3 minute read
APRESENTAÇÃO
by Cultura.PE
A Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco transformou-se, com o passar dos anos, num dos principais eventos do calendário estadual quando o assunto é o debate sobre a preservação dos nossos bens materiais e imateriais. Neste sentido, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), promovem, há mais de uma década, uma rede de conexão em parceria com os diversos órgãos, entidades e atores envolvidos na salvaguarda dos patrimônios do Estado. Em 2019, na sua 12ª edição, a Semana do Patrimônio Cultural abriu um amplo e qualificado debate sobre os desafios das relações entre os territórios da Educação e da Cultura, bem como suas potencialidades para a valorização dos bens culturais, por meio de ações distribuídas em quatro eixos: Brincar com o Patrimônio, Experimentar o Patrimônio, Interpretar o Patrimônio e Pensar o Patrimônio. Um dos destaques foi a mesa redonda Territórios Educativos e Culturais: Diálogos Possíveis, realizada no Centro Comunitário da Paz (Compaz) Ariano Suassuna, no Recife, com a presença de vários fazedores de cultura e uma belíssima apresentação do Mestre Zé de Bibi, do Cavalo Marinho Boi Tira Teima, que recebeu, em 2018, o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Outro momento importante foi o 5º Seminário Gênero e Patrimônio Cultural, promovido pela Secretaria da Mulher de Pernambuco, em parceria com a Secult-PE e Fundarpe, propondo uma reflexão sobre a questão de gênero no campo da Cultura por meio da participação de representantes de manifestações ligadas ao Frevo, Maracatu Nação, Literatura de Cordel, Quadrilhas Juninas e às Religiões Afro-indígenas Brasileiras. Numa parceria com a Secretaria Estadual de Educação (SEE), realizamos o IV Seminário de Educação Patrimonial, com uma palestra do professor Dr. Hugo Menezes Neto (UFPE) na presença de dezenas professores da rede pública. Este Seminário é a culminância de todo um trabalho que a Unidade de Educação Patrimonial da Fundarpe desenvolve ao longo do ano, e teve a proposta de levantar questões sobre como abordar a educação patrimonial em sala de aula.
Advertisement
A entrega dos seis novos títulos de Patrimônio Vivo e o anúncio dos
vencedores do Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho,
que já fazem parte da programação da Semana do Patrimônio Cultural, compõem outro marco que se tornou possível graças a uma política pública implementada há vários anos em Pernambuco. Vale destacar que somos o primeiro estado brasileiro a estabelecer uma política como essa e o que mais investe nos seus patrimônios registrados. Depois de uma intensa maratona de atividades, a Semana chegou ao fim com a realização do 1º Seminário A Patrimonialização e Musealização de Bens Culturais de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, no Sítio Pai Adão, no Recife. Este encontro evidenciou temas como o tombamento de terreiros, a musealização e a repatriação de bens culturais afro-religiosos. É importante pontuar também o reconhecimento da Casa Xambá como Patrimônio Vivo de Pernambuco, em 2018, e o tombamento estadual, desde 1985, do Sítio de Pai Adão - tombado nacionalmente pelo Iphan, também em 2018. Como resultado da temática escolhida, agrupamos uma significativa base de ideias para o estabelecimento, continuidade e comprometimento do diálogo entre os campos do Patrimônio Cultural e da Educação. Esta edição traz um panorama sobre os encontros que aconteceram durante a 12ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, servindo de fonte para que os territórios educativos e culturais sigam despertando afetos, valorizando e preservando os bens culturais que são legados da sociedade.
Gilberto de Mello Freyre Neto
Secretário de Cultura de Pernambuco
Marcelo Canuto Mendes
Diretor Presidente da Fundarpe