana Plaza tornou-se um

pensamentos. Isso é fato, aliás, totalmente saudável e inte-

símbolo de pedido de socorro para o que acontece na indústria

ressante. Mas, ao mesmo tempo, por outro lado, fez com que

de vestuário, que, além de utilizar trabalho escravo, contribui

os olhos que veem cifras em primeiro plano brilhassem com a

com a poluição e a devastação de terras, alimentada pelo

possibilidade de explorar pessoas e recursos abundantes em

consumo inconsciente e desenfreado. Para marcar essa data,

outras partes do mundo, sem dar a eles o devido valor.

foi criado o movimento Fashion Revolution, em que designers,

Um exemplo disso na indústria da moda foi o desastre

ativistas e jornalistas britânicos de moda sustentável se uniram

ocorrido no dia 24 de abril de 2013, no edifício Rana Plaza, em

na ânsia por mudanças. Encabeçado pela britânica Carry

Bangladesh. Seus oito andares, construídos e ocupados de

Somers e pela italiana Orsola de Castro, pioneiras em moda

forma totalmente irregular por prestadores de serviços de

ética, o movimento ganhou notoriedade com o Fashion

costura na parte superior e um shopping embaixo, ruíram

Revolution Day, comemorado pela primeira vez em 24 de abril

matando cerca de 1.200 trabalhadores e deixando mais de

de 2014, quando a tragédia em Bangladesh completou um ano,

2.500 gravemente feridos. No dia anterior, grandes rachaduras

espalhando-se por mais de 70 países, inclusive o Brasil.

na construção já haviam sido notícia na imprensa local, mas

“A ideia para o Fashion Revolution Day veio a mim durante o

nenhuma providência foi tomada para evitar a catástrofe. Além

banho”, explica Carry Somers. “Eu vi que o desastre com o

disso, a forma degradante de trabalho a que eram submetidos,

Rana Plaza poderia atuar como um catalisador, com a


conscientização em torno da moda ética fornecendo uma janela

subumanas para que você tenha uma roupa bonita ou barata,

para trazer a mudança real. O Fashion Revolution Day

descartada após pouquíssimo uso, desde o plantio do algodão

representa uma excelente oportunidade para reconectar os

até o produto final, nas araras das lojas. E não estamos

amantes da moda com as pessoas que fizeram suas roupas”,

dramatizando, é uma verdade.

reflete.

O braço brasileiro do Fashion Revolution teve início em Foto: Divulgação

janeiro de 2014, por meio de Fernanda Simon, e foi lançado oficialmente no SP.Ecoera. Hoje conta com colaboradores de diversos estados. De acordo com Bruna Miranda, responsável pela comunicação do movimento aqui no país, o Fashion Revolution atua no mundo com temas e abordagens desenvolvidos pelas fundadoras e pela equipe londrina, estimulando a conscientização e melhorias na área de moda como um todo, especialmente nas questões sociais e ambientais, com debates, mesas-redondas, palestras, desfiles, bazares, entre outras ações, seguindo a mesma temática de

ORSOLA DE CASTRO REVOLUTION.

E

CARRY SOMERS,

IDEALIZADORAS DO

FASHION

forma global. Mas Bruna salienta que cada país tem a liberdade de realizar atividades pertinentes ao que acontece em seu

O movimento procura mostrar que, por trás de uma

território e à sua cultura, mas sempre alinhadas ao pensamento

indústria que possui uma cadeia produtiva tão fragmentada

da matriz. “No Brasil, trabalhamos bastante pela internet,

como a moda, os produtores tornam-se praticamente

especialmente pelo Facebook, enquanto nos outros países a

anônimos, sem rosto, mas isso tem um alto custo, o de vidas,

atuação pelo Twitter é muito mais intensa. Nossos eventos

de pessoas no mundo inteiro sofrendo em condições

reúnem profissionais das áreas criativas e de design e são um Foto: Andrew Biraj/Reuters

EDIFÍCIO RANA PLAZA,

EM

BANGLADESH,

QUE DESABOU EM

24

DE ABRIL DE

2013

MATANDO CERCA DE

1.200

TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO.

35


Especial Foto: Divulgação

ALGODÃO: NEM TUDO SÃO FLORES Um dado alarmante, segundo Fernanda Simon, do Fashion Revolution Brasil, é que a indústria têxtil é responsável por 20% das águas relacionadas às atividades industriais no mundo1 e por 10% do total de emissão global de gás carbônico2. O algodão, fibra natural tão utilizada em toda a indústria, torna-se um vilão quando se fala de solo e camada freática. Isso porque em seu cultivo se utilizam 25% dos agrotóxicos do mundo e são necessários cerca de 2.700 litros de água para produzir uma única camiseta3. Além disso, segundo relatos, 90% da água usada na produção têxtil de países emergentes é descartada sem BRUNA MIRANDA, RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO DO FASHION REVOLUTION BRASIL; LYLIAN BERLIM, AUTORA DO LIVRO MODA E SUSTENTABILIDADE – UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA; FERNANDA SIMON, COORDENADORA DO FASHION REVOLUTION BRASIL; E JULIA MERQUIOR, DA LOJA MUTAÇÕES.

nenhum tipo de tratamento4, poluindo e devastando o solo e a água e utilizando grandes quantidades de energia e petróleo (58% das roupas são de tecidos sintéticos derivados do petróleo). E o pior: grande parte dessa produção, quando descartada, vai parar em aterros

ponto expressivo da cultura de moda brasileira. Os simpatizantes da causa têm a liberdade de organizar eventos e manifestações diversas que coloquem a campanha e seus debates em evidência, da maneira que lhes for mais conveniente e interessante, dentro das premissas que defendemos”, destaca

sanitários. Apenas nos EUA são produzidas mais de 13 milhões de toneladas de resíduos têxteis ao ano. No Brasil, só na região do Bom Retiro, em São Paulo (SP), são geradas 50 toneladas de resíduos têxteis por dia.

ela. Bruna conta que o primeiro Fashion Revolution Day, comemorado também no Brasil em 2014, foi marcado por manifestações online nas quais foram enviados releases da campanha aos principais veículos do país – de moda e notícias diversas –, o que rendeu uma grande repercussão, com pessoas enviando e compartilhando suas fotos com roupas vestidas do avesso, mostrando a etiqueta e questionando as

Referências: 1. Textile Exchange Brochure 2010. 2. Valerio Zaffalon. Climate Change, Carbon Mitigation and Textiles. Textile World, 2010. 3. A Comprehensive Introduction to Water Footprint. Hoesktra & Chapagain, 2008. 4. Lucy Siegle. To Die For, 2011.

marcas. “Quem Fez Suas Roupas?” foi a pergunta-tema da campanha em seu primeiro ano. Fernanda Simon, coordenadora brasileira, diz que, por parte do público, houve uma grande

ÉTICA: POR ONDE ANDA VOCÊ?

adesão, porém, por parte das empresas questionadas, a participação foi baixíssima. Algumas das marcas que apoiam o

Tomando como exemplo o desastre de Rana Plaza, em

movimento no Brasil são Flavia Aranha, que trabalha com

Bangladesh, no qual grifes internacionais como Primark,

tecidos e tingimentos naturais; as estilistas cariocas Gabriela

Benetton, Carrefour e Mango produziam, só para citar algumas,

Mazepa, que trabalha com upcycling (reconstrução de peças), e

mais de 150 marcas europeias e 14 americanas, como H&M e

Flavia Amadeu, que produz joias orgânicas feitas de borracha de

Mango, assinaram o Acordo de Segurança em Construções e

comunidades da Amazônia; a Loja Mutações, também do Rio

Incêndios em Bangladesh (Accordon Fire and Building Safety in

de Janeiro; a grife mineira Green Co.; o evento Ecoera, de

Bangladesh), um contrato que vincula juridicamente as marcas

Chiara Gadaleta, membro do time Fashion Revolution Brasil. No

e sindicatos do país, fazendo relatórios públicos e inspeções

exterior, aparecem nomes de peso, como Bianca Jagger, as

independentes nas fábricas. A marca americana Gap recusou-

jornalistas Lucy Siegle e Tamsin Blanchard, Livia Firth, Mary

se a assiná-lo.

Portas, Jo Wood, o fotógrafo Trevor Leighton e as marcas Ellen Fisher, Sprit e G-Star Raw, entre outras.

36

Fernanda Simon diz que Amirul Haque Amin, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores de Bangladesh, afirmou


certa vez, numa manifestação em Londres, o seguinte: “Acho

Fernanda lamenta que o lucro ainda fale muito mais alto do

que é realmente difícil afirmar que exista uma fábrica ética em

que as questões humanitárias e ambientais para as marcas que

Bangladesh. Como sindicato, não podemos dizer isso.

continuam com essas práticas, mas destaca que as pessoas

Podemos simplesmente dizer que as fábricas estão se

começaram a perceber que não dá mais para fechar os olhos

movendo em direção a melhores condições”.

frente aos absurdos que as empresas cometem em prol de

Sabemos, infelizmente, que isso está longe de acontecer e

preços baixíssimos, o que só leva ao consumo exagerado e a

que a prática de produção antiética funciona a pleno vapor em

ganhos gananciosos. “Para ter uma ideia de como já

diversos países, especialmente nos mais pobres, que se

visualizamos as mudanças que estão a caminho, todos os

vendem a preços indecentes, trabalhando a qualquer custo,

nossos posts do Fashion Revolution Brasil no Facebook que

literalmente. No Brasil, os casos estão se tornando recorrentes

destacam denúncias de marcas que ainda se favorecem com o

e notórios nos últimos anos, em particular com imigrantes –

trabalho escravo são, de longe, os mais visualizados e

bolivianos, peruanos, paraguaios – flagrados pelo Ministério

compartilhados”, revela.

Público do Trabalho trabalhando em condições degradantes e análogas à escravidão, costurando para marcas famosas como

CONSCIENTIZAÇÃO: PALAVRA-CHAVE

M.Officer, Zara, Renner, Pernambucanas, Le Lis Blanc, Luigi Bertoli e Emme (essas duas últimas do Grupo GEP, detentor da

Com toda certeza, a intenção de uma pessoa quando

Gap no Brasil), entre outras. Apesar de o país não ser dos

compra alguma roupa, calçado ou acessório é ficar bem

piores, isso não é pretexto para não corrigir o que há de errado.

consigo mesma, se embelezar, presentear alguém, e não a de

De qualquer forma, a questão da ética vai além da

prejudicar quem o confeccionou. Pelo contrário: imagina que

trabalhista (salários e cargas horárias justas, condições mínimas

está ajudando a marca, a loja, dando-lhe lucro, mas raramente

de segurança, alimentação etc.), pois essa é só uma das esferas

passa por sua cabeça que possa estar alimentando um tipo de

desse universo produtivo da confecção. Como já citado

trabalho degradante, mesmo porque isso não está estampado

anteriormente, há o consumo excessivo de água e a poluição

em nenhum lugar à sua vista.

gerada pela indústria, os resíduos e seu descarte e todo o

Mas, para que ela saiba minimamente o que acontece com

impacto gerado nesse percurso, especialmente o valor humano.

algumas marcas, é preciso divulgar de forma mais eficiente e

O ciclo precisa ser completo. “Com a situação precária e a alta

cobrar das autoridades atitudes mais firmes e exemplares,

demanda de produção de roupas baratas, o processo de

mostrando isso ao grande público para abastecê-lo de

transformação será lento e longo. Contudo, mesmo sem

informações e da opção de levar ou não o produto.

grandes mudanças, a mídia está mais alerta. ONGs trabalhistas

Fernanda Simon diz que uma pesquisa recente do Ministério

ganharam força e, assim, a população vem tendo mais acesso

do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) sobre

a esse tipo de informação escondida em suas roupas”, acredita

hábitos de compras no país revelou que um entre três brasileiros

Fernanda Simon.

compra roupas novas todo mês, sendo que a maioria não tem

Preços baixos de roupas a um alto custo humano não com-

interesse em saber a origem dos produtos.

binam, mas, no calor da hora da compra, o fator “pechincha”

Além dessa questão da origem, outro problema é o

fala mais alto para a grande maioria dos consumidores. E aí vem

consumo “automatizado”, sem parar para pensar se aquela

o dilema: as empresas precificam mais barato para vender mais,

compra é realmente necessária, mas, novamente, o “porque é

ou os consumidores compram mais por ser mais barato?

lindo, está baratinho, todo mundo está usando e eu tenho que

“Ambos”, diz Fernanda Simon. “Infelizmente, essa pressão se

usar também” entra em ação.

inicia na sociedade. Costumo dizer que é um fenômeno

“Conscientização é a palavra-chave”, afirma Fernanda.

chamado ‘alienação cultural’. As empresas, em busca de mais

“Vivemos numa sociedade que nos bombardeia com informa-

lucro, criaram um modo apelativo de ditar padrões. Os

ções que nos induzem ao consumo inconsciente. O modelo

consumidores se acostumaram a comprar sem pensar e,

social dificulta o entendimento de que a “insustentabilidade”

geralmente, têm o preço como fator decisivo. Roupas sem

pela qual nosso planeta passa está diretamente relacionada às

qualidade e feitas por trabalhadores em condições desumanas,

ações do dia a dia, inclusive fortemente relacionada à maneira

deixando trágicos rastros ambientais, são vendidas com uma

como consumimos”, completa.

publicidade convincente. No entanto, acredito que o consumi-

Ela lembra que, no sistema atual, os produtos são

dor não deve aceitar tais práticas e exigir transparência”, reflete.

programados para acabar rapidamente, induzindo ao consumo,

37


Especial aumentando a quantidade de lixo e químicos, ao mesmo tempo

produção e a mão de obra local – para que volte a ganhar fôlego

em que recursos naturais e matérias-primas estão se

além do varejo, como uma indústria centenária e forte no país,

esgotando. Mas, com as informações certas, cada pessoa

que é a segunda que mais emprega, algumas bandeiras foram

pode, de acordo com suas necessidades e possibilidades, con-

levantadas no último ano. Uma delas é o #feitonobrasil, um

sumir de forma mais adequada, optar pela produção local,

movimento apresentado em novembro pela Rhodia em conjunto

reusar, reciclar, reformar. “Também é preciso exigir transparência

com a consultora de moda e estilo Renata Abranchs, uma

das empresas em seus processos produtivos, para que

autodeclarada apaixonada pela moda nacional.

busquem práticas justas que respeitem os indivíduos e o meio ambiente, sem visar ao lucro a qualquer custo.”

“O #feitonobrasil é um manifesto de amor pela moda brasileira, para resgatar o orgulho e o incentivo à produção local.

Não é preciso parar de comprar, mesmo porque precisamos

É um movimento de conscientização e união de toda a cadeia

repor itens necessários. É só observar de que forma estamos

produtiva. A produção nacional é vital para a sobrevivência da

fazendo isso.

indústria têxtil brasileira, que está em segundo lugar em criação de empregos no país, gerando mais de 1,5 milhão de postos de

VAMOS FALAR DE BRASIL

trabalho diretos e 8 milhões de indiretos, mas requer colaboração e união de toda a cadeia para se tornar maior motivo de orgulho”,

Pensando na prática de “consumo local” e em incentivar o produto feito no Brasil – valorizando, dessa forma, a indústria, a

declara Mayra Montel, gerente de marketing e branding da Rhodia Fibras. Ela explica que, junto aos órgãos governamentais, já existem entidades trabalhando para o fortalecimento do setor, como a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção

COMO ADERIR AO #FEITONOBRASIL?

(Abit), mas o que estão fazendo com o #feitonobrasil é fortalecer junto ao consumidor a moda feita aqui, com criatividade,

As empresas interessadas em aderir ao movimento podem acessar o site www.feitonobrasil.com.br para saber mais informações ou entrar em contato direto com a Rhodia pelo e-mail info.amni@solvay.com ou com a

qualidade e amor. “O movimento #feitonobrasil é de conscientização. Com as marcas usando o tag ou selo #feitonobrasil identificando os produtos produzidos no país e com lojistas valorizando os produtos na hora da venda, teremos cada vez mais consu-

consultora Renata Abranchs pelo e-mail

midores educados a reconhecer e identificar o produto feito no

projetos@renataabranchs.com.br.

Brasil, que começarão, com certeza, a pedir mais peças Foto: Divulgação

nacionais. Precisamos educar os consumidores a valorizar o que é 100% nosso”, argumenta Mayra. No lançamento do movimento, foi apresentada uma marca/selo próprios, que podem vir num tag especial com o #feitonobrasil impresso, para chamar atenção para os produtos confeccionados localmente. Esse logotipo também pode ser aplicado na etiqueta da marca ou em seus materiais de comunicação. Qualquer empresa pode participar, desde que haja o compromisso de ser um produto totalmente nacional. Mayra diz que haverá uma fiscalização prévia para garantir que quem recebe o selo faz, de fato, um produto 100% brasileiro. “O próximo passo é montar um comitê formado por pessoas engajadas, empresas e líderes, que organizarão ações para

incentivar

o

consumo

consciente.

O

site

www.feitonobrasil.com.br já está no ar e serve de ponto de partida para as grifes se unirem”, diz Mayra. MAYRA MONTEL, GERENTE DE MARKETING E BRANDING FIBRAS, COM O TAG DO MOVIMENTO #FEITONOBRASIL.

38

DA

RHODIA

Desde seu lançamento, algumas marcas, empresas e entidades já declararam apoio ao projeto, como Abit, Reserva,


Foto: Fernanda Calfat

LOOK

DO DESFILE “A CHINA DE RONALDO DO ESTILISTA, DESFILADA NA SPFW.

FRAGA”,

DA COLEÇÃO INVERNO

2007

Ronaldo Fraga, Vert, Maria Filó e Tecnoblu, e outras já manifestaram seu interesse à Rhodia, como Salsa, Track&Field, as tecelagens Santaconstancia, Canatiba, Berlan, e também o Sinditêxtil-SP. O estilista Ronaldo Fraga, um dos apoiadores do movimento, na verdade começou o seu próprio no desfile de Inverno 2007, na São Paulo Fashion Week, com a coleção intitulada “A China de Ronaldo Fraga”, uma crítica sobre o conceito chinês de dominar o mundo. Como vários de seus desfiles inesquecíveis, esse marcou bastante pelo cenário, em que a passarela dividia uma “linha de produção”, com vários chinesinhos encenando o trabalho em alta escala, enquanto as modelos caminhavam e eles nem se abalavam, continuando o que estavam fazendo como robozinhos. “A partir dessa data, passei a trazer nos meus tags a inscrição ‘Na produção desta peça não foi usada mão de obra chinesa. Orgulhosamente produzida no Brasil’.” A repercussão foi impressionante e até hoje a mantemos. Meu cliente é extremamente sensível e consciente em relação a isso”, revela o estilista. Ronaldo explica que seu apoio ao #feitonobrasil se deu por achar importante que marcas e profissionais se envolvam em todos os projetos que busquem lançar luz e


Especial Foto: Divulgação

articulação política a um setor tão penalizado no cenário de concorrência global e que, além de a moda brasileira não ter essa articulação política, até bem pouco tempo muitas marcas achavam que o concorrente era o cara ao lado. “Já trabalho em defesa do que é feito no Brasil e assim farei até o fim”, declara. Ele conta que, apesar de todos os custos e dificuldades que desestimulam produzir qualquer coisa que seja em nosso país, mantém toda sua produção aqui. “Mas é com muita tristeza que compro linho e seda importados, porque o Brasil deixou de fabricar. O lado bom é que nos aproximamos mais de quem ainda produz tecidos e insumos por aqui.” Outro entusiasta – não

Foto: Ali Karakas

só da moda, mas do povo brasileiro – é Rony Meisler, sócio da marca Reserva, que também está apoiando

o

movimento.

“A

decisão foi natural, pois a Reserva sempre teve esse posicionamento. O orgulho de ser brasileiro é parte da nossa identidade de marca, e essa filosofia se estende até a valorização da produção loRONY MEISLER, RESERVA.

SÓCIO E DIRETOR DA

cal”, conta Rony. Com exceção das

peças de couro, importadas da Argentina e do Uruguai, e

OS FRANCESES DA VERT.

SÉBASTIEN KOPP

E

FRANÇOIS-GHISLAIN MORILLION,

DONOS

algumas de algodão pima, vindas do Peru, todas as outras vendidas na Reserva são nacionais. Rony conta que, há alguns

“Acredito que o consumidor brasileiro valoriza, sim, o produto

anos, estão aprimorando os sistemas de logística, controle de

nacional e que as marcas precisam investir mais pesado no

perda de estoque e outros procedimentos que permitiram a

próprio país. Aos poucos essa cultura de fast fashion está

redução de custos, mas que 75% do valor final de seus produtos

perdendo força e o consumidor está começando a fazer

se refere a custos operacionais, impostos e comissões, ficando

escolhas mais conscientes”, opina Rony.

com um lucro em torno de 15%. “É de fato uma cadeia produtiva

Outra marca apoiadora do #feitonobrasil é a Vert. Sucesso no

complexa, com um volume de fornecedores muito grande e nós

exterior sob o nome de Veja Shoes, a empresa estabeleceu uma

tentamos, ao máximo, cuidar para que nossos parceiros tenham

base no Brasil em setembro de 2013, com fabricação 100%

não só operações financeiramente saudáveis como também

nacional. Criada pelos franceses Sébastien Kopp e François-

ética socioambiental. Não é fácil, mas temos ações que vão

Ghislain Morillion, a marca de tênis sustentável, de design clean

desde financiamento para que fornecedores montem suas

e urbano, produz em torno de 120 mil pares ao ano e está

estruturas a um projeto grande de auditoria que devemos

presente em 36 países, tendo uma equipe multicultural

implementar em breve”, revela ele.

espalhada entre Paris, Londres, Berlim, Milão e Brasil (São Paulo,

E quanto à conscientização dos consumidores? Rony diz

40

Rio de Janeiro, Novo Hamburgo, Fortaleza e Rio Branco).

que percebe, no dia a dia da empresa, que o consumidor

De acordo com os sócios, que têm uma fábrica no Vale dos

brasileiro está mudando sua visão sobre o mercado, apesar dos

Sinos (RS), o Brasil oferece uma base produtiva para seus tênis

que preferem escolher pelo menor preço ou optam por consumir

devido a seu lado ecológico e social. Toda a matéria-prima

produtos de fabricação chinesa ou de outras nacionalidades.

utilizada é cultivada aqui, na contramão da atual tendência de


Fotos Divulgação

DOS MODELOS DE TÊNIS DA VERT: A CADA PAR DE TÊNIS VENDIDO, A EMPRESA REPASSA R$ 1,1 AOS PRODUTORES DE ALGODÃO DO SEMIÁRIDO

UM

NORDESTINO,

E

R$ 0,70

AOS SERINGUEIROS DO

ACRE.

importar produtos fabricados na Ásia, e a produção nas fábricas e ateliês que prestam serviços à Vert é acompanhada diariamente, com auditorias sociais anualmente. Dessa forma, o apoio ao movimento veio de forma orgânica. “O DNA da Vert está escrito nos mais de 100 mil pares que vendemos. O que mais encanta é o consumidor saber que, usando nosso tênis, está contribuindo para manter a Amazônia em pé”, declara o

FERNANDO PIMENTEL,

DIRETOR-SUPERINTENDENTE DA

ABIT.

cofundador da Vert, François-Ghislain Morillion. Acreditando num comércio justo como ferramenta essencial para a “economia verde”, a cada par de tênis vendido a empresa

“Não é uma campanha ufanista, somos o quarto maior

repassa R$ 1,1 aos produtores de algodão do Semiárido Nor-

mercado mundial em produção de vestuário. E o consumidor

destino e R$ 0,70 aos seringueiros do Acre. “Não acreditamos

brasileiro tem que entender que ele é peça importante nesse jogo

numa visão romântica da ecologia; nosso caminho é a valo-

no sentido de seu progresso, pois esse setor é um patrimônio

rização econômica. Na Vert, isso passa por um trabalho social:

nacional e precisamos ter orgulho de nosso produto”, declara

os seringueiros e os produtores de algodão recebem um valor

Pimentel.

diferenciado por preservar as florestas e as terras”, explica François.

Iniciada em dezembro passado, a campanha da Abit vai, por meio das redes sociais (Facebook e Instagram), abordar temas

A Abit, por sua vez, além de também apoiar o #feitonobrasil

como carga tributária, desindustrialização, custo Brasil,

e outras campanhas de valorização do produto nacional – como

concorrência internacional, produção, normas brasileiras de

“Moda Brasileira, Eu Uso, Eu Assino” (abaixo-assinado Abit),

conformidade trabalhista, entre outros, de forma simples e direta.

“Amo Moda, Amo o Brasil” (SPFW), “Moda Brasileira, Eu

Uma das primeiras ações aconteceu no período do Natal, com

Acredito” (Tecnoblu), percebeu que nenhuma delas esclarecia ao

um post chamando atenção para as compras de presentes com

grande público por que a indústria da moda está passando por

a pergunta: “Você se preocupa com a origem do que está

um momento tão crítico, muito menos pelas redes sociais, e

vestindo e do que vai presentear nesse Natal?”. Pimentel explica

criou, no final de 2014, uma nova campanha própria, chamada

que esse é um projeto piloto e que as ações serão feitas durante

“Moda Brasileira, Tamo Junto!”.

três meses, quando será avaliado seu resultado.

De acordo com Fernando Pimentel, diretor-superintendente

Para Rafael Cervone, presidente da Abit, muita gente

da Abit, o objetivo é transcender o público do setor e interagir

desconhece o que a entidade faz pelo setor e o motivo pelo

com o grande público consumidor, trazendo temas relevantes da

qual passa por uma situação difícil, tendo demitido mais de 14

indústria, mas de uma forma mais próxima de seu mundo, por

mil pessoas nos últimos 12 meses. “Não é fácil e precisamos

isso o nome na forma coloquial. O hotsite da campanha é o

de aliados para defender a moda brasileira. É por isso que

www.modabrasileiratamojunto.com.br.

‘tamo junto’!”

41


Feiras

|

POR RENATA MARTORELLI

44ª EDIÇÃO DA FIT 0/16 FEIRA DE MODA INFANTIL APRESENTOU AS TENDÊNCIAS PARA O OUTONO-INVERNO 2015

Fotos: Divulgação

O Expo Center Norte, em São Paulo (SP), foi palco da 44ª edição da FIT 0/16 – Feira Internacional do Setor Infantojuvenil, Teen e Bebê, que aconteceu de 23 a 26 de novembro de 2014. Cerca de 120 marcas mostraram as novidades para o outono-inverno 2015, entre elas as grifes Tommy Hilfiger, Mandi Teen, Richards e Salinas Play, além da Ellus, que lançou sua primeira coleção kids durante a feira. Para ajudar os lojistas a garimpar as peças que se encaixam em suas lojas, a Interfeiras, organizadora da FIT, realizou diversos desfiles com as marcas Petit Gateau, Daya, Aire, Spezzatto Teen, Sulamerica, Richards Kids e VRK. Além disso, foi realizado o Concurso Estilista Revelação, que revelou trabalhos de estudantes de moda para o mercado infantil. A vencedora foi Paula Canterini, do Istituto Europeo di Design (IED), que apresentou um look masculino mesclando moda e brincadeiras. Uma palestra da WGSN, com dicas sobre tendências para o verão 2016, também foi destaque entre visitantes e convidados. A Trick Nick, marca de Santa Catarina, faz parte do Grupo Rovitex, que está há 28 anos no mercado com quatro marcas, sendo duas infantis. Sua coleção inverno 2015 trabalhou com neoprene, legging, casacos e vestidos para as meninas. O cetim sublimado garantiu a textura do cetim e a qualidade da estampa, mas o grande destaque foi a coleção de roupa de boneca igual à roupa da menina, de neoprene, que apresentou dois modelos. Para os meninos, a grife apostou em camisas com tocas e jaquetas sintéticas. “Estamos otimistas, principalmente pelo que a FIT propõe, que é ter uma marca forte. Nosso trabalho é em cima de tendências, inclusive temos parcerias com empresas de tendências e nossos estilistas vão para o exterior quatro vezes ao ano acompanhar o que está acontecendo”, revela

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COLORITTÁ

Joaquin Melchioretto Filho, supervisor de vendas do Grupo Rovitex. A Ecoclub, marca carioca de moda praia para bebês, aposta em uma proposta diferente. Ela é a primeira empresa brasileira a oferecer peças fabricadas no país com tecidos tecnológicos com fator de proteção 50. Uma das novidades é a calcinha tipo fralda, para ser usada em piscinas, que não acumula fungos e permanece quase seca. “Temos um produto inovador e


KEA

estamos apostando muito na empresa, no material usado. Esperamos crescer mais no ano que vem com o aquecimento do mercado”, conta Flavia Manahu, sócia de Carolina Fariah na marca, que possui o selo RJ do governo, de incentivo de qualidade e excelência. Inspirada na vida das bonecas, a Colorittá apresentou uma coleção repleta de tules, paetês, acabamentos

em rendas de algodão, tricôs, laços de rendas, tweed com lurex, jacquard acetinado e broches de metal. Nas formas, franzidos e camadas de babados. São estampas e bottons de bonecas, além de vestidos, que fazem da coleção um luxo. A Animê inspirou a coleção inverno 2015 no carrossel ao som de antigas cantigas de caixinhas de música e materializou tudo isso em formas, volumes e cores. As cores giram entre os vibrantes pink cereja, romã, vermelho rubi, amarelo pólen, pink fúcsia, verde lagoon e azul magma, passando pelos tons pastel nude, gelo, castanha e peach. Os florais invernais aparecem com rodas estampando os acetinados. Os moletons ganham pérolas, pedrarias, detalhes de pele e cortes a laser. Já o inverno da Kea traz para os meninos tênis, sapatênis e sapatos abotinados em tons vibrantes, como amarelo, verde, azul e laranja, além dos neutros beges e marrons. Os calçados são feitos de couro ecológico e camurça.


Meio Ambiente Fotos: Divulgação

EXÉRCTIO DA SALVAÇÃO LANÇA MARCA PRÓPRIA: REFASHION São cerca de 100 mil peças de roupas recebidas em forma de doações anualmente. Para ajudar a dar saída a essas peças de forma criativa e, por que não, com informação de moda, a WMcCann, agência de publicidade parceira da entidade desde 1999, criou o projeto Refashion, uma marca própria do Exército da Salvação em que roupas de segunda mão serão reestilizadas por grandes nomes da moda nacional, como Dudu Bertholini, Chiara Gadaleta, Carla Fincato, Sonia Kiss e Marta Meyer, e vendidas com valor agregado. “O projeto Refashion, que se inicia com o lançamento de uma marca própria de vestuário, busca ajudar o Exército da Salvação a otimizar os recursos que tem, não só gerando peças com maior valor agregado, mas trazendo para a ONG informação de moda que pode impactar positivamente seus colaboradores e frequentadores”, explica André Santa Cruz, redator da WMcCann, que idealizou o projeto junto ao diretor de arte Fabiano Gomes. As peças serão “recicladas” com elementos vindos de outras peças do próprio Exército da Salvação. Os quase 400 funcionários receberão treinamento de stylists para aprender como apresentar os itens da melhor forma nos bazares fixos da ONG, A STYLIST CHIARA GADALETA E O ESTILISTA DUDU e contarão ainda com a parceria de escolas de moda e ateliês de BERTHOLINI COM UM DOS LOOKS CRIADOS PARA A REFASHION. costura nessa empreitada. As peças serão vendidas nos bazares próprios do Exército da Salvação em diversos estados, a partir do primeiro trimestre de 2015. ARCHROMA LANÇA EARTHCOLORS A empresa holandesa líder global em corantes e químicos especiais Archroma trouxe mais uma novidade para o tingimento de tecidos com base de algodão ou fibras celulósicas, o Earthcolors. Feito à base de casca de amêndoas, palma de serenoa, restos de alecrim e outras sobras de produtos naturais, resulta em tons ricos de vermelho, marrom e verde, tanto para jeanswear como para casualwear. Às empresas que utilizarem o Earthcolors, a Archroma fornecerá um tag com um chip a ser fixado nas peças, com todas as informações sobre o produto (lavanderia onde o tecido ou a peça foram tingidos e beneficiados, fonte de biobase de sua matéria-prima etc.), possibilitando uma maior transparência na cadeia de suprimentos e fazendo com que o consumidor tenha consciência e conhecimento disso também. Basta ter um smartphone e esse consumidor poderá acessar as informações via NFC (Near Field Communications), um parente do RFID, porém mais sofisticado. A empresa acredita ser esta a primeira vez que a tecnologia é usada dessa forma. “Todos nós devemos ter a possibilidade de escolher a opção de moda com o menor impacto ambiental e segurança de que não há outra substância além do que está na etiqueta. Com o Earhcolors, só permitimos dessa forma”, afirma Alan Cunningham, diretor de marketing de corantes têxteis da Archroma, que descreve ser esse um desenvolvimento que trará uma mudança radical na fabricação de corantes e tecnologia de coloração.

44


Foto: Everton Amaro/Fiesp

CONCURSO DE MODA SUSTENTÁVEL DO SESI-SP O Serviço Social da Indústria de São Paulo (SesiSP) realizou no dia 26 de novembro a etapa final da CHIARA GADALETA, IDEALIZADORA DO ECOERA; MODELO COM O LOOK edição 2014 do VENCEDOR E A VENCEDORA, TELMA MARIA PEREIRA. concurso “SesiSP Cria Moda Sustentável”, reunindo estudantes e profissionais de moda com o intuito de revelar novos talentos e incentivar a aplicação de práticas sustentáveis à moda comercial. O desfile de encerramento, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), contou com os looks feitos pelos 15 finalistas, que passaram anteriormente por uma banca de avaliação técnica formada por especialistas nas áreas de moda, design e sustentabilidade. A vencedora foi Telma Maria Pereira, que criou um vestido de noiva feito com técnicas ambiental e socialmente responsáveis, usando ourelas de tecido e também tecidos reciclados fornecidos pela Etex. Para fazer a parte transparente do look, Telma encontrou uma empresa no Paraná que trabalha de forma artesanal, incentivando a comunidade local. “O concurso foi a oportunidade de mostrar que é possível fazer um vestido de noiva usando tecidos reciclados e com sustentabilidade. Consegui juntar minhas duas paixões”, revela Telma. Formada pela Faculdade Anhanguera em Tecnologia e Design de Moda, ganhou como prêmio uma máquina de costura doméstica Janome, um manequim para modelagem da Propavit, um kit de costura e livro de moda da editora Sesi-SP. Divulgação

ANUNCIE SEUS RESÍDUOS TÊXTEIS O movimento Ecoera está lançando mais uma “moda”, por assim dizer. Com tanto desperdício de resíduos têxteis que temos no Brasil, o Ecoera está lançando uma plataforma chamada Ecoerarecicla, uma ferramenta digital na qual empresas se cadastram para disponibilizar seus resíduos – seja para vender, doar, trocar, alugar – e os interessados em comprar, ganhar ou coletar podem interagir por meio desse sistema, dando, assim, um destino melhor e mais correto a esses resíduos e movimentando a economia sustentável e criativa. A plataforma está em fase de pré-cadastro de empresas, e os interessados podem acessar www.ecoerarecicla.com.br para obter mais informações e contatos.


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POR DÉBORA CATELANI

O desafio da informação: como filtrar tendências de moda e mercado

Foto: Arquivo pessoal

Caderno Senai

Hoje, com a saturação de informações, a diversidade de

transversal entre moda e design, privilegiando aspectos visuais,

necessidades e expectativas e o dinamismo de um mercado

funcionais e interativos, ou seja, a estética não funciona em

cada vez mais segmentado, torna-se mais difícil a decodificação

nenhum momento de forma isolada, deve estar integrada a uma

de informações para um desenvolvimento contínuo e linear de

ampla e concisa estrutura de informações que envolvem

coleções de moda. O cenário passou a ser complexo, por vezes

usabilidade, funcionalidade, sintonia com o público-alvo e

indecifrável. Macro e microtendências, comportamento e

mercado, pensando desde a concepção até o uso e o descarte

consumo parecem proliferar, e com elas uma gama infinita de

do produto.

opções a ser exploradas.

Com um sistema abrangente capaz de descrever, organizar

Em contrapartida, encontramos diversas opções de

as etapas do processo de criação, guiar as decisões a ser

conteúdos recheados de informações sobre tendências de

tomadas, abraçando todos os aspectos envolvidos dentro e fora

moda e mercado, que auxiliam no desvendamento dos mistérios

da empresa, é possível se aproximar do sucesso e assegurar a

que envolvem os futuros desejos dos consumidores. Eles estão

qualidade e a possibilidade de continuidade da produção. Isso já

disponíveis em diversos formatos, como bureaux, portais, sites,

não acontece quando coleções são elaboradas apenas com

blogs, boletins, cadernos de tendências, e tornam-se importan-

base na análise empírica de macro e microtendências.

tes ferramentas no auxílio ao desenvolvimento de coleções. Mas

O desafio está em estimular a criatividade e ao mesmo

o que fazer com tantas referências? Como filtrar as tendências e

tempo frisar a importância de focar e filtrar tendências que

saber qual delas conduzirá a empresa ao melhor caminho?

realmente podem atrair o público-alvo, dentro do posi-

Precisamos estar cientes de que todos os caminhos são

cionamento da empresa no mercado, e ainda focando em

possíveis quando analisados de forma generalizada, mas,

processos fabris adequados, pensando em logística, preços

quando falamos do desenvolvimento de uma coleção específica,

competitivos. Enfim, é preciso planejar e gerenciar riscos para

a decisão sobre o uso de informações deve ser pautada no DNA

que a criatividade não se perca em ideias meramente intuitivas.

da empresa. Se questões como identidade e público-alvo não

Desenvolver uma metodologia de trabalho de caráter

estiverem devidamente esclarecidas, a análise dessas

multidisciplinar pode parecer uma tarefa árdua, mas é

informações sem o embasamento necessário passa a ser um tiro

fundamental para que o processo possa ser reproduzido a cada

no escuro e pode gerar erros catastróficos.

desenvolvimento, e a partir daí sim o processo criativo será

Portanto, é preciso cautela ao utilizar essas ferramentas

abastecido com pertinência de informações que poderão ser

durante o processo de criação. Essas fontes de informação são

facilmente diagnosticadas e filtradas com o auxílio das variadas

de extrema importância, mas não podem ser utilizadas de forma

fontes disponíveis para análise e consulta.

isolada. São apenas uma vertente criativa e devem ser combinadas a diversos fatores que envolvem um projeto. A construção de um pensamento organizado é fundamental para que o processo criativo flua de maneira assertiva. Portanto, durante o desenvolvimento de uma coleção de moda, faz-se necessária não somente a gestão de recursos administrativos e financeiros, mas também a gestão de recursos criativos visando ao suporte do processo de criação, pensado de forma

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DÉBORA CATELANI É DESIGNER, PÓS-GRADUADA EM MODA: PRODUTO E COMUNICAÇÃO PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (PR), GRADUADA EM DESENHO INDUSTRIAL PELA UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ (LONDRINA, PR). HOJE ATUA NO SETOR DE DESIGN EM ATENDIMENTOS EMPRESARIAIS VOLTADOS PARA MODA/VESTUÁRIO NA UNIDADE SENAI FRANCISCO MATARAZZO E NA ÁREA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DO SENAI MIX DESIGN. DEBORA.CATELANI@SP.SENAI.BR



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POR ANDERSON OZAWA

Profissionalizar ou não? Eis a questão A gestão de operações de uma loja de varejo é um fator muito importante. Em tempos não muito remotos, de inflação alta, os ganhos do varejo advinham da gestão financeira dos estoques e vendas. O dinheiro que entrava no caixa era aplicado no mercado financeiro e o ganho era superior à margem do produto. Hoje, o lucro do varejo advém de uma operação eficiente, disciplinada, assertiva e, ao mesmo tempo, com foco no cliente. Sendo um dos segmentos que mais geram empregos no país, o papel do varejo tem sido muito importante para a economia brasileira. Dentro do processo de profissionalização do varejo, que atinge as empresas de todos os portes, mas, principalmente a pequena e a média empresa, damos destaque àqueles que têm maior importância e impacto no negócio: Sistemas integrados de gestão: todos os processos da empresa devem ser controlados por sistemas integrados de gestão, desde o pedido de compra do produto até a venda no PDV e o respectivo registro do pagamento. Essa eficiência garante a rastreabilidade das operações e maior controle sobre o negócio. Os acionistas conseguem ter a informação de forma rápida e confiável, podendo alterar a execução de acordo com o cenário apresentado. l

l De

comprador para gerente de produto: o papel do

profissional que trabalha na área de compras é bem maior do que tirar pedidos. Ele hoje é uma peça fundamental para o trabalho de pesquisa de

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Foto: Arquivo pessoal

Gestão

fornecedores, produtos, tendências, avaliações de desempenho do produto, da marca etc. Capacitação dos colaboradores: a eficiência no negócio é mantida pela disciplina na execução dos processos. Horas e horas de treinamento são fundamentais para que isso seja possível. A área de recursos humanos torna-se, assim, figura estratégica no negócio da empresa, saindo do foco em departamento pessoal – folha de pagamento, benefícios etc. – e atuando com foco no ser humano, em seu desenvolvimento profissional, para que suas ações dentro da empresa estejam de acordo com os procedimentos implantados. l

l Melhor

empresa para trabalhar: as literaturas de RH

sempre falaram de clima organizacional, mas a prática no varejo nunca é bem aplicada. Pensando em um negócio que ainda tem um alto índice de rotatividade, manter o colaborador feliz é uma das grandes missões da empresa. Ambiente agradável, treinamentos, reconhecimento, incentivo, apoio na educação, olhar para a família são algumas das ações que têm como contrapartida a fidelidade do colaborador à empresa. l Foco

no cliente: toda a estratégia da empresa deve

voltar-se para o cliente. É ele que traz o dinheiro para dentro da empresa. O ambiente de loja, os produtos, colaboradores, a marca, o papel da empresa, o pósvenda, tudo deve ser desenhado e executado com foco no cliente. Como dizia Sam Walton, fundador do


Walmart: “Só existe um chefe: o cliente. E ele pode demitir todo mundo na empresa, desde o presidente até o servente, simplesmente escolhendo gastar seu dinheiro em outro lugar”. l Ter

para o negócio ganhos que, com certeza, são maiores do que não investir. Desejo que 2015 seja um ano de excelentes negócios para todos!

o produto à disposição para o cliente: a ruptura

de estoque é a melhor forma de falar para o seu cliente “vá ao concorrente”. Mesmo com recursos de gestão, o índice gira em torno de 8% a 10%. Imagine o quanto isso pode representar de perda de venda em sua loja? E mais ainda: por causa desses produtos em ruptura, o cliente vai embora e não compra nada. A conta da perda comercial fica ainda maior! Esses são alguns exemplos de pontos estratégicos que o varejo deve trabalhar para garantir seu negócio. Outros existem e são tão importantes quanto esses, mas o mais importante é a conscientização do varejista de que o investimento em profissionalização reverte

ANDERSON A. OZAWA É BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, COM MBA EM FINANÇAS, AUDITORIA E CONTROLADORIA PELA FGV, COM 20 ANOS DE CARREIRA, CONSTRUÍDA NOS SEGMENTOS DE VAREJO, AUDITORIA EXTERNA, BANCO E INDÚSTRIA, ATUANDO DESDE 2000 COMO ESPECIALISTA E EXECUTIVO EM PREVENÇÃO DE PERDAS, GESTÃO DE RISCOS CORPORATIVOS, SUPPLY CHAIN, SEGURANÇA CORPORATIVA E AUDITORIA NO VAREJO. É FUNDADOR DO BLOG PREVENÇÃO DE PERDAS BRASIL (WWW.PREVENCAODEPERDASBRASIL.COM), DO GRUPO DE MESMO NOME NO LINKEDIN, MEMBRO DO GRUPO DE PREVENÇÃO DE PERDAS (GPP), DO PROVAR/FIA, E SÓCIO-DIRETOR DA AOZAWA CONSULTORIA (WWW.AOZAWACONSULTORIA.COM), EMPRESA DE CONSULTORIA E SERVIÇOS PARA GESTÃO DE VAREJO E EDUCAÇÃO CORPORATIVA. ANDERSON@AOZAWACONSULTORIA.COM




Eventos

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POR SILVIA BORIELLO

BR.ECOERA EVENTO CHEGA À SUA QUINTA EDIÇÃO – DESTA VEZ, NO BOM RETIRO Fotos: Divulgação

Sempre antenada com o que está acontecendo no mundo da moda e da indústria sustentável, Chiara Gadaleta, idealizadora do evento Ecoera, em suas andanças pelo bairro do Bom Retiro, em São Paulo (SP), um dos principais polos nacionais de confecção, constatou que há uma grande riqueza cultural e muito o que melhorar por lá, especialmente quando se fala de resíduos têxteis: diariamente, são descartadas no bairro 55 toneladas desse material, sem destino nem coleta certos, ficando à mercê de catadores, que rasgam os sacos de lixo e, após coletarem o que desejam, deixam o restante espalhado pelas ruas. Além da imundície e do entupimento de galerias, o que contribui enormemente com as enchentes, há um absurdo ainda maior: o Brasil importa retalhos de outros países por não haver uma política de reciclagem dentro de seu próprio território. É uma situação surreal, pois esses resíduos têxteis poderiam ser usados de inúmeras formas. “Existe uma falta de apropriação dos espaços públicos pela população. Sendo assim, não há uma responsabilidade sobre o descarte produzido na região. A boa notícia é que a Câmara dos Dirigentes e Lojistas do Bom Retiro (CDL Bom Retiro) nos informou que, em 2014, houve um aumento significativo na preocupação dos 150 associados com a destinação de seus resíduos”, diz Chiara. A promessa da entidade é uma parceria em 2015 com o BR.Ecoera na coleta de resíduos, conforme informou Mayara Faccioli, da CDL Bom Retiro. E foi por esse motivo que ela escolheu o bairro para a quinta edição do Ecoera – agora batizado de BR.Ecoera, numa referência ao Brasil, mas, principalmente, ao Bom Retiro – e desmembrou as atividades do evento em alguns lugares importantes da região. Os desfiles, por exemplo, aconteceram no Arquivo Histórico Municipal, na Praça Coronel Fernando Prestes, que também serviu de passarela; mesas-redondas e oficinas na Casa do Povo; e outras atividades simultâneas, como oficinas de acessórios, tricô, crochê, de transformação de resíduos,

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CHIARA GADALETA, IDEALIZADORA DO ECOERA, AO LADO DE GABRIELLA PASCOLATO COSTA, DIRETORA ADMINISTRATIVA DA SANTACOSNTANCIA, COSTANZA PASCOLATO E DUDU BERTHOLINI.

de conscientização sobre descarte, moda e artesanato, bordados e customização, foram realizadas no Senai (unidade Brás), Sesi (unidade Catumbi), Escola São Paulo e Novelaria, contando com a participação do público infantil. “A partir desta edição, o Ecoera abre espaço para outras instituições aderirem à causa. Disponibilizamos no site do evento inscrições para todas as propostas que integrarem moda, design e práticas sustentáveis”, revela a idealizadora. Abrindo o evento, que aconteceu entre os dias 3 e 5 de dezembro, houve o desfile da tecelagem Santaconstancia com looks feitos com sua poliamida biodegradável Amni Soul Eco®, seguido do desfile Brechós do Brasil, com styling de Karlla Girotto e G>E, e do Exército da Salvação, com styling de Dudu Bertholini. No segundo dia, aconteceram os desfiles de projetos sociais, como o Bantu Mulher, do Recife; o Casa Geração Vidigal, do Rio de Janeiro; o Bordados de Passira, de Pernambuco; e o Mãos do Meu Brasil, de Arinos e Brás Pires, em Minas Gerais. No terceiro dia, apresentaram-se os estilistas e marcas parceiros do Ecoera, como Gustavo Silvestre, FKawallys, Thaís Signorini, Fernanda Ferrugem e Será O Benedito.


LOOKS

DO DESFILE DO

EXÉRCITO

CASA GERAÇÃO VIDIGAL

FKAWALLYS

DA

SALVAÇÃO,

POR

DUDU BERTHOLINI.

BRECHÓS

DO

BRASIL

GUSTAVO SILVESTRE

O evento chamou a atenção dos pedestres do bairro, curiosos com o que acontecia no Arquivo Histórico Municipal e na Praça Coronel Fernando Prestes, onde ele se localiza, atraindo, inclusive, os catadores da região, que, ao final do evento, esperavam ansiosos os materiais utilizados durante o BR.Ecoera que seriam descartados. Na opinião de Chiara, o papel dos catadores é fundamental, porém eles precisam ser capacitados para uma coleta eficiente. Outro ponto de destaque foi a Agenda BR, uma mesa-

BANTU MULHER

SANTACONSTANCIA

MÃOS

DO

MEU BRASIL

BORDADOS

DE

PASSIRA

FERNANDA FERRUGEM

SERÁ O BENEDITO

redonda formada no último dia do evento, na qual representantes da prefeitura de São Paulo, de entidades de classe e de confeccionistas do bairro puderam conhecer um pouco sobre os projetos de melhoria para o Bom Retiro em 2015, sendo esse evento o pontapé inicial para a discussão de ideias, o que será feito mensalmente a partir de janeiro de 2015. Essa é uma excelente oportunidade de unir forças para aprimorar um centro tão importante industrial, comercial e culturalmente como o Bom Retiro, que precisa dessa revitalização e a merece.

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Eventos

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POR SILVIA BORIELLO

14º PARANÁ CRIANDO MODA EVENTO PREMIA OS NOVOS TALENTOS DA MODA PARANAENSE

O Paraná Criando Moda chegou à sua 14ª edição apresentando no dia 27 de novembro de 2014, no Parque do Japão, em Maringá (PR), um desfile com os looks dos 12 finalistas do concurso, com os vencedores: em primeiro lugar, ficou Nayara Souza Costa, da Universidade Estadual de Londrina (UEL); em segundo lugar, Alberani da Conceição, da Universidade Tecnológica do Paraná – Campus Apucarana; e, em terceiro, Leila Maria Fernandes Foggiato, da Faculdade Tecnológica Senai de Curitiba. Cada um recebeu um prêmio em dinheiro, de R$ 7 mil, R$ 5 mil e R$ 3 mil, respectivamente. De acordo com Rosângela Corrêa, gerente do Sindvest Maringá, entidade organizadora do evento, o concurso cumpriu seus principais objetivos – criar uma identidade para a moda paranaense e promover novos talentos, mostrando aos empresários a importância dos profissionais no setor –, já que está numa plataforma consolidada há 14 anos. “Nossa intenção é evoluir e nos adequarmos para acompanhar o que os alunos de moda estão produzindo, priorizando uma banca julgadora que tenha know-how para avaliar os alunos, assegurando a qualidade do resultado, além de temas pertinentes e atuais, como é o caso da seda”, avalia Rosângela. Aliás, o Paraná abriga o Vale da Seda, o maior

produtor do Ocidente e mundialmente reconhecido pela qualidade de sua produção. “Portanto, essa edição buscou estimular os confeccionistas a incluírem o material, visando a uma produção de vanguarda, além de desmitificar a ideia de que se trata de um material caro, uma vez entendidas a qualidade e a sustentabilidade como bons diferenciais, que o mercado valoriza cada vez mais”, explica Rosângela. Além disso, o evento apresentou a exposição Identidade, Trabalho e Arte: as Artesãs do Vale da Seda, em que cinco artistas paranaenses foram convidados pelo projeto a produzirem duas obras de arte cada, usando como materiais de base fios e tecidos de seda e casulos de bicho-da-seda, a fim de valorizar o trabalho das artesãs e fortalecer a identidade de um produto típico da região. Essas peças, junto com as 24 produzidas pelos finalistas do concurso, integrarão, em abril de 2016, uma mostra no museu ecotêxtil montado num antigo parque fabril, o Parc de Wesserling, na cidade de Mulhouse, na França. A ação faz parte de um processo de intercâmbio que visa trazer profissionais especializados da região francesa para contribuírem com os fabricantes de seda paranaenses, trazendo novas técnicas, conforme explica João Berdu Garcia Jr., do Instituto Vale da Seda. Fotos: Divulgação

NAYARA SOUZA COSTA,

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PRIMEIRO LUGAR.

ALBERANI

DA

CONCEIÇÃO,

SEGUNDO LUGAR.

LEILA MARIA FERNANDES FOGGIATO, TERCEIRO LUGAR NA 14ª EDIÇÃO DO CONCURSO PARANÁ CRIANDO MODA.



Eventos

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POR SILVIA BORIELLO

SCMC – ANO #9 COM A MOSTRA SCMC TRANSCULTURAL, CRIATIVIDADE DA INDÚSTRIA CATARINENSE SE MOSTRA AO MUNDO Fotos: Roberto Sallaberry/Divulgação

O Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC) chega a seu nono ano mostrando uma indústria de moda e design catarinense integrada, criativa e crescente, uma plataforma única e pioneira na América Latina e um exemplo para o restante do país. Com início em abril, ao longo de 2014 os Times Criativos, direcionados por Jackson Araujo e Luca Predabon, cumpriram uma programação extensa e qualificada, cujo resultado culminou com a mostra apresentada de 6 a 13 de dezembro no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis (SC). Como objetivo, o movimento SCMC busca a interação entre estudantes e indústria, em sua troca de experiências e no desenvolvimento de produtos carregados de inovações. “O SCMC é uma comunidade de empresas inovadoras, que vem transformando a cadeia de moda de Santa Catarina ao longo de seus nove anos de existência. Estamos antecipando tendências e comportamentos de consumo e, por meio da inovação, gerando produtos com valor agregado, valorizando a moda catarinense. Instituições de ensino de design e moda de todas as regiões do estado participam do movimento, mudando a identidade criativa de Santa Catarina. Nós acreditamos no design e na moda brasileira e estamos mostrando que o Brasil deve ser protagonista no cenário mundial”, declarou Claudio Grando, CEO da Audaces e presidente do SCMC. Para Jackson Araujo, diretor criativo do SCMC, dois pontos altamente relevantes de todo o processo são o empenho e o comprometimento com as metas por parte dos alunos e professores das 14 universidades que participaram dessa edição. “Os professores são apaixonados pelo movimento e os alunos veem no SCMC um caminho para construir uma carreira sólida, inspirados por personagens marcantes de Santa Catarina e em parceria com profissionais de algumas das mais atuantes e importantes empresas de moda e design do país”, destacou. Um desses exemplos é o trabalho desenvolvido dentro da Cia. Hering, que fez com que colaboradores de diversas áreas da empresa se envolvessem no projeto, com o

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CLAUDIO GRANDO, CEO

DA

AUDACES

E PRESIDENTE DO

SCMC.

pessoal do time de estilo, da estamparia, lavanderia, engenharia, comunicação e até do Museu Hering, como conta Amélia Malheiros, gerente de comunicação institucional da companhia e vice-presidente do SCMC. “Esse olhar multidisciplinar contribuiu muito para desenvolvermos uma coleção conceitual, mas também com um toque bem comercial e alinhado à proposta da nova marca da empresa, a Hering For You. O desafio foi grande, mas muito prazeroso, porque a dinâmica de construção do SCMC é sempre um enorme aprendizado. Já estamos esperando pelo próximo!”, celebra Amélia. Além da mostra, ainda aconteceram outras ações durante o SCMC, como o Inteligência Compartilhada, que funciona como um grande workshop realizado ao longo do ano e dirigido pelos empresários participantes do SCMC e pelos consultores criativos do movimento, Jackson Araujo e Luca Predabon. Funciona como uma plataforma para a troca de conhecimentos sobre a maneira de pesquisar, analisar e entender o comportamento de consumo. A Experience foi outra ação, em que empresários e seus líderes conhecem os modelos de negócios das outras empresas participantes do evento, incentivando o intercâmbio de boas práticas e a troca de experiências. O mesmo acontece no Experience EDU, quando as instituições de ensino parceiras do SCMC recebem os empresários para apresentar sua forma de ensino, linhas de pesquisa, atividades realizadas e práticas de gestão,


AUDACES

FAKINI

LANCASTER

MARISOL

TECNOBLU

HERING

mostrando como as empresas podem adquirir mais conhecimento e inovação quando há uma maior interação com as universidades. Há também o Thinking, um encontro informal de empresários dispostos a compartilhar suas visões de mundo, aprendizados e legados, estreitando o relacionamento entre as empresas participantes. E o Very Important Company (VIC), em que são feitas visitas a empresas que não fazem parte do SCMC, mas são exemplos de liderança em suas áreas ou exemplos inovadores de gestão. Conheça, a seguir, as parcerias de cada uma das 17 empresas participantes com os times criativos de cada universidade: Itinerante: Altenburg + Unisul; Fragmentos: Audaces + Udesc; Lix: Círculo + Uniasselvi; Haggard: Dalila Têxtil + Senai Criciúma; Danny T: Daniela Tombini + Udesc; Entreluses: Digra + Univali; d [effect ]: Hering + Unisul; Art Box: Lancaster + Univali Ilha; Indivisível: Marisol + Assevim;

HI ETIQUETAS

Keep the Ocean Cool: Oceano + Senai Criciúma; Pop-up Tag: Tecnoblu + Univali; Veras Cidade: Fakini + Senai Blumenau; Hemerocallis: HI Etiquetas + Senai Joinville; Sunshine: Karsten + Senai Criciúma; Suspensório: Meu Móvel de Madeira + Udesc; #nãodescartesuaembalagem: Printbag + Univali; Trama Pop: Unoesc Videira.

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Couro e Cia. Foto: Divulgação

INDÚSTRIA CALÇADISTA DE MATO GROSSO DO SUL PREVÊ CRESCIMENTO CAUTELOSO Para o ano de 2015, a indústria calçadista de Mato Grosso do Sul fez uma projeção modesta e cautelosa de crescimento: até 2%, saindo de uma receita de R$ 147,2 milhões em 2014 para uma de R$ 150,2 milhões neste ano. O motivo: o mercado retraído e a alta de juros, de acordo com a análise feita pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Mato Grosso do Sul (Sindical/MS), João Batista de Camargo Filho. Para ele, a alta rotatividade de mão de obra também acaba onerando os custos produtivos do setor, especialmente na região de Três Lagoas, além da entrada de produtos chineses, com preços bastante reduzidos. A indústria calçadista sulmatogrossense possui 27 empresas e emprega cerca de 3.400 trabalhadores diretos. O desafio para 2015 é continuar a oferta de cursos com o intuito de reduzir o déficit de mão de obra qualificada no estado, por isso fez uma parceria com o Senai. “Com a qualificação, cria-se um ambiente mais adequado para atrair indústrias para o estado”, afirmou o presidente do Sindical/MS.

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ZERO GRAU APRESENTA SALDO POSITIVO A Zero Grau – Feira de Calçados e Acessórios, que acontece anualmente em Gramado (RS), realizou sua quarta edição entre os dias 17 e 19 de novembro, no Centro de Convenções Serra Park. Sob clima otimista, a feira recebeu 285 expositores, somando 900 marcas, um saldo 11% maior em relação à edição anterior, e prevê para 2015 que haja um aumento de 20% nesse número, conforme declarado por Frederico Pletsch, diretor da Merkator Feiras e Eventos, promotora da feira. “Os depoimentos de nossos expositores remetem a um momento novo: um sentimento de entusiasmo respeitoso, mostrando uma grande disposição de retomada dos negócios e do consumo no país. Tenho recebido informações de vendas acima da expectativa, de alguns, e pedidos generosos, por parte de outros, mas de uma movimentação constante. O lojista veio para renovar seus estoques, talvez com pedidos menores, mas com disposição de fazer belas vitrines em suas lojas”, disse. Representantes de importantes polos calçadistas brasileiros, as cidades de Franca (SP) e Novo Hamburgo (RS) apresentaram-se com estandes coletivos, com espaços específicos para empresas de cada município. Importadores de 24 países também estiveram presentes à feira e destacaram, além da qualidade do produto e do design do calçado nacional, a antecipação de seus lançamentos. “Com essa antecipação, podemos apresentar aos nossos representantes as amostras adquiridas na feira e, assim, selecionar com calma quais modelos comprar. Temos primeiro uma fase de testes e, se houver um grande número de vendas para nossas consumidoras, pedimos mais modelos. É uma maneira que pode ser otimizada graças à antecipação dos lançamentos”, explica Emanuele Tonani, importadora brasileira que representa duas marcas tailandesas. Lawrence Yu, importador de Hong Kong, China, veio à feira pela primeira vez, em busca de calçados femininos que tivessem forte apelo cultural. “Busco modelos que representem o povo brasileiro, com características originais daqui. Em Hong Kong, por exemplo, os chinelos produzidos por algumas marcas do Brasil fazem muito sucesso, pois mostram a originalidade que muitas vezes não encontramos em calçados produzidos em outras regiões do mundo”, comenta. Para os lançamentos do inverno 2015, a Zero Grau também promoveu um desfile de moda com as marcas Bebecê, Kildare, Macadâmia e Whoop. A edição 2015 já tem data marcada, de 16 a 18 de novembro, no mesmo local.



Couro e Cia. Fotos: Divulgação

USAFLEX LANÇA CARE DIABETES Sempre focada em calçados que tragam conforto e bem-estar, a Usaflex lançou uma linha inédita voltada especialmente aos pés diabéticos: a linha Usaflex Care Diabetes, com modelos desenvolvidos com forração interna de tecido de algodão com espuma de 3 mm, o que permite a rápida absorção e dissipação da umidade; e tratamento antibacteriano com tecnologia de íons de prata, que possibilita a filtragem e eliminação de 99% dos fungos, ácaros e bactérias e também a melhora da oxigenação e circulação sanguínea. As palmilhas são feitas com acabamento de couro ou tecido, garantindo a circulação de ar. Na parte externa, foram usados materiais nobres, flexíveis e porosos, como o couro e o elastano, que permitem a transpiração. Hoje, no Brasil, há aproximadamente 10 milhões de diabéticos, com idades entre 30 e 69 anos, mas apenas metade deles tem conhecimento da doença. Os pés dos diabéticos merecem cuidados especiais, para evitar os efeitos da neuropatia diabética. AVON AGORA TEM LINHA DE BOLSAS E ACESSÓRIOS As mulheres já conhecem de longa data a qualidade dos itens de maquiagem e perfumaria da Avon e agora ganharam uma linha de acessórios para completar o visual, a Avon Signature. São bolsas, lenços e bijuterias desenvolvidos com as tendências de moda, mas com toque atemporal, primando pela qualidade e pelo bom custo-benefício. Michael Tomczack, diretor global de moda e tendência da Avon, mergulhou no acervo histórico da marca (no mercado desde 1886) e resgatou o monograma de 4 As, usado como logo de todos os produtos entre 1954 e 1972, simbolizando o lema que inspira as vendedoras em todo o mundo: Anytime (a qualquer momento), Anywhere (em qualquer lugar), Always (sempre) e Ask (questione). “Com a coleção Avon Signature, estamos mantendo nosso passado, além de apontar o que queremos para o futuro. A linha é composta de matérias-primas com design totalmente em linha com o que há de mais moderno no mundo da moda”, afirma Tomczak. BUSCA PREÇOS DE CALÇADOS Quem está acostumado com sites de busca e comparação de preços, especialmente de eletrônicos, poderá usar essa ferramenta na hora de comprar um calçado. Em dezembro, foi lançado o Qtênis (www.qtenis.com.br), uma plataforma comparativa de preços de calçados nacionais reunindo uma ampla oferta em calçados femininos, masculinos, infantis, tênis e chuteiras. “Nosso objetivo é ser uma referência em consultas de modelos e preços de calçados. Queremos inovar a forma de comprar calçados, melhorando a experiência de compra do usuário e levando um consumidor mais qualificado para as lojas anunciantes”, afirmam Leandro Silva e Marcelo Silva, criadores da plataforma. Eles explicam que, focados nesse segmento, pensaram em vários aspectos da compra online, como, por exemplo, a possibilidade de escolher os calçados por tamanho disponível, cor e condições de troca. “Essas informações são essenciais no momento da conversão de calçados. O Qtênis está de olho nesses fatores e tenta sempre destacar esses diferenciais ao público”, afirma Leandro. Para seu lançamento, o site já conta com a parceria de marcas como Art Walk, Authentic Feet, Zariff, Show Tênis, Humanitarian, Brands Shoes, Dona do Look e Vizzent.

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Fique Sabendo

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POR HENRIETE MIRRIONE

SHOULDER NA GERAÇÃO 3D SHOULDER ADOTA TECNOLOGIA DE MODELAGEM AVANÇADA 3D DA LECTRA

Foto: Silvia Boriello

A Shoulder é a primeira confecção nacional a investir em um projeto de prototipagem 3D da Lectra, o Modaris Expert 3D, e quem anunciou a parceria ao mercado foi a gigante mundial. De um lado, uma empresa feminina que conta com uma rede de varejo com mais de 30 anos de experiência e 60 lojas, entre espaços próprios e franquias; de outro, uma líder global em soluções integradas dedicadas a indústrias que utilizam materiais flexíveis: tecidos, couros e tecidos técnicos. O que ambas esperam dessa ação? “Com a implantação da tecnologia 3D, a Shoulder pretende reduzir em 30% a etapa de pilotagem. Queremos alcançar uma assertividade de 70% a 80% nessa fase”, explica Marcelo Sciciliano, diretor industrial da Shoulder. “Há dez anos, já se falava de fast fashion. Mas até então não era possível colocar em prática esse conceito. Foi a tecnologia que proporcionou a existência do modelo. O Modaris torna viável a multiplicação das coleções que podemos introduzir no varejo. Ela encurta o caminho, trazendo agilidade para o processo de produção”, acrescenta o diretor. “Sem dúvida, uma marca renomada como a Shoulder é um ótimo cartão de visitas para a tecnologia 3D da Lectra. É sempre um ótimo aval quando empresas conceituadas e de prestígio utilizam nossos produtos. Por isso temos muita satisfação em divulgar a parceria”, destaca Adriana Papavero, diretora da Lectra América do Sul. Vale lembrar que o Modaris Expert 3D é uma solução que está inserida em uma abordagem Design to Cost, metodologia de produção baseada na integração de todo o processo de desenvolvimento de produto. Por meio dele, é possível realizar a modelagem plana, testála em manequins virtuais 3D simultaneamente e realizar os ajustes devidos dispensando o uso de protótipos

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AQUISIÇÃO DO MODARIS 3D DA LECTRA PELA SHOULDER PRETENDE EM 30% A ETAPA DE PILOTAGEM E AUMENTAR ASSERTIVIDADE.

REDUZIR

físicos. A cada alteração, a modelagem inteira da peça se adapta automaticamente, inclusive no encaixe de estampas ou na aplicação de detalhes, como bolsos. Os departamentos de criação, modelagem, encaixe e corte recebem em conjunto as informações sobre as alterações realizadas na fase de modelagem. A tecnologia otimiza investimentos, incrementando o trabalho colaborativo e a qualidade do produto final, auxiliando inclusive a simulação de cores, estampas, texturas, volumes, bordados, rendas, diferentes acabamentos, entre outros. “Uma solução como o Modaris Expert 3D significa não só a implantação de uma tecnologia de última geração, mas também uma revolução no modelo de produção de uma empresa”, explica Adriana Papavero. Vale salientar que o sistema é um produto caro e com retorno de médio prazo. “O investimento indispensável para qualquer tecnologia é sempre proporcional ao benefício que ela trará para a empresa. Portanto, ajudamos os nossos clientes a analisar o que sua empresa necessita realmente, antes de dar qualquer outro passo”, diz a diretora.



Fique Sabendo

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POR SILVIA BORIELLO

MANUFACTURING: SEUS SERVIÇOS PODEM ESTAR LÁ NOVO NÚCLEO DA FEIRA PREMIÈRE VISION SÃO PAULO SERÁ DEDICADO AOS PRESTADORES DE SERVIÇOS, E SUA EMPRESA PODE SER UMA DAS EXPOSITORAS

A próxima edição da Première Vision São Paulo – que negócios para esse segmento – que nunca teve um acontecerá nos dias 12 e 13 de maio de 2015 – virá espaço dedicado – dentro dessa atmosfera de com um novo núcleo, o Manufacturing, que, traduzido criatividade e qualidade e, por outro, possibilitar que os ao pé da letra, significa manufatura. E o que isso visitantes resolvam toda a coleção ali no evento, da significa? Que as empresas prestadoras de serviços (as matéria-prima à produção”, explica Luana Cloper. Foto: Divulgação facções) em vestuário, especialmente Ela conta que esse já era um costura, bordado e lavanderia, terão desejo antigo, algo que sempre fez um espaço especial na feira para sentido para a organização frente à mostrar seus produtos ao mercado. dinâmica do mercado brasileiro e, por Luana Cloper, show manager da isso, decidiram lançá-lo em 2015. Fagga Eventos, que organiza a “Nossas expectativas são boas, já Première Vision São Paulo, anunciou que, após somente um mês da a novidade na última edição da feira, divulgação desse novo núcleo durante em novembro passado, e agora está a Première Vision São Paulo, várias em busca de empresas interessadas empresas se candidataram a parem participar. ticipar”, comemora. No Brasil, é a primeira vez que As empresas prestadoras de esse tipo de espaço é oferecido aos serviços interessadas em participar da prestadores de serviços, mas o feira terão que atender alguns requiformato já acontece em feiras do sitos mínimos e passarão por um exterior. “Há anos foi realizado o LUANA CLOPER, SHOW MANAGER DA PREMIÈRE rigoroso comitê técnico misto, comVISION SÃO PAULO. evento Zoom by Fatec, paralelamente posto de especialistas de mercado e à Première Vision Paris. No ano passado, fizeram o da equipe da Première Vision, que avaliará, espeprocesso de compra desse salão lá na França e, agora, cialmente, a qualidade do produto, a confiabilidade e a ele pertence à Première Vision. Já foi incorporado ao reputação da empresa no mercado, bem como seu salão parisiense e, na edição de fevereiro deste ano, tempo de vida, saúde financeira, segmentos atendidos passa a se chamar Première Vision Manufacturing. Aqui e capacidade de atender novas demandas. A certino Brasil, sabemos que é uma realidade a crescente ficação ABVTEX não é obrigatória, mas conta positidemanda por terceirização da produção de vestuário. vamente na seleção. Uma boa facção, junto com bons tecidos e aviamentos, Como a feira abrange toda a América Latina, serão é um diferencial para as marcas de moda. Nosso aceitas empresas de todo esse território. objetivo é, por um lado, oferecer uma plataforma de A configuração dos estandes será a padrão da feira,

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mas com o núcleo bem delimitado, como acontece com os outros, e layout mais aberto, com espaço para mostrar os produtos acabados aos visitantes interessados, além de mobiliário e montagem prontos para o trabalho. “Isso facilita muito o processo, pois a única preocupação dos expositores é com a disposição de seus produtos e com o atendimento ao público”, diz Luana. Além disso, por se tratar de um novo núcleo e com muitas empresas que nunca antes participaram de uma feira como expositoras, a organização da Première Vision está preparando uma cartilha para orientar esses expositores sobre como tirar o máximo proveito do salão, tanto no lado operacional quanto no de marketing, trabalhando a imagem da marca. “Além disso, temos a Reunião Informação Expositor (RIE), que acontece sempre dois meses antes do evento, na qual apresentamos um resumo de todas as ações que serão realizadas e também a informação de moda da temporada em primeira mão, para que os expositores possam finalizar suas coleções. Essa reunião é conduzida por mim e pela coordenadora de moda da Première Vision, Olivia Merquior”, salienta a show manager. Luana ainda destaca que as empresas que participarem do núcleo Manufacturing da Première Vision São Paulo associarão sua marca à chancela Première Vision, reconhecida internacionalmente por seu caráter seletivo e de alta qualidade. “Terão a possibilidade de encontrar seus compradores atuais e conquistar novos clientes, falando diretamente com o mercado comprador numa atmosfera única de lançamento de produtos e informação de moda. Também terão a chance de apresentar seus produtos de maneira organizada, completa e atraente, tendo uma resposta imediata do público, além de trocar impressões e informações sobre o mercado. Estar no salão também propicia uma interação com expositores de outros segmentos que possam complementar e enriquecer sua oferta, além de novas parcerias.” Agora é com você!

COMO PARTICIPAR DO MANUFACTURING As empresas interessadas em participar do núcleo Manufacturing da Première Vision São Paulo devem entrar em contato com Manuela Ferracio, responsável pela Relação com o Expositor da Première Vision América Latina, por meio do telefone (11) 99960-5255 ou do e-mail m.ferracio@premierevision.com. O candidato deve enviar um dossiê com formulário preenchido (fornecido pela Première Vision São Paulo), junto aos balancetes, organogramas e amostras de produtos da empresa. Mas atenção: o prazo para inscrição e envio de materiais é até o dia 2 de março.


Comércio Exterior Divulgação

EMANA® DENIM É DESTAQUE NA EUROPA Pela segunda vez, a Rhodia participou da feira Denim by Première Vision, que aconteceu nos dias 19 e 20 de novembro em Barcelona, Espanha. A grande estrela foi novamente o fio Emana® Denim, fio têxtil feito de poliamida com minerais bioativos que absorvem o calor do corpo e o devolvem em forma de raios infravermelhos longos, estimulando a microcirculação sanguínea, que foi um dos ganhadores do prêmio ICIS Innovation Awards 2014 na categoria Melhor Inovação de Produto, entregue em dezembro, em Londres. “Estamos em um momento de consolidação do Emana® Denim no mundo. Com mais de uma centena de marcas certificadas, o Emana® Denim já é um sucesso na América Latina, Ásia e Europa e agora, pela segunda vez, estamos apresentando-o a esse Foto: Divulgação CEDRO NOVAMENTE NA DENIM mercado”, comentou BY PREMIÈRE VISION Renato Boaventura, diretor Os tecidos premium da Cedro mais uma vez da unidade global de chamaram a atenção do público na Denim by Negócios Fibras do Grupo Première Vision, realizada em novembro, em Solvay. Na Europa, o Barcelona, Espanha. A tecelagem brasileira Emana® é produzido e apresentou a nova geração da linha Top Denim distribuído com Super Stretch, com potencial de 60% de stretch e exclusividade pela Fulgar, alta recuperação de elasticidade, fazendo com que empresa italiana de a peça não se deforme com o uso. Levou também a linha de sarjas Colours, especialmente destaque global na com a tecnologia LYCRA® dual FX, que proporciona tecidos mais confortáveis, sem deformar. produção de elásticos e fios Os tecidos foram apresentados em forma de peças confeccionadas, a fim de mostrar as de elastano recobertos. inúmeras possibilidades de utilização e a versatilidade dos mesmos. ABICALÇADOS RENOVA CONVÊNIO DE FOMENTO À EXPORTAÇÃO No último dia 10 de dezembro, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) celebrou, em Novo Hamburgo (RS), a renovação de seu convênio com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para o biênio 2015-2016 da gestão do programa Brazilian Footwear, prevendo um aporte de R$ 41,4 milhões nos próximos dois anos, sendo R$ 28,5 milhões vindos da agência governamental e os outros R$ 12,9 milhões provenientes da Abicalçados. “Antes do Brazilian Footwear, o exportador comercializava sem a sua marca. A partir do convênio, passamos a vender com marca própria e para mais países”, afirma Cristiano Körbes, gestor de projetos da associação. Assinado em 2000, o convênio proporcionou uma diversificação de mercados e, além da pulverização do produto brasileiro, houve também uma significativa mudança na modalidade de negócios, fazendo com que o país passasse a exportar seus produtos com valor agregado e se tornasse conhecido mundialmente como um dos principais fornecedores do segmento. As ações para o biênio em vigor serão direcionadas de acordo com as necessidades de cada associado e, para tanto, foi feita uma segmentação de empresas por nível de maturidade exportadora, divididas em cinco níveis. “O nível 1 será para quem está começando no mercado externo, o 5 para empresas já experientes e consolidadas além-fronteiras. O objetivo é otimizar resultados”, explica Körbes. Também haverá ações para o relacionamento e desenvolvimento com empresas, promoção comercial e de imagem, orientadas aos mercados-alvo do programa, que são EUA, México, Colômbia, Alemanha, China, Rússia e Emirados Árabes. Entre algumas delas, estão: Portal do Desenvolvimento, uma ferramenta virtual para troca de informações entre as empresas; estudos e relatórios de mercado; Moda Co, uma plataforma de criação coletiva que visa aproximar designers da indústria calçadista; Maratona Mude, uma batalha criativa que desafia designers a produzirem calçados em 24 horas; Projeto Comprador VIP, que trará compradores internacionais selecionados para feiras e showrooms no Brasil; Export Thinking, uma programação de seminários e encontros em plataformas comerciais internacionais; Fashion Trip, com a vinda de editores dos principais veículos de moda mundiais para visitas direcionadas a fábricas, showrooms e lojas-conceito; Calçado da Fama, com a inserção de calçados brasileiros em eventos com celebridades nos EUA; e campanhas do calçado brasileiro ao público final nos principais centros mundiais de consumo.

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Comércio Exterior Foto: Divulgação

BRASIL BEYOND NA CHINA

LOOK DA MARCA GIG APRESENTADO BRASIL BEYOND EM XANGAI.

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Fazer o caminho inverso também é um desafio para a moda brasileira e, assim, 20 marcas nacionais participaram em novembro último da ação Discover the Brazilian Originality Beyond Trends, em Xangai, na China. Sob o conceito Brasil Beyond, a iniciativa foi promovida pela Apex-Brasil, em parceria com Abit (Texbrasil), Abest e Abicalçados. O objetivo era mostrar que a moda brasileira vai além das expectativas e se inspira na arte, música e gastronomia, por meio de sua cultura plural, e a China foi escolhida por seu consumidor potencial, pois já é o segundo maior mercado mundial e um dos que mais crescem. “A demanda dos consumidores chineses por roupas está crescendo – não apenas em quantidade, mas em qualidade, design, estilo e funcionalidade”, comentou Rafael Prado, gerente-executivo de Imagem e Acesso a Mercados da Apex-Brasil. A ação ainda contou com workshops com especialistas que apresentaram o setor de moda chinês, visitas técnicas guiadas às principais empresas multimarcas daquele país, rodadas de negócios e um editorial com as marcas. Entre as que participaram estão GIG, Apartamento 03, Lucas Nascimento, Helen Rödel, Patricia Motta, Patricia Bonaldi, Blue Bird, Lili Sampedro, Cecilia Prado, Wasabi, Marcelo Quadros, Debora Mangabeira, Amazonas, Bibi, Democrata, Jorge Bischoff, Dumond, Lily’s Closet, Capodarte e Sapatoterapia.

FUTURO DA INDÚSTRIA CALÇADISTA MUNDIAL É DEBATIDO EM LEÓN A cidade de León, no México, foi palco da quinta edição do Congresso Mundial do Calçado, que aconteceu entre os dias 24 e 25 de novembro. Durante o congresso, que contou com a presença de líderes de 32 países, foram discutidas as principais diretrizes para a indústria calçadista mundial, e o Brasil foi representado por Heitor Klein, presidente da Abicalçados. Na palestra de abertura, ministrada por David Morey, diretor-geral da DMG e vice-presidente da empresa norte-americana Core Strategy Group, ele falou sobre o “Consumidor de 2030”, as mudanças em seu perfil de consumo e como foram aceleradas pelos avanços tecnológicos. Segundo David, “a grande maioria dos negócios como são feitos hoje vai quebrar se não fizerem as adaptações necessárias aos novos tempos”, e ainda destacou que o consumidor atual quer ter o máximo de controle sobre as situações e que, para ter sucesso, as empresas precisam ter uma atitude de mercado mais ofensiva. “Pesquisas indicam que empresas mais ofensivas, mesmo diante dos perigos, são as que obtêm sucesso. Sejam insurgentes, pensem diferente e não foquem no perigoso”, aconselhou. No painel “Consumidores Globais do Calçado e Suas Diferentes Expectativas”, destaque para a África do Sul como mercado emergente, a tendência crescente do ecommerce e a apresentação do case Arezzo, sobre seu constante processo de inovação, lançando de sete a nove coleções por ano. Outro ponto para a indústria nacional foi a apresentação do projeto Brazilian Footwear, por Heitor Klein, numa mesa-redonda para representantes de diversos países. No segundo dia do evento, o diretor da Apex Footwear, de Bangladesh, Syed Nasim Manzu, enfatizou que seu país é o “paraíso dos investimentos”, pois possui cerca de 5,6 mil indústrias e gera 4 milhões de empregos no setor, contando com mão de obra jovem e barata, com salários mensais por volta dos US$ 70. Contudo, na apresentação do diretorgeral do Centro Tecnológico do Calçado da França, Yves Morin, ele rebateu que é preciso separar o que é ético do que é legal. “Muitos países possuem leis de trabalho que permitem salários baixos, jornadas de mais de 16 horas diárias, 30 dias mensais de atividades, entre outras condições degradantes para o trabalhador. Isso pode ser legal, mas não é ético”, declarou Morin, que foi aplaudido pelos empresários presentes. E ainda completou: “Quase 170 milhões de crianças entre 5 e 13 anos trabalham e muitos países não possuem nem ao menos legislação ambiental”. Ainda bem que ao menos alguns dos membros do congresso pensam como ele.

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Caderno Têxtil – Novidades Têxteis Fotos: Divulgação

SWAROVSKI FAZ AS ANGELS BRILHAREM O tradicional e tão esperado Victoria’s Secret Fashion Show, realizado pela primeira vez em Londres, no dia 2 de dezembro, marcou o 12º ano de parceria entre a grife e a Swarovski, fazendo as angels reluzirem na passarela. O tema desse último desfile foi o lendário baile de máscaras Preto & Branco oferecido por Truman Capote em 1966. O destaque ficou por conta das asas de anjo com mais de 150 mil cristais desenvolvidas especialmente pela Swarovski, chamadas Fairy Tale, desfiladas com exclusividade pela modelo britânica Lily Donaldson.

VICUNHA CONQUISTA MERCADO INTERNACIONAL A Vicunha Têxtil vem atraindo a atenção de marcas estrangeiras. Em 2014, uma das parcerias firmadas foi com a Blue Country, da República Dominicana, destaque por seus jeans modernos. A marca desfilou durante o Dominicana Moda, evento que acontece todos os anos no país caribenho, e fez sucesso com peças desenvolvidas a partir do inovador Emana® Línea, da Vicunha, com tecnologia de cristais bioativos no interior dos fios, que estimulam a microcirculação sanguínea e o metabolismo celular, absorvendo o calor do corpo e devolvendo-o sob a forma de infravermelho longo. A coleção desfilada pela Blue Country revive os anos 1950 e traz inspiração na geração beat e na obra literária da década, o clássico cult On the Road, de Jack Kerouac. Além da Blue Country, os tecidos Vicunha fazem parte das coleções das grifes internacionais Diesel, Trussardi, Just Cavalli, Benetton, Guess e Liu Jo.

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Caderno Têxtil – Novidades Têxteis Fotos: Divulgação

VERÃO COLORIDO DA CAPRICÓRNIO TÊXTIL

Para a temporada de verão 2016, a Capricórnio Têxtil apostou em estruturas densas e refinadas e em cores inusitadas. A Coleção Platinum ganhou sete artigos nas tonalidades Intense Blue, Shine Blue e Turquoise Dye. No Intense Blue, foram lançados cinco tecidos, sendo três deles 100% algodão: o Algarve Intense, com 12,5 oz, sarja 3x1; o Hades, 11,5 oz, com ligamento broken twill; e o Juno, sarja 3x1, com 7 oz, para shorts, macacão e jumpers. Os tecidos com composição diferenciada da linha são o Thea, de cetim power stretch, com trama azul royal, e o Vesta, sarja 3x1, 49% algodão e 51% Tencel®. Na cor Shine Blue, azul brilhante e intenso, tendendo ao púrpura, o lançamento é o artigo Papeete, sarja 3x1, com 9 oz e trama marrom. Já na cor Turquoise Dye, que oscila entre o verde e o azul, a novidade é o Milos, cetim com 7,5 oz e power stretch.

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AMNI: TENDÊNCIAS PARA O CALOR A Rhodia, por meio do fio Amni, e em parceria com Renata Abranchs, diretora de pesquisa e projetos do Bureau de Estilo, apresentou as tendências e inspirações para o Calor 2016, conforme denominou. Entre os principais temas, estão o Silêncio, em que a simplicidade, rusticidade e meditação são elementos-chave; os 70’s vêm com força total, trazendo de volta a psicodelia, o safári e o swinging London; e o Status Pro, em que futurismo, esporte e artsy se mesclam. Nas cores, tons neutros e terrosos, como branco, areia, palha, camelo, marrom, curry, ocre, vermelho queimado, vinho, petróleo, azul índigo, verde esmeralda; cores psicodélicas e acesas, como pink, amarelo, vermelho, verde, roxo e violeta; tons metálicos com efeito glitter e perolado; e cores desbotadas e empoeiradas, como lavanda, verde, azul e amarelo. Nas estampas, flores e folhas diversas, pássaros, insetos, cenas históricas, campos floridos, nuvens, psicodélicos, letras, grafismos, pastilhas de piscina, tie dye, étnicos, arabescos e quimonos. Nos tecidos e texturas, algodões, linhos, canvas, gaze, organza, sedas leves, shantung, camisaria, índigos, camurças, tricôs rústicos, patchwork de couro, rendas, laises, telas macro, amassados, plissados, franjas, vazados, brocados, adamascados, metálicos e paetês.

MARSALA: A COR DE 2015 Todos os anos, a Pantone® elege uma cor predominante, e a de 2015 é a Marsala (cor 18-1438), um vinho intenso e terroso que, segundo Leatrice Elseman, diretora-executiva do Pantone Color Institute®, “enriquece a mente, o corpo e a alma, exalando confiança e estabilidade”, e se traduz para a indústria de moda, beleza, decoração, móveis e design industrial de forma sofisticada e natural.



Tecnologia

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POR ROSELAINE ARAUJO

ETIQUETAS INTELIGENTES RADIOFREQUÊNCIA PARA ALAVANCAR A PRODUÇÃO E A COMERCIALIZAÇÃO DE PEÇAS

Foto: Divulgação

Código de barras é coisa do passado. Aliás, há tempos ele poderia estar aposentado, já que desde a década de 1990 existem as etiquetas por radiofrequência (RFID, do inglês radio-frequency identification). Essa tecnologia é muito mais ampla e precisa que o código de barras e permite rastrear o produto durante todo o processo de comercialização – do estoque à venda ao cliente. No entanto, apesar das inúmeras vantagens, só agora a tecnologia está mais acessível ao mercado consumidor, especialmente dentro do setor têxtil e confeccionista. Em agosto do ano passado, a empresa Threesale iTag expôs ao público da Febratex uma linha de produtos de radiofrequência. Edson Jaccoud, diretorexecutivo da Threesale, revela como as etiquetas funcionam. “A tecnologia RFID implementada pelo software iTag permite a leitura em lotes e até em caixas fechadas. Isso graças à capacidade que o chip tem de emitir uma frequência de rádio. Assim, a leitura deixa de ser individual, como ocorre no código de barras, e passa a ser em lotes. Pode ser feita num carrinho, numa caixa, e assim por diante. Não é preciso escanear cada peça, ou seja, isso elimina horas de operação, espaço, e também o número de pessoas que fazem conferências”, ressalta. A iTag levou seis anos para ser criada e testada, mas, ao chegar ao mercado, já traz vantagens especiais para o setor têxtil e confeccionista. “A indústria da moda é considerada uma das mais adequadas para a implementação da Tag-RFID. Isso porque essa tecnologia permite obter informações em tempo real, contagem e validação dos itens apenas passando o leitor nas caixas. Além disso, todo o processo desde a fabricação até a distribuição, incluindo segurança antifurto, está coberto pela tecnologia iTag”, ressalta.

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QUEM PODE USAR A aplicação das etiquetas inteligentes é simples. Elas podem ser adesivas ou costuradas, como explica o diretor da Threesale. “A aplicação da etiqueta inteligente pode ser feita na hora do acabamento. Temos também etiquetas adesivas e costuráveis, ambas com a função de controle de entrada e saída. Existe ainda a possibilidade de adotar a etiqueta em processos de produção para controlar lotes de partes dos produtos, como, por exemplo, controlar tecidos coloridos para que sejam costuradas peças de mesmo tingimento”, detalha. A tecnologia está disponível para a indústria, o varejo e o atacado de qualquer segmento. Segundo o diretor-executivo da Threesale, o investimento inicial gira em torno de R$ 20 mil. Especializada há quase 30 anos em atacado de moda bebê e infantojuvenil, a Brascol adotou a identificação por radiofrequência (RFID) há mais de um ano. Antônio Almeida, superintendente da companhia,


Foto: Divulgação

APARELHO

DE LEITURA

RFID

INSTALADO NA

BRASCOL.

diz o que mudou de lá para cá: “Aumentamos o controle geral sobre as movimentações, reduzimos o número de check-outs e diminuímos em 50% o número de operadores. Hoje, conseguimos passar o dobro de mercadorias no mesmo intervalo de tempo. Vamos inclusive ampliar a utilização da tecnologia para outras áreas da empresa”, aposta. O uso da tecnologia rendeu à Brascol o Prêmio Automação, promovido em novembro pela GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação. O prêmio teve o apoio da iTag. “Ficamos muito orgulhosos com o convite para participar do Global Standards GS1. Com esse prêmio, temos certeza de que estamos no caminho certo. Vamos continuar investindo em tecnologia, inovação e gestão de pessoas”, garante Almeida. Para mais detalhes, acesse www.threesale.com.


Tecnologia

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POR SILVIA BORIELLO

OPTIPLAN V3R4 – NOVA SALA DE CORTE DA LECTRA Divulgação

Sempre em busca de atualizar seus produtos com as necessidades do mercado, especialmente num momento em que manter a competitividade e a rentabilidade é um desafio cada vez maior, a Lectra anunciou a nova versão do Optiplan®, o V3R4, sua solução otimizada de sala de corte que aplica os princípios da produção lean nas operações planejadas para esse fim, o que poupa tempo, custos, e aumenta a eficiência, pois a ordem agora é ter uma rápida renovação de coleções no varejo, em lugar das sazonais. Para tanto, a produção precisa de rapidez e flexibilidade para lidar com uma quantidade maior de pedidos menores e ainda manter sua margem de lucro. “A tendência de pedidos reduzidos em uma ampla variedade de estilos e cores, combinada com prazos de entregas mais curtos, virou regra no setor”, afirma Anastasia Charbin, diretora de marketing de moda e confecção da Lectra. Os dados para abastecer a programação da solução de corte podem ser coletados no próprio ponto de venda, como faz Delman Lee, presidente e diretor do grupo TAL Apparel, de Hong Kong. “Decidimos o que

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fabricar com os dados que coletamos todas as semanas nos pontos de venda. Com eles, alimentamos o Optiplan® e ele nos diz: ‘Corte desse jeito’. Aí, em uma semana, abastecemos as lojas”, comenta. Essa agilidade faz uma grande diferença nos lucros, pois responde mais rapidamente aos anseios do mercado de forma mais assertiva, pois o estoque pode ser reposto de acordo com a demanda real e não com uma previsão, além de minimizar o encalhe de mercadorias. Nas funcionalidades Design to cost e Manufacturing to cost, os confeccionistas podem fazer simulações de diferentes configurações de planejamento e produção, prevendo a quantidade certa de tecido e aviamentos para determinada demanda, evitando a compra ou utilização desnecessária de materiais. Nesse caso, os tecidos são os mais dispendiosos, portanto a otimização de seu corte reduz imensamente os gastos. Para trabalhar essa questão, a Lectra aperfeiçoou o Optiplan® V3R4, interligando diferentes sistemas, desde o ERP até a sala de corte, facilitando o fluxo de informações, distribuindo e eliminando operações de modo a otimizá-las.



Tecnologia Divulgação

MODA TERÁ ÁREA ESPECÍFICA NO MERCADOLIVRE O e-commerce MercadoLivre lançou em novembro sua página vertical de moda no site, um espaço totalmente dedicado a anúncios de roupas, calçados e acessórios de grandes marcas, como Khelf, Carmim, 775, Forum Lingerie, Lez a Lez, Artwalk, Authentic Feet e Decathlon. Somente entre janeiro e setembro de 2014, a categoria de moda cresceu 25% entre os itens mais vendidos no site, em relação ao mesmo período de 2013, além da quantidade de anúncios de moda, que aumentou mais de 50% em 2014 comparada a 2013, ultrapassando 5 milhões. “A forte demanda no site nos levou a tratar a categoria de moda como uma vertical de negócios. O público que compra moda tem exigências específicas na busca por produtos, quer informações detalhadas e faz muitas comparações. Esse público merece um tratamento e um design especiais”, afirmou Leandro Soares, diretor do market place MercadoLivre.com. No terceiro trimestre de 2014, o crescimento de itens vendidos no Brasil, principal mercado do site, foi de 29,2% em relação a 2013. Para conhecer a nova home, é só acessar www.mercadolivre.com.br/moda. PAYPAL APRESENTA PESQUISA GLOBAL INÉDITA SOBRE COMPRAS ONLINE

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Pioneira nos sistemas de pagamento digitais, a PayPal apresentou em novembro último, em São Paulo (SP), uma pesquisa global inédita sobre compras online em 22 países, incluindo o Brasil, feita junto à Ipsos, terceira maior empresa de pesquisa e inteligência de mercado do mundo. Uma das principais constatações é a de que os consumidores que compram em sites de outros países gastam o dobro dos que compram em sites de seu próprio país. Foram investigados os hábitos de compras online de mais de 17.500 consumidores, sendo os mais ativos na Áustria, onde 83% dos consumidores fazem compras internacionais, seguida de Israel (82%) e Austrália (75%). Curiosamente, na China a proporção se inverte: apenas 26% de seus consumidores dizem fazer compras internacionais, bem como nos EUA, onde a fatia é de 30%, e na Polônia, 35%. Contudo, em breve a China deve ser um grande mercado para o comércio internacional online, pois 52% de seus consumidores informaram que planejam começar ou aumentar suas compras além das muralhas nos próximos 12 meses, ficando atrás apenas das projeções do México (59%) e da Rússia (54%), abrindo uma ótima oportunidade aos produtos brasileiros. “Os resultados de nossa pesquisa podem ajudar os comerciantes a ter acesso ao mercado mundial em expansão, pois identificam oportunidades de comércio em todo o mundo. Além das pesquisas, também estamos oferecendo a nossos comerciantes ferramentas como o PayPal PassPort, e vendendo oportunidades como nosso programa China Singles Day, para ajudá-los a atrair mais negócios no exterior”, afirmou Anuj Nayar, diretor sênior de Iniciativas Globais da PayPal. Roupas e calçados são as categorias dominantes nas compras online internacionais em todas as regiões, representando 39% do bolo. Na América do Norte, responde por 33%; na América Latina e Oriente Médio, por 47%; na Europa Ocidental, 33%; na Europa Central e Leste Europeu, 50%; nos países nórdicos, 36%; e na Ásia-Pacífico, 43%. EUA e China lideram quando o assunto é o país de origem das compras, com 26% e 18%, respectivamente, e o custo do frete tem importância primordial na hora de fechar as compras online no exterior: 51% disseram que, nos últimos 12 meses, só não compraram mais ou com maior frequência devido aos valores de entrega em outros países. Esse mesmo percentual também disse que o frete ou postagem grátis para devoluções é “essencial”. Da mesma forma, 47% de todos os compradores online afirmaram que o frete grátis tornaria a compra de produtos em outro país mais provável.

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Foto: Divulgação

PRIMEIRA LOJA COLABORATIVA ONLINE DO BRASIL Baseada na dinâmica da ação e reação, em que tudo o que o usuário faz provoca uma reação imediata, com interação intuitiva, foi lançada a primeira loja online colaborativa do Brasil, a tre.co (www.treco.me), que pretende atrair diferentes consumidores por meio de uma cuidadosa curadoria, em que estarão disponíveis, primeiramente, roupas e itens de moda e decoração, ficando os preços a critério de cada marca ou artista e a logística e divulgação sob a responsabilidade do site. “Queremos oferecer ao público uma gama de produtos diversificados e únicos. Produtores independentes foram escolhidos a dedo ou nos escolheram para nos ajudar a sair do lugar-comum que encontramos nas lojas atualmente”, diz Leonardo Rudi, idealizador do projeto. O site já vende criações de cerca de 30 fornecedores e está à procura de novos, para agregar. A segurança dos usuários também foi um ponto bastante importante e, para isso, usaram os serviços de Secure Socker Layer (SSL) para a proteção de dados e a Moip como plataforma de pagamento. RHODIA PREMIADA PELA INOVAÇÃO O ano de 2014 foi premiado para a Rhodia. Em dezembro, a empresa foi vencedora do Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia fornecido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), pelo desenvolvimento do primeiro fio têxtil inteligente do mundo, que é biodegradável em três anos, o Amni® Sou Eco, uma poliamida 6.6 que teve sua formulação aprimorada para que, quando roupas feitas com ele forem descartadas em aterros, se decomponham nesse período. O mesmo fio ainda foi premiado pela Câmara Americana de Comérico (Amcham) na categoria Produtos e Serviços do Prêmio ECO, dentro da modalidade Práticas de Sustentabilidade. Outro fio laureado internacionalmente foi o Emana®, feito com poliamida e minerais bioativos, que foi um dos ganhadores do ICIS Innovation Awards 2014, na categoria Melhor Inovação de Produto. H&M ABRE NOVOS MERCADOS ONLINE EM 2015 A fast fashion sueca H&M está a todo o vapor na abertura de novos mercados online em 2015. Bélgica, Bulgária, Hungria, Polônia, Romênia, Eslováquia, República Tcheca e Portugal já estão nos planos, bem como Taiwan, Peru, Índia e África do Sul receberão suas primeiras lojas online da marca.


Dicas e Economia

ROUPAS INFANTIS Quanto mais babados, frufrus, bolsos, laços e outros detalhes, melhor para a criançada! Veja a seguir como conseguir esses e outros efeitos que fazem o maior sucesso nas roupas infantis Fotos: Silvia Boriello

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AP-gola cam Siru (CVM 153240): aparelho para gola de camiseta, usado em máquina overloque

AP8365 (CVM 128308): aparelho para vivo pronto, usado em máquina reta

AP barra fio (CVM 146297): aparelho para barra dupla corte a fio, usado em máquina galoneira plana

AP 34-2DBP-bicolor (CVM 24216): aparelho para viés com vivo, usado em máquina galoneira

P5W (CVM 151730): calcador de franzir o tecido de baixo, enquanto o de cima entra reto, usado em máquina reta

P950 (CVM 128940): calcador com guia para fazer pregas e franzidos, usado em máquina reta

P50H (CVM 200184): calcador para franzir, usado em máquina reta

P952 (CVM 112005): calcador franzidor ajustável com parafuso, usado em máquina reta

PG 528P-G-5-lant (CVM 200003): guia para lantejoulas, usado em máquina galoneira

CR 1/32 E (CVM 32048): calcador compensado para pesponto e nervuras, usado em máquina reta

AP 445 (CVM 148393): aparelho para alça com elástico, usado em máquina galoneira

Unha frufru (CVM 97363): unha afinada de chapa de agulha para overloque, usada em máquina overloque


AP gola punho (CVM 172205): aparelho para gola tipo punho, usado em máquina galoneira plana

AP gala aplic (CVM 188388): aparelho para aplicar viés corte a fio na gola, usado em máquina galoneira

AP barra dupla (CVM 132414): aparelho para barra dupla, usado em máquina galoneira

AP 267 interloque (CVM 169453): aparelho de limpeza de gola polo (utiliza somente 1 agulha), usado em máquina interloque

SI-223759-1/4 franzir (CVM 140183): calcador para franzir, usado em máquina 2 agulhas ponto fixo

AP-elov gal (CVM 1590217): aparelho para elástico, usado em máquina galoneira plana (CVM 150217)

P723 (CVM 112609): calcador para costuras paralelas, como matelassê e outros, usado em máquina reta

Kit máq EBY-2 (CVM 149704): jogo de bordar com punção, usado em máquina reta

S10A (CVM 151369): calcador para guiar fita, usado em máquina reta

AP barra dupla-L (CVM 171978): aparelho para barra dupla em manga longa, usado em máquina galoneira

AP 100 (CVM 124584): aparelho de uma dobra ao meio, usado em máquina galoneira

AP-faixa gal – PF (CVM 146612): aparelho regulável para guiar faixa, usado em máquina galoneira e ponto fixo


Dicas e Economia

AP vivo gal – PF (CVM 24036): aparelho para viés sobreposto, tipo Adidas®, usado em máquina galoneira ou 2 agulhas ponto fixo

G900E (CVM 45228): aparelho para pregas, usado em máquina reta

AP vista camisa com vivo (CVM 168226): aparelho para vista de camisa com vivo, usado em máquina reta

YS-4455 (CVM 108253): caseador para máquina reta

Desenrol malha (CVM 173603): aparelho para desenrolar a malha e outros tecidos, usado em máquina overloque

MAS-09700-0A0 (CVM 57255): aparelho para franzir, usado em máquina overloque

LU-760 (CVM 55970): aparelho para ponto decorativo, usado em máquina reta

AP pregas overloque (CVM 178619): aparelho para pregas, usado em máquina overloque

AP pregas reta (CVM 169946): aparelho para pregas, usado em máquina reta

AP etiqueta metal (CVM 182510): aparelho para pregar etiquetas de 2 ou 4 furos, usado em máquina de botão

AP pregas gal (CVM 169947): aparelho para pregas, usado em máquina galoneira

Máquina VP-380-PR (CVM 172226): máquina 2 agulhas, faz 14 tipos de prega

OBSERVAÇÃO Observação: Verifique sempre a marca e o modelo de sua máquina antes de adquirir qualquer peça ou aparelho. Todos os aparelhos com os códigos acima podem ser encontrados na Cavemac. Para conhecer os aparelhos que agilizam sua produção, adquira os DVDs Cavemac com dicas sobre diversos deles. Acesse o site www.cavemac.com.br e consulte os títulos disponíveis. Se tiver alguma dúvida sobre que aparelho utilizar, envie uma foto dele por e-mail para vendas@cavemac.com.br ou traga-o pessoalmente ao showroom da Cavemac. Na compra de aparelhos, caso necessite fazer algum teste no showroom da Cavemac, é necessário trazer todo o material necessário para a confecção da amostra (tecido, elástico, fitas etc.).

Agradecimentos: Alessandra Rustarz, Marta Sales e Janete Lopes.

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A998 (CVM 74372): aparelho de pregas 4x1, usado em máquina reta


O que esperar de 2015?

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Coaching

Foto: Arquivo pessoal

POR ANGELA VALIERA

Tudo. E nada. Explico: tudo, se seu foco ao ler a frase foi “2015”. Nada, se seu foco ao ler a frase foi “esperar”. Você certamente ouviu muitas pessoas dizerem que 2014 foi um ano que se arrastou. Que as pessoas esperaram passar o Carnaval, esperaram passar a Copa, esperaram passar as eleições, que por causa disso nada aconteceu e que agora estão esperando a virada do ano. Ouviu sobre crise e sobre previsões terríveis para o próximo ano. Ouviu empresas dizendo que as vendas caíram em média 30%. Mas, se parar para observar, vai encontrar muita gente que cresceu nesse ano. Empresas que fecharam novos negócios importantes porque não ficaram esperando. Marcas que expandiram, apesar do tão falado marasmo do mercado. Profissionais que realizaram grandes conquistas, embora se fale que não há oportunidades de crescimento por aí. Como eles conseguiram isso? Porque essas são pessoas que não acreditam que as coisas acontecem em sua vida. Ao contrário, criam elas mesmas as suas vidas. Focalizam oportunidades e agem com coragem, apesar do medo. Problemas podem existir, mas elas têm certeza de que são maiores que todos eles e que conseguem superá-los. Você tem uma folha em branco à sua frente com 8.760 horas à sua disposição para decidir o que fazer com elas. Entre nesse jogo para ganhar e assuma esse compromisso com você mesmo. Não importa o que todos os prognósticos digam, sempre há os que se destacam. Seja você um deles. O mercado precisa de profissionais, pois são esses os que sobrevivem. Como dizia Charles Darwin: “Não é o mais forte da espécie que sobrevive nem o mais inteligente, mas sim o mais receptivo às mudanças”. Perceba o cenário, analise-o e adapta-se positivamente para crescer dentro dele. Que neste novo ano que se inicia você aja com foco e determinação e que, assim, 2015 vá além de suas expectativas de prosperidade! Feliz ano novo! ANGELA VALIERA É COACH, FASHION CAREER COUNSELOR, DESIGNER DE INOVAÇÃO E NOVOS MERCADOS DO CARREIRA FASHION – EMPRESA DE RH ESPECIALIZADA EM MODA – E COORDENADORA DA ESCOLA ONLINE ENMODA. ANGELA@CARREIRAFASHION.COM.BR


Curtas Foto: Divulgação

ESCOLA DE MODA SURPREENDE EM BAZAR DE NATAL Desde 2011, o governo de São Paulo, por meio do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp), comandado pela primeira-dama, Lu Alckmin, mantém a Escola de Moda, um projeto que surgiu de uma conversa entre Lu e mulheres da periferia do estado, que comentaram que não conseguiam emprego depois dos 40 anos. Depois, conversando com empresários e estilistas do setor de confecção, estes disseram que faltavam costureiras e bordadeiras no mercado. Estava aí a ALGUMAS DAS PEÇAS VENDIDAS NA QUARTA EDIÇÃO DO BAZAR DE NATAL DA ESCOLA DE MODA DA FUSSESP. união de duas demandas. Hoje, já são 560 escolas entre a capital e o interior de São Paulo, tendo capacitado mais de 16.500 pessoas, que têm aulas de corte, costura, modelagem, bordado em linha, bordado em pedraria, crochê e confecção de caixas de presentes com tecidos, todas gratuitas, com dois meses de duração. Os alunos ainda recebem uniforme, material didático, lanche e auxílio-transporte, tudo com o intuito de qualificar essas pessoas profissionalmente, gerar renda e, principalmente, contribuir com o crescimento da autoestima, como destacou a primeira-dama. No curso de corte e costura, os participantes aprendem a trabalhar em máquinas industriais reta, overloque, galoneira e caseadeira; o de modelagem é a etapa seguinte; e, nos cursos de bordados, crochê e cartonagem, o trabalho é todo manual. Anualmente, cinco turmas se formam, numa média de 1.200 alunos, e o resultado dos trabalhos que fazem pode ser conferido todo final de ano no Bazar de Natal promovido pela Escola de Moda, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Conferidas de perto, em dezembro de 2014, as peças surpreenderam pela qualidade e criatividade, e toda a renda é revertida para a manutenção do projeto. Nessa última edição, a estamparia Di Grecco doou os tecidos estampados utilizados em vestidos, carteiras, bolsas, nécessaires, caixas, entre outros itens, e o restante do material foi adquirido por meio de licitação. Em janeiro, começa a primeira turma de 2015, e quem tiver interesse em se inscrever pode entrar em contato com o Fussesp pelo site www.fundosocial.sp.gov.br ou pelos telefones (11) 2588-5848 / 2588-5943 e se informar sobre datas e unidade mais próxima da Escola de Moda. Foto: Weber Pádua/Divulgação

DBZ JEANS AGORA NA GFN GESTÃO DE MODA A grife mineira DBZ Jeans inaugurou seu primeiro espaço em São Paulo, na GFN, uma das maiores empresas de representação de marcas do Brasil. Localizada na Rua Augusta, coração do bairro dos Jardins, na capital paulista, a GFN conta com representantes capacitados a atender o perfil de cada empresa, ajudando na prospecção de novos clientes, layout de lojas, estoque e acompanhamento de vendas. Para a DBZ, São Paulo tornou-se um destino indispensável, assim como para outras marcas que querem se destacar nacionalmente, pois é uma das mais importantes vitrines de negócios.

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DAY TRIPPER EM LONDRES A jornalista de moda Ana Claudia Lopes, colaboradora da Costura Perfeita, professora e autora do guia Londres Confidencial, preparou um fashion tour para imergir na cultura e moda britânicas. Batizado de Fashion Tour Day Tripper (em homenagem a uma música dos Beatles que fala sobre uma garota que não queria compromisso e se engajava em relacionamentos de apenas um dia, assim como a proposta do tour, deixando o visitante livre para escolher as atividades de que quiser participar), a primeira edição será nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro, aproveitando o feriado de Carnaval para “londrear”. Em cada dia do tour ANA CLAUDIA LOPES, ORGANIZADORA DO FASHION TOUR DAY TRIPPER. será percorrida uma área de Londres, visitando lojas, museus e lugares relacionados a moda e design que Ana conhece bem, pois morou na cidade durante muitos anos e, por isso mesmo, pretende levar os visitantes a lugares que geralmente trabalham de portas fechadas, um privilégio! Numa dessas paradas, o grupo será recebido pelo dono do empreendimento ou profissionais do local para conversarem sobre algum tema específico relacionado ao negócio. Os três dias de tour estão divididos nos temas Tradition, que visita negócios centenários em Mayfair e St. James; Concept, com visitas a empreendimentos independentes de conceitos arrojados em East London; e Unique, passando por lojas únicas e “fora do padrão” em Covent Garden e Soho. Também há a possibilidade de montar roteiros específicos para grupos fechados. Para os roteiros preestabelecidos, os grupos são de até dez pessoas, para criar um clima mais exclusivo e intimista de estudantes e curiosos que desejam ter mais informação de moda e/ou sobre Londres. Mais informações pelo telefone (21) 99733-6607, e-mail tachegando@tachegando.co e na página www.facebook.com/tachegando. Enjoy! CHILLI BEANS AL MARE Marujos da moda, todos a bordo! De 21 a 25 de março, a Chilli Beans promoverá o Chilli Beans Fashion Cruise, um evento de moda em alto-mar a bordo do navio Costa Favolosa, partindo de Santos (SP), passando por Búzios e Parati (RJ) e retornando a Santos. Idealizado por Carla Wolff, da agência Dreamakers, o evento reunirá moda, música e diversão. As marcas já confirmadas para desfilar são Pokopano, Blue Man, Amapô, Cecilia Prado, Walério Araújo e Thais Gusmão. Durante os dias do evento, também haverá uma programação de cursos comandada pelo Instituto Marangoni, que oferecerá, pela primeira vez no Brasil, um certificado oficial para os cursos de styling, fashion image e visual merchandising. As cabines já estão à venda na Dreamakers Viagens e Eventos, pelo telefone (11) 3624-0090 e site www.dreamakers.com.br. REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE DESIGNER No dia 12 de novembro, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou projeto que regulamenta a profissão de designer. O PLC 24/2013, do deputado Penna (PV-SP), determina que somente quem tiver curso superior ou experiência mínima de três anos até a data de publicação da lei poderá exercer a profissão de designer. Se não houver recurso para votação em plenário, a proposta seguirá para sanção presidencial. O projeto prevê punição para a pessoa física ou jurídica que usar a denominação designer ou empresa de design sem cumprir os critérios estabelecidos na lei, como advertência e prazo de 180 dias para regularizar a situação e, esgotado o prazo, a pessoa ou empresa que permanecer em desacordo estará sujeita às sanções previstas na Lei das Contravenções Penais.

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Curtas Foto: Divulgação

MEDALHA DO MÉRITO ABIT 2014 Tradicionalmente, todo final de ano, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) entrega a Medalha do Mérito Abit como forma de reconhecimento e admiração do setor para com empresas e personalidades da área. Em sua quinta edição, em dezembro de 2014, os escolhidos foram o empresário Vicente Donini, presidente do Conselho de Administração da Marisol S/A, por sua atuação como empreendedor ético e um dos maiores defensores do associativismo, transmitindo a importância da união setorial à nova geração que está assumindo a empresa e tornando-a uma das mais sólidas e respeitadas em seu segmento; o BNDES, por seu apoio ao desenvolvimento industrial e criação de linhas de crédito que beneficiaram diretamente o setor, como o uso do Cartão BNDES para aquisição de uniformes escolares pelo varejo; e a costureira do Atelier Viella Bernardes Josefa Ferreira de Andrade, que trabalha na profissão há 53 anos e JOSEFA FERREIRA DE ANDRADE E ANTONIO VIELLA, DO ATELIER VIELLA BERNARDES, NA representa a força e a importância da mulher no setor têxtil e de confecção CERIMÔNIA DE RECEBIMENTO DA MEDALHA DO MÉRITO ABIT 2014. nacional. “Josefa representa muito bem a classe, pois, além de excelente e dedicada profissional, ela traz para a oficina toda a serenidade e o bom senso obtidos em longos anos de trabalho. Sem dúvida, é uma profissional que enaltece todos os costureiros do Brasil”, declarou Antonio Viella, sócio-proprietário do ateliê. Foto: Jessica Machado

BRASIL GANHA PRIMEIRO TRAILER DE MODA Da vontade de unir moda e mobilidade urbana num único conceito, como os food trucks, a designer de moda Cami Machado e a jornalista Kiki Machado criaram o Achado Trailer, inaugurado em novembro passado. Apresentando-se como uma nova maneira de ir às compras, o trailer traz uma coleção montada sob a curadoria de Cami, com peças nacionais e internacionais, e tem como objetivo oferecer um produto diferenciado e acessível à população. “O Achado chega ao mercado para preencher uma lacuna de quem sente falta de um lugar para comprar roupas bacanas e acessíveis. A nossa ideia é sermos itinerantes e, por meio das redes sociais, divulgar o roteiro de nosso projeto”, diz Kiki. Até o final de 2015, pretendem rodar o Brasil. Para saber a programação do Achado Trailer, acompanhe pelo Facebook: www.facebook.com/achadotrailer e Instagram: @achado.trailer.

G. VALLONE RECEBE O EVENTO DESDOBRAMENTOS A loja-conceito da G. Vallone Tecidos receberá, de 9 a 11 de fevereiro, o evento DesdobraMentos, uma iniciativa das modelistas Darlene Nobre e Juliana Massae, do Ateliê Desdobramentos, e de alunas do Centro Universitário Senac-SP. Haverá uma mesa-redonda com profissionais convidados da área de modelagem, com o intuito de criar uma plataforma profissional, além de um workshop prático. O evento acontecerá das 14h às 17h na Rua Cruzeiro, 802, na Barra Funda, em São Paulo. Informações pelos telefones (11) 97270-1107 (Darlene Nobre) e (11) 97366-5812 (Juliana Massae).

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Atualidades

Foto: A2 Fotografia/Du Amorim

INAUGURADO O CENTRO DE INTEGRAÇÃO DA CIDADANIA DO IMIGRANTE (CIC) O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, inaugurou no dia 15 de dezembro o Centro de Integração da Cidadania do Imigrante (CIC), num terreno no bairro da Barra Funda, na capital paulista, próximo ao Memorial da América Latina. Esse é um novo serviço do governo do Estado de São Paulo, e a O GOVERNADOR DE SÃO PAULO, GERALDO ALCKMIN, JUNTO A inauguração contou com a presença do governador Geraldo IMIGRANTES BOLIVIANOS NA INAUGURAÇÃO DO CIC. Alckmin e da secretária de Justiça, Eloisa de Sousa Arruda. O objetivo do CIC é acolher e facilitar o acesso a direitos fundamentais de estrangeiros que chegam a São Paulo em busca de uma oportunidade de trabalho, atendendo a uma demanda crescente detectada pelos comitês de enfrentamento ao tráfico de pessoas, atenção a refugiados e combate ao trabalho escravo. Para isso, funcionará juntamente com um Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), do Procon, e contará com serviços da Defensoria Pública Estadual e Federal, emissão de segundas vias de certidões. Os serviços do Poupatempo e de regularização migratória, em parceria com a Polícia Federal e a Secretaria de Gestão Pública, estarão disponíveis no primeiro semestre de 2015. “Queremos a integração dos imigrantes, a partir de qualificação profissional, encaminhamento para postos de trabalho, documentação e orientação, e recebê-los bem junto com o governo federal e o amparo da lei com direitos e deveres”, declarou Alckmin. A construção do CIC teve ainda o apoio do Ministério Público do Trabalho, da Escola da Cidade e da Inditex, detentora da marca Zara, que investiu mais de R$ 6 milhões na obra. A empresa, que já foi autuada no Brasil por utilização de trabalho escravo, em 2011 assinou junto ao Ministério Público do Trabalho um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que previa a aplicação de cerca de R$ 3,4 milhões em investimentos sociais e a incumbência de responsabilidade jurídica direta sobre as condições de trabalho praticadas em toda a sua cadeia de produção dali para a frente. “Essa é uma iniciativa muito importante no âmbito dos investimentos sociais da Inditex no Brasil. Ver a sua concretização é algo que nos enche de satisfação e orgulho porque sabemos que é uma forma eficaz de contribuir com a regularização e a inserção social dos imigrantes no país”, declarou Félix Poza, diretor global de responsabilidade social corporativa da Inditex. Foto: Divulgação

SANCRIS RECEBE PRÊMIO DE SEGURANÇA NO TRABALHO No dia 12 de novembro de 2014, a Sancris Linhas e Fios Ltda. foi premiada durante evento promovido pela Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg). A empresa foi eleita em 2014, pelos Comendadores em Segurança e Saúde no Trabalho, a melhor empresa na área de segurança e saúde no trabalho no setor da indústria têxtil. A indicação para a premiação foi feita pelas entidades de cada setor contemplado, sendo que na área têxtil foi realizada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). A escolha avaliou os seguintes critérios: política própria de SST (Segurança e Saúde no Trabalho), compromissada pela alta administração da empresa; não ter tido acidentes graves no ano anterior à premiação; ter indicadores de gestão e desempenho eficazes em SST; e demonstrar diversas outras ações voltadas à sua participação para a melhoria do ambiente do trabalho em sua empresa e na sociedade.

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Foto: Divulgação

SINDITÊXTIL-SP E SINDIVESTUÁRIO APRESENTAM ESTUDO SETORIAL 2014 No dia 16 de dezembro, no polo têxtil da cidade de Americana (SP), o Sinditêxtil-SP e o Sindivestuário apresentaram o Estudo Setorial da Cadeia Têxtil e de Confecção do Estado de São Paulo – 2014, encomendado ao Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), trazendo dados oficiais e atualizados do setor paulista, apurados entre 2009 e 2013, e mostrando, além do perfil atual do estado, detalhes do polo têxtil de Americana e da Grande São Paulo. Para Francisco José Ferraroli, presidente em exercício do Sinditêxtil-SP, “esta edição do Estudo Setorial, ao mesmo tempo em que ratifica e enfatiza a pujança e o significado dessa indústria em nosso estado, que responde por cerca de 30% do faturamento e 40% dos investimentos do setor no país, contém um alerta em suas estatísticas: nos últimos quatro anos, tivemos queda na produção em três deles, não só no estado como no Brasil”. Ronald Moris Masijah, presidente do Sindivestuário, vai além e adverte sobre a importância de esse relatório chegar até o governo brasileiro. “Neste estudo, vamos encontrar números, estatísticas e projeções que devem chegar às mãos de ministros, secretários e demais autoridades do governo. Esperamos que esse material seja utilizado para balizar futuras ações que possam preservar um dos mais antigos e tradicionais segmentos econômicos do país”. Em linhas gerais, os principais números para o período de 2009 a 2013 são: no total nacional, houve aumento de 9,8% na quantidade de confecções, passando de 27.407 para 30.080, e de 1% na quantidade de empresas têxteis (fiações, tecelagens, malharia e beneficiamento), ou seja, de 1.133 para 1.227; o estado de São Paulo concentra 27,8% dessa fatia, sendo 8.298 confecções e 893 empresas têxteis (48,1% de tecelagens do país). Em 2013, as indústrias têxteis e confeccionistas de São Paulo empregaram diretamente 261 mil trabalhadores formais, e quando considerado todo o pessoal ocupado (registrados, não registrados, terceirizados, autônomos, cooperados), salta para 513 mil, representando 32,3% do pessoal ocupado no setor no país em 2013. A produção em São Paulo no ano de 2013 foi de R$ 13,6 bilhões em têxteis básicos (fios, tecidos planos e de malha) e de R$ 23,9 bilhões em confeccionados, representando, respectivamente, 29% e 21% do total nacional. As exportações recuaram 6,7% em toneladas no período (67.499 para 62.977), mas cresceram 10,9% em valores (US$ 398 milhões para US$ 442 milhões). Contudo, a animação dura pouquíssimo tempo, pois o déficit da balança comercial no estado mais que triplicou entre 2009 e 2013, passando de US$ 462 milhões para US$ 1,6 bilhão, especialmente na linha lar, que era de US$ 28 milhões negativos e passou a US$ 136 milhões negativos, ou seja, 4,8 vezes; no setor do vestuário, essa multiplicação foi de 4,2 vezes, passando de US$ 232 milhões negativos para US$ 980 milhões negativos.

LIEBE FECHA 2014 COM CRESCIMENTO DE 15% O empresário Cairo Benavides, diretor da Liebe, marca de lingerie criada em 2005, em Fortaleza (CE), comemorou o fechamento de 2014 com um incremento de 15% no crescimento da empresa em relação a 2013, e tem como meta manter o mesmo ritmo para este ano, podendo chegar a 20%. “Em 2014, investimos R$ 200 mil em maquinário e R$ 500 mil em matériaprima. Pretendemos continuar investindo, aumentando nossa produção e com isso ampliar nossa carteira de clientes em 20% em 2015”, disse Benevides. Outro fator que contribuiu para esse crescimento foi a aposta de marketing da empresa, que contratou a atriz global Paloma Bernardi como sua garotapropaganda, estrelando a coleção Pin-Up, sucesso absoluto de vendas. Hoje, a Liebe está presente em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal, sendo seis lojas próprias em Fortaleza e um plano de abertura de outras em 2015, além de inaugurar uma loja-conceito no Shopping Iguatemi de Fortaleza, em março deste ano. Também exporta para os EUA, Europa e Américas.

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Atualidades

Fotos: Divulgação

FAKINI: EXPECTATIVAS DE DOBRAR FATURAMENTO Com duas décadas de vida completadas em 18 de novembro e capacidade produtiva de 1 milhão de peças ao mês, a Fakini, indústria têxtil de Pomerode (SC), é uma das sortudas que podem comemorar, pois, além de crescer 20% em seu faturamento em 2014, ele dobrou entre 2010 e o ano passado. MOACIR L. FACHINI, UM DOS FUNDADORES DA FAKINI. Essa projeção deve se manter para os próximos três anos, de acordo com a empresa. Além de terem enfrentado vários momentos econômicos diferentes durante sua existência, o que deixou a empresa mais experiente, outros fatores que ajudaram a Fakini a se fortalecer são pesquisar e entender seus consumidores e lojistas brasileiros, ter uma equipe comercial estrategicamente alinhada aos seus objetivos, reformulação das marcas e linhas de produtos e fortalecimento no trabalho com licenças, como Pepsi Clothing e Warner Bros., com 11 personagens. BRANDILI COMEMORA 50 ANOS E PREVÊ AUMENTO NA PRODUÇÃO Fundada em 1964, a Brandili completou 50 anos em 2014 e tem como lema “Amor pela Criança”, focando em soluções para o universo infantil. Com parques fabris nas cidades de Apiúna e Otacílio Costa, em Santa Catarina, e Hernandarias, no Paraguai, a marca exporta para 25 países, está presente em 70% das cidades brasileiras e dá atenção especial às particularidades de cada região como, por exemplo, as coleções especiais elaboradas para os estados do Norte e Nordeste. Nos últimos cinco anos, a Brandili investiu R$ 71 milhões na modernização de seus parques fabris e sistemas integrados de informação, especialmente na área logística, além de qualificar a mão de obra utilizada, programas socioambientais, de qualidade de vida e de valorização profissional. “Com as melhorias, a empresa pretende aumentar em 15% o volume de produção, que foi de 14 milhões de produtos em 2013”, declara Eduardo Bertoldi de Salvo, diretor-geral da Brandili. Periodicamente, a empresa passa por auditorias sociais das marcas licenciadas, como Disney e Universal, e em 2014 conquistou o selo ABVTEX. INDÚSTRIA DE MATO GROSSO DO SUL CALCULA CRESCER ATÉ 3% EM 2015 Os empresários do setor têxtil e confeccionista de Mato Grosso do Sul estão confiantes num aumento de 3% no desempenho em 2015, passando de R$ 1,92 bilhão em 2014 para R$ 1,97 bilhão este ano, de acordo com o Radar Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems). Contudo, bem abaixo do percentual conquistado em 2014 comparado a 2013, que foi de 22,2%, movimentando R$ 1,57 bilhão, segundo José Francisco Veloso Ribeiro, presidente do Sindivest/MS. Hoje com 396 empresas e 8.778 trabalhadores com carteira assinada, a indústria têxtil e de confecção sulmatogrossense credita o otimismo à desoneração de impostos, à ampliação do teto do Simples Estadual (de R$ 1,8 milhão em 2014 para R$ 2,520 milhões a partir de 2015) e ao trabalho do sindicato junto às indústrias, como projetos e palestras técnicas, participação em feiras e eventos e negociação salarial com assessoria jurídica. “De modo geral, os empresários trabalham com otimismo e aqui no estado nós também contamos com a estrutura de apoio da Fiems que, por meio do Senai, tem conseguido oferecer uma qualificação profissional dentro do esperado pelo empresariado. Além disso, a Federação das Indústrias tem investido pesado na estruturação do Senai em praticamente todas as regiões do estado, sendo que, em Campo Grande, o segmento do vestuário e têxtil ganhou um novo Centro Tecnológico do Vestuário (CTV)”, pontuou Ribeiro.

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Fique por Dentro

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POR HENRIETE MIRRIONE

REFORÇO NA FISCALIZAÇÃO RECEITA FEDERAL PRETENDE FORTALECER A FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS ADQUIRIDOS EM VIAGENS INTERNACIONAIS. AÇÃO VISA PROTEGER INDÚSTRIA E COLOCA SACOLEIRAS NA MIRA DO ÓRGÃO Foto: Divulgação

A partir do primeiro semestre de 2015, ainda sem data definida, a Receita Federal colocará em funcionamento um sistema de inteligência que busca auxiliar a fiscalização de importação de produtos pelos viajantes, inclusive na área de vestuário. A novidade foi divulgada no final de setembro de 2014, por Ernani Argolo Checcucci, subsecretário de Aduana e Relações Internacionais. Segundo a assessoria de imprensa da Receita Federal, não há mudança nas regras; a ação apenas aumentará o rigor da fiscalização, em função da análise de riscos, pelo cruzamento de dados. O foco do trabalho é a proteção da indústria e do emprego nacional. O produto que entra sem tributação e vai para o comércio está em competição desleal na economia, por isso essa intervenção mais rigorosa por parte da aduana. Apenas quando o sistema entrar em vigor será possível mensurar efetivamente o efeito no mercado nacional, inclusive se terá um impacto efetivo no segmento de vestuário. De acordo com os dados da Receita Federal no primeiro semestre de 2014, a Receita apreendeu R$ 45.227.294,05 em vestuário (roupas e acessórios), o que representou 5,08% das apreensões do ano passado. E, em 2013, esse valor foi de R$ 57.274.834,34, significando 3,41%. Isso indica que a Receita vem aumentando a fiscalização sobre o segmento no sentido de cumprir efetivamente a função de proteção do mercado interno. Segundo a Receita, o novo sistema será bom para os turistas comuns, pois poderá separar de forma segura o viajante “normal”, que está trazendo bagagem ou até bens acima da cota, passíveis de regularização mediante o pagamento do imposto devido, daquelas pessoas que viajam frequentemente para trazer grandes quantidades de

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mercadoria, prejudicando o comércio e a empregabilidade no Brasil, já que veem o turismo como um negócio rentável. “Hoje os sacoleiros de luxo, que realizam suas compras principalmente nos Estados Unidos, fazem de suas viagens internacionais um negócio que prejudica as atividades da indústria brasileira. Nossa luta é para que eles paguem seus impostos no país. Isso tem de ser coibido, como é em qualquer lugar do mundo”, afirma Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit). Para ter uma ideia, a entrada de mercadorias por sacoleiros, conforme dados da Abit, representa anualmente de 50 a 60 mil toneladas, entre acessórios e vestuário, o equivalente ao faturamento anual das quatro principais redes de varejo do mercado de moda brasileiro. “Acreditamos que a Receita Federal tem o direito, o dever e a obrigação de agir, entretanto não estamos contra esse modelo de ‘negociante’, apenas queremos que haja regulamentação de suas ações e que, principalmente, os impostos sejam pagos”, afirma Pimentel. A assessoria da Receita Federal ressalta ainda que o conjunto de dados a ser tratados pelo sistema da e-DBV (Declaração Eletrônica de Bens de Viajantes), com base na API (Advanced Passenger Information), já é fornecido pelas companhias aéreas. As informações recebidas seguem o padrão internacional utilizado amplamente pelas administrações aduaneiras no mundo, mas, a partir de agora, serão recebidas de maneira que possam ser tratadas pelo sistema informatizado, permitindo assim o gerenciamento de risco. Em tempo: na página da Receita, você pode encontrar explicações detalhadas sobre as regras de bagagem: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aduana/Viajantes/ Default.htm.


Serigrafia NASCE UM NOVO ESTÚDIO DE ESTAMPAS: O ELAIÁ Foto: Douglas Sielski/Wide Studio

PARTE

DA EQUIPE DA

ELAIÁ

EM SUA SALA DE REUNIÃO EM FORMATO DE ARENA.

Da observação da forma como a moda brasileira é vista hoje no mundo, com sua alegre gama de cores, miscigenação e criatividade, acaba de nascer um novo estúdio de estampas: o Elaiá. Localizado em Blumenau (SC), é especializado na criação de estampas para a indústria da moda, trabalhando com itens exclusivos e segmentação de público. “As produções nacionais ganharam força no mundo todo e há marcas brasileiras que estão se tornando referência em seus segmentos. Mas não havia um espaço que atendesse essa brasilidade como algo tão positivo e único. E é isso o que vamos fazer. Nosso objetivo é ser, por meio do design de estampas, um interlocutor entre a indústria e o consumidor”, explica Bruno Hansen, um dos idealizadores do espaço. Dessa forma, a Elaiá estudou a moda brasileira e suas marcas a fim de atender de forma única cada um de seus clientes, e optou por segmentar as estampas e coleções em seis linhas diferentes: a Dendê, direcionada ao mercado premium nacional de grandes magazines, destacando as cores e volumes de elementos; a Cordel, para um mercado atacadista de menor porte, mas que responde pela maior parte do mercado brasileiro; a Ipê Rosa, uma linha mais conceitual direcionada a indústrias que trabalham com produtos de maior valor agregado e já utilizam estamparia digital; a Coral, para moda praia; a Pipoca, para o universo infantil e de lingerie; e a TPB, para a linha fitness, que, na concepção da Elaiá, possui uma linguagem própria.


Cursos

Foto: Divulgação

CURSOS ONLINE NA ENMODA A EnModa divulgou a relação de cursos online para o início de 2015.

CORTE E COSTURA A Escola São Paulo está com inscrições abertas para o curso de Corte e Costura, com Fernanda Binotti. Nas aulas, o aluno aprende a utilizar a máquina de costura (reta e zigue-zague), conhecer as ferramentas para fazer corte de modelagens prontas em tecido, costura de acabamentos, barras, zíperes, fechamentos de saia com revel, regata com acabamento em viés, shorts com zíper, bolso faca e bolso chapado. O curso acontece de 2 a 13 de fevereiro, das 14h às 17h. Saiba mais em www.escolasaopaulo.org. PÓS-GRADUAÇÃO NA FASM No primeiro semestre de 2015, a Faculdade Santa Marcelina (Fasm) oferecerá três cursos de pós-graduação em moda. O curso de Styling e Imagem de Moda estuda todas as ramificações da profissão, como produção de moda, imagem de moda vista em outras mídias, cultura de rua, desfiles, performances, revistas e até marketing. Já na especialização em Moda e Criação, a proposta é levar ao aluno a qualificação cultural e técnica necessária para sua atuação no mercado como agente de ponta e formador de opinião. Em A Cultura do Perfume, os alunos recebem conhecimentos da alfabetização olfativa à contextualização do perfume, permitindo que vivenciem e identifiquem no universo das sensações a apresentação e a familiaridade com as notas olfativas, além de vivenciar cheiros e a importância da memória olfativa por meio de treinamentos e workshops multissensoriais. Para saber as datas de início dos cursos, entre em contato pelo telefone (11) 3824-5800, ou acesse www.fasm.edu.br.

Com início em 2 de março, a escola apresenta os cursos de formação Comunicação de Moda, Design de Moda, Consultoria de Imagem, e Negócios da Moda. Entre os cursos de extensão com início imediato e duração de dois meses, os destaques são: Consultoria de Imagem, Desenho e Ilustração de Moda, História e Repertório de Moda, Introdução à Moda, Jornalismo de Moda, Marketing de Moda, Pesquisa de Tendências, Planejamento e Desenvolvimento de Coleção, Varejo de Moda, Vendas de Moda, e Visual Merchandising. Outros detalhes pelo site www.enmoda.com.br.

VIVÊNCIA INTERNACIONAL O Istituto Europeo Di Design (IED) traz opções interessantes de cursos de extensão para 2015. Em Luxury Management, com início dia 6 de março, os alunos desenvolvem as competências e habilidades para que dominem e apliquem conceitos, técnicas e ferramentas de gestão, produção, distribuição e comercialização/atendimento de bens e serviços de luxo. O conteúdo do programa no Brasil inclui 12 módulos com carga horária de 12 horas cada. No módulo internacional, os alunos ficam uma semana em Milão, na Itália, no mês de junho, e contam com visitas a operações de luxo e aulas com professores internacionais na sede do IED em Milão. Em Shoes & Bags – Design and Business, com extensão em Milão e Florença, na Itália, o aluno é treinado para atuar em todas as áreas do mercado de calçados e bolsas, desde a concepção e o design dos produtos, passando pelo desenvolvimento das peças, pela idealização da marca, pela visão estratégica e de mercado, pela utilização das ferramentas de marketing, até a comercialização em todas as escalas, chegando ao varejo. O curso inicia dia 7 de março e conta com 144 horas de aulas em São Paulo e 64 horas em Milão e Florença. Mais informações pelo telefone (11) 3660-8000 ou pelo site www.ied.edu.br. CURSOS NA ESCOLA DE MODA ITALIANA A Escola de Moda Italiana oferece diversos cursos na área de moda, inclusive de alfaiataria. São eles: Confecção de Blusas Femininas, com duração de cinco meses; Confecção de Blazer Masculino, com duração de

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seis meses; Confecção de Blazer Feminino, também com duração de seis meses; Confecção de Calças Masculinas, com duração de cinco meses; Modelagem de Roupa, com duração de dez meses; Confecção de Calça Feminina, no período de cinco meses; Confecção de Camisas Masculinas, durante cinco meses; Confecção de Saias, com duração de três meses; Técnicas de Costura, também durante três meses; e Confecção de Gravatas, por dois meses ou com a opção de intensivão, que vai de 2 a 13 de fevereiro de 2015. Saiba mais no site www.escolademodaitaliana.com.br ou pelo telefone (11) 3064-1399. TÉCNICO DE MODELAGEM DO VESTUÁRIO O Senai/Cetiqt oferece o curso gratuito de Técnico de Modelagem do Vestuário, com duração de três meses. No curso, o aluno é treinado para desenvolver a modelagem de uma peça de vestuário aplicando técnicas bidimensionais e tridimensionais, preparando a peça para o setor de corte e avaliando a vestibilidade técnica do produto. O ensino é gratuito por meio do Pronatec ou Sisutec e tem início semestralmente em dois períodos, tarde e noite, no Campus Riachuelo, na Rua Magalhães Castro, 174, Rio de Janeiro (RJ). Para se inscrever, acesse www.pronatec.gov.br ou www.sisutec.gov.br. MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS A Belas Artes, de olho na atualidade, tem em sua grade o curso de curta duração Mídias Sociais Digitais. Os consumidores estão usando a internet para se aproximar e se envolver com as marcas que admiram, estão unidos por ações coletivas, têm olhar crítico e confiam cada vez mais na informação que vem das pessoas e seu círculo social digital. Esse novo cenário fez com que as empresas reconhecessem o valor da participação e interação de seus consumidores. O curso de Mídias Sociais Digitais foi pensado para quem deseja obter resultados positivos dentro desse novo contexto, abordando a criação de conteúdo coerente em áreas da economia criativa, com ênfase em moda e estilo de vida, e preparando o aluno para acompanhar a curva de crescimento de empresas e novos empreendedores no meio online. Veja mais em www.belasartes.br/cursos. SIGBOL REFORMULA PROGRAMA DE CURSOS A escola de moda Sigbol Fashion reformulou seu programa de cursos profissionalizantes para 2015 e traz novas opções de cursos de curta duração. Os de Corte e Costura, que sempre foram o carro-chefe da escola, agora serão ministrados da seguinte forma: Corte e Costura sob Medida – Básica e Avançada e Especialização em Costura sob Medida, voltado para quem quer ingressar no mercado de trabalho como empreendedor, abrindo uma oficina ou um ateliê de costura com peças elaboradas em tamanhos individualizados que fujam dos tradicionais P, M e G, ou criar peças com acabamentos artesanais e manuais; e Corte e Costura Industrial e Especialização em Corte e Costura Industrial, voltado para a costura da indústria, com tamanhos preestabelecidos pelo mercado e confecção de roupas em tecidos de malha. Maiores informações pelo site www.sigbol.com.br ou pelo telefone (11) 5904-6461.


Tendências

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POR CARLIN GROUP

MODA INFANTIL: UMA VISÃO DO VERÃO 2016 LEMBRANÇAS, FANTASIAS E NATUREZA

Foto: All rights reserved Carlin©

Para o verão 2016, os estilos emergentes identificados trazem consigo atitudes de um consumidor cada vez mais consciente: refinamento, respeito, introspecção e colaboração. A moda infantil não fica de fora de tudo isso, ela é influenciada e influencia, à medida que os pais são influenciados pelo estilo de vida que adotam. Assim, alguns exemplos são: l Os colaborativos são aqueles que se preocupam e participam da sociedade em que vivem. São engajados em causas humanitárias com percepção de realidade, criam uma visão melhorada de si mesmos, mas também dos ambientes.

Os introspectivos valorizam o silêncio e dão grande valor aos espaços. Acessar o isolamento em espaço e o silêncio se apresenta como um luxo inestimável e precioso na saturação da vida moderna. A inovação desenvolvida nessas zonas áridas oferece apelo renovado, e a elegância das populações nômades dos desertos, uma atualização. l

Os sociáveis redescobrem o prazer de viver junto das convivências mais populares e alegres. Essa atitude marca a evolução do melhor estar, a experiência do prazer menos individualista e a busca de ser feliz e saudável. l

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O refinamento e o glamour do passado, encontrados nas tradições do Oriente Médio e em histórias envolventes, como a do trem Expresso do


Oriente e seus lendários personagens. Também nas riquezas dos países produtores de petróleo, como os Emirados Árabes Unidos, sua cultura islâmica e muitos investimentos bilionários ajudam no requinte e sofisticação para um consumidor que sabe valorizar o excelente e duradouro. Aqueles que fogem do fast fashion. Para as crianças, ilustrações contando histórias árabes fascinantes, as aves do Paraíso, os jardins exuberantes que inspiram um universo poético e minimalista com espírito moderno. Para os teens, a inspiração se aproxima mais do maravilhoso mundo das Mil e Uma Noites ou de Ali Baba, com figuras alegres e mask fun com animais exóticos de inspiração étnica modernizada. A opulência oriental modernizada por harmonias gráficas e cores. O charme contemporâneo nos convida a atualizações dos códigos de autenticidade. As cores são emocionais, luminosas, harmonizadas entre tons bege (nude), vermelho para meninas e azul e laranja para meninos. Estampas florais tanto para meninas, meninos e bebês, bordados e estampados sobre o jeans e o uso de muitas listras. Dinamismo popular implica energia e comunicabilidade nas cores vivas contrastadas por tons suaves. O ponto forte, vermelho, rosa, verde opalescente, forma uma gama de cores urbana e alegre para meninos e meninas. O tema Sugar Baby – Doce e Lúdico traz simplicidade com cores pastel contrastando com energizadas nos detalhes de estampas e apliques. O City Sport Fun traz descontração urbana com a charmosa bike, tão popular nos dias de hoje. Desportistas urbanos contam com gráficos com motivos de jogos e efeitos especiais para os xadrezes com destaque para os tons de verde. Por fim, preciosos recursos inspirados numa gama de cores desérticas que vão da cor da areia aos tons terrosos mais fortes, passando pela cor laranja já consagrada na estação atual. Agora esses tons são enriquecidos com ouro e cromado sobre tons naturais que são os pontos-chave. Materiais como fibras naturais e tecidos leves – soft – são o foco. Estampas de camelos, caravanas, paisagem de deserto, oásis, sol dão charme aos gráficos modernizados. Não podem faltar para a criançada óculos de sol, o uso de chapéus de diversos estilos e lenços com motivos folclóricos, étnicos, tribais e alegres para complementar o look de cada dia.

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Costura Social

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POR SILVIA BORIELLO

RAZÃO E SENSIBILIDADE PAPO DE RESPONSA RESGATA JOVENS EM SITUAÇÃO VULNERÁVEL POR MEIO DE TRABALHO SOCIAL E DA COSTURA Foto: Silvia Boriello

Andar pelas ruas do centro de São Paulo, especialmente na área conhecida como Cracolândia, não é das tarefas mais aprazíveis. E a área tem se espalhado tão rápido quanto o efeito do crack, que devasta o futuro de muitas vidas, não apenas do viciado. É em meio a esse “fluxo”, como é chamada a concentração de dependentes, que atuam os missionários e voluntários do Ministério JEAME (Jesus Ama o Menor), uma organização sem fins lucrativos que desde 1981 atua com crianças e adolescentes em situação de risco e também na Fundação Casa (antiga Febem), em São Paulo, onde tudo começou. Ela tem como missão resgatar, reabilitar e reintegrar

DA ESQ. PARA A DIR., AS ALUNAS DIANA E ANGELA ENTRE A PROFESSORA DE COSTURA, SILVIA REGINA DA SILVA, E A COORDENADORA PEDAGÓGICA DO JEAME, VERNA LANDELL.

crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. No ano de fundação da ONG, uma equipe de voluntários do

como casa-triagem, e de 14 a 24 anos para os cursos.

JEAME deu início às suas ações, primeiro com a ala masculina

Oferece atendimento integral – físico e emocional –, como

e, em 1983, com a ala feminina da instituição. “Esse trabalho

banho, alimentação, internação para desintoxicação, retirada

cresceu e se fortaleceu durante esses 33 anos, e hoje temos

de documentos, possibilidade de sair das ruas e reinserção na

mais de 40 voluntários visitando 16 unidades da Fundação

família, cursos profissionalizantes, como informática e costura,

Casa semanalmente”, diz Verna Langrell, coordenadora

educação religiosa e o principal: respeito. A ideia é o resgate

pedagógica do JEAME. Ela diz que, em 1987, perceberam

da dignidade humana e da autoestima, reinserindo-os na

que havia muitas crianças e adolescentes nas ruas do centro

sociedade. Sua manutenção é feita por meio de doações de

de São Paulo, grande parte formada por ex-internos da

igrejas, empresas e pessoas físicas, e seu trabalho é feito por

Febem, que não tinham para onde ir. “A necessidade de ajudar

voluntários.

essa população foi sentida, e surgiu a ideia do Projeto Cabine,

“Nosso público-alvo são os jovens das ruas centrais de

no qual crianças e adolescentes em situação de risco na Praça

São Paulo, principalmente das regiões da Sé, Anhangabaú,

da Sé eram abordados e atendidos numa cabine ali mesmo na

República, Luz e arredores. Em sua maioria, estão sem

Sé”, conta Verna.

moradia e são usuários de drogas. Eles chegam até nós por

Em 1993, a Caixa Econômica Federal cedeu um espaço à

meio de abordagem realizada pela equipe de campo (Projeto

ONG para o atendimento desses jovens, onde era feita uma

Resgate das Ruas). Já passaram pela ONG centenas de

triagem para atendimento. Foi daí que nasceu a Papo de

jovens e essa é uma obra de longo prazo, pois não se pode

Responsa, carinhosamente chamada de “escolinha” pelos

dizer que a pessoa está recuperada no primeiro ou no

adolescentes de rua. Em 1998, mudou-se para a Rua

segundo ano, mas depois de vários. Só nos últimos dois anos,

Guaianazes, nos Campos Elíseos, onde permanece até hoje.

acompanhamos de perto cinco deles que saíram das ruas e

“O nome Papo de Responsa veio de uma gíria usada pelas

estão se restabelecendo”, resumem os coordenadores.

crianças e adolescentes que viviam nas ruas da Praça da Sé,

Segundo relatam, a maior dificuldade em lidar com esse

e significa ‘conversa séria’”, explica Osvaldo da Silva Junior,

público, em primeiro lugar, é a falta de moradia e, em segundo,

coordenador-geral do projeto.

o uso de drogas, bem como a falta de recursos para trata-

A ONG, em sua escola, recebe jovens de 0 a 21 anos

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mento e encaminhamento adequados de desintoxicação, pois



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há poucos lugares para onde se pode direcionar adolescentes

e cuidados maternos e das coordenadoras, como uma família.

viciados em crack.

Aliás, quando indagada sobre suas experiências, Diana disse

No entanto, mesmo com todo esse suporte, ainda faltava

que, na grande maioria dos casos, é pela falta de estrutura

algo: fazer com que eles caminhassem com os próprios pés.

familiar que a situação das drogas e, consequentemente, das

“Dar comida e roupa, no curto prazo, pode mantê-los no

ruas, se dá. E diz que quem acha que viver nas ruas é ter

mesmo local e tirar-lhes o incentivo de buscar algo melhor.

liberdade se engana: nelas também existem regras, e são

Queremos, então, amá-los não só no curto prazo, mas

muito mais duras e impiedosas.

capacitá-los a viver bem no longo prazo. Muitos olham para as

Verna conta que as duas alunas diziam que não gostavam

pessoas nas ruas e falam: “Saia da rua e trabalhe!”, como se

de corte e costura, mas vinham pelo vínculo com os

fosse algo fácil. Mas não consideram que o adolescente pode

voluntários. “Uma chegou até bem atrasada na primeira aula

ter cursado apenas a 4ª série, não ter nenhum curso ou

por não botar muita fé, pois nunca havia usado uma máquina

experiência de trabalho, sem condições físicas e psicológicas

antes. Trouxe seu bebê, colocou-o para dormir e, depois de

de se apresentar em um curso ou entrevista de emprego, e

2h30 de aula, saiu com uma colcha pronta para ele. Agora,

muitas vezes não tem o apoio da família para incentivá-lo.

após alguns meses e vários itens confeccionados, cogitam a

Vimos, então, a necessidade gritante de ajudá-los a preparar-

ideia de ser costureiras.”

se para a reintegração na sociedade num lugar seguro, onde

No curso – que é altamente individualizado e começa da

se entende de onde estão vindo, que comece do ponto onde

prática para depois passar à teoria –, as meninas já fizeram

estão e caminhe com eles até que se estabeleçam”, diz a

colchas, tapetes, bolsinhas, lixeiras para carro, itens de

coordenadora.

decoração e de utilidade para as crianças. Dividido em sete

Verna, que é de origem irlandesa, recebeu uma amiga em

fases de aprendizagem (com três etapas), na segunda as

2013, vinda de sua terra natal, interessada em conhecer seu

alunas produzem dois itens iguais, sendo que um podem levar

trabalho, e, como modista, se interessou em treinar algumas

para casa e o outro é vendido na ONG para repor o dinheiro

moças na área de costura. Ela pegou emprestada uma

usado na compra dos materiais. Na terceira fase, produzem

máquina de costura industrial e convidou para aprender a

itens que serão vendidos a parceiros do projeto e feiras de

costurar uma das jovens que frequentava a ONG e tinha um

artesanato, nos quais a renda é dividida entre o custeio de

filho com 2 anos de idade. A coordenadora conta que, ao

materiais e o trabalho das alunas. “Cremos que, além da

confeccionar sua primeira bolsa, a alegria da jovem foi

profissão, este curso eleve a autoestima dos participantes, por

contagiante. “Vimos pela experiência que poderíamos ajudar

criarem algo com as próprias mãos. Costurar tem trabalhado

muitas moças em situação semelhante à dela. Batalhamos em

muito o desejo de viver e de construir algo”, afirma Osvaldo.

2014 para montar a sala com uma mesa de corte e quatro

As aulas estão sendo ministradas às segundas-feiras, das

máquinas de costura domésticas, pois, como não tinham

10h30 às 13h, com uma pausa para o almoço e convivência

experiência, as industriais as assustavam um pouco.

em grupo, e são retomadas até as 16h. A previsão de duração

Ganhamos retalhos e, depois de planejarmos as aulas, no dia

é de um ano.

20 de outubro demos início ao curso, com uma costureira

A Papo de Responsa fez um breve recesso durante o mês

profissional, a Silvia Regina da Silva (que também é voluntária

de janeiro, e retoma suas aulas em fevereiro de 2015.

e cozinheira do JEAME), uma pedagoga, um assistente social

Doações, especialmente de retalhos, insumos e aviamentos,

e duas moças inscritas”, conta.

são muito bem-vindas, pois é desse material que saem as

Inclusive, essas duas moças seguem firme no curso e

peças confeccionadas. “Essas doações diminuem nossos

estão mais confiantes no futuro. Diana, hoje com 25 anos, foi

custos, pois podemos utilizá-las em vez de comprar o

a primeira delas, e conta que havia três anos vivia nas ruas

material, o que faz com que o curso possa se manter e que o

próximas à Praça da República, quando foi abordada por um

aluno receba mais nas vendas”, ressalta Verna.

missionário e acabou indo para a ONG. Angela, hoje com 19

Para quem estiver interessado em mais informações sobre

anos, foi a segunda e, entre idas e vindas, frequenta a ONG há

o projeto, é só acessar o site www.jeame.org.br ou entrar em

pelo menos sete anos. Ambas têm filhos lindos e saudáveis –

contato pelos telefones (11) 3256-5747 / 96365-4962 e

Elizeu, bebê de Angela, estava na sala de costura sob os olhos

e-mails mjeame@uol.com.br / vernalangrell@hotmail.com.


POR SILVIA BORIELLO

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Cultura

FERNANDA YAMAMOTO VENCE PRÊMIO DESIGN MUSEU DA CASA BRASILEIRA Foto: Divulgação

O ano de 2014 foi de reconhecimento ao trabalho da estilista Fernanda Yamamoto. Em novembro passado, ela esteve na Bienal Ibero-americana de Design (BID), em Madri, como uma das representantes do design da moda brasileira, quando soube de seu primeiro lugar na categoria Têxtil do 28º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. “Receber o Prêmio Design Museu da Casa Brasileira é uma conquista extremamente significativa, pois traduz o reconhecimento do meu trabalho pelo segmento do design”, declarou a estilista quando LOOK DA ESTILISTA FERNANDA YAMAMOTO QUE LHE RENDEU O PRIMEIRO LUGAR NO PRÊMIO DESIGN MUSEU DA CASA anunciaram seu nome na BRASILEIRA, NA CATEGORIA TÊXTIL. premiação. A obra premiada foi um vestido criado para sua coleção Verão 2015, com cem quadrados em quatro tamanhos diferentes, formando uma sobreposição arquitetônica. Fernanda aplicou e prensou cada um deles com entretela e, posteriormente, combinou-os individualmente em um tule, criando um design exclusivo. Sua primeira experiência com os quadrados foi em 2013, quando o tecido era formado por dois quadrados unidos por entretela e fios de linha que os interligavam com o intuito de parecer que flutuavam. Para torná-lo mais viável comercialmente, desenvolveu a técnica de uma base de tule transparente com aplicação dos quadrados por meio de uma entretela especial. O resultado trouxe o mesmo efeito dos quadrados flutuantes, mas com alguns bônus: redução de 30% no tempo de produção, maior resistência do tecido, fácil manutenção da peça e menor custo.


Minha Empresa

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POR RENATA MARTORELLI

ROMPENDO REGRAS CEARENSE FREEBOARD É VOLTADA PARA HOMENS QUE BUSCAM ESTILO, CONFORTO E LIBERDADE

COLEÇÃO INVERNO 2015 DA FREEBOARD.

Fotos: Nicolas Gondim

Conectado a novidades, esportes e música – esse é o público jovem da marca Freeboard. Localizada em Fortaleza (CE), a grife está há nove anos no mercado e conta com produção mensal de aproximadamente 40 mil peças, distribuídas em mais de mil pontos de vendas pelo Norte e Nordeste, além da loja virtual. Waleska Ramalho, diretora de criação da Freeboard, conheceu o esposo, Aluísio Ramalho, diretor-geral da empresa, ainda na faculdade, quando cursavam administração de empresas na Universidade Federal do Ceará. Ela já trabalhava na confecção de jeans do pai e ele na indústria de redes de descanso da família, quando Waleska convidou Aluísio para abrirem juntos uma empresa de confecção. A firma iniciou suas atividades produzindo peças infantis para pronta-entrega e, diante da procura dos clientes, passou também a confeccionar peças masculinas e femininas. “Dois anos depois, fechamos a primeira parceria de private label, o que foi despertando a vontade de termos uma marca própria, e outros clientes surgiram. Em 2004, iniciamos o processo da Freeboard, mas um novo cliente para private label nos procurou e, junto com o primeiro, consumia 70% da produção, o que deixou nosso projeto da marca para depois. Até que, em 2005, encerramos algumas parcerias e criamos a Freeboard, que inicialmente era

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vendida para uma loja de pronta-entrega e por meio de três representantes nos estados do Maranhão, Pará e Pernambuco. Entre 2006 e 2009, tocamos a marca, que foi crescendo e tomando corpo, e o espaço para private label em nossa produção foi diminuindo, até que, em 2011, encerramos todos os processos para terceiros e focamos exclusivamente em nossa marca”, conta Waleska Ramalho, diretora de criação da Freeboard. Hoje, o público-alvo da grife é o masculino, com um mix composto de calças e bermudas de jeans, sarja e boardshort, além de t-shirts e camisas diferenciadas, de manga curta e longa em tecido plano e malha, gola polo e V. “Em nossa coleção, queremos transmitir em cada peça a sensação de liberdade ao vestir”, revela Waleska.


Agenda

Março Nacionais 17 a 20: 39ª Fimec – Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes (couro e calçados), Novo Hamburgo, RS, www.fimec.com.br Internacionais 6 a 9: Paris Sur Mode (vestuário pronta-entrega), Paris, França, www.parissurmode.com 6 a 9: Première Classe – Inverno 2015 (acessórios), Paris, França, www.premiere-classe-tuileries.com 11 a 13: Première Vision Istambul – Verão 2016 (tecidos e aviamentos), Istambul, Turquia, www.premierevision-istanbul.com

Abril Nacionais 7: Fórum Internacional de Inovação Têxtil (palestras), São Paulo, SP, www.abit.org.br 7 a 10: Tecnotêxtil Brasil 2015 (máquinas, aviamentos e tecidos para confecção), São Paulo, SP, www.tecnotextilbrasil.com.br 7 a 10: ENT Brasil (equipamentos e insumos para não tecidos e tecidos técnicos), São Paulo, SP, www.fcem.com.br 7 a 10: Minas Trend Preview – Verão 2016 (desfiles e salão de negócios), Belo Horizonte, MG, www.minastrendpreview.com 13 a 17: SPFW – Verão 2016 (desfiles), São Paulo, SP, www.ffw.com.br 22 a 26: Dragão Fashion 2015 (desfiles), Fortaleza, CE, www.dfhouse.com.br * Fashion Rio – Verão 2016: até o fechamento desta edição, a data ainda não havia sido confirmada. Internacionais 8 e 9: Made in France (vestuário, acessórios e prestadores de serviços franceses), Paris, França, www.salonmadeinfrance.com 15 a 17: Perú Moda 2015 (desfiles e feira de têxteis e vestuário), Lima, Peru, www.perumoda.com A revista não se responsabiliza por mudanças de datas e informações fornecidas pelos organizadores dos eventos.


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POR JOÃO BRAGA

De volta às origens

Foto: Fernando Silveira/Faap/Divulgação

Você Sabia?

DOS ADORNOS VISUAIS À AUSTERIDADE. DA AUSTERIDADE AOS ADORNOS VISUAIS

Foto: Reprodução

Os machos de diversas espécies do reino animal são mais vistosos do que suas respectivas fêmeas. O leão tem uma imensa juba e a leoa é desprovida de adornos naturais; o pavão tem uma belíssima cauda e a pavoa não tem atrativos visuais; o peito do pombo é mais estufado do que o da pomba e suas penas são mais irisadas do que as de suas fêmeas; as escamas dos peixes brilham mais do que as das fêmeas; as penas do faisão são muito mais bonitas do que as penas da faisã; assim como o rabo do galo é muito mais vistoso do que o da galinha. Entre inúmeros outros exemplos, percebese essa natureza mais opulenta dos machos comparados às suas respectivas fêmeas pelos fatores de exibição, atração e sedução da fêmea para facilitar o coito e a consequente reprodução para a preservação da espécie. Entre os humanos, o macho da espécie, o homem, percebeu essa realidade e viu que não tinha tantos atrativos naturais, como penas coloridas, escamas brilhosas e/ou peles listradas ou manchadas. Assim, resolveu se adornar consideravelmente para poder atrair a mulher, indicando sedução, poder ou prestígio. Portanto, ele

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Você Sabia? se adornou primeiro e bem mais do que a própria mulher ao longo dos tempos, sem que isso fosse considerado demérito para sua natureza masculina. Pelo contrário, significava prestígio social entre os pares. Então, assim fez: usou brincos primeiro do que as mulheres; usou adornos de cabeça, coroas ostensivas; roupas opulentas, tecidos brilhosos, grandes joias, sapatos de salto, laçarotes vistosos, perucas densas, maquiagem excessiva, além de alguns outros detalhes e complementos que o evidenciavam de maneira singular. Temos registros de indumentária e/ou moda que nos comprovam que utilizavam tanta ornamentação quanto fosse necessária para o respeito e o posicionamento de prestígio nas sociedades em que viviam. Foi somente no século XIX, com o processo da Revolução Industrial, que o homem deixou de se enfeitar para não mais se impor pela aparência e sim por aquilo que produzia nesta sociedade de produção e consequente consumo. É nos primeiros decênios dessa centúria que vai surgir a roupa de trabalho para o homem, mais prática e mais funcional para que pudesse trabalhar sem se atrapalhar com os ornamentos que lhe foram tão peculiares. Portanto, essa nova realidade social gerou para o homem uma roupa austera e introspectiva, de cores sóbrias e escuras sem ornamentações, então consideradas “desnecessárias” para aquele novo estilo de vida. Barbas, bigodes e barrigas acentuadas eram os enfeites naturais. Bengala, corrente do relógio de bolso sobre o colete, gravata, abotoaduras e cartolas eram o máximo de ornamento artificial que o homem podia usufruir, lembrando que eram sóbrios e não ostentatórios. O século XX chegou e o homem continuou com essa postura. Pequenas variações ocorriam no visual masculino. Ora o paletó era de dois, três ou quatro botões; ora era abotoamento transpassado no estilo jaquetão; ora a calça era mais larga, ora mais justa, variavam também um pouco o colarinho da camisa, a gravata, o calçado e o chapéu, sempre privilegiando a sobriedade. Com o advento da moda unissex a partir da segunda metade dos anos 1960, o homem recomeçou a se dar o direito de fazer algumas mudanças, como usar cabelo comprido, bolsa a tiracolo, calça boca de sino, uma ou

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outra bata, sandálias e, os mais ousados, um visual esportivo e/ou espacial dialogando com os novos tempos. A moda unissex resgatou o antigo direito de enfeitar-se. E, assim, o macho da espécie humana recomeçou a liberar-se e libertar-se dos valores de austeridade e rigor impostos pelo processo de sociedade industrializada. Ao chegarmos à última década do século XX, com o advento do comportamento e moda metrossexuais, o homem, mais do que ter recuperado a possibilidade de enfeitar-se, assumiu de fato uma nova postura de real preocupação com a aparência. Não só uma aparência de corpos delineados em aparelhos das academias de ginástica, como também no cobrir o corpo preocupando-se com cores, tecidos, formas, estilos e combinações de elementos decorativos que lhe favorecessem ter uma boa aparência, agradando não só a si mesmo como também o olhar de quem lhe observasse, fosse outro do mesmo gênero, fosse uma mulher. E agora, no decorrer do século XXI, o homem voltou a conviver com os adornos que vão lhe caracterizar com o novo espírito dos tempos. Barbas benfeitas, estampas vistosas, novas combinações de cores (inclusive o uso de tons cítricos), calçados com design contemporâneo, roupas justas, trajes esportivos usados no contexto urbano, tênis, calças jeans em diversas modelagens, cabelos bem cortados e penteados inusitados, bermudas e sandálias, costumes mais justos e até mesmo de tecidos lustrosos, com alguns ousando no uso de maquiagem e inúmeras outras posturas que correspondem às suas próprias origens de enfeitar-se com naturalidade sem que isso seja, novamente, considerado demérito ou desprestígio de masculinidade. É a moda masculina dentro desse novo contexto social que resgata as origens da maneira de vestir do macho da espécie humana, dando ao homem mais liberdade e segurança da própria aparência pelo viés da moda.

JOÃO BRAGA É ESTILISTA, ESCRITOR E PROFESSOR DE HISTÓRIA DA MODA DAS FACULDADES FAAP E SANTA MARCELINA E DA CASA DO SABER.


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ENDEREÇOS ASSOCIAÇÕES, FEDERAÇÕES, ONGS E SINDICATOS Abest (Associação Brasileira de Estilistas) – R. Fidalga, 407-A, São Paulo, SP, tel.: (11) 32561655, www.abest.com.br Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) – R. Júlio de Castilhos, 561, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 35947011, www.abicalcados.com.br Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.abit.org.br Abramaco (Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Máquinas de Costura Industrial, Componentes e Sistemas) – R. Ribeiro de Lima, 282, cj. 111, São Paulo, SP, tel.: (11) 3326-6922, fax: (11) 3313-4908, www.abramaco.org.br Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) – Av. Rouxinol, 1.041, cj. 1.710, São Paulo, SP, tel.: (11) 2901-4333, www.abravest.org.br ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) – tel.: (11) 3431-8858, www.abvtex.org.br Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) – SBN, qd. 1, bl. B, 10º andar, Ed. CNC Brasília, DF, tel.: (61) 3426-0202, www.apexbrasil.com.br Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos) – R. Júlio de Castilhos, 526, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3584-5200, www.assintecal.org.br CIC (Centro de Integração da Cidadania do Imigrante) – R. Barra Funda, 1.020, São Paulo, SP, tel.: (11) 3291-2612 (Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania) Exército da Salvação – Av. Santa Catarina, 1.781, São Paulo, SP, tel.: (11) 4003-2299, www.exercitodoacoes.org.br Fashion Revolution – www.fashionrevolution.org Fiems (Federação das Indústrias do Estado Mato Grosso do Sul) – Av. Afonso Pena, 1.206, Campo Grande, MS, tel.: (67) 3389-9000, www.fiems.com.br Governo do Estado de São Paulo – Av. Morumbi, 4.500, São Paulo, SP, tel.: (11) 2193-8786, www.sp.gpv.br Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial) – Av. Nove de Julho, 4.865, cj. 42, São Paulo, SP, tel.: (11) 3238-5800, www.iemi.com.br JEAME (Jesus Ama o Menor) – R. 7 de Abril, 105, 10º andar, conjunto 10-B, São Paulo, SP, tel.: (11) 3354-1887, www.jeame.org.br Receita Federal – www.receita.fazenda.gov.br Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) – Central de Relacionamento: 0800-5700800, www.sebrae.com.br Sesi-SP (Serviço Social da Indústria) – Av. Paulista, 1.313, São Paulo, SP, tel.: (11) 31467000, www.sesi.org.br Sinditêxtil-SP – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.sinditextilsp.org.br Sindivestuário-SP (Sindicato das Indústrias de Vestuário de São Paulo) – R. Mário Amaral, 172, 2º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 38892272, www.sindivest.org.br Sindivest/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação de Mato Grosso do Sul) – Av. Afonso Pena, 3.504, Campo Grande, MS, tel.: (67) 33257478, www.sindivestms.com.br Sindvest Maringá (Sindicato da Indústria do Vestuário de Maringá) – R. Rebouças, 140,

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Maringá, PR, tel.: (34) 3026-3379, www.sindvestmaringa.com.br MODA E GRIFES Achado Trailer – tel.: (11) 99171-8486, email: achado.trailer@gmail.com, www.facebook.com/achadotrailer Avon – SAC: 0800-7082866, www.avon.com.br Brandili – SAC: 0800-6462444, www.brandili.com.br Brascol – R. Maria Marcolina, 748, São Paulo, SP, tel.: (11) 3328-1818, www.brascol.com.br Colorittá – R. Manoel Francisco Costa, 215, Jaraguá do Sul, SC, tel.: (47) 3275-9000, www.coloritta.com DBZ Jeans – R. Nepomuceno, 516, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3319-1200, www.dbzjeans.com.br Dedeka – R. André Aguzzoli, 48, Caxias do Sul, RS, tel.: (54) 3212-0107, www.dedeka.com.br Fakini – www.fakini.com.br Fernanda Yamamoto – www.fernandayamamoto.com.br Freeboard – Av. Bernardo Manuel, 7.815, Fortaleza, CE, tel.: (85) 3878-9999, www.freeboard.com.br GFN Representações Comerciais – R. Augusta, 2.763, São Paulo, SP, tel.: (11) 3061-1662 Inditex – www.inditex.com Lilica Ripilica – SAC: 0800-8882600, www.lilicaetigor.com.br Pimpolho – R. Valdivino Vieira, 153, Vila Velha, ES, tel.: (27) 2104-0555, www.pimpolho.com.br Reserva – www.usereserva.com Ronaldo Fraga – www.ronaldofraga.com.br Shoulder – R. Oscar Freire, 819, São Paulo, SP, tel.: (11) 3086-4744, www.shoulder.com.br Tre.co – www.treco.me Trick Nick – www.tricknick.com.br Usaflex – www.usaflex.com.br Vert – www.vert-shoes.com.br TECELAGENS E FIAÇÕES Capricórnio Têxtil – Av. Angélica, 2.578, 12º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3595-9997, www.capricornio.com.br Cedro Têxtil – R. Paraíba, 337, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3235-5000, www.cedro.com.br Invista (LYCRA®) – Av. das Nações Unidas, 4.777, São Paulo, SP, tel.: (11) 6858-8160, www.invista.com, www.lycra.com.br QuatroK Têxtil – R. José Benedeti, 122, São Caetano do Sul, SP, tel.: (11) 4174-3000, www.quatrok.com.br Rhodia – Av. dos Estados, 5.852, Santo André, SP, tel.: (11) 4435-2589, www.rhodia.com.br Santaconstancia Tecelagem – R. Soldado Amarilho G. Queiroz, 77, São Paulo, SP, tel.: (11) 2982-7900, www.santaconstancia.com.br DIVERSOS Agulhas Qin Pai (Impemax) – R. da Graça, 701, São Paulo, SP, tel.: (11) 3333-7003, www.qinpai.com.br Andrade Máquinas – Av. São Paulo, 125, Guarulhos, SP, tel.: (11) 3787-3333, www.sansei.com.br AOzawa Consultoria – tel.: (11) 99965-7595 / (11) 98816-3006, www.aozawaconsultoria.com.br Archroma – www.archroma.com Armarinhos 25 – R. João Boemer, 805, São Paulo, SP, tel.: (11) 2790-2525, www.armarinhos25.com.br

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POR GIUSEPPE TROPI SOMMA

Foto: Divulgação

Ponto de Vista

A bondade criminosa com os nossos impostos Por que o Bolsa Família é uma fonte criminosa? – Porque doar dinheiro que não é seu é crime. – Porque seduzir com dinheiro que não é seu é corrupção. – Porque cultivar a pobreza, incentivando a improdutividade, é crime sociopolítico. Um país cuja Constituição de 1988 foi feita na porta de saída de uma ditadura militar, em que só existia uma esquerda organizada, não pode realmente ser justo e ético. O erro da época foi o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter unificado a candidatura para a tarefa de parlamentar com a tarefa de constituinte, fazendo com que a nossa Constituição não tenha sido elaborada pela nata da inteligência nacional, e sim pela mediocridade política de nossos representantes. Na época, o eleitor nem se preocupou com a capacidade e a credibilidade dos candidatos a constituinte; apenas queria se garantir de estar iniciando uma nova fase de autêntica democracia. Resultado: fomos agraciados por uma Constituição fraca e cheia de contradições, feita, com raras exceções, por (e para) incompetentes, semianalfabetos e pessoas mal-intencionadas. É uma Constituição segundo a qual todos somos iguais perante a lei, mas uns mais iguais que os outros; pela qual todos devemos lutar para garantir nosso sustento com trabalho e honestidade, mas há quem, por pouco, deve lutar muito, e quem, por muito, não precisa lutar nada. Uma Constituição que divide o Brasil em dois, com direitos adquiridos de um lado e obrigações impostas de outro. Uma Constituição que põe o poder político acima da lei penal jamais poderia ser chamada de justa. Esta Constituição parece ter sido feita para a prática do crime e para a impunidade, porque os crimes são constantemente denunciados e comprovados, mas nada se faz para impedi-los e para que não se repitam. Por que estou falando de Constituição? Para dizer que, apesar de nossa gravíssima situação e de “nunca antes na história deste país” termos tido um tão grande desgoverno, nosso problema não é pontual e ocasional, que possa ser resolvido definitivamente. Infelizmente, isso só será possível com um choque institucional suficientemente rígido. Infelizmente, o país, há muitas décadas, está pecando na educação de seu povo e, em vez de erradicarmos a marginalidade, a imoralidade etc., acabamos sendo dominados por elas. Quando observo estar sendo extorquido com tantos impostos e estar sendo instrumentalizado para custear a gigantesca corrupção, e quando observo meus impostos serem usados para comprar o apoio popular, eu me pergunto: por que nossos políticos não param de cometer (e não impedem que os outros cometam) os mesmos crimes? Se o governo quer combater a pobreza, por que, quando dá uma Bolsa Família, junto com isso não cria comitês locais soioeducacionais para orientar as famílias favorecidas a se tornarem autossustentáveis e produtivas? Se não faz isso é porque não quer que a pobreza acabe, mas que aumente e se perpetue, porque, na verdade, a pobreza não é objeto de combate, mas é um objeto de uso. Diante da atual situação econômica (que todos passamos), em que fomos obrigados a demitir muitos funcionários para fazer frente aos altos custos, principalmente pela alta carga tributária, precisamos ter atitudes: nas próximas notícias sobre corrupção e malversação do dinheiro público, nós, contribuintes, seremos induzidos a nos unir e deixar de recolher impostos, depositando-os em juízo. Pelo que sabemos, nós pagamos impostos para que o governo os reverta em benefício de toda a sociedade, como saúde, educação, segurança e infraestrutura, e não distribuindo dinheiro como se dele fosse. Essa minha decisão não foi tomada com base em boatos de que algumas empresas já estejam fazendo isso, mas pelo sentimento de justiça e de defesa da moralidade. * Reprodução liberada *

CAV. GIUSEPPE TROPI SOMMA É EMPRESÁRIO, MEMBRO DA ABRAMACO E PRESIDENTE DO GRUPO CAVEMAC. GIUSEPPE@CAVEMAC.COM.BR Para compartilhar este e outros Pontos de Vista, acesse: www.costuraperfeita.com.br e clique no menu “Edição atual” ou “Edições anteriores”.

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UMA CONSTITUIÇÃO QUE PÕE O PODER POLÍTICO ACIMA DA LEI PENAL JAMAIS PODERIA SER CHAMADA DE JUSTA.”




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