packing cosmética nº 110 - Ano XVII - R$ 40,00
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área crítica
Logística exerce papel cada vez mais central na operação das empresas de cosméticos e de seus fornecedores
papo de designer 01_CAPA_PCK.indd 1
discutindo a relação
A ligação das jovens mulheres com as embalagens dos seus produtos de maquiagem
entrevista com Elie Papiernik, fundador da Centdegres 04/05/2015 15:46:51
Bisnagas Plásticas Globoplast Multicamadas As Bisnagas Plásticas Globoplast Multicamadas (Coextrudadas) oferecem segurança e proteção ao produto. O Copolímero de etileno e álcool vinílico EVOH é a resina barreira mais eficiente contra agentes do ambiente externo como umidade, óleos e gorduras, vapores orgânicos, oxigênio e outros gases, preservando a integridade das características do produto durante todo seu ciclo de vida. O EVOH é introduzido na estrutura do tubo como uma camada central no processo de coextrusão, se unindo às camadas polares da estrutura por adesivos polímeros de alta compatibilidade. É altamente cristalino, apresenta alta transparência e brilho, boa resistência mecânica, elasticidade e alta resistência à abrasão.
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A Globoplast desenvolve e produz bisnagas plásticas extrudadas de máxima qualidade, atendendo os segmentos Cosmético, Farmacêutico e Veterinário, Alimentício e Químico Industrial com fechamentos especiais e decoração em OFF Set, Silk Screen, Hot Stamping, Impressão em Alto Relevo e aplicação de Braille. Mais do que produzir embalagens, nosso compromisso é proporcionar confiança aos nossos clientes com uma atuação mais competitiva e dinâmica em seu mercado.
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12 a 14 maio 2015 Transamérica Expo Center - São Paulo/SP - Rua B2, 110
edição 110 ano XVII
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FALANDO DE MARCA
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FALANDO DE MARCA
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FALANDO DE MARCA
Pretendendo alcançar consumidoras e público profissional, Bio Extratus lança a linha Spécialiste, com uma pegada premium.
Com Carioca e as características marcantes do Rio de Janeiro, Granado estreia no universo das Eaus de Toilette.
Para celebrar os 65 anos da empresa gaúcha Memphis, marca Alma de Flores apresenta versão comemorativa Queen, remetendo à tendência vintage.
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BRIEFING L´acqua di Fiori buscou alternativas para evitar o desabastecimento de algumas de suas fragrâncias mais icônicas e cujos componentes da embalagem são importados.
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MERCADO
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ATUALIDADE COSMÉTICA WORKSHOP
COMUNICAÇÃO Packing Cosmética tem uma nova proposta editorial aos seus leitores, colocando agora, também, o consumidor final como centro das atenções.
Em jornada dupla o evento discutiu o atual momento das categorias de Banho e Higiene e Perfumaria no Brasil.
FOCUS GROUP Como parte do novo posicionamento da publicação, conversamos com consumidoras para saber os prós e contras das embalagens de maquiagem.
PAPO DE DESIGNER Elie Papiernik, da agência francesa de design Centdegrés, fala como as embalagens precisam dizer algo sobre o produto para que seja perceptível aos consumidores.
MERCADO Após o impacto do aumento da tarifa de energia na indústria, fornecedores e clientes querem saber quem vai pagar a conta.
EDITORIAL
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EXPRESS
As ações da indústria de beleza em Logística, área que tem papel fundamental para o resultado de todo o negócio.
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NEGÓCIOS
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NEGÓCIOS
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NEGÓCIOS
PAINEL
Natura incorpora vidro reciclado pós-consumo à sua linha de perfumaria e escolhe os perfumes mais vendidos de seu portfólio para os primeiros usos com o material.
Globoplast apresenta novas bisnagas e tampas plásticas no diâmetro de 45mm, visando acompanhar as tendências do mercado mundial de embalagens.
Após uma operação que tornou a Suzano acionista da companhia, Ibema aumenta sua capacidade de produção em 50%.
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EVENTO
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editorial
Apenas os primeiros passos
A
o longo dos últimos 17 anos, Packing Cosmética vem se dedicado a apresentar aos seus leitores as novidades, tendências e tecnologias em sistemas de embalagens e design para os mercados de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Ao longo desse período tivemos a oportunidade de acompanhar no dia a dia a evolução das fabricantes de embalagens para o mercado de beleza no Brasil. Somos testemunhas do tamanho da evolução desses atores nos últimos anos. Puxadas pela chegada de fabricantes multinacionais, pelo aumento da concorrência e pelo maior nível de exigência da indústria de cosméticos no Brasil, os fornecedores de embalagens suaram muito para incorporar tecnologias capazes de melhorar o padrão de qualidade, aumentar a produtividade e o leque de opções ofertadas aos seus clientes. Mas, talvez o fato mais importante para a virada tenha sido a própria mudança na dinâmica dos negócios. Saímos de um mercado no qual, historicamente, os fornecedores de embalagens ditavam as regras do jogo e obrigavam seus clientes a se adequarem às regras do jogo deles para uma situação diametralmente oposta, na qual o poder de decisão migrou para a indústria de beleza, que impõe aos fornecedores qualificados ou que queiram lhes atender, as suas regras. Apesar de naturalmente muito criticado e, inclusive, de ter contribuído para a bancarrota de muitos fornecedores locais de embalagem, a verdade é que esse processo – que funcionou como uma seleção natural - foi fundamental no grande salto de qualidade obtido nas últimas duas décadas. Foi ele que permitiu que as empresas de cosméticos do país pudessem avançar no lançamento de produtos mais sofisticados e caros. Afinal, é impossível querer vender um perfume por mais de R$ 100,00 ou um batom de quase R$ 40,00 sem uma embalagem que transmita minimamente essa percepção de valor. Hoje, acreditamos que o poder de decisão no que se refere às
Fundador: José Luiz de Paula Jr. Publisher: Aûani Cusma de Paula Diretora: Sueli Cusma
embalagens precisa migrar de mãos mais uma vez. E, dessa vez, para aquelas que realmente fazem o uso dos produtos por meio de suas embalagens: o consumidor. A partir desta edição, Packing Cosmética assume uma nova missão: a de ser um elo de ligação entre a indústria de beleza, seus fornecedores - e isso é o que fazemos desde o lançamento da revista - mas agregando também a visão, as opiniões e os anseios dos consumidores, pessoas comuns, sem o conhecimento da nuances e mecanismos necessários para o funcionamento de uma embalagem, mas a quem efetivamente ela precisa agradar e “obedecer”. É discurso comum que é o consumidor quem manda. Mas, na prática, isso nem sempre acontece. E, no que tange a questão do desenvolvimento de embalagem isso nem sempre é uma tarefa fácil. Traduzir esses anseios e tentar tornar o seu entendimento mais fácil para quem tem a missão desenvolver embalagens para à indústria de beleza, é isso que estamos nos propondo a fazer. Não se trata de um trabalho simples. Sabemos que nem sempre o consumidor se expressa de maneira clara sobre o que quer ou acha, especialmente em questões mais técnicas e com peculiaridades, como o caso de uma embalagem. Mas tentaremos, a cada edição, nos superar para tentar traduzir e conectar essas informações, contribuindo ainda mais com o desenvolvimento do setor de embalagem e permitindo que ele ande mais algumas léguas, mantendo a competitividade da indústria cosmética brasileira em um momento de grande competição com outras marcas locais e também importadas. Não é um trabalho que se encerra aqui, pelo contrário. Estamos dando apenas o primeiro passo. Uma revista é um organismo vivo e o nosso trabalho será escrito edição por edição, todos os dias. Esperamos com isso evoluir de maneira simbiótica com nossos leitores e com os anseios dos seus clientes e consumidores na busca por produtos e embalagens realmente melhores.
Subeditor: Rafael Mendonça (rafael@cusmaneditora.com.br)
Impressão: Serzegraf
Reportagem: Larissa Gutierres (larissa@cusmaneditora.com.br) Cinthia Jardim (cinthia@cusmaneditora.com.br)
Para anunciar, ligue: (11) 3392-2584 Circulação e Assinaturas: assinaturas@cusmaneditora.com.br
Design Gráfico: Eber F. Almeida Gerente de Negócios: Eufrazio B. Lauton (lauton@cusmaneditora.com.br) Wanessa Cristina (wanessa@cusmaneditora.com.br) Gerente de Marketing: Jenifer Vieira (jenifervieira@cusmaneditora.com.br)
Administração e Redação: Rua Dom Duarte Leopoldo, 678 - Cambuci CEP: 001542-000 | São Paulo/SP Telefone: 55 11 3392-2584 Packing Cosmética é uma publicação bimestral da Cusman Editora Especializada Ltda. CNPJ: 04.314.937/0001-92
Outros produtos:Atualidade Cosmética, ABI Cosmética, Atualidade Cosmética Workshop, Prêmio Atualidade Cosmética e Cosmética News Os artigos publicados nesta revista são de responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião de seus editores.
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Válvulas MWV: expertise global ao seu alcance. Somos uma empresa global de soluções inovadoras em embalagens. Com cinco centros de inovação e fábricas em diversos países, desenvolvemos válvulas dispensadoras e sprays de alto desempenho para o mercado de Higiene, Perfumaria e Cosméticos. Movidos por um espírito inovador, concentramos nossos esforços no design criativo, no interesse constante pelo comportamento do consumidor e no objetivo de elevar sua experiência com suas marcas preferidas. Com nossa expertise global e competência local, oferecemos a você o que há de melhor em válvulas para impulsionar as marcas dos nossos clientes.
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express
Alta performance
Óleos combinados
A nova linha profissional Ouse foi desenvolvida para proporcionar ação imediata e resultado garantido, promovendo hidratação, proteção e efeito restaurador. Possui ativos hidratantes, que impedem a perda de nutrientes, revigorando os fios, além de minimizar o frizz. O Shampoo Ouse, além de limpar a fibra capilar, possui propriedades que permitem a melhor permeação dos ativos hidratantes. Não possui sal e é ideal para utilização pré corte e escova. O Hidratação Ouse possui propriedades condicionantes, além de diminuir o frizz e manter por mais tempo os cabelos protegidos. Os frascos em PEAD são fornecidos pela Sopronew, a serigrafia é da Diasilk e o design é de Adriano Vilela..
A Mahogany anuncia sua nova linha Perfect Hair. Na fórmula, a linha apresenta ativos como o óleo de argan, que penetra na fibra capilar e a melhora. O óleo de ojon, que apresenta ômega-6 e ômega-9, potencializando a recuperação e a nutrição dos cabelos. Além disso, traz o óleo de crambe, também com os mesmos nutrientes que depositam um filme auxiliador na flexibilidade dos fios. A nova linha é composta por: shampoo, condicionador, sérum condicionador sem enxágue, spray condicionador brilho e perfumação e máscara capilar. Os frascos em PET são da Spiltag; as válvulas em PP são da Master Pumps; e a gravação em Silk Screen + Hot Stamping é feita pela Embase.
Distribuição: profissional. Preço: sob consulta. SAC: (31) 3429-9200. Site: www.maxiline.com.br
Distribuição: lojas próprias. Preços: de R$ 38 (spray e sérum) a R$ 45 (máscara). SAC: (11) 3686-6999. Site: www.mahogany.com.br
Cabelos de Cinderela
Cacheadinhos
A empresa Baruel oferece às crianças a linha Disney Princesas na versão Cinderela. O shampoo e condicionador foram desenvolvidos com uma suave fragrância com notas florais que remetem ao brilho de sapatinhos de cristal e à sofisticação de um baile real. Os produtos altamente hidratantes possuem fórmulas suaves, não contém álcool, são testados e aprovados por dermatologistas e oftalmologistas. O resultado são cabelos macios e cheirosos. Os frascos em PEAD e as tampas em PP são de fabricação da Frascomar. O rótulo frontal em PP metalizado e o contra rótulo em PP branco perolado são da GRIF Rótulos.
A Muriel Cosméticos apresenta a linha Umidiliz Baby, nova integrante da já consagrada Umidiliz. Composta de shampoo, condicionador e umidificante sem enxágue, a linha Umidiliz Baby contém fórmula suave, livre de álcool e corantes, que promove a higiene adequada para os cabelos cacheados. Contendo o Umid Active Complex, que une três conceitos que conferem hidratação, controle de volume e definição do ondulado desde a lavagem até a finalização do penteado, os itens possuem ativos e pH compatíveis com o delicado couro cabeludo das crianças. Os frascos em PEAD são de fabricação própria. E as tampas em PP são da Igaratiba.
Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preços: R$ 7,20 (shampoo) e R$ 7,50 (condicionador). SAC: 0800 550 839. Site: www.baruel.com.br
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Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preços: de R$ 5,80 (umidificante) a R$ 6,00 (shampoo e condicionador). SAC: 0800 113 84. Site: www.muriel.com.br
março/abril 2015 • Packing Cosmética
Refrescância duradoura
Nanocristalização
A Phytoderm traz ao mercado Phyto Splash – uma linha de body splash composta por quatro fragrâncias sensuais, sofisticadas e modernas, que darão um toque especial e refrescante ao dia a dia das mulheres. As fragrâncias Sexy Girl, Happy Day, Vanilla Kiss e Pure Secret, podem ser aplicadas no corpo todo, várias vezes ao dia. Sua fórmula leve proporciona uma sensação de frescor, como se tivesse acabado de sair do banho. Os frascos em PET são fornecidos pela Spiltag. As válvulas e tampas em PP, são fornecidas pela Master Pumps. E os rótulos em BOPP, são da IndexLabel.
A Acquaflora Cosméticos lança a linha Pós-Progressiva – Complexo de Nanocristalização dos Fios, desenvolvida com uma tecnologia que regulariza a superfície da fibra capilar, reparando as cutículas e fortalecendo os fios danificados por procedimentos de alisamento ou escovas progressivas. O lançamento é composto por: shampoo, cuja fórmula é desenvolvida sem sulfato; condicionador, que revitaliza, nutre e desembaraça os fios; e o fluido nano reparador que recupera profundamente as fibras capilares. Os frascos e tampas são em PE, fornecidas pela Liplass e as válvulas são importadas.
Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preço: R$ 13,99. SAC: 0800 703 4071. Site: www.flora.com.br
Manutenção lisa A Kert apresenta a linha PhytoGen Pós Progressiva, elaborada com a alta tecnologia. O lançamento é indicado para reduzir a oleosidade excessiva dos fios e garantir a manutenção home care dos tratamentos alisantes feitos no salão. Os itens da linha PhytoGen Pós Progressiva são à base de substâncias condicionantes, agentes hidratantes e emolientes naturais, com alto poder reconstrutor de efeito anti-frizz e anti-umidade. A linha é composta por shampoo, condicionador e máscara. Os frascos em PEAD e as tampas em PP são de fabricação da Embale.
Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preços: R$ 20,50 (shampoo e condicionador) e R$ 25,50 (máscara). SAC: 0800 773 3393. Site: www.kert.com.br
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Distribuição: farmácias, perfumarias e supermercados. Preços: de 28,50 (fluido) a R$ 31 (shampoo e condicionador). SAC: acquaflora@acquafloracosmeticos.com.br. Site: www.acquafloracosmeticos.com.br
Blindagem intensiva A Triskle Cosméticos lança a Linha Intensive Repair Professional Blindagem de Porcelana. Desenvolvido para cuidados com cabelos danificados por processos químicos, sua fórmula contém vitamina E, creatina, 11 aminoácidos e cinco silicones que, associados, formam uma barreira protetora contra novas agressões, tornando os fios altamente fortalecidos e hidratados, reduzindo o frizz e selando sua cutícula. Além disso, é enriquecido com a Porcelain Complex. Sua fragrância traz uma mistura exuberante de orquídea e madressilva. A linha completa é composta por shampoo, condicionador, máscara, defrizzante e efeito instantâneo em um minuto. Tampa e frasco do defrizante são em PE e de fabricação da Cárea. Distribuição: Profissional. Preços: de R$ 4,46 (efeito instantâneo) a R$ 18,63 (máscara e condicionador). SAC: (11) 2721-2616. Site: www.trisklecosmeticos.com.br
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painel
Ibema e Bobst se unem em projeto de embalagem A Ibema, fabricante de papelcartão, e a Bobst, empresa suíça que fornece equipamentos e serviços para acabamento gráfico, fecharam uma parceria inédita para o desenvolvimento de projeto de embalagem voltado para a indústria farmacêutica. “Uma série de aspectos legais dificulta a construção de identidade visual nas embalagens farmacêuticas. Além disso, restrições no uso de imagens e limitações técnicas nos equipamentos são entraves na diferenciação das embalagens de fármacos, que acabam sendo muito similares. Por meio da parceria com a Bobst, a Ibema dá o primeiro passo na busca pela superação das barreiras técnicas”, afirma Fábio Mestriner, consultor da Ibema, designer especialista em Inteligência de Embalagens e coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM. Ele e a executiva de Relacionamento com o Mercado da empresa, Fabiane Staschower, estão envolvidos na iniciativa, que tem por objetivo apresentar uma solução inovadora e funcional para um mercado que usualmente aposta em embalagens tradicionais.
Segundo Staschower, a parceria promete abrir novas alternativas de comercialização para este setor e vislumbra novas fronteiras quando o assunto é embalagens de medicamentos.
Chilena CMPC e Klabin vão inaugurar novas fábricas no Brasil Até pouco tempo, novos projetos de produção de celulose eram vistos como uma ameaça. A conta era simples: oferta maior que demanda derrubaria os preços da commodity. Hoje, o setor encara com certa tranquilidade a entrada em operação de duas novas fábricas. Isso porque, segundo dados de mercado, a demanda global pela celulose produzida no País tem crescido cerca de 5% ao ano. Em maio, entra em operação a expansão da Celulose Riograndense, em Guaíba (RS), com capacidade extra de 1,3 milhão de toneladas, fruto de investimentos de R$ 5 bilhões. A unidade pertencia à Fibria e foi adquirida pela chilena CMPC em 2012. Embora a fábrica gaúcha seja o único ativo da CMPC no Brasil, o presidente da filial brasileira, Walter Lidio Nunes, lembra que o grupo tem tradição em celulose no Chile, onde tem quatro unidades. “Provavelmente a nova capacidade deverá atender clientes
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das fábricas do Chile”, explica. A expansão da Celulose Riograndense deverá ser a única adição ao parque fabril de celulose global em 2015 e não deve ter grande efeito nos preços da commodity, segundo Carlos Farinha, vice-presidente da Pöyry do Brasil, empresa que acompanha o setor. “O mercado vai absorver isso.” Já a papeleira Klabin deverá inaugurar no início de 2016 sua primeira fábrica de celulose. O investimento será de R$ 5,8 bilhões na parte industrial. A unidade ficará em Ortigueira (PR) e terá capacidade de 1,5 milhão de toneladas por ano, dos quais 1,1 milhão de celulose de fibra curta (eucalipto) e 400 mil toneladas de fibra longa (pínus), parte convertida em "fluff" (para produção de fraldas e absorventes). O mercado não vê a Klabin como ameaça, pois a empresa usará parte da produção para consumo próprio. As informações são do jornal Estado de São Paulo.
março/abril 2015 • Packing Cosmética
Emibra completa 41 anos de fundação A Emibra Indústria e Comércio de Embalagens Ltda. Complet ou em 22 de abril, 41 anos de fundação. A empresa, que começou pequena, com apenas nove funcionários, hoje, tem 300 colaboradores e uma sede com quase 12 mil metros quadrados, instalada em Suzano, na Grande São Paulo, além de ser uma das principais fabricantes de embalagens em papel-cartão do Brasil e ter conquistado em 2008 o título de uma das cem melhores empresas do País para trabalhar. Após o novo parque gráfico ser construído na Avenida Major Pinheiro Fróes, em 1995, em Suzano, onde está sediado até hoje, novas tecnologias e investimentos em qualificação fizeram com que a empresa alcançasse outro patamar no setor, com reconhecimento nacional. Ser ambientalmente correta é uma das características da Emibra, que hoje está em processo de implantação do sistema GHG Control, que tem como objetivo mapear a emissão de gases de efeito estufa. “Sempre tivemos uma preocupação muito grande com a qualidade dos nossos produtos, com o meio ambiente e com a nossa equipe. Uma boa empresa precisa reconhecer o trabalho das pessoas e o que o meio ambiente nos oferece. Foi assim que nos tornamos uma das cem melhores empresas para se trabalhar, eleita pelo Great Place to Work Institute em parceria com a Revista Época. Tratamos nossos funcionários como membros da nossa família e eles se orgulham de trabalhar aqui”, avalia Wagner Braghiroli, um dos acionistas da companhia. A Emibra conta com modernos equipamentos para o setor de embalagens, como impressora rápida seis cores e verniz, corte e vinco com hot stamp, colagem com aplicação de Braile, entre outras máquinas de ponta. Está preparada para produzir, armazenar e distribuir materiais tidos como referência no mercado de embalagens e sua estrutura tem capacidade para 800 toneladas/mês.
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painel
Processo evolutivo
Setor de Embalagem registra produção de R$ 55,1 bilhões em 2014 A Abre – Associação Brasileira de Embalagem, anunciou os resultados do Estudo Macroeconômico da Embalagem ABRE/FGV “Desempenho da Indústria de Embalagens: retrospectiva 2014 e perspectivas 2015”. Com volume bruto de produção na casa de R$ 55,1 bilhões, o setor apresentou recuo de 1,47% na produção física da embalagem em relação ao mesmo período de 2013, de acordo com os números tradicionalmente apurados pela Abre há 18 anos, sob a chancela do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV). Na opinião de Salomão Quadros, responsável pelo estudo, o ano de 2015 deve ser de atenção. “A confiança do consumidor vem diminuindo mês a mês. A política econômica mais restritiva e o ajuste fiscal vão desacelerar a economia. O ambiente internacional ainda está longe da normalidade. Uma possível retomada da indústria de Embalagem não deve ganhar força antes de 2016”, afirma. O estudo mostra que as classes de materiais com variação positiva no período são Papel, Papelão e Cartão (0,57%) e Vidro (4,92%). Já no comparativo do ano, apenas Vidro registrou crescimento de 1,86% em 2014 com relação a 2013. Ainda de acordo com os dados, o setor operou com grau médio de utilização da capacidade de 86,3%, gerando 227.321 postos de trabalho em dezembro de 2014, ou seja, 0,41% menos que em dezembro de 2013. O segmento de plástico é o que mais
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empregou no período, com 52,77% do total de empregos gerados. Entretanto, na comparação com o mesmo período de 2013, a área de Vidros foi a que apresentou crescimento expressivo, com aumento de 6,64% no número de postos ofertados no mercado de trabalho. O Estudo aborda também os números de Importações e Exportações, índices de Confiança da Indústria e do Consumidor, além do Consumo das Famílias. Com volume total de US$ 860.194.298, as importações apresentam variação positiva em Vidro (0,27%), Plástico (1,84%) e Madeira (1,41%). Recuaram Metal (-2,34%) e Papel/Papelão (-20,88%). As Exportações ficaram na casa de US$ 523.234.127, com crescimento em Vidro (28,55%), Metal (16,75%), Papel/Papelão (3,24%), Madeira (2,77%) e recuo apenas em Plástico (-1,59%). “Estamos em um momento onde a inovação é mais que necessária, é uma questão de sobrevivência. Precisamos buscar alternativas fora da caixa para superar um ano atípico, mas com situações já esperadas por todo o mercado. Inteligência e estratégia são duas palavras que devem ser incorporadas pelas empresas de todos os segmentos”, destaca Gisela Schulzinger, presidente da Abre. De acordo com Luciana Pellegrino, diretora Executiva da Abre, o estudo é um balizador para o mercado de embalagem. “Nosso objetivo é oferecer ao setor um termômetro do segmento e buscar um norte para ações na Indústria”, comenta.
A Natura deu um novo passo no seu processo de inovação aberta como o lançamento da nova plataforma de Cocriando Natura, que permite aos usuários compartilharem ideias em formatos variados, como vídeos, fotos e desenhos, de forma mais organizada, divertida, colaborativa, por meio de todos os tipos de dispositivos conectados à internet – computador, tablets e celulares. O lançamento representa uma evolução do Cocriando Natura, programa de inovação aberta que reúne pessoas que se identificam com a essência da empresa, para atuar de forma colaborativa na construção de ideias, conceitos e protótipos de inovação. O processo de cocriação, antes realizado pelo Facebook, ficou mais moderno e divertido. Todo o conteúdo criado agora pode ser acessado por qualquer internauta, diferentemente do que acontecia antes Para participar, dar opiniões e compartilhar conteúdos, no entanto, é necessário fazer um cadastro para obter um perfil. Os usuários mais ativos ganham visibilidade e são reconhecidos por meio de medalhas e rankings. Para estrear o novo espaço, a Natura abriu duas jornadas, como são chamados os desafios de inovação do Cocriando. A Jornada de Bem-Estar faz um convite para a cocriação de conceitos, produtos e serviços que ampliem o bem-estar para todos. A Jornada Tododia convida a rede a pensar sobre como a Natura pode trazer mais cuidado, beleza e prazer para a rotina das pessoas. Dessa forma, a companhia se aproxima cada vez mais de seus consumidores e os torna parte de seus processos de criação, entendendo de perto suas necessidades para inovar e atender de forma eficaz às suas expectativas. A Natura lançou no fim de março dois presentes para o Dia das Mães 2015 que são os primeiros produtos inspirados em ideias e conceitos de cocriadores, o kit Natura Tododia Miniaturas traz três hidratantes corporais em versão de 80ml em uma embalagem exclusiva. O outro kit é o Tododia Aconchego Lavanda e Vanila.
março/abril 2015 • Packing Cosmética
painel
Projetos de inovação da DuPont Brasil podem adicionar US$ 210 milhões ao faturamento Criado com o objetivo de promover atividades de colaboração entre a DuPont e seus parceiros comerciais, o Centro de Inovação Brasil (CIB) completa três anos com expressivos números. Desde a sua inauguração, 91 projetos para novas aplicações estão em curso na companhia, dos quais 12 já são comerciais. O espaço também recebeu mais de seis mil visitantes nesse período, entre empresas e outras organizações interessadas em conduzir projetos com a DuPont. “Além de estimular atividades de colaboração com nossos clientes, o CIB permite um contato direto com os mais de 10 mil cientistas que integram a rede de pesquisadores da DuPont globalmente. Trata-se de uma troca de experiências importante,
permitindo identificar soluções adotadas em outros países e que podem resolver problemas específicos em áreas estratégicas para a DuPont no Brasil”, comenta Denise Pereira, líder do Centro de Inovação Brasil. A executiva ressalta ainda que todos os projetos em curso podem adicionar até US$ 210 milhões ao faturamento da companhia nos próximos quatro anos. “As aplicações desenvolvidas no CIB e que já estão disponíveis no mercado vão adicionar US$ 25 milhões ao nosso faturamento até o final de 2015”, destaca. Globalmente, a DuPont possui 13 Centros de Inovação dedicados exclusivamente para atividades de colaboração com parceiros da cadeia.
C-Pack adota como padrão o sleeve em PET A C-Pack substituiu seus lacres de PVC por PET, um lacre que possui o PET como matéria-prima principal, substituindo o PVC, usado até então na composição do material. O sleeve é um lacre de plástico indispensável para garantir a inviolabilidade do produto final, aplicado nas tampas snap, outra exclusividade da C-Pack. O PET dispensa a adição de plastificantes ou outros aditivos para o seu processamento. Além disso, a troca incentiva ainda mais o mercado de reciclagem, que se encontra em ascensão para esse material. Somente em 2012, o índice de reciclagem do PET no Brasil foi 58,9% do total de material reciclado, fazendo com o país esteja entre os maiores recicladores do material do mundo, na frente dos Estados Unidos e com a média maior do que o registrado na Europa. Com, a nova oferta a C-Pack adota o sleeve em PET como seu padrão, substituindo o anteriormente utilizado de PVC. O novo item é recomendado para os segmentos cosmético, industrial, farmacêutico e alimentício, sendo que está disponível nos diâmetros 35, 40 e 50mm. “A busca por melhores práticas de conservação de recursos e preservação do meio ambiente faz parte do nosso conceito e estratégia desde o
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início de nossas operações. Fomos a primeira empresa do Brasil a desenvolver a embalagem com matéria prima 100% biodegradável compostável, através da parceria com o SENAI-SC. E em parceira com a Braskem, lançamos o tubo em PE Verde, fabricado com biopolímero oriundo de matéria prima renovável”, ressalta Fábio Alves Yassuda, CCO da C-Pack.
março/abril 2015 • Packing Cosmética
falando de marca
bio extratus
Pegada premium Com a linha Spécialiste, Bio Extratus pretende figurar no mercado premium e alcançar não apenas as consumidoras, mas também o público profissional. Cinthia Jardim E esta pretensão também pode ser conferida nas embalagens
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firmar que a brasileira é a mulher que mais realiza químicas e mudanças dramáticas no cabelo, no mundo, é unanimidade entre indústria e profissionais de beleza. A percepção desse fato, somada à multiplicidade étnica do Brasil e a população numerosa, faznos o maior mercado consumidor de produtos haircare do planeta. Afinal, há espaço para os produtos específicos para cada tipo de cabelo, que são muitos, em uma tendência de “beleza natural” que abre espaço para nichos cada vez mais procurados, como para cabelos afros e cacheados. E uma fatia importantíssima que é para os cabelos quimicamente danificados. É sob esse pano de fundo que a Bio Extratus lança a linha Spécialiste, visando oferecer reposição da massa capilar, fortalecer, hidratar, aumentar a resistência e recuperar a saúde natural dos fios. Composta por shampoo, máscara, condicionador, finalizador e emulsão mágica, o lançamento foi pensado para um tratamento especializado, prático e com resultado profissional. Entre os seus principais ativos estão o argan, microqueratina e phytolan. da fórmula à embalagem Para a Bio Extratus, a linha Spécialiste é um reposicionamento importante da marca. Com maior investimento tanto na formulação quanto nas embalagens, o lançamento figura em posição premium.
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DETALHES DE LUXO: embalagens em preto e dourado remetem à sofisticação proposta pela marca.
“A linha Spécialiste foi desenvolvida como a linha luxo, uma linha para tratamentos especializados, que confere a sofisticação do tratamento profissional em casa. Ela tem um posicionamento de preço mais alto, são produtos com maior valor agregado”, explica Janaína Gomes, diretora Industrial da empresa. As embalagens em preto com detalhes em dourado remetem à sofisticação proposta pela marca e transmitem para a consumidora o slogan da linha: “o luxo de ser diva”. Outro diferencial importante dessa nova linha é o uso de válvulas no shampoo e no condicionador, atributo comum de produtos usados em salão. De acordo com Janaína, esta opção de
colocar as válvulas teve de ser estudada com carinho, uma vez que, apesar da praticidade no uso e do visual mais elegante, o custo com o item no Brasil ainda é significativo e mesmo impeditivo. Isso porque a maior parte dos componentes da produção dos itens é importada e os impostos sobre as transações comerciais são altos. Quanto ao desenvolvimento das embalagens, este foi feito pela equipe interna da Bio Extratus junto à agência Zavala Propaganda e com os fornecedores dos frascos (Frascomar) e rótulos (Maxcor). “Buscamos um frasco com shape neutro, elegante, que deixasse o rótulo e a válvula se destacarem de forma harmoniosa”, conta Janaína. Os frascos de 300 ml foram desenvolvidos em PEAD pela Frascomar, as válvulas são da Master Pumps e da Precision; as bisnagas em Blenda de Monocamada PEAD/PEBD da C-Pack (máscara e finalizador) e Embale (dose). Os frascos de 1L em PEAD são da Vibraço. Os rótulos em PP metalizado com laminação em BOPP fosco são da Maxcor. Apostando no sucesso do lançamento, a Bio Extratus pretende lançar novas linhas dentro da marca luxo, Spécialiste, sendo Resgate apenas a primeira. A ideia da empresa é atender tanto ao público tradicional do varejo, quanto ao profissional, por isso o lançamento dispõe também de embalagens de 1L. março/abril 2015 • Packing Cosmética
falando de marca
granado
Na base da ginga Para fazer sua estreia no universo das Eaus de Toilette, Granado lança Carioca, apostando nas características marcantes do Rio de Janeiro e em um frasco de Rafael Mendonça vidro pintado e impressão em hot stamping
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ara a Granado, chegou de se aventurar em uma nova categoria. E para isso, a empresa de quase um século e meio de vida aproveitou uma marca emblemática celebrada em 2015: os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. Sendo assim, está lançando em suas lojas distribuídas por todo o País sua primeira Eau de Toilette: Carioca. Segundo a companhia, o produto conta com concentração de 10% de essência e, além do nome já ser uma homenagem aos cariocas – da gema e de coração –, a fragrância une o frescor do mar e a opulência da floresta. Este lançamento faz parte da linha Vintage, que é uma releitura da Perfumaria Helios, antiga linha premium da ‘pharmácia’. Outro ponto destacado pela Granado, é que a linha Carioca foi desenvolvida exclusivamente para a loja de departamento de luxo francesa Le Bon Marché, na França. Entretanto, o sucesso no país das fragrâncias incentivou a fabricação dos produtos no Brasil e também a inclusão de um item de perfumaria na linha. Vale lembrar que a linha Vintage Granado apresenta ainda as fragrâncias Alfazol, Benjoim, Salomé, Superfino e Um Sonho. Com um frasco de 100 ml e preço sugerido R$ 65, a Eau de Toilette Carioca possui em sua pirâmide olfativa as seguintes notas de topo: bergamota e freesia. Nas notas de 16
linha utilizam fechamento à rolha e outras características para reproduzir o aspecto rústico e artesanal do final do Século XIX. “Precisávamos manter as características dos materiais e acabamentos para seguir a estética existente. Como o produto tem maior valor agregado e é um item mais sofisticado, utilizamos a mesma arte de todos os produtos da linha alterando apenas o cartucho para uma fibrolata, que além de fornecer maior proteção ao item, também o torna mais elegante. Para o vidro trabalhamos com o hotstamping ao invés de rótulos. A aplicação em hotstamping da ilustração do Rio, diretamente no vidro, personaliza o produto e mantém linguagem da fragrância Carioca”, contextualiza Luiza. DETALHES PARA LEMBRAR: a embalagem possui impressão em stamping dourado que reproduz o aspecto rústico do final do século XIX.
corpo, muguet, jasmim transparente e flor de violeta; e nas de fundo: musk, sândalo mysore, fava tonka e notas ambaradas. “O intuito foi lançar um produto especial em comemoração aos 145 anos da Granado e aos 450 da cidade do Rio de Janeiro”, resume Luiza Ferraz, RP da empresa. Características para marcar A profissional explica que a Eau de Toilette Carioca segue a identidade da linha Vintage. Para se ter uma ideia, alguns itens que compõem esta
De acordo com a Premier Pack, empresa responsável pelo fornecimento do frasco da Eau de Toilette Carioca, foi utilizado o vidro Oslo, com pintura translucida âmbar, que transmite elegância e sofisticação. A embalagem foi finalizada com a impressão em hot stamping dourado, que reproduz o aspecto rústico do final do Século XIX. Também forneceu uma válvula easy lock e tampas em metal dourado. “Conseguimos expressar a sofisticação do produto na concentração de 10% de perfume, na escolha por um frasco de vidro na cor âmbar e na aplicação do hotstamping dourado”, considera a RP da Granado. Já a embalagem secundária, no caso a Fibrolata, é forrada com papel reciclado impresso em Offset e é fornecida pela Grampel. março/abril 2015 • Packing Cosmética
falando de marca
memphis
Romantismo Vintage Edição comemorativa de Alma de Flores celebra os 65 anos da empresa gaúcha Memphis. Versão Queen quer alçar a marca A uma categoria Cinthia Jardim premium e remete à tendência vintage
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á algum tempo, o movimento vintage voltou à pauta no mundo da moda, da beleza e até da decoração das casas. Trata-se de um estilo de vida que recupera tendências das décadas de 1920, 1930, 1940, 18
1950 e 1960. Exemplo visual disso são as mulheres com estilo pin-up: delineadores marcados, batons vermelhos e vestidos acinturados; que surgiu na década de 1920 – mas se estendeu ao longo dos anos e remete ao emponderamento feminino – e trouxe, em seu retorno
atual, movimentação importante em cores e lançamentos para o segmento cosmético. No mercado brasileiro, bom exemplo de uma empresa que soube aproveitar essa “onda”, foi a gaúcha Memphis, que lançou março/abril 2015 • Packing Cosmética
kits em latinhas retrô para esmaltes, cremes e sabonetes. A estratégia deu tão certo que a marca invadiu importantes blogs de moda e beleza e virou febre entre as mulheres da geração Y: consumidoras ávidas por esses mimos. Comemorando 65 anos de história, a companhia mantém a estratégia de aliar tradição e inovação com o objetivo de conquistar o novo público consumidor brasileiro, mais consciente, exigente e antenado. Por esse motivo, a clássica e www.cosmeticanews.com.br
consolidada linha Alma de Flores, criada em 1949, ganha uma versão comemorativa com a pretensão de ressaltar a personalidade, o romantismo e a tradição da marca. Alma de Flores Queen traz, com conceito vintage, a essência inspirada na perfumaria internacional, e é composta por loção hidratante, talco corporal iluminador e sabonete; produtos que oferecem um tratamento de rainha em todos os momentos, inclusive na hora do banho. A fragrância dos produtos é da família olfativa floral frutal gourmand e possui em suas notas de saída, cítricos hesperídicos, maçã e notas frutais tropicais; nas notas de corpo, gerânio, damasco e frutas vermelhas; e nas notas de fundo, patchuli, baunilha e acorde powdery.
personalizados se aproximam de cada momento que ela está vivendo e dos segredos da alma feminina. As embalagens foram pensadas em parceria com a agência Bendito Design e, de acordo com André Onder, diretor Comercial da Memphis, foram realizadas análises de mercado entre mulheres e percebeu-se que a afirmação “toda mulher já sonhou em ser rainha” nunca esteve tão apropriada à realidade feminina atual, que pode soar mesmo contraditória. “Elas têm tudo que suas mães e avós não tiveram – liberdade, dinheiro e carreira. No entanto, sonham com filhos e com um marido perfeito. O perfil das jovens brasileiras revela consonância com valores tradicionais, embora os hábitos estejam inseridos em um processo acelerado de mudança”, explica o dirigente.
Embalagem “in” Como já foi dito, a tendência vintage, mais do que uma moda, é quase um estilo de vida que se reflete no vestuário, na maquiagem e no comportamento, chegando mesmo ao imaginário feminino. A noção da sensualidade que dá poder à mulher foi bastante explorada na figura da pin-up, que ao longo do tempo foi encarnada por mulheres como: Brigitte Bardot, Carmen Miranda, Marilyn Monroe e Sophia Loren. É com essa mulher “rainha” que a edição especial de Alma de Flores Queen quer se comunicar. Aqui, as embalagens do lançamento tiveram papel imprescindível. Os sabonetes Alma de Flores Queen, por exemplo, são acompanhados por bulas, que trazem cartas de rainhas recortáveis e colecionáveis – são 20 modelos diferentes – que representam o amor, a conquista, a sedução e outras ações que buscam resgatar o romantismo e as atitudes sonhadoras de toda mulher. Os textos
O lançamento pretende alçar a tradicional marca a um posicionamento mais premium, movimento que a indústria tem feito com frequência para atingir ao novo consumidor brasileiro. “Alma de Flores Queen é uma linha de produtos premium, que se destaca por seus atributos e apresentações. As embalagens em tons pastéis, dourado metálico, tipografia em estilo vintage e ilustrações com efeito aquarelado evidenciam luxo, diferenciação e romantismo. Sua fragrância é doce e marcante, combina maçã, frutas tropicais, frutas vermelhas, patchuli e baunilha. Sem falar que os ativos especiais das fórmulas, que fazem do banho e do pós-banho experiências únicas”, descreve André Onder. Para a confecção dos produtos da linha foram utilizados PP, PE de baixa e de alta densidade e pigmentos. Os materiais foram fornecidos por diversas empresas do segmento plástico, as quais a Memphis prefere não revelar. 19
BRIEFING
L´ACQUA DI FIORI
Solução local Em tempos de dólar instável, a L´acqua di Fiori buscou alternativas para evitar o desabastecimento de algumas de suas fragrâncias mais icônicas e cujos componentes Aûani Cusma de Paula da embalagem são importados
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burocracia e a precária infraestrutura logística brasileira tornam a missão de importar qualquer coisa no Brasil naturalmente difícil. Quando a esse cenário somam-se um dólar instável e a necessidade de adquirir grandes volumes para viabilizar uma importação sem que isso esteja completamente alinhado à demanda atual, aí o problema cresce exponencialmente. A tradicional fabricante mineira de perfumes e cosméticos L´acqua di Fiori sofreu com essa questão recentemente. A empresa, uma das primeiras a importar frascos e tampas da Europa para o Brasil ainda nos anos 90, nacionalizou a maior parte do seu portfólio de embalagens ao longo dos últimos anos. Ainda assim, alguns itens continuam a vir de fora por falta de viabilidade para serem produzidos localmente. É o caso das tampas
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da linha Inizzio e da embalagem da linha V’olgere, duas marcas clássicas do portfólio de perfumaria da L´acqua di Fiori. A gerente de Produtos da empresa, Célia Anrelink, conta que a empresa sofreu com o desabastecimento de alguns desses materiais importados. Como duplicar os moldes no Brasil é um processo caro, demorado e tecnicamente complicado, isso acabou gerando problemas de desabastecimento dos produtos nas lojas. Foi quando surgiu a ideia de relançar esses clássicos em uma edição limitada, com uma nova embalagem que fosse sofisticada e chique, mas fabricada localmente. A empresa queria que o consumidor se sentisse valorizado em ver seu perfume favorito em uma nova embalagem de edição limitada. Foi assim que surgiu a Golden Classics, uma linha que relançou suas fragrâncias de ouro em embalagens diferenciadas, compostas por um frasco da vidraria brasileira
Wheaton e tampa da Incom para embalar as fragrâncias V’olgere, Inizzio, Inizzio Amore e Inizzio Acqua Extreme. “São justamente essas marcas que têm componentes de embalagens importados e complexos”, pontua a gerente, que comemora a boa aceitação da novidade. “Acho que o maior impacto já passou, fazermos a mudança para não ficarmos desabastecidos. Os franqueados da marca gostaram da solução, pois eles sentiram na pele o problema de desabastecimento de alguns desses itens”, pontua. Na frente dos consumidores, existiram algumas reclamações, mas segundo a executiva foram poucas frente ao volume de vendas dessas fragrâncias. “Sempre existe um ou outro consumidor que acredita MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
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de acontecer já aconteceu. Nós esperávamos muito mais problemas, mas a transição foi tranquila, conseguimos abastecer o mercado e sanar a falta de produtos.”
que como a embalagem mudou a fragrância também sofreu alterações, o que não aconteceu. Mas esse é um impacto normal, sensorial, que o consumidor tem diante de uma mudança de embalagem.” A estimativa da empresa é que a Golden Classics fique no mercado até o final do ano. Com a boa receptividade, é possível assumir que as novas embalagens possam se converter em definitivas? Na opinião de Célia essa não é a proposta principal, ao menos por enquanto. “É logico que a embalagem original é icônica e não temos interesse em deixá-las fora de linha por muito tempo. Mas diante da situação, se fosse o caso de ficar com essas embalagens (da Golden Classics) isso não seria mais um grande problema. O que tinha Packing Cosmética • MARÇO/ABRIL 2015
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Nacionalizar e racionalizar Assim como aconteceu com outras grandes marcas de perfumaria do Brasil nos anos 1990 e no início dos 2000, a L´acqua di Fiori ampliou o leque de frascos importados em seu portfólio, para depois trabalhar em parceria com fornecedores locais viabilizando tecnicamente a produção do maior número possível dessas embalagens. Hoje restam apenas dois itens importados, os frascos da linha V’olgere e os da linha de perfumes Evolution. “Outro problema está nas tampas dos perfumes da Linha Inizzio, por exemplo, em que temos uma parede extremamente grossa em Surlyn. Estamos trabalhando e já temos alguns fornecedores locais desenvolvendo isso, mas precisamos de mais tempo para chegar ao resultado perfeito. No caso do V’olgere, em que o investimento em moldes é muito alto, talvez seja o caso de mantê-lo importado, já que a embalagem é composta por muitas peças em PP e o próprio frasco, redondo, também não pode ser feito no Brasil”. No processo para otimizar o portfólio de embalagens, a empresa também migrou algumas marcas para linhas nacionais standard, que para a executiva melhoraram demais aqui no Brasil. “Hoje, nós conseguimos lançar um produto no mercado com itens standard de qualidade, com preço mais baixo do que os importados e velocidade muito maior”, diz Célia. Com os recursos disponíveis atualmente, a executiva acredita que com criatividade e talento dá para
imprimir uma personalidade única da marca para se diferenciar. “É um caminho saudável. Uma tampa bola, por exemplo, pode ficar bem em um frasco, desde que você saiba compor o visual, deixando o conjunto harmônico e atrativo aos olhos do consumidor.” Ao mesmo tempo, o uso dos standard faz todo sentido ao permitir uma diminuição dos investimentos em um cenário muito diferente ao de antigamente, quando você fazia investimentos num produto que seria mantido em linha por 10 ou 20 anos – algo que aconteceu com alguns dos principais clássicos da empresa, que têm um público bastante fiel – mas é cada vez mais raro. “Os últimos produtos que foram lançados têm um ciclo médio ascendente de dois anos, depois eles estabilizam e começam a cair na sequência. Quando chegam a um determinado volume a sua comercialização é descontinuada. O consumidor tem sede por novidades, por isso, os Flankers e as coleções são boas opções para movimentar a marca”, acredita a gerente da L´acqua di Fiori. Outra ferramenta da qual a empresa tem lançado mão para otimizar os seus investimentos são as parcerias com os próprios fornecedores. A L´acqua não tem investido em novos moldes. Ou a empresa usa o standard disponível no mercado ou, em alguns casos, ela faz o desenvolvimento do componente e vai atrás de parcerias. “Desenvolvemos frascos exclusivos por algum tempo, que depois deixam de ser exclusivos. A mesma coisa acontece com as tampas. Tem dado certo com alguns parceiros. O mercado tem essa necessidade e hoje em dia é muito mais fácil, desde que seja um projeto interessante”, conclui. 21
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comunicação
Packing Cosmética
As blogueiras fernanda gonçalves, dany bello e fernanda ferreira: Packing Cosmética reuniu blogueiras para compartilhar com os seus leitores e anunciantes o que elas pensam sobre as embalagens dos produtos de beleza que usam.
Abordagem ampliada A Packing Cosmética apresenta uma nova proposta editorial aos seus leitores. Agora, além de seguir abordando temas relevantes para a cadeia de embalagem para os cosméticos, o lado do consumidor final também Da Redação influenciará em nosso tratamento
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o longo de 21 anos muita coisa pode mudar e, quando se fala do desenvolvimento econômico do Brasil, essa mudança é um fato. A partir dos anos 1990, o mercado se abriu para os produtos estrangeiros gerando uma revolução na economia. No segmento cosmético, tal abertura possibilitou um desenvolvimento tal que nos coloca hoje entre os maiores do planeta em produção e consumo de itens de beleza e higiene 22
pessoal. Este movimento abrangeu todos os elos da cadeia e levantou desafios importantes, entre eles, o desenvolvimento e produção das embalagens cosméticas com todas as suas nuances e complexidades. Foi nesse contexto que a revista Packing Cosmética nasceu, em 1994, e já pioneira por discutir o segmento de embalagens cosméticas no Brasil quando o setor começava a se desenvolver de fato. Como todo veículo de mídia especializada, a revista acompanhou os movimentos do
mercado e, a partir de 2005, passou a tratar do tema a partir de uma visão mais ampla seguindo os primeiros sinais de uma globalização do setor, cujas mudanças acompanham tendências que atingem o mundo todo. Em 2009, quando o tema Sustentabilidade se estabeleceu não só como tendência, mas como regra, a revista passou por uma nova reformulação para discutir temas como reciclagem, ciclo de vida março/abril 2015 • Packing Cosmética
embalagens, o que gostam e não gostam e o que esperam de uma embalagem cosmética. Representantes da Box Print, MWV, Wheaton, Bemis Latin America, Baumgarten, Cerviflan, Emibra, Globoplast, Kawagraf, Aercamp, Zeviplast, Emibra, Agência 10 e MVEC ouviram atenciosamente as colocações das blogueiras.
dos produtos, reaproveitamento de materiais, matérias-primas sustentáveis, etc. E, em 2015, começamos o ano reafirmando o que já vínhamos tratando há algum tempo: a nova dinâmica do mercado cosmético a partir da comunicação. Diante desta realidade atual, e sem esquecer de suas raízes, a Cusman apresentou uma nova proposta para a revista Packing Cosmética. A ideia da publicação sempre foi tratar de assuntos relevantes para a cadeia de embalagem que atua no segmento cosmético, abordando os mais variados assuntos com uma linguagem direcionada sempre aos empresários envolvidos no setor. Este objetivo, sem dúvida, continuará. Entretanto, agora, adicionaremos ainda mais em nossa linha editorial as considerações que são expressadas pelos consumidores. Isso não somente em relação à percepção deles sobre as embalagens, mas também consideraremos as tendências atuais de consumo. Nosso intuito com esta “inclusão” é auxiliar nossos leitores ainda mais. Temos ciência de que devido o dia a dia agitado dos empresários do setor, www.cosmeticanews.com.br
muitas vezes fica difícil acompanhar como estão se comportando os consumidores finais e suas eventuais reclamações sobre o produto. Para quem é fornecedor, as preocupações existentes junto aos seus clientes já tomam a maior parte do tempo na rotina do empresariados. Queremos ajudá-los a entender as particularidades de um consumidor que sofre diversas influências externas e que muda suas preferâncias com frequência. Esperamos que o resultado final desta equação seja que vocês consigam, cada vez mais, desenvolver itens que caíam no gosto dos consumidores. Elo fundamental Para apresentar a nova proposta da publicação, a Cusman realizou um café da manhã com os maiores fabricantes de embalagens cosméticas do País e importantes agências de design, em uma dinâmica que reflete exatamente o momento do setor. As blogueiras de beleza Fernanda Ferreira, do blog “dicas da Fê”; Dany Bello, do “Espaço Gattena”; e Fernanda Gonçalves, do “A Melhor Escolha”, participaram de uma conversa informal na qual falaram sobre suas preferências em
Este encontro que aconteceu entre as representantes das consumidoras e os representantes da indústria de embalagens é exatamente a proposta desse novo momento da revista Packing Cosmética; em consonância com o novo momento do mercado: o consumidor no centro da pauta. Formadoras de opinião, são as blogueiras que refletem o que pensam as consumidoras cada vez mais informadas e com acesso a produtos de qualquer lugar do mundo. Questionadas sobre a importância da embalagem no momento da compra, Fernanda afirmou ser ela a primeira propaganda do produto. Para Dany, o mais importante atributo é a praticidade. “A embalagem tem de ser prática e não desperdiçar o produto”, pontuou ela, revelando que já comprou muito produto por conta de sua embalagem. Sobre novos mecanismos em embalagem, Dany afirmou que muitas consumidoras gostam, mas algumas criticam. “Determinados mecanismos precisamos explicar para nossas leitoras como funciona. Além disso, muitas consumidoras já enxergariam isso como um custo a mais”, opinou. Fernanda Gonçalves relatou que alguns produtos, por conta de problemas que acontecem nas bolsas, acabam sendo deixados de lado na hora de carregá-los, sendo utilizados apenas em casa. “Se eu fosse uma profissional (manicure), ficaria bastante satisfeita por saber que teria opções 23
comunicação
Packing Cosmética
Adriana Calvi (Wheaton)
Tove Dhalstrom (MWV)
Antal Almásy (Aercamp), Jenifer Vieira (Cusman), Csilla Almásy (Aercamp) e José Luiz de Paula Jr. (JLPaula)
Rodolfo Gonçalves (Box Print)
de pincéis para escolher, pois ei que, consequentemente, atenderei melhor à minha cliente”, sugeriu. Fernanda Ferreira, por sua vez, foi ainda mais incisiva. “Se o produto for bom, porém a embalagem der problema, eu não compro novamente.” A blogueira do “dicas da Fê” ressaltou que a vedação em embalagens de itens de maquiagem é extremamente importante. “Sem dúvidas todos estes problemas existentes com embalagem nos fazem pensar duas vezes na próxima vez em que formos comprá-los”, destacou Fernanda Ferreira, dizendo que as mulheres gostam de coisas diferentes e que muitas levam só por saber que é uma embalagem diferente. “Acho muito importante a embalagem ser resistente. Certa vez derrubei um produto no chão e o pote quebrou, perdendo todo o conteúdo”, reviveu. “Creme de pentear com tampa de 24
Paulo Pereira (Prodesign)
rosquear não é válido. E também é preciso avaliar as volumetrias dos itens de uma linha capilar, pois, para quem tem cabelos cacheado, muitas vezes acabam os outros itens e ainda resta metade do shampoo, por exemplo”, complementou. Questionadas por Paulo Pereira, sócio-diretor da agência Prodesign, se elas reportam às empresas sobre os problemas que verificam em termos de embalagem,
Margot Takeda (a10 design)
Fernanda Gonçalves declarou que as companhias da indústria até agradecem pelo contato, mas que dificilmente é possível ver mudanças acontecerem quando são passadas estas reclamações. “Mas, mesmo mudando a embalagem, eu dificilmente compraria de novo, por ter vivido uma experiência negativa”, cravou. “Já tiverem vezes em que reportei e obtive retorno positivo da empresa. Certa vez até mudaram a embalagem”, contornou Fernanda Ferreira. março/abril 2015 • Packing Cosmética
Focus grouP
Maquiagem
março/abriol 2015 • Packing Cosmética
Mente e ouvidos abertos Packing Cosmética conversa com consumidoras para saber como as embalagens de maquiagem podem ajudar ou atrapalhar na hora de uma aplicação, ou simplesmente no momento de carregá-las na bolsa Rafael Mendonça e Larissa Gutierres
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Packing Cosmética tomou novo rumo em 2015. Nesta nova empreitada, o consumidor final ganha ainda mais espaço, a fim de trazermos informações de maior relevância para os fornecedores de embalagens. Além de procurarmos manter uma linha editorial que considere, de alguma maneira, o posicionamento do consumidor sobre aquele assunto, nossa publicação também trará matérias mais diretas que escancare as opiniões destes usuários. A realização de focus group é um destes meios que utilizaremos para isso, visando promover discussões, pesquisas e debates entre pessoas sobre determinados assuntos ligados ao mercado de beleza e saúde.
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O objetivo com este material produzido é tentar transmitir a vocês fornecedores o maior número possível de informações acerca de determinado tema. Nessa toada, poderão ser explicitadas opiniões, críticas, reclamações e elogios sobre o assunto proposto. Mesmo que os consumidores citem determinadas marcas como exemplo, não iremos revelá-la, pois este não é nosso intuito. O objetivo é apenas colocar o que nos foi passado, para que isso possa ajudá-los de alguma maneira. Muitas vezes, para um membro da indústria de embalagem, ter noção de como o consumidor final lidou com a sua embalagem não é tarefa simples. As redes sociais atualmente já conseguem cumprir este papel de trazer este feed back. Só que a maneira com que esta informação, elogio e/ou reclamação é escancarada, pode causar grandes estragos por se tratar de uma rede pública. Nossa publicação almeja fazer isso de forma mais sutil e, principalmente, de maneira construtiva, sempre em prol da solução. Colocaremos estas informações da forma que nos foi passado, procurando filtrar o que realmente pode ser útil a você fornecedor. Escolha pela cor Para esta primeira edição desta seção, conversamos com jovens consumidoras de maquiagem para descobrir o que elas pensam sobre as embalagens dos produtos dessa categoria. Afinal, nada melhor do que saber a opinião de quem, de fato, compra os produtos de uma das categorias consideradas como queridinhas das mulheres. Os itens mais usados pelas entrevistadas – que têm entre 18 e 22 anos – são: primer, base, corretivo, pó compacto, iluminador, lápis de olho, máscara para cílios, batom, gloss e esmalte. Para a estudante Esther Cazallas, a performance das embalagens de base, corretivo e delineador é primordial para o resultado final desses produtos. Ela destaca que já teve problemas com uma base (na qual a tampa não era firme e mal encaixava no frasco, fazendo o líquido derramar em sua bolsa); e com o aplicador de um delineador. Segunda ela, mesmo estes produtos sendo de qualidade, estas experiências com eles foram suficientes para que evitasse seu uso em uma nova oportunidade.
Esther também revelou que já comprou uma máscara para cílios pela atração exercida pela embalagem, mas não aprovou seu resultado. “Teve um rímel que tinha cara de ser muito bom e seu pincel parecia excelente. Mas aí ele grudou nos cílios, então parei de usar”, revive. O mesmo aconteceu com a também estudante Gabriela Ferreira Lopes de Oliveira, que, assim como Esther, comprou uma máscara atraída por sua embalagem super colorida, mas não gostou de seu efeito. Por fim, acabou dizendo que não repetiria essa experiência, pelo fato de ter gasto dinheiro à toa. Usados e aprovados Em contrapartida, Esther destaca que gostou muito de uma linha vintage, cujo a qual adquiriu por conta da atratividades de sua embalagem. “As maquiagens desta linha são muito boas e a aplicação é muito fácil. São produtos pequenos, de bolsa, e fáceis de carregar. Todos os itens vêm com espelho, o que ajuda bastante. Além disso, são bem bonitos e delicados”, relata, demonstrando certa surpresa pelo fato desta marca não fazer parte do rol das principais da categoria, mas ter apresentado qualidade. Ela relatou ainda a experiência de ter usado uma máscara de uma marca polonesa, cujas cerdas eram curtas e separadas, o que, na visão dela, auxiliou muito no resultado final. Gabriela, por sua vez, aprova a praticidade de sua base em formato rollon. Ela usa para afinar o nariz e fazer as marcações no rosto, e gosta muito do efeito final. Ela também explica a funcionalidade de seu pó. “Eu uso um que tem dois compartimentos, e no segundo, vem com uma esponjinha. Eu acho bem prático, porque daí não preciso ficar carregando aplicador separadamente”, exemplifica. Segundo Talita Felipe Silva, que já trabalhou como maquiadora, as melhores embalagens para produtos líquidos são as que possuem válvulas pump, por facilitarem o manuseio na hora da aplicação. “Você consegue pegar uma quantidade boa e não faz tanta sujeira, como aquelas bases de rosquear, por exemplo, que geralmente derramam e acaba até perdendo o produto”, comenta. A jovem confessa que também já comprou produtos pela beleza das embalagens, mas continuou usando-os porque sua qualidade era boa. A melhorar O fato de algumas marcas estarem fabricando esmaltes com novos pincéis, menores e mais finos, não tem agradado Esther. Na opinião dela, essa nova tendência é ruim, pois o produto espalha menos, dificultando seu uso. “É muito ruim para passar na unha, ou fica com bolinha ou seca a metade, mudando a coloração”, cita. março/abriol 2015 • Packing Cosmética
Já a estudante Sueini Liliam Almeida citou ter problema com embalagens de gloss, que, por serem mais moles, nem sempre liberam a quantidade ideal para o uso. Segundo ela, às vezes sai demais, às vezes de menos. “Antes eu usava mais, mas agora prefiro o batom porque a embalagem é melhor”, justifica. Ela ainda explica que não chegou a parar de usar o gloss totalmente, pois o produto em si era de qualidade, mas não esconde que ele não faz mais parte de sua preferência. De acordo com Talita, ela não compraria uma base cujo o pote possui tampa rosqueável, mesmo se o produto em si fosse bom. “O ponto negativo é o desperdício, já que você não consegue utilizar 100% da base, pois sempre fica um restinho no fundo”, pontua. Ela acredita que este item deixa de ser funcional por esse motivo, mas que poderia melhorar se viesse com pincel de aplicação, ou um dosador. Entre amigas Todas as entrevistadas contaram que o assunto “beleza e maquiagem” é recorrente em suas “rodinhas de conversa” entre amigas e familiares. Elas dão dicas, fazem reclamações e até mesmo indicam produtos que gostaram de usar. “Minha última compra foi a de um batom que minha amiga indicou, e agora eu também estou gostando”, revela Sueini. “É mais fácil conversar com uma pessoa que já teve alguma experiência com o produto”, acrescenta. Ou seja, a troca de informações é intensa, a ponto de interferir na escolha da compra das maquiagens. E este é um ponto que deve ser bastante considerado pelos fornecedores de embalagem, afinal, é de confiança que estamos falando. São duas vertentes. A primeira é que se uma pessoa deixa de usar um produto porque alguém o criticou, quer dizer que ela realmente confia neste outro, a ponto de nem sequer dar a chance de experimentar o item citado. A outra questão é que, caso a empresa tenha conseguido estabelecer um elo de confiança com o consumidor, para esta ligação se romper basta apenas uma experiência negativa com a embalagem, por exemplo. Isto pode acarretar no pior pesadelo possível para uma companhia. As nossas entrevistadas nesta ocasião acreditam que, para um produto de maquiagem ser considerado realmente bom, a embalagem deve ser pelo menos regular, bem como sua qualidade. Para torná-lo ideal, estes dois atributos devem dividir a responsabilidade quanto à satisfação. “Ás vezes o produto é caro, mas não justifica a embalagem, pois ela não presta. A consumidora quer uma embalagem que seja funcional”, explica Talita. www.cosmeticanews.com.br
Não é difícil agradar ao consumidor Por Jenifer Vieira* “Não é fácil agradar ao consumidor!” Quantas vezes já ouvi essa frase... Mas quem é o consumidor? O que ele quer? O consumidor sou eu. É você. Queremos uma solução para a nossa necessidade. Qualquer que seja ela: um primer para olhos já cansados; ou uma base mais seca, para uma pele mais jovem; ou ainda um hidratante para pele sensível; entre outras tantas necessidades. O fato é que, ao buscarmos por uma solução, não nos preocupamos (e nem queremos ter essa preocupação) se ela será com uma válvula “de último tipo”, ou em um tubo “mega-plus-power”. Apenas queremos algo que resolva nosso problema. Algo único – uma solução! A questão é que muitas vezes a encontramos dentro de um “cubo mágico”. E aí, temos de resolver o cubo para extraí-la. O desenvolvimento de um produto – que será uma solução, a meu ver – deve ser pensado de maneira que a embalagem promova o suporte para que o produto demonstre todo o seu potencial, toda a sua performance. Ideias magníficas de soluções para o consumidor, muitas vezes não alcançam o sucesso merecido por causa da falta de suporte da embalagem. A embalagem perfeita é aquela que consegue unir, literalmente, o útil ao agradável. É quando o produto cumpre o seu papel – soluciona o nosso problema sem termos de nos lembrar da embalagem. A embalagem é o veículo da experiência. Ela funciona como uma Relações Púbicas, que causa a primeira impressão e, a partir daí, vai ajudar na construção da história desse produto. Fica claro pra mim, enquanto consumidora, a seguinte matriz: quanto mais o desenvolvimento da embalagem for pensado para atender à performance do produto, maior a probabilidade da solução ser um sucesso. E nós, enquanto consumidores, agradecemos. * Jenifer Vieira é gerente de Marketing da Cusman
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papo de designer
entrevista
O consumidor no centro
Para o francês Elie Papiernik, sócio e diretor de criação da agência francesa de design Centdegrés, as embalagens precisam dizer algo sobre o produto que Aûani Cusma de Paula seja perceptível para os consumidores
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ma das agências de design mais atuantes no mundo da cosmética e da perfumaria, a francesa Centdegrés é uma prova viva do valor que um bom design – na acepção mais completa do termo – pode agregar a um produto. Mais do que desenhar formas e criar visuais bonitos, os trabalhos desenvolvidos pela agência buscam dar sentido e vida às embalagens que precisam ao mesmo tempo servir de ferramenta para a aplicação do produto e mostrar, desde o primeiro contato, o que o produto se propõe a entregar para quem vai usá-lo. Em visita a São Paulo para a inauguração do escritório da Centdegrés na cidade, Elie Papiernik, sócio e diretor de criação da agência, conversou com Packing Cosmética sobre a sua visão da perfumaria brasileira, a relação entre design e consumidor e do papel da embalagem no mix do produto. Como você vê a perfumaria brasileira em termos de estilo? O que eu acho interessante é que se tem vários aspectos. Falando dos dois grandes atores do Brasil, a Natura é muito claro para mim. A coisa da natureza, do respeito às pessoas, 32
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no fornecimento dos produtos sustentáveis. Tudo isso é muito claro. Uma perfumaria de um jeito brasileiro típico, muita natural, ética... Quando eu penso em O Boticário, para mim, já não é algo tão típico em termos de estilo. É (uma marca) mais internacional e inspirada por várias coisas. É uma grande marca de beleza e a sua personalidade não é tão claramente brasileira. Mas, o que é mais forte é que as pessoas amam a perfumaria aqui e isso é a grande força do mercado. No Brasil, os grandes players estão mais no mass market e no mastige, e eu vejo oportunidade para criar marcas premium, marcas de luxo de um jeito diferente, de um jeito brasileiro, diferente de uma marca italiana ou francesa. Dá para criar uma marca premium tipicamente brasileira e quando eu digo isso, não estou falando de um jeito tradicional, mas de um jeito moderno. Enquanto designer, quais os grandes gargalos que você enxerga na cadeia de fornecimento de embalagens no Brasil. Você acredita que temos uma boa oferta? Até onde sabemos, a indústria brasileira aciona fornecedores do mundo inteiro. Fabricantes francesas, japoneses, em fragrâncias ou frascos...
Mas apenas em casos muito especiais. Eles usam majoritariamente fornecedores locais? Os impostos de importação são altos e isso não ajuda. Mas os grandes fabricantes locais, nos próximos anos, vão produzir mais produtos premium e com critérios de qualidade mais altos. E também teremos produtos locais trabalhando para ocupar outros espaços, como o segmento de marcas de nicho. As empresas brasileiras têm o know-how necessário para ocupar todos esses espaços. A perfumaria no Brasil vai evoluir. Ela se tornará mais acessível e é importante que toda a cadeia, incluindo criação, marketing, qualidade, que tudo isso esteja em padrões mais elevados. Mesmo os fornecedores locais podem ser puxados. Nós temos de puxar, as empresas têm de puxar. Acredito que vamos participar da evolução dessa perfumaria, porque os desafios para as grandes empresas locais serão maiores com a chegada de atores como a Sephora e o avanço da internet. Ainda existem muitas coisas para serem feitas. A perfumaria e a cosmética muitas vezes se valem de embalagens rebuscadas ou complexas demais, que obrigam o consumidor a ter de pensar sobre como ele vai usar o produto. Quando você desenvolve MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
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Tentamos entender como o design que será percebido pelo consumidor. Isso é design thinking, colocando o consumidor no centro. Não importa o que você faça, é preciso trazer o consumidor para o centro. É senso comum. Como eu faço isso? Tentando fazer a embalagem ser fácil de ser percebida. Que ele (o consumidor) entenda o que eu quero dizer. O ser humano tem de estar no centro. Isso é importante.
Foto: Massimo Faillutti
ELIE, DA CENTDEGRES: as empresas brasileiras de perfumaria têm know-how suficiente para ocupar todos os espaços do mercado, inclusive o premium e o de nicho.
um projeto, como pensa o uso do produto, e não só do ponto de vista da ergonomia, mas de uso mesmo, de ser mais intuitivo no seu uso? No design de perfumes, o que é preciso entender é que o papel do frasco é “embalar” a fragrância. É um trabalho básico. A embalagem é uma ferramenta para a fragrância. Eu penso que no mundo da beleza, das fragrâncias a funcionalidade vem primeiro, você não discute isso. É um must have. Se você desenha algo que é intrincado para usar é uma catástrofe, não é um bom design para mim. Mas, um outro aspecto importante, é que a embalagem tem de dizer alguma coisa sobre o produto. É como num restaurante, você lê o menu e já começa a saborear o prato ali. Quando você vê um frasco, ele tem de dizer algo sobre a fragrância. O consumidor tem de sentir isso. E como fazer esse frasco ‘falar’? Packing Cosmética • MARÇO/ABRIL 2015
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Muitas marcas têm investido mais pesadamente em marketing, mas nós, como designers, queremos que a embalagem diga mais sobre o produto. Pegue o caso do novo perfume da Cartier, o La Panthere. Ele traz uma tecnologia que nos desenvolvemos junto com a Pochet (vidraria francesa), cinco anos atrás. Queríamos estar aptos para dizer mais sobre a fragrância na embalagem. E aí trabalhamos numa técnica que esculpe o frasco por dentro, que nos permitiu esculpir a fragrância. Quando a Cartier nos procurou para o La Panthere resolvemos usar a tecnologia. No nosso processo de construção, o storytelling veio primeiro, mas logo na sequência veio a questão de como seria fácil usar a ferramenta a nosso favor. Operando em vários mercados, acredito que vocês estudem muito a maneira como o consumidor se relaciona com as embalagens. Como vocês avaliam essa relação?
E as marcas estão fazendo isso? Eu acho que muitas marcas estão focadas demais em estudos e pesquisas de mercado, focus group e isso é um pouco diferente do que estou dizendo. Às vezes, você cria algo novo e nesse processo e a primeira vez em que você mostra isso aos consumidores eles ficam surpresos. Os focus groups tolhem um pouco a criatividade. Você precisa de líderes e executivos ousados, empreendedores, que entendam o processo criativo e assumam que o consumidor está no centro. Vocês dão mais peso à cadeia de abastecimento hoje, no momento em que estão desenvolvendo um novo projeto? Isso sempre foi pensado. Mas, quanto mais audacioso você é no lado criativo, mais focado você tem de ser na execução, puxar a técnica, integrá-la. Você tem uma boa ideia, mas como viabilizá-la? Para aumentar a qualidade, você precisa trabalhar junto com a cadeia. Não é algo que você estala o dedo e acontece. Mas isso é bom para o consumidor. Eu vejo todos os dias produtos com embalagens caras, sofisticadas do ponto de vista técnico, e eu sei que elas são caras porque eu conheço o processo do ponto de vista técnico. Só que você olha para aquele produto e não o percebe como um produto caro, de valor. É preciso integrar os fornecedores, puxá-los e respeitá-los, porque eles têm expertise, know-how e isso forma um ótimo balanço. 33
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MERCADO
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Luz e lucro
O aumento da tarifa de energia elétrica já impactou a produção industrial de maneira geral. E agora fornecedores e clientes tentam se entender sobre quem Cinthia Jardim vai pagar mais essa conta
I
nteligência e estratégia. Eis duas palavrinhas que para a presidente da ABRE, a Associação Brasileira de Embalagens, Gisela Schulzinger devem ser incorporadas por empresas de todos os segmentos em um ano atípico, mas com situações já esperadas por todo o mercado como 2015. De acordo com dados apurados pela Fundação Getúlio Vargas para a entidade, com volume bruto de produção na casa de R$ 55,1 bilhões, o setor de embalagens em geral apresentou, em 2014, um recuo de 1,47% na sua produção física em relação ao mesmo período de 2013. Responsável pelo levantamento, o economista Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas, vai além e afirma que “uma possível retomada da indústria de Embalagem não deve ganhar força antes de 2016”. Par e passo às restrições econômicas surge outro ponto crucial que afeta diretamente à indústria: o aumento da tarifa de energia elétrica. De acordo com o IBGE, no Rio de Janeiro, houve, só em março, reajuste de 22,5% sobre a tarifa de energia elétrica. Em São Paulo o aumento chegou a 31,90%. Quem previu tal mudança saiu na frente e tende a sofrer menos
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as consequências. É o caso da fabricante de bisnagas catarinense C-Pack que, de acordo com Claudio de Souza, gerente de Engenharia, monitorou o mercado e optou, cinco anos atrás, por entrar no Mercado Livre para compra de energia elétrica. “Estabelecemos contratos de longo prazo com preço fico neste insumo”, completou. A medida tem sido mais do que benéfica já que com o aumento das tarifas neste ano, o custo da produção industrial da C-Pack não foi afetado.
Apesar disso, o executivo não acredita que um possível aumento no valor da embalagem possa alcançar o consumidor final, já que o custo do item na composição do preço final do produto é relativamente pequeno. Ainda assim, para manterse competitivo no mercado, atentarse a esse quesito é imprescindível. “Estamos sempre buscando alternativas para que a nossa embalagem esteja com uma relação custo benefício atrativa para toda a cadeia produtiva”, explica.
Já a também catarinense AB Plast, que fabrica frascos e potes plásticos para o mercado de beleza, afirma não ser possível absorver o custo da energia elétrica. Logo, o repasse do preço a indústria será necessário tornando ainda mais delicada a relação entre a indústria de embalagem e os fabricantes de cosméticos. “Esta relação é sempre delicada, pois um depende do outro e em tempos de baixo crescimento falar em reajuste é complicado. Se repassar o preço ao consumidor final ele não compra, por outro lado, se a indústria de embalagem não corrigir seus preços com os custos cada vez maiores, acaba secando e morrendo. A negociação é necessária em tempos de inflação alta como estamos passando”, contextualiza Sidnei José Pereira, diretor comercial da empresa.
Junto ao pacote de medidas econômicas adotado pelo governo nesse ano que, restringe o crescimento do mercado, o aumento da tarifa de energia elétrica vem para contribuir com a desaceleração prevista da economia brasileira. Na indústria cosmética, muitos fornecedores de embalagens já estão sentindo uma redução nos pedidos. “Há uma redução no volume de compra e por consequência a indústria sente muito isso. Através do núcleo das indústrias conseguimos observar que em todos os setores há uma desaceleração muito forte”, afirma Sidnei que apesar do diagnóstico mantém-se otimista: “A escolha da política brasileira é errônea e o governo não disponibiliza ajuda ao setor produtivo do país, mas a indústria nacional é mais forte e com certeza iremos passar por tudo.” MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
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NÚMEROS
Balanços e panoramas do mercado higiene pessoal e beleza
VENDA D
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MERCADO
LOGÍSTICA
Pilar sensível a Logística NUNCA FOI TÃO FUNDAMENTAL PARA O RESULTADO DO NEGÓCIO. e a indústria de beleza está fazendo a sua parte para melhorar as operações Rafael Mendonça na área
G
lamour nunca foi o forte da área, mas investir em Logística é algo cada vez mais essencial para as empresas do mercado de perfumaria e cosméticos. Grandes ou pequenas e, independentemente, do canal de distribuição, as empresas de beleza, que investem milhões de reais todos os anos para gerar demanda para os seus produtos precisam garantir que os produtos chegarão até o seu destino de maneira rápida, segura e com os custos sob controle. Além da complexidade natural que a área impõe às operações diárias da empresa – que pode chegar a dezenas de milhares de entregas em pontos diferentes em um mesmo dia, no caso de uma empresa de venda direta – é preciso lidar com fatores externos, que no Brasil influenciam demais na realidade das transportadoras e, consequentemente, na distribuição de suas cargas com problemas como burocracia, má condição das estradas, poucas opções para transporte, furtos, entre outros agravantes. Brigando por atenção Para Altamir Cabral, diretor 36
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Comercial da transportadora Via Pajuçara, as empresas de beleza sempre estiveram muito focadas em desenvolver produtos que fossem desejados pelo consumidor, mas não deram tanta importância em garantir que este mesmo produto estivesse presente no ponto de venda, à disposição do consumidor, para fechar o ciclo efetivamente. Mas essa é uma situação que está mudando rapidamente. “De uns anos para cá, essas questões ficaram ainda mais claras e uma logística eficiente passou a ser perseguida não mais como diferencial, mas como sobrevivência das empresas. É evidente que tudo varia conforme o porte e o segmento da empresa, mas o que temos presenciado é que todas elas têm investido na montagem de equipes especializadas, na operação de centros de distribuição mais eficientes com equipamentos e softwares de ultima geração e numa melhor gestão dos transportes, selecionando melhor e monitorando de perto as transportadoras”, acredita Altamir. A área de Logística, assim como todas as outras, demanda investimentos constantes, sob o risco de ver a estrutura não responder de MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
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LOGÍSTICA
maneira adequada às necessidades da empresa, seja pelo crescimento acelerado, seja pela necessidade de obter o máximo de eficiência e produtividade para melhorar as margens do negócio, ou mesmo para recompô-las, servindo de conta ponto a pressão inflacionária ou ao aumento da competição, que pode demandar uma redução de preços ou mais ações promocionais das empresas. E as empresas estão conscientes da importância de manter investimentos regulares na Logística. Pelo menos é nisso que acredita Marcelo Patrus, presidente da Patrus Transportes, uma das maiores transportadoras do País e com forte atuação no mercado de beleza. “Nossos clientes – principalmente de cosméticos que trabalham com e-commerce – estão cientes da importância da logística. A coleta da mercadoria nas fábricas e a entrega no destino final, seja nas lojas ou em residências de pessoas físicas, é fundamental para garantir o sucesso de venda do produto”, analisa. Uma das empresas que mais vem crescendo ao longo dos últimos anos, a norte-americana Mary Kay, que opera na venda direta, tem um plano robusto, de cinco anos para a área. “Inauguramos um novo Centro de Distribuição na região Metropolitana de Belo Horizonte, no munícipio de Betim. Este é o primeiro de outros que serão abertos em outras regiões do País, visando atender com ainda mais excelência todas as regiões do Brasil, além de adicionar a capacidade operacional que necessitamos para sustentar nosso forte crescimento”, diz Henrique Fonseca, diretor de Operações da Mary Kay. O planejamento da malha logística para os próximos cinco anos simulou diversos cenários de localização dos centros de distribuição para a definição da estratégia adequada 38
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ao perfil da operação. Para definir os locais de abertura dos novos centros, foi levado em conta a simulação da carga tributária em cada cenário e outras variáveis importantes, como a análise de distribuição da demanda e suas possibilidades de atendimento a outros estados a partir deste novo centro de distribuição; além da análise de custos de mão de obra e de opções de transportadoras por região, custos e disponibilidade de imóveis logísticos na região, dentre outros. Henrique lembra que, uma vez definido o plano diretor logístico, é preciso ter sempre em mente que ele será um plano “vivo” e que exigirá uma atualização frequente para calibrar as decisões de acordo com as mudanças na empresa e o ambiente externo. A fabricante de embalagens e sacolas Antilhas, também aposta nos investimentos em logística para garantir a excelência em sua operação, especialmente no atendimento e na distribuição às redes de franquias. Segundo o diretor de Logística da empresa, Antonio Carlos Sanches, a Antilhas está inserida em uma cadeia complexa, que envolve forte sazonalidade devido às datas comemorativas como Mães, Namorados, Pais e Natal e diversos tipos de serviços como movimentação, armazenagem, picking, montagem de kits e distribuição para os 12 mil pontos de vendas espalhados pelo Brasil
antonio Carlos, da antilhas: operação logística baseada no planejamento de vendas e operações permite a empresa se preparar melhor.
e atendidos diretamente pela fornecedora. “Nossa logística trabalha em uma área de 15 mil M2, com 17 mil posições de palets, e permite expansão para chegar a 27 mil posições. Conta com equipe específica para montagem de Kits e estojos, além de atuar com frota própria para atender a Grande São Paulo, e com parceiros especializados em transportes para o atendimento das demais regiões do País”, pontua. Já a Servimed, uma das maiores distribuidoras de medicamentos e produtos de beleza do País, com sede em Bauru, no interior se São Paulo, investiu na abertura de novos Centros de Distribuição, como também em sistemas mais eficientes para gestão das operações. “Dentro desse contexto, também não podemos esquecer que a formação e manutenção de equipes com expertise técnica e operacional na área de Logística são de MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
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fundamental importância”, reforça Silmar Marcelo Chinaglia Antonio, diretor de Logística da Servimed. Investimentos para não ficar para trás Se a indústria cosmética vem investindo mais em Logística, as próprias empresas que atuam nesta área também não ficam atrás. A Patrus Transportes, por exemplo, direcionou os investimentos recentes à estrutura dos terminais, para aumentar a quantidade de docas e o tamanho das plataformas. Também adquiriram mais carretas, com o objetivo de aprimorar a agilidade nas transferências; e investiram ainda em TI, visando uma melhor rastreabilidade das cargas. Na Via Pajuçara, os investimentos em instalações procuram a utilização de prédios que aliem localização, segurança e layout mais inteligente. A companhia especializada no transporte de cargas expressas e fracionadas também vem aprimorando os sistemas de informações e comunicação e de automação dos processos, visando maior velocidade e controle. Planejamento e adaptação frente às adversidades Além dos investimentos, planejamento nesta área é fundamental para qualquer empresa, independentemente do segmento. A Antilhas trabalha com o conceito de S&OP (Planejamento de Vendas e Operações), que indica um horizonte de 12 meses e é ajustado mensalmente. “Esta visão permite planejar e programar com antecedência as campanhas para datas comemorativas, conciliando com os itens regulares, buscando um equilíbrio entre o nível de serviço e os custos da operação”, explica Antonio. Nesse processo de Packing Cosmética • MARÇO/ABRIL 2015
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planejamento a empresa avalia as regiões e cidades mais críticas para atuar de maneira preventiva e com estratégias distintas para cada caso. “Nas grandes cidades, as zonas de restrição à circulação de veículos somada às restrições dos shoppings centers quanto às entregas, exigem que o planejamento seja constante, com atualizações e revisões frequentes”, pontua o diretor da fabricante de embalagens. Mas um trabalho de planejamento como o da Antilhas ainda não é a regra para o mercado. Altamir, da Via Pajuçara, aponta a falta de linearidade nas vendas da indústria e do comércio, que concentram seus pedidos no final do mês, como um dos motivos que provocam enormes gargalos na Logística. “Além disso, existe a gritante ineficiência de grande parte das empresas de atacado e varejo no recebimento de mercadorias, em que um caminhão fica parado por várias horas e até mesmo dias para que se conclua uma entrega.”
do Brasil. Para Marcelo Patrus é preciso sempre contar com imprevistos. “Monitoramos a transferência e a entrega 24 horas por dia, para garantir a segurança da mercadoria dos nossos clientes e dos nossos motoristas. Temos o planejamento das nossas rotas, com aproveitamento de rotas próximas e condições da estrada, para garantirmos que a mercadoria chegará ao destino em tempo e sem danos”, diz o dirigente, que ainda adiciona que, além da má condição das estradas, há outros fatores que prejudicam as entregas, como alagamentos, desmoronamentos e, principalmente, a mobilidade urbana. As obras nas estradas e o crescimento do índice de roubo de carga no Brasil também precisam ser considerados nessa conta.
Definitivamente não é simples fazer esse planejamento funcionar corretamente em um País com a falta de segurança nas estradas e os problemas de infraestrutura rodoviária como os 39
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LOGÍSTICA
marcelo , da patrus: investimentos em frota de carros elétricos para minimizar os impactos ambientais nas entregas urbanas.
A este rol de dificuldades enfrentadas pela Logística no Brasil, Altamir, da Via Pajuçara, soma outra questão. Segundo ele, as transportadoras e operadores logísticos sofrem com a falta de regras claras ou com a mudança repentina delas. “Na esfera trabalhista, por exemplo, apesar de existirem leis que disciplinem determinadas relações entre os entes, o Judiciário se nega a reconhecer essas mesmas leis. Na esfera operacional, na cidade de São Paulo, por exemplo, a cada dois anos, em média, mudam-se as regras do trânsito de caminhões, dificultando o nosso planejamento a longo prazo. Mas tem um lado bom, que é a tendência irreversível de uma maior qualificação do setor de transportes, o que favorece as empresas que enxergam mais longe”, contorna o diretor Comercial. Atenção ambiental Além de todas essas preocupações citadas anteriormente para que o planejamento funcione, as companhias logísticas também têm a atenção que precisa ser dispensada com o meio ambiente, 40
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já que se trata de uma área que está sempre relacionada a questões ligadas ao impacto ambiental. A Política Ambiental da Patrus visa estabelecer o compromisso de alinhar suas decisões e processos com a prevenção ambiental, sensibilizar e incentivar nossos colaboradores e parceiros a serem agentes na proteção ao meio ambiente e tomar atitudes para evitar a geração de poluentes. “Essas atitudes estão todas dentro da legislação e das normas ambientais. Fazemos o plantio de mudas de árvores anualmente, para a compensação de emissão de gases poluentes diagnosticados no nosso inventário de emissões. Só nos últimos dois anos, realizamos o plantio de dez mil mudas. No último ano, também lançamos o prêmio Selo Verde, para sensibilizar os motoristas da casa e os Transportadores Autônomos de Carga (TAC) a contribuírem na redução da emissão de CO2, com prêmios de incentivo”, afirma Marcelo Patrus. Recentemente a empresa incorporou um veículo elétrico à sua frota para realizar entregas na cidade de Belo
Horizonte. Até o final deste ano a ideia é somar 10 veículos elétricos à frota da empresa. O controle na emissão de gases de sua frota é uma das missões da Via Pajuçara. “Mantemos nossa frota renovada, de modo a poder contar com motores de ultima geração, muito mais eficientes e com menores emissões de gases. Reciclamos nossos pneus, lubrificantes e os resíduos das embalagens movimentadas”, observa Altamir Cabral. Já o trabalho da Servimed está voltado para o consumo consciente de água, energia e destino correto de resíduos. “Nossa frota, recentemente renovada, também teve seus modelos escolhidos visando, além de um melhor desempenho nas estradas, reduzir a emissão de gases nocivos (na combustão). Hoje, boa parte de nossos caminhões utilizam a tecnologia Euro 5, que reduz praticamente à zero a emissão de poluentes no meio ambiente. Também estamos sempre atentos à legislação e práticas de nossos fornecedores”, ressalta Silmar Marcelo Chinaglia Antonio. Antonio Sanches, da Antilhas, diz que a empresa procura simplificar e atuar nos processos de forma a fazer a distribuição otimizada, já que na maioria dos shoppings centers a empresa atende de dez a quinze clientes, além das lojas de rua. “A roteirização permite fazer as entregas dentro do prazo e com numero de veículos menor, o que contribui com o trafego que é pesado nas grandes cidades e na redução da poluição”. A empresa também participa de um projeto piloto da prefeitura para entregas noturnas na cidade de São Paulo, com expectativas de contribuir na questão ambiental, que envolve a emissão de CO2² e o tráfego. MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
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As tendências e as dificuldades que envolvem a realidade da categoria Banho e Higiene atualmente por conta dos tempos de escassez de água estiveram em pauta durante o Workshop Atualidade Cosmética Larissa Gutierres
Nova realidade
E
m meio à descontração proporcionada pela frase “sou pobre, mas sou limpinho”, a Cusman realizou em abril, em São Paulo, mais um Workshop Atualidade Cosmética, com o tema: “Banho e Higiene: Um hábito bem brasileiro”, que contou com a presença de pessoas importantes da área química e ambiental e da indústria de cosméticos. Além desta frase, outras questões também conduziram o debate, como a tentativa em equilibrar o prazer do banho com a escassez de água; meios para solucionar este problema de grande impacto ambiental; e as preocupações quanto ao futuro, que assola a população. 42
Para dar início à discussão, Sebastião Gonçalves, da Biocenter Microbiológica, ilustrou um futuro com produtos de formulações mais leves, para que o meio ambiente seja menos prejudicado pelas substâncias sintéticas. Ainda ressaltou o dano que o silicone (presente em alguns itens de beleza) pode causar à natureza. Em seguida, o químico ambiental Maurício de Castro debateu sobre os hábitos de higiene dos brasileiros. Comentou sobre alguns erros cometidos na limpeza dos domicílios, e disse que “o problema tem solução, mas falta boa vontade do governo”, ao concluir que a culpa não é apenas da população, mas de quem trata o esgoto nas cidades.
Limpeza a seco No painel: “Banho Sem Água”, a gerente de Marketing da inglesa Batiste, Tatiana D’Alessio, apresentou alguns produtos a seco da companhia, como shampoo e condicionador, que prometem a limpeza dos fios sem utilização de água, ainda desconhecidos para a maioria das brasileiras, porém importantes e que podem colaborar com a diminuição do tempo de banho. “Esperamos que este tipo de produto seja massificado e que a consumidora brasileira perceba seu valor de mercado. A marca Batiste veio ao Brasil para ser líder, como é em outros mercados”, vislumbrou Tatiana. A gerente também explicou MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
organização
futuro
tarefa tipos novo parâmetros aptidão
mensagem
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variedade verdades saídas
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performance útil lugar grupo roteiro padrão mais resultados estudo
Tatiana D’Alessio (Batiste), Alejandra Orenstein (Lençobras) e Attila Julio Almásy (Aercamp)
a campanha lançada pela marca no País, justamente neste período de escassez de água. “Aproveitamos a crise hídrica para fazer uma campanha, mas nossa intenção foi apenas fazer com que nosso produto faça parte da cesta das mulheres”, explicou ela. Alejandra Orenstein, diretora de Marketing & Vendas da Lençobras, falou sobre os novos lenços umedecidos – famosos apenas para a higiene dos bebês. Entretanto, hoje o mercado já traz inovações aos consumidores, com lenços para remoção de maquiagem, higienização das mãos, íntimos, entre outros. “O mercado geriátrico é um que precisamos ficar bem atentos”, mencionou Alejandra, se referindo a uma oportunidade para o mercado de lenços. As embalagens e seus impactos ao meio ambiente devem ser repensados, e Attila Julio Almásy, gerente de suprimentos – Aercamp e diretor de Marketing da Abas (Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes), também participou da discussão. Para o Dr Sérgio Prancvitch, Applied Research Director KVT P&D, Pharmacist and Biochemist, a economia de água deve ser feita com conhecimento. www.cosmeticanews.com.br
sucesso
exemplo dinâmica
Sérgio Prancvitch (KVT)
conteúdo
avaliação
luz
teor
natural
contexto
real
significância
atuação
necessidades
automática valor
simulação
sobrevivência
Renata Ashcar
“Nós não precisamos excluir a água, nós podemos utilizá-la, mas com consciência, preservando sua qualidade e quantidade”, reiterou o profissional. Depois desta discussão que teve grande interação daqueles que assistiam ao painel, o case da Feito Brasil foi apresentado por Giulio Peron, gerente de Marketing da empresa, que venceu o Prêmio Atualidade Cosmética 2014, na categoria Banho e Higiene, com a coleção Dom Tropical. Esta linha traz sabonetes em forma de picolé, com as cores e fragrâncias das frutas brasileiras; e encantou algumas pessoas que não conheciam os produtos e a companhia. “Nesta coleção, ficamos muito apegados a detalhes. Os produtos têm várias funções, entre elas: limpar, hidratar e perfumar. E eles têm aberto muitas portas para a Feito Brasil. Muitos conhecem a empresa por meio desta coleção”, exemplificou. Mudança de hábito No último painel, “Mudanças de hábito. O papel da indústria na garantia do prazer do banho em tempos de escassez de água”, participaram: Jadir Nunes, vice-
Giulio Peron (Feito Brasil)
Sebastião Gonçalves (Biocenter Microbiológica)
presidente da ABC – Associação Brasileira de Cosmetologia e presidente da SBMALt; Renata Ashcar, especialista em perfumaria e autora do livro “Banho, histórias e rituais”; e Angel Lizárraga, gerente de Novos Negócios do Grupo Ecolyzer. Durante o debate, todos chegaram à mesma conclusão: o hábito do banho é cultural e planetário, e isso nunca mudará. Uma nova consciência sobre o meio ambiente é que deve acontecer. “O brasileiro não vai deixar de tomar banho, mas sem dúvida sua consciência está aumentando”, disse Renata, afirmando acreditar que o hábito de uso de “banhos perfumados” aumente. Angel foi um pouco mais conservador. “Esta questão de mudança de hábito será papel das novas gerações, pois elas já nasceram com esta consciência”, pontuou. Um ponto levantado durante o debate foi a questão de alguns produtos – como os condicionadores, por exemplo – demorarem muito para sair do cabelo, fazendo com que se gaste muita água para isso. Jadir, por sua vez, lembrou que o movimento de redução de água em formulações, a fim de economizar, já vem desde os anos 1990. 43
Gargalo perfumado No terceiro Worshop Atualidade Cosmética do ano, o momento vivido pela Perfumaria no País foi abordado e o destaque ficou por conta de como as opções nacionais em termos de embalagens ainda interferem na categoria Rafael Mendonça
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ara colocar em discussão as particularidades de uma categoria que possui grande envolvimento emocional, o terceiro Workshop Atualidade Cosmética do ano, realizado em abril, em São Paulo, falou sobre a “Perfumaria no Brasil: Caminhos para o futuro”. Diversos pontos que envolvem a categoria foram abordados, mas quando o debate chegou à questão das opções de
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embalagens disponíveis no mercado, as opiniões dos debatedores não foram positivas. Esta abordagem ocorreu durante o primeiro painel da tarde, em que a perfumaria seletiva foi o centro da pauta. Sob o tema “Perfumaria seletiva no Brasil. O que falta para acontecer?”, participaram desta conversa: Adriane Morgenstern, gerente de Marketing da The Beauty Box; Marcelo Nogueira, CEO do Grupo Tânia Bulhões; e Juliana Waccholz, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Phebo. Todos estes convidados trouxeram seus pontos de vista sobre as dificuldades existentes dentro da perfumaria seletiva, porém, um deles foi consenso. A questão da falta de opções em termos de embalagem, que ainda deixa a desejar no Brasil. Adriane Morgenstern, diz que o País ainda não é tão inovador em termos de embalagem. “E há muitas marcas internacionais que têm trabalhos sensacionais. Para as empresas que estão começando por aqui, que precisam trabalhar com embalagens standards, as opções que existem são bem complicadas”, lamentou ela. Enquanto isso, Marcelo, da Tânia Bulhões, citou que trata-se de uma empresa de perfumaria para casa. Sobre as oportunidades existentes neste segmento de perfumaria seletiva, o CEO disse que este é um mercado enorme, em que há diversas empresas que não trabalhavam com esta categoria, www.cosmeticanews.com.br
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Juliana Waccholz (Phebo)
José Luiz de Paula Jr (Cusman Editora)
Marcelo Nogueira (Grupo Tânia Bulhões)
Gabriela Fujita (Kantar Wordpanel)
storytelling e infelizmente, no Brasil, não existem muitas que fazem isso”, ilustrou. Sobre as embalagens, o CEO disse que, para ter uma embalagem de qualidade, a saída é pagar caro. “E às vezes preciso repassar no preço final, porque precisei colocar uma embalagem premium para poder condizer com o meu produto”, relatou . Já Juliana, da Phebo, falou que, por se tratar de uma marca tradicional, sempre é preciso tomar cuidado para estar em determinados lugares para vender, justamente para não perder esta tradição. “Houve época em que dava-se muito sabonete de presente e ele era considerado um perfume”, reviveu. Ela também relatou dificuldades quando o tema é embalagem, mas contou como entrar saídas. “Muitas vezes temos de nos virar nos ‘30’. Então, tentamos encontrar saídas. O diferencial do brasileiro é criatividade e encontrar meios para trazer um diferencial. E quando se trabalha com criatividade e amor, acaba saindo”, contornou.
Realidade do consumo Gabriela Fujita, gerente da Kantar Wordpanel, falou sobre “Hábitos de consumo da Marselha Tinelli Adriane Morgenstern (O Boticário) (The Beauty Box) categoria perfume no Brasil”. Ela aproveitou para trazer um panorama do cenário mas que agora estão. “Para se econômico brasileiro e do diferenciar, temos a preocupação consumo nos últimos dois anos, de trazer marcas que tragam um indicando insights voltados para a 45
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perfumaria. Primeiro, ela situou a situação do País em 2013, ano em que ouve uma grande movimentação em termos de consumo, o que impulsionou o mercado. Naquele ano, os consumidores estavam abertos à experimentação, com um bom acesso a novos produtos, podendo assim premiunizar e diversificar suas escolhas. Entretanto, no ano passado, houve uma grande mudança, esta euforia caiu e a palavra de ordem passou a ser “racionalização”. Esta nova realidade começou a ser exercida por meio da redução na frequência de compras e algumas atitudes passaram a ser vistas, como a redução do consumo, a realização do trade off e o abandono em algumas categorias. De acordo com medição realizada pela Kantar, os CFTs (Cosmetics, Fragrances and Toiletries) cresceram abaixo do mercado em valor (7,5%) e em unidades (2,8%). Sobre esta nova realidade de racionalização de compras, Gabriela afirmou que o consumidor não quer abrir mão das conquistas que tem, porém, ele quer ter acesso. “É importante ter portfólio para o consumidor transitar. E algumas maneiras imediatas de se fazer isso é por meio de formas de pagamentos viáveis e promoções”, disse ela. “Nos anos de 2010 e 2011, tivemos um boom no consumo. Foi uma época em que todos falavam de acesso e várias categorias foram impactadas. Algumas continuaram nesta movimentação, porém outras foram caindo. Ou seja, tiveram muitas 46
conquistas, mas a manutenção delas não aconteceu de maneira geral”, emendou. Depois da apresentação feita por Gabriela, foi a vez de Marselha Tinelli, gerente de perfumaria de O Boticário, apresentar o case: “Grupo Boticário – Entre a criatividade e a assertividade. O modelo de sucesso da perfumaria de O Boticário”. Ela falou sobre os planos futuros da companhia nesta categoria e apresentou detalhes sobre a história de criação das fragrâncias que compõem as linhas da marca Make B. “Temos planejamento até 2017 de como crescer no mercado”, assegurou ela, destacando que O Boticário conta com 26 marcas diferentes dentro de Perfumaria e relembrou um trabalho realizado em 2011, de personificação do portfólio. “Isso nos ajuda a fazer as criações olfativas e como as marcas serão focos de investimento no ano”, completou. Papo olfativo Antes do último painel, que encerrou
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este workshop, José Luiz de Paula Jr, designer e presidente da Cusman Editora, fez uma apresentação sobre “O perfume e a ruptura”, trazendo diversos fatos históricos que tiveram relação na criação de diversas fragrâncias desde a década de 1940. Depois, ele participou juntamente com Silvana Cassol, Business and Marketing Consultant at Maba – Assessoria de Negócios, do painel “Oportunidades abertas por novos caminhos olfativos no Brasil”. Ambos discorreram sobre as famílias olfativas que vem sendo utilizadas atualmente, erros e acertos existentes no mercado, entre outros pontos. De acordo com Silvana, atualmente há alguns caminhos olfativos novos que precisam de um pouco de ousadia. “Vejo algumas frutas exóticas como oportunidades, embora as pessoas tenham um pouco de medo delas. Bem trabalhado, acho que há espaço para todas as famílias olfativas, chipre, gourmand e frutados”, observou. MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
negócios
inovação
Passo reciclado Em mais uma ação sustentável e racional, Natura incorpora vidro reciclado pósconsumo à sua linha de perfumaria. E, logo de início, escolhe os perfumes mais vendidos de seu portfólio para os primeiros usos com o Da Redação material
O
uso de material reciclado pós-consumo nas embalagens é uma das metas da nova Visão de Sustentabilidade da Natura. Até 2020, um dos desafios é utilizar, no mínimo, 10% de material dessa origem na massa total das embalagens Natura no Brasil. Em um passo importantíssimo para atingir esse objetivo, a Natura acaba de lançar as primeiras embalagens para a perfumaria feitas com vidro reciclado pós-consumo. A linha Natura Humor, Kaiak clássico, Essencial masculino clássico e Natura Ekos Frescor foram as primeiras marcas escolhidas para serem comercializados com as embalagens mais sustentáveis. Com a introdução do vidro reciclado pós-consumo nos frascos desses 48
março/abril 2015 • Packing Cosmética
perfumes, imediatamente o número atingido pela empresa mais do que dobra passando de 1,2% para 2,6%. Na primeira etapa desta iniciativa foram utilizados aproximadamente 472 toneladas de vidro reciclado, o que evitaria o descarte de material equivalente a 1,365 milhão de garrafas (com peso de 0,345 kg cada). Os novos frascos entram em linha gradativamente até o final de março. O movimento é ousado e emblemático, primeiro pelos próprios códigos de sofisticação da categoria, cuja qualidade do frasco de vidro é uma das melhores expressões. A companhia deu início às pesquisas para o uso de vidro reciclado nos
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frascos da perfumaria em 2006. Após diversos estudos e análises, conseguiu chegar a uma solução que fosse efetiva e preservasse o acabamento final de alta qualidade das embalagens, item de relevada importância para a categoria uma vez que interfere diretamente na decisão de compra. Por uma questão de qualidade, a Natura só vai usar o vidro reciclado a partir de frascos de vidro branco, como são chamados os vidros transparentes. Ou seja, garrafas de vinho ou cerveja, parte substancial do volume de frascos de vidros descartados, não podem ser utilizadas. Os frascos de perfumes, inclusive os da própria Natura, que sejam pintados, como os da linha Humor, também não podem ser utilizados no processo,
por conta do risco de contaminação existente no processo. Escolha valiosa O segundo aspecto que revela a importância dessa mudança é o peso que a categoria de perfumaria tem para a Natura. Os perfumes escolhidos então entre alguns dos mais vendidos pela empresa e somam milhões e milhões de frascos vendidos por ano. Por isso, para garantir a segurança no abastecimento, a Natura optou por iniciar com um percentual de 20% de vidro reciclado pós-consumo e em apenas alguns produtos do portfólio. “Isso representa uma mudança no jeito da Natura de trabalhar. Não vamos mais esperar ter a solução perfeita, 100% para lançar
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negócios
inovação
inovações como essa, como acontecia até pouco tempo. Isso, de certa forma, é uma mudança de realidade para nós”, acredita o diretor de Desenvolvimento de Produtos da Natura, Alessandro Mendes. Na medida em que a Natura for desenvolvendo a cadeia de abastecimento e tiver algum nível de segurança, ao longo dos próximos anos o material deverá ir sendo introduzido em outras marcas da empresa. Como a cadeia de reciclagem de vidro pós-consumo (assim como a de quase todos os outros materiais) ainda não é bem estruturada, a Natura optou por trabalhar com uma única cooperativa, que irá centralizar os frascos. A vidraria SGD será a parceira da Natura nesse projeto. Ela que irá receber o material para reciclagem e depois mantê-lo em um ambiente isolado dentro da fábrica da vidraria, em São Paulo. A Natura diz que com isso terá, além do controle, a rastreabilidade do material reciclado e incorporado na massa dos novos frascos. Mudanças no planejamento Com a introdução do novo processo, a Natura deixa de comprar os frascos dessas fragrâncias pelo modelo tradicional, de pedidos regulares ao longo do ano que vão se ajustando à demanda para adotar o modelo de campanha. Neste sistema, a produção para o abastecimento anual dos frascos é realizada em apenas um ou dois momentos do ano. Apesar de ainda não usual no mercado brasileiro, esse sistema é bastante utilizado pelas vidrarias europeias, especialmente as que trabalham com frascos para as marcas de perfumaria seletiva. A própria Natura já opera nesse modelo com a vidraria francesa Pochet, para a produção do frasco do perfume Una. Como 50
não permite respostas rápidas, o trabalho demanda antes de tudo, muito planejamento e acuracidade na previsão de demanda desses produtos, algo que segundo o diretor de Desenvolvimento, vem sendo feito de maneira exemplar pelo time de Marketing da categoria de perfumaria da empresa. O planejamento prevê inclusive as promoções e ações especiais que envolvem cada um desses produtos ao longo do ano além de um inflator, que funciona como margem de segurança para eventuais estouros de venda. “Como o frasco de vidro não é perecível, preferimos ter uma margem de segurança maior e o que eventualmente sobra pode ser usado no próximo ano”, complementa Alessandro.
tempo, a companhia avançou com uma mudança estrutural importante nas embalagens de boa parte dos seus perfumes ao substituir as tradicionais válvulas de recrave pelas de rosquear. Além de facilitar o trabalho de reciclagem, permitindo a separação do frasco da válvula, isso deixa os frascos prontos para receberem os refis de perfumes, tão logo eles estejam disponíveis. Outra contribuição sustentável da Natura para a perfumaria nacional é a utilização óleos da biodiversidade brasileira na composição de suas fragrâncias. “Hoje, temos 18 óleos essenciais da biodiversidade brasileira, como Priprioca e Breu Branco, o que garante um coração
Como a cadeia de reciclagem de vidro pósconsumo (assim como a de quase todos os outros materiais) ainda não é bem estruturada, a Natura optou por trabalhar com uma única cooperativa, que irá centralizar os frascos. Esforço contínuo Essa não é a primeira iniciativa de tornar a perfumaria da Natura mais sustentável. Em 2007, a empresa iniciou a substituição do álcool usado na fabricação das fragrâncias pelo álcool orgânico, hoje presente em 100% das fragrâncias da companhia. Mais recentemente no final de 2014, a empresa lançou o primeiro refil de perfumaria do mercado com embalagem PET 100% reciclado pós-consumo. A novidade, por enquanto, restrita aos perfumes de Ekos, deve avançar para as outras marcas da empresa na medida em que a Natura se sinta segura com a cadeia de abastecimento do PET reciclado pós-consumo. Ao mesmo
olfativo que assina todas as nossas fragrâncias e as tornam únicas no mercado”, destaca Verônica Kato, perfumista da Natura. Para Denise Coutinho, diretora de Perfumaria da Natura, além de garantir características próprias à perfumaria Natura, o uso dos óleos essenciais garantem a sustentabilidade para muitas comunidades, responsáveis por colher as matérias-primas. “Colocamos em prática pensamentos sustentáveis que buscam gerar impactos sociais, ambientais e econômicos positivos, entregando valor para toda a nossa rede de relações. Aliar de forma prática nossa visão de sustentabilidade ao negócio é um desafio que nos motiva diariamente”, finaliza. março/abril 2015 • Packing Cosmética
NEGÓCIOS
LANÇAMENTOS
JARDEL J. SARAIVA: dirigente está otimista com o mercado cosmético, após um bom 1º trimestre.
Aplicação certeira Globoplast apresenta novas bisnagas e tampas plásticas no diâmetro de 45mm, visando acompanhar as tendências do mercado mundial de embalagens; mesmo em um cenário conturbado, expectativas para o ano são as melhores possíveis quanto aos Rafael Mendonça cosméticos 52
A
busca por diferenciação se faz presente em praticamente todos os mercados em que há saturação de produtos. Entretanto, há determinados momentos em que encontrar meios de se mostrar diferente é missão praticamente impossível. Em certas ocasiões, parece não existir mais caminhos para se diferenciar. Todavia, há momentos em que não é de produtos diferenciados que o mercado está precisando, e sim de opções. Se for este caso, é aquela história, quanto mais melhor. Mas mais do que isso, uma maior quantidade de variantes deve vir junto com aquilo que o mercado demanda. Foi de olho exatamente nisso que a Globoplast ampliou seu portfólio com o lançamento de bisnagas e tampas plásticas no diâmetro 45mm, procurando acompanhar as tendências do mercado mundial de embalagens. O investimento em um novo ferramental feito pela companhia, que está há dez anos no mercado, permitiu o aperfeiçoamento tecnológico que foi utilizado nesse lançamento. De acordo com a empresa, o objetivo foi março/abril 2015 • Packing Cosmética
atender às mesmas necessidades que os continentes da Europa e Ásia têm em comum com o mercado brasileiro: soluções inovadoras para ampliar a visibilidade e melhor apresentação de produto no PDV. Na visão de Jardel J. Saraiva, diretor Comercial da Globoplast, o diâmetro 45mm agrega versatilidade de apresentação aos produtos com volumetrias entre 90 e 140g/ml. Na comparação com o diâmetro 40mm, por exemplo, a bisnaga de 45mm é mais encorpada e ganha maior destaque no PDV. Já na comparação com o diâmetro 50mm, torna-se mais ergonômica, facilitando a máxima utilização do produto e mantendo a boa apresentação. “Em termos de ergonomia, esta nova embalagem possui uma melhor relação de ‘uso’ para o consumidor final que se depara com uma bisnaga visualmente mais agradável e de ‘pega’ mais fácil”, garante o dirigente. Possibilidades abertas As bisnagas plásticas Globoplast com o novo diâmetro 45mm podem ser produzidas com todos os tipos de impressão e acabamentos que os demais diâmetros possuem, como as estruturas mono e multicamadas (COEX), impressão convencional em até seis cores, impressão overshoulder (até o ombro), impressão serigráfica, hot stamping e fechamentos especiais. Dentro do mercado cosmético, esta nova bisnaga é mais indicada para categorias como a de géis capilares, protetor solar, hidratante corporal e dermocosméticos. Este produto, bem como todo o portfólio da companhia, estará exposto ao mercado durante a edição da FCE Cosmetique deste ano. Em relação à diferenciação neste segmento de bisnagas, Jardel pontua alguns atributos para se conseguir isso em um mercado considerado mais www.cosmeticanews.com.br
aplicações com bisnagas de 19mm a 50mm, aplicadas em categorias como: Hidratantes, Óleos Corporais, Tônicos Capilares, Maquiagem, Shampoos e Condicionadores, Géis; entre outros.
bisnagas e tampas de 45mm: opção de tamanho favorece a exposição no PDV e garante uma ‘pega’ mais fácil.
restrito como este. “Para o produtor, uma embalagem esteticamente mais adequada para o ‘intervalo de volumes’ mais demandado, proporciona melhor apresentação e consequentemente mais destaque no pdv”, considera. Inicialmente, a atual capacidade da Globoplast para produção desta nova bisnaga de 45mm é de 1.000.000 unidades/mês. A estrutura da empresa é enxuta e dinâmica, para se obter um total monitoramento dos processos. Produz bisnagas plásticas extrudadas e tampas injetadas para os segmentos, Cosmético, Químico, Farmacêutico, Veterinário e Alimentício. “O Cosmético é o segmento com a maior presença de bisnagas plásticas como a solução de embalagem mais adequada. Nossa bisnaga se destaca no segmento por oferecer mais do que máxima qualidade, mas também por nosso potencial decorativo e agilidade no desenvolvimento, garantindo aos nossos clientes grande apelo de Marketing em seus produtos e apresentação diferenciada”, afirma Jardel. Além disso, a Globoplast oferece soluções adequadas a diferentes
De olho no mercado cosmético Além de animado com o lançamento das bisnagas e tampas plásticas de 45mm, o diretor Comercial da Globoplast também se diz, de certa forma, surpreendido com o atual momento vivido pelo mercado nacional de cosméticos. Ele se refere especificamente às medidas anunciadas pelo governo no início do ano que, entre outras coisas, alterou algumas questões tributárias do setor. Estas mudanças – que devem entrar em vigor em maio – tinham tudo para atingir todos os elos envolvidos neste mercado, como muitos empresários relataram. Mas, para Jardel, este cenário tem sido um pouco diferente, pelo menos até então. “Diferentemente do que pensávamos, a nova tributação não impactou nas nossas vendas. Acreditamos que as empresas se adequaram rapidamente, encontrando novas estratégias de vendas. Nunca vendemos tanto para o mercado de cosmético como neste primeiro trimestre”, comemora. Diante desta realidade por enquanto positiva, as perspectivas para o restante do ano seguem a mesma linha. “Não há melhor momento para se destacar no mercado como em tempos de crise, haja vista o que está acontecendo com as vendas da Globoplast nesse primeiro trimestre. Acreditamos que a diminuição de compras de bens duráveis faz com que o orçamento das famílias fique mais ‘folgado’ e sobra dinheiro para comprar mais itens de beleza. Estamos vendo na prática que o ano de 2015 será de muita ascensão no mercado de cosméticos e toda sua cadeia e, neste cenário, só os melhores seguirão firmes e fortes”, conclui confiante. 53
negócios FUSÕES E AQUISIÇÕES
Impulso bem-vindo A fabricante de papelcartão Ibema aumenta em 50% sua capacidade de produção com uma operação que torna a Suzano acionista da companhia Aûani Cusma de Paula
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m um mercado no qual a relação entre oferta e demanda é estável, ganhar mercado é uma tarefa bastante complicada. E é nessa situação que se encontra o mercado de papelcartão no Brasil, em que, ao longo dos últimos anos, a curva tem se mantido estável com pouco crescimento do consumo. Num cenário como esse, ampliar a capacidade de produção com a instalação de novos equipamentos, além de ser um processo longo e que exige investimentos pesados, acaba por pressionar demais um mercado que não tem força para absorver mais produto. Por isso uma das poucas, senão a única, possibilidade para crescer no País em ritmo mais acelerado e, ao mesmo tempo, de forma ordenada neste segmento é por meio de operações de fusão ou
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aquisição. E foi para isso que a fabricante de papelcartão Ibema se preparou ao longo dos últimos anos. A companhia paranaense passou por um longo período de reformulação a partir do qual introduziu uma estrutura de governança corporativa, um sistema de gestão que trouxe mais transparência e confiabilidade para que a empresa pudesse caminhar de maneira segura para uma parceria com outras empresas do setor que tivessem a mesma vocação e disposição para crescer. “Estamos entre as três maiores, mas há uma distância grande em relação às duas maiores. Hoje temos 13% do mercado, o ideal seria que tivéssemos pelo menos 25% de participação”, disse o presidente da empresa, Nei Senter Martins, em uma entrevista em agosto do ano passado ao jornal Gazeta do Povo, do Paraná.
Em 2011, uma tentativa de união com a rival Papirus, com quem a Ibema disputava o terceiro lugar no ranking nacional, acabou frustrada por questões de ordem fiscal e pela conjuntura do mercado de capitais da época que inviabilizou a entrada de um acionista investidor, comprometendo o contexto econômico e financeiro do projeto. Agora, em março deste ano, a Ibema anunciou uma operação que a permitirá agregar market share por meio da incorporação da unidade de produção da concorrente Suzano, localizada na cidade de Embu, em São Paulo. A fábrica foi adquirida pela Suzano no processo de compra da Ripasa, operação realizada em conjunto com a Votorantim na década passada. A nova planta produz e comercializa atualmente cerca de 50 mil toneladas de papelcartão, quantidade que irá se somar as 90 MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
30/04/2015 19:58:39
negócios FUSÕES E AQUISIÇÕES
NEI, DA IBEMA E UNIDADE DA SUZANO: a empresa paranaense continuará operando de maneira independente e concorrendo normalmente no mercado com a sua nova acionista.
mil toneladas de capacidade da atual planta da empresa, na cidade de Turvo, no Paraná. Mas a operação vai além da simples compra do ativo. Para viabilizar a compra da unidade, a Ibema está assumindo R$ 50 milhões em dívidas da Suzano, que também vai ficar com uma participação de 49,9% do capital da Ibema. Em contrapartida, a Suzano fará um pagamento em dinheiro de R$ 8 milhões aos atuais acionistas da empresa paranaense. Segundo o presidente da Ibema, a operação foi muito bem estudada e a empresa está preparada para absorver o impacto que a dívida terá sobre o caixa. Sócios, mas concorrentes Com a nova estrutura acionária, a Suzano passa a ter dois assentos 56
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no Conselho de Administração da Ibema, mesmo número de cadeiras da Ibemapar, a holding que controla a empresa. Segundo o diretor Financeiro da Suzano, Marcelo Bacci, dentre os players de médio porte existentes, a Ibema foi a que ofereceu maiores sinergias neste momento. Apesar disso, a gestão da empresa seguirá de maneira independente. “Nós não deixamos de ser concorrentes da Suzano, que é a segunda maior fabricante de papelcartão do País. E apesar deles terem duas cadeiras no conselho, as decisões e estratégias serão definidas com autonomia pela equipe da Ibema”, pontua Nei. Além da unidade de produção, a empresa do Paraná também vai assumir as marcas de papelcartão produzidas em Embu. O negócio ainda está sujeito à aprovação do CADE – o órgão que regula a
concorrência de mercado no Brasil – e, por isso, nenhuma ação está sendo tomada pelas empresas. Do ponto de vista comercial, num primeiro momento, a Ibema pretende analisar os contratos e compromissos já existentes, mantendo a mesma linha de produtos que já está sendo entregue. O mesmo vale para a linha de produtos fabricados no Paraná. “Na medida em que fomos vendo ganhos de sinergia, poderemos fazer adaptações intercambiando os produtos das duas unidades”, explica o dirigente da Ibema, que acredita que os principais virão com a sinergia logística, além dos gastos de administração de vendas. “Temos uma equipe já preparada para assimilar uma planta nova. Vamos manter a equipe, mas ampliar a linha de produtos e o volume de vendas.” MARÇO/ABRIL 2015 • Packing Cosmética
30/04/2015 19:58:40
evento
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Mais do que exposição O que há de novo em termos de tendências, serviços e lançamentos de matérias-prima e embalagem poderá ser visto ao longo de três dias, durante a 20ª edição da FCE Cosmetique Da Redação
A
FCE Cosmetique, principal e mais completa feira para toda cadeia produtiva da indústria cosmética, será realizada de 12 a 14 de maio, na Expo Center Norte, em São Paulo. Em sua 20ª edição, o evento pretende trazer a seus visitantes novas tendências, serviços e produtos, em termos de matériasprima e embalagens. A feira deverá reunir mais de 500 marcas nacionais e internacionais e pretende atrair mais de 17 mil profissionais da área. A grande novidade para este ano é o Circuito de Conhecimento e Inovação. Uma plataforma – baseada em cinco etapas – de comunicação e relacionamento voltada à valorização do conteúdo, conhecimento, e da experiência por meio de projetos que se integram e se transformam em um ambiente único de interação, negócios e troca de informações. Atualmente, a indústria brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) corresponde a 11% do faturamento global desse mercado. De acordo com a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o setor deve movimentar R$ 50 bilhões em 2015. Com um cenário econômico desafiador, a perspectiva é otimista, já que os brasileiros continuam consumindo
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diversos produtos para beleza e bemestar. Isso é resultado da contínua participação da mulher no mercado de trabalho, o crescente consumo pelo público masculino e a utilização de tecnologia de ponta. Uma das evidências é que o País é considerado o terceiro mercado mundial de HPPC, atrás apenas dos Estados Unidos e China. Além disso, o Brasil exporta para cerca de 140 países, entre eles, Argentina, Chile, México e Colômbia. Público e anfitriões Os expositores da feira são fornecedores de matéria-prima, embalagens, química fina, serviços gráficos, máquinas, equipamentos, controle de qualidade, terceirização de serviços, fragrâncias, válvulas e sprays e tecnologia para a indústria cosmética. Já os visitantes são profissionais ligados às indústrias cosméticas, fornecedores, distribuidores e revendas do país nos ramos de cosmético, perfumaria e higiene pessoal – emtre as principais posições: presidentes, diretores, gerentes, engenheiros químicos, perfumistas, compradores e outros técnicos, que sejam influenciadores. Todos se reunirão durante três dias com o propósito de apresentar, conhecer e entender sobre tudo o que dá de mais moderno e tecnológico dentro da
indústria da beleza. “Ao completar 20 anos de evento, a FCE Cosmetique é reconhecida como referência em um setor que responde por 1,8% do PIB brasileiro. Além de proporcionar um ambiente favorável para geração de negócios, sempre buscamos parcerias com entidades representativas para desenvolver novos conceitos dentro da feira, promover o congresso e criar oportunidades de atualização aos profissionais”, observa Ligia Amorim, diretora-geral da NürnbergMesse Brasil Além da Arena do Conhecimento, durante o evento acontecerá o 28º Congresso Brasileiro de Cosmetologia, com o tema: “Tecnologia, Arte e Magia: Conectando a Ciência ao Mercado Cosmético”. Serão apresentadas temáticas inovadoras que proporcionam a atualização e difusão das tendências da área. Além de acontecer o debate de ideias, construção de redes de relacionamento e intercâmbio acadêmicocientífico, profissional, entre fornecedores e empresas. É esperada a participação de pesquisadores internacionais renomados, e de diversos palestrantes nacionais, o que contribuirá para o enriquecimento do evento. Há, também, a apresentação de pôsteres, o que incentiva a investigação, divulgação e aceitação dos resultados científicos a seus pares acadêmicos. março/abril 2015 • Packing Cosmética
Somos a Papirus. Embalamos sonhos.
Nosso papelcartão tem mais vida. Daí o nome Vita da nossa linha de produtos. Temos um selo verde que atesta tudo isto. Ele conta quanto de aparas usamos ou certifica as fibras virgens que vão nos nossos cartões brancos.
Quer saber mais da gente? Assista o nosso vídeo.
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