Revista Atualidade Cosmética 147

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Ano: 23/2016 • R$ 40,00

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categoria Há indícios de que pode ter chegado o momento de os redutores de medidas aumentarem sua participação

PAC2016

EXPECTATIVAS

Dias nebulosos devem prosseguir. E você, vai à luta ou apenas aguardará escondido esta fase passar?

Preparação da 24º edição foi iniciada com novidades para este ano. Confira!




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12.

mercado expectativas

32.

As projeções para 2016 não são boas. E os empreendedores precisarão escolher entre arregaçar as mangas ou se esconder.

Para explorar este atributo, canal deve atentar-se às diversas ferramentas digitais disponíveis, bem como ter a real noção da dimensão de seu negócio.

18.

mercado investimentos

36.

Os motivos para justificar a fraca atuação dos fundos de Private Equity no mercado brasileiro. Mas este jogo pode virar.

As movimentações da Bio Extratus para multiplicar sua capacidade de produção e gerar energia limpa e renovável para atender à empresa.

22.

38.

Após anos de desempenho ruim, redutores de medidas e anticelulite podem ganhar ânimo com uma maior conscientização dos consumidores, novas tecnologias e ativos.

Companhia cor-de-rosa segue com números expressivos e também mostra o que tem de melhor a oferecer para suas consultoras.

categoria tratamento corporal

26.

artigo mintel

Segundo consultoria, produtos para momentos específicos do dia, multifuncionais e novos formatos são oportunidades no mercado brasileiro de cosméticos para o corpo.

30.

prêmio atualidade cosmética

Preparativos para a 24ª edição já foram iniciados e, neste ano, premiação contará com uma novidade: mais duas categorias.

VAREJO Experiência de compra

NEGÓCIOS investimentos

NEGÓCIOS mary kay

40.

NEGÓCIOS gestão

Os frutos que a Cosmotec vem colhendo três anos após ter o controle adquirido pela companhia japonesa Sumitomo.

44.

ESPECIAL consultores do brasil

Conheça um pouco mais sobre os profissionais que estão à disposição do mercado, prontos a propagarem seus conhecimentos em diferentes áreas.

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EDITORIAL

Assinale sua alternativa

E

m meio a esses dias turbulentos vividos pelo País, coloquemos a palavra “crise” em seu devido lugar. Você já deve ter lido ou ouvido em diversos lugares que estas cinco letrinhas representam o sinônimo de um termo com bem mais letras: oportunidade. Sim, de fato esta fase pode sim significar uma chance de você melhorar ou até virar o jogo a favor de sua marca ou empresa. Porém, para isso, há um caminho a ser trilhado. É preciso preparo e uma boa organização é imprescindível. Nesta edição, traremos uma série fatos que devem contextualizar o cenário do mercado cosmético brasileiro neste conturbado 2016. E é claro que também não deixamos de indicar que não serão somente oportunidades que este período proporcionará. Como dissemos, crise é crise, e as companhias passão por sérias dificuldades durante ela. Umas mais do que outras, como poderá ser verificado na matéria sobre as expectativas para o ano, intitulada: “Para cansar a beleza”. Isso porque, 2016 tem tudo para ser um ano que irá desgastar inclusive este mercado, que por anos tem apresentado números expressivos, mas já deu sinais no ano passado de que, mesmo sendo um dos mais resistentes de nossa economia, também vem sendo atingido. Todo este cenário também tem freado alguns investimentos. Os fundos de Private Equity agem com uma devida atividade no mercado de beleza de outros países, mas, com o Brasil, eles parecem que se repelem feito lados positivos (ou negativos) de dois imãs. Não há dúvidas que esta participação poderia ser muito mais ativa por

fundador: José Luiz de Paula Jr. Publisher: Aûani Cusma de Paula

aqui, se levarmos em conta o tamanho e importância de nosso mercado. Entretanto, há explicações para justificar esta pouca incisão, e uma delas é o fato de esses fundos estarem sempre de olho em companhias que demonstrem organização nos mais diferentes âmbitos. Mas, mesmo tendo diversos exemplos negativos quanto a esta questão por aqui, há esperança de que esta realidade mude. Além disso, muitos fatores externos também deixado o meio empresarial brasileiro bem alerta. A começar pela balbúrdia política que o País vive, que, com os inúmeros casos de corrupção, tem tirado qualquer dose de confiança que ainda existia por parte dos empresários. Fora isso, custos de energia e dólar em elevação; altas cargas tributárias; e consumidores retraídos. São apenas mais alguns fatos que ajudam a construir um verdadeiro script de terror para aqueles que seguem na luta com suas empresas. Enfim, mesmo com tudo parecendo conspirar contra, ainda há formas de se enxergar luz no fim do túnel. Para quem deseja um impulso a fim de saber como proceder neste ano, inicie fazendo só mais uma escolha – diante de tantas que você já faz no seu dia a dia. Opte se você jogará no time daqueles que arregaçarão as mangas e irão á luta ou se será da equipe que decidirá ficar acuado dentro do seu próprio casco, esperando as intempéries passarem. Caso esteja pensando em qual alternativa assinalar ou já tenha feito, apenas lembre-se de que qualquer uma delas lhe trará consequências. A decisão sempre será sua. O que podemos reforçar é que há sim saída(s).

Boa leitura!

editor-assistente: RAFAEL mendonça (RAFAEL@cusmaneditora.com.br)

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Reportagem: LARISSA GUTIERRES (LARISSA@cusmaneditora.com.br)

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painel

Mais e mais digital nologias de wearable, como o My UV Skin Patch, da La Roche-Posay, um adesivo para a pele com um sensor que ajuda os consumidores a medir sua exposição à radiação UV. Quando se trata de marcas de nicho, a demanda por conteúdo digital nunca foi tão grande e acessível para os consumidores. Segundo a consultoria, estratégias de marcas de nicho se destacam por seu posicionamento mais experimental e orientado à história, que conseguem chegar a novos públicos e construir uma conversa de duas vias que aumentam o reconhecimento, criam engajamento e impulsionam as vendas. As marcas de nicho têm gerado grande interesse na indústria da beleza, tanto em termos de inovações e alvos de aquisição. A maioria dos grandes jogadores comprou recentemente marcas de nicho com foco em alguma especialidade. Para a Euromontor essa tendência deve continuar. “O crescente interesse em marcas de nicho é fortemente baseado nas estratégias digitais de sucesso das marcas. Essa é uma oportunidade que os players da indústria precisam explorar”, diz a analista Ildiko Szalai.

De gigantes do universo da beleza, como L’Oréal e Sephora, até marcas jovens e inovadoras como a NYX e a Yenzah, a importância das inciativas digitais cresce rapidamente. Uma pesquisa da consultoria britânica Euromonitor mostra que na categoria de maquiagem, por exemplo, comentários e análises de produtos em fóruns online e postagem de blogs especializados influenciam tanto quanto anúncios na TV. Nas categorias de pele, a influência dos canais digitais também se aproxima do impacto gerado pela mídia televisiva. Em 2016, a Euromonitor identificou duas áreaschaves para os investimentos digitais da área de beleza: a mudança em direção a uma visão de beleza mais personalizada e orientada para a saúde e o crescente impacto das marcas de nicho. Existe a expectativa de que os aplicativos tragam inovações mais alinhadas com a tendência de beleza saudável. Monitores de pele que analisam e fazem recomendações – tanto baseados em diagnósticos, como em questionários e análises de estilo de vida – estão na vanguarda desse movimento. Os avanços digitais também chegam ao mundo da beleza com as tec-

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painel

Remando contra a maré Mesmo com crise, o Brasil continua sendo um mercado de mais de 200 milhões de pessoas, metade delas mulheres e, em sua maioria, ávidas consumidoras de cosméticos. Para quem pensa no curto prazo, os desafios políticos e econômicos atuais não permitem enxergar o País como um bom negócio. Já para quem pensa em atuar no mercado brasileiro de maneira estratégica, o momento pode ser perfeito. Parece ser o caso da varejista norte-americana Sally Beauty Holdings, uma das maiores redes especializadas do mundo, com vendas de US$ 3,8 bilhões, 27.500 funcionários e mais de 4.800 lojas das bandeiras Sally Beauty e BSG (atacadista dedicado ao atendimento a varejistas e salões de beleza), distribuídas por 13 países da América da Norte, Europa e América do Sul. A empresa inaugurou, em meados do ano passado, um escritório no Brasil. A operação local tem a executiva Célia Mendonça, ex-chefe da operação de varejo da Sephora no País, como presidente. A varejista tem prospectado várias redes de lojas especializadas para marcar a entrada no País, mas sem sucesso. A negociação mais avançada neste momento é com a rede cearense Cosbel, que conta com 17 lojas em Fortaleza (CE). Procurada, a varejista cearense diz que não comenta sobre eventuais negociações. Mas, com ou sem aquisição, a Sally está decidida a fincar os dois pés no Brasil, e pode iniciar o negócio da bandeira Sally Beauty por aqui com a abertura de suas próprias lojas. As lojas da Sally têm, em média 150 metros quadrados, mais de 50% do negócio focado nas categorias de cabelos e forte apelo profissional – público que responde por um quarto das compras na bandeira. A rede chegou ao Chile no final dos anos 2000 e já conta com 40 lojas no país andino. A rede também mantém sete lojas no Peru e uma na Colômbia, onde aterrisou recentemente. A empresa acredita que os três países somados tenham potencial para 135 lojas. Durante a conferência de resultados do seu primeiro trimestre fiscal, o CEO da empresa Christian Brickman disse que os investimentos na América do Sul são importantes e vão gerar bons resultados para a empresa no longo prazo. A empresa reservou US$ 16 milhões para investir em desenvolvimento de negócios, incluindo iniciativas na América do Sul.

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mercado Expectativas

Para cansar a beleza 2016 já começou com projeções para lá de pessimistas e com perspectivas nada animadoras para a economia do País. Em um cenário cinzento, caberá aos empreendedores optarem entre irem à luta ou ficarem escondidos, esperando >>> Rafael Mendonça a crise passar

S

e 2015 mostrou algo, é que nem o setor de beleza, historicamente um dos mais resistentes da economia, é imune a crises. As vendas do setor fecharem o ano com queda real de 6%, de acordo com a Abihpec, responsável pelo levantamento. A justificativa da entidade é que a alta carga tributária, o cenário político econômico instável, a crise hídrica que se refletiram na mudança de hábitos do consumidor, foram determinantes para o mau desempenho. Com a queda do faturamento, o nível de emprego nas indústrias do setor também sofreu queda, de 2%, contra um incremento de 2,2% em 2014. E as estimativas da Abihpec para este ano também não são otimistas. A palavra “crise”, por sinal, passou a fazer parte com maior frequência do dia a dia da grande maioria dos empresários brasileiros, dando margem para uma grande onda de pessimismo em inúmeras áreas. A baixa no faturamento faz com que as empresas promocionem mais o seu portfólio de produtos, já que o bolso do consumidor está esvaziado. A queda na confiança desse consumidor pode ser sentida na diminuição do fluxo de pessoas nas lo-

jas. De acordo com dados da Virtual Gate, empresa especializada no monitoramento de tráfego de pessoas no varejo, 2015 registrou redução de 6,8% no fluxo de pessoas entrando em lojas físicas de varejo se comparado a 2014. O último trimestre do ano passado registrou queda de 7,4% em comparação com o último trimestre de 2014. “Após registrar a primeira retração em mais de uma década no ano passado, o varejo pode ter um desempenho até pior em 2016, impactando negativamente todo o setor industrial. Projeções apontam para retração entre 2% a 5,7% no varejo restrito (que exclui os varejos automobilístico e de materiais de construção), incluso o setor de cosméticos, que em outras crises quase não foi afetado”, situa o economista Fernando Pinho, da Propsering Consultoria. Isso significa que na prática, o setor comercial vai continuar fechando lojas e demitindo funcionários neste ano, visando o ajuste à realidade conjuntural. “Só em 2015, 95.400 lojas foram fechadas no País e 180 mil postos de trabalho foram eliminados no comércio (líquido dos postos criados). Para a Confederação Nacional do Comércio, mais de 200 mil empregos devem ser eliminados em 2016”, prevê Pinho.

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Na outra ponta, as empresas (assim como os consumidores) têm de lidar com os custos nas alturas da energia e dos insumos atrelados ao dólar. Fora isso, a dura realidade tributária do País continua distribuindo golpes pesados nas bocas de estômago das empresas.

Crise em diferentes gradações É preciso sempre relativizar o ditado popular de que crise é sinônimo de oportunidade. Afinal, crise é crise e, durante ela, as empresas e pessoas enfrentam graves problemas e dificuldades. É sempre mais fácil trabalhar em tempos de bonança. Mas, quando não existe alternativa, o jeito é caçar as oportunidades e aproveitá-las. Para pequenas empresas que tiverem uma boa estrutura – mesmo que pequena


loja da quem disse, berenice? em tempos de bonança: hoje tem sido cada vez mais difícil atrair consumidores para dentro do ponto de venda. – pode sim ser um momento para crescer, com elas ocupando espaços ainda não explorados e nichos que não interessam aos players maiores. Isso se enquadra com a realidade do mercado de beleza, em que há milhares nesta condição. Se fizerem a lição de casa de maneira correta, podem ganhar campo. Além disso, esses pequenos empresários muitas vezes podem ousar, usando a critividade e a agilidade, a fim de ocupar mais espaços. Pelo lado das grandes empresas, quase todos os principais atores do mercado realizaram bons investimentos aos longo dos últimos anos de “bonança” do setor, especialmente em termos de infraestrutura. Claro que, num momento como esse, em que o mercado não cresce, joga-se rouba-monte, em que um tenta roubar market share do outro. Mas mesmo quem perder

nesse jogo tem condições de atravessar esse ciclo negativo com relativa segurança, e chegar em boas condições para o próximo ciclo de crescimento que virá em algum momento. Entre essas duas realidades, são justamente as companhias médias que tendem a sofrer mais durante 2016. Grande parte das empresas que estão nesta condição não tem clareza do espaço que vão ocupar e, por não serem tão pequenos, não atuam em nichos específicos. Algumas delas até possuem um bom produto em seu portfólio, mas não têm condições de concorrer de igual para igual com um “grande”, por exemplo. Fora isso, vivem dilemas estratégicos com certa frequência, como por exemplo, se ampliam uma linha, se constroem uma fábrica, etc. Todas essas dúvidas costumam ser ainda mais cruéis nesta

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fase e isso faz com que qualquer empresário fique de mãos atadas durante esses períodos. Em meio a essa feia realidade, será a postura adotada por cada empresa, mais do que nunca, que vai determinar o impacto que a crise vai ter sobre elas. Quem simplesmente se esconder da crise e ficar esperando ela passar, além de perder espaço durante a crise vai entrar no período de bonança fora de ritmo e, talvez, sem condições de acompanhar concorrentes que já vêm no embalo. Já as empresas que encararem a crise com inteligência – não dá para negar que ela existe ou que é uma marolinha – e investirem para se fortalecer e ganhar espaços, serão provavelmente vencedoras quando a tempestade passar e o arco-íris se apresentar para o mercado de beleza no Brasil. Cabe a você escolher.


mercado Expectativas

Pontos de atenção Fatos e expectativas para o mercado cosmético brasileiro em 2016 Construindo canais alternativos Já são muitos os exemplos de companhias que buscam aventurar-se em diferentes canais do seu de origem. O Boticário investindo boas cifras em sua marca de venda direta Eudora; outras do porta a porta indo em busca do varejo e fortalecendo-se no e-ecommerce; players de distribuição seletiva visando espaços que o varejo não explora tanto, como os quiosques. Ou seja, todos estão procurando meios de estarem em diversos canais e isso deve prosseguir em 2016. A maior rede de franquias do Brasil tem adotado também uma postura nos últimos meses voltada para as promoções. A marca estava oferecendo desde o final do ano descontos de até 50% em suas linhas de maquiagem e cuidados pessoais. Durante o mês de novembro, estes descontos chegaram até 70%, para aproveitar o período de Black Friday. A rede também tem trazido personagens famosos para divulgar seus produtos, algo que não fazia já há algum tempo. Estas ações podem significar uma tentativa de O Boticário estar ainda mais perto de suas consumidoras nestes tempos difíceis. Ainda mais agora em que elas estão realizando a tal racionalização do consumo, mas, de certa forma, não estão deixando de consumir. Já a Natura procurou dar um passo em busca de diversidade. Em setembro, a companhia de venda direta deu início a um projeto piloto em quase 30 farmácias Droga Raia e Drogasil, onde colocou à venda produtos de sua linha Sou. Trata-se de uma grande ação para o mercado, já que, mesmo ela acontecendo em lojas de uma região restrita do estado de São Paulo (nas

cidades de Valinhos, Vinhedo e Campinas), ela pode ser o começo de uma grande movimentação da empresa entrando de vez no varejo multimarca. Então, é bem possível que 2016 reserve novas experiências da gigante da venda direta em outro(s) canal(s), alcançado mais regiões e também expondo uma maior variedade de produtos. Além disso, a Natura também conta com o Projeto Vitrine, que visa explorar os pontos de venda que são utilizados por seus principais consultores.

Coty mostra os músculos Com a incorporação da unidade de beleza da Hypermarcas, a norte-americana Coty ganhou, finalmente, musculatura para brigar por um lugar ao Sol no mercado Brasileiro. Ainda na expectativa do fechamento do negócio com a P&G que vai lhe agregar 41 marcas, a Coty – que antes operava por meio de uma joint-venture com a importadora Frajo, de Campinas (SP) – incorporou uma base comercial e industrial suficientemente robusta no País para servir de plataforma para a gestão e o crescimento da empresa por aqui. Tão logo integre os dois negócios, a Coty vai figurar entre as dez maiores operações de beleza do País, com uma receita combinada estimada em R$ 1,5 bilhão, e forte presença no varejo em categorias como coloração, esmaltes e desodorantes. A grande expectativa é ver os primeiros sinais de como a estrutura da Hypermarcas será incorporada à Coty no Brasil e, como ficará a liderança da empresa por aqui.

Insaciável Os governos federal, estaduais e municipais estão com o caixa às mínguas e desesperados em busca de dinheiro. E, embora venham anunciando cortes pontuais, a verdade é que quase todos eles olham para os bolsos alheios, em busca de mais uns trocados para manterem as estruturas perdulárias do Estado brasileiro. Depois do impacto da mudança de regime de cobrança do IPI pelo governo federal, são esperados para este ano novos aumentos de ICMS, por diversos governos estaduais. Será preciso ficar atento e fazer contas, porque produzir e vender para alguns estados pode se transformar em algo inviável

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Cadeia do sofrimento Em tempos de crise, com a necessidade de presevar o caixa, a cadeia de abastecimento é sempre a primeira a sofrer. Seja pela natural queda no volume de pedidos, ou mesmo pelo aumento da inadimplência, aliado ao expressivo aumento de custos com energia e transporte, as empresas fornecedoras de embalagem já estão sofrendo muito. As companhias de matérias-primas, que costumam ser mais resilientes, também sofrem com a queda do volume de negócios, nesse caso, parcialmente compensado pelo repasse do câmbio mais alto pra os clientes, já que os custos são dolarizados. Mas o cenário não é bom para ninguém. Diante de toda esta realidade, a cadeia cosmética precisa tomar cuidado para não “estressar” sua cadeia, para não afetar os poucos negócios que ainda estão em andamento.

Avon Brasil mais independente Após vender 80% da sua deficitária e problemática operação da América do Norte para o fundo Cerberus Capital Management, o comando da Avon pode se dedicar integralmente às operações nos mercados emergentes, como o Brasil, o maior mercado da empresa e que ganha agora importância ainda mais vital para o futuro da Avon. Com isso, é possível vislumbrar mais independência e recursos para a operação da Avon Brasil, tanto no que diz respeito aos investimentos em novos produtos e estratégias e modelos customizados para a atual realidade local como, no médio prazo, também em infraestrutura produtiva. Apesar de ser a maior da empresa em todo o mundo, a fábrica da Avon, em Interlagos, já tem cerca de 50 anos de vida.

Caixa forte Em tempos de crise, com crédito limitado, manter o caixa da empresa em um nível saudável é uma questão que costuma tirar o sono de empresários e executivos. A gestão do fluxo de caixa é fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa e, com vendas menores, esse é um ponto que deve pressionar a indústria cosmética, em especial as empresas de médio porte. Estes players ainda estão lidando com o aumento de inadimplência, a queda de receita e aumento nos custos de produção. Além disso, muitas dessas empresas cresceram de maneira acelerada (e desorganizada) nos últimos anos, o que costuma consumir altas doses de caixa. Agora, em um patamar mais elevado de faturamento e sem acesso a fontes de capital de custo razoável, essas empresas podem entrar em uma espiral perigosa que pode afetar a rentabilidade da empresa ou, em última instância deixá-la sem recursos para as operações do dia a dia, o que pode culminar em um final trágico. É bem provável que vejamos muitas empresas de médio enquadradas dentro desta realidade neste ano.

Olho no e-commerce Embora sua participação nas vendas de beleza ainda não alcance os 2%, de acordo com dados da Euromonitor, o e-commerce apresenta um crescimento expressivo e com tendência de abocanhar fatias maiores rapidamente. Para qualquer empresa atuar no mercado, é imprescindível usufruir do comércio eletrônico. Entretanto, uma Emenda Constitucional (87/2015) acordada com o Conselho de Secretários de Fazenda, entrou em vigor no primeiro dia do ano e trouxe muita dor de cabeça para quem atua com e-commerce. A nova legislação obriga às empresas a desmembrarem o imposto entre os estados de origem e de destino, cabendo às empresas cuidar do tramite. Isso trouxe impactos relevantes para todos que operam no canal. No mercado de beleza, o comércio eletrônico tem hoje um papel fundamental para todos os canais. Mas, para alguns segmentos específicos, como o de distribuição seletiva, ou mesmo para pequenas e jovens empresas locais, ele é essencial. Ainda em fevereiro, a emenda foi derrubada graças a uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal, trazendo alívio momentâneo para todos os setores. Mas a decisão sobre o mérito da questão ainda precisará ser tomada pela corte.

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mercado Expectativas

Pontos de atenção Gringos “go home” Por alguns anos entre o final da década passada e o início desta, o Brasil tornou-se o centro das atenções do mercado global de beleza. Estar aqui era imperioso para o crescimento futuro de qualquer empresa de cosméticos. E muitas marcas internacionais – algumas mais estruturadas e outras nem tanto – realmente vieram, mesmo com o País “custando caro”. O investimento pesado se justificava pelo tamanho do mercado e por seu potencial de cresicmento que nos parecia infinito naquele momento. Embora algumas tenham conseguido aproveitar uma parte da bonança, desde 2014 que o mercado brasileiro dá sinais de problemas, algo que se mostrou evidente em 2015 e que já fica claro também para 2016. Sendo assim, o Eldorado acabou para muitas dessas marcas que se arriscaram por aqui pensando em ter sucesso rápido, sem ter em mente a montanha russa que é a economia brasileira. Alguns nomes já foram e outros devem encerrar suas operações por aqui. Mas, na contramão desta tendência, para as empresas internacionais com visão de longuíssimo prazo e disposição para entender o Brasil, este pode ser o melhor momento para investir aqui. O País está ficando “mais barato” em tudo, do valor das empresas, aos aluguéis pagos pelas lojas aos shoppings.

Olhar de longo prazo Apesar de olharmos constantemente para o curto prazo (existem razões para isso, é verdade), o Brasil é um país que demanda um olhar de longo prazo. O sonho mais recente, de que estávamos nos transformando em uma nação rica, está cada vez mais distante e, parece que vamos voltar aos nossos vôos de galinha, com o qual não conseguimos sustentar o crescimento por períodos mais longos. Ainda assim, a “galinha brasileira”, não desiste de voar. E sempre que se lança em uma nova tentativa, o mercado responde rapidamente, pegando os desavisados de surpresa. Em resumo, o Brasil e o mercado de beleza brasileiro, sempre serão bons investimentos em algum momento. E quando esses bons momentos chegarem (e eles costumam chegar repetinamente), só ganha quem está pronto para responder imediatamente à demanda.

Avaliando o portfólio Mais do que nunca, é hora de olhar para o mix de produtos e ter a certeza da necessidade de cada um dos itens que o compõe: qual o seu papel e o que ele agrega à marca e à empresa. Nesse momento, a maior parte das empresas concentra esforços nos produtos que geram mais margem. Numa indústria que, como se diz, é movida a lançamentos, é bem provável que existam itens que operem com margem negativa sem que a empresa saiba. Em tempos de dinheiro farto, isso podia até passar despercebido em meio ao crecimento das vendas. Mas, quando as torneiras se fecham, isso é insustentável e imperdoável. E o que vale para a indústria também se aplica ao varejo. Pegue o exemplo dos produtos dermocosméticos na farmácia. Com o boom vivido nos últimos anos, as redes incorporaram novas marcas tornando o mix da categoria imenso, mas não adianta ter 30 marcas na prateleira, sendo que metade delas não traz retorno algum, nem de visitação médica.

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Em busca das oportunidades perdidas Com o câmbio orbitando na faixa dos R$ 4,00, muitas empresas avaliam ser esse o momento de olhar para fora. Os mercados internacionais poderiam ser um foco para as empresas brasileiras. Mas ainda somos um país muito voltado para o mercado interno. As companhias daqui nunca encararam a sua internacionalização como algo estratégico para o futuro. A maior parte das que vendem para fora, limitam-se a exportar containers, o que é muito diferente do que construir uma marca, um canal, um negócio internacional. Além disso, os “exportadores” ficam sempre a mercê do câmbio. Agora, surge uma nova oportunidade, com o mercado interno comprimido e um câmbio muito favorável, as empresas têm mais uma chance para pensar seriamente em construir seus negócios além das nossas fronteiras de maneira sistemática e consistente. O melhor exemplo de como isso, no longo prazo, pode ser um diferencial fundamental para a saúde de uma empresa é a Natura, que perde espaço no mercado brasileiro há algum tempo, mas, mesmo assim, segue apresentando um crescimento considerável, fortemente sustentado pelo mercado internacional.



mercado Investimentos

Encanto distante

Os fundos de Private Equity ainda não se encataram com o mercado brasileiro de beleza. Muitas são as justificativas, mas há esperança de que o jogo possa virar >>> Rafael Mendonça

E

les nem sempre são vistos com bons olhos pelos empresários brasileiros, pouco acostumados a abrir as “entranhas” das empresas que fundaram (e ainda comandam) a um bando de jovens supostamente “metidos a besta”. Mas, os fundos de Private Equity são agentes poderosos de mudanças, em geral positivas, nas empresas nas quais escolhem para investir. O mercado de cosméticos é repleto de grandes casos de sucesso – empresas que por décadas cresceram, viraram referência nos segmentos em que atuam e deixaram seu legado na indústria. Mas, por mais bem sucedidas que sejam, quase sempre é necessário contar com um suporte, uma ajuda extra, para avançar consistentemente a partir de um determinado ponto e as capacidades que um Private Equity podem aportar, seriam muito proveitosas. É fundamental que as empresas entendam esse propósito, para que a indústria de Private Equity se desenvolva no Brasil. Estes fundos desempenham um papel central na economia dos países, em especial dos desenvolvidos e mais amigáveis ao investimento local e estrangeiro. Em linhas bastante gerais, os fundos captam um determinado volume de recursos com investidores por meio da venda de cotas de participação. Com os recursos em mãos, os gestores saem à caça de boas oportunidades, como empresas que operam em mercados com grande potencial de crescimento, ou que geram um bom nível de rentabilidade, por exemplo. A escolha geralmente é precedida por estudos minuciosos dos mercados considerados alvos pelos gestores, que costumam montar verdadeiras teses antes

kate somerville, fundadora da marca criada em seu nome: primeiro ela vendeu uma participação de sua empresa para um fundo de investimentos, e depois, para a Unilever.

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de decidir se vale a pena correr atrás de alvos de um determinado segmento da economia.

Lições a ensinar A quase totalidade dos fundos entra no negócio com prazo de saída – o período padrão costuma ir de três até sete anos. Ao deixar o investimento eles querem, naturalmente, que o valor aplicado na empresa seja multiplicado em algumas vezes. A forma como fazer esse investimento multiplicar costuma ser um dos pontos de problemas no relacionamento, especialmente em casos de fundo que trabalham com prazos mais curtos. Nesses casos, a ordem costuma ser: espremer custos, aumentar a responsabilidade e vender o negócio pelo número máximo de múltiplos, possível, sem necessariamente se preocupar com elementos como inovação, pessoas e a própria sustentabilidade do negócio a longo prazo. Aliás, é comum que as pessoas acreditem que os fundos olhem principalmente para empresas quebradas ou profundamente endividadas, que com um pouco de recursos e sangue novo podem rapidamente se recuperar e, depois de algum tempo, serem vendidas com um lucro substancial. Mas essa não costuma ser a regra para a maioria dos fundos em operação. Não que fundos que lidem com esse tipo de negócios não existam (o Cerberus, fundo que comprou uma fatia de 80% na operação da Avon na América do Norte, é especialista nesse tipo de transação). Mas eles são menos representativos no mercado do que o senso comum da população leva a crer. É verdade que eles contribuem em um aspecto fundamental e que não costuma estar presente entre as companhias cosméticas de médio porte do Brasil: uma boa gestão, especialmente financeira. Mas, em geral, os gestores preferem investir em uma empresa que já seja bem administrada e, que possa, a partir do investimento realizado, entrar em uma rota de crescimento forte. O potencial desse tipo de sociedade em empresas que já possuem boas operações é gigantesco. São fundos que atuam não apenas como um financiador em busca de retorno futuro, mas sim como

marcos olmos, da capital markets: situação econômica e questões estruturais estão mantendo os investidores em modo de espera no momento no País, mas ainda haverá condição oportuna para investir.

um sócio de fato, que busca eliminar as fraquezas, desenvolver as fortalezas da empresa e perseguir, lado a lado aos outros acionistas, uma construção de valor. Em empresas bem administradas, esse processo é bem mais fácil, rápido e seguro. Afinal, não é preciso perder tempo colocando todos os pilares da cada no lugar. “Fundos que focam em crescimento, como a NEO Investimentos, buscam justamente a empresa operacionalmente eficiente e aportam qualidades complementares, como uma forte governança, visão estratégica, gestão por resultado e seleção de equipes”, diz Marcos Pereira, analista de investimentos do fundo de Private Equity, que detém participação em empresas como a Livraria Cultura, de varejo e a Marelli, de móveis corporativos.

Movimentações recentes Um relatório da Intrepid Investment Bankers, um banco de investimentos especializado, sinaliza um mercado de Fusões e Aquisições aquecido no segmento de Beleza. De acordo com o estudo, 85 negociações foram realizadas no setor na última temporada, sendo 21 delas apenas no último trimestre de 2015. Estes números representaram um crescimento de 37% em relação a todo o ano de 2014. Em termos de volume, a

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maior parte das operações envolveu um fundo de Private Equity, que se ocupam de negócios com empresas de pequeno e médio porte. Apenas o Intrepid se envolveu em sete negócios fechados no decorrer do ano passado. O banco avalia que, mesmo com um cenário macroeconômico global com incertezas, todos os aspectos principais estão alinhados para que 2016 seja outro ano excepcional em termos de transações envolvendo o mercado de beleza. Sendo o mercado de beleza brasileiro o terceiro maior do mundo e, apresentando um histórico de forte crescimento ao longo dos últimos 20 anos, seria de se esperar uma atuação bastante ativa desses fundos de investimentos, no setor por aqui certo? A resposta, ao menos até aqui, é não. Mesmo nos anos mais gloriosos da indústria de beleza no Brasil, quando o mundo inteiro queria fincar os pés por aqui, os fundos – tanto estrangeiros como os locais – pouco atuaram. Por e-mail, o Intrepid disse que não enxerga grandes perspectivas de negócios nesse setor no Brasil. Um dos poucos negócios realizados entre empresas locais e fundos de private equity foi a venda de uma fatia de 30% da Cless Cosméticos, em março de 2014, para a One Equity Partners, fundo de investimento controlado pelo ban-


mercado Investimentos co norte-americano JP Morgan. Mas a empresa de Luiz Piccoli sempre se notabilizou pela gestão e governança impecável, a ponto de ter seus balanços auditados por uma grande companhia de auditoria desde os quatro anos de vida. “Poucas vezes tivemos oportunidade de investir em uma companhia com um nível tão elevado de organização, estratégia e transparência. Nossa intenção é formar uma parceria de longo prazo e ajudar a acelerar o seu crescimento”, diz Carlo Padovano, sócio da OEP no Brasil. Casos como o da Cless são uma exceção.

Nem tão grande, nem tão pequena O dinheiro para investir até existe. No início desta década, na euforia da economia brasileira, novos fundos foram captados no Brasil. Mesmo assim, atualmente, a realidade brasileira ainda está muito distante de países desenvolvidos. Dados da Abvcap (Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity) e da auditoria KPMG mostram que a indústria brasileira de capital de risco possui cerca de R$ 100 bilhões de capital para investimento. O que realmente trava a participação de fundos de investimento locais e estrangeiros no mercado de beleza é que não é fácil encontrar empresas no Brasil que se enquadrem no que os fundos buscam. O primeiro impeditivo é conhecido de todos: a dificuldade de operar um negócio no Brasil. A complexa e confusa legislação tributária, as constantes e bruscas mudanças de regras em temas dos mais simples aos mais relevantes, o alto custo e a baixa disponibilidade de capital, as deficiências de infraestrutura e a pouca abertura comercial são sérios problemas para quem nasceu aqui, mas, para quem enxerga de fora (e tem de garantir o retorno do investimento com um nível de risco controlado para seus cotistas) é uma situação que beira o surrealismo. É preciso muito conhecimento, sangue frio e visão de longo prazo para encarar a situação. E a verdade é que outros países oferecem uma equação de potencial de crescimento versus risco mais segura do que o Brasil. Mas, existem outros aspectos que funcionam como barreiras à entrada dos

raro exemplo: por conta de sua gestão e governança exemplares, a Cless recebeu investimentos de um fundo de Private Equity em 2014.

fundos na indústria cosmética, mesmo aqueles de origem brasileira. Tratam-se das características da indústria de beleza por aqui. “É uma área muito fragmentada, com muitas empresas pequenas e grandes companhias multinacionais”, resume Carlos Asciutti, sócio de transações corporativas da empresa de auditoria e consultoria Ernst & Young. Existe um gap no mercado de empresas brasileiras do setor com faturamento na faixa entre R$ 120 milhões e R$ 300 milhões, um patamar considerado ideal para os fundos se interessarem. Nos poucos alvos que se enquadram nesse patamar, a competição costuma acontecer não apenas entre os fundos, mas também com os chamados compradores estratégicos, outras companhias de cosméticos. No caso do Brasil, o compradores estratégicos costumam ser os grandes grupos multinacionais, como L´Oréal e Coty, duas empresas que mantém estratégias de crescimento também por meio de aquisições. Marcos Olmos, gestor de Fundos de Private Equity e Venture Ca-

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pital da CM Capital Markets situa que as operações que têm ocorrido nesse sentido no mercado de beleza são tipicamente de marcas que se destacam, crescem e acabam sendo adquiridas por alguma multinacional ou por outra empresa local de maior porte, que tipicamente tem capacidade própria ou acesso ao mercado de capitais para realizar a operação. Como a própria denominação se explica, essas empresas não compram as marcas locais pensando em revendê-las, mas sim que elas ocupem um espaço no portfólio. O olhar nesses casos costuma ter um horizonte de tempo bem maior e a compra da totalidade do negócio. Mesmo com a participação recente desses grandes atores no Brasil, a participação do terceiro maior mercado de beleza no mundo no mapa das operações de aquisição e fusão de empresas do setor é baixíssima. E isso torna também o mercado menos atrativo para os fundos, já que as saídas mais comuns dos fundos que investem no mercado de beleza costuma ser, justamente, a venda para compradores estratégicos, que têm nas aquisições uma estratégia de crescimento, mas que não conseguem administrar negócios que faturem menos de US$ 50 milhões, US$ 60 milhões (na faixa de R$ 200 milhões ao ano pelo câmbio atual). Fica difícil para os fundos realizarem investimentos em empresas abaixo desse patamar, pela dificuldade em obter uma escala significativa a tempo de sair do negócio. Essas empresas estariam mais posicionadas para o investimento de Venture Capital – um outro tipo de fundo, indicado para as PMEs que até já possuem um faturamento expressivo, mas que ainda necessitam de um salto de crescimento. “Em alguns casos, há oportunidade para empresas globais de Private Equity participarem dessas grandes empresas, mas essas oportunidades são pontuais. Novamente falando da parcela pulverizada do mercado, em que naturalmente haveria mais oportunidades para Private Equity, penso que uma das principais dificuldades é encontrar ativos interessantes numa escala que faça sentido para o portfólio”, descreve Marcos Olmos. Outro fator que não contribui para um maior apetite é o pouco desenvol-


vimento de canais de distribuição especializados ou alternativos, que proporcionem um bom espaço de crescimento para empresas menores e que ofereçam propostas de valor diferenciadas ou atuação mais nichada. Globalmente, um dos drivers mais importantes para a compra de empresas cosméticos tem sido a atuação em canais alternativos, mas de rápido crescimento, como o e-commerce, canais de varejo televisivo e lojas especializadas. Companhias como Estée Lauder, LVMH, Unilever e a própria L´Oréal têm investido em empresas que operem com força nesses novos canais e, também, com um posicionamento premium, sem serem necessariamente atores do segmento tradicional de produtos de beleza de luxo. Ainda existe grande espaço para esse mercado de beleza se sofisticar. “Em mercados maduros, grandes empresas se desenvolveram em nichos ainda pouco explorados no Brasil, com modelos de negócio muito diferenciados e gestão de canais altamente sofisticada. Para atingir esse patamar de sofisticação e enfrentar as novas dinâmicas, é natural que empresas brasileiras busquem por novas competências de gestão, governança e planejamento estratégico. Acreditamos que, frente a esse cenário de mudança, a participação de fundos de Private Equity no mercado de beleza brasileiro cresça nos próximos anos”, vislumbra Gabriel Sendacz, também analista na Neo Investimentos.

Boas perspectivas Se, até aqui, não foi possível um casamento entre as indústrias de Private Equity e Beleza, a expectativa é que cada vez mais, atores de ambos os lados possam começar a tatear um relacionamento mais próximo num futuro não muito distante. Uma das que acredita no potencial do Private Equity no Brasil é a Neo Investimentos. “Os exemplos de temos dentro de casa comprovam o valor de uma boa parceria entre um sócio empresário, com vasta experiência do mercado em que atua, e um Private Equity, aportando as melhores práticas de gestão, governança e auxiliando a criar uma visão objetiva de criação de valor.

No resto do mundo, um caldeirão de bons negócios Se a movimentação de fundos de investimentos no Brasil é lenta, o mesmo não pode se dizer de outros mercados. Grupos de Private Equity seguem bem ativos no mercado de beleza internacional. Um dos exemplos foi a americana Lorac Cosméticos, que recebeu investimentos da Encore Consumer Capital; outro fundo que investiu no mercado norte-americano foi a Tengram Capital Partners, que aplicou fundos na Cos Bar, varejista que opera 14 lojas e comercializa produtos premiuns; já a Alliance Consumer Growth fez um significante investimento de capital de crescimento minoritário na marca canadense de maquiagem NUDESTIX. Por fim, com o intuito de melhorar a estrutura de custos e ganhar flexibilidade financeira para sustentar a expansão em mercados internacionais, a Avon América do Norte (Estados Unidos, Canadá e Porto Rico) vendeu 80% de seu negócio para o fundo de PE Cerberus Capital Management. No investimento, fechado em US$ 605 milhões, o fundo ficou com uma fatia de 16,6% da companhia, além de ter três assentos no conselho de administração.

Essa união não só acelera a valorização de uma empresa, mas a leva para um novo patamar de profissionalização e fortalece o legado empresarial”, considera Gabriel Sendacz, que acredita haver também outros fundos de investimento que estão observando o mercado brasileiro de perto por acreditarem em seu potencial. “Apesar do tamanho do mercado cosmético, as dinâmicas e práticas desse segmento no Brasil tendem a se reinventar, os modelos de negócio que mais cresceram no passado já estão saturados e perdendo relevância. Frente a essas mudanças e nível de oportunidade, acreditamos que uma parceria com um sócio financeiro com atuação estratégica ativa, como é um Private Equity, é benéfica”, reforça Marcos Pereira. Enquanto isso, Marcos Olmos crê que ainda haverá um momento oportuno, com condições econômicas favoráveis, para se realizar este tipo de investimento. Desta maneira, haveria um movimento de consolidação no mercado e tornaria os veículos de investimento de PE um caminho natural a ser seguido. “Entendo que a situação econômica atual e algumas questões estruturais estão

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mantendo os investidores em modo de espera, portanto, enquanto o cenário não tiver uma mudança significativa, creio que não haverá grandes avanços nesse mercado, exceto em caso de oportunidades pontuais que aparecem em momentos como este”, opina. O gestor reitera que as etapas posteriores da evolução de uma empresa em fase inicial de crescimento e desenvolvimento requerem tipicamente investimentos em montantes que nem sempre os empreendedores conseguem levantar ou que não são gerados pela escala da operação naquele momento. Na visão dele, nessa hora, dentro de determinadas condições, pode ser interessante a entrada de investidores via Venture Capital ou Private Equity, ainda mais diante das restritas opções de crédito que existem para esse tipo de empresário. “Desta forma, acredito que essas modalidades de investimento poderão ajudar significativamente no desenvolvimento do Brasil, em especial do empreendedor e empresários de pequeno e médio porte – que constituem uma parte significativa do mercado de beleza e cosméticos”, complementa.


categoria Tratamento Corporal

Agarrando chances Redutores de medidas e anticelulite Vêm patinando no mercado brasileiro. Mas, uma maior conscientização dos consumidores aliado a novas tecnologias e ativos, podem injetar ânimo nessa categoria >>> Larissa Gutierres

E

m coletivas de imprensa e apresentações para jornalistas de itens relacionados aos cuidados com a pele do corpo, ao falar das oportunidades e do potencial da categoria, as marcas costumam repetir um mantra: como o Brasil é um país tropical, com Sol o ano inteiro e com um extenso litoral, as pessoas naturalmente expõem mais os seus corpos. Pode até ser verdade, mas até aqui, parece que não combinaram com os russos, ou melhor, com as brasileiras. Segundo dados da Euromonitor, empresa de pesquisa de dados e tendências, o Brasil experimentou crescimento de 76,4% nas vendas de produtos para a pele do corpo entre 2009 e 2014. Já a subcategoria de produtos firmadores/anticelulite – a mais relevante quando o assunto é tratamento corporal – não viu o mesmo movimento. Pelo contrário, no mesmo período, as vendas ao consumidor andaram de lado, de R$ 314 milhões para R$ 317,8 milhões em 2014. Um crescimento de mero 1%. O fraco desempenho obtido até aqui está relacionado com a disponibilidade e, principalmente, a qualidade do que era oferecida às consumidoras daqui. Era difícil achar itens para tratamento de gordura localizada e da lipodistrofia genóide – o termo científico para a velha celulite – que realmente tivessem resultados. Com formulações e tecnologias menos sofisticadas,

muitas vezes os ativos não conseguiam atingir a profundidade do tecido adiposo, que concentra a gordura, para atuar no ponto correto. A consequência de décadas de produtos que, em sua maioria, eram ineficazes, é que muitas mulheres passaram a enxergar os cosméticos que prometem reduzir as medidas como um engodo. A evolução da ciência cosmética ao longo dos últimos anos permite que hoje, formuladores possam desenvolver produtos verdadeiramente eficazes. “Atualmente, temos no mercado ativos que conseguem atingir a camada de gordura e promover a ação desejada”, explica Maria Eliza Sany, analista de mercado da distribuidora de ativos e ingredientes Univar. Isso é um novo alento para a categoria que pode desfrutar de dias melhores nos próximos anos. Ao menos essa é a expectativa da indústria, que tem apostado na categoria com uma nova leva de produtos. Mulheres e homens ainda enfrentam a árdua batalha contra estrias, celulites e gorduras indesejadas, mesmo aqueles que mantêm bons padrões de alimentação e atividade física. Os cosméticos de tratamento são ideais para ajudar nesse trabalho de ajuste fino, como é o caso da marca de produtos masculinos Dr. Jones, que no ano passado lançou o Abdoburn, item focado na queima de gordura abdominal. Renato Almeida, responsável pelo Marketing da empresa, afirma que o foco do produto re-

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cai sobre os consumidores que já se preocupam com a sua saúde. “O Abdoburn é para quem já está praticando atividades físicas e cuidando da alimentação, mas ainda sofre com a gordura localizada”, diz o executivo.

Não faz milagres, mas ajuda São dois os aspectos fundamentais para criar (e sustentar) uma onda de crescimento para a categoria. A primeira é ser explícito na comunicação com as consumidoras. Um cosmético redutor de medida não vai eliminar aquela “pochete” ou os “pneuzinhos” acumulados com muito esforço. Para que isso aconteça, é preciso recorrer à cirurgia plástica ou a uma rotina consistente de atividades físicas, somada à alimentação adequada, algo que não faz parte dos planos da maioria das pessoas. “Vivemos um tempo em que o sedentarismo, a alimentação industrializada e o stress massacram quem vive nas grandes metrópoles e agem destruindo a boa forma”, lembra a cosmetóloga Sônia Corazza. Em meio ao desejo pessoal (ou a pressões externas) para se enquadrar em um padrão estético


esbelto, erroneamente atrelado com a boa saúde do indivíduo; e a falta de tempo ou disposição para encarar uma rotina séria de exercícios, as consumidoras costumam buscar por uma alternativa fácil. A consequência desse raciocínio “preguiçoso” é que, geralmente, muitas pessoas buscam por produtos que tragam resultado sem o alinhamento com a boa alimentação e atividade física e, pior, que sejam perceptíveis imediatamente. Em suma, elas esperam por um “milagre”. Essa é a primeira armadilha que precisa ser vencida pela indústria. A ciência cosmética não faz milagres, mas hoje ela tem capacidade de contribuir significativamente para ajudar na batalha, desde que quem use faça também a sua parte. Os cosméticos redutores de medidas são produtos de uso contínuo e seus resultados aparecem com o tempo. Renata Solfredini, gerente de Marketing da fabricante de ativos britânica Croda, esclarece: “O consumidor geralmente está acostumado com produtos de resultado rápido e visível após poucas aplicações, mas o mercado de firmadores e redutores de medidas é diferente. O uso frequente, na

quantidade correta, e por prazos de pelo menos 20 a 60 dias, são necessários para resultados significativos.” Mas, assim como acontece com os anti-idade para o rosto, é possível utilizar nas formulações ativos especiais que promovem a suavização da pele de maneira imediata e perceptível pelo consumidor, funcionando como uma espécie de incentivo para seguir com o tratamento enquanto os resultados prometidos, de fato, não vêm.

Formulações poderosas O segundo elemento fundamental para reestabelecer a confiança e injetar novo ânimo na categoria é formular produtos que sejam inovadores e efetivamente eficazes no que se propõe a fazer. A eficácia de um cosmético redutor de medidas pode ser comprovada com redução de diâmetro, melhora na textura da pele, além da sensação de maciez causada pelos produtos. De acordo com Jadir Nunes, PhD e Consultor da Slinc (Scientific Learning & Innovation Consulting), redutores de medidas são produtos que atuam localmente nas regiões corporais onde existe acúmulo

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de gordura, geralmente promovendo um incremento na microcirculação acelerando a queima dos lipídios. Em itens como esse, os formuladores se preocupam em usar ativos que promovam a quebra das gorduras localizadas, ou que aumentem a circulação sanguínea na região para que o metabolismo do local aumente, ou ainda os dois fenômenos juntos. “Os ativos atuam estimulando os fibroblastos para a síntese de colágeno, elastina e outros componentes da matriz extracelular, doando firmeza para a pele, também podendo apresentar ação antirradical livre”, afirma Alberto Keidi Kurebayashi, diretor da Protocolo Consultoria em Dermocosmética. É importante que eles também intensifiquem a oxidação dos ácidos graxos. Assim, é possível potencializar o efeito do produto. Vale lembrar que os redutores de medidas também podem eliminar o acúmulo de líquidos. Para que um redutor de medida seja eficaz, sua seleção de ingredientes é fundamental. Além da performance do ativo, é importante que a fórmula contenha outros ingredientes, como emolientes de alta espalhabilidade, que ofereçam sensorial adequado para facilitar a massagem local durante a aplicação. “Emulsionantes especiais e outros ingredientes que auxiliam a permeação dos ativos também são recomendados”, pontua Mariana Olivato, gerente de Tecnologia & Inovação da Cosmotec, distribuidora de ingredientes cosméticos. Na maioria dos casos, recomenda-se o uso desses itens nas coxas, glúteos e região abdominal, e junto ao produto, deve-se massagear bem o local, como uma drenagem. Uma boa formulação aplicada do jeito correto faz com que as substâncias ativas sejam capazes de penetrar no tecido adiposo, presente na camada mais profunda da pele. “Se a formulação do produto promover a permeação do ingrediente ativo pode-se também esperar que ocorra uma maior lipólise e, consequentemente, uma maior eliminação desta gordura localizada”, agrega Jadir Nunes.

Ampliando o portfólio A falta de opções, um dos motivos para o pouco desenvolvimento tanto dos redutores de medida como dos itens de combate à celulite, é um problema que deve ficar menor, com vários atores importantes de skincare apostando nesse tipo de produto.


categoria Tratamento Corporal A empresa de venda direta norte-americana Mary Kay, acaba de relançar no Brasil o Gel Creme Redutor de Celulite Smooth-Action TimeWise, com nova formulação e um massageador para auxiliar na aplicação. “O Gel Creme, em uso conjunto com o massageador, faz com que os primeiros resultados apareçam logo nas primeiras semanas de uso. A prova disto é que nove entre dez mulheres gostaram do resultado visto no espelho e 86% das mulheres se sentiram mais confiantes com sua aparência após o uso”, pontua Paula Penna, gerente Sênior de Produtos e CMS. Também operando na venda direta, a marca paranaense Racco lançou recentemente o Gel Corporal Redutor da linha Ciclos, que se utiliza da geloterapia, quando o frio intenso atua para descongestionar a região tratada, facilitando a drenagem dos tecidos, melhorando a circulação e favorecendo a eliminação das toxinas. Já a carioca Dermage, que opera com lojas próprias e no canal farma, possui três itens na categoria: DrenCell, para eliminar a gordura localizada – além de possuir ação drenante e descongestionante corporal –; o SlimDetox, uma loção redutora e modeladora; e o SlimGym que também reduz medidas e a flacidez, redefinindo a silhueta do corpo. A marca capixaba ADCOS, também possui três produtos da categoria: Reduxcel Anticelulite e Redutor, Reduxcel Abdômen e Reduxcel Crio Slim. “Nossa comunicação sempre foi comprometida em divulgar benefícios reais. E, com isto, construímos a credibilidade da ADCOS pela eficácia comprovada. Além disso, buscamos sempre manter um bom relacionamento com a classe médica e com os profissionais de estética, garantindo, desta forma, um maior sucesso nos resultados dos tratamentos procurados por nossos clientes”, declara Karoline Pellacani, supervisora de Marketing da empresa que opera com uma rede de lojas franqueadas. É possível que, com essa nova leva de produtos, um número maior de consumidores deem novo crédito para os itens de redução de medida e combate a celulite, já conscientes das suas limitações e dos seus deveres como usuário para que o produto aja a contento. Resta acompanhar para ver se a indústria de beleza vai aproveitar a oportunidade para engordar a categoria, ou reduzi-la ainda mais.

opções aumentando: crescimento da quantidade de produtos e conscientização da população quanto aos reais benefícios podem impulsionar categoria.

Variedade de ativos Empresas de matéria-prima destacaram alguns de seus ativos para os produtos redutores de medida. Conheça: Aqia – Algisium C (silanol seminatural): possui uma atividade multidimensional sobre todos os aspectos do envelhecimento da pele, com ações complementares relacionadas com o silício orgânico (elementos constitutivo natural do tecido conjuntivo) e o ácido manurônico, extraído de algas marrons. Uma matéria-prima que promete restaurar a elasticidade, tonicidade e firmeza da pele. Ela também estimula a viabilidade celular e ativa a biossíntese de colágeno e o processo de lipólise. Além disso, é capaz de hidratar de forma intensa e restaurar o equilíbrio hídrico da pele. Cosmotec – Biogenic Caffeine – 210: cafeína encapsulada em um complexo hidrofílico que confere alta solubilidade em água e mantém a capacidade de permeação do ativo. Esse ativo estimula a atividade lipolítica dos adipócitos, proporcionando redução de medidas das regiões da coxa, barriga, cintura e braços. Croda – Intenslim: queimador de gordura natural – principalmente abdominal, que promove a síntese de desnutrina e suaviza a inflamação do tecido adiposo reduzindo drasticamente a gordura localizada. Vexel Sp: vitaliza, tonifica e reduz o enfraquecimento da pele. É capaz de aumentar a firmeza e sua elasticidade. Tem ação sinergética da cafeína e da palmitoyl carnitine. Prolevis: tem efeito tensor e suavização instantânea. Possui propriedades filmógenas excepcionais para um visual de pele mais firme e com menos celulite. Legance: traz conforto e beleza para as pernas. É capaz de proteger o ambiente microvascular atuando como um detox das pernas, além de modular o estresse oxidativo e reduzir o acúmulo de líquidos. Lubrizol – Nocturshape blue: ingrediente ativo biotecnológico obtido a partir da fermentação de microrganismos planctônicos originários da Fuete de Piedra Lagoo (Espanha), capaz de reduzir os níveis de nocturnin, uma proteína ligada ao ciclo circadiano que aumenta a adipogênese (síntese e acúmulo de lipídeos pelos adipócitos). Além disso, o ativo aumenta a produção de colágeno tipo 1, melhorando a firmeza cutânea. Sarfam – A empresa possui três ativos que se destacam. São eles: Tamanu Oil: extraído de uma semente rica em neoflavonóides que ativam rapidamente a microcirculação sanguínea. É ideal para um tratamento estético de cabine, pois o seu rico óleo auxilia na emoliência e deslizamento do produto para tratamentos de drenagem. Nanoslim Complex: microcápsula que contém ingredientes com escina, cafeína, diosgenina, sinefrina e diidromiricetina e óleo de arroz, que quando em contato com a epiderme atua de forma termogênica, aumentando sua temperatura e melhorando seu aspecto. Regu-Shape: Nanoemulsão de ácidos linoleicos conjugados (CLA) que tem a capacidade de diminuir o acúmulo de novos lipídios e estimular a quebra de gordura nos adipócitos através do aumento da enzima cAMP, responsável pela lipólise. Univar – Slim Excess: desenvolvido como ingrediente ativo único para o bloqueio das poliaminas, com efeito emagrecedor. O ativo consiste num hidrolisado de algas vermelhas, e age em três distintos mecanismos de ação: aumento da lipólise, diminuição da lipogênese e diminuição da diferenciação dos pré-adicpócitos, que atua diminuindo o potencial de armazenamento de gordura. Quando combinados, possuem um efeito potencializador no resultado lipolítico e anticelulítico, redefinindo assim as linhas corporais. A novidade é que este ativo foi relançado com novos testes que comprovam a diminuição da papada remodelando o formato do rosto. O ativo foi desenvolvido pela Basf e é distribuído pela Univar.

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artigo Tratamento Corporal

Corpo e mente abertos

itens para momentos específicos do dia, multifuncionais e novos formatos representam oportunidades no mercado brasileiro de cosméticos corporais

O

relatório Mintel de Produtos para Cuidados com o Corpo, de 2015, revelou que 53% dos brasileiros usam diariamente produtos corporais, enquanto que 24% afirmam usar produtos para as mãos e 12% dizem usar produtos para os pés todos os dias. Um dos obstáculos para um maior uso de produtos exclusivamente para as mãos e pés pode ser exatamente o que é revelado pela atual pesquisa, presente no relatório Produtos de Cuidados com o Corpo de 2015: ela demonstrou que 19% dos usuários de produtos corporais dizem passar nas mãos e pés os mesmos produtos que passam no corpo. O estudo atual mostrou igualmente que os brasileiros usam certos produtos corporais em diferentes ocasiões, como pela manhã ou pela noite. Portanto, produtos desenvolvidos para momentos específicos do dia poderiam atender a essas necessidades de consumo. Produtos para os pés, de acordo com a pesquisa, são utilizados mais à noite, então criar produtos com benefícios relaxantes para esta área poderia atrair os consumidores. A pesquisa Mintel de 2015 também indicou que 27% dos brasileiros usam cremes para as mãos depois de lavar pratos. Assim, há uma oportunidade para incentivar o uso de cremes para as mãos depois de tarefas domésticas.

Atração de produtos multifuncionais A amostragem mostrou ainda que as mulheres com idade entre 16 e 24 anos são mais propensas do que as mulheres com

idade de 35 ou mais a considerar que o uso de produtos corporais multifuncionais é mais eficaz do que usar vários produtos: essas jovens representam 24%, em comparação com 16% das consumidoras com mais de 35 anos. Apesar disso, mulheres com 35 anos ou mais usam produtos multifuncionais tanto quanto as mulheres com idade entre 16 e 24 anos: elas representam 70%, em comparação com 69% daquelas entre 16 e 24 anos, revela a pesquisa. Isso indica que as mulheres com 35 anos ou mais usam um único produto com diversos benefícios, porém não consideram seu uso mais eficaz do que usar vários produtos. Para garantir que os produtos corporais multifuncionais sejam mais atraentes para essas mulheres, as marcas poderiam explorar benefícios que elas busquem nesse tipo de produto. A pesquisa revelou, por exemplo, que mais de metade dessas mulheres (51%) considera que um produto hidratante é aquele rapidamente absorvido pela pele, enquanto 40% concordam que um hidratante é aquele que deixa um toque aveludado na pele. Comunicar esses atributos nas embalagens pode atrair essas consumidoras mais maduras e incentivá-las a comprar. A pesquisa Mintel revelou também que as mulheres com idade entre 25 e 34 anos são mais propensas a experimentar novos formatos. Um quarto delas (24%) concorda com a afirmação “gosto de experimentar produtos em diferentes formatos”, em comparação com 18% das mulheres com idades entre 16 e 24 anos e 13% das mulheres com 35 anos ou mais.

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Ao trazerem ao mercado produtos inovadores, as marcas também poderiam lançar linhas de extensão com novos formatos, a fim de atrair mulheres com idade entre 25 e 34 anos. Um exemplo desse sucesso é a máscara para pés Lovemore Mint Essence Refreshing Foot Mask, lançada em dezembro de 2015 na China. Em forma de meias, a máscara tem extrato de hortelã e promete eliminar odores e refrescar os pés. Outro exemplo é a Terre d’Oc 1. 2 .. 3 ... Sommeil Fleur de Lavande Bougie de Massage, uma vela para massagem corporal lançada na França em outubro de 2015, desenvolvida para dar harmonia ao corpo e acalmar a mente.

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Express Limpeza Renew A Avon desenvolveu uma nova linha de limpeza facial da marca Renew, líder na categoria anti-idade no Brasil: Renew Clean. Composta por quatro produtos, ela garante três benefícios para a pele em um único passo: limpa, renova (deixando a pele radiante e suave) e prepara para a aplicação do tratamento cosmético anti-idade Renew para obter melhores resultados. Entre as novidades está uma nova versão do gel de limpeza Perfect Cleanser, agora em nova embalagem, o Renew Clean Gel de Limpeza Facial. Distribuição: venda direta. Preços: R$ 25 (Gel de Limpeza Facial), R$ 25 (Espuma de Limpeza Facial), R$ 25 (2 em 1 Máscara/Creme de Limpeza Facial) e R$ 29 (Esfoliante Facial). SAC: 0800 708 2866. Site: www.avon.com.br

Eficaz para juventude

Sem oleosidade Lancôme traz para o Brasil o Bienfait Pure Focus, uma loção que hidrata enquanto matifica a pele oleosa. Essa única, fresca e leve textura proporciona controle da oleosidade durante todo o dia, hidratação ideal, e pele mais uniforme e com poros menos visíveis. Todas as fórmulas da linha Pure Focus são livres de óleo, não-comedogênicas e testadas sob controle dermatológico para assegurar respeito total à pele. Todos os produtos da linha Pure Focus são enriquecidos com uma nova fragrância floral fresca jovem e moderna. As notas de cabeça são bergamota, chá verde e bagas frescas de rosas aromáticas evocando a pureza. Vem então um buquê de rosas, lírio do vale, jasmim e mimosa, que produzem uma sensação incrível de bem-estar, fechado por notas amadeiradas, de íris, sândalo e almíscar. As texturas foram especialmente criadas para dar prazer intenso às mulheres com peles oleosas: são frescas, sem óleo, leves, com um toque sedoso, macio, aveludado, e são absorvidas imediatamente.

Após 25 anos de estudos e pesquisas, a Skeyndor, marca espanhola de Cosmética Científica com soluções de tratamentos para o corpo e para o rosto, lança a linha Power Retinol com produtos home care e profissionais, que proporcionam máxima eficácia rejuvenescedora, atuando de forma intensa na pele. Composta por três ativos, a linha apresenta resultados surpreendentes nos cuidados anti-idade. O Retinol Puro que atua no rejuvenescimento da pele; o Bakuchiol que também age como retinol e tem a função de estabilizá-lo mantendo sua eficácia por mais tempo; e o Extrato Hidrossolúvel de Soja que tem ação rejuvenescedora semelhante à produzida por retinóides, mas sem os efeitos colaterais. Distribuição: seletiva. Preços: 376 (Emulsão de Reparação Intensiva) e R$ 425 (Serum-in-Creme Reparação Intensiva). SAC: (11) 5051-2076.

Distribuição: seletiva. Preço: R$ 199. SAC: 0800 701 7273. Site: www.lancome.com.br

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Retoque rápido Revlon apresenta sua nova Revlon PhotoReady Insta-Fix Makeup, uma base em bastão para retocar rapidamente e facilmente a pele, a qualquer hora e em qualquer lugar. Com uma fórmula tecnológica que filtra a luz, a Revlon PhotoReady Insta-Fix Makeup cria a pele ideal com uma simples aplicação. Leve, suave e sedosa, ela confere um acabamento perfeito e com efeito de airbrush, não importa se você quer uma cobertura total da pele, apenas esconder pequenas falhas ou um rápido retoque. Corrije e protege sua pele instantaneamente, com uma cobertura que vai de leve a média e proteção solar SPF 20. Cores: nude, natural beige, médium beige e Golden beige. Distribuição: farmácias e perfumarias. Preço: R$ 79. SAC: 0800 773 3450. Site: www.revlon.com.br

Maquiagem express A Nutrimetics, marca de cosméticos australiana da Tupperware Brands Brasil, anuncia o lançamento de mais uma linha de maquiagem, a NC Express, que carrega no próprio nome a ideia de uma maquiagem rápida, com produtos-chave para um look casual. Nesta fase de lançamento, a linha apresenta o NC Express Batom Nutrimetics, que chega inicialmente com cinco opções de cores – quick nude, day by day, sunday morning, be ready e hurry up. Além dos batons, o NC Express máscara para cílios alongadora vem como um item a mais para compor a linha dos indispensáveis. Com ativos como o D-Pantenol, que promove hidratação prolongada, aliados ao formato da escova, que contribui para o alongamento e para a separação dos cílios, o resultado é um olhar marcante e impecável. Distribuição: venda direta. Preços: R$ 39 (batom) e R$ 46 (máscara). Site: www.nutrimetics.com.br

Esmaltes fashionistas A Vult celebra o sucesso da sua linha de esmaltes e lança cinco novas cores inspiradas nas principais tendências fashionistas. Estes lançamentos se juntam às 60 cores + 5 itens de cuidados que a marca já possui em seu portfólio. As novas cores são: alta costura (verde fechado), chiffon (marrom acinzentado), look book (rosa intenso), godê (vermelho aberto) e meia estação (nude rosado). Além da grande variedade de tons e acabamentos, os Esmaltes Vult também possuem a exclusiva tecnologia UBS, que combina três fatores importantes: uniformidade, brilho intenso e secagem rápida. O design exclusivo, longilíneo e sofisticado do frasco e da tampa evidencia em alto relevo a delicadeza da borboleta, famoso logo da marca. O pincel também apresenta grandes diferenciais. Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 6,50. SAC: (11) 4736-8890. Site: www.vult.com.br

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Prêmio Atualidade Cosmética

“Start” acionado O ano está apenas no começo, mas os preparativos da próxima edição do Prêmio Atualidade Cosmética já estão a todo vapor. E, em 2016, novidades virão com o acréscimo de duas categorias >>> Larissa Gutierres

M

ais importante premiação da indústria de beleza na América Latina, o Prêmio Atualidade Cosmética sempre teve como missão contribuir para o desenvolvimento do mercado na região, por meio do estímulo, da competição e do reconhecimento à criatividade e à inovação empregada pelos profissionais do setor no desenvolvimento dos seus produtos. Alinhada a essa missão, a 24º edição do evento vai apresentar uma grande novidade: a introdução de duas novas categorias. A primeira, que recebeu o nome de “Linha/Produto de Tratamento Profissional para Cabelos”, apenas marcas profissionais poderão participar. Vale ressaltar que esses produtos são aqueles vendidos em salões de cabelereiro ou em lojas especializadas, mas não de uso excluisivo do profissional. São itens que o próprio consumidor pode utilizar em casa. O último evento contou com a presença de mais de 700 convidados, sendo todas elas pessoas importantes e influentes

em toda a cadeia cosmética. Ao todo, mais de 40 companhias inscreveram seus produtos e linhas, a fim de concorrer ao mais cobiçado troféu do setor. E o 24º Prêmio Atualidade Cosmética já tem data definida: 8 de novembro; bem como o local, novamente o Teatro Bradesco. O evento representa o momento de consagração de todas as empresas, marcas, executivos, enfim, de toda a cadeia da indústria da beleza. Com certeza, mais uma grande noite está por vir.

Mais criações A outra novidade é destinada exclusivamente às casas de fragrância de origem latino-americana. Na categoria nomeada como “Criação Perfumística Livre”, perfumistas que atuam em casas brasileiras e de outros países da região vão apresentar fragrâncias criadas a partir de um briefing comum, submetido pela organização do Prêmio Atualidade Cosmética. Cada casa poderá inscrever até duas criações, que devem se assinadas por seus próprios perfumistas e avaliadores. Para a coordenadora do Prêmio Atua-

Patrocínio Diamante:

lidade Cosmética, Jenifer Vieira, há alguns anos que a equipe do Prêmio Atualidade Cosmética vem estudando e discutindo formas de ampliar a exposição das casas locais nas categorias relacionadas à perfumaria do Prêmio Atualidade Cosmética. “Por mais de duas décadas, o Prêmio Atualidade Cosmética vem contribuído para o desenvolvimento e reconhecendo o talento dos grandes perfumistas que atuam no nosso mercado. Mas, ao longo de todo esse período, foram raríssimas as ocasiões em que casas de fragrâncias locais figuraram entre os finalistas do Troféu Aparício Basilio da Silva, que é a categoria destinada à criação perfumística, aos perfumistas e às casas”, explica Jenifer. Patrocínio Ouro:

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Parte dessa ausência, se deve, em grande medida, pelo fato de que os clientes das casas locais atuam fortemente em segmentos como haircare e personal care, mas são poucos os que atuam no segmento de perfumaria fina, limitando a atuação criativa dessas empresas nesta categoria. A solução encontrada foi criar uma categoria na qual as casas da região poderão demonstrar toda a qualidade dos seus profissionais e do trabalho criativo e técnico dos seus perfumistas e avaliadores. “Queremos que a nova categoria funcione tanto como um elemento para desenvolver ainda mais a qualidade criativa do trabalho das casas locais, como também, que sirva de vitrine para o mercado da compePatrocínio Prata:

tência e da evolução que os profissionais dessas casas vêm alcançado ao longo dos últimos anos. E, mais importante, que ela contribua para incentivar e desenvolver a categoria de perfumaria fina por um número maior de clientes dessas casas”, conclui a coordenadora do Prêmio Atualidade Cosmética. As criações inscritas pelas casas de fragrâncias da região serão avaliadas por um grupo de experts do mercado de perfumaria e fragrâncias. As inscrições para a categoria “Criação Perfumística Livre” começam agora em março e o briefing será apresentado aos participantes em abril. Assim como nas outras categorias, o vencedor da categoria de “Criação PerfuApoio:

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mística Livre” só será anunciado na cerimônia de entrega do 24º Prêmio Atualidade Cosmética, que neste ano acontece no dia 8 de novembro, no Teatro Bradesco, em São Paulo. Iniciativa da revista Atualidade Cosmética, o 24º Prêmio Atualidade Cosmética tem o patrocínio diamante da Patrus Transportes e da Cramer Fragrâncias; patrocínio Ouro da Antilhas Embalagens; patrocínio prata da Vollmens Fragrances, além do apoio da Isan Essências. Para mais informações sobre o evento, ligue: (55 11) 3392-2584, ou pelo e-mail: premioatualidadecosmetica@cusmaneditora.com.br e site: www.cosmeticanews.com.br.

Iniciativa:

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Realização:


VAREJO Experiência de Compra

Para marcar na memória A fim de proporcionar uma melhor experiência de compra, o varejo precisa atentar-se às diversas ferramentas digitais disponíveis, bem como ter a real noção da dimensão de seu negócio, para saber >>> Rafael Mendonça o que lhe cai bem

“O

varejo precisa se reinventar!”, clamam já há um bom tempo diversos especialistas do canal. A palavra “reinvenção”, neste caso, pode ser interpretada de muitas maneiras. De determinado ponto de vista, ela pode muito bem ser substituída por “adequação”. Isso porque, o varejo foi sendo moldado com o passar do tempo por conta das transformações do mercado e de seus consumidores. E, nessas mudanças, a tecnologia sempre exerceu sua influência. Por meio dela e de outros atributos, realizar compras no varejo é algo que foi passando por muitas fases e sempre foi um fator que recebeu muita atenção por parte dos varejistas. Desta maneira, naturalmente, proporcionar uma boa Experiência de Compra em um ponto de venda foi se tornando cada vez mais importante para o varejo. Logicamente que este recurso pode ser explorado com maior ou menor intensidade por determinadas áreas, de acordo com suas diferentes características. Entretanto, todo consumidor que realiza uma compra em qualquer loja terá passado, de alguma maneira, por uma experiência de compra. O varejo de beleza é um dos que tenta explorar ao máximo este fator, procurando utilizar ferramentas para isso, como: experimentação, atendimento, organização,

ambientação e variedade, por exemplo. Perfumarias e franquias do setor buscam deixar seus espaços da maneira mais atrativa possível para o consumidor, sempre de olho nas tendências do momento para que seus movimentos estejam de acordo com a realidade.

Ânsia digital Experiência de Compra é um tema recorrente nas edições da NRF (National Retail Federation), maior feira do varejo do mundo, que acontece sempre em janeiro e traz as principais tendências do canal. Na edição deste ano, diversos debates e apresentações foram realizadas, trazendo exemplos de como uma série de ações que estão sendo executados podem ter ligação direta com uma boa experiência de compra. Como de costume, a grande maioria dos casos citados durante o evento são de players internacionais, porém, podem ser perfeitamente explorados por marcas brasileiras, inclusive as de beleza. Alguns exemplos de fato, de alguma maneira, parecem estar bem distante de nossa realidade. E é isso é plenamente justificável, já que um bom número de tecnologias e dispositivos digitais são mais desenvolvidos fora do Brasil, bem como o seu costume de uso. Ainda assim, há muitos varejistas que

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acabam se desesperando por terem ciência de que a tendência digital está muito forte no mercado, e então procuram meios de explorar este fator de qualquer forma, mas acabam prejudicando seu próprio negócio ao explorar de maneira errada as “maravilhas digitais”. A saída para isso, na visão de especialistas, é simples. Trata-se de uma questão de “cada um no seu quadrado”. “É preciso ter uma real percepção do seu negócio, para ter conhecimento em qual ambiente ele se encaixa melhor e aí saber como o digital pode ser explorado”, alerta Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail e autor do livro Varejo e Brasil: Reflexões Estratégicas. Há ainda outra preocupação dos varejistas com relação ao quanto ele deve se dedicar ao e-commerce e como deve realizar a integração entre canais. De fato, não dá para fechar os olhos para o comércio eletrônico, canal que vem se expandindo a passos largos em todo o mercado. Aliás, é quase que abominável que um varejista não atue com e-commerce nos dias atuais. Entretanto, como explica o especiaista da


abusando dos apps: a Sephora é um dos varejistas que tem explorado bastante os aplicativos e os celulares em suas lojas, a fim de melhorar a experiência de compra.

Varese, as empresas precisam entender como seus clientes e consumidores alvo estão usando canais e ferramentas digitais para buscar informações e comprar. Segundo ele, consumidores não veem canais, e sim marcas, comparam e tomam decisões a partir do valor percebido e experiência de oferta disponível. Por conta disso, tem sido cada vez mais difícil de as marcas perceberem a representatividade dos canais para o negócio. “Também é preciso identificar oportunidades de melhorar a experiência de compra das lojas por maior integração ao mundo digital. A partir disso, é preciso pensar simples, implantar, testar e multiplicar iniciativas que gerem valor percebido e elevem a experiência de marca para o cliente”, completa Alberto.

Loja e conexão preparadas Com o passar do tempo e o avanço da tecnologia, a digitalização das lojas foi tornando-se fundamental para o varejo. E há exemplos de marcas que conseguem usar diversas ferramentas digitais, deixando

assim seus pontos de venda bastante sofisticados. Regiane Relva Romano, CEO da Vip-Systems, destaca que, durante a NRF deste ano, o tema experiência de compra foi enfatizado como um conceito único, que abrange todos os pontos de contato com o cliente e não apenas a loja física. Segundo ela, como o consumidor não se relaciona com o canal e sim com a marca, é fundamental que haja a integração entre todos os canais, mas de forma transparente para o consumidor. Regiane observa que todas as tecnologias mostradas durante a NRF já existem há anos. “Não há novidade, há novos usos para tecnologias antigas, que agora começam a se solidificar e o varejo começa a entender seus benefícios de forma holística”, diz. “Como a geração Y e a Z começam a fazer parte do público que efetivamente efetua compras, os varejistas começam a entender que terão de mudar! São tecnológicos e críticos por natureza! Não toleram demoras e atendimentos que não sejam suportados pela tecnologia, pois são nativos digitais. Para

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essa turma, não ter um site, não participar de redes sociais, não ter ferramentas digitais dentro da loja que os ajude a decidir o que comprar, são coisas inadmissíveis”, emenda. “Cuidado com os atritos, pois eles estão fora de moda. As pessoas não estão a fim de pegar filas”, completa Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo). De olho em todas essas variantes, Alberto Serrentino afirma ser preciso repensar a loja física, transformando-a não só num espaço de venda, mas também um espaço de soluções. “As pessoas vão continuar comprando em loja física, não porque precisam, mas porque querem e gostam. Então é preciso proporcionar melhor experiência de compra para que elas se sintam estimuladas a seguirem usando e comprando neste canal”, conceitua. Regiane, por sua vez, lamenta o fato de o varejo, no geral, não ser muito adepto a novas tecnologias. Segundo a especialista, alguns entendem que a tecnologia é cara, que não é para o seu porte, que é inacessível, mesmo sem ao menos saber o quanto elas custam. “Assim, uma das maiores barreiras à adoção às tecnologias é a falta de conhecimento amplo dos benefícios que elas podem trazer aos negócios. A maioria só analisa os preços e não os benefícios. É preciso mudar essa cultura. Os preços das tecnologias caíram muito, se compararmos com cinco anos atrás. Um exemplo são os smartphones. Viraram febre e estão nas mãos de grande parte da população”, critica.


VAREJO Experiência de Compra

parceria no pdv: em um espaço exclusivo, Extra e L’Oréal visam proporcionar melhor experiência de compra aos consumidores.

Interações diversas Os aplicativos são apontados como uma grande oportunidade para os varejistas melhorarem sua experiência de compra na loja. E um que está explorando bem esta ferramenta é a Sephora. Com frequência, a rede de perfumarias é usada como exemplo durante a NRF como uma companhia que tem proporcionado grandes experiências aos seus consumidores. Já faz algum tempo que o mobile vem tendo uma grande influência no trabalho desenvolvido pela rede. Ao perceber que seus clientes realizavam muita procura de produtos na internet antes de irem para a loja, a Sephora nos Estados Unidos aumentou quantidade de anúncios no Google, para que as clientes chegassem à loja já sabendo o que compraria. Enquanto isso, dentro dos PDVs, a rede tem procurado “encorajar” os clientes a pegarem seus celulares. Ao mesmo tempo, a companhia tem à disposição um aplicativo com diversas funções, entre elas: escanear produtos na loja, trazer notas e resenhas sobre eles; enviar notificações sobre ofertas especiais; além de ferramentas de edição de fotos e opções de filtros. Na visão de Alberto Serrentino, esta realidade “avançada” que tem demonstrado a Sephora está próxima da realidade

do varejo brasileiro, devendo, num primeiro momento, desafiar o setor a pensar na evolução de lojas, em integração ao mundo digital e experiência. Ainda para o fundador da Varese Retail, a rede também tem conseguido proporcionar uma experiência de compra em suas lojas aqui no Brasil semelhante ao que faz internacionalmente. “Em diversos aspectos sim, porque a Sephora traz lojas maiores, com sortimento mais amplo, oferta de marcas próprias, arquitetura sofisticada e liberdade de acesso aos produtos. As diferenças são por conta do tamanho médio das lojas ainda menor que as internacionais, oferta mais limitada e preços elevados em função da tributação brasileira”, compara. Desde setembro passado, a L’Oréal Brasil e o Extra iniciaram uma parcerira visando explorar justamente a Experiência de Compra. Na loja do bairro Itaim Bibi, em São Paulo, há um espaço exclusivo onde estão expostos as marcas da companhia francesa, disponibilizando os produtos para testes, além de oferecer o auxílio de consultoras especializadas. Ambos os players enxergam a iniciativa como uma grande oportunidade de estar mais próximo ao consumidor e creem que ações deste tipo devem se tornar uma tendência de mercado. Apesar da grande expectativa

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em torno da parceria e já tendo passado praticamente um semestre desde o começo da iniciativa, a L’Oréal declarou que “ainda não é o momento de falar sobre resultados e informações mais específicas sobre essa ação.” Segundo a empresa, alguns detalhes ainda são confidenciais e não podem ser divulgados. Enquanto isso, Regiane Relva Romano, enfatiza que, além da Sephora, há fabricantes que já entenderam o poder da tecnologia e começam a oferecer quiosques interativos para o ponto de venda, como uma forma de “ensinar” o consumidor a aplicar seus produtos de forma correta, a selecionar o melhor produto de acordo com o seu tipo e tom de pele, por exemplo. “Algumas ferramentas também analisam seus fios de cabelos para saber qual o melhor shampoo a ser utilizado, fazem a identificação biométrica facial e aplicam maquiagens virtuais e sugerem os produtos coordenados, a fim de aumentar o ticket de venda. Há lojas que são maravilhosas em termos de design e misturam o ambiente com tecnologias encapsuladas que além de propiciarem um lugar agradável, ainda contribuem para o conhecimento do consumidor, que é afoito por conhecer as novidades e os produtos, de uma forma divertida e interativa”, finaliza a CEO da Vip-Systems.


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NEGÓCIOS Investimentos

Crise? Que crise, uái

A mineira Bio Extratus está investindo forte para multiplicar a sua capacidade de produção e gerar energia limpa e renovável para atender à empresa >>> Aûani Cusma de Paula e Larissa Gutierres

P

or necessidade, o casal Lindouro e Vera Lúcia Gomes começou a fabricar cosméticos artesanais dentro de casa. 24 anos depois, a Bio Extratrus, empresa fundada por eles, emprega mais de 500 pessoas e está posicionada entre as fabricantes de produtos capilares mais respeitadas do País. Agora, em plena crise, a empresa está na fase final de um dos maiores e mais importantes investimentos da sua história: a construção de uma nova fábrica. O novo empreendimento está sendo erguido no próprio terreno onde já funcionam a fábrica e a sede da empresa, em Alvinópolis, a cerca de 160 quilometros de Belo Horizonte. A nova unidade terá quase 12 mil m², sendo que a unidade de produção atual tem 2.500 m². Todo o projeto está

atrelado à visão de automação e a planta vai contar com o que existe de mais moderno em termos de produção para a indústria cosmética, como novos reatores, os tanques onde os produtos são efetivamente preparados. “Estamos colocando um reator em teste agora em março e assim que aprovarmos o novo equipamento, vamos encomendar a fabricação de mais cinco reatores, para dar início à produção na nova fábrica”, comemora Lindouro Gomes. Da fábrica atual, apenas os equipamentos alinhados com o plano de automação da produção serão transferidos. Pensada para atender ao crescimento futuro da empresa, a nova unidade comporta até 36 reatores de diversos tamanhos. “Hoje o nosso maior reator é de três toneladas, temos espaço para reatores de até dez toneladas. Isso vai dar um ganho de produção mui-

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força própria: Lindouro, fundador da empresa, diz que, enquanto estiver vivo, não quer ver a Bio Extratus vendida ou com sócios. to grande”, explica. E coloca grande nisso. A expectativa é de que, quando comece a operar, a fábrica produza em um único turno, dez vezes mais itens do que a Bio Extatus produz hoje em um turno e meio.

Consequências internas e externas Além do aumento substantivo de produtividade, o novo prédio foi pensado para proporcionar um ambiente de trabalho mais agradável para os colaboradores. Com pé direito mais elevado e claraboias no teto, a empresa espera economizar no consumo de energia com ar condicionado e iluminação. Mas, principalmente, a empresa vai ter espaço para colocar mais gente para trabalhar, porque, segundo Lindouro, a fábrica atual já está lotada. O prédio onde funciona a fábrica atual vai funcionar


como depósito e, também, receberá a área administrativa da empresa. A previsão é inaugurar a nova fábrica em setembro, durante a convenção nacional de vendas da empresa. “Pode ser que (a unidade) não esteja operando plenamente, mas a parte estrutural vai estar pronta. Tudo arrumadinho, no ponto de operar”, garante. Apesar do problema de “casa cheia” na atual unidade produtiva, o fundador da Bio Extratus garante que a empresa não enfrenta nenhuma dificuldade de abastecimento ou ruptura com os seus clientes. Mais do que responder ao aumento da demanda, o investimento que está sendo feito representa um compromisso da Bio Extratus com o futuro. “Acredito no Brasil, e vou continuar acreditando. Eu quero investir aqui dentro e não lá fora”, afirma Lindouro. Sobre as expectativas para esse ano, ele diz estar com os “pés no chão”. “Não sei se haverá crescimento neste ano. Estamos trabalhando para manter a nossa posição no mercado, e estamos conseguindo.” Já para 2017, com mais espaço de produção, a Bio Extratus – que também controla a marca de cosméticos profissionais Aneethun – pretende explorar novos caminhos, como produtos de maquiagem, pele e tintura para cabelos. “Essa nova unidade vai dar condições para isso. Hoje estamos basicamente em cabelo com alguma coisinha de pele”, diz o empresário. Com tamanho sucesso, os donos da empresa mineira já receberam várias consultas e propostas para vender o negócio, ou parte dele. Mas qualquer movimento nesse sentido não faz parte dos planos de Lindouro. Primeiro, porque o empresário se orgulha em dizer que não faz empréstimos e que a empresa gasta apenas o que tem. “Há 25 anos, a gente começou no negócio por necessidade, de nem trabalho ter. Temos muito orgulho da empresa que construímos.” Segundo porque a sociedade familiar vai muito bem, obrigado. Os três filhos de Lindouro e Vera Lúcia: Janaina, Thiago e Thiana, estão na diretoria da empresa, respondendo pelas áreas Técnica, Comercial e de Marketing, respectivamente. “Os filhos vestiram a camisa e, pelo menos enquanto eu tiver forças, não quero ver a Bio Extratus ser vendida e nem ter sócios”, conclui.

lindouro e funcionários: novo sistema de gerador de energia possibilitará que 100% dos produtos sejam fabricados utilizando esta fonte.

Mais energia (e limpa) Desde a sua fundação, a Bio Extratus investe para ser uma empresa social e ecologicamente correta. Além de uma série de projetos sociais, a empresa despoluiu o lago onde hoje fica sua sede e investiu em um sistema de tratamento de efluentes 100% biológico. Agora, a companhia mineira investiu na sua área energética. Nada mais atual. Com os recentes riscos de falta de abastecimento e o aumento brutal dos custos, a energia elétrica se transformou em uma variável bastante importante na formação de custo das empresas. Por isso, a Bio Extratus investiu R$ 3 milhões para instalar um sistema privado de geração solar fotovoltaica em sua planta industrial, que se conecta à rede da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). Além de ser um investimento econômico, o novo sistema de energia fotovoltaica tornará a empresa autossustentável em geração de energia elétrica. “Acredito que se as empresas não começarem a cooperar, a tentar resolver o problema do aquecimento global, a tendência é não ter futuro. Não adianta só arrecadar e não investir em sustentabilidade. Esse é o futuro do planeta, e não só do Brasil. Só vai sobreviver quem investir assim”, declara Lindouro Gomes. O co-fundador da Bio Extratus conta que investir em energia limpa era um dos sonhos da empresa, e agora, todos os produtos da empresa serão fabricados com 100% dessa energia sustentável. Uma fábrica de embalagens da Frascomar, que fica dentro do complexo industrial da Bio Extratus para atender exclusivamente à empresa, será o único prédio não abastecido pelo novo sistema energético. O sistema entra em operação ainda no primeiro semestre e vai atender a todas as unidades da empresa diretamente. O escritório da empresa em Belo Horizonte, também vai se valer dos créditos de energia limpa acumulados pela Bio Extratus na rede da Cemig, tendo a sua conta paga com esses créditos. Esse processo é possível graças a uma lei aprovada recentemente. O crédito de excedente de energia pode ser utilizado por até três anos. Inclusive já foi previsto para atender à fábrica nova. A principal vantagem em se utilizar a energia solar fotovoltaica é que ela é 100% limpa e não gera ruídos durante sua produção. Os sistemas precisam de manutenção mínima e a vida útil é superior a 25 anos.

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negócios Mary Kay

Tudo azul na empresa rosa A Mary Kay foi só alegria num ano cheio de lamúrias. Além de vir apresentando números expressivos, a companhia cor-de-rosa também mostra o que tem de melhor a oferecer para suas consultoras >>> Aûani Cusma de Paula

S

ão 440 mil consultoras, 40% de crescimento nas vendas... 2015 não poderia ter sido melhor para a Mary Kay, a segunda maior empresa de cosméticos do canal venda direta, com vendas anuais de mais de US$ 3 bilhões. E isso em um ano no qual o canal de venda direta viu suas vendas permanecerem no mesmo patamar de 2014 e gigantes do setor como Avon e Natura, apresentarem queda nos seus números por aqui. Na contramão do que acontece no Brasil, a empresa – que já conta com 400 funcionários – está contratando. O sucesso atual da Mary Kay é reflexo direto do trabalho de formiguinha, típico da venda direta, que a companhia executou ao longo dos últimos 15 anos para construir o seu canal de vendas por aqui. E a força de vendas da Mary Kay é a grande fortaleza da empresa. Atualmente, conta com sete mil consultoras que se enquadram no nível de diretoras. Essas pessoas formam um grupo de elite de empreendedoras que viram na Mary Kay a chance de empreender. Muitas delas começaram a revender os produtos da empresa como uma forma de complementar a renda e, depois de conhecerem e entenderem o potencial, acabaram optando por abrir mão dos seus empregos e se dedicar in-

tegralmente ao negócio da Mary Kay. A empresa trabalha com um plano de carreira de 13 níveis, os três principais são os de consultora, diretora de vendas independente e diretora nacional de vendas independente, o topo da carreira.

Apoio incondicional A Mary Kay é uma empresa de venda direta clássica. Mas muitas vezes é confundida ou tratada como uma empresa de venda multinível, justamente por causa do plano de carreira que oferece às suas consultoras. Mas ele corre paralelamente ao relacionamento da companhia com as consultoras. “Não importa se você está na rede de uma diretora de vendas independente ou se é uma consultora independente, a Mary Kay vai sempre vender os produtos diretamente para a consultora, com o mesmo nível de desconto para todas elas”, garante Fernanda Campioni, gerente de Comunicação da companhia. Ela explica que se a consultora está na rede de uma diretora de vendas independente, essa diretora vai receber um percentual das vendas dessa consultora, que será pago pela própria Mary Kay e não descontada da consultora. Aliás, é justamente no sistema de bonificação e de reconhecimento das consultoras que reside o maior investimento da empresa de venda direta. Os prêmios

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por mérito são um caso à parte. Eles vão desde itens tradicionais como joias e bolsas até viagens para destinos como Nova York, Riviera Francesa e Barcelona. O burburinho que essas premiações geram entre as consultoras é incrível e elas batalham com afinco para conquistar esses prêmios. Mas, o ápice entre as premiações da Mary Kay é o indefectível Troféu sobre Rodas, o clássico carro rosa. Fernanda conta que hoje são cerca de 1.100 automóveis com as cores da empresa circulando por todo o Brasil. Para conquistar o direito de usar o carro, a consultora precisa atingir um mix entre pessoas que ela incorpora na rede e faturamento. O interessante é que o carro rosa funciona como um veículo corporativo, a consultora ganha o direito de usá-lo e precisa manter um determinado nível de negócios para sustentar esse direito. A Mary Kay oferece uma alternativa


ConsultoraS em ação: ”exército rosa” da Mary Kay possui grande respaldo da companhia, que investe muito em bonificação e reconhecimento.

a esse prêmio no qual a consultora pode optar por receber o valor em dinheiro, para comprar o seu próprio automóvel e, caso queira, pintá-lo da mesma cor, ou ainda escolher outro prêmio. Mas, a grande maioria das pessoas que atinge esse nível, quer mesmo desfilar no carro rosa. “Porque é o que chama atenção das mulheres na rua”, conta Fernanda. Para apoiar as consultoras, a Mary Kay apresentou durante a sua tradicional convenção de vendas novas ferramentas. A primeira é o “Meu Site Mary Kay”. Por meio dessa nova ferramenta, todas as consultoras da marca podem ter uma página própria e oficial: marykay.com. br/fernandacampioni, por exemplo. “As consumidoras poderão fazer o pedido online na página oficial da consultora. Esse pedido chega para a Mary Kay e a gente manda o pedido para a consultora. Porque a consultora tem de estar sempre

no meio”, explica a executiva. Com a ferramenta, cada consultora pode gerenciar a sua vitrine e o consumidor escolhe e faz a encomenda online, o que facilita bastante, mesmo que ela não tenha todos os itens em estoque. Outra novidade apresentada durante a convenção foi um novo aplicativo que permite que as consumidoras rastreiem todo o andamento do pedido delas.

Mais opções A maior parte do público da Mary Kay se concentra nas classes A e B e a categoria de Maquiagem é o carro-chefe da marca no Brasil. “A brasileira gosta de experimentar e a gente tem muitas cores”, diz Fernanda. Na sequência vem a categoria de cuidados com a pele – globalmente a maior para a empresa – e em terceiro lugar as fragrâncias, categoria na qual a empresa tem investindo

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muito, especialmente aqui no Brasil. Fernanda diz que a companhia continuará dando foco nessa categoria, ampliando o portfólio e buscando se tornar um ator mais conhecido nessa área. A Mary Kay não tem planos para que a categoria de fragrâncias seja a maior no seu portfólio. Mas ela cumpre com papéis importantes, seja como uma nova categoria que a consultora pode oferecer para as suas clientes, seja porque dá a elas a oportunidade de atingir clientes que não acessam às categorias de pele e maquiagem, ou, ao menos não com a Mary Kay. “Consumidores novos são atraídos pelas fragrâncias e a gente recomenda que elas usem essa estratégia mesmo”, diz. Fernanda destaca as vendas da linha Feel&Co., uma coleção de deo-colônias lançadas no segundo semestre do ano passado e que surpreendeu as expectativas de venda planejadas. A linha foi desenvolvida para atender a uma necessidade do mercado brasileiro, o que faz desse quase que um desenvolvimento local. A tendência é que mais projetos como esse cheguem ao mercado na categoria de fragrâncias. Não faz parte dos planos da empresa, ao menos de curto prazo, lançar linhas para o mercado local de outras categorias, como a de cuidados com os cabelos. A produção local hoje já responde por 70% dos produtos vendidos no Brasil. Não é segredo que a Mary Kay tem planos para uma fábrica no Brasil, mas isso não deve acontecer tão cedo. A empresa está realizando um grande investimento para uma nova planta em Dallas, nos Estados Unidos, onde fica a sede da empresa, e que vai abastecer o mundo inteiro. Mas, é provável que ainda neste ano, a Mary Kay abra mais um centro de distribuição por aqui. Em 2015, inaugurou o segundo CD, em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte.


NEGÓCIOS Gestão

Mais músculos, mais tecnologia Três anos após ter o controle adquirido pela Sumitomo, a Cosmotec colhe os frutos de fazer parte de uma estrutura global e robusta >>> Aûani Cusma de Paula

U

m dos aspectos mais intrigantes e desafiadores para qualquer empresário é olhar para o mercado no qual atua e tentar prever como ele será dez ou 20 anos à frente. E, em meio a esse exercício de “futurologia” – que envolve muita informação e ciência, mas também boas doses de sensibilidade, intuição e visão –, como o negócio dele vai se adaptar a essa possível nova realidade. Desde o início desta década que os empresários Luciano e Marly Fagliari, sócios da Cosmotec, uma das mais tradicionais distribuidoras de ativos e ingredientes para a indústria cosmética do País, vêm olhando as mudanças no mercado em que atuam e como isso poderia se refletir no futuro da empresa. “Sentíamos que o mercado cosmético estava indo em direção à formação de grandes empresas de produtos acabados de um lado e, do outro, víamos também uma grande consolidação na área de matérias-primas. A gente não queria ficar sentado olhando esse movimento como um mero distribuidor local”, lembra Luciano. Para ele, a empresa corria um risco muito grande e era a hora de tornar a Cosmotec mais forte. Ao mesmo tempo, a Sumitomo, gigante japonesa

luciano fagliari, SÓCIO-fundador da cosmotec: parceria para fazer da empresa protagonista em um momento de grandes mudanças no mercado de ativos e ingredientes.

que opera em diversos mercados, estava montando a sua rede de distribuidores especializados de ingredientes e ativos cosméticos. Foi um casamento perfeito. “O plano deles se encaixava muito bem no nosso”, diz Luciano. Como empresa independente, a Cosmotec tinha de lidar com as suas limitações

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naturais, de ordem financeira, de estrutura, de logística internacional... Passados três anos do fechamento do negócio que deu à Sumitomo uma fatia de 80% da empresa brasileira, a Cosmotec conseguiu anular estes limites com o ganho de musculatura. “No nosso caso, (o negócio) tinha mais a ver com o ambiente no qual estáva-


mos inseridos. A proposta da Sumitomo é se tornar um player global muito forte, principalmente em novas tecnologias. Isso nos atrai muito”, declara o fundador da companhia. “Encontramos um parceiro que nos ajuda a realizar o que a gente sempre quis fazer. A gente não nasceu para ser mais um, mesmo pequenino a gente já queria ser diferente.” A similaridade de valores e cultura das duas empresas facilitou muito o processo de integração. O próprio plano da Sumitomo na área de ingredientes cosméticos – que hoje está baseado numa rede de distribuidores regionais com o perfil similar ao da Cosmotec – é o de oferecer suporte em áreas como finanças, gestão, tecnologia de informação e operações e deixar o negócio ser tocado pelas empresas. “A Sumitomo trouxe um conhecimento de 400 anos de história empresarial, com mais de 50 de operação no mercado norte-americano, onde tem uma operação muito forte. Essa cultura internacional e os mecanismos de controle desses negócios – são mais de 800 empresas – e como essas companhias atuam e funcionam bem. Isso para mim profissionalmente é um grande aprendizado. Como uma empresa dura tanto tempo e controlando tantos negócios. É fascinante. E eu quero aprender mais sobre isso”, explica Luciano.

Mudança de comando Passado a primeira fase da integração, a Cosmotec está realizando a primeira mudança na sua estrutura de comando. Luciano vai deixar o dia a dia das operações e assumirá a presidência do Conselho de Administração enquanto o executivo japonês, Shohei Shibukawa, assume como principal executivo da companhia. Shohei veio para o Brasil assim que o negócio foi fechado e vinha atuando como diretor administrativo e de operações. No Grupo Sumitomo desde 1995, o executivo tem 15 anos de experiência no mercado de ativos e ingredientes. Antes do Brasil, ele passou nove anos nos Estados Unidos, incluindo quatro como gerente-geral da Presperse, a operação de distribuição da Sumitomo no país norte-americano. “Estou aprendendo bastante, todos os dias desde que cheguei. Mas as práticas de negócios são as mesmas, temos a mesma cul-

tura. Para mim, muitas coisas são similares ao Japão, as pessoas são amigáveis, é muito confortável”, pontua Shohei.

Mais internacional Uma das vantagens da maior musculatura e de fazer parte de uma rede internacional é, justamente, a maior capacidade de buscar novas tecnologias em diferentes mercados. “Nossa missão é trazer inovações de fora de todo o mundo para o Brasil”, observa Shohei. Para os clientes locais, a empresa está trazendo cada vez mais novidades e oportunidades de tecnologias. Nessa nova fase, a companhia também ganhou mais capacidade de atendimento às multinacionais. “Nos últimos dez anos, as empresas multinacionais já eram importante no nosso portfólio. Mas agora a gente tem uma capacidade maior de atendimento, inclusive em diversidade de fornecimento”, considera o presidente do Conselho. Com uma maior capacidade para buscar fontes de fornecimento internacional, a empresa tem hoje muito mais facilidade para atender a demanda do cliente ou uma necessidade do mercado, por conta da própria rede que a Sumitomo vem desenvolvendo. Em paralelo, a Cosmotec vem atuando junto com as outras empresas que compõem a rede internacional da Sumitomo buscando sinergias em logística, novas tecnologias que não competem com o portfólio atual, e levando o pessoal daqui para treinamentos lá fora, ao mesmo tempo em que os profissionais das outras empresas também vêm para o Brasil. “Criamos novas oportunidades, até para os funcionários”, pontua Luciano.

Ampliando a cobertura Com a entrada da Sumitomo no negócio, um dos objetivos passou a ser transformar a Cosmotec numa operação regional, capaz de atender clientes de toda a América Latina. Apesar do pouco tempo de trabalho, isso é uma realidade que começa a ganhar forma. As operações da empresa já estão mais avançadas na Colômbia, com uma equipe própria da companhia alocada no país. “O que a gente quer é replicar o serviço da Cosmotec no Brasil para os clientes de toda América Latina”, coloca Luciano, que diz que a tendência é que a empresa disponha de pessoas de P&D,

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que vão auxiliar os clientes nos desenvolvimentos e uma pessoa de vendas, além de estoque local, quando for preciso. “Nos países mais relevantes queremos ter uma estrutura como a daqui, em termos de gente e estrutura de laboratórios”, completa o presidente do conselho. A atual crise vivida pelo Brasil não afeta o plano de negócios da Cosmotec. O País é estratégico para o negócio de ingredientes cosméticos que a Sumitomo está montando e pensando para os próximos 20, 30, 50 anos. “A questão do Brasil é momentânea, a gente já viveu situações piores como Cosmotec no passado.” Luciano afirma que, apesar de a condição hoje não ser boa, o principal é que o Brasil é um país com 204 milhões de pessoas, tropical e com uso intenso de cosméticos. “2015 foi bom. Internamente tivemos várias melhorias, muitas coisas boas que vieram da Sumitomo, no geral foi um ano muito bom. Intercâmbio de pessoas viajando para outros mercados. A demanda vive a situação do momento para vários países de diversos segmentos... Mas isso não nos assusta. Mesmo em mercados mais novos como Argentina e Colômbia, o principal para nós é criar um relacionamento de parceira e confiança, que você não se aproveita só dos momentos bons ou ruins, você ajuda eles a crescer. Essa é a visão.”

Em busca de tecnologias Mas de todas as vantagens que o negócio com a Sumitomo trouxe para a Cosmotec, a mais celebrada pelo time daqui é o maior acesso a novas tecnologias e o potencial de trazê-las, ou mesmo adaptá-las, para o mercado brasileiro. Nesse particular, a empresa tem aproveitado o grande destaque que vem sendo dado às formulações japonesas e coreanas, de onde têm vindo grande parte das inovações e novidades no que diz respeito a produtos para a pele (e em menor grau de maquiagem). A necessidade de adaptação acontece porque os ingredientes utilizados no mercado asiático nem sempre são os mesmos utilizados no Brasil, tanto por questões regulatórias ou porque simplesmente eles ainda não foram disponibilizados para o País. “Temos estudado bastante as formulações de lá (da Ásia) e sobre como a gente pode chegar ao mesmo efeito, ao mesmo resultado, mas com uma textura que seja


NEGÓCIOS Gestão agradável a pele da brasileira – que é diferente da asiática – e que atenda aos anseios da brasileira – também distintas das asiáticas”, diz Tatiana Francine, gerente de Comunicação e Mercado da empresa, que explica que o conceito da busca pela pele perfeita é bem aceito no Brasil, mas que a brasileira não quer a pele branquinha, de porcelana como manda a tradição oriental. “Trabalhamos em texturas diferentes e avaliando como formular com ingredientes disponíveis aqui. E também o tipo de equipamento utilizado na produção local e que precisa ou poderia ser adaptado em relação aos processos de fabricação utilizados lá para aplicação aqui”, emenda.

Kuniharu Nakamura, Presidente da sumitomo corp.: a gigante japonesa aportou mais de 400 anos de gestão empresarial na Cosmotec.

Força global Além de estar à frente do conselho da Cosmotec, Luciano vai integrar também um comitê global recém-criado pela Sumitomo para tratar das estratégias de futuro para as empresas que estão sendo adquiridas e compondo a rede da Sumitomo de distribuição de ingredientes cosméticos. “Foi uma grata surpresa ser convidado para esse comitê, que vai ter reuniões periódicas e vai suportar a matriz nas decisões e no plano estratégico desse novo negócio”, conta o conselheiro. O comitê reflete o cuidado que a companhia está tendo para avançar com a sua ambição de se tornar uma operação internacional extremamente relevante no mercado. Isso tende a se refletir no estabelecimento de algumas políticas e padrões globais, ainda mais agora que os negócios estão crescendo. “É preciso caminhar na mesma direção. Por isso é muito importante esse comitê”, acredita Shohei. A tendência é que esse grupo de distribuidores passe a operar sob uma única marca, um nome que seja conhecido globalmente. Hoje são várias operações internacionais, relativamente independentes para tocar o dia a dia dos seus negócios. “Mas no futuro seremos como uma grande multinacional mesmo”, complementa Luciano. O objetivo da Sumitomo é ter uma rede global de fornecimento de soluções para os clientes da indústria de beleza no mundo todo. Não faz parte dos planos da companhia se converter em um fabricante de ingredientes. Mas a empresa está sempre aberta para apoior os seus parceiros no desenvolvimento de novas tecnologias.

O apoio desse grupo, formado por profissionais experimentados de diversos países, será importante para ajudar o comando da Sumitomo a definir suas estratégias de ação para o futuro em um momento no qual novos movimentos impactam o negócio de ingredientes cosméticos no mundo. O mais recente é a entrada com força das casas de fragrâncias nesse universo. Hoje, três das quatro maiores casas de fragrâncias internacionais contam com divisões de ingredientes e ativos. Pela natureza dos produtos que vendem, as casas costumam ser o parceiro de material produtivo mais estratégico para as fabricantes de cosméticos, especialmente para as empresas locais, com acesso não só às áreas técnicas e de operação, mas também ao marketing e à cúpula das companhias. Mas isso não assusta os executivos da Cosmotec. Até porque, a empresa há tempos adota um formato de apresentação de tecnologias que se dedica a falar não só dos aspectos técnicos dos ativos, mas, cada vez mais, conectando a tecnologia com a experiência de uso, os clains que podem ser utilizados,

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benefícios e emoções que podem ser despertadas no consumidor. Para Tatiana, as casas podem ter acesso à área da empresa com as quais as empresas de matérias-primas não tratam tanto, especialmente o Marketing. “Mas nós estamos com os técnicos no dia a dia, mostrando os ingredientes, ajudando–os a encontrar os argumentos para sustentar os seus desenvolvimentos. Nós suportamos a área de P&D nas ideias e trabalhos que ela leva ao marketing”, crê a executiva. Além, disso, como diz Luciano, trata-se de um movimento novo e será preciso ver com o tempo, se essas empresas vão ter paciência e foco para se desenvolver neste mercado. “É um passo que eles estão dando, uma experiência que um fez e os outros copiaram”, situa. “Além de todos os desafios tecnológicos – acho que vão uns 20, 30 anos para as casas concorrerem com as grandes empresas de matérias-primas – o volume de dinheiro é bem menor quando comparado ao negócio de fragrâncias, e com margens não tão boas”, conclui o presidente do Conselho da Cosmotec.


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osso mercado é dotado de uma série de profissionais que gozam de um vasto conhecimento nas mais diversas áreas e categorias que compõem o segmento de beleza no Brasil. São pessoas que estão a todo momento buscando conhecimento e não se importam em dividi-lo com o mercado. Pelo contrário. Querem é mais propagar este saber, a fim de desenvolver ainda mais o segmento cosmético em nosso País.

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Estes profissionais também emprestam seus conhecimentos para o Prêmio Atualidade Cosmética, exercendo um papel imprescindível durante o processo de avaliação da premiação. São décadas de estudos, pesquisas e experiências somadas que você terá o prazer de conhecer um pouco mais nas páginas a seguir. Neste material, há uma série de descritivos que podem indicar exatamente um profissional que lhe pode ser útil no momento, de alguma maneira. Confira quem são alguns dos diversos consultores que o nosso mercado dispõe.

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Alberto Keidi Kurebayashi Experiência no mercado 26 anos atuando no setor de personal care, foco em produtos dermocosméticos como formulador e especialista em transferência de tecnologia, inovação e ciência. Biofórmula, Inst. Adolfo Lutz, Natura, presidente ABC (2009-2013) e Protocolo Consultoria Personal e Health Care. Formação acadêmica Farmacêutico-Bioquímico pela USP, especialidade Fármaco-Medicamentos, Pós em Marketing-ESPM, especialização em Dermato-Cosmética pela Univ. de Vrije – Bélgica. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Ministra como voluntário palestras no curso de Pós-Graduação em Cosmética na Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/ Avaliação de Fórmulas; Novas tecnologias; Formulações de alto valor agregado; e Inovação e Novas Tecnologias para aplicação do produtos. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Shampoo e pósshampoo; Produtos Infantis; Cosméticos orgânicos; e Tratamentos para pele do Rosto/ Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Consultoria em Ciência Cosmética: Ser entendida e percebida pelos clientes como uma empresa criadora e disseminadora de conceitos e novas ideias, com inovação e qualidade para superar as expectativas dos clientes. A criação de conceitos/ produtos/ ideias/ oportunidades emanam da sinergia e aliança entre os envolvidos. Inspiração: inovar com produtos que façam a diferença e promovam o bem-estar.” Contato: alberto@siteprotocolo.com.br / (11) 5589-1476 / www.siteprotocolo.com.br

André Elias Gonçalves Experiência no mercado Por mais de 25 anos, lidera atividades de Marketing e Desenvolvimento Comercial em grandes redes de drogarias. Foi gerente de Marketing na Raia por mais de 18 anos, diretor Comercial na Rede Iporanga e diretor de Marketing na Drogaria São Paulo/Pacheco por sete anos. É grande conhecedor do segmento Saúde, Beleza e Conveniência. Formação Acadêmica É bacharel em Publicidade & Propaganda pela UNIP – SP e pós-graduado em Marketing, em Varejo e em Comunicação pela ESPM – SP. Principais áreas de expertise Gestão de Marketing; Gestão de Marcas; Comunicação Integrada; Trade Marketing; e Gestão Comercial. Principais categorias em que atua Medicamentos RX; Medicamentos OTC; Produtos de Higiene; Produtos de Beleza; e Produtos de Conveniência. Como funciona o seu trabalho “Participo em Projetos Estratégicos e Operacionais para o canal farma, tanto no nível B2C, como no B2B. Neste momento, tenho ocupado a Direção do Núcleo Farma Expertise – Grupo JLPaula, que tem como objetivo colaborar com empresários, de Redes de Drogarias e de Indústrias interessadas no Segmento, através de Serviços de Consultoria e de Aconselhamento Comercial para a ampliação da base de Negócios.” Contato: andre.elias.goncalves@gmail.com / (11) 99236-1000

Célia Boucault Experiência no mercado Trabalhou por mais de 23 anos nos mercados de cosméticos, perfumaria, farmacêutico, alimentícia, embalagem, brindes e logística, implantou departamentos técnicos na área de embalagem cosmética, perfumaria, higiene pessoal e farmacêutica. Seu conhecimento se consolidou através de empresas como: Unilever, Natura, Grupo Silvio Santos Cosméticos (marcas Jequiti e Hydrogen), Nestlé, BASF, Henkel e ABL Antibióticos, entre outras. Responsável pela Bukoô Assessoria em Projetos. Formação acadêmica Graduação em Desenho Industrial pelo Mackenzie (85) e pós-graduação em Administração de Marketing pela ESPM (97). Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Atualmente ministra curso de embalagem para cosmético e farmacêutico no Instituto Racine e já ministrou cursos de embalagem para cosméticos para ABC (Ass. Brasileira de Cosmetologia), na Anhembi-Morumbi e na Fundação Dorina Nowill para Cegos bem como, cursos de embalagens farmacêuticas para a empresa Latfar (Lima), focando materiais, fabricação, impressão, logística e qualidade. Principais áreas de expertise Novas tecnologias – relacionadas a embalagem; Pesquisa e desenvolvimento de novos materiais para embalagem; Inovação e Novas Tecnologias para aplicação do produtos; e Validação técnica e comercial de produtos acabados e semiacabados. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Maquiagem facial; Esmaltes; Perfumaria; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “O processo criativo ocorre através de pesquisa de novas tecnologias, materiais e em conjunto com um pensamento criativo, onde tento quebrar paradigmas do mercado, produto ou do cliente e me questiono com o produto que estou desenvolvendo poderia se reapresentar no mercado de uma forma diferenciada, criativa ou inovadora? Como poderia gerar um impacto positivo ao produto? Com isto surgem boas ideias.” Contato: celiaboucault@gmail.com / (11) 99853-6616

Carlos Machado Experiência no mercado Experiência de 40 anos em Marketing com ênfase em gestão executiva, desenvolvimento de produtos, gerenciamento de marcas, promoção e publicidade, em indústrias cosmética e farmacêutica, como Hypermarcas, Nylooks, Niely, Embelleze, The Sydney Ross Co. e como consultor em outras. Formação acadêmica Comunicação Social - Publicidade e Propaganda. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino No momento não atua na área educacional, entretanto, no passado, já foi professor do ensino superior em Marketing, design e arquitetura industrial. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/ Avaliação de Portfólio; Produtos para exportação; Formulações de alto valor agregado; e Inovação e Novas Tecnologias para aplicação do produtos. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Shampoo e pós-shampoo; Coloração capilar; Produtos de Transformação Capilar Profissional; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. - Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Para fazer fluir a criação, primeiramente é necessário ter uma forte compreensão do conceitual do produto e saber que moda e arte são matérias relevantes na influência do consumidor, pois a moda responde à necessidade de atualização e a arte é o canal por onde transitam os sonhos e a percepção do sublime. Ambas conduzem o produto para além de sua condição funcional, adicionando valor simbólico e identidade emocional. A inspiração deve nascer da busca pela inovação.” Contato: Imagine Consultoria em Marketing Ltda / imaginet@terra.com.br / (11) 4195-4335

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especial Consultores do Brasil Edison Nakayama Experiência no mercado Com 30 anos de experiência no mercado cosmético, atuou na Natura durante 18 anos em diversas áreas, como: gerente geral de cosméticos na FBM Farma em Goiás e diretor industrial em empresas de terceirização. Hoje atua como consultor na NK4 Consultoria em projetos cosméticos no modelo full service em projetos e também faz parte da diretoria da ABC – Associação Brasileira de Cosmetologia. Formação acadêmica Formação em Direito, mas nunca atuou por sempre trabalhar no mercado cosmético. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/ Avaliação de Portfólio; Gestão de Fornecedores e Terceiristas; Pesquisa e desenvolvimento de novos materiais para embalagem; e Validação técnica e comercial de produtos acabados e semiacabados. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Produtos de Transformação Capilar Profissional; Produtos de Transformação Capilar Home care; Produtos Infantis; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Nosso trabalho consiste em executar o full service em um projeto cosmético, do planejamento estratégico ao lançamento dos produtos. Executamos uma ou todas as fases de um projeto de lançamento de produtos (planejamento estratégico, desenvolvimento de produtos, embalagens, assuntos regulatórios, formação de preços, marketing e design de embalagens, homologação de terceiristas, desenho operacional logístico e lançamento de produtos).” Contato: edisonnakayama@gmail.com / (11) 3297-3514 e (11) 99529-4567

Enilce Maurano Oetterer Experiência no mercado Atuou 12 anos na Symrise, e também em outras empresas. É diretora da ENCOSMÉTICA Consultoria Ltda. Articulista para as revistas do setor: Euro Cosmetics Magazine; Química e Derivados; Revista Espuma; sócia-fundadora e diretora Administrativa da Associação Brasileira de Cosmetologia – ABC; Membro da CTCOS do VI-CRQ IV. Formação acadêmica Engenheira Química - Faculdade de Engenharia Industrial; MBA Executivo em Gestão de Negócios e Inovação – Berkeley University (USA). Macroeconomic Risk Management at Emergent Markets Seminar – Columbia University/SIPA (USA). Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Coordenadora e Palestrante em Congressos, tendo atuado em instituições acadêmicas como: UNESP; USP; SENAC; FEI; Faculdade Santa Marcelina; Faculdade Osvaldo Cruz; Universidade Mauá; entre outras. Docente em cursos de Pós Graduação da FEI; da Faculdade Oswaldo Cruz; das Faculdades Anhembi Morumbi; e da Faculdade Santa Marcelina desde 2014; e trabalho de Pesquisa em desenvolvimento. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/Avaliação de Portfólio; Gestão de Fornecedores e Terceiristas; Ativos de origem natural; e Inovação e Novas Tecnologias para aplicação do produtos. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Shampoo e pós-shampoo; Cosméticos orgânicos; Perfumaria; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “O processo relaciona-se com a gestão do negócio, com foco no planejamento estratégico do projeto e suas etapas. É elaborado o plano de negócios, estudos das matérias-primas são realizados para a adequação da fórmula ao conceito de marketing associado. A inspiração apoia-se nos valores para sua condução, como a ética, o comprometimento, o espírito de equipe, entre outros”. Contato: enilce@encosmetica.com.br / www.encosmetica.com.br / (11) 3758-5870 ou (11) 99961-8727

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Emiro Khury Experiência no mercado Diretor da EK Consultores, consultoria especializada no desenvolvimento de produtos cosméticos e dermatológico; fundador do Instituto de Bioengenharia da Pele, Evic International. Professor de Tecnologia Cosmética na PUC-Pr. Gerente de P&D e Responsável Técnico de O Boticário. Formação acadêmica Farmacêutico, especialista nas áreas de bioquímica e farmácia industrial. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Combinando suas contribuições na indústria cosmética, foi professor das disciplinas de Farmacotécnica e Tecnologia de Cosméticos na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, professor dos cursos de pós-graduação da Associação Brasileira de Cosmetologia e de outras instituições de ensino brasileiras. Principais áreas de expertise Desenvolvimento de formulações; Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Novas tecnologias; Ativos de origem natural; e Inovação e Novas Tecnologias para aplicação do produtos. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Produtos Infantis; Cosméticos orgânicos; Tratamentos para pele do Rosto/Corpo; e Protetores Solares. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Sou inovador na área das ciências aplicadas à tecnologia cosmética com 30 anos de experiência na criação de valor. Apoio meus clientes por meio de consultoria em pesquisa e desenvolvimento de produtos, atividades relacionadas à cadeia de suprimentos e à fabricação. Ajudo a criar produtos baseados em necessidades não atendidas com a inovação centrada no cliente.” Contato: emiro@ekconsultores.com.br / (11) 2936-4132 e (11) 98263-6824 / www.ekconsulting.com.br

Fanny Moreau de Menezes Experiência no mercado Trabalha como perfumista independente há cinco anos e prestou serviços de criação para empresas como: Pullman, Ara Vartanian, Citroën, Samsung, Tania Bulhões e como perfumista-chefe da casa de fragrâncias e aromas Rai Industrial. Formação acadêmica Mestrado em International Business na Sorbonne Paris IV, cursos de perfumaria na Cinquième Sens em Paris e na Galimard em Grasse e uma Pós em Perfumaria na Oswaldo Cruz. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Professora na Fundação para cegos Dorina Nowill, no curso de avaliação olfativa e hoje é professora de Pós de Perfumaria e de extensão na Faculdade Oswaldo Cruz, no MBA de Gestão de Luxo na Maison du Luxe e de pós em Perfumaria na Faculdade Santa Marcelina. Principais áreas de expertise Desenvolvimento de formulações; Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/Avaliação de Fórmulas; Formulações de alto valor agregado; e Validação técnica e comercial de produtos acabados e semiacabados. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Shampoo e pósshampoo; e Perfumaria. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “No caso de uma criação de fragrância, costumo analisar um briefing que me informa no mínimo sobre o DNA da marca, o perfil psycho-demográfico do consumidor final, a aplicação e o orçamento. A partir dessas informações, eu crio fórmulas que traduzem as palavras chaves do projeto em odores. Quando considero que consegui criar três fórmulas harmoniosas, volto para meu cliente e apresento cada caminho criativo. Meu cliente escolhe o caminho e se precisar vou reajustando a fórmula.” Contato: fanny.moreau@monabsolu.com.br / monabsolu.com.br / (11) 2371-5999 ou (11) 97669-9903

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Marcia Sant´Ana Experiência no mercado Mais de 30 anos de experiência profissional, atuando nos últimos 20 na indústria de fragrâncias em Vendas, Marketing, Pesquisa e Avaliação Olfativa. Profundos conhecimentos nos segmentos de perfumaria fina, produtos de higiene pessoal e produtos de limpeza. Desde 2013 é consultora de fragrâncias prestando serviços para indústrias nacionais e internacionais, trabalhando também em projetos com Renata Ashcar e como professora nesta área. Formação acadêmica Graduada pela PUC-SP em Secretário Executivo Bilíngue e pós-graduada em Marketing pela FGV, Marketing de Luxo pela ESPM e A Cultura do Perfume pela FASM, com extensão universitária na UCLA, Califórnia. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Professora de Avaliação e Marketing Olfativo do curso de pós graduação da Faculdade Santa Marcelina e foi coordenadora educacional do Curso de Avaliação Olfativa na Fundação Dorina Nowill para deficientes visuais e cegos. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); e Pesquisa/ Avaliação de Portfólio. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Shampoo e pósshampoo; Produtos Infantis; Perfumaria; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “A inspiração acontece naturalmente. Cada empresa e cada projeto tem a sua essência, literalmente falando, então fica fácil trabalhar olfativamente a partir do momento em que você entende o que cada um busca. Mesmo prestando consultoria para empresas concorrentes, cada projeto tem a sua linguagem, a sua expressão olfativa e quando você entra neste universo é mais provável o acerto de fragrâncias e conceitos de sucesso. O nosso próprio dia a dia acaba sendo a fonte de inspiração. Os grafites das ruas, as pessoas, a natureza e até mesmo o caos urbano trazem inspiração para novos conceitos e rotas olfativas.” Contato: santana.marcia65@gmail.com / (11) 96377-7799

Jadir Nunes Experiência no mercado Experiência em empresas como J&J, Schering-Plough, Natura, Chemyunion, Stiefel nas áreas de P&D; Evic Brasil em avaliação de segurança e eficácia; e Arch Química em ingredientes ativos. Atualmente é consultor independente da empresa SLINC – Scientific Learning & Innovation Consulting. Formação acadêmica Farmacêutico com Mestrado e Doutorado em Farmacotécnica pela Farmácia da USP. Pós-Graduado em Marketing ESPM; Especialista em Gestão de Projetos de Inovação pela Agência USP de Inovação. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Professor de Cosmetologia e Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Cosméticos da Faculdade de Tecnologia Oswaldo Cruz. Principais áreas de expertise Desenvolvimento de formulações; Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/Avaliação de Fórmulas; Formulações de alto valor agregado; e Inovação e Novas Tecnologias para aplicação do produtos. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Produtos Infantis; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “O processo inicia-se geralmente com um briefing do cliente e dependendo da complexidade define-se um plano de ação visando otimizar ao máximo as etapas-chaves para pesquisar, desenvolver, avaliar novos conceitos, ingredientes, tecnologias buscando sempre produtos mais inovadores e competitivos no mercado. Networking tecnológico com as universidades, start ups, centros de pesquisa além de parcerias com empresas privadas chaves no processo são fundamentais.” Contato: Jadirnunes59@outlook.com / (11) 99178-2942

Orpheu Cairolli Experiência no mercado Perfumista, avaliador, consultor e especialista em pesquisas sensoriais. Empresas: Voix de L’Eau, NDO – Núcleo de Desenvolvimento Olfativo e ECM Consultoria Estratégica. Formação acadêmica Pós graduação em Perfumaria Faculdades Oswaldo Cruz, Comunicação Social Universidade Metodista de São Paulo, Psicanálise Clínica e Didática SPOB. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Professor nos cursos de pós-graduação das Faculdades Oswaldo Cruz nas disciplinas: “Treinamento Olfativo”, “Genealogia de Acordes e Perfumes” e “Briefing e Processos de Criação em Perfumaria” e na Faculdade Santa Marcelina “Neurociência Aplicada a Perfumaria”. Pesquisa: “Perfume & Personalidade”. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/ Avaliação de Portfólio; Gestão de Fornecedores e Terceiristas; e Validação técnica e comercial de produtos acabados e semiacabados. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); e Perfumaria. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Meu processo criativo pode partir de inspirações naturais ou de briefing, mas será sempre baseado em três princípios fundamentais: originalidade, sofisticação e qualidade, com o objetivo de promover o bem-estar dos consumidores, respeitando as questões de sustentabilidade. Os resultados devem ser únicos e preferencialmente exóticos.” Contato: orpheu@voixdeleau.com / www.voixdeleau.com.br / (11) 98366-9865

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Paola Patriarca Experiência no mercado Atuou como consultora em empresas cosméticas, farmacêuticas e de ingredientes, no Brasil e fora (Itália e França); Como pesquisadora ou gestora em Marketing: ICPQ, Janssen Cilag, Aché, Natura, O Boticário, Integrée e Greentech. Formação acadêmica Farmácia e Bioquímica – USP São Paulo. ESPM-Pós em Marketing, especialização em cosmetologia (Racine) e Fitoterapia (Facis Ibehe). Master em International Relations Management pela Universita Cattolica em Milâo. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/ Avaliação de Portfólio; Gestão de Fornecedores e Terceiristas; Ativos de origem natural; e Inovação e Novas Tecnologias para aplicação do produtos. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Shampoo e pósshampoo; Esmaltes; Cosméticos orgânicos; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Escuto meu cliente, procurando decodificar seu perfil e suas necessidades, estudo seus valores e princípios, avalio o portfólio, caso já exista, proponho linhas ou produtos que se encaixam no perfil estudado, sempre de acordo com o público e as características da empresa. O processo acontece naturalmente onde a construção é feita em conjunto com o cliente. O processo de inovação me inspira, a busca por soluções, o desafio de construir algo diferente, e acertar nas escolhas facilitando a vida do consumidor.” Contato: paolap@ehlos.com / (11) 3892-3068

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especial Consultores do Brasil Renata Ashcar Experiência no mercado Iniciou suas atividades em 1986 em consultoria e design e, na década de 1990, com a abertura do mercado brasileiro se tornou agente do designer francês Pierre Dinand com quem desenvolveu vários sucessos da perfumaria nacional. Em 2001, publicou seu primeiro livro e desde então desenvolveu uma sólida carreira na perfumaria na área cultural e educacional. Formação acadêmica Formada em publicidade, especializou-se em perfumaria de forma autodidata, tornando-se uma das maiores autoridades internacionais no segmento. Autora dos livros Brasilessencia: A cultura do perfume; Banho: histórias e rituais e de 5 edições do aclamado Guia de Perfumes. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino História da Perfumaria – faculdade Santa Marcelina, curso de pós graduação em perfumaria e Faculdade Oswaldo Cruz, pós graduação em perfumaria Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/ Avaliação de Portfólio; Gestão de Fornecedores e Terceiristas; e Validação técnica e comercial de produtos acabados e semiacabados Principais categorias em que atua Perfumaria Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Tenho muito orgulho em fazer parte do mercado brasileiro de perfumaria e culturalmente falando, posso até dizer que ajudei a construir este segmento, registrando sua história e difundindo sua cultura onde descobri verdadeiramente minha missão, ensinar. Hoje, como autoridade na área, tenho sete publicações e assino a curadoria do museu de perfumes em São Paulo e o que mais me inspira é poder dividir este conhecimento de alguma forma contribuindo para construção de mais alguns capítulos de sucesso desta história perfumada.” Contato: www.renataashcar.com.br / (11) 99143.6126

Renata Ortolani Experiência no mercado 22 anos de carreira na área de Negócios nas empresas Parmalat, Reckitt Benckiser, Natura Cosméticos. Experiência em elaboração e gestão de projetos de inovação: desde a geração de ideias até sua implementação. Atualmente é socia da Consultoria Innoverso e Coach membro da ICF. Formação Acadêmica Graduação: Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie e Pós graduação em Marketing pela ESPM. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino É professora Especialista. ESAMC (Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação); Instituto Racine (pós graduação P&D Prod. Cosméticos, Gestão de prod. Cosméticos) e UNIFEOB (Centro Universitário da Fundação Octávio Bastos). Áreas: Gestão de Inovação, Gestão de Marketing, Trade-Marketing, Planejamento Estratégico, Gestão de Pessoas, Orientadora de TCC MBA de Gestão de Trade-marketing e Vendas. Principais áreas de expertise: Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Pesquisa/ avaliação de portfólio; e Workshops de geração de ideias. Principais categorias em que atua Banho e Higiene; Shampoo e pós-shampoo; Produtos Infantis; Tratamento para Pele; e Cosméticos Orgânicos. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Os projetos são desenhados de acordo com a necessidade de cada cliente. São participativos e buscam ampliar o entendimento do negócio, gerar ideias inovadoras, construir marcas, agregar valor a produtos e desenvolvimento de novos negócios. Possui metodologia própria inspirada no conceito de Design Thinking. Trabalhamos também com Coaching, treinamentos e palestras nas áreas de gestão de negócios.” Contato: renata@innoverso.com.br / www.innoverso.com.br / (11) 4116-0830

Sebastião D Gonçalves Experiência no mercado Em 34 anos, trabalhou em companhias como: Drew Chemical; Polilab; na Rohm and. Haas. Hoje, tem a ProServ e a Biocenter, onde trabalham com qualidade microbiológica para o mercado de cosmético e tudo que envolve a microbiologia, ou seja, conservantes, sanitizantes, agente de limpeza, analises microbiológicas, testes desafio, equipamentos para tratamento de água, como desmineralizador, UV, filtros, etc... Formação acadêmica Engenheiro Químico, formado pela UNICAMP. Fez pós graduação em Termodinámica Aplicada. Estudou MBA na Business School São Paulo. Participou do curso Business to Business pela FGV. E estudou Gerenciamento na Universidade de Toronto. Principais áreas de expertise Desenvolvimento de formulações; Pesquisa/Avaliação de Fórmulas; Ativos de origem natural; Formulações de alto valor agregado; e Validação técnica e comercial de produtos acabados e semiacabados. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Shampoo e pósshampoo; Produtos de Transformação Capilar Profissional; Produtos Infantis; e Cosméticos orgânicos. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Nosso trabalho é desenvolvido de acordo com a necessidade do cliente, que é quem nos inspira. Os problemas microbiológicos são inúmeros. Se o perfume é a alma dos cosméticos, o sistema conservante é o coração. Procuramos entender as necessidades do cliente visitando as fábricas, nos envolvendo com os técnicos que trabalham no laboratório de pesquisa e desenvolvimento, laboratório físico-químico, manipuladores, envasadores, garantia da qualidade, etc...” Contato: sebdon@uol.com.br / (11) 99991-3059

Sephora Oliveira Experiência no mercado Trabalhou na Editora Saber, Saber Publicidade e Promoções, Banco Unibanco, Equipa Movéis e Equipamentos e Avon. Principal experiência é com a última, na área de cosméticos, pois ficou por 25 anos, e esteve em cinco áreas diferentes da empresa: Laboratório Químico, Controle e Garantia da Qualidade, Marketing, Desenvolvimento de Produtos e Planejamento Operacional. Formação acadêmica Bacharel em Química e Engenharia Química (Mackenzie e Universidade Santa Cecília), Pós Graduação em Marketing (Anhembi Morumbi), Finanças (Business Scholl) e MBA em Gestão Executiva (FGV). Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Ainda não, mas está preparando um processo para desenvolver conhecimentos de Embalagens com Universidades. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Gestão de Fornecedores e Terceiristas; Pesquisa e desenvolvimento de novos materiais para embalagem; Inovação e Novas Tecnologias para aplicação do produtos; e Validação técnica e comercial de produtos acabados e semiacabados. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Maquiagem facial; Esmaltes; Perfumaria; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Meu trabalho é inspirado pelo conhecimento. Pesquiso muito o mercado, verifico muito os processos tecnológicos que estão em alta nele, e trabalho em cima das últimas e mais atuais informações tecnológicas do mercado.” Contato: sephoraoliveira.consultoria@gmail.com / (11) 99293-1892

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Sonia Corazza Experiência no mercado 40 anos de atuação em Pesquisa e Desenvolvimento, últimos 15 anos proprietária da Corazza Inteligência em P&D Cosmética, em empresas como Avon, Natura, Procter& Gamble, J&J, Unilever, Besins, Myralis, Cifarma, Mantecorp e outras líderes do mercado. Formação acadêmica Engenheira Química, formada em 1981 pela ESQOC. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Docente do SENAC CTB, autora de livros acadêmicos, como Aromacologia – uma ciência de muitos cheiros, entre outros. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); Novas tecnologias; Ativos de origem natural; Formulações de alto valor agregado; e Inovação e Novas Tecnologias para aplicação do produtos. Principais categorias em que atua Produtos de Transformação Capilar Home care; Produtos Infantis; Cosméticos orgânicos; Perfumaria; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Meu diferencial está na amplitude de serviços, profundo conhecimento da anatomofisiologia miscigenada no País, atitudes em relação aos cuidados pessoais, acesso prioritário às novas tecnologias e fontes de suprimento ativos. Em laboratório próprio ofereço a solução criativa para inovação verdadeira, testes de estabilidade, compatibilidade, criação perfumística e treinamento da equipe de vendas.” Contato: sonia@belezainteligente.com.br / www.soniacorazza.com.br / (11) 4145-1306 ou (11) 99621-6438

Sílvia Mussolini Experiência no mercado Pesquisa, desenvolvimento e controle de qualidade de produtos cosméticos. Pesquisa Nuclear. Redatora, revisora, produtora de programa de TV e jornalista em mídias impressas e digitais. Coordenadora de produtos educacionais (formação técnica e superior e aperfeiçoamentos). Phytoervas, IPEN, Colégio Porto Seguro, Colégio I. L. Peretz, Rádio Globo, Jornal Gazeta Mercantil, Revista Veja São Paulo, Agências de Publicidade Ogilvy One e Synapsys (Programa Tudo Avon), CRQ (Comissões Técnicas do Conselho) e Senac. Formação acadêmica Instrumentadora Cirúrgica, Química, Jornalista e Psicanalista. Pós Graduada em Cosmetologia e Farmacologia. Trabalhos de pesquisa em instituição oficial de ensino Professora de química e cosmetologia. Principais áreas de expertise Desenvolvimento de formulações; Pesquisa/Avaliação de Portfólio; e Pesquisa/Avaliação de Fórmulas. Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Shampoo e pósshampoo; e Tratamentos para pele do Rosto/Corpo. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “A criação tem de surgir de ideias sem amarras. Tem de haver fluidez no processo de criação. As ideias surgem de uma viagem, uma visita ao museu, um bate papo com amigos, leituras, filmes, peças de teatro, congressos, eventos, parcerias, visitas técnicas... Enfim, o dia é dia é a principal fonte de inspiração. Há uma diferença entre o idealizado e o que pode ser concretizado. E esse é o segundo ponto. Primeiro as ideias fluem, depois passamos a régua.” Contato: silviamussolini@gmail.com

Valeria Grossmann Experiência no mercado Três anos no Marketing da Unilever. Durante 12 anos, desenvolveu uma carreira internacional na Givaudan. Viveu em Londres e Paris durante oito anos, acumulando a gerência comercial de clientes internacionais e culminando como diretora Européia de Fine Fragrance. Criou em 2001 a Nosearound, um estúdio de tendências e consultoria olfativa. Entre 2006 e 2009, ajudou a criar o centro olfativo da Natura. E em 2011, desenvolveu as atividades da Centdegres no mercado Brasileiro. Formação acadêmica Formada em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Dois anos de formação em avaliação olfativa na escola da Givaudan em Paris e cursos de gestão criativa e orquestrar performance na IMD e Warton. Principais áreas de expertise Desenvolvimento completo de produtos/linhas (incluindo conceituação); e Design de produtos e arquitetura de pontos de vendas Principais categorias em que atua Banho e Higiene (sabonetes, desodorantes, hidratantes básicos...); Shampoo e pósshampoo; Maquiagem facial; e Perfumaria. Como funciona o seu processo de criação/desenvolvimento e o que inspira o seu trabalho “Buscar ideias e trabalhar conceitos que conectem com o coração do consumidor. O processo de criação tem de antecipar o desejo e criar uma ligação emocional. Busco sempre a harmonia do todo, na história a ser contada e na coerência nos elementos do mix. As diversas expressões da marca são as peças do quebra cabeça ou os instrumentos da orquestra, que devem estar afinados e compondo o todo. Conceito, Forma e Estética! Dirigir criativos na busca da expressão da marca. Perfumistas, designers, publicitários, arquitetos e decoradores criando os pedaços que compõe o todo.” Contato: valeria@nosearound.com.br / Valeria@centdegres.com.br / www.centdegres.com / (11) 99141-6359

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Atualidade COSMÉTICA


clássicos

da perfumaria por Larissa Gutierres

Das águas do Mediterrâneo Um dos perfumes mais bem sucedidos do novo milênio, Dolce & Gabbana Light Blue trouxe madeiras, vigor e sofisticação para os perfumes frescos

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esde o seu primeiro desfile, em 1985, os estilistas italianos Domenico Dolce e Stefano Gabbana, que construíram um dos maiores impérios do mundo da moda, nunca se esqueceram de suas raízes sicilianas. Isso se traduz em um mundo “ilustrado” por tradições, cultura e a natureza do mar Mediterrâneo que banha a ilha e dá à marca uma interpretação e um estilo único, sensual e cheio de cor e alegria. Na descrição da marca, a mulher Dolce & Gabbana é forte, gosta de si e sabe que é desejada. Ela usa corpetes extremamente sensuais ou sutiãs que podem ser vistos sob a roupa, contrastando-os com os ternos risca de giz muito masculino. Sempre usa saltos muito altos que lhe confere um andar extremamente feminino, sexy e uma postura inconfundível. Não importa a ocasião, ela é sempre completamente mulher. O primeiro perfume lançado pela marca, Dolce & Gabanna pour Femme, de 1992, é um bom exemplo dessa mulher. Um floral aldeídico com força, glamour e sofisticação combinadas com certo grau de luxúria e volúpia. O indefectível cartucho com textura aveludada vermelha é um reflexo desse espírito. Nove anos (e alguns perfumes) depois, a grife apresentou ao mercado uma nova versão do seu perfume original: Dolce & Gabbana Light Blue. Antes da era dos flankers, Light Blue foi concebido como uma nova criação. Mais do que uma versão light, como o nome pode sugerir, o perfume é quase um alter ego da fragrância de 1992. Ele traz toda a força, a feminilidade e a elegância da mulher Dolce & Gabbana, mas num outro momento. Diurno, solar, revigorante, mas, ainda assim, com a elegância e o estilo de uma mulher desfilando ou relaxando sua beleza nas belíssimas praias do mediterrâneo italiano, um elemento essencial na história da marca. A fragrância assinada pelo francês Olivier Cresp, da Firmenich, é singular e trouxe uma nova interpretação para os florais amadeirados, família estabelecida com o lançamento de Tresór, de casa francesa Lancôme, em 1952 e um clássico de sucesso que, até hoje, Atualidade COSMÉTICA

serve como arquétipo para a categoria. Só que, ao contrário do toque frutal que adornava a criação francesa, Light Blue foi buscar nos marcantes aromas cítricos da Sicília, todo o seu frescor revigorante. Quando criou Light Blue, o perfumista queria repensar os clássicos códigos da perfumaria feminina, com liberdade e ousadia. Para isso usou uma “overdose” de novas madeiras, como o bambu e o cedro siciliano. “Light Blue foi o início de uma nova era moderna de fragrâncias femininas. O excesso de notas de madeira forneceu uma fragrância com uma sensibilidade única, tradicionalmente encontrada em perfumes masculinos daquela época”, lembra o perfumista. Hoje, Light Blue está ao lado de Trésor, como uma fragrância de referência entre os florais amadeirados. A composição traz uma combinação estimulante de cedro siciliano com a fresca vitalidade da maçã verde. No coração, o frescor do bambu faz par com o buquê ultra-feminino de jasmim e rosa branca. Enquanto no fundo, a madeira odorífera de limão se entrelaça com o âmbar e um toque de almíscar.

Faces de Light Blue

O frasco de Light Blue é o mesmo do Dolce & Gabbana pour Femme original, mas no lugar do vermelho e dos detalhes dourados, entram o azul-bebê e o prata. “Nós estamos profundamente orgulhosos do legado que criamos com Dolce&Gabbana Light Blue. Ele capta a sensualidade atemporal do Mediterrâneo: um lugar que foi e sempre será um cenário perfeito para sedução. Não existe expressão maior de la dolce vita”, revelam os estilistas. 15 anos após o seu lançamento, Light Blue ainda é o perfume mais bem sucedido da marca italiana. Enquanto o perfume original foi descontinuado para dar origem a uma nova fragrância floriental frutal, em 2012, ele segue firme e forte entre os perfumes mais vendidos da Europa e das Américas, inclusive frequentando o TOP 5 de mercados chave como Estados Unidos e Alemanha. Quando o perfume completou dez anos (em 2011), já havia recebido 13 prêmios. 50

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