Ano XIII - no 53 - Jan/Fev/Mar 2020
ISSN 1982-5897
o Biólogo Revista do Conselho Regional de Biologia - 1a Região (SP, MT, MS)
Biólogos contra a pandemia Entenda o papel dos Biólogos no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2)
Mayana Zatz Bióloga líder de pesquisas pioneiras em Saúde e Genética
Sementes e Mudas A luta para garantir a atuação dos Biólogos
Nova Diretoria Conquistas e desafios nos primeiros meses de gestão
Tome Nota
O Biólogo
ÍNDICE
Revista do Conselho Regional de Biologia 1a Região (SP, MT, MS) Ano XIII – Nº 53 – Jan/Fev/Mar 2020 ISSN: 1982-5897 Conselho Regional de Biologia - 1a Região (São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)
Caros Biólogos, 03 Editorial
Sede SP: Rua Manoel da Nóbrega, 595 – Conjunto 111 CEP: 04001-083 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3884-1489 – crbio01@crbio01.gov.br Delegacia MS: Rua 15 de novembro, 310, 7º andar - sala 703, Centro CEP: 79002-140 - Campo Grande – MS Tel.: (67) 3044-6661 – delegaciams@crbio01.gov.br Delegacia MT: Avenida Miguel Sutil, 8388, 14º andar - sala 1409, Santa Rosa CEP: 78015-100 – Cuiabá – MT Tel.: (65) 3359-3354 – delegaciamt@crbio01.gov.br
04 Novo Coronavírus
10 Grandes Biólogos
Celso Luis Marino Vice-Presidente
Giuseppe Puorto Secretário
12 Sementes e Mudas
Maria Teresa de Paiva Azevedo Tesoureira
Conselheiros Efetivos (2020-2023) Edison de Souza, Ermelinda Maria De Lamonica Freire, José Carlos Chaves dos Santos, Luiz Eloy Pereira, João Alberto Paschoa dos Santos Conselheiros Suplentes Paulo Roberto Urbinatti, Regina Célia Mingroni Netto, Marta Conde Lamparelli, Juliana Moreno Pina, Maria Antônia Carniello, Sérgio dos Santos Bocalini, Ana Eugênia de Carvalho Campos
18 Nova Diretoria do CRBio-01
Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores e podem não refletir a opinião desta entidade. O CRBio-01 não responde pela qualidade dos cursos e vagas divulgados. A publicação destes visa apenas dar conhecimento aos profissionais das opções disponíveis no mercado.
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É com muito orgulho que o CRBio-01 acompanha o trabalho dos Biólogos no enfrentamento da doença que assola o mundo e o trabalho também essencial daqueles que não puderam parar, mesmo nesse momento. Com seu esforço e empenho, esses profissionais têm superado os obstáculos e se provado, cada vez mais, fundamentais à sociedade.
Entre outras temáticas, você também poderá ler sobre o suporte dado aos Biólogos nesse período pelo CRBio-01, que, sob nova direção, não parou, buscando se adaptar ao contexto do distanciamento social sem deixar de atender às demandas crescentes dos profissionais. Boa leitura.
Iracema Helena Schoenlein-Crusius Presidente do CRBio-01
20 Ecos da Plenária
Comissão de Comunicação e Imprensa do CRBio-01: Giuseppe Puorto (Coordenador) João Alberto Paschoa dos Santos Patrícia Maria Contente Valenti Analista de Comunicação do CRBio-01 e Jornalista Responsável: Marcela Pereira Textos: Marcela Pereira Projeto Gráfico, Diagramação e Capa: Regina Beer Periodicidade: Trimestral
S
abemos que a humanidade está passando por um dos períodos mais desafiadores da história recente. A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) trouxe consigo uma necessidade de transformação para que seja possível atravessar esse momento tão difícil e repleto de receios, urgências e exigências.
A respeito desse tema, esta edição dedica sua matéria de capa ao contexto atual da pandemia, ao vislumbre do que está por vir e, claro, ao papel dos Biólogos como profissionais essenciais nesse cenário.
Diretoria Iracema Helena Schoenlein-Crusius Presidente
Editorial
Antes de Emitir a ART Consulte a Resolução CFBio no 11/03 e o Manual da ART.
21 CFBio Notícias
CFBio Digital O espaço do Biólogo na Internet
22 Arquivo do Biólogo
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O CRBio-01 estabeleceu parceria com a empresa Enozes Publicações para implantação do CRBioDigital, espaço exclusivo na Internet para Biólogos registrados divulgarem seus currículos, artigos, notícias, prestação de serviços, além de disponibilizar um Site a cada profissional. O conteúdo é totalmente gerenciado pelo próprio profissional. O CRBioDigital, além de ser guia e catálogo eletrônico de profissionais, promove a interação entre os Biólogos registrados, formando uma comunidade profissional digital. Para acessar, entre no portal do CRBio-01: www.crbio01.gov.br Antes de Emitir a ART Consulte a Resolução CFBio no 11/03 e o Manual da ART.
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Biólogos contra a
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humanidade enfrenta pandemias desde, ao menos, 1580 - ano em que um vírus do tipo influenza, que causa gripes, surgiu na Ásia e se espalhou para a África, Europa e América do Norte. Etimologicamente, a palavra tem origem no grego “pandēmía”, que significa “o povo inteiro”. Por isso, o termo é usado para descrever uma situação em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas ao redor do mundo simultaneamente, não se caracterizando pela gravidade da doença que ela causa, mas, sim, pela sua dispersão. Com base nesse critério, as pandemias são mais prováveis com novos vírus, contra os quais ainda não possuímos defesas naturais ou medicamentos e vacinas que possam proteger a população. Desde 31 de dezembro de 2019, há pouco mais de quatro meses, quando a China informou à Organização Mundial de Saúde (OMS) que um vírus até então desconhecido estava se espalhando pelo país, ele já chegou a mais de 180 países. Popularmente conhecido como “novo coronavírus”, o Sars-Cov-2 é o agente infeccioso responsável pelo atual quadro de pandemia enfrentado pela humanidade, com a disseminação em escala global da enfermidade denominada COVID-19 (sigla em inglês para Doença por Coronavírus 2019).
Foi no dia 11 de março de 2020 que o Biólogo Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, declarou publicamente a pandemia do novo coronavírus, decisão tomada após reuniões da organização e fundamentada na transmissão comunitária fora da China em adição ao receio sobre o impacto do vírus em países com sistemas de saúde mais frágeis. Até o fechamento desta edição, de acordo com o último boletim da OMS, foram registrados mais de 5 milhões de casos confirmados e mais de 330 mil mortes. Diante desses números, compreende-se que as ações dos governos e das instituições ao redor do mundo devem ser orientadas no sentido da mitigação da doença. Ou seja, devem ter foco na adoção de medidas para evitar o aumento de contágios, além de ações para tratamento dos pacientes em estado mais grave, para evitar o aumento do número de mortes. Sobre o assunto, o Biólogo Luiz Eloy Pereira, conselheiro do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01) e membro do Grupo Interprofissional da Secretaria de Saúde de São Paulo, chama atenção para o fato de que a transmissão do vírus SARS-CoV-2 ocorre de pessoa a pessoa (vide quadro na p. 7), o que acelera a disseminação do vírus, quando em comparação com a velocidade de transmissão de uma arbovirose, como a dengue, por exemplo. Jan/Fev/Mar 2020
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“A circulação do SARS-CoV-2 no Brasil e no mundo veio proporcionar graves impactos na saúde pública, principalmente pela forma de transmissão e pela patogenicidade do vírus”, comenta o Biólogo. “Quando falamos da COVID-19, que tem como característica a transmissão inter-humana, o controle da doença é muito complexo, porque envolve o controle da circulação das próprias pessoas, devendo-se buscar evitar ao máximo as aglomerações”, explica. Imunização e ondas de contágio Levando em conta a transmissão inter-humana da COVID-19, a imunização dos indivíduos contra o novo coronavírus é o caminho para o refreamento de sua disseminação. No entanto, como ainda não existe uma vacina contra o vírus, a taxa de imunidade em todo o mundo permanece aquém do necessário para o refreamento da pandemia, não havendo, inclusive, certeza científica a respeito da proteção imunitária daqueles que já tiveram a doença e se recuperaram dela.
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“Uma das questões do momento é exatamente isso, se a imunidade que o indivíduo desenvolve contra o vírus é permanente ou não. Os primeiros indícios mostram que não. Portanto, se não há essa proteção de longo prazo, isso significa que o vírus vai continuar circulando. Daí a necessidade de uma vacina”, explicou em entrevista coletiva o Dr. Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan e coordenador interino do Centro de Contingência do Coronavírus no estado de São Paulo. Atualmente, de acordo com a OMS, existem 118 vacinas contra o novo coronavírus sendo desenvolvidas em diferentes países, dentre as quais oito já estão em fase clínica, com testes em humanos. No Brasil, também há iniciativas de elaboração, como a do Instituto Butantan, cujos pesquisadores têm se utilizado de técnicas inovadoras de biotecnologia para desenvolver uma vacina alternativa contra a COVID-19. A técnica em desenvolvimento consiste na produção laboratorial de vesículas nas quais são acopladas proteínas de superfície do novo coro-
navírus. Assim, em contato com o sistema de defesa humano, as “bolhas” criariam uma memória imunológica no organismo, estimulando a produção de anticorpos específicos contra o coronavírus. O instituto espera que a nova abordagem sirva como uma espécie de “plano B”, caso as vacinas feitas pelo modelo tradicional não tenham resultado satisfatório. “Uma vacina demora, em condições habituais, cerca de 3 a 5 anos para ser desenvolvida. Como essa é uma crise importante e já existia uma experiência anterior com outros coronavírus, esse tempo será abreviado, mas não acredito que teremos uma vacina antes do segundo semestre do ano que vem”, declarou o Dr. Dimas. “Também não tenho dúvida de que esse coronavírus poderá voltar em ondas, anualmente”, completou. Biólogos no Enfrentamento Nesse quadro, além da busca pelo desenvolvimento de uma vacina, o enfrentamento à pandemia se dá por meio de medidas de controle da disseminação do vírus e do tratamento dos pacientes já infectados. Assim, são diversas as forma pelas quais os Biólogos, como profissionais da Saúde, podem auxiliar nas ações de combate à COVID-19. Ana Paula Kataoka, Conselheira do CRBio-01 e Bióloga da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo explica que, por constituírem categoria profissional de saúde de nível superior, os Biólogos estão capacitados a atuar na vigilância em saúde epidemiológica, sanitária e ambiental, podendo contribuir para o controle da situação atual. “Na vigilância, os Biólogos podem colaborar no diagnóstico das doen-
Diagnóstico laboratorial
Os coronavírus são vírus RNA da ordem Nidovirales, família Coronaviridae e subfamília Orthocoronavirinae. A COVID-19, doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), gera um quadro que pode variar de leve a moderado.
Manifestação clínica Os sinais e sintomas clínicos são principalmente respiratórios, semelhantes aos de uma gripe, como febre, tosse, coriza e dificuldades para respirar. De acordo com a OMS, a maioria (cerca de 80%) dos pacientes com COVID-19 podem ser assintomáticos ou oligossintomáticos e 20% dos casos detectados requer atendimento hospitalar, por apresentarem dificuldade respiratória, dos quais aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório. Em geral, pessoas com doenças crônicas apresentam condições clínicas de risco para desenvolvimento de complicações e mortes por causa do comprometimento da resposta imune.
Formas de Transmissão A transmissão costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções, por meio de espirro, tosse, catarro, gotículas de saliva ou por contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com boca, nariz ou olhos.
Período de Incubação O período médio de incubação da infecção por coronavírus é de 5 dias, com intervalo que pode chegar até 16 dias.
Período de transmissibilidade A transmissibilidade de SARS-COV-2 entre humanos inicia, em média, 7 dias após o início dos sintomas. Apesar disso, há indícios de que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas.
O diagnóstico laboratorial para COVID-19 inclui as seguintes técnicas: 1. Testes moleculares de amplificação de ácido nucleico de SARS-CoV-2, a partir de amostra de aspirado nasofaríngeo (ANF), Swabs combinado (nasal/oral), amostra de secreção respiratória inferior: escarro, lavado traqueal ou lavado bronco alveolar: • RT-PCR em tempo real (RT-PCR) • Teste rápido molecular SARS-CoV-2 2. Sequenciamento parcial ou total do genoma viral; 3. Testes sorológicos a partir de amostra de sangue ou soro.
Medidas de prevenção e controle São as seguintes ações preventivas diárias que podem auxiliar na prevenção de propagação da COVID-9: • Higiene frequente das mãos com água e sabão ou preparação alcoólica com teor de 70% de álcool; • Evitar tocar olhos, nariz e boca sem higienização adequada das mãos; • Evitar contato próximo com pessoas doentes; • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, com cotovelo flexionado ou utilizando-se de um lenço descartável; • Ficar em casa e evitar contato com pessoas quando estiver doente; • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência. • Evitar a exposição ao vírus, considerando que atualmente não existe vacina para prevenção de infecção por COVID-19. • Medidas educativas por meio de cartazes, placas, pôsteres em locais estratégicos na entrada dos serviços de saúde. • Triagem clínica imediata, que inclui reconhecer precocemente um caso suspeito dentre os pacientes que buscam os serviços de saúde, e, se necessário, seu encaminhamento imediato para uma área separada dos demais que contenha suprimentos de higiene respiratória e das mãos.
Fonte: Contribuição Dr. Luiz Eloy. Acesse o material completo: https://bit.ly/2xFwRVP
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Várias são as oportunidades de atuação nesse campo, uma vez que o Biólogo possui uma ampla gama de conhecimentos multidisciplinares. Dependendo de sua formação e habilitação, o preparo do profissional é inquestionável
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Ana Paula Kataoka
ças, na educação e orientação da população, instruindo-a sobre formas de transmissão, sinais e sintomas e orientando medidas para prevenção e controle. Já na área da pesquisa, o Biólogo pode contribuir para a compreensão dos mecanismos das doenças, suas causas e efeitos além de desenvolver e aperfeiçoar métodos diagnósticos e tratamentos”, resume Kataoka. “Várias são as oportunidades de atuação nesse campo, uma vez que
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o Biólogo possui uma ampla gama de conhecimentos multidisciplinares. Dependendo de sua formação e habilitação, o preparo do profissional é inquestionável”, defende a Bióloga, para quem a educação continuada deve fazer parte de currículos de graduação e pós-graduação. Luiz Eloy também aponta as diversas formas em que os Biólogos têm colaborado na área da Saúde Pública. “Os Biólogos já vêm contribuindo muito antes da emergência
do SARS-CoV-2, mediante participação nas áreas de pesquisas, ensino, assistência, assessoria, consultoria, direção e gerenciamento, especificamente nas grandes áreas da Saúde e da Biotecnologia e Produção”, enfatiza Eloy. “Destaco ainda a atuação de diversos Biólogos que participaram na identificação genômica do SARS-CoV-2”, reforça o Biólogo, referindo-se à identificação da estrutura do vírus e de suas variações genéticas,
trabalho primordial para o estabelecimento de medidas profiláticas, de tratamento e de políticas públicas de saúde para enfrentamento da pandemia. Considerando, ainda, que a testagem em massa é uma das principais diretrizes da OMS para o controle da pandemia, outra contribuição em destaque realizada pelos Biólogos é o trabalho nas análises clínicas, notadamente a realização de diagnósticos laboratoriais da COVID-19, cuja demanda vem aumentando nos últimos meses. O Instituto Adolfo Lutz divulgou em nota que, em meados de março, a entrada de amostras era de em torno de 400 ao dia, mas que, entre os dias 19 e 29 de março, sofreu um aumento de escala geométrica, chegando a um pico diário de quase 2.500 amostras por dia. Diante desse aumento na demanda de testes, o Instituto Butantan montou um laboratório de diagnósticos para atender as demandas de São Paulo e iniciou seu trabalho com capacidade de 1000 testes por dia, tendo, atualmente, capacidade para um número até cinco vezes maior, conforme explica a Bióloga Maria Carolina Elias-Sabbaga, uma das coordenadoras do laboratório de diagnóstico para COVID-19 do Butantan e pós doutora em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federal de São Paulo. “Tivemos uma alta demanda enquanto os testes estavam represados. Zerada a fila, o número de testes por dia diminuiu e agora voltou a subir, porque foi adotada uma política de ampliação da testagem. Estamos aguardando um aumento de demanda nos próximos meses e estamos prontos para atendê-la”, declarou a coordenadora, que também destacou a contribuição dos Biólogos na equipe do Instituto. “Há Biólogos na
linha de frente, trabalhando nos testes, emitindo os laudos e, também, na coordenação do Laboratório”, afirmou a Bióloga. Linha de frente O papel dos Biólogos no enfrentamento à pandemia cresceu ainda mais após a implementação do programa “O Brasil conta comigo”, do Ministério da Saúde, que contemplou esses profissionais para a participação de uma capacitação virtual para aprendizado de protocolo de manejo clínico do coronavírus (COVID-19). Até o momento, foram mais de 20 mil Biólogos cadastrados para a realização do curso virtual, dentre os quais mais de 10 mil se colocaram à disposição para atuar na hipótese de chamamento por parte do Ministério. ¤
Informações e reconhecimento Como forma de reconhecer e exaltar o papel dos Biólogos no enfrentamento à pandemia, o Sistema CFBio/CRBios lançou uma iniciativa de comunicação integrada, reunindo esforços de todos os Regionais para realização de divulgações semanais de entrevistas, vídeos e reportagens sobre Biólogos e Biólogas que têm atuado na batalha contra o coronavírus. Os conteúdos serão assinados pelo Sistema CFBio/CRBios e publicados semanalmente, sempre às quartas-feiras, tanto no website do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Biologia quanto nas redes sociais digitais de todo o Sistema. Foi lançado, ainda, um hotsite para concentrar todas as notícias relacionadas ao tema, visando a conscientizar e mobilizar a sociedade ao oferecer informações seguras a respeito de métodos para diagnóstico, prevenção e tratamento relacionados ao novo coronavírus. Acesse já! cfbio.gov.br/coronavirus
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GRANDES BIÓLOGOS BRASILEIROS
Divulgação/USP/CECILIA BASTOS
Mayana Zatz Pioneira em estudos de grande relevância na área da Saúde e da Genética, a Bióloga é personalidade da Ciência brasileira e é reconhecida internacionalmente
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os últimos anos, algumas ações têm sido feitas para dar visibilidade a mulheres cientistas - e, no longo prazo, tentar fortalecer a luta pela visibilidade feminina na Ciência. Uma importante iniciativa nesse sentido é o Prêmio Para Mulheres na Ciência, realizado pela Unesco, que desde 1998 distribui bolsas de 100 mil dólares para jovens pesquisadoras. A primeira brasileira que recebeu o prêmio serve de inspiração para muitas cientistas: a Bióloga e geneticista Mayana Zatz, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), laureada em 2001. “Foi um marco importante em minha vida. E me deu a oportunidade de ter mais exposição na mídia
e de falar sobre ciência”, afirmou a pesquisadora em entrevista concedida ao UOL. Além da importante honraria internacional feminina, Zatz tem sido constantemente reconhecida em diversas condecorações, tendo sido vencedora do Prêmio The World Academy of Science (TWAS) em Pesquisa Médica (2004) e, também, receptora da Ordem Nacional de Grã-Cruz de Mérito Científico (2000) do Governo Federal, além da Grã-Cruz da Ordem do Ipiranga (2006), do Governo de São Paulo, a maior honraria da unidade federativa. Doutora em Genética pela Universidade de São Paulo (USP) e com pós-doutorado em Genética Humana pela Universidade da Califórnia, a Bióloga também possui grande
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Mas sequenciar é apenas o primeiro passo. O difícil é analisar os dados. Isso requer a participação de Biólogos e bioinformatas altamente capacitados que conversem entre si e permitam associar os dados biológicos aos dados genômicos
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aproximação com a classe estudantil e de profissionais Biólogos, por estar sempre presente nas redes sociais e contribuir quinzenalmente na coluna “Decodificando o DNA” da Rádio USP. Um dos mais recentes destaques de Zatz na mídia nacional teve relação com a pesquisa liderada por ela para o desenvolvimento de medicamento ou tratamento para câncer do Sistema Nervoso Central a partir da manipulação do vírus da zika, causador da microcefalia em bebês. Considerando que o processo de multiplicação celular dos fetos é semelhante ao do crescimento de tumores, a Bióloga e sua equipe têm realizado, em laboratório no Centro de Pesquisas em Genoma e Células-tronco do Instituto de Biociências da USP, diversos experimentos nos quais o vírus da zika foi injetado em camundongos com tumores cere-
brais. Os resultados indicaram que, em um terço dos animais testados, a doença desapareceu completamente, inclusive as metástases. Nos outros dois terços, foi verificada uma redução significativa do tumor. “Quando conseguirmos desenvolver
a pesquisa ao ponto de aplicá-la em pacientes humanos, o céu é o limite”, comemorou a Bióloga em vídeo para prospecção de crowdfunding para o estudo. Já este ano, a Bióloga foi exaltada por coordenar um estudo genômico que resultou na maior amostra de sequenciamento genético de idosos da América Latina. O resultado foi possível graças a uma parceria entre o projeto “80+” - liderado por Zatz e que começou em 2008, com o objetivo de estudar o DNA de idosos saudáveis com mais de 80 anos – e um projeto da Faculdade de Saúde Pública da USP que estuda dados demográficos de pessoas com mais de 60 anos. “Fizemos a parceria para iniciar o estudo genômico também desses idosos maiores de 60, incluindo-os em nossa amostra. Assim, conseguimos fazer o sequenciamento genômico de mais de 1.100 pessoas”, explicou a Bióloga em sua coluna radiofônica. “Mas sequenciar é apenas o primeiro passo. O difícil é analisar os dados. Isso requer a participação de Biólogos e bioinformatas altamente capacitados que conversem entre si e permitam associar os dados biológicos aos dados genômicos”, destacou Zatz, informando que o projeto já resultou na identificação de mais de 6 bilhões de variantes que não haviam ainda sido descritas no Brasil. ¤
Siga o crbio-01 no twitter: @crbio01 Jan/Fev/Mar 2020
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Especial
Sementes e Mudas: pela garantia da atuação profissional A vitória de um Biólogo e a abertura de uma consulta pública pode abrir portas no segmento das sementes e mudas para todos os Biólogos brasileiros
Semente de Macaúba
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á registros de mais de 9.000 anos sobre a Macaúba (Acrocomia aculeata) sendo aplicada em uma infinidade de usos para a humanidade. Conhecida como “árvore da vida”, a planta está presente desde o México até o norte da Argentina, naturalmente disseminada por vastas extensões territoriais e já popularmente conhecida. Mas, ainda assim, ela pode ser vista como a planta do futuro. Isso porque, embora tão cheia de potencialidades (vide quadro ao lado), a Macaúba ainda não é comercialmente explorada em larga escala. É o que conta o Biólogo Luiz Henrique Chorfi Berton. Desde 2002, ainda na iniciação científica, então estudante de graduação em Ciências Biológicas, o Biólogo tem estudado plantas e, a partir de 2009, em seu Doutorado, deu início aos estudos com a macaúba, espécie que também foi objeto de seu pós-doutorado, finalizado em 2018. Ele explica que a semente dessa palmeira apresenta uma dormência mecânica e fisiológica, típica da vegetação de Cerrado, para o enfrentamento de queimadas, e que, por isso, somente 1% das sementes da espécie germinam naturalmente. “Para a sobrevivência da espécie, esse percentual é suficiente. Mas para atender o mercado, seja para o reflorestamento de áreas degradadas ou para plantios comerciais, a produção de mudas deve ter previsibilidade e ser feita em larga escala”, esclarece. Parte de seus 12 anos de pesquisa sobre a Macaúba foi dedicado ao desenvolvimento de protocolos para quebra dessa dormência natural da planta. Como resultado de seu trabalho, o Biólogo desenvolveu uma tecnologia para produção de mudas que viabiliza o desempenho percentual de 80% de germinação das sementes, partindo de uma base produtiva de 200 mil sementes por mês. Hoje, finalizado seu pós-doutorado, Berton segue pesquisando a planta, agora na condição de sócio proprietário da Startup “ACROS - Macauba Palm Sustainability” e de coordenador de um projeto da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Nessa fase atual, o Biólogo tem trabalhado para além da viabilização de produção de mudas de Macaúba em
Potencialidades da Macaúba A macaúba (Acrocomia aculeata) é uma palmeira que alcança até 25 metros de altura, com folhas de até 5 metros de comprimento. Apresenta flores e frutos em cachos que podem chegar a 60 quilos. Seu aproveitamento econômico vai do fruto até a madeira, sendo todos os seus coprodutos ricos em fibras e proteínas, mais até do que a soja.
Frutos: A polpa e a farinha retirada de seus frutos são ricas em vitamina A e betacaroteno e podem ser usadas para fazer sucos, sorvetes, bolos, pães e doces. Óleo: Já o óleo da amêndoa é usado na produção de sabão, sabonete, margarina e cosméticos. Planta de maior produção de óleo por metro quadrado no reino vegetal, a Macaúba pode ter seu óleo utilizado como biocombustível, inclusive para bioquerosene para aviação, em substituição ao querosene utilizado atualmente, muito poluente. Folhas: Servem para a confecção de redes e linhas de pescaria. Madeira: pode ser aproveitada para construção de casas e outras construções no campo. “O fator ambiental dessa planta é muito forte. A produção da Macaúba pode ser considerada uma economia circular. É uma espécie nativa, com potencial para recuperar áreas de preservação, pois tem alta associação com a fauna e recupera o equilíbrio ambiental, mas, além disso, gera diversos produtos. Eles podem ser explorados na propriedade produtiva e na comercialização. Assim, a Macaúba atende ao tripé da sustentabilidade: econômico, social e ambiental”, explica o Biólogo Luiz Berton. Fonte: www.cerratinga.org.br/macauba/
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Especial
Passo a passo RENASEM/MAPA Para obter a resposta positiva do MAPA para figurar como responsável técnico de sua startup, o Biólogo Luiz Henrique Berton percorreu os seguintes passos: 1. Contato com o MAPA: o Biólogo foi orientado pelo Ministério a solicitar ao CRBio-01 uma ART que o indicasse como responsável técnico pelas atividades de seleção de matrizes, coleta e beneficiamento de sementes e produção de mudas e plantio de espécies florestais nativas; 2. Contato com o CRBio-01: com registro ativo no CRBio-01, o Biólogo conseguiu emitir a ART com apoio do Conselho, que o orientou em relação à legislação referente ao assunto; 3. Envio de documentação: com a ART em mãos, o Biólogo reuniu documentos sobre sua formação técnicocientífica, enviando tudo para a Superintendência Federal de Agricultura do seu Estado; 4. Aguardo da resposta: meses depois do envio da ART e da sua documentação, o Biólogo recebeu um parecer positivo por parte da Comissão Nacional de Sementes e Mudas e da Superintendência Federal de São Paulo, partes integrantes do MAPA, para figurar como responsável técnico da sua empresa (credenciamento nº SP-03743/2019-RTBio). Com isso, ele pôde iniciar o pedido de credenciamento (RENASEM) de seu laboratório e viveiros junto ao MAPA, para produção de sementes e mudas de espécies florestais nativas.
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que a lei contempla, explicitamente, somente os engenheiros agrônomos e florestais. RENASEM Previsto na Lei nº 10.711/2003, o Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM) é o sistema por meio do qual o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) inscreve, credencia e habilita agentes para exercer atividades relacionadas à produção e comércio de sementes e mudas. Assim, para atuar comercialmente no segmento, é necessário possuir cadastro no RENASEM. Nesse contexto, vendo-se impedido, a princípio, de explorar em comércio as sementes e mudas da planta que estudou por mais de uma década, Berton contactou o MAPA em março de 2019 em busca de esclarecimentos. Foi, então, orientado a procurar o seu conselho de classe, o Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), para elaboração de uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) que declarasse sua responsabilidade técnica pela atividade, sendo informado que isso seria o primeiro passo para que o RENASEM aceitasse o pedido de credenciamento de seu laboratório e viveiros junto ao MAPA, para produção de sementes e mudas de espécies florestais nativas. Procurando o CRBio-01, o Biólogo obteve o apoio que precisava, o que possibilitou a elaboração detalhada da ART, com sua identificação profissional, seu currículo técnico-científico e com a descrição das atividades pretendidas por sua startup. Com esse procedimento (vide quadro ao lado), Berton alcançou
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Berton, L.H.C.
caúba e à produção de suas sementes e mudas, Berton viu-se impedido de explorar comercialmente a planta. Tal impedimento se deu em razão da exclusão do profissional Biólogo no texto da lei que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas (Lei nº 10.711/2003), uma vez
Acredito que isso abriu portas para outros Biólogos, por mostrar que é possível conseguirmos atuar nesse segmento
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larga escala, investigando, também, formas para sua domesticação e seu melhoramento genético, bem como pesquisando sobre a produção e a caracterização de óleos, farinhas e demais co-produtos da planta. Apesar de seu evidente preparo técnico e teórico em relação à Ma-
uma grande conquista: foi o primeiro Biólogo do Brasil a receber uma resposta positiva do MAPA para figurar como responsável técnico nesse contexto. E, desde o início de sua busca pela inscrição no RENASEM, muitos Biólogos têm tentado realizar o registro, o que demonstra a relevância da contribuição de Berton para a categoria. “Acredito que isso abriu portas para outros Biólogos, por mostrar que é possível conseguirmos atuar nesse segmento. Com certeza toda minha experiência no ramo valeu e contou pontos para isso”, apontou Berton. “Temos que dar valor a toda a nossa formação. Iniciação científica não serve só para cumprir carga horária na universidade. Pode definir o rumo de sua vida profissional, como aconteceu comigo”, declarou o Biólogo. Olho: Embora a atuação de Biólogos na produção de Sementes e Mudas seja objeto da Resolução CFBio nº 480, a Lei nº 10.711/2003 não reconhece o Biólogo como profissional apto a ser responsável técnico no segmento. Tal desfalque legal há de ser corrigido pelo PL nº 3.423/2012. Oportunidade Apesar de o parecer positivo do Ministério ter sido recebido ainda no final de 2019, até o fechamento desta edição, o procedimento de inscri-
O Biólogo Luiz Henrique Berton analisa as mudas de Macaúba
ção do laboratório e dos viveiros de Berton no RENASEM ainda não havia sido homologado. O Biólogo segue em comunicação com o Ministério e está reunindo os últimos documentos necessários para finalizar o procedimento. Exemplo de capacitação e persistência, Berton é uma demonstração clara de que o atual Sistema Nacional de Sementes e Mudas, regido pela Lei nº 10.711 de 2003 merece reformulações que permitam a regular e inquestionável atuação dos Biólogos no segmento. Para os profissionais contemplados pelo sistema, o procedimento é bem mais simples e pode, inclusive, ser feito online.
Caminhando no sentido dessa reformulação, tramita na Câmara dos Deputados, desde 2012, o Projeto de Lei nº 3.423/2012, que dispõe sobre a regularização da atuação de Biólogos na produção, beneficiamento, reembalagem e análise de sementes e mudas em todas as suas fases. Porém, há quase oito anos em tramitação, o PL ainda não foi aprovado. Em fevereiro deste ano, surgiu uma oportunidade de reacendimento do debate e de fortalecimento da luta pela aprovação do referido PL: o MAPA submeteu a Consulta Pública a minuta do novo Decreto que regulamentará a lei que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas (Lei nº 10.711/2003). Jan/Fev/Mar 2020
O Biólogo
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Patricia Viana
Especial
Com o objetivo de fomentar a elaboração de sugestões tecnicamente fundamentadas ao novo Decreto e também de enaltecer o debate sobre o PL, o CRBio-01 promoveu a construção de um Fórum Online de Discussão sobre a temática, aberto a todos os Biólogos brasileiros durante o período da Consulta Pública. Agora, já finalizado o prazo da Consulta, a Coordenação-Geral de Sementes e Mudas, órgão do MAPA, deverá avaliar as sugestões recebidas e proceder às adequações que entender pertinentes ao novo Decreto, que deverá entrar em vigor 90 dias após sua publicação. Nesse contexto, como forma de dar prosseguimento à luta pela normatização legal da atuação de Biólogos na área de sementes e mudas, o CRBio-01 seguirá acompanhando a situação do segmento, com objetivo de munir de informações o assessor parlamentar do Conselho Federal de Biologia (CFBio), quem, por sua vez, subsidiará, no Congresso Nacional, a busca pela aprovação do Projeto de Lei nº 3.423/2012. ¤
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Projeto de Lei nº 3.423/2012: corrige lei antiga Autoriza o Biólogo a exercer a responsabilidade técnica pela produção, beneficiamento, reembalagem ou análise de sementes em todas as suas fases. Ementa: Alterar os arts. 2º e 44, da Lei nº 10.711 de 5 de agosto de 2003, Lei de Crimes Ambientais, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas. Situação (até o fechamento desta edição): Aguardando Designação de Relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Inteiro teor do PL: bit.ly/2VRq054
Opine sobre o PL no link: bit.ly/39nsTP3
Tome Nota
Nova Diretoria do
CRBio-01 é eleita e toma posse A nova gestão dará continuidade ao atual mandato até o dia 06 de maio de 2023
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m Sessão Plenária Extraordinária realizada em 14 de janeiro, foi realizada eleição para presidência e vice-presidência do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01) e foi deliberada a composição da nova Diretoria do Regional, em razão da vacância dos cargos dos membros da Diretoria Eliézer José Marques (ex-presidente do CRBio-01) e Horácio Teles (ex conselheiro-secretário do CRBio-01), que tomaram posse como conselheiros federais no Conselho Federal de Biologia (CFBio) também em janeiro. Por unanimidade, foi eleita presidente do CRBio-01 a conselheira Iracema Helena Schoenlein-Crusius
e vice-presidente o conselheiro Celso Luís Marino. Seguindo o regimento interno do Regional, a presidente eleita indicou Giuseppe Puorto como conselheiro-secretário e Maria Teresa de Paiva Azevedo como conselheira-tesoureira, compondo a nova Diretoria do CRBio-01. Nova Gestão Incumbidos da tarefa de exercer a gestão do CRBio-01 até 06 de maio de 2023, os novos membros da Diretoria dão continuidade ao atual mandato do Conselho. “Temos agora a missão de, com eficiência, manter o ritmo na gestão, cumprindo nosso plano de metas, e buscar a melhoria da comunicação
com os Biólogos, propondo melhorias para o mercado de trabalho e visando a entender todas as maneiras pelas quais o CRBio-01 pode atuar proativamente por esses profissionais”, declarou a presidente Iracema Schoenlein-Crusius. Dentre as melhorias propostas, diversas foram concretizadas já nos primeiros meses de gestão, com destaque para a criação de Grupos de Trabalho para a discussão de temas atuais e relevantes - como novos Projetos de Lei diretamente relacionados à realidade profissional dos Biólogos -, bem como a criação de novas comissões técnicas no Regional, correspondentes às grandes áreas de atuação dos Biólogos, a saber as comissões de Meio Ambiente e Biodiversidade, Saúde e Biotecnologia e Produção. Em razão da pandemia do novo coronavírus, a nova gestão do CRBio-01, em conjunto com os funcionários e colaboradores do Conselho, passou a enfrentar desafios ainda maiores, por precisar adaptar o funcionamento do Regional às recomendações legais e infralegais relacionadas ao isolamento social. Para estar em conformidade com essas orientações, o CRBio-01 tem editado portarias sucessivas que estabelecem a manutenção da suspensão do atendimento presencial ao público, com o objetivo de contribuir no refreamento do avanço da contaminação da COVID-19 nos estados pertencentes à sua jurisdição. Embora sem atendimento presencial, o CRBio-01 tem mantido o trabalho por suporte virtual, bem como um sistema de plantão, dando-se prioridade às demandas mais urgentes, sendo algumas, inclusive, ad referendum do Plenário. A presidente do CRBio-01 destaca que muitas dessas demandas decorrem de profissionais e empresas que atuam na área da saúde e necessitam dos serviços do Conselho para o pleno exercício em atividades ligadas ao enfrentamento da crise proporcionada pela COVID-19. “Estamos passando por um momento muito difícil, repleto de receios, necessidade de adaptações, urgências, exigências, buscas de informações e soluções, mas podemos dizer que estamos conseguindo superar os obstáculos, graças ao esforço, empenho, criatividade e amor ao trabalho que todos os funcionários dedicam ao CRBio-01”, declarou a presidente. ¤
Comissões Confira a nova composição de comissões regimentais, especiais e técnicas do CRBio-01, que foram reestruturadas com a nova gestão. Comissões Regimentais •
Comissão de Ética
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Comissão de Formação e Aperfeiçoamento Profissional (CFAP)
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Comissão de Tomada de Contas (CTC)
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Comissão de Legislação e Normas (CLN)
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Comissão de Controle Interno (CCI)
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Comissão de Patrimônio (CP)
Comissões Especiais •
Comissão de Orientação e Fiscalização do Exercício Profissional (COFEP)
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Comissão de Comunicação e Imprensa (CCI)
•
Comissão de Licitação (CL)
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Comissão de Planejamento
•
Comissão de Transparência
•
Comissões Técnicas
•
Meio Ambiente e Biodiversidade
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Saúde
•
Biotecnologia e Produção
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O Biólogo
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ECOS DA PLENÁRIA
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m razão da pandemia do novo coronavírus e da consequente suspensão das atividades presenciais no CRBio-01 durante esse período, a 219ª Sessão Plenária foi realizada virtualmente em maio, com o uso de uma ferramenta de videoconferência online. Inicialmente, por meio de relatório detalhado, as atividades realizadas na sede e nas delegacias do Regional ao longo do período crítico de pandemia foram devidamente apresentadas aos conselheiros pela Presidente Iracema Schoenlein-Crusius e pelos Delegados Regionais, Maria Saleti Ferreira, de Cuaiabá (MT), e José Milton Longo, de Campo Grande (MS). Após os comunicados iniciais, seguindo a ordem do dia, foram apreciadas as solicitações de inscrição, observando-se alta nos requerimentos
de registro provisórios e definitivos, que atingiram o número de 103. Além desses, também foram apreciadas as solicitações de reativação de registros, num total de 12; de transferência de registro de outros Regionais para o CRBio-01, num total de 05, e os Registros Secundários, num total de 12. O Plenário também decidiu pela prorrogação do prazo de vigência dos Grupos de Trabalho (GTs) criados no CRBio-01 em fevereiro deste ano, quais sejam o GT sobre Profissional Biólogo como Responsável Técnico em Processos de Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, do GT sobre Biólogo como Microempreendedor Individual –MEI no Sistema CFBio/ CRBios, bem como o GT sobre Supressão Vegetal e Poda de Árvores em Sistema Urbanos, para análise da legislação vigente no Município de São Paulo (SP).¤
Sistema CFBio/CRBios lança hotsite sobre COVID-19 e atuação de Biólogos
ANUNCIE NA REVISTA
O
Biólogo
Consulte tabela de preços no Portal do CRBio-01:
www.crbio01.gov.br
ATENÇÃO BIÓLOGOS! PAGAMENTOS AO CRBio-01 Todos os pagamentos a serem efetuados ao CRBio-01 (anuidades, recolhimentos, taxas de eventos e outros) devem ser pagos EXCLUSIVAMENTE por meio de BOLETO BANCÁRIO e não de depósito em conta, pois não é possível a identificação do mesmo, ficando, assim, o débito a descoberto.
Visite e curta a fan page do CRBio-01:
www.facebook.com/CRBio01
O Sistema CFBio/CRBios lançou, em maio, um hotsite com dados relacionados ao novo coronavírus e notícias sobre a atuação de Biólogos contra COVID-19 e sobre as ações dos Conselhos Federal e Regionais de Biologia durante o período da pandemia.
Leia também
A página traz também informações oficiais e pesquisas científicas relacionadas à epidemia e às políticas públicas de saúde, e dados em tempo real com o número de casos confirmados, de mortes em decorrência da COVID-19, de pacientes em tratamento e de pessoas que se recuperaram.
CFBio manifesta preocupação com a condução das políticas de saúde https://bit.ly/3cRIl7P
O objetivo é oferecer informações confiáveis, bem como um compilado das notícias veiculadas pelo CFBio e pelos CRBios sobre o assunto. O hotsite abriga ainda as matérias, entrevistas e reportagens realizadas pelo Sistema CFBio/CRBios com Biólogos e Biólogas, referentes ao enfrentamento do coronavírus. Acesse o hotsite no link: www.cfbio.gov.br/coronavirus
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O Biólogo Jan/Fev/Mar 2020
Sistema CFBio/CRBios lança ações de comunicação integrada https://bit.ly/2ZrkOXK
CFBio participa de reunião com Ministério da Saúde sobre Portaria no 639/2020 https://bit.ly/3gljiMO CFBio manifesta apoio ao diretor da OMS, que é Biólogo https://bit.ly/2z8oanL
aRQUIVO DO BIÓLOGO
A fotografia faz parte da rotina de muitos Biólogos. Esta seção da Revista publica fotos curiosas, interessantes e significativas da fauna, da flora e de paisagens captadas por Biólogos. Nesta edição, as fotos selecionadas foram as mais curtidas no Instagram do CRBio-01 (@crbio01) marcadas com a #MinhafotonoCRBio01! Participe você também!
Na praia do Paúba, em São Sebastião (SP), o Biólogo Yago Moya Katz (@yagomoya) fotografou essa espécie de anfíbio da família Hylidae: Boana albomarginata.
O Biólogo Renato Martins (@renato_nature) diz que a “belíssima de desengonçada” Seriema (Cariama cristata) pode ser observada em quase todo o Brasil e retratou, no interior de São Paulo, um indivíduo jovem da espécie predando um besouro verde.
A Bióloga Bianca Matinata (@bia.mat) encontrou essa Olho-de-pavão-diurno (Junonia evarete), borboleta neotropical da família Nymphalidae, na Caatinga!
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O Biólogo Jan/Fev/Mar 2020
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Publicação do Conselho Regional de Biologia - 1a Região (SP, MT, MS) Rua Manoel da Nóbrega, 595 - Conjunto 111 CEP 04001-083 - São Paulo - SP Tel: (11) 3884-1489 - Fax: (11) 3887-0163
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