Revista Packing Cosmética 114

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packing cosmética nº 114 - Ano XVIII - R$ 40,00

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Design estratégico

Como a Nazca se valeu do design para reposicionar radicalmente a sua linha Sfera

Mão de obra

Focus group

A aventura das mamães na hora do banho dos pequenos

Falta de profissionais especializados atrapalha o desenvolvimento da indústria



edição 114 ano XIX

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FALANDO DE MARCA

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BRIEFING

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FOCUS GROUP

PACKING COS

MÉTICA Nº 114

WWW.COSMETIC

- Ano XVII - R$

40,00

ANEWS.COM.BR

Com uma solução de performance de aplicação adequada e de baixo impacto social, Natura lança o hidratante em aerossol da linha Tododia.

Agência CBA B+G ficou responsável pelo reposicionamento e pelas novas embalagens da linha Sfera, da Nazca.

Demos ouvidos às mães para saber o que pensam a respeito das embalagens de produtos cosméticos infantis.

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MERCADO

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MERCADO

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EVENTO

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NEGÓCIOS

O TRATÉGICsig n para DESIGN ESse de valeu do

era ca Como a Naz dicalmente a sua linha Sf ra r na io sic repo

As implicações consequentes da falta de mão de obra especializada em diferentes áreas dentro da indústria de embalagens para o mercado cosmético.

MÃO DE OBRA

lha o lizados atrapa ionais especia ss ofi pr de ia Falta to da indústr desenvolvimen

ARTIGO

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prêmio atualidade cosmética

Empresas como a Bohemia Cosmetics, da República Tcheca, fazem da biodiversidade seu diferencial, desequilibrando a seu favor muitos mercados.

A 23ª edição do Oscar da cosmética tem, mais uma vez, uma noite de muita emoção, coroando diversos players do setor.

Aercamp conta porque acredita que ainda existe mais espaço para as embalagens em aerosol.

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editorial

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express

A aventura dao dos pequenos hora do banh

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Especialista da Mintel indica os atributos mais importantes e impactantes nas embalagens em 2016.

Pack Gallery reúne diversas empresas e profissionais especializados em diversas áreas do setor, para debater as particularidades do universo da embalagem.

UP FOCUS GsRmOamães na

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painel


editorial

“Apesar da crise...”

E

m tempos em que as dificuldades têm imperado no dia a dia de muitas companhias, quantas vezes você leu em títulos ou em textos analíticos o termo “apesar da crise...”? Seria uma maneira de expor alguém que estaria na contramão de algo que deveria estar acontecendo com as empresas em geral, ou seja, todos sofrendo e perdendo mercado? Façamos aqui uma “mea culpa”, pois já devem ter lido essas famigeradas palavras em nossas páginas também. Há ainda outros termos batidos que vira e mexe voltam à tona, como por exemplo: “é na dificuldade que estão as oportunidades”, ou ainda “o mercado de beleza é imune a crises”, este último se encaixa mais especificamente na nossa realidade “cosmética”. Mas, falando então de realidade, qual é a sua diante de tudo o que está acontecendo? Sabe dizer exatamente em qual cenário a sua companhia se enquadra? Logicamente que esta definição sofre influência direta de fatores externos, porém, você precisa saber qual é a sua cara nesta fase! Aqui, sem querer abusar, utilizarei mais uma frase pronta que se encaixa bem com o momento. É uma questão de “colher o que plantou”. A forma com que se estruturou nos últimos anos em termos de investimentos em: produto, caixa, máquinário, fidelidade, infraestrutura, entre outros atributos; tem tudo para refletir agora em sua saúde financeira. Sim, cuidar de tudo isso não é

Fundador: José Luiz de Paula Jr. Publisher: Aûani Cusma de Paula Diretora: Sueli Cusma

uma equação simples. Há empresas que levam uma vida inteira para alinhar essas questões. Mas é preciso ter ciência de que, se falhou no cuidado com algum destes atributos anteriormente, a chance de ficar no olho do furacão durante este período de crise é muito maior. O ano de 2016 já chegou taxado como “uma temporada certamente difícil”. Isso já está na ponta da língua de todos, até por isso, o planejamento traçado no ano passado para estes 12 meses já flertava com a retração, que deve ser confirmada com o passar do tempo. Haverá pouca gente se aventurando em campos nunca antes habitados. Aqueles que o fizerem, o farão por alguma especificidade particular. Ou então, porque têm certas garantias de que aquilo dará certo. Por fim, coloque-se em seu lugar neste ano. Saiba das suas limitações e esteja preparado para o que vier. Se sua “cozinha” estiver arrumada, você poderá até ganhar força nesse período. Mesmo que seja difícil, este pessimismo vigente em todo o mercado precisa ser dizimado. E, para que isto aconteça por inteiro, não há uma fórmula certa. Porém, não tenha dúvidas de que boas ideias, diálogo e conhecimento são palavras-chave para que a confiança retome o papel de protagonista na realidade de todos. Boa leitura!

Editor Assistente: Rafael Mendonça (rafael@cusmaneditora.com.br)

Impressão: Serzegraf

Reportagem: Larissa Gutierres (larissa@cusmaneditora.com.br)

Para anunciar, ligue: (11) 3392-2584 Circulação e Assinaturas: assinaturas@cusmaneditora.com.br

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Packing Cosmética é uma publicação bimestral da Cusman Editora Especializada Ltda. CNPJ: 04.314.937/0001-92

Gerentes de Marketing Jenifer Vieira (jenifervieira@cusmaneditora.com.br)

Outras Publicações:Atualidade Cosmética, ABI Cosmética, Atualidade Cosmética Workshop, Prêmio Atualidade Cosmética e Cosmética News

Os artigos publicados nesta revista são de responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião de seus editores.



express

Mãos higienizadas Para evitar a proliferação de micróbios, e consequentemente possíveis doenças, a Giovanna Baby apresenta seu novo Gel Higienizante, um antisséptico para as mãos que elimina 99,9% das bactérias. Disponível nas versões Classic (rosa) e Blue (azul), o produto possui embalagem prática para ser levada na bolsa. Seu frasco, em PET, é fabricado pela Spiltag, enquanto que a tampa, em PP, é da Bral-Max. Sua fórmula exclusiva não necessita de enxágue e contêm esferas hidratantes que, além de proteger, hidratam e nutrem a pele. Distribuição: farmácias e perfumarias. Preço: R$ 10. SAC: 0800 11 7707. Site: www.giovannababy.com.br

Cachinhos definidos e hidratados A Salon Line lança o Ativador de Cachos S.O.S Kids, feito para facilitar a rotina das mães no cuidado dos cabelos das crianças com idade acima de 3 anos. Com camomila e aloe e vera em sua fórmula, que possuem propriedades hidratantes, regeneradoras, nutritivas e calmantes, o desembaraço dos fios se torna muito mais fácil para as mamães e o resultado são cachinhos definidos, hidratados e brilhantes. O frasco do Ativador de Cachos Kids é produzido pela Frascomar em PEAD; enquanto sua tampa, em PP, é feita pela Itali; e o rótulo, em BOPP, pela Megalabel. Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 9,99 (300 ml). SAC: (11) 4134-2727 ou sac@salonline.com.br. Site: www.salonline.com.br

Orgulho do papai Juntamente com maquiagens 2 em 1, a Jequiti lança também uma fragrância assinada pela apresentadora do programa Máquina da Fama, Patricia Abravanel, que estreia no mercado de beleza. A colônia foi inspirada nas mais sofisticadas e femininas notas florais. “Adoro perfume e acho que ele expressa a personalidade e os gostos pessoais. Escolhi com carinho cada elemento da minha fragrância e posso dizer que ela traz muito de mim, sendo marcante, aconchegante e alto astral”, conta a filha de Silvio Santos. O frasco em vidro do perfume, produzido pela Piramal, traz um layout jovem e chique à altura da fragrância. Sua tampa, em alumínio, é fabricado pela Are. Distribuição: venda direta. Preço: R$ 69,90 (100 ml). SAC: 0800 776 7575. Site: www.jequiti.com.br

Verdadeiro branco Para pessoas que decidem realizar algum tipo de processo de branqueamento dentário, em que a abrasividade da pasta de dente clareadora impacta diretamente no aumento da sensibilidade, a Sensodyne lança o novo Sensodyne True White. O produto é uma inovação em branqueamento, especializado em dentes sensíveis e se destaca por ser dez vezes menos abrasivo que muitos cremes dentais branqueadores de uso diário. Os materiais utilizados na confecção dos componentes da embalagem são: bisnaga ABL 100G, tampa branca perolada 35mm e cartucho 280gsm. As empresas responsáveis pelo fornecimento dos materiais são a Essel Propack USA (bisnaga e tampa) e Magistral (Cartucho). Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 16. SAC: 0800 021 1529. Site: www.sensodyne.com.br

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Banho revigorante

Tratamento profissional

Com a chegada do verão e o desejo das mulheres de prolongar esse efeito revigorante e purificante que um banho traz, a Muriel Cosméticos apresenta sua nova colônia Acqua Essence Flor de Laranjeira. Inspirada nos elementos da natureza, a água de banho Muriel Acqua Essence Flor de Laranjeira, segmento inédito no portfólio da empresa, conta com embalagem em formato curvilíneo, produzido em PET pela Cimpac e vem com bico dosador em PE, prática no manuseio. Seu rótulo em PP é fabricado pela Megalabel, enquanto sua tampa em alumínio é da Tals. Já a decoração é feita em silk pela própria Muriel. O produto pode ser aplicado tanto no chuveiro quanto na pele seca.

Para revitalizar os fios de forma imediata, a Lowell Cosméticos, marca brasileira expert em tratamentos, incorpora à linha Lowell Bioplastia duas poderosas ampolas – uma exclusiva para profissionais e outra home care – para recuperação imediata da raiz às pontas. “A poderosa Ampola Bioplastia Ritual Profissional chega ao mercado para maximizar os já excelentes resultados da linha Lowell Bioplastia, que, agora, passa a ter três passos no processo de cuidado e resgate dos fios. Já a ampola home care, permite o consumidor continuar o tratamento feito com os produtos profissionais em casa, com muita praticidade, assegurando uma resposta surpreendente na qualidade dos fios”, explica Fabrízia Berbert, responsável pelo departamento de Marketing da Lowell Cosméticos. As bisnagas da linha Bioplastia são feitas de PE de alta e baixa densidade, pela Embale.

Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 7. SAC: 0800 113 846. Site: www.muriel.com.br

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Distribuição: profissional. Preço: R$ 19,90 (unidade). SAC: 0800 10 0829. Site: www.lowell.com.br

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express

Para completar Pele calma A Libbs Farmacêutica lança uma linha de cuidados especiais para a pele sensível ou sensibilizada por tratamentos cosméticos como para eliminar acne ou clareamento de manchas: a Linha Umiditá, que possui propriedades calmante, hidratante e antiinflamatória, que reparam a barreira natural da pele e sua capacidade de reter água. A linha conta com o Umiditá Rosto FPS 25, um gel creme multifuncional de uso diário, e o Umiditá Loção, para uma hidratação calmante para a pele sensível. Com fabricação da C-Pack, a bisnaga do Umiditá Rosto é produzida com PEAD e PEBD, enquanto o pump e a tampa utilizam PP. Já o cartucho é feito com papel cartão TP White Pharma da gráfica Emepê, utilizando verniz UV. Distribuição: farmácias. Preço: R$ 59,50 (rosto). SAC: 0800 013 5044. Site: www.libbs.com.br

Verão com maracujá A Panvel expande a linha Panvel Vert e apresenta a nova versão Vert Maracujá. Tipicamente tropical, leve e fresca, a fruta tem a cara da estação mais quente do ano. A nova linha é composta por sabonete líquido, body splash, creme hidratante para as mãos, gel creme hidratante corporal, óleo corporal e esfoliante, e combina o maracujá com o frescor da mandarina e toques de flor de laranjeira e musk. As formulações seguem as premissas da linha Panvel Vert, não utilizando parabenos. Os frascos são feitos de plástico PET 100% reciclado e as bisnagas são feitas de plástico verde derivado da cana-de-açúcar, totalmente recicláveis e renováveis. Os frascos do sabonete líquido são 100% PET reciclado (e reciclável), fornecidos pela Spiltag, enquanto a válvula é em PP. Distribuição: lojas e e-commerce Panvel. Preços: de R$ 12,90 (esfoliante) a R$ 17,90 (body splash). SAC: 0800 51 1800. Site: www.panvel.com

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A Alergoshop está ampliando a Linha Eclat, com a chegada da Base Eclat, produto livre de 105 substâncias alergênicas e que podem causar doenças a longo prazo. Possui efeito matte e controle de brilho. Graças à manteiga de Cupuaçu, promove hidratação sem deixar a pele com aspecto oleoso. A base também tem óleo de Copaíba que além de hidratar, promove ação anti-inflamatória e cicatrizante, Vitamina E e alta proteção solar, com FPS 45. Além da base, a linha Eclat conta com batom, esmalte, corretivo, gloss, sombra, pó compacto, blush, delineador, rímel, lápis para olhos e demaquilantes. A Base facial Eclat é produzida em embalagem reciclável, com o frasco em PEAD fornecido pela Jotan Embalagens e a tampa em PP pela C-Pack. Distribuição: lojas próprias ou site. Preço: R$ 78,70 (30ml). SAC: 0800 12 2276 ou sac@alergoshop.com.br. Site: www.alergoshop.com.br

Betulla e a Turma da Mônica Kids A Betulla Cosméticos apresenta a linha Turma da Mônica Kids, com 17 itens de higiene ( entre shampoos, condicionadores, colônias splash, cremes para pentear, gel fixador, gel glitter, umidificador de cachos e spray desembaraçante) desenvolvidos para crianças. Os produtos trazem embalagens práticas e super coloridas divididas pelos temas Cebolinha Kids, Mônica Kids, Magali Kids e Turma da Mônica Kids, e foram desenvolvidas em parceria entre a equipe da Maurício de Sousa e a agência Irmãs de Criação. O Shampoo 3 em 1 Cebolinha Kids possui frasco fornecido pela Jovinaplast, com tampa da pela Plásticos Cária e rótulo termoencolhíivel da Metrolabel. Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preços: R$ 9,50 (shampoo 3 em 1) e R$ 10,50 (creme para pentear). SAC: 0800 019 7366. Site: www.betulla.com.br

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painel

Premier Pack fornece frasco e decoração para a colônia My Sweet Summer A Provanza decidiu apostar para lançar sua nova colônia feminina My Sweet Summer em um frasco XIS Altus de 50 ml, pertencente à linha standard da Premier Pack, A colônia possui uma fragrância floral woody, com notas saídas ozônicas, remetendo ao frescor da brisa marinha, e leves toques de limão e maçã verde. As essências cítricas são mescladas às notas florais de jasmim, rosa e lírio do vale, com uma base amadeirada, doce, com saídas de sândalo, vanila, musk e cedro. É desenvolvida para pessoas descontraídas e sua essência representa o verão com toques florais e levemente amadeirados, inspirada em um conceito elegante e despojado. O frasco foi decorado com pintura degradê três cores em uma única face e serigrafia que reflete a harmonia das cores em todo o conteúdo.

Nova empresa, novo chefe Oficialmente separada do negócio farmacêutico, a divisão de perfumaria da vidraria SGD, agora uma empresa independente, anunciou a promoção de Thomas Riou (foto) para o posto de proncipal executivo da operação. Ashok Sudão, CEO do Grupo SGD antes da cisão, será o presidente do Conselho da SGD Perfumaria e seguirá dando a direção estratégica para a empresa. Na SGD há quatro anos, Thomas era o responsável pelas operações da SGD no segmento de perfumaria e cosméticos para Europa e Estados Unidos e comandou “uma reviravolta significativa e bem sucedida do negócio”, diz o comunicado da empresa. No posto de principal executivo da nova operação, ele será responsável pela gestão de negócios global da empresa, incluindo as filiais na Europa, EUA e Brasil.

Feiplastic 2017, que acontece em São Paulo, é lançada De 3 a 7 de abril de 2017, em um espaço de 85 mil m² do Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, acontecerá a Feiplastic. O maior evento do setor de transformação do plástico da América Latina reunirá segmentos como máquinas, equipamentos e acessórios, moldes e ferramentas, resinas, instrumentação, controle e automação; serviços e projetos técnicos; produtos básicos e matérias-primas; transformadores de plástico e reciclagem. De acordo com a organizadora do evento, Reed Exhibitions Alcantara Machado, a antecipação do evento para abril de 2017 visa integrar a feira ao calendário internacional dos principais eventos do setor pelo mundo, facilitando a atração de visitantes compradores internacionais à Feira, principalmente da América Latina. “A indústria de transformação do plástico reúne no Brasil 12.500 empresas, emprega cerca de 350 mil pessoas e é um dos cinco maiores setores industriais no País”, disse José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico). Durante o lançamento da feira, realizado em

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São Oaulo, Paulo Octávio Pereira de Almeida, vice-presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, apresentou números de satisfação dos expositores e visitantes da última edição da feira, em 2015. Segundo ele, 91% dos expositores pretendiam participar da próxima Feiplastic, enquanto 96% dos visitantes disseram que acreditavam comparecer ao evento em sua edição seguinte. “A feira pode ser considerada um termômetro do mercado, e todas as tendências e expectativas apontam que, até 2017, a economia brasileira já estará em outro momento. Acreditamos que a cadeia do plástico irá se beneficiar das melhoras econômicas. A Feiplastic é um evento focado em negócios, inovação, novos produtos e tecnologias que podem despertar o espírito empreendedor em quem expõe e em quem visita.” Em 2015, a feira reuniu 1.400 marcas - mais de 200 novas - e mais de 66 mil visitantes. Para sua edição 2017, a Reed Exhibitions Alcantara Machado já prevê visitação de 70 mil compradores no espaço total do Pavilhão do Anhembi.

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Ibema e Suzano oficializam sociedade No início de 2016, a Ibema, terceira maior fabricante de papelcartão do País, assinou o ato societário que finaliza a compra da unidade de Embu das Artes, pertencente à Suzano. A ação oficializa a sociedade entre as duas empresas. Constituída por uma máquina de papelcartão com capacidade de 50 mil toneladas anuais, o portfólio de Embu das Artes soma-se ao produzido pela unidade de Turvo, no interior do Paraná. Juntas, as fábricas possuem capacidade total de produção anual de 140 mil toneladas de papelcartão, além de reconhecida competência na fabricação desta matéria-prima para embalagens e outras aplicações. Com a incorporação desta nova fábrica, o número de colaboradores da Ibema passa de 740 para 883 profissionais. Entre os benefícios da transação estão mais competitividade no mercado em que está inserida, ampliação do portfólio de produtos e ganhos logísticos.

Novo desafio fonte menor Após passar dez anos, na área de Supply Chain e Operações do Grupo Boticário, o executivo italo-brasileiro, Giuseppe Musella (foto), inicia 2016 à frente de um novo desafio. A partir de 4 de janeiro, ele será o novo presidete da Ibema, terceira maior fabricante de papelcartão do País. Giuseppe Musella substitui Nei Senter Martins que, após seis anos, passa ao Conselho de Administração. Em 2014, Giuseppe, então diretor executivo de Operações do Grupo Boticário, foi eleito o Profissional do Ano do Prêmio Atualidade Cosmética. Formado em Engenharia de Materiais, Giuseppe soma 29 anos de experiência global adquirida no Brasil, na Itália e na Venezuela. Atuou em empresas como P&G, Ceras Johnson e Shell, e possui sólida experiência no desenvolvimento e implementação de estratégias, transformação e expansão de negócios, desenho e implementação de modelos, processos de gestão, condução de programas de eficiência operacional e projetos de melhoria contínua.

Embalagem da L'Occitane, feita pela Antilhas, é premiada pela WPO O cartucho envoltório produzido pela Antilhas para a linha Água de Coco, da L’Occitane au Brésil, entrou para a seleção do WorldStar Packaging Awards 2016, iniciativa da WPO – World Packaging Organisation, uma das mais importantes da indústria mundial de embalagem. Trata-se da quarta vez que a Antilhas tem a chancela do WPO, cujo a cerimônia de premiação deste ano o ocorrerá em Budapeste, Hungria, em 26 de maio. A inovação da embalagem premiada está nos recursos utilizados para chegar no aspecto artesanal em um produto feito em processo automático. O resultado foi obtido com exploração de acabamentos feitos em papel especial, em que foram inseridas texturas especiais em miniquadrados e hotstamping prata fosco, valorizando a arte. Os sabonetes apresentam a mesma fórmula e se diferenciam na decoração da embalagem. A atratividade delas tornou o produto presenteável e a alta aceitação dos consumidores, fez com que o pedido de embalagens aumentasse em mais de 50% sobre o pedido inicial. Um sucesso de vendas não planejado, de acordo com a fornecedora. “A conquista do prêmio WPO é reflexo do comprometimento da Antilhas em oferecer um produto de excelência desenvolvido a partir de tecnologias inovadoras e sempre adequado às necessidades do cliente”, destaca João Elcio Luongo Jr., gerente Comercial de Cartucharia da Antilhas.

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Dermacyd apresenta novo conceito, assinado pela Narita Design&Strategy A Sanofi, por meio de sua unidade de Consumer Health Care (CHC), apresenta o Dermacyd pro•bio, novo conceito para a marca de sabonete líquido íntimo, pioneira do mercado e que há mais de 30 anos oferece produtos para ajudar as mulheres no cuidado com a saúde íntima. Para chegar nesse mote, a marca foi em busca de entender ainda mais as necessidades de suas consumidoras. O resultado desse trabalho de pesquisa e desenvolvimento resultou no Dermacyd pro•bio, que reforça a importância de manter o pH da região íntima equilibrado. “O assunto higiene íntima é sem dúvida muito importante para todas as mulheres. Mas ainda existem muitas dúvidas sobre o que é uma higiene íntima correta e a importância do pH dessa região. Dermacyd pro•bio chega para mostrar que usar um sabonete adequado é fundamental para manter o pH da região íntima equilibrado e é uma forma de manter a saúde íntima em dia”, explica Denise Calefe, gerente de Produto da marca Dermacyd, da Sanofi. Dermacyd pro•bio é produzido nas versões Breeze Camomila, Delicata Jasmim, Fe m i n a Floral e Neutralize.

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falando de marca

natura

Praticidade com baixo impacto Para lançar o hidratante em aerossol da linha Tododia, a Natura buscou uma solução que combinasse a performance de aplicação necessária com baixo Aûani Cusma de Paula impacto ambiental

A

fabricante de cosméticos Natura tem um histórico bem sucedido de inovações em embalagens, boa parte delas motivada pela busca por soluções que oferecessem redução no impacto ambiental da embalagem. Os tradicionais refis de produtos criados pela Natura, ainda na década de 1980, é um caso emblemático. Mais recentemente, a empresa adaptou os frascos e as válvulas da sua perfumaria para que a separação das partes pudesse ser feita de maneira mais fácil, ajudando o trabalho na hora da reciclagem. Outro bom exemplo de como a Natura leva a sério a questão do impacto ambiental gerado pelas suas embalagens foi o lançamento, no ano passado, da linha de desodorantes Ecocompacto. A Natura, que já era a segunda maior empresa na categoria de desodorantes, sabia que o formato aerossol ganhava cada vez mais espaço no mercado, puxado pelas marcas líderes do varejo, e que precisaria de alguma maneira participar desse mercado. Mas a companhia de venda direta sempre foi receosa em usar o aerossol. Para os profissionais da empresa, em sua versão tradicional, o aerossol gerava um impacto ambiental muito 12

em uma embalagem que é metade do tamanho. Para isso, a formulação traz ativos em quantidades mais concentradas, que garantem o resultado final sem nenhuma alteração na maneira como o consumidor usa o produto.

grande, já que a quantidade de ar transportada seria despropositada. A única saída para entrar no mercado (algo necessário) seria encontrar uma solução de aerossol que coadunasse com a visão de sustentabilidade da Natura. Foi o que o Ecocompacto viabilizou: uma embalagem que reúne a mesma quantidade de produto de um tubo de aerossol padrão,

A equipe de Marketing da Natura identificou uma oportunidade no segmento de hidratantes corporais, de desenvolver um produto no formato aerossol, uma tendência que ganha espaço lá fora, mas que ainda não tinha sido abraçada pela indústria aqui no Brasil. Após várias pesquisas, os profissionais da Natura chegaram à conclusão de que valeria a pena lançar este produto por aqui. Então, foi hora de partir para estudar como viabilizar o lançamento. Seria natural supor que a empresa desenvolvesse o novo produto com base na embalagem Ecocompacto. Mas nem tudo é tão simples quanto parece. A premissa utilizada no desodorante Ecocompacto de aumentar a nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


concentração dos ativos para garantir a mesma eficácia e performance em uma versão de embalagem reduzida, e com uma única sprayada, não vale para o hidratante. “Era tecnicamente impossível trazer um hidratante aerossol com performance em uma embalagem reduzida como a do Ecocompacto, por isso descartamos essa opção e partimos para avaliar uma solução em aerossol tradicional”, lembra Juliana Paschoal, gerente de Desenvolvimento de Embalagens da Natura. Aí, foi preciso escolher entre dois caminhos: uma solução tradicional com gás, ou uma embalagem tipo bag n´valve – no qual o produto fica dentro de uma bolsa e é acionada por meio de ar comprimido. Tecnicamente, as duas soluções eram viáveis, mas a Natura optou pela embalagem que oferecia o menor impacto ambiental, no caso o bag n´valve. Foi uma solução com a cara da Natura. “Como não pudemos usar o Ecocompacto, optamos por seguir o caminho que oferecia o menor impacto possível”, explica a executiva. Desafios técnicos A Natura também tinha outra referência de produto em aerossol no portfólio, uma versão spray do protetor solar Fotoequilíbrio. Mas também aqui, a solução não pode ser replicada. “Existe uma diferença muito grande na formulação do protetor solar, que traz uma carga física (dos filtros) muito grande para garantir a proteção”, afirma a gerente da Natura. Ela explica que para ser um produto bacana, que funcione efetivamente como um hidratante, o jato precisa dispensar o produto num leque preciso. “Não poderia ser um tiro e também não poderia espalhar tanto”, pontua Juliana, que conta que a combinação entre fórmula e válvula foi muito difícil de ser alcançada nesse produto, que demandou cerca de um ano nesse desenvolvimento. A válvula foi fornecida pela Aptar, que teve de encontrar a pastilha ideal para www.cosmeticanews.com.br

bem recebida pelas consumidoras. “Elas acham diferente você trazer um produto que é um ‘desodorante para o corpo’”, explica a executiva. Um ponto bastante destacado por elas é a portabilidade do produto, já que é uma embalagem muito mais fácil e segura de ser transportada do que os frascos de hidratantes tradicionais. O produto tem uma trava para válvula, um diferencial adicional em relação a embalagens tradicionais, que quase nunca contam com esse tipo de recurso e aumentam o risco de acidentes nas bolsas.

juliana, da natura: a empresa almejava trazer um produto super diferenciado, e não uma embalagem super diferenciada.

funcionar da maneira pretendida com a formulação do produto. A pastilha é justamente a peça responsável pela vazão e pelo leque do jato. Todos os componentes de embalagem utilizados são standard de mercado. “A gente queria trazer um produto que fosse super diferenciado, mas não uma embalagem super diferenciada”, diz. Ao optar por soluções já existentes no mercado, a empresa ganhou tempo. Outro aspecto que demandou trabalho extra da equipe da Natura foi o de encontrar o próprio envasador, já que o item era novo no Brasil e o produto mais próximo do hidratante envasado por eles eram águas termais. “Foi um desafio para eles acertarem todas as condições necessárias dentro do que a Natura e seus consumidores esperavam”, reconhece Juliana. O primeiro lote de produtos foi envasado na MacSpray. Mais recentemente, a empresa de venda direta também homologou a Fareva para esse processo. A voz das consumidoras Apesar de ser algo bastante diferente no mercado brasileiro, a novidade foi

“Um terceiro ponto que é bem bacana é que elas dizem que é um produto que hidrata com leveza”, conta Juliana. Normalmente, o hidratante deixa a pele com aparência meio melada. Isso não acontece no hidratante aerossol, que tem naturalmente um sensorial mais leve e fluído. “Ele não chega a ser um ‘Toque seco’, mas comparado ao hidratante tradicional, ele é bastante seco.” De acordo com os estudos realizados, o Hidratante Aerossol Tododia é encarado pela maior parte das consumidoras como um complemento à linha tradicional de hidratantes. “A mulher que gosta de se cuidar usa o hidratante tradicional à noite, porque ela vai passar e depois vai dormir na grande maioria das vezes. Já o aerossol ela vai usar durante o dia. Então, elas não enxergam como uma troca, mas como um complemento”, pontua. Começando pequeno Ao lançar o novo formato, a Natura optou por disponibilizá-lo em apenas uma fragrância: Algodão, carrochefe da linha. A ideia da empresa é acompanhar os resultados desse primeiro lançamento com calma e expandir paulatinamente o formato para novas fragrâncias. “Vamos começar pequenos e expandir aos poucos, ao invés de lançarmos várias fragrâncias de uma única vez”, finaliza a executiva. 13


BRIEFING

NAZCA

Reposicionando pelo design A CBA B+G foi recrutada pela fabricante de cosméticos Nazca para criar novas embalagens para a sua linha Sfera. O resultado foi um reposicionamento total da Aûani Cusma de Paula marca suportado pelo novo design

C

om quase 30 anos de mercado, a Nazca Cosméticos se caracteriza por oferecer produtos com formulações de alta performance e eficácia. A companhia da família Carinhato sempre foi norteada também pela boa capacidade de planejamento, algo ainda não tão comum entre as 14

empresas brasileiras de pequeno e médio porte. Esses dois pilares da companhia se refletem na maneira como a Nazca define o briefing na hora de redesenhar qualquer uma de suas linhas. Se existe a necessidade de mudança é por algum motivo e ele deve estar claro. “Nunca

trabalhamos em projetos com a Nazca no qual o pedido fosse para simplesmente mudar a imagem de um determinado produto. Sempre existia uma mudança mínima ou radical em termos de formulação; mínima ou radical em termos de posicionamento, gama de produtos, imagem projetada...”, conta Luís Bartolomei, sócio-diretor da agência nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


a marca para que ela pudesse transacionar entre todos os tipos de cabelo, tanto entre o consumidor final quanto com o profissional. O briefing era muito esse”, lembra Luís. O designer explica que a Nazca tem uma qualidade percebida no mercado. E as embalagens antigas de Sfera não correspondiam ao que a linha era e, muito menos, ao que a empresa gostaria que ela fosse. “Precisávamos fazer uma revolução na história da marca, o que era natural”, pontua.

de design CBA B+G, com base em São Paulo e atuação em toda a América do Sul. Luís fala com propriedade. Ele atende à Nazca há quase dez anos e já atuou em diversas linhas da empresa, como Acqua Kids e Plusline. Em 2014, a CBA B+G foi convidada para redesenhar as embalagens da linha profissional da marca Sfera, uma marca extremamente importante para a Nazca por vários motivos. “Ela é a ponta de lança. A marca Sfera é a flagship no portfólio da Nazca, aquela que traz as formulações mais sofisticadas e inovadoras que depois são cascateadas para as outras linhas. O que acontece com a marca Sfera é muito importante para a Nazca”, diz Luís. O caso da linha profissional de Sfera envolveu o reposicionamento total da marca. Voltando um pouco no tempo, a origem da linha Sfera está fortemente relacionada com os cabelos afro e cacheados. E o equity de marca www.cosmeticanews.com.br

foi muito construído disso. Uma curiosidade é que a primeira versão da embalagem, no início dos anos 1990, era em stand pouch, o que fez da Nazca uma pioneira no uso dessa tecnologia dentro da indústria cosmética, já que até então, esse tipo de embalagem estava restrita aos refis, na época quase que uma “exclusividade” da gigante da venda direta Natura. Com o passar dos anos, a marca foi evoluindo mas sempre mantendo muito forte o código dos cabelos cacheados. Tanto que as embalagens eram verdes, uma cor fortemente associada com essa categoria de produto. Quando a Nazca convocou Luís e sua equipe, já existia uma definição bastante clara e pragmática sobre a performance e as oportunidades do negócio. O objetivo era reposicionar Sfera, justamente para deixar a marca mais atual e para que ela pudesse se inserir dentro de um universo mais amplo. “Redefinir

Rompendo os códigos Começando o trabalho com a linha profissional, a CBA B+G cuidou de todo o redesenho tanto do layout quanto das formas das novas embalagens. “O trabalho foi sendo desenvolvido de uma forma bastante íntima, em parceria com a Nazca, bastante colaborativa. A maneira como a gente trabalha, fazendo alguns questionamentos e mesmo algumas provocações, casa com o jeito de trabalhar da Nazca, porque eles são muito acolhedores, informais e diretos com a gente.” O preto, em linhas gerais, já estava presente nas embalagens anteriores de Sfera. Até então, a marca “Sfera” aparecia em preto numa embalagem verde. O redesenho inverteu essa lógica. A escolha pelo preto se deu pelo fato de ela ser uma referência muito forte no universo dos produtos profissionais. Além disso, Luís explica que o preto ajudaria a romper com o verde como marca institucional e referendar esse novo posicionamento da Sfera. Apesar disso, a agência manteve o tom verde na linha profissional de transformação à base de tioglicolato. “Era importante que a gente mantivesse esse vínculo, essa referência no caso dos cabelos afro e cacheados com os profissionais que já consumiam o produto.” 15


BRIEFING

NAZCA

O redesenho também rompeu com as formas antigas da embalagem. O frasco de formato mais garrafal utilizado deu lugar a um novo, desenhado pela agência exclusivamente para a linha. O formato mais ombreado e bojudo do frasco, bem como o detalhe do relevo no frasco tem sinergia com o conceito de Sfera. O frasco já foi desenhado pensado que eles seriam utilizados tanto com tampas como com dispensers, por conta da praticidade que eles trazem para o profissional na hora da aplicação. A responsabilidade com o trabalho era enorme. Luís lembra que a equipe trabalhou consciente de ao fim do processo de redesenho, a linha seria relançada e reposicionada. Os resultados surpreenderam. A nova linha profissional de Sfera tem um preço de venda que é o dobro do que era a linha antiga. Modernidade para a consumidora Já no segundo semestre de 2015, a Nazca recrutou novamente a CBA B+G. Agora para redesenhar a linha Sfera para os consumidores. O mesmo reposicionamento de preço que aconteceu na linha profissional deveria cascatear para a linha de consumo também.

luís, da agência cba btg: o projeto é bom quando você está distante o suficiente dos concorrentes da categoria de ponto de vista estético, mas não longe demais que não se enquadre nela.

Mas o momento em que o redesenho de cada linha foi executado era diferente. A Nazca passou recentemente por uma reestruturação importante, com mudanças estruturais que a deixaram mais agressiva no mercado. Nessas mudanças, repensou o papel e as oportunidades de todas as marcas da empresa. Dentro de Sfera, a oportunidade estava em dar à embalagem um apelo mais democrático.

profissional que a marca, mesmo em sua versão para o consumidor, precisa ter. Mas isso foi realizado com uma linguagem mais divertida. Na linha de tratamento, os polos se invertem. O preto volta para a marca e as embalagens trazem a linguagem mais aberta, divertida e limpa com o uso de cores vívidas e o uso de bisnagas, uma escolha feita anteriormente pela Nazca. “Nosso desafio foi associar o formato bisnaga com o layout mais colorido e alegre e, ainda, combinando com o equity de marca profissional. Isso pode soar contraditório mas a gente entendeu e soube trabalhar isso. A linha profissional mais austera e a linha de consumidor mais vibrante”, explica Luís.

Naturalmente, alguns elementos da linha profissional foram carregados para garantir esse approach

Ele conta que a escolha das cores é a de que a marca precisava de tons mais modernos, atuais e que

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tivessem conexões com cada um dos ativos utilizados na nova linha, que traz produtos de blindagem e desamarelador, por exemplo. O resultado final é bastante impactante. “O projeto é bom quando você está distante o suficiente dos concorrentes da categoria do ponto de vista estético, mas não longe demais que não se enquadre nela”, pontua o designer. Tradicionalmente, o uso de cores mais vívidas e vibrantes está associado aos comsumidores jovens, até mesmo teens. A adoção dessas cores na linha Sfera significa que a marca quer mirar em um público mais jovem? Não necessariamente. Para Luís, esse é um paradigma que hoje está quebrado. “Não é uma intenção de rejuvenescer. Hoje a cor representa uma característica de mais abertura e modernidade”, conclui. nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


informe especial

Aptar Jundiaí desenvolve nova linha de anodização para componentes em alumínio Evento realizado em São Paulo reúne diversas empresas e profissionais especializados em perfumaria, cosméticos, higiene pessoal, saúde e bem-estar, para debater as Da Redação particularidades do universo da embalagem

O

alumínio é um material essencial que desempenha um papel substancial nas válvulas pumps e dispensers fabricados pela Aptar Jundiaí, em São Paulo. A Aptar é um fabricante global de soluções inovadoras em dispensação de produtos e a fábrica da Aptar Jundiaí, anteriormente nomeada como Graphocolor, é fabricante líder em peças de alumínio anodizado. Em setembro de 2014, um incêndio destruiu grande parte do potencial de anodização da Aptar Jundiaí, danificando a principal linha da fábrica, deixando a empresa com baixa capacidade de produção. Como resultado disso, a empresa precisou passar a comprar peças de alumínio de fornecedores externos. A reconstrução do local permitiu que a equipe de Jundiaí implementasse um processo totalmente automatizado. O novo processo exclusivo de anodização foi desenvolvido internamente e é 100% controlado, garantindo um nível muito mais elevado de qualidade no acabamento das peças. Além disso, a instalação já adotou um processo mais moderno e limpo de remoção do óleo utilizado no processo de estampagem do alumínio, o que é muito diferente dos utilizados atualmente no mercado. Agora, além de trazer de volta as operações de abastecimento internas para a América Latina, Aptar Jundiaí vai www.cosmeticanews.com.br

“Quando se trata de alumínio, as pessoas sempre pensam em prata, ouro, ou no máximo em cores brilhantes ou foscas. Agora estamos trazendo novas opções de decoração para a América Latina, com um acabamento exclusivo e para suprir projetos que trarão uma diferenciação real e perceptível para o alumínio“, explica Alessandra.

concentrar seus esforços no fornecimento de soluções para peças de alumínio anodizado diretamente aos seus clientes na região. As melhorias trazidas para a instalação também permitirão que a Aptar Jundiaí traga novas possibilidades criativas para o mercado. “Queremos oferecer a embalagem no mercado latino-americano em diferentes formatos e acabamentos, incluindo embalagens de alumínio highend”, diz Alessandra Dalben, Gerente de Desenvolvimento de Mercado para o segmento Beauty + Home da Aptar. De acordo com Alessandra, a nova linha de anodização permitirá também que a Aptar Jundiaí produza peças mais complexas com um ótimo acabamento.

No processo de estampagem, por exemplo, é possível aplicar diferentes formatos. Muitos dos recursos que estão agora disponíveis na Aptar Jundiaí, já são utilizados pela divisão da Aptar na França, que está contribuindo para implementação das melhorias aqui, devido à sua experiência no desenvolvimento dessas tecnologias. “A Aptar tem alguns dos mais sofisticados processos de fabricação disponíveis para os clientes no nosso mercado”, explica Eloi Castelhano, diretor de Operações da Aptar Jundiaí. Com a inauguração da nova linha, a Aptar reforça a sua proposta de fornecer valor através de soluções de embalagens integradas para seus clientes. A Aptar continuará focada no fornecimento de componentes de alta qualidade, com uma ampla gama de acabamentos especiais para componentes de embalagem dos projetos mais exigentes: válvulas, colares, tampas em materiais plásticos especiais ou em alumínio, bem como peças e acessórios personalizados que podem integrar estes e outros componentes. 17


Focus grouP

produtos infantis

Longe da satisfação materna O Brasil é o segundo maior mercado na venda de produtos cosméticos infantis. apesar disso, talvez a indústria de embalagem devesse ouvir melhor quem mais utiliza esse tipo de Beatriz Ces produto: as mães

Q

uem anda em meio às gôndolas de farmácias e supermercados na sessão de higiene pessoal infantil, se sente em uma loja de brinquedos. São shampoos, condicionadores, sabonetes e produtos dentais com os mais diferentes formatos, imitando os diversos personagens infantis. E não é à toa que a variedade é grande. O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de produtos de higiene infantil do mundo, de acordo com dados da consultoria britânica, Euromonitor. Somente em 2014, a categoria obteve crescimento médio de 14%, alcançando faturamento de R$ 4,5 bilhões, considerando os preços de varejo. Porém, apesar dos números que fazem saltar os olhos de todos os players dessa cadeia, constatamos que as maiores usuárias deste tipo de produto, as mães, estão longe de estarem 100% satisfeitas com as fragrâncias, formulações e, principalmente, as embalagens disponíveis no mercado.

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produtos infantis

Ou seguro o bebê ou abro a embalagem Provavelmente uma das tarefas mais complicadas do dia a dia da mulher moderna é cuidar do filho, principalmente quando eles ainda são muito pequenos. Para a hora do banho, as mães consultadas pela Packing Cosmética reclamam da funcionalidade das embalagens disponíveis no mercado. “Acredito que as embalagens não são funcionais, porque às vezes é difícil tirar o produto enquanto segura a criança”, diz Milena Cerón, jornalista de 40 anos, mãe de Marina, 2. Natália Gindro de Oliveira Mota, 28, bancária, mãe de Luis Guilherme, 2, concorda com Milena. “A embalagem deve ser funcional para facilitar o uso do produto principalmente quando o bebê ainda é pequeno e, muitas vezes, temos somente uma mão disponível para abrir a embalagem e aplicar o produto já que com a outra mão seguramos o bebê”, explica. Ela ainda completa: “Já tive dificuldade no banho, na hora de abrir a embalagem com uma mão só.” O foco da reclamação das mães não está tão concentrado no manejo da embalagem, mas sim, em abrir as tampas, que muitas vezes são duras ou pouco práticas. A dona de casa de 30 anos, Luana Saccone, mãe de Isabella e Juan, de 12 e 05, respectivamente, relata que já teve de lidar com tampas que quebraram quando foram usadas pela primeira vez. Além disso, ela conta que “já tive que secar as mãos e pegar uma toalha para abrir a tampa por ser muito dura.” Para evitar este tipo de problema, Aline de Oliveira Tavares, consultora independente, 35, mãe de Ísis, 4, e Cibele, 2, diz que quando suas filhas eram menores ela utilizava produtos com tampas tipo pumps. “Quando elas eram recém-nascidas, as melhores embalagens eram as que vinham com aquela tampa de sabonete líquido, porque com uma mão só você consegue apertar e tirar o sabonete. Não dava para virar o produto na mão”, relata. Mas as embalagens de produtos infantis não afetam somente as mães com crianças pequenas. A executiva de contas, Wanessa Souza, 28, mãe de Davi de 5 anos, diz que o formato de algumas embalagens não é adequado para a hora do banho. “Atualmente estou utilizando um ‘duo’ de sabonete líquido e shampoo – a embalagem dessa marca é terrível, é redonda pequena e no formato do rosto de dois dos Vingadores, resultado: escorrega direto das mãos. Por conta da embalagem ser completamente redonda e pequena fica praticamente impossível abrir o ‘flip’ da tampa com as mãos molhadas ou ensaboadas sem deixar o produto cair”, conta. 20

Formatos de sabonete Entretanto, a hora do banho não é só feita de shampoo e condicionador; e o sabonete é o tipo de produto com formatos para os mais diversos tipos de gostos. A médica de 40 anos, Joana Comparato Meyer, mãe de Mathias, 2, e Francisco de 8 meses, prefere a versão líquida do produto, por conta da praticidade. Já a empresária Giovanna Ceccoline, 39, mãe de Lino e Caio, de 6 e 5 anos respectivamente, utiliza o produto por acreditar que ele é menos agressivo para a pele das crianças, além de ser mais econômico. Wanessa Souza também não abre mão do sabonete líquido, pois além de achá-lo mais higiênico, ele também facilita a aplicação nas crianças que costumam ficar agitadas na hora do banho. Milena Cerón acredita que além de tudo isso existe a questão da segurança, segundo ela, depois que as crianças crescem um pouco elas colocam a mão no produto e depois nos olhos. Enquanto isso, Luana acredita que o sabonete em barra é mais econômico, principalmente para crianças maiores, que já tomam banho sozinhas. Natalya Carnaval Kawamoto, executiva de contas de 28 anos, mãe de Apolo, 5, também prefere o sabonete em barras. Segundo ela, o filho acaba desperdiçando o sabonete líquido. Praticidade na aplicação Já nos dias de praia e piscina, algumas mães adotaram o aerossol, outras são adeptas do bom e velho creme; e ainda há aquelas que uniram o útil ao agradável e utilizam o aerossol no corpo e o creme no rosto. nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


As defensoras do aerossol argumentam que as crianças são muito agitadas, e que esse formato facilita e agiliza a aplicação. “Aerossol é a melhor opção”, afirma Natalya Kawamoto. “Crianças são agitadas e não têm paciência para passar o protetor”, completa. Já Giovanna Ceccoline, acredita que cada área do corpo demanda um tipo diferente de protetor. “Eu utilizo creme no rosto e aerossol no corpo”, diz a empresária. Natália Gindro de Oliveira Mota não usa a versão em aerossol no filho por ter tido uma experiência ruim quando usou em si mesma. “Já utilizei o aerosol em mim e não gostei. O produto não espalha direito e ficam algumas áreas sem proteção”, reclama. Luana Saccone também não gosta da versão em aerossol. “O creme é mais fácil de aplicar, tanto no corpo como no rosto. O aerossol, caso você não use a uma certa distância, a criança reclama do jato gelado.” A influência dos personagens Segundo as mães consultadas pela Packing Cosmética, quando vão às compras escolher produtos de higiene para seus filhos, o que realmente orienta sua escolha é a marca. Algumas disseram também que se preocupam com a fragrância, com possíveis reações alérgicas que a criança possa apresentar, com o preço, porém, o que se pode constatar é que a estética da embalagem – ao contrário de outras categorias – é um aspecto secundário na hora da escolha. Entretanto, as mães de crianças mais velhas, com mais de 4 anos, relatam que chega uma idade em que a embalagem importa, e muito, pois seus filhos ficam enfeitiçados pelos produtos que estejam vinculados a algum personagem. “Não costumo comprar produtos licenciados, pois personagens encarecem o produto. Porém, algumas vezes abro exceções devido à insistência do meu filho”, conta Natalya Kawamoto. “Meu filho fica louco quando vê o personagem favorito dele nas embalagens, ele quer comprar todos. Eu já tive sim que comprar e me arrependi muito pois deu alergia no couro cabeludo dele. Acho negativo esse tipo de apelo para vendas pois muitas vezes a sua criança tem alergia à composição daquele produto e você acaba às vezes comprando só por causa da embalagem, tendo de descartar o produto”, relata Luana Saccone, mãe de Juan e Isabella. Luana não é a única a reclamar da vantagem que o universo do licenciamento tira das crianças. Milena Cerón diz que, apesar da pouca idade da sua filha, se preocupa com a questão do consumismo, e tenta, de todas as formas, passar seus valores apesar dos apelos da publicidade. Joana e Giovanna também veem com maus olhos esse tipo de chamariz para a compra, inclusive, a empresária relata que: www.cosmeticanews.com.br

“já tive o pedido do meu filho para comprar o produto, mas somente compro se atende o que acho importante e se o preço for adequado quando comparado aos outros.” Outras mães não têm uma visão tão negativa dos produtos licenciados, e acreditam que eles podem facilitar o dia a dia delas. Aline e Natálya creem que os personagens estimulam e ajudam nos hábitos diários de higiene, como tomar banho e escovar os dentes. “Acho o apelo válido para o banho se tornar mais divertido, pois muitas vezes, principalmente quando ele era menor o personagem do shampoo estimulou o banho”, conta a executiva de contas “Com certeza o produto é apelativo”, afirma a consultora independente Aline Oliveira; “porém, você tem de usar isso a seu favor. Esse tipo de produto incentiva as crianças a tomarem banho, lavar o cabelo, escovar os dentes”, completa. A opinião de Wanessa de Souza vai ao encontro da de Aline. “O Davi adora produtos de higiene infantil com embalagens de personagens e não vejo mal em comprá-los, ele se distrai na hora do banho, e os produtos não são tão mais caros por conta disso, e levo em conta a procedência da marca.” Embalagens mais seguras seria bom Quando o assunto é crianças, principalmente as menores de 5 anos, todos os objetos e produtos apresentam um determinado perigo, em especial os cosméticos. Não só, as mães apontam também a questão do desperdício, pois faltam travas e dispositivos que impeçam o vazamento do produto da embalagem. “Acredito que seria mais seguro se existisse algum tipo de trava. Crianças pequenas costumam levar tudo a boca e é perigoso mesmo ocorrer um vazamento do produto”, opina Natália Gindro. Natalya Carnaval aponta para outra questão importante: produtos licenciados são vistos pelas crianças como brinquedos, o que pode ser perigoso ou simplesmente levar ao desperdício. “Por parecer um brinquedo, meu filho acaba estragando a embalagem, muitas vezes já perdi o produto todo por conta disso”, conta. Wanessa já passou por experiências semelhantes as de Natálya com seu filho, e diz que “sempre achei que esse tipo de embalagem deveria vir com uma trava, a criança geralmente brinca com o produto enquanto toma seu banho e o desperdício às vezes é certo. Já perdi uma boa quantidade de produto, várias vezes por conta dessa questão, ainda mais embalagens com formatos de bonecos que costumam ser utilizadas pelos pequenos para brincadeiras mais brutas.” 21


mercado

mão de obra

Qualificação carente

Áreas dentro da indústria de embalagens para o mercado cosmético sofrem com a falta de mão de obra especializada. Encarecer produtos e inibir inovações, são Rafael Mendonça somente algumas das consequências desta realidade

É

sempre preocupante pensar na relação desemprego versus falta de mão de obra especializada. Muitas vezes, chega a ser desesperador imaginar que há tanta gente sofrendo por não conseguir encontrar um trabalho, ao mesmo tempo em que setores penam por conta da escassez de profissionais que saibam lidar com maestria e eficiência em áreas específicas de atuação. A indústria de embalagem que atende ao mercado cosmético brasileiro é uma das vítimas deste “desencontro”. Independentemente de qual seja a indústria, o chamado “chão de fábrica” é composto por muitas pessoas com vasta experiência naquilo que fazem, adquirida com décadas de trabalho e aprimoramento. No entanto, formar novos trabalhadores como esses atualmente não é tarefa das mais simples por conta de diversos fatores. E isso complica ainda mais a reposição na hora em que estes profissionais saem de cena. Uma das justificativas para tudo isso que acontece – e que não é nada animadora se pensarmos no futuro – é o momento vivido no País com

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relação à formação de jovens. Há ainda em atividade diversos cursos profissionalizantes voltados para a indústria, entretanto eles já não exercem mais uma forte atração para aqueles que iniciarão no mercado de trabalho. “Muitos dos profissionais reconhecidos que temos hoje em atuação passaram por escolas como o ETE´s e Senai, cursos de

desenho técnico e modelamento de embalagens, tiveram vivência e aplicação destes conhecimentos no mundo prático. O fato é que este tipo de aprendizado está sendo cada vez mais sendo deixado de lado. Atualmente, a grande maioria dos jovens se dedica no ensino médio já mapeando o curso universitário. Não existe certo ou errado, porém nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


Aluno do senai: formar-se em escolas profissionalizantes já não exerce mais a mesma atração para os jovens, que preferem focar em cursos universitários.

este conhecimento oriundo de escolas profissionalizantes não está mais no radar dos jovens. A não ser que precisem de uma renda mais rapidamente, eles não querem mais iniciar suas carreiras nas fábricas, trabalhando em máquinas, empresas de usinagens ou similares”, ilustra Marcio Milton Correia de Souza, gerente da GTF (Gestão Técnica de Fornecedores) do Grupo Boticário. Outros agravantes Sentindo na pele há algum tempo este cenário, Jardel Saraiva, diretor Comercial da Globoplast, afirma que as empresas fornecedoras de embalagem acabam tendo de resolver esta questão “dentro de casa”. Segundo ele, como há falta de centros de formação para profissionais na área de embalagens, as indústrias formam seu próprio quadro por meio do know how de profissionais mais experientes. “Comparado com outros setores, esta área ainda é considerada um campo pouco explorado em termos de formação. Com isso, não há cultura de formação fora das empresas. A www.cosmeticanews.com.br

instituição que iniciar um bom curso na área de embalagens, vai abrir caminhos para um universo enorme de oportunidades”, sugere. “Até temos alguns cursos, inclusive em escolas de renome no País, porém ainda sinto falta de detalhes técnicos, e uma maior interação destes cursos com aulas práticas”, opina Sephora Manieri, consultora e responsável pelo desenvolvimento de negócios da Tauris Group. “Acredito que a falta de professores especializados, e com conhecimento técnico, pode ser um dos ‘gaps’, pois a procura para profissionais da área para serem professores, até onde sei, é grande”, completa. Enquanto isso, Paulo Pereira, sóciodiretor da Prodesign, enxerga esta realidade da oferta versus demanda nesta indústria de uma outra maneira. Na visão dele, atualmente existem tanto profissionais especializados quanto empresas precisando destes profissionais, porém, uma situação não está coincidindo com a outra. “Isso acontece porque os profissionais mais jovens e preferidos

pelas empresas estão bem empregados e não querem sair de onde estão. Os que estão disponíveis, embora tenham muito conhecimento e experiência, ou não se encaixam na especialidade ou já estão com idade considerada avançada pelas empresas, que na verdade não estão percebendo a grande contribuição que esses profissionais podem dar para seus negócios e acabam oferecendo salários baixos ou incompatíveis com a função”, relata. Além disso, o dirigente acredita que a conjuntura econômica atual também está prejudicando bastante o mercado. Paulo ainda expõe uma outra questão a respeito dos jovens que estão buscando ingressar no mercado de trabalho. Ele diz que a falta de preparo dos profissionais mais novos também contribui para este cenário, já que esses jovens pensam bastante em subir na carreira de uma forma meteórica para alcançarem logo os cargos de chefia e, por conta disso, acabam não ficando muito tempo nas empresas, nem dando tempo de adquirirem experiência consistente. “Tenho notado e escutado muito isso dentro das empresas que atendo, que os profissionais não têm muito conhecimento dos negócios e nem experiência, ou seja, não têm background suficiente para solucionar os problemas que ocorrem periodicamente”, cita. 23


mercado

mão de obra

Áreas críticas É evidente que, como foi dito, há segmentos dentro da indústria de embalagens que sofrem mais do que outras com esta falta de mão de obra especializada. Como estão envolvidos com este mercado, os profissionais consultados pela Packing Cosmética indicam quais os segmentos que mais vêm sendo atingidos por esta carência. A consultora Sephora crê que hoje haja poucos profissionais que conheçam vidro mais profundamente e, segundo ela, isso tem feito com que muitas empresas tenham de ir buscar opções na China. Ela aponta ainda que embalagens para a categoria de make up têm uma maior deficiência no Brasil. “Inclusive, vejo muita gente buscando a China como opção também, uma vez que nacionalmente não são bem atendidos. Quanto ao plástico, ainda acho que temos soluções nacionais bem aceitáveis, e celulósicos também”, emenda. Além da indústria de vidro, Jardel adiciona a de bisnagas como uma das que passam sufoco com este cenário. Para o dirigente, isso ocorre porque o número de empresas nesses segmentos são menores e, com isso, a quantidade de profissionais especializados também é baixa. Quanto à busca de opções no país asiático ou em outros países, ele rechaça dizendo que o Brasil está muito bem estruturado na produção de embalagens para cosméticos, e isso se deve ao fato de o consumidor brasileiro ser muito exigente. “Sempre que viajo, comparo o que vejo nas gôndolas mundo afora com o que temos no Brasil, e a diferença é muito pequena, salvo uma ou outra tecnologia. Mas, no geral, o País está de igual pra igual com os países de primeiro mundo”, justifica o diretor Comercial da Globoplast. De acordo com Paulo, da Prodesign, as áreas que mais sofrem são as que 24

sephora, da tauris: embalagem de vidro e para maquiagem sofrem mais com a falta de profissionais especializados.

jardel, da globoplast: indústrias de embalagem têm de desenvolver know how interessante.

necessitam de experiência em sopro, injeção e embalagens assépticas, em que o número de profissionais experientes é bem menor que para as outras áreas. E a visão dele não é nada otimista quanto às opções disponibilizadas no mercado local. Segundo ele, embora as indústrias brasileiras tenham crescido muito e se modernizado constantemente, muitos itens ainda precisam ser buscados fora, por questão de preço ou tecnologia, principalmente para os itens mais complexos, como válvulas. “Um fator que também prejudica bastante o desenvolvimento no Brasil, é que em muitos casos ainda trabalham com pequenos volumes de produção, o que inviabiliza o investimento em moldes e máquinas para que se produza no Brasil”, lamenta.

Sopro, Extrusão, entre outros – fica nítido o déficit existente no mercado de profissionais especialistas em embalagens. “Muitos profissionais graduados nos cursos de engenharia estão indo para o mercado sem nenhuma experiência em processo e na indústria, porém com conhecimento nos diversos substratos (vidro, metal e polímeros). É óbvio que este conhecimento é muito importante, mas a vivência na indústria traz na prática a aplicação e processabilidade. Este conhecimento é aprendido somente na indústria e é o que está faltando”, situa. O gerente explica que em todos os substratos citados há uma grande dependência de processos controlados e eficientes, para qual é necessário vivência prática e aperfeiçoamento que é conseguido ao longo de anos de indústria.

Para Marcio, do Grupo Boticário, quando são abordados os temas: moldes, processos produtivos, tipos de processos – como Injeção,

Impactos no mercado Além de fazer com que as nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


os grandes volumes de compra contribuem para baixar o preço, viabilizando assim o lançamento do produto”, observa. Apesar de ter indicado diversas áreas que sofrem com a falta de mão de obra qualificada, Marcio acredita que, a curto prazo, ainda estamos bem supridos por profissionais. Porém, o futuro pode ser preocupante. “A médio e longo prazo, poderemos perceber um aumento de ‘Não Qualidade’. Desta forma, serão necessários maiores controles e análises de qualidade”, conclui o gerente do Grupo Boticário.

companhias da indústria cosmética brasileira tenham de ir para fora por não achar soluções em embalagem desejadas no mercado local, há ainda outras consequências devido a esta dificuldade de encontrar profissionais especializados. A conclusão tirada por Sephora Manieri é que, com esta realidade, o mercado cosmético acaba ficando sem opção de inovações. “E quando inovamos, pagamos um preço bem alto por isso”, diz.

Formação e reposição Se a quantidade de profissionais especializados servindo à indústria de embalagens que é voltada para o mercado cosmético está escassa, cuidar da formação de novos talentos e da reposição daqueles mais antigos deveria ser algo imprescindível, certo? Isso é óbvio para todos na teoria, porém, na prática, não tem sido tão fácil assim. A formação/reposição – chamada de backup – já feita em algumas empresas, como a Globoplast, é o caminho. Mas, para Sephora, a figura dos profissionais mais experientes poderia ser um pouco mais explorada para este fim. “Estes profissionais que envelheceram para as empresas poderiam ser utilizados como consultores, ou ainda, quando gostem, passar a ensinar nas escolas existentes hoje”, sugere a consultora.

Este impacto indicado pela especialista da Tauris Group também é citado por Paulo Pereira, da Prodesign. “Tudo isso acaba inflacionando o mercado e dificultando a viabilização para o lançamento de certos produtos, pois o custo inadequado acaba inviabilizando a produção do item. Somente produtos de alto valor agregado conseguem pagar um item de custo maior, ou então, quando

Marcio ressalta que a indústria não pode, de forma alguma, abrir mão desta figura do profissional mais velho. “Empresas que já perceberam este fenômeno e dependência desta figura formam seus profissionais internamente usando o conhecimento dos mais experientes. Esta é a sacada para diminuir a dependência de formação técnica”, destaca. Ainda assim, o gerente da GTF do Grupo Boticário reconhece

Marcio, do grupo boticário: aprendizados em cursos de desenho técnico, por exemplo, têm sido deixado de lado por jovens ultimamente.

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que, por maior boa vontade que tenha, este profissional mais experiente não consegue transferir todo seu conhecimento. “Repor este conhecimento é praticamente impossível. Considerando isso, é mais do que necessário fazer um plano de acompanhamento muito próximo do profissional que assumirá a função, de preferência, que seja mais até do que um profissional absorvendo este conhecimento”, informa Marcio, que ainda dá a receita para que melhore esta escassez: “Tenho discutido caminhos com algumas universidades, dentre eles um que me parece coerente é aproximar os cursos universitários da indústria. Fazer com que o jovem, além do conhecimento teórico, também tenha experiência de fábrica, e que o mesmo volte para os seus docentes e desdobrem isto com maior profundidade.” Por fim, Paulo Pereira não considera difícil o processo de reposição de profissionais na indústria. Para o especialista, o que acontece é que ele não é feito de maneira correta. “É preciso programar uma transição e passagem de conhecimento, experiência e histórico do profissional velho de empresa para os iniciantes ou menos experientes, propiciando a manutenção da qualidade e robustez do serviço prestado pelo profissional à empresa, de uma forma menos traumática e com uma curva de aprendizado bem menor”, pontua. “Ainda acredito que uma boa comunicação e bom relacionamento são fundamentais para esse começo, não dispensando logicamente a disseminação constante dos conhecimentos adquiridos, a busca eterna pela melhoria e novas tecnologias, aliadas ao equilíbrio e união dos mais velhos e experiente profissionais com os mais novos e menos experientes”, finaliza o sóciodiretor da Prodesign. 25


mercado

entrevista

Inteligentes, pessoais e para qualquer ocasião Esses são alguns dos atributos mais importantes e impactantes nas embalagens em Aûani Cusma de Paula 2016, de acordo com especialista da Mintel

D

e olho em 2016, a consutoria britânica Mintel anunciou as seis principais tendências que, de acordo com os seus especialistas, impactarão os mercados globais de embalagem durante o ano. “Há um caminho paralelo entre as marcas que se esforçam para envolver os consumidores em um nível mais pessoal e as expectativas deles para que as embalagens forneçam essa experiência”, afirma David Luttenberger, diretor global do departamento de Embalagens da Mintel. Para o especialista, questões como o tamanho certo de embalagem e aplicativos que apoiam embalagens “conectadas por celulares” são os temas que estão em ressonância com os consumidores em 2016. Nessa entrevista exclusiva, o especialista aborda como essas mudanças podem reverberar na indústria brasileira de beleza.

Uma maior oferta de tamanhos de embalagens significa mais espaço ocupado nas prateleiras dos pontos de venda, que não são elásticas. Entre ter uma variedade mais ampla de tamanhos ou mais opções de marcas diferentes, o que o varejista deve priorizar na loja? Como é possível equilibrar esta situação para o varejo? Em 2015, de acordo com o Banco de Dados Global de Novos Produtos 26

david, da mintel: o mercado de higiene pessoal se vale mais do fato de os consumidores ainda priorizarem qualidade acima de quantidade.

marcas e varejistas está não em oferecer mais produtos, mas sim em oferecer embalagens melhores que se articulem com o estilo de vida, as mentalidades e as diferentes ocasiões de uso pelos consumidores. (GNPD) da Mintel, apenas cerca de 10% dos novos produtos de beleza e higiene pessoal foram introduzidos tendo a embalagem como driver do lançamento. Isto significa que as marcas estão ignorando os atributos funcionais que consumidores continuam a dizer que são importantes em todas as categorias de produtos e formatos de embalagem. Certamente, opções de tamanho é uma consideração, já que os consumidores tendem a preferir um tamanho de embalagem mais adequado a cada ocasião de uso, como em casa, numa viagem ou no trabalho. Mas a verdadeira oportunidade perdida nessa categoria no Brasil, para ambos,

Não temos uma cultura tão difundida de oferecer produtos em diferentes tamanhos na indústria beleza local. Você acredita que essa realidade poderia mudar no Brasil no curto prazo? No relatório de Tendências de Embalagens 2016 da Mintel, vemos que, conforme o portfólio de produtos das marcas cresce, a capacidade de atingir os consumidores em ocasiões únicas de uso refletiu em um volume de opções de tamanho quase infinito nas prateleiras do que em qualquer momento no passado. Em todas as ocasiões de uso e categorias as marcas estão dando um passo para trás e permitindo aos consumidores tomarem nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


Parece que o setor de embalagens não tem as tecnologias adequadas para permitir, com um preço competitivo, soluções personalizadas para produtos fabricados em larga escala. A impressão digital no mercado de beleza brasileiro tem sido tradicionalmente utilizada apenas

para permitir a produção em pequena escala. Como é que o mercado brasileiro de beleza pode se adaptar a esta nova realidade? Parece que o mercado brasileiro está abordando a decoração digital de embalagem da mesma forma que o resto do mundo – para relegá-la às pequenas tiragens. Há muitas mais vantagens na decoração digital de embalagens do que simplesmente considerá-la adequada para pequenas tiragens. Hoje, as tecnologias de decoração digitais – e eu uso esse termo especificamente ao invés de simplesmente dizer “impressão digital na embalagem”, porque existem muitas tecnologias de acabamento de alta qualidade disponíveis que pode adicionar tanto quanto, ou até mais, do que os métodos de decoração tradicionais, como a gravação e foiling, – esses recursos digitais tornam-se ativos que podem diferenciar um produto em uma fração do tempo e do custo de

outros métodos, tornando o seu uso muito mais uma decisão de negócios inteligente, ao invés de simplesmente uma decisão de marketing inteligente. A indústria cosmética deveria considerar mais seriamente o uso de embalagens flexíveis nos produtos regulares? Pergunto isso porque, por aqui, elas são usadas principalmente para refil de produtos de banho e de higiene pessoal. Dado o contínuo estado da economia no Brasil, faz sentido que o comprador brasileiro busque o melhor valor possível. Isso significa que ele pode ver a vantagem de gastar alguns reais a mais na frente para comprar uma embalagem com sistema de recarga que irá lhe poupar algum dinheiro a longo prazo. Mas eu não estou certo se faz sentido para uma marca empurrar os consumidores para um formato de embalagem com o qual

Mantenha o foco em seus clientes, terceirize sua produção. A indústria de cosméticos no Brasil não para de crescer. Para acompanhar a demanda, terceirizar a produção é a solução perfeita. Com um know-how de 30 anos, Minha Fábrica é a solução estratégica para gerenciar a totalidade dos materiais, manipular, envasar e assegurar a qualidade dos produtos. Com grande capacidade produtiva, Minha Fábrica está preparada para processar saneantes domissanitários, cosméticos líquidos e semilíquidos, esmaltes para unhas e aerossóis em geral. A equipe da Minha Fábrica é formada por profissionais habilitados para desenvolver novas formulações. Por não ter sua própria marca, Minha Fábrica é a peça-chave para o sucesso da marca de seus clientes.

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decisões de compra com base no que eles acreditam ser o tamanho certo para eles e dado o uso ocasião. De acordo com a Tendência “Minimize Me”, identificada pela Mintel, os consumidores continuam a procurar a qualidade sobre a quantidade. O mercado brasileiro de higiene pessoal e beleza poderia usar isso como um catalisador para a criação de embalagens que melhor servem às necessidades do uso específico dos consumidores em cada ocasião, não importa se o tamanho da embalagem é pequeno ou grande.


mercado

entrevista

eles não estão familiarizados para uso em uma determinada categoria, ou, que não representa uma decisão de compra mais econômica no longo prazo. Certamente, embalagens flexíveis de todos os tipos fazem muito sentido a partir de uma perspectiva de produção e distribuição, e também de redução de recursos, algo que, infelizmente, os consumidores nem sempre entendem. Para abordar mais diretamente sua pergunta, eu acredito que as empresas de consumo brasileiras e latinas, em geral, levam os flexíveis a sério. No entanto, eles também levam em consideração o mercado no qual estão vendendo. Por que iriam se arrisca forçando uma embalagem pouco comum e, potencialmente, uma decisão de compra mais cara para os consumidores que, juntamente com um bom produto, estão buscando uma boa proposta de valor? No caso da integração da embalagem e tecnologias móveis, você pode explicar com um pouco mais de detalhes e dar exemplos de como isso poderia funcionar? Os nossos dispositivos móveis tornaram-se os agregadores e curadores de nossa vida pessoal, social e de negócios. Da perspectiva do consumidor, ou mais especificamente, da perspectiva do shooper, as pessoas não estão necessariamente interessadas em saber tudo o que uma marca ou um varejista oferecem. Mas eles estão interessados em saber especificamente o que é oferecido. Hoje, os consumidores são “pré-compras” em seus dispositivos móveis – o que se tornou conhecido como o “momento zero da verdade.” Isso significa que eles estão se informando ou mesmo definindo a sua decisão de compra antes que eles cheguem à loja. O que isso significa? Que o engajamento móvel precisa ser mais específico e não mais genérico. Marcas devem usar o engajamento móvel, seja uma simples mensagem de texto ou QR code, ou algo sofisticado como um dispositivo de baixa energia 28

consumidora consulta o celular em supermercado: marcas podem usar estratégias para promover o engajamento das pessoas por meio dos smartphones.

Bluetooth, para compartilhar algo específico e algo imediato com os consumidores, fornecer-lhes informações de interação, medicamentos, oferecer-lhe um cupom para uso imediato, fornecer um curto vídeo que, por exemplo, pode ajudá-los a entender como aplicar a coloração de cabelo ou a maquiagem para conseguir aquele look. As marcas que estão usando embalagem mobileengaged (e sim, nós da Mintel cunhamos essa terminologia) são bem sucedidas quando eles são muito mais focadas na sua oferta de conteúdo móvel, mais do que as que tentam falar tudo para todos os consumidores. Você menciona a necessidade de mensagens claras e concisas nas embalagens sobre os benefícios reais e da formulação dos produtos. Você acha que os designers estão prestando mais atenção na comunicação do que na embalagem, formulando frases concisas usando as palavras corretas? A comunicação clara na embalagem começa com os gerentes de produtos e marcas. Eles devem ter na ponta dos dedos os principais benefícios de qualquer produto, e decidir que um ou

dois deles merecem destaque na “frente da embalagem”. Os consumidores não estão procurando menos informações sobre os produtos, mas eles estão priorizando o que eles querem encontrar no ponto de venda. Este é o lugar onde os princípios de design de embalagem estão entrando em campo de maneira desordenada. Muito parecido com a “rotulagem limpa”, é sobre ser simples e transparente sobre um produto e seus benefícios. A Mintel lançou recentemente uma nova tendência intitulada “Sem palavras.” Ela fala como a maneira pela qual as pessoas se comunicam está mudando. As frases estão encurtando e são, em alguns casos, até mesmo substituídas com emojis, GIFs e representações pictóricas que podem ser compreendidas de forma rápida e por um público global. Em termos de design de embalagem, isto não significa que uma marca deve renunciar ao “romance” da embalagem tradicional. Mas significa que as marcas e designers de embalagem devam continuar a encontrar formas inovadoras para se comunicar de forma mais sucinta e, muitas vezes, de forma intuitiva, com os consumidores. nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


Pack gallery

painel de debate durante o pack gallery: riqueza de discussões e difusão de conhecimento técnico.

Galeria para os grandes Evento realizado em São Paulo reúne diversas empresas e profissionais especializados em perfumaria, cosméticos, higiene pessoal, saúde e bem-estar, para debater as Da Redação particularidades do universo da embalagem

A

o longo de dois dias, no Espaço CRQ (Conselho Regional de Química), em São Paulo, a embalagem foi o centro das atenções por meio de diferentes abordagens do Pack Gallery. Tecnologias, técnicas, problemas, materiais e design, foram apenas alguns dos temas discutidos durante uma ampla programação do congresso, que contou com palestras e debates. Entre os participantes do evento, estiveram empresários e profissionais de áreas como: Marketing, P&D, Suprimentos, Logística, Design, entre outros que compõem a cadeia produtiva de Embalagem. Além das apresentações, o local também possibilitou a exposição das novidades e tecnologias de um grande número de empresas, como: Grand Pack, Aptar, Lavezzo, Vollmens, www.cosmeticanews.com.br

Zeviplast, Papirus, entre outras. “Foi um grande desafio desenvolver este evento. Apesar de eu não ter uma grande expertise para fazer estes tipos de evento, ele foi muito bom. Quando percebemos que havia um ‘gap’ muito grande de informações tecnológicas, procuramos fazer uma união entre o útil – que é atender aos nossos clientes do Pack Gallery – com o agradável, que é transformar esta informação a um nível muito maior do que não só os nossos clientes. E o nível das palestras foi excelente e os palestrantes colaboraram muito com todo o processo”, observou Sephora Manieri, coordenadora do evento. “O designer não é um personagem que deve se restringir a fazer cadeira, sofá, etc. Ele tem de se preocupar com o bem-estar das pessoas”, emendou José Luiz de Paula Jr., designer e idealizador do Pack Gallery.

evento

Conhecimento propagado Na programação, os mais variados assuntos foram abordados. Janine D. T. Carvalho, da Dupont, falou sobre “Surlyn, a expressão global do luxo”, difundindo as várias opções de trabalho possíveis com este material. Além deste, especificidades de outros materiais também foram apontadas, como: tintas sem solvente e à base de óleo de soja, papel cartão, papéis especiais, sistemas flexográficos, entre outros. “O que percebemos é que cada vez mais precisamos estar à frente das tecnologias e das inovações”, disse Patrícia Boloni, coordenadora geral de Vendas na Málaga Produtos Metalizados. “Acho que o mercado precisa, o Brasil precisa, desta união da união da indústria em prol sobre o que podemos fazer para colocar na mão do mercado brasileiro produtos cada vez melhores. Isso começa com essas discussões”, acrescentou Luciene Ricciotti, palestrante especializada em treinamento. Dois debates também agitaram o Pack Gallery. O primeiro tinha como tema: “Máquinas e equipamentos para cosméticos ganhando produtividade”. Já o segundo, respondeu ao seguinte questionamento: “O que esperamos do setor de embalagens”, e contou com as participações de Camila Storel, da Avon; Marcio M. C. De Souza, de O Boticário; Paulo Pereira, da Prodesign; e Deborah Ribeiro Martins, da DCI Importadora. “Foi uma oportunidade muito boa de um grupo de pessoas com esse conhecimento deste mercado cosmético de sentar e pensar sobre o tema, falar sobre embalagem, inovação, os problemas que encontramos no setor”, refletiu Marcio. “Com esta troca entre profissionais do ramo, no meu ponto de vista é importantíssima para que possamos cada vez mais fortalecer os laços neste setor, principalmente no Brasil, e consiga trazer melhores custos, melhor qualidade e mais inovação. Eventos como este fazem valer a pena a gente continuar batalhando e brigando pelas inovações e melhorias dentro dos processos da indústria de embalagem”, finalizou Camila. 29


negócios

aerosSol

Muito além do desodorante As embalagens em aerossol ganharam destaque e mais espaço nos últimos anos em algumas categorias. Mas, para Ida Almassy, da Aercamp, ainda existe muito espaço para avançar Aûani Cusma de Paula

A

associação é quase que automática: quando se fala em embalagens de aerossol nos lembramos da categoria de desodorantes. A reação é natural e encontra explicação na realidade do mercado brasileiro. Primeiro, o País é o maior mercado de desodorantes do mundo. De cada cinco produtos vendidos ao redor do planeta, um está por aqui. E, após um esforço contínuo de muitos anos, desde a segunda metade dos anos 2000, o aerossol finalmente “bombou” na categoria de desodorantes – até então dominada pelos famigerados squeezes. Isso turbinou os volumes produzidos e ocupou a grande maioria do espaço dedicado à produção nos envasadores e, principalmente, consumindo as latas de alumínio, o material preferido para os tubos de aerossol no setor cosmético por seu acabamento

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attila e ida almásy: viabilizando tecnicamente as ideias dos clientes para aplicações em aerossol.

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estético superior, e por muitos anos, o maior gargalo na cadeia de abastecimento do mercado no Brasil

produtos em aerossol. Mas porque essa intenção não chega com maior intensidade aos consumidores?

O outro aspecto que nos faz remeter aos desodorantes quando o assunto é aerossol é justamente o desenvolvimento ainda incipiente de outras categorias nesse formato. O que é uma pena por um lado, já que o aerossol é uma embalagem extremamente moderna e prática. Ao mesmo tempo, isso representa um cenário de muitas oportunidades para aproveitar. Ida Almassy, diretora da Aercamp, a maior empresa brasileira de envase de aerossóis, acredita nisso e tem centrado esforços no sentido de ajudar seus clientes a viabilizar novas e inovadoras aplicações para o aerossol. =É verdade que o País avançou demais nessa oferta. Hoje é possível encontrar desde categorias já estabelecidas no mercado abrindo mais e mais espaço para o aerossol, como é o caso dos produtos de proteção solar; até itens que já são desenvolvidos especialmente para esse formato, caso dos shampoos a seco e também dos itens de maquiagem para as pernas. Mas, mesmo com o avanço dos últimos anos, ainda estamos muito atrás em relação aos mercados mais desenvolvidos. “Sempre que viajo, adoro ver as coisas que estão sendo lançadas (em aerossol) no exterior e tentar viabilizá-las localmente”, conta Ida. Para ela, mesmo as empresas grandes oferecem produtos lá fora que ainda não compõem seus portfólios no País. “Ainda temos muito pouco comparados com o que tem lá fora. Muita coisa que existe a gente olha e pensa como seria legal e prática se estivesse no aerossol.”

Melhoramos muito, mas ainda temos espaço para aplicar inovações. Na categoria de banho e higiene temos os sabonetes em aerossol que são muito práticos e que já estão no mercado, tanto com o uso da tecnologia bag n´valve (no qual o produto fica em uma espécie de bolsa e é expelido pela pressão do ar comprimido) como com o aerossol tradicional, com gás. Apesar da praticidade, esse tipo de produto ainda performa abaixo das expectativas (e do seu potencial). Além da questão do preço para um produto de uso diário, Ida acredita

Tudo em aerossol Mas como os clientes estão olhando para as essas novas oportunidades que o aerossol oferece? Ida conta que muitos clientes da Aercamp tem a visão de colocar o máximo de www.cosmeticanews.com.br

imaginam um produto e é preciso um ajuste, uma mudança de formulação por conta de algum insumo que não é compatível com o gás. “Nossa equipe ajuda no que puder, sem ultrapassar o princípio da ética e do sigilo e da confiabilidade”, diz a empresária. “O técnico faz os ajustes da formulação para que ela funcione do jeito que o cliente imaginou no aerossol. Pode ser que a gente não consiga fazer o produto. Mas a gente o ajuda fazer o envase para os testes. E o pessoal vê se a formulação pode dar certo ou se é melhor desistir porque não funciona. A gente tenta ajudar independente de que aquilo possa gerar ou não negócios. Um efeito colateral desses testes é que, muitas vezes, os resultados não são como o cliente

Hoje é possível encontrar desde categorias já estabelecidas no mercado abrindo mais e mais espaço para o aerossol, como é o caso dos produtos de proteção solar; até itens que já são desenvolvidos especialmente para esse formato, caso dos shampoos a seco e também dos itens de maquiagem para as pernas. que no momento do lançamento desse item, há cerca de dez anos, a população não estava madura para entender o conceito. Somado ao timming adiantado demais, nenhuma empresa alocou um grande investimento em mídia e comunicação para o consumidor no sentido de explicar intensivamente os aspectos do produto. “É mais uma questão de visão e de apostar nesse mercado”, acredita a executiva. Segundo ela, em termos técnicos o Brasil não fica atrás de outros mercados. “Tem muito produto que a gente pode testar em aerossol”, diz. Para Ida, muitas vezes os clientes

imaginou. Mas a verdade é que desses testes, nascem muitas coisas legais e até novos produtos”, explica. “Eu sou fã de aerossol. O que puder ser em aerossol é ótimo. Temos muitos projetos em andamento e é provável que neste ano tenhamos novidades no mercado. Todo mundo está na expectativa de como vai ser o mercado, mas estamos confiantes. A gente sempre confia no futuro porque o Brasil é um país maravilhoso”, afirma a empresária. Cada vez mais acessível Para as pequenas e médias empresas de cosméticos, a percepção é a 31


negócios

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de que desenvolver produtos em aerossol é caro e complicado, algo restritoàs grandes empresas. A cadeia de abastecimento do aerossol é peculiar e, ainda, menos desenvolvida do que a de outros formatos largamente utilizados de embalagem. O investimento é um pouco maior do que em outras categorias, especialmente porque você precisa de uma quantidade mínima de tubos de alumínio para comprar. Enquanto é possível comprar válvulas para aerossol a partir de um pedido mínimo em torno de dez mil unidades, o volume mínimo de compras está na faixa dos 30 mil tubos. É bem menor do que o pedido há alguns anos, mas ainda é um investimento grande para empresas menores. Mas mesmo nesses casos, Ida enxerga alternativas que vêm facilitando a vida de quem quer investir em aerossol. No caso das embalagens, uma alternativa cada vez mais buscada é o uso de rótulos sleeve, que permitem usar o mesmo tubo de alumínio branco ou não pintado, para lançar várias versões diferentes. Flexibilidade é fundamental Há mais de cinco décadas, a Aercamp vem acompanhando a evolução do segmento de aerossol no Brasil. Nesse período, a companhia vem se adaptando às novas realidades que o mercado impõe. Talvez a mais relevante nesse sentido tenha sido a criação de um parque fabril bastante flexível, com capacidade para atender desde 32

prateleira de shampoo seco em farmácia na inglaterra: lá fora o uso do aerossol é mais difundido em uma série de categorias.

grandes pedidos, em linhas que envasam 120 latas por minuto; até linhas menores, que vão envasar 18 mil latas por dia. Para otimizar o tempo de setup, as maiores linhas da produção da empresa são dedicadas cada uma para atender a um diâmetro de lata. Com isso, o processo de ajuste se torna mais rápido. Para a Aercamp, o principal benefício da flexibilidade de produção é que ele permite à empresa apostar nos clientes que estão começando. Ida reconhece que, até dez anos atrás, isso era uma situação bastante difícil, já que todo o mercado estava orientado para atender apenas aos volumes muito grandes. Mas, mesmo nessa época, a Aercamp já pensava a sua produção para que ela pudesse ser rapidamente ajustada para atender a diferentes tipos de produtos, o que

deu muita agilidade para a empresa. “Isso é uma vantagem da Aercamp até hoje. Temos um parque fabril flexível. Temos dez linhas no total, seis para cosméticos de volumes diversos. Eu posso produzir 50 mil latas, 100 mil latas do mesmo produto. Essa flexibilidade é uma vantagem. Temos clientes que começaram com três mil latas por mês e, em algum tempo, estavam envasando 180 mil latas por mês”, lembra Ida. “Hoje, tem muita gente batendo na porta dele e esse cliente sempre diz que quando só tinha três mil latas, só a Aercamp que quis atendê-lo e que, se ele alcançou as 180 mil é porque alguém fez os três antes”, diz a empresária com indisfarçável orgulho. “A gente tem de dar oportunidade para o pessoal tentar. Nem os grandes começaram com um milhão de latas. Temos clientes que começaram com 30 mil e hoje fabricam milhões de latas”, conclui. nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética



artigo

interncional

União que desequilibra

Encontramos na República Tcheca uma empresa, a Bohemia Cosmetics, que faz da biodiversidade seu diferencial, desequilibrando a seu favor muitos Por Assunta Napolitano Camilo mercados além das fronteiras

H

á tempos, a embalagem tem assumido a relevante tarefa de ser instrumento de comunicação: uma poderosa ferramenta de Marketing para reforçar a marca na mente dos consumidores. Usar a cultura, a história, a arte e a biodiversidade pode diferenciar e até mesmo transformar a empresa numa representante informal do país. A natureza e a beleza de um país estão à disposição igualmente de todos, porém algumas empresas sabem como poucas se apropriar disso e transformar pouco em muito, 34

o simples em sofisticado, uma erva qualquer num ícone.

em vão, já que não se pode copiar a essência.

A brasileira Natura, por exemplo, soube capturar com muita sensibilidade plantas que nos representam e criar produtos maravilhosos a partir disso, aproximando comunidades distantes da floresta para nossas cidades e conseguindo, por meio desse trabalho, ser reconhecida e valorizada por todos. Esse respeito pelas pessoas, cultura e nossa biodiversidade a transformou num exemplo e a distingue de tantas outras empresas que tentam imitá-la

Recém-chegada ao Brasil, a grega Korres também soube se posicionar, através da história e da beleza da Grécia, como uma empresa com diferencial cultural. Os produtos têm inclusive nomes gregos que fazem parte da história mundial. O uso de referências das matérias-primas nativas e outras referências gregas no design gráfico das embalagens deixa claro a origem dos produtos e dá a eles uma identidade própria e distinta. Da mesma forma, a empresa nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


israelense Ahava se posicionou como a referência dos produtos do Mar Morto. Atualmente seus itens podem ser encontrados em vários pontos de venda mundo afora e em aeroportos. É quase sinônimo de produto de Israel. A Bohemia Cosmetics, da República Tcheca, desenvolveu uma linha de produtos a partir de quatro elementos: cannabis, lavanda, castanhas e Mar Morto. A linha mais vendida, a Cannabis (maconha, para os desavisados), também tem a linha Premium. Ela contém produtos de tratamento corporal e para cabelos:

shampoo, condicionador, sabonete em barra e líquido, sais de banho, hidratante e os conjuntos. O design gráfico é jovem e leve como o público-alvo, com a referência das folhas da planta em evidência, porem ético como um produto médico deve ser. O sabonete em barra é cuidadosamente embrulhado em papel couché. A linha Premium vem em frascos diferenciados com um ar “retrô” e tampas de alumínio. Os rótulos compõem a mesma arte gráfica do sabonete em barra.

Além de serem presenteáveis, os conjuntos têm design que remete aos velhos tempos das cestas de palha e se tornaram objeto de desejo muito vendidos para turistas, sendo exportados para países como Alemanha, Eslováquia, Áustria e Turquia. Unir cultura, arte e biodiversidade pode desequilibrar a competição a seu favor, portanto invista nisso! Embalagem que resgata cultura, arte e biodiversidade é melhor, e embalagem melhor promove um mundo melhor!

Assunta Napolitano Camilo – Diretora da FuturePack – Consultoria de Embalagens e do Instituto

de Embalagens – Ensino & Pesquisa. Articulista, professora e palestrante internacional de embalagens. Recebeu diversos prêmios, entre eles o de Profissional do Ano e o de Melhor Embalagem do Ano. Coordenadora dos livros: Embalagens Flexíveis; Embalagens de Papelcartão; Guia de embalagens para produtos orgânicos; Embalagens: Design, Materiais, Processos, Máquinas & Sustentabilidade, entre outros. Diretora do Kit de Referências de Embalagens e da obra Better Packaging. Better World.

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evento

prêmio atualidade cosmética

Singular e abrangente Em uma noite marcada por muita emoção, Prêmio Atualidade Cosmética coroa diversos players do setor; o Oscar da Perfumaria e da cosmética latinoDa Redação americana chega à sua 23ª edição

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ais uma vez, uma noite mágica, brilhante e marcante para diversos players do mercado de beleza. Além daqueles que foram coroados, o dia também marcou mais de 700 estrelas da indústria e do varejo de beleza, que estiveram reunidas em 10 de novembro, no Teatro Bradesco, em São Paulo, para celebrar

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o melhor da produção latino-americana de perfumes e cosméticos no 23º Prêmio Atualidade Cosmética. Com grande euforia de todos os participantes, a cerimônia foi alimentada por muitos aplausos da primeira à última categoria premiada. Fora este momento da entrega dos troféus, antes e depois da “cereja do bolo”, todos os presentes puderam passar momentos bastante agradáveis

ao lado de diversos parceiros e membros de todos os elos da cadeia cosmética, inclusive os de embalagem. Na hora da celebração, um dos destaques foi a L´Oréal. Assim como aconteceu em 2014, a empresa de origem francesa levou para casa quatro troféus, desta vez nas categorias: Empresa do Ano, Profissional do Ano,

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Tratamento Corporal e Tratamento Facial. Em Empresa do Ano, a L’Oréal desbancou a Hinode e a Hypermarcas para ficar com o prêmio. Concorrendo com Murilo Reggiani, sócio-diretor da Vult, e Sandro Rodrigues, presidente da Hinode, o presidente da L’Oréal Brasil, Didier Tisserand, foi aclamado o Profissional do Ano. E no grupo Pele, em Tratamento Corporal, o produto Lipikar Baume AP+, da La Roche-Posay, faturou o troféu; enquanto que em Tratamento Facial, Neovadiol Concentrado, de Vichy, foi o vencedor. Além da L´Oréal, outras três companhias tiveram grandes motivos para comemorar nesta edição. Tradicional no mercado, a Ikesaki, foi a vencedora na categoria Prêmio Atualidade Cosmética/Patrus Ponto de Venda – Especializado. Para conquistar seu quarto troféu do PAC, a rede superou desta vez a IAP e a Lojas Rede. Pela terceira vez – sendo a segunda consecutiva –, a Droga Raia ficou com o troféu da categoria Prêmio Atualidade Cosmética/Patrus de Ponto de Venda – Farmacêutico. A rede, pertencente ao Grupo RaiaDrogasil, venceu os finalistas Big Ben e Panvel. E quem também fez bonito na noite da premiação, foi a Acquaflora. A companhia baseada na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, foi escolhida em meio à Haskell e à Salon Line, ficando pela primeira vez com a estatueta do Prêmio Atualidade Cosmética/Patrus Empresa Revelação. A exemplo da edição passada, a Feito Brasil proporcionou momentos de emoção durante a premiação. A companhia que desenvolve produtos naturais venceu novamente na categoria Banho Higiene, desta vez com a Coleção Destinos do Brasil. E, na hora em que recebeu o troféu, Giulio Peron, gerente de Marketing da empresa, fez um discurso que exaltou sua mãe

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DANIEL DE JESUS, fundador da Niely, recebe a homenagem das mãos de José Luiz de Paula Jr., fundador do Prêmio Atualidade Cosmética.

Eternizado da vez no Hall da Fama: Daniel de Jesus, fundador da Niely Por si só, sua extensa jornada no mercado de beleza brasileiro já seria suficiente para justificar a entrada de Daniel de Jesus, fundador da Niely, no Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética. Entretanto, fez mais do que isso. Com a indicação na 23ª edição da premiação, ele passa a fazer parte de um grupo para lá de seletivo. Partindo do zero após criar a empresa – que é batizada em homenagem à sua filha, Danielle –, ele foi um dos primeiros empresários do setor de beleza a enxergar a força das classes mais baixas. Ascendendo juntamente com esta faixa de consumidores, Daniel soube como traçar uma estratégia para, ao mesmo tempo em que sofisticava seus produtos e inovava-os, deixar a Niely no topo da preferência da nova classe média. Com estes produtos que “exalavam” qualidade e tecnologia, a companhia conquistou também as classes A e B. A empresa alcançou a liderança do mercado de coloração em 2009 e, com muito mérito, manteve a posição por muitos anos. É possível dizer que ele está mais do que pronto para vivenciar um novo ciclo de expansão e crescimento da marca Niely, agora como parte do portfólio da L´Oréal, a maior empresa de beleza do mundo. Como sabe que já está vivendo esta nova fase, na hora em que foi homenageado no palco durante a premiação, Daniel fez questão de agradecer a todos os companheiros que ajudaram-o na construção de tudo isso, especialmente àqueles de longa data. “O reconhecimento é muito bom e estou muito feliz pela revista Atualidade Cosmética e sua equipe por este reconhecimento. É para deixar na história do segmento de cosméticos do Brasil tudo o que foi feito”, completou o executivo.

Iniciativa:

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evento

prêmio atualidade cosmética

Lena Peron, fundadora da Feito Brasil e conhecida como “Mama da Feito”. Já em Higiene e Beleza Capilar – categoria que contou com Teste de Eficácia para auxiliar na avaliação dos produtos –, o prêmio foi conquistado pela Cless, com o produto Charming Shampoo a seco anticaspa. Enquanto isso, os troféus do Grupo Maquiagem foram para duas companhias diferentes . Em Inovação em Produtos de Maquiagem, a Sephora faturou com o produto Cherry Nectar, que faz parte do portfólio de marcas próprias da varejista. E na categoria Linha/Coleção de Maquiagem, a Océane foi a ganhadora, ficando à frente de diversas marcas tradicionais. Apoio incondicional O 23º Prêmio Atualidade Cosmética contou com o patrocínio diamante da Patrus Transportes; o patrocínio ouro da Antilhas Embalagens, da Orlandi Marketing e da Interfab; patrocínio prata da Wheaton Brasil, Kosmoscience, Faculdade Osvaldo Cruz e KVT RD e o apoio da IFF, da Lange Cosméticos,

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da Cramer,da Drom Fragrances, da Faculdade Santa Marcelina, da Associação Brasileira de Cosmetologia e da Inovao. “O Prêmio nada mais é do que reconhecimento de trabalho bem feito. O que a revista Atualidade Cosmética faz é excelente, basta ver essa festa linda. Além de cobrir com total isenção todo o segmento de cosméticos, premia quem realmente merece ganhar”, elogiou Marcelo Patrus, presidente e diretor Comercial da transportadora Patrus. Já na visão de José Cláudio Cavalcanti, diretor Geral da Orlandi, além do reconhecimento dos profissionais e dos investimentos que as empresas fizeram durante o ano, o Prêmio é uma forma de mostrar que o Brasil pode sim se tornar um país de ponta nesse segmento de cosméticos e perfumes, mesmo com as atuais dificuldades. “As dificuldades existem nos momentos bons ou ruins. Agora, essa crise está servindo para que as pessoas se conscientizem de que as estratégias de médio e longo prazo realmente devem ser colocadas em prática, porque se você vive só no

curto prazo, não consegue enfrentar uma situação como essa e nem ficar de pé. Mas, se você se prepara, acho que a indústria acaba ganhando com isso”, opinou. João Élcio Luongo Jr., gerente de Vendas da Antilhas, lembrou que o segmento de cosméticos representa hoje, na área de cartucharia da gráfica, cerca de 70% dos negócios. “Por isso fazemos questão de patrocinar este evento. Hoje não vivemos o melhor momento da indústria, mas o que a gente vê, seja no cliente, no fornecedor ou no colega concorrente, é que temos de entender o momento, trazer novos projetos”, citou ele. Por sua vez, Chan Wook Min, diretor executivo da Interfab, destacou o acirramento dentro da premiação. “O mercado brasileiro é muito grande e diversificado. Então, é importante a presença dos grandes players, sem dúvida nenhuma, mas existem diversas brechas que podem acontecer ainda no País. E como o shopper ou consumidor é muito diversificado, essas pequenas empresas que têm um pouquinho de sensibilidade para entender onde estão

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Relação dos vencedores do Prêmio Atualidade Cosmética 2015 Profissional do ano Didier Tisserand, presidente da L’Oréal Brasil Ponto de Venda – Farmacêutico Droga Raia Ponto de Venda – Especializado Ikesaki Empresa – Revelação Acquaflora Empresa do Ano L’Oréal Hall da Fama Daniel de Jesus, fundador da Niely Linha/Produto de Banho e Higiene Coleção Destinos do Brasil, Feito Brasil Higiene e Beleza Capilar Charming Shampoo a seco anticaspa, Cless

essas brechas e as necessidades que podem ser atendidas, têm nisso uma oportunidade muito grande. E você valorizar por meio do prêmio estas pequenas ou médias indústrias mostra como é correta a leitura do prêmio, ou seja, ele é sensível com todos, independentemente do tamanho, e sim pelo trabalho e criatividade”, completou o dirigente. Glória perfumada Os primeiros troféus para fragrâncias da noite da 23ª edição do Prêmio Atualidade Cosmética foram para a categoria Perfumaria Internacional, nas versões Masculina e Feminina. E que celebrou foram as marcas Montblanc e Bvlgari, ambas distribuídas no Brasil pela Vizcaya. Na Perfumaria Internacional Masculina, o perfume ganhador foi Emblem Intense, da Montblanc. E, na versão Feminina, Bvlgari Aqua Divina, da marca Bvlgari, levou a estatueta.

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Tratamento Corporal e Tratamento Facial Lipikar Baume AP+ (La Roche-Posay) e Neovadiol Concentrado (Vichy) Linha/Coleção de Maquiagem Linha de Maquiagem Océane Inovação em Produtos de Maquiagem Cherry Nectar, Sephora Perfumaria Internacional Masculina e Perfumaria Intenacional Feminina Emblem Intense (Montblanc) e Bvlgari Aqva Divina (Bvlgari) Perfumaria Latino-Americana Masculina e Perfumaria LatinoAmericana Masculina (Escolha do Consumidor) L´Egard (L´Bel) e Magnat (Ésika)

Depois, chegou a vez da premiação para as versões englobadas na categoria Perfumaria Latino-Americana. Nesta categoria, dois troféus são entregues em cada uma das versões, Masculina e Feminina, sendo uma estatueta destinada à fragrância vencedora via júri técnico e outra à ganhadora via júri popular (Voto do Consumidor). Na versão masculina, a empresa peruana Belcorp comemorou duplamente, já que as fragrâncias vencedoras foram de suas duas marcas L’Bel e Ésika. Em Perfumaria LatinoAmericana Masculina, o perfume L´Egard (L´Bel) levou o troféu. Já em Perfumaria Latino-Americana Masculina – A Escolha do Consumidor, a fragrância vitoriosa foi Magnat (Ésika). O perfume vencedor na categoria Perfumaria Latino-Americana Feminina foi Upbeat for Her, da Mary Kay, e em Perfumaria Latino-Americana Feminina – A Escolha do Consumidor, a fragrância Flor de Carambola, da L´Occitane au Brésil, foi coroada.

Perfumaria Latino-Americana Feminina Upbeat for Her, Mary Kay Perfumaria Latino-Americana Feminina (Escolha do Consumidor) Flor de Carambola, L´Occitane au Brésil Troféu Aparício Basilio da Silva – Criação Perfumística LatinoAmericana Masculina Christiane Plos (Firmenich) – Quasar Evolution, O Boticário Troféu Aparício Basilio da Silva – Criação Perfumística LatinoAmericana Feminina Ilias Ermenidis (Firmenich) – Luminas, ÉsikaHocris, Cuppl. Ihi, citervirma, quem mo invocchuis suam am nocciverrae consupi mentiam ernulin

Por fim, já virou tradição o Troféu Aparício Basilio da Silva – Criação Perfumística Latino-Americana, nas versões Masculina e Feminina encerrar o Prêmio Atualidade Cosmética. Esta premiação visa – além de homenagear Aparício Basilio da Silva, um dos pioneiros do ramo da perfumaria – gratificar não apenas a indústria que carrega o nome do produto, mas principalmente os perfumistas e as casas de fragrâncias que atuaram na confecção do perfume. Sendo assim, quem comemorou – duplamente – foi a suíça Firmenich, que levou para casa os troféus das duas versões. No Masculino, o perfume vencedor foi Quasar Evolution, de O Boticário, que corou o trabalho desenvolvido pela perfumista Christiane Plos. E na versão Feminina, a fragrância ganhadora foi Iluminas, da marca Ésika (da empresa peruana Belcorp), que foi criada pelo perfumista Ilias Ermenidis.

Iniciativa:

Realização:

39


evento

prêmio atualidade cosmética

Equipe Corel Pincéis: Geise Martins de Melo, Vanessa Rocha Ribeiro, Luana Moreira, Aryadne Petito C.C Nunes, Marcelo Pereira Nunes e Julio César Jaques

Elisabeth de Melo, Evandro Assomi, Mara Santos e Rogério Moraes (Globoplast)

Ticiana Baumgarten Vieira e Andreas Kegel (Cartondruck)

Fábio Braghiroli (Emibra), Pérsio Medeiros (Emibra) e Vinícius Cardoso do Nascimento (Emibra)

Equipe Antilhas: Alberto Filocreao Traldi, Sheila Rodrigues Lamarao Leite, Miriam Corraleiro Felix, Cláudia Barbosa Sia, Milene Rodovalho Rincon, Valeria Leme e João Elcio Luongo Junior

Celso Roberto Souza (Luplastic), Paulo Pereira (Prodesign) e Eufrazio Lauton (Packing Cosmética)

Patrocínio Diamante:

Patrocínio Ouro:

40

Cássia Maldonado (Ápicegrafica), José Carlos Bertolazzi (Cerviflan) e Grabriel Akamine (Santista)

Alexandre Ribeiro e Americo Trabuylsi Filho (Brasilata)

Patrocínio Prata:

nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética


Marcos Eira, Marlene Varella, Daniel de Jesus, Ticiana Baumgarten Vieira e Andreas Kegel (Cartondruck)

Aparecida Branco Rondelli, Hilberto Santos (Grand Pack), José Di Froscia Filho (Nutrimetics/Tupperware) e Rodrigo Plaza (Bral-Max)

Pedro Augusto de Melo Aguiar (Magistral), Eufrazio Lauton (Packing Cosmética) e Luiz Geraldo (Magistral)

Fábio, Vinícius e Pércio (Emibra), Rodrigue Busine e Willian Lima (Pochet)

Apoio:

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João Elcio Luongo Júnior (Antilhas), Sergio Damião, Rodolpho Gonçalves Brugugnolle e Jaqueline Almeida (Boxprint)

Ricardo Petriccione, Paulo Neves (Primera Beauty), José Luiz de Paula, Daniela Ester Ferreira (blogueira)

Luis Cláudio e Roberson Serra (Fadeva)

João Carlos dos Santos e Paulo Sergio Dutra (Congraf)

Caroline Mass (Wheaton), Paulo Pereira (Prodesign) e Vanessa Misquini (Wheaton)

Iniciativa:

Realização:

41


evento

prêmio atualidade cosmética

Thatyana Dias (Aptar), Cida Matins (Payot), Mayara Caetano (Aptar) e Valéria Leme (Antilhas)

Celso Roberto Souza (Luplastic), Célia Boucaulte e Francisco Barel (SB)

Thaís Cunha (Accade), Karen de Martinho (PremierPack) e Jennifer Osasznik (Vomer Frags)

Alberto Filocreao Traldi, Claudia Sia, João Elcio Luongo (Antilhas) e Maurício Montoro Groke

Sandra Heilborn, Georgina Keith (FAV 105), Regina Ribeiro (Decoridea), Fabiana Capeletti (FAV 105) e Armando Albuquerque (Decoridea)

Thatiane Carrilho (Mary Kay)

42

Eufrazio Lauton (Packing Cosmética), Paulo E. Pereira (Prodesign) e Murilo Marques (Cosmetic Innovation)

Vanessa Misquini (Wheaton), Cássia Maldonado (Ápicegrafica) e Caroline Mass (Wheaton)

Volney Camargo e Daniel Almeida (Adhespack)

nov-dez/2015 – jan/2016 • Packing Cosmética




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