Revista Atualidade Cosmética 145

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Ano: 22/2015 • R$ 40,00

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varejo de beleza

Um especial de 14 páginas sobre o momento do mercado nas perfumarias, drogarias e lojas próprias PAC2015

categorias Produtos que estão fazendo a cabeça das cacheadas; FPS’s mais altos ganham espaço em Proteção Solar

Tudo sobre o Oscar da cosmética e da perfumaria




16.

68.

Tudo sobre a premiação mais importante do mercado de beleza na América Latina.

A consultoria inglesa Mintel avalia o impacto das redes sociais e blogs sobre os consumidores.

evento perfil - profissionais do ano

69.

evento prÊmio atualidade cosmética

25.

Os finalistas da categoria Profissional do Ano são líderes incontestáveis da indústria. E não por acaso.

32. #145

categoria proteção solar

FPS’s mais altos ganham mais espaço no mercado e geram novos desafios para a indústria cosmética e seus fornecedores.

40.

categoria cuidados com os cabelos

A tendência No Poo, Low Poo ganha força no mercado e na cabeça das cacheadas.

50.

especial varejo a força da especialização

Os canais especializados em beleza têm tudo para seguir ganhando espaço no mercado brasileiro.

54.

especial varejo PERFUMARIAS

O sortimento é a grande fortaleza das perfumarias. Mas o trabalho de gestão do mix precisa evoluir.

57.

especial varejo LOJAS PRÓPRIAS

Um caminho cada vez mais comum para marcas em busca da construção de um canal de distribuição mais especializado no Brasil.

consumo MÍDIAS SOCIAIS

mercado amostras para todos

A oferta de opções de amostragem evoluiu e pode aumentar a adesão da indústria para essa eficaz ferramenta de vendas.

72.

negócios entrevista

O executivo Lásaro do Carmo Jr. tem planos agressivos para tornar a empresa de venda direta Jafra um ator relevante no mercado local.

76.

negócios fragrÂncias

Qualidade é a regra número um do jogo para a fabricante de fragrâncias Phytoessence.

80.

evento beauty fair

A maior feira de beleza do País atraiu neste ano quase 150 mil visitantes e movimentou o mercado nacional e internacional.

82.

evento in-cosmetics

A 2ª Edição superou expectativas e organização já se prepara para 2016, quando o evento passará a se chamar ‘in-cosmetics Latin America’.

83.

evento organic monitor

O tema ‘sustentabilidade’ foi abordado em alto nível no Sustainable Cosmetics Summit.

62.

90.

Elas não se enquadram no conceito clássico de varejistas de beleza. Mas, em determinadas categorias, como as de pele, as farmácias estão ditando as regras do jogo.

Um perfume inspirado no calor dos vulcões e concebido para ser atemporal.

especial varejo DROGARIAS

64.

especial varejo DISTRIBUIÇÃO SELETIVA

Hoje, uma alternativa real para indústrias que apostam em itens de beleza sofisticados.

clássicos da perfumaria uzon, da jequiti

editorial ______________ 6 painel _______________ 8 express ______________ 44 WAC_________________ 86



EDITORIAL

Hora de fazer bonito!

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muito positivo para os segmentos especializados. Por outro lado, mesmo neste momento difícil em relação a consumo, há menos idas aos PDVs, porém esta ação tem sido cada vez mais seletiva e estratégica por parte do consumidor. Apesar de estar ciente de que é tempo de economizar, ele não quer deixar de seguir comprando determinados produtos. Além disso, seu nível de exigência tem feito com que a atenção com todos este fatores tenha de ser triplicada. Por fim, chegamos, firmes, fortes e belos a mais uma edição do Prêmio Atualidade Cosmética, a 23ª, reafirmando o nosso compromisso de reconhecer e celebrar com isenção, as pessoas, empresas e produtos que mais se destacaram ao logo dos últimos 12 meses. A crescente participação de companhias de diversas regiões do Brasil, de grandes multinacionais até startups que atuam em nichos bem demarcados, nos serve de incentivo e prova que, ao escolhermos o caminho da independência e da transparência, com foco em processos de avaliação robustos e realizado por nomes de alto gabarito no mercado, somos privilegiados com a confiança do setor. Esta convicção vem tanto das indústrias que participam com os seus produtos, quanto dos fornecedores, que nos ajudam a manter acesa a alma e o espírito da premiação, independentemente de preferências pessoais ou acordos comerciais. Se você está entre os finalistas, tenha certeza de que está lá exclusivamente pelos méritos do seu trabalho. E, para aqueles que não fazem parte da lista, tenha persistência. Afinal, o sucesso é uma caminhada longa e com alguns percalços. Mas, para quem trabalha duro e investe em oferecer o melhor para as consumidoras, o destino final certamente será recompensador.

izem que todos possuem qualidades e vocações para exercer algum tipo de atividade com excelência. Mas, em determinadas áreas de atuação, nem sempre é possível alcançar o sucesso fazendo apenas aquilo que domina. É necessário evoluir em diversas direções, inclusive naqueles que são consideradas como “pontos-fracos”. E não há somente isso. Também se mostra imprescindível saber como se adaptar ao cenário que está imperando no momento por conta de múltiplos fatores. Dentro de um negócio qualquer, toda esta realidade cobra o seu preço, ou seja, é preciso ter suas melhores armas sempre afiadas, bem como deve-se cuidar daquilo que pode atrapalhar seu rendimento e até trazer eventuais prejuízos para sua marca ou empresa. Trazendo todo este contexto para o dia a dia do varejo de beleza, fica mais fácil de entender como esta orientação de “explore seu lado bom e atente-se ao seu lado ruim” prevalece. Os segmentos especializados que compõem este varejo no Brasil contam com forte apelo em ambientação de loja, foco em atendimento personalizado e usufruem de produtos que visam atender a diferentes especificidades, sempre focando em qualidade. São estes os pontos que levam o consumidor a entrar em uma Drogasil, ou em uma unidade de O Boticário ou Mahogany, ou ainda em uma Ikesaki – para aqueles que estão primando por variedade de itens. E, como todos sabem, as diferentes vertentes em termos de consumo sempre exerceram influência direta na a rotina de qualquer companhia e seus pontos de venda. Os últimos dois anos têm mostrado uma diversificação nas atitudes dos consumidores. Esta mudança sofre com a interferência do momento econômico do País. Com isso, fatalmente, quem está comprando quase sempre está visando preço, o que não é exatamente

fundador: José Luiz de Paula Jr. Publisher: Aûani Cusma de Paula

Boa leitura!

editor-assistente: RAFAEL mendonça (RAFAEL@cusmaneditora.com.br)

executiva de vendas: Wanessa de Souza (wanessa@cusmaneditora.com.br)

Reportagem: LARISSA GUTIERRES (LARISSA@cusmaneditora.com.br)

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painel

Piloto promissor

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Natura está fazendo uma primeira incursão com seus produtos no varejo multimarca. A empresa colocou alguns itens da sua linha Sou para serem vendidos em lojas da Droga Raia e da Drogasil. O projeto-piloto começou em setembro e acontece em 29 lojas das duas redes nas cidades de Campinas, Vinhedo e Valinhos, no estado de São Paulo. Os produtos estão sendo expostos em pontas de gôndolas exclusivas. Os preços de venda são os mesmos praticados no catálogo da companhia. De acordo com o CEO da Natura, Roberto Lima, as impressões até esse momento são estimulantes e comprovam a força da marca. “A partir dessa experiência poderemos identificar que outras linhas de produtos poderiam passar pela mesma experiência no varejo, seja no canal farma seja em outros canais”, diz o executivo da empresa de venda direta. Segundo ele, a Natura deve fazer muitas experimentações como esta, ao invés de partir para um grande projeto para no varejo multimarcas, que pode levar muito tempo para ser executado. Além da experiência nas drogarias, Roberto disse durante a conferência de resultados do terceiro trimestre, que a empresa está cada vez mais convencida de que uma operação de lojas próprias poderá ser um canal sinérgico com as consultoras. Segundo ele, uma demanda dos consumidores é a de experimentar os produtos antes de comprar

PONTO DE GÔNDOLA DA NATURA: projeto-piloto com Droga Raia e Drogasil vislumbra novos horizontes para a empresa de venda direta.

e as lojas podem servir a esse papel. “Estamos desenvolvendo o projeto de maneira muito próxima das consultoras”, diz ele. No entanto, o dirigente deixa claro que as lojas não virão para serem show-rooms e terão de se provar viáveis comercialmente e se equilibrarem economicamente. “A sinergia vai existir nessa possibilidade de experimentação de produtos, deixando o consumidor à vontade para comprar os itens na loja ou com as consultoras, de forma online ou presencial”, explica. Ao contrário do que acontece nas venda online, o projeto de varejo não deve prever uma

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remuneração para a consultora no caso das compras realizadas nas lojas. Mas um sistema de pontuação, identificando cada cliente individualmente, deve ser desenvolvido. “Teremos sistemas de estímulos para que os clientes continuem comprando das nossas consultoras como sempre fizeram”, diz Roberto. Os testes em um primeiro conjunto de lojas (ainda sem data prevista) vai permitir a empresa testar conceitos e entender como o cliente vai se comportar na loja em cada região. “Vamos olhar a geografia muito de perto e ver onde poderemos ter sucesso com esse tipo de atendimento ao cliente”, finaliza.


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painel “Beleza” bolivariana Na Venezuela, um País onde o papel higiênico virou artigo raro, os consumidores estão tendo que improvisar para cuidar da higiene e da beleza. Afetados por uma gravíssima crise política, social e econômica - que tem mantido as prateleiras dos pontos de vendas persistentemente vazias - os venezuelanos estão partindo para uma solução caseira e fazendo os seus próprios cosméticos. Com a criatividade que nós brasileiros conhecemos tão bem, os consumidores de lá estão usando uma mistura de limão e vinagre no lugar da acetona, e uma mistura de cravo com álcool como repelente de insetos. O movimento tem dado origem a pequenas empresas, que estão transformando a necessidade em oportunidade. “Este ano eu comecei a produção de cosméticos, e estou produzindo mais e mais como resultado da demanda positiva”, disse à a agência de notícias Reuters, Mimi Ossorio, que produz uma linha orgânico de cuidados com a pele Beauty Mimi utilizando óleos essenciais, mel e cacau. Mas, mesmo quem tenta viabilizar soluções caseiras sofre com a escassez de matérias-primas, que afeta tanto fornecedores como varejistas no País de Nicolas Maduro. No caso de Mimi, ela recorre a amigos e parentes que viajam ao exterior para que tragam ingredientes chaves para sua produção.

O primeiro brasileiro, de novo

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L’Oréal Brasil criou uma nova estrutura de comando para sua divisão de Produtos de Grande Público (DPGP), que concentra marcas como L´Oréal Paris, Garnier e Maybelline e responde por cerca de 75% da receita do grupo no Brasil. O executivo Délio Oliveira, que dirigia a L’Oréal Cosmética Ativa no País, foi promovido à recém-criada presidência da L’Oréal DPGP. Será a primeira vez em quase 60 anos de Brasil que a empresa francesa terá um brasileiro no comando de sua divisão mais importante. Em 2011, Délio também foi o primeiro brasileiro a assumir a L’Oréal Cosmética Ativa. Na nova função, Délio – que entrou na L’Oréal em 2000, para o startup da divisão Cosmética Ativa – terá a responsabilidade por toda a operação da DPGP e, também, sobre a Niely, marca brasileira líder no segmento de coloração e que foi comprada recentemente pela gigante francesa. As duas operações seguem sendo tocadas de maneira independente, com o executivo Damien Bertrand à frente da L’Oréal DPGP e Marceu Dominique como diretor-executivo da Niely.

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painel

Reforço de peso

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casa de fragrâncias brasileira Vollmens reforçou o seu time criativo com a contratação de Paulo Fonseca, um dos mais renomados narizes do Brasil. Com 50 anos de carreira e longas passagens pelas norte-americana IFF, no início da profissão, e a suíça Firmenich, onde passou os últimos 30 anos, Paulo assinou criações de sucesso em todas as categorias e para as principais marcas do mercado, como P&G, Unilever, Natura e O Boticário. É dele inclusive a criação de Quasar, um clássico da perfumaria brasileira e, até hoje, um dos perfumes mais vendidos no portfólio de O Boticário. Em 2008, Paulo foi agraciado com o título de Mestre-Perfumista pela Firmenich, uma honraria raríssima no mercado. Na nova casa, o perfumista vai atuar em projetos especiais para os principais clientes da Vollmens e, também ajudando a casa a conquistar novos negócios. “As empresas nacionais que estão despontando

estão todas no nosso radar”, garante Nestor Mendes, presidente da casa. Paulo também vai compartilhar a sua experiência com o corpo técnico e criativo da empresa. Com a chegada do Paulo, o dirigente acredita que a Vollmens inicia um novo ciclo criativo, pronta para alçar voos mais altos. “Não gostamos de perder oportunidades, principalmente quando aparecem bons profissionais. Em três anos tivemos a oportunidade de trazer perfumistas como o Alfredo Monteiro, o Edison Fujita e agora o Paulo Fonseca. Esses investimentos no time de criação têm gerado resultados excelentes para a empresa”, diz o presidente da Vollmens. Segundo ele, as vendas neste ano estão, surpreendentemente, acima do esperado. Mesmo quando não é levado em conta a alta do dólar, que favorece os resultados das casas de fragrância cujos preços são negociados na moeda americana. A empresa, que neste ano já investiu 1.4 milhão de reais em equi-

O perfumista Paulo Fonseca: com a chegada dele, a Vollmens quer explorar novas possibilidades criativas e de negócios.

pamentos de laboratório e produção, está ampliando também a sua área comercial para atender as demandas de novos negócios que a contratação de Paulo Fonseca deve gerar. “Para 2016 eu espero crescer, no mínimo, 30% em volume. Pelo trabalho que a gente vem fazendo, eu vejo que isso perfeitamente possível”, finaliza.

Chegando para ficar O marca francesa Bioderma é um player em ascenção no mercado global de dermocosméticos. Fundada na França há 30 anos, logo ascendeu aos primeiros lugares do mercado francês – é a terceira marca mais prescrita e também a terceira em vendas no país – com uma proposta de valor muito objetiva: produtos de altíssimo padrão, com um posicionamento de preço ligeiramente abaixo das tradicionais do mercado, como Avéne, RoC e La Roche-Posay. O sucesso pode ser traduzido nos números. Entre 2010 e 2014, as vendas da empresa dobraram para 262 milhões de euros. Para sustentar o forte nível de crescimento, a Bioderma tem apostado cada vez mais nas suas operações internacionais, e o Brasil é um dos focos principais. A marca, que chegou ao Brasil em 2004, por meio de um acordo com a farmacêutica Eurofarma, resolveu assumir o controle total do negócio no

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Pais e montou uma uma operação de respeito para construir o negócio por aqui. O time de 60 pessoas é composto por profsissionais experientes e reconhecidos no mercado, liderados pelo executivo Maurílio Teixiera, que possui mais de dez anos de experiência no mercado de dermocosméticos e estava à frente da operação da Stiefel no País. A empresa terá produtos com fórmulas adaptadas à pele brasileira, preços cerca de 10% abaixo das marcas tradicionais, forças de venda e visitação medicas dedicas e, até o final deste ano, deve distribuir 2 milhões de amostras de produtos como o demaquilante Sensibio e o protetor solar Photoderm. Apesar dessa estrutura, Maurílio assegura que a Bioderm quer se consolidar no mercado um passo de cada vez, sem afobação. “Os franceses estão cientes das peculiaridades e desafios que o Brasil oferece e estão comprometidos e investindo pesadamente, porque sabem do tamanho e do potencial do mercado de dermocosméticos no Brasil. Eles estão olhando para o futuro e não para os resultados dos próximo dois ou três anos”, explica o executivo.

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prêmio atualidade cosmética

Momento de consagração É hora da 23ª edição do Prêmio Atualidade Cosmética! Profissionais e empresas se preparam para a grande noite, que distribuirá mais de 20 troféus, ratificando a premiação como o Oscar da cosmética e da perfumaria

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grande momento para o mercado de beleza brasileiro e da América Latina chegou! A noite de 10 de novembro promete ser, mais uma vez, especial para diversos profissionais e empresas, pois é quando acontece a 23ª edição do Prêmio Atualidade Cosmética, que será realizado no Teatro Bradesco, em São Paulo. Centenas de convidados acompanharão a cerimônia que premiará os melhores em diversas categorias do mercado de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos do Brasil. Além disso, também é uma oportunidade para que aqueles que compõem o mercado “se encontre”, afinal, tem sido cada vez mais difícil fugir da intensa rotina diária nas empresas para encontrar pessoalmente companheiros de todos os elos. Para a premiação deste ano, a organização dividiu as categorias dos produtos concorrentes em seis grupos: Pele (Tratamento Facial, Tratamento Corporal), Maquiagem (com Linha/Coleção de Maquiagem e Inovação em Produto de Maquiagem), Banho e Higiene, Cabelos, Perfumaria Latino-Americana

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(Masculina e Feminina) e Perfumaria Internacional (Masculina e Feminina). Além destes troféus para os melhores produtos, haverá ainda premiação para Profissional do Ano e os troféus Prêmio Atualidade Cosmética/Patrus de Empresa do Ano, Empresa Revelação, Ponto de Venda Especializado e Ponto de Venda Farmacêutico. Há ainda uma homenagem especial a um profissional que entrará no Hall da Fama do PAC e também a entrega do Troféu Aparício Basilio da Silva – Criação Perfumística Latino-Americana, nas versões Masculina e Feminina, um reconhecimento não apenas a indústria que carrega o nome do produto, mas principalmente aos perfumistas que atuaram na criação da fragrância. Depois de apresentar a novidade na edição de 2014 de realizar um Teste de Eficácia – realizado pelo laboratório KosmoScience – entre os produtos inscritos na categoria Linha/Produto de Higiene e Beleza Capilar, a organização do evento decidiu manter estes testes antes de realizar o Processo de Avaliação. Desta forma, os jurados contaram com um atributo a mais para auxiliar na escolha dos finalistas. Desde o início, a ideia foi ajudar os jurados – que nor-

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malmente são técnicos e especialistas – a analisar o resultado do teste e compará-lo com as informações descritas nos rótulos dos produtos dentro desta categoria. Este comparativo exerce uma grande influência na hora da escolha, juntamente com outros atributos, como: a formulação, o toque e sensorial dos produtos, a harmonização no lançamento de uma linha cosmética, fragrâncias, originalidade, funcionalidade e beleza das embalagens.

Amplitude garantida Para participar da edição deste ano do Prêmio Atualidade Cosmética, mais de 40 empresas cadastraram seus produtos lançados entre 2014 e 2015. Segundo Jenifer Vieira, organizadora do evento, este número reflete o que sempre foi o objetivo do PAC, ou seja, alcançar todas as empresas, marcas do mercado brasileiro, independentemente do tamanho

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público de qualidade: o Prêmio Atualidade Cosmética reúne os líderes de algumas das principais empresas do mercado de beleza.

ou lugar. E isso também é comprovado pelo fato de as inscrições serem gratuitas, para que todos possam participar. Em 2015, se inscreveram para a premiação novas empresas de diferentes partes do Brasil, com posicionamentos e canais de distribuição diversos, o que enriquece e valoriza ainda mais os finalistas e vencedores. As avaliações foram realizadas entre setembro e outubro, nos laboratórios da Faculdade Oswaldo Cruz, na cidade de São Paulo. Este processo – assim como todo o restante do evento – foi auditado pela TG&C Auditores. O grupo avaliador contou com a presença de diversos técnicos, consultores, professores químicos e farmacêuticos, alunos, jornalistas e blogueiras que julgaram cada item participante. Vale lembrar que o resultado é confidencial, ou seja, será revelado apenas durante a cerimônia. A escolha dos vencedores foi feita pelos leitores de

Atualidade Cosmética, Packing Cosmética e Cosmética News, entre 19 de outubro e 5 de novembro, por meio de cédula eletrônica, enviada diretamente para os leitores cadastrados desses veículos. O 23º Prêmio Atualidade Cosmética – organizado pela revista Atualidade Cosmética, da Cusman – tem o patro-

cínio diamante da Patrus Transportes; o patrocínio ouro da Antilhas Embalagens, da Orlandi Marketing e da Interfab; patrocínio prata da Wheaton Brasil, Kosmoscience, Faculdade Osvaldo Cruz e o apoio da IFF, da Lange Cosméticos, da Cramer, da Drom Fragrances, da Citratus e da Faculdade Santa Marcelina.

Confira a relação dos jurados do 23º Prêmio Atualidade Cosmética Ana Carolina Ribeiro, Angel Lizárraga, Carlos Cézar Alves Machado, Fernanda Ferreira, Maria Inês Bloise, Paola M. Patriarca, Rebeca Nadalut, Suelly Natal, Tatiane Martins Ferrarezi, Valcir Almeida. Ana Herrera, Bruno Menezes, Fanny Anne-Sophie Moreau de Menezes, Helena Raquel Ligeiro Pacheco, Janaína Batista, Luciene Ricioto, Marcia Sant'Ana, Milena Machado, Miriam Barranco Herrera, Patricia Alves, Renata Ashcar, Alberto Keidi, André Rodrigues, Enilce Maurano, Jadir Nunes, Joãozinho de Domenico, Sephora Manieri, Sergio Prancvitch, Silvia Mussolini, Silvia Toledo, Vânia Rodrigues, Ana Paula Bortoleto, Célia Bocault, Daiana Gomieri Krebs, Dani Bello, Jacqueline Ramos Moreira, Jordana Baptista, Paula Freitas, Sônia Corazza, Valéria Grossman, André Elias Gonçalves, Carolina Cianga, Graziela Tavormina, Luiza Candido, Rejane Padovani, Renata Scalzilli, Sebastião Donizete, Daniela Ester Ferreira, Michael Rentel, Michaela Godoy, Natália Mendes, Orpheu Cairolli, Regiane Barbosa, Sara Bastos Gonçalves, Rose Ghachache, Silvia Costa e Gabriela Cavalcante.

Iniciativa:

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Atualidade COSMÉTICA

Realização:


Finalistas do 23º Prêmio Atualidade Cosmética/Patrus Empresa do ano

A empresa brasileira de venda direta cresceu quase dez vezes em um período de quatro anos. Obteve esses resultados após uma decisão ousada e corajosa de mudar completamente os rumos do negócio que por mais de duas décadas – ainda que de maneira evolutiva – vinha operando basicamente sob um mesmo modelo de negócios. A escolha pelo modelo multinível diferenciou a proposta de valor da Hinode frente a outras empresas de venda direta no segmento de cosméticos, em um momento em que muitos brasileiros buscam empreender, mas que dispõe de poucos recursos para isso. Por outro lado, a empresa buscou na simplicidade da operação logística e comercial propiciada pelo modelo de franquias, um contrapeso que ajuda a empresa a diluir os seus riscos e a capacidade de capital de giro, já que boa parte do custo do financiamento às revendedoras fica com esses empreendedores.

A assertividade com que a empresa tem realizado os seus lançamentos, decorrência direta do trabalho do CECI e a inteligência no posicionamento do portfólio da empresa – que une marcas fortes e tradicionais, mas de preços acessíveis, vem ajudando a empresa brasileira de bens de consumo a ganhar mais espaço no mercado brasileiro. Equilibrando investimentos em mídia, PDV e no desenvolvimento e renovação de suas principais linhas, tem permitido um ganho de market share em categorias importantes para o mercado, como desodorantes e cuidados com a pele. Embora exista uma clara estratégia de compra de market share em andamento, a empresa vem entregando em seus balanços margens operacionais bastante robustas, mesmo considerando que parte substancial das vendas da divisão venham da categoria de fraldas, com margens historicamente apertadas. O que nos leva a crer que as margens do portfólio de beleza e higiene pessoal da Hypermarcas são bastante elevadas.

O movimento de tropicalização se aprofundou nos últimos anos na L´Oréal. O volume de produtos desenvolvidos ou adaptados para o País cresce de maneira consistente. A comunicação local também se faz mais presente de maneira bem mais ostensiva, especialmente na divisão de grande público, com uma enxurrada de porta-vozes locais e a ruptura de alguns códigos caros à corporação L’Oréal. Com a mudança na postura da relação da empresa com os seus clientes varejistas, muito especialmente os dos canais especializado e farmacêutico, a empresa está com os ouvidos abertos para escutá-los e mais flexível em suas proposições de negócios e merchandising para o canal de distribuição. Ao definir que as operações comerciais e de marketing permanecerão separadas, a L´Oréal evitou um choque cultural que poderia anular as peculiaridades e características da Niely que fizeram o sucesso da empresa, mas que talvez não se enquadrassem no jeito L´Oréal de trabalhar.

Empresa revelação

Baseada na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a Acquaflora fez uma clara opção por focar sua oferta em produtos de maior valor agregado, com um posicionamento de preço que está entre os mais elevados, considerando as marcas locais de produtos para os cabelos oferecidos no canal especializado. O portfólio da empresa é coerente com esta estratégia, investindo em ativos inovadores, modernos e de alta performance.

A empresa situada em Viçosa, Minas Gerais, vem se destacando pelo posicionamento diferenciado, incluindo produtos com propostas inovadoras e inusitadas, sem abrir mão do conceito de cosmética natural. Os resultados têm sido tão positivos que os volumes movimentados pela Haskell começam a fazer frente a outros fabricantes tradicionais do estado de Minas Gerais.

A tradicional empresa paulista ocupou de maneira muito efetiva a categoria de transformação capilar – um nicho bastante relevante, mas atendido de maneira precária pela maior parte das indústrias que nele operam. E fizeram isso mesclando produtos de performance com um preço mais acessível na comparação com as marcas internacionais e mesmo concorrentes locais, somado a uma boa força de promotoras atuando nos PDVs.

P o n to d e V e n d a Fa r m á c i a s

A bandeira de origem paraense, se expande de maneira consistente e ganha market share nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, em que pese os desafios enfrentados por sua controladora, a Brasil Pharma. A varejista é a grande referência no trabalho com marcas de perfumaria e cosméticos nas regiões nas quais atua. Conhecida pelas lojas grandes e de mix diversificado – como uma drugstore – a Big Ben aposta na amplitude do portfólio de beleza, com a presença de marcas menores e de apelo mais específico, e também uma oferta de perfumaria seletiva já bastante tradicional e consolidada.

A rede paulistana segue reconhecida por sua capacidade de inovar. Um exemplo desta capacidade são as novas gôndolas na categoria de dermocosméticos, com a redução da largura pela metade, permitindo melhorar a exposição das marcas, especialmente as menores, sem precisar abrir mão delas no mix. A introdução de novas marcas de maquiagem nas lojas físicas também é um movimento que merece destaque. A Raia vem obtendo ganhos importantes de market share no seu principal mercado, São Paulo, e em outras praças importantes, como Porto Alegre e Curitiba.

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A maior rede de varejo farmacêutico do Sul do Brasil é sempre citada como referência em execução de lojas e consistência no trabalho com as categorias de higiene e beleza. Com cerca de 35% de peso nas vendas, a Panvel é, provavelmente, a grande rede farmacêutica com a maior participação dos negócios de perfumaria no seu mix de vendas. A evolução do mix dos produtos de beleza de marca própria, com a ampliação da oferta e o maior nível de sofisticação de algumas das novas linhas, contribuem para reforçar a imagem da varejista no setor.


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Uma das três redes mais importantes do varejo especializado no Nordeste, a IAP – que opera mais de 30 lojas em sete estados da região – vem se destacando no mercado pela consistência do trabalho e por ser dona de um dos mais agressivos planos de expansão do varejo especializado em beleza neste momento. A varejista tem um posicionamento e uma proposta de valor clara para os consumidores que permitiu à empresa capturar ao longo dos últimos anos o bom momento da classe C na região. A solidez da gestão da empresa, que se preparou para o crescimento investindo em sistemas, logística e infraestrutura também merece destaque.

Apesar do tamanho e de uma cultura que preza pela descrição e pela cautela, a varejista paulista Ikesaki tem conseguido manter, ao longo dos últimos anos, um consistente plano de expansão tendo em vista o porte e o volume movimentado por cada loja da rede. A preocupação com a experiência e a execução têm gerado bons resultados e a modernização das lojas do grupo tem permitido explorar novas possibilidades de exposição de marca e construção de relacionamento com os clientes. A empresa está evoluindo e se modernizando sem abrir mão da tradição de atendimento especializado e do relacionamento com os profissionais.

A rede que opera mais de 40 lojas em Belo Horizonte, é dona de um agressivo planos de expansão do varejo especializado em beleza no Brasil neste momento. Apesar da agressividade, o movimento é realizado de maneira muito bem pensada, com os pés no chão e alinhada ao conservadorismo na gestão financeira da empresa. A facilidade com que desenvolvem projetos em parceria com as indústrias e a operação bem resolvida da empresa, com um modelo ágil, lojas clusterizadas e com layout padronizado, excelente nível de atendimento e uma equipe bem treinada também se destacam.

hall da fama - prÊmio atualidade cosmética 2015 daniel de jesus, fundador da niely cosméticos Coragem, ousadia, vocação empresarial e visão estratégica são alguns dos atributos inerentes ao empresário Daniel de Jesus. O fundador da Niely é da estirpe de empresários que se fez sozinho, começando do zero com a cara, a coragem e muito suor do trabalho que envolvia desenvolver, fabricar, vender, faturar e entregar os produtos da sua jovem empresa, batizado em homenagem à sua filha Danielle. Químico industrial por formação, Daniel descobriu cedo um talento excepcional para a área Comercial e o Marketing. A partir da sede da empresa, na cidade de Nova Iguaçu, região metropolitana do Rio de Janeiro, foi um dos primeiros empresários do setor de beleza a enxergar a força das classes mais baixas – quando elas ainda eram oficialmente chamadas de pobres. Falar a linguagem do povo é um dos grandes talentos de Daniel, que soube aproveitar o boom da chamada nova classe média como poucos. Afinal, aquele público que ascendeu já era o seu. Só que ele soube evoluir a sua proposta de valor para manter essas consumidoras ao seu lado. Desde então, a Niely acelerou a busca por produtos mais sofisticados e inovadores que, somada aos custos mais competitivos de uma estrutura industrial verticalizada e ao domínio da linguagem, dos códigos e da comunicação com esse público, colocou a empresa no topo da preferência da nova classe média brasileira. E, fato raro, a Niely, que cresceu vendendo para o povão, ingressou também na cesta de compras das classes A e B, graças ao foco em qualidade e tecnologia – desenvolvida em parceira com fornecedores internacionais. Daniel levou a Niely à liderança do mercado de coloração em 2009, mas seu principal feito não foi ter alcançado o posto mais alto do ranking em unidades vendidas, mas ter sustentado essa posição por tantos anos (Cor&Ton permanece como a marca número um em unidades vendidas) e sob o ataque constante de concorrentes globais muito maiores e outros tantos locais. Por anos, foi assediado incessantemente por alguns dos maiores fabricantes do mundo. Chegar ao topo não foi algo que aconteceu da noite para o dia e nem fruto ex-

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clusivo de um investimento gigantesco em mídia, como o patrocínio das primeiras edições do Big Brother, que serviu para alavancar nacionalmente a marca Niely e, por consequência, o nome do seu fundador. A construção da empresa não é fruto de nenhuma sacada única e genial. Tão pouco um golpe de sorte ao acaso. Daniel criou bases sólidas por meio de anos de investimentos constantes em infraestrutura fabril, logística, desenvolvimento de produtos, marketing e, principalmente, uma força de vendas altamente dedicada e suportada por um grupo de promotoras de vendas que sempre fizeram da Niely uma das empresas com maior presença no ponto de venda, especialmente nas perfumarias. Foi essa solidez instituída por Daniel que permitiu a Niely aproveitar todas as oportunidades de crescimento que surgiram quando a empresa partiu para a grande mídia de maneira agressiva. Centralizador, por décadas Daniel cuidou de todos os detalhes dos negócios e das operações da Niely. Tanto que, mesmo com a empresa já figurando como uma das maiores do País, não deixou de visitar e se relacionar com clientes de diferentes canais, regiões e tamanhos, atendendo-os pessoalmente num relacionamento construído por décadas de confiança e respeito mútuo. Agora, pouco tempo depois de vender sua marca, dá a ela oportunidade de vivenciar um novo ciclo de expansão e crescimento, agora como parte do portfólio da maior empresa de beleza do mundo. E escreve, definitivamente, o seu nome na galeria dos grandes empreendedores do mercado de beleza latino-americano, adentrando ao seleto grupo de empreendedores que fazem parte do Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética. Lá, Daniel de Jesus vai estar ao lado de Miguel Krigsner (O Boticário), Luiz Seabra (Natura), Hirofumi Ikesaki (Ikesaki), Erotilde Diniz (Drogaria Iguatemi), Peter Gottschalk (Wheaton), Leopoldo Mesquita (L´acqua di Fiori), Antonio Amador (IFF), João Carlos Basilio da Silva (Abihpec), Joãosinho Di Domênico (Químico), Eduardo Belmont (Belcorp) e Sônia Corazza (cosmetóloga).

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Finalistas do 23º Prêmio Atualidade Cosmética Linha/Produto de Banho e Higiene Aurien Rubra Óleo Iluminador, Eudora Bí-O Intense Toque Seco, Garnier l Bioage Body Essentials, Bioage l Coleção Destinos do Brasil, Feito Brasil l Cuide-se Bem Balm Hidra. para Mãos, O Boticário l Deo Ideal Finish, Vichy l Linha Johnson´s Nutrição, Johnson & Johnson l Sabonete Líquido Vitória Régia, L´Occitane au Brésil l Sabonetes Água de Coco, L´Occitane au Brésil l Sabonetes em Barra Soul Vanilla Irish Cream Twist, Eudora

Inovação em Maquiagem

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BB Blur Effacler, La Roche-Posay Bio-Sunblock Pó Compacto, Bioage CC Cream MK, Mary Kay Cherry Nectar, Sephora Color Sensational, Maybelline Lip Deluxe Batom Longa Duração, Eudora Make B. Color Adapt, O Boticário Máscara Big & Impact, Avon Pallete Divina de Maquiagem, Eudora Ultra Color Revolution Batom em Gel, Avon

Tratamento Corporal

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Abdoburn, Dr. Jones l CelluDestock Serum Flash, Vichy l Creme de Tratamento para Unhas e Cutículas Nutriplus C, Racco l Lipikar Baume AP+, La Roche-Posay l Lipo Redux, Bioage l Nuralift Corporal, Adcos l Prélude S. Creme Hidratante Premium, Eudora l S. Chantily Creme Corporal, Eudora l SculptFirm, Pharmapele l Slim Detox Scrub, Dermage

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Clarify, Pharmapele Cleaning & Toning U.Sk, Under Skin l Neo Etage Clareador Antissinais, Eudora l Neovadiol Concentrado, Vichy l Prev-aging, Pharmapele l Resveratrol B E, SkinCeuticals l Revitalift Blur Mágico, L´Oréal Paris l Revox Intense, Dermage l Sérun Noturno, L´Bel l Timexpert Rides Booster Refination Iluminador, Germaine de Cappucini l

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Coleção Magnética, Eudora Coleção Midnight Jewels, Mary Kay Colors UP, Payot Esmaltes DNA Italy Esmaltes Vult Nails Intense Circus, O Boticário Linha de Maquiagem Nutrimetics Linha de Maquiagem Oceané Make B. Universe Collection, O Boticário Soul Luzes de Nova York, Eudora

Bvlgari Aqva Divina, Bvlgari Cristina Aguilera Woman, Christina Aguilera Hugo Woman, Hugo Boss L´Or de Marina, Marina de Bourbon Le Jardin de Monsieur Li, Hermès Miss Gabriela Night, Gabriela Sabbatini My Burberry, Burberry

Perfumaria Intern. Masculina l l l l l

Linha/Coleção de Maquiagem

Charming Shampoo a seco anticaspa, Cless Cavalo Forte, Haskell Divine Curls, Inoar Elsélve Supreme Control 4D, L’Oreal GO Hairstyling, Go.Man Help, Inoar SOS. Blond Trattabrasil - CC Cream, Maxibrasil Siàge Define os cachos Elixir, Eudora Siàge Prolonga o Liso, Eudora Whey Fit Cream, Yenzah

Perfumaria Inten. Feminina l

Tratamento Facial

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Arsenal, Gilles Contuel Emblem Intense, Montblanc Intenso pour Homme, Dolce & Gabbana Jimmy Choo Man, Jimmy Choo Joop! Extreme, Joop! Legend Intense, Montblanc Reveal, Calvin Klein

Perfumaria Latino-Americana Fem. l l l l l l l

Bem Glô - Cheiro de Poesia, Avatim Elegance – Ana Hickmann, Passion Flor de Carambola, L´Occitane au Brésil Forum Night Woman, Passion La Passio, L´Bel Luiza Brunet Poderosa, Avon Luminas, Ésika

Make B. Universe, O Boticário S. Deo Colônia, Eudora Upbeat for Her, Mary Kay

Perfumaria Latino-Americana masc. l l l l l l l

Higiene e Beleza Capilar l

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High Intensity Sport, Mary Kay L´Egard, L´Bel Magnat, Esika Malle Manhatan, Racco Men, O Boticário Panvel Action Homme Sport, Panvel Quasar Evolution, O Boticário S. Men Seo Colônia, Eudora Sails, Richards Upbeat for Him, Mary Kay

Troféu Aparício Basilio da Silva Criação Perfumística Masculina Christiane Plos (Firmenich) - Quasar Evolution, O Boticário l Clement Gavarry (IFF) - High Intensity Sport, Mary Kay l Clito Hoedicke (Symrise) - L´Egard, L´Bel l Elisabeth Maier (Robertet) - Panvel Action Homme Sport, Panvel l Francisco Marano (IFF) - Men, O Boticário l Frank Voelkl (Firmenich) - Magnat, Esika l Isaac Sinclair (Symrise) - S. Men Deo Col., Eudora l Maria Fernanda Faigle (Drom) - Sails, Richards l Natasha Cote (Givaudan) - Upbeat for Him, Mary Kay l Olivier Paget (Mane) - Malle Manhatan, Racco l

Troféu Aparício Basilio da Silva Criação Perfumística feminina Alfredo Monteiro e Luciana Bergamasco (Vollmens) - Bem Glô: Cheiro de Poesia, Avatim l Carmita Magalhães (Firmenich) - La Passion, L´Bel l Elisabeth Maier (Robertet) - Flor de Carambola, L´Occitane au Brésil l Ilias Ermenidis (Firmenich) - Luminas, Ésika l Isaac Sinclair e Maurice Roucel (Symrise) Luiza Brunet Poderosa, Avon l Jin Zhang (IFF) - Elegance, Ana Hickmann/Passion l Joachim Correll (Symrise) - S. Deo Colônia, Eudora l Linda Song (Givaudan) - Upbeat for Her, Mary Kay l Napoleão Bastos Jr. (IFF) - Make B. Universe, O Boticário l Sandra Casagrande (Givaudan) - Forum Night Woman, Passion l

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Aos melhores de 2015

parabéns!

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prêmio Atualidade Cosmética ESPECIAL

Liderança incontestável

Didier Tisserand

Murilo Reggiani

Sandro Rodrigues

no comando de suas respectivas empresas, os finalistas ao troféu de profissional do ano do 23º prêmio atualidade cosmética abalaram, para o bem, as estruturas do mercado brasileiro >>> aûani cusma de paula

À

primeira vista, o executivo francês Didier Tisserand e os empresários brasileiros Murilo Reggiani e Sandro Rodrigues – retratados nas fotos acima – não têm tanto em comum. E com formações e vivências tão diferentes não era de se esperar outra coisa. Mas, cada um à sua maneira, todos eles souberam como exercer o papel de lideraça para reposicionar, construir ou reinventar a atuação das suas empresas no mercado bra# 145 | set/out 2015

sileiro. As ferramentas usadas por cada um e os desafios enfrentados foram diferentes, mas o foco nos negócios, a crença no trabalho e a capacidade de executar, aliados à sensibilidade para entender para onde o mercado caminha, permitiram a eles exercer a liderança sobre as suas equipes e, como consequência, impactar positivamente todo o mercado de perfumaria e cosméticos no Brasil. Com vocês, nas próximas páginas, os profissionais do ano. 25

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PERFIL Didier Tisserand

Ouvidos abertos para o munado Como o executivo francês Didier Tisserand “abrasileirou” >>> AÛANI CUSMA DE PAULA a operação local da L’Oréal

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uando chegou ao Brasil, em 2011, o executivo francês Didier Tisserand encontrou um cenário que levava ao deleite os líderes das grandes empresas globais de bens de consumo. Com o mundo ainda sofrendo os efeitos da crise financeira de 2008, o Brasil surfava na onda do crescimento impulsionado pelo consumo das famílias,

que com dinheiro e crédito para gastar estavam felizes da vida e faziam do país um dos motores de crescimento de companhias em diversos setores. Para aumentar o constraste, Didier veio para o Brasil depois de comandar a operação da Espanha, justamente um dos países mais afetados pela crise. No Brasil desde 1959, a L’Oréal sentiu na pele tudo o que País tem de bom e de ruim. Entre períodos de

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crescimento explosivo e planos econômicos de todas as naturezas, a gigante francesa nunca tirou os pés do Brasil, mas, é verdade também, que por muito tempo não se pôde dizer que a L’Oréal fosse uma empresa totalmente aclimatada ao calor tupiniquim. Zelosa de suas marcas, historicamente a empresa nunca se deixou influenciar pelos ares tropicais. Isso começou a mudar nos anos 2000, com


os primeiros ensaios de produtos e porta-vozes locais, e se acentuou a partir da chegada de Didier para comandar a operação local. Engenheiro com mestrado em Economia e Administração, Didier tem uma longa carreira na gigante francesa, onde chegou em 1991, egresso da empresa de TI norte-americana HP. Ao longo de mais de duas décadas trabalhou em todas as quatro divisões da empresa nos mercados da França, Itália, Reino Unido, Japão, Espanha e Brasil. Tendo atuado com culturas e jeitos de fazer negócios tão distintos, Didier desenvolveu a capacidade de escutar e de se despir de preconceitos. “Antes de ingressar na L’Oréal tinha uma vida muito ordenada, muito francesa, mas ao longo dos anos e após trabalhar em cinco países diferentes aprendi a não pré-julgar e nem olhar para aparências. É essencial não fingir saber mais do que ninguém quando você aterrissa em um novo país; você tem que desfrutar da aprendizagem que cada um deles oferece aprender, ouvir para ir para a origem do negócio e pensar para não cometer um erro”, disse em entrevista a uma revista espanhola, em 2009. Essa disposição de escutar as pessoas e se abrir a cultura local foi fundamental para o sucesso e o crescimento que a L’Oréal vem obtendo no Brasil sob o comando do seu atual presidente. O grande feito de Didier foi ter encontrado o equilíbrio entre adaptar os valores e as fortalezas globais da L’Oréal com a realidade do Brasil. Achar esse ponto numa empresa de cultura tão forte e sob os olhares de uma matriz habituada a controlar quase todos os detalhes dos processos, num país extremamente importante para a companhia, mas complexo, com muitas peculiaridades culturais e mercadológicas e diferente de tudo, exige um misto de sensibilidade – para entender a situação – e liderança – para colocar os planos em prática e fazer o negócio acontecer. É seguro dizer que a L’Oréal Brasil é uma companhia muito mais aberta para o mercado e disposta – respeitando os

seus próprios limites – a se adaptar a realidade dele. Uma das vantagens da operação local atual é que quem trabalha por aqui – seja um brasileiro ou um expatriado – tem muito mais liberdade para criar, sugerir e executar hoje do que há poucos anos. Reflexo direto do estilo do seu comandante, a L’Oréal Brasil está mais voltada para o mercado do que para dentro. Um bom exemplo disso é a maneira como Didier e sua equipe conduziram a incorporação da Niely, de maneira diametralmente oposta ao que aconteceu com a incorporação de marca Colorama, no início da década passada, quando tentaram incorporar o nome brasileiro como forma de alavancar a sua linha de maquiagem Maybelline, ignorando as características, o público e a história da tradicional marca naquele momento.

dá atenção total ao seu interlocutor e não costuma permitir se interromper com outros assuntos. Sob sua gestão, os funcionários da L’Oréal receberam novos benefícios e mais atenção da direção. Olhando para o futuro, ele lidera os esforços para tornar a companhia mais atrativa para novos talentos. Para os seus funcionários, a L’Oréal Brasil é hoje uma empresa mais humana. Para quem imagina que por estar em uma empresa tão grande e poderosa como é o caso da L’Oréal, o trabalho fica mais fácil, não se engane. De nada adianta ter as ferramentas e possibilidade à mão sem a capacidade de entendimento e liderança para usá-las em seu favor. Didier pegou o poder que lhe foi dado e soube como direcioná-lo para aproveitar todo o potencial do mercado de beleza brasileiro. Isso

O grande feito de Didier foi ter encontrado o equilíbrio entre adaptar os valores e as fortalezas globais da L’Oréal com a realidade do Brasil. Achar esse ponto exige um misto de sensibilidade – para entender a situação – e liderança – para colocar os planos em prática e fazer o negócio acontecer. O empoderamento – para usar um termo muito em voga – do time da L’Oréal Brasil foi fundamental para que a empresa mudasse o patamar de sua operação por aqui, tanto frente a concorrência, como em relação a própria matriz. Pela primeira vez na história, três das quatro divisões da L’Oréal no Brasil estão sob o comando de brasileiros. E é possível que o sucessor de Didier também o seja, fazendo com que pela primeira vez em quase 60 anos de história, a operação brasileira da L’Oréal seja dirigida por um brasileiro. Além de se abrir para o mercado, Didier também aumentou a atenção ao próprio corpo de funcionários da empresa, pois acredita no poder do relacionamento e da comunicação para sentir o pulso da empresa. Concentrado durante as reuniões ou encontros

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pode ser comprovado em fatos: o Brasil é hoje uma operação independente da América Latina e um dos hubs de desenvolvimento de produtos da companhia, está recebendo um novo e moderno centro de inovação, está desenvolvendo uma parte substancial de suas próprias campanhas e produtos (sem abrir mão do valores e da identidade de cada marca) e até o final do ano, deve inaugurar uma nova e moderna sede no Rio de Janeiro. É bem possível que Didier já esteja preparando um período de transição de comando no Brasil para, em breve, começar um novo ciclo na L’Oréal. Independentemente de quando isso venha a acontecer, o executivo francês pode se orgulhar dos seus feitos por aqui: ter deixado a L’Oréal Brasil mais brasileira do que nunca.


perfil Murilo Reggiani

O grande vendedor da cosmética Em pouco mais de dez anos, Murilo difundiu a categoria de maquiagem em perfumarias e drogarias e emplacou a marca Vult em dezenas de milhares de pontos de venda Brasil afora >>> aûani cusma de paula

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ente ligar para o empresário Murilo Reggiani, sócio-diretor da fabricante de maquiagens Vult. Provavelmente ele vai estar em algum cliente; ou indo para o aeroporto tomar um avião para visitar algum cliente; no carro, no trajeto entre um cliente e outro em algum ponto distante do mapa do Brasil. Não importa o dia e o horário, o empresário é um eterno homem de vendas, que gosta da proximidade com as pessoas. Murilo é uma das figuras mais afáveis e simples da indústria de beleza. Mas não se deixe enganar. Por trás dessa simplicidade existe um homem com tino excepcional para os negócios, que fundou a Vult com sua sócia Daniele Cruz há pouco mais de 10 anos, e desde então, vem ascendendo com o negócio num ritmo alucinante. E sempre que novos desafios se impõem, lá está ele pronto para encontrar uma solução, nem que seja do outro lado do mundo. Quando ficou claro que não conseguiria desenvolver uma nova linha com formulações e posicionamento Premium com as embalagens disponíveis aqui no Brasil ele não teve dúvida: pegou o avião e foi para a China, para a famosa Feria de Cantão, em busca de uma solução. E, dizendo não falar inglês (nem português direito, brincaria ele), saiu de lá com o problema resolvido. Hoje, Murilo é um habitué das fábricas de lá e, sem falar inglês, faz conferências com diversos fornecedores do mundo inteiro, que enxergam na Vult um parceiro com grande potencial de crescimento.

Colocando a categoria de pé O avanço da categoria de maquiagem por aqui, nos varejos especializados e farmacêuticos, em anos recentes deve-se muito ao seu trabalho junto aos clientes. Quando a Vult iniciou os seus trabalhos, vender maquiagem (na acepção completa da categoria e não apenas batons e esmaltes) ainda não estava no radar da maior parte dos lojistas. Para

outros tantos, esse era simplesmente considerado um negócio ruim. Além da oferta de produtos de alto padrão, com uma marca forte e antenada com as tendências (por um preço bastante acessível), a presença constante de Murilo nos clientes e nos pontos de venda é essencial para o sucesso da Vult no aspecto comercial. Como um bom e velho “caixeiro viajante”, ele apresenta novas ideias e soluções e desenvolve projetos para alavancar conjuntamente os negócios e permite, dessa maneira, que a empresa obtenha um resultado de vendas que, para alguns executivos importantes do mercado, exceda o seu potencial – frente a sua estrutura atual. A liderança que Murilo exerce no desenvolvimento do mercado de maquiagem no varejo antecede a própria

sempre em busca de novas oportunidades para a empresa, abrindo novas frentes de distribuição para a empresa em canais ainda não explorados, como o varejo de moda, que inegavelmente oferece um casamento perfeito com o negócio de maquiagem. Mas de nada adianta desbravar novos mercados sem uma infraestrutura que evolua na mesma proporção e garanta a capacidade de dar vazão ao mercado. Por isso, ao mesmo tempo em que os produtos e mercados da empresa foram evoluindo, a estrutura da empresa também acompanhou esse movimento. Apesar de rápido, o crescimento da Vult foi construído tijolo a tijolo, à base de muito trabalho duro. Como todo empresário que ama o negócio mais do que os lucros que ele gera, Murilo se envolve em cada aspecto do negócio e pa-

Ao mesmo tempo em que os produtos e mercados da empresa foram evoluindo, a estrutura da empresa também acompanhou esse movimento. Apesar de rápido, o crescimento da Vult foi construído tijolo a tijolo, à base de muito trabalho duro. Vult. Como diretor comercial de uma fabricante local de produtos de maquiagem, Murilo levou os móveis da marca para milhares de pequenas farmácias e perfumarias de todo o Brasil, que até então, tinham pouquíssimo acesso a matérias de merchandising com um padrão de qualidade mais elevado. Com isso, ele estabelece um novo jeito de trabalhar com a categoria de maquiagem no canal. Quando montou a Vult, Murilo elevou essa estratégia a um novo patamar, com um grau de seriedade e consistência impressionantes e uma ousadia atrevida para uma empresa que começou com quatro funcionários em uma pequena casa de Mogi das Cruzes. Ainda hoje, o empresário segue

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rece ter baterias sobressalentes para em meio a tantas visitas aos lojistas, acompanhar com Daniela, sua sócia e responsável por Marca, Marketing e Comunicação, a construção da nova fábrica, visitar fornecedores, fazer conferências enquanto está na estrada dirigindo de um cliente a outro, falar sobre fórmulas, equipamentos e tudo o mais o que for necessário ou inventado para fortalecer o negócio. Na medida em que a Vult avança e suas estruturas de comando se sofisticam, com a chegada de novos e experiente profissionais, Murilo se depara com novos desafios. Mas, faz isso, sem deixar de ser sempre aquela figura “gente boa” de quem o mercado tanto gosta e admira.


perfil Sandro Rodrigues

Um homem da venda direta Sandro Rodrigues fundou a Hinode com os seus Pais há 27 anos. E NOS ÚLTIMOS ANOS REINVENTOU A COMPANHIA COLOCANDO-A EM UM PATAMAR DE DESTAQUE NA INDÚSTRIA BASILEIRA DE BELEZA >>> aûani cusma de paula

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relação de Sandro Rodrigues com a venda direta é anterior ao próprio início da sua trajetória profissional. Aos 12 anos, já andava por toda a cidade com a mãe, fazendo a entrega dos pedidos de uma marca de venda direta. Exceto por um pequeno hiato entre os 14 e 17 anos, quando trabalho na Porto Seguros, aonde entrou como office-boy, o empresário nunca esteve fora do canal. “Acho que nunca me imaginei fora da venda direta. Venda direta é gente, relacionamento, é tudo que eu mais gosto”, diz o empresário. Sandro está na Hinode desde o início do negócio, 27 anos atrás, quando deixou a Porto Seguro para fundar a empresa com os pais, Francisco e Adelaide Rodrigues,

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dois experientes profissionais da venda direta, que resolveram empreender e desenvolver uma marca de cosméticos totalmente nova. Como boa parte das empresas de cosméticos nacional, a Hinode começou na garagem da família Rodrigues e a rotina do sócio mais jovem era bastante organizada. “Eu envasava produtos pela manhã, separava os pedidos à tarde e entregava-os à noite”, lembra. Como os pais sempre foram da área de vendas, foi ele quem ficou com a maior parte da responsabilidade sob a gestão da nova empresa e, ao longo da vida, fez de tudo um pouco. Passou pela fábrica, produção, finanças... “Fiz cobrança, plano comercial, fui a muita reunião que não tinha ninguém e eu voltava para casa, com a minha pastinha, embaixo do braço.” Ao longo se sua trajetória, Sandro aprendeu muito lendo, pesquisando e, principalmente, com muito trabalho no dia a dia, empiricamente, fazendo. Ele deu o primeiro treinamento solo – sem a presença dos pais, em Maceió, aos 17 anos. O empresário tem um trinômio simples para explicar o seu estilo de liderança, que ele tenta replicar para todas as pessoas que trabalham com ele. Paixão, Crença e Atitude. “Você precisa ter paixão por aquilo que faz, para que você possa ter uma crença. Com a crença naquilo, você vai ter condições de ter a atitude para fazer acontecer”. Sandro é, em tempo integral, o homem da venda direta, aquela figura cativante, capaz de atrair a atenção, arrebatar e engajar as pessoas em um sonho. Parece fácil ao assistir a uma apresentação sua, mas sabemos que não é. São raríssimos no mercado os profissionais que conseguem desempenhar esse papel com tamanha maestria. A Hinode tem uma missão muito forte e que é a essência do negócio da empresa: oferecer oportunidade para as pessoas mudarem de vida. E para aproveitar as oportunidades é preciso que as pessoas acreditem em uma grande visão, reconhecendo que a história da empresa é o que move o negócio. Engajar pessoas nessa visão

é um dos grandes trabalhos de Sandro, que se sente extremamente recompensado quando é abordado nas convenções da empresa por consultores lhe dizendo que “a Hinode mudou a vida dele, que ele reconquistou a dignidade, que ganhou o primeiro dinheiro com a revenda... Isso para mim não tem preço.”

Antes do Paraíso tinha uma provação Por pouco mais de 20 anos, a Hinode operou como uma empresa de venda direta clássica, no modelo mononível. Mas o negócio parecia não avançar, tanto que a Hinode viu o sue faturamento – que já não era dos maiores, começar a cair. Foi a deixa para mudar os rumos do negócio. Após muita pesquisa e estudos, em 2008, a Hinode resolveu se estabelecer como uma

pensamos em desistir jamais”, diz Sandro. Se é nas dificuldades que os grandes homens são forjados, foi sem dúvida uma provação que levou os Rodrigues a aportarem inclusive o próprio patrimônio conquistado ao logo de mais de duas décadas no negócio, para mantê-lo vivo. E, se depois da tempestade vem a bonança, desde 2012 a Hinode é uma empresa reinventada, com um faturamento cerca de dez vezes maior do que no início da década. O presidente da empresa, Sandro, demonstrou liderança e coragem para mudar os rumos do negócio e, principalmente, para manter o plano traçado, mesmo quando os resultados iniciais não pareceram os mais animadores possíveis. Outros em seu lugar não teriam dúvidas em abortar o plano. Hoje, Sandro é um ídolo dentro da rede de revendedores

Em nenhum momento da sua história, Sandro ou seus familiares acharam que o negócio não tinha solução e que poderiam entregar os pontos, mas já enfrentaram momentos muito difíceis, daqueles em que se entrega tudo nas mãos de Deus. operação multinível. Esse foi um daqueles momentos onde a empresa e os seus líderes foram colocados à prova. Em nenhum momento da sua história, Sandro ou seus familiares acharam que o negócio não tinha solução e que poderiam entregar os pontos, mas já enfrentaram momentos muito difíceis, daqueles em que se entrega tudo nas mãos de Deus. Foi essa a situação por um bom período entre 2008 e 2012, com a mudança para o multinível. “Eu sei o que é deserto. O nosso faturamento chegou a cair 90%”, recorda Sandro, que precisou da parceria e do apoio dos funcionários para sobreviver a esse período. “Tenho gente que esta com a Hinode desde o início, que teve o salário reduzido pela metade e mesmo assim ficou com a gente, por isso que não

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da Hinode. Olhando para trás, ainda que não tivesse a dimensão exata do tamanho que o negócio teria, Sandro sempre enxergou na Hinode, o potencial para ser uma das grandes empresas no setor. E já que chegaram até aqui, porque não ir além? “Claro que não vamos ser uma Natura, um O Boticário amanhã. Mas estamos caminhando para ser uma força, uma marca forte. Nos próximos três anos, enxergo a Hinode como uma das marcas mais conhecidas do país”, aposta Sandro, que não se vê em outro lugar que não a empresa que ele ajudou a criar, 27 anos atrás. “Eu amo esse negócio. Costumo dizer que ninguém ama mais a Hinode do que eu. Meu pai e minha mãe podem amar como eu amo, mas não mais”, conclui.


categoria Proteção Solar

Proteção full time O uso diário do protetor solar se mostra cada vez mais necessário, mas a falta de hábito do brasileiro ainda pesa contra. E neste trabalho por difundir seu uso, todos os elos >>> Larissa Gutierres da cadeia têm seu papel

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ue o Brasil é um país tropical, com maioria de dias quentes durante o ano, isso todos já sabem. Porém, o que a população ainda precisa aprender, de fato, é como se proteger dos raios solares! São eles os grandes vilões contra o maior órgão do corpo humano: a pele. A cada nova temporada, as marcas trazem seus lançamentos de fotoprotetores. São diversos tipos e tamanhos de embalagens, propriedades, produtos específicos para crianças e peles sensíveis e, ultimamente, itens com FPS cada vez mais elevado. Fotoprotetores são produtos de uso tópico, que ajudam a proteger a pele da radiação ultravioleta do sol, prevenindo queimaduras, fotoenvelhecimento, câncer da pele, dentre outros danos. Eles podem ser apresentados em diferentes formas como creme, loção, gel e spray, e contêm em sua formulação ingredientes capazes de interferir na radiação solar, reduzindo assim seus efeitos nocivos. Os protetores devem impedir que os raios solares UVA cheguem às camadas mais profundas, como a derme, e que os raios UVB atinjam a epiderme, camada mais superficial. “Os raios solares possuem o benefício da produção de vitamina D em nosso organismo. Contudo, a exposição excessiva pode causar eritema, que surge devido à vasodilatação e migração de leucócitos polimorfonucleares, caracterizando uma reação inflamatória aguda devido à radiação UVB. Outra consequência é a pigmentação solar imediata (que ocorre principalmente em peles morenas) ou tardia, causada pelo UVA que oxida a melanina pré-formada – camada já existente na pele.

Já a pigmentação tardia ocorre após três dias por exposição ao UV, que podem formar o câncer de pele através de mutação no DNA”, esclarece a médica dermatologista Flávia Lira. Existem duas grandes famílias de filtro solares, os inorgânicos (conhecidos também como físicos) e o orgânicos (químicos), ambos presentes em uma formulação de protetor solar. Os filtros inorgânicos são moléculas inertes de origem mineral, como dióxido de titânio (TiO2) e óxido de zinco (ZnO). Eles se subdividem em absorvedores do ultravioleta B (UVB), absorvedores de ultravioleta A (UVA) ou absorvedores dos dois tipos de radiações, no caso de moléculas mais modernas que oferecem amplo espectro de proteção. Esses filtros funcionam como espelhos, refletindo a radiação solar e criando uma espécie de barreira para a passagem dos raios UV. Diferentemente dos filtros inorgânicos, os filtros orgânicos interagem com a radiação UV absorvendo-a e sofrendo mudanças em sua própria estrutura, impedindo que a radiação passe para as camadas mais internas da pele. A energia solar absorvida é transformada pelo filtro e liberada em outra forma de energia, sendo essa inofensiva. O fator de proteção UVA do fotoprotetor deve ser de um terço do valor de sua proteção. “As associações de filtros são fundamentais para conseguir atingir o FPS desejado das fórmulas e o espectro de proteção UVA e UVB exigido pela legislação atual”, afirma Claudio Ribeiro, analista de aplicação skin care da Lubrizol, empresa de especialidades químicas.

Quanto mais alto melhor? Muito se fala sobre o número do fator de

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proteção solar. Até pouco tempo, o FPS 30 era o item de referência em alta proteção. Hoje, essa realidade mudou e os fatores acima de 50 ganham cada vez mais espaço no mercado e representam o subsegmento de crescimento mais rápido na categoria. Dentro dos dermocosméticos, eles já representam 55% do volume de vendas e crescem 31% ao ano, conforme citou Fernando Ferreira, diretor Comercial da L´Oréal Cosmética Ativa (divisão de dermocosméticos da gigante francesa, que compreende as marcas La Roche-Posay e Vichy), durante evento de apresentação do plano verão da empresa para os lojistas. Cristina Vendruscolo e Rodrigo Romanhole, cientistas da Johnson & Johnson, dona das marcas Sundown – líder do mercado –, ROC e Neutrogena, explicam melhor. “O fator de proteção solar (FPS) é a principal medida de eficácia de um protetor solar, quantificando o quanto o produto é capaz de proteger a pele contra a queimadura solar”, diz Cristina. “Um protetor de FPS 30, por exemplo, protege a pele 30 vezes mais que uma pele não protegida”, emenda Rodrigo. Muito recomendado por dermatologistas, produtos com FPS mais alto costumam, tradicionalmente, apresentar um sensorial menos agradável ao consumidor. Isso ocorre devido aos filtros usados nas formulações, que são naturalmente oleosos e muito concentrados. “Para você ter um FPS maior, é preciso combinar muitos filtros e em dosagens relativamente altas, para desta forma atingir o número desejado. Por isso, ele possui um sensorial mais difícil”, confirma Flávia Zanella, gerente de Marketing de Sun Care da companhia química alemã Basf. Ainda segundo ela, é


possível obter filtros com sensorial mais agradável por meio de ativos em formatos de partículas cristalinas, ou usando outros ingredientes que, misturados, fazem a dispersão de todos os filtros da formulação. O mercado oferece uma série de filtros hidrossolúveis, ou que podem ser combinados entre si, ou com outros emolientes, capazes de atingir um FPS alto (dentro da legislação Mercosul) e ainda assim conseguir um sensorial muito confortável. Para Flávia, é esse o sensorial confortável que realmente vai trazer a aderência do consumidor ao uso diário do protetor solar. Para que o filtro seja realmente eficaz, além do FPS, é preciso que haja uma forma correta de aplicação. O filme criado pelo creme deve ficar uniforme em toda a pele (caso contrário, podem aparecer manchas vermelhas em determinadas partes do corpo). Por isso, se um FPS 15 for aplicado da forma correta, provavelmente ele protegerá mais do que um FPS 30 mal aplicado. “Todas as peles ‘aguentam’ certa carga de radiação UV até elas começarem a ficar vermelhas e desenvolver a queimadura, inflamação. Um produto FPS 30 vai bloquear mais radiação UV que um FPS 15. A quantidade de radiação que vai chegar à pele vai ser diferente para os dois e esta quantidade de radiação é acumulativa. Se eu usar um FPS 15, esse creme vai permitir que eu fique 15 vezes mais protegida des-

se tempo que a pele ‘aguenta’, sendo que o FPS 30 vai proteger 30 vezes mais, ou seja, o dobro”, explica Flávia. “É mais vantajoso você usar um FPS mais alto, porque você vai poder desfrutar mais dias da sua atividade ao ar livre, além de diminuir os danos causados à pele. Entretanto, mesmo um filtro solar com FPS 70 deve ser reaplicado aproximadamente a cada duas horas, ou após um longo período dentro da água”, exemplifica a profissional da Basf. Entretanto, há um ponto a se pensar. Já está comprovado que o brasileiro não tem por hábito se proteger diariamente dos raios solares. Dados do mercado revelam que a maior parte das vendas de protetores solares se concentra em apenas quatro semanas do ano: entre o dia 15 de dezembro e os primeiros dias pós-réveillon, e a semana do carnaval. No segmento de dermocosméticos, esse período também vê um aumento nas vendas, embora, neste caso, o pico seja menos intenso, com as vendas se mantendo em um patamar mais estável durante todo o ano. Uma pesquisa recente da IPSOS feita com 1.000 brasileiros demonstra que apenas 32% se protegem do sol durante todo o ano, independentemente da estação. Isso acontece mesmo com os brasileiros possuindo um nível de informação acima da média mundial sobre os riscos relacionados à fotoexposição, porém

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ainda não é o suficiente para que eles se previnam. “O importante é aplicar abundantemente em todas as áreas expostas. Três áreas comumente esquecidas são: o couro cabeludo – em carecas – orelhas e pés. E isso não pode acontecer”, ressalta a dermatologista Flávia. E mesmo aqueles que têm a disposição de se prevenirem, nem sempre o fazem do jeito certo. Segundo estudos, a forma correta de se utilizar o protetor solar para quem vai ficar com a maior parte do corpo exposta ao sol por um longo período de tempo – na praia ou na piscina, por exemplo – é passar a quantidade de 2mg por cm² de pele, a famosa ‘Regra da Colher de Chá’, onde na parte do rosto/ cabeça/pescoço: aplica-se uma colher de chá; frente e trás do torso: duas colheres de chá; braços/antebraços: uma colher de chá para cada lado; coxas/pernas: duas colheres de chá para cada lado. No total por essa regrinha, se chega a cerca de 45 ml. de creme. Um volume bastante alto para um produto cujo preço no Brasil ainda é muito elevado, especialmente se estivermos falando de um protetor solar com FPS alto e um sensorial de qualidade. O preço desses itens e seu sensorial pouco agradável ajudam a entender essa falta de preocupação com os danos causados pelo sol. Mas, vale lembrar, que o sol tomado diariamente não é o mesmo


categoria Proteção Solar

portfólio a postos sempre: marcas estão preparadas para ofercer produtos que trazem proteção contra os raios UV durante o ano todo. da praia (ou piscina), devido ao tempo de exposição. Um protetor FPS 15 (mais barato e com sensorial mais confortável) pode suprir essa necessidade do uso diário de filtro solar (em caso de peles não tão claras e sensíveis, como é a da maioria dos brasileiros). Para a especialista Sonia Corazza, da Corazza Inteligência em P&D Cosmética, o sensorial de um FPS menor pode ser um grande diferencial para o consumidor. “Sou adepta ao raciocínio de educar as pessoas a adotarem o filtro solar para uso diário, na quantidade correta, em todas as partes do corpo fotoexpostas. No Brasil, temos fototipos variados, mas uma predominância dos fototipos de 3 a 4, para quem um protetor solar com FPS 15, aplicado corretamente e reaplicado a cada duas horas, é totalmente adequado. Ressalto que um FPS mais baixo tem custo mais acessível e sensorial mais agradável, portanto a possibilidade de aderência ao uso é muito maior. Com essa fidelização de uso, o resultado final de saúde para a pele é mais garantido”, pontua a especialista.

Cuidados específicos Para algumas pessoas, a proteção solar vai além. É o caso de pessoas que possuem melasma (manchas escuras na pele, principalmente no rosto), ou que passaram recentemente por algum tratamento estético ou de saúde, e para elas, especificamente, o uso do protetor solar deve ser feito com mais cuidado. “O tratamento do melasma deve sempre vir acompanhado do protetor solar. Não adianta usar algo para reduzir a produção de melanina e, consequentemente, clarear as manchas, se ao mesmo

tempo está expondo a pele a radiação UV, um fator estimulante da produção de melanina”, esclarece Cláudio, da Lubrizol. Para Beatriz Sant’anna, diretora de Comunicação Científica da Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal, pessoas com melasma devem ficar atentas quanto ao grau de proteção FPS. “Para esses casos, um filtro clássico não é suficiente. Ele deve proporcionar uma proteção maior contra a radiação UV e contra a luz visível, o que só é possível se ele for um filtro com cor. Isso acontece porque esse tipo de luz não é filtrado pelos protetores convencionais (brancos ou transparentes), que filtram as radiações do tipo UVA e UVB. Para se proteger dos efeitos da luz visível, isto é, da hiperpigmentação (manchas), você deve aplicar um filtro que tenha cor de base, rico em pigmentos que impeçam que a luz entre em contato com a pele. Como a luz visível é emitida não só pelo sol, mas também por fontes artificiais como as luzes do escritório, das lojas e dos computadores – mesmo em ambientes fechados com alta luminosidade –, o uso de um fotoprotetor é recomendado. Peles sensíveis já são mais complicadas. Muitas moléculas de filtros solares podem, por si só, serem irritantes e alergênicas. Visto isso, produtos testados dermatologicamente ou hipoalérgicos podem reduzir o risco de alergia ou irritação. Em caso de procedimentos estéticos, que são cada vez mais frequentes, o uso do fotoprotetor também é essencial, pois eles vão proteger a pele agredida e ajudar a evitar alguns efeitos secundários, como a hiperpigmentação pós-inflamatória.

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Como conscientizar? Fazer com que a população se conscientize em relação ao uso diário do filtro solar é um dever de todos que trabalham com a indústria. Cabem aos médicos, às empresas e também à mídia colaborarem, incentivando e mostrando cada vez mais como pode ser perigoso se expor ao sol sem que haja a devida proteção. “É uma enorme responsabilidade conscientizar a população sobre a importância de utilizar protetores solares todos os dias. Sundown está trabalhando intensamente este tema por meio da divulgação de informações, campanhas publicitárias e ações ao longo do ano. É fundamental que a proteção da pele comece ainda na infância e seja um hábito para toda a vida, pois a aplicação diária de protetor solar pode evitar que diversos problemas de pele se desenvolvam no futuro”, ressalta o Departamento de Comunicação Johnson & Johnson Consumo do Brasil. Consciente do seu papel educador, a La Roche-Posay promove pelo sétimo ano consecutivo, o Tour de Combate ao Câncer da Pele, em parceria exclusiva com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). Ao longo destes anos, o caminhão do Tour já percorreu mais de 69 mil quilômetros, visitou 56 cidades em 22 estados, atendeu a mais de 16 mil pessoas gratuitamente e realizou mais de 1.500 diagnósticos de câncer da pele, segundo a marca. Nesta edição, ele visitará 11 cidades do Brasil e disponibilizará ainda, pela primeira vez, exames com o Fotofinder, equipamento de alta tecnologia que facilita o diagnóstico do câncer da pele


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a-feira, 27 de outubro de 2015 17:13:14


categoria Proteção Solar de forma rápida e precisa. “Além disso, numa iniciativa global de conscientização da fotoproteção diária e cuidados com a pele, a Vichy lançou no início do ano seu apoio a corridas de rua para o público feminino, em que foi promovida a aproximação do dermatologista com o público leigo, educando-o dos riscos do sol. Mais de 20.000 pessoas foram impactadas em 2015, com folhetos explicativos e amostras de protetores solares FPS 30 e 50”, relembra Beatriz, da L’Oréal. Dermatologistas afirmam que é mais “fácil” conscientizar o paciente mostrando a imagem de uma pele envelhecida pelo sol (no decorrer dos anos) do que explicando sobre o perigo do câncer. Isso pode parecer chocante, mas é a realidade vivida dentro dos consultórios. Mariana Olivato, gerente de Tecnologia & Inovação da Cosmotec, concorda. “Outro fato que elevou o consumo de produtos com fator de proteção solar é a busca do consumidor em manter a aparência jovem por mais tempo e a preocupação com o processo de fotoenvelhecimento.” Vale ressaltar que a mulher brasileira, principalmente, é extremamente vaidosa. Para a médica Flávia, quanto mais o assunto for divulgado por meio dos meios de comunicação em massa, como revistas, televisão, e até pela internet (redes sociais, Facebook, Instagram), mais as pessoas irão se conscientizar, e finalmente, mudarão seus hábitos quanto ao uso de fotoprotetor. “É essencial se proteger dos raios solares todos os dias, tanto na praia, parques ou na cidade e mesmo em dias nublados, uma vez que as radiações UVA e UVB estão presentes também em dias sem Sol”, esclarecem o cientista da J&J Rodrigo Romanhole. Mônica Batistela, coordenadora de Marketing Técnico da Quantiq – distribuidora de ingredientes químicos –, ressalta que o protetor solar deve ser considerado bem mais que um produto cosmético, de embelezamento. “Ele é de extrema importância, e isso reflete na saúde do consumidor.”

Tendências quentes A necessidade do uso de protetores solares é uma realidade indiscutível e o mercado precisa acompanhar esta demanda oferecendo produtos de alta eficácia. “Sa-

flávia lira, dermatologista: consumidores têm esquecido de proteger o couro cabeludo (em carecas), orelha e pés.

be-se hoje que os danos causados pela radiação solar são acumulativos, e a importância não se aplica mais em quanto um fotoprotetor protege e sim o quanto deixa de proteger. Em decorrência disto, a procura por formulações daily care com FPS mais alto, associados ou não com ativos dermatológicos, aumentam cada vez mais”, afirma Maria Eliza, do Marketing da Univar Company. O consumidor brasileiro gosta de praticidade, e além do FPS mais elevados, essa também é uma das tendências para produtos sun care. Há algum tempo, foram lançados no mercado os chamados BB Cream, ou CC cream, itens de maquiagem – um tipo de base para a pele que continha em sua formulação fator de proteção FPS. O analista da Lubrizol afirma: “Tecnicamente falando, as tendências estão principalmente em fórmulas minimalistas com alto FPS, seguras, fotoestáveis e com sensorial agradável, que estimule o uso frequente do produto. Além disso, há também a multifuncionalidade. Por que usar o hidratante, depois o protetor solar e em seguida a maquiagem? Por que não a maquiagem com o hidratante e o protetor solar tudo

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num só produto? Também é uma tendência a adição de antioxidantes que podem ter efeito sinérgico aos filtros, bem como reduzir os efeitos oxidantes de agente poluentes.” A especialista Sonia complementa: “Um protetor solar deve também hidratar, proteger do envelhecimento precoce, manter a textura macia da pele e funcionar como um acabamento que dissimula imperfeições. Aqui vemos ingredientes importante para serem associados às fórmulas, como os difusores ópticos, os boosters, como o café verde, os ativos anti-idade e agentes hidratantes.” Para Mônica, da Quantiq, protetores solares sob o conceito “Pele Molhada”, ou seja, produtos que possuam eficácia mesmo após o banho de piscina, mar ou até produtos que resistam ao suor excessivo, também são uma tendência para a categoria, além de itens voltados à faixa etária e tipos de pele. “Nichos em produtos como infantil, voltados a atletas, peles sensíveis, têm tido atenção especial em novos desenvolvimentos”, observa. Novas formas cosméticas, mais fáceis de aplicar e espalhar, como os fluidos em aerossol, emulsões bem leves e lenços umedecidos em loções estão em evidência no mercado. “Mousses, que devem possuir um toque seco (aveludado, não pegajoso e oleoso), produtos com efeito matificante, absorvedor de oleosidade, com efeito soft focus; também são muito explorados atualmente neste segmento”, argumenta a executiva Univar. “Outro movimento não tão novo, mas que começa a ressurgir é o apelo anti-infravermelho, a radiação responsável pela sensação de calor, que junto com ultravioleta pode intensificar o fotoenvelhecimento”, explica Claudio, da Lubrizol. Segundo Sônia Corazza, um filtro protetor que realmente pode fazer a diferença é o formado pela família de derivados do café verde. “Desde o óleo até a biomassa da matéria seca, o café verde é um verdadeiro ouro verde para as fórmulas de protetores solares, pois possibilita a diminuição na concentração de absorvedores físicos e químicos, menor custo final de formulação, além de agregar benefícios adicionais, como o potencial antioxidante e a capacidade de repor lipídeos importantes para manter a hidratação da pele”, argumenta.


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mercado Tendências

Com ou sem shampoo? As especificidades e características dos produtos do tipo No poo e Low poo, tidos como a nova tendência do mercado para quem possui os fios cacheados >>> Larissa Gutierres

P

ara quem tem cabelo fino ou oleoso, lavar os fios capilares diariamente é muito comum. Mas, e para quem tem cabelo cacheado, crespo? Será que uso diário do shampoo é realmente necessário? Como

higienizar os fios, sem tirar sua oleosidade natural? Os produtos chamados “No poo” e “Low poo” chegaram ao mercado a fim de ajudar essa consumidora que não gosta, e mais do que isso, não precisa lavar os cabelos todos os dias, com shampoo e condicionador tradicionais.

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“Este movimento começou aqui nos EUA e foi um motivo de necessidade. As marcas de produtos capilares só pensavam em cabelo liso ou alisado, e não havia ninguém pensando em criar itens para cabelo natural com cachos. Foi aí que o Deva Curl começou com estudos


dos 140 tipos de cacho”, explica Denis da Silva, co-criador da linha Deva Curl, marca que detém o termo “No poo” e “Low poo” para produtos de cabelo. “Nós do Deva Curl decidimos criar um novo nome no lugar do shampoo para que as pessoas entendam que a diferença não é só no nome e sim na formulação”, complementa o executivo. Julio Bombonati, gerente de Mercado Life Sciences da Univar, explicou que o termo “No poo” vem de “não shampoo” e “Low poo” “pouco shampoo”, ou seja, um trocadilho em inglês que quer dizer menos surfactantes (detergentes) ou nenhum surfactante em sua formulação. Produtos do tipo No poo e Low poo são destinados, principalmente, para as consumidoras de cabelos cacheados, ou que possuem algum tratamento químico ou coloração (cabelos mais secos). São itens característicos por formarem menos espuma que os shampoos tradicionais, além de possuírem sulfatos mais leves de limpeza, que não ressecam a fibra capilar.

Entendendo o conceito O profissional da Univar traz algumas explicações acerca do conceito. “O No

poo caracteriza-se pela ausência do shampoo na etapa de lavagem, no qual se usa um condicionador de limpeza ou cowash. O cowash caracteriza-se por um condicionador em que em sua formulação apresenta um surfactante suave que fará a limpeza sem remover a oleosidade natural do cabelo, visto que os cabelos ondulados e crespos são naturalmente ressecados. O Low poo não remove o shampoo das etapas de cuidados com os cabelos, entretanto, o shampoo comum é substituído por um sulfate-free, que promove uma lavagem suave sem remover em excesso a oleosidade natural do cabelo e sem gerar os danos que um surfactante sulfatado poderia gerar”, fala Julio. Segundo ainda o gerente, é possível encontrar uma linha completa com shampoo, condicionador e creme de pentear denominada Low poo. “O No poo e o Low poo são tendências separadas, ou seja, o adepto do Noo pow não é adepto do Low poo. As duas técnicas não se confundem e ambos são produtos com enxague”, ressalta. Portanto, o consumidor dos produtos No poo não quer remover a proteção natural do cabelo, com medo de ressecar o que já

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é seco. Por isso, ele “pula” a etapa do shampoo, indo direto para o cowash. Já o consumidor de Low poo busca por mais opções. Ele deseja usar um shampoo, um condicionador e até um creme de pentear, pois sua preocupação é com a suavidade dos itens, visto que muitos produtos químicos são extremamente agressivos. A atenção dele é outra. “O cowash não é um condicionador comum, e em sua formulação deve existir algum agente de limpeza, como surfactante anfótero, não iônico ou outro agente. Normalmente, esses agentes realizam uma limpeza mais suave, sem retirar todo o manto lipídico, isso quando comparamos com um surfactante normal”, pontua Julio. A técnica da Embelleze, Daniela Nascimento, observa como esses itens agem nos cabelos. “Lavar o cabelo consiste em retirar a sujeira e excesso de oleosidade dos fios. Porém, a sujeira é hidrofóbica, ou seja, precisa de um tensoativo para fazer a ligação entre a água e a sujeira e, assim, promover a limpeza. Os anfóteros (compostos tensoativos que reduzem a instabilidade dos alquil sulfatos e alquil éter sulfatos – tensoativos aniônicos de carga nega-


mercado Tendências para as cacheadas: produtos No poo e Low poo têm sido exigidos por consumidoras que estão sempre ligadas nas novas tendências.

tiva – proporcionando um aumento de viscosidade, estabilização de espuma e condicionamento ao cabelo) também fazem essa ligação, porém de forma suave e sem excessos.”

Atento aos cuidados Sabe-que se muitas pessoas lavam o cabelo apenas uma vez por semana. Entretanto, será que isso pode apresentar algum risco? A Dra. Gisele Jacobino de Barros Nunes, médica voluntária do Ambulatório de Cabelos da Unifesp e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo esclarece que não. “Não há um número mágico que indique qual a frequência correta de lavagens. Isso pode variar de pessoa para pessoa, dependendo das características individuais do couro cabeludo e de seus fios. Pessoas com cabelos finos e oleosos, ou que tenham patologias no couro cabeludo como dermatite seborreica, podem sim lavar os fios diariamente, desde que com produtos específicos, sem que isso traga danos aos fios. Existem situações em que algumas pessoas podem até se beneficiar com lavagens menos frequentes tais como: pessoas que possuam cabelos tingidos, muito crespos ou que apresentem fios fragilizados pela ação de alisantes químicos”, situa. Todavia, a médica tem visões diferentes quanto às novas tendências. “Produtos Low poo podem até fornecer uma

boa higienização, sendo uma alternativa para aqueles que desejam usar formulações mais suaves, contendo shampoos com sulfatos mais leves, causando assim um menor efeito detergente nos fios. Já os produtos da linha No poo (ácido cítrico, talcos, bicarbonato de sódio...), apesar de bem tolerados por algumas pessoas, podem causar danos na haste do fio devido à elevada diferença de PH”, alerta. A médica ainda ressalta que esses produtos não apresentam riscos à saúde. “A absorção sistêmica das substâncias contidas nos produtos ‘Low poo e No poo’ é praticamente nula. Logo, o seu potencial para causar doenças sistêmicas, também. Mas, em cabelos fragilizados por tinturas e alisamentos, os fios podem sofrer agressões como fratura e queda devido às diferenças de PH entre eles e os produtos.” De acordo com a executiva da Embelleze, a motivação para se obter esses produtos veio, principalmente, de mulheres com cabelo cacheados, por meio da internet. “A Embelleze, que é especialista neste público de internautas, começou a receber muitos pedidos via redes sociais de mulheres que desejavam produtos específicos para a prática das técnicas de Low poo e No poo”, relembra. Sobre a tecnologia dos produtos, Daniela destacou que o enfoque da marca foi na substituição dos tensoativos não iônicos por anfóteros. “Esta atenção também foi

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pensada para uma fórmula sem parabenos, sulfatos e silicones”, complementa. Outra importante marca nacional, a Inoar, também tem produtos para atender a essa demanda das consumidoras, como é o caso da nova linha Divine Curls. “Utilizamos matérias-primas que apresentam funções específicas, tendo como característica principal a baixa espumação. Nesta linha, trabalhamos com surfactantes suaves, matérias-primas responsáveis pela limpeza dos cabelos e formação de espuma em baixa quantidade, como a cocoamidopropil betaina e cocofoaacetato de sódio. As substâncias responsáveis pela grande quantidade de espuma tiram do cabelo muito mais que a sujeira: elas removem lipídios inclusive do couro cabeludo, responsáveis não só pela sedosidade, como também pela proteção capilar. O shampoo Divine Curls limpa de forma eficaz como qualquer outro, mas sem agredir a fibra capilar”, afirma a fundadora da Inoar, Inocência Manoel. O mercado nacional evolui a cada ano, com novos produtos, técnicas e tendências. Os cabelos crespos, cacheados, enrolados vêm ganhando destaque devido a um novo perfil: o das mulheres que querem se assumir. A moda agora é ser natural, assumir suas origens, e portanto, as consumidoras desejam e precisam de cuidados específicos para cada tipo de cabelo.



Express Charme de Olinda

Regenera e nutre Dove lança a linha Regenerate Nutrition que regenera a aparência saudável até dos cabelos extremamente danificados, deixando-os brilhantes e macios. Enriquecido com complexo exclusivo de Algas Vermelhas e Nutri Keratin, Dove Regenerate Nutrition repõe os nutrientes e repara a estrutura interna dos fios, deixando-os mais fortes e sedosos, como se os danos nunca tivessem existido. A linha premium é composta por shampoo, condicionador, creme de tratamento e o formato – inédito – Serum-in-Oil, que instantaneamente recupera e restaura a aparência saudável do cabelo, fortalece os fios danificados e previne pontas duplas. Dove acredita que toda mulher deve se sentir à vontade para fazer o que quiser com seus cabelos, por isso Dove Regenerate Nutrition foi pensado para quem não abre mão de alisar, secar, colorir, fazer luzes ou outras transformações que podem danificar os fios. Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preços: R$ 16,90 (shampoo), R$ 18,90 (condicionador 200ml), R$19,90 (creme de tratamento 350ml) e R$ 29,90 (Serum-inOil 50ml). SAC: 0800 707 7512. Site: www.dove.com.br

A L’Occitane au Brésil, marca brasileira do Grupo L’occitane, encontrou nas mulheres de Olinda (cidade de Pernambuco) a inspiração para uma nova linha de produtos, composta por itens de perfumaria e cuidados corporais. Entre os produtos da nova linha, o destaque é a Deo Colônia que traz uma combinação de notas olfativas florais e frutadas em uma composição alegre e feminina. A fragrância apresenta, ainda, um frasco especial que remete ao movimento da dança e às curvas de uma mulher alegre, espontânea e cheia de vida. A responsável pelo design do frasco e ilustrações das embalagens é a artista pernambucana Joana Lira, que tem uma relação emocional com a cidade e com as festas de rua. A criação combina notas frescas de frutas na saída com um colorido buquê floral no corpo e notas amadeiradas com baunilha no fundo. Criada pela perfumista Carmita Magalhães, da casa suíça Firmenich. Distribuição: lojas próprias. Preço: R$ 102. SAC: 0800 171 272. Site: www.loccitaneaubresil.com

Para pele oleosa e acneica O Eucerin Sun Creme-Gel Oil Control Toque Seco FPS 30 e 60 foi desenvolvido para atender às necessidades específicas da pele oleosa e acneica. Sua fórmula auxilia no controle da produção da oleosidade enquanto protege dos efeitos nocivos da radiação UV. Com textura ultraleve e de rápida absorção, o produto confere efeito mate imediato e de longa duração. Além disso, não obstrui os poros, prevenindo assim o surgimento de espinhas e cravos. Por isso, além da proteção solar, o Eucerin Sun Creme-Gel Oil Control Toque Seco FPS 30 e 60 atua na prevenção do escurecimento das machas causadas pela acne, e previne o surgimento de novas. Os produtos da linha contêm o ácido glicirretínico e a licochalcona A, responsáveis pela proteção biológica celular e prevenção aos danos celulares provocados pelos radicais livres nas camadas mais profundas da pele. Distribuição: drogarias. Preço: R$ 67. SAC: 0800 776 4832. Site: www.eucerin.com.br

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Ampolas de queratina Pantene amplia seu portfólio de ampolas e traz pela primeira vez ao Brasil a Ampola Advanced Keratin Repair, da coleção Pantene Expert Collection, que é destinada à recuperação da fibra capilar e a proteção da queratina natural presente no cabelo, ajudando a melhorar os principais sinais de um cabelo saudável: redução significativa do frizz, brilho superior e melhor resistência contra danos mecânicos. Para atender às necessidades das mulheres da América Latina, cientistas do Pantene Institute uniram as tecnologias de maior sucesso para desenvolver uma combinação única de ingredientes nunca antes utilizado em produtos da marca e nem no mercado: a Tecnologia Triplo Ativo. A novidade foi desenvolvida para criar um “escudo de lubrificação” sobre a superfície do cabelo, podendo absorver água, devido à sua composição única e trazendo suavidade perceptível e proteção aos fios contra a quebra e pontas duplas.

Foco no olhar Para entregar sobrancelhas preenchidas, sem falhas e com mais volume, Maybelline apresenta Brow Drama e Master Shape, dois produtos desenvolvidos para chegar a um look perfeito e natural. Para as que não dispensam o delineador, Maybelline lança duas versões: Master Graphic e Master Precise. Para as amantes de lápis, a marca traz as novas cores de Colossal Kajal: Azul, Marrom e Extreme Black, um “superpreto”. As versões nas cores Azul e Marrom tem seis horas de duração, enquanto a Extreme Black garante 12 horas de look esfumado impecável. Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preços: R$ 23,90 (Colossal Kajal azul e marrom), R$ 25,90 (Colossal Kajal Extreme Black), R$ 32,90 (lápis para sobrancelha), R$ 36,90 (delineador em caneta) e R$ 37,90 (máscara para sobrancelha e delineador com pincel). SAC: 0800 701 0114. Site: www.maybelline.com.br

Qualidade em tratamento A Bio Extratus lança sua linha Detox, um tratamento de desintoxicação e nutrição capilar. A novidade elimina as impurezas dos fios e do couro cabeludo, combate o envelhecimento capilar, eq uilibra os minerais e nutrientes e protege contra os danos acumulativos, sem ressecá-los. O resultado são cabelos mais leves, saudáveis, com brilho e balanço. Sua fórmula é composta de suco verde, gengibre, chia, clorofila e microqueratina. A linha é composta por um peeling (pré shampoo), shampoo, máscara e finalizador.

Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 19,99 (3 unidades de 15ml). SAC: 0800 701 5515. Site: www.pg.com/pt_BR/

Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preços: R$ 27,86 (finalizador), R$ 31,22 (máscara), R$ 33,46 (shampoo) e R$ 49,56 (peeling). SAC: (31) 3855-3002. Site: www.bioextratus.com.br

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A Jafra Cosméticos amplia sua linha de skin care com a Gold Dynamics. Produzidos com alta tecnologia e ingredientes naturais, os produtos são indicados para atender às necessidades específicas da pele acima dos 50 anos de idade. Com o exclusivo Gold Complex, os agentes nutritivos combatem os efeitos do tempo enquanto restauram a hidratação, o brilho e a firmeza da pele. O tratamento completo melhora a elasticidade e a firmeza da pele, combate as linhas de expressão e as rugas, uniformiza o tom da pele e promove hidratação mais intensa. A linha é comprovadamente eficaz por meio da realização de testes e estudos clínicos. Em apenas 14 dias de uso, mais de 80% dos participantes notaram a pele visivelmente mais macia e mais hidratada. Já o uso durante sete semanas em 60% dos participantes resultou em uma diminuição das áreas vermelhas e escuras dos olhos. Todos os produtos são dermatologicamente testados. A linha Gold Dynamics reúne quatro produtos: gel facial limpador e refrescante, creme de ação intensiva para o contorno dos olhos, creme facial umectante reafirmante noturno e cápsulas faciais com retinol.

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especial varejo Especializado loja d’o boticário: varejo de beleza especializado tem como armas principais a ambientação, o atendimento e produtos, todos visando oferecer alta qualidade.

Dedicações D específicas IMPULSIONADOS POR seus atributos particulares OS CANAIS ESPECIALIZADOS VÊM GANHANDO CADA VEZ MAIS ESPAÇO NA CESTA DE COMPRAS DE BELEZA DAS CONSUMIDORAS BRASILEIRAS >>> Rafael Mendonça Atualidade COSMÉTICA

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epois de ter traçado na edição passada as principais tendências e os ingredientes que moldaram o varejo de beleza, além do momento vivido pelo canal Alimentar e o Atacarejo, a Atualidade Cosmética segue abordando os principais canais que operam com beleza no mercado brasileiro. Porém, desta vez, trataremos dos segmentos especializados do Varejo de Beleza, trazendo dados e análises sobre segmentos como as perfumarias seletivas e de rua, as lojas de marcas próprias/franquias e as farmácias – estas últimas estão aqui enquadradas por terem desenvolvido seu trabalho com os produtos de beleza e de fato por terem um espaço fora da área de medicamentos que pode ser chamado de especia-


lizado. Cada um deles tem suas particularidades, mas todos vêm sofrendo influência direta das mudanças nas características do consumo, bem como têm de se virar para superar a atual crise econômica. A diferença está justamente em como cada um deles se aproveita de tudo o que vem movimentando o mercado, seja em termos de consumo ou econômicos. E, para isso, os atributos destes segmentos são as principais armas para que consigam fazer valer todo o seu status de serem conhecidos como um canal especializado. São características que um supermercado – tampouco uma loja de atacarejo – conseguem oferecer com tanto primor. Estamos falando aí de cuidados específicos com o ponto de venda, principalmente ambientação e atendimento. São pontos para que a consumidora, que também está enfrentando esta fase difícil, se sinta muito bem dentro da loja na hora de comprar. Em paralelo a isso, também é fundamental que o produto esteja de acordo com os anseios delas, afinal, muitas consumidoras seguem buscando sofisticação.

Conquistas, confiança e merecimentos De acordo com dados da Nielsen, depois de um boom em termos de consumo que foi visto até 2013, houve uma grande diversificação nos atos dos consumidores. Segundo a consultoria, desde o ano passado foi verificado uma redução no consumo fora do lar, bem como em serviços supérfluos; há também a busca por uma diversificação de canais visando custo-benefício; uma redução de idas ao ponto de venda, voltando a realizar a chamada “compra do mês”; o consumidor tem visado ainda tamanhos de embalagens como opções de desembolso; há também a troca por marcas mais baratas, realizando assim o trade down; assim como uma redução de volume, procurando racionar a compra. Todas estas ações são consideradas pela Nielsen como uma hierarquia das decisões para manter o bem estar conquistado. Segundo Olegario Araujo, diretor da Inteligência de Varejo Consultoria,

os consumidores querem preservar – na medida do possível – a marca que sempre compra, mas não querem abrir mão das conquistas que fizeram em outros tipos de serviços. De acordo com o especialista, esta é uma tensão que o consumidor vive, pois ele sabe que há muitas novidades neste mercado em curto prazo, e assim tenta seguir comprando sua marca – que também é uma conquista. Há aí, segundo ele, uma crise de confiança que o consumidor está vivendo e, por conta desta crise, ele tem se retraído e deixado de comprar. Entretanto, Olegario afirma que isto também cria uma outra situação. “Neste cenário, está a palavra-chave do momento: ‘auto-indulgência’, que eu traduziria para um termo mais simples: ‘eu mereço’. A consumidora pensa: ‘estou vivendo um momento extremamente tenso, estou insegura diante deste cenário e tive de parar de comprar coisas inclusive para a família.’ Então, ela acha que merece, mas sabe que este merecimento precisa ser por meio da compra de produtos em que o desembolso é menor. E a beleza ganha mais intensidade neste cenário”, explica. Olegario diz também que, apesar de estar realizando um desembolso menor, isso não quer dizer que a consumidora esteja optando por itens mais baratos no ponto de venda. “É um desembolso menor em que o consumidor sabe que não precisa parcelar, ou seja, ela tem maior controle sobre este desembolso. É diferente de fazer uma dívida em que se demora de seis meses a um ano para pagar. Agora, ela pode consumir alguns produtos que ajudem na perspectiva emocional a controlar este orçamento. Se não pode fazer isso ou aquilo, onde ele busca uma compensação? A dona de casa, por exemplo, dentro deste conceito, está estressada. Eu uso a metáfora do malabarista, pois a consumidora tem o desafio do orçamento doméstico, de equilibrar os diferentes papeis que tem na mão e, no meio de tudo isso que é extremamente desgastante, ela procura se compensar. E ela acaba se compensando com estes pequenos desembolsos”, informa ele, dizendo que isto é uma grande oportunidade para as lojas.

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Cenário a ser avaliado Todos estes pontos citados anteriormente pode beneficiar os canais de vendas especializados. Entretanto, é preciso saber como se aproveitar deste cenário, pois determinados pontos favorecem outros canais, como o atacarejo, por exemplo. Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), confirma que de fato existe um problema sério de confiança do consumidor, que pode ser apontado até como um problema maior do que a questão da renda e do emprego. “Costumo dizer que esta instabilidade acelera os processos de mudança, por exemplo, da marca A para B, do tipo de loja X para Y. Toda esta movimentação em cenários de crise ganha aceleradores a mais. No boom, tínhamos uma estabilidade maior de comportamento dos canais e das marcas, e na crise isso puxa mais”, ilustra Eduardo Terra. Para ele, estes segmentos (perfumarias seletivas e de rua, as farmácias e as lojas de marcas próprias/franquias), por serem especializados, frente aos supermercados ou a um atacadista, têm condição de oferecer um sortimento especializado. “Ou seja, em um supermercado você não terá algumas marcas de shampoos ou desodorantes, por exemplo, e, dependendo do formato, no especializado isso dobra ou triplica”, exemplifica. Eduardo ainda adiciona que há também a condição de trazer a consultora de beleza para dentro da loja, que é uma característica do porta a porta, mas que nestes canais especializados é mais possível, seja por meio de promotoras, demonstradoras ou das próprias vendedoras de uma perfumaria, por exemplo. “Então, este canal possui estas características e ao mesmo tempo tem um custo operacional que muitas vezes é maior do que o de um supermercado. Se ele for competir só no preço, ele pode ter um problema. Então, é preciso investir em outros elementos, como sortimento e atendimento, para que possa fazer valer este posicionamento de diferenciação”, alerta o especialista da SBVC.

Meios de tirar proveito Diante de todas essas movimentações que estão acontecendo, os segmentos


especial varejo Especializado especializados do Varejo precisam se atentar a algumas questões fundamentais para então tirar proveito desta realidade. O presidente da SBVC lista três dicas: primeiro, “olhar para dentro de casa, para a cozinha”. Segundo ele, é um momento de tolerância zero à ineficiência e a custos desnecessários, sendo obrigatório fazer a lição de casa de gestão. “Se não foi feito na época em que estava bem, deve-se fazer agora na época da dor”, diz. A segunda orientação é que os varejistas devem fazer um esforço promocional muito forte, a fim de ter uma loja muito quente, preparada para que o consumidor compre. “Ele não está comprando à toa, e se não der motivo... Portanto, promoção e exposição bem feita são importantes”, relaciona. A terceira dica de Eduardo Terra se refere aos cuidados com o estoque. Esta última diz mais respeito ao varejo especializado, ou seja, as perfumarias, já que os outros canais que estamos falando possuem um mix menor, tornando esta missão um pouco mais simples. De acordo com ele, há muita gente neste momento preocupada com estoque e ele é capital de giro, sendo que o dinheiro está escasso. “E, nesta ânsia para reduzir o estoque, tenho visto muita gente errar a mão, fazendo aumentar muito as rupturas. E a ruptura é justamente o cliente vir à sua loja e o produto que ele quer não estar lá. Então, em uma época de vendas difíceis, ver ruptura subindo é uma contradição. Portanto, esta é uma dica, mais até do que o estoque é evitar a ruptura”, completa, dizendo que estas três orientações são válidas para todos os segmentos especializados. Quem também dá indicações para que o varejo se aproveite deste momento vivido pelo mercado é Olegario Araujo. Na visão dele, assim como para Eduardo, são três os pontos cujos os quais as lojas especializadas devem se atentar – principalmente as farmácias e perfumarias, como citamos anteriormente: desenvolver o atendimento; evitar rupturas, para que o consumidor encontre o produto e não perca tempo na loja; e cuidados com a exposição dos itens no PDV. Todos esses aspectos estão direcionados para uma questão: cuidar da loja. O especialista da Inte-

Procurando especializar-se Esta busca por uma melhor ambientação tem proporcionado exemplos em todo os segmentos do varejo de beleza, não somente nos especializados. Há o caso de uma loja da bandeira Extra, em São Paulo, que inaugurou recentemente um espaço exclusivo para oferecer uma experiência inovadora para os consumidores, que pediam uma exposição integrada e que facilite a compra de produtos de saúde e beleza. Desenvolvido em parceria com a L’Oréal Brasil, o local chamado de “Espaço Beleza” reúne produtos variados para pele, cabelos, unhas e maquiagens. As marcas da empresa francesa – como Elseve, de produtos para o cabelo, Dermo-Expertise, de cuidados com a pele, e Maybelline NY, com maquiagem e esmaltes – têm posição de destaque no novo espaço. A expectativa da bandeira pertencente ao Grupo Pão de Açúcar é que o conceito de

ligência de Varejo Consultoria afirma que a forma como se expõe os produtos e comunica-os ao consumidor no PDV – inclusive visualmente – é chamado por ele de “hora da verdade”. Ele explica que a melhor estratégia só será eficaz nesta hora, que é quando o consumidor está diante da gôndola, onde ele deve achar o produto adequado para ele. “E se essa gôndola estiver mal trabalhada, pode se tornar uma tor-

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espaço premium com produtos variados e de qualidade se tornem uma tendência no mercado. “O Extra tem como diretriz proporcionar a melhor experiência de compra com o sortimento mais completo do mercado. Com o ‘Espaço Beleza’ saímos na dianteira, oferecendo, em um único local, os produtos que os consumidores querem”, considera Eandres Aguiar, gerente de Marketing do Extra. “A L’Oréal investe continuamente em pesquisas para conhecer o consumidor de beleza, buscando identificar as suas necessidades e tornar o momento de compra uma experiência melhor. E, em parceria com o Extra, desenvolvemos o Espaço Beleza, praticamente uma loja dentro da loja”, emenda Roberta Santanna, diretora de Negócios e Desenvolvimento de Clientes da DPGP (Divisão de Produtos de Grande Público) da L’Oréal Brasil.

tura. O que ofereço ao meu cliente na ‘hora da verdade? Nisso, passam exposição e comunicação. Estes são os três aspectos chaves para este momento: o atendimento; a certeza de ter o produto na loja; e a facilidade de encontrar este produto com as informações básicas que deve se ter nele, inclusive preço. Não estou dizendo que deva ser um preço baixo, mas o da gôndola deve ser o mesmo que está no sistema”, avalia.



especial varejo Perfumarias

Sortimento como atração Quando o assunto é variedade de produtos, as perfumarias são aquelas que mais usufruem deste atributo dentro do varejo especializado. E esta receita – que também conta com outros ingredientes – faz sucesso junto às consumidoras >>> Rafael Mendonça

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arejo destino para cabeleireiros e consumidoras que buscam produtos com a qualidade dos que são vendidos e utilizados em salões de beleza, as perfumarias seguem como um segmento muito importante para o canal principalmente por um atributo: variedade. Além disso, estas lojas também procuram usufruir do quesito “novidades”, que é um outro ponto que casa muito bem com quem compra neste segmento. O nível de serviço proporcionado pelas perfumarias é mais uma arma a favor, na dura disputa com outros segmentos concorrentes do varejo – ainda mais em um momento em que o consumidor está cada vez mais multicanal. Mesmo tendo em seu portfólio um grande número de itens profissionais, as perfumarias também são vistas com bons olhos por diversas companhias que atuam no canal e que vendem produtos aos consumidores finais, como é o caso da P&G, que acredita que a variedade é o principal driver que direcionará todo o varejo para seguir em evolução. “A principal ferramenta é o sortimento de produtos. Nos preocupamos em oferecer um bom leque de opções, visando expandir a abrangência dos produtos e satisfazer o consumidor”, aposta Marjorie Teixei-

ra, gerente de Comunicação das marcas de beleza da P&G. Segundo ela ainda, o papel da indústria no varejo é explorar atributos como o mix de produtos, merchandising e a experiência de compra, a fim de melhorar a execução nos pontos de venda. “Por isso, investimos constantemente e cada vez mais em educação e execução no trade. No segmento de coloração, achar a nuance certa é o ponto mais importante na árvore de decisão da consumidora e, por isso, prezamos muito por esta experiência”, exemplifica. Em termos de expansão, o segmento tem suas devidas referências. Porém, a evolução neste sentido não se deu como aconteceu com as farmácias, por exemplo. No farma, vemos redes de diversos portes distribuídas pelo Brasil, com as grandes fornecendo centenas de unidades. Com as perfumarias, o cenário é bem diferente. Entretanto, não na mesma proporção das drogarias, este movimento expansionista tem crescido entre as perfumarias. “Nas Perfumarias Especializadas (no período de cinco anos para cá), havia marcas com uma ou duas lojas. Hoje há pelo menos sete perfumarias de rede – como A Rede (MG), Ikesaki, Sumiré, por exemplo –, ou seja, atualmente há redes de perfumarias especializadas, algo que cinco anos atrás não existia. En-

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tão, este fenômeno, que deve se acentuar, ele também é importante”, contextualiza Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), indicando este como um importante elemento aceleradores para canal.

Atentas às ferramentas Como dito no início deste Especial, cada segmento do varejo possui suas particularidades. E elas, diante do momento atual do consumo, têm grande influência nos desempenhos destes segmentos. Na visão de Olegario Araujo, diretor da Inteligência de Varejo Consultoria, as perfumarias podem ser enquadradas como locais onde o consumidor pode viver momentos de “prazer e diversão”. “A pessoa que está indo ver preço no lugar, ela está indo ver preço. Se vai para uma Perfumaria, ela


loja da danny cosméticos e olegario araujo, consultor: para ele, as perfumarias podem ser enquadradas como locais onde o consumidor pode viver momentos de prazer e diversão.

vai esperar novidades. No porta a porta, além da conveniência, ela espera mais atendimento. No salão de beleza, espera um pouco mais, quer encontrar um consultor de beleza dela que é o cabeleireiro. A Perfumaria aparece justamente neste momento da novidade. Vou conciliar a compra, mas terei o prazer e não terei a pressa que no geral terei no atacarejo, no supermercado ou até numa farmácia”, compara ele, dizendo que os últimos anos da economia brasileira facilitou muito este consumidor multicanal, que por estar mais informado, com mais opções e também do ponto de vista econômico em condições de se fazer isso, ele acaba procurando estes canais que possuem um sortimento muito exclusivo. Embora cada segmento tenha de fazer valer suas particularidades positivas,

há três pontos indicados por Olegario cujo os quais as perfumarias precisam cuidar neste momento do mercado, que sofre interferência das características do consumo e da situação econômica do País. Estes direcionamentos também valem para as farmácias. “O primeiro é o atendimento. Como disse, há canais em que o consumidor vai para preço e outros que vai para atendimento. Quando olhamos para uma drogaria ou perfumaria, o relacionamento tende a ser mais diferenciado. Então, o atendimento tem um papel essencial aí. Estamos diante de um consumidor mais informado, mais exigente e inseguro diante do cenário econômico. Mais do que nunca o atendimento é importante, pois se a relação for apenas preço, ele vai comprar em outro lugar”, alerta.

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A segunda orientação do especialista é não deixar faltar item nas gôndolas. “Existe uma variável hoje muito importante que se chama tempo. As pessoas não têm tempo, mesmo sendo multicanal. Então, tempo é uma commoditie extremamente importante. Qual a implicação do tempo no varejo? É ter o produto disponível, ou seja, não deixar ter ruptura.” E, por fim, Olegario menciona que o terceiro ponto está relacionado à exposição, que vem no sentido de oferecer uma solução ao cliente. “E dentro desta solução, há dois aspectos chaves: exposição e a informação. Como há muitas novidades, oferecer uma solução significa que posso oferecer na minha loja produtos que sejam complementares mais próximos àquilo. É muito fácil o varejista resolver isso cuidando de quem oferece os produtos na loja”, acrescenta.

Especializada e sortida A força das perfumarias é comprovada por números levantados sobre o setor. A Anabel (Associação Nacional de Artigos de Higiene Pessoal e Beleza), com base nos dados de 2013, informa que existem


especial varejo Perfumarias cerca de 27 mil perfumarias no Brasil, sendo 70% delas lojas especializadas, a maioria micro e pequenas empresas, e outros 30% atuando no sistema de franquias. Para que o varejista tenha uma perfumaria perfeita, além de variedade e inovação, o quesito atendimento foi citado como primordial. Fora isso, investimento na especialização do canal com conhecimento técnico, com sortimento único e de qualidade, além da disponibilidade de consultoras que possam interagir com as shoppers são essenciais. Segundo a Beauty Fair/Nielsen, 52% das shoppers, em média, interagem com as promotoras e, dessas, 65% são influenciadas pelas mesmas no momento de decidir a compra. O estudo também indica algumas particularidades dos shoppers de perfumaria. No geral, o perfil deles se resume a mulher na faixa dos 30 anos, solteira, trabalhadora e integrante da classe C. Para ela, os quesitos mais importantes são: a loja disponibilizar funcionários com conhecimento técnico, produtos com relação qualidade-preço justa e de qualidade, além de fazer promoções e oferecer ofertas atrativas. A variedade de marcas e produtos, bem como uma perfumaria limpa, vêm logo na sequência das prioridades. O estudo da Beauty Fair/Nielsen também reforça a necessidade de o varejista reforçar os produtos nas gôndolas e investir na atratividade dos pontos extras para atingir as consumidoras, levando em consideração as categorias de impulso e menor envolvimento, organização e comunicação dos pontos extras, e promoções, principalmente com descontos e brindes. Foi indicado também que as vendas do setor foram reforçadas pelo incremento de 15% de novos lares compradores, com perfil de shoppers mais novas, com cerca de 25 anos de idade, e de maior nível sócio-econômico. No geral, elas consideram o ato de fazer compras nesses locais uma experiência agradável, curiosa (desejam informação e orientação) e exploradora (estão abertas à experimentação). Entre os produtos de destaque nas cestas das consumidoras estão o shampoo, pós-shampoo e tintura. O primeiro ganhou espaço em 13,7% novos lares, com um aumento de 19,6% no ticket médio do canal, enquanto o segundo atinge

Comportamento dos shoppers nas Perfumarias aPara uma perfumaria ideal, variedade, inovação, atendimento, sortimento único e de qualidade, e disponibilidade das consultoras para interagir com shoppers, são essenciais; aEm média, 52% das shoppers interagem com as promotoras e, dessas,

65% são influenciadas pelas mesmas no momento de decidir a compra;

aNo geral, o perfil deles se resume a mulher na faixa dos 30 anos, solteira, trabalhadora e integrante da classe C; aDisponibilizar funcionários com conhecimento técnico; produtos com relação qualidade-preço justa e de qualidade; fazer promoções e oferecer ofertas atrativas; ter variedade de marcas e produtos, bem como uma perfumaria limpa, são as prioridades na visão destas shoppers; aO varejista também deve reforçar os produtos nas gôndolas e investir na atratividade dos pontos extras para atingir as consumidoras, levando em consideração as categorias de impulso e menor envolvimento, organização e comunicação dos pontos extras, e promoções, principalmente com descontos e brindes.

14% em novos lares e contabiliza u aumento de 17,3% do ticket médio. E, por fim, a tintura alcançou a 11,4% de novos lares, ampliando em 1,7% o ticket médio.

Exemplo de evolução Como dito, o ritmo de expansão das perfumarias é bem diferente do que é realizado pelas farmácias. Mesmo assim, há bons exemplos de redes que conseguem manter uma boa sequência de inaugurações e, consequentemente, crescer no mercado. É o caso da Danny Cosméticos, que possui 12 lojas distribuídas pelo interior de São Paulo. Ao abordar a evolução de sua rede no mercado, Maria de Lourdes Sacilotto Scuro, a Lourdinha, sócia-proprietária da Danny Cosméticos, diz que a companhia entendia que a perfumaria precisava se tornar um varejo especializado, oferecendo um mix de produtos mais diversificado e interação dentro das lojas. “Além disso, a perfumaria se difere oferecendo preços, consultoria de beleza e promoções mais agressivas e

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tem sido nestes pontos que nos apoiamos nos últimos anos”, crê Lourdinha. A proprietária da Danny revela também como fizeram para evoluírem em diversos atributos usados dentro do dia a dia. Primeiro, ela cita o mix de produtos, dizendo que este é um trabalho que requer uma análise quase que diária por conta da dinâmica do mercado. Sobre merchandising, afirma que é extremamente importante construir o conceito de sua marca para o consumidor. “Portanto, buscamos marcar a presença de nossa marca em diversos canais, como: nas rádios, nas redes sociais, com rádio interna, revistas e jornais. Além disso, é necessário oferecer vantagens e entender quem é seu cliente e para isso trabalhamos com o cartão fidelidade da Danny Cosméticos. Sobre a experiência de compra, trabalhamos com interação no ponto de venda, ofertas e oferecendo cursos que permitam que a consumidora aprenda o passo a passo da maquiagem com suas próprias mãos”, completa ela.


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especial varejo Lojas Próprias / Franquias

Amor próprio As franquias e as lojas próprias sabem muito bem por onde explorar seus atributos. Com ambientes atrativos, bom atendimento e produtos adequados, este segmento cuida – talvez mais do que ninguém – de sua imagem de um canal especializado >>> Rafael Mendonça

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e a ordem para o varejo especializado é aproveitar seus potenciais, como o sortimento e também dedicar-se ao atendimento a fim de diferenciar-se dentro do canal e do mercado, as lojas de marcas próprias e as franquias sabem mais do que ninguém que precisam explorar estes atributos. E é exatamente o que estão fazendo. E como estamos destacando ao longo deste Especial de Varejo, é inegável a influência sobre o canal que vem sendo exercida pelas realidades existentes em termos de consumo e também pela momento de crise econômica. Assim como para todos os segmentos, para as lojas próprias e franquias este cenário proporciona tanto fatores positivos, quanto negativos. Outro movimento que ajuda a contextualizar o que tem acontecido neste segmento especificamente é o avanço de algumas lojas de marcas como a MAC, por exemplo, e também das atividades multicanais. Atuar na maior quantidade de frentes possíveis é visto por muitos como um dos melhores meios de captar ainda mais consumidores. Marcela Viana, analista de pesquisa da Euromonitor

loja da mac no brasil: assim como o avanço das diferentes companhias, as atividades multicanais têm movimentado este segmento.

International, lembra que são as próprias empresas que estão procurando oferecer mais opções por meio de mais canais, visando fazer com que o consumidor realize a compra do melhor jeito ou no melhor momento que for para ele. Entretanto, realizar uma correta integração entre todos os canais em que se está atuando tem sido um grande desafio para todos estes varejistas. Ainda assim, Marcela diz que foi possível ver diversas companhias que

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atuavam apenas com um formato começarem a atuar com outros. “Um exemplo disso é a L’Occitane, que sempre trabalhou com lojas próprias e que agora tem seus produtos em farmácias e em supermercados de alto padrão, tem canal online e quiosques da divisão au Brésil. As marcas estão buscando esta penetração em um maior número de segmentos do varejo possível, para conseguir absorver e penetrar na conta do multicanal”, completa a analista.


unidades da l’occitane au brésil e da mahogany: estas marcas sabem bem o que é preciso ser feito e explorado para evoluir no mercado.

Espelho e seus refletidos Na visão de Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), o sistema de franchising foi o grande acelerador deste segmento de lojas próprias, pelo fato de potencializar a aquisição – por parte de quem quer investir – de uma marca de uma indústria que tem know-how do produto. Além disso, ele ressalta que este sistema permite ao varejista uma expansão muito rápida no número de lojas. Para ilustrar, o especia-

lista cita O Boticário, maior varejista do País, com suas mais de 3.700 lojas. Mesmo consolidada em todo o território nacional, esta empresa – que realizou recentemente um grande redesenho organizacional – tem procurado outros caminhos para seguir em expansão. Sendo assim, a marca quem disse, berenice? vem sendo oferecida pelo Grupo Boticário – dono das marcas O Boticário, Eudora, quem disse, berenice? e The Beauty Box – como uma opção para os franqueados que desejam crescer

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ainda mais em suas áreas de atuação. Mesmo que tenha de enfrentar os inúmeros desafios existentes no mercado, em tese, O Boticário tem assuntos particulares bem distintos da grande maioria que está neste canal. “O modelo de O Boticário é um modelo de franquia madura. Sofre com a crise, sem dúvida, mas já estão consolidados”, situa Eduardo, que sabe muito bem que o mesmo não pode ser dito a respeito da maioria das outras franquias, principalmente sobre aquelas que surgiram recentemente. Este modelo de negócio por diversas vezes é apontado como uma boa alternativa de investimento para aqueles que desejam ingressar em um novo meio. Sendo assim, de tempos em tempos, surgem diversos tipos de franquias. Muitas delas, em um primeiro momento, parecem ir bem e isso vai trazendo cada vez mais franqueados. Porém, amadurecer neste canal requer muito mais do que uma boa moda. Esta comprovação pode ser verificada quando analisamos o cenário por aqui. Nos últimos anos, surgiram diversas franquias cujo o número de lojas cresceu vertiginosamente em um curto espaço de tempo. As esmalterias são um exemplo. Porém, da mesma forma que cresceu este número, a quantidade de lojas que vem sendo fechada até hoje também é bastante amplo. “Estes casos, como são as esmalterias, iorguteria, temakeria, bolo caseiro, paletarias, por exemplo, nascem vários, mas nem todos preparados. Por isso, há uma forte mortalidade, que não pode ser entendida como ‘não deu certo’, pois depois o modelo se consolida com alguns poucos e vão ocupando os espaços. Isso ocorre em todos esses casos e com as esmalterias não será diferente. Temos empreendedores curiosos, nem todos conseguem fazer bem feito, alguns quebram por isso e obviamente a crise é um inibidor a mais aí neste processo. Mas o fenômeno não tem tanto a ver com a crise e sim com este ciclo normal de todo um modelo de novidades”, contextualiza Eduardo.

Potencial nacional O grande momento vivido pelo mercado brasileiro em termos de fragrâncias é visto por Nicolas Geiger, diretor Geral do Grupo L’Occitane no Brasil, como uma grande


especial varejo Lojas Próprias / Franquias alavanca para a divisão L’Occitane au Brésil no País, pelo fato de oferecer diferentes itens com opções de fragrâncias e produtos de cuidados pessoais para agradar ao público feminino e masculino. A marca apostou neste ano no lançamento de Eau de Toilettes e conta com um mix de cerca de 120 produtos, dividido em dez linhas. Além disso, o dirigente acredita que o mercado brasileiro representa uma enorme oportunidade de expansão. “Por isso, a estratégia de expansão acelerada por meio de franquias foi estabelecida para o crescimento da marca L’Occitane au Brésil. Nesse sentido, a marca espera transformar o atual cenário de desaceleração econômica em um momento de oportunidades, especialmente para os investidores que desejam apostar em uma loja ou minimercado da marca. O momento econômico não alterou a meta, até porque seguimos em crescimento. Porém, hoje temos uma modificação de estratégia, ou seja, queremos continuar avançando, mas priorizando a qualidade das franquias e não a quantidade. Apostamos em investidores com perfil empreendedor que desejam prosperar junto com a marca e acreditam no potencial de negócio proposto”, aposta. Quem também encara o momento de crise econômica como uma oportunidade é a Mahogany. De acordo com Brian Drummond, gerente de Marketing da companhia, este período de incertezas foi claramente anunciado há mais de dois anos. Sendo assim, a empresa procurou se adaptar, adequando seu mix de produtos a uma nova realidade, em que o consumidor quer comprar itens que lhe entreguem o máximo de custo-benefício. Fora isso, a Mahogany criou um modelo de lojas para cidades menores, o que vem resultando numa capilaridade de marca, inclusive em cidades pequenas, aumentando o fa-

eduardo terra, da sbvc: o sistema de franquias foi o grande acelerador do segmento de lojas próprias no País.

turamento da rede e trazendo o conceito Mahogany para um público maior. O gerente recorda ainda que as necessidades e os anseios dos consumidores estão cada vez mais específicos. “O brasileiro tem, agora, mais do que nunca, parâmetros de marcas internacionais (que trazem os conceitos) e muitas destas já possuem lojas ou comercialização de seus produtos em nosso País. Na rede Mahogany não foi diferente: por ser reconhecidamente uma marca de prestígio, tem como incumbência trazer novos conceitos e tecnologias para seu público e foi exatamente o que fizemos. O fato de estarmos sempre um passo à frente nos garantiu o aumento de vendas de categorias já consagradas e um grande salto em nossa categoria de fragrâncias, amplamente comprada por um novo público”, assegura Brian.

Drivers para o canal Com o intuito de dar sustentação ao crescimento de seus negócios e do segmento, os profissionais listam o que é preciso ser feito e em quais pilares se agarrarão para isso. As fichas do Grupo L’Occitane estão colocadas para apostar em um portfólio completo, que inclui fragrâncias e itens de cuidados corporais naturais e de alta qualidade. Nicolas Geiger diz ainda que a expansão da marca por meio de franquias é um reflexo da sua consolidação no mercado de cosméticos. “A L’Occitane au Brésil nasceu em 2013 com uma propos-

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ta bastante clara de negócios que evoluiu nos últimos dois anos com a abertura de 68 pontos de venda, sendo 57 franquias. Destas, 46 são minimercados e 11 lojas. Este é o cenário atual, mas, como o ritmo de expansão permanece acelerado, esperamos um crescimento nesses números nos próximos meses, já que no ano passado, essa taxa de crescimento da L’Occitane au Brésil no segmento de franquias foi acima do mercado de cosméticos, superando também os índices do varejo e shoppings centers”, vislumbra ele, que revela que a expectativa do grupo é que L’Occitane au Brésil esteja entre as principais marcas de cosméticos do País, mantendo o índice de abertura de novos pontos de venda por meio de franquias e trazendo cada vez mais inovação em diferentes categorias de produtos de beleza únicos para os consumidores da marca. Enquanto isso, a aposta da Mahogany é feita exatamente em cima dos potenciais de uma franquia ou de uma loja de marca própria. “Em nosso segmento a procura pela novidade não cessa. As mulheres, principalmente, desejam sempre novos itens que melhorem sua imagem e, consequentemente, aumentem sua autoconfiança. Sabemos que, quando se deseja qualidade, raramente o produto é comprado em canais de autosserviço. Por isso, cabe a empresas franqueadoras conferirem um ambiente maravilhoso, encantador e que atenda às expectativas do cliente. Porém, a experiência de compra só é perfeita quando há um bom treinamento do vendedor, que certamente recomendará a solução perfeita para a necessidade de seu freguês. Satisfeito, este sempre voltará”, sinaliza Brian. Por fim, ele observa que o canal franquia crescerá com redes que se adequarem à nova realidade da economia brasileira. “Os modelos de negócio deverão ‘pensar magro’ para diminuir ao máximo o ponto de equilíbrio das lojas, deixando o franqueado ter saúde financeira e, desta forma, gana para expandir e crescer. Para o futuro, devemos buscar negociações mais incisivas nos custos fixos dos imóveis, escolha de cidades com bom potencial de crescimento econômico e adequação de mix de produtos para o cliente de hoje em dia”, finaliza Brian.



especial varejo Farma

Relevância conquistada Com uma crescente importância para o mercado de beleza, a participação do segmento farma foi sendo construída – com ajuda da indústria – ao longo do tempo e hoje cumpre um papel destacado perante aos consumidores >>> Rafael Mendonça

S

ua imagem perante aos consumidores mudou já há algum tempo. Também não é de hoje que as farmácias viraram um local para o consumidor que busca itens de higiene pessoal e cosméticos. Mais do que isso, os pontos de venda que compõem o segmento farma foram se transformando em re-

ferência para uma série de categorias do mercado de beleza. Os medicamentos – que são aqueles que sempre caracterizaram a imagem de uma drogaria – ocupam seu espaço, mas não mais da mesma forma que víamos há uma década, por exemplo. Hoje, eles estão atrás do balcão e abriram espaço nos corredores e gôndolas para vários outros itens, entre higiene e cosméti-

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cos. Desta forma, dos últimos tempos para cá, o trabalho com estes produtos nestes PDVs foi se desenvolvendo consideravelmente, tornando o farma um célebre segmento para o varejo de beleza nacional. Mas não foi apenas o trabalho no interior das lojas que construiu o que hoje conhecemos da atuação das farmácias dentro do mercado cosmético. É preciso destacar todo o histórico das redes de drogarias em termos de expansão ao longo deste período em que o canal evoluiu. Com uma série de fusões, aquisições e redes se expandindo por meio de abertura de novas lojas, hoje temos um cenário em que há poucos – porém grandes – players com centenas de unidades, e também algumas companhias que possuem poucas lojas, mas desempenham um grande papel, sobretudo regionalmente. “O varejo de beleza brasileiro conta com o acelerador do canal farma, que vem hoje numa consolidação. Temos hoje dez redes faturando acima de R$ 1 bilhão, ou seja, houve uma consolidação nestes últimos dez anos. E a categoria de cosméticos no geral foi se tornando cada vez mais estratégica para diferenciar empresas, para melhorar margens, fidelizar o público, sempre em complemento aos medicamentos”, situa Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo). Rodrigo Akio Kurata, gerente de Marketing de Consumer Health Brazil da IMS Health, traz um dado a mais para ilustrar este cenário. Segundo ele, atualmente, das mais de 70 mil farmácias ativas no Brasil, apenas 8% das lojas concentram 75% do total do faturamento das categorias de higiene e beleza. E deste total de PDVs no País, 75% do faturamento de Personal Care está concentrado em redes, fato que, na visão dele, reforça a importância de aumentar a capilaridade do segmento no canal. Portanto, ainda há muito espaço para crescer e desenvolver o canal. “A princípio, é importante garantir a presença de um mix adequado no PDV (as grandes redes já estão bem encaminhadas neste ponto), aumentar


capilaridade desenvolvendo o canal independente e trabalhar o marketing, mix completo, pensando no shopper como centro das estratégias da indústria e varejo”, destaca.

Definindo os modelos de atuação Ao longo destes últimos dez anos, a forma como a farmácia aqui no Brasil era disposta foi sendo moldada. Hoje, é possível apontar que existem dois modelos de loja, que contam com peculiaridades do que podem ser enquadradas no formato de drugstore. De um lado, há redes que possuem foco em conveniência e oferecem um amplo mix de categorias, bem além dos medicamentos e dos itens de perfumaria tradicionais. Neste lado, podemos listar redes como Pague Menos (CE), Nissei (PR), Araujo (MG) e Big Ben (PA). Em suas lojas, estas empresas vendem os mais variados tipos de produtos, que vão desde livros, passando por telefones celulares e brinquedos, e chegando até a alimentos e ração de animais. Do outro lado, há um modelo mais tradicional, que é visto com mais frequência nas regiões Sul e Sudeste, e que procuram focar nos negócios que são mais clássicos do canal, porém, também buscando sempre ampliar a oferta de novas de categorias relacionadas, na medida do possível. Estes modelos adotados por aqui também podem ser apontados como parecidos com os que possuem as americanas Walgreens e CVS/pharmacy, que são dois dos maiores varejistas farma do mundo. Entre os dois, sempre houve uma busca para um se diferenciar do outro. “São dois posicionamentos diferentes, validos pelos dois maiores varejistas farmacêuticos do planeta e que vêm se distanciando nas suas respectivas propostas”, disse o Eduardo Terra, em entrevista para a revista do Pharmanager – um fórum do segmento farma, que aconteceu em junho. Na oportunidade, ele também pontuou que, no Brasil, prefere o caminho da saúde e beleza, que é feito por redes como Panvel, Onofre ou Droga Raia, por exemplo. Porém, também ressaltou que isso não significa que um

destes varejistas não possa investir em mix de alimentos em algum momento. “O formato tradicional vem dando espaço cada vez maior para o formato de drugstore. O conceito brasileiro busca constantemente inspiração no modelo americano. Com isso, a realidade se aproxima e torna viável o amadurecimento do mercado em torno deste modelo, claro que guardadas as devidas proporções”, observou na mesma publicação Francieli Lopes, gerente de Marketing da Nissei, enfatizando que, a cada ano, existem mais redes buscando inspiração em formatos americanos, que é um mercado em que o cliente busca solucionar todos os seus problemas em um único lugar.

Atento ao momento Como indicamos na introdução deste Especial de Varejo, os segmentos espe-

e-commerce), lembrando que hoje ele está mais criterioso e exigente em relação as suas compras e escolhas de marcas”, cita. O gerente fala que indústria e varejo confiam que o mercado de Personal Care seguirá crescendo no canal farma neste ano e nos seguintes, independentemente de crise econômica. Só restar saber de quanto será este crescimento. “Apesar de desaceleração do mercado no primeiro semestre deste ano, o segmento de Personal Care já representa 16% em valor do total canal e faturou R$ 12,5 bilhões no último ano móvel de junho 2015 (+8,4% vs ano anterior). A farmácia ainda é um canal relativamente novo para Personal Care – hoje baseada em categorias primárias como higiene pessoal e cuidados com o cabelo – e ainda tem muito elástico de crescimento em diversas categorias, espe-

“O varejo brasileiro conta com o acelerador do canal farma, que vem numa consolidação. Temos hoje dez redes faturando acima do R$ 1 bilhão, ou seja, houve uma consolidação nestes últimos dez anos.” Eduardo Terra, da SBVC cializados têm tudo para aproveitar-se do momento vivido pelo mercado, mesmo com as dificuldades que estão no caminho de todos. Com as farmácias, seguir oferecendo um mix amplo e adequado às necessidades dos consumidores, além de atendê-los com qualidade, são pontos fundamentais para este momento. Rodrigo Akio Kurata, da IMS Health, acredita que este desafio é tanto do varejo quanto da indústria. Para ele, ambos “devem continuar estimulando o consumo dos produtos de higiene e beleza, desenvolver novos canais e trabalhar a excelência de execução na distribuição, gerenciamento de estoque, exposição e sortimento (Gerenciamento de Categorias) e cada vez mais prover experiências positivas para o consumidor em todos os pontos de contato (do PDV tradicional ao

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cialmente em segmentos específicos e de maior valor agregado, como os dermocosméticos, linha de cuidados com bebê, proteção solar, nutricosméticos e outros”, ilustra ele, utilizando dados obtidos pela IMS Health. Olegario Araujo, diretor da Inteligência de Varejo Consultoria, coloca a atenção que precisa ser dispensada com o tripé formado por atendimento, ruptura e exposição como fundamental para que o varejista farma tire proveito do momento do mercado junto ao seu consumidor. Na visão dele ainda, neste momento, há uma intensificação em compras multicanais e as consumidoras visam, com isso, preservar suas marcas. “Já ouvi dizer que as famílias de baixa renda procuram produtos de menor desembolso. Isso não se confirma, elas procuram as marcas líderes


especial varejo Farma apoio incondicional: a Vult foi uma das principais paceiras no desenvolvimento da categoria Maquiagem nas farmácias.

que conhecem. Elas tendem a racionalizar a compra, mas a consumidora está vendo que tecnologicamente o produto é muito parecido. Isso começa em outra cesta de produtos e só depois vai chegar em higiene e beleza. Elas querem preservar aquela marca que mais gosta. Além de tudo, não podem errar”, contextualiza.

rodrigo kurata, da ims: para as drogarias conseguirem oferecer um mix adequado às necessidades dos consumidores, o papel da indústria é fundamental.

Parceira de evolução Não é possível falar sobre a evolução do varejo farma sem mencionar a participação da indústria cosmética neste processo. Ao lado dela, as farmácias brasileiras foram desenvolvendo o trabalho de exposição de diversas categorias. Como exemplo clássico, podemos apontar os Dermocosméticos, que cresceram vertiginosamente no canal e, consequentemente no mercado, sobretudo pelo investimento feito pelos companhias que fabricam este tipo de produto, principalmente a L’Oréal, com sua DCA (Divisão de Cosmética Ativa). Mas a companhia de origem francesa também tem papel fundamental no desempenho de outros categorias, que estão enquadradas dentro da DPGP (Divisão de Produtos de Grande Público). A L’Oréal realiza frequentes pesquisas com consumidores e shoppers, com o intuito de antecipar o desenvolvimento de produtos que atendam aos anseios deles. De acordo com Roberta Santanna, diretora de Customer and Business Development da Divisão de Produtos de Grande Público (DPGP) da L’Oréal Brasil, “inovação” e “execução” são as chaves do sucesso das categorias de

beleza nos últimos anos. “Temos apostado na inovação em diferentes categorias, como lançamentos de novas linhas de Cuidados com o Cabelo, atendendo às diferentes necessidades das brasileiras; alavancando o mercado de Maquiagens com Maybelline; desenvolvendo coleções temáticas para a categoria de Esmaltes; lançando tendências e novas nuances na categoria de coloração aproveitando as sazonalidades. Execução também é um ponto crucial para o crescimento das categorias. Desta forma, a empresa desenvolveu um Manual de execução em loja, em que são apontados o melhor sortimento, posicionamento em gôndola e participação dos produtos. Estas informações são resultados de estudos e pesquisas e visam melhorar a experiência de compras do shopper e aumentar a rentabilidade do varejo”, explica ela, que aproveita para relacionar os drivers para justificar o crescimento do canal daqui para frente. “Inovação: agilidade no cadastro de novos itens; excelência em execução: trabalhar com os produtos certos, no lugar

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certo ao preço certo; e aumento de penetração: a excelente execução das Categorias de Maquiagens e Dermo serão responsáveis por recrutar usuárias do porta a porta”, vislumbra. Mesmo que de forma ainda um pouco tímida, outra categoria que tem crescido no farma é Maquiagem. E um dos responsáveis por este avanço é a Vult. Na ótica de Murilo Reggiani, sócio-proprietário da companhia que produz itens de maquiagem, a evolução do varejo de beleza nos últimos anos é visível. “Lojas menores e também as tradicionais estão se reinventando, ampliando seus tamanhos, desenvolvendo mobiliários adequados, investindo em iluminação, setorizando as categorias, acertando o mix de produtos, treinando suas equipes, abrindo filiais... Enfim, estão se lapidando para continuarem a ser a primeira opção dos compradores, que com o acesso à tecnologia, estão super informados, são mais exigentes e consomem multicanal. Quem não evoluir vai sumir”, prevê o dirigente. Ainda segundo Murilo, localização, ser um PDV especialista, ter um mix acertivo, um ambiente convidativo, proporcionar uma experiência com encantamento, com educação (treinamento) e tecnologia, são os fatores que farão com que o canal farma siga em rota ascendente no mercado.


neuronoadicional.com.br

Indicado para concorrer ao prêmio nas categorias Perfumaria Fina Latino-Americana Feminina e Melhor Criação Perfumística. Troféu Aparício Basílio da Silva

A perfeita harmonia, pelas mãos dos perfumistas Vollmens.


especial varejo Seletivo

Com todo o prestígio O segmento das perfumaria seletiva no País passou por grande mudanças nos últimos anos. E tem se mostrado um caminho possível para as indústrias brasileiras que atuam com produtos sofisticados >>> beatriz ces e rafael Mendonça

O

utro segmento do varejo que passou por grandes transformações nos últimos anos é o seletivo, que, até pouco tempo, era praticamente insipiente no Brasil. Isso tem muito a ver com a dificuldade e o preço com que os produtos importados chegavam ao País, assim como o fato de que, ao contrário do que acontece em lugares como Estados Unidos e Europa, as lojas de departamento locais não se interessavam em explorar o mercado de cosméticos de prestige e masstige. Azar de alguns, sorte para outros. Esse movimento do mercado brasileiro pode ter prejudicado a penetração de cosméticos internacionais em um dos maiores e mais cobiçados mercados de produtos de higiene e beleza do mundo, porém, abriu portas para empresas nacionais se desenvolverem em outros canais, como a franquia e o porta a porta, dois canais que viram companhias crescerem de forma consistente ao longo deste período. Porém, esse cenário tem mudado, e tende a mudar ainda mais. Neste ponto, as mudanças que aconteceram no consumo de 2010 para cá têm bastante influência neste cenário. Já não é de hoje que o consumidor brasileiro passou a dispor e a buscar mais informação sobre marcas internacionais de prestígio; além de terem buscado meios de irem atrás para comprá-las, mesmo que o preço fosse mais alto. Entretanto, essa mudança não se deve somente por conta da mudança de padrão de comportamento do consumidor, mas também está ligada à entrada de grandes players. “Players como Sephora e The Beauty Box trouxeram um novo cenário para o mercado de cosmético, uma vez que são marcas fortes e de promissora expansão em nível nacional. Atualmente também encontramos cases de sucesso com atuação regional”, explica Cris Duarte, diretora da consultoria especializada em luxo, MCF.

Características valiosas A entrada destes players tem moldado um novo cenário para

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este segmento muito por conta de suas características, que são exatamente aquelas que têm tudo para fazer a diferença para o varejo seletivo diante deste atual momento vivido pelo mercado. A especialista da MCF cita que ambas as redes estão longe de serem somente boas distribuidoras de cosméticos de prestígio para o público brasileiro. Elas oferecem acesso por meio de um modelo de autosserviço, porém oferecendo uma equipe bem treinada para auxiliar na escolha dos produtos. Além disso, Sephora e The Beauty Box foram concebidas para que o cliente possa “experimentar” a loja, testando e conhecendo produtos, avaliando as opções, ao mesmo tempo em que o introduz e o orienta no mundo dos cosméticos. De acordo com Cris, esse modo de operar das duas lojas acaba causando impacto nas expectativas do consumidor, e em toda a cadeia. “Estas operações são referências e elevarão o padrão de atendimento e a oportunidade de acesso de toda a cadeia”, afirma. Além de educarem o consumidor brasileiro no consumo de cosméticos, The Beauty Box e Sephora auxiliam o mercado brasileiro de cosméticos em outra questão fundamental: desenvolver este canal de distribuição de itens de higiene e beleza, de maneira uniforme, pelo menos nas principais capitais do Brasil. A Sephora, maior rede de cosméticos do mundo, pertencente ao grupo LVMH – grupo que concentra a maior parte das marcas de luxo do mundo, em vários segmentos – está no Brasil desde julho de 2010, quando adquiriu a Sacks, na época, o maior e-commerce de cosméticos no Brasil. Sua primeira loja física foi inaugurada em julho de 2012, no Shopping JK Iguatemi, e hoje a rede possui 16 lojas espalhadas por São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Brasília. Já a The Beauty Box é a aposta do Grupo Boticário para se desenvolver no varejo multimarca seletivo no Brasil. A primeira loja abriu as portas no mesmo ano da sua concorrente, a francesa Sephora, 2012, e hoje já possui mais de 30 lojas nos estados de São

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loja the beauty box e produtos da feito brasil: juntamente com a Sephora, a rede pertencente ao Grupo Boticário conta com um modelo que faz o consumidor experimentar a loja.

A rede também apostou no lançamento de uma marca própria que oferece produtos de banho e higiene, os “Produtinhos da Beauty”, que com um conceito diferenciado e uma pegada jovem, conseguiram conquistar a consumidora. “Buscamos criar uma marca diferenciada, lúdica e acessível, que entregasse uma ótima performance. Algo que pudesse estender a experiência com a marca na lojas para a casa do consumidor”, explica Salek. Ele ainda completa: “Hoje, a marca Produtinhos da Beauty que foi lançada há um pouco mais de dois anos, atua em acessórios, cabelos e Corpo e Banho, e é queridinha entre as consumidoras, blogueiras e reconhecida por sua qualidade pela imprensa e mercado de cosméticos. Continuaremos expandindo seu portfólio e buscando sempre trazer novidades e seguir as tendências do mercado.” Já a Sephora, além de oferecer uma ampla gama de produtos capilares – uma das categorias mais consumidas pelos brasileiros – também aposta nos sabonetes inspirados na nossa flora e frutos para conquistar os consumidores locais. E é justamente aí que as empresas nacionais que desenvolvem cosméticos possuem mais chances de trabalharem em parceria com a gigante francesa.

Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. A força do Grupo Boticário, assim como a sua proposta de se tornar uma loja de cosméticos para se comprar todo o tipo de produto, com marcas que vão de Granado à Dior, deu certo, e, segundo analisa Breno Salek, diretor da The Beauty Box. “Posso afirmar que estamos em fase de ‘fine tunning’, onde os problemas básicos já ficaram para trás e há oportunidade de acesso de toda a cadeia”, acredita. Apesar dessas duas grandes redes serem emblemáticas para a trajetória recente do varejo multimarcas no Brasil, Cris Duarte lembra que o trabalho desenvolvido por lojas de departamento como Renner e C&A foram importantes para aumentar a penetração de produções de prestige e masstige no mercado brasileiro. “O trabalho realizado da Renner foi inédito e muito exitoso em trazer acesso da perfumaria de luxo para uma base expandida e permitiu que o brasileiro experimentasse um novo produto e elevasse sua percepção da categoria. Mais recente a C&A também iniciou um exercício com a The Beauty Box, muito interessante também”, relata.

As marcas nacionais Com um varejo seletivo que cresce um pouco mais a cada dia, e um consumidor mais educado no uso dos cosméticos, as marcas nacionais diferenciadas possuem chances de ter seus produtos distribuídos por duas gigantes como Sephora e The Beauty Box. De acordo com Flávia Bittencourt, diretora geral da Sephora no Brasil, a empresa trabalha com algumas marcas nacionais que conseguem se enquadrar nos padrões de qualidade da rede, marcas como Feito Brasil, Forum, L’eau de Riô e Marina Smith. Lena Perón, presidente da Feito Brasil, empresa que possui um contrato de exclusividade com a Sephora, acredita que qualquer empresa que queira trabalhar em parceria com um distribuidor como a loja francesa, necessita ter valores muito certos e um marketing bem coerente e amarrando. “Temos um relacionamento bacana com a Sephora, pois pensamos fora da caixa, rompemos padrões, trabalhando com a história da arte e da cultura brasileira. Isso envolve todo o time da Sephora, todos os clientes da rede. Temos um marketing bem amarrado, o que facilita o trabalho da marca com eles”, ressalta. Lena ainda acrescenta que o Brasil é uma escola para as marcas de cosméticos em algumas categorias como banho e capilar, e que isso deveria ser mais trabalhado pelas marcas de cosméticos nacionais. “A Sephora, por exemplo, eles têm uma ideia muito bem formada do que eles querem, assim como The Beauty Box e Renner. Elas possuem o espaço, é tudo questão de você realmente vir com uma proposta bem concebida e apresentar o que tem de melhor. E nós estamos explorando pouco isso”, analisa.

Encontrando meios Mais do que um novo canal para produtos de alto valor agregado, o varejo seletivo tem de oferecer uma variedade de produtos que atenda e se adeque ao gosto dos brasileiros. Abrir espaço nas gôndolas para linhas de banho e cabelo é uma maneira de contentar os consumidores do País, sem perder a essência de luxo. O diretor da The Beauty Box conta que a loja foi desenvolvida para ser um espaço onde a consumidora possa encontrar todos os produtos que necessita. Sendo assim, os produtos de corpo e banho são responsáveis por aumentar as vendas de produtos presenteáveis, assim como os produtos de cabelo aumentam o fluxo de consumidores da loja. Porém, o executivo reforça que o grande desafio encontrado pela rede nesse modelo é se diferenciar do modelo massivo.

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artigo Comportamento

Influências diretas Pesquisa da Mintel aponta que menos de um em cada dez britânicos está interessado em ver fotos de celebridades usando produtos beleza; estudo indica também o poder das mídias sociais e blogs para os consumidores

A

s celebridades têm longa parceria com marcas de beleza para conduzir compra de produtos, mas parece que o consumidor de beleza de hoje está mais interessado no que a menina ou o menino ao lado está usando. Uma nova pesquisa da Mintel revela que 70% dos usuários de mídias sociais, blogs e vlogs (blogs de vídeo) acessam conteúdo online de beleza. Porém, deste grupo, apenas 8% está interessado em ver fotos de celebridades usando produtos de beleza. Por outro lado, provando o poder dos blogueiros de beleza sobre os ícones da celebridade, uma expressiva marca de um a cada seis (17%) daqueles que usam blogs de beleza ou vlogs compraram produtos de beleza com base na opinião ou recomendação de um blogueiro ou vlogueiro, chegando em 35% quando analisado mulheres com idade entre 16-24. Hoje, entre as mídias sociais e usuários de blogs e vlogs no Reino Unido, mais de dois terços (69%) usaram a mídia social para ver o conteúdo beleza, enquanto 43% já visitaram blogs ou vlogs, subindo para 70% entre mulheres com idades entre 1624. A pesquisa da Mintel indica que os consumidores estão mais propensos a ver blogs ou vlogs para obter ideias para o seu próprio look, com 30% dos usuários afirmando usá-los para a inspiração. Daqueles que veem conteúdo beleza em mídias sociais, 25% postaram uma foto de si on-line. “O fato de um pequeno número de usuários e mídias sociais de beleza e cuidados pessoais estarem interessado em ver celebridades usando produtos de beleza é o reflexo de uma tendência mais ampla de consumidores que colocam um

baixo nível de confiança em publicidade e em produtos que são endossados por celebridades”, diz Charlotte Libby, analista sênior da beleza da Mintel. Além disso, provando que as “selfies” estão em alta e fazem verdadeiramente parte da cultura atual, daqueles que veem conteúdo de beleza em mídia social, um quarto (25%) postaram uma foto de si online, aumentando para dois quintos (41%) em mulheres com idades entre 16-24. Daqueles que postaram uma foto de si online, dois terços (66%) estaria interessado em receber mais amostras de produtos de plataformas de mídia social por parte das marcas de beleza. “Após a ascensão das conexões das mídias sociais, postar fotos tornou-se uma ocorrência comum, e muitos consumidores estão interagindo abertamente com marcas de beleza online desta maneira. Isso aumenta a profundidade dos dados que as marcas podem capturar acerca do perfil dos usuários”, completa Charlotte. Além disso, a pesquisa da Mintel mostra que quando se trata de interagir online, este não é apenas um mundo da mulher. Dois terços (65%) de usuários masculinos de mídia social, blogs e vlogs não viram conteúdo beleza on-line nos últimos seis meses e parece que este grupo estão se-

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guindo seus próprios narizes. Na verdade, um quarto (25%) pesquisa em mídia social lançamentos de fragrâncias, em comparação com 21% das mulheres. Não é apenas fragrâncias que os homens estão envolvidos ativamente no mercado de beleza. A pesquisa da Mintel revela que os tratamentos em salões está surpreendentemente se popularizando entre os jovens. “Apesar das recomendações de produtos feitos por celebridades não ser de grande interesse para os consumidores do Reino Unido, eles ainda estão dando um papel importante por estabelecerem tendências da moda. A ascensão de estilos de cabelo longos, impulsionado por celebridades como Harry Styles e Jared Leto, fizeram do cabelo mais longo uma moda, com homens mais jovens experimentando as extensões de cabelo para replicar este modelo popular”, conclui Charlotte.

A Mintel é a agência líder mundial em inteligência de mercado. Por mais de 40 anos, as análises da Mintel, feitas a partir de pesquisa de mercado com dados da mais alta qualidade, têm impactado no sucesso de nossos clientes. Com escritórios em Chicago, Nova York, Londres, Sydney, Xangai, Tóquio, São Paulo, Mumbai, Kuala Lumpur, Toronto, Belfast, Munique e Singapura, a Mintel moldou uma reputação de uma marca mundial renomada. Para mais informações sobre a Mintel, por favor visite brasil.mintel.com


Amostragem mercado

sampling da orlandi: a amostragem está entre os cinco principais influenciadores na compra de perfumes e cosméticos.

Construindo confiança As amostras grátis são essenciais para construir os laços de confiança com o consumidor, principalmente no mercado cosmético. Porém, no Brasil, o mercado de samplings e sachês ainda possui um grande potencial de crescimento >>> Beatriz Ces

C

onfiança. Não precisa ser nenhum expert em Marketing ou Vendas para saber que, sem ela, um produto não se vende, e a melhor forma de fazer com que o consumidor confie em uma mercadoria, a ponto de fidelizá-lo, é fazer com que ele a experimente. Essa é a importância das amos-

tras e samplings, ou seja, eles auxiliam as marcas a forjar esses laços de confiança entre clientes e produtos. Pesquisa realizada pela consultoria britânica Euromonitor, que entrevistou consumidores em 16 países, aponta que a boa e velha amostra grátis é a quarta maior influenciadora para a compra de produtos de higiene e beleza em todas

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as quatro maiores categorias do setor. As amostras só perdem para a experiência anterior com o produto, a recomendação de amigos ou conhecidos e o preço. O estudo também mostrou que a perfumaria é a categoria em que as amostras possuem maior impacto, 40% dos entrevistados afirmam que ela está entre os cinco principais influenciadores para a compra. A França lidera o ranking de países onde a amostragem possui mais força, seguida pelos Estados Unidos, Espanha, Brasil e Alemanha. De fato, no Brasil, a importância da amostra é crucial, em especial para empresas que atuam no porta a porta. Segundo Alessandro Rodrigues, diretor de Marketing da Hinode, a ferramenta é fundamental não somente para alavancar vendas ou apresentar um lançamento, mas também para criar vínculos do consumidor com a marca. “Essa é uma ferramenta importante para a divulgação da marca. No caso da Hinode, em que 40% das vendas são representadas pelos perfumes, as amostras permitem que as pessoas tenham mais acesso e conheçam o nosso produto”, afirma. Cláudio Cavalcanti, presidente da Orlandi Brasil, empresa desenvolvedora de soluções de samplings e amostragem,


mercado Amostragem acrescenta que as amostras facilitam o trabalho das representantes do canal venda direta. “As consultoras relatam que quando possuem o produto para consultar, é mais fácil convencer o cliente, pois a experimentação faz com que o consumidor conheça e se convença a levar o produto.”

Panorama brasileiro Apesar da importância da amostragem como recurso de Marketing para as empresas de cosméticos brasileiras, como confirma a pesquisa da Euromonitor; segundo fontes do mercado, as amostras grátis ainda são subutilizadas por aqui. Para Cláudio Cavalcanti, da Orlandi, um dos problemas é que muitas companhias não enxergam o valor da amostra grátis e não conseguem mensurar os retornos financeiros que uma estratégia bem feita com amostragem pode trazer. “Algumas pessoas ainda consideram um gasto, não um investimento. Não conseguem ver que a eficácia da amostragem está em encantar o consumidor”, explica. “Ainda existe uma resistência por parte das empresas, pois muitas delas não sabem aproveitar o potencial da amostra, carecem de ações pontuais para cada clientes”, concorda Danuta Stramro de Souza, diretora Comercial Projetik, empresa especializada na terceirização de envase e produção de amostras. Segundo ela, é fundamental que as empresas desenvolvam um método de distribuição para alcançar seu público -alvo, caso contrário, a ação perde a eficácia. Aliás, este é um dos motivos que faz com que as amostras apareçam com timidez no varejo. De acordo com a diretora Comercial da Projetik, falta investimento em um treinamento específico da força de venda do varejo para distribuir as amostras de maneira efetiva, levando em consideração questões como o público a ser abordado e o momento certo para que isso seja feito. Ela ainda acredita que isso se estende às empresas de venda direta, que também deveriam orientar suas consultoras para melhor utilizar as amostras e samplings. Do lado de lá, as empresas que utilizam samplings e sachês nas suas ações de Marketing acreditam que o custo deste tipo de ferramenta ainda é alto no mercado, entretanto, que a utilização vale a

cláudio, da orlandi: consultoras de venda direta com amostras convencem o cliente com mais facilidade.

alessandro, da hinode: amostras são uma das importante ferrmenta para a divulgação da marca.

pena. “O custo é alto, contudo percebemos um resultado nas vendas quando utilizamos as amostras, pois permitem que a marca se torne conhecida antes mesmo da venda efetiva”, explica o diretor de Marketing da Hinode. Apesar de algumas dificuldades ainda enfrentadas pelas empresas que atuam neste segmento no Brasil, a expectativa de todas elas em relação ao mercado é positivo. A Orlandi, uma companhia norte-americana que atua no Brasil há cinco anos, colocou o País em sua rota de expansão por ser um dos gigantes do mercado de beleza mundial. “Quando os executivos decidiram expandir para além dos negócios já existentes nos Estados Unidos e França, viram no Brasil um mercado com um consumidor ávido por cosméticos. Além disso, o mercado de amostragem no Brasil tem muito potencial, pois ainda é pequeno, é preciso aumentar esse mercado”, diz Cláudio Cavalcanti. A Projetik também passou a atuar nos últimos anos – foi fundada em 2007 – com o objetivo de proceder em um mercado pequeno, porém cheio de oportunidades. “O mercado vem crescendo ano a ano, porém ainda tem um potencial de desenvolvimento muito grande. Só agora as empresas possuem mais acesso a um sachê de amostra grátis”, explica Danuta. Seguindo a mesma trilha, a Adhespack também tem visto de maneira positiva a forma como o mercado tem evoluído nos últimos anos. “Não só temos enxer-

gado mercado para expandir nos últimos anos como estamos realizando este crescimento por meio do aumento de nosso faturamento ao ritmo médio de 30% ao ano, nos últimos três anos, consecutivamente”, relata Daniel Almeida, diretor Executivo da Adhespack.

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Oportunidades existentes Um dos motivos para a geração de oportunidades neste mercado é o crescimento dos produtos cosméticos e higiene pessoal. O surgimento de novas empresas no setor que atendem a um público muito menor do que as gigantes do segmento, fez surgir uma demanda por amostras em pequenas quantidades. “Antigamente, somente duas empresas atuavam nesse mercado (de sachês), e que trabalhavam a partir de 50.000 unidades”, conta a diretora Comercial da Projetik. “Fizemos um método de trabalho que facilita a compra de pequenas empresas, além de fazer o cliente entender como utilizar o sachê”, completa. Danuta ainda ressalta a importância das amostras para a construção e disseminação das marcas menores. Segundo ela, as companhias com pouco tempo de mercado que, no geral, possuem uma verba publicitária menor, utilizam a amostra grátis como uma forma de apresentar não só o produto mas também a marca para o consumidor. A percepção do diretor Executivo da Adhespack vai nessa mesma direção. Se-


opção de sampling: os sachês são utilizados por diversas empresas para produzir amostras para diferentes categorias.

gundo ele, novas empresas surgiram no mercado nos últimos anos, o que deixou-o mais acirrado, entretanto, ele credita o acirramento da concorrência no setor também a outros fatores externos. “Acredito que o mercado tenha se tornado mais

danuta, da projetik: muitas empresas ainda não sabem aproveitar o potencial da amostra.

competitivo devido à realidade da economia atual, em que a redução de custos é fator primordial para a sobrevivência de qualquer empresa. Assim, a vantagem competitiva deve estar basicamente na eficiência do processo e produtividade.”

Entretanto, apesar desse crescimento notório do segmento, Alessandro Rodrigues, da Hinode, lembra que este setor ainda tem um longo caminha a trilhar, principalmente quando comparado ao mercado internacional.


negócios Entrevista

Para o ataque Como o executivo Lásaro do Carmo Júnior pretende incomodar a concorrência com a operação da Jafra no País >>> Aûani Cusma de Paula

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relação da empresa de venda direta multinível Jafra com o Brasil é antiga, e cheia de idas e vindas. Criada em 1956 nos Estados Unidos, pelo casal Jan e Frank Day, a Jafra aterrissou em terras brasileiras pela primeira vez, em 1978, já sobre o controle da Gillette, que havia comprado a empresa de venda direta em 1973. Depois disso, no final dos anos 1990, um fundo de investimentos e ex-executivos da Avon compraram a Jafra da Gillette e se lançaram em um plano de expansão agressivo e que incluiu novamente o Brasil. A operação local estava sob a responsabilidade de Ademar Seródio. Responsável por reerguer a operação da Avon no Brasil nos anos 1990, ele era um dos sócios da Jafra. Mas, um conflito entre os sócios fez com que a empresa emperrasse e a operação brasileira mais uma vez caísse no limbo. Em 2004, quando a Jafra foi comprada pelo conglomerado alemão Vorwerk, quarto maior grupo de venda direta do mundo, a empresa retorna mais uma vez ao País, dessa vez por meio de um distribuidor exclusivo, a Meica, de propriedade do empresário Jaime Iihoshi, ex-sócio da fabricante de cosméticos Shizen. A atuação da Meica perdurou até 2008, quando a Jafra resolveu restabelecer sua presença no Brasil com uma operação própria. Ainda assim, até 2014, o cenário para a empresa não era dos mais promissores. Para se ter uma ideia, no final dos anos 1990, ainda sob o comando de Ademar Seródio, a Jafra contabilizava 23 mil consultoras.

lásaro, da Jafra: a base de consultoras vai dobrar de tamanho até o final de 2016.

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Agora, a empresa encara o início de um novo ciclo. E, desta vez, espera-se que para fincar os dois pés no Brasil e fazer a operação local acontecer, de um jeito ou de outro. Ao mesmo é o que propõe o novo presidente da Jafra por aqui (e em toda a região da América do Sul), o executivo Lásaro do Carmo Jr.. Principal responsável pelo rápido sucesso da Jequiti, a operação de venda direta do Grupo Sílvio Santos, Lásaro enxergou na operação da Jafra o tipo de desafio que ele gosta. O de pegar empresas que parecem não ir para frente e fazê-las acontecer. O desafio é grande. Globalmente, a Jafra fatura cerca de US$ 650 milhões e a participação do Brasil nesses números é pouco expressiva hoje. Nesta entrevista, ele fala dos seus planos na empresa e de como pretende transformar a Jafra em um ator relevante no mercado local. O que motivou a sua ida para a Jafra? Quando resolvi deixar o Grupo Silvio Santos, meu plano era ficar um bom tempo sem fazer nada e, depois, procurar um desafio que me interessasse ou então investir em um negócio próprio. Nesse período, acabei conhecendo o Mauro Schnaidman, presidente global da Jafra. Ele me apresentou a companhia e o tamanho do desafio que era pegar um negócio que já esteve no Brasil – por vários anos –, saiu, voltou e que ainda não tinha virado. E é disso que eu gosto: pegar uma empresa que não está dando certo e fazer acontecer. Vi a possibilidade de construir uma história extremamente importante e numa velocidade boa de crescimento. Tivemos uma boa conversa também sobre o apetite deles de ganhar mercado e de investir no Brasil e na América do Sul. Depois de uns 15 dias de bastante conversa, aceitei o desafio. E aceitei porque eles têm a visão e a disposição de investir por aqui. Se eles não tivessem a fim eu não viria. Apesar de a Jafra ser uma empresa de médio porte, globalmente falando, ela pertence ao Vorwerk, quarto maior grupo de venda direta do mundo. Então temos um “pai” com uma capaci-

dade de investimento bastante grande. Qual era a sua percepção da Jafra até conhecer a empresa? Eu quase não ouvia falar da empresa. Sabia que ela tinha produtos caros, que eram de muita qualidade. Mas, como quase todo mundo no Brasil, quase não escutava falar de Jafra. Nos últimos anos, a Jafra centrou muitos esforços em produtos para a pele no Brasil. É este o foco da companhia por aqui? O carro-chefe da Jafra é a Royal Jelly, que é uma linha de cuidados com a pele excepcional (NE.: a Royal Jelly foi criada em 1957, apenas um ano depois da fundação da Jafra). Pele é uma área de expertise da Jafra. Mas aqui no Brasil nós vamos ser uma empresa com um portfólio completo, com todas as categorias: perfumes, maquiagem, ba-

posso deixar de dar importância aos investimentos em mídia e comunicação. Existe um mito muito grande de que uma empresa (de venda direta) multinível não precisa investir em mídia. Não existe empresa que não precisa investir em mídia. Toda empresa precisa ser conhecida e não existe jeito mais fácil de alcançar este objetivo do que a comunicação. E qual o foco desses investimentos? O mundo mudou. Hoje o maior investimento da empresa deve ser para o consumidor final. Antes, existia a ideia de que você vende para a consultora, e que depois ela se vira. Mas é mais fácil levar a consumidora até uma consultora. Esse vai ser o norte do trabalho. Já estamos anunciando em alguns programas, como o da Sônia Abrão, na RedeTV, e com a Nani People, na

Não tenho obrigação nenhuma de lançar os produtos globais aqui. Tanto que, dos 250 SKUs em linha hoje no País, vou tirar uns 150 pelo menos. Estes produtos serão substituídos por desenvolvimentos locais. nho, cabelos... E, claro, vamos manter o nosso know-how muito grande em produtos para pele. O que eu posso dizer é que o que a consumidora quiser ela vai encontrar na Jafra. Uma das estratégias que você vai adotar na Jafra é a de baixar o preço dos produtos. Isso pode impactar a remuneração das consultoras? A gente não vai mexer na remuneração das consultoras. Elas continuarão a estar entre as mais bem remuneradas do mercado, com 100% de lucro em qualquer produto. Eu vou baixar preço realmente, mas também vou ser mais competitivo porque vou nacionalizar a marca. Indo para a mídia? É lógico que com o meu histórico, não

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Rede Brasil. Não vamos deixar de fazer investimentos no canal, não vamos mexer na remuneração, mas vamos ser uma empresa mais moderna. Qual a base atual de consultoras da Jafra no Brasil? Hoje é de 20 mil. Até o final do ano que vem nós vamos mais do que dobrar este número. E é na base do vai ou vai. Mas não é uma base pequena para suportar investimentos em mídia de massa? A base ainda é pequena sim. Mas vale lembrar que ela tem uma produtividade gigante. O pedido médio aqui está na casa dos R$ 700. Na Jequiti, esse número ficava em R$ 150, R$ 200. A produtividade da Jafra é quatro vezes maior, tem essa diferença também.


negócios Entrevista

a linha royal jelly: a Jafra vai ampliar a sua oferta em todas as categorias.

Além disso, o investimento em mídia neste primeiro momento não vai ser em produtos. Porque isso sim seria um desperdício de energia muito grande. Por enquanto, essa mídia vai ter foco em construção de canal e em tornar a marca conhecida da população. Vamos aumentar a nossa base de consultoras, abrir o nosso e-commerce – que vai estar totalmente integrado com as consultoras, que serão comissionadas por quaisquer vendas. Vamos mostrar para todo mundo o que a Jafra está fazendo. Para o negócio de venda direta, a atual é crise é boa ou ruim? Você tem uma dualidade. Em momentos nos quais as pessoas estão sem emprego ou precisam complementar a renda, é natural que a base de consultoras da venda direta cresça. Mas é inegável que, na outra ponta, a sua base de consumidoras diminuiu, porque tem menos gente comprando. Para uma empresa como a Jafra, esta crise é boa. Porque ninguém me conhece. Minha base de consultoras é ampliada e eu ainda amplio a base de consumidoras, que vão começar a nos conhecer. Já para as empresas maiores do setor, com vendas de bilhões, não é tão bom assim. Não adianta você tra-

zer uma base gigante de consultoras sem ter para quem vender. O perfil de consultoras da Jafra é muito diferente do que você lidava na Jequiti? É muito diferente. Como operamos no multinível, você tem linhas (de produtos) e distribuidores muito diferentes. Na Jequiti, o pedido mínimo é de R$ 150, aqui é três vezes mais. E com o nosso pedido mínimo você ainda compra menos produtos, porque um batom da Jafra custa R$ 69, enquanto o da Jequiti custa R$ 9. Então o perfil é completamente diferente. A partir do final deste ano e no ano que vem, nós vamos popularizar um pouco mais o nosso produto e aí ter uma base maior. Também estamos lançando parcerias com a Iódice (marca de moda que opera com lojas próprias e franquias) e com a Adriane Galisteu para lançar produtos, e vem mais por aí. Temos de mostrar para todo o Brasil a qualidade dos produtos da Jafra. A empresa ainda é desconhecida e a qualidade dos nossos produtos também. A Jafra desenvolve os produtos nos Estados Unidos, mas como o México é o maior mercado da empresa, imagino que o foco de produto se dê muito

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para o gosto dos consumidores mexicanos. Isso muda daqui para frente? Já mudou. No Brasil serão criados produtos pensados para o Brasil, na Indonésia para a Indonésia. A Jafra está muito disposta a pensar mais localmente. Tem coisas globais que eu vou lançar aqui, mas porque sei que vai dar certo. Não tenho obrigação nenhuma de lançar os produtos globais aqui. Tanto que dos 250 SKUs em linha hoje no País, vou tirar uns 150 pelo menos. Estes produtos serão substituídos por desenvolvimentos locais. E já estamos com novos terceirizadores aqui no Brasil para isso. Você sentiu muita diferença entre o modelo mononível e o multinível? Na realidade não teve diferença. O multinível é um porta a porta muito parecido com o mono, mas com ticket médio muito maior e empreendedores muito mais ousados do que no single level. E, para mim, todas as empresas do mundo vão caminhar para o omnichannel. Você não vai ter mais empresas só focadas em um canal, você vai ter que atender aos consumidores em todos os lugares e onde eles estiverem. A ideia da Jafra é ser uma empresa de canais diversificados num futuro bem próximo. Vamos caminhar com a abertura de lojas, com o e-commerce e com a venda direta multinível. Temos líderes que têm cinco mil pessoas embaixo delas. Uma líder com cinco mil pessoas tem um poder gigantesco. Como funciona essa relação? Vocês acessa a essa base de consultoras diretamente? Acessamos toda a base de canal, que é cadastrada com a Jafra. Mas a líder maior é quem recrutou todo este time. Falamos com a consultora por meio de e-mail, sms... Entregamos diretamente na casa da consultora e não só na casa das líderes. São processos que ficarão ainda mais dinâmicos. Estamos fazendo um investimento muito grande em tecnologia de informação e distribuição para podermos crescer e cuidar melhor da base. Nossa grande dificuldade atual está em distribuir bem e ter


mauro schnaidman, ceo global: a Jafra está comprometida com os investimentos no Brasil.

uma boa infraestrutura de TI. Quando cheguei, toda a área de TI ficava no México. Agora está vindo tudo para cá. Não posso falar em valores, mas é bastante dinheiro neste ano e um pouquinho mais no ano que vem.

boa, com sangue nos olhos e faca na boca e que gosta tanto de segunda-feira quanto de sexta, não importa de onde venha a pessoa. Tem de estar disposto a realizar e tem de estar comprometida e ter mais vontade do que eu, ou então não aguenta a pressão. O que importa é ter gente comprometida e com capacidade de realizar.

E sobre aquisições? Vocês têm planos de comprar uma fábrica no Brasil? Não. Eu não quero comprar um terceirista. Quero comprar uma marca reconhecida e que tenha um canal relevante, importante e significativo no mercado. Não quero comprar uma empresa de R$ 50 milhões, que não tenha representatividade. Quero marca reconhecida, com boa distribuição, preferencialmente com franquias, lojas próprias ou porta a porta, e que ela também tenha um parque fabril. Recebi muitas ligações de pessoas querendo me oferecer empresas de 30, 40 e 50 milhões em vendas. Mas não é isso que queremos. A ideia é comprar e integrar esse negócio com a Jafra? Vai ser integrado ao canal da Jafra. Quando você quer crescer, a companhia pode fazer isso organicamente ou por aquisição. Nós queremos fazer as duas coisas. Falando um pouco em expansão, faz parte do plano da empresa no Brasil introduzir outros produtos ou negócios do portfólio da Vorwerk? A Vorwerk é uma empresa com investimentos em várias áreas e opera num modelo diferente, é uma venda direta mesmo, da empresa para o consumidor final. Hoje a gente não traz nada por conta da realidade brasileira. Se você olhar para o portfólio vai ver que os produtos ainda são um pouco caros para o Brasil. Mas a ideia é sim, tão logo a Jafra avance, que a Vorwerk venha com outras linhas dela. E para os outros países da América do Sul. Quais as suas expectativas? A gente tinha uma missão de sair abrindo os países. Mas eu vou cuidar primeiro do Brasil. Na América do Sul você tem uma economia complicada

em muitos países, como a Argentina, que está ainda pior que o Brasil. Hoje temos alguns distribuidores nesses países, mas temos a ideia de ter operação própria. Em 2016 e 2017, devemos começar com a abertura dessas operações alguns países na região. Daqui três anos, vamos ter essa mesma conversa falando com números muito diferentes. O Brasil está no TOP 10 da Jafra? Sim, mas a Jafra só está presente em 18 países, sempre com operações menores. Foi só agora que a Vorwerk decidiu aportar dinheiro e investir mais pesadamente na operação. A prioridade de investimentos da empresa é Estados Unidos, Brasil, Ásia e México, nesta ordem. Nesta nova gestão, você está trocando muita gente? Estamos fazendo isso. Troquei os diretores que estavam na empresa, ficamos apenas com a diretora Comercial (a executiva Valéria Rossi). Estamos trazendo gente nova e gente de fora. Estamos num processo para trazer uma pessoa da Alemanha. Sou a favor de trabalhar com gente muito

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Qual o espaço que a Jafra vai ocupar na venda direta? Ela vai agregar novos consumidores ou ganhar market share da concorrência? No momento econômico do País, com o PIB e a maioria das empresas encolhendo, se eu te disser que tem espaço para todo mundo eu vou ser o caro mais falso do mundo. Sempre que você cresce está tomando market share de alguém. Você tem 2.500 empresas de cosméticos sendo que 80% das receitas vêm das 20 maiores. Vou ter de tomar participação de alguém. Vamos lutar pelo nosso espaço e o consumidor vai decidir o que ele quer comprar. Estamos dispostos a mostrar para a população que a Jafra tem produtos de qualidade, vamos fazer de tudo para isso acontecer. A briga hoje é todo mundo com todo mundo. O consumidor escolhe de quem, onde e quando comprar e como vai pagar. A Jafra vai disputar com todo mundo também. Hoje somos tão pequenos que ninguém nota, mas, mesmo com uma operação pequena, nos vamos começar a incomodar. Já é possível adiantar alguns resultados? Entrei em março, a Jafra estava involuindo no mercado. E desde desse revertemos a situação e estamos crescendo a dois dígitos altos neste ano. E ano que vem que nos aguarde.


Negócios Estratégia celso, da phyto: em 20 anos, ele fez da empresa uma das casas de fragrância mais consistentes do mercado brasileiro.

Sucesso, não por acaso O empresário Celso Ribeiro, fundador e presidente da Phytoessence, é um bom exemplo de que, muitas vezes, a vida escreve certo por linhas tortas >>> Aûani Cusma de Paula

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á se vão quase quarenta anos desde que o empresário Celso Ribeiro iniciou sua trajetória no universo das fragrâncias. E a sua entrada nesse negócio se deu quase que por acaso. Chamado por uma agência de empregos para uma entrevista, primeiro foi mandado para outra empresa localizada em Taboão da Serra, mas o endereço do envelope era de uma casa na Rua Pedroso de Morais, em São Paulo e depois em um prédio em Alphaville. “Chegando lá, um sujeito do meio da escada já olha para a minha cara e pergunta: ‘você quer trabalhar chefe?’”, lembra. O sujeito em questão era o então presidente da casa

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de fragrâncias norte-americana IFF João Alfredo Maia, um dos mais importantes e poderosos executivos do mercado de fragrâncias de todos os tempos. “Como queria trabalhar ele disse que nem ia me entrevistar, que eu deveria ir até a rodoviária, pegar um ônibus para o Rio de Janeiro, onde eu seria entrevistado. Cheguei lá, fiz uma entrevista que durou uns dez minutos, me mandaram de volta a São Paulo, para assinar a papelada para que depois eu voltasse ao Rio de Janeiro para começar a trabalhar”, lembra Celso. E assim, em seis de abril de 1979, ele, meio que de paraquedas, começou a trabalhar na IFF. Na IFF, Celso fez parte do time que preparava a mudança dos laboratórios e da área de aplicação – até então localizados na fábrica da empresa, no Rio de Janeiro – para o novo centro criativo que a empresa havia construído em Alphaville, na Grande São Paulo. Enquanto preparava as matérias-primas para a mudança, ele aproveitava para “cheirar tudo”. Ao longo de treze anos, o empresário passou por praticamente todas as áreas dos laboratórios da companhia, com ousadia conta ele que, durante um ano inteiro, usou o horário do café da manhã servido na empresa para descer aos laboratórios e aproveitar para cheirar. “Quando a turma descia para trabalhar eu já estava lá, com meu caderninho”, lembra ele, que depois da IFF atuou nas áreas técnica e criativa de uma casa de fragrâncias brasileira. Se a entrada no mercado de fragrâncias se deu por acaso, o mesmo pode ser dito da fundação da Phytoessence. Quando deixou a casa de fragrância brasileira, ele estava sim disposto a montar o seu próprio negócio. Só que o plano era investir numa fábrica de produtos de limpeza e não em uma casa de fragrâncias. Só que nesse período, muitos conhecidos, clientes e amigos começaram a procurá-lo dizendo que ele devia montar uma casa de fragrâncias. “Eu não tinha dinheiro, mas como o foco naquele momento era (fragrâncias) para saneantes, resolvemos ir por outro caminho”, conta. Após duas décadas de atuação, a Phytoessence destaca no cenário das casas de fragrâncias nacionais como uma

das líderes do setor e avança, a passos cada vez mais largos, sua presença no segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Naturalmente o caminho para o sucesso não foi todo margeado por flores. Poucos meses após fundar a empresa, a fábrica da empresa, ainda na fase de legalização, sofreu um incêndio. “Por conta disso, não começamos do zero, mas do 10 negativo”, brinca o empresário. A Phyto, começou vendendo fragrâncias para os pequenos fabricantes de produtos de limpeza, muitos deles clandestinos. Mas, a insegurança inerente a esse mercado, fez com que desde o início a empresa se empenhasse para não depender desse mercado e isso levou a empresa a investir. “Aos poucos fomos avançando e deixando esse mercado informal, ao mesmo tempo em que investíamos numa nova planta e na compra de matérias-primas mais sofisticadas. O próprio mercado foi nos levando para isso”, conta o presidente da casa. “Se ficássemos só com o saneante não conseguiríamos entrar no cosméticos. E concluímos que o melhor era começar de cima, a partir da perfumaria e dos cosméticos, cujas fragrâncias poderiam inclusive ser adaptadas para o mercado de household”, complementa. Para isso, a Phytoessence instituiu uma política continua de formação de profissionais, custeando cursos superiores e de idiomas para todos os níveis da empresa, formando uma equipe muito preparada como engenheiros químicos, químicos, farmacêuticos, administradores e outros. A empresa também conquistou, neste ano, a certificação ISO 9001:2008. Hoje, os negócios de beleza já respondem por metade das vendas da empresa e é o segmento de maior crescimento para a companhia.

Aposta na qualidade A Phytoessence tem uma proposta de valor bastante clara para os seus clientes: ofertar sempre qualidade ao invés de preço. O discurso da qualidade é comum, mas nem todos nesse mercado o praticam. De acordo com Celso, a empresa tem uma política diferente, que o diferencia dos concorrentes que apostam tudo em preço baixo. “Eu prefiro

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não vender produto de valor agregado baixo. Não posso fabricar uma Ferrari e vendê-la por 30 mil. Se monto uma Ferrari eu tenho que a vender por dois milhões”. Só que nem sempre, convencer os clientes do real valor da fragrância é simples, ainda mais se ele pode ser atendido por outros que se dispõe a entrar em um leilão por preços cada vez mais baixos sem prezar pela qualidade. Para mudar essa realidade a Phyto investe muito no treinamento e no aculturamento dos seus clientes. Tanto que a empresa montou um estúdio em uma torre corporativa em Tamboré, próximo à sede da empresa na cidade de Barueri, exclusivamente para esse fim.O movimento faz parte da estratégia da empresa de se aproximar dos clientes com a finalidade de ajudá-los a conhecer e a entender o universo das fragrâncias. Para Celso, mesmo os químicos que atuam na indústria de cosméticos – em especial os mais novos –não dominam as peculiaridades que envolvem as essências sentem dificuldades de como fazer com segurança o controle de qualidade delas, por exemplo. Tanto que, para os profissionais da indústria, todos os problemas de estabilidade do produto são decorrentes das fragrâncias. Outro aspecto desse trabalho educativo da Phyto é o de mostrar que uma fragrância melhor pode até ter o custo por quilo maior. Só que essa qualidade superior permite que ela seja aplicada em percentuais menores, melhorando a performance do produto ao trocar o solvente utilizado para diluir a fragrância por mais matérias-primas de qualidade. Com isso, o custo final de uma fragrância que custa 35 dólares o quilo aplicada a 1% e o mesmo que o de uma fragrância de 70 dólares aplicada a 0,5%. Só que na segunda alternativa você trabalha com ativos mais puros. Nessa situação, de acordo com Celso, é possível aumentar em cerca de 15% a concentração de fragrâncias no mesmo produto, sem impacto no preço. “Não dá para fazer produto bom sem matéria-prima boa e isso tem seu preço. Mas eu prefiro perder negócio por preço a vender fragrância ruim”, diz. Hoje, Celso se orgulha de dizer que quem deixa de comprar da Phytoessence por causa de preço, geral-


Negócios Estratégia mente tem problemas. “E os que voltam, acabam não nos deixando nunca mais. Os que estão comigo estão todos bem, clientes que começaram comprando 500 reais por mês e hoje compram muitos mil reais por mês”, comemora. Ao mesmo tempo a empresa é muito zelosa em relação à qualidade das matérias-primas que compra, já que também nesse setor existe muita coisa ruim tentando se passar por boa. Para Celso, a Phytoesence é a empresa nacional que mais vende essência pura. “Às vezes recebemos profissionais que me perguntam sobre a nossa capacidade de produção em toneladas, só que eu não falo em toneladas, porque para falar de toneladas eu tenho que considerar o solvente e eu não fabrico solvente, eu fabrico essência, o solvente não é um produto meu“, explica“. Na visão de Celso, não existe sentido econômico ou operacional em vender fragrâncias dissolvidas em solvente. Ele aplica no seu negócio a mesma lógica que alguns segmentos da indústria têm utilizado para investir em produtos concentrados, que tem um ganho na redução do tamanho da embalagem, em logística, manutenção dos caminhões de transporte... “Tudo isso é custo”, diz. Celso conta que uma de suas grandes lutas é a de acabar com o estigma de que todas as casas de fragrâncias locais são ruins. Na opinião dele isso passa justamente por acabar com a dinâmica que impera no mercado hoje, que implica em um leilão sempre pelo menor preço sem se importar com os requisitos de qualidade adequados.“O empresário brasileiro precisa amadurecer muito. As oportunidades existem, estão aí, independentemente das multinacionais, mas só vai ter espaço para quem for sério”.

Trabalho consolidado Uma das fortalezas da Phyto é o negócio que a empresa construiu na região Nordeste do País, no final dos anos 1990, quando a infra estrutura era muito mais precária do que hoje e bem antes de a região ser um foco de expansão para quase todo o mercado. Tanto que a empresa começou a crescer os seus negócios antes lá do que no próprio mercado base da empresa, em São Paulo. Mas a traje-

produção da phyto, em barueri (SP): mais matériasprimas e menos solvente.

tória também envolveu um trabalho de formiguinha, mostrando o valor da qualidade para um mercado onde o preço era um imperativo ainda maior do que no restante do País. Foram dois anos “apanhando”, segundo diz o próprio Celso, até que a empresa resolveu montar uma base em Feira de Santana, próximo a Salvador e apostar na distribuição de amostras para os clientes locais; “Fomos para lá com a nossa política:“é mais caro, mas é melhor”. O sucesso foi tanto que desde 2002 a empresa mantém um grande Centro de Distribuição na cidade, justamente para absorver o custo do frete da produção da empresa em Barueri, para os clientes locais.

Investimentos para garantir o futuro Para continuar seguindo em frente, a Phytoessence investe em um programa sustentável de investimentos. A empresa está com tudo pronto – aguardando apenas a liberação da prefeitura de Barueri – para dar início à construção da sua nova fábrica. O investimento vai contemplar além de um aumento na capacidade de produção, a adição de recursos como as cabines de avaliação para diferentes categorias além de uma área de laboratório três vezes maior. “Vamos investir uns bons milhões de dólares”, diz ele, sem revelar o montante destinado ao empreendimento. O investimento já prevê espaço para o crescimento futuro e para eventuais novidades, além de permitir um melhor

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aproveitamento dos talentos da empresa, abrindo novas oportunidades para quem está na casa. Apesar dos novos recursos, o discurso da qualidade prevalece. “Não adianta investir em cabines de avaliação e só testar fragrância ruim lá dentro”, pontua. A mesma coisa vale para os cromatógrafos, que só funcionam realmente bem quando existem pessoas que saibam usá-lo, já que o equipamento fornece um guia da fórmula, mas não dá todos os elementos e, muito menos, não substitui um bom nariz. Nessa área criativa a empresa contratou recentemente o experiente perfumista Reinaldo Vollstedt, além de contar com Guilherme Gonçalves, um jovem perfumista treinado na Phyto e com o próprio Celso. “Temos um time criativo que é muito e assertivo, porque no final, não adianta só criar em profusão, é preciso desenvolver fragrâncias que atendam ao que o cliente quer e que resultem em ganhos de projeto”. Para o futuro próximo, Celso espera continuar avançando com a política baseada em qualidade e não em preço. Para isso, conta com o suporte dos filhos, que já atuam no negócio, Gustavo Ribeiro, na área Comercial, Tiago Ribeiro à frente das operações industriais e Amanda Ribeiro, estudante de química que vem se especializando nas áreas de Avaliação e Criação. “Estamos em uma batida comum. Todos os meus filhos tem o mesmo pensamento, pois a palavra mais pronunciada na empresa é “Qualidade”.


Aptar informe especial

O voo da Fênix

um incêndio deu origem à mais moderna linha de anodização de componentes de alumínio para embalagens do país

O

é 100% controlado, garantindo ao acabamento das peças um padrão de qualidade muito superior. Além disso, a fábrica já adota um processo mais moderno e limpo na retirada do óleo usado para estampar as peças de alumínio, sem agressão ao meio-ambiente, diferente do que é utilizado atualmente no mercado. Agora, além de voltar a abastecer internamente suas operações na América Latina, a Aptar vai centrar esforços em oferecer soluções em peças de alumínio anodizado diretamente aos seus clientes na região.

fato de o alumínio ser um material essencial e representar parte substancial na fabricação de válvulas pumps e de dispensers, motivou a operação brasileira da Aptar, maior fabricante global deste tipo de produto, a comprar a operação local da fabricante espanhola de peças de alumínio anodizadas Covit. Posteriormente, esta operação passou para a gestão da marca Graphocolor, operação da Aptar responsável por desenvolver peças de alumínio para o grupo na França. O primeiro objetivo da aquisição era o de atender internamente às próprias necessidades da Aptar no Brasil e na América Latina em relação a essas peças, garantindo mais segurança no fornecimento e, principalmente, custos de produção mais competitivos para os produtos finais da empresa. “Sofríamos muito com o custo e as rupturas de abastecimento dos produtos de alumínio e o desenvolvimento da Graphocolor se deu para equacionar esta questão”, lembra Alessandra Dalben, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Aptar. Apesar desse foco inicial interno, alguns clientes e parceiros da Aptar passaram a demandar algumas soluções específicas, como fazer capas de alumínio para tampas de plástico. O potencial dessas demandas motivou a empresa a fazer planos de expansão para o negócio, justamente com o objetivo de atender a um maior número de clientes, independentemente da Aptar. Só que, em setembro do ano passado, um incêndio acabou com 80% do potencial de anodização da Graphocolor, em Jundiaí, interior de São Paulo, incinerando a principal linha de anodização da planta e deixando a empresa com uma capacidade de produção bastante limitada. Isso acarretou em problemas imediatos, especialmente em relação ao custo dos produtos da Aptar, já que a empresa precisou recorrer a fornecedores externos. Mas, o maior prejuízo foi passar dois anos limitados no mercado de peças de alumínio para os clientes externos, impedindo a empresa de apresentar todo o know-how desenvolvido.

O que há de novo? Mais do que capacidade de produção, o que a nova Aptar Jundiaí traz para o mercado são novas possibilidades criativas. “Queremos oferecer para o mercado latino-americano embalagens em formatos e acabamentos diferenciados. Embalagens de alumínio de alto padrão”, diz Alessandra. Para ela, hoje são poucas as opções no mercado local, e com custos relativamente altos. Com a tecnologia aplicada na nova linha, peças mais complexas, com cantos e dobras, que antes tinham dificuldade de obter um acabamento homogêneo ou então que derrubavam a produtividade, deixam de ser um problema sem solução. “As peças eram bonitas, mas o acabamento não era de primeiro mundo. Agora, a partir de janeiro – quando a nova linha de anodização será inaugurada oficialmente – isso será possível e viável”, comemora Eloi. São muitas possibilidades de cores e acabamentos. “Quando se fala em alumínio as pessoas pensam sempre em prata, dourado, ou no máximo, em cores brilhantes ou foscas. Agora trazemos novas opções de decoração, com acabamentos únicos na América Latina e desenhos que vão trazer uma diferenciação real e perceptível ao alumínio”, explica Alessandra. No processo de estampagem, por exemplo, é possível aplicar formatos diferenciados. Muitos dos recursos que estão sendo disponibilizados na Aptar Jundiaí já são aplicados pela operação da Aptar na França, que está aportando a sua expertise no desenvolvimento dessas tecnologias por aqui. Outra vantagem da nova fábrica é que ela vai tornar viável, financeiramente falando, muitas dessas soluções sofisticadas. Na média, as peças com acabamentos diferenciados custam cerca de 40% a mais do que o produto básico de linha. Apesar do percentual, em termos reais, são valores bastante baixos, cerca de alguns centavos a mais, quando considerado os muito reais que esse acabamento especial pode agregar na percepção de valor do produto acabado para o consumidor. Com a inauguração da nova linha, a Aptar reforça a sua proposta de valor, de oferecer soluções integradas para os seus clientes, disponibilizando componentes de alto padrão para toda a parte superior da embalagem do produto: válvulas, colar, tampa em plásticos especiais ou alumínio, além de peças customizadas e acessórios que podem integrar esses e outros componentes. “Só a Aptar tem todos esses processos disponíveis para os clientes no nosso mercado”, conclui Eloi.

Renascida das cinzas Se por um lado o incêndio atrasou os planos da Aptar nesse mercado, por outro permitiu que a empresa desse um salto muito maior, tornando o negócio muito mais forte do que antes. Expandir a produção da operação de alumínio já estava nos planos da Aptar, mas não com o volume de investimentos que foi feito. “Poderíamos ter até duplicado uma linha, mas dificilmente investiríamos na proporção que acabamos fazendo”, explica Eloi Castelhano, Diretor de Operações da Aptar Jundiaí. A nova linha tem uma capacidade de produção que é três vezes superior à antiga da Graphocolor. O novo investimento da planta, agora renomeada de Aptar Jundiaí, nos permite a implementação de um processo completamente automatizado. De acordo com o executivo, o exclusivo processo de anodização, projetado e desenvolvido totalmente pelo time Aptar,

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evento Beauty Fair

Movimentação intensa Em sua 11º edição, a maior feira de beleza do País atraiu quase 150 mil visitantes e movimentou, mais uma vez, todo o mercado nacional e internacional, com a presença de representantes de diversos países >>> Larissa Gutierres

A

Beauty Fair – Feira Internacional de Beleza Profissional – um dos eventos mais importantes do ano para o segmento, foi realizada entre os dias 5 e 8 de outubro, em São Paulo. Neste ano, a 11ª edição da feira recebeu 144 mil visitantes, 500 expositores e 10 mil marcas nacionais e internacionais e atraiu diferentes públicos, incluindo empresas estrangeiras, vindas de países como: China, Itália, Paquistão, Polônia, Tailândia, Holanda, Turquia e Ucrânia. Além disso, o evento recebeu 27 mil caravanas de todo o Brasil. Antes da abertura oficial da Beauty Fair, o 4º Fórum Beauty Fair do Varejo, ocorrido no dia 4 de outubro, contou com a presença de 500 lojistas, que puderam assistir a palestras com CEOs e executivos de grandes empresas. O jornalista Carlos Alberto Sardenberg abriu as atividades, e palestrantes do Google, Magazine Luiza, Nielsen, BTR – Educação e Consultoria, Vult e Maybelline se apresentaram na sequência. “Os próximos anos serão desafiadores e vão exigir do varejista excelência e in-

clusão de tecnologia nos negócios para se destacar, atender e fidelizar o consumidor. Temos a obrigação de nos unir para tornar o setor cada vez mais forte e melhor, e gerar uma contribuição verdadeira para o desenvolvimento da nação”, destacou César Tsukuda, diretor Geral da feira. A feira apresentou a Loja do Futuro, uma perfumaria 100% conectada à internet com etiquetas em RFID, vitrine infinita, beacons, espelho e painel interativos, experiência olfativa, totens, ecommerce, self checkout, click and collect, mesa interativa, sala de controle e atendimento personalizado. Outra novidade foi o Eye Tracking, uma tecnologia da Nielsen que realiza pesquisa direta com o consumidor, relatando detalhes minuciosos sobre sua compra que podem ser essenciais para o bom funcionamento de um empreendimento.

Inúmeras atrações Segundo pesquisa da Euromonitor, a indústria de beleza do Brasil registrou um crescimento nominal de 11% em 2014. Do valor faturado no ano passado, quase 11% representa o consumo de produtos masculinos, ou seja, o profissional brasi-

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leiro necessita aperfeiçoar cada vez mais as técnicas voltadas para este público. Pensando nisso, a Wahl decidiu patrocinar o projeto barbearia, um espaço com a proposta de design contemporâneo e ambiente descontraído para os homens, que contou com demonstrações de serviços de corte de cabelo e barba. O evento também trouxe o 1º Campeonato de Maquiagem, realizado na Arena MMA – Masters of Make up in Action, uma batalha dividida entre competidores estudantes e profissionais que aconteceu em um ringue especialmente montado para a ocasião. A decisão ficou por conta de um corpo de jurados formado por profissionais renomados do mercado, que analisou cada etapa definida pelo regulamento. O vencedor levou uma maleta de produtos e o trabalho divulgado na revista Viva Beleza. Além disso, na arena de shows do Beauty Collection, núcleo de tendências da Beauty Fair, as marcas puderam apresentar suas apostas do que vai estar em alta em corte, coloração, penteados e maquiagem, em completa sinergia com as principais semanas de moda do mundo.


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Sucesso contínuo

Neste ano, a In-Cosmetics Brasil superou todas as expectativas, e os organizadores da feira já se preparam para a próxima edição; em 2016, evento passará a se chamar >>> Larissa Gutierres in-cosmetics Latin America

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segunda edição da in-cosmetics Brasil, realizada nos últimos dia 30 de setembro e 1 de outubro, em São Paulo, obteve grande sucesso. A feira é dedicada à propagação de matérias-primas para produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) da América Latina e contou com a presença de quase 3.000 pessoas (30% a mais do que em 2014). O evento recebeu visitantes e executivos de diversos países, como Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Venezuela e Estados Unidos. Do total de participantes da in-cosmetics, 46%

são fabricantes de cosméticos. Um dos pontos altos do evento ficou por conta do Conteúdo Educacional que teve mais de 40 horas de seminários, divididos entre Workshop, Innovation Seminars, e o Marketing Trends (setor da feira que foi inaugurado nesta edição com palestras de inovação e tendências voltadas para profissionais de Marketing da indústria). Neste ano, a Innovation Zone – área onde são apresentados os produtos mais inovadores do mundo – apresentou 18 ingredientes recém-lançados nos últimos seis meses. A novidade desta edição foi o

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Formulation Display, um espaço em que a matéria-prima era apresentada em uma formulação, para que o visitante além de conhecer suas propriedades também pudesse testá-la. Além das matérias-primas, o espaço contou com uma seleção de produtos finais feita pela Mintel, que explicou as características desses produtos em apresentações específicas. Outro lançamento da feira foi o Sensorial Workshop, uma nova área do evento criada para que formuladores pudessem em 45 minutos de sessão experimentar, sentir, cheirar e analisar as diferenças que os ingredientes funcionais podem trazer às formulações. Durante os dois dias de feira, as apresentações do Sensorial Workshop estiveram lotadas.

Celeiro de novidades Além das atrações, a in-cosmetics Brasil 2015 trouxe uma série de novidades de destaque. Confira algumas delas: A PIC, empresa especializada em matérias-primas farmacêuticas e cosméticas, apresentou o Neurodermine, um antiaging inovador e completo, especial para peles sensíveis, exigentes e que se irritam facilmente. Segundo a companhia, o diferencial do Neurodermine é a ação prolongada de beta endorfinas que mantém a sensação de conforto na pele durante todo o dia. Na categoria de maquiagem, os destaques foram: pigmentos tratados, o Makimousse 12 e o Makibeads 80. Enquanto isso, a companhia química Dow trouxe sua mais nova tecnologia para emulsões corporais: EcoSmooth Delight, que agrega maciez e hidratação para todo o corpo e rosto com toque seco e aveludado, por muito mais tempo. Também ressaltada as diversas aplicações de ETHOCEL – solução espessante para formulações base óleo –, e as linhas ACULYN Excel, ACUDYNE, EPITEX, SoftCAT e UCON. Já a Dow Corning, divulgou ao público seu mais recente lançamento, o Dow Corning 3901 Liquid Satin Blend – que foi premiado como melhor ingrediente na in-cosmetics Barcelona 2015 – e confere textura única podendo ser aplicado em diversas formulações cosméticas como cremes, maquiagens, loções para o corpo, cremes faciais e para os olhos, entre outros. A BASF marcou presença com um


evento Sustainable Cosmetics Summit “Sensorial Bar”, exclusivo para apresentar as formulações inovadoras do conceito Look ‘N Feel da marca Care Creations de Personal Care. O objetivo do espaço foi demonstrar o valor do conceito aos visitantes, que experimentaram as sensações e texturas das formulações desenvolvidas. Empresas da indústria cosmética como Anna Pegova, Adcos, Avon, Beauty’in, Beiersdorf, Belcorp, Colgate- Palmolive, contém 1g, Embelleze, Elizabeth Arden, Estée Lauder, Hypermarcas, Jequiti Cosméticos, Johnson & Johnson, L’occitane, L’Oréal, Lush Cosmetics, Mary Kay, Natura, NK Cosméticos, O Boticário, Payot, The Body Shop Brazil, Theraskin Farmacêutica, Unilever, Vitaderm, Yves Rocher; entre outras, visitaram a in-cosmetics neste ano.

Projeção positiva Segundo Daniel Zanetti, show manager da in-cosmetics Brasil, ao terminar o segundo dia de feira, as reservas de espaço para 2016 já estavam superiores ao evento deste ano. “Estamos muito felizes com o resultado da in-cosmetics Brasil 2015. Termos 46% de fabricantes de cosméticos nos comprova a alta qualificação do público visitante. Além disso, terminar o segundo dia de evento com reservas de espaço superiores a 2015, nos indica que estamos no caminho certo”, observa. “Nos direcionamos para a terceira edição do evento em 2016 com expectativa de forte crescimento impulsionado pela resposta positiva dos expositores e visitantes. Como tivemos uma grande participação de expositores internacionais (65%) e um aumento muito significativo no número visitantes de fora do Brasil, a partir de 2016 a in-cosmetics Brasil passará a se chamar in-cosmetics Latin America. O resultado do evento justifica a mudança de nome, já que reflete a abrangência que ele alcança, e é um reflexo da nossa atuação em toda a América Latina”, revela Lucy Gillam, diretora do Grupo in-cosmetics Mundial. A próxima edição da in-cosmetics Latin America já está marcada para os dias 5 e 6 de outubro de 2016, no mesmo local deste ano.

Abordagem crescente

Quarta edição do Sustainable Cosmetics Summit amplia ainda mais a discussão acerca das novidades, tendências e ações ecológicas para a indústria dos cosméticos do País >>> Rafael Mendonça

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ada vez mais crescente no mercado – inclusive no de cosméticos –, o tema sustentabilidade foi abordado mais uma vez em alto nível no decorrer da quarta edição brasileira do Sustainable Cosmetics Summit, realizado no final de setembro, em São Paulo. Organizado pelo Organic Monitor, ao longo de três dias, o evento tratou de uma série de assuntos, entre eles “Pilares da Sustentabilidade”, “Formulações verdes”, “Desenvolvimento de Marketing” e “Ingredientes alimentícios em Cosméticos”. Dentro deles, os palestrantes convidados

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de diversas empresas e associações falaram também de alguns temas pontuais, como a crise hídrica vivida pelo Brasil; o novo marco regulatório da biodiversidade; a Política Nacional de Resíduos Sólidos; os programas e ações sustentáveis desenvolvidas por estas companhias nos últimos anos; entre outros pontos. O fundador e diretor da Organic Monitor, Amarjit Sahota, tratou de ressaltar a importância para a indústria de cosméticos de tudo aquilo que foi debatido durante o encontro. “A respeito de inovação, muitas empresas estão buscando novas possibilidades em termos de formula-


EVENTO Sustainable Cosmetics Summit ção”, indicou. Ele destacou também qual o impacto que a falta de água tem proporcionado no mercado; falou do crescimento dos ingredientes alimentícios nas formulações cosméticos e revelou o intenso trabalho que a Organic Monitor realiza para assegurar a autenticidade dos ingredientes que circulam no mercado de alimentos e que podem ser utilizados com itens de beleza. “Ainda acontece muita fraude nestes ingredientes. Azeite de oliva adulterado, carne de cavalo sendo vendida como carne de vaca, por exemplo. Estamos lutando para evitar este tipo de problema. Também procuramos garantir a procedência dos ingredientes por meio de certificados”, discursou Sahota.

Programação variada Um dos momentos que mais prendeu a atenção de todos os presentes ao Sustainable Cosmetics Summit foi durante a palestra da Dr. Anita Pissolito, sócia do escritório de advocacia Nascimento e Mourão. Ela esclareceu todas as dúvidas que permeiam o novo marco legal da biodiversidade, sancionado em maio pela presidente Dilma Rousseff. Utilizando uma série de gráficos e tabelas, Anita mostrou as principais mudanças da regulamentação que entra em vigor no dia 17 de novembro, bem como comparou como era e como ficará o cenário com as novas regras. Embora tenha esclarecido diversas dúvidas dos presentes, a profissional reconheceu que ainda há uma série de pontos no novo marco que podem gerar algumas distorções para as empresas, e que só será possível saber como certos pontos serão efetivamente quando as novas regras passarem a valer. Marco Carmini, diretor-geral da Croda, atualizou o que acontece com a utilização do óleo de palma no mercado cosmético. De acordo com Amarjit Sahota, o mau uso deste ingrediente em formulações cosméticas tem repercutido negativamente na imprensa. Carmini afirmou que o óleo de palma é um dos ingredientes mais utilizados no mundo, por possuir grandes benefícios. “Para se ter uma ideia, o óleo de coco, que é o segundo

Presença de grandes players natura ekos ucuuba: linha de produtos foi abordada durante o summit.

mais utilizado no mercado, possui apenas metade do rendimento do de palma”, observou. Segundo o dirigente ainda, 70% dos cosméticos contêm algum derivado deste óleo e trata-se de um ingrediente que agrega muito valor aos produtos. A abordagem de Daniel Barreto, presidente da Assessa – empresa especializada no desenvolvimento e produção de ingredientes bioativos de alta eficácia para a indústria cosmética –, trouxe uma visão bem diferente. Ele fez questão de enfatizar que a biodiversidade marinha é muito grande, porém pouco explorada. Para ilustrar esta afirmação, disse que são conhecidas atualmente mais de 230 mil espécies de plantas e animais marinhos, mas que isto representa apenas 0,1% do que realmente pode existir em mares e oceanos. Além destes, muitos outros palestrantes trouxeram os mais variados temas. A Dr. Isabelle Imbert, gerente global da Ashland, falou sobre os avanços nos métodos e processos sustentáveis; enquanto Maria Beatriz Martins Costa, diretora Executiva do Planeta Orgânico, abordou o potencial dos cosméticos orgânicos; já Silvia Thompson, consultora sênior do Globescan, discorreu sobre meios de como atingir os consumidores “verdes”; Valeria Domingues, diretora-geral do Brazilian Forest, indicou o potencial dos nutricosméticos; Vanessa Arruda, gerente de Marketing e Cuidados com o Consumidor da Lonza, trouxe novos ativos oriundos dos ingredientes alimentícios; entre outros palestrantes.

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Algumas das principais companhias do mercado cosmético brasileiro marcaram presença no Sustainable Cosmetics Summit. Omar Rodrigues, coordenador de Sustentabilidade do Grupo Boticário, apresentou todas as ações e programas que o grupo possui e que são voltadas à natureza, orientados, sobretudo, pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Segundo ele, esto posicionamento implica em algumas estratégias, como a busca por melhores ingredientes/matérias-primas e embalagens. “Temos uma estratégia de sustentabilidade até 2024. Então a gente ambiciona ter produtos com menores impactos ambientais em todo o seu ciclo de vida. E esta busca consiste num desafio muito grande de engajamento dos nossos fornecedores. Então, a ideia é que, por meio de todos estes parceiros que temos, eles nos provenham de matérias-primas e materiais de embalagens mais sustentáveis”, revelou Omar. Fabien Brones, gerente de Ciência de Tecnologias Sustentáveis da Natura, também trouxe à tona as atividades de uma das das empresas mais conhecidas por suas ações, que são favoráveis à natureza. Ele ressaltou que este reconhecimento da marca vem de um trabalho de longa data. “Baseado no lema ‘Bem estar bem’, procuramos juntar este sentimento entre o individual e o coletivo. E essa essência da marca é refletida nos produtos, nos conceitos, no canal e no comportamento empresarial”, ponderou. Ele citou ainda exemplos de inovações em sustentabilidade e passou pelo case da linha Ekos Ucuuba. “Nosso intuito com estes produtos foi trazer inovação e ajudar em uma questão ambiental delicada. E também trazer uma alternativa de renda para a comunidade, oferecendo um produto inovador e gerando consciência entre os consumidores”, completou. A quarta edição do evento também contou com palestras de marcas como Batiste, Buona Vita, Braskem, Croda, L’Oréal, Vyvedas, Apoema, Walmart; entre outras.


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Maria Eliza (Univar)

Vlademir Bastidas (Ikesaki)

Cuidados N baseados em cor Ao longo de mais uma edição do workshop, desta vez sobre cabelos, diversos profissionais, especialistas, técnicos e empresários debateram sobre química e coloração utilizadas nos fios >>> Larissa Gutierres

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a manhã do dia 15 de setembro, em São Paulo, foi realizado mais um Atualidade Cosmética Workshop. Com o tema “Cabelos: Química e Coloração”, o evento contou a com a presença de renomados profissionais da área, técnicos e especialistas. No primeiro tema “Os riscos da categoria de tratamentos químicos e coloração”, o diretor Executivo da Kosmoscience, Adriano Pinheiro, destacou – dentre outros assuntos – a importância de restaurar os danos capilares, causados por tratamentos químicos, radiação UV, stress, poluição e cigarro. “Temos um rol de ações da vida cotidiana que está também associado ao processo de segurança e de uso de produtos cosméticos sobre a fibra capilar”, afirmou o diretor. Todos estes fatores agridem muito os fios, e é essencial que a indústria desenvolva produtos capazes de minimizar estes efeitos. Em seguida, Carlos Costa, consultor e químico especialista em Coloração Capilar da Lia & C. Costa Gestão de Ativos e Consultoria em Cosméticos, mostrou um pouco da história da coloração capilar. Há 20, 30 anos, ape-


patrocínio

Inocência Manoel (Inoar)

Sebastião Camargo

Adriano Pinheiro (Kosmoscience) nas um pequeno número de empresas tinha esse tipo de produto, e foi a partir da década de 1980 que houve uma evolução na indústria, com a descoberta de novos ingredientes e princípios ativos. Contudo, na opinião do químico, é importante buscar novas matérias-primas, uma vez que o País possui a maior biodiversidade do mundo. “A coloração no Brasil já evoluiu muito, mas parece que as pessoas pararam no tempo e agora estão regredindo”, apontou Carlos. Maria Eliza Samy, da área de P&D da Univar – patrocinadora do evento – apresentou o novo conceito de tratamento chamado No Poo Low Poo. Utilizado principalmente nos cabelos crespos e cacheados, a ideia é eliminar totalmente o uso do shampoo ou ainda usar algum que tire o menos possível da oleosidade natural do cabelo. “A tendência da consumidora, agora, é assumir o natural”, explicou a executiva. “Com essa nova busca,

Maria Eliza (Univar) e Inocência Manoel (Inoar) nova tendência, é o mercado que está se adequando à consumidora, e não o contrário”, declarou.

Educação profissional O tema “O papel da educação profissional no desenvolvimento e no lançamento de tratamento capilares” foi apresentado por Vladimir Bastidas, coordenador de Educação da Ikesaki. “O profissional é um formador de opinião”, afirmou ele, que ainda discorreu sobre como funciona o setor Top Profissional dentro da Ikesaki. Lá, o cabeleireiro busca o produto que não está na farmácia, além de poder se especializar com os cursos e palestras ministradas nas próprias lojas. O grande diferencial do Top Profissional é que o cabeleireiro e o esteticista podem comprar o produto na quantidade desejada. Não há um número mínimo, e isso faz com que a grande massa de profissionais seja atraída para entrar na loja. E pra fechar a programação, um

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case de sucesso foi compartilhado com todo o público: “Inoar, a força dos tratamentos made in Brazil”. No decorrer da apresentação, Inocência Manoel, proprietária da empresa, declarou que sua marca é reconhecida internacionalmente e, mais do que isso, afirmou que o Brasil é um país lançador de tendências, que possui a maior biodiversidade do mundo. Sendo assim, ele pode produzir as melhores e mais eficazes matérias-primas oriundas de frutos, flores e diversas plantas. A executiva contou que foi cabeleireira durante 34 anos e isso é o grande diferencial de sua marca. “Um dos motivos do grande sucesso da Inoar é o conhecimento que tenho para dar o diagnóstico preciso para cada tipo de cabelo. Esse conhecimento você não adquire em nenhuma faculdade. Além disso, eu sou obsessiva, apaixonada desde criança por produtos de beleza. Para mim, o que eu faço não é trabalho, pois é extremamente prazeroso”, finalizou.


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simulação

sobrevivência

Carinho com os fios

Tendências, novas tecnologias, entre outros temas, foram abordados por especialistas e profissionais do mercado na edição do workshop que falou sobre Shampoo e Tratamento >>> Larissa Gutierres

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inda em setembro, e também falando sobre cabelos, foi realizado o Atualidade Cosmética Workshop com o tema “Shampoo e Tratamento”. No decorrer do evento, dados, insights e, principalmente, tendências, foram alguns dos assuntos discutidos. No primeiro painel, com o título “Hábitos e tendências de consumo do mercado brasileiro”, Juliana Martins, Beauty & Personal Care Resear-

ch Specialist da Mintel, apresentou resultados de uma pesquisa realizada com 1.500 consumidoras, de dez estados brasileiros. De acordo com ela, dois produtos ganharam destaque de vendas: o óleo capilar e o shampoo a seco, que cresceram 4% de seu consumo total de 2014 para 2015. Com isso, nota-se que o brasileiro busca por produtos de maior valor agregado. Na esfera global, o shampoo a seco tece um crescimento de 120%, e o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking

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mundial de consumidores. Outros pontos importantes também foram revelados pela pesquisa, e um deles é que as consumidoras da região Sul do País são as que menos investem em produtos de tratamento capilar, sendo também as que menos estão dispostas a pagar caro por um item. Promoções nos PDVs chamam atenção dos clientes, bem como produtos de proteção solar com FPS alto. Esses foram outros destaques dos relatórios.


patrocínio

Cintya Sousa e Aline Cleto (Magic Professional) e Karla Passeri (Yenzah)

Magdalena Fuenzalida (Cramer)

Indústria que movimenta O primeiro case de sucesso da tarde foi apresentado por Karla Passeri, coordenadora de Marketing da Yenzah. A executiva mostrou como a empresa de apenas cinco anos cresceu e ganhou o respeito e admiração das consumidoras. A linha de destaque da marca é a “Sou + cachos”, que apresenta produtos desenvolvidos especialmente para as mulheres que possuem cabelos enrolados, cacheados e crespos. “Nosso lema é: ‘somos uma marca que inspira’. Queremos trazer o consumidor para perto da gente, queremos construir uma marca ‘século 21’”, afirmou Karla. Em seguida, Magdalena Fuenzalida, gerente de Marketing Latam da Cramer – patrocinadora do evento – apresentou o tema “Cada cabeleira tem o seu segredo: perfis olfativos para o cuidado capilar”. Durante a palestra, experiências olfativas fo-

Diane Goossens (Jacques Janine) ram realizadas com o público presente por meio de uma exposição de fragrâncias. Inocência Manoel, proprietária da Inoar, ministrou o segundo case de sucesso do workshop. A executiva declarou que sua marca é contra qualquer tipo de ditadura da beleza. A Inoar possui linhas de tratamentos para todos os tipos de cabelo, seja ele liso, cacheado, tingido ou natural. “O papel da educação profissional no desenvolvimento e no lançamento de tratamentos capilares” foi o tema da palestra dada por Diane Goossens, diretora da Académie Jacques Janine. Para ela, um projeto educacional deve ser completo, e a educação do profissional é fundamental para o sucesso dos produtos capilares. “Às vezes, dentro do salão, a gente ouve que tal produto não é bom. E isso não existe. Ele apenas não foi bem aplicado. O cabeleireiro até pode criar em cima

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Juliana Martins (Mintel) do produto, mas depois de tê-lo entendido passo a passo, de ter compreendido sua funcionalidade”, explica a diretora. Fechando as atividades, o tema “Produtos de hair care multifuncionais no Brasil” foi debatido entre a gerente de Tecnologia&Inovação da Cosmotec, Mariana Olivato; e a gerente de Vendas da Kao, Daniela Baba. Para elas, a comunicação que a marca dá ao produto é essencial para o esclarecimento de sua funcionalidade. Esse é ponto mais importante dos produtos chamados multifuncionais. No Brasil, é possível encontrar os mais diversos tipos de cabelo, e dizer que um único produto serve para todos pode ser perigoso. “É importante trabalhar com a comunicação dos ingredientes, sua energia. Se há um ingrediente que faz tudo, ele precisa ser comunicado da maneira correta”, finaliza Mariana.


clássicos

da perfumaria por Larissa Gutierres

Contraste do vulcão Para homens que buscam por fragrâncias mais intensas, a Jequiti desenvolveu há quase dez anos Uzon, uma colônia quente, amadeirada e sensual

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riado em 2006 pela Jequiti, Uzon é um clássico perfume fougere ambarado amadeirado. Inspirado no universo dos vulcões Uzon foi um dos primeiros perfumes no portfólio da empresa de venda direta, constituída a cerca de um ano. Seu nome faz referência a uma caldeira vulcânica da península de Kamchatka – localizada na Rússia – que oferece o antagonismo entre o quente e o frio, num cenário de paisagens raras, inóspitas e singulares. A embalagem atual faz referência a esses vulcões. A versão original de Uzon (na foto menor em seu frasco original) tem a assinatura dos perfumistas, Bernard Ellena e Magali Lara, da casa de fragrância alemã Symrise. Eles desejavam criar um perfume quente e sensual. “Uzon traz a herança dos perfumes clássicos elegantes com uma roupagem dos anos 1980”, explica Claudia de Bem Oliveira Capellato, gerente de Desenvolvimento de Fragrâncias da Symrise. Célia Lima, gerente de Perfumaria da Jequiti explica que o briefing de Uzon tinha o desafio de traduzir a intensidade masculina e toda sua evolução, mas que ainda assim fosse uma criação atemporal, independentemente da evolução do seu público-alvo. “A criação deveria ser quente, sensual, sofisticada e multifacetada, levando em consideração

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esse contraste (quente e frio) que seria o ponto chave da fragrância”, comenta Magali. Suas notas de saída são cítricas: limão, lima, bergamota e folhas de bambu. Sálvia, gengibre e pimenta compõem as notas de corpo. O toque amadeirado é dado pelas notas de fundo, compostas por vetiver, couro e âmbar. Uma combinação elegante, criativa e verdadeiramente intensa. “O mundo das especiarias traduz de maneira única esse mistério com um toque de sensualidade, trazendo notas marcantes e surpreendentes....O calor necessário para a representação de um vulcão único. Por isso, escolhi a pimenta como especiaria quente e o gengibre como especiaria fria. Este contraste foi enriquecido com as notas elegantes e sensuais de madeiras (pau guaiaco, cedro da Virginia), e acordes de âmbar. Outro efeito interessante vem do couro e do vetiver que representam a essência da masculinidade”, esclarece a perfumista.

Características intensas

Uzon faz parte do portfólio de perfumaria Premium da Jequiti e está entre os mais vendidos da marca, que desde então já ganhou várias versões. “Uzon conquistou – estratégica e olfativamente –, seu espaço na grade de produtos. Estes vulcões estão presentes nas assinaturas de cada uma das sub marcas e nas fragrâncias que carregam o mesmo DNA olfativo. Cada criação tem a presença marcante e quente das madeiras e pimentas pretas. Uma linha moderna e inovadora que conta a história do homem que busca o desafio, o escapismo, a sensação de liberdade e aventura”, afirma Célia. Para Magali, o que também faz de Uzon um clássico, foi a inovação que o perfume troiuxe para o portfólio da marca. “A partir deste lançamento, surgiram outros perfumes, com combinações inusitadas de notas especiadas quentes e frias, em conjunto com acordes frescos e madeiras sensuais”, finaliza ela.

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Unlimited

Inspiration Inspiração é nossa fonte de criatividade. Na Symrise, valorizamos inspirações em todos os momentos da vida, em todo o mundo, nas tendências de hoje e amanhã. Em uma busca sem limites por novas ideias, inspirando o novo, inspiramos sempre mais. Symrise, always inspiring more ...

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