Ano: 23/2016 • R$ 40,00
#149
CATEgorIAs Mercado masculino deixou a chatice de lado Produtos antipoluição ganham destaque no segmento de skincare
mercado
tecnologia
Ingredientes do mar representam uma novo – e ainda pouco explorado – leque de oportunidades para a indústria de beleza
O que as casas de fragrâncias querem com o mercado de ativos?
TRADIÇÃO, TRANSPARÊNCIA e SERIEDADE esculpidos em 3,5 kg de bronze...
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Dia 8/11/2016 Teatro Bradesco Patrocínio Prata:
Apoio:
Iniciativa:
Realização:
12.
40.
Indústria parece ter entendido o recado de que os homens estão em busca de produtos beleza mais específicos.
A gigante peruana dá um passo atrás e reorganiza a casa para voltar a crescer no Brasil.
CATEGORIA MASCULINO
16. PELE
CATEGORIA
#149
Empresas investem no desenvolvimento de ingredientes e em produtos antipoluição a fim de combater os efeitos da poluição na pele.
20.
CATEGORIA CUIDADOS CAPILARES
Com questões regionais aparecendo como grandes influenciadoras, Mintel mostra os fatores importantes para a boa imagem do cabelo.
24.
canal VENDA DIRETA
A maneira com que as empresas do porta a porta estão atuando para expandir a sua presença em novos canais de vendas.
28.
especial CASAS DE FRAGRÂNCIA
Aproveitando uma estratégia que se transformou numa onda, as casas de fragrâncias estão agregando negócios de ativos cosméticos ao seu portfólio
36.
mercado LOGÍSTICA
Planejamento, tecnologia e, principalmente, integração entre os diferentes atores do processo são fundamentais para uma logística eficiente.
negócios BELCORP
44.
tecnologia INGREDIENTES AZUIS
Voltados para eficácia, ingredientes marinhos já são explorados nos cosméticos, entretanto o apelo de sua origem ainda não aproveitados.
50.
workshop ESMALTES
Com amplas discussões e sendo abordado sob todos os aspectos, WAC discute o bom momento da categoria no mercado.
52.
workshop INFANTIL
As atitudes das crianças enquanto consumidoras e o desafio de aliar a “atratividade” com os “bons hábitos” na categoria foi o tema deste WAC.
54. FCE
EVENTO
Foram mais de 14 mil visitantes e a edição 2016 da FCE Cosmetique, mais uma vez, trouxe uma série de novidades e inovações.
editorial ______________ painel _______________ express ______________ clássicos da perfumaria _
6 8 21 58
Alessandra Prado
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EDITORIAL
São tendências e oportunidades
A
busca por sofisticação e por produtos cada vez mais específicos, que atendam às especificidades de cada público, são os pontos principais que o consumidor está procurando em um produto cosmético atualmente. A sensação de estar adquirindo um item que parece ter sido criado especificamente para si próprio ou só pelo fato de saber que existe no mercado algo que atenda exatamente à sua demanda, tem tido um peso extremamente relevante para o consumidor na atualidade. E os exemplos são diversos. Fizemos uma leitura sobre o que está se passando com o mercado de beleza masculino. Mesmo que muitos considerem tardiamente, os homens vêm dando sinais de que querem consumir cosméticos mais específicos. Foi se o tempo em que apenas itens de higiene pessoal faziam parte do rotina de beleza deles. Hoje, estão querendo mais, mesmo que ainda estejam tímidos para dizer isso ao mercado. Mas há fortes indícios de que estão buscando mais benefícios nos produtos, como uma melhor hidratação da pele do rosto após o barbear, ou ainda, um melhor cuidado com os seus cabelos. Afinal, a vaidade também tem seu valor entre os homens. Algumas companhias da indústria já têm feito uma leitura mais profunda deste cenário e, como consequência, o mercado já dispõe de itens cativos para eles, que oferecem cuidados que até pouco anos atrás eram muito difíceis de serem encontrados. Neste caso do mercado masculino, a indústria realizou uma leitura sobre uma demanda em potencial, que também pode ser considerada como uma tendência. Por mais que o momento do mercado como um todo não seja dos mais promissores, há sempre alguma tendência pai-
fundador: José Luiz de Paula Jr. Publisher: Aûani Cusma de Paula
rando em algum lugar e que pode arrebatar o mercado de beleza de alguma forma e a qualquer momento. Reside aí, quase sempre, uma oportunidade a ser aproveitada. Fabricantes de matérias-primas são belas fontes de tendências, já que também são grandes “leitores” de cenários, para oferecerem ingredientes que condizem com alguma situação vigente no mercado. Vêm de fabricantes de ativos formulações que visam proporcionar uma barreira entre a pele e os poluentes ambientais, trazendo outros benefícios também. Todas esses atributos vêm sustentados pelo claim de que a poluição pode causar uma série de malefícios ao maior órgão do corpo humano. Trata-se de uma tendência que pode representar uma oportunidade para as empresas da indústria. Essas companhias já têm em vista o que a poluição pode causar na pele, mas, as que têm produtos nessa linha ainda se limitam apenas a uma ação antioxidante. Porém, sem dúvida, é um apelo que tem tudo para crescer no mercado cosmético. Outra tendência que pode tornar-se oportunidade dentro do mercado é a utilização de ingredientes que são originados da extração de algas vindas do fundo do mar. Esses ingredientes conhecidos como “azuis” já são explorados por companhias do setor e diversos benefícios já foram descobertos. Os produtos que existem no mercado estão praticamente explorando apenas o fator “eficácia”, ou seja, há um trajeto de oportunidade quanto à exploração do claim sobre a origem do ingrediente que pode ser melhor trabalhado. Enfim, tudo não passa de tendências, mas que podem ser vistas como oportunidades também. Boa leitura!
editor-assistente: RAFAEL mendonça (RAFAEL@cusmaneditora.com.br)
executiva de vendas: Wanessa de Souza (wanessa@cusmaneditora.com.br)
DESIGNER GRÁFICO: EBER F. ALMEIDA (EBER@cusmaneditora.com.br)
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Gerente de marca: Jenifer vieira (jenifervieira@cusmaneditora.com.br)
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Administração e Redação Rua Dom Duarte Leopoldo, 678 Cambuci CEP 01542-000 SP – Brasil Para anunciar, ligue: (11) 3392-2584
Atualidade COSMÉTICA
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# 115 | SET-OUT 2010
painel TREINAMENTO DA LAURA MERCIER EM LOJA DA SEPHORA, NA ÁSIA: a Shiseido quer mais espaço no mercado de maquiagem premium e aposta nas marcas americanas para isso.
Os japoneses avançam
A
americana Nars e bareMinerals, e também comercializa Shiseido e Clé de Peau Beauté na terra do Tio Sam. “Todas as marcas têm o seu próprio território e seu modo diferente de falar às mulheres e celebrá-las”, disse Marc Rey, CEO da Shiseido em entrevista à revista WWD. A marca Laura Mercier tem posição forte nos EUA e no Reino Unido e é distribuída em 34 países, inclusive no Brasil, onde pode ser encontrado nas lojas da rede Sephora. A expectativa dos japoneses é que a maquiadora que dá nome à marca e a fundou, junto com a empresária Janet Gurwitch, em 1996, continue a trabalhar com eles nessa nova fase. A Shiseido estabeleceu os Estados Unidos como base do centro de excelência para Maquiagem e Digital, responsável por ditar desenvolvimento de produtos para todas as divisões da Shiseido em todo o mundo. Os outros centros estão locados na França (Fragrâncias) e no Japão (Cuidados com a Pele).
japonesa Shiseido, quinto maior fabricante de cosméticos do mundo, está às voltas com um plano estratégico cujo objetivo é reforçar a presença da companhia fora do Japão, dando mais autonomia para as operações locais. Reconhecida principalmente pelos produtos para a pele, categoria na qual os asiáticos desenvolveram grande expertise, o grupo está apostando fortemente na categoria de maquiagem para reforçar a sua posição nos Estados Unidos. A empresa fechou acordo para comprar a Gurwitch Products, dona das marcas Laura Mercier e ReVive, da Alticor, controladora da gigante da venda direta Amway. Segundo a Shiseido, a Gurwitch tem vendas anuais na casa dos US$ 175 milhões, sendo que US$ 160 milhões são realizados pela Laura Mercier, de acordo com estimativas do mercado. A empresa japonesa controla duas marcas de maquiagem de origem
Atualidade COSMÉTICA
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# 149 | mai/jun 2016
painel investindo em saúde
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pós um ano e três meses, o executivo Lásaro do Carmo Jr., deixou o comando da operação da Jafra no Brasil e na América do Sul, no final de abril, para tocar a Vitalyze.me, uma empresa norte-americana de tecnologia na área de saúde da qual se tornou acionista e presidente mundial. A Vitalyze.me nasceu com um grupo de médicos da Universidade de Harvard. A empresa faz o mapeamento genético por meio do DNA, descobrindo as doenças futuras potenciais e depois a empresa faz o plano de prevenção do paciente. “Vamos abrir várias clínicas no Brasil”, conta o executivo. Consultada sobre a mudança, a Jafra informou que está em período de transição e que irá comunicar o mercado tão logo tenha concluído o processo.
lásaro do Carmo jr.: agora ele toca o próprio negócio.
O troféu custou caro
N
uma das aquisições mais aguardadas do ano, a Johnson & Johnson concordou em pagar US$ 3,3 bilhões em dinheiro para assumir o controle da Vogue International, fabricante de cosméticos baseado no estado da Flórida, nos Estados Unidos e dona da marca Organix (recentemente alterada para OGX, por conta da legislação de produtos orgânicos do estado da Califórnia, também nos Estados Unidos). O montante pago pela gigante norte-americana dá uma ideia de quão disputada foi a contenda. A empresa de informações financeiras estimou as receitas anuais da Vogue em US$ 300 milhões para os 12 meses encerrados em setembro de 2014. De acordo com a agência de notícias Reuters, a Vogue vinha crescendo no mercado rapidamente, com uma estratégia de ampliar sua presença em drogarias e investindo mais dinheiro na compra de espaço nas prateleiras do que investindo em publicidade. Atualidade COSMÉTICA
A marca foi disputada por outras três gigantes, a francesa L´Oréal, a anglo-holandesa Unilever e a alemã Henkel. De acordo com fontes do mercado, as três fizeram propostas pela marca numa primeira rodada de negociações. A Carlyle comprou uma participação de 49% na Vogue em 2014, por cerca de US$ 400 milhões. Naquele ano, a empresa que estava em busca de investidores, foi avaliada em cerca de US$ 1 bilhão. O alto valor negociado pela empresa faz mais sentido para a Johnson & Johnson, que está longe de ser um jogador relevante no mercado global de produtos para os cabelos, do que para as outras competidoras, L´Oréal e Unilever, ao lado da P&G, são as forças dominantes no segmento globalmente. E a Henkel, tem uma posição forte na categoria na Europa. A Vogue foi fundada em 1987 e vinha crescendo rapidamente ao longo dos últimos anos, graças ao sucesso da sua linha de produtos para os cabelos Organix, que surfou na onda dos produtos de apelo natural, distribuídos no varejo dos Estados Unidos e em mais 38 países. No Brasil, a marca é distribuída pela Harty Cosméticos e os shampoos e condicionadores comercializados na faixa dos R$ 50,00. 10 # 149 | mai/jun 2016
Nova aventura
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om uma expertise de mais de 30 anos no mercado, a fabricante de aerossóis Aeropac decidiu se aventurar em uma nova seara. Depois de ter entrado na área de terceirização de cosméticos há cinco anos, a companhia situada em Bragança Paulista (interior de São Paulo) optou por dar um novo passo neste segmento com a construção de uma fábrica dedicada à terceirização de esmaltes. A unidade, localizada no mesmo município do Interior paulista, é chamada de Minha Fábrica, já está em atividade e tem capacidade de oferecer aos clientes tanto o sistema de beneficiamento quanto o full service. Também proporcionou à empresa a possibilidade de atuar em uma nova categoria a partir deste ano: Esmaltes em aerossol. Eliezer Barbosa, responsável pelo desenvolvimento de novos negócios na Minha Fábrica, explica que esta nova empreitada é vista como um complemento de portfólio. Segundo ele, a ideia de montar esta fábrica de esmaltes partiu da demanda dos próprios clientes. “Temos a experiência na área de aerossóis e, mais recentemente, na área de líquidos também. Agora estamos com a fábrica de esmaltes, que é um novo grupo de produtos, com características bastante diferentes dos outros itens que a Aeropac já trabalhava, mas isso acaba complementando o portfólio”, avalia. Sobre o momento dos esmaltes em aerossol – tendência que surgiu fora do País e que está entrando aos poucos no Brasil –, Eliezer se mostra confiante com este novo desafio. Ele garante que já há
esmaltes da minha fábrica aeropac: nova frente de negócios baseada em tecnologia e inovação.
clientes em processo de produção e que este é um item que tem gerado bastante interesse. “Isso por conta da tecnologia que é bastante diferente para este tipo de produto, em termos de aplicação, da qualidade do acabamento”, exemplifica. Cita também a influência comportamental do consumidor para que esta nova categoria possa se desenvolver no Brasil. “A vida tem sido bastante corrida para todos, então, algo que de repente possa facilitar a aplicação, tornar mais rápido o processo e que também proporcione qualidade, isso vai ao encontro do interesse do consumidor. Temos tido bastante procura e consultas, ou seja, há muita gente interessada. É algo que vem para agregar e que unirá dois mundos com os quais iremos trabalhar, com aerossol, que uma tradição na empresa, e com o esmalte regular. Estamos unindo esses dois universos em um produto só”, complementa. Confiança também dita o tom da Aeropac em termos das perspectivas de mercado. Para enfrentar o momento de recessão, Rubens Massani Filho, sócio-proprietário da fabrican-
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Atualidade COSMÉTICA
te de aerossóis, diz que o negócio é trabalhar e não pensar em crise. Sendo assim, foca em produtividade. “O primeiro tratamento que damos para isso é na parte humana. Para ter produtividade você precisa da colaboração dos funcionários e tratamos muito bem esta parte. Segundo é nunca pensar em crise. O Brasil tem crise praticamente de cinco em cinco anos ou de dois em dois anos, mas a gente nunca se preocupou com ela. Em plena crise agora estamos investindo bastante nas fábricas e está dando certo. Estamos super bem”, assegura. Rubens também certifica que “caixa” é outra questão que está bem cuidada na Aeropac. “O caixa realmente é um problema, mas temos de ter estoque para atendermos rápido o cliente e está questão sob controle. Sofremos com a crise em outubro passado, mas, em janeiro, já estávamos recuperando isso. É claro que temos de baixar a lucratividade para superar isso, mas está tudo sob controle”, conclui.
categoria Masculino
Barba, cabelo e... pele
Depois de os homens darem sinais de que estão em busca de produtos beleza mais específicos, indústria parece ter entendido o recado e começam a oferecer itens que vão além do barbear e da higiene pessoal >>> rafael mendonça
T
rata-se de um movimento contínuo. Embora ainda praticamente insignificante se comparado com o potencial do público feminino, os homens vêm dando sinais cada vez maiores de que querem algo mais dentro do mercado de beleza. Não é uma questão de que “eles estão mais vaidosos”, afinal, já faz um bom tempo que esta bola vem sendo cantada. Atualmente, é mais do que isso. O público masculino não está mais apenas “preso” aos itens de higiene pessoal. Isso não quer dizer que eles tenham diminuído o uso deste tipo de produto, muito pelo contrário. Até mesmo de shampoos, desodorantes e itens de barbear, os homens têm exigido algo mais deles. Querem mais benefícios, diferenciais e, consequentemente, uma maior efetividade. São diversos fatores que podem justificar tal postura masculina em relação aos cosméticos, mas não entraremos tão a fundo neste propósito ao longo desta matéria. A ideia é ressaltar como a indústria tem feito a leitura desta realidade, a fim de desenvolver esta categoria. Já há diversos estudos que, inclusive, indicam variados perfis deste consumidor. Cabe aqui destacar também a influente participação do e-commerce neste processo, afinal, além do crescimento deste canal em si, há indicativos de que este ambiente virtual é um local onde os homens se identificam e se sentem à vontade para realizar pesquisas, digamos, mais “privadas”, sobre determinados produtos
Atualidade COSMÉTICA
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A HORA DO BANHO VAI TRAZER NOVAS SENSAÇÕES CONHEÇA A LINHA DE SENSAÇÕES MEU BANHO, DA LIVY A hora do banho ficou ainda mais gostosa. Meu banho tem cinco fragrâncias que trazem diferentes sensações para você. Além disso, suas embalagens leves e divertidas vão dar um banho de beleza na sua loja.
categoria Masculino mais específicos. Sendo assim, já é possível encontrar itens voltados para eles em diversos sites, com ambientes virtuais criados exclusivamente para eles. Se a ideia de ter um local exclusivo masculino tem funcionado bem em sites, o que dizer então do movimento das barbearias. São lugares que existem há bastante tempo no Brasil. Mas não estamos falando aqui de locais em que, geralmente, contém profissionais com idade avançada, instrumentos antigos e que utilizam produtos de higiene sem qualquer tipo de propriedade mais específica. Estamos nos referindo às barbearias climatizadas, com ambientes e decorações vintages e que oferecem serviços que vão além de um mero corte de cabelo ou de um ajuste na barba. É um movimento que surgiu nos Estados Unidos, mas que chegou com certa velocidade ao Brasil. Nestes locais totalmente masculinos, é possível também tomar cerveja, ouvir música, conversar e até mesmo engraxar os sapatos. Mas, além disso, o serviço oferecido em termos de beleza nessas barbearias se sofisticou. Ferramentas e produtos de qualidade normalmente são utilizados. Linhas de produtos exclusivos para o cuidado com a barba e bigode já existem no mercado e são usados e comercializados nestes locais. Algumas barbearias já têm sua própria linha exclusiva de produto. Tudo isso sob o batuta de profissionais que também buscaram especialização e atuam como consultores para o esclarecimento de dúvidas. Ou seja, além de ser um ambiente em que o homem se sente à vontade para se portar como bem entender, ele também está confortável para realizar questionamentos sobre o uso de produtos cosméticos para seus fios, sem sentir qualquer tipo de preconceito – algo que ainda assola os homens quando desejam falar sobre beleza. Este movimento das barbearias é interessante para ilustrar um momento de sofisticação que o mercado masculino vive. Pode ser que este tipo de negócio sofra algo parecido com o que ocorreu com as esmalterias, ou seja, muitas surgiram, diversas fecharam, mas algumas se sustentam firmes. Porém, trata-se de um bom exemplo de sofisticação, que contam com profissionais especializadas e com visão moderna, à disposição dos homens.
para eles: já é possível encontrar no mercado produtos que oferecem benefícios cada vez mais específicos.
Indicadores viris Se olharmos qualquer tipo de dado recente que faça menção ao mercado de beleza masculino, encontraremos praticamente apenas números positivos. Só devemos fazer uma ressalva quando formos utilizar esses dados para realizar afirmações como “o homem está consumindo mais cométicos” ou “o mercado de beleza masculino cresce potencialmente”. São colocações que têm seus pontos de verdade, entretanto, nestes resultados quase sempre estão contidos números de topo o tipo de produto, inclusive os de higiene pessoal, que ainda são de longe os itens mais consumidos pelo homem. Muitos dos shampoos e sabonetes, por exemplo, são de uso unissex. Mesmo assim, são indicadores que não podem ser descartados quando estamos abordando um mercado em evolução. A Euromonitor, por exemplo, reporta que o mercado de cosméticos masculinos atingiu a marca de US$ 5 bilhões no Brasil em 2015, com um crescimento de 7,1% sobre 2014, e aponta que o País deverá superar os Estados Unidos e se tornar o maior mercado neste segmento em 2019. Outro indicador que foi escancarado desta vez pela Mintel vem de uma pesquisa realizada pela consultoria com relação ao desodorantes, mas que pode servir como exemplo para o movimento masculino como um todo. A pesquisa mostrou que 56% dos homens preocupados com a aparência buscam produtos que tenham um cheiro agradável. Este benefício é mais importante entre os jovens de 16 a 24 anos, com 66% deles concordando com isso (em
Atualidade COSMÉTICA
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comparação, por exemplo, com 50% dos homens entre 25 e 34 anos e 55% dos homens com 55 anos ou mais). Na visão da companhia, os consumidores hoje buscam não somente funcionalidade e vantagens de um produto. Querem produtos que chamem a atenção, seja pela embalagem, seja pela propaganda, e que despertem emoções no ato da compra. “Muitos homens disseram estar cuidando mais dos dentes, da pele facial e do cabelo hoje do que há seis meses. Grande parte deles preocupados com a aparência estão exigentes e buscando benefícios que vão além da embalagem e do cheiro: eles buscam produtos com ingredientes naturais ou orgânicos, além de itens que tenham propriedades dermocosméticas, a fim de melhorar a saúde da pele”, confere Juliana Martins, Analista de Beleza e Cuidados Pessoais da Mintel. A importância da criação de ambientes masculinos como as barbearias e até mesmo locais especiais em sites é alta, se considerada a constatação obtida pela Mintel em sua pesquisa. A consultoria diz que muitos dos homens ainda vão muito pouco atrás de informações ligadas à beleza. A pesquisa mostrou que 47% dos homens disseram que não pesquisam ou leem sobre produtos de cuidados pessoais, e 62% que não pesquisam ou leem sobre moda/tendências de beleza. Tendo isso em vista, a Mintel considera que trata-se de uma oportunidade para as marcas que desejem realizar publicidade de seus produtos masculinos criarem de aplicativos dirigidos aos homens, já que
picolli, da cless: os homens estão com uma nova rotina e estão estilizando o cabelo de forma diferente, dependendo da ocasião.
a era digital está cada vez mais ligada ao mercado da beleza.
Incorporando rotinas Outro caminho que as marcas podem seguir para explorar ainda mais o potencial do público masculino é buscando incorporar rotinas de beleza no dia a dia do homem. Não estamos dizendo aqui que o homem deva seguir rituais como fazem as mulheres com cremes corporais ou faciais, por exemplo. A simples ação de cuidar dos cabelos diariamente, utilizando produtos que atendam às suas especificidades, já pode, por que não, ser considerada como uma rotina de beleza. Algumas empresas já conseguem, de forma sutil, realizar este papel. Desenvolvem linhas que procuram seguir alguns passos que obedecem a um certo rito de beleza. Há diversas companhias que “limitam” sua linha masculina a itens para o barbear. Mas até nelas é possível afirmar que houve um evolução em termos de rotina. Hoje, essas linhas já contam com produtos para usar antes, durante e depois do barbear, sendo ainda que este itens têm sido desenvolvidos cada vez mais com ingredientes que trazem algum tipo de benefício para a pele do rosto, como hidratação, por exemplo. A Cless é uma companhia que passou a fabricar produtos para os cabelos voltados para os homens e, com o passar do tempo,
wagner, da dr. jones: eles querem uma marca que entregue produtos que realmente atendam às suas necessidades e preferências.
foi ampliando a quantidade de itens dentro de sua linha Charming, pensando nesta questão da rotina. De acordo com Luiz Piccoli, CEO e fundador da companhia, os homens estão com uma nova rotina e estão estilizando os cabelos de forma diferente dependendo da ocasião, variando no dia a dia. “Estão incluindo na rotina novos produtos como o Shampoo a Seco Anticaspa, que remove a oleosidade e combate à caspa ao mesmo tempo”, diz ele, que ainda informa que os homens não buscam mais apenas pomadas modeladoras e gel, já usam mousse, shampoo seco e fixadores de cabelos também. Piccoli relembra ainda que a marca Charming era um “território feminino”, mas que ela passou a fazer parte da rotina masculina. Desta forma, o portfólio da marca já abriga fixadores, mousse, shampoo a seco, spray de brilho e, mais recentemente, pomada efeito seco. Já a Dr. JONES é uma marca que foi criada voltada exclusivamente aos homens. Com sua expertise de mercado, a marca tem acompanhado a evolução do homem em relação à forma como consome beleza. Wagner Rusca, gerente de Marketing da Dr. JONES, conta que a companhia entende que o homem hoje busca por uma marca que entregue produtos que realmente atendam às suas necessidades e preferências. “E sabendo que a pele do homem é diferente da pele da mulher, fisiologicamente, entregamos produtos com for-
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Atualidade COSMÉTICA
mulações específicas para eles. O homem busca o cuidado integral, desde a barba, os cabelos e até mesmo o peso”, pontua ele, dizendo que os homens também procuram produtos com alta tecnologia, práticos e multifuncionais. A respeito de encontrar uma maneira de incorporar uma rotina de beleza no dia a dia do homem, Wagner crê que, para o público masculino, o mais comum é seguir os passos do barbear. “Mas, percebemos que o homem vem buscando por mais cuidados, mais rituais, como disse anteriormente. Sempre indicamos que o homem se cuide integralmente, e com nossas fórmulas e produtos, ele consegue fazer sem perder tempo, pois em nosso portfólio temos produtos de rápida absorção e fácil aplicação”, cita. O cenário promissor do mercado masculino no País fez com que a TRUSS Cosmetics decidisse apostar em uma linha masculinha chamada TRUSS Barber & Moustache, que é composta por shampo, condicionador, pomadas, gel, spray e finalizadores. A CEO e fundadora da TRUSS, Manuella Bossa, não esconde que o comportamento do homem em relação aos cuidados com a beleza ao longo dos anos teve total influência no desenvolvimento da nova linha. “A TRUSS precisava um movimento focado no universo masculino, aumentando assim a competitividade frente ao mercado, a fim de conquistar novos consumidores, fidelizar ainda mais quem já comprava nossos produtos e também para ganhar market share. Antes o homem só dava atenção em manter a aparência. Hoje ele quer se sentir mais confiante, ter estilo, experimentar diferentes produtos e já entende que, os cuidados com a barba e pelos faciais precisam da mesma atenção dada aos cabelos”, pondera. Manuella revela que a empresa realizou três anos de pesquisa e investiu cerca de R$ 3 milhões para lançar esta linha, e tem a expectativa de que as vendas da linha represente um aumento de 10% a 15% no faturamento do ano. “Tivemos relatos de que ele até já estava dividindo alguns produtos com a mulher, principalmente os capilares e de pele. O setor apresentou que há essa demanda, que ao mesmo tempo também já se mostra ter um potencial de crescimento incrível! Assim como as mulheres, agora queremos fidelizar os homens com os nossos produtos”, completa.
categoria Pele
Novo apelo para a pele Em busca de solução para os efeitos nocivos da poluição, empresas investem no desenvolvimento de ingredientes; marcas já observam produtos antipoluição como uma necessidade no quesito proteção >>> carol rodrigues
S
número de queixas cutâneas, especialmente comedões (cravos), inclusive em peles consideradas mais secas. Além disso, há aumento considerável de manchas nas maçãs do rosto. “O fenômeno da poluição é motivo de preocupação e vem sendo estudado nas principais metrópoles ao redor do mundo. Ela provoca diversos problemas como: respiratórios, irritação nas mucosas, na pele, alergias, etc.”, ressalta Cristina Vendruscolo, cientista da multinacional norte-americana Johnson & Johnson. O movimento de produtos antipoluição já é uma tendência em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. O objetivo é ir além de estimular o metabolismo cutâneo de epiderme e derme. “Até pouco tempo falava-se muito apenas da radiação ultravioleta como um fator externo causador de danos à pele.
egundo um levantamento da OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgado em maio deste ano, os índices de poluição em São Paulo são duas vezes superiores aos testes estabelecidos pelo órgão para considerar a qualidade do ar aceitável. A taxa na cidade é de 19 microgramas de PM 2,5 por metro cúbico. Os dados se concentram na avaliação das partículas PM 2,5, as menores e com maior potencial de afetar diretamente os pulmões. Mas, e a pele, sofre os efeitos nocivos da poluição atmosférica? De acordo com análises apresentadas no Congresso Mundial de Dermatologia, realizado em Vancouver (Canadá) em 2015, pacientes mais expostos à poluição apresentam maior
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Foto: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas (5/8/2015))
“É preciso entender que o impacto da poluição na pele se dá pelos radicais livres gerados pelos agentes poluentes e, para combatê-los, é preciso usar produtos com antioxidantes”, explica Cristina. Nesse sentido, a Johnson & Johnson tem investido no desenvolvimento de produtos com princípios ativos que minimizem o impacto da poluição sobre a pele. É o caso da sua marca de dermocosméticos RoC, que oferece alguns produtos no portfólio com ação antioxidante. Lançado em 2014, o anti-idade C-Supérieur 16% com vitamina C pura, ajuda a prevenir e reverter o envelhecimento da pele. “Trata-se do primeiro produto lançado no mercado com alta concentração de vitamina C pura que atende a todos os pré-requisitos necessários para uma boa permeação e estabilidade do ativo.” No portfólio da marca ainda consta a linha de proteção solar Minesol Antioxidant (Gel Creme FPS70 e o Serum antioxidante FPS30) com extrato de Feverfew. Segundo Cristina, o produto possui expressiva e comprovada ação antioxidante, que ajuda a preservar a integridade da pele, além de proteger as fibras de colágeno da degradação e retardar o envelhecimento precoce. Com o objetivo de aumentar o conhecimento das pessoas sobre os prejuízos causados pela poluição, a SkinCeuticals vem promovendo a campanha #ContraPoluição, que visa reforçar com as consumidoras que o tempo não é mais o maior inimigo da pele. A marca americana, que faz parte da Divisão de Cosmética Ativa da L’Oréal, oferece produtos formulados com vitamina C pura e estabilizada com penetração otimizada na pele, devolvendo o colágeno, tratando as rugas e perda de firmeza. É um tratamento antienvelhecimento conhecido por corrigir danos causados pelo sol e poluição, por tratar e proteger o fotoenvelhecimento além de neutralizar a ação dos radicais livres na pele. Já o Sérum 10, é uma combinação de Vitamina C pura a 10% com Ácido Ferúlico, que potencializa o efeito antioxidante, enquanto o Phloretin CF 30ml é um sérum antioxidante com alta concentração de vitamina C pura e phloretin para corrigir e prevenir os sinais do envelhecimento. Outra marca da L’Oréal, só
Hoje sabemos os danos que os componentes da poluição atmosférica também podem causar”, destaca Cláudio Ribeiro, responsável pela área de Skin Care Application da Lubrizol, fabricante de ativos e ingredientes para a indústria cosmética. Enquanto isso, estudo realizado pela gigante francesa L’Oréal sobre os “Inimigos da beleza”, com seus consumidores em diversos países, revelou que a poluição ganha relevância e já é um dos danos mais mencionados. Em agosto de 2015, a marca publicou a confirmação de que os poluentes presentes no ar contribuem como potentes catalizadores do estresse oxidativo da pele. Afinal, a poluição é responsável pela perda de até 60% de colágeno, que gera a diminuição da firmeza e o aparecimento de rugas e linhas de expressão. Estudos clínicos também foram feitos pela L’Oréal na China e no México (países com altos índices de poluição) com o objetivo de levantar as consequências da exposição da pele em um ambiente com poluição. “Os resultados indicaram claramente que a pele recebe um impacto da poluição e modifica, por exemplo, a secreção de sebo e a sua composição, o dano oxidativo e a perda de propriedades de barreira, gerando uma hipersensibilidade cutânea. Esse resultado reforçou nossa ânsia de compreender melhor o mecanismo por trás desse efeito para fornecer as melhores soluções aos nossos consumidores”, comenta Blaise Didillon, diretor de Pesquisa & Inovação da L’Oréal Brasil.
Investimento em fórmulas com antioxidantes O benefício de proteção contra poluição começa a se fazer mais presente nos rótulos dos cosméticos. “A busca por ingredientes que combatem ou minimizam os danos causados pela exposição a esses agentes agressores é cada vez maior”, corrobora Vanessa Silva, coordenadora de Tecnologia & Inovação da Cosmotec, distribuidora de ingredientes e ativos para a indústria de beleza.
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Atualidade COSMÉTICA
categoria Pele
contra a poluição: empresas investem em produtos que combatam o impacto da poluição sobre a pele por meio da ação antioxidante.
que da sua Divisão de Luxo, a também americana Kiehl’s desenvolveu o Skin Rescue, uma fórmula altamente eficaz que reduz os sinais visíveis de estresse na pele. O produto promove uma barreira que, além de promover a recuperação, atua como escudo e ajuda proteger a pele. “A poluição é um agente que merece a nossa atenção e, além dela, a incidência de raios UV, especialmente no Brasil. Consideramos que todas as agressões recebidas pela pele, por ser um órgão do corpo, não são só estéticas, mas de saúde. Pele danificada é uma barreira aberta para a entrada de outros agentes agressores dentro do organismo”, alerta Blaise Didillon. “Os produtos cosméticos podem ser aliados na melhoria dos sintomas, principalmente na pele, dos danos causados pela poluição ambiental”, emenda a cientista da Johnson & Johnson, para quem produtos com ativos antipoluição são uma necessidade.
Novas propostas em ingredientes Com a proposta de blindar os efeitos nocivos da poluição na pele, no final de 2015, a Lubrizol lançou o Pollushield. O ativo desenvolvido pela Lipotec consiste na composição de um polímero com propriedade quelante e um potente antioxidante. “A atuação se dá em duas frentes. O polímero ‘pinça’ as partículas de poluição, impedindo que entrem em contato com a pele. Aquelas que conseguirem passar serão bloqueadas pelo antioxidante, que atuará como um eliminador de radicais livres, pois age no nível mais interno”, explica Cláudio Ribeiro. Segundo ele, a junção de filtro solar e de ativo antipoluição em um produto pode desacelerar o envelhecimento da pele. “Se você tem um bom produto que impede a passagem do ultravioleta A e B, e um bom produto antipoluição, que além disso ainda tem efeito antioxidante, haverá uma boa blindagem da pele”, afirma. É possível, como orienta Ribeiro, o Pollushield ser acrescentado a produtos de banho, hidratação, tratamentos, loções faciais e corporais. Há apenas uma ressalva: “Como é um polímero quelante, ele ‘pinça’ metais pesados, chumbo, arsênio, zinco e ferro. Se houver na formulação algum componente metálico ou íon, a ação será diminuída”, exemplifica. Para testar a eficácia do produto, a Lubrizol escolheu Pequim, capital da China, que registra elevados índices de poluição atmosférica. Em novembro de 2015, o ar superou em mais de 30 vezes o nível máximo de partículas PM 2,5 recomendado pela OMS. Uma fórmula com o Pollushield foi aplicada em um lado da face, enquanto no outro lado foi utilizada a mesma fórmula sem o ativo. “Em um dos testes, após seis
claudio (lubrizol) e vanessa (cosmotec): fabricantes de matériasprimas já possuem opções de ativos e ingredientes para a criação de produtos com o claim antipoluição.
horas de exposição à poluição do dia a dia, foram retiradas camadas superficiais da pele, por meio de um método indolor e sem danos para a pele, com o objetivo de medir a quantidade de poluentes que o produto conseguiu reter”, explica Cláudio Ribeiro, da Lubrizol. Outro tipo de avaliação foi a propriedade oxidante do produto após o uso contínuo pelas voluntárias. A deposição das partículas de poluição sobre a pele foram avaliadas após 15 e 30 dias, por videomicroscopia para analisar as partículas de poluição aderidas à pele antes e após o enxágue. Segundo a empresa, o teste evidenciou a adesão das partículas de poluição nos lados da face com e sem o ativo. No entanto, após o enxague, na lateral da face com o Pollushield, as partículas foram removidas, pois o ativo atuou como uma barreira. A Cosmotec também oferece uma ampla gama de opções aos clientes que queiram formular produtos com o claim antipoluição.
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Uma delas é o Purephos Alpha (Cosmotec/Nikkol), um emulsionante O/A (óleo e água) com benefícios de ativo. “Ele possui a capacidade de formar estrutura de gel (silicone soft em gel), conferindo um filme substantivo e coeso que atua como barreira protetora, mantendo a viabilidade e função celular da pele exposta à poluição”, explica Vanessa Silva, da Cosmotec. Já o GPS-S (Cosmotec/Innovi) é um ingrediente inovador com alta afinidade pelas primeiras camadas da epiderme, desenvolvido para reforçar a função de barreira cutânea e manter os ingredientes na superfície da pele. “O GPS-S evita a permeação de moléculas potencialmente tóxicas, conferindo proteção contra agentes agressores externos como a poluição.” Outra opção é o Phyto Vie Defense (Cosmotec/Tri-K), um biopolímero derivado de fontes renováveis que forma uma camada protetora sobre a pele, protegendo-a contra agen tes poluentes e danos ambientais.
Ward off pollutants from the skin
REDUCTION OF LIPID PEROXIDATION 15 days
30 days
MDA variation (%)
10
Placebo 0
-10
5% pollushield™ functional ingredient -8.2%
-20
-30
-24.7%
POLLUSHIELD™ functional ingredient can help skin resist the harm caused by environmental pollution as it provides a barrier between ambient pollutants and the skin and reinforces its antioxidative defence capacity. When treated with 5% POLLUSHIELD™ functional ingredient, the skin exposed to urban pollution in China (Beijing) demonstrated almost no accumulation of metals as well as a greater antioxidative power and decreased lipid peroxides. A complete skin protection from urban pollution.
www.lipotec.com All trademarks owned by The Lubrizol Corporation. © 2016 The Lubrizol Corporation.
categoria Cuidados Capilares
Por uma boa aparência Mintel indica quais são os fatores importantes para a boa imagem do cabelo
Q
uais são os fatores mais importantes para a boa aparência do cabelo? De acordo com pesquisa presente no relatório Mintel de “Cuidados Com o Cabelo, 2016”, para 44% dos brasileiros, o fator mais importante é a condição do couro cabeludo. Já uma boa dieta é importante para a boa aparência dos fios de acordo com 38% dos brasileiros. Vitaminas e suplementos podem ser bons aliados dos consumidores para garantir essa boa aparência, já que existem vários produtos que buscam justamente aliar o tratamento capilar com o tratamento da pele e o cuidado da saúde em geral. Segundo o relatório Mintel “Vitaminas e Suplementos – Brasil, Fevereiro de 2014”, 22% dos brasileiros disseram que um dos motivos pelos quais eles tomam vitaminas e suplementos é para gerir o peso/dieta. O Body & Soul Clean Nutrition My Healthy Hair, Skin & Nails Dietary Supplement é um suplemento alimentar para cabelo, pele e unhas lançado nos Estados Unidos em outubro de 2015. O produto promete melhorar a saúde do couro cabeludo para fazer com que os fios cresçam mais fortes e caiam menos, além de proporcionar uma aparência mais jovial à pele e unhas mais fortes.
Frequência de lavagem A pesquisa Mintel também revela que alguns habitantes da região Centro-Oeste são menos propensos do que aqueles de outras regiões a considerar que a frequência de lavagem dos fios é um fator determinante para a boa aparência dos fios: eles foram 43% a concordar com isso, em comparação, por exemplo, com 63% dos habitantes da região Sul e 57% do Sudeste. A região Centro-Oeste é conhecida pelo clima seco, então talvez por
isso a frequência de lavagem dos fios não seja considerada por alguns como determinante para a boa aparência dos fios. Essa é uma oportunidade para as marcas explorarem shampoos ou outro tipo de produto capilar ‘a seco’ e itens que combatam à poluição, já que o clima nesta região é mais seco. No relatório Mintel “Cuidados com o Cabelo – Brasil, Maio de 2015”, a pesquisa do consumidor revelou que 30% dos habitantes do Centro-Oeste disseram comprar produtos que tenham sido recomendados por profissionais, em comparação, por exemplo, com 25% dos habitantes do Sudeste e 16% do Sul. Eles parecem, portanto, acreditar na palavra de experts ao comprar seus produtos capilares. Essa é uma tendência revelada pela Mintel chamada Return to the Experts, ou seja, os consumidores estão em busca de conselhos de especialistas para os assuntos que lhes interessam. Especialistas nos canais de compra tornam-se, assim, imprescindíveis para o público que busca informações precisas sobre qual tipo de produto é mais aconselhável para seu tipo de pele, cabelo, etc.
Mercado masculino “despersonalizado” As mulheres são mais propensas do que os homens a considerar que usar produ-
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tos específicos para o seu tipo de cabelo (como, por exemplo, cabelo seco, cabelo encaracolado) é um fator importante para determinar a boa aparência dos fios: elas representam 47%, em comparação com 37% dos homens. Essa atitude revela uma tendência identificada pela Mintel como “Make it Mine”, ou seja, os consumidores estão buscando cada vez mais produtos personalizados de acordo com o seu biotipo. O mercado masculino tem crescido a níveis exponenciais. Os homens estão se interessando cada vez mais por produtos de beleza e de cuidados pessoais, então é de se esperar que eles comecem a buscar, assim como as mulheres, produtos específicos para seu tipo de cabelo e produtos de tratamento. Infelizmente o mercado ainda carece de produtos capilares feitos especificamente para os homens, sendo que a maioria deles são posicionados como produtos anticaspa ou antiqueda. Desenvolver linhas capilares masculinas para diferentes tipos de cabelo e que possuam outros posicionamentos e ingredientes atrativos a eles pode atrair o público masculino cada vez mais ávido por produtos de beleza.
A Mintel é a agência líder mundial em inteligência de mercado. Por mais de 40 anos, as análises da Mintel, feitas a partir de pesquisa de mercado com dados da mais alta qualidade, têm impactado no sucesso de nossos clientes. Com escritórios em Chicago, Nova York, Londres, Sydney, Xangai, Tóquio, São Paulo, Mumbai, Munique, Kuala Lumpur, Toronto, Belfast e Singapura, a Mintel moldou uma reputação de uma marca mundial renomada. Para mais informações sobre a Mintel, por favor visite: brasil.mintel.com. Contatos: brasil@mintel.com e 0800 095 9094 (Ramal 1)
Express Olhos descansados Ressecamento, marcas de expressão, bolsas, olheiras e flacidez são problemas comuns de uma região bem específica do rosto: o contorno dos olhos. Para prevenir e tratar males como ressecamento, marcas de expressão, bolsas, olheiras e flacidez, a rede de salões Jacques Janine lança o creme anti-idade Soin des Yeux, que completa sua linha home care de cuidados faciais Jacques Janine Professionnel, produtos desenvolvidos em parceria com a marca Goodessence. Sua fórmula visa revitalizar a região ao redor dos olhos e proporciona um aumento de firmeza e elasticidade, oferecendo efeitos lifting e anti-age, graças ao blend de princípios ativos, como pentapeptídeos e vitamina E. Hidratação também é o outro segredo do Soin des Yeux para manter a integridade da pele; o produto é enriquecido com provitamina B5, biossacarídeos e manteiga de karité. Para uma ação descongestionante, a castanha da Índia e o extrato de café agem sinergicamente, reduzindo olheiras e bolsas. Distribuição: profissional. Preço: R$ 130 (15ml). SAC: 0800 771 2561. Site: www.jacquesjanine.com.br
Requisitos atendidos Pensando em soluções para todos os problemas e dificuldades com a pele enfrentadas pelas brasileiras, Maybelline apresenta FIT ME, sua nova linha para face desenvolvida especialmente para a brasileira. Com 19 tons de base, 12 de pó, seis de blush e três de corretivos, Fit Me cobre 96% dos tons de pele brasileira. A nova linha atende aos três principais requisitos que as brasileiras buscam ao comprar maquiagens para a face: cor perfeita, controle de oleosidade e efeito matte. Fit Me controla o brilho por 12 horas e tem textura ideal para a pele brasileira. A cobertura matificada da base controla a oleosidade sem ressecar, reduz a aparência dos poros, iguala o tom da pele e disfarça as imperfeições. Já o pó compacto proporciona efeito natural e reduz o brilho, enquanto o corretivo age nas olheiras, sem marcar as linhas finas. Esta é a primeira linha de face da marca totalmente desenvolvida no Brasil. Para encontrar os tons exatos da pele brasileira, Maybelline realizou uma pesquisa com mais de mil mulheres que testaram 33 cores e texturas de bases para que os 19 tons fossem selecionados, cobrindo 96% dos tons de pele do Brasil. Distribuição: farmácias, perfumarias, supermercados e quiosques. Preços: R$ 27,90 (corretivo), R$ 33,90 (blush), R$ 36,90 (pó compacto) e R$ 38,90 (base). SAC: 0800 701 0114. Site: www.maybelline.com.br
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Renovação suprema Com uma tecnologia que reativa a purificação de todas as células e camadas, renovando-as de dentro para fora, a Avon apresenta o Renew Ultimate Supreme, que é um tratamento cosmético restaurador indicado para mulheres acima de 45 anos, que necessitam de um aumento da atividade celular da pele do rosto, colo e pescoço. O produto ajuda a reverter os múltiplos sinais da idade (linhas finas, flacidez no contorno do rosto, textura mais seca e sem viço), incluindo os mais avançados, que segundo pesquisa, são os que mais incomodam essas mulheres. O produto faz parte da linha Ultimate – carro-chefe de Renew –, desenvolvida especialmente para a necessidade da mulher brasileira. O Renew Ultimate Supreme integra a consagrada linha Ultimate, que traz novas fórmulas também para os produtos Renew Ultimate Dia e Renew Ultimate Noite. Com a mesma tecnologia exclusiva Celluvive Complex e minerais preciosos, que promove a firmeza da pele, combatem os múltiplos sinais da idade: Rugas Profundas, Perda de Elasticidade, Flacidez e Tom da pele desigual. Distribuição: venda direta. Preços: R$ 74,99 (Ultimate Dia e Ultimate Noite – cada) e R$ 124,99 (Supreme). SAC: 0800 708 2866. Site: www.avon.com.br
Express Baseados em cores Com cores democráticas, coberturas de longa duração com fórmulas que tratam enquanto embelezam a região dos olhos e bocas, as linhas Perfect Rouge e Shimmering Cream Eye Color da coleção Outono/Inverno de Shiseido chegam ao Brasil em novas cores. A linha Perfect Rouge vem com quatro novas cores vivas e brilho aveludado, o batom é enriquecido com Super Hydro-Wrap Vitalizing DE, hidratante intenso que cria um véu nos lábios aumentando sua fixação. Os Micromatics Color Pigment, que são pigmentos vermelhos translúcidos, ajudam ainda a tornar as cores mais nítidas sob qualquer condição de luz, além dos pigmentos de brilho ultrafinos que proporcionam um acabamento de cor luminoso. Já a linha de sombras Shimmering Cream Eye Color conta com ativos que tratam a pele enquanto dão um tom suave como uma seda: o Smooth Fit Base proporciona à sombra uma duração de até 16 horas sem borrar ou acumular nas dobras da pálpebra, enquanto o Jewel Reflecting Powder permite uma finalização tridimensional. A fórmula é a prova d’água e resistente à transpiração e vem em cinco novas cores. Distribuição: seletiva. Preço s: R$ 149 (batom) e R$ 168 (sombra). SAC: 0800 148 023. Site: www.shiseido.com.br
Mistura envolvente
Universo de Barbie O Boticário lança coleção inspirada no universo fashion da Barbie para o Dia dos Namorados. Make B. Barbie Edition traz sete opções de batons e esmaltes, em tons de rosa e roxo, e uma fragrância especial para presentear na data mais apaixonante do ano. “A mulher contemporânea e urbana assume vários papéis ao longo do seu dia, como o da profissional, da namorada, da mãe e da amiga, mas também precisa de tempo para cuidar da sua essência e se encantar. Foi pensando nisso que traduzimos o lado fashion da Barbie, seu mundo pink, cheio de atitude, moda e sofisticação, em uma coleção que, sem dúvida, vai fazer as mulheres se apaixonarem”, explica Mirele Martinez, gerente de categoria Maquiagem de O Boticário. A fragrância Make B. Barbie Edition Desodorante Colônia foi pensada para as mulheres modernas e urbanas, trazendo notas de musk, rosas e jasmim, em uma combinação perfeita com notas amadeiradas, que representam sua atitude e personalidade. Os Batons mate estão disponíveis em sete cores e oferecem alta cobertura, hidratação por 24 horas e FPS 25/UVA+++. E para completar o visual, os esmaltes, disponíveis nas mesmas cores dos batons, contam com alto brilho, duração de até cinco dias e secagem rápida. Distribuição: franquias e e-commerce. Preços: R$ 17,99 (esmaltes) a R$ 121 (fragrância). SAC: 0800 413 011. Site: www.boticario.com.br
Atualidade COSMÉTICA
Para complementar o sucesso da linha de fragrâncias Musk, a The Body Shop lança Black Musk, a mais ousada e sensual entre as demais, com aroma gourmand oriental irresistível. Provocante e atraente, o perfume para mulheres intensas e chega ao Brasil acompanhado de uma coleção de produtos de higiene corporal com a mesma nota, para um cuidado completo. O diferencial desta fragrância – produzida pelos perfumistas Cécile Matton e Ralf Schwieger – é a profunda e envolvente essência resultante da mistura de baunilha negra, almíscar negro e patchouli. A flor heliotrópio, combinada com a afrodisíaca e misteriosa nota de raiz de alcaçuz, dão o tom sensual desta nova fragrância que chama a atenção e tem tudo para agradar as mulheres que usam seu perfume para atrair e ficar irresistível. Black Musk, assim como as demais fragrâncias da The Body Shop, tem em sua formulação o álcool obtido artesanalmente por meio do programa de Comércio Justo com Comunidades de cana de açúcar, no Equador, que permite aos agricultores locais uma chance de lutar contra a pobreza sem mudar seu modo de vida tradicional ou destruir o meio ambiente. Além do EDT, a linha Black Musk conta com loção hidratante, shower gel e body mist. Distribuição: lojas próprias. Preços: de R$ 59 (shower gel) a R$ 149 (EDT). SAC: sac@thebodyshop.com.br. Site: www.thebodyshop.com.br
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Cacheados tratados
Nada de caspas
A Embelleze lança cinco produtos que trazem o selo de confiança da família AfroHair. A consumidora cacheada, e também aquela que está assumindo os fios naturais agora, tem muito orgulho dos seus cabelos e sabe do que precisa. A família Estilo AfroHair traz para o mercado brasileiro o primeiro óleo cremoso criado especialmente para as cacheadas. Com uma combinação de óleos vegetais, o Estilo AfroHair Banho HidraUmectante, chega para dar hidratação. Ele possui vários rituais de uso: hidraumectação noturna, hidraumectação rápida, pré-shampoo ou leave-in. Para ajudar na manutenção do volume perfeito, tem o Estilizador de Cachos. Com uma mistura que une Óleo de Argan e de Rícino, o gel traz dez benefícios em um único produto. Além disso, é liberado para as técnicas No Poo e Low Poo. Já o shampoo e o tratamento condicionante foram desenvolvidos com Óleo de Argan e D´Panthenol, ativos com alto desempenho para cabelos cacheados. E o Tratamento Condicionante ainda pode ser usado como leave-in. O ritual de fitagem, queridinho das cacheadas, vai ficar ainda mais poderoso com o Creme Para Pentear Estilo AfroHair.
A marca francesa Vichy, da Divisão Cosmética Ativa da L’Oréal, lança Dercos Technique Shampoo Anticaspa, um shampoo intensivo que foi desenvolvido com a tecnologia Microbioma com Selênio DS, que visa ajudar a eliminar 100% das caspas visíveis, agindo a partir da primeira aplicação. A tecnologia Microbioma com Selênio DS reequilibra o microbioma do couro cabeludo, ao invés de simplesmente reduzir a colonização do fungo Malassezia. Além disso, nutre, acalma o couro cabeludo e alivia a sensação de desconforto. Causas genéticas e alterações hormonais podem ser fatores para esta descamação da pele do couro cabeludo – conhecida como caspa. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), apesar de acontecer em ambos os sexos, a caspa costuma ser mais presente em homens do que em mulheres, pois a atividade da testosterona é maior neles e ativa a ação das glândulas sebáceas, agravando o problema. Porém, outros aspectos podem favorecer, como: o estresse emocional, as baixas temperaturas, o consumo de alimentos muito gordurosos e de bebidas alcoólicas, além de banhos muito quentes. Distribuição: farmácias. Preço: R$ 74,90 (200ml). SAC: 0800 701 1552. Site: www.vichy.com.br
Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados Preços: de R$ 15,50 (Kit Shampoo + Tratamento Condicionante ) a R$ 18,90 (creme para pentear). SAC: 4003-2667 (para capitais) / 0800 881 2667 (para demais regiões). Site: www.embelleze.com
Segredos orientais Produtinhos da Beauty – marca da The Beauty Box – lança Japan Miracle, uma linha de tratamento completo para reconstrução capilar, indicada para cabelos danificados, ressecados e/ou fracos. Com o Óleo de Camélia Japonesa como principal ativo, a linha é composta por cinco passos – óleo reconstrutor, shampoo, ampola concentrada, condicionador e creme para pentear –, que promovem a reconstrução total, deixando os fios saudáveis, brilhantes e aumentando o diâmetro. A linha é inspirada nos segredos dos cabelos das orientais, reconhecidas mundialmente por seus fios longos e impecáveis. O principal agente é o Óleo de Camélia Japonesa, que é extraído das sementes da flor. Ele suaviza a cutícula, regenera o cabelo danificado, age como um hidratante profundo e nutritivo e proporciona brilho. É rico em vitaminas A, B, D, E e
também em Ômega 3, 6 e 9. A textura é super leve, o que possibilita rápida absorção pelos fios.
Distribuição: lojas próprias e e-commerce. Preços: R$ 19,90 (ampolas) a R$ 44,90 (óleo reconstrutor). SAC: 0800 729 9070. Site: www.thebeautybox.com.br
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Canal Venda Direta
Vários canais, um desafio Como as empresas de venda direta estão atuando para expandir a sua presença em novos canais de vendas >>> Tatiana Ferrador
O
s novos hábitos de consumo estão mudando a forma como as empresas impactam seus clientes. É cada vez mais comum encontrar companhias buscando ampliar sua atuação em outras searas, até então de pouca relevância para o sucesso de seus negócios. O mundo mudou, as necessidades também e é preciso acompanhar esse movimento para não perder espaço no mercado. As empresas de venda direta, historicamente construídas em cima da representante que visitava pessoalmente seus clientes, do catálogo e das reuniões de amigas, agora investem em tecnologia, redes sociais e afins, para potencializar suas vendas. Plataformas convergentes e complementares que atendem ao consumidor em vários canais ao mesmo tempo. A era da multicanalidade bate à porta e não é possível ignorá-la. Cada vez mais conectados, os consumidores buscam vários canais na hora das compras: pesquisam pela internet, visitam lojas, folheiam catálogos físicos ou virtuais, buscam indicações de amigos e de redes sociais, esclarecem dúvidas diretamente com o vendedor ou representante de vendas, são impactados por rádio, mala direta, televisão, etc.
Com isso, todos ganham: consumidores estão cada vez mais informados, assim como vendedores melhor preparados e com melhor argumentação, já que contam com o apoio de ferramentas adicionais (como o uso de smartphones com descrição detalhada de cada produto), e vendas mais assertivas, já que quanto mais se conhece sobre preferência e hábitos de consumo do cliente, mais e melhor se vende e se antecipa necessidades. Como explica a diretora de operações e marketing da DirectBiz – consultoria especializada em Venda Direta e estratégias Multicanais –, Ana Paula Inoue, a multicanalidade deixou de ser uma tendência para ser uma realidade, uma vez que o comportamento do consumidor atual mudou. “Ele é mais exigente e antes de realizar uma compra, pesquisa em cerca de três canais diferentes para avaliar preços, promoções e eventuais vantagens. Isso significa que, quando decide realizar uma compra, já sabe exatamente o que quer e como deseja fazê-la. Tornou-se um consumidor omnichannel”, diz. O termo omnichannel, aliás, resume a experiência do cliente com todos esses canais de vendas que facilitam a decisão da compra de modo a simplificar o processo de venda. É importante ressaltar que isso vai
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além da questão de comodidade. Atualmente, oferecer opções de canais de compra é uma questão que, para o cliente, gera vínculo, confiança e credibilidade – afinal, tudo fica muito mais transparente, cabendo ao consumidor escolher a forma mais conveniente. Satisfeito, ele sempre voltará a consultar a empresa. “As taxas de conversão de vendas por canal principal no mercado brasileiro são estimadas em: venda direta (20 a 25%), loja física (10 a 15%), e-commerce (1%) e redes sociais (sem índices)”, aponta a especialista e consultora em omnichannel e proprietária da ViaVendas, Marlety Gubel. Em um de seus recentes estudos, a empresa de consultoria Nielsen identificou que 97% dos consumidores brasileiros compraram em mais de um canal, e 55% deles em mais de três. Ou seja, trata-se de uma necessidade prioritária para as empresas conseguirem o engajamento do consumidor, independentemente de sua idade e classe social.
Multicanalidade em números A Multicanalidade é uma estratégia ainda muito jovem no País. No entanto, entre as pesquisas mundiais que temos acesso, os dados são altamente positivos e mostram que:
¾
dos consumidores compram usando cinco ou mais canais diferentes;
O consumidor multicanal é
5 a 6 vezes mais valioso – por conta da fidelidade que estabelece com a empresa, quando ela é multicanal;
loja da natura: o desafio é equilibrar mix e imagem de marca em cada canal.
85%
dos consumidores acreditam que economizam tempo e dinheiro com o uso das recomendações das redes sociais. Fonte: DirectBiz
“Nesse contexto, qualquer indústria ou varejista que permaneça em único canal – seja a loja física, o e-commerce ou a venda direta – não sobreviverá, pois esse único canal não possibilitará a proximidade, nem o encanto do consumidor pela marca”, lembra Marlety. “Além disso, o consumidor multicanal vale cinco vezes mais que um consumidor de único canal”, finaliza.
Novas possibilidades A Hinode Cosméticos foi uma das primeiras empresas de venda direta que adotou a estratégia multicanais de forma eficiente. A empresa fez seus resultados crescerem exponencialmente quando, em 2013, implantou o e-commerce e adotou o modelo de franquias integrado ao modelo de Marketing Multinível. A grande competência foi a de conseguirem absoluta convergência entre os canais, que se integram e se ajudam mutuamente. Portanto, um canal contribui para com o crescimento do outro e to-
dos para com o resultado da empresa. E, sem dúvida, o grande beneficiado é o consumidor final, que aumenta seus pontos de relação com a empresa, com seus produtos e com sua marca. De acordo com o vice-presidente de venda e marketing da Hinode, Eduardo Frayha, o principal desafio é criar um modelo de negócios em que a venda ao consumidor final remunere de forma justa a cadeia da venda direta, pois se isso não for feito de uma forma transparente e buscando apenas o lucro em cima das pessoas, a empresa estará fatalmente concorrendo com ela própria e desestimulando o seu primeiro cliente, que é o revendedor/consultor independente. “Poucas empresas de venda direta conseguem fazer isso, pois toda cultura/modelo foi construído desta forma; a Hinode quase quebrou em 2008 no primeiro mês que tentou mudar o modelo e apenas depois de quatro anos encontrou o caminho ideal”, lembra Frayha. Na Hinode, as franquias abastecem
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Atualidade COSMÉTICA
a rede de consultores. Ou seja, o crescimento de cada mercado (cidade, região) acompanha o crescimento da rede. Então, o consultor trabalha o mercado e gera a necessidade do consumidor final comprar o produto. “Quando esse mercado já tem uma demanda alta, a franquia é necessária para que o consultor se sinta amparado e rapidamente possa ter acesso aos produtos. Além disso, a existência das lojas físicas cria uma segurança tanto para o e-commerce quanto para a revenda, e cria uma ‘vitrine’ para o consumidor final ter uma experiência física com a marca”, conclui o executivo.
Mais tempo, mais dinheiro Transformar uma operação de venda direta em uma de multicanal é desafiador, mesmo para marcas já estabelecidas. De um lado, existe sempre o conflito com a força de vendas, que numa operação pequena vai ter pelo menos algumas dezenas de milhares
Canal Venda Direta
ana paula, da directbiz: conflitos de canais sempre existirão, mas eles estão cada vez menos intensos.
eduardo frayha, da hinode: mais pontes de relacionamento com o consumidor final.
de pessoas. Chegar num acordo com toda essa gente, que além de tudo costuma trabalhar com vários catálogos, é uma barreira natural para as empresas do canal. A título de comparação, O Boticário, maior franquia de cosméticos do mundo, lida com menos de mil franqueados. Isso certamente facilitou a montagem da estratégia da marca ao entrar na venda direta. Os franqueados ficam com a responsabilidade de comprar os produtos, de montar as equipes e cuidar da logística, enquanto O Boticário entra com o material de apoio e suporte. Como a marca é forte e nacionalmente reconhecida, ela acaba entrando como um catálogo adicional no portfólio das consultoras de outras marcas. Ainda que a remuneração seja menor em relação às marcas de venda direta tradicionais, a força da marca facilita o trabalho das consultoras. Já para uma empresa de venda direta entrar no varejo físico, aí os desafios são ainda maiores e caros. Para que seja relevante como canal de venda, as companhias de venda direta precisam ter escala. Não adianta uma empresa que fature R$ 100 milhões, R$ 200 milhões abrir uma loja conceito num shopping e esperar que aquilo seja relevante do ponto de vista comercial. Só que para ter
escala é preciso investir, e muito. Ainda que os preços de aluguel tenham baixado em função da crise, eles ainda são bastante altos e demandam caixa para suportar a operação até que ela pegue no breu. Multiplique isso por algumas lojas e imagine os recursos necessários para suportar a iniciativa? Uma opção para escalar mais rapidamente é adotar o modelo de franquias – não como faz a Hinode, que tem a franquia mais como um distribuidor – mas como um ponto de venda focado no consumidor. Só que aí é preciso montar um plano de negócios capaz de remunerar adequadamente o franqueado com uma tempo de retorno razoável, equacionar o mix mais adequado para cada canal e harmonizar a imagem da marca na venda direta e no varejo. Vencida essa etapa, ainda é preciso entrar na disputa com dezenas outras franquias do mercado de beleza, e mais outras tantas de outros segmentos. Ao contrário das consultoras, não é fácil para um franqueado agregar novas franquias no seu portfólio.
Tecnologia a favor do canal A americana Jeunesse, que nasceu em 2009 na Flórida (EUA) e hoje está presente em países dos cinco continentes,
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segue em ascensão no mercado de venda direta. Especializada em tratamentos para a pele, a companhia teve um movimento de negócios de US$ 1 bilhão. No Brasil, chegou em junho de 2015 e, segundo o diretor geral da marca, Marcel Szajubok, o time local está trabalhando forte para que o País esteja entre os principais mercados da companhia. A empresa, aliás, investe em tecnologia como aliada para impulsionar a venda direta, com estratégias de marketing digital, ferramentas para analisar redes sociais, aplicativos e outras formas de interação social como apoio à venda direta. Para a diretora executiva da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABVD), Roberta Kuruzu, é preciso lembrar que cada empresa tem a sua prioridade e é fundamental ofertar opções para que o consumidor escolha o canal que mais lhe agrada ao fazer suas compras. A executiva ressalta, ainda, que os demais canais são importantes e estratégicos para complementar ações que a força de vendas diretas não consegue atingir, ou em uma ação de branding. “Há uma tendência das empresas oferecerem ferramentas adicionais com o uso da tecnologia, por exemplo, com tablets para consulta do catálogo virtual na venda direta, com mais detalhes sobre fragrâncias, cores e texturas de produtos”, afirma. Para ela, as novas facilidades multicanais devem ser vistas como agregadoras, facilitadoras do trabalho da representante autônoma, e não como uma substituição do modelo atual de venda direta, já que vale lembrar que existem milhares de pessoas que dependem financeiramente desse modelo de negócios. “A figura do revendedor independente é inalterável, e ele precisa sentir confiança que ao revender determinada marca, não encontrará exatamente o mesmo produto em pontos de venda no varejo. E se encontrar, que aquele ponto de venda do varejo remunere-o de alguma forma, para que ele não seja excluído da cadeia de remuneração”, complementa o executivo da Hinode. Para Ana Paula, da DirectBiz, conflitos de canais sempre existirão, ainda que cada vez menos intensos, devido, novamente, à grande mudança do con-
sumidor, e há inúmeros cases de total sucesso na direção da venda direta para outros canais, sem que seus milhares de consultores e líderes se sentissem ameaçados: ocorreu justamente o contrário. “O Boticário é um exemplo de sucesso neste sentido, já que a empresa define a estratégia e dá o suporte à venda direta, mas a administração e gestão das equipes se dá a partir dos franqueados”, afirma. E enumera as vantagens, pontuando que tal ação permitiu que as franquias/lojas – que normalmente operam em horário comercial – passassem a ter uma equipe de pessoas comercializando seus produtos 24 horas por dia, sete dias por semana; que o relacionamento entre o revendedor e seus clientes fosse além de apenas uma relação comercial. Ou seja, as pessoas compram por confiança, mas também para ajudar umas às outras; e mais: a venda direta ampliou o alcance do ponto de venda, levando os produtos e serviços a locais além do seu raio de atuação física.
roberta, da abvd: novas ferramentas facilitam a vida da revendedora, mas não como substituição ao modelo atual de venda direta.
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especial Casas de Fragrâncias
Complementando o negócio
Uma estratégia isolada que se transformou numa onda. As casas de fragrâncias, donas do negócio mais estratégico e glamoUroso da cadeia de abastecimento da indústria cosmética, estão cruzando a linha e agregando negócios de ativos cosméticos ao seu portfólio >>> Aûani Cusma de Paula
O
modelo de operar tanto como fornecedora de fragrâncias como de ativos para a indústria cosmética, sob o mesmo guarda-chuva, não é novo. Há cerca de 80 anos, a Haarman & Reimer, uma casa de fragrâncias e aromas alemã, colocava no mercado seu primeiro filtro solar, um negócio no qual ela seguiria como líder décadas à frente. Outra companhia de fragrâncias alemã, a Dragoco, lançava há 60 anos uma linha de ingredientes botânicos, segmento no qual também teria posição dominante no futuro. Em 2003, essas duas companhias se uniram para criar a Symrise, que nasceu operando os dois negócios, embora não de maneira tão estruturada quanto hoje. O modelo atual é fruto de vários estudos e foi apresentado dois anos após a fundação da empresa, quando fez a sua abertura de capital já com
stand DA “nova” iff lucas meyer, na incosmetics: as casas de fragrâncias resolveram “abocanhar” um pedaço do mercado de ativos.
duas grandes divisões: Scent & Care – fragrâncias e ingredientes sob um único comando e compartilhando as equipes – e de Flavors & Nutritions, que combina as operações de aromas e nutrição. Embora a Symrise tivesse no seu DNA o trabalho com ingredientes cosméticos, chegar a um modelo de operação que realmente integrasse os dois negócios não foi tão simples quanto parece. “Não é simplesmente ir ao cliente e oferecer um pacote para ele. Foram muitos anos para chegarmos nesse ponto, não aconteceu do nada”, conta Eder Ramos, que faz parte do grupo que trabalhou no processo de abertura de capital e no lançamento da operação de Scent & Care. “Lembro o quanto foi duro difundir isso por toda a organização, dizer para um camarada que trabalhou a vida inteira com cosméticos que ele não poderia mais trabalhar só com cosméticos, ou para um que atuava em fragrân-
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cias, que ele não poderia mais pensar só em fragrâncias. Hoje, somos um grupo e trabalhamos juntos”, diz o executivo que por cerca de 30 anos atuou quase que exclusivamente no mercado de fragrâncias.
Pilar de crescimento para 2020 Um dos fatores que motivou a decisão das casas é o sucesso obtido pelo modelo adotado pela Symrise. A empresa alemã foi a que mais ganhou market share entre as grandes no mercado de aromas e fragrâncias, 1.9 ponto percentual entre 2011 e 2015, de acordo com a Leffingwell, uma consultoria especializada na área. Parte desse ganho veio justamente do sucesso da empresa com negócios fora do escopo tradicional do mercado de aromas e fragrâncias. Apesar de serem ambas indústrias químicas e atenderem em grande parte
aos mesmos clientes e consumidores, a operação e a dinâmica do negócio de ativos e ingredientes é bastante diferente do de fragrâncias. Por isso, as casas resolveram ir às compras. A primeira a se inspirar no modelo da Symrise foi a suíça Givaudan, a maior casa de aromas e fragrâncias do mundo e que mantinha uma pequena divisão de ingredientes cosméticos, fruto da aquisição de casa de fragrância, a Quest, em 2006, e que nunca tinha sido tratado como um negócio relevante para a empresa. Até que, em 2014, a companhia anunciou a compra da francesa Soliance, que desenvolve ingredientes ativos para a indústria cosmética de alto valor agregado, derivados de fontes vegetais, microorganismos e microalgas. Um ano depois, os suíços foram às compras novamente, ao adquirir a também suíça Induchem, dona de um portfólio de ativos para os segmentos de cuidados faciais e corporais, cabelos e proteção solar, entre outros. Para o presidente da Givaudan, Gilles Andrier, o movimento é mais um passo na ambição da empresa de ser um ator importante no segmento de ingredientes para a indústria de beleza. “A Induchem traz fortes capacidades complementares e contribuirá muito para concretizarmos a nossa ambição para 2020, que é a de se tornar um jogador chave neste negócio em rápido crescimento”, disse Gilles. A empresa reuniu os seus novos negócios sob uma nova divisão dedicada a esses produtos: a Givaudan Active Cosmetics Ingredients. As duas empresas adquiridas pela Givaudan tinham vendas, no momento da sua aquisição, na casa dos US$ 25 milhões de dólares. A empresa não divulgou quanto pagou pelas companhias. Já a IFF, casa de fragrâncias e aromas norte-americana, divulgou o montante pago para ficar com a fabricante canadense de ativos e ingredientes cosméticos Lucas Meyer. E a compra não foi nenhuma pechincha. A IFF pagou 283 milhões de euros pela empresa, cujas vendas são de cerca de 40 milhões de euros ao ano. Para o CEO da IFF, Andreas Fibig, a aquisição se alinha com a iniciativa de crescimento de acordo com a Visão 2020, o plano estratégico da em-
presa para os próximos anos. Já Nicolas Mirzayantz, presidente de fragrâncias da empresa, acredita que a aquisição vai fortalecer as ofertas de produtos e permitir à IFF ser um parceiro ainda mais atraente para os seus clientes no segmento de cuidados da pele e cabelo. Para Eder Ramos, é provável que as suas concorrentes cheguem ao patamar da Symrise, mas alguns anos devem se passar até que isso aconteça. “A combinação de expertise entre fragrâncias e cosméticos não vem de você simplesmente comprar uma empresa de ativos, abrir uma nova divisão e ir ao mercado oferecer o produto. É mais do que isso. Exige sinergias que a gente vem trabalhando desde 10 anos”, acredita. Corroborando com esta colocação do executivo, Luciano Fagliari, sócio-fundador da Cosmotec – uma das mais tradicionais distribuidoras de ativos e ingredientes para a indústria cosmética do País –, também cita que o tempo será o grande desafio para as casas neste processo e para tornaram-se concorrentes desses grandes distribuidores. “Além de todos os desafios tecnológicos – acho que vão uns 20, 30 anos para as casas concorrerem com as grandes empresas de matérias-primas”, disse o empresário, em entrevista para a edição Janeiro/Fevereiro da Atualidade Cosmética. As margens do negócio de fragrâncias para produtos de personal care são equivalentes as obtidas pelo negócio de ativos. Mas, assim como no negócio de fragrâncias, existe muita variação dentro do portfólio de cada negócio. “Não dá para dizer que o negócio de um tem margens maiores do que o outro”, diz Elena Novas, diretora do Centro Criativo da IFF para a América Latina.
Consolidação à frente? As casas de fragrâncias são operações gigantescas perto das fabricantes de ativos cosméticos. As companhias independentes que atuam neste segmento – no qual também operam gigantes da área química como a BASF, a Croda e a Clariant – são relativamente pequenas e têm vendas anuais globais que muitas vezes não superam os US$ 50 milhões. Na IFF, a receita incorporada pela Lucas Meyer não chega aos 3% das vendas
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da divisão de fragrâncias, que foi de aproximadamente US$ 1,5 bilhão. Na Givaudan, com vendas de fragrâncias superiores a US$ 2 bilhões, nem isso. Mas o potencial para crescer é inegável. A Symrise não divulga os dados por segmento, porém as vendas de ingredientes para cosméticos equivalem a cerca de um terço do negócio, de acordo com apresentações da empresa realizada para investidores (na área de aromas, os negócios de nutrição respondem por parcela equivalente). Em 2015, as vendas de fragrâncias da Symrise superou US$ 1,2 bilhão. A empresa alemã é dona de um amplo portfólio de ativos e ingredientes cosméticos que cobre todas as categorias de ativos para a pele e os cabelos; ativos e ingredientes botânicos; a linha Symrise Amazon, de ingredientes certificados da região amazônica; filtros solares, segmento na qual a empresa é líder em volume; além de ingredientes funcionais como emolientes e solubilizantes e uma área pigmentos para formulações cosméticas. Embora o mercado de fragrâncias ainda demonstre capacidade de crescimento, a expectativa das casas que estão entrando nesse novo mercado é que ele funcione como um novo e rápido driver de crescimento, acessando um negócio que pode atingir os US$ 2,7 bilhões em vendas globais em 2018, de acordo com a empresa de pesquisa norte-americana BBC Research. O mercado de ingredientes cosméticos como um todo, que inclui aditivos, surfactantes, entre outros, pode superar os US$ 24 bilhões em 2018, segundo a empresa de pesquisa. Em 2015, a Leffingwell apontou vendas de aproximadamente US$ 24 bilhões para a indústria global de aromas e fragrâncias, divididos quase que equitativamente entre os dois negócios. De acordo com estimativas da IFF, enquanto os negócios tradicionais de aromas e fragrâncias devem crescer entre 2% e 3% ao ano até 2020, o de ativos cosméticos pode alcançar 4,5%. Por conta disso, novas compras devem acontecer. IFF e Givaudan já deixaram claro que pretendem avançar no negócio de ingredientes cosméticos por meio de aquisições. Embora já ocupe uma posição de liderança, a Symrise também
especial Casas de Fragrâncias Mercado de ingredientes para a indústria de Beleza (2011-2018)
Crescimento estimado para cada mercado 4,5%
Bilhões de US$
15
10
2,5% 2%
5
0
1,5%
2012
2012
Aditivos Ativos
2013
2018 Produtos Auxiliares Outros Ingredientes
Ingredientes para Fragrâncias Fonte: IFF
segue com atitude compradora no mercado, algo que tem feito desde a sua fundação, diga-se. Além disso, é provável que a suíça Firmenich, a única das grandes casas ainda de fora desse novo negócio, entre no jogo em algum momento. Por outro lado, é pouco provável que as grandes companhias químicas que atuam na área não se movimentem para tentar impedir que ativos “valiosos” caiam na mão dos novos competidores. Tudo posto, é de se esperar uma temporada movimentada de aquisições, o que deve tornar os múltiplos pagos para os vendedores bastante substanciosos, e, quem sabe, uma era de consolidação no negócio de ativos cosméticos, com as grandes empresas “abocanhando” os negócios independentes. Até o momento, os resultados preliminares dessas empresas não mostram nada fora do comum, com as respectivas divisões de cosméticos crescendo no mesmo ritmo do negócio de fragrâncias. Mas as expectativas e o que pode se esperar dessa nova formatação, isso sim pode gerar muitos reflexos e novidades no mercado, embora o ritmo com que essas mudanças podem acontecer ainda é algo a se aguardar.
Consumidor no centro As oportunidades de crescimento num novo mercado, que tem muita proximidade do core bussines das casas de fragrâncias, é um fator importante e que justifica os investimentos realizados pelas empresas até aqui. Mas ele não é o único, e talvez, nem o mais importante
na decisão das empresas de adentrar no novo mercado. A evolução dos consumidores e a sua relação com o mercado de beleza e higiene pessoal, e como isso está impactando o desenvolvimento dos negócios dos seus clientes, é o que mais motiva as empresas a expandirem a sua área de atuação. “Temos ciência da função social dos cosméticos e das fragrâncias. Entender os mercados globais e ter um melhor conhecimento de produtos que atendam não só à beleza, mas também à saúde das consumidoras e dos nossos clientes, faz todo o sentido para IFF se envolver com essa nova área, complementar a de fragrâncias e que tem atraído o interesse das pessoas, em particular das mulheres”, diz Elena Novas, da IFF. As casas de fragrâncias há um bom tempo já têm o consumidor como pilar do seu processo de criação e desenvolvimento. Entender como ele se comporta, sua relação com as marcas e produtos, com as fragrâncias, como as evoluções do mundo estão impactando suas decisões de compras e hábitos e rotinas de beleza... Tudo isso faz parte do dia a dia das casas de fragrâncias. As grandes empresas do setor mantêm áreas e ferramentas de entendimento do consumidor que, não raro, são superiores ao de muitos dos seus clientes. Existe um motivo para isso. A fragrância é um dos fatores mais importante para a decisão de compra de um produto, por isso, as casas assumiram um papel estratégico no desenvolvimento de produtos, indo muito além da mera perfumação.
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Fragrâncias
Aromas
Ativos Cosméticos Fonte: BBC Research
Para Elena, a perfumaria demanda que os consumidores amem as fragrâncias produzidas pela casa. “Isso demanda entendimento e parceria total com nossos clientes. Não estou dizendo que as empresas de ativos não tenham isso. Mas, no caso da IFF com seus parceiros estratégicos o relacionamento é muito, muito forte”, pontua. “Esse canal facilitador, que vai direto ao coração de nossa consumidora e um contato tão profundo e estreito com os nossos clientes, com certeza é uma vantagem, algo que poderemos agregar e capitalizar nos trabalhos da Lucas Meyer”, complementa. Em geral, as empresas de matérias-primas para cosméticos, principalmente os grandes grupos químicos, também vêm avançado nesse sentido. Mas é um movimento mais recente e, de certa forma, um pouco mais limitado, mesmo para as grandes companhias do setor. Enquanto os fornecedores de ativos e ingredientes sempre estiveram ligados de maneira umbilical com a área de Pesquisa & Desenvolvimento, os fabricantes de fragrâncias têm acesso privilegiado à área de Marketing e aos principais executivos da empresa. É algo que se explica pelo papel que as fragrâncias cumprem no mix do produto e, também, pela complexidade técnica que envolve a área de ingredientes. A chegada de mais casas no mercado de ingredientes cosméticos pode ajudar a tornar essas linhas menos rígidas em mais clientes. “Sem dúvida há um maior aproveitamento das equipes de Marketing, Vendas e Aplicação de ambas as
especial Casas de Fragrâncias áreas de atuação: ativos e fragrância”, acredita a cosmetóloga Sônia Corazza, especialista em desenvolvimento de produtos cosméticos. No entanto, ela pontua que apesar de complementares, os perfis de conhecimento das duas áreas são distintos. Eder reconhece que, às vezes existe uma separação mais forte entre as áreas porque o próprio cliente é separado e busca o atendimento de especialistas em um negócio ou no outro. “As casas de fragrância são o ápice do estímulo sensorial, enquanto que os fabricantes de ativos representam o topo da performance. Sinto que haverá uma bela sinergia com essas duas equipes de especialistas atuando juntas”, acredita a cosmetóloga. “Ao trabalhar com inovação no DNA, desde o início você procura ativos, fragrâncias, produtos de alta qualidade. É isso o que o consumidor espera. Ele quer inovação que traga qualidade para a sua vida, tanto em fragrância quanto em ativos”, emenda Elena, diretora da IFF.
eder ramos, da symrise: modelo criado pela empresa virou referência para o mercado.
Evoluindo o modelo Para Eder, a indústria de ingredientes cosméticos até alguns anos atrás era essencialmente comandado pelo P&D. Só que agora, o consumidor não busca mais só um ativo que dê a ele um benefício específico. Busca também uma experiência de uso mais sensorial. Por isso a própria Symrise evoluiu o seu modelo com o lançamento da plataforma Beauty Plus, há um ano e meio, que representa uma nova maneira da companhia alemã em relação ao desenvolvimento de produtos no segmento de higiene pessoal e beleza, oferecendo soluções que integrem as fortalezas da Symrise nas duas áreas e baseadas nos novos anseios dos consumidores. “(Do ponto de vista da indústria de ingredientes) Você rompe com a lógica farmacêutica de resolver o problema. Claramente o consumidor busca não só o benefício de resolver um problema, mas também o aspecto sensorial”, pontua. Eder conta que quando assumiu o comando da área global de ingredientes, adotou uma nova estratégia: não mais o P&D no centro da organização, mas o consumidor. “Detectamos a necessida-
de desse consumidor e direcionamos toda a organização a partir dele. Não é um trabalho fácil porque temos que determinar qual vai ser a necessidade daquele consumidor num período de três até cinco anos à frente”, diz o executivo, explicando que esse é o prazo necessário para desenvolvimento de uma nova molécula ser concluído. Fazendo uma analogia com o varejo, é como se a operação deixasse de ter um modelo empurrado, no qual a área industrial decide o que vai para a loja e a operação do varejo oferece o que foi produzido ao consumidor; para um modelo puxado, no qual é o varejo, o consumidor de fato, quem determina o que a indústria vai produzir. O Beauty Plus é dirigido por um comitê da qual fazem parte, além do próprio Eder, o presidente da Symrise Scent & Care, Achim Daub, que também responde pela área de fragrâncias da divisão, e a vice-presidente global de Marketing, Isabelle Vacheret. O grupo dire-
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ciona os esforços as equipes de Scent & Care ao redor do mundo na busca por pavimentar os caminhos para iniciativas conjuntas de fragrâncias e ingredientes que atendam às necessidades das consumidoras de beleza nos próximos anos. As primeiras categorias tratadas já sob essa nova plataforma integrada são as desodorantes, de proteção solar e de clareadores para a pele.
Chegando antes Muito tem se falado sobre como a entrada das casas de fragrâncias pode mudar a dinâmica no mercado de ingredientes. Mas, o que o mundo das fragrâncias tem a ganhar com a entrada no segmento de ingredientes? Os benefícios são muitos. Na seara técnica, uma expertise para entender melhor as bases cosméticas com as quais a fragrância vai ter de interagir (a primeira reação do pessoal do laboratório quando o produto tem algum problema de estabilidade é culpar a fragrância). Mas também existem vantagens
especial Casas de Fragrâncias comerciais. Excluindo obviamente o negócio de fine fragrances, o briefing de fragrância é o último que surge no caso do lançamento de um novo produto. “Normalmente, as empresas trabalham a base e, por último, vem o briefing para a casa perfumar aquela formula”, explica Eder. “(No caso da Symrise) Estou com os meus clientes desde o momento em que ele está desenvolvendo a fórmula, entendo os problemas que ele vai enfrentar na hora que abrir o briefing, de estabilidade, de ter que usar uma fragrância com uma aplicação maior para cobrir o odor da base. O conhecimento que nós temos hoje é maior. Quando um cliente nosso tem um problema fica mais fácil de solucionar”, complementa o executivo da Symrise. Apesar de atenderem ao mesmo mercado, os tradicionais ganhos de custo, por conta de sinergias em áreas como logística não são tão óbvios, até por limitações técnicas e necessidades especiais de certos tipos de ativos e ingredientes. “A eficiência está em outra área, em entender a base do nosso cliente, nos sabemos o que a base contém os princípios ativos que estão lá e o que ocorre quando você mistura esses ingredientes com fragrâncias, a eficiência está aí em uma melhor eficiência, melhor performance e isso vai reverter para os nossos clientes, todo mundo ganha”, conclui Eder.
Operações especiais Boa parte do negócio de ativos é realizada em categorias nos quais as casas de fragrâncias têm pouca atuação, principalmente da categoria de produtos anti-idade. São negócios bem diferentes, mas que têm o consumidor como ponto de contato natural. “Nossa visão de desenvolvimento e de criação é uma visão holística a partir do consumidor. É obvio que a experiência da indústria é enorme, muito grande. Por isso fomos atrás de uma empresa reconhecida pela altíssima qualidade dos seus produtos e que tem um histórico realmente impressionante para gerar propostas de valor real para a consumidora e que compartilha dos nossos valores, como forma de compensar essa menor experiência da IFF no mundo dos ativos”, explica Elena. Além de terem de incorporar na
a cosmetóloga sônia corazza: perfis de conhecimento das áreas de fragrâncias e ingedientes são distintos.
empresa a expertise técnica que envolve quase todos os processos no negócio de ingredientes cosméticos, as casas de fragrâncias terão de lidar com outro desafio. Clientes relevantes para as áreas de ativos cosméticos não o são para as grandes fabricantes de fragrâncias, tradicionalmente habituadas a trabalhar com um número restrito de grandes clientes e algumas empresas locais de médio porte. A estratégia de fragrâncias da Symrise no Brasil é um pouco diferente, por conta de uma decisão estratégica adotada há quatro anos, com a compra das operações da Belmay. Há uma equipe dentro da Symrise para atender aos clientes de todos os portes. É um grupo formado por profissionais com experiência no atendimento desse mercado. “Hoje eu posso sentar com uma empresa de pequeno porte que quer o apoio de uma casa que possa aportar uma expertise de inovação, eu estou presente”, diz Eder. O mesmo vendedor que atende ao negócio de fragrâncias nesses casos é treinado para atender também ingredientes cosméticos. “Claro que ele não tem o domínio técnico para entrar em profunda discussão sobre uma fórmu-
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la, mas existem as equipes destinadas à isso. O importante é que ajudamos essas empresas a alavancar o seu negócio.” No caso da IFF, a empresa ainda está desenhando globalmente como ficaráo atendimento da empresa a esse novo mercado. “Procuramos a Lucas Meyer como uma empresa de ponta quanto à inovação, Pensando realmente em gerar essa complementaridade com o nosso DNA e para trazer inovação para os nossos clientes. É um casamento perfeito que está gerando muita expectativa”, comemora Elena, que conta que a fabricante de ingredientes já tinha projetos com clientes na América Latina em andamento e que a IFF está, em alguns casos, complementando o trabalho com suporte e a estrutura. “Os passos estão sendo cuidadosamente pensados para que sejam os melhores possíveis”, finaliza. No Brasil, os produtos da Lucas Meyer continuam sendo distribuídos pela Aqia. Procurada pela reportagem, a Givaudan não se manifestou até o fechamento desta reportagem, mas no Brasil, o portfólio da Induchem segue sendo distribuído pela Sarfam que já fazia esse papel antes da compra.
mercado Logística LOJA DO EXTRA, EM SÃO PAULO: maior integração entre as partes é a melhor oportunidade de ganhos de eficiência logística.
Para correr tudo bem Há cuidados que são essenciais para o sucesso das operações logísticas. Planejamento, tecnologia bons parceiros e processos são fundamentais >>> Tatiana Ferrador para isso
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evido ao alto valor agregado de seus produtos, a indústria cosmética exige da operação de intralogística brasileira um cuidado especial, tanto no manuseio quanto no acondicionamento e transporte. As exigências para armazenamento e transporte dos produtos estão cada vez mais rígidas, já que este é um ramo em que
os fluxos logísticos precisam ser diferenciados, a fim de atender à demanda e preservar o produto. Neste cenário em que cresce a busca por eficiência e economia de escala, o planejamento logístico e a ótima relação com os parceiros são fatores ainda mais estratégicos. Na operação logística de cosméticos existem vários fatores que necessitam de cuidados especiais e atenção redobrada na contratação e parceiros para a reali-
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zação de tal atividade. Manusear e transportar produtos sensíveis à temperatura com o controle da mesma, observar a data de validade, ter cuidado com a fragilidade, são apenas alguns deles. E há de se lembrar, ainda, de que existem particularidades técnicas, operacionais e de legislação, com licenças específicas que devem ser obtidas de modo a assegurar a prática correta no transporte tanto de insumos como produtos finais. Os investimentos em operações logísticas estão basicamente divididos na tríade: desenvolvimento de processos robustos, no treinamento constante dos funcionários e na implementação de tecnologia. Com relação à movimentação e armazenagem, há de se atentar à fragilidade das embalagens, já no que se refere aos aspectos de controle da mercadoria, cabe um eficaz controle de estoque FEFO (first to expire first-out) ou FIFO (first-in first-out), de lotes, entre outros. E mais: dependendo da mercadoria, também é preciso controlar a temperatura e a umidade durante todo o processo. Em outras palavras, os controles sistêmicos e operacionais devem estar alinhados de modo a garantir a eficácia da operação logística em um ambiente de maior restrição de trânsito nos grandes centros e de aumentos consistentes de custos. Tudo isso somado, os próximos anos tendem a ser mais desafiadores para os prestadores de serviço que atuam nestes segmentos. Como explica a diretora de Supply Chain da BDF-Nivea, Camila Sanches, é muito importante o cuidado com a contratação de prestadores de serviço com as devidas licenças para a operação no segmento, aliado ao uso de muita tecnologia nas operações para diminuição do número de manuseios da carga até chegada ao cliente final. “Existem alguns temas recorrentes quando o assunto é logística, como as variações na demanda, que impactam significativamente a composição de tarifas e disponibilidade de recursos para a execução dos processos logísticos; e as dificuldades para a efetivação de entrega em função de ocorrências comerciais e operacionais.” Para tornar as operações ainda mais competitivas, Camila defende a importância de cada vez mais incrementar a colaboração logística entre indústria e varejo, buscando ganhos de eficiência
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mercado Logística que contribuam para ambos os lados, tais como: compras otimizadas para a formação de carga (lastro, palete, veículo fechado) e facilitação do recebimento, diminuição de picos e “vales” de demanda e tratamento em conjunto de questões para a efetivação da entrega. “A colaboração entre clientes, prestadores de serviços e fornecedores é a tendência mais clara para aumentar a eficiência logística nos próximos anos”, acredita. Essa maior integração entre os diferentes atores do processo é uma realidade cada vez mais presente no dia a dia das operações, ao menos no que concerne a operação logística propriamente dita Esse movimento tem sido facilitado pelo avanço da tecnologia de informação. Para Marcelo Patrus, presidente e diretor Comercial da Patrus Transportes, uma das maiores e mais respeitadas transportadoras de cargas fracionadas do mercado de cosméticos, a adoção da integração eletrônica de dados (processo conhecido pela sigla em inglês EDI), tem gerado uma revolução nas relações comerciais por toda a cadeia logística. O empresário explica que no caso das operações que envolvem a indústria e grandes distribuidores ou varejistas, a interligação entre as duas partes via EDI é muito grande. Nesses casos, as entregas são feitas com agendamento prévio, o que demanda alta tecnologia de ambas as empresas. “A tecnologia nos ajuda muito nesse processo, porque a transferência eletrônica de dados é fundamental para manter a eficiência logística do processo”, explica ele. Mas as trocas eletrônicas de dados já não são uma exclusividade das grandes companhias. Mesmo o médio e o pequeno varejo, que recebem pedidos muito menores, as vezes com menos de uma dúzia de caixas, têm se beneficiado da maior digitalização dos processos, inclusive no caso das notas fiscais. Um grande diferencial da Patrus apontado por Marcelo é a baixa instantânea do pedido em tempo real, no ato da entrega. “Antes você só sabia se a carga tinha sido entregue no destino quando o caminhão voltava para a base, o que podia levar horas ou até dias. Com esse processo, é possível saber na hora e de forma eletrônica, quem recebeu a enco-
rodrigo, da química anastácio: acompanhamento próximo do pós-vendas para mitigar os riscos.
menda e quando ele recebeu. “Hoje, eu digo que informar é mais importante do que transportar. Transportar todo mundo transporta, mas prestar toda a informação de forma eletrônica e em tempo real, isso demanda investimentos e infraestrutura pesados do transportador”, conta Marcelo. Na outra ponta, a troca eletrônica de dados também facilita a vida dos pequenos e médios varejistas, que tem condições de acompanhar todo o rastreamento da sua encomenda a partir do momento em que ele recebe o arquivo XML emitido pela indústria até a chegada do pedido nele. “Isso facilita muito porque ajuda a minimizar problemas como pedidos e preços errados. O varejista tem condições de enxergar previamente se está tudo de acordo ou não.”, diz o presidente da Patrus, que explica que além das vantagens na operação de logística, os processos de EDI ajudam a criar um ambiente de negócios mais transparente, dando ao FISCO uma visão do que acontece em toda a cadeia: da emissão da NF até o recebimento do produto no varejo. “É uma grande vantagem para as empresas que atuam de maneira correta”, emenda Marcelo.
Boas parcerias Na Johnson & Johnson, um ponto muito importante no sucesso das operações logísticas é ter parceiros transportadores
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qualificados, segundo o gerente de Customer Service & Delivery da empresa, Eduardo Teixeira. “Por este motivo, investimos muito na certificação e qualificação dos nossos transportadores”, diz. “Além disso, temos uma equipe multidisciplinar focada no acompanhamento do processo, de forma a atender no melhor prazo e no custo adequado.” Teixeira ainda aponta que a infraestrutura das estradas do País e o déficit de motoristas qualificados estão entre os maiores entraves do setor. “Temos visto, em vários transportadores, equipamentos parados sem mão de obra e isso é um problema muito sério para todos, tanto para transportadores como para embarcadores”, completa. A logística eficaz, assertiva, é uma questão estratégica para qualquer indústria e exerce um papel cada vez mais importante, como um diferencial competitivo. Atualmente, a Johnson & Johnson possui uma operação integrada, em que traz materiais para a indústria ao mesmo tempo em que já coleta produtos acabados para abastecer os seus Centros de Distribuição, o chamado “milk run”. “Esse sincronismo traz uma maior eficiência na cadeia, custos competitivos de fretes e, consequentemente, a diminuição de veículos ociosos nas rodovias, reduzindo, consideravelmente, a emissão de CO2”, defende Teixeira. O gerente da J&J explica que o risco envolvido no processo é alto, uma vez que o valor agregado dos produtos e dos insumos movimentados e o tipo de transporte em si, exigem do transportador licenças específicas, bem como motoristas aptos para o tipo de carga. “Para isso, temos uma área específica na Johnson & Johnson chamada ‘Delivery’, que é voltada para a Gestão dos Transportadores e Serviços Logísticos. Essa área é suportada pelas áreas de segurança logística, qualidade e proteção de marcas, com objetivo de minimizar os riscos na operação.” Ainda que haja uma concentração quase que absoluta dos fornecedores de embalagens e matérias-primas para a indústria cosmética em São Paulo, com alguns poucos fornecedores no Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, Teixeira
marcelo, da patrus: tecnologias que dão baixa eletrônica no momento da entrega e permitem saber quem recebeu o pedido.
acredita que o fato não seja um complicador. Para essas regiões onde a empresa possui um número limitado de fornecedores é realizado um trabalho específico a fim de otimizar as entregas a clientes na região, com a coleta casada, buscando a sinergia operacional entre o inbound e outbound. “Diante de cenários cada vez mais desafiadores, acreditamos muito no frete colaborativo entre as empresas e também na necessidade de sistemas de informações cada vez mais ágeis, de fácil acesso e que nos possibilite acessar as informações de qualquer lugar (caso do armazenamento de dados na nuvem). Isso será um diferencial importante para tomada de decisões”, situa.
O papel dos fornecedores Os fabricantes de cosméticos estão cada vez mais operando com níveis de estoques menores. Isso aumenta e muito a demanda por serviços rápidos e com qualidade, sem perder de vista o custo, que deve ser competitivo. Mas, com as restrições de circulação de caminhões dentro e fora das grandes cidades ampliando-se cada vez mais, fazer as entregas no tempo certo é cada vez mais desafiador. “Hoje a logística integrada é importante, mas ela depende de um planejamento estratégico logístico muito bom, para que não se torne um processo caro e dispendioso. Precisamos sempre procurar otimizar as entregas, independente do tipo de operação”, explica o gerente de Qualidade & Logística, da Univar, fornecedora de insumos químicos para as indústrias de cosméticos, Thiago Hinuy. “A opção ‘milk run’ pode atender a determinados mercados, mas não é uma
solução única, já que trabalhamos com diversos mercados e cada um com suas restrições e particularidades”, observa ele. A Univar utiliza o retorno de “carros” destinados à distribuição para a coletas de produtos nos seus fornecedores, quando eles estão dentro da rota. “Isso nos traz uma eficiência maior e um custo menor. Mas para isso é muito importante a sinergia entre os processos, pois este tipo de operação depende de outros, como por exemplo o departamento de compras”, contextualiza. Para a Univar, o grande desafio está em procurar por transportadoras capacitadas e licenciadas para transportar os diversos tipos de produtos, pois dessa forma, os principais riscos podem ser mitigados, como no caso de acidentes, em que o embarcador é solidário em relação ao risco; e de não cumprimento de prazo e falta de qualidade, o que acarreta no risco maior que é deixar o cliente insatisfeito. “Em termos de custos, o processo logístico pode representar no preço final dos produtos, dependendo das especificidades de cada cliente, valor e volume do pedido, algo entre 2 e 7% do total movimentado”, ressalta Hinuy. A gerente de produto e satisfação da Univar, Roseli Xavier de Santana, complementa e acredita que as tendências em operações logísticas para os próximos anos estejam voltadas para a prática sustentável das operações. “Cada vez mais as empresas buscam sustentabilidade em seus processos e na logística não vai ser diferente. É fácil observar investimentos em inovações tecnológicas visando a diminuição do consumo de recursos, como otimização de rotas para redução
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de combustível, utilização materiais reciclados, etc.”, coloca. A Univar lançou um programa de logística reversa que é, de acordo com a empresa, inédito no segmento de distribuição de produtos químicos. “Estamos desenvolvendo um programa que seja sustentável, no que diz respeito a reutilização de recursos e que não onere monetariamente para empresa, além de satisfazer os clientes que não precisarão mais arcar com os custos de incineração destes recursos”, conclui. Outra empresa com forte atuação no segmento de cosméticos é a distribuidora de produtos químicos Química Anastacio. “Considerando que todas as empresas que nos prestam serviços de transporte atendem à legislação vigente para transportar produtos químicos, o maior risco acaba sendo o atraso na coleta ou na entrega, uma vez que parte dos clientes trabalha com agendamentos previamente acordados e com estoques relativamente baixos de insumos, por isso trabalhamos com um acompanhamento muito próximo do pós-vendas e com procedimentos e ferramentas de controle operacional robustos para a mitigação de riscos”, alerta o gerente estratégico de vendas & marketing da empresa, Rodrigo D’Amaro. Com filiais em São Paulo (SP), Itajaí (SC) e Suape (PE), a empresa acredita ser este um diferencial para a otimização e redução de custos para a operação, para os seus clientes. “Pensamos que a logística ideal está totalmente relacionada à demanda de cada cliente, ou seja, cliente e fornecedor devem estar bastante alinhados, ter uma comunicação clara e objetiva para que os resultados da operação sejam positivos e estar localizada em pontos estratégicos para assegurar uma melhor capilaridade”, complementa o executivo. O papel dos operadores logísticos e transportadoras acaba se resumindo a um forte componente no desenvolvimento de soluções que atendam aos diferentes modelos de negócio de cada cliente. “Para nós, a operação logística é um elemento decisivo de competição empresarial, bem como a qualidade do serviço de entrega dos produtos que é outro diferencial que agrega valor às marcas”, finaliza Clovis Gil, presidente da Ativa Logística, que presta serviços para empresas do segmento de higiene e beleza.
negócios Estratégia
Um passo para trás
A peruana Belcorp reposiciona o seu negócio no Brasil com foco em uma marca, novo plano de compensação para os revendedores e a certeza de que o retorno só virá no longo prazo >>> aûani cusma de paula
P
or mais que você estude, tenha planos sólidos e faça pesados investimentos, o Brasil é sempre um país cheio de surpresas e peculiaridades para as empresas estrangeiras que aportam por aqui. A peruana Belcorp, segunda maior empresa de cosméticos de origem latino-americana, que o diga A empresa chegou ao Brasil em 2010, no auge da euforia com a economia brasileira. Mas justiça seja feita, no caso da Belcorp, ao contrário de muitos outros casos recentes, e empresa não aterrissou por aqui como um franco-atirador. Executivos da empresa dedicaram muito tempo para pesquisar e estudar o mercado brasileiro. Foram anos – mais de 15 – ensaiando a entrada no país, que desde meados dos anos 1990 despontava como um dos maiores em praticamente todas as categorias do mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos global. A demora da Belcorp tem muito a ver com o tamanho do investimento necessário para fincar os pés no Brasil e conseguir um lugar ao Sol, e, também, com a mais do que conhecida por nós, dificuldade de fazer negócios no Brasil. “É claro que o mercado brasileiro é o que possui maior potencial de todos, mas também é um mercado muito com-
plexo”, disse o fundador e presidente da empresa, Eduardo Belmont, em uma rara entrevista concedida à Atualidade Cosmética no final de 2013. Para ele, “a abertura no Brasil foi um momento-chave para o futuro da empresa, pelo que o País pode oferecer para a corporação.” De certo, o Brasil ainda representa uma oportunidade muito grande para os negócios da Belcorp. Mas, para se converter em realidade, o sucesso por aqui vai demandar um pouco mais de trabalho e, principalmente, tempo para se concretizar. “Não era tão simples como a gente pensou”, reconhece Nivaldo Frutuoso, que desde março de 2015 é o diretor-geral da Belcorp no Brasil. Com décadas de experiência e forte background na região, o grupo acreditou que o Brasil funcionaria não igual, mas ao menos próximo do que acontece em outros mercados da região. Foi um problema por vários motivos: língua diferente, peculiaridades culturais, um modelo de negócio multinível, diferente do que a companhia operava em todos os outros países da região, tudo isso sem falar na incrível complexidade do sistema regulatório e tributário brasileiro. “Nos outros países da região, em geral, você tem um imposto de saída e outro de entrada, aqui você tem uma infinidade e as regras mudam a toda hora”,
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nivaldo frutuoso, da belcorp: a empresa passou 2015 arrumando a casa e agora está pronta para voltar ao jogo.
diz Nivaldo. O executivo tem conhecimento da realidade das outras regiões. Antes de assumir o posto atual, ocupou a gerência-geral da Belcorp nos países caribenhos. Na Avon, onde começou sua carreira na venda direta, ocupou posições de alta gerência e direção na área de vendas do Brasil, México e na região do Caribe. Quando viu que os rumos tomados pela companhia não lhe garantiria uma posição sólida no futuro, a opção da empresa foi de se voltar para dentro e repensar o negócio, reajustando a empresa totalmente as necessidades do mercado local. “Foi necessário passar todo o ano de 2015, olhando para dentro, readequando a estrutura da companhia ao mercado em diferentes frentes e por diferentes motivos”, conta Nivaldo. Vencida essa fase, o executivo diz que a Belcorp está pronta para voltar ao jogo.
Menos catálogos, mais foco Um dos pilares do negócio da Belcorp é o fato de a companhia oferecer três catá-
de não figurar mais como uma marca independente no País, alguns produtos de Ésika de perfumaria e, principalmente de maquiagem, foram incorporados ao portfólio de L’Bel, funcionando quase que como uma submarca. Depois de um período sem grandes novidades, a L’Bel retomou fortemente o seu plano de lançamentos, com novidades todos os meses até dezembro, sendo que em alguns meses a empresa deve apresentar até mais de um lançamento no mesmo período. Em agosto, por exemplo, a empresa lança sua linha de pele com a atriz Deborah Secco como garota propaganda. “É a prova do compromisso da empresa de que agora que nós arrumamos a casa, vamos voltar as baterias para o mercado e para as oportunidades que aparecem”, garante Nivaldo.
Um novo plano
logos diferentes às suas consultoras, das marcas L’Bel, Ésika e Cy.Zone. Essa diversidade foi amplamente explorada na introdução da empresa no Brasil. Com uma única companhia, as revendedoras poderiam oferecer três marcas com perfis de público e preço distintos. Na euforia do consumo brasileiro do início da década, fazia todo o sentido ter mais opções para oferecer. Mas, no Brasil as coisas mudam rapidamente e a realidade de três anos atrás, perde todo o sentido. No processo de reorganização dos seus negócios no Brasil, a avaliação do portfólio foi um os pontos que mais mereceu atenção dos executivos da empresa, que preferiu dar um passo para trás. “Em um mercado como o brasileiro, onde você tem mega competidores como Natura, O Boticário e Mary Kay, para uma empresa nova chegar na venda direta, ter que apresentar as três marcas, falar que é Belcorp, que é peruana... Era um discurso complicado de explicar”, diz Nivaldo. A empresa fez um estudo local para entender o negócio e concluiu que seria
melhor, nesse momento de retomada do mercado, concentrar todos os esforços em uma única marca simplificando a vida do revendedor e do consumidor. A escolhida para seguir no Brasil foi L’Bel, a marca mais premium da companhia e que recentemente passou por uma repaginada global. Além disso, por ser a marca mais cara do portfólio, ela permite remunerar melhor a cadeia de vendas da empresa. Historicamente, L’Bel sempre foi uma marca focada na categoria de skincare. Desde o ano passado, quando passou por um processo de revitalização, ela ganhou em modernidade e adotou mais fortemente uma estratégia multicategoria, sustentada em pele, perfumaria e maquiagem. Se a mulher L’Bel de antigamente poderia ser considerada um tanto fria e distante, a nova é atual, colorida e cheia de atitude. O primeiro catálogo dessa L’Bel repaginada no Brasil saiu em fevereiro. O foco na marca é tão grande que ela passa a assinar inclusive como marca corporativa no Brasil, em substituição à marca Belcorp. Apesar
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No momento em que estavam avaliando a empresa, o time da Belcorp discutiu muito sobre o modelo comercial adotado. Todas as operações da Belcorp no mundo, exceto por Brasil e Estados Unidos, operam no modelo mononível. Por isso, a primeira decisão importante tomada no processo foi a de continuar com o modelo multinível por aqui. Para Nivaldo, esse é o modelo que predomina no mundo e a empresa quer continuar aprendendo, já que está construindo uma história com ele tanto aqui como nos Estados Unidos. “Vale a pena (para a empresa) entender mais do multinível, apostar e investir nesse modelo”, acredita. Nesse sentido, Brasil e EUA, tem trabalhado como operações irmãs e discutido muito sobre o negócio. “Nos dois casos somos pequenos entrantes no mercado, os dois países no multinível, e ambos só com a marca L’Bel”, diz ele. Ao decidir pela manutenção do modelo multinível, a Belcorp recrutou o especialista Dan Jensen, um dos mais respeitados consultores da venda direta em todo o mundo, para recriar o plano de compensação dos revendedores da empresa. O novo plano foi apresentado oficialmente durante a convenção da empresa, realizada em abril. “O nosso plano era de 2010, e de lá para cá o
negócios Estratégia mundo é outro. Ele precisava de uma revisão completa e foi o que fizemos”, afirma o diretor da Belcorp. O plano que começa a rodar entre junho e julho é, de acordo com Nivaldo, muito mais completo. “Aprendemos com o Dan Jensen que precisamos construir um plano que trabalhe os cinco comportamentos importantes da venda direta: vender, recrutar, reter, desenvolver managers e desenvolver líderes.” O novo plano de compensação é focado nesses cinco comportamentos e muito mais na venda e nos produtos. O executivo acredita que o plano adotado pela Belcorp é muito mais sustentável no longo prazo. Como contrapartida, ele leva mais tempo para entregar resultados. “A Mary Kay levou dez, 15 anos para chegar onde está hoje e essa é a expectativa de tempo mesmo quando você vai para um plano multinível com sustentação”, garante. “Poderíamos ter ido para outros planos, que talvez trouxessem resultado mais imediato, muito focado na questão da remuneração e do recrutamento. Esses modelos entregam resultado no curto prazo, mas nós não sabemos o quanto ele é sustentável. Da mesma maneira que desaparecem muitas companhias de cosméticos no Brasil, as de multinível costumam desaparecer mais rápido ainda”, complementa. Nesse período de transição, a força de vendas da Belcorp passou, naturalmente, por ajustes. Pessoas que entraram na euforia e acreditando que ficariam milionárias, trabalhando muito pouco, saíram do negócio. Hoje a base é menor, mas composta por pessoas que estão identificadas com os valores da empresa, segundo Nivaldo. “Os nossos planos futuros, dentro de todo esse cenário, são planos de crescimento, mas adequados e ajustados à realidade do negócio e do Brasil atual.”
Paciência contratada A Belcorp está sendo bastante pressionada nos seus principais mercados na América Latina. A empresa perde market share em países importantes e sofre com pressão de preços, competição com os importados e com outros concorrentes de venda direta. É inegável que a expectativa com o
Brasil era grande na sede da Belcorp, em Lima, capital peruana. Pelo tamanho do mercado e pelos investimentos realizados por aqui, os executivos esperavam que a esta altura, com cinco anos de vida, a operação brasileira estivesse contribuindo com um volume substancial no faturamento da empresa. A única certeza hoje é de que isso não vai se concretizar no curto prazo. É natural que em situações como essa, exista uma forte pressão por resultados vindo da matriz. Mas, para Nivaldo, mais do que pressão, o que existe é um alto nível de atenção, cuidado e interesse com a operação local. “Hoje em dia, temos toda a estrutura corporativa a nossa disposição. Quando tivemos a mudança no IPI, a diretora corporativa de Assuntos Regulatórios veio para o Brasil. Quando fomos discutir a questão da marca, todo o time corporativo de branding veio para o Brasil. Temos reuniões quinzenais ou mensais com o Eduardo Belmont, para tratar do mercado brasileiro. A corporação nunca esteve tão perto da operação brasileira”, explica Nivaldo. Para ele, o momento atual pede atenção para entender o contexto do negócio e do País, mas sem deixar de realizar investimentos importantes. “Hoje, a corporação tem mais entendimento do mercado e do momento e sabe que para construir o negócio que a gente quer por aqui vai levar tempo. E eles estão preparados para isso”, pontua o executivo. A Belcorp tem pilares financeiros muito sólidos. No ano passado, sabendo dos momentos difíceis que ia enfrentar, a empresa passou por grandes mudanças na área administrativa e de investimentos, mudou o negócio na Venezuela, saiu da Argentina, justamente para poder focar nos negócios principais e passar por esses momentos difíceis que afligem não só o Brasil. Um dos planos originais da Belcorp era que, em algum momento, a empresa tivesse mais produtos desenvolvidos localmente. Faz sentido quando olhamos para as multinacionais que mais se destacaram no Brasil, especialmente nas categorias relacionadas com a pele, foram as que conseguiram desenvolver seus produtos pensando nas peculiaridades
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fisiológicas das brasileiras. Mas essa não é uma prioridade neste momento para Nivaldo. “As batalhas que a companhia está jogando neste momento em outros países da região, na Colômbia, no Peru, no México, no Chile são importantes então vamos trabalhar e conquistar o espaço que a gente tem para conquistar por aqui. A corporação está aberta, eu que estou segurando um pouco, para seguirmos o caminho que traçamos de recuperação dos negócios”, diz. Para ele, a coisa mais incrível que a Belcorp tem são os produtos e a qualidade deles. “No nosso nível de competição, que é a venda direta, entendo que estamos um passo à frente, tanto que no último Premio Atualidade Cosmética, ganhamos troféus com dois perfumes que não tinham sido lançados no Brasil, só em outros mercados da América Latina. Temos produtos de muita qualidade no mercado e, na medida em que conquistarmos massa crítica, aí podemos pensar em algo a mais, acho que isso vai ser natural. Mas, até para manter o foco, acho que antes de partirmos para explorar a questão dos desenvolvimentos locais, temos muito o que fazer antes.”
Digitalizando a venda A Belcorp foi lançada no Brasil como uma operação totalmente digital com os revendedores. Mas as empresas ainda têm pouca coisa no que diz respeito a plataformas digitais de consumo, sem uma operação digital para as consultoras, como já fazem concorrentes como Natura e Mary Kay. “Temos pouca coisa hoje, mas é para onde a gente quer ir”, pontua o diretor, que está discutindo com a matriz para que a implementação da estratégia digital da companhia comece pelo Brasil. “A estratégia e a plataforma já estão definidas globalmente e tem uma ordem de rollout para os países. O Brasil está na lista e devemos ter novidades ainda este ano”, comemora. “A gente se comunica bem via redes sociais, conversa com os consultores por elas. Para nós seria o caminho mais natural para pensar no omnichanel, um e-commerce para o consumidor integrando a cadeia, sem conflito”, finaliza.
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Potencial marinho
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Vindos de uma fonte interminável, ingredientes oriundos da vida marinha já estão presentes em produtos cosméticos, que, hoje, estão mais voltados para a eficácia. Já o apelo de ter “origem do mar” ainda é pouco explorado >>> Rafael Mendonça
V
ariedade sem fim. Esta é uma colocação que se encaixa perfeitamente quando falamos do tamanho da vida existente nos mares. Muito já foi descoberto, porém, uma quantidade interminável de vida natural – entre animais e algas, por exemplo – ainda permanece totalmente desconhecida. Há dados, por exemplo, que indicam que 95% de todo o oceano não teria sido nem explorado, ou ainda, apontam que 2/3 da vida marinha ainda não foi identificada. São números que de-
monstram o que o mar ainda pode oferecer. Ainda assim, como dito, muita coisa já é conhecida e são utilizadas para as mais variadas funções. Embora não seja algo tão presente, principalmente no Brasil, o mercado cosmético é um dos que já exploram os benefícios que os recursos marinhos oferecem, a fim de descobrir aquilo que pode vir a ser útil em termos de propriedades para um produto de beleza. Algumas companhias de matérias-primas do setor exploram o oceano e já realizaram descobertas interessantes. Normalmente são algas que, de acordo com suas características, podem gerar ativos que também são conhecidos no mercado como “ingredientes azuis”. Mesmo já sendo possível encontrar produtos à venda
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que detenham algum componente oriundo do mar, esses ingredientes ainda não passam de uma tendência – por enquanto – dentro do setor de beleza. Mesmo aquilo que já está à disposição no mercado, o fato de haver no produto algum ingrediente marinho não é algo que receba tanta atenção das empresas para explorar isso como um claim. O que já existe à disposição no mercado está voltado para eficácia, e quase nada ao apelo de ter vindo do mar. Mas esta questão ainda é discutível, ou seja, é um ponto que pode ser explorado pela indústria cosmética caso utilize um ingrediente desta natureza. Afinal, de alguma maneira, o consumidor tem priorizado aquilo que é natural e isso pode perfeitamente caber dentro dos cosméticos.
Tecnologia Ingredientes Azuis julio, da univar: cada fabricante deve encontrar uma maneira de explorar o comportamento do consumidor.
Apelo mercadológico Só pelo fato de ser natural, esses ingredientes azuis já possuem um grande apelo. Esta é a visão compartilhada por Eulalia Alastuey Sanchez, gerente de Vendas e representante da Algea, uma companhia norueguesa – adquirida em 2002 pelo Grupo italiano Valagro – que possui uma expertise de mais de sete décadas no mercado de algas. Durante todos esses anos, a empresa explora as particularidades oferecidas pela alga marrom chamada Ascophyllum nodosum e, a partir dela, oferece ativos com benefícios para a pele e também para o mercado alimentício. Por conta de seu know-how internacional, Eulalia conta que cada país explora de maneira diferente o fato de haver um ingrediente ocêanico em seus produtos. Segundo ela, que também é engenheira agrônoma, isso depende da empresa que está explorando e também do momento de Marketing. “Digo que fazer uma promoção de um ingrediente que vem do oceano é fazer promoção de um ingrediente completamente natural. Então, não usa-se tanto pelo fato de vir do mar. Esses efeitos anticelulíticos, antirrugas, calmantes, podemos obter com qualquer ingrediente sintético. Porém, o fato de ser natural é como um ponto de força. O fato de vir do mar já é um elemento mais de Marketing. Mas há gente que está concentrada em ingredientes naturais, mais do que ocêanicos”, contextualiza Eulalia, que aposta que os ingredientes naturais têm ganhado cada vez mais espaço no mercado cosmético, justamente por conta da alta busca pelo “natural” atualmente. No Brasil, os ingredientes da Algea são distriuídos pela Galena. Como tem a imagem de que somos um país muito focado em beleza e de que as mulheres daqui estão sempre querendo encontrar coisas novas, Eulalia afirma que somos um mercado potencial. Também pelo fato de se tratar de algo de nicho por enquanto, os ingredientes marinhos teriam nos dermocosméticos o caminho mais óbvio para permearem aqui no País. Porém, isso ainda não é algo muito explorado, como explica Julio Bombonati, gerente de Marketing da Univar. Ele enfatiza que essa categoria no Brasil, bem como a cosmética de tratamento, é mais ligada à área médico-farmacêutica do que à área
cosmética de fato. “Há muito mais dermocosméticos de farmacêuticas do que de uma origem cosmética”, exemplifica.
Barreiras para propagar Como há muita pesquisa envolvida no processo de desenvolvimento desses ingredientes – o que exige investimentos –, o preço poderia ser um impeditivo para que produtos com ativos de origem marinha pudessem ganhar espaço no mercado de beleza. Entretanto, o supervisor de Vendas da Química Anastacio, Fernando Malanconi Teixeira, diz que preço não pode ser colocado como barreira para que estes ingredientes ganhem mais espaço no Brasil. Para ele, por normalmente se tratarem de produtos novos, a falta de informação e divulgação pode representar esta dificuldade. A fornecedora de matéria-prima distribui uma alga azul, cujo as mudas são retiradas do mar e cultivadas em estufas por uma empresa da Riviera Francesa. Desta alga, é retirado um extrato que é usado na fabricação de um antirrugas, que estimula a produção de colágeno. Fernando ressalta que trata-se de um produto de nicho e que a ideia de ser algo “vindo do mar” talvez ainda não esteja claro na cabeça de algumas pessoas do mercado e do público final. “Temos os mesmos problemas de falta de harmonização de conceito com o orgânico, com o natural,
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com nanotecnologia. Hoje, no Brasil, já temos muito bem definido o que é nanotecnologia e o que é orgânico. Há várias vertentes de produtos do mar. Não tem nada muito claro”, compara. A Química Anastacio tem procurado propagar esta tecnologia desde 2015 e aproveitou a edição deste ano da FCE para difundir este trabalho. De acordo com Fernando, durante a feira, foi possível despertar interesse em clientes devido ao foco em atirrugas, para produtos 40+, 50+ e 60+. Entretanto, ele revela que os clientes que vêm atrás desta tecnologia estão buscando não o conceito de algas, mas sim o antirrugas e sua eficácia. Outro ponto que poderia ser ruim junto ao consumidor em termos de imagem de um produto de origem marinha é o fato de que ele poderia fazer alguma ligação com uma sensação “pós-praia”, que não é uma sensação muito agradável se levado em consideração a pele e os cabelos. Júlio, da Univar, crê que o consumidor não remeteria esses produtos inspirados na vida marinha a essa condição pós-praia. Ele cita também que, tradicionalmente, o mercado brasileiro é follower de mercados mais desenvolvidos, como o europeu. “Na Europa, já se vê bastante produtos. Algumas marcas, como a MAC, que não é europeia, mas fez no ano passado uma coleção toda inspirada neste ambiente marinho. Quando dizemos ‘inspirada’, não necessariamente haja produtos de origem marinha, mas o claim foi inspirado. Outra marca que utiliza bastante isso é a Biotherm. Tem uma linha de antiage que fala de produtos das profundezas da água, não necessariamente marinhos”, observa o gerente. Ele completa dizendo que esta tendência ainda está chegando por aqui, talvez sem a mesma “pegada” que existe na Europa. “Mas o que o observei no Brasil é a busca por texturas mais fluídas, mais translúcidas. É desta maneira que interpreto que esta tendência esteja entrando no País”, emenda.
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Vindo do mar Uma das marcas que tem usado ingredientes marinhos de maneira mais avançada dentro do mercado cosmético é a Biotherm. A marca que compõe a Divisão Luxo da L’Oréal explora a biodiversidade aquática já há algum tempo e, a partir desta pesquisa, tem em seu portfólio diversos ingredientes marinhos, conforme destaca Adriana Vieira, especialista em skincare da L’Oréal Luxe. Um deles é o Laminar ia Ochroleuca, uma alga do mar celta que resiste a fortes correntezas do oceano e enrijesse a pele do corpo; a L Digitata é uma alga marinha da costa do Atlântico, que possui ação anti-inflamatória e visa combater a bactéria que causa a acne na pele; e a P antártica é um microorganismo no coração do gelo da Antártica, cuja a função é manter água no interior da célula, reabastecendo a pele de água. Adriana explica que Biotherm foi a primeira marca a trazer ativos aquáticos em cosméticos. Ela cita também o extrato puro de
plâncton termal, descoberto há mais de três bilhões de anos nas profundezas das águas termais. “Este ativo tem total afinidade com a pele, com propriedades calmante, regenerativa e protetora, hoje com a tecnologia azul”, considera. Segundo a especialista, a experiência da marca em transformar os ativos aquáticos em frescor e texturas agradáveis para uma beleza sustentável, exalta a crença da marca na eficácia dos ativos, seguro, puro e que revela um prazer sensorial único em suas texturas para uma vida saudável. “Biotherm acredita na beleza sustentável. Hoje muitas consumidoras e consumidores são adeptos da vida saudável, preservação do meio ambiente, embalagens simples, puro, ativos com afinidade com a pele”, finaliza.
Por onde navegar As marcas internacionais que exploram de alguma maneira os ativos marinhos em seus produtos estão alocados em mercados de nicho ou de luxo, mas também de nicho, e que utilizam conceitos muito bem trabalhados. O gerente da Univar indica que, ao invés de isso ser impeditivo para o Brasil, esse pode ser um caminho para este tipo de ativo ir ganhando mais espaço no País. Julio situa que cada fabricante deve encontrar uma maneira de explorar o comportamento do consumidor. Ele exemplifica como um fabricante no Brasil poderia explorar uma tecnologia inspirada na vida marinha, apontando que o consumidor hoje em dia busca em um produto um storytelling, além de esperar que contenha tecnologia, gere uma experimentação e tenha design. “Plantas e algas têm um mecanismo de sobrevivência, que o cosmético pode se inspirar e trazer isso como uma tecnologia. Por exemplo, temos um ativo da Basf, Shadownyl, que é indicado para olheiras, bolsas e rugas, para pele ocular. A origem dele é de uma alga marinha. Mas como o fabricante de produtos cosméticos pode explorar isso? Justamente entendendo qual a história desta alga, como ela sobrevive em ambientes inóspitos, eles criam mecanismos de defesa do qual a indústria química se apodera disso e traz como benefício para um cosmético. Se o fabricante olhar sob esta ótica, ele pode contar um storytelling do produto dele e isso passa a ser muito interessante para o consumidor”, pondera
eulalia, da algea, e o ascophyllum nodosum: alga marrom originou três ativos que são voltados para a pele.
Julio, que considera que os dermocosméticos hoje estão aliados basicamente apenas à eficácia, deixando este storytelling para segundo plano. A partir da alga Ascophyllum nodosum, a Algea desenvolveu três ativos
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cosméticos: Esthe Cream – Ecocert, que visa uniformizar o tom da pele; o Esthe Fucose – Ecocert, um anti-irritante para peles sensíveis e que tem poder calmante na pele; e o Algea Esthe Powder – Ecocert, um anticelulítico natural. Segundo Eulalia, já foram realizados diversos testes in vitro e in vivo para comprovar a eficácia de cada ativo. A gerente de Vendas explica também que a Galena fica responsável por fazer a promoção em farmácias de manipulação e na indústria no País, e faz uma revelação. “Tudo é mais rápido por meio das farmácias, entretanto, os volumes são menores. Quando uma farmácia pensa em formular um creme para o rosto, ou anticelulite, e nós temos todas as formulações, ela já começa a utilizar os ingredientes. Com a indústria é mais difícil, pois há um caminho a fazer, tem os registros, por exemplo, e isso leva alguns anos para se fazer”, sintetiza.
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Amplitude da cor Para discutir o bom momento dos esmaltes no mercado, o WAC apresentou uma abordagem ampla da categoria, com discussões que envolveram o tema sob todos os aspectos >>> Da Redação
H
á anos que a categoria de maquiagem tem gozado de bons momentos no mercado brasileiro. Parte desse sucesso pode ser atribuído, sem dúvidas, aos Esmaltes. São considerados como os “queridinhos” das mulheres e a indústria não para de desenvolver novas coleções, com diferentes cores, a fim de atender a essas ávidas consumidoras. Além destes, há ainda outros fatores que comprovam a grande fase do Esmaltes no País, com o faturamento da categoria quase sempre no azul. Para a abordar todo este cenário “colorido”, o Workshop Atualidade Cosmética realizou no final de abril, em São Paulo, mais uma edição do evento que teve como tema: “Esmaltes: como manter o bom momento da categoria e elevar o padrão dos produtos de consumo”.
Dada a importância dos Esmaltes no mercado nacional, o tema foi tratado com profundidade, sendo que a programação do workshop foi totalmente moldada para que todos os aspectos que envolvem a categoria fossem abordados com destreza. Renomados profissionais participaram desta edição e garantiram aos espectadores um evento bem completo, com um abordagem do tema em 360º. Quem esteve presente pôde ficar por dentro de diversos dados recentes da categoria, bem como acompanhou palestras e discussões de membros da indústria, varejo e serviços. Organizado pela Cusman e sendo uma inicitativa da Atualidade Cosmética, esta edição do WAC foi patrocinada pela Colormix e pela Aeropac/Minha Fábrica, e teve apoio das Faculdades Oswaldo Cruz e da Interfab.
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Programação recheada Com diversos números e considerações a respeito da categoria, Gabriela Fujita, account manager da Kantar World Panel, abriu o dia apresentando “Hábitos e tendências da categoria de Maquiagem”. Mais tarde, Michael Rechinger, head of sales cosmetics – South America da Eckart, fez uma apresentação falando sobre as “Novidades em pigmentos de efeito e tendências de cores”, enquanto Eliezer M. Barbosa, responsável pelo Desenvolvimento de novos negócios na Minha Fábrica – Aeropac abordou a “Oportunidade e diferenciação na oferta de esmaltes de unha”. Além de dados da categoria, Eliezer também falou sobre os esmaltes em aerossol, nova aposta da companhia. Os diretores da DNA Italy, Fabia-
patrocínio
Julinha Lazaretti (Alergoshop) e Kátia Coelho (Ética Brasil) na Virginia e Alessandro Magnini, apresentaram o case da “DNA Italy e a evolução do esmalte”. Depois, Gustavo Andare, fundador e presidente da Andare – Franquias e Licenciamento de marcas falou sobre a “Esmalteria Nacional: da ideia ao sucesso”; e Elaine Rocha, gerente de Gerenciamento de Categorias da Divisão de Produtos de Grande Pública da L’Oréal, tratou sobre a “A gestão da categoria e experiência no ponto de venda na visão da Colorama”; e Alexandre Seródio, presidente do Beleza na Web, palestrou sobre “O desafio da experiência no e-commerce”. Por fim, o WAC realizou dois painéis. O primeiro foi sobre “Os desafios da experiência no PDV”, e contou com a participação de Patricia Porta, coordenadora de Marketing da Impala; Cesar Tsukuda, diretor superintendente da Beauty Fair; e Chan Wook Min, presidente da Interfab e VP de Marketing da Popai Brasil. Já no fim do evento, o painel “A evolução da formulação” teve como debatedores: Katia Coelho, diretora da Ética do Brasil; Solange Garcia de Andrade, química e cosmetóloga; Dr. Sérgio Prancvitch, applied research e diretor da KVT&PD; e Julinha Lazaretti, sócia-diretora da Alergoshop.
Gustavo Andare (Esmalteria Nacional)
Michael Rechinger (Eckart)
Elaine Rocha (L’Oréal)
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Eliezer Barbosa (Aeropac)
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organização
futuro
tarefa tipos novo parâmetros aptidão
mensagem
fins
teoria
reunião
mediação
relações humanas
educação
ampliação horizonte
compartilhar social
força
feedback
missão
prática saúde referência debate
objetivos
habilidade específico
trabalho ensino ágil
seleção
testes meio inteligência
inovação
sucesso ideias passos exemplo treinamento dinâmica interação modeloexposição espiritual motivador
desenvolvimento
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usos visão diversão
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aprendizado usos comunicação
singular
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sustentabilidade
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método
válido atividade percurso habilidades programa
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tarefas motivação base
variedade verdades saídas
tendência
trabalho pesquisa movimento métodos
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curso
Workshop
bom
performance útil grupo roteiro padrão mais resultados estudo
lugar
conteúdo
avaliação
luz
teor
natural
contexto
real
significância
atuação
necessidades
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simulação
sobrevivência
Sabrina Tonso (Hasbro) e Anna Sophia Carminati (Biotropic)
Pequenos em alta O desafio de aliar a “atratividade” com os “bons hábitos” dentro da categoria de cosméticos infantis foi o tema de mais edição do WAC; além disso, as atitudes das crianças enquanto consumidoras também estiveram em pauta >>> Da Redação
A
estatura deste público é baixa, porém, seu potencial de consumo é alto. Mesmo que não sejam os shoppers, as crianças recebem uma atenção para lá de especial do mercado cosmético. A influência dos pequenos sobre os pais na hora da compra de um item em um ponto de venda também é considerada pela indústria. Esta, por sinal, tem estudado cada vez mais as características de consumo deste público, a fim de disponibilizar produtos que os atraía e que atendam aos anseios dos pais, que quase sempre são os shoppers nesta categoria. Mais do que atração, é importante também ser tratado entre os produtos infantis a questão da educação, pensando em
desenvolver hábitos que tenham algum valor para este público desde de pequenos. Foi pensando em como enfrentar esse desafio de aliar “atratividade” com “bons hábitos” que o Workshop Atualidade Cosmética realizou no final de maio, em São Paulo, uma edição que teve como tema: “Insights para desenvolver produtos atraentes que criam bons hábitos”. Foi uma manhã de troca de ideias em cima deste assunto e que teve a participação de representantes da indústria cosmética, do varejo e de outras áreas que compõem a cadeia envolvida na categoria. Organizado pela Cusman e sendo uma inicitativa da Atualidade Cosmética, esta edição do WAC foi patrocinada pela Hasbro,
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e teve apoio das Faculdades Oswaldo Cruz e da Interfab.
Debates pueris Pode parecer que seja algo irrelevante para a categoria, mas o público infantil também tem seus hábitos e atitudes enquanto consumidor e isto deve ser levado em conta pela indústria. Trazendo diversos exemplos para ilustrar o quanto essas questões são importantes para categoria, Gabriela Fujita, account manager da Kantar World Panel abriu a edição do WAC apresentando a palestra que teve como tema: “Hábitos e atitudes do consumidor infantil”. Com diversos números que indicavam o desempenho recente da categoria, Gabriela pôde
patrocínio
Equipe Avon
Equipe Natura enriquecer o conhecimento do público presente com vários estudos e levantamentos, que foram realizados pela consultoria. “A construção de um sucesso” foi o nome da apresentação de Anna Sophiia Carminati, gerente da Biotropic, que trouxe o case da companhia que possui diversos produtos infantis. Outra companhia que atua na categoria que também apresentou seu case foi a Phisalia, com a diretora técnica / P&D da empresa, Luciana Amiralian, tratando de: “Phisalia. Tradição e inovação”. Pouco depois, Leandro Silva, senior manager consumer products Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina da Hasbro, abordou a questão do licenciamento na categoria, fazendo uma “Introdução ao licenciamento de marcas: Os benefícios dos personagens associados à sua marca”. Para falar sobre “O mercado de produtos infantis no canal farma”, Raphael Laino Conceição, analista de Marketing da IMS Health, foi o convidado. Mais tarde, Thais Junqueira Schmidt Pontes, diretora da empresa de análises químicas CIDP, tratou do “Papel
Andréa Ribeiro e Luana Pinheiro (Hypermarcas)
Equipe Baruel
dos institutos de pesquisa na avaliação de produtos infantis”. Ela também foi convidada participar do painel que encerrou esta edição do WAC e que teve como tema “Regulação x Realidade/ Testes clínicos/ Tecnologias específicas”. Esta mesa de debate também teve a participação do dr. Rui Dammenhain, diretor presidente da Imbravisa; Mara Augusto, gerente de Assuntos Regulatórios da Avon; e Alberto Keidi, conselheiro da ABC (Associação Brasileira de Cosmetologia) e diretor da Protocolo Consultoria – ABC.
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Equipe Condor
evento FCE
Rico conhecimento Edição 2016 da FCE Cosmetique tem grande aceitação por parte dos expositores e do público. Aos longo dos três dias, mais de 14 mil visitantes estiveram na feira que, como de costume, trouxe uma série de novidades e inovações >>> rafael mendonça
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oi ver para crer. Se o termômetro para medir o tamanho do sucesso de uma feira de exposição é o grau de satisfação de expositores e visitantes, é possível afirmar que a 21ª edição da FCE Cosmetique foi muito bem-sucedida. Ao longo de três dias, o evento realizado em maio, em São Paulo, recebeu um público de alto nível de qualificação e poder decisório, incluindo representantes de importantes companhias. Foram registradas mais de 14 mil visitas nesta edição, 44% dos quais com perfil de tomadores de decisão, como: presidentes, vice-presidentes, diretores e sócios proprietários de revendas do País e do exterior. Entre os três eventos que ocorreram paralelamente na feira – FCE Pharma, FCE Cosmetique e POWTECH Brasil –, 500 marcas expuseram seus principais lançamentos e inovações. “Acreditamos que as feiras de negócio têm valor estratégico em momentos econômicos como este, por promoverem desenvolvimento de negócios e troca de melhores práticas entre profissionais do mercado e também entre as empresas. Por isso, desenvolvemos novos formatos
de compartilhamento de conhecimento”, analisou Ligia Amorim, diretora geral da NürnbergMesse Brasil, organizadora do evento. “Foram mais de 30 novos expositores dentro do segmento de matéria-prima, de embalagem, de maquinário, casas de fragrâncias – que vieram conosco pela primeira vez, além de empresas de mais de dez países que participaram da feira”, emendou Rodrigo Afonso, gerente comercial da FCE Cosmetique. Para a 22ª edição do evento, que acontecerá entre os dias 23 a 25 de maio de 2017, ao menos uma novidade já está garantida: o local. A FCE será realizada no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. “Estamos preparando uma feira em uma casa nova. Estaremos na SP Expo, antigo Espaço Imigrantes, que foi totalmente reformulado. Um grupo chamado GL Eventos assumiu a gestão e investiu R$ 400 milhões para criar um pavilhão em estilo europeu. Acredito que, finalmente, agora São Paulo tem um espaço à atura da cidade, por conta do volume de negócios que são gerados. E esse espaço atende às nossas necessidades e será um novo passo para a FCE Cosmetique”, comemorou Rodrigo.
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CASA CHEIA: a feira e seus variados ambientes; abaixo, a equipe Cusman presente.
Servindo conhecimento Depois de ter apresentado a novidade ao público da feira na edição passada, a organização manteve o espaço – conhecido como Arena do Conhecimento – em 2016. E, assim como foi no ano anterior, o local teve grande aceitação por parte do público. Para comprovar esta constatação, basta verificar que em praticamente todas as apresentações o público ocupou todas as cadeiras do auditório. Além disso, por diversas vezes, era possível ver filas que eram formadas pelos visitantes à espera das palestras. Voltadas à inovação, tendências e lançamentos dentro do setor cosmético, todas as apresentações eram gratuitas. Além da Arena do Conhecimento e outras áreas, no chamado Circuito do Conhecimento e Inovação, a FCE também realizou a 29ª edição do Congresso Brasileiro de Cosmetologia. Na Arena, várias soluções inovadoras foram apresentadas ao setor. A indústria cosmética também teve vez entre as apresentações, como a Avon. A gerente sênior de Regulatory Affairs da companhia de venda direta, Mara Augusto, trouxe uma “Atualização da situação regulatória brasileira para produtos cosméticos”; enquanto Murilo Reggiani, sócio fundador da Vult Cosmética, passou pela história da empresa. Já Stéphanie Facuri, coordenadora de Tecnlogia da Aplicação da
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Evonik, abordou a “Nova geração de condicionantes – alta performance com sustentabilidade”; e Luciana Pellegrino, diretora Executiva da Abre (Associação Brasileira de Embalagem), falou sobre “O que já sabemos sobre o futuro e como projetar as implicações para as indústrias de embalagem e bens de consumo”. Além destas, ainda aconteceram palestras de Sônia Corazza, engenheira Química Especializada em P&D Cosmética, que apresentou “Os desafios da inovação em tempos desafiadores”; e também apresentações internacionais de Emmanuelle Moeglin, analista Global de Beauty & Personal Care da Mintel; entre outras. “Parabenizo a FCE pelo evento e pela Arena também. Foi uma oportunidade de apresentar um pouquinho da Vult, como ela começou, no que ela vem se transfomando e onde pretendemos chegar, para os nossos fornecedores e para outras empresas do setor de abastecimento, como as de embalagem e de matérias-prima. Eles vieram entender um pouco de nossa história e objetivos. Trata-se de uma oportunidade de nos aproximarmos e captarmos novos parceiros. Foi uma experiência bacana e ímpar. É uma feira fantástica, viemos sempre para nos atualizarmos, ver o que está acontecendo de ponta no mercado”, avaliou Murilo Reggiani, da Vult.
evento FCE As novidades Confira alguns dos principais lançamentos apresentados durante a 21ª edição da FCE Cosmetique:
Adhespack/SkinLab Adquirida pela Adhespack no final de 2015, a terceirizadora SkinLab montou em seu stand, durante a 21ª edição da FCE Cosmetique, uma mini barbearia em parceria com a Barbearia Tarantino. No local, diversos visitantes tiveram a oportunidade de cuidar da barba. A Tarantino lançou, com produção da SkinLab Cosméticos, uma linha de produtos especiais para os cuidados diários. A linha inclui shampoo, balm, para as barbas mais curtas, e óleo hidratante, para aquelas que têm mais de dois dedos. A SkinLab Cosméticos também mostrou sua parceria com a Face Cosméticos, para o lançamento da linha Geisy Arruda, que conta com shampoo, condicionador e batom líquido efeito matte. Outra que aproveitou a oportunidade oferecida pela Adhespack e SkinLab em termos de licenciamento foi a modelo Solange Frazão, que apresentou o “Solange Frazão Forever Young”, um novo tratamento facial produzido à base de vitamina C. “Com a Adhespack veio também esta questão do licenciamento, que não existia. Isso foi possível graças à parceria que foi desenvolvida junto à Face Cosméticos. Hoje, quem quiser lançar qualquer produto na área de cosméticos e quiser realizar um desenvolvimento, seja ele em caráter full service ou em regime misto, ou só o fornecimento da mão de obra, nós temos as condições de fornecer por meio da Skinlab. A expertise de terceirização a Skinlab já possuía. Nós da Adhespack temos o expertise na parte de amostragem, inclusive nós conseguimos oferecer o full service na questão do produto”, disse Daniel Almeida, diretor da Adhespack.
Brasquim A empresa que importa e comercializa matérias-primas para cosméticos especiais em todo o mercado mundial, lançou o ativo Gatuline Renew, produzido pela francesa Gattefossé, que age no sinal de idade mais difícil de esconder – a textura da pele. O principal ingrediente é o extrato natural de brotos de cedro do Japão. Rico em fitos
ilustre: para divulgar seu novo passo nas áreas de terceirização e licenciamento, Adhespack/ Skinlab levou a modelo Solange Frazão ao seu stand. químicos energéticos, o ativo visa estimular a renovação epidermal agindo desde as camadas basais até a superfície dos corneócitos, restaurando a textura macia, suave e fresca da pele jovem.
Cosmotec Com quase 30 anos de presença no mercado brasileiro, a Cosmotec apresentou o Cosmotec-se, um novo pacote de experiências sensoriais e tecnológicas. Uma das novidades foi o gel Capilar Tonalizante, por conta da textura, tem fácil aplicação e não escorre. Permitem a personalização da cor dos cabelos de acordo com as tendências atuais, com tonalidades suaves de rosa, roxo e azul. Outro lançamento foi o Melting Make-Up Remover, um demaquilante sólido com tecnologia inovadora que se funde com o calor da pele, “derretendo” ao ser aplicado. Remove a maquiagem, incluindo produtos à prova d’água, promovendo limpeza instantânea sem esforço. Para os lábios, a Cosmotec mostrou em seu stand um gel que transforma qualquer batom cremoso em mate, tornando-o fosco e aveludado. “Assim como nos grandes parques de diversão do mundo, em que as pessoas voltam várias vezes, porque sabem que sempre vão encontrar algo novo, percebemos que o visitante do stand da Cosmotec volta a cada ano porque sabe que vai encontrar surpresas e novidades. E neste ano não foi diferente. Apresentamos a plataforma Cosmotec-se, que é justamente inspirada nos espetáculos de magia, na ideia de que é possível transformar a fantasia e o impossível em realidade, isso
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em se tratando de cosméticos. Levamos também especialistas de quatro de nossos parceiros: Elementis, Evonik, Interpolymer e Momentive, que ficaram no stand apresentando os lançamentos e as tecnologias que possuem”, explicou Tatiana Francine, gerente de Mercado da Cosmotec.
Dow Corning Uma das principais companhias que atuam no segmento de silicones, a Dow Corning apresentou as suas novidades para cuidados com a pele, cabelos e maquiagens durante a feira. Entre as novidades apresentadas, estão: as soluções de silicone ProtecTRESS, que protegem os cabelos contra os danos causados pela modelagem térmica, e visam facilitar e proporcionar um penteado de longa duração; e também o portfólio de silicones para cuidados pessoais, que apresentam elementos únicos com características, texturas e benefícios diversos. “Buscamos soluções inovadoras que atendam ao alto grau de exigência dos clientes e consumidores. Em nossas constantes pesquisas, conseguimos lançar produtos multifuncionais e com novas experiências sensoriais”, indicou Gislene Attilio Meyer, responsável por Marketing Beauty Care da Dow Corning.
Liquigás A empresa do Sistema Petrobras utilizou a edição 2016 da FCE para difundir um pouco mais as aplicações do Purogas, propelente produzido pela Liquigás Distribuidora e utilizado em larga escala por fabricantes de produtos cosméticos em aerossol no Brasil. Para isso, a marca
aproveitou o espaço em seu stand e instalou um salão de beleza, com serviços que utilizavam produtos em aerossol, como espuma de barbear e spray fixador para cabelo. Lançado para suprir o aumento da demanda por propelentes no mercado brasileiro de aerossóis, o Purogas possui um elevado teor de pureza, atendendo aos altos níveis de qualidade exigidos pela indústria cosmética. O gás desenvolvido pela Liquigás também é usado em desodorantes, em maquiagem para pernas (meia-calça instantânea – em aerossol), hidratantes e protetores solares, entre outros produtos de beleza.
quantiQ Baseada no conceito Seasonality Beauty, a quantiQ apresentou 13 protótipos de formulações para cosméticos durante a FCE deste ano. Este conceito tem as estações climáticas como guia para a elaboração de cosméticos. A companhia explica que, contudo, a questão vai além da moda baseada em cores e texturas para cada período, considerando os reais efeitos de verão e inverno para pele e cabelos. Para esta nova estratégia, a empresa buscou analisar profundamente as reações fisiológicas que ocorrem em determinados períodos climáticos. “A partir do Seasonality Beauty foi possível identificar uma série de oportunidades de mercado. Com isso, se tornou possível introduzir novas cores e aromas, mas ir além com tratamentos específicos para cada estação do ano, considerando os impactos impostos por mudanças climáticas. Apesar de ser novo no mercado, este é um desejo que já identificamos no mercado há algum tempo e que tem evoluído”, explicou Mônica Batistela, coordenadora de Marketing Técnico – Cosméticos da quantiQ. Para demonstrar este novo conceito no Seasonality Beauty, a empresa desenvolveu 13 protótipos em seu laboratório, com formulações criadas a partir de matérias-primas distribuídas pela quantiQ em parceria com as representadas. Desta forma, foi possível desenvolver soluções baseadas em matérias-primas especialmente selecionadas para diferentes tratamentos e cuidados como os sabonetes específicos para o outono, máscaras capilares para o inverno, filtro solar para o verão e cremes para a primavera.
stand da vollmens: companhia apostou na interatividade e recebeu a visita de diversos clientes.
Química Anastacio Presente na FCE pelo 15º ano seguido e completando 75 anos de história, a Química Anastacio apresentou uma linha de ingredientes ativos e substitutos “verdes” e ativos a base de algas azuis, cultivadas em um processo 100% sustentável. “Esses ativos são baseados em algas que são cultivadas na França. Delas, extraímos produtos para a linha facial, para a linha anti-idade e antirrugas. São produtos bem especiais, usados em concentrações pequenas, mas com efeitos percebidos e provados em testes”, assegurou Rodrigo D’Amaro, gerente de Vendas da Química Anastacio. Outra novidade mostrada foi a linha de polímeros acrílicos para auxiliar na estabilidade e suspensão em sabonetes líquidos e shampoos, resultando em melhor desempenho em relação aos produtos encontrados no mercado, além de sua tradicional linha de produtos, com destaque aos surfactantes, ésteres, glicerinas, álcoois graxos, óleos minerais, filtros solares e ceras naturais. “Entendemos que a feira é como se fosse uma continuação de nossa empresa. É uma extensão da Química Anastacio. Por isso fizemos questão de atender clientes tão bem quanto fazemos em nosso dia a dia e trouxemos um time bem completo de vendas, com vendedores daqui de São Paulo e representantes que ficam espalhados pelo Brasil”, complementou.
Univar Procurando explicar o que mexe com o consumidor, a Univar realizou todo o seu trabalho nos três dias de FCE Cosmetique baseado no tema “TED – Tecnologia, Ex-
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perimentação e Design”. Julio Bombonati, gerente de Marketing da companhia, explicou que o consumidor espera que, através dos produtos e da tecnologia, ele encontre a beleza e o bem-estar. “Com a experimentação, o que o produto vai causar? Qual o impacto da experiência, sensorialmente, espiritualmente... E o design, como este produto foi concebido, desde a escolha de suas matérias-primas, à embalagem, etc e como isso vai se relacionar com o consumidor. E, em cima disso, a TEDificação abre quatro hábitos de consumo, que apresentamos em nosso stand. Dividimos ele em quatro ambientes, que simbolizaram estes hábitos de consumo, que são eles: encontro de culturas, pausa, fronteiras urbanas e onda digital”, finalizou.
Vollmens Fragrances Neste ano, a Vollmens apresentou produtos exclusivos para a FCE Cosmetique2016. Com um totem interativo, cliente se deparava com imagens de momentos da sua vida como felicidade, alegria e diversão, em que cada fragrância apresentava um pouco desse sentimento. Natália Mendes, diretora de Marketing da Vollmens Fragrances, contou que recebeu muitos clientes em seu stand. “Trouxemos fragrâncias aplicadas para aromatização de ambientes, cosméticos, perfumaria fina, mas sempre com ingredientes que puxassem para sensações. Desta maneira, podemos avaliar como fica no produto final estas fragrâncias. Procuramos verificar como as pessoas se identificam com os momentos da vida delas e que fragrância corresponde melhor ao seu momento”, situou.
clássicos
da perfumaria Like a boss Escorada no intuito de servir como um complemento para o visual, Boss Bottled, de Hugo Boss, é uma fragrância que convida o homem a “vesti-la”, ratificando a forte ligação entre moda e perfumaria
A
ligação entre moda e beleza se faz valer em muitas das tendências e criações do universo da perfumaria mundial. Com capacidade de instituir potenciais fragrâncias no mercado por conta do peso do nome que carregam consigo, marcas consagrados do mundo da moda são responsáveis por deter perfumes que caíram no gosto dos usuários. A força do nome da marca também é capaz de manter esses produtos em alta no mercado por um longo tempo. É claro que, por trás de todos esses clássicos que vendem muito até hoje, existe um trabalho de desenvolvimento, que acaba culminando em uma criação de respeito. A história criada para cada uma dessas fragrâncias também tem seu peso e as grifes sabem, como ninguém, a melhor maneira de contá-la. O perfume Boss Bottled, de Hugo Boss, é mais um destes exemplos. Com um conceito marcante para a época, a fragrância assinada por Annick Menardo, da Firmenich, em 1998, segue como um dos grandes sucessos da perfumaria atualmente. Apontado por muitos como a principal fragrância que a marca já lançou, Boss Bottled soube muito bem realizar uma associação entre moda e perfumaria ao cravar o termo “vestir o perfume”. Por sinal, a perfumaria passou a ser vista pelos estilistas de Hugo Boss como uma maneira de complementar o visual. Diziam que “o terno de corte impecável e os sapatos de acabamento apurado solicitavam para a finalização de um ‘dress code’ ideal, um bom perfume”. Quando foi criado, ainda no século passado, Boss Bottled foi taxado como um perfume que nunca esteve tão perto da moda, sendo usado como um complemento indispensável à roupa. Além desta ideia de “vestir” Boss Bottled para tornar o visual mais completo, a grife alemã também traçou o perfil do público-alvo do perfume a ser “trajado” pela fragrância.
Atualidade COSMÉTICA
por Rafael Mendonça
Trata-se de um homem de negócios que vive à beira da adrenalina. Sempre investindo em si, ele nunca para de competir com seus limites. Sua aparência é impecável e seu bom gosto é sedutor. A marca explica que Boss Bottled capturou essa personalidade e buscou transmitir por meio de sua essência a auto confiança nata de um executivo. Na época da criação, vislumbraram que Boss Bottled era um complemento que o homem do século 21 iria adotar como sinônimo de sucesso. E essa execução parece continuar capturando muitos adeptos ao redor do planeta, afinal, segue na lista de perfumes mais vendidos em diversos países.
Um frasco trajando terno
A seriedade, a confiança e a elegância visualizadas pela marca no “homem Boss Bottled” também serviram para que a grife pensasse no frasco da fragrância. De acordo com a marca, cada detalhe foi minuciosamente pensado para que se alcançasse ao máximo das características do sexo forte. Ele possui um motivo de ser, sua forma reta é na realidade sinônimo da seriedade, enquanto a falta de detalhes excessivos representa justamente a simplicidade e o lado refinado. Segundo a Hugo Boss, esta é uma seriedade tão definida como as encontradas nos ternos usados pelos homens de sucesso. “O frasco retrata um homem vestindo sua usual peça de trabalho, uma fragrância vestindo seu terno”, esta é a maneira que a marca define o perfume. A composição da fragrância de Boss Bottled reúne um misto de efeitos. É um perfume Amadeirado Especiado, juntando madeiras aromáticas e uma harmonia floral. Em suas notas de cabeça estão maçã, bergamota e canela; enquanto que no coração é possível encontrar calêndula, gerânio e cravo da Índia. Já as notas de fundo são compostas por cedro, sândalo, vetiver e oliveira.
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