Revista Budô Nº 18

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Revista BudĂ´ nĂşmero 18 / 2016

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PK 2016

Dojô Wado Kai Jau

Clube Intern. de Regatas

Okinawa Shorin-Ryu

Ass. Maximus K. Shotokan

Assoc. Mizu Do Karatê

Karatê-Dô Wado Kai Brasil

Projeto Atleta Cidadão

Ass. Santamarense Karatê

Secretaria Esportes Itapira

Okinawa Shorin Ryu Jyureikan do Brasil

Ornaghi Shito-Ryu Karatê

Ass. Primavera Esportes

Prof. Ernesto Taro Nisibara

Prof. Mário Panucci

Prof. Osmar Teixeira Vieira

Prof. Jorge Santos de Jesus Prof. Michizo Buyo

Prof. José Cesário Prado Prof. Flávio V. de Souza Prof. Alessandro Tosim

Koobashi Academia GN Prof. José Messias Alves

Clube MESC

Prof. Paulo Roberto Rocco

Assoc. Higa Dojô

Prof. Nelson Mitsuo Higa

Assoc. Yamato Dojô Prof. Gledson de Paiva

Assoc. Nunes de Karatê Prof. Antenor Nunes

Associação Aranha

Prof. Fábio Porto Aranha

Assoc. Ishii de Karatê Prof. Oscar Kazuo Higashi

Pref. Estância Hidr. Poá Prof. Douglas N. R. Santos

Gladiators Fighter Fitness Prof. Rodrigo Inácio C. Mota

CELT Catanduva

Prof. Alain Patrick Paula

Instit. Ken Yu Karatê-Dô Prof. Sergio R Longo

Assoc. Karatê de Maracaí Prof. Ebiton Oliveira Rocha

Assoc. Tomodachi de Karatê Prof. Roberto Santos Alves

Associação de Karatê Prof. Fabiano F. Ivo

Assoc. Shinshukan Karatê Prof. Carlos Anunciação Jesus

Campos Dojô – Ass. Karatê Prof. Celso Santos Campos

Academia Gaviões Prof. Leonildo Aguiar

Ass. Ken Zen Kan Karatê Davison José Tosadoni

Ass. Portuguesa Desportos Prof. João Paulo Ornelas

Associação Heian de Karatê Prof. Carlos Magno Duarte

Assoc. Olímpia de Karatê Prof. José Roberto Pereira

Ass. Divino Grioles Karatê Prof. Evandro Segura y Grioles

Praia Grande – Depto. Karatê Prof. Denise L. S. Santos

CGE Ken In Kan

Prof. José Antônio Silva

Ass. Karatê Tenryu-kan Prof. Sergio A. Nascimento

A. A. Banco do Brasil Prof. Edcarlos Rodrigues

Clube Cultura Artística Prof. Fernando L. Vicenzi

Assoc. Daitan de Karatê Prof. Fábio Capusso Prado

Living Academia Prof. Dhaniel Natumi

Assoc. Dinâmica Karatê Prof. Augusto José Andrade

Clube Atlético Santa Cecília

Prof. Massahiro Shinzato Prof. José Vieira Santos Prof. Christian Cruyff

Prof. Antônio G. da Silva Prof. Alexandre Ornaghi

Assoc. Kyodo-kai Karatê Ouro Verde CME

Prof. Clodoardo Zanon

Assoc. Karatê Samuray Prof. Edílson Aroca

Assoc. Meikyo de Karatê Prof. Aparecido Rubens

Ass. Washi Kan de Karatê Prof. Antônio Carlos Schiavon

Sec. Esp. Taboão da Serra Prof. Manoel Lopes

A. Shu-Bu-Kai de Karatê Prof. Roberto Yokomizo

SEJEL Karatê Shorin Ryu Prof. Ademir de Jesus Lima

Karatê Guarujaense

Prof. Adalberto Pires Affonso

Spacefit Academia Karatê Prof. Rogério Passos Silva

A. A. Oswaldo Cruz USP Prof. Jurandir Ferreira

Assoc. Nindo Kan Karatê Prof. Ivaldo José Silva

Cl Literário R. Sertanezino Prof. Firmo Leão Ulian

Colégio Bandeirantes Prof. Odair B. Silveira

Kuroshio/SECEL Sumaré Prof. Thiago Bernardino

Associação MC Kan

Prof. Manoel Carlos Silva

Ass. II de Junho Karatê Prof. Luiz Artur do Amaral

Clube Fonte São Paulo Prof. Francisco Basseto

Ass. Artes M. Otokojuku Prof. Takeo Kikutake

Assoc. Shitsuke Karatê Prof. Alcimar Rodrigues

Assoc. Ramos Karatê Prof. Jorgenilto Ramos

Ass. Kombate Itapira Prof. Geraldo Carvalho

Pref. Mun. de Hortolândia Prof. Iranildo Cavalcanti

Butoku-Kai Motorama Prof. Isaias Barbosa

Washi Ki O de Karatê Prof. Edison Zuin

Ass. Tatsujin de Karatê Prof. Hernani Flor Rocha

Associação. Seikan Prof. Marcio Papi

A. Itapetininga Karatê Prof. José Carlos Floriano

A. D. Classista Rigesa Prof. Edson J. Cremasco

A. Desportiva Corpore Prof. Durval Dornellas

Academia Falcão Azul Prof. Rogério Gonçales

Pref. Mun. Saltinho

Prof. Ramon de Oliveira

Assoc. Jauense de Karatê

Pref. Municipal de Jahu CPP- Centro P. Paulista

Assoc. Karatê Eiko-kan

Assoc. Kami Karatê-Dô

Prof. Melquises Lopes Prof. Tito Colo Neto

Prof. André Luiz Abreu Dias

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Prof. Adriano Wada

Prof. Ronaldo Rodrigues

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Karatê SEL Marília

Natação Acqua Center

Assoc. Karatê Higashi

Nipo Brasil. Jabaquara

Assoc. Arte e Vida

Ricardo Oliveira Karatê

Prof. Gerson A. Pereira

Prof. Nelson Koodi Abe

Ass. Karatê Superação Prof. Miguel A. de Melo

União Karatê Esportivo Prof. Ricardo M Marchi

C. Recanto Educacional Profa. Simone Cirillo

Guarukai K. Shotokan Prof. David Querino

Instituto Hitsuji

Prof. José A. Carneiro

Meninos Futeb. Clube Prof. Márcio Sbrana

Epiphany VGS Karatê Prof. Jorge H. Silva

Esp. Cult. Lazer Aguaí Prof. Marcos Ferreira

Acad. Vital Karatê-Dô Prof. Victor Silva Vital

Karatê Vinhedo

Prof. Jefferson Pereira

Assoc. Gaeta Karatê-Dô Prof. Orlando Domenico

DETLA - Brasiliense Prof. Dirceu Brás Pano

Garras Águia Karatê-Dô Prof. Antônio C. Andrade

Cl. Atlético Bioleve

Prof. João Carlos da Silva

Alves Dojô

Prof. Valdemar Vieira Alves

Praia Grande Karatê-dô Prof. Allan Jozala Souza

T.K. Karatê

Profa. Renata Trevisan

Zedo Do Kai Wado Ryu Prof. Marcio Félix

Aquático da Aclimação Prof. Oswaldo de Barros

A. Up Ito Céu Aberto Prof. José Oliveira

Shodo-Kan de Karatê Prof. Roque Bispo

Ass. FPM Piracicaba Prof. Gilson E. Felipe

Assoc. Cobras Akai Prof. Ivan da Silva

Prefeitura de Amparo Prof. Carlos Antonelli

Jomadan Artes Marciais Prof. Osvaldo Jeronimo

Assoc. Karatê Center Prof. Osvaldo França

AKASC – São Carlos Prof. Carlos R. de Mattos

Assoc. Karatêposse

Prof. Edson José Ferreira

Prefeitura de Conchas Prof. Mateus Melo Alves

Patrulheiro de Santos Prof. Melquises Lopes

Esporte C. Santa Cruz Prof. Danilo da Silva

Ennio Vezzuli

Instrutor Chefe da FPK

Assoc. Fartura de Karatê Prof. Paulo Tadeu Souza

Tenryu Kan A. Marciais

Prof. Anselmo R. do Carmo Prof. Flávio Antônio Leite

Prof. Ulysses Cameron

Prof. José H. Camilo

Prof. Ricardo Oliveira Ryubukai Santo André Profa. Cintia Yonamine

Prof. Ticiano Lacerda Lima

Prof. Sérgio A. Nascimento

Assoc. Camilo Karatê

Diretoria Presidente José Carlos Gomes de Oliveira 1º Vice-Presidente Pedro Hidekasu Oshiro

Dojô Bertioga de Karatê

União Ryuzo Watanabe

Ken in Kan Cubatão

Dojô Pinheiro Karatê

Mizukan Karatê

Dojô Ronin de Karatê

O. Shorin Ryu Shobu Kan

Duarte Karatê-Dô

A. Promessas FEC Lazer

Associação Nogueira

Okinawa Kenjin do Brasil

E.E. Prof. Simão Mathias

Clã de Artes Marciais

Cage Fight Team

Academ. Karatê Brandão

Yokoyama Dojô Karatê

Ass. Okinawa Patriarca

Dojô Marçal K. Shotokan

Diretor Administrativo Oscar Kazuo Higashi

Makoto Dojô

Team Nogueira Guarulhos

Diretor de Graduação Sergio Toshioki Hisaoka

AKAJI Jovens Amanhã

Sport Vencer Bushidokan

Karatê-Dô Nintai Dojô

Ass. Yoshino Karatê-Dô

Calis Karatê

Okinawa Karatê Shotokan

Willians Quirino Karatê

Marques Dojô

Associação Alvorada

Nintai Karatê-Dô

Lions Clube de Cubatão

SSME Presidente Prudente

Ass. Ivad Artes Marciais

Thaiwalter Karatê Kobudo

Assoc. Aquino Karatê

Áureo Karatê Shotokan

Diretoria Médica Gabriel David Hushi

Kizami Dojô

Assoc. LW Cantareira

Diretor de Eventos Paulo Romeu da Silva

PEC – RDF São Caetano

Assoc. Motta de Karatê

Instituto André Zago

Liga de Karatê de Osasco

Dojô de Artes Marciais

Assoc. Fênix Karatê-Dô

Shitokai Acad. Usti Arone

Valdemir Silva Karatê-Dô

Club Athletico Paulistano

PM Ibaté/Des./Kii Kuu Kai

Roberto Pacheco Karatê

Shiratomi Karatê-Dô

Departamento de Projetos Sociais Sérgio Hiroshi Takamatsu

Inst. E. José Paiva Netto

Academia Nova Era Sports

Instituto Sonho Vivo

S. E. Lazer Praia Grande

Departamento Escolar Ernesto Taro Nishibara

Projeto Karatê Educando

Assoc. Zanshin Karatê-Dô

Nagata Dojô

Esporte Guarulhos

Inst. Koi Fitness Shitokai

Círculo Militar Campinas

Esporte Clube Vila Galvão

Projeto Genki Karatê S.

Prof. Allan Vicente

Prof. José R. Silva Prof. Mario Nakati

Prof. Rubens Góes Costa Prof. Mario Nakati

Profa. Beatriz Ferraz

Prof. José Soares Brandão Prof. Flávio Vicente Souza Prof. Edmilson Monteiro

Prof. Marco Gomes Silva Prof. Marcos Dedino Prof. Carlos J. Calis

Prof. Willians Quirino

Prof. Jesuíno R. Coutinho Prof. Douglas G. de Brito Prof. Marcelo de Sousa Prof. Ricardo Aquino

Prof. Paulo Renato Costa Prof. Renan Dias Forão

Prof. André Ricardo Zago

Prof. Cláudio Souza Santos Prof. Ricardo O. Gaspar Prof. Wladimir Romic

Prof. Roberto de Pacheco Prof. José Carlos Mattos

Prof. Valdeci R. de Castro Prof. José M. Brandão Prof. Ricardo Pincelli

Prof. Rogério Y. Saito

Prof. Edmilson J. da Silva

Prof. Claudinei Nascimento Prof. Gilson F. Gomes Prof. Tiago M. Barros

Prof. José Carlos Nogueira

Prof. Matheus Firmino Reis

Prof. Carlos Martins Pereira Prof. Cesar Cláudio Filippi

Profa. Sabrina M. de Sousa Prof. Christian H. Ferreira

Prof. João de Deus Santos Profa. Tania Yoshino

Prof. Clayton G. dos Santos

Prof. Ronaldo Marques Silva

2º Vice-Presidente José Ricardo Ortiz D’elia Presidente de Honra Mestre Juichi Sagara (In memoriam)

Kodansha -Kai Koji Takamatsu - Assessor: Sergio Takamats Michizo Buyo - Assessor: Oscar Higashi Tomeji Ito (in memoriam) Yoshihide Shinzato (in memoriam) Assessor Geral do Kodansha-kai Edson Nakama

Diretor Financeira Ivon da Rocha Dede Conselho Fiscal Emerson Ludovico - Antônio Mendes Carlos Eduardo Dauricio Diretor de Arbitragem Nelson Mitsuo Higa

Prof. Denis Cesar S. da Silva

Diretor Técnico Edson Fujinori Nakama

Prof. Alexandre V. A. Serra

Diretor Jurídico Thiago Pedrino Simão

Prof. Walter Jarbas Silva

Prof. Áureo da Silva Dutra Prof. Luiz Carlos Alves

Prof. Huelder Benedito Motta Prof. Gilberto de Schavareto Prof. Edinaldo Silva Souza

Prof. Antônio Valdemir Silva Prof. Élcio Manoel Ferreira Prof. Elton S. Shiratomi

Prof. João Leite Neto Araújo

Diretor de Comunicação, Planejamento e Marketing Alziro Cesarino Departamento de Gestão Estratégica e Relações Institucionais Odair Dias

Departamento de Instrução e Prática (DIP Responsável e instrutor-chefe Ennio Vezzu

Prof. Luiz Fernando Antunes

Departamento de Karatê Adaptado Sergio Reinaldo Longo

Prof. Raphael Carlos Blanco

Departamento de Informática Paulo Cesar Spigolon

Prof. José Marcones

Prof. Edvaldo Cavalcante Prof. Atila Ramos

Prof. Sérgio Nascimento

Bushidô Cândido Mota Prof. Marcos Kamaguso

Proj. Karatê Para Todos Prof. Luciano Moreira

Suzanense Falcões Karatê Profa. Ana Lúcia Silveira

Dojô Júnior de Karatê Jose Orlando Oliveira

ASKAN – Alonso Neto Prof. Alonso José Neto

SESI-SP

Prof. Ivan F. Marques

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Federação Paulista de Karatê Fundada em 13 de setembro de 1974 Rua dos Estudantes, 74 - 4º andar - Sala 45 Liberdade – São Paulo-SP Fones: 11 3887-6493 e 3887-9880 www.fpk.org.br – karatefpk@uol.com.br Revista Budô número 18 / 2016

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EDITORIAL

C

hegamos ao fim de mais um ciclo olímpico vitorioso e com a certeza de que mais uma vez os esportes de combate fizeram a sua parte, projetando o Brasil no quadro geral de medalhas dos Jogos Rio 2016. Juntos, judô, boxe e taekwondo obtiveram cinco medalhas: duas de ouro e três de bronze. As três modalidades representaram 9,3% dos esportes inscritos no Rio 2016, mas produziram 26,4% das medalhas conquistadas pelo Brasil na competição. Como sempre, o judô fez a sua parte somando três medalhas, uma de ouro e duas de bronze. O boxe surpreendeu conquistando um ouro. O taekwondo se superou conseguindo uma medalha de bronze. Estranhamente, alguns jornalistas afirmaram que o judô brasileiro decepcionou, dando a nítida impressão de que a seleção brasileira da modalidade tem a obrigação de garantir as medalhas que outros esportes não conseguem. Além de confessar que não entendem absolutamente nada deste segmento esportivo e que ignoram o poderio de outros países, como leigos fundamentados em achismos, estes profetas da imprensa desrespeitam atletas do Brasil e do exterior. Estas três modalidades levaram aos jogos do Rio apenas 27 atletas e conseguiram cinco medalhas, mas curiosamente não ouvimos críticas ao investimento feito na natação, que inscreveu 33 e obteve apenas um bronze. O atletismo levou um batalhão de 67 atletas e conseguiu apenas uma medalha. Já o basquete inscreveu 24 e não alcançou nenhuma. É uma história que começou em 1972 com Chiaki Ishii, portanto há 44 anos. Desde os jogos de Los Angeles em 1984, ou seja, há 36 anos, o judô brasileiro marca presença no pódio olímpico de for-

ma ininterrupta. No Rio de Janeiro foram três, e algumas pessoas ainda reclamam. Se o Brasil finalizou os jogos do Rio na 13ª colocação, o judô brasileiro despediu-se da competição em quinto lugar no ranking da Federação Internacional de Judô (FIJ), tendo à frente potências como Japão, Rússia e França. O ouro inédito de Robson Conceição, no boxe; o bronze surpreendente de Maicon Andrade, no taekwondo; o ouro conquistado com raça, força e determinação por Rafaela Silva, mais os bronzes obtidos por Mayra Aguiar e Rafael Silva, comprovam que o Brasil é bom de briga e que lutamos com muita qualidade. Neste contexto, a grande notícia dos Jogos Rio 2016 foi a inclusão do karatê nas Olimpíadas de Tóquio 2020, anunciada pelo comitê executivo do Comitê Olímpico Internacional, em sua 129ª sessão, realizada em 3 de agosto no Rio de Janeiro. Sendo a maior força no continente americano e ostentando atletas de renome – como Douglas Brose, atual bicampeão mundial de kumitê 60kg –, o karatê verde e amarelo vai a Tóquio com grande possibilidade de obter medalhas, pois o Brasil é referência neste esporte de combate por sua reputação vitoriosa. Encerro lembrando que as medalhas do judô não foram obtidas por acaso. Resultaram de amplo planejamento, do trabalho árduo de uma equipe multidisciplinar extremamente competente, que consumiu milhares de horas de dedicação e esforço, fazendo jus ao grande investimento. Se no próximo ciclo olímpico o Comitê Olímpico do Brasil investir tendo a “meritocracia” como critério, certamente nossas modalidades de luta chegarão ainda mais fortes aos tatamis e ringues do Japão. Mas até lá teremos de trabalhar duro para manter nossa tradição vitoriosa. tudo que aí está, e que espera sua contrapartida. O editor

EXPEDIENTE

Karatê fortalecerá modalidades olímpicas de combate

Esportes de Combate Editor e Diretor Paulo Roberto Pinto de Souza paulobudo@gmail.com Diretora Executiva Daniela Lemos daniela.lemos@terra.com.br Conselho Editorial Mauzler Paulinetti Ivon da Rocha Dedé Lucas Moraes Redator N. T. Mateus – Mtb 10.864 Direção de Arte André Siqueira Assistente de Produção Geisa Guedes Assistente de Redação Isabela Lemos Colunistas Fernando Malheiros Filho Anderson Dias de Lima Analistas Técnicos Marson Albani - Judô Walmir Zuza – Karatê Paulo Roberto Duarte – Judô Colaboradores Mário Manzatti – FPJ Walter França – CBJ Lara Monsores – CBJ Revisão Nilton Tuna Fotografia Marcelo Kura - Capa Paco Lozano – Europa Gabriela Sabau – IJF Media Marcelo Lopes – São Paulo Cris Ishizava – São Paulo Daniel Ferrentini – Rio de Janeiro Erik Teixeira – São Paulo Marcio Rodrigues/MPIX – CBJ Wilson Novaes – Minas Gerais Rafal Burza – CBJ Santo Negro - Argentina Valter França – CBJ Lara Monsores – CBJ Paulo Pinto – Departamento Comercial Daniela Mendes de Souza revistabudo@gmail.com Assinatura www.revistabudo.com.br/assine Impressão e Acabamento Gráfica Kaygangue – Palmas (PR) A REVISTA BUDÔ é uma publicação quadrimestral da Global Sports Editora Ltda. Rua Henrique Júlio Berger, 855 – Conj. 102. – Caçador (SC) 89500-000 – Fone (49) 3563-7333 Tiragem desta edição 10.800 exemplares Opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas não são de responsabilidade do editor. Direitos reservados © 2016 Global Sports Editora Ltda. Impressa no Brasil – Printed in Brazil www.revistabudo.com.br

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Informação a serviçowww.revistabudo.com.br do esporte


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NESTA EDIÇÃO 30

Brasil faz campanha impecável no pan-americano sênior de Judô

90

Brasil obtém 100% de aproveitamento do Pan-Americano Juvenil e Júnior

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Presidente da CBK avalia inclusão do karatê nos Jogos Olímpicos

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Kamikazes ou Budokas

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Editorial – Karatê fortalecerá modalidades olímpicas de combate Ouro no peito: a desforra da guerreira ferida Após décadas karatê comemora momento histórico Ouro de Robson reflete determinação e muita técnica Desafios do Karatê olímpico Com Sarah e Mayra, Brasil fecha World Masters Guadalajara com duas pratas Brasil recupera hegemonia e é campeão pan-americano sênior de karatê Atletas da seleção olímpica visitam Infraero, Mizuno e Cielo Paulista veteranos e de kata mostra ippons espetaculares Com Maicon Andrade taekwondo consegue a segunda medalha olímpica Judô bate recorde de audiência e supera a Copa de Mundo de 2014 Quando a razão fala mais que o coração CBJ e Ministério do Esporte reeditam curso de capacitação 10º Mundial de Jiu-jitsu Esportivo Judocas olímpicos participam de solenidades no Palácio do Planalto Aspectos pedagógicos do Judô – Judô, princípios, propósito e o cotidiano Conceito - A montanha Campeonato Paranaense veterano e por equipe Judocas invadem câmara municipal de São Paulo Cinco ouros garantem hegemonia do Pinheiros no paulista sub 21 Dia do Kung Fu Visita dos judocas olímpicos a Petrobras Brasil conquista 9 medalhas no Campeonato Pan-americano de Kata Clube Pinheiros confirma superioridade também no sênior Ministro do Esporte marca presença ao treino da seleção brasileira de judô Workshop de judô jornal ippon Treinamento de exaustão potencializa resultados Paulo Duarte utiliza física quântica em palestra no Minas Tênis Clube Morgenau e Juventus, os campeões da classe sênior Ginásio para esportes de combate em Pindamonhangaba Instituto Reação é bicampeão da Copa Minas de Judô Brasileiros usaram judogis exclusivos nos Jogos Rio 2016 Taça Brasil Juniores – Minas Tênis e Sogipa vencem torneio inédito Lançamento de livro encerra ciclo de Mateus Sugizaki Com quatro ouros Judô Tonietto fatura o Paranaense sub 15 Equipe Olímpica de judô é apresentada no Rio Seção solene homenageia Morganti Jiu-jitsu Com 9 ouros São Paulo passeia na primeira competição da temporada Com um ouro e dois bronzes judô não bate meta Experiência inédita aponta um novo momento na relação entre atletas e árbitros Mercadante e SESI faturam o Paulista sub 18 Ensaio - Redução a essência Paulo Wanderley prestigia Copa Palmas de Judô Mineiros e Gaúchos dominam o Brasileiro sub 21 São Bernardo sedia o Paulista sub 11, sub 13 e sub 15 Academia Resistência é campeã do paulista kids e sênior www.revistabudo.com.br www.revistabudo.com.br


O judogi mais vendido do Brasil

Kimono de judô mais vendido do Brasil, o judogi Grand Prix hoje é exportado para vários países

Produzidos dentro das medidas e normatizações que regem o judô internacional e obedecendo estritamente aos padrões estabelecidos pela Federação Internacional de Judô (FIJ), o judogi Grand Prix mescla conforto, segurança e durabilidade. Quando for adquirir um novo judogi, experimente antes os nossos kimonos. Sinta a diferença e entenda por que a Shihan é a Marca da Conquista!

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JOGOS RIO 2016 - Judô

Ouro no peito

a desforra da

Quem viu a reação da Rafaela Silva ao vencer a final sentiu que ali havia mais do que orgulho e alegria de campeã. Era uma resposta aos detratores de quatro anos atrás.

A mongol Sumiya Dorjsuren não resistiu à determinação de Rafaela que só voltaria para casa com o ouro olímpico

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POR N.T. MATEUS e PAULO PINTO I GABRIELA SABAU, TAMAS ZAHONYI, JACK WILLINGHAM, MÁRCIO RODRIGUES/MPIX/CBJ, FRANCISCO MEDEIROS/ME, ROBERTO CASTRO/ Brasil2016, IAN JONES e BUDOPRESS Fotos

guerreira ferida

Após a maratona dos Jogos Rio 2016, Baby, Mayra, Paulo Wanderley e Rafaela comemoraram mais um ciclo olímpico vitorioso do judô brasileiro

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JOGOS RIO 2016 - Judô

Mais uma vez Baby e Mayra experimentaram o sabor de uma medalha olímpica, enquanto que irreverentemente e sem pedir licença, Rafaela entrou para o restrito e seleto clube dos campeões olímpicos do judô mundial

R

aça, força, determinação – qualquer um desses adjetivos pode definir Rafaela Silva. Mas se alguém pensar em docilidade, bom comportamento ou disciplina – esqueça. Treinamento exaustivo e dieta saudável, só em último caso. A Judoca Rebelde até poderia ser título de um filme sobre sua vida. Mas é preciso ser justo: não lhe falta comprometimento. É uma atleta diferenciada, assim é tratada pela CBJ, e por isso chegou ao ouro olímpico. Nascida na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, Rafaela começou no judô aos 5 anos, junto com a irmã Raquel, três anos mais velha, encaminhadas pelos país, seu Luiz e dona Zenilda. Muito ocupado com seu trabalho, o casal queria afastá-las das ruas e domar um pouco o temperamento agitado das meninas. Em 2000, o ex-técnico da seleção brasileira Geraldo Bernardes lançou um projeto social em Jacarepaguá para atender a comunidades carentes, e o talento das irmãs não passou despercebido. Começaram a treinar com ele e não decepcionaram. Rafaela, em especial, tinha muita coordenação física e uma grande envergadura, além de ser inteligente e perceber facilmente como as adversárias lutavam. Esse projeto evoluiu para o Instituto Reação, com a colaboração de várias pessoas ligadas à modalidade, como o medalhista olímpico Flávio Canto. Hoje, os atletas que lá atuam destacam-se nas principais competições do judô de alto rendimento e nada ficam a dever aos integrantes das equipes mais fortes do esporte nacional. Bernardes lembra que Rafaela só passou a levar o judô mais a sério quando a irmã, aos 14 anos, foi convocada para uma competição na Bolívia. “Mesmo com apenas 11 anos, já sabia que era boa. Vencia todas as adversárias tão depressa que po-

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dia até brincar entre uma luta e outra na competição”, contou o técnico em entrevista ao portal globoesporte.com. Um pouco depois, com a gravidez precoce de Raquel, Rafaela assumiu o protagonismo na dupla. O gestor técnico do Alto Rendimento da CBJ, Ney Wilson, reconhece que Rafaela não tinha a postura mais exemplar da seleção, mas apostou que conseguiria uma

Embora jovem,

Mayra A guiar já

exibe uma extensa lista de títulos, e o bronze

conquistado

nos jo gos do Rio

2016 é o primeiro impulso na

preparação para Tóquio 2020.

evolução no comportamento em relação aos treinos e à alimentação. Quando foi campeã mundial em 2013, Rafaela havia treinado pouco. E isso criou um comportamento supersticioso. Ela achava que, quando treinava muito, não tinha sucesso (como aconteceu nas competições mundiais de 2014 e 2015). “Ela é movida pela competição. A vaidade dela é ser campeã”, descreve Ney Wilson.

Cinco lutas até o pódio

Após dois dias sem medalhas nas Olimpíadas do Rio, o judô brasileiro finalmente subiu ao pódio, e logo ao degrau mais alto. Rafaela Silva vinha mordida depois de amargar a desclassificação em Londres 2012 e sem resultados muito bons nos últimos dois anos. Veja a seguir como foram as lutas da judoca brasileira, com base na avaliação do professor Paulo Duarte. O primeiro golpe desferido por Rafaela em sua primeira luta foi um espetacular uchi-mata que lhe valeu um wazari. Aturdida com a pontuação sofrida, a alemã Miryam Roper tentou dar o troco na mesma moeda, mas a brasileira a aguardava com um contragolpe. Sofreu o segundo wazari e deu adeus à competição. A segunda luta, contra a coreana Jandi Kim, também canhota, demandou muito cuidado de ambas as partes e as duas foram penalizadas com shidô. Em dado momento, uma técnica não muito bem definida (próxima de um ko-soto-gake) aplicada por Rafaela se converteu em wazari. Já demonstrando que estava muito segura de si e que sabia o que estava fazendo, Rafaela conduziu a luta até o fim sem maiores atropelos. Na terceira luta Rafaela enfrentou a húngara Hedvig Karakas, muito voluntariosa, mas com poucos recursos técnicos, na avaliação do professor Paulo Duarte. Num momento em que Karakas diminuiu o ímpeto de seus ataques, Rafaela fez um excelente tani-otoshi e conseguiu um wazari que lhe valeu a vitória e a deixou mais perto do título. Na semifinal contra a romena Corina Caprioriu o começo foi marcado pelo respeito mútuo. A pegada no judogi, raramente feita com as duas mãos, dificultava a ação das duas atletas. Como consequência, ambas foram punidas com shidô. E ao fim de quatro minutos o placar continuou zerado. Só no terceiro minuto do golden score Rafaela encaixou um o-soto-gari e a romena abraçou www.revistabudo.com.br


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JOGOS RIO 2016 - Judô sua cintura na intenção de projetá-la para trás. Sabendo que a adversária reagiria dessa forma, caiu em cima de sua oponente e conquistou a pontuação que a classificou para a final, contra a mongol Sumiya Dorjsuren. “A Arena carioca esperava a sua filha, também carioca, de pé”, descreve Paulo Duarte. “Sentia-se no ar o cheiro do ouro olímpico, embora sua adversária fosse da maior qualidade.” Ambas buscaram o ataque, com a clara intenção de definir a luta o mais rapidamente possível. Numa corrida pela lateral do shiai-jô, a oponente tentou aplicar um sasae-tsuri-komi-ashi, que Rafaela contragolpeou com ko-soto-gake. O árbitro marcou wazari, mas interrompeu a luta. O golpe causou alguma desconfiança e teria de ser avaliado pela mesa central. Parecia que Rafaela havia segurado a perna da mongol com sua mão direita. Mas não. Sua mão direita estava segurando a manga do kimono da adversária. O wazari foi confirmado. A medalha de ouro podia reluzir em seu peito.

Novos objetivos numa carreira de sucessos

Aos 25 anos e com dois bronzes olímpicos, Mayra Aguiar sabe que tem muito caminho pela frente e já pensa nos jogos de Tóquio 2020. Integrante da seleção brasileira desde os 14 anos, a gaúcha atleta da Sogipa acumula vitórias ao longo de sua já longa carreira. Ainda na categoria até 70kg, foi prata no pan-americano do Rio de Janeiro em 2007 e disputou as Olimpíadas de Pe-

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O pódio do -78kg

quim em 2008, quando caiu na primeira luta. Em 2010, uma classe de peso acima (até 78kg), foi prata no mundial de judô de Tóquio e recebeu o título de atleta da década da Federação Gaúcha de Judô. No ano seguinte seria bronze no mundial da França. E foi superando sua maior rival, Kayla Harrison (ouro nos jogos do Rio 2016) que venceu o grand slam de Paris em 2012. Depois do bronze em Londres 2012, con-

tinuou subindo ao pódio em grandes competições internacionais: campeã mundial em 2014 (vencendo outra rival constante, a francesa Audrey Tcheuméo); medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 2015; e ouro no pan-americano de judô do mesmo ano, que fecharia com outra prata no grand prix de Abu Dhabi. O começo de 2016 já se mostrava promissor. Mayra foi novamente ouro no grand

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JOGOS RIO 2016 - Judô slam de Paris, em fevereiro, derrotando também a norte-americana Kayla Harrison. Três meses depois, voltou a enfrentar a arquirrival na final do world masters de Guadalajara, mas desta vez perdeu e ficou com a prata.

O caminho para o pódio

No penúltimo dia das competições de judô, Mayra teve como primeira adversária a australiana Miranda Giambelli. A luta foi muito rápida. “As duas atletas demonstraram muita disposição para o combate”, descreve o professor Paulo Duarte. “Giambelli tomou a iniciativa, aplicando um de-ashi-barai. Mayara contragolpeou com tsubame-gaeshi e conquistou um wazari seguido de imobilização (hon-gesa-gatame).” Na luta seguinte Mayra defrontou-se com a alemã Luise Malzahn, que na disputa de pegada conseguiu segurar por dentro. Mesmo assim, Mayra aplicou um tai-otoshi que levou perigo para a oponente. “Chegaram ao ponto de cada uma segurar as duas mangas da outra”, lembra Paulo Duarte, “e o árbitro puniu a alemã com um shidô. Percebendo que seria muito difícil reverter essa vantagem da brasileira, Luise atirou-se resolutamente ao ataque. Numa dessas tentativas encadeou um ko-soto-gake que quase derrubou a brasileira.” Mas Mayra soube ad-

ministrar a luta e chegou à vitória em razão segurou no judogi da adversária desferiu do shidô sofrido por sua oponente. um tai-otoshi e conseguiu um yuko. Em Apesar de seu retrospecto positivo em seguida a cubana foi penalizada com um combates contra a francesa Audrey Tcheushidô por ter pisado fora da linha demarcaméo, desta vez Mayra viu-se em desvantatória do shiai-jô. É bom lembrar que Yalengem ao ser punida nis acabara de sair da com um shidô logo mais longa luta da no começo de sua tercompetição: nove miDepois de ceira luta. “Em dado nutos, computandosubmeter-se a momento, Audrey se o tempo corrido e o resolveu aplicar um golden score. “Muito uma cirurgia e de-ashi-barai e Mayra exausta, não tinha a contragolpeou com mínima condição de ficar seis meses um tsubame-gaeshi, reverter o placar que derrubando a adverlhe era desfavorável”, longe dos sária, que caiu de frencomentou o professor te e foi punida com um Duarte. Mayra conshidô”, descreve Paulo tatamis, foi difícil quistou a medalha de bronze. Duarte. Percebendo cla ssificar-se que Mayra era mais Bronze coroa rápida nos golpes de para os jo gos do esforço de pernas, a francesa voltou a utilizar a mesma Baby pela Rio 2016. estratégia inicial: dorecuperação minou o kumi-kata e Se alguém podia fez a brasileira receber mais um shidô. Era o estar feliz por se encontrar nos tatamis, disputando mais uma Olimpíada, era Rafael fim do sonho da medalha de ouro. Silva, o Baby. Esse sul-mato-grossense de Nem por isso a gaúcha desanimou. Entrou na luta contra a cubana Yalennis Cas29 anos, 2,03 m e 170 kg ficara seis meses tillo com espírito de vencedora, e logo que sem lutar – de julho do ano passado a janei-

Com dois wazaris Rafael Silva despachou o hondurenho Ramón Pileta sem maiores dificuldades

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ro deste ano – depois de uma cirurgia por causa de lesão no músculo do tórax. Para recuperar a posição no ranking mundial, disputou 12 torneios nos seis meses seguintes e até os últimos instantes ainda via o companheiro de seleção brasileira David Moura na sua cola. Mas nada estava ganho. Ao contrário: na mesma classe de peso teria de enfrentar o francês Teddy Riner, considerado imbatível e que já se tornou uma lenda do judô. Campeão e vice-campeão pan-americano (2012 e 2011), Baby conseguiu repetir o bronze de Londres 2012, disse que ficou muito feliz e não esqueceu de agradecer a todos que o ajudaram no difícil período de recuperação. A primeira luta foi contra o hondurenho Ramón Pileta, sem maiores emoções, na avaliação do professor Paulo Duarte, e Baby conseguiu dois wazaris, totalizando um ippon. Já contra o russo Renat Saidov as coisas mudaram de figura. Baby, sentindo a pressão da pegada de Saidov, tentou um ipponseoi-nage e foi punido com shidô. O atleta russo, pensando em administrar essa vantagem, deixou de atacar. Foi também punido com shidô. O empate no placar deu novo alento ao brasileiro, que passou a comandar as ações. O atleta russo foi punido com

outro shidô e, tentando reverter o placar desfavorável, partiu para o ataque porque nada mais lhe restava. “Neste momento”, descreve Paulo Duarte, “levantou o braço para segurar no alto da gola do judogi de Rafael, mas foi surpreendido com um soto -maki-komi e caiu de ippon.” Aí chegou a vez de enfrentar o gigante Teddy Riner. Rafael levou um shidô por estar impedindo a pegada do francês, que conseguiu estabilizar sua pegada e fez Rafael sofrer mais um shidô. A luta seguia sem maiores surpresas, até que Riner encadeou um uki-waza e conquistou um wazari. Com uma vantagem significativa, Riner segurou muito forte no kimono de Rafael e conseguiu que ele fosse punido com mais um shidô. Sem possibilidade de lutar pelo ouro, restava a Baby seguir o caminho em busca do bronze. O primeiro adversário, o holandês Roy Meyer, deu trabalho: por mais que tentasse, o brasileiro não conseguia estabilizar sua pegada. Quem explica é o professor Duarte: “O holandês usa como estratégia não permitir que o adversário segure com as duas mãos o seu judogi. E faz isso com tamanha habilidade que não sofre punição”. Desta vez, porém, acabou levando um shidô. Rafael continuou pressionando e conseguiu outra punição para o adversário. Embora o holan-

Após carimbar seu passaporte para o segundo pódio olímpico, Rafael Silva respirou aliviado

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JOGOS RIO 2016 - Judô dês reagisse, e Baby também tenha levado Projeções, esperanças um shidô, não havia tempo de mais nada. e sonhos desfeitos Na disputa do bronze Baby encontrou nos tatamis Abdullo Tangriev, do Uzbequistão, que viA própria direção técnica da Confedenha de uma luta decidida no golden score. ração Brasileira de Judô reconheceu: os reSabendo disso, fez uma luta muito consciensultados nos Jogos Olímpicos Rio 2016 não te. Segurou o kimono de Tangriev e se mocorresponderam à qualidade da preparação vimentou em várias direções, sem esboçar proporcionada aos atletas. Três medalhas, nenhum ataque. Os menos do que a codois foram punidos lheita de Londres 2012, Mesmo com todos não são um resultado com shidô. Rafael começou, então, a busdesprezível – inclusive os investimentos car a pegada no juna comparação com dogi de Tangriev. Por outros países, excefeitos no último esconder o braço e to Japão. Mas não dá não deixar que Rafael para esconder que a ciclo olímpico, efetuasse a pegada, expectativa era maior. Tangriev recebeu o O professor Paulo com todo o segundo shidô. ComDuarte, uma das figupletamente entregue ras mais admiradas esforço dos por falta de condições e reconhecidas da físicas, Tangriev sofreu modalidade, acompagestores e dos um soto-maki-komi nhou as lutas de todos que valeu um yuko. os judocas brasileiros, técnicos da CBJ, Baby conseguiu sua dia por dia. Reprodusegunda medalha de zimos aqui um resumo não dá para bronze olímpica. da avaliação que ele Já nas comemoradisfarçar um quê fez do desempenho ções Baby agradeceu dos atletas que não de decepção com à torcida. “A pessoa chegaram ao pódio. que torce sofre mais No primeiro dia, os jo gos Rio 2016. as apresentações de do que a gente que está lutando. Mas Sarah Menezes (48 kg) lutar em casa é toe Felipe Kitadai (60 kg) talmente diferente – torcida, família, os oscilaram entre momentos que lembravam amigos ali de perto, é tudo uma energia grandes feitos do passado e outros que mosmuito boa. Cada golpe, cada reação, a tortravam vulnerabilidade quando as ações cida vibrava junto.” E se disse orgulhoso de eram controladas pelos adversários. pertencer à mesma geração do francês TedSarah fez uma grande exibição diante de dy Riner, que espera poder enfrentar novaCharline Van Snick, experiente atleta belga. mente em Tóquio 2020. A expectativa em torno de seu nome não a

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abalou; a adversária é que parecia estar muito tensa por ter de enfrentar a campeã olímpica em sua terra natal. Desde o início da luta, Sarah dominou a pegada, não permitindo que ela esboçasse alguma reação. Em determinado momento, inteligentemente, aliviou a pressão que fazia com sua mão esquerda permitindo que sua adversária levantasse o braço. Aproveitando-se da oportunidade, aplicou um soto-maki-komi, conseguiu um yuko e conduziu a luta até a vitória. A cubana Dayaris Mestre, adversária seguinte, chegou em grande desvantagem no retrospecto de confrontos com Sarah, e esperava-se que viesse muito cuidadosa. Mas, o que se viu foi o contrário: Dayaris iniciou o combate com uma volúpia impressionante. Partia para cima da Sarah, que se encolhia enquanto a cubana crescia e acabou levando um shidô. Sem conseguir se encontrar, Sarah se confundia ainda mais com os ataques constantes e num deles a cubana desferiu um fortíssimo sode-tsurikomi-goshi que por pouco não se converteu em ponto. Buscando força para chegar dignamente ao final da luta, Sarah ainda fez um uchi-mata, mas foi só. Assim como Dayaris, a mongol Urantsetseg Munkhbat iniciou a luta partindo para cima e soltando o braço nas costas da bra-

sileira que se utilizou do mesmo expediente da luta com a cubana. Ou seja, curvou o corpo. Sabendo que dessa forma não poderia sair nenhum golpe que lhe trouxesse perigo, a mongol encurtou ainda mais os espaços e induziu a brasileira a cometer seguidos erros. Numa passagem para a luta de solo, Munkhbat aplicou uma chave de braço (juji-gatame) a que Sarah resistiu bravamente. Mas, numa segunda oportunidade, teve de se render. E foi-se o sonho de medalha. Ainda no primeiro dia, Felipe Kitadai enfrentou o francês Walide Kyhar e desferiu logo dois o-uchi-garis, por pouco não marcando ippon. Mas o francês mudou de postura e assumiu o controle. Faltando seis segundos para o final da luta, porém, Kitadai aplicou um soto-maki-komi e conseguiu um yuko. Contra o alemão Tobias Englmaier, atleta de poucos recursos, Kitadai foi mais tático. Fez o o-uchi-gari, marcou yuko e deu números finais ao combate. Mas em seguida perderia por ippon para Orkhan Safarov, do Azerbaijão, ficando na repescagem. O adversário seguinte, Diyorbek Urozboev, do Uzbequistão, desferiu logo dois golpes muito fortes, que assustaram Kitadai. A pegada de Kitadai não exerce controle sobre o adversário e Urozboev conseguiu entrar

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JOGOS RIO 2016 - Judô em baixo do brasileiro o projetou de ippon. Era o fim de outro sonho de medalha. O segundo dia de competição também foi frustrante para o judô brasileiro. Charles Chibana (66 kg) perdeu a primeira luta para o japonês Masashi Ebinuma e não ficou nem para repescagem. Mesmo tendo iniciado o combate com muita disposição e tentado de todas as maneiras encadear alguma técnica de ne-waza, não conseguiu êxito. Érika Miranda começou enfrentando a tunisiana Hela Ayari, que não ofereceu nenhuma resistência para a brasileira. Numa entrada de ippon-seoi-nage pelo lado esquerdo, mesmo sem pontuar, Érika conseguiu levar sua adversária ao solo e a imobilizou em yoko-shiho-gatame. Já contra a chinesa Ma Yingnan a situação se inverteu. Em inferioridade, Érika tentou um ippon-seoi-nage e ao sair estava com a postura extremamente curvada, permitindo facilmente a aproximação da chinesa, que a projetou em o-uchi-gari, vencendo a luta. Na luta contra a romena Andreea Chitu, Érika se comportou de maneira diferente. Aplicou um belo uchi-mata de esquerda e venceu a adversária por ippon. Era a hora de disputar o bronze com a japonesa Misato

Nakamura. Érika manteve o controle da luta por algum tempo, mas de repente trocou a pegada de esquerda para a direita. Era tudo que Nakamura queria. Para quem utiliza técnicas de ashi-waza, como a japonesa, quanto mais desenvolta for a luta, mais oportunidades surgirão. Foi assim que surgiu a oportunidade do o-uchi-gari que lhe valeu a medalha de bronze. Alex Pombo foi outro brasileiro a cair na primeira luta, contra o chinês Saiynjirigala. No começou deu a impressão de que não teria maiores dificuldades e quase pegou o seu adversário no solo. Chegou a encaixar um sankaku-jime que por pouco não o fez bater. Porém, inexplicavelmente, trocou sua pegada, perdeu o domínio que vinha exercendo, e a quatro segundos do final, num movimento embolado, mal definido, o chinês conseguiu um yuko. No quarto dia de competições Mariana Silva teve excelente participação, embora não chegasse ao pódio. Sua trajetória durante o ciclo olímpico não a credenciava como favorita à conquista de medalhas, mas ela se superou e chegou à disputa do bronze, no melhor estilo do espírito brasileiro: com raça, disposição e muita vibração.

Na estreia contra Szandra Szögedi, de Gana, Mariana iniciou o combate imediatamente, buscando segurar o kimono de sua adversária com suas duas mãos. Assim que conseguiu estabilizar a pegada, desferiu um ko-soto-gari que lhe valeu um yuko e, na sequência, encadeou um koshi-jime e decretou o ippon. Prevaleceu a sua maior categoria sobre a atleta de Gana. Em seguida Mariana enfrentou uma atleta que nunca tinha vencido, a alemã Martyna Trajdos, mas tomou a iniciativa das ações. A luta prosseguiu muito amarrada, com as duas sofrendo shidô. Mas a 37 segundos do final a adversária levou a segunda punição e Mariana conseguiu controlar o restante do tempo. A israelense Yarden Gerbi, que acabaria no fim do dia com um bronze, tentou segurar o ímpeto da brasileira para, numa oportunidade, quem sabe, conseguir alguma vantagem. A luta foi para o golden score e Mariana veio com tudo. Primeiro foi um o-soto-gari que por pouco não derrubou a israelense. Depois foi um koshi-guruma que também levou muito perigo. Mariana segurou a gola do kimono de Yarden de forma cruzada, aplicou um sasae-tsuri-komi-ashi e com-

O pódio do -57kg

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plementou com um eri-seoi-otoshi que lhe valeu a vitória. Mariana estava na semifinal. Tina Trstenjak, da Eslovênia, atual campeã do mundo, partiu para cima da Mariana para não deixá-la nem respirar. Logo segurou gola do judogi da brasileira e fazia com que ela se movimentasse na direção que lhe convinha. Numa dessas manobras fez um ippon-seoi-nage de esquerda que lhe valeu um yuko e, na sequência, segurou Mariana em tate-shiho-gatame e garantiu o direito de fazer a luta final. Mariana Silva voltou na repescagem para disputar a medalha de bronze com a holandesa Anicka van Enden e até que começou bem, segurando as duas golas do kimono de sua adversária. No entanto, essa pegada não é a mais adequada contra alguém que aplica ippon-seoi-nage. Sentindo que seu braço estava solto, Anicka não encontrou dificuldade para encaixar sua técnica e derrubar Mariana. Marcou um yuko e controlou a luta até o fim, conquistando a medalha de bronze. Victor Penalber sofreu uma derrota para um grande judoca que, assim como ele, tem uma grande experiência internacional. Sergiu Toma, representando os Emirados Árabes Unidos, aproveitou-se de detalhes que

são decisivos quando os dois contendores possuem o mesmo nível técnico e infligiu uma dura derrota ao atleta brasileiro. A participação dos nossos pesos-médios Maria Portela (70 kg) e Tiago Camilo (90 kg) no quinto dia não foi coroada com o sucesso que se esperava. Passaram bem por suas primeiras lutas, mas perderam a seguinte e, assim, viram frustrados seus desejos de conquistar medalhas olímpicas. A tristeza estampada no rosto daqueles que perdem não passa despercebida dos vencedores, principalmente quando percebem que foi uma fatalidade. Foi assim que a digna atleta austríaca Bernardette Graf se comportou ao consolar a nossa Maria Portela. As coisas iriam melhorar no dia seguinte, com a conquista do bronze por Mayra Aguiar. Já Rafael Buzacarini não teve a mesma sorte. Contra o uruguaio Pablo Aprahamian, que se movimentava muito e levou dois shidôs, conduziu a luta para o solo e aplicou um jujigatame que deu números finais ao combate. A luta entre Buzacarini e Ryunosuke Haga, do Japão, apresentou uma característica muito interessante. Em diversas vezes o atleta japonês tentou aplicar o uchi-mata, mas o brasileiro, muito bem posicionado,

defendeu suas entradas. Haga tentou, então, a luta de solo. Percebendo que estava com muita dificuldade para conseguir uma definição, passou a lutar de maneira a deixar Buzacarini confiante para o ataque. Sua estratégia deu certo. Buzacarini desferiu o primeiro ataque, mas não achou Haga na sua frente. Com um tai-sabaki espetacular, fez Buzacarini ser penalizado com um shidô por ataque falso. Novamente induziu Buzacarini para o ataque e procedeu da mesma forma. Fim de Olimpíada para Buzacarini. O Brasil fechou o último dia de competição com a medalha de Rafael Silva (+100 kg). Mas Maria Suelen Altheman (+78 kg) não teve o que comemorar. Não resistiu ao melhor judô da sul-coreana Kim, caindo na primeira luta, que até foi bem movimentada. A primeira entrada coube à brasileira, que encadeou um sode-tsurikomi-goshi, mas não conseguiu pontuar. A atleta coreana percebeu que havia dado muito espaço e conseguiu aplicar um o-soto-gari que derrubou Suelen. O domínio da pegada da coreana acabou por ser determinante para a conquista de uma pontuação. Um soto-maki-komi muito bem aplicado lhe valeu um yuko e a vitória.

O pódio do +100kg

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INCLUSÃO DO KARATÊ NO JOGOS DE TÓQUIO 2020

Após décadas de luta,

karatê comemora momento histórico

Antonio Espinós, presidente da WKF, durante a cerimônia realizada no Rio de Janeiro

Depois de anunciada a inclusão nos jogos de Tóquio, Antonio Espinós, presidente da WKF, afirmou que o karatê tem vocação para ser esporte olímpico. POR

PAULO PINTO I FoNtE THESTAR.COM e WKF.net

A

129ª sessão do Comitê Olímpico Internacional, realizada em 3 de agosto no Rio de Janeiro, aprovou por unanimidade a inclusão do karatê nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Além de representar um momento histórico e o culminar de muitos anos de trabalho, a decisão premia o esforço e a dedicação da World Karate Federation (WKF) em transformar o karatê numa modalidade olímpica. Além do karatê, outras quatro modalidades foram inscritas nos jogos de 2020: beisebol-softbol, skate, surf e escalada esportiva. As cinco propostas de

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I Fotos IAN JONES/COI e SERGIO MORAES/REUTERS

inclusão dos organizadores no ano passado foram aprovadas por unanimidade pelos membros do COI. Participaram da coletiva oficial de mídia após a assembleia do COI Mark Adams, porta-voz do Comitê Olímpico Internacional; Kit McConnell, diretor de Esportes do COI; John Coates, vice-presidente do COI; Yoshiro Mori, chefe da comissão organizadora dos Jogos de Tóquio de 2020; Antonio Espinós, presidente da World Karate Federation; Toshihisa Naguram, secretário geral da WKF; e os presidentes mundiais do beisebol, surfe, skate e escalada.

O Comitê Olímpico do Brasil saudou a entrada das novas modalidades. “Temos certeza de que esses esportes contribuirão para o rejuvenescimento do movimento olímpico no Brasil e no mundo, levando os valores esportivos para uma legião maior de jovens”, afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB. Thomas Bach, presidente do COI, entende que o mundo vive um novo momento e que é preciso inserir os jovens no universo esportivo. “Queremos levar o esporte para a juventude. Com as muitas opções que os jovens têm, não podemos esperar que venham a nós. Te-

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mos de ir até eles. Isso faz parte das recomendações da Agenda Olímpica 2020. Os cinco esportes são uma combinação inovadora de eventos estabelecidos e emergentes, voltados para a juventude e populares no Japão, o que adicionará legado aos jogos de Tóquio “. Expressando a alegria dos milhões de karatecas espalhados pelo mundo, o espanhol Antonio Espinós comemorou a decisão da sessão do COI que incluiu o karatê no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Quem poderia acreditar, em 1970, quando realizamos nosso primeiro campeonato mundial no Nippon Budokan em Tóquio, que 50 anos mais tarde voltaríamos à mesma arena para participar, pela primeira vez, dos Jogos Olímpicos?”, disse o dirigente máximo da WKF na coletiva de imprensa. O dirigente mundial do karatê agradeceu o esforço daqueles que foram solidários com a causa olímpica da modalidade. “Queremos agradecer ao comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Sem a ajuda deles esta conquista teria sido impossível, e não estaríamos aqui. Fazemos também um agradecimento especial a Thomas Bach, presidente do COI, pois graças à sua Agenda Olímpica pudemos chegar até aqui. Este é um marco importantíssimo para o karatê mundial, e daqui por diante

Kit McConnell, diretor de Esportes do COI, com os presidentes das cinco novas modalidades olímpicas

Thomas Bach, presidente do COI

Yoshiro Mori, chefe da comissão organizadora dos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020, anuncia as novas modalidades olímpicas

Dirigentes mundiais das cinco novas modalidades olímpicas com Thomas Bach e Yoshio Mori, na 129ª sessão do COI realizada no Rio de Janeiro, onde a inclusão das cinco modalidades esportivas em Tóquio foi aprovada por unanimidade

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INCLUSÃO DO KARATÊ NO JOGOS DE TÓQUIO 2020

A imprensa esportiva internacional marcou grande presença na 129ª sessão do Comitê Olímpico Internacional

trabalharemos com todas as nossas forças, porque temos a vocação de ser esporte olímpico”, disse. Com base na dinâmica e na plasticidade de sua modalidade, o chefe da Federação Mundial de Karatê prometeu levar maior emoção às competições. “Estamos convencidos de que agregaremos valor, emoção e entusiasmo aos Jogos Olímpicos”. Antonio Espinós acrescentou na ocasião que a decisão do COI é um fato inesquecível. “Vivemos um dia incrível para o karatê. É um momento de grande alegria que estará em nossas mentes para sempre”, mas 15 dias depois os ecos da notícia memorável para karatê ainda ecoam e deverão reverberar nos próximos anos. Dando as boas-vindas aos novos integrantes do programa olímpico, Kit McConnell destacou a importância de os atletas das cinco modalidades desenvolverem esforços para transformá-las definitivamente em esportes olímpicos. “Os cinco presidentes que aqui estão não representam apenas suas federações internacionais e seu desporto, mas milhões de atletas espalhados pelo mundo. A partir de agora este gigantesco contingente poderá lutar verdadeiramente para se tornarem atletas olímpicos. Milhões de atletas já conhecem a importância e o significado do olimpismo em suas trajetórias esportivas, e nós estamos torcendo para que vocês vivam a mesma experiência”, disse o diretor de Esportes do COI. Os cinco novos esportes adicionarão 18 eventos e 474 atletas ao programa olímpico. Os jogos de Tóquio reunirão 33 modalidades esportivas e 11 mil atletas aproximadamente. O número atual

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Toshihisa Naguram, secretário geral da WKF, Antonio Espinós e Luiz Carlos Cardoso, presidente da CBK, no Rio de Janeiro

é de 28 modalidades e 10.500 atletas. John Coates, vice-presidente do COI, explicou que o pacote apresenta uma mistura dos desportos tradicionais e alguns voltadas para a juventude. “Isso vai ajudar a tornar os jogos de Tóquio os mais inovadores de nossa história”, disse o dirigente.

Karatecas comemoram momento histórico Após 15 dias da decisão histórica, karatecas do mundo todo continuam mostrando emoção e gratidão pela decisão dos membros do Comitê Olímpico Internacional de incluir o karatê no programa esportivo dos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020. Na medida em que os praticantes e aficionados comemoram o momento histórico, ondas de alegria continuam espalhando-se entre os membros da gigantesca comunidade da arte das mãos vazias em todo o mundo. É um aconte-

cimento muito aguardado pelos fãs do karatê, e certamente ainda deverá ser muito festejado. Luiz Carlos Cardoso, presidente da Confederação Brasileira de Karatê (CBK), comemorou a decisão, mas antevê um longo período de luta. “Foram décadas de dedicação e trabalho para atingirmos este grande objetivo. É uma conquista histórica, mas vencemos apenas a primeira parte da partida. Vamos agora para o segundo tempo, que demandará mais quatro anos. Temos de nos organizar, promover um grande espetáculo em Tóquio, para em 2020 conquistarmos definitivamente a condição de esporte olímpico. Será a nossa capacidade de organização e o trabalho que faremos nestes quatro anos, somados à nossa participação em 2020, que determinarão nosso futuro no olimpismo. Temos de trabalhar muito nos próximos quatro anos, mas tenho certeza de que venceremos este próximo combate. Afinal, lutar é o nosso negócio.”

O presidente da WKF foi bastante solicitado pela imprensa

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JOGOS RIO 2016 – BOXE

Ouro de

determinação

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Robson reflete e muita técnica

Se alguém se surpreendeu com o ouro de Robson Conceição nas Olimpíadas do Rio, certamente não foram os aficionados do boxe, que há muito tempo reconhecem seu talento. POR N.T. MATEUS I Fotos ROBERTO CASTRO/ME, FLÁVIO FLORIDO/ EXEMPLUS/COB, FRANCISCO MEDEIROS/ME e PETER CZIBORRA/REUTERS

G

anhador da medalha de ouro, a primeira da modalidade, nos jogos do Rio, Robson Conceição não chegou ao pódio de paraquedas, nem por obra do acaso. Quando entrou no ringue, já era um pugilista respeitado, trazendo na bagagem a prata do mundial de Almaty (1963), o bronze de Doha (2015) e a prata no pan de 2011, entre outros títulos. As derrotas logo na primeira luta em Pequim e Londres eram lembrança do passado. Subiu ao ringue como segundo do ranking mundial no peso até 60 kg, cujo líder, o cubano Lázaro Álvarez, teve o prazer de derrotar na seminal. Robson começou sua trajetória nos Jogos Olímpicos 2016 contra Anvar Yusunov, do Tajikistão, quando lutou apenas um round. O adversário, aparentemente lesionado, desistiu da luta, o que resultou em nocaute técnico a favor do brasileiro. Em seguida enfrentou ninguém menos que Hurshid Tojibaev, do Uzbequistão, atual campeão da liga profissional da International Boxing Association (AIBA). Em cima do ringue, Robson foi eficiente em seus contragolpes no primeiro round. No segundo e terceiro rounds movimentou-se bem, neutralizando as investidas do adversário e demonstrando sua superioridade. O brasileiro desferiu golpes certeiros e venceu por decisão unânime. Com essa vitória, Robson já garantia ao menos uma medalha de bronze, pois não há a disputa de terceiro lugar nas competições de boxe.

Na final, o francês Sofiane Oumiha sentiu o peso da mão de Robson Conceição

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JOGOS RIO 2016 – BOXE Semifinal eletrizante

Na terceira luta, não se intimidou com o cubano tricampeão mundial Lázaro Álvarez, numa semifinal classificada pelos experts como “eletrizante” e “de pura técnica”. Depois de garantir pelo menos a prata, lutou inteligentemente contra o francês Sofiane Oumiha, dominou o combate e levou ao delírio o público que lotava pavilhão 6 do Riocentro. Nesse dia, o site da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) destacava: “O boxe do Brasil recebeu o maior presente de sua história olímpica neste inesquecível 16 de agosto de 2016. Após dias e mais dias longe da família, dezenas de viagens internacionais, três ciclos olímpicos e milhares de sessões de treinamento intenso e exaustivo, Robson Conceição cresceu como ser humano, se desenvolveu como atleta, e representou o Brasil na Rio 2016 com a postura de um verdadeiro campeão”. Como em outros esportes, por trás de todo atleta existe uma equipe multidisciplinar que trabalha duro para formar grandes campeões. No caso de Robson, a CBBoxe mobiliza os treinadores Cláudio Aires, João Carlos, Mateus Alves, Abel Bokovo e Juraci Oliveira; o diretor técnico Otílio Toledo; a psicóloga Marisa Markunas; a nutricionista Érica Oliveira; o analista de desempenho Felipe Romano; os fisioterapeutas Raul Traete e Gabriel Peixoto; o massoterapeuta João Martins; o médico Bernadino Santi e o auxiliar administrativo Samuel Orthey. Mas a CBBoxe quis fazer também um reconhecimento particular a outra figura: Agberto Jesus. Conhecido por revelar talentos do boxe na Bahia, o Bel (como é mais conhecido) foi o convidado especial da entidade para, como primeiro treinador de Robson, assistir às lutas e ver o triunfo do menino a quem ensinou os primeiros golpes. Os outros boxeadores brasileiros que competiram nos jogos do Rio, sem subir ao pódio, foram Michel Borges (81kg), Robenilson de Jesus (56kg), Joedison de Jesus (64kg), Julião Neto (52kg) e Adriana Araújo (60kg). Nenhum deles caiu na primeira luta.

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Quando Robson Conceição chegou ao pavilhão 6 do Riocentro, no dia 16 de agosto, ele sabia o buscava e em nenhum momento titubeou diante do francês que se curvou diante da determinação de seu oponente

Sofiane Oumiha buscou sufocar o ímpeto de Robson na final, mas foi em vão O boxeador baiano faz história conquistando o ouro olímpico inédito do boxe brasileiro

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www.shiroi.com.br O histórico e os títulos de Álvarez não fizeram frente à determinação do boxeador brasileiro

Possível profissionalização

Envolto em sangue, na semifinal contra o cubano tricampeão mundial Lázaro Álvarez, o boxeador baiano mostrou que estava pronto para atingir a glória no desporto olímpico Robson vibrou muito com a vitória na semifinal

Depois do sucesso nestas Olimpíadas, é bem provável que Robson se profissionalize para disputar títulos das entidades mundiais mais importantes do boxe (com possibilidade de grandes ganhos financeiros), como ocorreu com os medalhistas de Londres 2012, Esquiva (prata) e Yamaguchi Falcão (bronze). Isso, em princípio, não impediria sua participação nos jogos de Tóquio em 2020, quando estará com 31 anos. “É o sonho de todo atleta ser campeão olímpico e em seguida buscar um cinturão mundial. Mas agora eu penso em descansar, relaxar um pouco a mente e acordar desse sonho. Vou conversar com a confederação brasileira, ver o que é melhor para mim. Vamos ver no que vai dar”, disse Robson, em entrevista ao portal G1. É bom lembrar, porém, que embora a AIBA permita a presença de boxeadores profissionais nas Olimpíadas, possibilitando que Robson busque o cinturão e vá a Tóquio em 2020, as principais entidades do boxe profissional – Federação Internacional de Boxe e o Conselho Mundial de Boxe – ameaçam punir os profissionais que participem de Jogos Olímpicos.

Jornada difícil

Robson Conceição teve uma infância difícil na Bahia, criado pela mãe e pela avó, tendo de trabalhar para ajudar as despesas de casa. Segundo relatos divulgados pela imprensa, queria ser lutador de rua e o que o salvou do destino cruel reservado a tantos meninos como ele foi o boxe. E foi necessária

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JOGOS RIO 2016 – BOXE muita persistência para seguir nos treinamentos em condições tão difíceis. Aos 17 anos já estava na seleção brasileira e, aos 19, disputou sua primeira Olimpíada, em Pequim. Caiu na primeira luta. Quatro anos depois, já ostentando no peito a medalha de prata do pan-americano de Guadalajara, não teve melhor sorte em Londres 2012. Desde que chegou à seleção, Robson morava em Santo André (SP), onde fica o centro de treinamento da CBBoxe, longe da vida sacrificada que levava na Bahia. Mas não tinha luxo: dormia em alojamento e recebia alimentação de graça, mas nada de salário. Já namorava uma lutadora, a Érika, que se integrou à seleção e foi levada para o CT de Santo André. Depois que casou, uma nova vida, tranquila e dedicada à família. Embora não tenha tido muito destaque e hoje não lute mais, a hoje esposa de Robson foi a primeira boxeadora brasileira a disputar uma Olimpíada, em Londres 2012.

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No pódio, Robson morde o ouro que o projetará na história do desporto olímpico

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO DE JUDÔ SENIOR – CUBA

Medalhando em todas as categorias de peso em Cuba, seleção brasileira conquistou sete ouros, quatro pratas e seis bronzes que asseguraram a hegemonia brasileira no continente.

Campanha impecável

supremacia POR

PAULO PINTO Fonte

VALTER FRANÇA/CBJ Fotos © IJF Media

GABRIELA SABAU e RAFAL BURZA/CBJ

Parte da comissão técnica brasileira em Havana

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Numa luta muito equilibrada, a campeã olímpica venceu sua rival no continente por shidô

ratifica a

M

ostrando excelente preparo, a seleção brasileira de judô ratificou a hegemonia continental fechando o Campeonato Pan-Americano de Havana em primeiro lugar. Foram sete medalhas de ouro, quatro de prata e seis de bronze que garantiram 17 pódios e uma enorme vantagem sobre os velhos rivais, expondo o desnível técnico da modalidade no continente. A Confederação Pan-Americana de Judô agrega 41 países, e a competição que transcorreu de 27 a 30 de abril em Cuba reuniu 197 atletas vindos de 25 países das três Américas e Caribe. As principais forças da América do Norte no certame eram Canadá e Estados Unidos, enquanto Cuba liderou o grupo dos países Caribenhos. A América Central não possui nenhum país com judô expressivo, enquanto a América do Sul tem Argentina, Brasil e Colômbia, que cresce rapidamente, marcando grande presença nos pódios. Mas a distância estabelecida entre o Brasil e seus maiores adversários foi gigantesca. Canadá, Estados Unidos e Cuba conquistaram apenas dois ouros, enquanto a Colômbia ficou com o ouro que restou, superando a Argentina no quadro de medalhas e despontando como uma força emergente no continente sul-americano. Sendo a antepenúltima competição valendo pontos para o ranking da FIJ, antes dos Jogos Rio 2016, o Brasil desembarcou em Havana com uma equipe formada por 18 atletas – número máximo permitido pela Federação Internacional de Judô –, mais dezesseis membros da comissão técnica, que dobrou o número de judocas nos pesos ligeiro e pesado dos naipes feminino e masculino. Com 18 judocas inscritos o Brasil conquistou 17 medalhas, já que a sogipana Maria Portela (70kg) foi a única brasileira que não medalhou. Em Havana, Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da CBJ, detalhou os critérios de convocação. “Assim como será nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o principal critério de convocação foi a posição dos atletas no ranking mundial. De qualquer forma, os judocas que não estão nessa disputa ainda terão chances de somar pontos em, pelo menos, duas competições em maio. Se estiverem entre os 16 melhores em suas categorias, ainda poderão disputar o World Masters, que também vale como sexta pontuação para o ranking, assim como o pan”, explicou o dirigente. Ao todo 25 países disputaram o certame: Argentina, Aruba, Bahamas, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Curaçao, El Salvador Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai, EUA e Venezuela.

do Brasil nas Américas

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO DE JUDÔ SENIOR – CUBA Fazendo quatro dobradinhas, Brasil foi arrasador No primeiro dia de disputa, o brasil obteve 100% de aproveitamento conquistando 9 medalhas. No peso ligeiro, Sarah superou Maria Guedez, da Venezuela, Luz Alvarez, da Colômbia, e a cubana Dayaris Mestre Alvarez, na semifinal. Na decisão, a campeã olímpica fez um clássico pan-americano contra a atual campeã mundial, Paula Pareto, da Argentina, que havia derrotado Nathália Brígida na outra semifinal. E numa luta muito equilibrada, a campeã olímpica forçou uma punição para a rival e ficou com o título. Já Brígida que nas preliminares passou pela canadense Erin Morgan e pela mexicana Edna Carrillo, vencendo ambas por ippon, antes de parar em Pareto, por apenas um shidô, conquistou o bronze em grande estilo. Conseguiu o ippon a 30 segundos do fim, depois de estar perdendo a luta contra a colombiana Luz Alvarez, por um shidô. Érika Miranda (52kg) obteve seu quarto título pan-americano após derrotar Brillith Carbajal, do Peru, Oritia Gonzalez, da Argentina, e a canadense Ecaterina Guica na decisão, vencendo todas as lutas por ippon. “Essa foi minha primeira competição-alvo do ano. Trabalhei muito meu psicológico para esta disputa e o resultado veio”, comemorou a minastenista Érika Miranda. No peso-leve, Rafaela Silva foi surpreendida pela cubana Anailys Dorvigny nas quartas de final, mas se recuperou vencendo Gimena Laffeuillade, da Argentina, na repescagem, e Jessica Klimkait, do Canadá, na disputa do bronze. “No ano olímpico, qualquer ponto é bem-vindo. Foi importante sair com a vitória. Não era o resultado que eu queria, mas na semana que vem já há outra competição. É seguir trabalhando para me manter no pódio”, disse Rafaela, lembrando do Grand Slam de Baku. Mariana Silva, no meio-médio (63kg), conquistou a última medalha brasileira no primeiro dia de competição, o ouro ao derrotar a cubana Maricet Espinoza no golden score. Bastante ativa na luta, a minastenista forçou uma punição para a adversária por falta de combatividade e ficou com o título. Antes, ela havia derrotado Andrea Gutierrez, do México, e Stefanie Tremblay, do Canadá. Ainda no primeiro dia do certame, no masculino o Brasil dominou e chegou à final em todas as categorias. O primeiro ouro entre os homens veio com Felipe

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Rafaela comemorou o bronze conquistado em ano olímpico

Nathália Brígida venceu a canadense Erin Morgan no osae-komi

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Emocionada, Mariana Silva comemora o primeiro ouro internacional da temporada

Na disputa do bronze, Nathália Brígida não deu espaço para a colombiana Luz Alvarez

Na final do peso-pesado Maria Suelen Altheman cresceu diante da campeã olímpica Idalys Ortiz

Determinada na vitória, Mariana Silva venceu a cubana na final

Érika venceu todas por ippon e comemorou o tetracampeonato pan-americano

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO DE JUDÔ SENIOR – CUBA Chibana irresistível

Com seu vasto tokui-waza, Chibana projetou até de ura-nage Kitadai deu um grande passo na corrida olímpica

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Com apresentações impecáveis,18 Charles Revista Budô número / 2016 Chibana fez as pazes com o pódio

Kitadai (60kg), que enfrentou o brasileiro naturalizado canadense Sérgio Pessoa. O medalhista olímpico de bronze em Londres 2012 saiu perdendo por uma punição, mas faltando pouco mais de um minuto para o fim da luta conseguiu a virada, já que o canadense foi punido duas vezes. Nas preliminares, Kitadai passou por Franklin Navarro (Venezuela), Hernan Birbrier (Argentina) e Yandri Torres Marimon (Cuba). “O mais emblemático foi conseguir as viradas em algumas lutas em que saí perdendo. Quero agradecer aos meus pais e aos profissionais que estiveram comigo nesse meu período de recuperação para chegar bem aqui”, disse Kitadai, que se emocionou ao final da luta, já que voltava de uma lesão no ombro. Na mesma categoria, Eric Takabatake ficou com o bronze. Antes de perder para Pessoa por um shidô nas quartas de final, ele havia derrotado Adonis Diaz (EUA) na estreia. Na repescagem, superou Lenin Preciado, do Equador, e, na luta pelo bronze, venceu o cubano Torres Marimon com dois yukos. Depois de bater Fernando Gonzalez (Argentina) e Angel Hernandez (México), Charles Chibana (66kg) chegou à decisão contra o mexicano Eduardo Araújo. Araújo

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conseguiu um wazari logo no começo da luta e Chibana precisou encontrar o ippon faltando apenas 50 segundos para o fim do combate. “Foi uma luta dura na final. O mexicano veio fechado, só esperando meu erro. Eu tive calma, consciência para esperar o momento e conquistar esse ouro. Foi apenas mais um passo na preparação para os Jogos Olímpicos”, disse Chibana. Alex Pombo (73kg), que havia vencido Alonso Wong, do Peru, e Magdiel Estrada, de Cuba, por ippon, acabou sendo surpreendido pelo canadense Arthur Margelidon na final e ficou com a medalha de prata. “O caminho até a final foi bom. Não saio satisfeito com o resultado, porque venho de dois ouros em pan. Mas sinto que evoluí um pouco mais e saio de cabeça erguida”, disse Pombo.

Mais experiente e pragmático, Charles Chibana impôs o terror sem perder o controle sobre seus adversários

O canadense Arthur Margelidon surpreendeu Alex Pombo e ficou com o ouro

Como sempre ocorre, Eric Takabatake mostrou técnica refinada

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO DE JUDÔ SENIOR – CUBA Brasil fecha a conta com 17 medalhas Depois de conquistar nove medalhas no primeiro dia de disputa, a seleção teve novamente representantes nas finais de todas as categorias disputadas no sábado, com exceção de Maria Portela, que bateu na trave e ficou em quinto, perdendo na semifinal para a canadense Kelita Zupancic e na disputa de terceiro para Elvismar Rodriguez, da Venezuela, ambas por uma punição. Os destaques do último dia de pan foram os ouros de Rafael Silva (+100kg) e Tiago Camilo (90kg). “São cinco títulos pan-americanos. Estou muito feliz pela maneira como lutei. Venho me sentindo cada vez melhor nos tatamis, meu judô vem saindo desde as últimas competições, o que me dá muita felicidade. Consegui lutar como eu sempre lutei, ainda mais agora perto dos jogos”, disse Tiago, que venceu suas três lutas por ippon, inclusive a final contra o americano Colton Brown. Na final do meio-pesado, Mayra Aguiar e a norte-americana Kayla Harrison reeditaram o clássico mundial da categoria que, diferentemente da final do Grand Slam de Paris deste ano, terminou com vitória para a americana. “Fiz lutas muito duras durante a competição. As duas cubanas (Kaliema Antomarchi e Yalennis Castillo) que enfrentei são adversárias fortíssimas. Com certeza, uma delas vai estar brigando nos jogos. Olhando friamente, fiz uma competição boa”, avaliou Mayra. “Infelizmente, o que me deixa mais triste foi a final ter sido tão rápida. Mesmo se ela tivesse ganhado, se tivesse lutado mais eu ficaria mais feliz. Ela é uma atleta muito forte no chão e acabou me surpreendendo, pegando meu braço. Levo como mais uma experiência e mantenho o foco totalmente na Olimpíada.” Maria Suelen Altheman também lutou pelo ouro contra uma velha conhecida, a cubana Idalys Ortiz, campeã olímpica e mundial. Em duelo equilibrado, Suelen forçou uma punição para a adversária, mas sofreu três e terminou com a prata. “É um campeonato muito importante para a gente por causa da pontuação. Chegar à final para mim foi uma vitória, porque no ano passado eu não participei. A final foi disputada, eu consegui fazer algumas pegadas que havia treinado para fazer com ela (Ortiz) e estou vendo que cada vez evoluo mais um pouco. Um degrau de cada vez rumo aos jogos”, disse Suelen.

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O dominicano Robert Florentino foi o primeiro a cair diante de Tiago Camilo

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Na disputa do bronze Victor Penalber projetou o salvadorenho Juan Turcios e segurou no osae-komi

Nas quartas de final Penalber venceu o argentino Ivan Duarte no osae-komi

Luciano Correa vence o mexicano Alexis Esquivel no osae-komi

Arrasador, Tiago Camilo venceu suas três lutas por ippon. Foram três taiotoshis espetaculares e este foi contra o norte-americano Colton Brown. Thomas Briceno, do Chile, foi adversário de Camilo o segundo em Havana

Rafael Silva vence o equatoriano Freddy Figueroa

David Moura venceu o hondurenho Ramon Pileta no primeiro combate

Com maior envergadura, Baby neutralizou a distância pretendida por David

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Com um wazari no golden score, Baby se aproximou de David Moura no WRL

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO DE JUDÔ SENIOR – CUBA Rochele Nunes (+78kg) garantiu a dobradinha brasileira no pódio do pesado feminino ao derrotar a mexicana Vanessa Zambotti por um yuko na disputa do bronze. Além dela, Luciano Corrêa (100kg) e Victor Penalber (81kg) também voltaram de Havana com o bronze no peito. O meio-pesado derrotou o americano Ajax Tadehara, enquanto Penalber venceu o salvadorenho Juan Turcios. “Não obtive o resultado que havia projetado, mas consegui pontuar no ranking e medalhar para o Brasil. Agora é treinar mais e focar os próximos confrontos”, disse o judoca do Instituto Reação. O peso-pesado masculino foi decidido entre Baby e David Moura, que brigavam ponto a ponto por uma vaga nos jogos do Rio. Assim como no bronze do Grand Prix de Samsun, o duelo foi para o golden score e Rafael Silva levou a melhor sobre o compatriota pontuando com um wazari. “Fiz boas lutas. Fazer a final com um brasileiro é sempre complicado, porque nos conhece muito. Não tem nada definido ainda. Temos mais duas competições pela frente. Expectativa está grande já para o Grand Slam de Baku, que é na próxima semana, e depois vou ter um tempo maior para treinar para o másters, em Guadalajara”, projetou Rafael Silva, que estará ao lado de David também nessas duas competições. “É óbvio que nós dois estamos muito bem preparados para a Olimpíada. São poucas competições, mas a gente ainda vai concorrer a 1.200 pontos e espero que eu consiga tirar essa diferença. A última cartada é o World Masters, que vale quase o dobro do pan, e vou com tudo para essa disputa e para o Grand Slam de Baku para conquistar minha vaga”, disse David.

Dirigente comemorou o sucesso da competição Sobre o número reduzido de atletas inscritos na competição, o peruano Carlos Zegarra, diretor esportivo da Confederação Pan-Americana de Judô (CPJ), lembrou das dificuldades enfrentadas por atletas das três Américas. “Na verdade, sempre me interessei exclusivamente pelo judô. Não tenho nenhum outro interesse em estar aqui, a não ser pelo desenvolvimento do judô em nosso continente. Não busco reconhecimento ou status. Penso que obtive status como atleta e com isso correspondi às expectativas de minha família, meus amigos e do meu país. Quando penso no judô, penso em desenvolvimento. Como atleta fui atropelado pela política e pelas ambições de outras pessoas, e sei das dificuldades que os judocas enfrentam para estar nas competições. Quando me tornei presidente da Federação de Judô do Peru, assumi o compromisso com o mesmo entusiasmo e a mesma responsabilidade com que me levanto todos os dias. Meu país foi esquecido e marginalizado, mas tenho orgulho de ser peruano e pan-americano. Contudo, não podemos esquecer que vivemos num continente muito pobre e de todas dificuldades que a grande maioria de atletas enfrenta para viajar e se deslocar no continente.” Questionamos a realização do evento em Cuba, e o diretor esportivo da CPJ lembrou que a origem do problema são as conjunturas sociais. “Busco sempre o melhor para meu país e para nossa região, mas jamais esqueço de onde vim e de tudo que experimentei para chegar até aqui. Felizmente meu trabalho está reper-

Comissão Técnica

Equipe Brasileira em Havana Feminino 48kg: Sarah Menezes – Associação Expedito Falcão/FPIJ 48kg: Nathália Brígida – Minas Tênis Clube/FMJ 52kg: Érika Miranda – Minas Tênis Clube/FMJ 57kg: Rafaela Silva – Instituto Reação/FJERJ 63kg: Mariana Silva – Minas Tênis Clube/FMJ 70kg: Maria Portela – Sogipa/FGJ 78kg: Mayra Aguiar – Sogipa/FGJ +78kg: Maria Suelen Altheman – Associação Rogério Sampaio/FPJ +78kg: Rochele Nunes – Sogipa/FGJ

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cutindo, sou ouvido e respeitado dentro daquilo que me propus, que é administrar a área esportiva da CPJ. Gostaria que mais países participassem do certame, mas não acho que a razão do problema tenha sido o fato de a competição ter sido em Cuba. Se as acontecesse na América do Norte teríamos o agravante dos vistos de entrada. Nosso problema é conjuntural e não pontual.” Zegarra lembrou da apreensão que antecedeu a competição. “O pan-americano sênior foi importantíssimo no processo de definição do ranking olímpico, e foi muito bem organizado. Alguns meses antes havíamos feito o grand prix, no qual aconteceram muitos erros, mas felizmente tudo foi corrigido e sanado. Fiquei muito apreensivo porque sou o diretor esportivo. A FIJ me ajudou muito e eles confiaram em mim, da mesma forma que cobraram e fizeram pressão. Mas felizmente promovemos uma grande competição.” O dirigente finalizou falando sobre o espírito esportivo e a essência do judô. “No geral o pan-americano sênior foi um grande desafio, e cumprimos todo o organograma à risca. Os atletas competiram bem e houve muita emoção. Poder afirmar que organizei um pan-americano classificatório para os Jogos Olímpicos, em Cuba, e que tudo ocorreu dentro do esperado significa uma grande conquista pessoal e profissional. Os cubanos estavam comprometidos e a comissão executiva da FIJ também. Pode ser até que existam cenários mais bonitos em outras partes do mundo, mas um judoca jamais deve esquecer que o importante é o judô e mais importante ainda é competir. Esta é a verdadeira essência.”

Masculino 60kg: Felipe Kitadai – Sogipa/FGJ 60kg: Eric Takabatake – EC Pinheiros/FPJ 66kg: Charles Chibana – EC Pinheiros/ FPJ 73kg: Alex Pombo – Minas Tênis Clube/FMJ 81kg: Victor Penalber – Instituto Reação/FJERJ 90kg: Tiago Camilo – EC Pinheiros/ FPJ 100kg: Luciano Corrêa – Minas Tênis Clube/FMJ +100kg: Rafael Silva – EC Pinheiros/ FPJ +100kg: David Moura – Instituto Reação/FJERJ

Gestor Técnico - Ney Wilson da Silva Supervisor Técnico – Amadeu Dias de Moura Júnior Técnico – Luiz Juniti Shinohara Técnico – Fúlvio Kimio Miyata Técnica – Rosicléia Campos Técnico – Mário Tsutsui Médica – Thatiana Parmigiano Fisioterapeuta – Gláucio da Silva Paredes Fisioterapeuta – Thiago Takara Fisioterapeuta – Priscila Marques de Oliveira Massoterapeuta – Hans Peter Strubreiter Preparador Físico – Josué Morrison de Moraes Analista de desempenho – Leonardo Mataruna Nutricionista - Gisele Lemos Psicóloga – Adriana Lacerda Imprensa – Valter França

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tókio 2020

do E

José Carlos enfatizou que a declaração de Thomas Bach mudou a história do karatê para sempre, e que todos têm de participar desta mudança.

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nfim o sonho virou realidade. Por mais que os oportunistas que outrora deixaram a WKF afirmassem que jamais o karatê se tornaria modalidade olímpica, a ideia concretizouse e definitivamente o karatê está nos Jogos de Tóquio 2020. Nos últimos anos era comum ouvirmos dirigentes dissidentes afirmando que o karatê jamais se tornaria olímpico, e o faziam tentando proteger seus interesses e a grande mentira forjada por eles na criação de organizações congêneres a World Karate Federation, entidade legitimamente criada após várias décadas de rápido crescimento do karatê em todo o planeta, a partir dos anos 1960. Naquela época, os diferentes estilos de karatê, a diversidade das regras e a falta de protocolos unificados que regessem todos os tipos de competição apontavam para a necessidade um órgão internacional que pudesse abordar todas as questões que envolviam a modalidade a partir de uma perspectiva global e unificada. Ryoichi Sasakawa, presidente da Federação Japonesa de Karate (JKF), e Jacques Delcourt, presidente da União Europeia de Karate (EKU), fomentaram conjuntamente uma série de reuniões que produziriam não só as primeiras regras internacionais amalgamadas para o esporte karatê, mas também a criação da União Mundial de Organizações de Karatê-dô (WUKO, na sigla em inglês), em 10 de outubro de 1970. Tóquio foi o local onde a WUKO realizou seu primeiro campeonato mundial, e é importantíssimo lembrar que daquele evento participaram todas as vertentes do karatê existentes no mundo. www.revistabudo.com.br


Desafios

karatê olímpico A notícia mais aguardada pelos milhões de karatecas espalhados pelo mundo surgiu durante a 129ª sessão do Comitê Olímpico Internacional, que precedeu os Jogos Rio 2016. Mas o grande desafio para a modalidade começa agora, quando o karatê do Brasil terá de se reconstruir para erguer um legado que o insira verdadeiramente no contexto olímpico. POR

Com a adesão de mais de 150 países, a direção da WUKO entendeu, portanto, que um novo nome refletiria com maior precisão o tamanho e o propósito da organização, e em 20 de dezembro de 1992 o nome da primeira entidade internacional do esporte karatê foi alterado para World Karate Federation (WKF). Em futuros artigos esmiuçaremos a origem geopolítica do karatê e exporemos os verdadeiros motivos que levaram a modalidade a sofrer incontáveis rachas em seu país de origem, o Japão. Os leigos pensam equivocadamente que a razão dos problemas do karatê está na diversidade de estilos, mas este raciocínio não reflete a realidade. Na verdade, os estilos se respeitam e possuem convivência harmônica, indo ao encontro dos preceitos filosóficos do budô. Os rachas tiveram início e ocorreram dentro de organizações como a Nihon Karate Kyokai (JKA), e invariavelmente as rupturas foram motivadas pela disputa de poder e por interesses financeiros. Na contramão das brigas promovidas pelos japoneses e seus representantes espalhados pelo mundo, na Europa o karatê cresceu e floresceu sob a égide www.revistabudo.com.br

PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS e IAN JONES/COI

“Temos torneios estaduais com 1.500 atletas inscritos, e existem competições nacionais que recebem 3.500 atletas, e precisamos rever nossos conceitos.”

da WUKO e a percepção do francês Jacques Delcourt, o grande gestor que, com muita perspicácia e altruísmo, há décadas iniciou o processo que culminou na inclusão do karatê nos Jogos de Tóquio. Esse processo foi revigorado com a posse de seu sucessor, o espanhol Antonio Espinós, que com extrema habilidade conseguiu unir os karatecas de todo o mundo em torno do sonho de tornar o karatê esporte olímpico. Mas enganam-se aqueles que creem que tudo está resolvido. A grande batalha pela transformação do karatê em modalidade olímpica começa agora, já que, ao contrário das demais modalidades incluídas no programa olímpico, as competições de karatê existem há mais de 70 anos. O karatê possui vícios e hábitos que precisam ser extirpados do seu dia a dia, sob risco de não atender às normas estabelecidas no programa olímpico. Para saber o que precisa ser feito no sentido de modernizar a modalidade, ouvimos José Carlos Gomes de Oliveira, presidente da Federação Paulista de Karatê (FPK). Exercendo seu primeiro mandato e eleito em 2013, Zeca, que é vice-campeão Revista Budô número 18 / 2016

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tókio 2020

Toshihisa Naguram, secretário geral da WKF, com Antonio Espinós, durante a 129ª sessão do Comitê Olímpico Internacional no Rio de Janeiro, na qual Thomas Bach, presidente do COI, declarou que o karatê havia sido aprovado por unanimidade e faria parte dos Jogos de Tóquio 2020.

mundial de shiai kumitê, começou explicando que assumiu a FPK com o propósito de modernizar a entidade fundada em 1974. “O processo encabeçado por Antonio Espinós, presidente da World Karate Federation, que culminou na inclusão do karatê nos Jogos de Tóquio 2020, se arrastou por muitos anos, mas em paralelo ao movimento bem sucedido o dirigente mundial tratou de modernizar a gestão. Lamentavelmente o Brasil estava na contramão daquele movimento, vivendo o pior período de sua história, vítima de uma administração autoritária e retrógrada, que nos lançou ao caos profundo técnica e estruturalmente. Em 2013 a atual gestão assumiu a confederação brasileira, e passamos a trabalhar para tirar o karatê do buraco em que se encontrava. Mas ainda estamos muito defasados. Muito ainda precisa ser feito para conduzir o karatê brasileiro ao século 21”, disse o dirigente. Preocupado com a modernização da modalidade, Zeca detalhou os pontos mais vulneráveis. “Nossos problemas abrangem todos os níveis da modalidade. Dirigentes, professores, árbitros e técnicos precisam reciclar-se e pensar o karatê sob outros pontos de vista. Nossa modalidade precisa urgentemente de um choque de gestão.

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Temos de esquecer tudo que foi feito até aqui, e pensar novos formatos na realização de eventos”, explicou. José Carlos falou sobre os vícios que remetem o karatê aos anos 1960. “A FPK é apontada pelos demais Estados como a entidade que promove os melhores eventos do País. Mas afirmo categoricamente que o modelo adotado por nós é totalmente defasado. Em função dos vícios e situações que nós mesmos criamos, as competições de São Paulo (tidas como as melhores do Brasil) também têm muito que melhorar. Precisamos reduzir drasticamente o número de pessoas e de áreas de disputa. A poluição visual é outro grande problema. Precisamos redimensionar tudo e transformar a modalidade num produto midiático”, cravou Zeca. Detalhando a sua preocupação, o dirigente paulista mostrou que os critérios estão totalmente defasados. “Nossos conceitos estão ultrapassados e não temos tempo hábil para paliativos ou mudanças pontuais. Temos de implodir tudo e começar do zero, sob risco de não nos adequarmos a tempo para 2020. O grande problema é que fazemos eventos para várias classes simultaneamente, e isso resulta na participação de milhares de atle-

tas. Temos torneios estaduais com 1.500 inscritos, e existem competições nacionais que recebem 3.500 atletas, e isso não atende aos interesses atuais de nossa modalidade. Se pegarmos o exemplo do judô, modalidade coirmã que coincidentemente é o esporte com maior retrospecto olímpico, os campeonatos brasileiros são feitos para uma única classe de cada vez, com 250 atletas. Isso porque o judô possui oito categorias de peso no masculino e no feminino e cada Estado pode inscrever apenas o campeão estadual de cada peso. Outro exemplo são os mundiais promovidos pela WKF, que realiza competições exclusivas para cada classe e recebem até 1.000 karatecas, mas acontecem em três dias. Tudo é muito organizado e visualmente muito bonito.” José Carlos finalizou apontando os caminhos que, em sua visão, elevarão o karatê do Brasil ao patamar internacional da modalidade. “A inclusão do karatê nos jogos olímpicos ocorreu em agosto, quando toda a nossa programação e o calendário já estavam em andamento. Não dava para mudar mais nada. Agora é refazer nosso planejamento anual visando à nova realidade do karatê mundial. Não dá para empurrar isso

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WORLD MASTERS - GUADALA JARA 2016

Com

Sarah e Mayra, Brasil terminação na 12ª coloca geral na ue q o ã ç i t e p m o c contou com a participação de 51 países e 231 atletas.

com

Sarah voltou a exibir o judô determinante que a levou a topo do pódio olímpico, em 2012

Marius Vizer na ce rim Masters Guadalajar ônia de abertura do World a 2016

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Brasil fecha o

World Masters

duas medalhas de prata fonte GloboEsporte.com

e IMPRENSA/CBJ I Fotos © IJF Media by GABRIELA SABAU e RAFAL BURZA/CBJ

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô

Antes de cair diante de Kayla Harrison, Maira venceu três confrontos por wazari

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WORLD MASTERS - GUADALA JARA 2016

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ificar equipes lcançando um feito histórico por class seleção brasia , nino femi e o culin completas no mas dalajara, no Méxileira de judô desembarcou em Gua as para a últiatlet 17 co, no dia 25 de maio, levando ranking da FIJ o para tos pon ma competição que valia . 2016 Rio (WRL) antes dos Jogos atletas em todas Aliás, o Brasil foi o único país que classificou Somente Rússia ros. gêne as categorias de peso em ambos os o de atletas, essiv expr tão ero e Mongólia classificaram um núm s. pleta com s nina femi pes mas não foram com equi feminina, enfatizou a Rosicléia Campos, técnica da seleção todas as categorias em as importância da conquista. “Colocar atlet feminino brasileijudô o para do masters é mais um fato histórico a oportunidade é e a atlet do uista conq ro. O masters é o filé, é a s Olímpicos”. para sermos cabeças de chave nos Jogo embarque da equiMantendo o mesmo discurso, antes do time masculino, do ico técn ta, pe para o México, Fúlvio Miya s com a classififelize o muit mos “Fica . valorizou esta conquista tra que somos uma das cação de tantos judocas brasileiros. Mos fazer um bom resultado principais equipes do mundo. Agora é as consigam ser cabeatlet os no World Masters, para que noss ças de chave nos jogos”. imento, destacou Ney Wilson, gestor técnico do alto rend para a compeindo mos a importância do planejamento. “Esta ípio, facilita o princ em que, o e, tição com 12 cabeças de chav fruto do plaé Isso . alha med uma até caminho desses atletas e pela comissão técnica nejamento feito pela direção da CBJ a competição, que é um visando a uma boa participação ness orada, ao lado do muntemp na dos nossos maiores objetivos , e isso mostra que forte ante bast time dial do Rio. Temos um afirmou o dirigente no o projeto está sendo bem executado”, embarque da equipe para Guadalajara.

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Sar ah Menezes é prata

O Brasil começou a disputa do World Masters com duas atletas chegando às finais da competição. Depois de três vitórias nas preliminares, Sarah Menezes parou na japonesa Ami Kondo na grande final do peso-ligeiro, ficando com a medalha de prata. Érika Miranda (52kg) lutou pelo bronze contra a francesa Annabelle Euranie, mas acabou em quinto lugar. Sarah começou sua caminhada com vitória por ippon sobre a anfitriã Edna Carrillo. Nas quartas, eliminou a cubana Dayaris Mestre Alvarez, depois de pontuar com um wazari e forçar quatro punições da adversária. Na semifinal, a judoca piauiense pontuou com um wazari e três yukos para superar a turca Dilara Lokmanhekim. “É muito bom fechar a última competição antes dos jogos com pódio. Principalmente pela maneira como me comportei durante as lutas”, comemorou Sarah, que agora tem quatro medalhas (duas pratas e dois bronzes) de World Masters e é a brasileira com o maior número de pódios nessa competição. “O mais difícil é o

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Na final, Kayla fez Mayra bater duas vezes

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WORLD MASTERS - GUADALA JARA 2016

, e-americana finalizou a brasileira No 17º duelo direto, a judoca nort estadunidense. rival a com o diret o ront conf no s que voltou a ficar atrá

O pódio do peso-meio-

pesado

O pódio do peso-ligeiro

Comissão técnica do Br

asil

do alto rendimento Ney Wilson – Gestor técnico nto erintendente téc. do alto rendime Amadeu Moura Júnior – Sup masculino Luiz Shinohara – Técnico do culino mas do nico Téc – Fúlvio Miyata feminino do nica Téc – pos Cam Rosicléia o inin fem Mário Tsutsui – Técnico do ico Rodrigo Rodarte – Méd Gisele Lemos – Nutricionista óloga Luciana Castelo Branco – Psic ta peu Gláucio Paredes – Fisiotera de desempenho lista Ana – Leonardo Mataruna imprensa. Lara Monsores – Assessora de

A japonesa Ami Kondo parou Sarah no osae-komi

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emocional. Tem de saber controlar a ansiedade e ser inteligente. Foi um grande teste antes das Olimpíadas. Eu peguei atletas fortes. Algumas não estão sempre nos pódios, mas são adve rsárias que dão trabalho. Fiquei muito feliz com a minha postura dura nte as lutas.”

Com juji-gatame, Kayla vence Mayra e leva o ouro do masters

Seleção B r no World asileir a M Guadala j asters ar a 2016 Sa

rah Menezes (48kg) Nathália Brí gida (48kg) Érika Mirand a (52kg) Rafaela Silv a (57kg) Mariana Silv a (63kg) Maria Portel a (70kg) Mayra Aguia r (78kg) Maria Suelen Altheman (+ 78kg) Eric Takabat ake (60kg) Felipe Kitad ai (60kg) Victor Penal ber (81kg) Tiago Camilo (90kg) Rafael Buza carini (100kg ) Luciano Corr êa (100kg) Rafael Silva (+100kg) David Moura (+100kg)

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Numa espécie de tira-teima antes da Olim píada Rio 2016, Mayra Aguiar levou a pior contra a atual campeã olím pica Kayla Harrison, na final da categoria até 70kg. Sem o controle da luta, a brasileira passou praticamente o tempo todo correndo atrás do preju ízo após ter tomado um shidô e um yuko. Ela acabou sofrendo um juji-gatam e e bateu. Esse foi o 17º combate entre as judocas e a nona vitória da norte-americana. As duas já se enfrentaram três vezes neste ano. Em fevereiro, Mayra levou a melhor na final do Grand Slam de Paris, mas Kayla deu o troco ao conquistar o título do Pan-Americano de Havana em abril. O triunfo fez a americana retomar a liderança do conf ronto direto entre as duas. Desde o começo da luta, Kayla foi quem mais procurou as ações, sendo a primeira a levar a adversária para a luta no chão. A vida de Kayla foi facilitada quando Mayra foi advertida e logo depois sofreu um yuko num contra-ataque.

Restavam pouco mais de dois minutos para a brasileira reverter a situação, mas a norte-americana soub e administrar a vantagem, levando a disputa para o ne-waza. Na segunda vez que fez isso, a americana ainda aplicou uma chave de braço girando o corpo. Mayra bateu, mas a arbitragem não viu. Sentada, ela bateu de novo , Kayla também apontou o sinal da brasileira, e enfim a luta foi paralisad a com a vitória da campeã olímpica. Mayra venceu três lutas no caminho até a final, todas por wazari. Primeiro passou pela russa Anastasiya Dmmitriev a, depois derrotou a ucraniana Victoriia Turks e na semifinal levou a melhor sobre a holandesa Guuske Steenhuis. “É claro que eu queria a vitória, que acab ou não vindo. Mas, acho que tirei muitos detalhes que estavam falta ndo, o que eu tenho de arrumar. Eu vim com essa finalidade de aproveita r o torneio como um treinamento. E sair com uma medalha foi um resu ltado bom também, além de poder ter tido um treino de luxo”, avaliou a brasileira que fez sua terceira final consecutiva de World Masters, já tend o dois ouros no histórico (Almaty 2013 e Tyumen 2014). “O que precisa ser feito para chegar bem aos Jogos Olímpicos a gente já vem fazendo há bastante tempo. É realmente ajeitar esses detalhes que faltam, porque o nível olímpico é muit o parelho. Então, quem estiver com a cabeça melhor, tanto dentro quanto fora dos tatamis, com esses detalhes ajeitados, vai sair campeão. É isso que eu vou fazer. Voltar para casa, ajeitar esses detalhes e treinar feliz, treinar bem . É um momento único que a gente vai ter, competir em casa numa Olim píada, então vou dar, com certeza, o melhor de mim ali dentro”, projeta a med alhista de bronze em Londres 2012. Ao todo, 51 países participaram do Worl d Masters Guadalajara 2016, e as duas medalhas de prata conquista das por Sarah Menezes e Mayra Aguiar garantiram a 12ª colocação gera l para o Brasil. O World Masters é a terceira competiç ão mais importante do circuito mundial, ficando atrás apenas dos Jogo s Olímpicos e do Campeonato Mundial. A edição 2016 teve um peso aind a maior por ser a última classificatória para os Jogos Rio 2016. O evento distr ibui 700 pontos no ranking mundial para o campeão, o vice leva 420 e os terce iros colocados somam180. Revista Budô número 18 / 2016

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30º C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO SÊNIOR DE KARATÊ

Impecável, Douglas Brose conquistou mais um ouro no -60 Kg

Brasil recupera hegemonia Com seis medalhas de ouro, duas de prata e cinco de bronze, Brasil volta ao topo das Américas na classe adulto.

pan-americano

Técnicos e atletas da seleção brasileira sênior posam para o fotógrafo Gerado de Paula

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Absoluto no kumitê -75 Kg, Hernani Verissimo conquistou o ouro no individual e por equipe

e é campeão do

sênior

POR

paulo pinto I Fotos GERALDO DE PAULA

C

om o apoio da Federação Cearense de Karatê, a Confederação Brasileira de Karatê realizou a trigésima edição do Campeonato Pan-Americano de Karatê da classe sênior, evento do calendário anual da Federação Pan-Americana de Karatê (PKF), que a partir de agora conta pontos para o ranking olímpico da World Karatê Federation (WKF). Último grande evento da WKF antes da realização dos Jogos Rio 2016, o pan-americano sênior contou com a grande concentração de autoridades esportivas internacionais, entre as quais Antonio Espinós, presidente da WKF; William Millerson, vice-presidente da WKF; José Garcia Manñon, presidente da PKF; e Luiz Carlos Cardoso, presidente da CBK. A principal competição do calendário karatê continental foi realizada de 26 a 28 de maio no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), no Rio de Janeiro, e reuniu 250 atletas de 14 países: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, México, Nicarágua, Peru, República Dominicana, Estados Unidos e Venezuela.

Luiz Carlos Cardoso e Antonio Espinós, na cerimônia de abertura da competição

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30º C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO SÊNIOR DE KARATÊ A Confederação Brasileira de Karatê convocou 60 árbitros e seis oficiais de mesa para atuar nas três áreas, durante os três dias de disputa.

México destaca-se no kumitê feminino individual Há muitos anos o time mexicano deixou de ser mero coadjuvante, exercendo um papel preponderante e chegando ao topo do karatê continental. Na competição realizada no Rio de Janeiro, as karatecas mexicanas conquistaram duas medalhas de ouro, com Merillela Arreola (61kg) e Jessica Paola Padilla Garcia (68kg). A esquadra asteca ainda garantiu duas medalhas de prata e duas de bronze, que consolidaram a forte presença do time mexicano no pódio continental. Paradoxalmente o México não marcou presença no pódio do kumitê equipe. Com as medalhas conquistadas pelas irmãs catarinenses Beatriz Mafra, ouro no 50kg, e Bianca Mafra, bronze no 68kg, o Brasil assegurou a segunda colocação no kumitê feminino. A terceira colocação foi dividida por Argentina e Equador, que conquistaram uma medalha de ouro. A grande surpresa no kumitê individual feminino foi o time peruano, que disputou três finais e obteve três medalhas de prata.

Vinicius Figueira superou seus adversários com extrema habilidade e garantiu um ouro por equipe e um bronze no individual

A técnica Lucélia Brose vibrou muito com a vitória das meninas no kumitê por equipe

Brasil arrebenta no kumitê individual masculino Reeditando as campanhas históricas dos anos 90, a seleção brasileira masculina disputou quatro finais e conquistou seis medalhas: dois ouros com Douglas Brose (60kg) e Hernani Veríssimo (75kg); duas pratas com Alberto Azevedo (84kg) e Wellington Barbosa (+84kg); e dois bronzes com Breno Teixeira e Vinicius Figueira (67kg). Com duas medalhas de ouro e uma de bronze, a República Dominicana ficou em segundo lugar no kumitê individual. O Chile conquistou a terceira colocação com o ouro do peso-pesado obtido por Rodrigo Rojas.

Meninas garantem o ouro no kumitê equipe Com Valéria Kumizaki, Maike de Oliveira, Érica dos Santos e Isabela Rodrigues o Brasil conquistou a medalha de ouro no kumitê feminino por equipe. A Venezuela foi a vicecampeã, enquanto Estados Unidos e Equador ficaram na terceira colocação.

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Masculino garante o ouro no kumitê equipe Com Alberto Azevedo, Wellington Barbosa, Douglas Brose, Gilmarcos Júnior de Bastos, Vinicius Figueira, Breno Teixeira e Hernani Veríssimo, o Brasil conquistou o ouro no kumitê por equipe, a medalha mais importante nas competições de karatê. A Venezuela foi vice-campeã, seguida por Chile e Canadá, que ficaram com a medalha de bronze.

No kata feminino os Estados Unidos levam o individual e Brasil fatura o equipe A norte-americana Sakura Kokumai foi a grande campeã do kata individual feminino, enquanto o time brasileiro de kata obteve o ouro com a excelente performance das paulistas Claudina Aguiar de Souza, Nicole Mota e Monique Mota Yonamine.

Na disputa da final do +84kg, Welington Barbosa foi superado pelo chileno Rodrigo Rojas, mas por equipe foi a desforra e conquistou o ouro

Lucélia Brose pede concentração e foco, e Douglas Brose que após conquistar o ouro no individual, assegurou seu segundo ouro na competição por equipe

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No kata masculino a Venezuela fatura individual e Peru conquista a equipe Antônio Diaz brilhou na final do kata individual e garantiu o ouro para o país caribenho, enquanto a equipe peruana faturou a medalha de ouro com Oliver Del Castillo, Carlos Lam e Jhon Trebejo. O Brasil garantiu o bronze no kata equipe com Luís Batista Júnior, Guilherme da Silva e Brendon de Almeida. Como já foi amplamente divulgado por nós, desde 2013, quando assumiu a atual gestão da CBK, o Brasil retomou sua trajetória de liderança técnica continental, após amargar vários anos no ostracismo, vítima da péssima gestão que gradativamente afastou nosso País dos pódios continentais e internacionais.

Brasil é campeão geral

Time brasileiro campeão por equipe formado por Alberto Azevedo, Vinicius Figueira, Douglas Brose, Hernani Verissimo e Welington Barbosa

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Já no primeiro ano da atual gestão conquistamos a primeira colocação no quadro geral de medalhas. Fato que se repetiu em 2014 e em 2105. No passado houve imprevistos que nos remeteram à segunda colocação, mas nesta temporada tudo deu certo e voltamos ao topo do pódio com seis medalhas de ouro, duas de prata e cinco de bronze. Com duas medalhas de ouro, quatro de prata e cinco de bronze, o México despontou como a segunda maior força continental, à frente da República Dominicana, que somou duas medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze. A quarta colocação ficou com a Venezuela, com uma medalha de ouro, cinco de prata e duas de bronze. A quinta colocação geral ficou para o Peru, que totalizou seis medalhas: uma de ouro, três de prata e duas de bronze. Revista Budô número 18 / 2016

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30º C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO SÊNIOR DE KARATÊ

Luiz Carlos Cardoso e Antonio Espinós, com dirigentes brasileiros

Luiz Carlos Cardoso e William Cardoso com a comissão técnica do Brasil

William Millerson e Antonio Espinós fazem entrega da premiação

Atletas e técnicos vibram com a vitória do Brasil na competição continental

José Garcia Manñon e Antonio Espinós fazem entrega da premiação

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www.revistabudo.com.br Árbitros brasileiros que atuaram no certame


Dirigentes avaliam a competição positivamente Fazendo um balanço rápido do certame, Antonio Espinós, presidente da World Karate Federation, enfatizou o nível técnico da disputa. “Dentro daquilo que foi possível ser realizado avalio a competição positivamente, e fiquei muito satisfeito com a qualidade técnica. Lamentei apenas a baixa participação dos países da América Central”, disse o dirigente máximo do karatê mundial. Sendo enfático, Wiliam Cardoso, diretor técnico da CBK, disse que o torneio atendeu às exigências da Federação Pan-Americana de Karatê. “O evento foi realizado dentro daquilo que foi planejado e superou as nossas expectativas. O ponto alto foi o ótimo nível técnico. Dentro dos aspectos organizacionais o certame também foi satisfatório e atendeu às exigências da PKF.” Responsável por toda a parte técnica do karatê nacional, William Cardoso exaltou os atletas pelo resultado surpreendente, mas lamentou por terem enfrentado um Rio de Janeiro que mais parecia um gigantesco canteiro de obras. “A maior lição que tiramos desta competição foi a de que estamos no caminho certo, pois a equipe brasileira apresentou seu melhor rendimento dos últimos anos. Abrimos uma distância enorme do segundo colocado e isso nos dá uma grande tranquilidade para planejar este primeiro ciclo olímpico do karatê brasileiro. O fato negativo foi o período da realização da competição, pois a cidade estava toda em obras e isso dificultou algumas ações da organização.” Otimista pela inclusão do karatê nos Jogos Tóquio 2020, o dirigente fez uma projeção bastante positiva sobre a edição da Premier League que se realizará em Fortaleza. “Estamos muito otimistas porque, após a confirmação da inclusão do karatê em Tóquio 2020, os atletas passaram a correr em busca dos pontos no circuito internacional e de melhor preparação para o campeonato mundial de 2016, em Linz, na Áustria.” O dirigente finalizou avaliando a importância do primeiro evento que se realizará nas Américas neste ciclo olímpico. “A inclusão do karatê em Tóquio 2020 proporciona uma atmosfera diferente e motivadora. Creio que em Fortaleza, além do calor, teremos um evento motivado e impulsionado pelo espírito olímpico”, previu o dirigente.

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Quadro de Medalhas por País

Classificação Final Feminino Kata 1º Sakura Kokumai - USA 2º Maria Dimitrova - Rep. Dominicana 3º Franchel Velazquez - R. Dominicana 3º Xatzi Trujillo - México Kumite -50 Kg 1º Beatriz Mafra - Brasil 2º Andrea Hidalgo - Peru 3º Ana Keyla - Nicarágua 3º Gabriela Bruna - Chile Kumite -55 Kg 1º Giuliana Novak - Argentina 2º Alessandra Vindrola - Peru 3º Constanza Paredes - Chile 3º Brandi Robinson - USA Kumite -61º Kg 1º Merillela Arreola - México 2º Paula Flores - México 3º Lavin Gonzalez - Chile 3º Gabriela Lopez - Peru Kumite -68 Kg 1º Jessica Garcia - México 2º Sachiko Ramos - México 3º Bianca Mafra - Brasil 3º Marianth Cuervo - Venezuela Kumite 68+ Kg 1º Valeria Echever - Equador 2º Isabel Aco - Peru 3º Ana Mendoza - México 3º Guadalupe Quintal - México Kata equipe feminino 1º Brasil 2º Rep. Dominicana 3º Peru 3º Canadá Kumitê equipe feminino 1º Brasil 2º Venezuela 3º USA 3º Equador

Masculino Kata 1º Antonio Diaz - Venezuela 2º Cleiver Casanova - Venezuela 3º Kenneth Lee - Canadá 3º Joseph Martinez - USA Kumite -60 Kg 1º Douglas Brose - Brasil 2º Andres Rendon - Colômbia 3º Jovanni Martinez - Venezuela 3º Edemilson dos Santos - Brasil Kumite -67 Kg 1º Deivis Ferreras - Rep. Dominicana 2º Andres Madera - Venezuela 3º Breno Teixeira - Brasil 3º Vinicius Figueira - Brasil Kumite -75 Kg 1º Hernani Verissimo - Brasil 2º Ochoa Nicastro - Venezuela 2º Rafael Alexander - Venezuela 3º Dionicio Gustavo - R. Dominicana 3º Thomas Scott - USA Kumite -84 Kg 1º Jorge Perez - Rep. Dominicana 2º Alberto Azevedo - Brasil 3º Jorge Merino - El Salvador 3º Carlos Sinisterra - Colômbia Kumite 84+ Kg 1º Rodrigo Rojas - Chile 2º Wellington Barbosa - Brasil 3º Victor Carbajal - México 3º Franco Recouso – Argentina Kata equipe masculino 1º Peru 2º Argentina 3º Costa Rica 3º Brasil Kumitê equipe masculino 1º Brasil 2º Venezuela 3º Chile 3º Canadá

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COTIDIANO

Diretores e funcionários da Infraero, dirigentes da CBJ e atletas olímpicos dão grito de guerra

Infraero, Cielo, Scania e Mizuno recebem a visita de judocas olímpicos Acompanhados de Paulo Wanderley Teixeira, seis atletas dividiram suas experiências com dirigentes e funcionários das empresas que apoiam o judô brasileiro.

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POR

IMPRENSA/CBJ I Fotos PAULO PINTO/CBJ e ROBERTO STUCKERT/INFRAERO

sucesso de uma modalidade depende de vários fatores. Talvez o maior deles seja a condição adequada para os atletas treinarem e se concentrarem apenas em competir. E o judô brasileiro conseguiu oferecer essa estrutura – e colher os frutos dela – graças aos seus patrocinadores e apoiadores. No dia 12 de setembro seis judocas da seleção brasileira que disputou os Jogos Olímpicos Rio 2016 estiveram na sede da Infraero, em Brasília. No dia 13, foi a vez de visitarem as sedes da Cielo, Scania e Mizuno do Brasil em São Paulo. A CBJ foi representada pelos atletas Rafaela Silva (ouro na Rio 2016), Mayra Aguiar (bronze em Londres 2012 e Rio 2016), Rafael Silva (bronze em Londres 2012 e Rio 2016), Tiago Camilo (prata em Sidney 2000 e bronze em Pequim 2008), Mariana Silva e Victor Penalber, que es-

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Roberto Barral e Per Olov Svedlund com judocas olímpicos na sede da Scania em São Bernardo

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Esportista convicto, Rômulo Dias se rendeu à simpatia e ao talento da campeã olímpica

Márcio Utsch com atletas da seleção brasileira

Após entregarem uma placa a Paulo Wanderley, Per Olov Svedlund e Roberto Barral receberam de Rafael Silva camisetas autografadas pelos atletas da seleção brasileira

Roberto Barral recebe o pin da CBJ de Mayra Aguiar

Diretores e funcionários da Infraero com dirigentes da CBJ e atletas olímpicos, na sede da estatal

Per Olov Svedlund recebe o pin da CBJ de Rafaela Silva

Mayara Aguiar e Márcio Utsch no showroom da Mizuno em São Paulo

Rômulo Dias, Danilo Caffaro e Duda Bastos com os judocas da seleção brasileira

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Antônio Claret de Oliveira exibe o ouro conquistado por Rafaela Silva

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COTIDIANO tiveram acompanhados do presidente Paulo Wanderley Teixeira e por Maurício Santos, diretor de marketing da CBJ. Em todas as ações, os judocas e os dirigentes se encontraram com presidentes, diretores e funcionários das empresas apoiadoras. “A missão que nós tivemos foi exatamente de prestar contas do que fizemos nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Nosso objetivo era permanecer entre as modalidades que mais deram medalhas olímpicas ao Brasil, e conseguimos cumprir esse objetivo com muito profissionalismo”, disse Paulo Wanderley. “Além disso, nós humanizamos esses patrocínios ao permitir que os atletas que eles viram na TV ou ao vivo, pelo qual eles torceram e junto aos quais comemoraram as vitórias estivessem ao lado dos colaboradores que, assim como são os atletas com a CBJ, tornam essas marcas fortes.” Na sede da Infraero, em Brasília, a comitiva da CBJ foi recebida pelo presidente Antônio Claret de Oliveira, diretores e funcionários da estatal. “As Olimpíadas e o judô trouxeram oxigênio para renovar a esperança dos brasileiros. E, para a Infraero, especialmente, vocês são exemplo de garra e temos orgulho de termos participado dessa conquista”, ressaltou Antônio Claret de Oliveira. O segundo encontro ocorreu em São Paulo, na sede da Cielo, e o presidente Rômulo Dias recebeu pessoalmente os atletas e representantes da CBJ, ao lado de Danilo Caffaro, vice -presidente de Produtos, Negócios, Marketing e Inovação; Duda Bastos, diretora de Marketing; Grazielle Schneider, coordenadora de Comunicação Corporativa; Carolina Short, gerente de Comunicação Corporativa; e Camila Inoue, analista de Comunicação Corporativa. Na ocasião, Dias aproveitou para convidar a seleção brasileira a participar do face a face com funcionários de outras filiais da empresa espalhadas pelo Brasil. “Entendemos que devemos apoiar iniciativas sérias e éticas como a gestão que a CBJ vem fazendo. Assim como vocês, eu sou esportista e faço analogia da vida empresarial fundamentada no esporte. É um prazer enorme recebê-los na Cielo e convido toda a seleção brasileira a voltar a nossa sede para passar um pouco da experiência de vocês nos tatamis”, disse o presidente da Cielo. Ao final, os

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Duda Bastos, Paulo Wanderley, Carolina Short e Maurício Santos

Rafael Silva, Mayara Aguiar, Roberto Barral e Rafaela Silva

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Ex-praticante, Danilo Caffaro falou sobre sua vivência nos tatamis a Tiago Camilo e Rômulo Dias

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Rafael Silva e Fernando Beer

atletas gravaram um vídeo e fizeram uma sessão de fotos com os funcionários. Na sequência, os representantes seguiram para a Scania. Utilizando o ônibus cedido pela empresa para a seleção brasileira, os atletas e dirigentes desembarcaram na sede da montadora sueca e foram recebidos por Per Olov Svedlund, presidente da Scania América Latina, e Roberto Barral, diretor geral de Operações Comerciais no Brasil. Logo após, começou uma requisitada sessão de fotos com os colaboradores em frente ao backdrop especialmente preparado para a ocasião. “Essa ação tem o objetivo de mostrar o que a Scania apoia. Não é simplesmente uma empresa que está produzindo e vendendo ônibus, caminhões, motores, serviços. Ela apoia essa modalidade que tem tudo a ver com a marca porque representa valores como orgulho, confiança e dedicação. E a prova disso é que todos os funcionários ficaram muito felizes de estar ao lado desses atletas. Já estamos numa parceria de longa data e que espero que dure por muito tempo”, disse Barral, que junto com Olov Svedlund entregou uma placa ao presidente Paulo Wanderley parabenizando a CBJ pelo desempenho nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e miniaturas dos caminhões produzidos pela empresa aos atletas e dirigentes. A fornecedora oficial de equipamentos esportivos para a Confederação Brasileira de Judô, a Mizuno, encerrou o dia de agradecimentos. A marca, que no Brasil pertence à Alpargatas, é responsável pelos judogis e uniformes de competição e passeio da seleção brasileira. O encontro começou com um bate-papo com o presidente da Alpargatas, Márcio Utsch. “Como brasileiro, senti um enorme orgulho do desempenho do judô brasileiro nos jogos. Como empresário, sinto um orgulho ainda maior por manter uma parceria vencedora com a CBJ há nove anos”, disse Utsch. Além dele, a Mizuno/Alpargatas foi representada por Fernando Beer, diretor de Artigos Esportivos da Alpargatas; Rogério Barenco, gerente executivo da Mizuno; e Eduardo Soares, gerente de Marketing Esportivo da Alpargatas. Portando suas medalhas na Rio 2016, os judocas participaram de uma sessão de fotos com os funcionários no showroom da Mizuno. Revista Budô número 18 / 2016

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C AMPEONATO PAULISTA DE VETERANOS E KATA

Paulista máster mostra ippons Competição realizada em Mauá expôs o alto nível técnico da classe veteranos e o significativo crescimento no número de judocas inscritos nas disputas de kata e shiai. POR

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om grande presença dos judocas da classe veteranos provenientes das 16 delegacias regionais de judô do Estado de São Paulo, no dia 14 de maio a Federação Paulista de Judô realizou o Campeonato Paulista de Veteranos e de Kata 2016. O certame realizado no Ginásio Celso Daniel em Mauá, no dia 14 de maio, abrigou três formas de disputa: kata, shiai individual e

PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS e MARCELO LOPES

shiai por equipe, recebeu 502 atletas vindos de 123 agremiações. Repetindo o cenário dos últimos anos e superando expectativas, esta edição manteve a tendência de crescimento nas disputas de kata e shiai. Os 360 judocas inscritos no shiai ratificam tudo aquilo que escrevemos nos últimos anos a respeito do máster, já que grandes nomes do sênior migraram para esta

categoria, agregando qualidade técnica e transformando-a rapidamente numa classe extremamente competitiva. No kata tivemos a comprovação de que os judocas de São Paulo compreenderam a amplitude e a importância da difusão dos fundamentos do judô entre seus praticantes, e 142 judocas que formaram 71 duplas abrilhantaram a disputa. Vislumbramos que em

O belíssimo hani-maki-komi de Paulo Ricardo Castellanos sobre Luiz Alberto dos Santos

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Pódio das equipes que medalharam

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espetaculares poucos anos a competição de kata deverá ocorrer de forma isolada, já que cada vez mais jovens e adultos participam dela. A cerimônia de abertura reuniu várias autoridades políticas e esportivas, como o professor Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô; Jean Madeira, vereador de São Paulo; José Jantália, vice-presidente da FPJ e mestre de cerimônias do evento; Joji Kimura, coordenador técnico da FPJ; Maurício Neves, diretor da CAAP da Sejel; e Henrique Guimarães, medalhista olímpico que representou todos os atletas presentes. A competição contou com a importante presença e participação de vários professores kodanshas, sendo que grande parte deles atuou na banca examinadora da competição de kata. Entre eles estavam Valdir Melero, Satoru Ebihara, Celso Ferreira franco, Belmiro Boaventura da Silva, Fernando da Cruz, Luís Alberto dos Santos, Nélson Hirotoshi Onmura, Sidney Paris, Celestino Seiti Shira, Rubens Pereira, Antônio Honorato de Jesus, Mercival Daminelli, Milton Ribeiro Correa, Kenzo Matsuura, Yoshiyuki Shimotsu, Rodrigo Motta,

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Alcides Camargo, Wilmar Terumiti Shiraga, Pedro Jovita Diniz, Roberto Duarte, José Gomes de Medeiros, Sadao Fleming Mulero, Hisato Yamamoto, Takeshi Nitsuma e Wagner Antônio Vettorazzi. A diretoria da FPJ homenageou os dez judocas paulistas que disputaram o campeonato pan-americano de kata realizado em Havana (Cuba), de 26 a 30 de abril, e realizaram um feito importantíssimo, conquistando nove medalhas que garantiram o primeiro lugar geral para o Brasil, na competição in-

A marca da conquista www.shihan.com.br

tercontinental. As cinco duplas formadas por Aline Sukino e Juliana Maestá, Henrique Costa e Gabriela Costa, Rafael Rossi e Laryssa Silva, Wagner Uchida e Paulo Ferreira e Marcus Michelini e Diogo Colela, conquistaram sete medalhas de ouro e duas de prata, e colocaram o Brasil em primeiro lugar. Na avaliação de Alessandro Puglia a conquista dos paulistas no kata reflete o comprometimento dos atletas com os princípios da modalidade. “Ficamos surpresos com o desempenho deste pequeno grupo de judocas que fez história em Havana, conquistando um feito gigantesco. Eles são a face de uma nova geração de budokas, que se desenvolve com base nos verdadeiros princípios do judô e nos fundamentos de nossa modalidade. Em nome de todos os judocas paulistas expresso o orgulho de tê-los aqui entre nós”. Em nome do grupo de medalhistas pan -americanos, Marcus Michelini – que também é árbitro internacional FIJ C –, falou à Budô sobre a importância desta deferência. “Agradeço a homenagem feita pela diretoria técnica da FPJ. Além de todo o simbolismo desta premiação, tenho certeza de que ela fará com que vários judocas se empenhem para participar dos futuros campeonatos pan -americanos de kata”, disse o medalhista, que ainda parabenizou a ação da FPJ. “Esta iniciativa mostra que nossos diretores são dirigentes atualizados e acompanham tudo que acontece no mundo do judô. Esta premiação nos motiva a seguir adiante na busca por maior conhecimento na prática do kata.” Houve também uma pequena homenagem às irmãs Miyagui, duas senhoras japonesas que recentemente iniciaram a prática do judô em São Paulo. As judocas octogenárias

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C AMPEONATO PAULISTA DE VETERANOS E KATA foram homenageadas pela bravura e coragem de começar na prática do judô com idade avançada. Aos 86 anos Laura Miyagui e Tereza Miyagui, que está com 76, ambas faixas laranjas, são federadas na FPJ por meio da Associação de Judô Messias, e para Alessandro Puglia, são exemplo a ser seguido. “As duas judocas octogenárias são exemplo de coragem e determinação, por terem iniciado o judô com idade bastante avançada. Elas demostram enorme prazer na prática do judô e no convívio com os judocas. Não poderíamos deixar de reverenciá-las e prestar nossa homenagem a elas”, disse o dirigente. Em seu discurso de abertura Alessandro Puglia destacou o exemplo que a classe máster transmite aos jovens judocas. “Muitos de vocês são professores de judô, enquanto outros são praticantes que até há pouco tempo competiam na classe sênior. Sabemos que estar aqui significa manter viva a busca constante de superação de marcas e índices. Contudo, para a garotada que os vê nos tatamis fica o exemplo de luta, perseverança e determinação. É por isso que parabenizo e agradeço a todos, pois ao lado dos atletas da seleção brasileira e da seleção olímpica, vocês mantêm a chama acesa iluminando, aquecendo e dando vida a tudo aquilo que buscamos e acreditamos”, disse o dirigente. No encerramento da cerimônia de abertura o árbitro internacional FIJ B Kendi Yamamoto fez o ritsu-rei e a competição começou com as disputas de kata.

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C AMPEONATO PAULISTA DE VETERANOS E KATA Aumento de atletas inscritos surpreende a todos No kata inscreveram-se 71 duplas, sendo 35 no nage-no-kata, 11 no katame-no-kata, 16 no ju-no-kata, duas no kime-no-kata e sete no kodokan-goshin-jutsu. Com isso o número de atletas inscritos nas disputas de shiai e kata totalizou 502. O certame começou com a disputa de kata, que a cada ano atrai maior número de judocas com menos idade e menor graduação, evidenciando o crescente interesse por esta forma de disputa. Nos tatamis do shiai sentimos a pressão que a nova geração do M1 está exercendo nos judocas desta classe, e, como sempre, grande parte dos atletas que foram a Mauá mostraram a predisposição de disputar o mundial grand máster (World Judo Championships Veterans), que este ano será realizado de 18 a 21 de novembro, em Fort Lauderdale, na Flórida (EUA). Entre os medalhistas do shiai figuram velhos conhecidos que estão ávidos para invadir o Sul dos Estados Unidos, em busca de medalhas. Entre eles estão Acácio Lorenção, medalha de bronze no meio-pesado do M6, que defende o Grêmio Recreativo Barueri; Cristian Cesário, campeão ligeiro no M2, do Instituto Chiaki Ishii; Paulo Sérgio Segatelle, campeão meio-médio no M2, do Judô na Faixa Team; Rogério Valeriano dos Santos, campeão meio-pesado no M2, da Associação de Judô Mauá; Bahjet Rached Said El Hayek, o Bajé, campeão peso-leve no M3, do Instituto Chiaki Ishii; Wilson Carvalho Caldeira, campeão meio-pesado no M3, do Instituto Chiaki Ishii; Rodrigo Guimarães Motta, campeão peso-leve no M4, do Instituto Chiaki Ishii; Paulo Ricardo Castellanos, vice-campeão peso-leve no M5, da Associação de Judô Hinodê; Luiz Alberto dos Santos, medalha de bronze no M5, do Clube Paineiras do Morumbi; Marco Aurélio Trinca, campeão médio no M5, da Sociedade Esportiva Palmeiras; Sérgio Honda, campeão ligeiro do M7, da Associação Desportiva Indaiatubana; Reinaldo Seiko Tuha, campeão peso-médio do M6, da Associação de Judô Mauá; Irahy Tedesco, campeão peso-médio no M7, do Clube Cultura Artística; Rogéria Cozendey da Silva, vice-campeã peso-pesado no M4, do Sindicato Servidores Públicos de São Sebastião; e Fátima Belboni de Camargo, campeã peso-médio do M4, da Associação de Judô Messias. Mais uma vez a competição do shiai por equipe foi a grande sensação do certame, apresentando momentos eletrizantes. Mes-

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mo após a incansável batalha por medalhas no individual, os principais judocas paulistas mostraram comprometimento e se lançaram na luta por equipes, onde o time do Clube Paineiras do Morumby ficou na primeira colocação, e o São Paulo Futebol Clube foi vicecampeão.

Apoiador Máster da Federação Paulista de Judô

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Medalhistas avaliam a competição Detentor de 20 títulos mundiais de kata, nesta temporada Luiz Alberto dos Santos fez sua reestreia nas competições de shiai e mostrou que mantém o histórico de um dos maiores medalhistas do judô paulista. Depois de fisgar um bronze no peso-leve do M5, uma das categorias mais competitivas do torneio, o supercampeão mundial de kata falou sobre esta experiência com exclusividade para a Budô. “Voltei porque competir é um grande estímulo, e como parei de competir no kata, achei por bem voltar às minhas origens disputando o shiai. Após mais de 20 anos fora das competições voltei em março na Copa São Paulo e fiquei em terceiro lugar. Aqui também conquistei uma medalha de bronze e estou muito feliz.” Sobre o hani-maki-komi que o projetou ao terceiro andar, Luís Alberto reverenciou seu adversário lembrando que é justamente toda esta dinâmica do judô que faz com que até hoje esteja competindo. “Foi tranquilo, mesmo porque judô é isso. É cair e levantar constantemente. Além de ter sido campeão da Copa São Paulo este ano, o Paulinho vem de uma excelente escola e jamais parou de competir. Ele sempre foi e será um dos favoritos em nossa categoria de peso, e está de parabéns. Aliás, toda a nossa classe está de parabéns e eu estou aqui justamente para isso. Para jogar e ser jogado.” Além de explicar como jogou o velho companheiro dos tatamis, Paulo Ricardo Castellanos, vice-campeão peso-leve no M5, da Associação de Judô Hinodê, falou sobre trajetória ao lado do grande campeão mundial de kata. “Na verdade, eu entrei de hane-goshi, harai-goshi, e aí ele soltou o braço e virou um hani-maki-komi. O Luís é um irmão de muitos anos. Estava fora da competição do shiai, mas ele voltou forte porque sempre foi muito forte. Nossa história passa pelo juvenil, júnior, sênior e agora ele voltou para a briga, e ele sempre demanda muita atenção porque seu judô é fortíssimo.” Castellanos finalizou falando sobre o diferencial da classe veteranos. “Na verdade, o máster é uma categoria totalmente diferente. Nos cumprimentamos antes e depois de lutar, e tudo é feito na base do fair-play. É claro que todos gostam muito de vencer, mas no veterano o clima é de amizade e muito respeito. Estar junto com os amigos e viver este congraçamento é o mais importante. Nós jogamos, mas depois recolhemos os pedacinhos”, brincou o aluno do sensei Shira. Após retornar aos tatamis em 2012, o enwww.revistabudo.com.br

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C AMPEONATO PAULISTA DE VETERANOS E KATA genheiro civil Marcelo Shigueo Soga coleciona várias medalhas, e em Mauá foi campeão peso-meio-médio do M4, vencendo todas as lutas por ippon. Iniciou a prática aos 7 anos com o sensei Takahashi, e parou na época da universidade. “Desde que retornei em 2012, conquistei dois ouros e um bronze em campeonatos paulistas, e não medalhei em uma temporada em função de uma cirurgia de ombro”, disse o campeão do peso-meio-médio, que revelou seu tokui-waza. “Meus golpes preferidos são o uchi-mata e o-soto-gari de esquerda. Venci a primeira luta aqui jogando de o-soto-gari e as outras duas de uchi-mata. Sou engenheiro de profissão, mas retornei aos tatamis aos 40 anos e hoje dou aula como voluntário numa escola da Zona Sul da capital, junto com o Roberto Forte Katchborian. É uma grande alegria competir e estar entre os velhos amigos, sem contar que toda esta movimentação em torno dos tatamis é um complemento de nossa atividade e alivia a tensão do dia a dia.”

Joji Kimura e Alessandro Puglia entregam troféu as campeões pan-americanos de kata

Dirigentes comemoram sucesso do certame Joji Kimura comemorou o crescimento da classe máster e o bom momento da modalidade em todo o Estado. “Estamos realizando aqui três eventos: o paulista máster de shiai individual, por equipes e a disputa de kata. Nossa seleção sub 18 está competindo em Lauro de Freitas. Aqui tivemos a participação maciça de atletas e não tenho dúvida de que superamos todas as expectativas traçadas para este evento. Creio que houve um aumento de 20% no número de participantes e penso que este é o reflexo do trabalho que todos nós – professores, atletas, dirigentes e árbitros – estamos desenvolvendo.” Francisco de Carvalho explicou porque nesta temporada o evento não foi realizado em Amparo. “Trouxemos o Campeonato Paulista Máster para Mauá porque a crise econômica do País chegou ao interior do Estado. Eles não puderam sediar o evento. O crescimento do número de participantes é resultado de vários fatores, entre os quais a proximidade de nossa arena à capital. Outro fator é estarmos num ano olímpico, e isso motiva maior participação. O máster está crescendo muito porque antes apenas São Paulo apoiava e promovia competições desta classe. Hoje, tanto a Confederação Brasileira de Judô quanto a Federação Internacional de Judô apoiam e promovem grandes eventos, e este apoio logicamente se reflete aqui. O ponto alto desta edição foi o número expressivo de judocas inscritos, o nível técnico muito mais forte e as classes M1 e M2 com uma quantidade surpreendente de atletas.”

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Francisco de Ca

rvalho Filho

Jean Madeira

Alessandro Puglia

Alessandro Puglia e Jean Madeira homenageiam as irmãs Miyagui José Jantália

Francisco de Carvalho, Laura Miyagui, Tereza Miyagui e Geisa Guedes

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Campeonato Paulista de Kata 2016 - Classificação Final

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Campeonato Paulista de Kata 2016 - Classificação Final

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Resultados Paulista Master MASCULINO Master 1 Ligeiro 1º Bruno Pires Vieira - São Paulo F. C. 2º Marcus Vinicius Silva - Clube Paineiras 3º César Seitsi Miwano - São Paulo F. C. 3º Sidnei Paris Junior - Sayão F. C. Meio-leve 1º Adalberto Figueiredo - Assoc. Sekai 2º Alexandre D. Nobrega - C. A. Taboão 3º Leandro Rodrigues - Assoc. Mauá 3º Josemar de Oliveira - A. Adriana Bento Leve 1º Lucas Miquinioty - Birigui Perola C. 2º Adriano Lima - São Paulo F. C. 3º Henrique J. Pacagnan - Assoc. Kimura 3º Felipe Cesar Coutinho - Judô Clube Mogi Meio-médio 1º Ivan Ferreira de Lima - Grêmio Cubatão 2º Humberto Di Rienzo - Soc. Esp. Palmeiras 3º Lucas Antonio Borges - Rio Preto A. C. 3º Jair Leite Gimenes Jr - São João/Apaja Médio 1º Robson Foriato Jota - SMEL Francisco M. 2º Madson André Marques - São Paulo F. C. 3º Rodolpho Lavoura N. - Assoc. Limeirense 3º Rodrigo Prado - Assoc. Mauá Meio-pesado 1º Manoel H. Santos - Associação Shiroma 2º Wagner dos Santos - Budokan Peruíbe 3º Jorge F. Ribas Jr - Assoc. Irmãos Ribas 3º Antonio Carlos Vido Jr. - SEMEL Amparo Pesado 1º Ricardo Yukio Koga - São Paulo F.C. 2º Jelton Monção Pantano - Rio Preto A. C. 3º Eduardo D. de Araújo - Judô Clube Mogi 3º Nicolas Daniel Souto - Liga Litoral Master 2 Ligeiro 1º Cristian Cesário - Instituto Chiaki Ishii 2º Caio Kanayama - Assoc. Kanayama 2º Rodrigo Gonçalves - Judô na Faixa 3º Sidney de Lima - Assoc. Nakashima Meio-leve 1º Filipe Yoshio Terada - São Paulo F.C. 2º Marco Aurélio Macedo - São Paulo F.C. 3º Alexandro de Freitas - Instituto Divino 3º Otto Fernando Pinho - Assoc. Piquete Leve 1º Ronaldo Rocha - S. C. Corinthians 2º Milton Marques - Rio Preto A.C. 3º Guilherme Ramos - São Paulo F.C. 3º Rodrigo Braiani - Assoc. Kenshin Meio-médio 1º Paulo Sergio Segatelle - Judô na Faixa 2º Jefferson Redondo - Judô Clube Mogi 3º Alex S. Russo - Sociedade Harmonia 3º Roberto Roschi Orsi - Assoc. Kimura Médio 1º Peterson de Mello - Assoc. Itapira 2º Tiago A. Leal Paulista Shoshichi 3º Renato Y. Kimura - Judô Clube Mogi 3º Jose A. Barbosa - SEMEL Amparo Meio-pesado 1º Rogerio Valeriano Santos - As. Mauá 2º Douglas Montel Mello - Círculo Militar 3º Romiro Samuel Ribeiro - São Paulo F.C. 3º Gabriel da Silva Carvalho - Judô Regis Pesado 1º Josué Gomes Bragança - São Paulo F.C. 2º Leandro Said Costa - Judô Clube Mogi 3º Daniel Hideki Kan - Osasco/Yanaguimori 3º Valmir Santos Gomes - Assoc. Kyoei

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Master 3 Meio-leve 1º Leandro U. Borges - Calasans Camargo 2º Rafael Rossi - Sport Club Corinthians 3º Alberto Hideo Assano - Assoc. Mirai 3º Antonio Nascimento - Assoc. Equilibrium Leve 1º Bahjet Rached Hayek - Instituto Chiaki Ishii 2º Luis Fernando Ferreira - Rogério Sampaio 3º Lucas A. Oliveira - Associação Iguapense 3º Willian R. de Oliveira - São João/Apaja Meio-médio 1º Jairo Rodrigues - Academia Shoorikan 2º Carlos Eduardo Prado - Rogério Sampaio 3º Luciano R. Fernandes - Assoc. Nakashima 3º Alex Meira Iribarne - Assoc. Cho Do Kan Médio 1º Lucas Fugikawa - A. D. Ateneu Mansor 2º Anderson Santos - A. D. São Bernardo 3º Marciel Martins - São Paulo F. C. 3º Ederson Jose de Abreu - Assoc. Piquete Meio-pesado 1º Wilson C. Caldeira - Instituto Chiaki Ishii 2º Adamo Passos - Budokan Peruíbe 3º Glauber Diniz Aragão - Judô Clube Mogi 3º Leandro Dias Bello - Vila Souza A. C. Pesado 1º Angelo E. Berto - Osasco/Yanaguimori 2º Luiz Augusto Santos - Assoc. Shiroma 3º Ricardo Aguiar Simões - S.E. Palmeiras 3º Paulo E. Guglielmetti - Clube Tumiaru Ligeiro 1º Alexandre Nogueira - Assoc. Kenshin Meio-leve 1º Alexandre Vitorino - As. Divinolândia 2º Francisco C. Barreto - ADPM- S.J.C. Leve 1º Rodrigo G. Motta - Instituto Chiaki Ishii 2º Vagner Cunha Sandes - Assoc. Hinodê 3º Paulo Sérgio Merino - Assoc. Moacyr 3º José Gonçalves Silva - Instituto Divino Meio-médio 1º Marcelo Shigueo Soga - E. Clube Sírio 2º Luis Fernando Martinez - Assoc. Fênix 3º Euclides Candido Reiner - Pirituba F.C. 3º Vlastimir Rossiti - Academia Equilíbrio Médio 1º Jefferson Delgado - Osasco/Yanaguimori 2º Rudnei Marques - Assoc. Cho Do Kan 3º Valter Gomes - Ribeirão Pires/A.D.R.P 3º Fernando M. Siqueira - Assoc. Fagundes Meio-pesado 1º Harry de Oliveira - Assoc. Araçatuba 2º Alexandre Botteon - Birigui Perola C. 3º Lairton Cesar Mansor - As. Kobu-Kan 3º Marcelo Z. Denardi - Academia Heisei Pesado 1º Adilson Galhardo - Assoc. Hinodê 2º Marcello Loffredo - Clanisa Judô 3º Reinaldo Arantes - Liga Litoral 3º João Carlos Felipe - SEMEL Amparo Master 5 Ligeiro 1º Ademar Akira Ireijo - A. Rogério Sampaio 2º Claudio Cesar de Oliveira - ADPM- S.J.C. Meio-leve 1º Carlos R. Peres - S.E. Franco da Rocha 2º Eliel Carvalho - Ribeirão Pires/A.D.R.P 3º Sergio Kazuo Noda - Judô Clube Mogi 3º Gervasio Kurosawa - Assoc. Registrense Leve 1º Carlos Salto Neto - Birigui Perola C. 2º Paulo Ricardo Castellanos - As. Hinodê 3º Vicente Rodrigues - Assoc. Santa Isabel

3º Luis Alberto dos Santos - Clube Paineiras Meio-médio 1º Marco Aurélio Trinca - Soc. Esp. Palmeiras 2º Franco V. Ribeiro Gatto - Assoc. Messias 3º Alessandro Pongolino - Assoc. Pessoa 3º David F. Benedetti - Sind. São Sebastiao Médio 1º Ademar Dias Baeta - S. Esport. Palmeiras 2º Marcos Magri Bernardo - Inst. Chiaki Ishii 3º Giocondo Trinca Filho - Assoc. Kimura 3º Luis Carlos Castilho - Associação Ubatuba Meio-pesado 1º José Iasbech Morais - S. Esport. Palmeiras 2º Edson Shigueo Sakai - Judô Clube Mogi 3º Acácio V. Lorenção Jr. - Inst. Chiaki Ishii 3º Ubirajara Bezerra - Assoc. Alcance Sports Pesado 1º Marco A. Gonçalves - Judô Clube Mogi 2º Tarcísio Siqueira Jr - Soc. Esp. Palmeiras Master 6 Ligeiro 1º Luiz Carlos Moreira – SME Penápolis Meio-leve 1º Oscalino Almeida - Assoc. Yamazaki Leve 1º Pedro Luiz Fernandes - Assoc. Fernandes 2º Romário A. de Oliveira - Assoc. Kenshin 3º Edson Donizetti Bertolli - Assoc. Moacyr 3º Celso Y. Takeda - Ribeirão Pires/A.D.R.P Meio-médio 1º Paulo Ferreira - Soc. Esp. Palmeiras 2º João Jose Velloza - Osasco/Yanaguimori 3º Rui Tonelli Ferrante - A. D. Ateneu Mansor 3º Jose Carlos Mendes - Budokan Peruíbe Médio 1º Reinaldo Seiko Tuha - Assoc. Mauá 2º Adalgiso Maia Telles - Alphaville T. C. 3º Ronaldo Magno Ribeiro - Clube Regatas 3º Jose Carlos Pereira - SMEL Francisco M. Meio-pesado 1º Benedito de Oliveira - Corpore/SMERP 2º Valdemir C. Nascimento - Assoc. Mauá Pesado 1º Mauricio Calil - Clube Paineiras 2º Ricardo Silva – Ass. Rogério Sampaio Master 7 Ligeiro 1º Sergio Honda - Assoc. Indaiatubana Meio-leve 1º Jonas Pinto - Assoc. Registrense Leve 1º Reginaldo Melo - SEDUC – P. Grande Meio-médio 1º Benedito Oliveira - Assoc. Nakashima 2º Carlos Hugo Gaitan - Assoc. Messias 3º Newton Cezar Romero - Ass. Barbosa Médio 1º Irahy Tedesco - Clube Cult. Artística 2º Jairo Baptista de Arruda - SEME Itu 3º Giorgio Ernesto Buoro - Assoc. Moacyr Meio-pesado 1º Walter Tavares – SEME Caraguatatuba 2º Wilson Beck Idrani - Academia Taboão 3º Luis Pereira - Assoc. Messias Pesado 1º Jorge F. Ribas - Assoc. Irmãos Ribas 2º Niverci Ferreira - Soc. Esp. Palmeiras

FEMININO Master 1 Ligeiro 1º Odila N. de Aquino – SEMEL São José

Leve 1º Lucivania Araújo - Assoc. Alcance Sports Meio-médio 1º Camilla Monteiro - A. Anderson Cassio Médio 1º Vanessa K. de Freitas - Inst. Chiaki Ishii 2º Danielle de Abreu - Vila Souza A.C. Meio-pesado 1º Daniele Ribeiro - Assoc. Piquete 2º Angélica M. da Silva - São João/Apaja 3º Alessandra Teixeira – S. Caraguatatuba 3º Gleice C. de Souza - A. Adriana Bento Pesado 1º Tatiane Cristina Burin - Assoc. Bauru Master 2 Meio-leve 1º Melanie J. Deram - Academia Shoorikan 2º Valdiceia Galdino - Assoc. Itapetininga Leve 1º Ana Claudia Mendes - Inst. Chiaki Ishii Meio-médio 1º Angélica Marques - S. E. Sanjoanense 2º Irati Maffra - Assoc. Carlos Fossati 3º Laura Fernandes - Calasans Camargo 3º Helena Alencar - Osasco/Yanaguimori Médio 1º Vanessa Cristina Billard - Assoc. Kyoei 2º Adriana Bento Dias - A. Adriana Bento 3º Juliana Rodrigues – SEMEL São Jose Meio-pesado 1º Mirian Fernandes – ONG Educ. Cult. Pesado 1º Deise F. Ribas - Assoc. Irmãos Ribas 2º Juliana Cairo - Clube Regatas 3º Milena Xavier Siqueira - Assoc. Bauru 3º Sabrina Sakashita - Assoc. Itapetininga Master 3 Ligeiro 1º Suzana de Oliveira - A. D. Bandeirantes Meio-leve 1º Claudia Alves Sampaio - Assoc. Akatsuki Leve 1º Rosimar Romano - Assoc. Indaiatubana Meio-médio 1º Maria Lucia Pontes - A. D. Ateneu Mansor 2º Zenaide Machado Vieira - Rio Preto A. C. 3º Isabel Regina Freitas - Academia Pissarra Médio 1º Silvia Aparecida Garcia - Assoc. Bushidô 2º Marcia A. Oliveira - Academia Angatuba Meio-pesado 1º Maura Patrícia Moreira - Instituto Divino Pesado 1º Raquel de Oliveira - Assoc. Shiroma 2º Fernanda Gomes - A. D. Ateneu Mansor Master 4 Meio-leve 1º Sandra Benedita Da Silva - SME Penápolis Leve 1º Maria Aparecida Maia - Assoc. Fabrica C. 2º Ednaura Prates Luz - SMEL Francisco M. 3º Edneia Carvalho - Academia Taboão Meio-médio 1º Maria Aldevania Santos – Assoc. Resgate Médio 1º Fatima Belboni - Assoc. Messias Meio-pesado 1º Silvia A. Alves - Morimoto Lins Pesado 1º Valeria Brandino - Liga Litoral 2º Rogéria Cozendey - São Sebastiao 3º Daisy Santos - Academia Pissarra

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JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016 - TAEKWONDO

Com Maicon Andrade Taekwondo consegue segunda medalha olímpica

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Maicon Andrade conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos Rio 2016, a segunda do taekwondo brasileiro. A primeira veio com Natália Falavigna, em Pequim 2008.

ma das maiores surpresas nos Jogos Olímpicos Rio 2016, Maicon Andrade conquistou a medalha de bronze na categoria +80kg, a segunda em toda a história da modalidade, repetindo o feito de Natália Falavigna (+67kg) em Pequim 2008. Pouco conhecido mesmo no País, o mineiro que entrou para o alto rendimento há apenas três anos, 51º no ranking mundial, nem era o mais cotado para representar a modalidade. Desde que Anderson Silva apareceu na mídia dizendo que disputaria as seletivas para os jogos, o que acabou não ocorrendo, o taekwondo praticamente desapareceu do noticiário. Guilherme Félix era o principal atleta nessa categoria, acima de 80kg, e além disso Maicon sofrera uma fratura na perna direi-

POR

N.T. MATEUS I Fotos SAULO CRUZ/Exemplus/COB

ta e ficara fora das três principais competições internacionais: o pan-americano e o mundial da modalidade e os Jogos Pan-Americanos. Na coletiva de imprensa, Maicon, que treina atualmente em São Caetano do Sul (SP), garantiu que continuará o seu forte trabalho para chegar a Tóquio 2020. “A base de tudo é trabalhar, treinar e ver quais são as próximas competições. Não vou parar, vêm aí um novo ciclo e novos objetivos. ” Para Maicon, um dos segredos do seu sucesso foi minimizar o peso de disputar um evento de tal grandeza, ainda mais em casa. “Eu confio no meu trabalho, e no que está sendo desenvolvido. Vim preparado, feliz e alegre por estar dentro do meu País, com

todo mundo torcendo por mim. Também não encarei a torcida como pressão, mas sim como uma força extra”, disse. “Conquistar esta medalha foi a maior honra que tive na vida, que pude dar para a minha família e para o meu País”. Ainda na coletiva de imprensa, Maicon admitiu que não era visto como possível medalhista e citou o nome de outros atletas. Mas o diretor-executivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marcus Vinícius Freire, assegurou que a entidade já olhava o lutador com potencial para subir ao pódio. “Na nossa área de performance esportiva, ele era o principal nome do taekwondo”, afirmou o dirigente. “Em nossa análise, quem tinha as maiores chances entre todos os atletas do taekwondo estava na luta do último dia, no

Disputa da medalha de bronze do +80kg, entre Maicon de Andrade Siqueira/Brasil e Mahama Cho/ Grã-Bretanha, na Arena Carioca 3

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Maicon de Andrade Siqueira vence Mahama Cho e escreve seu nome na história da modalidade

último peso, na última hora, e foi exatamente o que se confirmou. Era um nome marcado pela nossa turma.” Mais novo de oito irmãos, Maicon aproveitou a coletiva de imprensa para homenagear sua mãe, Vitória Siqueira. “Ela é a base de tudo, é o meu pilar. Sempre tem uma resposta para mim. Ela teve câncer em 2014 e eu quase de-

sisti do alto rendimento para poder ficar com ela, mas foi precisamente nesse momento que ela ainda me motivou ainda mais e me deu forças para perseguir este meu sonho.” Cansado pela maratona de lutas, Maicon recordou os obstáculos pelo caminho e pediu mais atenção ao taekwondo e aos novos talentos. “Conseguir visibilidade para o meu esporte era tudo que eu queria. É um sonho! Não tem como descrever. Só quem é atleta sabe como é isso. Quero agradecer a todos da minha equipe. As pessoas em São Caetano devem estar felizes agora.”

Luta decisiva Ao entrar na Arena Carioca 3, no dia 20 de agosto, Maicon Andrade começou uma luta dramática com o britânico Maha-

ma Cho para chegar à medalha de bronze. Combativos em seus confrontos anteriores, ambos mostravam-se cautelosos e tiveram um primeiro round pouco movimentado – algumas ameaças de chutes laterais sem muita objetividade. No segundo round, o britânico conseguiu um ótimo chute alto e fez 3 a 0. Maicon descontou e anotou seu primeiro ponto e foi para o intervalo com dois pontos atrás no placar. No terceiro round Maicon fez a vantagem cair para um ponto e logo em seguida virou para 4 a 3. Mas Cho conseguiu empatar. A menos de dez segundos do fim, Maicon desempatou e houve um replay por suposto chute na face desferido pelo brasileiro, indeferido pela arbitragem, e bastou então ao brasileiro segurar a vantagem. A presença de Maicon na disputa do bronze só foi possível porque o adversário que o derrotara nas quartas de final, Abdoulrazak Issoufou Alfaga, de Níger, chegou à final. (Acabou ficando com a medalha de prata após perder por 6 a 2 para Radik Isaev, do Azerbaijão). O atleta africano é um velho conhecido de Maicon e havia prometido ao brasileiro “puxá-lo” para a repescagem. “Ele disse que iria passar de fase para me ajudar. Ele é um atleta muito bom. Já tive a oportunidade de lutar com ele outras vezes e venci. Na saída da nossa luta, ele me desejou boa sorte e eu vi no olhar que ele conseguiria passar e me puxar. Foi um entrosamento muito forte.”

O pódio do +80kg,

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JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016

Judô bate recorde de audiência e supera Copa do Mundo de 2014 A vitória de Rafaela Silva garantiu mais de 18 milhões de visitas ao site Globo.com, no dia 8 de agosto. Sozinha, a judoca bateu a audiência da seleção brasileira de futebol. POR

PAULO PINTO I Fonte ANCELMO GOIS/GLOBOESPORTE.com I Fotos GABRIEL HEUSI/ME e MÁRCIO RODRIGUES/MPIX/CBJ

Irreverente, Rafaela projetou a modalidade a índices midiáticos jamais atingidos

O público lotou a Arena Carioca 2 para acompanhar o judô

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odisseia de Rafaela Silva rumo ao topo do pódio nos Jogos Rio 2016 garantiu o primeiro ouro para o Brasil e um recorde histórico de audiência para o site globoesporte.com, um dos principais veículos esportivos do País. Com a matéria intitulada Somos todos Silva: Rafaela conquista 1º ouro do Brasil na Olimpíada do Rio, escrita pelos jornalistas David Abramvezt, Helena Rebello, Renan Morais e Richard Souza, o Globo.com superou toda as marcas atingidas anteriormente. No dia 8 de agosto o portal teve mais de 18 milhões de visitas, superando o recorde anterior de 17 milhões registrado durante a Copa do Mundo FIFA 2014. Uma semana depois, o futebol feminino garantiu novo recorde ao globoesporte.com, mas o ouro de Rafaela segue como a segunda maior audiência da história do portal.

Público e imprensa tiveram que se espremer, para acompanhar as lutas da Arena Carioca 2

Além da visibilidade alcançada pelo site carioca, a excelente matéria escrita pelo quarteto de jornalistas do globoesporte. com foi replicada em dezenas de sites pelo País afora, o que sem sombra de dúvidas aumentou significativamente a projeção e a importância midiática da notícia. Midiaticamente falando, este é um índice importantíssimo, que aponta novos horizontes no tocante à preferência dos brasileiros quando o tema é esporte. Estes dados mostram que, no mínimo, o futebol já não nada a braçadas no noticiário esportivo

Devido à grande efetividade no rendimento, o judô atraiu um público seleto para a Arena Carioca 2. Bernard Rajzman, João Derly, Paulo Wanderley, Leonardo Picciani e Carlos Nuzman torceram e vibraram com os ippons dos judocas brasileiros

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nacional, que hoje destina fatias generosas ao vôlei, judô, vôlei de praia, futsal e futebol. Na visão de Paulo Wanderley Teixeira, o índice alcançado coloca o judô entre as maiores expressões esportivas do Brasil. “Indubitavelmente esta é uma marca histórica, e é inegável que toda esta audiência potencializou a visibilidade do judô. Além de evidenciar o interesse gigantesco pelo nosso esporte, isso atesta que a modalidade é uma das mais conhecidas dentre os esportes praticados no Brasil”, ponderou o presidente da Confederação Brasileira de Judô. O dirigente avaliou o impacto da exposição expressiva sobre a modalidade. “A marca Confederação Brasileira de Judô e tudo que a constitui e contribui para sua existência, tais como patrocinadores, apoiadores, federações, clubes, atletas e toda comunidade judoísta, foram beneficiados com esta megaexposição midiática. A CBJ e seus patrocinadores, em especial, foram contemplados com a gigantesca visibilidade positiva e o enorme retorno do investimento. Contudo, o grande beneficiado foi o judô, que encerrou sua participação nos Jogos Rio 2016 ainda mais fortalecido”, disse. Paulo Wanderley lembrou que mais uma vez o judô deu sua contribuição e cumpriu seu papel. “Ouvimos algumas críticas sobre o desempenho do judô nos jogos, mas os gestores do Comitê Olímpico do Brasil declararam que o judô fez a sua parte e cumpriu seu papel. Com os pódios do Rio, o judô soma agora 22 medalhas olímpicas e segue como a modalidade que mais deu medalhas ao Brasil na história dos Jogos Olímpicos”, concluiu o dirigente. Revista Budô número 18 / 2016

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SELEÇ ÃO OLÍMPIC A DE JUDÔ

Quando a razão fala mais que o coração Na hora de escolher os judocas da seleção brasileira para os jogos do Rio os critérios técnicos sobrepõem-se a tudo, porque grandes investimentos demandam grandes resultados.

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POR

Paulo pinto I Fotos budopress

omo dizer a um titular da seleção brasileira de judô há mais de dez anos que ele não vai aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro? E se quem tiver de fazer isso for alguém que conviveu esses anos todos com o atleta, participou da conquista de um título mundial e o acompanhou em duas Olimpíadas? Para informar a decisão a Luciano Corrêa, o gestor do Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson, teve de colocar o profissionalismo acima de tudo, esconder a emoção, e apegar-se a implacáveis critérios técnicos. Nunca o judô brasileiro investiu tanto quanto neste ciclo olímpico. E os resultados serão cobrados da comissão técnica e de todos os envolvidos na preparação dos judocas. Os atletas tiveram tudo para treinar, viajar e, principalmente, conseguir preciosos pontos no ranking da FIJ em grandes competições internacionais. Pontos que indicam quem vai ou não às Olimpíadas, e como decidir com o coração numa hora dessas? Nesta entrevista à Budô, Ney Wilson conta como é difícil separar razão e emoção, recorre aos anos de experiência no comando técnico da CBJ e lembra de situações semelhantes que já teve de enfrentar. Mas nem remotamente questiona o acerto da decisão. Porque tem certeza de que foi feito o máximo para que o judô alcance um resultado à altura da modalidade que mais conquistou medalhas olímpicas para o Brasil. Como você se sente depois de definidos todos os judocas do Rio 2016? Da mesma forma que alguns atletas vibram com a condição de titular da equipe olímpica, enquanto outros sofrem uma tristeza profunda, nós ficamos divididos. É muito duro acompanhar o atleta por quatro, oito, até 12 anos, e vê-lo fora da competição. Dói ver o esforço de cada um, as lesões, os treinamentos duríssimos, a abdicação dos prazeres da juventude e, no fim, só podermos escolher um. Isso realmente deixa o nosso

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Ney Wilson falou sobra as dificuldades em separar a razão da emoção

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coração apertado. A única certeza que temos é o senso de justiça. O conforto de saber que estamos fazendo o melhor para o judô brasileiro, pois este é o nosso compromisso. Não dá para misturar a emoção com a razão. Temos de ser muito frios nesta hora, e trabalhar muito mais com a razão do que com a emoção. Mas você se sente aliviado ao terminar a preparação de mais um ciclo olímpico? Na verdade, nem sei explicar qual é o meu sentimento nesta hora. Alívio mesmo só vou sentir no dia 13 de agosto, quando terminarem as competições. Aí sim, vou poder dizer que estou aliviado. É muita responsabilidade de todos nós. Houve um investimento muito grande da confederação e seus parceiros, patrocinadores, COB, Ministério dos Esportes. Então, temos um compromisso de resultado. Não tenho dúvidas de que tudo foi feito para que os atletas estejam o mais bem preparados possível no dia da sua luta. Desde 6 de agosto, quando a categoria ligeiro estreia com o Kitadai e a Sarah, até o dia13, quando teremos a Suelen e o Baby defendendo nossa bandeira, estaremos ansiosos para ver o resultado de tanto trabalho. Só então poderemos ter sentimento de alívio. E de dever cumprido, porque tenho certeza de que não faltou nada a esses atletas. Se você perguntar a cada um o que está faltando em sua preparação, ele vai afirmar que não faltou absolutamente nada. Até o momento de ele entrar nos tatamis não faltará nada, porque essa é a orientação do nosso presidente Paulo Wanderley e é desta forma estamos agindo. O empenho, a cumplicidade e o comprometimento de toda a comissão técnica são muito grandes. Tenho certeza de que nesta caminhada vai dar tudo certo. O que vimos até aqui é só a ponta do iceberg, mas o iceberg vai revelar-se em sua integridade no dia 13 de agosto. De quantos ciclos olímpicos você já participou? Na função que exerço hoje, desde que o professor Paulo Wanderley assumiu, mas estive em 1996 na delegação olímpica como técnico, quando a Rose ainda era atleta e Flávio Canto, Sebastian Pereira e Frederico Flexa treinavam comigo no Rio. Em 2000, para os jogos de Sidney, estive na seleção até o começo do ano, mas me afastei devido ao momento político. Como atuava no Vasco da Gama, clube que tinha o maior número de atletas na seleção, eu fui às Olimpíadas para assistir às lutas daqueles atletas. Em www.revistabudo.com.br

“O conforto é saber que estamos fazendo o melhor para o judô brasileiro, pois este é o nosso compromisso.” 2004, na nova gestão do Paulo Wanderley, ele me convidou para atuar na área técnica. Naquela ocasião era somente eu e hoje temos uma estrutura realmente espetacular, que não fica devendo a nenhum país do mundo, com certeza. Depois desse tempo todo você ainda sofre o impacto de ter de escolher alguns atletas? Parece que a cada ciclo olímpico a gente esquece do anterior, cada um é um momento diferente. A experiência, sem dúvida nenhuma, melhorou minhas reações. Estou muito mais cascudo e frio. Conversei com o Luciano quando estávamos voltando de Guadalajara, e ele foi informado de que não disputaria o Rio 2016. Depois chamei os técnicos, e o Fúlvio, que ainda é novo, desabou igualzinho ao atleta. É uma carga de emoção muito grande e difícil aguentar. Houve situações tão dramáticas quanto a do Luciano? Já passei situações muito difíceis. Em 2008, em Pequim, tive de desligar a Érika Miranda

Raio X

Ney Wilson da Silva Nascimento: 8 de dezembro de 1958, no Rio de Janeiro Início na modalidade: 1964 (aos 6 anos) Senseis: Rudolf Hermanny e Élcio Gama Tokui-waza: Ippon-seoi-nage Graduação: Professor kodansha 7º dan Títulos: Bicampeão brasileiro, campeão brasileiro universitário Clubes: Santa Luzia, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama Presidente da Federação Carioca: 1991/2004 Gestor técnico da CBJ: Desde 2004 Medalhas olímpicas em sua gestão: 2 ouros e 10 bronzes

já dentro da Vila Olímpica, devido a uma lesão. Ela agarrava minhas pernas e dizia: “Pelo amor de Deus, deixa eu lutar; eu luto com uma perna só”. Então, Olimpíadas são uma coisa muito especial. Acho que o atleta, na acepção da palavra, nasce com o olimpismo dentro dele. É uma vida toda. É uma dedicação total. E essas situações são muito marcantes e com apelo fortíssimo de emoção. Já estou preparado? Até acredito que sim, mas emoções sempre aparecem. Mesmo estando bem cascudo e há muito tempo lidando com o alto rendimento, é muito duro. O coração aperta e muitas vezes dói, e com o Luciano não foi diferente. Estes Jogos Olímpicos estão sendo mais difíceis para você? Nestes jogos temos um ingrediente que nunca tivemos antes: são dentro de casa. Lutar no Brasil e no Rio de Janeiro mexe muito mais com os atletas. Nas próximas edições, todo mundo tem a possibilidade de ir a uma Olimpíada. Mas não existe a menor possibilidade de ser no Brasil. Isso já afeta de maneira particular a emoção de cada um desses atletas. Então, considero essa Olimpíada realmente diferente. . O ciclo olímpico desta vez foi mais fácil ou mais difícil na área técnica? Quando há mais recursos, a responsabilidade aumenta e o grau de comprometimento e profissionalismo também. Neste ciclo olímpico fizemos um trabalho muito duro, que exigiu muito mais da gente do que o ciclo olímpico passado. Há uma exigência enorme de resultados para toda a comissão técnica. Até porque o judô mundial cresceu muito nos últimos anos. Países desconhecidos até há bem pouco tempo tornaram-se familiares no círculo do judô porque fizeram grandes investimentos, como Azerbaijão, Uzbequistão, Cazaquistão e Mongólia. Isso aumentou muito a competitividade. Estes Jogos Olímpicos vão ser muito duros e os resultados, bem divididos. Não acredito que haverá grande concentração de medalhas num único país – só o Japão talvez esteja um pouquinho fora da curva. Além disso, os japoneses se prepararam muito bem para este ciclo olímpico em função do resultado abaixo do esperado que tiveram em Londres, quando levaram só uma medalha de ouro. Será uma competição muito dura e difícil, mas nossa equipe está muito bem preparada. Palpite de medalhas? Vamos medalhar. Isso eu asseguro. Revista Budô número 18 / 2016

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CURSO NACIONAL DE C APACITAÇ ÃO PARA TÉCNICOS DE JUDÔ

CBJ e Ministério do Esporte reeditam curso de capacitação para técnicos de judô Módulos V e VI incluíram palestras com membros da comissão técnica da seleção brasileira, gestores da CBJ e Paulo Wanderley Teixeira. POR

E Paulo Wanderley Teixeira

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paulo pinto I Fotos BUDOPRESS/CBJ

m parceria com o Ministério do Esporte, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) promoveu o Curso Nacional de Capacitação para Técnicos de Judô, e, por meio dos quatro módulos realizados durante a temporada de 2015, atendeu 74 professores e técnicos de todo o País. No final dos módulos realizados com a turma 1, professores e técnicos deram a nota média 9 para o curso inédito, o que surpreendeu gestores ligados à CBJ e ao Ministério do Esporte. Como este é um projeto de continuidade, neste ano já houve os módulos V e VI para a turma 2, em junho, e em outubro serão ministrados os módulos VII e VIII. Ao todo 37 alunos serão atendidos este ano, dos quais 25 foram indicados pelas federações estaduais e 12 inscreveram-se por adesão. O curso realizado no Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas (BA), possui carga horária de 64 horas de aulas teóricas e práticas, e ao final da turma 2 o projeto desenvolvido em parceria com o Ministério dos Esportes terá capacitado 111 técnicos vindos de todo o território nacional. Ricardo Mathias, coordenador pedagógico do Curso Nacional de Capacitação para Técnicos de Judô, falou sobre as características do projeto. “Na verdade este é um curso bastante abrangente, que aborda várias áreas de conhecimento: aspectos ligados à história do judô, filosofia, ética, comportawww.revistabudo.com.br


Todos os módulos do Curso Nacional de Capacitação para Técnicos estão sendo realizados no auditório e na arena do Centro Pan-Americano de Judô, na Bahia

Rosicléia Campos

mentos, postura, arbitragem, importância do relacionamento com a imprensa, construção de imagem dos atletas e padronizações de técnicas básicas.” O uso da ciência aplicada ao judô é um dos principais temas apresentados. “Disponibilizamos também conteúdos relacionados à área de saúde, com palestras que abordam nutrição, psicologia, saúde da mulher, lesões, doping, controle de peso, perda de peso, ansiedade e estresse e avaliações médicas no judô”, disse Mathias. A área técnica abrangeu métodos de uchi-komi, a periodização e planejamento no judô, treinamentos para diversas categorias, preparação física (teoria, prática, treinamentos complementares e musculação), controle de sessões de treinamento e uchi-komi, aspectos educativos e funcionais. Para o alto rendimento foram abordados temas como a estratégia no judô competitivo, o judô feminino e aulas práticas com técnicas de kumi-kata (treino e competição), transição de tachi-waza para ne -waza, tachi-waza treino e competição.

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Marcelo Theotônio

Adriana Lacerda falou sobre Estratégias de Preparação Psic ológica para Atletas de Judô”

Transferência de conhecimento

Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô O coordenador do curso falou sobre a importância desta iniciativa. “Entendo que esta ação da CBJ é de extrema importância para a difusão do conhecimento de forma padronizada, possibilitando aos técnicos/ alunos uma troca de experiências com toda a equipe multidisciplinar da CBJ e profissionais que são referência do judô brasileiro, por meio de aulas teóricas e práticas com os treinadores da seleção brasileira, médicos, nutricionistas, psicólogos, árbitros e profissionais de comunicação e marketing.”

Ao final do curso, na última aula, os alunos fazem uma avaliação do conteúdo apresentado e depois têm um prazo de 60 dias para repassar o conhecimento adquirido para atletas e alunos em seus Estados de origem. Ricardo Mathias explicou que este processo de transferência do conhecimento nos Estados, como trabalho final, é mais um instrumento de avaliação que possibilita aos técnicos/alunos colocarem em prática o aprendizado para mais pessoas de forma padronizada dentro dos padrões de qualidade e nível de excelência CBJ. O coordenador do curso finalizou destacando o grande congraçamento e intercâmbio que o Curso Nacional de Capacitação proporciona. “Outro ponto importantíssimo é a oportunidade que técnicos e professores encontram para trocar experiência e vivência com os profissionais que ministram o curso, e principalmente com seus colegas da área técnica.”

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CURSO NACIONAL DE C APACITAÇ ÃO PARA TÉCNICOS DE JUDÔ

Alunos Turma 2 Eyji de Oliveira Kawagushi - AL Denise de Oliveira - AM Fábio Barbosa Lins - AP Maicon Cruz França Moreira - BA Flávio Pinheiro - BA Wendel Monteiro - BA Francisco Bento Filho - CE Antônio Alexandro Sampaio - CE Rogério Cruz - CE Robert L. Marques Rodrigues - DF Bruno da Silva - ES Claudinei de Souza Nunes - GO Ranieri Mazzili Vieira de Carvalho - MA Lucas Correa Reis - MG André Fernandes Chaves Filho - MG Igor Costa da Rocha - MS Alessandro Souza Nascimento - MS Ray Nunes da Silva - MT Kátia Maria Sobra da Silva - PA Carlos Roberto Fialho Bezerra - PB Maurício Tibúrcio Lira - PE Aristófanes Lino Pinto de Sousa - PI José Luís Lemanczuk Júnior - PR Derides Castro Rosa - RJ Carlos Losso - RJ Clara Silva Borges - RN João Clenyo Nascimento - RN José Oliveira da Silva - RO Cláudio André Castro Martins - RS Felipe Quadros - RS Fabiano Zambonetti - SC Lindsei Brabec Mota Barreto - SE Léo Eduardo Secches Mansor - SP Ricardo Julianetti - SP Celso Galdino de Araújo - TO Francisco dos Santos Neto - BA Jullyane Caldas dos Santos - BA

A professora Yuko Fujii falou sobre técnicas básicas de tati-waza

Paulo Wanderley participa do módulo VI O presidente Paulo Wanderley Teixeira fez uma visita à turma de professores no Centro de Treinamento da CBJ, em Lauro de Freitas, na Bahia, onde o curso está sendo realizado, e com sua vasta experiência na gestão acabou agregando enorme conteúdo ao módulo VI. “O Curso Nacional de Capacitação para Técnicos foi criado com o objetivo de transferir conhecimento, e este é um dos principais focos de nossa administração. O conhecimento é um legado perene e o mais importante para as futuras gerações”, disse.

Na oportunidade o dirigente destacou que o judô só poderá evoluir se todo o stakeholder da modalidade estiver envolvido no processo, o que inclui professores, técnicos dos clubes e da CBJ, árbitros, gestores das federações, escolas e academias. E destacou o papel das academias. “Esteja ela no interior, numa pequena ou grande cidade, todos nós sabemos a enorme importância desta pequena célula que é a academia, bem como do professor, que identifica, lapida e prepara os mais talentosos para trilharem a estrada que poderá levá-los ao pódio olímpico”, pontou Paulo Wanderley. Para o presidente da CBJ, os professores

A técnica Rosicléia Campos finalizou sua palestra nos tatamis de Lauro de Freitas

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Cronograma Módulo V 1 a 3 de junho As regras de arbitragem X Desempenho competitivo – André Mariano Planejamento da base – Marcelo Theotônio Padronização das técnicas básicas de tati-waza – Yuko Fujii A evolução do judô feminino no contexto internacional – Rosicléia Campos Estrutura dos Jogos Olímpicos – Kenji Saito Padronização de técnicas básicas de ne-waza – Yuko Fujii

Cronograma Módulo VI 15 a 17 de junho Estratégia de preparação psicológica para atletas de judô Luciana Castelo Branco Nutrição aplicada ao judô – Roberta Lima Saúde da mulher atleta no judô – Tathiana Parmigiano Ansiedade e estresse da iniciação ao alto rendimento – Adriana Lacerda Relacionamento com o marketing – Maurício Santos Lesões comuns / Tratamento e prevenção – Mateus Saito Relacionamento com a imprensa – Manoela Pena Avaliações médicas no judô – Breno Schor

Cronograma Módulo VII Gestores da CBJ e professores posam para foto no término da palestra sobre arbitragem proferida pelo árbitro FIJ A André Mariano, do Distrito Federal

são elementos essenciais ao planejamento estratégico do judô. Por isso ele se preocupa em dar melhores condições ao professor, ao clube, à academia e à federação estadual, pois não adianta a entidade nacional ser fortíssima, se as demais entidades não acompanharem este desenvolvimento. “A CBJ está no top 3 do Brasil, e todos precisam acompanhar este desenvolvimento. Melhoramos muito. Está muito bom, mas temos de melhorar ainda mais”, concluiu o dirigente. O Curso Nacional de Capacitação de Técnicos de Judô é custeado com recursos provenientes do convênio nº 813.842/2014, firmado entre a Confederação Brasileira de Judô e o Ministério do Esporte.

5 a 7 de outubro Preparação Física / Teoria e prática – Antônio Carlos Uchi-komis educativos e funcionais – Fúlvio Miyata Controle das sessões de treinamento – Matheus Theotônio Periodização e planejamento no judô – Antônio Carlos Treinamento de força para atletas de judô – Wagner Zacanni

Cronograma Módulo VIII 19 a 21 de outubro Kumi-kata / Treino – Mário Tsutsui Ne-waza / Treino e Competição – Moacyr Mendes Júnior

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô

Kumi-kata / Competição – Mário Tsutsui Estratégia no judô competitivo – Leonardo Mataruna Tachi-waza / Treino – Luiz Shinohara Doping no judô – Alexandre Velly Tachi-waza / Competição – Luiz Shinohara

Alunos do Módulo V posam para foto com a técnica Yuko Fujii

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10º MUNDIAL DE JIU-JITSU ESPORTIVO

Nova União domina Mundial de

Jiu-jitsu da IFSBJJ/CBJJE POR

Paulo pinto I Fotos SANTO NEGRO

Com 43 medalhas de ouro, 42 de prata e 53 de bronze, a equipe carioca – que possui filiais em vários países e Estados brasileiros – foi a campeã geral da competição realizada em São Paulo.

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10º MUNDIAL DE JIU-JITSU ESPORTIVO

A

Confederação Brasileira de Jiu-jitsu Esportivo (CBJJE) realizou a 10ª edição do Campeonato Mundial de Jiu-jitsu Esportivo, evento que reuniu mais de 4 mil atletas dos gêneros masculino e feminino, vindos de 300 equipes aproximadamente e competiram desde a categorias mirim ao sênior 5. A competição, realizada de 14 a 17 de julho, no Ginásio Mauro Pinheiro, no complexo esportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera, em São Paulo, contou com a presença de numerosas autoridades esportivas e políticas, entre as quais Moises Henrique Silveira Muradi, presidente da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Esportivo e da International Federation Sport Brazilian Jiu-Jitsu; Éder Jofre, bicampeão mundial de boxe; Jean Madeira, vereador de São Paulo; Orlando Saraiva, diretor técnico da CBJJE; Raul Vieira e Sousa, vice-presidente e diretor de arbitragem da CBJJE; André Cândido e Fábio Nascimento, diretores de arbitragem da IFSBJJ; Alexandre Manara, diretor de staff; Leila Samira Muradi Sousa, dirigente da Federação do Estado de São Paulo de Jiu-Jitsu; Márcia Messa da Costa, dirigente da Federação Amazonense de Jiu-Jitsu Esportivo; Robson Siqueira, dirigente da Federação Estadual

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de Rondônia de Jiu-Jitsu Esportivo; Thiago de Oliveira Dutra, dirigente da Federação Capixaba de Jiu-Jitsu Esportivo; Paulo César Venâncio, presidente da Federação de Jiu-Jitsu Esportivo do Estado do Mato Grosso); Frontin Cunha presidente da Federação Nipo-brasileira de Jiu-jitsu do Pará;; Gabriel Srur, presidente da Confederação Argentina de Jiu-Jitsu Esportivo. Ao todo 25 países participaram da competição, além dos 27 Estados brasileiros que enviaram representantes ao certame. Contudo, segundo os organizadores, o destaque desta edição foi a grande presença de atletas da América do Sul. “Tradicionalmente vários países da Europa e os Estados Unidos participam de nossa competição, mas o fato marcante desta vez foi a grande presença de atletas sul-americanos. Com 260 lutadores inscritos, a Argentina trouxe a maior delegação estrangeira. O Chile veio com 64 atletas, o Paraguai desembarcou com mais de 46 e o Peru inscreveu 32. Venezuela, Colômbia e Uruguai também estiveram nesta edição”, disse Moisés Muradi. Para atender a demanda de atletas inscritos a IFSBJJ montou 15 áreas de luta, convocou 68 árbitros e 82 mesários e auxiliares de mesa que atuaram nos quatro dias de competição. Conhecido por revelar anualmente vários atletas para o circuito internacional da modalidade, o Campeonato Mundial de Jiu-jitsu Esportivo de 2016 incluiu numerosos atletas da base na galeria dos campeões internacionais da temporada. “Recebemos mais de 4 mil atletas, que vieram das principais escolas e equipes do Brasil, www.revistabudo.com.br

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10º MUNDIAL DE JIU-JITSU ESPORTIVO

Moisés Muradi, Jean Madeira e Paulo Venâncio

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Estados Unidos e América do Sul. Além de consagrar nomes conhecidos de nossa modalidade, a 10ª edição do nosso evento projetará dezenas de talentos da base no cenário internacional”, disse Moisés Muradi, presidente da International Federation of Sports Brazilian Jiu-jitsu (IFSBJJ).

Com amplo domínio nos tatamis, Nova União é campeã geral

Nos tatamis a equipe Nova União faturou a primeira colocação, somando 260 pontos. A equipe Lotus Club foi vice-campeã geral com 222 pontos. Totalizando 187 pontos, a equipe Ryan Gracie garantiu a terceira colocação, enquanto a Amazonas Jiu-jitsu obteve a quarta colocação com 143 pontos. A equipe Barbosa Jiu-jitsu chegou na quinta colocação, totalizando 11 pontos.

Avaliação positiva

Paulo Venâncio, presidente da Federação de Jiu-jitsu Esportivo do Mato Grosso, Moisés Muradi, presidente da CBJJE, Jean Madeira, vereador de São Paulo, Frontin Cunha, presidente da Federação Nipo-brasileira de Ju-jitsu e Anderson Rugel Vaz

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Moisés Muradi creditou o sucesso do certame ao trabalho que é desenvolvido pelos professores que compõem a grande família do CBJJE e ao profissionalismo dos dirigentes estaduais. “Há 20 anos iniciamos um trabalho visando à popularização de nossa modalidade que, em determinado momento, era praticada somente por um pequeno grupo de aficionados. Apenas pessoas vindas de uma classe social mais favorecida conhecia nosso esporte. Nesse período nosso grupo cresceu e atingimos nossos objetivos. Hoje estamos nos 27 Estados da federação e em diversos países do mundo. O melhor de tudo é que disseminamos nossa modalidade em todas as camadas sociais. Mesmo em meio a toda a crise econômica que assola nosso País, conseguimos realizar uma competição reunindo milhares de atletas. Isso só foi possível graças ao grande trabalho desenvolvido por todos os professores de jiu-jitsu do Brasil, aos quais credito o sucesso desta competição e agradeço pelo comprometimento com os nossos ideais”, explicou o dirigente. Wendel Alexandre, coordenador técnico da equipe campeã avaliou o desempenho de sua equipe. “Totalizamos 138 medalhas e conseguimos finalizar a competição em primeiro lugar. Foram 43 ouros, 42 pratas e 53 bronzes que ratificam a força de toda a grande equipe Nova União.” A 10ª edição do Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu Esportivo teve o apoio da Prime Sports, KVRA, DNA Fight, Rastro de Fera, SporTV Fight, Keikosports, Samuray Spirit e Santo Negro. Revista Budô número 18 / 2016

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Campeões de Todas Categorias Equipes 1° Nova União 2° Lotus Club 3° Ryan Gracie 4° Amazonas 5° Barbosa Jiu-jitsu Feminino Juvenil Branca Pluma Ana C. Araújo / Lotus Club Pena Krishna Padilha / Zenith BJJ Leve Emanuele Carvalho / Atos JJ Médio Carolina Rissato / MT JJ Meio-pesado Natyussy Rodrigues / Zenith Superpesado Maria Negrão / Coelho JJ Pesadíssimo Kathelen Rodrigues/Barbosa Adulto Branca Pluma Regiane Felix / Marangoni JJ Pena Maitê Eyaralar / Nova União Leve Estela Nunes Souza / PRVT Médio Raquel Rodrigues / Invictus Meio-pesado Jhessika Barros / Boi JJ Pesado Cibele Carneiro / Matsumoto Superpesado Ingrid Alves / SAS Pesadíssimo Camila Oliveira / Coelho Master Branca Galo Iara Silva / M. Wilson Pluma Ana Ligia Parada / Gold Team Pena Edlaine Correa / Frankiko Team Leve Larissa Tamashiro / Lotus Club Médio Cibelly Bruno / Lotus Club Meio-pesado Karen Costa / Guigo JJ Pesado Kamila Paranhos / ABC JJ Pesadíssimo Francilene Correa Frankiko Sênior 1 Branca Pena Margarete Soares / VM Médio Juliana Guizellini / Nova União Pesado Renata Nishio / Gold Team Sênior 2 Branca Médio Elisangela Gomes / Amazonas Sênior 3 Branca Pesado Luciani Marcondes / Mat JJ Pesadíssimo Debora Lambert / Águia Dourada Adulto Marrom Leve Bianca Basílio / Ryan Gracie Médio Sabatha dos Santos / Ryan Gracie Pesado Carla G. Tambesi / Carceglia Pesadíssimo Veronica da Silva / Barbosa JJ Master Marrom Pena Lucivania dos Santos / ACJJ Leve Magali Rosa Silva / Team Cruz Médio Michelle R. Brandão / Zenith BJJ Meio-pesado Juliana Medeiros / Spirit JJ Pesadíssimo Francilaine Silva / Águia Dourada Adulto Roxa Pluma Silvia Victoria – Lotus Club Pena Jessica Cunha – Norfight Leve Melina Antonella Orlando – Sukata Médio Melissa Stricker Cueto – Drill JJ Meio-pesado Ana P. Gurjão – Castro Team Pesado Adriane Alves – Gracie Humaitá Master Roxa Médio Romina Barone – Team 360 Pesadíssimo Lilibeth Nobre – Body Limits Sênior 2 Roxa Pena Silvia Sophia Tambucci – Barbosa JJ Adulto Preta Pena Rayanne Santos – Lotus Club Superpesado Talita Nogueira – Brotherhood Master Preta Pena Carla Franco – Pedra 90 Leve Cintia Gomes – Gracie Humaitá Médio Natalia Araújo – Amazonas Pesadíssimo Fabiana Pereira – Zenith BJJ Sênior 3 Preta Pesado Maria Teixeira – De La Riva Pesadíssimo Marli Andrade – Araxá Absoluto Juvenil Azul Bruna Hecher / Fadda JJ Adulto Azul

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Ana Cristina Rodrigues / Guigo JJ Master Azul Alejandra De La Puente / Guigo JJ Adulto Roxa Melissa Stricker Cueto / Drill JJ Adulto Marrom Bianca Basilio / Ryan Gracie Adulto Preta Nathalia Santos / ACJJ Masculino Juvenil Branca Galo Ramon Camargo / Nova União Pluma Bruno Alfredo Ribeiro / PRVT Pena Lucas Monteiro / FNBJJ Leve Felipe Santos Silva / PSLPB Médio Thiago Almeida Lima / PSLPB Meio-pesado Gabriel R. Santos / Gracie Barra Pesado Luis Faria / Lotus Club Superpesado Gladisson Makaveli / Lotus Club Pesadíssimo Fco. Papasidero / Brotherhood Adulto Branca Galo Jackson Felipe / Zenith BJJ Pluma Hitalo Kallel Silva / PSLPB Pena Marvin O. Freeman / Barbosa JJ Leve Jeferson Nascimento / Ryan Gracie Médio Gabriel Sampaio / Corpo E Mente Meio-pesado Raphael de Oliveira / Zenith BJJ Pesado Raphael Scarpin / Barbosa JJ Superpesado Alberto Martins Filho / Raça JJ Pesadíssimo Alexsander Freitas / Check Mat Master Branca Pluma Lucas Guedes / Check Mat Pena Vinicius Machado / Ja Índio Leve Washington Santos / Nova União Médio Carlos Edu. Carvalho / Andrade BJJ Meio-pesado Marcelo Ferreira / Alliance Pesado Marcio R. da Silva / JaJJ Superpesado Mario J. Santos / Striker JJ Pesadíssimo Clayton Pimenta / Guego JJ Sênior 1 Branca Pena Roberto Flores / Lotus Club Leve Cleverson S. Ferreira / Coelho JJ Médio Peterson Oliveira / DSN JJ Meio-pesado Sergio Reis / Gold Team Pesado Gustavo Gonçalves / Gracie Humaitá Superpesado Charles Peniche / FNBJJ Pesadíssimo Bruno Ribeiro / Guigo JJ Sênior 2 Branca Pluma Aniel Cardoso / Norfight Leve José Edson Filho / Dbk Médio Dae Sung Bae / Side By Side Pesado Fernando Paixão –Guigo JJ Superpesado Pablo Curaz / Rocian Gracie Pesadíssimo Mariton Santos / Ryan Gracie Sênior 3 Branca Pena Cristian Curt Goetz / Lotus Club Meio-pesado José Jackson / J. Azevedo Pesado Renato Souza Felix / Nova União Adulto Marrom Galo Cicero Livio Paiva / Nova União Pluma Manoel Rodrigues / Amazonas Pena Alex T. Nakadaki / Kuroiwa Leve Alef José Brito Morais / Zenith BJJ Médio Eduardo B. Tinoco / Ryan Gracie Meio-pesado Hugo M. Oliveira / OCSJJ Pesado Denis Damaceno / Atos JJ Superpesado Leonardo Gonçalves / PSLPB Pesadíssimo Rafael Leite / Zenith BJJ Master Marrom Galo Rodrigo de Carvalho / CM System Pluma Pablo Javier Peirone / De La Riva Pena Alexandro dos Santos / Gracie Barra Leve Djalma Meireles Sena / Alliance Médio Felipe Rodrigues / Barbosa JJ Meio-pesado Luis C. Camargo / Gold Team Pesado João Paulo Fernandes / Nova União Superpesado Ruben Belviso / Brotherhood Pesadíssimo Edigar de Souza / As Team Sênior 1 Marrom Pena Marcelino A. Brizido / PSLPB

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Leve Adauto Levi Souza / G 13 Médio Alex dos Anjos / Ryan Gracie Meio-pesado Marcley R. Sousa / Gracie Barra Pesado Gustavo H. Kuhn / JaJJ Superpesado Marcos Cesar Santos / Alliance Pesadíssimo José Carlos / Amazonas Sênior 2 Marrom Pluma Sergio da Silva / Lotus Club Pena André Gomes Farias / Brasa JJ Leve Emerson Vieira / Barbosa JJ Médio Rogerio Gomes Silva / PSLPB Meio-pesado Guido Kopelman / Nova União Pesado Victor Sardá Espindola / De La Riva Superpesado Martin Garcia / Lotus Club Pesadíssimo Felix Neto / Nahum Sênior 3 Marrom Leve Nelson Kiyoshi / Felipe Vidal Médio Ronildo Nobre / Norfight Sênior 4 Marrom Leve José Barros de Souza / Maromba Médio Wagner Bassi Santos / Carlson Gracie Sênior 5 Marrom Pesado José Raimundo Monteiro / Atos JJ Pesadíssimo Roberto Camargo / Gracie Barra Adulto Roxa Galo Fabricio Cunha – Amazonas Pluma Alexsandro P. Sodre – Nova União Pena Rodrigo Gortari – Tartuapu Leve Marleus Salgado – SAS Médio Marcos V. Oliveira Martins – Barbosa JJ Meio-pesado Wilson de Moraes Jr – Check Mat Pesado Yaton Martins Bueno – Boi JJ Superpesado Victor Hugo Marques – DBK Pesadíssimo Luis Eduardo Lopes – Guigo JJ Master Roxa Galo Bruno Costa – Gracie Humaitá Pluma Francisco de Vasconcelos – Lotus Club Pena Marcos C. Brilahnte – Rickson JJ Leve Lucas B. Miquinioty – Barbosa JJ Médio Rogerio Trindade – Guigo JJ Meio-pesado Abraão do Nascimento – Liga JJ Pesado Dayvid Klay Galdino – Carlson Gracie Superpesado Leandro Lima – Lotus Club Pesadíssimo Flavius Fernandes – Lotus Club Sênior 1 Roxa Pluma William da Costa – Ryan Gracie Pena Wesley do Nascimento – Araidô Team Leve Jorge Yamada – Rmnu Brasil Médio José Erivelton R. de Sá – PSLPB Meio-pesado Pedro Neto – Nova União Pesado Júlio Cesar Oaks – Check Mat Superpesado Alexandre Santos – Ryan Gracie Pesadíssimo Matheus Marchetto – Gracie Barra Sênior 2 Roxa Pena Juan Della Casa – Nova União Leve Humberto Mcphee – Cia. A. Belém Médio Laudeci De Santana – Alliance Meio-pesado João Garcia – Team Cruz Pesado Edson Gonçalves – Gf Team Superpesado Silvio Vieira – FF Team Pesadíssimo José A. Santos – Gracie Barra Sênior 3 Roxa Pena Francimar Soares – Amazonas Leve José Marcos R. Cunha – Nova União Médio José Walter S. Costa – Amazonas Meio-pesado Sergio Machado – Lotus Club Pesado Vaildo Pantoja – Gracie Humaitá Superpesado Ricardo Arcanjo – Alliance Pesadíssimo Giovanni Cremasco – Team Chuna Sênior 4 Roxa Pena José Sergio Serafim – Nova União Leve Walter Nery Santiago – Nova União Pesado Ivo Cortada Junior – Ryan Gracie Adulto Preta Galo Tiago Vasconcelos – Zenith BJJ Pluma Matheus Lopes – MK BJJ Pena Pedro Valença – PSLPB Leve Renan S. Santos – S. J. Campos Médio Pedro Dias Souza – Check Mat Meio-pesado Alan do Nascimento – Check Mat Pesado Renato G. Cardoso – RC Team

Superpesado Wellington Modena – Lotus Club Pesadíssimo Erberth Mesquita – Ryan Gracie Master Preta Galo Jose Ricardo Zacarias – Brasa Pluma Vicent Denis O. Costa – Zenith BJJ Pena Wellynton B. Menezes – Zenith BJJ Leve Marcyo F. L. Ferreira – Zenith BJJ Médio Eduardo L. Silva – Nova União Meio-pesado Edson De Matos – Guigo JJ Pesado Fabiano L. Souza – FF Team Superpesado Leandro Brassoloto – Atos JJ Pesadíssimo Diego Galante – Maninal Team Sênior 1 Preta Galo Josenil Lima – Amazonas Pluma Marcio R. Carvalho – Bruno Bomba Pena Carlos Eduardo Raymundo – Gf Team Leve Augusto Rocha – Atos JJ Médio Leonardo Souza Melo – Nova União Meio-pesado Antonio Pedro Dias – Drill JJ Pesado Eduardo Toledo Simão – Calasans Superpesado Charles Leite – Demian Maia Pesadíssimo Ediglydson Oliveira – Nova União Sênior 2 Preta Pluma Ricardo Matsumoto – Matsumoto Pena Alan Baia – Lotus Club Leve Sidney da Silva – Calasans Médio Wilson Sgai – Ryan Gracie Meio-pesado Hercio Teofilo – Lotus Club Pesado Roger Coelho – ACJJ Superpesado João Herrera – Lotus Club Pesadíssimo Fábio Costa – Ryan Gracie Sênior 3 Preta Pluma Marcos Melo – Lotus Club Leve Rodrigo Vicentini – Barbosa JJ Médio Antonio Lopomo – Barbosa JJ Meio-pesado Roberto Franceschini – R Gracie Pesado Henrique Barbosa – Lotus Club Superpesado Ronald Bauer – Bauer Team Pesadíssimo Claudio Felix – Lotus Club Sênior 4 Preta Pena José Luiz Mendonza – Jadaka JJ Leve Carlos Eduardo Higa – Tozi JJ Médio Raphael Schmitz – Schmitz Team Meio-pesado João H. Figueiredo – GF Jitsu Pesado Mateus de Souza – CAJJ Superpesado Carlos Ariel Piana – Palumbo Pesadíssimo Hamilton Tank – Tozi JJ Sênior 5 Preta Leve Cosmo Dias – Amazonas Médio Moises Marques – Lotus Club Pesado Reinaldo Dutra – Mat JJ Pesadíssimo Luiz C. Pereira – Deo JJ Absoluto Juvenil Azul Caio Vinicius Santos / Nova União Adulto Azul Paulo André Lanzillotti / Check Mat Master Azul Michel Gustavo Fornazari / PSLPB Sênior 1 Azul Fabio Luiz Alves / Nova União Adulto Roxa Yaton Martins Bueno / Boi JJ Master Roxa Carlos Alexandre Alves / Nova União Sênior 1 Roxa Ademir M. Farias / G 13 Adulto Marrom Vinicius Gazola / RC Team Master Marrom João Paulo Fernandes / Nova União Sênior 1 Marrom Gustavo H. Kuhn / JAJJ Adulto Preta Erberth Santos Mesquita / Ryan Gracie Master Preta Diogo G. Silva / Ryan Gracie Sênior 1 Preta Ediglydson S. Oliveira / Nova União

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Governo Federal

Judocas olímpicos participam de solenidade no Palácio do Planalto

O ministro Picciani enalteceu o esforço de atletas, membros de comissões técnicas e dirigentes no Rio 2016

Em Brasília, Rafaela Silva, Rafael Silva, Charles Chibana e Rafael Buzacarini foram recebidos pelo presidente ao lado de outros atletas do Time Brasil

Rafaela Silva e Paulo Wanderley Teixeira em Brasília

A Baby e Paulo Wanderley Teixeira em Brasília

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POR

LARA MONSORES/CBJ I Fotos RUI CASTRO/ME

o lado de atletas de diversas modalidades que atuaram nos Jogos Olímpicos Rio 2016, os judocas Charles Chibana, Rafael Buzacarini e os medalhistas olímpicos Rafael Silva (bronze) e Rafaela Silva (ouro) participaram de solenidade no dia 29 de agosto no Palácio do Planalto, em Brasília. O Time Brasil foi recebido pelo presidente Michel Temer, que desceu a rampa do palácio acompanhado pelos atletas.

Em discurso, o campeão olímpico do vôlei de praia, Bruno Schmidt, agradeceu o incentivo do governo federal na preparação dos atletas para os jogos do Rio e o ministro de Esporte, Leonardo Picciani, afirmou que o investimento federal permanecerá após os jogos. Na solenidade, os atletas foram acompanhados pelo presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Arthur Nuzman, e pelo chefe de missão do Time Brasil no Rio, Bernard Rajzman.

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANDO DE JUDÔ JUVENIL E JÚNIOR

Brasil obtém de aproveitamento no pan-americano sub 18 e sub 21 Medalhando em todas as classes Brasil conquistou 33 pódios e reafirmou sua supremacia na base do judô pan-americano. POR

PAULO PINTO I Fotos VALTER FRANÇA/CBJ I Fotos BUDOPRESS/CBJ

A

pós o período de concentração em Pindamonhangaba (SP), as seleções brasileiras sub 18 e sub 21 embarcaram no dia 29 de junho rumo à Argentina, para disputar os campeonatos pan-americano e sul-americano de ambas as classes, em Villa Carlos Paz, Córdoba. Ao todo, 33 judocas representaram o Brasil na competição mais importante do ano para os atletas dessas faixas etárias. Os mundiais sub 18 e sub 21 não serão realizados nesta temporada por conta dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Após o desembarque da seleção brasileira em Córdoba, os técnicos de ambas as equipes focaram a climatização e a concentração dos judocas que disputaram medalhas e posições no ranking da Federação Internacional de Judô (FIJ). A comissão técnica do Brasil foi à Argentina formada por Danusa Shira e Douglas Potrich, técnicos da seleção juvenil; Andréa Berti e Douglas Vieira, técnicos da seleção júnior; Marcelo Theotônio, chefe de delegação; Edmilson Guimarães, supervisor de seleções; e André Fujita e Aline Winter, fisioterapeutas. Em seu primeiro confronto o peso-pesado paranaense João Cesarino desferiu um potente uchi-mata que tirou o chileno Cristofer Orellana da rota do pódio

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100%

Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô

kg/FPGabriella Moraes (63 rnardo/SP) Be o Sã sc. Me D. J/A.A.

Arthur Caldeira, da Ass Juventus, venceu o ociação Esportiva argentino Matias Singereisky no juji-gatame

Equipe completa no embarque do aeroporto de Guarulhos

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANDO DE JUDÔ JUVENIL E JÚNIOR Técnicos preveem 32 medalhas, e acertam A projeção feita pelos técnicos antes do início dos certames foi muito otimista. Todos previram que o time brasileiro voltaria para casa com dezenas de medalhas, e todos estavam certos. Marcelo Theotônio, gestor técnico das equipes de base, enfatizou o preparo feito para as principais competições da temporada. “Ambas as equipes são homogêneas e estão muito bem preparadas. Acredito que nossos atletas terão bom desempenho na competição. A maioria já disputou torneios internacionais e teve resultados relevantes nas principais competições nacionais, o que serviu de preparação para este evento, e acredito que todos devem conquistar medalhas”. Douglas Potrich, técnico da seleção juvenil masculina, previu sete medalhas de ouro. “Nossa equipe sub 18 é muito boa. São meninos que possuem experiência internacional e muitos já conquistaram medalhas em certames internacionais. Dois atletas foram vice-campeões mundiais em Sarajevo, em 2015, e um deles ficou em quinto lugar na mesma competição. Temos quatro atletas mais novos, os quais possuem potencial enorme. Minha projeção para esta classe são oito medalhas, sendo sete de ouro.” Na avaliação de Danusa Shira, técnica da seleção juvenil, a hegemonia continental do Brasil será mantida. “Nossa equipe juvenil mescla experiência e jovialidade, mas sentimos claramente que todos estão muito bem preparados. Este é o principal torneio desta temporada e vamos com força total para manter a hegemonia brasileira na base. Nossa expectativa é de medalhar em todas as classes de peso”.

Esporte Clube Yanka Pascoalino, do Em sua segunda luta on e venceu a argentina Sol Cellerino Pinheiros, jogou de ipp

Com um judô pr mático, Giovani Ferreira, Soag ciedade Esportiv Palmeiras, mosda a trou muita habi lidade

Exibindo técnica refinada e lutando com inteligência, Lincoln Neves abriu caminho para o ouro jogando o colombiano Juan Tello de sasae-tsurikomi-ashi

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Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô www.revistabudo.com.br


Nas quartas de final Natash a Morgenau, pegou o braçoFerreira, da Sociedade da argentina Candel Vasquez e venceu por ipp a on

Na semifinal Renan Torres venceu o -komi equatoriano Byron Guillen no osae

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô

O paulista Leonardo Gonçalves, que hoje defende a Sogipa, mostrou que é um dos judocas mais fortes da classe meiopesado vencendo seus adversários com extrema facilidade. No primeiro confronto levou o equatoriano Juan Vasconez para o chão e venceu com juji-gatame

Seleção Brasileira Sub 18 Masculino Victor Hugo Almeida (50kg/FJERJ/Judô Comunitário Instituto Reação/RJ) Aristides Junior (50kg/FEJURR/Assoc. Ases do Norte de Judô de Roraima/RR) Renan Torres (55kg/FPJ/SESI/SP) Michael Marcelino (60kg/FPJ/SESI/SP) Jeferson Santos Jr (66kg/FPJ/A.D.P.M. São José dos Campos/SP) Gabriel Adriano (73kg/FPRJ/Sociedade Morgenau/PR) Igor Morishigue (81kg/FPJ/SESI/SP) Arthur Caldeira (90kg/FPRJ/Associação Esportiva Juventus/PR) Lucas Lima (+90kg/FPJ/Esporte Clube Pinheiros/SP) Feminino Hanna Nascimento (40kg/FPJU/Grêmio Recreativo Futuro em Ação/PE) Natasha Ferreira (44kg/FPRJ/Sociedade Morgenau/PR) Larissa Pimenta (48kg/FPJ/Esporte Clube Pinheiros/SP) Maria Taba (52kg/FEJAMA/Centro Esportivo Dom Bosco/AM) Vitória Andrade (57kg/FJMS/Judô Clube Rocha/MS) Gabriella Moraes (63kg/FPJ/A.A.D. Mesc. São Bernardo/SP) Giovanna Fontes (70kg/FPJ/SESI/SP) Ana Camargo (+70kg/FPRJ/Sociedade Morgenau/PR)

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Andréa Berti, técnica da seleção júnior feminina, destacou o preparo feito para o pan-americano. “Fizemos uma pré-temporada muito boa, nossas atletas estão muito bem preparadas e focadas no resultado. Além disso, a seleção feminina sub 21 possui muita experiência internacional e acredito que manteremos nosso histórico hegemônico. Esperamos que os resultados aconteçam e minha expectativa é de oito medalhas, se Deus quiser, todas de ouro.” Douglas Vieira, técnico da seleção júnior masculina, lembrou que a equipe é praticamente a mesma do ano passado. “Na verdade, vamos disputar duas competições, os campeonatos pan-americano e sul-americano. Mas tenho certeza absoluta de que o time júnior masculino está muito bem preparado. Trazemos judocas com bagagem e

Seleção Brasileira Sub 21 Masculino Daniel Silva (55kg/Associação de Judô Rodrigo Bilhar/FGJ/RS) Kainan Pires (60kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ/SP) Daniel Cargnin (66kg/Sogipa/FGJ/RS) Lincoln Neves (73kg/Secretaria de Esporte e Lazer de São José dos Campos/FPJ/SP) Giovani Ferreira (81kg/Sociedade Esportiva Palmeiras/FPJ/SP) Henrique Francini (90kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ/SP) Leonardo Gonçalves (100kg/Sogipa/FGJ/RS) João Marcos Silva (+100kg/Sogipa/FGJ/RS) Feminino Thays Marinho (44kg/Minas Tênis Clube/MG) Larissa Farias (48kg/Judô Comunitário Instituto Reação/FJERJ/RJ) Layana Colman (52kg/Judô Clube Rocha/FJMS/MS) Kamilla Silva (57kg/Minas Tênis Clube/FMJ/MG) Yanka Pascoalino (63kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ/SP) Sarah Nascimento (70kg/Minas Tênis Clube/FMJ/MG) Anny Caroline Ribeiro (78kg/Associação Procopense de Judô/FPRJ/PR) Victória Oliveira (+78kg/Clube Atlético Juventus/FPJ/SP)

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANDO DE JUDÔ JUVENIL E JÚNIOR Com altruísmo e espírito de samurai, Henr Pinheiros, mostrou que é guerreiro e fez ique Francini, do Esporte Clube no posterior da coxa esquerda e trouxe todas as lutas com uma grande lesão a medalha de prata para o Brasil

histórico internacional enormes, e este é um dado importantíssimo quando competimos num torneio continental. Minha expectativa é muito boa porque viemos praticamente com toda a equipe da temporada passada. As perspectivas de medalharmos em todas as classes de peso, nos campeonatos pan-americano e no sul-americano, são enormes.”

Sorteio define chaves

Na semifinal do peso-leve Layana Colman venceu a equatoriana Yelena Arrega no osae-komi

Em sua estreia em competições pesointernacionais a iveira, pesado Victória OlJuventus, do Clube Atlético lidade e mostrou persona ze para o garantiu um bron time brasileiro

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô

Na final Michael Marcelino jogou Christopher Medina por diversas vezes e garantiu o ouro do peso-meio-leve

Na semifinal Natasha Ferreira jogou Lea Roy de wazari, mas segurou no osae-komi para garantir vaga na final

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A competição contou com 300 atletas vindos de 13 países das três Américas: Peru, Equador, Brasil, Argentina, Canadá, Estados Unidos, Chile, Colômbia, Costa Rica, Uruguai, México, Guatemala e República Dominicana. O sorteio que definiu as chaves foi realizado no dia 30 de junho no Hotel Grand Monaco e o técnico Douglas Vieira falou sobre os confrontos da equipe verde e amarela. “Acabou sendo o que nós prevíamos. Algumas categorias contarão com muitos participantes e outras, menos. Como já disse anteriormente, nossa expectativa é muito boa no tocante às medalhas e esperamos que os meninos mantenham a concentração e lutem bem”, ponderou Douglas, técnico da equipe masculina sub 21. Após o sorteio Carlos Zegarra, diretor esportivo da Confederação Pan-Americana de Judô, destacou a importância do certame que vale pontos no ranking da FIJ. “Nossa expectativa é muito grande porque estamos realizando um campeonato que soma pontos no ranking da Federação Internacional de Judô. Os países estão investindo, participando, e isso faz com que a nossa responsabilidade se torne ainda maior. Queremos proporcionar um grande evento e temos certeza de que atingiremos este objetivo.” A arena montada no Hotel Grand Monaco, na Villa Carlos Paz, foi reformulada e ofereceu novo formato para o evento, que agora se aproximou bastante das grandes competições internacionais. “Sim, a arena foi totalmente reformulada e certamente atenderá às necessidades de um evento deste porte. Temos certeza de que faremos um bom campeonato, já que toda a equipe da Confederação Argentina de Judô e da CPJ estão focadas em promover uma grande competição. Em nome da diretoria da CPJ dou boas-vindas a todas as delegações e esperamos que todos desfrutem da competição”, disse o dirigente peruano e continental. www.revistabudo.com.br


Com ne-waza fo ratificou a quali rtíssimo, Layana Colman, do Ju dô Clube Rocha, feminino verde dade de uma das maiores escolas e amarelo da at do judô ualidade

Brasil é campeão juvenil somando dez ouros, três pratas e quatro bronzes Ratificando a tradicional supremacia nas Américas e liderando o quadro geral de medalhas com folga, a seleção brasileira juvenil inscreveu 17 judocas na competição e conquistou 17 medalhas, fechando o pan-americano juvenil com 100% de aproveitamento, totalizando dez medalhas de ouro, três de prata e quatro de bronze. O fator surpreendente no sub 18 foi a equipe masculina, que conquistou seis medalhas de ouro. O grande destaque foi Jeferson Santos Júnior (66kg) que, mostrando extrema habilidade, venceu a final em 18 segundos, fazendo o ippon mais rápido da competição. “Esta é a minha terceira medalha em pan-americanos da classe juvenil e disputar esta competição é muito diferente porque os adversários são muito mais rápidos. Fiquei feliz e espero evoluir ainda mais para, um dia, disputar os Jogos Olímpicos”, projetou o jovem judoca da ADPM São José dos Campos, que venceu Mathieu Bouchar, do Canadá, na final. Atual vice-campeão mundial juvenil em Sarajevo, em 2015, Michael Marcelino (60kg) confirmou o favoritismo e venceu três lutas por ippon para levar o ouro. “A segunda luta foi a mais complicada, porque o adversário era canhoto, assim como eu. O nível da competição estava forte. Agora é manter o foco e tentar ser campeão também no domingo”, comentou Marcelino já pensando na disputa do sul-americano. Além deles, Aristides Júnior (50kg), Renan Torres (55kg), Arthur Caldeira (90kg) e Lucas Lima (+90kg) também se sagraram campeões. No feminino, que teve sete representantes na disputa, o destaque foi para a amazonense Maria Taba (52kg), que teve um motivo a mais para comemorar o ouro. “Fiquei muito feliz por conquistar o título inédito de campeã por ser minha primeira participação em campeonatos pan-americanos”, comentou Maria Taba, que venceu duas lutas por ippon e uma no golden score por yuko. Além dela, Natasha Ferreira (44kg), Larissa Pimenta (48kg) e Ana Camargo (+70kg) também saíram dos tatamis com o ouro pan-americano. www.revistabudo.com.br

Judô e hoje defende o Larissa Farias, quição de número 1 no e ns sse ro -g ato A judoca sul-m uto Reação, ratificou a cond ior Comunitário Instit éricas na classe jún peso-ligeiro das Am

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Na semifinal Victor Hugo Almeida, do Judô Comunitário Instituto Reação/RJ, venceu o colombiano Diego Castano, que acumulou três shidôs

Fazendo quatro lutas impecáveis e vencendo todas por ippon, na final Lincoln Kanemoto, da Secretaria de Esporte e Lazer de São José dos Campos, jogou o colombiano Arkangel Barboza de wazari, mas venceu no osae-komi

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANDO DE JUDÔ JUVENIL E JÚNIOR Os judocas que conquistaram medalhas de ouro no juvenil são Natasha Ferreira (44kg), Larissa Pimenta (48kg), Maria Taba (52kg), Ana Camargo (+70kg), Aristides Júnior (50kg), Renan Torres (55kg), Michael Marcelino (60kg), Jeferson Santos Jr. (66kg), Arthur Caldeira (90kg) e Lucas Lima (+90kg). Os brasileiros que chegaram à final e foram vice-campeões são Hanna Nascimento (40kg), Gabriella Moraes (63kg) e Victor Almeida (50kg). O Brasil ainda conquistou quatro medalhas de bronze com Vitória Andrade (57kg) e Giovanna Fontes (70kg) no feminino, enquanto Gabriel Adriano (73kg) e Igor Morishigue (81kg) garantiram os bronzes do masculino.

Avassaladora, seleção júnior disputa 13 finais e reafirma superioridade técnica continental Após do grande desempenho do Brasil no Campeonato Pan-Americano Juvenil, o judô brasileiro voltou a brilhar em Córdoba. Desta vez, as medalhas vieram no Campeonato Pan-Americano Júnior. Os 16 representantes brasileiros subiram ao pódio, colocando o País em primeiro lugar no quadro geral de medalhas, com nove ouros, quatro pratas e três bronzes. O maior destaque da classe júnior foi o time feminino que conduziu cinco atletas ao lugar mais alto do pódio: Larissa Farias (48kg), Layana Colman (52kg), Kamila Silva (57kg), Yanka Pascoalino (63kg) e Sarah Nascimento (70kg). “Assim como as outras, essa medalha traz a sensação de dever cumprido e a recompensa por todos os treinos. Agora é continuar o trabalho para buscar os resultados no sênior», projetou a meioleve, Layana Colman, que conquistou seu quinto título pan-americano. Além delas, a superligeiro Thays Marinho (prata), a meio-pesado Anny Ribeiro (bronze) e a pesado Victoria Oliveira (bronze) também voltaram para casa com medalhas. A equipe masculina deu mais quatro ouros para o Brasil, com Lincoln Neves (73kg), Giovani Ferreira (81kg), Leonardo Gonçalves (100kg) e João Cesarino (+100kg). Mas o destaque do dia foi a superação do peso-médio Henrique Francini para buscar uma prata que teve gostinho

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Dirigentes e técnicos dos 13 países inscritos na competição assistindo ao sorteio das chaves

de Judô, venceu o ociação Ases do Norte Aristides Júnior, da Asstra o canadense Aidos Sapenov de ippon primeiro combate con

Na disputa do ouro Joã o Velasco de wazari e fin Cesarino jogou o equatoriano Johao alizou no osae-komi

Fornecedor oficial da Seleção Brasileira de Judô

miletteve ô Clube Rocha, jogou Yea apenas deu Vitória Andrade, do Jud itra árb a s ma es, tro vez Astudillo mais de qua três shidôs para a judoca chilena um wazari, um yuko e

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A minastenista Thays Marinho mostrou bom trabalho de chão


Dirigentes continentais durante o congresso técnico

Membros das comissões técnicas sub 18 e sub 21

de ouro. “Eu machuquei a coxa logo na primeira luta, senti muito, mas mesmo assim eu queria chegar à final. Foi na raça”, comemorou Francini. Mesmo com dificuldade para pisar, ele lutou a semifinal, levou três punições, conseguiu empatar e, no golden score, jogou o adversário de ippon para se garantir na final. “Não tive condições de voltar para fazer a final, mas essa prata valeu ouro para mim.” Kainan Pires (60kg) Daniel Cargnin (66kg) também chegaram à final de suas respetivas categorias, mas ficaram com a prata. O superligeiro Daniel Silva (55kg) foi o único medalhista de bronze do time masculino. Os judocas que conquistaram medalhas de ouro na classe júnior são Larissa Farias (48kg), Layana Colman (52kg), Kamila Silva (57kg), Yanka Pascoalino (63kg), Sarah Nascimento (70kg), Lincoln Neves (73kg), Giovani Ferreira (81kg), Leonardo Gonçalves (100kg) e João Cesarino (+100kg). As medalhas de prata foram conquistadas por Thays Marinho (44kg), Kainan Pires (60kg), Daniel Cargnin (66kg) e Henrique Francini (90kg). As quatro medalhas de bronze foram obtidas por Daniel Silva (55kg), Anny Ribeiro (78kg), Victoria Oliveira (+78kg) e Daniel Silva (55kg).

Números expõem desnível técnico da base nas Américas

Na semifinal Gabriella Moraes jogou a canadense Alicia Fiandor de ippon

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Basta uma pequena avaliação no quadro de medalhas para constatar o desnível técnico existente no judô continental. Na classe juvenil o Brasil conquistou 63% das medalhas de ouro, enquanto os 12 países restantes ficaram apenas com 37%. Fazendo uma análise sobre o desempenho continental no juvenil, a América do Sul vence disparado, com 88% das medalhas de ouro obtidas por Brasil (dez), Equador (duas) e Colômbia (uma). Com três medalhas de ouro, o Canadá ficou em segundo lugar no quadro geral de medalhas e garantiu a segunda colocação para a América do Norte. Nesta classe nenhum país da América Central e Caribe obteve ouros. Na classe júnior o Brasil ficou com 57% das medalhas de ouro, enquanto os demais países conquistaram 43% do total de ouros em disputa. Fazendo uma análise sobre o desempenho continental no júnior a América Revista Budô número 18 / 2016

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Com um utsuri-goshi indefensável, Michael Marcelino, do SESI, iniciou sua jornada rumo ao pódio

Exibindo excelente performance em todas as lutas, na semifinal Jeferson Santos, da A.D.P.M. de São José dos Campos, jogou o argentino Rodrigo Jarra de ippon, mas a arbitragem deu wazari, e o judoca joseense acabou vencendo com shime-waza, aplicando um okuri-eri-jime sensacional

Camargo, da Sociedade Na semifinal a peso-pesado Ana dela Gutierrez de ippon Can a ntin Morgenau, jogou a arge

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Na final inédita a amazonense Maria Taba, do Centro Esportivo Dom Bosco, superou a canadense Taeya Koliaska

do Sul vence também com 88% das medalhas em disputa, já que Brasil (nove), Equador (duas) e Colômbia (duas) obtiveram 13 medalhas de ouro. Juntos, México (duas) e República Dominicana (uma) completaram o quadro de medalhas de ouro e garantiram a segunda colocação para América Norte e o terceiro lugar para a América Central. Também nesta classe nenhum país Caribe conquistou medalhas. Um dado muito importante é que no alto rendimento Cuba, Estados Unidos e Canadá são os países que mais se aproximam do Brasil, mas paradoxalmente não apresentam bom trabalho na base. Acreditamos que Cuba não participe das competições em função dos problemas econômicos, mas esta exclusão certamente distancia gradualmente os jovens

Para chegar ao ouro, lutou com muita detera minastenista Kamilla Silva minação

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Esporte Club o peso-pesado Lucas Lima, do Vencendo todos os combates, no osae-komi jyan Kala norte-americano Eric

e Pinheiros, superou o

Na disputa do bronze Giovanna Fontes, do SESI, superou a norte-americana Randie Scoon

judocas cubanos do resto do continente. Este quadro nos permite concluir que em poucos anos Equador, Colômbia, México, Costa Rica, Chile e Peru certamente farão frente a Cuba – ex-potência continental –, e EUA potência econômica que mostra boa presença no topo da modalidade, mas não desenvolve um bom trabalho na base. O Canadá surpreendeu no juvenil, conquistando três ouros, mas não subiu ao degrau mais alto do pódio no júnior.

Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô

Dirigente destaca o investimento na base Fazendo uma avaliação sobre a equipe brasileira, Edmilson Guimarães, supervisor de seleções da Confederação Brasileira de Judô destacou a importância do investimento nas categorias de base. “O judô do Brasil não se diferencia dos demais países do continente somente pela habilidade de um ou outro judoca,

Na final Hanna Nascimento, do Grêmio Recreativo Futuro em Ação, foi superada pela equatoriana Luz Pena Na disputa do bronze Gabriel Adriano, da Sociedade Morgenau, jogou o argentino Valentin Moya de wazari e finalizou no osae-komi

Representantes dos países participantes perfilados na cerimônia de abertura

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANDO DE JUDÔ JUVENIL E JÚNIOR

ntina nfederação Arge presidente da Co rimônia de abertura io, er in ss Ca r ca ce Os unciamento na de Judô, faz pron

Equipe sub 18 com medalhistas e o troféu de campeã geral

nte da CPJ, faz Man uel Larr aña ga, pre side abe rtur a ofic ial do cert ame

Equipe sub 21 com medalhistas e o troféu de campeã geral

a

Edmilson Guimarães, superv Brasileira de Judô, ergue o isor de seleções da Confederação Pan-Americano sub 21 troféu de campeão geral do Campeonato

Quadro de Medalhas de ouro da classe jÚnior

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Árbitros que atuaram na competição continental

Dirigentes e autoridades na cerimônia de abertura

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô Carlos Zegarra, diretor esp conduz o sor teio das chavesortivo da CPJ,

mas pelo alto nível técnico dos professores de todo o país e pelo investimento que a Confederação Brasileira de Judô tem feito nos últimos anos, na base.” Falando ainda sobre o investimento feito nas categorias menores, o supervisor de seleções lembrou do evento criado este ano pela gestão técnica da CBJ visando o desenvolvimento da base. “Este investimento passa também pelo equipamento que a CBJ fornece às federações estaduais, e na capacitação dos professores e técnicos de todo o país. Este ano criamos mais uma competição, a Taça Brasil sub 21 que foi concebida para dar maior visibilidade aos clubes formadores e para que os atletas com menos de 21 anos tivessem uma competição aberta, sem necessidade de seletivas estaduais para participar. O torneio recém-criado pela Confederação Brasileira de Judô está mudando os conceitos de classificação da categoria que deverá ser a base da seleção brasileira em Tóquio 2020.” Avaliando o resultado obtido pelas equipes sub18 e sub 21, positivamente, Edmilson Guimarães destacou a qualidade técnica da nova geração. “Estamos acompanhando estes atletas desde o sub 15, e temos certeza que o muitos estarão brigando por vagas na seleção principal no próximo ciclo olímpico, o que consequentemente resultará na renovação que a modalidade anseia. A grupo todo se apresentou muito bem, mas entendemos que a determinação de todos na busca pelo resultado foi fator decisivo nesta conquista.”

Quadro de Medalhas de ouro da classe juvenil

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ASPEC TOS PEDAGÓGICOS DO JUDÔ

Judô: princípios, propósito e o cotidiano

Os 303 judocas do exame de faixas pretas realizado pela FPJ em 31 de outubro de 2015, em Mauá (SP), fazem o ritsurei (saudação em pé), diante dos 70 árbitros que iriam examiná-los. A reverência, a educação e respeito são inerentes à formação dos judocas.

Profundo conhecedor do universo pedagógico do judô, neste artigo Anderson Dias de Lima evidencia a contribuição da arte do caminho suave na educação, formação e desenvolvimento do ser humano.

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Anderson Dias de Lima I Fotos BUDOPRESS

iscorrendo sobre seus estudos na busca de um método ideal de educação física, o fundador do judô, professor Jigoro Kano, expressa alguns questionamentos, reflexões e ressalvas em relação ao esporte quando entendido apenas como um processo competitivo. Para ele, era importante que as técnicas e os movimentos da educação física e do esporte tivessem um significado na vida do praticante que não fosse apenas o de subjugar o oponente. Diferentemente de um simples método de ataque e defesa de uma arte marcial, ou de uma modalidade de luta que visa apenas ao combate em si, o judô foi pensado, estudado e delineado com o objetivo de ser um método de educação física e mental, com propósitos educacionais e formativos. O sonho de seu criador era que, futuramente, sua prática se espalhasse pelo mundo e que seus princípios fundamentais pudessem contribuir efetivamente com o aperfeiçoamento físico, mental e moral da sociedade. Este raciocínio fica evidente quando revisamos os seus escritos detalhando o seu pensamen-

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to, seus estudos e suas conclusões a respeito do quanto a prática do judô poderia contribuir com o desenvolvimento integral da sociedade. Como ilustração, segue uma de suas inúmeras frases explicando os detalhes da essência do judô. “O judô teve início com o estudo das artes marciais e aos poucos foi se tornando claro que ele podia ser aplicado à educação física, ao treinamento intelectual, à educação moral, à interação social, à administração e à vida diária.” Ele mesmo afirmava que, evidentemente, não era apenas por meio da prática do judô que esses aspectos essenciais da educação e da formação humana poderiam ser desenvolvidos, entretanto, o método que ele criara tinha como fundamentos básicos esses princípios e propósitos. Partindo da premissa que, para uma nação ser bem desenvolvida, é necessário que seu povo seja forte, inteligente, social e moralmente bem estruturado, Jigoro Kano pensou num método

que fosse eficiente e racional para o treinamento e o aperfeiçoamento das energias física e mental e, sobretudo, que pudesse ser direcionado para a prosperidade e o benefício de todos. Ou seja, que o ensino e a prática do judô, treinando o físico e a mente, tivessem um propósito próprio e que pudessem servir à sociedade. Por método eficiente e racional podemos entender o que Jigoro Kano chamou de melhor uso da energia física e mental para se atingir um objetivo. “A energia mental e física deve ser usada da maneira mais eficiente possível para que se chegue ao resultado desejado. (...) Podemos resumir isso como Seiryoku-Zenyo (eficiência máxima).” (Jigoro Kano). Segundo Jigoro Kano: “(...) não importa qual seja o objetivo, para atingi-lo você precisa colocar sua energia mental e física para trabalhar da maneira mais eficiente”. Portanto, tal princípio merece atenção e reflexão especial por parte dos que ensinam o judô, pois fica evidente que o seu fundador estava penwww.revistabudo.com.br


sando em algo além de formar apenas lutadores, mas em promover a educação do físico e da mente no sentido de capacitar o praticante para buscar, da melhor maneira possível, qualquer objetivo que pretendesse alcançar. Quanto ao propósito de servir à sociedade, mestre Kano entendia que o aperfeiçoamento das habilidades física e mental somente faria sentido se pudesse contribuir com o bem-estar e o desenvolvimento dos demais membros da comunidade. “O valor real de uma pessoa é determinado com base no quanto ela contribui para a sociedade durante a vida. (...) O propósito do judô é ajudar a pessoa a se aperfeiçoar para que possa contribuir para a sociedade.” (Jigoro Kano). De acordo com esta afirmativa do próprio fundador do judô, não podemos desconsiderar a importância de uma compreensão mais expressiva, que transcenda aos aspectos meramente técnicos, afim de que possamos transmitir aos nossos alunos as verdadeiras intenções de Jigoro Kano para o ensino e para a prática do judô. www.revistabudo.com.br

Se o princípio básico do waza (técnica) do judô é o Seiryoku-Zenyo (colocar sua energia para funcionar de maneira mais eficiente possível na busca dos seus objetivos), por seu propósito básico podemos compreender o uso racional dessa energia física e mental para o aperfeiçoamento pessoal, visando a contribuir com a sociedade. Portanto, o propósito básico do ensino e da prática do judô é o que Jigoro Kano chamou de Ji-ta-kyo -ei, ou seja, Benefícios Mútuos. Portanto, a essência da prática do judô está diretamente relacionada com o aperfeiçoamento do praticante para a utilização mais eficiente possível das suas energias física e mental, assim como o consequente direcionamento na promoção de benefícios para a comunidade no seu dia a dia. Certamente esse pensamento se refletiu na sua considerável resistência em conceituar e direcionar o judô como modalidade de competição esportiva, ilustrada em uma de suas tradicionais frases: “O judoca é aquele que luta para se aperfeiçoar e não o que se aperfeiçoa para lutar”. Analisando essa máxima, podemos inferir que o mestre entendia a competição esportiva como um meio de desenvolvimento pessoal do praticante e não como um fim em si. Entretanto, com o passar dos anos e com o notável crescimento do judô, espalhando-se por todo o mundo, aliás, como era o sonho do seu fundador, a prática tornou-se uma das mais reconhecidas categorias de lutas no rol das modalidades olímpicas. Nós, brasileiros, temos mais um motivo de celebrar o judô enquanto esporte de competição, pois, dentre todas as nossas modalidades esportivas, é a que mais conquistas trouxe para o nosso País até o momento, em toda a história de nossa participação nos Jogos Olímpicos. Portanto, na atualidade, não podemos desconsiderar a importância da competição esportiva como atrativo para a prática do judô nem tampouco o seu valor na popularização e na massificação da modalidade pelo mundo. Decorrente desse contexto competitivo do judô contemporâneo, penso ser importante que busquemos promover uma compatibilização entre os aspectos que cercam o ambiente da competição esportiva, especialmente no seu alto rendimento, com os princípios e propósitos preconizados pelo seu fundador, ou seja, o melhor uso possível das energias física e mental para o aperfeiçoamento do praticante e consequente direcionamento do uso dessas habilidades para a promoção de benefícios cotidianos para a comunidade onde vive. Entendo que da somatória dos dois princípios básicos do judô – Seiryoku-Zenyo (máxima eficiência no uso das energias física e mental) e Ji-ta -kyo-ei (prosperidade e benefícios mútuos) – derivam todos os demais conceitos técnicos, éticos filosóficos e disciplinares, dentre outros. Dessa maneira, podemos entender melhor o

quanto a prática bem orientada do judô pode contribuir significativamente para o aperfeiçoamento da qualidade de vida da comunidade no seu dia a dia, buscando formar cidadãos fortes e saudáveis, tanto do ponto de vista físico quanto nos seus aspectos mental, moral e social. Em decorrência dessa efetiva característica educacional e formativa do ensino do judô, um fenômeno interessante pode ser observado em diversos municípios brasileiros, especialmente naqueles das áreas mais interioranas, onde os professores de judô, geralmente, são muito respeitados pela sociedade local e, em muitos dos casos, recebem distinções honrosas pelos relevantes serviços prestados, especialmente na área do desenvolvimento social das crianças e dos jovens da comunidade. Refletindo sobre todas essas considerações, fico pensando o quão nobre é a função dos professores de judô, especialmente no nosso País, pois, além de terem a oportunidade de revelar grandes campeões dessa nossa importante modalidade olímpica, ainda podem contribuir de forma muito significativa, racional e eficiente com o progresso físico, mental, moral e social de uma comunidade carente e muito descrente desses valores em nosso cotidiano. Uma Olimpíada vem por aí, mas, independentemente desse grande evento competitivo em nosso País, o trabalho de vocês é revestido de propósitos de grande nobreza e deve refletir sempre os princípios fundamentais do mestre Jigoro Kano que, com sua visão futurista, elaborou um método de educação física e mental que, passados mais de 120 anos, continua atualíssimo, especialmente, para os anseios contemporâneos da sociedade brasileira. Parabéns aos professores de judô do nosso País, uma missão nobre vos envolve!!! Referência bibliográfica Kano, J. ENERGIA MENTAL E FÍSICA: Escritos do Fundador do Judô. São Paulo: Pensamento, 2008. 128. P. Professor Anderson Dias de Lima é • Articulista da Revista Budô • Coordenador e Orientador Pedagógico da Secretaria de Esportes de Americana (SP), desde 1994 • Graduado em Educação Física pela PUCCAMP – Campinas (SP) 1986 • ós Graduado Latu Sensu – Universidade Castelo Branco Rio de Janeiro (RJ) 1989 • Professor Kodansha 6º Dan FPJ/CBJ - 2004 • Membro da Comissão de Estudos da FPJ, nos Jogos Olímpicos de Atlanta – 1996 • Membro da Comissão de Estudos da FPJ, no Campeonato Mundial de Paris – 1997 • Membro da Comissão de Cursos para Professores de Judô da FPJ desde 1995 • Membro da Banca Examinadora da FPJ nos Exames de Graduação desde 1999 • Delegado da FPJ - de 2004 até 2014 • Idealizador e professor do curso “Princípios da Educação Física Infantil e Conceitos Pedagógicos Aplicados ao Ensino do Judô” • FPJ de 1995 até 2012

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CONCEITO

A montanha

Antes de seguir o caminho em direção ao cume do Everest, perguntado sobre suas razões de ir até a montanha, George Mallory respondeu: “Porque está lá”.

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FERNANDO MALHEIROS FILHO I Foto BUDOPRESS

empos antes de ser engolido pelos ventos gélidos e o ar rarefeito da grande altitude no Monte Everest, onde desapareceu, perguntado sobre as razões íntimas para o desafio de escalar a montanha mais alta do mundo, o alpinista inglês George Mallory respondeu: “Porque está lá”. Semelhante poderá ser a resposta de quem trilha a senda do Budô, ao ser questionado sobre os treinamentos repetitivos, os objetivos que não se podem alcançar pela razão, a vida inteira dedicada a desvendar os enigmas do movimento e do ser que o executa. Que outro poderia ser o caminho? Essa percepção, é claro, não está ao alcance do praticante que se inicia na arte de fazer do seu corpo a expressão de seu pensamento. Mas, se ele sobreviver ao tempo em sua existência, dedicando-se à árdua tarefa de descobrir em si o que há no mundo, envelhecendo nesse mister, começará a perceber aquilo que, quando jovem, passava despercebido, embora, enigmático, habitasse suas

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entranhas, explicando a teimosia que o fez seguir adiante. Igual ao alpinista morto ao investir contra o cume da montanha, o budoka enfrentará a montanha de si mesmo, escarpada, gélida e inexpugnável, tornando a escalada mais insalubre quanto maior a altitude. Mas ela segue lá, e para lá é que se deve ir. O Budô dispensa razões, existe por ser e não por necessitar ser; ele próprio impondo obstáculos, a todo o momento, ao alpinista que deseja alcançar-lhe o cume, certificando -o de que a sua existência e, mais do que isso, a glória de fazê-lo, não passa de ilusão, figura mental que produzimos de nossa própria natureza para adoçá-la, quando a realidade da escalada é dura e áspera, somente permitindo chegar àqueles que disso derem conta no aprendizado que fazem a cada dia. O cadáver de George Mallory foi encontrando em 1999, não se sabe se estava a caminho do cume do Everest ou em seu retorno, na jornada do dia 8 de junho de 1924. Para ele nunca importou se chegou lá, o que re-

almente importa é que morreu no caminho. O caminho do guerreiro padece de tais vicissitudes, e a ninguém é dado duvidar de que Mallory foi guerreiro. Ainda que não saibamos se ele encontrou o cimo, esse fato nenhuma relevância tem para sua memória. Dedicou a vida a fazê-lo. Esse é o único caminho digno do significado que o Budô empresta ao fenômeno. Mallory não estava em busca da vista que o topo do mundo pode oferecer àquele que atinge o objetivo, quase sempre turvada pela intempérie e pelas dificuldades físicas enfrentadas por todos que decidiram desafiá-lo. Queria ouvir e entender a voz interior que o levava a fazê-lo. Estou certo de que a escutou nítida e compreensível pouco antes de desfalecer. São da essência do caminho as dificuldades e as dúvidas, o temor, e a paz quando as diáfanas certezas são encontradas para logo depois serem perdidas para sempre. Talvez por isso, outro alpinista, que ganhou fama por ser o primeiro a chegar ao cume do Everest em 1953 – ou pelo menos o primeiro a retornar para retratar seu feito –, o neozelandês Edmund Hillary (sem esquecer do sherpa Tenzing Norgay) tenha dito a quem quisesse ouvir: “Não é a montanha que conquistamos, mas nós próprios”. (It is not the mountain we conquer, but ourselves.) Fernando Malheiros Filho é Professor de karatê-dô, historiador e advogado, especialista em direito da família e sucessões. www.revistabudo.com.br


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C AMPEONATO PARANAENSE VETERANO E POR EQUIPE

Competições máster e por equipe, levam 450 judocas a Campo Mourão Equipes perfiladas durante a cerimônia de abertura

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om o apoio da Associação Esportiva Juventus, a Federação Paranaense de Judô realizou os campeonatos paranaenses veterano e por equipe, eventos que movimentaram a cidade de Campo Mourão reunindo 450 atletas aproximadamente. A competição realizada no dia 2 de julho, aconteceu no ginásio de esportes da Associação Esportiva Juventus, onde foram montadas três áreas de combate. A cerimônia de abertura contou com a presença de inúmeras autoridades esportivas e professores kodanshas do Paraná, Entre os quais estavam Luiz Iwashita, presidente da FPrJ; Jorge Yokoyama, delegado da DR Noroeste; Francisco de Souza, membro do Conselho Fiscal e membro da comissão de graduação da FPrJ; Helder Marcos Faggion, delegado da DR Norte; Jorge Luis Meneguelli, professor kodansha 7º dan; Sidnei Pereira Lima, professor kodansha 7º dan; Liogi Suzuki, professor kodansha 9º dan; Washington Toshihiro Donomai, delegado da DR Oeste; Yoshihiro Okano, professor kodansha 9º dan; Roberto Nagahama, professor kodansha 7º dan; e

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paulo Pinto I Fotos IRENE DONOMAI

Cerimônia de abertura envolveu a outorga da faixa vermelha e branca ao agora professor kodansha, Washington Toshihiro Donomai, uma das maiores referências do judô da Região Oeste do Paraná.

uki, Washington Toshihiro Ao lado da lenda Liogi Suz ado de roku-dan tific cer seu e exib ai Donom

Walter Babata, professor kodansha 7º dan. Nos tatamis da competição por equipe feminino, a Associação de Judô Iwashita sagrou-se campeã geral conquistando uma medalha de ouro e duas medalhas de prata. O Judô Tonietto ficou em segundo lugar somando uma medalha de ouro e duas de bronze. Associação Esportiva Juventus garantiu a terceira colocação obtendo uma medalha de ouro e uma medalha de prata. Na competição por equipe masculino, a Associação Desportiva Judô Tonietto foi campeão geral conquistando duas medalhas de ouro, duas medalhas de prata e uma medalha de bronze. O Lemanczuk Júnior foi vice-campeão geral somando duas medalhas de ouro. A Sagrada Família chegou em terceiro lugar com uma medalha de ouro uma medalha de prata e uma medalha de bronze. Totalizando 8 medalhas no quadro geral de medalhas, a Associação Desportiva Judô Tonietto foi campeã geral por equipes, amealhando três ouros, duas pratas e três bronzes. O Colégio Sagrada Família foi vice-campeão geral totalizando 4 medalhas, sendo duas de ouro, uma de prata e outra de bronze. O Judô www.revistabudo.com.br


Professores kodanshas e dirigentes posam para foto histórica durante a cerimônia de abertura

Lemanczuk Júnior ficou com a terceira colocação totalizando duas medalhas de ouro. Na competição da classe máster feminino, a Associação Esportiva Juventus foi a grande campeã geral conquistando cinco medalhas, quatro ouros e uma de prata. Obtendo exatamente as mesmas medalhas a Associação de Judô Iwashita ocupou a segunda colocação. Totalizando três medalhas de ouro, a Associação Desportiva de Judô Tonietto ficou com a terceira colocação. Mostrando enorme poderio na classe máster e disputando 10 finais, o Judô Lemanczuk Júnior chegou à primeira colocação totalizando 10 medalhas: seis ouros e quatro de prata. A vice-campeã foi a Sociedade Morgenau que obteve três medalhas de ouro. Em terceiro lugar ficou A Associação de Judô Iwashita que disputou cinco finais e obteve dois ouros e três medalhas de prata. O excelente desempenho do Judô Lemanczuk no masculino assegurou a primeira colocação geral na classe veteranos. Em segundo lugar geral chegou a Associação de Judô Iwashita que conquistou o as mesmas medalhas: seis ouros e quatro de prata. Em terceiro lugar ficou a Associação Esportiva Juventus que ficou em terceiro lugar totalizando seis medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze.

Realinhamento de dans No encontro aconteceu o realinhamento de dans, onde vários professores kodanshas foram promovidos. Entre estes estavam os professores kodanshas Jorge Luis Meneguelli, Roberto Nagahama e Walter Kazunori Batata, que foram promovidos para 7º dan. Mas a outorga mais comemorada foi a de faixa vermelha e branca 6º dan, concedida a um dos judocas que mais se destacam na região Oeste do Paraná, sensei Washington Toshihiro Donomai que, após 7 anos com o go-dan, foi promovido ao roku-dan Nascido em 17 de julho de 1964, em Bastos (SP), Washington Toshihiro Donomai, (mais conhecido como Tyan) foi um dos mais destacados alunos do sensei Uichiro www.revistabudo.com.br

O momento em que Luiz Iwashita faz a outorga da nova graduação ao sensei Tyan

O árbitro Augusto Se

mprebom dá início

a competição por eq

uipe feminina

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C AMPEONATO PARANAENSE VETERANO E POR EQUIPE Umakakeba, da Associação de Judô Bastos. Em seu currículo ostenta títulos importantíssimos como o vice-campeo nato mundial em 2007, vice-campeão nos Jogos Abertos de São Paulo, pentacampeão dos Jogos Abertos do Paraná, campeão pan-americano veteranos em 2011, campeão sul-americano veteranos em 2010, tetracampeão brasileiro máster e campeão paulista máster. Professor de judô desde 1989 e de jiu-jitsu desde 2002; Tyan é faixa coral 6º dan em judô e faixa preta 3º dan em jiu-jitsu 3º dan. Formado em educação física, fez estágio de três anos na Universidade de Tenri no Japão e hoje ocupa vários cargos administrativos. É delegado regional da Região Oeste, desde 2007; membro e conselheiro da Comissão Estadual de Grau da FPrJ; vice-coordenador de cursos de katas; e coordenador de rendimento da Região Oeste. Entre os alunos que mais se destacaram estão Eduardo Lopes Gonçalves, campeão pan-americano; Viviane Laís Yukari Donomai, bicampeã pan-americana, tricampeã brasileira; Conrado Cruz de Oliveira, bronze sul-americano; e Laís Oliveira Pessoa de Carvalho, vice-campeã das Olimpíadas Escolares, e bronze nos Jogos Escolar da Juventude.

Balanço geral positivo Para Luiz Iwashita, o certame foi coroado de êxito. “Na verdade, realizamos duas competições aqui, e ambos eventos nos surpreenderam pela qualidade técnica e pelo grande número de judocas inscritos. Outro fato marcante foi a grade quantidade de professores kodanshas presentes na cerimônia de abertura. Acredito que somente o Paraná e São Paulo consegue reunir 10 kodanshas num mesmo evento, sendo que dois deles eram 9º dan. Ficamos muito felizes por poder premiar nossos professores mais antigos, pois representam a essência de tudo aquilo que aprendemos com nossos ancestrais e foram eles que nos mostraram o caminho que nos trouxe até aqui. Nossa comissão de graduação fez um grande trabalho junto à comissão de graduação da Confederação Brasileira de Judô, e isso fez com que pudéssemos promover esta grande festa em Campo Mourão. Coordenador Técnico exalta a qualidade técnica do certame. “Foi uma competição de altíssimo nível que mostrou a qualidade do judô do Paraná. Todos os atletas e treinadores que participaram do campeonato estão de parabéns”, avaliou Rodrigo Marcelo Tonietto, coordenador técnico da FPrJ.

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O pódio por equipe feminino,

onde a Associação de Judô Iwa

shita sagrou-se vice-campeã

O pódio da classe máster feminino onde a Associação Esportiva Juventus foi campeã geral, a Associação de Judô Iwashita ficou em segundo lugar e o Judô Tonietto ficou em terceiro lugar

Equipe sênior feminina campeã, com Kelly Cristina dos Reis Alves, Simone Nunes Paixão, Viviane Laís Yukari Donomai, Renita Salete Steinback, Amanda Pádua Coelho Batista, Dara Hartmann e Ana Eduarda, com sensei Tyan

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DIA DO JUDOC A

Judocas invadem a Câmara Municipal de São Paulo Por iniciativa do vereador Jean Madeira, medalhistas olímpicos, professores kodanshas, judocas das classes veteranos e da base marcaram presença no maior evento já realizado para a comunidade judoísta na Câmara Municipal de São Paulo, em comemoração ao Dia do Judoca. POR

PAULO PINTO I Fotos MARCELO LOPES e CRIS ISHIZAVA/BUDOPRESS

helini ade os professores Mic Na abertura da solenid ntação de kime-no-kata e Colela fizeram aprese

O plenário da Câmara Municipal de São Paulo foi totalmente tomado pelos judocas

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Professores e dirigentes posam com os judocas da classe veteranos

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uma iniciativa do vereador Jean Madeira, que instituiu o Dia do Judoca, a Câmara Municipal de São Paulo realizou sessão solene no dia 19 de maio para homenagear atletas da atualidade e aqueles que no passado edificaram o judô paulista. O evento que homenageou os maiores nomes do judô bandeirante contou com a presença de medalhistas olímpicos, professores kodanshas, professores formadores, técnicos, atletas da base e da classe veteranos, além de familiares e amigos dos grandes mestres e ícones do judô já falecidos. A solenidade reuniu autoridades políticas e esportivas, entre as quais estavam Jean Madeira, vereador proponente que presidiu a seção solene; Takahiro Nakamae, cônsul geral do Japão em São Paulo; Sílvio Garcia, representante de Paulo Gustavo Maiurino, secretário de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo; Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô; e José Jantália, vice -presidente da FPJ. Jean Madeira faz seu pronunciamento aos judocas paulistas

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Compuseram a mesa de honra as autoridades já citadas e os medalhistas olímpicos Chiaki Ishii, primeiro judoca medalhista do Brasil, que conquistou o bronze em Munique 1972; Rogério Sampaio, campeão olímpico em Barcelona 1992; Douglas Vieira, medalha de prata em Los Angeles 1984; Carlos Honorato, medalha de prata em Sidney 2000; Luiz Onmura, medalha de bronze em Los Angeles 1984; e Henrique Guimarães, bronze Atlanta 1996. Representando as judocas paulistas, a professora kodansha Solange Pessoa, única sensei faixa vermelha e branca do Estado de São Paulo, também compôs a mesa. O maior evento já realizado para a comunidade judoísta na Câmara de Vereadores paulistana recebeu mais de 1.600 judocas, que foram acompanhados por familiares, totalizando mais de 2.000 participantes no encontro. O plenário 1º de Maio, o salão Prestes Maia, o hall principal e as galerias da Câmara Municipal ficaram completamente tomados. O gigantismo fez com que o encontro acontecesse simultaneamente em dois ambientes. As homenagens aos professores kodanshas, judocas da classe veteranos, judocas do passado e à imprensa especializada realizaram-se no plenário 1º de Maio, enquanto a homenagem às principais escolas e judocas da base transcorreu na sala Prestes Maia. Fizeram uso da palavra Jean Madeira, Takahiro Nakamae, Francisco de Carvalho Filho, Alessandro Puglia, Rogério Sampaio e Henrique Guimarães. Na sequência foram homenageados 68 professores kodanshas do Estado de São Paulo, e os professores kuRevista Budô número 18 / 2016

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DIA DO JUDOC A dan (9º dan) Edgar Ozon, Massao Shinohara e Chiaki Ishii foram os primeiros laureados. A classe veteranos contou com mais de uma centena de professores homenageados, além dos que edificaram o esporte e fizeram com que se tornasse a modalidade que conquistou o maior número de medalhas olímpicas para o Brasil. Os familiares dos grandes judocas do passado foram agraciados com o certificado intitulado Um guerreiro nunca morre. A imprensa especializada também foi lembrada e homenageada pelo vereador autor da propositura. Entre as mídias premiadas estavam as revistas Budô, Pegada, Máster e Spirit of Judô, além dos sites Judô Nacional, Boletim Osotogari e Budô Brasil. A premiação individual contemplou os fotógrafos Cristiane Ishizava e Marcelo Lopes e o jornalista José Jantália. Os fabricantes de kimonos Shihan, Dragão, Adidas, Budokan e Spirit Combate, maiores fornecedores de material esportivo do Estado de São Paulo, foram lembrados e homenageados no encontro.

Homenagens especiais No fechamento do encontro foram feitas homenagens especiais aos judocas e colaboradores que tiveram atuação relevante no desenvolvimento da modalidade em São Paulo. Francisco de Carvalho foi lembrado pelos quase 60 anos de prática do judô, no qual desenvolveu papel determinante em prol da modalidade. Sensei Chico foi campeão brasileiro de judô, professor, técnico, delegado regional e presidente da Federação Paulista de Judô. Os vários mandatos em que esteve à frente da FPJ foram pautados no crescimento técnico e estrutural da modalidade. Outro homenageado no encontro foi Mário Manzatti, o mais antigo colaborador da FPJ. Manzatti ocupou todos os postos na entidade e auxiliou mais de uma dezena

Jean Madeira homenageia Francisco de Carvalho

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Jean Madeira homenageia o campeão olímpico Rogério Sampaio

de gestores da Federação Paulista de Judô. Profundo conhecedor dos bastidores do esporte, Mário é a maior referência de gestão do judô paulista. Antônio de Toledo, o Toninho, diretor executivo da Shihan Kimonos, foi homenageado por trabalhar incansavelmente pelo desenvolvimento da modalidade e pelo grande apoio que presta hoje a inúmeros projetos socioesportivos. O jornalista e editor Paulo Pinto foi homenageado pelo importante trabalho desenvolvido há mais de 30 anos na divulgação e registro histórico dos fatos que permeiam o universo judoísta, por meio da extinta Revista Kiai e da Revista Budô. O medalhista olímpico Henrique Carlos Serra Azul Guimarães foi homenageado pelo vigésimo aniversário de sua conquista olímpica. O judoca peso-meio-médio conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996. Pelo grande exemplo de garra, determinação e incentivo à prática do judô, as irmãs Laura Miagui (85) e Tereza Miagui (75) receberam premiação especial no encontro.

Jean Madeira homenageia Chiaki Ishii

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Jean Madeira presta homenagem a Takahiro Nakamae, cônsul geral do Japão em São Paulo

Superando expectativas Parte do evento foi realizado na sala Prestes Maia, onde houve uma apresentação de taikô e se concentraram os grupos formados por escolas e associações. Professores, atletas da base e familiares foram apoiar os jovens judocas. Conhecedor da importância da filosofia do judô, o vereador Jean Madeira fez questão de entregar as homenagens aos professores e agradeceu pelos serviços prestados no desenvolvimento da modalidade e pela contribuição social que cada professor imprime por meio do ensino da modalidade. O vereador encerrou agradecendo a presença dos pais e destacando a importância da participação da família na formação dos futuros cidadãos. Fazendo uma avaliação rápida do evento, Jean Madeira comemorou o sucesso da solenidade e a participação maciça da comunidade judoísta. “Fizemos uma festa grandiosa para o judô e para os judocas, já que o nosso maior objetivo era projetar a modalidade e homenagear praticantes e atletas de São Paulo. Abrimos as portas da maior casa de leis da América Latina para

Jean Madeira homenageia Douglas Vieira

Jean Madeira homenageia Carlos Honorato

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Kodanshas homenageados

Por ser faixa preta de judô, Jean Madeira reconhece a importância dos em professores kodanshas no cenário esportivo, didático e ético da modalidade. E com base na autoridade que todos professores com graduação acima do 6º dan, possuem, o vereador paulista homenagear todos professores de São Paulo. Ao todo foram laureados 140 professores que permanecem na ativa e dignificam o judô paulista. Veja abaixo a relação dos professores kodanshas homenageados. O vereador paulistano homenageia os veículos de imprensa especializados

receber e homenagear os nossos heróis dos tatamis – professores, técnicos e atletas que representam São Paulo e o Brasil em todo o planeta. Homenageamos também os veículos de imprensa que, assim como a Revista Budô, fazem o registro de nossa história e das conquistas dos expoentes da modalidade. Os professores do passado foram reverenciados da mesma forma que os professores kodanshas e judocas da classe veteranos. É importante lembrar que buscamos apenas fazer o registro e homenagear aqueles que participaram e participam hoje do desenvolvimento do judô paulista, a locomotiva deste esporte em nosso País. As pessoas passam, mas a modalidade pulsa cada vez mais forte, promovendo o desenvolvimento cultural e esportivo almejado no fim do século 19 por seu criador, o professor Jigoro Kano.”

Professores kodans

has homenageados

Ademir Raimundo Machado Josino Francisco de Souza Agostinho Feijó Gonzales Júlio Sakai Yokoyama Akira Noguchi Harley Barbosa G. Amaral Alcides Camargo Isaburo Suto Alessandro Panitz Puglia Ivo Vieira Nascimento Alexandre de Almeida Garc ia Jacinto Nunes Abreu Amadeu Antônio Lopes Este ves Jaime Polido Anderson Dias Lima Jiro Aoyama Anísio de Assis Belchior Jorg e Siqueira Antoku Tomiyama José Paulo da Costa Figueroa Antonio Honorato de Jesu s José Raimundo da Silva Antonio Luis Marques Filho Kanefumi Ura Antônio Matsuura Kaor Okada Antônio Rizzardo Rodrigues Kazumi Kussabara Antonio Roberto Coimbra Kazuo Suga Antonio Ruas Júnior Kenzo Matsuura Artêmio Caetano Filho Koji Kiwada Belmiro Boaventura da Silva Luis Catalano Calleja Carlos Eduardo do Santos Mot ta Luis Juniti Shinohara Celestino Seiti Shira Luiz Yoshio Onmura Celso Ferreira Franco Lean dro Alves Pereira Claude Edouard Barbe Leonel Yoshiki Matsumoto Cláudio Calasans Camargo Luis Alberto dos Santos Cláudio Konno Luiz Carlos Novi Chiaki Ishii Luiz Sergio Ferrante Dante Kanayama Marcelo Hirono David Candelli Mário Francisco da Silva Douglas Eduardo de B. Vieir a Mário Katsumi Matsuda Edgar Magalhães Pereira Mas sanori Yanaguimori Edgar Ozon Massao Sakamoto Edison Koshi Minakawa Massao Shinohara Eduardo Dantas Bacellar Massaru Yanaguimori Fernando da Cruz Mau rilio Cesário Fernão de Toledo Castro Mauro Roberto Junqueira Silva Francisco Aguiar Garcia Mauro Santo Oliveira Francisco de Carvalho Filho Mercival Daminelli Galileu Paiva dos Santos Migu el Suganuma George Yassunobu Osako Milton Ribeiro Correa Gerardo Siciliano Milton Trajano da Silva Goro Kosaihira Mishiharu Sogabe Hidehito Otuki Néls on Hitoshi Onmura Hideshico Aoki Nelson Shigueki Koh Hissato Yamamoto Odair Antonio Borges João José Antonelli Orlando Sator Hirakawa Joaquim Teruo Nakamura Osm ar Aparecido Feltrin José Chibirca Osvaldo Hatiro Ogawa Jose Gomes Medeiros Paulino Tohoru Namie

Paulo Graça Paulo Keishi Kohara Paulo Roberto Duarte Alm eida Paulo Rogerio Padovan Pedro Jovita Diniz Raul de Mello Senra Bisneto Rioiti Uchida Roberto Antônio V. Bellocchi Roberto Forte Katchiborian Roberto Gaspar Paulo e Silva Rodrigo Guimaraes Mot ta Rogerio Sampaio Cardoso Rubens Massashi Nakazaw a Rubens Pereira Sadao Fleming Mulero Satoru Ebihara Sérgio Akira Oide Sérgio Luiz Bin Sérgio Malhado Baldijão Setuo Takahashi Severino José de Sena Shigueto Yamazaki Shoshichi Chiba Shuko Iha Sidnei Paris Silvio Tardelli Uehara Simão José da Silva Shuhei Okano Solange de Almeida Pessoa Vincki Stanley Virgílio Sumio Tsujimoto Tadashi Kimura Takeshi Nitsuma Takeshi Yokoti Tokio Kitami Tomio Oki Tsutomu Nitsuma Uichiro Umakakeba Umeo Nakashima Valdir Melero Valdo Alves de Siqueira Wagner Antonio Vettoraz zi Walter dos Santos Wilmar Terumiti Shiraga Yoshiyuki Shimotsu Zenya Morimasa

Jean Madeira homenageia Henrique Guimarães

Jean Madeira presta homenagem à professora Solange Pessoa, única kodansha do Estado de São Paulo

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Jean Madeira presta homenagem a Valdir Melero, um dos professores remanescentes da Academia Budokan

Jean Madeira presta homenagem a Gerardo Siciliano

Jean Madeira presta homenagem a Hatiro Ogawa

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C AMPEONATO PAULISTA SUB 21 DE JUDÔ

Cinco ouros garantem hegemonia do Pinheiros nos dois gêneros Conquistando cinco medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze, o Esporte Clube Pinheiros justifica investimento e ratifica predomínio na base. POR paulo

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pinto I Fotos MARCELO LOPES e CRIS ISHISAVA

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C

om o apoio da 1ª DRJ Capital, a Federação Paulista de Judô realizou a fase final do campeonato paulista sub 21 desta temporada em 30 de abril, no ginásio do Esporte Clube Pinheiros. Com cinco medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze, o Esporte Clube Pinheiros foi campeão geral dos naipes masculino e feminino. No feminino a Associação Desportiva São Caetano foi vice-campeã, obtendo um ouro, uma prata e um bronze. O SESI-SP ficou em terceiro lugar com uma medalha de ouro e quatro de bronze. Já no masculino o SESI-SP fez valer toda a força do judô caipira e foi vice-campeão, obtendo sete medalhas: uma de ouro, duas de prata e quatro de bronze. A Sociedade Esportiva Palmeiras e a ADPM de São José dos Campos dividiram a terceira colocação, conquistando uma medalha de ouro e outra de bronze. A fase final do campeonato paulista sub 21 reuniu os 294 judocas classificados nas seletivas regionais e inter-regionais, realizadas nas 16 delegacias regionais da Federação Paulista de Judô. A cerimônia de abertura teve a participação de dirigentes esportivos, políticos e clubísticos, entre eles Francisco de Carvalho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; José Jantália, vice-presidente da FPJ; Joji Kimura, diretor técnico da FPJ; Arnaldo Luís de Queiroz Pereira, diretor de Esportes do Esporte Clube Pinheiros (ECP); Sumio Tsujimoto,

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C AMPEONATO PAULISTA SUB 21 DE JUDÔ

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Francisco de Car valho

Filho Jean Madeira e Ale

ssandro Puglia

Joji Kimura, Francisco de Carvalho, Alessandro Puglia, Sérgio Baldijão e Arnaldo Queiróz

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C AMPEONATO PAULISTA SUB 21 DE JUDÔ

gerente de judô do ECP; Douglas Vieira, coordenador de alto rendimento do judô do ECP; Henrique Guimarães, medalhista olímpico; Jean Madeira, vereador de São Paulo; os delegados regionais Cléber do Carmo e Argeu Maurício; coordenadores do departamento financeiro Adib Bittar e Valdir Melero; e os professores kodanshas Belmiro Boaventura da Silva, Antônio Honorato de Jesus, Takeshi Nitsuma, Sérgio Baldijão, Milton Ribeiro Correa, Paulino Namie, Nélson Onmura e Kanefumi Ura. As eliminatórias realizaram-se na parte da manhã, e todas as finais, no início da tarde, quando então ficaram definidos os campeões estaduais de 2016 e os atletas que formariam a seleção paulista sub 21, que representou o Estado de São Paulo no campeonato brasileiro. No shiai-jô a disputa revelou uma geração de atletas que num futuro próximo conquistarão muitas medalhas para o Estado de São Paulo e para o País. Na avaliação de Joji Kimura, diretor técnico da FPJ, o certame transcorreu dentro do que havia sido planejado e com nível técnico satisfatório. “A competição foi muito bem estruturada e tudo fluiu bem. Nos tatamis a competição mostrou-se bastante acirrada e teve nível técnico excelente. Vamos a Lauro de Freitas disputar o campeonato brasileiro com uma equipe muito forte e certamente traremos muitas medalhas para São Paulo”, previu o dirigente.

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Pinheiros, SESI, A.D. São Caetano e Palmeiras são destaque do paulista júnior Ao todo, 136 associações e clubes inscreveram-se na competição, mas somente quatro equipes conquistaram medalhas de ouro nos gêneros masculino e feminino: Esporte Clube Pinheiros, SESI-SP, Sociedade Esportiva Palmeiras e Associação Desportiva São Caetano. Apenas 3% das equipes inscritas chegaram ao ouro, em ambas as categorias. No naipe masculino apenas 14 equipes, ou seja, 10,30% das inscritas, subiram ao pódio, enquanto no feminino 20 agremiações obtiveram medalhas, ou seja, 15%. Os números desta competição destacam as equipes que invariavelmente se sobressaem nos certames estaduais, não importando se são formadoras ou se contratam atletas formados em outras escolas paulistas. É o caso do Pinheiros, que ficou em primeiro lugar na classificação geral, do SESI, que conquistou dois ouros, duas pratas e oito bronzes, e do São Caetano, que ficou em terceiro lugar obtendo dois ouros, uma prata e um bronze. O Palmeiras totalizou dois ouros e um bronze que garantiram a quarta colocação, enquanto a ADPM de São José dos Campos ficou em quinto lugar amealhando um ouro e um bronze. A segunda colocação garantiu ao SESI

Francisco de Carvalho

Filho

Alessandro Puglia

Arnaldo Queiróz

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Classificação final

a melhor classificação entre as equipes que estão fora da capital, mas os 12 pódios obtidos pelo time de Bauru mostram que o SESI é hoje uma equipe protagonista no judô paulista. Um aspecto extremamente importante é que os judocas sesianos são pratas da casa. Ao contrário de equipes como Pinheiros, Minas Tênis e Sogipa, o time bauruense é formador de atletas e abastece várias categorias de classe e peso da seleção brasileira de judô.

Seleção paulista Após o término dos combates definiuse a equipe que representou o Estado de São Paulo no campeonato brasileiro sub 18, realizado em Lauro de Freitas (BA). Integraram a seleção paulista feminina as seguintes atletas: Laura Louise Nunes Ferreira (44kg), Larissa Cincinato (48), Estefani Oliveira Santos (52kg), Ketelyn Araújo Nascimento (57), Yanka Dalbem Pascoalino (63), Ellen Froner Santana (70), Giovanna Vitória Máximo Fontes (78kg) e Victoria Archina de Oliveira (+78kg). A seleção paulista masculina incluiu os seguintes judocas: Renan Ferreira Torres (55kg), Kainan Santos Pires (60kg), Jéferson Luiz dos Santos (66kg), Lincoln Keiiti Kanemoto das Neves (73kg), Giovani Henrique Ferreira (81kg), Henrique de Abreu Francini (90), Raul de Almeida Batista Soares (100kg) e Lucas Antônio Martins Lima (+100kg). www.revistabudo.com.br

Feminino Superligeiro 1º Laura Louise Nunes - Adrearmas 2º Bruna Borges - Academia Pissarra 3º Natália Oliveira - AD São Caetano 3º Bruna Lopes - Chiao/SMEL Ligeiro 1º Larissa Pimenta - E. C. Pinheiros 2º Rafaela Morais - Centro Olímpico 3º Amanda N. Costa - Ass. Hebraica 3º Maria Oliveira - Corpore Sano/RP Meio-leve 1º Estefani Oliveira - AD São Caetano 2º Jessica Carvalho - São João/Apaja 3º Franciele Terenzi - As. Mercadante 3º Larissa Teixeira - Rogério Sampaio Leve 1º Ketelyn Nascimento - SE Palmeiras 2º Izabela Sommer - Ass. Mercadante 3º Joseane Nunes - Assoc. Hebraica 3º Sandy Vieira - Assoc. Mercadante Meio-médio 1º Yanka Dalbem - E. C. Pinheiros 2º Barbara Faria - SEMEL/SJC 3º Mariana Bueno - Assoc. Hebraica 3º Alana Uraguti - Clube Paineiras Médio 1º Ellen Froner - Assoc. 9 de Julho 2º Pamella Barbosa - AD São Caetano 3º Gabriela V. Fontes - SESI - SP 3º Thayane Heidrick - Lins/Morimoto Meio Pesado 1º Giovanna V. Fontes - SESI - SP 2º Inara Ribeiro - Assoc. Pompeia 3º Elisa Caminaga - SESI - SP 3º Laislaine Sampaio - SESI - SP Pesado 1º Victoria Archina - C. A. Juventus 2º Beatriz Rodrigues - EC Pinheiros 3º Ellen Furtado - SESI - SP 3º Sarah Chaves - Assoc. Kiai Kam

Masculino Superligeiro 1º Renan Torres - SESI - SP 2º Mike Pinheiro - São João/Apaja 3º Danilo Mesquita - Grêmio Cubatão 3º Bruno Watanabe - São João/Apaja Ligeiro 1º Kainan Pires - E. C. Pinheiros 2º Michael V. Marcelino - SESI - SP 3º Lincoln Goncalves - EC Pinheiros 3 Willian Lima - E. C. Pinheiros Meio-leve 1º Jeferson Santos – ADPM/S.J.C. 2º Yorran Miranda - Meninos Ouro 3º Nykson Ferreira - S. E. Palmeiras 3º Gabriel Rocha - Omega Academia Leve 1º Lincoln Kanemoto - SEMEL/S.J.C 2º Vitor A. Batista - Judô Clube Mogi 3º Bruno Sandu - Assoc. Kiai Kam 3º Rafael Bondezan – S. João/Apaja Meio-médio 1º Giovani Ferreira - S. E. Palmeiras 2º Guilherme Oliveira - EC Pinheiros 3º Iuri Priolo Rocha - SESI - SP 3º Pedro Nomura - Meninos de Ouro Médio 1º Henrique Francini - E. C. Pinheiros 2º Ronnie W. Ribeiro - Assoc. Bastos 3º Nicolas Mendes - ADPM/S.J.C. 3º Euler Igor Pereira - SESI - SP Meio-pesado 1º Raul Almeida - A. D. São Caetano 2º Arthur Santana - SESI - SP 3º Wendel Ribeiro - Assoc. Bastos 3º Caíque Santos - São João/Apaja Pesado 1º Lucas Martins - E. C. Pinheiros 2º Victor Santos - Assoc. Belarmino 3º Matheus S. Monteiro – SESI-SP 3º Hugo Moura Praxedes - SESI-SP

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KARATÊ OLÍMPICO

Luiz Carlos Cardoso, Antonio Espinós e Willian Cardoso

Presidente da CBK avalia inclusão do karatê nos Jogos Olímpicos Luiz Carlos Cardoso, presidente da Confederação Brasileira de Karatê, avaliou a campanha que incluiu o karatê nos Jogos de Tóquio 2020, e falou sobre os caminhos que a modalidade deverá percorrer no próximo ciclo olímpico. POR

Qual foi o sentimento quando o presidente do Comitê Olímpico InternacionaI anunciou que o karatê fará parte dos Jogos de Tóquio 2020? Em função da posição que tenho hoje, como membro da comissão executiva da World Karate Federation, eu sabia o

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paulo pinto I Fotos GERALDO DE PAULA

que nos esperava, mas por mais que tivéssemos ideia do que iria acontecer, foi uma grande emoção. Vários pensamentos explodiram naquele momento, e o mais emblemático foi de que ali se abria uma porta enorme para a modalidade e, junto a isso, surgiu a preocupação com toda a atenção

que esta porta gigantesca demandará. A responsabilidade que estávamos assumindo não gerou preocupação, porque esta é uma característica de nossa gestão, na qual fazemos sempre o melhor para o melhor. Quais foram os pontos cruciais da

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campanha desenvolvida com esse objetivo? Os principais pontos da nossa campanha foram elaborados pela WKF e amplamente divulgados por Antonio Espinós, nosso presidente. Um aspecto bastante interessante foi mostrar ao COI a popularidade do karatê no mundo esportivo, e que seu universo é composto por 10 milhões de praticantes. Destes, 99,7% estão diretamente ligados à WKF. Mas o ponto decisivo foi a junção que fizemos com as quatro modalidades aceitas nos Jogos de Tóquio 2020. Depois de vencer várias etapas da pesquisa que o COI estava fazendo para definir as novas modalidades, entre as 28 que disputavam vaga, o processo foi se afunilando até restarem apenas cinco, que decidiram trabalhar em bloco. Uma passou a ajudar a outra, porque percebemos que, se todas trabalhassem individualmente, poderiam se atrapalhar. Com isso as cinco entraram. Esta estratégia foi fundamental e fez com que tudo desse certo. Usamos dos princípios olímpicos, foi o que nos uniu e fortaleceu. A amizade e o respeito criaram possibilidades infinitas neste processo de excelência.

www.arawaza.com.br Na prática, o que a inclusão do karatê representa para a modalidade? Teremos a oportunidade de mostrar a plástica, a dinâmica e as estratégias de combate que o karatê possui. Além destes aspectos, divulgaremos o potencial incrível que o karatê tem de educar, disciplinar e transformar pessoas, proporcionado um bom condicionamento físico. Será uma ocasião ímpar para mostrar que o karatê está engajado em todos os setores da vida e da educação, colaborando decisivamente na edificação de uma sociedade mais sadia e equilibrada.

Quais são os principais fatores desta conquista? O primeiro é a realização de um sonho antigo. Todo desportista sonha participar do maior evento do mundo, que são os Jogos Olímpicos. O segundo é poder mostrar o potencial que o karatê possui como esporte transformador. E o terceiro ponto são as possibilidades de apoio e patrocínio para nossos atletas e para a modalidade. O Brasil está no top 10 do karatê mundial e é o número 1 das Américas. Temos tradição de vitória e rendimento, e não de coadjuvantes na modalidade. Atualmente temos um bicampeão mundial e vários atletas do Brasil figuram no topo do ranking da WKF. Acredito que os princípios de respeito, amizade e excelência agregarão valor ao karatê olímpico. Quais são os fatores negativos desta conquista? Os pontos negativos seriam o imediatismo, oportunismo e individualismo. Pelo fato de o karatê tornar-se olímpico, pessoas vão tomar para si a atribuição desta grande conquista, quando na realidade isso só se concretizou em função da iniciativa da WKF. Imediatis-

O presidente da CBK com parte da comissão técnica do Brasil no campeonato pan-americano realizado no Rio de Janeiro

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KARATÊ OLÍMPICO mo porque muita gente imagina que a modalidade receberá recursos ilimitados, e não é bem assim. Entendemos que algumas portas se abrirão, mas os recursos estarão disponíveis apenas para quem mostrar planejamento, estrutura e organização. Conhecemos várias modalidades olímpicas que não recebem apoio justamente por não ter boa gestão. E individualismo porque a colheita que eventualmente poderemos obter num futuro próximo será fruto de um trabalho que vem sendo feito há décadas. Centenas de milhares de karatecas participaram de um processo que resultou no olimpismo. O movimento que culminou na inclusão da modalidade nos jogos começou nos anos 60, mas alguns oportunistas querem colher os louros desta conquista histórica. No Brasil o karatê olímpico passa diretamente pelo trabalho e o esforço de milhares de atletas, professores e associações espalhados pelos 27 Estados. Os professores são fator fundamental no desenvolvimento da modalidade que é gerida pela CBK/World Karatê Federation, e entendemos que a base de tudo que o karatê possa conquistar está consolidada no trabalho feito por eles, nos recôncavos do Brasil. Quais metas deverão ser alcançadas neste ciclo olímpico? Entendo que a maior prioridade dos próximos quatro anos será formar uma seleção olímpica que classifique o Brasil para Tóquio 2020. Não sabemos ainda qual será a metodologia e o sistema classificatório que adotarão, mas creio que usarão os jogos pan-americanos e o ranking da WKF. Mas o principal é participar dos jogos e trazer medalhas para o nosso País. O que mais o preocupa agora? Neste momento o que mais me preocupa é a inquietação dos imediatistas, que acham que tudo tem de ser feito na base do aqui e agora, e não é assim que a coisa funciona. Primeiro, que nada será feito de forma precipitada, e, segundo, que vamos dar sequência ao trabalho que vínhamos desenvolvendo. Temos nosso planejamento e seguiremos a nossa linha de ação. O que mais o conforta neste processo?

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Transportadora aérea oficial do karatê do Brasil Confira condições especiais

O que mais conforta a equipe da CBK é que, independentemente do olimpismo, nosso trabalho já vem num crescente. Quebramos paradigmas e fizemos história reconduzindo o Brasil ao topo das Américas. Também nos conforta saber que acreditamos em nosso planejamento, e tudo está dando certo. E não é porque o karatê tornou-se olímpico que vamos ter de

“Vamos trabalhar para fazer a primeira gestão olímpica do karatê, buscando deixar um grande legado para as futuras gestões.” nos espelhar em outros modelos de gestão. O karatê jamais teve uma gestão olímpica, e esta será a primeira. Isso não nos conforta e nem nos preocupa. Sabemos de nossa responsabilidade, e vamos trabalhar para deixar um grande legado para as futuras gestões. A etapa brasileira da Premier League já terá efeitos positivos

da inclusão do karatê nos Jogos Olímpicos? A Premier Ligue de Fortaleza já tinha sua estrutura desenhada antes mesmo da decisão do COI. No entanto, agora ganhará um ar olímpico e este será o tema central do evento, que terá um upgrade na formatação, dos participantes aos organizadores. Certamente a aura em torno do torneio será outra. O que eu posso dizer sem medo de errar é que esta competição será um marco, pois será o primeiro evento da WKF no continente americano, do próximo ciclo olímpico. Alguns professores condenam a inclusão do karatê nos jogos, da mesma forma que alguns mestres judocas condenaram a inclusão do judô. Como vê este posicionamento? É lamentável que alguns professores não dimensionem a importância desta conquista. Mesmo porque o karatê competitivo não invalida e muito menos diminui a importância do karatê essência, social ou de defesa pessoal. São situações distintas e no futuro certamente teremos inúmeras novas formas de aplicar o karatê. Alguns professores mais conservadores apregoavam que com o karatê competitivo perderíamos a essência, e isso jamais aconteceu. O que tem a dizer sobre aqueles que no passado abandonaram a WKF, e hoje reivindicam espaço no karatê olímpico? Temos de salientar que desde que assumimos a CBK, em 2013, demos oportunidade para todos que, pelos mais diversos motivos, saíram do circuito voltarem para nossa entidade. Lutamos e investimos no engajamento dos professores e associações dissidentes, e felizmente isso vem acontecendo com enorme frequência. Entendemos que, com o advento do olimpismo, todos deverão voltar e continuaremos, sim, com as portas abertas para receber todas as pessoas que realmente torcem e trabalham pelo crescimento do karatê. Independente de terem contribuído ou não para que o karatê chegasse aonde chegou, todos serão recebidos de braços abertos, pois acreditamos que juntos seremos muito mais fortes. www.revistabudo.com.br


Confederação Brasileira de karatê FAK - Federação Alagoana de Karatê

Presidente Jadgilson T.de Oliveira Av. João Davino, 445 – Sl. 302 - Ed. São João - Maceió – AL karate.fak.alagoas@hotmail.com

FAK - Federação Amapaense de Karatê

Presidente Geyse Arruda Passagem José Barbosa, 115, Infraero 1 - Macapá – AP Tel. (96) 91546025 geysoramos@gmail.com

FAK - Federação Amazonense de Karatê Presidente Washynton Luis Carneiro de Melo Rua Santa Helena, 802 - Betânia - Manaus – AM Tel. (92) 93391407 – 8212-7419 www.fak.org.br

FBK - Federação Baiana de Karatê

Presidente Antônio Carlos Negreiro Praça Castro Alves - Palácio dos Esportes, sala 107 Salvador – BA Tel. (71) 33210083 www.fbk.org.br - fbk@fbk.org.br

FCKDF - Federação Candanga de Karate do Distrito Federal

Presidente: Abdias Cordeiro Dias SRPN – Gin. Cláudio Coutinho Comp. Aquático - Sala AI 12 – Brasília - DF Tel. (61) 3327-1216 www.karatedebrasilia.org.br - fckdfkarate@gmail.com

FCK - Federação Cearense de Karatê

Presidente Luiz Carlos Nascimento Júnior Rua Pedro Rufino, 10 – Varjota - Fortaleza – CE Tel. (85) 32634101 www.karateoficialceara.com.br - karateoficialceara@ uol.com.br

FEK - Federação Espírito-santense de Karatê

Presidente João Espirito Santo Av. João Felipe Calmon, 723 – Centro - Linhares – ES Tel. (27) 99637222 – 33714941 - 32641422 contato@fgk.com.br - fgk@fgk.com.br

FEKAC - Federação de Karatê do Acre

Presidente Joy Braga Cavalcante Rio Branco - AC Tel. (68) 9971-7781 jooybc@gmail.com - rafaellac415@gmail.com www.revistabudo.com.br

FEKAEGO - Federação de Karatê do Estado de Goiás

FKEPA - Federação de Karatê do Estado do Pará

FNK - Federação Norte-rio-grandense de Karatê

FKEM - Federação de Karatê do Estado do Maranhão

FPBK- Federação Paraibana de Karatê

FGK - Federação Gaúcha de Karatê

Presidente Joílson Ferreira Moraes Al. Couto Magalhães, QD.88 Lt.15 - Setor Pedro Ludovico - Goiânia – GO Tel. (62) 3942 6029 - 9619 6217 www.fekaego.com.br - fakaego@hotmail.com

Presidente Joaquim Pedro Almeida Ribeiro Rua das Hortas, 17 – Centro - São Luiz – MA Tel. (98) 88859688 www.budokanma.com.br - budokanma@hotmail.com

Federação de Karatê do Mato Grosso

Presidente Gentil Apolinário de Souza Rua Arnaldo Estevan, 1215 – Centro - Rondonópolis – MT deltakarate@ibest.com.br - karatefkemt@hotmail.com

Federação de Karatê Mato Grosso do Sul Presidente Paulo José Muniz Rua do Touro, 130 – Vila Nhanha (Guanandizão) Campo Grande - MS Tel. (67) 3346-4300 - fkmsoficial@gmail.com - fkms@ brturbo.com.br

FKR - Federação de Karate de Rondônia Presidente: Ronaldo Seráphico Patrício Rua Enrico Caruso, Bairro Aponiã - Porto Velho - RO Tel. (69) 9982-5507 e 8104-8335 www.karaterondonia.com.br federacaokaraterondonia@gmail.com

FEKTO - Federação de Karate do Tocantins

Presidente: Jocivaldo Dias Cardoso QDR 210 S AVE LO 05 - N 16 LT 01 CS 03 – Palmas - TO Tel. (63) 9212-1335 e 8426-1335 www.karate-to.com.br - ftkika@gmail.com

FMK - Federação Mineira de Karatê

Presidente João Carlos Godoy Av. Olegário Maciel, 311 – sala 206 – Centro - Belo Horizonte – MG Tel. (31) 32010114 www.fmk.org.br - minaskarate@bol.com.br

Presidente Pedro Yamaguchi Avenida Almirante Barroso 5.492 - Castanheira Bairro Souza - Belém – PA Tel. (91) 32313049 – 9981-8899 Karatedopara@hotmail.com Presidente José Targino da Silva Filho Av. Liberdade, 4287 – Centro – Bayeux (PB) Tel. (83) 98794-7775 trkarate@hotmail.com

FPRK - Federação Paranaense de Karatê Presidente Aldo Lubes Rua Marechal Deodoro, 51 - sala 810 - Curitiba – PR Tel. (41) 32241059 - 99620187 fprk@fprk.com.br - www.fprk.com.br

FPAK - Federação Pernambucana das Associações de Karatê

Presidente Celso Piaseski Rua Gonçalves Dias, 700 - Ginásio da Ginástica - Porto Alegre – RS Tel.(51) 32316670 - contato@fgk.com.br - www.fgk. com.br

FRK - Federação Roraimense de Karatê

Presidente Oberlan Jones Avenida Getúlio Vargas, 7155 - São Vicente - Boa Vista – RR - 69303-472 Tel. (95) 36264677 - 91190320 - 81005808 karate.frk@gmail.com - oberlanj@gmail.com

FCK - Federação Catarinense de Karatê

Presidente Ivomar Youn Recife (PE) Tel: (81) 30199830 fpakpresidente@gmail.com

FKEPI - Federação de Karatê do Estado do Piauí

Presidente João Soares Alencar Neto – Teresina (PI) Rua Walfram Batista, 444 - Bairro São João Tel. (86) 99808-0195 / 98845-5537 karatedopiaui@hotmail.com - joaosalencar@hotmail.com

FKERJ - Federação de Karatê do Estado do Rio de Janeiro Presidente Juarez Silva dos Santos Rua Garibaldi s/n - Centro - Duque de Caxias – RJ Tel. (21) 3842-4429 – 3248-3455 - 3046-8713 www.fkerj.org - secretaria@fkerj.com.br

Presidente Márcio Oliveira Lima Rua Antônio Farache, 1854 - A - 201 - Bairro Capim Macio - Natal – RN Tel. (84) 8813-4883 – 9698-7234 www.fnk.org.br - marciolima@supercabo.com.br

Presidente Durci da S. Nascimento Rua Bateias, 701 – Bairro Fátima - Joinville – SC Tel. (47) 3028-3926 – 3028-3946 - 9974 6148 9111 0603 www.fckarate.com.br - akan.durci@gmail.com

FPK - Federação Paulista de Karatê Presidente José Carlos de Oliveira Rua dos Estudantes, 74 sala 45 - São Paulo – SP Tel. (11) 38879880 - 38876493 www.fpk.com.br - karatefpk@uol.com.br

FSK - Federação Sergipana de Karatê Presidente Cristóvão José Bittencourt da Silva Av. Francisco José da Fonseca, 418 - Aracajú - SE Tel. (79) 32512957 – 99622938 fsergipekarate@yahoo.com.br

Confederação Brasileira de Karatê

Presidente Luiz Carlos Cardoso do Nascimento Sede Rua Pedro Rufino, 40 Sala A Varjota – Fortaleza CE - 60175-100 Fones (85) 3048-6855 / 9792-3451 / 8883-9257 cbkarate.blogspot.com.br - karatecbk@uol.com.br Revista Budô número 18 / 2016 123 www.karatedobrasil.org.br


DIA DO KUNG FU

Sessão solene celebra

Dia do Kung

Cerimônia homenageou sifus, mestres, professores, instrutores e colaboradores da arte marcial chinesa. POR

N.T. MATEUS I Fotos budopress

Mais de 1.220 pessoas compareceram a esta edição do Dia do Kung Fu

Celso Jatene lembrou que a comunidade do kung Fu teve grande importância em sua gestão na Secretaria Municipal de Esportes

Wagner Irineu, Celso Jatene, Edilson Moraes e Miguel Del Busso compuseram a mesa de honra

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Fu

N

uma iniciativa do vereador Celso Jatene, a Federação Paulista de Wushu e Kung Fu Tradicional comemorou o dia do Kung Fu de 2016. O evento realizado nas dependências do Hotel Nikkey, em São Paulo, homenageou e premiou sifus, mestres, professores, instrutores e colaboradores da modalidade chinesa que atuam na cidade de São Paulo. Um público estimado em 1.200 praticantes e familiares prestigiou o evento dedicado àqueles que pregam e ensinam os preceitos filosóficos e técnicos desta importante e centenária arte marcial chinesa. Compuseram a mesa de honra o vereador Celso Jatene, presidente proponente da solenidade; Miguel Del Busso, chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação; grão-mestre Edilson Moraes, presidente da Confederação Brasileira de Artes Marciais Chinesas; e Wagner Irineu, vice-presidente da Federação Paulista de Wushu e Kung Fu Tradicional. Em seu discurso de abertura, grão-mestre Edilson Moraes enfatizou a importância da coesão de todos em torno do crescimento da modalidade. “Mais uma

vez nos reunimos para comemorar uma data muito importante para nossa arte marcial: o Dia do Kung Fu. Nossa organização cresce cada vez mais e isso só está acontecendo devido ao trabalho árduo de todos nós. Quero cumprimentar os mestres, sifus e instrutores que serão homenageados aqui hoje, e faço um agradecimento especial ao vereador Celso Jatene, que mais uma vez teve a iniciativa de homenagear aqueles que fazem o kung fu acontecer na cidade de São Paulo.” Na sequência Wagner Irineu expôs os valores que norteiam o kung fu. “Realmente hoje é um dia muito especial. Vivemos uma nova era com o avanço gigantesco de nossa modalidade, e todos aqui são merecedores dos louros desta conquista. Temos uma grande equipe, temos grandes eventos e muito trabalho pela frente e a cada dia demonstramos maior poder organizacional e educação. Entendo que o kung fu, hoje, seja sinônimo de bons princípios e educação. Evidenciamos a parte mais disciplinar da arte marcial, que é traduzida pelo respeito hierárquico e a educação. Desejo que a partir de agora possamos fazer e realizar muito mais por nossa modalidade. Quero finalizar fazendo um agradecimento especial ao vereador Celso Jatene, que sem-

Wagner Irineu destacou a importância da unidade em torno dos propósitos filosóficos da modalidade

Nas primeiras fileiras estavam mestres, sifus e professores homenageados

Edilson Moraes pontuou que com o apoio recebido pela secretaria municipal de esportes 60 mil crianças e jovens foram atendidos

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DIA DO KUNG FU

O vereador Celso Jatene

Edilson Moraes foi o primeiro a

o apoio e incentivo kun

g fu

ser homenageado por Celso Jatene

ntes Miguel Del Busso é homenageado pelos dirige

Wanderlei Luccas recebe homenagem

Carlos Antônio da Silva recebe homenagem

Cibele Aparecida Ávila recebe homenagem

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recebe homenagem pel

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da CBAMC

Wagner Irineu recebe homenagem

Jorge César de Oliveira

recebe homenagem

Cícero Lourenço Pereira recebe homenagem

Adriana da Silva recebeu homenagem de Edson Cocci

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Mestres, sifus, professores e colaboradores, homenageados

Magdiel Soares da Silva recebe homenagem

Geni

em valdo Rosa de Souza recebe homenag

Rinaldo Garcia recebe

homenagem

João Batista Barbosa recebe homenagem

José Alexandre Vieira Ricardo Aparecido Lan

a recebe homenagem

Michael Moraes

Sérgio Rodrigues Benedito

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Lucas Moraes

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DIA DO KUNG FU pre reserva um grande espaço em sua agenda para nos prestigiar e homenagear todos aqueles que militam no esporte como um todo, e em especial o kung fu, é claro”, lembrou o vice -presidente da Federação Paulista de Wushu e Kung Fu Tradicional. O último a falar foi o vereador proponente da cerimônia de outorga das homenagens. “A festa hoje é para todos vocês, que realmente merecem toda a pompa que este encontro oferece, e a maior prova disso é este auditório repleto de instrutores, praticantes e seus familiares. Um auditório lindo, lotado, mas muito disciplinado. Pessoas que vieram prestigiar todos aqueles que serão homenageados pelo importante serviço prestado no desenvolvimento do desporto de nossa cidade.” O vereador fez também um relato de sua atuação. “Tive três mandatos anteriores como vereador em São Paulo. Neste quarto e atual mandato vivi a experiência de ser secretário de Esportes, durante três anos e três meses, de janeiro de 2013 a março de 2016. Depois que saí da secretaria, confesso que senti uma sensação confortável, porque tive a certeza de que fizemos tudo que estava ao nosso alcance.” Em seguida, Jatene falou de três tipos de sentimento que experimentou. “O primeiro é físico e conseguimos enxergar com os olhos. Por exemplo: as melhorias que fizemos nos equipamentos públicos. Quando passamos no Tietê, pelo Centro de Esportes Radicais, pelo Centro Olímpico de Santo Amaro, a gente pensa como foi legal deixar isso para a cidade. A outra é o legado que deixamos. Quando falamos sobre os resultados obtidos na secretaria, e constatamos que o Temático de Artes Marciais vai superar 20 mil alunos até o fim do ano, reconhecemos algo que fica na memória como uma contribuição nossa para a cidade de São Paulo. A terceira e última coisa é aquilo que guardamos no coração e eu quero registrar que vou guardar para sempre o meu relacionamento com todos vocês eu.” Na sequência o grão-mestre Edilson Moraes pediu a palavra para encerrar a cerimônia, dirigindo-se aos filiados à FPWKT. “Gostaria de expor uma informação importantíssima a todos você. Jamais nenhum governo municipal ou estadual havia dedicado tanto apoio ao kung fu. A título de informação, esclareço que na gestão do vereador Celso Jatene à frente da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação foram atendidas mais de 60 mil crianças por meio do Temático de Artes Marciais.”

Homenagens Em comemoração ao Dia do Kung Fu foram feitas homenagens aos mestres, sifus, professores, instrutores e colaboradores que atuam na

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Federação Paulista, e o primeiro laureado foi grão-mestre Edilson Moraes. Na sequência o vereador Celso Jatene recebeu homenagem em agradecimento ao incentivo e apoio ao kung fu. Foram entregues também placas e homenagens aos mestres Wagner Irineu, João Batista Barbosa, Wanderlei Luccas, Jorge César de Oliveira, Cícero Lourenço Pereira, Carlos Antônio da Silva, Cibele Aparecida Ávila e Edson Cocci. Foram contemplados também os sifus Genivaldo Rosa de Souza, Magdiel Soares da Silva, Rinaldo Garcia e Ricardo Aparecido Lana, além dos professores José Alexandre Vieira, Daniel Ruas, Sérgio Rodrigues Benedito e Michael Moraes e dos instrutores Lucas Moraes e Jadir Valério. Ao todo 80 professores e instrutores receberam certificados e medalhas pelos serviços prestados ao desenvolvimento da modalidade, e os primeiros laureados foram os professores Alexsandro Pereira dos Santos, Agnaldo Pereira Corte Real, Geraldo Zandona Júnior, Maicon Dion, Fábio José de Melo, George William Medrado, Alexandre da Costa Tavares e Vítor José de Melo Monteiro. Os instrutores homenageados são Estênio Joaquim da Silva, Adalberto Tadeu Florentino, Fagner Augusto, Rafael Maulin, Edina Maria, Danilo Sato de Souza, Décio Adovani Júnior, Julimar Rodrigues Nascimento, Genival Bezerra Ramos, Alice Mara Dias Viana, Marcos Vinicius de Moraes, Vítor Davis da Silva, Amanda Fontes, César Pires, Djulia Ariana, Leandro Yagui, Carlos Heitor de Oliveira, Dailton Santos, Roberto Morais de Brito, José Dias Filho, Bruno Leite, Daniela da Silva Vieira, Oscar Wagner de Collazo, Wivianny Rosa, Tatiane dos Santos Nascimento, Valquíria Valério de Lima, Andressa Nardini, Edson Augusto, Gustavo Moraes, Fernando Pereira Pinto, Kleber Ramires, Joana D’arc Sales de Carvalho, Patrícia Cerqueira, Gabriel Gonçalves, Tércio Ribeiro Santos, Lucas Sampaio, Carlos Felipe Oséias, Hercules Mendonça e Fábio Moraes. Também foram homenageados Beatriz Maria Pique Lopes Salinas, Bruna Vieira da Silva, Tiago Cardoso, Joyce Trindade, Igor Sakaki, Caliope Sakaki, Rodrigo Aparecido Pinto, Alexandre Barros, Rosângela Vasconcelos, Michael Cristiano Lopesrietto Júnior, Júlio Gomes, Gesse Haroldo Ma, Reynaldo Tezzei, Letícia Vieira, Gustavo Tavares, Caíque Garcia, Adeildo Assunção Devesa, Carlos Mayk Matiano Gavioli, Fernando da Silva Passos, Anderson Peixoto do Nascimento, Katia Aparecida Iagui, Alon Lee, Alexandre José Dias, Aldemário Oliveira Almeida, Alex Sandro Silva Cândido, André Brito de Araújo, Bruno Gonçalves dos Santos, Denílson André Silva Gomes, Diego Vinicius Ferreira Vieira, Filipe Mendonça de Faria, Paulo Roberto Santos, Susana Rodrigues Dotta e Vanessa da Silva Coutinho. www.revistabudo.com.br

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COTIDIANO

Judocas olímpicos

são recebidos pelo presidente da Petrobras no Rio

Pedro Parente e Paulo Wanderley com atletas da seleção olímpica na sede da Petrobras

Atletas presentearam Pedro Parente com um judogi personalizado. Estatal patrocina a Confederação Brasileira de Judô desde 2013.

O

fonte

nze dos 14 judocas olímpicos brasileiros foram recebidos pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, na sede da estatal no Rio de Janeiro na manhã do dia 18 de julho. Desde 2013 a empresa é uma das patrocinadoras oficiais da Confederação Brasileira de Judô. Acompanhados pelo presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teixeira, os atletas olímpicos Sarah Menezes, Erika Miranda, Rafaela Silva, Mariana Silva, Maria Porte-

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IMPRENSA/CBJ I

Fotos

ANDRÉ MOTTA/Agência Petrobras

la, Mayra Aguiar, Maria Suelen Altheman, Felipe Kitadai, Alex Pombo, Victor Penalber e Rafael Buzacarini conheceram a sede da empresa. A campeã mundial Mayra Aguiar e o medalhista de bronze em Londres (2012) Felipe Kitadai deram ao presidente um judogi personalizado autografado por todos os atletas e uma faixa preta. Muito à vontade, Parente vestiu o kimono, desejou sorte aos esportistas – que fazem parte do Time Brasil desde 2013 – e ain-

da fez pose de judoca para as fotos. O presidente da Petrobras também arrancou risos dos atletas e dirigentes ao dizer que fez judô na infância, mas nunca passou da faixa branca. No encontro Paulo Wanderley Teixeira avaliou a importância da colaboração entre a estatal e a CBJ. “A Petrobras é nossa patrocinadora desde 2013. Essa é uma parceria que deu muito certo desde o início e tem sido de grande contribuição para a evolução do judô brasileiro, tanto www.revistabudo.com.br


dentro dos tatamis quanto para a gestão da CBJ”, comentou Paulo Wanderley. O presidente da companhia, Pedro Parente, disse que é uma honra para a Petrobras poder participar da trajetória dos atletas. “Estamos muito felizes como empresa brasileira por poder ter nosso time, e que ele seja formado por pessoas tão dedicadas e que certamente darão o melhor de si”, afirmou Parente. A Petrobras apoia os esportistas por intermédio do Time Petrobras, que conta com atletas de 15 modalidades, e do patrocínio às confederações de boxe, esgrima, judô, levantamento de peso, remo e taekwondo. Até o momento, 62 atletas apoiados pela companhia estão classificados para os Jogos Rio 2016, a maior competição esportiva do ano.

O presidente da Petrobras tenta subir a guarda e fazer pose, mas acabou arrancando mais risos dos judocas

Fornecedor oficial da Seleção Brasileira de Judô O presidente CBJ apresentou todos os judocas olímpicos ao presidente da estatal

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Mayra Aguiar e Felipe Kitadai entregam judogi a Pedro Parente

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO DE JUDÔ – KATA

Brasil conquista nove medalhas no pan-americano de kata Representado por nove duplas, Brasil conquista sete medalhas de ouro e duas de prata, garantindo a primeira colocação geral na competição.

Aline Sukino e Juliana Maestá conquistaram duas medalhas de ouro no ju-nokata e nage-no-kata

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Brasileiros inscritos no

cer tame continental

Árbitros que atuaram na com

petição

Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô

Wagner Uchida e Paulo Ferreira conquistaram duas medalhas de ouro no ju-nokata e nage-no-kata

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO DE JUDÔ – KATA POR

VALTER FRANÇA/CBJ I Fotos RAFAL BURZA/CBJ

O

Brasil obteve excelente resultado no Campeonato Pan-Americano de Judô, realizado no ginásio da Cidade Esportiva, em Havana. Nove duplas constituíram o time verde e amarelo em cinco diferentes katas e totalizaram nove medalhas, sendo sete de ouro e duas de prata. As paulistas Aline Sukino e Juliana Maestá, única dupla inscrita para a disputa do ju-no-kata feminino, foram as primeiras a conquistar o ouro. Mais tarde, as judocas da Associação de Judô Alto da Lapa conseguiram o título do nage-no-kata. “Estamos participando pela primeira vez e ficamos muito felizes por alcançar duas medalhas. No ju-no-kata foi mais difícil porque não estávamos tão concentradas, pois só nós estávamos na disputa. É bem mais gostoso quando há mais gente participando. Espero que essas medalhas ajudem a incentivar mais meninas a praticarem o kata”, disse Aline Sukino. A competição começou pelas disputas do kodokan goshin-jutsu e a primeira dupla brasileira a se apresentar foi Marcus Michelini e Diogo Colela, que acabaram ficando com o título do kata com maior número de duplas inscritas. “Tínhamos seis países na disputa, mas fizemos uma grande preparação no Brasil com nosso técnico, o sensei Luiz Alberto dos Santos, com apoio de Rioiti Uchida”, disse o tori Marcus Michelini, que ao lado do uke Diogo Colela conquistou ainda o título do kime-no-kata. “É um kata que eu e o Diogo fazemos há bastante tempo, fui certificado no Instituto Kodokan no Japão. Esse foi nosso primeiro kata e depois começarmos a praticar o goshin-jutsu. Ficamos muito felizes de poder levar essas medalhas para o Brasil.”

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Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô Além desses quatro títulos, o Brasil faturou mais dois ouros com a dupla Wagner Uchida e Paulo Ferreira no ju-no-kata e no nage-no-kata. Em 2013, a dupla havia ficado com a prata nessa mesma competição e o resultado mostrou que a dupla segue aprimorando os fundamentos. “Essa evolução ocorreu pelas oportunidades que a CBJ vem dando para participarmos dos campeonatos pan-americanos e mundiais. No ano passado ficamos em quinto no mundial em nage-no-kata. Agradeço ao sensei Rioiti Uchida por estar sempre nos incentivando a continuar evoluindo”, disse Wagner Uchida, citando o coordenador de kata da CBJ. “Houve a oportunidade de disputarmos mais um kata e, analisando a equipe, acabamos ficando com o ju-no-kata e pudemos trazer mais essa medalha para o kata e para o Brasil”, completou. A dupla Henrique Costa e Gabriela Costa ficou com o ouro no katame-no-kata misto e a prata no nage-no-kata misto e a dupla Rafael Rossi e Laryssa Silva levou a prata no ju-no-kata misto, encerrando o quadro de medalhas para o Brasil. www.revistabudo.com.br

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C AMPEONATO PAN-AMERIC ANO DE JUDÔ – KATA

Quadro de Medalhas

NAGE-NO-K ATA FEMININO 1 - Aline Sukino / Juliana Maestá (BRA) 2 - Alexia Martinez / Jasmin Cocom (MEX) NAGE-NO-K ATA MASCULINO 1 - Wagner Uchida / Paulo Ferreira (BRA) 2 - Maria Villarreal / Hector Leon (MEX) 3 - Aryan Arocha / Daniel Morales (CUB) NAGE-NO-K ATA MISTO 1 - Lisa Capriotti / Rober t Gouthro (EUA) 2 - Henrique Costa / Gabriela Costa (BRA) steban (CUB) 3 - Wilber Rodriguez / Yubisnabis Santie KATAME-NO -KATA MISTO 1 - Henrique Costa / Gabriela Costa (BRA) 2 - Jackson Diane / Karl Tamai (EUA) steban (CUB) 3 - Wilber Rodriguez / Yubisnabis Santie JU-NO -KATA FEMININO 1 - Aline Sukino e Juliana Maestá (BRA) JU-NO -KATA MASCULINO 1 - Wagner Uchida / Paulo Ferreira (BRA) 2 - Gord Okamura / Kelly Palmer (CAN) (ARG) 3 - Ramiro Rodriguez / Daniel Pepiña JU-NO -KATA MISTO 1 - Karl Tamai / Diane Jackson (EUA) 2 - Rafael Rossi / Laryssa Silva (BRA) 3 - Juanes Chang / Panaisa Peña (CUB) KIME-NO-K ATA MASCULINO 1 - Marcus Michelini / Diogo Colela (BRA) omer (EUA) 2 - Douglas Newcomer / Douglas Newc 3 - Martin Vallieres / Patrick Roffi (CAN) ULINO KODOKAN GOSHIN-JUTSU MASC 1 - Marcus Michelini / Diogo Colela (BRA) (ARG) a Pepiñ l Danie / 2 - Ramiro Rodriguez (EUA) 3 - Andrzej Dajnowski / Douglas Tono

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C AMPEONATO PAULISTA Sênior

Clube Pinheiros confirma superioridade também no sênior As 16 medalhas conquistadas pela equipe da capital evidenciaram a abrangência do trabalho desenvolvido pela nova comissão técnica pinheirense. POR paulo

pinto I Fotos Budopress

Com este uchi-mata Gabriel Gouveia abriu caminho para a final

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om o apoio da 9ª DRJ ABC, no dia 21 de agosto a Federação Paulista de Judô (FPJ) promoveu a fase final do campeonato paulista sênior desta temporada. A competição realizada no ginásio poliesportivo Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo, reuniu 418 judocas classificados nas seletivas regionais e inter-regionais, realizadas nas 16 delegacias regionais da Federação Paulista de Judô. A classe feminina contou com 181 judocas inscritas, enquanto o masculino teve 237 atletas classificados. Principal certame do calendário esportivo da FPJ, o paulista sênior reuniu as maiores forças da modalidade no Estado e evidenciou o alto nível técnico do judô bandeirante. No feminino, 18 equipes subiram ao pódio, e cinco delas obtiveram medalhas de ouro. Já no masculino 16 agremiações conquistaram medalhas e, surpreendentemente, apenas duas chegaram ao ouro.

Pinheiros liderou o feminino Disputando seis finais, o Esporte Clube Pinheiros foi campeão do feminino totalizando sete medalhas: três de ouro, três de prata e uma de bronze. A Associação Desportiva São Caetanos ficou em segundo lugar, somando cinco medalhas: duas de ouro, uma de prata e duas de bronze. A Sociedade Esportiva Palmeiras ficou em terceiro, com uma medalha de ouro, uma de prata e duas de bronze.

São José e Pinheiros dividiram as medalhas de ouro no masculino No naipe masculino aconteceu um fato inusitado: apenas duas agremiações obtiveram medalhas de ouro, uma da capital (Esporte Clube Pinheiros) e outra do interior (Secretaria de Esporte e Lazer de São José dos Campos). A equipe da capital ficou em primeiro lugar com seis medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze, enquanto a do interior somou duas de ouro. O SESI-SP ficou em terceiro lugar com uma medalha de prata e três de bronze.

Imbatível no sênior, Pinheiros mantém a tradição Na classificação geral por agremiações, o Esporte Clube Pinheiros deixou patente sua força e supremacia na classe sênior ao conquistar 16 medalhas: nove de ouro, cinco de prata e duas de bronze. O grande destaque foi o time masculino, que arrebatou seis medalhas de ouro. As nove medalhas de ouro do Clube Pinheiros foram conquistadas por Eleudis Valentim (52kg), Jéssica Baptista Santos (63kg), Sawww.revistabudo.com.br

o-leve Na final pinheirense do pes eriência exp a u ero sup tini Con o Marcel tos San dos o ian de Adr

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manta de Almeida (78kg), Phelipe Pelin (60kg), Breno Alves (66kg), Marcelo Contini (73kg), Vinicius Taranto Panini (81kg), Rubens Inocente Filho (100kg) e Jonas Facho (+100kg). A Associação Desportiva São Caetano ficou em segundo lugar somando cinco medalhas: duas de ouro, uma de prata e duas de bronze. A Secretaria de Esporte e Lazer de São José dos Campos ficou em terceiro com dois ouros e um bronze.

Prefeito Luiz Marinho prestigia cerimônia de abertura Compareceram à cerimônia de abertura dirigentes esportivos, políticos e clubísticos, entre os quais Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo; Francisco de Carvalho, vice-presidente da CBJ; José Pereira Silva, gestor nacional de Arbitragem da CBJ; José Alexandre Pena Devesa, secretário municipal de Esporte e

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Lazer de; Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJ; Jéferson da Rocha Vieira, coordenador nacional de Arbitragem da CBJ; José Jantália, vice-presidente da FPJ; Joji Kimura, diretor técnico da FPJ; Daniel Carreira Filho, ex-atleta da seleção brasileira e editor da Revista Brasileira de Educação Física Escolar; Sumio Tsujimoto, gerente de judô do ECP; Douglas Vieira, coordenador de alto rendimento do judô do ECP; Edson Koshi Minakawa, diretor de arbitragem da FPJ; os medalhistas olímpicos Rogério Sampaio, Carlos Honorato e Henrique Guimarães; os delegados regionais Celso de Almeida Leite, Sidney Paris, Argeu Maurício e Cléber do Carmo; os coordenadores do departamento financeiro Adib Bittar e Valdir Melero; e os coordenadores de arbitragem da FPJ, Marilaine Ferrante e Takeshi Yokoti. Como ocorre tradicionalmente nos eventos da FPJ, a competição reuniu um número expressivo de professores kodanshas: José Pereira Silva, Dante Kanayama, Sadao Fleming

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C AMPEONATO PAULISTA Sênior

A final masculina do meio-pesado foi protagonizada por dois judocas do Clube Pinheiros e a experiência de Rubens Inocente Filho sufocou o ímpeto e a imaturidade de Gabriel Gouveia

Mulero, Oswaldo Simões, Antônio Honorato de Jesus, Belmiro Boaventura da Silva, Takeshi Nitsuma, Sérgio Baldijão, Milton Ribeiro Correa, Paulino Namie, Takeshi Yokoti, Nélson Onmura, Jéferson da Rocha Vieira, Francisco de Carvalho Filho, Rogério Sampaio, Pedro Jovita Diniz, Valdir Melero, Sumio Tsujimoto, Paulo Roberto Duarte, Mercival Daminelli, Sidney Paris, Celestino Seiti Shira, Rubens Pereira, Douglas Eduardo de Brito Vieira, Luís Alberto dos Santos, Alcides Camargo, Rioiti Uchida, Leandro Alves Pereira, Mishiharu Sogabe, Alessandro Panitz Puglia, Nélson Hirotoshi Onmura, Hisato Yamamoto, Rodrigo Guimarães Motta, Ivo Nascimento, Antônio Rizzardo Rodrigues e Wagner Antônio Vettorazzi.

Foco em Tóquio 2020 O campeonato paulista sênior foi a primeira competição adulta pós Jogos Rio 2016, e nos tatamis vimos centenas de atletas que buscam posicionar-se no próximo ciclo olímpico. Do superligeiro ao pesado vemos judocas extremamente qualificados para disputar uma vaga na seleção que irá às próximas Olimpíadas, sem contar o enorme contingente de atletas sub 18 e sub 21 que, sem pedir licença, procuram encurtar caminho para entrar nessa briga.

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Neste contexto poderíamos enumerar uma infinidade de judocas paulistas, mas, focando apenas os atletas que marcaram presença na competição e que se mantêm no topo de suas categorias de peso, destacamos Amanda Alves, Lívia Yamashita, Luiz Cláudio de Lima e Bruno Watanabe, no superligeiro; Gabriela Chibana, Luana Barbosa, Phelipe Pelin e Guilherme Nascimento, no ligeiro; Eleudis Valentim e Ellen Rodrigues, no meio-leve; Ketelyn Nascimento, Marcelo Contini, Adriano dos Santos e Eduardo Barbosa, no leve; Yanka Dalbem e Vinicius Panini, no meiomédio; Amanda Cavalcanti, Nádia Merli, Raphael Magalhães e Felipe Oliveira, no médio; Samanta de Almeida e Rubens Inocente Filho, no meio-pesado; e Ellen de Oliveira, Agatha Martins, Jonas Facho e Josué Gomes, no pesado.

Seleção paulista sênior 2016 Após o término dos combates definiu-se a equipe que representará o Estado de São Paulo no campeonato brasileiro sênior, em setembro, em Lauro de Freitas (BA). Integram a seleção paulista feminina as judocas Amanda Alves (44kg), Jéssica Neves (48kg), Eleudis Valentim (52kg), Ketelyn Nasci-

mento (57kg), Jéssica Baptista Santos (63kg), Amanda Cavalcanti (70kg), Samanta de Almeida (78kg) e Ellen de Oliveira (+78kg). Já o time masculino vai ao Centro Pan-Americano do Judô em Lauro de Freitas com Luiz Cláudio de Lima Júnior (55kg), Phelipe Pelin (60kg), Breno Alves (66kg), Marcelo Contini (73kg), Vinícius Taranto Panini (81kg), Raphael Lins de Magalhães (90kg), Rubens Inocente Filho (100kg) e Jonas Facho (+100kg).

Gabi Chibana é prejudicada por erro inédito no judô paulista Dois lances chamaram a atenção nas finais da competição. O primeiro envolveu a disputa do peso-ligeiro entre Jéssica Neves, da Associação Desportiva Santo André, e Gabriela Chibana, do Esporte Clube Pinheiros. Na avaliação da comissão técnica pinheirense houve um erro gravíssimo que atropelou todo o planejamento da peso-ligeiro para esta temporada. “Infelizmente, a Gabriela acabou sendo muito prejudicada. Supostamente houve um erro de pontuação que não foi corrigido no momento adequado. Explicando melhor, as duas atletas realizaram suas técnicas, uma atacando e a outra contragolpeando. Foi pontuado um

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yuko para a Gabriela no placar quando faltava pouco mais de um minuto para a luta acabar, e essa pontuação se manteve até o fim do combate. O responsável pela arbitragem daquela área resolveu corrigir o erro após o término da luta. Isso privou a Gabriela de buscar tecnicamente uma alteração do resultado, pois após a pontuação marcada, ela usou uma estratégia que assegurasse o resultado. Tentaram corrigir um erro e cometeram outro ainda maior. Simplesmente disseram que a pontuação não foi dela, e ponto final. Não discutimos o possível erro de pontuação, mas não ter sido corrigido no momento certo resultou em enorme injustiça com a Gabriela. Este tipo de erro não condiz com o nível técnico de um campeonato paulista sênior.” Outro imbróglio com atletas do Esporte Clube Pinheiros ocorreu na disputa do meio -pesado masculino, envolvendo Rubens Inocente Filho e Gabriel Gouveia, numa das finais mais disputadas e que mostrou dois judocas da mesma agremiação extremamente fortes. Aos 28 anos e bastante experiente, Rubens Inocente soube conduzir o combate tentando anular o ímpeto de Gabriel Gouveia que, aos 22 anos e mostrando descontrole emocional e inexperiência, entrou no jogo do adversário

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C AMPEONATO PAULISTA Sênior

Na semifinal do peso-médio, Raphael Magalhães encaixou o ura-nage e projetou Ageu Maurício Neto de ippon

passando a colidir com a arbitragem. Vendo que sua determinação era anulada, Gabriel se cansou rapidamente, passou a gesticular e a cobrar punição da arbitragem, perdendo-se no combate. Faltou maturidade e humildade ao jovem meio-pesado. “São situações de competição. Em nossa opinião Gabriel é um atleta jovem, com grande potencial em médio e longo prazo, buscando se afirmar na categoria sênior e solidificar seu trabalho na seleção brasileira. Naturalmente ele irá amadurecer e será um atleta muito forte neste ciclo que se inicia. Já o Rubens mudou de cate-

goria recentemente, é um ano de adaptação para ele, mas os resultados até o momento mostram-se muito positivos. Ele terá de treinar com qualidade e seriedade. Para ambos, este é um ano importante, pois um novo ciclo olímpico se iniciou. Os dois terão de focar no treinamento e nas competições para participar da seletiva nacional. Nossa expectativa é que ambos tenham oportunidade de competir para buscar pontos no ranking internacional e também para que tenham chance de confrontar os principais atletas da categoria, tanto em um nível nacional quanto no inter-

nacional. Apenas com este tipo de exposição se saberá qual atleta está mais bem preparado e condicionado para representar o clube e o Brasil nos principais eventos nacionais e internacionais”, disse Leandro Carlos Mazzei, técnico do alto rendimento. Mas o balanço final da comissão técnica do Esporte Clube Pinheiros sobre o desempenho da equipe foi bastante positivo. “Em termos de campeões este foi o melhor resultado do clube nos últimos quatro anos, período em que fizemos a estatística. Gostaríamos de ter feito mais um ou dois campeões, mas o

Rogério Sampaio, Paulo Duarte, Antônio Rizzardo Rodrigues e José Pereira Silva

Mário Manzatti, José Pereira Silva, Celestino Seiti Shira e Antônio Dias Toledo O professor kodansha carioca Oswaldo Simões, que foi a São Paulo para prestigiar o evento, fez um discurso caloroso destacando a pujança e a consistência técnica do judô paulista

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Rogério Sampaio e Daniel Carreira Filho

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José Pereira Silva, Francisco de Carvalho Filho, Rogério Sampai Oswaldo Simões, Valdir Melero e Alessandro Puglia

o,

resultado foi satisfatório, pois entramos com um número menor de atletas, se comparado ao dos anos anteriores. Nossa meta em curto e médio prazo é colocar o maior número possível de atletas na seleção brasileira. Portanto, ainda existem outras oportunidades, que são o Troféu Brasil, seletivas nacionais sub 18 e sub 21, e possíveis indicações.”

Joji Kimura destacou a iminente renovação da seleção brasileira O presidente Alessandro Puglia entre ga homenagem a Oswaldo Simões

Em sua avalição do certame, Joji Kimura destacou a evolução técnica da categoria sênior. “Ficamos impressionados com o volume e a qualidade apresentados nesta competição”, disse o dirigente, que ainda falou sobre a seleção brasileira. “Certamente colocaremos atletas em algumas categorias de peso da seleção brasileira, que a nosso ver passará

por uma profunda reestruturação e renovação. Estou certo de que mais uma vez São Paulo contribuirá, no sentido de disponibilizar atletas extremamente qualificados para o alto rendimento.” O diretor técnico da FPJ finalizou lembrando a importância da competitividade no processo evolutivo do alto rendimento. “O fato de alguns atletas das classes sub 18 e sub 21 se classificarem na fase final do campeonato paulista sênior mostra a constante renovação do judô de São Paulo. Quando temos oponentes buscando o lugar mais alto do pódio e incomodando, não nos acomodamos. A competitividade não permite vacilo, ou que os atletas fiquem acomodados. Ela também impede que os judocas alcancem hegemonia, e foi este espírito que vivenciamos nesta competição. Este é o ritmo que buscamos impor no em todas as classes do judô paulista.”

Classificação Individual Alessandro Puglia entrega homenagem a Luiz Marinho

Sadao Fleming Mulero, Oswaldo Simõ es e Alessandro Puglia

Sadao Fleming Mulero, Oswaldo Simões e Mishiharu Sogabe

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Feminino Superligeiro 1º Amanda Alves - A. D. São Caetano 2º Lívia Yamashita - Assoc. Vila Sonia 3º Bruna Borges - Academia Pissarra 3º Amélia Souza - SEMEL/Morimoto Ligeiro 1º Jessica Neves - A. D. Santo André 2º Gabriela Chibana - E. C. Pinheiros 3º Luana Barbosa - SEMEL/S.J.C 3º Natalia Oliveira - A. D. São Caetano Meio-leve 1º Eleudis Valentim - E. C. Pinheiros 2º Ellen C. Rodrigues - S. E. Palmeiras 3º Franciele Terenzi - Ass. Mercadante 3º Marcela Shimada - Judô Clube Mogi Leve 1º Ketelyn Nascimento - S. E. Palmeiras 2º Janielly de Pontes - A. D. São Caetano 3º Amanda Ferreira - Clube Paineiras 3º Gilmara Prudêncio - Seduc P. Grande Meio-médio 1º Jéssica B. Santos - E. C. Pinheiros 2º Yanka Dalbem - E. C. Pinheiros 3º Tamara dos Santos - S. E. Palmeiras 3º Daniele Santos - A. D. São Caetano Médio 1º Amanda Cavalcanti - AD São Caetano 2º Nádia Merli - E. C. Pinheiros 3º Anne Caroline Barbosa - EC Pinheiros 3º Anne Caroline Oliveira - SE Palmeiras Meio-pesado 1º Samanta de Almeida - E. C. Pinheiros 2º Joyce Nascimento - Meninos de Ouro 3º Adriana Leite - A. Rogério Sampaio 3º Beatriz Rissutti - Floresta A. C. Pesado 1º Ellen de Oliveira - SESI - SP 2º Victoria Archina - C. A. Juventus 3º Sibilla Faccholli - AAD São Bernardo 3º Agatha Martins - Seduc - P. Grande

Masculino Superligeiro 1º Luiz Claudio Lima - SEMEL/S.J.C 2º Bruno Watanabe - São João/Apaja 3º Leonardo de Oliveira - SESI - SP 3º Luis H. Kumakura - Floresta A. C. Ligeiro 1º Phelipe Pelin - E. C. Pinheiros 2º Guilherme Nascimento- SESI - SP 3º Vitor H. Delgado - S. E. Palmeiras 3º Sergio Yoshimura - E. Mauro Sakai Meio-leve 1º Breno R. Alves - E. C. Pinheiros 2º Marcelo Fuzita - Assoc. Vila Sonia 3º Ilden A. Ribeiro - Clube Paineiras 3º Douglas Sena - Meninos de Ouro Leve 1º Marcelo Contini - E. C. Pinheiros 2º Adriano dos Santos - EC Pinheiros 3º Eduardo Barbosa - As. Vila Sônia 3º Carlos H. Roque - Rio Preto A. C. Meio-médio 1º Vinicius T. Panini - E. C. Pinheiros 2º Guilherme Oliveira - EC Pinheiros 3º Eduardo Y. Brito - E. C. Pinheiros 3º Iuri Priolo Rocha - SESI - SP Médio 1º Raphael Magalhães - SEMEL/SJC 2º Felipe Oliveira - Rogério Sampaio 3º Euler Igor Gonçalves - SESI - SP 3º Gabriel Rusca - A. D. Santo André Meio-pesado 1º Rubens Inocente - E. C. Pinheiros 2º Gabriel Gouveia - E. C. Pinheiros 3º Ricardo de Jesus - São Paulo F. C. 3º Caio Perondi - A. Rogério Sampaio Pesado 1º Jonas Facho - E. C. Pinheiros 2º Josué Gomes Jr. - São Paulo F. C. 3º Victor Santos – Assoc. Belarmino 3º Rodrigo da Silva - Judô na Faixa

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COTIDIANO

Ministro do Esporte comparece ao treino da seleção brasileira Leonardo Picciani, acompanhado de Rogério Sampaio, foi recebido no Centro de Treinamento da CBJ pelo presidente Paulo Wanderley Teixeira. por

paulo pinto I

Fotos

Em seu pronunciamento Leonardo Picciani destacou a importância do judô no cenário olímpico nacional

IMPRENSA/CBJ

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ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e o secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Rogério Sampaio, campeão olímpico de judô em 1992, acompanharam o treino da seleção brasileira na manhã desta quinta-feira (14), no Centro de Treinamento da CBJ, em Lauro de Freitas (BA). As autoridades foram recebidas por Paulo Wanderley Teixeira e Marcelo França, presidente e vice-presidente da CBJ. Após conhecer cada judoca brasileiro que atuará nos jogos, Picciani traçou um paralelo entre os atletas e a população brasileira. “Vivemos um momento em que o nosso País precisa de bons exemplos de superação, determinação, compromisso e acho que cada um de vocês representa isso, ao longo dos anos em que vocês se prepararam para este momento tão importante para o nosso País. Alguns já são veteranos, como o Tiago Camilo, que está em sua quarta Olimpíada, e outros estão dando os primeiros passos no circuito olímpico. Mas são vocês que representam o espírito da população brasileira, que luta incansavelmente para vencer as dificuldades e superar os desafios.” O ministro agradeceu o empenho das atletas e assegurou que o Rio de Janeiro está pronto para receber os jogos. “Em nome do governo brasileiro falo do orgulho por ter vocês representando nosso País nos jogos, abrilhantando o espetáculo que será assistido por 5 bilhões de pessoas e será transmitido aqui em nossa casa, o Rio de Janeiro. Fizemos um grande trabalho na preparação do Brasil e do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos. As instalações são espetaculares, a operação para os Jogos Olímpicos está absolutamente preparada, tanto para os atletas quanto para o público.” Mostrando confiança no trabalho realizado pela confederação em relação à preparação da equipe olímpica, o ministro prometeu manter o investimento no esporte de alto rendimento nos próximos ciclos olímpicos. “Reafirmo publicamente a manutenção dos compromissos e programas existentes com todas as modalidades olímpicas e, em especial, o judô. Após

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Rogério Sampaio, Leonardo Picciani e Paulo Wanderley no treino da seleção brasileira em Lauro de Freitas

o Rio 2016 iniciaremos a preparação para o próximo ciclo olímpico com força total. Sabemos que para os judocas o Japão possui outras simbologias porque o judô foi criado naquele país. O judô brasileiro certamente terá um grande estímulo em Tóquio 2020.” Picciani foi ao CT da CBJ em companhia de um campeão olímpico, Rogério Sampaio, e fez questão de destacar a participação do judoca em sua equipe. “Lembro que o Rogério Sampaio faz parte de nossa equipe hoje, e tenho grande orgulho em poder contar com um judoca em minha equipe. Ele coordena a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, e tem uma tarefa espinhosa e muito importante. O Rogério desempenha sua função com uma visão de respeito aos atletas e à atividade de cada um, buscando garantir efetivamente a legitimidade, o jogo limpo e a competição em pé de igualdade.” Em sua primeira visita ao CT da CBJ, Leonardo Picciani enalteceu a qualidade do equipamento. “Essa é a primeira vez que venho ao Centro Pan-Americano de Judô, que é resultado da par-

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ceria entre Ministério do Esporte, governo do Estado da Bahia e a Confederação Brasileira de Judô, e é muito gratificante verificar que os recursos do Ministério do Esporte e demais envolvidos neste projeto foram tão bem aplicados. Só de olhar este equipamento vemos a qualidade que possui e isso faz uma grande diferença na preparação de vocês e no estilo das novas gerações que certamente se inspirarão na atuação e no trabalho de vocês, para

um dia chegar aqui e pisar nestes tatamis.” Após conhecer as instalações do Centro Pan-Americano de Judô, Leonardo Picciani elogiou a estrutura do equipamento. “Minha avaliação do Centro de Treinamento da CBJ é extraordinária. Sem dúvida alguma é um dos melhores do mundo para a prática do judô e para preparação de atletas da modalidade. Esta é a casa da seleção brasileira de judô, mas serve às seleções de vários países das Américas que fazem sua preparação aqui. Soube que além de abrigar eventos internacionais, congressos técnicos e campeonatos nacionais e do Estado da Bahia, o CT abriga um projeto social para crianças de Lauro de Freitas e seu entorno. Graças a essa extraordinária estrutura, que não se resume somente ao ginásio, temos aqui alojamento para receber quase uma centena de atletas, uma área específica para medicina esportiva, fisioterapia, preparação física, onde as

Paulo Wanderley apresenta o complexo esportivo da CBJ ao ministro Picciani

Revista Budô número 18 / olímpica 2016 Autoridades e dirigentes em foto com a seleção

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COTIDIANO

Ao nominar atletas e expor números do judô, o ministro mostrou domínio sobre o assunto

técnicas mais modernas de preparação esportiva podem ser empregadas. É realmente uma estrutura admirável e a Confederação Brasileira de Judô está de parabéns.” Estamos no fim do atual ciclo olímpico e vivemos um momento muito difícil no País, principalmente quando pensamos no apoio que a base demanda, da mesma forma que o alto rendimento, mas o ministro afirmou que no próximo ciclo o judô continuará sendo uma das prioridades de sua pasta. “Sem dúvida alguma o ministério é o grande parceiro do esporte brasileiro e o judô, como eu já disse aqui, é uma das modalidades mais praticadas em nosso País. Aliás, o Brasil é o país com o maior número de praticantes de judô, seguido por França e Japão. Portanto, o judô é sim uma prioridade nossa por sua história, tradição, retrospecto de rendimento e principalmente por sua importância no

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contexto social. Certamente deveremos ampliar ainda mais as parcerias existentes”, disse Picciani. Sobre seu palpite do número de medalhas que virão com o judô, nos Jogos Rio 2016, Picciani preferiu não arriscar. “O judô é um esporte que se organizou muito bem no Brasil, está bem estruturado e serve de exemplo para outras modalidades, que devem seguir este mesmo formato de gestão, e certamente os resultados virão. Felizmente o leque desta modalidade é bastante amplo e temos atletas muito bem ranqueados, como a Sarah Menezes, que é campeã olímpica, o Tiago Camilo, que possui duas medalhas em Jogos Olímpicos e todos os outros que fazem parte desta equipe que tem condições de ter uma grande atuação no Rio. Não podemos prever o número exato de medalhas que virão por meio do judô, mas sabemos que certa-

Ney Wilson apresenta os judocas da

Revista Budô número 18 / 2016 seleção olímpica a Leonardo Picciani

mente o judô brasileiro vai subir ao pódio.” Paulo Wanderley considerou extremamente importante a fala do ministro quanto à manutenção dos programas de apoio ao esporte, sendo uma política de Estado. “Já havia ouvido esta mesma declaração numa reunião com as confederações, realizada no Comitê Olímpico do Brasil, e acredito que ele está convencido deste propósito de manter os ganhos que o esporte obteve nos últimos anos.” Em sua avaliação, Paulo Wanderley disse que a visita de um ministro do Esporte a qualquer instalação esportiva é sempre motivo de orgulho para o gestor da modalidade. “Pessoalmente, considero um prestígio para o judô brasileiro receber a autoridade máxima esportiva federal em seu local e durante o treinamento final para os Jogos Olímpicos. Sentimo-nos honrados e orgulhosos com esta presença.”

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Iº WORKSHPOP DE JUDÔ JORNAL IPPON

Fúlvio Miyata, Washington Donomai e Josmar Couto

Fúlvio Miyata ministra workshop em

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Foz do Iguaçu

Técnico da seleção brasileira olímpica destacou sua vivência como judoca, pontuou as dificuldades enfrentadas pelos atletas na busca do seu sonho e falou sobre a estrutura da Confederação Brasileira de Judô.

om apoio da Federação Paranaense de POR paulo pinto I Fotos GIOVANA LUIGI Judô, a Associação Esportiva Judofoz e o pais técnicas desse grupo. Jornal Ippon realizaram o Iº Workshop de O evento realizou-se no dia 21 de agosto, Judô Jornal Ippon, e o palestrante convino Ginásio Costa Cavalcanti, em Foz do Iguadado foi o ex-atleta e hoje treinador da çu, em paralelo ao campeonato paranaense seleção brasileira de judô Fúlvio Miyata. sênior de judô. Medalha de prata no Campeonato MunApesar da adesão reduzida, o organizador dial de Judô realizado em Paris em 1997, Miyata do seminário classificou o evento como de fundamentou sua palestra em Treinamento de extrema importância para o desenvolvimento Rendimento. No encontro o técnico da seleção técnico do judô paranaense. “Este workshop brasileira olímpica de judô nos Jogos Rio 2016 ofereceu enorme aprendizado aos atletas e prodestacou sua vivência como judoca quando defendeu as cores do Brasil e pontuou as dificuldades enfrentadas pelos atletas na busca do seu sonho. Com base em sua experiência como técnico da seleção brasileira, Fúlvio falou sobre a estrutura da Confederação Brasileira de Judô. No tocante aos fundamentos da modalidade, Miyata abordou a prática do ne-waza (técnicas de solo), exercícios educativos, transições, passagens e tachi-waza (técnicas em pé) nas formas básicas e suas adaptações, além das princi- Participantes do workshop

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fessores. Todos os inscritos buscavam conhecimento e crescimento técnico dentro do judô, e todos saíram satisfeitos”, disse Luiz Iwashita elogiou a iniciativa do colega Iguaçuense. “O judô paranaense atingiu um nível técnico satisfatório e hoje figura entre as principais forças do País, mas sempre é bom aprender um pouco mais. O Fúlvio vem de uma escola muito boa e foi um dos judocas mais técnicos do Brasil, quando defendia a seleção. Parabenizamos o professor Josmar por sua iniciativa e agradecemos ao Fúlvio Miyata pelo excelente trabalho apresentado no workshop.” Avaliando positivamente a experiência inédita, Miyata lembrou da tradição do Paraná na modalidade. “Desde 1932 temos registros de grande atividade nos tatamis, no Norte do Estado, por meio dos imigrantes japoneses que vieram do interior de São Paulo em busca de terras mais férteis. Foi uma honra enorme passar um pouco do que sei aos nossos colegas paranaenses e espero ter contribuído efetivamente como o crescimento do judô do Paraná.”

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TREINAMENTO FINAL DA SELEÇ ÃO BRASILEIRA DE JUDÔ

Treinamento de exaustão potencializa resultados

Fúlvio Miyata, um dos técnicos da seleção olímpica, lembra que, sob pressão e dor, cada atleta reage de forma distinta. Um dos propósitos do treinamento é fazer os judocas canalizarem a pressão e a dor positivamente e, por meio delas, atingirem os melhores resultados. POR

PAULO PINTO I Fotos budopress

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companhando o treinamento final da seleção olímpica no Centro de Treinamento da CBJ em Lauro de Freitas (BA), notamos que determinados atletas demandam atenção especial, e entre eles o peso-pesado Rafael Silva. Durante a maior parte do tempo Baby contou com o suporte de quatro atletas-apoio, mais a atenção quase exclusiva do técnico Fúlvio Miyata, que explicou como é feito o preparo final do medalhista de bronze olímpico. “Não é apenas o Baby que demanda o suporte de quatro ou cinco judocas. Todos os atletas da seleção brasileira recebem tratamento individualizado e específico nesta fase do preparo. Respeitando a planilha e os ciclos de treinamento do Baby, hoje fizemos um trabalho dirigido para a parte física, mas também contemplando a técnica, simultaneamente.”

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Comissão técnica, atletas-apoio e equipe olímpica fazem foto histórica, em Lauro de Freitas

Os atletas-apoio exercem papel fundamental na equipe olímpica

Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô www.revistabudo.com.br


Percebemos que o treino por diversas vezes levou Baby à exaustão, além de fazê-lo suar muito, e provocou dor. O técnico explicou como foi o trabalho daquele dia. “O foco com o Rafael hoje foi trabalhar potência agregada à resistência. Ambas ainda precisam ser melhoradas. O resultado foi este treino diferenciado. Mas fazemos o mesmo trabalho com todos os atletas, só que cada um tem períodos específicos fundamentados no trabalho individualizado. A dor acontece devido à repetição do treinamento, que leva à exaustão.” Mas, por que treinar sob efeito da dor? O técnico explicou que a dor está inserida no esporte, e com maior ênfase nas modalidades de combate. “Cada atleta reage de forma distinta quando está sob pressão e até mesmo sob efeito da dor. Um dos propósitos do treinamento é fazer os judocas experimentarem situações de combate, já que aqui podemos orientá-los, mostrar caminhos e saídas que certamente terão de enfrentar sozinhos. Buscamos fazer com que cada atleta aprenda a lidar com estas situações da melhor forma possível, pois a dor é inerente ao combate. Mostramos que, além de suportar a dor, eles têm de utilizá-la como fator motivacional, ou seja, como elemento potencializador de seus limites, durante as lutas. Mostramos que podem canalizar a dor positivamente e atingir resultados por meio dela. Algo parecido ao kiai, grito dado por judocas e karatecas, quando executam um golpe com determinação.” Miyata ainda falou sobre a importância da dosagem e do equilíbrio na preparação. “Parte do treinamento é dedicada ao randori, que é o trabalho especifico de judô. Geralmente ele é orientado pela Yoko Fujii, nossa técnica japonesa responsável pelo trabalho de kumi-kata e aperfeiçoamento do tokui-waza de cada atleta. O segredo é saber misturar e dosar tudo isso muito bem. Treino técnico, tático, randori e o trabalho específico, que é quando separamos os atletas para fazerem www.revistabudo.com.br

o trabalho mais individualizado.” Além da comissão técnica da CBJ, que reuniu em Lauro de Freitas 20 profissionais aproximadamente, cerca de 60 atletas-apoio auxiliaram o treinamento, e para o técnico do time masculino muitas vezes os auxiliares atingem fadiga igual à dos atletas Baby de o trein o uz da seleção. “Nossa equipe mulcond ta Miya o Fúlvi À direita, tidisciplinar é formada por nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, médicos, massoterapeutas, preparadores físicos, analistas de desempenho, técnicos e supervisores técnicos. Para cada área específica temos profissionais monitorando a seleção brasileira. Nesse contexto e na fase atual do treinamento os atletas-apoio são muito importantes. Eles são selecionados especificamente por suas características físiA repetição dos golpes pro voca exaustão e dor cas e estilo de luta. Escolhemos um canhoto, um destro, um alto e outro baixo. Tudo isso é feito pensando no aprimoramento total de cada atleta olímpico.” Miyata finalizou afirmando que existe tempo hábil para aprimorar índices de todos os atletas. “Na verdade, buscamos sempre potencializar os índices de cada um. Não é que o Baby esteja com índice baixo de resistência. Nós é que buscamos aumentá-lo porque não sabemos o que vai enfrentar nos jogos. Constantemente buscamos O kumi-kata é um dos fundamentos mais trabalhados nos treinos potencializar a capacidade física dos atletas, assim como minimizar suas deficiências. É por isso que trabalhamos com três técnicos no masculino, pois tanto o Jun Shinohara quanto a Yoko Fujii e eu lançamos olhares distintos e focamos aspectos diferenciados em cada judoca da seleção olímpica. Na verdade, estamos fazendo agora aquela sintonia fina e aperfeiçoando detalhes, e temos tempo de sobra para finalizar este trabalho”, disse icos dos judocas Fúlvio Miyata. A persistência no treinamento eleva índices físicos e psicológ Revista Budô número 18 / 2016

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COTIDIANO

Paulo Duarte usa física quântica em palestra realizada no Minas Tênis A Federação Mineira de Judô promoveu curso aberto para professores, faixas pretas e praticantes que visam ao alto rendimento. POR

paulo pinto I Fotos BUDOPRESS

Paulo Duarte apresentou uma proposta inovadora

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tendendo ao convite da Federação Mineira de Judô, o professor Paulo Duarte, um dos técnicos com melhor retrospecto olímpico do Brasil, realizou palestra para os filiados da entidade. Detentor de três medalhas olímpicas como técnico, Paulo Duarte deu importantes dicas sobre rendimento na palestra intitulada Como desenvolver seu potencial competitivo? A palestra abordou a utilização da física quântica aplicada ao judô como forma de aperfeiçoamento em duas áreas distintas: a de eliminação de traumas, condicionamentos, crenças e padrões mentais e a de transmissão de conhecimento. E o professor Duarte detalhou os tópicos apresentados. “A eliminação de traumas, condicionamentos, crenças e padrões mentais deve ser muito executada porque ao longo de sua carreira esportiva o atleta absorve informações visuais, auditivas e cinestésicas que constroem seu perfil esportivo. Quando essas informações não têm ressonância com a essência da técnica, criam deformações que se estabelecem em seu sistema psíquico e passam a comandar o seu comportamento. O desempenho é sempre de conformidade com as sinapses cerebrais que foram construídas para isso. A proposta do trabalho é limpar o sistema psíquico do atleta para que ele esteja apto a construir novas sinapses e, aí sim, modificar o seu desempenho.” Paulo Duarte concluiu falando sobre a transmissão de conhecimento. “A inserção de uma imagem perfeita acoplada a um senti-

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O palestrante mostrou técnicas de física quânt

ica

mento de extrema felicidade, complementada com informações auditivas e cinestésicas, é a base deste método que, comprovadamente, consegue resultados extraordinários.” O professor kodansha também detalhou o que apresentou aos judocas mineiros na área técnica “No seminário apresentei as técnicas correspondentes às divisões do tachi-waza (te-waza, koshi-waza e ashi-waza), que foram dissecadas utilizando-se o sistema de alavancas (física clássica) para maior entendimento das projeções. O resultado foi impressionante! Os participantes compreenderam muito bem o objeto do ensinamento e executaram os golpes com grande proporção de acerto”, avaliou o palestrante carioca radicado em Santos. “Busquei atingir todas as classes envolvidas no processo: professores e atletas”, finalizou Duarte. Para os professores dissequei os fundamentos básicos do ukemi, kumi-kata, shisei, shintai, além das formas de uchi-komi e treinamentos específicos para o desenvolvimento técnico. Para os atletas dei ênfase às especificidades técnicas para o combate, ajustes no tokui-waza e ligação pé-solo.” Nascido em 8 de agosto no Rio de Janeiro, Paulo Duarte possui uma história bastante interessante e peculiar. Predestinado, veio a este mundo para ensinar a arte do judô. Entre os atletas que formou estão Rogério Sampaio,

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O palestrante autografando livros para os participantes do seminário

Nédio Henrique Mendes da Silva Pereira e Luiz Augusto Martins Teixeira exibem o livro do sensei Paulo Duarte

campeão olímpico de Barcelona em 1992 e medalha de bronze no mundial de 1993; Leandro Guilheiro, que conquistou duas medalhas de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004 e de Pequim em 2008 e foi vicecampeão mundial em Tóquio 2010; Danielle Zangrando, primeira mulher brasileira a conquistar medalha em campeonatos mundiais; e Marcos Daud, vice-campeão mundial júnior.

Na plateia estavam os professores kodanshas Floriano de Almeida, Edmilson Leite Guimarães, Wilson Paulo de Oliveira e Alfredo Gonçalves Dornelles, além de Luciano Correia, atleta do Minas Tênis Clube campeão mundial sênior em 2007, e Luiz Augusto Martins Teixeira, presidente da Federação Mineira de Judô.

Plateia ilustre

André Fernandes Chaves Filho, supervisor de judô no Centro de Treinamento Esportivo da Universidade de Minas Gerais, destacou a importância da palestra no desenvolvimento técnico do judô mineiro. “A presença do professor Paulo Duarte em Minas Gerais foi fundamental. Acho até que ele demorou muito

No final da palestra todos os judocas inscritos receberam um exemplar do livro Princípios Metodológicos do Judô, de autoria do professor Paulo Duarte. O palestrante fez dedicatórias e posou para fotos com todos os participantes.

Participantes avaliam conteúdo apresentado

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COTIDIANO para nos visitar. Sob os pontos de vista técnico e filosófico, seu trabalho sempre foi referência nacional, e estando com ele percebemos que possui vasto conhecimento e enorme poder de transmissão. Ele não apenas formou grandes medalhistas olímpicos. O professor Paulo Duarte possui uma percepção que transcende aquilo que estamos acostumados a ver em nosso dia a dia no shiai-jô.” Para o professor kodansha Wilson Paulo de Oliveira, que ensina judô no Colégio Santo Antônio e na Faculdade de Educação Física de Itaúna, o trabalho apresentado por Paulo Duarte foi excepcional. “O que vimos aqui foi fora de série e sensacional. Aprendi muito e gostaria de recebê-lo outras vezes aqui. Sua percepção do judô é espetacular, basta ver seu currículo para nos impressionarmos, mas a experiência com ele foi realmente diferenciada. O professor Paulo não apenas somou em nosso conhecimento. Ele multiplicou. Seu trabalho é fantástico.” Para Nédio Henrique Mendes da Silva Pereira, advogado e professor de judô no Colégio Santo Agostinho, a palestra de Paulo Duarte foi extremamente importante. “A quebra de paradigmas em relação ao que vinha sendo tratado institucionalmente é imprescindível. Trabalhar o judô revendo os fundamentos e mostrando o formato ideal de segui-los foi de fundamental importância. A outra questão diz respeito ao alinhamento do judô com a física quântica, fazendo a anamnese dos atletas de forma a identificar os pontos fortes e fracos e trabalhar a autoestima desses atletas. E essa parte da física quântica ficou mais enriquecida para demostrar que o conhecimento está aí ao alcance de todos, basta que a pessoa reconheça quando uma técnica está errada e se livre dos vícios para iniciar uma nova forma de tratar as técnicas de judô. Isso foi o que de mais rico que aprendi aqui hoje.” Na avaliação de Luiz Augusto Martins Teixeira, odontólogo e presidente da Federação Mineira de Judô, o curso foi fantástico. “O

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curso do professor Paulo desenvolveu-se de forma muito direta, principalmente no que tange à metodologia de trabalho. Há muitas novidades interessantes que podemos aplicar. Pela formação dele em física quântica, ele nos trouxe conhecimentos que vêm ao encontro do que procuramos trabalhar em relação ao desenvolvimento motor e psicomotor das crianças. Com essas novas tendências isso poderemos promover um crescimento muito grande no judô mineiro.” O kodansha 7º dan Floriano Paulo de Almeida Neto, técnico da equipe de alto rendimento do Minas Tênis Clube, destacou o alto teor técnico da palestra do colega santista. “O professor Paulo tem uma história de vida e dentro do judô muito rica, e na minha opinião é uma das maiores referências da modalidade, com ideias próprias e conceitos definidos muito claramente. Agora ele está numa fase de mostrar para todo mundo o que sabe. Vejo que este vai ser o grande legado dele, e não só as medalhas olímpicas que seus atletas conseguiram. Está sendo fundamental para o judô mineiro esta vinda do professor Paulo. Até eu, que não sou nenhum menino no judô, estou aqui aprendendo.” O professor go-dan Eduardo Nascimento, que trabalha na Universidade Salgado de Oliveira e ensina judô em escolas públicas do ensino fundamental, evidenciou a abordagem particular do professor Paulo Duarte. “É a visão de uma pessoa com muita experiência e tem um aspecto positivo quando fala da importância de trabalhar os fundamentos do judô. Como eu, ele acha que não deveria existir competição infantil. Precisamos ouvir também outras pessoas que tragam essas informações para nós, já que santo de casa não faz milagre.” Maria Aparecida Oliveira Martins, professora do Avança Judô de Belo Horizonte, elogiou a abrangência do trabalho apresentado, que esmiúça o alto rendimento sem voltar as costas para os fundamentos e o

fundamental, que é o judô infantil. “Vi uma integração que veio ao encontro do trabalho que eu desenvolvo hoje, que basicamente é de acolhimento. Senti muito isso. Já na questão da postura técnica me ajudou a buscar uma forma de passar tudo que vivenciei aqui para os meus alunos. Gostei muito quando ele falou da parte infantil, de como enfocar e acolher as crianças. Em minha avaliação isso foi fundamental.” Juarez Garcia Nunes Filho, do Praia Clube de Uberlândia, acha que todo seminário é importante, mas destacou que o do professor Paulo trouxe muito conhecimento que pode ser acrescentado ao desenvolvimento dos atletas. “São detalhes que nos fazem crescer e, consequentemente, o nosso judô. O que me atraiu muito foram as técnicas de pegada, como uchi-komi.” Paulo Nogueira enfatizou a identificação com os conceitos apresentados pelo palestrante. “O que sensei Paulo propõe está de acordo com o que eu aprendi. O que ele ensina é pura técnica japonesa”, mencionou o engenheiro, advogado e professor san-dan com dojô em Pouso Alegre. “É um enorme prazer ver aquele judô bonito, de kumi-kata e ippon, que já ensino no interior, sendo aplicado em altíssimo nível. Isso me dá a esperança de que um dia o judô possa ser aquela modalidade delicada, bonita e sutil, revestido de técnica e eficiência. Um judô que faça as pessoas melhores.” Na academia, Nogueira atende a mais de 300 pessoas e dá aulas para o pessoal da APAE e para alunos surdos, em sete escolas públicas, como voluntário. “Então, o trabalho do sensei Paulo me faz sair daqui completamente realizado e com a certeza de que estamos no caminho certo”, concluiu. Eduardo Aita pretende adotar os ensinamentos de Paulo Duarte, em seu dia a dia. “Ele apresentou um trabalho excelente, que vai abrir muitos caminhos. Vou buscar aprender estas técnicas para aplicá-las com as crianças”, comentou Aita, professor auxiliar no Colégio

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Pio XII e aluno de Luiz Augusto no Colégio Santo Agostinho. “Os ensinamentos abriram meus horizontes e mostraram uma direção para o judô. Às vezes me acho chato por cobrar o correto, mas não adianta alguém ser campeão de tudo e não saber quem foi Jigoro Kano e por que ele criou o judô. Acho que não saber amarrar uma faixa é falha do sensei; eu por exemplo, não admito isso. Como o sensei Paulo falou, temos de apreciar o belo e a essência, porque o judô não é um esporte e sim um caminho e uma filosofia de vida.” Para o cirurgião dentista Wilson Novais Filho, ni-dan e estudioso de judô, a palestra do professor Paulo contribuirá para o desenvolvimento técnico do judô mineiro. “Além da parte teórica da arte, ele tem um conhecimento extremamente técnico do tudo que aborda e apregoa. Possui uma experiência vasta na prática do judô, é formador de atletas de renome internacional e atua na formação do judô puro em sua essência. Quando ele diz que é preciso procurar o belo do judô, ele está dizendo que temos de procurar o belo em tudo que fizermos. Trazer para Belo Horizonte um professor que tenta resgatar este tipo de prática para os dias de hoje, num cenário esportivo olímpico, mostrando o porquê das medalhas de ouro que foram conquistadas através do belo, é sinal de que estamos no caminho certo.” Pedro Ribeiro da Silva, sensei go-dan do Judô Clube Salgueiro, de Sabará, apreciou a identificação do conteúdo do seminário com as coisas que aprendeu no judô. “Devido à experiência que a gente pensa ter e da qual até se envaidece pelos 50 anos de prática, este seminário representa a oportunidade de observar um conhecimento gigantesco e ao mesmo tempo inovador sobre o judô. Por meio do livro que estamos adquirindo do professor Paulo poderemos aprender ainda mais. Fiquei muito feliz por ouvir muita coisa que se assemelha a tudo aquilo que entendemos sobre o judô, por constatar que estou no caminho certo, apesar das adversidades e dos erros que a gente vê por aí. Agora vou voltar para casa com mais convicção e seguro por estar corrigindo e ensinando os meus alunos.” Ivan Fagundes Batista, diretor de arbitragem da FMJ e árbitro internacional FIJ C, elogiou a abrangência da apresentação. “Apreciei muito a palestra teórica do professor Paulo Duarte pelas conexões feitas com a física quântica. Além disso, o sensei demonstrou a importância do treinamento mental e emocional do atleta, ponto de altíssima importância no meu entendimento. Tenho certeza de que a vinda dele a Minas Gerais agregou indubitável valor de conhecimento aos participantes.” www.revistabudo.com.br

Paulo Duarte e Luciano Correia

O dirigente mineiro cumprimenta o palestrante no encerramento do seminário

Paulo Duarte apresentou um trabalho de ne-waza bastante detalhado

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C AMPEONATO PARANAENSE DE JUDÔ SÊNIOR

Morgenau e Juventus, os campeões da classe sênior

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As equipes de Curitiba e Cascavel foram campeãs do masculino e do feminino e emplacaram cinco atletas na seleção paranaense.

om o apoio da Associação Esportiva Judofoz, a Federação Paranaense de Judô (FPrJ) realizou o campeonato paranaense de judô da classe sênior desta temporada, nas categorias estímulo (até faixa verde masculino e laranja feminino) e oficial (faixa roxa e acima no masculino e verde e acima no feminino) para atletas acima de 15 anos. Disputado por aproximadamente 200 atletas de ambos os gêneros, vindos de 31 entidades de 26 cidades do Paraná, o certame proporcionou, além do título estadual, pontos que definiram a equipe paranaense que disputará o Campeonato Brasileiro Sênior, em setembro, em Lauro de Freitas (BA).

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POR

paulo pinto I Fotos DIVULGAÇÃO/ELOFOZ

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A competição, realizado nos dias 19 e 20 de agosto no Ginásio Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu (PR), teve apoio da Itaipu Binacional, All Win Intel, Associação de Proteção Veicular (ADAUP), Auto Posto Rodofoz, Copa Peças, Embalagens Paraná, Radiadores Ferrari, Retifoz, Sindijus, Paraná; Kimonos Yama; Rede Viagens e Turismo; Jornal Ippon; Elofoz; Secretaria Municipal de Esportes, Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu e Judofoz.com.br. A cerimônia de abertura do torneio realizado no Oeste paranaense contou com a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Luiz Iwashita, presidente da FPrJ; Daniel Reis, da Itaipu Binacional; Gustavo Brandão, presidente da Judofoz e conselheiro do Cref-9; Fúlvio Miyata, técnico da seleção brasileira; Antônio Eduardo Branco, presidente do Conselho Regional de Educação Física (Cref-9); Davi Reis, representante da Itaipu Binacional; Washington Toshihiro Donomai, delegado da DRJ Oeste; Walter Kazunori Babata, professor kodansha 7º dan; e Celso Ogawa, diretor do departamento de rendimento da FPrJ.

Associação Mourãoense e Clube Duque de Caxias vencem a categoria estímulo Após os combates da categoria estímulo masculino, a Associação Mourãoense de Judô (Campo Mourão) ficou em primeiro lugar, conquistando duas medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze. A Associação Esportiva Judofoz (Foz do Iguaçu) ficou em segundo, e a Associação Ricardo Santos (Toledo) completou o pódio. Já no naipe estímulo feminino o grande campeão foi o Clube Duque de Caxias (Curitiba), que fez cinco finais e conquistou três medalhas de ouro e duas de prata. A Associação Mourãoense de Judô (Campo Mourão) ficou em segundo lugar. Empatados na terceira colocação ficaram a Associação Iwashita de Judô (Curitiba) e a Academia Augusto Semprebom (Ibiporã).

Sociedade Morgenau e a Associação Esportiva Juventus vencem a categoria oficial No masculino da categoria oficial a Sociedade Morgenau (Curitiba) conquiswww.revistabudo.com.br

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C AMPEONATO PARANAENSE DE JUDÔ SÊNIOR tou o primeiro lugar, com dois ouros e um bronze. Em segundo ficou o Instituto Nintai do Brasil (Curitiba), enquanto a Associação Iguaçuense de Judô (Foz do Iguaçu) ficou em terceiro lugar. Já no naipe feminino a grande campeã foi a Associação Esportiva Juventus (Cascavel), com dois ouros, duas pratas e um bronze. O Judô Tonietto (Curitiba) ficou na segunda posição, e o Instituto Nintai do Brasil (Curitiba), na terceira.

Dirigentes enaltecem nível técnico da competição Luiz Iwashita enalteceu o trabalho dos professores e técnicos paranaenses. “A competição ocorreu dentro daquilo que havíamos planejado, e todos os objetivos foram alcançados. O certame expôs o grande trabalho feito pelos professores e técnicos de todo o Estado e temos certeza de que o Paraná vai marcar presença no pódio do campeonato brasileiro sênior. Nosso Estado está fornecendo atletas para grandes equipes brasileiras e isso acontece graças à qualidade técnica da escola paranaense e ao talento dos nossos atletas.” Um dos organizadores do evento, o professor Josmar Couto, diretor da Associação Esportiva Judofoz, destacou a importância de Foz do Iguaçu no contexto estadual da modalidade. “Esta é a quinta vez que a Judofoz organiza este evento; o alto nível técnico, a dedicação dos voluntários e os atrativos turísticos da cidade vêm consagrando essa categoria em Foz do Iguaçu. Promovemos um grande torneio e vamos à Bahia com uma equipe muito forte.” Antônio Eduardo Branco falou sobre os laços que unem o judô e o Conselho Regional de Educação Física. “Há anos militamos no deporto, e o judô é uma das modalidades que mais nos enche de orgulho por seu retrospecto no alto rendimento. O grande diferencial é ser constituído por professores dotados de enorme conceito ético e profissional. O judô é um dos maiores parceiros do Conselho Federal de Educação Física e seus representantes estaduais, e afirmo que é um prazer enorme estar com vocês e participar da cerimônia de abertura do campeonato paranaense sênior.”

Campeonato Brasileiro Sênior desta temporada. A sociedade Morgenau e o Instituto Nintai do Brasil de Curitiba incluíram três atletas. A Associação Esportiva Juventus de Cascavel e a Associação Desportiva Judô Tonietto, dois atletas. A Academia de Judo Randori/Guairaca, de Guarapuava; Associação Maringaense de Cultura Física, de Maringá; Academia Kawazoe de Judô, de Londrina; Associação Iguaçuense de Judô, de Foz do Iguaçu; Associação Mourãoense de Judô, de Campo Mourão; e Academia Hobby Sport, de Maringá, classificaram um atleta cada uma.

Seleção paranaense Ao todo, dez equipes inscreveram atletas na seleção paranaense que disputará o

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Seleção paranaense sênior Peso-superligeiro Joyce Cosmos Breno Kawazoe Peso-ligeiro Ana Perin Matheus Faria Peso-meio-leve Suellen Senna James Camargo Peso-leve Bruna Bereza Gabriel Adriano Peso-meio-médio Viviane Donomai Luanh Rodrigues Peso-médio Amanda Batista Ígor Antunes Peso-meio-pesado Alexia Caroline de Lima Pedro Pires Peso-pesado Mayara Oishi Bruno Ogata

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Ginásio para esportes Pindamonhangaba

infraestrutura

Infraestrutura Olímpica para sediar exames de graduação, campeonatos, workshops, fóruns e competições de artes marciais.

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ispondo de uma completa infraestrutura para sediar eventos dos chamados esportes de combate, o Colonial Plaza Hotel em Pindamonhangaba, São Paulo, foi uma das sedes preparatórias da Seleção Brasileira de Judô. Auditório climatizado com 750 m², hospedagem, gastronomia completa e balanceada, piscina aquecida, piscina externa, sauna úmida, jacuzzi para relaxamento muscular, duas quadras de tênis, quadra de vôlei de areia e campo de futebol. Dispondo de uma academia completa contendo todo o equipamento necessário para a preparação física de atletas do alto rendimento, o Colonial Plaza Hotel possui quatro salas adicionais para fisioterapia e massagem. Localização de fácil acesso no eixo Rio e São Paulo. Especializados na organização de eventos esportivos em geral e, em especial, das modalidades de combate. Trabalhamos há cinco anos com as equipes de base e Seleção Brasileira do Judô. “Organizamos seu evento esportivo, enquanto você concentra suas energias nos atletas, no treinamento e na competição.”

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de combate em com

profissional


XII COPA MINAS DE JUDÔ

Instituto Reação é bicampeão da Copa Minas de Judô Com 13 medalhas de ouro, três de prata e quatro de bronze o clube carioca escreve seu nome na história do certame, vencendo duas edições consecutivas. POR

paulo pinto I Fotos WILSON NOVAES/FMJ

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ealizada de 3 a 6 de julho na Arena Juscelino Kubitschek, a tradicional Copa Minas de Judô levou a Belo Horizonte 883 judocas de 94 agremiações e 20 Estados. Entre as associações inscritas estavam grandes forças do judô verde e amarelo: Grêmio Náutico União (RS), Judô Comunitário Instituto Reação (RJ), Clube de Regatas Flamengo (RJ), Praia Clube (MG) e Minas Tênis Clube, anfitrião do certame. A 12ª edição da Copa Minas Tênis Clube de Judô foi totalmente gerenciada pelo sistema Zempo, desde as inscrições, sorteio, ordem de lutas e resultados até a utilização do vídeo replay. Foi disputada em seis áreas com tempo de luta oficial nas classes sub 13 Luiz Augusto Mar tins Teixeira e sub 15. Já o sub 18 adotou a repescagem dos semifinalistas. Na classe sub 23 o tempo de combate foi de quatro minutos para ambos os sexos e repescaPaulo Wanderley Teixeira gem a partir das quartas de finais. Realizada anualmente pela Federação Mineira de Judô com a chancela da Condente da FMJ; e Pelé do Vôlei, vereador da federação Brasileira de Judô, a Copa Minas cidade de Belo Horizonte. é um dos mais tradicionais eventos do caMais uma vez no comando geral da lendário nacional. Proporcionando grande competição, Sérgio Cota promoveu um intercâmbio técnico para atletas da base, é certame de altíssimo nível. A coordenação o maior evento voltado para a base do judô técnica ficou a cargo do professor Marson nacional, ao lado da Copa São Paulo. Albani, membro do departamento de gesA cerimônia de abertura contou com a tão de eventos da Confederação Brasileira presença de autoridades esportivas e polítide Judô. A arbitragem foi coordenada pelo cas, entre as quais Carlos Henrique Martins professor Ivan Fagundes Batista, diretor de Teixeira, diretor secretário do MTC; Paulo arbitragem da FMJ e árbitro internacional Wanderley Teixeira, presidente da CBJ; EuFIJ C, que comandou os 15 árbitros conler Barbosa de Carvalho, diretor de judô do vocados provenientes de cinco Estados, MTC; Luiz Augusto Martins Teixeira, presialém dos 13 voluntários de seis Estados.

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Instituto Reação é bicampeão Nos tatamis as 94 equipes vindas de 20 Estados disputaram medalhas nas quatro classes e a disputa por entidades colocou os Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, respectivamente, nas cinco primeiras colocações. Somando 160 pontos e reeditando a excelente campanha da temporada passada, o Judô Comunitário Instituto Reação (RJ) conquistou 20 medalhas, sendo 13 de ouro, três de prata e quatro de bronze, que gawww.revistabudo.com.br


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XII COPA MINAS DE JUDÔ rantiram o bicampeonato da competição. Em segundo lugar ficou uma das mais tradicionais equipes do judô do Sul do País, o Grêmio Náutico União (RS), que obteve sete medalhas de ouro, três de prata e oito de bronze. Além do vice-campeonato e dos 112 pontos atingidos com as 18 medalhas, a equipe de Porto Alegre mostrou que a atual diretoria de judô unionista desenvolve um trabalho audacioso e realiza grande investimento na base. Totalizando 91 pontos e somando 16 medalhas o SESI (DF) chegou à terceira colocação com quatro medalhas de ouro, cinco de prata e sete de bronze, que projetam a equipe do Serviço Social da Indústria de Brasília no cenário do judô brasileiro. Com 89 pontos e totalizando 16 medalhas, a equipe anfitriã manteve-se no top five do certame. Foram cinco medalhas de ouro, duas de prata e nove de bronze, que somadas aos 13 quintos lugares e seis sétimos lugares valorizam o judô mineiro. O quinto lugar foi conquistado pela Associação Atlética Judô do Futuro (MS), que somou 77 pontos com cinco ouros, uma prata e sete bronzes. Principal equipe do Mato Grosso do Sul no certame, o Judô do Futuro rivaliza hoje com as maiores forças do judô da Região Centro-Oeste.

28 árbitros atuaram na competição Na realização da 12ª edição da Copa Minas a Federação Mineira de Judô teve o apoio imprescindível de 28 árbitros. Destes, 15 atuaram por convocação e 13 atuaram como voluntários. Os árbitros que atuaram por convocação são: Leonardo Stacciarini (GO), Glaudson Azevedo (RJ), Cláudio Murayama (SP), Márcio Almeida (ES), Irisomar Fernandes

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Ivan Fagundes, Nédio Henrique Mendes, Paulo Wanderley Teixeira, Floriano de Almeida e Luiz Augusto Martins Teixeira

(ES), Gildásio Costa (RJ), Pedro Ribeiro (MG), Eduardo Nascimento (MG), Renato Amorim (MG), Fernando Resende (MG), Flávio Silva (MG), Nélson Tadashi (MG), Carlos Renato de Paula (MG), Carlos Simões (MG) e Cícero Cerqueira (MG), Os voluntários foram: Lucas Freitas Albino (ES), José Geovane Brandão (RJ), Anderson Godinho (DF), Jardel de Araújo Oriente (SE), Paulo Roberto Miranda Meirelles (DF), Aguinaldo Pereira Santos (MS), Antônio Sá (RJ), Erika Damasceno (DF), Rogério Possari (SP), Marcelo Souza (RJ), Leandro Torres Botelho Batista (MS), Luiz Massanori Yamate (ES) e Marcelo Honda Kiwada (SP).

Dirigentes avaliam a 12ª edição do certame Presença constante nos eventos promovidos pelo Minas Tênis Clube, Paulo Wanderlei Teixeira enalteceu a estrutura

do clube. “Desde a temporada passada houve uma inovação importante nesta competição, que hoje está mais voltada para a base. Este evento exerce papel preponderante no processo de renovação de nossa modalidade, e esta edição especificamente já visa ao próximo ciclo olímpico. Sem dúvida alguma o Minas Tênis é um dos maiores clubes do Brasil, e possui condições de promover grandes eventos, e foi isso que mais uma vez vimos aqui”, disse o presidente da CBJ. Floriano Paulo de Almeida Neto destacou a relevância do certame para os judocas e técnicos. “Este ano a Copa Minas teve uma característica um pouco diferente por conta de estarmos num ano olímpico e não conseguirmos promovê-la no período em que tradicionalmente acontece. Além disso, nós sempre fazemos um treinamento de campo na sequência da copa,

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Euler Barbosa de Carvalho, Nédio Henrique Mendes, Luiz Augusto Martins Teixeira, Paulo Wanderley Teixeira, Carlos Henrique Martins Teixeira e Pelé do Vôlei

e em nossa avaliação este é o ponto alto do nosso evento. Nos anos anteriores este foi um fator determinante, e até mesmo nosso grande legado. Mas em 2018 o treinamento de campo voltará a ser feito.” Mas mesmo não havendo o treinamento e o seminário com a equipe multidisciplinar da agremiação, o número de judocas neste ano foi muito grande e o nível técnico foi um dos mais fortes, acrescentou o técnico das equipes de alto rendimento do Minas Tênis Clube “Vieram muitos atletas das seleções de base e o certame cumpriu seu papel. Muitas competições das quais participamos fora do Estado são de tempo corrido, sem repescagem, e muitas vezes as áreas de luta são reduzidas para comportar um número maior de shiai-jôs. Nós fazemos com repescagem olímpica porque isso favorece os atletas que vêm do Norte e Nordeste, pois não ficam fora depois de perderem uma luta. Isso não seria justo. Com nosso formato o atleta vem aqui e aproveita realmente a competição.” Mais uma vez Euler Barbosa de Carvalho destacou a importância e a tradição da Copa Minas no cenário judoístico nacional. “Vários atletas das seleções de base competiram e elevaram o nível técnico do certame. Trabalhamos no sentido de a cada edição tornar nosso evento mais atrativo e dinâmico. Dessa forma esperamos contar com uma participação cada vez maior das entidades coirmãs.” Luiz Augusto Martins Teixeira enfatizou o comprometimento com o judô de base. “Na verdade, há dois anos retiramos a claswww.revistabudo.com.br

se sênior da Copa Minas porque pretendemos focar nosso trabalho cada vez mais na base. Falo isso em nível federativo, mas a diretoria do departamento de judô do Minas Tênis também entende que esta é a prioridade. Isso não significa que iremos interromper o trabalho desenvolvido no alto rendimento, assim como o clube não abrirá mão dos atletas de renome, porque isso proporciona um retorno de mídia importantíssimo.” O presidente da federação mineira lembrou que, mesmo num ano olímpico e com o País mergulhado numa crise

sem precedentes, 20 Estados e quase 900 atletas participaram do torneio. “Isso mostra que a copa está arraigada na cultura judoística nacional. Ela já faz parte do calendário anual das principais agremiações e é um campeonato marcante no cenário nacional. Para a FMJ é muito bom receber nossos colegas de outros Estados na competição e no treinamento de campo. O evento é um sucesso, mas estamos cientes de que tudo isso só acontece devido ao apoio e à participação das equipes que cruzam o País em busca de maior intercâmbio na base.”

Classificação por entidade

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COTIDIANO

Brasileiros usaram judogis exclusivos nos Jogos Rio 2016

O

Uniforme produzido no Japão, feito sob medida para cada um dos 14 judocas brasileiros, foi entregue por Paulo Wanderley Teixeira.

s judogis foram distribuídos durante o treino da seleção brasileira, no dia 14 de julho no Centro de Treinamento da CBJ, em Lauro de Freitas (BA). Cada um dos 14 representantes do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 recebeu os judogis Mizuno que foram usados nas competições. Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ, entregou pessoalmente os kimonos olímpicos aos atletas. Representantes da Mizuno vieram do Japão especialmente para medir os atletas da seleção brasileira. Cada judoca recebeu um par de kimonos azuis e um par de kimonos brancos, todos personalizados com o nome do judoca numa etiqueta interna na gola, já que a Federação Internacional de Judô não permite que os nomes sejam bordados na saia do wagi (parte de cima do judogi), como de costume. Além disso, os kimonos tinham a bandeira do Brasil bordada no lado esquerdo do peito. Estreante em Olimpíadas, o peso-leve Alex Pombo se emocionou ao receber sua primeira “armadura olímpica”. “É uma sensação única receber o kimono que será utilizado nos Jogos Olímpicos, que são o sonho de qualquer atleta. Eu vejo o kimono

fonte

LARA MONSORES/CBJ I Fotos PAULO PINTO/CBJ

Os medalhistas olímpicos Rafael Silva e Sarah Menezes posam para foto com o kimono produzido exclusivamente pela Mizuno do Japão para os Jogos Rio 2016

como a minha armadura. Vai entrar comigo, vai estar comigo o tempo todo e espero que dê muitos ippons”, disse. “Vou fazer alguns treinos para me adaptar e sentir como ele é na luta.” Rafaela Silva disse que vai guardar seu judogi olímpico. “O meu é tamanho 1, justinho, e veio certinho, na marca. Não vai sobrar manga para

ninguém pegar”, brincou a campeã mundial que vai disputar pela segunda vez os Jogos Olímpicos. “Eu não vou treinar com ele agora. Vou deixar guardadinho, protegido dentro do saco, para só colocar o backnumber olímpico e lutar.” Rafael Silva (+100kg) foi um dos judocas que mais lutou pela vaga, e após a entrega de seu judogi olímpico falou da emoção por receber sua armadura das mãos de Paulo Wanderley. “Foi uma experiência muito boa e vivi uma grande emoção. Isso justificou todo o esforço que fiz para chegar até aqui. Agora é treinar bastante com ela, porque temos de nos sentir bem com a armadura que vestimos, e ela tem de fazer parte de nosso corpo como se fosse uma segunda pele. Vou treinar muito com ela para que se adapte rapidamente ao meu corpo.” Rafael Silva também falou sobre a importância de ver toda a equipe uniformizada e pronta para os Jogos. “Ver a equipe vestida com o kimono produzido no Japão especialmente para os Jogos Rio 2016 foi algo inusitado e diferenciado. Senti uma energia diferente e acho que todos sentiram esta mesma energia quando estávamos devidamente vestidos para lutar. Tudo foi pensado para nos fortalecer ain-

Equipe olímpica do Brasil

a nova armadura Revista Budô número 18 / 2016 166vestindo produzida no Japão pela Mizuno

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Paulo Wanderley entrega judogi a Tiago Camilo

Paulo Wanderley entrega judogi a Mayra Aguiar

da mais. Sem dúvida alguma esta foi mais uma ação inteligente e muito bem articulada por nossa coordenação técnica.” O medalhista olímpico de Londres finalizou traçando um paralelo entre o rendimento e a gestão. “Desde a medalha conquistada pelo sensei Ishii, em 1972, o judô teve um caminho diferenciado. Sempre foi um esporte que conquistou muitas medalhas, mas não tinha o devido apoio. Acho que a partir de 2005, com a medalha de ouro do João, no Egito, o caminho se abriu um pouco mais. Os resultados obtidos, somados à boa gestão que vem sendo feita por nosso dirigente e por toda a sua equipe, fizeram com que o judô se projetasse no cenário esportivo, e hoje somos exemplo de rendimento e de gestão. Tivemos uma estrutura boa para Londres e também para o Rio 2016. O judô recebeu apoio que foi revertido em medalhas e na estrutura que hoje possuímos.” Vestido com seu judogi olímpico, Tiago Camilo (90kg) falou sobre a importância de disputar os Jogos Olímpicos em casa. “Receber meu kimono foi a garantia máxima de poder mais uma vez representar meu País nos Jogos Olímpicos. Eu estou muito honrado por fazer parte desta equipe, uma das mais talentosas da história do judô brasileiro. Todos os jogos têm uma magia, mas, pelo fato de representarmos o Brasil dentro de casa, para mim será mais do que especial por poder dividir este momento com meus familiares. Penso que está sendo um presente por toda minha carreira e por todo amor e empenho que dediquei ao nosso esporte.” Medalhista de prata em Sidney, no peso-leve em 2000, medalhista de bronze em Pequim, no peso-meio-médio em 2008, campeão mundial no Rio de Janeiro, em 2007 no peso-meio-médio, pentacampeão dos Jogos Pan-Americanos e contando com 39 anos de história nos tatamis, Tiago Henrique de Oliveira Camilo explicou de onde tira tanta energia e inspiração. “Comecei no judô aos 5 anos com o sensei Umakakeba em Bastos e sempre levei tudo isso muito a sério. O professor Umakakeba lembra sempre que desde os 7 anos eu já era muito sério e prestava muita atenção em tudo. Já tinha muita disciplina e sede de apren-

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Paulo Wanderley entrega judogi a Maria Suelen Altman

Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô der. Isso está em minha história e nada acontece por acaso. Minha primeira experiência competitiva aconteceu muito cedo e de lá para cá não parei mais. São muitos anos dedicados ao judô, mas a vontade de lutar ainda é maior que o cansaço acumulado até aqui.” Além deles, o Brasil foi representado nos tatamis olímpicos por Sarah Menezes (48kg), Erika Miranda (52kg), Mariana Silva (63kg), Maria Portela (70kg), Mayra Aguiar (78kg), Maria Suelen Altheman (+78kg), Felipe Kitadai (60kg), Charles Chibana (66kg), Victor Penalber (81kg), e Rafael Buzacarini (100kg). O judô foi disputado no período de 6 a 12 de agosto com uma categoria em cada naipe (feminino e masculino) por dia. Os primeiros brasileiros a competir foram Sarah e Kitadai, enquanto Baby e Suelen encerraram a participação do Brasil na modalidade. Paulo Wanderley fala da solenidade e faz tai-sabaki, ao avaliar o momento de sua gestão Paulo Wanderley Teixeira entregou os judogis aos judocas olímpicos, e falou sobre o significado desta ação. “Existe um simbolismo todo especial na entrega destes kimonos feitos sob medida pela Mizuno do Japão. Acho que só a seleção japonesa teve o mesmo privilégio. Esta entrega é como se estivéssemos dizendo a eles: “Agora é com vocês”. Estamos transferindo todas as possibilidades de conquista e de uma boa participação simbolicamente a eles. Este é o sentimento desta solenidade.” Sobre o significado pessoal de mais uma entrega, o dirigente destacou a capilaridade das ações elaboradas na CBJ. “Este momento coroa todo um trabalho que vem sendo desen-

Paulo Wanderley entrega judogi a Victor Penalber

volvido, pois estamos em nossa quarta gestão pensando e trabalhando diuturnamente pelo judô. Temos plena consciência de que jamais vamos completar o serviço. Quem tiver esta pretensão está enganado. Lembro que durante este período houve um crescimento substancial em todos os segmentos do judô brasileiro. Na questão material, isso se traduz em todo o equipamento que vem sendo disponibilizado para os Estados. O conhecimento e o desenvolvimento do judô ocorrem verdadeiramente em todas as regiões do País. O conhecimento dos técnicos foi substancialmente melhorado por meio dos cursos promovidos. É um trabalho coroado, sim, com medalha dos Jogos Olímpicos, mas não podemos esquecer que muitas coisas foram feitas em outras áreas para que atingíssemos esse nível. Isso passa por um corpo administrativo extremamente eficaz em todas as áreas, desde a execução de projetos que têm de ser muito bem elaborados, até o marketing, que tem de estar muito bem afinado para obter a captação de recursos. O setor financeiro tem de cuidar da prestação de contas, enquanto a assessoria de imprensa nos ajuda a divulgar o trabalho. E isso para citar as áreas principais. Se alguém perguntar qual delas é mais importante, não saberei responder porque todas são importantes e uma depende da outra. Estamos cientes de que sem o respaldo dos nossos apoiadores e patrocinadores, das iniciativas pública e privada, nada disso seria possível. O sucesso do judô é bem capilarizado, e não possui apena uma única veia aorta. São várias veias periféricas que irrigam este processo.” Desde o início da temporada notamos o tom saudosista dos depoimentos do dirigente máximo do judô brasileiro que, fazendo um autêntico tai-sabaki, acenou com o eventual termino de seu mandato e o fim de uma era na modalidade. “Não tenho mais como fugir desta pergunta um tanto ou quanto capciosa. De fato, e materialmente falando, todos nós tendemos a chegar a um fim, e isso acontece em todos os segmentos da vida. Todos um dia acabam se aposentando. Enfim, esse é um caminho e esse caminho está aí na frente. Estamos quase chegando”, disse Paulo Wanderley.

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TAÇ A BRASIL JUNIORES DE JUDÔ 2016

Sogipa e Minas Tênis vencem torneio inédito Competição inovadora proporciona aos atletas juniores e juvenis oportunidade de mostrar talento e se projetar no ranking nacional. POR

Paulo Pinto I Fonte VALTER FRANÇA/CBJ I Fotos Budopress/CBJ

U Na cerimônia de abertura Paulo Wanderley Teixeira lembrou que o futuro do judô está diretamente relacionado ao cuidado e investimento feitos na base

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m evento realmente histórico. Assim pode ser definida a primeira edição da Taça Brasil Juniores, encerrada em 19 de junho no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Judô, em Lauro de Freitas, na Bahia. Criado para dar maior visibilidade aos clubes formadores e para que os atletas com menos de 21 anos participassem de uma competição aberta, sem necessidade de seletivas estaduais, o torneio muda conceitos de classificação da categoria que deverá ser a base da seleção brasileira em Tóquio 2020. As emoções ficaram guardadas até o último minuto, e a Sogipa foi quem se deu melhor, virando o jogo com os dois ouros do masculino no segundo dia da competição e sendo a campeã entre os homens. O Minas Tênis Clube, que havia faturado dois ouros no primeiro dia, ficou com o título entre as mulheres, à frente da Associação Atlética Judô Futuro e do Clube Atlético Juventus. O evento reuniu 251 atletas, representando 82 clubes de 17 Estados, acompanhados de 43 técnicos. Antônio Carlos Pereira (Kiko), técnico da Sogipa, de Porto Alegre (RS), considera ideal esse modelo de disputa porque o clube tem feito investimento significativo nessas faixas de idade, já pensando no próximo ciclo olímpico. “É emblemático porque a Sogipa sempre foi um clube formador, tendo revelado João Derly, Mayra Aguiar e tantos outros grandes atletas”, afirmou.

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Clube Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô

Após a rápida conversa com os técnicos que atuaram no certame, o presidente da CBJ convidou todos professores para uma foto que registrasse a primeira edição de evento inédito dedicado à base

Firmando-se cada vez mais no peso-pesado da classe júnior, na final o paranaense João Marcos Cesarino que hoje defende a Sogipa, jogou Hugo Praxedes de soto-maki-komi, aos 25 segundos de luta

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TAÇ A BRASIL JUNIORES DE JUDÔ 2016

Reunindo os 32 árbitros que atuaram na competição para deixar a sua mensagem, Paulo Wanderley quis fazer o registro fotográfico com os colegas da arbitragem

Os ouros da Sogipa vieram com o meio -pesado Leonardo Gonçalves, o pesado João Marcos Cesarino e o meio-leve Daniel Cargnin. Para os atletas, a competição valeu ainda mais porque distribuiu pontos que definiram a equipe no Campeonato Pan-Americano Sub 21 e deu aos campeões vaga na primeira seletiva do Tóquio 2020, que será disputada de 9 a 11 de dezembro no CT da CBJ, na Bahia. No feminino, o Minas foi o campeão graças aos ouros de Kamilla Silva (57kg) e Sarah Nascimento (70kg). Também conquistaram o ouro Victoria Oliveira, do Clube Atlético Juventus (SP), no pesado, e Gabriela Paliano, da Associação Atlética Judô Futuro (MS), no meio-pesado. “Estamos muito felizes porque o investimento vem dando retorno e o trabalho tem

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sido bem feito visando ao próximo ciclo olímpico”, disse Alexandre Katsuragi, treinador do Minas.

Mais oportunidades para novos talentos A Taça Brasil Juniores foi criada pela Confederação Brasileira de Judô para dar maior visibilidade aos clubes formadores e para que os atletas com menos de 21 anos tenham uma competição aberta, sem necessidade de seletivas estaduais para participar.

A competição também é decisiva porque garante uma vaga aos campeões na disputa da primeira etapa da seletiva Tóquio 2020. Nesta edição, definiu a equipa sub 21 que disputou o Campeonato Pan-Americano, realizado em Córdoba, na Argentina. A Taça Brasil vale muito para o ranking nacional dos atletas: os campeões recebem 150 pontos; os vices, 100; os terceiros, 70; e os quintos colocados, 40. “A Taça Brasil será uma competição muito importante para as comissões téc-

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nicas das equipes de base observarem os atletas que, por algum motivo, não conseguirem disputar as finais dos campeonatos brasileiros sub 18 e sub 21. Com certeza, é uma forma de os atletas aparecerem e, quem sabe, até entrar na zona de investimento”, disse o gestor das equipes de base, Marcelo Theotônio.

Resultados superam as expectativas

Gestores, dirigentes e técnicos de clubes avaliam que as metas do torneio sub 21 foram totalmente atingidas e apostam na renovação do judô brasileiro no novo ciclo olímpico. Na abertura do evento, Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ lembrou que um ciclo olímpico estava terminando e outro, prestes a começar. E que atletas do sub 21 certamente estarão na seleção que vai a Tóquio em 2020. Por isso, fez um apelo aos técnicos, por meio de seus clubes e federações: que tenham isso como meta, para que o judô brasileiro possa chegar aos próximos jogos tão bem ou melhor do que no Rio.

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô

Em entrevista à Revista Budô, o dirigente foi incisivo ao dizer que o principal motivo da criação da Taça Brasil e de sua inclusão no calendário da CBJ é estimular a renovação da seleção brasileira e que, para fortalecer o topo, é indispensável agregar o excelente trabalho que vem sendo feito na base. “A ideia da Taça Brasil nasceu de conversas entre as áreas técnicas, uma coisa que fazemos muito lá na CBJ, e o Marcelo Theotônio sugeriu um evento que fortalecesse a classe sub 21”, conta Robnelson Pereira, gestor técnico nacional da CBJ. “Eles analisaram o antigo campeonato brasileiro sub 23, examinaram as estatísticas e viram que mais de 80% dos atletas que participavam da competição pertenciam às classes sub 18 e sub 21.” “Depois conversamos com o professor Ney Wilson, idealizador do campeonato sub 23, e concluímos que era melhor fazer um campeonato que

Um dos maiores talentos do peso-ligeiro, Michael Marcelino abriu caminho para a semifinal com este uchi-mata em Kainan Pires

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TAÇ A BRASIL JUNIORES DE JUDÔ 2016 atendesse a vários propósitos do ranking da base”, prossegue Robnelson. “Tínhamos certeza de que seria um bom evento, mas não imaginávamos que seria tanto, pois, para nossa satisfação, tivemos um aporte de atletas de altíssimo nível. Foi uma grande bola dentro da CBJ.” Marcelo Theotônio, gestor técnico da Base, confirma que a Taça Brasil foi pensada para fortalecer os eventos nacionais e, consequentemente, ampliar o ranking dos atletas. Ou seja, para obter informações mais fidedignas sobre os judocas que formariam a equipe de base, além de estimular a competição dentro do

O habilidoso Nykson Carneiro aplicou um jujigatame em Hiago Pirollo que se defendeu, levou o combate para o golden score e numa tremenda vacilada do judoca do Palmeiras, o gaúcho do Grêmio Náutico União jogou de ko-soto-gake que o colocou na semifinal

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Ratificando a preocupação da CBJ em oferecer o que há de melhor aos seus filiados, na Taça Brasil Júnior a coordenação nacional de arbitragem convocou 7 árbitros FIJ A: Leonardo Ângelo Stacciarini de Resende (GO), Laedson Lopes Gonçalves da Silva Godoy (RN), Gilmar dos Santos Dias (RJ), Jeferson da Rocha Vieira (RJ), Aloísio da Costa Short Sobrinho (BA), André Mariano dos Santos (DF) e Takeshi Yokoti (SP)

País. Segundo ele, a taça pode até ser mais forte do que muitos campeonatos internacionais, e a junção do sub 18 com o sub 21 potencializa ainda mais o torneio. O que mais surpreendeu Robnelson, assim como os gestores da base, foi a evolução dos atletas sub 18, que “chegaram chegando”. “Isso é excelente, porque quanto mais atletas novos de qualidade nós tivermos, melhor para o judô nacional, porque teremos competidores para 2020 e mais para frente”, concluiu. “O resultado não foi diferente do que planejamos”, acrescentou Theotônio. “Uma das nossas propostas é exatamente fazer a transição entre as categorias de forma plena.” Para ele, que também mencionou a copa do mundo realizada aqui, à qual compareceram equipes de sete países, o balanço final da competição foi muito positivo. “Acho que nossos atletas precisam ter mais competições em equipes como estas.” O que surpreendeu Theotônio, em particular, foi ver que a distância entre as duas categorias não é tão grande. “Quando se

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estimula esse confronto, otimiza-se a transição. O garoto sub 18 de hoje começa a entender o mundo do sub 21, enquanto o atleta sub 21 se sente pressionado. Vê que os mais jovens estão encostados neles e em alguns momentos até os superam.” Resumindo: todos são estimulados a buscar o aperfeiçoamento. Jefferson Vieira, coordenador nacional de arbitragem da CBJ, diz que a CBJ está evoluindo cada vez mais, atingindo um nível de excelência em organização de eventos. Na sua área, também está visando dar maior dinamismo, convocando árbitros aspirantes nacionais junto com os mais graduados (FIJ A FIJ B e C) para que adquiram mais experiência. “O caminho está sendo muito bem trilhado, e acho que vamos conseguir um objetivo bem melhor que nos outros anos.”

Nova competição recebe elogios Para Alan Vieira, técnico da Sociedade Morgenau, de Curitiba (PR), a competição que substitui a antiga sub 23 veio ainda mais forte. E isso porque está aberta a mais atletas do mesmo peso, fortalecendo o judô nacional. “Parabéns ao nosso presidente, que percebeu isso no ano passado e agora pôs em prática.” Já André Silva, técnico do Jequiá Atlético Clube, do Rio de Janeiro (RJ), considerou importante o fato de a competição dar mais oportunidade de visibilidade para os clubes, além de possibilitar qualificação dos atletas para o sistema seletivo do próximo ciclo olímpico. “A CBJ está de parabéns, é mais um evento que tem tudo para ser fundamental no calendário.”

Douglas Vieira, técnico do Esporte Clube Pinheiros de São Paulo (SP), aprova a criação de mais competições que envolvam mais de uma categoria, como a Taça São Paulo, pois elas proporcionam a continuidade dos atletas da sub 18 para a sub 21 e até para a equipe principal. Daniel Loureiro, técnico do Instituto Reação, do Rio de Janeiro (RJ), também considera importante que os atletas da

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô

classe juvenil e júnior tenham mais oportunidades de competir. Mas o que achou melhor no torneio foi ver os judocas fazendo brigas acirradas e decidindo quem ia para o pan-americano nas últimas lutas. “É dessa competitividade que nossos judocas carecem. Entendo que os atletas não podem ficar por congos períodos numa zona de conforto. Têm que estar preocupados sempre com aqueles que querem o posto ocupado por eles.” Ígor Rocha, do Judô Clube Rocha, de Campo Grande (MS), julga a competição muito válida porque a academia pode testar seus atletas entre os melhores do Brasil. “Antigamente só tínhamos a seletiva e o brasileiro, então era preciso correr atrás de uma Copa Minas ou algo assim. Hoje não. Um atleta que luta bem numa categoria de baixo pode ser avaliado para o ano que vem.” O técnico da Sogipa, de Porto Alegre (RS), Antônio Carlos Pereira (Kiko), reconhece que os clubes foram muito contemplados com a Taça Brasil, porque é muito importante que eles façam investimentos.

O potente harai-maki-komi de João Marcos Cesarino

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TAÇ A BRASIL JUNIORES DE JUDÔ 2016

O o-soto-maki-komi de Beatriz Souza, do peso-pesado

“Nesta classe, a Sogipa tem dois medalhistas em campeonatos mundiais, e investimos muito porque acreditamos que esta é a classe do judô brasileiro de amanhã.” Andréa Oguma, técnica do time feminino do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo (SP), considera a Taça Brasil um caminho de transição dos “meninos do sub 21” para a idade adulta. Para ela, um campeonato em nível nacional desse porte pode ser até mais forte que um brasileiro, por permitir a participação de mais de um atleta por Estado. Por sua vez, Carlos Kira Yamazaki, técnico do Clube Paineiras do Morumby, de São Paulo (SP), considera mais justa a forma de classificação proporcionada pela Taça Brasil. Para São Paulo, por exemplo, porque permite a participação de mais de um atleta na corrida por uma vaga para o ciclo olímpico. Mas também para o judô como um todo. “Esse é um campeonato aberto, e quando os Estados podem classificar dois ou três atletas, há oportunidade para revelar mais talentos, até de um mesmo clube”, explicou. Com este hiza-guruma sobre Rafaela Morais, na semifinal, Larissa Farias abriu caminho para a final

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Exibindo um judô extremamente técnico, Lincoln Neves chegou à semifinal com um wazari de ko-uchi-maki-komi

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô

César de Castro Cação, presidente da Federação Gaúcha de Judô, reconhece que, do ponto de vista da gestão, mesmo com dificuldades financeiras, “o pessoal dá um jeito”, por meio de patrocínios ou projetos subsidiados, quando se trata da formação dos judocas. E aponta como verdadeiro diferencial na preparação é a quantidade de competições. “Quantas mais houver, e de melhor qualidade, maiores são as chances de um atleta chegar ao

Extremamente habilidoso, o gaúcho Daniel Cargnin branco é a maior referência no peso-meio-leve da classe júnior

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TAÇ A BRASIL JUNIORES DE JUDÔ 2016

Com um judô intenso, Henrique Francini venceu a final com osae-komi

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sênior em condições de vitória”, explicou. Para Marcos Antônio Inácio, técnico da Sociedade Esportiva Palmeiras, de São Paulo (SP), a CBJ e os técnicos estão de parabéns pelo nível do evento, que ele considera extremamente importante para o judô nacional. Em especial, lembrou que o campeão vai diretamente para a seletiva olímpica, valorizando o pessoal da base sub 18 e sub 21. Marinho Esteves Moreira Júnior, técnico do SESI-SP, de Bauru, acha que a competição foi uma ideia fantástica, porque no campeonato brasileiro há somente um atleta de cada Estado, e na Taça Brasil estiveram os melhores do País, independentemente de serem do mesmo Estado. “Os grandes clubes do judô nacional como Sogipa, Minas Tênis e Pinheiros, vieram com muitos atletas. Então, acredito que a competição ganhará mais corpo a cada ano.” O incentivo à “gurizada mais nova” foi um dos destaques do torneio, segundo

Rafael Garcia Oliveira, técnico do Grêmio Náutico União, de Porto Alegre (RS). “E eles são os atletas que provavelmente estarão representando o País nos próximos ciclos olímpicos de 2020 e 2024.” Opinião semelhante tem Robert Marques, técnico da Associação Espaço Mar-

Fornecedor oficial da Seleção Brasileira de Judô

ques Guiness, de Brasília (DF), que já imagina ver os atuais competidores em torneios internacionais da classe sênior. “A confederação vem dando total apoio à base e fazer com que o sub 18 e o sub 21 possam se confrontar aumenta o interesse dessa garotada.” Ele também observou que muitos Estados trouxeram quatro ou cinco atletas da mesma categoria, proporcionando a oportunidade de lutarem numa competição “que pode até ser mais forte que o campeonato nacional”. Alexandre Tsuyoshi Katsuragi (Xexéu), técnico do Minas Tênis Clube, de Belo Horizonte (MG), também acha que a Taça Brasil pode ser mais forte que o campeonato brasileiro, porque reúne muito mais atletas. O técnico do clube que foi campeão no feminino e geral, ficou satisfeito ao ver que o resultado do investimento na base já está aparecendo. “Nosso objetivo é melhorar ainda mais, para que vários desses judocas possam estar no próximo ciclo olímpico”, afirmou Xexéu.

Classificação Taça Brasil Juniores 2016 Feminino Superligeiro 1º Laura Ferreira - AD Recreativa Artes Marciais - SP 2º Thays Marinho - Minas Tênis Clube - MG 3º Amanda Arraes - Nunes A. Esportiva Cacoal - RO 3º Natalia Oliveira - A.D. São Caetano – SP Ligeiro 1º Larissa Farias - Instituto Reação - RJ 2º Gabriela Clemente - Grêmio Náutico União - RS 3º Natasha Ferreira - Sociedade Morgenau - PR 3º Emília C. Lopes – Resgate Judô Para Todos - CE Meio-leve 1º Layana Colman - Judô Clube Rocha - MS 2º Yasmim Lima – A. Resgate Judô Para Todos - CE 3º Maria Taba - Centro Esportivo Dom Bosco - AM 3º Vitória Camargo - Grêmio Náutico União - RS Leve 1º Kamilla Laura Ferreira - Minas Tênis Clube - MG 2º Ketleyn Nascimento – Sociedade E. Palmeiras - SP 3º Joseane Nunes - Hebraica - SP 3º Ryasnne Lima - S.E.L São José dos Campos - SP Meio-médio 1º Yanka Pascoalino - Esporte Clube Pinheiros - SP 2º Caroline Cometki – Assoc. Atlética Judô Futuro - MS 3º Alana Uraguti - Clube Paineiras do Morumby - SP 3º Manuella Frediani - Associação Judô Vila Sônia - SP Médio 1º Sarah Nascimento - Minas Tênis Clube - MG 2º Ellen Santana - Associação Judô 9 de Julho - SP 3º Aine Schmidt - Sogipa - RS 3º Bruna Nesi - Sociedade Morgenau - PR Meio-pesado 1º Gabriela Paliano – Assoc. Atlética Judô Futuro - MS

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2º Anny Ribeiro - Associação Procopense de Judô - PR 3º Eduarda Rosa - Grêmio Náutico União - RS 3º Laislaine Rocha - SESI - SP Pesado 1º Victoria Oliveira - Clube Atlético Juventus - SP 2º Beatriz Souza - Esporte Clube Pinheiros - SP 3º Sarah Chaves - Associação Kiai Kam - SP 3º Ellen Furtado - SESI - SP Masculino Superligeiro 1º Allan Gonçalves - Instituto Reação - RJ 2º Daniel Silva - Associação Rodrigo Bilhar - RS 3º Mike Pinheiro - São João Tênis Clube - SP 3º Miquéias Valle - Minas Tênis Clube - MG Ligeiro 1º Michael Marcelino - SESI - SP 2º Robson Penna - Minas Tênis Clube - MG 3º Kainan Pires - Esporte Clube Pinheiros - SP 3º Ítalo Carvalho - Associação Mazzili Judô - MA Meio-leve 1º Daniel Cargnin - Sogipa - RS 2º Hiago Pirolo - Grêmio Náutico União - RS 3º Leonardo Arruda - Jequiá Iate Clube - RJ 3º Tácio Santos - Associação Namie Judô - SP Leve 1º Fernando Ramos - Minas Tênis Clube - MG 2º Lincoln Neves - S.E.L. São José Campos - SP 3º Gustavo Aprígio – Espaço Marques Guiness - DF 3º David Lima - Sogipa - RS Meio-médio 1º Guilherme Guimarães - Esporte C. Pinheiros - SP 2º Giovani Ferreira - Sociedade E. Palmeiras - SP

3º Tiago Pinho - Sogipa - RS 3º Leonardo Lopes - Minas Tênis Clube - MG Médio 1º Henrique Francini - Esporte Clube Pinheiros - SP 2º André Humberto - Minas Tênis Clube - MG 3º Wellington Silva - Clube Regatas Flamengo - RJ 3º Euller Pereira - SESI - SP Meio-pesado 1º Leonardo Gonçalves - Sogipa - RS 2º William Souza - Espaço Marques Guiness - DF 3º Tiago Souza - Minas Tênis Clube - MG 3º Yan Goulart - Sogipa - RS Pesado 1º João Marcos Cesarino - Sogipa - RS 2º Hugo Praxedes - SESI - SP 3º Matheus Rocha - SESI - SP 3º Walter Silva - Clube Regatas Flamengo - RJ Classificação final por clubes Feminino 1 - Minas Tênis Clube - MG 2 - Associação Atlética Judô Futuro - MS 3 - Esporte Clube Pinheiros - SP 4 - Judô Comunitário Instituto Reação - RJ 5 – A. Desportiva e Recreativa Artes Marciais - SP Masculino 1 - SOGIPA - RS 2 - Esporte Clube Pinheiros - SP 3 - Minas Tênis Clube - MG 4 - SESI - SP 5 - Judô Comunitário Instituto Reação - RJ

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COTIDIANO

Lançamento de livro encerra ciclo de

Mateus Sugizaki

Prefeito de Botucatu, autoridades esportivas e amigos prestigiaram lançamento do livro 50 anos do Judô Sugizaki no Brasil. POR

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Paulo pinto I Fonte IGOR MEDEIROS I Fotos BUDOPRESS

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C

om a presença de amigos da família Sugizaki, autoridades políticas e esportivas, professores e alunos do sensei Mateus Sugizaki, no dia 2 de setembro foi lançado o livro 50 Anos do Judô Sugizaki no Brasil. Publicada pela Global Sports Editora, a obra relata a saga e as conquistas da família Sugizaki nos tatamis. A solenidade realizou-se no salão social da Associação Atlética Botucatuense (AAB) e reuniu mais de 200 pessoas que fizeram questão de participar do encontro avaliado pelos filhos do professor kodansha Mateus Sugizaki como o encerramento de um ciclo de vida. Prestigiaram o evento João Cury Neto, prefeito de Botucatu; Antônio Carlos Pereira, secretário municipal de Esportes, Lazer e Turismo; Francisco de Carvalho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); e Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô (FPJ), além de membros e amigos da família Sugizaki. Na abertura do evento autoridades políticas e esportivas prestaram mais uma homenagem a Mateus Sugizaki, um dos judocas que mais se destacou e projetou nos cenários esportivo, acadêmico e da gestão. Escrita por Mário Mateus Sugizaki, Anderson Dias Lima e Alexandre Janotta Drigo, a obra revela os caminhos que levaram os Sugizaki ao topo do alto rendimento e permitiram a edificação de uma das mais belas histórias do judô paulista, além de toda a difusão da modalidade pelo interior do Estado. O patriarca nasceu na província de Shizuoka, no Japão, e imigrou para o Brasil aos 14 anos. Iniciou a prática do judô na cidade de Avaré, onde ajudou a fundar a Academia Avareense de Judô, em 1957. A família mudou-se para Botucatu em 1965, formou sua própria escola e implantou o sistema Judô Sugizaki. Hoje, com apoio da Prefeitura de Botucatu, a Associação de Judô Mata Sugizaki contribui na formação de mais de 400 crianças e jovens distribuídos em oito projetos sociais espalhados pela cidade. Após enaltecer a presença dos diretores da FPJ no evento, e lembrar de toda a tradição de Botucatu nos tatamis, João Cury Neto destacou a importância do trabalho social desenvolvido pela família Sugizaki. “Mais do que um vencedor, Mateus foi um exemplo para todos nós, dentro e fora dos tatamis. Ele era um homem múltiplo, preocupado com as coisas da cidade, com os jovens, e levou o esporte às comunidades

Mário Sugizaki autografou centenas de livros para os judocas e amigos da família Sugizaki que prestigiaram o evento João Cur y Neto

Francisco de Carvalho

Alessandro Puglia

Mário Sugizaki

Antônio Carlos Pereira

mais carentes. Tivemos a oportunidade de fazer parcerias para difundir o judô em populações que provavelmente não teriam acesso à modalidade. Quantas pessoas tiveram, de alguma forma, suas vidas transformadas pelo judô? E quando falamos judô, falamos da família Sugizaki. A história de Botucatu mistura-se com a história dos Sugizaki. Por isso, nós é que temos de agradecer pelo que Mateus e toda a família Sugizaki fez pela cidade”, disse o prefeito. Antônio Carlos Pereira destacou uma das grandes virtudes do sensei Mateus Sugizaki: a lealdade. “Uma das qualidades do Mateus é que ele sempre teve lado e sempre defendeu suas convicções judoísticas e políticas com extrema transparência e lealdade. Jamais ultrapassou o limite da decência, da honestidade e do companheirismo. Mesmo estando em lados opostos, ele sempre foi um gentleman. Sem contar que, durante todos os anos em que estive à frente da Secretaria Municipal de Esportes, o judô jamais teve um problema, pois com o Mateus tudo aconteceu de forma correta e impecável”, pontou o secretário botucatuense. Um dos autores do livro, Mário Sugizaki, lembrou que o pai dedicou a vida ao judô. “Esse livro está divido em três partes: a história do judô antes do sensei Mateus, como ele se tornou o primeiro brasileiro a ser campeão mundial até a descentralização da academia, da importância das parcerias com a prefeitura e o trabalho assistencial. Meu pai dedicou a vida toda ao judô. Antes de falecer, ele já vinha tentando escrever esse livro, mas não conseguiu finalizar. Então esse livro fecha um ciclo de vida do sensei Mateus que muito nos orgulha.” Alessandro Puglia destacou a contribuição do sensei Sugizaki ao judô paulista. “Aprendi muita coisa com o professor Mateus, porque ele tinha o dom de incentivar o processo de crescimento das pessoas à sua volta. Entre seus ensinamentos destaco

Antônio Carlos Pereira

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COTIDIANO

Daniele Sugizaki, Mário Sugizaki, João Cury Neto, Clara Sugizaki, Francisco de Carvalho, Antônio Carlos Pereira, Alessandro Puglia e Adib Bittar Dib

a postura, a discrição e a lisura. Aliás, acho que cheguei à presidência da FPJ devido ao que aprendi com sensei Sugizaki. Ele não foi apenas um dirigente. Ele reformulou nossos estatutos, criou nosso código de ética, e trabalhou arduamente pelo desenvolvimento de nossa entidade. Se temos hoje toda esta organização na FPJ, devemos grande parte disso a ele”, lembrou o dirigente paulista. Francisco de Carvalho Filho cobrou a manutenção dos projetos sociais, que hoje atendem mais de 400 crianças em Botucatu. “O Mateus foi meu parceiro e companheiro por muitos anos e sempre trabalhou na reconstrução da estrutura de uma entidade que se divide em 16 delegacias regionais. O Mateus tem o mérito de receber esta homenagem, este livro que revela a trajetória da família Sugizaki, e espero que tudo aquilo que ele semeou floresça. Antes de encerrar Carvalho pediu atenção especial do prefeito João Cury Neto para manter os projetos sociais da Associação Sugizaki. Na sequência o dirigente sugeriu um mokusô em homenagem ao colega judoca. À Revista Budô o dirigente nacional revelou outros aspectos de sua relação com o professor kodansha botucatuense. “As pessoas não têm dimensão da obra e do legado deixado pelo Mateus. Ele não era político. Era extremamente técnico, eclético e possuía um conhecimento gigantesco da vida. Portanto, toda a homenagem que for feita a ele é pequena”, disse o dirigente, que concluiu pontuando parte da obra de Sugizaki. “O Mateus não era apenas meu vice. Ele tocava o departamento técnico da FPJ. Ser vice-presidente nunca representou absolutamente nada para ele. Sua paixão era a área técnica e era nessa praia que ele nadava a braçadas, e vou citar poucos exemplos: se hoje temos credenciamento técnico na FPJ e nas principias federações

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Os escritores Anderson Dias de Lima, Alexandre Janotta Drigo e Mário Sugizaki com Daniele

Sugizaki

Clara Sugizaki e amigas

Daniele Sugizaki, Mário Sugizaki, João Cury Neto e Clara Sugizaki

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Clara Sugizaki cercada por judocas de todo o Estado de São Paulo que foram prestigiar o evento da família Sugizaki

Mário Sugizaki, João Cury Neto, Francisco de

Carvalho, Antônio Carlos Pereira, Alexandre

Janotta Drigo e Anderson Dias de Lima

Anderson Dias de Lima, Alexandre Janotta Drigo, Daniele Sugizaki, Mário Sugizaki, Francisco www.revistabudo.com.br Puglia e Adib Bittar Dib Alessandro

do Brasil, nós devemos isso a ele. Se temos um processo pedagógico para mudanças de faixa, foi ele que fez. Se hoje possuímos um código de ética, foi o Mateus que fez. Ser vice é uma função formal. Ele nunca foi vice-presidente. Ele chamou para si toda a responsabilidade de gerenciar e impulsionar a área técnica da FPJ, a principal entidade estadual do judô brasileiro”, concluiu o vice-presidente da CBJ. Daniele Sugizaki, a filha caçula, falou sobre a importância do livro para a finalização da trajetória de seu pai. “O livro que estamos lançando foi elaborado e pensado por meu pai, mas ele não teve tempo para finalizar a obra. Na época ele já contava com o apoio importantíssimo dos professores Anderson Dias Lima e Alexandre Janotta Drigo, que seguiram o projeto inicial com meu irmão Mário Sugizaki. O livro revela grande parte da história de nossa família, mas o mais importante para nós é que o livro encerra o ciclo da trajetória de meu pai”, disse. Bastante emocionada, Clara Sugizaki falou sobre o legado do judô na vida de todos aqueles que dividiram os tatamis com sensei Sugizaki. “Estou muito feliz por testemunhar a realização de um grande sonho do Mateus: o lançamento deste livro. Sempre que podia, ele reservava um tempinho para meditar e escrever pedaços da história de nossa família. A vida dele e da família sempre esteve relacionada ao judô, e nos dedicamos de corpo e alma. O Mateus foi um pai para centenas de alunos que hoje são pessoas muito bem-sucedidas, que construíram famílias bem estruturadas. Hoje eles afirmam que tudo que conquistaram foi por meio dos ensinamentos do judô, e isso é muito gratificante. Hoje encerramos este ciclo de nossas vidas, com muito orgulho e agradecendo a todos que em determinado momento fizeram parte de nossa história e de nossas vidas.”

de Carvalho, Clara Sugizaki,

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C AMPEONATO PARANAENSE DE JUDÔ SUB 15

Com quatro ouros,

Judô Tonietto fatura o paranaense sub 15

C

A competição definiu os atletas que comporão a seleção paranaense que disputará o campeonato brasileiro.

erca de 150 judocas participaram do Campeonato Paranaense Sub 15, que, além de revelar os campeões estaduais das oito classes de peso do masculino e do feminino, definiu a seleção que defenderá o Estado no campeonato brasileiro da categoria. O certame foi promovido pela Federação Paranaense de Judô (FPrJ) no dia 31 de julho, no ginásio do Centro Esportivo Bagozzi, em Curitiba, onde foram montadas três áreas de disputa. A cerimônia de abertura contou com a participação de várias autoridades esportivas, entre as quais Luiz Iwashita,

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POR

paulo pinto I Fotos LILO BARROS

presidente da FPrJ; Marcos Roberto da Veiga, delegado da DR Sul; Ney de Lucca Mecking, professor kodansha 7º dan; Helder Marcos Faggion, delegado da DR Norte; Walter Kazunori Babata, professor kodansha 6º dan; e Celso Takeshi Ogawa, diretor do departamento de seleções da FPrJ. Agradecendo a presença de todos, Luiz Iwashita destacou que os campeões de cada categoria disputarão o Campeo-

nato Brasileiro de Judô Sub 15. “Este é o primeiro evento que realizamos após os Jogos Olímpicos Rio 2016, e quero aproveitar para parabenizar os três judocas brasileiros que conquistaram medalhas. Lembro que os campeões do nosso certame terão direito de representar nosso Estado, em setembro, no campeonato brasileiro classificatório para os campeonatos pan-americano e sul-americano.” Já o sensei Celso Takeshi Ogawa, diretor do departamento estadual de seleções da FPrJ, esclareceu as dúvidas surgidas com relação à antecipação da competição do mês de agosto para ju-

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Luiz Iwashita

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Celso Ogawa

Mais uma vez a locução do evento ficou a cargo do árbitro paranaense Aspirante FIJ, Marcelo Bueno

Sensei José Luiz Lemanczuk

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Revista Budô número 18 /Brasileiro 2016 Sub 15 Atletas que irão disputar o Campeonato


C AMPEONATO PARANAENSE DE JUDÔ SUB 15 lho. “Tivemos de adequar nosso evento ao calendário da Confederação Brasileira de Judô. Foi uma mudança necessária, e lamentamos os transtornos causados.” O sensei José Luiz Lemanczuk Júnior também falou sobre o assunto. “A decisão da FPrJ teve um motivo real e não havia como contornar o problema que envolvia o calendário da CBJ. Esperava maior compreensão de alguns pais de atletas que acabaram potencializando um problema que não tinha como ser evitado.”

Judô Tonietto vence nos dois gêneros Nos tatamis a Associação Desportiva Judô Tonietto levou a melhor nos naipes feminino e masculino, conquistando duas medalhas de ouro em ambos os gêneros. No feminino a equipe da capital chegou ao lugar mais alto do pódio com Hevelyn Amado, peso-meio-médio, e Laura Lessa, peso-médio. No masculino conquistaram o ouro Joelson Júnior, peso-meio-leve, e José Júnior, pelo-leve. O Judô Tonietto ainda conquistou mais quatro medalhas, sendo uma de prata e três de bronze. Em segundo lugar ficou a Associação Maringaense de Cultura Física, que obteve duas medalhas de ouro com Gabriela Ribeiro e João Ribeiro, ambos do peso -pesado. A AMCF fez mais uma final, e conquistou a medalha de prata com Giovanni Silveira, no peso-médio. Disputando cinco finais e conquistando nove medalhas, o Judô Lemanczuk Júnior ficou em terceiro lugar geral, com

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Mesa de honra na cerimônia de abertura

uma medalha de ouro conquistada por Letícia Ponte, peso-superligeiro. A equipe da capital fez mais quatro medalhas de prata e quatro medalhas de bronze, que asseguraram a terceira colocação geral na competição.

Seleção paranaense sub 15 Peso-superligeiro Letícia Ponte Thales Alves Peso-ligeiro Laura Soken João Neto Peso-meio-leve Dafne Oliveira Joelson Júnior Peso-leve Bruna Nascimento José Júnior Peso-meio-médio Hevelyn Amado Rhuann Silva Peso-médio Laura Lessa Caio Vieira Peso-meio-pesado Bianca Araújo Marco Manchini Peso-pesado Gabriela Ribeiro João Ribeiro

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Seleção paranaense

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O Estado do Paraná vai disputar o campeonato brasileiro em Lauro de Freitas (BA) com uma equipe formada por atletas de 12 clubes da capital e do interior: Associação Desportiva Judô Tonietto, Associação Maringaense de Cultura Física, Judô Lemanczuk Júnior, Judô Kussumoto, Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, Sociedade Morgenau, Associação de Judô Cambé, Escola de Judô Pedro Dias, Judô Tambosi, Colégio Marista Pio XII, Academia Hobby Sport, Instituto Mirai Kodokan e Associação Maringaense de Cultura Física (AMCF).

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JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016

Equipe olímpica brasileira de judô é apresentada no Rio de Janeiro Os 14 judocas convocados para os Jogos Rio 2016 participaram da cerimônia no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

Equipe olímpica de judô com o presidente da entidade

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O presidente da CBJ reafirmou todo o esforço empregado neste ciclo olímpico

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fonte

IMPRENSA/CBJ I

Fotos

BUDOPRESS I DANIEL ZAPPE/CBJ

m dia após anunciar a equipe que rea mesma de Londres: Sarah Menezes, Érika Miranda, Rafaela Silva, Mariana Silva, Maria presentará o judô brasileiro nos Jogos Portela, Mayra Aguiar e Maria Suelen AltheOlímpicos do Rio 2016, a Confederação Brasileira de Judô promoveu no dia 2 man. É um time jovem, mas com muita exde junho a cerimônia de apresentação periência, já que todas elas têm, pelo menos, oficial dos 14 judocas selecionados em evenuma participação olímpica no currículo. Ao lado de Mayra Aguiar, Sarah Menezes to inédito no Aeroporto Santos Dumont, no está a caminho de sua terceira participação em Rio de Janeiro. Jogos Olímpicos desde a estreia em Pequim, O presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teiem 2008, com apenas 18 anos. Uma bagagem xeira, ressaltou em seu discurso de abertura que, segundo a campeã olímpica, fará toda a os esforços feitos pela entidade durante todo diferença na hora de encarar os tatamis do Rio. o ciclo olímpico para a preparação da equipe. “Autoconfiança é uma característica que “A CBJ se empenhou ao máximo, fez o eu tenho desde muito jovem. Acredito muimáximo, ofereceu o máximo para a seleção brasileira. Deles não foi tirado um centavo de to no amadurecimento do atleta. Essa exrecurso para treinos no Brasil e no exterior, periência nos faz mudar um pouco a visão competições e aquisição de equipamentos. sobre a Olimpíada e começamos a tratá-la Nossos atletas tiveram, estão tendo e terão com mais naturalidade, como um torneio tudo que for necessário. A convocação atennormal, mesmo sabendo da grandiosidade do evento”, disse. deu a nossa proposta, que O time masculino, por era reunir os judocas mais outro lado, passou por um bem colocados no Word processo de renovação e Ranking List, e com isso terá quatro estreantes em escalar os melhores atletas Jogos Olímpicos: Charles do País em cada categoChibana, Alex Pombo, Vicria de peso. Posso afirmar: essa será a nona Olimpíada tor Penalber e Rafael Buzaconsecutiva em que o judô carini. No Rio, eles estarão Patrocinadora oficial brasileiro subirá ao pódio”, ao lado dos medalhistas da Confederação Brasileira afirmou Paulo Wanderley. olímpicos Felipe Kitadai, de Judô A equipe feminina será Tiago Camilo e Rafael Silva.

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JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016 “A gente tenta imaginar como vai ser, mas é impossível. Olimpíada é diferente de tudo”, comentou Penalber, que em 2015 foi bronze no Mundial de Astana, no Cazaquistão. “O que procuro fazer é conversar bastante com os mais experientes, como o Tiago Camilo, que já vai para sua quarta Olimpíada. É importante, e ajuda a gente a imaginar como vai ser o nosso dia lá no Parque Olímpico.” A comissão técnica da seleção foi representada no evento pelos técnicos Luiz Shinohara, Rosicléia Campos, Fúlvio Miyata, Mário

Paulo Wanderley Teixeira Seleção olímpica feminina

Seleção olímpica masculina Atletas olímpicos mostram espirito de união

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e Ney Wilson

Tsutsui e Mário Sabino, além do médico Matheus Saito, do analista de desempenho Leonardo Mataruna e Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da CBJ. Os próximos compromissos da seleção olímpica serão treinamentos de campo no Brasil e na Europa. A equipe masculina se reunirá em Pindamonhangaba de 12 a 17 de junho, enquanto a feminina fará treinamentos internacionais em Perpignan, na França, de 10 a 18 de junho. As disputas de judô ocorrerão de 6 a 12 de agosto, na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico da Barra, e os ingressos para ver a modalidade estão com grande procura. A convocação atendeu a um dos maiores objetivos dos gestores da CBJ, que é homogeneidade técnica do judô no País. Foram convocados sete judocas paulistas, dois cariocas, duas gaúchas, uma brasiliense, uma piauiense e um sul-mato-grossense. São Paulo credenciou apenas 50% dos atletas para os Jogos Rio 2016, o que é um passo gigantesco, já que no passado 95% da seleção eram paulistas. Quatro das cinco regiões do Brasil estão representadas na atual seleção brasileira de judô, e esta é uma conquista que deve ser comemorada. O judô é o esporte que conquistou maior número de medalhas para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos. São 19 pódios em nove edições, sendo três ouros, três pratas e 13 bronzes. É também a única modalidade a conquistar medalhas em todas as edições dos Jogos Olímpicos desde Los Angeles, em 1 984. www.revistabudo.com.br


Atletas convocad

A cerimônia de apresentação da seleção olímpica reuniu grande contingente da imprensa esportiva

os

Categoria Ligeiro Masculino - Felipe Kitadai - São Paulo, SP Feminino - Sarah Menezes - Teresina, PI Categoria Meio-Leve Masculino - Charles Chiban a - São Paulo, SP Feminino - Érika Miranda - Brasília, DF Categoria Leve Masculino - Alex Pombo Guaratinguetá, SP Feminino - Rafaela Silva Rio de Janeiro, RJ Categoria Meio-Médio Masculino - Victor Penalbe r - Rio de Janeiro, RJ Feminino - Mariana Silva Peruíbe, SP Categoria Médio Masculino - Tiago Camilo - Tupã, SP Feminino - Maria Portela Júlio de Castilhos, RS Categoria Meio-Pesado Masculino - Rafael Buzaca rini - Barra Bonita, SP Feminino - Mayra Aguiar Porto Alegre, RS Categoria Pesado Masculino - Rafael Silva - Cam po Grande, MS Feminino - Maria Suelen Alth eman - Amparo, SP

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô Dirigentes e parte da comissão técnica da seleção brasileira de judô

Dirigentes, comissão técnica e equipe interna da CBJ posam para foto histórica

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KARATÊ-DÔ

A

Kamikazes ou budocas?

fase final do Campeonato Brasileiro de Karatê reuniu 1.810 competidores, de 15 a 18 de outubro em Joinville (SC). Na competição estavam iniciantes que debutaram em certames nacionais, atletas mais experientes e numerosos karatecas que atuam na seleção brasileira disputando medalhas no kata e no kumitê. Entre iniciantes e atletas do alto rendimento no caminho das mãos vazias existe uma classe de lutadores que entra no koto para o “tudo ou nada”. Alguns dizem que são loucos e outros afirmam que são kamikazes, mas na verdade são atletas que possuem espírito de guerreiro e buscam a vitória incessantemente. Em Joinville vimos um exemplo clássico do verdadeiro espírito

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POR

paulo pinto

I

F oto

BUDÔPRESS

Kamikazes? Não. Lutadores destemidos e comprometidos que buscam incessantemente vencer, custe o que custar.

de samurai na disputa do kumitê adulto individual -84 kg, quando Felipe Medeiros, atleta do Clube de Regatas Vasco da Gama (RJ), foi nocauteado e ficou apagado por 30 segundos. Depois de ser reanimado Felipe foi imobilizado e, ainda meio inconsciente, encaminhado ao hospital para exames de rotina. Quem viu a forma contundente como seu adversário desferiu o tsuki-waza frontal, que nocauteou o karateca carioca fulminantemente, certamente pensou que tão cedo ele não voltaria aos tatamis. Mas se equivocou. Uma hora depois Felipe Medeiros estava de volta ao koto para compor o time carioca de kumitê equipe e, após vencer vá-

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Uma equipe médica composta por cinco profissionais atendeu Felipe Medeiros prontamente

Em poucos minutos Felipe chegou ao hospital

Recuperado do susto, Felipe ainda fez três lutas por equipe

rios combates, acabou conquistando a medalha de prata. Feliz por sua recuperação, o atleta do Vasco da Gama falou sobre a contusão que literalmente o levou à lona. “Na disputa do individual dei uma bobeira, recebi um golpe no maxilar e apaguei totalmente. Acordei no tatami antes de me colocarem na maca, mas estava tonto e as coisas giravam à minha volta. No hospital fui avaliado e, fora o profundo corte na boca, nada foi constatado e fui liberado para voltar. Chegando aqui nosso técnico precisava de mim para compor a equipe e não pensei duas vezes. Fiz dois combates e venci atletas da Rondônia e Bahia. Infelizmente na final caímos diante de Santa Catarina e ficamos com a medalha de prata.” Triste pela derrota da equipe na final, mas feliz por ter conquistado a medalha de prata para o Estado do Rio

de Janeiro, Felipe lembrou que dona Leila Medeiros não acompanha seus combates. “Minha mãe não gosta de assistir às minhas lutas. Ela acha tudo isso muito violento, e ainda bem que ela não estava na arena. Se estivesse aqui não permitiria que competisse novamente. Entendo seus pontos de vista, mas dedico esta medalha a ela.” Obviamente, para as pessoas que não têm o hábito de lutar e não conhecem o dô (caminho), o carioca Felipe Medeiros e todos os karatecas, judocas, jiu-jitsucas, taekwondistas ou budocas que cultuam sua evolução técnica e pessoal por meio do combate nos tatamis são kamikazes ou suicidas. Mas a verdade é que a vida demanda luta, e lutar é preciso, sempre. Quando o combate é limpo, revestido de fair-play e respeito mútuo, não é nocivo e muito menos destrutivo. Toda modalidade de luta é constitu-

ída de valores éticos e morais. Esse contato e intimidade com o conteúdo filosófico inerente às artes marciais é o que torna os faixas pretas seres humanos diferenciados e pessoas melhores. No fim do século 18 Jigoro Kano escreveu que somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo, humildade. Gichin Funakoshi, seu contemporâneo, pontuou que o objetivo final do karatê ou do sumô era o mesmo: o treinamento do corpo e da mente. Morihei Ueshiba, outro importante contemporâneo de Kano, afirmou que ferir seu oponente é ferir a si mesmo. A arte da paz é controlar a agressão sem produzir danos. Os criadores do judô, karatê e aikidô pregavam a não violência por meio do preparo do corpo, da mente e do espírito. Lutar é preciso, e isso não tem nada a ver com violência.

Após a final, vencidos e vencedores se abraçam e mostram o verdadeiro espírito do budô

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C ÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO

Sessão solene homenageia Morganti Ju-jitsu Por iniciativa do vereador Jean Madeira, shihans, faixas pretas, alunos, academias e colaboradores do Morganti Ju-jitsu e do Morganti Capoeira foram homenageados na Câmara Municipal de São Paulo. POR

PAULO PINTO I Fotos ERIK TEIXEIRA

O plenário da Câmara Municipal de São Paulo foi totalmente tomado por professores e alunos do Morganti Ju-jitsu

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uma iniciativa inédita do vereador Jean Madeira, no dia 9 de junho, a Câmara Municipal de São Paulo realizou sessão solene que homenageou ju-jitsukas e capoeiristas do Morganti Ju-jitsu e Morganti Capoeira. A solenidade reuniu autoridades políticas e esportivas, entre as quais estavam Jean Madeira, vereador proponente que presidiu a sessão solene; shidoshi Ricardo Morganti, shihan Paulo Morganti, shihan Marcelo Barcellar; shihan Egly Roberto; shihan Alberto Tiziano; mestre Ivanildo Arcanjo, da capoeira; escritor José Luiz Tejon; e Márcio Issa, gestor do Centro Educacional José Bonifácio.

O evento que homenageou os maiores nomes de ambas as entidades contou com a presença de shihans, professores, técnicos, faixas pretas, academias, alunos e seus familiares. Em seu depoimento, Jean Madeira destacou o aspecto pedagógico do Morganti Ju-jitsu. “Por meio do Morganti Ju-jitsu, o professor Ricardo conseguiu introduzir seu sistema de ensino em dezenas de escolas e fez com que crianças e jovens tivessem acesso a uma modalidade esportiva completa, que de forma harmônica trabalha a mente e o corpo, proporcionando equilíbrio e eliminando a violência.” O vereador faixa preta ainda falou sobre a contribuição social das artes marciais. “Recebemos aqui 800 praticantes aproximadamente e o que mais nos impressionou em todo o grupo foi a disciplina e a organização, desde os mais jovens aos mais velhos. Isso mostra o quanto as artes marciais podem somar e contribuir no desenvolvimento e no bem-estar da sociedade como um todo.”

Segundo seus idealizadores, o Morganti Ju-jitsu é um caminho para se viver; e é também um método de luta e uma forma de atividade física que reúne mente, corpo e espírito. Propicia ao praticante uma forma estimulante de conhecimento, otimizando a calma, a paciência e o equilíbrio. Por meio desta forma de aprendizado, o Morganti Ju-jitsu propõe a não violência, pois seu objetivo é mostrar ao praticante que é preciso seguir uma filosofia de crescimento interno, ou seja, o caminho do autoconhecimento. Foram homenageados quase 800 mestres, professores, alunos e familiares de mestres já falecidos. Contudo, foram emitidos mais de 1.350 certificados que oportunamente serão entregues àqueles que foram homenageados pela atuação e participação no desenvolvimento do Morganti Ju-jitsu. Ricardo Morganti falou sobre as dificuldades que ajudaram a pavimentar a estrada que possibilitou o desenvolvimento do

Shihans Marcelo Barcelar, Alberto Tiziano e Egly Roberto com sensei Jean Madeira e shidoshi Ricardo Morganti

Sensei Jean Madeira

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Shidoshi Ricardo Morganti

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C ÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO

Mestre Ivanildo Arcanjo, shihan Alberto Tiziano, shidoshi Ricardo Morganti, Dagmar Morganti, grão-mestre Paulo Morganti, sensei Jean Madeira, shihan Marcelo Barcelar e shihan Egly Roberto

Professores e alunos sendo homenageados

Jean Madeira reverenciou o trabalho desenvolvido pelos professores do Morganti Ju-jitsu

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Ricardo Morganti e Jean Madeira com Keiko e Orlando Narita, pais do falecido sensei Franklin Narita

Morganti Ju-Jitsu. “Quero iniciar agradecendo ao vereador Jean Madeira por esta grande homenagem aos membros de nossa organização e àqueles que comungam de nosso ideal. Lembro que iniciamos de forma muito humilde, sem recurso algum, em uma garagem na região da Pedreira. Devido à determinação e força de vontade dos nossos alunos é que pudemos chegar onde estamos hoje. Sou filho de imigrantes, minha mãe veio da Áustria fugindo da guerra e meu pai veio do Paraná. Apesar das dificuldades, investiram muito em minha educação e isso foi determinante na formação do Morganti Ju-jitsu”. Shidoshi Ricardo explicou que a origem de tudo foi com seu pai. “Na verdade, tudo começou com meu pai, Paulo Morganti, que aprendeu ju-jitsu com o sensei Yasuichi Ono, que em 1928, aos 19 anos, migrou para o Brasil quando ainda era 3º dan. Ele e seu irmão Naoichi Ono ensinaram judô e ju-jitsu para o meu pai. Futuramente o dojô dos irmãos Ono conquistou projeção, pois a primeira turma do programa de TV Gigantes do Ringue foi formada por integrantes da Academia Ono, e meu pai fazia parte desse grupo”. O idealizador do Morganti Ju-Jitsu destacou a relevância da homenagem prestada na solenidade. “Lembro que quando foi feito o convite para estarmos nesta solenidade, o vereador Jean Madeira ainda era secretário estadual de Esporte. Além disso, ele é faixa preta de judô, um esportista com origem nos tatamis, o que dá maior relevância e importância a esta homenagem, pois entendemos que ele não é um político como a grande maioria. O vereador Jean Madeira é um budoka que está na política, buscando fazer o bem, ajudando pessoas que precisam de auxílio e outras que estão em situação de risco.” O dirigente explicou que em âmbito estrutural sua modalidade é praticada em vários continentes. “Desenvolvemos este www.revistabudo.com.br


Marcelo Barcelar, Alberto Tiziano, Ricardo Morganti e Egly Roberto sendo homenageados pelo vereador faixa preta Jean Madeira

trabalho há 24 anos e hoje estamos em 11 Estados das regiões Sul, Sudeste, Centro -Oeste e Nordeste: Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Ceará. Em São Paulo temos a Federação Paulista de Morganti Ju-jitsu, que possui três entidades subordinadas a ela: Associação Gatame, Associação Kime e Associação Masashi. Estimamos mais de 10 mil praticantes na capital, pois nossos professores dão aula em escolas do ensino fundamental. No âmbito internacional nossa modalidade é praticada em nove países: Canadá, Estados Unidos, Chile, Argentina, África do Sul, Inglaterra, Nova Zelândia, Alemanha e Brasil. Ainda em nível estrutural, Ricardo Morganti relacionou os shihans que estão à frente da modalidade. “Nós usamos o termo shihan e não kodansha, que é a nomenclatura adotada pelos judocas. Atualmente cinco shihans comandam a modalidade: shihan Alberto Nicolletti, shihan Marcelo Barcellar, shihan Egly Roberto, shihan Alberto Tiziano e eu, shidoshi Ricardo Morganti. Desde a nossa fundação já formamos mais de 800 faixas pretas. Fazendo um balanço final sobre a honraria recebida na Câmara Municipal de São Paulo, shidoshi Morganti falou sobre gratidão e comprometimento. “Não podemos deixar de destacar a alegria de todas as pessoas que foram à casa do povo para serem homenageadas. Na memória de todos fica a homenagem prestada pelo município, mas também fica o reconhecimento pela iniciativa do vereador proponente que, por ser da arte marcial, agrega maior importância à sessão solene, já que as homenagens foram prestadas por mérito e não politicamente. Ficam também os sentimentos de gratidão e comprometimento por termos participado de uma ação que prestigiou toda a comunidade do Ju-jitsu Morganti.” www.revistabudo.com.br

Leila Santos Morganti, Ricardo Morganti, Oswaldo Nogueira, Jean Madeira e Aniele Alcântara

Professores e alunos sendo homenageados

Professores e alunos sendo homenageados

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C ampeonato Brasileiro de Judô Sub 18

a r i e m i r p a n a i e s s a p o l São Pau ! a d a r o p m e da t I fon te IM PR EN SA /C BJ por paulo pinto

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I Fotos VA LT ER FR AN ÇA

/C BJ

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competição

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Paraná surpreende, e fica em segundo lugar com três medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze.

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O

Estado de São Paulo foi o grande vencedor do Campeonato Brasile iro Sub 18, realizado no Centro Pan-Americano de Judô da CBJ, em Lauro de Freitas (BA), nos dias 14 e 15 de maio. Os paulistas acumularam nove medalhas de ouro, uma de prata e três de bronze e só não subiram ao pódio em três categorias de peso, mantendo a hegemonia desde a base ao alto rendimento. Ao ocupar o segundo lug ar na classificação geral, a seleção do Paraná tor nou-se a grande sensação do certame, obtendo três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Me smo sem contar com um grande clube investidor, como ocorre em São Pau lo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, o Estado mantém um judô de alto nível. Até o Rio de Janeiro passou a ter uma agremiação dotada de recursos e com algum poderio econômico, após a inserção do Instituto Rea ção no circuito nacional. Minas Gerais chegou em terceiro lugar com três medalhas – um ouro, um a prata e um bronze –, seguida pelo Distrito Federa l, que também surpreendeu, mostrando grande pre sença na base e conquistando seis pódios com um ouro e cinco bronzes. O grupo das cinco melho res equipes fechou com o Amazonas, que fez histór ia ao alcançar dois pódio s, com uma medalha de our o e outra de bronze. O top 5 por Estados abrang eu seleções de quatro regiões: Norte, Centro-Oe ste, Sudeste e Sul. Apena s o Nordeste não obteve me dalhas de ouro. Mas, com exceção de São Paulo, que detém maior cultura e tradição judoísta, o Campeo nato Brasileiro Sub 18 de 2016 foi bastante homog êneo: das 26 federações ins critas, 17 chegaram ao pó dio.

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C ampeonato Brasileiro de Judô Sub 18

Houve várias conquistas surpreendentes. Talvez a maior delas tenha sido a de Aristides Júnior, de Roraima, campeão na categoria superligeiro, logo no início da competição. Ele conseguiu ippons sobre Pedro Holstein (RS) e Victor Hugo de Almeida (RJ). Na semifinal, vitória por yuko sobre Aldi Oliveira (RN) e na decisão, por wazari contra Felipe Gerônimo (SP). “Estou me sentindo muito feliz, a ficha ainda não caiu. Esta medalha de ouro foi muito suada. A semifinal foi o momento mais difícil. O adversário era mais forte que eu fisicamente, mas deu um vacilo e eu consegui encaixar um ura-nage”, disse o tímido Aristides, que dava sua primeira entrevista. Encerrando o primeiro dia de competição, vieram mais duas zebras. No meio-médio, Guilherme Schmidt, atleta do Distrito Federal, venceu na final o cabeça de chave número 2, o paranaense Gabriel Adriano, e conquistou o título da categoria, encerrando uma campanha perfeita em que venceu suas quatro lutas por ippon. “Foi a força dos meus treinos, além do meu técnico sempre me motivando e de minha mãe na arquibancada. Eu lutei na semana passado, acho que fui prejudicado e isso me deu mais motivação. Consegui soltar os golpes que venho treinando, as técnicas que aprimorei e melhorei para conseguir virar as lutas em que saí perdendo”, disse Guilherme Schmidt. Leonardo Lopes, atleta que defende a federação mineira, foi o que podemos chamar de algoz dos favoritos. Em sua primeira luta, superou Igor Morishigue, vice-cam-

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peão mundial cadete no ano passado e líder do ranking nacional, na diferen ça de punições. Depois, vieram vitórias sobre Gabriel Oliveira (DF) e Giovanni Mangini (PR) po r ippon. Na decisão, um confronto com o segund o colocado do ranking, Ayhan Zanella, de Mato Gro sso do Sul. E, mesmo em sua primeira disputa de campeonato brasileiro, Leonardo não se inti midou, foi pra cima de Zanella e venceu com um yuko. “Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por me dar saúde para poder treinar. Depois, agradecer ao meu clu be pela estrutura ímpar que me oferece para trei nar. Foi meu primeiro campeonato brasileiro por que sou de Campinas (SP) e cheguei ao Minas Tên is Clube apenas neste ano. Faço judô desde 3 ano s de idade e, por isso, é uma emoção muito gra nde ter conquistado esse título”, disse Leonardo Lopes. Mas nem só de surpresas viveu o primeiro dia do brasileiro sub 18. Gra nde parte dos ouros de São Paulo veio com a con firmação dos favoritos. Entre eles, os de Renan Torres (55kg), Michael Marcelino (60kg), Jeferson Santos Júnior (66kg) e Larissa Pimenta (48kg), tod os líderes do ranking nacional em suas categorias . “Foi uma competição mu ito disputada. Geralmente, os Estados do Sul e Sudeste são os mais fortes, mas agora tem os bons atletas em outras regiões, o que aum enta bastante a competitividade”, disse Renan. “No ano passado cheguei como favorito e fui der rotado na final. Acho que o que estava faltand o era a minha cabeça. Hoje, cheguei meio ner vos o, mas no final tudo deu certo”, completou. Alé m deles, ficaram no topo do pódio Manuela Jes us (40kg), Sandy Souza (57kg) e Gabriella Morae s (63kg). Outras atletas que saír am como cabeça de chave e se deram bem foram a paranaense Natasha Ferreira, campeã na categoria ligeiro (44kg), e a amazonense Ma ria Taba, campeã no leve (52kg). www.revistabudo.com.br

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C ampeonato Brasileiro de Judô Sub 18 aa gente está cans e porque quando ad ei nt in vo tre , de da a rç ga fo tipos de pe “Eu tive muita r . Trabalhei vários te ce de ale ia ev nc pr riê e pe qu oluindo. A ex ev da é a vontade r ua in nt ais co m ra m atletas s novas pa m para lutar co algumas técnica me deu bagage pa azonense. ro Eu am a na e o ss di tid compe me ajudou”, o iss e , ado feos til es s tro gorias meio-pes rápidas, com ou s finais das cate na s asil no to Br re do di es os nt nt Os confro os representa m ira fin rde o lin mascu ntes (SP) e Edua minino e pesado sse. Giovanna Fo cla da am ar no nt ica fre er n-am (PE) se en campeonato pa onardo Sant’Ana la cas Lima (SP) e Le Lu mas também pe e l, S) na (R cio sa na Ro da pelo título só . o or nã elh s m õe a cis m ra nas grandes de os paulistas leva ão continental. E ar para garantir vaga na competiç o por ter de ganh sã es pr o. de o nh ui dei o meu máxim “Havia um pouq ando para isso e ar u lo ep fa pr ”, e te m en ha m vin campeã nova ja se a vaga. Mas eu eu e qu ra ais forte pa Agora é treinar m lmente, foi a mais . Giovanna final, que, natura à ar eg o de ch ra pa tá no primeiro an “Eu fiz três lutas ro, o Léo, que es du rsão. rio ve re rsá r ve va ad le ado para não id difícil. Peguei um cu ar m to de rte, e tive ui um yuko para juvenil, mas é fo idôs, mas conseg sh is o do r va le is de dar meu máxim Fiquei atrás depo é pelo pan e vou iva at ct pe ex a a, or virar e vencer. Ag gunda mes. ca Lu e ss di R) conseguiu a se , (P lá” go ar m Ca a ino An r ippon, depois No pesado femin Luíza Cruz (RJ) po r ta rro de ao ná Para osae-komi. dalha de ouro do nking ar a adversária no iliz ob im e para subir no ra ar et oj de pr uir a pontuação eg ns anga, m co e em la go da “Eu vim foca O trabalho de . no ica er am na para o pa a diferenç para e me classificar da luta, fizeram ra ho na s ica cn de té a diversificação (PR) cona. An e ss Arthur Caldeira di ”, mim ado masculino, es -p ntuando eio po m , O) do (G Na decisão briel Almeida Ga ra nt co o içã de exib ferentes e garanseguiu uma gran m três golpes di co is) ar az w is do ko e três vezes (um yu teriores. para o Paraná. ro ou o eir rc nos brasileiros an te tiu o ve muitas vezes e fui tra rto na ce o do tid tu ba “Eu tinha essa final. Deu r ze fa e do je to ho o para vir ino que estã Treinei bastante panheiros de tre m co s . eu ur m th s Ar ao ço ”, disse campeão. Agrade e a minha família , ao meu sensei do an su o, ig m co dia

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Dirigentes de São Paulo e Paraná avaliam campanha das equipes

Após o término do certame, os dirigentes das equipes campeã e vice-campeã avaliaram o desempenho de suas seleções. Luiz Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô, se mostrou surpreso com o título de vice-campeão geral, e parabenizou os professores do Paraná que têm feito um trabalho cada vez melhor. “Somente o Paraná e São Paulo foram à Bahia com equipes completas. Levamos 16 atletas a Lauro de Freitas, e todo o esforço que fizemos valeu a pena. Não possuímos nenhuma estrutura clubista gigantesca como as de outros Estados, mas nossos professores estão comprometidos em elevar cada vez mais, o nível técnico dos nossos atletas. As medalhas conquistadas por Natasha Ferreira, Arthur Caldeira, Ana Camargo, Gabriel Adriano e Bruna Bereza refletem o empenho dos senseis paranaenses. O dirigente concluiu lembrando que, além das medalhas conquistadas, vários atletas do Paraná evoluíram na competição. “Além dos cinco pódios conquistados, quatro judocas do Paraná chegaram na quinta colocação: Ana Perin, Thiago Guidette, Eduarda Silva e Giovanni Mangini. Ao todo, nove atletas nossos avançaram na competição e este é um feito importantíssimo, para nosso Estado”, comemorou Iwashita. Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô, destacou que o êxodo gigantesco de atletas paulistas para outros Estados não comprometeu a performance de São Paulo na competição. “Foi um início de ano muito complicado, pois dezenas de judocas de São Paulo foram contratados por clubes de outros Estados. Agora o pessoal está contratando até os atletas da base, e não contávamos com uma postura tão agressiva até mesmo de agremiações pequenas, que estão focando o fortalecimento de suas equipes de base antes mesmo do fim deste ciclo olímpico. Mas ainda assim só não medalhamos em três categorias de peso, e somamos 13 medalhas”.

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Para o dirigente paulis ta, em curto prazo este quadro deverá imprimir maior renovação nos tatamis paulistas, desde a base ao alto ren dimento. “Felizmente a produ ção de atletas em São Paulo ainda é bem maior do que a capacidade de contratar dos clubes e agremiaçõe s dos demais Estados. Este quadro é mu ito positivo, pois indiretamente estare mos colaborando com o desenvolvimen to técnico desses Estados e fomen tando a paridade técnica que a CBJ bu sca para nossa modalidade. No âm bito interno, este êxodo certamente far á com que surjam mais talentos em São Paulo, para suprir uma demand a cada vez maior de atletas qualificado s.”

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Feminino

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Masculino

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JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016

Ney Wilson na apresentação da equipe olímpica, em junho

Com um ouro e dois bronzes, Judô não bate meta: “Não correspondeu” Gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô diz que as três medalhas conquistadas no Rio não condizem com a preparação da equipe

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POR

DAVID ABRAMVEZT/RICHARD SOUZA/Globo.com I Fotos BUDOPRESS e márcio Rodrigues/ MPIX/CBJ

a análise técnica da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), a participação brasileira na Olimpíada do Rio não correspondeu às expectativas. A meta de superar o desempenho nos Jogos de Londres, em 2012, não foi alcançada. Quatro anos atrás, o Brasil terminou a disputa com um ouro (Sarah Menezes) e três bronzes (Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva, o Baby). Na Rio 2016, um ouro (Rafaela Silva) e dois bronzes (Mayra Aguiar e Rafael Silva). Na avaliação do gestor de alto

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rendimento da CBJ, Ney Wilson, o resultado não correspondeu. Acho que a nossa equipe estava melhor preparada do que o resultado que apresentou. A gente esperava um resultado que pudesse ser melhor do que o que foi apresentado. Acho que pelo comprometimento, pelo nível dos treinamentos dos atletas, com todo empenho da comissão técnica, com todo o investimento que a CBJ fez, enfim, eu acredito que o resultado não correspondeu a tudo isso. Por outro lado, a gen-

te assiste uma competição que foi muito diluída de medalhas. Tirando o Japão, que está fora da curva, e o desempenho excepcional da França no último domingo, todos os países estão iguais. Se esperava muito da Coreia do Sul, que só fez duas medalhas de prata. Se esperava muito da Mongólia, que investiu absurdo. Holanda, Alemanha... São países de tradição no judô, mas que não alcançaram. Países que estavam emergentes, declinaram. Os que estavam no alto desceram. Foi muito competitivo. A gente encontrou www.revistabudo.com.br


Maria Portela foi desclassificada por usar golpe irregular

uma competição de um nível muito alto. E não é muito alto em um país, mas em diversos países. Isso gerou a possibilidade de diminuir o número de medalhas. Nos últimos quatros, a CBJ investiu R$ 20 milhões apenas para intercâmbios e treinamentos de campo fora do Brasil. Sobre número de medalhas abaixo da meta, Ney Wilson reconheceu que a CBJ esperava mais. Porém, segundo ele, o Brasil mantém a posição na classificação final. - A gente diminuiu o número de medalhas, mas mantivemos a mesma posição. A gente Maria Suelen Altheman caiu na primeira luta contra Minjeong Kim, da Coreia do Sul, 11ª colocada no WRL

Victor Penalber desapontou o público ao ser eliminado ainda nas oitavas de final por Sergiu Toma

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conquistou três medalhas, uma de ouro e duas de bronze. Em Londres, tivemos uma de bronze a mais. Lá, ficamos em sexto. Agora, mantivemos. A gente não pode achar que o desempenho foi ruim. O desempenho foi bom. Agora, a equipe tinha potencial para ser melhor. A título de comparação, o Japão, quarto colocado em Londres, pulou para o primeiro lugar no quatro de medalhas do judô nos Jogos do Rio. Ganhou dois ouros a mais, num total de cinco medalhas a mais em relação ao que apresentou na Olimpíada de 2012. Como era esperado, a equipe feminina do Brasil teve um desempenho melhor do que o dos homens nos Jogos Olímpicos do Rio. Desde os Jogos de Barcelona, em 1992, a equipe masculina não conquistava apenas uma medalha. Vale ressaltar que naquela edição a medalha foi de ouro, com Rogério Sampaio. - Toda competição, sendo de sucesso ou não, a gente tem que avaliar. Campeonatos mundiais e Jogos Olímpicos são pontos de reflexão do que a gente precisa mudar, do que precisa evoluir. A gente teve a possibilidade, antes de 2008, de fazer uma guinada no judô feminino. Mudamos e hoje somos uma grande potência no judô feminino. No masculino, estamos num processo de renovação. Quatro atletas olímpicos estavam estreando nesses Jogos. Os atletas mais experientes, como Kitadai e Baby, foram os que passaram para o bloco final. Um foi sétimo e o outro foi bronze. Realmente precisamos nos aprofundar para renovar e reverter esse quadro. Temos potencial para isso, temos técnicos para isso, temos atletas para isso. É trabalhar e buscar o caminho, como encontramos no judô feminino. O técnico da seleção masculina de judô, Luiz Shinohara, também esperava mais da equipe masculina. - O desempenho ficou abaixo do esperado. A gente contava com pelo menos duas medalhas da equipe masculina. Quatro judocas estrearam aqui, e a seleção está num processo de renovação. Esperamos resultados melhores em Tóquio 2020. Revista Budô número 18 / 2016

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CURSO NACIONAL DE C APACITAÇ ÃO PARA TÉCNICOS DE JUDÔ

Experiência inédita aponta novo momento na relação entre atletas, técnicos e árbitros Ação da CBJ foi extremamente importante no sentido de provocar o entendimento de determinadas ações que envolvem as três esferas da competição.

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por

paulo pinto I

Fotos

budopress

árbitro internacional FIJ A André Mariano dos Santos, professor kodansha 6º dan, foi um dos palestrantes da segunda edição do curso nacional de capacitação para técnicos de judô, realizada no início de junho pela Confederação Brasileira de Judô, nas dependências do centro de treinamento da entidade, em Lauro de Freitas (BA). O professor do Distrito Federal considerou a ação da CBJ extremamente importante no sentido de provocar o entendimento de algumas ações que envolvem árbitros, técnicos e atletas. “Apresentamos uma palestra intitulada As regras e o desempenho competitivo, e minha avaliação do trabalho é altamente positiva. Abordei situações do dia a dia das competições, por meio de ações que elucidaram e puseram fim a uma série de dúvidas e situações que escapavam ao entendimento da grande maioria dos técnicos que aqui estiveram.” Mariano buscou mostrar a importância de os técnicos expandirem seu campo de ação. “Num primeiro momento, as pessoas acham que quando fazemos uma palestra falamos apenas sobre a arbitragem propriamente dita. No entanto, o foco desta palestra foi voltado para a importância de estudarmos não apenas as regras, e sim tudo aquilo que envolve o desempenho de um atleta na competição. E o assunto abordado foi a estratégia que se deve ter com o árbitro que conduzirá o combate. Naquele momento que antecede a luta, quando o atleta recebe a última preleção de seu técnico, lhe são apresentadas numerosas variantes sobre

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O árbitro internacional FIJ A, André Mariano, em ação no Campeonato Brasileiro sub 21

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Atento e bem posicionado, André Mariano acompanha o belo ippon de Daniel Cargnin (RS) em Pablo Salles (ES)

a luta em função do adversário que será enfrentado, mas ele não recebe nenhuma informação sobre a pessoa que conduzirá o combate. E é muito interessante saber se aquele árbitro pune de maneira rápida, se deixa o combate no solo evoluir um pouco mais, e assim antecipar qual é a condução que ele costuma dar às lutas. Dessa forma, o atleta terá o perfil daquele elemento que vai conduzir o combate.” O árbitro FIJ A destacou que os atletas também devem ser estudados pelos árbitros. “Esta história é composta por três personagens: técnico, atleta e árbitro. É muito interessante que todos estejam coesos no mesmo pensamento. Mesmo porque, nós também buscamos estudar cada atleta. Procuramos saber quais são as técnicas que usam quando projetam, para nos posicionarmos de forma mais adequada na área. Sabemos quais são os atletas que buscam o ne-waza e os que lutam com base nas regras. E estas informações nos auxiliam muito na condução das lutas.” Para André Mariano, a iniciativa inédita aponta para um novo momento na relação entre atletas, técnicos e árbitros. “Para mim foi uma experiência fantástiwww.revistabudo.com.br

“Esta troca é fundamental no sentido de diminuir a lacuna e o ranço que existem em algumas situações entre técnicos, árbitros e atletas.”

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ca. Trabalhar com este grupo seleto de técnicos e professores que produzem os atletas para o nosso País foi motivo de orgulho. Detectamos também que muitos colegas da área técnica precisam obter maior conhecimento. Muitos assumiram que ainda não conhecem as regras de forma satisfatória. Mas lembrei que muitos árbitros necessitam igualmente de uma leitura mais aprofundada da área técnica. Esta troca é fundamental no sentido de diminuir a lacuna e o ranço que existem em algumas situações entre técnicos, árbitros e atletas.” Fazendo um balanço final, o árbitro brasiliense sugeriu que todas as partes envolvidas na competição caminhem na mesma direção. “O objetivo geral da palestra foi atingido e acredito que o pessoal tenha gostado, já que esta é uma iniciativa inédita da Confederação Brasileira de Judô, que acima de tudo visa à excelência de nossa modalidade. Muitos técnicos elogiaram o trabalho apresentado, e acredito ter agregado alguma informação para os que participaram. Trabalhamos com o mesmo produto e temos o mesmo cliente, portanto temos de seguir a mesma direção.” Revista Budô número 18 / 2016

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C AMPEONATO PAULISTA SUB 18 DE JUDÔ

Mercadante de Araras e SESI Bauru vence no masculino. Além de revelar os melhores judocas paulistas da classe juvenil desta temporada, a competição definiu a equipe que defendeu São Paulo no campeonato brasileiro sub 18. POR

Paulo pinto I Fotos MARCELO LOPES e CRIS ISHIZAVA/BUDOPRESS

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om o apoio da 12ª Delegacia Regional Mogiana, a Federação Paulista de Judô realizou a fase final do campeonato paulista sub 18 desta temporada. Com três medalhas de ouro e um bronze, a Associação Marcos Mercadante, de Araras, foi a campeã geral no feminino, enquanto o SESI-SP venceu no masculino, com três ouros, uma prata e um bronze. O certame realizado no ginásio de esportes do Ipanema Clube, em Ribeirão Preto, recebeu 305 judocas sendo 167 na competição masculina e 138 na feminina. Para chegar à fase final os atletas da classe juvenil tiveram de disputar torneios regionais e inter-regionais do campeonato paulista sub 18 realizadas nas 16 DRJs. A cerimônia de abertura contou com a presença de medalhistas olímpicos e autoridades esportivas, como Genivaldo Gomes, presidente do Ipanema Clube; Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJ; Cléber do Carmo, delegado regional da 12ª DRJ; José Jantália, vice-presidente da FPJ; Douglas Vieira, vice-campeão olímpico nos jogos de Los

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fatura o feminino, A marca da conquista www.shihan.com.br

Angeles em 1984; Carlos Eduardo Honorato, vicecampeão olímpico nos jogos de Sidney em 2000; e Joji Kimura, diretor técnico da FPJ. O ponto alto da cerimônia de abertura foi a interpretação magistral do Hino Nacional, feita pelo saxofonista Bill, que arrancou aplausos da plateia que lotou as arquibancadas do Ipanema Clube. Durante a execução o músico ribeirão-pretano foi acompanhado por todos que estavam na arena esportiva. No shiai-jo a disputa revelou uma geração de atletas que num futuro próximo conquistará muitas medalhas para o Estado de São Paulo e para o País. Na avaliação feita por Joji Kimura, diretor técnico da FPJ, o certame transcorreu dentro do que havia sido planejado e com nível técnico satisfatório. “A competição foi muito bem planejada e tudo fluiu bem. Nos tatamis a competição mostrou-se bastante acirrada e teve nível técnico excelente. Vamos a Lauro de Freitas disputar o campeonato brasileiro com uma equipe muito forte e certamente traremos muitas medalhas para São Paulo”, previu o dirigente.

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C AMPEONATO PAULISTA SUB 18 DE JUDÔ

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C AMPEONATO PAULISTA SUB 18 DE JUDÔ Mercadante liderou o feminino e SESI faturou o masculino Conquistando três medalhas de ouro e um bronze, a Associação Marcos Mercadante, de Araras, foi a campeã geral do naipe feminino, enquanto a equipe do SESI-SP liderou a disputa masculina, com três medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze. Na somatória dos times masculino e feminino o SESI-SP foi o grande campeão, conquistando quatro medalhas de ouro, duas de prata e dois bronzes. A Associação Marcos Mercadante foi a vice-campeã geral, somando três medalhas de ouro e duas de bronze. O Esporte Clube Pinheiros ficou em terceiro lugar, com duas medalhas de ouro, duas de prata e um bronze. A Hebraica chegou em quarto com uma medalha de ouro e duas de bronze.

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Seleção paulista

Judô acima da média

Após o término dos combates definiuse a equipe que iria representar o Estado de São Paulo no campeonato brasileiro sub 18 em Lauro de Freitas (BA). Integraram a seleção paulista feminina as seguintes atletas: Manuela Pollyanna Lima de Jesus (40kg), Laura Louise Nunes Ferreira (44kg), Larissa Cincinato Pimenta (48kg), Franciele Caroline Terenzi (52kg), Sandy Vieira de Souza (57kg), Gabriella Mantena de Moraes (63kg), Giovanna Vitória Máximo Fontes (70kg) e Meire Elen Cornélio Souza (+70kg). A seleção paulista masculina incluiu os seguintes judocas: Felipe Dias Gerônimo (50kg), Renan Ferreira Torres (55kg), Michael Vinicius O. Marcelino (60), Jeferson Luiz dos Santos Júnior (66), Gabriel de Carvalho Varandas (73), Ígor da Silva Morishigue (81kg), Lucas Prado do Carmo (90) e Lucas Antônio Martins Lima (+90kg).

Indubitavelmente todos os atletas que sobem ao pódio das competições paulistas demonstram excelente nível técnico, em função da qualidade do judô estadual. Mas alguns judocas transcendem parâmetros de avaliação devido à qualidade técnica muito acima da média. E a classe juvenil desta temporada revelou dois nomes que certamente brilharão no cenário mundial da modalidade devido à habilidade extraordinária que demonstraram e à qualidade da escola em que se formaram. Michael Vinicius Marcelino, do SESI-SP, e Jeferson Luiz dos Santos Júnior, da ADPM de São José dos Campos, estão acima da média e suas lutas são sempre sinônimo de espetáculo. É claro que judocas como Ígor Morishigue, Larissa Cincinato Pimenta e Renan Ferreira Torres, entre outros, são excelentes e prometem escrever seus nomes na história do desporto internacional e quem sabe olímpico, mas a qualidade de alguns atletas merece destaque e reverência, e toda a equipe da Budô se curva diante do talento destas duas feras da classe juvenil.

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Classificação final Feminino Superligeiro 1º Manuela Lima - Associação Hebraica 2º Giovanna Monteiro - Associação Namie 3º Thalita Moreira - Associação Kyoei 3º Thayna Cavalcante – Asso. Cho do Kan Ligeiro 1º Laura L. Ferreira - ADREARMAS 2º Giuliana Monteiro - Associação Namie 3º Jhenifer Guiradello - Associação Bastos 3º Natalia de Oliveira - A. D. São Caetano Meio-leve 1º Larissa Pimenta - E. Clube Pinheiros 2º Taina Oliveira - SESI - SP 3º Amanda Costa - Associação Hebraica 3º Jessica Martins - Centro Olímpico Leve 1º Franciele Terenzi - A. M. Mercadante 2º Jessica Carvalho - São João/Apaja 3º Kenia Astrom - Associação A Hebraica 3º Marcela Kin Shimada - Judô Clube Mogi Meio-médio 1º Sandy Vieira - A. Marcos Mercadante 2º Ryanne Couto - SEMEL S. J. Campos 3º Izabela Franco - A. Marcos Mercadante 3º Luara Walz Crispim - Budokan Peruíbe Médio 1º Gabriella Mantena - AAD São Bernardo

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2º Samara Contarini - E. Clube Pinheiros 3º Bianca L. Rocha - Associação Bastos 3º Vitoria Pereira – Associação Bastos Meio-pesado 1º Giovanna V. Fontes - SESI - SP 2º Jhulia Soares - Centro Olímpico 3º Nathalia Lemos - E. Clube Pinheiros 3º Thauana A. Lopes - Dojô Centro Pesado 1º Meire Elen Souza - A. M. Mercadante 2º Josiane V. de Oliveira - Chiao/SMEL 3º Laislaine Sampaio - SESI - SP 3º Sarah Luiza Gomes - Assoc. Namie Masculino Superligeiro 1º Felipe Dias - Assoc. Divinolândia 2º Ithalo G. Preza – Assoc. Guarujá 3º Pedro H. Oliveira - Assoc. Tucuruvi 3º Oseias Teixeira - A. M. Mercadante Ligeiro 1º Renan Torres - SESI - SP 2º Ricardo Pereira Júnior - SESI - SP 3º Rafael Mizuno - Budokan Peruíbe 3º Satil Pereira Neto - Judô na Faixa Meio-leve 1º Michael V. Marcelino - SESI - SP 2º Willian Lima - E. Clube Pinheiros

3º Leonan Gomes - Rio Preto A. C. 3º Leonardo Alves - São João/Apaja Leve 1º Jeferson Santos Jr. - ADPM - S.J.C. 2º Guilherme Fernandes - A. Araçatuba 3º Gabriel Aparecido Dias - A. Pessoa 3º Matheus J. Oliveira - Judô Clube Mogi Meio-médio 1º Gabriel de Carvalho - Assoc. Mercival 2º Gabriel Palone Silva - S. E. Palmeiras 3º Marcelo A. Gomes - Assoc. Belarmino 3º Rodrigo A. Menezes - SESI - SP Médio 1º Igor Morishigue - SESI - SP 2º Nicholas Carvalho - A. Araçatuba 3º Mateus Sousa Viana - A. Araçatuba 3º Pedro Petrini Moya - Assoc. Hinode Meio-pesado 1º Lucas Prado - Assoc. Moacyr 2º Renan Madalossi - Meninos de Ouro 3º Fernando Nobrega – S. E. Palmeiras 3º Tiago Malafaia - São Sebastiao 3º Lucas A. Barbosa - Assoc. Trajano Pesado 1º Lucas A. Martins - E. C. Pinheiros 2º Lucas Brito - Assoc. Limeirense 3º Eduardo M. Silva Jr - Dojô Centro 3º Gustavo Prado - Budokan Peruíbe

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ENSAIO

A redução à essência e o caminho do Budô A questão está em descobrir a essência, tarefa imensa, própria a quem tem no horizonte os desafios do budô. POR

A

extração do suco ou do sumo encerra bem a metáfora da essência. Retira-se o desnecessário e fica-se apenas com aquilo que realmente importa, o extrato mais puro, o essencial, a parte da qual não se pode dispor. Essa percepção, de matriz filosófica, influiu em todos os aspectos da vida e da existência no quanto ambos os fenômenos se confundem. Seremos mais íntegros e teremos a identidade mais definida, assim também a dignidade, quanto mais for possível deixar de lado o que é desnecessário e perfunctório, dedicando a arte de existir àquilo que realmente importa: a essência. Não é fácil perceber, mas os acessórios desnecessários sempre foram um sobrepeso para a civilização e para o ser humano individualmente considerado, ainda mais quando não dispomos da capacidade de perceber no acessório sua intrínseca inutilidade, e quando este se sobrepõe ao principal. É simples perceber o fenômeno de-

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FERNANDO MALHEIROS FILHO I Foto REVISTA BUDÔ

pois de ocorrido, mas dificílimo vê-lo por antecipação, já que está relacionado com a escala de valores que nos habita, em geral isenta de questionamentos e considerações prévios. Está lá por inércia e tende a ficar se não for acicatada com a inquietude moral e filosófica que deve nos acompanhar desde sempre, e não por outra razão, mas simplesmente porque é essencial. Não deve ser outra a posição do praticante com relação aos seus movimentos, também representação simbólica dos demais atos da vida nesse entrelaçamento natural de tudo que é humano. Os movimentos padecem da mesma desgraça que viceja nas sociedades humanas, na política e na relação do homem consigo mesmo. Tendem a produzir excessos desnecessários, desviando a energia que deveria ser dedicada ao foco. Qualquer leitor e praticante haverá de lembrar inúmeras hipóteses em que o movimento deixou de produzir o resultado desejado derivando, muitas vezes, até em sua antítese.

Como em tudo, o movimento tem seus excessos, as rebarbas que deverão ser aparadas. O critério para descobri-las sempre será o efeito que sem elas dele se poderá extrair. Há o movimento dentro do movimento, e em sucessivas camadas de compreensão, cabendo ao praticante estudá-las e entendê-las em sua transmissão cinética, algo que em outros setores da vida tem igual significado. Não basta executar o movimento aprendido na forma do aprendizado. Cada ser humano encerra seu próprio universo, tão infinito quanto os demais, mesmo o cósmico que justamente por essa razão leva esse nome. É necessário conhecer cada detalhe e exercitá-lo, mesmo o mais insignificante desde que compatível com a essência. Todos os fatos e atos humanos nada mais são do que poderosas somas de insignificâncias. Estará no caminho errado o praticante que desprezar as insignificâncias, pois estará desdenhando seu próprio caminho.

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Nos mais recônditos detalhes esconde-se a essência. Na posição dos pés no solo, na trajetória das articulações, no acionamento dos músculos, na posição mental; esta antes de tudo. Na perspectiva do resultado a essência mostra sua relevância. Salvo por obra do acaso – no qual jamais se pode confiar –, a ação correta, exata, pontual, aguda, com “kime” em todas as acepções do termo, sempre é precedida do árduo trabalho de quem a executa para aperfeiçoá-la, polindo-a, removendo-lhe os excessos, as impurezas, deixando-a apenas com o que é efetivamente essencial. A rebarba obstaculiza a essência, pois esta é frágil e vulnerável como todas as

Todos os fatos e atos humanos nada mais são do que poderosas somas de insignificâncias

verdades puras, que rapidamente podem ser contaminadas pelo desejo ególatra de cada um de fazer prevalecer suas próprias verdades, que não passam de mentiras racionalizadas. Esse apego ao essencial é o verdadeiro caminho do Budô, que deve ser trilhado com intransigência. A dúvida sempre será o principal aliado do praticante, mas a dúvida de si mesmo, capaz de imunizar a essência de suas demasias. A certeza é a exceção e somente se pronuncia no átimo em que se realiza o movimento exato e essencial. Esse o cuidado eterno do praticante com seus próprios movimentos, pois significam não somente a representação externa de sua identidade, mas também o pudor com que trabalha a essência, e, contrário sensu, o desleixo daquele que não se preocupou com o que realmente importa, fazendo de seus gestos a bizarrice constrangedora, cujo constrangimento o autor não percebe, senão os olhos atentos, e em geral condescendentes, de quem está no caminho. Na trilha da essência poder-se-á encontrar a verdade, ou pelo menos será possível divisá-la ao fim do caminho reto que o Budô impõe. Haverá muitas formas de vê-lo e de interpretá-lo, mas uma única forma de praticá-lo. Ao fim, sobreviverá apenas a essência, seja no movimento que se produz em uma fração infinitesimal de tempo para logo depois desaparecer, como também pode ser considera a existência de cada indivíduo na perspectiva do tempo no Universo a que pertencemos. Fernando Malheiros Filho é Professor de karatê-dô, historiador e advogado, especialista em direito da família e sucessões.

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1ª COPA PALMAS JUDÔ CLUBE

Paulo Wanderley prestigia

Copa Palmas

Quadro de medalhas da 1ª Copa Palmas de Judô 1º. Palmas Judô Clube: 29 ouros, 18 pratas, 11 bronzes 2º. Judô Guerra/Sesi: 15 ouros, sete pratas, quatro bronzes 3º. Judô Araguaína/Aocam : 12 ouros, três pratas, cinc o bronzes 4º. Sesc: 11 ouros, seis prat as, oito bronzes 5º. Associação Maz zili (MA ): oito ouros, uma prata, três bronzes 6º. Kodokan de Paraíso: três ouros, uma prata, cinc o bronzes 7º. Dom Bosco: três ouros, dois bronzes 8º. Blindado’s: dois ouros, uma prata 9º. Associação Akatsuki (SP) : um ouro 10º. Leão de Judá (MA): um ouro

Ton Pacheco e Paulo Wanderley na cerimônia de abertura da Copa Palmas de Judô

Copa Palmas Judô Clube estabelece recordes em 2016 e novo título da equipe anfitriã. Fonte

M

ASCOM TOTAL COMUNICAÇÃO I Fotos MARCUS MESQUITA

arcando a quarta etapa do Campeonato Tocantinense 2016, a 1ª Copa Palmas Judô Clube, realizada no dia 25 de junho, no Centro de Atividades do Sesc, em Palmas, foi a maior competição do Estado na temporada, contando com a inscrição de representantes de três Estados, um número recorde de participantes e consagrando a equipe Palmas Judô Clube (PJC) como campeã. Enquanto a PJC ficou na primeira colocação no interestadual ao conquistar 29 ouros, 18 pratas e 11 bronzes, o segundo lugar ficou com a equipe Guerra/Sesi (15, sete, quatro), seguido da Araguaína/Aocam (12, três, cinco), do Sesc (11, seis, oito) e da Associação Mazzili, do Maranhão (8, uma, três).

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Ao todo, cerca de 290 judocas participaram da 1ª Copa Palmas Judô Clube, sendo 100 deles apenas no Festival da Criança, atividade que possibilitou a iniciação de atletas com até 10 anos de idade no contexto competitivo. Com a vitória nesta etapa, a anfitriã PJC se mantém invicta no tocantinense, seguindo isolada no topo do ranking 2016 da competição.

Ineditismo Outra marca alcançada pela Copa PJC foi a presença inédita de um presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) numa etapa do estadual, visto que Paulo Wanderley Teixeira participou do evento e manifestou aprovação do que viu. “Em termos de participação

dos atletas, do envolvimento dos professores, da quantidade de pais prestigiando, a Copa Palmas alcançou um apelo muito positivo, ainda mais com tantas crianças incluídas, já que elas representam o futuro de nossa modalidade. Esta competição pode tornarse uma referência na região Norte e a gente precisa de iniciativas assim, pois é algo extremamente positivo e renderá novos frutos em muito breve. Com o que vi, eu pude sentir que há um trabalho favorável à evolução do judô no Tocantins”, afirmou sensei Paulo Wanderley, faixa coral 7º dan, que, antes, só esteve no Estado em 2002, na fundação da Federação de Judô do Estado do Tocantins (Fejet). Presidente licenciado da Fejet por ser pré-candidato a vereador em Palmas, Georgton Pacheco comemorou a presença da CBJ e a qualidade do evento. “É uma alegria muito grande receber o dirigente máximo de nossa modalidade em Palmas, avaliando positivamente o trabalho que estamos desenvolvendo. E me traz satisfação também ter uma associação abraçando uma das etapas do nosso estadual, fazendo com que a competição fique mais forte,

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Na avaliação dos dirigentes tocantinenses o nível

técnico da competição ficou acima do esperado

abrilhantada e com um nível de organização melhor, inclusive para o público, que lotou as arquibancadas do início ao fim do evento. Tudo isto me traz uma sensação de dever cumprido; nós somos a federação caçula do Brasil e mostramos organização e qualidade ao presidente Paulo Wanderley, que elogiou a nossa competição. Realmente, é motivo de muita felicidade”, exaltou sensei Ton Pacheco, faixa preta 5º dan.

Celso Galdino, Paulo Wanderley e Ton Pache

Engajamento Líder da equipe PJC e organizador da 1ª Copa Palmas Judô Clube, o presidente em exercício da Fejet, Celso Galdino, se disse satisfeito com o sucesso do evento. “Ter realizado a copa foi muito interessante e importante, pois acredito que as academias devem colaborar desta forma, se envolvendo mais e organizando etapas, até mesmo para que possam fortalecer a própria marca das

Premiação por equipe

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co durante a execução do Hino Nacional

equipes. Nossa ideia é fazer com que esta competição se torne tradicional, e ter o presidente prestigiando o nosso evento e acreditando que isto pode vir a acontecer dá maior dimensão a tudo o que fizemos. O campeonato foi excelente, tivemos uma participação muito forte dos atletas e estamos satisfeitos com o resultado; mas, nada disto seria possível sem os nossos apoiadores, aos quais agradeço por acreditarem na importância de investir no esporte, que é um grande transformador de vidas”, ressaltou o faixa preta 5º dan. As disputas realizaram-se no Centro de Atividades do Sesc, em Palmas, e a equipe anfitriã, Palmas Judô Clube (PJC), foi a grande campeã, com 29 ouros, 18 pratas e 11 bronzes.

Atletas na área de aquecimento

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C AMPEONATO BRASILEIRO DE JUDÔ SUB 21

Mineiros e gaúchos dominam o brasileiro júnior

Francisco Grosso, Marcelo Ornelas, Paulo Wanderley, Antônio Viana e Marcelo França durante a execução do Hino Nacional na cerimônia de abertura

Competição, que exibiu nível técnico surpreendente, deu início à corrida pelas vagas na seleção brasileira de judô para o próximo ciclo olímpico.

R

ealizado de 3 a 5 de junho no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Judô, em Lauro de Freitas (BA), o Campeonato Brasileiro Sub 21 tinha muita coisa em jogo, já que era decisivo para os atletas da nova geração que buscavam disputar duas importantes competições ainda neste ano: o Campeonato Pan-Americano Sub 21, realizado de 1º a 4 de julho em Córdoba, na Argentina, e a Seletiva Tóquio 2020 – Etapa I, marcada para dezembro, também no CT. Esta foi a penúltima chance de somar pontos no ranking da base, enquanto a Taça Brasil Juniores, realizada em 18 e 19 de junho, foi a última.

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POR

VALTER FRANÇA/CBJ I Fotos PAULO PINTO/CBJ

O caminho dos atletas para a classificação nas duas competições foi definido no sorteio das chaves realizado no auditório do CT, e o professor Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ, fez a abertura do congresso técnico e falou sobre a importância dessa semana para o judô nacional. “Hoje se encerrou um dos módulos do Curso de Capacitação Técnica, uma forma de transferência de conhecimento, que é um dos focos da minha gestão. Já na quarta e na quinta-feira foram divulgados os 14 atletas que disputarão os Jogos Olímpicos Rio 2016 com ampla cobertura da imprensa. Realmente, um case de su-

cesso na história do esporte pela forma como foi feito”, disse o presidente. “A minha orientação é que vocês comentem a participação do judô nos jogos com positivismo e realidade. Vamos estar no pódio olímpico, mas tivemos de trabalhar duro para isso.” A mesa foi composta pelo vice-presidente da CBJ, Marcelo França; pelo presidente da Federação Baiana de Judô (Febaju), Marcelo Ornelas; pelo gestor técnico nacional e de eventos, Robnelson Ferreira; e pelo gestor das equipes de base, Marcelo Theotônio. Estiveram presentes ao sorteio, ainda, os presidentes da Federação do Estado do Rio de Janeiro www.revistabudo.com.br


Absoluto no peso-leve, Lincoln Kanemoto garantiu vaga para a seletiva olímpica e carimbou seu passaporte para o campeonato pan-americano

(FJERJ), Francisco Grosso; da Federação do Amapá, Antônio Viana; o presidente em exercício da Federação do Estado do Tocantins, Celso Galdino; o vice-presidente da Federação Catarinense, Moisés Penso; e o vice-presidente da FJERJ, Paulo de Menezes. O brasileiro sub 21 contou com a participação de 271 atletas, sendo 139 no masculino e 132 no feminino. As inovações promovidas para o brasileiro sub 18 foram mantidas e a competição se realizou em quatro áreas. O aquecimento foi feito na parte de baixo do ginásio, equipada com quatro televisores que mostraram os combates em tempo real; www.revistabudo.com.br

na área de disputa não houve circulação de pessoas não envolvidas diretamente com os combates. Estes pequenos detalhes fazem com que cada vez mais os eventos da CBJ se aproximem do que é feito pela FIJ. A competição começou oficialmente no dia 4 de junho, e a cerimônia de abertura contou com a presença se várias autoridades esportivas, entre as quais Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ; Marcelo França, vice-presidente da CBJ; os presidentes Marcelo Ornelas, da federação baiana; Antônio Viana, da federação amapaense; e Francisco Grosso, da federação fluminense; além do presidente em

exercício da federação do Tocantins, Celso Galdino. Marcelo Ornelas parabenizou a CBJ pelas ações exitosas. “É uma honra para a Bahia receber mais uma grande competição nacional. Gostaria de parabenizar o presidente Paulo Wanderley Teixeira pelos eventos organizados pela CBJ nesta semana. Primeiramente, a convocação da seleção olímpica, que foi um sucesso na mídia, mostrando que o judô está em outro patamar. Em segundo, o Curso de Capacitação para Técnicos, que tem como objetivo qualificar os professores e, com isso, fazer com o que o judô brasileiro vá ainda mais longe”, disse o dirigente baiano. Revista Budô número 18 / 2016

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C AMPEONATO BRASILEIRO DE JUDÔ SUB 21 O presidente da CBJ destacou o início dos trabalhos para o novo ciclo olímpico. “Fechando a definição da seleção brasileira para os jogos, começa um novo ciclo olímpico. A partir de hoje, é a vez de vocês buscarem o seu espaço na equipe principal. A CBJ está dando toda a atenção para essa classe, com viagens internacionais para competir e treinar e com uma comissão técnica exclusiva. A missão Tóquio 2020, da qual vocês fazem parte já há algum tempo, tem um importante ponto aqui no brasileiro. Depois teremos a Taça Brasil, que também valerá como classificação para a seletiva e para o principal campeonato da classe neste ano, o pan-americano. Boa sorte a todos”, disse Paulo Wanderley. Após o pronunciamento dos dirigentes, o árbitro carioca Gilmar Dias, recém -promovido à categoria internacional (FIJ A), fez o rei inicial e os atletas das categorias superligeiro, ligeiro e meio-leve entraram nos tatamis do Centro de Treinamento da CBJ.

Gaúchos faturam título do masculino Com os quatro ouros conquistados por Daniel Cargnin (66kg), Tiago Pinho (81kg), Leonardo Gonçalves (100kg) e João Marcos Cesarino (+100kg), o Rio Grande do Sul sagrou-se campeão do naipe masculino.

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Mostrando extrema habilidade, Daniel Cargnin (RS) foi campeão meio-leve e um dos grandes destaques da competição

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Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô Revista Budô número 18 / 2016

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C AMPEONATO BRASILEIRO DE JUDÔ SUB 21

Paulo Wanderley Teixeira foi enfático e cobrou maior comprometimento de todos

Robnelson Ferreira

Observado por Marcelo Ornelas, Marcelo Theotônio fala durante o congresso técnico

equipe forte, mas as lutas são decididas nos tatamis. A base é muito boa, a maioria está na seleção da classe. Foi o resultado também de um trabalho de interiorização desenvolvido pela FGJ, como mostram as medalhas obtidas por clubes de fora da capital. Aproveito para dar parabéns às entidades que contribuíram com esse resultado”, disse Luiz Bayard.

Mineiros comemoram título do feminino No naipe feminino o título ficou com Minas Gerais, que apresentou grande desempenho no primeiro dia de competição, com Thays Marinho (40kg), Kamilla Silva (57kg) e Sarah Nascimento (70kg) conquistando medalhas de ouro.

O peso-pesado paranaense que defende a Sogipa destacou o preparo diferenciado para a competição. “A gente fez uma preparação muito forte, com treinamentos voltados especificamente para o Campeonato Brasileiro Júnior dentro do nosso clube. Isso foi o diferencial porque chegamos aqui muito bem, com muito gás”, disse Cesarino. O diretor-técnico da Federação Gaúcha de Judô pontuou o trabalho feito no interior do Estado. “Viemos com uma

Henrique Francini

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Os dirigentes Antônio Viana, Marcelo França, Paulo Wanderley, Francisco Grosso e Marcelo Ornelas marcaram presença no congresso técnico

O presidente da federação mineira, Luiz Augusto Martins Teixeira, enalteceu a gestão técnica da CBJ. “Estamos nos espelhando no trabalho sério, voltado para a base e para a interiorização do judô, que é feito pela CBJ. Fomos campeões no feminino e ficamos em terceiro no masculino, um resultado fantástico para o Estado. Agradeço aos técnicos que fazem esse trabalho, coordenado pela federação. O Minas é um clube muito importante, mas as pequenas agremiações também estão formando atletas de alto nível e contribuindo para esse grande resultado.”

Fornecedor oficial da Seleção Brasileira de Judô

São Paulo é campeão geral Ao todo, 16 federações chegaram ao pódio e São Paulo foi o vice-campeão tanto no feminino quanto no masculino, o que lhe valeu o título de campeão geral com 13 medalhas: cinco de ouro, três de prata e cinco de bronze. As medalhas de ouro de São Paulo foram conquistadas por Kainan Pires Ligeiro (60k), Yanka Pascoalino (63kg) e Henrique Francini (81kg), do Esporte Clube Pinheiros; Lincoln Neves (66kg), da SEMEL de São José dos Campos; e Victoria Oliveira (78kg), do Clube Atlético Juventus.

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Medalhistas avaliam desempenho Anny Caroline Avelino Ribeiro, da Associação Procopense de Judô e aluna do sensei Paulo Capel, lembrou que fez quatro lutas e ganhou todas no chão, com osae-komi. “Foi meu primeiro campeonato brasileiro nesse novo peso e pretendo ir cada vez mais longe”, disse a paranaense, que venceu todas as suas quatro lutas na competição jogando com o-soto-maki-komi e imobilizando na sequência.

O paulista Kainan Santos Pires, aluno do sensei Galileu Paiva, que hoje defende o Pinheiros, foi campeão do peso-ligeiro e comemorou a conquista após a recuperação de uma lesão. “Fiz quatro lutas e venci todas por ippon. Meu tokui-waza é o ippon-seoi-nage, e acredito que fiz uma boa competição, apesar de eu estar vindo da recuperação de uma lesão no joelho. Este é o meu oitavo brasileiro e este é meu sexto título nacional.” Campeã do peso-superligeiro, Thays

Marinho foi para cima das adversárias e atingiu seus objetivos. “O principal nesta vitória foi a minha força de vontade. Independentemente de quem fosse enfrentar, a minha vontade de vencer tinha de ser maior. O mais importante foi acreditar em mim. Acho que a semifinal foi a luta mais dura, mas tive uma oportunidade no chão e consegui aproveitar”, disse a minastenista. Feliz pelo bicampeonato, João Marcos Cesarino da Silva comemorou mais um ouro para a Sogipa. “Sou natural de

A bela catada de braço de Bruna Silva

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Jaguaraíva (PR) e aprendi judô com os senseis Fagner, Luciano e José Carvalho de Almeida. Este é meu terceiro brasileiro, mas esta é a segunda vez que sou campeão. Venci em 2014 e em 2016. Vou à Argentina em busca do ouro no pan -americano. Fiz três lutas e venci todas jogando com harai-goshi, que é o meu tokui-waza.” Nascido em 20 de novembro de 1997, Daniel Cargnin começou no judô aos 6 anos com Sandro Neri, e hoje é uma referência no pesomeio-leve da classe júnior. “Aprendi judô com o sensei Neri, e ele foi de fundamental importância em meu desenvolvimento nos tatamis. Tenho grande consideração por tudo que me ofereceu e ensinou. Hoje estou aperfeiçoando meu judô com o professor Antônio Carlos Pereira, mas jamais esquecerei toda a vivência que tive com meu sensei. Aqui fiz quatro lutas e venci as duas primeiras de ippon, a terceira por shidô e a última por yuko. Meu tokui -waza é o ippon-seoi-nage, mas como tenho competido muito e todos me conhecem, tenho variado nos golpes, em sua maioria de ashi.” O judoca da Sogipa finalizou falando sobre o significado desta conquista. “Esta vitória aumenta minha responsa-

Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô

bilidade e faz com que eu leve meu trabalho muito mais a sério. Esta é uma competição muito forte, e para chegar aqui tive primeiro de garantir vaga em meu Estado. Esta medalha abrirá portas no sentido de aperfeiçoar muito mais meu judô e continuar crescendo nos tatamis.” Comemorando o primeiro título brasileiro pelo Minas Tênis Clube, Camila Moreira Silva falou sobre a importância do segundo ouro nacional. “Sou de Vila Velha, no Espírito Santo, onde aprendi judô com o sensei José de Barros. Estou no Minas Tênis há quatro anos e este foi meu primeiro ouro minastenista. Para chegar ao topo do peso-leve tive de vencer quatro lutas jogando de sode-tsuri-komi-goshi e uchi-mata, que é meu tokui-waza. Agora vou lutar para manter-me no primeiro lugar do ranking e fazer uma boa preparação para seletiva olímpica.” Soberana no peso-meio-leve, Layana Colman atribuiu sua conquista ao trabalho psicológico e ao apoio de seu técnico. “O que contou para eu conwww.revistabudo.com.br

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C AMPEONATO BRASILEIRO DE JUDÔ SUB 21 quistar mais um título brasileiro foi a concentração, o fator psicológico contou muito porque a preparação física eu faço todos os dias, é um dever para mim. O que sobressai é a ajuda do meu técnico e lutar certinho; mesmo tendo saído perdendo a final por um yuko, consegui manter o foco e no final deu tudo certo”, disse Layana que derrotou a amazonense Maria Taba na decisão e conquistou o segundo título do brasileiro sub 21 consecutivo.

Outro grande destaque da classe júnior, Larissa Guimarães Farias comemorou o pentacampeonato nacional e falou sobre seu momento no Rio de Janeiro. “Sou sul-mato-grossense e era aluna do sensei Ígor Rocha. Agora defendo o Instituto Reação. O judô no Mato Grosso do Sul vem crescendo muito e em especial no feminino. Não tiro o mérito deles, porque com eles obtive uma base muito boa. Mas quando cheguei ao Rio de Janeiro tive uns espelhos que estão sendo

O osae-komi de Laura Louise

muito importantes. Entre eles cito a Rafaela Silva e o Victor Penalber, que disputarão os Jogos Olímpicos, e a Sarah, que também está morando no Rio e treina comigo. Acho que esta mudança me inspirou um pouco mais e agora é trabalhar para chegar bem à seletiva olímpica.” Outra referência importantíssima na classe júnior é o meio-pesado paulista Leonardo Ribeiro Gonçalves, que agora defende a Sogipa. “Meu sensei é o Lucas Alexandre, de Iguape (SP), de onde saí para o Palmeiras para treinar com os professores Henrique Guimarães e Inácio. Agora estou na Sogipa e treino com o Kiko. Meu tokui-waza é o o-soto-gari, e para chegar ao ouro tive de fazer três lutas, vencendo todas no chão. Duas venci com shime-waza e a outra no osae-komi”, disse o sogipano, que tem como objetivos o título pan-americano e ficar entre os três melhores da seletiva olímpica. A peso-médio capixaba Sarah Bezerra Nascimento, que hoje defende o Minas Tênis Clube, nasceu em Guarapari (ES), onde aprendeu judô com o sensei Miguel Agrise; hoje se aperfeiçoa com os técnicos Floriano e Xexéu. Com o ouro obtido no 70kg, Sarah conquistou o bicampeonato brasileiro e se firma no topo de sua categoria. “Fiz quatro lutas e ganhei a primeira de shidô, a segunda

Quadro de Medalhas por Entidades

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de ippon, a terceira de shidô e a quarta de yuko. Foi puxado, mas tudo acabou dando certo. Agora é encarar a Taça Brasil e o pan-americano, e me preparar para seletiva olímpica. Nascido em 6 de janeiro de 1996, Lincoln Keiiti Kanemoto das Neves é o gigante peso-leve do sub 21. Aluno do sensei Carlos Kira Yamazaki, que hoje defende a SEMEL de São José dos Campos (SP), Kanemoto possui excelente jogo de ashi e potentes sasae-tsurikomi-ashi e ippon-

Pódio por Estados do masculino

Pódio por Estados do feminino

seoi-nage, que são o seu tokui-waza. “Na verdade, eu sempre tento acabar a luta o mais rapidamente possível, até para me poupar quanto ao cansaço. Mesmo que esteja ganhando estou sempre buscando o ippon porque este é o meu jogo.” Kanemoto finalizou falando sobre as dificuldades encontradas na final. “Para chegar ao ouro fiz quatro lutas muito duras e venci todas por ippon. A primeira joguei de o-soto-maki-komi, a segunda e a terceira de sasae-tsurikomi-ashi e a quarta de ippon-seoi-nage, e esta foi a mais difícil. Foram dois minutos intensos e venceria quem errasse menos. Consegui controlar a luta e estou bem contente com a minha atuação. Agora vou focar a seletiva olímpica, a Taça Brasil e o campeonato pan-americano.”

Classificação Individual SUPERLIGEIRO Feminino 1 – Thays Marinho (MG) 2 – Ianele Pádua (DF) 3 – Ana Beatriz Pinto (PA) 3 – Laura Ferreira (SP) Masculino 1 – Miquéias Valle (MG) 2 – Márcio Oliveira (SE) 3 – Allan Gonçalves (RJ) 3 – Daniel Silva (RS) LIGEIRO Feminino 1 – Larissa Farias (RJ) 2 – Gabriela Clemente (RS) 3 – Larissa Pimenta (SP) 3 – Emília Cristina Lopes (CE) Masculino 1 – Kainan Pires (SP) 2 – Robson Penna (MG) 3 – Ítalo Carvalho (MA) 3 – Pedro Braga (PE) MEIO-LEVE Feminino 1 – Layana Colman (MS) 2 – Maria Taba (AM) 3 – Yasmim Lima (CE) 3 – Clara Silva (RN) Masculino 1 – Daniel Cargnin (RS) 2 – Patrick da Silva (RJ) 3 – Francisco Guilherme Silva (RN) 3 – Jeferson Santos Júnior (SP) LEVE Feminino 1 – Kamilla Silva (MG) 2 – Ketelyn Nascimento (SP) 3 – Yasmin Santana (PE) 3 – Suellen Silva (RJ) Masculino 1 – Lincoln Neves (SP) 2 – David Lima (RS) 3 – Gustavo Aprígio (DF) 3 – Fernando Ramos (MG)

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MEIO-MÉDIO Feminino 1 – Yanka Pascoalino (SP) 2 – Emanuela Barbosa (PE) 3 – Camila dos Santos (SE) 3 – Ariana Silva (MG) Masculino 1 – Tiago Pinho (RS) 2 – Giovani Ferreira (SP) 3 – Renglis Xavier (AL) 3 – Jullyan Becker Ferreira (PR) MÉDIO Feminino 1 – Sarah Nascimento (MG) 2 – Ellen Santana (SP) 3 – Aine Schmidt (RS) 3 – Ana Paula Carra (MS) Masculino 1 – Henrique Francini (SP) 2 – Daniel Andrade (RJ) 3 – André Humberto (MG) 3 – Clóvis Braga (RS) MEIO-PESADO Feminino 1 – Anny Ribeiro (PR) 2 – Camila Ponce (MS) 3 – Giovanna Fontes (SP) 3 – Bruna Silva (RS) Masculino 1 – Leonardo Gonçalves (RS) 2 – William Souza Jr. (DF) 3 – Tiago Souza (MG) 3 – Luiz Filipi dos Santos (RJ) PESADO Feminino 1 – Victoria Oliveira (SP) 2 – Nathália da Silva (RJ) 3 – Ana Camargo (PR) 3 – Priscila Souza (MT) Masculino 1 – João Marcos Cesarino (RS) 2 – Arthur Barboza (RJ) 3 - Lucas Limas (SP) 3 – João Vítor Lima (CE)

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São Bernardo do Campo sedia paulista sub 11, sub 13 e sub 15 As equipes de base do judô paulista tiveram um fim de semana muito agitado com a disputa do campeonato paulista das classes mirim, pré-juvenil e juvenil. POR paulo

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pinto I Fotos Budopress

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C

om o apoio da 9ª DRJ ABC, no dia 20 de agosto a Federação Paulista de Judô (FPJ) promoveu a fase final do campeonato paulista das classes sub 11, sub 13 e sub 15, o principal evento estadual da base desta temporada. O campeonato reuniu no ginásio poliesportivo Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo, as maiores forças da modalidade no Estado de São Paulo e evidenciou o alto nível técnico do judô paulista na base. A competição da classe sub 11 reuniu 342 judocas classificados nas seletivas regionais e inter-regionais, realizadas nas 16 delegacias regionais da Federação Paulista de Judô. O naipe feminino contou com 148 judocas inscritas, enquanto o masculino apresentou 194 atletas. Ratificando a homogeneidade existente na base, no feminino 30 equipes subiram ao pódio, e nove delas obtiveram medalhas de ouro. Já no masculino 29 agremiações conquistaram medalhas, e nove delas chegaram ao ouro.

Na classe sub 11 Mauá foi campeã geral do feminino e o São João Tênis Clube faturou o masculino A Associação de Judô Mauá foi a campeã geral, conquistando uma medalha de ouro, uma de prata e outra de bronze. A Associação Kyoei de Judô de Suzano e Seduc-Praia Grande ficaram em segundo, com uma medalha de ouro e uma de bronze. A terceira colocação foi dividida pelas sete agremiações que obtiveram uma medalha de ouro: SESI-SP, Vila Santista Chiao/SME, Associação de Judô de Piquete, Secretaria de Esporte e Lazer de São José dos Campos, Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Turismo de Ipaussu e Sayão Futebol Clube, de Araras. No naipe masculino o São João Tênis Clube /APAJA, de Atibaia, foi campeão geral conquistando duas medalhas de ouro e uma de bronze. A Academia de Judô Pissarra, de Mairiporã, foi vicecampeã geral com uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze. A Associação Namie de Judô fechou o pódio das equipes obtendo uma medalha de ouro e uma medalha de bronze. www.revistabudo.com.br

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No sub 13 a Adrearmas foi campeã geral do feminino e a ADPM/São José dos Campos venceu no masculino A disputa da classe sub 13 reuniu 306 judocas classificados nas seletivas regionais e inter-regionais, realizadas nas 16 delegacias regionais da Federação Paulista de Judô. O naipe feminino contou com 146 judocas inscritas, enquanto o masculino apresentou 160 atletas. Ao todo 25 agremiações marcaram presença no pódio do feminino, e a Associação Desportiva e Recreativa de Artes Marciais (Adrearmas), de São Vicente, foi campeã geral, conquistando seis medalhas: duas de ouro e quatro de bronze. A Associação Kyoei de Judô, de Suzano, ficou em segundo lugar com uma medalha de ouro e uma de prata.

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Em terceiro lugar ficaram as demais equipes que obtiveram uma medalha de ouro: Círculo Militar de São Paulo; Academia Calasans Camargo, de São José dos Campos; Associação Brasileira A Hebraica, de São Paulo; Instituto Sensei Divino Budoka, de São Paulo; e Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Amparo. No masculino 24 agremiações subiram no pódio e a grande campeã foi a Associação Desportiva da Polícia Militar, de São José dos Campos, que disputando quatro finais conquistou duas medalhas de ouro e duas de prata. A equipe vice-campeã foi a Associação Namie de Judô, que conquistou uma medalha de ouro, uma de prata e outra de bronze. A Associação Hirakawa de Judô ficou em terceiro lugar com uma medalha de ouro e outra de prata.

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C AMPEONATO PAULISTA SUB 11, SUB13 E SUB 15 São João Tênis Clube/ APAJA foi campeã geral do feminino e a Seduc-Praia Grande venceu no masculino do sub 15 A disputa da classe sub 15 reuniu 228 judocas classificados nas seletivas regionais e inter-regionais, realizadas nas 16 delegacias regionais da Federação Paulista de Judô. O naipe feminino contou com 91 judocas inscritas, enquanto o masculino apresentou 137 atletas. Ao todo 23 agremiações marcaram presença no pódio do feminino e o São João Tênis Clube/APAJA foi campeão geral, conquistando três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. A Associação Marcos Mercadante de Judô foi vice-campeã geral, obtendo uma medalha de ouro e uma de prata. A Associação Brasileira A Hebraica, de São Paulo, fechou o pódio do feminino com uma medalha de prata e uma de bronze.

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A Seduc-Praia Grande foi campeã geral do masculino, conquistando uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze. O São João Tênis Clube/APAJA foi vice-campeão com uma medalha de ouro e duas de bronze. A Adrearmas ficou em terceiro lugar, obtendo uma medalha de ouro e uma de bronze,

Professores kodanshas abrilhantam a cerimônia de abertura Compareceram à cerimônia de abertura dirigentes esportivos e políticos, entre os quais Francisco de Carvalho, vice-presidente da CBJ; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; Joji Kimura, diretor técnico da FPJ; Jean Madeira, vereador de São Paulo; Edson Koshi Minakawa, diretor de arbitragem da FPJ; Henrique Guimarães, medalhista olímpico; os delegados regionais Celso de Almeida Leite, Osmar Feltrim, Sidney Paris, Walmir

Shiraga, Raul Senra e Cléber do Carmo; os coordenadores do departamento financeiro Adib Bittar e Valdir Melero; e os coordenadores de arbitragem Marilaine Ferrante e Takeshi Yokoti. Como ocorre tradicionalmente nos eventos da FPJ, a competição reuniu um número expressivo de professores kodanshas: Solange Pessoa Vincki, Osmar Aparecido Feltrim, Raul de Melo Senra Bisneto, Uichiro Umakakeba, Antônio Honorato de Jesus, Belmiro Boaventura da Silva, Kanefumi Ura, Isaburo Suto, Takeshi Nitsuma, Milton Ribeiro Correa, Paulo Rogério Padovan, Paulino Namie, Takeshi Yokoti, Francisco de Carvalho Filho, Pedro Jovita Diniz, Valdir Melero, Walmir Shiraga, Paulo Namie, Paulo Roberto Duarte, Sérgio Ferrante, Sidney Paris, Rubens Pereira, Luís Alberto dos Santos, Alcides Camargo, Roberto Luiz Fuscaldo, Alessandro Panitz Puglia, Ivo Nascimento e Francisco Aguiar Garcia.

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Alessandro Puglia e Jean Madeira com ex-atletas da seleção brasileira

Bastante emocionados pela conquista do ouro, Marcelo e Caio Kiwada comemoram a importante conquista Equipe da associação de Judô Mauá

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C AMPEONATO PAULISTA SUB 11, SUB13 E SUB 15

Campeonato Paulista Sub 11 Classificação Individual

Além de marcar presença em todos os eventos da FPJ, os professores kodanshas Valdir Melero e Pedro Jovita Diniz são ícones dos tatamis

Francisco de Carvalho com João Felipe Lara Pierre, uma das promessas da Associação de Judô Mauá

Sensei Paulo Duarte com Wedja Santos

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Feminino Superligeiro 1º Talita Yukari Chiao - Chiao/SMEL 2º Sara da Silva - Nova Jerusalém 3º Cassia Pereira - Assoc. Namie 3º Nykoli E. França - Titãs do Judô Ligeiro 1º Tainá Boccardo - SESI - SP 2º Gabriella Abreu - A. Mongaguá 3º Laura Rodrigues – Bandeirantes 3º Maria E. Medeiro - Assoc. Kyoei Meio-leve 1º Ana Rosa Meneses - A. Mauá 2º Yasmim de Oliveira - A.E.P/ Nissi 3º Ana Clara Pires – Acad. Calasans 3º Giovanna Nery - Judô na Faixa Leve 1º Nicoly Bentivoglio - Ass. Kyoei 2º Laura Izoletti - Rio Preto A. C. 3º Ana L. Burkowski - A. Iguapense 3º Iris Nolasco Vilar - SEL/Valinhos Meio-médio 1º Heloisa Alves - Assoc. Piquete 2º Marjory G. Costa - Asso. Mauá 3º Maria Machado - Tiago Camilo 3º Mariana Pontara - Divinolândia Médio 1º Eduarda Pereira - SEL/S.J.C. 2º Gabrielly Ferreira - S. F. Rocha 3º Isabella Botine - A. Judô Mauá 3º Esther Vitoria Lucas - B. Zanol Meio-pesado 1º Julia C. Rufino - SMET/Ipaussu 2º Waiwanna Pinheiro - A. Mercival 3º Manuela Bifone - Círculo Militar 3º Gabriela Ferreira - Hatsuyume K. Pesado 1º Maria I. Specian - Sayão F. C. 2º Maria V. Costa - SEL/Valinhos 3º Julia Buzzinaro Vieira - A. Tupã 3º Gabriela Cardozo - Floresta A. C. Superpesado 1º Renata Freire - Seduc/P. Grande 2º Laura Vieira - Judocas de Cristo 3º Heloisa Navarro - Hatsuyume K. 3º Isabella Soares - Seduc/Praia G.

Masculino Superligeiro 1º Matheus Tsukamoto – S.J.Apaja 2º Vinicius Berman - São Paulo F.C. 3º Pablo H. Prado - ADPM-S.J.C. 3 Wendell Sant´Anna - Ass. Namie Ligeiro 1º Matheus Carvalho – S.J.Apaja 2º Kévim Aquino – Acad. Pissarra 3º Nikolas Fernandes - Vila Sônia 3º Enzo M. Gobbato - Floresta A. C. Meio-leve 1º Bernardo Pontara - Divinolândia 2º Igor D. Sequeira - C. E. Penha 3º Gabriel Vieira - Clube Paineiras 3º Luan Borges – Acad. Calasans Leve 1º Cauã Y. Kiwada - A. Araçatuba 2º Kelviley Pereira – Fund. Ipaussu 3º Henrique Gatti – Acad. Pissarra 3º Lucas Martins - Assoc. Hirakawa Meio-médio 1º Bruno Rafael Lima - A. Namie 2º João Pedro Pires – S. Pedreira 3º Fernando Batista - Assoc. Tupã 3º Mateus Martinho – São J. Apaja Médio 1º Lucas Ribeiro – Acad. Pissarra 2º Lucas Dell’aquila – C. Paineiras 3º Nicolas G. Alves - Assoc. Tupã 3º Kaua Sandes Leal - C.A. Taboão Meio-pesado 1º Francisco Ribeiro - Ass. Masters 2º Otavio Rabelo - Meninos de Ouro 3º Gabriel Fernandes - Dojô C. T. 3º Vinicius Araújo - A. Divinolândia Pesado 1º Gabriel França - Assoc. Colossus 2º Pedro Barcelos - Assoc. Rio Claro 3º Jean Boaventura - Assoc. Hebraica 3º Luis Henrique Ribeiro - Ass. Mauá Superpesado 1º Francisco Marques - Titãs do Judô 2º Pedro H. Nakano - Assoc. Matsumi 3º Guilherme Mundin - São Paulo F.C. 3º Murillo Lucas - Academia Taboão Extrapesado 1º Gabriel Guiral - Assoc. Bastos 2º Fábio Takenouchi - ADPM-S.J.C. 3º Walter da Silva - Assoc. Belarmino 3º Gabriel Mendes - Assoc. Pompéia

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Campeonato Paulista Sub 13 Classificação Individual Feminino Superligeiro 1º Agatha Cassari – C. Militar 2º Veronica Noda - Clube Mogi 3º Maria Fiorelli - S.C. Corinthians 3º Vitória Peres - ADREARMAS Ligeiro 1º Eloisa Ferreira - Assoc. Kyoei 2º Lavínia Pereira - A. Mercadante 3º Ana Albuquerque - Gota de Leite 3º Beatriz Domingues - Bandeirantes Meio-leve 1º Juliana N. Oliveira - ADREARMAS 2º Yasmin Azevedo - Assoc. Piquete 3º Amanda Morato - Seduc/P. Grande 3º Maria E. Lopes - ADREARMAS Leve 1º Kaillany Valentim - ADREARMAS 2º Aline Cristina Silva - Assoc. Kyoei 3º Thaisa Monteiro - ADREARMAS 3º Ana B. Santos - São João/Apaja Meio-médio 1º Carolina Caldas – Aca. Calasans 2º Tais Capuano - Birigui P. C. 3º Julia França - Assoc. Colossus 3º Allyce Ferrinho - ADREARMAS Médio 1º Sarah de Melo - Assoc. Hebraica 2º Julia Roberta Delfino - Clube Mogi 3º Brendha do Vale - Morada do Sol 3º Mayara Pereira - Asso. Mongaguá Meio-pesado 1º Sara Gonçalves - Instituto Divino 2º Renataly Herefeld - A. Limeirense 3º Bruna C. da Silva - Titans do Judô 3º Giovana Miranda - A. Cho Do Kan Pesado 1º Yasmin Bertoncini - SEM/Amparo 2º Heloisa Marcon - A. Indaiatubana 3º Yasmin Maria Costa - SESI - SP 3º Anna Julia Silva - Judô na Faixa

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Masculino Superligeiro 1º Gabriel Hirakawa - A. Hirakawa 2º José Alves – C. Sano/SMERP 3º Raphael Colodino – S. João/Apaja 3º Ruan Bonifácio - São João/Apaja Ligeiro 1º Júlio C. Correia - A. Mercadante 2º Pedro Henrique Paes - A. Namie 3º Guilherme R. Dias - C.E. Penha 3º Raphael Pinheiro - Hebraica Meio-leve 1º Ronald O. Lima - UNIMES 2º Gustavo Gomes – A. Taboão 3º Victor Oliveira - Ass. Hirakawa 3º Guilherme Castro - A. Kenshin Leve 1º Ernane Ferreira - ADPM-S.J.C. 2º Gabriel Fernandes - ADPM-S.J.C. 3º Gabriel V. Lopes - Assoc. Kimura 3º Matheus Nolasco – A. Calasans Meio-médio 1º Gabriel do Prado - ADPM-S.J.C. 2º João Lara Pierri - Assoc. Mauá 3º Fabio E. Santos - Assoc. Bastos 3º Eduardo Lemos - Rio Preto A. C. Médio 1º Kaua H. Mello - Assoc. Namie 2º Fabricio Pereira - ADPM-S.J.C. 3º Lenon Martins - Ass. Bushidô 3º Victor Gonçalves - Divinolândia Meio-pesado 1º Victor Sambatti - SE Palmeiras 2º Caio Barbosa - SESI - SP 3º Igor R. Camargo - Assoc. Namie 3º Leonardo Andrade – Jerusalém Pesado 1º Pedro Michilini - Ômega Acad. 2º Raphael Pereira - A. 9 de Julho 3º Erik Alves – Fund. Ipaussu 3º Vinicius Roveroni - Mercadante

Campeonato Paulista Sub 15 Classificação Individual Feminino Superligeiro 1º Verônica Souza – S.J.Apaja 2º Luiza Pereira - UNIMES 3º Giovanna Oliveira - Ômega A. Ligeiro 1º Ana L. Segalla - A. Bushidô 2º Camille Souza - A. Araçatuba 3º Isabela F. Pereira - Clube Mogi 3º Giovanna Pereira - A. Guarujá Meio-leve 1º Fernanda Costa – A Hebraica 2º Vitoria C. Bagat - Clube Mogi 3º Isabella Orsi - Assoc. Kimura 3º Liriel Oliveira – Seduc P. G. Leve 1º Sarah Vieira - Mercadante 2º Aline Calderón – S.J.Apaja 3º Tauane Gonçalves - Hebraica 3º Laura Santos - C. I. Regatas Meio-médio 1º Franciele Watanabe – S.J.Apaja 2º Francyne Pedroso - Yama Arashi 3º Julia Fernandes - ADPM-S.J.C. 3º Paloma Moreira - Budokan Per. Médio 1º Nauana Ap. Lopes - Dojô C. T. 2º Esther Fonseca - Assoc. Namie 3º Isabela Oliveira – S. João/Apaja 3º Beatriz Gutierrez - Judô Makoto Meio-pesado 1º Maria E. Paiva - ADPM-S.J.C. 2º Thayna Chiodi – Acad. Águias 3º Julia S. Flores - Acad. Budokan 3º Beatriz Oliveira - Ass. Hirakawa Pesado 1º Beatriz Furtado – S. J. Apaja 2º Leticia Mariano - Mercadante 3º Leticia Brandão - A. Pessoa 3º Lívia Lopes - Ômega Acad.

Masculino Superligeiro 1º Pedro Neto - ADREARMAS 2º Vitor Morales - Assoc. Nery 3º Lucas Melo - Assoc. Namie 3º Ruan Oliveira - ADREARMAS Ligeiro 1º Lucas Ramos - A Hebraica 2º João Oliveira - Seduc/P. G. 3º Matheus Melo - Ass. Namie 3º Adrian Sousa – N. Jerusalém Meio-leve 1º Gustavo Brait – S. João/Apaja 2º Pedro Cestari - Círculo Militar 3º Vinicius Santos - Clube Mogi 3º João Greco - São João/Apaja Leve 1º Marcos Kajiyama - A. Bastos 2º Guilherme Biscalchin - Bushidô 3º Andrei Gonçalves - Círculo Militar 3º Felipe Breitenbach – S. J. Apaja Meio-médio 1º Caio Kiwada - Assoc. Araçatuba 2º Gustavo Gomes – Seduc P. G. 3º Hudy Brito Reis - Ass. Hebraica 3º Gabriel Shimada - Titãs do Judô Médio 1º Marcus Lobo - Academia Águias 2º Gustavo Faria - Assoc. Kenshin 3º Vinicius Ferreira - Assoc. Hinode 3º Henri Alencar - Seduc/P. Grande Meio-pesado 1º Marcelo Arantes - Liga Litoral 2º Deimian Ramires – Acad. Taboão 3º Arthur Gonçalves - Ass. Moacyr 3º João Carlos Barizon - A. Itapira Pesado 1º Carlos Macedo - Seduc/P. G. 2º Lucas Nascimento – S. Francisco 3º Guilherme Andrade - A. Caieiras 3º Murilo Martins - Ass. Sta. Bárbara

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C AMPEONATO PAULISTA KIDS - SÊNIOR - ESTILOS DE KATA

Academia Resistência é campeã do paulista kids e sênior Final emocionante do campeonato paulista kids, sênior e estilos de kata definiu as seleções que representaram São Paulo no campeonato brasileiro zonal do grupo II. POR

A

Federação Paulista de Karatê (FPK) realizou nos dias 28 e 29 de maio o campeonato paulista kids, sênior e estilos de kata. O certame foi realizado no Ginásio Mauro Pinheiro, no complexo esportivo Constâncio Vaz Guimarães, em São Paulo (SP). Aproximadamente 1.300 atletas de 177 agremiações participaram da competição que, além de determinar os campeões paulistas da temporada nestas categorias, definiu os atletas que compuseram as seleções que re-

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paulo pinto I Fotos budopress

Celso Jatene e José

Carlos de Oliveira

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João Paulo Ornellas e Maurício Alves

Autoridades na mesa de honra

presentaram o Estado de São Paulo no campeonato brasileiro zonal do grupo II, realizado de 7 a 9 de julho, em Porto Alegre (RS). Em sua 24ª edição, o Campeonato Paulista Kids é um dos certames mais tradicionais do calendário do karatê paulista. Alcançando sua 25ª edição, o paulista de cadetes abrangeu disputas de kata e shiai, nos naipes masculino e feminino. Já o da categoria sênior, em sua 45ª edição, é o certame mais antigo do Estado. Contudo, o campeonato paulista de kata por estilos, dedicado às classes sênior e máster, está em sua segunda edição e é o torneio mais novo do calendário paulista. A cerimônia de abertura registrou significativa presença de autoridades esportivas e políticas, o que comprova a força e a tradição dos certames. Entre os presentes estavam José Carlos Gomes de Oliveira, presidente da FPK; Celso Jatene, vereador da cidade de São Paulo; Pedro Hidekasu Oshiro, vice-presidente da FPK; Nélson Mitsuo Higa, diretor de arbitragem da FPK; Ailton Bichara Grilo, diretor adjunto de arbitragem da FPK; Ivon da Rocha Dedé, diretor financeiro da FPK; Paulo Romeu da Silva, diretor de eventos da FPK; Carlos Tsutiya, diretor graduação; Carlos

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C AMPEONATO PAULISTA KIDS - SÊNIOR - ESTILOS DE KATA Magno Baptista, coordenador geral da equipe técnica; Valmir Zuza da Cruz, diretor técnico da FPK; e Sérgio Takamatsu, diretor do departamento de projetos sociais da FPK. Em seu pronunciamento na cerimônia de abertura, José Carlos de Oliveira deu boas-vindas a todos. “Esta é uma ocasião muito especial para todos vocês que buscam uma vaga no pódio e na seleção paulista de karatê. Vivemos um momento muito importante para nossa modalidade, porque em agosto o Comitê Olímpico Internacional (COI) definirá as modalidades esportivas que estrearão nos Jogos de Tóquio em 2020, e temos certeza de que o karatê fará parte da principal competição esportiva do planeta. Como sempre, quero fazer um agradecimento especial aos pais pelo esforço em inserir seus filhos na prática esportiva e, em especial, o karatê”, disse o dirigente que finalizou agradecendo o apoio recebido do vereador Celso Jatene. “Em nome de toda a diretoria da FPK agradeço a presença do vereador Celso Jatene, que nos prestigia e sempre apoia os eventos realizados pela FPK.” Celso Jatene agradeceu as palavras do dirigente e prometeu acompanhar com maior atenção o desempenho dos karatecas paulistas no próximo ciclo olímpico. “Estou torcendo por uma decisão positiva do COI, e tenho certeza de que o karatê fará parte dos Jogos Olímpicos, pois o Caminho das Mãos Vazias não é apenas mais um esporte. O karatê possui conteúdo filosófico e agrega valores à cidadania. Tenho certeza de que a partir de setembro estaremos acompanhando o desempenho dos karatecas de todo o Estado de São Paulo nas disputas internacionais que valerão pontos para o ranking olímpico. Em breve estaremos comemorando as conquistas dos karatecas medalhistas olímpicos de São Paulo e do Brasil”, previu Jatene.

Inovação e qualidade Nem mesmo as dificuldades impostas pela crise que assola o País e o desporto paulista fizeram a diretoria

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de eventos da Federação Paulista de Karatê medir esforços e criatividade na preparação de um belo e aconchegante cenário para receber os atletas que foram ao Ginásio Mauro Pinheiro em busca de medalhas e vagas na seleção paulista desta temporada. Ao todo, foram montados 12 kotos que abrigaram as disputas de shiai e kata individual e por equipe, nas classes mirim, cadete, adulto e máster. Mesmo com o elevado número de karatecas inscritos a competição apresentou excelente organização e grande volume nas lutas. A atuação imprescindível dos 82 árbitros permitiu que o evento transcorresse rapidamente. Na avaliação de José Carlos de Oliveira, este ano será um marco para a modalidade. “O Comitê Olímpico Internacional certamente incluirá o karatê no circuito olímpico. Em breve deveremos colher os frutos do trabalho que estamos desenvolvendo neste sentido. Tenho certeza de que como modalidade olímpica obteremos o apoio que nos falta para oferecer cada vez maior apoio e infraestrutura aos nossos atletas e filiados. Entendemos que daqui por diante somente as entidades que trabalhem verdadeiramente na expansão de esportes, que tenham apelo social e com protagonismo no alto rendimento serão atendidas pelo Ministério do Esporte e pelo Comitê Olímpico do Brasil. Estamos tranquilos porque a nossa gestão possui este perfil. Não visamos a favorecer nenhum grupo específico. Nosso compromisso é com o crescimento de nossa modalidade e com o desenvolvimento social por meio do esporte. Tenho certeza absoluta de que os nossos atletas estão inseridos nos eventos de maior relevância no Estado, no Brasil e no mundo. Em breve estes mesmos eventos serão a base e fornecerão dados para o ranking olímpico, e precisamos preparar-nos para enfrentar todas as mudanças que virão.”

Elevado índice técnico Ao todo, 177 agremiações participaram da grande final das classes mirim, cadetes e sênior, revelando a pujança do karatê e a expansão territorial da modalidade no Estado de São Paulo. Não falamos de uma competição aberta e muito menos de uma fase classiwww.revistabudo.com.br

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C AMPEONATO PAULISTA KIDS - SÊNIOR - ESTILOS DE KATA ficatória, nas quais todos os atletas federados podem competir por vagas na final. Falamos de uma fase na qual só participam karatecas selecionados por meio das fases classificatórias. O volume expressivo de clubes e atletas inscritos nesta fase do campeonato paulista revela o gigantismo de uma modalidade que cresceu pelo País afora, devido à sua própria força e atrativo, já que não goza de apoio e subsídio estatal ou governamental. Esse quadro nos permite imaginar o que acontecerá com o karatê após a sua entrada no circuito olímpico. Na contagem geral de pontos a Academia Resistência, de Santos, conquistou 17 medalhas e sagrou-se campeã geral do certame. Comandada pelo experiente sensei Paulo Bartolo, a Resistência é uma das escolas mais vitoriosas do Estado de São Paulo. Para chegar ao primeiro lugar no pódio a equipe do dojô santista disputou 15 finais, conquistando seis medalhas de ouro, nove de prata e duas de bronze. Em segundo lugar ficou a Academia Hisatugo de Karatê, de Araçatuba, que inscreveu 45 atletas na competição e conquistou 17 medalhas. Para consolidar a vice-liderança do certame a equipe comandada pelo sensei Fábio Hisatugo somou seis medalhas de ouro, cinco de prata e seis de bronze. A terceira colocação foi conquistada pela Associação Bonsai Jyuku de Karatê, de Campinas, que inscreveu apenas 16 atletas no certame e conseguiu disputar oito finais. Para chegar à terceira colocação o time comandado pelo sensei Valmir Zuza da Cruz obteve seis medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze. A quarta colocação foi conquistada pela SEEMEPP Aquarela, de Presidente Prudente, que totalizou 20 medalhas. Para chegar em quarto lugar a equipe comandada pelo sensei Alexandre Serra, o Xandão, obteve cinco medalhas de ouro, cinco de prata e dez de bronze. Na quinta colocação geral ficou a Kami Karatê-Dô Shorin Ryu, de Praia Grande, que somou 12 medalhas. Liderada pelo sensei Ronaldo Rodrigues, a equipe do litoral obteve cinco medalhas de ouro, uma de prata e seis de bronze.

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Quadro de medalhas

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