Atualidade Cosmética 164

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Ano: 26/2018 • R$ 40,00

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CABELO MASCULINO Mais opções especializadas e sofisticadas para os fios deles

MAQUIAGEM Sobrevivência de novas marcas passa pela evolução da atuação do varejo com a categoria

PAC 2018

ATC PELO BRASIL

Segmentação e clareza de valores e propostas marcam a indústria de beleza catarinense

Os momentos marcantes e emocionantes de mais uma noite memorável


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ISO 9001 ISO 14001 OHSAS 18001

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12.

64.

PRÊMIO ATUALIDADE COSMÉTICA

NEGÓCIOS ESTRATÉGIA

Confira tudo o que rolou na grande noite do Oscar dos cosméticos e da perfumaria da América Latina.

As metas ambiciosas da Jeunesse, depois de superar a barreira do US$ 1 bilhão em vendas e estar presente em 140 países.

32.

68.

CATEGORIA MASCULINO

NEGÓCIOS INVESTIMENTOS

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Os novos caminhos trilhados pelo mercado de produtos masculinos para os cabelos, que passam por especialização e sofisticação.

Visando participar do movimentado e sexy negócio de startups de beleza, a fabricante de ativos e ingredientes Lubrizol revela sua estratégia.

38.

CATEGORIA MAQUIAGEM

Na busca por espaço, novas marcas dependem diretamente da evolução do varejo no trabalho com a categoria em diversos pontos.

48.

INSIDE BEAUTY jenifer vieira

A atenção que precisa ser dada pela indústria de beleza, sobretudo a de Pele, à sua comunicação com os jovens.

72.

MERCADO TENDÊNCIAS

A inteligência artificial chega ao mercado de fragrâncias. Mas será que ela terá a capacidade de mudar seu jogo criativo?

74.

EVENTO RECONHECIMENTO

Jornalistas de Atualidade Cosmética recebem o Prêmio Especialistas, uma das mais importantes premiações profissionais.

53.

ATC PELO BRASIL SANTA CATARINA

As particularidades de um mercado que oferece espaço para companhias que atuam de forma segmentada e com clareza de valores e propostas.

editorial _____________ 04 painel _______________ 06 express ______________ 44

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EDITORIAL

Não há hora para ceder às mudanças

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de fragrâncias. Trata-se de uma plataforma de inteligência artificial da casa de fragrâncias Symrise, baseada na tecnologia de inteligência artificial e machine learning da IBM, o Watson. São apenas dois exemplos que mostram que seguimos vivendo um momento de mudança e que, possivelmente, seja ainda mais acelerado daqui para frente. Isso diz respeito tanto na frente de desenvolvimento, quanto na frente de mercado e de negócios. Outro fator que tem ganhado cada vez mais força dentro do nosso mercado é a segmentação. É por meio dela que a indústria de beleza catarinense, região visitada pela Atualidade Cosmética nesta edição, tem aberto espaço para que companhias de muito potencial marquem, literalmente, sua presença no território. Trata-se de um mercado que, basicamente, só permite o avanço daquelas empresas que, além de atuarem de forma segmentada, agem com clareza de valores e propostas. Enquanto isso, se pegarmos o caso do segmento de produtos capilares para homens, temos nítido que este é um mercado que está abrindo espaço para que novos marcas apareçam, caso essas estejam buscando trilhar o caminho da especialização e da sofisticação. Já passou da hora de se dar conta de que não há hora para ceder às mudanças que têm a capacidade de impactar positivamente no seu negócio. Esteja atento àquilo que possa estar acontecendo ao redor, para não ficar para trás. Muitos já realizaram a sua transformação, sendo que alguns deles baseados na segmentação. Encontre o seu caminho.

ertamente, em seu dia a dia, você já deve ter ouvido a frase que diz que “o mundo está em constante transformação”. E essas mudanças podem acontecer nas mais diferentes frentes. Mas será que você entende todas elas que estão acontecendo no momento? Saberias dizer de que maneiras elas podem afetar o seu negócio? Calma. Ei de convir que tal tarefa não é das mais fáceis de se realizar. Porém, uma leitura correta e atualizada acerca daquilo que pode impactar diretamente a rotina de sua companhia pode inclusive definir a sorte de seu negócio daqui adiante. Quando olhamos para transformações que estão ocorrendo, na maior parte dos casos elas vêm escoradas em inovações que surgiram e que ganham força em distintos meandros. Trazendo esse cenário de mudanças baseadas em inovações, exemplos não faltam para explicitar bem o que está acontecendo. São mudanças que estão mexendo, inclusive, em modelos de negócios e desenvolcimento consagradosna indústria. Nas páginas a seguir, traremos a iniciativa de um dos principais fornecedores de ativos e ingredientes para o mercado de beleza, a Lubrizol, que decidiu assumir o papel de investidor a fim de usufruir do que o mundo das startups pode oferecer para este mercado. Ao adquirir uma jovem marca, a companhia acredita que terá sustentação para prover e nutrir a próxima geração de marcas de beleza. A tecnologia é, sem dúvida, uma das grandes provedoras em termos de mudança. A cada nova descoberta ou sua aplicação no dia a dia do negócio, pode, por que não, mudar até as regras do jogo. Veremos se é isso que acontecerá quando a Phylira estiver em pleno funcionamento dentro do mercado

fundador: José Luiz de Paula Jr. editor e Publisher: Aûani Cusma de Paula

Boa leitura!

editor-assistente: RAFAEL mendonça (rafael@cusmaneditora.com.br)

Daryus felisbino (daryus@cusmaneditora.com.br)

repórter: gabriel oda (gabriel@cusmaneditora.com.br)

impressão: leograf

Gerente da marca: Jenifer vieira (jenifervieira@cusmaneditora.com.br)

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executivos de vendas: Wanessa de Souza (wanessa@ cusmaneditora.com.br)

Administração e Redação Rua aNTONIO TAVARES, 59 Cambuci CEP 01542-010 SP – Brasil

eufrazio lauton (lauton@cusmaneditora.com.br)

Para anunciar, ligue: (11) 3392-2584

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Abaixo da crítica

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e por um lado uma recente pesquisa da Mintel apontou que o supermercado é o canal varejista onde os brasileiros mais compram cosméticos, por outro a amostragem revelou que o canal Alimentar não anda com tanto moral assim em termos de qualidade. Enquanto 72% dos entrevistados afirmaram ter usado o supermercado para a compra de produtos de beleza e cuidados pessoais nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa (setembro de 2018), apenas um em cinco brasileiros (21%) afirmou utilizar este canal por ele oferecer produtos de alta qualidade. Na visão de Juliana Martins, especialista sênior em Beleza e Cuidados Pessoais, da Mintel, por ser o principal canal de venda para produtos de beleza e cuidados pessoais, existem oportunidades para que os supermercados ganhem ainda mais participação no setor. “Eles poderiam investir em opções mais premium, criar espaços de beleza com produtos de nicho, como veganos, naturais e orgânicos. Dessa forma, eles também se posicionam como vendedores de itens inovadores e sofisticados”, avalia. A pesquisa mostra que, dentre as motivações de compra citadas para os supermercados, preços razoáveis foi a mais sinalizada, por 62% dos consumidores. As farmácias surgem como o segundo canal preferido, por quase seis em dez consumidores (58%) e em terceiro lugar estão as vendas porta a porta e por catálogo, correspondendo a 37%. A pesquisa Mintel ainda revelou que 83% dos consumidores compraram desodorantes nos últimos 12 meses, sendo que 76% em supermercados. Entretanto, apenas um em quatro brasileiros (25%) afirmou comprá-los via internet. “Em relação à compra online, alguns brasileiros veem barreiras para comprar nesse canal, como frete caro e dificuldade em trocar/retornar produtos caso seja necessário. Por esses motivos, o sistema click and collect poderia ser um incentivo

Foto: Divulgação

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checkout de supermercado: o peso do canal nas vendas de beleza é inverso à percepção de qualidade pelas consumidoras. à compra pela internet. Através dele, o consumidor adquire os produtos que deseja pela internet e os retira na loja que for mais conveniente e quando quiser”, sugere Juliana Martins. Influência especializada Outro ponto interessante detectado pela pesquisa Mintel foi a relevância da presença de especialistas no varejo. Para alguns brasileiros que compram produtos de beleza e cuidados pessoais em lojas de marca própria e em lojas especializadas que vendem produtos de várias marcas, a possibilidade de consultar alguém com conhecimento sobre os produtos é importante. De fato, 29% e 23% respectivamente disseram que compraram nesses locais por terem a oportunidade de consultar um especialista sobre os produtos. Essa relevância também exerce bastante influência junto aos homens. A amostragem aponta que, quando eles vão comprar produtos de beleza e cuidados pessoais, mais da metade deles (54%) compra no varejo porta a porta pela possibilidade de ter contato direto com o vendedor. Além disso, a experimentação dos produtos antes da compra também parece ser importante para esse público. Por exemplo, dois em cinco brasileiros (40%) disseram que a entrega de amostras de produtos foi um dos motivos para eles terem comprado

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produtos de beleza ou cuidados pessoais no varejo porta a porta, em comparação a 25% das mulheres. As redes sociais também são importantes atualmente na hora de as marcas se comunicarem com seus clientes. Por exemplo, 41% dos consumidores leem/ assistem a avaliações online de produtos antes de comprar, e também 41% concordam que, muitas vezes, assistem a vídeos ou tutoriais sobre produtos de beleza nas redes sociais. Complementando, 73% dos brasileiros gostam quando as marcas pedem sua opinião em redes sociais. “O varejo de beleza também precisará ficar atento à tendência dos espaços ‘instagrammables’, ou seja, atraentes para serem postados nas redes sociais, como o Instagram. Criar produtos e espaços ‘instagramáveis’ para atrair os consumidores a ir, tirar fotos e compartilhar suas experiências nas redes sociais, chamando a atenção de outras pessoas para visitarem o ponto de venda, torna-se fundamental nos tempos atuais. Em Londres, uma loja, de uma das maquiadoras mais famosas mundialmente, oferece um espaço onde a consumidora senta, testa várias maquiagens em realidade virtual e, com a ajuda de um espelho e de iluminação, tira foto do look escolhido e dali mesmo já pode compartilhá-lo nas redes sociais”, conclui Juliana.


Nosso centro criativo figura entre os mais ativos do país, criamos e desenvolvemos marcas que hoje são de extrema relevância e que atigiram grande valor monetário. Somos um grupo de pessoas inteligentes, divertidas e criativas que trabalham juntas como uma equipe, preparada para atender às demandas de forma completa e integrada. Somos um grupo de profissionais que exige comprometimento, energia e dedicação, somos parte de um jogo criativo em constante mudança, capaz de superar desafios e envolver os atores sociais. Criamos e desenvolvemos estratégias de comunicação, marketing e branding. Agende uma visita e conheça nossas soluções sob medida para seu negócio.

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painel too faced e equilibra: as duas marcas representam muito bem, cada qual dentro da sua proposta, o que as grandes empresas estão querendo comprar.

Fuga do tradicional

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ma análise chamada “Not Cosmetic” realizada pela ThinkingLinking, uma companhia especializada em desenvolver metodologias e estratégias para clientes em termos de transações de Fusões & Aquisições, trouxe uma leitura interessante acerca do cenário recente das fusões e aquisições realizadas dentro do mercado de beleza. Foi realizada uma leitura das aquisições das principais companhias (L’Oréal, Unilever, Esteé Lauder, Coty, Shiseido, Johnson & Johnson, KAO, LVMH, Natura, Revlon e Kose) do setor realizadas nos últimos cinco anos. Segundo a análise, das 52 transações que essas companhias fizeram nesse período, 43 delas envolveram um ou mais valores que são consideradas tendências progressivas por parte da ThinkingLinking ao monitorar o setor. Entre os valores que mais estão envolvidos nas negociações estão: Natural; Ético; Eficaz; Digital/mercado jovem; e Emergentes/mercados demográficos (vide o gráfico). Na visão da companhia, agora há evidências claras de que os principais grupos de cosméticos estão tentando se expandir para o que chamam de ‘cosméticos que não são cosméticos’. Isso porque, antigamente, essas grandes empresas de beleza ficavam tranquilas para manter seus market shares por conta da fidelidade dos consumidores, que adoravam as personalidades e a publicidade que construíam essas marcas. Entretanto, hoje, os consumidores passaram a se interessar por outras coisas além de moda, personalidade e status. Para a ThinkingLinking, os consumidores querem produtos que os sirvam em vez de atender às necessidades que eles foram condicionados a desejar, como antigamente. Eles querem saber o que há em seus produtos em termos de eficácia, natureza e ética. Querem itens que sejam au-

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O que os compradores buscam Os motivadores dos 20 maiores movimentos de M&A do mercado de beleza

Fonte:

tênticos e conectados a seus pontos de vista, sentimentos, gostos e sua própria demografia. Esses consumidores exigentes estão comprando e se educando via online, se engajando e sendo influenciados pelo ativismo nessas questões, enquanto a tecnologia também está fazendo suas demandas uma realidade através do progresso científico. E isso tem se refletido na postura das grandes empresas, que vivem um dilema por acharem difícil mudar ingredientes de seus produtos que já estão estabelecidos no mercado, a fim de atender a essa nova ordem mundial. Sem falar que elas também não possuem a agilidade que essas empresas mais novas e independentes possuem. Sendo assim, a saída tem sido encontrada por elas nas aquisições dessas marcas indies, que já nascem imersas nas direções progressistas que o mercado e os consumidores têm exigido nos tempos atuais.

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empresas de matériasprimas adquiridas recentemente: mais atores novos entram em cena no cenário de M&A desse segmento da cadeia de abastecimento da indústria.

Concentração das compras

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ThinkingLinking também realizou um levantamento sobre a atividade global das empresas de ingredientes cosméticos em termos de Fusões e Aquisições, de 2012 a 2016. Nesse período de cinco anos, aconteceram 50 negócios envolvendo 45 compradores de 16 países diferentes em 20 países-alvo, que movimentaram mais de 2 bilhões de euros. Dessa quantidade de negócios, em quase metade deles (22) os valores de investimento não foram divulgados. A amostragem aponta que 2012 e 2013 foram os anos em que as negociações se mostraram ligeiramente mais ativas e, desde 2014, a média se manteve em cerca de dez acordos por anos. A Europa é o local que mais realizou movimentações nesse sentido, tanto em termos de compradores como fornecendo alvos para investimento. Notou-se também o surgimento de investidores emergentes no Oriente Médio e Ásia. Pouco mais da metade dos acordos (28) foram aquisições de 100%, enquanto 14 acordos envolveram os proprietários originais mantendo uma participação acionária contínua. Desses 45 compradores,

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muitas caras novas surgiram no cenário de aquisições desse setor. E embora os compradores tradicionais estivessem por trás das maiores aquisições (de 100 milhões de euros), aquisições e negócios na faixa entre 10 mi e 100 milhões de euros foram realizados por companhias de médio porte bem estruturadas financeiramente e que estavam realizando sua primeira aquisição. Na avaliação da ThinkingLinking, esses compradores compõem basicamente três grupos: de investidores financeiros; de compradores do próprio setor de ingredientes cosméticos; e oriundos de movimentos horizontais, que podem vir de setores como de Alimentos, Bebidas ou Produtores de ingredientes farmacêuticos. Em uma aquisição dentro do mercado de ingredientes cosméticos, os compradores levam em conta uma série de motivações. Entre elas podem estar: a busca para adicionar novos produtos que estão sendo demandados pelos seus clientes, como ingredientes e ativos naturais e orgânicos; dar mais suporte para que a sua área de P&D siga inovando; permitir que o comprador expanda sua presença em novos mercados geográficos e rapidamente; aumentar seu poder de negociação; entre outros pontos estratégicos.

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painel

O EdP dos ambientes

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uando o farmacêutico Maurice Berger desenvolveu uma lamparina com um pequeno dispositivo catalisador que purificava o ar nos hospitais, as lamparinas logo ganharam popularidade com o público. Mas, ele certamente não imaginou que 120 anos após sua invenção patenteada, a Lampe Berger ganharia o mundo como uma das principais marcas globais de perfumação de ambiente. O portfólio da empresa se expandiu para outros itens relacionadas com a perfumação e a purificação de ambientes, como velas, varetas e aromatizadores para carros, que o fundo de investimentos que comprou a companhia em 2017, resolveu mudar o seu nome para Maison Berger, para refletir o novo posicionamento de mercado. Ainda assim, as lamparinas permanecem como o carro-chefe do negócio. Todos os anos são vendidas cerca de 800 mil lamparinas e cinco milhões de litros de fragrâncias, em sete mil pontos de venda. A estimativa é de uma receita global ao redor dos US$ 60 milhões. Para operar no Brasil, a empresa estabeleu uma joint-venture com os empresários locais Jérome e Veronique Massei (foto). Experimentados executivos do mercado de fragrâncias e beleza são eles que têm a missão de expandir os negócios da empresa no Brasil. E isso envolve uma série de desafios que vão desde a necessidade de explicação de funcionamento das lamparinas – que demanda alguns processos – até a necessidade da construção da própria categoria no País, incluindo a busca por canais de venda alternativos para o produto. Embora pequeno, o mercado de perfumação de ambientes (excluindo os produtos da categoria em supermercados) tem avançado no Brasil, mas isso se dá por meio de lojas próprias, ou por linhas de private label. Para a Maison Berger, os principais canais de distribuição no Brasil são as lojas de decoração e presentes e de cama, mesa e banho. É comum que muitas das compras iniciais estejam relacionados mais com o aspecto decorativo das lamparinas – que além das versões mais clássicas são desenvolvidas em modelos artísticos e de edição limitada, por exemplo – do que pela sua funcionalidade. Mas, é justamente a funcionalidade, a capacidade que o produto tem de capturar odores e purificar o ar (e perfumar, é claro) que diferencia a Lampe Berger. Inclusive, existe um bom número de consumidores que conheceram o produto no exterior e que

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acabam indo até a loja da empresa, em Moema, na capital paulista, para comprar mais lamparinas – para uso próprio ou presente – e as fragrâncias. “Tem gente que chega aqui querendo fragrâncias que não temos no Brasil, inclusive”, explica Veronique, que diz que foi feito uma seleção especial das fragrâncias da marca mais adequadas ao mercado brasileiro. Mais recentemente, a empresa tem desenvolvido o canal de tabacarias, já que as características do produto são um atrativo e tanto para os amantes dos charutos. Uma das grandes expectativas da Maison Berger no Brasil para 2019 é o trabalho com a Amazon. Os produtos da marca estão no portfólio proprietário da gigante do e-commerce, replicando uma parceria que faz sucesso nos outros países onde a Lampe Berger atua. Mas Jérome e Veronique também olham para outras alternativas para fortalecer os negócios em solo tupiniquim. A operação local quer se valer da amplitude do portfólio de perfumação e desodorização de ambientes da empresa – que inclui varetas, velas de base vegetal, itens para automóveis e desodorizadores, entre outros – para atingir novos públicos no mercado brasileiro. Uma das grandes apostas são os perfumes de ambiente, que poderiam ajudar a empresa a atingir um público mais amplo no Brasil. Enquanto um kit de lamparina mais fragrância parte de R$ 300, o que, obviamente restringe o público-alvo, com os perfumes de ambiente seria possível oferecer um produto de altíssimo padrão, na faixa um pouco superior aos R$ 100. “Trata-se de um valor acessível e bastante justo para um produto que não é um perfume de ambientes comum. Todos os frascos são de vidro e as fragrâncias têm custo equivalente aos de perfumaria fina. É de fato um produto diferenciado, o Eau de Parfum dos perfumes de ambiente”, diz Jérome.

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prêmio atualidade cosmética

Valores exaltados Muita alegria e emoção marcam a cerimônia do ‘Oscar do mercado de perfumaria e cosméticos na América Latina’, durante a entrega do 26º Prêmio Atualidade Cosmética >>> rOGÉRIO VIEIRA E aLINE AQUINO (fotos)

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ovamente e, por que não dizer, pela 26ª vez, foi uma noite memorável, sustentada por muita emoção e pelo encontro entre os principais nomes do mercado de beleza do Brasil e da América Latina. A cerimônia de entrega do 26º Prêmio Atualidade Cosmética, realizada em 30 de outubro, no Teatro Bradesco, em São Paulo, consagrou profissionais, empresas e produtos que fazem a diferença para o consumidor com o mais tradicional e importante troféu do mercado. Neste ano, foram cerca de 100 linhas/produtos finalistas e, considerando as categorias de empresa e profissional do ano, quase 60 companhias representadas, cobrindo todos os segmentos do mercado de beleza na América Latina. Novos nomes e players tradicionais tiveram a honra de erguer os troféus das 21 categorias. Na homenagem da noite, Luiz Felipe Rauen e Gisela Rauen, fundadores da Racco, passaram a integrar o Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética. Foi uma noite marcante para diversos profissionais que são responsáveis por construir o mercado de beleza brasileiro e da América Latina. Mas, além disso, a realização do evento também foi muito especial para os organizadores da premiação. Para que tudo ocorresse perfeitamente durante a cerimônia, a equipe da Atualidade Cosmética teve de suar a camisa durante o ano todo, e não apenas na grande noite. Tudo para garantir que os convidados recebessem a devida atenção e para que os ganhadores pudessem vivenciar a emoção de erguer o troféu da principal premiação do mercado de beleza da região. Essa satisfação é alcançada já há 26 anos pela organização do PAC. Porém, com todas as dificul-

Patrocínio Diamante:

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dades enfrentadas pelo mercado como um todo, a edição de 2018 teve de fato um sabor especial. Além de destacar os valores de quem é premiado, a premiação também exalta um valor muito importante e que vem marcando o evento há algum tempo, que é a diversidade. Assim como vem ocorrendo nos últimos anos, a edição de 2018 contemplou tanto empresas gigantes e consagradas, como L’Oréal e Natura, bem como companhias jovens, mas que vêm tendo su-


cesso, como Bioage e Go.Man. Outro destaque da noite foi o tricampeonato da Beleza na Web na categoria Ponto de Venda Digital. Além de ver seus fundadores ingressando no Hall da Fama, a Racco celebrou a conquista de mais duas estatuetas.

E em meio as rotinas corridas enfrentadas por quase todos os profissionais, ter a oportunidade de encontrar pessoalmente amigos, ex-companheiros,

concorrentes, fornecedores, clientes, entre outros, tem se tornado cada vez mais raro. Mas a premiação proporciona esse raro momento, instantes antes de a cerimônia acontecer, e que é muito valorizado por todos os convidados que participam do evento. Também antes de a cerimônia dar início, o Prêmio Atualidade Cosmética promove um evento com influenciadoras digitais, que foi apoiado pela Vult e pela Beleza na Web. No espaço, as influenciadoras puderam interagir

Patrocínio Ouro:

Patrocínio Prata:

Ricos momentos

Apoio:

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com organizadores do evento e houve muita troca de experiência e também distribuição de brindes. A 26ª edição do Prêmio Atualidade Cosmética teve Patrocínio Diamante da Patrus Transportes Urgentes, Cramer e Kaapi Fragrâncias. Já o Patrocínio Ouro ficou por conta do Teatro Bradesco e da Vollmens Fragrances; o Patrocínio Prata foi da Leograf, da Incom, da CoolPix e da Beleza na Web; além do apoio da Antilhas Embalagens; da Beauty Fair e da Faculdades Osvaldo Cruz.


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Alessandro Rodrigues (Hinode)

José Vicente Marino

“Primeiro queria dizer que o João Paulo (Ferreira, CEO da Natura) e o Marcel (Szajubok, presidente da Jeunesse Global Brasil) são pessoas espetaculares e são craques profissionais e que mereciam tanto quanto eu este prêmio. É preciso ter juízo para receber elogio e eu encaro este elogio com muito pés no chão e muito juízo” José Vicente Marino, ex-presidente da Flora e atual presidente da Avon Brasil, Profissional do Ano Bianca Pi (L’Oréal) Patrocínio Diamante:

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Júlia Solomon (Belcorp) e Eduardo Mattoso (Kaapi Fragrâncias)

Fernanda Rol (Natura)

“É muito legal saber que temos um prêmio como esse no Brasil, revelando todos os produtos novos, todas essas empresas novas. É muito legal ver empresas revelação também sendo premiadas. E é legal estar numa empresa que pode também apoiar essas revelações e que esse prêmio continue por muitos e muitos anos” Fernanda Rol, diretora Global de Cosmética da Natura, Troféu Atualidade Cosmética/ Patrus Empresa do Ano Ricardo Nobre (Vult) com Jessica Freitas e Jana Nogueira (Beauty Vip Club) Patrocínio Ouro:

Patrocínio Prata:

Apoio:

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prêmio atualidade cosmética Nicolle Rauen (Racco)

Gláucia Nakahara (Océane)

Renata Deos (Beleza na Web)

“Estamos muito felizes, muito mesmo. Acho que primeiro é agradecer às nossas clientes, porque sem elas não estaríamos aqui. Por elas é que a gente trabalha, a cada detalhe, cada negociação, cada ação de marketing. Tudo é feito para elas. É muito emocionante estarmos presentes mais um ano, recebendo esse troféu. Significa que nosso trabalho está sendo valorizado e reconhecido, isso é o mais importante. Cada dia que a gente faz é pensado na cliente porque é ela que merece toda a dedicação que a gente empenha” Renata Deos, diretora de Conteúdo da Beleza na Web, Troféu Atualidade Cosmética/Patrus Ponto de Venda Digital

Patrocínio Diamante:

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Patrick Sabbatier (L’Oréal)


Roberto Policicio (Bioage)

Ingrid Friggi (Adcos) e Raoni Cusma (Oro Up)

“De verdade, para mim é uma surpresa. Nós trabalhamos muito e nunca imagina que um dia vai acontecer. Trabalhamos por outros ideais, para construir um futuro, dar sustentabilidade ao negócio. Manter a empresa viva, crescendo. Manter os funcionários e tal. E um dia desses acontece uma surpresa dessas e eu acho que é super gratificante. O reconhecimento de mais de 50 anos de trabalho, não é uma coisa que começou ontem. A minha carreira é muito longa. É um prêmio que reconhece nossa empresa, nossa atitude. A Bioage é uma empresa de atitude jovem e que prima por inovação e tecnologia. A gente acredita que vamos transformar o nosso segmento através de intensa tecnologia, alterando a experiência do cliente com a marca” Roberto Policicio, diretor Geral da Bioage, Troféu Atualidade Cosmética/Patrus Empresa Revelação

Marcela Lury e Milena Miranda (Água de Cheiro) Patrocínio Ouro:

Patrocínio Prata:

Apoio:

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prêmio atualidade cosmética André Carvalho (Mundo do Cabeleireiro)

André Carvalho (Mundo do Cabeleireiro)

“De verdade, é um sentimento de trabalho bem feito. Não realizado, só bem feito. A gente costuma brincar que todo mundo que está no mundo, resolveu subir num barquinho e acreditar que podíamos atravessar oceanos. Hoje a brincadeira mudou, vamos de navio mesmo. E o prêmio é o reconhecimento disso, desse trabalho”

Renata Rosendo (Nutrimetics)

André Carvalho, diretor de Expansão e Desenvolvimento da Mundo do Cabeleireiro, Troféu Atualidade Cosmética/ Patrus Ponto de Venda Especializado

Jutahy Lima (Blanc) e Michel Ulloa (Cramer) Patrocínio Diamante:

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Bruno Weiers , Alain Mumamatsu e Daniel Caldeira (Go.Man) com Katiuscia Fascitawer (Cramer) Flávia Gouvêa (Firmenich)

Marcello Blanco (Robertet) e Aûani Cusma de Paula (Atualidade Cosmética)

Vista parcial do coquetel aos participantes Patrocínio Ouro:

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HALL DA FAMA

Fundadores de uma das empresas mais consistentes e queridas do mercado cosmético brasileiro, Luiz Felipe e Gisela Rauen, da Racco, passam a integrar o Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética

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cerimônia de entrega do Prêmio Atualidade Cosmética possui diversos pontos altos. Mas, sem dúvida, um dos principais é a homenagem feita aos novos membros do Hall da Fama da premiação. Na cerimônia de entrega do 26º Prêmio Atualidade Cosmética, realizada em 30 de outubro, no Teatro Bradesco, em São Paulo, Luiz Felipe e Gisela Rauen, fundadores da Racco, foram os homenageados da vez e passaram a fazer parte do seleto rol de profissionais do mercado. Eles receberam as placas das mãos de José Luiz de Paula, fundador do PAC. Em 1987, este casal de empresários, vislumbrados pelo sistema de venda direta, decidiu vender tudo o que tinha para dar vida à empresa. A paixão adquirida pelo negócio é tanta que, até hoje, a dupla faz questão de manter uma proximidade muito grande com o campo, os revendedores e distribuidores da companhia, independentemente do tamanho que sua operação atingiu. A séria e dedicada maneira com que lidam com cada revendedor também é vista na relação com os seus outros parceiros de negócio. Com foco, seriedade e total dedicação,

os homenageados da noite construíram uma das estruturas mais sólidas e consistentes do mercado de beleza brasileiro. Reconhecida tanto por fornecedores, quanto por outras indústrias e atores do mercado. Comprometidos com o desenvolvimento, bancaram a incorporação de novas tecnologias e categorias, na busca por proporcionar o que de melhor o universo da beleza e bem-estar poderia oferecer aos seus consumidores e revendedores. Emocionado no palco, Luiz Felipe fez questão de relembrar um pouco de sua trajetória, bem como de sua companhia. “Você imagina que começamos essa empresa, eu tinha 33 anos de idade. Minha mulher tinha 20 e poucos anos. Éramos muito jovens, mas tínhamos um grande sonho pela frente. Nós passamos 31 anos construindo histórias e eu acho que nesse momento foi o auge da nossa história porque estamos recebendo esse reconhecimento. Não sei se a gente merece, mas eu agradeço demais ao Zé Luiz, a toda equipe. Sei lá, é o caminho que nós trilhamos e chegamos nesse reconhecimento. Muito obrigado”, discursou ele. A emoção também ditou o tom do discurso de Gisela. “Estou emocionada, e olha que viver com o reconhecimento das pessoas é o nosso dia a dia. O crescimen-

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to das pessoas, reconhecer aqueles que se superam. A gente está sempre fazendo isso com elas, mas quando fazem com a gente, é danado. Porque a gente começa a ver realmente. É a coroação de aquilo tudo. Aquela missão que fazemos com tanta paixão pelas pessoas, não é só aquela coisa do comércio e do negócio, do mercado. Para a gente tem outro sentido. O orgulho transborda”, resumiu a fundadora da Racco. O Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética foi instituído em 2007 com a proposta de imortalizar os nomes que com o seu talento, coragem, trabalho e dedicação construíram a grandeza do mercado brasileiro de beleza. Agora, neste seleto rol da premiação, Luiz Felipe e Gisela Rauen estão ao lado de nomes como: Miguel Krigsner (O Boticário), Luiz Seabra (Natura), Hirofumi Ikesaki (Ikesaki), Erotilde Diniz (Drogaria Iguatemi), Peter Gottschalk (Wheaton), Leopoldo Mesquita (L’acqua di Fiori), Antonio Amador (IFF), João Carlos Basilio da Silva (Abihpec), Joãosinho Di Domênico (Químico), Eduardo Belmont (Belcorp/Peru), Sônia Corazza (cosmetóloga), Daniel de Jesus (fundador da Niely), Franciso e Adelaide Rodrigues (fundadores da Hinode) e Jaime Drummond, fundador e presidente da Mahogany.



prêmio atualidade cosmética

RANKING DOS MELHORES PRODUTOS DE 2018 Troféu Atualidade Cosmética/Cramer - Banho e Higiene Soap2Go, Océane (439 pontos)

2º Clean Face Pad, Océane (427 pontos)

“É um orgulho imenso estar participando como finalista, já. Ganhar, então, é um orgulho imenso para nós profissionais ter esse reconhecimento da indústria porque sabemos que os jurados são representantes da indústria”, Gláucia Nakahara, gerente de Marketing da Océane

3º Sabonete Líquido Vegetal SER+, Souvie (418 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Cramer - Higiene e Beleza Capilar

2º Amend Luxe Creations Regenerative Care, Amend (427 pontos)

Elseve CicatriRenov, L’Oréal Paris (439 pontos) “Ficamos muito felizes de estar podendo contribuir com produtos como o CicatriRenov e outros que estiveram no prêmio. Nosso intuito é realmente esse, atender a necessidade das mulheres no Brasil. A gente sabe que o mercado capilar é o terceiro maior mercado do mundo, então para a gente é muito importante desenvolver esses produtos para as mulheres brasileiras. Hoje, com um centro de inovação no Brasil, exportamos inovação para o mundo, isso também é outro motivo de orgulho muito grande para nós”, Bianca Pi, diretora de L’Oréal Paris, e Patrick Sabatier, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da empresa.

3º Shampoo Prebiotico Antioleosidade, GoMan (418 pontos)

2º Charcoal, Dr. Jones (418 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Cramer - Beleza Masculina Shampoo Prébiótico Anticaspa, Go Man (418 pontos* – vencedor pelo critério de desempate) “Na verdade, o PAC é parte da nossa história. Desde o começo nos inscrevemos no prêmio, trouxemos marca, produtos e lançamentos porque sabemos o reconhecimento que é e da seriedade também. A gente é uma empresa que começou bem pequenininha, e agora já está ganhando mais corpo. O prêmio faz parte da história da empresa e é tão importante quanto todas as coisas que a gente realizou. Ganhar mais uma vez só quer dizer que a gente está no caminho certo”, Alain Mumamatsu, Bruno Weiers e Daniel Caldeira, sócios-fundadores da Go.Man.

3º Barbas’s, Skala (384 pontos)

Patrocínio Diamante:

Atualidade COSMÉTICA

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Troféu Atualidade Cosmética/Cramer Produtos Profissionais para os Cabelos

Leave in BB Cream Infusion Thermic Ellite, Blanc Professional (373 pontos)

Tratamento Facial Melan-Off Olheiras, Adcos (343,5 pontos)

“Eu não sou apaixonado, sou alucinado pelo que faço. Então, a gente começa com a paixão e eu tenho certeza que o que vocês fazem é a paixão. E vocês dando essa oportunidade é o que faz mudar o mundo. Realmente estou muito emocionado diante das coisas que venho passando, venho querendo parar, mas aqui dentro fala mais alto. A gente querer mudar o país, mudar o mundo. Ajudar as pessoas, mudar esse cronograma todo. Nada a ver com dinheiro e sim com transformação. Então estou muito feliz, espero que eu possa agregar que não seja só internamente aqui”, Jutahy Lima, CEO da Blanc.

2º Linha Magic, Mazzon Nature (349 pontos)

“Tenho muito orgulho de fazer parte desse time. É uma empresa que preza muito pela qualidade. A gente fala sobre isso o tempo inteiro dentro da empresa e receber esse prêmio, mostra que estamos indo no caminho certo, de fato. Que estamos conseguindo mostrar nossos produtos, oferecer itens de qualidade para o mercado voltados para a pele brasileira. Acho que esse é um grande diferencial da Adcos e é muito bom receber esse prêmio”, Ingrid Friggi, analista de Marketing da Adcos.

3º Sossega Juba Redutor de Volume, Kpriche (333 pontos)

Tratamento Corporal Sérum Corporal Ciclos de Racco , Racco (322 pontos* – vencedor pelo critério de desempate) “É uma honra! Temos uma equipe muito forte de inovação, de pesquisa, desenvolvimento e marketing, e é para isso que a gente trabalha. Para entender o que nossos consumidores, nossos líderes querem e entregar porque, na Racco, somos multinível e nossos produtos são ferramentas de trabalho. E através deles que a nossa rede ganha força, cresce e consegue transformar a vida das pessoas, que é o nosso propósito”, Nicole Rauen, diretora de Marketing da Racco. Patrocínio Ouro:

3º Quintal Antiporosidade, Feito Brasil (335 pontos)

2º A-Oxitive Antiidade, Avène (343 pontos)

2º Bálsamo Protetor Ultra Hidratante SER+, Souvie (322 pontos)

3º Detox Celulite, Inoar (316 pontos)

Patrocínio Prata:

Apoio:

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Atualidade COSMÉTICA


prêmio atualidade cosmética Linha/Coleção de Maquiagem Novos Esmaltes 5 free Efeito Gel, Vult (435 pontos)

2º Bases Fluidas, Vult (425 pontos)

3º Mia Make PRO, Mia Make (383,5 pontos)

“Para a gente é um orgulho. Acho que a gente faz um grande trabalho lá no escritório, nas fábricas, com nossos parceiros fornecedores para desenvolver produtos que encantem as consumidoras brasileiras. A gente teve todo um relacionamento na linha de esmaltes. A marca Vult tem uma obsessão por qualidade e o desenvolvimento dessa linha foi importante pelo caráter inovador e, principalmente, por tudo que esse novo lançamento traz. Novas cores, um portfólio completo e five free. Um produto realmente natural, que busca proteger as consumidoras brasileiras”, Ricardo Nobre, diretor Geral da Multi B.

Perfumaria Internacional Feminina Woman, Ralph Lauren (409 pontos)

Inovação em Produto de Maquiagem NC Gloss Brilho Labial, Nutrimetics (437 pontos)

“É muito complementar, um prazer duas vezes. Prazeres complementares. Fomos para a parte capilar com a parte de produto massivo e voltamos com a divisão de produto de luxo, L’Oréal Luxo. Acho que é muito importante, é uma divisão que apesar da crise está crescendo forte, com marcas muito estratégicas que estamos trabalhando. Ralph Lauren, Armani, Lancôme, por exemplo”, Bianca Pi, diretora de L’Oréal Paris, e Patrick Sabatier, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da empresa.

“É um prazer estar representando a Nutrimetics, que é uma marca que está só há três anos no Brasil. É uma marca que tem 50 anos de história, da Tupperware Brands. E é muito gratificante ver que o mercado reconhece as inovações que a gente traz. Então, fico muito feliz de estar representando isso e podendo compartilhar com todo o time”, Renata Rosendo, gerente de Nutrimetics.

2º Flat Blend, Océane (427 pontos)

2º My Burberry Blush, Burberry (400 pontos)

3º Urban Defense Glow Primer, Adélia Mendonça (408,5 pontos)

Patrocínio Diamante:

Atualidade COSMÉTICA

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3º Dylan Blue pour Femme, Versace (394 pontos)


Perfumaria Internacional Masculina Bleu Noir For Him, Narciso Rodrigues

2º Silver Scent Midnight, Jacques Bogart (350 pontos)

(356 pontos) “Para a gente foi muito especial, estávamos concorrendo com vários bons perfumes e este foi um lançamento muito esperado por nós. Foi um sucesso de vendas e ganhar esse prêmio é muito importante para a gente”, Olindo Cavezan Jr. diretor da Água de Cheiro/Passion.

3º Acqua di Gio Absolu, Giorgio Armani (349 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Kaapi Perfumaria Latino-Americana Feminina Gi Black Diamond, Racco (389 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Kaapi Perfumaria Latino-Americana Masculina Inebriante, Hinode (387 pontos)

“Este prêmio representa um reconhecimento do nosso enfoque. Temos um foco muito grande na categoria de perfumaria, que sempre teve uma participação muito importante em nosso portfólio. É uma categoria de qualidade incrível, cuidamos bastante de cada detalhe. Então, dentro do núcleo de perfumaria contamos com perfumista especializado que trabalha bastante no desenvolvimento de cada perfume. E também o time de marketing que trabalha os conceitos junto com as casas de perfumaria, então é um reconhecimento bem importante”, Nicole Rauen, diretora de Marketing da Racco. 2º Dream Mer, L’Bel (386 pontos)

Patrocínio Ouro:

“Na verdade não vejo como mais um (troféu), eu enxergo este como único, o mais importante. Estamos na busca todos os dias do próximo. Estou muito feliz, é uma categoria muito importante para a gente, está no nosso dna. Já são 30 anos construindo e desenvolvendo produtos de altíssima qualidade e hoje somos uma empresa multinacional brasileira conquistando mercados internacionais. Realmente é uma honra participar deste prêmio”, Alessandro Rodrigues, vice-presidente do Grupo Hinode. 2º Seleto, Avatim (386 pontos)

3º Lesér EdP, Hinode (378 pontos)

Patrocínio Prata:

Apoio:

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Atualidade COSMÉTICA

3º Devos Seduction, L’Bel (377 pontos)


prêmio atualidade cosmética Troféu Atualidade Cosmética/Kaapi Perfumaria Latino-Americana Feminina Escolha do Consumidor Dream Mer, L’Bel

Troféu Atualidade Cosmética/Kaapi Perfumaria Latino-Americana Masculina – Escolha do Consumidor Lamborghini Huracan, Passion

“Para a gente, receber este prêmio, ainda mais de voto popular, é realmente saber que estamos seguindo nossa proposta de impulsionar beleza para alcançar a realização pessoal de uma maior quantidade de pessoas. Nosso negócio é venda direta, então sabemos o impacto que temos na vida de milhares de consultores e como eles trazem isso para os consumidores. Então, para a gente, é muito gratificante, fico muito feliz, pois a porposta da L’Bel e da Belcorp é muito bonito. A gente realmente tem a Fragrância como uma de nossas principais categorias”, Sharon Kanashiro, diretora Geral de Belcorp BR, e Julia Solomon, gerente de Marketing da empresa.

“É um orgulho enorme para a gente, ainda mais com Lamborghini que é uma marca que estamos com potencial de crescimento gigantesco dentro da Passion e da Água de Cheiro em especial como parceria. É um flanker, é o segundo lançamento que tivemos neste ano e o primeiro já foi sucesso. E, assim, é voto popular, os números respondem. Afinal, fazemos o produto para o consumidor e isso é a maior satisfação”, Milena Miranda e Marcela Lury, do Marketing da Água de Cheiro.

Troféu Aparício Basilio da Silva - Criação Perfumística Latino-Americana Masculina Jerome Epinette (Robertet), por Inebriante – Hinode (239 pontos) “Para nós é uma grande honra. É o primeiro eau de parfum para a Hinode. O Jerome Epinette é um perfumista internacional superpremiado, trabalha em nosso estúdio em Nova Iorque, fico constantemente indo para Nova Iorque e ele para o Brasil, para esse desenvolvimento. Robertet é um grupo com mais de 70 anos, somos número 1 em matérias-primas naturais e sexto ou sétimo, dependendo da colocação de cada ano. E foi um grande prazer estar criando e ganhando prêmio. Colocamos aqui nossas matériasprimas naturais, isso é muito importante. Nós temos o dna aqui da Robertet, com várias matérias-primas exclusivas nossas. Então, isso é o que dá um destaque, principalmente num prêmio como este”, Marcello Blanco, diretor de Contas do Grupo Robertet.

3º Marion Guillot (Robertet), por Crossmen – Racco (210 pontos)

Patrocínio Diamante:

Atualidade COSMÉTICA

2º Hernan Figoli (Givaudan), por Ocean – Nutrimetics (211 pontos)

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Lizandro Maluf (Dierberger)

Troféu Aparício Basilio da Silva - Criação Perfumística Latino-Americana Feminina Pierre Negrin e Ilias Ermenidis (Firmenich), por Dream Mer – L’Bel (227 pontos) “Acho que o palete da Firmenich, a qualidade dos perfumistas, todo o processo criativo global que temos, tudo isso contribui para este prêmio. Estamos bastante contentes por ter sido uma criação de perfumistas de fora para o mercado da América Latina. E isso mostra o quanto que esses perfumistas estão integrados, trabalhando para todos os mercados. Este é um olhar que a Firmenich tem”, Flavia Gouvea, gerente de Contas da Firmenich.

Troféu Atualidade Cosmética Criação Perfumística Livre Lizandro Maluf, perfumista (355 pontos) “Em primeiro lugar é um orgulho, uma satisfação muito grande, depois de mais de 40 anos como perfumista brasileiro, tendo essa satisfação de receber um prêmio, concorrendo e prestigiando esse trabalho de toda a equipe do PAC. E isso traz para nós um orgulho de fazermos e montarmos não somente esses 26 anos, mas que tenha mais 100 anos, que a gente evolua sempre no sentido de um país decente e melhor em qualidade”, Lizandro Maluf, perfumista da Dierberger Fragrances. 2º Alfredo Monteiro, Vollmens (351 pontos)

2º Mathieu Nardin (Robertet), por Grace la Rose Sublime – Hinode (222 pontos)

Patrocínio Ouro:

3º Luciana Bergamasco (Vollmens), por Madame Rosê – Jan Rose (218 pontos)

3º Luciana Bergamasco, Vollmens (338 pontos)

Patrocínio Prata:

Apoio:

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Atualidade COSMÉTICA


prêmio atualidade cosmética

Lena e Giulio Peron (Feito Brasil)

Célia Anrelink e Karla Cosntâncio (L’acqua di Fiori)

Equipe da Incom Equipe do Grupo Hinode Cândido Espinheira e Ketty de Jesus (Yes Cosmetics)

Eufrásio Lauton (Atualidade Cosmética) e Attila Almasy (Aercamp)

Equipe da Avatim

Equipe da Wheaton Equipe da Odorata

Equipe da Jan Rose

Alessandra Barroça e Juliana Ferrari (Avon)

Equipe da Bioage

Patrocínio Diamante:

Atualidade COSMÉTICA

Marta Wolf (Antilhas)

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Elena Novas, Alfonso Tejada (IFF) e Luciana Bittar (Flora)

Influenciadoras digitais marcaram presença Equipe da Racco

José Vicente Marino (Avon), Eduardo Fraiha (Hinode) e Marcel Szajubok (Jeunesse) Jenifer Vieira (Atualidade Cosmética)

Equipe da Vult/Multi B Equipe da Givaudan

Fernanda Rol e Bruna Bittencourt (Natura)

Equipe de Atualidade Cosmética Patrocínio Ouro:

Patrocínio Prata:

Apoio:

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Atualidade COSMÉTICA


prêmio atualidade cosmética

“Para a Cramer é uma janela que estamos usando para mostrar qual é o nosso trabalho, qual é nossa tecnologia. Nosso foco é a qualidade e uma das coisas que temos de fazer no dia a dia é mostrar qual é nossa qualidade. Para isso, temos de ter uma janela para que os clientes possam olhar-nos, e o Prêmio Atualidade Cosmética cumpre 100% o foco que a gente tem. Para a gente é a melhor opção, a melhor decisão que tivemos foi começar a participar com a Atualidade Cosmética. Tudo que fizemos a partir dessa parceria foi muito bom, foi de muito sucesso, então estamos muito contentes com essa parceria”

“Para mim não é só um prazer, mas uma honra estar com vocês nesse evento mais uma vez porque todo mundo sabe, é o Oscar da perfumaria brasileira. Então estou muito contente de estar presente e espero poder participar de outras edições” Eduardo Mattoso, CEO da Kaapi

Michel Ulloa, gerente Comercial da Cramer

“Para a Vollmens é muito importante participar deste evento, pois nos projeta para o mercado nacional e também para o internacional. Ele demonstra o trabalho que estamos fazendo e ele aparece para todo o mercado, os prêmios que conquistamos aparecem para todas as companhias, e isso é muito importante também. Além disso, o momento de networking é fantástico, porque é onde encontramos nossos clientes que estão participando e concorrendo ao prêmio, encontramos concorrentes e amigos, então é um momento de descontração também muito importante”

“É uma honra e uma satisfação poder participar e estar junto a vocês que estão premiando toda a indústria de cosméticos deste País. Hoje, 20% do negócio da Patrus é no segmento de cosméticos, portanto, temos aqui vários clientes. Então, estar no evento é uma forma de encontrar, relacionar e prestigiar todo o trabalho de vocês. Um trabalho sério, muito bem feito. Se Deus quiser, estaremos ano que vem de novo porque uma coisa que é boa na vida é você reconhecer o trabalho bem feito de uma indústria ou de uma empresa. Você motiva a empresa, faz bem para os funcionários. Portanto premiar os melhores sempre é muito bom, e vocês fazem isso com muita maestria”

Nestor Mendes, diretor da Vollmens Fragrances

Marcelo Patrus, diretor da Patrus Transportes

Patrocínio Diamante:

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Categoria Masculino homem fazendo luzes em salão de beleza: necessidades por produtos de cabelos cada vez mais específicas para eles abre um novo leque de possibiliades.

Além da caspa

O mercado de produtos masculinos para os cabelos começa a trilhar um caminho de mais especialização e sofisticação, abrindo espaço para novos atores explorarem o mercado >>> Silvia Herrera

H

á tempos que o mercado encara o homem como um ser emancipado em relação aos seus cuidados de beleza. É verdade que, na prática, essa emancipação não é total e irrestrita – o grosso do mercado masculino está atrelado ao consumo de itens básicos de higiene pessoal, como desodorantes e produtos para barbear; itens de banho e cabelo (não necessariamente itens específicos para eles); além dos perfumes, um produto mais bem difundido entre eles. O mercado global de produtos masculinos para cuidados pessoais bateu a casa dos US$ 50 bilhões, em 2017, e tem projeção

de crescimento de 16% até 2020. Entre os produtos capilares, shampoos lideraram absolutos as vendas em 2018, seguidos pelos shampoos 2 em 1; condicionadores, linhas de tratamento e finalizadores. Além disso, existem diferenças geracionais que impactam nessa relação do macho com o cuidado da sua beleza. Mas, uma parcela maior de homens começa a se preocupar mais em entender melhor suas necessidades de cuidados e a buscar por produtos que as atendam, abrindo uma nova via (ainda estreita, é verdade) cheia de potencial para empresas que estejam dispostas a atender essa nova realidade. Uma pesquisa recente realizada pela consultoria britânica Euromonitor com

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20 mil pessoas em 20 diferentes mercados em 2018 e liderada pela analista sênior Priyanka Bagde, mostra que 18% dos consumidores masculinos procuram produtos aprovados dermatologicamente e 8% deles buscam ingredientes naturais. O novo conceito de beleza está intimamente atrelado à saúde e ao bem-estar. Um bom exemplo disso começa a ser percebido na área de cuidados com os cabelos. Ainda segundo o estudo da Euromonitor, metade dos homens entrevistados visita os dermatologistas regularmente em busca de orientações para melhor cuidar dos cabelos. Ainda segundo a pesquisa realizada da Euromonitor, o homem brasilei-


ro gasta 48 minutos por dia para seus cuidados pessoais e usa cerca de cinco produtos diferentes. Em relação aos cabelos, o que mais o preocupa é a oleosidade, que segundo eles passa uma aparência inadequada. Isso ajuda a explicar o fato de que a pesquisa aponta que mais de 40% dos homens de todo o mundo lavam diariamente os cabelos com shampoos. E eles querem ter mais opções ao seu dispor. Uma das maiores categorias do mercado, os institutos de pesquisa costumam dividir o mercado de shampoo e pós-shampoo no Brasil de forma equitativa entre homens e mulheres – refletindo a divisão populacional. A dermatologista Cíntia Cavalin Calvet observa que o importante é usar o produto apropriado para cada tipo de cabelo, ou seja: observar se o cabelo é mais oleoso, se tem Dermatite Seborreica, se o fio é seco ou não. Há no mercado os shampoos especiais para tratar problemas do couro cabeludo, como a caspa severa, que não fazem distinção de gênero, mas são em vários aspectos, muito orientados para o público masculino. É o caso das linhas de dermocosméticos Kerium DS, da La Roche-Posay (L’Oréal), e Doctar, da Darrow (Pierre Fabre). Com ação antifúngica reforçada, o Darrow Doctar elimina as escamas e inibe sua produção, acalma a coceira e vermelhidão. Ainda não resseca os fios e é anti-frizz. Com eficácia clinicamente comprovada por dermatologistas, o Kerium DS deve ser usado durante três semanas nos estados de caspa persistente. O produto contém a Tecnologia Root Targeting tratando as escamações em sua origem. “Às vezes, o shampoo feminino pode ter ação detergente menor e não ser suficiente para o homem, mas, no geral, eles atuam de acordo com as características do couro cabeludo”, lembra Cíntia. Mas, claro, que junto com isso, existe uma questão, que é a da comunicação com o consumidor masculino. Diferentemente do que acontece com os desodorantes, desde sempre segmentados entre produtos para homens e mulheres, no mercado de cuidados com os cabelos, essa divisão é bastante recente e a oferta específica, ainda escassa. Uma exceção relativamente recente são os

produtos anticaspa de mass market (as duas líderes absolutas do mercado Clear (Unilever) e Head & Shoulders (P&G), dividem suas linhas por sexo), além de alguns itens bastante específicos, já mais na linha dos tratamentos de queda e cálvice, ou a clássica tintura para brancos. Mas, existem sim bons motivos fisiológicos que justificam a busca por produtos mais específicos para o cabelo deles. “O couro cabeludo masculino é mais oleoso do que o feminino pela maior presença do hormônio testosterona”, explica a também dermatologista Renata Sitonio, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mas não é só no couro que residem as diferenças. A estrutura dos fios de ambos os sexos também é, em geral, distinta. “O diâmetro dos fios do cabelo masculino costuma ser maior por causa da formação mais compacta e menos porosa de proteínas e queratina em comparação com o das mulheres”, compara a própria Cíntia. E as diferenças não param por aí. Além de mais grosso, o fio do cabelo masculino cresce um pouco mais. “Neles, por mês, o crescimento médio é de 10,47 milímetros, enquanto no sexo feminino é aproximadamente 10,2 milímetros”, reforça Renata. Ou seja, não restam dúvidas que os homens precisam de produtos desenvolvidos especificamente para eles. E há muito espaço para a indústria empreender e avançar para atender essas novas demandas.

ANTIQUEDA COM ALGO A MAIS Embora culturalmente aceito, nenhum problema aflige tanto os homens quando o assunto é beleza do que a calvície. Até porque, diferentemente do que acontece com a barriguinha, ela pode ser mais um dado do destino, difícil de ser combatida. “A calvície é causada por fatores genéticos e é uma das principais queixas dos pacientes homens”, conta a dermatologista Ana Lúcia Récio, membro fundadora da Sociedade Brasileira de Laser e Cirurgia. Com medo de herdar a calvície paterna, o relações públicas Christian McCardell não usa boné nem condicionador, nada que deixe seu cabelo oleoso. E escolhe o shampoo pelo aroma, independentemente de ser mas-

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Atualidade COSMÉTICA

culino ou feminino. “Evito usar boné, pois deixa o cabelo abafado e acho que provoca queda”. Na verdade, os bonés não são o algoz da cálvicie, mas, muito apertados, podem causar a alopecia de tração, reduzindo a quantidade de fios por conta do trauma gerado. Além disso, como alerta a dermatologista Renata SitOnio, o couro cabeludo masculino pode ter uma doença chamada foliculite decalvante. “É uma forma rara de foliculite crônica, geralmente causada pelo Staphylococcus aureus, uma bactéria presente na pele de todos nós, que leva à intensa destruição folicular, e pode resultar em perda definitiva dos fios”, explica Renata. Dados da empresa de pesquisa britânica Mintel revelam outras nuances dessa questão. Os homens mais velhos são mais propensos, na comparação com os mais jovens, a dizer que não usam produtos para crescimento do cabelo. 79% dos pesquisados em um levantamento recente realizado pela consultoria na faixa dos 45 e 54 anos e 82% daqueles com 55 anos ou mais afirmaram isso. Em sentido oposto, 63% dos jovens, entre 16 e 24 anos, e 59%, entre 25 e 34 anos, falam abertamente que usam o produto. Esses dados podem demonstrar que os jovens preferem prevenir a queda, usando produtos capilares que deixem os fios mais fortes desde cedo. Mas também podem refletir alguma restrição em dizer, ou, mesmo, desconhecimento em relação a esses itens da parte do público mais senior. “Os mais velhos talvez não se sintam à vontade em comprar esse tipo de produto, ou não saibam qual é o melhor produto a comprar, para que serve ou como usá-lo”, acredita Juliana Martins, especialista sênior em Beleza e Cuidados Pessoais, da Mintel. Pensando nessa faixa de homens que a marca americana de vendas on-line Hims (deles, em inglês), lançada em dezembro de 2017, desenvolveu a sua comunicação. “A marca busca dialogar com o consumidor sobre assuntos que possam ser constrangedores para alguns, como a queda de cabelo e o bem-estar sexual. O mix de produtos conta com medicamentos para a prevenção de queda de cabelo, incluindo finasterida,


categoria Masculino

ORLA DE FORTALEZA: o mercado cearense é dinâmico e eclético.

ORLA DE FORTALEZA: o mercado cearense é dinâmico e eclético.

enfim, variedade: marcas novas e tradicionais apostam na segmentação para atender as diferentes necessidades dos cabelos masculinos.

shampoo com DHT e minoxidil. O site oferece ainda a possibilidade de falar com especialistas e médicos sobre esses produtos, para que os homens possam entender quais produtos funcionam para cada um”, conta Juliana.

MAIS TECNOLOGIA Desenvolver produtos mais segmentados, capazes de atender às necessidades mais específicas de um grupo de consumidores tem sido um caminho trilhado por pequenas e jovens empresas, que têm aí uma grande oportunidade para se destacar num mercado que ainda é inexplorado (em suas especificidades) pelas grandes empresas do setor aqui no Brasil. É o caso da Go.Man, empresa criada há quatro anos com foco em produtos para o mercado masculino. Pensando no público jovem e mais antenado, que busca prevenir e conter a queda, a empresa desenvolveu fórmulas com o conceito dos prebióticos na sua linha linha capilar. “A base dessa linha é a tecnologia do ativo preobioxil, toda vez que você lava os cabelos os micro-organismos que fazem bem ao couro cabeludo e aos cabelos são alimentados e o maus são combatidos, assim criando um equilíbrio”, explica Daniel Caldeira, sócio e responsável pelas formula-

ções da Go.Man. Todos os shampoos da marca possuem esse ativo, patenteado pela Go.Man e, segundo Daniel, até então inédito no mundo para linhas capilares. “Nosso grande diferencial é tratar o couro cabeludo”, reforça Caldeira. O formulador destaca que os produtos não contêm sulfato, que segundo ele, é prejudicial aos micro-organismos. A Darrow oferece também um shampoo para prevenir a queda, ideal para o couro cabeludo que necessita de cuidados especiais, o Klinse N Shampoo. Outra marca que aposta em previnir o crescimento, a linha Origem For Men, da Nazca, desenvolveu o shampoo e o condicionador Crescimento. De uso diário, a empresa afirma que o seu uso garante o crescimento comprovado em 15 dias. Os produtos são formulados à base de whey protein e biotina. Também parte da linha, o Antiqueda – shampoo e tônico – trata a raiz e é composto por biotina e jaborandi. O tônico oferece um tratamento mais intenso do couro cabeludo, dispensa enxágue e pode ser utilizado antes da finalização com pomada ou gel. Para combater a caspa, a fórmula usa os princípios ativos de gengibre e hortelã, que afirma a empresa, acabam com 100% da caspa.

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GRISALHOS Antes sinal apenas de maturidade (ou de velhice mesmo), os cabelos grisalhos vêm ganhando um novo status, impulsionado pela assumpção dos fios brancos por parte de alguns galãs, especialmente George Clonney, que elevou os grisalhos a um novo patamar. O produtor de moda Marcio Vicentini usa cabelos médios grisalhos, que chamam atenção pelo brilho, mas reclama dos desafios para cuidar deles. “Sinto falta de algo mais moderno para os cabelos grisalhos, existem vários produtos que deixam os cabelos roxo, mas adoraria que inventassem algum produto mágico e revolucionário. Embora use um produto específico de uma cultuada marca profissional internacional, Vicentini diz que o produto está longe de ser o ideal para ele. Entre os lançamentos recentes que se propõe a cuidar desse novo segmento de mercado, os fios grisalhos, está o Shampoo Malbec Club Grey, de O Boticário. Bem na linha da marca, o produto conta com polifenóis das uvas, antioxidante do mundo vegetal e que auxilia na prevenção do envelhecimento. O shampoo é indicado para madeixas grisalhas, loiras e para quem começa a ficar grisalho. Já a catarinense Barba de Respeito,



Categoria Masculino outra marca especializada em produtos masculinos, lançou o 4POR1, para cabelos brancos e grisalhos; que remove o amarelo dos fios; realça a cor natural e tem efeito antioxidante. Elaborado com complexo nutritivo composto pelos extratos de açaí, acerola e uva e óleo de semente de uva, promete ação antioxidante, hidratante e nutritiva, proporciona cabelos, limpos, com aspecto saudável e brilho intenso.

Especialização versus Praticidade O jornalista Guto Francischini, que só compra produtos na gôndola dos masculinos, não usa condicionador para evitar a oleosidade nos fios. “Realmente o uso do condicionador é inadequado para um couro cabeludo oleoso, pois piora o quadro. O ideal é usar um leave in após enxugar com a toalha”, sugere a dermatologista Ana Lúcia. Nesse contexto de cada vez mais especialização, como fica o espaço para os produtos que se propoe a cuidar da barba, do cabelo e do corpo, um clássico da indústria de beleza criado para atender à suposta praticidade dos homens? A dermatologista Renata Sitonio ressalta que os fios do cabelo são diferentes dos fios da barba. O shampoo para cabelo tem na sua formulação substâncias que vão remover a oleosidade do couro cabeludo e manter os cabelos com a sensação de limpeza por mais tempo. “No entanto, se essas substâncias forem usadas na pele da face por tempo prolongado, podem levar o ressecamento da pele por remoção da barreira lipídica de proteção desta e causar eczema caracterizada por irritação, descamação e coceira”, explica. Já os fios da barba precisam de mais hidratação por serem mais grossos. “Se for usado o mesmo produto no couro cabeludo, isso pode deixar o aspecto do cabelo mais pesado, parecendo mais oleoso”, explica a médica, que lembra que os produtos do corpo, por sua vez, são geralmente mais detergentes, para uma maior limpeza e isso pode ressecar tantos os cabelos quanto a barba e deixá-los com o aspecto eletrizado”, observa. Em linhas gerais, esses produtos “práticos”, demandam uma fórmula

NOVAS ESPECIFICIDADES Novos estilos, novos tratamentos e novas demandas dos homens podem abrir novas oportunidades para a indústria de cuidados masculinos CACHOS: No segmento que dominou os lançamentos de produtos capilares nos últimos três anos existe um espaço de produtos para os homens que querem assumir os cachos naturais. Uma fatia menor deles pode precisar de produtos específicos para a transição – para os que vão parar de alisar e os que vão deixar o cabelo crescer naturalmente. Renata conta que a hidratação intensa é muito importante, já que os fios quimicamente tratados são mais secos e propensos à quebra. “Uma boa opção é o big chop – cortar toda a parte com química de uma só vez – e a partir daí manter creme para pentear, ativador de cachos e óleo para manter um cacheado bem definido”, ensina Renata Sitonio. DELICADOS - Também tem o caso dos homens que realizaram implante capilar. Nas prateleiras ainda não há produtos específicos para este caso. Renata Sitonio indica shampoos anticaspa, já que esses produtos podem ajudar na prevenção da queda de cabelo. “É importante manter o tratamento prescrito pelo médico de loções antiquedas e, algumas vezes, até medicações orais para segurar o transplante”, observa. CALVOS - E mesmo os calvos precisam de produtos específicos, além dos filtros solares e loções. Cíntia Calvert, deramtologista, acredita que há um nicho de mercado para quem é calvo, mas é preciso ter alguns cuidados. “A maior parte dos carecas tem o couro cabeludo bem oleoso, então é interessante usar shampoos para cabelos oleosos para ajudar nesse controle de oleosidade. E para aqueles carecas que continuam tendo muito brilho mesmo usando shampoo adequado, eles podem usar primer para pele oleosa e um pó compacto translúcido para tirar o brilho”, recomenda.

mais balanceada, que a permita cumprir com esses papéis de forma mais ou menos genérica, atendendo a uma fatia do mercado que ainda preza mais pela praticidade do que pela eficácia ou o resultado que só o uso de produtos mais específicos para cada função podem entregar. Surfando nessa onda, a marca Che Figo lançou um produto 4 em 1 – Shampoo Totale (corpo, barba, cabelo e bigode) para agilizar os cuidados pessoas no dia a dia do homem. Utilizando o know how de mais de 18 anos de experiência em Ciências Homeopáticas, Jamar Tejada lançou uma linha com cinco produtos. “A maioria dos produtos masculinos possui essência forte e enjoativa, além de não ser realmente hidratantes. Por esse motivo comecei a manipular produtos, para uso próprio, para amigos e clientes. O sucesso foi tão grande que resolvi criar a linha”, conta o farmacêutico. A linha possui os conceitos Eco, Cruelty Free (não testados em animais) e Paraben e Petrolatun Free (livres de parabenos, óleo mineral, vaselina e iso-

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parafina, os derivados de petróleo). Para Tejada, o público masculino é resistente a mudanças e muito fiel à marca que o conquistou, diferente do feminino, sempre buscando novidades. “O maior desafio foi mostrar que a Che Figo é um produto que atinge o resultado dos produtos que eles já fazem uso com algo a mais”, diz o criador da marca. Direto do Rio de Janeiro, o grupo da área de moda Reserva, que recentemente lançou no mercado a sua linha de cuidados pessoais Vaibe, tem shampoo 3 em 1, com nano oil control no seu portfólio. O produto se propoe a limpar, nutrir e hidratar barba, cabelo e corpo a partir da combinação de extrato de jaborandi, aloe vera, mentol e d-pantenol, garantindo praticidade no cuidado diário. A Barba Rubra, que aposta no mercado da barba desde 2016, também aposta no 3 em 1, que age nas camadas mais profundas da epiderme para proteger cabelo, barba e corpo com uma ação de limpeza e hidratação.



Categoria Maquiagem

Dando as caras

Nos últimos anos, a Maquiagem tem visto um aumento considerável na quantidade de novas marcas, que lutam para conseguir um lugar ao sol. E essa busca depende diretamente da evolução do varejo no trabalho com a categoria em diversos pontos >>> Aûani Cusma de Paula e Rafael Mendonça

S

e há uma categoria que goze de alto prestígio junto às consumidores de praticamente todas as idades por conta de seu grande volume de novidades, baseadas em diversas tendências, esta categoria sem dúvida é Maquiagem. Variedade de opções em termos de marcas e propostas enlouquecem as “amantes da cor”, que hoje têm um acesso mais irrestrito a essa variedade que move uma categoria de cerca de US$ 50 bilhões (projeção feita pela Mintel para 2018) de faturamento em todo o mundo. Mas toda essa “facilidade de acesso” não é algo historicamente comum para a categoria que, durante muitos anos, teve o

domínio de duas companhias de venda direta. Embora essas empresas já oferecessem produtos de qualidade e realizassem bons trabalhos com a categoria, a consumidora ainda sofria por conta da falta de conhecimento, tampouco de hábito, de como se maquiar. Com esta realidade perdurando por um bom período, a experiência de consumo que o mercado estava oferecendo era muito irrelevante para os consumidoras. O varejo é o canal que melhor pode oferecer atributos em termos experiências de consumo, porém, com maquiagem, a relação entre os dois nunca esteve tão quente quanto agora. Isso vem ocorrendo pelo próprio desenvolvimento no trabalho dos seus seg-

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mentos em explorar melhor o potencial da categoria, como as perfumarias e as farmácias (estas mais timidamente, mas já com bons sinais de avanço), e também pela atuação da rede de lojas de O Boticário, mais precisamente após ter lançado em 2010 a marca Make B.. Mas esse “despertar” do varejo com Maquiagem não se deu sozinho e nem por acaso. A indústria é a grande responsável pelo desenvolvimento da categoria desse tempo para cá. Ela também notou que havia um potencial por trás desses produtos e, por conta disso, decidiu investir na categoria aprimorando os itens e percebendo que o varejo necessitava de apoio para executar bem a Maquiagem nos pontos de ven-


área de makeup em supermercado nos eua: ainda estamos longe da amplitude de ofertas de marcas encontrada nos mercados mais desenvolvidos. Mas começamos a avançar.

da, a fim de proporcionar experiência, algo que é valioso para as consumidoras da categoria. E, com o crescimento da categoria nos segmentos do varejo, abriu-se espaço também para o avanço de marcas novas no canal. Hoje, existem duas marcas muito bem estabelecidas e capilarizadas, que são: Maybelline (L’Oréal) e Vult (que hoje integra a Multi B, do Grupo Boticário). Porém, é possível verificar que há sim bastante espaço – principalmente nas perfumarias – para a chegada de outras marcas. Sendo assim, já podemos ver uma movimentação interessante nesse sentido atualmente, com novas marcas surgindo do zero, algumas vindo de fora do País e também

com companhias tradicionais em outras categorias decidindo se aventurar em Maquiagem. Tudo isso tem movimentado a categoria e o canal, favorecendo a consumidora em termos de opções. Mas como será que essas novas marcas ou novos entrantes que estão chegando ao canal agora estão buscando meios de galgar espaço no varejo? Além disso, como eles analisam o atual momento da categoria em termos de concorrência? Será que há realmente espaço para todo mundo, como muitos gostam de colorir – literalmente – por aí?

Encarando a realidade Analisando sob a ótica de quem é no-

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vato no mercado e está em busca de espaço, a principal palavra que dita essa caminhada é “desafio”. Isso porque o resultado do sucesso dessa empreitada depende de muito mais coisas do que apenas um trabalho bem feito pela própria marca em si. Além da questão da concorrência, o próprio varejo parece ainda não ter encontrado uma maneira clara para se trabalhar devidamente a categoria nos pontos de venda. Dissecando um pouco mais esta questão, temos as perfumarias conseguindo explorar um pouco melhor a categoria, dando espaços paras diversas marcas, inclusive as novas, além de disporem de espaço para expor de maneira adequada os SKUs e também para que as promotoras possam atuar, resultando em uma boa experiência de consumo. Já o canal Farma sofre muito justamente por este último ponto: o espaço nas prateleiras. “As perfumarias já estão em um processo bem mais avançado, pelo próprio dinamismo que o mercado delas exige. Então, dentro delas, hoje é mais fácil de se conseguir uma introdução. Agora, dentro do canal farma tem o problema do espaço e principalmente com a quantidade de mix, com o número de SKUs que você consegue colocar. E é onde muitas vezes se coloca um mix de maquiagem muito reduzido e você não consegue ter uma boa exposição de seu produto e acaba comprometendo seu giro também”, lamenta Celso Nakahara, gerente de Vendas da Kiss New York. Porém, ele acredita que as grandes redes de farmácias já estão mais estruturadas, já encaram a categoria de maquiagem como um grande potencial de mercado e já vêm trabalhando nessa estruturação. “Acredito que em pouco tempo teremos um canal bem desenvolvido para maquiagem tanto nas perfumarias como nas drogarias”, aposta ele. Tradicional no segmento de unhas e cílios, a Kiss New York decidiu entrar com ênfase na categoria de maquiagem e apresentou ao mercado brasileiro uma linha mais completa por meio da marca RK by Kiss no início de 2018. Esta marca já tinha uma atuação de 16 anos nos Estados Unidos, mas, por ser


Categoria Maquiagem nova por aqui, Celso diz que, desde então, vem realizando um trabalho de formiguinha para apresentá-la devidamente e, aos poucos, ir consolidando-a dentro do mercado. Para isso, a companhia marca presença nas principais redes de perfumarias. Já no canal Farma, nas grandes redes existe a questão em que as marcas “compram” o espaço para expor, o que acaba limitando o acesso de novas marcas. A saída para elas pode acabar sendo buscar espaço em redes menores ou independentes, como vem fazendo a Kiss New York. “Nesses pontos de venda, principalmente no caso do Rio de Janeiro, que é um mercado muito forte de farmácias independentes, é onde estamos conseguindo fazer bons trabalhos. Com relação a São Paulo e outras capitais, nas redes que já temos espaço disponível a gente vem conseguindo fazer a introdução já com que esse histórico da Kiss, por qualidade e por ter o trabalho feito”, explica Celso. Buscando encontrar meios de driblar uma concorrência que considera desleal com as marcas já consolidadas na categoria no canal, a Catharine Hill está presente em 500 PDVs, mas, por enquanto, somente em perfumarias. Segundo Anna Marques, gerente de Marketing da marca, não adianta brigar diretamente com as grandes. “Acreditamos muito nessas marcas como responsáveis pelo crescimento do setor. Admiramos e respeitamos esse crescimento, por isso até que eu não brigo. Nossa diferença principal é performance, é posicionamento, e a gente sabe que eles vão brigar por preço e volume nessa outra seara”, justifica ela, dizendo que há uma intensa disputa por espaço também nas perfumarias.

Desafios no PDV Na visão da profissional da Catharine Hill, o varejo de beleza vem passando por grandes mudanças nos últimos cinco anos. Essas mudanças dizem respeito à parte arquitetônica das lojas e também se referem à experiência de consumo. Para ela, essa primeira parte está bem resolvida atualmente. Entretanto, a segunda tem representado um grande desafio para as marcas. “Esse

móvel da linha de maquiagem da kiss ny: as marcas estão dando mais ferramentas e suporte para que os varejistas desenvolvam a categoria em suas lojas.

universo de experiência envolve diretamente pessoas e quando essas pessoas são nossos promotores, a gente consegue replicar conhecimento, mas ainda assim é deficitário. O PDV não consegue ser treinado na velocidade que a gente precisa e muitas vezes também não tem disposição dos funcionários em participar desses treinamentos. Então, a experiência de consumo ainda precisa ser bastante desenvolvida”, reflete Anna Marques, acreditando que essa parte de experiência de consumo demandará alguns anos para que haja uma adaptação ideal a esse novo consumo vigente. Além de ter um espaço adequado para exposição, a experimentação e a experiência no ponto de venda também estão diretamente ligadas à atuação de promotoras das marcas. E este é

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outro ponto desafiador para qualquer marca, ainda mais para as que estão iniciando o seu trabalho. “Todas essas empresas de maquiagem vêm tendo um problema muito grande com relação às promotoras, em como ter o melhor aproveitamento delas e para que isso se reverta em resultados. E nós, assim como todas as marcas, também investimos bastante em promotoras, mas hoje a gente também tem feito bastante investimento em treinamento das colaboradoras das lojas, assim como investimento nas próprias colaboradoras para que elas também possam estar experimentando o produto. São elas que efetivamente estão todos os dias, das 9h às 18h nas lojas vendendo o produto, enquanto a promotora pode ser que não esteja todos os dias”, acrescenta Celso, da Kiss New York.



Categoria Maquiagem

quiosque da klasme: apesar do avanço da categoria, muitos varejistas ainda receiam apostar em marcas novas, que recorrem a outros meios para chegar ao consumidor.

Caminhos alternativos Com uma influência asiática oriunda de seus donos que possuem naturalidades japonesa e chinesa, a Klasme optou por um caminho não tão convencional para aquelas marcas que buscam seu espaço no mercado brasileiro de maquiagem. Primeiro, a marca decidiu lançar o seu e-commerce e, na sequência, abriu um quiosque no Shopping Pátio Paulista, em São Paulo, que serve como um ponto de venda próprio da marca. Depois disso, a Klasme também foi atrás das perfumarias e, hoje, seus produtos já são encontrados em grandes redes do País. “O varejo perfumaria no Brasil ainda se arrisca com marcas novas. Devido a crises recentes, muitos não quiseram apostar em marcas novas, com medo de rupturas, da qualidade... Por isso, o modelo foi lançar nosso próprio meio de distribuição e depois atacar as lojas de varejo”, conta Kelvin Chen, diretor da empresa. O empresário* enxerga que há muitas marcas chegando ao mercado bra-

sileiro de maquiagem, porém mirando mais um público massivo, com produtos a preços mais baratos. “A Klasme já tem um conceito diferente, de ser mais cosmopolitan com qualidade, ou seja, a gente entrega um produto premium, com qualidade”, explica ele, que crê haver um espaço entre as grandes marcas e as que têm um perfil mais massivo. “Não se vê um perfil intermediário e é este gap que a Klasme está tentando buscar, este espaço, ou seja, um produto de alta qualidade e que seja destino para as classes B,C,D e E, mas ao mesmo tempo traga a parte de ser um produto do dia a dia, um produto bom e barato”, situa. Kelvin ressalta que ainda existe muito espaço para que marcas avancem na categoria de maquiagem, bem como para que outras novas surjam. Ele acha que o Brasil possui poucas marcas desse segmento se comparado com outros mercados. Além disso, cita que o varejo também não tem se movimentado devidamente para favorecer esse aumento no volume de marcas. “Há muitas mar-

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cas lançando, mas por ser uma marca nova tem muita restrição de PDV no mercado. Então vemos muito barulho nas redes sociais, que com certeza é um marketing muito bom para marcas novas, mas todas elas têm dificuldades de ir para os PDVs. Eles, por enquanto, não têm coragem de apostar em uma marca totalmente nova”, lamenta. O diretor da Klasme lembra que já tentou fazer parcerias com lojas de moda, porém não deram certo. Ele diz que a estratégia em 2019 é entrar com mais afinco no varejo, buscando estar em perfumarias onde ainda não marcam presença. A Catharine Hill até procura atuar com o setor de moda, mas somente com parcerias, sem envolver comercialização. Para isto, o foco segue no varejo. Até mesmo o e-commerce próprio da marca é mantido apenas como um complemento de negócio, sem que brigue diretamente com os seus atuais parceiros comerciais, servindo para que consumidores de localidades onde os produtos ainda não são distribuídos possam acessar a seu portfólio. Anna Marques lembra que a marca nasceu para todos os públicos, e não apenas para os profissionais. A gerente de Marketing aposta que, em 2019, haverá ainda mais novas marcas de maquiagem surgindo e buscando seus espaços. E mesmo que isso represente um aumento na concorrência, ela acredita que isso será bom para o setor por fomentar ainda mais a profissionalização da indústria. “Todo o mundo está correndo atrás dessa parte de experiência de consumo e o consumidor está ávido por experiência”, pontua Anna. A expectativa de um 2019 positivo também é alta para a Kiss New York. Segundo Celso Nakahara, o ano de 2018 em maquiagem serviu para que a marca pudesse preparar seu terreno. “Tenho certeza que a partir de 2019 vamos ter uma explosão de nossa marca no mercado. Isso tanto em mídias sociais, em parcerias, produtos novos que estão chegando, complementos de linha. Então, nos espelhamos nos grandes e pequenos para traçar nossa estratégia, e tenho certeza que estamos conseguindo. 2019 promete bastante”, finaliza o gerente de Vendas.


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Proteção contra o calor A Yamá Cosméticos desenvolveu um complexo de tratamento antiemborrachamento para tratar os cabelos durante a época mais quente do ano e sob impactos de processos de descoloração, água do mar e cloro. Formulado com elementos naturais, o produto pode ser utilizado a qualquer momento, mesmo antes da descoloração. A fórmula do Complexo Antiemborrachamento conta com Bio-Restore, substância natural com-

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posta por derivados de trigo e silicone com poder condicionante para garantir proteção, brilho e maciez aos fios. Tratamento é indicado para fios lisos, crespos ou cacheados que passaram por processos químicos que danificaram a fibra capilar. Distribuição: farmácias, perfumarias, supermercados e e-commerce. Preços: R$ 39 (280gr) e R$ 58,50 (450 gr). SAC: (11) 4617-9850. Site: www.yama.com.br

Mais disciplina aos fios Para combater o problema de frizz, a Yellow Professional lança a linha Yellow Liss, indicada para cabelos rebeldes e indisciplinados que precisam de ajuda extra para ficarem perfeitamente lisos por mais tempo. A linha, composta por shampoo, condicionador, máscara e leave-in, é ideal para cabelos ondulados que precisam de mais disciplina, lisos naturais ou quimicamente tratados. Sua fórmula à base de Keratin-HT e óleo de amaranto visa conferir um cabelo com aparência saudável e sem imperfeições. O ativo Keratin-HT é a queratina de alta tecnologia potencializada em laboratório, que simula a queratina natural do cabelo e é capaz de reparar as áreas mais danificadas. Já o óleo de amaranto é rico em proteínas, sais minerais e vitamina E. Distribuição: profissional e e-commerce. Preços: R$

A Do Há trouxe mais um item para sua linha Absolut Blond com seu Recondicionador Bifásico. Sua utilização, assim como o restante da linha, é indicada para cabelos loiros, com mechas ou grisalhos, contando com queratina e pantenol. O produto visa proporcionar nutrição e, além disso, a presença de corante violeta busca neutralizar manchas amareladas. Distribuição: profissional. Preço: R$ 82.

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Fusão olfativa A Eudora, empresa do Grupo Boticário, lançou no mercado a Deo Colônia Chic Hippie. Com referências visuais das décadas de 60 e 70, o perfume vem com fortes toques amadeirados e notas florais. A fusão de Rosa Damacena com Patchouli e Sândalo vem com o ingrediente clássico da marca, o Toque de Eudora. O produto integra a linha Chic da marca, sendo lançado também com uma loção desodorante hidratante corporal e um estojo de sabonetes, ambos com a mesma fragrância presente no perfume. Distribuição: lojas próprias, quiosques e e-commerce. Preços: R$ 32,90 (Loção Desodorante Hidratante), R$ 34,90 (Estojo de Sabonetes) e R$ 84,90 (Deo Colônia Chic Hippie). SAC: 0800 727 4535. Site: www.eudora.com.br

Explosão de sentidos Kriska, da Natura, trouxe uma nova versão em edição limitada que acaba de entrar para a família: Kriska Mania. A nova fragrância é inspirada na tendência gourmand do caramelo salgado (também conhecida como sea salt) e inova ao trazer pela primeira vez para marca um acorde contrastante: a combinação entre caramelo, cacau, ingrediente natural da biodiversidade brasileira, e uma pitada de flor de sal. Uma mistura de texturas que leva a uma explosão de sentidos. “Kriska Mania é uma fragrância de intensidade moderada, marcante e bastante surpreendente, perfeita para ser usada em ocasiões especiais”, diz Veronica Kato, cocriadora dessa fragrância e perfumista exclusiva da Natura. Kriska Mania é a nova opção de fragrância feminina adocicada para as amantes desse caminho olfativo.

De sutis às chamativas A M.A.C Cosmetics lançou recentemente no mercado brasileiro a nova linha Dazzleshadow Liquid de sombras de olho líquidas. A marca visa trazer um espectro grande de opções à consumidora, podendo realizar acabamentos desde os mais sutis até os mais chamativos e brilhantes. A linha é composta pelos tons Not Afraid to Sparkle, Blinking Brilliant, Panthertized, Flash and Dash, Beam Time e Love Yourself.

Distribuição:

Distribuição: venda direta, lojas próprias e e-commerce.

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Paleta completa A Benefit Cosmetics, marca original de São Francisco, lançou sua primeira paleta de sombras no mercado brasileiro. Com 12 tons neutros com acabamentos mate suave, acetinada e cintilante, a paleta é uma edição limitada. Sua embalagem vem com um espelho embutido, visando auxiliar na aplicação. Distribuição: seletiva. Preço: R$ 184. Site: www.benefitcosmetics.com/br/pt-br

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inside beauty por Jenifer Vieira

O corpo no tempo. O tempo no corpo A inDÚSTRIA DE BELEZA, EM ESPECIAL A DE PRODUTOS PARA PELE, PRECISA DAR MAIS ATENÇÃO À SUA COMUNICAÇÃO com OS JOVENS

T

ente se lembrar da corrida do ovo... Lembra? Aquela em que o desafio era chegar ao fim da corrida sustentando uma colher contendo um ovo com a boca. Se vacilasse, o ovo se estourava no chão... Antes de a corrida acabar. Me ocorre que, metaforicamente, recebemos um ovo para vivermos aqui – o nosso corpo. O desafio é manter o corpo ao máximo que pudermos durante a nossa jornada. Eu cresci num tempo em que muito se falava de prevenção, de anti-idade, antienvelhecimento. Minha primeira linha de cuidados foi Natura Chronos e eu tinha apenas 23 anos. Era assinante de diversas revistas e gostava muito de ler a respeito desse tema. Entendi, desde aquele época, que a jornada pode ser muito longa (e de fato o tempo de vida médio aumentou bastante) e que pode ser cheia de altos e baixos. E quando estamos lá embaixo é que precisamos mais de estarmos com o corpo em dia. Acredito que essa informação e entendimento foram muito bons. Pelo menos pra mim. Hoje estou com 48 anos e acho muito divertido associar a idade à minha pessoa. O fato é que ainda tenho muito a viver, muito a experimentar, muito a resolver, sonhos a realizar, enfim, ainda estou na flor da idade. Conversando com uma garota de 21 anos recentemente, (esta estava em aflição!!!) ela mencionou que não a ensinaram a pensar no futuro. Não lhe disseram como seria ser adulto. Ela aprendeu a viver o hoje... Interessante... E preocupante também! Existe toda uma geração que de fato só vive o hoje. Levam seus corpos ao extremo em uma noite. Se alimentam mal. Não se exercitam. E quase não dormem. São capazes de fazer loucuras para obter uma gratificação instantânea. Com 25 anos, têm a aparência de 35. Levando-se em conta que hoje podemos viver até uns 90 anos, o “ovo” cairá bem antes... Mas aonde quero chegar com todo esse discurso? É que existe um tempo para o corpo – que é o tempo de vida de cada um, que ninguém sabe de antemão quan-

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Jenifer Vieira. jenifervieira@cusmaneditora.com.br

to é. E existe o tempo da jornada – que é o tempo que corre fora de nós, o tempo do relógio. Aquele em que organizamos nossas metas e objetivos. Saber que o tempo do corpo é um só e depois é o fim e que o tempo da jornada é escamoteável, nos faz pensar a longo prazo. Cuidar, a longo prazo. Preservar. Afinal, se a jornada for desgastante, vai utilizar mais do tempo do corpo – ou seja, o tempo do corpo vai diminuir. Quando atores relacionados ao mercado de beleza, publicações importantes inclusive, trazem a questão de que não devemos usar o termo antienvelhecimento, ou anti-idade, porque a sua aplicação traria consigo uma “promessa” que vai contra a natureza (de fato, envelhecer é um dado da natureza), é de se pensar qual o papel da indústria de cuidados com a pele, especialmente as que atuam no segmento facial – que pesquisa, desenvolve e vende produtos cujo objetivo final é sim ajudar as pessoas a prevenir e minimizar o desgaste provocado pelo tempo. Será que isso é não querer envelhecer? Ou é querer manter-se no seu melhor? Será que é combater a idade? Ou buscar, apesar da idade, não aparentá-la? Eis aí uma boa discussão e uma oportunidade para a nossa indústria, nesse tempo em que se prega o natural: cara limpa, cabelos “originais” e rotina de beleza free de tudo. Acredito que aquela informação que me foi comunicada anos atrás me ajudou muito a chegar satisfeita no meu tempo de hoje. O termo anti-idade estava muito bem adequado. A comunicação alcançou o objetivo. A indústria não deve se dobrar ao que é discussão inútil diante de verdades irrefutáveis. Principalmente para os jovens de hoje. Ao invés disso, as marcas deveriam redobrar suas apostas para catequizá-los sobre as vantagens de cuidar da pele desde cedo e, mais importante, encontrar formas de fazer com que essa nova rotina seja incorporada não como uma obrigação, ou como um ritual de beleza, mas sim como preparo para a jornada mais incrível de todas – a própria vida.

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Apresentado por:

10 anos de vida. 125 anos de expertise Inovação e tradição explicam o sucesso da Dierberger Fragrâncias

S

er parte de um grupo com 125 anos de tradição na cadeia de produção de óleos essenciais e químicos aromáticos é um dos grandes diferenciais da Dierberger Fragrâncias. E não é para menos. Ao longo de mais de um século, o Grupo Dierberger vem acumulando experiências e conhecimento em matérias-primas naturais, químicos aromáticos e nas movimentações do mercado de fragrâncias global. É óbvio que isso oferece uma base de trabalho muito sólida e rica para a operação da Dierberger Fragrâncias. Apesar do fato de que a empresa já atuava no setor de fragrância em 2008, o Grupo optou por criar uma empresa independente, com profissionais dedicados exclusivamente ao mercado de fragrâncias e gerenciada por Ricardo Pires, Diretor Executivo da Dierberger Fragrâncias, que soma 25 anos de história no Grupo. A filosofia de trabalho é a mesma desde então: disponibilizar aos clientes médios das áreas de perfumaria, beleza e higiene do Brasil e da América Latina, produtos e serviços com o mesmo nível de qualidade oferecido aos grandes atores do mercado e, se apresentando como uma opção segura de fornecimento para esses clientes em relação aos fornecedores multinacionais. O sucesso obtido pela casa no mercado em tão pouco tempo de atuação é resultado da união dessa expertise centenária, com uma visão de negócios moderna, que olha para cada cliente de forma única e especial.

ricardo pires: 125 anos de tradição olfativa fazem da Dierberger uma casa com heritage digno das grandes casas globais.

O sucesso no mercado de fragrâncias depende muito da capacidade de cada casa entender muito bem os consumidores, o negócio de cada cliente para, a partir desse conhecimento, oferecer criações que atendem a especificidade de cada projeto. Para Ricardo Pires, esse é um dos principais elementos no sucesso da empresa. “Todo nosso trabalho é orientado no sentido de foco no cliente. O time de desenvolvimento tem como uma fortaleza a capacidade de entender e interpretar as características do negócio de cada cliente”, explica o executivo. Essa abordagem se reflete, por exemplo, nas outras áreas

dierbergerfragrances.com

da casa. Cada gerente de Avaliação é responsável pelo suporte a um determinado grupo de clientes. Os gerentes de avaliação são responsáveis, cada um, por uma carteira de clientes. Isso dá a eles a possibilidade de conhecer em profundidade e acompanhar mais de perto os negócios, necessidades e oportunidades para cada um deles. Já o departamento de Marketing, além de participar das principais feiras internacionais do setor, conta com ferramentas de pesquisas e bancos de tendências online, e se mantém antenados aos influenciadores digitais para apoiar a criação e o desenvolvimento de fra-


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plantação da dierberger: produção verticalizada de ingredientes naturais é uma vantagem competitiva da empresa.

a perfumista regina devecchi: acesso ao que existe de melhor e mais novo em moléculas olfativas para criar.

grâncias que vão conversar e conquistar os consumidores das marcas atendidas pela casa.

O coração do negócio Apesar das questões mercadológicas serem de extrema importância para o mercado de fragrâncias, é inegável que o coração de uma casa ainda está na criação, no seu time de perfumistas. E isso é algo que está intrinsicamente ligado à própria história do grupo. “O pensamento permanentemente voltado para o aspecto olfativo do negócio está no DNA do grupo”, reforça Ricardo. Ele explica que os técnicos envolvidos em óleos essenciais e químicos aromáticos tem o trabalho formatado para a criação de composições aromáticas. “Este processo acaba trazendo aos perfumistas novas e infinitas possibilidades”, diz. A Dierberger Fragrâncias conta com um portfólio de moléculas captivas, e reforçar o desenvolvimento de novas matérias-primas, que continuem a atender as demandas dos perfumistas da casa, para potencializar ou criar novas notas para cada mercado específico, segue sendo uma estratégia da empresa. Além disso, a empresa tem acesso aos principais fornecedores mundiais e tem sempre as moléculas mais recentes disponibilizadas pelo mercado à disposição dos seus narizes, como a perfumista Regina Devecchi, que afirma que conta com o que existe de melhor em termos

de matérias-primas para criar. Ser um Grupo de 125 anos com forte atuação internacional, fazendo negócios com grandes atores do mercado global de fragrâncias, em mais de 25 países, dá à Dierberger Fragrâncias força na negociação e no planejamento da cadeia de suprimentos, um tema de extrema relevância para o mercado de fragrâncias nos últimos anos.

Conhecimento da natureza As matérias-primas naturais são fun-

damentais para enriquecer as fragrâncias, tanto em termos olfativos como na sua performance. Segundo Ricardo, esse é um dos aspectos que tem motivado as casas de fragrâncias globais a se movimentarem cada vez mais no sentido de controlar estas fontes. “Com a nossa expertise, disponibilizamos aos nossos perfumistas óleos essenciais com padrões especiais, trazendo personalidade às composições a um custo justo e que permite trazer mais qualidade às nossas criações”, comemora Ricardo Pires.

Siegfried

O

perfumista Lizandro Maluf (foto) é um dos mais experientes em atividade no Brasil. São quatro décadas de atuação, com passagens por grandes casas globais e criações de sucesso em todas as categorias. Em 2018, ele agregou mais um marco de sucesso a sua extensa carreira: ele foi o vencedor do 26º Prêmio Atualidade Cosmética na categoria de Criação Perfumística Livre. O briefing proposto era desafiador: uma criação feminina, tendo como base o Couro. Para conceber a criação, Lizandro se inspirou na luz e na energia das mulheres, buscando explorar o tema nas características únicas da fragrância. “Na perfumaria existem vários significados no elemento Couro, uma composição usada em muitas fragrâncias orientais. O Vetiver Brasil plantado em nossas Fazendas em Barra Bonita é um dos elementos básicos para compor o odor Couro, em conjun-

dierbergerfragrances.com

to com outros dois ingredientes, o Indol e o Civete”, explica o premiado perfumista, que buscou nas flores como Lírios e Violetas, o toque mais feminino, para compor uma fragrância de couro floral vencedora.


A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO FORMAÇÃO OLFATIVA Com o objetivo de gerar mão de obra especializada e de capacitar pessoas, criamos um meio de difundir o conhecimento de especialistas na área; podendo desta forma explanar os Principio Olfativos da Perfumaria. O curso de uma forma interativa e dinâmica ( com aulas presenciais, visitas técnicas) e através do sentido do “Olfato” estimula os sentidos humanos: (imaginação, criatividade) a terem percepções e saberem explica-las, o entendimentos dos acordes olfativos desenvolvidos pelos mestres Perfumistas, o que faz que eles sejam mais assertivos em sugestões de vendas e projetos, tendo o encantamento do “Storytelling” Neste ano já colhemos alguns frutos, como por exemplo no aluno Icaro de Almeida, de 23 anos residente em Jandira - SP. O qual tem uma história bem semelhante á de outros brasileiros... Afim de melhorar sua renda, começou de forma artesanal a manipular alguns perfumes. E com isto na primeira chamada do curso contamos com grandes empresas apoiadores e patrocinadoras dessa novo momento do mercado em educar os novos empreendedores e a Wheaton líder nacional no fornecimento de embalagens de vidro foi uma das que acreditaram nessa reeducação , onde o mesmo foi contemplado com uma bolsa integral. Hoje tanto este aluno assim como os outros, tem uma nova percepção e perspectiva , entendo a Alma da Perfumaria. Seja você também um viabilizador de sonhos !!! CONTATO comercial.edu@auraideias.com (11) 3392-1818 / (11) 3392-2342 (11) 95023-5158 (11) 99208-2526 Agradecimentos Fotos Renan Ramos | Crianção Texto Rafael Pataca | Coordenação Cynthia Rodrigues


PELOS QUATRO CANTOS do brasil Atualidade Cosmética põe os pés na estrada para trazer as histórias e particularidades de quem constrói o mercado de beleza País a dentro

Oferecimento:


especial Santa Catarina

Pequenas, focadas e cheias de potencial A indústria de beleza catarinense reúne uma série de predicados que a deixa muito bem posicionada para avançar de forma consistente em um mercado que oferece mais espaço para empresas que atuam de forma segmentada e com clareza de valores e propostas >>> aûani cusma de paula

O

leitor de Atualidade Cosmética certamente já leu em mais de uma ocasião nas páginas da publicação que, uma das melhores alternativas para empresas locais de menor porte avançarem, de forma sustentável num mercado que a cada ano que passa fica mais competitivo e complexo, é, justamente, buscando espaços ainda pouco explorados pelas grandes e médias companhias. Isso passa por identificar um canal de distribuição que ofereça espaço para marcas alternativas – seja em função da falta de opções, ou para atender a uma demanda específica de parte do seu público –; adentrar num segmento ainda com poucos players atuando; construir uma marca a partir de uma história

realmente única; ou ainda, identificar gaps regionais, que permitam se destacar ao menos naquele pedaço do País. Também muito importante é que, definida a rota, é preciso dar tempo para que o negócio mature, sem sair atirando para todos os lados antes da hora, buscando aumentar ou acelerar as vendas a qualquer custo, abrindo mão da estratégia e, não raro, da própria visão e do posicionamento original proposto para a marca. Infelizmente, a realidade do dia a dia dos negócios faz com que muitas dessas pequenas empresas acabem se desvirtuando do seu plano original, o que costuma relegá-las à vala comum do mercado. Quando dá certo, isso pode ser o suficiente para manter a companhia rodando, talvez até de forma tranquila, remunerando os seus do-

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nos e pagando as contas em dia – o que é uma vitória e tanto, diga-se. Mas, não é isso que permite fazer com que uma marca consiga se destacar e avançar no mercado no médio e longo prazo. Especialmente no âmbito regional, é gigante o número de empreendedores que se lançaram no mercado com suas empresas numa espécie de “aventura”. Sem ter uma visão clara sobre o setor e o negócio, muitas vezes, foram arrebatados por uma percepção de que o mercado de beleza é fonte de dinheiro fácil. Isso pode até ter sido verdade um dia, algumas décadas atrás. Da virada do milênio para cá, definitivamente, a realidade é oposta. Por isso, é de se destacar a postura da indústria de beleza em Santa Catarina, um estado com poucas companhias de fato (apesar de 123 estarem regularizadas na Anvisa,


vista DA ILHA DE FLORIANÓPOLIS: Santa Catarina oferece um ecossistema de negócios que somada à melhor educação e qualidade de vida, favorece quem se dispõe a empreender.

ao final de 2017), mas que na média, estão muito mais bem preparadas do que outras de porte equivalente nos demais estados brasileiros.

BUSCANDO SEU ESPAÇO O conjunto de empresas de beleza catarinense forma um quadro distinto do que costuma ser encontrado na maioria dos estados do Brasil, onde não se conta um volume de indústrias cosméticas elevado. O que mais chama a atenção é que as empresas locais trataram de buscar um posicionamento, uma identidade própria para o negócio. Pode parecer algo óbvio, mas que não é. É comum que, ao visitar um determinado estado, exista a preponderância de empresas atuando de forma concentrada em poucas categorias de produtos (geralmente a de produtos para os cabelos); ou de

canal e modelos de negócios, baseado no que é feito pela maior ou mais tradicional empresa da região, que acaba sendo emulado – copiado – por outros empreendedores locais. Em ambos os casos, não se costuma encontrar muita originalidade. Em geral, são produtos “inspirados” em outras marcas consagradas, ou, na melhor das hipóteses, sem copiar, mas também sem oferecer algo diferente, capaz de empolgar o mercado nacional. Em Santa Catarina, no geral, a banda toca em outro tom. Os empreendedores locais, via de regra, tendem a buscar por esses espaços ainda pouco explorados, pelos nichos de mercado. Ao optarem por ocupar esses espaços mais delimitados – via de regra, em segmentos de maior valor agregado –, eles estão, supostamente, restringindo num primeiro momento o seu espaço de crescimento. “Sinto que temos uma indústria aqui mais sólida e preparada. Que começa pequena, pensando em como avançar nesse mercado que elas identificaram. Isso faz com que as empresas do sul não cresçam tão rapidamente, mas avancem de forma mais estruturada”, acredita Sidnei Pereira, diretor Comercial da ABPlast, fornecedora de embalagens para a indústria de beleza controlada pela família Borschein, que está estabelecida na região de Joinville há mais de 100 anos e controla também o tradicional Laboratório Catarinense. É por conta disso que se pode dizer que as empresas catarinenses tendem a oferecer potencial de crescimento – no médio e longo prazo – mais interessantes do que indústrias de beleza de outros estados, ainda que estas sejam maiores. “Temos muito claro que eles trabalham nichados, sempre buscando oportunidades específicas que podem atender”, reforça Jefferson Reis Bueno, gestor de Projetos do SEBRAE/SC e responsável pelo atendimento ao setor de beleza na instituição. Para a empresária Soraia Zonta, diretora da Bioart, marca de maquiagem e produtos para a pele orgânicos, a indústria de beleza do estado, busca favorecer as linhas de produtos com apelos mais segmentados, ao invés de claims mais gerais, de massa,

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usados pela grande indústria. A Bioart, por exemplo, foi pioneira em produzir maquiagens com ingredientes 100% naturais no estado, e, por não ter encontrado uma fábrica que pudesse a atender sem que poluíssem o meio ambiente, ela resolveu montar a sua própria planta industrial, na cidade de Tijucas, próxima à região metropolitana da capital catarinense. “Logo no primeiro ano, fui procurada por muitas marcas e profissionais querendo parcerias, para produzirem em nossa planta fabril”, lembra Soraia, identificando aí mais um indício de que as pessoas estavam buscando por produtos mais naturais, saudáveis e sustentáveis. Atualmente, a unidade da Bioart segue produzindo apenas para a própria empresa. Antes de criar sua marca, Soraia foi uma das fundadoras da Terramater, empresa que desenvolve ingredientes cosméticos a partir de argilas para uso cosmético e é um dos pilares da cadeia de abastecimento local. “Iniciei minha carreira com cosméticos já 100% envolvida com projetos, ingredientes e produtos naturais, orgânicos e com rastreabilidade para garantir sustentabilidade e produtos livres crueldade animal”, afirma a empresária, que sentia falta de matérias-primas naturais com certificação e testes clínicos com eficácia. A busca por um espaço para chamar de seu foi o que norteou a criação da Extratos da Terra, quase 30 anos atrás. “Quando eu comecei, a grande dificuldade era essa. Que nicho pegar? Onde achar uma brecha que ninguém explorava?”, lembra Joel Aterino de Souza, presidente da companhia. Obviamente, eram outros tempos e praticamente não existiam indústrias de beleza no estado. Administrador, antes de fundar a Extratos da Terra, Joel havia trabalhado em empresa multinacional e, também, empreendido duas vezes – com um sucesso e um fracasso. Para aprender e atender sobre o mercado de beleza, ele foi trabalhar, sem receber salários, num laboratório. Após essa experiência e indo para a rua, ele entendeu que existia uma oportunidade em fabricar pequenas quantidades para atender às clínicas de estética. “Eram poucas empresas exploran-


especial Santa Catarina do o segmento e seria muito mais fácil apresentar algo novo pela sede que esse mercado tinha por novos produtos”, recorda. O mercado de estética era composto por um sem número de empresas, muito pulverizadas. E, no estado, apenas a Valmari (um player histórico da estética no Brasil) e outra companhia argentina exploravam esse mercado. O restante era atendido pelas farmácias de manipulação. Segundo o empresário catarinense, essas empresas (de estética) não prestavam um bom serviço, não faziam a entrega, o cliente tinha de ir até a loja comprar. “Aí eu achei um nicho. A história da Extratos da Terra tem a ver com a qualidade dos produtos aliada ao serviço. Criei uma forma de vender cosméticos com serviço”, diz Joel. Ainda hoje, a empresa segue nichada, com foco no mercado profissional e em produtos dermocosméticos. “A produção é pequena, mas o faturamento é alto”, diz. Desde que assumiu as rédeas do negócio da família, Luane Lohn, presidente da Ciclo Cosméticos, resolveu dar a ele uma pegada diferente, apostando suas fichas em desenvolver seus produtos pensando num público de lifestyle jovem. Com foco em perfumação, a Ciclo é uma das poucas empresas do estado a operar no varejo multimarcas, com foco nos canais especializados em beleza e lojas de departamento, sempre uma tarefa hercúlea na categoria de perfumaria – ainda pouco difundida no varejo brasileiro. Já no caso dos hidratantes corporais, o outro pilar do negócio, a empresária se concentrou em não bater de frente com gigantes como Nivea, Coty e Unilever. A escolha do novo foco tem se mostrada acertada para a empresa. “O que existia no mercado (de perfumaria e hidratantes perfumados no Brasil) era muito parecido. Nos preocupamos muito com o posicionamento e isso atraiu os varejistas, porque é diferente de tudo o que as lojas de departamento tinham”, diz Luane. A empresa tem atuação destacada em redes como Renner, Havan e Riachuelo. Para ela, se tiverem o posicionamento bem definido, as marcas menores estão tendo oportunidade de aparecer. “Hoje, elas são ‘cool’, não é mais pejorativo, uma

marquinha pequena. Criou-se um glamour em cima das marcas independentes que democratizou o acesso dessas marcas”, reconhece. Além disso, com a crise, varejistas que só trabalhavam com a perfumaria seletiva tiveram de se render às marcas mais acessíveis, para ter uma opção de qualidade e preço para oferecer aos seus clientes nesse momento, o que foi muito bom para o avanço da Ciclo. Com clientes mais dispostos a experimentar marcas novas, marcas cool – principalmente os jovens –, a empresa tem aproveitado para construir uma base de clientes que, segundo Luane, acaba virando fã da marca. A Ciclo, que até 2017 tinha o mix de vendas equilibrado entre perfumes e hidratantes, viu a balança pender mais para o lado da perfumaria em 2018, graças ao sucesso da sua coleção de perfumes infantis, que junta o apelo de ser um produto presenteável, com apresentação e fragrâncias de alto padrão, unido à segurança de uma marca reconhecida nos canais de venda. A linha se tornou o carro-chefe da empresa e fez com que as fragrâncias passassem a somar 80% das vendas da Ciclo em 2018. É com essa linha que Luane pretende avançar também no canal farma, onde a marca já atua em redes importantes como as catarinenses Sesi e Drogaria Catarinense, as mineiras Araujo e Indiana, e a paulista Drogaria Iguatemi.

EMPREENDER, NÃO SE AVENTURAR O fato de buscarem um posicionamento mais claro, não raro em nichos, é reflexo direto da melhor qualidade de gestão (na média) das empresas catarinenses, na comparação com as empresas de outros estados (também na média). Para entender o porquê disso, é preciso olhar de forma um pouco mais ampla para a estrutura do estado e a cultura do seu povo. Santa Catarina é um estado particular, com pessoas mais bem educadas (no sentido formal do termo), um parque industrial com muitas pequenas, médias e grandes empresas, e uma proporção muito elevada de trabalhadores formais, com índices de desemprego bem mais

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baixos do que a média nacional. Claro que é preciso considerar que se trata de um estado pequeno geograficamente e que soma “apenas” 7,5 milhões de habitantes – o que torna a sua gestão mais fácil do que a de um estado como São Paulo. Ainda assim, sua população sabe que a mudança depende deles. “É um estado com uma veia empreendedora muito forte, dos mais libertários e livres do Brasil. As pessoas, pela educação que receberam, sempre promoveram a livre inciativa”, diz Luiz Gonzaga Coelho, fundador da fabricante de bisnagas C-Pack e presidente da Câmara de Saúde da FIESC, a federação da indústria local. Esse contexto faz com que os empresários locais partam para o negócio saindo de um nível intelectual bem mais alto – na comparação com a média nacional – para montar suas indústrias. Isso ajuda a explicar a capacidade dos empreendedores locais de fazerem uma leitura para encontrar espaços, algo que demanda mais inteligência. A boa formação de base se estende aos níveis superiores. Santa Catarina conta com instituições de ensino supe-


Soraia, da bioart: empresária criou seu negócio em sintonia com o seu lifestyle, que representa uma fatia de mercado importante e ascendente.

rior que são referências de qualidade em suas áreas. Além de gerar uma mão de obra mais bem qualificada, com boas academias, os empreendedores conseguem se valer desse conhecimento que existe ao redor. Para Jefferson, do SEBRAE/SC, além de estarem inseridas num contexto de mais informação, eles sabem como se aproveitar dessas informações. “O empresariado catarinense tem por hábito e por lógica cercar-se de bons profissionais. É comum ter um empreendedor voraz com técnicos muito bons ao seu lado, que trazem a realidade”, conta Joel, da Extratos da Terra. Trata-se também de uma sociedade mais equilibrada, em termos de distribuição de renda e de qualidade de vida, algo que se reflete no espírito de quem faz negócios no estado do Sul. “Eu acho que por não sermos um grande centro (Florianópolis), a gente não sofre a pressão tão forte de quem está em São Paulo, onde o cara já acorda pressionado, porque vê um concorrente que está ali do lado ficando bilionário, então ele também tem que fazer. Essa é uma percepção muito particular,

mas acho que temos um pouco mais de serenidade nesse sentido”, pontua Luane. Este “equilíbrio” foi um dos principais fatores que motivou Gonzaga a estabelecer a C-Pack, em Florianópolis, e não em São Paulo, por exemplo, muito mais próximo dos seus principais clientes. “Para fazer o que faço, dependo de uma relação direta entre a qualidade de vida dos meus colaboradores e a qualidade do produto que entrego. Aqui, eu teria todas as condições para fazer algo diferenciado... Era um discurso. Mas era latente”, explica o empresário. Entre prós e contras, hoje ele tem certeza de que valeu muito a pena se estabelecer no seu estado natal. Outra vantagem do estado, que não deixa de ser uma peculiaridade em relação aos outros entes federativos, é que não existe uma ou duas cidades dominantes, com uma concentração de indústrias em uma única região ou setor. A diversificação dos negócios gera polos produtivos e riqueza em todos os cantos do estado, mesmo em cidades pequenas. Isso se reflete na distribuição da indústria de beleza pelo estado, com

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indústrias em diferentes cidades e regiões do estado, ainda que a maior concentração delas se dê na Grande Florianópolis e nas cidades da região Norte, como Joinville, Blumenau e Brusque. Com atuação no segmento de cosméticos naturais e orgânicos, a Herbia nasceu como um projeto familiar de extração de óleos essenciais, quase que como hobby. Hoje, o grupo baseado em Joinville opera em diferentes frentes de negócios: distribuição de marcas de cosméticos naturais e orgânicos (35 atualmente); a Lohas Store, um dos maiores e-commerce de cosméticos naturais e orgânicos do País; além de desenvolver os produtos com a marca Herbia e fabricar e vender óleos essenciais para outras indústrias de beleza que atuam no segmento de naturais e orgânicos. Engenheiro de formação, Rafael Krause tinha acabado de deixar o seu antigo trabalho, numa multinacional da área de engenharia – onde o seu pai também havia trabalhado e manteve a pequena fazenda da família caminhando sem maiores pretensões por cerca de três anos, até que em 2008, o empresário resolveu se dedicar à Herbia. “Sentamos eu e meu pai e começamos a fazer o planejamento estratégico – algo bem de cultura de multinacional –, para ver como poderíamos transformar aquilo num negócio mesmo”, pontua Rafael. O empresário lembra que por uma questão macroeconômica, naquela época, viver de óleo essencial não era um bom negócio. O melhor caminho seria agregar valor aos óleos e, nesse caso, seguir direto ao consumidor final. Sabendo que não poderia simplesmente lançar mais um cosmético, eles foram atrás de encontrar e se especializar num nicho desde o início. O primordial era operar num negócio que permitisse preços mais elevados, até por conta dos baixos volumes de produção. Quando se deram conta de que um pré-requisito para fabricar o cosmético orgânico era usar óleos essenciais, ficou mais fácil identificar o espaço que seria deles. “Na época, tinham umas cinco empresas no Brasil de orgânicos. Hoje talvez tenham umas 20”, explica o sócio da Herbia, que lançou sua primeira linha em 2009. Foram mais ou menos três


especial Santa Catarina anos de muita “bateção” de cabeça até que eles começassem a acertar a mão. “A gente teve de aprender. Éramos dois engenheiros mecânicos, com atuação na área refrigeração, fazendo cosméticos”, lembra. De quebra, foi preciso incorporar a veia empreendedora à família. Afinal, no mundo das grandes corporações, você tem tudo pronto. Por conta de fatores como educação superior à média nacional, forte base industrial e uma cultura muito forjada pela imigração europeia – especialmente a alemã –, pode-se dizer que os empreendedores catarinenses são orientados para “fazer acontecer”. “Nunca fomos um estado no qual as pessoas estendem a mão para o céu e aguardavam um salvador. A gente aprendia desde cedo, a importância que tem o trabalho, a importância de se sustentar”, reforça Gonzaga, que criou a C-Pack junto com um sócio suíço, depois de ele mesmo ter estudado e dirigido negócios na área de saúde no país europeu. Hoje líder no segmento de bisnagas e reconhecida pela sua capacidade de inovação tecnológica, a C-Pack começou pequena, com 14 colaboradores e concorrendo com grandes grupos internacionais. Fundadora da La Vertuan, empresa também de Joinville que atua no segmento de dermocosméticos e estética e que foi criada em 1989, Maria de Lourdes Vertuan ressalta que essa melhor formação não quer dizer que as empresas locais, como quaisquer outras, não enfrentem obstáculos todos os dias. “Os empresários daqui sabem aonde querem chegar, eles têm esse cuidado. Sabem que o dinheiro que você perde não é fácil de recuperar. Isso faz com que o negócio seja tocado com uma seriedade muito grande”, explica a empresária. Eles também sabem que vão precisar de um tempo de maturação, por isso, tendem a não desvirtuar o negócio. Claro que ninguém precisa de investimentos milionários para dar início ao negócio, mas o empreendedor catarinense sabe que precisa de capital e de um bom plano de negócios para se lançar no mercado. “Eles não são aventureiros. E isso é sim uma característica daqui”, corrobora Luane, da Ciclo.

joel, da extratos da terra: opção por atuar com produtos de maior valor agregado em detrimento do volume de vendas.

Veja o caso da About You. O negócio tem origem na PHS, companhia de Joinville que atua no segmento de produtos profissionais para o mercado dental. Lá atrás, seus sócios enxergaram a oportunidade de expandir o negócio para o segmento de beleza e passaram a importar uma linha de umidificadores para os cabelos, a Sillicon Mix. Com o aprendizado e o desenvolvimento do negócio, os sócios viram condições de entrar nesse mercado com a sua própria marca. E daí nasceu a linha About You Mais, ainda como um marca dentro da estrutura da PHS. Com o tempo, percebendo o mercado gigantesco, optou-se por criar uma estrutura dedicada à nova operação, incluindo uma fábrica própria, que começou a ser construída em setembro de 2017 e startou a produção comercial em julho de 2018, quando foram fabricadas dez toneladas de produtos. “2018 foi o ano de construir as bases, a fábrica, estabelecer o estoque de produtos. Para 2019, temos uma grande aposta no comercial, uma vez que agora estamos prontos para avançar e abrir mais clientes em todo o Brasil”, comemora Jonathan Castelen, gerente Indus-

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trial da About You. Além dos distribuidores e pelo varejo, a About You já vende seus produtos diretamente aos consumidores por meio do e-commerce e pelo seu canal de televendas. No total, a empresa conta com um portfólio de 52 SKUs. Da linha mais tecnológica até a marca criada para funcionar como porta de entrada no grande varejo, a Flores da Mata, todos os produtos têm como base a nanotecnologia. Isso permite agregar valor, mesmo nas linhas mais básicas. Os preços vão de R$ 14 até R$ 29. “Não tem segredo. O produto extraído da natureza, no processo de nanocápsulas, custa dez vezes mais”, diz Jonatan, lembrando que a empresa tem o desafio de mostrar para os consumidores e nos PDVs como a tecnologia funciona. Segundo ele, além da nanotecnologia, as fórmulas trazem uma sinergia de ingredientes e matérias-primas naturais, até para garantir o efeito imediato, uma vez que a nonocápsula funciona mais para um tratamento de longo prazo. “Desenvolvemos uma linha ampla, pensando em atender a diferentes públicos e canais”, diz o gerente. Para o público mais jovem, a empresa desenvolveu a linha Fast Beauty, para tonalizar os cabelos incorporando a tecnologia de pigmentos nanoencapsulados, menos agressiva aos fios.

QUANDO MUDAR É PRECISO Dar tempo para que o negócio amadureça e aconteça não quer dizer ficar engessado e eternamente preso ao plano original. Afinal, o mercado de beleza é extremamente dinâmico e está em constante evolução. O xis da questão é como essa evolução é feita. Se de forma


pensada e com algum planejamento; ou aos trancos e barrancos? A própria La Vertuan vive hoje um momento de reposicionar o negócio no mercado. Desde sempre dedicada ao universo profissional de estética, Lourdes viu o mercado perder tração nos últimos quatro anos, com a queda de público nas tradicionais feiras e eventos que movimentam esse mercado em todo o Brasil. “Quando eu percebi que os clientes, além de em menor número, ao invés de levar sacolas de produtos estavam levando apenas alguns poucos itens, eu antecipei que teríamos problema no nosso mercado profissional”, lembra. Então a empresária passou a pesquisar novos caminhos e possibilidades, preparando a empresa para uma mudança. Na verdade, a crise funcionou como um impulsionador para Lourdes, que já olhava com atenção para a busca das profissionais por produtos de preço mais baixo. “Sempre tivemos como foco a inovação, a qualidade e a criatividade, Essa é a razão de ser da empresa e o que me satisfaz. Comecei a pesquisar clientes, buscar referências de concorrência e a pensar em uma linha de dermocosméticos para o consumidor final”, conta. Baseada na premissa de que a saúde está relacionada ao todo e que se as pessoas estão cada vez mais intoxicadas e que a indústria tem um papel de ajudar a reverter essa situação, Lourdes optou por lançar uma linha de dermocosméticos naturais para ser vendida diretamente aos consumidores que, segundo ela, pode ser usada em peles sensíveis, alérgicas, até na pele de um bebê. Sem conservante, sem fragrância, sem nada sintético e com embalagem verde, a linha é certificada pela Cosmos (uma das grandes certificadoras do mercado de naturais e orgânicos) e foi apresentada na Cosmoprof italiana, em 2018. “Fomos a primeira empresa do Brasil a usar saponina da Quinoa, que tem poder de limpeza e é espumante em substituição aos tensoativos tradicionais”, conta a empresária, que não pretende abandonar o mercado profissional, mas reconhece que a tendência é expandir essa nova frente que oferece muito potencial para a empresa.

a cantora thame, em campanha para a about you: a empresa passou 2018 construindo infraestrutura e estoque para ir com tudo ao mercado em 2019. Claro que mudanças como as realizadas pela La Vertuan também demandam tempo. Afinal, trata-se de uma mudança de cultura. Hoje a empresa ainda realiza a maior parte das suas vendas para o público profissional, por meio de 20 distribuidores que levam os produtos da La Vertuan para todo o Brasil. “Como sempre estivemos muito focados no profissional, foi preciso um ajuste de linguagem, que é diferente. As equipes comerciais, por exemplo, estão passando por ajustes para atender a outro perfil de público”, diz Lourdes. A loja da empresa, no centro de Joinville já sente as mudanças. “Ainda sem nenhuma grande divulgação, temos recebido mais consumidores nela”, afirma ela, que para 2019 pretende se expandir pelo modelo de microfranquias. A empresa também iniciou um trabalho com o canal farmácia que pretende afinar a partir de 2019. Para começar, a empresa já visita cerca de 40 dermatologistas de Joinville e pretende ampliar essa base, com a qual espera reforçar a posição no canal farma a partir da geração de prescrições. Corroborando a percepção de Lourdes sobre o segmento de estética, Joel acredita que enquanto o mercado de

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beleza, em geral, é bilionário e cresce, o mercado de estética está empobrecido. E esse foi um dos motivos que o levou a refletir sobre como explorar novas opções de crescimento e usar todo o seu potencial produtivo. Nesse processo de reflexão, assim como no caso da La Vertuan, enxergou-se a necessidade de chegar até o consumidor final. Mas, no caso de Joel, a solução passa pelo profissional. Com 95 distribuidores, a Extratos da Terra atende algo entre 50 mil e 60 mil profissionais. E é esse pequeno exército de esteticistas que será a ponta do programa de marketing de relacionamento, o modelo de negócios escolhido para chegar até o consumidor final. “Depois de estudar várias linhas de negócios, entendi que o marketing de relacionamento seria o melhor para nós, pois permitiria envolver o distribuidor e a profissional, além de oferecer a possibilidade de crescimento rápido com investimentos menores”, acredita. Por meio de uma plataforma digital, as profissionais vão poder fazer a recomendação de produtos para as suas clientes seguirem com o tratamento, com várias opções de entrega ou retirada, sem que a esteticista precise ter o produto em estoque. “Com o programa, queremos


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Foto: Marcelo Schmoeller

luane, da ciclo: a empresa de perfumaria se posiciona de forma explícita como uma marca para quem leva um estilo de vida jovem.

que essa recomendação seja convertida em autoconsumo do consumidor. E quem for indicando outras pessoas para usar os produtos também vai sendo remunerado”, explica. A empresa segue desenvolvendo produtos específicos para os profissionais – alguns dos quais vendidos apenas para profissionais certificados. “Continuamos pensando no mercado de estética e queremos gerar novas oportunidades para ele”, garante. No caso da Ciclo, além da mudança do posicionamento da marca, foi fundamental para a evolução do negócio aprender que não é todo produto que cabe em todo lugar. “Foi a partir desse entendimento que começamos a ter bons resultados de verdade”, afirma Luane Lohn. Lição aprendida, a empresa passou a dedicar energia para colocar o mix certo da marca dentro do cliente certo, sem gastar energia em cima de produtos que não são adequados para um determinado canal e, podem, com isso, acabar atrapalhando a percepção do varejista em relação à empresa, mesmo que ela tenha produtos que performem bem ali. Atualmente, a empresa conta com cerca de 50 itens em linha. Os hidratantes têm preço entre R$ 25 e R$ 29, enquanto os perfumes

estão na faixa entre R$ 40 e R$ 50.

A CULTURA DO ASSOCIATIVISMO Como as empresas locais acabaram achando espaços próprios, a convivência entre elas é mais do que civilizada. Na verdade, a indústria catarinense é bastante unida. Elas trabalham juntas, se apoiam e existe um respeito grande pelo trabalho do outro. É um traço cultural do ambiente empresarial do estado. A cultura dos imigrantes que forjaram a cultura catarinense era também uma cultura do associativismo e do cooperativismo. “Cooperativas e associações muito fortes permitiram (além da união de forças que individualmente talvez não teriam espaço) o compartilhamento das experiências desses caras, que começaram 40, 50 anos atrás. Eles doam tempo, querem crescer e que os outros cresçam”, reconhece Gonzaga. Com a evolução desse processo, o associativismo foi agregando conhecimento da própria academia e de outras entidades. Grupos que se unem com um objetivo único. “Não temos foco em reclamar e sim em agir e grande parte une-se em grupos e associações, isso gera economia criativa”, conta Soraia, da Bioart.

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À frente da Câmara de Saúde da FIESC, Gonzaga busca congregar todos os stakeholders da indústria de saúde e beleza – das indústrias até a academia, centros de pesquisas, passando por toda a cadeia de valor do negócio visando uma estratégia clara para o desenvolvimento do setor da saúde – incluindo aí o mercado de higiene e beleza. Um dos objetivos principais é conseguir criar um ambiente favorável para o desenvolvimento dessa indústria no próprio estado, até porque a cadeia de valor do setor já está muito presente, inclusive os profissionais que se formam nas universidades do estado. “Temos universidades, centros de inovação, profissionais, formação acadêmica, pesquisa e desenvolvimento... Muito da matéria-prima importada passa pelos portos de Santa Catarina. A cadeia de valores está muito bem estruturada. A câmara foi criada com esse intuito, poder fazer uma foto de quais são as nossas forças, a nossa cadeia de valor e criar virtualmente polos de desenvolvimento da indústria da saúde”, diz Gonzaga, que dirigia hospitais na Suíça, para onde se mudou jovem, para estudar. “Eu senti que era hora de voltar para o Brasil, queria contribuir com o que eu tinha aprendido lá e foi aí que eu desenhei a C-Pack, baseado nos valores que eu já tinha construído”, emenda. Antes de criar a Herbia, Rafael esteve muito exposto a essa cultura de trabalhar em conjunto e do associativismo. E trouxe isso para o DNA do seu negócio. Tanto que no seu negócio ele é cliente, fornecedor e, eventualmente, concorrente das outras empresas que atuam na categoria de naturais e orgânicos. “Como eu vendo todas as marcas, para mim faz mais sentido promover essa união”, diz o empreendedor, lembrando que, apesar de ser um mercado com potencial muito amplo, essa é uma categoria que precisa ser construída. Nesse caso, quanto mais atores trabalhando juntos em prol de um mesmo objetivo, melhor. Essa cultura de apoio, de compartilhar conhecimento, se estende à relação com a academia. Boa parte das empresas locais tem algum tipo de parceria ou


desenvolvimento com as universidades locais, tanto para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias cosméticas, como na área de melhoria de processos de produção e gestão. A Extratos da Terra, por exemplo, mantém uma parceria com a UFSC, nas áreas de química e farmácia, na qual um grupo de alunos está trabalhando no desenvolvimento de formulações para máscaras. “Nós temos planos de desenvolver ativos (extração) e para isso precisamos de uma série de estudos e ensaios. Aí encaramos a possibilidade de ter acordos com a academia”, conta Jonathan, da About You. Já a ABPlast tem conversado com a academia sobre materiais e design, e também sobre inovações e modernizações para o seu parque fabril. “Por estar longe, logisticamente, dos meus principais clientes eu tenho de buscar competitividade na produção, porque estou competindo com um cara que, as vezes, está do lado do meu cliente”, explica Sidnei. Ao ambiente novo de inovação e tecnologia gerado pela academia no estado se soma ao fato de que existe um número maior de pessoas vindo de fora, tornando as principais cidades catarinenses mais cosmopolitas e trazendo oxigênio (cultura e conhecimento) novo também. “Sinto que as cidades (do estado) não são mais tão fechadas. Hoje está tudo mais misturado, acabou acontecendo essa miscigenação. O catarinense, meio alemão que tomava chopp e andava de chapeuzinho (especialmente no norte do estado) já não é mais um estereótipo”, concorda Jonathan, da About You. A chegada de muitos profissionais qualificados vindos dos grandes centros trouxe a cultura de trabalho das grandes e isso acabou se disseminando. Quando as pequenas começam acabam tendo já uma visão de boas práticas.

TECNOLOGIA DO LADO DE CASA Assim como a C-Pack e a ABPlast, duas referências na área de embalagem, que atendem aos grandes clientes do mercado em todo o Brasil, Santa Catarina é a base para um número desproporcional (frente ao volume de empresas e ao tamanho do próprio estado) de fornece-

lourdes, da la vertuan: foco em produtos de tratamento natural e construção de novos canais de venda nos planos da empresa para 2019.

dores importantes para a indústria de beleza. Na área de matérias-primas, por exemplo, um mercado que está quase que totalmente baseado em São Paulo, são ao menos dois players relevantes: a Nanovetores e Terramater. É interessante notar como a presença desses nomes acaba por influenciar de forma positiva a própria dinâmica de desenvolvimento da indústria de cosméticos local, que incorporaram essas tecnologias de ponta e tem uma maior facilidade para desenvolvê-las, pela própria proximidade física com esses fornecedores. São muitas as marcas que apostam na nanotecnologia, ou se valem das argilas para criar produtos de maior valor agregado. “As indústrias de cosméticos do estado são favorecidas por esse microcosmo que agrega tecnologia e valor”, reconhece o fundador da C-Pack. Estar num estado que tem atores importantes da cadeia de suprimento cosméticos faz com que você consiga chegar primeiro nessa base e desenvolver projetos específicos com os parceiros locais. Além disso, com todo mundo precisando vender, Santa Catarina tem atraído muitos fornecedores, que acabam visitando várias empresas a cada viagem, ajudando a manter

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a indústria local atualizada com as mais recentes inovações da indústria. A forte presença industrial do norte do estado facilita, inclusive, o desenvolvimento de maquinários. “Joinville é um puleiro de Professor Pardal”, brinca o gerente da About You, o que reflete bastante a cultura alemã de buscar sempre tecnologias incrementais, melhorias que aumentem a produtividade. Na About You, o equipamento de envase foi fabricado em Joinville, com a tecnologia de softwares desenvolvida na cidade. “Temos a tecnologia de misturadores, que foram fabricados aqui também, com o projeto de um engenheiro joinvillense, com tecnologia local e praticamente sob demanda”, conta. Para Jonathan, seria difícil em outro estado ter essa disponibilidade de encontrar gente para fazer um trabalho tão específico, com a liberdade de um engenheiro contratado poder ir às fábricas de aço e ver se a montagem está de acordo.

O ESTADO AJUDA Um ponto comum entre os empresários entrevistados é que em Santa Catarina, o Estado não atrapalha. De fato, isso tem a ver, de um lado, com uma cultura de


especial Santa Catarina conformidade que é muito presente no estado – e que não é um padrão para todo o País. Mas, por outro, existe a disposição dos órgãos do Estado de ouvir quais são as necessidades da indústria, e, sempre que possível, trabalhar para corresponder a essa demanda. Santa Catarina não tem um histórico de políticas de benefícios e incentivos fiscais para a indústria de beleza, como em Goiás, por exemplo. Mas o governo do estado sulino tão pouco cria barreiras ou dificuldades adicionais para as companhias que lá operam. “É uma região muito boa para se trabalhar. A base técnica é muito boa, tem boa educação e um liberalismo econômico que dá espaço para que você cresça”, explica Sidnei, da ABPlast. O estado reúne condições ideias para investimentos privados, segurança jurídica para empreendimentos, mão de obra qualificada. Soraia, da Bioart, conta que o ecossistema catarinense voltado à inovação, qualidade de vida e sustentabilidade foi planejado por meio de ações que uniu forças entre as universidades, indústria, entidade do governo e a própria sociedade. O esforço realizado pelo SEBRAE/SC com o setor é um bom exemplo dessa integração. O projeto setorial que começou em 2013 e teve o seu ciclo encerrado em 2018, abordou o mercado a partir de uma visão de cadeia de produção e distribuição, procurando trabalhar essa visão, para fazer a entrega mais refinada. Nesse momento do projeto, estão sendo realizadas uma série de ações muito importantes para posicionar essas empresas nesse novo ambiente de competição. O analista do Sebrae diz que o setor se destacou de forma qualitativa, não quantitativa. “Os resultados são muito interessantes. Quantitativamente, trabalhamos com menos empresas do que imaginávamos. Mas quem entrou se destacou. As empresas que participaram cresceram demais com o projeto”, pontua Jefferson. Por meio do projeto, muitas empresas participantes contaram com suporte para o posicionamento de marca e desenvolvimento de embalagens, com o trabalho realizado por agências de design subsidiados parcialmente pela entidade, além de participação em diversos projetos ao longo

página da lohas store, do grupo herbia: um dos maiores distribuidores de cosméticos naturais e orgânicos do País. dos últimos cinco anos que expuseram as empresas participantes a uma rede de conhecimento muito rica. “A maturidade de muitas empresas do estado se deve muito ao trabalho do Sebrae, que nos deu um bom direcionamento em termos de gestão – desde tributação, até tendências de mercado, de acordo com as necessidades que a gente tinha e que íamos pontuando”, reconhece Lourdes, da La Vertuan. A inovação e modernização nas cadeias produtivas é um dos diferenciais de Santa Catarina. O estado fatura hoje mais com negócios relacionados com a inovação do que com turismo. Para Soraia, isso se deve aos grandes movimentos dos atores locais. “Para alavancar ainda mais a inovação o governo do estado está prestes a concluir 13 centros de inovação distribuídos em regiões estratégicas do estado”, revela. A própria Bioart está tocando um projeto inovador, aprovado em edital do Senai para a indústria (dos mais competitivos do Brasil), que consiste no desenvolvimento com “Tecnologia Green” do filtro solar natural. Outra empresa que se beneficiou da visão do estado de investimento em tecnologia foi a Herbia, que contou com o suporte das entidades estaduais para obter recursos a ta-

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xas bastante razoáveis, segundo Rafael Krause, para o desenvolvimento local da fralda ecológica da empresa, fabricada com plástico compostável. Por fim, mas não menos importante (não mesmo), a relação entre as indústrias e os reguladores locais reflete a cultura de respeito e seriedade que existe no estado. As auditorias sanitárias e ambientais são feitas de forma séria e buscam verificar de fato o que acontece na empresa, sem “aliviar”, mas também sem procurar “pelo em ovo”. Assim como sabe que precisa de tempo para fazer o negócio acontecer, quando o empresário local vai iniciar um empreendimento, ele também sabe que será fiscalizado de forma séria e que seria dar um tiro no pé, começar o negócio errado, ou não atentando para todas as necessidades e ritos regulatórios envolvidos com a fabricação de cosméticos, por isso, em geral, eles se cercam de profissionais técnicos sérios para auxiliá-los nessa jornada. “As empresas catarinenses são muito voltadas para organização. Não vou dizer que temos mais seriedade, mas existe uma atenção muito grande para a questão da conformidade, de estar certo. E a cultura do fazer certo para crescer está muito incutida por aqui”, finaliza Joel, da Extratos da Terra.


evento na acate, em florianópolis: integração entre atores governamentais e privados favorece o apoio à inovação e ao empreendedorismo.

A CIDADE DOS MILLENNIALS

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cidade mais jovem e, por que não dizer, a capital mais millennial do Brasil, reunindo a possibilidade de levar uma vida mais slow, em contato com a natureza, a praia e um estilo de saúde mais “natural”. Em contraponto, essa mesma juventude – apesar do discurso pelo “bem coletivo” e da busca uma vida com menos preocupações, são extremamente ambiciosos. Para Luiz Gonzaga Coelho, fundador da C-Pack e presidente da Câmara de Saúde da FIESC, a capital de Santa Catarina, está sendo moldada por esses jovens, que são muito pragmáticos. “Por incrível que pareça, esses jovens são muito mais individualistas. E isso não é ruim. Há uma força e uma energia para empreender, fazer melhor para poder fazer a diferença. Isso é o que eu noto”, diz o empresário.

lorianópolis é a única capital brasileira que não ostenta o posto de maior cidade do seu estado, posição que cabe à industrializada Joinville. De fato, por muito tempo, a ilha era apenas um cenário paradisíaco, uma cidade pequena com praias, natureza exuberante e segurança para seus moradores, além de uma universidade renomada, a UFSC, com atuação reconhecida em áreas como Engenharia e TI. Isso sempre atraiu muita gente de fora da cidade e do estado. O problema era que após estudarem e se formarem, esses jovens qualificados simplesmente iam embora. Afinal, eles não tinham opções para trabalhar na cidade. Santa Catarina conta com várias cidades que funcionam como polos para diferentes segmentos da indústria que fazem a riqueza do estado – do agronegócio à cerâmica. Enquanto isso, Florianópolis não era polo de nada. Foi o investimento para fazer da cidade um centro tecnológico e de inovação que determinou a mudança no rumo e moldou a capital catarinense como ela é hoje, uma espécie de Vale do Silício brasileiro. Não foi algo que aconteceu da noite para o dia. Na verdade trata-se um projeto que teve início em meados dos anos 1980, que envolveu o setor público e a iniciativa privada numa nova visão para a cidade que foi trabalhada de forma consistente ao longo de todo esse tempo. “Florianópolis possui o maior polo tecnológico do estado e é o segundo do país em empresas e empreendedores por habitantes, perde apenas para São Paulo”, lembra Soraia Zonta, diretora da Bioart. Segundo ela, entidades governamentais e centros criados para fomentar circulação de inovação e criatividade como a ACATE, dão suporte para jovens talentos que estão empreendendo e ofertam inovações diferenciadas para aumentar a produtividade das indústrias catarinenses. Florianópolis foi a sede de uma das primeiras incubadoras de empresas do Brasil, ainda nos anos de 1980. Estima-se que a ilha conte com dez vezes mais startups (proporcionalmente) do que a capital paulista. Com sua posição consolidada, hoje, além de manter os jovens que se formam nas suas universidades, Florianópolis atrai pessoas de várias regiões do Brasil que encontram oportunidades para emprerender, ou atuar no mercado de tecnologia e inovação que povoam a cidade e somam cerca de 4.000 companhias que representam uma das grandes fontes de riqueza do estado. Esse contexto criou condições para que a ilha se convertesse numa

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Relação com a natureza A presença da natureza é uma característica marcante da ilha e que ajuda a moldar o estilo de vida dos seus moradores. Isso faz com que hábitos de consumo relacionados à vida saudável sejam um driver importante da formação da cidade. “Esse contato com a natureza ajuda a aflorar o consumo de produtos naturais”, reforça Rafael Krause, do Grupo Herbia, que lembra que Florianópolis é a capital com maior percentual de veganos per capita do Brasil. Os hábitos de consumo relacionados à alimentação, bem-estar e beleza são fortalecidos com a oferta disponível. Isso faz com que as questões relacionadas à sustentabilidade também sejam mais prementes na ilha. “O chamado ‘Sul da Ilha’, Praia e ilha do Campeche, bairros como Rio Tavares, Lagoa da Conceição já são considerados novo polo de sustentabilidade do sul do Brasil”, explica Soraia. A Ecocert – a certificadora internacional de produtos naturais e orgânicos mais conhecida no Brasil – tem sua sede no País justamente no sul da ilha. Apesar dessa relação com a natureza, a praia não ocupa uma posição central na vida do “manezinho” (como são tratados os moradores da ilha). “Aqui, a gente aproveita a praia de verdade três meses no ano, no verão. Não tem essa de acordou e querer ir para a praia. Isso não está no nosso DNA”, afirma Luane Lohn, da Ciclo. “Você encontra gente na praia em setembro, mas que é de fora. O catarinense vai na praia entre dezembro e fevereiro. Não é essa coisa de agora que tem sol, corre para a praia. Até porque, a locomoção em Florianópolis é muito difícil”, conclui a empresária.

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NEGÓCIOS Estratégia

O mundo como destino Em menos de 10 anos de vida, a Jeunesse já chegou a 140 países e superou a barreira do US$ 1 bilhão em vendas. Para os fundadores da empresa, isso é só o começo >>> aûani cusma de paula

O

mercado de venda direta multinível é singular em vários aspectos. Mas, talvez o seu elemento mais característico seja a relação entre a força de vendas independente – aquela que enxerga no multinível uma possibilidade real de empreender e ganhar muito dinheiro – e as empresas com quem estão trabalhando naquele momento. Esse fenômeno é manifestado de forma efusiva nas convenções anuais dessas companhias. Quem não conhece os meandros desse negócio pode até se assustar com o ambiente. Um caldeirão de energia, emoção, motivação e a pregação constante de que, com esforço, perseverança e fé, é impossível que você não chegue a ser um Diamante (a pedra preciosa é comumente usada para designar um dos níveis mais altos na hierarquia de carreira das empresas de marketing multinível). Em suma, trata-se de um intenso programa de motivação, mas também de táticas e estratégias para alcançar o Olimpo, dada por aque-

les que lá chegaram. Todos esses elementos estavam devidamente presentes na Jeunesse Expo, a convenção anual da marca norte-americana de cosméticos e produtos nutricionais, realizada no último mês de novembro, no Rio de Janeiro, na Arena que leva o nome da empresa e reuniu milhares de pessoas. Fundada em 2009, na Flórida, a Jeunesse é considerada um fenômeno do multinível. A empresa que não soma 10 anos de vida, já está presente em 140 países e conta com escritórios e Centros de Distribuição em 46 deles. As vendas somaram US$ 1.3 bilhão em 2017, o que a coloca entre as 20 maiores empresas de venda direta do planeta. Seus fundadores, o casal Randy Ray e Wendy Lewis, passaram boa parte da vida atuando na área de TI, criando e desenvolvendo empresas de softwares e hardwares para o mercado de saúde e depois as vendendo. Eles também acumularam quase duas décadas de atuação no mercado de venda direta como

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empreendedores independentes. Mas a chegada ao mercado de beleza se deu de forma um tanto quanto inusitada. Sofrendo de desgaste nos dois joelhos, Randy esteve no consultório do cirurgião cosmético Nathan Newman, renomado por seu trabalho inovador com células tronco. O procedimento injetável criado pelo cirurgião foi projetado para regenerar a cartilagem e eliminar a dor usando as próprias células-tronco do paciente, encontradas no tecido adiposo do corpo. Mas, os trabalhos do Dr. Newman também deram origem a outro uso para as células-tronco. E ele chamou a atenção dos dois. Na prateleira do consultório estava “exposto” um sérum único, que usava as células-tronco para minimizar os efeitos do envelhecimento sem a necessidade de uma ação invasiva. “Estávamos procurando por produtos únicos e maravilhosos anti-idade e estávamos atrás desse produto. Quando eu passei a aplicá-lo, a diferença era perceptível. As pessoas me diziam que a


também lista o crescimento no público jovem de uma visão mais preventiva em relação ao cuidado com a pele como um motivador para a escolha da categoria. Embora hoje o negócio global da Jeunesse penda ligeiramente mais para o lado da nutrição, que responde por 55% das vendas atualmente, de acordo com Scott, o negócio de pele continua sendo o grande pilar para a expansão da empresa, que ainda tem o Luminesce como a principal marca geradora de receitas, e o Instantly Ageless, o produto que popularizou o efeito Cinderela, como produto mais famoso, e que acaba funcionando como um cartão de visita da marca para que não a conhece.

Expansão à velocidade da luz

scott lewis, na arena jeunesse: US$ 1,3 bilhão em vendas anuais antes de a empresa completar uma década.

minha pele estava diferente, que estava radiante”, lembra Wendy, em entrevista à Atualidade Cosmética durante a última Jeunesse Expo. O sérum em questão era o Luminesce. “(A eficácia do produto) foi a razão pelo qual decidimos levar ele ao maior número de pessoas, o mais rapidamente possível. Ele realmente fazia a diferença”, emenda a empresária. A busca por produtos inovadores e de forte base científica é algo que está no DNA da Jeunesse, desde sempre, assim como o propósito da empresa, traduzido no slogan “generation young”. Mais do que simplesmente oferecer produtos anti-idade de alta tecnologia, a Jeunesse se propõe a oferecer soluções para que seus clientes vivam jovens. “Não acreditamos no ser jovem, mas no viver jovem. Para nós, o envelhecimento nada mais é do que o seu corpo não acompanhar a mente que você tem e isso é o que a gente não quer para as pessoas”, explica Paloma Vale, gerente de Marketing da Jeunesse Brasil. A empresa busca refletir esse propósito no seu portfólio

de produtos, o que segundo a executiva brasileira ajuda a explicar o fato de a companhia se concentrar em um mix pequeno de produtos. “Só lançamos produtos que nos garantam a sustentação desse nosso propósito”, diz. Mas existe também uma questão estratégica na escolha pela categoria de skincare como pilar de entrada e expansão dos negócios da Jeunesse mundo afora. Scott Lewis, filho de Wendy e principal responsável pelas estratégias da empresa, lembra que estar no negócio de pele permitiu aliar a visão dos fundadores de construir um negócio global e sustentável no longo prazo, mas que também os permitisse avançar rapidamente internacionalmente. “Além de ser um mercado de US$ 200 bilhões, estar no mercado de skincare nos permitiu uma movimentação, em geral, com muito mais velocidade nos mercados globais do que teríamos com os produtos nutricionais, que podem demorar até um ano para serem liberados”, pontua o empresário norte-americano. Ele

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Para dar vazão ao plano de Wendy e Randy de levar seus produtos ao maior número possível de pessoas, o mais rápido possível, a empresa optou por uma estratégia diferente do que seria o padrão: expandir-se fora de casa antes mesmo de conquistar o mercado local. A Jeunesse começou o seu negócio pela Ásia, abrindo distribuidores que os levaram a cinco mercados da região, incluindo Hong Kong, Indonésia e Tailândia. Foi uma escolha estratégica. “Nossa meta era conseguir abrir, legalmente, tantos países quanto possível e trabalhar para que eles chegassem a um milhão de dólares em vendas ao mês. Isso daria uma estabilidade ao negócio, porque quando você está em apenas um (ou em poucos) mercado, e você tem alguma dificuldade naquele local, você compromete todo o negócio”, explica Wendy. Uma peculiaridade é que a empresa foi lançada oficialmente no dia 9 de setembro de 2009, às 9 horas da noite. A escolha não foi por acaso e tem como base preceitos chineses. Para dar sustentação a essa rápida expansão, a empresa deu muita atenção à montagem da sua infraestrutura. Mais atenção até do que a áreas como Marketing, Branding e mesmo Vendas. “Éramos uma empresa com poucos funcionários, 50 pessoas na época, mas diria que 90% deles estavam focados em operações”, conta Scott. A preocupação em construir uma plataforma, uma base


NEGÓCIOS Estratégia convenção da jeunesse no rio: o Brasil é fundamental para que a empresa alcance o seu próximo objetivo: US$ 3 bilhões em vendas ao ano.

sólida global que permitira a empresa chegar longe, fez com que todos os esforços iniciais estivessem muito mais centrados na construção da infraestrutura, do que em desenvolver mercados. O próprio desenvolvimento da liderança, fundamental para o sucesso de uma operação multinível, aconteceu de forma orgânica. A escolha foi importante para dar conta de um negócio que vendeu US$ 30 milhões no primeiro ano, US$ 65 milhões em 2012, e que com sete anos de vida já havia superado a barreira mítica do bilhão de dólares em vendas. Apesar do crescimento exponencial, a empresa ainda não tem fábrica e nem planos para isso no curto prazo. De um único parceiro fabril inicial, localizado em Dallas, no estado do Texas, hoje a Jeunesse trabalha com terceiristas em diferentes cidades dos Estados Unidos, além de manter produção local na Índia, Tailândia e Brasil. Uma vantagem importante da companhia é o forte background em TI dos seus fundadores. “Nosso conhecimento de TI torna as coisas mais fáceis para nós nesse sentido. Aliado à nossa estrutura de distribuição é o que nos permite colocar produtos ao redor do mundo, rapidamente, mesmo onde não estamos presentes fisicamente”, reforça Randy. Com mais vendas sendo feitas pela internet, esse conhecimento ajuda. “Marcas multibilionárias estão sendo

construídas apenas com o online e essa é uma força nossa”, diz Scott.

A importância do Brasil Apesar de estar presente em mais de uma centena de mercados, é natural que a empresa priorize os que lhe gerem os maiores volumes de negócios. E, nesse particular, a operação brasileira é uma das prioridades da Jeunesse. Embora só tenha chegado por aqui em 2016, o País é hoje a segunda maior operação do grupo e a expectativa é que ele continue como um mercado de forte crescimento. Aliás, o Brasil foi uma das razões que motivaram a empresa a comprar a operação global da Monavie, empresa famosa por sua política agressiva de remuneração e premiação, com foco num público jovem de alta renda, e que estava em situação falimentar. Como a Monavie tinha uma operação no País, seria uma forma de a Jeunesse começar o negócio rapidamente em território tupiniquim. Wendy lembra que eles foram contatados para “salvar” a Monavie. “Fomos afortunados. A cultura deles era totalmente diferente, não era uma empresa de família, com valores. Acho que nos sabíamos o que tínhamos de fazer”, lembra a empresária. Para Scott, o maior ativo oriundo da compra era a qualidade das pessoas, da liderança da empresa. “Não adquirimos pelos produtos, pelas marcas e nem pelos ativos, muitos dos quais não com-

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praríamos em outra situação. Mas, eles tinham pessoas realmente qualificadas, líderes experientes que estavam vivenciando um período de grandes desafios porque a companhia estava regredindo, e nós decidimos que poderíamos trabalhar com essa liderança, mostrar os nossos valores e apresentar a eles o nosso negócio”, garante o responsável pelas estratégias da Jeunesse. Muito dos diamantes da empresa no Brasil vieram da Monavie. Isso torna o perfil dos líderes brasileiros, diferente da liderança da empresa em outros mercados. São pessoas mais jovens, engajados e que se alinham ao propósito da empresa. “O nível de engajamento deles é diferente. E isso tem muito a ver com o que eles aprenderam quando a Monavie fechou. Não importam os erros, importa o que você aprendeu com eles”, lembra Paloma, que diz que essa liderança trouxe para a Jeunesse essa experiência, ajudando na escolha dos caminhos que a empresa poderia trilhar por aqui. A importância do Brasil também pode ser percebida no portfólio da empresa no País, com vários desenvolvimentos locais, como a recém-lançada linha Jeunesse Spa Botanical e a linha de colágeno Naara, que já se faz presente em outros mercados da empresa. Mas não é só. Os próximos passos da Jeunesse são ambiciosos. Wendy tem como meta levar a empresa ao top 10 do mercado global de venda direta, atingindo uma receita de US$ 3 bilhões nos próximos anos. Alcançar esse número dependerá em boa medida, do sucesso futuro da operação brasileira. E Scott conta com isso. “Daqui cinco anos, a Arena Jeunesse não será suficiente para abrigar a Expo. Por isso, estaremos realizando esse evento num estádio de futebol, para cinco vezes mais pessoas”, disse o norte-americano para uma plateia ensandecida. (NE.: um mês depois da Expo, a Hinode, que também opera no multinível, realizaria a sua convenção de 30 anos no estádio do Palmeiras, em São Paulo). Se o objetivo for atingido, será um golaço e tanto.

A reportagem viajou ao evento a convite da Jeunesse.


Apresentado por:

Produzido por Cusman Branded Content

Um olho no cliente, outro no consumidor A Lubrizol avança no mercado ao utilizar todo o seu conhecimento técnico e capacidade de inovação para entregar soluções que atendam aos consumidores de personal care, sempre em busca de algo diferenciado para encantá-los

A

Lubrizol, uma das maiores fabricantes de ingredientes e ativos de higiene pessoal, cosméticos, domissanitários e farmacêuticos do mundo, é reconhecida pela qualidade dos seus produtos, fortíssimo background técnico e capacidade de inovação tecnológica. Alavancando este knowhow para atender às novas demandas do mercado, atua sob a perspectiva dos consumidores como o centro da sua estratégia. “Hoje, temos a capacidade de entendê-los, oferecendo aos nossos clientes soluções pelas quais os consumidores estão procurando, ou mesmo, apresentando insights e formulações que vão ao encontro de algo que irá impactá-los positivamente, ainda que nem eles tenham certeza disso”, explica Renata Solfredini, Diretora de Negócios da Lubrizol Personal, Home and Health Care para o sul da América Latina. A unidade de negócios conta com um time de consumer insights global que busca gerar conhecimento para as áreas técnicas e de negócios da empresa, que vem investindo mais recursos na realização e na análise de focus groups, comparando os resultados com pesquisas anteriores e cruzando-os com outras fontes de dados, permitindo à sua equipe entender melhor o que consumidores de diferentes perfis – provavelmente – buscam atualmente ou irão buscar. Acompanhando constantemente o mercado brasileiro, a empresa adquire o feedback necessário para apresentar aos seus clientes as percepções dessa nova visão estratégica, de uma nova realidade do setor e as soluções para atender esse novo cenário. A estratégia da Lubrizol, se converteu no Brasil com a chegada de Renata. “Ser

customer-oriented permite que entendamos nossos clientes e seus consumidores, e possamos percorrer um caminho junto a eles, apoiando-os com novos conceitos, abordagens, visões futuras em termos de soluções e produtos (mesmo que os consumidores ainda não estejam pedindo por esses produtos), nosso objetivo é sermos mais proativos de que reativos ao mercado”, diz a diretora. A área de P&D da empresa vive um novo momento, mudando o eixo do laboratório e da tecnologia para o consumidor. “Ter a tecnologia só é válido se a utilizarmos em algo que atende as expectativas e necessidades do consumidor, pois existe uma lacuna entre seus hábitos e sua rotina de cuidados. Temos a missão de entregar soluções que possam proporcionar esse equilíbrio”, reforça Karina Teixeira, gerente de Marketing da Lubrizol Personal, Home and Health Care. Os resultados dessa nova abordagem reforçam o sucesso da nova estratégia. De acordo com Renata, 2018 foi um ano muito interessante para a Lubrizol em termos de vendas e penetração de mercado. Os números foram impulsionados tanto pelo aumento da base de clientes da empresa atendidos pela Dinaco (distribuidora do portfólio de cuidados pessoais da companhia em território brasileiro), quanto pelo crescimento nos maiores clientes da companhia, especialmente nos segmentos de cuidados para o banho e de cuidados com a pele. “Mesmo com as incertezas econômicas, acreditamos que, graças à diferenciação e amplitude do nosso portfólio, continuaremos a crescer”, comemora a executiva.

Oferta integrada Com esse novo cenário, a Lubrizol con-

www.lubrizol.com/Personal-Care

renata, da lubrizol: a empresa está bem posicionada para trabalhar com os clientes e avançar no mercado.

segue propor soluções e gerar insights de consumo e tendências, alinhados ao seu portfolio sinérgico e completo, que oferece uma gama de ingredientes ativos e serviços que clientes, empresas e consumidores esperam. “Nossa arquitetura de negócios nos permite atender necessidades muito específicas”, reforça Renata. A executiva relembra que a companhia concluiu recentemente uma série de investimentos em fábricas e instalações e tem a disposição de investir ainda mais, atendendo demandas futuras. Com infraestrutura local, a Lubrizol pode investir em categorias importantes para o mercado brasileiro, visto que muitos de seus clientes globais têm o Brasil como centro de inovação, como no caso de proteção solar, o que reforça ainda mais a necessidade da Lubrizol continuar gerando inovação para apoiar esses mercados. Para finalizar, as mudanças positivas da empresa, vale ressaltar que a equipe de Personal, Home and Health Care também cresceu e se fortaleceu consideravelmente nos últimos dois anos, e hoje atua com um mix de profissionais oriundos do setor e colaboradores antigos que têm profundo conhecimento do portfólio e estratégias da empresa. “Estamos muito bem posicionados, temos o foco comercial ideal, conhecimento técnico necessário para apoiar os clientes e excelente estratégia de marketing. Estamos com uma equipe preparada e engajada para entregar o crescimento esperado para os próximos cinco anos”, conclui Renata.


NEGÓCIOS Investimentos

Construindo novos negócios A estratégia da fabricante de ativos e ingredientes Lubrizol para participar do movimentado e sexy negócio de startups de beleza >>> Aûani Cusma de Paula

O

leitor pode não se lembrar, mas algumas das empresas mais quentes do mercado de beleza global surgiram do nada, há poucos anos. Com tantas mudanças de hábitos de consumo e comportamento de compra e um cenário de distribuição que oferece que qualquer empresa encontre meio de vender seus produtos aos consumidores, as startups têm realmente feito barulho e cada vez mais dinheiro no mercado de beleza. Para financiar a empreitada, esses empreendedores costumam recorrer a parcos recursos pessoais, uma rodada de investimentos junto à própria família. Os mais estruturados podem ir atrás de algum fundo de venture capital, ou investidores anjos que costumam apostar em negócios ainda embrionários, mas isso não é tão comum no universo da indústria cosmética. Agora, uma gigante da área química, a Lubrizol, uma das mais importantes fornecedoras de ativos e ingredientes para o mercado de beleza, resolveu fazer parte dessa cena, assumindo um papel de investidor. O primeiro deal da companhia foi a compra de uma participação na One Ocean Beauty, marca foi fundada por Marcella Cacci. Dona de uma sólida

carreira nos mercados de luxo e beleza, a empreendedora fez parte da equipe que reposicionou a icônica marca britânica Burberry, fazendo-a reviver os seus dias de glória. Os oceanos representam a maior porcentagem da biosfera viva em nosso planeta e fornecem uma rica fonte de biodiversidade e serviram de inspiração para a marca que foi lançada oficialmente no mercado com a compra pela Lubrizol de uma participação minoritária na empresa (estimada entre 20% e 30%). Os produtos da One Ocean contêm microorganismos marinhos e células com propriedades anti-envelhecimento únicas, que foram extraídas dos ambientes marinhos do mundo e produzidas de forma sustentável. A coleção é livre de parabenos, sulfatos, fitolatos, PEGs, nanopartículas, óleos minerais e fragrâncias sintéticas. Não há processo de colheita ou extração, preservando o meio marinho e protegendo sua biodiversidade. A empresa socialmente consciente também se comprometeu a usar materiais de embalagem e transporte sustentáveis. “Essa parceria com a Lubrizol é um passo significativo em desenvolver nossa oferta de produto única e continuar com uma tecnologia de ponta. O time da Lubrizol compartilha da nossa visão sobre a beleza

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sustentável e o consumismo consciente. Estamos animados em lançar um novo modelo de negócios que está bem alinhado com a mudança de hábitos do consumidor”, diz Marcella. Para a Lubrizol, o investimento marca o início de uma nova frente de negócios. “Esse investimento representa nosso compromisso em prover e nutrir a próxima geração de marcas de beleza. Como os consumidores têm recorrido mais a marcas socialmente responsáveis e sustentáveis, vemos uma oportunidade chamativa”, afirma Brandon Ford, chefe do braço de investimentos da Lubrizol. A One Ocean fará parte de um projeto de aceleração e incubação de novas marcas do segmento de pele. Em visita a São Paulo, Jean-Claude Deneuville, gerente-geral da área de Cuidados com a Pele da Lubrizol e diretor global de Aceleração de Negócios, conversou com a reportagem de Atualidade Cosmética sobre esse movimento.

Da perspectiva da Lubrizol, o que significa o investimento na One Ocean? Nós olhamos para como o mercado está evoluindo e vemos as grandes companhias de beleza lutando (para competir). Eles se tornaram tão grandes que o tempo de desenvolvimento


JEAN-CLAUDE, DA LUBRIZOL: investimentos em novas marcas de produtos representa uma nova frente de negócios para a fabricante de matérias-primas.

deles é muito longo, elas levam de 24 a 30 meses para colocar um novo produto no mercado. As empresas de médio porte, e os atores regionais e locais estão realmente abocanhando market share e crescendo acima do mercado. A única maneira de as grandes empresas crescerem é adquirir marcas independentes ou startups que tenham sucesso. Mais ou menos como aconteceu com as farmacêuticas nos últimos 20 anos. Nossa ideia, que apresentamos ao Conselho da Lubrizol, foi: ‘nós queremos participar desse negócio de startups na indústria de cosméticos. E, para sermos bem-sucedidos, precisaríamos investir em cerca de dez empresas. Acreditamos que uma será bem-sucedida, três serão moderadamente bem-sucedidas, outras três vão se equilibrar e em três nós talvez percamos tudo o que investimos. No final, se você olhar para os números do todo, ele será um negócio rentável. Vocês estão encarando o negócio como uma estratégia de investimento mesmo? Absolutamente. Uma vez que começamos, muitas empresas nos procuraram. A One Ocean foi uma dessas empresas que chegou à Lubrizol, até porque temos muitos ativos de origem marinha, que têm tudo a ver com o conceito da marca. Eles estavam procurando por ativos e foi assim que nos encontraram. No momento em que conversamos com a fundadora da One Ocean, ficamos ainda mais encantados com o conceito que ela e seus sócios desenvolveram. Nos apaixonamos um pelo outro. Tínhamos um bom investimento e apresentamos ao Conselho da Lubrizol, para que adquiríssemos uma participação na empresa. Vocês são apenas investidores? Não somos apenas acionistas. Temos um grande interesse em trabalhar com eles para garantir o desenvolvimento da marca no mercado. Além dos nossos ativos, nós formulamos e fabricamos os produtos (a Lubrizol tem uma operação de fabricação para terceiros em sua unidade espanhola). Todos os principais ativos são da Lubrizol, da nossa

Divisão de Biotecnologia. Temos cerca de uma dúzia deles, todos de origem marinha. Ou seja, somos acionistas, mas também fornecedores para eles. Além de assento no conselho da empresa, vocês terão cadeira no departamento de P&D? Nós somos o departamento de P&D. Toda a formulação que eles lançam tem que passar por nós. Isso é parte do acordo. Eles se concentram em seus pontos fortes e nós em nossos pontos fortes. Eles são pessoas de negócios muito poderosas. A Lubrizol é forte em formulação, em ativos. Cada parte está jogando com o seu melhor. Essa é uma regra de ouro para todos os investimentos que serão feitos pela empresa? Bem, sim. Acho que em todos os investimentos que fazemos também queremos contribuir para o produto. Sabemos da qualidade dos nossos ativos, das nossas formulações e as histórias que podemos ajudar essas marcas a construir. Queremos identificar empresas num estágio inicial, ou com apenas alguns produtos no mercado.

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Ao assumirmos uma posição, trabalharemos para aumentar seu portfólio. Mas nós vamos fazer o produto. Esse é o nosso diferencial. Como essas pequenas empresas não têm fábrica e inicialmente têm volumes pequenos, terceirizar acaba saindo caro em muitas situações. Aqui, obviamente, podemos decidir quanto cobramos pela formulação, pelo trabalho que faremos para eles e por todo o resto. Isso dá a essas novas empresas um pacote competitivo para ir ao mercado, porque queremos que eles tenham sucesso, afinal somos investidores. Vocês têm um target de investimentos, de negócios? Nosso plano é fazer de três a quatro aquisições em 2019. Pensamos que já no primeiro trimestre poderemos realizar investimentos em outras duas empresas. E já temos aprovação do conselho para realizar dez negócios nos próximos anos. Em termos de prazo para a manutenção do investimento nas empresas, o que vocês imaginam? Você sabe, daqui a quatro ou cinco


NEGÓCIOS Investimentos PRODUTOS DA ONE OCEAN: além de investidora, a Lubrizol assumiu o P&D e a fabricação dos produtos da nova marca.

anos, as empresas que alcançarem sucesso valerão dez, 20 vezes mais do que o nosso investimento inicial e venderemos essas empresas para uma companhia de médio ou grande porte. Além disso, nossos ativos, nossas fórmulas estarão no portfólio dessas empresas. É uma oportunidade para nós continuarmos a fazer parte da aventura dessas marcas. Esses investimentos estarão centrados em alguma região? Nós começamos na América do Norte, porque é onde temos mais contato e é onde há o maior número de startups na indústria cosmética. Estamos conversando com uma empresa na Itália, uma em Cingapura e uma na China. Mas estamos conversando com cinco empresas nos EUA. Estamos mapeando o mercado sobre onde ir para os próximos dois anos. Algum olhar para a América Latina nesse sentido? Bem, é uma questão de oportunidade. A pessoa que está gerenciando isso está baseada nos EUA, e não acho que ela tenha grande conhecimento sobre a região. Então, não está sendo um foco forte agora para nós, porque temos tantas boas oportunidades nos mercados mais preparados para lidar com esse tipo de abordagem, como os Estados Unidos e Europa, claramente mais na América. O apetite para experimentar coisas novas é muito alto nos Estados Unidos. Não entendemos muito bem como posicionar essa atividade na América Latina, mas não temos restrições geográficas. Renata Solfredini, diretora de Negócios da Lubrizol: Permita fazer um adendo a essa questão. Acho que ainda

estamos um passo atrás aqui, porque todo esse modelo de negócios é muito novo para a região. Essa é uma das razões pela qual não tem sido um foco agora. Não é porque não estejamos dispostos fazer isso. É porque ainda estamos tentando entender a melhor abordagem e o melhor serviço e como o mercado receberia esse novo tipo de investimento. Mas esse negócio envolve toda a nossa capacidade de atender aos clientes em toda a nossa oferta em termos de desenvolvimento de um produto, fabricação, entrega de ativos e ingredientes. Por isso estamos prontos para conversar com o mercado aqui, se eles estiverem dispostos a fazer esse tipo de investimento. E como os clientes da Lubrizol, não os grandes, mas as empresas de médio e pequeno porte estão encarando essa abordagem da empresa? Não vejo porque seria um problema para eles no final do dia. Eles têm a escolha de com quem trabalham, assim como nós temos a escolha de escolher com quem trabalhamos. Acredito que por termos uma proposta de valor muito forte, trazemos inovação, di-

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ferenciação ao mercado, as empresas vêm até nós. Não há nada que impeça empresas de médio porte de chegar até nós com um conceito e dizer “olha, você quer investir em nosso conceito?”. Para nós, é uma arquitetura totalmente aberta. Não temos restrições. E no caso das grandes empresas, elas esperam para ver e comprar? Eles esperam para ver o que acontece. O que estamos fazendo por eles é estimular essas pequenas empresas e, quando os grandes veem algo de que gostam, vão comprar. E estou feliz em vendê-las, porque para mim é outro relacionamento com esses clientes. Eu não vejo isso como um desafio para nossos clientes existentes. Você vê mais empresas de matérias-primas fazendo investimentos em empresas de cosméticos? Eu acredito que alguns concorrentes irão copiar esse modelo. É um mercado aberto, não temos como proteger isso. A única maneira de proteger nossos negócios é ser o melhor naquilo que fazemos. E hoje, somos claramente uma das melhores empresas do nosso ramo.


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FEVEREIRO

EVENTOS

13 – Manhã Econômica e Estatística

ABRIL

25 – Panorama de Mercado

MAIO 21 a 23 – FCE Cosmetique

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JUNHO

06 – Fórum Internacional de Sustentabilidade e Meio Ambiente

25 a 28 – Fispal Tecnologia

AGOSTO 01 – Apresentação Macroeconômica

SETEMBRO 12 – Fórum de Inovação 26 – Cerimônia Prêmio ABRE 2019

DEZEMBRO 11 – Almoço de Fim de Ano

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mercado Tendências

O mapa da mina

Será que a inteligência artificial pode ter a capacidade de mudar o jogo criativo no mercado de fragrâncias? >>> Gabriel Oda

A

profissão de perfumista sempre teve um aspecto criativo, abstrato, beirando quase o lúdico. Embora hoje os “narizes” trabalhem muito embasados por pesquisas de mercado de todas as naturezas, ainda existe a percepção de algo muito mais artístico – por mais que não seja exclusivamente o caso hoje. Por isso, a criação da Phylira – a plataforma de inteligência artificial da casa de fragrâncias Symrise, baseada na tecnologia de inteligência artificial e machine learning da IBM, o Watson, tem gerado muita curiosidade. Primeiro porque foi feito um grande alarde no Brasil em cima dos primeiros lançamentos desenvolvidos com o auxílio da plataforma, duas fragrâncias para a marca O Boticário, que devem chegar ao mercado em meados de 2019. Mas, obviamente, entender como a chegada da inteligência artificial e do machine learning ao coração da indústria de fragrâncias – a criação e o trabalho de seus perfumistas – vão impactar a forma como novas fragrâncias poderão ser desenvolvidas é o que realmente importa. Esse processo precisa ser entendido em duas dimensões diferentes e complementares: os aspectos técnicos que envolvem a criação de uma fragrância e as questões mercadológicas, que vão se refletir de forma diferente nos aspectos criativos.

Do ponto de vista técnico, é bastante óbvia a forma como os perfumistas e as casas podem se beneficiar do uso da inteligência artificial. Uma composição perfumística é fruto da combinação de dezenas, centenas de ingredientes naturais e sintéticos diferentes feitos a partir de uma paleta que contempla milhares de opções. Antes de ser criativamente boa, é preciso que a composição cumpra com uma série de requisitos técnicos relacionados à estabilidade e à segurança da fragrância, como alergenicidade e a coloração do líquido. São questões de ordem bastante objetiva, sem muito espaço para interpretação. Nesse sentido, o Phylira – nome da deusa grega do perfume –, consegue usar a sua capacidade de processamento de dados para “prever” eventuais incompatibilidades entre ingredientes na composição. O sistema consegue mapear ingredientes, matérias-primas e combinações de fórmulas. A inteligência artificial para o desenvolvimento de fragrâncias desenvolvida com base no Watson inclui algoritmos que aprendem e podem prever complementos de matérias-primas alternativas e substitutos que poderiam ser usados em uma fórmula específica e a dosagem apropriada para uma matéria-prima baseada em padrões de uso, por exemplo. Para isso, ele pode buscar essa informação em uma gama de fontes gigantesca e, à medida que vai recebendo orien-

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Foto: Divulgação/IBM

tações dos seus treinadores na Symrise, o próprio sistema pode ele mesmo se atualizar e buscar novos estudos e referências que possam melhorar a capacidade da plataforma de prever problemas ou incompatibilidade entre ingredientes, levando em conta elementos como testes já realizados, considerando a estrutura molecular de cada ingrediente, ou mesmo, reports de alergia e intoxicação de consumidores. Isso, sem dúvida, tem condições de poupar muito tempo de trabalho, evitando que o criador siga um caminho que lá na frente pode se mostrar inviável do ponto de vista técnico. (O uso de tecnologias como o Watson justamente para essa finalidade foram abordadas em reportagem de Atualidade Cosmética de julho/agosto de 2017). Mas o Phiryla se propõe a ir muito além de prever os aspectos técnicos da fragrância. “O objetivo final é usar a inteligência artificial para desenhar novas fragrâncias dignas de prêmio”, diz um paper da IBM assinado por Richard Goodwin, pesquisador e gerente de Pesquisa Aplicada de Data Science e outros pesquisadores da empresa e apresentado durante a 31º Neural Information Processing Systems, conferência realizada na Califórnia, Estados Unidos, em 2017. Os algoritimos podem ajudar a plataforma a entender e buscar prever qual será a resposta humana a uma criação, ou seja, quão agradável e adequada é uma fra-


Foto: Reprodução YouTube

apresentação gráfica do phylira e o perfumista david appel: processo mútuo de aprendizado entre homem e máquina.

grância para diferentes públicos a partir da análise de um conjunto de pesquisas e informações mercadológicas, que foram inseridas (ou encontradas). E, também, se aquela criação é original quando comparada a outras criações já disponíveis no mercado e destinadas àquele público, apresentando a informação de forma gráfica, facilitando a visualização de quão invoador (ou melhor dizendo, quão diferente) é aquela criação apresentada pelo perfumista. Além de uma boa base de dados inseridas pelos profissionais da Symrise e da orientação de como e onde ele pode se atualizar, é preciso que seja estabelecido um bom briefing para que o sistema possa auxiliar de forma adequada o perfumista. Em resumo, é preciso que o briefing seja suficientemente claro e permita aos perfumistas fazerem as perguntas certas ao Phylira. “Tínhamos um briefing para trabalhar um segmento de mercado, então cruzamos os dados de matérias-primas e ingredientes com dados de mercado sobre aquele target que o cliente determinou. Fazendo esse cruzamento, chegamos a várias opções sobre o que daria certo para aquele consumidor e o que o perfumista pretendia criar”, afirmou Luciana Knobel, head de Criação de Perfumaria Fina da Symrise pela América Latina. O perfumista David Appel, do estúdio da Nova York em Symrise e o mais envolvido com a nova

tecnologia, avaliou as sugestões da plataforma e, em seguida, fez ajustes mínimos nas criações que serão lançadas por O Boticário, para dar mais ênfase a uma determinada nota e melhorar o lasting da criação na pele. O driver de sucesso das grandes casas de fragrâncias e dos players da indústria é justamente a inovação, a capacidade de trazer cheiros e aromas novos para o mercado. Para a Symrise e a IBM serve para fornecer sugestões e alternativas nas quais talvez o perfumista não pensasse em uma situação normal. “São mais de 100 mil fórmulas conhecidas. Cada uma com determinada proporção e com seus atributos próprios. O sistema apenas extrai as informações e apresenta-as”, explica Ulisses Mello, diretor do laboratório de pesquisas da IBM Brasil. Ele explica que o próprio briefing já delimita um espaço de atuação mais restrito. “Quando você delimita o espaço desejado, o sistema procura variações que sejam novas. E você pode reduzir esse espaço por notas específicas, ingredientes ou por tipo de gosto do público target”, continua Ulisses. O Phylira é capaz de identificar padrões até em assinaturas olfativas. “Muitos até brincam que a inteligência artificial vai substituir o perfumista, mas não é o caso. É só uma forma de apoiar a sua criatividade, dando a eles novos recursos para que possam trabalhar”, pontua a executiva da Symrise.

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Inovações técnicas como essa, deixam o mercado curioso. Tanto IBM, quanto Symrise receberam perguntas a respeito do funcionamento e dos processos utilizados. “Recebemos alguns questionamentos a respeito do Phylira e serviços parecidos, mas nada que possamos falar no momento. Está tudo em discussão ainda, é cedo para afirmar algo”, disse o diretor de pesquisas da IBM Brasil. E, sem dúvida, novas tecnologias acirram a concorrência. “Criou uma curiosidade, no mundo inteiro inclusive. Foi uma grande repercussão o anúncio da parceria e a utilização da ferramenta”, finalizou Knobel. O objetivo de longo prazo da Symrise é apresentar esta tecnologia aos seus principais perfumistas em todo o mundo e continuar a usar a solução para o design de fragrâncias para produtos de cuidados pessoais e domésticos. A Symrise também planeja introduzir Phylira em sua Escola de Perfumaria para ajudar a treinar a próxima geração de perfumistas, integrando firmemente a inteligência artificial na essência de criação de uma fragrância. Como se trata de uma sociedade, o Phylira não pode ser comercializado para outras empresas, inclusive outras casas, sem que a Symrise autorize. Isso deve dar à companhia alemã alguma vantagem competitiva para aprender a utilizar melhor a ferramenta e entender qual o potencial dela para otimizar os processos e agregar valor ao negócio. O processo de machine learning confere ao sistema a capacidade de pensar e fornecer insights ao perfumista, sem interferir na criatividade do mesmo, segundo a própria IBM. É mais do que esperado supor que, nos próximos anos, o uso de plataformas de inteligência artificial e machine learning esteja mais difundida no mercado de fragrâncias, disseminada em diferentes empresas desse mercado ao redor do mundo. Isso pode transformar essas novas tecnologias em ferramentas tão importantes para o mercado como o cromatógrafo. Com a vantagem de que essa plataforma – ao contrário do cromotógrafo, que só entrega uma fórmula – aprende e ensina. Um aprendizado mútuo e contínuo que pode levar a criação olfativa a um novo patamar.


EVENTO Reconhecimento

Notável conhecimento JORNALISTAS DE ATUALIDADE COSMÉTICA SÃO CONTEMPLADOS COM O PRÊMIO ESPECIALISTAS, UMA DAS MAIS IMPORTANTES PREMIAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DA IMPRENSA DOS PRINCIPAIS SETORES DA ECONOMIA DO PAÍS >>> DA REDAÇÃO

A

quarta edição do Prêmio Especialistas, promovido pela revista Negócios da Comunicação, coroou dois jornalistas da revista Atualidade Cosmética, da Cusman. Aûani Cusma de Paula, publisher e editor, e Rafael Mendonça, editor-assistente, foram reconhecidos na categoria Beleza e Higiene Pessoal. A cerimônia aconteceu em outubro, no Teatro Cásper Líbero, em São Paulo. A revista Atualidade Cosmética está em seu 26º ano, sendo aclamada atualmente como a principal publicação de negócios do mercado de cosméticos, com foco editorial nas empresas e nas pessoas que fazem o mercado acontecer. É a única revista do setor que alcança todas as categorias de produtos e fala com todos os canais. Aûani está à frente da redação da revista desde 2004, direcionando as pautas de acordo com uma linha editorial que traz sempre pautas atrativas e originais, que geram matérias relevantes para este mercado. Os principais acontecimentos do mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do Brasil e do mundo são devidamente apurados e entregues aos leitores por meio de uma linguagem concisa e baseada em muito conteúdo. “Em meio à quantidade de informações que recebemos e que circulam por aí, é preciso ter um olhar holístico para fazer uma devida avaliação do que é, de fato, uma informação pertinente para nosso público. Esta é, sem dúvida, uma missão imprescindível para quem atua com jornalismo especializado”, avalia o publisher e editor da Cusman. Aûani recebeu este prêmio pela quarta vez. Enquanto isso, Rafael contribui com a produção de matérias e conteúdo há mais de dez anos. Durante esse perío-

VIVÊNCIA NO SETOR: somados, Aûani e Rafael acumulam mais de 30 anos de experiência no jornalismo especializado em negócios e beleza. do, foi identificando o peso que exerce o jornalismo especializado para quem está envolvido na cadeia do segmento cosmético e necessita ter acesso a um conteúdo rico, que traga ainda mais conhecimento para o seu dia a dia. “Ficamos tão focados em oferecer um conteúdo aprofundado e apurado para o nosso mercado, que muitas vezes esquecemos que em muitos outros setores importantes da economia brasileira há profissionais fazendo o mesmo. E este prêmio, que é inédito para mim, pôde me mostrar isso. É uma valorização para aqueles que trazem um conhecimento especializado para quem precisa”, considera o editor-assistente. O Prêmio Especialistas reconhece os melhores jornalistas especializados do Brasil em 29 áreas da economia. A escolha dos ganhadores é feita por meio de voto livre e direto dos jornalistas e profissionais de comunicação, que indicam espontaneamente até três jornalistas por

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categoria. Neste ano, a pesquisa, que é realizada pela plataforma Negócios da Comunicação, foi enviada para 60 mil profissionais de comunicação, relações públicas e jornalistas de todo País. O Prêmio Especialistas encerrou uma jornada de muito conteúdo promovido pela plataforma Negócios da Comunicação. Mais cedo, promoveu o Fórum Jornalismo Especializado, com a realização de dois painéis: “Caminhos para o bom jornalismo especializado” e “Bons negócios com jornalismo especializado”. Com a participação de especialistas de veículos de diferentes áreas, os temas tiveram o intuito de discorrer sobre os caminhos e desafios enfrentados pelo segmento atualmente. Durante a tarde, o Fórum Branded Content, abordando os seguintes temas: “Branded Content ou Branded Publishing?” e “O que o Branded Content pode fazer pela sua marca”, também contou com a participação de vários especialistas.

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