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#161
NOVO INIMIGO?
Ação temerária da Luz Azul ganha relevância junto à indústria e aos consumidores
PASSE DE MÁGICA
Itens que prometem benefício imediato aos cabelos movimentam a sempre agitada categoria
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PERFUMARIA
Embora ainda dominada por duas gigantes, a perfumaria vive um momento propício para a ascensão de outros atores A mais completa relação de “narizes” em atividade no mercado brasileiro
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Nunca se ofereceu como agora uma oportunidade tão grande para que mais atores conquistem, de forma sustentável, uma fatia relevante do mercado.
CANAL E-COMMERCE
Os marketplaces vêm agitando o comércio eletrônico como um todo, inclusive com produtos de beleza. Mas há pontos a serem olhados com atenção.
40.
ESPECIAL PERFUMARIA
86.
#161
O brasileiro é apaixonado por perfumes. Mas a penetração da categoria no País deixa vários questionamentos sobre o tema.
canal tecnologia
Especialista destaca a importância do uso da tecnologia no dia a dia e de como varejistas podem aplicá-la corretamente.
44.
ESPECIAL PERFUMARIA
88.
O varejo de perfumaria parece que vai entrar em uma era nova. Não que teremos uma revolução no mercado. Mas já é um alento.
MERCADO CASAS DE FRAGRÂNCIA
Incêndios, rupturas, fechamentos de fábricas... o mercado de casas de fragrâncias vive momentos de alta tensão.
56.
INSIDE BEAUTY JENIFER VIEIRA
93.
Quando a valorização da beleza natural vira pressão para que todos se assumam nestes termos, corremos o risco de nos vermos diante de outra ditadura de beleza.
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Quem são os “narizes” que, com toques de maestria e conhecimento, são capazes de proporcionar e transformar emoções em cheiros.
60.
CATEGORIA CABELOS
104.
Itens que prometem um efeito imediato aos cabelos estão mais fortes dentro da já agitada categoria de Haircare.
P&D LUZ AZUL
Ação desta faixa de luz visível ganha relevância dentro do mercado cosmético e tem tudo para movimentar a indústria e os consumidores.
66.
CATEGORIA CUIDADO COM OS PÉS
112.
Com a maturação no exterior, mercado voltado para os pés já enxerga uma melhora no entendimento e na demanda de produtos desse nicho.
EVENTO FCE Cosmetique
As novidades apresentadas durante a 23º edição da feira, que discutiu inúmeras inovações para a cadeia cosmética.
70.
NEGÓCIOS ESTRATÉGIA
editorial _____________ 10 painel _______________ 12 express ______________ 50 clássicos_____________ 114
The Beauty Box repensa seu negócio para se posicionar como uma bandeira mais alinhada aos códigos da distribuição seletiva.
Atualidade COSMÉTICA
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# 161 | mai/jun 2018
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EDITORIAL
Oportunidades em campo embora dificuldades entrem no jogo, há sempre as compensações para que este quadro se reverta. E elas quase sempre vêm em formas de oportunidades
E
m anos de Copa do Mundo e Eleição presidencial, fica para muitos a sensação de que a temporada praticamente se arrasta, como se estivesse andando com o freio de mão puxado. Inclusive, alguns empresários mais cautelosos até não se conformam com o fato de o País “parar” em dias de jogos da Seleção Brasileira. Lamentam pelas cifras perdidas por conta da jornada de trabalho mais enxuta e acreditam que isso pode influenciar no fechamento do desempenho do ano. De fato, qualquer perda em épocas de dificuldades pode ser sentida. Mas há sempre de se avaliar as “compensações” alcançadas. Para isso, deve se colocar nesta balança as oportunidades que possam ter surgido durante o ano em exercício. E elas quase sempre aparecem! Veremos nas páginas a seguir que as oportunidades estão em categorias como a de Perfumaria, que tradicionalmente não costumava dar espaços para que novos atores conseguissem um espaço relevante neste mercado no Brasil, com sustenção. Hoje, essa chance existe para players de praticamente todos os tamanhos e por mais de um caminho. É claro que a Perfumaria não chega nem aos pés – ou aos fios – da categoria de Cabelos em termos de oportunidades de mercado. Nesta, marcas menores e sem o poderio econô-
fundador: José Luiz de Paula Jr. editor e Publisher: Aûani Cusma de Paula
mico das grandes companhias têm conseguido já há algum tempo encontrar espaços consistentes, escoradas em tendências, muitas vezes temporárias – é verdade –, mas que arrebatam o mercado de tal maneira, que são capazes de fazerem essas marcas crescer de uma hora para outra. Desta vez, abordamos Cabelos falando de produtos de prometem um efeito imediato aos fios. Determinados itens podem funcionar como que se trouxessem um “efeito cinderela”, termo baseado no conto de fadas e que ganhou notoriedade em Skincare. Hoje, já há empresas que atuam basicamente com produtos com este propósito, ao mesmo tempo que vemos grandes players também se dedicando a este segmento. Trata-se de uma oportunidade que casa com uma consumidora que vive presa ao seu dia a dia corrido e que busca itens que proporcionem resultados rápidos. Seja em Cabelos ou em categorias menos abrangentes como a de Cuidados com os Pés, por exemplo, as oportunidades de alguma maneira estão presentes em um canto. Para saber onde encontrá-las, muitas vezes é preciso estar apenas com os olhos bem abertos, justamente para ver onde pisa e por qual caminho seguir. Boa leitura!
editor-assistente: RAFAEL mendonça (rafael@cusmaneditora.com.br)
Daryus felisbino (daryus@cusmaneditora.com.br)
repórter: gabriel oda (gabriel@cusmaneditora.com.br)
impressão: serzegraf
Gerente da marca: Jenifer vieira (jenifervieira@cusmaneditora.com.br)
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executivos de vendas: Wanessa de Souza (wanessa@ cusmaneditora.com.br)
Administração e Redação Rua Dom Duarte Leopoldo, 678 Cambuci CEP 01542-000 SP – Brasil
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Atualidade COSMÉTICA
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# 115 | SET-OUT 2010
painel
luiz piccoli, da cless: expectativa de fechar 2018 com R$ 300 milhões em vendas na área de varejo.
Garantindo o crescimento
A
Cless Cosméticos, dona de marcas como Charming, de estilizadores para os cabelos; e Lightner, de descolorantes em pó, fechou a compra da Opus Cosméticos. A operação engloba a compra das marcas e das operações industriais da empresa. Com 48 anos de vida, a Opus atua no mercado especialmente por meio de atacadistas e distribuidores, que pulverizam os produtos da empresa para pequenos varejistas independentes e redes regionais com produtos de higiene pessoal para crianças, sabonetes íntimos, talcos, repelentes e absorventes para os seios. A empresa tem uma posição forte na categoria de lenços umedecidos infantis com a marca Baby Popp. No portfólio de higiene pessoal, os produtos da empresa têm uma clara estratégia de preços de combate. Já no segmento de beleza, a empresa opera com a linha Salon Opus, de cuidados com os cabelos, num posicionamento mais elevado, de masstige. De acordo com informações do jornal Valor Econômico, a expectativa é que a incorporação permita a Cless fechar este ano com vendas brutas de R$ 300 milhões. Em entrevista à reportagem de Atualidade Cosmética, o fundador e CEO da Cless, Luiz Piccoli (foto), diz que os resultados não englobam a operação de venda direta da companhia, a Cless Multinível, lançada no segundo semestre do ano passado. O crescimento de 25% esperado para este ano deve acontecer, justamente, por conta das vendas brutas anuais estimadas em R$ 90 milhões geradas pela Opus. A operação foi financiada com recursos da própria empresa, que, em 2014, vendeu uma fatia de 30% para o fundo One Equity Partners. Trata-se da terceira aquisição realizada pela Cless. Em 2011, ela adquiriu a empresa de secadores e pranchas para os cabelos Luxor - um negócio deixado pela empresa já em 2012 -, e, em 2016, fechou a compra da marca BAX, de desodorantes para os pés. Antes disso, entre 2006 e 2008, a empresa já tinha adquirido as marcas Charming, Essenza, Lightner e o licenciamento de Bigen, que compunham o portfólio da Shizen. Atualidade COSMÉTICA
Para Piccoli, a aquisição faz sentido pela grande complementaridade entras as duas empresas, tanto em termos operacionais como comerciais. A incorporação da Opus vai permitir que a Cless, cuja distribuição está focada em redes de perfumaria, farmácias e grandes varejistas do canal alimentar, avance no pequeno varejo independente via atacadistas e distribuidores com as suas marcas. Ao mesmo tempo, a Cless já está introduzindo o portfólio de higiene pessoal da Opus nos grandes varejistas nacionais. A empresa também vai se valer da linha Salon Opus para avançar na categoria de cuidados com os cabelos em perfumarias e farmácias. Recentemente, a empresa estabeleceu sua presença na categoria com o lançamento da linha de shampoos e condicionadores Care Liss, que tem uma posicionamento de preços mais agressivo. Para garantir um atendimento mais especializado aos diferentes canais de venda, a empresa cindiu sua diretoria comercial em duas: uma de Varejo, dedicado aos canais de atendimento direto da empresa; e outra de Distribuição, com foco em atacadistas e distribuidores que atendem ao pequeno varejo independente. Combinadas, as duas empresas também terão posição mais forte dentro dos DEC´s, rede de distribuidores especializados em beleza que costumam ter posição de liderança na distribuição de produtos da categoria em suas áreas de atuação. Na área industrial, a aquisição reforça a capacidade produtiva da Cless com a incorporação de uma planta orientada para grandes volumes, alta produtividade e verticalizada. Já há algum tempo, a Cless vinha buscando meios de ampliar sua operação industrial. A empresa chegou a lançar a pedra fundamental para uma nova fábrica no município de Queimados, no Rio de Janeiro, alguns anos atrás, mas acabou desistindo da empreitada. A Opus também mantém um parque de máquinas sopradoras e injetoras para a produção das suas próprias embalagens. De acordo com Piccoli, moldes para os frascos e tampas dos produtos da Cless já estão sendo produzidos e, em breve, os frascos e tampas da marca serão produzidos internamente. 12 # 161 | mai/jun 2018
Esperando muitos sorrisos
A
marca de cuidados bucais suíça Curaprox, espera garantir muitos sorrisos nos próximos anos aqui no Brasil. Inclusive dos seus dirigentes. A empresa investiu R$ 15 milhões para inaugurar uma nova base no País. Localizado na cidade de São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo, o novo empreendimento tem três mil metros de área e compreende o centro de distribuição da companhia e os escritórios da operação local, na qual a empresa suíça conta com sócios brasileiros. O investimento é coerente com a expectativa da empresa, que projeta dobrar de tamanho nos próximos cinco anos.
os sócios da curaprox e o novo cd: objetivo é dobrar em cinco anos.
Caminho próprio U
m dos líderes e maiores lojistas sob a bandeira de perfumarias Sumirê, o empresário Minoru Kamachi e o seu grupo familiar, está partindo para um vôo solo. Minoru comprou a rede Perfumaria 2000, uma das maiores da grande São Paulo, com nove lojas na região, além de uma unidade em Santos, no Litoral. Como algumas lojas da rede adquirida confrontam com pontos de outros lojistas que operam sob a bandeira Sumirê – que funciona como uma espécie de associativismo entre um grupo de pessoas próximas –, Minoru teria optado por deixar o grupo para não gerar atritos dentro da bandeira. O empresário é dono de algumas das maiores lojas da Sumirê.
Errata Diferentemente do que foi informado na matéria ATC PELO BRASIL – Espírito Santo: ‘União faz o mercado’, publicada na edição 160 da Atualidade Cosmética, a Nutriex e a Akla estabeleceram em 2017 uma parceria comercial por meio de joint venture para explorar principalmente o segmento de
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licenciamento de marcas, originando a GDS Marcas. Portanto, não se tratou de uma fusão, pois as empresas Nutriex e Akla continuam exercendo suas atividades de forma independente. Atualmente, a parceria comercial chegou ao fim.
13 Atualidade COSMÉTICA
painel
Crescendo na terra da Garoa
A
pós vender uma participação para o fundo de investimentos Vinci Partners, a rede pernambucana de perfumarias Mundo do Cabeleireiro tem apostado as fichas do seu processo de expansão na cidade de São Paulo. Com mais de duas décadas de história e 22 lojas em Pernambuco, a rede se estabeleceu na capital paulista em meados de 2016, com uma loja no Shopping Metro Tatuapé. Dois anos depois, já são cinco lojas na cidade, com mais uma a ser inaugurada em breve, no Shopping Eldorado. Ao lado da cearense IAP! e da baiana Bel Salvador, a Mundo do Cabeleireiro forma a trinca de bandeiras nordestinas que tem de destacado pela agressividade da expansão para além das fronteiras dos respectivos estados de origem.
lojas do mundo, em são paulo: seis lojas na capital paulista em apenas dois anos.
Moderninhos ou indiferentes?
U
m estudo recém-lançado pela consultoria britânica Mintel, sobre a atitude dos homens brasileiros em relação à beleza, trouxe um dado revelador. De acordo com os estudos da consultoria, um quarto dos homens entrevistados não usam fragrâncias específicas para homens. Para a Mintel, produtos unissex na pesquisa significam justamente os produtos que não foram desenvolvidos especificamente para um gênero, mas sim produtos cujas fragrâncias e embalagens são feitas para ambos os
sexos, sem distinção. Como as líderes de mercado no Brasil têm um portfólio bem demarcado de fragrâncias masculinas e femininas, são raros os casos na história posicionados como
Atualidade COSMÉTICA
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unissex, é de se perguntar com o que eles estão se perfumando? Ainda de acordo com a pesquisa com o consumidor realizada pela consultoria em abril de 2018, os homens do Nordeste são os que mais dizem usar perfumes unissex: 26%. No Sudeste são 21%, enquanto na mais tradicional e conservadora região Sul, o indicador desaba para 12%. No caso dos desodorantes, o percentual é ainda maior, 31% dos homens não usam um produto específico para eles.
painel
Mais natural
A
fabricante de ingredientes cosméticos e fragrâncias norte-americana Sensient, reforçou sua posição na cadeia de valor de ingredientes naturais e orgânicos com a aquisição da Mazza Innovation, companhia canadense criada por Giuseppe Mazza, pesquisador de longa data do ministério da Agricultura no Canadá. A empresa desenvolveu uma tecnologia patenteada de extração limpa e livre de solventes que vai ao encontro da crescente demanda por ingredientes limpos e puros. A Sensient acredita que a aquisição alavancará seus programas de agronomia e fornecimento sustentável. “Estou animado com as possibilidades imediatas e de longo prazo para os nossos esforços de P&D”, disse Mike Geraghty, presi-
Atualidade COSMÉTICA
produção da mazza: o desenvolvimento de pigmentos da Sensient caminha cada vez mais rumo aos naturais.
dente da Sensient Colours, divisão de pigmentos da companhia. “Muitas das fontes de cores botânicas usadas atualmente exigem solventes químicos ou altas temperaturas para serem eficazes. A tecnologia da Mazza é mais limpa, eficiente e atende à necessidade de cores naturais para aplicação cosméticas, extratos funcionais e ingredientes para o cuidado da pele, entre outros”, conta. “A ‘naturalidade’ de um ingrediente é avaliada pela sua origem, rastreabilidade, sustentabilidade, beneficiários globais e processo de fabricação. Podemos realmente fazer a diferença no mercado, oferecendo ativos e corantes poderosos que vêm de fontes naturais usando o processo de extração mais ecologicamente correto”, concluiu Gaelle Frere, gerente-geral global da Sensient Cosmetics.
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Apresentado por:
Um clássico com muitas facetas
Na perfumaria moderna, são poucos os perfumes que podem ostentar o título de “clássico” de forma honesta e verdadeira. Malbec, de O Boticário, é um desses raros casos
O
fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, costuma dizer que o homem é do tamanho dos seus sonhos. Mas, o sucesso estrondoso de Malbec, foi muito além dos maiores sonhos do empreendedor, que durante uma via-
gem familiar a uma vinícola, teve o insight de unir os mundos do vinho e da perfumaria numa criação única. Sonhos grandes não se realizam sozinhos. E Malbec não alcançou a posição que ostenta hoje por conta do acaso. Lançado em 2004 e reconhecido como ícone da perfumaria mundial,
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Malbec é um perfume verdadeiramente inovador. E, mais importante até, muito verdadeiro. A honestidade empregada na construção do conceito e da fragrância é um ponto comum apontado para o sucesso duradouro de Malbec. Por isso, todos os envolvidos sabiam que estava nascendo ali algo realmente grande, sólido e com
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uma história muito bem conectada. “Tínhamos de criar algo totalmente novo, mergulhar em algo no qual você não sabia o que estava procurando. A gente só sabia o que não era”, relembra Miguel. Malbec não ia cheirar vinho. Mas tinha de trazer o gestual do vinho e o universo dele para um perfume. O desafio era como traduzir isso em notas olfativas. Para criar a fragrância, O Boticário e a IFF, casa parceira no projeto, foram estudar os descritores do vinho, a forma como os especialistas se comunicam entre eles. Um dos descritores, é óbvio, era a madeira. Outros apareceram: frescor, frutas cítricas, ligeiramente verde... Todos esses elementos estão no perfume. Um descritor bastante especial é o condimento. “Quando alguém fala que o vinho é condimentado, os enólogos param para avaliar”, lembra Napoleão Bastos Jr., perfumista criador do Malbec. Para garantir esse toque a mais de sofisticação e exclusividade, a casa desenvolveu na França uma qualidade especial de cardamomo, uma nota condimentada da perfumaria. Até hoje, essa qualidade de cardamomo é uma exclusividade de O Boticário. Para dar o toque final à composição (e à história), era preciso um elemento a mais do universo do vinho. E ele foi obtido em Mendoza (Argentina), a terra do Malbec. “Entramos numa cave com todos aqueles barris de carvalho e nós sabemos que com a maceração – que acontece enquanto os vinhos estão descansando nos barris – os vinhos perdem uma parte do álcool e uma parte desse odor vai para o ambiente”, explica Napoleão. Esse aroma foi capturado e deu origem ao “Malbec Living”, uma nota única, que registra o “cheiro” daquela cave, naquele momento. Tudo isso está no projeto e resultou em uma fragrância de assinatura única: um coração amadeirado, com nuances orientais e um
toque especiado que traz o contraste de frescor na saída com o fundo rico em madeiras. O lançamento de Malbec foi importante para ampliar o universo olfativo do homem brasileiro, trazendo com ousadia a força das madeiras e dos condimentos sem abrir mão do frescor, um traço característico do gosto do brasileiro. Malbec é um perfume masculino e sofisticado, e quem o usa assume essa assinatura, e faz questão de exaltá-la. Ao se perfumar com Malbec, o homem deixa um rastro marcante. Aliás, a fragrância original de Malbec tem uma das maiores fixações do mundo já vistas até hoje na perfumaria, graças a uma série de ingredientes que estão ali. Além do sucesso comercial, Malbec trouxe uma inovação para a perfumaria mundial. O álcool vínico, criação patenteada por O Boticário, ao mesmo tempo em que ajuda a composição a ficar mais redonda, garante veracidade à proposta do perfume. Além disso, o álcool tem um poder de solubilização sobre os poderes olfativos do barril de carvalho, onde ele repousa, e acaba extraindo um pouco da sua característica olfativa. É isso que faz dela algo único, que em nada tem a ver com o álcool tradicional utilizado na perfumaria. Sobre o fato de ser um dos perfumes mais vendidos da história, Miguel acredita que essas coisas acontecem na vida de maneira surpreendente. “Quando você menos espera, vêm grandes ideias. A gente fala muito em inovação, mas às vezes ela está em juntar duas ou três coisas separadas e fazer algo diferente. Eu nunca imaginei que fosse ser esse sucesso. Mas a arte de juntar o vinho, à perfumaria e ao amor é algo milenar. Nas celebrações para os deuses havia sempre o vinho e o incenso, sempre existiu essa mistura e nós buscamos resgatar essa magia”, registra o fundador.
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Inovação que não para Perfume mais vendido do Brasil há tanto tempo, Malbec não deixa de ousar e inovar. Assim como a riqueza do mundo do vinho que lhe serviu de inspiração, o universo de Malbec é rico, cheio de facetas e nuances. Isso permite à marca expandir seus horizontes a cada novo lançamento e surpreender homens e mulheres com novas facetas olfativas. A cada variante lançada, Malbec consegue levar a sua essência original a patamares mais altos, apresentando novas experiências olfativas para os consumidores. O time de O Boticário sempre exige dos seus parceiros que a qualidade evolua a cada lançamento, buscando sempre mais sofisticação para as criações. Para isso, a marca acompanha a evolução do próprio mundo da perfumaria. Os ingredientes naturais, mesmo os mais clássicos, estão sempre sendo aperfeiçoados ou buscando formas de extrair dele outras características, por meio de um novo processo de destilação ou de extração. “Ao agregar versões mais modernas e sofisticadas que o mundo da perfumaria oferece de ingredientes e moléculas que já compõem o universo de Malbec, permitem modernizar as novas criações da marca”, acredita Napoleão. Por ser uma marca já consolidada, é natural que Malbec busque trazer a diferenciação, modulando a quantidade do DNA do Malbec original em cada criação, agregando notas que seduzem os consumidores que ainda não fazem parte do mundo de Malbec e oferecendo novas possibilidades para quem já é fã da marca.
O desafio de agregar valor a um “clássico” Trabalhar com uma grande marca como Malbec é sempre um desafio. Afinal, é preciso agregar algo novo a partir de uma criação que, além de campeã de vendas e referência no mer-
cado mundial, é amada por seus consumidores. E, além de tudo, tem realmente um DNA próprio. Não é fresco, verde, ou mesmo clássico, Malbec é distinto, um oriental fresco, com nuances condimentadas. “É aí que você encontra o DNA dele”, diz Napoleão. O próprio Napoleão é o criador de várias dessas diferentes versões de Malbec, buscando se inspirar dentro do amplo universo de descritores do mundo do vinho, para compor fragrâncias que ainda que bem diferentes, estão atrelados ao universo de Malbec. No Malbec Absoluto, o couro se sobrepõe, enquanto em Malbec Noir, as notas amadeiradas e balsâmicas ganham volume. Essas novas facetas trazem uma riqueza para a marca, reforçada com a participação de grandes nomes da perfumaria. Criado pelo seu colega Francisco Marano e pensado para um público mais jovem, Malbec Sport reforça o frescor que também está presente no Malbec original. Por ser uma referência internacional no mundo da perfumaria, perfumistas dos principais centros de perfumaria do mundo também abraçam a oportunidade de passar da criação dos novos sucessos de Malbec, caso dos perfumistas Jean Marc Chaillan, de Nova York; e Dominique Ropion, de Paris, que trabalharam com Napoleão na criação de Malbec Absoluto e Malbec Noir, respectivamente. Como ponto de partida do processo criativo, esses “narizes” com inúmeros sucessos globais estudam muito bem a fragrância original, para entender o porquê do sucesso de Malbec. “O que eu acho importante disso são as visões diferentes do mesmo produto, isso que é rico. Pessoas com visões e histórias diferentes. Perfumistas que trabalhando junto agregam e trazem ideias diferentes e que agregam muito ao que já temos”, diz Napoleão. Criador de Malbec Gold, o perfumista Eurico Mazzini, da Symrise, concorda com isso. “A marca e o perfume original são meio imbatíveis e
a nova linha malbec CLUB: o homem de Malbec tem personalidade marcante. E valoriza isso.
difíceis de comparar”, diz. Por isso, para criar Gold, ele e seu colega Clito Hoedicke não fugiram da tradição de Malbec, especialmente as madeiras, mas buscando um outro momento do homem, com uma criação mais sensual e cremosa. “Olhamos para Malbec pensando no ouro, por isso a escolha do Âmbar, ingrediente que é tido como o ouro da perfumaria, extremamente caro e potente”, explica Eurico, que usou na composição o Ambrostar, um âmbar mais potente criado pela Symrise e usado pela primeira vez em todo o mundo, em Malbec Gold. É um perfume exuberante, pensado para ocasiões de gala, como grandes eventos noturnos. Mas também atende aos homens que querem essa exuberância e a sensualidade de Gold todos os dias. Já o mais recente lançamento da marca, Malbec Club Intenso, traz o
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DNA de Malbec original, de forma muito mais intensa e sofisticada. “Intensificamos as madeiras, o âmbar e o musk de Malbec para deixá-lo marcante como nenhum outro”, explica Jean Bueno, gerente de Perfumaria de O Boticário. Para o executivo, é uma fragrância que reforça a personalidade do Homem de Malbec. “Ele não tem problema algum em se fazer notar ou receber um elogio pela fragrância que usa ou pelos cuidados que tem com sua imagem pessoal. É um homem que se garante”, afirma Jean. Como o mundo de Malbec não para, muitas novidades podem ser esperadas. Como a régua da qualidade imposta pelo Malbec original está lá em cima, você pode ter a certeza de que, a cada novo lançamento, Malbec vai continuar a surpreender os seus milhões de fãs e a agregar novos seguidores para o seu universo rico e sofisticado.
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ESPAÇO TEM. QUEM VAI ENTRAR? O tradicionalmente restrito mercado brasileiro de perfumaria, embora continue muito concentrado, nunca ofereceu uma oportunidade tão grande para que mais atores conquistem, de forma sustentável, uma fatia relevante do mercado >>> aûani cusma de paula Atualidade COSMÉTICA
24 # 161 | mai/jun 2018
Q
uem tem um pouco mais de vivência
ou
conhecimento da história moderna
da
perfumaria no Brasil (ao menos dos anos 1990 para cá), há de se lembrar de como todo o mercado se movimentava, quase que exclusivamente, em torno da “santíssima trindade”. Era assim que os diferentes atores do mercado se referiam aos três nomes dominantes da perfumaria por aqui: Avon, Natura e O Boticário. Há pouco mais de dez anos, estas marcas detinham cerca de 85% do mercado brasileiro de perfumes. Trata-se de uma concentração absurda e sem nada parecido em outros grandes mercados para a categoria. Pelo contrário, globalmente, esse negócio sempre foi bastante pulverizado em diferentes marcas e empresas, mesmo quando se considera os grandes grupos que concentram várias “grifes” sobre o seu guarda-chuva. A exceção nesse particular é a América Latina. # 161 | mai/jun 2018
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Atualidade COSMÉTICA
especial Perfumaria Avançando no tempo, a perfumaria continua bastante concentrada. As duas gigantes nacionais – Natura e O Boticário – ainda dominam algo entre pouco menos de 60% ou pouco mais de 70% do valor da categoria, a depender do instituto de pesquisa consultado. Um verdadeiro latifúndio. Mas, é preciso olhar e ver que, mesmo assim, o espaço ocupado por outros atores cresceu substancialmente e em pouco tempo. Lá atrás, apenas as mineiras L’acqua di Fiori e Água de Cheiro – ambas operando no modelo de franquias – dispunham de algum prestígio, qualidade criativa e olfativa e relevância quando o assunto era perfumaria fina, ainda que com números pouco expressivos na comparação com as gigantes. Hoje, um número bem maior de marcas opera de forma mais destacada. Ainda que o market share individual da maior parte delas seja pequeno, somado, nomes como Hinode, Jequiti, Puig, Mary Kay, L’Occitane au Brésil; além das duas marcas mineiras que têm se reinventado; e iniciativas recentes de grandes grupos como Eudora (Grupo Boticário), Korres (Avon) e L’Bel, da gigante peruana Belcorp, deram muito mais cor e novas possibilidades ao consumidor brasileiro de perfumes. O mais importante dessa movimentação é que são empresas com operações consistentes. E a tendência parece ser que, aos poucos, esse espaço cresça. Essa maior fragmentação do mercado não significa que essas duas gigantes vão perder espaço de forma significativa, como aconteceu com a Avon nesta categoria. Primeiro porque continuam se movimentando freneticamente para se adequarem a um novo cenário competitivo, apostando em inovação e investindo em mídia, embalagens de diferentes formatos, para tentar atingir cada vez mais ao público potencial. Além da força das marcas, elas têm outros elementos que acabam gerando barreiras que a protegem. Uma é o poder da distribuição dessas marcas, com capilaridade pelo Brasil e presença, hoje, em diferentes canais de venda. Além disso, elas têm recorrido ao bom e velho desconto. “O driver de preço foi importante para essas empresas sustentarem suas posi-
alguns números DA PERFUMARIa NO BRASIL Segundo a estimativa da Euromonitor, o mercado brasileiro de perfumaria movimentou US$ 6,8 bilhões, considerando preço de venda ao consumidor, um crescimento de 7,1% sobre 2016. Já o painel de lares da Kantar Worldpanel aponta para vendas de R$ 6,9 bilhões em 2017, o que representa um avanço de 4,6% sobre as vendas realizadas no ano anterior. De acordo com estimativas da Euromonitor, mesmo com a crise, o Brasil ainda deve ser o mercado que mais vai agregar receitas à categoria de perfumes em todo o mundo. Se a expectativa da consultoria se confirmar, o País deve agregar cerca de US$ 3,3 bilhões até 2022
crescimento dos maiores mercados de perfumaria
quem lidera a perfumaria no mercado brasileiro
Percentual médio anualizado entre 2017-2022, sem considerar inflação e variações cambiais do período
Ranking de vendas 2017, considerando estimativas em valor
Ranking/País
1. O Boticário
CAGR
2. Natura
1. Estados Unidos 1,9%
3. Hinode
2. Brasil
7,8¨%
4. Avon
3. Alemanha
0,7%
5. Puig
4. França
0,0%
6. Jequiti
5. Reino Unido
3,6%
7. L’acqua di Fiori
Fonte: Euromonitor
Fonte: Euromonitor
ções”, explica Karoline Alves, executiva da Kantar Worldpanel. Salvo acontecimentos muito fora da curva, as participações das duas empresas tendem a se manter em níveis superlativos por muito tempo, até porque não pararam de se movimentar e têm investido em inovações e expansão de canais para conquistar novos espaços e reter a fatia conquistada. A Euromonitor, por exemplo, vê Natura e O Boticário com uma participação estável no mercado, mas se erodindo lentamente ao longo dos últimos anos. Para a Kantar Worldpanel, entre 2013 e 2017, os três líderes históricos na categoria, que concentram 76% do volume e 83% do valor de mercado da categoria, perderam, juntos, 4% de participação em volume e outros 3% em valor.
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pode chegar que cabem mais alguns Mesmo assim, paradoxalmente, nunca tivemos um cenário tão propício para que outros atores – tanto nomes bastante tradicionais com décadas de estrada quanto estreantes – possam conquistar uma fatia relevante do mercado e, mais importante, sustentá-la no médio e longo prazo. “O que os grandões construíram é esplendoroso e será difícil desbancá-los. Mas existem sim oportunidades”, acredita Célia Anrelink, gerente de Produtos da L’aqua di Fiori. Por participação relevante, o leitor não deve entender o surgimento de novas Natura e O Boticário (ao menos em termos de market share na categoria); nem mesmo um fenômeno como a Hinode. A empresa de marketing multiní-
nova loja de o boticário: as duas gigantes brasileiras devem manter suas participações no mercado de perfumaria na estratosfera.
vel, é hoje a terceira maior na perfumaria por valor, segundo a Euromonitor, mas a ascensão rápida e consistente é fruto de um conjunto muito particular de fatores, difíceis de serem repetidos agora para outra companhia. Para se ter uma ideia do que pode ser considerado relevante, conquistar 0,7% de penetração no painel de lares da Kantar Worlpanel, equivale a ter algum perfume em cerca de 350 mil lares em todo o Brasil. Pode parecer pouco para quem pretende construir um grande sucesso. A própria Kantar, que mede diversas categorias de bens de consumo não-duráveis, considera como relevante uma marca que tenha algo como 5% de penetração. Mas, numa categoria na qual as marcas líderes estão em apenas 25% dos lares pesquisados, é uma fatia considerável, que já permite criar uma boa base de consumidores. Com a presença em 0,7% dos lares, a empresa de pesquisa consegue fazer um acompanhamento mais preciso da marca, inclusive para fins de medição de mercado. De acordo com a Kantar Worldpanel, no mercado brasileiro, existem pelo menos 10 atores que superam este índice atualmente. Numa categoria cuja presença se dá em 54% dos lares brasileiros as próprias
gigantes têm, em tese, um amplo espaço para avançar. Mas, isso não tem acontecido de forma intensa nos últimos anos. Existe mais troca de market share entre elas do que a conquista de novas fatias de mercado para Natura e O Boticário. “Existe a elasticidade natural da marca e do canal que e é algo físico. Chega uma hora que você não consegue mais crescer”, pontua Brian Drummond, gerente de Marketing da Mahogany, empresa brasileira que opera nos canais de franquia e venda direta. Para o executivo, isso explica a estratégia de aquisições empreendidas por essas empresas inclusive, o que reforça, segundo ele, a tese de que as marcas principais de cada grupo teriam alcançado um ponto inelástico no Brasil, não só em relação à perfumaria, mas ao negócio como um todo. Por isso, não é errado dizer que as grandes marcas estão estagnadas em termos de crescimento – até pelo patamar altíssimo, diga-se mais uma vez – mas difícil de ser revertido, ao menos até onde a vista alcança. Sobre a tese original proposta para essa reportagem, a de que existe mais espaço para outras marcas que não as líderes, embora existam leituras aparentemente conflitantes, olhando com um pouco mais de parcimônia e com
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base num conjunto de outras informações, as tendências convergem para uma mesma direção – ainda que em intensidades diferentes. “Viemos crescendo ano após ano na categoria. Hoje ela é quase metade do faturamento. É um crescimento bastante expressivo e mostrou que a gente pegou uma parte da mercado”, reforça Brian.
Aberto para o novo? Depende O consumidor está mais aberto para experimentar coisas novas, incluindo produtos de marcas com as quais ele não está familiarizado. Isso é fato e vale para praticamente todas as categorias. As motivações para ele trocar um produto que já usa por algo novo, entretanto, podem variar bastante. Existe o consumidor que é fiel a uma marca, ou mesmo a uma determinada fragrância há muitos anos, o que acaba funcionando como uma assinatura (ou, sob outro viés, como uma escolha extremamente prática e funcional). Ele pode vir a trocar o seu perfume de sempre, caso lhe seja apresentado uma boa proposta de custo versus benefício para uma fragrância que não vai se descolar muito do cheiro com o qual ele está acostumado. Oferecer produtos
especial Perfumaria de qualidade, mas com uma proposta de preço mais acessível é uma tática comumente utilizada em várias categorias e que tem o seu espaço na categoria. Especialmente em momento de crise, nos quais o consumidor tende a escolher com muito mais cuidado onde ele vai alocar o seu parco dinheirinho. Nesse contexto, o poderio econômico permite inclusive às grandes marcas atuar de forma bastante agressiva na questão de preços. Tanto O Boticário quanto a Natura têm feito uso intensivo de descontos em perfumaria, algo que nunca foi uma característica delas. E os têm aplicado mesmo em suas marcas mais tradicionais e bem vendidas. Isso ajudou, e muito, essas empresas a segurarem a sua participação de mercado. Para as desafiantes de menor porte e menos tradição, a escolha de brigar por uma fatia do mercado com base em preço deve ser muito bem pensada. Primeiro porque o consumidor quer pagar menos, mas não aceita receber menos. Na equação de custo versus benefício dele, trocar o produto (por um equivalente) só faz sentido, se o custo for melhor e o benefício o mesmo, no mínimo. Um bom exemplo (inclusive dos riscos envolvidos) do mercado de perfumaria com esse viés orientado para preço é o mercado de contratipos. Por mais deletério que seja para uma marca vender “cópias” de fragrâncias famosas por um preço mais camarada, o fato é que esse mercado – que apela antes de tudo à racionalidade, o que já o faz destoar do universo quase sempre lúdico da perfumaria – sempre teve um espaço mais ou menos cativo no Brasil (e em outros mercados emergentes e mesmo desenvolvidos, diga-se). É uma grande porta de entrada para muita gente no mercado e, há de se reconhecer, que muitas empresas novas nesse jogo têm investido bastante para obter fragrâncias de qualidade, capazes de fazer com que o consumidor ao cheirar e experimentar na pele, para ver se a fragrâncias tem fixação mesmo, realmente acreditem que tenham ali uma fragrância tão boa quanto a criação original que lhe serviu de referência, pagando um terço do valor. Novos atores que operam neste mode-
Elton morimitisu, da euromonitor: consumidores estão em busca de mais autenticidade em todas as categorias. Na perfumaria não é diferente. lo também têm apostado em quiosques e pontos de venda em pontos de maior fluxo de pessoas, como shoppings centers, ao invés de optar pelos modelos de venda direta por catálogo, ou mesmo o multinível, tradicionalmente adotados por essas companhias. O problema deste modelo é que ele não costuma ser sustentável para quem almeja dar passos maiores no mercado. Para isso, é preciso que ao entrar nele, já se pense numa porta de saída que permita ao negócio se sustentar em marcas e produtos próprios. Caso contrário, só existe uma certeza: em algum momento alguém vai oferecer o mesmo produto que lhe inspirou, com uma fragrância de igual qualidade, talvez por um preço melhor, e sem que você tenha argumentos para reter o cliente. É muito difícil sustentar valor nesse modelo. A Hinode é um bom exemplo de empresa que se alavancou pelo mercado de contratipo, mas encontrou uma porta de saída para se consolidar no negócio enquanto a sua linha Traduções, de fragrâncias inspiradas em sucessos internacionais, mantinha suas vendas em alto nível. Mesmo assim, a companhia partiu para desenvolver os seus próprios perfumes, com marca e identi-
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dades próprias. Entre os primeiros lançamentos, estava a fragrância Empire, hoje a mais vendida do seu portfólio. De acordo com Alessandro Rodrigues, vice-presidente de Marketing da Hinode, atualmente são vendidos seis perfumes Empire a cada minuto. “Os nossos carros-chefes são as fragrâncias, que respondem por 51% do faturamento da empresa”, reforça o executivo. Dos oito produtos mais vendidos da Hinode, cinco são de perfumaria, que envasa atualmente cerca de seis milhões de frascos de fragrâncias por mês. No varejo multimarca, também existem espaços para propostas agressivas de custo versus benefício, mas não na linha dos contratipos, e sim de oferecer produtos de qualidade por valores bastante combativos. É o caso de marcas como Phytoderm e Fiorucci, e de outras internacionais, como Paris Elysees, que operam com fragrâncias claramente inspiradas em sucessos da perfumaria de luxo, embora não possam ser consideradas contratipos na acepção mais literal do termo. “Novas marcas têm tido uma ótima aceitação, pois proporcionamos uma experiência diferenciada de experimentação”, diz Marcelo Poeppl, gestor de categorias da Riachuelo. A loja de departamento há pouco mais de um ano resolveu apostar no mercado de beleza e hoje conta com um departamento de beleza em todas as suas 276 lojas. O executivo ressalta que o preço, atualmente, é um fator decisivo de compra e esse é um diferencial no qual a varejista investe fortemente. Mas o mercado ainda oferece espaço para quem aposta em perfumes mais comerciais. “O que vemos no mercado é que atores pequenos buscam inspirações nas fragrâncias clássicas e lançamentos que estão bem ranqueadas no mercado brasileiro, tanto os produtos importados, como os nacionais, sempre alinhados às tendências do mercado internacional”, diz o executivo da Riachuelo. Eduardo Matoso, presidente e perfumista da casa de fragrâncias brasileira Kaapi, acredita que existe um bom espaço para marcas alternativas florearem as nuances da perfumaria internacional de forma inteligente e inovadora. “Há seis anos, só recebíamos
especial Perfumaria briefings de contratipos. Hoje, ainda que venham com alguma referência, já trabalhamos com muitas empresas que oferecem um bom espaço para a criação”, conta Natália Mendes, gerente de Comunicação da Vollmens, outra casa de fragrâncias brasileira. A grande maioria dos consumidores é influenciada pelos grandes lançamentos emplacados em mídias abertas e fechadas, ações em ponto de venda e divulgações por influenciadores digitais. Ainda assim, mesmo que sempre com um viés comercial, pequenas marcas têm oferecido mais opções em famílias olfativas para os consumidores. No caso da Riachuelo, isso atende inclusive a aspectos regionais, já que algumas delas têm relevância grande no volume de vendas em certas regiões para a varejista, que opera em todo o País. Embora sejam extremamente relevantes em várias categorias de consumo, em higiene pessoal e beleza, de forma geral, o fenômeno das marcas locais – que no caso da perfumaria, poderia atender a certos gostos regionais – não é captado no painel de lares da Kantar.
Para todos? Não, para alguns Se existe o grupo de consumidores que até aceita encarar um produto novo, se ele não for muito diferente do que está habituado a se perfumar e por menos dinheiro, existe outro que está disposto sim a experimentar algo novo, sejam cheiros mais ou menos diferentes, sejam marcas novas. Para Júlia Solomon, gerente de Marketing da L’Bel, não existe a lealdade muito forte do consumidor à uma empresa. Isso abre grandes possibilidades para que outros atores participem desse mercado, desde que entreguem uma boa fragrância. A perfumaria é o maior negócio da L’ Bel no Brasil. “Sinto o mercado, mais do que nunca, ávido por novidades. O consumidor quer senti-las”, diz Mônica Burgos, sócia-diretora da Avatim, empresa
karoline alves, da kantar: o consumidor despriorizou a compra dos perfumes, mas não abriu mão de usá-los. É questão de tempo para que volte a repor os seus estoques.
baiana que nasceu com foco em perfumação de ambiente, mas hoje tem um portfólio muito mais focado em beleza pessoal, com grande destaque para a perfumaria. Para a empresária, a turma nova que está chegando vem com muita qualidade, para conquistar um consumidor que sempre teve os perfumes internacionais como referência de qualidade. “Ainda podem aparecer mais e mais pequenas empresas que, se fizeram um trabalho honesto e com amor, vão nos surpreender”, acredita Mônica. Muito das possibilidades que as empresas locais, especialmente as novatas, têm em chegar ao mercado com perfumes de qualidade, é fruto da evolução das casas de fragrâncias locais nos últimos anos, que dá oportunidade aos pequenos de terem produto de melhor qualidade, independentemente do seu tamanho, do trabalho, do tempo. “Hoje você tem uma base de fornecimento de fragrâncias muito maior, permitindo que uma pequena empresa entre no mercado comprando uma pequena quantidade de fragrâncias de qualidade”, reforça Eduardo Mattoso, da Kaapi. Embora a L’acqua di Fiori trabalhe, historicamente, com as casas de fragrâncias internacionais, Célia concorda que as casas locais têm feito muito investimento em matérias-primas e contratação
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de perfumistas e avaliadoras. Mas, ela não tem tanta certeza se as pequenas empresas estão enxergando isso. “São poucas as empresas que se interessam verdadeiramente em construir algo de qualidade e riqueza olfativa, em escrever uma história de perfumaria bonita como as grandes trabalham”, lamenta. A oferta mais ampla de fragrâncias faz com que, naturalmente, a necessidade de variação olfativa seja muito maior do que no passado. Agora, entre ter a possibilidade de oferecer algo diferente e ter a coragem de encarar esse risco, são outros quinhentos. Um empecilho que costuma aparecer nesses processos é o fato de que as empresas pequenas, especialmente as que estão começando na categoria, costumam ter medo de não agradar aos consumidores. Mesmo no caso daquelas marcas que se propõe a se apresentar ao mercado de forma diferente. Isso as leva a tentar lançar uma fragrância capaz de agradar ao maior número de pessoas possíveis. E isso acaba resultando em fragrâncias já aceitas pelo consumidor, sem nada de diferente de outras trocentas marcas disponíveis. Na verdade, mais do que agradar, nesse caso trata-se de tentar desagradar o menor número de pessoas, partindo do princípio de que o consumidor não vai querer algo novo. É provável que numa pesquisa, a maior parte rejeite a opção diferente e aceite a comum e conhecida. “Quando entrei no mercado, me diziam que as pessoas não gostavam de surpresas em relação aos alimentos e isso se refletia no mercado de aromas. Mas em fragrâncias, diziam que o perfume tem de surpreender a pessoa. O que vejo hoje é que existe muito espaço para inovar na
área de alimentos, com sabores inusitados e na perfumaria isso não acontece. Não sei se é uma questão de tempo ou uma barreira instransponível”, questiona Eduardo. Na verdade, isso tem muito a ver com a falta de clareza sobre quem é o público a ser atingido. “Falta foco, muitas vezes, para entender qual o negócio da empresa e quem é o público mesmo daquela marca”, reconhece Patrícia Shimoji, gerente de Marketing da Vollmens. Daí a importância de não cair, sem pensar de forma estratégica antes, na tentação de não querer que a fragrância desagrade muita gente. “Todo mundo quer vender muito, sempre. E aí a gente cai sempre no mesmo, pelo medo de trazer inovação, e acaba no que é comercial”, pontua Josiane Bordignon, diretora Comercial de Perfumaria Fina da IFF no Brasil. Ela enxerga justamente aí uma oportunidade para as marcas menores se valerem de mais ousadia. “Quando você está numa corporação, existe inexoravelmente a pressão de números”, emenda a executiva da casa de fragrância. Verdade que o mercado de perfumaria é muito mais difícil e limitante para jovens empresas do que é o de cabelos, por exemplo, categoria na qual os novos atores têm feito uma grande festa nos últimos anos, deixando as tradicionais líderes da categoria de cabelo em pé (ou carecas de preocupação). E as marcas novas que se destacaram na categoria o fizeram justamente por ter apostado em produtos com propostas muito claras de valor para atender a um determinado público. “Marcas novas como Lola, com um conceito indie – que são mais autorais e delimitam o público – têm ganhado espaço”, acredita Josiane. Seria esse um caminho válido também para as marcas desafiantes na perfumaria? Com certeza. Talvez, de todas as possibilidades, este seja o mais sustentável no longo prazo, embora para isso, seja preciso assumir que você vai vender não para todo mundo, mas para uma pequena fatia do público. “É preciso clareza sobre qual o objetivo da empresa. Ela quer ser o top of mind ou quer dominar um faixa de público delimitada. Qual o desejo dessas em-
a linha empire, da hinode: a empresa se alavancou nos contratipos e construiu uma bela porta de saída (ou de entrada) para consolidar sua posição no mercado de perfumaria.
presas?”, indaga Karoline, da Kantar. “Olfativamente, a gente vê um movimento sim de criação de fragrâncias mais direcionadas. Entender quem é o consumidor da marca para criar de forma mais assertiva e dar ao consumidor uma possibilidade de ter uma assinatura mais pessoal”, reforça Elton Morimitsu, analista de Beleza e Cuidados Pessoais da consultoria Euromonitor. A forma como se define o target também está mudando muito. Mesmo quem faz produto pensando em vender para todo mundo, vai ver que vende mais para um target do que para outro. Daí as oportunidades para os atores desafiantes olharem com atenção para essa segmentação. Quanto mais cirúrgico e bem delimitado, melhor as chances de ocuparem um espaço não ocupado por grandes players, que não tem como atender a segmentos muito específicos, que não gerem um volume mínimo, o que as deixa de fora de mercados com menor potencial para alcançar números muito grandes. Não se pode acreditar que a clusterização clássica será abandonada, até porque o Brasil é um mercado muito grande e evoluído. Esse direcionamento mais segmentado para tribos e não para um cluster de mulheres A/B com mais de 35 anos, tem muito a ver com
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a forma como as pessoas se relacionam também por afinidades hoje em dia. Para Brian, da Mahogany, o produto pelo produto morreu. “As pessoas estão buscando por produtos que a representem. A compra é quase que um ato politico, elas buscam a ideologia, a representação da filosofia delas na compra”, diz ele, que acredita que nesse mundo de consumidores movidos por atitudes, as grandes empresas vêm sendo surpreendidas. Cada vez mais a voz da sua marca vai ser mais importante do que propriamente o produto. “Se você conseguir se diferenciar com a fragrância, ok. Mas, eu acho que antes disso vem a voz da marca. Esse é o pré-requisito e o storytelling é tão importante quanto a fragrância”, acredita ele. Essa busca por autenticidade da parte do consumidor tem levado as marcas a apostar mais em produtos mais focados numa tribo e com mais diferenciação. “A busca por marcas mais autênticas, que representem melhor o lifestyle de cada consumidor é bastante forte e isso deve impulsionar muito o crescimento”, acredita Elton, da Euromonitor. Por conta dessas mudanças, a IFF tem trabalhado muito mais com valores e comportamentos dos consumidores. “Tenho uma pessoa de 60 anos, mas ela se sente jovem. Tenho amigos
especial Perfumaria
a campanha original de angel, com Jerry Hall, e o lançamento da versão “jovem”, estrelada por sua filha: ao invés de se preocupar em agradar todo mundo, a escolha de Thierry Mugler foi por construir algo original. Isso fez de Angel o blockbuster mais odiado da perfumaria.
de 30 até 70 anos, pessoas diferentes com perfis diferentes e nos conectamos por algumas afinidades”, lembra Josi. Esse tipo de comportamento tem tudo a ver com outro fator que abre espaço para novas marcas é a chegada de novas gerações ao mercado de consumo. O pessoal na faixa dos 15, 20 e poucos anos tem, de forma geral, hábitos de vida e consumo diferentes, o que se reflete na maneira como eles se relacionam com as marcas e escolhem seus produtos. Uma geração chegando com outra mentalidade, com outro tipo de impulso de compra. Converso bastante com gente dessa faixa etária e tenho visto uma modificação de comportamento do consumidor, inclusive em relação ao peso que eles dão à marca”, diz Célia, da L’acqua, que ainda não tem um trabalho forte com esse público. A estratégia de buscar uma identidade única também implica em dar tempo para que a fragrância chegue a algum lugar, mesmo que você tenha definido muito bem o seu público. Não é prudente acreditar que vai se lançar um produto original, com uma proposta diferente e que ela vai estar se pagando em seis meses e te deixando rico em mais seis. “As empresas vão crescendo e olhando para o que está vendendo, mas se esquecem de dar foco e recursos para investir em uma marca, ou uma categoria e permitir que ela tenha uma identidade própria”, lamenta Thais Cunha, gerente de Vendas também da
Vollmens. “Construir marca é uma das coisas mais difíceis que existe”, emenda a executiva. Um clássico como Angel, um dos últimos perfumes que são, a um só tempo, blockbusters e disruptores, não se fez em um ano, foram anos de um trabalho meticuloso de construção de imagem e distribuição para levá-lo ao posto de um dos perfumes mais vendidos do mundo. Angel também é um bom exemplo de perfume feito para agradar apenas uma faixa da população. Segundo o crítico de perfumes Chandller Burr, a genialidade dos seus criadores foi ter criado uma fragrância que arrebatasse 3% do mercado, ignorando o que os outros 97% pensavam.
Quando menos pode ser mais É preciso investimento para construir algo sólido. Isso vale para os pequenos e para os grandes. Para Josi, da IFF, a indústria poderia, inclusive, repensar em retomar uma dinâmica de lançar menos perfumes e oferecer a eles mais tempo para que se consolidem, especialmente quando você oferece algo realmente novo. Muitas vezes, se criam fragrâncias excepcionais para produtos de edições comemorativas, cujo apelo é muito mais comercial e que muitas vezes vão ficar dois, três meses e depois sair de circulação. “Perde-se uma ótima oportunidade de construir algo verdadeiramente novo”, lamenta a executiva da casa de fragrâncias. Isso também
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pode ter a ver com o ciclo de compras do consumidor em relação a categoria. Talvez um intervalo de 12 meses não seja tempo suficiente para ele incorporar uma nova fragrância ao seu estoque (veja mais na próxima reportagem). Junto com a questão do tempo necessário para construir algo novo, é preciso considerar também a necessidade de estabelecer uma conversa com aquele público e, inclusive, educá-lo sobre a perfumaria que a marca faz. “O gosto você educa, vai gerando experimentação e a pessoa pode assimilar e gostar aos poucos. Mas isso no mercado de perfumaria é muito caro”, diz Eduardo, da Kaapi. O mundo digital ajuda a quebrar esse paradigma e facilitar o acesso das marcas aos consumidores, inclusive como canal de vendas. “Realizamos algumas ações de ativação com influenciadoras digitais e a gente vê o resultado desse trabalho no e-commerce”, pontua Olindo, da Água de Cheiro. Claro que você sempre tem o desafio de tornar a marca conhecida. E aí também, é possível se valer dos “especialistas” do Youtube. E não necessariamente os de perfumaria ou beleza, mas aqueles que conversam com o público com o qual um determinado perfume da sua marca vai falar, sejam eles nerds, veganos, sertanejos ou rockers. O importante nesses casos é tornar a marca conhecida para aquele público alvo. Quanto mais claro e bem delimitado ele for, mais fácil será ser assertivo.
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especial Perfumaria Apostar numa fragrância mais provocativa não é um caminho para o abismo de maneira alguma. Mas, é preciso ter clareza de que esse é um caminho mais lento, e, se a rota for bem traçada e executada, possivelmente mais sustentada também, desde que tendo ciência do seu espaço no mercado. Seguir essa rota consome recursos também. Em geral, de forma desproporcional ao ganho de escala no seu começo. Não necessariamente estamos falando de grandes volumes de dinheiro, mas, para quem é pequeno todo real faz a diferença. Por isso, é preciso estar preparado e com disposição para isso. “No final, a inovação tem que ser uma escolha. E ela envolve deixar o produto amadurecer no mercado”, conta Josi, da IFF.
Opções para atender a muitos Mesmo com essa abertura, você tem o público que quer um novo e tem o público que quer a mesmice. Para empresas com portfólios mais extensos e que já atendem um público mais amplo, é preciso garantir espaço para todos os tipos de conceito dentro do portfólio. “10% novo, 30% é o novo que lançou o ano passado e deu certo e 60% são as vacas leiteiras que é o que o público quer. É preciso trabalhar em três frentes. A pirâmide se fecha quando você trabalha dentro desse conceito. O novo é mais lento para pegar. É preciso elaborar”, acredita Célia. No caso da Hinode, pelo modelo da negócio da empresa estar baseado no catálogo, a diversificação do portfólio é importante para garantir opções de compras atraentes para os diferentes segmentos em que atua. “Temos produtos para todas as faixas de preço, de R$ 19 a R$ 199”, diz Alessandro Rodrigues. Isso permite à empresa, que tem sua maior base de clientes nas classes C e D, atingir também as classes A e B. Se no início, a linha Traduções fez a empresa crescer rapidamente, hoje ela já se permite ousar. “Saímos da zona de conforto, com famílias olfativas diferentes e conceitos como o duo de fragrâncias Hype, que podem ser usados por homens ou mulheres em qualquer versão”, explica o vice-presidente da Hinode.
consumidora em perfumaria: mais pessoas estão dispostas a experimentar marcas novas. Cabe às indústrias, dentro dos seus respectivos perfis, criar perfumes que chamem a atenção do público-alvo. Vivendo uma fase de florescimento após um período de reorganização e ajustes, a Água de Cheiro, hoje controlada pela Beauty Franchising e parte do grupo Narsana, que controla empresas como as distribuidoras de perfumes RR e Passion e mantém licença no Brasil para desenvolver perfumes de marcas como Forum, Everlast e da apresentadora Anna Hickmann, está remodelando boa parte do seu portfólio de marcas clássicas e lançando novas fragrâncias para reconquistar seu espaço no mercado. “Minha opinião é que diante de tudo o que estamos vendo, é preciso ousar em algumas coisas”, diz Olindo Cavenzan Jr., diretor de Marketing da Água de Cheiro. Mas, para uma marca que precisa de alguma maneira, se reapresentar para o mercado – incluindo aí seus antigos consumidores, que por conta do que aconteceu com a rede no passado recente, acabaram deixando de percebê-la –, a empresa pretende trazer elementos novos em suas fragrâncias, mas em rotas olfativas seguras. “A ideia ainda não é a de construir algo totalmente novo, mas, dentro de um caminho mais comercial, com certeza, vamos trazer ingredientes de qualidade superior, que entreguem algo a mais”, reforça Olindo. Mesmo, para quem quer vender para um público mais amplo, não dá para pensar em fazer fragrâncias que consigam agradar todo mundo. Para a
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Avatim, isso é uma certeza que rege o processo criativo. “No nosso mundo, a prática é seguir por caminhos mais comerciais. Preferimos ter outro enfoque, vender muito para aquele público que determinamos. É um pouco ame ou odeie”, conta Mônica. A empresária brinca que nos processos de seleção final, é comum ouvir: “este produto está com cheiro de produto comercial”. “Queremos que o cliente sinta e se envolva com aquele cheiro. Não partimos de uma fragrância que seja vendável. Preferimos correr o risco. Nossa segurança é de que a gente sai na frente ao criar uma identidade forte com o público”, reforça a sócia da Avatim. Até a ousada Avatim, no início da sua história na perfumaria, foi preciso fazer algo mais “comum”. Isso se vê em Bonissimo, a primeira fragrância masculina da marca, que foi pensada para agradar o maior número de homens possíveis. A aposta inicial deu certo. Bonissimo se tornou o perfume mais vendável da perfumaria da Avatim. Nem por isso, a marca seguiu nesse caminho seguro. Para a segunda variante da marca, Bonissimo Black, já mirou num público mais focado e com uma construção olfativa fora da curva. “A gente está entrando numa era de nichos. Se fosse lançar uma marca nova eu olharia para um nicho mais específico”, conclui Célia Anrelink, da L’acqua di Fiori.
Apresentado por:
A pirraça, que virou perfume, que ganhou O prêmio O premiado perfume Gigi é um ótimo exemplo de como a Avatim cria perfumes únicos, a partir de histórias belas e verdadeiras
D
urante uma viagem internacional para descobrir novidades em ingredientes e embalagens para seus produtos, Cesar Favero e Mônica Burgos, sócios e fundadores da marca baiana Avatim, encontraram um frasco excepcional, que lembrava um diamante. Foi só bater o olho que eles sabiam que ali poderiam criar um grande perfume. Na verdade, um Eau de Parfum, um formato ainda não trabalhado pela empresa. Só que um frasco – por mais bonito que seja – só atinge a plenitude quando combinado com uma tampa de igual beleza. Nessa busca, Cesar encontrou uma peça alongada. “Quando ele viu a tampa disse que se lembrou das minhas histórias de criança, porque quando queriam me provocar me chamavam de Gigi, porque eu era muito alta e com o pescoço alongado. Não era bullyng, mas
uma pirraça. Foi daí que ele teve a ideia de fazer o perfume em minha homenagem, com a minha cara”, lembra Mônica. A partir desse ponto, todo o processo criativo foi direcionado para criar um perfume que refletisse a personalidade da sua inspiradora. A primeira decisão foi escolher uma casa de fragrância que tivesse o perfil mais adequado para aquela criação. E a Vollmens – a casa escolhida – identificou quem no seu time criativo tinha mais a ver com a personalidade de Mônica. A escolha recaiu sobre a perfumista Luciana Bergamasco. “A Lu foi fundo no que eu gosto, nas manias, minhas aventuras. E aí não demoramos muito para determinamos um caminho, uma fragrância oriental”, explica a empreendedora. A fragrância tem referências a tudo o que Mônica gosta. Na saída, notas das suas frutas preferidas como seriguela (“que eu amo”) e figo seco. No corpo, um
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bouquet de flores com lírios, jasmim e orquídeas, fechando com um fundo de cedro, fava tonka e almíscar. Uma fragrância marcante, que reflete a essência de uma mulher de personalidade forte. “A proposta era retratar a mulher que eu sou, por isso uma fragrância mais forte”, explica. Ao mesmo tempo, a força da criação não ofusca sua feminilidade. Gigi representa uma personagem determinada, que consegue transformar situações rudes, brutas até, que as mulheres empreendedoras enfrentam no dia a dia, sem perder a feminilidade e a sensualidade. “A mulher tem que ser feminina acima de qualquer coisa. Para estarmos empoderadas não precisamos abrir mão daquilo que nos faz diferente dos homens, e verdadeiramente, especiais.” Gigi foi premiada com o troféu de melhor perfume feminino do Prêmio Atualidade Cosmética, em 2017.
Traduzindo histórias em cheiros Apesar de ter encontrado o caminho olfativo com relativa rapidez, os ajustes para chegar à versão final de Gigi consumiram bastante tempo. “Era algo real, existe a Mônica”, brinca a empresária. Até o lenço que envolve o frasco em sua embalagem, é verdadeiro. Mônica sempre o usou no pescoço, com uma assinatura sua. Em geral, os processos criativos da Avatim são longos para os padrões do mercado. Antes de pensar em brifar as casas, a empresa cria um storytelling para aquele produto. Só depois de a história estar cristalina é que se parte para o desenvolvimento da fragrância, que tem de refletir olfativamente a história. Com base nela, a empresa inclusive direciona a casa que vai cuidar daquele projeto. “A gente costumava passava o briefing para todas as casas. Hoje, entendemos que é muito melhor identificar a casa que tem mais adequação com aquela proposta e construí-la com eles juntos, desde o início. Se não temos segurança para eleger uma casa, trabalhamos com duas, no máximo”, explica Mônica. A fundadora da Avatim cita outro lançamento recente, como um exemplo desse processo criativo: a colônia Anaú, lançada para o Dia das Mães. A primeira coisa estabelecida era que a marca, em meio aos inúmeros lançamentos de perfumes para essa data, precisava diferenciar a “sua mãe”. A resposta veio em buscar como referência a mãe que está na origem de tudo, Eva. “Aí fomos buscar dentro do nosso Brasil e descobrimos a mãe Anaú, que é a primeira mãe na mitologia indígena”, conta Mônica. Essa história deu origem a uma fragrância verde, com notas frescas, mas fortes, surpreendendo os consumidores habituados a encontrar coisas meigas e lúdicas nessa data.
mônica Burgos, da avatim: inspiração para Gigi e outras histórias que ajudam a dar vida aos perfumes da marca baiana.
Gigi representa uma mulher determinada, que transforma as situações rudes que as empreendedoras enfrentam no dia a dia, sem perder a feminilidade e a sensualidade. www.avatim.com.br
Clareza sobre o público Um dos motivos de sucesso das criações da Avatim, que já conta com uma rede de 120 lojas espalhadas pelo Brasil, é que os seus produtos têm identidade e personalidade própria. Isso reflete a própria visão de desenvolvimento de produtos da empresa. “Eu defino o público que eu quero atingir. Não importa se ele é grande ou pequeno, nosso objetivo é atingido se o produto agrada aquele perfil de público que nós estabelecemos e delimitamos muito bem, mesmo que isso signifique trabalhar com uma fatia menor do mercado. Se mais pessoas gostarem ótimo. Isso pode nos levar até a mudar a estratégia de vendas. Mas ele foi feito com uma proposta, ele tinha uma história para contar”, conclui a empresária.
especial Perfumaria
Renda ou hábito? Num País que se diz apaixonado por perfumes, o fato de a categoria nunca ter superado os 60% de penetração nos lares, mesmo nos melhores momentos da economia é algo, no mínimo, curioso. Afinal, o que acontece com esses mais de 40% de lares que não compram a categoria? >>> aûani cusma de paula
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queda recente na penetração da categoria de perfumaria nos lares brasileiros para 54%, de acordo com dados da Kantar Worldpanel, pode entrar na conta da crise. Com bem menos dinheiro no bolso, os consumidores estão despriorizando a compra de novos perfumes. Mas, os números da Kantar permitem um olhar por outro prisma, muito mais difícil de ser compreendido. Num País que se diz apaixonado por perfumes, mesmo em momentos de economia pujante, essa penetração nunca venceu a barreira dos 60% (60,2%, em 2013, para ser mais preciso). O que acontece com os outros 40% dos lares? Primeiro, é preciso entender que o instituto de pesquisas mede a penetração a partir da compra, ou do recebimento como presente, de ao menos um item naquele lar dentro do período de um ano. Como costumam ter mais de um perfume em casa, é possível que o consumidor esteja se virando com o que ele já tem no estoque. Embora não esteja comprando, o consumidor brasileiro segue usando perfume. Isso é evidenciado pelo fato de que a frequ-
ência de uso nesse mesmo período não sofreu grande variação, a média permanece na faixa um pouco abaixo das cinco vezes por semana. Para Karoline Alves, da Kantar, essa é uma categoria cara, o que faz com que a compra seja postergada num momento como o atual. “A perfumaria continua na rotina do brasileiro. Em algum momento ele vai ter que repor o seu estoque, o que ainda não aconteceu”, diz a executiva da empresa de pesquisa, para quem, além da falta de dinheiro, a alta taxa de desemprego faz com que mais pessoas fiquem em casa e, por isso, usem menos perfume também. Um frasco de 100 ml de perfume (o formato de referência no Brasil) pode tranquilamente durar três ou quatro meses, mesmo sendo usado todos os dias. Além disso, as pessoas costumam ter perfumes para diferentes ocasiões de uso, com fragrâncias mais simples (e baratas) para o dia a dia, e um ou mais frascos para ocasiões mais especiais. Com base nisso, é possível crer que a medida de penetração da categoria, com passe no período de 12 meses, provavelmente não seja a que forneça a leitura mais adequada para ter uma interpretação mais fidedigna do que
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acontece nos lares brasileiros, especificamente em relação aos perfumes. Afinal, com quatro ou cinco perfumes em estoque, adquiridos em épocas de vacas gordas, por exemplo, é possível aguentar um período bem mais longo de tempo, bastante perfumado, mas sem perfumes novos. Talvez ciclos de dois, ou até três anos pudessem fornecer um cenário mais realista da situação, embora seja óbvio que, ao lançar um novo perfume, as empresas trabalham muito para que ele chegue aos lares o mais rapidamente possível. Sim, a atração do brasileiro pela sensação de “cheirar bem” se alinha aos hábitos de higiene do consumidor e ele relaciona o “estar perfumado” a esta condição também. “O perfume faz parte da vida do brasileiro, das nossas origens, o consumo abundante de águas. Não conheço um lugar no Brasil em que não usassem pelo menos algum perfume baratinho”, conta Renata Ashcar, autora do livro Brasilessência e consultora na área de Perfumaria. Ainda assim, o fato de nunca ter superado os 60% de presença nos lares tupiniquins leva a crer, também, que uma fatia realmente grande do público parece não dar muita bola para os perfumes.
filme da linha natura tododia: hidratantes têm investido mais em fragrâncias e isso pode estar influindo sobre como as pessoas se perfumam.
A questão da falta de renda, uma verdade mais do que irrefutável nesse momento, não dá conta de toda a explicação. Primeiro, porque o mercado brasileiro tem uma oferta de perfumes, de marcas conhecidas inclusive, que parte de valores baixos. Por vinte e poucos reais é possível encontrar uma oferta relativamente razoável de perfumaria em várias empresas conhecidas, sejam embalagens em formatos menores, que seguem a lógica da disponibilidade de dinheiro no momento da compra; até os splashs. Segundo a Euromonitor, embora seja o maior mercado em volume, o Brasil ostenta o nono maior gasto per capita em fragrância do mundo. Para Marcelo Poeppl, da Riachuelo, mais do que renda, trata-se de uma questão de hábito de consumo. Em relação ao mercado de perfumaria seletiva, uma parcela da população consome a categoria no mercado informal e outra grande parte dos consumidores das classes A/B traz estes produtos de fora do Brasil. “Acreditamos que não é uma questão de renda, pois existem fragrâncias para todos os bolsos”, diz o executivo da rede varejista. Outro sinal de que a crise econômica não explica tudo é que somente
ÍNDICE DE PENETRAÇÃO DA PERFUMARIa NOS LARES BRASILEIROS Desde de 2013, o número de lares que compra ao menos um item de perfumaria por ano vem caindo, segundo a Kantar Worldpanel.
60,2% 58,2% 57% 55,3% 53,8%
2013 2014 2015 2016 2017 os perfumes na faixa acima de R$ 105 ganharam penetração e contribuiram positivamente para a categoria em 2017 na comparação com 2016, de acordo com a Kantar Worldpanel. O próprio splash, um formato icônico na história da perfumaria brasileira e quase sempre a perfumaria de entrada das marcas, não vê suas vendas avançarem. Quem compra perfume, ainda que compre menos, segue comprando melhor. Mas, de novo, e quem não compra? “É uma coisa que eu sempre me pergunto”, diz Josiane Bordignon, da IFF, sobre o nível de penetração da perfumaria nos lares do Brasil. Que outros motivos, além da nossa crise, ajudam a explicar esse movimen-
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to? Esse é um dos pontos para os quais não existe muito consenso. E que, muito provavelmente, tem verdades em diferentes frentes. Uma delas é a questão cultural. A região com a maior penetração para a categoria de perfumaria é o Nordeste, onde o índice beira os 75%. É a região onde a cultura do banho – e da perfumação que se segue a esse – é mais forte do que em qualquer outro lugar do Brasil. “O pessoal brinca até que, quem não estiver cheiroso, não se dá bem na noite por lá”, conta Elton Morimitsu, do Euromonitor. Mas aí é preciso relembrar que o Nordeste tem sua próprias características climáticas, econômicas e culturais, que ajudam a tur-
especial Perfumaria evento em recife (pe): os hábitos de uso de perfumaria fazem com que a penetração no Nordeste seja muito superior à média nacional. Mas é uma realidade que não se aplica ao resto do País.
binar o uso de perfumes por lá. E que essa realidade não pode ser, simplesmente, transposta para todo o Brasil. É uma situação interessante. Em geral, se usa muito o que acontece em São Paulo como referência para o que acontece em todo o Brasil (o que também é errado). Como o Nordeste, em perfumaria, exibe vários indicadores nos quais a categoria se sai bem melhor lá do que no Centro-Sul, parece que acabamos tomando os melhores conceitos emprestados de lá e os extrapolado para o resto do País. Mas, é bem pouco provável que no Sul, se aplique perfumes com a mesma frequência, de mais de uma vez ao dia, e na intensidade do Nordeste. Até porque é um consumidor que não quer ser “invasivo” com o seu perfume. Ou mesmo a questão do banho. Via de regra, nas regiões não tão quentes do Sul e Sudeste, as pessoas tomam um banho por dia. Mesmo no Nordeste, em tempos de crise hídrica e riscos de falta de energia, além da presença de regiões historicamente afetadas pela seca, essa profusão de banhos poderia ser melhor analisada e recortada. Outro ponto que merece ao menos uma atenção, diz respeito a eventuais restrições no uso de perfumes (ou ao uso mais frequente de certas fragrâncias) por questões de alergias, seja por sensibilidade da pele ou por rinite, por exemplo.
Perfumados sem perfume Outra hipótese aventada é sobre uma migração de parte dos consumidores da categoria para outras que envolvem perfumação, como os desodorantes e os hidrantes e leites corporais. Renata lembra que nas décadas de 1970 e 1980, o desodorante era muito utilizado como perfume. Embora muitos tenham feito a migração para a perfumaria tradicional, é provável que muitos outros consumidores, hoje mais velhos, não tenham feito essa migração e se contentem com a proteção e o odor do seu desodorante. De fato é mais difícil convencer uma pessoa que, mais do que acesso, não tem o hábito de passar perfumes, a entrar na categoria. “Esses casos exigem um trabalho forte de convencimento por parte da indústria”, acredita Júlia Solomon, da Belcorp. Josi, assim como Renata, não acredita que o consumidor que adentrou ao universo do perfume migre para outra categoria. Mas, eventualmente, ele pode substituí-lo, como alternativa, por extensões em outros formatos de suas marcas de fragrâncias tradicionais. Neste processo, pode ser que alguns desses consumidores, embora não abandonem a categoria, passem a se sentir confortável com a perfumação de um desses produtos em várias situações, deixando o perfume reser-
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vado às ocasiões especiais. “Na crise, sobe a venda dos hidratantes e cai a de perfume que acaba sendo considerado supérfluo naquele momento”, explica Mônica Burgos, da Avatim. Mas, ela entende também que existe uma faixa do público que vai continuar se perfumando só com o hidratante, porque aquela perfumação atende ela, especialmente no dia a dia, e porque tem muito mais pessoas com sensibilidade maior a cheiro. De fato, as marcas que lançam extensões de linha de seus perfumes em produtos como leites e hidratantes têm apostado em oferecer esses itens com percentual de fragrância muito mais alto do que eram. Mesmo no caso de marcas que têm tradição na categoria de hidratação, como a Natura, elas sabem da importância do cheiro para o sucesso da marca. Por isso uma linha como Tododia tem fragrâncias que garantem perfumação e lasting suficientes para substituir o uso de um perfume, caso o objetivo seja o de se sentir levemente perfumada. “Cada vez mais os hidratantes perfumados ganham espaço”, diz Mônica Burgos. Eles são os itens de maior venda hoje no portfólio. Para empresária, existe além da questão do preço mais baixo, a multifuncionalidade do hidratante, que pode hidratar e perfumar; enquanto a fragrância só perfuma.
especial Perfumaria
O impacto da mudança NOS canais Muitas das oportunidades que se abrem para a formatação de um mercado de perfumaria com mais atores – e consequentemente mais opções para o consumidor – tem a ver com as recentes mudanças na dinâmica dos canais de distribuição >>> aûani cusma de paula
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uito da dominância histórica da santíssima trindade sobre o mercado de perfumaria tinha a ver, justamente, com a fortaleza que elas construíram em seus canais de distribuição. Com um milhão de revendedoras cada, Avon e Natura eram imbatíveis numa era em que modelos de alavancagem mais rápida, como o multinível, não eram levados a sério no Brasil pelas empresas de beleza e o e-commerce não era uma realidade de fato. Mesmo O Boticário, com seus milhares de pontos de venda, levou um bom tempo para conseguir fazer frente ao exército das duas gigantes. Com o poder de escala na mão dos três, eles tinham os recursos, o canal e a atenção de todo o mercado para desenvolver produtos de qualidade, no seu conjunto, muitas vezes superior ao que as outras empresas locais tinham condições de desenvolver. Isso inclui inclusive os recursos necessários para co-
municar de forma massiva suas marcas. Outras categorias do mercado oferecem bons exemplos de como é possível quebrar e expandir esse círculo para que mais atores participem com relevância do mercado. Uma delas é a de produtos para a pele do rosto. Antes de os dermocosméticos atingirem uma posição verdadeiramente relevante, o que só aconteceu de fato após 2012 e 2013, o mercado de tratamento facial era um território cativo de Avon e Natura. Este duopólio não foi erodido de uma hora para outra. As empresas líderes em dermocosméticos tiveram a sabedoria de construir o mercado passo a passo, trabalhando junto com as farmácias (e o suporte dos dermatologistas) para construir a nova categoria. O Renew da Avon continua sendo líder disparado na categoria. Mas, hoje, a categoria é um território mais livre à competição. O mesmo movimento aconteceu em maquiagem, com empresas que atuam no varejo construindo o negócio na raça e com muitas marcas se valendo do digital e de canais alternati-
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vos de distribuição para crescerem muito e quase sem serem percebidas pelas grandes do mercado. “O que eu vejo de dinamismo no mercado e de oportunidades para outras marcas (de perfumaria) é trabalhar o canal. Essa tem sido a grande sacada para avançar em vários consumidores”, pontua Josiane Bordignon, da IFF. O Brasil tem os canais monomarca, como a venda direta e as franquias, como dominantes na venda de perfumes. A ausência de canais de distribuição sempre foi uma barreira real para o avanço de novas marcas de perfumaria,
como quiosques, têm permitido às marcas independentes e de nicho, vencer as barreiras tradicionais, como as grandes lojas de departamento.
O papel do varejo
ÁREA DE PERFUMARIA EM LOJA DA RIACHUELO: os resultados iniciais com a categoria foram tão bons, que a rede varejista expandiu o projeto para todas as lojas.
sejam elas nacionais ou internacionais. A falta de alternativas multimarca ou acessíveis, obrigava os atores que queriam se desenvolver na categoria a se aventurar na construção de um canal de vendas para a sua marca, seja por meio da venda direta, seja via lojas próprias ou franquias. O que tem acontecido no mercado norte-americano, embora reflita uma realidade própria de lá, serve de exemplo sobre como tem sido possível superar as barreiras impostas pela distribuição tradicional. Por lá, o e-commerce, lojas especializadas e formatos alternativos,
O varejo de perfumaria multimarca, nunca conseguiu despontar como um canal relevante para perfumaria. E isso foi uma barreira natural para evitar que novos atores conseguissem avançar. Hoje, temos uma situação nova que oferece boas possibilidades de construção. “Eu nunca vi tanto movimento na área do varejo como vejo hoje. Vejo uma segmentação do canal, isso nunca existiu no varejo brasileiro em perfumaria”, diz Renata Ashcar, consultora especialista da área de perfumaria. A chegada da Sephora e o avanço numérico da The Beauty Box começa a permitir redes com uma capilaridade que o canal nunca teve. Mas os maiores responsáveis por essa capilaridade são as lojas de departamento Renner, a maior vendedora de perfumaria seletiva do Brasil; e sua rival Riachuelo, que entrou no mercado há pouco mais de um ano. De acordo com a Kantar Worldpanel, as lojas de departamento respondem por uma participação bem pequena ainda, apenas 0,8% de volume para a categoria. Elas estão longe de terem a relevância no Brasil que têm outros mercados – até porque não temos lojas de departamento nos moldes americanos ou europeus – mas, as duas que operam aqui já somam mais de 500 pontos de venda. Pelo seu perfil de consumo mais massivo, essas varejistas acessam o consumidor de classe B/C, e oferecem grande potencial para a venda de perfumes mais masstige, marcas de lifestyle na faixa dos R$ 100, embora também vendam muito os perfumes de luxo propriamente ditos, em 10x sem juros. “Essas lojas permitem acessar um tipo de cliente que até compra o produto caro, mas não o faria na Sephora ou numa Opaque”, acredita Elton Morimitsu, analista da Euromonitor. Este formato também oferece oportunidades para empresas nacionais como Phytoderm, Fiorucci e outras que poderiam começar a enxergá-lo com mais atenção como forma de
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construir a categoria para marcas locais. “Em se organizando a distribuição, e isso está acontecendo, tem um monte de oportunidade”, acredita Renata. Para Marcelo Poppl, gestor de Categorias da Riachuelo, muitas marcas estão buscando caminhos alternativos, até porque o mercado de perfumarias não é muito pulverizado. “Por este motivo, considerando que o brasileiro gosta de testar novos produtos, existe um investimento importante para que novas marcas entrem no nosso mercado. Sentimos que o segmento ainda é carente de novos players”, acredita o executivo. Ele diz que, segundo a Abihpec, a penetração do segmento de perfumaria seletivo no Brasil é de cerca de 6%, contra 60% no mercado mundial. A chegada de novos entrantes como Riachuelo deu uma maior capilaridade na distribuição do mercado de luxo, sobretudo nas principais capitais e grandes centros. “Temos algumas redes regionais e outras nacionais, mas ainda há espaço para crescer, considerando os mais de cinco mil municípios brasileiros”, aponta o executivo da rede de lojas de departamento. Mas, existe também o varejo de lojas especializadas em beleza. Este é um mercado que pouca atenção deu à categoria – e ao qual as indústrias da categoria também pouco deram atenção, com raras exceções. Este mesmo canal também não trabalhava bem com a maquiagem, até bem pouco tempo atrás, quando as indústrias passaram a desenvolver projetos para melhorar o trabalho da categoria. E ainda existem as farmácias, canal consolidado como destino para várias categorias de beleza, que vem avançando na categoria de maquiagem, por exemplo; mas que ainda está muito distante da perfumaria. Na América do Norte e em países da Europa, especialmente no Reino Unido, as drugstores são pontos de venda tradicionais da categoria de perfumaria, inclusive com uma ampla oferta de marcas de luxo. Em muitos desses casos, a oferta é mais orientada para preço e conveniência, com uma experiência de compra, quando ela existe, que é em geral, muito inferior a dos canais mais tradicionais para o mercado de luxo. Mas, fato é,
especial Perfumaria que elas oferecem acesso a consumidores que não querem ir (ou pagar mais) até as perfumarias tradicionais ou lojas de departamento. E, abrem porta para outras marcas, mais acessíveis, que não interessam ou não tem espaço nos canais tradicionais. O varejo farmacêutico no Brasil é desenvolvido em relação à qualidade dos seus pontos de venda. Especialmente as grandes redes como Raia, Panvel, Venâncio e Drogaria São Paulo, que têm clusters de lojas que não devem a nada, a muitas perfumarias. E isso não é de hoje. Há cerca de dez anos, a operação local da Puig e a Droga Raia, empreenderam um projeto de construção da categoria no canal. Um dos problemas foi, justamente, a falta de um portfólio robusto de marcas que permitisse um trabalho realmente de construção da categoria, e não apenas de uma empresa dentro da categoria. No fim, com poucas marcas – além de três marcas de lifestyle e celebridades da Puig, participavam outras poucas como Ferrari e Gabriela Sabbatini – e dificuldades para o próprio consumidor acessar e experimentar esses produtos o projeto não foi para frente. Hoje o cenário é outro e os desafios, ao menos parte deles, já conhecidos. O que falta então para que o canal dê mais atenção à categoria? Ou que a indústria de perfumaria dê mais atenção a este canal? Um bom projeto, que envolva um bom número de marcas de perfumaria adequadas e com força para mostrar ao consumidor a “legitimidade” daquele canal para a venda desse tipo de produto. E as mudanças de hábito do consumidor podem ajudar nesse sentido. Olindo Cavenzan Jr., da Água de Cheiro, lembra que os varejistas do canal alimentar têm substituído os supermercados por mini-mercados, para atender a um público menor, numa área geográfica mais restrita. “Talvez uma parcela significativa dos consumidores não queira mais pegar o carro, se deslocar até o shopping, pagar estacionamento para ir comprar um perfume ou um presente. Talvez ele queira ir a uma loja próximo da casa dele e onde ele vai encontrar um bom gift set de R$ 100”,
o tamanho de cada canal Participação em valor dos canais nas vendas da categoria
Venda Direta
58,9%
Perfumarias/Franquias Presentes
7,9% 27,3%
Fonte: Kantar Worldpanel
exemplifica. E neste particular, pela sua capilaridade, o canal farma é uma mão na roda. Apenas as 24 bandeiras filiadas à Abrafarma, entidade que reúne as grandes redes do varejo farmacêutico, são donas de mais de sete mil pontos de venda. Claro que nem todos têm condições de receber uma área de perfumaria. Mas, se considerarmos apenas as mil lojas do canal que concentram cerca de 50% das vendas de dermocosméticos no País, o que em linhas gerais os qualifica como pontos de alto padrão, já é quase o dobro de unidades somadas de Renner e Riachuelo. Definitivamente, a indústria poderia quebrar um pouco mais a cabeça e, dentro das possibilidades da livre concorrência, trabalhar em conjunto para desenvolver esse negócio.
Mal cuidado Um dos motivos que levou muitas marcas, que lá atrás, tentaram trabalhar com a categoria no varejo multimarcas, a deixar o canal foi a falta de cuidado, que eles perceberam em relação a suas marcas. “Vimos que o produto foi bem aceito, mas, ao longo desses três anos, nos surpreendemos com a falta de cuidado com os nossos produtos e a nossa marca. Isso nos assustou, porque trabalhávamos com muito cuidado e perdemos a capacidade de dar conta de controlar essa exposição. Foi quando partirmos para a loja própria em 2009”, lembra Mônica Burgos, da Avatim. O mesmo processo foi vivido pela Mahogany, anos antes. “Existe um grande esforço necessário para o desenvolvimento da categoria e no varejo multimarca o discurso se perde um pouco”, lamenta Brian Drummond. O gerente de Marketing da empresa, acredita que
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existe uma oportunidade de crescimento no varejo, em especial nos canais seletivos e de departamento. Porém, as marcas internacionais prevalecem nesse tipo de loja e as marcas nacionais tem um trabalho mais dificultado. “Às vezes nem é o foco”, pontua. Em relação às perfumarias especializadas, Brian não enxerga nelas, hoje, um canal com condições de trabalhar uma perfumaria mais sofisticada de marcas nacionais. Muitos dos problemas de tratamento, digamos, não adequados à categoria no varejo têm a ver com a necessidade de capacitação que o mundo da perfumaria costuma demandar. Não é uma categoria tão facilmente explicável, como as de maquiagem ou mesmo de skincare, mais objetivas e concretas por natureza. “A maior dificuldade diz respeito ao nível de educação do treinamento. Perfume depende de explicação, de capacitação da mão de obra que vai trabalhar com a categoria”, conta Renata Aschar. A especialista desenvolveu um curso específico e gratuito, em parceria com a ETEC, justamente para atuar na formação de profissionais para atuar nessa área.
Experiência e experimentação Se os consumidores estão mais dispostos a experimentar cheiros e marcas novas (como tratamos na primeira parte desta matéria), é preciso fazer com que eles possam experimentar esse algo novo. Para isso é preciso que a indústria chegue até ele, de alguma forma. O Brasil não pode ser considerado um país avançado quando o assunto é a adoção de amostragem na perfumaria. Além de ser algo relativamente novo por aqui, existe uma questão de preços. Mesmo com o aumento de competidores e de opções de formatos disponíveis – do flaconete às etiquetas perfumadas –, o custo da ação é considerado alto frente ao perfil de preço e posicionamento das marcas locais no mercado. Mas, também, existe uma falta de conhecimento sobre como avaliar o retorno dessas ações e, principalmente, uma falta de cultura das empresas locais desse tipo de promoção, inclusive como forma de fazer suas fragrâncias mais tradicionais
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a especialista renata ashcar: a movimentação no varejo de perfumaria com a chegada de novos atores ao mercado abre muitas oportunidades. Inclusive para marcas locais. e antigas serem conhecidas por novos públicos, que nunca deram atenção para elas. Hoje, o pouco que é feito de amostragem costuma estar direcionado, basicamente, para os lançamentos. Neste ponto, ter o apoio de pontos físicos costuma ser um bom diferencial. No novo mundo omnichannel, a loja física continua sendo tratada como o principal ponto de experiência com a marca. “Na minha opinião, a experimentação física é preponderante para perfumaria”, acredita Brian, que conta que na Mahogany, o perfume é o produto mais experimentado nas lojas. Na mesma linha, Célia Anrelink, da L’acqua di Fiori diz que nada substitui a experimentação do perfume em sua forma original. “Outras formas de experimentação são muito boas e fazem toda a diferença quando você não tem nada. Mas com amostra física você tem um resultado muito superior. Fizemos uns lançamentos com cartelas olfativas com um resultado bom. Mas o flaconete ainda é o preferido. O problema é que ainda é muito mais caro”, lamenta a gerente da empresa mineira. No caso das empresas que operam na venda direta multinível, a remune-
ração mais agressiva do modelo leva os próprios consultores a investirem para que seus clientes experimentem as fragrâncias que eles vendem. “A estratégia de vendas do multinível permite que o consultor abra um frasco do perfume original e o use como tester, para oferecer a experiência real do perfume na pele aos clientes”, diz Julia Solomon, da Belcorp, que também trabalha com outros formatos de amostragem como cartelas e etiquetas perfumadas.
Estabelecendo vínculos A nova dinâmica dos canais traz a questão da experiência à tona, tão importante quanto o ponto de venda. A experiência está ficando mais importante ou mais relevante do que a marca. Isso cria mais oportunidades para novos players, que podem trazer inovações com mais agilidade. “Quem é novo tem espaço para adotar novos modelos de negócio e inovação sem olhar muito o modelo de curto prazo”, acredita Josi, da IFF. Principalmente para as empresas que têm uma proposta para um público mais específico, ou uma perfumaria mais original e autoral – que não precisa ser sinônimo só de nicho ou alto luxo
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–, contar com a possibilidade de canais digitais como o e-commerce e as redes sociais permite a elas estabelecer uma relação mais pessoal e interativa com o público. Mais do que só evitar os custos iniciais de uma ou mais lojas físicas, que leva muitas marcas novas a não conseguirem se sustentar no mercado até o negócio vingar, é a possibilidade de consultar sua história e se conectar com o seu público-alvo, criando uma comunidade ao redor daquela marca, apresentando conteúdo relevante para o consumidor sobre a marca, o perfume, o storytelling... Também não é que seja só colocar na rede e achar que a coisa vai acontecer sozinha. Elton, da Euromonitor, acredita que o e-commerce com fragrâncias, representa um desafio para novas marcas. A expectativa é que entre 2017 e 2022, as vendas de fragrâncias pelo comércio eletrônico cresçam, na média, cerca de 20% ao ano, índice inferior apenas ao que envolvem os produtos de cuidados masculinos. “Mas, a fragrância talvez enseje um pouco mais de dificuldade na sua discrição. Acho que no Brasil, o consumidor ainda quer ir a loja sentir o cheiro para saber como vai ficar na pele. Vejo o e-commerce mais para consumidores recorrentes daquela fragrância”, diz o analista. Além disso, o mundo digital demanda seu próprio expertise para ativar o negócio. É possível fazer um bom trabalho com menos recursos do que o necessário para sustentar uma operação física, mas é preciso investir também. E trabalhar numa operação que, na prática, não fecha nunca. Mas é fato que o modelo de compra se modificou muito e o consumidor perdeu bastante o medo de comprar pela internet. Agora, cabe às marcas chegarem a ele e se venderem da forma adequada, inclusive se valendo dos relacionamentos estabelecidos na rede para gerar experimentação para a marca, seja realizando eventos de experimentação reais para suas comunidades virtuais, seja mandando (ou porque não, vendendo) amostras ou flaconetes. A digitalização tem feito muito bem inclusive à venda direta mais tradicional, resgatando o aspecto do boca a boca, mas permitindo que as vendas sejam convertidas de qualquer lugar, pelo celular.
Express repaginando o visual Buscando trazer novas soluções para as necessidades da consumidora e inspirada nas tendências de produto do momento, a TRESemmé reformulou vários itens de seu portfólio. Além das reformulações, a marca também lançou novas linhas. O portfólio como um todo foi redesenhando pela marca. Agora, ele se dispõe em oito linhas específicas para cada necessidade do consumidor. São elas: Reconstrução e Força, Hidratação Profunda, Liso Keratina, Cachos Definidos, Detox Capilar e Baixo Poo + Nutrição. Além dessas sete linhas, a TRESemmé lançou a oitava, a nova TRESplex Regeneração. Ela age diretamente contra danos mais severos ao fio, protegendo e fortalecendo a estrutura do fio desde a fibra capilar. Ela possui efeito contínuo e progressivo e é composta por uma máscara pré-shampoo, shampoo e condicionador. Completando os lançamentos, a marca também trouxe uma nova linha de finalizadores.
Novidade quente A Enzz Cosméticos adicionou mais um produto para sua linha Enzimage System, que utiliza da tecnologia molecular para fazer com que enzimas ajam diretamente sobre os fios. O novo produto é o Bond Thermal Leave On, um tratamento que reconstrói os cabelos danifica-
Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. SAC: 0800 707 4471. Site: www.tresemme.com.br
dos por transformações capilares como coloração, descoloração, alisamento e procedimentos químicos, principalmente os que necessitam de ação de secadores ou chapinhas. A fórmula utiliza da biotecnologia para agir sobre as áreas que sofreram desnaturação proteica e perderam o aspecto hidratado. O leave on, além de hidratar melhor os fios, permite um efeito muito mais duradouro através de seus ativos que permanecem por mais tempo após a aplicação. Distribuição: profissional. Preço: R$ 180 (300 ml). SAC : (11) 2615-7182. Site: www.enzzcosmetics.com.br
Fios de platina e pérolas A Yamá lançou mais dois pós descolorantes em seu portfólio. Os produtos possuem um alcance de clareamento para até nove tons diferentes de abertura e contam com duas versões. O perolado possui extrato de pérolas em sua composição, com efeito muito mais intenso. Já o platinado neutraliza o efeito amarelado e alcança tons mais frios. Ambas as versões possuem pó azul, potencializando os tons menos quentes. O layout das embalagens também ganhou cara nova e estabeleceram uma identidade visual diferente, com apenas informações essenciais para o seu uso e de caráter mais tecnológico e profissional. Distribuição: perfumarias, farmácias e supermercados. Preços: R$ 6 (20 g), R$ 10 (50 g) e R$ 25 (300 g). SAC: (11) 4617-8950. Site: www.yama.com.br
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We are the catalyst for discoveries that spark the senses and transform the everyday.
Um novo momento para a IFF A casa investe em talentos, tecnologia e sustentabilidade para continuar trazendo inovação para o mercado
A IFF passa por um novo momento em sua
Pessoal sempre foi um foco da IFF em todas as
estrutura. Nomeada VP RGM de Fragrâncias para a
suas áreas. O investimento em talentos – perfumistas,
América Latina, Elena Novas é química por formação
avaliadores, experts em entendimento do consumidor
e conta com 25 anos de IFF. Em sua experiência
e de marketing – traz não apenas inovação, mas tam-
como Diretora de Criação e Aplicação desde 2004 e
bém agilidade e dinamismo para o nosso mercado. Na
como RGM para Consumer Fragrances desde 2016,
América Latina, a IFF tem reforçado os times comerci-
Elena gerenciou todas as áreas de criação e man-
ais e de marketing, sempre buscando criar maior diver-
teve uma posição de liderança na região.
sidade para gerar criatividade e um ambiente saudável.
As divisões de Fine Fragrances e Consumer
A IFF ainda vai além. Um projeto global de
Fragrances ganharam uma visão única do negócio
entendimento de consumidor construído internamente
e dos clientes, proporcionando sinergia e uma alo-
pela expertise dos times busca entender em profun-
cação inteligente de recursos que continuam a entre-
didade comportamentos, hábitos, atitudes e outros
gar a diferenciação core da IFF. O compromisso com
atributos do consumidor, auxiliando o processo de
criação e inovação, que são o coração da indústria
criação e seleção de fragrâncias e garantem asser-
desde sua origem, se manifesta através do investi-
tividade no produto final. A busca por inovação vem
mento em tecnologia e talentos.
também através de parcerias externas, como com o
MIT (Massachusetts Institute of Technology).
Novas moléculas inovadoras e ingredientes
naturais com alto padrão de qualidade de IFF|LMR agre-
Todos esses esforços se refletem em grandes
gam ainda mais valor aos produtos dos clientes. A IFF
criações para o mercado. Em perfumaria fina, a IFF
prioriza a sustentabilidade e responsabilidade social em
entende que a fragrância em si continua a ser o ele-
seus negócios, com ações globais e locais para diminuir
mento principal da indústria, responsável por entre-
impacto na natureza em toda a cadeia de produção e
gar a magia e o encanto que os consumidores bus-
agir em parceria com comunidades que trabalham nas
cam. Esses elementos estão sempre presentes nas
colheitas e próximas aos centros criativos.
composições da casa.
Express
Quinoa cítrica
Com toques cítricos e refrescantes, a Verbena, nova família de produtos da Nativa SPA tem a proposta de trazer cuidados pessoais para os consumidores da marca, com todos os produtos enriquecidos com o óleo 100% puro de Quinoa, conferindo maior hidratação. Já a Verbena busca aliviar o estresse dos consumidores com seu sensorial mais cítrico. Seu hidratante corporal possui micropartículas contendo a fragrância da linha, liberando-a assim que a pele for tocada após sua aplicação. O shampoo e o condicionador possuem uma fórmula que reduz a oleosidade dos fios, limpa o couro cabeludo e não resseca, além de manter a hidratação e o controle do ph dos cabelos. O body splash hidrata e mantém o aroma da fragrância no corpo. Por fim, a linha também traz uma versão líquida e outra em barra para seu sabonete, possuindo compostos hidratantes e de limpeza para as mãos. Distribuição: lojas próprias e e-commerce. Preços: de R$ 9,90 (sabonete em barra) a R$ 54,90 (body splash, 200 ml e loção hidratante desodorante corporal, 400 ml). SAC: 0800 41 3011. Site: www.boticario.com.br
Encanto de sereia
Pimenta grega Conhecida por seus produtos naturais e originária da Grécia, a Korres - que no Brasil é licenciada e operada pela Avon - lançou mais um item para sua linha Bath Oils. A nova fragrância Pimenta Rosa chega como mais uma opção para a linha que possuía já versões em Avelã, Leite de Coco, Nozes, Baunilha com Canela e Manjericão Limão. Os produtos são enriquecidos com manteiga de Karité, amêndoa, macadâmia e jojoba. É livre de parabenos e silicones, com rápida absorção pela pele e oferece hidratação através da criação de uma camada de proteção sobre a pele, deixando-a perfumada, com 24 horas de proteção. Distribuição: venda direta e e-commerce. Preço: R$ 58,90 (150 ml). SAC: 0800 956 7737. Site: www.korres.com
Encrenca em dobro A theBalm trouxe novos formatos e sensoriais diferentes para seus iluminadores Mary-Lou e Bonnie-Lou. Fazendo parte da família Manizer, os produtos têm toda uma identidade
A Ruby Rose Cosméticos apresenta sua primeira linha de séruns faciais para as necessidades de peles oleosas e secas. O Sérum Gotas de Encantamento (foto), voltado para peles oleosas, possui textura aquosa e não gordurosa, reduz a produção de sebo e ajuda na fixação de maquiagem, aumentando sua permanência no rosto no decorrer do dia. Sua fórmula possui ácido hialurônico, biotina, provitamina B5, ceramidas e fito extratos revitalizantes compostos por broto de bambu, shitake, ginseng, ginkgo biloba, aveia e gérmen de trigo, componentes que renovam os níveis de água do rosto. Já o Encanto de Sereia possui textura suave, com rápida absorção pela pele e, assim como o outro produto da linha, reduz a sensação áspera. Seu alto poder hidratante realiza a manutenção dos níveis de água da pele que, ao invés do outro sérum que reduz o sebo, ele possui ativos hidratantes mais potencializados. Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 17,40 (cada). SAC: atendimento@rubyrosemaquiagem. com.br. Site: www.rubyrosemaquiagem.com.br
visual baseada na época das pin-ups, colocando os próprios iluminadores como personagens de uma história, sendo irmãs criminosas, levando às embalagens ilustrações coloridas. O novo sensorial líquido busca oferecer outras formas de aplique do produto sobre a pele. Os produtos podem ser utilizados sozinhos nos olhos, maçãs do rosto e arco do
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cupido para intensificar o destaque do rosto desejado. Ou, quando utilizados com batom, adicionam brilho e cor ao visual desejado ou, uma vez misturados com um hidratante, primer ou base, confere um acabamento orvalhado radiante. Distribuição: lojas multimarcas e -commerce. Preço: R$ 119. SAC: (41) 3045-8584. Site: www.thebalm.com.br
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Express Sensualidade noturna O perfume Obelisk é um sucesso da Água de Cheiro e a marca lançou a versão Nuit, com tons e um posicionamento voltado mais para situações noturnas. Ele foi desenvolvido em parceria com a Casa de Fragrâncias Mane, pela perfumista Sophie Truitard. “Para a criação de Obelisk Nuit, busquei inspiração no poder da noite, no mistério e na sedução que a envolvem. A feminilidade e opulência de flores noturnas como a Dama da Noite, combinadas a florais exóticos como a Flor
de Lótus e a riqueza olfativa da Magnólia, com um toque de frutas vermelhas me ajudaram a traduzir de forma sofisticada e moderna um tema tão importante na perfumaria internacional e tão valorizado pelo consumidor brasileiro”, diz a perfumista. Distribuição: lojas próprias e e-commerce. Preço: R$ 98,90 (90 ml). SAC: 0800 723 5885. Site: www. aguadecheiroonline.com.br
Sedução sofisticada
A onda
Marca de cosméticos de posicionamento premium da Tupperware Brands, a Nutrimetics lançou uma nova fragrância com um conceito voltado para a mulher contemporânea. Trata-se de um chypre gourmand frutal, com notas de bergamota, cassis e amor em seu topo. Seu corpo leva uma combinação frutal de framboesa com pêssego, e, finalizando com tons mais adocicados, o Rosé acaba com musk e baunilha. O frasco segue a proposta de ser um perfume de classe para a mulher moderna. O vidro é transparente com tons marrons e arredondado, fazendo referência às curvas e à sensualidade feminina. Distribuição: venda direta e e-commerce. Preço: R$ 129. SAC: via site. Site: www.nutrimetics.com.br
Perfume que hidrata O Essencial, lançado em 1995, foi um dos grandes perfumes de sucesso da Natura, sendo um marco para o mercado brasileiro de perfumaria. Inspirada nesse sucesso todo, a marca lançou o Hidratante Corporal Perfumado Essencial. Com toques intensos, formado por um buquê floral de jasmim oriental, violeta e outras flores, junto ao musk, sândalo e caramelo, trazendo toques amadeirados ao fundo. Além da fragrância de sucesso conhecida do perfume original, o hidratante traz uma fórmula rica em nutrientes e de rápida absorção pela pele, deixando-a com um toque aveludada e iluminada. Distribuição: lojas próprias, venda direta e e-commerce. Preço: R$ 74,90 (200g). SAC: 0800 115 566. Site: www.natura.com.br
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A Kenzo, conhecida por seus perfumes sofisticados, lançou sua mais nova fragrância, Aqua. Criada pelos perfumistas Ane Ayo e Phillipe Romano, ambos da casa Drom, a fragrância possui sua versão masculina e feminina. O Aqua Kenzo Pour Femme possui toques de tangerina, groselha verde e folhas de framboesa, além da sensualidade trazida pelas pétalas de magnólia. Num todo, é um floral de toques frescos e sensorial brilhante. Já o Aqua Kenzo Pour Homme traz para o homem toques mais amadeirados e bem contrastados. O sândalo com folhas de avelã, aliados à pimenta rosa, maçã e bergamota contribuem para a composição de uma fragrância aromática aquática. O design de ambas embalagens remetem à água, principal conceito do perfume, com o verde para ela, o azul-cobalto para ele, ocupando o vidro e criando assim dois blocos de cores. O frasco faz referência à xilografia A Grande Onda, por Hokusai, dentro de uma pirâmide invertida, símbolo alquímico da água. Distribuição: seletiva. Preço: a consultar. SAC: clientservice@kenzoparfums.fr. Site: www.kenzparfums.com
inside beauty por Jenifer Vieira
Questão de tempo
o papel da indústria nas diferentes etapas da vida do consumidor
Jenifer Vieira. Especialista em comportamento humano jenifervieira@cusmaneditora.com.br
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erta vez estive em uma coletiva de imprensa - lançamento de uma marca... A empresa convidou uma influencer para abrilhantar o evento. Essa influenciadora, jovem, estava em destaque na época, por ter assumido seu cabelo natural – lindas madeixas cacheadas, de cor castanho avermelhado. Ela dizia estar muito feliz e se achando linda com seus cabelos naturais e, de certa forma, tentava, com seu entusiasmo, convencer os presentes de que se assumir é libertador. Por outro lado, alguns presentes, encantados com a satisfação da jovem, comentavam sobre pessoas conhecidas que haviam nascido com lindas madeixas, porém, insatisfeitas, a transformaram em uma cabeleira totalmente diferente...
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O fato é que ninguém escolhe o corpo em que vai nascer: sua cor, seu formato, sua altura... O corpo é uma dádiva, um presente – a ferramenta para vivermos aqui. A maneira como vemos o nosso corpo e de como o aceitamos, vai depender das experiências que vivenciamos (a performance do corpo nessas diversas situações da vida) e da maneira como, as pessoas presentes nessas situações, reagiram a ele. Então temos o período em que descobrimos o nosso corpo, em que nos percebemos nele. Logo depois vem outro, em que passamos a compará-lo, analisá-lo e talvez até criticá-lo. Existe o tempo de entendimento – que é aquele em que resolvemos nossas pendências com o corpo (ou pelo menos, tentamos); então modelamos, decoramos, enfeitamos, pintamos... Enfim, externamos o que queremos ou, por assim dizer, como nos vemos. Corrigimos o que achamos que atrapalha – uma mancha, cicatriz, olheira, pinta, celulite, estria, pouco cabelo, cabelo enrolado... Ufa!!! Isso nos tira um peso. Nos faz sentirmos mais bonitos, mais vivos. E existe o tempo em que fazemos as pazes com a história, fazemos as pazes com o nosso corpo e, de repente, pintar não faz mais sentido. Talvez enfeitar também não faça. Para a influenciadora, ainda bem jovem, talvez tenha sido fácil e rápido, por ela não ter tido uma história tão conturbada com seus cabelos cacheados. Tudo é uma questão de tempo – o tempo de cada um. O importante é que para cada tempo, existem soluções libertadoras. E a indústria deve estar pronta para apoiar seus consumidores a seguirem seguros com suas escolhas, lembrando que a humanidade é comum a todos, independentemente do tempo, da forma, da cor e da história de cada um.
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Dia 30 de outubro, no Teatro Bradesco, a mágica estará no ar... Profissionais fantásticos serão homenageados. Empresas incríveis, prestigiadas. E aqueles produtos que fazem a diferença para o consumidor, premiados com o mais tradicional e importante troféu do mercado. O grande encontro do setor - o Oscar da beleza e da perfumaria na América Latina vem aí! SALVE ESTE DIA
30 /10/2018 A mágica estará no ar!
Reconhecendo quem faz a mágica acontecer Patrocíno Diamante
Patrocínio Ouro
Iniciativa
Garanta seus ingressos: 11 3392-2584/premioatualidadecosmetica@cusmaneditora.com.br
Apresentado por:
influenciadoras dO BEAUTY VIP CLUB: curadoria para encontrar as influenciadoras mais adequadas para os diferentes objetivos das marcas.
Para profissionalizar o canal O Beauty Vip Club nasce para ajudar influenciadoras digitais e marcas a se prepararem para avançar num mercado que precisa, e vai, se profissionalizar muito rapidamente
D
e blogueiras, youtubers, instagrammers e afins o mundo da beleza está lotado. O sucesso estrondoso de alguns nomes que foram do nada à fama nas redes sociais em questão de poucos anos (meses em alguns casos), parece ter sido suficiente para atiçar o subconsciente da sociedade, especialmente entre os mais jovens. Ser youtuber virou uma daquelas profissões que as crianças sonham em seguir no futuro, como jogador de futebol ou cantora.
A importância das influenciadoras digitais para as marcas é facilmente explicada pelos hábitos dos brasileiros. São mais de 130 milhões de usuários conectados a rede, sendo mais de 120 milhões via mobile. Por aqui, cada usuário passa, em média, 9 horas do seu dia conectado. Ao longo dos últimos anos, as influenciadoras digitais, alcançaram status de celebridades e autoridades em beleza, graças à relação de confiança estabelecida junto aos seus seguidores, que enxergam nelas uma fonte de
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informação segura, com credibilidade e, principalmente, autentica e verdadeira. É nesse cenário que a Carla Bianchi Comunicação apresenta ao mercado o Beauty Vip Club, uma agência de marketing digital que tem como principal missão ajudar marcas a engajar e ativar o público, através de influenciadores digitais. Usando sua expertise exclusiva, a agência desenvolve e executa estratégias de marketing de influência criativa, para ampliar a história das marcas e alcançar milhares de pessoas.
A jornalista Carla Bianchi, fundadora da agência, foi uma das primeiras a enxergar a importância que as influenciadoras digitais poderiam ter na estratégia de comunicação das empresas de beleza. Ainda em 2010, foi ela quem estabeleceu a credencial para blogueiras (a primeira geração de influenciadoras) participarem da Beauty Fair, a principal feira de beleza da América Latina. O desenvolvimento do Beauty Vip Club aconteceu ao longo dos últimos dois anos, à medida que Carla entendeu que o papel das influenciadoras ganhava cada vez mais relevância. “As marcas não querem mais contratar uma supermodelo e simplesmente colocar um anúncio na capa da revista para ela “vender” o produto. Elas acreditam mais em criar narrativas e estabelecer relações verdadeiras. E a comunicação tem que refletir isso”, diz a fundadora.
Um mercado que precisa se profissionalizar Ao mesmo tempo, a empresária também enxergou a necessidade de criar condições para que elas evoluíssem de um modelo amador para uma estrutura profissional. “No momento em que decidem estabelecer um vinculo profissional com as influenciadoras, as marcas precisam de segurança e confiabilidade. Tanto de que o conteúdo será veiculado como combinado e que as informações serão transmitidas de forma correta; como a de que estão lidando com pessoas sérias, que operam dentro das leis e das regras de negócios estabelecidas”, diz Carla. A empresária acredita que essa profissionalização será fundamental para que as marcas consigam avançar de forma sustentada no trabalho com elas. O Beauty Vip Club conta com um grupo de profissionais especializados que vão ajudar as influenciadoras a se desenvolver profissionalmente. Com a ajuda de espe-
cialistas em coaching, a agência vai atuar com elas para descobrir os talentos e qualidades que podem ajudá-las a se destacar junto a uma determinada faixa do público, um segmento do mercado, ou, até, para um perfil específico de marca. Esse direcionamento é importante porque as marcas também estão cada vez mais segmentadas e criando produtos para atender necessidades cada vez mais específicas das consumidoras.
Buscando o que há de único Com tantas influenciadoras atuando no mercado de beleza, é importante encontrar em cada uma características que a permitam se destacar em meio a milhares de outras influenciadoras, que acabam tornando o mercado cheio de “mais do mesmo”. “Nosso trabalho é ajudá-las a achar seu caminho”, conta Carla, que já viu casos de influenciadoras se esforçando para mudar o sotaque, o visual, tentando ficar mais parecida com um determinado padrão, quando, na verdade, eram as características originais dela que ofereciam um grande diferencial para ser trabalhado, inclusive em aspectos regionais. O Beauty Vip Club oferece às influenciadoras da agência todo o suporte para lidar com temas mais burocráticos do negócio, como formatação de contratos e questões fiscais; e também, no direcionamento e na evolução do próprio trabalho delas. Também serão fornecidas dicas de redação, postura e relacionamento; oportunidades de aproximação com profissionais conceituados no mercado e networking com todos os públicos de interesse do segmento; além do acesso a conteúdos exclusivos de ações nacionais e internacionais. Cada influenciadora assessorada terá acesso às marcas mais atuantes do mercado e principais eventos do setor.
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Curadoria para as marcas Com milhares de influenciadoras digitais atuando no mercado de beleza, identificar com quais ela deve trabalhar em cada situação é um desafio bastante relevante. E aí, só olhar para os números de seguidores, visualizações ou curtidas costuma ser o caminho mais curto para jogar dinheiro fora. “Pode ser que uma menina com menos seguidores fale de forma assertiva com um nicho mais importante para aquele produto. É o nível de engajamento que aquela influenciadora gera para aquela marca que quer falar com um perfil de público mais específico que realmente conta”, acredita Carla Bianchi. Para acertar na decisão, é preciso conhecer e estudar bem o perfil de cada uma delas, para saber se o público e o tipo de comunicação que ela faz combinam com o que a marca precisa naquele momento. Essa é uma grande vantagem que o Beauty Vip Club oferece para as empresas. “Temos, além da expertise, a facilidade de conhecer e nos relacionarmos com muitas influenciadoras há bastante tempo”, afirma. A nova agência digital vai auxiliar as indústrias e varejistas de beleza com uma curadoria exclusiva para revelar talentos, eleger porta-vozes ou estabelecer parcerias para atingir um número cada vez maior de pessoas (e potenciais consumidores). Esse é uma demanda já sentida na Carla Bianchi Comunicação, mesmo antes do lançamento da agência digital. “Muitas empresas que gerenciam internamente seus canais nas redes sociais têm nos contratando para fazer ativações de produtos com as influenciadoras, eleger embaixadoras e gerar engajamento com elas. A área de Marketing das empresas não tem nem tempo, nem condições de conhecer todas as influenciadoras. Para nós, isso é o dia a dia”, conclui Carla.
Categoria Cabelos/Efeito Cinderela
E de repente... Casando com o anseio de uma consumidora que vive presa a um dia a dia corrido e busca itens que tragam rápidos resultados, produtos que prometem um efeito imediato aos cabelos ganham força dentro da já agitada categoria de Haircare >>> rafael mendonça
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om ou sem a informação correta, a mulher sempre busca um item que esteja de acordo com o seu tipo de cabelo. Mais do que isso, ela está atrás mesmo é de algo que possa resolver o problema dela ou proporcione o resultado almejado como que num passe de mágica. De fato, esta é uma premissa que vale para qualquer cosmético, porém, com cabelos, isso ganha contornos ainda mais relevantes por se tratar de um dos principais patrimônios da mulher brasileira. É sem dúvida a parte do corpo em que ela mais investe.
CABELO TRATADO À BASE DE QUERATINA: produtos com efeito imediato para os cabelos estão mais relacionados ao resultado sensorial que à percepção visível de alteração dos fios.
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EM POUCOS MINUTOS: indústria já oferece produtos que prometem tratamento dos fios em instantes.
Diante de uma consumidora que vive uma rotina corrida e anseia por resultados mais rápidos de um produto capilar, a indústria passou a desenvolver itens que agissem e trouxessem um resultado praticamente imediato, instantes após o uso. Alguns desses produtos chegam a prometer ação instantânea e o seu resultado se dá durante algum tempo apenas, quase que como um “efeito cinderela”. O termo, inspirado nos contos de fada, foi incorporado primeiro na categoria de Skincare, para designar produtos que oferecem ação imediata e sustenta o resultado por algumas horas, até as 12 badaladas do relógio, por exemplo.
Associação do conceito
Embora se aproprie de um termo que se popularizou na categoria facial, há diferenças gritantes quando comparamos os produtos considerados de “efeito cinderela” desta categoria com os que são indicados para os cabelos. De cara, a distinção inicial que fazemos diz respeito ao aspecto visual, afinal, num primeiro momento, ter a sensação de que o resultado veio imediatamente acontece ao bater o olho e ver o que mudou. Em Pele, itens como os que trazem efeito instantâneo à face também apresentam uma resposta plenamente visível, facilmente comprovados com um famoso comparativo de “antes e depois”. E mesmo que esses produtos busquem proporcionar benefícios a longo prazo
também, seu principal atributo é digno do conto da Cinderela, ou seja, trazer uma ação imediata à pele, mas apenas por um período, não mais do que isso. Depois desse tempo indicado, “a carroça vira abóbora”. Com os cabelos, este conceito muda um pouco de figura e o resultado percebido de um produto que visa trazer efeito imediato para os fios está muito mais ligado ao sensorial do que ao visual. Para Alan Tristão, gerente de Marketing de Haircare da Chemyunion, na categoria Capilar os produtos de efeito imediato ou “efeito cinderela” precisam trazer percepções ao toque, basicamente a suavidade e o desembaraço, isso tanto com os fios molhados como secos. “Depois, quando o cabelo seca, acho que os atributos continuam sendo os mesmos, principalmente se o cabelo vai estar sedoso, brilhante, macio, se vai estar com balanço, se não vai ter frizz, se estará alinhado e se terá essas características por um bom tempo”, situa. O gerente de Marketing da Chemyunion lembra que as brasileiras costumam associar a hidratação capilar ao brilho e desembaraço. “A consumidora final não avalia, por exemplo, se de fato as cutículas foram seladas. Ela não consegue ver isso. Então, a relação que elas fazem é que ‘o produto que vai reparar o meu cabelo é um que vai deixá-lo desembaraçado e com brilho’”, diz. Outro ponto distinto quando comparado a Skincare é justamente o tempo
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de duração, citado por Alan. Se para um poduto de pele para este fim o intuito é promover uma ação por um tempo determinando (normalmente até no máximo oito horas), um item de “efeito cinderela” para os cabelos deve manter esses aspectos citados ao menos por um período que corresponda a um dia inteiro de trabalho, por exemplo. Mas há diferentes tipos de produtos dentro desse mesmo conceito, como veremos adiante.
Cuidados nem tão à vista
Partindo do princípio de que não há milagre, a dermatologista Fernanda Nichelle faz uma ressalva quanto a composição de produtos como os de “efeito cinderela”. Para ela, itens como esses que se vendem até como “milagrosos” podem conter ingredientes em sua composição de forma saturada, o que pode ser prejudicial para os fios em determinado momento. “Isso pode ser silicone, por exemplo, que num primeiro momento dá um brilho lindo para o cabelo, mas a longo prazo é como se entupisse o fio e isso de fato mais prejudica do que melhora. Ou muitas vezes esse brilho pode ser derivado de um produto mais ácido, um exemplo é o do vinagre, que deixa o cabelo mais brilhoso por conta de um pH muito ácido. Produtos com uma acidez maior vão deixar o cabelo mais brilhoso, mas a longo prazo isso preocupa, porque pode deteriorar o fio”, alerta. Ela dá como exemplo a
Categoria Cabelos/Efeito Cinderela dermatite seborreica, uma doença de pele atópica que também se manifesta no couro cabeludo e pode ser agravada pelo excesso de oleosidade, que pode ser gerada pelo uso indiscriminado de produtos saturados. Adriano Pinheiro, diretor Executivo da Kosmoscience, acrescenta que o risco de excesso de ingredientes vale para qualquer produto capilar, não apenas para os que prometem efeito imediato. Ele lembra que isso depende das composições de cada fabricante. “Mas a consumidora deverá ficar atenta à questão relacionada ao pH dos produtos, evitar uso caseiro de produtos que apresentam pH extremo, ou seja, muito ácido ou muito alcalino. Ao mesmo tempo evitar produto com alta concentração de materiais graxos, que muitas vezes podem incorrer em coceira do couro cabeludo. Por vezes, é necessário um olhar específico com os silicones empregados, de maneira a reduzir o depósito acumulativo deste material sobre os cabelos”, acrescenta. Alan, da Chemyunion, concorda que, para se entregar benefícios em um curto tempo, talvez seja necessário aumentar a concentração de alguns ingredientes. Porém, aponta como alternativa o uso de matérias-primas de alta performance, sem que necessariamente precise aumentar sua concentração. Ainda assim, admite que podem restar alguns resíduos que são prejudiciais ao couro cabeludo. Ele recorda o que aconteceu com o co-wash, técnica que se popularizou no mercado e que consiste em lavar os cabelos apenas com condicionador, visando recuperar a vitalidade e a saúde dos fios, sem ressecá-los. Conforme as pessoas começaram a lavar os cabelos apenas com esta técnica, houve o efeito build up, que é o acúmulo de resíduos de produtos na fibra capilar. “E dentro dos produtos com efeito imediato, este risco pode sim acontecer, se estiverem colocando dentro do produto uma quantidade um pouco aumentada de ingredientes para se ter performance”, sinaliza.
Imediatos e distintos
É preciso esclarecer que existem dife-
rentes tipos de produtos que podem usar esta alcunha. Quando um item se propõe a restaurar ou reidratar imediatamente, ele terá de ter em sua composição ingredientes que de alguma maneira ajam na estrutura capilar. Sendo assim, a percepção de resultado rápido se dará da forma que foi dita, via sensorial, sem que necessariamente se altere o visual de cara, mas tendem a trazer benefícios aos fios a um prazo mais longo também, conforme seu uso. Mas há aqueles que buscam trazer um efeito imediato de fato, com uma transformação temporária. Um exemplo são itens que prometem alisar os fios por um tempo e conforme o cabelo vai sendo lavado, ele volta à sua característica natural. Esta é a proposta do produto 7 Dias Liss, da La Bella Liss, companhia que conta com uma série de itens que visam trazer efeito imediato aos fios. O 7 Dias Liss é um leave in criado com o intuito de deixar o cabelo liso e alinhado por até sete dias. Segundo Danielle Fernandes, diretora da La Bella Liss, este produto não altera a estrutura dos fios, pois forma uma película que mantém o cabelo liso e alinhado. À medida que ele vai sendo lavado, retorna ao aspecto anterior. Ela conta ainda que o 7 Dias Liss foi criado porque a mulher atual realiza multi tarefas e precisa se cuidar com um produto prático e eficiente. “A consumidora é uma mulher inteligente, então precisa de um produto de qualidade e que traga resultados rápidos. Elas sabem o que quer, e por isso lançamos 7 Dias Liss. Uma pesquisa nos mostrou esse indicador”, relembra. O ativo principal do 7 Dias Liss é a Turmalina Branca, que juntamente ao pH baixo, faz com que as cutículas sejam seladas e fiquem protegidas da ação térmica do secador e da chapinha. A própria companhia trata este produto como uma “poderosa escova temporária com efeito Cinderela”. A La Bella
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ATÉ SETE DIAS: finalizador sem enxágue da La Bella Liss proporciona efeito liso por um período apenas.
Liss conta ainda em seu portfólio com o item Progress no Chuveiro, que também promove efeito liso temporário, mas possui mais uma ação de tratamento. Já o 7 Dias Liss é um finalizador sem enxágue, que proporciona efeito liso por até uma semana, de acordo com o tipo de cabelo e a quantidade de lavagens nesse período. Já produtos com o objetivo de oferecer um tratamento com efeito imediato são encontrados em maior quantidade no mercado. É possível afirmar que uma das principais percursores deste tipo de produto foi a Pantene, com suas ampolas desenvolvidas para trazer efeitos imediatos aos fios. Quando apresentou, ainda em 2011, a ampola 3 minutos milagrosos, a marca da P&G movimentou o mercado e abriu caminho para o lançamento de diversos itens com este propósito. Desde sua primeira versão, a ampola passou por algumas transformações e já ganhou diversas versões, sendo que “3 minutos” acabou virando uma linha, com o Condicionador 3 minutos milagrosos sendo o seu lançamento mais recente, realizado no ano passado. Mais recentemente, foi a vez de outra multinacional se aventurar neste segmento dentro da categoria Capilar. A Unilever, com Dove, lançou uma Linha de Super Condicionadores que promete recuperar a saúde dos cabelos em apenas um minuto. A linha é apresentada com três fatores de nutrição, sendo que cada um deles oferece uma combinação específica de glicerina, silicone, hidratantes e tecnologia Microsheet que, segundo a marca, possui uma mi-
Categoria Cabelos/Efeito Cinderela croestrutura mais resiliente ao enxágue que age com o fluxo da água afastando os fios de cabelo, facilitando seu desembaraço e alinhamento. De acordo com a Unilever, a Linha de Super Condicionadores foi desenvolvida especialmente para os cabelos que precisam de cuidados mais profundos e podem substituir o condicionador regular no uso diário, se houver necessidade de um tratamento mais intenso. Neste mesmo caminho, a Niely apresentou há pouco tempo o Condicionador Bomba, que também age em um minuto. Com quatro versões, busca oferecer uma performance profunda em pouco tempo de ação e pode ser usado diariamente após o shampoo. Segundo Isis Provençano, gerente de Produto da marca que agora faz parte da L’Oréal, este condicionador possui uma fórmula rica em agentes condicionantes, ideal para fortalecer, reconstruir e reduzir quebra, conferindo mais maciez e brilho, além de ser livre de silicones e parafinas. “Hoje, as mulheres têm cada vez menos tempo no dia a dia e vimos que simplificar sua rotina de cuidados com os cabelos era uma oportunidade. E o condicionador bomba é um produto super relevante para a nossa consumidora, pois se encaixa perfeitamente em sua rotina corrida. É um tratamento mais profundo que o condicionador comum, que age em pouquíssimo tempo e não necessita um desembolso tão pesado”, aposta. A categoria de Haircare sempre recebe uma enxurrada de novidades e os produtos que “vendem” efeito imediato podem começar a ganhar um espaço ainda mais interessante, sobretudo pela atuação de companhias que têm força para ditar tendências. A consumidora que busca este tipo de produto só precisa ter conhecimento de que itens para este fim podem trazer mudanças que são temporárias, sem comprometer a estrutura dos fios, numa espécie de “maquiagem capilar”, como esses que trazem um liso instantâneo, assim como há produtos que visam recuperar os fios imediatamente, mas agem com o viés de tratamento. Esta movimentação pode agitar ainda mais o já agitado mercado capilar.
Opções de soluções de ativos para produtos que buscam proporcionar um efeito imediato aos cabelos:
Belsil P110 WACKER/Focus
RESYSTHYAL Sarfam
Aplicação: Spray, pump, pomadas capilares, shampoo a seco e pó modelador. Claim: Boa retenção e flexibilidade dos cachos com efeito reversível, de encaracolados para liso. Mecanismo de ação: Polímero Híbrido para Modelagem Capilar e Proteção Térmica. Combina as fortes propriedades de fixação de uma resina de modelagem de cabelo com propriedades típicas de silicone, como maciez e sedosidade. Ótima retenção de cachos em alta umidade (23°C/ 90% RH com 6% de Belsil P1101) e sua tecnologia garante que o processo seja reversível, sendo possível ter cabelos lisos alinhados ou cachos modelados com um único produto. Dosagem: 6% INCI name: Alcohol, Crotonic Acid/ Vinyl C8-12 Isoalkyl Esters/ VA/Bis Vinyldimethicone Crosspolymer Mais informações: (11) 2676-3111 comercial@focusquimica.com
Aplicação: Shampoo, condicionador, leave on, balms, séruns, tônicos capilares. Claim: Flash Repair Antiaging. Mecanismo de ação: Promove intensa hidratação e selamento da cutículas (+189%). Fortalece de forma rápida e instantânea as fibras capilares, aumenta significativamente o brilho e resistência. Volume natural, maciez, re-texturização e secagem rápida são excelentes atributos sensoriais deste ativo. Diferenciais: Ativo antiaging, derivado do ácido hialurônico que restaura profundamente e novos estudos comprovam sua eficácia Anti-Poluição. Dosagem: 1,5 a 3,0% INCI Name: A consultar Mais informações: (11) 2114-0402 / sarfam@sarfam.com.br/ sarfam.com.br
Seriseal Chemyunion
Aplicação: condicionadores e cremes de tratamento. Claim: reversão imediata dos danos, brilho e maciez intensos. Mecanismo de ação: partículas catiônicas de sericina de alta afinidade pelos cabelos selam as cutículas, normalizam o relevo capilar e promovem brilho e maciez intensos. Diferenciais: tecnologia de delivery system que aumenta afinidade de sericina pelos cabelos. Dosagem: 1% - 5% INCI: Water (and) Polyquaternium-7 (and) Sericin (and) Guar Hydroxypropyltrimonium Chloride (and) Cetrimonium Chloride (and) Behentrimonium Chloride Mais informações: (15) 2102-2027 / alan.tristao@chemyunion.com
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SILSOFT* CLX-E Cosmotec
Aplicação: Hair Care Claim: Condicionamento dos fios e reparo de danos, efeito liso progressivo e duradouro. Mecanismo de ação: Silicone especial com ação condicionante que possui uma porção reativa. Essa porção faz ligações cruzadas entre si quando há perda de água, formando uma película protetora, o que confere longa duração do efeito liso mesmo após várias lavagens. Diferenciais: Silicone reativo que forma um filme hidrofóbico sobre a fibra capilar, proporcionando reparo da fibra e efeito liso térmico progressivo e de longa duração. Promove alinhamento dos fios, efeito antiumidade e redução de volume e frizz mesmo após lavagem, além de redução do tempo de secagem e selagem de pontas duplas. Dosagem: De 0,7 a 6,7% em shampoos, condicionadores, máscaras, ampolas, reparadores de pontas e finalizadores capilares. INCI Name: Dipropylene Glycol (and) Polysilicone-29 Mais informações: (11) 2027-1100 / www.cosmotec.com.br
cATEGORIA Cuidados com os Pés
Um passo de cada vez O mercado voltado para os pés, mesmo que já existente há alguns anos, encontrava algumas dificuldades. Hoje, principalmente com a maturação no exterior, já enxerga uma melhora no entendimento e na demanda de produtos desse nicho >>> Gabriel Oda
U
ma série de partes do corpo vêm à nossa mente quando pensamos em cuidados cosméticos. Cabelos, rosto, pele, mãos, só para ficar entre os mais lembrados. Já é uma hierarquia estabelecida dentro da própria cultura brasileira, que se direciona para o sucesso dessas categorias e talvez uma das mais renegadas seja a área dos pés. Trata-se de uma parte do corpo muito menos à vista e cujo impacto de sinais de envelhecimento, citando apenas como exemplo, não seja tão chocante como os presentes no rosto ou mãos, principalmente pelo fato de estarem visíveis. Entretanto, produtos para pés e algumas marcas, sejam especializadas ou não nesta área, já representam uma categoria de alcance considerável. Segundo pesquisa realizada pela Mintel, cerca de 53% dos brasileiros utilizam produtos como loções hidratantes e esfoliantes para o corpo diariamente. Desse número, um total de 12% desses consumidores fazem uso de produtos para os pés. Ou seja, o market share da categoria de Footcare fica em torno de 6%. Apesar de não muito expressivo quando comparado a grandes categorias de massa e velhas conhecidas do consumidor, é um mercado de porte razoável e expansível.
O cuidado com os pés, ao contrário do que possa se pensar no primeiro momento, não é algo novo. A grande questão é que eram produtos de certa forma marginalizados, muito por conta das indústrias e marcas que os produziam que, de forma justa ou não, não possuíam tanta credibilidade com o restante do mercado ou junto ao consumidor. Muitas vezes, existia um produto aqui e outro ali atendendo ao mercado, mas não uma marca com linhas centralizadas, especificamente voltadas para esta categoria, atendendo-a completamente. No Exterior, principalmente na Europa, o mercado para os pés demonstra que há, sim, potencial para que o consumo doméstico possa ser explorado. Na Alemanha especificamente, em 2016, a indústria de Footcare teve um total de 190 milhões de euros em vendas. Dentro do mercado alemão, a categoria teve um desempenho melhor até do que produtos depilatórios, pré e pós barba e da categoria de babycare, por exemplo. Vale ressaltar, porém, que existem diferenças na regulação e no posicionamento dos produtos. Nos mercados exteriores, como o europeu por exemplo, o licenciamento é voltado para algo mais medicamentoso. Já por aqui, a maioria dos produtos são licenciados pela Anvisa
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como cosméticos, tendo um acesso diferente e podendo ser consumido mais livremente, por assim dizer. Existe também o fato de o Brasil não ser um país uniforme e homogêneo. As diferenças culturais, climáticas e econômicas implicam em hábitos diferentes de consumo de região para região. Essa diferença cultural se reflete também em como cada mercado regional enxerga, entende e busca atender às necessidades que seus pés possuem. Por exemplo, problemas com fungos são muito mais comuns em ambientes úmidos e fechados, tornando mais suscetíveis ao aparecimento de micoses em pés que permanecem mais tempo em sapatos fechados, se comparados com aqueles que fazem maior uso de sandálias, chinelos ou calçados abertos em geral. Portanto, o estudo do consumo comum daquela região é importante para justamente identificar oportunidades, desenvolver produtos para atender àquele público ou posicionar mais contundentemente itens já existentes no portfólio que atendam àquela necessidade, mas que ainda não emplacou de fato naquela região.
Atenções por gênero Mesmo que a maior parte do mercado cosmético ainda atenda ao público femi-
tar mais atenção quanto ao aspecto que seu pé ficará. Não que o homem sairá de chinelos com seus pés esbranquiçados, mas a não ser que não se trate de uma região mais quente e/ou no litoral, a mulher tende a passar mais tempo com os pés à mostra. “Percebemos que mesmo sendo um sucesso entre homens e mulheres, o nosso polvilho era evitado quando elas usavam alguma sandália ou algo assim. Foi a partir daí que entendemos que existia uma diferença nos cuidados”, conta Sissi Freeman, diretora de Marketing e Vendas da Granado, que conta com uma série de itens voltados para o cuidado com os pés. “Fomos criando outros produtos, criamos a linha Pink que tem um sensorial diferenciado, e depois fomos começando a mapear outros tipos de demanda, diferenciando, mas não excluindo nenhum dos dois”, completa.
Meios de propagação nino (ainda considerando o crescimento da categoria masculina), os cuidados com os pés não é unicamente tido como importante por mulheres. Na verdade, pode-se dizer que é uma categoria democratizada, uma vez que muitos produtos existentes ou possuem versões alternativas para ambos os sexos, com fragrâncias e identidades visuais diferentes, ou produtos com uma única versão, abarcando as necessidades de ambos de forma unissex. Entretanto, mesmo que ambos os sexos sejam engajados com esse tipo de cuidado, é importante atenção para algumas particularidades que a demanda feminina possui e se diferencia da masculina. Por exemplo, na utilização de produtos para o mau cheiro ou excesso de suor, itens em pó são comumente usados e vendidos com a indicação de combater esses problemas. Porém, em um ambiente profissional, o homem dificilmente utilizará algum calçado aberto ou algo que deixe seu pé à mostra. Ele simplesmente aplicará o produto, colocará seu calçado e só irá retirá-lo ao final do dia, diminuindo sua preocupação com algum aspecto esbranquiçado. Já a mulher muitas vezes pode utilizar as famosas rasteirinhas ou alguma sandália no seu trabalho, fazendo-a pres-
Ainda que uma porção pequena, existe já uma base de consumidores cuja compra de produtos específicos e direcionados ao cuidado com os pés é um hábito dentro de seus cuidados. Essa base possui suas demandas bem estabelecidas, requerendo produtos como hidratantes, esfoliantes e outros itens já existentes, mas assim como qualquer outra área da indústria, é importante manter um grau, no mínimo, razoável de inovação. Produtos novos, de qualidade e com conceitos bem alinhados tendem a não somente terem sucesso com o consumidor já fidelizado da marca, mas como também poderá atrair novos indivíduos interessados em seus benefícios e que possam ser convertidos em consumidores regulares. “Dá para adaptar vários conceitos de sucesso, sim. Tem uma gama de coisas que são feitas para o restante do corpo que você pode facilmente trazer para os pés”, afirma Rodrigo Menezes, coordenador Comercial da Decreina, marca especializada da categoria e de forte presença no canal Profissional. “Mas são etapas, primeiro as pessoas precisam entender que precisam cuidar dos pés”, ressalta. Ou seja, inovação tem sim grande importância, mas é essencial considerar que Footcare não é uma categoria que possui muito espaço em si. Deve-
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-se ponderar, portanto, até que ponto as indústrias e marcas envolvidas num mercado de share reduzido podem se dar o luxo de investir grandes quantidades de recurso no desenvolvimento de produtos e tecnologias novas. O foco principal, pelo menos no momento, é a maturação desse mercado. Segundo ainda a pesquisa realizada pela Mintel, 24% dos brasileiros que usam loções hidratantes esfoliantes, o fizeram cuidando das mãos. Se comparado ao uso nos pés (12%), representa o dobro de penetração. Talvez a exploração junto a esse mercado de mãos que, apesar de tratar de uma região do corpo muito mais exposta e preferida do que os pés, seja uma forma viável de itens de Footcare chegarem a novos lares e consumidores. Produtos que abarquem ambas as regiões podem realizar essa ponte entre essa diferença de porcentagem e, não necessariamente levar até uma penetração igual, mas certamente aumentá-la.
Entre prateleiras e consultórios É difícil apontar para um canal único e defini-lo como o principal da categoria de Footcare. Não existe um consenso entre as marcas que atuam no mercado e isso difere muito de acordo com a visão e de como cada uma se posiciona dentro do mercado. Existem marcas especializadas em trabalhar com o profissional de podologia, utilizando seus consultórios ou os próprios podólogos como, de certa forma, revendedores de produtos que estendam os cuidados de seus tratamentos por meio dos produtos de uso caseiro, enquanto outras possuem seus pontos fortes no varejo, principalmente dentro de farmácias. Para a Granado, a farmácia é onde há o contato mais direto com o consumidor. “O podólogo é um dos principais canais, mas a farmácia também é muito forte”, salienta Sissi. “A pessoa quando tem algum problema no pé, seja de ressecamento, sudorese ou algo do tipo, ela vai na farmácia primeiro.” Novamente, a questão do canal depende de como a marca se posiciona dentro do mercado e como ela enxerga seus próprios produtos. Para a Decreina, é essencial manter o podólogo como um intermediário na sua relação com o con-
cATEGORIA Cuidados com os Pés CRISTINA UNTEN, DA SARFAM: apesar do potencial da categoria, profissional diz que ainda não é possível afirmar que seu crescimento irá se concretizar.
SISSI FREEMAN, DA GRANADO: a pessoa quando tem algum problema no pé, seja de ressecamento, sudorese ou algo do tipo, ela vai na farmácia primeiro.
sumidor final, pois pode-se oferecer um tratamento mais completo e adequado para o problema do consumidor. “Até somos procurados por grandes varejistas, mas a nossa visão é que o produto tem que chegar por meio do profissional”, diz o coordenador Comercial da marca. Entretanto, mesmo com o foco grande no profissional, não há como descartar o mass market como um bom acesso, justamente por conseguir chegar fortemente aos próprios donos de consultórios, salões e ao consumidor final da mesma forma. “O varejo tem um bom potencial com relação a alguns produtos, aqueles não tão específicos para tratamentos. Um
hidratante, por exemplo, pode ter um sucesso enorme porque é algo do dia a dia. Vai do produto e da empresa”, continua Rodrigo Menezes. É difícil prever, no entanto, até onde o mercado de pés pode chegar no Brasil. Mesmo que com bons números no Exterior e uma base boa, mesmo que nichada, aqui, é um consumo ainda secundário e dependente da conscientização da população a respeito da importância desses cuidados. A profissão do podólogo tem crescido no Brasil, fator este que pode auxiliar do amadurecimento da categoria e do consumo de alguma forma. Mas, mesmo com o crescimento da profissão
e com o entendimento melhor de parte da população, é incerto se haverá mesmo um mercado muito maior do que apenas um nicho. “Há um potencial, mas não sabemos se vai se concretizar”, frisa Cristina Unten, analista de Marketing da Sarfam. “Estamos tendo algo mais pontual, não é uma movimentação geral dos consumidores atrás do cuidado de pés”, explica ela. Se o mercado exterior exemplificar o que o doméstico pode vir a se tornar, representa um ganho considerável para toda a indústria de cosméticos, trazendo bons números de vendas, mas é preciso atenção com a velocidade dos passos para não tropeçar.
O MERCADO DE INGREDIENTES COSMÉTICOS TAMBÉM TEM UMA OFERTA CRESCENTE DE PRODUTOS PARA CUIDAR DOS PÉS
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Aplicação: Produtos específicos para áreas extremamente ressecadas como: pés e calcanhares, joelhos e cotovelos. Funções principais: barreira protetora, regeneração e hidratação da pele ressecada. Claim: hidratante Dosagem: 5 - 10% INCI name: Water (Aqua), Glycerin, Pseudoalteromonas Ferment Extract, Xanthan Gum, Proline, Alanine, Serine, Sodium Phosphate, Sodium Hydroxide, Caprylyl Glycol, Ethylhexylglycerin. Mais informações: (11) 4097-0250
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NEGÓCIOS Estratégia
Redesenhando a caixa Pouco mais de cinco anos após sua inauguração, a varejista The Beauty Box repensa o seu negócio para se posicionar como uma bandeira mais alinhada aos códigos da distribuição seletiva >>> aûani cusma de pAULA
Q
uando foi apresentada oficialmente ao mercado, no final de 2012, a The Beauty Box encheu de esperança o mercado de distribuição seletiva no Brasil. Após a chegada da Sephora, que também abriu sua primeira loja física por aqui em 2012 – dois anos após a compra da varejista online Sack’s – esse seria o segundo grande movimento no mercado a demonstrar que, talvez, as coisas pudessem finalmente avançar
nesse segmento do varejo de beleza, que nunca conseguiu conquistar um espaço verdadeiramente relevante no Brasil. Além do mais, não se tratava de apenas mais uma rede de perfumarias, mas da rede de perfumaria do Grupo Boticário, que naquele momento vivia o auge do seu processo de expansão e crescimento. A proposta original da The Beauty Box era diferente do que estávamos acostumados a ver por aqui. A ideia era trocar a aura de luxo e inacessibilidade propondo um modelo mais acessível,
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amigável e democrático. O objetivo era realmente quebrar barreiras e oferecer uma nova experiência de compra para a consumidora brasileira quando o assunto eram os produtos importados. Grifes internacionais dividiram o mesmo espaço com marcas nacionais e itens vendidos a preços menores, além de categorias não tão comuns nas perfumarias, especialmente naquela época, como a de banho e higiene, cabelos ou a de acessórios de beleza. O objetivo com isso era gerar tráfego para o ponto de venda, calcanhar de Aquiles para a
maioria das perfumarias seletivas. Mas, a verdade é que passados cinco anos, o modelo não respondeu muito bem. Um tema comum nas conversas com profissionais da indústria e mesmo com outros varejistas, é que faltava à The Beauty Box uma identidade mais clara sobre o que ela era, de fato. O mix de produtos, o layout e os códigos adotados deixaram a loja distante de ser percebida como uma bandeira de perfumarias de luxo. Entretanto, isso tão pouco permitiu atrair para as lojas, consumidores que, por diferentes motivos, não entravam nas perfumarias seletivas mais tradicionais. Além disso, a forte presença dos produtinhos da Beauty, a marca própria da rede calcada em produtos de banho e higiene, acabou, segundo pessoas da própria empresa, contribuindo para o não reconhecimento da marca como uma varejista de produtos multimarca. Em que pese todo esse contexto, e mesmo em meio à crise que se abateu sobre o País e afetou o consumo de beleza em cheio, a The Beauty Box seguiu se expandindo, certamente aproveitando a saúde financeira do seu controlador e as condições comerciais bem mais vantajosas do que as que vigoravam antes de a crise eclodir. A rede chegou a vários estados do País e soma hoje 47 lojas.
Cresceu. Agora é preciso avançar
O fato de ter dado cabo à expansão não é o mesmo que dizer que o grupo estava satisfeito com a execução da sua varejista multimarca. Por isso, em 2017, os executivos da empresa, com a ajuda de uma consultoria, passaram a olhar para dentro do negócio e pensar em como torná-lo melhor. No decorrer desse processo, identificaram-se várias oportunidades de melhorias, como mudar o layout da loja e o seu mix de produtos. Ao fim, o que emergiu foi uma loja muito mais próxima de uma perfumaria seletiva tradicional, tanto em termos de arquitetura e layout, quanto em relação ao mix de marcas e produtos oferecidos. “Definimos que o nosso papel era ser uma multimarca e vender produtos importados. Fizemos as mudanças para ver como o mercado reagiria”, reforça Alessandra Tasselli, gerente de Comunicação da The Beauty Box. Entre a proposta original da rede e o modelo clássico de perfumarias seletivas no Brasil, Alessandra acredita que o novo projeto permitiu encontrar um caminho a seguir. “Percebemos que a forma como nos comunicávamos com o consumidor poderia soar até um pouco infantil. Isso foi uma das coisas para revisar o negócio. Ainda assim, não
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novo layout da the beauty box: a rede se assumiu como uma bandeira de distribuição seletiva. Isso está refletido no novo modelo de loja.
queríamos ser sisudos, classudos e rebuscados”, diz a executiva. Fato é que nas primeiras lojas convertidas para o novo modelo, ainda em caráter de testes, o faturamento cresceu, em média, 15% de acordo com Alessandra. Muito desse resultado pode ser atribuído à mudança do mix da loja. Com a renovação da sua proposta, a The Beauty Box conseguiu atrair marcas de luxo com as quais havia trabalhado em seu início e outras novas. Nas lojas reformadas, nomes como Shiseido, Clinique, Lancôme e Givenchy estão expostas com todo o seu portfólio, junto com outras marcas mais descoladas, como The Balm e Misha, complementando o portfólio. “Passamos a dar mais destaque às marcas premium e a contar com um time de vendas mais especializado também, para atuarem como curadoras de beleza, fazendo serviços de maquiagem, por exemplo”, pontua a gerente da The Beauty Box. No geral, a nova oferta de produtos contribuiu naturalmente para um ticket final mais alto. Entendendo que o modelo testado era o certo, a bandeira está reformando
NEGÓCIOS Estratégia as outras lojas. Até o final do ano, mais de uma dezena delas já deve operar sob o novo formato. Ao se estabelecer como uma loja mais próxima do modelo seletivo tradicional, é preciso ter em mente a dificuldade desse modelo de gerar tráfego para as lojas. A The Beauty Box já sofria com esse problema – não necessariamente pela inibição do consumidor em entrar naquele ponto de venda, mas talvez pelo fato de não ter clareza sobre como funcionava a loja. Com o modelo mais sofisticado em vigor, como não “assustar” os consumidores é um novo desafio. Para Alessandra, isso é passado no atendimento e no tom de voz da marca. A empresa reavaliando qual o balanço ideal entre esses dois elementos. A executiva acredita que o tom adotado pela rede nas lojas e em suas comunicações, mais amigável e acessível, favorece essa compreensão. “O nosso tom é mais amigável e acessível. As dicas de beleza são descomplicadas, queremos ter o nosso jeito de criar essa beleza premium de uma forma bacana. Sem ser algo inatingível, mas que esteja num nível mais alto para trazer o consumidor que a loja quer.” O público-alvo da bandeira são mulheres, a partir dos 25 anos, público que está pronto para esse tipo de consumo com ticket médio mais alto, independentemente de ser da classe A, B ou C. “Tem a mulher que compra o perfume de R$ 500, parcelado em 10 vezes, e tem a que gasta R$ 6 mil e paga no débito”, reforça. Nesse universo, a bandeira do Grupo Boticário quer brigar nas duas pontas. A The Beauty Box também aposta muito no time de vendas e no ajuste do modelo de atendimento, muito diferente da dos concorrentes segundo Alessandra. “(O atendimento) é mais próximo, com uma forma mais inclusiva de tratar o consumidor”, acredita. Mas, a aposta para atrair o público para as lojas reinauguradas, ao menos num primeiro momento, recai sobre uma estratégia bem típica do varejo: falar com quem está no entorno da loja. “Estamos na Granja Viana (NE.: a entrevista foi realizada durante a reinauguração da loja no Shopping Granja Viana, na cidade de Cotia, região me-
alessandra tasselli, da the beauty box: bandeira deve fechar este ano com mais de uma dezena de lojas reformadas e convertidas para o novo layout.
tropolitana de São Paulo), e fizemos um trabalho com uma Relações Públicas daqui, para trazer influenciadoras e pessoas da região com perfil para serem consumidoras, mas que talvez não fossem à loja antiga”, diz. A área de perfumaria, disposta agora no clássico modelo de gôndolas organizadas por marca, ganhou muito mais presença física no novo formato da loja. Embora a categoria seja ainda o maior negócio da bandeira – e do varejo seletivo, de forma geral – a The Beauty Box aposta forte num tripé que também contempla maquiagem e skincare. Até para não depender só de uma categoria. “Nós temos um caminho a trilhar em maquiagem, que é uma categoria movida a novidade e variedade. Estamos trazendo novas marcas e (ampliar e trazer novidades para o mix) é algo que estamos nos preocupando em fazer”, acredita. Em skincare, a executiva vê um espaço potencial enorme de crescimento para o canal no País. “Ninguém trabalha esta categoria direito no Brasil (no universo do varejo seletivo), até porque a consumidora brasileira está só começando a consumir os produtos de tratamento. É algo novo para ela”, diz ela, que reforça que as poucas ações que a marca têm feito em relação
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à categoria tem feito a diferença para promover o crescimento. Com o maior número de lojas entre as perfumarias seletivas brasileiras e todo o poderio do Grupo Boticário, a The Beauty Box poderia almejar trabalhar com marcas em caráter de exclusividade. Não que a empresa não olhe para isso, mas, no momento, a aposta está mais em contar com exclusividade no lançamento de alguns produtos por períodos mais curtos, de três meses em média, o que tem sido importante para projetar a imagem da marca nesse novo momento. Feita a primeira parte da lição de casa, neste ano, Alessandra acredita que o momento é de olhar para dentro, ver o que funcionou e o que não funcionou e, a partir daí, retomar a expansão da The Beauty Box, não só como uma loja com novo layout, mas como marca. “Ninguém está olhando muito para frente, são poucos os players que estão fazendo isso. Se as perfumarias não se renovarem, elas vão morrer. E é um mercado que tem um volume relevante”, reforça a gerente, que a The Beauty Box continua se movimentando e que mais vem por aí, incluindo a renovação do e-commerce e a possibilidade de estabelecer novos formatos de loja.
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Empreendedorismo, alta qualidade e visão criativa: os 15 anos da Vollmens Fragrances Destaque no mercado, empresa investe na equipe e no desenvolvimento de novos produtos
P
erto de completar 15 anos no mercado brasileiro, a Vollmens Fragrances celebra seu significativo crescimento batendo recordes internos de faturamento. Com uma equipe de ponta, a empresa é destaque entre as casas de fragrâncias do Brasil e tem como desafio a constante busca pelo alcance de patamares cada vez mais elevados. Por meio de uma visão empreendedora arrojada e uma rigorosa política de qualidade, os irmãos Nestor e Rinaldo Mendes fundaram a Vollmens Fragrances em 2004. Agregando a experiência de profissionais com passagens por empresas multinacionais, os empresários, após estudar as características do mercado brasileiro, detectaram a oportunidade da Vollmens atuar com pequenas e médias empresas, de forma a fornecer fragrâncias com alta qualidade e grande potencial criativo. A fortalecida equipe comercial está espalhada por todo território nacional e é liderada por
profissionais que trazem a visão do varejo, agregando conhecimento da ponta para os clientes. A empresa fecha o primeiro semestre de 2018 com um notável crescimento de 40% quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Equipe Completa
Empresas são feitas de pessoas, uma vez que seu rumo e sua velocidade no mercado são determinados por seus colaboradores. Entendendo este ponto crucial para o desenvolvimento dos negócios, a Vollmens investe na formação de equipes com especialistas no mercado de perfumaria, tanto na indústria como no varejo. O conhecimento obtido é fundamental, ao trazer grande força para o desenvolvimento de projetos especiais junto aos clientes. Com a consultoria da especialista em perfumaria Alessandra Tucci, que atua junto ao time de P&D, e a recente contratação de uma grande profissional de marketing, com passagens pelas gigantes Avon, Tuppeware e Symrise para completar a equipe, a
www.vollmens.com.br
Vollmens chega a um elevado patamar de serviços, compartilhado por poucas empresas do ramo.
Talentosos “narizes”
É impossível abordar uma casa de fragrâncias sem citar sua equipe de perfumistas. Na Vollmens há uma perfeita harmonia entre as especialidades de cada
RINALDO E NESTOR, DA VOLLMENS: investimento na formação da equipe é fundamental para o desenvolvimento de projetos especiais junto aos clientes.
A Perfumaria Brasileira A Vollmens Fragrances investe em grandes projetos de perfumaria fina e trilha um caminho diferenciado com seus clientes, rumo a criações inovadoras, fortalecendo a identidade de marcas regionais que alcançam escala nacional. “Nossa proposta é fazer com que a perfumaria nacional se desenvolva e o consumidor brasileiro absorva as inovações de marcas que investem em imagem e comunicação. O objetivo é criar perfumes que alcancem sucesso de público junto com nossos clientes, como o Gigi, da Avatim”, explica Natalia Mendes, gerente de comunicação. Empresa reconhecida no mercado, a Vollmens reúne em seu portfólio o Troféu Aparício Basílio da Silva, o Prêmio de Criação Perfumística livre 2016 e o Prêmio de Melhor Perfume feminino da América Latina em 2017. Diferencial
um dos talentosos “narizes”, que formam o time criativo da casa. Hoje, a empresa conta com os grandes nomes da perfumaria nacional Alfredo Monteiro, Edison Fujita e Luciana Bergamasco de Aguiar, além de duas trainee e o mestre perfumista Paulo Fonseca, que completa três anos de empresa.
Na opinião do diretor Rinaldo Mendes, o grande diferencial da empresa é o cuidado na escolha das matérias-primas que compõe a paleta de criação dos perfumistas. “Nós viajamos por todo o mundo em busca de ingredientes de alta qualidade. Somos muito cuidadosos na escolha de nossos fornecedores e fazemos questão de estar pessoalmente engajados com essa importante parte do processo”, explica Rinaldo.
The elements of creativity
A Vollmens importa 90% das matérias-primas que utiliza na produção e criação de suas fragrâncias. Seus diretores acompanham eventos globais como WPC (World Perfumery Congress) e IFEAT (The International Federation Of Essential Oils and Aroma Trades), onde encontram seus fornecedores e buscam novas oportunidades de negócios. Esforços que garantem a chegada dos melhores ingredientes às mãos dos perfumistas e, conseqüentemente, aos produtos utilizados pelos clientes.
Nanotecnologia e encapsulados Muito solicitadas pelo mercado e com um nível de tecnologia diferenciado do trabalho convencional, no processo de desenvolvimento e criação, as fragrâncias encapsuladas já estão nos planos da Vollmens há alguns anos. A empresa anunciou que, em breve, os clientes receberão seu portfólio de fragrâncias encapsuladas para amaciantes, com produção 100% nacional e tecnologia própria. O projeto de criação de fragrâncias para cápsulas é liderado pelo mestre perfumista Paulo Fonseca, que possui expertise no processo e já criou fragrâncias para marcas globais de detergentes em pó e amaciantes, como Comfort, Ariel, Ace e Downy. “As fragrâncias encapsulas estão em nosso radar de P&D há alguns anos. Desenvolvemos nossa patente em 2014. Como buscamos sempre o alto padrão de qualidade, intensificamos as pesquisas e testes ao longo desse tempo. Fomos muito criteriosos ao longo desse processo. Estamos otimistas quanto ao prazo para começarmos a liberar estes produtos para nossos clientes”, afirma o diretor Nestor Mendes.
Canal E-commerce
LOJAS AMERICANAS: marketplace permite ao varejista vender o que ele nem sempre possui em suas lojas físicas.
Simbiose digital
Tidos como boa alternativa para pequenas e médias marcas que querem alavancar seu alcance no mercado, os marketplaces vêm agitando o comércio eletrônico como um todo, inclusive com produtos de beleza. Mas há pontos a serem olhados com atenção >>> rafael mendonça
R
ealizar compras pela internet tem se tornado hábito para os brasileiros já há algum tempo, com índices crescendo ano a ano. Consequentemente, este canal ganhou muita relevância para os negócios de empresas dos mais variados segmentos, a ponto de muitos considerarem fora de realidade hoje não ter em seu negócio uma plataforma de comércio eletrônico. Seja pelo fato de o consumidor estar migrando para o online na hora de comprar ou estar buscando apenas mais uma opção de canal, o e-commerce de-
verá seguir crescendo em 2018 por conta do aumento de vendas, que no caso são pedidos e que devem ter um volume neste ano 7,7% superior a 2017, chegando a um total de quase 120 milhões de pedidos, de acordo com o Ebit, empresa que acompanha e mensura o varejo digital no Brasil. Juntamente ao fato de que 60 milhões de brasileiros devem fazer compras pela internet neste ano, todo esse cenário deve fazer com que o e-commerce no Brasil alcance um faturamento de R$ 53,5 bilhões em 2018, representando um crescimento de 12%. Mas há outro fator preponderante
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mais recente que tem contribuído com esse panorama positivo do canal, que é o desempenho dos marketplaces. Sua atuação é recente no Brasil e seu conceito, apesar de ainda gerar algumas dúvidas junto ao consumidor, é simples. Trata-se de um espaço disponibilizado por grandes redes varejistas online para venda de produtos por lojas parceiras (terceiros ou sellers), em troca do pagamento de comissão. Ilustrando um pouco melhor, funciona como um shopping center eletrônico, onde há várias lojas e o consumidor pode comprar diversos produtos dentro de um único
O MARKETPLACE NO BRASIL EM NÚMEROS
R$ 8,8 bilhões
18,5%
Valor de vendas por este sistema em 2017
Em pesquisa com 2.618 consumidores online de todo o Brasil, apenas 43% disseram saber o que é marketplace E desses 43%, 62% acertaram corretamente o significado de “marketplace”;
A experiência ao comprar em um marketplace foi considerada “ótima” para 46%
Os marketplace já respondem por 18,5% do total de vendas de e-commerce no Brasil, que somam R$ 47,7 bilhões
Quando incluímos sites de artesanato e de vendas de produtos novos/usados (como Mercado Livre, Olx e Enjoei, por exemplo), o valor arrecadado em 2017 salta para R$ 73,4 bilhões, com um crescimento de 21,9% sobre o ano anterior
74% consideram o “melhor preço” a principal vantagem de se comprar em um marketplace, se comparado com a loja própria
A média de compras em um marketplace em 2017 foi de 5 (cinco) vezes Fonte: Ebit
lugar, no caso, um site. Segundo o Ebit, este crescimento de dois dígitos previsto para o e-commerce em 2018 o mantém como um dos setores mais atrativos para grandes varejistas e também para pequenos empreendedores. Além disso, crê que as maiores oportunidades no País estarão direcionadas ao marketplace. Isso porque, ainda de acordo com a empresa, 2017 ficou marcado como o ano da consolidação nas vendas por meio deste sistema. Para se ter uma ideia de seu potencial, a venda de produtos de parceiros em marketplaces representa aproximadamente 18,5% do total de vendas do e-commerce no Brasil, com um total estimado em quase R$ 9 bilhões. Quando inclui-se neste montante sites de artesanato e de vendas de produtos novos/usados (principalmente Mercado Livre, mas também Olx e Enjoei, por exemplo), este número em 2017 saltou para R$ 73,4 bilhões,
PEDRO GUASTI, DO EBIT: marketplace ajudou a consolidar e a dar mais musculatura para o varejo no Brasil.
GIOVANA VIEIRA, DA EVOLUE CONSULTING: não basta apenas lançar a plataforma, é preciso ter gente preparada para isso e uma força de venda alinhada.
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Canal E-commerce com um crescimento de 21,9%. Apesar de as categorias “Moda e Acessórios” e “Telefonia/Celulares” serem as principais responsáveis pelo desempenho do e-commerce no País, os produtos de beleza também têm aumentado sua participação no canal. E as empresas e consumidores desta categoria também começaram a explorar com mais afinco o que os marketplaces podem proporcionar para eles. Hoje, já é possível encontrar cosméticos nos principais marketplaces brasileiros, como nas lojas da B2W Digital (Submarino, Shoptime e Americanas), Walmart, Magazine Luiza e até mesmo Netshoes, especializada principalmente em calçados.
Pesos a favor e contra
O mercado de beleza já está ciente da representatividade que as vendas online podem ter para o desempenho dos players. Mas ainda cabe realizar certas avaliações sobre qual é o melhor caminho para o negócio de cada um, se é implementar uma plataforma de e-commerce ou se vale a pena mergulhar no mundo dos marketplaces. Não são poucos os exemplos de indústrias e varejistas que sofreram ao implementar uma plataforma própria e tiveram de corrigi-las, o que acarreta em novos gastos. “Quando você implanta um e-commerce, não é só uma plataforma. Precisa ter gente preparada para isso, uma força de venda alinhada. Tem que fazer parte do contexto estratégico e tem de ter um site robusto. O que acontece normalmente com uma pequena e média empresa é que ela coloca uma plataforma no ar, põe uma pessoa para cuidar, isola muitas vezes o e-commerce dentro de uma ilha ou dentro da própria organização e não dá certo”, alerta Giovana Vieira, diretora da Evolue Consulting e autora do livro “Ferramentas para Obter Sucesso no Comércio Eletrônico B2B. Para ela, antes de qualquer empresa realizar investimentos nesse sentido, é preciso entender que o perfil atual do comprador é digital. E, para um setor como é o de cosméticos, concentrado e pulverizado ao mesmo tempo, as com-
CAROLINA WADT, DA ACQUAFLORA: empresa lançou plataforma própria em agosto de 2017 e, três meses depois, entrou em marketplace visando um alcance maior de sua distribuição.
ANDRÉA OLIM, DA SHISEIDO: marca de prestígio seleciona com muito rigor seus parceiros varejistas, sejam eles virtuais ou físicos.
panhias que atuam nele não têm opção, ou seja, é preciso estar preparado para atender a esse consumidor digital. Sendo assim, estar em marketplaces surge como grande oportunidade para pequenas e médias marcas, que normalmente não possuem caixa para investir em uma plataforma robusta própria. E, segundo Giovana, o marketplace é uma boa chance para esses por conta de dois motivos: conseguir um tráfego melhor e mais rápido de clientes e também por poder explorar a força da marca do site que está vendendo. O seller, que é chamado quem vende em marketplace, precisa pagar uma comissão ao site que hospeda sua marca ou loja, porém, por outro lado, não terá de arcar com os custos operacionais de uma plataforma própria. O ambiente dos marketplaces é bastante favorável também para consumidores de cosméticos que desejam comprar diversos produtos, de marcas e categorias distintas, em um lugar (site) apenas e podendo pagar de uma única forma. Neste exemplo, caso haja itens de sua cesta de compra final sendo vendidos por mais de um seller, o custo do frete pode não ser tão vantajoso, pois cada um cobrará um valor pelo fato de
ser responsável pela entrega. O diretor de Relações Institucionais do Ebit, Pedro Guasti, destaca que o marketplace ajudou a consolidar e a dar mais musculatura para o varejo. “Você tem muitos pequenos e médios que antes tinham uma grande dificuldade de vender, principalmente pelo custo elevado de compra e aquisição de tráfego, que hoje acabaram diversificando o canal também vendendo em marketplace”, contextualiza. Para ele, a atuação do Mercado Livre no País ajudou muito para que o consumidor brasileiro saiba o que é e como funciona um marketplace. Além disso, o fato de grandes varejistas nacionais terem se tornado marketplaces também tem um grande peso a favor da propagação deste sistema de vendas por aqui.
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Ir ou não ir para o marketplace
Há poucos anos, não era nenhum fim do mundo uma empresa dizer que não pretendia estar no e-commerce. Mesmo estando de olho nesse canal eletrônico, alguns executivos acreditavam tratar de um investimento muito alto naquele momento e preferiam injetar tal cifra
Canal E-commerce
Descaminho infinito O aumento da participação dos marketplaces no mercado como um todo alimentou ainda mais um grave problema que atinge a diversos segmentos, que é a questão da procedência dos produtos. O segmento de beleza é um dos que mais sofre com isso, algo que não é de hoje. E por mais que o site que é marketplace tenha seus procedimentos para assegurar a confiabilidade dos sellers que venderão em sua plataforma, muitas coisas erradas ainda acontecem. Basta uma consulta rápida a qualquer tipo de produto na internet para constatar itens suspeitos sendo oferecidos em uma página, sobretudo, num primeiro momento, pela imensa diferença de preço verificada em um mesmo produto. Quando algo de errado ocorre numa venda, embora não seja ele quem entrega o item, a responsabilidade maior cabe ao marketplace, que deve verificar o que aconteceu junto ao parceiro e buscar uma solução do caso para oferecer ao consumidor. Muitas vezes, o problema consiste apenas no âmbito da entrega, que aconteceu por algum percalço logístico junto ao distribuidor ou Correios. Mas estamos falando aqui de produtos ilegais, seja falsificados, contrabandeados, roubados ou sem nota fiscal, o que quase sempre justifica os preços “fora de realidade” expostos em sites. O preceito básico do marketplace é que, se aquele seller está dentro de sua plataforma, ele atende a todas as suas especificações e possui os requisitos necessários para fazer uma distribuição correta de produtos de procedência legal. Na prática, não é bem o que acontece de fato. E, para agravar ainda mais a situação, não há leis efetivas ainda para controlar ou fiscalizar essa questão. Embora acredite que isso caminhe para um controle maior, Eduardo Terra, sócio-diretor da BTR Educação e Consultoria, diz que hoje não há uma verdade absoluta para resolver este imbróglio. “É a mesma coisa que você responsabilizar um shopping center por uma loja que está dentro dele vendendo um produto cujo a procedência é duvidosa. Ele vai alegar que o que ele fez foi alocar uma loja e que é da responsabilidade do lojista cuidar da procedência dos produtos”, exemplifica, ressaltando que esta realidade traz um incômodo grande para varejistas eletrônicos que fazem um trabalho correto. Carolina Wadt, da Acquaflora, relembra de um caso que envolveu produtos da companhia ribeirão-pretana. Desde que entraram em marketplace, a empresa tem o costume de monitorar
TERRA DE NINGUÉM: além de produtos falsificados ou contrabandeados, é possível achar nos marketplaces, testers sendo vendidos, o que também é ilegal.
seus itens em todos os comércios eletrônicos. Certo dia, encontrou um de seus produtos sendo vendido por um valor muito abaixo do seu real preço. O fato gerou preocupação na diretoria por acharem que pudesse ser algo falsificado. Então, decidiram comprar aquele item para saber de sua procedência. “Sabíamos que, do ponto de vista fiscal e de lucro, era impossível que a pessoa vendesse por aquele valor, a conta não fecha. Quando o produto chegou, ele estava dentro da validade, perfeito. A pessoa emitiu até uma nota fiscal. E aí? Não tomamos nenhuma atitude ou denunciamos. Ficamos apenas atentos. Sabemos que esta mercadoria não foi furtada da minha fábrica ou de um transportador meu, senão teríamos conhecimento. Mas pode ter sido furtada de um lojista. Então é uma cadeia complexa”, lamenta a gerente de Marketing. No caso da Shiseido, embora seus produtos obtenham melhor desempenho nos pontos de venda físicos, a performance da marca no comércio eletrônico é considerada ótima pela empresa, que possui plataforma própria de e-commerce apenas no Japão e nos Estados Unidos. No Brasil, a distribuição é feita apenas por varejistas e marketplaces devidamente autorizados pela companhia, para poder assegurar a procedência dos produtos e dar o suporte quando necessário. “Por se tratar de uma marca de prestígio, os nossos pontos (tanto físicos quanto online) são selecionados sempre com muito critério para que possam proporcionar a melhor experiência ao nosso cliente, que é muito exigente”, considera Andréa Olim, Brand Manager da Shiseido Brasil. Ciente de que o segmento de luxo é um dos que mais sofre com a falsificação e o descaminho de produtos, ela afirma que a empresa sempre busca deixar evidente para o consumidor quais são esses PDVs autorizados e
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também diz que reporta para o time legal global de Shiseido, os e-commerces que comercializam produtos sem autorização para que sejam notificados. “O canal tem e continuará tendo muita importância para a marca. Dessa forma, sempre vamos buscar formas de fortalecê-lo e não o contrário. Entendemos também que este mercado se formalizou bastante nos últimos anos e esse tipo de ocorrência tende a diminuir. Além disso, também contamos com nosso consumidor, que está cada mais atento e intolerante a este tipo de conduta”, aposta. Sem querer empurrar a responsabilidade para o consumidor, muitos esperam que, ao menos, ele tenha consciência na hora de comprar na internet. “A própria sociedade também tem de fazer sua parte. Sempre falo que o consumidor muitas vezes gosta de ser enganado, pois recebe um email com um computador custando 70% abaixo do valor do mercado e ele acha aquilo ‘dez’. Não tem milagre, ninguém faz milagre”, pontua Pedro Guasti, do Ebit. Já Alex Serodio aposta que, caso haja nota fiscal em todas as transações, esse problema já melhorará bastante. “Os marketplaces têm que se responsabilizar em fazer com que os players coloquem nota fiscal. Apesar de não ser uma responsabilidade de fiscalizar isso, acho que se a empresa é séria, vai estimular com que se coloque nota fiscal para preservar o consumidor. Qualquer marketplace que não obriga, não está sendo honesto com ele”, critica. Porém, o fundador da Beleza na Web se mantém animado para que o quadro se reverta. “Um dia acho que muda. Sou otimista, acho que o errado pode dar errado por algum tempo, mas depois o certo dá certo. Tem bastante informal que começou a ter dificuldades agora. Com a digitalização dos controles, acho que não tem como os caras fugirem, uma hora terão dificuldades”, finaliza.
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SET. 2018
Como a tecnologia aplicada está transformando a indústria A competitividade a partir de uma nova realidade em gestão de negócios, processos e inovação.
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Canal E-commerce
Tapete estendido? para desenvolver melhor sua gestão ou algum outro ponto chave de sua operação. De certo modo, esse executivos não deixavam de ter razão, afinal, o investimento para ter uma plataforma de e-commerce não é baixo e é mais do que recomendado que uma operação como um todo esteja “redonda” em todos os sentidos. Mas, em pouco tempo, esse pensamento mudou e, hoje, é praticamente impossível pensar em alguma ação sem que o contexto do digital esteja presente e, nisso, o e-commerce ganhou ainda mais corpo. Atualmente, é possível dizer que toda empresa possui a mínima noção de que o e-commerce, ao menos, tem a capacidade de proporcionar um alcance maior de sua distribuição. Foi com esse intuito que a Acquaflora, companhia de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, especializada em produtos capilares, decidiu se aventurar no comércio eletrônico em agosto de 2017, também visando ampliar a variedade de seu mix. As vendas nesse canal vêm subindo mês a mês, com a distribuição sendo feita a todos os estados. Segundo Carolina Wadt, gerente de Marketing da Acquaflora, o e-commerce permitiu que os consumidores acessassem a toda linha de uma só vez. “Nossa linha é muito grande e não é qualquer comerciante que dispõe de espaço físico em sua loja para expor toda ela. Muitas vezes, temos comerciantes que vendem somente alguns itens. Às vezes as pessoas ligavam e falavam ‘aqui na minha cidade vende Acquaflora, mas o produto tal eu não encontro’”, situa. Após lançar sua plataforma própria de e-commerce, a Acquaflora passou três meses analisando como funcionariam todas as questões que envolvem a atuação dela. Só então, depois disso, também passaram a comercializar seus produtos em marketplaces. Atualmente, quase um ano depois do início desta experiência, Carolina diz que os produtos da marca são muito mais vendidos em sua loja virtual do que em market-
Com um valor de mercado bastante expressivo em todo o mundo, a Amazon é referência de tecnologia e experiência dentro do comércio eletrônico. Seus novos passos em termos de inovação costumam surpreender o mercado e a companhia alcançou um modelo próprio de operar, que diversas empresas buscam copiar. São muitas iniciativas em andamento, que sempre têm como base a essência da Amazon, que está escorada em cultura digital perene, processo sem atrito, pagamento invisível e prática de muitas iniciativas para ver o que funciona. Seu negócio possui lojas físicas, uma plataforma própria e também é marketplace. E mesmo que o grande foco de vendas da companhia norteamericana esteja centrado em itens eletrônicos e livros, a empresa já conta com uma participação interessante na venda de itens de beleza no planeta. Estima-se que, hoje, 8% das vendas do varejo global já seja feito via e-commerce, sendo que 1/3 deste total já seja comercializado pela Amazon. No Brasil, ela atua vendendo livros, celulares, eletrônicos, itens de informática, papelaria, cozinha, ferramentas e games. Mas e se decidissem comercializar produtos de beleza por aqui também? O quanto isso mexeria com o mercado? A empresa costuma não dar pistas sobre seus passos estratégicos futuros. Porém, se levarmos em conta que ela vem buscando diversificar sua atuação visando novas categorias que são rentáveis, é possível vislumbrar sim um horizonte próximo com produtos de beleza sendo vendidos pela Amazon. Na visão de Eduardo Terra, da BTR Educação e Consultoria, como não é costume da Amazon ser um e-commerce de perfumaria e produtos de beleza pelo mun-
do, ela também não deve atuar no Brasil desta maneira. Porém, ele acredita em outras possibilidades para que a companhia norteamericana atue com esta categoria por aqui. “Colocar no marketplace da Amazon algumas redes de perfumaria, que venderiam para o consumidor através dela, acho mais provável e creio que isso deva acontecer sim em algum momento”, acredita ele. Outro caminho, segundo o especialista, pode ser por meio de lojas físicas, já que a prática de aquisições de redes de varejo passou a fazer parte da agenda da companhia recentemente. Para Giovana Vieira, da Evolue Consulting, a Amazon não está “para brincar” no Brasil e estar exposto num site como este pode ser uma grande oportunidade para pequenas e médias marcas, que já precisam estar atentas para saber se estão preparadas para atender aos requisitos da empresa norteamericana. “Companhias
places. “O marketplace hoje representa aproximadamente 10% a 15% das nossas vendas totais de comércio virtual”, conta ela. Se fosse levar em conta apenas o aspecto financeiro, a gerente de Marketing diz seria muito melhor operar apenas a sua plataforma própria. Po-
rém, acaba colocando outros fatores na balança. “A minha loja consegue chegar a todos os lugares que o marketplace chega? Às vezes uma pessoa comprou num marketplace e ela talvez só tenha ouvido falar da Acquaflora. Ela não foi no Google pesquisar, e aí ela pode ter
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que demorariam muitos anos para chegar num volume de vendas com seus e-commerces, poderão alcançar isso via Amazon, um site robusto, com uma força de marca gigantesca e que pode lhe dar uma capilaridade de clientes que precisaria de um exército para poder atender. Então, para uma indústria de cosméticos que ainda é muito pulverizada e muito concentrada ao mesmo tempo, a Amazon aparece como uma ferramenta muito importante. A desvantagem que vejo é a dependência de um marketplace tão forte como este. Pois, se você colocar sua marca na Amazon, será difícil tirar. E não há um outro marketplace no Brasil para concorrer com ela”, rechaça a consultora. Alex Serodio, da Beleza na Web, revela que a Amazon já vem flertando e tateando o mercado de beleza brasileiro há algum tempo, inclusive buscando fazer parcerias com grandes empresas do País, mas ainda não conseguiram
nada. “Inclusive, vieram conversar conosco para nos comprar. Então, há o interesse, mas fazer é outra coisa. Eles têm o interesse, mas não estão fazendo. Estão especulando e vindo para cima, farejando o mercado. Eles já montaram equipe e vão comprar direto, para vender. E vão jogar os preços dos produtos lá embaixo, que é o modelo deles”, aposta o executivo. Ele acredita que, caso aja desta maneira, fará com que todos os concorrentes joguem suas margens para baixo, gerando assim um grande conflito de canal entre os varejistas. “Vai ficar todo mundo reclamando do preço para apertar o fabricante por margens melhores e aí começa o dilema”, vislumbra. O dirigente aposta que uma possível entrada da Amazon no mercado de beleza brasileiro não traz preocupação para empresas que oferecem experiência, como a própria Beleza na Web e a Sephora, por exemplo. Pelo contrário, até melhorará esse mercado. Entretanto, Serodio diz que quem deve se preocupar mesmo é quem vende produtos de conveniência. Desde sua entrada no Brasil, muitos apostavam que a Amazon teria grandes dificuldades para estabelecer o seu padrão de nível de serviço e modelo, que é algo que consagrou a empresa nos Estados Unidos. De fato, ela teve de enfrentar todos os percalços que nosso país proporciona em termos de logística, complexidade fiscal, entre outros fatores. Para Eduardo Terra, quando é observada a situação da comercialização de livros, essa realidade é um pouco mais tranquila por existirem algumas
isenções que não existem em outras categorias. Além disso, considera que a Amazon já possui hoje um aprendizado fiscal e logístico para superar tudo isso. Porém, toda essa realidade favorece o modelo de marketplace no caso de a companhia começar a atuar com produtos de beleza. “Por exemplo, se alguém está em Minas Gerais e acessa à Amazon, ela pode oferecer no marketplace uma perfumaria de Belo Horizonte, que é ela que vai entregar em nome da Amazon. Então, o modelo do marketplace minimiza muito o problema tanto logístico quanto fiscal. Por isso que acredito que a Amazon vai avançar no Brasil em outras categorias, que não livros e hoje ela já faz isso com Eletro por meio do marketplace”, situa. Pedro Guasti, do Ebit, adiciona outros fatores que a Amazon terá de enfrentar quando iniciar sua atuação com produtos de beleza no território brasileiro. Segundo o dirigente, a velocidade de lançamentos de produtos, que é característico desse mercado, e a evolução do marketplace é mais demorada por aqui em comparação a outros países. Fora isso, Pedro acredita que ela terá de investir ainda mais no trabalho de divulgação de sua marca no País. “A Amazon é mais conhecida na parte superior da pirâmide de classe social, do que na parte de baixo, que é a grande massa. Investir muito em publicidade para poder dar ao consumidor um diferencial, o que hoje não existe, pois é do mesmo jeito que os outros vendem, promete um prazo de entrega parecido com o dos concorrentes e o valor do frete é similar. Então, não há grande diferença aqui no Brasil de comprar na Amazon. Mas, eventualmente se ele se reestruturar em termos de logística e implementar a Amazon Prime por aqui, a coisa começa a mudar”, observa.
visto no marketplace e se sentiu atraída. Pode até ser que numa futura compra ela até venha comprar direto de mim, mas num primeiro momento acho que precisamos dos dois universos”, resume Carolina Wadt. Com sua loja online lançada em 2012,
a Danny Cosméticos, rede de perfumarias com sede em Americana, no Interior paulista, precisou trocar sua plataforma em duas oportunidades desde então até que chegasse ao padrão desejado, com um nível de inteligência atualizado. “Estamos em um excelente momento do
e-commerce da Danny Cosméticos. Recentemente fomos um dos quatro finalistas a receber o ‘Prêmio Época Reclame Aqui – As Melhores Empresas para o Consumidor 2018’ e também já conquistamos a classificação Ouro do Ebit, que é motivo de muito orgulho para nós”,
ESTOQUE DA AMAZON NOS EUA: varejista deve atuar com cosméticos no Brasil em breve e o marketplace provavelmente será seu caminho para isso.
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Canal E-commerce celebra Gabriel Sacilotto, diretor Administrativo e do E-Commerce da rede. O dirigente ressalta o potencial dos marketplaces, mas faz uma ponderação. “Este canal de vendas é uma realidade, mas o que nos deixa preocupados ainda são as taxas propostas pelas empresas. O grande diferencial do marketplace é o rico banco de dados de clientes que ele detém”, avalia Gabriel, que revela que a Danny Cosméticos está com novos projetos para 2018 e um deles é justamente a entrada em marketplace. “Mas, para isso, ainda estamos no processo de avaliar quais são os parceiros que entendem a nossa proposta de trabalho e a nossa política de negócios”, completa.
Approach junto ao consumidor
Mas há um grande porém neste cenário para quem está em marketplace e atua de forma acomodada, achando que apenas estando neste sistema de vendas será suficiente para explorar bem a força que o canal oferece. Agindo desta maneira, é muito comum o seller achar que a necessidade de investimento em Marketing recai toda sobre o marketplace apenas. O que de certa forma é um pensamento correto, mas Giovana Vieira, da Evolue Consulting, alerta para o fato de se tornar um refém com essa postura de comodidade e para a necessidade de também ter uma plataforma própria para evitar esta situação. “Tudo bem, ele não investe em marca, mas como é que ela está na cabeça do consumidor? Então, ele se torna um refém. Se não tiver uma operação boa paralela na empresa, se torna um refém de qualquer marketplace. É algo muito bom por trazer volume, capilaridade, um sistema robusto e que permite aumentar as vendas, mas você não controla mais a operação”, enfatiza. Há ainda outros pontos dessa “dependência” de uma empresa ao estar em um marketplace com relação ao consumidor. Mesmo que muitos brasileiros já tenham tido alguma experiência com este sistema de vendas, sobretudo com o Mercado Livre, ainda há uma série de dúvidas que permeiam o real entendimento do funcionamento de um ma-
ALEX SERODIO, DA BELEZA NA WEB: mesmo no comércio eletrônico, a experiência de compra é o que faz toda a diferença para o consumidor.
rketplace por parte do consumidor. A grande dúvida é “de quem estou comprando?”, já que muitos creem estar adquirindo o produto daquele site e não de quem (seller) está vendendo nele, ali. Corroborando com este mar de dúvidas, o Ebit realizou uma pesquisa com 2.618 consumidores online de todo o Brasil, que mostra que apenas 43% disseram saber o que é marketplace. Para piorar, desses 43%, 62% acertaram corretamente o significado de “marketplace”. Quando acontece uma venda num site como esses, por mais que o seller receba do marketplace as informações mais básicas de quem comprou, como nome e endereço para poder fazer a entrega, esses dados param por aí. A companhia detentora da marca não terá acesso fácil a informações mais específicas, como frequência de acessos, que regiões estão buscando mais seus produtos, faixa etária e classe social desses consumidores, entre outros pontos. Com isso, a recompra, que pode até ser na própria loja da marca e que é o que ela mais espera, fica um pouco mais difícil. “O consumidor é cliente do marketplace, então a informação completa dele fica com o site. O seller basicamente recebe o endereço dele, quanto gastou, quais os produtos que precisa entregar e aí ele tem que trabalhar a distribuição. Ele não tem um contato com o cliente para depois fazer um programa de fidelização, não tem
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informação adicional se o cliente comprou um perfume, algum outro tipo de produto. Então essa é uma deficiência que um seller tem quando ele vende dentro de um marketplace”, resume Pedro Guasti, do Ebit. Alex Serodio, fundador da Beleza na Web, pondera que a experiência é o que faz toda a diferença nessa discussão acerca do consumidor. Este é fator que sua loja, uma das principais especializadas em beleza e perfumaria do País, sempre buscou oferecer. Para ele, os marketplaces nunca serão destino para aqueles consumidores que estão buscando experiência. “O consumidor é muito inteligente. Ele quer ser bem atendido, com um preço justo. A maior parte deles não quer o melhor preço, quer um preço que seja justo. É só ser justo com o consumidor para você ganhar a confiança dele e você o terá. Isso vale para online ou offline, e em qualquer época. O consumidor que é bem atendido com um preço justo, volta”, exalta. Serodio acredita ainda que o marketplace funciona muito bem para categorias como a de “Eletrônicos” e não deve funcionar da mesma forma no caso de produtos de beleza. “Se quer comprar produto de beleza, você vai na loja de beleza. Se quer comprar um tênis qualquer, você vai na Amazon; mas se quer comprar um tênis que acabou de ser lançado aqui, você vai na loja da Nike. Essa é a diferença, a experiência sempre prevalece”, compara.
Canal Tecnologia
Tá na hora de se mexer A tecnologia está mais acessível para o varejista em termos de valores e opções, porém sua aplicação ainda depende de alguns fatores. Especialista destaca a importância do seu uso nos dias atuais e cita o que pode ser feito neste sentido >>> rafael mendonça
Q
ue a tecnologia pode ser algo fundamental em diversos sentidos para o negócio de uma empresa, disso ninguém duvida. As soluções existentes atualmente começam aos poucos a fazer parte do dia a dia de empresas, como os varejistas, por exemplo. No mercado de beleza, a tecnologia vai entrando devagar, mas há sem dúvida um grande campo a ser trilhado. A tecnologia chegou para ficar, os varejistas que não adotarem essas novas ferramentas vão ficar fora do mercado. “O único detalhe que falta é eles entenderem bem que, para serem competitivos no mundo atual, e no Brasil mesmo, a tecnologia vai ajudar a baixar custos e ganhar em vendas. Empresa de varejo que não tem e-commerce de última geração vai sumir”, acredita Carmela Borst, diretora Sênior de Marketing para América Latina da Infor, companhia que desenvolve software
de negócios na nuvem para indústrias específicas, que conversou conosco acerca dessas possibilidades e sobre para onde os varejistas precisam olhar para aproveitar as melhores opções existentes. Nessa entrevista à Atualidade Cosmética, ela reforça que, pouco a pouco, eles vão entender da importância de usufruir as novas tecnologias.
Em relação à consciência dos varejistas brasileiros sobre o uso de tecnologias, ainda é um desafio, digamos, para abrir a mente deles quanto a isso? O que pode ser feito neste sentido? Os principais geradores do câmbio são a geração millennial, que já são quase um terço da força de trabalho. Por enquanto, quando eles trabalham no setor de varejo, vão ajudar ao setor finalmente inovar. Por outro lado, o millennial como consumidor é bem exigente. Estão acostumados a entregas rápidas dos produtos que compram online, 48
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horas no máximo. Então as empresas precisam ter Internet das Coisas (IoT) na sua cadeia de suprimentos para fornecer um serviço adequado. O millennial não é leal a seus fornecedores, se o serviço for no mínimo ótimo, eles mudam de loja. E a IoT tem muita importância neste setor, já que permite conectar muitos produtos e olhar as partes da cadeia de suprimentos que de outra maneira não se pode ver. Os clientes querem saber exatamente onde está seu produto. A Internet das Coisas juntamente com machine learning, ajuda a validar o que a empresa cumpre, de acordo com o que pedem os clientes. A maior visibilidade e conhecimento da cadeia beneficia a todos os clientes. Se pode tomar melhores decisões e melhorar a qualidade e sustentabilidade. Especialistas em varejo dizem que, para o varejista pensar em investir em tecnologia, ele deve pensar antes basicamente em dois pontos: se trará
CARMELA BORST: tecnologia chegou para ficar e os varejistas que não adotarem essas novas ferramentas vão ficar fora do mercado.
PLATAFORMA VIRTUAL ARTIST, DA SEPHORA: a tecnologia pode ser utilizada para gerar experiência mesmo fora de um PDV físico.
eficiência em termos de gestão ou se proporcionará experiência ao consumidor. Este é um bom caminho para se avaliar se vale o investimento? É um pensamento básico, porque é muito mais que eficiência e experiência para o consumidor. É a única forma de ser competitivo e diferenciar-se da competência. A tecnologia é o que vai fazer que empresa seja inovadora e continue sendo eficiente e sobreviva numa época muito difícil. Como já falamos, é a única maneira de manter os clientes. Levando isso para varejistas que atuam com produtos de beleza, como perfumarias e farmácias, no que eles precisam focar diante da realidade atual em termos de opções tecnológicas? Vale a pena investir alto em uma tecnologia sendo que algumas coisas mais básicas não estão bem “cuidadas”, como uma organização de estoque, por exemplo? Com certeza vale a pena investir em tecnologia nova, específica para cada mercado, que seja para varejo. Por exemplo, as soluções novas de estoque contam com muitas novidades que fazem que seja mais rápida e fácil saber que produtos temos em estoque e quais estão em faltam. Se pode usar a IoT para saber em qual estoque está na empresa, quando chegou, a validade. Também uma boa solução é o demand planning, para saber como mudam as compras de acordo com a época do ano, como Natal, Dia da Mães, etc, e assim ter os produtos que vão necessitar para essas datas. O e-commerce é super importante, tem que ser acessível e com poucos clicks, fácil de usar. O ideal é que conheça o perfil do comprador no momento que ele acessar o site, para oferecer o produto mais adequado para aquele cliente. Um cliente de 20 anos e um de 50 anos não são iguais, eles compram coisas diferentes. Com tecnologia, é possível conhecer cada um deles,
gem é um bom exemplo, mas também podemos oferecer maquiagem virtual, em que a pessoa tira uma foto, coloca no computador e pode usar diferentes maquiagens e ver se ela gosta para comprar. O cliente pode ter uma experiência única sem gastar com os produtos e logo comprar no PDV. E só usar tecnologia.
saber que eles compram com qual frequência e oferecer um melhor serviço. Você pode dar exemplos de tecnologias que já estão disponíveis aos varejistas brasileiros, que são acessíveis, que até parecem complicadas mas que são simples e que oferecem uma experiência de compra melhor? E quais delas podem ser utilizadas por varejistas de beleza? Temos uma solução chamada Infor Retail, que funciona perfeitamente para varejistas do setor de beleza com três focos: e-commerce, gestão da cadeia de suprimentos e demand management e o CRM para conhecer o cliente. Todas preparadas para um mundo digital com as principais novidades: Inteligência Artificial, Internet das Coisas, nuvem e machine learning. Dentro do mercado de beleza, há categorias que podem oferecer boas experiências ao consumidor em uma loja física, como é o caso da Maquiagem. Como os varejistas podem explorar isso em seus PDVs? Ter tecnologia não significa que a loja física tem que desaparecer. Maquia-
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Também visando melhorar a experiência no PDV, como os varejistas de beleza podem aproveitar a integração de dados de uma forma que permite atender ao cliente para que ele se sinta tratado de uma maneira mais individualizada? Isto pode ser feito com o produto CRM, para o relacionamento com o cliente em diferentes canais, seja o cliente que compre no PDV, na internet, ou faça perguntas por e-mail. Todos os dados ficam numa mesma solução para poder oferecer o que o cliente compra em forma individualizada. Os clientes adoram ser tratados em forma individual. Isso permite fazer campanhas individualizadas para oferecer produtos novos, ofertas, que sejam conforme o que o cliente já comprou. Considerando as redes de perfumarias brasileiras, que não contam com muitas lojas e um poder de investimento como uma grande rede de farmácias, como elas podem realizar ações práticas, para que possa evoluir por este lado tecnológico? Existem soluções tecnológicas específicas para pequenas e medianas empresas, que podem ajudar as perfumarias brasileiras sem poder de grandes investimentos.
mercado Casas de Fragrância
O mercado está pegando fogo Incêndios, problemas ambientais, quebras de produção em cadeias importantes para a fabricação de químicos aromáticos... O negócio de fragrâncias vive um momento delicado >>> aûani cusma de paula
E
m todo o mundo, as casas de fragrâncias estão acostumadas a lidar com contratempos e intempéries que atingem, de tempos em tempos, a cadeia de abastecimento do setor. De uma súbita explosão na cotação do barril do petróleo, até problemas climáticos em alguma região do planeta, passando pela explosão (ou a brusca queda) do consumo de uma determinada matéria-prima – que gera outros subprodutos utilizados na produção de químicos aromáticos –, e, ainda, um aumento considerável nas restrições regulatórias a um número cada vez maior de compostos. Cada movimento desses gera impactos diferentes, mas via de regra, costumam acabar numa variação de preço dessas matérias-primas. Via de regra também, as próprias casas acabam assumindo boa parte desse aumento e repassando, eventualmente, apenas uma parcela do incremento para os seus clientes, em casos que o custo final da composição olfativa é muito impactado pelo aumento de um item específico.
Mas, a situação que o mercado vive desde o último trimestre de 2017 é bastante tensa, mesmo para aqueles mais calejados no mercado. “O mercado (de fragrâncias) está completamente desastroso. É como vulcão que está em erupção”, conta Fernando Lapique, diretor da casa de fragrâncias brasileira L’Essence. Uma conjunção de eventos negativos em sequência colocou o mercado sob um nível de pressão nunca visto antes, ao menos nesse milênio e deixando todas as casas em estado de alerta. O primeiro (e maior) problema aconteceu em outubro do ano passado, quando um incêndio causou estragos severos na unidade fabril da Basf na cidade de Ludwigshafen, na Alemanha. A planta era responsável por grande parte do Citral produzido no mundo (alguns falam em 75% da produção global desse item). A partir do Citral são produzidos uma série de produtos importantíssimos para o segmento de fragrâncias como linalool, geraniol, citronelol e mentol. Com o incêndio, a companhia química alemã declarou situação de “Força Maior”, uma espécie de estado de Calamidade Pública. Isso
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permitiu à empresa romper contratos de fornecimento de forma unilateral até que a situação se reestabelecesse. Após o ocorrido, a Basf tomou uma série de medidas para mitigar os efeitos do incêndio para o mercado. A companhia alemã alocou os volumes restantes que mantinha dos produtos afetados no mercado de maneira justa e razoável, “com base em uma abordagem de proporcionalidade entre os seus clientes”. Além disso, segundo a companhia, sempre que possível foram reativadas antigas rotas de produção da fábrica, como por exemplo, para a produção de Linalool e Tetrahydrolinalool. Mas isso foi um paliativo. A fábrica só retornou mesmo a produção no final de abril, priorizando inicialmente a fa-
planta de citral da basf, na alemanha, antes do incÊndio: o incidente gerou uma série de problemas em cascata na cadeia de abastecimento do mercado de fragrâncias. bricação de vitaminas A e E, que também tiveram sua produção suspensa por conta do incêndio. De acordo com informações da Basf, cerca de 80% do portfólio de químicos aromáticos teve a fabricação dos primeiros volumes iniciada até oito semanas após o início da produção de Citral. O lead time para que os produtos voltem a chegar ao mercado varia de acordo com o produto, região e país, podendo levar até alguns meses. Consultada, a Basf não forneceu nenhuma informação sobre prazos de abastecimento para o Brasil ou a América Latina.
Problemas e mais problemas Fosse apenas esse acontecimento, o
impacto já seria brutal. Mas o que se seguiu, foi uma sequência de situações igualmente desastrosas para a indústria. Ao menos outras três unidades importantes para a produção de químicos aromáticos no mundo sofreram com incêndios, afetando a produção de diversos itens básicos para o mercado. Em novembro do ano passado, a chinesa Jianggxi Huayua suspendeu a fabricação de dihidromircenol e correlatos por causa do acidente. Em fevereiro deste ano, a fatalidade aconteceu na fábrica da DRT-Anthea, uma joint venture franco-indiana que também produzia itens como o dihidromircenol e derivados da cadeia do Citral. No mesmo país, em abril, a Privi Organics, outro fornecedor global importante, viu seus
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tanques explodirem. Acha que é só? Não. Na China, uma jornada das autoridades contra a infame poluição no gigante asiático levou ao fechamento de cerca de 80 mil fábricas apenas no último ano. Centenas delas eram indústrias químicas com atuação na área de químicos aromáticos, que tiveram que baixar suas portas e encerrar a produção, da noite para o dia, literalmente. Os estoques limitados de Terebintina – matéria-prima básica da qual derivam importantes produtos para a cadeia de fragrâncias como o Mirceno, que antecede o já citado dihidromircenol na cadeia de produção – fizeram o preço da matéria-prima atingir o seu preço mais alto em todos os tempos. Tudo junto, a oferta de insumos básicos e fundamentais para a composição de fragrâncias ficou limitada e pressionada no mundo. De acordo com um relatório da Llunch Essence, uma distribuidora global de produtos para fragrâncias e aromas, o abastecimento deve permanecer limitado ao longo do segundo semestre. “De 30 matérias-primas básicas, 15 estão com problemas”, diz Fernando Lapique. Além disso, os prazos de entrega estão bem mais elásticos e os preços seguem pressionados. Ao longo dos últimos meses, o valor de vários ingredientes explodiu. No caso dos derivados do Citral e do Isopreno, espera-se que a partir do terceiro trimestre as coisas comecem a voltar ao lugar, com a retomada do abastecimento pela Basf. A diretora de Compras para América Latina da alemã Symrise, uma das quatro grandes casas de fragrâncias globais, Suzi Mara Conti Molina, diz que desde junho realmente se verifica a maior disponibilidade dos itens derivados de Citral. Entretanto, muitos agentes do mercado acreditam que apesar da retomada, a prudência leve a crer que só em 2019 será possível cravar que o abastecimento volte realmente à normalidade. O mesmo não pode ser dito sobre os preços desses itens, até porque eles foram afetados por outros fatores que vão além da crise da Basf. “Não acreditamos que esses preços retomem aos patamares de anos anteriores no curto ou médio
mercado Casas de Fragrância prazo”, explica a executiva da Symrise. Para Fernando Lapique, a tendência é que os preços não voltem aos patamares anteriores, embora ele lembre que o problema da Basf foi pontual, um incêndio, e não um problema de falta de matéria-prima. Já no caso da Terebentina – e, mais especificamente, do dihidromircenol – o mesmo relatório da Llunch diz que não há quase nenhuma disponibilidade de material no mercado spot (para vendas esporádicas) e os preços estão em níveis sem precedentes e sem previsão de alívio antes do final deste ano. “Nossos contratos de médio e longo prazo e o relacionamento junto aos nossos fornecedores foram primordiais para evitar o desabastecimento (de derivados da Terebentina), embora logicamente os preços tenham sido fortemente afetados”, reforça Suzi, que acredita que a regularização da disponibilidade dos ingredientes dessa cadeia se dará em médio prazo. Diretor da Vollmens, outra casa de fragrância brasileira, Nestor Mendes diz que as previsões para a Terebentina não são boas. “Já escutei que poderemos ter mais quatro anos de problemas daqui para frente, e que a situação pode piorar ainda mais em relação ao que temos agora”, conta o empresário. Um dos motivos para a quebra de produção e, consequentemente, a elevação exponencial dos preços teria a ver com a produção chinesa. Haveria um excesso nos estoque de breu, o principal produto da resina de pinho e utilizado, por exemplo, em tintas. Por conta disso, eles estariam produzindo menos resina de pinho e, por consequência, menos Terebentina, um mercado que hoje, é dominado pelos chineses. O dihidromircenol é uma das moléculas mais utilizadas na perfumaria fina (bem mais do que em produtos funcionais, como os de limpeza, esses mais diretamente impactados pelos derivados de Citral). É ela a responsável por garantir sensação de limpeza e um frescor mais aromático e frutado em muitas composições de sucesso, especialmente as masculinas. Perfumes como CK One, de Calvin Klein; Kaiak, da Natura; devem muito da sua característica olfativa a essa molécula, que foi alçada a condi-
ção de “ator principal” na perfumaria fina pelo velho Drakkar Noir, que timha 10% de dihidromircenol na composição. Num país onde a sensação de banho tomado é importante para o consumidor, essa molécula derivada da Terebentina costuma ser uma opção segura para perfumistas e avaliadores. Até o dipropilenoglicol (DPG), o principal solvente utilizado na indústria de fragrâncias voltou a ter o preço majorado para cima, em cerca de 60%, desde o ano passado. O motivo? A oferta reduzida do produto, que teria sido gerada pela troca feita por um grande usuário da área de bens de consumo, que deixou de usar o propilenoglicol em formulações, trocando-o por um solvente natural. Se a demanda pelo produto principal caiu, e o DPG é subsequente ao propilenoglicol na cadeia de produção, produz-se menos DPG. Esse movimento pode antecipar a substituição desse solvente pela indústria, que tende a ter seu uso restringido cada vez mais pelos reguladores, principalmente em produtos de uso pessoal. Alternativas já existem. Mas são mais caras.
Voltando ao básico O mercado de ingredientes para aromas e fragrâncias é um bom exemplo das novas cadeias de produção internacionais. Ele opera de forma global e integrada. As grandes casas internacionais, que sempre produziram matérias-primas para uso interno e para o próprio mercado, com o tempo, deixaram de produzir muitos desses ingredientes mais básicos e commoditizados para se concentrar em moléculas de maior valor agregado. Isso fez com que a China e a Índia assumissem o controle na produção e no fornecimento desses materiais. Isso explica o porquê de os acontecimentos que motivam a atual crise no mercado – afora o incêndio da Basf, na Alemanha – concentram-se nesses dois países. “Esse mercado (de matérias-primas) ficou na mão dos chineses e indianos. Com a ruptura, seguindo a lei da oferta e da demanda, muitos deles resolveram ganhar dinheiro também”, pontua o diretor da L’Essence. Para ele, é obvio que existiram fatos objetivos que contribuíram para o aumento de preços. Com o
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ANÚNCIO DE CK ONE, DE CALVIN KLEIN: problemas afetam a produção de ingredientes importantíssimos para criações perfumísticas, como o dihidromircenol.
incêndio da Basf, os chineses, que também fabricavam produtos derivados do Citral, aumentaram a produção, mas não a ponto de conseguir atender à demanda do mercado. “Claro que tem o fechamento de fábricas, os incêndios. Mas, matérias-primas que não tinham nada a ver com o problema subiram de preço também”, diz. Para ele, existe um pouco de especulação em tudo isso, inclusive no caso da Terebentina. “Lógico que tinham que aumentar os valores. Mas foi muito sintomático o fato de a disparada de preços ter acontecido logo depois do incêndio da Basf”, questiona o empresário. Em situações como essa, as maiores casas internacionais, além de contarem com contratos de fornecimento de médio e longo prazo, costumam percorrer o mundo todo em busca de estoques para garantir o mínimo de suprimento. “Mantemos várias fontes em matérias-primas essenciais e continuamos a desenvolver fornecedores alternativos sempre que possível”, explica Suzi, da Symrise.
sando parte do impacto do aumento de custos de matérias-primas.
Segurando a onda
Outra iniciativa das grandes casas para lidar com a situação atual foi, justamente, a retomada da produção de ingredientes e matérias-primas que eles haviam deixado de produzir. Algumas companhias, inclusive, redirecionaram unidades industriais para a produção desses itens. A compra da Pinova Holdings, em 2015, permitiu à Symrise estabelecer uma linha de fornecimento vertical de itens importantes para a produção de fragrâncias, por meio da Renessenz, a unidade da Pinova de químicos aromáticos (em 2016, a empresa alemã vendeu a Pinova Inc., que fabricava resinas especiais e químicos intermediários a partir da madeira de pinho para aplicações industriais, para a DTR). “A integração vertical dos negócios foi fundamental para garantia de nosso abastecimento”, reconhece a diretora da Symrise. A presença global e a musculatura financeira tende a dar mais condições às grandes de gerir a situação em momentos críticos como atual, inclusive
mantendo estoques nas diferentes regiões que opera e promovendo transferências de matérias-primas entre as plantas das empresas em diferentes países sempre que necessário. “Todas essas ações coordenadas por nossa área de supply chain, nos ajudaram a garantir abastecimento mínimo durante o período mais crítico e entendemos que nossos clientes não foram afetados”, comemora Suzi. Todo esse “malabarismo” não saiu de graça para as indústrias do setor. No recém-divulgado balanço para o primeiro semestre da casa suíça Givaudan, a maior do mundo, o aumento no nível dos estoques de matérias-primas foi um fator importante para diminuir o lucro da empresa no período. O EBITDA da divisão de fragrâncias caiu 26 milhões de francos suíços na comparação com o mesmo período do ano anterior, grande parte dele fruto da ruptura causada pelo incêndio da Basf. A empresa disse em comunicado que tem conseguido renegociar os contratos com seus clientes globais, repas-
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Assim como as grandes multinacionais, as casas de fragrâncias brasileiras tiveram que se virar para encontrar e comprar um volume de estoque de matérias-primas que lhe garantisse alguma segurança, ao menos nos primeiros meses pós-crise. Isso obrigou as companhias locais a “engessar” um volume considerável de recursos em estoques. Mesmo com o aporte realizado para garantir vários meses de produção, nesse interim, as casas locais invariavelmente precisaram recompor estoques, ou mesmo comprar ingredientes mais específicos. E foi cruel. “Os preços desses ingredientes se multiplicaram por três, quatro. Isso quando eram encontrados, porque quando existe esse problema de ruptura, as grandes empresas saem tentando comprar tudo o que elas encontram e isso deixa os pequenos com menos acesso”, explica Nestor, da Vollmens. “Tem muita gente super-estocada”, corrobora Fernando, da L’Essence. Na briga para encontrar matérias-primas num mercado regido pela lei da oferta e da procura, contar com boas relações com os parceiros é fundamental. As empresas mais sérias do mercado, em geral, priorizaram o atendimento – na medida do possível – dos clientes que mantinham contratos e relações estabelecidas. Mas tem sempre aqueles que olham só para o resultado financeiro imediato. E na atual conjuntura, as oportunidades de ganho para quem tem esses ingredientes em estoque, não são nada desprezíveis. “Tenho mantido a parceria com fornecedores e não tivemos problemas de abastecimento”, conta Nestor Mendes. Mas, ele diz que a empresa teve que fazer pagamentos antecipados para a China, em alguns casos com dois meses de antecedência, para poder garantir a compra dos ingredientes. “Isso não era comum. E, nessas horas, você não pode nem questionar preço. Se ele tem o produto que você quer, você compra. O preço é um detalhe no final da conversa que você tem que aceitar”, lamenta o diretor da Vollmens.
mercado Casas de Fragrância indústria na china: por conta de uma cruzada antipoluição, 80 mil fábricas foram fechadas. Mais um fator a contribuir com a ruptura no abastecimento de ingredientes para fragrâncias.
Priorizando o que já está feito Com tantas desventuras para conseguir se abastecer de alguns ingredientes, e ainda sem a certeza de quando de fato a situação estará normalizada, as casas têm gerido com cuidado esses estoques. A prioridade das empresas em relação aos ingredientes afetados tem sido a de preservar ao máximo esses estoques, direcionando-o quase que exclusivamente para atender às formulações já existentes. E, com parcimônia. “Assim como as casas quiseram se estocar ao máximo, os clientes, ao ficarem sabendo do problema, também queriam uma quantidade muito acima do normal de fragrâncias. Tivemos que ter muito jogo de cintura para garantir o abastecimento para todos os nossos clientes”, conta Nestor. O mesmo processo foi adotado na L’Essence. Os novos projetos desenvolvidos neste ano, já foram pensados, ao menos nesse momento, dentro do novo contexto de custo e disponibilidade. Fernando Lapique acredita que o mercado de fragrâncias caminha para composições mais simples (não mais pobres), com o uso de menos ingredientes.
Muitas empresas têm aproveitado a situação crítica para buscar no mercado alternativas em relação a alguns dos ingredientes mais afetados, especialmente aqueles que têm sido afetados por problemas mais estruturais de abastecimento de matérias-primas, e não por uma ruptura pontual. As mudanças regulatórias também são um forte incentivo às casas na busca por novas moléculas. No caso da Symrise, por exemplo, a área técnica avalia alternativas (aos derivados da Terebentina) já disponíveis no mercado. No caso das fragrâncias novas, elas já estão sendo concebidas também dentro de uma nova realidade de custos do mercado, com as casas recompondo suas margens. Já no caso do portfólio de fragrâncias já comercializadas, as negociações precisam ser feitas olhando para cada caso. Até porque não é possível falar num aumento linear de preços. Os ingredientes afetados entram em quase todas as formulações, assim quase nenhuma composição saiu ilesa de algum impacto. “Mas tem fragrância que o custo subiu 5% e tem fragrância que o custo dobrou, porque são vários itens da fórmula que subi-
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ram três, quatro vezes e tem dosagens significativas na formulação. É uma loucura”, explica Nestor. Em geral, as casas absorvem uma parte e repassam outra. Os clientes costumam “aceitar”, após longas explicações e negociações com suas casas fornecedoras. Até porque, excetuando-se a perfumaria mesmo, o impacto da fragrância no custo total do produto é bem pequeno. Mas é claro que têm sempre os que não aceitam. Neste caso, cada casa avalia se continuar atendendo àquele cliente, nas condições de preços pré-crise, faz sentido para ela. De qualquer forma, na atual conjuntura do mercado brasileiro, os clientes também não conseguirão repassar esse aumento para o varejo e o consumidor. Então é preciso que as “perdas” sejam partilhadas, para que as partes possam seguir trabalhando. Embora a situação de alguns ingredientes deva seguir tensionada, no geral, o mercado espera que a partir de 2019, com a normalização da situação da Basf e a reabertura de fábricas na China fechadas por questões ambientais, o mercado volte a lidar “apenas” com os seus problemas de sempre, de preferência, um de cada vez.
apresenta
Guia de Perfumistas Narizes do Brasil
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ESPECIAL Narizes do Brasil
A
pós alguns anos, a revista Atualidade Cosmética atualiza a relação de profissionais que, com toques de maestria e conhecimento, são capazes de proporcionar e transformar emoções em cheiros, além de eternizá-los. Conheça um pouco mais quem são os perfumistas responsáveis por trazer tudo isso aos consumidores brasileiros. Nas próximas páginas, este Guia de Perfumistas mostra os personagens e, por que não dizer, artistas de diferentes casas de fragrâncias que desenvolvem criações olfativas marcantes, feitas à base de muita experiência e inspirações das mais inusitadas fontes. Quem são esses “narizes”, suas histórias e criações!
*No caso das casas de fragrâncias que não enviaram as informações até o fechamento desta edição, optamos por publicar apenas os respectivos nomes dos profissionais e as criações atribuídas a eles, com base em informações disponíveis em fontes públicas.
Adilson Rato, Firmenich Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Alpha Masculino (Avon), Quasar Forever Energy (O Boticário), Attraction Masculino (Avon), Alpha Feminino (Avon), Mithyka Zaffyr (L’Bel), Eterna Crystal (Hinode).
Alessandra Vinksnaitis, Givaudan Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Lux Star Collection Sweet Temptation e Delicate Embrace (Unilever – 2015).
Alexandre Freile, Firmenich Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: L’eau de Missha Let It Be (Missha), Isabella Fiorentino (Jequiti), Berryessence (Brocard).
Alfredo Monteiro Vollmens Fragrances Trajetória: Possui 47 anos de experiência em perfumaria. Iniciou sua carreira na casa de fragrâncias IFF, onde permaneceu por 15 anos e saiu como perfumista. Após
esse período, atuou em diferentes casas internacionais no México, Inglaterra e Argentina, onde se especializou na criação de perfumes para o segmento de household e cosméticos. Há 16 anos, retornou ao Brasil como perfumista para os segmentos de perfumaria fina, cosméticos e household. Por dois anos consecutivos, foi finalista para a categoria de Criação Perfumística Livre do Prêmio Atualidade Cosmética. Hoje, enriquece o time de perfumistas da Vollmens Fragrances, onde ocupa a posição de Perfumista Sênior. Inspirações: Está sempre em busca de novidades e inovações do mercado, olhando para o cenário nacional e internacional. Novos ingredientes e conceitos inspiram Alfredo para estar sempre um passo a frente em suas criações. Estilo: Seu estilo para criação é amplo e versátil no universo de cosméticos e household, mas também adora trabalhar com perfumaria fina. Criações recentes: La Luna, La Vida (Ciclo Cosméticos), Talismã (Evomel), Liss (Bio Extratus).
André Ricardo do Amaral Crecencia Trajetória: “Tive a primeira oportunidade para o mundo mágico das fragrâncias junto à antiga Quest. Lá tive o prazer de aprender e trabalhar com grandes nomes da perfumaria nacional e
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internacional, formando assim a base do meu conhecimento. Após essa etapa na Quest, tive um pequeno tempo na Givaudan do Brasil, onde acrescentei em meu conhecimento uma nova de forma de vivenciar esse mundo mágico. Mas é na Crecencia que recebi a oportunidade de criar, vivenciar, trabalhar e transformar meus sonhos perfumados em fragrâncias maravilhosas que encantam nossos clientes.” Inspirações: “Minhas inspirações vêm do que acredito e vivo intensamente, como a paixão pela minha família, meu trabalho e pela oportunidade de mudar um pouco o mundo com a doçura de criar algo que possa marcar alguém em sua jornada de vida.” Estilo: Livre e leve, pois o viver da vida é sempre o mais importante.
Antonio Amador IFF Trajetória: Se juntou à IFF em 1963, trabalhando em Laboratório. Posteriormente, assumiu uma posição em Controle de Qualidade, onde pôde descobrir e estudar todas as matérias-primas. A paixão foi despertada instantaneamente: dedicou todo o seu tempo livre para fazer experimentos e criar suas próprias composições, o que chamou a atenção de um perfumista americano que o convidou para ser treinado. Inspirações: Amador afirma que não há perfume sem uma história por trás. Todos têm uma razão para terem sido criados,
lançados, imaginados. Para ele, perfume é como música: “Quando você compõe uma música, combina as notas, formando um acorde, e com os acordes, você cria uma música. O mesmo acontece na perfumaria: as matérias-primas são as notas, que combinadas criam acordes e a fragrância final é a música.” Amador gosta de trabalhar com notas herbais e especiadas, mas sua grande preferida é a lavanda, por ser tão energética. Estilo: Amador acredita que para seguir a carreira de perfumista, você precisa ter paixão, convicção e sempre buscar novas ideias. Criações recentes: Horus e Revelar (Natura); e Connexion e North Wind (O Boticário).
Benjamin Berlizon, Mane Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Forum Boop My Jeans (Passion).
Carmita Magalhães, Firmenich Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Gold In Shadow (Ana Hickmann), Diva Pink (Jequiti), Man (Jequiti), Olinda (L’Occitane au Brésil), Feelin’ Para Ela (Hinode), Dazzle (Hinode), La Passion (L’Bel).
Cesar Mussi Citratus Fragrances Trajetória: “Químico industrial, iniciei a carreira na Givaudan como assistente de laboratório por quase cinco anos. Fui assistente de perfumista na Firmenich por quatro anos e meio e, em 2010, entrei na JD Royale Fragrâncias como Perfumista Trainee. Juntei-me à Citratus Fragrances como perfumista em 2012.” Inspirações: Viagens, culinária, drinks diferentes e observar pessoas e suas histórias. Estilo: “Alinhado com a perfumaria moderna, gosto muito de trabalhar com ingredientes impactantes, sempre buscando criar
fragrâncias harmonizadas e equilibradas.” Criações recentes: Shampoo Aqua Micelar (Inoar), Linha Tô Podendo, Creme para Pentear Brilho Máximo / Linha S.O.S. Bomba de Vitaminas (Salon Line), Linha Botica Cachos Perfeitos (Bio Extratus), Shampoo Anabolizante / Liso Imediato (Hobety Profissional), Linha Capilar Coco e Jojoba (Sillage), Aromatizante Chá Verde Energizante (Riachuelo), Perfume Rahda Garage (Sidney Oliveira / Ultrafarma), Sabonete Maran Iogurte e Frutas Vermelhas (Teiú), Sabonete Oliver Flor de Pêssego (FC Oliveira).
vés de diferentes culturas e estilos de vida. Muitas de suas ideias de fragrâncias é uma mistura do exotismo latino-americano e da vida urbana parisiense. Memórias simples da infância perto da natureza alemã também é outra importante fonte de inspiração. Estilo: Suas criações são movidas por princípios puristas, nos quais as excelentes qualidades do óleo essencial são a chave para fragrâncias harmoniosas e únicas. Criações recentes: Malbec Gold Masculino (O Boticário – 2017), Cheirinho Prolongado (Johnson’s Baby Hair – 2017).
Cláudia Simonato, Mane Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Whatever it Takes Pink (Racco).
Christian Alori IFF Trajetória: Teve seu primeiro despertar para o caminho da perfumaria na Argentina, onde cresceu. Um professor o contou sobre a história de um perfumista que após uma ida ao Chile, criou uma fragrância que traduzia o cheiro de uma caverna nas montanhas. Isso inspirou sua curiosidade sobre a profissão, o que o levou a um curso de perfumaria no Centro Argentino de Estudios Múltiples, onde iniciou sua longa jornada no mundo das fragrâncias. Enquanto estudava, começou a trabalhar em uma pequena casa de fragrâncias, onde pôde conhecer mais as matérias-primas. Voltou a Nova York, onde nasceu, para trabalhar na IFF. Se tornou assistente de alguns dos melhores perfumistas da indústria, como Sophia Grojsman. Eventualmente, Christian se juntou à IFF Perfumery School, onde voltou a estudar para se tornar perfumista. Passou por Hilversum, Grasse e finalmente em Paris, onde encontrou os mentores Dominique Ropion e Juliette Karagueuzoglou. Depois de quase três anos em Paris, teve a oportunidade de voltar à América Latina, dessa vez para o Brasil. Inspirações: Suas viagens são a maior fonte de inspiração. Uma ida a Marrakesh o inspirou a brincar com diferentes combinações de especiarias, enquanto um fim de semana nas Cataratas do Iguaçu o motivou a traduzir em fragrância a abundância e o frescor da paisagem. A inspiração pode vir dos elementos mais abstratos, como músicas, pinturas, tex-
Cláudio de Deus, Givaudan Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Essencial Intenso (Natura), K (Natura), Everlast Bronx.
Cleber Bozzi, Drom Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Portiolli Classic Blue (Jequiti), LOV e Overdose Man (Racco)
Clito Hoedicke Symrise Trajetória: Iniciou sua carreira de perfumista na Haarmann & Reimer em 1992, na cidade de Holzminden. Trabalhou em Bogotá e Colômbia, atendendo à região da Cordilheira dos Andes durante quatro anos. Em 2000, foi transferido para o Global Center of Exellence localizado em Paris e, em abril de 2003, iniciou sua jornada na Symrise junto ao time do México. Inspirações: Clito é muito ligado às suas memórias e à sua excitante odisseia atra-
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ESPECIAL Narizes do Brasil turas, cores e vivências em viagens. Estilo: Busca partir de bons acordes, os quais aperfeiçoa com precisão para atingir combinações harmoniosas que encantam e trazem algo novo. Criações recentes: N/I
Débora Santos Kaapi Fragrâncias Trajetória: “Já se vão 24 anos desde que iniciei como assistente de perfumista, trajetória de intenso trabalho em incontáveis projetos de criação de fragrâncias. Passei por todas as fases de desenvolvimento de um perfumista, criando fragrâncias para todas as categorias de produtos. A partir de 2007, comecei a atuar fortemente na criação de fragrâncias para linha cosmética (capilar e corporal) e Fragrância Fina, incluindo o mercado latino-americano, especialmente do Chile, agregando à minha experiência a percepção de intensidade e resiliência que caracteriza este mercado. Recentemente me juntei ao time de perfumaria da Kaapi, onde tenho a oportunidade a usufruir de ingredientes da biodiversidade brasileira em minhas criações proporcionando uma singularidade que marca a Casa.” Inspirações: A natureza, a diversidade das flores, o “pôr do Sol”, a música, arte em quadros de pinturas a óleo. Estilo: Figurativo e Clássico. “Combino notas de alta aceitação no mercado com cases de sucesso no passado que foram modernizados.” Criações recentes: Em produtos da Perge, Brazilian Secrets Hair, Flores & Vegetais, Embelleze, Sanofi, entre outras.
Edison Fujita Vollmens Fragrances Trajetória: Foi a ciência dos químicos aromáticos que aproximou Edison do universo da perfumaria. Atuando como engenheiro químico, cursou especialização em espectrometria de massas no Japão, que lhe garantiu know-how para ser o primeiro
profissional a trabalhar com esta tecnologia nas casas de fragrâncias do Brasil. Iniciou sua carreira como pesquisador de matérias-primas e trilhou seu caminho rumo à criação com a formação em perfumaria pela GIP – Grasse Institute of Perfumery, cujo mentor foi o renomado perfumista Max Gavarry. Sua carreira de perfumista com 20 anos de experiência lhe rendeu em 2016, o Troféu Aparício Basílio da Silva, para melhor criação perfumística masculina da América Latina, no Prêmio Atualidade Cosmética. Hoje, é Perfumista Sênior da Vollmens Fragrances. Inspirações: Amante dos estudos e mergulha na pesquisa de novas matérias-primas para utilizar em suas criações. Gosta de vivenciar os resultados de novos ingredientes em seu processo criativo. Estilo: Focado em perfumaria fina. Criações recentes: Boníssimo Black (Avatim); Amaú (Avatim), Unique (Yes Cosmétics), Vanilla Bourbon (Acqua Aroma).
Eduardo Mattoso Kaapi Fragrâncias Trajetória: Ainda um estudante de física em viagem pelo País, Eduardo teve contato com diversas plantas aromáticas que despertaram o interesse em conhecer mais sobre química e óleos essenciais. Após anos de estudos e pesquisas, adquiriu profundo conhecimento sobre compostos aromáticos, técnicas de identificação de moléculas e controle de qualidade. Este conhecimento lhe proporcionou contato com a indústria de perfumes. Um de seus trabalhos de pesquisa foi usado por uma empresa brasileira de cosméticos, pioneira no uso da biodiversidade. Começando por meio da exportação de ingredientes aromáticos, Eduardo criou e desenvolveu diversos relacionamentos comerciais com grandes atores do mercado internacional, e posteriormente criou a Kaapi Fragrâncias. Inspirações: natureza, produtos naturais, tecnologia, sentidos, viagens, lugares, pessoas, ideias. Estilo: nicho, minimalista, Criações recentes: N/I
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Eurico Mazzini Symrise Trajetória: Começou sua carreira na Quest International em abril de 1980 e, em dezembro de 2000, se mudou para a Firmenich. Começou na Drom International em janeiro de 2009 como diretor de Perfumaria e sua trajetória na Symrise inicou-se em junho de 2015, como Perfumista Sênior. Possui sólida experiência em LATAM para todos os segmentos de perfumaria, especialmente Fine Fragrance e Body Care. Inspirações: Vivendo em muitas partes diferentes do mundo (Inglaterra, China, Índia, Indonésia), seu estilo é sempre inspirado por suas diferentes experiências e apaixonado pela criatividade por trás de cada cheiro. Criações recentes: Malbec Gold Masculino (O Boticário – 2017), Bem Me Quer Com Delícias Sweet Feminino (Jequiti – 2017), Thiaguinho Masculino (Jequiti – 2017), Xuxa Meneghel Feminino (Jequiti – 2017), Sabonete Flor de Alecrim (La Flore Davene – 2017), Sabonete Mel & Vanilla (Aromasense – 2017), Sabonete Gérbera (Aromachologie Francis – 2017), Linha Flor de Lis (Natura – 2018).
Fabienne Coupaye Symrise Trajetória: Iniciou sua jornada no mundo da Perfumaria em 1990, inicialmente como estudante na ISIPCA (l’Institut Supérieur International du Parfum, de la Cosmétique et de l’Aromatique Alimentaire) em Versailles, na França e logo ingressou para a indústria de Fragrâncias, onde trabalhou em Paris e atualmente na Symrise México, onde ingressou em 2005. Tendo trabalhado em muitos projetos de segmentos bastante variados, adquiriu um amplo expertise, o que a permitiu escolher uma área com a qual teve maior identificação: Fine Fragrance e Personal Care. Inspirações: É inspirada e apaixonada pela sua profissão que, segundo ela, por meio de suas criações, torna a vida mais bela. Estilo: Cria fragrâncias diferentes e busca trazer cada vez mais inovações aos merca-
dos onde atua. Criações recentes: Body Splash Tododia Flor de Lis Feminino (Natura – 2018), Eliana Quartzo Feminino (Jequiti – 2018), WS Wesley Safadão Masculino (Jequiti – 2018), Body Splash Nativa Spa Ameixa Negra (O Boticário – 2018), Shampoo Yamá Cachos Less Poo (Yamá – 2017), Sabonete Coconut Water (Lirio – 2017), Shampoo Baby Honey e Argan (Ricitos de Oro – 2017), Desodorante Fresh Sport (Nivea Men – 2017), Desodorante Fresh Ice (Nivea Men – 2017), Huggies Relax (Huggies – 2017), Linha Tododia Flor de Lis (Natura – 2018), Linha Nativa SPA Ameixa Negra (O Boticário – 2018).
Fabiano Ramos, Luandy Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: N/I
Fanny Moreau de Menezes Rai Industrial Trajetória: Iniciou a carreira em 2011, criando fragrâncias personalizadas na Mon Absolu e desde 2015 na Rai Industrial, onde cria fragrâncias em cross category. Inspirações: Viagens, culinária, memórias pessoais, o dia a dia e até criações de outros perfumistas. Estilo: Fragrâncias minimalistas ou com leitura clara & criações com efeito de contrastes: quente/frio; molhado/seco; escuro/ brilhante; matérias primas muito modernas com mais tradicionais. Criações recentes: Casa das Orquídeas (Tânia Bulhões), Flor de Maracujá (Tânia Bulhões), Blowing the Wind (Ara Vartanian).
Fanny Grau Symrise Trajetória: Quando terminou o doutorado na Universidade de Nice, juntou-se à Symrise, pesquisou novas moléculas de
aroma em Holzminden e ingressou na Escola de Perfumaria em 2009, orientada por Marc Vom Ende. Ganhou o “Concurso de Perfumaria PFW Patchwood” após um ano de escola e foi nomeada Perfumer Junior em abril de 2011. Já trabalhou no México e hoje está no Brasil. Inspirações: Viver com pessoas de diferentes culturas e com diferentes climas é o que mais a inspira. Da sua vegetação à sua arte, cultura e história. Estilo: Quando está criando um perfume, tem a intenção de provocar emoções e de fazer as pessoas “viajarem” em diferentes momentos e lugares. Criações recentes: Glamour Love Me Feminino (O Boticário – 2017), Imperialis Brasileira Feminino (L’Occitane Au Brésil – 2017), Floratta Amor de Lavanda Feminino (O Boticário – 2018), Águas Dias de Verão Feminino (Natura – 2018), Shampoo Maria Natureza Festival de Flores (Salon Line – 2017), Shampoo Maria Natureza Leite de Coco & Óleo de Monoi (Salon Line – 2017), Body Lotion Framboesa e Hibisco (Paixão – 2017), Shampoo Haskell Masculino (Haskell – 2017).
Fernanda Vieira, Cramer Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: N/I
Francisco Marano IFF Trajetória: Após se formar em Química Têxtil, começou trabalhando no Rio de Janeiro. Lá, mostrou um interesse especial no cheiro dos perfumes e seus ingredientes, o que não passou despercebido por seu gestor, que o deu a oportunidade de trabalhar nos projetos que o levariam ao caminho da perfumaria. Na IFF, trabalhou como perfumista em diversas categorias, criando fragrâncias que moldaram o mercado e continuam grandes sucessos até hoje. Em 2018, recebeu o mais alto título dentro da carreira de perfumista na IFF: Master Perfumista. Foi o primeiro a receber a nomeação na América Latina, que
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significa reconhecimento por seus anos de experiência, seu talento e assertividade em diferentes categorias e por ser mentor de novos talentos. Inspirações: “O mundo do perfume é muito diferente, completamente fora do comum”. A constante descoberta é o que o mantém curioso e alimenta sua criatividade. Estilo: Motivado pelos desafios da profissão, afirma: “Não é um trabalho com rotina. Sempre há a possibilidade de inovação, uma nova criação que poderá tocar a alma das pessoas”. Criações recentes: Em perfumaria fina, criou grandes clássicos, como Thaty e Styletto (O Boticário) e Mamãe e Bebê e Natura Homem (Natura). Entre seus novos sucessos, estão Malbec Sport (O Boticário) e Tododia Ameixa e Flor de Cerejeira (Natura).
Francisco Molina Jr, Lessence Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: N/I
Gabriela Maldonado IFF Trajetória: Nascida no México, estava tentando decidir o que estudar quando dois caminhos diferentes vieram à sua mente: pintura e química. Ela acabou por se formar em Engenharia Química, seguido por uma graduação em Estatística e Administração. Começou a trabalhar na IFF na área técnica, mas sua sensibilidade com ingredientes e fragrâncias não passou despecebida. Foi convidada para a área de avaliação, uma oportunidade que abriu as portas para a IFF Perfumery School, em Nova York. Aperfeiçoou-se em Nova York e Hilversum antes de se mudar para o Brasil, país que se tornou seu lar. Inspirações: Vêm de artes como culinária, pintura, moda ou até literatura, transformando as cores em uma combinação de ingredientes e traduzindo uma passagem de um livro em uma fragrância ou acorde. Estilo: A criatividade e busca por inovação fazem parte de seu processo de criação. Gosta de explorar novos caminhos olfati-
ESPECIAL Narizes do Brasil vos e experimentar ingredientes novos, especialmente os captivos IFF, para trazer novidade e modernidade às composições. Combinado a esse lado artístico e inovador, exerce seu profundo conhecimento e experiência técnicos para trazer um olfativo de sucesso com longa duração e performance para suas fragrâncias. Criações recentes: N/I
Gerald Ellena, Mane Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: N/I Gustavo Fonseca, Firmenich Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: L’Eau de Missha Always Be Mine (Missha).
Hernan Figgoli, Givaudan Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Intrepid (Ésika), Jolie Nuit (Jequiti), Make B. Urban Ballet (O Boticário).
Isaac Sinclair Symrise Trajetória: Ingressou na Symrise em 2000 como assistente de perfumista. Depois de alguns anos trabalhando com o Perfumista Master da Symrise, Maurice Roucel, ele se juntou à Symrise Perfumery School e foi nomeado Perfumista Junior em setembro de 2008. Inspirações: A principal fonte de inspiração de Isaac é a Natureza. Simplicidade em sua complexidade. Estilo: Ele se esforça para criar perfumes distintos que evocam emoções e marcam memórias. Criações recentes: Luminata Feminino (Avon – 2017), Bem Me Quer Com Delícias Sugar Feminino (Jequiti – 2017), Xuxa Meneghel Feminino (Jequiti – 2017), Kaiak Aero Masculino (Natura – 2018), Body Lo-
tion Framboesa e Hibisco (Paixão – 2017)
Jean Luc Morineau L’Atelier Parfums Trajetória: Iniciou sua carreira profissional em agosto de 1965 na Firmenich – França e no ano de 1969 tornou-se perfumista júnior na Firmenich – Genebra. De 1975 a 1981, atuou como perfumista para a Firmenich nos Estados Unidos, México e Brasil. Mudou para a Robertet – Brasil em 1981, onde trabalhou até 1983, quando mudou-se para a International Flavors & Fragances Inc. (IFF) – Brasil. Em 1986, tornou-se chefe perfumista e diretor técnico na Dragoco (atual Symrise) – Brasil. E, em 1991, fundou a L’Atelier Parfums e é o diretor Perfumista da empresa até hoje. Inspirações: O Brasil e sua natureza. Novas matérias-primas sempre trazem a inovação e a inspiração. Estilo: Clássico Criações recentes: N/I
Joachim Correll Symrise Trajetória: Fascinado por Química e Ciência desde jovem, entrou para o mercado de perfumes logo após se formar no Ensino Médio. Por muitos anos, viajou e trabalhou em muitas partes do mundo, como América do Sul, Europa, Ásia e EUA, mas sua paixão inigualável pela América Latina fez com que ele adotasse o Brasil como sua segunda pátria. Inspirações: Com origem alemã, mas com um estilo brasileiro, as inspirações vêm das diferentes culturas e diferentes formas de arte. Estilo: N/I Criações recentes: Sabonete Limão Siciliano (La Fruta Davene – 2017), Sabonete Flor de Lotus e Pitaya (Exotic Thailand Davene – 2017), Sabonete Baobá com Karité (Exotic África Davene – 2017), Sabonete Flor de Laranjeira (Aromachologie Francis – 2017), Sabonete Flor de Gérbera (Aromachologie Francis – 2017), Sabonete Sensitive (Nivea Men – 2017), Shampoo Força Vitaminada (J&J – 2018).
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Leandro Petit, Givaudan Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Lamborghini (Aeger), Elegance Rouge (Ana Hickmann).
Leonardo Luchezze, Mane Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Forum Boop My Jeans (Passion)
Lizandro Maluf, Dierberger Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: N/I
Luciana Bergamasco de Aguiar Vollmens Fragrances Trajetória: Iniciou sua trajetória no universo da perfumaria como laborantin e passou por todos os laboratórios de desenvolvimento da Vollmens Fragrances, onde foi treinada diretamente pelos perfumistas da casa. É graduada em química, fez especialização em perfumaria na faculdade Oswaldo Cruz e cursou a Formação em Perfumaria da Cinquième Sens, com a Perfumaria Paralela. Parte de seu desenvolvimento profissional aconteceu também em algumas das mais tradicionais casas de fragrâncias francesas, em Grasse, Paris e Versailles. Atua há 14 anos na Vollmens Fragrances e se especializou em criação para perfumaria fina e cosméticos. Em 2016, foi premiada na categoria Criação Perfumistica livre do Prêmio Atualidade cosmética e em 2017 sua criação para o perfume Gigi da marca Avatim, recebeu a estatueta de melhor Perfume Feminino da América Latina. Hoje, é Perfumista Pleno da Vollmens Fragrances. Inspirações: Cultiva uma paixão por viagens, novas experiências, lugares e momentos, que se tornam fontes de inspirações para suas criações. Estilo: Trabalha com criações para Cosméticos e Perfumaria Fina.
Criações recentes: Gigi (Avatim), Condessa (Avatim), Madame Rose (Jan Rosê), Serie Premium (Racco).
Luiz Guilherme, Phytoessence Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: N/I
Magali Lara Symrise Trajetória: É graduada em Química Tecnológica e Administração Industrial. Iniciou sua carreira em 1980 como assistente de laboratório e passou por muitas etapas até atingir o nível de Perfumista Junior em 1992. Três anos depois, obteve o título de Perfumista Internacional do grupo com experiências na Argentina e Chile. E em 2004 foi promovida à Perfumista Sênior. Inspirações: Sempre viveu cercada de cheiros, principalmente especiarias presentes na culinária húngara e espanhola e nos buquês dos vinhos europeus. Estas lembranças são preciosas fontes de inspiração para Magali. Estilo: É curiosa e urbana. Por ser apaixonada em observar tendências e hábitos das pessoas nas grandes metrópoles, o processo criativo que a mais estimula é explorar o compor tamento e atitudes das pessoas destes grandes centros urbanos e traduzi-los em diversas facetas olfativas. Criações recentes: Body Splash Cuide-se Bem Morango e Leite (O Boticário – 2017), Body Splash Nativa SPA Ameixa Negra (O Boticário – 2018), Body Splash Nativa SPA Flor de Ameixa (O Boticário – 2018), Desodorante Masculino Sensitive (Bozzano – 2017), Shampoo Antiqueda, Limpeza Profunda e Anticaspa (Bozzano – 2017), Linha Nativa SPA Terapia do Caviar Feminino (O Boticário – 2017), Linha Cuide-se Bem Morango e Leite (O Boticário – 2017), Linha Nativa SPA Ameixa Negra (O Boticário – 2018), Shampoo Coco (Ballerina – 2018), Linha Nativa SPA Flor de Ameixa (O Boticário – 2018)
Marcelo Piccinin, Capuani Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: N/I
Maria Fernanda Faige Drom Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Sails (Richards), Linha Vitas (Capodarte .
Marilia Duarte Symrise Trajetória: Iniciou sua carreira na Symrise Brasil como estagiária de Avaliação e, após um ano, passou a ser Avaliadora Junior de Personal Care. Três anos depois, devido ao seu potencial e talento, foi escolhida para participar da Symrise Perfumery Academy em Holzminden, na Alemanha, onde estudou por dois anos e meio. Como parte de sua formação, teve uma Designação de Estrangeiro incluindo um ano de experiência na Cidade do México e outra em Paris tendo mestres perfumistas como seus mentores. Recebeu seu título de perfumista em janeiro de 2016 e desde então passou a fazer parte da equipe criativa da Symrise. Inspirações: É inspirada pela natureza e tudo que dela faz parte, como as praias que já visitou e o mar. Estilo: Suas criações trazem naturalidade e uma conexão com a natureza. Possui ingredientes secretos que não abre mão. Criações recentes: Zinc Masculino (Jequiti – 2017), Desodorante Black&White Invisible Fresh (Nivea Men – 2017), Desodorante The Flash (Bozzano – 2017), Shampoo Maria Natureza Leite de Coco (Salon Line – 2017), Shampoo SOS Cachos Mel (Salon Line – 2017), Shampoo Veritas (Fresh Reef – 2017), Desodorante Masculino Invisible (Adidas – 2017), Óleo Corporal Amêndoa e Orquídea Negra (Séve Christmas – 2017), Creme de Mãos Amêndoa e Orquídea Negra (Séve Christmas – 2017), Óleo Corporal Amêndoas e Avelã (Paixão – 2017),
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Shampoo Festival das Flores (Maria Natureza Salon Line – 2017).
Marion Costero, Givaudan Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Diamonds Blush (Jafra), Adriane Galisteu Exotic (Jequiti), Madame L’or (Jequiti), Madame Le Blanc (Jequiti), Madame da Noite (L’Occitane En Provence).
Marion Guillot Robertet Trajetória: Cresceu na França, entre a cidade de Paris e a ilha de Córsega no Mediterrâneo. Aos 13 anos, depois da visita na famosa escola de Perfumaria: a ISIPCA, ela decidiu que seu destino foi todo traçado alí. Desenvolveu sua paixão pelo mundo da perfumaria e voltou com 20 anos e foi escolhida entre os 20 candidatos selecionados no exame. Também, foi capacitada em Paris na companhia japonesa Takasago como perfumista trainee. Com seu diploma no bolso, ela voou para Venezuela como perfumista Junior numa companhia local (I&F Zoaroma) em 2006. Em 2010, integrou a casa de Perfumaria Robertet no México como perfumista e no início de 2018 mudou-se para o Brasil para integrar o time local da casa. Inspirações: A natureza é uma grande fonte de inspiração para ela. Outra inspiração é o toque muito especial que as matérias-primas naturais entregam em uma fragrância, também as procedências delas que nos faz viajar no mundo inteiro. Partes de natureza capturada nos frascos a disposição na coleção do perfumista lembrando o fazendo imaginar lugares distantes e exóticos. Estilo: Se caracteriza por uma visão internacional da perfumaria, mas adequando-se às necessidades do mercado nacional e da América Latina. É um estilo inovador, eficaz, minimalista, elegante e sempre tende para a sublimação do natural, respeitando o máximo o meio ambiente e a biodiversidade. Criações recentes: Merci (Racco), no México: Laranja Branca de Izapa, Línea Ámbar Negro e Bergamota, Sándalo y Romero, Karité y Oud de LoredAna.
ESPECIAL Narizes do Brasil Mauricy F. Bertelli , Capuani Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Mahogany for Men (Mahogany), Eau de Parfum L’Amazonie (Chamma).
Milene Moreira Kaapi Fragrâncias Trajetória: “Sou bacharel em Química, iniciei meu trabalho e aprendizado como perfumista na Kaapi fragrâncias realizando pesagens e controle de qualidade. Aprendi que o mundo da perfumaria é amplo e encantador e me identifiquei. Tive a oportunidade de aprender como construir uma fragrância misturando os ingredientes e depois fazendo análise dos cromatogramas. Já são seis anos fazendo parte do time da Kaapi fragrâncias e, em 2016 e 2017, fui finalista no Prêmio Atualidade Cosmética – Criação Perfumística Livre, com minhas criações de perfumaria fina.” Inspirações: “Gosto da provocação das sensações e o despertar de sentimentos que as fragrâncias trazem às pessoas, que causa uma reação diferente em cada uma delas. Praia é o meu lugar favorito, o mar e o céu se encontrando me transmite tranquilidade que me faz relaxar e deixar o pensamento fluir. Aprecio e me divirto em comer, ouvir músicas e ler. São atos inspiradores e divertidos.” Estilo: “Não sigo uma linha, sou aventureira, uso com frequência notas ambaradas, almiscaradas como Ambroxan combinadas com notas cítricas com Mandarina.” Criações recentes: N/I
Napoleão Bastos Jr. IFF Trajetória: Teve seu primeiro contato com a perfumaria aos seis anos de idade, na empresa de sabonetes de seu pai. Na época, as fragrâncias despertaram sua curiosidade, que eventualmente o levaria à profissão de perfumista. Formado em Química Indus-
trial, foi treinado em diferentes categorias – após criar sabonetes e detergentes de sucesso, trabalhou na categoria de cuidados pessoais e finalmente em perfumaria fina, onde faria seu nome e deixaria sua marca. Inspirações: A natureza e os próprios consumidores. A evolução de seus hábitos e atitudes o interessam: como percebem e o que preferem. “Nosso papel como perfumistas é a de pressionar os limites, mostrar algo novo, ensinar o consumidor.” Estilo: Sua principal orientação ao criar uma fragrância é o hedônico. Ele combina perfeitamente o lado olfativo com a parte técnica, que conhece e estuda a fundo. Suas criações estão alinhadas com o gosto do consumidor e o que a marca propõe, pois afirma: um bom perfume é aquele que apoia o conceito. Criações recentes: Criou o maior sucesso da perfumaria fina masculina: Malbec, de O Boticário. E também Floratta in Blue de (O Boticário) e Mamãe e Bebê Flor de Laranjeira (Natura), Malbec Noir, Elysée Nuit, Malbec Play e Malbec Club Intenso (O Boticário) e S. Premium (Eudora).
Natasha Côté IFF Trajetória: Franco-Canadense, ela é uma das únicas perfumistas canadenses. Formada em Marketing & Business, inicialmente não imaginava que se tornaria perfumista. Após a faculdade, começou a trabalhar como Técnica de Laboratório em uma casa de fragrâncias, o que alimentou sua curiosidade e desejo de aprender mais e a levou à sua verdadeira vocação. Se juntou à IFF São Paulo em 2015, como Senior Perfumer. Inspirações: Encontra diversão e senso de humor em tudo o que faz, especialmente nos desafios da profissão. Morando no Brasil, ela diz que “disrupção da vida como você a conhece é energizante e ótimo para a criatividade”, e que a natureza aqui é impressionate: “tão natural e espontânea – em um momento sinto a umidade, no outro, o ar frio da floresta densa, e finalmente, o calor, as madeiras e o exotismo!”. Ingredientes são uma fonte ilimitada de inspiração. Estilo: Considera que ter crescido no am-
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biente “pacífico, inocente, diverso e alegre” do Canadá é uma influência que aparece em suas criações. Seus filhos reforçaram seu compromisso em ver a vida como uma aventura divertida e os estimula a sentir o cheiro de suas experiências. Criações recentes: Kriska Drama (Natura).
Olivier Paget, Drom Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Overdose Women e Malle Manhatan (Racco).
Pablo Cioccari Lizárraga Sensient Trajetória: Começou sua carreira na L’Atelier Parfums como auxiliar em 2004. Após quatro anos, foi à Grasse para especializar-se em perfumaria na escola Grasse Institute of Perfumery. Ainda na França, trabalhou na Societé Française D’Aromatique. Retornando ao Brasil, fez parte do time da Luetèce Fragrances em 2011 até 2015, quando transferiu-se para Sensient Technologies Cosmetic & Fragrances. Inspirações: Suas inspirações vêm da natureza, viagens, livros e congressos. Sempre antenado aos novos lançamentos nacional e internacional, se atentando ao movimento do mercado, moda e comportamento. Como hobby, o cuidado ao jardim, plantas e flores estimulam sua criatividade, sendo complementado por seu gosto ao vinho e à gastronomia. Estilo: Tendo estudado pelo método Jean Carles, desenvolveu seu processo criativo em estilo minimalista, mas tendo em mente que fórmulas complexas se fazem necessárias. Criações recentes: N/I
Paulo Luciani de Siqueira Isan Trajetória: Iniciou sua carreira na Isan em 1993 como laboratorista e em 1996 foi trabalhar como assis-
tente de perfumista. Já em 2004, passou a ser um dos perfumistas e 2011 se consagrou como perfumista titular e um dos sócios da Isan. Inspirações: “Me inspiro no mundo dos cheiros e das sensações e tudo que me dá bem estar.” Estilo: “Ousado e moderno.” Criações recentes: linha infantil Phisalia Trá Lá Lá, toalhas umedecidas Huggies Turma da Mônica, trabalhos para Salon Line, Flores e Vegetais e Lola.
Rafael Marano IFF Trajetória: Quando criança, seu pai, o master perfumista Francisco Marano, o contava sobre matérias-primas e suas histórias. Foi o gatilho para que ele começasse a imaginar como eram esses lugares e como cheiravam. Seu treinamento começou muito jovem: seu pai chegava em casa todos os dias com algo novo para Rafael cheirar. Sua sensibilidade foi chave para identificar cada peculiaridade e personalidade. O caminho cheio de surpresas abriu seu apetite para a perfumaria e o levou para a faculdade de Química. Entrou para a IFF Perfumers School – ele estudou em Grasse, Nova York e Hilversum. Inspirações: Gosta de observar as pessoas. Os consumidores reais, suas preferências, comportamentos e como usam os produtos. Encontra inspiração em viagens, em entender e experimentar ingredientes em seu lugar de origem – ele está sempre colocando em suas fragrâncias o conhecimento sobre flores de todos os lugares do mundo. Estilo: Combina com maestria a química com o lado sensorial e as conexões emocionais que cada fragrância pode causar. Adora ingredientes naturais – flores, sementes, madeiras, frutas. Criações recentes: Kaiak Pulso e Tododia Cereja e Avelã (Natura), Make B. Original (O Boticário), 300km/h Max Turbo e Luiza by Luiza Brunet (Avon).
Rafael Pataca VYA Fragrance Trajetória:“Conheci esse universo da perfumaria e me vi participante dele. Me vi diante de algo que imediatamente entendi que se tornaria parte importante da minha vida. Se tornaria uma paixão! Assim comecei a dar os primeiros passos neste universo, primeiro como estagiário em uma casa de perfumaria, onde entrei em contato com as inúmeras matérias-primas que geram as composições das fragrâncias. Fui conhecendo as famílias olfativas, caminhando pelas formulações, tendo o privilégio de observar a formação de uma fragrância sob os aspectos químico e criativos. Tive a honra de assistir uma perfumista a qual me trouxe inspiração e a vontade de continuar por este caminho. Passei então a conhecer de perto as peculiaridades da matérias-primas, bem como entender a demanda de um mercado que é exigente e agressivo, porque é também apaixonado! Conhecimento científico, inspiração e criatividade são os ingredientes que tenho procurado cultivar neste caminho, a fim de que os frutos sejam os melhores e façam a diferença neste universo perfumístico. Inspirações: Resgatar as memórias olfativas, de uma forma que traga uma assinatura olfativa que ative esta memória. Estilo: Criativo Criações recentes: Linha Luminus – Loção Hidratante, Difusor de Ambientes e Sabonete Líquido; Linha de Cachos Sarara Criolo, Gel Vai que Cola, Pomada Definição Total (D.Ka Cosméticos); Perfume de Barba (Silver Line); Linha de Barbearia (L’odorat).
Regina Devechi, Dierberger Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes:N/I
Reinaldo Vollstedt, Phytoessence Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes:N/I
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Roland Theil, Capuani Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: Sport R e Spring (Mahogany).
Samuel Moraes Citratus Fragrances Trajetória: O início de carreira foi em 1996, na Haarman & Reimer, como assistente de perfumista. Com passagem também pela IFF e desde 2015 é perfumista na Citratus. Inspirações: “Trabalhar o invisível me impulsiona, me move a criar experiências agradáveis, para cativar as pessoas. Cada projeto é único, onde transporto e direciono as ideias de acordo com a realidade de cada conceito. As criações são resultado do que me cerca: a natureza, cores, lugares, pessoas, viagens, diversidade cultural. Sobretudo, as sobremesas e frutas são as maiores fontes de inspiração.” Estilo: “Ousado, criativo, evolutivo e emotivo. Gosto de âmbar, madeiras, de contrastar ingredientes misteriosos, e da vibração e energia das frutas. Bastante técnico procuro pesquisar a relação entre ingredientes e a arte de criar.” Criações recentes: Linha Therapia Capilar / Coco Oil (Hobety), Linha Yogo Beauty: Yogo Capilar / Booster Frozen / Calda Yogo Caramelo (Mutari), Linha de Aromatizantes (ALOP), Richeé NAnobotox Repair (Dudamar Cosméticos), Linha Ervas dos Campos (Momento Amenities), Sabonete Romã Revigorante (Serrazul Cosméticos).
Sandra Casagrande Polozzi Takasago Trajetória: Iniciou sua carreira na Quest em 1999, no laboratório de pesagem onde teve a importante experiência de vivenciar as matérias-primas na sua forma mais pura. Em 2005, iniciou treinamento formal de perfumista e em 2007 se juntou ao time como Perfumista de Pesquisa. Em 2008, foi transferida para Paris
ESPECIAL Narizes do Brasil onde vivenciou a perfumaria intensamente por três anos na Escola de Perfumaria da Givaudan, retornando em 2012 a São Paulo, onde se juntou ao time de Perfumaria Fina. Em setembro de 2017, teve o privilégio de se juntar ao time da Takasago onde tem a oportunidade de explorar a criatividade em todas as diferentes categorias de produtos. Inspirações: Viagens, fotografia, arte e gastronomia. Estilo: De espírito criativo investigativo. Define seu estilo como Hi Low, que consiste em misturar tendências do Mercado de Nicho com notas de alta aceitabilidade. Criações recentes: Victoria’s Secret Wild Collection Dark Flora (O Boticário), Dream Amor no Ar (Jequiti), Eliana Cristal (Jequiti), Ivete Sangalo (Coty), So Sweet (QDB), Flor mais Rosa do meu Jardim (Natura), Avon Star Wars.
Silvia da Cruz Costa Lessence Trajetória: Nascida em São Paulo, iniciou sua carreira na perfumaria como trainee do renomado perfumista francês Nicolas de Barry. Há 23 anos na perfumaria, sendo 18 deles no desenvolvimento. Graduou-se em Química Industrial, na Universidade Oswaldo Cruz, Especializações: obtenção de óleos essenciais, na USP; Perfumista, em Château de Frileuse, na França; Perfumaria, na ISIPCA, na França. Atuou na multinacional Haarmann & Reimer (atual Symrise). Hoje é gerente Perfumista Sênior, na L’essence Fragrances. Inspirações: O que vê da vida, a natureza da natureza, dirigir em trilhas Off Road, projetos desafiadores, esportes aquáticos, música, moda, experiências gourmet, transmitir olfativamente o que sentiu em suas viagens e dirigir carros esportivos. Estilo: Inovador, apaixonado, dinâmico, técnico com emoção, versátil, ousado, visionário e contemporâneo. “Eu uso fragrâncias para escrever histórias”. Criações recentes: Feminino Atreva-se (Suave Fragrance), Masculino Cuba Legend (Bio Company), Capilar Macadâmia
Oil Premium (Inoar), Ambientes Guarda do Embaú (Mels Brushes).
Thierry Bessard Robertet Trajetória: Nascido em Paris, herdou do seu bisavô o gosto e o desejo em ser Perfumista. Contrariando o destino, iniciou a faculdade de Medicina, que em bem pouco tempo foi substituída pela formação na ISIP (Institut Supérieur International du Parfum) na França, se formando em 1984. Se especializou na escola de perfumaria da Givaudan, na Suíça e iniciou sua carreira como perfumista profissional na matriz da H&R (atual Symrise). Percorreu o mundo, descobrindo diferentes cheiros, inspirações e novos mercados, cada um com sua peculiaridade cultural. Chegou ao Brasil em 1995, onde atuou nas principais casas de fragrâncias mundiais até se juntar ao time criativo da Robertet em 2018. Inspirações: Viagens, livros, filmes, exposições e restaurantes (culinária). Estilo: “Sempre busco mesclar o clássico, já consolidado pelo mercado, com a modernidade da perfumaria contemporânea. Priorizo os ingredientes naturais que entregam sofitiscação, qualidade e exclusividade. Minhas criações possuem uma assinatura multi-cultural que traduz todas as minhas experiências ao redor do mundo.” Criações recentes: Inspire (Esika), Mithyka rose (L’Bel), Abraço (L’occitane au Brésil), Cedro de Marrocos (Casa Granado), La Dolfina (Cannon), Lattitude City (Hinode), Memories flirting under fireworks (Oriflame), Nativa Spa Óleos Indianos (O Boticário), Prelude S blanche (Eudora), Zara Istanbul (Zara), Palmolive Neutro Balance Men deo, Axe Peace (Unilever).
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Walter Soares, Givaudan Trajetória: N/I Inspirações: N/I Estilo: N/I Criações recentes: N/I
Veronica Casanova IFF Trajetória: Iniciou sua carreira como Avaliadora Olfativa, enquanto estudava Farmácia e Bioquímica. Seu interesse em sentir as diferentes matérias-primas, sua sensibilidade e talento para saber exatamente o que o mercado precisava naquele momento chamou atenção – após cinco anos trabalhando como avaliadora, Veronica foi convidada para se juntar ao time de perfumistas. Ela foi treinada pelo renomado perfumista Francisco Marano, adquirindo experiência em diversas categorias e criando fragrâncias que se tornariam marcos na perfumaria brasileira. Inspirações: Para ela, a inspiração vem do próprio mercado, de estudá-lo e compreendê-lo. Entendendo o que falta e para o que os consumidores estão preparados, ela cria acordes e composições que conquistam seus corações. Estilo: Combina intuição e técnica com maestria. Sua experiência como avaliadora é chave para seu processo criativo: ela procura entender e se colocar no lugar dos consumidores, para atender suas expectativas e trazer inovação aliada à comercialidade. Criações recentes: Accordes, Arbo, Coffee Masculino, Coffee Seduction Feminino, Egeo Choc, Floratta in Rose e Lily (O Boticário), e Kaiak Urbe, Essencial Exclusivo Masculino, co-criação em Essencial Exclusivo Floral e Ekos Frescor Madeira em Flor (Natura). Além de Surreal Sky (Avon), Arbo Liberté, Cuide-se Bem Lavandinha e Uomini Moto Soul (O Boticário).
P&D Luz Azul
Luz azul, sinal amarelo A ação desta faixa de luz visível ganha relevância dentro do mercado cosmético e tem tudo para movimentar a indústria e os consumidores, que estão cada vez mais expostos a dispositivos eletrônicos. Mas há pontos que precisam ser levantados e >>> rafael mendonça avaliados
É
quase que uma covardia perguntarmos logo de cara se você sabe quantas vezes acessou ao seu smartphone hoje ou há quanto tempo está em frente a um computador. Todos sabemos o quanto grande parte da população é dependente atualmente desses aparelhos em seu dia a dia. O que muitos ainda não sabem são os riscos que essa exposição excessiva pode trazer para sua pele e outras partes do corpo. Todos esses aparelhos citados, bem como televisores e tablets, emitem raios de luz azul, um dos mais prejudiciais. Esta luz azul também faz parte do espectro de raios que é emitido pelo sol. Dentro do espectro solar, ela é um dos comprimentos de onda que está contido na faixa da luz visível. Trata-se de um tema em voga já há alguns anos e de conhecimento de especialistas, indústria e até mesmo de alguns consumidores mais precavidos.
Porém, não está nem um pouco difundido se formos levar em consideração uma série de fatores, notadamente dois deles, como os riscos que essa luz azul pode trazer e a quantidade de tempo a que estamos expostos diante desses dispositivos eletrônicos na atualidade. Segundo a Mintel, os millennials norte-americanos chegam a verificar seus telefones até 157 vezes por dia, enquanto os adultos o fazem por 30 oportunidades em média. A consultoria afirma ainda que estudos científicos apontam que a luz azul perturba padrões de sono saudáveis, além de associarem esta luz à redução nos níveis de carotenoides (antioxidantes) na pele e à indução da hiperpigmentação na pele marrom clara a média significativamente mais do que quando exposta raios UVB. A cosmetóloga Sônia Corazza endossa dizendo que o grande mal que a luz azul faz é suprimir a produção de melatonina, o hormônio
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ligado ao sono. “Hoje tem uma infinidade de trabalhos científicos que mostram que essa supressão na produção de melatonina complica a regeneração celular e isso interfere em todo o processo de renovação das células, não só da pele mas também de todo o couro cabeludo, e acaba atrapalhando todo o ciclo pilar. Assim, os fios de cabelo não se desenvolvem mais em suas fases anágena, catágena e telógena”, detalha. Para Sônia Corazza, nem a indústria cosmética, tampouco a população, tem conhecimento dos reais riscos ligados à luz azul. “Quando você tem a supressão de um hormônio que regula o sono, sabendo que ele é o grande mentor do processo do equilíbrio celular e orgânico, então o processo é bem maior, pois não temos apenas as perdas, vamos dizer assim, reais para a pele e cabelo, que são visíveis. O ‘buraco é muito mais em cima’, há as perdas mentais. É o estado de estresse que a pessoa vai sendo le-
REFÉM DA TECNOLOGIA: uso excessivo de dispositivos eletrônicos acarretam em problemas para a pele e olhos por conta da emissão de luz azul.
vada agora no Século XXI, já que o estresse é um grande imunossupressor, o que vai comprometer o todo da saúde”, acrescenta a cosmetóloga. De acordo com Luciene Bastos, gerente Regional de Negócios da área de Cosmetic Ingredients da alemã Symrise, a hiperpigmentação persistente é o grande problema ocasionado pela ação da luz azul na pele. Trata-se do aparecimento de manchas que são mais difíceis de serem “removidas” do que as manchas causadas pela radiação UV. “Comprovamos a efetividade de nossos ativos em inibir o aumento de melanina induzida pela luz azul por técnicas in vivo e ex vivo. Compara-se o teor de melanina no melanócito na presença ou ausência de nossos ativos mediante a exposição à luz azul. Desta forma demonstramos a redução significativa do teor de melanina proporcionado pelos nossos ativos em comparação com o placebo”, explica.
Conscientização desafiadora
Justamente pelo fato de que, quando se fala em luz azul, se faz a relação à exposição solar, há um grande desafio por trás na hora de se trabalhar a difusão deste tema. Basta fazermos um exercício simples de pensamento para imaginarmos o tamanho deste percurso. Para isso, usaremos justamente a categoria de Proteção Solar. Hoje, é possível dizer que evoluiu muito a conscientização da população acerca dos riscos existentes por uma exposição ao Sol feita de maneira indevida. Com o intenso esforço da indústria, que massifica campanhas e oferece diferentes produtos com distintos atributos, é difícil encontrar uma pessoa que não saiba citar ao menos um problema que uma exposição solar excessiva pode trazer à sua saúde. Entretanto, ainda assim, os dados que tratam da maneira como a população se protege do Sol são alarmantes, com
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o consumo mais elevado de protetores ainda estando relacionado aos períodos de calor, mar e piscina. Este cenário descrito pode ser desafiador pelo seguinte, se a população, de certa forma, está mais consciente sobre os riscos de não se proteger do Sol e tem algum conhecimento de como aplicar corretamente um protetor solar, mas mesmo assim ainda não se protege devidamente, que dirá se proteger de algo que está dentro de casa ou de um escritório? Esta questão consequentemente nos levará a tentar entender que tipo de produto seria utilizado para que haja uma devida proteção contra a luz azul emitida por dispositivos eletrônicos. Logicamente que não faz muito sentido uma pessoa aplicando um protetor solar, que até pode trazer uma proteção contra luz azul, só que dentro de casa ou para ficar em um ambiente, digamos, sem estar sendo atingido pelos raios solares. A solução pode estar então em produtos mais leves que um protetor solar, itens de uso diário, por exemplo, que tragam ativos que protejam contra este “novo mal”. Porém, antes de entrarmos em caminhos em termos de produtos, temos de pensar em meios de criar demandas para que este consumidor mude seus hábitos e se conscientize de que também é preciso se proteger da luz azul. Por isso, a comunicação será fundamental neste processo e justamente aqueles que são os emissores da luz azul deverão ser utilizados para realizar esta comunicação. “Um jovem, por exemplo, tem em seu celular um dos principais emissores de luz azul no seu dia a dia, pois este emite radiação contínua em sua face. Por que não aproveitar o próprio celular para comunicar os perigos desta emissão e suas formas de prevenção?”, sugere Claudio Ribeiro, coordenador de aplicação – PHHC da Lubrizol. Mas, antes dessa comunicação, digamos, mais direta, Claudio acredita que o primeiro passo junto ao consumidor seja o esclarecimento. Para o coordenador, o usuário deverá ser informado de forma clara do que se trata essa luz, que danos pode causar e como deve e pode se proteger. “É preciso fazer o con-
P&D Luz Azul sumidor entender que pode se proteger do sol, mas não da luz azul. Fazê-lo refletir e, com isso, despertar o interesse pelo tema e necessidade de proteção, incluindo nesta nova realidade um novo tipo de consumidor, o que utiliza muita tecnologia”, situa. A Mintel acredita, inclusive, que ao propagar a conscientização sobre a luz azul também ajudará no desenvolvimento da maneira como a população deve se proteger do Sol. Ainda fazendo uma relação com a Proteção Solar, lembramos que uma exposição indevida pode trazer sérios problemas à pele e também à saúde das pessoas, considerando o caso mais o extremo que é o câncer de pele. Ou seja, os riscos são sérios e muitas pessoas sabem disso, mas ainda há muito a evoluir para uma proteção ideal. Porém, o cenário pode mudar quando algo traz problemas à pele que mexem com a beleza das pessoas, como é o caso da luz azul e as manchas na pele. É claro que este não é o cenário ideal, mas, neste caso, o fator da “preocupação com a beleza” pode ajudar mais na conscientização da proteção contra a luz azul do que a “preocupação com a saúde”. Mesmo assim, Julio Bombonati, gerente de Marketing da Symrise para a área de ingredientes cosméticos, acredita que o viés da saúde pode também ser explorado na hora de se trabalhar o conceito de proteção contra luz azul. Apesar de destacar que a vida das pessoas, principalmente em grandes centros, esteja cada vez mais indoor, ele acredita que o movimento Health and Living pode ser explorado também. “O consumidor não vai abrir mão da tecnologia e nem de viver neste mundo de maior facilidade que a tecnologia está proporcionando. Entretanto, ele quer viver saudavelmente e melhor nessa nova plataforma”, crê.
Caminhos para se trabalhar
Apesar da relação próxima entre o tema “luz azul” e a categoria de Proteção Solar, a indústria cosmética pode desperdiçar boas oportunidades caso trabalhe os dois temas juntos, de uma maneira incorreta mercadologicamen-
JÁ ATENTAS: marcas brasileiras e internacionais que contam com produtos que, de alguma maneira, agem no combate à ação da luz azul.
te. Este tema tem tudo para ganhar bastante relevância daqui para frente e a proteção contra a luz azul deve aparecer com mais frequência nos próximos lançamentos cosméticos. Com isso, serão dois movimentos que acontecerão no mercado: um que diz respeito a novos produtos que surgirão, desenvolvidos especificamente para trazer proteção contra este tipo de luz; e o outro movimento será de produtos já existentes, que foram criados com outro propósito, mas que serão “turbinados” com a adição deste conceito. A Symrise, por exemplo, já vem sendo demandada atualmente por esses dois perfis de clientes. “Temos aqueles que já têm produto no mercado e querem fazer um update, atualizar esses claims, assim como clientes que estão lançando produtos e querem trazer também estes benefícios”, ilustra Luciene Bastos. Hoje, a cada lançamento de um protetor solar nem sempre é possível inovar. Porém, como a indústria precisa ofertar novidade, ao menos algum novo atributo pode surgir. Historicamente, nesta categoria, os raios UVB eram a única preocupação no início, depois foram descobertos os riscos dos raios UVA, mais tarde dos raios infravermelhos e agora da luz azul. E o consumidor, embora possa ter dificuldades para entender as especificidades de cada raio, já está acostumado a ser
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“bombardeado” por novos claims que a indústria oferta. Julio Bombonati, da Symrise, acredita então não fazer sentido a indústria lançar um novo produto apenas para proteção contra luz visível e diz que, de acordo com a evolução mercadológica e a evolução de produto, também não faz sentido desconectar os raios UVA e UVB da luz azul. “Sendo assim, as propostas de proteção combinando o full light protection são muito bem-vindas”, discorre. Este tipo de proteção “full” também é a aposta de Claudio Ribeiro, da Lubrizol. “O que acontecerá no futuro é a adição de componentes específicos para proteção ou reparo de danos causados pela luz azul, por meio de produtos com um maior espectro de proteção, não só contra a radiação UVB e UVA, mas também contra o espectro azul da radiação visível”, crê. Ele vislumbra que, nos próximos anos, devem ser desenvolvidos produtos para uso indoor e outdoor, que serão diferentes do protetor solar comum. Os novos protetores, segundo o coordenador de aplicação – PHHC da companhia de matéria-prima, serão usados para quem trabalha na frente de um computador ou utiliza muito um celular, por exemplo. “Provavelmente, oferecer um produto que possui um ativo contra luz visível será uma diferencial a mais, pois este irá além do tradicional protetor solar
FPS, da maquiagem com filtro solar e do hidratante com função protetora”, imagina. Soraya Oliveira, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Adcos, garante que o assunto “luz azul” já faz parte da rotina da companhia capixaba há tempos. Segundo ela, o tema tem se intensificado no mercado e uma prova disso é o número crescente de empresas fornecedoras de matérias-primas que tem apresentado soluções em princípios ativos para esta finalidade. “Acredito que os cosméticos passarão a ampliar o espectro de proteção prevenindo o aparecimento de manchas e o envelhecimento precoce usando este novo arsenal terapêutico”, corrobora. Soraya observa que, à medida que este assunto sai da comunidade científica e cai nas diversas mídias mais massivas, o consumidor despertará para esta necessidade. “Por enquanto, à conjugação destes ativos como complemento QT_Anuncio_AC_Ed_Mai.pdf 1 08/05/18 10:23
a ação de produtos (anti-idade, hidratantes etc) que são mais facilmente assimilados pelo consumidor em seu dia a dia, passa a ser uma estratégia de levar este benefício a eles.” Enquanto não há uma movimentação mais intensa por parte da indústria cosmética apresentando soluções no combate à luz azul, Sônia Corazza sugere que um caminho possa ser o de colocar proteção nos dispositivos, ou seja, nos emissores da luz azul. “Hoje, há trabalho científico que mostra que uma exposição à luz azul de oito minutos já suprime 50% da produção de melatonina. Então, acho que a ideia é trabalhar nos emissores, seja colocando um filtro no smartphone, no computador ou na própria lâmpada, do que proteger as pessoas. Acho que elas podem até se proteger da radiação solar, mas a quantidade de luz azul que tem lá está muito aquém de causar um dano como causa um celular em que uma pessoa está o
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dia inteiro grudado nele”, recomenda a cosmetóloga. Outra componente do time da indústria, Ana Coutinho, que atua na Diretoria Médica da Pierre Fabre, cita os danos que a luz azul causa aos olhos. Porém, ressalta que não existe a comprovação mensurada dos riscos que esta luz traz à pele. “Os estudos, embora inconclusivos, mostram que a quantidade de radiação (ultravioleta, luz visível e infravermelha) produzida por esses aparelhos ainda é pequena e insuficiente para produzir danos cutâneos. E na verdade ainda não se sabe qual seria a quantidade necessária para produzir tal dano. Mas os estudos continuam a ser feitos e podemos ter novidades no ‘front’”, considera ela, que, assim como Sonia Corazza, sugere que a proteção deva ser feita por meio de protetores de tela e até mesmo com óculos, assim como aplicando fotoprotetores que ajam contra os danos causados pela luz azul.
P&D Luz Azul
Indústria em movimento
Embora ainda haja muitos pontos a serem esclarecidos acerca da real ação da luz azul para o corpo e como este tema deve ser melhor explorado, já existem players da indústria atentos a isso e com produtos que, de alguma maneira, tratam do combate à luz azul. A Adcos, por exemplo, garante que os filtros solares tonalizantes de seu portfólio trazem em suas composições os óxidos de ferro, que são pigmentos capazes de reduzir a ação da luz visível sobre a pele. “Além de pigmentos, temos trabalhado com alguns princípios ativos antioxidantes, que agem reduzindo os danos que a luz azul emitida por aparelhos e iluminação artificial possam causar na pele”, emenda Soraya Oliveira. Esses filtros solares tonalizantes possuem versões, gel-creme, fluid, pó compacto, stick e duo cake. “Recentemente lançamos o Protetor solar fluid FPS 99, com o ativo Melanin. Trata-se de uma melanina fracionada e sintetizada a partir de tirosina vegetal que protege a pele dos danos causados pela luz na faixa do violeta ao azul.” Ana Coutinho, da Pierre Fabre, concorda que os melhores produtos para este tipo de agressão visível são os fotoprotetores com antioxidante associado ao óxido de ferro e cita que a concentração ideal é de 3,2%, como é utilizado no pó compacto com cor da Avène, FPS 50. “Esta combinação, se utilizada de forma correta em camada ideal com reaplicação adequada, impede os efeitos indesejáveis desse tipo de radiação como as manchas de difícil tratamento”, explica a integrante da Diretoria Médica. A Skinceuticals, marca da L’Oréal Cosmética Ativa, trouxe recentemente para o Brasil o Discoloration Defense, um sérum multicorretivo de uso diário e contínuo, que atua nas principais causas da formação de tonalidade da pele. De acordo com a companhia, este produto, além de corrigir as diferenças de tonalidade, uniformiza o tom, recupera a luminosidade e melhora a textura da pele. A marca conta que o Discoloration
atenção Desde cedo A evolução da internet e da tecnologia em computadores cresceu de maneira avassaladora neste século, fazendo com que as pessoas ficassem cada vez mais em frente ao PC. Com o advento dos smartphones e sua consequente evoluACESSO PREMATURO: por estarem expostos cada vez mais cedo ção, a exposição a aos dispositivos, crianças podem ter sérios problemas futuramente. dispositivos eletrônicos aumentou drasticamente. Se pensarmos na classe trabalhadora de hoje, temos pessoas que nasceram em sua maioria antes do ano 2000 e pegaram toda essa evolução, basicamente, já adultos. Ou seja, elas começaram a ser atingidas pela luz azul de maneira mais incisiva com uma idade mais avançada. Agora, e se levarmos em conta a geração mais nova, cuja criança tem acesso a telefones celulares e tablets cada vez mais cedo, será que ela tende a ter os problemas ocasionados pela incursão da luz azul de forma mais agressiva? Na visão de Luciene Bastos, da Symrise, e que também é pesquisadora, a resposta é sim. “As nossas crianças terão muito mais problemas futuros do que nós, uma vez que elas estão expostas a este tipo de dano desde muito pequenas”, lamenta ela. Embora a tendência quanto a este risco com os pequenos de hoje seja algo iminente, só saberemos de fato a longo prazo se isso se confirmará. Mas seria interessante se, hoje, já olhassem para esta questão com relação aos pequenos.
Defense possui uma combinação de ativos capazes de clarear os mais diversos tipos de manchas como melasma, hiperpigmentações pós-inflamatórias, hipercromias globais geradas pelos mais diversos estímulos, como exposição à radiação UV, luz visível, processos inflamatórios e etc. “Sua tecnologia multimecanismo é capaz de inibir diversas vias que estimulam a hiperpigmentação da pele e assim alcançar excelentes resultados no seu clareamento”, diz a marca em comunicado para a Atualidade Cosmética, que ainda cita que a quantidade necessária de luz azul para estimular a hiperpigmentação é facilmente acumulada após uma hora de exposição solar ao nível do mar ou com o uso contínuo e constante de gadgets. Fora do Brasil, também já existem produtos direcionados a combater a ação desta luz visível, sendo alguns de-
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les específicos contra a luz azul. A Mintel relaciona alguns exemplos, como o Moonlight Primer, da norte-americana Make, um gel que busca combater a luz azul e a poluição, enquanto hidrata a pele; já o Ultimate XL UV Protection CC Cover SPF 50/PA++++, da Lancôme, visa bloquear os efeitos de fotoenvelhecimento da luz azul, juntamente com uma ampla proteção contra raios UVA/ UVB; o gel UV Protect SPF 50+ PA++++, da japonesa Attenir, possui uma fórmula anti-aderente para o corpo que protege contra os raios UVA/UVB, a luz azul e a poluição do ar; enquanto isso, o Sun Marine Anti-Ageing and Sunscreen SPF 80 PPD 27, da Biomarine, e o 365 Skin Repair Light Mousse Creme SPF, da Lancaster, contam com tecnologia para fornecer proteção contra UVA, UVB, luz infravermelha, luz visível e poluição.
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A indústria cosmética já começa a enxergar um número crescente de empresas fornecedoras de matérias-primas apresentando soluções para este fim. Conheça algumas delas:
ENERGINIUS
MCassab/ Gattefossé Aplicação: Face care, Make up e Sun care. Claim: Protege a pele dos danos causados pela emissão da luz artificial. Mecanismo de ação: Preserva a rede mitocondrial da fragmentação, permitindo a normalização da produção de ATP. As propriedades de mobilidade e comunicação dos fibroblastos não são mais afetadas exposição à luz. Diferenciais: uso da tecnologia NaDES, produto orgânico e certificação COSMOS Dosagem: 1% INCI Name: Fructose (and) Glycerin (and) Withania Somnifera Root Extract Mais info: (11) 98304.2524 ou cosmeticos@mcassab.com.br
B-CIRCADIN Clariant
CELLIGENT Cosmotec/RAHN
Aplicação: cremes faciais, séruns, loções, máscaras, mists e etc. Claim: ajuda a ressincroniza o ritmo circadiano da pele; reequilibra o bem-estar e melhora o tom da pele; homogeniza o contorno dos olhos, evitando olheiras e inchaços; protege a pele dos danos causados pela luz azul; aumenta a desintoxição natural da pele; conceito cronobiologia. Mecanismo de Ação: B-Circadin ressincroniza o ciclo circadiano das células da pele e regula funções biológicas dependentes desse ritmo, como aquaporina-3 e eficácia da via Nrf2 de desintoxicação. Além de bloquear o estresse oxidativo induzido pela luz azul. Dosagem: 3% INCI: Propanediol, Water, Lespedeza Capitata Leaf/Stem Extract Mais informações: Stelly Costa, Business Development Manager - Active Ingredients LATAM / stelly.costa@clariant. com / clariant.com/activeingredients
Aplicação: Formulações de protetor solar e pós-sol. Claim: Proteção contra os danos causados pela luz azul e radiação UV. Mecanismo de ação: Protege o DNA e auxilia no reparo do dano celular causado pela luz azul e raios UV por meio da combinação de três ingredientes: o ferulato de etila, um antioxidante natural com propriedades de absorção da radiação UV, que neutraliza as Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) e reduz a radiação que penetra na pele; O extrato de alecrim, rico em ácido carnosólico, que combate os radicais livres; O monofosfato de uridina (UMP), um precursor bioquímico à síntese de nucleotídeos, que acelera o processo de reparação do DNA. Diferenciais: Além de auxiliar o reparo dos danos celulares causados pela luz azul e radiação UV, confere efetiva proteção ao DNA associada à proteção das células-tronco. Dosagem: 0,5 a 4%. INCI Name: Helianthus Annuus Seed Oil, Ethyl Ferulate, Polyglyceryl-5 Trioleate, Rosmarinus Officinalis Leaf Extract, Aqua, Disodium Uridine Phosphate, Tocopherol Mais informações: (11) 2027-1100 / www.cosmotec.com.br
LUMICEASE Lubrizol
VITAMIN E ACETATE
Chemspecs
Aplicação: Produtos destinados à proteção solar e luz artificial, inclusive protetores solar. Funções principais: Fotoproteção contra a luz azul, redução de sinais e linhas de expressão. Claim: proteção contra raios UV e luz azul, anti-ageing, ação firmadora. Dosagem: 2% INCI name: Glycerin, Water (Aqua), Hydrolyzed Pea Protein, Glucose, Sodium Chloride, Sodium Succinate. Mais informações: (11) 4097-0250
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Aplicação: Cremes, loções, máscaras, séruns, protetores solares e formulações à base de ceras como batons, sombras, blushes e bases. Claim: Como um antioxidante, protege as células contra a ação de radicais livres que aceleram o processo de envelhecimento da pele. Mecanismo de ação: Antienvelhecimento, hidratante, promotor de maciez e elasticidade à pele, fortalecedor da função de barreira da pele e redutor da perda de água transepidérmica. Dosagem: 0,2% a 5,0% INCI Name: Tocopheryl Acetate Mais informações: (11) 3392-1455/ www.chemspecs.com.br
evento FCE Cosmetique
Horizontes e negócios a FCE Cosmetique reuniu a indústria de cosméticos para conhecer novidades e discutir inovações >>> gabriel oda
N
os dias 21, 22 e 23 de maio, a FCE aconteceu no São Paulo Expo. Durante os três dias, o evento reuniu mais de 16 mil visitantes e apresentou lançamentos de 1.100 empresas da cadeia de abastecimento do setor. “A edição de 2018 da FCE Cosmetique foi 20% maior que a do ano passado e trouxe um público qualificado para o pavilhão, que pôde entrar em contato com as principais fornecedoras globais de matérias-primas para cosméticos”, comemora o presidente da Nurnberg Messe, organizadora da feira, João Paulo Picolo. A área dedicada às embalagens apresentou empresas que trouxeram para o mercado seus lançamentos e novos conceitos, apresentações de insights e novas tecnologias. Para a Spiltag, fabricante paulista de embalagens, a feira proporcionou bom resultados. Em sua quarta participação no evento, a fabricante de embalagens Spiltag apresentou uma nova paleta de cores para os seus frascos. “Pesquisamos quais as cores que seriam tendência para este ano para apresentar aos nossos clientes durante a feira”, conta Patrícia Rodrigues, gerente Comercial da empresa. Por ser um dos principais eventos da América Latina, a FCE chama a atenção de grandes marcas de dentro e fora do País, se tornando também
uma grande oportunidade de crescimento internacional. “Nós estabelecemos bons contatos, tanto por aqui, na América Latina, quanto na América do Norte”, conta Marcelo Nunes, diretor Comercial da Corel Pincéis, empresa fornecedora de embalagens e acessórios para maquiagem. “Conseguimos dar aquele último passo para firmarmos relações no exterior”, conta. Outro destaque da feira foi a Vollmens. A casa apresentou o conceito “Jardim Secreto”, com o qual buscou resgata a perfumaria minimalista para diversos ambientes da feira, com aromas compostos por ervas aromáticas, flores e tons amadeirados. A outra estratégia foi a experiência de tatuagens provisórias que liberam a fragrância no contato com a pele. “A Tatoo Perfume é uma tatuagem provisória perfumada. Um produto que eleva o acesso, simplifica e torna a amostragem dos perfumes mais divertida, além de viabilizar o uso dos perfumes em dose unitária para ser levada no bolso ou carteira”, diz Luciene Riciotti, criadora da tatoo perfume e parceira da Vollmens Fragrances. Aproximar as gerações mais novas de fragrâncias mais refinadas e reduzir custos com a divulgação da fragrância durante a feira, intrigando os visitantes de forma até mais efetiva do que através do estande propriamente dito. “Unimos nossa expertise de marketing, com o know-how
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da nossa equipe de especialistas em perfumaria, para criar fragrâncias que atendam a este movimento da sociedade e conversem com os produtos dos nossos clientes”, explica Natalia Mendes, gerente de Comunicação da casa.
Aprendendo a empreender Outro destaque foi o Congresso Internacional de Cosmetologia, realizado pela Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC). Reunindo pesquisadores com o objetivo de trazer inovações e novas tecnologias, em sua 31ª edição, o evento resolveu levar mais adiante o conceito de expor as ideias dos universitários. “O Congresso sempre teve a missão de ser o espaço, de ser a vitrine de exposição desses trabalhos de conclusão de curso de alunos de Química e Farmácia, e sempre ficou uma curiosidade em nós de sabermos quantos desses trabalhos expostos realmente viraram produtos nas prateleiras”, conta Jordana Baptista, diretora Executiva da ABC. “Então, partir da parceria com a Orolab, desenvolvemos o conceito do Pitch, o primeiro do setor de cosméticos, com intuito municiar o aluno e o professor com habilidades empreen-
dedoras que ajudem-nos a transformar essa pesquisa, que até então era puramente científica, em uma proposta de valor para o mercado”, explica. A Orolab é uma iniciativa de vários profissionais e educadores, com um projeto de trazer aos profissionais das mais diversas áreas o know-how e o conhecimento para se tornarem empreendedores ou participantes de startups. As aulas oferecidas dentro da grade acontecem num período curto de dias, apenas quatro, mas possuem 45 horas de aulas e mais duas de apresentações. A parceria consistiu em criar um programa de mentoria para alunos e professores baseado na grade oferecida pelos educadores. “Foi uma ótima oportunidade de transformarmos conhecimento acadêmico em algo mais comercial, agregando mais valor à nossa pesquisa. A iniciativa fez com que eu pudesse compreender que fora da academia há um mercado competitivo, mas que carece de inovação, algo que fazemos constantemente na academia e não sabíamos”, conta Victor Infante, estudante da USP Ribeirão Preto e participante do Pitch. O Pitch, na verdade, é um modelo de apresentação muito utilizado para
a apresentação de um projeto ou uma proposta de startup para possíveis investidores. No evento, o tempo máximo permitido para os alunos expusessem suas ideias foi de três minutos, obrigando os participantes a serem muito mais dinâmicos e diretos. A proposta de aceleração foi a primeira dentro da indústria de cosméticos, eliminando várias etapas desnecessárias para que novos projetos chegassem às prateleiras em forma de produtos e contribuindo para a formação de novos profissionais, tornando-os mais completos. “Foi um prazer participar do Pitch ABC 2018, e poder contribuir com um evento que estimula novas ideias, tendências, e projetos de inovações por meio de recursos sustentáveis e ainda pouco explorados dentro do segmento cosmético. É um meio de estreitar esta relação e buscar resultados rentáveis para as empresas e o desenvolvimento científico”, enaltece Nathália Souza, gerente de garantia de qualidade da Age do Brasil. No último estágio do Pitch, a apresentação dos trabalhos aprovados nas apresentações feitas previamente ao comitê acadêmico – que julgou a validade e relevância técnica – foi realizada para
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negócios e discussões: a FCE reuniu os diferentes atores da cadeia de abastecimento do mercado de beleza.
uma banca formada por investidores em potencial, empresários e gestores técnicos de diversas indústrias de produto acabado e matéria-prima. As três melhores apresentações foram premiadas com incentivos financeiros para que os estudantes continuem com suas pesquisas. “Temos um celeiro fértil de profissionais e empreendedores no Brasil, para potencializar suas habilidades. Abrir oportunidades para seus projetos e anseios, faz com que esse evento seja tão inspirador. Todos estão de parabéns”, congratula Caroline Freitas, gerente de Aplicação da Croda. “Estamos muito satisfeitos com o feedback que tivemos dos alunos, professores e com a percepção dos investidores do Pitch como mais uma fonte de inovação para seus portfólios. Muitos bons frutos já estão sendo colhidos e outras sementes estão sendo plantadas com essa primeira edição do Pitch. Com certeza, a primeira de muitas”, finaliza Jordana.
clássicos
da perfumaria por Gabriel Oda
perfume Ostentação One Million completa dez anos e continua sendo um dos perfumes de maior sucesso entre o homem jovem. Reconhecível à distância, sua fragrância transmite status e instiga por quem passa
A
ostentação do luxuoso, bonito e brilhante sempre foi quase que um sinônimo de poder e riqueza desde muitos séculos atrás. E, desde esses tempos, um dos principais materiais utilizados nos símbolos de luxo é o ouro, seja na forma de joias, ornamentos, móveis ou em barras maciças. E um dos sinônimos de luxo mais estabelecido dentro da perfumaria na atualidade, o One Million by Paco Rabanne é, sem dúvida alguma, um clássico muito particular e único. Seu conceito foi construído em cima do homem jovem, conquistador e poderoso por seu próprio mérito. O espanhol radicado francês, Paco Rabanne, trouxe a ousadia e inovação tão marcantes em suas obras como estilista para seus perfumes. Sua caminhada no ramo de fragrâncias começou com o perfume Calandre, para, somente em 2008, lançar o que viria a se tornar um dos perfumes masculinos mais conhecidos. Sua embalagem, por si só, já remete à questão da ostentação. Em forma de uma barra de ouro, as escritas no rótulo seguem um modelo de impressão usada nas barras de ouro da época do Velho Oeste, na conhecida “Corrida do Ouro”.
Marcante por onde passa
O One Million possui um cheiro muito característico, difícil de ser confundido, mesmo por perfumes que tentam copiar sua pirâmide olfativa. Sua composição abre com cheiros agridoces, com notas de grapefruit, laranja sanguínea e hortelã, passando para acordes mais doces, florais e com toques de especiarias devido à junção do aroma de rosas, flor de laranjeira, noz-moscada e canela, conferindo a classe que o perfume exala. Por fim,
a finalização fica a cargo do couro, notas amadeiradas, âmbar e patchouli indiano, dando mais robustez ao seu cheiro. No geral, ele flutua entre uma classificação de perfume oriental e amadeirado, principalmente devido à presença de notas especiadas e amadeiradas em sua composição. Algo que brinca com o olfato por quem o seu consumidor passa, intrigando e chamando a atenção. Entretanto, devido ao seu poder de alcance e de irradiação, é necessário certo cuidado durante a sua aplicação, visto que se for além da conta, pode-se tornar uma fragrância mais enjoativa do que agradável. Além dessa fragrância criada pelos perfumistas Cristophe Raynaud, Olivier Pescheux e Michel Girard, a forma da embalagem contribui ainda mais para o senso de riqueza. O conceito, inclusive, é alinhado completamente com todos os tipos de campanhas e ações de marketing do perfume, sempre estrelados por um homem jovem – o principal público-alvo do produto –, rebelde e desafiador, visto conquistando tudo que deseja. É justamente essa a imagem e sensação que o produto como um todo tenta passar para seus consumidores. Ser um item que não somente possui um cheiro tão único e característico, é tornar quem o usa tão único quanto ele, e isso o fez se tornar mais popular ainda. O status que o One Million tem, por si só, já um dos grandes drives de seu sucesso de vendas, entrando para a história dos perfumes como o sinônimo do homem jovem e conquistador, aquele que não se importa com as barreiras e ultrapassa-as em busca do seu sucesso e sua fama. Aliado à qualidade da fragrância, seu caráter inovador, embalagem instigante e toda uma história por trás tornam ele um ícone para a perfumaria moderna.
Atualidade COSMÉTICA 114 # 161 | mai/jun 2018
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