Ano: 27/2019 • R$ 40,00
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Ano: 27/2019 • R$ 40,00
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negócios
A Água de Cheiro volta a investir no lançamento de novas marcas de perfumaria
Regulatório
Os riscos que rondam a onda do “free from” na indústria cosmética
Os destaque do 27º Prêmio Atualidade Cosmética: tudo o que aconteceu no Oscar do mercado de beleza
Apresentado por:
o time da salon line no prêmio atualidade cosmética: investimentos em infraestrutura e pessoas para sustentar o crescimento de longo prazo.
A BELEZA DA CONSISTÊNCIA Vencedora do Prêmio Atualidade Cosmética/Patrus de Empresa do Ano, a Salon Line é a prova de que um trabalho bem direcionado e consistente constrói grandes empresas
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oram três indicações como finalista até que a vitória fosse consumada. A Salon Line, maior empresa brasileira de produtos para os cabelos no varejo, foi eleita pelo mercado como a Empresa do Ano do Prêmio Atualidade Cosmética 2019, uma conquista que coloca a companhia – fundada há mais de duas décadas – ao lado das maiores e mais tradicionais empresas brasileiras de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.
A conquista do troféu em 2019 ganha ainda mais relevância, justamente pela consistente sequência de indicações da Salon Line como finalista da categoria. Isso porque, para fazer as indicações dos finalistas, a organização do Prêmio Atualidade Cosmética estabelece um amplo processo de pesquisa junto a diferentes atores do mercado. Desde que a companhia consolidou sua posição na categoria de cabelos, com marcas como #Tôdecachos e SOS Bomba, que a Salon Line vi-
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rou um ponto de referência para todo o mercado de beleza, sendo alçada a nobre posição de trend setter, o que fez com que as inovações e conceitos trazidos pelas marcas da empresa sejam seguidas (muitas vezes copiada) por outras empresas. Mas, ao lado da sua capacidade de movimentar o mercado com inovações que verdadeiramente ajudaram a repensar a categoria de produtos para os cabelos no Brasil, a disposição dos sócios e da liderança da Sa-
Produzido por Cusman Branded Content
Lázaro Marques, diretor comercial DA SALON LINE: avanço para novos canais feito de forma equilibrada e responsável.
lon Line de construir um negócio verdadeiramente robusto e consistente foi fundamental para a sequência de indicações como finalistas, que culminou com a conquista do título de Empresa do Ano em 2019. No mercado de cosméticos, não são raros os casos de empresas que produzem um grande hit, um produto ou uma linha de grande sucesso, que alça uma companhia aos patamares mais elevados do mercado... Mas são raríssimos os casos de empresas que superam esse “momento mágico” e avançam de forma sustentável para perenizar o negócio. Ao invés de explorar o bom momento para extrair o máximo de recursos da companhia, os sócios da empresa reforçaram o comprometimento com o sucesso da empresa no longo prazo, investindo pesadamente em novas operações fabris, logística e pessoas para que o bom momento fosse o trampolim para a construção de um negócio robusto e consistente. Graças a isso, a Salon Line se transformou numa espécie de unanimidade dentre os atores de diferentes elos da cadeia de valor do mercado de beleza, de fornecedores até lojistas. Com bases sólidas, a Salon Line encontrou um bom equilíbrio no ritmo de desenvolvimento de produtos, mantendo a agilidade de sempre e com produtos bastante focados. Isso permitiu a empresa reforçar sua posição no canal Perfumaria, onde é uma das principais fornecedoras e a líder na categoria de pós-shampoo de acordo com dados da Nielsen. A empresa também ocupa a terceira posição na categoria de pós-shampoo no canal alimentar. Os supermercados e atacarejos são, inclusive, um dos novos fo-
cos de expansão da Salon Line e isso traz a tona outra decisão importante, apenas aparentemente simples, mas de extrema relevância para garantir a consistência da Salon Line em todos os canais que ela opera: manter uma política de preços clara e acompanhar a sua execução em todas as frentes nas quais a empresa opera. “Trabalhamos com o canal, mesmo naqueles atores mais agressivos, com monitoramento de preço mínimo de todos os nossos produtos, justamente para evitar que se crie um conflito com o canal perfumaria”, garante Lásaro Marques, diretor Comercial da Salon Line e indicado em 2019, pela primeira vez como finalista na categoria Profissional do Ano, do Prêmio Atualidade Cosmética. Isso tem permitido à Salon Line, crescer de forma sustentada e harmoniosa nos diferentes canais. Nas perfumarias, seu canal histórico, a empresa triplicou seu faturamento nos últimos
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anos, mesmo partindo de uma base de comparação muito alta. Já o canal alimentar e o atacarejo, onde a presença da empresa soma cerca de cinco anos, a empresa vem crescendo por meio da abertura de novas lojas e pela introdução de mais itens (embora não na mesma quantidade disponibilizada às perfumarias). Esses canais têm respondido por cerca de dois terços do crescimento da companhia. No campo da comunicação, onde a Salon Line também quebrou barreiras e estabeleceu novos padrões, a empresa anunciou a adição da cantora Ivete Sangalo ao seu time plural de embaixadoras e influencidoras, marcando uma nova fase na história da empresa, com uma comunicação massiva e maciça, novos produtos adequados aos diferentes canais nos quais a empesa opera e suportada por uma ampla distribuição. Mais importante, tudo feito com a consistência de sempre.
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Painel
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Estudos mostram que só a marca não é mais suficiente para garantir um posicionamento premium. E as expectativas de início da década para o mercado de luxo nos EUA.
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mercado ideias
Inovar sem que o consumidor perceba o valor daquela inovação pode ser tão ruim quanto não inovar.
evento
prêmio atualidade cosmética Os vencedores e destaques do “Oscar” da perfumaria e da cosmética na América Latina
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p&d regulatório
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Porque a indústria precisa tomar cuidado antes de aderir à causa do “free from” de forma desmedida.
negócios estratégia
A Água de Cheiro volta a lançar uma nova marca de perfumes. E é só a primeira.
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mercado in - cosmetics
Os resultados da edição 2019 da in-cosmetics Latam mostram que ainda há confiança da indústria global de matérias-primas no Brasil.
entrevista diversidade
Eder Ramos, da Symrise, coloca a questão da diversidade racial no seu devido lugar.
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mercado lançamento
Lançamentos tornam o ácido hialurônico, comum em consultórios, acessíveis às massas.
Atualidade COSMÉTICA
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Parabéns Fanny Grau Homenagem da Symrise à criadora da fragrância Américas - Mahogany, vencedora do Troféu Aparício Basílio, categoria Criação Perfumística Latino Americana. Prêmio Atualidade Cosmética 2019
EDITORIAL
Consistência é fundamental Não adianta ser ousado, inovador ou mesmo disruptivo sem ter uma visão clara de propósitos e uma estrutura que permita executar um trabalho consistente ao longo de anos
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riatividade, ousadia, inovação... Tudo isso é muito importante para marcas que pretendem avançar e alcançar uma posição de maior destaque num mercado povoado por boas marcas e produtos para todos os tipos de cabelo, pele e bolso. Mas, só ter isso (o que não é pouco, diga-se), não é mais suficiente. É preciso que as empresas tenham consistência nas suas operações, nos seus planos, nos seus propósitos. Sem essa consistência, não é possível chegar longe. Na velocidade do mundo digital em que vivemos, as empresas podem até alcançar números de venda grandiosos muito rapidamente. Um produto “estrela”, ou uma linha diferente da qual as influenciadoras começam a falar, alavancam negócios numa velocidade realmente espantosa. Mas, não é isso que vai fazer com que a empresa seja, de fato, uma grande empresa. Ao longo de quase três décadas de cobertura do mercado de beleza, Atualidade Cosmética acompanhou um sem número de empresas que lançaram produtos bem-sucedidos, que alcançaram muito sucesso no mercado. Muito sucesso mesmo. Aí, quando todos achavam que aquela companhia iria explodir e mudar de patamar, a situação era frustrada. Em muitos casos ela andava de lado, como que atingindo o seu teto, o que por si só não é algo ruim. Não dá para ter um mercado só com empresas gigantes, até porque elas não dariam conta de desenvolver espaços mais específicos, nichados, algo típico de empresas de pequeno e médio porte.
Entretanto, o mais comum no decorrer desses anos todos foi ver essas empresas de um hit só, ou que tiveram lampejos de brilhantismo, sucumbirem por diferentes motivos. Mas, na maior parte dos casos, o comprometimento dos donos do negócio com o negócio era inferior ao necessário, especialmente no que diz respeito à necessidade de investir mais. Não existe segredo, crescer demanda caixa. E, a partir de um determinado ponto (como após um grande sucesso comercial), o volume de recursos para dar o próximo salto costuma ser ainda maior. Sem entrar no mérito da decisão de cada empreendedor (afinal, ele assumiu o risco do negócio e merece ser recompensado por isso), consistência também é saber quando é necessário investir no negócio e não na pessoa física dos sócios. Num momento de grande transformação no mercado de consumo, surgem grandes oportunidades para empresas novas e consolidadas. Mas hoje, vivemos na era do “e” e não do “ou”. Não dá mais para fazer uma coisa ou outra. Ser criativo ou ter boa execução; investir para ser inovador em produtos ou na comunicação; crescer e expandir ou montar uma infraestrutura antes... Não. É preciso fazer tudo junto, ao mesmo tempo, com disciplina, clareza de propósitos e consistência. Assim será possível convergir todas as qualidades que fazem de uma empresa, uma grande empresa de verdade.
Boa leitura.
editor-assistente: RAFAEL mendonça (rafael@cusmaneditora.com.br) Gerente da marca: Jenifer vieira (jenifervieira@cusmaneditora.com.br)
fundador: José Luiz de Paula Jr. editor e Publisher: Aûani Cusma de Paula
executivos de vendas: Wanessa de Souza (wanessa@ cusmaneditora.com.br) eufrazio lauton (lauton@cusmaneditora.com.br) Daryus felisbino (daryus@cusmaneditora.com.br)
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www.COSMETICANEWS.com.br Administração e Redação Rua aNTONIO TAVARES, 59 Cambuci CEP 01542-010 SP – Brasil Para anunciar, ligue: (11) 3392-2584
Naturally creative for five generations
painel
opções de produtos com ácido hialurônico: a marca não é mais garantia de que será possível cobrar um prêmio pelo produto.
pagar mais só pela marca? cada vez menos
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lientes mais informados estão desafiando as marcas premium (ou que se vendem como tal) a os convencerem o porque de eles devem pagar mais por esses produtos. Ao contrário do que acontecia até bem pouco tempo atrás, os consumidores não estão mais dispostos a pagar mais apenas pela “marca” do produto. De acordo com a avaliação da consultoria Euromonitor, hoje, eles olham muito para um conjunto de elementos probatórios para se convencerem de que vale a pena pagar um pouco mais por um produto premium. Para a consultoria, essa mudança no comportamento do consumidor precisa ser compreendida pelo mercado de beleza, até porque, globalmente, as vendas de produtos premium vem sobrepujando aquelas geradas por marcas de mass market. De acordo com a pesquisa da Euromonitor, a maioria dos consumidores de beleza premium cita eficácia e comprovação de benefícios como a característica mais procurada num produto premium. Para muitos consumidores, o nome da marca é menos importante em comparação a eficácia do produto e ao uso de ingredientes sofisticados e naturais. “Ingredientes ‘heróis’, como colágeno, retinol ou ácido hialurônico, podem ser particularmente atraentes, pois muitos consumidores já os vincu-
Atualidade COSMÉTICA
o que as pessoas associam com produtos de beleza “premium”. Eficácia / benefícios comprovados Formulação de ingredientes naturais Ingredientes premium Marca premium Formulação científica Marca internacional Produtos personalizados com base em diagnóstico detalhado Formato de produto novo / inovador Formulação medicamentosa Serviços personalizados de consulta de medicamentos Medicamentos baseados em testes de DNA Experiência premium em todo o processo de compra 0%
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lam a benefícios específicos e eficácia comprovada”, acredita Priyanka Bagde, analista da Eurmonitor. Ela também explica que os produtos personalizados também estão associados a produtos premium e, este é um movimento que vem se acelerando globalmente. “No futuro, os consumidores esperam que os produtos premium sejam altamente adaptados às suas necessidades específicas de cuidados com a pele ou o cabelo”, reforça a analista.
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loja da lush: após anos de forte crescimento os cosméticos naturais para a pele devem ter um período de avanço mais moderado.
Pesos e contrapesos
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era de autenticidade, será importante entender como essas mudanças afetarão a categoria de maquiagem de amanhã”, pontua a analista. Na outra ponta, ela também acredita que o crescimento de produtos naturais para a pele irá arrefecer. O negócio cresceu tanto nos últimos anos que esse subsegmento se tornou um dos mais importantes da categoria de pele, o que faz com que seja natural que o ritmo de crescimento seja mais lento nos próximos anos. “Se olharmos para trás nos últimos três anos, 2019 foi o primeiro no qual observamos o desempenho dos produtos de cuidados com a pele natural ser mais suave do que no ano anterior. Dito isto, o crescimento continua forte e o interesse do consumidor ainda existe”, aponta a vice-presidente da NPD. Se o crescimento dos produtos naturais deve ser mais lento na categoria de pele, Larissa acredita que ainda são muitas as oportunidades tanto em maquiagem quanto em fragrâncias, categorias nas quais a participação do natural permanece pequena. “Parte disso é motivado pelo fato de ainda são poucas marcas nessas categorias que estão adotando esse movimento. Embora não esteja afetando diretamente as vendas hoje em dia, a tendência do natural, e, mais especificamente, a da clean beauty, chegará a essas categorias, mesmo que sejam necessários mais cinco ou 10 anos até que esses negócios ganhem alguma musculatura”, conclui.
o menos no mercado de prestígio norte-americano, os mercados de maquiagem e cuidados com a pele vêm alternando ciclos de crescimento a cada quatro ou cinco anos. E, dada a força do mercado dos Estados Unidos e o seu poder de influenciar globalmente o negócio de beleza, o que acontece por lá costuma ter repercussão global. Numa análise sobre as suas expectativas para década que se inicia, a vice-presidente da área de Beleza da consultoria NPD, Larissa Jensen, acredita que o mercado de maquiagem está perto de reiniciar um ciclo de crescimento, por volta de 2021, salvo o eventual risco de uma recessão nos Estados Unidos, o que afetaria o consumo de forma ampla. A cada ciclo, os drivers de crescimento de uma ou outra categoria são diferentes. “Olhando para os fatores de crescimento hoje como possíveis indicadores do que está por vir, creio que o crescimento da maquiagem no futuro será menos sobre o crescimento ‘louco’ no negócio de cores que vimos ao longo dos anos 2010 e mais sobre os produtos relacionados com a uniformização e preparação da pele, que ajudam as consumidoras a obter uma aparência mais natural”, acredita. Isso, de certa forma, reflete as mudanças pelos quais as rede sociais – que ajudaram a catalisar a categoria por boa parte da última década – estão passando. “Na medida em que avançamos para uma
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Atualidade COSMÉTICA
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novo momento
manasha morizono: marca quer ampliar o relacionamento ciente com consumidor.
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pós um processo intenso olhando para dentro da companhia, inclusive para o desenvolvimento de novos produtos, a Davene vive um momento de grande renovação em seu portfólio, agregando novas linhas e adentrando em mais categorias. Com 43 anos de história e dona de um dos produtos mais tradicionais e emblemáticos da indústria de beleza brasileira, o Leite de Aveia, a Davene que vai se desenhando para o futuro eleva suas apostas nas características que marcaram a trajetória da empresa, que viveu altos e baixos do ponto de vista empresarial ao longo dessas quatro décadas, mas nunca deixou de ser reconhecida pelas consumidoras e pelo mercado por entregar produtos de qualidade. Entre as novidades da empresa está o lançamento da linha Puritá, de produtos para os cabelos, e a ampliação da linha Cereales. Ambas apostam em algumas características basilares da marca: o uso de ingredientes de apelo natural e perfume, muito perfume. Outra frente adotada pela Davene é a abertura de canais de vendas próprios da marca diretamente para o consumidor. No segundo semestre de 2019, a empresa inaugurou uma loja no Shopping Tatuapé, na capital paulista. Pouco tempo depois, colocou no ar o seu próprio e-commerce. Diretora de Marketing e Eventos da Davene, Manasha Morizono, acredita que os novos canais vão permitir à marca apresentar os lançamentos (e as marcas já estabelecidas) de uma maneira diferente, fazendo com que o consumidor entenda de forma mais clara o conceito de cada família. “Mesmo em linhas mais antigas e com forte presença no varejo, como os sabonetes La Flore e La Fruta, nem sempre o consumidor tem acesso a todos os itens. Porque, você vai ao mercado e acaba encontrando sempre as mesmas quatro ou cinco fra-
Atualidade COSMÉTICA
grâncias”, explica a executiva, reforçando que a perfumação é algo muito importante na formação da imagem da marca. Do ponto de vista de imagem, as novas linhas trazem uma comunicação visual mais moderna e sofisticada. Entretanto, isso não muda o pilar central da marca que é ser acessível a todos os públicos. “Queremos ser percebidos como uma marca acessível e não como uma segunda opção de marca, que as pessoas compram quando não têm dinheiro para comprar a mais cara. Queremos que eles comprem Davene porque é o produto que ele queria comprar”, conta Manaisha. Por isso, a executiva diz que as novas ações vão muito ao sentido de apresentar os benefícios das linhas de produtos de forma mais assertiva aos consumidores, para que os consumidores saibam e valorizem o que eles estão consumindo. Apesar da abertura dos canais diretos com o consumidor, a empresa seguirá atuando em todos os canais de varejo nos quais já opera. Mas, algumas das novas linhas podem ser mais direcionadas para os canais proprietários num primeiro momento, além do canal farma, onde a empresa também pretende abrir novas frentes.
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Todos querem a Robertet
Philippe maubert, da robertet: sustentando a independência mesmo com duas concorrentes gigantes como acionistas.
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independência da nossa companhia é inegociável”. Essa frase, proferida pelo Chairman e CEO da Robertet, Phillippe Maubert, dá uma mostra da disposição da companhia francesa criada e controlada pela família Maubert, há 170 anos, de reagir ao processo de consolidação do mercado de fragrâncias que tem levado duas das maiores casa do mundo a comprar no mercado de ações um pedaço da Robertet, que tem nos ingredientes naturais, cada vez mais em voga na indústria de fragrâncias, uma de suas grandes fortalezas. Em setembro, a casa suíça Firmenich adquiriu uma participação de 21,61% das ações da Robertet que estavam em poder de um fundo de investimentos. No momento em que o negócio foi fechado, a Robertet foi ao mercado para deixar claro que a compra de participação havia sido um negócio sem o seu aval ou participação e que a entrada da Firmenich no
Atualidade COSMÉTICA
quadro de acionistas não mudaria em nada a gestão da empresa e nem a relação entre as duas empresas. Mais recentemente, a também suíça Givaudan foi ao mercado e abocanhou uma participação de 4,68% do capital da casa de fragrâncias baseada em Grasse. Embora mantenha sob sua guarda 47,02% do capital da companhia, a família Maubert controla 67,5% das ações com direito a voto da empresa, o que lhe possibilita definir os rumos da empresa. Firmenich e Givaudan têm, respectivamente, 11,27% e 3,19% das ações com direito a voto. Apesar da reafirmação de independência, no mercado financeiro, a movimentação da Givaudan foi vista como uma forma de bloquear a movimentação da Firmenich de tentar aumentar a sua participação na Robertet e, de alguma forma, se posicionar para comprar (ou tentar tomar) o controle da companhia, que fechou 2018 com vendas de 525 milhões de euros e está avaliada em cerca de 2 bilhões de euros.
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Ganhando visibilidade
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produtos da linha megahair: venda para consumidores e outros profissionais.
epois de começar atendendo em domicílios, a empresária Tati Cordeiro, avançou no mercado com o megahair invisível – que soma técnica própria de costura e colocação do cabelo na fita adesiva que vai ao cabelo com aplicação minuciosa. Agora, ela amplia o leque de negócios com o lançamento da linha de cosméticos MegaHairInvisivel. A ideia é fazer com que a técnica e, agora marca, seja conhecida em todo o território nacional e que outros profissionais, além das consumidoras, possam acessar a linha, que conta com shampoo, condicionador, matizador, leave-in e máscara de hidratação e serão vendidos no recém-lançado e-commerce da marca e no Studio Tati Cordeiro, em Moema, na capital paulista . Os produtos possuem a função de ajudar na preservação da aplicação e a cuidar dos cabelos naturais e implantados. “A linha MegaHairInvisivel vem para revolucionar o segmento de megahair. Me sinto muito feliz em poder tornar nosso trabalho acessível para os demais profissionais”, declarou Tati Cordeiro.
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prêmio atualidade cosmética
Noite dos nobres
Com troféus entregues a empresas novatas e outras consagradas, 27ª edição do Prêmio Atualidade Cosmética marca mais uma vez pela diversidade e ratifica sua condição de “Oscar” da cosmética e da perfumaria na América Latina >>> rOGÉRIO VIEIRA E aLINE AQUINO (fotos)
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grande noite de entrega do Prêmio Atualidade Cosmética finalmente chegou! E, mais uma vez, ficou marcada na memória dos mais de 600 profissionais que estiveram presentes no Teatro Alfa, em São Paulo, e que representam todos os elos da cadeia cosmética. Em sua 27ª edição, o “Oscar” da cosmética e da perfumaria na América Latina segue extremamente cobiçado. Sem falar naqueles que frequentam o evento para poder se relacionar diretamente com os principais nomes do segmento. O momento que antecede a cerimônia de entrega das estatuetas é valorizado por muita gente. E, neste ano, o PAC voltou para um velho e conhecido lugar: o Teatro Alfa. A casa de espetáculos abrigou a premiação por mais de uma década e, além de belo e aconchegante, também oferece um espaço confortável para o tão valioso networking. Enfim, é onde o mercado cosmético se encontra e, melhor ainda,
“face to face”, muito melhor que aquele contato frio que uma ligação telefônica ou uma troca de e-mail ou mensagens muitas vezes proporcionam. “Voltar ao Teatro Alfa, de certa forma, representa um resgate às nossas tradições. Agradeço a todos os parceiros, sem vocês não conseguiríamos viabilizar esta festa. Agradeço também aos finalistas e à nossa equipe, que sofre com os mesmos problemas que vocês, de prazo, budget, de fazer o impossível… É uma equipe pequeninha, mas que a gente consegue fazer, com o apoio de vocês, coisas grandiosas”, discursou Aûani Cusma de Paula, publisher da Cusman Editora, organizadora do PAC. Todos os parceiros que estão ao lado do Prêmio são fundamentais em todos os sentidos. “Este ano, para nós da Vollmens é muito importante, pois, com este evento, estamos comemorando os nossos 15 anos. A Vollmens, com muita luta, dedicação e investimento, além de uma equipe maravilhosa, com profissionais excelentes, tem conseguido mostrar muito desempenho ao
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mercado. Hoje, estamos numa posição boa com relação à perfumaria nacional, devido ao trabalho e seriedade que fazemos, além dos parceiros que temos. Gostaria de agradecer aos nossos parceiros, por podermos mostrar nosso trabalho e compartilhar com eles o nosso esforço”, declarou Nestor Mendes, diretor da Vollmens Fragrances. As dificuldades enfrentadas no dia a dia pelas companhias também foram exaltadas por quem teve a oportunidade de discursar no microfone do PAC. “Ser empresário aqui no Brasil é um negócio muito difícil, então devo parabenizar a todos da Salon Line pela coragem de encarar esse desafio tão injusto
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Atualidade COSMÉTICA
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às vezes para com os empresários, para com a indústria, que investiu e investe, tem coragem de apostar tanto no nosso mercado e dar oportunidade de trabalhar”, falou Lázaro Marques, diretor Comercial da Salon Line, que recebeu o Troféu Atualidade Cosmética/Patrus de Empresa do Ano.
A democracia da beleza Estar entre os finalistas já tem um grande significado para muitas empresas. Só que, mais do que isso, o PAC dá a oportunidade àqueles que realmente desenvolveram um produto de qualidade, inovador e que cativou os jurados de cada categoria. Sendo assim, a cada ano,
é possível ter agradáveis surpresas entre os vencedores. Muitos deles, inclusive, com pouquíssimos anos de vida e estando participando pela primeira vez da premiação. “O prêmios distribuídos são frutos de uma iniciativa que promove uma saudável competição entre as empresas, seus profissionais e seus produtos. Os talentos são reconhecidos e estimulam os profissionais a serem cada vez melhores”, pontuou Carlos Ará Amiralian, profissional que está há mais de 40 anos à frente da Phisalia e que entrou para o Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética. Neste ano, dezenas de companhias inscreveram seus produtos e pelos
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menso 50 delas chegaram para a disputa como finalistas. E, mais do que isso, algumas foram chamadas ao palco para erguer o tão sonhado troféu. Nesta edição, seis empresas tiveram este gostinho inédito: Eico Cosméticos, Cseros, Riô Biocosméticos, Amávia, Odorata e In The Box. Por outro lado, nomes tradicionais do mercado e também do Prêmio também foram coroados, casos da Natura, L’Oréal, Cless, Salon Line, entre outras. “O prêmio é uma iniciativa muito importante e necessária para o mercado brasileiro, porque é uma forma muito justa de avaliar tanto empresas centenárias, como a L’Oréal, e as demais empresas Apoio:
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prêmio atualidade cosmética “Para mim é uma honra,
uma emoção incrível. É o reconhecimento do trabalho de muita gente. Represento um grupo de pessoas na Natura, nossos parceiros, nossas consultoras… É uma honra, trata-se de um prêmio incrível, de enorme reputação, por isso me sinto absolutamente honrada” Andrea Alvares, VP de Marketing e Inovação da Natura
Biraci Júnior, Andrea Alvares (Natura) e José Luiz de Paula Jr. novas que estão surgindo agora, ao reconhecer de fato as iniciativas que realmente fizeram a diferença naquele ano. Então, o Prêmio vem para reconhecer de forma igual todos essas empresas e produtos incríveis que estão sendo lançados. E para a gente na L’Oréal é uma satisfação muito grande, pois temos inovação em nosso dna, de forma centenária. E receber prêmios é o reconhecimento de um trabalho muito grande de muitos anos”, destacou Cláudio Eschecola, CEO da Vichy/L’Oréal. O 27º Prêmio Atualidade Cosmética conta com o oferecimento da Vollmens Fragrances; o patrocínio Diamante da Patrus Transportes Urgentes e da Cramer; patrocínio Prata da Aura Ideias e da Kosmoscience; apoio da Antilhas, da BEL Cosméticos e da Faculdade Oswaldo Cruz. Também suportam o evento a Wheaton, a Orlandi, a Quorum Fragrances, a AQIA e a Forma Pack.
“Para a gente, com certeza, este prêmio vem para coroar o trabalho, a dedicação de todo o nosso pessoal. Todo o empenho que a gente tem dedicado para conquistar mercado e isso vem acontecendo e sou muito grato por receber este prêmio” Lázaro Marques, diretor Comercial da Salon Line Lázaro Marques (Salon Line)
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“Dá até um frio na barriga. Obrigado à Atualidade Cosmética, aos nossos clientes e aos nossos colaboradores. Este prêmio nos mostra que estamos no caminho e é muito gratificante receber um prêmio desse, no meio de tantas empresas de cosméticos grandiosas que tem o Brasil e que é um dos líderes de cosméticos no mundo. A gente se sente muito honrado, por nós, pela nossa equipe e por todos” Felipe, Léia e Wilson, sócios da EICO New Cosmetic
Felipe , Léia Oliveira (EICO), Wilson Ribeiro (sócios da Eico)
Gabriela Móz (Cramer),Kátia Coutinho (Cless ), Katiuscia Fascitawer (Cramer)
Cynthia Greiner (My Beauty), Juliana Davies, Pedro Medicis Rocha (Riô Biocosmeticos)
Patrocínio Prata:
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Atualidade COSMÉTICA
prêmio atualidade cosmética Raoni Cusma(Atualidade Cosmética) Felipe Russo (In The Box)
Leide Tavares (Bel Cosméticos) Glaucia Nakahara (Oceane)
Ana Maria Nascimento, Eliana Martins (Odorata)
Joatan Souza (Vichy), Cynthia Greiner (My Beauty)
Erika de Figueredo (Cséros Cosméticos) e Marido
Com o oferecimento de:
Cláudio Eschecolla (Vizcaya)
Patrocínio Diamante:
Atualidade COSMÉTICA
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prêmio atualidade cosmética “O selo Atualidade Cosmética é realmente uma conquista, um diferencial e não são todas as empresas que conseguem. E, para a gente, ser reconhecido é muito importante. Estamos trabalhando duro, por isso até me emocionei no palco, porque é realmente gratificante você ter esse reconhecimento em público. E quando você ouve o nome da empresa (ser anunciado como vencedor) volta um filme na sua cabeça e você pensa em tudo o que tem feito e o quanto vale a pena trabalhar com cosméticos. É muito gratificante ser valorizado por um prêmio dessa magnitude” Leide Tavares, gerente de Marketing da BEL Cosméticos
Roberto Policicio (Bioage)
Luana Serodio (Beleza na Web), Andreia Pias (Puig)
Leide Tavares (Bel Cosméticos)
Juliana Tolotti (Vollmens)
Com o oferecimento de:
Patrocínio Diamante:
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prêmio atualidade cosmética
Emerson Ferreira, Carlos Nunes, Lícia Santana e Ana Paula Oliveira (Amávia)
Gabriela Móz (Cramer), Danielle Nunes (L’Oréal Brasil) e Katiuscia Fascitawer (Cramer)
Aûani Cusma de Paula (Atualidade Cosmética) e Fanny Grau (Symrise)
Thierry Bessard (Robertet) comemora com o time da Robertet
Com o oferecimento de:
Patrocínio Diamante:
1 Atualidade COSMÉTICA
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prêmio atualidade cosmética
Hall da Fama
Carlos Ará Amiralian, da Phisália e rinaldo mendes, da vollmens: mais novo membro do hall da fama..
Liderança em seu devido lugar Com uma jornada marcante e consagrada de quatro décadas à frente da Phisalia, Carlos Ará Amiralian entra para o Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética
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urante a cerimônia de entrega do Prêmio Atualidade Cosmética, um dos ápices é a homenagem feita ao mais novo membro do Hall da Fama da
premiação. Neste ano, o nome escolhido para integrar este seleto rol foi o de Carlos Ará Amiralian, que está há quatro décadas à frente da Phisalia, empresa que completa 25 anos em 2019. Ao subir ao palco para receber as devidas homenagens, o empre-
Com o oferecimento de:
sário ressaltou a emoção de ser aplaudido por nomes importantes do mercado e também por fazer parte desta relação de homenageados. “Como todos se sentiram honrados, eu me sinto também, por fazer parte do Hall da Fama do PAC. Os outros
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prêmio atualidade cosmética
O HOMENAGEADO COM A FAMÍLIA E O JOSÉ LUIS DE PAULA Jr.: condução dos negócios passada com sucesso para a segunda geração. nomes que fazem parte são amplamente reconhecidos pelos seus talentos e isso me deixa mais orgulhoso ainda. Todos as pessoas que fazem parte do Hall da Fama eu conheci individualmente e todos são maravilhosos. Por isso, é uma responsabilidade muito grande para eu fazer parte desta relação”, discursou. Carlos fez com que a companhia ficasse marcada no mercado nos anos 1980, quando lançou o que seria um dos maiores hits da indústria brasileira: o Coquetel de Frutas, cremes multicoloridos que eram vendidos em potões. Na década seguinte, com o mercado dando sinais de mudanças, a Phisalia se viu em uma grande encruzilhada estratégica. Foi quando o empresário estabeleceu as bases que fariam da Phisalia uma empresa focada, sólida e consistente.
Marca no infantil e muito mais Embora já atuasse no segmento de produtos infantis, foi com o lançamento da marca Trá Lá Lá que a Phisalia começou a se moldar na sua forma atual. A partir do início do século, Carlos decidiu que o mercado infantil seria o foco da empresa. “A Phisalia é reconhecida por prestar bons serviços no mercado cosmético, principalmente na área infantil”, reconhece ele. Porém, recorda que até o fato de ficarem marcados como uma marca infantil gerou novos estímulos. “Os desafios que hoje se apresentam são mais complexos e exigem Com o oferecimento de:
de todos maior conhecimento. Crescemos e lançamos produtos para adultos, afinal as crianças crescem. Mostrando nossa disposição e para manter nossa clientela sempre do nosso lado. Esse povo cresceu e esta conosco até agora. De vez em quando me telefonam lá na fábrica dizendo que estão mais velhos e perguntando que produtos poderíamos passar para eles”, revelou. Só que, mais do que esses desafios gerados por optarem pelo caminho “infantil”, ele foi um dos primeiros a enxergar um caminho futuro para pequenas e médias empresas. Tratava-se da ideia de elas ocuparem espaços específicos de mercado, para conseguir executar a estratégia de forma consistente e eficaz. Carlos Ará liderou sua empresa num modelo que privilegia o crescimento sustentado e de longo prazo, muito mais do que arroubos de crescimento em função de um único produto de sucesso, ou de acompanhar a nova tendência da última hora. Foi também um dos primeiros empresários a estabelecer (e seguir) as diretrizes de um conselho consultivo independente, há quase 15 anos. Isso era reflexo da humildade de que quem sabe que precisa de mais cabeças para ajudar a levar o negócio para um novo patamar e que o ajudou na estruturação da empresa para que ela, desde 2005, fosse comandada no seu dia a dia, pela segunda geração da família. Carlos também falou sobre como estruturou as bases para que esta sucessão ocorresse
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sem grandes percalços. “Somos uma sociedade/família, então hoje nós conseguimos fazer depois de dez anos de trabalho intenso na atividade de trazer a família e fazer com que ela se promova sozinha. Agora, isso não é você passar para a mão deles. Não é nada disso. É um traçado planejado, bem feito. Fizemos até terapia familiar, participamos de vários cursos na FGV, trouxemos várias pessoas especializadas para que pudéssemos fazer uma passagem boa, fluída, gostosa e que eles pudessem tocar o negócio e eu pudesse ficar muito satisfeito. E hoje as coisas estão indo muito bem”, comemorou. O Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética foi instituído com a proposta de imortalizar os nomes que com o seu talento, coragem, trabalho e dedicação construíram a grandeza do mercado brasileiro de beleza. Carlos agora está eternizado numa célebre relação que conta com os seguintes nomes: Miguel Krigsner (O Boticário), Luiz Seabra (Natura), Hirofumi Ikesaki (Ikesaki), Erotilde Diniz (Drogaria Iguatemi), Peter Gottschalk (Wheaton), Leopoldo Mesquita (L´acqua di Fiori), Antonio Amador (IFF), João Carlos Basilio da Silva (Abihpec), Joãosinho Di Domênico (Químico), Eduardo Belmont (Belcorp/Peru), Sônia Corazza (cosmetóloga), Daniel de Jesus (fundador da Niely), Franciso e Adelaide Rodrigues (fundadores da Hinode), Jaime Drummond (fundador da Mahogany, Luis Felipe e Gisela Rauen (fundadores da Racco).
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COSMÉTICOS
Linhas mágicas que trazem ainda mais revelação e meus infinitos
valores
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RANKING DOS MELHORES PRODUTOS DE 2019 Troféu Atualidade Cosmética/Cramer - Banho e Higiene
2º Linha Bio Therapy Racco (216 pontos)
Myde, Cseros (230 pontos) “Muito obrigada. Agradeço ao prêmio, a todos os integrantes da Cseros Cosmetics, que nasceu de uma curiosidade, de uma necessidade pessoal e nós fomos atrás do projeto, porque a gente acreditava que só uma aplicação de um desodorante não resolveria o problema do odor e da transpiração. Então nós acreditávamos que tinha de limpar a pele e, assim, poderíamos ajudar mais pessoas a trazer mais conforto no dia a dia e um melhor melhor bem-estar. Somos uma empresa jovem, uma startup, que foi lançada na Páscoa deste ano. Para nós é uma sensação imensamente gratificante por termos este reconhecimento, uma sensação única”
3º Sabonete Líquido Clara & Marguerite, De La Merche (206 pontos)
3º Giz de Banho, Raisa Cosméticos (206 pontos)
Erika de Figueredo, sócio e diretor
Troféu Atualidade Cosmética/Cramer - Higiene e Beleza Capilar
2º Linha Purità, Davene (292 pontos)
Vegan Coconut Névoa Micelar Hidratante Antifrzz, Amávia (300 pontos) “É uma conquista maravilhosa! A Amávia é uma empresa nova, mas com muita garra e vontade de vencer. Estava bastante confiante nesta vitória, porque a gente desenvolveu um produto muito inovador. Ele é inovador desde a embalagem, que é diferenciada e produz uma névoa, sem propelente, e que tem uma fórmula que junta várias tendências: a vegana, a miscelar e mais a tendência de hidratação do fio de cabelo. Então, trabalhamos muito isso, a Pesquisa & Desenvolvimento de produtos, por isso estávamos muito confiantes. É um prêmio importantíssimo para nós e para a marca e empresa como um todo. E tem outra coisa mais maravilhosa, estamos levando este prêmio para a Bahia, para o Nordeste!” Emerson Ferreira, sócio e diretor técnico
3º Máscaras Pigmentantes Mystic Colors,
Triskle Cosméticos
(266 pontos)
Troféu Atualidade Cosmética/Cramer - Beleza Masculina Cless Men Barber, Cless (314 pontos) “A Cless este ano está fazendo 15 anos de mercado e é uma empresa nacional. E ser empresário no Brasil não é uma coisa muito fácil, é uma luta diária. Ainda mais em uma linha masculina que é um mercado novo. E todos perguntam se o mercado masculino é uma moda ou é uma tendência. Nós temos certeza de que é uma tendência e resolvemos investir nela”
3º Óleo em Creme para Barba Tea Tree, Go. Men (311 pontos)
Kátia Coutinho, diretora de ]Trade Marketing da Cless
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2º MÁSCARA PEELING DE CRISTAIS, Bioart (310 pontos)
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Tratamento Facial
Troféu Atualidade Cosmética/Cramer Produtos Profissionais para os Cabelos
Liftactiv AOX Concentrate, Vichy (526,8 pontos)
Blond Absolu, Kérastase ( 268 pontos)
“É uma honra muito grande receber este prêmio, que reconhece no mercado brasileiro as grandes empresas. É uma honra ainda maior de estar representando a marca Vichy, que tem feito uma história muito bonita dentro do mercado brasileiro, há cerca de dez anos. Com esse produto, a marca se propôs a fazer um lançamento diferente dentro do mercado na categoria de anti-idade. E que muitos e muitos anos trabalhou nisso, com uma equipe 100% focada em atender consumidores e também os nossos parceiros dermatologistas e seus pacientes”
“É muito importante para a L’Oréal e para a marca Kerástase ganhar este prêmio porque este é um mercado que tem muitos lançamentos e muita tecnologia. Mas a gente sabe que a Kerástase é uma marca de cabelos de produtos profissionais, que traz sempre novidades para o mercado mundial e brasileiro também. E este lançamento, o Blond Absolu, é sem dúvida uma revolução para as mulheres que gostam de ter os cabelos loiros
Joatan de Souza, gerente de marketing Vichy
Danielle Nunes, gerente de comunicação da L’Óreal
2º Actine Máscara Dermatológica de Argila Esfoliante, Darow: (525,8 pontos)
2º Absolut Repair, L’Oréal Professionel (263 pontos)
3º Máscaras Matizadoras Profissionais, Salon Line: (242 pontos)
3º Physiolift Sérum, Avène (524,8 pontos)
Tratamento Corporal Sérum Antiaging Corporal, Riô Biocosméticos (560,9 pontos)
2º Milk Touch, Nir Cosmetics (526,3 pontos)
“A gente tem que empreender, ser criativos, somos pequenos competindo com grandes. Então, ter um pouco de reconhecimento de alguma forma mostra que a gente está indo no caminho certo. O mercado já mostra isso para a gente, pois é impressionante a recepção que os nossos produtos têm no mercado e é impressionante também como conseguimos ter uma base de clientes tão grande em período curto de tempo”
3º Nutriol Hidratante Intensivo Dermatológico, Darow (509,4 pontos)
Pedro Medicis Rocha, CEO da Riô
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Gonçalves, 80 anos pensando fora da caixa. São oito décadas de história, repleta de conquistas e pioneirismos que fazem da nossa gráfica uma referência no mercado de embalagens de papelcartão.
prêmio atualidade cosmética
Linha/Coleção de Maquiagem
2º Bases Fit Me, Maybelline (454 pontos)
Océane Collection (469 pontos)
“A gente vem desenvolvendo um trabalho já há alguns anos e a Océane vem crescendo bastante. Buscamos sempre a inovação, que é o dna da marca, sempre antenada ao que o consumidor deseja. Este é o nosso trabalho diário, então para gente é muito gratificante ganhar este prêmio e ser reconhecido este trabalho. Estamos muito felizes pelo troféu” Gláucia Nakahara, diretora de Marketing da Océane 3º Delineadores CAT, Daillus e Linha de Maquiagem Make More (440 pontos)
Perfumaria Internacional Feminina
Inovação em Produto de Maquiagem
Olympéa Legend, Paco Rabanne (322 pontos)
Bio C Primer, Bioage (405 pontos) “É um prazer estar representando a Nutrimetics, que é uma marca que está só há três anos no Brasil. É uma marca que tem 50 anos de história, da Tupperware Brands. E é muito gratificante ver que o mercado reconhece as inovações que a gente traz. Então, fico muito feliz de estar representando isso e podendo compartilhar com todo o time”, Renata Rosendo, gerente de Nutrimetics.” Roberto Policicio, sócio-diretor da Bioage
2º Pepe Jeans for Her (314 pontos)
2º Base Facial Absolute Lifting, Racco (395 pontos) 3º Demaquilante em Barra PinkColor, Distrimake (388 pontos)
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3º Pure XS For Her, Paco Rabanne (314 pontos)
Perfumaria Internacional Masculina
2º Polo Blue Gold Blend, Ralph Lauren (311 pontos)
Coach Platinum (323 pontos) “É com muita alegria que participamos desta noite maravilhosa e muito esperada no segmento cosmético, ainda mais na perfumaria. E poder estar levando este prêmio que acaba coroando todo o esforço de nossa equipe de marketing e comercial nos traz muita alegria”
Cláudio Eschecolla, diretor Executivo da Vizcaya
3º Montblanc Explorer (308 pontos)
Troféu Atualidade Cosmética Perfumaria Latino-Americana Feminina
Troféu Atualidade Cosmética Perfumaria Latino-Americana Masculina
Fusion Énigmatique, In The Box (559 pontos)
Marco, Odorata ( 567 pontos) “A gente está desenvolvendo a nossa perfumaria cada vez mais. Então, este prêmio vem celebrar este momento, que é muito especial para a nossa empresa, para todos os colaboradores, para todas as consultoras. Agradecemos a todos que trabalharam para que esse prêmio fosse possível. Concorremos com outras empresas de nome, que estão há bastante tempo no mercado. E nós somos novinhos, mas vão ouvir falar muito no nosso nome ainda”
“Estamos muito honrados com tudo isso, porque foi um trabalho feito com muito carinho. É um trabalho árduo, pois é muito difícil você começar uma empresa no Brasil, além disso, já se colocar o desafio de criar uma fragrância e já lançar no mercado. Sobre o Fusion Énigmantique, é uma fragrância desenvolvida para ser diferenciada, para trazer um pouquinho até de diferenciação do que se tem de fragrâncias femininas no mercado brasileiro” Felipe Russo, CEO da In The Box
2º Mon L’Bel, Belcorp ( 552 pontos)
Ana Maria Nascimento, gerente de marketing
2º Omnia IV, In The Box: (565 pontos)
3º Exotic Indonesia, Davene (550 pontos)
3º Desafiant, Ésika (564 pontos)
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prêmio atualidade cosmética Troféu Aparício Basilio da Silva - Criação Perfumística Latino-Americana Feminina Louise, Odorata / Perfumista: Thierry Bessard (Robertet) (302 pontos)
2º Aimée, Odorata / Marion Guillot (Robertet) (275 pontos)
“Entrei na Robertet há pouco tempo e este foi o primeiro projeto que recebi. Isso é muito interessante. E, entrando em uma nova empresa, você não conhece de início toda a paleta e as possibilidades. E a Robertet francesa é uma empresa que investe muito em produtos naturais e acho que é uma das únicas aqui no Brasil. Então, para mim era uma paleta totalmente nova, muito diversa, rica e interessante, que me permitiu fazer esta fragrância”
3º Donna Bouquet, Ana Hickmann / Edison Fujita (Vollmens) (273 pontos)
Troféu Aparício Basilio da Silva - Criação Perfumística Latino-Americana Masculina Origens - América, Mahogany Perfumista: Fanny Grau (Symrise)
2º Empire Gold, Hinode / Jérome Eppnette (Robertet) (275 pontos)
(277 pontos)
“Ganhar este prêmio, para mim, realmente representa muito, pois sou perfumista há quase dez anos e este troféu é muito significativo para o meu trabalho. Agradeço muito à Mahogany e ao Brian (Drummond, gerente de Marca e Produto da Mahogany), que me deu esta oportunidade de trabalhar com eles”
2º Rafael Pataca (Oak Fragrances) (253 pontos)
3º Luciana Bergamasco (Vollmens) (243 pontos)
3º The Blend, O Boticário / Adilson Rato, Frank Voelkl, Alberto Morillas, Carmita Magalhães (Firmenich) (273 pontos)
Troféu Atualidade Cosmética - Criação Perfumística Livre Juliana Tolotti (Lobos/ Vollmens) ( 261 pontos)
“Acredito que esta categoria é muito importante para as empresas nacionais, porque dá visibilidade e também pela oportunidade criativa, de estar participando e podendo usar nossa liberdade. Gostei muito do briefing que foi feito para este ano, esta sugestão. A fragrância Lobos é inspirado tanto na história da época da Semana de 22, quanto na parte do Cerrado, que é a coisa da brasilidade. Acho extremamente importante e valoriza todo mundo do setor este prêmio”
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prêmio atualidade cosmética
Marc Gassin (Firmenich), José Vicente Marino (Avon), Aûani Cusma de Paula, Andrea Alvares (Natura) e Marília Melhado (Natura).
Nestor Mendes (à direita) e o time da Vollmens
Giuliano Torres (Drom), Giulio e Lena Peron (Feitobrasil).
Luana Perez e Marco Aurélio Savoia (De La marche)
Sônia Romano, Sandro Rodrigues (Hinode) e Aûani Cusma de Paula.
Experiências sensorias no espaço da Vollmens
O time da Symrise
O time da Antilhas.
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Marcia Sant’anna, Rafael Ribeiro (Odorata), Douglas Carvalho (Oak)
Alessandro Rodrigues (Hinode).
Time da Cramer Brasil
O time do Odorata
Renata Ashcar e Ana Maria (Odorata).
Rodrigo Lopes e Lucina Nir (Excellence).
Cristina Untem, Jenifer Vieira (Cusman), Tatiana Yumi (Cosmotec) Carolina Mass e Sergio Damiao (Boxprint), Ricardo Lopes (Wheaton) Eufrásio Lauton (Cusman)
O time da AQIA Patrocínio Prata:
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NEGÓCIOS Estratégias
Cheiro novo, de novo Com o lançamento de Selfie [ie], sua primeira nova marca de perfumaria em anos, a Água de Cheiro abre uma nova frente para se conectar com um público mais jovem
A
marca de origem mineira Água de Cheiro, viveu ao longo de mais de quatro décadas de história, momentos de grande sucesso, criou fragrâncias que se converteram em hits de vendas e clássicos da perfumaria brasileira e que se viu desde o final dos anos 2000 envolta em uma série de decisões de negócios equivocadas – do investimento numa nova fábrica ainda sob gestão da fundadora Elisabeth Pimenta até um processo de expansão tão agressivo (e atabalhoado), comandado pelo empresário Henrique Pinto, que o negócio só não ruiu graças a um grupo de franqueados que seguiu amarrado com o negócio e a própria marca, que apesar de tudo, mantinha um recall e uma imagem positiva junto a uma parcela dos seus consumidores, em especial aqueles que haviam sido conquistados por perfumes como Absinto, um hit dos anos 1980, ou o duo Attractive, premiado com o Prê-
mio Atualidade Cosmética de Melhor Criação Perfumística em 2007. Foi o valor da marca que levou a Narsana, holding do empresário Marcos Rothenberg – que controla a RR Perfumes e licencia nomes como Fórum, Everlast e Anna Hickmann para o desenvolvimento de perfumes – a adquirir o seu controle em 2016. Antes, a empresa ajudou a rede de franquias a abastecer as lojas com produtos do seu portfólio, num momento em que a empresa sofria com um desabastecimento crítico, deixando os franqueados às minguas. Por isso, a primeira ordem foi regularizar os estoques e abastecer as lojas para que o negócio conseguisse parar de pé. Mas, com a marca sob controle, naturalmente, foi traçado um plano de renovação do portfólio e de lançamentos, capaz de reavivar os principais pilares do negócio. É foi o que aconteceu: as três marcas clássicas da perfumaria da empresa: Absinto, Attractive e Água Fresca foram relançadas e desde então vêm sendo ativadas com novas embalagens, um esforço
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de comunicação e no ponto de venda, além de novas versões derivadas das fragrâncias clássicas. Isso garantiu a empresa reter nas lojas os consumidores clássicos da marca e a permitir o crescimento do negócios novamente. Hoje, Absinto, Attractive e Água Fresca são, pela ordem, as franquias mais vendidas da Água de Cheiro. Fechando o ano com cerca de 170 lojas, um número bastante considerável, a Água de Cheiro sabe que se quiser continuar se expandindo, terá que trazer para as lojas um público novo, mais jovem, que não guarda relação afetiva com a marca, por exemplo. É nesse contexto que a marca apresentou o duo de fragrâncias Self[ie], sua primeira nova marca de perfumaria em muitos anos. Para chegar ao resultado final, o diretor da Água de Cheiro, Olindo Cavenzan Junior, explica que a ideia por de trás do lançamento foi conectar a marca e o seu contexto histórico com os jovens de hoje. “Quisemos trazer de volta a sensação de beber um refrigerante de garrafa com canudinho, algo tão usu-
al e cotidiano nas décadas passadas. Ao mesmo tempo, entendemos que esse design representa a juventude, que está tão imersa nas tendências dos anos 1980 e 1990 e em objetos instagramáveis”, pontua o diretor, para quem a garrafa não fala só com o público jovem de hoje, mas também com o público que foi jovem anteriormente, criando esse sentimento de nostalgia. A estratégia para construção da marca passa muito pelo universo Geek e a cultura pop, com ativações em eventos como a Comic Com, parcerias com jogos e uma linha de maquiagem inspirada em “Jem e as Hologramas”, um desenho clássico dos anos 1980 e 1990 de edição limitada.. Além de toques estéticos inspirados na cultura pop, como brilho, cores vibrantes e tons neon, as colônias #Self[ie] também se inspiram em tendências comportamentais, que conversam com um público de personalidade forte, indepentende, descolado e com atitude. Pensando no conceito do frasco, foi criado um acorde especial para as fragrâncias, batizado de Fizzy Drop. “A mistura de notas florais e frutais dá origem à um acorde que remete às gotas borbulhantes e efervescentes de uma bebida, que aguçam o paladar de quem sente os perfumes”, explica Olindo. Apesar de o lançamento ter clara-
mente o público jovem como foco, ele não muda a abordagem que a Água de Cheiro quer ter em relação ao público. A ideia é manter o equilíbrio. “Não posso deixar meu consumidor tradicional de lado. Vou continuar investindo tempo e recursos nos clássicos. Temos lançamentos em Absinto, atividades em Atracttive e Água Fresca. Os clássicos vão ser respeitados e vão fazer parte da rede sempre. Isso é muito importante manter”, garante o executivo. Mesmo que o negócio ainda esteja ancorado nos clássicos, a linha Meu Bem-Estar, de banho e hidratação e lançada já nessa nova fase da empresa, é a quarta marca em importância da empresa. As expectativas para Self[ie]ie são altas. Olindo trabalha para que a nova marca seja o terceiro pilar da perfumaria Água de Cheiro, ao lado de Absinto e Attractive. A construção do portfólio com novas marcas deve seguir em 2020 e 2021, com o lançamento de mais uma nova marca de perfumaria para cada ano. Sem cravar números, o diretor da empresa acredita que pode chegar, ao final desse processo, num balanço de 50% do negócio oriundo das novas marcas, com a outra metade garantida pelos clássicos da marca. A Água de Cheiro está fechando 2019 com um crescimento de cerca de
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30% e espera manter o ritmo forte nos próximos anos. A expectativa de Olindo é que o negócio dobre de tamanho no próximo ano, na comparação com 2017. A expectativa de crescimento no médio e longo prazo é o que faz da Água de Cheiro seja encarado como o negócio mais importante da holding, embora ainda não seja o maior negócio do grupo. Apesar do ano difícil, o diretor da água de Cheiro acredita que os produtos com o posicionamento de preço mais acessível sofrem menos, o que reforça o valor da marca junto ao mercado. “Entregar um produto com uma qualidade boa pelo preço acessível é o nosso DNA e a gente não vai mudar isso. Um produto como o Self[ie], que tem uma embalagem que é legal, um produto que é de luxo de certa forma, por um preço extremamente acessível de R$ 99,90, que é baixo”, reforça Olindo. Por isso mesmo, ele acredita que embora o consumidor da Água de Cheiro esteja principalmente nas classes B e C, que por conta de design muita gente de classe A vai comprar o Self[ie]. “O consumidor tem que gostar do produto, independentemente de onde venha. Ele tem que se sentir confortável em pagar o que ele tá pagando por ele”, conclui Olindo.
NEGÓCIOS Estratégias
Novo canal para a expansão
N
um movimento que abre uma nova frente de crescimento, a Água de Cheiro passa a operar com o seu portfólio dentro de franquias implementadas no interior das Lojas Besni, uma das maiores varejistas de roupas e calçados de São Paulo. Até o momento, foram inauguradas três operações em lojas da capital apulista e, para 2020, o objetivo é expandir o projeto para as 34 lojas da Besni no estado. Para o projeto, foi criado um modelo de franquia no formato store in store, na qual a Água de Cheiro tem um espaço personalizado dentro das operações da Besni para exposição, experimentação e venda dos itens da marca. Além disso, há uma equipe capacitada pela marca de perfumaria para orientar os consumidores na hora de escolher os produtos. A operação respeitará estoques mínimos, preços ao consumidor e demais especificidades aos quais estão sujeitos todos os franqueados da marca. Os clientes da Besni terão acesso a mais de 200 produtos do portfólio da marca (que é superior a 400 sku´s) e poderão comprar seus
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produtos nas mesmas condições de pagamento e crédito oferecidas pela rede de moda. Para Olindo Caverzan Junior, diretor da Água de Cheiro, existe total sinergia entre os públicos das duas marcas, que conversam diretamente com a classe C brasileira. O executivo espera gerar um aumento de 20% no sellout da Água de Cheiro com a inauguração das três primeiras operações em relação ao ano passado.
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entrevista Diversidade
Legado do bem
eder ramos, da symrise: trabalhar pela inclusão racial virou uma missão pessoal.
Presidente global da operação de ingredientes cosméticos e Chairman do Comitê Regional de Gestão Latam da Symrise, Eder Ramos assumiu como missão pessoal encarar a questão da diversidade racial no mercado >>> aûani cusma de paula
O
executivo brasileiro Eder Leopoldo Ramos sempre se orgulhou da forma como construiu sua carreira. Ele entrou na casa de fragrâncias alemã Haarman&Reimer como vendedor junior, chegou à área comercial (o fundador de Atualidade Cosmética, José Luiz de Paula Jr., então um jovem designer, foi um dos primeiros clientes visitados), aprendeu a falar alemão com muito esforço e chegou à liderança comercial da empresa no Brasil, até ser transferido para a Europa. Após a fusão com a Dragoco (que deu origem à Symrise), Eder assumiu a vice-presidência de fragrâncias para Europa, voltou para a América Latina como presidente de Scent & Care para a região e, desde 2013 é o presidente global da área de Ingredientes Cosméticos da companhia alemã, posição que toca a partir do seu escritório na sede do Centro Criativo da Symrise, em Cotia, na Grande São Paulo.
O avanço obtido por méritos próprios o levou a crer que, assim como no seu caso, o esforço e o trabalho seriam capaz de levar qualquer pessoa a atingir cargos mais altos na carreira. Hoje, do alto da sua posição, ele reconhece que a realidade não é bem essa. E, foi o incomodo gerado com a falta de diversidade racial nas empresas que o levou a criar e assumir a implementação da política de diversidade da Symrise no Brasil, dando ênfase para a questão étnico-racial. “Tenho consciência de que estou chegando num ponto da vida profissional e que não terei muitos anos à frente do negócio, por isso quero deixar um legado e enxergo nessa questão um ponto que realmente precisa ser transformado”, diz o executivo. Em entrevista à Atualidade Cosmética, Eder falou da sua visão de diversidade e do andamento do programa na Symrise. Com mais individualidade e a chegada de novas gerações ao mercado de consumo, a diversidade tem sido um
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driver importante nas discussões sobre estratégias de negócios e mesmo de futuro nas empresas. É isso que levou a Symrise a formalizar o seu programa? A diversidade está intrinsicamente ligada a nossa estratégia global de desenvolvimento. Ela tem guiado a estratégia de foco no consumidor que adotamos na Symrise Cosmetic Ingredients. Por isso, temos uma série de desenvolvimentos que são pensadas para atender necessidade de grupos específicos, que estão ligados às questões de raça, porque isso envolve também a fisiologia da pele e dos cabelos das pessoas, e é aí que os nossos ativos vão atuar; mas também por aspectos culturais, como alimentação ou religião, porque isso também acaba impactando na maneira como os consumidores usam produtos, e também, na estrutura da pele e dos cabelos. Tenho que pensar em ativos que atendam consumidoras que, por motivos de religião, passam o dia com os cabelos cobertos por véu; ao mesmo tempo, no Japão, por conta da alimenta-
entrevista Diversidade ção, a dinâmica de uso de desodorantes é completamente diferente da do resto do mundo. Isso tudo é parte desse novo contexto de diversidade que nós temos, de forma mandatória, que entender e atender. Mas o nosso programa de diversidade no Brasil não tem isso como objetivo principal. Não estamos fazendo isso olhando para o mercado. É realmente uma iniciativa para, de alguma forma, fazer a nossa parte para ajudar a corrigir injustiças históricas, no Brasil, em especial, a questão étnico-racial.
A agenda de gênero, em especial da questão da mulher, vem sendo tocada há mais tempo pelas empresas. Ela está bem resolvida na Symrise Brasil? Hoje, todo mundo fala em diversidade e, eu não tenho dúvidas que ela contribui para os bons resultados nos negócios. Isso está provado estatisticamente. É só ver as últimas análises da McKinsey, que mostram que onde você tem mulheres no topo, onde você tem mais diversidade você tem um melhor resultado. E, em termos de mulheres, nós estamos bem representados no topo da organização. E, mesmo situações ainda comuns no mercado de trabalho, no qual mulheres e homens tem divergência salarial, sinceramente, não é o caso aqui na Symrise. Claro que tem que acertar algumas coisinhas, mas olhando para as pesquisas que realizamos nas nossas unidades nós temos as mulheres no topo e no meio do organograma. Elas estão trafegando na hierarquia. Ao andar no centro criativo, você vai ver que o percentual de mulheres trabalhando é superior ao de homens inclusive. Onde temos problemas? Na fábrica. Apesar de a Diretora de Operações ser mulher, você não vai ver muitas mulheres trabalhando na fábrica, aí vem o preconceito de que a mulher não consegue trabalhar na produção. É um ponto que vamos trabalhar. E a questão étnico-racial? Esse costuma ser o pilar mais crítico para as empresas enfrentarem no mercado brasileiro. Como vocês estão enfrentando essa questão? Dois anos atrás, participei de uma pa-
lestra sobre diversidade e o que me pegou muito foi a questão racial. Fiquei muito incomodado com o que eu escutei nessa palestra e, sinceramente, entendi que deveria me dedicar a esse aspecto. Sei que estou numa idade que já leva a minha carreira para uma conclusão e quero deixar um legado para a empresa, para o mercado. E o meu legado vai ser na área de diversidade. O oceano é feito de gotas e eu vou colocar a minha gota neste oceano. Estou trabalhando fortemente nisso aqui, é um projeto local que eu assumi integralmente. Você ocupa uma posição global, mas esse programa é focado no Brasil. Porque não liderar esse projeto globalmente? Se eu participo de um projeto global, as dificuldades seriam muito maiores e provavelmente demoraria muito mais tempo para começar a ver resultados. Então eu decidi implementar o programa de diversidade do Brasil, que engloba as questões étnico-racial, mulheres, LGBT+ e pessoas com deficiências. Também estou tentando enquadrar nesse projeto os refugiados e os egressos do sistema prisional. Mas isso ainda é embrionário. Nos outros grupos, já estamos adiantados. Em que pé está o programa hoje? Realizamos uma pesquisa interna para avaliar e entender como a organização enxerga e encara tudo isso. Agora, numa segunda etapa, estamos realizando reuniões e workshops com as lideranças da empresa para preparar a implementação no programa. A pesquisa nos mostra que o time fala muito em respeito. Mas quero sair do campo só do respeito para tratar da valorização da diversidade. Eu estou nesse processo agora, é uma jornada que está começando. Em relação ao público LGBT+, os desafios são de outra natureza, mais simples do que a questão étnico-racial? Para o público LGBTQIA+, eu diria que trabalhar num ambiente não propício, ou que não o aceite como ele é deve ser muito difícil. Ver o risco de não conseguir progredir na carreira em vista, do
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preconceito em relação a sua orientação sexual na organização. É preciso criar um ambiente que valorize as diferenças e que proporcione segurança psicológica para que o grupo LGBTQIA+ possa se expressar em sua totalidade. A nossa organização valoriza e tem pessoas declaradas em posição de Senioridade. Eu tenho na Symrise Brasil o único Master Perfumer na América Latina, o Joachim Correll e ele é declaradamente LGBTQIA+. Ele está me ajudando muito nessa questão de inclusão, de reconhecimento e possibilidades de crescimento dentro da empresa. Não é que é mais fácil, diria que é menos difícil. AA questão racial, aqui no Brasil principalmente, é mais complexa... É uma questão muito complicada e é o ponto com o qual estou mais engajado. Falo isso abertamente dentro da empresa. Reconheço a urgência da questão de gênero, da comunidade LGBTIA+ e da questão das pessoas com deficiência. As reinvindicações por igualdade e equidade de todos grupos de diversidade precisam ser reconhecidas e transformadas em prática. Mas, de novo, a questão étnico-racial é algo que me deixa incomodado. Eu participei de uma palestra da Liliane Rocha, da consultoria Gestão Kairós, que está nos apoiando neste projeto inclusive. 54% da população Brasileira é formada por negros (pardos ou pretos). Eu tenho 3% de pretos na organização e 17% de pardos. Quando se olha para a organização, você vê que tem alguma coisa errada. Eu quero e vou fazer a minha parte. Vou trabalhar no sentido da inclusão e a primeira mudança tem que vir de dentro da organização. A segunda tem que vir do setor de Recursos Humanos. Nós temos que saber recrutar para poder incluir essas pessoas. Não posso contratar olhando para um caucasiano que estudou nas melhores escolas de São Paulo, que fez a universidade na FGV ou na USP e usar os mesmos critérios para com uma pessoa negra, que mora na periferia – o que não é demérito, eu venho da periferia, para deixar claro –, mas que estudou em escola pública nos dias de hoje e depois fez uma universidade menos prestigiada que as citadas anteriormente, que
aula no Insper, uma das mais renomadas escolas de negócios do país: os processos de seleção de profissionais utilizados pelas empresas hoje não dão conta de garantir a diversidade e a inclusão.
não teve oportunidade de estudar inglês, que não teve possibilidade de morar fora... São os primeiros paradigmas que nós estamos quebrando, buscando viabilizar o acesso a esta população, para que elas tenham condições de serem incluídas. Esse trabalho com o RH, como é que vocês estão fazendo? Vocês já eliminam algumas informações que podem indicar viés? Eu acho que aqui tem de haver transparência total. Hoje, o nosso processo, já estamos fazendo de forma que devemos fazer? Não. Estamos no início das coisas. Mas sabemos onde nós queremos chegar. Num período curto de tempo, queremos recrutar sem olhar o endereço, sem olhar o gênero e sem olhar a idade no perfil dos candidatos(as). Essa é a nossa intenção. Realmente avaliar o perfil por outro ponto de vista e depois iniciar o processo. Estive com uma pessoa da Paraisópolis que me disse o seguinte: “Lá atrás, para procurar um emprego, nós falávamos que morávamos no Morumbi, não falávamos que morávamos na Paraisópolis. Porque quando eu dava o meu endereço e dizia que morava em Paraisópolis automaticamente estava eliminado. Quando falava que morava no Morumbi eu não estava eliminado”. Precisamos eliminar todas essas barreiras, essas “travas” – acho que a palavra correta –, e, de alguma forma, ajudar a consertar isso. Acho que a sociedade
deve isso. E acho que você tem que ser antirracista. Não ser racista não é mais suficiente. Essa é a minha opinião e realmente embarquei de corpo e alma nisso. É uma causa? Eu quero deixar um legado e me incomoda saber que só tem 20% de negros trabalhando aqui. Muito provavelmente nos níveis mais baixos da organização. Sim, em sua maioria. Atualmente apenas 4% dos cargos de nível gerencial são ocupados por pessoas negras. E isso está mal, não está correto. Aí vem a questão da contratação. Mas, sinceramente, não estou preocupado com a questão de contratação agora, e nem acho que a gente deve mudar isso de uma forma radical de imediato. Isso tem que ser feito de uma forma sustentável, para que a organização entenda isso e, nesse ponto, acho que o mais importante agora é reconhecer os talentos internos. E dar a esses talentos a oportunidade de realmente crescerem dentro da empresa. Isso é para mim o mais importante hoje. No programa da Symrise, vocês estabeleceram cotas? É difícil a gente estabelecer uma cota. Mas, acredito numa cota moral. Se 54% da população declarada negra, por que mais de 75% do nosso quadro de colaboradores é de pessoas brancas? Qual é a razão disso? O que está acontecendo?
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E, apesar de não termos, devo lhe dizer que sou a favor das cotas. Existem discussões entre especialistas em diversidade, dizendo que as cotas embutem o risco de se criar uma elite dentro daquele grupo. Ao mesmo tempo, elas ajudam a estabelecer referências para as outras pessoas. Como você encara isso? É interessante. Alguns anos atrás, quando apareceram as discussões sobre cotas na universidade, sou muito honesto em dizer que eu era contra, não achava correto, era a coisa da meritocracia. Eu venho da periferia, eu venho de escola pública... Mas, num período que a escola pública era restrita a um terço da população… Sim. E, ainda assim, eu sou privilegiado. Eu vim entender, compreender isso depois. Porque eu bato muito no peito que eu venho de baixo, cheguei aonde cheguei porque lutei, comecei a trabalhar muito cedo. Pensava que o cara tem que fazer a mesma coisa que eu fiz. Mas eu sou privilegiado, essa é a verdade. E o sou simplesmente por ser branco. Provavelmente, se fosse negro, não teria essa condição mesmo vindo da escola pública, numa época em que escola pública era muito melhor do que hoje. É um fato que não se discutia, mas que, finalmente, estamos trazendo para os holofotes agora.
MERCADO Lançamentos
Ao alcance das massas
E
mbora tenha nascido com outras finalidades e seja utilizada para o tratamento de artrite, reparação de feridas e em cirurgias oculares, o ácido hialurônico não é novidade na indústria da beleza. Na verdade trata-se de um ativo presente há décadas nos consultórios dermatológicos (usada em procedimentos injetáveis) e que há tempos vem sendo utilizado pela indústria de beleza em formulações de produtos para a pele do rosto. Naturalmente abundante no corpo humano, em especial na pele e nas juntas, o ácido hialurônico pode reter 1000 vezes o seu peso em água, uma característica importante num produto anti-idade, uma vez que a pele perde a capacidade de manter a hidratação conforme a pessoa envelhece. O fato de também ser produzido pelo corpo humano, torna esse tipo de áci-
Novos lançAmentos ampliam o acesso dos brasileiros a formulações com ácido hialurônico >>> AÛANI CUSMA DE PAULA
do, indicado para peles sensíveis ou com acne, uma vez que é muito pouco provável que ela gere alergias. Desde o ano passado, o ácido hialurônico vive um novo ciclo de lançamentos que estão tornando o acesso aos produtos com esse ativo mais acessível, inclusive no Brasil. Para a diretora Científica Global de L’Oréal, Elisabeth Bouhadana, embora seja um componente muito comum na indústria e de ser bastante popular entre as brasileiras, os produtos a base do ácido nunca foram muito acessíveis por aqui. Foi com essa premissa que a empresa lançou por aqui no ano passado uma nova linha da franquia Revitalift, batizada com o nome do ácido e que busca oferecer uma formula que combina preço e qualidade. A L’Oréal já usa o ácido hialurônico em produtos de suas divisões de Luxo e de Cosmética Ativa (Dermocosméticos). Fabricada localmente, a fórmula do Revitalift Hialurônico é a mesma usada nos mercados internacionais. Segundo
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Elizabeth, como o produto foi testado em vários países, inclusive no Brasil, a marca não viu a necessidade de realizar qualquer tipo de adaptação para atender as peles brasileiras. A executiva destaca também os bons resultados obtidos nos testes em peles sensíveis. Por aqui, a L’Oréal optou por trazer três produtos incialmente: um creme diurno com FPS 20, um creme noturno e um creme cuidado intensivo para a região dos olhos. A franquia Hialurônico tem mais dois produtos no seu mix, o sérum e as ampolas. Ambos mereceram menções positivas em relação a sua performance de vendas no balanço do primeiro semestre de 2019 do grupo. E, o sérum costuma ser bastante apreciado por aqui. Ainda assim, a marca optou por dar início com os três produtos para iniciar um processo de educação da mulher com a rotina e cuidados da pele para as consumidoras e lhes dar mais conhecimento do ácido hialurônico. Apesar disso, a L’Oréal reforça que
Elizabeth, DA L’OREAL: com novo Revitalift Hialurônico, gigante francesa traz opção do ativo para o mercado massivo.
MONICA kolanian, da hada labo: uma das marcas mais vendidas do Japão tem fórmulas com o superácido hialurônico. ambos os produtos estão no radar da operação brasileira. As brasileiras têm, de fato, dado mais atenção aos cuidados com a pele. Isso pode ser visto, por exemplo, pelo crescimento do mercado de dermocosméticos na última década. Mas, embora gigantesco, esse é um mercado ainda restrito do ponto de vista de acesso. Daí, a importância de iniciativas no varejo, as linhas de tratamento facial de mass market ainda não tracionaram. “O Brasil é um dos mercados mais relevantes dentro da marca e skincare com certeza tem grande potencial de crescimento nos próximos anos”, afirmam os executivos da empresa. Uma das maiores apostas da L’Oréal, o Revitalift Hialurônico tem foco num público de entrada no segmento de cuidados com a pele do rosto – o de prevenção, ou que começa a apresentar os primeiros sinais da idade. L’Oréal Paris traz um produto acessível, mas ao mesmo tempo em que entrega muito resultado, com o poder preenchedor do Ácido Hialurônico puro que hidrata tão intensamente que preenche as linhas de expressão. Tendo o ácido hialurônico como Estrela, a marca japonesa Hada Labo, é outra nova opção disponível para as consumidoras brasileiras que querem uma opção de produtos com o ácido. Parte do portfolio do laboratório nipo-americano Rhoto-Mentholatum, a Hada Labo aposta no gosto dos con-
sumidores brasileiro por produtos aspiracionais. E, para Mônica Kolanian, gerente de Desenvolvimento de Negócios do laboratório no Brasil a pele asiática é uma aspiração para os brasileiros. “Nisso não temos concorrentes. As marcas europeias sempre tiveram presença no Brasil. As asiáticas, não”, afirma a executiva, que acredita que exista muito espaço para a marca crescer por aqui. A estratégia da marca para ganhar espaço no mercado é trabalhar com foco na hidratação desde cedo e reforçar o seu conceito que aposta em fórmulas minimalistas e de alta qualidade, com uma combinação de ativos selecionados e mais eficazes, com a isenção de substâncias como corantes e fragrâncias. “Nossa proposta é trazer a tecnologia da pele asiática para a hidratação de pele. Ela é simples e é perfeita. E, no caso da Hada Labo, os produtos são formulados com o super ácido hialurônico”, explica Monica. De acordo com a empresa, os resultados diários e a longo prazo estão baseados no uso do ácido hialurônico, combinado com outros ativos para entregar o melhor resultado. Essa alta hidratação a médio e longo prazo, garante à pele uma ação efetiva contra rugas e linhas finas de expressão. Adotando embalagens simples, a marca acredita que consegue praticar preços mais acessíveis. O portfólio inicial no Brasil conta
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com cinco produtos recomendados para todos os tipos de pele, divididos nas linhas Gokujyun (limpeza e hidratação) e Shirojuyn (que se propõe a uniformizar a pele). Entre os destaques, estão a premiada Gokujyun Lotion – produto best-seller da marca com um frasco vendido a cada dois segundos no Japão, segundo os dados da matriz da marca – e os limpadores Gokujyun Oi Cleansing e Face Wash, que compõem o método duplo de limpeza mais usado pelas asiáticas. Os produtos têm preço sugerido entre R$ 80 e R$ 140. A empresa vai trabalhar com dermatologistas e focar sua distribuição no canal farma, que deve responder por mais de 90% do negócio num primeiro momento. Assim como no caso de L’Oréal Paris, a Hada Labo sabe que o sucesso da marca por aqui passa pela construção do hábito de cuidar da pele. Com foco nas classes A e B, a Hada Labo iniciou sua distribuição por lojas e redes de referência como a Drogaria Iguatemi e a Loreta (farmácia-perfumaria localizada no bairro da Liberdade, em São Paulo). De cara, a demanda foi muito maior do que a empresa imaginou o que deixou limitada a expansão inicial dos produtos em terras tupiniquins. Com a questão em processo de estabilização, a marca pretende trazer mais cinco novos produtos da linha ainda no primeiro semestre de 2020.
mercado Ideias
Da ideia ao valor percebido E a distância entre a teoria e prática da inovação no mercado de beleza
V
ocê já se perguntou o por que é tão difícil inovar em um país com tantas demandas de consumo mesmo com tantos gurus, teorias, guias definitivos e referências sobre o tema? E, para apimentar o contexto, você já parou para questionar se a marca que você trabalha de fato estimula os sentidos da beleza de seu consumidor? Entre a ideia de um produto e a inovação de fato, existem desejos que nascem de consumidores inseridos em contextos específicos e diferentes dos nossos além de valores e necessidades subjetivas e são esses atores, a quem chamaremos neste artigo de sujeito, que estão cada vez mais consumindo produtos e serviços que lhes fazem sentido e promovam a sensação de pertencimento. Tendo em vista essa premissa, podemos entender que a parte mais importante de toda a cadeia é sem dúvida o seu cliente.
Partindo desta hipótese podemos compreender que a inovação, que hoje é abordada por muitos como o pilar mais importante do processo produtivo neste e em outros mercados, pode ser vista e utilizada apenas como meio para gerar percepção de valor. Essa compreensão se faz importante pois, seja para solucionar uma necessidade ou para transformar conhecimento em dinheiro ou ainda, para criar algo novo é imprescindível conhecer o seu consumidor que é quem irá perceber e dar valor para tudo isso. Se este sujeito não enxergar valor em sua proposta, independente do quão você seja inovador, você se tornará irrelevante. Esta provocação, mesmo que não seja verdade absoluta, é importante para nós do mercado de beleza, pois de fato se antes de mais nada não compreendermos o ser humano por trás do consumo faremos promessas impossíveis de entregar e investimentos desnecessários simplesmente por
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que sem compreender os valores do meu público eu não sei que tipo de valor ou benefício propor, ou seja, criaremos um ciclo de vicioso de geração de produtos comoditizados e com pouco ou nenhum diferencial para além da função. Sendo assim, nem sempre o processo de inovação será algo complexo, mas para resultar em um produto final efetivo, deve ser coerente e plural. Partindo ainda do ponto de vista de simplicidade, pluralidade e entendimento do ser humano por trás do consumidor, vamos à segunda reflexão: sua marca de fato estimula os sentidos de beleza do seu público? Vamos a alguns dados de mercado: • A pesquisa Ad Reaction, da Kantar, realizada anualmente em mais de 40 países no mundo com mais de 36
Raoni cusma: a inovação só é realmente válida quando o público-alvo percebe o seu valor.
mil consumidores aponta que 76% das mulheres e 71% dos homens não se sentem representados da forma adequada na publicidade, dado que os estereótipos utilizados não retratam o sujeito em sua realidade. • Outra importante pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em 2017 aponta que 101 milhões de consumidores não confiam nas empresas e 103 milhões afirmam que não se identificam com as propagandas de veiculadas na televisão. O mesmo estudo posta que cerca de 76% dos brasileiros acreditam que as campanhas necessitam representar melhor e de forma mais coerente o tema da diversidade. Além disso, 94% dos negros não se sentem adequadamente representados nas campanhas. • Segundo o Think Etnus a população negra movimentou R$ 1,6 trilhões, o que equivale a 24% do PIB brasileiro. Entretanto, 94% dos negros, não se sentem adequadamente representados nas campanhas publicitárias. Levando em consideração essas pesquisas, podemos concluir que de fato existe o consumo por necessidade, mas, a grande maioria das marcas ainda não estimula os sentidos de beleza de seus próprios consumidores por falta de compreensão, diálogo, de abertura de espaço de fala e representatividade o que causa uma atrofia na capacidade do mercado de traduzir contexto e necessidade em valor percebido. E se pautarmos aqui o mercado de
cosméticos e o universo do belo, cabe a seguinte provocação: se o contexto validador do que é belo, não representa a sociedade como um todo e a persona criada para representar belo não condiz com a realidade, sua marca conceitua experiências de consumo para quem? Ou, ainda melhor, sua marca estimula a autoestima e os sentidos da beleza de quem? E é aqui que se torna possível compreender que se inovação é valor percebido e o sujeito da percepção não está se sentindo representado, o que torna claro que estamos muito mais orientados por desenvolver conceitos a partir de generalismos e produtos comoditizados do que de fato criar um ambiente propício à inovação e a cocriação de experiências relevantes e coerentes com as promessas das marcas de beleza contemporâneas. Logo caminhando para algo como uma espécie de conclusão, alguns pontos se tornam essenciais para reflexão: • A construção de diferencial competitivo e valor percebido está muito mais relacionado ao entendimento do fluxo da subjetividade humana e da clareza do contexto onde este sujeito está inserido, e isso vai muito além do desenvolvimento do produto enquanto objeto de consumo. Afinal produto por produto qualquer um faz. •O referencial necessário para o desenvolvimento de empatia devem compreender a diversidade para além das cotas, pois cada ambiente constrói a sua própria percepção e significado
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para beleza, logo é ingênuo acreditar que a beleza é um conceito puro, universal e de compreensão global. Para alguns beleza é poder, para outros protagonismo, para outros a manifestação da alma, uma forma de revelar a sua existência para o mundo e por que não, um simples apetrecho estético. Cada grupo busca uma forma diferente de demonstrar a sua existência e essência para o mundo e isso é o que deve ser pilar de qualquer conceito. • Aquilo que comumente compreendermos com comportamento de consumo e estilo de vida está cada vez mais comoditizado, tornando o que era diverso, plural e elegante em estereótipos puramente estéticos. Isso se revela com imensa força nos dados postados acima e isso significa que a preconcepção do humano venceu a essência e a individualidade de cada um. E por fim, o foco desta reflexão foi demonstrar de forma provocativa que para termos qualquer tipo de inovação que seja de fato relevante no mercado de beleza, é preciso imergir, compreender e respeitar a inteligência e o espaço de fala do consumidor que é humano, plural e impossível de ser estereotipado.
Raoni Cusma, Fundador da Orolab, sócio da Cusman e cocriador do podcast DIP CAST. Especialista em Design de Conceito, consultor, palestrante e professor universitário, graduado em Gestão Pública (FGV); pós graduado em Desing Estratégico (IED) e em Psicologia Analísta (IJEP).
P&D Regulatório
Uma onda perigosa
O
cosméticos caseiros artesanais: pessoas buscam por produtos livres de substâncias químicas sem saber que elas ajudam a garantir a segurança dos produtos.
A profusão de claims “livre de” nos lançamentos da indústria cosmética deve ser olhado com atenção e cuidado pelo mercado, tanto do ponto de vista da segurança cosmética quanto em relação ao consumidor >>> aûani cusma de paula Atualidade COSMÉTICA
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s reguladores globais da indústria cosmética – União Europeia à frente – vem apertando mais e mais a lista de ingredientes passíveis de uso em formulações de produtos de higiene pessoal e beleza. É um movimento que está baseado em novos estudos e na análise de reports feitos às autoridades locais sobre casos de intoxicação ou alergias geradas pelo uso de determinados ingredientes presentes em fórmulas cosméticas. Apesar de acarretar sempre um grande impacto para os fabricantes, não se tratam de processos intempestivos, fruto das vontades de uns ou de outros. Embora muitas medidas sejam questionadas pela indústria nos bastidores, elas têm como premissa única aperfeiçoar a segurança dos consumidores no uso de produtos cosméticos e, mais recentemente, levar em conta o impacto ambiental que esses ingredientes geram. Muitas dessas matérias-primas têm estado sobre reavaliação, submetidas a novos processos de investigação e análise disponíveis. Em alguns casos, ingredientes tradicionalmente usados pelo mercado de beleza, têm sido apontados como produtos com algum grau de potencial carcinogênico quando utilizados em grandes quantidades ou com um nível de exposição muito elevado. Uma vez que o risco é apontado, tem se início um processo de revisão do uso dessa matéria-prima, que passa a ser proibida para todos, ou para alguns usos, como a aplicação em fórmulas de produtos não enxaguáveis, como cremes para a pele. Isso faz com que muitas empresas já comecem a se movimentar para retirar esse ingrediente das suas fórmulas. Mas, de fato, até que essas restrições sejam incorporadas à legislação e tenham que ser banidos de determinadas fórmulas existe
um longo caminho a percorrer. Isso é uma coisa. Outra, bem diferente, mas tão impactante quanto, é o movimento que vem de influenciadores digitais que advogam pelo uso de produtos livre de algum, ou de alguns ingredientes gerando ondas que se refletem diretamente nos consumidores “guiados” pelas redes sociais. É como se as pessoas, de uma hora para a outra, acreditassem que o uso de produtos cosméticos devidamente testados e aprovados pelos órgãos reguladores pertinentes é maléfico para a sua saúde e à sua beleza. Sem ter todas as informações necessárias, muita gente entra nessas ondas sem qualquer questionamento sobre se as informações que circulam realmente procedem. Mesmo que a informação esteja muito mais acessível e que, cada vez mais, os consumidores estejam interessados em entender o que eles aplicam na sua pele ou nos seus cabelos, na prática, o real conhecimento sobre os ingredientes (e a ação deles) numa formulação é bastante restrito para as massas e mesmo entre os digital influencers. Para Maria Inês Harris, especialista em cosmetovigilância e diretora-executiva do Instituto Harris, que atua na área de avaliação de segurança de cosméticos, existem situações e situações, mas, muitas vezes, essas ondas contra determinados ingredientes são, na verdade, um desserviço. “Tentamos educar o consumidor para que ele possa escolher produtos que passaram por um processo de avaliação sério. Se a empresa trabalha corretamente com um ingrediente, é possível estabelecer condições de uso adequadas, que não oferecem riscos nem ao consumidor e nem ao meio ambiente”, diz a especialista. O caso do parabeno é dos mais emblemáticos. Considerado um dos novos vilões do mercado, o parabeno é um conservante ainda largamente utilizado pela indústria, e que, conforme mostram os estudos, apresenta potencial para gerar doenças como câncer de mama, melanoma e afetar a fertilidade quando aplicados em doses muito altas (que é o que acontece nesses testes), algo que não ocorre com o seu uso em formulações cosméticas, que
aplica doses muito mais baixas. Entretanto, nessa nova conjuntura, a especialista acredita que as pessoas não se posicionam adequadamente. “Falam contra o parabeno, mas compram um produto feito não se sabe onde, sem nenhum controle ou garantia de segurança”, lamenta. “Não acho que seja serviço para ninguém você ficar ‘livre disso, livre daquilo’”, reforça Maria Ines, para quem cria-se uma ilusão que leva as pessoas a pensarem que estão comprando um produto mais seguro só porque ele é “free from” disso ou daquilo, quando na verdade, esse produto pode não ter sequer passado por uma avaliação de segurança.
O papel da indústria
Talvez o aspecto mais importante a ser observado, é que a influência exercida por diferentes agentes (influenciadores, celebridades e sub-celebridades) nas redes sociais é um dado da realidade. Goste-se ou não, fato é que os consumidores são influenciáveis e o efeito manada gerado por comentários de alguns influenciadores digitais e mesmo por outros consumidores não pode ser ignorado. Conduzida pela plataforma de mídia Teads, em parceria com a Global Web Index, a pesquisa “Novas Faces: Estudo Sobre Beleza & Cuidados com a Pele” buscou compreender o comportamento de compra, preferências dos produtos e motivações do público feminino ao consumir produtos de beleza e cuidados com a pele. O levantamento ouviu aproximadamente cinco mil mulheres em oito países, entre eles o Brasil, e revela dados comportamentais relevantes, como o fato de que 83% das entrevistadas que se encaixam na Geração Z (16 a 20 anos) encontram novos itens principalmente por meio das análises de outras consumidoras no ambiente on-line. Ao mesmo tempo, o levantamento constatou que, contrariando a tendência do aumento do número de profissionais que atuam com marketing de influência, somente 30% das brasileiras pesquisadas utilizam influenciadores digitais como fontes para a descoberta de novidades em beleza e produtos
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para a pele. Para elas, fatores como preço (77%), adequação ao tipo de pele (72%) e prova científica de resultados positivos (51%) são os principais motivadores para a compra. Frente a dados que demonstram que os mecanismos de influência e decisão de compra de um produto de beleza são difusos, mas que a opinião de um influenciador não é mais relevante do que a prova científica de eficácia do produto, é preciso fazer uma questão: qual deve ser o papel da indústria na abordagem de mitos que surgem nas redes sociais? A resposta não é simples, nem objetiva. De um lado, a legislação permite o uso desses produtos, o que, de certa forma, garante a sua segurança, ainda que já existam no mercado alternativas mais seguras e modernas. “Trocar um conservante, por exemplo, implica em refazer toda a avaliação de segurança da fórmula, testar novamente a estabilidade. É como se fosse um desenvolvimento novo e nem todas as empresas têm uma habilidade muito grande para realizar um processo desses rapidamente”, acredita Maria Inês. Isso é um ponto muito mais relevante do que o eventual custo superior de ingredientes mais modernos, que vêm em substituição aos que precisam ser substituídos por motivos regulatórios ou para responder a pressão das redes sociais. Por outro lado, não é fácil desmentir e fazer com que as pessoas acreditem em algo que é diametralmente oposto a verdade que o consumidor já incorporou. E não importa se essa verdade vale menos do que uma nota de R$ 3. Mas a especialista reconhece que há um amadurecimento do mercado. “Vemos que algumas empresas começam a tentar comunicar, a explicar alguma coisa (sobre ingredientes e segurança para os consumidores)”, pontua. A indústria tem a capacidade e os recursos para educar o consumidor e tentar desfazer certos mitos. Em determinadas situações, como aquelas que realmente não tem pé nem cabeça – as que diziam respeito ao silicone, classificando o ativo de origem mineral como um petrolato, o que o fez um inimigo dos regimes de tratamento
P&D Regulatório de cabelos das cacheadas – poderiam ser alvo de uma ação das empresas no sentido de educar as influenciadoras. As próprias empresas de matérias-primas com ingredientes atacadas de forma totalmente equivocada poderiam se movimentar e buscar formas para fazer com que a informação, de alguma forma, chegasse até influenciadores e consumidores. Mas, esse é um dos grandes problemas que as indústrias de alguma forma atingida por falsos mitos apresentam em relação a esse item. Elas reclamam da falta de conhecimento, mas pouco tem feito para mudar isso. Mas, também é verdade que a aparição desses mitos gera oportunidades de mercado que podem catapultar novas empresas a posições mais altas no mercado. Existem indústrias que enxergam nesses mitos a possibilidade de ganhar espaço com produtos que ofereçam a solução, do ponto de vista de marca e formulação, aos produtos tradicionais afetados pelo mito. Quando feito também seguindo todas as regras de segurança cosmética e a legislação vigente, é um movimento legítimo, ainda que em alguns casos, para se promover, essas indústrias acabem por reforçar alguns mitos. Mas, as pequenas empresas que em geral acabam respondendo a essas “novas demandas” não tem muito a perder, elas são as marcas desafiantes. Agora, no caso das grandes empresas, locais e multinacionais, entrar na onda ao invés de explicar e educar o consumidor, não seria um tiro no pé? Estaria a indústria errando na abordagem em relação à segurança cosmética? Maria Inês vê uma curva de aprendizado nesse processo. “Tivemos um momento no qual aparecia uma onda dessas e todo mundo se calava e dizia: ‘vamos atender a demanda do consumidor’”, diz ela. A especialista acredita que o próprio caso envolvendo os parabenos e os seus reflexos para a indústria e a população serviu como um ponto de inflexão. “(Os parabenos) eram ingredientes usados na indústria cosmética numa quantidade de exposição ao consumidor muito abaixo de qualquer dose que poderá
maria Inês, DO INSTITUTO HARRIS: onda “parabenóide” levou a adoção de conservantes menos confiáveis e seguros. provocar qualquer tipo de efeito colateral. Nesse processo, passou-se a utilizar ingredientes muito mais perigosos, como o CMIT/MIT, levando a uma epidemia de alergia por conta desses outros conservantes”, afirma Maria Inês Harris, que acredita que os envolvidos esperaram muito tempo para fazer alguma ação, o que levou a situação a tomar um vulto muito grande. “Por outro lado, é importante um comprometimento e a própria empresa às vezes não quer se manifestar. É uma situação às vezes crítica porque você está produzindo um material e
começa uma onda contra aquele material. Às vezes, me pergunto: ‘de onde veio isso?’, porque são acusações muito fortes. Você está quieto ali e chega uma onda dessas que não têm nem pé nem cabeça. Usam da vulnerabilidade, da imaginação da população para se promover, para produzir mais rótulos, cobrando mais caro porque trazem uma nova tecnologia, uma patente diferente, aí eles vão valorizar”, explica. “Não estou criticando o desconhecimento da população em geral, mas é uma histeria coletiva e tem gente que se beneficia disso”, conclui Maria Inês.
O papel dos fornecedores
A
s indústrias de matéria-prima obviamente estão na raiz da questão. Um dos grandes campos de disputa nessa questão de cosmetovigilância, trata de uma série de preservantes tradicionais da indústria tendo seu uso restrito ou mesmo proibido na Europa e muitas coisas aqui no Brasil também. Isso gera um conflito de interesses entre quem produz preservantes tradicionais frente a outras possibilidades mais modernas, mais seguras em vários aspectos porque já evoluíram. Realmente,
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o mercado de matérias-primas tem conflito de interesses violentos. Uma empresa com uma linha de produção inteira numa planta que produz uma matéria-prima x vai defender aquilo com unhas e dentes; mas, por outro lado, esse mesmo fabricante sofre uma pressão por inovação constante. “As próprias indústrias usam um pouco dessas ondas de crítica a um produto, para inovar e valorizar seus novos ingredientes, que já respondem a essa demanda mais moderna”, acredita Maria Inês.
mercado in-cosmetics
Driblando as confusões Crescimento da presença e nos resultados de fornecedores internacionais na mais recente edição da in-cosmetics Latin America mostram que o mercado brasileiro de beleza ainda oferece oportunidades para pequenos e médios fabricantes de ativos cosméticos >>> AÛANI CUSMA DE PAULA
O
mercado de beleza no Brasil não está mais na crista da onda quando o assunto é crescimento. Mas ele segue como um dos mais relevantes do mundo. E isso tem sido o suficiente para garantir que os fornecedores globais de ativos e ingredientes cosméticos sigam olhando com atenção para o mercado local, mesmo com outras regiões do mundo vivendo um momento de crescimento bem mais acelerado do que o visto por aqui. Para Daniel Zanetti, diretor das feiras in-cosmetics Latin America e North America, os empresários e executivos da indústria global de matérias-primas conseguem separar o que é politica do que é negócio. “Pelas conversas que tive com esses atores, eles seguem con-
fiando no Brasil, mesmo com as dificuldades e com as questões que a gente enfrenta aqui. Eles acreditam no potencial – afinal de contas somos 210 milhões de pessoas com um mercado consumidor muito poderoso”, diz o executivo. Os expositores medem o sucesso pela qualidade dos contatos que estão sendo feitos. Numa conversa de negócios eles estão discutindo questões técnicas. “Como que a matéria prima pode ajudar na formulação?”, “Quais são os benefícios que esta matéria prima vai trazer para o produto final?”. Acho que isso reforça a minha percepção de que o negócio e a política são seres distintos e tem vida própria. Essa boa expectativa em relação ao mercado segue forte, mesmo que o ano não tenha apresentado um resultado
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excepcional, com um primeiro semestre fraco e um segundo semestre abaixo das expectativas. Durante a feira, inclusive, o presidente da Abihpec anunciou que até aquele momento (no final de setembro), enxergava-se uma redução de volume de vendas inclusive. Mas, como lembra o executivo da in-cosmetics, “as 48 empresas que vieram de fora do Brasil para expor no evento, acreditam no potencial de consumo do mercado e por isso que eles vieram aqui trabalhar com a gente.” Mesmo num ano desafiador, a in-cosmetics de 2019 foi maior, com um crescimento de cerca de 14% na área de stands. Além de 48 empresas de fora, outras 26 empresas novas participaram da exposição pela primeira vez. “Com isso, nós estamos com uma expectativa maior ainda para de crescimento para 2020”, acredita.
mercado In-cosmetics
T
Diferentes visões de mundo
endo a responsabilidade sobre o mercado norteamericano, Daniel tem uma visão privilegiada do processo de P&D das empresas de lá. Ele acredita que enquanto na Europa, o desenvolvimento é liderado pelo P&D, nos Estados Unidos é o Marketing que costuma puxar o processo. “Tanto que na feira dos Estados Unidos nós temos um foco muito grande em trazer o profissional de Marketing, que é o profissional que vai dar a diretriz pro formulador daquilo que tem que ter, qual o claim que ele tem que responder por uma necessidade do mercado”, diz. E, como o mercado é muito voltado para o marketing, é muito forte a presença de marcas independentes, as indie brands. As indie brands foram responsáveis por muito da inovação do mercado, não só em termos de produtos, mas principalmente em relação ao posicionamento, aos modelos de distribuição e, principalmente, na forma como as marcas se relacionam com os consumidores. O mercado gigantesco e a capacidade de escalar os negócios com relativa apidez, faz com que no mercado norte-americano, muitas indie brands, em questão
de anos, alcancem a casa das centenas de milhões de dólares de valor de mercado. “O que eu posso falar muito é da percepção e das conversas que tenho durante a feira da Europa e Na feira dos Estados Unidos é a de que o mercado europeu é mais focado no R&D e o mercado americano mais focado no Marketing. Tanto que nós criamos uma atração que se chama “Marketing Tour” na in-cosmetics North America, que é uma maneira de você aproximar o marketing da área de pesquisa e desenvolvimento. Por meio desse programa, buscamos deixar os dois mundos um pouco mais próximos para acelerar o processo de desenvolvimento de novos produtos”, diz. A relevância das indie brands ainda é uma realidade distante em terras tupiniquins. Mas, numa comparação entre os modelos norte-americano e europeu de desenvolvimento, Daniel acredita que o Brasil fica no meio. “A gente tem bastante presença de marketing na feira porque o marketing tem certa influência aqui, mas não tanto quanto tem nos Estados Unidos. Colocaria a gente mais ou menos no meio desse movimento”, conclui Daniel.
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