Revista Costura Perfeita Ano XVI n°84 Marco/Abril 2015

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COSTURA PERFEITA

ANO XVI l Nยบ 84 l MARร O ABRIL 2015






ÍNDICE

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EDIÇÃO 84

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MARÇO E ABRIL DE 2015

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ANO XVI

.50

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.92

Seções 14 – Editorial 18 – Cartas 34 – Lançamentos 42 – Tecnologia 80 – Curtas 102 – Serigrafia 104 – Caderno Têxtil – Novidades Têxteis

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Comércio Exterior Couro e Cia. Atualidades Agenda Cursos Endereços Classificados

Colunas 20 – Qualificação: A qualidade e a sustentabilidade 26 – Empreendedorismo Sebrae 32 – Oferta e Demanda: Os desafios do omni-channel fazem marcas recuarem 44 – Produção: Calça jeans – Como ser produtivo 46 – Coaching: Receita para conseguir o que quer 82 – Ranking: O papel do designer de moda frente à crise da indústria têxtil 100 – Caderno Senai: A mudança de perfil da indústria confeccionista brasileira 129 – Ponto de Vista: Intervenção militar é realmente uma coisa amaldiçoada? Afinal, o que significa?

Look do estilista colombiano Hernan Sajar em desfile da LYCRA® Moves Colombia durante a Colombiatex 2015. Foto: Inexmoda/Divulgação Arte: Arte Mais Comunicação

Matérias 22 – Mercado: Financiamento para confecções – Saiba quais são as melhores opções de linhas de crédito para sua empresa 28 – Negócios: Crise hídrica e energética afeta produção têxtil e confeccionista 36 – Especial: Manual de sobrevivência – Dicas para as confecções se manterem saudáveis no período atual 50 – Feiras: Couromoda 2015, São Paulo Prêt-à-Porter 2015, Fenin Fashion – Inverno 2015, Salão da Lingerie, Feira de Moda de Gramado – Inverno 2015, Who’s Next, Première Vision Paris, Colombiatex 2015 84 – Eventos: Inspiramais – Verão 2016, 19ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana 92 – Meio Ambiente: Brasil terá norma para químicos têxteis 94 – Fique Sabendo: Otimismo e credibilidade fazem Welttec crescer mesmo em momento de crise 98 – Dicas e Economia: Aparelhos italianos 110 – Tendências: O fio condutor do verão 2016 125 – Costura Social: JEAME recebe doações

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Diretor-presidente: Giuseppe Tropi Somma Editora e Jornalista Responsável: Silvia Boriello (MTB 41.139) Repórter: Renata Martorelli (MTB 49.937) Consultor Técnico: Marcelo Scicilliano Diagramação: Arte Mais Comunicação e Editoração Ltda. Revisão: Kiel Pimenta Colaboradores: Alessandra Lanzeloti, Alessandra Rustarz, Angela Valiera, Claudia Valéria da Silva, Edson Jaccoud, Fábio Murcia Marques, Fábio Romito, Henriete Mirrione, Marcelo V. Prado, Márcia Malpighi, Marta Sales, Roselaine Araujo, Rubens Nunes, Sheila Osti Pedro Publicidade: Valdir Porto Ribeiro – comercial1@costuraperfeita.com.br Assinaturas: assinatura@costuraperfeita.com.br Impressão: Prol Gráfica Distribuição Nacional Costura Perfeita é uma publicação bimestral da Cavemac – Rua Newton Prado, 333 – Bom Retiro – São Paulo (SP) – CEP: 01127-000 Telefone: (11) 2171-9200 Costura Perfeita – Redação: Telefone: (11) 2171-9252 / 2171-9263 – redacao@costuraperfeita.com.br

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POR SILVIA BORIELLO

Foto: Yuri Mine

aEditorial

Caixa de Pandora Já dizia a mitologia grega que, para castigar a humanidade e se vingar dos titãs Prometeu e Epimeteu, Zeus, o mais poderoso dos deuses do Olimpo, pediu ao deus coxo Hefesto para que criasse uma mulher de argila, Pandora, que recebeu um sopro de vida dos quatro ventos e foi embelezada por todas as deusas. Lindíssima, foi dada de presente a Epimeteu, que, alertado pelo irmão Prometeu, não aceitou. Zeus, mais furioso ainda, impôs um cruel castigo a Prometeu, fazendo com que, durante o dia, uma ave de rapina lhe devorasse o fígado e, à noite, o órgão crescesse novamente. Assim, a dor seria eterna. Temendo o mesmo destino do irmão, Epimeteu resolveu casar-se com Pandora e aceitar o “presente” dado: uma caixa que, uma vez aberta, espalhou todas as desgraças sobre a humanidade, como a mentira, o vício, as pragas, as doenças, a velhice, mantendo apenas a esperança ilusória dentro de si. Mas o que isso tem a ver com o momento que vivemos? Em minha analogia, tudo, especialmente com o que o Brasil vive. Nosso fígado é devorado diária e lentamente por quem não suporta viver fora do poder ou longe dele. Qualquer coisa que se destaque mais que o governo se torna uma ameaça a ele. Para sua subsistência, são dados “presentinhos” para manter os milhões de “Epimeteus” sob seus domínios que, com receio do que poderia lhes acontecer, preferem não dar chance a mudanças e acreditar em promessas eleitoreiras. Mas, na hora de abrir a caixa de presente, surpresa! Nada era o que parecia, porém não há mais jeito de devolvê-lo. Alguns dos exemplos fazem parte das medidas tomadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para o duro reajuste fiscal nas contas do país: aumento de juros e alíquotas para todos os lados, como o golpe fatal de elevar os impostos sobre as folhas de pagamento em até 150%, depois de um período de desoneração prometido como irreversível para dar um pequeno fôlego à geração e manutenção de empregos no Brasil. A água? Outro ponto polêmico. Enquanto os “Prometeus” lá atrás advertiam sobre sua falta, os governos preferiram ficar no embate político a dar ouvidos a uma questão tão séria para todo o país. Consequência: além da falta de água, a de energia elétrica. Essa última, maquiada por tantos anos como se não houvesse problema algum e subsidiada artificialmente, também não recebeu a atenção merecida, e outras alternativas mais baratas e menos poluentes, como a eólica, que funcionaria muito bem em várias regiões do país, foram deliberadamente trocadas pelas termelétricas, muito mais caras e poluentes. O desconto concedido anteriormente nas contas de luz, também como forma de ajudar na diminuição de custos para as empresas serem mais competitivas, agora caiu por terra, fechando um verdadeiro curto-circuito sobre a sobrevivência da indústria nacional. Mas essa, infelizmente, é uma característica marcante da política brasileira: dá pra contar nos dedos o que é feito da forma “Prometeu” (que vê antes, consequente) pra valer, adiantando-se a um problema, refletindo sobre as consequências que ele pode causar e tomando ações para que não aconteçam ou, se acontecerem, estar preparado para enfrentá-las. Aqui no Brasil, é tudo feito da forma “Epimeteu” (que vê depois, inconsequente), “tapando buracos”, “apagando incêndios”, tomando ações sem ponderar a fundo seus resultados, seus reflexos. Depois de o governo gastar a rodo, achando que o cartão era ilimitado, a fatura altíssima ficou para nós pagarmos. E juros de cartão podem acabar com um orçamento mal planejado, não é mesmo? No final das contas, o que sobra para nós, de verdade, é o “Prometeu, mas não cumpriu”. Então, o que nos resta é refletir e sermos precavidos com nossos passos, em todos os sentidos, projetando suas consequências. Se vier algum bônus-surpresa, será mérito nosso, porque do governo desse país, sinceramente, só dá pra esperar a “esperança ilusória” da caixa de Pandora. SILVIA BORIELLO É EDITORA DA REVISTA COSTURA PERFEITA editora@costuraperfeita.com.br

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Cartas

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DA REDAÇÃO

AVANTE, POVO BRASILEIRO! Sr. Giuseppe Gostaria de parabenizá-lo e, principalmente, agradecer por compartilhar com todos nós suas ideias críticas e inteligentes, expostas de maneira tão clara e eloquente em sua coluna Ponto de Vista na revista Costura Perfeita. Na edição de janeiro-fevereiro, o tema abordado é, particularmente, de extrema importância social. Seria muito bom se todos os brasileiros se dispusessem a aprender e apreender um pouco sobre a história e a política de nosso país, pois somente assim seriam capazes de votar conscientes e exigir seus verdadeiros direitos, sem fugir de seus deveres como cidadãos. Infelizmente, o que vemos hoje é a disseminação da balbúrdia em nome da “luta pelos direitos”, em que os autointitulados defensores do povo vão às ruas para reivindicar justiça, moradia, terra, emprego, diminuição de tarifas e tantos outros direitos. Essas manifestações, na verdade, são uma porta aberta para a violência, que é o que presenciamos frequentemente quando oportunistas se apropriam de uma luta que é justa, mas travada de maneira incorreta. Meu pai foi um homem simples e sem muito estudo, mas que soube (muito bem) passar a mim e a meus irmãos princípios éticos como responsabilidade, honestidade e educação, sempre enfatizando a importância do estudo para que o país cresça e, por isso, fez todos os esforços possíveis para nos dar estudo de qualidade e consciência da importância desse estudo. É triste perceber que nossos governantes pensam o contrário do que meu pai pensava, tanto os que contaram com excelente formação acadêmica quanto os

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que praticamente, assim como ele, não estudaram... Que pena para todos nós. Espero que seus escritos passem por muitos olhos e retumbem nos ouvidos de muitas pessoas e que nelas algo se transforme. Desejo-lhe muita saúde, disposição e força para continuar sua jornada como empresário e como pessoa. Meus parabéns mais uma vez! Atenciosamente. Conceição Rüíz – Andrade Máquinas – São Paulo – SP Sou um imperceptível microempresário, leitor assíduo de sua revista, e concordo totalmente em gênero, número e grau com sua proposição de nos unirmos para deixar de recolher impostos, depositando-os em juízo. Essa, em minha opinião, é a única atitude possível para cidadãos que não podem participar de passeatas e outras manifestações que, a meu ver, têm um peso relativo, pois podem e são manipuladas aqui no Brasil. Para capitanear uma ação desse porte, precisamos de uma pessoa cujos atributos morais e éticos estejam acima de interesses pessoais e de autopromoção, pois com certeza ficará exposta. Acompanhando sua trajetória há muitos anos, acredito que o senhor reúna as qualificações necessárias para esse pleito. Coloco-me à disposição para buscar apoio junto a outros empresários com os quais tenho contato, assim que o senhor tiver formatado a melhor maneira de impetrar a ação. Parabéns pela coragem de dizer o que tem de ser dito e, se entender que pode ser feito, conte com minha participação. Muito obrigado! Waldir Tavares – Texsolution – Indaiatuba – SP

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Renata Martorelli renata@costuraperfeita.com.br


Seu comentário na edição 83 da revista Costura Perfeita vem ao encontro do que este microempresário vem pregando há bastante tempo, ou seja, o setor empresarial, com o recolhimento dos impostos, vem sustentando esta corrupção sem precedentes. Devemos nos unir e recolher os impostos em juízo. Se algum líder neste país fizer essa ideia prosperar, farei minha parte e incentivarei todos que eu puder a participar. João Ritter – Novo Hamburgo – RS Elogios à redação Primeiramente, parabéns por esta revista tão proveitosa para nós, empresários confeccionistas. Queria dizer que achei muito interessante a matéria “Situação das confecções brasileiras é preocupante”, bem como a iniciativa de mostrar como anda o setor. Certa vez, li uma matéria na própria Costura Perfeita que dizia que o americano valoriza grandemente os produtos feitos em seu país. Nós, brasileiros, deveríamos seguir a mesma “tendência”, já que temos a mania de copiar tantas coisas de fora. Tem tanta coisa vindo da China, tantos produtos vindos de outros lugares. E nossos trabalhadores? E nossa confecção? E nossa economia? E nossos investimentos? Como ficam? Sou uma microempresária, não tenho faculdade e posso não saber me expressar perfeitamente, mas, no meu pequeno conhecimento, anseio que nosso governo mude seu olhar para aqueles que verdadeiramente fazem a economia deste país crescer e que empregam tão grande número de pessoas. Marcia Aparecida Stevanato – Aki Borda Bordados Computadorizados – Rio de Janeiro – RJ Parabenizo e agradeço pela matéria “Longe da brincadeira”, da última edição. Ficou muito boa! Débora Cambruzzi da Rosa – Dedeka – Caxias do Sul – RS Querida Silvia Muito obrigada por nos enviar esta maravilhosa e completa cobertura sobre o Fashion Revolution. Muitas felicidades! Carry Somers – idealizadora do Fashion Revolution

ERRATAS – Na matéria “Mercado – Longe da brincadeira”, publicada na edição 83 (janeiro-fevereiro) da Costura Perfeita, na pág. 26 foi publicado o crédito da foto da Karapalida como Divulgação, mas o correto é Eliandro Correa. – Na matéria “Minha Empresa – Rompendo regras”, publicada na edição 83 (janeiro-fevereiro) da Costura Perfeita, na pág. 106 foi publicado o crédito da foto da fábrica da Freeboard como Nicolas Gondim, mas o correto é Richardson Crispim.


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POR FÁBIO ROMITO

Foto: Arquivo pessoal

Qualificação

A qualidade e a sustentabilidade Em recente conversa, comecei a refletir a respeito do binômio qualidade-sustentabilidade, tentando entender as implicações de uma na outra, considerando o processo produtivo de vestuário e seus produtos. Encontrei tantos pontos de divergência que este texto não tem o intuito de ser conclusivo, e sim de ser mais especulativo, no sentido de que existem pontos de vista muito diferentes sobre o tema. Quando o assunto é processo produtivo, pensamos em considerar: uso racional da água; diminuição do desperdício de materiais; formas de reaproveitamento de materiais ou produtos refugados e a diminuição da quantidade desses produtos; uso de mão de obra local e devidamente remunerada; uso de materiais produzidos localmente; racionalização logística; uso racional de energia elétrica; e muitos outros pontos que podem ser considerados. Ao olhar para os pontos abordados acima, lembro-me dos conceitos de qualidade total dos anos 1980 e 1990, ou seja, nada surpreendentemente novo. É só uma questão de fazermos a lição de casa direito. Se pensarmos bem, nos lembraremos dos “5 S”... Agora, quando o assunto é produto pronto, as coisas mudam de figura, gerando pontos de vista diferentes e também conflitantes. Por exemplo, quando se discute sobre fast fashion x modelo convencional. Como é de conhecimento geral, a teoria do fast fashion parte do princípio de que é necessário desenvolver produtos com alta velocidade, produzi-los e vendê-los rapidamente, para que o giro seja alto. Tem-se como objetivo que a variedade de produtos oferecidos seja grande e, consequentemente, o consumidor aumente sua frequência de ida às lojas e compre mais produtos, dos quais ele se livrará mais rapidamente, devido ao alto grau de obsolescência programada desses produtos. É um modelo de negócio. No entanto, refletindo pelo prisma da sustentabilidade, podemos notar que o fast fashion fere um dos princípios do pensar sustentável: substituir os produtos comprados apenas quando houver necessidade. Ao contrário, o fast fashion incentiva o consumidor a substituir rapidamente os

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produtos por novos, aumentando a frequência de compra e a quantidade de itens descartada. Aí, vocês me dirão: “Mas esse é um dos princípios da moda, que pressupõe algo passageiro”. Bem observado, esse é um ponto de grande discordância. A moda impõe a troca regular de produtos, e isso será incentivado mais fortemente no fast fashion do que no modelo de negócios convencional. Será que a qualidade do produto ofertado está diretamente ligada ao seu descarte, ou a obsolescência programada dele fica por conta de sua característica estética, que será decisiva na hora de partir para o descarte? Ou seja, bom ou ruim, saiu de moda e será descartado. Então, o ideal seria que produzíssemos muitos produtos básicos com ótima qualidade, pois pouparíamos recursos, o descarte seria mais demorado e a troca ocorreria por necessidade? Mas isso não seria um retrocesso no modelo de negócios da moda, que funcionava nesse caminho cerca de 60 ou 70 anos atrás? Mas não seria melhor para a qualidade, para a sustentabilidade e para o planeta, consequentemente? Parece-me que chegamos a um impasse: qualidade e sustentabilidade estarão realmente ligadas? Ou a obsolescência programada tem sido mais importante nos dias de hoje? Qual o custo do consumo excessivo dos produtos de moda para o planeta? O modelo de negócios deve se sobrepor aos interesses das populações? Para quem não viu, recomendo dois vídeos interessantes para reflexão, ambos disponíveis no YouTube: Story of Stuff, produzido pela Tides Foundation, e Detox Fashion, produzido pelo Greenpeace. Vale a pena refletirmos e continuarmos a pensar sobre esse assunto. FÁBIO ROMITO É TÉCNICO TÊXTIL, ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. ATUA NO MERCADO DE CONFECÇÃO HÁ MAIS DE 25 ANOS, SENDO QUASE 20 DEDICADOS A CONSULTORIA E TREINAMENTO EM EMPRESAS DE VESTUÁRIO. É PROFESSOR UNIVERSITÁRIO EM CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NAS ÁREAS DE MODA E ADMINISTRAÇÃO. ROMITOFABIO@GMAIL.COM



Mercado

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POR RENATA MARTORELLI

FINANCIAMENTO PARA CONFECÇÕES SAIBA QUAIS SÃO AS MELHORES OPÇÕES DE LINHAS DE CRÉDITO PARA SUA EMPRESA

Foto: Bernardo Rebello

Quando o assunto é empréstimo ou financiamento, existem no mercado diversas opções, mas pode se tornar um dilema saber qual se enquadra melhor na realidade de sua empresa e qual opção trará mais benefícios para o crescimento dela. Atualmente no Brasil existem diversas opções para financiar o pequeno negócio. As maneiras de conseguir dinheiro emprestado mudam de acordo com o motivo pelo qual o empresário está solicitando o financiamento. A linha de financiamento para cada caso depende fundamentalmente do que se vai fazer com o dinheiro emprestado. Segundo Paulo Alvim, gerente da Unidade de Atendimento a Mercados e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional, as necessidades mais frequentes que levam os pequenos negócios a solicitar financiamento são: ampliação do negócio, mudança do local onde a empresa funciona ou implantação de um novo negócio. Para isso, existem alguns tipos de financiamento que os pequenos negócios podem utilizar: o financiamento para capital de giro é bastante utilizado, pois uma consequência da prática comercial (comprar, estocar e vender) frequentemente observada é a diferença entre a velocidade de entrada e de saída do dinheiro no caixa. Isso faz com que as empresas precisem de dinheiro para os períodos nos quais ainda não recebeu de seus clientes, mas têm de pagar seus custos. O financiamento para investimento fixo é utilizado para compra de itens que compõem a estrutura física da empresa, como móveis, equipamentos, instalações, veículos, fachada, toldos etc. Já o financiamento misto para investimento fixo e capital de giro permite que os pequenos negócios consigam crédito para capital de giro e para investimento fixo na mesma operação, sendo que o valor máximo de capital de giro a

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PAULO ALVIM, GERENTE DA UNIDADE DE ATENDIMENTO SERVIÇOS FINANCEIROS DO SEBRAE NACIONAL.

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MERCADOS

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ser emprestado é calculado a partir da aplicação de um percentual sobre o valor do financiamento para investimento fixo. “É importante observar seis aspectos financeiros de cada linha de financiamento: limites de financiamento; custo da operação de crédito, como valor da taxa de juros, do prazo de financiamento e do prazo de carência; juros, que formam a maior parte do custo do financiamento; prazo de financiamento, que, quanto maior for, maior será o custo, já que os juros são calculados mês a mês; prazo de carência, quando somente os juros são pagos; e outros custos, que devem ser considerados pelos empreendedores individuais e pelas micros e pequenas empresas, como IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e tarifa para criação ou renovação de cadastro”, explica Paulo.


BNDES traz diversas opções para pequenas, médias e grandes empresas

bilhões. Apenas no ano de 2014, essas empresas realizaram mais de 100 mil transações, que geraram R$ 1,18 bilhão em desembolsos”, diz Rodrigo. Em agosto de 2006, o Banco Nacional de DesenPara as MPMEs, as formas de apoio do BNDES são volvimento (BNDES) aprovou a possibilidade de apoio de acordo com as principais necessidades do negócio, financeiro, por meio do cartão BNDES, para a aquisição que vão além do cartão. Para aquisição de máquina ou de insumos utilizados no processo equipamento isoladamente, o finanFoto: Divulgação industrial de alguns setores, sendo o setor ciamento mais adequado é o BNDES têxtil o primeiro a beneficiar-se dessa Finame/PSI, em que os bens devem ser medida, podendo adquirir, entre outros, nacionais, novos e credenciados no malhas, tecidos, fios e aviamentos. No BNDES. Para itens necessários no dia a final de 2008, foi autorizada a aquisição dia do negócio, se a necessidade são também de máquinas importadas, sem itens como bens de produção, insumos, similar nacional, voltadas ao setor de serviços e até máquinas e equipamentos, confecção e vestuário, além da venda de o financiamento mais adequado é o uniformes profissionais. Cartão BNDES, que se trata de um “O cartão BNDES consiste em uma financiamento baseado na sistemática do linha de crédito rotativo e pré-aprovado, cartão de crédito, no qual o empresário exclusiva para micros, pequenas e médias utiliza o limite aprovado para efetuar as R ODRIGO T OMASSINI , GERENTE DE empresas (MPMEs), com limite de até R$ aquisições necessárias, até pela internet. PRODUTO DO CARTÃO BNDES. 1 milhão por banco emissor (Banco do Para implantar, modernizar, ampliar ou Brasil, Banrisul, Bradesco, BRDE, Caixa Econômica reformar o negócio, se a necessidade é financiar um Federal, Itaú, Santander, Sicoob e Sicredi), taxa de juros conjunto de itens e/ou serviços necessários para um atrativa (0,99% ao mês em fevereiro de 2015) e projeto de investimento, o produto mais adequado é o pagamento em até 48 prestações mensais fixas, sem BNDES Finem, para financiamentos acima de R$ 20 cobrança de IOF. Sua utilização destina-se à aquisição de milhões diretamente contratados com o BNDES, ou o itens necessários às atividades das MPMEs que tenham BNDES Automático, para financiamentos contratados fabricação total ou parcial no país e que estejam indiretamente por meio da rede de agentes financeiros cadastradas no Portal de Operações do Cartão BNDES credenciados. (www.cartaobndes.gov.br), de fornecedores devidamente Para investimentos concluídos e gastos já realizados credenciados, que podem ser empresas e instituições de (em que o empresário imobilizou seu capital de giro – qualquer porte. Cerca de 260 mil itens estão disponíveis recursos próprios – em investimento) as micros e para compra por meio do cartão, sendo os mais pequenas empresas podem financiar a recomposição comercializados máquinas e equipamentos”, revela desses investimentos realizados nos 12 meses anteriores Rodrigo Tomassini, gerente de produto do cartão BNDES. à data de entrada da solicitação de financiamento no Até o momento, já foram emitidos 680 mil cartões BNDES. É necessário comprovar a realização dos BNDES, em 97,9% dos municípios do Brasil, somando investimentos (juntar nota fiscal e comprovação de cerca de R$ 53,6 bilhões em limite de crédito pré- pagamento). Trata-se de uma linha de financiamento, aprovado para investimentos. “Hoje, mais de 64 mil dentro do BNDES Automático, chamada de MPE fornecedores já estão habilitados a realizar vendas no Condições Especiais. Se a empresa realizou um esforço Portal de Operações. Considerando apenas o setor têxtil, inovador, promovendo melhorias incrementais em prosão quase 3 mil fornecedores apoiados, entre fabricantes dutos e/ou processos ou já realiza inovações e precisa e distribuidores. Esse mesmo setor conta com 66 mil colocá-las no mercado, a forma de apoio mais adequada cartões emitidos, somando um limite disponível de R$ 4,4 é o BNDES MPME Inovadora.

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Mercado Além desses produtos, há também programas específicos para o setor de confecção, como o Programa do BNDES para Apoio a Investimentos em Design, Moda e Fortalecimento de Marcas – BNDES Prodesign. No Prodesign, é disponibilizado o financiamento para o setor confeccionista e têxtil em design, moda, desenvolvimento de produtos, diferenciação e fortalecimento de marca. Nele, a empresa financia atividades de elaboração, desenvolvimento e aprimoramento, na funcionalidade ou na estética, de produtos e marcas que contribuam para o incremento da qualidade, a diferenciação ou a segmentação nas cadeias produtivas do setor de confecção e têxtil. “O BNDES pode conceder financiamento direta ou indiretamente às empresas. Na modalidade direta, ocorrem os financiamentos acima de R$ 20 milhões. Indiretamente, o BNDES concede o financiamento por meio da rede de agentes financeiros credenciados, que repassam o recurso às empresas habilitadas para recebêlo, normalmente abaixo de R$ 20 milhões. Essa distinção ocorre porque o BNDES necessita da capilaridade dos agentes financeiros para o financiamento chegar à maioria dos municípios brasileiros. Quanto às regras, a empresa deverá estar regularizada, estar quite com suas obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, não estar em regime de recuperação de crédito e seguir as normas ambientais vigentes, quando cabível ao empreendimento proposto. No agente financeiro selecionado para operar, entre as principais regras a serem cumpridas para a concessão do financiamento está a comprovação de capacidade de pagamento e apresentação de garantias, além de um faturamento anual condizente com o porte do financiamento pretendido, embora essa não seja uma última regra de faturamento, nem seja exigida pelo BNDES”, explica Rafael Passos Dickie, do Departamento de Relacionamento com Agentes Financeiros e Outras Instituições da Área de Operações Indiretas do BNDES. Outras opções de financiamento Segundo a diretoria de soluções de atacado do Banco do Brasil, o banco disponibiliza diversas opções de financiamento para pequenas, médias e grandes empresas. São elas: Finimp Repasse, Finimp Direto e

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Forfait – Importação Brasileira, que são linhas voltadas para a aquisição de produtos/maquinários importados; Finame Empresarial OS, de abrangência nacional, com recursos do BNDES/Finame, que possibilita o financiamento para a aquisição de máquinas e equipamentos nacionais novos cadastrados no BNDES; BNDES Automático, de abrangência nacional, com recursos do BNDES/Finame, que permite financiar a aquisição de máquinas e equipamentos nacionais novos cadastrados no BNDES, desde que vinculados a investimentos para implantação, ampliação, recuperação e modernização de ativos fixos, podendo, inclusive, financiar o capital de giro associado ao projeto; e FCO Empresarial, restrito aos empreendimentos localizados na região Centro-Oeste, com recursos do Fundo Constitucional para o Financiamento do Centro-Oeste. Essa linha é direcionada ao financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos nacionais novos, podendo financiar, inclusive, reformas e ampliação de construções civis e capital de giro associado ao projeto. Voltados para o financiamento de compra de produtos importados, entre as opções do Finimp, o Finimp Repasse garante a obtenção de prazo e de recursos para a importação de produtos, bens ou serviços e para o pagamento de gastos locais (despesas relacionadas à importação, como impostos, frete, seguro etc.) referentes à importação financiada a um custo financeiro reduzido (taxas de juros internacionais); o valor da importação é recebido à vista pelo exportador (fornecedor estrangeiro) e pago a prazo pelo importador, o que permite uma melhor negociação; taxas predeterminadas válidas ao longo de todo o financiamento; e linhas sob medida para o segmento-alvo visado. Já o Finimp Direto financia até 100% do valor da importação para operações de curto ou longo prazo, com taxas de juros compatíveis com o mercado internacional; acesso a tecnologias estrangeiras; taxas predeterminadas válidas ao longo de todo o financiamento, o que facilita a previsão do fluxo de caixa do importador; e linhas sob medida para o segmento-alvo visado. O Forfait – Importação Brasileira melhora o fluxo de caixa, trazendo a possibilidade de realizar importações sem esforço de caixa imediato; não pressupõe a emissão de contratos; o documento representativo do financiamento é um título, geralmente uma cambial


representativa da dívida; e possibilita financiar 100% do valor da importação. Para usufruir dos benefícios do Finimp Repasse, Finimp Direto e Forfait – Importação Brasileira, é necessário que a empresa esteja cadastrada na Receita Federal como importadora para obter acesso aos sistemas disponíveis. “O Banco do Brasil dispõe de consultoria especializada para condução das operações de importação e exportação, independentemente da linha de crédito. Por serem amparadas em taxas de juros internacionais, as linhas trazem grande diferencial para as empresas, contribuindo para viabilizar a concretização de importações com menor impacto no fluxo de caixa, reduzindo o custo do produto final e podendo auxiliar na modernização e no crescimento da empresa”, revela a equipe da diretoria de soluções de atacado do Banco do Brasil. Existem também algumas agências estaduais de linha de crédito, como é o caso da Desenvolve SP (Agência de Desenvolvimento Paulista), instituição financeira do governo de São Paulo que passou a oferecer a linha Inovacred Expresso, da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão do governo federal que tem como objetivo desburocratizar a concessão de financiamentos para projetos de inovação de micros e pequenas empresas. A modalidade financia atividades ligadas à inovação para empresas com receita bruta anual de até R$ 16 milhões, com limite de financiamento de até R$ 150 mil e taxa de juros de 0,68% ao mês, com prazo de pagamento de até 48 meses, incluindo carência de 6 a 12 meses. Entre os principais itens que podem ser financiados pela linha Inovacred Expresso, estão: equipamentos nacionais e importados, aquisição de softwares vinculados ao desenvolvimento de inovação; matérias-primas e materiais de consumo ligados à prototipagem ou lotes pioneiros; serviços de consultoria tecnológica, marketing e comercialização da inovação; patenteamento e certificação. Para empresas com sede em Pernambuco, a novidade fica por conta do Financiamento para a Indústria Têxtil e de Confecção da Agência de Fomento do Estado de Pernambuco (Agefepe), que visa aumentar a utilização da capacidade instalada da indústria têxtil e de confecção por meio de crédito para aquisição de insumos, matérias-primas, máquinas e equipamentos. Empresas com sede em Pernambuco e receita anual de até R$ 90 milhões podem ser beneficiadas, tendo no mínimo seis meses de abertura como microempreendedores e um ano para as demais empresas.


Empreendedorismo Sebrae Foto: Rodrigo Oliveira/Divulgação

Pingue-Pongue Que rede social é mais adequada para utilização pelas pequenas indústrias de moda?

LUIZ BARRETTO,

PRESIDENTE DO

SEBRAE NACIONAL.

Palavra do Presidente

Cada uma delas tem uma proposta. O Instagram tem sido a mais eficaz para o setor de moda e pode ser a principal ferramenta de posicionamento de uma marca. O estilo das fotos postadas vai dizer tudo sobre a marca e o que você oferece para o consumidor. Isso vai ajudar a definir o público-alvo e o segmento que você quer atingir. O Fashion.me é uma vitrine social, que permite a exposição de produtos. Já o Facebook pode ser tanto uma ferramenta de relacionamento com o cliente como um histórico da marca, por meio da timeline. O empreendedor pode ainda utilizar o Twitter para divulgar notícias institucionais da empresa, em 140 caracteres. Qual a principal dica para uma marca de moda utilizar as redes sociais?

A moda brasileira vem criando diferentes oportunidades de negócios para pequenas indústrias da cadeia de moda. Nos últimos anos, além de consultorias em áreas de gestão de empresas e de criação de produtos, as marcas passaram a buscar visibilidade e a investir em uma ferramenta importante e acessível a todos: as redes sociais. Elas deixaram de ser apenas plataformas de relacionamento pessoal para atingir o universo empresarial. O número de brasileiros conectados à internet passa de 120 milhões, sendo que 98% deles utilizam alguma rede social. Para os empreendedores, a utilização de estratégias de marketing digital e relacionamento com clientes em ferramentas virtuais populares, como Facebook, Twitter e Instagram, tornou-se parte da rotina. Em 2013, investimos em uma importante parceria com o Facebook como incentivo aos empresários para conquistarem mercado no universo digital, mostrando marcas, apresentando inovações e fidelizando clientes. É o reconhecimento da internet como ambiente fundamental na gestão e no desenvolvimento dos pequenos negócios.

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Com o perfil criado, tenha em mente com quem você está falando e conte sua história. Mostre o que você tem de diferente das outras empresas do mercado, seus bastidores, os processos criativos por trás do produto ou serviço. É importante também medir o resultado diário para saber se trouxe visibilidade, se está dando certo, se os looks estão agradando, se os seguidores e likes estão aumentando e, por fim, se o perfil está influenciando nas vendas.

LIVERPOOL – MIX DE CULTURA POP COM UNIVERSO DIGITAL

A paixão pela cultura pop e a vontade de empreender dos publicitários catarinenses Rafael Lange e Tiago Durante traduziram-se na criação da Liverpool Camisetas, uma grife fashion que encontrou seu lugar no mercado da moda utilizando as redes sociais. Com o apoio do Sebrae, a marca, que começou vendendo


Foto: Divulgação

RAFAEL LANGE

E

TIAGO DURANTE,

DA

LIVERPOOL.

apenas pela internet, conquistou consumidores fiéis. “O Sebrae nos ajudou a perceber a importância da profissionalização de nossa marca e o acesso ao mercado de alto valor agregado”, explica o empresário. Com modelagens diferenciadas e estampas ligadas a música, cinema, literatura, desenhos animados e humor, a Liverpool Camisetas, criada em 2008, pode ser encontrada em 280 lojas e no showroom instalado em Santa Catarina, mas seu forte é o e-commerce da própria empresa. “Estamos sempre conectados e percebemos que nosso público também está”, explica Lange. A interação no Instagram, Twitter e Facebook, marcada por posts irreverentes sobre cultura pop e acontecimentos do cotidiano, fortaleceu-se quando os empresários lançaram o aplicativo para iPhone Use Liverpool (disponível no link appstore.com/useliverpool). “A ideia era desenvolver algo que tivesse a nossa identidade e resultou numa interatividade incrível com nossos consumidores, que baixam o aplicativo e podem transformar suas fotos, as de um amigo ou de qualquer outra pessoa em estampas da marca: as Mugshots Liverpool”, comemora o empresário. WWW Para os empresários interessados em utilizar o Facebook como promoção da marca e interação com clientes, o Sebrae tem dicas para desenvolvimento do perfil da empresa nessa rede social. A cartilha Como Criar uma Página Empresarial no Facebook pode ser acessada no portal da instituição (http://goo.gl/d6fdXM).


Negócios

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POR ROSELAINE ARAUJO

CRISE HÍDRICA E ENERGÉTICA AFETA PRODUÇÃO TÊXTIL E CONFECCIONISTA EMPRESAS TENTAM SOLUCIONAR O PROBLEMA COM GERADORES, ÁGUA DE REÚSO E EQUIPAMENTOS MAIS ECONÔMICOS

A escassez de recursos naturais é uma tragédia anunciada. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando a questão ambiental passou a ser discutida em todo o mundo, a humanidade enfim percebeu que a natureza não é infinita, mas pouco fez para preservá-la. Ao contrário, as agressões à natureza permaneceram crescentes, apesar dos inúmeros alertas sobre os riscos da devastação e do desperdício. Uma das piores consequências de tudo isso é a mudança no clima do planeta, que foi alterado principalmente devido ao desmatamento desenfreado. No Brasil, a falta de água em várias cidades está intimamente ligada à derrubada de árvores na Floresta Amazônica. O que pouca gente sabe é que a Amazônia leva para a atmosfera umidade suficiente para gerar chuva nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Contudo, o desmatamento da floresta reduziu a umidade, o que resultou em menos chuvas. Sem chuvas, a seca é inevitável e o abastecimento dos reservatórios, insuficiente. Segundo dados do Ministério da Integração Nacional, 16, 8% dos municípios brasileiros estão hoje em estágio de calamidade pública por causa da estiagem. A crise hídrica, somada à energética, preocupa não só a população, mas todos os setores industriais. Dentro da produção têxtil e confeccionista, a crise agrava a situação que já não era das melhores. “A falta de água e energia é uma monstruosidade para toda a sociedade e seu impacto no setor industrial é enorme. Na indústria têxtil, os recursos naturais são essenciais em muitas etapas, como na umidificação do processo

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Foto: Divulgação

MÁRCIO ALVARENGA,

GERENTE DE

MEIO AMBIENTE

DA

CEDRO TÊXTIL.

produtivo, na refrigeração do ambiente, no tingimento e estamparia e também no acabamento. Já na confecção, a água é necessária na passadoria e na lavanderia das peças confeccionadas”, detalha Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Segundo ele, as perspectivas não são animadoras. “O que vai acontecer é mais aumento nos custos. Muitas empresas terão de comprar geradores, por exemplo”, pontua. Rodrigo Aguiar, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), calcula os prejuízos no segmento. “A falta de energia elétrica e de água acarreta a parada da


produção. Isso causa atrasos, afeta a qualidade do produto e a entrega dos pedidos, reduzindo as receitas. As interrupções de energia elétrica geram também a queima dos equipamentos. São prejuízos que variam entre 10% e 30%. Além disso, existe a elevação do custo da energia elétrica. Nos últimos meses, o reajuste foi de 80% e ainda haverá o reajuste anual”, ressalta Aguiar. Apesar do cenário sombrio, a Abesco busca mudar essa realidade. “Trabalhamos em parceria com o governo para criar ferramentas que ajudem a frear os abusos. Queremos que o Brasil pare de desperdiçar 52 TWh/ano de energia, que equivale à metade de toda a geração de Itaipu. Em paralelo, fechamos convênio com a Abit para criar ações que permitam a modernização dos equipamentos do setor. O pagamento dos maquinários será feito por meio da economia de energia. Já sabemos que uma tecelagem com equipamentos de 15 anos consegue trocá-los por outros mais modernos somente com a economia de energia. Para fazer isso, as empresas podem buscar o financiamento ou contratar a Empresa de Serviços de Conservação de Energia (Esco), que faz todo o aporte de capital no cliente para receber num período predeterminado. Dessa forma, é possível aumentar a competitividade do Brasil utilizando a eficiência energética”, completa Aguiar. TECELAGENS DÃO BONS EXEMPLOS A Capricórnio Têxtil, uma das maiores produtoras de denim no país, 2 Foto: Divulgação cuja produção chega a 70 milhões de m por ano, desenvolveu uma série de ações para reduzir o impacto ambiental e otimizar o uso dos recursos naturais. Maria José Orione, diretora de Planejamento Estratégico e de Marketing da empresa, revela os investimentos feitos nessa área. “Por ora, não sofremos impacto direto em nossa produção. Investimos sempre em pesquisa para criar processos que contribuam com o desempenho industrial, reduzindo o consumo de água e de energia na fabricação dos produtos. MARIA JOSÉ ORIONE, DIRETORA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E DE Desde 2011, temos projetos de redução MARKETING DA CAPRICÓRNIO. do consumo de água. Implementamos novo processo de tingimento no qual a fixação do corante na fibra de algodão foi melhorada por meio da utilização de fixadores e bloqueadores. Com isso, reduzimos o consumo de água na unidade de tingimento de 25 m³/h para 15 m³/h. Isso representa uma redução no consumo de água de 240 mil litros/dia”, declara Maria José.


Negócios Quando o assunto é economia de recursos naturais, investir em maquinários mais econômicos que todas as medidas são bem-vindas. A Capricórnio Têxtil possibilitem elevar a qualidade de nossos produtos”, desenvolve também um sistema para reutilizar a água destaca Amato. A Unifardas, que confecciona uniformes profissionais de lavagem nas máquinas de tingimento. “Com esse sistema, a perspectiva é reduzir mais de 40% do em Penápolis, interior de São Paulo, ainda não sofreu consumo total de água, passando de 15 m³/h para com a falta de água, mas viu a vizinhança entrar em aproximadamente 9 m³/h até 2016. Temos ainda outra apuros. “Nossa região ainda está bem abastecida. Já frente de pesquisa realizada pela equipe de engenharia tínhamos providenciado também um reservatório ambiental em conjunto com a Universidade de São abastecido por poço artesiano. Isso nos deixa um Paulo (USP-São Carlos). Eles estudam para viabilizar a pouco mais tranquilos, mas cidades próximas têm água do reúso em 100% na unidade de tingimento”, sofrido cortes sistemáticos de água”, descreve José Antônio da Silva, gerente industrial da marca. Para a adiciona Maria José Orione. Outra gigante do setor que usa com inteligência os empresa, os custos do abastecimento energético e recursos hídricos e energéticos é a Cedro Têxtil. A hídrico são muito preocupantes. “Tanto a água como a capacidade produtiva da empresa hoje é de 168 energia são insumos primários e tiveram aumentos Foto: Divulgação consideráveis. Agora, além de pagar milhões de m2 de tecido por ano, entre eles denins, brins e telas. Apesar da vasta mais, temos de nos prevenir. A posprodução, a empresa não sofreu com a sibilidade de adquirirmos um gerador de crise hídrica e energética. “Não houve energia de grande porte não está impactos até o momento. Trabalhamos na descartada, mas por enquanto esse não é gestão dos recursos ambientais há o nosso foco. Vamos fazer campanhas de bastante tempo. Tratamos os efluentes conscientização dos colaboradores para gerados no processo, reutilizando parte ensiná-los a aproveitar melhor os da água. Nos últimos três anos, amrecursos”, acrescenta Silva. pliamos a estação de efluentes da fábrica Já a confecção Emphasis, localizada Victor Mascarenhas, em Pirapora (MG). em Votorantim, interior de São Paulo, viu RICARDO AMATO, DIRETOR DA POGGIO. Nessa unidade, apostamos também em seus funcionários passarem aperto pela uma nova caldeira para geração de energia a partir de falta de água. “Nossos funcionários foram prejudicados combustível não fóssil, de fonte renovável”, afirma também em casa. Após o expediente, corriam para Márcio Alvarenga, gerente de Meio Ambiente. conseguir água e suprir necessidades básicas. Quem mora no município vizinho, em Itu, chegou a ficar 30 dias EFEITO CASCATA ABALA CONFECÇÕES sem água em casa”, lembra Luís Rosa, analista de Nas confecções, o racionamento de água e o risco Recursos Humanos. Nos próximos meses, a Emphasis de apagões também abalam o andamento da produ- prepara-se para implantar reservatórios de água com ção. Especializada em moda feminina e masculina, a maior capacidade e também deve investir em Poggio enfrentou desafios nos últimos meses. “Tivemos automação dos equipamentos para otimizar a queda de energia durante o turno de trabalho, mas o produção, reduzindo recursos e custos. que mais prejudica é o alto custo das tarifas energéticas A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo no Brasil. Já com a crise hídrica não tivemos problemas (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São diretos, mas nossos parceiros, como lavanderias e Paulo (Ciesp) criaram o informativo “Gerenciando a tinturarias, encararam vários problemas”, relata Ricardo Escassez de Água na Indústria”, que traz orientações de Amato, diretor comercial da grife. Para lidar com a como o setor industrial pode minimizar os reflexos do questão da energia, a empresa vai apostar em problema e encontrar soluções. Para saber mais, maquinários mais modernos. “Nossa intenção é acesse: www.fiesp.com.br/agua.

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POR MARCELO V. PRADO

Os desafios do omni-channel fazem marcas recuarem Em colunas anteriores, fizemos menção ao avanço das estratégias de venda de artigos de moda pelo sistema multicanal, o que é hoje uma realidade nas grandes empresas de moda do mundo e também do Brasil. Quem atua nesse setor tem tido a oportunidade de acompanhar a movimentação de algumas de nossas principais empresas, fabricantes e redes de varejo na implantação de diferentes plataformas de comercialização, com o objetivo de oferecer maior facilidade para a aquisição de seus produtos pelos consumidores-alvo. O modelo multicanal se traduz pela operação de uma mesma marca em canais de venda variados, como lojas próprias, franquias, e-commerce, catálogos, lojas multimarcas, entre outros. As tecnologias atualmente existentes para a gestão das empresas de moda, como, por exemplo, os sistemas de ERP, a automação de depósitos, da expedição e do desenvolvimento de produtos, entre outros, têm oferecido os meios necessários às grandes empresas para atuar, com certo grau de eficiência, em diferentes canais de venda, sem que isso cause um caos na organização da produção, nas entregas, nas contas a receber etc. Passados quase dez anos do início desse processo, o acesso a essas novas tecnologias, cada vez mais onipresentes no mercado, está motivando algumas das principais marcas de moda americanas e europeias a se aventurarem no omni-channel, sempre com a intenção de avançar na oferta de conveniências e serviços a seus clientes. E aqui vale uma explicação para quem ainda não se acostumou com a expressão omni-channel, que nada mais é que um sistema de venda que combina diferentes canais de comercialização, com o intuito de melhor atender às exigências dos consumidores. Por exemplo, um fenômeno hoje recorrente, principalmente

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Foto: Divulgação

Oferta e Demanda

entre os mais jovens, é a preferência pela conveniência da compra pela internet, em contraponto ao tempo despendido na busca pelo produto em uma loja física, mas sem a disposição de esperar pelos prazos regulares de entrega. Hoje, o consumidor quer comprar pela internet num dia e usar o produto no dia seguinte, o que sugere às marcas desafios logísticos impossíveis de serem atendidos em grande parte dos casos. Para quem já atua no sistema multicanal e conta com sistemas integrados de gestão dos estoques, porém, é possível oferecer a um cliente da loja virtual a opção de retirar o produto no mesmo dia da compra em uma loja (por exemplo) da rede franqueada próxima à casa dele. Certamente, esse é um serviço e tanto, plenamente alinhado com o ritmo de vida acelerado dos dias atuais e que aproxima a conveniência da internet com a satisfação da compra em uma loja física, onde é possível usufruir imediatamente do produto recém-adquirido, como é o caso dos artigos de moda. Apesar da atratividade do modelo omni-channel e da disponibilidade dos recursos tecnológicos necessários à sua operação, as marcas mais adiantadas nesse formato (que ainda não são muitas no mundo da moda) reclamam que a conta não está fechando. Ou seja, esse lado do negócio tem enfrentado tantas dificuldades operacionais, logísticas, tributárias etc. que o lucro não tem vindo, fazendo com que alguns recuem desse tipo de estratégia. Sem dúvida, o modelo é complexo e o preço a pagar pelo pioneirismo é sempre maior, o que por si só já serve de alerta às empresas que intencionam se aventurar nesse modelo de venda. Por ora, acredito que a prioridade deva estar um passo atrás, ou seja, na busca da eficiência na comercialização multicanal, pois esse já é um caminho sem volta para as grandes marcas de moda. Para elas, o


momento de agregar canais de venda complementares (e não concorrentes), que facilitem o acesso dos consumidores-alvo a seus produtos, é agora. Quanto ao omni-channel, porém, a impressão que trago dos seminários dos quais tive a oportunidade de participar lá fora é de que ainda demanda muito aprendizado por parte das empresas antes de oferecer a rentabilidade mínima necessária. Sucesso!

INDICADORES A produção de vestuário teve queda de 31,2% em dezembro, comparado ao mês anterior. Se comparado ao ano de 2013, houve queda no volume físico produzido de 3,2%, segundo a pesquisa industrial mensal do IBGE. O pessoal ocupado no setor teve queda de 2,4% no mês, acumulando queda de 3,1% no índice anual. As vendas no varejo de vestuário obtiveram alta de 73,6% em volumes e 75,4% em valores. No ano, acumularam um resultado negativo de 1,1% nos volumes vendidos, porém positivo em 3,4% nos valores da receita, se comprado ao ano de 2013. Segundo o IBGE, os preços do vestuário no varejo caíram 0,69% em janeiro de 2015; em relação ao mesmo mês de janeiro de 2014, houve alta de 3,09%. Já as exportações brasileiras de vestuário alcançaram US$ 7,6 milhões em janeiro deste ano, com queda de 12,7% em relação a janeiro de 2014, enquanto as importações chegaram a US$ 242,9 milhões, queda de 9,0%. Embora a balança comercial ainda esteja deficitária, houve queda no saldo de 8,8%, resultando em US$ 235,3 milhões negativos.

CONJUNTURA DO SETOR DE VESTUÁRIO NO BRASIL 1. Produção, emprego, preços (%)

No mês

No ano

Últimos 12 meses

. Produção física (dezembro 2014)

-31,2%

-3,2%

-3,2%

. Emprego (dezembro 2014)

-2,4%

-3,1%

-3,1%

. Vendas no varejo em volumes (dezembro 2014)

73,6%

-1,1%

-1,1%

. Vendas no varejo em valores (dezembro 2014)

75,4%

3,4%

3,4%

-0,69%

-0,69%

3,09%

Jan. 2014

Jan. 2015

Variação (2)

. Exportação

8.685

7.583

-12,7%

. Importação

266.833

242.925

-9,0%

. Saldo (exportação – importação)

-258.148

-235.342

-8,8%

. Preços ao consumidor (janeiro 2015) IBGE 2. Comércio exterior (US$ 1.000)

(1)

Fontes: IBGE/Secex. Elaboração Iemi. Notas: (1) IPCA – Índice de preços ao consumidor amplo – Brasil (2) Variação de janeiro de 2015 contra janeiro de 2014

MARCELO V. PRADO É SÓCIO-DIRETOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS E MARKETING INDUSTRIAL (IEMI) E MEMBRO DO COMITÊ TÊXTIL DA FIESP. COLUNA.CP@IEMI.COM.BR


Lançamentos Fotos: Divulgação

OPTIKAD AMPLIA OFERTA DE PRODUTOS NO BRASIL Voltada à tecnologia de ponta para salas de corte para confecções em escala industrial, a Optikad do Brasil está trazendo ao mercado nacional, com exclusividade, a cortadora de tecidos italiana OroxFlexo, totalmente automática e dotada de sistema de etiquetagem das peças cortadas, dispensando a necessidade da plotter de risco. Outra novidade é a Orox Taylor, uma máquina de corte de banco fixo com enfesto automático acoplado, ideal para automação de produções menores. De acordo com José Roberto Neubauer, diretor comercial da Optikad, a empresa oferece condições especiais de preço e pagamento, além de garantia de três anos.

ANDRADE APRESENTA LANÇAMENTO NA TECNOTÊXTIL A Andrade Máquinas preparou uma gama de lançamentos para a próxima edição da feira Tecnotêxtil Brasil, que acontecerá entre os dias 7 e 10 de abril no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). Entre os destaques, está a galoneira eletrônica Sansei SA-M600D-AB-UT, com corte automático de linha, refilador, motor direct drive e sistema totalmente eletrônico, sem a utilização de ar comprimido. A Andrade estará na Rua 2, estandes 164, 165 e 166.

FERMOPLAST TRAZ NOVIDADES EM ACESSÓRIOS Com portfólio sempre atualizado, a Fermoplast está lançando uma nova coleção de ganchos metálicos com trava, indicados para alças de 8 mm, 10 mm, 13 mm e 18 mm, usados para lingerie e moda praia. As peças são injetadas em Zamac com banhos de ouro 24 k (certificado), ouro velho, cobre, estanho, níquel e latão.

YKK LANÇA O EXCELLA® WHITE Inovação faz parte da YKK e, agregando a família Excella®, lançou o Excella® White, o primeiro zíper com acabamento totalmente branco no latão polido. Indicado para calçados, peças de couro e vestuário casual, o zíper está disponível apenas no tamanho 5, com extremidades abertas, fechadas ou versões móveis. Outro lançamento para produtos de couro é o Flexfix® DUP17, um fecho de pino com engenharia patenteada. Feito de poliacetal (POM) – um material ultrarresistente à deformação –, foi testado em mais de 50 mil aberturas e fechamentos, sem qualquer deterioração do parafuso prisioneiro, mantendo o mesmo nível de resistência. Disponível em diversos acabamentos metálicos.

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Especial

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POR SILVIA BORIELLO / COLABORAÇÃO: ROSELAINE ARAUJO

MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA DICAS PARA AS CONFECÇÕES SE MANTEREM SAUDÁVEIS NO PERÍODO ATUAL

Não, não é uma receita pronta ou uma fórmula mágica o que você verá aqui nestas páginas. Mesmo porque, se houvesse uma, ninguém estaria enfrentando tanto sufoco, não é mesmo? Tempos bastante bicudos os que vivemos atualmente em todo o país. E para a confecção não é diferente. Recessão no consumo, alta dos juros, oneração nas folhas de pagamento, falta de água, alta de luz, ânimos políticos exaltados, ou seja, a conta ficou caríssima para nós, e sem direito a parcelamento. O que mais falta? O balanço de 2014 do setor têxtil e confeccionista anunciado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) no dia 22 de janeiro, em sua sede em São Paulo (SP), não teve uma sonoridade tão acalentadora. Já caminhando em déficit na balança comercial há alguns anos, o setor fechou o ano passado com mais um: US$ 5,9 bilhões, e a previsão para 2015

Ilustração: Arte Mais

é que ele se amplie para US$ 6,13 bilhões. “O que inverterá esse quadro são ações concretas. Por isso, a Abit mapeou 12 áreas para buscar investimentos e melhorias. Em 2015, o foco estará em quatro áreas: trabalhista, tributária, comércio exterior e inovação e produtividade”, declarou Rafael

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Cervone, presidente da Abit, durante coletiva de imprensa.

Certi (Centro de Referência de Tecnologias Inovadoras),

Segundo ele, ninguém está otimista, mas é preciso trabalhar

especialmente para o projeto “Confecção do Futuro”, que é uma

com confiança no futuro. Na área trabalhista, o foco é a

planta industrial modelo de última geração, baseada em

modernização em suas relações; na tributária, é fortalecer as

conceitos inovadores, que serve de referência a empresários de

confecções por meio do Regime Tributário Competitivo para as

todo o país; inserção do setor nas cadeias globais de valor

Confecções (RTCC); em comércio exterior, reforço e busca de

(estudo em parceria com o Senai/Cetiqt e a Confederação

novos acordos comerciais; e em inovação e produtividade, a

Nacional da Indústria – CNI); inclusão do setor têxtil e

intensificação de investimentos em produtos e gestão. As outras

confeccionista no Programa Nacional de Plataformas do

áreas destacadas são: segurança jurídica, financiamentos,

Conhecimento (Agenda Tecnológica Setorial); inclusão do kit

burocracia, infraestrutura, macroeconomia, educação e capa-

têxtil no programa Minha Casa Melhor; lançamento da terceira

citação, MPEs (micros e pequenas empresas) e sustentabilidade.

legislatura da Frente Parlamentar Têxtil e Confecção (em

A entidade também fez uma adequação em seu Plano Têxtil

março); e participação no 2o Fórum Internacional de Inovação

até 2030, firmando uma parceria com a Agência Brasileira de

Têxtil, que acontecerá no dia 7 de abril, em São Paulo (SP),

Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Senai/Cetiqt e a Fundação

enfocando os esportes.


“É fundamental pensar a longo prazo para superar os

de nossas decisões governamentais, assim como os juros altos

desafios atuais. Para 2015, apesar do PIB estagnado,

e o baixo crescimento também são frutos dessas decisões

estimamos um crescimento de 0,7% na produção de confecção

equivocadas”, pondera Fernando Pimentel, diretor-superin-

e 0,3% nos têxteis”, destacou Cervone, incentivando as

tendente da Abit.

empresas a ampliar seu leque de opções e olhar para outros segmentos que ainda podem ser explorados, como o hospitalar,

CENÁRIO ECONÔMICO

o automobilístico, o de fardamento e uniformes, por exemplo. O

Assim como num teatro, a atuação de nossos governantes

surfwear também se torna um nicho interessante pelo “efeito

tem se mostrado desastrosa no cenário econômico nos últimos

Medina” e o grande apelo jovial, conforme destaca Marcelo Villin

quatro anos, especialmente em 2014. Sob “nova direção”, a

Prado, sócio-diretor do Instituto de Estudos e Marketing

equipe econômica liderada pelo ministro Joaquim Levy,

Industrial (Iemi). Vale lembrar que, no balanço de 2014, o ano

conhecido por suas medidas impopulares para arrumar a casa,

fechou com uma queda de 5% na produção de têxteis em

tem mostrado o lado mais amargo do remédio para curar o

comparação a 2013, e o de vestuário retraiu 2% nesse mesmo

estado debilitado ao qual chegamos, mas inevitável para a

período, tendo fabricado 6 bilhões de peças.

recuperação.

“Investir em diversificação de produtos, melhoria de

Na avaliação de Thiago Biscuola, o desafio fiscal será grande,

qualidade, operação mais eficiente e design serão ferramentas

pois o gasto do governo tem crescido numa velocidade maior

importantes para enfrentar mais esse período de turbulências”,

que a expansão do PIB, e ele não ampliou os recursos para

adverte Thiago Biscuola, economista da RC Consultores, de São

investimentos. “O governo sinaliza, com a indicação dos nomes

Paulo. Para ele, esse é o momento de, em conjunto, as

da equipe econômica, que pretende fazer o ajuste necessário.

empresas pleitearem a melhora do ambiente de negócios no

No entanto, a equipe ainda não revelou como fazer esse ajuste.

Brasil, atuando junto às associações de classe.

O risco é fazê-lo, mais uma vez, com o aumento dos impostos,

Outro dado bastante preocupante foi a queda de postos de

como já se observa com a volta das Contribuições de

trabalho. Só em 2014, o setor teve inacreditáveis 20 mil vagas

Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e o aumento do

formais fechadas, com previsão de menos 4 mil para 2015. E

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O mais grave,

para onde vão esses trabalhadores, que setor os absorverá?

agora, é a elevação da contribuição das empresas que adotaram

Além dos postos de trabalho fechados, são 24 mil famílias sem

a desoneração em folha, os setores que antes pagavam 1%

renda, o que não gera consumo e, por sua vez, não movimenta

sobre o faturamento e passarão a recolher 2,5% depois de

o mercado. Sem movimento no mercado, não há movimento na

junho. Além disso, enquanto o mundo se beneficia de custos

economia do país, o governo deixa de arrecadar. É um círculo

energéticos em queda, o Brasil vai na contramão e assiste ao

perigoso, do qual temos que criar formas de sair. Por isso, além

significativo aumento do custo da energia elétrica e dos

da desoneração da folha de pagamento, que era uma medida

combustíveis. Com certeza, esses últimos gerarão uma pressão

inicial importante para a retomada da competitividade, mas que

de custos adicional importante para a cadeia de têxteis e

foi revertida, outros pontos da agenda trabalhista precisam ser

confecções. A tributação complexa e excessiva é um desafio a

discutidos a fim de facilitar e desburocratizar a relação

ser vencido. O nível das expectativas dos empresários está muito

empregador-empregado.

dependente de sinalizações práticas do governo no segundo

“Temos de executar a agenda trabalhista e, que fique bem

mandato de Dilma. O desafio de colocar a economia brasileira de

claro, ninguém está falando de precarização de nada. Mas é um

volta na rota do crescimento é grande e parece cada vez mais

absurdo você pagar um salário menor do que deveria e, ao

distante”, indica o economista.

mesmo tempo, saber que o funcionário custa mais que o dobro do que ele recebe. Há alguma coisa errada, inclusive para todos

ALTA DO DÓLAR: ANJO OU DEMÔNIO?

os níveis de empresa. Portanto, o Brasil tem de se reinventar com

Em meio a todo o caos que vivemos, talvez só a alta do dólar

uma nova técnica de desenvolvimento: temos oportunidades,

tenha um papel dúbio nessa situação: boa para uns, ruim para

talento, competência, já mostramos isso em diversas ocasiões e

outros. A parte ruim é que maquinário e insumos estão mais

vamos mostrar de novo. Claro que, por estarmos inseridos na

caros. Por outro lado, favorece as exportações ao mesmo tempo

economia mundial, somos influenciados por ela com os mesmos

em que pode ser um freio na entrada de importados,

males e benefícios, mas o problema maior é interno, ou seja, nós

especialmente no vestuário, impulsionando a produção interna.

é quem temos de resolver a nossa vida. A inflação alta é produto

A Zune Jeans, por exemplo, uma das grandes empresas

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Especial paulistas do segmento e que produz 100 mil peças por mês,

mercado de vestuário sairá de 1,2 milhão de toneladas para 2

atualmente confecciona 40% no Brasil e importa os outros 60%.

milhões de toneladas vendidas nos próximos dez anos, ou seja,

Para 2015, de acordo com seu diretor, José Eduardo Nahas,

é um salto monumental. No entanto, se nada for feito, nós vamos

haverá uma inversão nessa equação: importar 40% e produzir os

perder essa fatia. O Brasil ficou muito oscilante em sua posição

outros 60% em casa.

no mercado mundial e o cliente não pode ficar dependendo dos

Essa é realmente uma boa oportunidade para aumentar a

humores das políticas. Não é à toa que 2006 foi o último ano em

demanda por produtos nacionais e fortalecer os exportadores,

que tivemos superávit na balança comercial de manufaturados.

mas não pode ser tomada como uma tábua de salvação, já que

No ano passado, tivemos mais de US$ 100 bilhões de déficit. O

o câmbio é oscilante e essa é uma estratégia pontual, como

Brasil sempre foi o vaga-lume dessa política internacional de

comenta Fernando Pimentel: “Acho que a mistura do câmbio

exportação de manufaturados”, enfatiza Fernando Pimentel.

com a incerteza da demanda tende a favorecer uma visão mais a curto prazo e pode beneficiar a indústria local, que tem maior

ORDEM NA CASA

facilidade para trabalhar em condições mais rápidas de entrega

Se não dá para contar com a ajuda de fora, ao menos por

e com menores lotes para atender a essa demanda, que está

dentro a casa precisa se manter em ordem. Ficar paralisado e

difícil de ser prognosticada. Então, não podemos nos iludir com

deixar a empresa à mercê dos acontecimentos é uma péssima

uma eventual melhoria de curto prazo decorrente de

ideia para quem almeja se manter no mercado. Com Foto: Divulgação

fatores que não controlamos. Esse é um ano em que, se não tivermos feito lições de casa relevantes e se o

revisão dos cálculos de demanda, já dá para

mundo encontrar um novo ponto de equilíbrio, as

começar o planejamento, como indica Anderson

coisas voltam a ser como antes”.

Ozawa, diretor-geral da AOzawa Consultoria,

Segundo dados da Abit, o setor perdeu compe-

empresa direcionada a gestão estratégica. “Em

titividade no mercado internacional, mas o Brasil tem

minha opinião, não dependa do governo. Em

todas as condições de ser um grande player, tanto

nenhum momento. Aproveite-se, obviamente, das

interna quanto externamente, pois inova e produz em

formas de executar um planejamento tributário

grande escala. O que falta é clareza e planejamento nas políticas econômicas e trabalhistas para que haja condições de os empresários saberem que passos

ANDERSON OZAWA, DIRETOR-GERAL DA AOZAWA CONSULTORIA.

aderente ao seu negócio, por exemplo, e de observar as tendências econômicas para maximizar sua participação e, ao mesmo tempo, blindar e minimizar

dar. “É preciso que a política econômica seja de Estado, não de

qualquer sinal de turbulência. Dessa forma, independentemente

mandato”, enfatiza Pimentel.

do governo, invista em seu negócio buscando ter o máximo de

Para tanto, a entidade vem trabalhando no programa

controle e eficiência a fim de obter a melhor performance

Texbrasil há 15 anos, fomentando a internacionalização da moda

possível. Estude seus clientes e torne-os fiéis à sua marca. Cative

brasileira. Nesse período, mais de 1.500 empresas participantes

seus colaboradores e torne-os fiéis à sua ideologia. Os fatores

do projeto exportaram US$ 3,2 bilhões – em 2014, elas foram

governamentais são incontroláveis. Sua empresa é controlada

responsáveis por 64,6% das exportações do setor – e geraram

por você e é nela que seus esforços devem ser concentrados.

25 mil empregos como resultado dessas ações. Em dezembro

Seus clientes podem ser controlados por você, com base no

de 2014, a Abit firmou seu nono convênio com a Apex-Brasil e

produto e na forma de vendê-lo. Reavive a todo instante sua

tem programadas 776 ações até novembro de 2016, apoiando

postura empreendedora, criando o cenário que você quer para

mais de 250 empresas em 45 feiras no exterior. “Buscamos

sua empresa, e tenho certeza de que sairá ileso do que pode

resultados reais, que já estão sendo apresentados”, afirmou

acontecer este ano”, recomenda Ozawa.

Rafael Cervone.

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certos cuidados, como a redução das despesas e a

Somando-se a isso, o consultor de gestão industrial Rubens

O Brasil está entre os cinco maiores representantes da área

Nunes, da Megatech Consultoria, presente no chão de fábrica de

têxtil do mundo e possui a maior cadeia produtiva integrada do

confecções Brasil afora, destaca que, além de planejar suas

Ocidente, além de um varejo que figura entre os sete maiores do

ações futuras, programar as ações planejadas e controlá-las, o

mundo, com grande potencial de crescimento. “As estimativas

confeccionista precisa ter sob controle a noção de tempo de

mostram que, se o país engatar novamente a marcha do desen-

execução de cada ação, estar atento às necessidades de

volvimento, com taxas modestas para o que precisamos ao ano,

correções e ajustes e treinar seu maior patrimônio, ou seja, seus

que é de 3%, e crescimento de renda real em 1% ao ano, o

colaboradores. “Infelizmente, nosso segmento quase nunca é


ouvido e, muitas vezes, somos tratados como vilões. Apenas as ações de maus empresários (trabalho escravo) é que ganham os noticiários nacionais, as ações sociais que desenvolvemos (qualificação de mão de obra, por exemplo) quase não são divulgadas. O simples fato de termos empresas totalmente legalizadas já possibilitaria uma forma de concorrência mais honesta dentro da confecção. Enfim, o setor já passou por situações parecidas e soube criar condições de superá-las. Nossos administradores são profissionais em ‘sobreviver’ a períodos de caos no mercado, mas precisam estar atentos aos sinais e reconhecer a hora de agir”, desabafa Rubens. Foto: Divulgação

Rever a gestão de processo produtivo e as parcerias para novas negociações comerciais são os dois principais pontos aos quais as empresas precisam estar atentas nesse momento, especialmente para entender que desafios o pequeno negócio está apto a assumir em curto prazo, na avaliação de Juliana Borges, analista técnica da carteira de moda e confecções da Unidade de Atendimento Coletivo Indústria (Uacin) do Sebrae Nacional. Para ela, o empreendedor precisa mensurar o lucro obtido com produtos “carro-chefe”,

JULIANA BORGES,

ANALISTA TÉCNICA DA CARTEIRA DE MODA E CONFECÇÕES DA UACI – SEBRAE

NACIONAL.

acompanhar o nível de estoque, avaliar erros e acertos na produção anterior e entender se tem condições de atender a novas ordens de serviço de curto, médio e longo prazos. Para tanto, o Sebrae

oferece diagnósticos online como o Modelo de Excelência da Gestão (MEG) na Avaliação da Gestão de Negócios (www.ead.sebrae.com.br/cursos/meg-naavaliacao-da-gestao-de-negocios), bem como atendimento presencial nos postos de atendimento nos estados. “O objetivo é fazer com que a empresa se situe e se conheça melhor antes de pensar em qualquer passo em direção à sustentabilidade nos próximos meses”, explica Juliana. Conhecer a fundo seu negócio é o principal para que o empresário cresça, pois o que pode ser oportunidade para uns não é para outros. E isso serve de alerta especialmente para os pequenos negócios, que representam 98% da indústria de moda no país, com 271 mil pequenas empresas, que são as que mais crescem no setor, de acordo com o Sebrae. Segundo um estudo feito pela entidade sobre o perfil dos microempreendedores individuais (MEI), o varejo de moda, representado pelas sacoleiras, é a segunda maior atividade recém-chegada à formalidade. Para Juliana, “isso significa que o setor de confecção deve pensar políticas de comercialização e captação desses novos clientes. Essa oportunidade remete, inclusive, a grandes empresas fornecedoras de insumos para a confecção nos pequenos negócios”. Outras sugestões do Sebrae para dar apoio às confecções são os cursos de Gestão de Qualidade: Visão Estratégica (pensamento estratégico), SEI – Unir Forças para Melhorar (melhores práticas de como atuar em grupo) e Compras Governamentais (para conhecer mais sobre as compras governamentais – o que são, como se preparar para os editais, repensar práticas comerciais e fornecimento em conjunto). Além disso, o Sebrae incentiva os empresários a procurar as entidades representativas locais e os projetos de indústria da moda de seus estados.


Especial

Foto: Silvia Boriello

O QUE ELAS ESTÃO FAZENDO?

isso foram desenvolvidas ações em todas as áreas

Além das instituições, precisamos ouvir também

da empresa desde o primeiro dia útil de trabalho.

o que algumas confecções estão fazendo para

“Para isso, nos aprimoramos, nos reinventamos e

atravessar essa fase.

nos desdobramos para alcançar nossos objetivos.

O Grupo Luiz Eugenio Camisaria, com sede em

Podemos dizer agora que 99% deles foram

Francisco Beltrão (PR) – que está há 37 anos no

cumpridos, graças ao empenho e à determinação

setor de confecção, atende a uma extensa carteira de clientes no Brasil e no Mercosul e fabrica internamente mais de 60 mil camisas por mês em suas três plantas fabris, divididas nas linhas Luiz

EUGENIO KONOPATZKI, DIRETOR DO GRUPO LUIZ EUGENIO CAMISARIA. Foto: Actnove Fashion Photography/Divulgação

cemos as adversidades, não deixamos os noticiários nos desmotivarem e colocamos lenha na caldeira, fazendo a empresa crescer significativos

Eugenio (camisaria masculina com peças mais

25% em 2014”, comemora Francis Fachini, diretor

sofisticadas), Porto&Co (urbana), Walbann (clássica

comercial da Fakini.

para o dia a dia) e Maria Eugenia (camisaria

A empresa produz mais de 1 milhão de peças

feminina) –, tem seguido o lema “pé no chão”.

mensalmente e, para 2015, pretende avançar

Eugenio Konopatzki, diretor da marca, diz que sua

15% em seu crescimento, com o auxílio de novos

estratégia para 2015 é muito trabalho, sem se

equipamentos para agregar valor aos produtos,

atrelar tanto ao sobe e desce de impostos e cargas

reforçar sua equipe comercial no Nordeste do

do governo, pois precisa manter a produção e seus cerca de 500 funcionários internos, uma tarefa bastante árdua. “A carga tributária é alta, mas

país, onde ainda são pouco agressivos, e se FRANCIS FACHINI, DIRETOR COMERCIAL DA FAKINI MALHAS.

mantemos todas as responsabilidades fiscais em

aproximar cada vez mais de seus principais clientes, como explica Francis. “Particularmente, em nosso negócio, trabalhamos 100% de acordo

dia, por isso às vezes não somos tão competitivos como

com a legislação e sofremos com isso, pois a grande maioria

gostaríamos de ser. Além de enfrentarmos o problema dos

das indústrias locais beneficia-se de artimanhas para burlar o

produtos vindos do mercado externo, enfrentamos os do

fisco e sonegar impostos, apresentando ao mercado

mercado interno também, pois há muitas empresas no país que

produtos com preços bastante inferiores aos cobrados por

não pagam seus impostos como deveriam e, por isso, têm um

nós. Daí a especialização e diferenciação de produtos para

preço menor”, diz Eugenio.

buscar um perfil de cliente que procure melhores soluções e

Quem pode dizer que teve um ano diferente do de muitas

parcerias mais sólidas. Assim, buscaremos em 2015 um

empresas é a Fakini Malhas, de Pomerode (SC). Tendo

crescimento saudável e um aprimoramento de nosso portfólio

completado 20 anos em 2014, aquele teria de ser “o ano”, por

de produtos”, defende Francis.

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de uma equipe de trabalho fantástica. Esque-



Tecnologia

Fotos: Divulgação

RENNER USA GOOGLE CARDBOARD EM SUA COLEÇÃO Quem esteve no preview de inverno 2015 da Renner pôde conhecer a nova coleção de uma forma diferente: numa experiência de realidade virtual. O magazine fez uma parceria com o Google e, por meio do Google Cardboard – um tipo de binóculo de papelão com visão 3D – disponibilizado aos convidados, estes puderam conferir a coleção como se estivessem vendo o moodboard dos criadores da Renner, o que proporcionou uma visão sensorial, com imagens, músicas, estampas e cores formando toda uma ambientação virtual. A Renner foi a primeira empresa brasileira a usar o Google Cardboard, e o app criado por ela foi exclusivo para o evento, instalado nos celulares com sistema Android inseridos nos visores. AUDACES ADOTA SOLUÇÃO SAP Visando otimizar seus processos na gestão de informações e alcançar maior eficiência, a Audaces adotou a solução SAP, escolhida por facilitar a integração de processos e suportar o constante lançamento de inovações em sua plataforma. O principal motivo da escolha foi o aumento gradual na complexidade de gestão de organização nas unidades da empresa – cinco no Brasil e três na América Latina. “Oferecemos diversos produtos e serviços a clientes espalhados por 70 países, então garantir a eficiência e a qualidade na produção e a rapidez e a assertividade no atendimento é um fator-chave para conquistarmos a satisfação desse público”, destacou Claudio Grando, presidente da Audaces. Além disso, o investimento no novo sistema de gestão fortalece a base de crescimento da empresa, mirando o futuro. De tecnologia alemã e amplamente usado em todo o mundo, o SAP deve começar a funcionar a partir de abril e será implantado pela GATI, empresa especializada em TI e parceira da SAP Brasil em Joinville (SC). LEO BORDADOS LANÇA O SEVEN EMBROIDERY A Leo Bordados, empresa de Divinópolis (MG) especializada na área de bordados, acaba de lançar o Seven Embroidery, um programa de controle de produção e gerenciamento específico para empresas de bordados. Entre suas principais funcionalidades, estão fácil operação; visualização de bordados em JEF, PES e DST; cadastro do bordado como imagem; emissão de ordem de serviço com imagem; emissão de nota promissória; controle de caixa; relatório de vendas; e cadastro de clientes e funcionários. “Conhecendo bem o chão de fábrica de bordados, percebemos que faltava no mercado um programa para gerenciamento de produção. A partir dessa realidade, começamos a desenvolver um programa que tivesse uma interface amigável e que fosse exclusivo para esse segmento. Hoje temos um programa de fácil manuseio com o qual criamos facilidades como, por exemplo, a de cadastro de bordado, na qual ele captura o arquivo nas extensões DST, JEF ou PES e o transforma em arquivo de imagem. Assim é possível incluí-lo na “ordem de serviço”, diminuindo o risco de falha humana no momento de bordar. Outro ponto interessante relacionado à ordem de serviço é a possibilidade de inserir a imagem do bordado sobre um croqui. Dessa forma, não haverá margem de erro na marcação. Convidamos a todos que façam o download do programa e o testem gratuitamente por dez dias”, declara Leonardo Antônio, técnico sênior da Leo Bordados. Os interessados em fazer o download deverão entrar em contato com a empresa pelo e-mail atendimento@leobordados.com.br ou pelo tefone (37) 2102-7778.

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POR RUBENS NUNES

Foto: Divulgação

Produção

Calça jeans - como ser produtivo A calça jeans é um produto que não sai de moda. O Brasil vem apresentando um crescimento superior a 3,5% ao ano desde 2008, e estima-se que em 2014 foram produzidos mais de 350 milhões de peças. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi) a partir da publicação de seu “Estudo do Mercado Potencial de Jeanswear no Brasil”. O segmento de jeanswear no país conta com 6,2 mil empresas produtoras, que representam 22,4% do total das confecções de vestuário em geral. Sua maior concentração ocorre no Sudeste, mas também possui forte representação no Sul e no Nordeste do país, com destaque para os estados do Paraná, Pernambuco e Ceará. De acordo com as normas para a confecção de jeans, do Portal MPE ABNT, publicado em 2012, atualmente, existem muitos tipos de consumidores de jeans. Por exigência da variedade requerida por esses consumidores, foram criados muitos tratamentos para passar o aspecto de descorado, rasgado, envelhecido, esfiapado, gasto, empoeirado, camuflado e sujo (fonte: http://www.sebraemercados.com.br/moda-jeansmercado-cresce-reinventando-tradicao/). Com uma produção tão significativa, o número de envolvidos na cadeia também se torna expressivo. Muitos dos grandes produtores utilizam a terceirização para poder dar conta da demanda, e aí entramos no assunto principal de nossa matéria: como ser produtivo no jeans. Existem vários sistemas de produção (linha, célula, VAC, peça a peça, Eton, entre outros), mas, quando falamos em calça jeans, o método mais utilizado é a divisão do produto em etapas ou partes:

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Preparação: em que se fazem todas as etapas possíveis do produto para torná-lo um modelo básico; G Frente: em que se realizam as operações básicas da parte da frente; G Traseiro: em que se realizam as operações básicas da parte do traseiro; G Fechamento: em que se unem, já preparadas, as frentes com os traseiros; G Acabamento: em que se fazem as operações de cós, ponta, barra, travetes e caseadeira. Isso não é nenhuma novidade para quem já produz calça jeans; na verdade, é o sistema mais usado. A grande diferença é a seguinte: ter cada um desses grupos balanceados com o resultado final esperado, ou seja, utilizar a mão de obra de forma técnica a fim de ter o maior número de áreas produtivas com o menor número de peças em processo (W.I.P., work in process), que significa custo, e não receita. A grande questão é como fazer isso quando falamos em facções, que devem estar aptas para produzir qualquer modelo que chegar. A resposta para isso é o estudo de tempos do produto. Como dissemos, o ideal é ter um grupo de preparação em que são realizadas todas as operações diferentes das de uma calça básica, tornando o trabalho dos grupos de montagem o mais padronizado possível e, dessa forma, criar uma maior habilidade de nossos colaboradores na execução de suas tarefas, tornando-as mais produtivas. Experiências de chão de fábrica nos fazem afirmar que existe um grande aproveitamento do tempo disponível quando é realizado um estudo de tempos e aplicado um G


balanceamento, evitando o acúmulo de trabalho ou a ociosidade, podendo chegar a um aproveitamento de 75%, tornando a fábrica rentável. Damos a seguir o exemplo de uma cronometragem e simulação de balanceamento de um modelo básico.

RUBENS NUNES É CONSULTOR DE GESTÃO INDUSTRIAL HÁ MAIS DE 20 ANOS E SÓCIO DA MEGATECH CONSULTORIA. CONTATO@MEGATECHCONSULT.COM.BR


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POR ANGELA VALIERA

Foto: Arquivo pessoal

Coaching

Receita para conseguir o que quer Em viagem a Dubai, quis visitar o edifício mais alto do mundo. São 828 metros de altura e assistir ao por do sol de lá era um dos meus objetivos na viagem. No hotel, procurei o serviço de concierge para obter o ingresso. Um homem e uma mulher me atenderam com muita gentileza e presteza. Ela era das Filipinas e ele do Paquistão, ambos trabalhando no hotel em Dubai. A tarefa requeria paciência e persistência, pois estava difícil conseguir ingressos que se encaixassem na programação que meu marido e eu tínhamos. Além disso, o site mudava a todo momento e os preços variavam muito. Depois de um bom tempo de empenho, com os dois atendentes se revezando em tentativas e eu me mostrando o mais flexível possível, conseguimos os ingressos. Ele, então, sorridente e feliz pela tarefa cumprida, me perguntou, curioso, com o que eu trabalhava. Achei a pergunta inusitada para o momento, mas contei que atuo com coaching. Ele rapidamente perguntou se eu também atuo com career counseling. Quando eu disse que sim, ele ficou muito animado e explicou para sua colega, que era mais jovem que ele, o que era o meu trabalho. Ela, graciosa, rapidamente comentou com grande felicidade e esperança no olhar: – Então você poderia nos ajudar a ter uma carreira melhor e uma vida melhor! Caímos todos na risada com o comentário dela. E ele aconselhou a colega de maneira gentil: – Sim, ela pode lhe mostrar o caminho, mas cabe a

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você efetivamente “fazer” o que é preciso para ter uma vida melhor. Se você não concretizar os conselhos que receber dela, as coisas não vão acontecer sozinhas. Eu concordei com ele. E ele continuou: – Acredito que sei qual é o segredo para conquistar as coisas. Foi então a minha vez de ficar curiosa e perguntar qual era. Ele respondeu: – É fazer tudo como você fez aqui conosco hoje, o tempo todo com um sorriso no rosto e agindo de maneira positiva. Foi assim que você conseguiu os ingressos que queria. Sua atitude positiva e a maneira de lidar conosco tornou nossa tarefa mais fácil, persistimos nela e conseguimos os ingressos exatamente no dia e horário que você queria. Aqueles dois profissionais me fizeram pensar... Em todos os lugares do mundo queremos as mesmas coisas: G Um trabalho no qual possamos nos sentir bem durante a jornada de conquista de objetivos, por mais difícil que essa jornada seja; G Sentir que estamos efetivamente construindo uma carreira; G Perceber que estamos evoluindo e construindo uma vida cada vez melhor. Segundo meu sábio e novo amigo concierge de Dubai, a receita para conseguir isso é simples: constante sorriso no rosto e atitude positiva. ANGELA VALIERA É COACH, FASHION CAREER COUNSELOR, DESIGNER DE INOVAÇÃO E NOVOS MERCADOS DO CARREIRA FASHION – EMPRESA DE RH ESPECIALIZADA EM MODA – E COORDENADORA DA ESCOLA ONLINE ENMODA. ANGELA@CARREIRAFASHION.COM.BR





Feiras

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POR RENATA MARTORELLI

COUROMODA 2015 DEIXA O SETOR OTIMISTA A Couromoda 2015 – 42ª Feira Internacional de Calçados, Artefatos de Couro e Acessórios de Moda aconteceu entre os dias 11 e 14 de janeiro, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), e apresentou mais de 2.500 coleções de calçados femininos, masculinos, infantis, bolsas, artigos esportivos, confecções e acessórios de moda. Em paralelo, aconteceu a quinta edição da São Paulo Prêt-à-Porter – Feira Internacional de Negócios para Indústria de Moda, Confecções e Acessórios. Juntas, as duas feiras totalizaram 850 expositores, 84 mil visitas profissionais e 25 mil visitantes únicos. Diante da apreensão que o setor vinha apresentando nos últimos meses de 2014 frente às dificuldades econômicas e à retração de consumo, durante os quatro dias de feira a palavra crise não fez parte do repertório. Segundo Francisco Santos, presidente da Couromoda, “além de termos uma visitação muito qualificada, percebemos nesta edição que o tempo que cada visitante dedicou à feira subiu de 2,4 dias para três dias, em média”. Com a relação real/dólar atual, os sapatos brasileiros ficaram mais competitivos no exterior e isso fez com que os importadores marcassem presença na feira, totalizando 1.805 compradores internacionais, de 52 países. Visando às vendas externas, a Couromoda reforçou o Projeto Couromoda Exporter e deu assessoria especial durante a feira a um grupo seleto de 77 compradores, que representam 8 mil pontos de venda em vários países, como Bolívia, Peru, Argentina, México e Estados Unidos, entre outros. Os desfiles voltaram à Couromoda e os visitantes puderam conferir, na abertura, o desfile-conceito da marca Jorge Bischoff, além de outros das marcas Beira

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Rio, Calvest, Cravo & Canela, Francajel, Kildare, Luz da Lua, Loucos & Santos, M. Officer, Malu, Radamés, Ramarim, Usaflex, Werner e West Coast, com produção de Madeleine Muller e coordenação de Antônio Carvalho Júnior. Outros destaques foram o 19º Congresso Brasileiro do Calçado, que aconteceu sábado, antes do início da feira, os Seminários Couromoda, o Talk Shoe Abicalçados e o Ciclo de Palestras IED, do Istituto Europeo di Design. Em 2015, a feira contou com uma ação inédita e reuniu três exposições com entradas gratuitas para visitantes e expositores das feiras que aconteceram simultaneamente. Em Traços de Valor, obras de 25 designers brasileiros, referências no setor calçadista, mostraram fôrmas de calçados em resina translúcida e fibra de vidro, com inspiração no quadro A Sapataria, do pintor gaúcho Flavio Scholles. Em DNA Têxtil Design foi possível ver a tecelagem como ponto de partida para diferentes formas de arte. Já em Acre Látex Design, que nasceu do Projeto Acre Látex Design Lab, com apoio do governo do Acre, foram apresentados sapatos de látex produzidos pelos seringueiros do estado, com orientação do IED. A Lineapelle, feira italiana de couro e componentes para calçados, teve uma participação especial na Couromoda 2015, em que apresentou novidades em saltos, solados, acabamentos e ferragens, além de couros e matérias-primas para o verão 2015-2016 e um update da temporada outono-inverno. Foram realizados também os Seminários Lineapelle, que contaram com a presença de Gloria Mitter e Orietta Pelizzari, integrantes da equipe de pesquisa de tendências Lineapelle, que apresentaram palestras sobre moda, conceitos, inspirações e questões de sustentabilidade.



Feiras

BONS VENTOS Durante a Couromoda 2015, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apresentou as atividades previstas para 2015 e 2016. Entre elas, estão aumento das exportações das marcas brasileiras, aumento das ações estratégicas, promoção de oportunidades de negócios, focos estratégicos, trabalhar cada mercado de forma diferente, capacidade de uma empresa se internacionalizar, criação de programas de desenvolvimento, novas plataformas de negócios, entre outras. Segundo Heitor Klein, presidente-executivo da Abicalçados, estes são anos de ajustes. É preciso viver e encarar, e quem souber aproveitar vai crescer. “Planejamos e achamos que será possível crescer bastante no mercado internacional. Talvez o mercado interno ainda sinta uma recessão nos primeiros meses, mas na exportação há expectativas quase concretas de que vamos crescer. O projeto Brazilian Footwear, em parceria com a Apex-Brasil, mostra que o mercado da Colômbia está crescendo. Estamos ampliando nossos mercados para China e Rússia e, para 2015, agregamos a Alemanha, que está se mantendo apesar da crise, os Emirados Árabes e o México, que foi apontado como interessante para as empresas. Temos previsão de estabilidade no mercado nacional e de crescimento internacional para este ano, o que significa que conseguiremos manter empresas e funcionários”, afirma Heitor Klein sobre o setor que representa 255 mil postos de trabalho diretos na indústria nacional.

Confira algumas das novidades apresentadas pelos expositores durante a Couromoda 2015: Mondaine Bolsas: apresentou 20 linhas de bolsas com o tema Mondaine Antique, com inspiração na tendência vintage, resgatando os períodos entre os anos 1920 e 1980. Destaque para a linha Grease, desenvolvida em material sintético, que apresenta acabamento acetinado nas bolsas estruturadas, remetendo ao luxo dos acessórios da década de 1920. Loucos & Santos: alegria, irreverência, atitude e estilo refletem a coleção inverno 2015, que destaca a ankle boot e abotinadas fechadas, com detalhes de elásticos coloridos à mostra, ou semiabertas, com recortes no bico ou no calcanhar. Bonne Bags: as versões cheias de cores e estampas das mochilas são inspiradas no street style, com tipologia de letras e

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Fotos: Divulgação

LOUCOS & SANTOS

BONNE BAGS

números, juntamente com art prints que refletem as ruas de Nova York, Londres, Paris e o eixo Rio-São Paulo. Cravo & Canela: trouxe para o inverno a combinação dos estilos boêmio urbano e rocker. Além dos coturnos, opções renovadas de urban flats e sneakers acompanham a estação da marca. Também está presente uma releitura do mood 60’s, com novas cores e aplicações de detalhes étnicos, franjas e estampas. Dakota: traz novos modelos de botas, escarpins, oxfords, mocassins, sapatilhas e sandálias, com os temas Street Vibe, Hyper-Luxe e New Rustic. Materiais nobres, como nobuck escovado, couros rústicos lixados, napa com efeito de manchas, cobra nobucada com efeito cromático, tecidos tramados, estampados étnicos, matelassê e estampa arraia, são as apostas da Dakota. Bottero: sapatos estilo oxford, mocassins e loafers chegam com um toque mais


rústico, sem perder a suavidade. Destaque para as botinas e coturnos, além das botas over the knee, chelsea e as tradicionais montaria. Ferracini: o acabamento degradê surge em botas e coturnos. Sapatos casuais e sapatênis também marcam presença. Rafitthy: lançamentos versáteis e com referências de moda são o foco da marca, com modelos que vão dos mais clássicos aos mais arrojados, com um mix de nuances e tendências. Cores como mostarda e dark citrus trazem vibração aos modelos; também aparecem terrosos como pinhão, conhaque, café, avelã, casco, creme, metalizado ouro. Ganham espaço os neutros, como preto e cinza, que imperam em contraponto com os coloridos carmim, abóbora e vermelho. Os materiais vão dos lisos aos gravados e as estampas

Fotos: Divulgação

FERRACINI

RAFITTHY

apostam no animal print, com cobras, onças e répteis. Sapatoterapia: a linha Cadenza traz produtos com palmilhas massageadoras, sistema de amortecimento Trios Gel, e Air Flot, tecnologia de circulação interna de ar no calçado. Leves, os calçados da linha pesam 220 g e possuem cabedal de couro mestiço para melhor conformação ao pé. Piccadilly: apostou nos tons sóbrios preto e marrom em contraponto com cores vibrantes, como vermelho, mostarda e verde. Levou também recortes a laser e inspirações de tatuagens e mix de materiais, como camurça com verniz e napa com camurça. Destaque para as botas acima do joelho, polainas que podem ou não fazer parte da bota, sapatilha de tressê feita à mão, mocassins com e sem salto e, na linha infantil, botas 3 em 1 ou 2 em 1.


Feiras

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POR RENATA MARTORELLI

5ª EDIÇÃO DA SÃO PAULO PRÊT-À-PORTER Realizada no mesmo local que a Couromoda, a quinta edição da São Paulo Prêt-à-Porter – Feira Internacional de Negócios para Indústria de Moda, Confecções e Acessórios aconteceu de 11 a 14 de janeiro, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), e apresentou lançamentos de moda feminina, masculina, jeans, camisaria, tricô, festa, malharia e acessórios de 500 marcas de nove estados brasileiros, além de grifes turcas. Para Zaher Talal Daoui, diretor da marca paulistana Puccini, a realização conjunta das duas feiras é um caminho sem volta. “Uma feira complementa a outra e a química que resulta disso é perfeita para as vendas. A visitação superou minhas expectativas, com público muito qualificado”. Especialista em tricô, a grife apresentou sua coleção de inverno 2015 assinada pelo estilista francês Jean-Pierre Laroche, que estreou na marca nessa coleção. Entre os lançamentos, estão casacos, tricôs, vestidos, saias, blazers e jaquetas de couro vinílico, em cores neutras, como off-white, cinza, preto, bege e marfim. Segundo Charles Nahra, diretor de marketing da Aishty, em comparação com a edição anterior, a grife teve crescimento nas vendas fechadas e encaminhadas de 40% durante a feira. “Recebemos visitantes de todos os estados do Brasil e atingimos nossas expectativas. O fato de a São Paulo Prêt-à-Porter acontecer junto com a Couromoda foi ótimo, pois conseguimos muitos clientes novos que compareceram por causa da Couromoda e puderam conhecer a Aishty.” A Parizi, grife de jeanswear infantojuvenil, destacou o tecido híbrido jeans com moletom, que proporciona conforto e leveza para as skinnies joggers, sem perder a autenticidade do jeans. As cores predominantes da estação, além de rosa, azul e roxo, são as variações de

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Fotos: Divulgação

FEITO FLOR

PUCCINI

vermelho, como os tons fechados de bordô. Já as estampas ficam por conta do animal print e das pinturas abstratas. A Feito Flor, de Porto Alegre (RS), apostou em tons neutros, tais como cinza e cimento, nos terrosos e arenosos, metalizados e ferrugens, pensando em valorizar desenhos primitivos da madeira, diferentes tipos de tijolos e metais que mudam de cor conforme os efeitos do tempo. A coleção foi batizada de Nirmal, palavra indiana que significa a pureza das coisas em seu estado inicial, e investiu no mix de tecidos para obter diferentes efeitos de texturas, além de uma cartela de cores empoeirada, pontuada por verde, limo, amarelo mostarda e vinho. Entre as peças-chave, estão os quimonos, os maxicoletes, as capas e os vestidos-casaco, além de top e saia, chemises, saias e tricôs.



Feiras

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POR SILVIA BORIELLO Foto: Silvia Boriello

XIX FENIN FASHION – OUTONO-INVERNO 2105 FEIRA MOSTRA EXPOSITORES OTIMISTAS PARA O ANO

Uma onda de otimismo tomou conta dos expositores da 19ª edição da Fenin Fashion – Outono-Inverno 2015, realizada entre os dias 20 e 23 de janeiro no Fundaparque, em Bento Gonçalves (RS), no Vale dos Vinhedos. Mesmo com a economia desfavorável, os confeccionistas estão se mantendo confiantes para enfrentar esse ano difícil, e o resultado foi cerca de R$ 450 milhões movimentados durante os três dias de feira. A expectativa é a de que seja gerado o dobro no pósevento. “Apesar do pouco incentivo do governo, temos de estar otimistas. É nossa função trabalhar para a melhor reação do mercado. A união dos fornecedores com os fabricantes e destes com os lojistas é o que nos mantém em pé durante tantas crises socioeconômicas”, declara Julio Viana, fundador e diretor da Expovest – Fenin Feiras.

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Nesta edição, foram registrados 25 mil compradores, vindos de todo o país e alguns do exterior. A organização da feira convidou 9 mil lojistas cadastrados e qualificados, que receberam passagens e hospedagem nos hotéis da região, além de toda a infraestrutura de alimentação e traslados. Os outros 15 mil foram compradores espontâneos. Julio Viana diz que o público-alvo da Fenin são compradores de redes de lojas e magazines de todo o país. Nesta edição de inverno houve uma maior concentração vinda do Sul e do Sudeste, pelo clima, mas também houve compradores do Nordeste, da região central do país e também da América Latina, vindos de Argentina, Uruguai, Peru e Chile. O diretor da feira também comenta a mudança de cidade: “O antigo local em Gramado não comportava mais o crescimento de nossa feira e também não


Foto: Vini Dalla Rosa / Divulgação

dispúnhamos de climatização adequada. Em Bento Gonçalves, encontramos todo o apoio das autoridades locais, estamos num pavilhão três vezes maior e todo climatizado, para o conforto de nossos expositores e visitantes”, diz Julio. A feira foi segmentada em moda feminina, masculina, jeanswear, tricô e lingerie, a fim de facilitar a visita dos lojistas. Na área de jeans, a Sawary, de São Paulo, marcou presença com suas peças carro-chefe, como a calça “aumenta bumbum”, com preenchimento de silicone, e a com fio Emana®, que ativa a circulação e ajuda na redução da celulite. Mas a grande novidade foi a linha fitness e a de acessórios licenciados, como calçados, óculos, bolsas e cintos, que complementam os jeans e incrementam a oferta de produtos. Outra marca paulista, a Zune Jeans, também esteve presente com várias novidades, entre elas a coleção exclusiva assinada pelo apresentador Rodrigo Faro; a Rock&Soda com a linha NJR, de peças também exclusivas assinadas pelo jogador Neymar Júnior; e a marca Über Jeans, só com modelos femininos focados em modelagem e preço como diferenciais. Quem também expôs foi a Lei Básica, que esteve pela primeira vez na feira. De acordo com Fernando Abras, diretor da marca, que agora pertence ao grupo Vilejack, está sendo feito um trabalho de reposicionamento da Lei Básica, pelo qual as peças, todas produzidas no Brasil, serão vendidas em multimarcas, com uma nova equipe comercial. Na feira, o foco era abrir novos mercados, especialmente na região Sul. Na área feminina, a Equus foi outra que expôs pela primeira vez na Fenin. Com uma produção anual de 1,5 milhão de peças, a marca tem um grande mercado a explorar no Sul do Brasil, tanto com lojas próprias como em multimarcas, de acordo com Vinicius Duek, consultor de negócios da empresa, que ainda agrega a marca Love em seu portfólio. Enquanto a Equus segue uma linha de peças mais trabalhadas e para mulheres mais maduras, a Love segue a do fast fashion, mais jovem, e tem uma produção anual de 500 mil peças, em média. Segundo Duek, a meta para 2015 é a instalação de showrooms em todas as capitais nacionais. A Intuição voltou à feira depois de passar um período

realizando showrooms de vendas, mas agora está prospectando clientes de todo o Brasil. Para Stefani De Lio, diretora de marketing da grife, a Fenin superou suas expectativas. Outra estreante foi a Disparate, que pertence ao grupo Zune. Após uma reestruturação, a grife feminina retorna ao mercado e, segundo seu diretor, João Carlos, está sendo muito bem aceita. Com uma loja própria no Brás e outra no Bom Retiro, em São Paulo (SP), está direcionando suas vendas ao atacado e às multimarcas, em busca de novos mercados na feira. No setor de retilínea, a Modelan, grife de Jacutinga (MG), esteve presente com dois estandes, tendo o tricô de fabricação própria como destaque. De acordo com Robério Morais Cardoso, diretor da Modelan, as perspectivas foram superadas, tendo vendido 8% a mais que na edição anterior. Para Caio Ruiz, da Julieta Tricot, empresa de Monte Sião (MG), a edição de 2015 também surpreendeu, tanto pela maior visitação quanto pelo tíquete médio de compra dos clientes, que aumentou. Entre seus principais lançamentos, estão os tricôs com desenhos jacquard e étnicos. A Gangster, marca de moda jovem de São Paulo, montou um estande gigantesco com um mostruário de mil peças, como conta Paulo Jorge de Oliveira, gerente de produto e marketing da marca. Essa é a 17ª edição da Fenin de que participa, e pretende estar presente também nas edições de São Paulo e Rio de Janeiro, que acontecem este ano. A marca emprega 6 mil pessoas direta e indiretamente, fabricando jeans e importando jaquetas e blusas. De acordo com Paulo, a Fenin é de grande relevância para a empresa, pois todos os representantes já sabem de sua participação e ficam ansiosos para conhecer a coleção, o que reverte em

57


Feiras Foto: Vini Dalla Rosa/Divulgação

grandes vendas. A aposta da vez é a linha infantil masculina. Empresas peruanas marcaram presença mais uma vez na Fenin, especialmente com camisaria masculina, um dos pontos mais fortes da confecção do país. Uma delas é a Emcomconsa, de Lima, que produz camisaria masculina e trabalha com full package. Miguel Flores, gerente comercial da marca, diz que a empresa é nova, tem apenas um ano, mas já produz private label para marcas do Peru, Equador, Chile, Colômbia e para a Benetton no Brasil. Para ele, nosso país é um mercado muito importante, tendo a logística, o custo e o idioma a favor. Uma peça sua, 100% algodão pima, tem um custo FOB médio de US$ 17 a US$ 22. SALÃO DA LINGERIE BRASIL SUL Estreando em Bento Gonçalves em parceria com a Fenin, o Salão da Lingerie Brasil Sul, comandado por Ana Flôres e Indhira Pêra, da New Stage, e patrocinado por Rhodia e Berlan, pôde comemorar os bons resultados atendendo às expectativas de compradores e expositores. “Os clientes estavam bastante satisfeitos, disseram que a feira foi responsável pela venda de três meses de produção, além da troca de informações, lançamentos de coleções e da mídia espontânea gerada durante o Salão Lingerie Brasil. Com certeza, essa parceria de sucesso entre New Stage e Fenin trará excelentes resultados ao mercado”, declarou Indhira Pêra. E Ana Flôres ratifica: “Sempre acreditamos que setor unido é setor fortalecido, e essa parceria veio pôr em prática aquilo em que acreditamos há anos”. Para marcar sua abertura, o Salão armou um desfile ao ar livre na Via del Vino, no centro de Bento Gonçalves, tendo o prédio histórico como cenário, onde projeções digitais em 3D, assinadas pelo estúdio W.O.C, de Porto Alegre, foram um show à parte. As principais marcas nacionais de lingerie estiveram presentes, entre elas a Hope. Almir Rogério Vieira, gerente da Regional Sul, disse que, apesar de achar a estrutura da cidade de Gramado melhor, a mudança de local não afetou o fluxo de vendas, que esteve um pouco menor, porém ganhou em qualidade. Antonio Recco, diretor-presidente da Recco Lingerie, de Maringá (PR), disse que os dois primeiros dias da feira foram

58

DESFILE

DE ABERTURA DO

SALÃO BRASIL SUL

EM

BENTO GONÇALVES (RS).

muito bons e acredita que 2015 será melhor para o produto nacional devido à alta do dólar. A Recco também anunciou uma parceria com a Rhodia para o ano, introduzindo em suas coleções a Amni Soul Eco®, primeira fibra biodegradável do mundo. A DelRio foi outra empresa que comemorou a participação no Salão Moda Brasil. “Conseguimos aumentar nossa cartela de clientes e tivemos visitas de compradores de várias regiões, especialmente do Sul”, afirmou Luciana Grinstein, diretora comercial da empresa. O projeto Cria Rio!, uma parceria entre Firjan e Sebrae/RJ, participou com um estande institucional no salão, com empresas dos polos produtivos de lingerie do estado. De acordo com Isabela Sancho, representante do Sindvest de Nova Friburgo, há boas expectativas para 2015: a presença na feira teve um resultado surpreendente, e o polo quer lançar um catálogo com as empresas associadas, cerca de 200 entre as 1.300 da região, a fim de facilitar a apresentação das marcas. Outras empresas que também participaram foram Darling, Lupo, Valisere, Valfrance, Plié, Liz, In.Joy, Mash, Fruit de la Passion, Any Any, Calvin Klein, Gisele Bündchen Intimates, Lucitex, Luenvic, Lialou e Ambiente Íntimo.



Feiras

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POR RENATA MARTORELLI

FEIRA DA MODA DE GRAMADO-INVERNO 2015 Entre os dias 20 e 22 de janeiro, das 9h às 19h, os pavilhões do Serra Park, em Gramado (RS), foram palco da Feira da Moda de Gramado, que apresentou novidades em moda feminina, masculina, infantil, underwear, surfwear, jeans, tricô, acessórios e suplementos. Para o diretor da Cia das Feiras, Cláudio Goerl, a indústria de confecção teve uma perspectiva positiva durante a feira. “As conversas com os expositores apontam para um desempenho favorável, com expectativa de crescimento de suas atividades produtivas e comerciais em percentuais de 5% a 10%.” “Para nós, a feira foi muito boa, conquistamos clientes de cidades que não atendíamos e recebemos a visita de clientes antigos. Sabemos que a feira teve pouco público, mas conseguimos aproveitar e fazer bons negócios”, conta Regiane Freitas, proprietária da D’Passeio. A feira também foi positiva para Josiani Rinco, sócia da Malharia Star: “Diminuiu um pouco o movimento no geral, mas quem foi acabou comprando. A feira foi boa para nós”. A grande novidade anunciada por Cláudio durante o evento foi o portal Feira da Moda de Gramado 365º, que entrou no ar no final de janeiro. Com a proposta de ser uma extensão da feira, o portal permitirá aos expositores comercializarem suas coleções apresentadas nos eventos do grupo. “A ideia é que o custo de quem expõe nos três dias da feira seja diluído nestes seis meses de permanência no portal, que são cedidos gratuitamente aos participantes. Colocamos uma planta virtual, em que o fabricante pode enviar todos os dias, além dos produtos que expôs na feira, novidades da coleção e também ofertas. Meu papel é colocar o fabricante e o lojista juntos, com o custo-benefício ideal para ambos”, revela Cláudio. O lojista também contará com um aplicativo de celular com atualizações diárias

60

de produtos disponíveis no portal, para facilitar a compra. A próxima edição da Feira da Moda de Gramado será realizada entre 9 e 11 de junho deste ano, no mesmo local, das 10h às 20h, para os lançamentos primavera-verão 2015-2016, e trará a finalização do trabalho de qualificação do cadastro de 10 mil lojistas realizado durante todo o ano passado, com a participação dos principais industriais do país. Confira algumas novidades apresentadas durante a feira: V.R.A.: a malharia de Jacutinga (MG) apostou nas cores off-white, bege, preto, cinza, royal, vermelho, vinho e azul-marinho e nas listras para a coleção feminina. Para os homens, destacou os listrados e os blocos de cores. Crocker Jeans: apostou nas jardineiras, nas flares e boyfriends, além de jaquetas com pelo e de poliuretano. Os tricôs e conjuntos de moletons lavados também estão com tudo na estação. Tonia Duarte: a marca gaúcha aposta nas mulheres com mais de 30 anos, investindo na moda casual chique. ANA ROSA.

Foto: Divulgação


Tonalidades de cinza em casacos, camisaria e calças com couro e neoprene são inspiradas no filme 50 Tons de Cinza. Toques de pele, transparências e camisaria para meia-estação também estão presentes. Miss Blue: de Ivoti (RS), focada no estilo folk, a marca aposta na mistura de materiais, como renda com tricô, bordados e materiais rústicos. Tons terrosos e empoeirados mostram um estilo despojado. Questão de Estilo: com fabricação própria, a paulistana está há 20 anos no mercado. Na coleção feminina, a maior aposta é o macacão jeans; já a calça flare é inspirada nos anos 1970, com cintura alta. O jeans black e os colors também aparecem. Na masculina, colors, bolsos diferenciados, jeans resinado e camisa jeans. Vip Wo: trabalha com tecnologia sem costura em cuecas, blusas e leggings, seguindo o conceito easy care, de fácil lavagem e secagem, e não precisa passar. Apostou nas cores azul bic, amarelo, vermelho, preto, branco e verde folha.

Malharia Star: de Jacutinga (MG), trabalha com o público masculino desde o infantil. Investindo em uma moda jovial, clássica ou despojada, a marca investiu nas cores cinza e prata claro, verde, pink, preto, vermelho e azul-marinho. Decote V, gola polo, jaquetas, coletes e cardigãs são alguns destaques da grife. D’Passeio: aposta na mulher dos 30 aos 50 anos com uma linha casual day e peças para eventos feitas de renda. As cores marsala, cinza e preto em macacões diferenciados, saias longas e vestidos de renda foram as novidades da marca. Ana Rosa: a grife está há 30 anos no mercado, investindo na moda contemporânea baseada em alfaiataria para mulheres de 28 anos em diante. Blazers, calças, saias, vestidos, jaquetas, camisetas nas cores preto, off-white, cáqui e rosê escuro foram mostrados no evento. O blazer alfaiataria com renda mariscot na lateral, o vestido em três cores e as estampas exclusivas foram destaques.


Feiras

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POR RENATA MARTORELLI

WHO’S NEXT COMEMORA 20 ANOS Fotos: Divulgação

A Who’s Next & Première Classe comemorou seus 20 anos entre os dias 23 e 26 de janeiro, no Parc des Expositions Porte de Versailles, em Paris, na França. A feira, que recebeu 57.970 visitantes, contou com 13 marcas brasileiras no universo Fame: Cecília Prado, Osklen, PatBo, Têca by Helô Rocha, Lucas Magalhães e os designers do Brazilian to Be (BtoBe). No espaço Private, a marca Novo Louvre marcou presença. Já na Première Classe, participaram a marca de calçados Guilhermina e a designer de joias Patil Khatcherian. As empresas que fazem parte do Texbrasil – Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), são: Karin Feller, Trendt, Cynthia Hayashi, Der Metropol, Gralias, Reptilia, GrabieLab e Beira, que fazem parte do BtoBe, além das marcas Têca por Helô Rocha, Lucas Magalhães e PatBo. O BtoBe é mantido pelo Texbrasil e pela Casa de Criadores, com patrocínio da Lectra. Promove a internacionalização de marcas jovens e seleciona novos integrantes a partir de um concurso realizado anualmente. As vencedoras da edição 2014, Gabriela Braga, da GabrieLab, e Lívia Campos, da Beira, tiveram sua primeira experiência em eventos internacionais. Gabriela apresentou suas peças coloridas confeccionadas em malha, inspiradas no sermão dado pelo padre Antônio Vieira em 1654, que louvou os peixes por sua ingenuidade e intuição; e Lívia apresentou uma coleção composta de cores neutras, que vestem tanto corpos masculinos como femininos. A grife Novo Louvre, que fez parte do espaço Private, inspirou sua coleção inverno 2015 na Praça Santos Andrade e no Teatro Guaíra, referências na

62

ESPAÇO

DO

ESTANDE

DA

BRAZILIAN

OSKLEN,

TO

BE.

NO UNIVERSO

FAME.

arquitetura moderna de Curitiba. A memória da praça aparece em tecidos com estampas de pássaros, flores e imagens antigas. A forma do vestuário do balé, em referência ao famoso teatro de balé Guaíra, define a modelagem da grife. A próxima edição da Who’s Next & Première Classe acontecerá de 4 a 7 de setembro, no mesmo local, para apresentar as novidades da primavera-verão 2016.



Feiras

|

POR RENATA MARTORELLI

BRASILEIRAS NA PREMIÈRE VISION PARIS Foto: Divulgação/Texbrasil

Entre os dias 10 e 12 de fevereiro, o Parc des Expositions Paris Nord Villepinte recebeu a edição primavera-verão 2016 da Première Vision Paris. O evento contou com 58 mil visitantes, entre atacadistas, varejistas e imprensa, que conferiram as novidades de quase 1.800 expositores de 50 países, entre fios, tecidos, couro, design, acessórios e confecção. O Brasil esteve presente na exposição com seis empresas participantes do Texbrasil – Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil): o estúdio de design Capim Puro; as indústrias de tecidos Cataguases, Savyon e Werner; a Moltec, de acessórios para moda; e a tecelagem de fitas Britânnia. As marcas nacionais realizaram 470 contatos com países como Estados Unidos, Itália, França, Japão e China, e fecharam negócios no valor de US$ 623 mil, com expectativa de US$ 2,78 milhões para os próximos meses. As empresas brasileiras se prepararam para apresentar suas linhas inovadoras de produtos. Segundo Rebecca Veloso, da Britânnia, o salão é um grande passo para a aceitação no mercado internacional, já que todas as marcas passam por uma banca avaliadora que aprova o produto ou não. “Nossos tressês estão em evidência no mundo nórdico e vemos nossas tramas desfilando por lá. Nesta coleção, trouxemos novas percepções visuais para as tramas e fitas que fabricamos.” Para a empresa Capim Puro, levar produtos criados especialmente para a feira é uma estratégia que gera resultados positivos. “Temos consciência de que, para participar de feiras internacionais, há um caminho a ser percorrido com perse-

64

ESTANDE

DA

MOLTEC,

NA

PREMIÈRE VISION PARIS.

verança. Apresentamos uma coleção com mais ou menos 400 designs, cuja metade desenvolvemos especialmente para a Europa, explorando alguns temas brasileiros”, revela Alexandra Ward, designer têxtil da empresa. A Werner retomou sua internacionalização e acredita que estar presente na Première Vision Paris ajuda a captar novos clientes. “Ao participar do evento, podemos conhecer novas empresas e nos aproximar de clientes com os quais já mantemos contato”, explica Agostinho Bernardo. A edição outono-inverno 2016 será realizada no mesmo local entre os dias 15 e 17 de setembro de 2015.





Feiras

|

POR SILVIA BORIELLO

Foto: Silvia Boriello

LYCRA®:

O MAIOR ESTANDE DA

COLOMBIATEX 2105.

COLOMBIATEX DAS AMÉRICAS 2015 FEIRA DESTACA-SE COMO UMA DAS MELHORES OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS DA AMÉRICA LATINA Abrindo o calendário de feiras voltadas ao setor de confecção

da grande incerteza dos mecanismos de pagamento desse

sob o tema “Acesso Aberto”, a Colombiatex 2015, que

país. México, Peru e Chile, que junto com a Colômbia fazem

aconteceu entre 27 e 29 de janeiro em Medellín, Colômbia,

parte da Aliança do Pacífico, representaram juntos 17% dos

promovida pelo Instituto para a Exportação e Moda

compradores. O Brasil esteve presente com 66 compradores

(Inexmoda), a cada edição se solidifica com uma das melhores

(sendo 13 convidados pelo escritório da Procolombia no

plataformas de negócios do setor na América Latina, com

Brasil), seguido de Costa Rica (62), Bolívia (39), República

30% dos cerca de 10 mil compradores tendo feito negócios

Dominicana (38), Espanha (28), Canadá (19), Itália (18) e El

dentro do evento.

Salvador (11). Juntaram-se a eles outros 8.324 compradores

Foram 1.704 compradores internacionais vindos de 51

colombianos, somando US$ 306 milhões em negócios

países, ficando o Equador em primeiro lugar em número de

fechados dentro da feira e prospecção para os seis meses

empresários visitantes (459), 2% a mais que em 2014. Esse

seguintes a ela, valor 15% superior ao de 2014.

país, inclusive, costuma ter a Colômbia como hub para a

Compradores da divisão de têxteis da Disney estiveram

compra de seus tecidos, insumos e maquinário para

presentes para aquisição de insumos, e empresários

confecção, o que pode ser uma ótima oportunidade de

canadenses visitaram a feira pela primeira vez, segundo Carlos

negócios para o Brasil. Em segundo ficou a Venezuela, com

Eduardo Botero, presidente do Inexmoda.

271 compradores, 24% a mais que na edição anterior, apesar

68

De acordo com um levantamento de oportunidades de


negócios feito pelo Observatório Econômico Inexmoda –

acadêmicas,

Raddar com compradores nacionais e internacionais, a parte

Universidade Pontifícia Bolivariana; e o Fash.Mob, com desfiles

de tecidos foi a de maior interesse em compras na feira, com

e performances incitando a criatividade e a conexão do

65%, destacando-se denim (31%) e camisaria (30%), seguidos

público com os expositores.

realizados

no

Teatro

Metropolitano

da

de malharia retilínea (28%), tecidos para calças (25%), têxteis técnicos (14%) e para moda íntima (10%). O segmento de

PRESENÇA VERDE E AMARELA

insumos para confecção despertou o interesse de 30% dos compradores, enquanto os de full package e maquinário

A participação brasileira na feira já virou tradição para

empataram em 13%. As fibras e os produtos químicos ficaram

algumas empresas que, além de terem a oportunidade de

com 4% e 3%, respectivamente.

mostrar seus produtos ao mundo, acharam na Colombiatex

Ainda segundo o levantamento, há uma evolução no perfil

um nicho promissor também no mercado colombiano, com

de compradores de vestuário alinhada aos formatos de

forte tradição na área e alta produção de vestuário, tornando-

negócios do futuro, em que 2,5% deles vão à Colombiatex

se um distribuidor-chave para a América Central e os EUA.

para se abastecer de produtos que venderão exclusivamente

Foto: Silvia Boriello

A

Vicunha ,

por

em seu canal online e outros 10% pelo canal de venda direta.

exemplo, fez um ba-

Os que buscam insumos e tecidos para fabricação de sua

lanço superpositivo des-

marca própria somaram 25%, tendo os seguintes destinos:

ta última edição, re-

moda casual ou formal, feminina ou masculina (50%), denins

cebendo milhares de

(37%) e activewear (17%). Mas tecidos e insumos para os

visitas em seu estande

segmentos de moda íntima, infantil, cama, mesa e banho,

de clientes vindos dos

entre outros, também se destacaram.

EUA, América Central e

A 27ª edição da Colombiatex contou com 482 expositores,

dos que fazem parte do

sendo 40% deles internacionais, mostrando ao mundo suas

Pacto Andino (Bolívia,

novidades para o verão 2016. Na parte de têxteis e insumos,

Colômbia, Equador, Pe-

o Brasil participou com 14 empresas levadas por meio do

ru e Venezuela), como avalia Anna Maria Kuntz, diretora

Programa Texbrasil, da parceria entre Associação Brasileira da

comercial da tecelagem: “A Colômbia, assim como toda a

Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e Agência Brasileira de

América Latina, é um mercado antenado com as modernas

Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). São

tendências e tecnologias, onde temos boas oportunidades de

elas: Cedro, Farbe, Santanense, Tavex, Rosset, Vicunha,

negócios. A participação da Vicunha na Colombiatex favorece

Canatiba, Cataguases, Covolan, Zanotti, Delfa, Britânnia,

tanto a feira – que pode contar com um dos maiores

Expor Manequins e Digitale Têxtil. Na de maquinário,

produtores de índigos e brins do mundo, trazendo coleções

participaram Audaces e Delta. Ao todo, o país representou 5%

atualizadas e em total sintonia com a moda mundial – quanto

dos expositores, fechando US$ 6,6 milhões em negócios

a empresa em si, uma vez que tem acesso a um grupo de

durante a feira, com previsão de chegar a US$ 19,4 milhões

clientes seletos que visitam o evento. A proximidade com

nos 12 meses seguintes.

visitantes de diversas partes do mundo durante os três dias do

Outros países que marcaram forte presença na feira foram

evento permitiu um excelente intercâmbio de ideias,

a Índia, com fios e tecidos com base de algodão; a Turquia,

fornecendo, inclusive, subsídios para o desenvolvimento de

forte em denim, assim como a Venezuela, que também levou

produtos que atendam cada vez mais às necessidades ainda

tecidos para linhas workwear e militar; o Peru, com bases para

latentes do mercado”.

camisaria; e o México, com jeans e fios. Portugal e Espanha

Francisco Gonzales, coordenador de marketing da

destacaram-se em tecidos para decoração. A China, nesta

Vicunha, diz que o mercado colombiano sempre pede

edição, teve uma participação reduzida de expositores.

inovação e tecnologia em produtos e que os denins e sarjas

A feira contou ainda com os tradicionais Fórum de

com fio Emana® (Emana® Slim) foram sucesso de vendas,

Tendências, que, nesta edição, uniu-se ao Denim Review, um

especialmente os de construção de cetim com cristal de

espaço totalmente dedicado às inovações em tecidos,

quartzo. Os artigos de alta elasticidade também se

insumos, processos e acabamentos para o jeans; o Pavilhão

mantiveram imbatíveis, como o Perfect Fit, denim que possui

do Conhecimento Inexmoda – UPB, com informações

viscose e T400 em sua construção, fazendo com que a peça

69


Feiras Fotos: Silvia Boriello

tenha uma excelente recuperação e ajuste ao corpo após esticada, além de ótimo toque. Fizeram parte desse

exportação da Covolan , com-

lançamento os artigos Sofia, Nicole, Beverly e Gisele Dark. A

partilha dessa opinião em relação

linha Athletic Denim & Color também foi outro grande

ao câmbio e acredita que, dessa

destaque, devido à aparência jeans por fora e ao toque de

forma, haverá uma recuperação de

moletom por dentro. Foi ampliada com denins maquinetados

mercado internacional. Sobre os

e visual 3D com desenhos formando pequenos favos ou

lançamentos

espinha de peixe (Luge, Olympic, Golf e Fencing) e brins como

feira, destacou o Tijuana, um

o Printed Athletic Color, com efeito digital Cromo Color em três

denim maquinetado 100% algo-

cores, e o Bauhaus, com efeito degradê em cores vibrantes e

dão, 11 oz, com aspecto mais rústico e fabricado com uma

desenhos inspirados na pintura a óleo. A linha True Denim,

tecnologia exclusiva da Covolan que reduz em 40% o

jeans rústico 100% algodão, foi outra que fez sucesso.

consumo de água em seu processo. A linha Glossy, um denim

apresentados

na

A Cedro é outra

mais leve (8,5 oz) com fio de elastano tinto em preto, que não

empresa brasileira que

deixa os pontos brancos aparecerem nas lavagens, foi outro

fez um grande sucesso

destaque.

na feira, fechando US$

A Cataguases, em-

1 milhão em negócios

presa mineira que está

durante os três dias de

no mercado colombiano

participação e com a

há mais de 20 anos e

estimativa de repetir a

possui agente de repre-

dose durante os próximos meses. A tecelagem está presente

sentação no país, vem

há 12 anos no mercado da América Central e recebeu muitas

sentindo a concorrência

visitas de compradores da República Dominicana nesta

com os produtos chine-

edição, tendo os denins Duo Elastic e Duo Power – com

ses, mas, de acordo com Renato Hojda, diretor comercial da

superstretch, mais estruturado – como destaques. “Esta

tecelagem, ainda há potencial de crescimento na Colômbia.

participação, estimulada pelas várias ações promocionais do

Para o verão 2016, os produtos de mais destaque no estande

programa Texbrasil, se revelou extremamente positiva para a

foram as viscoses estampadas (estamparia digital), tecidos

empresa, que realizou negócios e abriu prospecções bastante

que imitam o índigo com estampa sobreposta, e os de

otimistas para os próximos meses. A cada edição, temos

camisaria – de 40 a 120 fios – com fios tintos, lisos e

reforçado nossas exportações e ampliado a visibilidade da

maquinetados, com acabamentos easy care e wrincle free.

nossa marca de produtos junto a potenciais clientes”,

Para Eleonora Fança,

comemorou Oto Arantes, gerente comercial de moda da

gerente

Cedro.

Produtos e Serviços da Também há 12 anos

70

Allan dos Anjos, gerente de

Linha

de

Marketing,

Sportswear

da

na Colombiatex, a Ca -

Santanense, a feira conse-

natiba investiu nos jeans

gue

funcionais,

mercados. Apesar de a

como

o

abranger

muitos

Beauty Denim e o Therma

tecelagem já atuar há

Comfort Denim, que rece-

muitos anos na região com grandes clientes, estão em busca

beu o certificado Coolmax

de novos no Peru, Equador, México e de acesso ao mercado

por regular a temperatura

norte-americano. Segundo Eleonora, a perspectiva é

e a umidade do corpo,

aumentar as exportações gerais da empresa em 10% em

além dos artigos de alta elasticidade. Para Fábio Augusto

2015. Durante a Colombiatex, as apostas foram nos denins

Covolan, gerente de exportação da Canatiba, a importância de

superelásticos, como o Extreme Power (alta recuperação e

estar numa feira como esta é a possibilidade de atingir todo o

construção em elastano e T400); o DNS Beta, de 9,5 oz e com

mercado latino, e as perspectivas para o ano de 2015 são

aspecto de malha; o DNS Solaris Extreme Power, de 9 oz; e a

melhores devido ao câmbio.

DNS Titania Extreme Power, uma sarja 3x1 de 9 oz.



Feiras Fotos: Silvia Boriello

A Tavex, outra gi-

Outra estreante na Colombiatex foi a

gante em produção de

Fitas Britânnia , de Barbacena (MG).

índigos, também esteve

Com um interessante trabalho em tres-

presente à Colombiatex

sê, chamou a atenção dos visitantes,

e, na retomada de seu

como revela Ana Cristina Veloso, CEO

contato com o mercado

da empresa. Segundo ela, já estão com

colombiano, abrirá um

clientes na Colômbia e em busca de

showroom por lá. A

distribuidores na região. Também rece-

intenção é fechar negócios da ordem de US$ 4 milhões com

beram visitas de compradores do

a Colômbia em 2015. Atualmente, a Bolívia é o destino número

Equador, Costa Rica e Chile.

1 das exportações da Tavex em volume, segundo Marcos

Para a Zanotti, maior produtora de elásticos da América, a

Prata, gerente de Exportação para a América do Sul. Entre os

participação no mercado colombiano é efetiva: desde 2008

principais produtos apresentados, estavam a linha Fitness

tem a Fahilos como sua distribuidora local. De acordo com

Denim masculina, tendo o conforto como foco, disponível nas

Carlos Eduardo Lana, diretor comercial da Zanotti, o mercado

cores black, blue e também PT, passando por todos os tons

colombiano tem crescido bastante e é referência para a

de lavanderia. O Dressy, uma nova mescla de algodão, modal,

América Latina, com ótimas perspectivas de negócios.

elastano e poliéster cortado, deixa o tecido com um toque

Durante a feira, compradores do Peru e do Equador visitaram

supermacio; e o Dixon, um denim 100% algodão, 9,8 oz,

o estande com maior frequência.

aceita

processos

mais

agressivos

de

lavanderia

e

A Delfa Bojos também par-

acabamento.

ticipou como expositora e tem boas Na linha praia e fitness, a Rosset

perspectivas em relação ao mer-

destacou-se com suas bases com mais

cado latino-americano. Marina Bar-

brilho, cirrês, opacos e texturas mais

reira, gerente internacional, diz que

finas para saídas de praia. Nas

na Colômbia ainda esbarram em

estampas digitais, sempre muita cor e

algumas questões como impostos

florais, como o macrobotânico, frutas,

e acordos comerciais, mas, mesmo

animais (aves, peixes, formas marinhas,

assim, pretendem aumentar as

onça), étnicos e geométricos. “O gosto

vendas ao país em 10% este ano.

dos colombianos é semelhante ao dos

Entre seus maiores destaques,

brasileiros na moda praia”, afirma Sacha Kalmus, diretor de

estavam os bojos fitness e esporte e o Aumentax, um bojo que

exportação da Rosset. Segundo ele, as vendas para a

aumenta os seios em até três tamanhos.

Colômbia devem aumentar 20% este ano.

outra expositora brasileira,

feira, a Digitale Têxtil, de

está há dois anos no mer-

São Paulo (SP), também

cado colombiano e possui

levou suas bases para

showroom em Bogotá,

moda praia, fitness e

que fica sob os cuidados

lingerie, tendo o tecido

de Nidia Hernandez. Se-

Oceanic, para linha praia,

gundo ela, a Expor com-

A

pete no país com sua qualidade e seu design, tendo

empresa possui uma equipe interna de criação de estampas e

conquistado empresas de alto padrão. Sua meta é audaciosa:

faz lançamentos semanais, além de atender pedidos

crescer sua participação nesse país em 50% em 2015. Tendo

específicos de clientes. Atuante no mercado externo

os acabamentos como um dos diferenciais, apresentou os

vendendo para EUA, Venezuela e Chile, a Digitale está

manequins com tachas de fibra de vidro (procurados,

iniciando seu contato na Colômbia e já começou o trabalho

inclusive, para decoração) e manequins infantis com cores de

com um representante local, de acordo com Mario Schick,

pele e características étnicas diferenciadas, de acordo com

diretor da empresa.

cada nacionalidade.

como

72

Já a Expor Manequins,

Pela primeira vez na

carro-chefe.



Feiras Fotos: Silvia Boriello

Na parte de ma-

primeira vez que participamos, o resultado foi muito positivo, e

quinário e soluções

a expectativa para esta edição é de fecharmos US$ 500 mil

para confecções, a

em negócios”, avalia Paulo, que atendeu visitantes da

Audaces marcou pre-

Colômbia, Peru, Equador, El Salvador e Guatemala.

sença mais uma vez e anunciou a ampliação

OUTROS DESTAQUES

de sua presença na Colômbia, agora com

Referência de inova-

um escritório próprio

ção e qualidade no

em Medellín e fechando uma parceria com o Servicio Nacional

segmento jeanswear, a

de Aprendizaje (Sena), uma espécie de Senai local, onde seus

espanhola

produtos serão utilizados pelas instituições de ensino em 14

apresentou

regiões do país para a formação de mão de obra. Segundo

Scraper, uma tecnologia

Claudio Grando, presidente da Audaces, a estratégia vinha sendo desenvolvida havia cinco anos e agora, com sua

74

Jeanologia o

Light

utilizada em sua máJEANOLOGIA APRESENTOU LIGHT SCRAPER.

A TECNOLOGIA

quina e-Mark 2.0, em

concretização, tornou-se um grande passo para a expansão

que efeitos de lavan-

da empresa na América Latina, visto que a Colômbia figura

deria e tramas de índigo são feitos a laser. O resultado é

como o sexto maior destino de seus produtos. Apesar de já

impressionante. Entre suas vantagens, estão a eliminação da

atuar no país com filiais em Bogotá, Cali e Medellín, é nessa

raspagem e do lixamento feitos à mão, bem como seu

última que a empresa quer aumentar sua participação, pois

reprocesso ou trabalhos perigosos; a redução de custos de

45% das confecções do país estão concentradas lá. Deniz

trabalho; a produção flexível, de acordo com a demanda,

Lopez, que atua há oito anos junto à Audaces na Colômbia,

otimizando estoques; a redução do tempo de chegada do

diz que em Medellín o mercado é diverso e abrange desde

produto ao mercado; a utilização de apenas um denim, mas

pequenas até grandes indústrias têxteis e de confecção, e a

com resultados diferentes.

mão de obra é bastante dedicada e qualificada, valorizando os

A Fabricato, uma das maiores malharias colombianas,

produtos nacionais, de forma que os produtos asiáticos não

anunciou um projeto de produção sustentável iniciado em

os ameaçam tanto. “Temos algumas exceções com as

2014 em parceria com a Huntsman Textile Effects, a fim de

empresas pequenas, que se baseiam mais pelo preço baixo

diminuir o impacto ecológico nos processos de tingimento

que pela qualidade, uma mentalidade a curto prazo. Em

usando um químico para algodão chamado Avitera® SE. Com

compensação, a exportação tem crescido muito, sobretudo

isso, conseguiu uma redução substancial na quantidade de

nos dois últimos anos”, avalia Lopez. Com tudo isso, a

ciclos de tingimento (25%), além da redução do consumo de

Audaces planeja crescer suas exportações gerais em 50%

água e de energia em até 50%, e das emissões de CO2 em

este ano. Sobre os produtos apresentados na feira, destacou

até 80%.

o sistema de automação para confecções Audaces Vestuário,

A Enka (Colômbia), que produz fios têxteis para vestuário e

que garante maior precisão na criação de moldes e encaixe,

também fios industriais, além de resinas termoplásticas de

gerando maior aproveitamento do tecido.

poliéster, vem estreitando cada dia mais as relações com o

Outra representante bra-

Brasil (já esteve presente no país por meio da Polyenka). Com

sileira foi a Delta Equipamentos,

35 clientes ativos em nosso país, como a Altenburg, por

com suas máquinas para en-

exemplo, é a única empresa na América Latina a produzir o

festo. Pela segunda vez na Co-

náilon 6 (Kaylon® Air, texturizado por ar, o que permite maior

lombiatex, a empresa está re-

resistência, flexibilidade e toque natural), que tem composição

tomando o contato com o mer-

química mais simples que o 6.6, porém com o mesmo

cado colombiano, pois, de

resultado visual e custo menor. No Brasil, a Enka é

acordo com o diretor comercial

representada pela DMI Representações Têxteis, que levou à

Paulo Sérgio Garbin, a recu-

feira um grupo de 25 clientes brasileiros convidados pela

peração do setor confeccionista

Procolombia para conhecer de perto a fábrica, seus produtos

lá chamou sua atenção. “Na

e possibilidades, com o intuito de dinamizar os negócios.



Feiras RELAÇÃO COMERCIAL BRASIL X COLÔMBIA Foto: Silvia Boriello

que diz ter visto compradores animados do mundo inteiro durante a feira. Sobre a relação comercial com o Brasil, ambos os lados mostram-se receptivos a melhorá-la. Em 2014, a Colômbia importou do Brasil pouco mais de US$ 41,5 milhões em produtos têxteis, especialmente fios, fibras e tecidos (excluindo fibras de algodão), alçando-o ao sétimo lugar no rol de seus fornecedores, atrás de China, Índia, EUA, México, Paquistão e Taiwan. Traduzindo: o Brasil representa 3,5% das importações colombianas, enquanto a China fica com 33,3%. Por outro lado, o Brasil importou da Colômbia no mesmo período US$ 42,8 milhões (excluindo fibras de algodão), posicionando-se como o segundo maior comprador, ultrapassando a Venezuela. Para Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit, há uma simpatia mútua entre os dois países, o que já é um grande passo para melhorar as relações comerciais e,

ESPAÇO ABIT

NA

COLOMBIATEX 2015.

segundo ele, são economias complementares. “A Colômbia tem preços parecidos com os do Brasil, o que demonstra que

O setor têxtil e confeccionista representa na Colômbia

ambos os países não são ameaça de custo um para o outro,

0,8% de seu PIB nacional e 7,5% do PIB manufatureiro,

ou seja, têm custos compatíveis, ao menos neste momento.

gerando 17% dos empregos industriais no país. São cerca de

São mercados grandes: a Colômbia tem uma população de

1.200 confecções, 70% delas dedicadas ao jeanswear,

48 milhões de pessoas e o Brasil, de 200 milhões. E por ser

conforme dados da Câmara Colombiana de Confecção e Afins

um país que está com uma perspectiva de crescimento de 4%

(CCCyA), que estão capacitando mão de obra com incentivo

a 4,5% para os próximos dois anos, seu mercado interno está

do governo, além de atualizarem seu parque fabril.

evoluindo, não só em tamanho, mas em qualidade. Não é à

De acordo com Carlos Eduardo Botero, presidente do

toa que muitas marcas internacionais estão indo para lá (H&M,

Inexmoda, a economia colombiana cresceu cerca de 4% em

Ripley, Abercrombie & Fitch, GAP, Aeropostale), e é uma

2014. No setor de vestuário, houve um aumento de 13% no

oportunidade também para as marcas brasileiras que estão no

consumo interno, que promete se manter aquecido em 2015,

processo de internacionalização irem para a Colômbia, que é

crescendo entre 7% e 10% acima do ano anterior. Como efeito

um hub importante na parte norte da América do Sul, tem

em cadeia, a produção no setor deve aumentar, além de ser

tradição têxtil, o que facilita uma integração produtiva de

uma excelente oportunidade para a entrada de produtos de

roupas, fios e tecidos. Enfim, acho que são economias com-

outros países, inclusive do Brasil.

plementares. E há uma forte interação de gostos. Além de a

Na Colômbia, o maior desafio, segundo Botero, é o

moda brasileira ter uma pegada muito bacana, ela tem um

combate à entrada de produtos contrabandeados – alimen-

bom espaço em qualquer lugar do mundo”, avalia Pimentel.

tada pelo narcotráfico que, apesar de bastante reduzido, ainda

Em sua opinião, seria interessante também que as empresas

atormenta o país –, que se tornou um mecanismo de lavagem

colombianas viessem participar de eventos no Brasil, pois eles

de dinheiro.

são muito mais voltados ao norte que ao sul (da América do

Apesar dessa questão, o país tem se destacado em

76

Sul). “Eles também têm de descobrir o Brasil”, pontua.

crescimento e desenvolvimento no território latino-americano e

Carlos Botero sinalizou que seria interessante uma

só não teve um aumento significativo em suas exportações de

aproximação entre Abit e Asociación Nacional de Empresarios

têxteis e confeccionados em 2014 devido ao fato de o

de Colombia (Andi) durante a feira para discutir pontos de

Equador, seu maior destino, ter reduzido as importações – dos

melhor acesso entre os dois mercados.

US$ 800 milhões anuais exportados no setor, US$ 150

Segundo dados da Abit, a Colômbia tornou-se um dos

milhões são equatorianos. “Mesmo assim, acredito que seja

principais destinos das exportações brasileiras devido à sua

uma forma de explorarmos novos mercados”, acredita Botero,

posição geográfica – próxima ao Caribe e ao Pacífico – e pela



Feiras facilidade comercial gerada pelo Acordo de Complementação

confeccionados entre os países participantes num prazo de 8

Econômica (ACE – 59), firmado em 2005 entre Colômbia,

a 12 anos. Contudo, esse cronograma segue congelado

Equador, Venezuela e Mercosul, prevendo a retirada das tarifas

desde sua firmação e o governo brasileiro tem negociado para

de importação de 23% a 100% de produtos têxteis e

que essa questão se resolva.

Fotos: Texbrasil/Divulgação

Foto: Inexmoda/Divulgação

DESFILE

78

DE

MARÍA LUIZA ORTIZ

NO

LYCRA® MOVES COLOMBIA.



Curtas

Foto: Bruno Candiotto

MOBILIÁRIO BY FERNANDA YAMAMOTO A partir do cenário do último desfile da estilista Fernanda Yamamoto na SPFW, nasceu a ideia de produzir uma linha de móveis que foi abraçada pela dupla de arquitetos Victor Paixão e Paula Sertório, do coletivo PAX.ARQ. Batizada de Pedras, a linha possui um banco em formato de pedra com estrutura de madeira, toda encapada com sobras de tecidos reaproveitados de tecelagens, costurados e tingidos de preto, deixando rebarbas propositais. O móvel foi apresentado durante a Paralela Gift, que A ESTILISTA FERNANDA YAMAMOTO E OS ARQUITETOS VICTOR PAIXÃO E PAULA SERTÓRIO COM PEÇA DA COLEÇÃO PEDRAS, aconteceu em fevereiro em São Paulo (SP), e a partir de agora DA PARCERIA FY + PAX.ARQ. serão criados novos itens em formatos e tamanhos de pedra diferentes, que poderão ser comprados individualmente ou em diversas combinações. ABEST REÚNE-SE COM MDIC EM BRASÍLIA No dia 25 de fevereiro, o presidente da Associação Brasileira de Estilistas (Abest), Roberto Davidowicz, junto a empresários de marcas associadas, como Osklen, Iódice, Martha Medeiros, Doiséllles e Cecilia Prado, reuniu-se com o secretário-executivo da Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em Brasília. Na pauta, de acordo com a Abest, estavam pontos relevantes que impactam na melhoria da competitividade do setor de moda brasileiro com valor agregado, tanto nacional quanto internacionalmente, mas a associação preferiu não revelar quais para o momento. “Realizamos uma agenda positiva e discutimos como a moda pode contribuir para auxiliar na construção da imagem brasileira, além de abordar a redução dos entraves tributários para as empresas brasileiras do setor”, declarou Davidowicz. SCMC COMPLETA 10 ANOS O Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC) completa 10 anos em 2015, mostrando às empresas catarinenses seu potencial criativo e como gerar valor por meio do design. Neste ano, quatro empresas estão confirmadas para integrar o grupo: Elegance, de Joinville, especializada em moda plus size; Meias Loa, de Blumenau, fabricante de meias e underwear; Lepper, empresa de cama, mesa e banho, de Joinville; e Coratex, de corantes e auxiliares têxteis, de Gaspar. As adesões para o programa estão abertas, basta enviar um e-mail para scmc@scmc.com.br. Foto: Divulgação

BIENVENUS!

EVILÁSIO MIRANDA, GERENTE DO NÚCLEO DE MODA E DESIGN DA ABIT, GABRIELA BRAGA, DANIELA AMBROGI, GERENTE DE MARKETING DA LECTRA, LÍVIA CAMPOS.

80

E

A Lectra levou, no dia 25 de janeiro, as estilistas Lívia Campos e Gabriela Braga, vencedoras do concurso Brazilians to Be (BtoBe), para uma visita em sua sede em Bordeaux, na França. A visita fez parte da premiação do BtoBe, que tem como objetivo revelar, capacitar e promover novos estilistas e empreendedores de moda brasileiros. Lívia Campos venceu na categoria Empreendedorismo de Moda e Gabriela Braga em Estudantes de Moda, e foram escolhidas por um júri formado por professores e profissionais do setor. O concurso é realizado em parceria com a Casa de Criadores e o Texbrasil.


Fotos: Divulgação

PRECIOSA® COMEMORA PARCERIA COM FOCUS TÊXTIL Os executivos da Cristais Preciosa®, Michal Sekowski (marketing para a América Latina e Ásia) e Jakub Hojdar MICHAL SEKOWSKI E JAKUB HOJDAR, EXECUTIVOS DA PRECIOSA . (área comercial) participaram do Road Show de tendências verão 2015-2016 da Focus Têxtil, que contou com o patrocínio da empresa tcheca. “Fizemos ótimos contatos e otimizamos nossos negócios aqui”, conta Sekowski, que veio ao Brasil especialmente para o evento e elogiou a quarta edição patrocinada pela Preciosa®. ®

FEIRA DA MODA DE GRAMADO ACONTECE EM JUNHO Já está marcada a próxima edição da Feira da Moda de Gramado, que será realizada de 9 a 11 de junho, das 10h às 20h, nos pavilhões do Serra Park, em Gramado, cidade das Serras Gaúchas. Será apresentada durante o evento a finalização do trabalho de depuração e qualificação do cadastro de 10 mil lojistas realizado durante 2014, com a participação dos principais industriais do país. A edição trará as novidades da indústria da moda para a temporada primavera-verão 2015-2016. MEGA MODA FASHION MOVIMENTA CENTRO-OESTE BRASILEIRO Marcada para o dia 11 de abril, a segunda edição do Mega Moda Fashion 2015, que teve um investimento de cerca de R$ 375 mil no ano passado, quer fazer uma edição ainda maior neste ano para apresentar as coleções desenvolvidas por marcas goianas. Segundo Chrystiano Camara, EDIÇÃO DE 2014 DO MEGA MODA superintendente do Mega Moda Shopping, a FASHION. expectativa neste ano é continuar atraindo o interesse de atacadistas de todo o Brasil ao mostrar a qualidade das confecções do estado. “Recebemos compradores de todos os estados do Brasil e temos ainda muito potencial para crescer, tanto que estamos fazendo mais uma expansão que envolve a abertura de mais 363 lojas.” FENIM TRAZ NOVIDADES A Expovest está ampliando seu calendário da Fenim Feiras e levará neste ano uma edição da feira para o Rio de Janeiro. A Fenim Fashion Rio acontece nos dias 28, 29 e 30 de julho, no RioCentro, para lançamento das coleções verão/alto verão 2015/2016. Em 2016 a novidade fica por conta da Fenim Fashion São Paulo 2016, edição outono/inverno 2016, que será realizada no São Paulo Expo Exhibition&Convention Center, entre os dias 10 e 13 de janeiro de 2016.


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POR SHEILA OSTI PEDRO

O papel do designer de moda frente à crise da indústria têxtil Nos últimos anos, o segmento têxtil brasileiro tem sofrido uma recessão sem precedentes, pois o Brasil possui muitos impostos, o que dificulta o desenvolvimento das indústrias. Para as empresas se manterem competitivas, elas necessitam de profissionais capacitados para atender à demanda do mercado. Atualmente, o designer de moda é indispensável, não apenas para o desenvolvimento de produtos, mas também por sua criatividade, que possibilita a criação de novas formas de empreendimentos, negócios e processos produtivos. Com o auxílio de suas habilidades e de sua grande imaginação, cria produtos variados, analisa estilos e tendências de comportamento adaptadas ao público-alvo e, consequentemente, gera a comercialização dos produtos. O profissional deve se preocupar com a evolução do gosto dos consumidores e ficar atento às novas mudanças no mercado, pois seu papel é alavancar as vendas com suas criações, satisfazer o público-alvo e suprir as expectativas da empresa onde trabalha. Nos últimos 20 anos, a indústria de moda passou a trabalhar focada nos desejos dos consumidores e as pesquisas de mercado são ferramentas indispensáveis para um bom resultado. O público está cada vez mais ativo e exigente, consegue assimilar as novidades, escolhendo o “visual” que mais combina com seu estilo. As empresas, buscando a satisfação do cliente, investem cada vez mais em ferramentas de marketing. O cenário está sendo moldado pela tecnologia e pela globalização, causando mudanças significativas no mercado. Para as empresas terem um bom desempenho em meio à competitividade, é necessário inserir o marketing

82

Foto: Arquivo pessoal

Ranking

para gerenciar a comunicação interna e externa, criar ações, cuidar da imagem da marca, manter uma boa reputação, não perder clientes antigos e garantir novos. Há um grande crescimento no mercado para o profissional de moda, uma vez que a demanda cresceu progressivamente nos últimos anos. Segundo Raquel Valente, coordenadora do bacharelado da Faculdade Santa Marcelina (Fasm), em São Paulo (SP), existem muitas instituições e diversos graduados lançados no mercado, o suficiente para atender à demanda. No entanto, deve haver um grande esforço e dedicação por parte do profissional, pois essa área requer maiores critérios na hora de executá-la. Dificilmente alunos que passam quatro anos sonhando com um mundo de glamour, desfiles e fama se mantêm no mercado, pois a realidade do cotidiano é diferente e, muitas vezes, causa desapontamento nos recém-formados. O ponto de vista é confirmado pela professora e coordenadora de Moda da Fasm, Raquel Fulchion. Ela afirma que os alunos entram na faculdade com sonhos glamourosos sobre a profissão e acabam se frustrando, pois o mercado é exigente demais. Posso afirmar que a carreira de moda é trabalhosa, no entanto, muito gratificante. SHEILA OSTI PEDRO É DESIGNER DE MODA COM EXPERIÊNCIA DE SETE ANOS EM INDÚSTRIA TÊXTIL. É FORMADA EM MODA PELA UNICESUMAR, DE MARINGÁ (PR), E PÓS-GRADUADA EM MODA E GESTÃO PELO SENAI DE LONDRINA (PR). SHEILAOSTI@HOTMAIL.COM Referências bibliográficas: VALENTE, Raquel. Mercado de trabalho. São Paulo: Fasm. Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/artesdesign/moda-686724.shtml. Acesso em: 17 fev. 2015. FULCHIRON, Raquel. A carreira de moda é uma ilusão? São Paulo: Fasm. Disponível em: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2011/09/13/866244 /carreira-moda-e-uma-iluso.html. Acesso em: 17 fev. 2015.



Eventos

|

POR SILVIA BORIELLO

INSPIRAMAIS – VERÃO 2016 INOVAÇÃO, DESIGN E SUSTENTABILIDADE DERAM O TOM DA EDIÇÃO

Riqueza de informações. Assim podemos definir o 11º

Assis, Lucius Villar, Ronaldo Fraga e, mais recentemente,

Inspiramais – Salão de Design e Inovação de Materiais, que

Isabela Capeto, esteja contribuindo para o desen-

aconteceu entre os dias 13 e 14 de janeiro no Centro de

volvimento do setor como um todo, desde a concepção e

Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Fabricantes

produção mas, principalmente, pela nova forma de os

de matérias-primas como couros, aviamentos, laminados,

empresários enxergarem seus produtos, seu potencial, seu

tecidos, sintéticos, saltos, solas, entre outros, voltadas ao

mercado, seu público e fazer com que sua marca cresça

setor de calçados e acessórios, puderam mostrar seus

no Brasil e aos olhos do mundo. E, cá entre nós, tem feito

melhores produtos e apostas para o verão 2016,

bonito! A qualidade e o design dos calçados e acessórios

encantando com sua criatividade, qualidade e beleza.

feitos aqui, bem como o couro e os insumos, estão sendo

Também foi apresentado um preview especial de couros

reconhecidos internacionalmente, tornando-se, inclusive,

para o inverno 2016.

uma nova porta de entrada para a moda brasileira no

Essa edição foi a maior em número de expositores –

mercado mundial. Segundo

chegou a 102 –, com a visita de fabricantes, lojistas,

Ilse

Guimarães,

superintendente

da

designers, pesquisadores, estilistas e representantes de

Assintecal, uma das metas para 2015 é aumentar o aten-

polos calçadistas de todo o país [Nova Serrana e

dimento no mercado interno e, principalmente, in-

Divinópolis (MG), Maringá (PR), e Birigui, Jaú e Franca (SP),

ternacionalizar as empresas do setor para que se tornem

entre outros]. Um dado interessante é o aumento da

dominantes

visitação por parte de confeccionistas, devido à integração

exportações.

na

América

Latina,

aumentando

as

do uso de insumos e aviamentos entre calçados, acessórios e vestuário. Também estiveram presentes

CONVÊNIO COM A COREIA

compradores vindos de Peru, Colômbia, México e Coreia

Durante a coletiva de abertura do Inspiramais, Fernando

do Sul, trazidos pela Associação Brasileira de Empresas de

Bello, presidente do CICB, destacou que, para 2015, não

Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assin-

haverá grandes mudanças no panorama do setor. As

tecal), organizadora do salão junto ao Centro

exportações em 2013 fecharam em US$ 5,5

das Indústrias de Curtume do Brasil (CICB) e ao

bilhões, mas teriam condições de chegar a

Footwear Components by Brasil (FCBB).

US$ 20 bilhões se houvesse um ambiente

É inegável que o trabalho feito pelas

dentro do próprio país que favorecesse a

associações com um time de primeira, que

competitividade. “Exportamos couro, mas

conta com a assessoria do estilista Walter

poderíamos exportar produtos acabados”, disse.

Rodrigues e a participação de Jefferson de ALTERO

Fotos: Silvia Boriello e Divulgação

AHB

84

MODA

CALMART

CASQUINHA

CIPATEX

COFRAG



Eventos Fotos: Silvia Boriello

LINHANYL

LLV METAIS

MB DUBLAGENS

E

TECIDOS

SCHMECHEL

INNOVATIV

Fernando também anunciou um selo inédito no mundo:

empilhados, que pode ser usado em vestuário e calçados;

o Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro

o cadarço degradê também foi outra novidade, com cores

(CSCB), que está sendo implementado no país e indicará

naturais de chás e plantas, por exemplo. A Casquinha

que o curtume trabalha dentro das boas práticas do setor,

apostou no couro com madeira Teca, de origem malaia,

sejam elas ambientais, econômicas ou de responsabilidade

cortada a laser e desquinada à mão; devido ao seu

social. Outra novidade foi a parceria entre a Assintecal e a

controle de entrada no país, cada peça recebe um número

entidade sul-coreana Footwear Industrial Promotion Center

de série. O resultado é lindo e pode ser aplicado em saltos,

(FIPC), para a troca de informações estratégicas de

inclusive.

inovação, tecnologia e experiências comerciais entre

Nos tecidos, a Innovativ apresentou seus trabalhos

ambos os países. Batizada de MOU (Memorandum of

feitos em tear com fios naturais e sintéticos (jacquards,

Understanding), a parceria será por meio de consultorias

maquinetados) e a linha de tecidos ecológicos com fios

de profissionais brasileiros e coreanos, que visitarão e

desfibrados como sarja, lona, ráfia, tecidos de decoração,

estudarão as experiências do setor em cada mercado.

misturados ao algodão. A MB Dublagens destacou o tecido com glitter aplicado, mas que não desgruda, e a

NOVIDADES PARA O VERÃO 2016

AHB Moda, o cetim com aplicação de foil e estampa. Nos

Sob o tema “Sem Fronteiras”, destacamos os principais

couros, destaque para o de estômago de boi com pontos

lançamentos do Inspiramais – Verão 2016. São eles: A Linhanyl-Flexnyl levou seus lançamentos em zíperes e

de brilho e os chamois com tingimento stone washed do Curtume Schmechel.

linhas coloridas e metalizadas para couro, calçados e

Nos laminados, alguns lançamentos da Cipatex foram o

acessórios. A LLV Metais apostou em fivelas, botões e

Traforato, com efeito perfurado; o Cleopatra, com gravação

outros aviamentos resinados, com pedrarias e mistura de

e estampa metalizada de cobra; a linha Moda Praia, com

banhos (ouro, prata e níquel), enquanto a Altero investiu em

materiais translúcidos e impermeáveis; e a linha Bebê, com

peças com inspirações artesanais e românticas, com

material atóxico. A Cofrag investiu nas estampas de flores

texturas e tramas vazadas; esportes e streetwear, bem

e animal print, com pesos leves, cores alegres e

coloridas, jovens e com formas aerodinâmicas; e peças

aquareladas e texturas artesanais. A Calmart destacou os

tradicionais com um toque diferenciado, como superfícies

laminados perfurados, matelados, metalizados e com fios

polidas, texturas, geometrias e curvas. A Rollatextil lançou

de lurex, em estampas de flores e borboletas, ideais para

o elástico com blocos de cores, inspirado em contêineres

bolsas e acessórios.

SUSTENTABILIDADE COM INOVAÇÕES

Fotos: Silvia Boriello

ALGUMAS DAS PEÇAS DOS PROJETOS SABERES MANUAIS, SOB A CURADORIA DO ESTÚDIO RATORÓI (SC) EM PARCERIA COM RECICLADORES DA ASSOCIAÇÃO JARAGUAENSE DE RECICLADORES DO VALE DO ITAPOCU, DAS CATARINAS E ANA BANANA, TODOS DE SANTA CATARINA, DESENVOLVIDAS COM MATERIAIS RECICLÁVEIS (SACOLAS DE SUPERMERCADO, FIBRA DE ALGODÃO DESFIBRADA, FIBRA DE BANANEIRA, FIO PET) E INFORMAÇÃO DE MODA; E ECODESIGN, COM CONSULTORIA DA ESTILISTA ISABELA CAPETO.

86



Eventos

|

POR SILVIA BORIELLO

19ª RODADA DE NEGÓCIOS DA MODA PERNAMBUCANA EDIÇÃO DE INVERNO ATRAIU NOVOS COMPRADORES E MOVIMENTOU R$ 15 MILHÕES Foto: Divulgação

O Polo Comercial de Caruaru, em Pernambuco, recebeu lojistas de todo o Brasil na 19a edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, realizada entre os dias 4 e 6 de fevereiro. Organizada pela Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), em parceria com o Sebrae/PE, por meio de suas unidades em Recife e Caruaru, a Rodada de Negócios vem contribuindo imensamente para o crescimento e aprimoramento da moda pernambucana, que tem Caruaru e cidades-satélites como um de seus principais polos produtores no Nordeste. “Hoje temos em Caruaru e região mais de 35% das empresas todas formalizadas e atuando no mercado nacional e em países de fronteira com o Brasil, de maneira séria e contínua. As empresas ampliaram seu mix de produtos, têm departamentos de estilismo e a região oferece uma série de cursos em suas faculdades estaduais e federais instaladas em Caruaru. Isso repercute na comercialização de produtos para grandes redes de varejo do país”, comenta Osiris Caldas, presidente da Acic. Nesta edição de inverno, considerada um pouco mais fraca que a de verão, que, inclusive, já tem data confirmada – 12 a 14 de agosto –, foram vendidas cerca de 8 mil peças de moda feminina, masculina, infantil, além de calçados (o polo calçadista da Paraíba participou pela primeira vez, complementando a oferta de produtos do evento), movimentando R$ 15 milhões em negócios fechados. O jeanswear seguiu como carro-chefe, movimentando R$ 5 milhões na fatia comercializada. A moda infantil e bebê foi outra que se destacou, sendo bastante elogiada pelos compradores. “É muito importante perceber que, apesar de toda a adversidade desenhada no cenário econômico, temos um mercado querendo acontecer e continuar. Estamos trabalhando com empresas selecionadas que atuam dentro de processos legais do mercado e que buscam produtos

88

com qualidade e preço de mercado”, declarou Christianne Fiusa, da J&B Consultores, que presta consultoria ao projeto. Outros pontos bastante positivos foram a qualidade e a organização do evento. O controle de entrada de compradores convidados mostrou que ali só estavam os que realmente buscavam efetivar negócios, sem especulação. As vendas eram computadas em tempo real, interligadas ao sistema do evento, mostrando o quê, quanto, por quanto e para onde as peças haviam sido vendidas, mapeando minuciosamente os movimentos do mercado. Segundo Gilson Gonçalves Pereira Junior, gestor do projeto Indústria de Confecções da Unidade de Negócios do Agreste Central e Setentorial do Sebrae/PE, uma das estratégias trabalhadas com as empresas da região é a busca por diferenciação de produtos, trazendo informação de moda e saindo do foco da produção de baixo valor agregado, e isso tem se tornado a mola propulsora para o aumento da competitividade do empresário local frente à concorrência internacional. Ele salienta que as empresas que investirem mais em tecnologia e inovação estarão mais preparadas para enfrentar momentos de dificuldade e agarrar as oportunidades quando o momento de bonança vier. Gilson explica que o Sebrae/PE atua na Rodada de


Negócios em duas frentes: na primeira, estrategicamente, fazendo-se presente nos comitês gestores, contribuindo com o direcionamento estratégico do evento; na segunda, financeiramente, por meio do aporte de recursos, viabilizando a execução do evento. “Mas o apoio concedido aos expositores transcende a Rodada, visto que o suporte e a orientação estão presentes durante o ano todo, com diversas intervenções no segmento econômico da confecção de moda”, completa o consultor. COMPRADORES Logo na entrada do evento, um showroom trazia as principais peças de cada expositor, com informações sobre a empresa – razão social, data de inauguração, local de origem, produção mensal, tipo de produto – e já dava aos compradores um panorama do que veriam nos estandes, além de poderem anotar o que mais haviam gostado e agendar suas visitas às marcas. E engana-se quem acha que encontrará roupas de qualidade duvidosa e preços baixos: essa é uma imagem que não faz parte do atual cenário das confecções de Caruaru.

A frequência maior foi de compradores vindos de Mato Grosso, que movimentaram R$ 4 milhões em compras. Na sequência, vieram Roraima, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Amazonas, Pará, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Pernambuco. Everaldo Rodrigues Lopes, comprador de moda masculina das Lojas Flamboyan, de Mato Grosso, disse que participa da Rodada de Negócios desde a primeira edição, atraído pelo preço e pela mercadoria diferente das encontradas em outras praças, embora a empresa compre no Brasil todo. Somente na edição anterior do evento, comprou R$ 700 mil, numa média de 10 mil peças, especialmente blusas e camisetas. O magazine conta com 21 lojas próprias em cinco cidades mato-grossenses: Cuiabá, Rondonópolis, Jaciara, Várzea Grande e Primavera do Leste. O Grupo Mateus, de Guarantã do Norte (MT), que possui quatro lojas próprias em sua região e também compra em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina, frequenta o evento há três anos. Silvana Matheus, representante do grupo, disse que, além do preço, o que mais a atrai na Rodada de Negócios é a qualidade das peças


Eventos Foto: Divulgação

e a flexibilidade de negociação. É a mesma opinião de Edson Lourenço, da Loja Luanda Magazine, presente nas cidades de Canaã do Norte e Colider (MT). Ele conta que precisava de mais opções em modinha e conseguiu o que queria em Caruaru. A cada 45 dias faz novos pedidos, com um tíquete médio de R$ 100 mil por compra. Nasser Hammoud, diretor comercial do magazine Maxi Mundial, de Paranaguá (PR), esteve pela quinta vez no evento, adotando essa visita como uma estratégia comercial: comprar produtos diferentes dos encontrados em sua região, aliando bom preço a peças de qualidade. Ele conta que as compras – especialmente de jeans – variam de 50 mil a 250 mil peças por edição da Rodada, mas que este ano está mais cauteloso devido ao mercado instável. O mesmo acontece com Nilson Dantas, das Lojas T&A, de Araguaína (TO), que vem reduzindo as compras devido à retração do mercado. Com cinco lojas em sua região, trabalha com diversas grandes marcas e procura diversificação. Um dado interessante é que, nesta edição, focou em moda praia e surfe, pois entre junho e julho, em pleno inverno, acontece um fenômeno em Tocantins chamado “praias do Araguaia”, quando as águas do rio baixam e os bancos de areia ficam aparentes. Com 19 lojas, as Lojas Longo, de Monte Aprazível, interior de São Paulo, participam da Rodada há muitos anos, comprando moda feminina, masculina e infantil, numa média de 500 mil peças por edição. Carolina Campos, gerente de compras do magazine, afirma que o preço e a qualidade são compatíveis com os de São Paulo, mas o atendimento diferenciado e o acabamento das peças infantis são os principais apelos comerciais do evento. Outra loja paulista que esteve pela primeira vez no evento foi a Brascol, gigante do setor infantil. Antonio Almeida, superintendente do magazine, diz que, apesar de saber de sua ocorrência, não havia tido a oportunidade de visitar a Rodada antes. “Recebemos um convite da organização, o que muito nos honrou”, diz. O que motivou a visita foi a busca por novos fornecedores, principalmente em jeans infantil, e, se os primeiros contatos derem certo, há chances de retornarem na próxima edição. “Achei um evento muito bem organizado, com um formato bastante inteligente e inovador, além de terem sido muito atentos aos detalhes. Fizemos bons contatos e esperamos desenvolver negócios”, afirma Antonio. EXPOSITORES A Kikorum, marca local de jeanswear que participa desde o início da Rodada, viu a empresa crescer e se desenvolver com todo esse trabalho. Com produção 100% interna,

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SHOW ROOM DE APRESENTAÇÃO PARA OS COMPRADORES

possui cinco lojas próprias e atende multimarcas de todo o Brasil. Simone Nascimento, gerente comercial da grife, conta que a venda média é de 10 mil peças por edição, e para o segundo semestre de 2015 estarão com mais uma marca, a Acervo, que terá preços mais competitivos. A marca infantil Grazielle (Doce Boneca), de Caruaru, também participa desde o início e viu aumentar sua produção, mão de obra e fluxo de vendas. Lucineide Gomes, proprietária da marca, diz que os importados ainda não afetaram seus negócios e que confecciona, atualmente, 100 mil peças mensais. Outra marca que diz não ter sentido ainda a concorrência dos importados é a Iska Viva, de moda praia. Há 30 anos no mercado, produz uma média de 22 mil peças ao mês, vendendo para todo o Brasil. Eduardo Gusmão, gerente comercial da Garra Team, de moda fitness, diz que essa foi a primeira participação da marca no evento e que ele serviu como um importante networking durante e depois de sua realização. Outra empresa pernambucana de moda praia que atende todo o mercado nacional e está presente no internacional é a Rota do Mar. Com sede em Santa Cruz do Capibaribe, a empresa produz 170 mil peças ao mês e mantém fiel sua participação na Rodada de Negócios. A Cavalheiro Camisaria, de Caruaru, está no mercado desde 2008 e aposta num produto mais básico em camisaria masculina (polo, social e jeans) e, com isso, afirma William Rafael, da área de desenvolvimento, consegue competir com o produto asiático, pois só o frete do importado já inviabiliza a compra. Sua produção é toda interna e atende lojistas de todo o país, além de ter quatro lojas próprias no Nordeste. Para Rutty Esperidião, diretora-executiva da Noemy Confecções, de Poção (PE), especializada em produtos de renda renascença, a participação no evento é essencial para atingir novos mercados e, nesta edição, conseguiu clientes das regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste.



Meio Ambiente

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POR HENRIETE MIRRIONE

BRASIL TERÁ NORMA PARA QUÍMICOS TÊXTEIS NORMA QUE LIMITA USO DE QUÍMICOS PREJUDICIAIS AO SER HUMANO DEVE FICAR PRONTA NO INÍCIO DO SEGUNDO SEMESTRE

Foto: compfight.com

O Brasil ainda não possui uma norma que regulamente o uso de certos produtos químicos danosos em itens têxteis. Nos Estados Unidos, no Japão e nos países da União Europeia, já existem algumas, que visam não somente à proteção da saúde e do meio ambiente, mas também fiscalizar aspectos como aparência após lavagem, solidez à fricção, flamabilidade, pH e pontas afiadas ou partes pequenas das roupas que podem se soltar. Com o objetivo de instituir uma norma que beneficie o mercado e o consumidor brasileiros, somam esforços o Sinditêxtil-SP, que está participando de um Grupo de Estudo de Produtos Danosos, coordenado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Na lista de dez substâncias nocivas ao meio ambiente e à saúde que serão monitoradas pela norma, estão: os polifluorcarbonos 8C (PFCs), PFOS e PFOAS; as aminas aromáticas/corantes azo listados, alquilfenóis e nonilfenol; os corantes dispersos alergênicos; os metais pesados chumbo, cádmio, mercúrio, cromo e níquel; os ftalatos, formaldeído e pesticidas; e os compostos organo-estanosos e fenóis (pentaclorofenol e tetraclorofenol). Algumas dessas substâncias podem contaminar o solo e, assim, os alimentos e, por meio deles, provocar alergia nas pessoas. “As substâncias químicas elencadas na norma têm a característica de serem

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bioacumulativas, muito tóxicas ou cancerígenas. Dependendo da exposição, podem causar um efeito adverso à saúde humana”, explica Marcus da Matta, diretor-executivo da EcoAdvisor Associados. A norma deve entrar em vigor no início do próximo semestre. “Na verdade, é uma grande norma, com dez subnormas que estão sendo pesquisadas, traduzidas e adaptadas. Já temos seis escritas e esperamos que até julho todo o trabalho esteja concluído. Depois disso, elas devem levar 30 dias para virar uma norma da ABNT. Entretanto, ela é voluntária”, explica Lourival Flor, diretor de Sustentabilidade do Sinditêxtil-SP. “Caso o Inmetro publique alguma resolução ou nota técnica citando-a, passará a ser fiscalizada. E, então, os produtos que não estiverem de acordo poderão sofrer sanções e


penalidades descritas pelo Inmetro ou pela Anvisa, dependendo do órgão responsável”, acrescenta o diretor da entidade. Muitos confeccionistas, principalmente os grandes varejistas e fast fashions, já estão adaptados às normas e às regulamentações internacionais, principalmente ao Zero Discharge of Hazardous Chemicals (ZDHC), que é um programa internacional que objetiva banir algumas substâncias consideradas nocivas ao meio ambiente. “Haverá um comprometimento ainda maior por parte das empresas. Por exemplo, todas as confecções e indústrias da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) já estão comprometidas a seguir a norma nacional. Logo o cliente poderá cobrar essa ação do fabricante”, ressalta Lourival. Para Marcus da Matta, mais de 20 mil empresas do setor são micros e pequenas e podem depender de suporte técnico para se adaptarem à norma, já que

muitas não têm recursos humanos preparados para as atividades de gestão ambiental para reconhecimento de fontes e sistematização de dados sobre matériasprimas e processos produtivos. Vale salientar que a norma brasileira não pretende banir nenhuma substância, apenas estipular limites para seu uso na indústria têxtil e de confecção, e que, caso ela realmente seja implantada, um prazo será estabelecido para que as empresas possam seguir as exigências nela citadas. Os produtos nocivos são usados por serem mais baratos. Segundo a assessoria do Sinditêxtil-SP, a indústria química está bem avançada no desenvolvimento de itens substitutos para essas substâncias, lembrando que elas não serão proibidas, apenas sua utilização será restrita. “A intenção é estar em conformidade com as legislações praticadas na Europa, nos EUA e em outros países”, finaliza Lourival.


Fique Sabendo

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POR RENATA MARTORELLI

OTIMISMO E CREDIBILIDADE FAZEM WELTTEC CRESCER MESMO EM MOMENTO DE CRISE Foto: Divulgação

A Welttec, empresa do grupo ENM fundada em 2006 com sede matriz em Blumenau (SC) e filial em Fortaleza (CE), tem um dos maiores portfólios de máquinas têxteis do mercado brasileiro, com resultados testados e comprovados na fabricação de tecidos e confecção, atendendo aos padrões de exigência em qualidade e produtividade, com o melhor custo x benefício e retorno de investimento. Para a fabricação de tecidos, oferece teares circular e retilíneo, máquinas de tingir, tanque de recuperação de calor para aquecimento de água, abridor de malha, ramas, cilindros, gravadora de cilindros, estamparia rotativa, vaporizador e secador

ELIAS MARTINS,

PRESIDENTE DO

GRUPO ENM.

de lodo. Para a confecção, sistema CAD, plotter, enfestador automático, mesas, sistema de corte automático, máquinas de

inviabilizando o processo de importação e permitindo que as

bordar, laser para corte e gravação, máquina para gravar quadros

indústrias nacionais recuperem sua competitividade e passem a

e uma linha completa de máquinas de costura e passadoria.

fabricar não somente para abastecer o mercado brasileiro, como

“Em 2014, construímos nossa nova sede em Blumenau, com

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também para exportar”, explica Elias.

um amplo showroom que nos permite fazer uma apresentação

Anteriormente, a Welttec firmou parceria com a New Jack

adequada de nossos produtos, trazendo mais credibilidade,

Sewing Machine Group, vendendo inicialmente produtos com a

competitividade e novos clientes. Tratando-se de máquinas de

marca Jack e posteriormente com a marca Bruce, devido à

grande porte, temos como clientes indústrias com acesso livre

restrição de registro no Brasil da marca Jack. Mas, com o firme

para demonstração em produção. Estamos encontrando um

propósito de atingir 40% de participação no mercado brasileiro e

espaço muito importante no mercado devido à nossa política

ser a marca número 1 no Brasil e no mundo, a New Jack Sewing

consistente de vendas, que honra os acordos comerciais, mantém

Machine Group comprou os direitos de uso da marca Jack no

a rentabilidade das revendas parceiras, permitindo que prestem

Brasil e tem a Welttec como seu principal parceiro estratégico. Em

um excelente serviço de assistência técnica e cobrem preços

2015, Welttec e New Jack Sewing Machine Group anunciam

atrativos dos clientes usuários”, revela Elias Martins, presidente do

oficialmente o retorno da marca da Jack ao mercado brasileiro,

Grupo ENM.

certificando que todos os produtos continuarão sendo fabricados

Segundo ele, a Welttec começou este ano muito bem,

e comercializados com a mesma tecnologia, qualidade e garantia.

superando até o momento a meta de crescimento estabelecida,

A Welttec e a Jack subsidiarão para suas revendas parcerias,

maior que os 35% do ano anterior. “Sabemos que o mercado não

projetos de identidade visual para fachadas, envelopamento de

estará em seu auge de consumo, mas mesmo assim vestuários

veículos, materiais de ponto de venda e outras ações de marketing

são itens indispensáveis para as famílias. Na contrapartida do

visando consolidar a marca no Brasil. “Algumas máquinas espe-

baixo consumo, tenho notado em minhas viagens à China a queda

ciais de costura estamos fabricando no Brasil, como, por exemplo,

nas exportações de confecções, devido ao aumento dos custos

máquina para aplicação de bolso, máquina para aplicação de

de produção naquele país, combinados à taxa de câmbio entre

etiquetas, máquina de bainha esteira e algumas máquinas

real x dólar, às barreiras estabelecidas pelo governo com preços

especiais importadas não fabricadas pela Jack, sendo comer-

mínimos, ao aumento de impostos e ao antidumping, que acabam

cializadas sob a marca Welttec”, acrescenta Elias.





Dicas e Economia

Aparelhos italianos Com qualidade a toda prova, os aparelhos originais italianos trarão à sua produção alta performance e acabamentos de alto padrão, capiche? Fotos: Silvia Boriello

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BA 8245 (CVM 29154): aparelho para barra com elástico embutido, sem acabamento, usado em máquina de elástico

BA 8255 (CVM 29161): aparelho para barra com elástico embutido, com acabamento, usado em máquina de elástico

BA 8170 (CVM 29118): aparelho para fechamento, usado em máquina fechadeira plana

GO 0190 (CVM 48082): aparelho para fechamento, usado em máquina 2 agulhas ponto fixo

GS 85F (CVM 48284): aparelho para vivo com cordão, usado em máquina de braço

GO 262 (CVM 48129): aparelho para vista de camisa, usado em máquina 2 agulhas ponto fixo

BA 8380 (CVM 29184): aparelho para vivo, usado em máquina overloque

GO 175 (CVM 48077): aparelho para pala de camisa, usado em máquina reta

GO 371 (CVM 48175): aparelho para roletê, usado em máquina overloque

GO 250 (CVM 48112): aparelho para barra com elástico embutido, com acabamento, usado em máquina de elástico

GO 360 (CVM 48170): aparelho para vivo, usado em máquina reta

GO 445 (CVM 48230): aparelho para alça com elástico, usado em máquina galoneira


GO 441 (CVM 183097): aparelho para manga francesa, usado em máquina reta

BA 8173 (CVM 29121): aparelho para pala, usado em máquina reta

GO 267 (CVM 48134): aparelho para reforço de polo, usado em máquina reta

GS 90H (CVM 48358): aparelho para pregar zíper, usado em máquina 2 agulhas ponto fixo

GO 102 (CVM 48043): aparelho para viés com dobra ao meio, usado em máquina reta

BA 8200 (CVM 29132): aparelho para barra (1 dobra para cima), usado em máquina reta

BA 8405 (CVM 29192): aparelho para viés 1 dobra, usado em máquina galoneira aberta

BA 8325 (CVM 29168): aparelho para cós, usado em máquina de cós com elástico

Aproveite a promoção de diversos aparelhos italianos da marca CF, que, além de alta qualidade, garantem um ótimo acabamento e maior produtividade para sua confecção. Entre em contato com a Cavemac e não perca essa oportunidade!

OBSERVAÇÃO Observação: Verifique sempre a marca e o modelo de sua máquina antes de adquirir qualquer peça ou aparelho. Todos os aparelhos com os códigos acima podem ser encontrados na Cavemac. Para conhecer os aparelhos que agilizam sua produção, adquira os DVDs Cavemac com dicas sobre diversos deles. Acesse o site www.cavemac.com.br e consulte os títulos disponíveis. Se tiver alguma dúvida sobre que aparelho utilizar, envie uma foto dele por e-mail para vendas@cavemac.com.br ou traga-o pessoalmente ao nosso showroom. Na compra de aparelhos, caso necessite fazer algum teste no showroom da Cavemac, é necessário trazer todo o material necessário para a confecção da amostra (tecido, elástico, fitas etc.).

Agradecimentos: Alessandra Rustarz e Marta Sales.


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POR FÁBIO MURCIA MARQUES

A mudança de perfil da indústria confeccionista brasileira Século 21. A era da informação avança com fatores globalizadores que facilitam o acesso a todos os segmentos de atuação. Para a indústria confeccionista nacional isso não é diferente. A abertura das portas de importação facilitou a entrada de novas tecnologias e métodos de produção e insumos. Desde então o Brasil passa por uma mudança no perfil do porte das indústrias. Ávidos por seu próprio negócio, empreendedores brasileiros emergiram mudando o tamanho das indústrias, que até então eram em sua maioria de grande porte, para empresas de micro e pequeno porte. Apesar do crescimento no número de indústrias, entre 2008 e 2012 essa mudança ainda é notória. Em relatório de 2013 do Instituto de Estudos e Marketing Industrial, essa mudança é demonstrada pela grande participação de micros e pequenas empresas na indústria de confeccionados que, somadas, representam 96,83% das indústrias nacionais, enquanto empresas de grande porte não chegam a 1% de participação. Essas mudanças apresentam aspectos positivos e negativos para a indústria nacional. Positivamente, o acesso a informações dissipadas por meio de veículos como internet e redes sociais, cursos de formação disponíveis em centros específicos como o Senai Francisco Matarazzo, localizado no Brás, grande polo confeccionista de São Paulo, e a possibilidade de começar uma nova empresa de forma organizada usando recursos e apoio de forma adequada, de organizações como o Sebrae, gera a chance de um começo promissor e pautado em estruturas competitivas para o enfrentamento das indústrias

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Foto: Arquivo pessoal

Caderno Senai

estrangeiras, maiores concorrentes da indústria confeccionista e nacional. Negativamente, a informalidade é a grande vilã da progressão desse novo perfil de indústria. A ausência de programas de incentivo e de apoio às empresas de micro e pequeno porte e o volume de taxações para insumos e produtos acabados desmotivam as indústrias de todos os tamanhos a investir em inovação e formação do quadro funcional, gerando descrença e busca de outros segmentos mais atrativos no mercado de trabalho. Como alternativas para essa nova indústria, e até para as ainda sobreviventes de grande porte, o fortalecimento dos pontos positivos e o combate dos pontos negativos já melhorariam muito o quadro atual. Se considerarmos a burocracia e a lentidão da máquina administrativa pública, uma boa ação seria a mudança de postura dessas indústrias e estaria na oferta de produtos que não sejam concorrentes diretos das indústrias estrangeiras, ou seja, não produzir commodities e investir em itens que agreguem mais valor por fatores de qualidade ou diferenciação, mudando a rota de colisão com produtos importados. A mobilização setorial com ações de compartilhamento de know-how também é muito praticada em países que buscam o fortalecimento por diferenciação, pois em conjunto o poder de exigência e ações seria maior.

FÁBIO MURCIA MARQUES É PROFESSOR DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PRODUÇÃO DA ESCOLA SENAI FRANCISCO MATARAZZO DE VESTUÁRIO, MESTRE EM TÊXTIL E MODA PELA USP E PÓS-GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING PELA FAAP.



Serigrafia Fotos: Divulgação

EPSON ALIA TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE EM NOVA YORK A Epson promoveu no dia 10 de fevereiro um evento de moda que antecedeu a temporada de inverno da New York Fashion Week. A empresa selecionou 11 estilistas das Américas dispostos a fazer uma revolução tecnológica em suas coleções, usando a tecnologia de sublimação digital da SureColor Série F. O Digital Couture Project – Epson NYFW 2015 aconteceu no estúdio Industria Superstudios, referência de criatividade, moda e tendências em Nova York. Entre os 200 participantes, estavam membros da imprensa internacional, a elite do mundo da moda e celebridades. A representante do Brasil foi Mariana Morrell, aluna de graduação em Design de Moda do Istituto Europeo di Design (IED São Paulo), MARIANA MORRELL E SUAS CRIAÇÕES. que criou a coleção Swag & Cozy a partir do tema O Futuro da Moda. A coleção teve o conceito de vestimentas multifuncionais e foi inspirada na cultura hip hop, com roupas desenvolvidas para serem confortáveis, fazendo brincadeiras com as jaquetas que viram mochilas e as calças que se tornam moletons. As estampas surgiram de várias fotos sobrepostas, com imagens de cidades, que retratam o lado urbano da coleção. “A proposta da Epson foi mostrar que a sinergia entre moda e tecnologia abre as portas tanto para empreendedores quanto para estilistas já estabelecidos para uma nova oportunidade criativa, funcional e de alta qualidade. O sucesso desse projeto mostra que o objetivo foi alcançado”, revela Paulo Ferraz, presidente da Epson do Brasil. ROLAND CRIA NOVOS NEGÓCIOS PARA 2015 Para manter o ritmo de crescimento, a Roland DG, empresa que fabrica impressoras de alta tecnologia e equipamentos de usinagem de alta precisão, investiu no ano passado em novos mercados, como o têxtil, o médico, o odontológico e o calçadista. Entre as ações realizadas em 2014, o Roland Experience Day percorreu 5 mil quilômetros entre Belo Horizonte, Bauru, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São José do Rio Preto, fechando negócios com mais de 200 empresas. Para 2015, a empresa manterá o projeto, além de participar VERSA EXPRESS RF 640, NO CREATIVE CENTER DA ROLAND DG, EM de feiras em São Paulo, Rio de Janeiro e Novo Hamburgo, COTIA (SP). como a Fespa e a Fimec, em março; a Tecnotêxtil Brasil, em abril; a IPS Rio, em maio; e a Serigrafia Sign FutureTextil, em julho. Em 2015, a Roland DG entra em dois novos mercados: o setor calçadista e a área de impressão 3D por adição; e renova o Creative Center, que desde janeiro está em funcionamento, apresentando novas ideias e aplicações para auxiliar os negócios dos clientes. “Quando você mostra o produto para o cliente, ele tem uma ideia real das oportunidades que pode explorar. Ele pode trazer a mídia para testar e ver o resultado na hora aqui no Creative Center”, explica Anderson Clayton, gerente de marketing e novos negócios da Roland DG Brasil. Durante a coletiva de imprensa realizada no dia 27 de janeiro, na sede da empresa, em Cotia (SP), foi apresentada a Versa Express RF 640, impressora ecossolvente com 160 cm de largura, alta velocidade de impressão de até 48,5 m2, alta resolução de até 1.440 dpi, nova tecnologia com uma cabeça de impressão de 8 canais, sistema automático e inteligente de limpeza, gerenciamento remoto do equipamento com o Roland Printer Assist, software RIP Roland VersaWorks®TM com perfil de cor dedicado, e tinta ECO-SOL MAX2 em cartuchos de 440 ml.

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Caderno Têxtil – Novidades Têxteis

Fotos: Divulgação

PREVIEW DA CAPRICÓRNIO TRAZ LAVAGENS DA GB LAVANDERIA A Capricórnio Têxtil, em parceria com a GB Lavanderia, apresentou no dia 25 de fevereiro, em São Paulo (SP), um preview de sua coleção de inverno 2016 com lavagens da GB mais intensas, remetendo ao estilo vintage. Os destaques ficaram para as sarjas Maia e Trancoso, ambas 3x1, peso de 8,5 oz, compostas de algodão, poliéster e elastano e na cor Blue. A diferença se dá pela textura, uma de superfície lisa e outra com efeito ring. Já a Corunha, uma sarja 3x1 de 9,5 oz, tingimento topping Blue Black, com a mesma composição das outras, possui efeito ring bastante sutil. Os três tecidos fazem parte da Linha Clássicos, com stretch na composição, dando aspecto e sensação de maior conforto às peças.

SARJA MAIA, DA CAPRICÓRNIO TÊXTIL, COM LAVAGEM DA GB LAVANDERIA.

FOCUS TÊXTIL APRESENTA VERÃ0 2016 No dia 3 de fevereiro, a Focus Têxtil apresentou mais uma edição de seu Road Show, edição verão 2015-2016, no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP), com patrocínio da Cristais Preciosa®. Com o tema “É necessário facetar um diamante bruto para que se tenha uma linda joia”, a Focus tratou seus tecidos como pedras de diamantes a serem lapidadas na interpretação de três temas: Impulsos, Novos Clássicos e Equilíbrio. Entre os destaques da coleção, estão tecidos leves, com creponados, acetinados, corte a laser, devorê e viscose; os planos decorados, com transparências, e viscose e creponados com bordados; as malhas decoradas com renda e tule, como a renda guipure em formas geométricas com fundo amarelado ou com fio lurex, ou rendas PRECIOSA NO ROAD SHOW FOCUS TÊXTIL. delicadas inteiras e em detalhes; aspecto 3D romântico com flores, folhas, transparências e bordados, ou ligado ao esportivo com trabalhos bicolores; alfaiataria com creponados e fios torcidos; acetinados e lustrosos com brilhos que têm fios mais opacos; básicos com padrões construídos com fios tintos; listrados com cores diferentes e listras diferentes; aspectos de couro; jacquard explorado em volumes para vestidos e saias; e jeans, com o lançamento da linha Concept. As estampas da nova coleção trazem o estilo boho, o gloss, bayadère, manchados, bichos, jardim japonês, florais retrô, florais de verão, florais escuros, tropical vintage, folhagem safári, figurativos, poás, listras, geométricos, camuflados e mix digital. MULHERES INSPIRADORAS, SEGURAS E SENSUAIS As tendências em moda íntima para o verão 2015-2016 apresentadas pela marca LYCRA® foram inspiradas na obra do pintor e litógrafo Henri de Toulouse-Lautrec, pensando no cancã não só como uma dança, mas como um espírito de vanguarda materializado em mulheres inspiradoras, seguras e sensuais. Os temas que retratam essa imagem foram divididos em: Belle Dame, que traz o luxo minimalista, ressaltando a feminilidade com peças que modelam o corpo e valorizam as formas, em cores neutras e clássicas, e combinações como os tons nude em contraste com AVANT-GARDE. o preto, o preto e branco e o preto com preto; Avant-Garde, que apresenta a mistura do antigo com o novo, rendas sobrepostas e abertas, estampas florais e cores fortes em composições com bordados, nas cores amora, roxo, rosa apagado, azul, verde-esmeralda e creme; Olympique, que tem referências esportivas, transforma a lingerie em uma peça funcional, preocupa-se com a sustentação segura do corpo para a prática esportiva e apresenta tons fortes de azul, laranja, rosa chiclete, cores neon, verde e amarelo com peças de lese e renda; e Je T’aime, que tem visual doce e traz cores suaves, como tons pastel, rosa, coral, verde e azul, em um romântico com inspirações retrô combinadas ao contemporâneo, trazendo lingeries com tecidos leves e sedosos e alças largas.

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Caderno Têxtil – Novidades Têxteis Foto: Divulgação

SENAC MODA INFORMAÇÃO VERÃO 2016 Em sua 45ª edição, o Senac Moda Informação apresentou as inspirações e confirmações de moda para o verão 2016 dos principais polos internacionais. O evento que aconteceu no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP), além de palestras, apresentou 70 looks compostos de peças selecionadas no mercado europeu que traduzem os quatro temas apresentados nesta edição: Newstalgia 70, que explora a transformação da moda dos anos 1960 nas ruas de Londres, passa pelo mundo em ebulição social, pela geopolítica do início dos anos 1970, e termina no final desta década, com muita festa e brilho nos clubes noturnos de Nova York; Yin Yang, que expressa a realidade mundial contemporânea, em que faces contrastantes como guerra e paz, hi-lo, leve e pesado são apresentadas simultaneamente; Summer Lady, que retoma a delicadeza dos anos 1950, com a valorização do corpo feminino na marcação da cintura e da silhueta; e Playtime, que traz elementos do mundo esportivo e está associado a looks jovens, com cores vibrantes como pink, azul, amarelo, laranja, verde e rosa. Segundo Luciana Parisi, as principais cores da estação são branco, preto, marinho, lima e canário, coral, oceano, rosados, beges e terrosos, militar e vermelho mais fechado. Entre os tecidos, os destaques na linha de poliéster aparecem com os crepes leves, chiffon Yoriu, hi twist chiffon, granitês leves; crepe marroquino, crepe enrugado, crepe bubble com e sem elastano, crepe back satin, crepe rústico, tafetá de náilon, entre outros; crepes pesados, como o crepe grosso e o crepe duplo de poliéster; cetins, como silk satin opaco, cetins leves, cetim com elastano e cetim estruturado; e, na alfaiataria, poliéster com ou sem elastano. Nas viscoses, que foram as mais relevantes para a estamparia, aparecem voal e popeline lisos ou maquinetados, chalise, gaze de viscose, georgette, linen look, crepe marroquino, granitê, crepe pesado, crepe indiano, javanesa crisp e viscose com seda. O Lyocell aparece nos denins, maquinetados e sarjas. O algodão traz voal, voal maquinetado ou bordado; na camisaria, lese ou bordado inglês; algodão lustroso, cotton satin leve ou pesado, sarja leve ou pesada com ou sem elastano, sarja larga e algodão cru. O denim é composto de algodão pesado com textura, piquês, chevron, gorgurão e tweed, rústico cestaria, jacquard geométrico e algodão pesado com jacquard. Na linha das rendas, os destaques são guipure, guipure com coating, rendas de algodão, renda efeito devorê, telas e redes, cordonê bicolor, rendas e tules bordados. Entre as peles, vimos camurça em franjas e em cortes a laser, camurças ecológicas de poliéster, couro com corte a laser ou bordado e couro ecológico com corte a laser. A organza aparece lisa, estampada, bordada ou listrada. Na malharia, malha de algodão, cotton LYCRA®, tricô, moletinhos, ponto roma e montaria, jérsei e neoprene com ou sem estampa digital. Entre as telas e perfurados, a tela estampada na sublimação foi destaque, junto com a malharia canelada, rib e malhas nervuradas, malha crepe, malha piquê e malha jacquard. (RM)

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Caderno Têxtil – Novidades Têxteis Foto: Reprodução/Book Senai Mix Design Verão 2016

SENAI MIX DESIGN PRIMAVERA-VERÃO 2015-2016 O Senai Mix Design Primavera-Verão 2015-2016 apresentou as macrotendências de comportamento e consumo para vestuário em três direções criativas: Multiverso, Comuniverso e Euniverso. No tema Multiverso, o mundo que habitamos é explorado, revelando a sede de conhecimento que faz a humanidade caminhar a passos largos e a curiosidade que faz descobrir lugares e seres exóticos. Entre as cores, estão tons de azul, laranja, preto, prata, cinzas e branco. As silhuetas apresentam construções assimétricas, alongadas e fluidas, e os tecidos em destaque são os denins com resina metalizada, sarja com textura de papel e brilho perolado, acetinados, estruturas ultrafinas com toque de seda ou Lyocell, malharia retilínea em algodão e viscose ou composições com fios de seda e metalizados, pontos vazados com efeitos rendados que criam superfícies delicadas e desenhos inspirados na água, ar e micro-organismos. As estampas apresentam efeitos manchados e aquarelados, estruturas orgânicas, efeitos visuais metalizados fazendo alusão ao espaço sideral e geometria em novas formas. As principais peças do tema são vestidos com decotes em V profundo e trapézio; vestidos com saias assimétricas, plissadas, com fendas duplas ou únicas; comprimentos máxi e mídi; cinturas marcadas; transparências e recortes; transparências intercaladas, com brilho ou opacidade; nós, amarrações e torções. O tema Comuniverso resgata as relações entre as pessoas, entre passado, presente e futuro, e valoriza todo o conhecimento adquirido e acumulado pelas diversas culturas ao longo da história da humanidade. A cartela de cores traz os tons café, avelã, castanha, ameixa, malagueta, goiaba, kiwi, cural, gengibre, cobre, ouro, preto e branco. As silhuetas com estética híbrida sinalizam a fusão do étnico, tropical e urbano, por meio de sobreposições de efeitos, superfícies elaboradas, combinações artísticas, exóticas e inesperadas, e acentuam a mistura entre o velho e o novo, o moderno e o artesanal como expressão. Tecidos planos e malhas em gramatura mediana; superfícies trabalhadas com efeitos rendados, pequenos recortes e vazados em algodão; tecidos com faces duplas, lisos, estampados e texturizados; tecidos planos com tramas aparentes em composições de algodão, viscose e linho com desenhos com estética rústica em mix de cores; jacquards e brocados em gramatura mais leve; denins e sarjas com gramaturas mais leves aparecem estampados, com aparência de usados, cores fortes e primárias, com mistura de materiais ao estilo de patchworks; crepes e sedas; malharia retilínea com pontos rendados, texturas irregulares e desfiadas, fios sedosos e mesclas em superfícies táteis; rendas com contrastes e contornos; e couros e sintéticos, com acabamento acamurçado e liso, em detalhes ou na peça toda. Entre as estampas, encontramos as étnicas, as da década de 1970, temas florais e tropicais, mesclas de étnico versus urbano e tropical versus artístico, geometria vintage e cores escuras nas bases dos florais. O tema Euniverso medita sobre a eterna busca do eu, da individualidade e da essência. Entre as principais cores, estão lavanda, ametista, rosa-claro, ouro, prata, verde, azul céu, preto e branco. As silhuetas estão descomplicadas, elegantes, minimalistas, com estética linear, normcore, puras, e evocam o “menos é mais”. Tecidos como algodão, linho e seda, misturados ou puros; malharia retilínea com leveza; efeito denim, observado por meio de lavagens e desgastes; meia-malha mescla e penteada; moletom leve; tecidos com efeito mesh; denins e sarjas com variações de lavagens com efeito délavé são os destaques. Entre as estampas e aplicações, estão base em tie-dye, floral ou artístico, frases e palavras com conteúdo debochado ou crítico, com superfícies estonadas ou vívidas; flores e folhas em cores calmas, sem contornos nítidos; listras e formas, retas e curvas, em diversas espessuras e harmonia de cores; xadrez vichy, com padrões dos menores aos mais largos. Peças monocromáticas agregam materiais texturizados e patches geométricos. (RM)

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CANATIBA DENIM DAY A Canatiba Denim Industry realizou no dia 26 de fevereiro o Canatiba Denim Day, um dia de apresentação de tendências do mercado jeanswear nacional e internacional. Fernando Pimentel, diretorsuperintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) deu um panorama sobre o mercado para este ano. “Falar que está uma maravilha é mentira, mas é o cenário. O Brasil é o quarto maior produtor de vestuário do mundo e, em denim, somos o terceiro. O ano de 2015 será de desafios, superações, com oportunidades de crescimento, mas, sem uma confecção forte, não alcançaremos posições melhores. Num país tão burocratizado e com tanta legislação, precisamos acabar com a guerra fiscal interna.” A consultora de moda Bia Aydar falou sobre as inspirações em denim para o verão 2016. No tema Ticket to Anywhere, que traz a década de 1970 com muita força, a influência militar surge mais refinada, com abotoamentos duplos e bolsos bem revelados. Na decoração das peças, broches, bordados, aplicações e laçados, além do patchwork em tonalidades diferentes de jeans, imitando bandanas. Em Follow the Sun, o Japão é a grande inspiração em shapes tradicionais que ganham novos ares no jeans, além das artes que são valorizadas ao extremo e da natureza observada de forma simplista com suas texturas e padrões de estampas florais e formas amplas. Já o tema Be Happy! olha para décadas passadas e resgata produtos atemporais agora reinterpretados. O fundo cinza das cidades ganha cores vibrantes com a street art, e o look ripped traz despojamento e se mistura com patches, incluindo paetês. CORDURA EM ABU DHABI A marca Cordura®, da Invista, participou da Exposição Internacional de Defesa e Conferência (Idex), em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, de 22 a 26 de fevereiro. Com tecidos de proteção de alta durabilidade, a marca exibiu as novidades em equipamento tático e confecção de vestuários antiderretimento e antigotejamento de Cordura® NYCO, tecidos uniformes, Solution Dyed Nylon (SDN) Cordura® e tecidos clássicos para maior proteção contra o infravermelho próximo.


Tendências

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POR CARLIN GROUP

O FIO CONDUTOR DO VERÃO 2016 Foto: Divulgação

O verão 2016 – “essencial e atraente” – será caracterizado pela reconciliação com um mundo que nos obriga a viver em um contexto de demandas estressantes expresso pelos “4 Vs”: velocidade, veracidade, volume e variedade, apontando o desejo emergente de prazer nas coisas essenciais da vida. Apresentados em quatro temas para a temporada, refletem a evolução das maiores correntes sociais de macrotendências. São eles: 1 – Épico: Acender a Imaginação – Luxo, Culturas e Sedução A macrotendência do luxo e da sedução tira grande proveito e inspiração dos mitos culturais para adquirir uma dimensão épica e desempenhar seu papel primordial: criar desejo. Uma nova ostentação, uma narrativa mais emergente. O “máximo luxo” move-se para abrir espaço ao “superluxo”, menos acessível e mais exclusivo e atraente. Conceito criativo: Desvios ornamentais. Conceito-chave: Azul encantador. Aplicações: A roupa urbana embelezada. Formas simples e decorações estudadas. Decorações ricas e monocromáticas. Colocações inovadoras: caftãs no centro das atenções. Destaque para o encantador azul das cerâmicas, trazendo modernidade ao eterno azul jeans num novo território e expressão. Gama de cores: tons orientais. Por um lado, preciosos matizes evocando a tradição e o esplendor do passado e, por outro, tons dinâmicos com qualidade contemporânea. Essa faixa de cor contrastante dá uma maravilhosa originalidade e harmonias refinadas.

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2 – Lembranças: Reinvestir e Apropriar as Riquezas do Passado A autenticidade do real está gerando um novo interesse em nosso mundo maciçamente virtual. Uma aspiração que é responsável pela evolução das tradições. A influência vem das riquezas da verdadeira realidade. Nossas singularidades e diferenças são visíveis e incitam o novo sobre a vida de forma mais realista. Conceito criativo: Charme contemporâneo. Conceitos fundamentais: Enxoval revestido, estilo urbano e rendas. Conceitos-chave: Romântico e estruturado. Aplicações: Corajosos posicionamentos suavizados pela cor e impressões sobrepostas em continuam na moda, evoluíram geométricas e românticas. Estampas excelência, a expressão do humor

rendas (guipure) para versões florais são, por poético. Nesta


temporada, assim como as rendas, as flores são tratadas em faixas para um espírito listrado. Gama de cores: tons pitorescos. Uma gama emocional de tons, divididos em três famílias: pastel delicados, matizes florais – com mais intensidade – e, por último, matizes sépia e neutros para moderar as harmonias. 3 – Times/Equipes: Redescobrindo o Prazer de Viver Junto O prazer primordial de convivência encontra novas dinâmicas, populares e brincalhonas. Essas atitudes marcam a evolução do bemestar e a experiência de macrotendência para o prazer menos individualista e a busca para ser feliz e saudável. Conceito criativo: Colocações de alto impacto. Conceito fundamental: Jogar coletivamente. Conceito-chave: Mobilidade da cor cheia, intensa. Destaques: A liberdade de movimento, facilitar o desenvolvimento, esportivos modernos, simplicidade alegre. Gama de cores: tons esportivos. A gama de cores em tons pastel traz suavidade para temperar a gama geral de cores mais fundamentais e dinâmicas, decididamente, cores essenciais para um ambiente alegre. 4 – Recarregar as Suas Baterias Acessando o isolamento no espaço, o silêncio apresenta-se como um luxo inestimável e precioso na saturação da vida moderna. A inovação resistente desenvolvida nessas zonas áridas oferece apelo renovado e a elegância das populações nômades, o deserto oferece uma bela atualização da corrente étnica/natural. Conceito criativo: Design resistente. Conceitos fundamentais: Beleza flexível, estilo criativo, de alta variedade. Conceitos-chave: Nômades, vegetação resistente. Destaques: Técnico da natureza, chique funcional, novo utilitário – projetado para resistir ao calor, por exemplo, ao explorar o deserto, onde precisamos desenvolver infraestruturas particularmente inovadoras. Novas estruturas: inspiração em plantas do deserto. As propriedades de resistência de várias vegetações do deserto fornecem inspiração para estruturas inovadoras e novas formas de agir. Aspectos fibrosos: cânhamo, linho, arroz, robusto e refinado. Gama de cores: tons áridos. Uma gama composta de tons neutros de terra seca e cores superquentes, como preto calcário e um preto simulando areia escura. A gota azul pálida de um tom lilás, sedimentado, vem para atualizar o conjunto.


Comércio Exterior Fotos: Divulgação

SILMAQ AMPLIA PARTICIPAÇÃO INTERNACIONAL O ano de 2015 “chegou chegando” para a Silmaq. A maior importadora de máquinas e equipamentos para o setor de confecção para a América Latina fechou um contrato de exclusividade para a venda e manutenção de TOPCUT BULLMER D8002 – A máquinas da marca Bullmer no Brasil. Há algum tempo a empresa já SILMAQ AGORA É REPRESENTANTE EXCLUSIVA DA MARCA NO BRASIL. comercializava as máquinas de corte da Bullmer por aqui, mas era responsável apenas pela operação da planta fabril chinesa – as atividades da planta alemã eram da empresa Kehl Máquinas, de Novo Hamburgo (RS), que agora passa a ser revendedora autorizada Bullmer para a região gaúcha, em parceria com a Silmaq. Ampliando a presença internacional da empresa, Silvio da Paz, presidente da Silmaq, estará presente à feira Texprocess 2015, que acontecerá entre os dias 4 e 7 de maio em Frankfurt, Alemanha, recebendo os clientes visitantes entre os estandes de outras marcas que a Silmaq representa, como Juki, Siruba, Racing, Kornit, M&R, DTG, SWF, SunStar, Seit e Veit. VICUNHA RETORNA À MUNICH FABRIC START De volta às feiras europeias, a Vicunha participou da Munich Fabric Start, que aconteceu entre os dias 2 e 3 de fevereiro em Munique, Alemanha. Para Anna Maria Kuntz, diretora comercial da Vicunha, a ação foi um verdadeiro sucesso e teve como destaques os artigos ricos em stretch, como os índigos e brins das linhas Athletic Denim & Color, Moove Super Stretch e os lançamentos ® Perfect Fite Emana Slim. “Além dos clientes alemães, a Vicunha teve a oportunidade de estar em contato com os mais diferentes clientes potenciais vindos de países como Itália, Inglaterra, Bélgica e França. As feiras internacionais trazem um novo impulso às temporadas de moda. Com base nessa premissa, a Vicunha teve como objetivo aliar sua forte presença mundial – com filiais espalhadas por Europa, Ásia e Américas – à participação em importantes eventos em países europeus e asiáticos, a exemplo da Munich Fabric Start”, declarou Anna Kuntz. Foto: Eduardo Magalhães/Divulgação

BRASIL NO INTERNATIONAL FASHION SHOWCASE Pela segunda vez consecutiva, o Brasil marcou presença no International Fashion Showcase, em Londres, Inglaterra, uma iniciativa do British Council junto ao British Fashion Council para apresentar o trabalho de promissores estilistas internacionais. O evento aconteceu durante a London Fashion Week, entre 20 e 24 de fevereiro, e tem como objetivo revelar, anualmente, os novos designers mais interessantes de todo o mundo. Ao todo, 110 designers de 30 países participaram. Representando o Brasil, com o tema moda praia, estavam Triya, Sinesia Karol, Cecilia Prado Mare, Fernando Cozendey e Virzi + De Luca. A ida dos designers brasileiros deu-se por meio de uma ACESSÓRIO VIRZI + DE LUCA, UMA DAS PARTICIPANTES DO IFS. parceria entre a Associação Brasileira de Estilistas (Abest), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Embaixada do Brasil em Londres. A estilista Lenny Niemeyer foi a curadora convidada para a exposição das peças brasileiras e se inspirou nos mares e oceanos para a cenografia, propondo uma experiência sensorial aos visitantes. “Nosso objetivo nesta edição foi apresentar os jovens talentos da moda brasileira que atuam no segmento de moda praia, um dos nichos de mercado que mais se destacam em termos de exportações no projeto Fahion Label Brasil. Quisemos apresentar a criatividade, a inovação em corte e modelagem, o frescor e a pluralidade da moda praia do Brasil, além de reforçar o alto valor agregado e o lifestyle de nossas criações”, disse Isabel Fontoura, gestora de projetos do complexo Moda na Apex-Brasil.

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TRANOÏ E VENDÔME RECEBEM MARCAS BRASILEIRAS Sete marcas brasileiras, entre elas Patricia Bonaldi, T.Arrigoni, Fabiana Milazzo, Patricia Motta e JouliK, estiveram em Paris entre 3 e 6 de março para participar de dois consagrados salões internacionais: Tranoï e Vendôme Luxury. O Tranoï, além de salão comercial, é uma plataforma artística que seleciona cerca de mil estilistas premium do mundo todo e reúne estandes, desfiles, festas e exposições de arte num mesmo ambiente. A Vendôme Luxury é uma feira dedicada ao segmento de luxo que engloba diversos itens, como vestuário, joias, cosméticos, perfumes e tecnologia, e acontece nos hotéis Le Meurice e D’Evreux, apresentando o que há de mais exclusivo. Na edição de setembro de 2014, as marcas brasileiras participantes tiveram um faturamento de US$ 461,25 mil, com expectativa de mais de US$ 1,3 milhão em vendas para os meses subsequentes. Nesta edição, a grife JouliK, conhecida por seus trabalhos de bordados manuais com muitos canutilhos e paetês, levou ao salão um mix de peças de sua coleção de inverno, ainda não lançada no Brasil, como vestidos, saias, jaquetas e t-shirts. Já a T.Arrigoni retomou a produção de sua linha de acessórios bordados exclusivamente para venda no exterior. Foto: Robert Astley-Sparke/Divulgação FARFETCH VALE US$ 1 BILHÃO NO MERCADO Criado em 2008 pelo empresário português José Neves, o e-commerce Farfetch reúne 300 das melhores butiques de designers independentes do mundo e atende 180 países, incluindo o Brasil. E, a partir de agora, terá condições de se expandir ainda mais, pois anunciou no início de março uma JOSÉ NEVES, FUNDADOR E CEO DA FARFETCH. rodada de investimentos Série E de US$ 86 milhões, liderada pelo grupo de investimentos DST Global, que se concentra exclusivamente em empresas relacionadas a internet. Com esse novo investimento, o valor da Farfetch no mercado chegou a US$ 1 bilhão, colocando-a num patamar firme para crescer internacionalmente (novos sites em idiomas locais, como alemão, coreano e espanhol, abertura de escritórios em mercados globais estratégicos e aproximação com os mercados japonês e australiano, visando à demanda dessas praças) e aprimorar as ofertas de serviços omni-channel (incluindo a entrega em até um dia útil), já que possui lojas físicas parceiras renomadas, como a Browns, em Londres, a L’Eclaireur, em Paris, a Fivestory, em Nova York, e a Smets, em Luxemburgo. “Tivemos uma jornada incrível até agora e é ótimo adicionar a DST Global ao nosso já fantástico grupo de apoiadores para a próxima fase de crescimento da Farfetch. O desafio é continuar a inovar e focar na criação de uma marca global duradoura”, disse José Neves. Entre as empresas apoiadoras do fundo de investimento, estão o Grupo Condé Nast International, a Vitruvian Partners, a Index Ventures, a Advent Ventures Partners, a Novel TMT e a e.Ventures.


Couro e Cia. Fotos: Divulgação

PÉS DE CINDERELA A tradicionalíssima grife francesa Repetto firmou uma parceria com a Disney e lançou uma coleçãocápsula em homenagem ao filme Cinderela, que estreou em março nos cinemas. Chamada Cendrillon Rêve de Bal, a coleção possui duas sapatilhas modelos cendrillon, uma delas infantil, confeccionadas com veludo de cabra e cristais Swarovski, uma bolsinha míni e um tutu infantil, tudo em azul-celeste, como referência ao vestido de baile da princesa. Superlimitada, a coleção começou a ser vendida em março no site da Repetto (www.repetto.com) e em lojas físicas selecionadas. No Brasil, deve chegar apenas em setembro, na loja Repetto do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo (SP). MELISSA É DESTAQUE NO IF DESIGN AWARD 2015

O modelo One by One da Melissa, conhecido como “calçado de um pé só”, pois pode formar várias combinações diferentes entre si, foi um dos grandes protagonistas do iF Design Award 2015, prêmio criado em 1953 na Alemanha e o mais conceituado do mundo em matéria de design. Este ano, o Brasil foi destaque com 43 prêmios, seu recorde histórico, superando os 25 do ano passado. O modelo One by One, produzido pela Grendene, ganhou na categoria Produto por sua proposta de ressignificar o calçado, que pode ser comprado em par ou avulso, servindo, por exemplo, a mulheres que possuem tamanhos de pés diferentes e criando uma nova e inusitada experiência de uso.

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BRASIL BY BAGS IMPULSIONA PROJETO COMPRADOR No mês de janeiro, a Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro (Abiacav) participou da 42a Couromoda e TM Fashion, em São Paulo (SP), e inaugurou um novo modelo do Projeto Comprador Brasil by Bags, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), pelo qual teve um espaço exclusivo no Expo Center Norte para a exposição de produtos das empresas participantes do projeto e um lugar reservado aos compradores internacionais, como as lojas Renzo Costa (Peru e Chile) e Open House e Avril Chic (Colômbia). Ao todo, foram 48 rodadas de negócios feitas com 16 fabricantes de bolsas, pastas, artigos de viagem e acessórios de couro do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, resultando em US$ 60 mil em vendas imediatas e mais US$ 350 mil em negócios para os 12 meses subsequentes. “A agenda do Projeto Comprador Brasil by Bags buscou atender às demandas e expectativas das empresas brasileiras e internacionais. O ponto de equilíbrio foi justamente a oportunidade de os compradores vivenciarem a realidade brasileira, aproximando-se naturalmente dos fabricantes”, afirmou Diogo Ghisoni Serafim, gerente de projetos da Abiacav. Segundo ele, o posicionamento das marcas made in Brazil agradou em cheio os compradores, como destacou Celene Collet, representante da empresa peruana Renzo Costa: “O produto brasileiro não se compara ao chinês. As bolsas e acessórios diferenciam-se pela qualidade e design. Diante de tanta criatividade e diversidade, ficou difícil escolher os itens. Com certeza, o Brasil tornou-se hoje uma opção muito mais atrativa em relação a mercados como Itália e índia”. Entre as marcas brasileiras participantes do projeto, estavam Smartbag, Mara Spina, Arvi, Drizza, Goldman, Lluvas, Karina Bertoluci, Ecofabrica, Bennermann, Claudia Martinez, Dical Leather, Denise Gerassi, Maria Luzia e Pelli Brasil.


RIVA SCHUH GERA MAIS DE US$ 16 MILHÕES EM NEGÓCIOS Uma das principais feiras de calçados do mundo, a Riva Schuh, que apresentou as coleções de inverno entre 10 e 13 de janeiro, na Itália, teve um bom resultado para os calçadistas brasileiros. Por meio do Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados desenvolvido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em parceira com a Apex-Brasil, participaram 23 marcas brasileiras: Klin, Bibi, Pampili, Carrano, Vizzano, Beira Rio, Moleca, Molekinha, Usaflex, Tabita, Jorge Bischoff, ADG, Werner, Picadilly, Picadilly for Girls, Pegada, Wirth, Madeira Brasil, Andacco, Indiana, Cecconello, Modare e Lilly’s Closet. Com as vendas fechadas durante a feira e a prospecção para os próximos 12 meses, a soma pode ultrapassar os US$ 16 milhões em negócios. “Foram mais de 37 mil pares comercializados in loco, gerando cerca de US$ 1 milhão em negócios imediatos, podendo chegar a mais de US$ 16,6 milhões nos próximos meses”, destaca Juliana Kauer, analista da Abicalçados, registrando um resultado 8,5% maior que o da edição anterior. Para Leonardo Sauter, representante de exportação da Werner Calçados, a feira abriu um novo cliente nos Emirados Árabes, um mercado emergente para o setor calçadista brasileiro. A Pampili também abriu novos clientes na França e em Luxemburgo durante a feira. Para Alex Giteau, diretor da ADG, a feira é excelente por atrair compradores importantes. “Os preços dos produtos brasileiros estão competitivos, baseados na taxa cambial atual, e isso se refletiu positivamente”, avalia.

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LAMINADO ESPECIAL PARA CALÇADOS DE SEGURANÇA O mercado de equipamentos de proteção individual (EPIs) vem aumentando e a Cipatex, especializada em laminados, desenvolveu um direcionado a esse setor. Para isso, investiu em pesquisas e sua equipe técnica chegou a um laminado especial em PU de alta tecnologia, com 1,9 mm de espessura e sem necessidade de asperação para colagem ou injeção do solado, reduzindo custos e otimizando o processo fabril. Além disso, é vendido em metro linear, diferentemente do couro, oferecido em peças de tamanhos e formas irregulares, o que gera maior desperdício.


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Couro e Cia. JÁ CONHECE O KIDY GAME? Os pezinhos das crianças não serão mais os mesmos depois de uma novidade da Kidy: a empresa calçadista de Birigui (SP) lançou o Kidy Game, um “supertênis” que possui um dispositivo eletrônico desenvolvido em parceria com uma das maiores empresas do segmento no mundo, a Avic (Avionic Equipment Co.), e promete unir conforto e tecnologia. O dispositivo é capaz de monitorar o desempenho físico das crianças enquanto jogam os principais jogos do momento em smartphones, tablets, computadores e smart TVs, como gasto calórico, velocidade e distância percorrida, gerando um relatório para os pais em tempo real. O intuito? Colaborar para a RICARDO GARCIA, DIRETOR DA KIDY. diminuição da obesidade e do sedentarismo infantil, problemas que vêm crescendo no Brasil. A novidade, além de dar maior visibilidade à marca, promete abrir novos caminhos em exportações e, com isso, um aumento de 3,5% no desempenho da empresa em 2015. “Serão produzidos calçados no Brasil e dispositivos e plataformas de software na Ásia. A meta para 2015 é a produção de 150 mil pares e dispositivos”, diz Ricardo Garcia, diretor da Kidy, que ainda salienta a credibilidade da Avic: “É uma empresa de alta competitividade, com equipes de desenvolvimento especializadas em produtos de tecnologia de ponta. Aliar essa inovação ao calçado é um desafio que nos estimula a estar ao lado dessas empresas e profissionais”. RONALDO FRAGA EM PROJETO CALÇADISTA Durante a Couromoda, o estilista Ronaldo Fraga e o Sebrae/SC apresentaram o Projeto Identidade SC, de apoio à indústria calçadista e realizado por meio do programa RST (Rede Serviços Tecnológicos). O objetivo do Identidade SC é ajudar o polo calçadista de São João Batista (que hoje concentra 60% dos fabricantes de calçados de Santa Catarina e representa 70% da economia do município) a criar uma identidade própria, agregando valores culturais da região e, ao mesmo tempo, atendendo aos desejos do mercado, produzindo peças que atraiam os consumidores. “Todas as oportunidades de crescimento são acompanhadas de riscos. Hoje, um dos principais desafios é oferecer um produto diferenciado, com melhor qualidade e melhor preço. Mas como fazer isso? É aí que entra o Projeto Identidade SC”, explicou Sérgio Cardoso, diretorsuperintendente em exercício do Sebrae/SC. “Com base nas tendências de moda, o projeto tem por objetivo alavancar as vendas e a competitividade, trazendo, também, resultados financeiros por meio do desenvolvimento de novos produtos e orientações para um posicionamento adequado no mercado-alvo”, disse Ronaldo Fraga, que visitou o município que fica a 80 quilômetros de Florianópolis e produz 2 milhões de pares de calçados por mês, empregando 6 mil pessoas. O estilista conversou com empresários da região e reconheceu a boa qualidade dos calçados produzidos por lá. “Essa é uma característica imprescindível ao calçado. Afinal, de nada adianta trabalhar apenas em torno do preço do produto e deixar de lado a qualidade que ele precisa ter. Além disso, o polo precisa investir mais em marketing e divulgação de seus produtos e da própria região”, avaliou o estilista. CALÇADOS QUE HIDRATAM OS PÉS A Usaflex, especialista em calçados voltados aos bem-estar de suas consumidoras, lançou mais uma novidade: a tecnologia hidratante aplicada a modelos das linhas Mia e Soft Spot. A solução possui propriedades hidratantes e eficazes contra o envelhecimento, pois regenera os tecidos da pele estimulando e fortalecendo as fibras de colágeno e elastina, reduzindo rugas e deixando a pele com um aspecto mais jovial, graças à aloe vera aplicada em microcápsulas sobre a parte de tecido na forração do calçado, que se rompem com o uso sem meia.

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RESERVA É ÚNICA EMPRESA BRASILEIRA NO RANKING DAS MAIS INOVADORAS DO MUNDO A revista de negócios norte-americana Fast Company anunciou no dia 9 de fevereiro sua lista de 2015 das empresas mais inovadoras do mundo (Most Innovative Companies). Em primeiro lugar, ficou a ótica nova-iorquina Warby Parker, seguida de nomes como Apple, Toyota, Google, Netflix, Ikea e L’Oréal. A única empresa brasileira a figurar no ranking entre as mais inovadoras da América Latina foi a grife carioca Reserva. A escolha deu-se pela campanha institucional Rebeldes com Causa, criada pela marca em 2014 com o intuito de promover a responsabilidade social por meio do apoio e da divulgação de 11 projetos selecionados feitos por jovens que não se importam com a dificuldade de implantá-los, mas sim em torná-los reais de alguma forma, criando oportunidades para quem tem poucas chances na vida, por meio de educação, esportes e música, entre outros. A ideia é muito bacana e pode ser conferida no site www.reservarebeldescomcausa.com.

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FASHION REVOLUTION DAY ESTÁ CHEGANDO O movimento internacional Fashion Revolution Day, criado em Londres por Carry Somers, pioneira da moda ética, e impulsionado pelo desabamento do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, que abrigava dezenas de confecções de roupas, deixando 1.133 mortos e 2.500 feridos, está chegando ao seu segundo ano. Relembrado todo dia 24 de abril – data da catástrofe –, o Fashion Revolution Day tem por objetivo conscientizar as pessoas do impacto social e ecológico que a indústria da moda vem causando em todo o mundo. O slogan deste ano é “Who made my clothes?” (Quem fez minhas roupas?), incitando o consumidor a repensar a relação com a roupa que veste – quem fez, de onde vem, é possível estabelecer uma relação mais justa e consciente? Com atuação em diversos países, inclusive no Brasil, o movimento prevê eventos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Recife no próximo dia 24 de abril. Para saber como aderir e participar da campanha, acesse o site http://fashionrevolution.org/country/brazil/ ou a fanpage no Facebook: Fashion Revolution Brasil.

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NA CONTRAMÃO DA CRISE Apesar de as expectativas para este ano não serem muito positivas, a Lepper, fabricante de artigos de cama, mesa e banho e licenciados infantis de Joinville (SC), iniciou 2015 projetando crescimento de 10% para o período. O otimismo é motivado pela aposta em uma modalidade de vendas: os showrooms regionais. A iniciativa foi apresentada durante a Convenção de Vendas da Lepper, que reuniu 55 representantes comerciais da marca. “Os showrooms serão realizados em parceria com outras três empresas de setores relacionados ao nosso: Bella Janela (fabricante de cortinas), Bella Arte (utilidades do lar) e Hedrons (cobertores e mantas). A ideia é buscar o comprador, apresentar o mix de produtos das empresas, os próximos lançamentos, tendências, e fechar negócios”, explica Ênio Kohler, diretor comercial da empresa. No total, serão 14 showrooms realizados em Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, São Paulo, Curitiba, Belém, Vitória, Recife, Rio de Janeiro, Goiânia, João Pessoa, Campinas e Bauru.


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GRUPO TÊXTIL RECEBE INVESTIMENTO DE R$ 1,17 MILHÃO DO BNDES As empresas Texlab (SP) e Kanzo (MG), que fazem parte do Grupo Renata Iwamizu, receberam do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um financiamento de R$ 1,17 milhão por meio do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI) e do subprograma Inovação e Máquinas e Equipamentos Eficientes. O aporte, referente ao valor total do investimento (propriedade intelectual, patente e registro da marca em vários países e instalação do laboratório de inovações), destina-se à Moovexx, uma solução inovadora para cós e cinto que proporciona maior conforto no vestir. O Moovexx foi criado em 2012 e consiste num sistema de elástico embutido no cós da calça que acompanha o movimento do corpo sem ser visto, não interfere na estética da peça e proporciona bem-estar em quem a veste. O elástico expande-se em cerca de 6 cm, o equivalente a 1,5 tamanho maior que o usado. Com

sede na cidade de Iturama (MG), a Kanzo produz roupas masculinas para adultos, especialmente calças e bermudas de sarja e jeans, mas o laboratório de inovações do Moovexx será instalado na Texlab, em São Paulo (SP), numa área de 180 m2 toda reformada, pensada sob a influência da metodologia design thinking, onde serão desenvolvidos novos produtos e aplicações. Além de fomentar a propriedade intelectual brasileira voltada ao setor têxtil, o projeto beneficiará uma indústria que emprega, em sua grande maioria, mulheres, especialmente em Iturama, onde a população é de menos de 40 mil habitantes e a economia se baseia na indústria canavieira. Não seria nada mal se mais projetos inovadores no setor recebessem apoio para se desenvolver.


Atualidades

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HACO INVESTE EM TECNOLOGIA PARA 2015 O ano de 2014 para a Haco foi de investimentos e planejamentos, desde a aquisição de novos maquinários topo de linha até a atualização de softwares e novos sistemas de controle e planejamento de produção. Para o início de 2015, foram instalados novos teares de alta tecnologia e grande capacidade e velocidade de produção, importados da Suíça. Todos esses investimentos fazem parte das estratégias da Haco para se consolidar cada vez mais na liderança do mercado nacional e expandir a atuação no mercado externo, focados em soluções em identificação, linha de adesivos, produtos gráficos, embalagens, metais, lacres, etiquetas tecidas e cadarços. “Estamos seguindo nossa estratégia de ampliação do pacote de soluções, ofertando ao mercado não apenas produtos, mas a praticidade de ter todas as suas necessidades em identificação e embelezamento atendidas por uma única empresa, sem deixar de lado nossas linhas já estabelecidas, que são a base desses investimentos e de nossa história”, declara Alberto Lowndes, presidente da empresa. PRA FRENTE, BRASIL Seguindo o exemplo de empresas nacionais que estão criando e apoiando campanhas de incentivo à produção realizada no Brasil, a Tecelagem Panamericana está fazendo sua parte e lançou em fevereiro o movimento #aquitemBrasil, com o objetivo de apoiar e incentivar a indústria nacional a participar e tornar o debate o assunto mais falado no dia a dia, nas mídias sociais, em palestras, feiras e eventos, e promover a produção e o uso de artigos confeccionados no país. A ideia central foi da Abit, que já conta com uma campanha em âmbito nacional, e a Panamericana decidiu apoiar e criar sua própria campanha para fortalecer a causa. VICUNHA CRIA COLEÇÃO PARA C&A A Vicunha, uma das maiores empresas têxteis do mundo quando se fala em índigos e brins, lançou uma coleção junto à C&A Brasil chamada Denim Special Edition C&A by Vicunha. Desenvolvidas em parceria – desde a escolha dos tecidos aé os padrões de lavagem–, as peças têm um toque supermoderno, focando no denim premium em tonalidades black, cinza e azul, feitas com processos de lavanderia que priorizam a economia de água, e padrões de lavagem que passam pelo skybleach, acid wash e vintage contemporâneo, com e sem patchwork. “São peças modernas, que fogem dos jeans habituais. Buscamos destacar as várias técnicas e efeitos utilizados para criar uma coleção única e exclusiva”, disse Fábio Félix, coordenador de lavanderia da Vicunha. Entre os tecidos utilizados, foram priorizados os denins superstretch (Perfect Fit, Moove Power Stretch), os artigos leves de camisaria (London e Camille) e os authentic denim, usados em jaquetas masculinas e shorts femininos (True Denim). “Aproveitamos a oportunidade para levar, por meio de uma rede de fast fashion, um jeans premium e diferenciado para o consumidor final, com preços interessantes. Os processos de lavagem foram desenvolvidos de forma exclusiva com toda a nossa expertise, para resultar em peças únicas dentro das tendências de moda”, reforçou Renata Guerreiro, gerente de marketing da Vicunha Têxtil.

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Atualidades BENETTON ACEITA RESSARCIR VÍTIMAS DO RANA PLAZA Após uma petição no site Avaaz que recebeu mais de 1 milhão de assinaturas, a marca italiana Benetton cedeu à pressão e aceitou contribuir com um fundo de compensação às vitimas do colapso do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, há dois anos. O valor total ainda não foi estipulado, mas estima-se que fique em torno de US$ 9 milhões – quase um terço para completar o valor total do fundo ao pagamento das famílias das vítimas, que soma US$ 30 milhões. Mas há um porém: a Benetton apoia o pagamento por meio da Bangladesh Rural Advancement Committee (Brac), uma organização bengalesa de desenvolvimento de pessoas de baixa renda. Mas grupos ativistas, como o Behind the Label (Por Trás da Etiqueta) e a Clean Clothes Campaign (Campanha Roupas Limpas), estão pressionando para que a contribuição seja feita por meio do regime apoiado pela Organização Internacional do Trabalho (ILO-backed). A Benetton contesta por achá-lo muito lento e sem clareza de como o dinheiro seria guardado e distribuído. O maior contribuidor até o momento foi a Primark, com US$ 12 milhões em pagamentos feitos diretamente aos trabalhadores sobreviventes, há mais de um ano. Fonte: The Guardian Fotos: Divulgação

EXPECTATIVAS PARA 2015 Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), em 2014 o setor têxtil registrou um déficit na balança comercial de US$ 5,9 bilhões, queda de 6,7% nas exportações, alta de 4,8% nas importações e redução de 4,8% no faturamento, que ficou em US$ 55,4 bilhões. Para este ano, a previsão de crescimento para a produção têxtil é de apenas 0,3%, enquanto a confecção terá alta de 0,7% e o varejo de vestuário, de 0,4%, porém o saldo da balança comercial deverá ser pior que em 2014. Apesar do cenário negativo, o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau e Região (Sintex), Ulrich Kuhn, acredita ser possível passar por esse período de ULRICH KUHN, PRESIDENTE DO SINTEX. turbulência econômica. “As indústrias terão de trabalhar cada vez mais com planejamento, redução de custos, e investir em inovação, visando produzir mais com menos”, acredita. Entre os dias 2 e 6 de fevereiro, com o objetivo de aproximar as indústrias de Santa Catarina e seus clientes, o Sintex promoveu a Turnê do Mercado Têxtil em Blumenau, Brusque, Joinville e São Bento do Sul, com a participação das empresas Atlântica, Bella Janela, Bouton, Buettner, Buddemeyer, Döller, Fibrasca, Hedrons, Karsten, Lepper e Teka. LECTRA REALIZA SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO EM PARIS Nos dias 12 e 13 de fevereiro, a Lectra realizou em Paris, na França, o Seminário Internacional de Educação Lectra, evento anual que reuniu gestores, diretores e coordenadores das mais importantes instituições de ensino de moda do mundo, parceiras da Lectra. Durante o evento, foram apresentadas palestras sobre a atuação da Lectra na França, a evolução da indústria da moda no mundo e a importância da tecnologia para a implementação de novos modelos de negócios na indústria da moda. “Há mais de cinco anos a Lectra realiza esse evento. Queremos que, ao menos uma vez ao ano, esses profissionais tenham a oportunidade de realizar um contato pessoal para troca de experiências, compartilhamento de informações e intercâmbio de conhecimento. Nosso desejo é contribuir para o enriquecimento dos modelos de formação de jovens profissionais na área com o que há de mais atual e inovador no setor”, declara Daniel Harari, CEO da Lectra.

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Agenda

Maio Nacionais – 12 a 13: Première Vision São Paulo – Inverno 2016 (tecidos, aviamentos, prestação de serviços), São Paulo, SP, www.premierevision-saopaulo.com – 4 a 10: Dragão Fashion Brasil 2015 (desfiles), Fortaleza, CE, www.dfhouse.com.br * Fashion Rio – Verão 2016 – até o fechamento desta edição, a data ainda não havia sido confirmada Internacionais – 4 a 7: Texprocess (maquinário e confecção), Frankfurt, Alemanha, www.texprocess.messefrankfurt.com – 4 a 7: Techtextil (tecidos técnicos), Frankfurt, Alemanha, www.techtextil.messefrankfurt.com – 12 a 14: Emitex – Salão Internacional para a Indústria de Confecção (matérias-primas, tecidos, aviamentos, maquinário), Buenos Aires, Argentina, www.emitex.com.ar – 27 a 28: Denim Première Vision (tecidos denim), Barcelona, Espanha, www.denimpremierevision.com

Junho Nacionais – 9 a 11: Feira de Moda de Gramado – Verão 2016 (vestuário), Gramado, SC, www.ciadasfeiras.com.br – 21 a 23: Fenin Fashion São Paulo – Verão 2016 (vestuário), São Paulo, SP, www.feninfeiras.com.br – 21 a 23: Salão Moda Brasil (lingerie, praia, fitness), São Paulo, SP, www.salaomodabrasil.com.br Internacionais – 10 e 11: Tissu Premier Collections (vestuário), Lille, França, www.tissu-premier.com A revista não se responsabiliza por mudanças de datas e informações fornecidas pelos organizadores dos eventos.


Cursos Foto: Divulgação

MODA PET EM EXPANSÃO O mercado de animais de estimação está em expansão e, pensando nisso, a Sigbol Fashion incluiu em sua grade de ensino o curso Moda Pet. Em 30 etapas, totalizando 60 horas, o curso ensina a nomenclatura do corpo do animal, como tirar medidas adequadas e desenvolver moldes bases do segmento vestuário pet; a manusear máquinas de costura industrial como reta, overloque, galoneira e caseira; e a dar os acabamentos finais às peças. As inscrições estão abertas nas unidades Tatuapé, Bom Retiro, Lapa, Santo André, Santana, Arthur Alvim, Santo Amaro, Guarulhos e Vila Mariana. Outro destaque da Sigbol foi a alteração na grade dos cursos de corte e costura, que sofreram adequações e foram replanejados em dois formatos: Corte e Costura sob Medida, para quem tem interesse em abrir uma oficina ou um ateliê de costura com peças elaboradas em tamanhos individualizados que fujam dos tradicionais P, M e G, com acabamentos artesanais; e Corte e Costura Industrial, voltado para a costura de indústria, com tamanhos preestabelecidos pelo mercado e confecção de roupas em tecidos de malha. Mais detalhes pelo site www.sigbol.com.br.

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CURSOS NO SENAI RS O Senai Rio Grande do Sul disponibiliza diversos cursos nas áreas têxtil, moda e vestuário. No Senai Adelino Miotti, em Farroupilha, com início dia 23 de março, o aluno pode optar entre os cursos Costura em Couro, Modelagem Industrial Têxtil e Básico de Costura Reta; e, com início em 30 de março, a disponibilidade é para o curso Modelagem de Calçados. No Senai Giuseppe Fasolo, em Bento Gonçalves, os cursos disponíveis são: Costura Industrial; iniciando em 6 de abril e 1º de junho; Costura em Couro com ênfase em Estofados, com início em 6 de abril; Costura em Couro, com início dia 4 de maio; e Costura Avançada, com início em 19 de maio ou 30 de setembro. Outras informações pelo telefone (51) 3347-8800. MODA NO CENTRO-OESTE No Senai Goiânia, os alunos contam com opções de cursos gratuitos, como Confeccionador de Calçados, com início em 4 e 25 de maio; e Costureiro Industrial em Malha, com início nos dias 6 de abril, 4 e 18 de maio. Outros cursos também são oferecidos pelas unidades do Senai Goiás: Confeccionador de Lingerie e Moda Praia, com início em 23 de março, no Senai Caldas Novas; Costureiro, iniciando em 4 de maio, no Senai Goiânia; Costureiro Industrial – Máquinas Galoneira e Overlock, com início nos dias 13 de abril e 3 e 7 de julho, no Senai Aparecida de Goiânia; Costureiro Industrial Moda Íntima, no dia 20 de abril, nas escolas em Aparecida de Goiânia e Catalão; e Modelista, nos dias 6 e 27 de abril e 4 de maio, na unidade Goiânia, e 24 de agosto, na escola Senai Catalão. Saiba mais: Goiânia (62) 3226-4500, Caldas Novas (64) 3411-1065, Aparecida de Goiânia (62) 3236-6900, Catalão (64) 3411-1065. CURSOS LIVRES NO SUL O Senac Rio Grande do Sul oferece cursos livres para o setor de confecção. Na unidade de Novo Hamburgo, as opções são Acabamento em Costura, que desenvolve os conhecimentos para a confecção de peças de vestuário por meio de técnicas de corte, acabamento e costura, com início em 11 de abril; Confecção de Maiôs e Biquínis, que apresenta conhecimentos para a confecção de biquínis e maiôs utilizando adaptações da modelagem pronta em malha, iniciando em 13 de junho; e Técnicas de Corte e Costura, que capacita para a confecção de peças de vestuário, com início dia 6 de abril. No Senac São Luiz Gonzaga, com início em 6 de abril, o curso Costureiro apresenta conhecimentos para adaptação de modelagens prontas, riscar, cortar, costurar e fazer acabamentos. As unidades Canoas e Viamão também estão com inscrições abertas para o curso Técnicas de Corte e Costura, com início em 22 de abril e 25 de maio, em Canoas, e 23 de abril, em Viamão. Novo Hamburgo (51) 3594-6133, São Luiz Gonzaga (55) 3352-7398, Canoas (51) 3476-7222, Viamão (51) 3434-0391.


Costura Social

JEAME RECEBE DOAÇÕES Fotos: Silvia Boriello

CONCEIÇÃO RÜÍZ, GERENTE DE VENDAS E MARKETING DA ANDRADE MÁQUINAS, ENTRE SILVIA REGINA DA SILVA, COSTUREIRA PROFISSIONAL E VOLUNTÁRIA DO JEAME, E VERNA LANGRELL, COORDENADORA PEDAGÓGICA DA ONG, NA ENTREGA DAS MÁQUINAS DOADAS.

SILVIA E VERNA RECEBEM DAS MÃOS DE JULIANA GOUVEIA, DA ARMARINHOS 25, A DOAÇÃO DE UMA CESTA DE AVIAMENTOS.

A ONG do Ministério JEAME (Jesus Ama o Menor), sobre a qual Costura Perfeita falou na edição 83 (janeiro-fevereiro de 2015), nesta mesma seção, sensibilizou empresas como a Andrade Máquinas e a Armarinhos 25 com seu projeto Papo de Responsa, que resgata jovens da Cracolândia com o intuito de ressocializá-los de forma digna, transmitindo valores e preparando-os para uma nova vida por meio da educação. Entre os cursos oferecidos, está o de costura, iniciado em outubro de 2014, mas que ainda conta com uma estrutura modesta para poder capacitar mais jovens. Tomando conhecimento do assunto, a Andrade Máquinas prontamente se dispôs a doar três máquinas de costura doméstica Sansei, mecânicas, com pontos básicos para quem está iniciando na costura, como reto, zigue-zague e caseado, pontos decorativos, sendo possível trabalhar inclusive com patchwork. “O que nos sensibilizou foi a importância do projeto social para as pessoas. Hoje em dia, precisamos fazer nossa parte, pois nossos governantes não dão conta de fazer o que deveriam e precisariam. Sempre que isso é possível, nós colaboramos”, afirma Conceição Rüíz, gerente de vendas e marketing da Andrade Máquinas. A Armarinhos 25 também se solidarizou e doou uma cesta com dezenas de aviamentos para serem usados na confecção de peças do projeto. “Ficamos contentes em poder ajudar porque sabemos que não é um trabalho fácil resgatar viciados da rua. Um que você tira já é uma vitória. Então acho muito importante o trabalho que esse pessoal faz de ir atrás e trazer pessoas de volta à sociedade. É uma ação muito importante, por isso fizemos questão de ajudar”, declarou Malu Gouveia, diretora da Armarinhos 25. Para Verna Langrell, coordenadora pedagógica do JEAME, as doações foram uma grande e bem-vinda surpresa: “Ficamos muito felizes ao saber das doações. Estamos gratos pela participação das empresas e sei que os itens doados serão muito úteis no projeto e para abençoar vidas. Que este setor da indústria tenha sempre este olhar para fora, visando também ao bem do outro”, declarou. A ONG ainda precisa de retalhos para a produção de seus artigos, portanto quem quiser doá-los é só entrar em contato com o JEAME pelos telefones (11) 3256-5747 e 96365-4962 ou pelos e-mails mjeame@uol.com.br e vernalangrell@hotmail.com. Para conhecer melhor o projeto, acesse www.jeame.org.br.


ENDEREÇOS ASSOCIAÇÕES, FEDERAÇÕES, ONGS E SINDICATOS Abesco (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia) – Av. Paulista, 1.313, cj. 908, São Paulo, SP, tel.: (11) 3549-4525, www.abesco.com.br Abest (Associação Brasileira de Estilistas) – R. Fidalga, 407-A, São Paulo, SP, tel.: (11) 3256-1655, www.abest.com.br Abiacav (Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro) – Av. Paulista, 1.313, 9º andar, cj. 910, São Paulo, SP, tel.: (11) 3739-3608, www.abiacav.org.br Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) – R. Júlio de Castilhos, 561, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3594-7011, www.abicalcados.com.br Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) – Av. Chedid Jafet, 222, bl. C, 4º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 2148-4700, www.abiquim.org.br Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.abit.org.br ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) – R. Minas Gerais, 190, São Paulo, SP, tel.: (11) 3017-3600, www.abnt.org.br Abramaco (Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Máquinas de Costura Industrial, Componentes e Sistemas) – R. Ribeiro de Lima, 282, cj. 111, São Paulo, SP, tel.: (11) 3326-6922, fax: (11) 3313-4908, www.abramaco.org.br Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) – Av. Rouxinol, 1.041, cj. 1.710, São Paulo, SP, tel.: (11) 2901-4333, www.abravest.org.br Acic (Associação Comercial e Empresarial de Caruaru) – R. Armando da Fonte, 15, Caruaru, PE, tel.: (81) 3721-2725, www.acic-caruaru.com.br Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) – SBN, qd. 1, bl. B, 10º andar, Ed. CNC Brasília, DF, tel.: (61) 3426-0202, www.apexbrasil.com.br Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos) – R. Júlio de Castilhos, 526, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 35845200, www.assintecal.org.br CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil) – Saus, qd. 1, bl. N, Edifício Terra Brasilis, 408-409, Brasília, DF, tel.: (61) 3224-1867, www.cicb.org.br Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial) – Av. Nove de Julho, 4.865, cj. 42, São Paulo, SP, tel.: (11) 3238-5800, www.iemi.com.br Inexmoda – Calle 14, 40A- 173, Medellín, Colômbia, www.inexmoda.org.co Procolombia – Al. Santos, 1.800, 10o andar, cj. 10B, São Paulo, SP, tel.:(11) 3171-0165, www.procolombia.co Ratorói – R. Affonso Bartel, 233, galpão 2, Jaraguá do Sul, SC, tel.: (47) 3370-5556, www.ratoroi.com.br Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) – Central de Relacionamento: 0800-570-0800, www.sebrae.com.br Sebrae/PE (Unidade do Agreste Central e Setentorial) – Av. Adjar da Silva Casé, 277, Caruaru, PE, tel.: (81) 21038401, www.pe.sebrae.com.br Sebrae/SC (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina) – Rod. SC-401, km 1, lote 2, Pq. Tec Alfa, Florianópolis, SC, tel.: (48) 3221-0800, www.sebrae.com.br Sinditêxtil-SP – R. Marquês de Itu, 968, São Paulo, SP, tel.: (11) 3823-6100, www.sinditextilsp.org.br Sindivestuário-SP (Sindicato das Indústrias de Vestuário de São Paulo) – R. Mário Amaral, 172, 2º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3889-2272, www.sindivest.org.br Sintex (Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau) – R. Alwin Schrader, 89, Blumenau, SC, tel.: (47) 3326-9662, www.sintex.org.br MODA E GRIFES ADG – Av. São Miguel, 14, Dois Irmãos, RS, tel.: (51) 3564-6447, www.adgexport.com.br Aishty – tel.: (11) 2692-9682, www.aishty.com.br Ana Rosa – R. Tamandaré, 40, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3035-6577 Brascol – R. Maria Marcolina, 748, São Paulo, SP, tel.: (11) 3328-1818, www.brascol.com.br Cavalheiro – R. Martins Afonso, 369, Caruaru, PE, tel.: (81)3719-2959, www.cavalheirocamisaria.com.br Crocker Jeans – R. Oriente, 673, São Paulo, SP, tel.: (11) 2149-9160, www.crocker.com.br D’Passeio – R. Pinto Bandeira, 494, Porto Alegre, RS, tel.: (51) 3286-2970, www.dpasseio.com.br Disparate – R. Mendes Junior, 466, São Paulo, SP, tel.: (11) 2618-4037, www.disparate.com.br Elegance – R. Joaçaba, 328, Joinville, SC, tel.: (47) 34722472, www.eleganceplussize.com.br Equus – R. do Hipódromo, 650, São Paulo, SP, tel.: (11) 2797-9999, www.equus.com.br Fakini Malhas – R. 15 de Novembro, 1.800, Pomerode, SC, tel.: (47) 3387-7777, www.fakini.com.br Feito Flor – R. Lopo Gonçalves, 327, Porto Alegre, RS, tel.: (51) 3224-5430, www.feitoflor.com.br Gangster – R. Maria Joaquina, 282, São Paulo, SP, tel.: (11) 2796-3505, www.gangster.com.br Garra – Av. Governador Agamenon Magalhães, 4775, sl. 705, Recife, PE, tel.: (81) 3035-0910, www.garrateam.com

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Grazielle (Doce Boneca) – R. Antônio Justino de Arruda, 76, Surubim, PE, tel.: (81) 3634-4200, confgrazielle1@hotmail.com Grupo Mateus – www.grupomateus.com.br Guilhermina – R. Major Bento Alves, 1802, Sapiranga, RS, tel.: (51) 3599-4290, www.guilherminashoes.com Hedrons – R. Lourdes, 216, Doutor Pedrinho, SC, tel.: (47) 3388-0700, www.hedrons.com.br Hope – R. Jaraguá, 371, São Paulo, SP, tel.: (11) 2169-2200, www.hopelingerie.com.br Intuição – Av. 15 de Novembro, 3.071, Nova Petrópolis, RS, tel.: (54) 3281-1220, www.intuicao.com.br Iska Viva – Av. Bela Vista, 700, Santa Cruz do Capibaribe, PE, tel.: (81) 3731-1253 / 3217, www.iskaviva.com.br JouliK – R. Oscar Freire, 677, 1º andar, lj. 1, São Paulo, SP, tel.: (11) 2371-7110, www.joulik.com.br Julieta Tricot – Av. Águas de Lindoia, 310, Monte Sião, MG, tel.: (35) 34665-1550, www.julietatricot.com.br Kikorum – R. Tupy, 482, Caruaru, PE, tel.: (81) 3725-9816, www.kikorum.com.br Lei Básica – SAC: 0800-283-6699, www.leibasica.com.br Lojas Flamboyan – www.lojasflanboyan.com.br Lojas Longo – Av. Antônio Canhedo, 429, Monte Aprazível, SP, tel.: (17) 3275-3336 / 3295-1870, www.lojaslongo.com.br Loja Luanda Magazine – Av. Brasil, 101, Nova Canaã do Norte, MT, tel.: (66) 3551-1330 Lojas T&A – Av. Cônego João Lima, 2061, Araguaína, TO, tel.: (63) 3413-8428, www.lojastanamoda.com.br Luiz Eugenio Camisaria – Av. Júlio Assis Cavalheiro, 1.771, Francisco Beltrão, PR, tel.: (46) 3524-0500, www.luizeugenio.com.br Malharia Star – R. Capitão João Pereira do Vale, 80, Jacutinga, MG, tel.: (35) 3443-6998, www.malhariastar.com.br Maxi Mundial – R. Dr. Leocádio, 98, Paranaguá, PR, tel.: (41) 3422-2789, www.maximundial.com.br Meias Loa – R. Dr. Pedro Zimmermann, 11.113, Galpão 2, Blumenau, SC, tel.: (47) 3337-0120, www.meiasloa.com.br Miss Blue – Av. Presidente Lucena, 3.055, Ivoti, RS, tel.: (51) 3563-1000, www.missblue.com.br Modelan – Via dos Imigrantes, 571, Jacutinga, MG, tel.: (35) 3443-5656, www.modelan.com.br Noemy – R. Taumaturgo de Farias, 545, Poção, PE, tel.: (87) 3834-1115 / 1348, www.noemyrenascenca.com.br Novo Louvre – R. Trajano Reis, 36, Curitiba, PR, tel.: (41) 3232-0055, www.loja.novolouvre.com.br Puccini – R. Maria Marcolina, 996, São Paulo, SP, tel.: (11) 3313-0885 Questão de Estilo – R. Mendes Júnior, 642, São Paulo, SP, tel.: (11) 2692-3521, www.questaodeestilo.com.br Recco Lingerie – R. Rebouças, 479, Zona 10, Maringá, PR, tel.: (44) 2101-6262, www.recco.com.br Rota do Mar – Av. Bela Vista, 1.320, Santa Cruz do Capibaribe, PE, tel.: (81) 3759-8300, www.rotadomar.com.br Sawary – R. Joli, 626, São Paulo, SP, tel.: (11) 27999999, www.sawary.com Tonia Duarte – R. Edmundo Bastian, 457, Porto Alegre, RS, tel.: (51) 3341-9722 Trendt – R. Catumbi, 601/609, São Paulo, SP, tel.: (11) 2291-4751, www.trendt.com.br V.R.A. – Av. Minas Gerais, 917c, Jacutinga, MG, tel.: (35) 3443-4053, www.vratricot.com.br Werner Calçados – R. João Petry, 159, Três Coroas, RS, tel.: (51) 3546-7123, www.wernercalcados.com.br Zune Jeans – R. Coronel Morais, 47, São Paulo, SP, tel.: (11) 2618-4488, www.zune.com.br TECELAGENS E FIAÇÕES AHB Moda – R. Guia Lopes, 2.114, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 2129-1888, www.ahbmoda.com.br Calmart – Av. Euclides Miragaia, 3.352, Birigui, SP, tel.: (18) 3649-4700, www.calmart.com.br Canatiba – Av. Interdistrital Comendador Emílio Romi, 350, Santa Bárbara d’Oeste, SP, tel.: (19) 3459-4000, www.canatiba.com.br Capricórnio Têxtil – Av. Angélica, 2.578, 12º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3595-9997, www.capricornio.com.br Cataguases – Pç. José Inácio Peixoto, 28, Cp. 29, Cataguases, MG, tel.: (32) 3422-2211, www.cataguases.com.br Cedro Têxtil – R. Paraíba, 337, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3235-5000, www.cedro.com.br Cofrag – R. General Nascimento Vargas, 309, Sapiranga, RS,tel.: (51) 3568-2044, www.cofrag.com.br Covolan – R. dos Potiguares, 450, Santa Bárbara d’Oeste, SP, tel.: (19) 3459-8200, www.covolan.com.br Digitale Têxtil – Av. Henry Ford, 354, São Paulo, SP, tel.: (11) 2064-9662, www.digitaletextil.com.br Enka – Carrera 37A, 8-43, oficina 901, Medellín, Colômbia, www.enka.com.co Fitas Britânnia – R. Coronel Custódio de Oliveira, 150, Barbacena, MG, tel.: (32) 3339-6100, www.britannia.ind.br Focus Têxtil – R. Achilles Orlando Curtolo, 584, São Paulo, SP, tel.: (11) 3618-4777, www.focustextil.com.br Innovativ – R. do Açúcar, 10, Santa Bárbara D’Oeste, SP, tel.: (19) 3026-5500, www.innovativ.com.br

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Google – www.google.com.br Groz Beckert (NS Importação) – R. São Paulo, 3.775, Blumenau, SC, tel.: (47) 3321-4333, www.nsimport.com.br GW Entretelas – Al. Rio Parnaíba, 440, Divinópolis, MG, tel.: (37) 3221-1319, www.gwentretelas.com.br HI Etiquetas – R. Hermann Kock, 55, Pomerode, SC, tel.: (47) 3387-8731, www.hietiquetas.com.br Hot Air Passadoria – Av. Picarelli Irmãos, 235, Socorro, SP, tel.: (19) 3895-8074, www.hotair.com.br J&B Consultores – R. Dom Vital, 72, Recife, PE, tel.: (81) 3231-1033, www.jbconsultores.com.br Jeanologia – www.jeanologia.com Jorik – Trav. Liberdade, 38, 1º andar, sl. 101, Maringá, PR, tel.: (44) 3223-0203, www.jorik.com.br Lectra – Al. Jaú, 1.754, 3º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3894-9129, www.lectra.com.br Leo Bordados – tel.: (37) 2102-7778, www.leobordados.com.br Link Comercial (Welttec) – R. Arnaldo Hass, 100, Pomerode, SC, tel.: (47) 3242-8000, www.linkcomercial.com.br LLV Metais – R. Dr. João Daniel Hillebrand, 74, Novo Hamburgo, RS, tel.: (51) 3587-4614, www.llv.com.br Mab Fortuna – R. Osório Ribas de Paula, 94, sl. 1-104, Apucarana, PR, tel.: (43) 3423-2244, www.mabfortuna.com.br Makro Central Importadora – R. F, 121, Canoas, RS, tel.: (51) 2131-1270, www.makrocentral.com.br MB Dublagens – R. Tiradentes, 86, Igrejinha, RS, tel.: (51) 3545-6666, www.mbdublagens.com.br Megatech Consultoria – R. das Hortênsias, 408, São Paulo, SP, tel.: (11) 5071-8462, www.megatechconsult.com.br Metalsete – R. Rui Barbosa, 300, Blumenau, SC, tel.: (47) 3329-4350, www.metalsete.com.br Millennium Network – R. Mamoré, 200, 3º andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 2114-1700, www.millennium.com.br Moltec – R. Lúcia Helena, 262, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 3498-3783, www.moltecbrasil.com.br Nissew – R. Newton Prado, 99, São Paulo, SP, tel.: (11) 3333-2085, www.nissew.com.br Omatex – R. Darcy Carrion, 64, Pq. Industrial Harmonia, Nova Odessa, SP, tel.: (19) 3406-7127, www.omatex.com.br Optikad – R. Octávio Forghieri, 72, sl. 24, Guarulhos, SP, tel.: (11) 2441-7749, www.optikad.com.br Pax – R. João Motta Espezim, 859, sl. 1, Florianópolis, SC, tel.: (48) 3223-2110, www.pax.com.br PAX.ARQ – tel.: (11) 4327-7650, www.pax.arq.br RC Consultores – R. James Joule, 92, 10o andar, São Paulo, SP, tel.: (11) 3053-0003, www.rcconsultores.com.br Rivitex – R. José Eugênio Padoan, 15, São Paulo, SP, tel.: (11) 5517-6082, www.rivitex.com.br Roland – www.roland.com.br RTK1 (Driluxx) – R. Senador Lucio Bittencourt, 117, Belo Horizonte, MG, tel.: (31) 2551-6833, www.rtk1.com.br Segen (Moda 01) – Av. das Américas, 1.917, lj. N, Rio de Janeiro, RJ, tel.: (21) 2439-7005, www.moda01.com.br Senai Francisco Matarazzo – R. Correia de Andrade, 232, São Paulo, SP, tel.: (11) 3312-3550, www.sp.senai.br/textil Serv-Mak – Av. Celso Garcia, 4.423, São Paulo, SP, tel.: (11) 2295-1022, www.serv-mak.com.br Sigbol Fashion – R. Domingos de Morais, 1.621, São Paulo, SP, tel.: (11) 5081-6361, www.sigbol.com.br Silmaq – R. República Argentina, 2.025, Blumenau, SC, tel.: (47) 3321-4444, www.silmaq.com.br SocioTec – R. Walterio de Oliveira Verdi, 270, São José do Rio Preto, SP, tel.: (17) 2137-7777, www.sociotec.com.br Sprayway Brasil – Rod. SC-411, 1.498, Nova Trento, SC, tel.: (48) 3267-3900, www.spraywaybrasil.com.br Sun Sir – N. 193, Mid Xinxin Rd., Xinhe Town Wenling Zhejiang Province, China, tel.: 0086-576-86555970, www.chinasunsir.com Sun Special – R. da Graça, 577, São Paulo, SP, tel.: (11) 3334-8800, www.sunspecial.net.br Systêxtil – R. João Marcatto, 260, 5º andar, Jaraguá do Sul, SC, tel.: (47) 2106-1800, www.intersys.com.br Trupe Editorial – São Paulo, SP, tel. (11) 3384-4040, kpimenta@uol.com.br Vibemac – tel.: (11) 99614-5074, www.vibemac.com VST Sistemas – Av. Prestes Maia, 463, Santo André, SP, tel.: (11) 4249-0808, www.vstsistemas.com.br Walter Porteiro – R. Imigrantes, 211, Americana, SP, tel.: (19) 3475-9999, www.walterporteiro.com.br Woldmack – R. do Tecelão, 390, Americana, SP, tel.: (19) 3468-3701, www.woldmack.com.br YKK – R. Tenente Negrão, 100, São Paulo, SP, tel.: (11) 3066-1111, www.ykk.com.br Zoje – R. Pedro Belegarde, 350, São Paulo, SP, tel.: (11) 2090-0626, www.rolemak.com.br


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Intervenção militar é realmente uma coisa amaldiçoada?

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Ponto de Vista

Foto: Divulgação

POR GIUSEPPE TROPI SOMMA

Quando observo as manifestações de ilustres analistas políticos, como, por exemplo, a do senhor Reinaldo Azevedo (do qual sou fã), declarando aversão total contra uma nova e possível intervenção militar no governo brasileiro, eu até entendo, porque quem ama um estado democrático de direito e luta por ele é, obviamente, contrário a qualquer ato de arbitrariedade e de ameaça à democracia. Mas quem diz que os militares querem ditaduras? Militares nunca quiseram ditadura. Em 1964, não houve um golpe, mas sim uma intervenção militar para atender ao grande clamor popular, para salvaguardar uma democracia seriamente ameaçada pelo bando de esquerdistas que, se tivessem conseguido chegar ao poder, teriam transformado o Brasil numa “super Cuba”, socioeconomicamente falida e podre. Feito isso, bastou a sociedade pedir por democracia para que, em 1985, os militares entregassem o poder. Na época, o povo achou que estivéssemos já seguros de qualquer ameaça comunista, mas, na verdade, os cupins da esquerda estavam lá entranhados na sociedade, disfarçados de democratas, para invadir o poder utilizando a ingenuidade e a boa-fé do povo brasileiro. E cupins dão nisso: quando mais tempo se passa, mais se proliferam e mais depressa acabam com a prosperidade de qualquer árvore, mesmo gigantesca. Depois de tê-la destruído, eles têm a “cara de pau” de dizer que estão lá para defender a árvore (seja essa árvore o governo, a Petrobras etc.). Hoje, o povo esclarecido brasileiro está se sentindo impotente diante de tanta impunidade política, desmandos, corrupção e abuso de poder. Só que, dentro dessa classe esclarecida, se encontram também os militares, com suas famílias e filhos, porque eles também são povo e eles também estão vendo a bandidagem política indo longe demais. Devem eles intervir? Não. O exército não intervém arbitrariamente para dar golpe, ele apenas dá apoio ao povo se este estiver sendo ameaçado em suas instituições democráticas e clamar por socorro, porque o exército, institucionalmente, está com o povo. Alguém já viu no mundo alguma ditadura militar se perpetuar? Isso não acontece porque, mesmo se existir um líder, os outros militares não permitiriam. As verdadeiras ditaduras defendem o poder e não a democracia; elas criam dinastias – vejam a Coreia do Norte, vejam Cuba. As verdadeiras ditaduras podem ser fruto de golpe de um militar, mas não dos militares. Por isso, impor esse tipo de medo aos brasileiros é bobagem. Agora vamos nos perguntar: estamos precisando de uma intervenção militar? Gostaria de dizer que não, mas o que os políticos estão fazendo para que nós não venhamos a precisar? Nada! Graças à seriedade, à honestidade e ao patriotismo de algum juiz e de alguns patriotas da Polícia Federal e do Ministério Público, estamos vendo diretores e manipuladores do propinoduto da Petrobras sendo processados, mas e os do lado interno do comando, blindados pela cumplicidade parlamentar, quando responderão pelos crimes? As empresas e empreiteiras não são corruptas porque querem, mas porque são obrigadas. Para as empreiteiras fazerem negócios com empresas estatais e órgãos públicos, têm de entrar no esquema por eles ditado, condição sine qua non para fechar negócios. Mas o esquema é criado e usufruído pelos diretores das estatais? Jamais. Os diretores são indicados pelos governantes e exercem um cargo de confiança. E confiança quer dizer seguir fielmente as diretrizes do “chefe”. Aliás, não existe uma organização criminosa sem chefe. O chefe, por sua vez, nunca costuma entrar pessoalmente no esquema, ele apenas cobra resultados.

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Ponto de Vista Veja como funciona uma organização criminosa perfeita: nos “morros” do Rio de Janeiro, uma organização criminosa, para poder atuar, necessita do apoio dos moradores locais, então os bandidos distribuem benefícios para esses moradores e, com isso, além de terem seu apoio, passam a ser considerados os “protetores” dos moradores. Temos aqui alguma diferença com o que está acontecendo em nosso governo? Quase nada. Os moradores seriam os eleitores incultos, os bolsistas, os apadrinhados etc. Mas onde colocamos os parlamentares? Nos moradores ou nos componentes do bando? Acho que eles têm o privilégio de pertencer aos dois lados. Eles são comprados com os benefícios das partilhas e, ao mesmo tempo, a maioria deles faz parte do bando. Tudo sob o manto da impunidade! Nós vivemos num país onde apoio popular e votos são transformados em álibi e permissividade para cometer abusos. Acreditar que as coisas possam mudar por iniciativa dos políticos (e contra eles) não é ser ingênuo, é ser burro mesmo. Então, não adianta dizer que se é contrário a esse tipo de socialismo e ao mesmo tempo achar que com jeito tudo será resolvido, porque não será. Precisamos entender que o socialismo só funciona com a pobreza generalizada, e nós já estamos nesse caminho, com suborno e aliciamento de eleitores e a destruição do capitalismo. Será que ainda não dá pra ver que o capitalismo já está em boa parte destruído? Só há dois modos de “socializar” uma nação: 1) Estatizando empresas; 2) Impondo tributações e obrigações sociais excruciantes porque impagáveis, descapitalizando assim as empresas. Visto a impossibilidade da primeira, o PT optou pela segunda. Como? Com o aperfeiçoamento do sistema arrecadatório, subtraindo mais de 40% de toda nossa produção, além de inúmeros encargos trabalhistas que transferem para o gerador de empregos tarefas sociais que só competiriam ao Estado. Assim não há empresas que possam sobreviver. Quem não sucumbiu sucumbirá, com raras exceções das empresas de fachada, usadas para corruptos legalizarem seu dinheiro sujo. Está claro, então, que, ao ponto em que o país chegou, os militares poderiam resolver os problemas, mas eles somente interviriam após muitas e grandes manifestações públicas da sociedade – manifestações estas que não acontecem porque são inibidas por um bando de criminosos a mando da estrutura política dos governantes, chamados de black blocs, razão pela qual, quando você, leitor, fizer uma manifestação contra o governo e vir um mascarado, ele, com certeza, não será seu companheiro, mas seu inimigo, e a polícia merece seu apoio para poder identificá-lo e prendê-lo. Bom seria se, antes de exigir dos militares, as entidades empresariais, cansadas de reclamar, tomassem iniciativas e fossem às ruas com seus colaboradores, para dizer em voz alta que os “verdadeiros trabalhadores do Brasil” querem um basta aos desgovernos e aos múltiplos estelionatos eleitorais. Esse é o meu ponto de vista. * Reprodução liberada * CAV. GIUSEPPE TROPI SOMMA É EMPRESÁRIO, MEMBRO DA ABRAMACO E PRESIDENTE DO GRUPO CAVEMAC. GIUSEPPE@CAVEMAC.COM.BR

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PRECISAMOS ENTENDER QUE O SOCIALISMO SÓ FUNCIONA COM A POBREZA GENERALIZADA, E NÓS JÁ ESTAMOS NESSE CAMINHO”






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