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EDITORIAL

A Edição número cinco da Revista Aurora 463 tem um significado extremamente importante para a equipe da Gerência Geral de Preservação do Patrimônio Cultural da Fundarpe - GGPPC e Secretaria de Cultura do Estado. Ao resgatar e registrar as memórias da 12ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, realizada em 2019, quando abordamos o tema: Territórios Educativos e Culturais: Diálogos Possíveis, abrimos promissores espaços de convivências e discussões, com a proposta de estabelecer um amplo e qualificado debate sobre as relações entre os territórios educativos e culturais e suas potencialidades para o Patrimônio Cultural. A temática agrupa significativa importância para o estabelecimento, continuidade e comprometimento do diálogo entre os campos do Patrimônio Cultural e da Educação. Esta edição da revista faz um resgate histórico de discursos e provocações logo na abertura do evento, quando o conferencista, Prof. Dr. e membro da Academia Brasileira de Letras Joaquim de Arruda Falcão, no auditório É do Povo, do Museu Cais do Sertão, fez uma proposta aos presentes: registrar como patrimônio cultural imaterial dois livros, “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, e “Morte e Vida

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Severina”, de João Cabral de Melo Neto. Aqui trazemos o relato da riquíssima instigação feita pelo orador, momentos que ainda estão muito vivos na memória afetiva e visual de todos, ao testemunharmos, também, pela primeira vez, nesses mais de dez anos do evento, a belíssima apresentação da irmandade Confraria do Rosário, do município de Floresta, Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2007. Outro momento também marcante na trajetória da Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, realizada em 2019 e relatada aqui pelos pesquisadores Juliana da Mata Cunha - Iphan e Elinildo Marinho de Lima - Fundarpe, foi a realização do I Seminário de Patrimonialização e Musealização de Bens Culturais dos povos

e comunidades tradicionais de Matriz Africana em Recife/PE. Migramos das salas

tradicionais de eventos deste tipo para “novos territórios culturais”, como o Sítio de Pai Adão - Terreiro de Ilê Obá Ogunté, no Bairro de Água Fria, no Recife. Na seção, Giro no Patrimônio, a diversidade da Revista Aurora 463 ganha novas cores por meio de atividades distribuídas nos eixos de ação: Brincar com o Patrimônio, Experimentar o Patrimônio, Interpretar o Patrimônio e Pensar o Patrimônio. Um panorama imagético que revela a criatividade e a oferta de ações propostas por 29 municípios do Estado. Além do Recife, a programação da 12ª

Edição contou com atividades em Abreu e Lima, Afogados da Ingazeira, Águas Belas, Água Preta, Araripina, Arcoverde, Bezerros, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Caruaru, Catende, Escada, Fernando de Noronha, Garanhuns, Gravatá, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Limoeiro, Nazaré da Mata, Olinda, Palmares, Paudalho, Paulista, Petrolina, Salgueiro, Santa Maria da Boa Vista e Toritama. No índice Relato, destacamos a abordagem sobre a temática dos territórios educativos e culturais feitos pelo professor de História da Escola de Referência em Ensino Médio José Vilela, Anselmo Cabral da Silva, intitulado - Projeto em busca do patrimônio: Estudantes do ensino médio pesquisando Conhecendo, experimentando e valorizando o Patrimônio Imaterial de PE. Entre os artigos acadêmicos que ilustram esta quinta edição estão: Repatriação digital do acervo Afro pernambucano, cujo objetivo foi identificar e digitalizar todos os objetos dos terreiros do Recife, salvaguardados pela Missão Folclórica Mário de Andrade, inclusive em 3D (objetos tridimensionais) e atualizar sua documentação museológica. Projeto de pesquisa que contou com recursos da Lei de Incentivo à Cultura do Estado de Pernambuco - Funcultura; Notas sobre patrimônio, derrubada das estátuas e vida precarizadas, temática bastante pertinente no contexto atual contemporâneo, escrito pelo professor do Departamento de Antropologia e Museologia (DAM) da Universidade Federal de Pernambuco, Hugo Menezes Neto, e o artigo, “São gestos que educam mais que cartilhas”: experiências em práticas educativas e salvaguarda do patrimônio no Centro de Capoeira São Salomão, produzido pela Mestra de Capoeira e Professora Adjunta da ESEF/UPE, Izabel Cristina de Araújo Cordeiro e pelo Mestre de Capoeira, também do Centro São Salomão, Ricardo Dias de Sousa Pires. A 5ª Edição da Revista Aurora 463, publicada no dia 21 de agosto de 2020, durante a 13ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, é a afirmação de mais um compromisso da equipe de profissionais da Gerência Geral de Preservação do Patrimônio Cultural - GGPPC/Fundarpe, com as memórias e as histórias de todas as pessoas envolvidas e comprometidas em compreender, difundir, valorizar, reconhecer, preservar e salvaguardar o Patrimônio Cultural dos 185 municípios pernambucanos. Boa leitura!

Renata Echeverria Martins

Jornalista

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