Revista Atualidade Cosmética 150

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Ano: 23/2016 • R$ 40,00

#150

CATEgorIAs Segmentação, movimentações e novidades agitam os segmentos de Sabonetes, Esmaltes e Cabelos

varejo de beleza Redes de perfumarias ganham musculatura e avançam na consolidação do canal especializado

ESPECIAL Casas de fragrâncias na incessante busca por exclusividade e diferenciação



#150

18.

PRÊMIO ATUALIDADE COSMÉTICA

68.

Ingressos seguem à venda para a 24ª edição do Oscar da Beleza na América Latina, que proporciona diferentes oportunidades de negócio.

Symrise apresenta o Beauty Plus, uma plataforma de colaboração entre as áreas de ingredientes cosméticos e fragrâncias.

20.

CATEGORIA SABONETES

70.

Com nova posição nas gôndolas e prateleiras do varejo, a segmentação deverá impulsionar a categoria até 2019.

Terceira edição da in-cosmetics Latin America desembarca em São Paulo com novidades em sua programação e nas mãos dos expositores.

24.

CATEGORIA CABELOS

72.

Produtos No Poo e Low Poo conquistam consumidoras e espaço no mercado, provando que vieram para ficar.

Funções como gerar identidade e decidir a compra, comprovam a importância da fragrância para as mais diversas categorias cosméticas.

28.

CATEGORIA ESMALTES

78.

As movimentações e as oportunidades para se desenvolver ainda mais mostram o por que este é um mercado único no País.

As moléculas olfativas são um trunfo para as casas na busca incessante por exclusividade e diferenciação dentro da Perfumaria.

36.

eVENTO BEAUTY FAIR

84.

Com diversos congressos, workshops e lançamentos de produtos, está chegando mais uma edição da principal feira de beleza das Américas.

Para prosperar no negócio de fragrâncias, que vive grandes transformações, Symrise aposta em transparência, rastreabilidade e sustentabilidade.

42.

86.

Redes de perfumaria começam a se desgarrar do restante do canal e, apesar da concentração, esse movimento é fundamental para o desenvolvimento futuro do canal.

Em duas edições em Belo Horizonte, WAC aborda inovação, diferenciação, marketing e consumo dentro da categoria.

ESPECIAL VAREJO DE BELEZA

62.

negócios ESTRATÉGIA

Yenzah revela sua fórmula de sucesso, que está fazendo a companhia carioca crescer 78% neste ano.

64.

MERCADO COMPORTAMENTO

Com um investimento em parceria com instituições científicas e de ensino, Natura leva o bem-estar e as relações humanas a um novo patamar.

MERCADO INOVAÇÃO

INOVAÇÃO IN-COSMETICS

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EDITORIAL

São tendências e oportunidades

A

busca por sofisticação e por produtos cada vez mais específicos, que atendam às especificidades de cada público, são os pontos principais que o consumidor está procurando em um produto cosmético atualmente. A sensação de estar adquirindo um item que parece ter sido criado especificamente para si próprio ou só pelo fato de saber que existe no mercado algo que atenda exatamente à sua demanda, tem tido um peso extremamente relevante para o consumidor na atualidade. E os exemplos são diversos. Fizemos uma leitura sobre o que está se passando com o mercado de beleza masculino. Mesmo que muitos considerem tardiamente, os homens vêm dando sinais de que querem consumir cosméticos mais específicos. Foi se o tempo em que apenas itens de higiene pessoal faziam parte do rotina de beleza deles. Hoje, estão querendo mais, mesmo que ainda estejam tímidos para dizer isso ao mercado. Mas há fortes indícios de que estão buscando mais benefícios nos produtos, como uma melhor hidratação da pele do rosto após o barbear, ou ainda, um melhor cuidado com os seus cabelos. Afinal, a vaidade também tem seu valor entre os homens. Algumas companhias da indústria já têm feito uma leitura mais profunda deste cenário e, como consequência, o mercado já dispõe de itens cativos para eles, que oferecem cuidados que até pouco anos atrás eram muito difíceis de serem encontrados. Neste caso do mercado masculino, a indústria realizou uma leitura sobre uma demanda em potencial, que também pode ser considerada como uma tendência. Por mais que o momento do mercado como um todo não seja dos mais promissores, há sempre alguma tendência pai-

fundador: José Luiz de Paula Jr. Publisher: Aûani Cusma de Paula

rando em algum lugar e que pode arrebatar o mercado de beleza de alguma forma e a qualquer momento. Reside aí, quase sempre, uma oportunidade a ser aproveitada. Fabricantes de matérias-primas são belas fontes de tendências, já que também são grandes “leitores” de cenários, para oferecerem ingredientes que condizem com alguma situação vigente no mercado. Vêm de fabricantes de ativos formulações que visam proporcionar uma barreira entre a pele e os poluentes ambientais, trazendo outros benefícios também. Todas esses atributos vêm sustentados pelo claim de que a poluição pode causar uma série de malefícios ao maior órgão do corpo humano. Trata-se de uma tendência que pode representar uma oportunidade para as empresas da indústria. Essas companhias já têm em vista o que a poluição pode causar na pele, mas, as que têm produtos nessa linha ainda se limitam apenas a uma ação antioxidante. Porém, sem dúvida, é um apelo que tem tudo para crescer no mercado cosmético. Outra tendência que pode tornar-se oportunidade dentro do mercado é a utilização de ingredientes que são originados da extração de algas vindas do fundo do mar. Esses ingredientes conhecidos como “azuis” já são explorados por companhias do setor e diversos benefícios já foram descobertos. Os produtos que existem no mercado estão praticamente explorando apenas o fator “eficácia”, ou seja, há um trajeto de oportunidade quanto à exploração do claim sobre a origem do ingrediente que pode ser melhor trabalhado. Enfim, tudo não passa de tendências, mas que podem ser vistas como oportunidades também. Boa leitura!

editor-assistente: RAFAEL mendonça (RAFAEL@cusmaneditora.com.br)

executiva de vendas: Wanessa de Souza (wanessa@cusmaneditora.com.br)

DESIGNER GRÁFICO: EBER F. ALMEIDA (EBER@cusmaneditora.com.br)

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Gerente de marca: Jenifer vieira (jenifervieira@cusmaneditora.com.br)

Para notícias diárias, acesse: www.COSMETICANEWS.com.br

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Administração e Redação Rua Dom Duarte Leopoldo, 678 Cambuci CEP 01542-000 SP – Brasil Para anunciar, ligue: (11) 3392-2584

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# 115 | SET-OUT 2010


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painel REPAGINAÇÃO COMPLEMENTAR

V

arejista especializado mais tradicional do País, a Ikesaki decidiu investir na repaginação de seu e-commerce. Com oito lojas no varejo físico na Grande São Paulo, a grande novidade da rede nesta etapa – além da renovação do canal eletrônico – é o lançamento do “Beauty Express”, uma modalidade de entrega em até um dia útil nesta região onde está presente. Este tipo de entrega é válido apenas para o e-commerce por enquanto, com o intuito de beneficiar os profissionais, que são fundamentais para o negócio da Ikesaki como um todo. “Como as entregas eram normalmente em quatro ou cinco dias, o profissional precisava do produto. Assim, a cliente chegaria no salão e não teria o produto. Agora, sentimos que há uma frequentação um pouco maior de profissionais comprando para os seus salões, porque a entrega é mais rápida”, comemora Edilaine Godoi, gerente de e-commerce Ikesaki. Os profissionais também têm novidades em suas áreas específicas dentro do site. A área “Top Profissional” ganhou duas novas interações: Hairstyle do dia, com conteúdo para os profissionais de beleza a partir de dicas de tratamentos, técnicas e cuidados com os fios de suas clientes, e Dica Super Fashion, seguindo a mesma linha da editoria Dica Super Fashion, do site aberto, essa trará conteúdo focado nos profissionais. Já na “Top Salon Store”, Edilaine conta que agora há uma profissional somente para cuidar desta área. Segundo ela ainda, essas ações e a entrega “Beauty Express” fizeram aumentar a base de profissionais que compram na rede. “Além disso, aumentei em 30% o meu atendimento de pessoas ligando para entender duas coisas: o frete grátis, que estamos

negociando diretamente com algumas indústrias, e que não trabalhávamos antes e a parte da entrega rápida”, diz. O www.ikesaki.com.br está completamente repaginado, conta com design moderno e traz entre as novidades maior facilidade de navegação – totalmente adaptada para acesso por dispositivos móveis. A plataforma oferece ainda curadoria dos produtos oferecidos, destacando características com descritivo e benefícios, fazendo também um link com tendências da moda. A ideia é trazer todo o universo de conteúdo técnico que há nas lojas físicas e todo o material que há nas revistas da rede, para dentro do e-commerce. Sendo assim, neste momento, o trabalho junto aos fornecedores é fundamental, para que eles ajudem a construir um novo e-commerce no sentido de conteúdo. “Se um consumidor acessar e não encontrar todas as informações necessárias, ele abandona. Então, queremos trazer o site da indústria para dentro de nosso site. Ter conteúdo relevante sobre cada produto para que o consumidor não saia”, revela Edilaine. Dentro deste objetivo, a Ikesaki

procurou cadastrar alguns packs virtuais, que não existem no mundo físico e só são encontrados no site. “No online, posso brincar com algumas coisas diferentes. Fizemos três pré-lançamentos dentro do site. Agora estamos mais voltados para tecnologia e relacionamento com os nossos principais clientes”, informa. A gerente ressalta ainda seu papel de cuidar deste relacionamento com os fornecedores da rede. Ela afirma ter um relacionamento muito forte com o time comercial. “As multinacionais têm responsáveis por e-commerce que cuidam de tudo, como posicionamento do produto dentro do site, do que deve aparecer ou não, cadastro, etc. Já as menores não. Então meu trabalho hoje é orientar como deve ser feito aí o melhor cadastro no site, como se posicionar, como ter banner, ou seja, fazer várias ativações que não são comuns para ela. Este é o nosso trabalho de educação aqui com as menores marcas, ou seja, desenvolver este canal para que eles entendam que a internet é relevante”, completa Edilaine, que acredita os resultados mais relevantes dessas novas ações no e-commerce devem começar a aparecer no término de agosto.

EDILAINE GODOI: momento atual é de integrar ainda mais os fornecedores, para aumentar o conteúdo do site.

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painel

COM A PEGADA DE SALÃO

U

ma das marcas mais conhecidas, mundialmente vendida no varejo e que possui características profissionais, a Nexxus já se encontra no mercado brasileiro. Sob o guarda-chuva da Unilever, a marca permitiu o ingresso da gigante anglo-holandesa no segmento premium da categoria de haircare no País. Enxergando oportunidades de crescimento em penetração, volume e valor, a Nexxus conta com produtos voltados para o consumidor final e que focam em reequilibrar o cabelo, buscando entregar

um movimento impecável. Em maio, desembarcaram por aqui duas linhas: Emergencée e Oil Infinite. Em setembro, mais duas chegarão. As vendas foram iniciadas em PDVs do estado de São Paulo – Drogaria Iguatemi, Droga Raia e algumas lojas do Pão de Açúcar – e pelo e-commerce Netfarma, com entrega em todo o território nacional. Ainda neste semestre, a marca confirmou que abrirá vendas em lojas de outros estados. Para definir quais produtos dentro do portfólio seriam trazidos ao Brasil nesse passo inicial, a marca confiou

na análise de que as mulheres brasileiras são as que mais modificam seu tipo de cabelo com recursos químicos e mecânicos, comparadas com o resto do mundo. “São consumidoras que entendem sobre produtos para os fios e dedicam tempo para cuidar deles. Enxergando o potencial desse mercado, concentramos nossos esforços na vinda de quatro regimes de tratamento nesse primeiro momento, compostas por shampoo, condicionador, máscara de tratamento e leave-in”, explica Nathalie Honda, gerente de Marketing Nexxus.

TRABALHO PELA FRENTE Com produtos numa faixa de preço entre R$ 55 e R$ 130, a Nexxus tem desenvolvido todo um trabalho para transmitir aos consumidores o valor desses itens. Nos PDVs, a marca ambientou os locais com displays que possuem monitores com conteúdo que explicam o diferencial dos produtos e informações sobre o passo a passo para o uso das linhas. Durante os primeiros meses, promotoras também tiraram dúvidas e explicavam sobre os produtos nas lojas. Nathalie pontua que não existe hoje no mercado produtos como os de Nexxus, que combinam níveis concentrados de proteína com ingredientes preciosos, criando fórmulas que restauram profundamente e reequilibram os fios, entregando um movimento impecá-

ERRATA

vel. “A marca possui um posicionamento como linhas de tratamento e não apenas de wash&care”, resume. Ela conta ainda que, para falar com os consumidores, a marca tem foco na educação sobre a importância da proteína por meio de ações que explicam o diferencial desse ingrediente. A gerente de Marketing reforça ainda que Nexxus é uma marca que traz tratamentos feitos em salão para dentro de casa. Com isso, suas ações estão voltadas ao diálogo com o consumidor final. A divulgação e plano com influenciadores é feita pela agência Tastemakers e as ações de mídia são criadas e coordenadas pela agência J. W. Thompson. Já a distribuição dos produtos para os parceiros é feita pela própria Unilever.

NATHALIE HONDA: mulheres brasileiras são as que mais modificam seu tipo de cabelo com recursos químicos e mecânicos.

Na edição 149, na matéria Mercado - Logística: “Para correr tudo bem”, o nome correto da diretora de Supply Chain da BDF-Nivea é Camila Pacheco, e não Camila Sanches como foi publicado. Pedimos desculpas aos nossos leitores e à profissional.

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painel

MOMENTO VERDE Com uma programação que abordará os mais diversos aspectos da sustentabilidade dentro do mercado cosmético, o Sustainable Cosmetics Summit 2016 reúne a indústria em dois dias de evento

O

rganizada pela Organic Monitor, a quinta edição latino-americana do Sustainable Cosmetics Summit acontece nos dias 14 e 15 de setembro, no hotel Pullman, em São Paulo. Como pontos centrais da discussão, estarão: impactos sociais e a clientes, ingredientes verdes, e desenvolvimentos de Marketing. O encontro debaterá questões sociais e de segurança dos cosméticos no contexto da sustentabilidade. Será feita uma atualização das normas de segurança para cosméticos na Europa e nos Estados Unidos, bem como as implicações para as empresas brasileiras. Com um número crescente de países que impõem proibições sobre os métodos de experimentação animal, a Humane Society discutirá métodos alternativos. Com discussões crescentes sobre a economia circular, Guilherme Brammer, da WiseWaste, questionará o futuro dos cosméticos e dos produtos de cuidados pessoais em uma economia compartilhada. A TerraCycle dará detalhes de suas iniciativas de reciclagem, especialmente como ela está criando novos produtos a partir de resíduos de embalagens. Lena Peron, fundadora da Feito Brasil, dará alguns insights sobre como sua companhia está gerando valor social positivo com os seus cosméticos naturais. Já O Boticário discutirá as questões de sustentabilidade enfrentados pelas empresas em uma recessão econômica. Villaça Ramalho, do Conselho Empresarial Brasileiro para

o Desenvolvimento Sustentável, destacará as implicações da COP21 para a indústria de cosméticos. Amarjit Sahota, fundador e diretor da Organic Monitor, reforça que o summit dará uma atualização sobre a situação global dos métodos de experimentação em animais, bem como uma visão geral internacional da regulamentação de cosméticos, especialmente em termos de segurança. “Vamos também discutir o impacto ambiental de cosméticos e produtos de cuidados pessoais ao nível do consumidor, bem como a forma como os cosméticos podem criar valor social positivo, ou seja, fazer a diferença para as comunidades sociais”, contextualiza.

prospecções para o brasil A respeito da posição do Brasil em diferentes aspectos da sustentabilidade, Amarjit observa que o País lidera em alguns, mas fica atrás em outros. Segundo ele, uma área em que os cosméticos brasileiros são muito fortes é no abastecimento ético. “Porque a Amazônia é considerada um ‘tesouro nacional’ e, em parte por causa de regulamentações governamentais, empresas de cosméticos e ingredientes brasileiras são amplamente envolvidas em abastecimento ético de matérias-primas”, pontua. O dirigente ressalta a atuação por aqui de empresas como a Symrise e o Grupo Boticário. Para ele, quando o assunto são as formulações verdes – tema que será discutido neste summit –, as com-

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panhias nacionais ainda precisam se desenvolver. “Não são muitas as empresas brasileiras que têm sido bem sucedidas na remoção de substâncias químicas sintéticas contenciosas de suas formulações cosméticas. Vamos discutir alguns desses produtos sintéticos contenciosos no summit, bem como as suas alternativas verdes. Um exemplo são os grânulos de polietileno, que são usados como esfoliantes; eles têm um impacto negativo sobre sistemas marinhos”, considera. As embalagens verdes também são apontadas por Amarjit como uma área em que as empresas brasileiras precisam se concentrar. “Na sessão de abertura, vamos discutir o uso de materiais sustentáveis e a abordagem de eco-design para reduzir o impacto da embalagem dos produtos cosméticos”, conta. Na sessão sobre materiais verdes, a ideia é orientar as marcas de cosméticos sobre como remover ingredientes controversos de suas formulações de produtos, especialmente por causa do impacto ambiental negativo dos ingredientes. “Queremos também mostrar algumas das melhores práticas na indústria, dando exemplos de marcas e empresas de ingredientes que estão liderando em certas áreas da sustentabilidade. O objetivo final do summit é encorajar a indústria de cosméticos para pegar a ‘estrada verde’, destacando as deficiências e também para mostrar a indústria de melhores práticas”, finaliza o fundador da Organic Monitor.


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painel

Nova STARTUP

C

om foco em inovação e serviços e já trazendo na bagagem parcerias consagradas, além de várias outras representações internacionais e nacionais, a Innovasell Fine Ingredients & Actives chega ao segmento de provedores de matérias-primas cosméticas. A empresa iniciou as operações em janeiro e pertence ao grupo Innovasell Consulting, com sede em Miami, na Flórida. Selmo Araújo, químico, pós-graduado em administração e marketing e empreendedor, tinha a ideia de lançar um sistema pioneiro que mesclasse especialidades inovadoras de alta performance e assessorar o mercado nas deficiências de ingredientes clássicos. Pesquisou parceiros e modelos de negócios, e viu que teria inúmeras possibilidades de diferenciação e um terreno fértil a explorar. Usufruindo de sua experiência de mer-

C

cado, Selmo contratou em setembro Silvana Camillo Azzellini, inicialmente como consultora e hoje como gerente de Marketing Regional-LATAM. Ela está responsável pela elaboração da estratégia de marketing da Innovasell no LATAM e divulgação do portfólio em eventos, palestras técnicas, pacote de mídia, etc. Na área comercial, a equipe conta com Aline dos Santos Lima, farmacêutica com MBA em Cosmetologia, que está responsável pelo desenvolvimento de formulações (skin care, hair care, sun care e make-up) e suporte técnico. Atualmente é gerente de Contas da Innovasell, com foco no desenvolvimento do mercado de especialidades em personal care e responsável pelo atendimento de mais de 80 clientes. A empresa também conta com Maria Isabel Silva, coordenadora de Vendas, responsável pela administração e pros-

SELMO ARAÚJO: mesclar especialidades inovadoras de alta performance e assessorar o mercado nas deficiências de ingredientes clássicos são os intuitos da Innovassel.

pecção de novos negócios. Hoje, com sete meses de existência, a Innovasell Fine Ingredientes já faz apresentações regulares nos clientes, buscando mostrar a sua diversidade de ingredientes de alta performance, conceitos, apelos originais e lúdicos, formando um pacote completo que pode auxiliar as áreas de P&D e Marketing a criarem produtos e conceitos encantadores e com eficácia científica comprovada.

ALCANCEVEGANO

riada exclusivamente para celebrar uma de suas filosofias – o respeito à vida animal –, a linha Vegan representa um marco importante para a Inoar. Os produtos, bem como seu material de comunicação, têm um caráter de informar e conscientizar o consumidor. Segundo a companhia, a linha, que será apresentada na Beauty Fair, é mais hidratante em termos de performance por utilizar ativos de origem vegetal, não contém petrolato e sulfato, podendo até ser enquadrado no conceito Low Poo. A respeito do público que pretende alcançar, a Inoar acredita que os orgânicos e naturais representam um nicho crescente. Já os veganos podem ser considerados um “nicho do nicho”. Entretanto, o consumidor foco da linha Vegan são os millenials, por se tratarem de jovens que hoje se interessam em saber de toda a cadeia de produção do produto. “Não é uma questão só de sou vegetariano, sou orgânico, eles querem saber realmente se algum animal sofreu, se foi feito algum

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teste em animal, porque os millenials querem saber, não é só uma questão de pegar um nicho”, situa Ana Yazlle, gerente de Marketing da empresa. De acordo com ela, há algum tempo que a Inoar faz pesquisa e parcerias com os fornecedores para ter os ativos só de origem vegetal. “A gente tem hoje em mãos documentos de todos os fornecedores da linha nos garantindo e assegurando que eles não testam seus produtos em animais., porque a responsabilidade não fica só aqui na empresa, ela fica pela cadeia, então precisamos garantir isso”, completa. Para explicar aos consumidores o que são cosméticos veganos e conscientizá-los sobre as características essenciais desses itens, um filme publicitário de pré-lançamento foi gravado. Nele, a atriz Tathiana Piancastelli, que tem síndrome de Down e estrelou a campanha institucional #Diversidade, da Inoar, em 2015, entrevistou a escritora, palestrante e blogueira vegetariana Malga di Paula, viúva de Chico Anysio.

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prêmio atualidade cosmética

Alcance sem preço Ingressos seguem à venda para mais uma noite para lá de especial durante o Oscar da Beleza na América Latina, que oferece oportunidades de negócios em diferentes âmbitos >>> da redação

J

á consagrado como a principal premiação do mercado de beleza da América Latina, o Prêmio Atualidade Cosmética chega à sua 24ª edição para mais uma noite que certamente marcará o setor. E o encontro já tem data e hora marcada, será no dia 8 de novembro, às 19h, no mesmo local dos últimos anos: o Teatro Bradesco, dentro do Bourbon Shopping, em São Paulo, lugar que é considerado uma das mais modernas casas de espetáculos do Brasil, com capacidade para receber mais de 1.200 pessoas. Em disputa do cobiçado troféu, serão mais de 20 categorias, que contemplarão produtos, empresas e profissionais de todos os canais e segmentos do mercado de beleza. Mas, muito mais do que a premiação em si, o evento também é uma enorme oportunidade para quem faz parte desse mercado. Para aqueles que têm a chance de erguer algum troféu na premiação, o reconhecimento é úni-

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RICO MOMENTO: além da premiação em si, o networking é muito valioso para todos os profissionais do mercado. Ingressos seguem à venda. co. Mas a oganização do PAC busca destacar a atuação de todos os que concorrem, mesmo que acabem não saindo vitoriosos. O prêmio, antes de tudo, valoriza os profissionais que movem esse mercado. Visa ressaltar todo o trabalho por trás do desenvolvimento de uma empresa ou de um produto, e isso pode ser verificado durante todo o ano, desde o processo de avaliação até o momento de consagração final, no palco do Teatro Bradesco. Mesmo para aqueles que não participam efetivamente da disputa, estar dentro de um PAC tem o seu valor. O maior deles é o já mencionado networking, que acontece antes e depois da premiação. “O Pac não é somente um palco de premiação. Além de promover o encontro de todo o mercado, o evento também serve para propagar os produtos que foram lançados, bem como suas qualidades”, resume Jenifer Vieira, organizadora do Prêmio Atualidade Cosmética. Ela também reforça que o evento tem uma grande importância para quem possui um produto no mercado, ainda mais levando em consideração o cenário vivido pelo País nos últimos anos nos mais variados setores. “Este é um momento perfeito para todas as companhias da indústria que investiram em seu produto,

para aqueles que sabem que este item conta com uma propriedade bacana, de inscrevê-lo na premiação, para valorizá-lo. Sabemos que é um momento de crise em diversos setores do mercado, por isso esta valorização se torna ainda mais importante”, contextualiza.

INGRESSOS À VENDA Os ingressos para a 24ª edição do Prêmio Atualidade Cosmética seguem à venda pelo site cosmeticanews.com.br/premioatualidadecosmetica ou pelo telefone (11) 3392-2584, pelo valor de R$ 300 cada. No ano passado, foram mais de 700 convidados que marcaram presença, sendo que, entre eles, pessoas importantes e influentes em toda a cadeia cosmética. Além disso, há ainda oportunidades para os interessados em patrocinar o evento. “É quase certo que muito de seus clientes estarão no PAC. Isso mostra que há chances de negócios nas mais variadas esferas. Mesmo que você não esteja concorrendo a algum prêmio direta ou indiretamente, comprar um ingresso para fazer parte dessa noite especial é uma oportunidade única para quem deseja ter contatos de alto nível com representantes de nosso mercado”, considera Jenifer. O PAC 2016 entra em fase de ava-

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Atualidade COSMÉTICA

liação dos produtos a partir de 9 de setembro. Na edição passada, mais de 40 companhias inscreveram sues produtos e linhas, a fim de concorrer ao mais cobiçado troféu do setor. Para que a avaliação aconteça de maneira individual e justa, a organização mantém seu regulamento sempre atualizado às novas realidades do mercado de perfumaria e de cosméticos no Brasil e no mundo. Assim, com regras claras e, sobretudo, respeitando todas as pessoas, empresas e entidades do setor, o Prêmio Atualidade Cosmética é séria referência brasileira e internacional de competição, e palco de certame justo e absolutamente construtivo para todos aqueles que o prestigiam por meio da realização de inscrições de produtos em suas categorias de julgamento, bem como para as empresas e pessoas que nele concorrem por meio de indicações recebidas do próprio mercado. A edição deste ano do PAC – organizado pela revista Atualidade Cosmética, da Cusman – tem o patrocínio diamante da Patrus Transportes e da Cramer; patrocínio ouro da Antilhas Embalagens e da Interfab; patrocínio Prata da Vollmens, da Lange, da Kosmoscience e da Oswaldo Cruz; e apoio da Isan Essências, Citratus, da Matriz das Essências e da L’Essence.


categoria Sabonetes

Poder de renovação Até 2019, segmentação impulsionará categoria de Sabonetes, que assumiu uma nova posição nas gôndolas e prateleiras do varejo >>> carol rodrigues

O

brasileiro sempre foi reconhecido pelo seu gosto por banhos e sabonetes. A penetração desta categoria nos lares brasileiros sempre foi bastante elevada e, segundo estudo da consultoria britânica Mintel divulgado em outubro de 2014, aproxima-se de um ponto de saturação, que torna o crescimento através da aquisição de novos consumidores uma tarefa mais difícil de ser realizada. Para sorte da indústria, para muitas consumidoras o banho não é mais simplesmente um momento para higienização do corpo. O sabonete, seja ele líquido ou em barra, deixou de ser apenas um item de necessidade para se tornar parte de um ritual de beleza e cuidado, um momento de relaxamento ou ambos. Eis o ponto no qual as empresas atuantes na categoria têm se concentrado. É preci-

so unir performance nas formulações e criatividade para chamar a atenção dos consumidores, principalmente no varejo. Hidratação, revitalização, mais fragrância, relaxamento, conforto e autoestima são algumas das sensações transmitidas por meio das fórmulas. Segundo Viviane Ramos, gerente de Marketing da marca Dove, da anglo-holandesa Unilever, a categoria se renova bastante. Agora, o foco tem recaído em tornar acessíveis produtos com ingredientes considerados Premium, tanto na perfumação quanto na hidratação e nos cuidados com a pele. “Dove entende que o banho deve ser um momento não só dedicado à limpeza da pele, mas sim à renovação dos sentidos, revitalização da mente e cuidado com o corpo”, acrescenta. A marca disponibilizou ao mercado duas novidades recentemente: o sabonete Creme e Flor de Peônia, que completa

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a linha Delicious Care, com fragrância floral e relaxante; e a variante Tangerina & Flor de Gardênia, que complementa a linha Go Fresh, e promete revitalizar os sentidos todos os dias. Ambas novas variantes estão disponíveis nas versões barra e líquido e continuam entregando a hidratação, principal atributo de Dove. Para diferenciar-se e conquistar o cliente no varejo, a estratégia da multinacional alemã Nivea é voltada a novidades de fragrâncias e conceitos. “Sabemos que é um dos aspectos que impulsiona o crescimento da categoria de sabonetes”, comenta Mirna Carminelli, grouper de Marketing da marca. Uma das pioneiras quando o assunto é cuidado com a pele e líder global nesta categoria, a Nivea investe em tecnologia para lançar novidades e acompanhar o mercado. A marca tem nos produtos fórmulas com alto poder de hidratação, e um dos principais atributos que o consu-


CLIENTE NA DROGARIA IGUATEMI: segundo Mintel, as mulheres ainda são as grandes consumidoras de sabonete no mercado.

midor busca em sabonetes: a sensação de hidratação e pele macia. “A hidratação começa no banho, e pensando nisso, lançamos o sabonete Nivea Creme Care barra, que já tinha sua versão líquida. A linha inspirada no Nivea Creme, o famoso creme da latinha azul, proporciona uma sensação de pele intensamente macia e hidratada. Além dele, também lançamos as versões líquida e em barra do Nivea Creme Soft Milk, outro destaque em nossa linha de hidratação que agora pode ser aproveitado desde a hora do banho.”

Uma dose de imaginação e ousadia Segundo Guilherme Razzo, diretor administrativo da empresa brasileira que leva o seu sobrenome, sempre existiu a tendência de frescor no DNA olfativo dos consumidores. “As fragrâncias floral frutal são preferência,

seguida por orientais mais doces. O Chipre vem chegando com bastante força, incluindo a versão Patchuli, que será um de nossos próximos lançamentos”, antecipa. A empresa trabalha em uma linha completa na categoria sabonetes em barra, diferenciada em termos de embalagens, perfumes e formulação, cujo lançamento acontece ainda no segundo semestre deste ano. “Pensamos em algo bastante inovador que certamente surpreenderá o consumidor”, ressalta. Paralelamente, a Razzo desenvolve a campanha para a nova linha. Investir em novos conceitos é essencial. “Falando em sabonetes, uma categoria bastante difícil de criar inovações, cada vez mais será necessário muita imaginação e ousadia para chamar atenção dos consumidores, algo em que estamos apostando”, define o executivo. Ciente de que o sabonete deixou de ser um item utilizado apenas para a limpeza corporal, conforme André Nedeff Dall’Onder, diretor de Vendas e Marketing da tradicional empresa gaúcha Memphis, as marcas entregam funcionalidades e benefícios diferenciados. “Na Memphis, ofertamos opções com conceitos inovadores, como o primeiro sabonete antibacteriano com ativo natural (com óleo de capim limão), da linha Biocrema. Já a linha Alma de Flores oferece produtos com fragrâncias especiais, com identidade inspirada na perfumaria fina. No segmento masculino, a ênfase é dada à diversificação de perfis. Assim como no segmento de perfumes, ofertamos versões para diversos estilos, do clássico ao casual, passando por territórios refrescantes e amadeirados”, explica. Neste ano, a principal novidade da marca é a Coleção Alma de Mulher. Ao todo, são três sabonetes: Queen, Princess e Femme, que contam com diferenciais de embalagem, formulação e perfume. “As três versões utilizam manteigas hidratantes em sua composição: Karité para Queen, Pêssego para Princess e Oliva para Femme. Os perfumes são inspirados na alta perfumaria e a embalagem é uma grande surpresa. Além das ilustrações que representam o estilo feminino, temos acabamentos

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ANDRÉ NEDEFF DALL’ONDER, DA MEMPHIS: segundo o dirigente, a estratégia da marca gaúcha é entregar qualidade em primeiro lugar.

metalizados e bulas com mensagens direcionadas para cada perfil”, comenta André sobre a renovação da marca Alma de Flores, que vem sendo feita pela companhia. Ele ainda ressalta que a estratégia da Memphis em todos os produtos é entregar a qualidade em primeiro lugar. “Nossas marcas oferecem ‘reason to believe’. E, para nós, esta é a melhor propaganda. Investimos muito em pesquisas com consumidores, trabalhamos com uma qualidade de matérias-primas superior ao mercado e nossos perfu-

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categoria Sabonetes mes são reconhecidos por especialistas. Há uma coerência muito grande entre evoluir sem deixar de ser clássico, sem perder as origens.”

Estratégias de segmentação e exposição A criatividade não está só na constante renovação dos produtos, mas também na exposição. Nas gôndolas e prateleiras de farmácias e perfumarias, a categoria assumiu uma nova posição. De tão especiais, passaram a ser vistas como algo a ser dado de presente em uma ocasião especial. A Razzo aposta neste potencial da categoria. Segundo o diretor administrativo, em breve, será lançado um kit com três unidades de sabonetes, os quais terão fragrâncias intensas e uma embalagem desenvolvida para agradar. O mercado de kits de presente cresce e onde há demanda existem oportunidades, conforme André Nedeff. “A Memphis é a única empresa de farma que apresenta uma safra de estojos diferenciada a cada data comemorativa. Estas datas são a oportunidade de incrementar os negócios. Os kits são categorias estratégicas que contribuem de forma significativa para a competitividade e a prosperidade do canal”, destaca. A Dove aproveita a potencial exposição em farmácias e perfumarias com gifts em oportunidades especiais para atender ao momento oportuno de presentear pessoas queridas. Conforme Viviane, esses itens também são edições especiais. Na visão da Mintel, muito do crescimento da categoria até 2019 será impulsionado pelo sabonete líquido para uso específico. As mulheres são as grandes consumidoras do produto. A consultoria afirma que o sabonete íntimo, por exemplo, é um dos destaques entre os produtos de higiene pessoal, e que é usado por 66% das mulheres. Algumas marcas já seguem este caminho. A Nivea, por exemplo, lançou uma nova fragrância da linha de sabonetes Íntimos Nivea, o Íntimo Fresh Comfort. Ainda de olho no perfil da mulher profissional, além dos produtos que ajudem a relaxar, a Mintel sugere lançamentos de itens que auxiliem a consumidora a poupar tempo, como a liberação rápida

SABONETES NIVEA E DOVE: tradicionais acreditam que o foco da categoria esteja em tornar acessível produtos com ingredientes considerados premium, bem como novidades em fragrâncias e conceitos.

de ingredientes e embalagens com design mais eficiente. Para as mulheres, na Memphis, os produtos funcionais também crescem em escala. Mas os anseios, observa Nedeff, variam por faixa etária e classe social. Viviane conta que Dove sempre buscou criar um vínculo com suas consumidoras, pois é uma marca que busca também melhorar a autoestima das mulheres. “O grande sucesso de Dove está na junção entre a já reconhecida qualidade dos nossos produtos pelas consumidoras e a relação de confiança construída junto às mulheres mostrando a real beleza de cada uma delas, servindo como fonte de inspiração.” Já o público masculino, sugere a Mintel, pode ser atraído pelo investimento de combinação de vários produtos em um só. Guilherme Razzo observa que os homens buscam produtos simples e eficientes que resolvam suas necessidades a um valor justo. “Eles querem se cuidar, mas não abrem mão da praticidade. Quando escolhem uma

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marca são fiéis a ela. A Unilever oferece um portfólio que atende o público masculino nas áreas de cuidados com axilas, cabelo e pele por meio das suas marcas Dove Men+Care e Rexona Men”, acrescenta Viviane. Além de praticidade, os homens buscam eficiência e diferenciais na composição. “Por isso, nossa indústria vem investindo na criação de produtos com tecnologia de ponta e para áreas cada vez mais específicas”, ressalta o diretor da Memphis, que possui a Linha Senador para o público masculino. Segundo ele, diferentemente da mulher, o homem não tende a comprar por impulso, pois é muito mais criterioso e paciente com este tipo de consumo. “Nossos consumidores são compradores exigentes, de 25 a 55 anos. Na maioria das vezes, a primeira compra é de algum sabonete, porém, após descobrir que existe um universo muito mais amplo, a recompra acaba sendo maior, com itens variados das nossas linhas”, finaliza.


A HORA DO BANHO VAI TRAZER NOVAS SENSAÇÕES CONHEÇA A LINHA DE SENSAÇÕES MEU BANHO, DA LIVY A hora do banho ficou ainda mais gostosa. Meu banho tem cinco fragrâncias que trazem diferentes sensações para você. Além disso, suas embalagens leves e divertidas vão dar um banho de beleza na sua loja.


categoria Cabelos

Vieram para ficar No POO e Low Poo conquistam consumidoras que buscam por técnicas mais saudáveis para cuidar dos fios e abrem espaço para formulações mais leves dedicadas a todos os tipos de cabelos >>> TATIANA FERRADOR

O

s produtos do tipo No Poo e Low Poo, que prometem formulações livres de sulfatos – os agentes mais clássicos para remover a sujidade do cabelo em formulações cosméticas – ou com sulfatos leves, são a nova onda no mercado de cuidados com os cabelos. A onda vem na esteira de um movimento recente, mas que tem feito barulho e ganhado um pouco mais de espaço, o das mulheres que assumem seus cachos e não querem que nada “os

prejudique”. Ao limpar, os sulfatos também removem lipídios naturais do fio e do couro cabeludo responsáveis pela saúde e beleza dos cabelos. Por isso, eles foram declarados os novos inimigos das cacheadas, que acabam optando por produtos com formulações muito leves, em alguns casos, com a lavagem dos fios a cargo apenas de alguns tipos de condicionadores, numa técnica que recebe o nome de co-wash. Produtos com tais especificações proliferam no mercado da beleza, mas a dúvida é: será apenas um modismo ou

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uma tendência que veio, sim, para ficar? Na opinião da gerente de Marketing da Salon Line, fabricante paulista que há tempos atua com produtos para cabelos cacheados e étnicos, Kamila Fonseca, há de fato alguns movimentos que são como moda, vêm e vão. O consumidor um dia considera aquilo vital, e em pouco tempo, nem se lembra mais. Mas ela não acredita que esse seja o caso dos produtos No e Low Poo. “Quando falamos sobre No e Low Poo, acho que não é uma moda passageira. O que pode acontecer são avanços e me-


lhorias na técnica”, crê. “Atualmente, muitas marcas apostam em produtos de qualidade com essa proposta e com um custo muito inferior. Considerando o cenário brasileiro, acredito que essas são as marcas com mais chances de sobreviver”, explica. Para o diretor da fabricante carioca de cosméticos capilares Yenzah, Rodrigo Goecks, pode se dizer que há sim uma “moda” No Poo ou Low Poo neste momento. Mas ele enxerga dois outros motivos para o boom: o interesse dos consumidores no resultado dos produtos no cabelo, por meio da técnica No e Low Poo; e o segundo, a evolução da consciência do consumidor. “Essa evolução traz preocupações em relação à procedência dos produtos e às consequências dos mesmos para a saúde e a natureza, como é o caso do sulfato, cuja redução nas formulações será algo irreversível em pouco tempo”, situa. Dermatologista e diretora técnica da

clínica DSkin, Tatiana Steiner, explica que os shampoos tradicionais contêm substâncias como surfactantes (agentes detergentes), perfumes, conservantes, espessantes e agentes condicionadores como lipídicos, ácidos carboxílicos e silicones que aumentam a carga eletrostática dos fios (carga negativa), o que é compensado pelo rinse (carga positiva). “Tal ação favorece o acúmulo de resíduos na cutícula, que aumenta a eletricidade estática do cabelo, elevando as escamas e dando aspecto esvoaçante (o temido frizz), difícil de pentear e de aparência desagradável. Além disso, o ácido graxo dos agentes condicionantes se liga ao cálcio e magnésio do chuveiro e se depositam na fibra capilar”, lembra. Além de retirar a oleosidade e nutrientes dos cabelos, fórmulas mais tradicionais de shampoos podem, em alguns casos, causar irritação, coceira e ardor nos olhos. Talvez esses sejam alguns dos motivos que expliquem o

KAMILA FONSECA E LINHA NO POO E LOW POO DA SALON LINE: as mulheres exigirão do mercado melhorias, inovações técnicas e cada vez produtos de mais qualidade e com menos químicos.

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crescimento da onda de formulações mais naturais e menos invasivas, bem na linha do No e Low Poo.

EXPECTATIVAS QUE COMPROVAM As mulheres, em sua maioria, começam a ter outro tipo de comportamento que já vem de alguns anos: focam em produtos sustentáveis e que não danifiquem os seus fios. Para as que possuem cabelos encaracolados, cacheados ou crespos, este tipo de produto, com fórmulas verdadeiramente suaves, torna-se um aliado. E não estamos falando de poucas mulheres, já que esses tipos de cabelo correspondem a mais de 65% da sociedade, segundo dados das indústrias de cosméticos e do instituto de pesquisa Ibope. Com isso, temos um mercado em potencial gigantesco. A Mintel, empresa britânica de pesquisa de mercado, já mostrava em seus relatórios que este tipo de produto está em ascensão, com


categoria Cabelos projeções espetaculares. Muitos fatores contribuem para esse crescimento. Com o empoderamento feminino, as mulheres se aceitam mais como elas são e as empresas precisam andar lado a lado com essas mulheres, para poder entender seus anseios e novas necessidades. Na opinião da gestora da categoria de shampoos e tratamento da também carioca Embelleze, Vanesca Dias, estamos diante de um mercado em expansão. “Não somente pelo No Poo e Low Poo, que atinge em sua maioria mulheres com cabelos encaracolados, cacheados e crespos; mas sim por produtos pensados a favor de uma composição mais ‘leve’ para os cabelos, que não agridem os fios e tenham um melhor desempenho”, defende. O que não significa dizer que as empresas podem sair por aí,

simplesmente lançando produtos com formulações leves. Quem for por esse caminho, tende a se afogar em meio a tanta concorrência. “Para se tornar diferente no mercado, a empresa deverá saber muito bem sobre o seu consumidor, entender suas necessidades, suas atitudes, seu comportamento”, pontua Vanesca, da Embelleze. “Hoje, trabalhamos na construção de produtos e marcas de acordo com o que chamamos de ‘código’. Estudamos e pesquisamos para compreender a combinação e o significado do arquétipo, entendendo de forma profunda o consumidor. Valorizamos suas crenças, valores e atitudes, e com isso, construímos produtos de real valor para o consumidor”, diz a executiva da Embelleze. Para ela, um projeto dessa magnitude estreita os laços com o consumidor e pode gerar mais cumpli-

cidade com as marcas que tragam produtos que atendam à necessidade dessa mulher, para alcançar os cabelos dos sonhos, sem agredi-los. “Trata-se de um nicho de consumidoras exigentes e muito bem informadas, por isso, é importante ofertar produtos que seguem as exigências de forma rígida, sem abrir mão da qualidade”, ressalta Vanesca. Há, de fato, um movimento em torno da novidade que faz com que as empresas brasileiras procurem cada vez mais entender os anseios das mulheres. A saudabilidade está em todas as áreas: alimentação, profissão, saúde física e mental e, agora, nos cabelos também. Para Kamila, da Salon Line, o movimento que começou com as cacheadas e crespas, que sentem mais o ressecamento dos fios, tomou forma em outras vertentes, com o empoderamento feminino e fatores relacionados à autoestima, em que a mulher assume o cabelo natural, de modo a redescobrir seu próprio cabelo. “Acredito que as pessoas que usam produtos No e Low Poo para preservar mais esse cabelo, para mantê-lo mais hidratado, dificilmente voltarão a lavar o cabelo normalmente. Só que elas exigirão do mercado melhorias, inovações técnicas e cada vez produtos de mais qualidade e com menos químicos”, salienta a gerente de Marketing. Também há indícios de que usuárias, mesmo que não sejam seguidoras do No e Low Poo – que são sim bem específicos, compram produtos com essa proposta, pois são itens sem parabenos, sem sulfatos, sem silicones e sem petrolatos, que atendem aos anseios de um público cada vez mais exigente e bem informado. Para a indústria, daqui para frente, resta acompanhar essa tendência e tentar estar sempre um passo à frente para apresentar para a consumidora soluções cada vez mais inovadoras e leves.

NO POO E LOW POO DA EMBELLEZE: marca carioca busca valorizar as crenças das consumidoras, seus valores e atitudes, para assim construir produtos de real valor para elas.

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categoria Esmalte

Extensão de cores Braço praticamente independente dentro da categoria de Maquiagem, os Esmaltes são considerados um mercado único no Brasil. Há diversas movimentações acontecendo e as oportunidades para se desenvolver ainda mais também existem >>> THAIS MARTINS

P

raticamente considerados uma paixão nacional, os Esmaltes já vêm há algum tempo apresentando dados bastante interessantes, que comprovam sua evolução no mercado brasileiro. Apesar de também terem sofrido com o cenário econômico recente, a categoria segue dando indícios positivos. Além disso, o que é melhor é que existem ainda muitas oportunidades dentro deste segmento, que tem um desempenho praticamente independente dentro de Maquiagem. Na visão da Mintel GNPD (Banco de Dados de Novos Produtos), o Brasil é um mercado único na categoria de esmaltes. “Em 2009 e 2010, a maioria dos novos lançamentos no setor de maquiagem e esmaltes foi representada no quesito cor. Em 2010, os esmaltes responderam por 14,9% dos lançamentos, contra 33,1% de maquiagem para lábios neste quesito. Já em

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RICARDO PATROCÍNIO, DA AVON: segundo executivo, o esmalte hoje é visto como um acessório para a mulher e ela coleciona cores e está disposta a experimentar novos acabamentos. 2011, a categoria subiu para 35,4%, ultrapassando as maquiagens (29%). Desde então, têm liderado o ranking de novidades: em 2012 representou 45,4%; em 2013 subiu para 62,1%; em 2014 atingiu 60,8%; e em 2015 respondeu por 55%. Hoje, pode-se encontrar um gama de variedades de esmaltes com grande facilidade em qualquer tipo de comércio, edições limitadas, hipoalérgicos com secagem rápida, fortalecedores de unha, além das mais variadas texturas, a preços, na maioria das vezes, acessíveis ao consumidor”, ilustra Juliana Martins, especialista de Beleza e Cuidados Pessoais da Mintel. Essa variedade citada por Juliana agrada muito à consumidora. Nisso, as perfumarias se aproveitam, afinal, nelas, é onde se encontra a maior diversidade possível dentro dos Esmaltes. Neste canal, a categoria é considerada destino, enquanto que em drogarias e supermercados ela é considerada conveniência. Em uma edição do Atualidade Cosmética Workshop sobre Esmaltes, Elaine Rocha, gerente de Gerenciamento de Categorias da Divisão de Produtos de Grande Público da L’Oréal, falou sobre a importância de a indústria trabalhar bem a questão do portfólio nesses PDVs, para tirar proveito da categoria. “Em perfumaria, como destino, deve-se oferecer o portfólio completo, tem de mostrar ao consumidor tudo o que a categoria de esmaltes tem. É o canal que ela quer se informar, então tem de se trabalhar a educação no

PDV. Nos outros canais, tem de se trabalhar os SKUs, os itens que mais vendem, a organização de gôndola”, opina ela, que menciona que 40% das compras da categoria acontecem em perfumarias. Elaine conta também que, sendo uma categoria de impulso, as marcas e as cores são os principais direcionadores de compra para um shopper. A experimentação a novas marcas aumentou bastante nos últimos anos, algo que foi moldando a categoria, segundo ela. “É uma categoria em que a consumidora já foi muito mais fiel à marca, tanto que temos três grandes players no mercado. Ela passou a experimentar várias outras marcas, o que é positivo para categoria porque são marcas que trouxeram valor para ela. Porém, ela ainda compra por marca, principalmente agora, em momento de crise em que não pode errar. Então ela vai na marca em que confia”, situa.

VARIANTES POSITIVAS No relatório da Mintel de 2015, o “ar natural” é apontado como uma das tendências no mundo da beleza. Maquiagens e esmaltes que deixam as brasileiras com um ar de natural são as preferências de 28% das entrevistadas. A cor nude se tornou febre entre as mulheres. Outro destaque é que 26% das consumidoras afirmaram buscar produtos feitos de forma praticamente exclusiva, como é o caso dos esmaltes personalizados de forma instantânea. Outra variante que é apontada por Ricardo Patrocínio, VP de Marketing de

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Cosméticos da Avon, é o fato de as mulheres colecionarem os esmaltes. “O esmalte mudou de status, hoje é visto como um acessório para a mulher, que coleciona cores e está disposta a experimentar novos acabamentos. Ela espera por tendências do mundo fashion. Conseguimos explorar muito mais do que cores atualmente: acabamentos e tecnologia são um dos diferenciais. Em 2015, lançamos o esmalte Crystal, com uma textura cristalizada, partículas de brilho e efeito 3D. A fórmula também é um dos nossos investimentos. Em 2014, apostamos na linha Avon Nailwear Pro+, com benefícios 5 em 1 – fortalece, protege, dá alta cobertura, cor intensa e máximo brilho –, além de ser 4 Free (sem formaldeído, tolueno, DBP e resina), um sucesso de vendas”, aposta o dirigente. Já que variedade é palavra-chave quando falamos de Esmaltes, novidades é outro fator que contribui para o bom andamento da categoria. E quem pega carona nesta onda é a Impala. “O consumidor tem se mostrado receptivo a novidades, seja ela em cores ou fórmulas diferenciadas. Um portfólio com mais opções ajudará na tomada de decisão na hora de optar por uma marca, principalmente se já tem credibilidade no mercado e seus produtos sejam percebidos pela qualidade e benefícios reais. Por isso, é imprescindível que a comunicação seja clara, objetiva e ampla. Os pontos de venda merecem destaque e precisam de um mix de produtos adequados com ações apropriadas a cada canal”, considera Patricia Porta, coordenadora de Marketing da Impala. Atuando em uma fatia de mercado bem mais específica dentro da categoria, que preocupa-se mais com saúde do que com moda, a Alergoshop lembra que, para seu público, os cosméticos não têm só a função de estética, mas de prevenção, tratamento. “Somos pioneiros desde 1994 de esmaltes hipoalergênicos, e o que nos diferencia da concorrência é que nossas fórmulas possuem um complexo de substâncias, criado exclusivamente para a Alergoshop, chamado Sensinail. São cinco ativos que auxiliam na manutenção da saúde das unhas e ajudam a prevenir a sensibilização das unhas e cutículas. Quando iniciamos nossas atividades, poucas cores eram o suficiente para dei-


categoria Esmalte Durante o Workshop de Esmaltes, Gabriela Fujita, account manager da Kantar World Panel, declarou que a categoria de Esmaltes já atinge aproximadamente 40% das brasileiras, que compram pelo menos uma vez o esmalte. Segundo ela, é possível aumentar essa porcentagem. Ela citou também que a frequência de compra é de três vez ao ano. “Então ela demora quatro meses para comprar uma cor, para se abastecer. É uma compra que consideramos não tão frequente. E quando ela compra, não chega nem a levar dois itens. Essa é outra oportunidade existente aí, de tornar a visita mais valiosa”, destaca a profissional, que exalta ainda a necessidade em comunicar a categoria dentro do PDV, procurando analisar as marcas estão disponíveis justamente no momento em que a shopper está fazendo as compras.

JULIANA MARTINS, DA MINTEL: para ela, há um potencial para as marcas atingirem as consumidoras que disseram pagar mais de R$ 10 em um esmalte criando linhas mais sofisticadas.

xar nossas clientes felizes. Como não podiam usar nada, quando encontravam uma opção se sentiam acolhidas. Hoje, elas já solicitam cores da moda e precisamos nos adequar a isso”, situa Julinha Lazaretti, sócia diretora da Alergoshop.

OPORTUNIDADES EM VISTA Apesar de a maioria das consumidoras declararem estar dispostas a pagar menos de R$ 10 por um esmalte (76%), 14% delas afirmam pagar entre R$ 10 e R$ 39,99. “Ou seja, há um potencial para as marcas atingirem esse público criando linhas mais sofisticadas”, aponta Juliana, da Mintel. Cerca de 12% das mulheres que usaram maquiagem e esmalte nos últimos seis meses, gostam de marcas e cores que estão na moda. Um exemplo disso é a alta da Nail Art chamada de “francesinha invertida”, ao invés das pontas das unhas, o contorno é feito na base. Já o estudo de mercado Professional Nail Care: Global Market Brief, da consultoria Kline, revela mais um ano de forte crescimento para este segmento extremamente dinâmico. O esmalte de longa duração, também chamado de esmalte híbrido, é definitivamente a estrela da vez, exibindo um aumento de três dígitos em 2015. Com essa concorrência, a categoria de géis, que tinha se mostrado muito forte nos últimos anos, apresentou uma ligeira desaceleração no ano passado. A falta de inovação real atrelada aos possíveis danos causados pelo processo de remoção de géis fragilizou a categoria, uma vez que nem a imersão em acetona nem o descascamento do produto são suaves para as unhas.

EXIGÊNCIAS QUE PESAM

como o modelo Flat e Big Brush, e atrativos em sua composição, como o Óleo de Argan, por exemplo. Sob a ótica de Eliezer Mendes Barbosa, desenvolvimento de novos negócios da Minha Fábrica/Aeropac – terceirizadora de esmaltes, a categoria possui bons números em termos de venda, que colocam o País como o terceiro maior mercado consumidor, bem como o segundo maior mercado produtor. Durante o Workshop Atualidade Cosmética, ele citou que os números aproximados da categoria em vendas apontam 500 milhões de unidades anuais, o que dá um pouco mais de 40 milhões de unidades média/mês. Porém, diz que o cenário econômico fez mudar um pouco este quadro nos últimos três anos e que a expectativa é de retomada de alguns números que foram praticados, por exemplo, até 2010/2011, quando o número de vendas/mês bateu 60 milhões de unidades, e em alguns picos até 80 milhões, em mais de 600 milhões de unidades/ano. “O mercado brasileiro é muito competitivo. Quando começamos a olhar o cenário de fora, talvez o Brasil seja o único país onde o esmalte custe menos do que um café, por exemplo. O ticket médio aqui realmente é muito baixo. Isso acaba exigindo de toda a cadeia produtora um nível de excelência quase total. Dentro deste cenário, cada centavo pode fazer diferença. Além disso, a percepção de valor do produto por parte do consumidor é bastante baixa. Para ele, é um produto barato. E por mais que se façam movimentos, é difícil tirar isso da mente dele”, finaliza.

Jose Antônio Zeviani, diretor Comercial da Inovao Cosméticos, fornecedora de embalagens para esta categoria, observa que os consumidores estão cada vez mais exigentes pela qualidade do produto e não mais pelo preço, como antigamente. De acordo com o dirigente, as marcas que possuem produtos baratos estão vendendo menos comparado com as que estão atentas à qualidade e tecnologias de brilho, secagem e durabilidade. “Isso tudo é representado pela embalagem do produto, que antes possuía um design mais simples e pincéis convencionais. Com a chegada das novas formulações, o setor teve de se readequar na criação de vidros e designs mais requintados e novas tecnologias aos aplicadores”, completa. Ele diz ainda que dentro do mercado brasileiro existe a demanda por esmaltes JULINHA LAZARETTI, DA ALERGOSHOP: mesmo com secagem atuando em uma fatia de rápida, durabimercado específica, marca lidade, brilho, formatos de de esmaltes hipoalergênicos diz que suas clientes já frascos e pinpedem as cores da moda. céis arrojados,

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DeBRITO


Express

Express SINERGIAPREMIUM

PODER APIMENTADO A Bio Extratus Cosméticos Naturais apresenta sua mais nova linha: Força com Pimenta, para tratamento intensivo de força e crescimento dos cabelos, devolvendo o brilho e a vitalidade dos fios enfraquecidos. Com eficácia comprovada por estudo feito pelo Instituto de Química da USP, a nova linha da Bio Extratus tem a tecnologia exclusiva BIOXYL, que aumenta a densidade e o comprimento médio dos fios; Pimenta, que ativa a circulação, nutrindo e fortalecendo os fios; e Microqueratina Vegetal, com ação nutritiva e restauradora dos danos mais profundos da fibra capilar. Vale destacar que as propriedades da pimenta, presentes em todos os produtos da linha, não irritam o couro cabeludo. Trata-se de uma linha indicada para todo tipo de cabelo, livre de petrolato e parabenos, que traz shampoo, condicionador, máscara, finalizador e loção. Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 13,90 (máscara 90g) a R$ 71,90 (shampoo 1L). SAC: (31) 3855-3002. Site: www.bioextratus.com.br

A Amway lança Satinique no Brasil, uma linha premium de shampoos, condicionadores e tratamento para os cabelos, desenvolvida com a tecnologia Enerjuve, que penetra no núcleo dos fios e reconstrói as partes enfraquecidas e danificadas. A tecnologia, desenvolvida nos laboratórios da marca em Michigan nos Estados Unidos, é absorvida profundamente pela raiz dos fios e age de dentro para fora, selando a cutícula e amaciando, reparando e revitalizando os cabelos. A marca combina ingredientes botânicos e fragrâncias florais e frutadas, que em pesquisa de mercado realizada pela Givaudan, foi escolhida como a marca com melhor perfume dentre outros dois produtos concorrentes da mesma categoria. “Trouxemos para o Brasil, o segundo maior mercado consumidor de produtos para os cabelos do mundo, uma linha em completa sinergia com a brasileira. Queremos oferecer resultados máximos na saúde dos fios por meio de nossos produtos, que podem ser usados diariamente e recuperam a hidratação e o brilho já no primeiro uso”, analisa Gabriela Takano, diretora de Marketing da Amway. Satinique está lançando no Brasil as linhas Hidratação, Extra Volume, ambas com shampoo e condicionador; e Tratamento, com máscara revitalizante e creme para pentear.

Distribuição: lojas próprias e e-commerce. Preços: R$ 44,90 (shampoo) a R$ 119 (máscara). SAC: 0800 722 6929. Site: www.satinique.com.br

RECONSTRUÇÃO AVANÇADA Para combater os grandes vilões para os cabelos, como: coloração, química, secador e produtos inapropriados, a Joico, marca representada no Brasil pelo Grupo World Comexx, apresenta a linha K-PAK, feita com o Complexo Peptídico Bio-avançado que repara, protege e fortifica o cabelo danificado. Contém o Complexo Quadramínico, com óleos ácidos essenciais, complexo de hidratantes botânicos e antioxidante. A linha é composta por: shampoo, condicionador, leave-in, smoothing balm, Split end Mender, hair spray, Deep PenetraDistribuição: Profissional. Preços: R$ 120,41 (shampoo - 300ml) a R$ 637,90 (Revitaluxe ting Reconstructor, Liquid Reconstructor, Intense Tratamento Reconstrutor – 480ml). SAC: (11) 4878-2001. Site: www.joico.com.br Hydrator e Revitaluxe Tratamento Reconstrutor.

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Express AMPLO ALCANCE

mais fashion

M.A.C lança a Pro Beyond Twisted Lash, uma máscara de cílios que a marca de origem canadense assegura que tem tudo para se tornar uma nova obsessão das consumidoras. Um dos diferencias do produto é o aplicador, que é totalmente flexível e pode ser dobrado em todas as direções. Este aplicador e sua pequena escova permitem alcançar os cílios superiores, inferiores, interiores e exteriores com visibilidade completa durante a aplicação. Contém fórmula leve, resistente à formação de grumos, proporciona definição de alto impacto, volume, alongamento e curvatura.

A empresa de venda direta Mary Kay relançou a sua linha de maquiagem Play com uma nova proposta. Mais fashion, a nova linha acompanha a própria evolução do público-alvo original da marca. Quando foi lançada pela primeira vez, em 2013, a linha tinha um direcionamento maior para o público adolescente, que estava começando a aprender sobre maquiagem e querendo “brincar” com as cores. Agora, a empresa acredita que esse público evoluiu e, por isso, relançou a linha com uma proposta ainda jovem, mas mais focada em elementos fashion. “A nova linha vai ao encontro dessas meninas que cresceram com a gente, então trouxemos uma linha que é um pouco menos divertida que a original e é mais voltada para tendência, moda, o que é fashion. A nova Mary Kay at Play sai da adolescente que ainda não sabe muito bem o que quer para atender um público jovem e urbano que não está mais brincando, ela sabe o que quer, que pode usar um batom matte vermelho e ficar maravilhosa”, explica Paula Penna, gerente de Marketing de Produtos da empresa de venda direta.

Distribuição: lojas próprias e e-commerce. Preço: R$ 101. SAC: 0800 892 1695. Site: www.maccosmetics.com.br

QUALIDADE PROFISSIONAL Desenvolvida nos laboratórios franceses, com tecnologia para atender às mais altas exigências do mercado profissional, ANNA PEGOVA PARIS lança no Brasil a linha PEGOLIA PRO – exclusiva para profissionais de beleza. Tratam-se de produtos de tratamentos faciais e corporais, que visam proporcionar aos clientes experiências únicas nos atendimentos oferecidos em cabine, ampliando e dinamizando o potencial de parceiros profissionais. Inicialmente, PEGOLIA PRO dispõe de quatro linhas de produtos para atendimento em cabine: Corporal, Facial, Concentrados e Máscaras. Todos os produtos apresentam fórmulas com ativos rigorosamente selecionados, asseguradas através de estudos científicos realizados com o objetivo de proporcionar benefícios reais desde a primeira aplicação. Produtos adaptados para as características individuais de cada pele, dermatologicamente testados, hipoalergênicos, além de não testados em animais. Distribuição: loja própria e e-commerce. Preços: sob consulta. SAC: 0800 131 345. Site: www.pegolia.com.br

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Para se manter antenada com esse público que quer novidades na mesma velocidade com que teclam o smartphone, a nova linha tem como proposta trazer mais inovação em formatos, texturas e novidades de cores com muito mais frequência. Mary Kay at Play foi desenvolvida em Dallas, sede da empresa, e embora seja uma linha global, o Brasil foi o primeiro país a receber a novidade, antes mesmo dos Estados Unidos. Para Paula, a nova linha de maquiagem complementa o portfólio de maquiagem da empresa, que conta também com a linha de maquiagem Mary Kay. A linha com a marca da empresa cobre todos os itens básicos de maquiagem, e, inegavelmente, tem uma forte pegada de skincare, natural para uma empresa que tem nesta categoria o seu maior negócio, tanto que as bases são os produtos mais vendidos da linha. As linhas de batons e compactados estão indo muito bem também, segundo a executiva que destaca que a linha tradicional da marca conversa mais com um público que já entende mais de maquiagem. A nova linha Mary Kay at Play chega com sete cores de batom líquido matte e seis trios de sombra. Distribuição: venda direta. Preços: R$ 37 (batom) e R$ 42 (sombra). SAC: 0800 16 3113 Site: www.marykay.com.br

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Express SENSUALIDADEVICIANTE Chega ao Brasil ILLICIT, a nova fragrância feminina de Jimmy Choo, uma experiência olfativa floriental criada pela perfumista Anne Flipo, na qual a cintilância do gengibre e a laranja se entrelaçam com a exuberante rosa e com o sofisticado jasmim. As notas de fundo, revelam sua audaciosa personalidade através do acorde gourmand, resultante da sensual combinação do mel e âmbar. “Eu imaginei uma fragrância notável e audaciosa, com uma assinatura tentadora. Por isso, decidi estabelecer notas de cabeça efervescentes, notas de coração florais e uma sensual estrutura de mel e âmbar”, explica Anne Flipo. “Construído em torno de sensualidade viciante, refletindo brilho e elegância temporal”, completa Anne. O frasco radiante e cristalino de ILLICIT, tem dupla representação. Quando colocado de forma invertida, representa os lustres de cristal presente nas boutiques Jimmy Choo. Quando colocado na posição original, representa os arranha céus de uma grande metrópole, traduzindo modernidade. Em estilo art deco, o contraste da tampa quadrada numa base redonda, representa a personalidade contrastante da mulher Jimmy Choo. Em tom prata, reflete a luminosidade desta criação. Distribuição: seletiva (Vizcaya Cosméticos). Preço: R$ 496 (60 ml). SAC: 0800 849 2292.

EUFORIA PROFUNDA A marca Calvin Klein, parte do portfólio da Coty, amplia a sua franquia Euphoria com o lançamento de uma nova fragrância feminina, Deep Euphoria. O lançamento representa uma novidade para Calvin Klein já que a criação, assinada por Honorine Blanc, da Firmenich, em colaboração com a consultora Ann Gotlieb, é o primeiro chypre floral da marca. O Euphoria original, de 2005, é classificado como um chypre frutal oriental e é hoje, o único perfume da marca a figurar no ranking dos 30 perfumes mais vendidos tanto na Europa como nos Estados Unidos. “O lançamento de Deep Euphoria amplia o negócio da linha Euphoria, já amplamente bem-sucedida, introduzindo uma nova oferta moderna aos consumidores”, diz Vincent Brun, vice-presidente senior de Marketing Global para Calvin Klein. “A mulher Calvin Klein é confiante, provocativa e libertadora, e o Deep Euphoria engloba todas essas facetas com uma camada adicional de aventura,” emenda Melisa Goldie, diretora de Marketing da marca. Os perfumes de Calvin Klein são distribuídos no Brasil pela RR Perfumes e Deep Euphoria deve ser lançado por aqui apenas em 2017. A campanha mundial de publicidade impressa e de televisão para a fragrância terá a atriz australiana Margot Robbie. Distribuição: seletiva (RR Perfumes). Preço: sob consulta. SAC: 0800 772 5500.

SORTE É ESCOLHA A AVON apresenta AVON Luck, que possui duas fragrâncias Luck For Her e Luck For Him. Ambos trazem o conceito sorte não é destino, é escolha. Luck For Her foi desenvolvido por três perfumistas da casa de fragrância suíça Givaudan: Adriana Medina, John Gamba e Sonia Constant. O perfume carrega em seu DNA uma pitada de ‘sorte’ de seus perfumistas. “Tornar-se perfumista envolve um caminho longo e complexo, que requer muita paixão, ainda mais sendo mulher e latina, num mercado dominado por homens europeus”, comenta a master perfumer Adriana Medina. Sua fragrância conta com um aroma floral frutal com notas femininas e provocantes de frutas vermelhas, toques cítricos de bergamota e um buquê de pétalas de flores aveludadas. Seus principais componentes são: brilhante bergamota italiana orpur, dama da noite e sândalo aveludado. Luck for Him foi criado pelo perfumista David Appel, da alemã Symrise. “Os componentes utilizados nesta criação são naturais e requintados, possuem notas inovadoras, mas a beleza da criação está na paixão por de trás do trabalho. A sorte é o resultado de um trabalho árduo”, comenta Adriana. Luck for Him traz uma combinação inusitada de mandarina, pimenta rosa e madeira, que capta a confiança e estilo sofisticado do homem. Seus principais componentes são: mandarina, que empresta uma pitada de citrus refrescante, a noz-moscada, um símbolo do amor e sorte e a essência de sândalo, que traduz um efeito masculino à fragrância. Distribuição: venda direta. Preço: R$ 87 (75ml cada). SAC: 0800 708 2866. Site: www.avoncompany.com

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evento BEAUTY FAIR

Está chegando o momento de mais uma edição da Beauty Fair. Além de trazer uma programação recheada de congressos e workshops, a maior feira da América Latina também promoverá uma série de lançamentos de produtos >>> DA REDAÇÃO

Tudo a postos

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principal feira de beleza das Américas já está com os motores aquecidos. Entre os dias 10 e 13 de setembro no Expo Center Norte, em São Paulo, a Beauty Fair está pronta para receber em seu espaço cerca de 500 expositores. Estes, por sua vez, lançarão novos produtos e serviços para um público de 145 mil profissionais, entre lojistas, cabeleireiros, esteticistas, maquiadores, manicures, depiladores, e outros. Em paralelo, a Beauty Fair mantém um forte núcleo educacional, com uma variedade de Congressos e Workshops para atualização dos profissionais de beleza. Este ano, os especialistas internacionais prometem atrair um maior número de profissionais visitantes. Entre os profis-

sionais confirmados estão: Alexandre de Paris e o visagista Claude Juillard, que palestrará durante o 1º Simpósio de Visagismo (dia 11). Além dessas atrações, a Beauty Fair também promoverá o 11º Congresso Científico Internacional de Estética e Cosmetologia, bem como o 1º Congresso Internacional de Dermopigmentação, o 6º Congresso de Depilação (dia 12), o 7º Congresso Internacional de Maquiagem Profissional (dia 11), o 11º Congresso de Manicures, entre outros congressos. A área de Negócios da feira também tem as suas atrações. Primeiro, no dia 9, um dia antes da abertura oficial da feira, acontece o Fórum Beauty Fair do Varejo de Beleza, direcionado apenas a convidados e patrocinadores. Um dia inteiro com diversas palestras, entre elas a do economista Ricardo Amorim, que falará

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sobre o momento econômico, desafios e oportunidades; Daniela Spinha, da Nielsen, abordará “A busca por um sortimento eficientes”; além deles, também palestrarão Eduardo Terra, Marcos Samaha, Alberto Serrentino, Mario Gazin e profissionais da Vult e da L’Oréal. No mesmo dia, à noite, ocorre a 1º edição do Prêmio Amigo de Vendas, em que serão reunidos o varejo e a indústria de beleza para confraternização e relacionamento. Na oportunidade, também serão eleitos, por meio de voto popular, o “Melhor representante comercial da indústria de beleza” e o “Melhor lojista de perfumaria”.

As novidades Confira algumas das novidades que serão apresentadas pelos expositores na edição deste ano:


DNA Italy Trará linha de batom líquido matte composta por 12 cores variadas (R$ 15 cada). Inspirada na mulher brasileira, conta com tons opacos diversificados que contemplam desde as consumidoras básicas até as mais ousadas. De longa duração, possuem aspecto suave e não deixam os lábios pesados, proporcionando sensação de conforto em sua aplicação.

Embelleze Divulgará a linha Novex Tudo de Bom, com diferentes maneiras de uso: Pré-Shampoo, Tratamento Condicionante, Creme de Tratamento Ultraprofundo e Creme de Pentear – Leave-in. Sua fórmula foi cuidadosamente criada para trazer o melhor para os cabelos. E também a linha de coloração Maxton Free, com fórmula sem amônia, que é muito mais suave que as tinturas tradicionais e oferece máxima cobertura e cor intensa por mais tempo. Também contém D-Pantenol, que auxilia no fortalecimento dos fios, e PhytoScreen, que protege os cabelos dos raios solares.

Inoar Um dos lançamentos da Inoar, por meio de sua linha Oxyfree, é a Cachos Online, uma linha de produtos com formulação pensada para valorizar cada tipo de fio e para cuidar de cada textura. Tem formulação específica para as diferentes texturas, em quantidades adequadas para cada tipo de fio e ingredientes especiais na composição. Uma linha liberada para quem faz as técnicas Low Poo/ No Poo/Co Wash. Outra novidade da marca é a Inoar Color System, uma linha desenvolvida para os processos pré, durante e pós coloração. Os produtos foram formulados para as diversas etapas de manutenção dos cabelos coloridos, com ingredientes próprios para preparar, proteger e manter a cor. Compõem a li-

nha: coloração permanente em creme, shampoo Clarifying, água oxigenada, pó descolorante, shampoo Pós-Coloração, condicionador Pós-Coloração, máscara de Manutenção da Cor, e Keratin Spray.

Salon Line A companhia aproveitará a Beauty Fair para propagar sua Maionese Capilar-Nutrição (R$ 19,90), uma máscara de tratamento nutritiva indicada para cabelos ressecados. Visa ajudar no desembaraço dos fios, eliminar o ressecamento e promover nutrição intensa. Ideal para cabelos crespos e crespíssimos, com grau de curvatura 3ABC e 4ABC, a Maionese Capilar contém Óleo de Abacate, rico em vitaminas A, D e E que promove a regeneração e nutrição da fibra capilar; Proteína do Ovo, rica em vitamina A, vitaminas do Complexo B e antioxidante e Azeite de Oliva, rico em vitaminas A, D, K e E. Apesar da textura e cor de maionese, o produto é destinado somente para uso capilar e possui fragrância de linha agradável e não comestível.

Taiff A empresa especializa em equipamentos de beleza apresentará seu mais recente modelador, TAIFF CURVES (R$ 159,90). Criado para acompanhar o styling mais procurado do momento, conta com design moderno, de última geração. Possui tubo de 1 polegada, que garante cabelos ondulados, com efeito natural, proporcionando sofisticação e definição ao look. Sua tecnologia de cerâmica protege as madeixas, atingindo a temperatura constante de 210º C, o que resulta na maior definição dos fios. Além disso, Taiff Curves possui cabo giratório, o que permite total praticidade em sua utilização.

Vult Entre as novidades da companhia está a Caneta para Sobrancelhas (R$ 39,50), desenvolvida para tonalizar, definir e corrigir falhas nas sobrancelhas. Enriquecida com Pantenol, a caneta tem ação emoliente e hidrante. Possui ponteira fina e alongada, o que possibilita a construção

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de sobrancelhas perfeitas, com traços finos, desenhando fio a fio. Disponível em duas cores que se adaptam às mais diversas tonalidades de pele, as Canetas para Sobrancelhas proporcionam preenchimento de forma precisa e extremamente natural, sem deixar o resultado pesado. Tem acabamento de longa duração e secagem rápida. Outro lançamento é a LET´S ROCK!, uma linha de batons (R$ 18,50 cada) com cores metalizadas com 16 cores, que possui fórmula cremosa e acetinada enriquecida com partículas luminosas. Segunda a marca, os batons contam com textura macia e de fácil aplicação, proporcionam cobertura uniforme, excelente fixação e principalmente conforto nos lábios.

Yenzah Para a feira, a companhia carioca trará as seguintes novidades: o Kit Mágico Sou + Cachos (R$ 34,90) permite a consumidora produzir a máscara ou o leave in da série, dependendo da quantidade de água adicionada. Na caixa, com 100ml de água, obtém-se a máscara para hidratação dos cabelos e, com 150ml, o leave-in, responsável por proteção, finalização e hidratação com efeito imediato. Outra novidade da linha Sou + Cachos é a Gelatina 2 em 1 (R$ 35,90) que pode ser usada como finalizador e modelador, adaptando-se às mais diferentes texturas do cabelo da mulher cacheada. Há ainda a Água termal Sou + Cachos de bolsa (R$ 24,90 – 120ml), em que a Yenzah criou o tamanho de bolsa da água termal umectante da linha Sou + Cachos em uma embalagem para a mulher levar aonde quiser. Enquanto isso, a nova família Yenzah Bomb Cream Whey chega para trazer a recarga máxima de vitaminas A, E e F que todo cabelo precisa. As vitaminas são essenciais para o crescimento, a nutrição e o tratamento dos cabelos. Conta com Shampoo low poo (R$ 34,90), Condicionador (R$ 36,90) e Máscara Bomb Cream (R$ 52,90), que visam fazer com que os fios cresçam mais fortes e saudáveis, protegendo-os do estresse ambiental (poluição das cidades, frizz causado pelo vento e impurezas do dia a dia). Já o shampoo Detox (R$ 34,90) combate a sobrecarga de toxinas e impurezas, como cloro da água, poluição, raios solares e uso excessivo de cosméticos.






especial VAREJO DE BELEZA

Nasce uma elite Formador de opinião por excelência, o canal perfumaria começa a ver as redes avançarem e ocuparem uma fatia cada vez maior do negócio. E isso é extremamente positivo >>> Aûani Cusma de Paula

A

s perfumarias representam o que há de mais completo e democrático em termos de acesso e consumo de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no Brasil. O varejo especializado em beleza, como a própria denominação indica, oferece aos consumidores o mix de produtos mais completo do mercado. As maiores redes chegam a oferecer mais de 20 mil itens, cobrindo todas as categorias de produto, uma gama extensa de possibilidades e propostas num único lugar, tudo suportado por um atendimento mais técnico e qualificado. Naturalmente, o universo do canal perfumaria não é homogêneo. Mas um grupo de empresas começa a se desgarrar da realidade do canal, se profissionalizando e crescendo de maneira muito mais acelerada do que o canal como um todo: as redes de perfumarias, um grupo restrito que soma algo em torno de 40 varejistas que apostaram na expansão do negócio e na profissionalização das suas operações para suportar

esse crescimento. É do avanço e sucesso delas que depende a evolução futura do varejo especializado em beleza no Brasil. Desde o início desta década, essas varejistas pisaram no acelerador abrindo loja atrás de loja. Algumas como a IAP! Cosméticos, de Fortaleza e a Lojas Rede, de Belo Horizonte, somam hoje mais de 40 lojas próprias (A paulista Sumirê conta com mais de 80 lojas sob a mesma bandeira, mas o modelo de operação é mais próximo do associativismo, com cerca de 40 lojistas compondo a rede). Claro que a base de crescimento do canal é menor. Nos momentos mais acelerados, as maiores bandeiras chegaram a abrir três, quatro, cinco lojas ao ano. É um número baixo quando comparamos com os mais de 100 novos pontos de venda inaugurados pelas principais redes de farmácias do Brasil ao ano. Mas, é sempre válido lembrar que há pouco mais de 20 anos, nomes como Droga Raia, Drogaria São Paulo e Drogasil contavam com apenas um punhado de lojas. Naquele tempo, inaugurar quatro, cinco lojas ao ano era uma glória. Hoje,

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as grandes redes de drogarias respondem por mais de 35% de toda a venda de medicamentos realizada no varejo Farmacêutico brasileiro. E fazem isso contanto com menos de 10% dos pontos de venda do canal. Essa concentração é ainda maior quando olhamos apenas para as vendas de produtos de higiene e beleza, categoria na qual as grandes drogarias evoluíram muito, o que não


equipe de atendimento da iap!: as redes de perfumarias vão consolidando sua liderança dentro do canal especializado.

aconteceu na mesma intensidade com as drogarias independentes.

Concentrado de beleza Na medida em que as maiores redes de perfumaria do Brasil crescem, a sua participação nas vendas do canal também aumenta. Esse movimento é potencializado pelo atual declínio nas vendas do canal como um todo. Como

as redes seguem crescendo, o desgarramento delas em relação às perfumarias independentes é muito maior. De acordo com a empresa de pesquisa de mercado Nielsen, no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, a cesta de beleza ficou estável, com crescimento de 0,2%. Mas a mesma cesta, considerando apenas o canal perfumaria

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retraiu 1,2%. Recentemente a empresa ampliou a sua base de pontos de venda especializados, agregando um maior número de lojas de rede e grandes perfumarias (classificados pela Nielsen como macro-perfumarias). Com isso o canal ganhou mais relevância em uma série de categorias de produtos, como esmaltes e tratamento capilar. Mas a retração nas vendas do canal perfumaria


especial VAREJO DE BELEZA como um todo é visível. Um exemplo prático se dá na categoria de cabelos, a base do negócio das perfumarias. De acordo com outra empresa de pesquisa de mercado, a Kantar Worldpanel, as vendas de produtos para os cabelos nas perfumarias caíram 18% nos 12 meses encerrados em março deste ano. Considerando apenas os números da categoria de tratamento, a Nielsen aponta uma queda menor, de 2,7%. Mas quando a análise é feita levando em conta apenas os resultados das redes e grandes perfumarias, a curva se inverte e as vendas subiram 2,6%. Longe de ser um número espetacular para quem se acostumou a crescimento de dois dígitos, dado o atual cenário, ele é digno de comemoração. E mais importante, reforça o maior potencial de crescimento das redes frente às perfumarias independentes. Atualmente, as macro-perfumarias respondem por 16% do volume (e algo próximo em valor) da categoria tratamento de cabelos. A distinção entre as redes e as perfumarias independentes é bastante perceptível em questões como mix de produtos e perfil de público. “Os independentes tem um público especifico, atuam focados num determinado espaço da cidade ou em um nicho. Mas acredito que isso é natural de todo o negócio. Ninguém começa grande”, pontua Felipe Padron, diretor da Padron Cosméticos, principal rede de varejo de beleza do ABC Paulista. Embora mesmo em canais de varejo mais concentrados do varejo, como o Farma e o alimentar, os independentes tem o seu espaço para operar. Mas, a vida deles, ao menos no canal especializado, tende a ser cada dia mais difícil, e não só por conta da competição ou da sua competência. “Eu acredito que as grandes redes vão se consolidar no Brasil e que o pequeno sai de cena por que ele não consegue mais atender ao FISCO. Está se tornando impossível para o pequeno varejo atender as demandas fiscais”, afirma Igor Parente, diretor da IAP! Cosméticos, maior rede de perfumarias do Nordeste. “O governo joga muito contra o pequeno e o médio. As obrigações fiscais são tão grandes que o próprio governo vai fazer com que só

Maria de Lourdes, da Danny, e Murilo, da vult: a relação entre perfumarias e indústrias de beleza locais é simbiótica.

fiquem grandes players no mercado”, reforça o dirigente.

Mais músculos, mais atenção Extremamente pulverizado e, em larga medida, ainda pouco profissional, a consolidação tende a ter um efeito extremamente positivo no desenvolvimento do canal, especialmente no que diz respeito à construção da imagem das perfumarias. No canal Farma, foram as grandes redes que viabilizaram o varejo Farmacêutico como destino para a compra de produtos de beleza. “Acho que é um grande desafio para as grandes perfumarias trazer o consumidor para o canal, reforçando os benefícios e qualidades que nenhum outro consegue atender completamente. Não se encontra todos os produtos de beleza que a perfumaria oferece hoje em outro lugar”, diz João Otávio Araújo, gerente de atendimento da companhia. Com o consumidor retraindo o gasto com serviços de beleza fora de casa,

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a perfumaria poderia se beneficiar muito se mostrasse para mais consumidores que ela oferece os produtos para essa “salonização” dentro do lar. A tendência do salão em casa impulsiona o avanço de categorias como alisantes e coloração, que cresceram 6,6% e 2,3% respectivamente, nos doze meses encerrados em março de 2016, de acordo com a Kantar Wordpanel. De modo geral, a comunicação é um desafio para as perfumarias, assim como a geração de tráfego para o canal, que tem uma penetração de 36% entre os consumidores brasileiros. “É preciso ampliar a base e a frequência com que se frequenta este ponto de venda. “Quem vai lá é porque está interessado em consumir e gerar tráfego, muito possivelmente, vai gerar conversão de vendas”, acredita o executivo da Nielsen. A maior musculatura das redes de perfumaria tem feito a diferença em favor delas, que conseguem além de negociações com preços e condições melhores, mais atenção de indústrias cosmé-





especial VAREJO DE BELEZA

Loja da princesa cosméticos, em são paulo: a amplitude do mix é é o que distingue as perfumarias dos outros canais. ticas de todos os portes e mais recursos – de verbas para ações até promotoras – para movimentar suas lojas e desenvolver novos negócios, especialmente neste momento duro da economia. “Por conta da crise, tivemos de ser criativos e de entrar mais dentro da loja para buscar o consumidor final, pois estava virando uma grande guerra”, diz o presidente da Inoar Cosméticos, Alexandre Nascimento, lembrando que muitos varejistas sofreram com a queda do ticket médio graças ao declínio na venda de produtos com preços acima de R$ 50. O crescimento dessas redes não veio por acaso. Cada uma a sua maneira, elas se preparam para aproveitar o bom momento vivido pela economia brasileira num passado não muito distante. Essa preparação envolveu desde a concepção de infraestrutura de armazenamento e distribuição até a modernização das lojas, com uma melhor organização do mix e avanços na layoutização. Com 14 anos de mercado e cerca de 40 lojas espalhadas por sete estados da região Nordeste, a IAP! Cosméticos é um dos melhores exemplos dessa transformação. Pelas lojas da rede passam, em média, 500 mil pessoas todos os meses. Depois de algumas mudan-

ças acertadas na estratégia, a empresa obteve um rápido crescimento nos últimos seis, sete anos, período no qual o atual diretor da empresa, Igor Parente, assumiu o comando do negócio da família. “Nós tínhamos um atacado, uma distribuidora e o varejo. Nessa revisão da estratégia resolvemos focar no varejo. Fechamos lojas que davam prejuízo e enxugamos a operação. Depois fizemos uma profissionalização violenta. Somos seguramente a rede de perfumarias do mais organizada do Nordeste”, garante o empresário. “Hoje, a IAP! tem os seus balanços auditados por uma grande empresa do setor. Mesmo sendo pequena, começamos a nos portar como uma multinacional e vendemos esse projeto de seriedade para os nossos fornecedores. De uma empresa pequena que queria ser uma empresa grande”, complementa o executivo. Antes de fundar a Ramavi Cosméticos, em 2001, o empresário Joao Luiz Bignardi acumulava mais de 20 anos de experiência com cosméticos, atuando como representante comercial. Com apenas uma rede de perfumaria dominando a cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, conversando com outros representantes, Luiz teve a ideia de inaugurar uma nova loja na cidade.

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E assim o fez. Primeiro com uma loja de bairro e, depois de três anos, com um segundo ponto, já no centro da cidade e de lá não parou mais. Hoje são nove lojas, incluindo uma em Sertãozinho, na região metropolitana de Ribeirão. “É uma firma familiar, com espirito de empreendedorismo para crescer. Saímos de um faturamento ridículo para chegar a um número bastante expressivo”, conta João Luiz. O fundador da Ramavi reforça que todas as lojas são autossuficientes, o que faz com que a empresa siga com o planejamento para a abertura de novas lojas. Apenas no primeiro semestre deste ano, foram abertas duas lojas. Além disso, a empresa é dona da maior parte dos imóveis nos quais estão suas lojas. Na medida em que a rede foi se expandindo, a Ramavi passou a investir na organização para não perder o controle do negócio. Do centro de distribuição da empresa as lojas são abastecidas diariamente e a empresa redesenhou toda a sua organização interna, trazendo profissionais de mercado para tocar os principais departamentos da empresa, inclusive a área de compras, que foi uma das mais difíceis para João Luiz abrir mão, já que era ele e sua esposa que cuidavam de todas as



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ricardo, da ikesaki: desafio para conciliar gestores de varejo mais técnicos com a alma do varejo de beleza. compras da varejista. “Hoje a gente não compra nada. Só fica supervisionando”, reforça.

CADA REDE, UM ESTILO Se todas fizerem por merecer (e realmente fizeram) é bastante claro que os meios e caminhos utilizados variam de um caso para o outro. Ao contrário de outros canais como o alimentar e o Farma, que mantêm alguns padrões básicos de gestão e indicadores que orientam os negócios daquele canal, independentemente da empresa, nas perfumarias a gestão ainda é muito personalista. Hoje, vale o modelo preconizado pelos seus donos. E esse modelo tem muito a ver com a história de vida de cada empreendedor. Numa rua que funciona como um calçadão no centro velho de São Paulo, a Princesa Cosméticos oferece um dos mais completos sortimentos de produtos de beleza o Brasil. São cerca de 30 mil itens, espalhados por uma loja de 600 m2, com gôndolas altas, dezenas de promotoras e mais de uma dúzia de check outs para atender, sem filas, os

cerca de quatro mil tickets gerados todos os dias, com picos que chegam a 12 mil em determinados períodos do ano. Com quase cinquenta anos de vivência no varejo e oriundo do varejo alimentar, o Senhor Teruya enxergou no segmento de beleza, a oportunidade de entrar num negócio que oferecia melhores oportunidades de crescimento. Hoje, além da loja em São Paulo, a Princesa está presente em Campinas e Sorocaba, ambas no interior de São Paulo. Criada há mais de 50 anos, a Padron opera com nove lojas em São Caetano, Santo André e São Bernardo, e mais duas na capital paulista. O dia a dia do negócio é tocado atualmente pela terceira geração da família, da qual Felipe Padron faz parte. A visão da empresa é a de aproveitar oportunidades e crescer com responsabilidade. “Não abrimos lojas para fazer teste. Quando abre tem que dar certo”, afirma. Felipe diz que a empresa está trabalhando para melhorar o que já tem, como ambientação de lojas e logística. “[Tem muita coisa que] estamos aprendendo ainda. Não estamos 100% em nenhuma loja, mas

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estamos avançando”, explica Felipe, que diz que já são seis lojas operando com reposição automática de mercadorias. Nesse processo de modernização, a preocupação número um do Padron é evitar rupturas nas lojas. “No nosso caso, o foco é sempre o cliente na loja. E a gente tenta atender o cliente da melhor forma possível em preço e rapidez na introdução das novidades. Isso faz com que muitas vezes nós mesmos quebramos o processo. Estamos aprendendo a lidar com isso porque o mais importante é ter o produto para atender o cliente na velocidade mais rápida”, explica Felipe Mas, ainda que o toque pessoal do dono faça toda a diferença no modo como o negócio é gerido, a própria profissionalização das empresas tende a estabelecer padrões mais homogêneos, especialmente nos aspectos relacionados às áreas como tecnologia, gestão de estoques e logística. “Não construí a empresa para mim, construí para o mercado”, pontua Igor, da IAP! A sua crença pessoal é a de que quanto mais automatizado o negócio, mais eficiente ele é. Por isso os investimentos em infraestrutura e tecnologia são pesados. “Temos todos os sistemas mais avançados disponíveis para o varejo. As pessoas ficam surpresas com a consistência dos nossos processos“, afirma. Por muito tempo, os donos de perfumarias se preocuparam, basicamente, de abastecer a loja (raramente mais do que uma ou duas) e se mexer para fazer os produtos girarem. Efeito colateral do próprio crescimento, as áreas de back office passaram a receber muito mais atenção e recursos das varejistas, que, com a ajuda de consultores externos, ou na raça mesmo, foram adotando as melhores práticas do mercado, como a padronização das caixas de transporte, uso de ferramentas como WMS e RFID (sistemas inteligentes que facilitam a gestão dos estoques), processos de recebimento e distribuição de materiais e sistemas que auxiliam os gestores a decidir o que e quando comprar, ou o que tirar das prateleiras. São todas ferramentas conhecidas e utilizadas pelos maiores varejistas de outros canais, o que nos leva a crer que mais redes de



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comunicação da mundo do cabeleireiro, em recife: de modo geral, as perfumarias precisam comunicar os seus diferenciais para uma maior fatia da população. perfumaria tendem a trabalhar sobre conceitos “universais”, facilitando a vida de quem precisa abastecer o canal. A Danny Cosméticos, rede com 39 anos de vida baseada em Americana precisou se preparar muito para expandir suas operações para cidades situadas há mais de 200 km da sua sede, onde fica o centro de distribuição da empresa, que abastece as lojas de fora de Americana duas vezes por semana. “Sair da sua cidade e abrir lojas longe não é fácil e o impacto é complicado no começo. Mas, depois que pegou o fio da meada, o negócio funciona”, revela Maria de Lourdes Sacilotto, sócia da rede. A empresa realizou toda uma preparação, mas ainda diz ter muito para fazer, principalmente em Tecnologia de Informação. “Essa é uma área que tem sempre muita novidade, mas estamos no caminho. A cada NRF que a gente vai (uma das maiores convenções de varejo do mundo, realizada nos Estados Unidos) a gente dá um passo adiante e tenta sempre estar em linha”, complementa.

A ALMA DO NEGÓCIO É A DIFERENÇA Se no lado dos bastidores da operação, a boa tendência é correr atrás do que de melhor é feito em outros canais, quando falamos dos aspectos mais relacio-

nados à loja nunca foi tão importante para o sucesso das perfumarias serem mais perfumarias e especializadas do que nunca. A consumidora da perfumaria é, por excelência, multicanal. Ela certamente acessa o varejo alimentar e o Farmacêutico e em ambos é possível encontrar um sortimento de produtos de beleza e higiene. Novos canais como o atacarejo também têm avançado sua participação em diversas categorias de beleza, especialmente as mais relacionadas com higiene pessoal. E claro, a venda direta, apesar de não demonstrar a mesma força de uma década atrás, ainda mantém posições dominantes em categorias de extrema relevância no mercado de beleza, como maquiagem e produtos para a pele, em especial dos de tratamento. Ou seja, mais do que a competição entre as próprias perfumarias – que até existe, mas de maneira mais pontual em algumas regiões com muita concentração de lojas, em geral áreas de comércio popular com grande fluxo de pessoas – as perfumarias concorrem hoje com todos os ouros canais de varejo que vendem produtos de higiene e beleza. Em quase todos os aspectos: percepção de preço, frequência de visitação, conveniência, capilaridade da rede e reconhecimento da marca as perfuma-

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rias vão perder para os outros canais. Em muitos casos de lavada. Mas tem dois elementos chaves para um varejista especializado, que nenhum outro canal pode oferecer e que devem ser o ponto central de atenção dos varejistas de beleza: mix e atendimento. A alma da perfumaria é a amplitude e a profundidade da sua oferta de produtos. Essa é a grande diferenciação do canal. A consumidora que vai a perfumaria, na grande maioria dos casos, está atrás de produtos e soluções mais específicas e não necessariamente do melhor preço. “Nossa estratégia para consolidar a marca Affagio no varejo especializado em beleza é oferecer soluções inovadoras que realmente atendam demandas ainda não satisfeitas pelo mercado”, conta Ivana Azevedo, gerente de Marketing da PHC. “Um bom exemplo são nossos absorventes para seios, que contam com um formato triangular pioneiro e vão além da função de absorção, para oferecer também um benefício estético: a discrição sob a roupa”. complementa. A consumidora pode até pagar um pouco mais num produto que lhe ofereça a solução que ela acredita irá proporcionar o resultado que ela espera. “Acho que o canal perfumaria está se estruturando e investido mais. Também enxergo que elas também estão in-



especial VAREJO DE BELEZA vestindo em produtos de valor agregado, procurando trabalhar produtos que ofereçam satisfação para as consumidoras e um retorno financeiro maior”, acredita Brito de Paula, diretor Comercial da Lacan Cosméticos. Para o executivo, o movimento é recente. “Cinco anos atrás, vendíamos sempre as mesmas marcas, bons produtos, sem dúvida. Mas eu não conseguia enxergar elas vendendo um shampoo da Lacan a R$ 40, como acontece hoje”, emenda. “É um canal que, nos últimos anos, evoluiu muito no sentido de se aproximar do consumidor, de oferecer muito mais conhecimento, treinamento e conforto dentro das lojas no atendimento. E mais uma vez a gente se preocupou em acompanhar tudo isso e a ajudar na evolução deste canal”, diz o diretor Comercial da Salon Line, Lázaro Campos. Um risco que precisa ser acompanhado muito de perto pelos donos do negócio, especialmente quando o processo de profissionalização envolve incorporar à equipe, profissionais de outros canais que entendem muito de processos e gestão e conseguem programar ações como foco nos produtos de alto giro e redução dos níveis de estoque nas lojas, gerando números melhores para o caixa num curto espaço de tempo. Só que no médio e longo prazo, isso é um verdadeiro tiro no pé. Esse é o tipo de movimento que faria o canal se aproximar dos supermercados. Só que as pessoas vão ao supermercado por outros motivos, na perfumaria, elas só vão comprar produtos de beleza. Para Ricardo Ikesaki, diretor da tradicional varejista que leva o nome da sua família, o grande desafio está no modelo de gestão. “As lojas melhoraram as atmosfera, a experiência, a percepção de moda está mais presente na perfumaria do que alguns anos atrás. Mas isso cobra execuções caras, e pode compromete o retorno. Quando a Ikesaki vai para algum lugar ela precisa entregar a mesma coisa, parecida entregar serviços e serviços custam. Custam para a gente e custam para o fornecedor. E como a gente equaciona isso com pequenos fornecedores que estão passando por problemas?”, pergunta Ricardo. Para ele, conciliar a competência técnica

de gestão e de processos com a manutenção da alma do negócio é o grande desafio. “Como eu torno isso possível e tangível para minha equipe de colaboradores a partir de lideres que sejam mais preparados tecnicamente? Ainda não tenho essa resposta, mas estamos buscando alguns caminhos, valores, propósitos... E gestores mais técnicos, que têm que entender o coração do negócio e não só de planilhas.”, afirma Ricardo. “Se o varejo especializado souber trabalhar a loja física, mix de produtos e atendimento, passa a ter um diferencial com o qual o canal Farma (de amplitude e profundidade do mix) não está preocupado e que o alimentar não tem condição de exercer. Estabelecer um ambiente mais glamurizado com demonstrações e serviços, além de linhas de produtos específicas de marcas de pequeno e médio porte”, acredita André Elias, especialista em varejo Farmacêutico e de beleza. Lojas de perfumaria mais bonitas e bem ambientadas são o resultado de um movimento relativamente recente. A departamentalização das lojas, com os produtos agregados por categorias e subcategorias, algo relativamente simples, só se transformou em uma realidade recentemente. Processos mais complexos como gerenciamento por categorias e entendimento de hábitos e atitudes dos consumidores são elementos distantes do dia a dia de boa parte do varejo brasileiro, e mais ainda do varejo especializado. Mas tudo leva a crer que as maiores redes de perfumaria tendem a trilhar esse caminho. “As lojas como um todo foram repensadas, reestilizadas. mudaram ambientação, iluminação... O varejo especializado se preocupou muito em melhorar a experimentação na loja, até por conta do avanço do e-commerce, um canal que tem uma participação importante na nossa indústrias”, acredita o sócio-diretor da fabricante de maquiagem Vult, Murilo Reggiani. Para avançar e se firmar como o melhor ponto para a compra de produtos de beleza, o varejo especializado passou a tentar proporcionar uma experiêcia melhor já que todos os outros canais acabam beliscando uma fatia do merca-

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do de beleza. “Mas nos últimos anos eles têm evoluído bastante com isso. É um tempo necessário para que eles se desenvolvam”, reforça Murilo. A Danny está na fase final da reforma da sua principal loja, localizada em Americana. A retirada do antigo escritório da empresa, que ficava contiguo ao ponto de venda, permitiu que a loja fosse ampliada. E já que era para mudar, a empresa resolveu apostar num conceito totalmente novo para a loja. A empresa que oferece um mix que vai dos produtos mais populares até os perfumes de luxo importados, está organizando o espaço como uma loja de departamentos. “Para cada categoria criamos uma ambientação, com comunicação de piso, revestimento, balcão, iluminação específica”, revela. Apesar do ganho de espaço, a maior preocupação não é com a ampliação do mix ofertado (até porque ele já é bastante


cliente atendida em perfumaria: o atendimento prestado na perfumaria precisa ser técnico e isento. Por isso existem grandes discussões sobre o papel das promotoras nas lojas.

extenso), mas sim em promover uma melhor experiência de compra para quem vai à loja. “Teremos uma gondola um pouco mais baixa, trabalharemos com maquiagem em ilhas e camarins para maquiagem express, espaço infantil também com alguns camarins. Será uma das primeiras lojas com esse conceito”, diz Maria de Lourdes, que conta que a indústria acompanhou o desenvolvimento do projeto desde o início, algo inédito na história da varejista.

O maior parceiro da indústria nacional A diferenciação do mix de produtos é o aspecto mais crítico do negócio das perfumarias por diferentes motivos. E são os produtos de maior valor, a imensa maioria de marcas brasileiras, que compõem a maior parte do faturamento e as que agregam as características que o canal precisa para gerar

a diferenciação.“Temos toda a ligação com o canal especializado. A empresa se fez muito ligada a ele, trabalhando as linhas de relaxamento e investindo em treinamento com o canal” lembra Lázaro, da Salon Line. O canal perfumaria sempre foi o principal ponto de venda para as companhias brasileiras de cosméticos que atuam no varejo multimarca. Historicamente, a evolução dessas empresas passa pelo sucesso conquistado neste canal especializado e tão especial. “A perfumaria tem um papel importantíssimo diante da consumidora, porque é lá onde ela entra em contato com a novidade e com a marca. Também tem um papel importante em nossa estratégia, tanto é que, hoje, tenho um porfólio exclusivo para perfumaria e não vendo-o no farma. Nem que ele queira, eu coloco lá para vender. Acredito que é uma forma de fortalecer o canal e o

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relacionamento com ele”, explica o diretor-geral da Yenzah, Rodrigo Goecks. Algumas das marcas mais tradicionais do mercado e, das que estão bombando atualmente, não seriam o que são sem as perfumarias. “No começo da história Haskell, tínhamos a venda mais direcionada para o salão. Com o passar do tempo, até pelo crescimento do varejo e das perfumarias, vimos uma grande oportunidade de entrar neste canal. Depois de um tempo, seguimos trabalhando em salões, mas mais focado nas perfumarias. Foi onde nós realmente começamos a crescer e ganhar o consumidor”, garante a gerente de Marketing da empresa Mayara Araújo. E as perfumarias também têm nas indústrias locais a sua grande fonte de diferenciação. Afinal, sem elas, seria difícil criar um mix muito diferente do que pode ser encontrado num supermercado – por excelência o território das multinacionais – e mesmo nas farmácias, que evoluíram muito na categoria de beleza com uma oferta de produtos mais premium, mas que também depende muito dos produtos de mass market fabricados pelas grandes multinacionais (como uma categoria de produtos exclusiva do Farma, os dermocosméticos não entram nessa consideração). É claro que a perfumaria não pode abrir mão de ter marcas como Dove, Elséve e Pantene nas suas prateleiras, produtos de procura e giro garantido. Mas, definitivamente não são essas as marcas que garantem as margens e, principalmente, que formam a imagem do canal. Só que, assim como o varejo especializado está passando por um processo evolutivo com o avanço das redes, as indústrias nacionais que estão se destacando no trabalho com as perfumarias são as que fizeram o dever de casa. “Marcas que eram representativas 10 anos atrás, saíram de cena porque não conseguiram seguir no mercado mais competitivo”, diz o diretor da Mundo do Cabeleireiro, Celso Moraes. Com 23 anos no mercado e 17 lojas, a rede é a maior de Pernambuco e, recentemente, inaugurou uma loja em São Paulo, no Shopping Tatuapé. A Mundo


especial VAREJO DE BELEZA loja da bel, no rio de janeiro: as redes do Nordeste estão avançando mais rapidamente que a de outras regiões.

do Cabeleireiro aposta na especialização e na agilidade para acompanhar as modas e tendências do mundo da beleza. Tanto que para entrar no mix de produtos oferecidos nas lojas, às indústrias precisam chegar ou com uma nova tendência ou um conceito diferente. ”O que a gente dá mais valor é a novidade, uma abordagem diferente”, explica Celso, que afirma que “produto copiado”, não tem mais chance na empresa. “As empresas que não tem inovação perdem muita credibilidade perante nós”, emenda. A abertura em São Paulo, inclusive tem mais a ver com aprender e capturar o dinamismo e as novidades que acontecem na maior cidade do país e levá-las para as lojas no Recife. “Alguns sofrem com a operação. Para nos atender a indústria tem que ser eficiente, ou ele não entra”, reconhece Igor, da Iap!. Quando inauguraram o centro de distribuição, ele lembra que muitos dos fornecedores não trabalhavam com nenhuma padronização logística. A Ikesaki sofreu com o mesmo problema. “Para muitos dos nossos clientes, fomos os primeiros a pedir código de barras nos produtos”, lembra Ricardo. O dirigente da Ikesaki acredita que no final o mercado contará com um grupo de indústrias que vai ficar fora das redes. “Acho que vão

acontecer essas segmentações”, reforça Ricardo, que apesar disso, acredita que a maior parte da indústria tem se desenvolvendo mais rapidamente. Para ambos, o importante é que após vencer o sofrimento inicial, essas indústrias menores acabam se habilitando para vender para outros varejistas grandes. Nascida há 19 anos, dentro do varejo especializado, a Belofio é uma das empresas que avançou com os seus processos para atender melhor as novas demandas do varejo especializado. “Passamos por grandes mudanças nos últimos anos, incluindo a inauguração de uma nova planta e da revisão na nossa logística, que nos proporcionou maior agilidade na produção e entrega. Também ajustamos o nosso portfólio de produtos para termos maior reconhecimento do consumidor a nossa marca. Hoje, mais de 80% da nossa comunicação se concentra no ponto de venda”, conta Tatiana de Carvalho, gerente de Marketing da Belofio. Na outra ponta, as redes de perfumarias também tem evoluído na sua oferta de valor para à indústria. Ao introduzir o autosserviço para todas as categorias – inclusive maquiagem – na Princesa Cosméticos, o senhor Teruya convocou seus fornecedores e disse que precisava do suporte deles para que o volume de furtos não fosse maior do

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que o lucro. Tudo ajustado, ele mesmo se incumbiu de desenhar os móveis que abrigaram, de maneira individualizada, cada marca de maquiagem oferecida no ponto de venda. Os recursos e verbas solicitadas (e qualquer varejista sempre irá pedir verbas para à indústria) tem um direcionamento mais claro hoje do que no passado e os objetivos de cada ação são compartilhados com as indústrias, aumentando a transparência nas relações entre as duas partes. “Nós temos fidelidade com os nossos fornecedores. Geralmente não abrimos novos, exceto quando existe a necessidade de um produto que explodiu na redes sociais”, afirma Ivo Vieira Barbosa, presidente da rede Bel Salvador (Bel Cosméticos fora da Bahia), para quem esse é um dos segredos para conseguir fazer grandes negócios. “Não adianta distribuir o seu mix de maquiagem com 50 fornecedores. É melhor concentrar em alguns grandes parceiros para fazer ações e gerar tráfego”, emenda o dono da Bel, que ao lado da Mundo do Cabeleireiro e da IAP!, forma o “Trio de Ouro”, das redes de perfumaria do Nordeste. “Não vamos generalizar, mas eu percebo no Nordeste tem alguns varejistas especializados muito organizados e que tem a rede na mão. É aí fica mais fácil expandir. No nordeste os donos administram o negócio e são mais rápidos na decisão”, acredita Ivo. (A próxima edição de Atualidade Cosmética trará uma reportagem especial dedicada a eles). A Bel nasceu como uma distribuidora, mas uma mudança de tributação no estado da Bahia prejudicou muito o modelo. Foi quando Ivo migrou totalmente para o varejo. “Abrimos uma primeira loja de rua e na sequência uma segunda loja, já em shopping centre. Hoje, a maioria das lojas da Bel – são mais de 20 hoje – está em shoppings e o foco da operação é crescer com lojas nesses estabelecimentos”.

A equação do atendimento Pilar básico de qualquer negócio de varejo, o atendimento é junto com o mix um elemento que deve ser digno para uma loja poder ser chamada de espe-


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especial VAREJO DE BELEZA cializada. “Eu continuo falando para os outros que abrir loja é muito fácil. O difícil é montar equipe para tocar a loja. É difícil acreditar que num país com 12 milhões de desempregados você não consiga contratar uma vendedora. Mas, de cada vinte meninas que você faz teste consegue aproveitar duas, três”, conta João da Ramavi. Ivo, da Bel Salvador corrobora afirmando que o grande desafio para a expansão futura das redes é mão de obra. “Aquelas perfumarias que não investiram no atendimento ou num espaço especializado para dar informações para esse consumidor, para ele chegar e entender para serve cada produto, pois ele chega lá e tem oito mil produtos. Então, como a gente consegue chegar neste consumidor. As que não acompanharam a necessidade do shopper, que está buscando um produto específico, e não trabalhou com um planograma completo e direcionamento, realmente está ficando para trás”, pontua Eliane Cardoso, gerente de Marketing da Cless Cosméticos. Ter uma equipe bem treinada é fundamental para que os “donos do negócio” possam se dedicar a planejar e cuidar de assuntos mais estratégicos. “A empresa não pode depender de mim para abrir a loja”, brinca João. Na Danny Cosméticos, uma estrutura própria de formação de equipes e treinamento trabalha incessantemente para manter o atendimento como o grande diferencial da empresa. “Às vezes você cruza o oceano atrás de novas informações e quando vai analisar chega a uma conclusão óbvia. Por isso que a gente, de tempos em tempos, fala para voltar ao básico e revisar processos para ver se estamos tudo ok”, explica Maria de Lourdes. São vários fatores que se misturam no tópico “atendimento”. O mais crítico deles sem dúvida diz respeito à questão das promotoras. Trata-se de um modelo instalado no mercado, especialmente nas redes que operam lojas maiores. A indústria manda suas promotoras, que acabam servindo, na prática, como atendentes do varejista, que exige uma postura neutra dessas profissionais. Mas isso não é fácil. Afinal, elas são promotoras,

seus salários são pagos pelas empresas que as contratam e que esperam que ela venda os seus produtos e não os da concorrência. O modelo atual está longe de ser do agrado dos próprios varejistas, mas eles receiam ter que assumir tais custos uma vez que muitas lojas o número de promotoras é tão grande quanto o de funcionárias da varejista. “Meu sonho é ter apenas promotoras próprias na minha loja. Mas é quase impossível”, confirma Ivo , presidente da rede Bel Salvador, que opera mais de 20 lojas em Salvador, onde fica a base da empresa, e também em Vitória, Rio de Janeiro, Maceió e, até o final do ano, também em São Paulo. Além da questão do custo, para o empresário, se a fábrica não tiver as suas promotoras ela não consegue vender. “A grade dificuldade da fábrica é controlar as funcionarias e o custo. Hoje a promotora é fundamental no PDV, assim como as redes sociais que impulsionam as vendas”, emenda. A qualidade do atendimento tende a subir quando a equipe é toda da varejista – desde que bem treinada, naturalmente – uma vez que os profissionais tendem a ser especialistas em cada categoria. (Esse é um tópico que também será abordado em mais profundidade na próxima edição de Atualidade Cosmética). “Acho que até o papel da promotora, de promover, e o da demonstradora, de demonstrar, ele pode ser importante no caso da indústria. Mas eu entendo que a loja que tiver uma equipe de vendedoras qualificada e usar a promotora como ferramenta para promoção pontual, um calendário promocional, acredito que seja o modelo mais efetivo”, explica Rodrigo, da Yenzah.

Visões para o futuro Se está cristalino que as redes vão aumentar mais e mais sua participação no bolo do varejo especializado em beleza, como vai se dar o processo de expansão e consolidação ainda não está muito claro. A maior parte delas tende a seguir o caminho do crescimento orgânico, até porque além das questões peculiares da gestão de cada rede, o

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mercado ainda não parece ter escala suficiente para enveredar por esse caminho. O que não quer dizer que o canal não seja atrativo para investidores. Ivo, da Bel, acredita que o mercado pode até despertar o interesse de fundos de investimento, já que a rentabilidade do negócio é interessante para os padrões do mercado financeiro. Os complexo cipoal tributário do Brasil faz com que a aposta em redes verdadeiramente nacionais seja algo de mais longo prazo. Todas as redes de São Paulo entrevistadas para essa reportagem dizem claramente não ter planos para expandir seus negócios fora do Estado. “É preciso ter muita escala para montar uma loja em outro estado, por que você tem que ter outro modelo mental para operar num estado diferente por conta das enormes variações tributárias”, lamenta Ricardo Ikesaki. Já as redes do Nordeste, embora acreditem que exista um bom caminho a percorrer, estão mais próximos dessa realidade nacional, até porque já cruzaram às fronteiras dos seus estados de origem. “O nosso canal vai crescer e será muito importante para a indústria. porque algumas categorias de produtos são inerentes ao canal especializado. E em muitas categorias o nosso varejo é muito mais desenvolvido que outros canais”, diz Igor. Segundo a Nielsen, a Iap! tem 25% do mercado de coloração o Nordeste, considerando perfumarias e farmácias. “Vamos ter em poucos anos 100, 150 lojas. Crescemos 25%, 30% ao ano. A empresa tem uma situação confortável, de rentabilidade, de caixa é só esperar a economia girar”, conclui Igor.

Este especial sobre o varejo especializado em beleza continua na próxima edição de Atualidade Cosmética, com reportagens sobre: - A força das redes do Nordeste; - Os desafios das multinacionais para entender o canal; - O dilema das promotoras; e - A nova cara da maquiagem nas perfumarias.





negócios Estratégia RODRIGO GOECKS: segundo dirigente, a companhia ainda tem muito espaço para crescer.

Bomba de crescimento

Lançamentos de sucesso, maior profundidade em clientes importantes e investimentos para sustentar a produção. Eis a fórmula que está fazendo a Yenzah crescer 78% neste ano >>> Aûani Cusma de Paula

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ara muitas empresas de diversos setores, inclusive da indústria de beleza, 2016 vai entrar para a história como um ano para se esquecer. Depois de vivenciar em 2015 a primeira queda na receita em quase duas décadas, o setor tenta se recuperar do baque, mas não será neste ano que o mercado irá se reencontrar com os seus dias gloriosos de franco crescimento. Mas essa realidade negativa não vale para todos. Ainda bem. Pegue o caso da fabricante carioca de produtos de tratamento capilar Yenzah. A jovem empresa está na crista da onda e gerando números de fazer inveja. No primeiro semestre deste ano, as vendas avançaram impressionantes 78%, puxados por dois movimentos principais. O primeiro deles foi que a empresa conseguiu realizar um trabalho com maior profundidade em clientes importantes para a companhia, o que permitiu um crescimento expressivo nesse grupo de varejistas. O segundo movimento importante foi uma série de lançamentos bem-sucedidos, com impactos robustos para o faturamento da Yenzah. Sócio-fundador

e diretor-geral da empresa, Rodrigo Goecks, destaca particularmente o estrondoso sucesso das duas mais recentes marcas da Yenzah: Whey FitCream e Sou+Cachos. Lançada em meados do ano passado, esta linha Whey FitCream foi a primeira a utilizar o conceito de Whey Protein – um tipo de suplemento que bombou junto ao público das academias. “Muitas marcas vieram na sequência e a maior parte delas já saiu. A nossa marca foi a que ficou consolidada como a primeira no mercado”, comemora Rodrigo. No embalo do sucesso de Whey FitCream, a empresa vai apresentar durante a Beauty Fair, em setembro, uma extensão da marca, o Bomb Whey, que promete uma explosão de vitaminas para os cabelos. A marca também vai servir de plataforma para a entrada da empresa no segmento de transformação, com o lançamento de uma escova inteligente e uma escova progressiva – em versões para consumidor e profissional – introduzindo conceitos diferentes. “Acreditamos que esses lançamentos de transformação agregados à marca Whey FitCream vão

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gerar uma percepção positiva para as consumidoras. É um produto com uma fórmula que entrega um resultado efetivo e que tem um conceito muito legal por trás”, explica o diretor da Yenzah.

SEM DORES DE CRESCER Crescer é um processo muito bom, mas que traz junto desafios. O rápido crescimento da Yenzah gerou alguns problemas de produção e, consequentemente, de entrega dos produtos para os clientes. O problema foi sanado recentemente, com a entrada de um novo investidor, que deu à empresa mais pulmão para enfrentar essa fase. Ao mesmo tempo, a companhia deu início à construção de uma fábrica própria, com previsão de inauguração para o primeiro semestre de 2017. Sem ter de se preocupar com problemas de produção que estavam limitando o crescimento da companhia, a Yenzah tem olhado para novas possibilidades de mercado, como a entrada na categoria de transformação. “Ainda temos muito espaço para crescer, porque atuamos basicamente na categoria de tratamentos. Alcançamos um fatu-


ramento bastante impressionante só com o mix de tratamento”, comemora Rodrigo, que lembra também que a empresa está alavancando o seu crescimento no mercado externo, especialmente em Portugal e nos Estados Unidos. A companhia também está dando mais força à sua operação no estado de São Paulo, com a contratação de oito vendedores em regime de CLT. “Nosso grande desafio é expandir a presença da Yenzah em São Paulo, por isso estamos saindo do formato de representante tra-

dicional e fazendo como já operamos no Rio de Janeiro, onde todos os vendedores são contratados da empresa. Isso dá uma segurança no cliente de que ele está lidando diretamente com a indústria”, acredita. Hoje, 44% das vendas da Yenzah é gerada por produtos lançados nos últimos 12 meses, o que mostra uma força grande da capacidade de inovação da empresa. “Temos um calendário de lançamentos bastante agressivo para este ano. Queremos ser uma alternativa para os nossos clientes diante da crise. Vamos crescer unindo es-

forços, com ações para que eles cresçam e a gente cresça junto”, diz ele, que explica a mudança de paradigma que é, ao invés de trabalhar pelo crescimento “no” cliente, trabalhar pelo crescimento “do” cliente. “O trade marketing digital, uma grande sacada nossa, tem sido percebido como algo que gera valor pelos clientes, porque esse tipo de serviço visa o crescimento deles. Quando somos percebidos como alguém que quer ajudar o cliente a crescer, nos posicionamos muito fortemente junto a eles”, pondera Rodrigo.

“TAMO” JUNTO - APOIO DIGITAL empresa a fazer um tour de blogueiras no PDV, o tour Yenzah com a Evelyn Regli, no ano passado”, cita o dirigente. A empresa também tem dado suporte aos seus clientes com informações e conhecimento do universo digital. “Hoje a gente escaneia a web e apresenta aos clientes pesquisas de perfis de público e comportamentos de consumo.” As ações em conjunto podem ter um objetivo de branding, de aumentar o engajamento do público nas redes dos clientes, mas também podem ter foco em vendas. “Isso tem sido um diferencial porque com esse trabalho geramos sell out tanto no mundo físico quanto no mundo virtual. É um pacote de serviços no qual ajudamos os clientes a ter vendas no mundo físico e no mundo digital”, conclui.

Um pilar fundamental no sucesso da Yenzah está no trabalho que a empresa realiza no ambiente digital e nas mídias sociais desde o seu nascimento. Agora, a empresa está colocando esse expertise a serviço dos seus clientes com o trade marketing digital. “É algo que inventamos em casa”, diz Rodrigo. Da mesma forma que existe o trade marketing clássico, cuja missão é alinhar as ações entre a indústria e os clientes, a Yenzah tem hoje uma área da empresa dedicada a alinhar as ações da empresa com as do cliente no mundo virtual. E os clientes podem ser tanto lojas físicas tradicionais, quanto lojas virtuais. “Fazemos ações promocionais em conjunto nas redes, fomos a primeira

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mercado Comportamento

Bem-estar em estado de arte A atenção que a Natura dá aos temas de bem-estar e relações humanas é pública e notória. Agora, com um investimento em parceria com instituições científicas e de ensino, a empresa pretende levar essas ciências a um novo ESTÁGIO >>> Aûani Cusma de Paula

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m meados dos anos 1990, a Natura lançou Mamãe e Bebê, uma marca para celebrar a relação entre as mães e suas crias. O produto foi um sucesso imediato e até hoje permanece no portfólio da empresa. E esse sucesso se deve muito a fatores que extrapolam o item em seus aspectos físicos. Formulação e fragrâncias eram excelentes, e a embalagem foi a primeira do setor de cosméticos brasileiro a

ser premiada pela organização mundial de embalagem, um marco para a indústria nacional. Mas o que fez de Mamãe e Bebê algo tão especial foi que a linha incorporava de maneira muito verdadeira o conceito da Shantala – uma técnica que consiste em massagens para relaxar o bebê e que poderiam ser feitas com o uso do produto. Ali apareceu de maneira clara e estruturada dois dos pilares mais importantes para a Natura: a força das relações interpessoais e a proposta

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de bem-estar, que no caso conjugava o produto com o gestual de aplicação. No decorrer desse tempo, a Natura, que já era uma empresa grande, se tornou gigante – mais complexa e sofisticada em todos os seus processos –, mas nunca abriu mão dessas crenças. Pelo contrário, eles fazem parte do tripé de inovação da Natura e, mais importante, constituem valores fundamentais da marca. Duas décadas depois de Mamãe e Bebê, a Natura está investindo num pro-


jeto que vai elevar a questão do bem-estar e das relações a patamares científicos nunca alcançados no Brasil. Em parceria com a Fapesp, órgão do governo de estado de São Paulo de apoio a pesquisa, a empresa inaugurou o Centro de Pesquisa Aplicada em Bem-Estar e Comportamento Humano. A iniciativa reúne uma rede de pesquisadores multidisciplinares da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O investimento total no projeto é de R$ 40 milhões ao longo de dez anos. São R$ 20 mi para a implantação e condução das atividades do centro de pesquisa – divididos igualmente entre Natura e FAPESP –, e uma contrapartida equivalente das universidades, na forma de salários, infraestrutura e apoio institucional e administrativo aos pesquisadores envolvidos. Será o maior núcleo científico do País voltado ao tema e terá como objetivo impulsionar as pesquisas na área, por meio da integração de diferentes linhas do conhecimento – como neurociência, psicologia social, psicologia positiva, ciências da saúde, humanas e sociais aplicadas. A psicologia vai estudar o comportamento e as causas do comportamento, enquanto a neurociência vai estudar o impacto neural daquilo sobre o nosso corpo. Do lado da Natura, o projeto nasceu da crença de que o cosmético é muito mais que só um produto físico, mas um instrumento de prazer e de bem-estar, que está na gênese da empresa que trabalha com essa proposição em tudo o que faz. E a escolha pelo formato de parceria foi natural para uma empresa que há anos vem investindo na inovação aberta. “Trabalhamos com universidades, fornecedores e institutos por entender que o potencial de inovação da Natura vai muito além das suas fronteiras e que ela fica mais forte quanto mais conectada estiver com esse ecossistema”, diz Gerson Valença, vice-presidente de Inovação da Natura.

FOCO DE INOVAÇÃO Bem-estar e relações representa um dos três eixos de inovação da Natura, ao lado de tecnologias cosméticas (os ativos e ingredientes, por exemplo) e tecnologias de sustentabilidade. “Buscamos sempre a integração entre be-

PROFESSORA EMMA OTTA (DE PÉ): a pesquisa científica permite que essa área com a qual a Natura trabalha não seja uma mera chamada de marketing, mas que tem uma base científica na proposta. nefícios funcionais, sensoriais e emocionais com o produto indo além das suas denominações que tem existido ao longo da história”, conta o executivo. “Uma tecnologia mais funcional, conectada a um bom sensorial te leva a uma boa emoção.” Para Gerson, a empresa aposta na grande oportunidade que existe em avançar no tema bem-estar, olhando para o mercado local no sentido de entender o que é bem-estar no Brasil, quais suas dimensões e instrumentos de promoção. Com isso, a empresa espera descobrir coisas para agregar não só o produto em si, mas também gestuais, massagens, terapias e outras experiências que possam complementar o entendimento da população e melhorar a experiência das pessoas. “A gente pensa muito na indústria cosmética só o produto, a formulação e deixamos de pensar no ser humano, de enxergar como esse produto interage com ele e como pode promover o bem-estar para a pessoa”, explica. “Com a inovação aberta pudemos fazer um projeto ambicioso, pioneiro. A gente não tem todo esse conhecimento dentro da Natura e nem queremos ter. Queremos nos conectar, cooperar e assim a criar valor para a sociedade e para a produção científica do Brasil. E criamos valor para os nossos consumidores traduzindo esse conhecimento científico através de novos conceitos, novos produtos, novas experiências, novas terapias e possibilidades.” Ao longo da sua história, a Natura sempre estudou questões relacionadas

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ao bem-estar e as relações, para basear os conceitos de seus produtos. Mas agora, o que a empresa busca é um entendimento mais profundo do ser humano, todas as possibilidades de ampliação da experiência que estão ao redor do produto. É essa ampliação do olhar que está no cerne do projeto para a Natura. O Centro tem um modelo de governança compartilhado, com a Natura compondo a equipe de liderança junto com a universidade e participando ativamente da construção do projeto. A empresa mantém dentro da área de inovação uma gerência específica de ciências humanas e relações. Essa área vai fazer um espelho entre a estrutura da Natura e da universidade, trabalhando junto na governança, fazendo o acompanhamento e identificando oportunidades que possam se transformar em produção científica, mas também fazer rapidamente a tradução de coisas que podem gerar novos conceitos, produtos, serviços e experiências para as consumidoras da marca. Por isso, a empresa mantém um grupo multifuncional que congrega equipes transversais de inovação e marketing que fazem o acompanhamento dessas oportunidades. Para Emma Otta, professora titular do Departamento de Psicologia Experimental da USP, que coordena o projeto ao lado de Patrícia Tobo, gerente científica de Ciências de Bem-Estar da Natura, o projeto escapa de uma visão rasa do que seja bem-estar. “Foi uma surpresa verificar que, em suas pesquisas, a Natura olha não só para a parte


mercado Comportamento química, que seria o mais óbvio, mas também para algo que escapa. Produtos como Mamãe e Bebê e a linha dos avós têm um componente de trabalho que estudava o comportamento dessas relações”, diz a pesquisadora, que acredita que a Natura está buscando algo que vai muito além do que uma aplicação imediata em produtos. Naturalmente, durante as pesquisas, serão apresentados estímulos, que podem passar por cheiros, uma vez que o olfato tem um componente de memória importante, mas esses estímulos não necesariamen-

te vão estar relacionados aos produtos. Mas será possível, por exemplo, saber como pessoas de diferentes regiões do Brasil reagem a determinados cheiros. Isso pode ser traduzido futuramente em produtos mais direcionados do ponto de vista regional. “Hoje, é fácil a empresa se apoiar em um slogan de apelo social ou ambiental. A pesquisa científica permite que essa área com a qual a Natura trabalha não seja uma mera chamada de marketing, mas que tem uma base científica na proposta”, acredita Emma.

EM PROL DA SOCIEDADE O produção científica gerada pelo projeto se propõe a servir à sociedade mais do que à própria Natura. O projeto terá publicações que são voltadas para patentes, mas esse não é o único bem gerado por ele. Pesquisas na área de educação terão seus resultados compartilhados com o conjunto da sociedade por meio de parcerias com escolas, para que as pessoas possam parametrizar suas próprias situações lastreadas pelo conhecimento objetivo gerado na universidade. Além disso, a pesquisadora ressalta que as empresas também não estão mais só preocupadas

com o produto, a patente e a fórmula. “O consumidor está tão exigente que, cada vez mais, as empresas querem agregar um valor simbólico para o que produzem. A ideia não é achar um cheiro que traz bem-estar, mas agregar a marca Natura a uma pesquisa sobre bem-estar. “ Por fim, o projeto tem um componente importante que é o diálogo, que ele promove entre pesquisa conceitual e aplicada, pelo setor governamental e o setor privado. “São diversas aproximações que podem caracterizar um novo modelo. Vencemos uma barreira que é o de que só a pesquisa dura e aplicável. Essa ciência é muito boa para dizer como as coisas são feitas, mas as ciências humanas vêm para dizer porque que as coisas devem ser feitas, de acordo com as necessidades do ser humano. Essa pesquisa está bem amarrada nas duas pontas, juntando pessoas com ideias diferentes e atendendo à sociedade nessas duas dimensões. E não podemos esquecer que esse projeto estimula a ciência no Brasil e uma ciência autóctone, não estamos copiando nada de fora. Isso já é um produto extremamente importante”, complementa a pesquisadora.

OLHAR PARA FORA Com o peso cada vez maior de suas operações internacionais, a Natura tem olhado para mais países na hora de desenvolver seus produtos, como explica nesta entrevista o VP de Inovação, Gerson Valença. Qual o foco principal da área de inovação da Natura hoje? O nosso grande foco tem sido buscar o que existe de mais moderno na ciência cosmética do mundo, trabalhando fortemente com nossos fornecedores e conectando isso com a biodiversidade brasileira. Partimos dos nossos movimentos de novos ingredientes, novos ativos da biodiversidade ou nossos óleos essenciais, que são desenvolvimentos da Natura e que, em muitos casos, não tinham tido aplicação cosmética ainda. É nessa junção que está a essência de inovação da Natura. Como a área de inovação reflete a maior participação da operações internacionais nas vendas da companhia? A Natura vem numa evolução importante para que o seu processo de inovação seja cada vez mais global. A gente parte de uma base Brasil, mas o mercado internacional já é mais de 30% da Natura. A gente testa tudo: formulação, embalagem, conceito, produto com pesquisas em outros países da América Latina, até para fazer a melhor alavancagem dos recursos de inovação, desenvolvendo um produto adequado para toda a região.

Atualidade COSMÉTICA

Mas questões como fisiologia da pele e hábitos de consumo não mudam demais de um país para o outro na região? Isso pode acontecer. Mas estamos fortemente na América Latina e existe uma grande consistência e simetria entre o Brasil e outros países da região. Claro que se você fala de outros mercados, hemisfério norte, por exemplo, vêm outras questões. Mas como estamos focados na América Latina não temos tanto esse problema. Hoje já olhamos para todos os países da região, e embora tenhamos produtos que são lançados às vezes só para um grupo de países, o que buscamos é direcionar os nossos recursos de inovação para atender a toda a região. Qual o papel do hub de pesquisa de Nova York? O hub de pesquisa em Nova York é importante no nosso processo de internacionalização e ajuda a Natura a ser mais internacional na sua proposta de negócios, produtos e serviços. Ele também funciona como um grande radar de atualização e divulgação, o que é tendência no mundo e como o Brasil e a Natura se conectam a isso. E a Integração com Aesop, como acontece? Eles têm um time em Melbourne, na Austrália, e temos canais de comunicação bastante abertos. Temos trocado muitas tecnologias, projetos.

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mercado Inovação

Pacote completo Com o Beauty Plus, a Symrise leva a integração entre ingredientes cosméticos e fragrâncias a um novo patamar >>> AÛANI CUSMA DE PAULA

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á dez anos, a Symrise colocou em prática um modelo diferente de tudo o que acontecia no mercado ao unir, sob uma única divisão e liderança, seus negócios de fragrâncias e ingredientes cosméticos. A Symrise Scent & Care somava a expertise de mais de 200 anos em fragrâncias, com mais 80 anos dedicados ao desenvolvimento de filtros solares e outros 40 anos pesquisando e fabricando ingredientes botânicos para a indústria cosmética. “Temos um histórico na área de ingredientes cosméticos que está realmente no nosso DNA, não é algo que surgiu de um dia para o outro”, explica Eder Ramos, presidente global da área de ingredientes cosméticos da empresa. Ao estabelecer uma estratégia na qual fragrâncias e ingredientes cosméticos atuam em simbiose, a empresa passou a oferecer soluções melhores, mais rápidas e bem estruturadas para os clientes, que costumam ser atendidos por fornecedores diferentes de fragrâncias e matérias-primas. Após dez anos de muito sucesso, e no momento em que outras casas de fragrâncias buscam emular o mesmo modelo, a Symrise dá um novo passo nessa integração, com o lançamento de Beauty Plus, uma nova plataforma de colaboração entre as áreas de ingredien-

tes cosméticos e fragrâncias da empresa que soma a expertise técnica e a criatividade dos dois negócios com um objetivo único: entender, antecipar e satisfazer os anseios das consumidoras do Brasil e de todo o mundo, com a oferta de soluções completas para produtos de diversas categorias centradas no que as mulheres (e homens) querem. Nesta entrevista, Eder e Márcia de Paula, diretora global de Haircare, falam da nova plataforma e das novidades que a empresa vai apresentar durante a próxima in-cosmetics, que acontece em outubro, em São Paulo. Qual o aspecto mais importante da plataforma Beauty Plus? Eder Ramos: O aspecto central na estratégia da Symrise – e Beauty Plus reflete isso – é que trouxemos a consumidora para o centro do nosso negócio. Quando desenvolvemos qualquer categoria de produtos com essa abordagem de Beauty Plus, estamos oferecendo mais do que soluções tecnológicas ou inovadoras para a indústria de beleza juntando fragrâncias, ativos e ingredientes. Todas as soluções são desenvolvidas sob a perspectiva da consumidora, com base em pesquisa. Só apresentamos soluções que foram alvos de estudos extensivos e validadas pelas consumidoras após um longo trabalho de pesquisa com eles. É a partir das necessidades deles que iniciamos o processo de desenvolvimento.

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No dia a dia, como essa integração favorece os clientes da Symrise? Eder: Desde o lançamento da Symrise Scent & Care, fragrâncias e ingredientes cosméticos já atuavam juntos, sobre uma única liderança. Isso nos permite entender muito melhor os produtos dos clientes, as bases, os problemas de estabilidade. São problemas reais e que acontecem frequentemente durante o processo de desenvolvimento dos produtos e geram transtornos, estresse e atrasos em diferentes níveis. Com o Beauty Plus, essa integração entre as áreas vai além da parte técnica, porque oferecemos um pacote de soluções para diversas categorias, todas elas baseadas nas necessidades identificadas junto às consumidoras; e são completas, ou seja, envolvem ativos, fragrâncias, além de conceitos e claims comprovados. Isso torna o processo de desenvolvimento e lançamento de um novo produto mais rápido, certo? Eder: Além de contribuir com o dia a dia dos formuladores, o Beauty Plus é um aliado importante dos times de Marketing e Vendas, porque permite um processo de desenvolvimento mais acelerado e assertivo, ao utilizar uma solução bem resolvida do ponto de vista técnico e com conceitos desenvolvidos a partir dos estudos e necessidades iden-


tificados pela área de consumer market insights da Symrise em pesquisas com as consumidoras. O Beauty Plus representa o dia a dia do nosso trabalho. É o nosso atendimento da área de ingredientes e o nosso atendimento de fragrâncias sentando juntos e avaliando como ajudar o cliente a melhorar a sua base, ou como agregar valor a um determinado projeto. Por exemplo? Eder: Podemos criar fragrâncias que atuem junto com ingredientes cosméticos e que possam gerar um benefício adicional para a consumidora. Isso é possível. Não se esqueça de que uma fragrância tem entre 200 e 300 ingredientes na média. Muitas vezes, algum desses ingredientes da fragrância, em conjunto com um dos nossos ingredientes cosméticos, pode entregar um benefício a mais para a formulação e para o usuário final. A plataforma de Beauty Plus para a categoria de proteção solar, por exemplo, reúne cinco diferentes soluções para as indústrias que atuam nesta categoria. Uma delas é o Solar Scent. Como funciona? As bases de proteção solar normalmente têm um cheiro não muito agradável. Unimos a parte criativa e inovadora das fragrâncias com todo o nosso expertise de proteção solar e criamos o Solar Scent, uma solução que neutraliza o odor não agradável da base, facilitando a perfumação do produto com fragrâncias de alto desempenho e que oferecem uma sensação de indulgência. Essa solução se aplica mesmo em produtos com fator de proteção mais elevados, o que é sempre um problema. E do ponto de vista da operação, como o Beauty Plus contribui para o sucesso dos clientes? Eder: Um dos três pilares do Beauty Plus é a velocidade com que chegamos ao mercado. Conseguimos antecipar as necessidades das consumidoras e traduzi-las em soluções e produtos avançados para categorias. Isso acelera e facilita o lançamento de produtos, com a possibilidade de adoção de soluções do tipo turn-key, com conceitos e formulações completas. Além disso, conseguimos facilitar a vida dos nossos clientes não só por conta dos tempos menores de desenvolvimento e acesso centrali-

zado tanto de informações de mercado, quanto técnicas quanto operacionais, diminuindo a complexidade operacional. Falando um pouco de Brasil, em qual categoria vocês acreditam que o Beauty Plus mais tende a se destacar? Eder: Aqui no Brasil, na área de cabelos, principalmente para cabelos étnicos. A plataforma realmente está contribuindo muito na criação de produtos para o público étnico. Márcia de Paula: Durante a in-cosmetics vamos apresentar um novo pacote Beauty Plus para cabelos étnicos. O Beauty Plus Etnic é mais uma mostra da interface importante e do nossa expertise em ingredientes cosméticos e fragrâncias. Desenhamos produtos indicados para os cabelos étnicos, com fragrâncias que são as mais indicadas para esse tipo de cabelo. Como o Eder já disse, um dos nossos focos é sempre olhar o que a consumidora final quer. Não lançamos nada no mercado que não tenha sido validado com as consumidoras. Nesse caso, a área de consumer market insights pesquisou o mercado étnico para entender quais são os principais problemas, os hábitos, e as principais necessidades dessa consumidora. Todas as formulações que vamos apresentar vão ao encontro do que esse mercado necessita. E quais são essas necessidades? Márcia: Quando se fala sobre cabelos étnicos existem várias realidades. Tem o cabelo étnico natural que é cacheado, crespo; e temos o cabelo étnico alisado, que representa uma parte relevante da população do Brasil. Quem tem o cabelo alisado tem necessidades diferentes de quem mantem o cabelo étnico natural. Além disso, existem mulheres que usam apliques ou tranças, que já demanda outros tipos de cuidados, porque é um público que lava os cabelos com menos frequência. Com o Beauty Plus Etnic criamos soluções baseadas nas necessidades desses três tipos de cabelos. Vocês também vão apresentar novos ingredientes durante a in-cosmetics? Márcia: Vamos lançar na in-cosmetics dois novos ingredientes para cabelos. Vale destacar que o centro global de pesquisa para os cabelos da Symrise fica

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no Brasil. Isso porque, além do tamanho do nosso mercado, encontramos por aqui todos os tipos de cabelos, desde o caucasiano até o cabelo afro. Um dos ingredientes atende aos cabelos cacheados e étnicos. Esse novo ativo tem uma capacidade muito importante de diminuir o frizz ao mesmo tempo em que mantém o volume e repara o cabelo encaracolado. O cabelo étnico, um dos tipos de cabelos mais frágeis que tem, é também um dos mais difíceis de pentear, portanto demanda muito mais produtos de tratamento. Nosso novo ingrediente melhora a resistência, a penteablidade e o sensorial do cabelo. O material de Beauty Plus está disponível para empresas de todos os tamanhos, ou só para os grandes clientes? Eder: Empresas de todos os portes poderão acessar esse material, seja por meio dos nossos distribuidores quantiq e Coremal; além da Symrise Express, nossa área dedicada ao atendimento direto de empresas médias. Nós realmente temos uma estratégia de atender aos pequenos e às médias empresas. Acreditamos que muitos deles serão os grandes nomes de amanhã. Márcia: O material gerado pela Symrise é fantástico e oferece a essas empresas acesso a informações e dados que, geralmente, elas não têm. Por exemplo, para desenvolver o Beauty Plus Etnic nós fizemos uma pesquisa com 1.750 pessoas no Brasil (e o mesmo número nos Estados Unidos e na África). Além disso, temos dados gerados pelos focus groups que realizamos dentro da Symrise. Ou seja, disponibilizamos para as empresas as informações sobre inteligência de mercado e de entendimento do consumidor. Desenvolvemos esse pacote Beauty Plus Etnic, buscando atender à necessidade das mulheres com cabelos étnicos, identificando o que elas querem e o que necessitam. Esse é o tipo de informação que para o cliente médio e pequeno é muito importante. Criamos o Beauty Plus baseados nestas informações. Não foi algo que decidimos sentados no laboratório e resolvemos desenvolver. Tudo o que fazemos é baseado nas necessidades reais identificadas com a consumidora. São soluções de alta qualidade que vão atender às realidades do mercado étnico.


INOVAÇÃO In-Cosmetics in-cosmetics INOVAÇÃO

Berço de ativos

Com diversas novidades em sua programação e nas mãos dos expositores, terceira edição da in-cosmetics Latin America desembarca mais uma vez em São Paulo >>> DA REDAÇÃO

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edicada exclusivamente ao mercado de matérias-primas para cosméticos e beleza pessoal, a in-cosmetics Latin America desembarca no Brasil nos dias 5 e 6 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo, para sua terceira edição. A feira é organizada pela Reed Exhibitions e é parte do grupo internacional in-cosmetics, que realiza eventos também na Europa e Ásia. Com o reposicionamento da marca e um espectro maior de expositores e visitantes, a expectativa dos organizadores é superar os números de 2015, quando, ainda como in-cosmetics Brasil, o evento reuniu 184 expositores vindos de mais de 40 países e 2.760 visitantes únicos. “Devemos reunir mais de 3 mil profissionais que entrarão

em contato com cerca de mil produtos de 200 marcas expositoras”, prevê Daniel Zanetti, diretor do evento. Também neste ano, a edição leva aos participantes a Innovation Zone, que vai apresentar, com exclusividade, matérias-primas lançadas nos últimos seis meses na indústria de beleza e cuidados pessoais. No mesmo espaço, acontecem também as demonstrações da Mintel, com o objetivo de oferecer aos participantes uma experiência sensorial inigualável em sessões diárias, com a curadoria de uma das mais premiadas fornecedoras globais de pesquisas de mercado. Essa é a única área da exposição que apresenta produtos acabados em demonstrações de produtos inovadores de todo o mundo. Também fazem parte do evento as

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apresentações Marketing Trends, com dados de pesquisas mais recentes, estudos de caso e insights para auxiliar os profissionais de Marketing no desenvolvimento da próxima geração de produtos, apresentados por empresas como Euromonitor, Mintel e Kline&Company. Nos Technical Seminars, expositores compartilharão informações detalhadas no desenvolvimento de matérias-primas e técnicas de formulações, com foco nos profissionais ligados a formulação, testes e regulamentação.

INICIATIVA INÉDITA O evento trará pela primeira vez ao País o Formulation Lab, um laboratório 100% funcional montado com equipamentos que permitirão aos especialistas dar “vida” aos ingredientes, formulando e testando produtos no próprio Expo Center Norte. A iniciativa, exclusiva e inédita, é voltada para profissionais técnicos da indústria cosmética. A ação criará um ambiente interativo, divertido e que oferecerá uma abordagem completamente inovadora e diferenciada do que costuma ser apresentado tradicionalmente nas feiras. “Buscamos oferecer atividades mais modernas, que agreguem valor e inspirem os profissionais latino-americanos que visitarem o evento. O projeto do Formulation Lab se provou um enorme sucesso nas edições


da in-cosmetics de Paris e Bangcoc, por isso decidimos também trazer essa experiência para os visitantes da Feira em São Paulo”, situa Lucy Gillam, diretora do Grupo in-cosmetics. Belinda Carli, diretora do Institute of Personal Care Science e consultora técnica oficial de todas as in-cosmetics

organizadas no mundo (Coréia do Sul, Estados Unidos, Londres e Tailândia, além de São Paulo) acredita que o Formulation Lab é uma oportunidade fantástica para os participantes colocarem “a mão na massa”, e utilizarem novos materiais e tecnologias surpreendentes, dando vida aos ingredientes. “O Formu-

lation Lab é uma grande contribuição ao programa educacional do evento, pois ajuda os profissionais da área química a focarem nos materiais e seus efeitos. Uma coisa é encontrar fornecedores e falar sobre produtos, outra é poder usá-los e ver os resultados, uma experiência que antes não era possível”, explica Belinda.

LANÇAMENTOS DA INDÚSTRIA Além das novidades proporcionadas nesta edição da in-cosmetics, os expositores também trarão as suas e as mostrarão ao público. Confira algumas delas:

dos, utilizando os pigmentos de efeito da Eckart. Ainda, teremos para testar o sensorial, os modificadores de reologia, mechas capilares para verificar a eficácia dos nossos corantes capilares”, afirma Patrícia Sgarbi Lima, vendedora Técnica.

Bandeirante Brazmo Apresentará ativos nanotecnológicos representando a Nanovec e antioxidantes naturais com uso da biotecnologia da empresa BTSA. Nos ativos, destaque para linha pó, destinados à maquiagem e reconstrução capilar. Eles têm se destacado por sua alta performance e “delivery system”; também destacam-se por sua estabilidade em tensoativos e ph’s extremos. A distribuidora de produtos químicos também apresentará antioxidantes naturais, Ômega 3 e Vitamina E, inodoros e incolores.

Cosmotec Além do pacote de experiências sensoriais e tecnológicas chamado Cosmotec-se, a empresa mostrará: Batom em Gel Moldado – Efeito gloss e alta cobertura: compostos por uma estrutura gelificada de nanofibras; FC25615 Transformador de Batom – Do brilho ao efeito mate imediato: gel que transforma o acabamento de batons cremosos, tornando-os foscos e aveludados; FC18115 Melting Make-Up Remover – Limpeza instantânea sem esforço: Demaquilante sólido com tecnologia inovadora que se funde com o calor da pele, “derretendo” ao ser aplicado. “As três sugestões de fórmulas podem ser utilizadas em sequência, com a demonstração do efeito gloss do batom tornando-se mate com a aplicação do gel transformador e, em seguida, a fácil remoção dos produtos com o demaquilante”, informa Tatiana Francine, gerente de Comunicação de Mercado.

Beraca Aproveitará a feira para difundir o lançamento do óleo de pequi, para os cuidados com cabelos cacheados. “As fibras dos cabelos cacheados estão arranjadas em forma de espiral. Isso faz com que elas tenham maior área de contato com o meio ambiente e, consequentemente, perdem mais água e são mais suscetíveis ao ressecamento. Ao testarmos o óleo de pequi, notamos que ele possui propriedades capazes de proteger as fibras capilares, o que mantém os cabelos controlados e definidos por mais tempo”, explica Juliana Frutuoso, Gerente de Negócios da Beraca. A Beraca também usará a in-cosmetics para propagar suas soluções naturais e orgânicas para a aplicação em formulações de produtos destinados aos homens.

Química Anastácio Promoverá uma linha de Copolímeros modificadores de reologia, compatíveis com sistemas tensoativos. Eles têm a função de agente suspensor ou de espessante. Além desta linha, divulgarão o DEET, ativo repelente de insetos, sempre alinhados com a crescente demanda por este tipo de produto. No caso dos Copolímeros, seja o ingrediente espessante ou o agente suspensor, uma das principais vantagens é a transparência conferida nos produtos finais, em diferentes faixas de pH. “A Química Anastácio entende que a melhor forma de interagir com o público, chamando a atenção, é estar com seu time de Executivos de Contas e Desenvolvimento de novos produtos completos em todos os dias do evento, assim prestando todo atendimento esperado para cada visitante”, garante Rodrigo D’Amaro, gerente Estratégico de Vendas & Marketing.

Chemyunion Mostrará três novos ativos: Biolumitá, GoBlond e Hebeatol. O primeiro é um ativo clareador e uniformizador do tom da pele extraído do rizoma da Alpina officinarium, planta conhecida como gengibre chinês. O ingrediente é padronizado e rico em galangina, composto da classe dos flavonoides. Já o GoBlond é composto por proteínas da seda, entrelaçadas por uma rede de polissacarídeos. Devido à sua tecnologia exclusiva, oferece um sistema de entrega eficaz, permitindo que o processo de descoloração ocorra em sua totalidade, sem comprometer a integridade da fibra capilar. O Hebeatol é quimicamente composto por um éster funcional baseado no xilitol – açúcar presente em diversas fontes naturais – e ácido caprílico proveniente do coco.

Sarfam Trará novidades em especialidades químicas, conectando as principais tendências mundiais. Apresentará oficialmente ao mercado mais duas novas parceiras que fortalecerão o portfólio com produtos de excelente qualidade e performance para o mercado de personal care. “Teremos uma coleção de protótipos para a face, cabelo, corpo onde estarão aplicados as nossas tecnologias em especialidades e novos conceitos de aplicação. São soluções multifuncionais que se adequam à nova perspectiva de vida e proporcionam uma experiência sensorial bioconexas. Ciência e Sentidos estão aplicados em nossa coleção de protótipos para superar as expectativas dos nossos clientes”, emenda Cristina Unten, do Marketing da Sarfam.

Colormix Apresentará pigmentos de efeito como o Syncrystal Soft Black, Mirage Bronze, MirageCopper, VisionaireBrightSplendidChampagne e SilverdreamPrismatic H-115002 para diversas aplicações. Para a área capilar, trará os corantes temporários e oxidativos e, por fim, apresentará os Ultramarines da Nubiola, maior fabricante de Ultramarines do mundo. “Em nosso stand o público encontrará uma maquiadora que fará maquiagem nos interessa-

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ESPECIAL CASA DE FRaGRÂNCIAS Mercado

Amplitude perfumada A fragrância tem sua devida importância em praticamente todas as categorias cosméticas. Entre as funções, gerar identidade e decidir a compra são as principais >>> RAFAEL MENDONÇA

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astam poucos minutos diante de um corredor com itens de beleza de uma farmácia, de uma perfumaria ou de um supermercado, para poder acompanhar uma cena bas-

tante comum. Consumidores parados diante das gôndolas, com algum produto na mão e abrindo a tampa para sentir o seu cheiro. Trata-se de um hábito bem recorrente entre brasileiros, já conhecidos por cheirarem tudo – mas tudo mesmo – o que pegam. Nessa hora,

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perante a uma prateleira, a influência que uma fragrância tem na escolha de um item pode variar quando analisamos diferentes categorias. Excluímos aqui, obviamente, os perfumes. Também podemos tirar dessa relação os desodorantes, que têm na perfumação um



ESPECIAL CASA DE FRaGRÂNCIAS Mercado de seus principais atributos em termos de decisor de escolha. Nesses itens, os consumidores também buscam outros benefícios, como a proteção, por exemplo. As casas de fragrâncias têm ciência de que produtos de beleza e um cheiro agradável são praticamente como carne e unha. Sabem também o quão importante é atuar em todas essas categorias, não somente em Perfumaria. Estes fornecedores e companhias da indústria garantem que as fragrâncias têm ganhado cada vez mais espaço entre os produtos, em termos de importância. Além do mais, um bom cheiro pode sim ser um fator que decidirá a compra, principalmente em categorias cujo a concorrência é acirrada, por conta do enorme número de opções, como: Cabelo e Banho, por exemplo. Além de poder influenciar na escolha por parte do consumidor final, as fragrâncias também exercem outra função importante em diversos cosméticos. A composição conta com alguns ingredientes que possuem cheiros bastante fortes – muitos até bem desagradáveis – que certamente influenciariam negativamente no produto. Claro que há consumidores que dirão que “não se importam com o cheiro, mas sim com sua qualidade e eficácia”. Porém, certamente isso não é regra, muito pelo contrário. Ao mesmo tempo, em dias atuais, são poucos aqueles que irão comprar um item somente porque o perfume o agrada. “A principal função dos produtos capilares é tratar os cabelos; segundo, os benefícios oferecidos. Se isso for feito, e puder deixar uma perfumação agradável, o produto será bem avaliado pelos consumidores; ao passo que, se apenas perfumar, mas não atender às necessidades de tratamento, o produto estará fadado ao fracasso”, exemplifica Michael Rentel, gerente de Marketing da Citratus.

combiná-los de maneira assertiva, de acordo com os anseios daquela categoria. “É normal que a busca de benefícios seja a prioridade neste momento, mas acredito que fragrância acompanha esta prioridade. A fragrância é importante para fidelização e determina a decisão de compra do produto. Do contrário, ainda que o benefício seja satisfatório, o cliente irá optar por outro produto que cumpra com este benefício e que também lhe agrade mais olfativamente”, situa Magdalena Fuenzalida, diretora de Marketing para a América Latina da Cramer. Esta colocação da dirigente só ratifica que a fragrância pode sim ser considerada um decisor de compra então em uma categoria como a de Cabelos. Ou seja, em meio a tantas marcas, o consumidor sabe que, se procurar, encontrará um produto que atenda sua preferência em todos os âmbitos. Fernando Lapique, diretor Comercial da L’Essence, reforça que a fragrância cria uma identidade para o produto. Ele indica que a

COMBINAÇÃO CERTEIRA Diversas pesquisas cofirmam que os consumidores estão exigindo dos produtos, em primeiro lugar, benefícios específicos. Esta realidade pode ser verificada na categoria capilar, por exemplo. A indústria, por sua vez, está de olho e se vira para entregar o que é desejado. Neste cenário, mesmo sabendo de seu potencial de influenciar a decisão de compra, a fragrância se torna apenas mais um recurso. A questão é que, com a já mencionada acirrada disputa no mercado, as companhias admitem que não adianta entregar apenas um ou outro atributo. É preciso

maioria dos consumidores segue um ritual no ponto de venda. Eles veem a embalagem primeiro e depois vão cheirar o produto, e, se a fragrância tiver um aroma interessante, o produto será comprado. Para ilustrar esta condição, o dirigente faz uma analogia com o futebol. “Você tem o primeiro tempo, que é a embalagem; o segundo tempo é a fragrância. Mas isso também depende da classe social. Em uma classe A, não vão se importar muito com o preço, se vai para as classe D e E, vão cheirar e vão olhar o preço também, se está dentro de sua realidade”, pondera ele. Pelo lado da indústria, Janaina Gomes, diretora industrial da Bio Extratus, reconhece a força que uma boa fragrância pode ter em um item capilar. A companhia mineira que conta com linhas de tratamento para os mais diversificados tipos de cabelo ressalta um outro fator como primordial nesta categoria, antes que a fragrância possa causar qualquer tipo de influência numa decisão: a embalagem. Segundo Janaina, depois de ser atraído pela embalagem e pela proposta do produto, o cheiro é o primeiro atributo que o consumidor verifica no PDV e é um fator decisivo na hora da compra. “Com tantas opções no PDV, é cada vez mais difícil conseguir a atenção do consumidor e por isto é necessário investir numa embalagem atrativa e que deixe bem explícito o benefício principal do produto, esta é a primeira etapa para atrair o consumidor. Depois de conseguir a atenção do consumidor pelo visual, o próximo passo é conquistar o olfato. Antes de comprar um cosmético capilar, geralmente o consumidor vai abrir a tampa e verificar se o cheiro é agradável. Se ele não agradar, haverá muitas outras opções disponíveis na gôndola, portanto, apesar de as pesquisas não pontuarem este atributo em primeiro lugar, ele tem alta relevância na decisão de compra”, contextualiza.

NA BASE DA PARCERIA

MICHAELRENTEL,DACITRATUS:umproduto capilar não pode apenas perfumar, pois, se fizer isso e não atender às necessidades de tratamento, está fadado ao fracasso.

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Estar alinhado junto à indústria é outro ponto fundamental para que as casas de fragrâncias saibam exatamente qual o tipo e a quantidade ideais de fragrância em um produto. Natalia Mendes, diretora de Marketing da Vollmens Fragrances, diz que existe muita diferença quanto à escolha da fragrância em categorias como Cabelos, Sabonetes e Hidratantes, por exemplo, pois cada uma delas propicia uma experiência diferenciada para o cliente. Ela cita que, em produtos capilares, o benefício do produto está intimamente associado à



ESPECIAL CASA DE FRaGRÂNCIAS Mercado tar, pois o cliente não vai conseguir enxergar o benefício do tratamento em uma nota cítrica, que logo após a aplicação não permanece no cabelo”, cita.

BUSCANDO DIFERENCIAÇÃO

NATALIA MENDES, DA VOLLMENS: existe muita diferença quanto à escolha da fragrância em categorias como Cabelos, Sabonetes e Hidratantes, pois cada uma delas propicia uma experiência diferenciada para o cliente.

fragrância; já itens com apelo de tratamento as fragrâncias devem possuir notas cremosas e mais potentes. Em Sabonetes, existe muita exigência por performance das fragrâncias. “Os estudos e formulações são diferenciados de acordo com a base, para garantir estabilidade de coloração e desempenho olfativo. Para os sabonetes, a categoria dos Florais, Aldeídicos, Orientais e Aromáticos são as que mais performam, devido à sua estrutura encorpada nas notas de saída”, informa. Já a categoria de Hidratantes, de acordo com Natalia, é muito delicada, pois acompanhará um momento pós-banho, que já vem de muitos cheiros. Então, as fragrâncias e os benefícios possuem uma ligação muito íntima. “No Brasil, a maior parte das marcas trabalham com ingredientes que têm como característica um benefício hidratante, comprometendo a fragrância com o cheiro do ingrediente ou com um apelo fantasia no caso do açaí, por exemplo”, completa. Companheira de Natalia na Vollmens, a especialista em Marketing de fragrâncias, Jennifer Csasznik, pontua que a fragrância é a parte essencial do produto para comunicar seu benefício, pelo menos em um primeiro momento de contato com o produto, que acontece na gôndola. “O cliente avalia o benefício do produto pelo seu cheiro. Se o produto for uma máscara de tratamento intensivo que cheire limão, de nada vai adian-

Destacando o trabalho junto à indústria, Michael Rentel, da Citratus, diz que os fabricantes cosméticos entendem a importância da perfumação e a exploram bastante. Mas observa que, como em todos os segmentos, sempre há espaço para inovações. “Para isso, pesquisas e testes devem ser constantes, não apenas nas indústrias, mas também em toda a cadeia fornecedora”, pede ele. O gerente de Marketing da casa de fragrância conta ainda que não é somente a indústria que tem de ir atrás das casas em busca de novas fragrâncias para os seus produtos. “Nós também devemos ser proativos para oferecer inovações. Recentemente trouxemos muitas novidades de um congresso internacional. Essa busca constante nos permite adiantar em cerca de dois anos as tendências internacionais”, celebra. Janaina Gomes, da Bio Extratus, considera que, de forma geral, os formuladores vêm dando cada vez mais importância para a perfumação nos produtos e que a diversidade de cheiros tem sido cada vez maior. Porém, faz uma ressalva quanto a este trabalho. “Acredito que as empresas de fragrâncias ainda têm um longo caminho pela frente, com o desafio de adequar seu produto para que ele tenha a melhor performance olfativa, conseguindo boa explosão, maior durabilidade, e com ingredientes cada vez mais suaves, com menor potencial de alergenicidade”, direciona a diretora industrial. Sobre o trabalho da Bio Extratus com essas companhias, Janaina explica como funciona o processo. Diz que, a cada novo projeto, um briefing é aberto para as casas de fragrâncias e a escolha é realizada mediante painel de teste olfativo e posteriormente painel de uso. Situa ainda que a pesquisa é feita de forma específica para cada projeto, pois, segundo ela, a fragrância deve traduzir a proposta do produto, a cor da embalagem e ser bem direcionada para o público daquele produto. Transmitindo a particularidade do mercado de sabonetes, André NedeffDall’Onder, diretor de Vendas e Marketing da Memphis, revela que o atributo de perfume em embalagem é bastante explorado, bem como a comunicação com bastante êxito. Destaca também que a companhia gaúcha trabalha em parceria

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com as maiores casas de fragrância do Brasil e do mundo. “Recebemos com frequência estes parceiros em nosso parque fabril, bem como os visitamos e os consultamos para diversos projetos. Uma empresa de 67 anos se mantém viva e rentável com novos produtos, melhorias incrementais e inovações. Buscamos inspiração na alta perfumaria, mas sem perder o DNA de cada marca. Por isso, contar com as casas de fragrância é fundamental para a prosperidade do negócio”, elogia ele. O negócio da L’Essence é dividido em 50% cosméticos, 40% domissanitários e 10% em perfumaria fina. De acordo com Fernando Lapique, a casa procura sempre trabalhar com novos conceitos e novas ideias, sempre visando diferenciação. “Como somos indústria e fabricamos cliente a cliente, procuramos diferenciar os produtos e não ter um produto padrão, uma fragrância padrão. Muitas vezes se tem empresas que já tem uma ‘library’ e nós criamos dia a dia novas fragrâncias. Temos fragrâncias diferenciadas cliente a cliente. Às vezes um cliente adorou a fragrância, mas ela precisa de uma nota mais doce ou diferente, e nós trabalhamos para ter as notas ligadas ao que o cliente busca. São projetos exclusivos em que podemos modificar a fragrância, dar mais saída, mais explosão, mais fixação”, finaliza o diretor Comercial.

MAGDALENA FUENZALIDA, DA CRAMER: segundo a dirigente, a fragrância é importante para fidelização e determina a decisão de compra do produto.



ESPECIAL CASA DE FRaGRÂNCIAS Tecnologia

Assinatura singular Na incessante jornada em busca de exclusividade e diferenciação dentro da Perfumaria, as moléculas OLFATIVAS são um trunfo para as casas de fragrâncias. E SUA EXPLORAÇÃO PODE SER AINDA MAIS DIRECIONADA >>> RAFAEL MENDONÇA

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disputa é para lá de acirrada. Em um mercado concorrido e glamouroso como é o de fragrâncias, é imprescindível para as casas buscarem fatores que permitam diferenciar suas criações umas das outras. Nesse processo, as moléculas olfativas exercem uma função-chave. Quem pesquisa, desenvolve e fornece essas moléculas, as grandes casas de fragrâncias e empresas de matérias-primas, sabe da importância desses

ingredientes para o resultado final de uma criação perfumística. “Se você olhar toda a evolução da perfumaria, sempre tem um ingrediente por trás das grandes rupturas. Nunca se usou tanto aldeído c11 na perfumaria quanto no lançamento de Chanel nº5. Nunca se usou a quantidade de hidromicenol como foi usado no Cool Water, de Davidoff, e posso te dar uma lista grande de lançamentos revolucionários. Os perfumes que quebraram paradigmas e romperam às regras têm sempre um ingrediente por trás. Isso é um fato”,

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explica Ricardo Omori, recém-nomeado vice-presidente global de Fine Fragrances da casa de fragrâncias alemã Symrise. Os fornecedores investem alto para dar aos perfumistas novas possibilidades olfativas com a adição de moléculas diferenciadas à paleta. No caso das casas de fragrâncias que também mantêm suas próprias linhas de ingredientes para fragrâncias, apesar de elas atenderem a todo o mercado com as suas criações, a maior parte dos esforços está centrada no desenvolvimento de moléculas que serão


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ESPECIAL CASA DE FRaGRÂNCIAS Tecnologia utilizadas exclusivamente pelos perfumistas da casa. São as chamadas moléculas captivas (ou cativas), que podem garantir à fragrância uma identidade única e exclusiva, sem poder ser copiada. Num ambiente ultracompetitivo, conseguir agregar à criação cheiros que nenhum outro concorrente pode, se torna um diferencial competitivo e tanto. “Ninguém vai conseguir chegar nisso. Mesmo que uma casa de perfumaria tente copiar a criação de outra, ela nunca vai chegar neste ponto, justamente porque aquela composição tem um elemento que só você tem”, diz Milena Siqueira, da casa de fragrâncias francesa Mane. Estes ingredientes, que podem ser moléculas sintéticas, mas também ingredientes de origem natural, têm toda a capacidade para fazer uma grande diferença numa composição final e, em alguma medida, garantir a fidelidade do consumidor. Afinal, ainda que não tenham o mesmo nível de conhecimento dos profissionais da área, o consumidor percebe a diferença quando alguém tanta copiar ou, mesmo, quando por algum motivo é preciso trocar um dos componentes da fórmula da fragrância. E não vai ficar nunca igual sem aquele ingrediente. “É possível diferenciar sua fragrância dos concorrentes e dificultar a cópia dela, deixando o cliente mais seguro”, considera Cesar Mussi, perfumista da brasileira Citratus. Pode ser algo aparentemente básico, como um limão, mas na composição, o uso de um limão exclusivo faz toda a diferença. Além do aspecto olfativo, muitas moléculas também têm a função de garantir uma melhor performance técnica para a composição.

NADA BARATO O desenvolvimento de uma nova molécula olfativa, ou de um novo natural, demanda muito tempo, pesquisa e recursos financeiros. O investimento é alto, por isso, poucas novas móleculas são apresentas a cada ano. “Para chegarmos a um ingrediente que entregue performance efetiva e um hedônico único, uma variedade de novas moléculas de grupos químicos distintos é sintetizada, passando por uma varredura de testes referentes não só à performance olfativa, mas também de viabilidade técnica, processo de produção, custo, sustentabilidade, regulatório, etc”, revela Jayr Farias, diretor de Pesquisa Aplicada em Fragrâncias da Symrise.

Segundo Eliane Bonani, diretora de Desenvolvimento de Fragrâncias da suíça Firmenich, o processo de desenvolvimento de uma nova molécula é um trabalho minucioso, que passa por inúmeros filtros até chegar aos narizes dos mestres-perfumistas da companhia. “Uma vez aprovados olfativamente, há todo um longo processo de patente e segurança, rigorosamente seguido. Por isso, o trabalho é contínuo”, assegura ela. O investimento para obter moléculas captivas é tamanho, que é inviável para uma casa de fragrâncias poder oferecer este ingrediente exclusivo dela para um único cliente. Até existem casos assim, com exclsuividades no uso para uma determinada região, ou por um determinado período de tempo, mas definitivamente, mesmo no caso dos maiores clientes da perfumaria mundial, casos como esse são exceções. “Se um cliente dissesse que usaria isso em todas as criações, ok. Mas em uma só... Não existe ainda este tipo de parceria. Os clientes exigem o diferencial e é por isso que você investe tanto em novas moléculas e em captivos. Tem coisa que criamos e vendemos para as outras casas também. Agora, criar e manter aquele ingrediente exclusivamente na sua paleta, tem de poder, porque o investimento é alto”, pondera Milena, da Mane. Maior fornecedora de ingredientes para o mercado de fragrâncias que não é também uma casa de fragrâncias, a alemã Basf vem atuado tanto com os grandes players do mercado quanto com as casas de fragrâncias locais. Estes últimos, na visão da companhia, têm evoluído em seu trabalho de um modo geral, até mesmo com fragrâncias finas. Para Joana Yamazaki, gerente de Aromas e Fragrâncias da Basf, o principal intuito da empresa neste caso é ajudar às casas locais com um pacote de serviços. Quando o volume é muito pequeno, fica inviável desenvolver uma molécula específica para cada cliente. “Buscamos orientar os nossos clientes em como conseguir trabalhar com as nossas moléculas em combinação com outros ingredientes que ele possa ter, para conseguir garantir que ele diferencie a sua criação”, fala. Além do suporte criativo, a empresa oferece todo o suporte regulatório para garantir que

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CESAR MUSSI, DA CITRATUS: além de diferenciar a fragrância e dificultar sua cópia, as moléculas captivas também deixam o cliente mais seguro.

o material consiga atender a todas as expectativas que se possa ter nesse sentido. A casa suíça Givaudan, conta com dois centros dedicados ao desenvolvimento de novas moléculas e tecnologia de ingredientes, em Dübendorf (Suíça) e outro em Shanghai (China), além de manter uma equipe de 50 cientistas. “Cada nova molécula leva de três a seis anos para ser desenvolvida, sendo que apenas uma entre duas mil chega realmente à paleta dos perfumistas, para ser usada em novas criações. É sem dúvida um investimento alto, mas que realmente traz um diferencial para a nossa indústria”, crê a perfumista Sandra Casagrande Polozzi, da Givaudan. “O fato de ter estes ingredientes captivos em composição, faz com que o perfume seja exclusivo e no meu ponto de vista, esta ‘exclusividade’ poderia ser melhor explorada mostrando quão ‘único’ o produto se tor-


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ESPECIAL CASA DE FRaGRÂNCIAS Tecnologia na contendo estas ‘raridades’. Algumas moléculas entregam muito mais força e qualidade, fazendo com que determinadas construções olfativas sejam enaltecidas, e podendo influenciar em maior duração na pele ou cheiros inovadores”, emenda a criadora.

PROPAGANDO DIFERENCIAÇÃO Quem usa um perfume nem imagina o tanto de trabalho e pesquisa que foi necessário para que ele pudesse cheirar aquele produto cuja fragrância tanto o agrada. E as marcas também nunca tiveram muita disposição ou interesse em explorar esses aspectos. Mas, tudo indica que esta realidade está mudando. Na era do storytelling, muitas marcas estão enxergando na história que existe por trás de cada molécula ou ingrediente natural exclusivo, uma fonte riquíssima de inspiração. Seja por uma rosa cultivada no espaço, com gravidade zero; ou por um novo ingrediente das florestas de África, que trazem junto todo um ritual e uma cultura ancestral, os ingredientes aromáticos têm ganhado destaque na comunicação dos produtos. Os consumidores de hoje, especialmente os mais jovens, querem ter essa conexão, saber das origens e das histórias por trás do produto que usam, e saber que o perfume tem uma nota com uma história fantástica, tem servido para destacar uma criação frente a outras em um mercado global de perfumaria que anda saturado por tantos produtos parecidos. “A perfumaria encanta em todos os sentidos, seja na percepção de luxo de um frasco, na propaganda sofisticada ou na essência cativante. A história sobre os ingredientes que compõem a fragrância tem muito a acrescentar neste envolvimento do consumidor com a Perfumaria, elevando o elo emocional com o produto. Falar de sua origem ou dos métodos de extração vão, pouco a pouco, gerando maior familiarização com os ingredientes e o vocabulário desse setor. Trata-se de um verdadeiro passaporte a novas experiências sensoriais, agregando ainda mais valorização à Arte dos Perfumes”, aposta Eliane, da Firmenich. Naturalmente, todo esse processo

passa pela mão do cliente, que é o dono da marca e quem vai tratar a comunicação do produto e de tudo o que está por trás dele. Mas, sem dúvida que do ponto de vista perfumístico, tem algo muito interessante em trabalhar o ingrediente. Um bom exemplo de perfume que coloca o ingrediente no centro de todo o desenvolvimento do produto é a linha Esta Flor, da Natura. “É um caso clássico. Se você pegar a quantidade de rosa ou de íris que tem nos perfumes, é algo fora da média normal, mesmo em patamares globais. É um caso interessante, uma fragrância que tem um ingrediente na cara, e no caso da rosa de forma nada óbvia, já que esta nunca foi uma família das mais queridas entre os brasileiros”, pontua Ricardo, da Symrise. Particularmente no Brasil, algumas marcas de perfumaria também têm recorrido ao uso dos ingredientes como forma de valorizar diferenciais funcionais, especialmente no que diz respeito ao lasting (popularmente conhecido como fixação). “Pode ser usada como apelo nos produtos finais dos nossos clientes. Normalmente, esse tipo de material tem um benefício muito claro, como por exemplo, captura de mal odor, e explorar isso junto ao consumidor final pode resultar em melhor

performance de vendas”, exemplifica Michael Rentel, gerente de Marketing da Citratus. Para Joana, da Basf, as casas de fragrâncias aproveitam bem o apelo de explorar as histórias que existem por trás de uma molécula, como uma ferramenta mercadológica. Segundo a executiva, as casas conseguem capturar como maximizar essas experiências e adequá-las para cada tipo de consumidor. “Então aí o foco principal tem de ser como explorar a experiência sensorial por trás da história e vendê-la para que cada cliente trate isso como um diferencial para si. A história na perfumaria tem várias vertentes e acho que as casas já exploram muito bem este potencial. Os clientes das nossas casas de fragrância, que seriam as fabricantes de perfumes e cosméticos, também fazem muito bem este papel. Elas têm conseguido fazer essa diferenciação, de linkar essa história e promover o emocional de cada um dos clientes, e fazer com que essa história de alguma maneira seja ligada com alguma que você tenha tido, uma experiência”, observa ela, exaltando que esta é a melhor maneira de se conseguir tirar mais de um produto que está sendo desenvolvido, devido ao grande número de opções no mercado.

JOANA YAMAZAK, DA BASF: as casas de fragrância até aproveitam bem o apelo de explorar as histórias por trás das moléculas, como uma ferramenta mercadológica.

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ESPECIAL CASA DE FRaGRÂNCIAS Estratégia

Um novo momento Apostando em transparência, rastreabilidade e sustentabilidade, Symrise revela sua estratégia para controlar a cadeia de abastecimento e, assim, prosperar no negócio de fragrâncias, que está vivendo grandes transformações >>> Aûani Cusma de Paula

O

negócio de fragrâncias vive um momento de grandes transformações. De um lado, a necessidade de aumentar a transparência e garantir a sustentabilidade e a rastreabilidade das matérias-primas que utiliza e, do outro, buscar ingredientes que garantam mais opções olfativas exclusivas para os perfumistas de cada casa. A fabricante de fragrância alemã Symrise, aposta que transparência, rastreabilidade e sustentabilidade serão os drivers da indústria de fragrância nos próximos anos. “Toda a nossa estratégia global está alicerçada em cima dessas três premissas”, explica Ricardo Omori, que em junho deste ano deixou a presidência da divisão Scent & Care – que congrega fragrâncias e ingredientes cosméticos – na América Latina para assumir a vice-presidência global de Fine Fragrances da companhia. Controlar a cadeia de abastecimento desse

negócio passou a ser algo cada vez mais crítico para o sucesso do negócio, por diferentes motivos, e a estratégia da empresa, chamada de “from source to scent” (da origem à fragrância, numa tradução livre), representa muito bem essa visão. O mercado de matérias-primas para fragrâncias é dividido basicamente em três grandes grupos. A grande maioria do negócio, cerca de 70% da indústria global, ainda está baseada em produtos sintéticos, quase sempre de origem mineral. Segundo Ricardo, esse negócio está no DNA da Symrise e um bom exemplo para mostrar isso são os captivos, moléculas desenvolvidas pelas casas de fragrâncias para uso exclusivo na paleta olfativa dos seus perfumistas. “Lançamos seis novos captivos químicos em dois anos e colocamos um foco muito grande no lançamento de captivos para Fine Fragrance, com diferencial olfativo nesse período”, pontua. Outros 25% do mercado são os pro-

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dutos de fontes renováveis. Apesar do que possa sugerir, para se enquadrar nesse grupo, além da origem renovável, é preciso que o processo industrial utilizado na produção desse ingrediente também seja verde. Por isso, matérias-primas à base de cana-de-açúcar, apesar de constituírem fonte renovável, não são enquadrados nesse portfólio, já que o seu processo não é verde. Mas a Symrise fez uma aquisição estratégica nesse segmento de matérias-primas, a Pinova, uma companhia norte-americana, baseada no estado da Flórida e que usa a árvore de pinho para produzir matérias-primas de base da perfumaria como linalol e hidromicenol. “A tecnologia da Pinova permite produzir todas as grandes cadeias de matérias-primas, que representam o grande volume da indústria, a partir do pinho”, explica o executivo da Symrise. Além de um volume de negócios substancial, a aquisição garantiu uma posição muito sólida para a empresa do ponto de


vista da rastreabilidade e da sustentabilidade no futuro. “É quase impossível criar uma fragrância masculina pensando no mercado brasileiro sem usar hidromicenol (um cheiro fresco e aquoso); ou o linalol, um cheiro presente em boa parte das fragrâncias femininas. É o toque comercial que todo mundo precisa ter e, hoje, isso está integrado na nossa cadeia de produção e criação”, emenda. Outro benefício oriundo da aquisição é que, com a Pinova, a Symrise mantém uma boa posição para atingir o objetivo de que até 2050, todas as suas matérias-primas sejam de fontes renováveis.

A BUSCA PELA EXCLUSIVIDADE Os cinco porcento que faltam são compostos por ingredientes naturais, nas quais estão incluídos todos os óleos e absolutos clássicos da perfumaria como rosas, lavandas e lírios, o que não é nenhuma novidade. No entanto, a integração e o controle da cadeia de produção e abastecimento, aliada a pesquisas, pode gerar absolutos (o óleo essencial puro) que se distinguem de outros já disponíveis do mercado, mesmo que ambos sejam lavandas ou vanillas, por exemplo. Para gerar esses naturais diferenciados e exclusivos (embora a empresa não os classifique como captivos), a Symrise opera dois programas que estão começando a contribuir com essa almejada diferenciação. O programa Amazônia – que tem como base de produção a fábrica da Symrise inaugurada no ano passado, em Belém, no Pará – acabou de ganhar um laboratório em São Paulo, onde fica o centro criativo da empresa para América Latina, com todos os equipamentos para desenvolver novos ingredientes aromáticos (o laboratório vai atender a todas as áreas da Symrise Scent & Care), com pesquisadores especializados e dedicados a essa missão. Os primeiros aromáticos oriundos dessas pesquisas devem chegar ao mercado entre 18 e 24 meses. O objetivo do projeto Amazônia é desenvolver cheiros únicos no universo da perfumaria a partir dos ingredientes da floresta. “Vamos desenvolver coisas que sejam realmente vanguardistas e não conhecidas pela indústria da perfumaria e isso vai ser exclusividade nossa, o obje-

tivo é ter um pallet único para os nossos perfumistas”, conta Ricardo. O outro programa de naturais está baseado em Madagascar, na África, onde a Symrise mantém um projeto há dez anos, muito voltado a produção da vanilla. Entretanto, nos últimos dois anos, a empresa desenvolveu um projeto focado em perfumaria, que resultou no lançamento de quatro qualidades únicas de óleo clássicos da perfumaria, mas que oferecem um olfativo único, segundo o executivo. “Se você cheira o nosso ginger (gengibre), um óleo bastante conhecido, ele é absurdamente mais limpo, mais rico e mais facetado do que o ginger padrão oriundo da Índia”, diz. Além disso, a empresa, que hoje fornece milhões e milhões de toneladas de vanilla para as indústrias de fragrâncias e aromas, lançou uma vanilla Bourbon super premium para perfumaria. “Por isso que essa integração com a cadeia é super importante. Você controla a qualidade da fava da vanilla que chega e, consequentemente, você controla a qualidade do essencial que entrega.” Garantir essa qualidade é um problema gravíssimo para a indústria e é aí que se aplica o princípio do “from source to scent”. “Claro que você não consegue fazer isso com tudo. Uma empresa como a Symrise tem mais de quatro mil ingredientes, mas as principais cadeias a gente quer controlar e caminhamos para isso”, diz. De acordo com Ricardo, nos últimos cinco anos, a empresa alemã respondeu por 25% das patentes geradas no mercado de aromas e fragrâncias no mundo. O negócio de fragrâncias, especialmente o de perfumaria fina, depende muito de uma boa paleta de ingredientes, por isso o investimento pesado em pesquisa se justifica. “Não adianta só ter bons perfumistas, você tem de ter boas moléculas, ingredientes adequados para que eles criem”, afirma Ricardo, que enxerga na recente onda de aquisições de empresas de matérias-primas por casas de fragrâncias, também uma oportunidade para acessar novas matérias-primas olfativas. Mas também não adianta ter bons ingredientes sem contar com bons profissionais para dar-lhes vida. Por isso, a Symrise tem reforçado o time de perfumistas, são 70 hoje no mundo e o número deve subir, com um mix de mestres

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perfumistas e perfumistas seniores com jovens talentos criados na escola de perfumaria da casa. Para Ricardo, a Symrise conseguiu estabelecer uma simbiose no seu processo criativo, um trabalho mais aberto entre os seus narizes. “Os nossos perfumistas são mais abertos e colaborativos, isso é fato, e esse é o nosso jeito de criar”, diz. E isso se reflete também na transparência (uma das três premissas da estratégia da empresa), que tem um peso cada vez maior no processo de criação de perfumaria fina, já que mais e mais clientes têm exigido o uso de fórmulas abertas no processo de desenvolvimento. Com isso, as casas ficam mais expostas ao escrutínio dos clientes, que podem questionar todas as linhas da composição olfativa.

RESGATANDO A TRADIÇÃO Empresa mais nova entre as grandes competidoras do mercado, a Symrise nasceu há pouco mais de uma década, fruto da união da Haarman&Reimer com Dragoco. Mas as origens da empresa remontam a 1795, com a Latier Fuers, uma empresa francesa de fragrâncias, o que faz dela a grande casa em atividade com a mais longa linha genealógica. E revirando a sua própria história, a casa encontrou uma série de bases de perfumaria lançada pela Latier Fuers, no século 19. Chamadas de Del Aire, elas eram a soma de um ingrediente natural, de altíssima qualidade, com um ingrediente químico único. Tido como o primeiro perfume moderno (foi criado em 1889), Jicky, de Guerlain, foi formulado com a base Del Aire, assim como outros clássicos da perfumaria do início do século XX, como L´Heure Bleu e Mitsuko (ambos também de Guerlain) e o Chanel nº 19. Para reforçar o heritage da Symrise na perfumaria fina, algo que ela não havia explorado ainda, a empresa resgatou essa tradição e, em junho, relançou no mercado as bases Del Aire. “Usamos a história da empresa e em perfumaria unindo o que a gente tem de melhor e único em naturais e sintéticos”, comemora Ricardo Omori, que na nova posição, espera usar essas bases como um grande diferencial na disputa criativa com a concorrência. As bases Del Aire serão de uso exclusivo dos perfumistas da casa alemã.


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Elaine Gerchon (Kline) e Fábio Florence (Aneethun)

Luana Alves e Leticia Rodrigues (Soft Hair)

Inovação capilar

Em edição fora de São Paulo, Atualidade Cosmética Workshop escolhe Belo Horizonte para debater sobre inovação e diferenciação na categoria de cabelos >>> DA REDAÇÃO

O

estado de Minas Gerais possui um dos maiores parques produtivos da indústria de cosméticos, com empresas de diversos portes e atuando em todos as principais categorias de produtos. Mas é na área de produtos para os cabelos que o mercado realmente se destaca e foi essa a categoria escolhida para mais uma edição do Atualidade Cosmética Workshop, realizado em junho, em Belo Horizonte. Pela manhã, cerca de 40 profissionais da indústria de beleza do estado se reuniram para debater sobre os temas de inovação, pesquisa e desenvolvimento na categoria. O even-

to contou com o patrocínio da Sarfam. Abrindo o workshop, a gerente de projetos da Kline/Factor de Solução, Elaine Gerchon, deu aos participantes uma visão geral do mercado de produtos para os cabelos no segmento profissional, um negócio que movimenta US$ 12 bilhões anualmente no mundo e R$ 1,2 bilhão no Brasil, respondendo por cerca de 3% do negócio de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no País. De acordo com os dados da Kline, por aqui o negócio ficou estável em 2015. Elaine destacou o avanço dos produtos que reforcem o aspecto de beleza natural dos cabelos, especialmente o mercado afro, que depois de anos focado em

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alisamentos, ganhou tração no mercado profissional. 70% do mercado profissional está concentrado nas dez maiores empresas do setor, um ranking que tem as multinacionais na dianteira e apenas três empresas brasileiras: Inoar, Cadiveu e Italian Hairtech. Apesar disso, existem grandes oportunidades abertas para pequenas empresas que souberem operar em segmentos de nicho. Na sequência, Pedro Bretzke, da Terramater, mostrou todo o potencial oferecido pelos ativos à base de argila. Ele destacou o potencial equilibrante dos ativos argilominerais, que são 100% naturais e certificados pela EcoCert e pela COSMOS. Esses ingredientes agem


patrocínio

inspira a inovação

Célia Anrelink (L’acqua di Fiori), Daniela Meira (Brasil Ervas), France Batistelli (Mutari) e Aûani Cusma de Paula (Cusman)

Gleidstone Silva e Luiz Eduardo (Maxi Brasil)

As blogueiras Fran Alves, Nath Campos e Geisi Alves, e Jenifer Vieira (Cusman)

de maneira inteligente, absorvendo as impurezas e o excesso de oleosidade, mas sem gerar o ressecamento da pele, retirando apenas o excesso, sem agredir e gerar o ressecamento do órgão. Os diferentes ativos da empresa possuem eficácia comprovada e são vendidos em mais de 30 países. Entre os principais claims viabilizados estão o de “Minerais magnéticos”, “Microabsorvedores minerais”, “Cerâmica capilar”, “Detox” e “Hair Anti-ageing”.

COMUNICAÇÃO E OPORTUNIDADES O primeiro painel da manhã discutiu “As oportunidades e desafios da inovação em haircare” e contou com

Raquel Shiroma e Edson Soares (Sarfam)

a participação da diretora da Mutari, France Batistelli; de Daniela Meira, diretora da Brasil Ervas; e Célia Anrelink, gerente de produtos da L´acqua di Fiori, que compartilharam suas visões sobre como vencer os desafios de fazer com que a área de inovação se equilibre entre o tempo natural de desenvolvimento de um novo produto – tanto do ponto de vista do desenvolvimento como dos aspectos regulatórios – para acompanhar tendências que aparecem rapidamente e geram cobranças por parte da área comercial, ao mesmo tempo em que precisam desenvolver produtos que diferenciem a empresa e a ajudem a ocupar espaços novos, ainda não tomados pela concorrência.

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Pedro Bretzke (Terramater)

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Para encerrar, o workshop reuniu quatro blogueiras de Belo Horizonte no painel: “Como as blogueiras compreendem as tecnologias propostas pela indústria”. Fran e Geisi Alves, do blog Trashy Fame; Alessandra Faria e Nath Campos, dos blogs que levam as suas assinaturas, explicaram da dificuldade em conseguir se aprofundar nas explicações sobre determinados produtos por conta da falta de informação enviada pelas indústrias, que não costumam apontar no material de divulgação os mecanismos de funcionamento dos ativos principais ou mesmo explicar a história que está por trás do desenvolvimento do produto.


organização

futuro

tarefa tipos novo parâmetros aptidão

mensagem

fins

sistema

viabilidade

mediação

performance ampliação horizonte

compartilhar responsabilidade

teoria

reunião

sustentabilidade

atual

relações humanas

educação

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prática saúde referência debate

objetivos

habilidade específico

trabalho ensino ágil

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testes meio inteligência

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sucesso ideias passos exemplo treinamento dinâmica interação modeloexposição espiritual motivador

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usos visão diversão

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válido atividade percurso habilidades programa

funcional

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clareza

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trabalho pesquisa movimento métodos

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Workshop

bom

performance útil grupo roteiro padrão mais resultados estudo

lugar

conteúdo

avaliação

luz

teor

natural

contexto

real

significância

atuação

necessidades

automática valor

simulação

sobrevivência

Jenifer Vieira (Cusman), Brenda Braga (Bio Extratus), Guilherme di Cosi (Blog Dicosi) e Aûani Cusma de Paula (Cusman)

Roberta Cyrillo (Kantar)

Equipe Carlos Cramer e Haskell

Time Carlos Cramer e equipe Bio Extratus

Fios de luz

Ainda na capital mineira, segundo workshop Atualidade Cosmética do dia seguiu focado no segmento de cabelo, mas desta vez com um viés de marketing e consumo >>> DA REDAÇÃO

C

om o patrocínio da casa de fragrâncias Cramer, a segunda edição do dia do Atualidade Cosmética Workshop, que teve como tema “Cabelos – Marketing e Consumo”, reuniu em junho, em Belo Horizonte, cerca de 55 profissionais da indústria local. A abertura do workshop ficou por conta da gerente de atendimento da Kantar Worldpanel, Roberta Cyrillo. A executiva destacou o difícil momento vivido pela categoria de haircare, que de acordo com dados da empresa caiu 4,3% em 2015, puxadas pela queda no preço médio e a menor frequ-

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ência de compra dos produtos. Em termos de canais, a venda direta viu uma queda de 40% no total de compras da categoria, enquanto as perfumarias sofreram uma baixa de 18%. O atacarejo foi a exceção, com avanço de 18%. A penetração de shampoos, condicionadores e produtos de tratamento caiu três pontos percentuais entre 2013 e o início de 2016. Já para os cremes de pentear, a queda foi de quatro pontos percentuais. Apesar disso, Roberta destacou que existem boas oportunidades na categoria. Destacou que mais mulheres estão fazendo mais tratamentos de salão em casa,


patrocínio

Equipe Barro Minas

Alcilei Beltran (Cramer), e Gláucia e France Bastistelli (Mutari)

Mayra Araújo (à dir) e equipe Haskell

Marcílio Freitas (Kanechom) e Dayane Sena (Acquaflora)

o que tem ajudado categorias como tinturas e alisantes a crescer. Ainda na linha das mudanças de hábitos por conta da crise, a executiva citou o crescimento das marcas posicionadas nas faixas de preço mais baixas do mercado. Por outro lado, produtos de nicho e relacionados à tendência da beleza natural, como ativadores de cachos, ampolas e óleos de tratamento, têm apresentando níveis altos de crescimento, ainda que sejam produtos de alto valor agregado. Na sequência, a diretora de Marketing para a América Latina da Cramer, Magdalena Fuenzalida, fez uma volta ao mundo apresentando inspirações em ingredientes naturais e tradicionais de diferentes países dos cinco continentes,

apresentando exemplos de produtos para os cabelos que já estão alinhados com essas tendências.

PAINÉIS FOCADOS No painel “Varejo: inovação e diferenciação na categoria de hair care”, Marcílio Freitas, diretor da Kanechom, falou sobre como a empresa se transformou a partir do momento em que tirou o foco da distribuição no atacado e passou a se dedicar ao atendimento do varejo, com reflexos no desenvolvimento do portfólio de produtos da empresa e na dinâmica de promoção nos PDVs. Já Dayane Sena, coordenadora técnica de Acquaflora, falou do trabalho personalizado que a marca, que trabalha com produtos de alto valor, tem desenvolvi-

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do para garantir a presença e a boa exposição da marca no varejo especializado e, mais recentemente, nas drogarias da capital mineira. Encerrando a programação, o painel “Construção de marca e experiência de uso”, reuniu a gerente de Marketing da Cusman Editora, Jenifer Vieira; a coordenadora de Mídias Sociais da Bio Extratus, Brenda Braga; e os blogueiros Guilherme di Cosi, do Blog Dicosi e Ary Realino, do Vem Cá Menina. Eles discutiram o impacto das mudanças comportamentais e geracionais no processo de construção de imagem da marca e, principalmente, na maneira como elas passam a tentar estabelecer mensagem mais específicas para cada perfil de consumidor.


clássicos

daperfumaria

por Rafael Mendonça

Doçura marcante Tendo o algodão doce como principal iNspiração, O Boticário apostou em uma combinação entre um lado sensual, doce, mas com notas já conhecidas, para que Egeo Dolce Woman marcasse época e firmar-se como um sucesso até hoje

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ara conseguir entrar na memória das pessoas com a criação de Egeo Dolce Woman em 2007, O Boticário foi além. Remeteu à infância e buscou inspiração em algo que marcou muitas pessoas quando criança: o algodão doce. Na época do lançamento, Claudia Stenger, gerente de perfumaria e inovação da companhia paranaense, recorda que a família gourmand estava começando a aparecer na perfumaria nacional, mas que ela já era explorada na perfumaria internacional desde 1992. A empresa procurou então o perfumista Frank Voelkl, da Firmenich, para lhe entregar o projeto que tinha como objetivo uma fragrância inovadora. Ao recebê-lo, o profissional utilizou uma tecnologia que recria os cheiros dos alimentos. Foi então que o algodão doce foi o escolhido para ser a nota principal da fragrância. Com a definição deste ponto central, O Boticário precisou realizar uma aposta. Como sabia que o algodão doce tratava-se de um gourmand frutal muito inovador para a época, pensou então em lançar a fragrância menos disruptiva também, que tivesse um lado sensual – até porque, o significado de Egeo sugere sedução: em latim quer dizer querer, desejar –, doce, mas com notas já conhecidas. “Felizmente, o Boticário optou em apostar no mais diferente. E deu certo!”, celebra Claudia. A partir desta decisão, começou então a busca pelos ingredientes que pudessem atender a estes objetivos iniciais. A gerente lembra que foram avaliados muitos ingredientes e acordes que acreditavam combinar com o conceito dessa nova fragrância. “O algodão doce, desde o começo, foi uma aposta por transmitir o lado gourmand com personalidade, alegria e muita performance, trazendo inovação ao portfólio de O Boticário.” A empresa buscou trazer em Egeo Dolce Woman um aroma prazeroso e uma experiência confortável que todo mundo ama desde criança. Para aflorar o lado Egeo da fragrância, foi adicionado um caráter feminino pelo acorde floral e um toque divertido através das frutas. E ainda é sexy e sofisticado graças ao fundo oriental ambarado. Sua família olfativa é o Oriental Gourmand. Nas notas de saída estão: sorvete de framboesa e nectarina; enquanto no corpo encontra-se: algodão doce, anis, Atualidade COSMÉTICA

violeta e madressilva. Já no fundo, estão: âmbar, baunilha, fava tonka, sândalo e musk.

SUCESSO GARANTIDO

O fato de ter apresentado uma fragrância envolvida com o universo dos doces é, segundo Claudia, um dos segredos do sucesso de Egeo Dolce Woman até hoje. Para ela, este perfume foi um grande marco na perfumaria nacional. “Pela primeira vez, uma fragrância trouxe uma construção olfativa literal inspirada no universo gourmand. O dulçor de Egeo é aditivo e instigante, a nota conhecida de algodão doce faz com que as consumidoras se identifiquem com o perfume e transportem-se a uma realidade divertida e doce, que juntamente ao corpo floral reforça a feminilidade de Egeo. Tais fatores fazem com que Egeo Dolce tenha sido tão bem aceito e seja até hoje um dos grandes sucessos no mercado de perfumaria nacional”, aponta ela, mencionando ainda que as construções gourmands seguem fortes no cenário de perfumaria e conquistam cada vez mais consumidores, em função de seu caráter aditivo, envolvente, marcante e divertido. Além desta combinação, Claudia indica ainda outros fatores que fazem com que Egeo Dolce Woman seja considerado um clássico da perfumaria nacional, mesmo ainda não tendo completado uma década de vida. Na visão dela, o perfume foi pioneiro em seguir a tendência de sua época, explorando com criatividade o dulçor de notas olfativas gustativas de maneira a envolver as consumidoras. “Ao longo dos anos, Egeo Dolce reforçou sua assinatura aditiva e tornou-se a referência no mercado para as construções ‘gourmand’, pois foi o primeiro perfume nacional a explorar a tecnologia que reproduzia com perfeição o aroma de algodão doce no desenho da fragrância”, finaliza. 90

# 150 | JUL/AGO 2016


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