Atualidade Cosmética 143

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Ideias, tendências, lançamentos, mercado e negócios Ano: 22/2015 • R$ 40,00

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COR PERENE Lançamentos e matérias-primas inovadoras alimentam categoria de Maquiagem

INVESTIMENTOS

OLFATO MADURO Jovens perfumistas e seus potenciais nas casas de fragrâncias

Symrise e Pierre Fabre revelam suas estratégias para o Brasil


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Iniciativa:

Realização:


14.

CATEGORIA – maquiagem

Apesar dos desafios por conta da realidade do consumo, indústrias de produto acabado e de matéria-prima seguem trazendo muitos lançamentos e novas tecnologias.

22.

52.

Um dia na Cidade Maravilhosa dedicado à informação e à troca de conhecimento em duas categorias fundamentais para o crescimento do negócio de beleza no Brasil e de grande representatividade no Rio de Janeiro.

Os motivos para justificar o fato de o lançamento de Under Skin ser tão surpreendente e quebrar paradigmas para a indústria farmacêutica nacional frente aos dermocosméticos.

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ATUALIDADE COSMÉTICA WORKSHOP DERMOCOSMÉTICOS E CABELOS

40.

especial criatividade

Conversações criativas entre notas musicais e olfativas.

ATUALIDADE

46.

NEGÓCIOS investimentos

Symrise, a casa de fragrância que mais investiu no País nos últimos anos, seguirá fazendo a mesma coisa por aqui pelo menos pelas próximas três temporadas.

49.

NEGÓCIOS investimentos

Enquanto isso, em dermocosméticos, Pierre Fabre anuncia investimentos de R$ 50 milhões para seguir crescendo no Brasil.

NEGÓCIOS empreendedorismo

55.

mercado biodiversidade

Após a sanção do marco regulatório da Biodiversidade – que visa desburocratizar o processo e estimular o desenvolvimento sustentável –, mercado aguarda a regulamentação.

58.

inovação ingredientes

Itens eficazes com poucos ingredientes se mostram como a grande opção para quem deseja produtos cosméticos de formulações minimalistas.

62. FCE

EVENTO

20ª edição da feira supera apagão do primeiro dia oferecendo ao mercado as últimas tendências e novidades em termos de matérias-primas e embalagens.

especial

32.

ân cias casas de fragr ais

rfumistas mostra qu A nova geração de pe al a importância dos são seus atributos e qu tes para triunfarem no mestres mais experien . mercado de perfumaria

editorial ______________ painel _______________ express ______________ clássicos da perfumaria _

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EDITORIAL

Sem medo de investir E

m tempos difíceis, em que “cautela” é a palavra de ordem para muitos, há sempre aqueles que não têm receio algum de seguir com os investimentos de sua empresa, tendo eles sido previstos ou não. Apesar de terem consciência de todos os riscos que esses momentos impõem, tais empresários procuram olhar mais adiante. Mesmo que a velha política de viver “um dia após o outro” ainda seja muito forte, há quem consiga enxergar lá na frente, vislumbrando dias melhores. E conseguir fazer isso, controlando a inquietação por ter de esperar às vezes um ano inteiro ou mais para ter resultado, não é missão das mais simples, afinal, será necessário paciência até que o retorno venha. Ao produzirmos esta edição, foi possível verificarmos que há companhias dentro do segmento de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos que estão dentro desse seleto grupo daqueles que não estão abrindo mão de investir, mesmo diante de um cenário desafiador. Este claramente é o caso da Symrise, casa de fragrâncias alemã que investiu mais de R$ 150 milhões em infraestrutura por aqui desde 2009 e seguirá aplicando seus recursos para continuar firme em seus objetivos. Questionado do por quê de a empresa seguir investindo mesmo com o momento ruim do mercado no País como um todo, um dos principais dirigentes da casa de fragrâncias não titubeou e disse não estar olhando apenas para 2015, mas sim para os próximos cinco anos. A aposta dele é de que 2016 também seja complicado, mas que em 2017 “esta curva deva virar” e justamente quando os novos investimentos em infraestrutura da Symrise estiverem prontos. Pioneira no mercado de dermocosméticos, a francesa Pierre Fabre é outra companhia que anunciou que também seguirá colocando a mão no bolso. Sem medo de ser

fundador: José Luiz de Paula Jr. Publisher: Aûani Cusma de Paula

feliz, para dar sustento à sua ascensão na categoria no País, pretende aplicar o montante de R$ 50 milhões até 2019. Quem também segue investindo forte no mercado em que estão inseridos, são as indústrias de produto final e de matérias-primas que atuam com maquiagem. Nesta categoria, as tendências de consumo e suas mudanças, têm influenciado bastante àqueles que produzem. Mesmo assim, não param de produzir e, independentemente do canal, há movimentos interessantes acontecendo, com lançamentos inovadores surgindo com frequência. Voltando para as casas de fragrâncias, uma nova geração de perfumistas tem movimentado este restrito mercado. Estes “jovens narizes” têm talento e voracidade para criar. E mesmo que – como em qualquer área – tudo deva se renovar, estes perfumistas mais novos sabem da importância de ter ao lado aqueles que são mais experientes. Uma troca de experiência entre ambas as gerações, que faz com que quem saía ganhando sejam as casas de fragrâncias que, a exemplo da Symrise, realizaram grandes investimentos no País em termos de infraestrutura. Tudo para aproveitarem o rico mercado nacional de perfumaria. Seja qual forem as dificuldades existentes no mercado, haverá sempre quem esteja disposto a investir para fazer o mercado acontecer, afinal, ele não pode parar. E temos de exaltar aqueles que conseguem ter esta postura de ainda aplicar seus recursos quando os tempos são árduos, pois muitos problemas vêm também de acordo com fatores externos, ou seja, dificuldades que não dependem apenas da atuação da própria companhia. E, diante disso, investindo ou não, almejar dias melhores deve ser – esse sim – um exercício do dia a dia. Boa leitura!

editor-assistente: RAFAEL mendonça (RAFAEL@cusmaneditora.com.br)

executiva de vendas: Wanessa de Souza (wanessa@cusmaneditora.com.br)

Reportagem: LARISSA GUTIERRES (LARISSA@cusmaneditora.com.br)

executivo de vendas: eufrazio lauton (lauton@cusmaneditora.com.br)

DESIGNER GRÁFICO: EBER F. ALMEIDA (EBER@cusmaneditora.com.br)

Para notícias diárias, acesse: www.COSMETICANEWS.com.br

Gerente de marca: Jenifer vieira (jenifervieira@cusmaneditora.com.br)

Administração e Redação Rua Dom Duarte Leopoldo, 678 Cambuci CEP 01542-000 SP – Brasil Para anunciar, ligue: (11) 3392-2584

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painel Catálogo natural

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esde meados de maio que as revendedoras da Avon já podem oferecer às suas clientes um novo catálogo, o da marca grega de cosméticos naturais Korres. Em fevereiro do ano passado, a empresa de venda direta assinou um acordo para fabricar e distribuir os produtos da marca Korres em toda a América Latina. O acordo envolveu o pagamento de US$ 11 milhões a título de adiantamento pelo uso da marca, tem duração de 14 anos e, após esse período, a Avon pode assumir em definitivo os direitos sobre a marca Korres na região. Não é a primeira vez que a marca grega aterrissa no Brasil. Em 2011, ela foi introduzida no País por meio de um acordo com a Johnson & Johnson, que havia assumido a licença da marca para as Américas. Mas a experiência não foi das mais produtivas e, em 2012, a empresa encerrou a parceria e desativou os quiosques da marca. A Avon tem feito um trabalho intenso para não misturar a marca Korres com a sua própria marca, tratando-a como um negócio independente. Para a empresa de venda direta, trata-se de uma oportunidade importante para oferecer um portfólio de produtos com preços mais elevados e margens melhores. Aqui no Brasil, o posicionamento de preço da

marca grega se alinha, na média, aos preços das linhas mais sofisticadas da concorrente Natura, como Chronos e Ekos. Ainda assim, por conta da produção local e do próprio modelo de distribuição, via venda direta, os preços brasileiros estarão abaixo dos praticados pela marca nos EUA, onde os produtos vendidos na Sephora, têm preços que se assemelha aos da L´Occitane en Provence. Por isso, comprar Korres no Brasil vai sair mais barato do que comprar em Miami ou Nova York. Globalmente, as vendas da Korres em 2014 cresceram 29%, atingindo a marca de 50 milhões de euros.

Mudança na cúpula

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executivo José Vicente Marino está deixando a vice-presidência de Negócios da Natura. O vice presidente apresentou sua renúncia em junho ao conselho de administração da empresa, presidido por Pedro Luiz Passos, um dos controladores da companhia. José Vicente era o diretor comercial estatutário da Natura. Segundo o executivo, a saída da empresa vem sendo negociada há cerca de um ano. A empresa comunicou que a posição ficará vaga até que seja encontrado um novo nome para o posto. Enquanto isso, o presidente da Natura, Roberto Lima, responderá pela área. Egresso da Johnson & Johnson, onde foi presidente da área de consumo no Brasil, José Vicente chegou à Natura em 2008, como vice-presidente da área de negócios, com responsabilidade sobre as áreas de Marketing e Vendas da empresa de venda direta.

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painel De volta para casa

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BDF Nivea está retomando o controle no Brasil da sua marca global de dermocosméticos, Eucerin. Essa é a segunda vez que a companhia de origem alemã vai trabalhar com a marca no Brasil. Foi a filial brasileira quem fez a introdução no País, no meio dos anos 2000. Só que na época, a falta de conhecimento sobre a dinâmica da categoria e de uma estrutura dedicada ao negócio, culminou com a decisão de transferir, já em 2007, o desenvolvimento do negócio no Brasil para o laboratório farmacêutico Aché. Agora, a empresa se preparou de maneira muito melhor para controlar de perto o processo e dar à marca o devido valor com equipes de Vendas e Marketing independentes para Eucerin e Nivea e com uma equipe de visitação médica atuando junto aos principais dermatologistas desde janeiro deste ano, nas regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Segundo a diretora de Marketing da companhia no Brasil, Tatiana Ponce, a decisão foi estratégica. “Pela importância da marca Eucerin no mundo, e pelo mercado de dermocosmético no Brasil que se mostra cada vez mais promissor, a

gente decidiu que era a hora de trazer essa gestão pra nós com o único motivo de poder dar pra marca o tamanho e relevância que ela tem lá fora”, explica. Com a nova estrutura, a BDF pretende ampliar a distribuição da marca e estar presente em farmácias de todo o Brasil até o final do próximo ano. “Onde tiver dermatologista, terá produtos Eucerin”, afirma a executiva. A Eucerin é reconhecida mundialmente e líder em alguns países da América Latina como Argentina, Chile e Peru. No Brasil, o portfólio será distribuída em seis categorias: hidratação, anti-idade, pele sensível, pele seca, pele oleosa e proteção solar. Os produtos continuarão sendo importados, mas a executiva disse que, dependendo de como a demanda se comportar, alguns deles podem vir a ser fabricados localmente. Ainda que isso não aconteça, a exemplo de outras marcas de dermocosméticos, Eucerin está preocupada em adaptar suas fórmulas ao gosto e à fisiologia da pele brasileira. “A gente tem um grande lançamento global em setembro e que atenderá 100% da necessidade da pele brasileira, pois já foi desenvolvido pensando nesta questão”, finaliza Tatiana.

Explorando novos mercados A casa de fragrâncias norte-americana IFF fez uma oferta de 283 milhões de euros para a aquisição da companhia canadense de ativos e ingredientes cosméticos Lucas Meyer Cosmetics. A oferta tem caráter vinculativo, a fim de permitir que a Lucas Meyer consulte o conselho de funcionários de sua operação francesa antes de concluir o negócio. A aquisição deverá ser concluída no terceiro trimestre de 2015. O negócio marca a entrada da IFF no segmento de matérias-primas para cosméticos, emulando um modelo similar ao da casa alemã Symrise, que desde a sua fundação opera nas duas áreas. No ano passado, a casa suíça Givaudan agregou a fabricante francesa de ingredientes Soliance ao seu portfólio, garantindo também a sua entrada nesse mercado. Com sede na Cidade de Québec e operações próprias na França e na Austrália, a Lucas Meyer desenvolve, fabrica e comercializa ingredientes inovadores para a indústria cosmética e de cuidados pessoais. “A adição de Lucas Meyer ao portfólio IFF alinha bem com a nossa iniciativa de crescimento estratégico para fortalecer e expandir nosso portfólio”, disse o presidente e CEO da IFF, Andreas Fibig. No Brasil, os produtos da empresa são distribuídos atualmente pela Aqia. Para Nicolas Mirzayantz, presidente da área de Fragrâncias da casa, a aquisição vai fortalecer a oferta de produtos e permitir à IFF ser um fornecedor ainda mais atraente para os seus clientes no segmento de cuidados da pele e cabelo.

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Negócio restartado

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Tupperware, uma das maiores empresas de venda direta do mundo, está redesenhando o seu negócio de beleza no Brasil. As tradicionais marcas Fuller e Armand Dupret, muito forte em mercados latino-americanos, como o México, mas que nunca alcançaram o mesmo sucesso por aqui estão deixando o País em breve (tão logo os estoques atuais estejam encerrados). Para ocupar o lugar, a Tupperware trouxe a sua marca de origem australiana Nutrimetics. O primeiro catálogo da empresa no Brasil circulou em 18 de junho com 40 itens. Os ciclos de venda serão de 35 dias. A marca foi criada em 1969, a partir da descoberta do óleo de damasco que deu origem ao Nutri-Rich-Oil, uma manteiga hidratante com elaborada com o óleo das sementes de mais de 100 damascos, que simula o próprio óleo da pele. O produto anti-idade até hoje é o carro-chefe da marca. Segundo Luiza de Souza, diretora de Marketing da Tupperware Brands no Brasil, a decisão de trazer a Nutrimetics foi tomada há dois anos, após a companhia ter realizado uma pesquisa que apontou que as consumidoras brasileiras estavam exigindo produtos cada vez mais sofisticados e com qualidade supe-

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rior. “Achamos que era hora de trazer produtos com maior apelo e sofisticação, como possuem os itens internacionais. Não iremos lançar produtos que não tenham algum diferencial, seja em formulações, em conceitos ou em embalagem”, garante a dirigente. Para alavancar o negócio, a Tupperware pretende se valer do seu time de consultoras, que segundo a empresa terão mais uma opção para oferecer às suas consumidoras. Uma opção premium. Segundo Luiza, o foco principal neste momento é difundir a marca junto às consultoras Tupperware, para que elas possam compreender e incorporar seu real posicionamento. “Complementaremos as linhas ao longo de um ano e meio, mas já temos planejamento para lançamento dos produtos da marca por aqui até 2017. Enquanto isso, é importante darmos tempo para que nossas consultoras entendam nossos produtos”, explicou. O foco inicial está na categoria de maquiagem, que vai contar com 35 itens importados da Itália e da Argentina. A marca tem um posicionamento de preços sensivelmente abaixo do de marcas internacionais, como a MAC, do grupo Estée Lauder e acima das concorrentes locais, como Natura e O Boticário. Para o lançamento ,a empresa também desenvolveu quatro fragrâncias aqui no Brasil, especialmente para o startup da operação local. Mas por enquanto, eles serão envasados na fábrica do grupo no México. Apesar da força da marca na categoria de cuidados com a pele, apenas o Nutri-Rich-Oil importado da Nova Zelândia será oferecido no Brasil. Luiza explica que alguns claims ainda estão em fase de testes para liberação junto à ANVISA, o que impede a comunicação de todos os benefícios do produto. “Sabemos do potencial que este creme possui e continuaremos explorando-o”, observa. De acordo com ela, na hora em que o creme é passado na mão, ele começa a derreter e, com suas propriedades hidratantes, alcança as camadas mais profundas da pele, para hidratar e restaurar. “O pessoal do Himalaia e da Austrália usa-o nos lábios, na pele ressecada e há pessoas que passam até no cabelo”, emenda. A Nutrimetics é líder em produtos anti-idade e de hidratação na Austrália e na Nova Zelândia. A marca também opera na França e no Sudeste Asiático.

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prêmio atualidade cosmética

Portas abertas A 23ª edição do Prêmio Atualidade Cosmética já começa a dar suas caras. Neste ano, o evento manterá os testes de eficácia nos produtos inscritos na categoria Linha/Produto de Higiene e Beleza Capilar e trará >>> Da Redação opções diversificadas aos interessados em patrocinar

O

s preparativos para uma grande noite de festa começam cedo. E neste ano não será diferente, já que a organização do Prêmio Atualidade Cosmética está a todo vapor, para que a 23ª edição ‘Oscar da Perfumaria latino-americana’, a exemplo dos anos anteriores, entre novamente para a história do setor. Mais uma vez, o Teatro Bradesco, em São Paulo, estará de portas abertas para receber os grandes nomes do mercado de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos do Brasil e da América Latina, sempre visando estimular, promover e reconhecer o trabalho de personalidades, empresas e seus produtos que mais contribuíram para o desenvolvimento técnico e mercadológico do setor cosmético brasileiro e que tiveram atuação destacada no decorrer dos anos de 2014 e 2015. Neste ano, a festa acontece em 10 de novembro. A exemplo do ano anterior, estão previstas premiações para 24 categorias, entre produtos, empresas e profissionais. Como um dos fatores principais para consolidar o evento no mercado, o PAC procura apresentar novos atributos e inovações a cada edição. Em 2015, uma das novidades é o lançamento do portal www.premioatualidadecosmetica.com. br. Nele, todos os interessados em fazer parte da festa de alguma maneira conseguirão encontrar o caminho para ter seu

PONTO DE ENCONTRO: PAC é sempre um evento que reúne o que há de melhor em termos de profissionais e de produtos do mercado HPPC.

desejo atendido com excelência. “Quem acessar ao portal, consegue se resolver ali, ou seja, fazer as inscrições para todas as categorias, esclarecer dúvidas, acessar ao regulamento, adquirir ingressos, etc.

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Além disso, terá à disposição todas as informações referentes ao PAC, como sua história e os vencedores das edições anteriores”, pontua Jenifer Vieira, organizadora do Prêmio Atualidade Cosmética.


Mais opções de parceria Sempre muito importantes para a realização do evento como um todo, os parceiros comerciais também terão novidades para a 23ª edição do PAC. Isso porque, agora, há novas opções de cotas para patrocinar o evento, que trarão muita visibilidade a quem adquiri-las. Primeiro, há a ‘Cota de Oferecimento’, cuja a qual a empresa que adquirir terá a oportunidade de oferecer um dos prêmios. “Esta companhia terá a possibilidade de abrir o evento, de ter o seu nome estampado nos troféus das categorias de maior prestígio do evento, que são: Hall da Fama e Profissional do Ano. No noite ainda, a empresa também entregará os troféus aos vencedores destas categorias”, revela Jenifer. Para quem estiver interessado em se parte desta história, a outra opção são as ‘Cotas Diamante’, que contam com uma cláusula de fidelidade. Quem adquirir uma delas, assinará um contrato de três anos para que a marca da empresa seja lembrada de acordo com a categoria que for cobrir. “Há sete tipos de ‘Cotas Diamante’, referentes a grupos, para serem negociadas. Cada grupo abrange três ou quatro categorias do PAC. Então haverá: Grupo Pele, que engloba as categorias Tratamento Facial, Tratamento Corporal e Skin Care – Distribuição Seletiva. Quem comprar esta cota, terá o nome da companhia no troféu destas três categorias, por exemplo”, avalia a organizadora. Os outros grupos estão a seguir e serão formados da seguinte maneira: Maquiagem (com Maquiagem – Distribuição Seletiva, Linha/Coleção de Maquiagem e Inovação em Produto de Maquiagem); Cabelo (com Higiene e Beleza Capilar); Perfumaria Latino-Americana (Masculina e Feminina); Perfumaria Internacional (Masculina e Feminina); Banho e Higiene (com Higiene/Beleza Masculina e Infantil/Kids), e Empresas (com Ponto de Venda – Drogarias e Ponto de Venda Especializado) .

Eficácia mantida Um dos principais pilares para credenciar

ria de Linha/Produto de Higiene e Beleza Capilar. E, assim como na edição anterior, este comparativo certamente influenciará na nota final dos jurados. “Os testes de eficácia para os produtos inscritos nesta categoria serão mantidos e realizados neste ano pelo laboratório KosmoScience. Esta é a única categoria que não tem como os jurados mensurarem a eficácia do produto. Às vezes, há algumas questões de uso que não é possível medir ali, na hora da avaliação”, considera Jenifer.

Firme no objetivo

parceiros fortes: para este ano, empresas interessadas em patrocinar o evento terão novas opções de cotas.

o PAC como a principal premiação deste segmento é o seu processo de avaliação dos produtos concorrentes. Na edição 2014, o evento trouxe uma inovação dentro da categoria Linha/Produto de Higiene e Beleza Capilar. Os itens inscritos nesta categoria foram submetidos a Teste de Eficácia – realizado em laboratório – antes de participarem do Processo de Avaliação. Durante a avaliação, são analisados uma série de itens dos produtos concorrentes, entre eles: a formulação, o toque e sensorial dos produtos, a harmonização no lançamento de uma linha cosmética, fragrâncias, originalidade, funcionalidade e beleza das embalagens. Com a realização do Teste de Eficácia, os jurados passaram a ter um atributo a mais para auxiliar na escolha dos finalistas. Conforme este teste, que é realizado em um grupo de pessoas, tiver um veredito, este resultado qualitativo é informado na ficha do produto durante a avaliação. Para a edição de 2015, este teste está mantido. O grande objetivo é auxiliar os jurados – que normalmente são técnicos e especialistas – a analisar o resultado do teste e compará-lo com as informações descritas nos rótulos dos produtos dentro da catego-

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Desde de sua criação em 1993, o Prêmio Atualidade Cosmética sempre teve como compromisso o desenvolvimento do mercado de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos. Isso também é o preceito da Cusman, que organiza o PAC e também edita a revista Atualidade Cosmética. Sendo assim, todas as inovações que são implementadas pela empresa caminha junto com essa meta. Fora o trabalho de agregar valores ao mercado de HPPC, o Prêmio Atualidade Cosmética também tem sua função de contemplar todo o empenho daqueles que constroem este segmento. “O PAC não é uma festa. Ele é, antes de tudo, um evento de premiação do trabalho de profissionais e de empresas. Este é o valor dele e esta mudança é para mostrar ainda mais o empenho que nós temos de trazer o melhor. Além de tudo, para um profissional que recebe um troféu como esse, sem dúvida, é porque de fato ele mereceu-o”, relembra a organizadora A noite de premiação do 23º Prêmio Atualidade Cosmética acontecem em 10 de novembro, no Teatro Bradesco, em São Paulo. Para realizar as inscrições, bem como ter acesso ao regulamento completo do PAC, basta acessar o site: www.premioatualidadecosmetica.com.br. Todo o evento é auditado pela TG&C e o anúncio dos finalistas deverá ser realizado no início de setembro. Vale lembrar que um dos principais intuitos do PAC é alcançar todo o mercado, dando espaço empresas de todos os lugares e tamanhos. Isso pode ser comprovado pelo fato de as inscrições serem gratuitas.

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Realização:


CATEGORIA Maquiagem

Sempre pra frente A realidade atual do consumo impõe novos desafios à categoria de maquiagem. Entretanto, as indústrias de produto acabado e de matéria-prima mantêm o otimismo abastecendo o mercado com muitos lançamentos e novas tecnologias >>> Rafael Mendonça

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ida sempre a categoria queridinha das mulheres brasileiras, Maquiagem passa por um momento bem agitado. Isso em termos de consumo, lançamentos e movimentações estratégicas. Respondendo recentemente por perspectivas otimistas, nem tudo são cores na categoria. Mesmo com o momento turbulento vivido pelo País em termos econômicos tendo afetado com grande influência o ânimo da indústria deste segmento, a mudança na postura em relação ao consumo vem criando situações que devem ser analisadas com parcimônia. As movimentações entre as companhias nos diferentes canais de distribuição também é outro ponto a ser observado. Como a competição criada entre eles está intensa, as empresas parecem procurar todos os meios possíveis para ganhar ou não perder espaço no mercado. Mas o que vemos ainda são as marcas fortes e já consolidadas investindo alto em novos produtos, de acordo com o interesse de suas consumidoras. Players internacionais também estão nesta luta, com novos nomes chegando ainda com certa frequência e com significativa relevância. Também é preciso destacar as companhias nacionais,

que têm o seu papel, espaço e estão firmes na disputa. A venda direta ainda responde por ser o principal canal nesta categoria, mas o varejo vem figurando muito bem e está dividindo de maneira considerável o mercado de maquiagem. O Boticário, com sua marca Make B., vem obtendo grande crescimento; enquanto que a L’Oréal vem ganhando ainda mais espaço no mercado com Maybelline, que segundo a multinacional francesa vem crescendo entre 40% e 50%. Porém, apesar de todo este cenário de disputa que na teoria serviria para trazer cada vez mais desenvolvimento à categoria, Gabriela Fujita, gerente da Kantar Wordpanel, traz agravantes nada positivos acerca deste segmento. Segunda ela, Maquiagem passa por um momento difícil, de forte retração e abandono. “Enfraquecimento de players tradicionais da venda direta intensificam este movimento e o crescimento de marcas mais premium, novas, não são suficientes para compensar a retração. Dentre as categorias de Higiene e Beleza, as associadas ao cuidado facial como Maquiagens e Cremes Faciais são as menos priorizadas pela brasileiras principalmente em momentos de crise e redução de gastos. Sabemos que a brasileira priori-

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za o corpo, o cabelo e depois o rosto – com isso entendemos a perda de penetração e retração expressiva de Maquiagem em 2014. A categoria é abandonada por todas as classes sociais, principalmente as mais baixas (D/E) que deixam até de comprar um batom. O uso de maquiagens vencidas e o fato de compartilharem os itens entre irmãs, mães e filhas também intensificam a queda da penetração de compra”, relata. Na visão dela, este cenário de concorrência entre canais e a entrada de novos players até atraem os compradores e conseguem ganhar penetração mesmo com maior valor agregado e preços. Porém, este crescimento não é o suficiente para sustentar o mercado de Maquiagens no Brasil. Ela ainda indica que a recuperação da categoria pode demorar. “Com o momento atual do mercado, de racionalização e aumento de inflação, não vejo retomada da categoria a curto prazo. Ações de incentivo ao consumo via comunicação, novas versões/lançamentos e estímulo ao uso de maquiagens, reforçando o hábito de maquiar-se são válidas para relembrar a compra. O foco da indústria nesta categoria será determinante para o crescimento ou queda”, complementa Gabriela.


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CATEGORIA Maquiagem

mercado concorrido: Vult vem crescendo no varejo tradicional, enquanto que O Boticário, com Make B., vem figurando cada vez mais como uma das principais marcas do mercado.

Realidade versus otimismo Como mencionado, as indústrias têm ciência desta realidade atual. Mesmo assim, seguem trabalhando, procurando se agarrar às tendências positivas que permeiam a categoria a fim de manter o otimismo em alta. E de fato há por onde encontrar inspirações para isso. Para Paula Penna, gerente de produtos da Mary Kay no Brasil, o mercado de beleza por aqui vem crescendo consideravelmente, e junto com ele a categoria de maquiagem está ganhando ainda mais expressão. “Um exemplo disso é a chegada de muitas grandes marcas desta categoria. Além disso, percebemos que as brasileiras estão usando e experimentando cada vez mais produtos de maquiagem e criando o hábito de se maquiar, em todos os momentos”, aposta. Os números do mercado nacional de beleza também são suficientes para elevar o otimismo da Avon com a categoria por aqui. Depois de ter passado por período conturbado, a maior empresa de cosméticos do canal de venda direta segue em recuperação e voltou a uma intensa rotina de lançamentos, inclusive em maquiagem. Ricardo Patrocínio, vice-presidente de Marketing da Avon Brasil, cita o dado de que o setor de beleza e higiene pessoal no País faturou R$ 101,7 bilhões em 2014, e cresceu 11% em relação a 2013, mesmo diante de um cenário de retração de consumo. E, segundo ele, o segmento

de maquiagem contribui muito para isso e certamente é ainda um mercado com grande potencial. “Basta saber que ainda hoje metade das brasileiras ainda usam pouca ou nenhuma maquiagem. Por isso, a Avon vem investindo maciçamente em tecnologia e inovação para oferecer cada vez mais produtos acessíveis financeiramente e de qualidade de ponta para suas consumidoras, sejam elas experientes ou potenciais. Até 2018, o mercado da maquiagem deve movimentar mais de R$ 18 bilhões, segundo uma pesquisa recente publicada pela Canadean, que é uma empresa especializada em pesquisas de mercado”, ilustra. Patrocínio indica ainda mais alguns números desta pesquisa. De acordo com ele, o estudo informa que o consumidor enquadrada no perfil: mulheres de 16 a 34 anos, é responsável por 40% do consumo de maquiagem no Brasil. “Elas acompanham de perto a moda e mudam de aparência com frequência, sempre seguindo as últimas tendências. Esse cenário é muito promissor para uma empresa que como a Avon, que traz lançamentos novos a cada campanha”, comemora.

Adaptadas ao modelos de consumo A explosão no consumo ao longo dos últimos anos fez com que as companhias de todos os segmentos explorassem isso das mais variadas maneiras. Mas este novo

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jeito de consumir era influenciado por diversos outros fatores, que foram mudando mais recentemente. E isso fez com que este amplo cenário de consumo trocasse de patamar. Hoje, as tendências e análises de consumo têm mostrado um consumidor que está indo menos aos pontos de venda e, consequentemente, em boa parte dos casos, comprando menos. Porém, nestas compras, uma certa quantidade deles está disposto a gastar mais. Na ótica de Murilo Reggiani, sócio proprietário da Vult, realmente está havendo a redução de idas aos PDVs, mas que isso, segundo ele, não tem significado que o consumidor está consumindo menos, e sim que está experimentando outros canais de consumo. “O acesso à tecnologia e ao desenvolvimento agressivo e competente das vendas on-line têm guiado as mudanças de hábito de consumo. Mas o canal on-line é apenas mais um modelo e as lojas físicas se preservarão, pois o consumidor de hoje é ‘multi-canal’ e utiliza diferentes modelos de consumo. Quem vai sumir é quem trabalhar mal, independentemente do formato de suas vendas. Sugiro que as empresas atuem como quem consome: ‘multi-canal’”, situa o dirigente. Também atuante no varejo tradicional, a marca Elke acredita que 2015 será bem diferente dos últimos anos, pelo fato de a shopper ter reduzido seu número de visitas aos pontos de venda, mas que a marca está engajada com a categoria


opções não faltam: marcas buscam atender à demanda das consumidoras e trazem lançamentos a todo instante, sempre procurando apresentar inovações também.

de beleza e disposta a fazer um trade up em algumas subcategorias. “Atenta a essa mudança de comportamento, a Elke estruturou um plano Go To Market, garantindo uma forte distribuição e uma equipe altamente qualificada para abordagem em lojas especializadas. Estamos apostando na combinação de produto de qualidade com abordagem diferenciada para encantar a shopper em 2015. Como o mercado brasileiro ainda não está totalmente desenvolvido na categoria de maquiagem, a Elke está desenvolvendo novos materiais de pontos de venda educacionais, facilitando cada vez mais o conhecimento e tomada de decisão da shopper”, aposta Priscilla Vieira, gerente de Trade Marketing da marca pertencente ao Grupo Nasha. Sob o ponto de vista de Mirele Martinez, gerente de categoria maquiagem de O Boticário, sofisticação e diversificação são dois atributos que a consumidora está buscando em termos de maquiagem. “Isso significa que a nécessaire está mais completa – hoje vai muito além do batom e da máscara para cílios. O consumidor quer novidades e soluções cada vez mais completas. E está disposto a pagar por produtos nos quais ele reconhece qualidade e inovação. A dinâmica do nosso portfólio de maquiagem busca atender a essa expectativa, com variedade de cores, texturas e formatos, por exemplo. Do ponto de vista de exposição e abordagem

nas lojas, o que oferecemos é experiência de beleza, com experimentação e ensinamento. Nos pontos de venda, o consumidor pode experimentar e também aprender a usar, se quiser, sob a orientação das nossas consultoras”, afirma. Enquanto isso, diante destas características do consumo, a ARTDECO visa trabalhar com abordagens atrativas e agressivas para as consumidoras nos pontos de venda e também nos e-commerces. “Buscamos atrelar um visual atraente, lançamentos interessantes, promoções e serviços de consultoria de maquiagem via nossa equipe de trade nas lojas para conquistar as consumidoras e ajudá-las a se sentirem mais seguras na escolha da maquiagem certa”, direciona Silvia Broetto, gerente da marca no Brasil. Já a Avon diz que esta realidade não compromete a venda direta e que também estão explorando o e-commerce. “Sabemos que surgiu um consumidor com novo perfil, que gosta de comprar apenas pela internet, sem a intermediação de uma revendedora. Especificamente para este grupo, estamos hoje disponibilizando parte de nossos produtos na Avon Store, onde ele compra pela internet. Dessa forma, atendemos à necessidade deste grupo e aproveitamos para indicar a este consumidor a compra por meio da revendedora, pois ela pode oferecer algumas vantagens no preço e uma consultoria importante”, endossa Ricardo Patrocínio.

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Atualidade COSMÉTICA

Encarando a concorrência Se o momento do mercado, de um modo em geral, não é nada colorido, a concorrência entre marcas e canais também é forte. E para ganhar ou não perder espaço no mercado, confiança no próprio “taco” não falta. A Océane tem como meta buscar sempre o diferencial no desenvolvimento de seus produtos, trazendo para o mercado nacional produtos com inovação e tecnologia. “Desenvolvidos em fornecedores escolhidos a dedo em vários países referências em cada categoria; desde a escolha da matéria-prima, as cores que são tendências mundiais, até o cuidado com a embalagem, nome e o mais importante, preço super atrativo para a consumidora brasileira. Em relação aos canais de vendas onde a marca é comercializada, existe uma preocupação constante na exposição dos produtos, experimentação e relacionamento com a consumidora, através de um time de promotoras Océane que fazem uma verdadeira consultoria com os produtos”, contextualiza Evandro Madeira, Brand Manager da Marca Océane. Paula Penna, da Mary Kay, enxerga esta concorrência acirrada com bons olhos, acreditando que isso está deixando o mercado ainda mais aquecido e cheio de oportunidades. “Com mais conhecimento, as consumidoras cada vez mais conseguem comparar os produtos de beleza, e para a Mary Kay isso é muito importante, pois estamos sempre investindo em pro-


CATEGORIA Maquiagem

dutos de altíssima qualidade. As mulheres também têm buscado por produtos funcionais e práticos e com multibenefícios, e para acompanhar as demandas do consumidor lançamos constantemente produtos que trazem inovação, como por exemplo, o CC Cream Multibenefícios FPS 15, uma solução prática para quem deseja uma aparência natural e bem cuidada”, exemplifica a gerente de produtos.

Praticidade em alta Em maquiagem, a exigência por itens de qualidade é total e isso passa pela formulação dos produtos e chega até as suas embalagens. Ter um frasco, um pincel ou uma tampa que facilite a aplicação de uma maquiagem já é algo completamente imprescindível para qualquer marca que queira um digno espaço. Pensando desta forma, um outro atributo ganha destaque para as consumidoras: a praticidade. Para Silvia Broetto, da ARTDECO, toda mulher gosta disso no dia a dia. “As embalagens de ARTDECO são por si só muito práticas, o sistema mosaico atende há anos às necessidades das consumidoras em montar seu próprio estojo com sombras, blushes e agora com o Camouflage Cream para que ela possa carregar na bolsa. A marca também trabalha com refil para todos os pós compactos, uma grande economia para as consumidoras que precisam comprar o estojo uma única vez, além de contribuírem para um ambiente mais sustentável”, pontua a gerente. Bárbara Salem, supervisora de Produto da Elke, cita outra finalidade das embalagens. “Através dela também conseguimos transmitir a identidade da marca (elegância, sofisticação, etc). É o primeiro contato da shopper com o produto e deve passar a ideia do que a espera. As consumidoras ficam atentas, é um item que influencia na escolha. A embalagem precisa ser prática e de fácil usabilidade, ou seja, que facilite o transporte e a utilização no dia a dia”, completa. Enquanto isso, Evandro Madeira, da Océane, faz uma avaliação acerca da oferta existente no País em termos de tecnologia e embalagem. “O mercado brasileiro tem um potencial enorme na oferta tanto em tecnologia, quanto em embalagem, mas ainda temos mais sortimento e diferencial no mercado internacional. Toda linha de

estratégias variadas: Maybelline, da L’Oréal, vem acentuando sua participação por meio dos quiosques; enquanto que a Avon apostou em embalagens inovadoras, como na linha Luxe e na máscara Mega Cílios.

produtos Océane traz tanto em tecnologia, quanto em embalagens, o que existe de melhor no mercado europeu, asiático, americano”, emenda o profissional. Como exemplo de embalagem que deu certo, Ricardo Patrocínio cita a linha Avon Luxe e a máscara Mega Cílios. Segundo ele, desde que a companhia está no Brasil (1958), de alguma forma influenciaram o desenvolvimento e o aprimoramento de tecnologias relacionadas à embalagem de produtos de beleza no País. “Ao longo do tempo vieram outras empresas de beleza, e esse setor – o das embalagens – precisou se aprimorar ainda mais. Não temos hoje tanta dificuldade para encontra um exce-

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lente fornecedor de embalagens como no passado. Mas as exigências do consumidor também aumentaram. Hoje, não basta apenas desenvolver uma embalagem linda para os olhos. Além do design, as pessoas querem saber de que material são feitas, o impacto dessas embalagens no meio ambiente, a possibilidade de reciclagem. Isso está levando o setor de embalagens a se desenvolver ainda mais”, pondera. “A indústria brasileira oferece produtos de altíssima qualidade, tanto em tecnologia como na apresentação dos itens. Vejo uma oferta ampla de produtos que atendem a todos os bolsos e perfis dos consumidores”, reforça Mirele Martinez, de O Boticário.


A chave para conseguir uma pele radiante é uma cobertura uniforme. O novo polímero Carbopol™ Aqua SF-1 OS melhora as propriedades de suspensão e estabilização das emulsões com boa compatibilidade com eletrólitos e pigmentos. Crie fórmulas que oferecem melhor proteção e um tom mais uniforme em aplicações de cuidado solar e maquiagens. Desde suaves e aveludados BB creams até loções spray, faça-as luminosas com este modificador reológico fácil de usar. Formulate with confidence ™


CATEGORIA Maquiagem

Pigmentos e tecnologias de primeira Se as consumidoras são ávidas por novidades e estão exigindo itens com muita tecnologia, a indústria de matérias-primas corre para não ficar para trás. E essas empresas têm correspondido, com novidades que visam encantar as consumidoras. Baseada em Look ‘N Feel – um conceito em que a textura de uma formulação vai muito além do toque –, a Basf apresentou recentemente, durante a FCE Cosmetique, três novas cores para a linha de pigmentos Reflecks MultiDimensions. Trata-se de uma linha de efeito color travel que levam ao cosmético uma mudança de cor de acordo com o ângulo de observação. “Um destes novos pigmentos varia do azul para o avermelhado, por exemplo. São cores que conseguimos no próprio pigmento. Cada um tem uma variação, e eles são usados de acordo com a tendência da cor que queremos dar à maquiagem”, explica Flávia Fernandes Zanella, responsável pelo Marketing de Personal Care South America da Basf. Liliane Schwab, diretora de Marketing da Braschemical, crê que atualmente as empresas buscam pigmentos ecologicamente corretos, com documentações e indicações próprias para uso em cosmético. “Buscam novidades em cores e efeitos, brilho e textura mas também precisam de preço competitivo. Os tons em lilás, roxo, café, vermelhos, dourados estão em alta. Sombras continuam buscando brilho, mas batons procuram efeito fosco”, diz. Já Eliana Siqueira, diretora Técnica da Sensient Cosmetics Technologies Brasil, garante que o avanço de diferentes tipos de tratamentos de superfície em pigmentos tem trazido novas possibilidades de aplicação e sensorial, abrindo campo para produtos de alta performance e alta compatibilidade com a pele. A Cosmotec, outra companhia que fornece especialidades cosméticas, oferece a linha MAGICOLOR (Biogenics/Cosmotec), que é composta por pigmentos encapsulados por dióxido de titânio e polímeros naturais, que possui uma tecnologia de transformação imediata. “É possível desenvolver produtos que mudam de cor instantaneamente ao friccioná-los na pele, promovendo uma experiência visual surpreendente durante a aplicação. Estão disponíveis em duas versões: MAGICOLOR 103-P, ideal para produtos anidros, como batons, gloss labial e compactados, e MAGICOLOR 140-P para uso em produtos como emul-

Atualidade COSMÉTICA

sões e bases”, aborda Tatiana Francine, gerente de Comunicação de Mercado da companhia, que também indica a linha Soft-Tex (SunChemical/ Cosmotec) para esta categoria.

Consumidoras no centro As tendências em termos de consumo também ditam regras para estas companhias de matérias-primas e ingredientes. Eliana, da Sensient, observa que elas são ávidas por praticidade, performance e inovação em produtos. “Estão sempre buscando possibilidades de novos efeitos que proporcionem beleza e bem-estar em um ótimo custo-benefício. Pessoas estão assumindo cada vez mais responsabilidades e tarefas em suas vidas e por isso produtos práticos e descomplicados de utilizar ganham posições de destaque”, fala ela. Já Mônica Antunes Batistela, da área de Marketing Técnico da quantiQ, faz questão de ressaltar a migração do conceito make-up para make-up skincare, ou seja, cosmética multifuncional que agrega tratamento. “O novo perfil das consumidoras e novo hábito se dão através da multifuncionalidade e praticidade, buscam em um único produto proteção, hidratação, anti-aging, correção/uniformização de cor, sendo esse último o grande diferencial da linha dos fillers funcionais que oferecem melhoras no efeito na pele e no sensorial da formulação final”, considera. Há ainda a importância de os lançamentos em termos de ingredientes estarem alinhados com a realidade da categoria e de quem as consome. “As consumidoras são induzidas pelas tendências de moda, o que é apresentado na mídia, revistas, novelas e desfiles. As empresas de matéria-prima se adaptam a esta tendência e procuram oferecer o melhor e mais adequado ao período”, pontua Liliane Schwab, da Braschemical. “O mercado brasileiro é muito dinâmico e exige novidades não só em cores, mas também em novas formas de apresentação. É importante ter uma ampla gama de cores para ofertar ao mercado que, além de acompanhar as tendências da estação, também possibilite fórmulas que se adaptem ao tom de pele da brasileira”, finaliza Tatiana, da Cosmotec.

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Vanessa Garcia (Adcos) e Paula Cavalcanti (Dermatus)

Júlio Bombonati (Univar/D´Altomare)

Rodrigo Kurata (IMS)

Fernando Ferreira (L´Oréal DCA)

O segredo do meu sucesso o primeiro atualidade cosmética workshop realizado no rio de janeiro abordou a evolução e as novas oportunidades do mercado de dermocosméticos no brasil >>> da redação

Atualidade COSMÉTICA

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Rio de Janeiro continua lindo. E a indústria de beleza carioca segue na mesma linha. Por isso, a capital do estado que tem uma dos maiores bases industriais e de inovação do mercado cosmético brasileiro foi a escolha natural para a realização do primeiro Atualidade Cosmética Workshop fora de São Paulo. Na manhã do último dia 11 de junho, cerca de 40 profissionais da indústria de beleza local estiveram reunidos no Hotel Golden Tulip Regente, na praia de Copacabana, para tratar do atual momento e do futuro da categoria de dermocosméticos. Nos últimos 8 anos, a categoria cresceu 3,6 vezes e alcançou vendas ao consumidor de R$ 1,93 bilhão, de acordo com dados da L’Oréal DCA. O evento contou com o patrocínio da Univar/D’Altomare e apoio da CIDP.

ponto de partida A escolha do tema para marcar a chegada do evento ao Rio não foi aleatória. A cidade serve de base para as duas empresas mais relevantes para a introdução do conceito de dermocoséticos no Brasil como o conhecemos hoje: a francesa Pierre Fabre, que introduziu o modelo por aqui, em 1999, e foi a primeira a levar os grandes varejistas do canal farma brasileiro para conhecer como a categoria funcinava no modelo europeu de drogarias; e a sua conterrânea

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apoio

patrocínio

À esq., Márcia Cristina Maia e Vanessa Garcia (Adcos); à dir., Dayanne Jadjiski e Thais Pontes (CIDP)

Luciene Malta Rodrigues (L’Oréal) e Vivian Duarte (RepFarma) L’Oréal, que com a sua força comercial e capacidade de inovação difundiu o modelo para todo o País. Na primeira apresentação da manhã, o gerente de Marketing da IMS Health uma das maiores proivedoras de informações do varejo farmacêutico - RodrigoKurata, explicou sobre a intersecção cada vez maior nas categorias de saúde e beleza, o que favorece o conceito de dermocosméticos. Segundo o executivo, ganham cada vez mais espaço no varejo farmacêutico as empresas com um posicionamento que eles chamam de “consumer health”. As companhias que operam nessa faixa conseguem unir elementos da área de pesquisa e desenvolvimento da indústria farmacêutica, como produtos de alto padrão de tecnologia e eficácia à velocidade e a capacidade de comunicação e marketing das grandes empresas de bens de consumo. Na sequência, Vanessa Garcia, supervisora de Marketing da Adcos, e Paula Cavalcanti, diretora de Marketing da

Dermatus, abordaram as novas oportunidades que se abrem para as empresas brasileiras na categoria. Além de formular produtos exlusivamente para a pele brasileira, as empresas locais enxergam oportunidades importantes em relação aos modelos de distribuição e negócios que complementam o mercado. A Dermatus, que tem origem no mercado de produtos manipulados, atér hoje mantém uma operação importante de farmácia de manipulação, que a ajuda inclusive a construir relacionamentos mais estreitos com os dermatologistas e a ficar atenta a novas tendências de produtos. Já na Adcos, cuja origem é o mercado de estética, as lojas franqueadas e a presença em farmácias tradicionais, ao invés de criar conflitos, fortalece a marca e amplia o seu nível de conhecimemnto junto ao consumidor, o que acaba sendo bom para todos os atores envolvidos. Mas, apesar do crescimento forte, ambas dizem que a expansão das marcas para as prateleiras das grandes redes do canal preicsa ser precedida por um processo de amadurecimento e evolução. O papel do dermatologista e eventuais conflitos que poderiam surgir por conta do aumento do relacionamento das empresas com as blogueiras, também foi abordado no painel. Atualmente, eles enxergam isso como oportunidade, uma vez que as próprias clínicas também estão interessadas nesse relacionamento e, muitas vezes, promovem eventos para as blogueiras em parceria com as fabricantes de produtos.

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Atualidade COSMÉTICA

Júlio Bombonati e Sérgio Benkendorf (Buona Vita) O gerente de Marketing da Univar/ D’Altomare, Julio Bombonati, mostrou em sua apresentação como a categoria de cuidados com a pele, a base do negócio de dermocosméticos, pode agregar à tecnologia um pouco mais de ludicidade e alegria sem abrir mão da eficácia e da seriedade Empresa líder da categoria no Brasil, a L’Oréal Cosmética Ativa baseia o seu negócio em quatro pilares, como explicou o diretor comercial da empresa, Fernando Ferreira: dermatologistas; PDVs e consumidores farma; e-commerce e mídia digital; e relações públicas. Presente no Brasil desde 2000, a divisão domina cerca de um quarto no mercado brasileiro. Com os seus lançamentos, agregou quase R$ 100 milhões em receitas de novos produtos para o canal. A diretora da empresa de Pesquisa e Análises Clínicas CIDP, Thais Pontes, apresentou a estrutura da multinacional, que mantém um inovador programa de recrutamento de pacientes para a realização de diferentes testes de eficácia e validação. Por fim, em um Painel que reuniu além de Fernando, da L’Oréal, e Rodrigo, da IMS, André Reis, diretor da Repfarma, foram aborados alguns desafios para a evolução do mercado. Um dos principais deles é o que envolve a capacidade de varejistas de contar com pessoal qualificado para oferecer os produtos de maneira adequada aos consumidores.


organização

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tarefa tipos novo parâmetros aptidão

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natural

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sobrevivência

Marcelo Chrispim (Yenzah) e Fábio Costa (Rio Belleza)

Júlio Bombonati (Univar/D´Altomare)

Elaine Gerchon (Factor Kline)

Criador de tendências e mercados quando o assunto são os cabelos, poucos mercados no brasil têm empresas tão “lançadoras” de novas modas quanto o do rio de janeiro >>> da redação

Atualidade COSMÉTICA

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ão é preciso voltar tanto no tempo para constatar o quanto das últimas modas em produtos para os cabelos foram geradas ou, explodiram para todo o Brasil, a partir do Rio de Janeiro. Dos produtos de Chocolate, passando pela Geleia Real, até os conceitos mais novos de Hair Food e Suplementos para os cabelos, as empresas fluminenses parecem estar sempre um passo à frente na hora de lançar essas novidades, que muitas vezes têm prazo de validade curto, o que dificulta a resposta da parte de empresas maiores, especialmente as multinacionais. Por isso, as empresas do estado conseguiram desenvolver uma capacidade impressionante de captar essas tendências, desenvolver os produtos e lançá-los no mercado de causar inveja. Um diferencial e tanto na hora de competir em uma categoria tão acirrada como a


apoio

patrocínio

Wilma Apolinário (Niely) e Bruno Sermarine (Márcia)

Dayanne Jadjiski e Thais Pontes (CIDP), Paula Cavalcanti (Dermatus), e Luciana Muniz (Croda)

Vanderlina Oliveira (Embelleze) e Luciene Malta Rodrigues (L’Oréal) de cuiados com os cabelos, categoria que foi o tema do segundo Atualidade Cosmética Workshop realizado no Rio de Janeiro, na tarde do dia 11 de junho. O evento contou com cerca de 45 profissionais, patrocínio da Univar/ D’Altomare e apoio da CIDP. A primeira apresentação ficou a cargo de Elaine Gerchon, gerente de projetos da Kline/Factor de Solução – empresa líder global em pesquisa de mercado. A executiva abordou o mercado de produtos para os cabelos vendidos apenas nos salões de beleza no Brasil, um negócio que gerou vendas de R$ 1.2 bilhão (preços de fábrica, livres de impostos) e que desde 2008 vem crescendo a taxas anualizadas de 10%. Segundo as pesquisas da Kline, o mercado de sahmpoo e condicionador responde por 46% das vendas e ainda puxa o negócio com crescimento de 13% em 2014. Outra subcategoria que avança é a de alisamentos, com crescimento de 8%. Elaine destacou a volta, ainda que lentamente,

Vandré Gustavo Silva (Lola)

Equipe Univar / Daltomare

da busca por permanentes, num movimento de volta à valorização dos cachos. Para tratrar das oportunidades para o segmento de haircare, Atualidade Cosmética convidou, Bruno Sermarini, coordenador de Marketing da Márcia Cosméticos; Vandré Gustavo Silva, diretor Operacional da Lola Cosméticos e Vanderlina Oliveira, gestora de P&D da Embelleze. No debate, Vanderlina e Vandré trataram da importância da agilidade para colocar no mercado produtos novos, com propostas inovadoras como um vetor de crescimento para as empresas locais. Os três participantes apontaram a qualidade de oferta e o fornecimento falho da indústria de embalagens como um desafio adicional para as empresas do Rio. Outro ponto de destaque foi o alerta em relação à falsificação de produtos, um crime que cresce e coloca em risco a saúde dos consumidores e a reputação das empresas, que são duplamente lesadas, pois também são obrigadas a atender aos

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Atualidade COSMÉTICA

consumidores e assumir responsailidades sobre os produtos falsificados. Júlio Bombonati, gerente de Marketing da Univar/D’Altomare, apresentou as novas tendências e alternativas de limpeza para as consumidoras que, como forma de preservarem seus cachos, rejeitam o uso do shampoo. Thais Pontes, diretora CIDP, apresentou a estrutura da multinacional e destacou os cuidados que a empresa tem na hora de montar os painéis de consumidores para avaliação e testes de eficácia. Para fechar o evento com chave de ouro, Marcelo Chrispim, sócio-diretor da Yenzah e Fábio Costa, gestor de Marketing e Negócios da varejista Rio Belleza, trataram da importância do varejo acompanhar a sofisticação da oferta de produtos da indústria, com lojas mais modernas, bonitas e, principalmente, um melhor nível de atendimento para os consumidores. Um problema crítico no mercado do Rio de Janeiro.


Express Sem marcas e rugas

C

hega ao mercado brasileiro duas novidades de Renew. A linha Renew Clinical Dermocosmético passará a contar com produtos que atuam especificamente em uma das queixas mais frequentes do consumidor: marcas na pele ou imperfeições. Renew Clinical Dermocosmético Creme Clareador Facial e Renew Clinical Dermocosmético Serum Clareador Facial combatem sete tipos de marcas: de sol, escurecidas, avermelhadas e de acne, tom de pele irregular, falta de luminosidade e hiperpigmentação. Ambos possuem fórmula suave com a tecnologia Uni-tone 7, um complexo patenteado pela Avon para um desempenho perfeito. O serum contém duas formas complementares de vitamina C e o Creme tem como principais agentes clareadores o Ácido Tiodipropiônico e Dilauril Tiodipropionato. O serum Clareador é um tratamento concentrado que pode ser usado sozinho ou combinado com o Creme. Distribuição: venda direta. Preços: R$ 74,99 (creme) e R$ 132,99 (serum). SAC: 0800 708 2866. Site: www.folhetoavon.com.br

Alma da Pantera C

omo uma nova versão do perfume Cartier La Panthere, lançado em 2014, o novo Cartier La Panthère Eau de Parfum Légère é uma versão do acorde floral felino original, cuja elegância e brilho são cristalizados no frasco como uma pedra preciosa. O sol lança seus raios ambarados sobre esta versão criada por Mathilde Laurent. A pantera é o símbolo da feminilidade Cartier: divina, extravagante e rebelde. Numa palavra, ela é livre. Livre para amar e viver a vida plenamente, com paixão, olho no olho. Uma flor delicada, ensolarada e com desnudez balsâmica “a alma da pantera”, exposta sem filtro com toda a sua graça felina e sinceridade. Delicada e com um toque de baunilha taitiana, ela é a prima botânica da gardênia verde e afrutada com nuances de chipre, o acorde original do perfume La Panthère, evocando a doçura almiscarada que se envolvem. Elas fundem-se, pétalas sedosas e luminosas, com um resplendor magnético, solar e felino, que ilumina La Panthère Eau de Parfum Légère.

Distribuição: distribuição seletiva. Preços: R$ 597 (50ml) e R$ 838 (75ml). SAC: 0800 970 9877

Atualidade COSMÉTICA

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Óleo antissinais

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esde a descoberta da propriedade anti-idade da flor de Immortelle, cultivada na Córsega, no Mar Mediterrâneo, a L’Occitane en Provence tem investido no desenvolvimento de produtos de alta eficácia no combate aos sinais de envelhecimento, principalmente com a linha Divine Immortelle, que traz em sua fórmula um complexo de sete ingredientes de origem natural. Para proporcionar uma rotina facial ainda mais completa, a marca francesa traz ao Brasil o Óleo Divine Immortelle Antissinais. O lançamento propõe um ritual ainda mais rico nos cuidados faciais, já que sua textura seca – e ao mesmo tempo suave, graças à presença de óleos vegetais que penetram profundamente – ajuda a corrigir os sinais da idade, firmar e tonificar os contornos do rosto para então suavizar e preservar a juventude da pele, revelando sua total radiância. Por apresentar rápida absorção e um acabamento de toque seco, o produto é indicado a todos os tipos de pele. Com textura suave, rápida absorção e acabamento seco, o Óleo Divine Immortelle Antissinais possui em sua fórmula óleos vegetais, que penetram na pele para ajudar a combater e prevenir o seu envelhecimento. Distribuição: lojas próprias. Preço: R$ 395. SAC: 0800 171 272. Site: www.loccitane.com.br



Express Para o outono/inverno

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empresa japonesa Shiseido lança a coleção de maquiagem outono/inverno 2015 que traz novas cores dos trio de sombras Luminizing Satin Eye Color Trio e dois batons líquidos. O trio de sombras Luminizing Satin Eye Color Trio conta com três novas combinações de tonalidades denominadas: Static, nos tons claros de verde, azul e rosa (BL 215); Floracouture, com cores intensas como vinho, marrom e rosa (OR 316); e Vinyl, que traz tons fortes como grafite, verde bandeira e amarelo (GR 716). Assinadas pelo top maquiador e diretor artístico da Shiseido Dick Page, os novos trios proporcionam uma grande variedade de looks, além de oferecer hidratação e até oito horas de longa duração. O batom líquido Lacquer Rouge apresenta cinco novas cores para a nova estação, com tons de rosa claro (PK 226), rosa queimado (RS 727), pink (RD 728), rosa amarronzado (RD 529) e vinho (PK 430); tonalidades também criadas por Dick Page. O Lacquer Rouge é um batom com textura de gloss, intensidade e alta fixação encontradas no batom, o que permite um brilho nos lábios. O make apresenta tecnologias que permitem hidratar e fixar a cor aos lábios sem manchar ou escorrer, proporcionando um acabamento perfeito à maquiagem.

Dupla compacta

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sika, marca da peruana Belcorp, apresenta o Blush Compacto para o rosto (que absorve excesso de brilho e oferece máxima aderência e textura suave à pele) e o Pó Compacto Duplo Uso (foto), voltado para a mulher que desempenha muitas tarefas e precisa otimizar o tempo. O primeiro traz em seu estojo cores puras e translúcidas, que proporcionam acabamento mate ou perolado, além de atuar como agente texturizador, que garante suavidade e facilidade na aplicação. Possui esqualeno, ativo de origem vegetal também presente na barreira lipídica da pele, que atua como umectante e agente nutritivo. Seus tons, inspirados em pedras preciosas e semipreciosas, têm intensidade de cor ideal para que a pele fique com aparência natural e radiante por até seis horas. Cores disponíveis: rubi (rosa-escuro), cuarzo rosa (rosa-claro), mocca (cobre), coral (salmão-claro), granate rose (pink) e âmbar (salmão-escuro).Já o Pó Compacto Duplo Uso, que oferece dois benefícios em apenas um produto: seco, atua como pó e, úmido, funciona como base, perfeito para carregar na nécessaire e ficar preparada para os contratempos do dia a dia. Sua fórmula conta com Microfillers, ativo que proporciona à pele uma textura mais uniforme, lisa e rejuvenescida. Também conta com ingredientes emolientes e protetores da barreira impermeável da pele, que proporcionam acabamento uniforme e pele sedosa. Cores disponíveis: beige 1-2; beige 3-4; beige 5-6; rosa 1-2; rosa 3-4; rosa 5-6.

Tons fechados e metálicos

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Vult apresenta como aposta para o inverno 2015, esmaltes com tonalidades fechadas e metálicas. São eles: Mística (dourado metálico), Pé de amora (vinho cremoso), Asfáltica (grafite metálico), Cereja flor (vermelho fechado cremoso), Cisne Negro (preto cremoso) e Partiu balada (azul noite perolado). A entrada da marca no segmento de esmaltes aconteceu recentemente e ao todo a coleção é composta por 55 cores de esmaltes + 5 itens de cuidados (cobertura ultrabrilho, base fortalecedora, intensificador de cor, óleo secante e base cetim). Divididas em tonalidades suaves, vibrantes e intensas e diversos acabamentos como cremosos, cintilantes, perolados e metálicos, são cores que vão do clássico ao fashion, com opções para todos os momentos e ocasiões. Além da grande variedade de tons e acabamentos, os Esmaltes Vult também possuem a tecnologia UBS, que combina três fatores: uniformidade, brilho intenso e secagem rápida. O design exclusivo, longilíneo e sofisticado do frasco e da tampa evidencia em alto relevo a delicadeza da borboleta, famoso logo da marca. O pincel também apresenta grandes diferenciais. Distribução: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 4,50. SAC: (11) 4736-8890. Site: vult.com.br

Distribuição: venda direta. Preços: R$ 42 (blush) e R$ 45 (pó compacto). SAC: 0800 778 8992. Site: www.esika.com.br

Atualidade COSMÉTICA

Distribuição: distribuição seletiva. Preços: R$ 135 (batom) e R$ 199 (sombra). SAC: 0800 148 023. Site: www.shiseido.com.br

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Talento, voracidade e assertividade; características estas que fazem com que perfumistas mais novos busquem um lugar ao sol no mercado de perfumaria; comparação e inspiração em mestres mais experientes também fazem parte da realidade destes profissionais >>> Rafael Mendonça

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izem que os perfumistas representam o coração de uma casa de fragrâncias. São eles os responsáveis pela criação e desenvolvimento de futuros perfumes candidatos a trazerem ou não, glamour para esta ou aquela casa com uma nova fragrância. Logicamente que, para “acertar a mão” em uma criação, depende de alguns fatores. Um deles – possivelmente o principal – é o conhecimento adquirido com o tempo de trabalho, pesquisa e, por que não dizer,

uma pitada de ousadia. Há outros ingredientes que também entram nesta receita, tudo isso para alcançar a tão relevante experiência em um mercado que possui incontáveis possibilidades de criação. Mas a discussão acerca do que faz algum profissional ser considerado experiente é ampla e relativa. Como em qualquer área, o mercado de perfumaria também conta com profissionais que possuem décadas de atuação na área, bem como novos talentos que, apesar da pouca idade, demonstram ter muita capacidade e se credenciam a

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grandes perfumistas no futuro. Muitos, por sinal, já possuem este reconhecimento atualmente, mesmo com a metade de tempo trabalhado do que profissionais mais velhos, por exemplo. O segmento de perfumaria é bastante restrito e, para conseguir ingressar nele como perfumista, não é tão simples. Porém, pode-se dizer que já foi difícil. “Nos dias atuais, o acesso às casas de perfumaria está mais tangível. Tornar-se perfumista já não é algo misterioso e reservado a poucas pessoas. Antigamente, ou você era filho de perfumista ou teria de ter muita sorte


rafael marano, da iff: quando há foco, há bem mais assertividade.

para entrar neste mundo tão particular. As casas de perfumaria antes familiares deram lugar a grandes empresas multinacionais, abrindo um leque enorme para novas posições e talentos”, situa Pablo Cioccari Lizárraga, perfumista da Sensient Fragrances Brazil, que pode ser considerado como da nova geração, já que está na área há 11 anos e atua há sete como perfumista. Mas, tratando-se de uma área em que o conhecimento é que manda, no que estes “jovens narizes” podem trazer de ganhos às casas de fragrâncias? Não é nosso intuito dizer que um é melhor do que outro, mas sim apontar o que diferencia essa nova geração de perfumistas dos antigos mestres. São vários os pontos, sendo que um deles dá conta de que o mercado atualmente talvez esteja demandando mais profissionais do que os que estão à disposição nas casas. Mas, ainda assim, o ritmo de lançamentos de perfumes segue intenso, conforme o mercado pede. E é exatamente neste ponto que as diferenças com relação ao processo de criação do passado começam a ficar evidentes. No ponto de vista de Veronica Kato, experiente perfumista da Natura e que conhece muito bem como funciona a atuação destes profissionais nas casas de fragrâncias, esta nova geração é mais versá-

luciana, da vollmes: tanto os perfumistas mais antigos quanto os mais novos se adaptaram à evolução do mercado.

til, dinâmica, e seu trabalho acompanha a evolução da perfumaria que, segundo ela, hoje, é muito mais um acessório para um determinado momento, e ocasião de uso do consumidor. “E o trabalho reflete o momento atual; as estruturas são mais simples, fluidas e acompanham cada vez mais as tendências da moda. O espaço é que não falta para esta nova geração, para atender a este volume gigante de lançamentos, quanto mais perfumistas houverem no mercado, mais segmentado e criativo pode ser o trabalho”, avalia.

Fator tempo A evolução de qualquer mercado acontece com o passar dos anos, trazendo mudanças de acordo com as tendências que se apresentaram ao longo do período. No mercado de perfumaria, muita coisa mudou desde os tempos mais antigos, em épocas que também apresentaram perfumes marcantes, que são clássicos e vendidos até hoje. Apelos mercadológicos diferentes, quantidade de ingredientes que foram descobertos e que surgem com frequência, e tendências de consumo; estes são apenas alguns fatores que certamente influenciaram e moldaram este mercado como ele é atualmente. Diante disso, um ponto mudou drasticamente se comparado ao passado: o tempo para o desenvolvimento de uma fragrância. O

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pablo, da sensient: atualmente, o acesso às casas de fragrâncias está mais tangível para os perfumistas.

neozelandês Isaac Sinclair e a francesa Fanny Grau são casados – ela espera o nascimento do primeiro filho – e são os perfumistas mais jovens da Symrise aqui no Brasil. Para ele, que é perfumista há oito anos, a velocidade de criação da geração a qual eles pertencem é impressionante. “Somos rápidos porque o mundo ao nosso redor pede agilidade e tempo é algo precioso que precisa ser bem aproveitado”, diz Isaac. “Rapidez para a gente é algo natural, porque somos fruto de uma geração que não temo tempo a perder”, emenda Fanny, que possui cinco anos de experiência. Não há discussão, nesta questão do tempo, tanto os perfumistas mais novos quanto os mais experientes estão de acordo de que este é o principal fator que diferencia a atual geração das anteriores. Antonio Amador é um dos perfumistas mais experientes atualmente no mercado. São 52 anos na IFF, sendo 48 deles como perfumista. Para ele, hoje, não há muito tempo para criar um perfume e lapidá-lo como era feito antigamente. “O processo criativo segue o mesmo, mas o tempo é bem menor agora, é preciso mais habilidade e muito mais rapidez para criar. Embora atualmente os jovens perfumistas possuam mais matérias-primas em mãos para desenvolver um perfume, pois no decorrer dos anos centenas de novos in-


especial Casas de Fragrâncias gredientes surgiram no mercado. Hoje o perfumista mais jovem tem uma variedade muito maior de materiais para trabalhar do que no passado. Nos tempos antigos, o perfumista tinha de criar alguma coisa dentro dos seus limites, dentro do que se existia na época, e hoje é claro que se têm muito mais facilidades”, opina. Companheiro de Amador na IFF, Rafael Marano faz parte dessa nova geração de perfumistas, mas concorda com o parceiro nesta questão. “Hoje nós temos uma semana, duas... O prazo é bem curto. Mas claro, há um número de matérias-primas bem maior do que no passado. Com o surgimento da IFRA (International Fragrance Association) – que é uma associação que regulamenta o uso de matérias primas, vários ingredientes naturais e até sintéticos foram banidos por problemas toxicológicos. Com isso, houve a introdução de novas moléculas e novos ingredientes surgiram. A perfumaria mais jovem está bem mais acostumada com esses materiais, e esse é um fator positivo que ajuda na criação e desenvolvimento do perfume”, analisa o profissional, que atua como perfumista na casa de fragrâncias norte-americana há 15 anos. Quem também está de acordo com esta realidade é Veronica Kato. Ela cita que antigamente, há mais de 20 anos, o perfumista tinha cinco anos para trabalhar em um projeto grande. Diz ainda que, quando chegou à Natura há 10 anos, este prazo já havia caído para três anos. “Hoje, com muita sorte, temos um ano para trabalhar, ou ainda meses para desenvolver projetos. Os antigos perfumistas tinham tempo para pintar quadros, eram detalhistas, profundos, e hoje os perfumistas tiram fotos com uma câmera celular e, por isso, o motivo de tanta coisa similar no mercado, e a principal razão é o tempo. A outra diferença, é que a nova geração trabalha em equipe, co-criar é fundamental para conseguir um resultado melhor dentro deste limite de tempo”, adiciona a perfumista da empresa de venda direta.

Voracidade, mas com assertividade Essa situação criada por conta do atual momento da perfumaria brasileira e que foi citada anteriormente por Antonio Amador e Veronica Kato, inunda o

casal isaac sinclair e fanny grau, da symrise: nova geração de perfumistas possui rapidez por ser de uma época em que não há tempo a perder.

mercado com inúmeros lançamentos, sendo que grande parte deles não trazem nada de novo ou inovador, atendendo apenas a um apelo mercadológico. Isso cria um certo conflito entre o que é ser voraz para criar e quando se consegue ser assertivo em uma criação. É aí que escancare-se uma diferenças entre as gerações. Como dito, os perfumistas antigamente dispunham de mais tempo para um desenvolvimento. E isso fazia com que eles, mesmo sem dispor das ferramentas tecnológicas e novas opções de matérias-primas existentes hoje em dia, tentassem encontrar a melhor solução, desenvolvendo poucas opções para isso. Em tempos atuais, por conta da necessidade do mercado, os perfumistas criam dezenas de variantes, para apresentarem à companhia detentora do projeto, para então escolherem qual desejam. Este fato de ter de apresentar diversas opções, pode, de certa forma, comprometer a assertividade de um projeto. Com isso, são grandes as chances de uma fragrância chegar ao mercado sendo apenas mais uma “carne de vaca”, ou seja, sem realmente trazer algo inovador e que agregue no mercado de perfumaria. “A voracidade não é o (a) perfumista quem

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determina, e sim o mercado. A assertividade vem com tempo, com testes diários. Poderíamos criar melhores e diferentes fragrâncias caso não houvesse essa ânsia consumista em ter sempre novos produtos, que na verdade não o são. Mundialmente mais de mil fragrâncias são lançadas no mercado em um ano, podemos dizer que entre 20 e 50 têm realmente alguma nota olfativa moderna, diferenciada das demais. A assertividade tem se dado no mais do mesmo. Não há segredo, tudo é questão de tempo e estudo, com fragrâncias não é diferente”, reconhece Pablo Lizárraga, da Sensient. Não resta dúvida de que a voracidade para uma criação não falta entre os perfumistas mais jovens, mas há de se fazer um balanço para também ser assertivo. Na visão de Luciana Bergamasco Aguiar, perfumista desde 2011 e atualmente na Vollmens, tanto os perfumistas mais antigos quanto os mais novatos se adaptaram à evolução vista no mercado. “Mas é importante ressaltar que o processo de aprendizagem no começo da carreira de um perfumista ainda é único e acontece no antigo modelo alquimista de muitas tentativas e supervisão de um mestre perfumista”, admite ela, indicando ainda como ser voraz e assertivo na atualidade. “Esta questão é muito pessoal para cada perfumista. Acredito que quem ama o que faz, cria com voracidade e assertividade, pois se atenta a cada detalhe do projeto. Para um perfumista jovem é muito importante ter uma equipe de suporte dentro da casa que saiba passar um briefing de uma forma que inspire o perfumista



especial Casas de Fragrâncias e avalie suas criações com um feedback construtivo para estimular e direcionar objetivamente o trabalho”, complementa. Enquanto isso, a dupla da IFF recorda que não é a rapidez que faz um bom perfume, e sim muita persistência, conhecimento, estudo e paciência. “Também acontece muito aquela coisa do ‘momento certo’. Às vezes eu estou criando uma fórmula e me vem alguma coisa em mente... Então eu adiciono e ‘Poxa vida! Deu certo!’ Acredito em tentativa e erro. Todos nós precisamos trabalhar com as possibilidades”, enfatiza Amador. Já Rafael Marano exalta que a rapidez não está relacionada com foco. “Um perfumista pode criar 100 fórmulas com muita rapidez e às vezes nenhuma pode dar certo. É como uma Ferrari sem freio... Em algum momento ela vai bater. Por isso velocidade nem sempre é tudo. Quando há foco, há bem mais assertividade. A criação envolve arte e técnica, e é preciso concentração, foco e muito estudo de mercado. É preciso analisar o que foi proposto e o objetivo em que se quer chegar. É bem mais complexo do que as pessoas pensam”, exemplifica o “jovem”, dizendo que uma criação perfumística envolve 10% de inspiração e 90% de transpiração.

Arte com tecnologia Diante de todos esses fatores que influenciam no mercado de perfumaria atualmente, os “jovens narizes” listam em quais pontos conseguem oferecer benefícios às casas de fragrâncias e às indústrias. “Certamente a energia, o otimismo e o fazer diferente diferenciam perfumistas jovens dos mais experientes. Para os jovens, o medo de errar é menor. Então, nos arriscamos todos os dias em busca de novas criações”, considera Isaac Sinclair, da Symrise. Já sua esposa, Fanny Grau, cita a interferência da tecnologia nesses profissionais. “Somos uma geração mais plugada, inserida e antenada com tecnologia e redes sociais. Estamos conectados desde muito jovens. Este fato, certamente é um facilitador para nosso trabalho. Nossa geração hoje é jovem, mas no futuro irá liderar a Perfumaria no mundo. Temos nossa responsabilidade, diferentes referências, diferentes pontos de vista que interferem e resultam em criações atuais, modernas e criativas”, reforça ela.

e por esse motivo elas não eram muito complexas. “Atualmente, com as facilidades tecnológicas existentes, o acesso ao conhecimento é muito mais fácil. No passado eu criava uma fórmula com as informações que eu tinha na cabeça, geralmente alguma lembrança de ingredientes que eu tinha em mente, algo que poderia dar certo. Hoje está tudo dentro do computador, é só fazer uma busca e em instantes você tem o resultado. O que eu fazia em uma hora, hoje é feito em cinco minutos. O conhecimento ainda é o mesmo, o que muda é a facilidade”, diferencia o experiente perfumista da IFF.

Referências e reverências

antonio amador, da iff: hoje não há muito tempo para criar um perfume e lapidá-lo como era feito antigamente.

Luciana, da Vollmens, acredita que as possibilidades tecnológicas chegaram para todos e elas auxiliam na rotina de trabalho para aperfeiçoar os processos, para então conseguir atender a todos os clientes com qualidade. “Creio que a afinidade pela tecnologia na perfumaria é uma característica mais pessoal, alguns se dão muito bem e outros preferem o modo mais tradicional. Cada perfumista é um artista dentro do seu mundo, o grande trunfo deste processo está nas mãos das casas de fragrâncias que se adaptam ao modelo de trabalho destes profissionais, de forma diferenciada para cada um deles e conseguem inspirá-los dentro de seus mundos.” De acordo com Antonio Amador, não se trata do fato de os jovens perfumistas lidarem melhor com pesquisa e com as possibilidades tecnológicas hoje em dia. Ele recorda que, antigamente, quando uma fragrância era criada, o perfumista procurava não estender muito a fórmula, pois todo o processo era escrito a mão

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Como bem citado por Luciana Bergamasco Aguiar, a presença de um mestre perfumista por perto também é muito importante para aqueles que são mais jovens. Afinal, independentemente da área, há sempre aqueles que conhecem muito sobre o que fazem e estes, por sua vez, devem ser ouvidos. Segunda a perfumista, trata-se de inspiração. “Me inspiro no trabalho destes profissionais e quando ocorre uma troca de experiências é ainda mais gratificante, pois o processo de perfumaria é um aprendizado constante e o profissional que busca sempre mais ensina e aprende com os jovens como nós”, ressalta a perfumista da Vollmens. Pablo, da Sensient, consente que é diferente “entrar” num mundo que já existe, do que fazer parte dele desde o início, construindo-o. “O mundo de hoje, em todos os sentidos é mais fácil, mas não se aprende a compor fragrâncias sem conhecer uma rosa natural, um jasmin, um Chanel N°5, os métodos de estudo do Jean Carl. A história deve constantemente ser revisitada. Assim como um cineasta da nova geração tem a obrigação de conhecer Hitchcock, nós devemos conhecer a história da perfumaria e as criações do século XX”, diz. “É de vital importância a presença diária de um perfumista mestre. A tecnologia, por mais avançada que seja, jamais substituirá o indivíduo e toda a experiência que ele (a) carrega através do tempo. Todos nós precisamos de um norte, de um guia e de sábios conselhos doravante nossa carreira”, finaliza.


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Cramer adquire Nariz Eletrônico, que permite identificar e parametrizar fragrâncias de maneira exata A tecnologia inovadora foi adquirida por meio de um investimento de US$ 2 MILHÕES em P&D que a empresa, especialista na criação de aromas e fragrâncias, realiza a cada ano para a inovação de seus processos de produção

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laborar os melhores aromas e fragrâncias tem sido o objetivo da empresa Cramer durante seus mais de 75 anos no mercado Latino Americano. Para manter-se fiel a esse lema, incluiu em seu processo de produção uma inovadora tecnologia que permite parametrizar de maneira objetiva o sentido do olfato. O nariz eletrônico, ferramenta tecnológica comprada da empresa francesa Alpha-Mos, permite imitar, utilizando mecanismos parametrizáveis, o que uma pessoa poderia identificar frente a determinado composto que tenha aroma, tal como alimentos e perfumes, ou qualquer outro tipo de produto que tenha um odor, como roupa, sapatos, brinquedos, etc. Dentro das suas múltiplas aplicações, as principais utilidades que a Cramer dá a essa nova ferramenta são: validar o trabalho do equipamento de controle de qualidade, comparando as amostras das novas fragrâncias produzidas com os padrões de referência; identificar melhor as diferentes fragrâncias graças ao processo de cromatografia que é mais sensível que o tradicional; comparar os resultados com os do painel de avaliadores antes que o produto saia no mercado. Segundo explica Andrés Berndt, n

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Diretor Geral da empresa, “esta aquisição foi parte de um projeto de investimento em P&D de US$ 2 milhões que teve como principal objetivo continuar inovando. Em suma, o nariz eletrônico garante a tomada de melhores decisões, objetivas e parametrizadas, entregando produtos com cheiros e sabores muito mais exatos”.

Nariz Eletrônico Como funciona? O nariz eletrônico é uma ferramenta tecnológica que realiza uma série de interpretações, da mesma forma que faz um ser humano quando cheira. Esta dedução se cum-

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pre através de duas ferramentas: a) Cromatografia: método físico de separação para a caracterização de misturas complexas. b) Matemática de múltiplas variáveis: procedimento para comparar o resultado que teria o aroma para um ser humano e que se traduz em números. Esta última permite ao nariz eletrônico ter a particularidade de poder comparar, correlacionar e validar seus resultados com o trabalho de uma pessoa. Consciente de que o olfato humano sempre será subjetivo, este nariz eletrônico vem a colaborar para a tomada de decisões objetivas.


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especial Criatividade

napoleãO E LAURENT: música e cheiro em uma criação conjunta.

Combinação criativa O prazer de unir criativos de duas artes em um projeto multissensorial >>> Da Redação

C

onsiderados os verdadeiros artistas da perfumaria, os perfumistas têm um dia a dia criativo que na verdade é muito menos artístico do que a aura em torno da profissão faz supor. A necessidade de desenvolver fragrâncias em grande quantidade e com prazos quase sempre curtos faz com que cada um deles se converta em uma pequena linha de produção, muitas vezes automatizada, de fragrâncias. Mais importante é que uma parcela substancial dessas criações precisa “obrigatoriamente” converter-se em wins, ganhos de projeto, o que faz com que mesmo os perfumistas mais criativos, ainda que apresentem perfumes diferentes aos clientes, entreguem a eles sempre uma opção mais comercial. Mas como a essência do perfumista é sim a criatividade, as casas de fragrâncias apostam sempre em projetos que possam dar a eles a possibilidade de concretizar criações mais originais e extravasar o lado

mais artístico da profissão, criando novas possibilidades que poderão servir de base ou inspiração para criações futuras. Uma amostra recente desse tipo de atividade foi dada pela casa de fragrâncias norte-americana IFF. A empresa apoiou criativamente o trabalho do pianista de jazz francês, Laurent Assoulen, durante sua turnê brasileira “Concert Parfumé”, que passou por cidades como São Paulo, Belém e Goiânia. Durante a apresentação e com luz baixa, o público é levado a sentir, por meio de pequenos pedaços de tecidos a interpretação olfativa feita pelos perfumistas Anne Flipo (Paris), Napoleão Bastos (São Paulo) e Carlos Benaïm (Nova Iorque) dos cinco atos musicais compostos. “A ideia é conectar a música com os cheiros. As pessoas podem se inserir nesse momento mágico”, explica Laurent. O pianista, que por cinco anos atuou como executivo na área de fine fragrances da casa de fragrâncias japonesa Takasago, teve as matérias primas usadas pela indústria de fragrância como inspiração para suas composições, que, por sua vez, serviram de base para o trabalho dos perfumistas. A experiência adquirida no universo da perfumaria deu ao pianista o repertório para traduzir sons, cores e palavras para a perfumaria. “Ele nos deu os aspectos gerais da fragrância e nós começamos a materializar essas ideias”, lembra Napoleão Bastos, que participou de duas composi-

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ções, em conjunto com seu colega Carlos Benaim. No começo as referências eram apenas as músicas (ainda em processo de composição) e palavras que expressavam os sentimentos, além das matérias-primas que serviram de inspiração para as composições. “Por telefone era muito comum o Laurent nos dizer que queria mais secura, mais madeira, mais apimentado, mais patchouli.“ Ao mesmo tempo, o pianista também tinha nas composições olfativas uma fonte de inspiração adicional “Fui ajustando as composições conforme as fragrâncias iam se desenvolvendo”, disse ele, horas antes de se apresentar no Teatro da Aliança Francesa, em São Paulo. O processo criativo, ainda que Laurent conheça as linguagens e trejeitos da perfumaria, demandou vários testes. Para Napoleão, a primeira composição, um “Amadeirado Apimentado Seco” ficou pronto com relativa rapidez. Já para vencer a segunda obra, o trabalho foi mais complicado e desafiador. Para perfumara a composição vulcânica, Laurent queria algo com calor, muito quente, mas um calor mineral, como o centro de um vulcão que entra em erupção. “Mas na hora de colocar esse toque mineral eu caminhava para um lado fresco e esse frescor não era o conceito que ele queria. Ele me ligava e dizia para tirar o frescor fora, que para mim era como se livrar do mineral. Até que eu compreendi a interpretação dele desse mineral e pude concluir a obra”, conclui o perfumista brasileiro.



publieditorial PHYTOESSENCE FRAGRÂNCIAS ANOS

Laboratórios de pesquisa e desenvolvimento.

20 anos dedicados à qualidade e inovação E

clientes, investindo em m 2015 a Phytoesequipamentos modernos, sence Fragrâncias pesquisas e treinamentos, e Ltda está compleintegrando os principais cotando 20 anos, e monhecimentos de sua equipe tivos para comemorar não para oferecer aos clientes faltam, pois são duas décafragrâncias surpreendentes das de trabalho dedicado à para seus produtos. qualidade e inovação, afirHoje, com a entrada da ma seu fundador Celso Valsegunda geração de seu domiro Ribeiro. Com visão fundador, a empresa se no futuro e baseando-se em caracterizou por ser uma sua experiência de longa data, construiu um negóEstúdio de treinamento em fragrâncias. empresa familiar, mas com gestão profissional, incorcio de sucesso, e em pouco tempo, porém com muito trabalho, a empresa ampliou porando ideias jovens ao conhecimento de seu fundador sua atuação disponibilizando fragrâncias para os seg- e de toda experiência profissional já existente na empresa. O destaque recente da Phytoessence está em seu Estúmentos de cosméticos, perfumaria fina, higiene pessoal, home care entre outros produtos que utilizam fragrâncias dio de Treinamento em Fragrâncias, local que a empresa em suas composições, atingindo um crescimento conti- criou para oferecer treinamentos a sua equipe e clientes, sobre o desenvolvimento de fragrâncias, dando uma nonuo no Brasil. Relembrando os percalços do passado e as constantes ção geral de todo o processo e orientando a melhor forma evoluções pelas quais a empresa passou, a Phytoessence de aplica-las. A Phytoessence mesmo diante de um cenário nacional firmou-se como uma empresa nacional sólida, baseada em trabalho de qualidade e transparência, se orgulhando econômico desfavorável tem boas perspectivas em 2015, e de ser conhecida pelo mercado por sua qualidade e com- está preparada para continuar oferecendo ao mercado produtos de qualidade e sofisticados, prosseguindo com seus prometimento. Com as mudanças constantes do mercado, foi também investimentos anteriormente planejados finaliza Celso Valse adaptando e se adequando as necessidades de seus domiro Ribeiro.

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Focando em qualidade e inovação. Elementos sempre presentes em nossas fragrâncias ALAMEDA RIO PRETO,522 | TAMBORÉ | CEP: 06460-050 | BARUERI | SP TEL.: 55 11 4195-5267 | FAX: 55 11 4193-4756 PHYTONORDESTE ESSÊNCIAS - TEL/FAX: 55 75 3223-7320 | 3223-7377 www.phytoessence.com.br


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Ilha de produtos onde os clientes tinham contato com todas as fragrâncias aplicadas em cosméticos, perfumaria fina e de ambientes.

Vollmens Fragrances na FCE Cosmetique 2015.

Vollmens apresenta sua nova linha visual: The elements of Creativity

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a 20ª Edição da FCE Cosmetique a Vollmens Fragrances apresentou ao mercado uma linha artística única e inovadora para o universo da perfumaria. Leves e sofisticadas, as peças humanizam os ingredientes da perfumaria através do delicado jogo de sobreposição de imagens de ingredientes com figuras humanas, mergulhando no surrealismo de formas e elementos, idéia que nasceu a partir do poema recitado no vídeo lançado pela empresa em 2014 e que foi muito bem recebido pelo mercado.

levando em conta as particularidades de cada região. Este tipo de conhecimento é prioridade para a Vollmens, já que dele depende o sucesso de nossos clientes e conseqüentemente o nosso”, finaliza Natalia Mendes, Marketing da empresa. Confira o vídeo The Elemesnts Of Creativity

A Vollmens acredita em produtos inovadores, fragrâncias de sucesso e conhecimento A presença da Vollmens também foi marcada pela inovação nos produtos apresentados ao mercado, perfumados com fragrâncias originais e impactantes, criadas pelos 3 perfumistas da casa. “A receptividade do público da FCE ao nosso stand e produtos foi muito positiva, ficamos realmente muito satisfeitos pois trabalhamos com foco e dedicação para oferecer aos visitantes atendimento de qualidade, contando com uma equipe completa e bem treinada”, explica Nestor Mendes Diretor Geral da Empresa. “Levamos produtos que representam as principais oportunidades de negócios para os nossos clientes no segmento de cuidados pessoais, perfumaria fina e perfumação de ambientes, perfumados por uma seleção de fragrâncias Vollmens desenvolvida a partir das preferências do consumidor brasileiro,

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Balanço da FCE 2015

A Vollmens recebeu mais de 1.500 visitantes que vieram de todas as regiões do Brasil e do mundo, como América do Norte, América Latina, Europa, Reino Unido e Ásia. A empresa se consolida no mercado com impecável qualidade no atendimento e fornecimento de fragrâncias, demonstrando visão de longo prazo através do contínuo processo de expansão, reforçando sua força de vendas e também a equipe de marketing, para cada vez mais apresentar projetos inovadores aos seus clientes.

Vollmens nos próximos eventos A Vollmens continuará a marcar presença em eventos por todo Brasil, sempre imprimindo seu diferencial criativo, sofisticado e com conteúdo de qualidade. ABISA 2015 - A Vollmens Fragrances consolida sua presença no maior evento do Norte e Nordeste do país que reúne os principais fabricantes de cosméticos, produtos de limpeza e perfumaria para a região que mais consome fragrâncias em todo território nacional. A ABISA 2015 receberá um evento único, acompanhe-nos nas redes sociais e mantenha-se informado sobre as próximas novidades.

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Negócios Investimentos ricardo omori: mercado brasileiro está no caminho da sofisticação e isso vai se intensificar nos próximos anos.

A carteira segue aberta Nenhuma casa de fragrância investiu tanto no Brasil, nos últimos anos, como a Symrise. E é possível que isso se repita pelos >>> Aûani Cusma de Paula próximos três anos

A

o longo dos últimos anos, o Brasil foi responsável por muitas felicidades e, especialmente, bons números para as casas de fragrâncias globais. A soma de um povo apaixonado por cheiros com marcas locais que se posicionam entre as maiores do mundo e todos os principais players globais de higiene pessoal e cosmé-

ticos brigando ferozmente em terras tupiniquins é fácil de entender o porquê de tanta atenção dessas empresas por aqui. Na cadeia de abastecimento da indústria da beleza, as casas de fragrâncias têm status diferenciado. Seja pela inteligência de mercado e conhecimento do consumidor, capacidades que essas companhias vêm desenvolvendo há décadas; pelos proativos – como são chamados os proje-

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tos desenvolvidos pelas próprias casas e que depois são apresentados aos clientes; ou simplesmente pela importância que a fragrância tem na decisão final de praticamente todas as categorias do setor, não é exagero afirmar que as casas, mais do que fornecedores de matérias-primas – o que elas são de fato –, ganharam um papel estratégico no desenvolvimento de produtos e negócios das suas clientes, fabricantes de todos os portes dentro do mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Entre o final da década passada e o início desta, as quatro principais casas globais: as suíças Firmenich e Givaudan, a norte-americana IFF e a alemã Symrise, investiram, cada uma, dezenas de milhões de reais para melhorar suas operações no País. Nesse período, todas elas inauguraram novos e modernos Centros Criativos por aqui, com o objetivo de suportar o crescimento e dotar os profissionais locais com novos e modernos recursos. Mas, considerando outros investimentos, nenhuma companhia aportou tantos recursos por aqui ao longo dos últimos cinco anos como a Symrise. No total, desde 2009 e considerando o câmbio atual, os investimentos realizados em infraestrutura pela empresa superaram os R$ 150 milhões. É bem verdade que a empresa vinha de uma estrutura local menor do que suas principais concorrentes. Criada em 2004, a partir da fusão da Harmann & Reimer com a Dragoco, a empresa aproveitou boa parte das estruturas dessas empresas por aqui, que ocupavam posições relevantes no mercado local, mas com certa distância dos tradicionais líderes do setor, que dominavam o mercado, tanto que nenhuma das três principais concorrentes divulgou planos para a construção de novas unidades de produção em fragrâncias, por exemplo. A Symrise não tinha opção. Se quisesse brigar em condições de igualdade teria de abrir a carteira e investir mais do que os outros. E assim foi feito. A empresa ampliou a sua fábrica de aromas e óleos essenciais em Sorocaba, interior de São Paulo, onde também ergueu o seu Centro Global de Cítricos, uma área na qual a empresa tem grande expertise. Em Cotia (SP), além do Centro Criativo para a América Latina, funciona o Centro Global de Hair Care da empresa, que atua tanto na área de fragrâncias como na de


ingredientes cosméticos. Essa atuação nos dois universos é, aliás, uma peculiaridade do modelo da Symrise que vem chamando a atenção das suas concorrentes. Tanto que Givaudan e IFF fizeram aquisições recentes de fabricantes de ativos cosméticos para serem integrados aos seus respectivos portfólios. O mais recente fruto desses investimentos foi a inauguração da Symrise Amazon, uma planta dedicada ao processamento de ingredientes, óleos e extratos da região amazônica, dentro do Ecoparque, um complexo industrial na cidade de Benevides, no Pará, gerido pela gigante brasileira do setor Natura e que abre um novo leque de possibilidades na área de Pesquisa e Desenvolvimento de ingredientes naturais para as indústrias de fragrância e beleza.

Mais estrutura, mais gente Com tantos investimentos para ampliar a capacidade de produção, a estrutura de pessoal também precisou crescer, e ela cresceu bastante. “Temos sido a companhia de fragrâncias com o crescimento mais rápido do mercado pelo menos nos últimos seis anos. E para continuarmos crescendo acima do mercado, precisamos crescer como organização e as contratações (de profissionais) são uma expressão disso”, pontua o alemão Achim Daub, presidente global da Symrise Scent & Care. Por aqui, especialmente nos últimos dois anos, a empresa recrutou na concorrência profissionais experientes da área de Marketing e Avaliação. Esta última área, crítica para o negócio de fragrância, foi dividida em duas com a criação de diretorias para a América Latina, uma específica para produtos de consumo, como: shampoos, sabonetes e cremes; e outra dedicada exclusivamente a Fine Fragrances. É a Avaliação quem faz a “ponte” entre as áreas de mercado, como Marketing e entendimento do consumidor, com os times criativo e técnico, como os perfumistas, buscando o equilíbrio entre as duas pontas para chegar ao resultado final. O coração de qualquer casa de fragrância – ainda que elas comecem a adentrar por outras áreas de negócios – continua sendo os perfumistas. E é na área criativa que a empresa fez os movimentos mais ousados, com a contratação do perfumista Eurico Mazzini, dono de uma carreira de 35

anos e criador de fragrâncias clássicas como Kaiak e Ekos Açaí, ambas para a Natura e Pur Blanca Noite, para Avon. Foi também três vezes vencedor do Troféu Aparício Basilio da Silva de Criação Perfumística, do Prêmio Atualidade Cosmética. Mas a maior ousadia da Symrise foi a de “tropicalizar” um dos seus mais importantes perfumistas. Considerado um dos mestres da perfumaria fina mundial, o francês Maurice Roucel vai dar expediente no Centro Criativo da empresa em Cotia pelos próximos dois anos. Em mais de 40 anos de carreira, ele atuou em quase todas as grandes casas de fragrâncias do mercado e criou fragrâncias exclusivas para Guerlain e Hermès. O portfólio de criações assinadas por Maurice é bastante versátil e inclui perfumes de marcas de nicho como Frederic Malle e Bond Nº9, e também fragrâncias para o mercado de mass market e masstige, para marcas como Adidas, Nautica e Avon – incluindo a criação de Luiza Brunet Poderosa, assinado em conjunto com o perfumista Isaac Sinclair. “Este é o último grande desafio da minha carreira. Continuarei fazendo minhas viagens entre Paris, NY e Dubai para projetos especiais, mas minha residência será em São Paulo”, declara o perfumista. O alto investimento realizado pela operação local da Symrise para alocar no Brasil um nome desse quilate não é sem motivo. “Está muito claro para nós que o mercado brasileiro está no caminho da sofisticação e isso vai se intensificar nos próximos anos e é importante trazer pessoas que realmente entendam na raiz o que é o mercado de perfumaria sofisticado, de luxo. Por isso, estamos trazendo o grande ícone da Symrise, que conhece muito bem esse universo da perfumaria para atender localmente a essa demanda que a gente acredita estar reprimida neste momento. Maurice tem o dom de traduzir todos estes códigos, que com um toque de brasilidade e ‘latinidade’ pode fazer a diferença. Em conjunto com nossos principais clientes, esperamos longas e vitoriosas parcerias”, explica Ricardo Omori, presidente da divisão Scent & Care para América Latina. Naturalmente, trazer um nome como Maurice não diminui de maneira alguma os talentos locais (e internacionais) que compõe o time de perfumistas da Symrise. “Temos ícones locais como o Joachim

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Correl e o Eurico, a Magali Lara e também jovens talentos como a Fanny Grau e o Isaac. E o Maurice que traz agora essa visão de fora”, considera Ricardo, que acredita que o movimento terá reflexos sobre a concorrência.

Investimentos continuam Apesar dos investimentos vultosos já realizados, tanto Achim Daub quanto Ricardo Omori deixam claro que o ciclo de grandes investimentos da empesa por aqui ainda não se encerrou. Nesse momento, a empresa está em busca de uma área para construir uma nova planta de fragrâncias, cujo projeto prevê inauguração nos próximos dois ou três anos. A fábrica atual da empresa ainda está localizada em São Paulo, no complexo onde funcionava a Harmann & Reimer e que serviu de base para a Symrise até a mudança para Cotia. Com o grande crescimento dos últimos anos, a empresa sabe que precisa de uma nova planta, maior e mais moderna, para vencer a demanda futura. “Esses investimentos nunca terminam, ainda mais em um negócio tão dinâmico como o mercado de beleza e em um país como o Brasil. Crescemos tão fortemente por aqui que precisamos correr sempre para ampliar nossa capacidade e dar conta de atender aos nossos clientes”, diz Achim. O valor exato do investimento da nova fábrica ainda não está fechado. Ele certamente será superior a R$ 100 milhões. Mas o valor, segundo o próprio presidente global da Symrise, pode dobrar em função de fatores como o nível de automação da fábrica que irá atender a toda a América Latina. Sejam 100 ou 200 milhões, são valores consideráveis de investimento, ainda mais para quem já aportou tanto dinheiro por aqui e, especialmente, pelo momento delicado pelo qual passa a economia brasileira hoje. Só que os objetivos da empresa não estão sendo traçados com vistas para o curto prazo. “Olhando a realidade do Brasil, hoje você vai achar que eu sou louco (de levar os investimentos à frente). Mas não estou olhando para os próximos 12 meses e sim para os próximos cinco anos. 2015 vai ser duro, 2016 é provável que também seja difícil, mas estou certo que em 2017 essa curva vira. E aí a estrutura que vislumbramos para a Symrise vai estar pronta”, conclui Ricardo.


Negócios Investimentos

Bem-vindo à Selva de trabalhar muito fortemente com a cana de açúcar, Foi durante um café da manhã de negócios em buscando resolver esse problema para a indústria e 2012, na Cidade do México, que Achim Daub tomou perfumaria e cosméticos. Apesar da missão hercúlea, contato pela primeira vez com o novo projeto da ele acredita que o objetivo é factível, ainda que, para gigante brasileira da beleza, Natura, para a Amazônia. alcançá-lo, seja necessário abrir mão de algumas “Eram 7h da manhã quando o Eder Ramos (atual matérias-primas, o que não deve impactar demais dentro presidente global da área de Ingredientes Cosméticos de uma paleta com cerca de dez mil ingredientes. “O e na época presidente da divisão Scent & Care cenário mudou. Hoje o consumidor quer saber o que está para a América Latina) me pediu cinco minutos passando na pele dele. Isso não era discutido há alguns para apresentar um projeto. Ele abriu o laptop anos. E ele também quer saber a origem do produto. e me mostrou o projeto do Ecoparque e todo o Você está muito próximo de chegar no supermercado e comprometimento e o trabalho que a Natura estava poder rastrear a origem de tudo”, acredita. empreendendo na região. E eu disse: vamos fazer.” Pouco mais de dois anos depois, a companhia alemã se tornou a primeira parceira da empresa brasileira no Pesquisa de ponta empreendimento, com a inauguração no último dia 21 Para alcançar esse objetivo, será fundamental o achim daub: para continuar de maio, da Symrise Amazon. investimento em tecnologia. E nesse ponto, a operação crescendo acima do mercado é A nova unidade começou a operar com dez brasileira, como um todo, terá um papel central. Um dos preciso crescer como organização funcionários, numa área de produção de dois mil metros e as contratações (de profissionais) objetivos do novo plano estratégico da empresa é dotar quadrados. Nesta fase inicial, a empresa fará no local o quartel-general da companhia, localizado na Granja são exemplo idsso. o processamento de manteigas e óleos de ativos da Viana (SP) com um núcleo de competência dedicada biodiversidade: cupuaçu, cacau, andiroba, ucuuba, murumuru, maracujá e ao programa de biodiversidade, além de alguns equipamentos de pesquisa castanha. Na sequência, a empresa vai transferir para lá a sua produção de na unidade do Ecoparque. “Assim como criamos toda uma competência em extratos botânicos – atualmente realizada em Sorocaba – e, até o final do Madagascar, inclusive com a instalação de um centro de pesquisa lá, vamos próximo ano, iniciar a produção de novos ingredientes para a indústria de replicar o mesmo modelo aqui. Estruturar equipe, laboratório e principalmente perfumaria. O investimento total na unidade será de cinco milhões de euros parcerias para verificar em conjunto como podemos trabalhar melhor para (pouco mais de R$ 16 milhões pelo câmbio atual). Toda a produção inicial será desenvolvermos novos ingredientes, novas moléculas”, diz o diretor de P&D da destinada à Natura, que mantém uma fábrica de sabonetes no Ecoparque, Symrise, Adelino Nakano. que vai produzir mais de 200 milhões de unidades este ano e tem capacidade Aqui no Brasil, a ideia da empresa é desenvolver projetos conjuntos de instalada para produzir 500 milhões anualmente. A Symrise Amazon também pesquisa entre ingredientes e fragrâncias. O principal pilar para o trabalho vai abastecer com ingredientes de origem amazônica a planta da Natura em será o aproveitamento de subprodutos ou resíduo de processos. “Já Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. “O mais importante é que eles mapeamos algumas comunidades para ver como eles trabalham. No caso vão trazer tecnologia e atender a toda a base de clientes globais exportando do processo com frutas, por exemplo, eles fazem sucos, compotas, alimentos, a partir daqui, que é o que a gente quer. A Symrise vai levar matérias-primas polpas e nisso geram resíduos como a casca, ou sobra um pouco de polpa no que a Natura gerencia para clientes globais e, mesmo para concorrentes, fruto. Fizemos alguns ensaios em que conseguimos aproveitar esses resíduos a gente não tem problema nenhum com isso. Pelo contrário, essa corrente e gerar o valor agregado. E estamos tentando sempre olhar para ver o que transformadora é justamente o que agente quer fazer”, comemora Josie pode ter de benefício nas duas áreas – fragrâncias e cosméticos”, explica Peressinoto, vice-presidente de Supply Chain da Natura. Eder diz que existe uma Adelino. O conceito, aliás, tem tudo a ver como o modelo do Ecoparque que expectativa enorme em torno do projeto da empresa na Amazônia por parte de é o de criar uma cadeia produtiva integrada, em que insumos produzidos ou todos os seus principais clientes. “Temos dito a todos que, no momento em que descartados por uma empresa possam ser utilizados na produção de outra. tudo estiver instalado, iniciaremos a nossa ida ao mercado. Isso deve acontecer “Vamos praticar o aproveitamento total e não só pegar o que está pronto. em janeiro de 2016”, conta. Não queremos fazer mais uma coisa que todo mundo já tenha, mais uma commoditie”, emenda Adelino. Para dar conta da empreitada, a empresa está ampliando o seu time com 100% renovável pesquisadores da Alemanha e do Brasil. Um dos esforços da pesquisa é o de A fábrica da Symrise no Ecoparque também se alinha a uma meta ambiciosa criar novas moléculas para perfumaria fina no Brasil, algo que a empresa já da companhia alemã. Até 2020, a empresa pretende trabalhar somente com está fazendo. “E não é óleo essencial. São moléculas mesmo. O óleo essencial matérias-primas de fontes renováveis, substituindo todas as matérias-primas faz parte do processo, mas nós realmente queremos desenvolver moléculas, derivadas de petróleo, ainda um componente importante na indústria de tecnologias de ponta”, confirma Ricardo Omori. A vinda do perfumista francês perfumaria e cosméticos. A motivação para assumir tamanho desafio, mais do Maurice Roucel para o Brasil também tem a ver com esse objetivo, já que ele é que uma simples opção de abastecimento ou de custos, é a deixar um mundo parte do comitê de desenvolvimento de novas moléculas da casa. A expectativa melhor para quem chegar ao planeta depois. “Seria muito mais simples e da empresa é que em dois anos as primeiras moléculas desenvolvidas barato ficar com a cadeia de carbono, mas não é isso”, pontua Eder Ramos. localmente possam integrar as paletas de ingredientes criativos dos perfumistas O executivo conta que a empresa está buscando essas fontes renováveis da casa ao redor do mundo. não só na Amazônia, mas também na Ásia, em Madagascar, na África, além

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negócios Investimentos

Uma nova jornada Para sustentar o crescimento e chegar mais perto da liderança no mercado de dermocosméticos no Brasil, a Pierre Fabre anuncia investimentos de R$ 50 milhões >>> Aûani Cusma de Paula e Larissa Gutierres

A

francesa Pierre Fabre é uma pioneira do mercado de dermocosméticos. A criação do conceito como o conhecemos hoje é atribuída ao fundador da empresa, o próprio Pierre Fabre, farmacêutico que fundou o laboratório em 1961 e, em 1965, com a aquisição do laboratório Klorane, famoso por seus produtos com ingredientes naturais, adentrou ao universo da beleza. Hoje a empresa é um colosso com vendas globais de dois bilhões de euros. Metade desta receita é gerada com os dermocosméticos de marcas como Avène, Ducray e Klorane. À empresa, também pode ser atribuída a introdução do conceito moderno de dermocosmético aqui no Brasil, um dos primeiros mercados internacionais da empresa, isso no ano 1999. Foi a primeira a levar os principais varejistas farmacêuticos do País para conhecer sobre o modelo de negócios em uma viagem à França e à Espanha. 15 anos depois, o mercado brasileiro de dermocosméticos se converteu em um dos maiores do mundo, com vendas ao consumidor na casa dos R$ 2 bilhões, presença maciça nas principais redes de drogarias e uma infinidade de empresas e marcas em busca de um lugar ao sol.

Ao longo desse período, a Pierre Fabre também avançou muito. Mas não na mesma velocidade do que alguns dos seus principais concorrentes globais. Agora, a empresa quer expandir e fortalecer sua presença no Brasil. Os planos dos franceses para o País são ambiciosos, mas proporcionais ao potencial do mercado local. A operação brasileira, cuja sede está na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, está entre as dez maiores da companhia em todo o mundo. O objetivo é que nos próximos anos ela esteja entre as cinco principais. Para alcançar esse objetivo, os diretores do laboratório sabem que vão precisar realizar investimentos para sustentar o avanço e, principalmente, lançar produtos que ofereçam fórmulas e soluções adequadas às peculiaridades da pele e aos hábitos e atitudes das brasileiras em relação à beleza. Até 2019, a Pierre Fabre vai investir R$ 50 milhões no Brasil. A maior parte deste montante será aportada na modernização e ampliação da fábrica e na estrutura de Pesquisa e Desenvolvimento local, ambos localizados em Areal, região serrana do estado do Rio de Janeiro. Única unidade

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éric ducournau, diretor geral da divisão: mercado brasileiro é forte por conta de sua escola dermatológica, da qualidade de distribuição farmacêutica e da sofisticação dos consumidores.

de produção operada pela empresa fora da França, a fábrica pertence à Pierre Fabre desde 2006, quando a empresa adquiriu a companhia brasileira Darrow, que é também uma das duas únicas marcas “não francesas” da fabricante. Ali trabalham 80 dos 250 funcionários da empresa no Brasil. Estimativas do mercado dão conta de que o faturamento da operação brasileira ronda os R$ 80 milhões. O investimento dedicado à fábrica será três vezes maior do que o realizado no ciclo de investimentos anterior, entre 2010 e 2014, e vai quintuplicar a capacidade de produção e aumentar o número de funcionários em 50% até 2020. O objetivo


negócios Investimentos principal é sustentar o rápido desenvolvimento das suas duas marcas por aqui, Avène e Darrow, que duplicaram seus volumes de negócios entre 2012 e 2015. Quinta colocada no ranking das empresas de dermocosméticos, a empresa almeja alcançar a quarta posição nos próximos anos. Aliás, foi em 2012 que a Pierre Fabre começou a virar o jogo da sua operação local. A empresa, que até então mantinha vendas apenas em um grupo restrito de pontos de venda na região Sudeste, começou a abrir novos mercados, como a região Sul brasileira – seguida pelo Nordeste – e deu início a um processo de revisão do portfólio, que acarretou com a saída do País das marcas Klorane e Elancyl Galénic, além da cessão de Ducray, linha dedicado ao tratamento da caspa e da queda de cabelos, para um distribuidor. Com esse novo desenho, a empresa pode concentrar todos os seus recursos e esforços em apenas duas marcas, Avène e Darrow, que têm vendas em unidades bastante similares. Já os investimentos na área de P&D vão permitir que a operação local desenvolva novos e inovadores produtos para a marca Darrow e garantir que as fórmulas de Avène estejam plenamente adaptadas à realidade da consumidora brasileira, especialmente no aspecto sensorial. Algo que já vem sendo feito ao longo dos últimos anos, mas que a empresa quer intensificar, a exemplo do que vem fazendo concorrentes como La Roche-Posay e Vichy (L’Oréal) e RoC (Johnson & Johnson). “Para ter essa boa ligação, nós vamos, cada vez mais, desenvolver programas de testes clínicos com produtos para pele brasileira”, comenta Éric Ducournau, diretor geral da divisão Pierre Fabre Dermo-Cosmétique. “Existe um nível de exigência de estudos clínicos que fazem diferença a nível mundial, e os dermatologistas gostam dos produtos da Pierre Fabre, pois eles têm uma eficácia comprovada”, informa o executivo francês que recebeu a reportagem de Atualidade Cosmética nos escritórios da Pierre Fabre, durante a sua última visita ao País. Na opinião dele, além de um mercado grande e com alto potencial de crescimento, o Brasil é um país que por conta das suas necessidades específicas, vem

gerando inovações de impacto global no segmento. A mais famosa delas é sem dúvida a textura Toque Seco, introduzida primeiramente pela marca La Roche-Posay, em 2012, e adotada também por outras marcas, como a própria Avène, em 2013. Hoje a textura pode ser encontrado em dermocosméticos fabricados em vários mercados do mundo. “Se não conhecêssemos o Brasil, jamais teríamos fabricado o Toque Seco. É uma inovação brasileira”, lembra Eric.

Menos francesa, mais global Atender à demanda dos consumidores locais é um dos maiores focos de atenção da área de P&D da Pierre Fabre. E esta demanda não vem apenas do Brasil. “No universo dos dermocosméticos, costumamos dizer que existem dois mercados. O primeiro grupo é formado pelos mercados europeu, dos Estados Unidos e Canadá. São países onde os consumidores têm pele e necessidades de beleza mais ou menos parecidas e que nós atendemos muito bem com as nossas formulações originais francesas”, diz o diretor. Já para atender ao segundo grupo, é preciso uma série de adaptações nas formulações para que elas se alinhem aos diferentes gostos e à fisiologia da pele. Neste grupo, estão os mercados emergentes e de grande potencial como a América Latina e a Ásia – esta última região que recebeu o primeiro centro regional de P&D da Pierre Fabre, em março do ano passado. Localizado na capital japonesa, Tóquio, ele está focado em desenvolver produtos específicos (originais ou adaptados) para os países asiáticos. “Não estávamos acostumados a lidar com questões como frescor e com formatos como máscaras e gel. Por isso, o centro regional é tão importante”, explica o diretor. Os primeiros produtos desenvolvidos por lá começam a chegar às farmácias da região a partir de julho. A região é fundamental para os resultados da Pierre Fabre e a China, com 2.800 funcionários, a segunda maior operação da empresa, atrás apenas da matriz. Atualmente, a área de P&D da empresa no Brasil está dedicada a ajudar o time da matriz a entender melhor sobre a dinâmica do mercado e do consumidor brasileiro, para que de lá eles possam

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desenvolver produtos específicos para o País. O time local também é responsável pelos testes com o público local, para assegurar que os produtos se alinham às necessidades daqui. Mas, a expectativa é que, até o final de 2018, um centro de desenvolvimento e pesquisa equivalente, para atender ao Brasil e aos outros mercados da América do Sul, seja inaugurado por aqui. “No fim de 2018, vamos ter esse desenvolvimento específico de Darrow aqui no Brasil e a partir de então, a marca pode ser pensada para o resto da América”, destaca o diretor. Apesar do foco totalmente para ao mercado local, os desenvolvimentos propriamente ditos são realizados na França, com um profissional da área global de P&D exclusivamente dedicado aos desenvolvimentos da marca. Já para a marca Avène – a maior e mais importante da Pierre Fabre –, o foco é o de adaptar cada vez mais as formulações e texturas dos produtos para o mercado. Até porque, a produção da marca está ligada umbilicalmente à fonte de água termal da cidade de Avène, ingrediente base para todos os produtos e onde está a fábrica da marca, que capta a água diretamente da fonte. O Brasil foi o primeiro país do mundo a ter um produto de Avène com uma formulação específica para o mercado local, uma versão do produto anti-idade Eluage, de textura mais leve. Trata-se não de um caso isolado, mas sim de um movimento estratégico da marca por aqui. Nos últimos anos, os produtos com texturas mais encorpadas e típicas dos produtos europeus deram espaço às fórmulas com toque seco, que combatem à oleosidade, uma característica marcante na pele dos brasileiros. As fórmulas trazem ativos exclusivos e possuem ação sebo reguladora, matificante e antioxidante, além de serem indicados para peles mistas, oleosas e acneicas e, podem ser utilizados por peles sensíveis, atributo principal da marca. As mudanças aconteceram no mesmo período em que o mercado brasileiro de dermo ficou muito mais competitivo, com as marcas maiores investindo mais em produção local e numa estratégia de preços mais acessível. Para Laurent Coupé, diretor da Pierre Fabre Dermo-Cosmetique no Brasil, apesar de a mar-


ca ainda estar muito centrada no público das classes A/B, os planos são de oferecer mais acesso. E apesar de os produtos da marca continuarem sendo importados, ele diz que os preços estão alinhados aos da concorrência.

Aproximação com os consumidores Para Éric Ducournau, o mercado brasileiro de dermocosméticos ganha ainda mais força pelo fato da força da escola dermatológica brasileira, da qualidade do circuito de distribuição farmacêutica e da sofisticação dos consumidores. “É por isso que nós fazemos do País um território prioritário em termos de inovação e de investimentos, para a Eau Thermale Avène, para Darrow Dermocosméticos e também para a marca Ducray que é distribuída no Brasil pela nossa parceira UCB.” Segundo os executivos, o consumidor brasileiro respeita muito as orientações médicas, o que não é um hábito tão comum em outros lugares. Isso revela um cuidado maior que a população daqui tem com sua pele, além de uma rotina de sofisticação. A Pierre Fabre pretende trazer para o Brasil um programa de fidelidade com o consumidor da Avène, operado pela empresa em outros países, como uma forma de conectar o cliente e, principalmente, de tornar a marca mais conhecida do público. Esse movimento, na avaliação dos executivos da empresa, tornar a marca mais conhecida é necessário para que a marca possa, posteriormente, se lançar no e-commerce de maneira independente. Eles desejam criar uma base sólida, com uma boa distribuição e mais visitações médicas antes de se lançar no novo canal.

Novas oportunidades Os objetivos da Pierre Fabre para o Brasil até 2019 estão bem definidos. Mas, vencida essa etapa, as oportunidades que o País pode oferecer à empresa (e vice-versa) continuam enormes. E, mais importante, podem dar ao Brasil um novo papel no desenho organizacional da companhia francesa. A oportunidade mais evidente diz respeito à internacionalização da marca Darrow, atualmente comercializada apenas no Brasil. Segundo Eric, esse é

VAREJISTAS BRASILEIROS EM VISITA À PIERRE FABRE, EM 2004: marca foi pioneira ao introduzir o conceito de dermocosméticos no Brasil.

um desejo constante do diretor da unidade brasileira, Laurent Coupé, e deverá acontecer tão logo a empresa esteja com a estrutura e a sua posição no Brasil bem encaminhada. O caminho natural para a expansão da marca são os outros países da América do Sul, onde a Pierre Fabre mantém operações, como Argentina e México, além de Chile, Peru e Colômbia, onde conta com distribuidores locais. Mas o universo da marca pode cruzar as fronteiras da região. “Estive na Índia no começo do ano e lá me pediram produtos da Darrow”, lembra Eric. Segundo ele, esse é um caminho para a marca tão logo ela esteja com a estrutura no Brasil equacionada e em condições de alçar novos voos. Em médio prazo, a Pierre Fabre prevê fazer da fábrica de Areal a sua plataforma industrial e logística para todos os países da América do Sul. A maior capacidade de produção da fábrica de Areal permitirá à Pierre Fabre aproveitar também outras oportunidades de crescimento para o futuro. É o caso da volta ao Brasil da linha de produtos capilares de Klorane, a primeira a deixar o portfólio da Pierre Fabre por aqui. Com prestígio junto aos consumidores e boa presença nos principais pontos de venda

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do canal farma, a marca não conseguiu suportar a equação entre preço de venda, escala e o custo de trazer os produtos da França numa categoria mais competitiva e sensível ao preço do que a de produtos para pele. “Para Klorane, temos de ter produção local, por conta dos custos. A ampliação da fábrica nos permitirá aproveitar essas oportunidades”, explica Éric. Outro aspecto importante para a empresa no futuro é a possibilidade de pesquisar e desenvolver ativos naturais da biodiversidade brasileira para uso em seus produtos. “O objetivo da Pierre Fabre sempre foi desenvolver produtos com uma base natural. Queremos começar a fazer isso com princípios ativos locais, naturais brasileiros”, revela Eric. Por fim, além da modernização da fábrica de Areal, o plano de investimentos apresentado pela direção da Pierre Fabre compreende a criação de uma nova plataforma operacional dedicada à atividade de Pierre Fabre Médicament (PFM), que tem na Oncologia uma de suas maiores especialidades. “Estamos nos aproximando do Brasil como um território onde nós queremos estar presentes na totalidade de nossas atividades que abrangem os medicamentos, produtos de OTC e a dermocosmética”, conclui.


negócios Empreendedorismo

Estratégia singular Under Skin é apresentadA ao mercado brasileiro, com um planejamento surpreendente e que quebra paradigmas para a indústria farmacêutica nacional frente aos dermocosméticos >>> Aûani Cusma de Paula e Larissa Gutierres

P

or décadas, os laboratórios farmacêuticos julgaram serem eles os únicos fornecedores relevantes das drogarias brasileiras. Afinal, até a metade dos anos 1990, a farmácia era quase que exclusivamente dispensadora de medicamentos. Os poucos itens de higiene pessoal com algum espaço eram os básicos, como fraldas, absorventes, sabonetes e shampoos. O seu papel ali era basicamente o de conveniência. Para nossa sorte, esse tempo ficou para trás. Ao longo dos últimos 20 anos, o varejo farmacêutico enfrentou uma mudança sem precedentes e que se acentuou incrivelmente desde o início desta década. Neste processo evolutivo, as categorias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos deixaram de servir apenas como uma oferta de conveniência para esses pontos de venda, assumindo um papel central na construção da imagem, do mix, da capacidade de gerar tráfego para as lojas e, principalmente, da margem do varejista. E nenhuma categoria sentiu de maneira mais positiva os reflexos desse movimento do que a de dermocosméticos. Na verdade,

a afirmação chega a ser injusta. Foram os dermocosméticos que ajudaram no entendimento do valor que o negócio de cosméticos poderia gerar para os varejistas. Os laboratórios farmacêuticos tradicionais não ficaram necessariamente contentes com esse avanço, naturalmente por não serem parte dele. Como o discurso clássico para definir um dermocosmético é que são produtos que ficam no limiar entre um medicamento e um cosmético, boa parte deles, especialmente os laboratórios nacionais, passaram a se perguntar com cada vez mais frequência: por que não aproveitar esta oportunidade e ocupar esta fatia apetitosa do mercado? Afinal, eles têm o canal nas mãos, com uma capilaridade de distribuição incrível, relacionamento com os médicos, a logística e os recursos necessários para fazer acontecer. Só que na prática, a realidade é um pouquinho mais complicada. Ainda que o modelo de negócios emule alguns elementos clássicos da indústria farmacêutica, especialmente a relação com os médicos – no caso aqui os dermatologistas – e o modelo de vendas muito baseado nas prescrições, construir um negócio na categoria de der-

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mocosméticos é muito mais difícil de ser entendido por uma indústria farmacêutica do que por uma de cosméticos. Não é questão de qual indústria é melhor. São negócios simplesmente muito diferentes. E com o tempo, os próprios laboratórios acabam se dando conta disso. Muitos dos que resolveram apostar fichas na categoria, tão logo os executivos da empresa começam a se debruçar um pouco mais detalhadamente sobre as necessidades – peculiaridades e dinâmicas próprias do universo da beleza –, parece que a conta do investimento deixa de fazer sentido para eles, ao menos dentro daquele universo. Por tudo isso, o lançamento da Under Skin é tão surpreendente e quebra paradigmas para a indústria farmacêutica nacional frente aos dermocosméticos.

Dando forma ao sonho Leonardo Sanchez, sócio do grupo NC e CEO da Under Skin, explica que o desejo de criar uma marca nacional de dermocosméticos é antigo e veio de sua mãe, a empresária Nanci Sanches, que queria desenvolver uma linha à altura das estrangeiras. “Esse desejo se tornou um sonho. Entre-


chegou ao mercado em maio. Já as outras três têm previsão de lançamento para setembro deste ano.

Todo o peso a favor

leonardo sanchez, ceo da under skin: marca não contará com promotoras nos PDVs, porque, segundo ele, os produtos não precisam ser “empurrados”.

tanto, cerca de dez anos atrás, o grupo não estava preparado para dar esse passo, principalmente por estarmos focados na expansão na indústria farmacêutica”, lembra Leonardo. Em 2010, Nanci faleceu, vítima de H1N1. Depois desse momento difícil e muito doloroso – quando Leonardo ficou “paralisado” por dois anos –, o empresário quis pôr em prática o desejo da mãe. “Eu vou transformar o sonho da minha mãe em realidade, aproveitando todo o know-how do grupo – de indústria farmacêutica –, e pesquisando o que falta no mercado.” A nova empresa é um negócio independente, totalmente dedicado à beleza, em um grupo majoritariamente farmacêutico. O Grupo NC, sigla que para Nanci e Carlos Sanchez, fundadores do conglomerado, controla a EMS – maior indústria farmacêutica brasileira, além de outros laboratórios importantes como a Germed e a Legrand. Como todas as farmacêuticas, muito tempo e esforço foram dedicados para que o grupo pudesse entrar no segmento de dermocosméticos por meio de seus laboratórios. Isso até aconteceu

no caso da Germed, com a marca Derms, uma linha muito bem resolvida, mas que não teve como objetivo trazer nada de novo ao mercado, mas sim complementar o portfólio da empresa. Ao longo do processo, os controladores chegaram à conclusão de que para criar uma linha que fosse realmente diferenciada e agregasse algo novo ao já “congestionado” mercado de dermocosméticos, seria preciso deixar o mindset farmacêutico de lado e partir para uma empreitada totalmente independente. E é dessa premissa que nasceu a ideia de criar a Under Skin como um novo empreendimento do grupo. O negócio é fruto de um investimento de aproximadamente R$ 35 milhões aplicados em Pesquisa, Marketing, montagem da equipe e redesenho da planta industrial da Nature´s Plus, a fábrica de produtos de higiene pessoal e correlatos do Grupo NC e que está sendo incorporada à estrutura da Under Skin (mas continuará atendendo às outras empresas do grupo). De acordo com o planejamento, a Under Skin terá quatro coleções U.SK Cleaning & Toning, U.SK Revitalizing, U.SK Anti-Aging e U.SK Protecting. A primeira

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O fato de nascer independente não quer dizer que a Under Skin não opere em sintonia e se valha do suporte de outras empresas do Grupo NC. Pelo contrário, a ideia foi se valer dessa premissa para desenvolver produtos com o mais alto padrão de tecnologia. Para desenvolver as formulações, por exemplo, Leonardo e sua equipe recorreram ao laboratório de pesquisa italiano Monte Research, fundada em 1997 e que atua, entre outras frentes, no desenvolvimento de sistemas de distribuição de drogas para otimizar o processo de absorção pelo organismo humano e na pesquisa de biomedicamentos e novas formas farmacêuticas. Em 2006, a EMS fechou um acordo de pesquisa com o laboratório para o desenvolvimento de medicamentos genéricos bioequivalentes e, posteriormente, acabou adquirindo o controle da operação, que hoje é uma unidade independente dentro do Grupo NC. “Eu convidei o Dr. Jean Carlos, chefe do centro de pesquisa da Monte Research, e lancei um desafio a ele: desenvolver formulações altamente tecnológicas e sofisticadas, juntamente com médicos dermatologistas italianos”, explica. Vencida essa fase, surgiu outra necessidade: criar um centro de pesquisa no Brasil, para “tropicalizar” a formulação dos produtos de acordo com as necessidades específicas da pele brasileira. Com esse processo, foi possível unir os diferentes conhecimentos e as tendências desses dois universos. Para lançar a marca U.SK, foram necessários anos de estudos, pesquisas e testes. “Entramos nesse mercado com um grande diferencial que é trazer a ciência ao produto. O produto não é bom só porque eu acho isso, mas sim porque ele foi testado, amostrado, tem protocolos clínicos que comprovam sua eficácia”, comenta o empresário. Segundo Leonardo, o berço da inovação e tecnologia em produtos de beleza e saúde está nos Estados Unidos e na Europa. Sendo assim, é mais simples, rápido e menos burocrático criar os produtos (e as formulações) fora do País. No Brasil, a área de P&D está sob a responsabilidade de Silvana Massiero. A


negócios Empreendedorismo experiência anterior da pesquisadora, que atuou por 19 anos na área de P&D da Johnson & Johnson liderando projetos regionais e globais, facilitou a ponte entre as duas culturas. Ela chegou ao grupo há três anos, quando foi contratada para montar um grupo de Pesquisa e Desenvolvimento para o grupo, e há uma ano e meio, foi convidada por Leonardo para o start-up do projeto de desenvolver uma marca premium de dermocosméticos. “Costumamos brincar que eu sou a primeira semente da Under Skin”, diz. Foi ela a responsável por direcionar o trabalho dos pesquisadores italianos, garantindo a viabilidade e a adequação dos produtos à nossa realidade. “Minhas experiência é de trabalhar com muitas culturas diferentes e você tem de respeitar a opinião de cada um, e ao mesmo tempo, deixar clara a sua posição. Se eu não tenho como viabilizar aqui uma ideia, nós precisamos achar outra alternativa. Normalmente o grupo técnico não tem vaidade. E no nosso caso, a Monte Research já entendia a nossa cultura porque a empresa já atua em parceria com o grupo há muito tempo”, revela Silvana. A gerente explica que o principal desafio foi a nacionalização dos produtos para o Brasil. Não em relação às formulações, que precisaram apenas de um ajuste ou outro. Para viabilizá-las, alguns ativos, inclusive, estão sendo trazidos pela primeira vez ao Brasil, importados diretamente pelo Grupo NC. O grande desafio está nas embalagens e no processo de envase das linhas mais sofisticadas. “Lá (na Europa) eles lidam com uma tecnologia fabril diferente da nossa. Tudo é mais fácil”, pontua. Exceto pela coleção Cleaning & Toning (de limpeza), a primeira a ser lançada, cujo processo de produção é relativamente simples, os próximos lançamentos envolvem frascos com sistemas mais complexos, em função das formula-

debute com cleaning & toning: linha é a primeira a ser lançada no País; as outras três linhas deverão ser apresentadas em setembro.

ções e investir em máquina e ferramental tem sido fundamental para viabilizar isso. E também uma grande dor de cabeça. As embalagens vêm de fora, principalmente da Coreia e da China. Segundo Silvana, a empresa não encontrou aqui no Brasil frascos com o nível de sofisticação que as fórmulas demandavam.

Chegando ao mercado A linha Cleaning & Toning tem quatro itens: U.SK Cleanser (sabonete líquido), U.SK Scrub (esfoliante), U.SK Hydra CalmingToner (tônico de limpeza e hidratação facial para peles seca e normal) e U.SK Balance Toner (com efeito adstringente, é um tônico de limpeza e hidratação facial para pele mista e oleosa). As outras linhas serão lançadas no decorrer do segundo semestre. “O primeiro passo é a limpeza, profunda, mas que não agride. Isso foi importante pra gente fazer a escolha das bases das formulações, dos ativos, das fragrâncias, dos ingredientes funcionais que de fato estejam numa concentração adequada pra funcionalidade”, explica Silvana. Os produtos não têm corantes e a fragrância é baseada na peônia e na cereja negra, com diversas versões – o coração é o mesmo, o que muda é a base.

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A Under Skin está se posicionando na faixa mais alta do mercado de dermocosméticos e os itens podem ser comparados com os da marca SkinCeuticals, da francesa L’Oréal e da NeoStrata, da espanhola Melora. Os produtos terão, em média, preços acima de R$ 100, e serão distribuídos em poucos pontos de venda do canal farma. “Não vamos ter promotoras nos PDVs, porque o nosso produto não precisa ser ‘empurrado’. Ele tem ciência, é comprovado. Nosso produto tem de ser sim testado pelo médico, e se passado por seu aval, aí sim deve ser prescrito e adquirido”, esclarece o empresário. Por enquanto, os pontos de venda exclusivos da marca são a Drogaria Iguatemi, de São Paulo e a Drogaria Venâncio, do Rio de Janeiro. A marca tem uma equipe de visitação médica com 15 especialistas. A distribuição extremamente restrita, especialmente face ao investimento robusto, é um sinal de que o Grupo NC está ciente do tempo necessário para construir um negócio sólido no segmento de beleza. “O nosso horizonte é de longo prazo. É preciso tempo, dedicação, paciência e trabalho. Nossa estratégia é sempre estar focado na inovação e na ciência, trazer isso pra dermatologia”, argumenta o executivo. Por enquanto, os produtos serão distribuídos apenas no mercado brasileiro, mas o projeto da marca contempla avanço para além das nossas fronteiras. “A Under Skin nasce como uma empresa com know-how e estrutura de multinacional. E esse é o nosso desejo: ser uma multinacional reversa. Desenvolver, através do nosso centro de pesquisa, produtos inovadores pra vender não só no Brasil, como também no mundo”, conta Leonardo. A marca tem planos de entrar nos Estados Unidos em 2016, e um pouco mais tarde na Europa. “A ideia é transformar a Under Skin numa empresa mundial, com foco nas Américas e Ásia”, conclui.


mercado Biodiversidade

Avanço biodiversificado Foto: Sidney Oliveira/AG Pará/Fotos Públicas (10/03/2015)

Marco Regulatório da Biodiversidade é sancionado para, entre outras coisas, desburocratizar o processo e estimular o desenvolvimento sustentável; Lei nº 13.123/2015 aguarda agora a regulamentação e entrará em vigor no final de novembro >>> Aûani Cusma de Paula e Rafael Mendonça

O

último dia 20 de maio foi marcante para aqueles que, de alguma maneira, estão envolvidos com a biodiversidade brasileira. Nessa data, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei que define o novo marco legal da biodiversidade. O dispositivo define o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado à biodiversidade

e entrará em vigor no final de novembro deste ano. O objetivo da matéria é desburocratizar o processo e estimular o desenvolvimento sustentável. O novo texto substitui uma medida provisória do ano 2000, alvo de constantes reclamações da comunidade científica e empresarial pela falta de regras claras e que suscitaram pesadas multas contra diversas empresas. Dono da maior biodiversidade do mundo, o Brasil pode se transformar

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em uma potência em bioeconomia. Só no mercado compreendido pela biotecnologia industrial, que engloba setores como os de cosméticos e o farmacêutico, a expectativa da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é de que, até 2030, sejam movimentados no mundo 300 bilhões de euros (mais de R$ 1 trilhão, pelo câmbio atual). “Temos condições para ganhar a corrida na área da biotecnologia e fazer a diferença na geração


mercado Biodiversidade de conhecimento, emprego e renda”, afirmou Dilma durante a cerimônia de sanção da Lei.

Pesquisa facilitada Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a simplificação do acesso ao patrimônio genético é o grande destaque da Lei. “Será reduzida a burocracia para o desenvolvimento de novos produtos. A biodiversidade começará a ser vista como ativo estratégico do desenvolvimento econômico”, explicou na ocasião. Com o advento do novo marco, as empresas nacionais podem realizar um cadastro via internet e iniciar os trabalhos de pesquisa com maior agilidade, o que incentiva a diversificação dos estudos até então realizados e permite que novas pesquisas sejam iniciadas. O acordo de repartição de benefícios, que concede o direito de participação nos resultados com as comunidades fornecedoras do conhecimento, é obrigatório para a exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo, proveniente de acesso ao conhecimento tradicional associado. Mas, pela nova regra, os pesquisadores não precisarão desembolsar recursos financeiros enquanto fazem pesquisas em campo. O contrato de repartição de benefícios precisará ser firmado somente quando o produto estiver pronto, inserido no mercado e gerando lucros. Outra novidade é que as pesquisas envolvendo o patrimônio genético e o conhecimento tradicional associado não mais precisarão do aval do CGEN (Conselho de Gestão do Patrimônio Genético), um colegiado de caráter deliberativo presidido pelo Ministério do Meio Ambiente, que reúne outros 19 órgãos da administração pública federal e, que sempre foi fonte de constantes dores de cabeça para pesquisadores e indústrias. Agora, será necessário apenas a realização de um cadastro eletrônico para iniciar a pesquisa. A natureza desse cadastro, que será determinada durante a regulamentação da Lei, será fundamental para saber quão mais simples será o processo.

Ganhos repartidos A lei concede o direito às comunidades

tradicionais, povos indígenas e agricultores familiares de participar das decisões relacionadas à conservação e ao uso sustentável dos conhecimentos tradicionais, concedendo a eles cadeiras tanto no CGEN como no FNRB (Fundo Nacional de Repartição de Benefícios). As comunidades tradicionais são formadas por grupos como quilombolas, seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, pantaneiros, caatingueiros, entre outros, que somam cerca de 300 comunidades. O acordo de repartição de benefícios precisa ser apresentado pelas indústrias até 365 dias após o momento da notificação ao CGEN, informando que o produto acabado ou do material reprodutivo será colocado no mercado. Pelo acordo, o usuário terá de depositar, no FNRB, 1% da renda líquida obtida com a venda do produto oriundo do patrimônio genético. Outra novidade é o uso do protocolo comunitário como forma de consentimento prévio. Segundo o governo, esse documento oferece segurança jurídica aos povos e comunidades e estabelece, segundo seus usos, costumes e tradições, os mecanismos para autorizar o acesso ao conhecimento tradicional associado e à repartição de benefícios. Com esse instrumento, a empresa que tenha interesse em acessar o conhecimento tradicional associado de origem identificável de um povo ou comunidade por meio de um protocolo como esse, passará a se submeter às regras expressas previamente nesse instrumento. No caso de exploração econômica de produto ou material reprodutivo originado de conhecimento tradicional associado de origem identificável, o depósito no FNRB será de 0,5% da receita líquida anual com a venda do item. As microempresas, empresas de pequeno porte, microempreendedores individuais, agricultores familiares e suas cooperativas com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 2,4 milhões, estão isentos das obrigações estipuladas pela Lei. Enquanto isso, a gigante Natura – referência no mercado por sua grandeza e pelo seu tratamento com os recursos naturais – garante que pauta sua conduta sobre biodiversidade pelo estrito

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cumprimento da lei e sempre buscou um caminho que permita regras claras para o acesso ao patrimônio genético e viabilize o uso sustentável da biodiversidade como plataforma de inovação. “Ao facilitar a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos, esperamos que a nova legislação também traga maiores compensações às comunidades. Defendemos a garantia dos diretos dos povos e comunidades tradicionais e estamos sempre abertos ao diálogo. Somos a empresa com o maior número de autorizações de acesso a patrimônio genético e conhecimento tradicional associado emitidas pelo CGEN. Também somos pioneiros na repartição de benefícios com comunidades tradicionais no Brasil”, declara a companhia, por meio de comunicado.

Falta a regulamentação O texto sancionado sofreu seis vetos da presidente, parte deles com o objetivo de eliminar a burocracia que seria criada por conta de parágrafos que apontavam para a necessidade de autorização ou o poder de fiscalização para diferentes órgãos governamentais, tornando mais burocrático um processo que se queria simplificar. Não resta dúvida sobre a importância da aprovação do novo marco regulatório. Mas também não se pode esquecer que muitos dos seus aspectos mais importantes ainda precisam de regulamentação, o que deixa aberta inúmeras possibilidades para que a lei possa ser de fato um grande avanço, ou, tornar a situação ainda mais complicada do que hoje. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria há, pelo menos, 25 pontos da lei que precisam ser regulamentados. Entre os principais estão o formato do cadastro – que pode simplificar ou travar todos os processos, dependendo da sua complexidade e da infraestrutura disponibilizada –, o sistema de gestão para acesso ao patrimônio genético e os acordos setoriais para a pesquisa. A simplificação de regras e processos será determinante para incentivar empresas e instituições a investirem na prospecção e em inovações com recursos


da biodiversidade. Se a regulamentação confirmar na prática o espírito da lei, o de simplificar o acesso, indústria como a de cosméticos e a farmacêutica terão grandes incentivos para aplicar recursos em pesquisas relacionadas à biodiversidade. Uma das empresas mais tradicionais no campo dos ingredientes da biodiversidade brasileira para a indústria de beleza, a nacional Beraca mantinha um portfólio de novidades prontas para ir ao mercado e que aguardavam apenas a aprovação do novo marco regulatório da Biodiversidade. “Estamos totalmente alinhados com o que deve ser o acesso e a repartição de benefícios com a sociedade”, diz o presidente da empresa, Ulisses Sabará. Por sua vez, Thiago Terada, gerente de Responsabilidade Social Corporativa da Holding Sabará, que é detentora da Beraca, destaca que é preciso tomar cuidado com os termos subjetivos existentes na Lei, para que não haja problemas após a regulamentação. “Por exemplo, diz lá que a repartição de benefícios é 1%, na regulamentação este número não poderá ser mudado para 2%. Porém, como é que vai se dar esta repartição? Este é o ponto principal, ou seja, é o procedimento agora para que aquela lei se cumpra. Então, teoricamente, a regulamentação não pode estar em desacordo com o Projeto de Lei, mas podem haver definições omissas dentro PL que podem ser prejudiciais, mesmo com a regulamentação definindo alguns pontos que não estão definidos na lei. Essas definições podem ser prejudiciais tanto para a sociedade em geral, quanto para as empresas e comunidades”, exemplifica. Segundo ainda Thiago, no texto da Lei há diversos pontos que podem acarretar em algum tipo de distorção, por conta da subjetividade. Ele cita um dos artigos que diz que nas remessas, caso a empresa representante não tenha sede no Brasil, a lei vai pegar sua subsidiária, sua coligada, seu distribuidor, seu representante, etc. E um dos itens diz que tem de ser alguém “vinculado”. “Agora, ‘vinculado’ é um termo subjetivo, pois não se sabe exatamente o que é uma empresa vinculada. Se não for definido

neste caso o que é vinculado, abre-se um precedente para insegurança jurídica. Não sabemos o que pode acontecer. O órgão fiscalizador pode ter uma outra interpretação e isso pode causar uma insegurança jurídica, caso não seja bem definido. Outro exemplo, se fala em instituição de pesquisa nacional. Ok, mas o que define isso? Uma empresa é uma instituição de pesquisa nacional ou são somente as universidades e outras? A academia e as empresas são as que mais fazem pesquisa. Então, estes são termos referenciais importantes, que precisam ser bem regulamentados”, alerta ele. O Grupo FarmaBrasil – entidade que congrega nove empresas farmacêuticas de pesquisa brasileira, diz que a nova lei destrava já este ano projetos que somam R$ 270 milhões e que aguardavam uma definição do novo quadro legal. Para 2016, as farmacêuticas de capital nacional já têm programados outros R$ 60 milhões em investimentos para a produção de medicamentos a partir de plantas medicinais encontradas no território brasileiro. “São trabalhos para o desenvolvimento de drogas inéditas, com a realização de pesquisas a partir do zero”, informa o presidente da entidade, Reginaldo Arcuri.

Participação estrangeira Um ponto que sempre gera discussões acaloradas quando o assunto é acesso à biodiversidade brasileira, é a liberação para que estrangeiros façam uso dessa riqueza local. A lei recém-sancionada, a um só tempo regula e facilita o acesso ao patrimônio genético por empresas estrangeiras. Tal acesso não pode se dar de maneira direta por uma pessoa física estrangeira, mas, por meio de um simples cadastro, uma empresa sediada no exterior pode acessar o patrimônio genético nacional e o conhecimento tradicional, desde que em parceria com uma instituição de pesquisa pública ou privada brasileira. Caso não disponha de um parceiro local, a empresa estrangeira interessada em acessar a biodiversidade brasileira precisa solicitar a emissão de autorização prévia. Ao mesmo tempo, o marco regulatório viabilizou também o envio de amos-

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tras ao exterior para fins de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico, o que permitirá a pesquisadores e empresas brasileiras acessar laboratórios de ponta ao redor do mundo para avançar com suas pesquisas. Mas, segundo a advogada e especialista em Direito Ambiental, Mariana Gmach Philippi, do Buzaglo Dantas Advogados, ao descartar qualquer preferência pela realização de tais estudos em território nacional, contraria, inclusive, as determinações contidas na Convenção Internacional de Biodiversidade, um acordo de 1992 do qual o Brasil é signatário e ao qual a nova lei brasileira busca adequação. Em artigo, a especialista acredita que se “desperdiçou uma excelente oportunidade de fomentar o desenvolvimento tecnológico brasileiro, colocando-se o País, novamente, em uma posição de submissão e dependência em relação às nações consideradas desenvolvidas.”

Multas e fiscalização As infrações contra o patrimônio genético e o conhecimento tradicional serão fiscalizadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e pelo Comando da Marinha do Brasil, no caso de área marítima. As multas contra as pessoas jurídicas que infringirem a Lei vão de R$ 10 mil até R$ 10 milhões, uma disparidade que assusta até porque não se sabe ainda quais os parâmetros para determinar os valores. Um dos vetos da presidente eliminou a possibilidade de que produtos cujas pesquisas foram iniciadas antes de 29 de junho de 2000 (data da edição da primeira legislação sobre o tema), deixem de recolher os devidos royalties. Apenas os produtos que tiverem sido lançados no mercado anteriormente a esta data terão tal benefício, restringir a possibilidade de isenção. Um aspecto positivo é que o novo marco possibilita a regularização de quem se encontra em desconformidade com a legislação anterior à nova Lei, isentando-os assim de possíveis sanções. Um alento frente à pesada carga de burocracia que existia na legislação anterior, o que acabou colocando muitas empresas na “ilegalidade”.


inovação Ingredientes

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Quando menos é mais Com 30% dos brasileiros sofrendo com algum tipo de alergia, cresce a procura por produtos cosméticos de formulações minimalistas. Qual é a fórmula para o sucesso nesse campo? Produtos eficazes com poucos ingredientes >>> beatriz ces

D

e acordo com os mais recentes dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunapatologia, cerca de 30% dos brasileiros sofrem de algum tipo de alergia. As que acometem a pele são umas das mais frequentes, podendo ser causadas por qualquer tipo de substância que irrite o maior órgão do corpo humano. Celina Issa, gerente de Marketing

para América Latina da Lubrizol, explica que o consumidor tem demandado produtos com formulações que contenham ingredientes cada vez menos agressivos, e que essa é uma tendência que veio para ficar. “Os consumidores estão cada vez mais entendendo os rótulos e com certeza ter fórmulas com foco minimalista, clean label ajuda muito no processo de decisão de compra. Vale ressaltar que busca-se o minimalismo nas formulações, mas a

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performance e qualidade dos produtos devem ser preservadas”, destaca. De fato, desenvolver uma formulação dermatológica que não cause reação alérgica, porém que não apresente os resultados desejados pelos consumidores, médicos e esteticistas, ou que, esteja aquém do desempenho de produtos que apresentam formulações com maior concentração de ingredientes, não faz o menor sentido. O grande desafio que as indústrias desenvolvedoras de soluções químicas encontram nesta área é justamente fazer a combinação certa de poucos ingredientes, porém que seja eficaz, possua uma textura agradável e um custo de produção competitivo. “Os principais desafios em se desenvolver um produto no formato minimalista é manter a mesma performance que um convencional possa apresentar em quesitos, como por exemplo: eficácia, sensorial, textura, estabilidade física-química e microbiológica, custo e entre outros”, reforça a profissional de Marketing Técnico e Laboratório da quantiQ, Mônica Antunes.

Um nicho para poucos Soraya Oliveira, gerente de P&D da ADCOS – empresa que desenvolve produtos de alta performance, principalmente focado no público profissional – conta que, por reduzir o potencial irritativo e alergênico dos produtos, a empresa, sempre que possível, busca desenvolver formulações com a menor quantidade de ingredientes possível. Entretanto, a gerente da empresa exalta a importância do uso de uma embalagem com uma tecnologia adequada para proteger os produtos. “Para viabilizar este caminho é importante o uso de embalagens air less, que minimizam o contato do produto com o


inovação Ingredientes

julinha lazaretti e produtos alergoshop; e celina issa, da lubrizol: consumidores querem ter fórmulas com foco minimalista.

meio externo e, com isso, ajudam a evitar contaminação microbiana”, detalha. Já Julinha Lazaretti, gerente de Marketing e Produtos da Alergoshop, revela que alguns ingredientes conseguem ser retirados das formulações, porém, outros somente são substituídos por similares que possuam menos chances de causar algum tipo de reação alérgica. Porém, assim como a profissional da quantiQ, ela afirma que desenvolver fórmulas que conciliem eficácia, sensorial e custo, sem utilizar as substâncias mais comuns do mercado é um grande desafio. Todavia, ela acredita que tanto esforço tem lá suas vantagens. “Atendemos a um nicho que se distancia das grandes indústrias, no entanto, a divulgação torna-se mais trabalhosa. É um trabalho de formiguinha, explicando para cada cliente quais as substâncias que ele pode estar sendo exposto sem saber.” A executiva da ADCOS completa dizendo que esse tipo de produto não atrai somente o consumidor comum, mas também os médicos. “A principal vantagem desse tipo de produto é a boa aceitação tanto dos nossos clientes quanto dos dermatologistas”, afirma.

Vantagens para o cliente e para as indústrias Apesar da dificuldade de solucionar a

equação que envolve eficácia, sensorial e os custo benefício de uma formulação, as indústrias de desenvolvimento de ingredientes também se beneficiam dessa onda de formulações minimalista que toma conta do mercado. Segundo Mônica, da quantiQ, com a maior demanda por formulações que necessitam de menos ingredientes, a indústria consegue vantagens na oti-

mais ingredientes. Ela acredita que este tipo de produto está em perfeita sintonia com os novos desejos de um consumidor cada vez mais consciente, que não somente quer o que há de menos agressivo para o seu corpo – sem esquecer da eficácia –, porém, que se preocupa também com questões ambientais, e busca produtos de menor impacto. “Existe a tendência de as empresas

Alguns ingredientes conseguem ser retirados das formulações, porém, outros somente são substituídos por similares que possuam menos chances de causar algum tipo de reação alérgica. mização do processo fabril, tempo de pesagem, fabricação e setup reduzido, redução do estoque físico devido à redução de ingredientes, geração de menos resíduos e redução da perda de processo. A executiva também ressalta as vantagens ecológicas que o desenvolvimento deste tipo de fórmula trará, tendo em vista que sua geração de resíduos e seu impacto ambiental é menor do que a de uma formulação desenvolvida com

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buscarem alternativas mais naturais, mais sustentáveis no desenvolvimento de seus produtos, pensamento ecologicamente correto e buscando maiores cuidados com a pele. Hoje é possível encontrar ingredientes mais puros ou mais naturais, como pigmentos, conservantes ‘booster’, extratos aromatizados, óleos e manteigas vegetais, bases sem etoxilação, gomas naturais entre outras tecnologias de apelo verde”, finaliza Mônica Antunes.



evento FCE

Uma fonte chamada FCE Com muito esforço e boa vontade dos expositores, evento supera apagão do primeiro dia oferecendo ao mercado as últimas tendências e novidades em termos de matérias-prima e embalagens, em sua 20ª edição >>> da redação

H

á 20 anos, o evento já faz parte do calendário da cadeia produtiva cosmética, sendo também um dos mais aguardados do setor. Assim é a FCE Cosmetique, que em 2015 chegou à 20ª edição, sendo realizada mais uma vez em São Paulo. Considerada uma das principais plataformas de negócios da América Latina para o setor cosmético, bem como para o farmacêutico, a edição deste ano recebeu 16.792 visitações, sendo 50% deste público com perfil de tomadores de decisão incluindo presidentes, vice-presidentes, diretores e sócios proprietários de revendas do País e do exterior. Players da indústria de beleza também marcaram presença, como os da Avon, O Boticário, Natura, Jequiti, Unilever, entre outras. Além das incontáveis novidades apresentadas pelas dezenas de expositores, a feira trouxe alguns atrativos a mais aos visitantes, como o Circuito do Conhecimento e Inovação, uma plataforma de comunicação

e relacionamento voltada à valorização do conteúdo, conhecimento e da experiência por meio de projetos que se integram e se transformam em um ambiente único de interação, negócios e troca de informações. Na Arena do Conhecimento – um auditório aberto ao público, incorporado ao espaço da feira –, aconteceram palestras voltadas à inovação, tendências e lançamentos do setor. Realizado em parceria com a Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC), a FCE também promoveu o Circuito do Congresso Brasileiro de Cosmetologia. Outro eventos paralelos também aconteceram, como: o 4º seminário FCE Pharma; a 2ª Jornada Sindusfarma; e a 2ª edição da Powtech Arena Brasil. Todos eles contaram com qualificada audiência atraindo mais de 600 pessoas para as mais diferentes palestras. As feiras de negócios proporcionam uma oportunidade singular para troca de experiências, conexão de pessoas e geração de oportunidades entre profissionais do mercado e empresas. “Neste sentido, encerramos esta edição da FCE Pharma e

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da FCE Cosmetique agradecendo aos expositores e parceiros por, juntamente com a NürnbergMesse Brasil, proporcionarem ao público visitante a principal e mais completa plataforma de negócios para toda cadeia produtiva da indústria farmacêutica, gerando excelentes oportunidades de negócios e impulsionando o desenvolvimento da economia deste setor”, afirma Ligia Amorim, diretora Geral da NürnbergMesse Brasil, organizadora do evento. Mas apesar das exaltações feitas pela dirigente e das atrações ao longo dos três dias, nem tudo foram flores para os expositores durante o evento. No início da tarde do primeiro dia, um apagão atingiu o local da feira e deixou os stands sem energia elétrica por pouco mais de duas horas. Mesmo que tenha ocorrido nas primeiras horas do evento, em horário em que teoricamente o movimento estava tranquilo, muitos expositores relataram consequências negativas por conta do fato. A NürnbergMesse Brasil prometeu ressarcir os expositores de alguma maneira. Após o


espaço concorrido: edição deste ano da FCE recebeu mais de 15 mil visitações, com dezenas de expositores trazendo uma série de lançamentos para o mercado cosmético.

acontecimento, a maioria dos expositores confessaram que a feira atendeu às expectativas em termos de negócios e visitas recebidas.

Recheada de novidades Como acontece em todos os anos, é durante a FCE Cosmetique que as empresas da cadeia produtiva cosmética aproveitam para apresentar seus lançamentos. Em 2015, novamente, inúmeras foram as inovações. Confira algumas:

Basf Com o intuito de reforçar o conceito Look ‘N Feel, a companhia trouxe uma série de novidades. De acordo com Flávia Fernandes Zanella, responsável pelo Marketing de Personal Care South America da Basf, este conceito mostra que a textura de uma formulação vai muito além do toque. “Estamos sempre observando o mercado, o consumidor, as tendências; para entender as necessidades do consumidor e do mercado, trazer para dentro de casa e desenvolver ingredientes novos e soluções para atender a este mercado e suas necessidades. Uma necessidade constante do mercado são as texturas inovadoras, e esta é uma das maneiras de se inovar no produto. Às vezes nem é preciso se investir em uma nova matéria-prima, mas sim procurar fazer melhor uso das já existentes na empresa. Então, inspirados neste desejo por texturas inovadoras, desenvolvemos o conceito Look ‘N Feel”, situa. Ao longo da FCE, para o mercado de Personal Care, a Basf apresentou as se-

guintes soluções: o Emulgade Sucro Plus, um novo emulsificante de base natural com desempenho sensorial único; Reflecks MultiDimensions, uma nova linha de pigmentos de efeito color travel que levam ao cosmético uma mudança de cor de acordo com o ângulo de observação; LOX-Age, que estimula a síntese de LOX (lysyl oxydase) e promove a restauração da estrutura da epiderme, melhorando a coesão e a diferenciação de suas células; Epigenist:, para rejuvenescer a pele envelhecida e torná-la visivelmente mais jovem; Dermawhite WF, que oferece ação de clareamento de maneira rápida e significativa, com resultados visíveis em duas semanas; a Skin Care Polymers Toolbox, ferramenta para formuladores de cosméticos encontrarem os polímeros ideais para o cuidado de cada pele; e o Collrepair DG, capaz de reverter as consequências da glicação. “Cool Repair é o primeiro ativo dentro do mercado cosmético com ação declicante. No mercado já há ativos antiglicação, que servem para previnir a glicação; mas uma vez que ela ocorre na pele, não é mais possível reverter este processo. Nós conseguimos desenvolver um ativo que reverte estes danos causados pela glicação na pele. Comprovamos esta capacidade in vitro e in vivo. Esta é uma grande inovação e é algo que o mercado pede há tempos”, garante Flávia.

Lubrizol A novidade da Lubrizol foi o Empowering the Senses, tecnologias e formulações que provocam os sentidos proporcionando envolvimento e encantamento, causando um

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impacto sensorial. Segundo a companhia, texturas inovadoras aprimoram a capacidade de apreciar novas e envolventes experiências e ainda usufruir de incríveis benefícios. Além deste conceito, a Lipotec, adquirida em 2012 pela Lubrizol e reconhecida mundialmente por seus ativos de alta performance, lançou novos ativos para o segmento de Personal Care: o BRIGHLETTE marine ingredient, um extrato de origem marinha (Biointec blue biotechnology) que atua nas várias fases da hiperpigmentação reduzindo consistentemente a deposição de melanina na epiderme; o EYEDELINE marine ingredient, um extrato de origem marinha (Biointec blue biotechnology) que combate os três principais sinais evidentes de fadiga e de envelhecimento ao redor dos olhos – bolsas, olheiras e rugas; e o Carbopol Aqua SF-1 OS Polymer, um modificador reológico que faz parte de uma nova classe de copolímeros acrilatos que permite formulações para cuidados com a pele que ofereçam melhor proteção solar e tonalidade uniforme em emulsões com altas concentrações de pigmentos.

cosmotec A companhia falou do Neomix Experience, focando em textura e sensorial, e com uma evolução do conceito original em três pilares: Biopersonalizáveis, Multiuni e Simplicitec. A Biopersonalização está focada em produtos para o indivíduo, customizado, e valoriza ele. Por exemplo, um batom que ao ser aplicado realça a cor dos lábios e vai realçar a cor, cada um vai ser de um jeito porque cada organismo reage de um jeito. Já o


evento FCE causados pelo estresse físico-químico-termo-ambiental. Impede a cascata de danos que resultam em uma progressão de alterações estruturais na fibra dos cabelos.

Univar + D’Altomare

à disposição: expositores colocaram suas novidades para o público conhecer bem de perto e até testá-las.

Multiuni, são produtos multifuncionais e com um valor agregado diferenciado. Muitos benefícios em um produto só. A ideia é trazer para o nível do varejo produtos melhores em algumas categorias. Na visão da empresa, as pessoas estão em busca de um produto que funciona e entreguem o que prometem. “Se ele entregar o que promete, o consumidor está exigente e ele quer produtos que realmente entreguem os benefícios”, avalia Tatiana Francine C. Roque, gerente de Comunicação de Mercado da Cosmotec. Por fim, o Simplicitec, produtos mais simples com diferenciação tecnológica. Produtos de uso essencial, por exemplo, um gloss que parte de uma fórmula simples e a gente acrescenta um pigmento encapsulado e esse gloss passa a ter duas cores. Gera uma cor nova. “Estamos trabalhando com isso há dois anos, uma tendência das pessoas que querem atualizar os seus produtos na mesma velocidade em que atualizam os aplicativos do celular. Expectativa de produtos melhores com velocidade muito rápida. Ascensão da classe C, em busca de produtos mais sofisticados, esse conceito se encaixa como uma luva, porque você pode partir de uma fórmula simples e deixar o produto mais atualizado e sofisticado”, complementa Tatiana.

masculina e outra feminina; criações exclusivas desenvolvidas pela sua equipe de perfumistas.

Cramer

Aqia

Para a edição deste ano da feira, a companhia apresentou a nova coleção de Fragrâncias Selfie, inspiradas na beleza e no mundo das redes sociais. Além disto, a Cramer também trouxe seus dois novos lançamentos para perfumaria fina: uma fragrância

Já a Aqia, por sua vez, trouxe o ReparAge, um sistema composto por uma Matriz Amino-Estrutural responsável pelo efeito Pro.FILLER: aumento do diâmetro do fio do cabelo envelhecido. ReparAge promove uma reparação dos macro & microdanos

Vollmens Fragrances A empresa aproveitou a 20ª edição do evento para apresentar sua nova comunicação de mídia que dá continuidade ao sucesso do vídeo “The Elements of Creativity”, lançado no Prêmio Atualidade Cosmética de 2014; e também levou coleções de fragrâncias que atendem aos segmentos de Perfumaria Fina, Body Care, Hair Care, Air Care, além de uma linha exclusiva para o mercado masculino. As fragrâncias apresentadas acompanharam as últimas tendências de mercado, com fortes atributos emocionais, valor agregado, alto desempenho e são adequadas ao mercado brasileiro. E em resposta ao crescimento do mercado de produtos cosméticos para o público masculino, a Vollmens Fragrances levou com exclusividade uma linha específica para eles, com fragrâncias refinadas e com alto grau de perfumação. Para o segmento Hair Care, uma das propostas apresentadas era um produto com apelo de DETOX capilar, com a fragrância Detox Fresh, que comunica limpeza e cuidado de forma contemporânea, sofisticada e elegante.

Atualidade COSMÉTICA

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Duas forças da distribuição de especialidades químicas se uniram para oferecer ilimitadas soluções e assessoria técnica. Nesta edição da FCE, foram apresentados: J.RETTENMAIER & SOHNE, novo parceiro da Univar, a J.Rettenmaier & Sohne líder mundial em fibras naturais tem sua atuação em mais de 23 países e mais de um século de tradição; DOW CORNING CB 3046 FLUID, um blend de silicone especialmente desenvolvido para ser o único ingrediente ativo no controle do frizz para o uso em formulações aquosas e anidras de alta eficiência; DOW CORNING EP 9801 HYDRO COSMETIC POWDER E DOW CORNING EL-7040 HYDRO ELASTOMER BLEND, produtos disponíveis em pó e gel, compatíveis com sistema à base d’água para dar maior flexibilidade a formulação; CETIOL ULTIMATE, emoliente volátil, ultra leve, de origem 100% natural, biodegradável, com aprovação Ecocert e Cosmos; UVINUL EASY, mistura de filtros orgânicos, emolientes e emulsionantes desenvolvido para facilitar o desenvolvimento de formulações com proteção solar; AKYPO RL 40 FM, surfactante de origem vegetal livre de sulfatos; Amidet APA 22, agente condicionante amidoamina biodegradável, promove um excelente condicionamento e proteção da cor; e o Bioquat Complex, uma combinação sinérgica de aminoácidos, polímeros condicionantes, fitoesteróides e ômegas de origem vegetal.

Kaapi Na ocasião da FCE 2015, a Kaapi apresentou diversos lançamentos para linhas de cuidados com o cabelo, cremes e loções hidratantes, perfumaria fina, entre outros. Uma das novidades foi a fragrância Cherry Flower (EM2021), criada para aplicação em cremes e loções hidratantes. Para shampoos e condicionadores, foram apresentadas fragrâncias tradicionais como Aloe Vera (EM1744), contemporâneas como Macadâmia (ESP102), além de criações exclusivas como o NOA V (EM1790), com notas alegres florais frescas.



clássicos

da perfumaria por Larissa Gutierres

Elegante como sempre Lançado há 19 anos pela Avon, com personalidade marcante e procurando refletir as características da modelo, a fragrância Luiza Brunet segue fazendo sucesso dentro do portfólio da companhia de venda direta

L

uiza Brunet é uma mulher que carrega consigo inúmeros adjetivos positivos. Teve uma vida simples e humilde até se consolidar no mundo da moda. Com uma carreira de sucesso, a modelo se tornou referência para as mulheres brasileiras. Carismática, elegante, honesta e independente, Luiza conquista a todos por onde passa. Foi pensando em todos esses atributos, que a marca Avon criou em 1996 o primeiro perfume de celebridade no Brasil. A ideia foi de entregar uma fragrância que representasse a musa Luiza Brunet, como um verdadeiro presente para suas consumidoras. O perfumista Thierry Bessard, que na época atuava na H&R, criou uma fragrância refinada, que capta o espírito confiante e sofisticado de uma verdadeira celebridade. Luiza Brunet, um oriental green floral, tem em seu topo green notes, bergamot, mandarina e geranium. A reluzente mandarina empresta um toque de frescor cítrico, trazendo uma saída cativante que seduz os sentidos e fascina. No coração estão iris (orris), jasmine (sambac), lily of the valley (muguet), rose e ylang-ylang, traduzindo feminilidade, sofisticação e exclusividade. As notas de fundo são: amber (crystal), musk (white), vanilla, cedarwood e sandalwood. De acordo com a marca, elas transmitem uma sensação viciante e duradoura finalizando toda a criação. “As consumidoras se identificam com as notas presentes, como a sensualidade representada pela baunilha e a personalidade marcante do jasmim”, explica Claudia Ciszevski, gerente da categoria de fragrância da Avon Brasil.

o perfume Luiza Brunet está entre as top 15 marcas da perfumaria Avon no mundo, além de ser uma das 20 fragrâncias Avon mais vendidas no Brasil. A parceria entre a marca e a modelo já dura mais de dez anos. Após seu lançamento, dois flankers também foram produzidos: Luiza Brunet Radiance e Luiza Brunet Poderosa. A fragrância original foi relançada em 2013. As características desse clássico da perfumaria brasileira continuaram as mesmas, mas sua embalagem foi alterada – para se adequar ao frasco de Luiza Brunet Radiance, lançado na mesma época. “Luiza Brunet está cada vez mais bonita, sensual e poderosa. A modelo e empresária é fonte de inspiração para milhões de consumidoras brasileiras por conta de sua história de superação, carreira de sucesso e dedicação a causas sociais. Ela tem um forte approach com a consumidora, por ser uma mulher linda, que conquistou a vida de maneira verdadeira e simples”, declara Claudia. Luiza é embaixadora ainda da causa Avon Contra o Câncer de Mama.

Sequência de sucesso

Segundo a companhia de venda direta, Atualidade COSMÉTICA

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BRASIL

A ÚNI CA FEI RA LATI NO-AMERICANA EXCLUSIVAME NTE DE DICADA A MATÉRIASPRI MAS PARA HI GI ENE PE SSOAL, PERFUMARIA E COSMÉ TICOS

A segunda edição da in-cosmetics Brasil será um evento internacional e completo onde os Formuladores, Profissionais de P&D e de Marketing da indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos poderão: Conhecer as novidades de 200 expositores vindos de mais de 20 países. Aperfeiçoar seus conhecimentos nos Workshops Técnicos, Seminários de Inovação e de Tendências de Mercado.

100% dedicada a matérias primas.

Organizado por:

Registre seu interesse em visitar www.in-cosmeticsbrasil.com.br

São Paulo Expo Center Norte

30 Set-1 Out

2015

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Unlimited

Inspiration Inspiração é nossa fonte de criatividade. Na Symrise, valorizamos inspirações em todos os momentos da vida, em todo o mundo, nas tendências de hoje e amanhã. Em uma busca sem limites por novas ideias, inspirando o novo, inspiramos sempre mais. Symrise, always inspiring more ...

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