Ano V - № 19 - R$ 40 - revistabudo.com.br
Paulo Wanderley Teixeira
Deixa um legado vitorioso
Em evento recorde, FPJ recebe 314 candidatos em exames de graduação Valéria Kumizaki é vice-campeã mundial de karatê
Brasil 4 x Colômbia 1
38 anos formando campeões e cidadãos de bem www.revistabudo.com.br
Revista Budô número 19 / 2017
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PK 2016
Dojô Wado Kai Jau
Clube Intern. de Regatas
Okinawa Shorin-Ryu
Ass. Maximus K. Shotokan
Assoc. Mizu Do Karatê
Karatê-Dô Wado Kai Brasil
Projeto Atleta Cidadão
Ass. Santamarense Karatê
Secretaria Esportes Itapira
Okinawa Shorin Ryu Jyureikan do Brasil
Ornaghi Shito-Ryu Karatê
Ass. Primavera Esportes
Prof. Ernesto Taro Nisibara
Prof. Mário Panucci
Prof. Osmar Teixeira Vieira
Prof. Jorge Santos de Jesus Prof. Michizo Buyo
Prof. José Cesário Prado Prof. Flávio V. de Souza Prof. Alessandro Tosim
Koobashi Academia GN Prof. José Messias Alves
Clube MESC
Prof. Paulo Roberto Rocco
Assoc. Higa Dojô
Prof. Nelson Mitsuo Higa
Assoc. Yamato Dojô Prof. Gledson de Paiva
Assoc. Nunes de Karatê Prof. Antenor Nunes
Associação Aranha
Prof. Fábio Porto Aranha
Assoc. Ishii de Karatê Prof. Oscar Kazuo Higashi
Pref. Estância Hidr. Poá Prof. Douglas N. R. Santos
Gladiators Fighter Fitness Prof. Rodrigo Inácio C. Mota
CELT Catanduva
Prof. Alain Patrick Paula
Instit. Ken Yu Karatê-Dô Prof. Sergio R Longo
Assoc. Karatê de Maracaí Prof. Ebiton Oliveira Rocha
Assoc. Tomodachi de Karatê Prof. Roberto Santos Alves
Associação de Karatê Prof. Fabiano F. Ivo
Assoc. Shinshukan Karatê Prof. Carlos Anunciação Jesus
Campos Dojô – Ass. Karatê Prof. Celso Santos Campos
Academia Gaviões Prof. Leonildo Aguiar
Ass. Ken Zen Kan Karatê Davison José Tosadoni
Ass. Portuguesa Desportos Prof. João Paulo Ornelas
Associação Heian de Karatê Prof. Carlos Magno Duarte
Assoc. Olímpia de Karatê Prof. José Roberto Pereira
Ass. Divino Grioles Karatê Prof. Evandro Segura y Grioles
Praia Grande – Depto. Karatê Prof. Denise L. S. Santos
CGE Ken In Kan
Prof. José Antônio Silva
Ass. Karatê Tenryu-kan Prof. Sergio A. Nascimento
A. A. Banco do Brasil Prof. Edcarlos Rodrigues
Clube Cultura Artística Prof. Fernando L. Vicenzi
Assoc. Daitan de Karatê Prof. Fábio Capusso Prado
Living Academia Prof. Dhaniel Natumi
Assoc. Dinâmica Karatê Prof. Augusto José Andrade
Clube Atlético Santa Cecília
Prof. Massahiro Shinzato Prof. José Vieira Santos Prof. Christian Cruyff
Prof. Antônio G. da Silva Prof. Alexandre Ornaghi
Assoc. Kyodo-kai Karatê Ouro Verde CME
Prof. Clodoardo Zanon
Assoc. Karatê Samuray Prof. Edílson Aroca
Assoc. Meikyo de Karatê Prof. Aparecido Rubens
Ass. Washi Kan de Karatê Prof. Antônio Carlos Schiavon
Sec. Esp. Taboão da Serra Prof. Manoel Lopes
A. Shu-Bu-Kai de Karatê Prof. Roberto Yokomizo
SEJEL Karatê Shorin Ryu Prof. Ademir de Jesus Lima
Karatê Guarujaense
Prof. Adalberto Pires Affonso
Spacefit Academia Karatê Prof. Rogério Passos Silva
A. A. Oswaldo Cruz USP Prof. Jurandir Ferreira
Assoc. Nindo Kan Karatê Prof. Ivaldo José Silva
Cl Literário R. Sertanezino Prof. Firmo Leão Ulian
Colégio Bandeirantes Prof. Odair B. Silveira
Kuroshio/SECEL Sumaré Prof. Thiago Bernardino
Associação MC Kan
Prof. Manoel Carlos Silva
Ass. II de Junho Karatê Prof. Luiz Artur do Amaral
Clube Fonte São Paulo Prof. Francisco Basseto
Ass. Artes M. Otokojuku Prof. Takeo Kikutake
Assoc. Shitsuke Karatê Prof. Alcimar Rodrigues
Assoc. Ramos Karatê Prof. Jorgenilto Ramos
Ass. Kombate Itapira Prof. Geraldo Carvalho
Pref. Mun. de Hortolândia Prof. Iranildo Cavalcanti
Butoku-Kai Motorama Prof. Isaias Barbosa
Washi Ki O de Karatê Prof. Edison Zuin
Ass. Tatsujin de Karatê Prof. Hernani Flor Rocha
Associação. Seikan Prof. Marcio Papi
A. Itapetininga Karatê Prof. José Carlos Floriano
A. D. Classista Rigesa Prof. Edson J. Cremasco
A. Desportiva Corpore Prof. Durval Dornellas
Academia Falcão Azul Prof. Rogério Gonçales
Pref. Mun. Saltinho
Prof. Ramon de Oliveira
Assoc. Jauense de Karatê
Pref. Municipal de Jahu CPP- Centro P. Paulista
Assoc. Karatê Eiko-kan
Assoc. Kami Karatê-Dô
Prof. Melquises Lopes Prof. Tito Colo Neto
Prof. André Luiz Abreu Dias
2
Prof. Adriano Wada
Prof. Ronaldo Rodrigues
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Karatê SEL Marília
Natação Acqua Center
Assoc. Karatê Higashi
Nipo Brasil. Jabaquara
Assoc. Arte e Vida
Ricardo Oliveira Karatê
Prof. Gerson A. Pereira
Prof. Nelson Koodi Abe
Ass. Karatê Superação Prof. Miguel A. de Melo
União Karatê Esportivo Prof. Ricardo M Marchi
C. Recanto Educacional Profa. Simone Cirillo
Guarukai K. Shotokan Prof. David Querino
Instituto Hitsuji
Prof. José A. Carneiro
Meninos Futeb. Clube Prof. Márcio Sbrana
Epiphany VGS Karatê Prof. Jorge H. Silva
Esp. Cult. Lazer Aguaí Prof. Marcos Ferreira
Acad. Vital Karatê-Dô Prof. Victor Silva Vital
Karatê Vinhedo
Prof. Jefferson Pereira
Assoc. Gaeta Karatê-Dô Prof. Orlando Domenico
DETLA - Brasiliense Prof. Dirceu Brás Pano
Garras Águia Karatê-Dô Prof. Antônio C. Andrade
Cl. Atlético Bioleve
Prof. João Carlos da Silva
Alves Dojô
Prof. Valdemar Vieira Alves
Praia Grande Karatê-dô Prof. Allan Jozala Souza
T.K. Karatê
Profa. Renata Trevisan
Zedo Do Kai Wado Ryu Prof. Marcio Félix
Aquático da Aclimação Prof. Oswaldo de Barros
A. Up Ito Céu Aberto Prof. José Oliveira
Shodo-Kan de Karatê Prof. Roque Bispo
Ass. FPM Piracicaba Prof. Gilson E. Felipe
Assoc. Cobras Akai Prof. Ivan da Silva
Prefeitura de Amparo Prof. Carlos Antonelli
Jomadan Artes Marciais Prof. Osvaldo Jeronimo
Assoc. Karatê Center Prof. Osvaldo França
AKASC – São Carlos Prof. Carlos R. de Mattos
Assoc. Karatêposse
Prof. Edson José Ferreira
Prefeitura de Conchas Prof. Mateus Melo Alves
Patrulheiro de Santos Prof. Melquises Lopes
Esporte C. Santa Cruz Prof. Danilo da Silva
Ennio Vezzuli
Instrutor Chefe da FPK
Assoc. Fartura de Karatê Prof. Paulo Tadeu Souza
Tenryu Kan A. Marciais
Prof. Anselmo R. do Carmo Prof. Flávio Antônio Leite
Prof. Ulysses Cameron
Prof. José H. Camilo
Prof. Ricardo Oliveira Ryubukai Santo André Profa. Cintia Yonamine
Prof. Ticiano Lacerda Lima
Prof. Sérgio A. Nascimento
Assoc. Camilo Karatê
Diretoria Presidente José Carlos Gomes de Oliveira 1º Vice-Presidente Pedro Hidekasu Oshiro
Dojô Bertioga de Karatê
União Ryuzo Watanabe
Ken in Kan Cubatão
Dojô Pinheiro Karatê
Mizukan Karatê
Dojô Ronin de Karatê
O. Shorin Ryu Shobu Kan
Duarte Karatê-Dô
A. Promessas FEC Lazer
Associação Nogueira
Okinawa Kenjin do Brasil
E.E. Prof. Simão Mathias
Clã de Artes Marciais
Cage Fight Team
Academ. Karatê Brandão
Yokoyama Dojô Karatê
Ass. Okinawa Patriarca
Dojô Marçal K. Shotokan
Diretor Administrativo Oscar Kazuo Higashi
Makoto Dojô
Team Nogueira Guarulhos
Diretor de Graduação Sergio Toshioki Hisaoka
AKAJI Jovens Amanhã
Sport Vencer Bushidokan
Karatê-Dô Nintai Dojô
Ass. Yoshino Karatê-Dô
Calis Karatê
Okinawa Karatê Shotokan
Willians Quirino Karatê
Marques Dojô
Associação Alvorada
Nintai Karatê-Dô
Lions Clube de Cubatão
SSME Presidente Prudente
Ass. Ivad Artes Marciais
Thaiwalter Karatê Kobudo
Assoc. Aquino Karatê
Áureo Karatê Shotokan
Diretoria Médica Gabriel David Hushi
Kizami Dojô
Assoc. LW Cantareira
Diretor de Eventos Paulo Romeu da Silva
PEC – RDF São Caetano
Assoc. Motta de Karatê
Instituto André Zago
Liga de Karatê de Osasco
Dojô de Artes Marciais
Assoc. Fênix Karatê-Dô
Shitokai Acad. Usti Arone
Valdemir Silva Karatê-Dô
Club Athletico Paulistano
PM Ibaté/Des./Kii Kuu Kai
Roberto Pacheco Karatê
Shiratomi Karatê-Dô
Departamento de Projetos Sociais Sérgio Hiroshi Takamatsu
Inst. E. José Paiva Netto
Academia Nova Era Sports
Instituto Sonho Vivo
S. E. Lazer Praia Grande
Departamento Escolar Ernesto Taro Nishibara
Projeto Karatê Educando
Assoc. Zanshin Karatê-Dô
Nagata Dojô
Esporte Guarulhos
Inst. Koi Fitness Shitokai
Círculo Militar Campinas
Esporte Clube Vila Galvão
Projeto Genki Karatê S.
Prof. Allan Vicente
Prof. José R. Silva Prof. Mario Nakati
Prof. Rubens Góes Costa Prof. Mario Nakati
Profa. Beatriz Ferraz
Prof. José Soares Brandão Prof. Flávio Vicente Souza Prof. Edmilson Monteiro
Prof. Marco Gomes Silva Prof. Marcos Dedino Prof. Carlos J. Calis
Prof. Willians Quirino
Prof. Jesuíno R. Coutinho Prof. Douglas G. de Brito Prof. Marcelo de Sousa Prof. Ricardo Aquino
Prof. Paulo Renato Costa Prof. Renan Dias Forão
Prof. André Ricardo Zago
Prof. Cláudio Souza Santos Prof. Ricardo O. Gaspar Prof. Wladimir Romic
Prof. Roberto de Pacheco Prof. José Carlos Mattos
Prof. Valdeci R. de Castro Prof. José M. Brandão Prof. Ricardo Pincelli
Prof. Rogério Y. Saito
Prof. Edmilson J. da Silva
Prof. Claudinei Nascimento Prof. Gilson F. Gomes Prof. Tiago M. Barros
Prof. José Carlos Nogueira
Prof. Matheus Firmino Reis
Prof. Carlos Martins Pereira Prof. Cesar Cláudio Filippi
Profa. Sabrina M. de Sousa Prof. Christian H. Ferreira
Prof. João de Deus Santos Profa. Tania Yoshino
Prof. Clayton G. dos Santos
Prof. Ronaldo Marques Silva
2º Vice-Presidente José Ricardo Ortiz D’elia Presidente de Honra Mestre Juichi Sagara (In memoriam)
Kodansha -Kai Koji Takamatsu - Assessor: Sergio Takamats Michizo Buyo - Assessor: Oscar Higashi Tomeji Ito (in memoriam) Yoshihide Shinzato (in memoriam) Assessor Geral do Kodansha-kai Edson Nakama
Diretor Financeira Ivon da Rocha Dede Conselho Fiscal Emerson Ludovico - Antônio Mendes Carlos Eduardo Dauricio Diretor de Arbitragem Nelson Mitsuo Higa
Prof. Denis Cesar S. da Silva
Diretor Técnico Edson Fujinori Nakama
Prof. Alexandre V. A. Serra
Diretor Jurídico Thiago Pedrino Simão
Prof. Walter Jarbas Silva
Prof. Áureo da Silva Dutra Prof. Luiz Carlos Alves
Prof. Huelder Benedito Motta Prof. Gilberto de Schavareto Prof. Edinaldo Silva Souza
Prof. Antônio Valdemir Silva Prof. Élcio Manoel Ferreira Prof. Elton S. Shiratomi
Prof. João Leite Neto Araújo
Diretor de Comunicação, Planejamento e Marketing Alziro Cesarino Departamento de Gestão Estratégica e Relações Institucionais Odair Dias
Departamento de Instrução e Prática (DIP Responsável e instrutor-chefe Ennio Vezzu
Prof. Luiz Fernando Antunes
Departamento de Karatê Adaptado Sergio Reinaldo Longo
Prof. Raphael Carlos Blanco
Departamento de Informática Paulo Cesar Spigolon
Prof. José Marcones
Prof. Edvaldo Cavalcante Prof. Atila Ramos
Prof. Sérgio Nascimento
Bushidô Cândido Mota Prof. Marcos Kamaguso
Proj. Karatê Para Todos Prof. Luciano Moreira
Suzanense Falcões Karatê Profa. Ana Lúcia Silveira
Dojô Júnior de Karatê Jose Orlando Oliveira
ASKAN – Alonso Neto Prof. Alonso José Neto
SESI-SP
Prof. Ivan F. Marques
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Federação Paulista de Karatê Fundada em 13 de setembro de 1974 Rua dos Estudantes, 74 - 4º andar - Sala 45 Liberdade – São Paulo-SP Fones: 11 3887-6493 e 3887-9880 www.fpk.org.br – karatefpk@uol.com.br Revista Budô número 19 / 2017
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EDITORIAL
Não podemos aceitar que o legado dos Jogos Rio 2016 seja apenas um punhado de incertezas.
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niciamos esta nova temporada em meio às dúvidas e incertezas que o pós-jogos olímpicos deixou para todo o segmento esportivo brasileiro, como se este fosse o verdadeiro legado desta edição histórica do evento realizado em nosso País. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) encerrou a temporada 2016 anunciando profundo corte no investimento, e nem poderia ser diferente, já que todos os segmentos da economia nacional vivem uma crise sem precedentes, com uma taxa de desemprego batendo 12%, o que representa 12,342 milhões de trabalhadores sem emprego. Não podemos pensar o esporte como uma ilha ao largo dos problemas que acometem a Nação, mas o fato é que nunca foi tão custoso olhar para frente e iniciar uma temporada esportiva, quanto mais fazer um planejamento fundamentado em calendários esportivos internacionais, nacionais e estaduais. Mas, como diz o ditado, é o que temos para hoje. Apesar do cenário desalentador aos poucos vamos tirando o judogi e o karategi das mochilas e fazendo as contas para saber o que dá para fazer no curto prazo e o que deve ser esquecido, ao menos enquanto o quadro geral no País não for alterado.
No ambiente judoísta parece que teremos mudanças profundas no comando da Confederação Brasileira de Judô, com a saída de Paulo Wanderley Teixeira, que em março assumirá a vice-presidência do COB. No mesmo mês todas as entidades estaduais deverão realizar eleições visando ao próximo quadriênio. A Confederação Brasileira de Karatê também realizou eleições, mas não houve mudança no comando da entidade, que agora está inserida no contexto olímpico. O taekwondo está submerso no caos gerado pelo afastamento do presidente, e no momento a Confederação Brasileira de Taekwondo está sob o comando de um interventor designado pela Justiça. Sem os recursos de outrora e com toda a sociedade mergulhada no pessimismo, só nos resta apertar os cintos e voltar a focar os eventos regionais, verdadeiros responsáveis pelo fomento das modalidades, pelo surgimento de talentos e por impulsionar o esporte na direção do alto rendimento e das competições que proporcionam investimento e o retorno midiático que o desporto amador demanda. Somos brasileiros valentes, corajosos e destemidos. Não será uma simples ressaca olímpica adicionada a um Congresso Nacional inoperante que nos fará desistir daquilo que escolhemos para nossas vidas. Meu conselho é que cada um trate de recolher os cacos e se aprumar para subir no bonde 2017, pois, bom ou ruim, é único – e quem não subir ficará de fora. Bom treino e boa luta a todos, e que venham muitos ippons e conquistas que nos façam lembrar da célebre frase de Hironori Otsuka, fundador do estilo de karatê Wado-Ryu: a diferença entre o possível e o impossível está na vontade. PAULO PINTO Editor e Diretor
Editor e Diretor Paulo Roberto Pinto de Souza paulobudo@gmail.com Diretora Executiva Daniela Lemos daniela.lemos@terra.com.br Conselho Editorial Mauzler Paulinetti Ivon da Rocha Dedé Redator N. T. Mateus – Mtb 10.864 Direção de Arte André Siqueira Assistente de Redação Isabela Lemos Assistente de Produção Geisa Guedes Colunistas Fernando Malheiros Filho Anderson Dias de Lima Analistas Técnicos Marson Albani - Judô Carlos Magno – Karatê Colaboradores Walter França – CBJ Lara Monsores – CBJ Mário Manzatti – FPJ Revisão Nilton Tuna Fotografia Marcelo Kura - Capa Paco Lozano – Europa Gabriela Sabau – IJF Media Marcelo Lopes – São Paulo Cris Ishizava – São Paulo Daniel Ferrentini – Rio de Janeiro Marcio Rodrigues/MPIX – CBJ Wilson Novaes – Minas Gerais Rafal Burza – CBJ Valter França – CBJ Lara Monsores – CBJ Paulo Pinto – Budopress Departamento Comercial Daniela Mendes de Souza revistabudo@gmail.com Assinatura www.revistabudo.com.br/assine Impressão e Acabamento Gráfica e Editora Kaygangue – Palmas (PR)
Foto FRANCISCO MEDEIROS/ME
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EXPEDIENTE
A diferença entre o possível e o impossível está na vontade
Esportes de Combate
A REVISTA BUDÔ é uma publicação quadrimestral da Global Sports Editora Ltda. Rua Henrique Júlio Berger, 855 – Conj. 102. – Caçador (SC) 89500-000 – Fone (49) 3563-7333 Tiragem desta edição 10.800 exemplares Opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas não são de responsabilidade do editor. Direitos reservados © 2017 Global Sports Editora Ltda. Impressa no Brasil – Printed in Brazil www.revistabudo.com.br
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Informação a serviçowww.revistabudo.com.br do esporte
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Revista BudĂ´ nĂşmero 19 / 2017
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NESTA EDIÇÃO 4 6 8 16 22 28 34 40 52 José Carlos de Oliveira agradece apoio recebido 62 70 74 78 82 83 José Pereira 84 Meio século 86 a serviço da 100 arbitragem 110 112 114 118 122 124 126 128 134 136 148 150 168 170 182 184 188 190 192 206 208 Seletiva 228 Nacional 234 revela 236 melhores 238 judocas da
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102
158 Exame de graduação da FPrJ bate recorde de candidatos
214
6
base
Editorial - A diferença entre o possível e o impossível está na vontade
Nesta Edição Suelen Altman Brilha nos Emiratos Árabes Valéria Kumizaki quer mostrar sua força em Tóquio
Paulo Wanderley deixa um legado vitorioso Tour Judô Cielo 2016 chega ao fim levando a modalidade para quase 30 mil pessoas Brasil vence a Colômbia no primeiro SuperDesafio BRA da temporada Com sete ouros e quatro bronzes São Paulo domina Brasileiro Sênior Academia Shotokan 38 anos formando campeões e cidadãos de bem Judô Tonietto é bicampeão da Copa Paraná de Judô Mestres japoneses ministram workshop em São Paulo
Atletas da base fazem treinamento de campo no Japão Paulo Wanderley é eleito vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil CBJ cumpre todos os critérios do COB para repasses de recursos da Lei Agnelo/Piva Parceria com entidades, marca o novo ciclo olímpico do Pinheiros
Scania renova patrocínio à CBJ por mais um ciclo olímpico Pinheiros é hexacampeão do Grand Prix Interclubes Copa Cielo Cidade de Fortaleza recebe mais de 1.200 judocas Rafaela Silva recebe prêmio da ANOC no Catar karatê de São Paulo perde um de seus grandes mestres Com ação inédita, CBJ comemora Dia Mundial do Judô São Paulo vence brasileiro, mas 22 estados vão ao pódio do sub 13 Gestão de arbitragem realiza workshop em Lauro de Freitas Câmara prevê votação de novo limite para a Lei de Incentivo O adeus a uma mente brilhante Exame de graduação da FPJ obtém recorde de candidatos aprovados Ao lado Nuzman e Rajman, Paulo Wanderley participa da assembleia ANOC Absoluto, São Paulo mantém hegemonia no karatê
Erika Miranda, Rafael Silva e Luciano Corrêa foram eleitos representantes dos atletas Brasil obtém 7 medalhas em Glasgow, e fica em quarto lugar
Ensaio – Um golpe, uma vida! Reação vence Minas Tênis e conquista bicampeonato do grand prix feminino CBJ realiza encontro de patrocinadores Campeonato Paulista Aspirante recebe medalhistas olímpicos Palmas Judô Clube recebe troféu de campeã tocantinense CBJ adota ranking nacional como critério para definir seleção brasileira Clube Pinheiros é campeão masculino e Minas Tênis vence feminino do Troféu Brasil Paulo Wanderley exorta transferência de conhecimento Bonenkai reúne autoridades máximas de Mauá Brasil fatura três ouros, duas pratas e um bronze no Sul-Americano São Paulo promove Curso Nacional de Parataekwondo Karatê como ferramenta de inserção social Pinheiros é campeã sênior do torneio mais Tradicional de São Paulo
O judogi mais vendido do Brasil
Kimono de judô mais vendido do Brasil, o judogi Grand Prix hoje é exportado para vários países
Produzidos dentro das medidas e normatizações que regem o judô internacional e obedecendo estritamente aos padrões estabelecidos pela Federação Internacional de Judô (FIJ), o judogi Grand Prix mescla conforto, segurança e durabilidade. Quando for adquirir um novo judogi, experimente antes os nossos kimonos. Sinta a diferença e entenda por que a Shihan é a Marca da Conquista!
Loja da Fábrica Rua Bento Vieira, 69 – Ipiranga – São Paulo (SP) Fone (11) 2215-6589 – shihan@shihan.com.br www.shihan.com.br www.revistabudo.com.br
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GRAND SLAM ABU DHABI 2016
Suelen Altheman brilha,
e Brasil volta dos Árabes com 13 medalhas Disputando cinco finais, a seleção brasileira voltou dos Emirados Árabes Unidos com uma medalha de ouro, quatro de prata e oito de bronze, que garantiram a terceira colocação geral numa competição disputada por 34 países de quatro continentes.
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POR
Paulo Pinto I fonte VALTER FRANÇA/CBJ I
Fotos
SABAU GABRIELA/IJF
I
mprimindo novo marco na relação entre a atual geração e a garotada que está chegando, no dia 25 de outubro a delegação brasileira embarcou para os Emirados Árabes Unidos (EAU) com 20 judocas, que foram a Abu Dhabi em busca de medalhas e de firmar seus nomes na seleção brasileira, já no princípio deste novo ciclo olímpico. Compuseram a delegação verde e amarela Nathália Brígida (48kg), Layana Colman (52kg), Jéssica Pereira (52kg), Eric Takabatake (60kg), Charles Chibana (66kg), Mariana Silva (63kg), Ketleyn Quadros (63kg), Maria Portela (70kg), Bárbara Timo (70kg), Alex Pombo (73kg), Marcelo Contini (73kg), Rafael Macedo (81kg), Victor Penalber (81kg), Samanta Soares (78kg), Maria Suelen Altheman (+78kg), Eduardo Bettoni (90kg), Luciano Corrêa (100kg), Rafael Buzacarini (100kg), David Moura (+100kg) e João Marcos Cesarino (+100kg).
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Na estreia Brasil conquista quatro medalhas
Emirados
Além das ações desenvolvidas no Brasil pela CBJ, a seleção brasileira comemorou o dia mundial do judô (28 de outubro) em altíssimo estilo, com quatro judocas subindo ao pódio. O peso-ligeiro Eric Takabatake conquistou a prata, enquanto Nathália Brígida (48kg), Jéssica Pereira (52kg) e Charles Chibana (66kg) ficaram com o bronze. “Fico muito feliz, porque foi minha primeira medalha em grand slam e por começar este ciclo olímpico com o pé direito. Espero que seja a primeira de muitas que virão”, comemorou Takabatake.
Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô
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GRAND SLAM ABU DHABI 2016 O caminho dele até a final começou com uma vitória por wazari e yukô contra Mehman Sadigov, do Azerbaijão, que o classificou diretamente para a semifinal. Nesta etapa, o brasileiro perdia a luta por dois shidôs contra o russo Robert Mshvidobadze quando, a 15 segundos do fim, encaixou o golpe perfeito para vencer a luta. Na final, Eric levou uma punição a mais que o espanhol Francisco Garrigos e ficou com a medalha de prata. Nathália Brígida, por sua vez, venceu Julia Figueroa, também da Espanha, na decisão pelo bronze; Chibana derrotou o esloveno Andraz Jereb; e Jéssica superou Karolina Pienkowska, da Polônia. “É minha primeira competição nesse novo ciclo olímpico, então este resultado foi bem importante, visando às próximas competições e, daqui a quatro anos, os Jogos Olímpicos de Tóquio”, projetou Brígida. Outra brasileira que lutou no primeiro dia foi a jovem Layana Colman (52kg),
Em sua volta aos tatamis após os Jogos Rio 2016, Maria Suelen se impôs na final contra Carolin Weiss, da Alemanha
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estreante em etapas de grand slam, que foi derrotada pela croata Tihea Topolovec nas oitavas de final e ficou fora da disputa por medalhas.
Com duas pratas e duas dobradinhas, Brasil brilha no segundo dia de disputa O Brasil foi bem outra vez no segundo dia do Grand Slam de Abu Dhabi 2016, conquistando mais cinco medalhas, sendo duas de prata. O bom desempenho foi puxado, na maior parte, pelos atletas que disputaram os Jogos Olímpicos e voltaram a uma grande competição internacional justamente nos Emirados Árabes. Dois deles, Victor Penalber (81kg) e Maria Portela (70kg), ficaram com a prata, enquanto Mariana Silva (63kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Bárbara Timo (70kg) conquistaram bronze. A última medalha do dia foi a prata de Victor Penalber (81kg). O carioca fez uma
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campanha segura até a final, quando, num contragolpe, acabou derrotado por Sergiu Toma (Emirados Árabes Unidos), bronze nos jogos do Rio, que contava com o apoio da torcida. Penalber começou com um ippon sobre Jakub Kubieniec (Polônia), depois venceu Didar Khamza (Cazaquistão) por wazari e, na semifinal, derrotou Srdjan Mrvaljevic (Montenegro) com um yukô. O outro brasileiro da categoria, Rafael Macedo, também foi derrotado por Sergiu Toma logo na estreia. “É sempre difícil esse retorno porque tivemos um período de recesso. Tudo volta a doer e até entrar num ritmo forte de treinamento de novo é muito complicado. Então, fico satisfeito por já na primeira competição depois dos jogos fazer uma final de grand slam. Agora é continuar evoluindo porque diante do que foi esta final, acho que dava para ter buscado o título. Mas é só o início do ciclo e é bom começar com uma medalha”, disse Penalber. Maria Portela (70kg) fez uma luta muito equilibrada com a francesa Marie Eve Gahie na decisão, mas por uma punição acabou sendo derrotada. Antes, a “raçudinha dos pampas” havia derrotado Giovanna Scoccimarro (Alemanha) com um yukô no golden score e Anna Bernholm (Suécia) na diferença de punições. “Acho que foi um bom retorno. Nesse início de ciclo há muitas meninas novas entrando e é preciso conhecê-las. Fiquei um pouco travada no começo, mas depois deu tudo certo. Agradeço aos meus colegas de clube que me ajudaram a rewww.revistabudo.com.br
começar e à minha família, que está sempre me apoiando”, disse Maria Portela. Na mesma categoria, Bárbara Timo também chegou ao pódio ao derrotar a sueca Anna Bernholm com um wazari e um yukô. A brasileira iniciou sua campanha com uma derrota para Katiejemima Yeatsbrown (Grã-Bretanha), mas depois venceu a turca Sukran Bakacak por ippon na repescagem, garantindo-se na disputa do bronze. No meio-médio feminino vieram mais dois bronzes com Ketleyn Quadros e Mariana Silva. E ambas as vitórias vieram com um yukô. A primeira a garantir um lugar no pódio foi Mariana, que passou pela a croata Marijana Miskovic Hasanbegovic na primeira luta do bloco final. Na sequência, Ketleyn Quadros derrotou a francesa Margaux Pinot. “Fiz uma boa competição, mas não foi o resultado que eu queria. Após os jogos, quebrei um pouco o ritmo mas busquei dar o meu melhor. Agora é planejar com calma e bastante inteligência as próximas competições e retornar ao meu melhor condicionamento físico e técnico. Fico feliz por ter conquistado essa medalha num grand slam”, disse Mariana. As únicas duas derrotas das brasileiras na competição foram para a mesma adversária, Juul Franssen (Holanda), que ficou com o ouro da categoria. Ketleyn, que havia vencido a alemã Nadja Bazynski na estreia, caiu ante a holandesa nas quartas de final e se recuperou na repescagem
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Pódio do peso-meio-pesado masculino
Pódio do peso-meio-pesado masculino Pódio do peso-leve feminino
Pódio do peso-meio-médio feminino
Pódio do peso-pesado feminino
Fornecedor oficial da Seleção Brasileira de Judô
Pódio do peso-ligeiro masculino
Pódio do peso-médio feminino
Pódio do pesoligeiro feminino
Pódio do peso-leve masculino
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vencendo a polonesa Karolina Talach por ippon. A própria Talach foi a adversária de Mariana Silva na estreia, com vitória da brasileira por um yukô, mas na semifinal Mariana foi derrotada por Franssen. No peso-leve masculino, Alex Pombo e Marcelo Contini foram derrotados na repescagem e acabaram fora da disputa por medalhas.
Com excelente desempenho no último dia, Brasil fatura mais quatro medalhas Quatro judocas brasileiros chegaram às decisões por medalhas no último dia do Grand Slam de Abu Dhabi, e os quatro conquistaram medalhas. Maria Suelen Altheman (+78kg) foi campeã, Luciano Corrêa (100kg) levou a prata, David Moura
(+100kg) e Samanta Soares (78kg) ficaram com bronze. Com os pódios de sexta e do sábado, o Brasil encerrou a competição com um total de 13 medalhas na primeira etapa de grand slam realizada pós-Jogos Olímpicos do Rio. Somando um ouro, quatro pratas e oito bronzes o Brasil obteve a terceira colocação geral, ficando atrás apenas da França, que levou três ouros, uma prata e dois bronzes, enquanto a Holanda somou dois ouros e um bronze. O terceiro lugar na classificação geral com 13 medalhas conquistadas mostra que o Brasil inicia este ciclo olímpico com uma base forte e renovada. Única medalhista de ouro da delegação brasileira, Suelen fez uma competição perfeita, vencendo Kubra Kara, da Turquia, Maria Slutskaya, da Belarus, e Carolin Weiss, da Alemanha. Na final, a bra-
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
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sileira venceu com ippon de osae-komi, imobilizando a alemã por 20 segundos, e comemorou muito em seu retorno às competições após os jogos do Rio. Luciano Corrêa também chegou à final de sua categoria, mas foi superado pelo azeri Elkhan Mammadov, levando uma punição a mais que o adversário (2 a 1). Antes disso, o brasileiro havia passado por Philip Alcaraz, da Grã-Bretanha, e pelo sueco Joakim Dvarby. “A conquista da medalha de prata hoje tem um significado imenso para mim. Não foi minha principal conquista, mas me emocionei, tem sabor de renovação. Continuo aprendendo com o judô e não sei ainda se irei lutar por quatro anos. Mas, enquanto isso fizer sentido e me mover a buscar o melhor de mim, eu continuarei nos tatamis”, avaliou Luciano após os combates. No peso-pesado masculino, David Moura estreou nas quartas de final com derrota por um shidô para o russo Anton Brachev, mas recuperou-se na repescagem com um belo uchi-mata contra Nabil Zalagh, da França, e finalizou o russo Soslan Bostanov no osae-komi para conquistar a medalha de bronze. Mesmo desempenho apresentou a peso-meio-pesado Samanta Soares, que perdeu para Sama Camara, da França, na estreia, superou Brigite Rose, de Seychelles, na repescagem, e venceu Madeleine Malonga, da França, na disputa de medalha. João Marcos Cesarino (+100kg) e Eduardo Bettoni (90kg) também lutaram no domingo, mas ambos caíram na repescagem. Cesarino foi superado por Michal Horak, da República Tcheca, e Bettoni não passou por Tural Safguliyev, do Azerbaijão. Revista Budô número 19 / 2017
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ALTO RENDIMENTO
Valéria quer mostrar sua força em A karateca paulista, prata no mundial de 2016, afirma que o karatê só tem a ganhar ao tornar-se modalidade olímpica e já faz planos para os Jogos de Tóquio em 2020.
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Tóquio
P
POR
PAULO PINTO I
Fotos
GERALDO DE PAULA e MARK LYNER/SWITZELAND
rimeira do ranking mundial na categoria -55kg e medalha de prata no mundial de 2016 em Linz, na Áustria, Valéria Kumizaki está entusiasmada com a inclusão do karatê nas modalidades olímpicas e faz planos para os Jogos de Tóquio em 2020. Antes, porém, espera vencer um mundial e repetir o título que conquistou como júnior. Ainda abalada com a morte prematura do sensei Renato Franco, seu professor e treinador desde que se iniciou no karatê em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, Valéria acredita que a modalidade só tem a ganhar ao adentrar o círculo olímpico. “Creio que agora teremos todo o apoio de que sempre precisamos. Todos nós sonhamos há anos com esse momento e fico feliz por ter a oportunidade de tentar uma vaga olímpica. Não vejo nada que subtraia algo do karatê com seu novo status.” Vitoriosa numa carreira pavimentada de títulos nacionais e internacionais, Valéria faz questão de mencionar sempre Renato Franco. “Entrei no karatê por acaso e meu professor, no primeiro mês, disse eu que tinha talento e que um dia poderia ir aos jogos pan-americanos e até às Olimpíadas. Eu acreditei no que ele disse e juntos trabalhamos
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passo a passo para ser campeã brasileira, campeã pan-americana. Só tenho a agradecer ao meu sensei por tudo. Por sempre me fazer acreditar que uma menina magrela do interior poderia ganhar o mundo e realizar seus sonhos. Cada vez que subo no pódio ele está presente, faz parte de tudo isso e sempre serei grata.” Única medalhista em Linz, Valéria acabou sendo a estrela da delegação brasileira que levou dez atletas à Áustria, no primeiro mundial da modalidade como esporte olímpico. Douglas Brose, bicampeão mundial -60kg e atual número 1 do mundo, foi eliminado na terceira luta e pela primeira vez ficou fora do pódio nas últimas cinco edições do campeonato. Vinícius Figueira, segundo no ranking mundial -67kg, perdeu a disputa pelo bronze. Mesmo sem alcançar o principal objetivo, Valéria ficou feliz com a prata. “Acredito que a conquista dessa medalha abrirá mais portas sim. O karatê brasileiro já é uma potência com nomes como Douglas Brose e Vinicius Filgueira. A minha medalha veio para somar e mostrar que estamos no caminho certo e, se tivermos todo o apoio necessário, levaremos muitos atletas às Olimpíadas e traremos medalhas.”
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ALTO RENDIMENTO
O Brasil ocupava a 25ª colocação no ranking mundial do karatê em 2012. Em 2016 fechou o ano na quarta posição. Para Valéria, essa evolução está associada ao aumento do número de brasileiros inscritos em competições internacionais e à melhora do nível técnico dos atletas. “Nos últimos anos a confederação brasileira tem participado de campeonatos pan-americanos e mundiais com representantes em todas as categorias disputadas, o que favorece a maior pontuação no ranking mundial. A presença de karatecas, técnicos e árbitros em treinos e eventos internacionais, por outro lado, contribuiu para a evolução técnica.” Outra demonstração da evolução do karatê no Brasil pode ser vista no ranking de atletas da World Karate Federation (WKF). Vinte atletas brasileiros aparecem entre os dez primeiros em suas categorias. Seis estão na primeira colocação e oito ocupam do segundo ao quinto lugar.
Prata especial
As adversárias de alto nível que Valéria encarou no mundial já eram conhecidas, o que confirma a importância de brasileiros competirem na Premier League. “Nessas etapas ao redor do mundo temos a oportunidade de lutar com as melhores atletas. ” Uma final de mundial era tudo que a brasileira sempre esperou, embora o resultado não tenha sido o desejado. “Fiquei feliz
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“Já no primeiro mês na academia meus sensei disse eu que tinha talento e que um dia poderia medalhar nos jogos pan-americanos e até mesmo nas Olimpíadas, e eu acreditei”.
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ALTO RENDIMENTO
Após a final a francesa Emily Thouy cumprimenta a técnica brasileira Lucélia Brose
Vinícius Figueira, segundo no ranking mundial -67kg foi superado na disputa do bronze.
A equipe brasileira de kata
Eliminado na terceira luta, pela primeira vez Douglas Brose e ficou fora do pódio nas últimas cinco edições do mundial
Valéria perseguiu o resultado Revista Budô número 19 /durante 2017 todo o combate 20 Aguerrida,
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Retrato da atleta
Nome completo: Valéria Kumizaki Treinador: Diego Spigolon Karategi preferido: Daedo Hasha Comida preferida: Arroz e feijão Música preferida: Sertanejo Técnica preferida: Ura-mawashi Patrocínio: Daedo até janeiro de 2018 Religião: Católica praticante, e devota de Nossa Senhora Aparecida. Apelido: Vavá e Valerinha Principais títulos nacionais e internacionais: Vice-campeã mundial – Linz, Áustria - 2016 Campeã dos Jogos Pan-Americanos – Toronto, Canadá – 2015 Campeã do Circuito Mundial de Karatê (Premier League) – 2013 Campeã do Circuito Mundial de Karatê (Premier League) – 2015 Campeã mundial júnior – Chipre – 2005 Vice-campeã mundial universitária – Montenegro – 2010 11 vezes campeã brasileira (2003-2004-2006-2007-2008-2009-2010-2012-2013-2014-2015) Vice-campeã dos Jogos Pan-Americanos – Rio de Janeiro – 2007 Terceiro lugar nos Jogos Pan-Americanos – Guadalajara, México – 2011 Bicampeã pan-americana – 2010-2011 Bronze pan-americano – 2005-2012-2015 Campeã pan-americana por equipe – 2005-2006-2013-2014-2015 Tetracampeã sul-americana – 2009-2010-2011-2013 Bronze nos Jogos Sul-Americanos – Chile – 2014 Campeã sul-americana categoria open – Santiago, Chile – 2015
Classificação final COL PAÍS O URO PRATA BRONZE 1 JAPÃO JPN 6 2 1 2 FRANÇA FRA 3 2 4 3 IRAN IRI 3 0 3 4 EGITO EGY 1 2 2 5 AZERBAIJÃO AZE 1 1 1 6 ÁUSTRIA AUT 1 0 1 7 INGLATERRA ENG 1 0 0 8 ESPANHA ESP 0 3 2 9 BRASIL BRA 0 1 0 MARROCOS MAR 0 1 0 HUNGRIA HUN 0 1 0 HOLANDA NED 0 1 0 DINAMARCA DEN 0 1 0 GRÉCIA GRE 0 1 0 15 ITÁLIA ITA 0 0 4 16 ESLOVÁQUIA SVK 0 0 2 ALEMANHA GER 0 0 2 VENEZUELA VEN 0 0 2 19 TURQUIA TUR 0 0 1 MONTENEGRO 0 0 1 BOSNIA HERZEG. 0 0 1 ESTADOS UNIDOS 0 0 1 KOSOVO RKS 0 0 1 CHINA TAIPEI 0 0 1 CROÁCIA CRO 0 0 1 UKRANIA UKR 0 0 1
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pela prata.” Na final Valéria enfrentou a francesa Emily Thouy, vice-campeã no mundial anterior, em 2014. Segundo relatos da imprensa esportiva, a brasileira chegou a dominar a luta nos primeiros instantes, mas ambas foram punidas por falta de combatividade. Enquanto Valéria procurava o melhor momento para atacar, a francesa recebeu outra punição. Mas Emily conseguiu aplicar um golpe e ficou na frente com um yukô. Nos segundos finais os árbitros pediram desafio e confirmaram mais um ponto para a francesa. Na categoria de Valéria, suas principais oponentes nos Jogos Olímpicos devem ser as atletas da Itália, França, Ucrânia e Japão. Enquanto 2020 não chega, a brasileira espera se preparar bem fisicamente, ter apoio nas viagens para competir mais e se manter no topo no ranking da WKF. “Ser a número 1 do mundo significa muito trabalho, é fruto de muita dedicação e investimento ao longo dos meus 17 anos de karatê”, define Valéria, que tem como exemplo no karatê a carioca Maria Cecília de Almeida Maia, três vezes campeã mundial. Mas seu estímulo à perseverança vem de outro esporte, do piloto Ayrton Senna. Quando criança, ela se emocionava ao ver a bandeira do Brasil nas mãos do campeão nas manhãs de domingo, e guardou para sempre uma frase dele: “Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá”.
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GESTÃO ESPORTIVA
Paulo Wanderley Teixeira Nada na CBJ de hoje lembra o que havia 16 anos atrás. Tudo melhorou, da parte técnica à administrativa. À frente da entidade Paulo Wanderley Teixeira edificou uma marca com credibilidade inestimável. POR
Paulo Pinto I
Fotos
Paulo Wanderley Teixeira – Presidente da Confederação Brasileira de Judô
budopress
Q
uando um dirigente se despede do cargo que ocupou durante 16 anos, é inevitável avaliar seu trabalho. E ninguém melhor para fazer isso do que as pessoas que lidaram com ele durante a maior parte do tempo. Neste retrato da gestão de Paulo Wanderley Teixeira à frente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), o que primeiro chama a atenção é a forma reversa como ocorreu. Ao contrário de muitos dirigentes, que “chegam arrebentando” e vão desmilinguindo ao enfrentar as dificuldades reais, a figura do professor Paulo cresceu. Do caos de uma entidade financeiramente falida, de presidentes de federações que não se entendiam, Paulo transformou a CBJ na confederação mais respeitada do esporte brasileiro. A cada eleição o apoio a um novo mandato foi crescendo, e hoje quase todos confessam: preferiam que ele continuasse, embora sua função no Comitê Olímpico do Brasil (COB) possa representar forte apoio ao judô nacional. Convidados a falar sobre esses 16 anos, dirigentes de todas as regiões parecem ter combinado de repetir a mesma expressão: a história CBJ se divide
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em antes e depois de Paulo Wanderley. A personalidade singular, a capacidade de cercar-se de profissionais competentes e a força de sua liderança são características frequentemente mencionadas. E seu legado, todos reconhecem, abrange tanto a área administrativa quanto a técnica. “Hoje uma delegação do Brasil viaja ao exterior completa, com psicólogos, fisioterapeuta, técnicos, nutricionista, preparador físico, coisas impensáveis antigamente”, diz um dos entrevistados. “Nunca se havia pensado em departamento de marketing, assessoria de imprensa, grupos técnicos específicos para base e equipes multidisciplinares”, lembra outro, enquanto um terceiro destaca: “A CBJ é a única confederação que conseguiria sobreviver sem dinheiro do governo, porque não depende só de um patrocinador”. Claro que ninguém ignora que o judô é também a modalidade que mais medalhas olímpicas conquistou para o Brasil. Mas isso também é consequência da evolução técnica dos atletas, da motivação nos clubes e academias e do aumento do número de praticantes. Contudo, os resultados obtidos espelham uma gestão voltada para o desenvolvimento da modalidade desde a base ao alto rendimento. E, provavelmente, do tratamento justo dado a todas as federações, com especial cuidado àquelas mais pobres e distantes.
Resultados resumem tudo
Avaliar 16 anos de gestão é uma tarefa de enorme complexidade, por isso Luiz Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô (FPrJ), prefere resumir tudo no resultado prático: Paulo Wanderley tirou a CBJ do amadorismo absoluto para projetá-la no cenário esportivo nacional e internacional. Um aspecto destacado pelo líder paranaense é a credibilidade que a entidade conseguiu, razão pela qual não lhe faltam recursos. “Antes mesmo dos Jogos Rio 2016, a maioria dos patrocinadores havia renovado contrato até 2020”, exemplifica. “Isso prova que a CBJ cumpre o que promete, proporcionando enorme retorno aos seus apoiadores.” E lembra que tudo isso resulta de uma gestão moderna, dinâmica e transparente.
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GESTÃO ESPORTIVA
César de Castro Cação (Rio Grande do Sul)
Luiz Augusto Martins Teixeira (Minas Gerais)
Para Luiz Augusto Martins, presidente da Federação Mineira de Judô (FMJ), contra fatos não há argumentos. Ao lembrar que muitas vezes defendeu ideias diferentes das propostas por Paulo Wanderley, o dirigente mineiro reconhece: o que foi montado em sua gestão é um legado que ainda vai dar bons frutos durante muitos anos. Para ele, o COB só tem a ganhar com a presença de Wanderley em sua direção, assim como o próprio judô. Quanto ao futuro da CBJ, Martins alerta que o próximo gestor terá a árdua tarefa de não deixar cair o que foi construído até hoje. “Terá de fazer um trabalho consistente, armar novo planejamento estratégico e atuar em áreas que talvez tenham ficado em segundo plano, até porque não há como fazer tudo ao mesmo tempo.” O dirigente da Federação de Judô de Mato Grosso do Sul (FJMS), César Paschoal, teve de rever alguns conceitos sobre administração esportiva depois que Paulo Wanderley assumiu a presidência da CBJ. Com longa vivência no judô, depois de acompanhar sucessivas gestões de Joaquim Mamede (o qual respeita pelas duas primeiras medalhas de ouro olímpicas brasileiras) tinha posição firmada contra reeleições. “Não concordava com um presidente passar três ou quatro mandatos, porque
Marcelo França Moreira 1º Vice-presidente da CBJ
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Luiz Iwashita (Paraná)
Seloí Totti (Rondônia)
já vínhamos de uma experiência negativa com o professor Mamede. Só que o Paulo chegou com uma mentalidade moderna, com uma visão empresarial. Hoje votaria nele quantas vezes fossem necessárias, até o dia em que sua capacidade como dirigente se esgotasse.” Paschoal também admira a persistência de motivação e a resistência de Paulo Wanderley, mesmo nos momentos mais difíceis. “Essa é a grande virtude de um homem que se supera a cada ciclo. E isso tem de ser respeitado”, enfatiza. “Paulo revolucionou o judô brasileiro, e não é só minha opinião, mas do nosso corpo de professores”, diz Tibério Maribondo do Nascimento, presidente da Federação de Judô do Estado do Rio Grande do Norte (FJERN). Trocando em miúdos: num primeiro momento ele investiu em atualizar e melhorar as condições dos atletas; depois, dotou as federações de equipamentos para que pudessem realizar competições com alto padrão; e nos últimos dois anos vem oferecendo cursos de capacitação e descentralizando o conhecimento. As consequências, aponta Maribondo, são óbvias: os atletas melhoraram seus resultados internacionais, os judocas da base cresceram, os professores ampliaram seu campo de trabalho, e a modalidade ganhou respeito. “Por isso, minhas palavras finais são de agradecimento, reconhecimento e fidelidade.” Seloí Totti, presidente da Federação de Judô de Rondônia (FEJUR), admira as qualidades pessoais de Paulo Wanderley – “é um cara correto, sério, parceiro, amigo e até paizão” –, mas como gestor o considera espetacular: “Impecável no que diz respeito à imagem da marca CBJ, na preparação dos atletas que representam o País, na composição de uma equipe séria e comprometida e na realização dos eventos internacionais no Brasil”. Quem acompanhou Paulo Wanderley desde sua primeira campanha, como Mar-
Tibério Maribondo do Nascimento (Rio Grande do Norte)
celo França Moreira, hoje 1º vice-presidente da CBJ, pode avaliar como ninguém o que foram os últimos 16 anos. “O judô não só cresceu, ele explodiu com o trabalho do professor Paulo. Isso é inegável. Dizer que não há falhas é impossível, pois há falhas em qualquer gestão, seja no Brasil seja no Japão, em qualquer lugar. Mas as falhas são corrigidas com o tempo, elas são pontuais.” Moreira destaca também a importância da dedicação de toda a equipe que cercou o presidente da CBJ durante sua gestão, bem como o apoio político que ele amealhou. “É muito importante contar com uma retaguarda.” João Rocha, 2º vice-presidente da CBJ, desenha um panorama do que foi a gestão de Paulo Wanderley. “No início, tratou de eliminar a inadimplência da entidade com o poder público, para recomeçar a receber recursos. Depois veio a reestruturação técnica, fortalecendo os grandes centros que já tinham tradição e promovendo o desenvolvimento nas regiões menos desenvolvidas, proporcionando o surgimento de grandes atletas fora do eixo principal.” A terceira fase caracterizou-se pela dinâmica na gestão. A CBJ funciona como uma empresa moderna, ágil e eficiente. Claro que tudo isso passou pela formação de uma equipe competente, mas, lembra Rocha, nada se realizaria sem a visão e a sensibilidade de gestor que Paulo provou ter. “A eleição dele como vice-presidente do COB demonstra o reconhecimento do seu trabalho pelas outras confederações.” Francisco de Carvalho Filho, 3º vice -presidente da CBJ, diz que nem é possível fazer comparações, pois não havia parâmetros anteriores à gestão de Paulo Wanderley. “Ele está sempre fazendo o melhor, se superarando, e chegando aos resultados que todos conhecem.” Carvalho, que durante muitos anos comandou o judô paulista, enfatiza a credibilidade conquistada por Paulo Wanderley www.revistabudo.com.br
Delfino Batista da Cunha (Acre)
Antônio Jovenildo Viana (Amapá)
Aldemir Duarte do Nascimento (Amazonas)
José Caldeira Cardoso Neto (Ceará)
responsabilidade de levar isso adiante. Para em todos os sentidos, seja com o conjunto ele, capacitação e profissionalização são os dos presidentes das federações seja com os dirigentes do Comitê Olímpico do Brasil e grandes legados de Paulo Wanderley. com o Ministério do Esporte. Marcelo Ornelas da Cruz França MoreiComo outros dirigentes, José Nilson ra, presidente da Federação Baiana de Judô Gama de Lima, presidente da Federação (FEBAJU), diz que não há dúvidas de que a Alagoana de Judô gestão de Paulo Wan(FAJU), atesta que derley foi um marco, Paulo Wanderley um trabalho bem refoi “um divisor de alizado e que deixará águas” na CBJ. Mas frutos. Acredita que destaca, sobretudo, haverá mudanças, a o espírito inovador partir de sua saída, de quem conhece mas espera que sedesde os tempos jam coerentes e que em que ainda eram respeitem o que já atletas. “Ele tem uma foi feito. Ele destaca capacidade enorme especialmente as como administrador realizações da CBJ e colocou sua marca na Bahia, como o da CBJ em tudo nestes anos Centro Pan-AmeriJoão Rocha - 2º Vice-presidente de gestão. Ele concano de Judô, em Lauro de Freitas, e os eventos ali realizados. seguiu unir a modalidade e manter a CBJ A construção do judô brasileiro a partir bem mesmo quando o País está em crise.” do apoio prestado às federações é a princi“Ele mudou a cara do judô no País todo, nunca vi uma confederação com a estrutupal obra de Paulo Wanderley, na avaliação de Delfino Batista da Cunha Filho, presira que a CBJ tem hoje em dia.” É assim que Aldemir Duarte do Nascimento, presidente dente da Federação de Judô do Estado do da Federação de Judô do Amazonas (FEJAAcre (FJEAC). Miguel Ângelo Agrizzi, presidente da MA), define a gestão de Paulo Wanderley. Federação Espírito-santense de Judô (FEJ), “Nunca deixou de ajudar as federações por sua vez, observa que Paulo Wanderley mais pobres, e tenho certeza de que para é uma pessoa que não gosta de perder e onde ele for continuará a fazer o excelente que sempre procura a excelência em todos trabalho que ele desenvolveu aqui, deixanos detalhes. “Aonde ele for realmente vai do todos estes frutos”, completa. mudar a situação para melhor.” Só o fato de não haver mais uma divisão entre as federações prova para Antônio Jovenildo Viana, presidente da Federação O antes e o depois Amapaense de Judô (FAJ), a competência Quem também divide o judô brasileiro de Paulo Wanderley à frente da CBJ. em antes e depois do Paulo Wanderley é “Espero que o judô brasileiro não perca Luiz Gonzaga Filho, presidente da Federaesta unidade que tem agora, porque o deção Metropolitana de Judô (FEMEJU), de Brasília. “O judô é o que é hoje graças a ele, senvolvimento está acontecendo em cada pois tem dado confiança, tranquilidade e Estado.” responsabilidade para nós conduzirmos a O dirigente do Amapá frisou que a momodalidade em nossos Estados. O grande dalidade já tem estrutura nacional, e que avanço nas pesquisas e melhoramentos agora cabe a cada federação o trabalho e a www.revistabudo.com.br
César Paschoal (Mato Grosso do Sul)
com nossos atletas resultam do apoio e do incentivo que o Paulo passa para as federações.” “A evolução que o judô teve nas mãos do professor Paulo, com essa política voltada às federações, é incontestável. Houve momentos em que quisemos mudanças, mas hoje até aceitamos a saída do presidente, mas sua equipe de gestão tem de permanecer. É necessário que o trabalho do Paulo Wanderley tenha continuidade, pois foi ele que inovou e modernizou o judô brasileiro.” A declaração de Josmar Amaral Gonçalves, presidente da Federação Goiana de Judô (FEGOJU), resume em grande parte o sentimento a comunidade judoística neste final de mandato. Ele enumera, entre outras realizações, o trabalho da CBJ junto ao Ministério do Esporte e a iniciativa de equipar todas as federações. “Isso hoje faz com que todos os eventos nos Estados tenham os mesmos recursos usados em grandes competições, inclusive internacionais. A confederação fez a parte dela, agora cada um de nós tem de desenvolver seu próprio trabalho.” O nível de qualidade que Paulo Wanderley conseguiu instituir no judô brasileiro não perde em nada para o europeu e com certeza o mundo está vendo o que ele fez
Francisco de Carvalho Filho - 3º Vice-preside
nte da CBJ
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Ton Pacheco (Tocantins)
Luiz Gonzaga Filho (Distrito Federal)
aqui, avalia Fernando Moimaz, presidente (Federação Mato-grossense de Judô (FMTJ). E vai ser muito duro para quem vier depois dele manter o mesmo padrão. “Uma coisa que quero frisar também foi como ele conseguiu descentralizar o judô, que antes só existia no eixo São Paulo-Rio-Minas, enquanto os outros Estados não tinham oportunidade nenhuma. Hoje, em parceria com a CBJ com o apoio do professor Paulo, estamos indo para o terceiro núcleo indígena de judô”, finaliza Moimaz. “Conheci Paulo Wanderley quando ele ainda era técnico e presidente da federação do Espirito Santo”, lembra Jaciano Delmiro da Silva, presidente da Federação Pernambucana de Judô (FPJU). “Ele já organizava campeonatos brasileiros de alta qualidade, numa época em que a CBJ não dava nenhum apoio. Conseguia fazer milagres. Ele realmente tinha uma visão do judô muito além do que existia.” Quando assumiu a federação pernambucana, Jaciano tomou Paulo Wanderley como conselheiro, ao qual sempre recorreu em situações difíceis. “Ele nunca me deu dinheiro, mas ele me ensinou a pescar e deu a vara. Hoje temos atletas nas seleções de base, sede própria, contas em dia, e sempre procuro a orientação jurídica, administrativa e financeira da CBJ, que também me dá apoio e segurança para trabalhar.” Entre os vários dirigentes que não poupam elogios a Paulo Wanderley, o presidente da Federação Judô Estado Rio de Janeiro de (FJERJ), Francisco Grosso, destaca a estratégia que ele usou ao assumir uma CBJ completamente desmontada. “Ele mostrou-se inteligente, uniu-se a pessoas competentes e com vontade de fazer o judô crescer e crescer junto com o judô. Nunca se havia pensado em departamento de marketing, assessoria de imprensa, grupos técnicos específicos para a base ou equipes multidisciplinares. E o bom gestor é aquele que se cerca de pessoas compe-
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Miguel Ângelo Agrizzi (Espírito Santo)
Fernando Moimaz (Mato Grosso)
tentes.” Francisco Grosso acrescenta que o professor Paulo sabe que não é o dono da verdade e que não domina todos os assuntos, mas ele consegue se cercar especialistas, sem perder a liderança. “A última palavra tem sempre de ser dele, que tem a visão do todo.” “Hoje temos orgulho de chegar a qualquer lugar e dizer: somos do judô.” Assim Paulo Cézar de Oliveira Ferreira, presidente da Federação de Judô do Estado de Roraima (FEJURR), resume a gestão de Paulo Wanderley. E a modalidade chegou a esse patamar, explica, graças ao trabalho, à visão, à determinação e ao amor que ele tem pelo que faz. “De 2001 até hoje houve crescimento, ano após ano, em todas as questões, desde a organização de campeonatos à capacitação dos atletas.”
Um homem singular
César de Castro Cação, presidente da Federação Gaúcha de Judô (FGJ), usa a o termo “singular” para definir Paulo Wanderley. “Ele perdeu tempo na vida, porque poderia dirigir uma multinacional poderosa e estar milionário hoje. O trabalho feito dentro da CBJ na administração dele é único. E o mais importante é que nunca esqueceu as filiadas, às quais a CBJ dotou de equipamentos para que pudessem fazer eventos de qualidade.” Em resumo, segundo o dirigente gaúcho, Paulo fez a CBJ crescer, mas
Durval Américo Correa Machado (Sergipe)
Josmar Amaral Gonçalves (Goiás)
também fez as entidades crescerem junto. O apoio da CBJ às filiadas é igualmente o ponto destacado na gestão de Paulo Wanderley, por Durval Américo Correa Machado, presidente da Federação Sergipana de Judô (FSJ). “Sergipe sempre foi um Estado carente, com uma federação que ainda é amadora. Quando ele assumiu, assumiu ao mesmo tempo um compromisso perante as federações. Ele nunca nos negou nada.” Para José Caldeira Cardoso Neto, presidente da Federação Cearense de Judô (FECJU), é impossível citar apenas um marco na gestão de Paulo Wanderley. E cita cinco: fechamento de patrocínios com empresas que são referência no Brasil, obtendo recursos financeiros; instituição do Programa de Apoio às Federações (PAF); entrega para as filiadas de áreas de luta com todo o material eletrônico de suporte; implantação do Sistema Zempo, banco de dados para cadastros de atletas e técnicos, entre outras informações; e estruturação da CBJ como empresa. E conclui: “O que ficará para sempre é o ganho de respeito, confiabilidade, entrega de resultados e a marca do esporte olímpico mais vitorioso do Brasil”. Francisco Manoel de Oliveira Neto, presidente da Federação Maranhense de Judô (FMJ), destaca a expansão do judô para todo o Brasil, com equipamentos e eventos, durante a gestão de Paulo Wanderley. “Nós, aqui do Norte e Nordeste, fomos mui-
Sílvio Acácio Borges (Santa Catarina)
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Marcelo Ornelas da Cruz (Bahia)
José Nilson Gama (Alagoas)
to beneficiados. Ele soube colocar pessoas certas nos lugares certos, uma equipe que trabalha com correção e profissionalismo. Isso tudo contribuiu para que o nosso judô chegasse aonde chegou.” A instituição do PAF é um dos pontos destacados por Georgton (Ton) Pacheco, presidente da Federação de Judô do Estado de Tocantins (FEJET), na gestão de Paulo Wanderley. Além disso, ressalta que ele é uma pessoa sempre presente, de fácil acesso, que raramente deixa de responder a uma ligação ou mensagem. “Paulo tem sido muito igualitário nas decisões, tem seguido muito bem o regulamento, e usa o cargo com transparência, como deve ser usado.” Ton imagina que a ascensão de Paulo Wanderley para o Comitê Olímpico do Brasil, “com o sangue de judoca que corre nas veias dele”, vai estabelecer uma parceria muito importante para a modalidade. Danys Marques Maia Queiroz, presidente da Federação Piauiense de Judô (FPIJ), lembra que quando Paulo Wanderley assumiu, a CBJ ocupava um espaço alugado e não podia receber verbas do governo porque estava na lista de inadimplentes de todos os órgãos de proteção ao crédito. “Ele teve de refazer tudo porque, mesmo com as medalhas conquistadas, o mérito era dos atletas e a CBJ, o alvo de críticas. Hoje todos sabem que os resultados
Walter de Jesus Amaral Júnior (Pará)
Paulo Cézar de Oliveira Ferreira (Roraima)
chegam por causa da CBJ; somos talvez a confederação mais respeitada do País.” Outro aspecto mencionado por Queiroz foi a divisão entre as federações que existia antes do primeiro mandato e que se transformou em apoio total. “Tanta é a confiança, que estamos dando a ele carta branca para indicar seu sucessor.” “Se nos reportarmos somente às Olimpíadas, já teremos a dimensão do que foi o trabalho do professor Paulo”, propõe Sílvio Acácio Borges, presidente da Federação Catarinense de Judô (FCJ). “Mas nós que convivemos com ele podemos perceber sua presença em todos os setores da CBJ, desde a colocação de gestores nos diversos segmentos até o avanço na captação de recursos e na visibilidade que a modalidade ganhou na TV e nos outros meios de comunicação.” Para finalizar ele cita o ambiente de harmonia, amizade e respeito que Paulo construiu entre os 27 presidentes de federações, “o que demonstra sua personalidade dinâmica, mas acima de tudo com muita humanidade”. Alessandro Panitz Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô (FPJ), descreve a CBJ como um grupo de profissionais muito eficiente, cujo trabalho, da base ao alto rendimento, vem aparecendo graças à infraestrutura dos sonhos de qualquer atleta, como as instalações de Lauro de Freitas,
Alessandro Panitz Puglia (São Paulo)
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Jaciano Delfino da Silva (Pernambuco)
Danys Marques Maia Queiróz
Francisco Grosso (Rio de Janeiro)
na Bahia. “Esse crescimento”, conta, “é fruto do trabalho de uma pessoa que teve uma visão profissional durante estes 16 anos e que merecidamente está indo para o COB. Tenho certeza de que lá ele vai contribuir muito para o judô e para o desenvolvimento dos outros esportes, porque traz uma bagagem histórica muito forte.” “O Paulo deixa como marca maior uma gestão de excelência”, avalia Adjailson Fernandes Coutinho, presidente da Federação Paraibana de Judô (FEPAJU). “Tanto que o judô brasileiro hoje é respeitado internacionalmente e as federações têm logística e material para realizar competições de qualquer nível.” Coutinho acredita que será um desafio para o próximo presidente conseguir imprimir a mesma qualidade administrativa. Avaliar a gestão de Paulo Wanderley, para Walter de Jesus Amaral Júnior, presidente da Federação Paraense de Judô (FPAJU), é ver a credibilidade, diante do sucesso que se tornou o judô nacional nos últimos 16 anos. “O legado deixado é o do trabalho profissional bem executado. Metas, prazos e ferramentas bem empregados propiciaram o desenvolvimento não só da entidade, mas também das federações, já que a CBJ agora oferece a escola nacional de treinadores, que fomenta a disseminação do conhecimento em nível regional.”
Adjailson Fernandes Coutinho (Paraíba)
Francisco Manoel de Oliveira Neto (Ceará)
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COTIDIANO
Tour Judô Cielo
leva a modalidade para
Edição deste ano passou por cinco cidades e terminou em Caicó, interior do Rio Grande do Norte. Para 2017 está prevista a passagem por mais oito cidades nordestinas POR
ISABELA LEMOS I
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IMPRENSA/CBJ I
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MCS
s números impressionam. O Tour do Judô Cielo – Nordeste em 2016 chegou ao fim depois de passar por cinco cidades da região: Juazeiro (BA), Teresina (PI), São Luís (MA), Fortaleza (CE) e Caicó (RN), a última delas Com os relatórios consolidados, quase 30 mil pessoas tiveram a oportunidade de dar os primeiros passos na modalidade, seja praticando nas escolas ou na arena ou apenas se informando um pouco sobre o esporte que é também uma filosofia de vida. Nas cinco cidades foram ministradas clínicas para 23.635 crianças e adolescentes em 96 instituições de ensino ou projetos sociais. Outras 6.148 pessoas passaram pela Arena do Judô, uma grande estrutura montada em locais de fácil acesso para a população em geral. O total chega a 29.783 pessoas. Paulo Wanderley Teixeira previu frutos em curto prazo. “O objetivo de ampliar a visibilidade da modalidade, especialmente fora dos grandes centros, do eixo Sul-Sudeste, foi completamente atingido. Essa parceria com a Cielo mostrou-se extremamente feliz porque levou o judô para escolas, e grandes nomes da história da modalidade no Brasil começaram por conta de apresentações como essa. Uma grande semente foi plantada e não tenho dúvidas de que dará frutos num futuro não muito distante”, disse o presidente da CBJ. .Para 2017 prevê-se que o projeto chegue a outras oito cidades: Natal (RN), Campina Grande e João Pessoa (PB), Caruaru e Recife (PE), Maceió (AL), Aracajú (SE) e Salvador (BA). As ações do tour realizam-se durante uma
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quase 30 mil pessoas semana em cada cidade, divididas em duas partes. A primeira consiste em levar clínicas da modalidade para as escolas e projetos sociais das cidades. A segunda é a Arena do Judô, que, com aproximadamente 200 metros quadrados, contou neste ano com um dojô e um museu interativo com totens que contavam a história do esporte idealizado por Jigoro Kano. Kimonos e faixas foram disponibilizados de forma gratuita para aqueles que tiveram interesse em experimentar a prática do judô, sempre com a supervisão de um professor. O espaço ficou aberto à população em locais públicos durante dois dias com acesso gratuito. As atividades contaram com o apoio das federações de judô de cada Estado. Em contrapartida, as essas entidades puderam indicar três atletas das categorias de base para assistir à seleção brasileira de judô num dos superdesafios organizados pela CBJ. Rodrigo Aguiar, gerente do projeto, destacou que a ação bateu todas as metas traçadas e comprovou que o esporte oferece possibilidades infinitas. “Com a intenção de realizar uma mobilização social e massificação do judô, o projeto, no primeiro momento, contou com ações dentro de escolas públicas de cinco cidades para disseminar o judô por meio de seus valores e de sua práwww.revistabudo.com.br
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COTIDIANO Confira os números de cada cidade
Juazeiro
Clínicas: 6.808 alunos de 18 escolas e dois projetos sociais Arena: 765 visitantes Total de atendimentos: 7.573 pessoas
Teresina
Clínicas: 4.728 alunos de 20 escolas Arena: 1.308 visitantes Total de atendimentos: 6.036 pessoas
São Luís
Clínicas: 4.835 alunos de 19 escolas Arena: 1.950 visitantes Total de atendimentos: 6.785 pessoas
Fortaleza
Clínicas: 5.710 alunos de 19 escolas Arena: 950 visitantes Total de atendimentos: 6.660 pessoas
Caicó
Clínicas: 1.554 alunos de 18 escolas Arena: 1.175 visitantes Total de atendimentos: 2.729 pessoas
tica. A equipe do projeto Tour Judô Cielo ministrou palestras educacionais e apresentou técnicas do esporte nos tatamis montados em cada escola visitada. Pelos olhares atentos e curiosos estampados no rosto dos alunos observou-se que é possível mudar realidades e apresentar novas possibilidades por meio do esporte”. A arena do Tour Judô introduziu milhares de pessoas no cenário judoísta. “Já no segundo momento, com o objetivo de despertar o interesse da população para o judô e aproximar sonhos da realidade, foi montada uma arena para a prática e experimentação do judô em cada cidade. A arena do Tour Judô Cielo ofereceu um dojô de alta qualidade para treino do esporte, professores graduados e kimonos para aqueles que nunca tiveram condições ou chance de vestir a armadura de um judoca. O espaço tornou-se um lugar de aprendizado, treino e descoberta de novas habilidades”, disse Aguiar. Na avaliação do gerente do projeto, a experiência inédita deverá trazer novos praticantes para os tatamis. “Ao longo das cidades contempladas, foi possível perceber uma grande adesão e apoio tanto por parte dos órgãos municipais e estaduais que acolheram a proposta quanto pelas 29.783 pessoas beneficiadas que conheceram e experimentaram de uma forma inovadora e original a prática do esporte que mais conquistou medalhas olímpicas para o Brasil.” O Tour Judô é uma parceria da CBJ com as federações estaduais e é patrocinado pela Cielo, uma das maiores apoiadoras do judô nacional.
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Como transportadora aérea oficial da Confederação Brasileira de Karatê, a LATAM disponibiliza a compra de bilhetes aéreos para os eventos de 2016 com até 25% de desconto através site: www.latam.com/pt_br/ Disfrute desta vantagem exclusiva que a LATAM oferece aos praticantes de karatê filiados à Confederação Brasileira de Karatê, solicitando os códigos promocionais junto a CBK e federações estaduais.
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www.latam.com/pt_br/ Revista Budô número 19 / 2017 31 www.karatedobrasil.com
GESTÃO ESPORTIVA
José Carlos de Oliveira agradece apoio a sua gestão no karatê Na conclusão de seu primeiro mandato à frente da Federação Paulista de Karatê (FPK), José Carlos de Oliveira fez um breve balanço de seu mandato e agradeceu a todos que o apoiaram e auxiliaram na gestão do karatê paulista.
POR
Paulo Pinto I
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budopress
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agradecimento do presidente da FPK foi feito em forma de carta dirigida aos que lutam arduamente para elevar a expressão da modalidade. “No limiar de meu primeiro mandato à frente da Federação Paulista de Karatê, quero agradecer a todos os membros da grande família do karatê paulista pelo apoio prestado neste quadriênio em que estive à frente da entidade máxima do karatê paulista. Enfatizo que, sem a participação e o apoio de cada um de vocês, minha empreitada à frente da FPK teria sido muito mais difícil e penosa.
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Além de agradecer a vocês, quero apresentar um pequeno resumo do que fizemos neste primeiro mandato, bem como uma breve análise comparativa de como era o karatê bandeirante, e no que o mesmo se transformou. Desde a sua fundação em 1974, a Federação Paulista de Karatê possuía aproximadamente 120 mil praticantes registrados em seu banco de dados em todo o Estado de São Paulo. Após estes quatro anos, a FPK conta com 135 mil praticantes filiados. Tivemos um incremento bruto de 15 mil novos filiados. Quando assumi possuíamos cerca de 270 associações ativas e hoje contamos com 393 associações atuando de forma plena nos cursos e competições de nosso calendário anual. Estes números representam uma expansão de 45% no volume de clubes, associações e escolas de karatê filiadas em todo o Estado. Contudo, os números mais expressivos envolvem a quantidade de faixas pretas filiados em nossa entidade que, em 2013, eram 2 mil aproximadamente. Surpreendentemente nossos registros assinalam hoje 3.200 faixas pretas federados. Estes números representam a expansão de 60%. Em 2013 demos início à parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo, e essa união resultou na inclusão do karatê no Projeto Temático de Artes Marciais, uma iniciativa que hoje abriga aproximadamente 3.600 jovens que aderiram à nossa modalidade. Destaco que este projeto facultou a contratação de 42 profissionais especializados. Nossa meta é a manutenção do Projeto Temático de Artes Marciais em 2017, visando ao crescimento de núcleos e jovens atendidos, firmando cada vez mais o karatê como ferramenta de inclusão e desenvolvimento social nas comunidades carentes. Neste período aconteceu também a parceria com a Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo, que possibilitou a aquisição de 3.000 kimonos de karatê que foram doados para projetos sociais localizados em 22 núcleos em todo o Estado de São Paulo.
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Eventos nacionais e internacionais No âmbito esportivo demos um salto gigantesco no que tange à qualidade e à realização de eventos esportivos, graças à parceria desenvolvida com a Secretaria Municipal de Esportes da cidade de São Paulo. Nossas arenas esportivas são as mais bem estruturadas e modernas do Brasil, porque buscamos oferecer uma estrutura parecida com a de grandes eventos do exterior. Nestes quatro anos resgatamos nossa condição de Estado líder da modalidade no País na realização de grandes eventos. O mais importante deles foi a edição da Premier League Brasil
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em 2015, primeiro evento da World Karate Federation realizado no continente americano e no Hemisfério Sul. Realizada há 6 anos, a Copa São Paulo de Karatê é um dos principais eventos do calendário anual da FPK, e neste período se tornou uma das principais competições de karatê brasileiro. Promovemos também a etapa classificatória do Campeonato Brasileiro de 2014, certame que contou com a participação de mais de 1.300 atletas de todo o País, e a competição foi corada de sucesso. Nesta temporada sediamos a fase final do Campeonato Brasileiro de Karatê 2016, primeiro evento nacional
realizado após a inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A disputa contou com a participação de 1.800 atletas vindos de todo o Brasil, e bateu recorde de karatecas inscritos em competições nacionais. Em nível estadual, anualmente 4.000 atletas são inscritos nos certames. Contamos hoje com 180 árbitros credenciados no quadro estadual de arbitragem e mais de 50 mesários e demais profissionais de apoio. Trabalhamos com a perspectiva de construção de um centro de treinamento em Garça, e este estudo está em fase final. Existe um planejamento para que no início de 2018 o local possa estar sediando cursos técnicos e de arbitragem da FPK, e atendendo a comunidade da cidade de Garça e região. Karatê e olimpismo Vivemos um momento mágico e entendemos que temos de desenvolver esforços no sentido de nos adequar ao formato dos eventos das modalidades que já estão inseridas no Circuito Olímpico, e a realização do Campeonato Brasileiro em São Paulo provou que demos um passo gigantesco neste sentido. Acredito que a inclusão do karatê no Programa Olímpico trará maior investimento à nossa modalidade e com isso todos os atletas poderão dedicarse verdadeiramente ao seu preparo e desenvolvimento técnico. Balanço positivo O balanço que fazemos desta primeira gestão é altamente positivo, mas não sou eu quem deve avaliar o que foi feito até aqui, e sim cada um de vocês. Serão vocês que definirão, nos próximos meses, os destinos de nossa modalidade no Estado de São Paulo. Dependendo de como nossa gestão for avaliada, decidiremos se seguimos ou não à frente do karatê de nosso Estado. Muito foi feito até aqui, mas muito ainda precisa ser feito para alçar o karatê do nosso Estado ao padrão europeu e asiático, já que só assim poderemos sonhar com resultados em Tóquio 2020.”
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SUPERDESAFIO BRA DE JUDÔ
Brasil vence a Colômbia SuperDesafio
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no primeiro BRA da temporada Phelipe Pelim, Vinícius Panini, Samanta Soares e Leonardo Gonçalves marcaram os pontos brasileiros no confronto realizado em Osasco. POR
IMPRENSA CBJ I
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PAULO PINTO/CBJ
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SuperDesafio BRA chegou à sua 31ª edição e colocou frente a frente as duas potências do judô na América do Sul: Brasil e Colômbia se enfrentaram numa competição mista realizada no dia 14 de janeiro, no ginásio do Bradesco, em Osasco, região metropolitana de São Paulo. Estiveram em disputa as categorias leve (57kg) e meio-pesado (78kg), no feminino, e ligeiro (60kg), meio-médio (81kg) e meio-pesado (100kg), no masculino. A grande novidade foi a definição da equipe brasileira horas antes dos combates, entre os 27 judocas classificados pela Seletiva Tóquio 2020 – Etapa I. Phelipe Pelim (60kg), Yanka Pascoalino (63kg), Vinícius Panini (81kg), Samanta Soares (78kg) e Leonardo Gonçalves (100kg) foram os escolhidos para essa missão e não decepcionaram. Já a Colômbia veio ao Brasil com uma equipe mesclada de promessas e atletas já consagrados. Os principais nomes foram o ligeiro John Futtinico e o meio-médio Pedro Castro, ambos medalhistas de bronze no Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015. Os outros integrantes da equipe foram Maria Villalba (57kg), Luisa Bonilla (78kg) e Carlos Garzon (100kg).
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Com uma projeção diferente Phelipe Pelim venceu John Futtinico e fez o Brasil sair na frente
Entretenimento – Antes dos confrontos aconteceram várias ações que integraram o público no evento
Equipes se cumprimentam após combates
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No segundo combate Brigitte Carabali jogou Yanka Pascowww.revistabudo.com.br alino, venceu na imobilização e empatou o confronto
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SUPERDESAFIO BRA DE JUDÔ
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Na terceira luta, Vinícius Panini venceu Pedro Castro no osae-komi
Equipes e técnicos durante a execução do Hino do Brasil
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Aos 26 segundos de luta Leonardo Gonçalves projetou Carlos Garzon e venceu no osae-komi
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Revista Budô número 19 / 2017 Na quarta luta Samanta Soares sufocou Luisa Bonilla e após inúmeras projeções encaixou um wazari e ratificou a vitória brasileira no confronto
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duelo, além do título antecipado. Leonardo Gonçalves fechou o placar de forma brilhante, imobilizando Carlos Garzon em apenas 30 segundos de luta. “É sempre um enorme prazer representar o Brasil. Fiquei bastante feliz com a forma como lutei hoje e, principalmente, por estar lutando aqui na minha casa na frente de toda a minha família que veio me ver”, comentou o ligeiro Phelipe Pelim ao final do superdesafio.
Colombianos exibem judogi da Chapecoense, emoldurado
Campeões e vices, no pódio
Rodrigo Hernandez Abril, presiden Colombiana de Judô
te da Federação
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Homenagem emocionou a todos
Após os cincos combates previstos no programa, durante a premiação dos campeões e vices, a equipe colombiana reiterou os laços de amizade com o Brasil prestando homenagem às vítimas do voo da LaMia 2933, que tirou as vidas de atletas e dirigentes da Chapecoense e dezenas de jornalistas. Os colombianos entregaram um judogi emoldurado com as logomarcas da Chapecoense e CBJ, além das bandeiras de Colômbia e Brasil. Surpresos com a lembrança e a homenagem prestada Patrocinador máster pelos judocas do da Confederação Brasileira país que também de Judô foi envolvido na tragédia, o público que lotava ginásio do Bradesco aplaudiu a iniciativa do time colombiano. Emocionado, RoNo primeiro combate, Pelim consedrigo Hernandez Abril, presidente da guiu superar John Futtinico por ippon Federação Colombiana de Judô, falou para marcar o primeiro ponto do Brasil. sobre a tragédia que também abalou e Na sequência, a jovem Yanka Pascoalicomoveu o país sul-americano. no foi imobilizada por Brigitte Carabali “Não poderíamos vir ao Brasil e até o ippon, empatando a disputa. Na deixar de prestar nossa homenagem terceira luta, Vinícius Panini imobilia todos aqueles que perderam suas zou Pedro Castro e conseguiu mais um vidas naquela tragédia. Sempre somos ippon para o Brasil, devolvendo a vanconvidados a vir ao Brasil, onde somos tagem à seleção da casa. muito bem recebidos e queríamos ape“Foi a primeira oportunidade que nas expressar o sentimento de todo o eu tive de representar o Brasil, de estar povo colombiano por um acontecina equipe e, mesmo cansado, tirei formento que abalou o mundo inteiro. ças de onde não tinha mais para vencer Acreditamos que todos nós fomos vítiessa luta”, comemorou Panini. mas daquele voo da LaMia, e entemos No quarto confronto, Samanta Soaque devíamos prestar nossa homeres não deu espaço para os ataques de nagem às vítimas e a seus familiares”, Luisa Bonilla, pontuou com um wazari concluiu Hernandez. e garantiu o terceiro ponto do Brasil no
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C AMPEONATO BRASILEIRO SÊNIOR DE JUDÔ 2016
Com sete ouros e quatro bronzes,
Brasileiro Com excelente performance, gaúchos são vice-campeões, somando quatro ouros, duas pratas e quatro bronzes. POR
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Paulo Pinto I
Fonte
WALTER FRANÇA/CBJ I
oi uma competição grandiosa pelos resultados, pela qualidade dos atletas e pela estrutura física disponibilizada pela Confederação Brasileira de Judô no Centro de Treinamento de Lauro de Freitas, na Bahia. A abertura do principal certame nacional brasileiro foi feita pelo presidente Paulo Wanderley Teixeira, que compôs a mesa de honra ao lado do vice-presidente da CBJ, Marcelo França, e dos presidentes das federações estaduais José Cardoso Neto (Ceará), Durval Machado (Sergipe) e Marcelo Ornelas (Bahia), que fez o primeiro pronunciamento. “É um privilégio para a
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BUDOPRESS/CBJ
FEBAJU apoiar a CBJ em todos os eventos do calendário nacional. Gostaria também de agradecer ao presidente Paulo Wanderley por todo o trabalho realizado no judô brasileiro e pelo apoio ao judô baiano. Boa sorte e sucesso a todos os atletas e técnicos”, disse Marcelo Ornelas. O presidente Paulo Wanderley Teixeira destacou a preparação do evento e a arbitragem, e saudou os presidentes que não compuseram a mesa. “Registro a presença dos presidentes das federações amapaense, Antônio Viana; de Roraima, Paulo Cézar Ferreira; e da federação piauiense, Danys Queiroz, que atuarão como árbitros
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paulistas dominam
Sênior Representando a Fundação Municipal de Esportes de São José (SC) e encaixando um uchi-mata perfeito, Alisson Mendonça venceu Renglis Xavier (AL) e se garantiu na semifinal. Ex-aluno do sensei Adenildo, de Chapecó, hoje o judoca josefense, que se destaca pela excelente técnica, treina com o professor Júlio César, da Unisul
Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô www.revistabudo.com.br
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C AMPEONATO BRASILEIRO SÊNIOR DE JUDÔ 2016 na competição. Gostaria de parabenizar a equipe técnica da Confederação Brasileira de Judô, na pessoa do gestor técnico nacional Robnelson Ferreira pelo trabalho realizado. São detalhes que fazem a diferença. E são eles que vão fazer deste campeonato um grande espetáculo. Quero também parabenizar o gestor nacional de arbitragem José Pereira porque muitos dos árbitros que atuarão hoje e amanhã são consagrados internacionalmente. Mas também teremos árbitros prestando exame para integrar o quadro nacional, o que mostra que o trabalho está sendo bem feito e despertando interesse”, disse o presidente da CBJ. Por fim, o dirigente máximo do judô nacional falou sobre o desempenho da seleção brasileira de judô nos Jogos Olímpicos. “O judô brasileiro vem de uma campanha vitoriosa nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Um desempenho que o colocou ao lado das grandes potências mundiais. Entre 136 países,
O minastenista Robson Penna (60kg) ergueu Rafael Miagui (RS) no segundo andar
A catada de braço de Natália Maciel (SC) na primeira rodada do peso-ligeiro, quando venceu Jennifer Nunes (RS) por ippon
Na final do peso-meio-leve Diego Santos (RS) finalizou Gabriel Pinheiro (PE) com um juji-gatame sensacional
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Eleudis Valentim (SP) e Maria Taba fizeram uma final eletrizante no peso-meio-leve
Com um de-ashi-harai espetacular Juscelino Júnior jogou João Cesarino na semifinal e finalizou no osae-komi
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
o Brasil ficou em sexto lugar e poderia ter ficado em terceiro com mais duas medalhas. Mas a Olimpíada já passou e é um novo ciclo que se inicia. Os atletas campeões poderão participar da seletiva já visando a Tóquio 2020. E nesse recomeço, gostaria de agradecer a todos que formam essa grande família do judô – as academias nos mais longínquos recantos, os professores, as federações que organizam esse processo, enfim, a todos os stackholders do judô brasileiro. Por fim, desejo que os atletas sejam recompensados pelo esforço que fizeram preparando-se para a competição”, concluiu.
São Paulo e Rio Grande do Sul saem na frente no primeiro dia de disputa Das 26 federações representadas na competição, 17 estiveram no pódio no primeiro dia de disputas, em que foram definidas as categorias superligeiro, ligeiro, meio-leve, leve, meio-médio e médio. Rio Grande do Sul, com dois ouros, uma prata e um bronze no masculino, e São Paulo, com três ouros e um bronze no feminino, saíram na frente. E, marcando o início de um novo ciclo olímpico, jovens promessas ajudaram a garantir tanto a vantagem dos gaúchos quanto a das paulistas. Um grande exemplo disso foi a categoria meio-médio, na qual Rafael Macedo, com 22 anos, representando o RS, e Jéssica Santos, de 23, representando São Paulo, ficaram com o
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Na final do peso-pesado Camila Nogueira foi para cima, mas foi Ellen Furtado que jogou duas vezes de yukô e venceu no Revista Budô para número / 2017 osae-komi faltando 2 segundos o fim do19 combate
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C AMPEONATO BRASILEIRO SÊNIOR DE JUDÔ 2016 título. Ambos já estavam na zona de investimento da seleção principal e agora buscam maior espaço. Para Jéssica Santos a manutenção do equilíbrio emocional foi fator decisivo em sua conquista. “Acho que consegui manter um equilíbrio muito grande porque nas primeiras lutas eu tive um pouco de dificuldade, mas mesmo saindo perdendo, não me desesperei, consegui respirar, mantive a calma e virei os placares. É uma conquista muito grande para mim porque meu sonho é ir a Tóquio 2020 e esse foi um passo nesse caminho.” Mas também houve espaço para que nomes conhecidos do judô nacional chegassem ao degrau mais alto do pódio. Entre os que confirmaram o favoritismo, Eleudis Valentim (52kg/SP), Tamires Crude Silva (57kg/ RJ), Marcelo Contini (73kg/SP) e Diego Santos (66kg/RS), todos atletas com passagens recentes pela seleção brasileira e com a bagagem de ao menos um ciclo olímpico no sênior. O baiano que defende o Rio Grande do Sul teve o apoio da família na arquibancada, inclusive de sua filha Maria Laura, de três meses, para conquistar o pentacampeonato brasileiro sênior. O fator casa foi decisivo para o baiano que hoje defende a Sogipa. “A diferença deste para os outros quatro títulos foi que conse-
Antes de ser derrubado nos 43 segundos da prorrogação, Renan Nunes (RS) enfrentou uma pedreira contra Bruno Altoé (ES)
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Nas quartas de final do meio-pesado a minastenista Isadora Pereira jogou a piauiense Haysa Santos de yukô e finalizou no osae-komi.
gui me sentir mais maduro. Eu sempre lutei no ligeiro e no fim do ciclo olímpico passado tive de subir de categoria. Mesmo tendo feito poucas competições no novo peso, me senti muito tranquilo e motivado porque estava em casa, com o apoio da minha família. Tenho muito orgulho de defender o Rio Grande do Sul, um Estado que me acolheu, mas poder conquistar isso no Estado em que nasci é maravilhoso”, disse Diego Santos. No fim do primeiro dia de disputa São Paulo e Rio Grande do Sul com sete medalhas ficaram na frente. Mas foram seguidos de perto por Minas Gerais, com seis, e por Rio de Janeiro e Amazonas, com cinco. Entre as cinco medalhas dos amazonenses está o ouro de Carolynne Hernandes (48kg). O Maranhão, com Ítalo Carvalho (60kg), e Mato Grosso do Sul, com Hernandes Santos (55kg), também chegaram ao lugar mais alto do pódio.
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
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Rio Grande do Sul fica com título do masculino e São Paulo é campeão do feminino O último dia de disputas foi dedicado às categorias meio-pesado e pesado, e os ouros das jovens Samanta Soares (78kg), de 23 anos, e Ellen Furtado (+78kg), de 19, confirmaram o título entre as mulheres para São Paulo, e reafirmaram a tendência de uma das principais competições do calendário nacional: que uma nova geração vai chegar forte em busca de espaço na seleção brasileira neste novo ciclo olímpico. Isso porque os campeões das categorias olímpicas garantiram uma vaga na Seletiva Tóquio 2020 – 1ª Etapa, que será realizada em janeiro do ano que vem. A jovem Ellen, de apenas 19 anos, que venceu a final contra Camila Nogueira, de 21, lembrou que o foco agora é a seletiva para a seleção sub 21. “Esta conquista veio em boa hora porque eu perdi o paulista sub 21, mas acabei ganhando o sênior. Peguei uma adversária forte na final, para quem eu vinha perdendo com frequência no último ano. Comecei a luta em desvantagem, mas consegui virar e estou muito feliz por ter conseguido esta vaga na seletiva para Tóquio. Mas antes tenho outro objetivo, que é a seletiva da base.” Os outros ouros de São Paulo vieram com Eleudis Valentim (52kg), Jéssica Santos (63kg) e Amanda Oliveira (70kg). No quadro de medalhas do feminino, depois de São Paulo, vieram Rio Grande do Sul, Amazonas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Houve espaço também para os atletas Revista Budô número 19 / 2017
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João Macedo (RS) finalizou Jonas Inocêncio (MG) com osae-komi, nas quartas de finais
Com um shidô a menos, Juscelino Júnior superou o paraibano Isaque Conserva na final do pesado
O potente o-soto-gari de Jéssica Santos (SP) em Danielle de Oliveira (RJ), na final do peso-meiomédio, levantou a galera da arquibancada
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O maranhense Pedro Rezende superou o sul-mato-grossense Felipe Espíndola no osae-komi
Numa das finais mais pegadas do certame, a técnica refinada de Alisson Mendonça (SC) parou no ímpeto de Rafael Macedo (RS), o campeão do meio-médio
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CBS M5 – Meio-médio Masculino
Pódio por Estado Feminin
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Meio-pesado Feminino Médio Feminino
Meio-médio Feminino
Leve Feminino
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô Superligeiro Femi
Meio-leve Masculino
nino Ligeiro Feminino
Meio-leve Fem
Pesado Feminino
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Leve Masculino
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asculino Ligeiro Masculino
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Dirigentes na cerimônia de abertura
Paulo Wanderley com as árbitras que atuaram no brasileiro sênior
Números da competição Campeonato Brasileiro Sênior 2016
250 Atletas inscritos 26 Federações estaduais inscritas 57 Técnicos atuando 45 Árbitros atuando 4 Áreas de luta 2 Dias de disputa
Paulo Wanderley
Árbitros, dirigentes e membros de comissões técnicas no Congresso Técnico do certame
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Classificação individual feminino
Classificação individual masculino
Superligeiro (-44kg) 1º Ana Paula Nobre - RS 2º Thays Marinho - MG 3º Amanda Lima - PE 3º Rita Reis – AM
Superligeiro (-55kg) 1º Hernandes Santos - MS 2º Marcio Oliveira - SE 3º Marcos Batista Jr - RS 3º Antonio Marcos Silva – AL
Ligeiro (-48kg) 1º Carolynne Hernandes - AM 2º Natalia Maciel - SC 3º Jéssica Osório - SP 3º Bianca Lara - MG
Ligeiro (-60kg) 1º Ítalo Carvalho - MA 2º Robson Penna - MG 3º Rafael Barbosa - AM 3º Luiz Filipe Henriques – RJ
Meio-leve (-52kg) 1º Eleudis Valentim - SP 2º Maria Taba - AM 3º Jessica Sousa - DF 3º Maria Kraus - SC
Meio-leve (-66kg) 1º Diego dos Santos - RS 2º Gabriel Pinheiro - PE 3º Adriano Souza - AM 3º José Vicente Souza - ES
Leve (-57kg) 1º Tamires da Silva - RJ 2º Lilian Santos - PA 3º Bruna Bereza - PR 3º Manoella Costa - RS
Leve (-73kg) 1º Marcelo Contini - SP 2º João Macedo - RS 3º Ricardo Junior - MG 3º Stanley Torres - PI
Meio-médio (-63kg) 1º Jéssica Santos - SP 2º Danielle Karla de Oliveira – RJ 3º Erika Hellen Ferreira - CE 3º Mariana Veiga - MS
Meio-médio (-81kg) 1º Rafael Macedo - RS 2º Alison Silva - SC 3º Vinicius Panini - SP 3º Cleyanderson da Silva - RJ
Médio (-70kg) 1º Amanda Oliveira - SP 2º Aine Schmidt - RS 3º Amanda Batista - PR 3º Sarah Nascimento - MG
Médio (-90kg) 1º Raphael Magalhães - SP 2º Gustavo Assis - MG 3º Romário Silva - SC 3º Gabriel Rocha - RJ
Meio-pesado (-78kg) 1º Samanta Soares - SP 2º Melina Scardua - BA 3º Isadora Pereira - MG 3º Glaucia Lima – CE
Meio-pesado (-100kg) 1º Renan Nunes - RS 2º Bruno Altoé - ES 3º Pedro Rezende - MA 3º Rubens Filho - SP
Pesado (+78kg) 1º Ellen Furtado - SP 2º Camila Nogueira - MS 3º Richele Jordão - RS 3º Lorena Coelho - SC
Pesado (+100kg) 1º Juscelino Junior - MG 2º Isaque Conserva - PB 3º João Marcos Silva - RS 3º Jonas Inocêncio - SP
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C AMPEONATO BRASILEIRO SÊNIOR DE JUDÔ 2016
com mais bagagem internacional mostrarem que a experiência pode ajudar. E dois deles levaram o Rio Grande do Sul ao primeiro lugar entre os homens. Diego Santos (66kg), de 27 anos, no sábado, e Renan Nunes (100kg), de 30, no domingo, foram campeões em suas categorias e chegam com muita vontade para a disputa da seletiva. Após dois anos afastado, Renan Nunes disse que vai tentar voltar à seleção brasileira. “No ano passado disputei o brasileiro sênior na categoria pesado mais para ter ritmo de competição e este ano eu vim focado para garantir a vaga na seletiva na primeira oportunidade que tivesse. E essa oportunidade foi aqui. Graças a Deus consegui cumprir o objetivo. Foi preciso muita determinação para conseguir reverter um resultado contra um adversário duro como o Bruno Altoé. Foi um ano inteiro de treinamento para aproveitar a oportunidade.” No masculino, completaram o pódio por federações: São Paulo em segundo, seguido por Minas Gerais, Maranhão e Mato Grosso do Sul. Defendendo a Secretaria de Esporte e Lazer de São José dos Campos (SP), e focado na conquista da vaga na seleção brasileira, o peso-médio Raphael Lins de Magalhães conseguiu seus objetivos em Salvador. “Estou treinando muito forte e venci as principais competições da temporada. Vim a Salvador para conquistar minha vaga na seletiva, vou para a seleção brasileira e vou carimbar meu passaporte para Tóquio. Comecei no DF, onde meu sensei foi o André Mariano, que hoje é árbitro FIJ A. De Brasília fui para o Minas Tênis Clube, depois para a Bahia e São Paulo. Nas lutas busco ser eclético, mas se bobear eu jogo de o-soto-gari, que é meu golpe preferido.” No pódio Raphael avaliou os combates que lhe garantiram o ouro. “Sai de baia e não fiz a primeira luta. Na segunda encarei o Yuri Lisbão (CE) e venci no osae-komi. Na semifinal encarei o Henrique Silva (RS), e tam-
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Dirigente anuncia inclusão do brasileiro sênior no rankeamento da seleção brasileira
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
bém foi pedreira. Ele já estava ganhando de dois shidôs e percebi que queria me jogar e resolvi deixar. Amoleci o corpo, ele entrou e eu reverti jogando de wazari. No chão encaixei o shime-waza e ele bateu. Já na final comecei ganhando do Gustavo Assis (MG), mas eu já tinha levado três shidôs e usei isso a meu favor. Ele estava vindo para cima com tudo, e queria que eu tomasse mais um shidô. Aproveitei para encaixar minha técnica e deu certo. Na verdade, entrei com tani-otoshi, depois abracei, desequilibrei e joguei de ippon. Agora é manter o foco até janeiro para estar no páreo em 2017.”
Durante o congresso técnico Paulo Wanderley Teixeira anunciou a inclusão do brasileiro sênior no ranqueamento da seleção brasileira. “Informo de antemão que a gestão técnica da CBJ decidiu que a partir da próxima temporada o campeonato brasileiro sênior estará inserido no circuito de eventos que contarão pontos para o ranqueamento da seleção brasileira de judô. Este é um projeto que já está em fase de conclusão para ser apresentado aos presidentes das federações estaduais, porque entendemos que não se justifica um atleta ser campeão sul-americano, pan-americano e olímpico sem nunca ter participado do campeonato brasileiro. Com raríssimas exceções, lembro apenas de ter visto a Rafaela Silva disputando o brasileiro, competição que por décadas foi tida como principal certame do nosso País. O campeonato nacional é o campeonato da nação, e deve ser colocado no mais alto patamar das ações da CBJ. Esta é uma iniciativa nova, mas já vem sendo estudada há muito tempo. Além da minha simpatia, a mudança tem meu total apoio e respaldo”, externou o presidente da CBJ.
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ACADEMIA
38 anos formando e
Mais que uma escola de campeões, a Shotokan consagrou-se como referência internacional em programas sociais. POR
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IMPRENSA A.SHOTOKAN I
Fotos
CHARLES STIHL e ARQUIVO
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C APA
SHOTOKAN
campeões cidadãos de bem
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H
á 38 anos a Associação Centro América de Karatê Shotokan, mais conhecida como Academia Shotokan, vem construindo uma história de sucesso crescente com responsabilidade, persistência, respeito ao próximo e vontade de mudar a vida de muitas pessoas. Fundada em janeiro de 1979, hoje filiada à Confederação de Karatê-Dô Tradicional Brasileira (CKTB), está sob o comando do sensei José Humberto de Souza, engenheiro civil, faixa preta 7º dan, árbitro internacional classe A, apoiado por sua equipe e parceiros. Mais de 20 mil pessoas já foram diretamente beneficiadas pelos projetos sociais por ela desenvolvidos. Crianças e adolescentes que estavam a caminho da marginalidade hoje se encontram consolidados como homens e mulheres de bem, alguns deles desenvolvendo o que lá aprenderam nos próprios projetos. A Academia Shotokan é uma referência mundial para o karatê-dô tradicional como formadora de campeões nos tatamis, mas o maior legado são as vidas transformadas por meio dos princípios filosóficos inerentes à arte e repassados pela equipe de profissionais com muita competência e compromisso e está de portas abertas a quem quiser aprender. O sensei José Humberto reconhece que “nenhum trabalho é realizado com eficiência e resultados relevantes sem uma boa equipe, seja à frente do trabalho ou na retaguarda”. A Shotokan conta com profissionais capacitados e comprometidos e com voluntários que vestem a camisa, enfrentam os desafios, se fortalecem nas dificuldades e dignificam o nome e o trabalho da instituição. “Em agradecimento a toda a equipe”, diz o sensei, “quero destacar algumas pessoas que diariamente me auxiliam na maravilhosa tarefa de colaborar com a formação de nossos karatecas: Vilda Aparecida Lúcio, Rodrigo Lúcio de Souza, Renato Lúcio de Souza, Adairce Castanhetti, Celestina Marques da Silva e Silva, Maria Conceição Pereira de Sousa, Danielle Lima, Ângela Maria Lúcio de Souza, Thiago Lima Antônio, Cleyton Júnior do Nascimento e Erick David dos Santos.
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C APA Superação e aprimoramento Sensei José Humberto começou a praticar karatê aos 12 anos na academia Takey, de Uberlândia (MG), com o intuito de usá-lo como instrumento de defesa nas brigas em que se envolvia com certa frequência na época. Contudo, o resultado inverteu-se: a mudança de comportamento foi imediata e radical. O impacto dos fundamentos filosóficos inerentes ao karatê o transformaram num jovem determinado e disciplinado. “A partir do dia que comecei no karatê minha vida mudou, nunca mais briguei, nunca mais tive nenhum problema com ninguém. Deixei de conquistar inimigos para construir amigos. Foi como se eu tivesse mudado de cidade, de amigos, de tudo. Foi algo impressionante. Devo muito ao meu sensei Rui Barbosa Parente, com quem treinei desde o primeiro dia até julho de 1975, quando, me mudei para Cuiabá (MT) para estudar engenharia civil e disseminar o karatê.” Ao mesmo tempo em que cursava a faculdade, procurou se aperfeiçoar cada vez
mais no karatê, estudando e refinando os conhecimentos e as técnicas com mestres de renome nacional e internacional. Entre eles, José Humberto cita Oswaldo Mendonça Jr., Antônio Flávio Testa, Yasuyuki Sasaki, Luiz Tasuke Watanabe, Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki, Yoshizo Machida, Juichi Sagara, Taketo Okuda, Higashino, Sadamu Uriu, Kazuo Naganime, Ênio Vezulli, Johannes Freiberg Neto, Ugo Arrigoni Neto, Robson Maciel, Ronaldo Carlos, Hidetaka Nishiyama, Hiroshi Shirai, Yoshiharu Osaka, Masahiko Tanaka, Oishi Takeshi, Masao Kawasoe, Kenro Kurasako, Masaaki Ueki, Abe, Otta, Michio Yahara, Yamamoto, KatsumiIi, Katsuya Ishiyama, Eligio Contarelli, Rick Jorgensen, Włodzimierz Kwieciński, Justo Gomez, Nelson Carriòn, Marcos Moron e Masaaki Yokomichi. Sensei José Humberto declara-se um privilegiado por ter sido o único brasileiro a treinar por 16 anos seguidos com shihan Hidetaka Nishiyama, fundador do karatê-dô tradicional. Esse relacionamento começou em 1991, quando integrava uma equipe brasileira que disputou o campeonato pan-americano
no México. Lá participou do primeiro curso de arbitragem ministrado por shihan Hidetaka Nishiyama decidiu aprofundar-se, fazendo inclusive a tradução oficial para português do livro de regras de competição escrito pelo shihan Nishiyama. Qualificado, sensei José Humberto passou a integrar o quadro de árbitros da ITKF, atuando em todos os eventos nacionais e internacionais. Os anos de aprendizados e amadurecimento profissional ao lado do shihan Nishiyama, proporcionaram conhecimento e muito material de estudo a José Humberto, o que o qualificou para exercer o cargo de diretor de arbitragem por muitos anos na CBKT e ministrar numerosos cursos, palestras e seminários no Brasil e no exterior. A determinação e a experiência elevaram a Shotokan como esporte de rendimento a níveis regional e nacional, o que levou sensei José Humberto a deixar sua carreira de engenheiro civil para dedicar-se exclusivamente ao karatêdô tradicional. Como resultado, a Shotokan entrou para a história como a academia brasileira que mais títulos obteve na modalidade.
Empresário Roberto Motta, da Agro Amazônia, com alunos da Shotokan Atletas da Shotokan e do projeto com as medalhas conquistadas no campeonato brasileiro realizado em Natal (RN), em 2016
Equipe de profission
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Alunos do projeto Karatê-Dô Esporte e Cidadania fazendo kata
ais e voluntários da
Shotokan
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Mais do que esporte Ao longo do tempo, outros desafios foram surgindo e a equipe de profissionais da Shotokan resolveu em 2000, investir energia e conhecimento em projetos sociais – um divisor de águas no trabalho da academia e na vida de milhares de famílias mato-grossenses. As ações tinham como objetivo restabelecer a ordem, a disciplina, resgatar a dignidade e fortalecer os vínculos familiares Desenvolveu-se um projeto piloto numa escola municipal que, na época, estava sob intervenção e com problemas gravíssimos de violência, mau comportamento, alto índice de agressividade, indisciplina, falta de higiene, falta de concentração, baixo índice de aprendizagem e permanência na sala de aula, além de repetência e formação de gangues dentro da escola. Conseguiu-se, porém, um sucesso absoluto. Em poucos meses os resultados positivos já impressionavam e os comentários ultrapassaram fronteiras, chamando atenção de países como Japão, Argentina,
Paraguai, Chile e Colômbia, que mandaram representantes ao Brasil para conhecer o trabalho desenvolvido com essas crianças e adolescentes. “Depois da introdução do karatê na escola, as crianças melhoraram consideravelmente na disciplina e até no afeto entre elas. O rendimento escolar cresce, as crianças permanecem mais tempo dentro da sala de aula, a evasão diminuiu e a repetência, pela estatística preliminar que a gente tem, este ano vai ser muito menor”, conta Mara Fernanda Florêncio, diretora do Colégio CAIC-VG, no qual se aplicou o projeto piloto. Francisca Souza de Oliveira, professora do CAIC, diz que os alunos mudaram completamente e perceberam que podem ser capazes de viver num mundo melhor. “Em seu primeiro passo no karatê, eles aprendem a disciplina e a dominar a violência que há dentro deles. As várias gangues que brigavam no corredor se transformaram. Passaram a vigiar e a influenciar os colegas para que mudem o comportamento.”
Ela é o máximo Esse projeto importantíssimo e motivou toda a equipe a dedicar-se a ações sociais, especialmente graças à dedicação e ao comprometimento da diretora social, sensei Vilda Aparecida Lúcio, profissional de educação física, faixa preta 5º dan, especialista em educação infantil. Ela se empenha na elaboração de projetos e busca de parcerias para levar o atendimento a um número cada vez maior de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social e pessoal. Vilda reconhece no karatê uma poderosa ferramenta educacional cujos princípios filosóficos e disciplinadores contribuem positivamente na formação do caráter do ser humano, trabalhando concomitantemente as capacidades corporais, mentais e espirituais, tripé que equilibra os indivídios. Com o intuito de contribuir com outras entidades que atuam na área social, a sensei Vilda, aceitou fazer parte do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), do Conselho Municipal de Desporto e Recreação Pública (COMDERP) e
Sensei Vilda e alunos do projeto EMEB Tereza Lobo
Emanuelly Pereira de Sousa
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Lima, atleta do projeto na esco
la Peninha Verde
Revista Budô número 19em/ 2014 2017 Lançamento do Criança Esperança Cuiabá
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C APA do Conselho Municipal de Educação (CME). Tudo isso se tornou uma missão para a tia Vilda, carinhosamente definida por muitos como “o máximo”.
Abrindo caminhos Os resultados positivos abriram portas para outros projetos e foram sendo firmadas parcerias, ampliando o número de beneficiados. Em 2007 surgiu o Karatê-Dô Esporte Tradicional e Cidadania, marca registrada de todos os projetos realizados desde então. Em 2010, com a inscrição no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) a Associação Shotokan foi habilitada a participar de alguns editais, obtendo êxito em todos: Agro Amazônia Produtos Agropecuários, Mon Bijoux, Fundação Banco do Brasil, Prefeitura de Cuiabá/Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), - Conselho Municipal de Desporto e Recreação Pública (COMDERP), Unesco, Fundação André Maggi e Iharabras S/A.
José Rodrigues Rocha Júnior, secretário de Assistência Social do município de Cuiabá (gestão do prefeito Mauro Mendes), enaltece o trabalho. “O que essas crianças estão conseguindo absorver e levar para suas vidas pessoais vai além das vitórias esportivas. Nós acreditamos muito nessa parceria com a Shotokan, e pretendemos dar continuidade para os próximos anos, se Deus quiser.” O vice-presidente e diretor comercial da Agro Amazônia Produtos Agropecuários, Roberto Motta, também acredita no desenvolvimento social como garantia de um futuro sustentável. “Por isso, decidimos ser parceiros do Karatê-Dô Tradicional Esporte e Cidadania. Por meio deste projeto, inúmeras crianças aprendem valores importantíssimos, como respeito, especialmente aos mais velhos, civilidade e educação. Além de contribuir para a formação de caráter idôneo, o projeto tem o aspecto esportivo, que é essencial para o desenvolvimento dos valores humanos e melhor qualidade de vida.” Em maio de 2015 parte da Agro Amazônia foi adquirida pela multinacional japonesa
Sumitomo Corporation. Os executivos japoneses sentiram-se sensibilizados pela causa da Shotokan e demonstraram interesse em fortalecer ainda mais a iniciativa. No final de 2016, a Iharabras, empresa especializada em agricultura, conheceu projeto da Shotokan e se impressionou com os resultados positivos, e decidiu somar esforços, o que possibilitará a ampliação do atendimento para 2017.
Criança Esperança Uma das parcerias mais significativas ocorreu a partir de 2014, quando a Associação Shotokan recebeu o apoio da Unesco em parceria com a Rede Globo e o programa Criança Esperança. Essa parceria trouxe ao Projeto Karatê-Dô Tradicional Esporte e Cidadania e à Associação Shotokan mais notoriedade e visibilidade do que já havia conquistado como esporte de rendimento, além da credibilidade. No ofício assinado por Luciana Amorim, oficial de projetos do Setor de Ciências Humanas e Sociais, a Unesco citou que “a par-
Membros das equipes André e Lucia Maggi e Associação Shotokan
ber Celestina, Vilda e José Hum
to recebendo o prêmio Me
lhores Impactos 2016
Dirigentes e vencedores do prêmio André e Lucia Maggi 2016
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ceria bem-sucedida com o karatê tradicional garantiu a cidadania de mais de 200 crianças, adolescentes e jovens, fato que reduziu a evasão escolar e melhorou o desempenho didático, proporcionando ainda a saúde e o bemestar por meio da prática de exercícios físicos e reflexão de valores da prática de uma arte marcial.” Diz ainda o ofício que “em visita de monitoramento ao projeto, a equipe da Unesco pôde constatar a excelência do trabalho realizado pela Shotokan, bem como o impacto social gerado na comunidade beneficiada”. Em 2016, o judoca Flávio Canto visitou a Shotokan, acompanhado de uma equipe do programa Fantástico da Rede Globo e ficou encantado com o projeto, com as crianças e com os resultados apresentados. Segundo ele, a Shotokan “não é um lugar de transformados, é um lugar de transformadores. Todo mundo que tem aqui a vida transformada para melhor se torna imediatamente um transformador, porque é natural que se queira repassar tudo aquilo que se aprendeu para outras pessoas; então, é uma corrente do bem que faz toda a diferença”.
Alunos viram professores Beneficiários que tiveram suas vidas transformadas, tornando-se responsáveis e produtivos, optaram por devolver ao próprio projeto o bem, a dedicação e o respeito que receberam ali, transformando-se em professores de karatê e ajudando a dar novo rumo à vida de crianças e adolescentes. É o caso do Cleyton Júnior Lima do Nascimento, que começou a praticar karatê com 8 anos em um projeto social e hoje faz parte da equipe da Shotokan, na qual atua como atleta e professor. Treinar com sensei Humberto era um sonho que acalentava. “Eu era criança ainda, queria que meu karatê melhorasse e sabia que só ia conseguir se eu fosse treinar na academia Shotokan. Agradeço sempre ao sensei José Humberto pela oportunidade que me deu de treinar com ele e sua equipe, de construir minha vida no karatê, melhorando minha prática dando aula, ensinando o que aprendi aqui nesses 17 anos.” Thiago de Lima Antônio sagrou-se um dos melhores atletas de rendimento do mundo e hoje dá aulas no projeto. Sua única tristeza
www.revistabudo.com.br Sensei José Humberto ministrando curso para faixas pretas no Chile, em 2015
é o seu pai, que gostaria que ele se tornasse jogador de futebol, ter falecido antes de vê-lo tornar-se campeão mundial. “Faz 12 anos que meu pai faleceu. Ele via no futebol a possibilidade de eu me estabilizar financeiramente. Ao contrário, hoje em dia, tudo que eu tenho eu devo ao karatê, que comecei a praticar quando pequeno e me fez ver outros horizontes.” Acivaldo Carlos da Silva Júnior e Gabriel Victor da Silva começaram no projeto com 7 anos de idade. Hoje com 13 e 10 anos, fazem questão de ir à academia uma vez por semana como voluntários para auxiliar a “tia Vilda” com as meninas do Asilo Santa Rita, ensinando às iniciantes o que já aprenderam, sentindo-se realizados com essa atividade.
Bolsas de estudo em escola particular Não basta ser um bom atleta para fazer parte dos projetos sociais, ser bom aluno é fundamental. Alguns têm a possibilidade de estudar numa escola particular de qualidade sem nenhum custo para os pais. É o caso de Emanuelly Pereira de Sousa Lima, que há três
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C APA anos estuda com bolsa integral na escola Peninha Verde e atualmente está na Escola Chave do Saber (ECSA), parceira da Shotokan. Sueli Barbosa dos Reis, diretora da escola, lembra que essa parceria tem aproximadamente 15 anos. “Quando pensamos em introduzir a luta, me preocupava que os professores tivessem apenas prática, sem nenhum conhecimento teórico, que não compreendessem nosso objetivo.” Quando conversou com o sensei José Humberto, porém, a diretora logo percebeu que encontrara tudo que almejava. “Daí para a frente, a academia Shotokan só nos tem provado a excelência do seu trabalho, renovado a nossa credibilidade e aumentado o nosso respeito. Hoje, não mais pela simples prática esportiva, mas pelos projetos sociais que tem desenvolvido, pela maneira como enxerga e promove o ser humano. Vejo que uma das grandes preocupações da academia é ensinar à criança, principalmente, que a maior luta que ela tem de vencer é a luta com a vida.” A professora Sueli mostra-se orgulhosa
de poder contribuir com o projeto. “Além de buscar a bolsa, a academia se compromete em acompanhar o progresso do aluno. Nestes 20 anos de escola, posso dizer sem medo de errar que somos abençoados por essa parceria. Parabenizo a Shotokan e todos os seus colaboradores pela oportunidade de terem um comandante do porte do sensei José Humberto.”
Prêmio Melhores Impactos Em dezembro de 2016 a Shotokan recebeu o prêmio lançado pela Fundação André e Lúcia Maggi na categoria Melhores Impactos, destinado aos projetos cujas ações tenham alcançado resultados mais significativos junto aos beneficiários. A organização foi reconhecida por sua disciplina de controle e metodologia em suas atividades desportivas em caráter educativo e de inclusão social. A supervisora social Aletéa Rufino, da Fundação André Maggi, exaltou o trabalho da Shotokan dizendo que é um exemplo a ser seguido, demonstrando um alto desem-
penho na identificação do seu problema central com o público atendido e definindo bem suas ações para alcançar resultados satisfatórios. “Demonstrou um trabalho em equipe diferenciado, que promove o engajamento de muitos parceiros para que o trabalho aconteça.” O ano de 2016 foi atípico, a crise que assolou nosso País refletiu-se também nos apoios financeiros aos projetos, que diminuíram consideravelmente. No entanto, apesar das dificuldades, o sensei José Humberto e equipe persistiram incansavelmente em busca de parcerias para continuar atendendo o maior número possível de crianças e adolescentes.
Compartilhando conhecimentos pelo mundo Cursos e seminários nacionais e internacionais tornaram-se rotina para sensei José Humberto. A ânsia de aprender é tão grande quanto a de partilhar os vastos conhecimentos adquiridos ao longo dos 47 anos dedicados ao karatê.
Senseis Rodrigo Lúcio, Jose Humberto, Flávio Canto e Adairce Castanhetti
Senseis José Humberto, Rodrigo Delgado e Carolina Correal na Colômbia
Sensei Thiago Lima arbitrando no campeonato brasileiro de 2016
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Atletas e alunos da Shotokan com a equipe do Fantástico em 2015
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Sensei Verónica Mora, do Chile, sente-se agradecida pela disponibilidade e generosidade com que sensei José Humberto compartilha seus conhecimentos tanto nos cursos sediados em seu país quando nas visitas à Shotokan em Cuiabá, definindo-o como fonte de inspiração para muitos atletas. “Fui convidada muitas vezes, com minha equipe, a participar dos eventos internacionais organizados pela Shotokan em Cuiabá. Sempre nos sentimos em casa, queridos e acolhidos pelo sensei José Humberto e seus alunos e estamos agradecidos por essas experiências enriquecedoras, que deixaram marcas sobretudo nas crianças. Em novembro de 2015, quando esteve no Chile, foi recebido por mais de 100 karatecas e durante dias pudemos desfrutar seus ensinamentos e sua generosidade.” Sensei Nilton Aurimar Tibúrcio de Souza, presidente da CKTB, destaca a importância do sensei José Humberto para o fortalecimento do karatê dentro e fora do Brasil. “O sensei José Humberto é uma referência no karatê-dô tradicional, atuando como técnico
no primeiro campeonato brasileiro da modalidade e formando diversos campeões brasileiros, pan-americanos e mundiais. Graças a ele e sua equipe o karatê do Mato Grosso tornou-se referência nos projetos sociais que afastam os jovens do risco social.” Seu trabalho é reconhecido também nos Estados Unidos. O sensei e atleta Jaime Vieira diz que o sensei José Humberto talvez tenha sido o que mais se desenvolveu na arte, sempre muito focado nos treinos práticos. “Além da ótima qualidade técnica, destacou-se muito rapidamente pelo seu esforço e dedicação como atleta de alto nível nas competições. Fiquei impressionado ao ver como sua técnica está apurada ao reencontrá-lo aqui nos Estados Unidos, onde veio ministrar seminários de karatê-dô.” Também na Colômbia os seminários do sensei José Humberto são muito aguardados. Sensei Rodrigo Delgado faz questão de estar presente, sempre que possível. “É indiscutível o reconhecimento internacional ao trabalho do sensei José Humberto como árbitro classe A, não só pelo seu profundo conhecimento
das regras de competição, mas por sua imparcialidade ao aplicá-las. Desde 2013 tomei a decisão de segui-lo tão perto quanto pudesse, em Cuiabá ou em Bogotá. Tenho procurado passar pelo menos uma semana, todos os anos, na Academia Shotokan, acompanhado de alguns de meus alunos”, conta o sensei colombiano. Ele destaca ainda os valores humanos e sociais de José Humberto. “Nas minhas visitas, tenho recebido horas de treinamento e de estudo de karatê-dô tradicional e pude conhecer sua grande capacidade de trabalho e de entrega aos seus projetos sociais, e sua luta para construir um mundo melhor.” São indiscutíveis a qualidade técnica, o valor humano e o amor pelo karatê demonstrados por sensei José Humberto, características herdadas por seu filho e discípulo Rodrigo Lúcio de Souza que, seguindo os passos do pai, foi ensinar no outro lado do mundo o que aprendeu com seu mestre.
Campeonato mundial de Senseis Yasuiuki Sasaki e José Humberto no 9º Campeonato Mundial realizado em Varsóvia (Polônia) em 1998
Senseis José Humberto e Tasuke Watanabe com shihan Hidetaka Nishiyama
Nilton Aurimar de Souza, presidente da CKTB com a árbitra Ana Cristina e José Humberto
mbia, em ndo curso em Bogotá na Colô Sensei José Humberto, ministra
2016 realizado na Polôni a
Jaime Vieira (USA) em curso ministrado por José Humberto em Atlanta em 2016
Senseis Takey e José Humberto com Rui Parente
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Entrega de certificados de exame aos alunos do sensei Rodrigo no Dubai Karatê Center
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C APA Karatê-dô tradicional nos Emirados Árabes Unidos
Rodrigo de Souza e sua esposa Graciele Souza Furquim
Sensei Rodrigo Lúcio de Souza e Dr. Nicandro Figueiredo em Dubai
No fim de 2015, o neurocirurgião Nicandro Figueiredo Neto, que reside e trabalha em Dubai, iniciou um esforço grande no sentido de levar o sensei Rodrigo Lúcio de Souza para o dojô que ele frequenta, o Dubai Karate Centre (DKC), o mais antigo do país. Quando surgiu a oportunidade, a Academia Shotokan realizou um seminário no qual o sensei Rodrigo pôde demonstrar seus conhecimentos aos alunos e professores locais. Quatro meses depois, sensei Rodrigo foi contratado pelo DKC e mudou-se para Dubai com sua esposa e karateca Graciele Furquim Lúcio de Souza, para finalmente trabalhar como sensei e implantar o karatê-dô tradicional WTKF nos Emirados Árabes Unidos. Sensei Rodrigo ministra aulas três vezes por semana no DKC e duas vezes por semana na Dubai International Academy (DIA). Já realizou em poucos meses de trabalho o primeiro exame de graduação até 3º kyu (marrom 3) no fim de 2016. Para 2017 estão previstos vários eventos, como exames de graduação e seminários, inclusive com seu pai, que viaja para Dubai com a família em março.
Senseis José Humberto e Veronica Mora do Chile
Olímpiadas: uma honra e um desafio Com a inclusão do karatê nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, uma nova era se abre para a modalidade. A revista Budô fez questão de conversar como o sensei José Humberto de Souza sobre as expectativas para os próximos quatro anos. Como vê a inclusão do karatê no programa olímpico? Uma honra para a modalidade, praticantes e especialmente para os atletas de alto nível, pois sendo as Olimpíadas o maior evento esportivo do mundo, é um sonho para todo esportista se apresentar neste palco gigantesco. Agora, este sonho pode tornar-se realidade também para os ka-
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ratecas. Portanto, é de suma importância participarmos dessa grandiosa festa. Sensei Nishiyama, fundador do karatê tradicional não via esta inclusão com bons olhos. O que o senhor acha? Não é uma questão de não ver com bons olhos a inclusão do karatê nos Jogos Olímpicos, pois isso é uma vitória e eu apoio plenamente. Na minha opinião, os dirigentes devem aproveitar a oportunidade para mostrar que o karatê, mesmo numa disputa olímpica, consegue reter a essência das artes marciais japonesas com embasamento e princípios filosóficos nos quais o foco educacional é prioridade e que a luta (shiai) seja para testar o progresso diário de cada um, atleta e técnico. Que o lema do karatê seja valorizado e colocado em prática. A WKF está preparada para estar à frente desta iniciativa? Sim, eu entendo e reconheço que seus dirigentes foram competentes estratégica e politicamente, junto ao COI e merecem
todo o nosso respeito. Entretanto, devem buscar alternativas para viabilizar a participação de atletas filiados a outras organizações. Como o senhor e seus alunos pretendem se adequar a esta nova variante do karatê de alto rendimento? Nos familiarizando e estudando profundamente as regras, as técnicas e a arbitragem, a partir de cursos, intercâmbios, materiais didáticos, um programa de treinamento adequado e volume de competições. Quais os benefícios que o olimpismo proporcionará ao karatê como um todo? Maior visibilidade, financiamento do poder público e da iniciativa privada e, consequentemente, aumento do número de praticantes e muita motivação para os atletas, técnicos, árbitros e dirigentes que, naturalmente, vão buscar meios para se capacitar e atingir o ápice de suas carreiras.
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Títulos conquistados até o fim de 2016 pela Associação Shotokan, sob comando técnico do sensei José Humberto de Souza TRICAMPEÃ MUNDIAL ADULTO 7º Campeonato Mundial/Treviso/Itália – 1994 10º Campeonato Mundial/Bologna/Itália – 2000 15º Campeonato Mundial/Curitiba/Brasil – 2010 BICAMPEÃ MUNDIAL JÚNIOR-JUVENIL 1ª Copa Mundial Júnior-Juvenil/São José dos Pinhais/Brasil – 2001 2ª Copa Mundial Júnior-Juvenil/Curitiba/Brasil – 2010 CAMPEÃ DA COPA MUNDIAL International Traditional Karate Camp´96/San Diego/EUA – 1996 3 VEZES VICE-CAMPEÃ MUNDIAL 6º Campeonato Mundial/Montreal/Canadá – 1992 8º Campeonato Mundial/São Paulo/Brasil – 1996 18º Campeonato Mundial/Cracóvia/Polônia – 2016 - WTKF 4 VEZES 3ª COLOCADA MUNDIAL 9º Campeonato Mundial/Varsóvia/Polônia – 1998 11º Campeonato Mundial/Belgrado/Iugoslávia – 2002 14º CAMPEONATO MUNDIAL/Vilnius/Lituânia – 2008 3ª COLOCADA COPA MUNDIAL JKA (estilo Shotokan)
Sensei Rodrigo Lúcio de Souza no Dubai Karatê Centre
8ª Copa Mundial JKA/Tóquio/Japão – 2000 CAMPEÃ COPA LUSO-BRASILEIRA 1ª Copa Luso-Brasileira/Cidade de Amadora/Portugal – 2002 11 VEZES CAMPEÃ PAN-AMERICANA 8º Campeonato Pan-Americano/Mayaguez/Porto Rico – 1993 9º Campeonato Pan-Americano/Buenos Aires/Argentina – 1995 10º Campeonato Pan-Americano/Bogotá/Colombia – 1997 11º Campeonato Pan-Americano/Winnipeg/Canadá – 1999 12º Campeonato Pan-Americano/Santiago/Chile – 2001 13º Campeonato Pan-Americano/Goiânia/Brasil – 2003 14º Campeonato Pan-Americano/Lima/Perú – 2007 15º Campeonato Pan-Americano/Cuiabá(MT)/Brasil – 2009 16º Campeonato Pan-Americano/Santiago/Chile – 2011 17º Campeonato Pan-Americano/Formosa/Argentina – 2013 18º Campeonato Pan-Americano/Natal(RN)/Brasil – 2015 - WTKF CAMPEÃ COPA PAN-AMERICANA JÚNIOR-JUVENIL 1ª Copa Pan-americana Júnior-Juvenil/Goiânia/Brasil – 2003 BICAMPEÃ SUL-AMERICANA INTERCLUBES Torneio Internacional Interclubes/Curitiba/Brasil – 1996 Torneio Internacional Interclubes/Buenos Aires/Argentina – 2003 BICAMPEÃ SUL-AMERICANA DO ESTILO SHOTOKAN (JKA) Campeonato Sul-Americano Interclubes Shotokan (JKA)/Encarnación/Paraguai – 2000 Campeonato Sul-Americano Interclubes Shotokan (JKA)/Santigo/
Parceiros da Associação Shotokan
Chile – 2002 CAMPEÃ TORNEIO AMISTOSO INTERNACIONAL 1º Torneio Amistoso Internacional – Brasil/Argentina/Chile/Cuiabá (MT)/Brasil – 2002 2º Torneio Amistoso Internacional – Brasil/Paraguai/Chile - Cuiabá (MT)/Brasil – 2007 3º Torneio Amistoso Internacional – Brasil/Paraguai/Chile - Cuiabá/(MT)/Brasil – 2008 CAMPEÃ DO GASHUKU E TORNEIO INTERNACIONAL Gashuku e Torneio Internacional Mestre Nishiyama - São Paulo(SP)/Brasil – 1996 23 VEZES CAMPEÃ BRASILEIRA JÚNIOR-JUVENIL 21 VEZES CAMPEÃ BRASILEIRA CATEGORIA FEMININA INDIVIDUAL 17 VEZES CAMPEÃ BRASILEIRA ADULTO GERAL BICAMPEÃ NACIONAL 2015 E 2016 (CKTB) BICAMPEÃ DO CENTRO-OESTE TETRACAMPEÃ DO GASHUKU NACIONAL BICAMPEÃ DO TORNEIO CAMPEÃO DOS CAMPEÕES
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10ª COPA PARANÁ DE JUDÔ
Judô Tonietto
é bicampeão da Copa Paraná O tradicional torneio recebeu as principais equipes paranaenses e escolas de grande expressão de outros Estados, registrando aumento no número de inscritos. POR
PAULO PINTO I
Fotos
budopress
A
décima edição da Copa Paraná de Judô realizou-se no dia 1º de outubro no ginásio do Centro Esportivo Bagozzi, em Curitiba, reunindo 840 judocas das classes mirim, infantil, infanto-juvenil, pré-juvenil, juvenil, júnior e sênior, vindos de 93 associações dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Paraíba. A competição – que teve apoio dos Kimonos Yama, do Grupo Educacional Bagozzi e Komatsu do Brasil – definiu os três melhores atletas paranaenses de
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Luiz Iwashita faz pronunciamento na cerimônia de abertura da Copa Paraná
cada classe que participariam do Meeting Interestadual Interclubes, em novembro, em Jaraguá do Sul (SC). Entre as equipes inscritas figuraram as principais escolas paranaenses e agremiações de renome, como Sogipa (RS), Associação Desportiva Centro Olímpico (SP), Associação Judocas de Itajaí (SC), SESI (SP), Grêmio Náutico Gaúcho (RS) e Associação de Judô Araçatuba (SP). A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades esportivas, entre as quais Luiz Iwashita, presidente
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Parte da arbitragem
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da Federação Paranaense de Judô; Elder Márcio Faggion, professor kodansha 6º dan, vice-presidente da FPrJ; Vítor César Moreira, vice-presidente da FPrJ; Washington Donomai, professor kodansha 6º dan, vice-coordenador de kata do Estado do Paraná; Jorge Luiz Meneguelli, professor kodansha 7º dan; e Francisco Silva, coordenador de arbitragem da FPrJ. Em seu discurso, Luiz Iwashita lembrou que há uma década a Copa Paraná foi aberta a outros Estados. “Quero iniciar agradecendo a presença de todos que aqui estão. Judocas de todas as regiões do Paraná e demais Estados que não mediram esforços para participar do nosso certame. Lembro que este evento selecionará os três primeiros colocados das classes sub 11, sub 13 e sub 15 para o Meeting Interestadual Interclubes, o qual será realizado pela Federação Catarinense, em Jaraguá do Sul (SC). Finalizo afirmando que desenvolvemos todos os esforços no sentido de oferecer um grande intercâmbio técnico a todos vocês, já que a proposta da Copa Paraná é contribuir no desenvolvimento técnico da base do judô brasileiro.” Mais uma vez a arbitragem da Copa Paraná esteve a cargo do competente professor Francisco de Souza, coordenador de arbitragem da FPrJ, que conduziu as disputas nas oito áreas de combate. No encerramento da cerimônia de abertura houve o rei inicial, executado pelo professor Edilson Hobold. Natural de Ma-
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10ª COPA PARANÁ DE JUDÔ rechal Cândido Rondon, no Oeste do Estado do Paraná, Hobold é árbitro internacional FIJ A e um dos principais árbitros da região Sul do País.
Judô Tonietto é campeão geral
Washington Donomai, Jorge Luiz Meneguelli, Luiz Iwashita, Elder Márcio Faggion e Vítor César Moreira na cerimônia de abertura
Nos tatamis 71 equipes participaram da competição e 62 conquistaram vagas no pódio. Repetindo o feito da edição passada, a Associação Desportiva de Judô Tonietto foi a campeã geral, conquistando 30 medalhas, sendo 14 de ouro, seis de prata e dez de bronze. A equipe comandada pelo sensei Rodrigo Tonietto inscreveu 60 judocas na competição. Também como na temporada passada, o Judô Lemanczuk Júnior foi vicecampeão, obtendo 36 medalhas: 13 de ouro, 13 de prata e dez de bronze. Com apenas 32 atletas, a Sogipa, do Rio Grande do Sul, ficou em terceiro lugar com 22 medalhas: oito de ouro, uma de prata e 13 de bronze.
Técnicos avaliam a competição Moacir Mendes Júnior, técnico da Sogipa (RS), destacou a importância de torneios para as categorias menores. “Es-
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tes certames são fundamentais para que os judocas rodem bastante e tenham a oportunidade de competir com atletas de outros Estados, sem depender apenas do Campeonato Brasileiro ou dos poucos eventos regionais e estaduais que se realizam na temporada. Estas copas que são feitas durante o ano têm um grande valor para a base, porque quanto mais rodarem e competirem, mais bagagem e experiência vão adquirir e isso vai aparecer quando chegarem ao júnior e ao sênior. Estas competições são fundamentais e acho que os atletas que visam ao alto rendimento devem participar de todas.” Conhecido pelo excelente desempenho no chão, o professor Moacir falou sobre o trabalho que desenvolve com ne -waza. “Sempre defendi a Sogipa e hoje faço parte da comissão técnica do clube. Na verdade, há muito tempo fazemos um trabalho bastante intenso focado no ne-waza. O dado importante é que depois de muita insistência consegui separar o treino de ne-waza do randori e do ren-zoku-waza, e passamos a fazer treinamento exclusivo para o chão. Hoje temos sessões específicas de ne-waza -randori duas ou três vezes por semana com as equipes adulta e de base. Há dois anos desenvolvemos este trabalho, que é de longo prazo, mas já estamos vendo os resultados aparecerem. No brasileiro sênior tivemos três campeões e nenhum dos atletas da Sogipa chegou nem perto de perder uma luta no chão. Este desempenho é fruto do trabalho que estamos fazendo. Próximo dos Jogos Rio 2016 fui convidado para fazer o mesmo tipo de trabalho separado que fazemos na Sogipa, e acho que deu para ajustar algumas coisas e corrigir alguns detalhes, mas não houve tempo suficiente para algo mais abrangente. Acho que a CBJ tem de dedicar mais atenção e investir mais no treinamento de chão. Cada vez mais vemos atletas de outros países com um trabalho mais adiantado no ne-waza, e temos de nos equiparar. Somos o País do jiu-jitsu e não podemos ficar para trás, temos de tirar o que o jiu-jitsu pode nos trazer de bom e colocar para os judocas que, por sua vez, precisam ter a cabeça mais aberta e deixar a rivalidade de lado, para poder acrescentar e absorver o que cada modalidade tem de bom, para que possamos
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Parte da arbitragem
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evoluir cada vez mais nesta parte de ne -waza.” Pedro Dias, renomado judoca português radicado em Maringá (PR), avaliou o evento positivamente e destacou a importância dele para o desenvolvimento da base. “Este evento não é apenas importante, ele é fundamental. Muito mais além do que resultado em si, este intercâmbio com atletas de outros Estados proporciona resultados incomensuráveis, e quanto mais Estados participarem, maior será o aproveitamento dos nossos atletas. O intuito aqui não é medalhar e sim fazer muitas lutas e adquirir experiência, para que no futuro o atleta possa subir de categoria em outro patamar técnico.” O campeão europeu falou sobre sua vivência no interior do Paraná. “É uma experiência completamente diferente. Cheguei de Portugal há cinco anos e fui diretamente para Maringá. Era um atleta da capital e estava acostumado com mordomias e benefícios, mas estamos na luta. Hoje tenho a terceira maior academia de judô do Estado do Paraná, recentemente fizemos uma campeã brasileira sub 15 e dois atletas nossos foram campeões nos jogos escolares. Fazemos muitos intercâmbios com São Paulo, mas isso tem um custo alto porque as crianças que eu treino são na maioria bolsistas. Mas ultrapassamos a primeira dificuldade porque aos poucos estamos conseguindo fazer com que crianças bolsistas se desenvolvam no judô. Na verdade, de-
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10ª COPA PARANÁ DE JUDÔ senvolvemos simultaneamente um trabalho de base e uma ação social. É claro que os resultados no sub 21 e no adulto vão demorar um pouco, mas o importante agora é apresentar o judô para o maior número de crianças possível, e fazer com que elas gostem e sigam em frente.” Fabiano Zambonetti, membro da comissão técnica da Federação Catarinense de Judô, destacou: “Estas copas são fantásticas pelo volume de atletas e a diversidade técnica dos judocas que participam. É uma oportunidade que as crianças têm de interagir por serem abertas aos melhores de cada Estado. Porque, quando falamos em meeting ou brasileiro, só vem um de cada Estado, e numa competição dessas às vezes há inúmeros atletas bons na mesma classe. Eles têm a oportunidade real de enfrentar grandes judocas e com isso há um crescimento geral. Nossos atletas participam do máximo possível de competições, como Copa Paraná, Copa Minas e Copa São Paulo. Este evento é sempre muito bem organizado e flui muito bem. Este ano estamos vendo a Sogipa, que veio do Rio Grande do Sul e trouxe excelentes atletas. Penso que todos os Estados deveriam promover copas neste molde, pois todos nós obteríamos maior crescimento, e isso resultaria em maior evolução para o judô brasileiro”. Marcos Antônio de Paula Rossi, técnico do SESI – Sorocaba (SP), enfatizou o nível técnico do judô paranaense. “Não tem como desenvolver um atleta sem tirá-lo daquele mundinho fechado. É preciso levá-lo para todas as copas possíveis, para que ele possa sair da mesmice e comece a ver o judô fora do ambiente em que está acostumado. Isso é muito importante para ele obter desenvolvimento. Viemos a Curitiba pela primeira vez e trouxemos 15 atletas, e eu achei que o nível técnico está muito bom, muito melhor do que imaginava. Aliás, percebo que no Paraná existe um grande trabalho nas categorias menores. Vimos aqui equipes tradicionais de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, e isso acaba fazendo a diferença e ajuda a melhorar o judô do Estado anfitrião.” Marcelo Kiwada, técnico da equipe de Araçatuba falou sobre a necessidade de os jovens atletas estarem em constante processo de renovação. “Acho que os eventos abertos são extremamente
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Moacir Mendes Júnior
Marcelo Kiwada
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Pedro Dias
Fabiano Zambonetti
Primeiros 20 colocados
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Marcos Antônio de Paula Rossi
importantes porque os jovens judocas precisam pegar nos kimonos de atletas de outros Estados e precisam conhecer outros estilos de luta. Fazemos um trabalho específico na base e sabemos que este tipo de evento é necessário e traz conhecimento e experiência para a garotada. Se ficarmos restritos apenas ao nosso Estado o trabalho fica meio monótono, apesar de São Paulo ser um Estado grande. A gente necessita deste intercâmbio para manter nossos jovens atletas atualizados e em constante processo de renovação.” Além de avaliar a expansão do número de inscritos, Luiz Iwashita falou sobre o crescimento técnico na base do judô paranaense. “Apesar da crise o número de inscrições desta edição aumentou significativamente, mas entendo que isso aconteceu devido ao advento dos Jogos Olímpicos, porque todos os eventos e festivais feitos pós-olimpíada apresentaram crescimento nas inscrições. Mas existe também o fato de a Copa Paraná ter-se tornado um evento tradicional no calendário de várias equipes fortes. Antigamente Copa Paraná não aceitava inscrições de outros Estados, e em minha gestão abri o certame, que a cada ano apresenta um número maior de inscritos e um nível técnico melhor. E entendo que isso também é primordial quando falamos na expansão dos inscritos. Nosso Estado marca uma presença cada vez maior no pódio nacional das categorias de base, e este fator é decisivo. Devemos isso à dedicação de todos os professores do Paraná, e em especial a treinadores como Alan Vieira, Pedro Dias, Lemanczuk, Kussumoto e os irmãos Tonietto. O que está faltando é o pessoal do interior dedicar-se mais ao rendimento.”
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WORKSHOP INTERNACIONAL DE JUDÔ
Juntos, professores, palestrantes e assistentes posam para foto histórica
Mestres japoneses ministram workshop em São Paulo Durante dois dias, professores kodanshas e medalhistas olímpicos transmitiram conhecimento para mais de 160 judocas de vários Estados.
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om apoio do Governo da Cidade de Tóquio e da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo, a Federação Paulista de Judô realizou nos dias 19 e 20 de novembro um workshop com mestres japoneses que vieram ao Brasil para transmitir conhecimento adquirido em décadas de aprendizado. Entre os professores japoneses estava Shinobu Sekine, kodansha 9º dan, campeão olímpico peso-meio-médio em Munique (1972), medalha de bronze no mundial de Ludwigshafen (1971) e campeão dos Jogos Asiáticos em Manila (1966). Sekine é hoje presidente da Federação de Judô de Tóquio. Completavam o quadro o kodansha 6º dan Yasuyuki Muneta, campeão mundial dos pesos-pesados; Masashi Nishiyama, medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres (2012), no peso-meio-pesado; Koji Komuro, campeão mundial na Hungria (2000) e campeão mundial em katame-no-kata em 2010, especialista em ne-waza, Komuro e ex-instrutor do Instituto Kodokan de Tóquio, atualmente professor e treinador do clube de judô da escola Tokyo Daigaku. O curso realizou-se na arena olímpica de judô do Complexo Esportivo Constâncio Vaz
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PAULO PINTO I
Fotos
MARCELO LOPES/FPJ
Guimarães, em São Paulo (SP), e atraiu mais de 160 professores, técnicos e praticantes de vários Estados. Os professores kodanshas Yoshiyuki Shimotsu, de Mogi das Cruzes, e Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil, fizeram a tradução simultânea do curso. Autoridades e personalidades do cenário judoísta paulista marcaram presença no encontro, entre elas Takahiro Nakamae, cônsul geral do Japão; Joji Kimura, diretor técnico da FPJ; Carlos Honorato, medalha de prata nos Jogos de Sydney; Airton Carlini, assessor de marketing da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; José Jantália, vice-presidente da FPJ; os membros da comitiva japonesa Hideo Sogame, Tomoki Takeya e May Nakamura, além de dezenas de professores kodanshas e delegados regionais da Federação Paulista de Judô. Depois do curso, o que mais se ouviu foram elogios à compenetração e ao comprometimento dos professores de Tóquio. Já no aspecto técnico e prático, o que mais agradou foram as aulas de ne-waza. Os brasilei-
ros ficaram impressionados com a destreza e a variedade de técnicas exibidas pelos professore japoneses. Por outro lado, os instrutores nipônicos exaltaram a compenetração, a vontade de aprender e a humildade mostrada pelos judocas brasileiros. O depoimento mais enfático foi proferido pelo sensei Shinobu Sekine. “Ficamos impressionados com o comportamento dos professores brasileiros. Quando realizamos cursos como este, no Japão, recebemos atletas das classes juvenil e júnior, mas aqui vimos um número menor de praticantes jovens e a faixa etária média era bem elevada. Os professores e técnicos do Brasil mostraram grande vontade de aprender e neste contexto destaco que havia muita gente graduada, o que comprova o comprometimento e a humildade dos judocas deste País”, disse o campeão olímpico de Munique. Na cerimônia de abertura, Takahiro Nakamae, cônsul geral do Japão, destacou a importância do fomento da realização de intercâmbio entre o Brasil e o Japão. “Em nome do governo do Japão dou boas-vindas a todos que aqui vieram para participar e prestigiar este grande evento. Entendo que tanto o Brasil quanto o Japão possuem www.revistabudo.com.br
Mais de 160 judocas participaram do curso realizado pela FPJ
Membros da comitiva nipônica, dirigentes e professores kodanshas
Além da técnica refinada, os membros da comitiva nipônica esbanjaram simpatia e carisma
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WORKSHOP INTERNACIONAL DE JUDÔ
Brasileiros observaram atentamente as técnicas apresentadas por professores japoneses
culturas riquíssimas e repletas de peculiaridades, mas acredito que temos de promover um intercâmbio cada vez maior em todas as áreas, e o esporte está inserido nesta proposta. Este evento mostra os laços socioculturais que unem nossos países.” Airton Carlini destacou a importância da transmissão do conhecimento. “Entendemos que a realização de eventos como este é de extrema importância para difundirmos a prática esportiva, adquirindo maior conhecimento técnico. A atual diretoria da SELJ está empenhada na retomada do crescimento do esporte no Estado de São Paulo, e a realização deste evento comprova este pensamento.” O professor kodansha 6º dan Roberto Mityo Harada elogiou o curso promovido pela FPJ. “Vivo no Mato Grosso do Sul, onde encontramos enorme dificuldade para nos reciclarmos tecnicamente. Vim a São Paulo especificamente para acompanhar o curso ministrado pelos senseis japoneses e gostei muito de tudo que vivenciei e aprendi aqui. Fiquei muito impressionado com a quantidade de informação fornecida pelos professores do Japão e volto para casa muito feliz, mas penso que cursos como este deveriam ser realizados em todas as regiões do País.” Márcio Yafume, de Belo Horizonte, falou sobre a importância da troca de conhecimento. “A Federação Paulista de Judô está
Membros da comitiva japonesa e dirigentes
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Judocas paulistas e de outros Estados aproveitaram a oportunidade única de aprender com mestres japoneses
de parabéns por realizar um evento que nos proporcionou enorme aprendizado. Os japoneses são extremamente comprometidos, solícitos e por diversas vezes repetiram as técnicas visando a fazer a maior transmissão de conhecimento possível para todos nós”. Francisco de Carvalho Filho destacou a qualidade pedagógica dos mestres japoneses. “A vinda de professores e atletas deste nível proporciona um ganho técnico
Professores japoneses fazendo demonstração de técnicas de projeção
Os professores Adriano e Jéssica, da Associação de Judô Mauá, na arena olímpica de judô do Complexo Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, em São Paulo
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gigantesco. O conhecimento que possuem, associado a uma didática de altíssimo nível, garantiu enorme aprendizado aos professores que lá estiveram e quem ganha com isso é o judô de São Paulo e do Brasil.” Na avaliação de Joji Kimura o ponto alto do curso foi a qualidade pedagógica dos mestres japoneses. “A vinda de professores e atletas deste nível proporciona um ganho técnico enorme para todos que participaram do curso, mas principalmente para a nossa base, pois este aprendizado repercutirá rapidamente nas categorias menores da escola paulista. Nestes dois dias percebemos que os professores japoneses passaram vários exercícios e formas utilizados atualmente no ensino do judô no Japão. Indubitavelmente isso repercutirá na formação das novas gerações e até mesmo no preparo dos atletas que estarão inseridos no próximo ciclo olímpico. O capricho, a dedicação e a clareza didática destes professores mostra o comprometimento que possuem com o desenvolvimento técnico do judô mundial”, explicou o dirigente da FPJ. Revista Budô número 19 / 2017
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TÓQUIO 2020
Atletas da base
fazem treinamento de campo no Japão Focando Tóquio 2020, gestores técnicos das equipes de base da CBJ mostram como é importante o confronto de judocas jovens com atletas experientes de alto nível no caminho para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
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urante 12 dias, 22 judocas brasileiros, em sua maioria integrantes das categorias de base (sub 18 e sub 21), participaram de treinamentos intensos no Japão no começo de dezembro. A comissão técnica de base da CBJ responsável pela programação considerou altamente proveitosas e bem-sucedidas as atividades desenvolvidas no Ajinomoto Centro de Treinamento Nacional e no dojô do Instituto Kodokan, berço do caminho suave de Jigoro Kano. “É importante ficar claro que o treinamento em Tóquio não constitui uma ação isolada, mas se insere num processo visando aos próximos ciclos olímpicos e que iniciamos logo após os jogos do Rio”, explica Marcelo Theotônio, gestor técnico da base da CBJ. Faz parte desse investimento em atletas potenciais das categorias sub 18 e sub 21, por exemplo, a participação deles em torneios abertos europeus da classe sênior. E os resultados obtidos foram excelentes, inclusive como o país mais bem colocado no quadro
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POR
N.T. MATEUS I
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DIVULGAÇÃO
de medalhas em Tallinn, na Estônia”. Tanto que alguns jovens foram convocados para a equipe principal, demonstrando o alinhamento de trabalho voltado para o desenvolvimento de novos talentos. “Já com o treinamento do Grand Slam de Tóquio, que tem nível muito forte, pudemos iniciar o novo ciclo olímpico confrontando nossos jovens atletas com o que há de melhor no mundo”, acrescenta. Douglas Vieira, técnico da seleção sub 21 masculina, lembra que a gestão das categorias de base tem feito um planejamento, já há alguns anos, para desenvolvê-las e prepará-las para a renovação das equipes principais. “O programa no Japão fez parte desta preparação. Os atletas tiveram grande volume de treinamento, melhorando a qualidade técnica, obtendo experiência e elevando a autoestima deles.” Para comprovar isso, Marcelo conta que as principais potências do judô mundial,
como Rússia, Alemanha, França, Itália e Japão, foram a Tóquio com atletas jovens e até medalhistas da última Olimpíada, visando aos Jogos Tóquio 2020. “Vale destacar que no ciclo de 2016, na base, fomos o terceiro país que mais conquistou medalhas em campeonato mundiais sub 21, ficando atrás apenas de Japão e França. Isso atesta que nossa estratégia tem surtido efeito.” Tanto Douglas quanto Matheus Theotônio, assistente técnico das equipes de base, veem semelhança no padrão de conduta e no trabalho dos gestores das principais forças do judô mundial. “A postura dos dirigentes das grandes potências do judô mundial é bastante parecida hoje, no que diz respeito à participação dos atletas mais jovens em grand slams e treinamentos de campo do circuito internacional. Se no futuro quisermos inserir e projetar um maior número de atletas da base no ranking da FIJ e no cenário olímpico internacional, temos que fazer com que participem dos principais eventos do calendário mundial”, enfatizou Matheus.
Professores, técnicos e atletas fazendo o rei-hô inicial antes de iniciar o randori no Instituto Kodokan em Tóquio
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Bastidores de um grande projeto “O que a comissão técnica da base busca em treinamentos como os do Japão e nas competições pelo mundo é sobretudo a renovação. Ao dar aos atletas jovens oportunidade em treinamentos da maior qualidade técnica é possível observar as atitudes deles, como se comportam e qual é seu desempenho perante a vanguarda do judô mundial. Assim é possível acompanhar a evolução que os atletas incorporam”, afirma Marcelo, enquanto Douglas aponta para a presença da nata do judô mundial em Tóquio, o que deu altíssimo nível ao intercâmbio. Mateus destaca que é preciso iniciar o trabalho desde já para ter atletas preparados para assumir a seleção principal. Os resultados práticos não demoram muito a aparecer. Melhor desempenho e pódios internacionais são os mais evidentes. “Queremos manter-nos entre os cinco primeiros países na base e, além disso, preparar nossos jovens para que, quando atingirem a classe sênior, estejam prontos para enfrentar os melhores do mundo no mesmo nível”, argumenta Marcelo. Para Douglas, o progresso dos atletas pode ser visto nos próprios treinos no Brasil e na maturidade e confiança que demonstram. “Voltam com uma amplitude muito maior de golpes e técnicas utilizadas nos combates.” Na parte técnica especificamente, Matheus acrescenta que esses jovens saem na frente na corrida até Tóquio 2020. Uma maneira de medir o aproveitamento dos atletas é observar seus resultados no circuito mundial da base, nos pan-americanos e torneios seniores, além do monitoramento de desempenho físico, técnico e tático implementado pela comissão técnica da CBJ. “Poderemos ter um primeiro comparativo ainda em janeiro, durante o treinamento que será realizado em Pindamonhangaba,
Equipes feminina e masculina no Instituto Kodokan
Equipes masculina da base no Instituto Kodokan
Douglas Vieira orienta o grupo durante o randori
Professores e atletas perfilados
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TÓQUIO 2020
Participantes do estágio técnico em Tóquio
após o meeting que teremos das categorias sub 18 e sub 21”, exemplifica Matheus. Ainda que nem todos os atletas atinjam 100% de aproveitamento, Marcelo garante que 100% deles tiraram proveito da estada em Tóquio. “Todos conseguiram participar de todos os treinamentos e buscaram evoluir técnica e taticamente”, explica, acrescentando que outro ponto importante é o efeito de desdobramento e replicação do que foi treinado, pois os judocas levam para seus clubes e academias diversos pontos de aprendizagem que compartilham com seus colegas.
“Vale destacar que no ciclo de 2016, na base, fomos o terceiro país que mais conquistou medalhas em campeonato mundiais sub 21, ficando atrás apenas de Japão e França. Isso reforça que nossas escolhas e estratégias têm surtido um ótimo resultado.” Marcelo Theotônio Matheus, por sua vez, esclarece que foram estabelecidos muitos critérios para escolher os atletas antes da viagem. “Precisamos estar certos de que os participantes tenham condições suficientes para aproveitar esse tipo de treinamento, e sem dúvida alguma todos eles aproveitaram muito.”
Renan Ferreira Torres – SESI-SP Kainan Santos Pires – Esporte Clube Pinheiros Tácio Henrique Bráulio dos Santos – A. Namie de Judô Jeferson Luiz dos Santos Júnior – A.D.P.M. São José dos Campos David Dias Lima – Sogipa Lincoln Keiiti Kanemoto das Neves – S.E.L. São José dos Campos Tiago Menezes Pinho – Sogipa Henrique Abreu Francini – Esporte Clube Pinheiros Giovani Henrique Ferreira – S.E. Palmeiras Lucas Antônio Martins Lima – Esporte Clube Pinheiros João Marcos Cesarino da Silva – Sogipa Larissa Cincinato Pimenta – Esporte Clube Pinheiros Maria Regina Harumi Taba – Centro Esportivo Dom Bosco Jéssica Couto Lima – Sogipa Kamilla Moreira Silva – Minas Tênis Clube Ketelyn Araújo Nascimento – S.E. Palmeiras Sarah Bezerra Nascimento – Minas Tênis Clube Ellen Santana – Associação de Judô 9 de Julho Meire Elen Cornélio Souza – A. Marcos Mercadante de Judô Sandy Vieira de Souza – A. Marcos Mercadante de Judô Ellen de Oliveira Furtado – SESI-SP Camila Gebara Nogueira Yamakawa – Clube Sakurá de Judô
Comissão Técnica Matheus Theotônio - Chefe da delegação Douglas Vieira - Técnico do masculino Andréa Berti - Técnica do feminino sub 21 Marcus Agostinho – Auxiliar-técnico sub 21 Ricardo Amadei e Thiago Ferreira - Fisioterapeutas Jun Shinohara – Técnico masculino adulto Yuko Fujii – Técnica do feminino adulto
A hora é agora Muitos jovens das categorias de base já se confrontam com atletas que chegaram ao topo, como Michael Marcelino (sub 18), Daniel Cargnin (sub 21) e Yanka Pascoalino (sub 21). Marcelo Theotônio lembra que além deles outros que saíram da base recentemente foram convocados para o grand slam e outros terão seus confrontos na seletiva olímpica. “O calendário da CBJ foi construído exatamente para permitir que os atletas se enfrentem e, consequentemente, aumentem a disputa interna, ou seja, a nova geração vai empurrar o nível do nosso judô para cima, tentando melhorar ainda mais nossos resultados olímpicos”, afirma Marcelo, enquanto Matheus não tem dúvida: “Esses atletas já estão prontos enfrentar os que estão no topo, contribuindo para o engrandecimento do judô no Brasil”. Para entender completamente o significado dos treinamentos dos atletas da base
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na capital japonesa talvez seja melhor ampliar a visão do projeto brasileiro para as Olimpíadas de 2020. E quem conta é Marcelo Theotônio. “A base hoje está engajada nas aspirações olímpicas brasileiras, e para tal fim nós traçamos quatro diferentes frentes de trabalho: as seleções sub 18 e sub 21, já bem conhecidas, e as equipes de desenvolvimento e satélite, adotadas para este ciclo olímpico.” A equipe de desenvolvimento executa um trabalho intensificado e de alinhamento das ações em conjunto com a gestão da equipe principal, para fazer a transição dos atletas potenciais para as equipes olímpicas. Em 2016 foram executadas três ações. A primeira foi o Open Europeu de Tallinn na Estônia, que computou pontos para o Ranking Internacional Sênior, e no qual a equipe de jovens atletas do Brasil terminou em primeiro lugar. A segunda ação foi o Open de Glasgow e a terceira, o Grand Slam de Tóquio, juntamente com o treinamento de campo. “E estamos percebendo que este trabalho pode gerar frutos muito positivos”, comenta Marcelo. A criação da equipe satélite, paralela às outras, tem por objetivo identificar atletas com potencial para serem desenvolvidos, mas que ainda não estão suficientemente maduros para vencer uma seletiva nacional. “Não podemos cometer o erro de negligenciar judocas de altíssimo potencial”, preocupa-se Marcelo. As ações para esta frente foram desenvolvidas no segundo semestre de 2016, com dois grandes treinamentos de campo, para os quais não foram convocados os líderes do ranking, e sim atletas que ainda sem oportunidades e convocações em ações da CBJ. “Muitos jovens que não são os primeiros hoje poderão ser os melhores amanhã. Desta maneira, esperamos aumentar o número de atletas qualificados para compor as seleções nacionais no futuro.” Para alcançar esse objetivo, a CBJ aposta numa gestão que une a alta qualificação de seus técnicos com um corpo científico de trabalho. “Os atletas têm sido monitorados em vários aspectos pela nossa comissão”, revela Marcelo, “e isso vem gerando um banco de dados, que pode ser acessado na página da CBJ na internet, para que possamos maximizar nossos recursos, ofertando a maior qualidade possível aos nossos atletas e consequentemente proporcionando mais qualidade técnica para as seleções de 2020 e 2024.” www.revistabudo.com.br
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Paulo Wanderley é eleito vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil Chapa encabeçada por Carlos Arthur Nuzman terá mandato até 2020, ano da Olimpíada de Tóquio.
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POR
PAULO PINTO I
aulo Wanderley Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), foi eleito no dia 4 de outubro vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB). A chapa encabeçada por Carlos Arthur Nuzman venceu o pleito realizado na assembleia geral do COB, na sede da entidade, no Rio de Janeiro, e vai cumprir mandato de quatro anos, a começar da posse, prevista para 1º janeiro de 2017. A chapa recebeu 24 votos a favor, um contrário, três abstenções e um voto em branco. A eleição definiu também a composição dos membros eleitos e do conselho fiscal. Paulo Wanderley asseverou estar preparado para as novas funções. “É com imensa honra que recebo este novo desafio em minha vida. Desde a infância eu milito no meio esportivo. Ocupar a vice-presidência do Comitê Olímpico do Brasil é uma grande responsabilidade, mas eu me sinto preparado para esta missão. Afinal, já fui atleta, treinador, técnico da seleção brasileira de judô, gestor de clube, presidente da federação de judô de meu estado e presidente de Confederação Brasileira de Judô. Ao longo dessa trajetória, o período à frente da CBJ me capacitou para encarar este novo passo que vou dar agora. Ao lado do presidente Nuzman, espero contribuir para o desenvolvimento ainda maior do esporte brasileiro”, afirmou. Tiveram direito a voto os presidentes das 30 confederações brasileiras das modalidades olímpicas, os três membros natos permanentes do COB – André Gus-
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Fonte
VALTER FRANÇA I
Fotos
HEITOR VILELA/COB
Em seu pronunciamento Carlos Arthur Nuzman enfatizou a necessidade de definir os projetos prioritários para o próximo ciclo olímpico
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Carlos Arthur Nuzman cum
primenta seu vice, Paulo
Auditório da sede do Comitê Olímpico do Brasil, no Rio de Janeiro
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Wanderley Teixeira
tavo Richer, Bernard Rajzman e Carlos Arthur Nuzman – e o presidente da Comissão de Atletas do COB, Emanuel Rego. Devido a uma viagem internacional, Emanuel não pôde comparecer, mas enviou uma carta de apoio à chapa Nuzman/Paulo Wanderley. Por atraso no voo que o trouxe ao Rio de Janeiro, o presidente da Confederação Brasileira de Tiro com Arco, Vicente Blumenschein, não pôde votar. As confederações de Desportos no Gelo, Desportos na Neve e Taekwondo também estiveram ausentes, pois indicaram pessoas que não tinham representatividade legal para votar pelo presidente da entidade. A eleição realizou-se por voto secreto, em cédula única. Esta será a sexta vez consecutiva que Carlos Arthur Nuzman presidirá a entidade. Contudo, não é certo ainda que será o último. Nuzman, que também presidiu o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, iniciou sua trajetória no COB em 1995, após comandar a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) por duas décadas. Ele é o segundo mandatário mais longevo na história da entidade que regula o esporte olímpico nacional. O major Sylvio de Magalhães Padilha foi presidente por 27 anos, de 1963 a 1990. Após o anúncio do resultado Nuzman relembrou a estrutura que havia quando assumiu a entidade. “Assumi o COB com oito funcionários, com meio expediente. As luzes tinham de ser apagadas por economia”, disse o dirigente, que busca definir os projetos prioritários para o próximo ciclo olímpico. “O legado dos Jogos Rio 2016 nos deixa uma certeza: as lições aprendidas nos estimulam a construir uma nova etapa no esporte olímpico brasileiro. Há uma enorme confiança no trabalho feito pelas confederações nos últimos anos e o nosso foco será a integração. Vamos nos reunir com os dirigentes, definir os projetos para o próximo ciclo olímpico e trabalhar conjuntamente para a contínua evolução do esporte brasileiro.” Por causa de suas responsabilidades no fechamento das contas do Rio 2016 até o ano que vem, Nuzman terá de dividir-se entre os dois cargos. Isto pode abrir espaço para uma
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Agberto Guimarães assumiu a direção executiva de esportes olímpicos do COB
atuação maior de Wanderley, que é apontado como seu sucessor. O atual comandante do COB também tem a intenção de presidir a Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa). Paulo Wanderley Teixeira tem 64 anos e nasceu na cidade de Caicó, no Rio Grande do Norte. Aos 5 anos mudou-se para Vitória (ES), onde começou a praticar judô com o professor Algênio de Barros. Aos 17 anos passou a dar aulas e, em seguida, fundou seu primeiro dojô, o Centro Capixaba de Judô (CECAJ). Graduou-se em educação física em 1972. Sete anos mais tarde foi convidado para assumir o comando da seleção brasileira, cargo que exerceu até 1993, dirigindo as equipes nos Jogos Pan-Americanos de 1991, nos mundiais adultos de 1991 e 1993 e nos Jogos Olímpicos Barcelona 1992, em que orientou o judoca Rogério Sampaio na conquista da medalha de ouro. Em 2001 foi eleito presidente da CBJ, e sua gestão tem como marcas emblemáticas a reaproximação da entidade com atletas e treinadores, o desenvolvimento da estrutura da modalidade no País, a excelência nos resultados e a organização de grandes eventos internacionais no Brasil. Sob sua liderança, foram realizadas as edições do Grand Slam do Rio de Janeiro de 2009 a 2012; os mundiais adultos de 2007 e 2013, também no Rio de Janeiro; e o Mundial Por Equipes de 2012, em Salvador. Em 2014, por meio de parceria com o governo federal e o governo do Estado da Bahia, a Confederação Brasileira
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de Judô inaugurou seu Centro de Treinamento em Lauro de Freitas (BA), o maior das Américas e um dos maiores do mundo. Nos tatamis, durante sua gestão, o Brasil conquistou 12 medalhas olímpicas, sendo a primeira da história do judô feminino (Ketleyn Quadros, em Pequim 2008) e o primeiro ouro de uma judoca (Sarah Menezes, em Londres 2012). Nos Jogos Rio 2016, foram três pódios, com Rafaela Silva (ouro), Mayra Aguiar (bronze) e Rafael Silva (bronze). Além disso, foram 30 medalhas em mundiais adultos, obtendo o recorde em uma mesma edição com seis, no Rio de Janeiro 2013, e o recorde de três ouros no mundial Rio 2007. Em 2009 assumiu o comando da Confederação Pan-Americana de Judô e a vice-presidência da Federação Internacional de Judô, cargos que ocuNuzman dá boas-vindas ao presidente da Confederação pou até 2015. Desde 2014, é membro do Brasileira de Judô Conselho Executivo do Comitê Olímpico do Brasil. Paulo Wanderley finalizou prometendo focar a consoliChapa vencedor a para o dação da excelência quadriênio 2017/2 esportiva no País. “À 020 frente do judô braPresidente: Carlos Ar thur Nuzman sileiro, nossa gesVice-Presidente: Paulo Wa tão teve conquistas nderley Teixeira expressivas dentro Membros da Assemb e fora dos tatamis. leia Nessa jornada, Alexandre Abeid sempre pudemos Bernard Rajzman contar com o apoio Ed son Fig ueiredo Meneze do Comitê Olímpis Eduardo Henrique De Ro co do Brasil, sem o se Janeth Arcain qual não teríamos realizado tudo João Granjeiro Neto o que fizemos. José Antônio do Nascime nto Brito Como vice-preJo sé Gustavo de Souza Co sidente do COB, sta Júlio Sérgio de Souza Ca vou trabalhar, rdoso junto com o preManoel Félix Cintra Ne to sidente Nuzman, numa gestão Membros do Consel comprometida ho Fiscal Efetivos: com a manutenÂngelo Moniz Freire Viv ção das conquisacqua tas obtidas até Guilherme de Oliveira Ca mpos aqui e com a Marcus de Carvalho Mu ssa Gaze consolidação da Suplentes: excelência do esJo sé Carlos Audiface de Br porte no Brasil”, ito Maristela Nassar Me afirmou.
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CBJ cumpre todos os critérios do COB para repasses de recursos da Lei Agnelo/Piva Ao lado do vôlei, o judô foi modalidade que mais pontuou dentro dos critérios estabelecidos pelo COB e garantiu o repasse de mais de R$ 4 milhões em 2017.
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LARA MONSORES/CBJ
s resultados do judô brasileiro nos últimos anos garantiram à modalidade o primeiro lugar, ao lado do vôlei, no ranking de confederações esportivas nacionais criado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para dividir os recursos captados por meio da Lei Agnelo/ Piva. A CBJ cumpriu todos os dez critérios utilizados pelo COB, conseguindo a maior pontuação e garantindo o repasse de R$ 4.264.000,00 para investir na modalidade em 2017, informou o COB em 20 de dezembro, em evento realizado em sua sede, no Rio de Janeiro. “Isso é uma conquista. Ninguém consegue fazer um trabalho completo em apenas um ciclo olímpico. Foi um conjunto de ações de longo prazo que colocou hoje o judô num status diferenciado”, destacou Ney Wilson, gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô. A equação da divisão dos recursos é baseada em resultados recentes das modalidades em competições como Jogos Olímpicos, pan-americanos e campeonatos mundiais. Quanto melhor a colocação, maior o repasse. “Este sistema adotado pelo COB é extremamente justo, porque valoriza o mérito. E vejo a possibilidade daqueles que ainda não alcançaram o patamar mais alto de ter o judô como motivação para crescimento. Houve um momento no passado em que deixávamos muito a desejar e, hoje, conseguimos contemplar todos os itens estabelecidos pelo COB, o que nos orgulha bastante. É fruto de um trabalho com planejamento somado ao apoio dos patrocinadores e àquilo que já existia, que é o talento dos atletas. A adoção de uma gestão criteriosa nos permitiu alcançar este patamar tão alto”, completou Ney. A Lei Agnelo/Piva destina 1,7% do prêmio pago aos apostadores de todas as loterias federais do País ao COB Entenda os critérios: 1 – Ser medalhista na última edição dos Jogos Olímpicos. A medalha de ouro garante dez pontos, já a de prata dá cinco e o bronze resulta em três pontos para cada confederação. 2 – Ser medalhista nas três últimas edições dos Jogos Olímpicos. Em três edições são dez pontos; em duas, cinco. 3 – Ser top 8 (finalista) nas três últimas edições dos Jogos Olímpicos resulta em cinco pontos. 4 – Ter participado das três últimas edições dos Jogos Olímpicos gera um ponto. 5 – Ter medalhista em campeonatos mundiais, ou equivalentes, no último ciclo olímpico. Mesmo quesito do critério 1: ouro dez pontos, prata cinco pontos e bronze três pontos.
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I Foto PAULO PINTO/CBJ 6 – Ser top 8 em campeonatos mundiais, ou equivalentes, no último ciclo olímpico gera um ponto. 7 – Ser medalhista de ouro no último pan outro ponto. 8 – Índice de efetividade. Ou seja, o número de medalhas conquistadas pelo número de medalhas possíveis, o que pode dar de um a dez pontos. 9 – Índice do número de eventos nos Jogos Olímpicos. Pode dar de um a três pontos. 10 – Gestão financeira (prestação de contas / saneamentos / ressaneamentos / justificativas). Pode dar de um a dez pontos. Valores repassados a cada modalidade Judô - R$ 4.264.000,00 Atletismo - R$ 3.764.000,00 Badminton - R$ 2.264.000,00 Basquete - R$ 2.264.000,00 (podendo chegar a R$ 3.467.205,08) Boxe - R$ 3.264.000,00 Canoagem - R$ 3.264.000,00 Ciclismo - R$ 2.264.000,00 (podendo chegar a R$ 3.068.792,80) Esgrima - R$ 2.264.000,00 Desportos aquáticos - R$ 3.264.000,00 (podendo chegar a R$ 3.643.211,58) Desportos na neve - R$ 1.864.000,00 Desportos no gelo - R$ 1.864.000,00 Ginástica - R$ 3.764.000,00 Golfe - R$ 2.264.000,00 Handebol - R$ 2.664.000,00 (podendo chegar a R$ 3.511.208,67) Hipismo - R$ 2.264.000,00 (podendo chegar a R$ 3.511.178,24) Hóquei sobre grama - R$ 2.264.000,00 Levantamento de peso - R$ 2.364.000,00 Pentatlo moderno - R$ 2.364.000,00 Remo - R$ 2.264.000,00 (podendo chegar a R$ 2.675.211,68) Rúgbi - R$ 2.264.000,00 Taekwondo - R$ 1.764.000,00 Tênis - R$ 2.264.000,00 (podendo chegar a R$ 2.667.213,96) Tênis de mesa - R$ 2.264.000,00 (podendo chegar a R$ 3.068.792,80) Tiro com arco - R$ 2.264.000,00 Tiro esportivo - R$ 2.664.000,00 (podendo chegar a R$ 2.773.591,87) Triatlo - R$ 2.264.000,00 (podendo chegar a R$ 2.970.398,25) Vela - R$ 3.764.000,00 Voleibol - R$ 4.264.000,00 Wrestling - R$ 2.664.000,00 www.revistabudo.com.br
PLANE JAMENTO ESPORTIVO
Parcerias marcam novo ciclo olímpico do Pinheiros
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Maior formador e um dos principais fornecedores de atletas para o alto rendimento, o Esporte Clube Pinheiros propõe reformulação na agenda esportiva e na gestão dos recursos financeiros.
agremiação paulista foi a primeira instituição clubística a procurar as grandes entidades esportivas com a finalidade de unir esforços em busca de melhor preparação dos atletas e racionalização da gestão financeira durante os próximos quatro anos. “Não adianta pegarmos recursos do clube, Forças Armadas, confederações, Ministério do Esporte e iniciativa privada para colocar tudo no mesmo lugar. Temos de acertar os radares, unificar os cadastros e ver quem faz o quê, ajustar as agendas para impedir que ações ou recursos financeiros sejam despendidos em duplicidade”, disse Arnaldo Luiz de Queiroz Pereira, diretor de Esporte Olímpico e Formação do Esporte Clube Pinheiros. Na reunião mensal com o corpo técnico de 16 modalidades olímpicas, o clube recebeu Luiz Lima, secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte; Sami Arap Sobrinho, pre-
Arnaldo Luiz de Queiroz Pereira, diretor de Esporte Olímpico e Formação do Esporte Clube Pinheiros www.revistabudo.com.br
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PAULO PINTO I
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Budopress
sidente da Confederação Nacional de Rugby; e Carlos Alberto Cavalheiro e Marcelo Freitas, representantes do Comitê Olímpico do Brasil (COB). “Esta aproximação do COB na preparação dos atletas é uma coisa nova até para o comitê. Alguns atletas mais antigos devem lembrar como tudo era antes. Na Olimpíada, era só ir lá e receber uma camiseta e a passagem na véspera da viagem e nada mais. Nos últimos sete anos é que se foi criando uma relação de entendimento, de forma que o COB pudesse alcançar a ponta do processo, na qual estão o atleta, o técnico e o clube”, afirmou Marcelo Freitas, representante do Comitê Olímpico do Brasil. Arnaldo Luiz de Queiroz Pereira explicou como o clube pretende conduzir esta iniciativa. “Fizemos reuniões institucionais envolvendo o COB, estivemos com o Agberto Guimarães pessoalmente, e estamos discutindo de maneira global formas de sinergia entre o trabalho do COB, das confederações e do Clube Pinheiros. Nossa proposta é que cada um faça a sua parte, mas que os trabalhos sejam efetivamente complementares, abrangendo questões financeiras, apoio e programação. No caso específico do judô, a diretoria de alto rendimento da CBJ traça e envia suas metas para os próximos quatros anos, e por meio do Jorge Bichara ficamos sabendo quais ações são aprovadas pelo COB. No Pinheiros buscamos integrar toda esta cadeia, ou seja, clube, federação, confederação e comitê olímpico. Tivemos uma reunião técnica e política há 60 dias e depois recebemos a visita do pessoal do Comitê Olímpico do Brasil para falar de algumas modalidades, entre elas o judô, natação, ginastica artística, vôlei, atletismo e levantamento de peso, que estão no radar do COB. Vamos pela primeira vez na história tentar mudar e fazer um trabalho integrado entre todos.” O diretor de Esporte Olímpico e Formação destacou que o preparo da equipe de judô começou em janeiro da temporada passada. “Focando o ciclo de 2020 e no caso específico do judô, o Pinheiros iniciou os trabalhos em janeiro de 2016, porque naquele momento entendemos que a seleção para o Rio 2016 estava definida. Com isso, estabelecemos novo formato de gestão do departamento
de judô e mudamos a comissão técnica.” Segundo o dirigente, as ações para Tóquio 2020 priorizam atletas muito mais jovens, estimulando grande renovação, principalmente na equipe masculina. “Já reformulamos e definimos outro formato de trabalho para a equipe feminina e estamos adotando nova periodização de treinamento e novo calendário, além de reorganizar os treinos. Mas a renovação da equipe como um todo se dará no decorrer de 2017. Estamos convidando atletas jovens que se destacaram em 2016 nos campeonatos juvenis e juniores, e essa será a grande novidade”, explicou. Para o dirigente pinheirense, deve haver mudanças no pagamento e na premiação dos atletas que estão no topo. “Recentemente o diretor de Rendimento do Ministério dos Esportes, Luiz Lima, fez uma palestra para todos os supervisores de área. Na ocasião falamos sobre vários pontos e mostramos a necessidades de estabelecer uma relação mais próxima para integrar todas as entidades e autarquias que participam da formação dos atletas, ou seja, clubes, federações, confederações, COB e Ministério do Esporte.” Queiroz mencionou os recursos carreados para as confederações e para o comitê, além dos clubes, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. “Por decisão do nosso presidente, Roberto Cappellano, e por minha iniciativa, como diretor de esportes, o Clube Pinheiros fixou como meta trabalhar em conjunto com todas as entidades que fazem a gestão desportiva, visando à racionalização de aportes e, principalmente, para evitar que elas paguem duas, três ou até mais vezes ao mesmo atleta.” E citou um exemplo: “O ministério paga o Bolsa Atleta, que é o plano medalha, a confederação repassa dinheiro de acordo com a posição dos atletas no ranking, e os clubes pagam salários vultosos. Entendemos que temos de juntar todas estas informações para não pagar três ou quatro vezes ao mesmo atleta. Não estou dizendo que não mereçam, mas podemos ampliar o ciclo de apoio e contemplar um número mais significativo de atletas. Minha ideia é unificar cadastro e informações, aplicar os recursos de maneira mais inteligente, e programar os treinamentos de forma mais racional para que um não interfira no trabalho do outro, situação que por vezes acontece”. Revista Budô número 19 / 2017
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Scania renova patrocínio
à CBJ por mais um ciclo olímpico Parceira oficial do judô desde 2007, montadora é a terceira empresa a renovar com a Confederação Brasileira de Judô para 2020. fonte
IMPRENSA/CBJ I Fotos PAULO PINTO/CBJ
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epois de Bradesco e Cielo renovarem seus compromissos de apoio ao judô brasileiro até 2020, nesta semana foi a vez da Scania de confirmar a continuidade do patrocínio à Confederação Brasileira de Judô, que vem desde 2007, por mais um ciclo olímpico. A empresa sueca, uma das maiores do mundo no ramo de fabricação de caminhões, ônibus e motores, renovou como parceira oficial da CBJ até os Jogos de Tóquio. “A Scania está com a CBJ há quase dez anos, numa relação fidelizada e compromissada pela capacidade de entrega do judô. Sabemos que estamos lidando com uma empresa líder mundial no seu segmento e a continuidade dessa parceria nos orgulha muito», comemorou Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ.
Per-Olov Svedlund e Rafaela Silva na visita que atletas da seleção brasileira fizeram à fábrica, em setembro
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Judocas e dirigentes da montadora sueca
Após entregarem placa a Paulo Wanderley, Per-Olov Svedlund e Roberto Barral receberam de Rafael Silva camisetas autografadas pelos atletas da seleção brasileira
Os medalhistas dos Jogos Rio 2016 Rafael Silva, Mayra Aguiar e Rafaela Silva com Roberto Barral, diretor geral de Operações Comerciais no Brasil
Per-Olov Svedlund e Roberto Barral entregam placa comemorativa, alusiva às conquistas do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos
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A montadora foi uma das primeiras empresas privadas a apoiar o judô, numa parceria que vem desde os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, e que contempla a cessão de um ônibus para transporte da seleção brasileira para competições e treinamentos nacionais. O veículo, modelo topo de linha K 400 8×2 Double Decker, é um dos mais modernos do mercado e contém todos os opcionais da marca. A carroceria Marcopolo do tipo Double Decker (dois andares) possui na parte de baixo área de convivência para a comissão técnica com uma sala exclusiva para reuniões, equipada com confortáveis sofás, mesa, TV de LED, DVD, aparelho blu-ray e frigobar. Na parte superior, os atletas podem viajar confortavelmente em poltronas que seguem o padrão do conceito executivo. Em maio deste ano, o ônibus recebeu nova identidade visual e foi entregue oficialmente a atletas da seleção de judô em visita à sede da Scania em São Bernardo do Campo, São Paulo. “Por meio da ligação da marca Scania com o judô, que é uma prática esportiva que prega fortes valores de conduta, conseguimos passar a mensagem de comprometimento com a qualidade de nossas soluções e o respeito pelas pessoas, pilares da Scania hoje e sempre”, comentou na ocasião Per-Olov Svedlund, presidente da Scania América Latina. A Confederação Brasileira de Judô tem, atualmente, Bradesco como patrocinador master; Petrobras, Infraero e Cielo como patrocinadores oficiais; Scania como parceiro oficial; e Mizuno como fornecedora oficial.
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ISABELA LEMOS/BUDOPRESS
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I Fonte WALTER FRANÇA/CBJ I Fotos PAULO PINTO/CBJ
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hexacampeão
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GRAND PRIX INTERCLUBES MASCULINO DE JUDÔ 2016
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m casa, o Esporte Clube Pinheiros sagrou-se campeão do Grand Prix Nacional Interclubes pela sexta vez consecutiva, derrotando o Instituto Reação por 3 a 2 na final realizada no dia 6 de outubro. Este foi o nono título nacional da equipe paulista, imbatível no grand prix desde 2011. O bronze ficou com a Sogipa, que derrotou o Minas Tênis Clube também por 3 a 2. No primeiro combate da final, Charles Chibana imobilizou Gabriel Silva até o ippon para colocar o Pinheiros na frente. Na sequência, Marcelo Contini (73kg) ampliou a vantagem pinheirense, vencendo Marcos Seixas na diferença de punições (2-1). No terceiro combate a equipe carioca reagiu, marcando o primeiro ponto com a vitória de Victor Penalber sobre Victor Panini. Nassif Elias fez um duelo de gigantes contra Tiago Camilo e venceu depois de dois minutos intensos de golden score, forçando uma punição ao adversário e mantendo o Reação na disputa. Com o empate em 2 a 2, a decisão ficou para a última luta entre os pesados David Moura e Rafael Silva. Baby forçou duas punições a David, levou uma e garantiu o terceiro ponto para colocar o Pinheiros no lugar mais alto do pódio. Homenageado pela CBJ, Rafael Silva comentou a final decisiva contra Moura e a deferência feita pela entidade. “A decisão ficou para a última luta contra David Moura, que é um adversário extremamente difícil. Estou feliz por ter conquistado esse título pelo Esporte Clube Pinheiros e toda a equipe está de parabéns. O grand prix mistura a experiência de judocas olímpicos com atletas mais novos, que ainda buscam espaço na seleção brasileira; então, é uma competição que tem tudo para preparar o Brasil para 2020.” Em sua primeira luta após os Jogos Olímpicos, Baby foi homenageado pela CBJ com sua imagem estampada na medalha do torneio. “A Confederação Brasileira de Judô prestou uma reverência original e única. Fico muito agradecido e vou guardar esta homenagem com enorme carinho.”
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Com um potente uchi-mata Breno Alves (ECP) venceu Hiago Pirollo (GNU) na primeira fase do Grupo A
Com este morote-seoi-nage Victor Penalber (Instituto Reação) venceu Alex Pombo (Minas Tênis)
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Na disputa de bronze, Sogipa venceu o Minas Tênis por 3 a 2, com direito a emoção até o fim Na primeira luta, Diego Santos finalizou Gabriel Pinheiro com uma chave de braço e abriu 1 a 0 para a Sogipa. Em seguida, Eduardo Katsuhiro, também por ippon, venceu João Macedo e empatou para o Minas. No terceiro combate, Rafael Macedo levantou a torcida sogipana no ginásio com um ippon sensacional em Alex Pombo e recolocou os gaúchos em vantagem, marcando 2 a 1. Mas, o Minas reagiu, com Eduardo Bettoni (90kg) imobilizando Henrique Silva até o ippon para empatar o duelo. No último e decisivo combate, Renan Nunes conseguiu imobilizar Juscelino Nascimento Júnior até o ippon para fazer o terceiro ponto sogipano e garantir o bronze para os gaúchos. “Foi uma conquista muito importante para o clube porque, infelizmente, no ano passado nós ficamos fora dessa disputa por medalhas. Então, foi algo que a gente almejou bastante este ano e foi uma grande vitória numa luta muito dura para fechar a temporada”, avaliou Renan.
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Semifinais emocionantes
Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô
No embate entre gaúchos e cariocas, os gaúchos saíram na frente, com vitória de Diego Santos contra Gabriel Silva no 66kg. Na segunda luta, Ígor Pereira imobilizou João Pedro Macedo até o ippon para empatar o placar em 1 a 1. A terceira luta foi um confronto de gerações, com Victor Penalber (81kg), bronze no mundial de 2015, vencendo Rafael Macedo, campeão mundial júnior em 2014, por wazari, para
Com um o-soto-gari sensacional em Alex Pombo, o sogipano Rafael Macedo incendiou a torcida e recolocou os gaúchos em vantagem, assinalando 2 a 1 no placar da disputa pelo bronze
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Vinicius Panini (ECP) jogou de taiotoshi e conseguiu um wazari, mas venceu Pedro Silva (GUI) no osae-komi
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5 No último combate da disputa de terceiro lugar, Renan Nunes (Sogipa) foi mais determinado e chegou a jogar Juscelino Júnior (Minas Tênis), que foi surpreendido por um osae-komi. Apesar de todo o seu peso, Renan não manteve o domínio sobre seu oponente, e após a reinício do combate o peso-pesado gaúcho teve que ser atendido para estancar o sangramento. Faltando 45 segundos para o fim do combate e com um shidô amenos, Renan voltou a projetar seu oponente de wazari e finalmente venceu imobilizando no osae-komi. Além de decretar a vitória gaúcha no confronto, o peso-pesado garantiu a volta da equipe porto-alegrense ao pódio do Grand Prix Interclubes
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
Paulo Araújo Júnior (RS) fez o mais difícil levantando Gabriel Oliveira (SP) no segundo andar, mas o paulista defendeu e seguiu no combate
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No primeiro combate da disputa de bronze, Diego Santos (SOG) fez a catada de braço e encaixou um juji-gatame invertido, e Gabriel Pinheiro (MTC) bateu decretando 1 a 0 para os gaúchos
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
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3 No terceiro confronto entre o Esporte Clube Pinheiros e a Associação Desportiva Santo André, Rafael Silva jogou Hugo Pessanha por diversas vezes, antes de encaixar um wazari e vencer por ippon no osae-komi
Na primeira rodada Luciano Loiola (DF) exibiu desempenho no chão, e Alexandre Uchida teve muito trabalho para evitar a catada de braço
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GRAND PRIX INTERCLUBES MASCULINO DE JUDÔ 2016 colocar o Reação na frente. Henrique Silva conseguiu a mesma pontuação para superar Nassif Elias e empatar o duelo em 2 a 2. Coube aos pesados David Moura e Renan Nunes definirem o futuro de suas equipes na competição. Mais agressivo, Moura forçou três punições ao adversário e garantiu o Instituto Reação na final contra o Pinheiros, que superou o Minas por 4 a 1. Neste duelo, Charles Chibana venceu Gabriel Pinheiro por ippon na primeira luta e Marcelo Contini passou por Eduardo Katsuhiro na diferença de punições, abrindo 2 a 0 para os paulistas. A única vitória do Minas veio com Alex Pombo derrotando
Leandro Guilheiro no golden score, e o medalhista olímpico saiu dos tatamis sentindo dores no cotovelo direito. No duelo dos Eduardos do peso-médio (90kg), Yudi Santos e Bettoni, o pinheirense levou a melhor, jogando de wazari e transitando para a imobilização que garantiu os paulistas na final em busca do nono título do grand prix. Último a lutar, Rafael Silva venceu Juscelino Nascimento por ippon, fechando o placar em 4 a 1. Após as semifinais, a Associação de Judô Queiroz (PI) venceu o Esporte Clube Vitória (BA) e a Associação Desportiva Santo André (SP) superou o Espaço Mar-
ques Guiness (DF) nos dois confrontos que abriram as definições de 5º a 8º lugares. Na decisão de quinto e sexto, o Santo André venceu o Judô Queiroz. Já na disputa de 7º e 8º, o Vitória superou o Marques Guiness.
Expansão territorial da competição por equipes Por toda tradição e importância do Grand Prix Interclubes no cenário nacional, a cerimônia de abertura da competição atraiu autoridades políticas e esportivas, como Roberto Cappellano, presidente do Esporte Clube Pinheiros; Ricardo Vieira Santiago, presidente do Minas Tênis Clube; Au-
Após jogar de wazari, na semifinal Eduardo Yudi (ECP) finalizou Eduardo Bettoni (MTC) no osae-komi
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Fornecedor oficial da Seleção Brasileira de Judô
Na primeira luta da semifinal Charles Chibana (ECP) venceu Gabriel Pinheiro (MTC) por ippon
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GRAND PRIX INTERCLUBES MASCULINO DE JUDÔ 2016
Victor Penalber e Victor Panini fizeram um dos duelos mais técnicos e pegados do certame, e o carioca superou o paulista recolocando o Instituto Reação na briga pelo ouro
rélio Miguel, campeão olímpico e vereador de São Paulo; Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Arnaldo Luiz de Queiróz Pereira, diretor de Esportes Olímpicos e Formação do Esporte Clube Pinheiros; Luiz Augusto Martins Teixeira, presidente da Federação Mineira de Judô; Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô; Carlos Henrique Martins Teixeira, vice-presidente do Minas Tênis Clube; Mário Montenegro Gasparini, diretor de Marketing e Comunicação do Esporte Clube Pinheiros; Nédio Henrique Mendes Pereira, assessor Jurídico da Federação Mineira de Judô; Durval Amaral Santos Pace, diretor adjunto de Judô do Esporte Clube Pinheiros; Euler Barbosa, diretor de Judô do Minas Tênis Clube; e Robnelson Ferreira, gestor técnico nacional de eventos da CBJ.
Classificação final
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º
Esporte Clube Pinheiros (SP) Instituto Reação (RJ) Sogipa (RS) Minas Tênis Clube (MG) Santo André (SP) Judô Queiroz (PI) Esporte Clube Vitória (BA) Marques Guiness (DF) Jequiá (RJ) Flamengo (RJ) Osasco/Yanaguimori (SP) Grêmio Náutico União (RS)
Lembrando que o Esporte Clube Pinheiros é um dos clubes fundadores da Federação Paulista de Judô, em seu pronunciamento na cerimônia de abertura Roberto Cappellano reiterou os laços que são a base da relação do clube com a Confederação Brasileira de Judô. “Sabemos da importância desta competição no cenário esportivo nacional e para nós é uma honra sediar o Grand Prix Interclubes de Judô e participar da formação da equipe olímpica que disputará os Jogos de Tóquio, pois 2020 já bate em nossas portas”, disse o dirigente pinheirense. O último pronunciamento foi feito por Francisco de Carvalho Filho, que destacou a importância dos clubes no desenvolvimento do esporte amador do Brasil. “Quero parabenizar os atletas que aqui estão representando seus clubes. É muito importante valorizar a participação dos
Rafael Silva (ECP) venceu Juscelino Nascimento (MTC) por ippon, fechando o placar da semifinal em 4 a 1
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Sogipa terceira colocada no Grand Prix masculino 2016
Instituto Reação vice-campeão do Grand Prix masculino 2016
Na primeira luta da final Charles Chibana (ECP) imobilizou Gabriel Silva (Reação) com osae-komi e abriu placar para a equipe paulista
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Roberto Cappellano entrega a medalha para Rafael Silva
Esporte Clube Pinheiros campeão do Grand Prix masculino 2016
com sua ibe a medalha Rafael Silva ex imagem estampada
Roberto Cappellano faz pronunciamento na cerimônia de abertura
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Francisco de Carvalho Filho faz pronunciamento na cerimônia de abertura
Nédio Mendes e Rafaela Silva
Edison Minakawa, árbitro FIJ A, executou o rei inicial e na abertura do certame convocou o mokusô (minuto de silêncio) pelo falecimento do árbitro FIJ A Emmanoel www.revistabudo.com.br Andrade Mattar, do Rio de Janeiro
clubes nas competições nacionais. São as instituições clubísticas que com as suas estruturas fazem nosso esporte acontecer de fato. São os clubes que fazem com que tenhamos um judô mais estruturado e elitizado”, destacou o dirigente paulista. Com a participação de três equipes paulistas, três cariocas, duas gaúchas e representantes dos Estados de Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia e Piauí, esta edição do grand prix masculino recebeu equipes das regiões Sul, Sudeste, Centro -Oeste e Nordeste. Expandindo progressivamente sua penetração no território nacional, o Grand Prix Interclubes exerce importante papel na difusão da competição por equipe. No momento em que a Federação In-
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
ternacional de Judô desenvolve esforços visando a incluir a competição por equipes nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, a realização do Grand Prix Interclubes de Judô é de extrema relevância no sentido de divulgar e fortalecer esta forma de disputa em todas as regiões do País. O interesse das pequenas associações por esta forma de disputa resgata uma das mais tradicionais provas de judô: a competição por equipes. Certame vibrante, de expressivo interesse popular, tem sido progressivamente excluído das principais disputas do calendário mundial. Estimamos que a participação e a experiência obtida pelas equipes vindas de quatro regiões do Brasil foram o ponto alto desta edição da competição.
Dirigentes que marcaram presença no certame
Árbitros que atuaram do Grand Prix 2016
Árbitros perfilados durante a execução do Hino Nacional
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COPA CIELO INTERNACIONAL DE JUDÔ CIDADE DE FORTALEZA 2016
Copa Cielo
Cidade de Fortaleza recebe mais de 1.600 judocas
Atletas de 12 Estados brasileiros e uma equipe de romenos disputaram a competição realizada em novembro na capital cearense. fonte
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IMPRENSA/CBJ I
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Fotos
FEC JU
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Federação Cearense de Judô (FECJU) realizou mais uma edição da Copa Cielo Internacional de Judô – Cidade de Fortaleza, de 11 a 13 de novembro no Ginásio Paulo Sarasate, reunindo mais de 1.600 judocas de 54 clubes brasileiros e estrangeiros. Os participantes vieram da Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Participou também uma equipe formada por judocas da Romênia. Foram realizadas disputas nas classes sub 11, sub 13, sub 15, sub 18, sub 21, sênior, absoluto, dangai, veteranos e festival para crianças com até 10 anos, sem caráter competitivo. José Caldeira Cardoso Neto, faixa preta san-dan, presidente da Federação Cearense de Judô, avaliou o evento com maior tradição no judô nordestino. “A Copa Fortaleza existe há mais de duas décadas. Este ano a competição passou a chamar-se Copa Cielo Internacional de Judô, e mesmo com a crise que assola nosso País tivemos um crescimento de 30% nas inscrições e conseguimos recursos de patrocínio. O resultado prático foi que tivemos uma competição muito boa, e fomos elogiados por todos. Promovemos um evento ágil e rápido, no qual as chamadas para as lutas foram feitas num telão de lead que, além de agilizar o processo, pôs fim à poluição sonora que havia na competição.” O dirigente cearense destacou que o Tour Cielo de Judô projetou o judô no cenário midiático do Estado. “O tour chegou a Fortaleza na segunda-feira e ficou rodando pelas escolas da capital até sexta-feira, e percebemos que muitas crianças que participaram dele acabaram marcando presença no ginásio.
Cardoso Neto entrega quadro de agradecimento da CBJ para Paulo Wanderley
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Outro dado interessante é que muitos professores afirmaram que após a passagem do tour houve um crescimento significativo no número de matrículas nas escolas de judô. Na sexta-feira inauguramos a arena da Cielo montada especificamente para o final do evento, ao lado do ginásio onde realizamos a competição. Pudemos contar, ainda, com a presença dos secretários de Esportes e Educação, de dois deputados e três vereadores, que tiveram a oportunidade de vivenciar a aceitação e o interesse dos jovens por nossa modalidade. O Tour Judô agregou uma importância midiática gigantesca ao judô cearense, que obteve uma exposição enorme na mídia. Todos canais de TV do Estado fizeram matérias sobre o judô naquela semana. Agradeço à Cielo por toda a visibilidade que nos proporcionou e pelo sucesso obtido na competição”, disse Cardoso Neto.
Sampaio Dojô é campeão geral Nos tatamis o Sampaio Dojô, de Fortaleza, somou 40 medalhas e foi campeão geral da competição. A equipe dirigida pelo sensei Alex Sampaio conquistou 20 medalhas de ouro, 13 de prata e oito de bronze. Totalizando 45 medalhas, o Clube de Judô Nagashima, do Rio Grande do Norte, foi vice-campeão geral. Para obter esta conquista, a escola de Natal, que é dirigida pelos irmãos Barreto, somou 19 medalhas de ouro, nove de prata e 17 de bronze. Com 50 medalhas e fechando pódio por associação, o Saiko Dojô, de Fortaleza, ficou na terceira colocação geral. Para consolidar esta conquista a equipe comandada pelo sensei Douglas Kennedy Duavi totalizou 18 medalhas de ouro, 16 de prata e 17 de bronze.
Cardoso Neto entrega quadro de agradecimentos da Cielo para Maurício Santos
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KODANSHAS DO BRASIL
Professor Meio da Ele não ostenta medalhas de ouro nem títulos em competições, mas, perto de completar 89 anos, o judoca José Pereira pode considerar-se um campeão. POR
Carismático, Pereira é uma das maiores referências na arbitragem do judô continental
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paulo pinto I Fotos budopressS
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carreira de atleta de José Pereira, coordenador técnico da arbitragem nacional da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), não foi muito gloriosa, mas cheia de altos e baixos, iniciada ainda nos tempos da hegemonia japonesa. Começou tarde para os padrões atuais, mas teve oportunidade de treinar com atletas de altíssimo nível e se tornou faixa preta aos 42 anos. Foi então que descobriu a arbitragem. Como árbitro, participou de numerosas competições estaduais, nacionais, sul-americanas, pan-americanas e mundiais. Hoje, com 63 anos de experiência na modalidade, Pereira tem muita história para contar. Pretende até lançar um livro – “quando a preguiça deixar” – sobre a sua vida e a história do judô no Rio de Janeiro. “Minha vida é 70% judô”, confessa Pereira. “O restante são estudos a respeito do esporte propriamente dito. Acomwww.revistabudo.com.br
José Pereira século a serviço arbitragem panho grandes competições de vários esportes, nas quais analiso a arbitragem para elaborar minhas considerações. Por isso, quando sugiro alterações, as levo até para os responsáveis pela arbitragem mundial. Aceitem ou não, eu sigo buscando fazer com que o judô seja cada vez mais dinâmico e de compreensão mais fácil para os leigos.” Paulo Wanderley Teixeira, presidente (CBJ), trabalha com José Pereira na gestão nacional da arbitragem há 16 anos, e não tem dúvida nenhuma de que é o homem certo para o cargo. “Ele é uma pessoa de muita credibilidade, um estudioso no assunto, não existe ninguém melhor em sua área.” Entre outras qualidades, destaca a honestidade, a imparcialidade, a postura, o cumprimento de horários e a conduta profissional no exercício de seu trabalho. “Ele vai deixar um legado gigantesco para toda a comunidade do judô”, prossegue Paulo Wanderley, “principalmente por ter mostrado que arbitragem é coisa muito séria e deve ser estudada no dia a dia; não basta fazer uma clínica ou um curso de arbitragem e achar que está pronto.” Conheça nesta entrevista quem é José Pereira, na visão sempre bem humorada dele mesmo. Como começou nos tatamis? Quando cheguei ao Rio de Janeiro, aos 21 anos, como um bom nordestino buscava o Eldorado. Quem queria trabalhar e ganhar dinheiro ia para São Paulo, mas como eu jogava futebol e gostava de dançar, cantar e curtir, vim para o Rio e ainda fui morar perto da Lapa – resumindo, sopa no mel. Cowww.revistabudo.com.br
nheci um barbeiro metido a forte que estava fazendo jiu-jitsu e dizia que apenas colocando o dedo no peito de alguém podia derrubá-lo. Como eu tinha levado uma surra numa briga de rua, resolvi aprender aquela luta. Comecei com um professor chamado Almir, cuja academia só tinha alunos expulsos das outras. Era o tempo da porrada mesmo, e eu ali aprendi ser casca grossa. Só percebi que havia alguma coisa errada quando apareceu um francês chamado Marcel George Désert, que veio da França e já praticava o judô. No chão eu o vencia facilmente, mas em pé ele me jogava e eu perdia. Senti então que o judô era menos agressivo, com regras que o jiu-jitsu não tinha. Comecei a aprender judô com aquele francês aos 22 anos, em 1952, quando ele se tornou professor na mesma academia. Os tatamis já eram de palha? Era feito de uma coisa de que poucas pessoas ouviram falar. Forrávamos o dojô com bagaço da cana seca e cobríamos com uma lona. Fico triste por não ter mais 20 anos para competir nestes tatamis lindos, sintéticos, limpos e antialérgicos. Como se formou e graduou no judô? Sou professor kodansha 8º dan, e como profissional sou autodidata em tudo. Várias restrições na minha vida me levaram a isso, sendo a primeira minha preguiça. Não quis estudar quando podia, e quando quis não tinha como arcar com as despesas.
Os 65 anos de vivência nos tata gigantesca e conhecimento mis proporcionaram uma experiência histórico de grande relevân cia
Quais foram as mudanças importantes no judô desde aquela época? Quando o judô chegou aqui, era muito empírico. Veio com os japoneses, na maioria lavradores que vinham plantar pimenta e começaram a ensinar a luta, como o Takeo Yano, que morava na Baixada Fluminense. Naquela época a técnica era mais refinada porque os japoneses eram baixos e magros. E eles diziam que o pequeno vence o forte. Eu respondia que não: com a mesma técnica e o mesmo conhecimento, mas pesando 80 quilos, eu vou ganhar de um adversário mais leve. E eles insistiam que não. Quando Anton Revista Budô número 19 / 2017
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KODANSHAS DO BRASIL Gessink chegou ao Japão com seus 1,98 m de altura e 130 kg, e ganhou do próprio mestre dele, concluíram que era preciso dividir os lutadores por peso. Foi então que o judô deixou de ser absoluto e criou as categorias leve, meio-pesado e pesado. Mesmo assim não deu certo, e aí chegaram aos oito pesos, que particularmente acho exagero, mas pelo menos melhorou. Seguindo com as grandes mudanças, além dos tatamis, há o judogi oficial, muito bonito, dá vontade até de se casar com ele. Como não vou me casar mais, me enterrem com ele. O meu primeiro kimono era de saco de farinha de trigo e meu back number nas costas era a marca dela. E quanto às regras? As regras também foram mudando ao longo deste tempo, e às vezes chegaram a ser um tanto ou quanto absurdas. Por exemplo, numa época, uma saída de área do atleta era puni-
José Pereira e Paulo Wanderley Teixeira no Centro de Treinamento da CBJ em Lauro de Freitas (BA)
da com um keikoku, equivalente a um wazari. E muitas vezes esse pisar fora não era para fugir, mas para se defender de um empurrão do adversário. Quem aplicava a punição era o árbitro do centro, geralmente mais graduado que os laterais. Cansei de ver luta com arbitro central 5º grau e os laterais 1º ou 2º grau, que não eram ouvidos. Não podiam contestar o sensei. Em 2007, no mundial disputado no Brasil, disse a Juan Carlos Barcos, diretor de arbitragem da FIJ que dirige até hoje a federação espanhola, que era preciso mudar aquela questão. Isso ocorreu justamente durante uma luta na área central, quando os árbitros não conseguiam se entender. Eu sugeri que a saída de área, em qualquer circunstância, fosse punida com shidô ou não fosse punida. Eles ainda não fizeram isso, mas um dia vão fazer. Quais eram as principais escolas do Rio de Janeiro? Naquela época eram as escolas do Augusto de Oliveira Cordeiro, que posteriormente foi presidente da CBJ, a do Rodolfo Hermanny e a do George Mehdi.
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E os principais professores em São Paulo? Ryuzo Ogawa, que era muito rígido; Yasuichi Ono, mais eclético, que ensinava tudo na academia dele; TokuoTerazaki, em Mogi das Cruzes; Seisetsu Fukaia, responsável pelo judô do Clube Pinheiros; Katsutoshi Naito, que exerceu grande comando sobre os judocas da colônia japonesa; e Sobei Tani, da Associação de Judô Jaraguá, de onde saíram grandes judocas como Minoro Ito, Nobuyuki Suzuki, Seinozuki Kumitaki e o lendário Lhofei Shiozawa. Imaginava que o judô seria o que é hoje? Eu particularmente nunca pensei, porque eu achava o judô um esporte fechado – e era porque os japoneses não abriam o jogo. Se gostassem de alguém, mostravam a técnica, mas não falavam. Se não gostassem, não mostravam nada. Quais foram as suas principais ações visando ao crescimento do judô? Fui convidado pela TV Tupi para fazer um programa que ensinasse judô, ginástica e defesa pessoal – de graça, para preencher espaço na grade de horários da antiga emissora. Eu sempre tentava ir além, levava professores de judô, jiu-jitsu e karatê com o intuito de divulgar o esporte e a educação física. Eu era apenas sho-dan na época. Foi naquele período que passei a ensinar www.revistabudo.com.br
na academia Adônis, onde comecei a divulgar o judô para todo o Norte do Rio de Janeiro, pois a modalidade se concentrava na Zona Sul, entre a elite. Pode ter certeza de que com aquele programa levamos o judô para centenas de milhares de lares.
neamente, regra que posteriormente a FIJ adotou. A FPJ foi fundada em 1958 e a CBJ, em 1969. O que isso acrescentou ao desenvolvimento do judô? São Paulo sempre esteve à frente em todos os sentidos, mas foi a Associação de Judô Budokan, e não a federação, que mais fez pela evolução da modalidade. Os conceitos da Budokan, mais antiga, contribuíram decisivamente para implantar no Brasil a disciplina que até hoje persiste. A Budokan foi a maior escola de judô do Brasil e das Américas de todos os tempos.
Quando iniciou a atividade na arbitragem? Fiz meu curso de arbitragem em 1970, e quando me dei conta estava atuando como auxiliar numa luta do meu filho. De repente ele aplicou um uchi-mata no oponente e eu caí da cadeira, dei um de-ashi-barai em mim mesOs praticantes ainda manmo. Ou seja, eu estava torcendo. Em função daquele Há 46 anos os amigos Aloísio da Costa Short e Aloísio da Costa Short dividem desafios na arbitragem têm uma disciplina rígida? absurdo, mais tarde criei a reUltimamente o judô está sendo muito banalizado. Muitas vezes um gra que impede a atuação de parentes. judoca sho-dan trata um kodansha Havia regras que não existem mais. Por de igual para igual. E a culpa é do exemplo: quando queria que a luta papróprio kodansha, que não se faz rasse, o árbitro dizia “jikan”, que signifirespeitar. Eu, por exemplo, sou muito ca tempo, e mostrava o relógio; quanbrincalhão, mas nunca um atleta se do os atletas saíam da área o árbitro dirigiu a mim desrespeitosamente. dizia “sonamama” (não se movam) e os Não posso participar das coisas que dois auxiliares se juntavam ao central ele faz na sua vida particular, se quiser para arrastar os dois atletas até o cenmanter o respeito dele. tro da área. Imaginem se lutassem dois atletas tipo Baby e os árbitros tivessem o tamanho do Laedson Godoy... E a Como aconteciam as graduações anmarcação de área de chamada naquetigamente? Naquela época o judoca se graduava la época não tinha zona de perigo, de qualquer jeito, até por conta próapenas uma fitinha que assinalava fora ou dentro. Houve uma evolução incrípria. Alguém resolvia ensinar judô porvel, e sempre dei meus palpites. O pauque já sabia fazer o o-soto-gari e abria uma academia. Então comprava uma lista Carlos Catalano Calleja, quando faixa preta e colocava na cintura. Oufoi diretor de arbitragem nacional dizia que eu era um árbitro de futuro. Ele foi tros se formavam porque um profeso grande mestre da arbitragem de tosor fraco lhes dava a faixa preta: tinha medo de perder para um aluno ainda dos os tempos d por muitos anos ocufaixa marrom. Mas havia academias pou o cargo de diretor de arbitragem de altíssimo nível, principalmente em da Federação Internacional de Judô São Paulo, que levavam a graduação FIJ. Outros vieram, mas nenhum igual. a sério. Como exemplo cito os senseis Eu tentei substituí-lo criando coisas, Suga, Shinohara, Naito, Kawakami, Tecomo os cartões amarelo e vermelho que criei no meeting do Rio de Janeirazaki, Yanagmori, Yamamoto, Okano, Barbé, Saito, Nakano e Kurachi, entre ro. A função era diferente: servia para outros. Mas no Rio viviam professores, punir a equipe que se comportasse japoneses inclusive, que davam faixas mal no banco ou xingasse os adversápretas à toa, distribuíam certificados rios. Quem estivesse lutando sofria um escritos em japonês, que ninguém koká. Eu gostaria que isso tivesse ido entendia. O cara recebia aquilo, ficava em frente. Fui eu que determinei que todo alegre, pendurava na parede e se os árbitros entrassem todos ao mesmo achava faixa preta. tempo e começassem as lutas simulta-
“
Após os Jogos Rio 2016 fui categórico em afirmar ao presidente que alguns dos nossos atletas não tiveram desempenho melhor por não conhecerem claramente as regras de arbitragem. Isto é meio incompreensível e inaceitável, mas é a dura realidade.
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KODANSHAS DO BRASIL Quando a CBJ foi montada no Rio, o Augusto Cordeiro conseguiu alavancar o judô? O Cordeiro, como foi da Budokan e era um cara sério, verificou que existia um monte de faixas pretas picaretas e para não desmoralizar a modalidade agiu discretamente. Chamou todo mundo, inclusive os que possuíam certificados pela confederação de pugilismo, que não tinha competência para isso. Ele era muito rígido e tinha o histórico de todo mundo. Então, chegava para um judoca que era go-dan e dizia: “Daqui por diante você será mi-dan”. Se o cara não aceitasse, perdia tudo mesmo. Foi uma atitude que gerou muita polêmica na época, mas moralizou o judô e se espalhou pelo Brasil todo. Como você se desenvolveu no judô? Em 1970 fui transferido pela empresa em que trabalhava para Salvador. Eu era segundo dan, e chegando lá conheci o Short, o Serrinha e outros, que eram garotos, e eu derrubava todo mundo, menos o Osvaldo Simões (o Boneca). Me achava um bom judoca, até o dia em que apareceu um cidadão 14 anos mais novo que eu. Tinha 42 e ele, 28. Seu nome era Lhofei Shiozawa. Na época eu corria dez quilômetros por dia e fazia supino com 110 quilos, era fisicamente preparado e, além de tudo, muito bom de chão. Foi um aluno meu que falou da chegada de “um cara muito bom” a Salvador. Quando resolvi conhecer o novo judoca cheguei abafando – eu estava muito bem de vida e dirigia um carrão. Quando entrei no pequeno dojô, me deparei com um japonês baixinho, com um cabeção que mais parecia um jerimum. Me apresentei e fui me trocar para fazer um randori. Mas, voltando ao treino, cheguei todo seguro, esnobe e cheio de marra no centro do dojô, e quando fui pegar na manga dele, ele pegou na minha e me deu um de-ashi-barai e despenquei feito uma jaca. Até hoje não sei em que perna ele entrou. Eu jamais havia visto nada parecido e me perguntava: o que é isso? Voltei prevenido, peguei na manga dele, mas caí de novo; e pior, nem sei com qual golpe ele entrou. Resumindo, em poucos minutos ele fez o gokio completo, e
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tudo de ashi (pernas). Eu não compreendia por que estava caindo tanto, até perceber que ele era canhoto. Aí concluí que ou eu parava de tentar ficar em pé ou ia morrer. Pedi para parar, sentei-me no chão, quase morrendo, suando frio e ofegante. Ele olhou para mim e disse: “Amigo, você está podre fisicamente”. Logo eu, que me achava o máximo? Vesti a camiseta e fui embora. Mas aquilo ficou na minha cabeça. Toda noite ele aparecia nos meus sonhos, e eu pensei até em desistir do judô. O mais engraçado é que no Rio eu já tinha escutado falar dele, mas do alto de minha vaidade e egocentrismo achava que tudo era mentira, uma lenda. Mas não desistiu, né? Quando resolvi voltar lá, aquele baixinho sarcástico disparou: “Você desapareceu, o que aconteceu?” Aí eu resolvi baixar minha bola e treinei com ele durante oito anos. Foi quando aprendi de fato alguma coisinha de judô, principalmente sobre ashi, que eu conhecia, mas sem a precisão e a rapidez dele. Aos poucos fui incorporando e aperfeiçoando novos golpes e passei a ser cotado para ensinar na academia dele. Ele não tinha muita habilidade como professor; lutava muito bem, mas na hora de transmitir o que sabia não era suficientemente bom. Não saber ensinar é uma peculiaridade dos grandes atletas? Acho que sim. Ele era muito ruim também como árbitro, eu disse para ele desistir. Em 1972 o Cordeiro passou por lá divulgando a Confederação Brasileira de Judô e em Salvador não se faziam exames para faixa preta sho-dan com o nage-no-kata, que a CBJ e São Paulo já haviam adotado. Resolvi fazer exame para sho-dan com o nage-no-kata, e o Kitami, de Sergipe, o Yoshida, da Bahia, e o Shiozawa, me examinaram. E passei. Eu já era ni-dan, mas decidi baixar de grau por conta própria. Explique a mudança do nome da Associação de Judô da Bahia. Essa associação foi fundada por um tenente do Exército que posteriormente se mudou para o Rio Grande do Sul,
deixando a academia para o Lhofei. Foi por esse motivo que em 1971 sugeri a troca de nome, pois ele acabou incorporando a escola que fez inúmeros campeões no Estado da Bahia. Você disse que o Lhofei Shiozawa passou o carro sobre você e ainda deu ré. Doeu muito? Doeu no ego, porque no resto eu sempre fui um excelente uke. Como foi a sua trajetória nas competições? Neste período na Bahia competi por vários anos e cheguei a ser vice-campeão do Troféu Tiradentes. Jogava todo mundo, mas quando encarava o Shiozawa, meu judô ficava pequenininho. Ninguém ganhava dele. Mas foi no convívio com o Lhofei que aprimorei meu judô. Mesmo sendo baixinho foi o único judoca que venceu o Ishii. Quando vivia em Salvador também aprendi muito com o sensei Yoshida que, mesmo tendo se acidentado, ficando quase paraplégico, me passou muita orientação e conhecimento. Foi na Bahia que aprimorei, diversifiquei e enriqueci meu conhecimento técnico. O que atrapalha mais: atletas e técnicos que desconhecem as regras ou árbitros que não conhecem judô? As duas coisas. O mais comum é atletas e técnicos desconhecerem as regras, mas existe ainda uma parcela significativa de árbitros que não sabem judô. Na verdade, até hoje esta é a pedra no sapato de alguns árbitros. Quais são as características fundamentais de um bom árbitro? Primeiro, ser honesto consigo mesmo, que é o mais difícil. Segundo, fazer seu trabalho com amor porque tudo que é feito com amor tem mais qualidade. Por último, nunca se cansar de estudar para melhorar cada vez mais sua performance. Isto se aplica também, a um judoca na acepção da palavra. Qual foi a mudança na regra imposta pela FIJ que mais o desagradou? A mudança que foi feita quando o judô estava se descaracterizando. Essa regra me deixou muito chateado porque introduz exigências absurdas, www.revistabudo.com.br
os professores Rodolfo Hermanny e o George Mehdi.
como desclassificar o judoca que fizer um kaeshi-waza usando uma pegada na parte inferior do corpo. Deveria haver um estudo mais profundo sobre determinados golpes e técnicas, como o kata-guruma. Sendo bem feita, essa técnica é uma coisa linda de se ver, mas a proibiram – e ponto final. O maior paradoxo é que para obter a faixa preta e tornar-se sho-dan, o judoca tem de saber executar o kataguruma com perfeição. As coisas não são discutidas, são impostas, e não existe diálogo.
Quais foram as principais escolas do judô nos últimos 30 anos? Na minha época os maiores celeiros eram Shinohara, Nitsuma e Umakakeba, em São Paulo, e Gama Filho, no Rio de Janeiro.
Anualmente a FIJ muda regras, e todos têm de aplicá-las imediatamente. Não é cruel com a molecadinha do sub 11 e sub 13? O pior é que eles mudam hoje e amanhã já está valendo, sem tempo para adaptação. Muita gente perde uma competição por desconhecer as alterações feitas. Mesmo com toda a evolução digital e a informação existentes hoje as pessoas necessitam de um tempo para adaptação.
Raio-X
Há 16 anos o judô brasileiro deu uma virada. Seria justo, hoje, falar que a atuação de Joaquim Mamede foi insignificante? Não seria justo. Queiram ou não, Mamede foi responsável por projetar o judô brasileiro internacionalmente. Foi na era dele que se conseguiu a primeira medalha de ouro olímpica. Mamede foi um cara destrambelhado, mas teve sua importância por trazer o Paulo Wanderley para ser o técnico da equipe nacional e que depois levaria Rogério Sampaio a conquistar o segundo ouro, nos jogos de Barcelona.
Filhos: Ângela Mainardi, José Roberto Mainardi, Cristina Mainardi, Marisa Mainardi e Daniela Silva
José Pereira Silva (RJ), árbitro FIJ A Cargo na CBJ: gestor nacional de arbitragem Graduação: 8º dan Data e local de nascimento: 4 de julho de 1928, Penedo (AL) Estado civil: Casado Esposa: Carmem Leal
Netos: Sete Tokui-waza: Uchi-mata Time de futebol: Botafogo de Futebol e Regatas Prato preferido: Feijão e arroz e bife com batata frita Judogi preferido: Anatomicamente falando, o judogi Mizuno é imbatível Religião: Espirita kardecista
Você vê renovação no judô brasileiro? Com certeza. Ela só não é maior devido à teimosia de alguns professores e técnicos de não querer acompanhar a evolução no que se refere à arbitragem. Após os Jogos Rio 2016 fui categórico em afirmar ao nosso presidente que alguns dos nossos atletas não tiveram desempenho melhor por não conhecerem claramente as regras de arbitragem. Isto é meio incompreensível e inaceitável, mas é a dura realidade. Quais técnicos da seleção brasileira fizeram um trabalho mais expressivo? O técnico não faz nenhum campeão olímpico, e sim o professor. Um exemplo é o Aurélio Miguel: quem o fez campeão olímpico foi o professor Massao Shinohara, da mesma forma que o responsável pelo crescimento técnico do Rogério Sampaio foi o professor Paulo Duarte. Quando ambos chegaram à seleção olímpica já eram campeões. Esse não é o papel da CBJ e da comissão técnica. A entidade tem de fomentar o surgimento de novos talentos em todo o País, e a comissão técnica tem de proporcionar um treinamento que complemente o trabalho feito pelos milhares de professores espalhados pelo Brasil.
E os melhores professores no tocante à técnica? Massao Shinohara, Ryuzo Ogawa e Takeshi Nitsuma.
Qual das 22 medalhas olímpicas teve maior significado e importância para você? A mais importante foi o primeiro de ouro, obtido por Aurélio Miguel. Mas no Rio de Janeiro, a que teve maior repercussão foi o bronze do Flávio Canto, que soube trabalhar sua conquista e se perpetuou na mídia até hoje.
Quais foram os principais professores na propagação da modalidade? Em São Paulo foi o Ryuzo Ogawa; na região Norte e Nordeste, o professor Lima, de Fortaleza; e no Rio de Janeiro
Em sua avaliação qual é o maior entrave ao desenvolvimento da modalidade? A falta de gestores estaduais mais atualizados e conscientes. Falta pro-
Quais foram os três judocas mais técnicos que conheceu? Lhofei Shiozawa, em primeiro, Takeshi Miura em segundo e Odair Borges.
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KODANSHAS DO BRASIL fissionalismo, e alguns dirigentes ainda enxergam e tratam o judô com amadorismo. É por isso que a CBJ é um grande exemplo de sucesso na gestão esportiva. Lá só ha profissionais capacitados para exercer suas funções. Não existe protecionismo e muito menos indicações políticas. Todos buscam fazer o melhor e com isso vemos grandes resultados. Como chegou à presidência da Gestão Nacional de Arbitragem? Comecei como diretor de arbitragem na federação carioca, na qual atuei por 15 anos. Depois fui indicado para a CBJ, na gestão do Mamede, e eu já tinha muitas ideias para colocar em prática. Comecei mudando a roupa e os hábitos dos árbitros e impus rigidez no cumprimento dos horários. Outra iniciativa importante a remuneração para os árbitros. Fui eu também que organizei e promovi o primeiro curso de arbitragem no Brasil, em 1985. Gostaria de ter feito mais, mas até o Mamede apregoava que “a arbitragem era o câncer do judô”. Já Paulo Wanderley faz questão de frisar sempre que um árbitro sobrevive sem a competição, mas a competição não existe sem o árbitro. Veja a diferença: Mamede foi apenas um presidente da CBJ, Paulo Wanderley é um dos maiores gestores do desporto brasileiro. Quais foram os maiores gestores do judô brasileiro e por quê? Os que tiveram melhor desenvoltura e souberam usar ferramentas como o marketing esportivo foram o Ney Wilson e o Francisco de Carvalho, em termos de federações estaduais. Mas quem fez a maior gestão de todos os tempos foi Paulo Wanderley. Para qualquer gestor ter êxito é necessário que ele crie uma excelente equipe, e esse foi o grande trunfo do Paulo em sua gestão. Você preparou o Jéferson da Rocha Vieira para substituí-lo? Sim, em primeiro lugar por ser do Rio de Janeiro, já que teria de trabalhar comigo ombro a ombro. O Jéferson é inteligente e sabe formatar certas coisas importantes no campo da gestão de arbitragem. Estou na CBJ há 16 anos e ele está comigo na entidade há
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cinco. Mas trabalhamos juntos desde 1985, além de tê-lo formado como árbitro. Hoje ele é FIJ A e professor kodansha 6º dan. Qual é o segredo de, prestes a completar 89 anos, administrar vaidades e comandar um setor tão delicado? É uma pergunta difícil de responder, porque não consigo calcular a minha importância neste contexto. Mas sei que tive uma contribuição na evolução da arbitragem do judô no Brasil. Qual foi a sua maior alegria nos tatamis? Ter atuado numa Olimpíada aqui em nossa casa, nos Jogos Rio 2016. E a sua maior decepção? Honestamente falando, não tive decepções nos tatamis. Só me decepciono com pessoas e, mais especificamente, com a vaidade extrema e até mesmo a futilidade de algumas delas. Qual é segredo para esta trajetória de sucesso naquilo que faz? É muito simples. Ser extremamente honesto consigo mesmo. Qual é a pessoa que mais admirou nestes 65 anos nos tatamis? Sem puxa-saquismo, afirmo sem pestanejar que foi o professor Paulo Wanderley Teixeira, porque ele reconhece meu valor e ignora minha deficiência pela idade; ou seja, maximiza minhas qualidades e virtudes e minimiza minhas limitações. Há dirigentes estaduais que se perpetuam no poder. Isso é produtivo? Sinceramente falando, acho prejudicial e perigoso no caso de dirigentes que não têm capacidade para ocupar o cargo. Mas se a pessoa é capaz e fomenta a modalidade, ela pode ficar eternamente no cargo. Qual é a razão do seu vínculo e dedicação ao judô, por todos estes anos? Amor e gratidão pelo o que o judô me ofereceu, e que nenhuma outra profissão me daria. Com toda a minha origem pobre, hoje sou um cara rico no que se refere a amigos. Rico de ex-
periências, vivências, e rico por tudo que o judô me ofereceu socialmente falando. Não tenho nenhum diploma escolar porque nunca gostei de estudar. Mas sou um autodidata chato. Em meio a toda esta simplicidade, já fui considerado um dos mais bem vestidos no Rio de Janeiro, convivi com governadores, vice-presidentes, ministros, e todos me respeitavam pelo trabalho que desenvolvi no judô. Qual é a proposta do livro que está prestes de lançar? Meu livro mostra que o judô é um elemento necessário na sociedade atual e nos ensina a viver melhor. Por isso ele se chama Judô, um aprendizado para a vida. Até porque os ensinamentos básicos do judô e de seus movimentos se assemelham a todos os movimentos que temos de fazer em nossas profissões, mesmo sem ser judoca, além de esmiuçar as assertivas de Jigoro Kano, o fundador do judô. Entre elas, o ji-ta-kyo-ei (Princípio da Prosperidade e Benefícios Mútuo), minha preferida, para que a humanidade se entenda e melhore a forma de viver, tanto em família quanto no trabalho e no convívio social. Pretendo fazer palestras sobre o conteúdo deste livro. Qual é o seu planejamento após a mudança no comando da CBJ? Sair eu não quero, porque amo o judô e pretendo estar sempre no contexto dele. Mas não tenho nenhuma expectativa, em função de minha idade. Infelizmente vivemos num mundo preconceituoso e a idade pesa muito contra o ser humano. Sei que tenho capacidade para seguir adiante, mas meus quase 90 anos se tornam um impeditivo. Por exemplo, se fosse um ator poderia continuar atuando porque me adequaria a novos papéis, mas na arbitragem do judô há coisas como raciocínio rápido, inventividade. Eu vejo que a arbitragem ainda muda a cada dia, mas não chega a um lugar comum. O homem quer sempre aparecer e dizer que inventou alguma coisa, que mudou o judô, mas o judô possui fundamentos sólidos que serão mantidos ao longo dos anos, enquanto as lideranças tombarão diante do tempo ou dos erros cometidos. www.revistabudo.com.br
Aloísio da Costa Short, José Pereira e Jéferson da Rocha Vieira
Árbitros reconhecem legado extraordinário
C
Profissionais que trabalham com José Pereira há décadas reconhecem nele virtudes que vão além da competência como gestor e alcançam até ensinamentos para a vida.
hefes austeros, exigentes e sinceros raramente conseguem a simpatia de seus comandados. José Pereira parece ser uma exceção na gestão da arbitragem da CBJ. Respeitado por sua capacidade e pelos resultados que seu trabalho produziu, ele é admirado pelo seu senso de justiça e pela generosidade como ser humano. Jéferson da Rocha Vieira (RJ), árbitro FIJ A reconhece: “Tudo que sei hoje devo a ele, um cara sensacional, justo ao extremo, íntegro, que busca a perfeição. Há pessoas não veem isso com bons olhos porque ele fala sempre a verdade, doa a quem doer”. A transformação que a arbitragem teve após a chegada de Pereira à CBJ mudou o judô brasileiro, na avaliação de Jéferson. No Rio de Janeiro, lembra, ele já tinha dado exemplo a muitas federações em relação a organização, uniformes, cumprimento de horários e remuneração dos árbitros. Tudo isso foi levado para a confederação. O legado dele pode ser avaliado pela quantidade de árbitros formados que o Brasil tem hoje nas categorias FIJ A, B e C. “Nosso quadro nacional conta com 990 árbitros cadastrados no Zempo”, informa Jéferson. “Antigamente, sempre viajavam os mesmos 50 árbitros nos campeonatos brasileiros, e no último ano tivemos mais de 215 convocados, de todos os Estados. Hoje a arbitragem do Brasil tem a cara do Professor Pereira.” www.revistabudo.com.br
Para André Mariano dos Santos (DF), árbitro FIJ A, por ser justo, coerente e respeitando as regras e os limites de cada um, Pereira mostra como caminhar na vida também fora do dojô. “Ele introduziu uma maneira diferenciada de trabalhar assim que chegou, em 2001”, lembra. “E nos fez acreditar que poderíamos fazer o grupo que temos hoje dentro da CBJ.” Outro ponto destacado é a insistência de Pereira para que os árbitros se mantenham atualizados e continuem treinando judô. Mas, apesar de ter autoridade, Pereira conseguiu tudo sem recorrer ao autoritarismo. “O legado que ele nos deixa”, conclui Mariano, “é que possamos continuar esse trabalho que ele projetou, plantou e viu os frutos aparecerem. E também a valorização do benefício mútuo pregado por Jigoro Kano.” O sucesso do Brasil na formação de novos árbitros, vários deles na categoria FIJ A, atuantes nas Olimpíadas, é o maior legado de José Pereira, na opinião de Edison Koshi Minakawa (SP), árbitro FIJ A. “Falar do professor Pereira é falar de uma lenda. Tive a felicidade de conhecê-lo e ainda na época em que trabalhava na federação do Rio de Janeiro, na qual instituiu um padrão copiado depois por todas as outras federações. Como gestor nacional de arbitragem, então, dispensa comentários.” “Todos nós aprendemos muito com o professor Pereira”, diz Laedson Lopes Gonçalves da Silva Godoy (RN), árbitro FIJ A. É
uma experiência ímpar aprender arbitragem e ao mesmo tempo aprender sobre a vida. Seremos eternamente gratos por este legado inestimável e gigantesco que ele está deixando.” Já para Leonardo Ângelo Stacciarini de Resende (GO), árbitro FIJ A, o professor Pereira é um marco na história da arbitragem do judô do Brasil, sensível, mas muito rígido, disciplinado, exigente e acima de tudo fiel aos preceitos do judô. “Com isso ele transformou a arbitragem no País, fez com que ela caminhasse a passos largos, sempre atingindo os objetivos. Com 89 anos, ainda demonstra muita força e inteligência, é uma pessoa muito à frente do seu tempo.” “Um homem com um espírito de solidariedade fantástico; austero no judô, mas generoso no seu modo de ser.” Assim Aloísio da Costa Short Sobrinho (BA), árbitro FIJ A, define José Pereira. “Ele nunca foi à escola para ser um administrador, mas sempre demonstrou capacidade para gerir a arbitragem do judô brasileiro com muita competência, propriedade e inteligência. Acima de tudo, estudou para ter o conhecimento, porque sem ele gestor nenhum tem sucesso.” Aloísio admite que, até pela idade, Pereira tenha de deixar a CBJ. “Mas o trabalho dele vai continuar por intermédio de seus discípulos, que com ele aprenderam muito sobre a arbitragem, o judô e a vida.” Revista Budô número 19 / 2017
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ANOC AWARDS 2016
Rafaela Silva recebe
prêmio da ANOC no Catar Campeã olímpica foi premiada na categoria Performance Mais Inspiradora dos Jogos Olímpicos Rio 2016. POR
A
PAULO PINTO I
campeã olímpica Rafaela Silva recebeu no Catar, no dia 15 de outubro, o prêmio de Performance Mais Inspiradora dos Jogos Olímpicos Rio 2016, atribuído pela Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais (ANOC, na sigla em inglês).
fonte
IMPRENSA/FIJ/CBJ I
Fotos
MARK RUNNACLES/Gett y Images
Presidente da Confederação Brasileira de Judô e vice-presidente eleito do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley Teixeira também foi a Doha representando o COB na premiação. Rafaela conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Rio
2016 depois de um desempenho arrasador na Arena Carioca 2, enfileirando adversárias até chegar ao topo do olimpo quatro anos depois de uma decepção em Londres 2012. Nos jogos britânicos, a brasileira foi desclassificada por uma técnica proibida (catada na perna) e so-
Angela Ruggiero entrega premiação para Rafaela Lopes Silva, no ANOC Awards 2016
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Carismática, Rafaela também esbanja talento fora dos tatamis
freu insultos racistas nas redes sociais. O trauma quase abreviou sua carreira, mas, em 2013, ela deu a volta por cima e se sagrou campeã mundial de judô, sendo a primeira mulher a conquistar esse título na classe sênior da modalidade. Hoje, Rafaela é a primeira e única judoca do Brasil a ostentar a tríplice coroa: campeã mundial júnior, sênior e olímpica, e na cerimônia a atleta avaliou a homenagem recebida. “Ganhar a primeira medalha de ouro do Rio 2016 na frente de uma torcida apaixonada foi uma experiência inesquecível. Trabalhei incansavelmente nos últimos quatro anos para atingir meu objetivo, e tem sido muito gratificante experimentar todo este sucesso e saber que tudo valeu a pena. É um privilégio estar em Doha e presenciar este evento fantástico. Amei compartilhar essa experiência com colegas olímpicos e gostaria de agradecer à ANOC por esta deferência, ao Comitê Olímpico do Brasil e em especial ao nosso presidente, Carlos Nuzman, por tornar isso possível.” Sobre sua indicação ao prêmio de performance mais inspiradora, Rafaela enten-
de que o esporte possui o poder de transformar vidas e mostrar caminhos às novas gerações. “Acho que esse é meu objetivo: inspirar as pessoas através do esporte. Independentemente de onde viemos, de qual cor temos, todas as pessoas devem apenas lutar para que possam realizar tanto quanto elas podem. Estou muito feliz em saber que posso ajudar a transformar a vida das pessoas, o esporte possui esta força e este poder.” No evento realizado no Qatar National Convention Centre, Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil, também foi premiado na categoria Sucess of Rio 2016. A premiação do dirigente brasileiro foi entregue pelo sheik Ahmad Al-Fahad Al-Sabah, presidente do ANOC. Vários atletas e dirigentes foram homenageados por sua atuação ou performance exibida nos Jogos Rio 2016, entre eles o sul-africano Wayde Van Niekerk, eleito o melhor atleta masculino. Osea Kolinisau, das Ilhas Fiji, representou sua equipe de rúgbi, eleita a melhor masculina do Rio 2016. Mónica Puig foi eleita a melhor atleta feminina no Rio 2016.
A porto-riquenha Mónica Puig recebe de Jean-Michel Saive, membro da comissão de atletas da ANOC, o prêmio de melhor atleta feminina do Rio 2016
Ao lado do sheik Ahmad Al-Faha receber a premiação no ANOC d Al-Sabah, Carlos Arthur Nuzman posa para os fotógrafos Awards 2016 após
Kip Keino, presidente do Comitê Olímpico do Quênia, faz a entrega do prêmio de melhor atleta masculino do Rio 2016 a Wayde Van Niekerk, da África do Sul
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Memória
Ainda jovem, Tsunioshi
Sensei Tsunioshi Tanaka em seu dojô na Vila Prudente
Tanaka fazendo kumitê
Karatê de São Paulo perde um de seus grandes mestres Com o falecimento de Tsunioshi Tanaka, o karatê paulista perde um grande estudioso da modalidade.
É
POR
IMPRENSA/A JT I
com extremo pesar que comunicamos o falecimento do professor Tsunioshi Tanaka, 7º dan, um dos mais íntegros professores de karatê da cidade de São Paulo. Profundo conhecedor da arte das mãos vazias, sensei Tanaka faleceu no dia 18 de janeiro, aos 82 anos, vítima de complicações por conta de infecção. Kaicho Tanaka deixa esposa, Kanami, um filho e um casal de netos, além de inúmeros discípulos.
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Fotos
ARQUIVO
Formado em educação física e ciência do esporte, mestre Tsunioshi Tanaka sempre será lembrado como um dos grandes nomes do karatê do Brasil. Ao longo de sua trajetória nos tatamis esteve na companhia de outros pioneiros que implantaram e difundiram o karatê no Brasil, entre os quais Seiichi Akamine, Sadao Saito, Mas Oyama, Shigeru Oyama, Tadashi Nakamura, Yoshihide Shinzato e Juichi Sagara. Fundador da Associação Karatê-Dô
Tanaka, Tsunioshi Tanaka sempre foi um estudioso do karatê e desenvolveu sua metodologia visando a adequar o ensino da modalidade ao perfil de cada aluno, de acordo com capacidade de absorção e o potencial de cada praticante. Nas mais de cinco décadas no comando da associação, as contribuições para a expansão de sua modalidade foram muitas, desde a divulgação da arte com participação nos primeiros eventos de karatê realizados no Brasil. Também é notável a marca de mais de 11.700 alunos que passaram por sua escola, em busca de bem-estar, saúde e melhor qualidade de vida, além de absorverem os valores contidos no caminho do guerreiro, como respeito, disciplina, determinação e humildade. www.revistabudo.com.br
Confederação Brasileira de karatê FAK - Federação Alagoana de Karatê
Presidente Jadgilson T.de Oliveira Av. João Davino, 445 – Sl. 302 - Ed. São João - Maceió – AL karate.fak.alagoas@hotmail.com
FAK - Federação Amapaense de Karatê
Presidente Geyse Arruda Passagem José Barbosa, 115, Infraero 1 - Macapá – AP Tel. (96) 91546025 geysoramos@gmail.com
FAK - Federação Amazonense de Karatê Presidente Washynton Luis Carneiro de Melo Rua Santa Helena, 802 - Betânia - Manaus – AM Tel. (92) 93391407 – 8212-7419 www.fak.org.br
FBK - Federação Baiana de Karatê
Presidente Antônio Carlos Negreiro Praça Castro Alves - Palácio dos Esportes, sala 107 Salvador – BA Tel. (71) 33210083 www.fbk.org.br - fbk@fbk.org.br
FCKDF - Federação Candanga de Karate do Distrito Federal
Presidente: Abdias Cordeiro Dias SRPN – Gin. Cláudio Coutinho Comp. Aquático - Sala AI 12 – Brasília - DF Tel. (61) 3327-1216 www.karatedebrasilia.org.br - fckdfkarate@gmail.com
FCK - Federação Cearense de Karatê
Presidente Luiz Carlos Nascimento Júnior Rua Pedro Rufino, 10 – Varjota - Fortaleza – CE Tel. (85) 32634101 www.karateoficialceara.com.br - karateoficialceara@ uol.com.br
FEK - Federação Espírito-santense de Karatê
Presidente João Espirito Santo Av. João Felipe Calmon, 723 – Centro - Linhares – ES Tel. (27) 99637222 – 33714941 - 32641422 contato@fgk.com.br - fgk@fgk.com.br
FEKAC - Federação de Karatê do Acre
Presidente Joy Braga Cavalcante Rio Branco - AC Tel. (68) 9971-7781 jooybc@gmail.com - rafaellac415@gmail.com www.revistabudo.com.br
FEKAEGO - Federação de Karatê do Estado de Goiás
FKEPA - Federação de Karatê do Estado do Pará
FNK - Federação Norte-rio-grandense de Karatê
FKEM - Federação de Karatê do Estado do Maranhão
FPBK- Federação Paraibana de Karatê
FGK - Federação Gaúcha de Karatê
Presidente Joílson Ferreira Moraes Al. Couto Magalhães, QD.88 Lt.15 - Setor Pedro Ludovico - Goiânia – GO Tel. (62) 3942 6029 - 9619 6217 www.fekaego.com.br - fakaego@hotmail.com
Presidente Joaquim Pedro Almeida Ribeiro Rua das Hortas, 17 – Centro - São Luiz – MA Tel. (98) 88859688 www.budokanma.com.br - budokanma@hotmail.com
Federação de Karatê do Mato Grosso
Presidente Gentil Apolinário de Souza Rua Arnaldo Estevan, 1215 – Centro - Rondonópolis – MT deltakarate@ibest.com.br - karatefkemt@hotmail.com
Federação de Karatê Mato Grosso do Sul Presidente Paulo José Muniz Rua do Touro, 130 – Vila Nhanha (Guanandizão) Campo Grande - MS Tel. (67) 3346-4300 - fkmsoficial@gmail.com - fkms@ brturbo.com.br
FKR - Federação de Karate de Rondônia Presidente: Ronaldo Seráphico Patrício Rua Enrico Caruso, Bairro Aponiã - Porto Velho - RO Tel. (69) 9982-5507 e 8104-8335 www.karaterondonia.com.br federacaokaraterondonia@gmail.com
FEKTO - Federação de Karate do Tocantins
Presidente: Jocivaldo Dias Cardoso QDR 210 S AVE LO 05 - N 16 LT 01 CS 03 – Palmas - TO Tel. (63) 9212-1335 e 8426-1335 www.karate-to.com.br - ftkika@gmail.com
FMK - Federação Mineira de Karatê
Presidente João Carlos Godoy Av. Olegário Maciel, 311 – sala 206 – Centro - Belo Horizonte – MG Tel. (31) 32010114 www.fmk.org.br - minaskarate@bol.com.br
Presidente Pedro Yamaguchi Avenida Almirante Barroso 5.492 - Castanheira Bairro Souza - Belém – PA Tel. (91) 32313049 – 9981-8899 Karatedopara@hotmail.com Presidente José Targino da Silva Filho Av. Liberdade, 4287 – Centro – Bayeux (PB) Tel. (83) 98794-7775 trkarate@hotmail.com
FPRK - Federação Paranaense de Karatê Presidente Aldo Lubes Rua Marechal Deodoro, 51 - sala 810 - Curitiba – PR Tel. (41) 32241059 - 99620187 fprk@fprk.com.br - www.fprk.com.br
FPAK - Federação Pernambucana das Associações de Karatê
Presidente Celso Piaseski Rua Gonçalves Dias, 700 - Ginásio da Ginástica - Porto Alegre – RS Tel.(51) 32316670 - contato@fgk.com.br - www.fgk. com.br
FRK - Federação Roraimense de Karatê
Presidente Oberlan Jones Avenida Getúlio Vargas, 7155 - São Vicente - Boa Vista – RR - 69303-472 Tel. (95) 36264677 - 91190320 - 81005808 karate.frk@gmail.com - oberlanj@gmail.com
FCK - Federação Catarinense de Karatê
Presidente Ivomar Youn Recife (PE) Tel: (81) 30199830 fpakpresidente@gmail.com
FKEPI - Federação de Karatê do Estado do Piauí
Presidente João Soares Alencar Neto – Teresina (PI) Rua Walfram Batista, 444 - Bairro São João Tel. (86) 99808-0195 / 98845-5537 karatedopiaui@hotmail.com - joaosalencar@hotmail.com
FKERJ - Federação de Karatê do Estado do Rio de Janeiro Presidente Juarez Silva dos Santos Rua Garibaldi s/n - Centro - Duque de Caxias – RJ Tel. (21) 3842-4429 – 3248-3455 - 3046-8713 www.fkerj.org - secretaria@fkerj.com.br
Presidente Márcio Oliveira Lima Rua Antônio Farache, 1854 - A - 201 - Bairro Capim Macio - Natal – RN Tel. (84) 8813-4883 – 9698-7234 www.fnk.org.br - marciolima@supercabo.com.br
Presidente Durci da S. Nascimento Rua Bateias, 701 – Bairro Fátima - Joinville – SC Tel. (47) 3028-3926 – 3028-3946 - 9974 6148 9111 0603 www.fckarate.com.br - akan.durci@gmail.com
FPK - Federação Paulista de Karatê Presidente José Carlos de Oliveira Rua dos Estudantes, 74 sala 45 - São Paulo – SP Tel. (11) 38879880 - 38876493 www.fpk.com.br - karatefpk@uol.com.br
FSK - Federação Sergipana de Karatê Presidente Cristóvão José Bittencourt da Silva Av. Francisco José da Fonseca, 418 - Aracajú - SE Tel. (79) 32512957 – 99622938 fsergipekarate@yahoo.com.br
Confederação Brasileira de Karatê
Presidente Luiz Carlos Cardoso do Nascimento Sede Rua Pedro Rufino, 40 Sala A Varjota – Fortaleza CE - 60175-100 Fones (85) 3048-6855 / 9792-3451 / 8883-9257 cbkarate.blogspot.com.br - karatecbk@uol.com.br Revista Budô número 19 / 2017 113 www.karatedobrasil.org.br
COTIDIANO
Com ação inédita, CBJ comemora Dia Mundial do Judô
Paulo Wanderley, presidente da CBJ; Rosicléia Campos, técnica da seleção brasileira; e Érika Miranda, três vezes medalhista em mundiais e membro do Conselho Técnico da CBJ, foram alguns dos professores no aulão oferecido a colaboradores e crianças de projeto social.
fonte
IMPRENSA/CBJ I
Fotos
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PAULO PINTO/CBJ
ipe da CBJ como se dev
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e dobrar
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O Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô
Mostrando que ainda mantém destreza, o presidente derruba Rosicléia usando técnica de ashi
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Dia Mundial do Judô foi movimentado na Confederação Brasileira de Judô. Em dois períodos, o dojô da sede no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro ficou lotado. E as duas turmas foram bem especiais. Pela manhã, o presidente Paulo Wanderley Teixeira, a técnica da seleção feminina Rosicléia Campos, os kodanshas Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento, e José Pereira, gestor de Arbitragem, além de Jeferson Vieira, supervisor de Arbitragem, ministraram uma aula para os 18 colaboradores da CBJ que não são judocas e para os faixas pretas João Gabriel Pinheiro e Pedro Dassoler. Antes de iniciar a atividade, no dia 28 de outubro, todos receberam a faixa branca, símbolo do início da vida de um judoca no esporte, das mãos dos mais graduados. A abertura foi feita por Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ, que depois passou a palavra ao professor Antônio Pereira, 8º dan, gestor nacional de Arbitragem, que, aos 88 anos, contou um pouco da sua trajetória nos tatamis. A técnica Rosicléia Campos foi a responsável por movimentar os colaboradores e judocas iniciantes. “Foi uma energia muito boa. Fazia muito tempo que eu não dava uma aula para iniciantes e, por isso, fiquei muito satisfeita em participar da ação. Os alunos foram muito além do que se vai numa primeira aula realmente. Espero que a experiência tenha sido positiva e que eles sigam os treinamentos”, disse Rosicléia. No que depender dos alunos, a vontade será cumprida porque já ficaram combinadas duas aulas por semana para os novatos. Na parte da tarde foi a vez de 12 crianças do Projeto Luta Pela Paz, ONG que atua no Complexo da Maré, conjunto de favelas que fica próximo ao aeroporto internacional e, consequentemente, da sede da CBJ, conhecerem a estrutura da confederação. Como não poderia deixar de ser, os alunos de 8 a 12 anos, em sua maioria com graduação azul, também entraram nos tatamis do dojô da CBJ. Essa atividade contou com a participação de Érika Miranda, membro do Conselho Técnico da CBJ, titular da categoria meio-leve nos Jogos Rio 2016 e dona de três medalhas em mundiais. Os jovens judocas aproveitaram para tirar muitas fotos e conseguiram autógrafos da atleta na Judô Em RevisRevista Budô número 19 / 2017
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COTIDIANO
Paulo Wanderley e Érica Miranda
Dirigentes, membros da comissão técnica e equipe da CBJ
Érika Miranda faz entrega de premiação para aluna do projeto
Paulo Wanderley faz entrega de premiação para aluna do projeto
Paulo Wanderley ensinado técnica de projeção A técnica da seleção feminina Rosicléia Campos faz entrega de premiação para aluna do projeto
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Revista Budô número 19 / 2017 nacional de arbi Professor José Pereira, gestor
tragem
Lara e Valter, a dupla do jornalismo da CBJ também participou do randori
Dirigentes, membros da comissão técnica e funcionários da CBJ confraternizam com crianças do projeto social
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Érika Miranda e Rosicléia Campos com judocas do projeto social
Paulo Wanderley projeta Pedro Dassoler
A equipe da CBJ teve uma aula exclusiva com professores kodanshas
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ta, que foi entregue para eles junto com uma medalha de recordação da visita. “Foi um presente para as crianças do projeto no Dia Mundial do Judô. Eles ficaram maravilhados, muito felizes de terem participado dessa aula com a Rosicléia Campos e com a Érika Miranda, de terem conhecido o presidente da CBJ. É o sonho deles serem atletas também, todos amam o judô, então isso foi um presentão”, disse Luciana Neder, coordenadora esportiva do Luta Pela Paz. Depois da segunda aula, os colaboradores da CBJ foram convidados a voltar ao dojô onde, partilharam com as crianças o bolo comemorativo em forma de judogi e decorado com a imagem do Dia Mundial do Judô, instituída pela Federação Internacional de Judô. “As ações foram muito bem coordenadas e superaram as nossas expectativas. Integrar no dojô os funcionários do esporte para o qual trabalham incessantemente foi algo incrível. Assim como receber as crianças, aqueles futuros campeões, aqui na casa do judô brasileiro. Enfim, acho que cumprimos a missão e honramos a memória de Jigoro Kano, o aniversariante do dia”, disse o presidente Paulo Wanderley Teixeira, que relembrou os tempos de professor demonstrando alguns golpes durante as aulas. Durante todo o dia, a movimentação nas redes sociais também foi intensa. Até as 18 horas, no horário de Brasília, os três cards especiais para o dia e o vídeo com fotos dos 17 medalhistas olímpicos do judô brasileiro atingiram mais de meio milhão de pessoas apenas no Facebook. No Instagram e no Twitter, as interações (curtidas, comentários e compartilhamentos) chegaram a quase 3 mil. Revista Budô número 19 / 2017
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C AMPEONATO BRASILEIRO DE JUDÔ SUB 13
São Paulo vence brasileiro, mas 22 Estados vão ao pódio do sub 13
Totalizando 15 medalhas, sendo nove de ouro, duas de prata e quatro de bronze, seleção paulista fica em primeiro lugar nos dois gêneros.
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e 21 a 23 de outubro, a Confederação Brasileira de Judô realizou o Campeonato Brasileiro Sub 13. O evento classificatório para o Campeonato Pan-Americano de Judô reuniu 256 judocas provenientes de 25 Estados – 140 meninos e 116 meninas. O sorteio das chaves ocorreu no Centro Pan-Americano de Judô, e Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ, falou com pais e técnicos que compareceram à cerimônia para representar seus Estados. O dirigente lembrou os
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IMPRENSA/CBJ I
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LARA MONSORES/CBJ
primeiros anos à frente da confederação e ressaltou a necessidade de medir o nível de cobrança para esta faixa etária. “Esta classe é a verdadeira iniciação ao processo do judô; num breve espaço de tempo a criança pode vir a tornarse atleta. É a criançada que nasceu em 2004 e 2005, quando eu estava no meu primeiro mandato. Hoje, nossa estrutura nos possibilita enviar até judocas de 15 anos para treinar no Japão, o que
seria impensável anos atrás”, lembrou. “Em março estarei saindo da CBJ para assumir novo cargo no esporte brasileiro, como vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil. Estou me afastando do judô, mas podem ter certeza de que o judô não se afastará de mim. E esta criançada que está neste brasileiro, muitos pela primeira vez, terá a oportunidade de conhecer a estrutura do nosso judô. Esta etapa é o jardim de infância do alto rendimento, mas as crianças têm de participar de uma competição como essa para se divertir.” www.revistabudo.com.br
Com sete ouros já na primeira rodada, São Paulo garante título por antecipação O primeiro dia de Campeonato Brasileiro Sub 13 levou ao pódio judocas de 21 dos 25 Estados inscritos na competição. São Paulo liderou o quadro geral de medalhas, tanto no masculino quanto no feminino, no qual garantiu o título com quatro ouros, uma vez que o segundo colocado, o Distrito Federal, só teve uma campeã. No masculino, o Rio Grande do Norte surpreendeu e fez dois campeões no primeiro dia: Willyan Sales, no superligeiro (28kg), e Max Breno de Medeiros, no meio-médio (42kg). Esses resultados garantiram o segundo lugar geral no masculino aos potiguares no fim do primeiro dia de disputa. “É uma sensação ótima ser campeão. No ano passado fiquei em quinto lugar; agora treinei mais, me dediquei mais e consegui ganhar o ouro desta vez”, comemorou Max Breno, depois de sair do pódio com sua medalha no peito. No feminino, as paulistas dominaram e venceram quatro das seis categorias em disputas. Um dos destaques foi a peso-leve (38kg) Kayllani Cardoso (foto), que disse inspirar-se na campeã olímpica Sarah Menezes nos tatamis. “Porque é meu sonho ser campeã olímpica também, igual a ela”, explicou ao lado da mãe, Mônica Geórgia, que colocou a filha no judô por indicação médica. “Ela fez uma cirurgia de amígdala e o médico indicou uma atividade física. A princípio, ela foi para o balé, mas não levava jeito, ficava ensaiando golpes de judô durante a aula. Aí, não teve jeito. Começou no judô com apenas três anos e seis meses de idade”, contou Mônica, que acompanha a filha onde quer que seja. «Faço dieta e até corro junto com ela para incentivá-la.»
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C AMPEONATO BRASILEIRO DE JUDÔ SUB 13 Potiguares e gaúchos são vice-campeões As disputas das classes meio-pesado e pesado encerraram o Campeonato Brasileiro Sub 13 e definiram o quadro geral de medalhas. Depois de uma manhã de muitos combates foram conhecidos os medalhistas das duas categorias, nos dois naipes, consagrando como campeões os judocas Victor Sambatti (52kg/SP), Pedro da Silva (+52kg/ SP), Laura Pereira (52kg/RS) e Maria Paula Guilherme (+52kg/GO).
Pódio por Estado do feminino
“Fiquei muito feliz porque eu mudei de categoria no início do ano e me senti mais à vontade lutando no pesado. No ano passado perdi na primeira luta no meio-pesado e desta vez senti mais facilidade”, comemorou Maria Paula, que deu a única medalha de ouro para Goiás na competição. O Estado do Centro-Oeste foi um dos 22 que conseguiram conquistar, pelo menos, uma medalha na competição. No quadro geral de medalhas, São Paulo liderou tanto no feminino, quanto no masculino, com nove ouros, duas pratas e quatro bronzes. Rio Grande do Norte (2º), Rio de Janeiro (3º), Mato Grosso do Sul (4º) e Santa Catarina (5º) completaram o pódio geral do masculino, enquanto Rio Grande do Sul (2º), Distrito Federal (3º), Pernambuco (4º) e Goiás (5º) formaram o pódio final do feminino.
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Pódio por Estado do masculino
Quadro de medalhas
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GESTÃO ESPORTIVA
Gestão de arbitragem realiza workshop em Lauro de Freitas Os mais de 40 árbitros que atuaram no Campeonato Brasileiro Sênior participaram do curso realizado no auditório do Centro de Treinamento da CBJ na Bahia. fonte
VALTER FRANÇA/CBJ I
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PAULO PINTO/CBJ
C Paulo Wanderley enalteceu a gestão de José
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Pereira à frete da arbitragem nacional
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om o objetivo de reciclar os árbitros que atuaram no Campeonato Brasileiro Sênior 2016, que está sendo realizado no Centro de Treinamento da CBJ, em Lauro de Freitas, na Bahia, e orientar os que prestaram exame, a Gestão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Judô promoveu um workshop no dia 23 de setembro. Estiveram presentes cerca de 40 árbitros (21 convocados para o brasileirão e 24 que foram à Bahia para fazer exame de promoção). Compuseram a mesa os árbitros internacionais André Mariano (DF), Jeferson Vieira (RJ) e Aloísio Short (BA), além de José Pereira, gestor nacional de arbitragem.
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Grandes nomes da arbitragem brasileira participaram do workshop promovido pela CBJ
No encontro o gestor nacional deu os atletas treinam quatro, seis, oito a receita para atingir o topo da arbihoras por dia, os árbitros também tragem mundial. “Ser árbitro é uma precisam treinar. Não é só chegar responsabilidade muito grande. Eu vi na competição e atuar”, disse o isso agora, nos Jogos Olímpicos, quanárbitro carioca FIJ A e único repredo fui cumprimentar alguns dos mesentante do Brasil nos Jogos Paralhores árbitros do mundo e as mãos límpicos Rio 2016. deles estavam geladas. Isso significa Ao final, todos os participantes José Pereira, gestor nac ional de arbitragem que estavam nervosos. E qual do workshop puderam fazer perguntas. E, encerrando a apresentaé a solução para isso? Estudar, ção, o presidente Paulo Wanderley preparar-se. Quem estiver seguro do seu conhecimento Teixeira destacou a importância da não precisa ficar nervoso. É só arbitragem e do processo de qualificação constante em que a Confederação confiar no seu trabalho”, disse Brasileira de Judô está investindo. “A José Pereira. CBJ sempre teve um olhar diferenciaEntre os temas abordados do para a categoria dos árbitros porestavam: responsabilidade; que sem eles a modalidade não evolui. estudo constante do judô; seriedade; companheirismo sem Aliás, a modalidade não existe. Por isso, corporativismo; assumir suas a CBJ tem investido em capacitar cada responsabilidades; não ser prevez mais a arbitragem da ente presid ra, Teixei erley Paulo Wand potente com ninguém; respeito brasileira. E muito Confederação Brasileira de Judô à sua profissão; figura pública; desse foco se deve trabalho nos veículos técnicos ao profissionalismo (vídeo replay, sukoteike etc.). do professor José Para Jeferson Vieira, as informações Pereira, que tem são muito mais acessíveis hoje, mas é uma dedicação ímpar para a área. O necessário estudar muito. “Precisa usar objetivo dele é semo judogi e treinar muito, mas não é só pre oferecer mais e isso. As informações estão em todos melhor, para capacios lugares. Pode-se gravar a competição pela TV a cabo e rever num outro tar e qualificar todos momento, pode-se acessar a internet e os árbitros”, disse o Jeferson Vieira, coorde nador nacional de arbitragem olhar as lutas, atualizar-se. Assim como presidente.
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GESTÃO ESPORTIVA
Câmara prevê votação de novo limite para a
Lei de Incentivo
Paulo Wanderley Teixeira e o medalhista olímpico Rafael Silva fizeram parte da comitiva que esteve em Brasília no dia 9 de outubro para um encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
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presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que pretende colocar em votação, o Projeto de Lei 130/2015, do deputado João Derly (Rede/RS). O texto prevê aumento do limite de dedução de impostos pela Lei de Incentivo ao Esporte (LIE). Atualmente, as pessoas jurídicas podem usar até 1% do Imposto de Renda devido para incentivar projetos esportivos, enquanto o limite para pessoas físicas é de 6%. Caso o PL seja aprovado, os novos limites serão de 3% e 9%, respectivamente. Além disso, a LIE seria estendida até 2022 e as pessoas poderiam deduzir também parte do imposto sobre o lucro presumido e não apenas pelo
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VAGNER VARGAS/Ascom ME I
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FRANCISCO MEDEIROS/ME
lucro real como é atualmente. “A Lei de Incentivo ao Esporte é de fundamental importância. Tenho confiança de que podemos votar rapidamente o projeto de lei que amplia o limite de isenção fiscal
das empresas”, afirmou Maia. No dia 9 de outubro o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, comandou uma comitiva que foi até a Câmara encontrar-se com presidente da casa. Além do ministro, estiveram presentes medalhistas olímpicos, como o judoca Rafael Silva, ex-atletas, como Raí, dirigentes esportivos e deputados. “É um dia positivo para o esporte brasileiro. Conseguimos reunir atletas, ídolos, dirigentes e um número significativo de parlamentares. Também conseguimos aqui um compromisso do presidente da Câmara dos Deputados de ter, provavelmente nas duas próximas semanas, votado esse projeto que aumenta a alíquota da Lei de Incentivo ao
Além de Rodrigo Maia e Leonardo Picciani, os judocas Paulo Wanderley Teixeira, Rogério Sampaio, Rafael Silva e João Derly marcaram presença no encontro
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Esporte. É uma grande conquista para o esporte brasileiro”, disse Picciani. O presidente da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley Teixeira, foi um dos dirigentes presentes, representando todas as confederações esportivas brasileiras. “Se aprovada, essa proposta poderá acarretar ainda maiores investimentos diretos no esporte, já que triplica a possibilidade de uma mesma empresa fazer a dedução e aumenta substancialmente a possibilidade de mais empresas participarem porque o número de pessoas jurídicas que pagam imposto sobre lucro presumido é muito maior do que as que pagam sobre ganho real”, explicou Teixeira. “É um esforço conjunto de vários entes para aprimorar um instrumento que tem sido fundamental para o esporte brasileiro.” Medalha de bronze no judô nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o judoca Rafael Silva, o Baby, enfatizou a importância do projeto para o desenvolvimento do esporte no país. “É fundamental. Vários projetos são fomentados com a lei de incentivo. Ela tem de continuar e, se pudermos ampliá-la e melhorá-la, vai beneficiar a todos os atletas e cidadãos”, comentou. Para o saltador Hugo Parisi, que também competiu no Rio 2016, as alterações propostas no projeto podem fazer muita diferença. “Hoje, grande parte do investimento está na esfera pública, que já cumpre bem o seu papel. Existe uma lacuna que deve ser preenchida pelo lado privado. Com essa tentativa de aumentar o limite, a gente vai conseguir se profissionalizar cada vez mais. Quem tem a ganhar com isso é o esporte.”
O projeto de lei do deputado João Derly deverá proporcionar maior investimento no esporte
Rodrigo Maia recebeu desportistas e afirmou que colocará o projeto de lei em votação rapidamente
Teto Desde que entrou em vigor em 2007, a Lei de Incentivo ao Esporte prevê um teto de R$ 400 milhões destinados a projetos aprovados pelo ministério. No entanto, o valor total anual nunca foi atingido de lá para cá, o que impulsionou a criação do projeto de lei para que o limite seja alcançado e uma parte maior dos impostos devidos possa ser aproveitada. “É importante entender que estamos em um momento de crise e não estamos pedindo para gastar mais. Temos esse teto desde 2007 por lei, só que o máximo que conseguimos foram R$ 250 milhões. Queremos passar de 1% a 3% para chegar ao teto, entrarem mais projetos e melhorar a qualidade dos que estão em vigor”, explicou José Cândido Muricy, diretor do Departamento de Incentivo e Fomento ao Esporte do ministério. www.revistabudo.com.br
Vestindo luvas de boxe, Leonardo Picciani e Rodrigo Maia prometem lutar por maior investimento no esporte
Juntos, deputados federais, dirigentes e atletas olímpicos unidos em prol da manutenção da LIE
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COTIDIANO
Carlos Cunha no seminário realizado por Aurélio Miguel em Palmas (TO), em 2011
O adeus de uma mente brilhante
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Pioneiro no jornalismo esportivo digital, Carlos Cunha criou o primeiro portal de notícias do judô brasileiro e por muitos anos foi a maior voz da modalidade.
om o falecimento de Carlos Alberto Cunha, em 9 de outubro, o judô brasileiro perdeu um de seus maiores colaboradores. Com uma trajetória expressiva nos tatamis, Carlos Cunha deu sua maior contribuição à modalidade com a criação do site Judobrasil, que por mais de uma década foi a principal mídia do judô nacional. Para explicar a importância de sua atuação dentro e fora dos tatamis, publicamos depoimentos de cinco importantes judocas que acompanharam de perto a trajetória deste grande atleta, que se transformou no maior blogueiro do judô brasileiro. Além da personalidade forte, o jornalista Carlos Bortole detalhou a criação da principal mídia do judô no fim do século passado. “Conheci Carlos Cunha em meados de 1998, por intermédio do sensei Paulo Duarte. Até então, havia escutado muitas histórias a seu respeito, tanto de amigos em comum quanto de alguns dos desafetos que ele cultivara ao longo dos anos. Judoca espetacular e
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POR
Paulo pinto I
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genioso, alcançou a titularidade da seleção brasileira cedo. Sagrou-se campeão dos Jogos Pan-Americanos de Porto Rico em 1979 e, em 1980, representou o Brasil nas Olimpíadas de Moscou. Foi Cunha quem me apresentou a internet, uma ferramenta de comunicação ainda incipiente no Brasil, mas que já vinha arrebatando o mundo. Durante pouco mais de três anos – de 1998 a 2001 – afirmo categoricamente que revolucionamos o jeito de escrever sobre esporte amador, tendo o judô como plataforma experimental. Transformamos o site Judobrasil num dos veículos de informação de maior credibilidade do meio esportivo no País, citado como referência em jornais e revistas como Folha de S. Paulo, Estadão, Placar e Veja por trabalhos desenvolvidos nas Olimpíadas de Sydney/2000 e no mundial de Munique/2001.” Segundo Bortole, a atuação de Cunha foi decisiva no processo que pôs fim à era Ma-
mede. “Enfrentamos de peito aberto a gestão da CBJ dia após dia. Desgastamos aquela diretoria tratando a informação com respeito e credibilidade. Com esse trabalho criamos o ambiente propício para que presidentes de federações, subjugados durante décadas, enxergassem que era possível mudar aquele estado de coisas. Não tenho medo de afirmar que, se não fosse o trabalho produzido incessantemente primeiro nas páginas da Revista Ippon e depois no site Judobrasil, além da pressão e do impacto que aquilo causou no meio do esporte, a eleição de Paulo Wanderley para a CBJ teria grande possibilidade de naufragar, a exemplo de 1994. E assim a onda de prosperidade que o judô nacional vive desde então possivelmente não tivesse passado de uma simples marola. Enfim, quem sabe um dia eu ainda conte toda a história que permeou aqueles frenéticos anos. Agora, o que nos resta é reverenciar Carlos Cunha como um especial amigo e um extraordinário judoca, desejando paz a toda a família.” www.revistabudo.com.br
Em uma de suas raras aparições em eventos da FPJ, no dia 19 de junho de 2010, Cunha foi ao campeonato paulista júnior realizado no ginásio do Clube Concórdia, em Campinas, para prestigiar Chiaki Ishii, outro grande amigo que durante a cerimônia de abertura do certame recebeu o 9º dan
O professor Paulo Roberto Duarte o descreveu como um dos principais atletas de sua categoria de peso. “Carlos Alberto Cunha foi um dos maiores meio-médios da história do judô brasileiro. Foi atleta olímpico (1980) e campeão dos Jogos Pan-Americanos (1979). Numa época em que o judô nacional não excursionava, Cunha se destacava com seus uchi-matas e seoi-nages de altíssima qualidade. Era um competidor impetuoso, que se impunha a seus adversários com muita autoridade, e escreveu uma página belíssima da nossa história. A você meu amigo, o meu amor carinhoso e o desejo de que continue trabalhando muito para o engrandecimento do nosso judô como sempre fez.” Na avaliação de Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ, Carlos Alberto Cunha foi um expoente da modalidade. “Tive a oportunidade de estar com Carlos Cunha no Campeonato Sul-Americano de 1979, em Montevidéu, em minha primeira atuação como técnico da seleção brasileira de judô. Pude assistir de perto à sua fenomenal performance que já o consolidava como um dos melhores judocas brasileiros da sua geração.” Para Aurélio Miguel a importância do judoca Carlos Cunha transcendeu os tatamis. “Mais um amigo se foi. Dessa vez, o Cunha. Judoca de primeira linha e homem de uma inteligência rara. No fim da década de 70, eu ainda juvenil, ia treinar na Federação Paulista de Judô na Rua França Pinto, na Vila Mariana, onde aconteciam os mais fortes treinos de São Paulo. Naquela época, ainda na classe júnior, Cunha já fazia parte da elite do judô paulista. Ele era aluno do sensei Hirano que, além de formar grandes judocas, foi o treinador do vice-campeão olímpico de natação nas Olimpíadas de Roma em 1960, Manoel dos Santos. Segurar no judogi do Cunha ou vê-lo treinando era sempre uma aula de judô. Dono de uma técnica irrepreensível tinha todas as qualidades de um grande judoca. Parecia ter sido importado do Japão. Depois www.revistabudo.com.br
ele parou de competir, se não me engano em 1981, e voltei a encontrá-lo no campeonato brasileiro de 1987 e posteriormente em 1998, quando encampamos uma batalha em comum: a queda da gestão que há quase 20 anos estava à frente da Cunha ao lado de seu CBJ. Eu já vinha em congrande amigo Aurél io Miguel flito com os dirigentes da entidade desde 1984, mas entre 1999 e 2001 a coisa foi mais marcante.” O campeão olímpico destacou que Cartécnica quanto por sua competência e coralos Cunha era uma pessoa de vanguarda. gem. No futuro, quando contarem a história “Temperamento forte, polêmico, amado e do judô do País, será impossível não lembraodiado, o Cunha sempre esteve à frente de rem dessa grande figura.” seu tempo. Ninguém ficava indiferente à sua Francisco de Carvalho destacou a imporpresença. No final da década de 90, além do tância midiática do trabalho desenvolvido trabalho no site Judobrasil, ele ajudou a fopelo blogueiro judoca. “O Carlos Cunha foi mentar ações que fortaleceram a causa dos o judoca mais polêmico do Brasil, mas ele atletas contra o poder da CBJ. Ao lado de deu enorme contribuição para a modalidade outras lideranças do Judô, criamos a comisquando lançou o site Judobrasil, imprimindo são pela moralização do Judô (CMJ). Fomos uma projeção midiática gigantesca no judô. recebidos em audiência pelo ministro de Com isso, obteve grande destaque no cenáesportes da época, Rafael Greca, pelo então rio jornalístico esportivo, e destacou-se até presidente do Congresso, Michel Temer, e mais que atletas de sua geração que conspelo presidente do COB, Carlos Arthur Nuztruíram resultados muito mais expressivos man. Para a reunião com Nuzman, um ônibus nos tatamis. O Cunha percebeu uma grande com atletas saiu de São Paulo e se encontrou oportunidade com o surgimento da intercom judocas do Rio. Os medalhistas olímpinet, e soube aproveitá-la. Sua participação cos brasileiros levaram suas medalhas e num no processo que culminou na saída dos Magesto ousado colocaram-nas sobre a mesa, mede da CBJ foi decisiva, pois era o seu site dizendo que a partir daquele momento o que alimentava a grande imprensa com as COB passaria a ser o fiel depositário delas, até notícias que interessavam. Os atletas desenque o impasse com a CBJ fosse resolvido. A volviam determinadas ações e nós, dirigentes queda de braço entre os vários grupos de estaduais, organizávamos outras demandas, judocas que se opunham ao poder absoluto mas era o Judobrasil que alimentava a grande dos Mamede se estendeu até 2001, culmimídia com informações do movimento que nando com a queda da família Mamede.” estávamos produzindo. Sem contar que ele Aurélio finalizou afirmando que a história era sempre o primeiro a saber o que aconreconhecerá a importância da trajetória de tecia fora do Brasil. Ele detinha o poder da um dos atletas mais comprometidos do judô informação que, antes da era digital, sempre paulista. “Carlos Cunha significou muito para esteve sob o controle de pouquíssima gente”, o judô brasileiro. Tanto por sua capacidade lembrou o vice-presidente da CBJ. Revista Budô número 19 / 2017
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EXAMES DE GRADUAÇ ÃO DA FEDERAÇ ÃO PAULISTA DE JUDÔ 2016
Exame de graduação bate recorde de candidatos Com 314 candidatos inscritos e aprovados, exame de graduação desta temporada superou todas as marcas registradas pela banca examinadora paulista.
atuaram na banca ssores kodanshas e professores quefaixas pretas paulistas s Diante de quase uma centena de profe novo aos ura sugeriu uma nova post examinadora, Francisco de Carvalho
Francisco de Ca Massao Shinoh rvalho, Shuhei Okano, Taka nori Sekine e ara
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da FPJ aprovados
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POR PAULO PINTO I Fonte IMPRENSA/CBJ MARCELO LOPES/FPJ e BOLETIM OSOTOGARI
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Federação Paulista de Judô realizou o exame de graduação para faixas pretas desta temporada no dia 23 de outubro, no ginásio municipal Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo. O evento contou com 314 candidatos, 72 examinadores que avaliaram os candidatos nas 18 bancas examinadoras, números recordes, segundo a entidade. Durante a cerimônia de abertura os professores kodanshas 9º dan Massao Shinohara e Shuhei Okano, e Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan no Brasil, foram homenageados por Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô.
Independentemente da crise que assola nosso País, por mais um ano a FPJ mantém crescimento no número de candidatos examinados e aprovados. Este incremento na quantidade de judocas inscritos reflete o excelente trabalho desenvolvido pelos 16 delegados regionais em conjunto com os professores de todo o Estado de São Paulo
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EXAMES DE GRADUAÇ ÃO DA FEDERAÇ ÃO PAULISTA DE JUDÔ 2016
Alessandro Puglia destacou o gigantismo dos eventos realizados pela FPJ e lembrou a importância do trabalho realizado pelos professores imigrantes que no passado introduziram a modalidade no Estado de São Paulo
Alessandro Puglia presta homenagem ao sensei Masao Shinohara
Adib Bittar Dib, coordenador Financeiro da FPJ com Raquel Thomazini, secretária da presidência da FPJ e Renata Gomes Ferreira, secretária do departamento financeiro da FPJ
Joji Kimura, Celso de Almeida e Mário Manzatti
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Alessandro Puglia presta homenagem ao sensei Shuhei Okano
Fazendo jus à importância histórica da cerimônia, quase todos os delegados regionais da FPJ marcaram presença. Jamais um exame de graduação da Federação Paulista de Judô havia reunido tantos professores kodanshas, dos mais graduados aos recém-promovidos. Em paralelo ao exame de faixa, mais uma vez a FPJ teve a iniciativa de apoiar o outubro rosa, campanha de prevenção ao câncer de mama. Todo o ginásio foi decorado nessa cor, da mesma forma que a comissão organizadora da prova também vestiu uniformes alusivos. Durante o dia as 18 bancas examinadoras trabalharam ininterruptamente na avaliação dos candidatos que vieram de todos os recantos do Estado. Ao final da cerimônia de outorga das graduações, os novos judocas fai-
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Alessandro Puglia presta homenagem ao sensei Takanori Sekine
xas pretas assistiram à palestra proferida pelo professor kodansha Yoshiyuki Shimotsu intitulada O que é ser um verdadeiro faixa preta? Entre os novos graduados estavam alguns jovens talentos do judô brasileiro, como Michael Marcelino, atleta do SESI-SP, vice-campeão mundial juvenil em 2015, e Jéssica Silva, do São João Tênis Clube, medalhista de bronze na mesma competição. Entre os examinados foram aprovados 265 candidatos a sho-dan, 32 candidatos a ni-dan, seis candidatos a sandan e seis candidatos a yon-dan. Fazendo um balanço geral da cerimônia de outorga, Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô, enfatizou a pujança do judô paulista. “Não é novidade que o judô de São Paulo é excepcionalmente grande se
comparado ao dos demais Estados da federação. Por muitos anos foi dito que São Paulo era a locomotiva do judô brasileiro, e os mais exaltados falavam que éramos a maior força do judô continental. Contudo, existe hoje uma certa paridade técnica no judô nacional e entendo que São Paulo tem de desenvolver esforços para retomar a antiga hegemonia, já que os melhores judocas do País invariavelmente são formados aqui, embora estejam hoje despontando em agremiações de outros Estados. Penso que devemos desenvolver esforços no sentido de manter aqui os judocas que ainda não atingiram a classe sênior. Nossos talentos precisam fazer a troca de ensinamentos da classe sub 21 em seu Estado. Depois de formados têm o direito de escolher o que é melhor para eles e seguir seus caminhos”, explicou o dirigente.
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EXAMES DE GRADUAÇ ÃO DA FEDERAÇ ÃO PAULISTA DE JUDÔ 2016 Sho-dan
Aprovados para 1º dan Ademir Aparecido Parra Adevaldo de Melo Ferreira Adriano de Oliveira Silva Agatha Martins Silva Alan Mateus P. de Mattos Alex Luan da Silva Alexandre Luiz Tropaldi Alexandre Ogino de Almeida Alfredo Salvarani Aline Aparecida dos Santos Allan Felipe da Silva Alline Dias Beserra Alvaro B. Pontil Scala Álvaro Virgínio da Silva Amanda Caroline Valério Ana Carolina R. Marçal Ana Julia de O. Mariano Ana Letícia Furquim Ana Virginia C. Souza Andcharles Veras de Oliveira Anderson Ribeiro Silva André H. Baranyi Famula Andre Luis Pereira André Luiz T. Torres Jr André Ricardo Hering Andrei Ricardo Scavarielo Andrey Del R. Pirolo Angra Paula A. F. Lanzoni Antonio Carlos Rocha Antonio Cesar Galina Antonio Henrique da S. A. Pinto Antonio Marcos de Camargo Jr Arthur Consiglio Campelo Beatriz Rissutti Elias Ben Tonini Liberman Bianca Aléxia P. Moreno Bianca Roberta Oliveira Bruno Bollini Nunes Bruno Henrique de O. Leite Bruno Souza de Matos Camila Miyuki Shinoda Carlos Alberto F. Messias Carlos Eduardo da Silveira Carlos Eduardo dos Santos Carlos Henrique Bevilacqua Carolini Yumi de Almeida Cedrick Kato T. e Sousa Cláudia Joseppin Cynthia Maria Sugizaki Daniel Geraldo O. de Arruda Daniel N. de Oliveira Bueno Danilo Rodrigues das Neves Dario Teixeira Macri Darlon Assis de Lima Denis Eduardo F. Santana Silva Denis M. Vieira Yamazaki Diego Corrêa da S. de Oliveira Dionis Ruan Alves Douglas Felipe dos S. Moreira Driele Pereira Pugliesi Eduardo J. Alves de Oliveira Eduardo Yuji K. Andrade Elimário L. Ignacio Júnior Enricke Kanematsu Martins Ernesto Massami Kunitake Evandro Oliveira da Rocha Fabio Pasini Junior Felipe Ferreira Lopes Felipe Thomaz D. de Oliveira Fernando de Siqueira Mota Flávio Gouveia Corcini Francisco Pereira Jorge Frederico Nery Kemmerich Gabriel A. Dias dos Santos Gabriel de Carvalho Varandas Gabriel Henrique Furatto Gabriel M. M. Soares de Almeida Gabriel Yuuki B. Galvão
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Gabriela Vitoria M. Fontes Geazi P. de Almeida Silva George Lucas F. Bonfim Gil Vicente Jantorno Gilvane G. Silva de França Giovanna Vitoria M. Fontes Glauber C. Cruz da Silva Guilherme D. Gomes Henriques Guilherme Kenji S. Guimarães Guilherme Machado Cesar Guilherme Mendes Gustavo Cardoso de Oliveira Gustavo Santos Junqueira Haniel Gabriel O. Simas Heitor de Oliveira Telles Helder Kunio Masunaga Henrique Shayeb Eleutério Herbert Szot Marczewski Horácio F. de Oliveira Messias Hugo Arikawa Marcelino Igor de Souza Santana Isabela F. de Barros Hirakawa Isabelle Yumi Kano Ismael Santos da Silva Ivan Oliveira da Rocha Jackson da Silva Janaina Silva Diniz Jaqueline Souza da Costa Jean dos Santos Pereira Jeferson Luiz dos Santos Jr Jefferson Lucas L. de O. Pereira Jeimisson da Costa Barbosa Jessica A. Rocha de Oliveira Jessica Baptista Santos Jessica Carvalho da Silva Jhonata Diego Felipe Jhonatan Hideki Kimoto João Claudio S. Cimurro Jr João Gustavo M. Moreira João R. Roque Junior João V. de Lima Lopes João Vitor Iapichini Joelma R. Marques de Oliveira Johran Silva Cavalcante Jonathan Bauer Freitas José Lauro Malvestio José Ricardo da Silva José V. Aldá Bonfim Josefa Fernandes de Souza Jovilio Silva Neto Juliana Furtado de Medeiros Julio Cesar de A. Watanabe Karen Lika Kuwabara Kayo H. Domingues Lopes Kelly Karine Diniz Kelvin Luquetti Teixeira Leandro Lopes Bueno Leonardo Alves da Cruz Leonardo Alves de Macedo Leonardo Araújo da Conceição Leonardo Eiji Tamayose Leonardo Fernando L. Gomes Leonardo Olivieri Junior Letícia Martin de Oliveira Leticia Ribeiro de Jesus Lia Almeida Ito Lidiani Yuki Rossi Lídio M. da Costa Filho Livia Mendes Seixas Lorran Conceição da Silva Lucas de Carvalho Bernardinelli Lucas de M. Silva Cruz Lucas Henrique Reis Lucas Ramos dos Santos Lucas Regis de Sousa Lucas Tercetti Bernardes Lucas Vale de Melo Luccas Pereira Bastos Luciana Brum L. Teles Luis E. Perini Rossetim Luis Felipe C. R. Pereira
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Luis F. Carvalho Silva Luis Gustavo Lizi Jorge Luiz Antonio da Silva Jr Luiz Carlos da Silva Luiz Cavamura Júnior Luiz F. Costal Peres Luiz Gustavo da Silveira Luiz Otávio F. Ferreira Manuela Kersting Frediani Marcelo Aparecido Gomes Marcelo de Campos Motta Marcelo de O. Aguiar Silva Marcelo Gustavo de Almeida Marcelo M. Vilhena Filho Marcelo Santucci França Marcio Ferraresso Marcos V. dos S. G. Martins Marcos Vinicius Marinho Maria Helena de O. Pereira Mariana Bueno de Toledo Mateus Cano Brino Mateus Esteves Santos Mateus Felipe dos Santos Mateus S. de Souza Lima Mayara dos Santos Lisboa Mayara Garcia da Silva Michel Douglas C. Galindo Miguel Gibello Gatti Neto Munique Rivas Hadzic Natália de Oliveira Silva Nathalia Roveroni Silva Nathalie Magalhães de Oliveira Nelson Junio F. Torres Otavio da Costa Barros Patricia Baungartner Diniz Paulo Fernando H. Gabarron Paulo Ivan Miyagui Paulo Roberto Pangardi Paulo Rogerio D. Ferreira Paulo Sergio Gimenez Paulo V. da Silva Paes Pedro Felipe M. Bomfim Pedro Garcia Lucato Pedro Ghidotti Souza Pedro Henrique V. Gentil Pietro M. F. Alvim Mühlfarth Rafael de Menezes Rafael Eshiji Miazaki Rafael Magossi Sampaio Rafael Toshikazu Mizuno Rainer Mazuchi Rainner Zacharias Ociscki Raphael de Souza Donato Rayara Luiza Bonfogo Reinaldo José de Lima Reinaldo Pereira de Moraes Reinaldo Teruo Taira Renan Amaro F. de Souza Rennan L. Fernandes Azevedo Ricardo Jose D. Salles Ricardo Matias Bento Ricardo P. Lara Moraes Roberta A. X. de Lima Gonçalves Roberto C. dos Santos Junior Rodrigo Antonio de Oliveira Rodrigo Breda Granço Rodrigo de Oliveira e Silva Rodrigo Eduardo Vidoti Roger Lauro Gouveia Ronaldo Eugeneo Gomes Ruan Felipe de Oliveira Neves Sabrina Jesus de Lima Sabrina Tavares Rosseto Sandra Benedita da Silva Sandro C. Araujo Lopes Sandy Vieira de Souza Saulo H. do Prado Ferreira Sergio Alves Santana Sergio A. de Souza Lima Sergio Yukio Matsumura Silvio Rogério Inácio
Soraya Lorenzo Braggion Stephany C. Franco Fonseca Suzane Harumi Yoshigaye Tarsis Souza Muchni Thais Rezende Rege Thiago Ferreira Teixeira Vagner Silva de Souza Valdemir Carlos do Nascimento Valéria de Sousa Vanderley Ribeiro da Silva Jr Vanessa A. de Assis Almeida Victor Gabriel C. N. de Freitas Victor Hugo A. Amorim Feliz Victor Hugo F. Lima de Aguiar Vinicius Carnio Moherdaui Vinicius dos Santos Vilela Vinicius Godoy Gomes Wagner Rodrigo Theodoro Welington A. Souza Oliveira Wellington Hideki Tizuka Wesley Batista Junior Wesley Douglas de Oliveira Yago Lucas dos Santos Yuri Gomes Basilino Michael Vinicius Marcelino
Ni-dan
Aprovados para 2º dan Aldemar V. de Almeida Junior Alexandre dos Santos Souza Alexandre Mitugui Alexandre Ricardo Nardi Andre Seiler Vaz Argeu H. da Silva Cardoso Ariane de Paula Hergesel Bruno Rodrigues Malaquias Carlos Roberto Hayashida Jr Daniel Garcia da Silva Ellen Aparecida de Oliveira Érica de Almeida Senhoretti Fabio Santos Oliveira Flávia Naomi Ando Gabriel N. Fujigaki Kinoshita Gabriel Rusca de Oliveira Gabriela Fernandes da Costa Igor Takashi Abe Pezzoli Iluana Simões Hereth Jéssica do Amaral José Celso da Silva Jr Klinsman Dias da Silva Larissa Corrêa Miquinioty Nelson Ortega Junior Nicolas F. Almeida dos Santos Osmar Pereira Luz Filho Rogério Valeriano dos Santos Tamiris de Paula Donetti Tiago Alcides Pinto Virginia Crema Santos Vitor A. Batista Bom Fim Yorran M. Stafuzza Bonvino
Sa-dan
Aprovados para 3º dan Alberto Koiti Sogabe Bruno Cesar S. Rizzardo Diogo Rocha Colela Fabíola Ferreira Valente Fernando Ikeda Tagusari Hudson R. Rodrigues de Lima
yon-dan
Aprovados para 4º dan Fernando Ferreira de Souza Paulo Roberto A. Ferreira Rafael Rossi Ricardo Eiji Ozaki Roger Tsuyoshi Uchida Wagner Tadashi Uchida
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KARATÊ MUNDIAL
WKF anuncia novos membros para a comissão de atletas
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A comissão de atletas da WKF, que era composta por karatecas do Brasil, Vietnã, Áustria e Venezuela, passa a contar com representantes da Grécia e do Japão.
World Karate Federation elegeu dois novos representantes para a sua comissão de atletas. O anúncio foi feito no dia 30 de outubro, durante o último dia de disputa do Campeonato Mundial de Karatê realizado em Linz, na Áustria. A comissão que defende os interesses dos karatecas dentro da WKF foi ampliada com a inclusão de mais dois atletas de renome, ganhando mais importância dentro da organização. Atualmente a comissão de atletas da WKF é presidida por David Benetello, do comitê executivo da entidade, e é formada por Douglas Brose, do Brasil; Antonio Diaz, da Venezuela; Nguyen Hoang Ngan, do Vietnã; e Simon Klausberger, da Áustria. Os dois novos membros são Ryo Kiyuna, do Japão, e Vassiliki Panetsidou, da Grécia. O grego bicampeão europeu junta-se à
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comissão após mais de dez anos competindo no mais alto nível. O atleta de 27 anos sagrou-se campeão continental em 2010 e ganhou três medalhas em eventos como o Karate 1 - Premier League deste ano, incluindo as medalhas de ouro obtidas em Roterdã
e Paris. Atualmente o karateca grego ocupa a sexta colocação no ranking da WKF. Um dia após ter conquistado seu segundo título mundial, o japonês Ryo Kiyuna foi indicado para compor a comissão onde atuará para defender atletas do mundo todo. Nos tatamis o karateca de 26 anos obteve a façanha impressionante de ganhar duas medalhas de ouro consecutivas no maior evento do karatê mundial, após as vitórias em Bremen e agora em Linz. O karateca nipônico conquistou medalhas no kata nas dez últimas atuações em grandes competições internacionais, e permanece invencível desde 2013. Os novos membros da comissão de atletas da WKF foram anunciados durante a cerimônia de encerramento do Campeonato Mundial de Karatê 2016, na qual foram recebidos por Antonio Espinos, presidente da WKF.
Membros da comissão de atletas em Linz, na Áustria
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GENERAL ASSEMBLY ANOC 2016
Ao lado de Nuzman e Rajzman, Paulo Wanderley representa Brasil na assembleia geral da ANOC Presidente acompanhou de perto a premiação recebida pela campeã olímpica Rafaela Silva no encontro da Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais. fonte
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presidente da Confederação Brasileira de Judô e vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley Teixeira, ao lado do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, foram os representantes brasileiros na assembleia geral da Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais (ANOC, na sigla em inglês). Bernard Rajzman também participou do encontro, na qualidade de membro do COI. O evento reuniu
Thomas Bach, presidente do COI, fala no segundo dia da assembleia geral da ANOC
Paulo Wanderle realizada no Sh y Teixeira, Carlos Arthur Nuzm eraton Grand Ho an tel em Doha (Cat e Bernard Rajzman na assem bleia geral da ar)
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ANOC,
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representantes dos 206 comitês olímpicos nacionais (CONs) e serviu para a entidade apresentar os relatórios anuais de suas atividades, bem como o projeto para o próximo ciclo olímpico. A agenda 2020 do COI prevê a redução dos custos da organização dos jogos. “Já havia participado de eventos da Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA) e, por isso, foi muito importante para mim vir a um encontro como este. É a ANOC fala durante a assembleia geral da COB do primeira vez que tenho contato com o mote iden pres an, Nuzm ur Carlos Arth vimento olímpico em nível mundial”, disse Paulo Wanderley Teixeira. Paulo Wanderley viu de perto a apresentação do presidente Carlos Nuzman sobre a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e a premiação de Rafaela Silva como Performance Mais Inspiradora. “Seguindo a Plenário da assembleia geral da ANOC realizada no Sheraton Grand Hotel em Doha lógica do judô, é preciso sempre estar disponível a aprender e, com certeza, este evento tem sido um grande aprendizado”, completou. A Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais foi criada em 1979 em San Juan, capital de Porto Rico. O objetivo da entidade é apoiar o Comitê Olímpico Internacional no trato com os CONs, dando a eles suporte e recomendações para o desenvolvimento deles. A ANOC compreende as cinco grandes associações continentais: Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais da África, Conselho Olímpico da Ásia, Organização Desportiva Pan-Americana, Comitês Olímpicos Nacionais da Oceania e Comitês Olímpicos Europeus. Desde 2012, a entidade é presidida pelo xeique Ahmed Al-Fahad Al-Ahmed Al-Sabah, do Kuwait. A participação de Paulo Wanderley terminou no dia 17 de novembro, quando se realizou o Congresso Extraordinário da Xeique Ahmad Al-Fahad Al-Sabah, presidente da ODEPA para tratar de assuntos regulares ANOC fala no primeiro dia da como prestação de contas e relatórios da assembleia geral da ANOC diretoria, entre outros. www.revistabudo.com.br
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C AMPEONATO BRASILEIRO DE KARATÊ – FASE FINAL
Absoluto,
São Paulo mantém hegemonia no karatê Com 260 medalhas, paulistas alcançam quase o dobro das conquistadas por Santa Catarina, que ficou em segundo lugar com 133 pódios. POR
PAULO PINTO I
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José Carlos Gomes de Oliveira, presidente da Federação Paulista de Karatê
om apoio da Federação Paulista de Karatê (FPK) e da Prefeitura de São Paulo, a Confederação Brasileira de Karatê (CBK) realizou a fase final do Campeonato Brasileiro de Karatê 2016 de 12 e 15 de outubro, no Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro, Ibirapuera, em São Paulo (SP). Em 12 áreas de disputa, o certame reuniu 1.567 atletas de 26 Estados – o único ausente foi Roraima. Foram disputados também o Campeonato Brasileiro Universitário, o Campeonato Brasileiro Escolar e o Campeonato Brasileiro de Estilos de Kata. A cerimônia de abertura reuniu numerosas autoridades esportivas, entre as quais José Carlos Gomes de Oliveira, presidente da FPK; Luiz Carlos Cardoso Nascimento, presidente da CBK; Koji Takamatsu, presidente da Wadô -Ryu Karatê-Dô Renmei do Brasil ; William Cardoso do Nascimento, diretor técnico da CBK; Celso Rodrigues, diretor de arbitragem da CBK; Hermes Queiroz, diretor administrativo da CBK; Sebastião Hermes, diretor financeiro da CBK; Durci da Silva Nascimento, presidente da Federação Catarinense de Karatê; Ivon da Rocha Dede, diretor financeiro da FPK; Paulo
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A mesa de honra contou com a presença das maiores autoridades do karatê do Brasil
As delegações de 26 Estados perfiladas
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C AMPEONATO BRASILEIRO DE KARATÊ – FASE FINAL Romeu, diretor de eventos da FPK; Jadgilson Torres de Oliveira, presidente da Federação Alagoana de Karatê; Waghynton Luís Carneiro de Melo, presidente da Federação Amazonense de Karatê; Geyse Arruda, presidente da Federação Amapaense de Karatê; Antônio Carlos Negreiro, presidente da Federação Baiana de Karatê; Luiz Carlos Cardoso do Nascimento Júnior, presidente da Federação Cearense de Karatê; Abdias Cordeiro Dias, presidente da Federação Candanga de Karatê; João Espirito Santo, Federação EspíritoSantense de Karatê; Joílson Ferreira Moraes, presidente da Federação de Karatê do Estado de Goiás; Ivomar Young de França, Federação Pernambucana das Associações de Karatê; Cristóvão José Bittencourt da Silva, Federação Sergipana de Karatê; José Leandro, presidente da Federação Norte-Rio-Grandense de Karatê; Joaquim Pedro Almeida Ribeiro, presidente da Federação de Karatê do Estado do Maranhão; Milton Francisco Coelho, presidente da Federação Mineira de Karatê; Paulo José Muniz, presidente da Federação de Karatê de Mato Grosso do Sul; Gentil Apolinário de Souza, presidente da Federação de Karatê do Mato Grosso; João Soares de Alencar Neto, presidente da Federação de Karatê do Estado do Piauí; Aldo Lubes, presidente da Federação Paranaense de Karatê; Pedro Yamaguchi, presidente da Federação de Karatê do Estado do Pará; Ronaldo Seraphico Patrício; presidente da Federação de Karatê de Rondônia;
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Oberlan Jones, presidente da Federação Roraimense de Karatê; Celso Piaseski, presidente da Federação Gaúcha de Karatê; Manoel Varella, representante da Federação de Karatê do Estado do Rio de Janeiro; Pedro Oshiro, vice-presidente da FPK; e Douglas Brose, bicampeão mundial de karatê. Após a execução do Hino Nacional os presidentes da Federação Paulista de Karatê e da Confederação Brasileira de Karatê fizeram seus pronunciamentos e efetuaram a abertura oficial da competição. Dando boas-vindas aos atletas e dirigentes dos 26 Estados inscritos no certame, José Carlos de Oliveira, reiterou os laços de união entre os karatecas de todo o País. “É um enorme prazer recebê-los em nosso Estado. Temos a tradição de realizar grandes eventos aqui, mas nada disso seria possível sem a participação de todos vocês atletas, professores, membros das comissões técnicas e dirigentes. Vivemos um momento único em nossa modalidade, e finalmente nos tornamos esporte olímpico. Contudo, para que isso aconteça da forma que todos nós desejamos, temos de pensar e fazer o karatê de forma distinta da que vínhamos fazendo até aqui. Precisamos renovar forças e nos adequarmos às normas que regem o desporto olímpico internacional. Isso passa por maior organização, em que cada um de nós terá de dar a sua contribuição. Contamos com todos vocês”, disse o dirigente paulista.
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C AMPEONATO BRASILEIRO DE KARATÊ – FASE FINAL Luiz Carlos Cardoso do Nascimento, presidente da CBK, destacou o momento importante que vive o karatê. “Neste período em que o karatê celebra a concretização de um grande sonho quero cumprimentar a todos com nossas saudações olímpicas. Todos os presidentes de federações aqui presentes sabem o trabalho que cada Estado desenvolve no sentido de estruturar e projetar a modalidade em cada unidade de nossa nação. Aqui estão atletas que conquistaram suas vagas nas etapas classificatórias realizadas nos Estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Goiás, Amapá e Rondônia. Aqui está nata do karatê brasileiro, aqui está o trabalho de todos os professores de cada escola do Brasil e aqui está o resumo de todo o trabalho que cada dirigente estadual desenvolve pela modalidade. Faço um agradecimento especial aos familiares de todos os karatecas, pois sem o poio de deles estes jovens não poderiam chegar até aqui. O karatê do Brasil não é apenas resultado. Nosso karatê é a união dos esforços dos dirigentes, atletas e seus familiares, professores e em especial dos árbitros. A todos vocês nosso muito obrigado”, disse o dirigente da CBK. Na sequência foram feitas homenagens aos técnicos e atletas das seleções brasileiras da base e do alto rendimento, e o bicampeão mundial de kumitê, Douglas Brose, recebeu cada atleta que atuou na seleção brasileira em 2016, ano em que o Brasil conquistou resultados significativos e atingiu patamares inimagináveis há poucos anos. Houve momento na temporada em que o Brasil figurou em terceiro lugar no ranking da World Karate Federation (WKF), e encerrou a temporada na quarta colocação, atrás apenas das potências mundiais Japão, França e Turquia. Esta colocação surpreendente é resultado das medalhas obtidas desde a base ao alto rendimento, e foi alcançada sem nenhum apoio do Ministério do Esporte ou do Comitê Olímpico do Brasil. O dirigente máximo da modalidade encerrou seu pronunciamento afirmando que os karatecas brasileiros não podem esquecer de suas raízes. “Aproveito este momento especial para comemorar os 60 anos da Wadô-Ryu Karatê-Dô Renmei do Brasil. Por meio do trabalho e o afinco do hanshi shihan Koji Takamatsu, 9º dan, o karatê brasileiro desenvolveu técnica apurada neste estilo que é um dos mais
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populares do mundo. Sensei Takamatsu é o responsável direto pela propagação desta modalidade no Brasil e em nosso continente, e não poderíamos deixar de registrar nossa gratidão e nosso reconhecimento por tudo que fez pelo karatê do Brasil”, destacou Luiz Carlos Cardoso. Na avaliação de Douglas Brose, ações como esta motivam karatecas de todos os níveis. “Como atleta conheço as dificuldades que todos os karatecas enfrentam para participar de eventos nacionais e internacionais. Além de motivar, esta iniciativa estreita a relação da CBK com membros da comissão técnica e os atletas que se empenham para defender o Brasil dentro e fora do continente. Por isso fiz questão de receber e parabenizar cada atleta homenageado, pois eles são a nossa esperança de medalhas a curto e longo prazo”, disse o bicampeão mundial de kumitê.
São Paulo dispara no placar e reafirma soberania nos tatamis São Paulo disputou a fase final do campeonato brasileiro com uma comissão técnica formada por treinadores bastante experientes e algumas referências internacionais nesta área – todos ex-atletas com atuação expressiva nos tatamis e que hoje transmitem conhecimento para as novas gerações. Eram eles os professores Carlos Magno, Valmir Zuza, Sérgio Takamatsu, Diego Spigolon, Ricardo Aguiar, José Marcones, Rogério Saito, Giuliano Alves, Fábio Hisatugo, Rodrigo Inácio, Alexandre Serra, Cintia Yonamine e Eliane Gomes. Com 407 atletas, o time paulista tomou o Ginásio Mauro Pinheiro com a maior equipe da competição. Quase todas as vagas da seleção bandeirante para a fase final foram conquistadas no Campeonato Brasileiro Regional, realizado no mês de julho, em Porto Alegre (RS). As restantes foram obtidas no Campeonato Brasileiro Regional realizado em Macapá (AP). Nos tatamis, São Paulo confirmou a tradição, sagrando-se campeão geral com 260 medalhas (85 de ouro, 67 de prata e 108 de bronze), sendo 84 no kata (24 de ouro, 24 de prata e 36 de bronze) e 176 no kumitê (61 de ouro, 43 de prata e 72 de bronze). Mas a grande conquista do time bandeirante foi a superação de seus www.revistabudo.com.br
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C AMPEONATO BRASILEIRO DE KARATÊ – FASE FINAL próprios índices. Na temporada passada, em Joinville (SC), a seleção paulista obteve 201 medalhas, sendo 56 de ouro, 51 de prata e 94 de bronze. Já em 2014, em Brasília (DF), São Paulo somara 196 medalhas, sendo 53 de ouro, 53 de prata e 90 de bronze. O selecionado paulista está aumentando suas vagas nos pódios em proporção geométrica e a qualidade das medalhas também cresce, já que em 2016 foram 85 ouros, contra 53 em 2014 e 56 em 2015.
Freizer com Lucélia Brose e Douglas Brose
Sabrina Zeferino Pereira com o pai e sensei Everaldo Pereira
Catarinenses se mantém na segunda colocação Com 217 atletas inscritos, os catarinenses mantiveram a escrita alcançando o vice-campeonato em São Paulo. E para chegar em segundo lugar na contagem geral de pontos o time sulista conquistou 133 medalhas, sendo 44 de ouro, 42 de prata e 47 de bronze. Foram 33 medalhas no kata (14 de ouro, nove de prata e dez de bronze) e 100 no kumitê (30 de ouro, 33 de prata e 37 de bronze). O aproveitamento de 61% evidencia o bom momento da modalidade em todo o Estado e o alto nível técnico que o karatê catarinense atingiu. Um índice dessa proporção demanda estruturação e a prática da modalidade em larga escala. Não é com meia dúzia de escolas ou clubes que se conquista resultado tão expressivo. Indubitavelmente os professores e técnicos de Santa Catarina atingiram alto nível técnico e os números mostram o excelente aproveitamento que os atletas catarinenses têm apresentado nas competições nacionais.
Bahia se recupera e termina na terceira colocação Na temporada passada a seleção do Estado da Bahia sofreu grande revés e terminou na sexta colocação geral, ficando atrás de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Sergipe. Este ano, porém, a equipe baiana recuperouse e terminou a disputa na terceira colocação geral, ratificando sua hegemonia em todo o Norte e Nordeste. Com 156 inscritos, a seleção baiana conquistou 67 medalhas (21 de ouro, 20 de prata e 26 de bronze), sendo 31 no kata e 36 no kumitê. Das medalhas alcançadas pela seleção baiana no kata,
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Ennio Vezulli
Thaina Schopchaki e Thawanna Schopchaki
14 foram de ouro, sete de prata e dez de bronze. Já no kumitê os baianos obtiveram sete medalhas de ouro, 13 de prata e 16 de bronze. Com uma postura muito mais agressiva o time baiano disputou 41 finais e recuperou a posição que tradicionalmente ocupava na classificação geral do brasileirão. No kata, mesmo com uma equipe equivalente à metade dos atletas, os baianos igualaram o número de medalhas obtidas pelos catarinenses.
Minas Gerais fica em quarto e o Rio de Janeiro termina na quinta colocação Com 142 inscritos, a seleção de Minas Gerais, que em 2015 havia ficado em terceiro lugar, terminou a disputa na quarta colocação geral, conquistando 71 medalhas, sendo 21 de ouro, 15 de prata e 33 de bronze. O selecionado mineiro superou a Bahia no número de medalhas e até igualou a quantidade de medalhas de ouro conquistadas. Mas como a pontuação é fundamentada no critério olímpico e os mineiros obtiveram um número menor de medalhas de prata, os baianos ficaram em terceiro. Com 89 inscritos a seleção fluminense conquistou 56 medalhas, garantindo o quinto lugar na classificação geral do certame. Foram 14 medalhas de ouro, 18 de prata e 24 de bronze. A seleção do Sergipe, que em 2015 surpreendeu superando equipes com maior tradição e poderio, chegou na quinta colocação nesta edição com 65 atletas, somando 38 pódios. Os karatecas sergipanos obtiveram 12 medalhas de ouro, sete de prata e 19 de bronze.
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C AMPEONATO BRASILEIRO DE KARATÊ – FASE FINAL Paulistas comemoram mais uma grande vitória Carlos Magno, coordenador Técnico e membro do conselho de árbitros da FPK, enfatizou que os 407 atletas da seleção paulista conquistaram suas vagas na fase classificatória. “Este ano São Paulo dobrou o número de inscritos, e isso não aconteceu porque sediamos a competição, mas pelos resultados obtidos no Campeonato Brasileiro Regional de Porto Alegre (RS). Somente algumas poucas vagas foram conquistadas no regional realizado em Macapá (AP). Isso tem de ficar muito claro.” O coordenador técnico paulista falou sobre o número de pódios conquistados. “Em função do excelente desempenho em Porto Alegre, nossa equipe chegou muito forte e disputamos um número elevadíssimo de finais: 152, que resultaram em 85 medalhas de ouro e 67 de prata. Os 108 bronzes coroaram nosso desempenho no certame.” Magno destacou que a força do karatê paulista está na base, que se renova a cada ano. “Sem dúvida alguma a base está fazendo a diferença e garantindo este resultado gigantesco no quadro de medalhas. A boa notícia é que em pouco tempo esta garotada sub 21 estará pronta para brigar por medalhas também no sênior. Nós só não conseguimos mais pódios porque, como era esperado, a Bahia foi muito bem no kata. Eles vieram com força máxima, enquanto a seleção pau-
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lista não pôde contar com os melhores porque estavam servindo à seleção brasileira. Mas acredito que em 2017 teremos resultados melhores no kata sênior.” Para o dirigente, São Paulo ainda é o maior celeiro de atletas do País. “Apesar do crescimento técnico de Estados como Santa Catarina, Bahia e Sergipe, São Paulo se renova a cada ano, mesmo sendo o maior fornecedor de atletas para outros Estados”. Em sua avaliação final o coordenador técnico paulista fez um balanço positivo e expôs o novo formato de treinamento que está proporcionando resultados surpreendentes. “Superamos toda as projeções que havíamos feito e as metas mais otimistas que nossa comissão técnica havia projetado. Fizemos uma regionalização de treinamento das seleções paulistas e o resultado desta inovação está aparecendo na outra ponta, ou seja, no quadro de medalhas do campeonato brasileiro. De 2015 para 2016 aumentamos o número de ouros em 60%. Isso é algo inimaginável, mas este resultado tremendamente expressivo é fruto de uma nova fórmula que prevê treinamentos simultâneos em três regiões de São Paulo”, explicou o dirigente. José Carlos de Oliveira, presidente da Federação Paulista de Karatê, destacou a união do time paulista. “O resultado comprova que hoje a FPK não depende exclusivamente de um dirigente. Existe um grupo que trabalha no marketing,
outro que se dedica à gestão e outro que cuida especificamente da área técnica. Formamos um time extremamente coeso e comprometido com os objetivos da FPK e com os destinos da modalidade. Isso me deixa muito mais à vontade para afirmar que estamos no caminho certo. Estamos formando novas lideranças, pois entendo que uma gestão não pode ser personificada em um dirigente apenas.” Zeca finalizou detalhando o novo formato de treinamento desenvolvido com a seleção paulista. “Criamos uma regionalização de treinamento das seleções paulistas e em todos os núcleos o conteúdo programático é exatamente o mesmo. A divisão dos treinos permite um número infinitamente maior de atletas em cada região. Um fato importantíssimo neste formato é que os técnicos de cada região viajam com os atletas para competições e este fator é primordial no desempenho dos atletas mais novos ou menos experientes. Esta iniciativa partiu de nossa diretoria técnica e os resultados estão aí. Nossos três núcleos estão situados na região Norte, entre Araçatuba, Presidente Prudente e Agudos, em Vinhedo e em Cotia, onde todos os atletas da Baixada Santista e da grande São Paulo treinam”, concluiu o dirigente.
Personalidades do karatê avaliam o momento da modalidade Profundo conhecedor dos meandros da modalidade, Ennio Vezulli, instrutor chefe da FPK, avaliou o status olímpico do karatê e fez sua sugestão sobre estruturação e o preparo da seleção brasileira. “Se quisermos colher frutos em curto prazo, primeiro temos de estabelecer objetivos e depois, metas – que são subjetivas –, para depois fazermos um plano multidisciplinar. Aí vai-se montando a árvore em forma invertida para depois se chegar ao fim. Enfim, isso é que chamamos de planejamento.” Vezulli concluiu expondo projeto que poderia encurtar caminho para chegar às medalhas em Tóquio. “Desenvolver um projeto é uma coisa muito delicada e complicada, e antes de qualquer coisa exige que se estabeleça a liderança e as sublideranças que levarão o projeto à frente, pois isso faz parte do plano estrutural. Com isto especificado poderemos determinar objetivos como estabelecer níveis olímpicos para serem atingidos. É www.revistabudo.com.br
de fundamental importância padronizar o treinamento, que deve seguir padrões e planos predeterminados. Depois é preciso estabelecer o que é necessário para ser um atleta de rendimento. Não basta vencer aqui no Brasil. Ganhar aqui, às vezes e por acaso, demanda apenas talento e isso não é suficiente. Na verdade, temos de pensar 16 anos à frente, e sob este enfoque perceberemos que já estamos muito atrasados. Se quisermos realmente fazer história em Tóquio, temos de deixar o discurso de lado e agir rapidamente”, expôs o instrutor chefe da FPK. Um campeonato brasileiro de karatê apresenta inúmeras peculiaridades, e uma delas sem dúvida é reunir grandes nomes em torno da competição. Esta edição do certame recebeu um dinossauro da modalidade, um mineiro de Diamantina que fez história nos tatamis de seu Estado e do Brasil: Antônio Fernando Pinto, mais conhecido como Freizer. Pai de grandes karatecas e sensei de vários nomes que emprestaram seu talento à seleção brasileira, como técnico Freizer atuou uma década na seleção mineira e depois assumiu a seleção brasileira, onde atuou por mais dez anos. Aos 71 anos e ostentando o 8º dan, Freizer é o responsável pela Associação Kenyu-ryu de Karatê de Belo Horizonte e por suas mãos passaram grande nomes, como seu filho Pré, Adelmo, Ricardo e Baiano, todos os atletas que defenderam a seleção brasileira. “Na verdade, formei grandes nomes e ajudei aprimorar tecnicamente muitos atletas que defenderam o Brasil. Na época formamos uma família unida, na qual todos se respeitavam e se ajudavam mutuamente. Em Minas Gerais sempre tivemos grandes professores e numa época fomos o grande celeiro do Brasil, mas o karatê em meu Estado caiu muito.” Eterno entusiasta, sensei Freizer lembrou os principais títulos conquistados como atleta e como técnico. “Como técnico fui hexacampeão pan-americano, hexacampeão sul-americano; defendendo meu Estado fui heptacampeão brasileiro. Já como atleta fui bicampeão brasileiro em 1973 e 1974, bicampeão sul -americano e pan-americano em Lima, no Peru, em 1974, e no Canadá em 1976. Mas o karatê não tem segredo porque é fundamentado em três pilares: humildade, perseverança e muito treinamento.” Sensei Freizer falou sobre seu início nos tatamis e da trajetória meteórica no www.revistabudo.com.br
Joílson Ferreira Moraes, Luiz Carlos Cardoso Nascimento e Dimas de Paula, um dos principais mestres de karatê do Centro-Oeste Brasileiro
João Carlos Godoy e Sérgio Maurício Alves
Celso Piaseski e Ivomar Young de França
Koji Takamatsu e Luiz Carlos Cardoso Nascimento
Luiz Carlos Cardoso Nascimento e Antônio Iazetti D’elia
João Baptistella, Eduardo de Mattei, Sheyla Bortagaray e José Carlos de Oliveira
Antônio Fernando Pinto e José Ricardo Ortiz D’elia que ao ver o colega das tatamis não poupou elogios. Há 44 anos somos amigos, mas no passado fomos adversários em competições nacionais e companheiros na seleção brasileira. Não nos víamos há 18 anos, então pudemos sentir uma enorme satisfação e emoção hoje, ao nos encontrarmos
José Carlos de Oliveira, Luiz Carlos Cardoso e William Cardoso
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C AMPEONATO BRASILEIRO DE KARATÊ – FASE FINAL
Árbitros que atuaram no Campeonato Brasileiro
Técnicos da seleção brasileira
karatê. “Comecei a fazer esporte aos 16 anos com o boxe, e passei pela luta livre e o judô, até que me encontrei no karatê, no qual tive uma trajetória meteórica. Mas isso me custou muito porque em pouco tempo já fazia parte da seleção brasileira, mas valeu a pena. Deus sempre esteve presente em minha vida e me ajudou bastante a atingir todos os meus objetivos.” Fazendo uma avaliação da competição realizada em São Paulo pela FPK, Antônio Fernando Pinto foi enfático ao afirmar que não se surpreendeu com a qualidade da competição, já que o dirigente da federação paulista sempre protagonizou papel de relevância no karatê do Brasil. “Conheço o Zeca desde que ele era garoto e competia. Ele não foi um atleta qualquer, entre os inúmeros títulos internacionais que conquistou, ele é vice-campeão mundial de kumitê. O José Carlos sempre foi uma pessoa que pensou grande e sabíamos que à frente da federação paulista seria um dirigente diferenciado, e hoje ele nos ensina a fazer eventos com padrão internacional. Mesmo sendo um torneio com quase 2 mil atletas, dou nota 10 para a organização.”
Destaques nos tatamis
Atletas e técnicos da seleção brasileira sendo homenageados durante a cerimônia de abertura
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Aos 18 anos a paulista Jéssica Linhares de Paula (50kg) defende a Associação Gladiators da Praia Grande (SP), é aluna do sensei Rodrigo Inácio e compete no sub 21 e no adulto. Cursando arquitetura e urbanismo na Unisantos, Jéssica tem no kizami-zuki e no mawashi-geri seu tokui-waza e comemorou muito o primeiro título em sua nova categoria. “Sou tricampeã brasileira júnior e este é meu primeiro título na classe sub 21. Na verdade, agora sou pentacampeã brasileira de karatê, vice-campeã pan-americana e campeã mundial escolar. Fiz quatro lutas hoje e amanhã vou em busca de outra medalha no adulto.” Há seis anos na seleção brasileira, Jéssica Linhares falou sobre o momento da modalidade que acalenta o sonho olímpico. “Minha principal característica nos combates é a velocidade, e minha meta principal agora é fazer parte da seleção sênior. A nova realidade é outra, e tudo mudou muito. O karatê já era importante e agora ficou mais ainda. O sonho de qualquer karateca era ser campeão olímpico, e agora isso só depende de nós. A meta é focar e treinar ainda mais para www.revistabudo.com.br
Geraldo de Paula, um dos maiores talentos dos tatamis hoje é um dos principais repórteres fotográficos da modalidade, no mundo
Jair Donadoni
Pódio campeão geral com São Paulo em primeiro, Santa Catarina em segundo e Bahia em terceiro
Parte da comissão técnica catarinense com o troféu de vice-campeã geral
Pódio do kumitê equipe sênior com Santa Catarina em primeiro, São Paulo em segundo e Paraná em terceiro
Parte da comissão técnica paulista com o troféu de campeã geral
Quadro de medalhas
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conquistar primeiro uma vaga para Tóquio, e depois brigar pela medalha.” Com 18 anos Sabrina Zeferino Pereira (55kg) foi campeã de kumitê sub 21, seu primeiro título nesta categoria. Catarinense de Içara, a faixa preta treina com o pai, sensei Everaldo Pereira, desde os 3 anos. Cursando educação física, Sabrina defende a Fundação Municipal de Esportes de Içara e pretende ser professora de karatê. Número 1 no ranking mundial da WKF em 2015, Sabrina venceu a final do brasileiro com um belíssimo ippon de kizami-ura-mawashi. “Este é meu primeiro título brasileiro no sub 21, mas no ano passado fui campeã de kata e kumitê na classe júnior no 59kg. Ainda em 2015 conquistei o bronze no mundial júnior, e com a pontuação que obtive no mundial terminei a temporada em primeiro lugar no ranking da WKF, junto com o Douglas Brose. Ele no sênior e eu no júnior.” Focada na seleção brasileira sênior, Sabrina Zeferino sonha defender o Brasil nos Jogos Olímpicos. “Quero ir para os jogos e estou mentalizando este objetivo. Neste ano fui para o sul-americano e fiquei em terceiro no sub 21 e no adulto. Em 2015 fui campeã pan-americana e minha meta para 2017 é fazer o ciclo olímpico e correr atrás de meu objetivo.” As irmãs Thaina Schopchaki e Thawanna Schopchaki dividem sonhos dentro e fora dos tatamis. Aos 20 anos Thaina já é faixa preta 3º dan e cursa biomedicina. “Quero ser cientista e trabalhar com pesquisas na área da neurociência.” Thawanna tem 18 anos é 1º dan e cursa nutrição. Ainda não sei se vou trabalhar na área esportiva ou da saúde, mas quero muito poder continuar treinando e competindo.” Ambas representam a Univale, defendem a Associação Studio Global de Karatê de Itajaí e são alunas do sensei Eurico Schopchaki, pai e professor de karatê. “Em função das competições internacionais fazemos Goju Ryu e Shito Ryu”, disse Thawanna. As irmãs avaliaram a introdução do karatê no cenário olímpico. “É algo muito importante porque há muito tempo estávamos lutando por isso. Certamente agora vão aumentar os patrocínios, a visibilidade também vai crescer muito e vai nos ajudar porque ainda hoje muitas pessoas não sabem o que é o karatê esportivo. O nível técnico deverá aumentar muito.” Revista Budô número 19 / 2017
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GESTÃO ESPORTIVA
Érika Miranda, Rafael Silva e Luciano Corrêa são eleitos representantes dos atletas na CBJ Votação foi realizada durante a realização do Troféu Brasil. Érika Miranda e Rafael Silva farão parte do conselho técnico e Luciano Corrêa participará da assembleia eletiva.
O
s três representantes dos atletas na CBJ foram definidos no dia 9 de outubro. A vice-campeã mundial Érika Miranda e o duas vezes medalhista olímpico Rafael Silva farão parte do conselho técnico da CBJ. Já Luciano Corrêa, campeão mundial em 2007, foi o escolhido para participar da assembleia eletiva. “Poder representar todos os atletas da melhor forma possível, ser voz ativa do que realmente os atletas sentem e saber que
FONTE
IMPRENSA/CBJ I
Fotos
PAULO PINTO/CBJ
posso melhorar o judô nacional nessa questão são fatos que me deixam realmente feliz. Com o atleta tendo voz, vamos melhorar as competições, os eventos, e poderemos conciliar com os clubes. As competições vão ser mais produtivas, haverá interação dos atletas de seleção com os que estão chegando. Fazer tudo isso de uma forma muito bem planejada será muito positivo para o judô nacional”, comentou Érika Miranda. Disputaram uma vaga no conselho técni-
co, além dos eleitos, Jéssica Pereira, Rafael Macedo e Maicon França. Já a vaga para a assembleia eletiva teve o também campeão olímpico Rogério Sampaio e o medalhista olímpico Henrique Guimarães como candidatos. O pleito realizou-se durante o Troféu Brasil, nos dias 8 e 9 de outubro, no Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. A apuração foi feita logo após o encerramento da votação. Ao lado de Paulo Wanderley Teixeira, os medalhistas olímpicos e mundiais Henrique Guimarães, Rafael Silva, Luciano Corrêa e Rogério Sampaio acompanharam todo o processo que definiria qual atleta representará os atletas nos próximos anos
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Luciano Hostins conduziu todo o processo eletivo da CBJ realizado durante o Troféu Brasil
Luciano Hostins, assessor jurídico da CBJ, explicou que a eleição dos atletas atendeu às novas exigências da Lei Pelé. “Realizamos este pleito porque a última alteração promovida na Lei Pelé exige que os atletas tenham participação direta nas eleições das entidades de administração esportiva. Num primeiro momento criamos vários conselhos, porque na última alteração a lei que regulamenta o desporto nacional também exige que os atletas participem da elaboração dos regulamentos técnicos das competições. Como isso era organizado pelo setor técnico da entidade, nós criamos este comitê técnico que conta com a participação de clubes, atletas, federações e membros da área técnica da CBJ. E conforme reza o nosso estatuto, agora fazemos tudo com a participação de representantes da cada categoria, só que, por determinação da lei, estes atletas têm de ser eleitos”, explicou Hostins Puderam votar todos os atletas de judô com registro válido da categoria adulto (acima de 15 anos) no Sistema Zempo da CBJ e que, estando em dia com suas obrigações, não estejam cumprindo qualquer tipo de suspensão aplicada pela CBJ, suas filiadas, COB ou entidades internacionais. Confira abaixo o resultado oficial da apuração, que foi conduzida pelo departamento jurídico da CBJ, na pessoa de Luciano Hostins.
Segundo os dirigentes, o interesse e a participação dos judocas no processo eletivo superaram todas as expectativas
Conselho técnico do judô, feminino Érika de Souza Miranda: 188 votos; Jéssica Pereira: 24. Conselho técnico do judô, masculino Maicon Deivison Ornelas da Cruz França Moreira: 63 votos; Rafael Carlos da Silva: 127; Rafael Godoy de Macedo: 28. Assembleia eletiva da CBJ Henrique Carlos Serra Azul Guimarães: 21 votos; Luciano Ribeiro Corrêa: 158; Rogério Sampaio Cardoso: 36. Foram contados dois votos nulos e um voto em branco para o conselho técnico masculino, sete em branco para o conselho técnico feminino e quatro em branco para a assembleia eletiva.
Depois de eleger seu representante, a judoca Gilmara Prudêncio da Praia Grande (SP), deposita seu voto na urna
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Foram eleitos Conselho técnico do judô feminino: Érika de Souza Miranda Conselho técnico do judô masculino: Rafael Carlos da Silva Assembleia geral da CBJ: Luciano Ribeiro Corrêa Revista Budô número 19 / 2017
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brasil obtÉm
sete medalhas em Glasgow, e fica em quarto lugar Seleção brasileira totalizou duas medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze na competição realizada em outubro, na Escócia.
N
o dia 15 de outubro, a seleção brasileira de judô disputou o Aberto de Glasgow, na Escócia, competição que contou com a participação de 217 atletas de 28 países da África, Europa, Oceania, América e Ásia. Com sete medalhas, sendo duas de ouro, duas de prata e três de bronze, a seleção brasileira de judô encerrou a disputa na quarta colocação geral, atrás apenas de Grã-Bretanha, Holanda e França.
fonte
IMPRENSA/CBJ I Fotos STANISLAW MICHALOWSKI/EJU
Na primeira rodada seis judocas brasileiros avançaram na competição e chegaram às disputas por medalhas. Phelipe Pelim (60kg) e Eduardo Barbosa (73kg) conquistaram o ouro, Raquel Silva (52kg) ficou com a prata e Gabriel Pinheiro (66kg) levou o bronze. Larissa Farias (48kg) e Tamires Crude (57k) também disputaram o bronze em suas categorias, mas terminaram em quinto lugar. Com um de-ashi-harai fulminante sobre o espanhol Joaquim Gomes, Phelipe André Pelim conquistou o primeiro ouro do Brasil em Glasgow, no peso-ligeiro
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Na disputa do bronze, Eduardo Yudi Santos (Esporte Clube Pinheiros) venceu Rafael Macedo (Sogipa) por ippon e garantiu vaga no pódio
A primeira medalha do dia veio com o peso-ligeiro Phelipe Pelim, que derrotou Joaquim Gomes, da Espanha, por ippon na final para ficar com o ouro. Na sequência, Raquel Silva (52kg) enfrentou Kelly Edwards, da Grã -Bretanha, também na decisão pelo ouro. A brasileira abriu vantagem com um yukô, mas a britânica conseguiu o ippon para conquistar o ouro do peso-meio-leve feminino.
Na disputa do bronze, Nádia Merli (70kg) venceu Sandra Lickun (Polônia) e assegurou vaga no pódio
Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô
Na final do peso-leve contra o português Luís Carmo, Eduardo Katsuhiro Barbosa conquistou o segundo ouro do Brasil na Escócia Para conquistar a medalha de prata, Raquel Silva fez cinco combates e superou quatro adversárias
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JUDÔ EUROPEAN JUDO OPEN GLASGOW Gabriel Pinheiro (66kg) garantiu o bronze do meio-leve masculino forçando uma punição ao francês Robin Corrado no golden score, depois de empate sem pontuação no tempo normal. A última medalha brasileira na primeira rodada veio com o peso-leve Eduardo Katsuhiro Barbosa, que derrotou o português Luís Carmo na final na diferença de punições (2-1). Larissa Farias (48kg), na disputa pelo bronze, não passou pela espanhola Cinta Garcia Mesa, que pontuou com um yukô para ficar com a medalha e deixar o quinto lugar para a brasileira. Mesmo desempenho de Tamires Crude no peso leve (57kg), que levou o ippon da italiana Anna Righetti. Vítor Carvalho (60kg), José Sitônio (66kg), Daniel Cargnin (66kg), Lucas Godoy (66kg), Ígor Pereira (73kg), Lincoln Neves (73kg), Gabriela Clemente (48kg), Layana Colman (52kg), Jéssica Pereira (52kg), Flávia Gomes (57kg), Danielle Oliveira (63kg), Jéssica Santos
Na disputa do bronze a peso-pesado Victoria Oliveira caiu para Jodie Myers e terminou na quinta colocação
Para chegar ao ouro, o catarinense Phelipe Pelim venceu quatro combates
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Gabriel Pinheiro fez quatro lutas para garantir o bronze no peso-meio-leve
Em Glasgow, Eduardo Katsuhiro Barbosa mostrou que está numa excelente fase
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
Na disputa pelo bronze a espanhola Cinta Garcia Mesa jogou Larissa Farias de yukô e garantiu vaga no pódio
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Na disputa do bronze, Tamires Crude caiu diante da italiana Anna Righetti
O português Luís Carmo tentou frear o ímpeto de Eduardo Katsuhiro Barbosa, mas teve de contentar-se com a medalha de prata
Kelly Edwards encaixou um ippon e venceu Raquel Silva, na final do peso-meio-leve feminino
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Com o bronze conquistado em Glasgow, Nádia Merli (70kg) encerra uma temporada marcada pela volta após cirurgia e lesões ocorridas ainda em 2015
(63kg) e Yanka Pascoalino (63kg) também lutaram na primeira rodada, mas não avançaram às fases finais. . Esta edição do Aberto Europeu de Glasgow teve uma forma diferente de disputa. Todas as categorias foram disputadas no sábado, sendo que sete (quatro no feminino e três no masculino) foram na parte da manhã e outras sete à tarde. Depois de um excelente desempenho pela manhã com quatro medalhas, os judocas brasileiros não perderam o ritmo e à tarde chegaram ao pódio mais três vezes. A peso-pesado Camila Nogueira ficou com a prata após ser imobilizada pela italiana Elisa Marchio. Já Eduardo Santos (81kg), numa disputa contra o compatriota Rafael Macedo, e Nádia Merli (70kg) ficaram com o bronze. A primeira medalha da tarde veio do confronto entre Eduardo Yudi Santos (81kg) e Rafael Macedo (81kg). Com dois minutos e 17 segundos de luta, o atleta do Esporte Clube Pinheiros conseguiu o ippon sobre Macedo e garantiu o lugar no pódio. Para chegar à disputa, Eduardo passou por Joris Kuger (Alemanha), foi derrotado por Quentin Joubert (França) e, na repescagem,
Comissão técnica brasileira no congresso técnico do evento
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô Phelipe Pelim comemora a vitória que garantiu o ouro
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Pódio do peso-meio-médio masculino
Pódio do peso-ligeiro masculino
Pódio do peso-leve masculino
Pódio do peso-médio feminino
Entre os árbitros que atuaram no certame estava Laedson Lopes Gonçalves da Silva Godoy, do Rio Grande do Norte
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EOG28 – Pódio do peso-pesado feminino
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô Pelim exibe o ouro conquistado no peso-ligeiro
Eduardo Katsuhiro com o ouro conquistado em Glasgow Pódio do peso-meio-leve masculino
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Pódio do peso-meio-leve feminino
passou por Igor Herrero (Espanha). Já Rafael passou por Robert Uniewski (Alemanha) e Tomas Morales Martinatto (Argentina) antes de ser derrotado por Dominic Ressel (Alemanha) na semifinal e se classificar para a disputa do bronze. Um pouco depois foi a vez de Nádia Merli (70kg) vencer Sandra Lickun (Polônia) na diferença de punições (1 a 0) e garantir um lugar no pódio. Na estreia, ela passou por Carolina Paissoni (Itália). Na semifinal, foi derrotada por Ebony Drysdale Daley (Grã-Bretanha) e foi para a disputa de medalha. No pesado feminino, o Brasil chegou a duas disputas por medalhas. Victoria Oliveira (+100kg) saiu num lado da chave em que fez poule contra outras duas adversárias. Venceu Michelle Boyle (Grã-Bretanha) e foi derrotada por Elisa Marchio (Itália) e se garantiu na disputa do bronze. Contra Jodie Myers, acabou sendo punida quatro vezes e terminou na quinta colocação. Já Camila Nogueira precisou apenas vencer Jodie Myers (Grã-Bretanha) para chegar à final exatamente contra Elisa Marchio (Itália). Depois de sair vencendo por uma punição da adversária, Camila acabou também sofrendo duas penalizações por falta de combatividade. Precisando de uma pontuação, acabou sendo imobilizada por Marchio e ficou com a medalha de prata. Os outros brasileiros que competiram à tarde acabaram não chegando ao bloco final: Eduardo Faria (90kg), Gustavo Assis (90kg), Gabriel Souza (100kg), Leonardo Gonçalves (100kg), João Cesarino Silva (+100kg) e Juscelino Nascimento Júnior (+100kg). Visando ao preparo da seleção brasileira para o novo ciclo olímpico, a equipe verde-amarela foi a Glasgow com uma comissão técnica formada por profissionais da base e do alto rendimento, entre os quais Ney Wilson, gestor de alto rendimento da CBJ; Marcelo Theotônio, gestor técnico das equipes de base; Matheus Theotônio, assistente técnico da base; e os técnicos Yuko Fuji e Alexandre Tsuyoshi Katsuragi. Revista Budô número 19 / 2017
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EXAMES DE GRADUAÇ ÃO 2016 - FEDERAÇ ÃO PARANAENSE DE JUDÔ
Exame de graduação da FPrJ bate recorde de
Evento recebeu 105 candidatos que prestaram exame para faixas pretas sho-dan, ni-dan, san-dan, yon-dan e go-dan. POR
Federação Paranaense de Judô (FPrJ) realizou no dia 3 de dezembro o exame de graduação para faixas pretas de 2016 no ginásio do Centro Esportivo Bagozzi, em Curitiba. A prova desta temporada contou com 105 candidatos e 18 examinadores, que atuaram sob a coordenação de Helder Marcos Faggion nas oito bancas examinadoras, números recordes, segundo a direção da entidade. Vários professores kodanshas atuaram nas bancas, entre os quais Liogi Suzuki, Jorge Luiz Meneguelli, Sidney Pereira, Walter Baba-
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PAULO PINTO I Fotos ISABELA LEMOS/BUDOPRESS
ta, Washington Toshihiro Donomai e Celso Ogawa. Também atuaram os professores José Luís Lemanczuk Júnior, Marcelo Seiji Missaka, Rodrigo Marcelo Tonietto, Roberto Osamu Okano, Marcelo da Silva Bueno, Lauro Azuma, Reinaldo Francisco, Alexandre Segantin, Neuri Ferreira Tussolino, Francisco de Souza, Eidi Kawazoe e Augusto Semprebom. Os professores kodanshas Luiz Iwashita e Helder Marcos Faggion atuaram na supervisão geral e coordenação da prova. O exame prático envolveu provas de kata, nage waza e katame waza; ao todo, 78 judocas submeteram-se ao exame para shodan, 12 para ni-dan, seis para san-dan e qua-
tro para yon-dan, enquanto cinco professores foram examinados para go-dan. Luiz Iwashita, presidente da FPrJ, comemorou o recorde de candidatos nos exames desta temporada. “No ano passado tivemos cerca de 84 inscritos e este ano somamos 105, o que representa crescimento aproximado de 25%. Estamos atravessando um período crucial da economia brasileira, mas felizmente o judô paranaense cresceu em todas as áreas.” Helder Marcos Faggion, coordenador da Comissão Estadual de Graduação da FPrJ, explicou por que houve crescimento tão elevado no número de inscritos. “Este foi o décimo exame sob a gestão do sensei Iwashita, e nós
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candidatos
O professor kodansha Helder Marcos Faggion é vice-presidente da FPrJ, coordenador estadual da comissão de grau e delegado da Região Norte
Na abertura da prova, Luiz Iwashita fala aos candidatos
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Professor kodansha mais conceituado do Paraná, Liogi Suzuki examinou os candidatos mais graduados
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Ao lado de Luiz Iwashita, Helder Marcos Faggion dá as últimas orientações aos candidatos que fariam exame prático
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Foram montadas 18 bancas examinadoras para as provas orais
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Ao todo 105 judocas participaram das provas
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buscamos adequar a graduação de várias pessoas, que estava defasada, fazendo uma correção que resultou num recorde de inscritos. Este número elevado foi fruto da sondagem e da pesquisa que fizemos, revelando que havia muitos judocas de faixas marrons e pretas que há anos não atualizavam suas graduações, e a resposta foi altamente positiva”, disse Faggion. O professor kodansha 9º dan Liogi Suzuki, judoca mais graduado do Estado do Paraná no evento, falou sobre a importância da mudança de conduta daqueles que se graduam e passam a ostentar o sho-dan. “Fazendo uma avaliação despretensiosa desta prova, lembro que o sensei Jigoro Kano criou o Instituto Kodokan pensando na disseminação de uma atividade física saudável, fundamentada no antigo jiu-jitsu e que posteriormente se chamou judô – prática esportiva que prioriza a saúde e a formação de cidadãos comprometidos com o desenvolvimento pleno da sociedade. Por meio desta promoção, que é também um rito de passagem, nós desejamos o mesmo princípio a estes novos faixas pretas, pessoas que durante anos se prepararam para atingir este objetivo e esmeraram-se durante esta temporada para poder submeter-se a esta prova final. Uma vez aprovados a yon-dan, desejo que cada candidato continue a aperfeiçoarse cada vez mais e mantenha seu foco na luta constante em prol de um mundo melhor e de uma sociedade mais justa, gozando de uma vida saudável, promissora e de sucesso.” Entre os novos graduados figuram alguns jovens talentos do judô brasileiro, como a faixa preta Viviane Donomai, da Associação Esportiva Juventus, de Cascavel, que prestou exame para ni-dan e falou sobre o momento atual nos tatamis. “Estou com 20 anos e na verdade deveria ter feito este exame no ano passado, mas não pude ser examinada porque preferi participar da seletiva olímpica para a seleção
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de base. Este ano priorizei a minha graduação, pois decidi aposentar-me da seleção brasileira. Estou no terceiro ano de psicologia e vou focar o estudo, as aulas para crianças no dojô e meu aperfeiçoamento pedagógico no ensino do judô”, disse a nova ni-dan. “Penso em especializar-me em psicologia clínica ou do esporte, que são áreas de que gosto mais. Na verdade, o judô acaba sendo meu grande laboratório porque algumas coisas que aprendo na psicologia eu aplico nos tatamis, e vice-versa. Mas, aconteça o que acontecer na área da psicologia, eu jamais abandonarei os tatamis.” Outra atleta examinada pela banca paranaense foi a curitibana Thelma Regina Rossa, que começou no judô aos 12 anos com o sensei Eduardo Grande e hoje defende a Associação de Judô Iwashita. Aprovada para san-dan, Thelma falou sobre os desafios que enfrentou para chegar ao terceiro dan. “Obtive o ni-dan em 2007 e no ano seguinte fui operada do joelho; em 2011 tive um acidente e em decorrência dele sofri 18 cirurgias no rosto. Voltei em 2013, quando luxei o ombro e sofri outra cirurgia, e no ano seguinte rompi o bíceps. Voltei este ano e estou pronta para o que der e vier, com dores aqui e ali, mas decidida a alçar voos mais elevados nos tatamis”, explicou a judoca paranaense. Thelma finalizou falando sobre suas metas e planos para o judô. “Acho que a vida deve ser fundamentada em superações. Levei vários tombos e busquei sempre seguir os preceitos do judô, caindo e levantando a cada tombo sofrido, mas a conquista do san-dan veio devido ao incentivo de Márcio Fucck, meu colega de dojô, que também fez exames para terceiro dan. Eu queria fechar esta temporada com chave de ouro. Senti que necessitava de um desafio maior e que precisava vencer a mim mesma, e resolvi realinhar a minha graduação e tudo deu certo. Ainda luto na classe sênior, na qual este ano fui vice-campeã paranaense e conquistei a medalha de prata por equipe e o bronze no individual, nos Jogos Abertos de São Paulo, defendendo Registro (SP). No máster fui campeã paranaense, e só não fui para o brasileiro veteranos porque sou professora de história e a escola em que leciono estava em greve. Você acha que passaram o carro em cima de mim? Ninguém me jogou de ippon este ano, e no ano que vem vou em busca de uma medalha na classe máster no mundial da categoria. Não tenho meda de cair para ninguém, e a única inimiga para a qual não aceito perder sou eu mesma”, concluiu a guerreira curitibana. www.revistabudo.com.br
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Um golpe, uma vida! Ainda que possa parecer estranha, a associação tem um sentido profundo. Pergunta-se: como relacionar um movimento treinado, que se estende no tempo por não muito mais do que um décimo de segundo, com uma vida inteira, talvez 80, 90 ou até 100 anos?
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POR
fernando malheiros filho I
instein descobriu que o espaço e o tempo se curvam com a velocidade, mas isso é física. Importa-nos saber como a busca da perfeição do movimento associa-se com a vida inteira; como algo infinitesimal ganha a proporção de outro fenômeno que pode estender-se até por um século? Relativizar é preciso, parafraseando Fernando Pessoa. A vida humana também não passa de um átimo, algo semelhante ao tempo de um único movimento com relação a ela, se a relacionarmos com a existência do universo. O que contam até 100 anos ante os 13 bilhões de anos que a ciência já admite
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budopress
seja o tempo que nos separa do Big Bang? Somos, ou nossa existência, também um átimo, uma insignificância, pelo menos se olharmos de fora. Mas, ainda assim, nos entendemos singulares, únicos, ou o que há de mais importante, pelo menos à luz do instinto de sobrevivência, que nos move e inspira muito mais do que aceitamos reconhecer. Esse panorama é tão inquietante quanto inspirador. Um movimento, de curtíssima duração, pode ser tão singular quanto a própria existência de quem o produz, e igualmente tão pequeno e insignificante quanto ela. Na inversão dos sentidos, abandonandose as grandezas do mundo cósmico, conta-
das em bilhões de quilômetros e anos, no espectro subatômico os fatos acontecem no tempo de um bilionésimo de segundo, unidades de tempo utilizadas nos aceleradores de partículas. Nessa perspectiva, um décimo de segundo pode significar a eternidade. O praticante dedica toda a sua existência à procura do movimento perfeito. Mesmo que saiba ser objetivo utópico, não significa que deva abandoná-lo. Os ideais servem justamente para isso: dar o norte, ou o caminho. Nessa saga, haverá de repetir exaustivamente o movimento, milhões de vezes. Sempre em nome daquele objetivo difuso de polir o que há mais de genuíno em sua identidade: o movimento. Descobrirá que a vida é movimento, e a inércia seu contrário, e não se inquietará com essa fundamental dualidade. Essa busca haverá de esculpir seu espírito, relativizará seus valores, reconhecerá sua pequenez, algo indispensável para compreensão do mundo, do universo e, finalmente, da existência. O movimento será repetido, dia após dia, ao longo dos anos, décadas, tão só com a esperança de que o posterior seja melhor que o anterior e, mesmo com o envelhecimento, que o posterior seja potencialmente melhor que todos os outros, considerando os obstáculos da degenerescência. E assim se fará, sempre e sempre, porque o praticante não encontra alternativa para compreender-se melhor. Sabe que o estado mental inspirado pela prática é o néctar da compreensão. Precisa entender sua função nesse mundo, e a buscará sempre, fará do entendimento a sua missão, e saberá que o polimento obtido é o lustro que poderá emprestar à vida. Poderá transitar entre o micro e o macro, entre o infinitesimal e o colossal, compreenderá sua própria finitude, e a aceitará. Saberá que sua missão é entender, e que a mente que o guia é incapaz de fazê-lo. Necessitará da interação dela com o corpo, movimentar os elementos químicos que o compõem, projetando o resultado dessa complexa equação para o exterior, onde estão todos os outros, ávidos para compartilhar a descoberta, e ele da deles. Saberá de sua imensurável pequenez. Resignar-se-á. Morrerá em paz, junto daqueles que lhe depositaram a admiração. Fernando Malheiros Filho é professor de karatê-dô, historiador e advogado, especialista em direito da família e sucessões. www.revistabudo.com.br
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GRAND PRIX INTERCLUBES FEMININO 2016
Reação vence Minas
e conquista bicampeonato do grand prix feminino Cariocas venceram por 4 a 1, e na disputa de terceiro lugar a Sogipa ganhou do Esporte Clube Pinheiros por 3 a 2. fonte
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Instituto Reação garantiu o bicampeonato do Grand Prix Interclubes Feminino derrotando o Minas Tênis Clube pelo placar de 4 a 1, na final realizada no dia 20 de outubro, no Centro de Treinamento da CBJ, na Bahia. Raquel Silva (52kg), Rafaela Silva (63kg), Amanda Oliveira (70kg) e Maria Suelen Altheman (+70kg) venceram suas adversárias e marcaram os pontos do time carioca, enquanto a jovem Kamilla Silva (57kg) fez uma luta eletrizante contra Flávia Cruz e anotou o único ponto da equipe mineira. Na disputa pela medalha de bronze a Sogipa venceu o Esporte Clube Pinheiros por 3 a 2 e retornou ao pódio do Grand Prix Feminino. As medalhas do certame tinham a imagem de Rafaela Silva, uma homenagem à campeã olímpica. “Fiquei muito contente com a homenagem da CBJ e poder levar a dourada para casa me deixou mais feliz ainda”, disse Rafaela Silva que, depois do pódio, ainda recebeu da organização
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uma medalha de prata e outra de bronze e disse que irá fazer um quadro para colocar em casa. Na decisão pelo ouro, o Reação começou bem, com vitória de Raquel Silva (52kg) por dois yukôs contra Erika Miranda (52kg/Minas). Em seguida, Kamilla Silva (57kg/Minas) marcou um wazari no golden score contra Flávia Cruz (57kg/Reação) e deixou tudo igual. O terceiro confronto colocou frente a frente duas gigantes do judô brasileiro: Ketleyn Quadros (63kg/Minas) e Rafaela Silva (63kg/Reação), ambas medalhistas olímpicas. Em duelo equilibrado, Rafaela forçou três punições a Ketleyn, levou uma e venceu a rival com um yukô que deixou o Reação com a vantagem de 2 a 1. “Foi uma luta bem complicada. Entrei no shiai-jo com o placar empatado e sabendo que não estava no meu 100% por conta da correria dos Jogos Olímpicos e por ter voltado a treinar há pouco tempo. Então, sabia que podia morrer ali dentro dos tatamis porque
Com a vitória de Raquel Silva (Reação) sobre Érika Miranda (minas Tênis), o time fluminense deu primeiro passo rumo ao segundo título consecutivo do Grand Prix Interclubes
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Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô
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No peso-meio-leve Raquel Silva mostrou ao que veio parando Erika Miranda
1 era minha última luta do dia, e foi isso que eu fiz. Dei meu máximo para ajudar meu time a sair com a vitória”, comentou Rafaela. Na sequência, Mariana Silva (70kg/ Minas) e Amanda Oliveira (70kg/Reação) empataram nas punições (1 a 1) no tempo normal e foram para o golden score, quando Amanda conseguiu pontuar com um yukô, garantindo o se-
gundo título consecutivo do Reação no Grand Prix Interclubes Feminino. Maria Suelen Altheman (+70kg/Reação) fez o último combate já com o título garantido e superou a jovem Victoria Oliveira por ippon, fechando o placar em 4 a 1. “O diferencial da equipe é a união. Temos uma campeã olímpica, mas todos são tratados da mesma forma e têm a mesma essência. A vitória foi de
todos, foi da equipe do Reação em Jacarepaguá ou na Rocinha, daqueles que ajudaram no treinamento e, aqui, culminando com a doação de cada um. Acho que nossa equipe tem um borogodó, um espírito, como o nome já diz, de reação”, comemorou Geraldo Bernardes, o experiente técnico do Instituto Reação. “Sabíamos que ia ser uma competição dura porque viemos com três
Érika Miranda (Minas Tênis) lutou muito, mas Raquel Silva (Reação) se impôs e foi vitoriosa
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Flávia Cruz (Reação) parou na força e na determinação de Kamilla Silva (Minas Tênis)
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
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1 Aguerrida, Mariana Silva foi surpreendida pela determinação de Amanda Oliveira
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atletas bem experientes e duas bem novinhas, do sub 21, mas não sabíamos como seria essa combinação. E tivemos uma surpresa muito boa de chegar à final e, justamente, uma das mais jovens é que garantiu nosso ponto na decisão. Mas o mais importante é que foi nossa quarta final consecutiva e isso mostra que há um trabalho de renovação acontecendo no clube”, disse Floriano de Almeida, técnico da equipe mineira.
Caminho até a final Para chegar à decisão, o time do Reação derrotou o Grêmio Náutico União, São José dos Campos e Sogipa
2 Ketleyn Quadros lutou bravamente, mas a campeã olímpica levou a melhor
na fase de grupos, classificando-se para a semifinal em primeiro lugar do grupo A. Na semifinal, as cariocas derrotaram o Pinheiros por 5 a 0, com vitórias de Raquel Silva (52kg), Flávia Cruz (57kg), Rafaela Silva (63kg), Amanda Oliveira (70kg) e Maria Suelen Altheman (+70kg). Do outro lado, o Minas superou Judô Futuro, Palmeiras e Pinheiros para passar em primeiro lugar no Grupo B. Na semifinal, as mineiras derrotaram a Sogipa por 3 a 2, com vitórias de Érika Miranda (52kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Mariana Silva (70kg). Manoella Costa (57kg) e Rochele Nunes (+70kg) marcaram os pontos sogipanos.
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Equilíbrio e rivalidades na disputa de bronze O terceiro lugar foi definido num confronto muito equilibrado entre Sogipa e Pinheiros. Na primeira luta, Eleudis Valentim (52kg/Pinheiros) forçou duas punições a Jéssica Lima (52kg/Sogipa), abrindo 1 a 0 para o Pinheiros. Lutando uma categoria acima da sua, Layana Colman (57kg/Sogipa) imobilizou Fabiana Oliveira (57kg/Pinheiros) até o ippon e empatou o confronto. No terceiro combate, Mariana Barros (63kg/Sogipa) marcou um wazari para superar Jéssica Santos (63kg/Pinheiros) e colocar a Sogipa à frente do placar novamente. Em seguida, Nádia Merli (70kg/Pinheiros) e Maria Portela (70kg/ Sogipa) fizeram um clássico da categoria, com vitória por shidô (2-1) para a pinheirense. A decisão ficou para a última luta. Rochele Nunes (+70kg/Sogipa) se impôs frente a Samanta Soares (+70kg/ Pinheiros), marcou um yukô, um wazari, e garantiu o bronze para as gaúchas, que em 2015 haviam ficado fora do pódio nacional. “É ótimo voltar ao pódio, lugar de onde nós nunca deveríamos ter saído. Não conseguimos ser campeãs, mas estamos felizes com o bronze e já pensando em chegar ao topo do pódio novamente no ano que vem”, disse Rochele,
Ketleyn Quadros e Rafaela Silva reeditaram o confronto extremamente técnico que se repete há anos
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Antes de vencer por ippon, Maria Suelen Altheman jogou a jovem Victoria Oliveira por diversas vezes
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Na primeira rodada, Ryasnne Lima (SJC) venceu Brenda Gonzaga (GNU) no shime-waza
que dedicou a conquista à companheira Milena Mendes Zaccani, que por conta de uma lesão não pôde disputar o grand prix. O gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô esteve no Centro de Treinamento da CBJ no último dia de disputa para observar os combates e destacou o confronto entre as medalhistas olímpicas Rafaela Silva e
Ketleyn Quadros e também a força que a nova geração mostrou numa competição de altíssimo nível como foi o grand prix. “É sempre importante observar nossos atletas, muitos deles lutando na categoria de cima, sentindo a força e a pressão de atletas mais pesados. Em termos de combate, acho que os amantes do judô ficaram muito satisfeitos em ver Rafaela e
Ketleyn lutando, uma disputa de dois ciclos olímpicos. A gente também fica feliz de ver atletas como a Kamilla fazendo a diferença. Num time bastante experiente como o Minas Tênis Clube, a atleta mais jovem foi a única que marcou ponto na final. E é sempre importante ficar atento a esses jovens por conta do constante processo de renovação da seleção brasileira”, disse Ney Wilson.
Com um ippon sobre Victoria Oliveira, Maria Suelen Altheman anotou 4 a 1 no placar da final, e consolidou a supremacia da equipe carioca no cenário feminino nacional
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Amanda Oliveira (Reação) e Mariana Silva (Minas Tênis) deverão promover uma disputa acirrada neste ciclo olímpico
Rafaela Silva venceu Layana Colman no osae-komi
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Júlio César Álvares e Thiago Pereira, membros da equipe técnica de eventos da CBJ
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Pódio com as equipes que medalharam no Grand Prix Interclubes 2016
Instituto Reação, bicampeão do Grand Prix
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I LOVE JUDO - 2016
CBJ realiza encontro
de patrocinadores
Sétima edição do I Love Judo, evento dirigido aos apoiadores e patrocinadores da entidade, foi realizada no Centro de Treinamento da CBJ em Lauro de Freitas (BA).
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Confederação Brasileira de Judô realizou no dia 19 de novembro a sétima edição do I Love Judo – Encontro de Patrocinadores e Parceiros do Judô Brasileiro. O evento reuniu no auditório do Centro de Treinamento da CBJ, na Praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas (BA), presidentes das federações estaduais filiadas à CBJ e representantes dos patrocinadores: pelo Bradesco, Ricardo Moreira; pela
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PAULO PINTO /CBJ
Cielo, Tiago Porto; pela Infraero, Clea Paixão e Eliana Abreu; pela Scania, Diogo Caldeira; pela TV Globo, Thiago Cruz. O gestor de alto rendimento da CBJ, Ney Wilson, fez uma apresentação sobre o primeiro planejamento para o Ciclo Tóquio 2020, detalhando o novo processo de classificação para a seleção brasileira e o ranking
nacional das equipes sênior a partir de 2017, que vai proporcionar a atletas de todos os Estados a oportunidade de participar do processo. Na sequência, o gerente dos eventos internacionais de judô realizados no Brasil em 2016, Rodrigo Valentim, falou sobre a importância do intercâmbio entre as equipes e os números do projeto, seguido de um vídeo com um resumo de cada evento.
Dirigentes e representantes dos patrocinadores no auditório do Centro de Treinamento da CBJ em Lauro de Freitas
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Paulo Wanderley Teixei
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O Tour do Judô, apoiado pela Cielo e pelo Ministério do Esporte, concluiu sua primeira etapa no mesmo fim de semana do I Love Judo, e no encontro foram apresentados aos participantes os primeiros resultados desse projeto pelo gerente Rodrigo Aguiar. Ao todo, cinco cidades já receberam a iniciativa – Juazeiro/BA, Teresina/PI, São Ney Wilson Luís/MA, Fortaleza/CE e Caicó/RN –, totalizando mais de 28 mil atendimentos nessa fase. A última palestra foi feita pelo gestor de marketing e eventos internacionais da CBJ, Maurício Santos, que dissertou sobre a relevância dos números alcançados pelos 21 eventos internacionais de judô realizados no Ciclo Olímpico Rio 2016 – dois Maurício Santos campeonatos mundiais, uma copa de seleções e 18 desafios internacionais. Outros fatos de destaque foram a presença de atletas de 123 países nesses eventos e o atendimento a mais de 57 mil jovens pelo projeto Lotação Esgotada. Na mídia, o destaque foram as mais de 76 horas de transmissão ao vivo pelo SporTV e pela TV Globo e os mais de 37 milhões de telesRodrigo Valentim pectadores alcançados pelas transmissões. As apresentações terminaram com a exibição de um minidocumentário da campeã olímpica Rafaela Silva, produzido pelo ex-judoca e cineasta Cavi Borges. No encerramento do encontro, Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ, reiterou os agradecimentos às empresas, www.revistabudo.com.br
Rodrigo Aguiar
que permitem o desenvolvimento das ações da entidade e o alcance de expressivos resultados dentro e fora dos tatamis. “Lembro que atrás de cada medalha conquistada existe a mão de um dirigente esportivo, já que, se os dirigentes não derem oportunidade aos atletas, as situações que fazem com que o talento de cada um desponte em sua modalidade acabam não acontecendo. Sem uma gestão e um direcionamento objetivo, eles não chegam lá. Se um patrocinador não acreditar e não investir na modalidade, não teremos recursos, e eles também não alcançarão seus objetivos. A boa gestão esportiva reúne um conjunto de ações que fazem com que objetivos sejam alcançados”, pontuou o dirigente máximo do judô nacional. A Confederação Brasileira de Judô tem Bradesco como patrocinador master, Petrobras, Infraero e Cielo como patrocinadores oficiais; Scania como parceiro oficial; e a Mizuno como fornecedora oficial. O judô é praticado por cerca de 2 milhões de pessoas nos 26 Estados e no Distrito Federal, sendo um dos esportes mais vitoriosos do País, com 22 medalhas olímpicas (quatro ouros, três pratas e 15 bronzes). Há nove Jogos Olímpicos consecutivos (de Los Angeles 1984 ao Rio 2016) o judô brasileiro sobe ao pódio. Revista Budô número 19 / 2017
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Paulista aspirante
medalhas olímpicas Realizada em Mauá, fase final do Campeonato Paulista Aspirante 2016 contou com a presença de atletas e técnicos das seleções olímpicas masculina e feminina.
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MARCELO LOPES/FPJ
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recebe A mesa de honra contou com a presença de dirigentes, delegados regionais, professores kodanshas e atletas e técnicos olímpicos
Atletas e técnicos olímpicos com dirigentes paulistas
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Federação Paulista de Judô realizou a fase final do Campeonato Paulista Aspirante desta temporada no dia 15 de outubro, no Ginásio Poliesportivo Celso Daniel, em Mauá. O evento reuniu 1.200 judocas classificados nas fases regional e inter-regional. A sensação do certame foi a presença de atletas e técnicos da seleção brasileira olímpica na cerimônia de abertura da competição. Acompanhados pelos técnicos Luiz Shinohara e Mário Tsutsui, os medalhistas Rafael Silva (+100kg) e Carlos Honorato (-100kg), além de Charles Chibana (-66kg), Rafael Buzacarini (-100kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg), confraternizaram com os judocas da base, posando para fotos e dando autógrafos. Reunindo os melhores judocas do Estado de São Paulo, a competição apresentou nível técnico muito alto e mais uma vez revelou dezenas de judocas para a base do judô paulista. Atleta que viveu seu aprimoramento técnico em São Paulo, Rafael Silva avaliou a importância do Campeonato Paulista Aspirante no fomento de novos talentos para a modalidade. “São Paulo possui uma diversidade gigantesca de escolas e estilos de judô, e uma competição como esta atende plenamente aos interesses dos professores que buscam o aprimoramento técnico de seus atletas. São mais de mil judocas que antes de chegar a esta grade final passaram por numerosas competições. Podemos concluir que milhares de atletas estiveram envolvidos na realização das fases que antecederam esta final, e é justamente este intercâmbio que promove a renovação que o judô brasileiro necessita para crescer cada vez mais”, avaliou o medalhista olímpico nos jogos de Londres (2012) e do Rio de Janeiro (2016). Outro paulista na seleção brasileira, Mário Tsutsui, técnico da equipe feminina, destacou a importância desta competição no processo seletivo da base paulista. “O mais interessante nesta competição é que ela transcorre em várias fases, realizadas em todas as delegacias regionais. Os atletas vão crescendo tecnicamente dentro da competição e aos poucos ficam conhecendo seus adversários regionais, antes de enfrentarem os melhores de todas as regiões. E essa troca é de fundamental importância para o crescimento de cada um.”
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FASE FINAL C AMPEONATO PAULISTA ASPIRANTE 2016
Rafael Buzacarini, Charles Chibana, Luiz Shinohara e Chico do Judô na cerimônia de abertura
Maria Suelen Altheman e Mário Tsutsui na cerimônia de abertura
O medalhista olímpico nos jogos de Londres 2012 e Rio 2016 Rafael Silva e Chico do Judô
Alessandro Puglia presenteia Rafael Silva com camiseta da FPJ e quadro com as medalhas do certame
Em seu pronunciamento, Chico do Judô destacou a necessidade de serem cultuados os valores éticos e filosóficos do judô no dia a dia dos praticantes
Rafael Silva, o Baby deu autógrafos e posou para fotos com centenas de judocas da base vindos de todo o Estado de São Paulo
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Classificação feminino Sub 9 Superligeiro 1º Rafaela Nascimento - Morada Sol 2º Ana B. Almeida - Sensei Divino 3º Caroline Salafia – J. Taboão SBC 3º Laura Beatriz Souto - SESP/Poá Ligeiro 1º Isabella Bernardino - Titãs do Judô 2º Maria Santos - ADPM-Reg. S.J.C. 3º Lorrany M. Monteiro - A. Namie 3º Mikaelly Leopoldina – Jerusalém Meio-leve 1º Joana Lago - Assoc. A Hebraica 2º Maria Nunes - Judô Clube Mogi 3º Maria Marques - Titãs do Judô 3º Kawany Pires - Assoc. Guarujá Leve 1º Helena Martins - Assoc. Mauá 2º Yasmin Neper - ADREARMAS 3º Agatha Mendonca - Sensei Divino 3º Gabriela Hirakawa - A. Hirakawa Meio-médio 1º Katharina Dias - A. Campineira 2º Mayara Neper - ADREARMAS 3º Jessica Soares – ADPM S.J.C. 3º Maria E. Campos - Chiao/SMEL Médio 1º Eliza C. Rolling - Divinolândia 2º Isabela Magalhaes - A. Masters 3º Alice Mangueira - Assoc. Namie 3º Anna Luiza Carneiro - Gota Leite Meio-pesado 1º Amanda Martins - Assoc. Kassada 2º Ingrid Vitoria Ferreira - A. Barbosa 3º Ana B. Ferreira - Clube Rodoviário 3º Laisa E. Cardozo - A. Cajatiense Pesado 1º Anna Clara de Paula - Judô Pissarra 2º Yasmin Nabuco - Divisão Esp. Lazer Superpesado 1º Thauany Luiza Pereira - A. Pompéia Sub 15 Superligeiro 1º Isadora M. Barbosa - Mogi Guaçu 2º Beatriz M. Santos - Grêmio Cubatão Ligeiro 1º Martha Viana - Tiago Camilo 2º Rhayane Calixto - Caminho Suave 3º Gabrielle França - Judocas de Cristo 3º Mônica Santos - Grêmio Cubatão Meio-leve 1º Samira Mariano - Morada Do Sol 2 Gabrielly Almeida - Judô Clube Mogi 3º Wirini Rodrigues - A. Fernandes 3º Luiza Evellin Ribeiro - SESI - SP Leve 1º Camila Santos - Assoc. Limeirense 2º Cynthia de Aguiar - Liga do Litoral 3º Vitoria Nogueira - Assoc. Moacyr 3º Flávia Silva - SEDUC - P. Grande Meio-médio 1º Ana Laura Franco - A. Matsumi 2º Maria I. Santos - Barão Mauá 3º Brenda Lima - São Sebastião 3º Rayany Aquino - Franco Rocha Médio 1º Anna Schittine - SEDUC - P. G. 2º Isabelle Gaspar - Indaiatubana 3º Fernanda Bellio - São Paulo FC 3º Thaina Mariano – A. Equilíbrio Meio-pesado 1º Beatriz Souza - S.C. Corinthians 2º Ingrid Fernandes - São Paulo FC 3º Sthefany Carmo - São Sebastião 3º Lídia M. Hasegawa – J. C. Mogi Pesado 1º Gabriella Azevedo - Franco Rocha
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2º Maria E. Carvalho - Barão Mauá 3º Maria Chinaqui - SEJEL Pinda 3º Giovanna Santos - Morada Sol Sub 18 Ligeiro 1º Quesia Leme - Assoc. Mauá 2º Gabriele Campos - Itapetininga 3º Gabrielly Alves - D.E.R.L.A Aguai Meio-leve 1º Isabella Damasceno - SEDUC P.G. 2º Emily Mariano - SESI - SP 3º Vitoria Sanches - Assoc. Mauá 3º Julia Paz Oliveira - SEDUC P. G. Leve 1º Alana Sousa - Vila Souza A. C. 2º Izabelly Gomes - Hortolandense 3º Lis Abreu Nunes - APAJUSVO 3º Mayara L. Soares - SESP/Poá Meio-médio 1º Bianca Martins - Judô na Faixa 2º Luiza Bernardes - Mogi Guaçu 3º Carolina Parras - Carlos Fossati 3º Talita Falcão - A. Indaiatubana Médio 1º Elana Afonso - Rio Preto A. C. 2 Daniele Gonçalves - SESI - SP 3º Leticia Benedito - Aleixo - M. F. 3º Jessica Carvalho - SEDUC P.G. Meio-pesado 1º Raiane Mariano - Indaiatubana 2º Pamela Fonseca - Mogi Guaçu 3º Lilia Lima Lira - Aurélio Miguel 3º Adrielly Teles – SEL Itapevi Pesado 1º Giovanna Couto - São Paulo FC 2º Samara Mohamad - Vila Souza 3º Gabriela Archina - C. A. Juventus 3º Jeniffer de Oliveira Adulto Superligeiro 1º Rafaela Gomes - Assoc. Moacyr 2º Janaina Vieira - Adriana Bento 3º Adriana Gushiken - Registrense Ligeiro 1º Elizangela Nunes – C. Camargo 2º Carolina Martinez - Judô Pissarra 3º Sylvia Lapa - Liga do Litoral 3º Daniela Ferreira – F. da Rocha Meio-leve 1º Juliana Bondezan – J. Pissarra 2º Graziela Bastos – H. Budokan 3º Natalia Lima - Bom Jesus 3º Mariana Pereira - São João/Apaja Leve 1º Micheli Mariano - Sanjoanense 2º Eliete Ferreira – A. Resgate 3º Andressa Lopes - Araçariguama 3º Mariana Silva - Derem Martinópolis Meio-médio 1º Vivian C. Santos – C. Camargo 2º Aline Toledo - Branco Zanol 3º Gabriela Carvalho – C. Camargo 3º Flavia Pereira - APAJUSVO Médio 1º Raquel França - Aleixo - M. F. 2º Raphaela Bassi – A. Real União 3º Renilda Gomes – Camp. SBC 3º Jessica Paiva - Branco Zanol Meio-pesado 1º Caroline Silva - A. Limeirense 2º Lucimara Rosa - SEJEL Pinda 3º Milene Galvão - Judô Pissarra 3º Marcia de Andrade - Jita Kyoei Pesado 1º Ariane Evangelista – D. Aguai 2º Jessica Alves - Assoc. Kazoku 3º Alicia Bonfim - SEDUC - P. G. 3º Carin Gouveia - Igreja Batista
Classificação masculino Sub 9 Superligeiro 1º Lucas Antunes - A. Indaiatubana 2º Cauã Bargmann - Judô Pissarra 3º Arthur Carvalho - Tiago Camilo 3º Jacob Marinho - SEC. Matão Ligeiro 1º Pietro Barreto - Sensei Divino 2º Augusto Nascimento - Rio P. A.C. 3º Matheus Aramaki - Assoc. Namie 3º Lucas Bisteni - Ômega Academia Meio-leve 1º Joao Pedro Morais - A. Hirakawa 2º Davi Huffenbaecher - Morimoto 3º Gabriel Tase Telmo - Yamazaki 3º Pedro F. Oliveira - Judô C. Mogi Leve 1º Thomaz Zanol – A. Vila Sonia 2º Henrique Santurbano - Nakashima 3º Miguel Martinho - São João/Apaja 3º Vitor Shimizu – A. Piedadense Meio-médio 1º Alexandre Soares - A. Bastos 2º Kauã Henrique Okuda - A. Kyoei 3º Tiago Fabri Galeote - A. Tigre 3º Felipe Souza - Assoc. Namie Médio 1º Enzo Nascimento - Clube Penha 2º Rafael Marquez - Morimoto Lins 3º Caio Henrique Darin - Mercadante 3º Mateus Campos - A. Limeirense Meio-pesado 1º Nicola Marques - São João/Apaja 2º Rogerio A. Pereira - A. Pompéia 3º Victor G. Gallo - Academia Ippon 3º Murilo Andrade - Assoc. Mauá Pesado 1º Gabriel Mahmoud - Clube Penha 2º Jose Fernandes - Branco Zanol 3º Caio Serra - Pro Alcance Sports Superpesado 1º Kaue Basselli - Morada Do Sol 2º Cauã Cardoso - Budokan Peruíbe 3º Pedro Assis - Assoc. Itapevense 3º Octavio Rangel - Judô na Faixa Sub 15 Superligeiro 1º Thiago Braz - Grêmio Cubatão 2 Gabriel Bosco - A. Nakashima 3º Isael Resende - Tiago Camilo 3º Cauã Isaac - Nikkey de Marilia Ligeiro 1º Christian Diógenes - Bom Jesus 2º Rafael Campos – A. Vila Rica 3º Sérgio Mello - A. Ilha Solteira 3º Allan Cardoso - Grêmio Cubatão Meio-leve 1º Cyrilo Camargo – A. Itapevense 2º Lucas Nobre - A D Santo André 3º Vinicius Dias - Hatsuyume Dojô 3º Matheus Prado - A. Itapirense Leve 1º Gabriel de Arruda - Bom Jesus 2º Bruno Felix Chaves - A. Piquete 3º Mateus Furuya – F. de Campeões 3º Felipe Toguchi – A. São Bernardo Meio-médio 1º Lucas Araújo - A. Yamazaki 2º Gabriel Casagrande - Jita Kyoei 3º Leonardo Yoneda – S. J. Campos 3º Luis H. Bertechini - A. Umino Médio 1º Guilherme Pereira - Morada Sol 2º Gustavo Cavalcante – J. Pissarra 3º Joao Victor Oliveira - A. Moacyr 3º Eduardo Alves - Branco Zanol Meio-pesado 1º Jonatan Castilho - Assoc. Garça 2º Matheus Motta – O. Yanaguimori 3º Darlan Ferreira - Bom Jesus 3º Gabriel Nathan Santos - Itapira Pesado
1º Victor Brasil - A. Cho Do Kan 2º Gabriel Rissato - Branco Zanol 3º Eduardo Berg - A. Limeirense 3º Odilon Santino - A. Trajano Superligeiro 1º Fabio Lescreck - SEDUC P. G. 2º Thaylan Ferreira - Judô Makoto 3º Breno Bueno - A.D.E. Equilibrium 3º Matheus Puerta - SESI - SP Ligeiro 1º Vinicius Muniz - Sensei Divino 2º Rodrigo Goncalves - SESI - SP 3º Luan Vieira Santos - A. Mauá 3º Vinicius H. Andrade - Fight Club Meio-leve 1º Daniel Balieiro - A. Limeirense 2 Richard Guilherme Mattos - Aleixo 3º Yuri Lima Ferreira - UNIMES 3º Wesley Santos - Adriana Bento Leve 1º Emerson de Oliveira – A. Shinrai 2º Matheus Candido - Divinolândia 3º Gabriel da Silva - Sensei Divino 3º Leonardo Lopes - Hortolandense Meio-médio 1º Gustavo Ferreira - A. Mongaguá 2º Renildo Rodrigues - A. Masters 3º Yanko Cavalcanti - A. Mauá 3º Luiz Martins - Corpore Sano Médio 1º Leandro Pereira - Penápolis 2º Gustavo Paulo – SESI - SP 3º Nathan Lopes - SEJEL Pinda 3º Breno Gonçales - Bandeirantes Meio-pesado 1º Luiz Lopes - SMEL F. Morato 2º Tiago Oliveira – C. Camargo 3º João Bento - Assoc. Hirakawa 3º Cheliton Paiva - Judô Goya Pesado 1º Guilherme Cabral - SESI - SP 2º Allan Pereira - A. Mongaguá 3º Sergio Mota - Branco Zanol 3º Vinicius Barcelos - Judô Faixa Adulto Superligeiro 1º Lucas Jose Santos - UNIMES 2º Leonardo Chagas - Rio Preto 3º Efraim Nicolau – SESI - SP 3º Francisco Silva - A. Kiai Kam Ligeiro 1º Emerson Ferreira – F. Campeões 2º Gabriel Ribeiro - Morada do Sol 3º Thiago Bertolai – SESI - SP 3º Marcos Magalhaes - A. Limeirense Meio-leve 1º Henrique Siqueira – ADPM S.J.C. 2º Leonardo Cremonezi - A. Kiai Kam 3º Alessandro Santos - Tiago Camilo 3º Dione dos Anjos - A. Limeirense Leve 1º Gilson Alves - Corpore Sano 2º Luis Rodrigues - D.E.R.L.A Aguai 3º Joao Honorato - ADPM. S.J.C. 3º Kleisson Santos - Camp. SBC Meio-médio 1º Yago Santos - Grêmio Cubatão 2 Diogo Barbosa - Camp. SBC 3º Murilo Nogueira - A. Araçatuba 3º Paulo Costa - S. E. Sanjoanense Médio 1º Jefferson Silva - A. Hanaoka 2º Thomaz Oliveira – Paranapiacaba 3º Thales Veneziani – A. Chiaki Ishii 3º William Morais - Assoc. Mauá Meio-pesado 1º Valmir Ferreira - C A Bandeirantes 2º Wagner de Moura - Judô Pissarra 3º Caio Monteiro - A. Botucatuense 3º Matheus Nader - Salto de Pirapora Pesado 1º Vagner Correa - Judô Na Faixa 2º Evandro Vieira - Morada Do Sol 3º Fabiano Paz – ADUC União 3º Leandro da Silva - Assoc. Itapira
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Palmas Judô Clube recebe troféu de campeão Tocantinense
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Bonenkai promovido pela Federação de Judô do Estado do Tocantins (Fejet) define melhores da temporada e tem outorga de graduação para novos faixas pretas.
m evento que premiou os melhores clubes e associações da temporada, no dia 13 de dezembro a Federação de Judô do Estado do Tocantins reuniu os principais personagens do judô tocantinense no auditório do FECOMÉRCIO. As maiores autoridades esportivas do Estado marcaram presença no encontro, entre as quais Georgton Pacheco, presidente da Fejet; Luiz Sérgio de Silva Papa, presidente da comissão de graduação da Fejet; Celso Gaudino Araújo, secretário e membro da comissão de graduação da Fejet; e Frederico Aderaldo Guerra, professor san-dan. Após uma temporada impecável no cenário estadual, conseguindo chegar ao título de forma invicta, a equipe do Palmas Judô Clube (PJC) recebeu da Fejet o troféu de campeã tocantinense de judô 2016. A entrega do prêmio ocorreu no bonenkai da Fejet, a cerimônia de premiação anual da federação, realizada em Palmas, capital do Tocantins.
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ASCOM TOTAL I Fotos WALISSON FERNANDES
Vitoriosa nas sete etapas do campeonato estadual, a equipe PJC somou, ao longo do ano, 40.748 pontos. Na segunda colocação ficou a equipe Sesc, com 21.584 pontos, seguida da Judô Guerra/Sesi (17.322). O quarto lugar foi da Judô Araguaína/Aocam (10.992) e na quinta colocação ficou a Kodokan/Paraíso (6.386). Além do título na temporada 2016, a equipe PJC também celebra o fato de ter 41 campeões gerais do ranking nas categorias nas quais disputaram o estadual, de um total de 107 premiações neste quesito.
Novos faixas pretas
Georgton Pacheco
Outro motivo de festa no dojô do Palmas Judô Clube foi a promoção de quatro atletas para a condição de sho-dan, ou seja, o judoca graduado com a faixa preta de 1º dan. Os novos yudanshas da Palmas Judô Clube são Gabriel Henrique de Brito Lopes, Marcus Vinícius Mesquita, Mayons Niully Coelho Brito e Weliton da Silva Simões.
Atletas e professores do Palmas Judô Clube recebem a premiação de melhores do ano
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RANKING 2016
viver todas estas experiências, tanto como colaborador do judô tocantinense quanto como formador de atletas, é muito gratificante. Por isto, vou fazer desta felicidade que sinto um incentivo a mais para continuar este trabalho sério em 2017, lutando sempre por melhores resultados. E eu agradeço a cada um que depositou confiança em nossa equipe, aos pais que incentivam seus filhos e aos atletas que se esforçam para atingir as metas que traçamos, além de todos que nos apoiam nesta jornada, divulgando e ajudando a tornar viável a realização deste sonho que estamos alcançando após um ano de muita dedicação e com a graça de Deus. Muito obrigado a todos”, disse o faixa preta go-dan paulistano, radicado no Tocantins.
Crescimento progressivo
Mais seis atletas de quatro outras associações foram promovidos a sho-dan: Bruno Abdo Santana de Araújo, Renê Alves de Oliveira, Jonas Irwyng Castro Ribeiro, Murilo Tavares Cirqueira de Oliveira, Paulo Florêncio de Oliveira Giacomini e José Victor Oliveira Vilardo. Três judocas tocantinenses foram aprovados para ni-dan: Cassius Ferreira Gariglio, Hilton Vasconcelos de Oliveira e Lucas Lisboa Ramos. Clayton de Souza foi aprovado para san-dan e Espedito Pereira Lima Júnior, para yon-dan.
2017 ainda melhor Para o líder da PJC, sensei Celso Galdino, as vitórias alcançadas nesta temporada são um incentivo extra para que a equipe busque fazer um trabalho ainda melhor em 2017. “Desde 2004 atuo no judô do Tocantins, já colaborando com a Fejet na realização dos campeonatos e de outras atividades ligadas à modalidade. E há menos de dois anos eu fundei o Palmas Judô Clube, por meio do qual busco seguir promovendo o crescimento do nosso esporte e da qualidade de vida daqueles que o praticam. Poder
Na avaliação de Georgton Pacheco, presidente da Fejet, o judô tocantinense apresenta crescimento técnico e quantitativo progressivo. “Estamos no Estado mais novo do Brasil. Aqui tudo é recente e a Fejet é uma das federações mais novas do País. Mas assim como em qualquer modalidade esportiva, o judô não é fundamentado num banco de horas e sim na capacidade técnica dos professores que ensinam e propagam a modalidade. Felizmente temos numerosos professores com grande capacidade técnica e isso resulta em atletas fortes e tecnicamente muito bem preparados. Vemos um crescimento técnico progressivo da mesma forma que o número de praticantes aumenta significativamente a cada ano. Temos certeza de que em poucos anos estaremos brigando pelos primeiros lugares da região Centro-Oeste e do Brasil”.
Faixas pretas promovidos pela Fejet
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SELEÇ ÃO BRASILEIRA DE JUDÔ
Ney Wilson anunciou os novos critérios sileira durante o congresso técnico do para a formação da seleção bradia 18 de novembro no Gran Hotel StellGrand Prix Feminino, realizado a Maris, em Lauro de Freitas (BA)
anto à renovação xeira está otimista qu Paulo Wanderley Tei à expansão da competitividade e da seleção brasileira
Marcelo Theotônio ap judô verde-amarelo osta no crescimento técnico do
CBJ adota ranking nacional como critério para definir seleção brasileira Mudança foi anunciada por Ney Wilson, gestor de alto rendimento, durante congresso técnico do Grand Prix Feminino, no Centro de Treinamento da CBJ, na Bahia.
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uscando sempre evolução contínua e melhores resultados, a Confederação Brasileira de Judô decidiu aprimorar a forma de acesso à seleção brasileira. A partir de 2017 será instituído o ranking nacional sênior, que vai premiar os atletas mais regulares dentro do País ao longo da temporada com a oportunidade de representar o Brasil em competições e treinamentos internacionais. O modelo é muito parecido com o adotado pela Federação Internacional de Judô (FIJ) como forma de classificação para os Jogos Olímpicos e com o usado pela Gestão das Categorias de Base da CBJ desde 2013. Os detalhes estão no infográfico que ilustra a matéria. Quatro competições valerão pontos para o ranking nacional: campeonato estadual (ou competição equivalente indicada
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Paulo pinto I
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IMPRENSA/CBJ I
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pela federação estadual), campeonato brasileiro regional, Troféu Brasil de Judô e Campeonato Brasileiro Sênior. Com o novo ranqueamento, a partir de 2018 a seleção será definida da seguinte forma: 1) Estarão classificados automaticamente para a seleção 1 - O campeão do ranking nacional de cada categoria olímpica ao fim do ano; 2 - Judocas que estejam na zona de ranqueamento olímpico da FIJ, contanto que tenham disputado ao menos uma competição válida para o ranking nacional. 2) Estarão classificados para a Seletiva Tóquio 2020 atletas colocados do segundo ao nono lugares do ranking nacional. Como princípio básico e atendendo a critérios técnicos, a CBJ poderá indicar atletas para a Seletiva Tóquio 2020, independente-
mente da colocação no ranking. Os principais objetivos do ranking nacional sênior são: incentivar a troca de conhecimento entre os atletas com maior bagagem internacional e as jovens promessas; elevar o nível técnico do judô nacional com confrontos diretos entre atletas de diferentes estilos; ampliar a possibilidade de acesso à seleção — e, consequentemente, às competições e treinos internacionais — ao aumentar a quantidade de atletas que estarão em busca das 42 vagas na equipe. Para pontuar no ranking nacional é preciso ter 15 anos ou completar 15 anos em 2017 e ser, no mínimo, faixa verde no feminino e roxa, no masculino. Assim como no ranking mundial da FIJ, o ranking nacional terá redução de pontos de 50% a cada ano. A principal diferença para o ranking da FIJ é que os www.revistabudo.com.br
Robnelson Ferreira enfatizou a troca de inform e o intercâmbio técnico
ações
atletas que mudarem de categoria de peso no mesmo ano, desde que tenham o aval da CBJ, terão direito de carregar 50% dos pontos para a nova categoria. O ranking nacional sênior poderá ser consultado no sistema online Zempo, a plataforma de gestão técnica do judô brasileiro. Para formar a seleção que vai representar o Brasil em 2017, o sistema de acesso ainda é o mesmo do ciclo olímpico anterior: os mais bem colocados na Seletiva Tóquio 2020, cuja primeira etapa foi marcada para os dias 13 e 14 de janeiro, no ginásio de Esportes do Bradesco, em Osasco, Região Metropolitana de São Paulo.
Dirigentes validam a criação do Ranking Nacional Ney Wilson, gestor de alto rendimento da CBJ, falou sobre as principais mudanças que visam a reformular a definição da seleção brasileira neste ciclo olímpico. “Aproveitando toda bagagem e experiência adquiridas ao longo dos dois últimos ciclos olímpicos, e partindo da necessidade de renovação, propusemos algumas mudanças e perspectivas para 2017, entre elas o trabalho com atletas de até 23 anos. São judocas que ainda estão na base ou que recentemente subiram para o sênior e têm obtido resultados expressivos em eventos internacionais. Após os Jogos Rio 2016 começamos a investir nestes atletas e tivemos duas ações este ano, uma em Tallinn (Estônia) e outra em Glasgow (Escócia). A grande novidade foi a criação do ranking nacional sênior, pois até então trabalhávamos apenas com o ranking da FIJ. Formulamos um calendário que possibilite a participação dos atletas da seleção brasileira nos certames nacionais e, com isso, eles passarão a transmitir para os atletas mais jovens o conhecimento adquirido no exterior. Com esta ação tamwww.revistabudo.com.br
bém atenderemos o anseio da comunidade do judô nacional, que quer ver os principais judocas do País competindo em casa. A criação do ranking vem ao encontro de todas estas necessidades”. Na avaliação de Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ, o novo formato aumentará a competitividade. “Estou convicto de que o ranking nacional criará um efeito cascata positivo, por várias razões. Valoriza os campeonatos estaduais, regionais e nacionais. Promove maior envolvimento das federações estaduais com a seleção principal. E, principalmente, mexe com todos os judocas brasileiros, desde aqueles já acostumados com a seleção, que precisarão manter-se num alto nível competitivo, até os que sonham representar o Brasil e, agora, terão uma chance ainda mais concreta”, disse o presidente. Na avaliação de Marcelo Theotônio, gestor técnico das equipes de base, a integração
Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô e a adequação dos calendários foram os fatores de maior relevância na nova estrutura de formação da seleção brasileira. “Acho que a construção do calendário da próxima temporada foi nosso maior desafio e a nossa maior conquista. Não foi fácil encontrar uma solução que nos possibilitasse fazer a fusão do calendário internacional, atendendo ao mesmo tempo as demandas estaduais e de todo o planejamento da CBJ. Esta adequação foi realmente complexa, mas acabou dando certo, e com ela os atletas poderão participar dos principais eventos nacionais e internacionais da classe sênior. Outro ponto bastante positivo foi a criação do meeting, que fechará um circuito composto por quatro eventos nacionais na base. Com ele poderemos estabelecer os parâmetros que determinarão o campeão do ranking nacional da base.” O gestor técnico das equipes de base explicou que o novo processo democratizará o acesso à seleção principal, evitando a criação de cadeiras cativas e impedindo que qualquer atleta se acomode. “A construção de
tudo que disse antes ocorreu justamente para possibilitar que os atletas mais novos possam encostar nos que estão no topo. Obviamente muitos atletas da seleção brasileira merecem estar aonde estão, mas entendemos que dar oportunidade aos novos fortalecerá a seleção brasileira como um todo. Estamos estabelecendo um processo que, acima de tudo, pretende fortalecer todo o judô brasileiro, e não apenas um pequeno grupo.” Robnelson Ferreira, gestor técnico nacional de eventos da CBJ, lembrou que o ranking nacional valorizará as competições estaduais e nacionais. “O ranking da base já existia e foi feita uma adequação para que ambos tivessem características idênticas, mas o grande anseio deste novo rankeamento partiu da própria CBJ. A confederação percebeu que ao entrar neste novo ciclo, visando à renovação, não faria sentido blindar os atletas da seleção e impossibilitar que os mais novos troquem informações – que no caso do judô significa lutar – e verifiquem se estão ou não distantes, qual é a distância que os separa da elite e o que precisam fazer para chegar lá. O novo ranking sênior visa a criar maior competitividade interna, valorizar os eventos nacionais e aumentar o prestigio deles. Se estes eventos forem fortes, poderão produzir melhores resultados na renovação, melhores até que ficar apenas mandando atletas para fora.” O gestor técnico nacional concluiu enumerando os principais pontos deste processo. “Acho que traçamos um caminho, mas é lógico que todo debate sobre planejamento e estratégia comporta vários pontos de vista. Há uma discussão que ainda não fechou, mas chegamos a um consenso do que é melhor neste primeiro momento. Existe uma corrente que pede maior participação dos atletas da seleção no calendário nacional. Eu, particularmente, vejo que as competições nacionais abrem novo caminho até mesmo para os atletas do topo que não queiram depender apenas de seletivas ou da classificação internacional, já que não dá para saber qual será o resultado lá fora. Vejo que seria inteligente buscar pontos internamente porque isso é livre, e por regra é necessário participar ao menos de uma competição, mas nada impede que o atleta participe de vários certames. Fundamentalmente, este processo do ranking nacional é extremamente positivo porque valoriza ainda mais os campeonatos estaduais e nacionais; porque aumenta a competitividade; e o mais importante, permite que os novos atletas meçam realmente a distância que os separa de uma vaga na seleção brasileira.” Revista Budô número 19 / 2017
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15ª EDIÇ ÃO TROFÉU BRASIL INTERCLUBES DE JUDÔ
Clube Pinheiros é campeão masculino e Minas Tênis conquista o feminino do
Troféu Brasil Com 16 medalhas – seis de ouro, cinco de prata e cinco de bronze –, a equipe paulista, além de conquistar o título do masculino, foi campeã geral do certame.
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lubes tradicionais e novas forças do judô verde-amarelo levaram à Bahia um grande contingente de judocas em busca de medalhas no Troféu Brasil 2016. Esporte Clube Pinheiros (SP), Minas Tênis Clube (MG), Sogipa (RS) e Judô Comunitário Instituto Reação (RJ) inscreveram duas dezenas de judocas na competição. Outras agremiações inscreveram dez atletas aproximadamente: Grêmio Náutico União (RS), Esporte Clube Vitória (BA), SESI (SP), Jequiá Iate Clube (RJ), Academia Espaço Marques Guines (DF), Judô Paulo Fraga
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VALTER FRANÇA/CBJ I
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(BA) e Sociedade Esportiva Palmeiras (SP). Olhando os últimos resultados do Troféu Brasil e do Grand Prix Nacional, é possível dizer que existem hoje quatro grandes clubes de judô no Brasil: Esporte Clube Pinheiros, Minas Tênis Clube, Sogipa e Judô Comunitário Instituto Reação, que se têm revezado nas primeiras colocações de ambas as competições. E uma análise baseada nos números de atletas inscritos mostra que os quatro grandes chegaram com muita força para a disputa. Em 2015, o título no masculino ficou com o Minas Tênis Clube, que conquistou
cinco ouros e três bronzes. O Esporte Clube Pinheiros, com três ouros, quatro pratas e três bronzes, ficou na segunda colocação, seguido pelos gaúchos da Sogipa (três pratas e um bronze); dos cariocas do Instituto Reação (uma prata e dois bronzes) e dos capixabas da Associação Serrana de Judô (dois bronzes). No feminino, os ouros foram mais distribuídos e cinco clubes chegaram ao topo do pódio. O Instituto Reação com três ouros, uma prata e dois bronzes, foi o grande campeão. A Sogipa ficou na segunda colocação com dois ouros e uma prata. Pinheiros (um www.revistabudo.com.br
Depois de usar quase todo o gokio jogando Raphael Miaque (Sogipa/RS), Phelipe Pelim (ECP/SP) encaixou um uchi-mata que garantiu vaga na final
ouro, duas pratas e três bronzes), Minas (um ouro, uma prata e quatro bronzes) e a Secretaria de Esporte e Lazer de São José dos Campos (um ouro) completaram as cinco primeiras colocações.
Novas forças Outras agremiações, porém, buscam espaço neste seleto grupo e desembarcaram na Bahia neste ano com equipes muito bem estruturadas. Grêmio Náutico União, do Rio Grande do Sul, grande rival da Sogipa, inscreveu 17 atletas na disputa. Tradicional clube www.revistabudo.com.br
Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô
formador, o SESI de São Paulo a cada ano conquista maior espaço dentro e fora do Estado e chegou com 11 judocas. A Academia Espaço Marques Guiness, do Distrito Federal, que se classificou no começo do ano para estrear no Grand Prix, foi à Bahia com dez atletas. O Troféu Brasil é a maior competição individual interclubes do País e um evento já consolidado no calendário nacional. Realizado de 7 a 9 de outubro no Centro de Treinamento da CBJ em Lauro de Freitas (BA), esta edição do certame contou com a participação de 273 atletas e 67 clubes. Revista Budô número 19 / 2017
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15ª EDIÇ ÃO TROFÉU BRASIL INTERCLUBES DE JUDÔ Pinheiros e Minas abrem vantagem no primeiro dia de disputa Ao fim do primeiro dia de competições Esporte Clube Pinheiros e Minas Tênis Clube assumiram a dianteira no quadro geral de medalhas do masculino e feminino, respectivamente, conquistando o maior número de ouros do dia. A equipe pinheirense masculina arrebatou nada menos do que quatro ouros dos seis possíveis na primeira rodada, garantindo de antemão o título geral masculino. Os outros primeiros lugares foram para a Associação de Judô Rogério Sampaio (SP), com o peso-médio Bruno Mendonça, e para o Esporte Clube Vitória (BA), com o superligeiro Rafael Bonfim. Os medalhistas de ouro do Pinheiros foram Eric Takabatake no peso-ligeiro, Breno Alves
1 2 Na final do peso-pesado Juscelino Júnior (MTC/MG) entrou sabendo o que precisava fazer para conquistar o ouro, e numa tremenda bobeada de João Marcos Cesarino (Sogipa/RS), o mineiro encaixou o tai-otoshi e projetou
Com um o-soto-otoshi fulminante sobre Diego Santos (Sogipa/RS), Breno Alves (ECP/ SP) conquistou o ouro do peso-meio-leve
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Jéssica Pereira encaixou uchi-matas e outras técnicas que não foram suficientes para frear o ímpeto e a determinação de Milena Mendes, na final do peso-meio-leve
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no peso-meio-leve, Marcelo Contini no peso-leve e Vinicius Panini no meio-médio. “A equipe masculina veio muito forte e acredito que a maior prova disso foram as duas finais no ligeiro e no meio-médio. No ligeiro, repetimos o desempenho do ano passado com Eric Takabatake e Phelipe Pelim. No meiomédio, o Eduardo Yudy Santos já vinha tendo um desempenho bastante regular, mas ficamos muito felizes especialmente com a evolução do Vinícius Panini, que voltou de uma lesão muito grave e já conseguiu destacarse numa categoria que estava muito forte”, disse Sérgio Baldijão, supervisor especial de judô do clube paulista. No feminino, a disputa ficou indefinida, com leve vantagem para o Minas Tênis Clube, que conquistou três ouros com Thays Marinho (44kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Sarah Nascimento (70kg). “Apesar de ser uma competição individual, os resultados do primeiro dia influenciam muito no segundo, tanto na garra quanto na superação. Com certeza, incentivo não vai faltar. Estaremos aqui cedinho para torcer pelos atletas que lutarão amanhã, porque o resultado retrata o trabalho da equipe inteira”, disse a medalhista de bronze em Pequim 2008 Ketleyn Qua-
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Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô dros, uma das líderes do time mineiro, que teve o reforço das judocas olímpicas Mariana Silva e Érika Miranda. Ambas lutaram fora de suas categorias habituais por estarem voltando das férias pós-Rio 2016. Mariana ficou com a prata do médio e Érika saiu nas oitavas do peso-leve. Campeãs em 2015, as meninas do Reação conquistaram dois ouros, com o bicampeonato de Larissa Farias (48kg) e o título de Flávia Cruz (57kg). A Sogipa seguiu na cola dos líderes, com um ouro conquistado pela meio-leve Milena Mendes.
Lutas do domingo consolidaram prognósticos da primeira rodada Depois de abrir vantagem no primeiro dia do torneio, os judocas das do Pinheiros e do Minas mantiveram o ritmo e asseguraram os primeiros lugares gerais nos dois gêneros. No masculino o Pinheiros sobrou com cinco ouros, duas pratas e um bronze, enquanto no feminino as mineiras seguram a pressão e levaram três ouros e uma prata para Belo Horizonte. “O grupo é homogêneo, nosso trabalho valoriza sempre a qualidade técnica. Como temos poucas meninas no clube, elas treinam muito juntas. Enquanto as mais novas dão apoio ao treino das galácticas, as mais velhas ajudam no crescimento técnico das mais novas. O segredo é manter o grupo coeso”,
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15ª EDIÇ ÃO TROFÉU BRASIL INTERCLUBES DE JUDÔ disse Floriano Almeida, técnico do Minas. No feminino, o Instituto Reação (RJ) ficou com a segunda posição; o EC Pinheiros (SP), com a terceira; a Sogipa (RS), com a quarta e o Clube Atlético Juventus (SP) com a quinta. A última medalha de ouro do Pinheiros no masculino foi conquistada pelo meio -pesado Rubens Inocente Filho. Na decisão, ele venceu uma das promessas do judô brasileiro, Leonardo Gonçalves, da Sogipa, vice-campeão mundial sub 21. “Venho do brasileiro sênior, no qual não fiz uma boa competição devido a problemas pessoais. Hoje pude me redimir. Sei o quanto trabalhei para conseguir esta vitória e estou muito feliz com isso. No clube nós somos muito unidos e quanto mais forte a equipe está, mais forte cada um dos atletas fica. Não há problema em termos mais de um nome forte em cada categoria. Não há rivalidade, todo mundo se ajuda e é por isso que fomos campeões hoje”, analisou o experiente campeão do meio-pesado. Completando a classificação geral do masculino, Minas TC (MG) ficou em segundo lugar, E.C. Vitória (BA) em terceiro, Associação de Judô Rogério Sampaio (SP) em quarto e a Sogipa (RS) em quinto lugar.
Como sempre ocorre quando estas duas judocas se cruzam, a final do peso-ligeiro foi bastante emocionante, com ambas expondo vasto repertório de técnicas, como este de-ashi-harai de Larissa Farias sobre Gabriela Clemente
Após a vitória expressiva, dirigente avalia o novo momento da equipe Para Arnaldo Luiz de Queiróz Pereira, diretor de Esportes Olímpicos e Formação do Esporte Clube Pinheiros, o resultado obtido nesta edição do Troféu Brasil reflete a qualidade e a experiência da nova comissão técnica da equipe pinheirense. “Contratamos os professores Sumiu Tsujimoto, o novo diretor técnico de judô, e Douglas Vieira, técnico chefe das
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Jéssica Pereira (JCR/RJ) pegou o braço de Jéssica Lima (Sogipa/RS) na semifinal e obteve o ippon com juji-gatame www.revistabudo.com.br
Gabriela Clemente tentou virar o jogo, mas Larissa jogou de o-uchi-gari e ficou com a medalha de ouro
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equipes masculina e feminina, pensando exclusivamente no próximo ciclo olímpico e visando aos Jogos de Tóquio 2020. Iniciamos este processo no começo de 2016, buscando antecipar a transição e a adaptação da nova comissão técnica ao clube – e felizmente acabamos saindo na frente de várias equipes que somente agora iniciarão este processo. A conquista da equipe masculina e o título de campeão geral mostram que estamos no caminho certo e que os resultados da mudança efetuada em nossa comissão técnica já estão surtindo efeito.” O dirigente finalizou detalhando as mudanças efetuadas pela nova comissão técnica. “Mudamos totalmente a organização e a dinâmica dos treinamentos. Promovemos a integração entre as equipes multidisciplinares do Pinheiros e da CBJ, visando a uma conexão maior e mais eficaz. Toda a agenda de treino foi revista, desde horários à maneira como são feitas as periodizações. Iniciamos um novo programa para o Pinheiros, mas não é nada revolucionário e nem reinventamos a roda. Apenas mudamos a organização dos treinamentos, e isto foi reconhecido pelos atletas mais antigos, que admitiram que o treino está muito melhor e mais estruturado. Vieram novos atletas da base e alguns foram mantidos, mas esta renovação no Pinheiros é constante e é fundamentada na meritocracia. Aqueles que
Nas quartas de final Diego Santos (Sogipa/RS) venceu Airton da Silva (GNU/RS) por wazari
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15ª EDIÇ ÃO TROFÉU BRASIL INTERCLUBES DE JUDÔ apresentam bom desempenho no treinamento e na competição permanecem. Aqueles que não atingem as metas estabelecidas acabam deixando a equipe. E acredito que o resultado obtido por nossos atletas nesta temporada é fruto da mudança efetuadas em nossa comissão técnica e do que está sendo desenvolvido. O resultado reflete claramente a mudança de dinâmica na organização do treinamento. No Troféu Brasil de 2015 tivemos quase o mesmo número de pódios de 2016, a diferença foi que nesta temporada trocamos medalhas de prata e bronze por medalhas de ouro, e isso trouxe a vitória no masculino, que não acontecia há quatro anos, e a liderança na classificação geral, que também não ocorria há quatro anos”, enfatizou o dirigente pinheirense.
Troféu Brasil consagra atletas mais experientes Esta edição do Troféu Brasil evidenciou a força, a garra e acima de tudo a vontade de
Em seu primeiro combate, Michael Marcelino (SESI/SP) jogou Ítalo Carvalho (AMJ/MA) de ippon com ko-soto-gari
alguns judocas mais experientes, que na Bahia desfilaram talento e muita determinação. Entre os competidores que se impuseram sobre a nova geração destacam-se Ketleyn Quadros, Rubens Inocente Filho, Bruno Mendonça e Breno Alves, que dando a volta por cima arrebentou na nova categoria. Tricampeão do Troféu Brasil e com um extenso retrospecto em competições nacionais e internacionais, Breno Alves avaliou a luta final contra Diego Santos, da Sogipa. “Foi uma luta muita complicada porque ele é um atleta que venho enfrentando desde a categoria ligeiro. Ele agride bastante, e se eu não revidar acabo sendo punido – e foi o que aconteceu nos dois shidôs que levei. A partir daí tive de abrir um pouco a guarda e no finzinho da luta apliquei um kumi-kata melhor e enfiei o golpe, coisa que não consegui fazer nos quatro minutos iniciais, joguei de yukô e cheguei à vitória”. Após o longo período de lesões que o mantiveram fora de combate, Breno Alves falou sobre a mudança, comemorando a tão esperada paz com as vitórias e o pódio. “Subi de peso justamente em função do excesso de lesões que vinha sofrendo por causa de minha
estatura. Penava muito para perder peso e me manter na categoria ligeiro, e foi uma decisão difícil porque tomei esta atitude no meio do ciclo para 2016, quando ainda tinha chances. Mas optei por minha saúde e hoje eu venci no 66kg, uma categoria à qual eu venho tentando me adaptar há um bom tempo; e saio daqui muito feliz porque este era meu objetivo. Garanti minha vaga para a seletiva e agora posso me concentrar exclusivamente na preparação para a seletiva. Estão me deixando sonhar. Já tenho 31 anos e para alguns estou velho e na hora de parar; mas a vontade e o desejo ainda são grandes e enquanto existir isto dentro de mim vou continuar. No momento da transição para o meio-leve, o Pinheiros me apoiou totalmente e dedico esta vitória ao clube.” Coberto de hematomas e marcas, o meio -leve do Pinheiros falou sobre o bate-boca ainda no shiai-jô, nas quartas de finais, quando enfrentou Nykson Carneiro, judoca da Sociedade Esportiva Palmeiras. “Ele ainda é muito novo, e depois veio pedir desculpas dizendo que estava com a cabeça quente. Eu disse que não queria falar sobre aquilo naquele momento, pois estava muito irritado. Na verdade, acho que falta um A final do peso-meio-pesado teve de tudo, mas a experiência de Rubens Filho (ECP/SP) falou muito mais alto. No fim, a medalha de prata conquistada por Leonardo Gonçalves (Sogipa /RS), que foi finalizado no osae-komi, acabou ficando de bom tamanho
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2 Nas quartas de final João Marcos Cesarino (Sogipa/RS) jogou Luciano Correa de ippon com harai-goshi, sua técnica preferida
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Mais alta, com maior envergadura e peso, Victória Oliveira (MTC/MG) anulou a técnica de Beatriz Souza (ECP/SP), que se lesionou e caiu diante da adversária
A final do peso-meio-pesado teve de tudo, mas a experiência de Rubens Filho (ECP/SP) falou muito mais alto. No fim, a medalha de prata conquistada por Leonardo Gonçalves (Sogipa /RS), que foi finalizado no osae-komi, acabou ficando de bom tamanho
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No depoimento durante a cerimônia de abertura, Paulo Wanderley lembrou que o Troféu Brasil é uma referência no calendário da CBJ. “Este é um evento já consagrado e seus números refletem a magnitude da competição. Recebemos aqui 67 clubes representando 21 federações filiadas à CBJ, num total de 273 atletas. Neste evento teremos duas ações especiais, e uma delas será a eleição dos judocas que representarão a classe dos atletas perante a CBJ. Serão eleitos um atleta masculino e outro feminino para compor nosso conselho técnico. Também elegeremos um atleta que representará toda a classe na eleição da nova diretoria da CBJ, em março de 2017.”
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No encontro Marcelo Ornelas cumprimentou o presidente da CBJ por sua eleição à vice-presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB)
Paulo Wanderley, Rafael Silva e Robnelson Ferreira
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Paulo Wanderley Teixeira e Arnaldo Luiz de Queiróz Pereira
Na mesa de honra estavam Marcelo Ornelas, presidente de Federação Baiana de Judô; Marcelo França, vice-presidente da CBJ; Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ; e Rafael Silva, o Baby, medalhista olímpico nos jogos de Londres e do Rio de Janeiro
Além do título de campeão geral, o Esporte Clube Pinheiros foi campeão masculino e Revista Budô número / 2017 terceiro colocado 19 no naipe feminino
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15ª EDIÇ ÃO TROFÉU BRASIL INTERCLUBES DE JUDÔ pouco mais de respeito desta garotada nova. Ele veio do projeto onde morei durante dez anos, acho que eu merecia um pouco mais de consideração. Ele falar que me espancou na luta, embora tenha sido eliminado com quatro shidôs, é no mínimo irônico. Ele pediu desculpas e eu aceitei, mas disse que preferia conversar depois com a cabeça fria, e é isso que vou fazer.” Protagonizando um dos ippons mais rápidos do primeiro dia de disputa, o santista Bruno Mendonça, que defende a Associação de Judô Rogério Sampaio, também fez as pazes com a vitória e comemorou o bom momento nos tatamis. “Na verdade, vim a esta competição mais para fazer um teste porque luto no 81kg, mas me sai muito bem lutando no peso-médio e penso que o resultado foi altamente positivo. Fiz quatro lutas e venci três delas por ippon e creio que vou seguir neste peso, pois me senti muito bem e mais seguro”, disse o campeão do 90kg, que venceu a final jogando Eduardo Silva, do Minas Tênis Clube, com ko-ushi-maki-komi aos 20 segundos de luta. Após vencer Luciano Correa (MTC/MG) nas quartas de final, João Marcos Cesarino (Sogipa/ RS) avaliou a vitória sobre o campeão mundial. “Foi um feito importantíssimo, e não apenas por ter vencido um campeão mundial, mas por ter assegurado minha própria sobrevivência na competição. Esta foi a minha estreia no Troféu Brasil, e se não vencesse não avançaria na chave. Entrei na competição com o objetivo de colocar a minha pegada, impor meu kumi-kata e usar meu peso para conquistar uma vaga no pódio. No fim acabei superando todas as expectativas, vencendo os três primeiros combates, colocando a minha técnica e, de quebra, conseguindo um ippon ao projetar o Luciano de harai-goshi, minha técnica preferida.”
Oito meses após dar à luz, Milena Mendes é campeã Defendendo a Sogipa, a meio-leve Milena Mendes foi uma das campeãs do Troféu Brasil Interclubes num momento especial, pois há oito meses deu à luz sua primeira filha, Bella. “Eu ganhei meu neném faz oito meses e esta foi minha segunda competição desde que voltei a treinar”, contou. “Estou retornando bem e confiante. Consegui meu objetivo, que era ser campeã e garantir uma vaga na seletiva olímpica para Tóquio.” Aos 24 anos, a judoca aprendeu a lidar com a maternidade e sua profissão de atleta, conciliando os cuidados que um filho recém-nascido exige com as muitas horas de treinos físicos e técnicos no dojô. Sempre em família, na companhia do marido Wagner Zaccani, preparador físico da Sogipa e da CBJ, e também da Bella. “A rotina de uma mãe-atleta é puxada. A minha
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sorte é que ela é um bebê muito bonzinho, colabora muito comigo, é minha companheira, minha parceira. Onde eu vou ela está comigo”, explica. “Só sou uma mãe-atleta porque também tenho uma mãe por trás de mim e um marido que me dá todo o apoio.” Mesmo com todas as mudanças em sua rotina, Milena nunca pensou em desistir de lutar por conta da gravidez. O período de gestação para a judoca foi apenas um momento de descanso e recuperação para voltar ainda mais forte, como mostrou na disputa do Troféu Brasil, vencendo suas quatro lutas. “Quando descobri que estava grávida, eu falei para o meu marido que em julho do ano seguinte eu voltaria. Sabia que isso seria uma pausa boa para mim. Só me trouxe coisas boas. Em nenhum momento pensei em parar. Eu sabia exatamen-
te quando eu queria voltar, e voltei bem.”
Eleições e controle de doping Duas ações importantes ocorreram paralelamente às disputas do Troféu Brasil: eleições para composição do Conselho Técnico dos Atletas e do representante dos atletas na Assembleia Eletiva da CBJ, além dos testes de antidoping realizadas pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem com os judocas que disputaram o troféu neste ano. “O Troféu Brasil é um evento já consagrado no calendário nacional e os números refletem isso. São 67 clubes e 273 atletas de 21 federações nacionais”, disse Paulo Wanderley Teixeira, em seu discurso na cerimônia de abertura da competição, ao anunciar as ações paralelas. www.revistabudo.com.br
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CURSO NACIONAL DE C APACITAÇ ÃO PARA TÉCNICOS – TURMA II
Paulo Wanderley exorta transferência de conhecimento fonte
Presidente da Confederação Brasileira de Judô participou da última aula da turma de 2016, realizada no Centro Pan-Americano de Judô.
Paulo Wanderley fala aos alunos da segunda turma do Curso Nacional de Capacitação
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IMPRENSA/CBJ I
Fotos
s alunos da segunda turma do Curso Nacional de Capacitação para Técnicos de Judô da CBJ tiveram uma motivação a mais para a última aula do projeto, ministrada por Moacyr Mendes Júnior, no dia 21 de outubro, no dojô do Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas, na Bahia. Presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teixeira esteve no local e cumprimentou pessoalmente todos os alunos, deixando uma mensagem de congratulação aos participantes. “O grande legado que eu quero deixar após o meu mandato na CBJ é o da transferência de conhecimento”, disse. “Vocês fazem parte de uma elite pensadora do judô brasileiro e o fato de estarem aqui, participando deste curso, já demonstra o diferencial de vocês dentro do judô brasileiro. O nosso objetivo enquanto professores é fazer o nosso aluno melhor do que nós mesmos. Então, transferir o conhecimento é fundamental nesse processo e é o que eu espero de todos vo-
LARA MONSORES/CBJ
cês. Parabéns e saibam que estou muito satisfeito com a presença de todos vocês.” A primeira turma do CNCPTJ formouse em 2015 e esse é o segundo grupo de técnicos que participam deste projeto. O objetivo da Confederação Brasileira de Judô é manter a iniciativa abrangendo cada vez mais técnicos pelo Brasil e, com isso, nivelar o conhecimento prático e teórico do judô no País. Moacyr Mendes
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Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô
O presidente da CBJ enfatizou que a transferência de conhecimento é o grande legado de sua gestão
Paulo Wanderley posa para foto com todos os participantes da segunda turma
Moacyr Mendes Júnior ministrou aulas de ne-waza aos alunos
Parte dos professores inscritos na segunda turma
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Técnicos elogiam iniciativa e planejam repassar conhecimento Os quatro encontros realizados neste ano deram a oportunidade aos alunos de ter contato com as principais referências nacionais do judô e de outras áreas de atuação da CBJ, como marketing, comunicação, medicina esportiva e tecnologia, entre outros. E o resultado, do ponto de vista dos alunos, foi bastante satisfatório. “Foi uma possibilidade de nos reciclarmos e vermos coisas novas, que geram uma motivação a mais para continuarmos trabalhando e tentando disseminar esse conhecimento em nossa região”, avaliou Cláudio Martins, técnico do Rio Grande do Sul. Foi pensando justamente na transferência do conhecimento que alguns professores já formaram grupos de estudo em seus Estados, como conta a baiana Juliane Caldas dos Santos. “Eu fui a representante feminina do judô da Bahia e foi muito proveitoso ter a oportunidade de ver como é feito o trabalho da CBJ e podermos ser multiplicadores dessas informações. É claro que entendemos que esse processo não vai formar ninguém. A formação vem desde cedo”, avalia. “O próximo passo agora é repassar aos professores da Bahia. Formamos um grupo de reuniões para formalizar e repassar esse conhecimento como uma troca de saberes.” O Curso Nacional de Capacitação de Técnicos de Judô é custeado por recursos provenientes do convênio № 813.842/2014, firmado entre a CBJ e o Ministério do Esporte. Estes recursos cobrem todas as despesas de alimentação, hospedagem e traslados dos participantes. Revista Budô número 19 / 2017
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COTIDIANO
Bonenkai reúne
autoridades máximas de Mauá
POR
PAULO PINTO I Fotos JORNAL OPINIÃO PÚBLICA
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Átila Jacomussi, futuros secretários e lideranças políticas e esportivas marcam presença na festa de encerramento da Associação de Judô Mauá.
ara comemorar o encerramento de mais uma temporada, a diretoria da Associação de Judô Mauá (AJM) realizou o bonenkai, tradicional festa de fim de ano que reúne professores, alunos e seus familiares. Além da confraternização, houve troca de faixas e homenagens a todos que direta e indiretamente participaram das atividades da principal escola de judô de Mauá na temporada ou a apoiaram. O evento, realizado no dia 10 de dezembro no ginásio de esporte do SESI Zaíra, contou com a participação aproximada de 450 alunos. Marcaram presença no encontro professores e autoridades políticas e esportivas, entre os quais Gerardo Siciliano, presidente da Associação de Judô Mauá; Átila Jacomussi, prefeito eleito por Mauá; Francisco de Carvalho Filho, o Chico do Judô, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô, vice-presidente da Associação de Judô Mauá, vereador eleito e futuro secretário de Serviços Urbanos de Mauá; Alessandro Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô; Franklin de Melo, representante do SESI Zaíra; Sandro Pacola, futuro secretário de Esportes de Mauá; Maria Helena, presidente da Associação Estrela Azul; Márcio de Souza, futuro secretário da Cultura de Mauá; os professores da AJM Walter Teixeira Júnior (5º dan), Jurandir de Lira Matos (5º dan), Rogério Valeriano (2º dan), Jéssica do Amaral (2º dan), Adriano de Almeida Cavalcanti (2º dan), Valdemir Carlos do Nascimento (1º dan) e Mayara dos Santos Lisboa (1º dan); além dos faixas pretas Sidnei Santos, representante academia de Jiu-jitsu Cen-
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Mesa de honra contou com a presença de numerosas autoridades esportivas e políticas
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COTIDIANO tral Team; Sérgio Alves Santana, Marcelo Marques, Amaury Estela, Vanderson Lidone, Luiz Alberto dos Reis, Ronaldo Eugênio, Gilclei Oliveira, Cleginaldo Nunes, Luizinho e Guilherme. A cerimônia começou com a execução do Hino Nacional e na sequência Gerardo Siciliano fez uso da palavra dando boas-vindas a todos. Falaram também Alessandro Puglia, Franklin de Melo, Sandro Pacola, Chico do Judô e Átila Jacomussi, que destacou a importância do judô no desenvolvimento social e na formação das novas gerações. “O judô possui uma importância social gigantesca, porque prega a lealdade, a disciplina e o respeito ao próximo, principalmente aos nossos adversários. É com imensa alegria que estamos aqui no SESI Zaíra acompanhando o bonenkai da Associação de Judô Mauá, e a cerimônia de troca de faixas dos judocas mauaense, aos quais parabenizo pela conquista. Parabenizo os atletas que, com seu comprometimento, lutam por nossa cidade. Agradeço ao amigo vereador eleito, Chico do Judô, e à dire-
O professor Custódio João de Sales e seus alunos fizeram belíssimas apresentações de karatê envolvendo kata equipe e quebramentos
As professoras Jéssica do Amaral e Mayara dos Santos fizeram apresentação de nage-no-kata
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ção do Judô Mauá por mais esta oportunidade de estar com todos vocês.” Em seu pronunciamento, Chico do Judô homenageou os atletas que defenderam Mauá nesta temporada. “Esta é uma festa que visa a premiar todos aqueles que defenderam as cores de nossa cidade e todos que nos apoiaram nesta difícil caminhada. Contudo, quero lembrar que a conquista de uma medalha começa em nossos lares, onde
Sandro Pacola entrega um quadro de medalhas ao prefeito eleito Átila Jacomussi
Autoridades e dirigentes posam para foto no encerramento do evento
Francisco de Carvalho Filho, o Chico do Judô
Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJ Átila Jacomussi, prefeito eleito de Mauá
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Sandro Pacola, futuro secretário de Esportes de Mauá Gerardo Siciliano, presidente da Associação de Judô Mauá
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COTIDIANO
Jéssica do Amaral, professora da Associação de Judô Mauá
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recebemos o apoio e o carinho de nossos familiares, e continua no dojô, onde o sensei nos ensina os fundamentos técnicos da modalidade. Cada pessoa próxima a cada atleta compõe o universo que conspira a favor ou contra cada conquista, mas é na consciência e no comprometimento de cada judoca que se inicia a determinação que o projeta ao pódio e à conquista dos objetivos pessoais ao longo de sua jornada pela vida. Este foi um ano no qual Mauá voltou a fazer parte da elite do judô paulista e quero fazer um agradecimento especial a cada atleta que, vencendo ou perdendo, lutou bravamente por nossa escola e por nossa cidade.” Na sequência, os professores Walter Teixeira Júnior e Vanderson Lidone fizeram o rei-ho inicial que deu início às apresentações que constavam no programa, bem como as homenagens e promoções de faixa. A atividade foi iniciada pelo professor Custódio João de Sales e seus alunos, os quais fizeram uma belíssima apresentação de karatê. As professoras da Associação de Judô Mauá Jéssica do Amaral e Mayara dos Santos fizeram apresentação de nage-no-kata. Em seguida foi apresentado um vídeo com a retrospectiva da associação nesta temporada e houve a promoção de faixas da Associação de Judô Mauá central e dos núcleos Santa Lídia, Associação Estrela Azul, Judô Zaíra, São João e Judô Oratório.
Homenagens Na parte final da cerimônia foram feitas homenagens especiais e premiações aos que se destacaram em 2016. O grande destaque foi para aqueles que auxiliaram e contribuíram no processo de gestão da associação. Os atletas que defenderam Mauá nos Jogos Regionais receberam uma menção especial, assim como o judoca João Pedro D’Alécio, que recebeu o prêmio Aluno Nota 10. O prefeito eleito, Átila Jacomussi, entregou prêmios aos professores Valdemir Carlos do Nascimento, Mayara dos Santos Lisboa, Adriano de Almeida Cavalcanti, Rogério Valeriano dos Santos e Jéssica do Amaral, que no mês de novembro foram graduados no exame promovido pela Federação Paulista de Judô. www.revistabudo.com.br
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RANKING NACIONAL DAS EQUIPES DE BASE
Seletiva nacional
revela melhores judocas da base Fonte
IMPRENSA/CBJ I
Fotos
PAULO PINTO e CRIS ISHIzava/CBJ
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sado como parâmetro para a elaboração do Ranking Nacional Sênior, lançado em 21 de novembro pela Confederação Brasileira de Judô, o Ranking Nacional das Equipes de Base 2017 teve na seletiva nacional sua primeira competição válida. Realizada de 23 a 27 de novembro, no Centro de Treinamento da CBJ, em Lauro de Freitas (BA), a competição reuniu 888 atletas e, além de distribuir valiosos pontos para o ranking da base, definiu os participantes dos recém-criados meetings sub 21 e sub 18, maiores novidades no calendário nacional de 2017. Os campeões da seletiva levaram para casa 145 pontos no ranking; os vicecampeões, 100; os terceiros colocados, 80; os quartos, 70; os quintos, 65; e os sétimos, 50 pontos. Quem apenas participou, somou 10 pontos. Além disso, os oito primeiros colocados garantiram a classificação automática para os meetings sub 18 e sub 21. A colocação no ranking, somando os pontos da seletiva e dos meetings, definirá os participantes dos possíveis estágios internacionais. “Como os estágios internacionais só deverão realizar-se em fevereiro e março, pensamos em criar uma competição mais próxima e somar dois resultados para o ranking, criando assim uma forma mais justa de definir os participantes nessas competições e treinamentos na Europa”, explicou Marcelo Theotônio, gestor nacional das equipes de base. Dos 888 atletas inscritos, 537 eram do naipe masculino e 351 do feminino, vindos de 232 clubes de 26 federações estaduais. Como ocorre tradicionalmente, o Acre não inscreveu nenhum atleta no certame. A federação de São Paulo liderou o número de inscrições com 283 participantes, seguida pela Rio de Janeiro com 114 inscritos, Rio Grande do Sul com 67, Bahia com 58 e Paraná com 42. Coincidentemente, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais inscreveram o mesmo número de judocas: 34. “Alcançamos um número representativo, pois são quase 900 atletas. Isso mostra que o trabalho de descentralização do judô nacional está apresentando resultados concretos, permitindo que a gestão da base tenha um trabalho de observação muito mais abrangente e diversificado, já que os talentos estão surgindo nas diversas regiões do País. Com certeza, os jovens mais promissores entrarão no radar da CBJ e terão a devida atenção”, ponderou Theotônio.
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RANKING NACIONAL DAS EQUIPES DE BASE Após 12 horas de disputa, classe sub 18 masculina é definida A seletiva das categorias de base teve início no dia 24, com a disputa da classe sub 18 masculina, que contou com cerca de 270 atletas, que protagonizaram 394 combates em aproximadamente 12 horas de competição. Tudo isso sob os olhares atentos da comissão técnica das categorias de base, que assistiu a todos os confrontos. Marcaram presença no certame Danusa Shira, técnica da seleção feminina sub 18; Douglas Potrich, técnico da seleção sub 18 masculina; Andrea Berti, técnica da seleção feminina sub 21; Douglas Vieira, técnico da seleção júnior masculina; além de Marcelo Theotônio, gestor nacional das equipes de base. “O que a gente observa, de forma geral, é a qualidade técnica e o repertório técnico dos atletas, os fundamentos do judô utilizados no shiai, a atitude de cada um e o comportamento deles durante as lutas”, explicou Douglas Potrich. “O que me chamou mais a atenção nesse resultado final é que temos diversos Estados entre os campeões: São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco. Isso é uma surpresa, porque, geralmente, a seleção juvenil era mais centralizada em São Paulo. Essa diversificação de origens é muito boa porque mostra um crescimento geral do judô no Brasil”, avaliou. Resultado final do peso-superligeiro 50kg 1º Felipe Gerônimo (Associação de Judô Divinolândia - SP) 2º Aldi Oliveira (Associação Desportiva Kyodai - RN) 3º Matheus Ishizava (Associação de Judô Araçatuba - SP) 4º Mykael Silva (Associação Tiradentes de Judô - MA) 5º João Jardim (Academia Espaço Marques Guiness - DF) 5º Emerson Silva (A. Desportiva Fábrica de Campeões - PI) 7º Ithalo Preza (Associação Esportiva Guarujá - SP) 7º Carlos Lima (Judô Clube Nagashima - RN)
Resultado final do peso-ligeiro 55kg 1º Matheus Takaki (Acad. Espaço Marques Guiness - DF) 2º Aristides Júnior (A. Ases do Norte de Judô - RR) 3º Caio Kiwada (Associação de Judô de Araçatuba - SP) 4º Guilherme Goetz (Sogipa - RS) 5º João Baptista (Associação Esportiva Guarujá - SP) 5º Pedro Assumpção (Associação Esportiva Tucuruvi - SP) 7º Rafael Mizuno (Associação Judô Budokan Peruíbe - SP) 7º Davi Galati (Academia Corpo Arte Cultura Física - DF)
Resultado final do peso-meio-leve 60kg 1º William Lima (Esporte Clube Pinheiros - SP) 2º Thiago Cruz (Brasil Vale Ouro - RJ) 3º Thiago Guidette (Judô Kussumoto - PR) 4º Felipe Santos (Associação Cult. Esp. de Tucuruvi - SP) 5º Jorge Benfica (Associação Vital Força de Judô - MS) 5º João Santos (UNIMES - SP) 7º Rafael Ferreira (A. Corpo Arte de Cultura Física - DF) 7º André Carvalho (Academia Líder - SE)
Resultado final do peso-leve 66kg 1º João Victor Silveira (A. Canoense de Judô Kiai - RS) 2º Marcos Santos (SESI - SP) 3º Jonas Ribeiro (Dom Bosco - TO) 4º Lucas Lemanczuk (Judô Lemanczuk Júnior - PR) 5º Jailson Oliveira (Judô e Movimento - SE) 5º Lucca S. Portella (Judô Clube Instituto Reação - RJ) 7º Fernando Koch (Clube Recreio da Juventude - RS) 7º Diogo Rocha (A. Yamazaki de Judô de S.J.C. - SP)
Resultado final do peso-meio-médio 73kg 1º Guilherme Schimdt (Espaço Marques Guiness - DF) 2º Pietro Mühlfarth (São João Tênis Clube - SP) 3º Marcelo Gomes (Associação de Judô Belarmino - SP) 4º Gustavo Siqueira (Judô Clube Mogi das Cruzes - SP) 5º Matheus Phlmann (A. Canoense de Judô Kiai - RS) 5º Jessé Rocha (Associação de Judô de Araçatuba - SP) 7º João Freitas (Associação Canoense de Judô Kiai - RS) 7º Matheus Oliveira (Judô Clube Mogi das Cruzes - SP) Exibindo técnica apurada no ne-waza, Matheus Rikiya Ishizava garantiu a terceira colocação do peso-superligeiro da classe sub 18, vencendo vários confrontos no chão. Na seletiva Matheus fez sua última competição defendendo a Associação de Judô Bastos, e nesta temporada passa a defender a forte equipe do SESI-SP.
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Surpreendendo pelo excelente preparo técnico e psicológico, Laura Ferreira (Adrearmas/SP) ficou em primeiro em sua classe, o sub 18, e de quebra foi campeã do sub 21
Resultado final do peso-médio 81kg 1º Nuciano Júnior (Grêmio Náutico União - RS) 2º Gustavo Guimarães (A. Dojô Harai Goshi - GO) 3º Victor Nascimento (Associação de Judô Araçatuba - SP) 4º Gabriel Mattos (Esporte Clube Vitória - BA) 5º Francisco Lucas (Academia Body Place - RJ) 5º Juan Bispo (Sociedade Esportiva Palmeiras - SP) 7º Gabriel Deividis (Associação Bushidô Pais e Amigos - SP) 7º Lucas Turqueti (Judô Paulo Fraga - BA)
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Resultado final do peso-meio-pesado 90kg 1º Jonas Campomizzi (Minas Tênis Clube - MG) 2º Bruno Leite (Brasil Vale Ouro - RJ) 3º Matheus Roque (Judô C. Instituto Reação - RJ) 4º Lucas Carmo (Associação Moacyr de Judô - SP) 5º Agson Lima (Associação Nico Judô - MS) 5º Bernardo Welter (P. A. A. do Judô-Blumenau - SC) 7º Carlos E. Macedo (SEDUC - Praia Grande - SP) 7º Marcelo Fonseca (Assoc. Fort Judô Clube - AM)
Resultado final do peso-pesado +90kg
Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô
1º Leonardo Sant’Ana (Associação Arruda de Judô - PE) 2º Lucas Brito (Associação Limeirense de Judô - SP) 3º Eduardo Júnior (Dojô C. T. de Lutas - SP) 4º Vítor Souza (Judô Von Linsingen - PR) 5º Matheus Silva (Academia Águias do Judô - SP) 5º Bruno Rocha (Sogipa - RS) 7º Marcel Assunção (Associação Judô Ação - BA) 7º Derik Faccholli (A. J. Corpore Sano/SMERP - SP)
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Raí Silva (APJ) jogando Guilherme Neder (MORG) de o-goshi
Confronto de gerações bastante promissor no sub 18 feminino O segundo dia da seletiva nacional das equipes de base foi dedicado às mulheres da classe sub 18. Ao todo foram 184 judocas que buscaram os valiosos pontos para o ranking nacional das equipes de base, bem como a classificação para o meeting da base. “Gostei da competitividade. As meninas que estavam em primeiro no ano passado se depararam com outras para bater de frente. A gente viu muita atitude durante as lutas. O fundamento em que percebemos maior melhora é na transição para o ne-waza”, indicou Danusa Shira, técnica da seleção sub 18 feminina, que acompanhou atentamente a seletiva. “O que eu acho que precisaremos melhorar são questões táticas que, a partir do juvenil, vão começar a fazer a diferença. Agora é trabalhar bastante para termos uma equipe bem forte para representar o Brasil nos campeonatos pan-americano e mundial.” Resultado final do peso-superligeiro 40kg 1º Manuela Jesus (Associação Brasileira A Hebraica - SP) 2º Hanna Nascimento (Grêmio Rec. Futuro em Ação - PE) 3º Izabele Oliveira (Associação Tiradentes de Judô - MA) 4º Giovanna Monteiro (Associação Namie de Judô - SP) 5º Lorrany Pastana (Associação Veleiro de Judô - PA) 5º Luíza Rodrigues (Judô Clube Paulino Ribeiro - RJ) 7º Bruna Covre (Judô Clube Nippon - ES) 7º Ana Luíza Carvalho (Associação Bushidô Pais e Amigos - SP)
Resultado final do peso-ligeiro 44kg 1º Laura Ferreira (ADREARMAS - SP) 2º Amanda Arraes (Nunes Associação Esportiva de Cacoal - RO) 3º Letícia Menino (Judô Clube Rocha - MS) 4º Fernanda Cardoso (Judô & Movimento - SE)
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5º Júlia Silva (Judô Clube Instituto Reação - RJ) 5º Isabela Leite (Associação Canoense de Judô Kiai - RS) 7º Larissa Meira (Sogipa - RS) 7º Nathália Nascimento (Clube de Regatas Flamengo - RJ)
Resultado final do peso-meio-leve 48kg 1º Natália Oliveira (Associação Desportiva São Caetano - SP) 2º Ana Caroline Santos (Associação Brasileira A Hebraica - SP) 3º Isabella Meneguel (Sogipa - RS) 4º Ludmila Carmeille (Associação Judô Budokan Peruíbe - SP) 5º Alexia Nascimento (Associação Atlética Judô Futuro - MS) 5º Natália Bernardo (GFTEAM - RJ) 7º Eduarda Araújo (Sogipa - RS) 7º Maria Barbosa (Associação Judô Gabriela de Souza - PE)
Resultado final do peso-leve 52kg 1º Nicole Franzoi (Sogipa - RS) 2º Gabriela Conceição (PWF-Lutas - ES) 3º Thayna Lemos (Associação Liju de Judô - RJ) 4º Marcela Shimada (Judô Clube Mogi das Cruzes - SP) 5º Bárbara Lopes (Judô Kimura - SP) 5º Kenia Souza (Associação Brasileira A Hebraica - SP) 7º Maria Chagas (Shimokawa Dojô - CE) 7º Vitória Pereira (Sociedade Morgenau - PR)
Resultado final do peso-meio-médio 57kg 1º Bruna Bereza (Associação Desportiva Judô Tonietto - PR) 2º Rafaela Ribeiro (Associação de Judô de Araçatuba - SP) 3º Thayane Lemos (Associação Liju de Judô - RJ) 4º Luana Santos (Associação Moacyr de Judô - SP)
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
Na primeira rodada do peso-ligeiro Michael Marcelino (SESI-SP) jogou Robson Penna de uchi-mata
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RANKING NACIONAL DAS EQUIPES DE BASE 5º Sandy Souza (Associação Marcos Mercadante de Judô - SP) 5º Luara Crispim (Associação de Judô Budokan Peruíbe - SP) 7º Júlia Silva (A. D. P. M. São José dos Campos - SP) 7º Lívia Luciano (Minas Tênis Clube - MG)
Resultado final do peso-médio 63kg 1º Gabriella Moraes (A. A. D. Mesc São Bernardo - SP) 2º Eduarda Silva (Sociedade Morgenau - PR) 3º Maria E. Diniz (A. D. P. M. São José dos Campos - SP) 4º Brenda Gonzaga (Grêmio Náutico União - RS) 5º Manuella Frediani (Ass. Judô Vila Sônia - SP) 5º Mariana Toledo (Associação Brasileira A Hebraica - SP) 7º Luana Carvalho (Ass. União dos Militares do Brasil - RJ) 7º Joyce Lima (GFTEAM - RJ)
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Resultado final do peso-meio-pesado 70kg 1º Inara Santos (Associação Cult. Esportiva Pompeia - SP) 2º Milena Silva (Minas Tênis Clube - MG) 3º Eduarda Rosa (Grêmio Náutico União - RS) 4º Vitoria Silva (Associação de Judô de Bastos - SP) 5º Laura Padilha (Sogipa - RS) 5º Bruna Proença (Associação Atlética Judô Futuro - MS) 7º Pietra Antun (Clube Raça Pura Vida – Palhoça - SC) 7º Milene Souza (Associação Hikari Judô de Toledo - PR)
Resultado final do peso-pesado +70kg 1º Anna Karolina Belém (Judô C. Instituto Reação - RJ) 2º Laislaine Rocha (SESI - SP) 3º Luíza Cruz (Judô Clube Instituto Reação - RJ) 4º Josiane Oliveira (Vila Santista Chia/SMEL - SP) 5º Ana Damasceno (Esporte Clube Vitória - BA) 5º Viviane Motta (Associação Namie de Judô - SP) 7º Thainar Santos (Dojô Luciano Corrêa - PB) 7º Amanda Silva (Associação Desportiva Moura – MS)
Na pooling do meio-pesado do sub 21, Arthur Silva (SESISP) venceu Vinícius Minto (David Moura Academia de Judô - MT) por osae-komi e acabou na quarta colocação
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3 Na pooling do peso-superligeiro da classe sub 21, Miquéias Valle (Minas Tênis Clube - MG) consegui um wazari projetando Márcio Oliveira (Judô e Movimento - SE) de ura-nage
Sub 21 recebe muitos talentos do juvenil e mostra o poderio das equipe de base
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A classe júnior contou com 394 inscritos, sendo que o masculino recebeu 241 atletas vindos de 180 clubes. Já no feminino foram 153 atletas de 136 clubes. O terceiro dia de seletiva definiu os classificados na classe sub 21 masculina, e no período da manhã foram disputados os pesos superligeiro (55kg), ligeiro (60kg) e meio-leve (66kg), com Bruno Watanabe (São João Tênis Clube), Robson Penna (Minas Tênis Clube) e Daniel Cargnin (Sogipa) sendo os campeões. A competição continuou no período da tarde com as disputas no leve (73kg), meio-médio (81kg), médio (90kg), meio-pesado (100kg) e pesado (+100kg), que tiveram como campeões os judocas Jéferson Santos, Tiago Pinho (Sogipa), Henrique FranPatrocinadora oficial cini (Pinheiros), William Souza Jr e Matheus Rocha. da Confederação Brasileira “Foi uma seletiva muito forte, na qual nós vimos a subida de Judô de vários atletas do sub 18 para o sub 21, que obtiveram sucesso. O mais importante é que estamos tendo uma ampla renovação, e temos alguns valores que já estavam com a gente e que conseguiram chegar também. Estou satisfeito com o que
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RANKING NACIONAL DAS EQUIPES DE BASE vi e acho que teremos muito material humano para ser trabalhado”, avaliou Douglas Vieira, técnico da seleção júnior masculina. “Às vezes o atleta não está num dia bom e não consegue externar sua técnica. Eu sou a favor da oportunidade. Aquele que vencer a seletiva e vencer o meeting vai ser o representante da categoria.” Entre os campeões estavam novatos recém-saídos da classe sub 18, como Bruno Watanabe (18 anos) e Jéferson Santos Júnior (17 anos), que estiveram no mundial juvenil em 2015, se destacaram na competição. “No meio do ano subi de peso para o 73kg e vim focado em melhorar nessa categoria. Senti um pouco de diferença para o sub 18, os adversários entram muito mais focados, são mais fortes, mas eu me preparei muito nos últimos quatro meses para conseguir vencer essa seletiva, que é a minha primeira no júnior. A experiência no mundial juvenil do ano passado me trouxe mais maturidade, fui eliminado na segunda luta e aprendi muito com essa frustração”, comentou Jéferson Santos Júnior, após vencer David Lima, Rafael Freitas e Júlio Koda Filho, nas finais. Resultado final peso-superligeiro 55kg 1º Bruno Watanabe (São João Tênis Clube - SP) 2º Miquéias Valle (Minas Tênis Clube - MG) 3º Márcio Oliveira (Judô e Movimento - SE) 4º Mike Pinheiro (São João Tênis Clube - SP) 5º Rafael Cunha (Judô Clube Nagashima - RN) 5º Marco Feitosa (SESI - DF) 7º William Santos (Ass. União dos Militares do Brasil - RJ) 7º Daniel Lima (Judô Paulo Fraga - BA)
Resultado final peso-ligeiro 60kg 1º Robson Penna (Minas Tênis Clube - MG) 2º Kainan Pires (Esporte Clube Pinheiros - SP) 3º Michael Marcelino (SESI - SP) 4º Isaac Bignardi (Judô Clube Rocha - MS) 5º João Paulo Correia (A. Marcos Mercadante de Judô - SP) 5º Pedro Braga (Associação Marcílio Moraes - PE) 7º Renan Torres (SESI - SP) 7º Tiago Passos (Associação Esportiva Guarujá - SP)
Resultado final peso-meio-leve 66kg 1º Daniel Cargnin (Sogipa - RS) 2º Wander Santos (Minas Tênis Clube - MG) 3º Airton Silva (Grêmio Náutico União - RS) Com um wazari, Lucas Lima (Esporte Clube Pinheiros - SP) saiu na frente, mas faltando 40 segundos para o fim do combate deu bobeira e Willian Souza Júnior (Academia Espaço Marques Guiness - DF) encaixou um ura-nage indefensável que garantiu a vitória e a primeira colocação no peso-meio-pesado
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4º Guilherme Silva (Associação de Judô Araçatuba – SP) 5º Douglas Júnior (CT Meninos de Ouro - SP) 5º Israel França (ASCAM-Projeto Caminho Suave - MT) 7º Fauze Alle (Judô Clube Rocha - MS) 7º Rickson Pimentel (A. E. Artes Marciais Amazônica - AM)
Resultado final peso-leve 73kg 1º Jeferson Santos Júnior (ADPM São José dos Campos - SP) 2º David Lima (Sogipa - RS) 3º Júlio Koda Filho (Minas Tênis Clube - MG) 4º Rafael Freitas (São João Tênis Clube - SP) 5º Lucas Togni (Clube Paineiras do Morumby - SP) 5º Guilherme Schimdt (A. Espaço Marques Guiness - DF) 7º Laurence Oliveira (Grêmio Náutico União - RS) 7º Leonardo Rodrigues (Associação Yamazaki de Judô - SP)
Resultado final peso-meio-médio 81kg 1º Tiago Pinho (Sogipa - RS) 2º Luanh Rodrigues (Sociedade Morgenau - PR) 3º Luís Heck (Sogipa - RS) 4º Ígor Morishigue (SESI - SP) 5º Giovani Ferreira (Sociedade Esportiva Palmeiras - SP) 5º José Victor Viegas (Jequiá Iate Clube - RJ) 7º João Victor Lopes (Associação Limeirense de Judô - SP) 7º Juan Silva (Associação de Judô Budokan Peruíbe - SP)
Resultado final peso-médio 90kg 1º Henrique Francini (Esporte Clube Pinheiros - SP) 2º André Humberto (Minas Tênis Clube - MG)
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RANKING NACIONAL DAS EQUIPES DE BASE 3º Daniel Andrade (Brasil Vale Ouro - RJ) 4º Eduardo Santos (Associação Judô Belarmino - SP) 5º Carlos Melo Júnior (Associação D. Shiro Saigo - RN) 5º Matheus Assis (Associação Maringaense - PR) 7º Julius Sales (Sampaio Dojô - CE) 7º Caíque Emerenciano (A. Desportiva Santo André - SP)
Resultado final peso-meio-pesado 100kg 1º William Souza (Academia Espaço Marques Guiness - DF) 2º Lucas Lima (Esporte Clube Pinheiros - SP) 3º Luiz Filipi dos Santos (Clube de Regatas Flamengo - RJ) 4º Arthur Silva (SESI - SP) 5º Luan Ferreira (Minas Tênis Clube - MG) 5º Yan Goulart (Sogipa - RS) 7º Daniel Alves (Associação de Judô Leões de Judá - ES) 7º Vinícius Minto (David Moura Academia de Judô - MT)
Resultado final peso-pesado +100kg 1º Matheus Rocha (SESI - SP) 2º André Soares (São João Tênis Clube - SP) 3º Victor Ferreira (Associação de Judô Belarmino - SP) 4º João Gonçalves (Associação Judocas de Itajaí - SC) 5º Arthur Barboza (Judô Clube Instituto Reação - RJ) 5º Arthur Barboza (Judô Clube Instituto Reação - RJ) 5º Francisco Lima (ACOPAJAM - AM) 7º Willian Jesus (Esporte Clube Vitória - BA) 7º Luiz Fernando Souza (Ass. Shintai-dô Paraíba-PB)
Depois de estar perdendo de wazari, Maria Taba (Centro Esportivo Dom Bosco - AM) pegou o braço de Gabriela Clemente (Grêmio Náutico União - RS) e venceu com juji-gatame
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Na pooling do meio-pesado do sub 21, Ana Camargo (Sociedade Morgenau - PR) venceu Renata Borba (HAR) de ippon com sankaku-gatame
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RANKING NACIONAL DAS EQUIPES DE BASE
Árbitros que atuaram no certame
Disputas do sub 21 feminino encerram seletiva nacional das categorias de base A seletiva nacional das categorias de base terminou com os combates da classe sub 21 feminina. Foram quatro dias de disputas intensas, com judocas das classes sub 18 e sub 21 lutando pelos primeiros pontos no ranking nacional da base, principal critério de classificação para as seleções brasileiras de base. Ao final da seletiva, cerca de 100 clubes e associações classificaram atletas entre os oito primeiros. A disputa começou com os pesos superligeiro (44kg), ligeiro (48kg) e meio-médio (63kg), de manhã, seguidos por meio-leve (52kg), leve (57kg), médio (70kg), meio-pesado (78kg) e pesado (+78kg), à tarde. O grande destaque do dia foi a jovem Laura Ferreira, de apenas 16 anos, que ficou em primeiro lugar no 44kg do júnior, fazendo dobradinha no juvenil, no qual também terminou em primeiro lugar. “Tive um dia de descanso e ainda lutei sentindo a virilha, porque forcei muito no juvenil. Não senti muita diferença de uma classe para a outra porque já venho lutando nas duas desde o início do ano”, contou Laura, sem conseguir segurar as lágrimas após derrotar
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Thays Marinho (Minas Tênis Clube) na última rodada da poule. “Já tinha perdido uma vez para ela. Aqui foi diferente, consegui a vitória e a concretização do meu sonho.” Além dela, Larissa Pimenta (E. C. Pinheiros) e Samara Contarini (E. C. Pinheiros) também garantiram o primeiro lugar de suas categorias, que foram definidas ainda no período da manhã. À tarde, Jéssica Lima (Sogipa), Ketelyn Nascimento (S. E. Palmeiras), Ellen Santana (Ass. Judô 9 de Julho), Gabriela Paliano (A. A. Judô Futuro) e Ellen Furtado (SESI-SP) levaram a melhor em suas categorias, terminando em primeiro lugar. “A seletiva foi muito interessante porque tivemos alguns confrontos diretos entre atletas bem colocadas no ranking, e realmente houve a confirmação das nossas expectativas. Nomes como a Kamilla Silva e a Ketelyn Nascimento, que já vínhamos trabalhando, permaneceram bem situadas no ranking e vamos continuar acompanhando a evolução delas de perto. Entre as novatas, poderia destacar a Laura Ferreira, do 44kg, que ainda é juvenil e ganhou a seletiva nas duas classes, Maria Taba e Larissa Pimenta, que acabaram de subir do sub 18 e já conseguiram um resultado importante, além da Ellen Santana, que lutou muito bem”, explicou Andrea Berti, técnica da seleção feminina sub 21.
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Após um período longe das competições nacionais, Marcus Michelini, um dos árbitros mais conceituados do judô paulista, marcou presença na Seletiva Nacional de Base
Técnicos das classes sub 18 e sub 21
Resultado final peso-superligeiro 44kg
Resultado final peso-meio-médio 63kg
1º Laura Ferreira (ADREARMAS - SP) 2º Thays Marinho (Minas Tênis Clube - MG) 3º Amanda Lima (Grêmio Recreativo Futuro em Ação - PE) 4º Ana Beatriz Pinto (As. Souza Filho de Artes Marciais - PA) 5º Ianele de Paula (Judô Penna - DF) 5º Gláucia Câmara (Associação Desportiva Shiro Saigo - RN) 7º Victoria Tibúrcio (GFTEAM - RJ) 7º Amanda Arraes (Nunes Associação Esportiva Cacoal - RO)
1º Samara Contarini (Esporte Clube Pinheiros - SP) 2º Carolina Pereira (Judô Clube Instituto Reação - RJ) 3º Maria Perfeito (Associação Atlética Judô Futuro - MS) 4º Yanka Pascoalino (Esporte Clube Pinheiros - SP) 5º Natália Lopes (Brasil Vale Ouro - RJ) 5º Thaynara Emerenciano (A. Desportiva Itapema - SC) 7º Brenda Barbosa (Ippon CT de Judô - MA) 7º Sílvia Andrade (Sociedade Morgenau - PR)
Resultado final peso-ligeiro 48kg
Resultado final peso-médio 70kg
1º Larissa Pimenta (E. C. Pinheiros - SP) 2º Estefani Santos (Associação Desportiva São Caetano - SP) 3º Letícia Silva (A. D. P. M. São José dos Campos - SP) 4º Natasha Ferreira (Sociedade Morgenau - PR) 5º Giovana Garcia (Sociedade Esportiva Palmeiras - SP) 5º Amanda Costa (Associação Brasileira A Hebraica - SP) 7º Maria Victoria Oliveira (As. Judô Corpore Sano/SMERP - SP) 7º Geovana Boeing (Academia Espaço Marques Guiness - DF)
1º Ellen Santana (Associação de Judô 9 de Julho - SP) 2º Ana Paula Carra (Associação A. Judô Futuro - MS) 3º Gabriela Fontes (SESI - SP) 4º Sabrina Rosseto (Centro T. Meninos de Ouro - SP) 5º Bruna Silva (Grêmio Náutico União - RS) 5º Agnes Motta (Associação Namie de Judô - SP) 7º Bruna Nesi (Sociedade Morgenau - PR) 7º Amanda Figueiredo (Ass. Claudemir Bezerra - PE)
Resultado final peso-meio-leve 52kg 1º Jéssica Couto Lima (Sogipa - RS) 2º Maria Taba (Centro Esportivo Dom Bosco - AM) 3º Aline Neves (Associação Atlética Judô Futuro - MS) 4º Gabriela Clemente (Grêmio Náutico União - RS) 5º Luíza Sousa (SESI - DF) 5º Jéssica Silva (São João Tênis Clube - SP) 7º Ana Flávia Ferreira (Ass. Kodokan Judô de Roraima - RR) 7º Ana Júlia Durço (Associação Desportiva São Caetano - SP)
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Resultado final peso-meio-pesado 78kg
1º Gabriela Paliano (Associação A. Judô Futuro - MS) 2º Gabrielle Melo (Judô Clube Instituto Reação - RJ) 3º Anny Ribeiro (Associação Procopense de Judô - PR) 4º Giovanna Fontes (SESI - SP) 5º Laislaine Rocha (SESI-SP) 5º Ana Camargo (Sociedade Morgenau - PR) 7º Sara Souza (A. Desportiva São Caetano - SP) 7º Luana Moura (Judô Clube Mogi das Cruzes - SP)
Resultado final peso-leve 57kg
Resultado final peso-pesado +78kg
1º Ketelyn Nascimento (Sociedade Esportiva Palmeiras - SP) 2º Kamilla Silva (Minas Tênis Clube - MG) 3º Suellen Silva (Fluminense - RJ) 4º Luana Costa (Academia Espaço Marques Guiness - DF) 5º Milena Matias (Judô Clube Rocha - MS) 5º Vitória Hemmel (Associação Judô Budokan Peruíbe-SP) 7º Joseane Nunes (Associação Brasileira A Hebraica - SP) 7º Joice Braga (Clube Paineiras do Morumby - SP)
1º Ellen Furtado (SESI - SP) 2º Sarah Chaves (Associação Kiai Kan - SP) 3º Sarah Silva (Associação Namie de Judô - SP) 4º Isabele Oliveira (Associação de Judô Ação - BA) 5º Nathália Silva (Brasil Vale Ouro - RJ) 5º Priscila Souza (David Moura Academia de Judô - MT) 7º Beatriz Sousa (Judô Clube Sol Nascente - CE) 7º Eduarda Blanco (Grêmio Náutico União - RS)
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C AMPEONATO SUL-AMERIC ANO SÊNIOR DE JUDÔ 2016
Daniel Cargnin venceu suas quatro lutas por ippon
Brasil fatura três ouros, duas pratas e um bronze no sul-americano Brasil foi a Lima com seis judocas e obteve 100% de aproveitamento. Eleudis Valentim, Phelipe Pelim e Daniel Cargnin conquistaram o ouro. Nádia Merli e Gustavo Assis alcançaram a prata, enquanto Nathália Mercadante ficou com o bronze. POR
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O Brasil construiu um resultado surpreendente no campeonato sul-americano realizado no dia 30 de outubro, no Coliseo del Club Regatas Filial Deportiva, em Lima, capital do Peru. Eleudis Valentim (52kg), Phelipe Pelim (60kg) e Daniel Cargnin (66kg) sagraram-se campeões. Nádia Merli (70kg) e Gustavo Assis (90kg) foram vice-campeões e Nathália Mercadante (48kg) conquistou o bronze. As seleções dos oito países que constituem a principal força do judô da América do Sul participaram da disputa: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Uruguai e Peru.
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IMPRENSA/CBJ I
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JUDO PERU
Carlos Erick Zegarra Presser, diretor esportivo da Confederação Pan-Americana de Judô e presidente da Federação Desportiva Peruana de Judô, deu boas-vindas a todas as delegações e abriu oficialmente o evento, que contou com a presença de Renzo Vidaurrazaga, presidente da Comissão Nacional de Classes. Na oportunidade o dirigente peruano outorgou o roku-dan aos judocas ex-atletas da seleção peruana German Velázco e Jhonny Prado, que agora ostentam a faixa coral de 6º dan. A melhor campanha entre os brasileiros foi do jovem Daniel Cargnin, de apenas 18 anos. Com uma campanha impecável,
venceu as suas quatro lutas por ippon. O judoca da Sogipa passou por Javier Vargas (Chile), Lenin Preciado (Equador), campeão dos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015, Jesus Mendoza (Peru) e, na final, Juan Sebastian Perez (Chile). Em uma categoria abaixo, Phelipe Pelim (60kg) também foi muito bem. Venceu suas três primeiras lutas – Roberto Jara (Peru), Diego Lopez (Chile) e Nehuen Melita (Argentina) – por ippon. Na decisão, numa luta equilibrada, o peso-ligeiro que defende o Esporte Clube Pinheiros passou por John Futtinico (Colômbia) na diferença de punições. www.revistabudo.com.br
O terceiro ouro veio com Eleudis Valentim (52kg), que também fez quatro lutas no sul-americano. Na primeira a atleta do Esporte Clube Pinheiros conseguiu um yukô contra Diana Diaz (Equador). Depois vieram vitórias sobre Oritia Gonzalez (Argentina), Francesca Alamos (Chile) e Abi Cardozo Madaf (Argentina), todas por ippon. Nádia Merli (70kg) e Gustavo Assis (90kg) só foram derrotados na deci-
Patrocinador máster da Confederação Brasileira de Judô
são. Nádia começou com vitórias sobre Mayte Mejia (Peru) por ippon e Anahí Galeano (Argentina) na diferença de punições. Na decisão, acabou sofrendo um ippon de Vanessa Chala (Equador). Já Gustavo passou José Osorio (Peru) e Francisco Balanta (Colômbia), vencendo ambos por ippon. Na decisão, contra o chileno Rafael Romo, acabou derrotado por wazari. O único bronze foi de Nathália Mer-
Eleudis Valentim venceu as três últimas lutas por ippon
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cadante (48kg). Ela venceu Keisy Perafan (Argentina) por yukô e Natalie Romero (Peru) por ippon, mas na semifinal foi derrotada por Diana Cobos (Equador). Na disputa pelo bronze, venceu Chrisel Ramirez (Peru) também por ippon.
Amadeu Moura destacou características e qualidades da escola sul-americana Amadeu Dias de Moura Júnior, supervisor técnico da CBJ, salientou o espírito de equipe do time brasileiro. “Levamos um grupo mesclado com atletas
O técnico Amadeu Moura destacou o espírito de união do time brasileiro
O sensacional ippon do peruano Alonso Albujar sobre o argentino Facundo de Lucia
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Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô Renzo Vidaurrazaga, Jhonny Prado, German Velázco y Carlos Erick Zegarra Presser
O pódio do peso-ligeiro feminino
Na disputa do bronze Nathália Mercadante venceu Chrisel Ramirez no osae-komi
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C AMPEONATO SUL-AMERIC ANO SÊNIOR DE JUDÔ 2016
Com 100% de aproveitamento o time brasileiro conquistou seis medalhas em Lima
O pódio do peso-meio-leve masculino
O pódio do peso-ligeiro masculino
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experientes e jovens. A participação foi boa, com 100% dos atletas conquistando medalhas. Ficamos satisfeitos com a atuação e principalmente com o desempenho dos nossos judocas que demonstraram grande espírito de equipe e orgulho por representar nosso País.” O supervisor técnico da CBJ enfatizou a importância da adversidade na disputa por medalhas. “Os atletas que não obtiveram a medalha de ouro cometeram alguns erros táticos. Estamos certos de que foi uma lição para que os mesmos erros não se repitam em outra competição. Quando um atleta perde uma luta por erro dói muito, mas é isto que o fortalece. Ele volta para casa e vai procurar corrigir os erros e tem de lidar com a dor da derrota, que é uma das maneiras de fortalecer seu espírito.” Moura lembrou que a escola pan-americana possui hoje vários nomes que se destacam no cenário internacional. “Se comparado aos eventos de nível mundial, o campeonato sul-americano conta com a presença de poucos países, porém são seleções que possuem atletas rodando nos principais eventos internacionais, com grande experiência competitiva no alto nível. Não podemos esquecer que na América possuímos nomes de grande expressão internacional, como Alvear (Colômbia), Pareto (Argentina), Wong (Peru), Harrison (EUA), Gonzalez (Cuba), Malloy (EUA), Ortiz (Cuba) e Travis (EUA). São atletas que dificultam muito a vida dos brasileiros.”
O pódio do peso-médio feminino
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O pódio do peso-meio-leve feminino
Patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Judô
Para o dirigente é preciso aprender a enfrentar as características dos nossos vizinhos. “O judô praticado nos países latinos é diferente do que encontramos em grand prix, grand slam e demais competições internacionais. É um judô mais manhoso, com muitos ataques sem objetivo de jogar, e sim de fazer volume. Isto força nossos atletas a terem mais paciência, pois eles não podem se afobar para jogar nem podem ser punidos com shidôs. A tática é importante para que eles encontrem o equilíbrio e consigam vencer as lutas. Os atletas brasileiros mais experientes conseguem lidar com esta situação, mas é uma das características desta escola e temos de aprender a fazer o jogo deles.” Numa avaliação final, Amadeu Moura abordou a importância do intercâmbio continental. “Estes eventos são importantes para que nossos atletas adquiram o costume de combater adversários estrangeiros e obtenham ritmo de luta, que deve subir gradativamente, além de aprender a lidar com situações adversas que podem encontrar no decorrer da competição.”
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COTIDIANO
Dirigentes e parte dos professores inscritos no curso promovido pela FBPTKD
São Paulo promove curso nacional de parataekwondo Professores de sete Estados, além de argentinos e chilenos, participaram do curso que visa ao preparo de equipes paralímpicas para Tóquio 2020. POR
PAULO PINTO I
Fotos
DIVULGAÇÃO
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os dias 3 e 4 de dezembro a Federação Brasileira de Parataekwondo (FBPTKD) promoveu o primeiro curso nacional de parataekwondo. O evento contou com 58 participantes vindos dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, além de representantes da Argentina e do Chile. Diversas autoridades políticas e esportivas estiveram presentes, como Alan Nascimento, presidente da FBPTKD; Célia Leão, deputada estadual; assessores do deputado federal Vinicius Carvalho; White Wagner, vice-presidente da FBPTKD; Marcelo Todaro, diretor técnico da FBPTKD; Bruno Estêvão,
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Com a medalha do evento no peito, o deputado federal Bruno Covas publicou foto em sua página no Facebook e parabenizou a iniciativa do curso: transformar a vida de pessoas, fazer a diferença e tornar real o sonho paralímpico só é possível com apoio e iniciativa de pessoas que acreditam no esporte
diretor de relações institucionais da FBPTKD; os técnicos Reginaldo Santos, Clayton Santos, Rafael Valério e Marcos Becker; Panda Senne, comentarista de esportes paralímpicos da SporTV; e Vinicius Bacelar, jornalista do canal Mundo Sem Limites. Alan Nascimento falou sobre o conteúdo do curso apresentado no Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo. “O principal objetivo deste curso foi detalhar as classes que compõem o parataekwondo e quais delas estarão nos Jogos Tóquio 2020. Esta costuma ser a maior dúvida dos mestres, professores e técnicos que atuam neste segmento”, disse o dirigente. Em paralelo ao curso houve o 2º Feswww.revistabudo.com.br
tival Paulista de Parataekwondo, evento criado para difundir e fomentar a modalidade. “Além da difusão, precisamos mostrar aos familiares a importância da prática esportiva e os benefícios que o taekwondo proporciona aos portadores de deficiências.” No encontro os dirigentes apresentaram o novo espaço destinado ao preparo da seleção brasileira de parataekwondo, marcando assim o início do novo ciclo paralímpico, disse Alan Nascimento. “Contamos com a participação de 113 atletas de vários Estados e temos certeza de que demos o pontapé inicial para os Jogos Tóquio 2020.” Para Nascimento, a prioridade é sensibilizar dirigentes estaduais e promover a união de todos em torno de um mesmo objetivo. “Nossa meta principal é mostrar para todos os mestres, professores e dirigentes estaduais que devemos nos unir e esquecer bandeiras, visando ao objetivo maior que é a luta pelos nossos atletas e pelo para-
taekwondo. Se houver esta união certamente atingiremos nosso objetivo, que é levar o maior número possível de atletas para Tóquio, obtendo um grande resultado. Isto só será possível se todos estiverem unidos em torno do mesmo objetivo.” Alan Nascimento finalizou agradecendo o apoio recebido por um grande incentivador do parataekwondo. “Algumas pessoas são imprescindíveis no processo de estruturação de nossa modalidade, e uma delas é Bruno Covas, futuro vice-prefeito de São Paulo. Ele não pôde estar presente devido à sua agenda política, mas o apoio que tem prestado ao parataekwondo tem sido decisivo. Foi ele que conseguiu este espaço no Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo.” Os treinos começarão em janeiro de 2017, três vezes por semana, as terças, quintas e sábados, das 15 às 17 horas, para todas as pessoas com deficiência nos membros superiores.
Portador de deficiência visual fazendo formas
Professores e técnicos que estiveram no encontro
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KARATÊ-DÔ
A caráter, Carla Aquino Rayane no dojô da Tit e sua filha afight
Parte dos alunos da Titafight Fernanda Pires é detent ora de vários títulos estaduais e nacion ais
Sensei Cristiano Beltrão e
Gustavo Maciel
Karatê como ferramenta de inserção social
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No momento em que milhões de praticantes comemoram a explosão do karatê no cenário olímpico, sensei Cristiano Beltrão foca a utilização da arte das mãos vazias como ferramenta de inclusão e reinserção social.
a Zona Leste da capital paulista, mais precisamente na Vila Formosa, existe um grupo de karatecas que desenvolve a modalidade lançando um olhar um pouco mais abrangente e com forte apelo social. Na Academia Titafight as aulas são voltadas para o preparo de atletas do alto rendimento no kata e no kumitê, mas existe um trabalho específico voltado para o social. Crianças e adultos com necessidades especiais, praticantes da terceira idade, gestantes e portadores de deficiência visual ou auditiva são muito bem-vindos na Titafight, uma escola que utiliza o karatê como ferramenta de socialização e reinserção de seus alunos no convívio social. Atleta da classe máster (veteranos), sensei Cristiano não perde nenhuma oportunidade de disputar medalhas no kata e no kumitê, mas entende que sua modalidade possui imenso apelo social e deve contribuir na recuperação de pessoas em processo de convalescença, com distúrbios neurológicos e limitações físicas. “Inicialmente o karatê foi pensado como
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ISABELA LEMOS I
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BUDOPRESS
prática voltada exclusivamente para o aprimoramento corporal e para funcionar como arma. Depois surgiram conceitos como a disciplina, filosofia e ética, que agregaram um conteúdo que elevou a nossa modalidade dentro dos conceitos do budô. Recentemente inúmeros professores descobriram a enorme variedade de aplicações do karatê em nível social, e é isso que buscamos oferecer em nossa escola.” No tocante a crianças e jovens, sensei Cristiano desenvolve um trabalho pedagógico voltado ao aprimoramento e à socialização do indivíduo dentro e fora do dojô. No cenário esportivo a Titafight possui uma equipe vencedora em certames estaduais e nacionais. Faixa preta 4º dan (go-dan), sensei Cristiano entende que prioritariamente o karatê deve buscar a formação de bons cidadãos, sem deixar de dar sua contribuição social. “Sou atleta e participo de quase todas as competições oficiais de kata e shiai-kumitê que se realizam em São Paulo e no Brasil, mas o principal objetivo de nossa modalidade é
formar cidadãos disciplinados e forjados em princípios éticos e morais. Entendo que temos de dar nossa contribuição social e participar na reabilitação de pessoas que necessitem de apoio”, disse Cristiano, que detalhou o trabalho feito hoje em seu dojô. “Entre os nossos alunos temos a Carla Aquino, que recentemente deu à luz. Ela e sua filha Rayane são frequentadoras assíduas de nossa escola. Aos poucos a Carla está se recuperando fisicamente, e voltando à atividade.” Outro frequentador assíduo da Titafight é Gustavo Maciel, portador de síndrome de down que em curto espaço de tempo apresentou grande evolução motora e cognitiva. “O Gustavo é um aluno especial em todos os sentidos. Ele é muito inteligente e assimila rapidamente nossos ensinamentos. Desde que começou ele apresenta grande evolução em todas as áreas e a cada dia mostra melhor resposta motora e cognitiva. Sem contar que contagia a todos com seu carisma e abnegação. Muitas vezes ficamos em dúvida se ele está aprendendo ou nos ensinando”, finalizou o professor go-dan. www.revistabudo.com.br
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48º TORNEIO BENEMÉRITOS DO JUDÔ DO BRASIL
Pinheiros é campeã sênior
do torneio mais tradicional de São Paulo Com os ouros conquistados pelas equipes sênior feminina e masculina, o Esporte Clube Pinheiros fechou a temporada paulista no topo do ranking da FPJ.
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POR
PAULO PINTO I Fotos MARCELO LOPES/FPJ
Federação Paulista de Judô (FPJ) realizou a 48ª edição do Torneio Beneméritos do Judô no Brasil, a competição mais tradicional do judô paulista e brasileiro, no dia 16 de outubro, no Ginásio Poliesportivo Celso Daniel, em Mauá, onde reuniu dezenas de equipes e
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centenas de judocas vindos de todo o Estado. Disputado pelas principais escolas e clubes, o certame é também a maior competição paulista por equipes. No naipe masculino inscreveram-se equipes das classes sub 11, sub 13, sub 15, sub 18, sub 21, sênior e veteranos. No gênero femini-
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Mesa de honra
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48º TORNEIO BENEMÉRITOS DO JUDÔ DO BRASIL
Francisco de Carvalho, Júlio Jacolpi, Alessandro Puglia e Joji Kimura
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José Jantália
Pódio do meio-pesado do sub 21
Francisco de Carvalho com a equipe mauaense, vice-campeã da classe sênior
Pódio do peso-pesado do sub 18
Pódio do peso-pesado do sub 15
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Pódio do peso-extra-pesado do sub 11
Pódio do peso-pesado do sub 13
Pódio do peso-pesado do máster
Pódio do peso-pesado do sênior
Pódio do peso-pesado do sub 15
Pódio do peso-meio-pesado do sênior
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48º TORNEIO BENEMÉRITOS DO JUDÔ DO BRASIL
Campeões do Beneméritos 2016 O Troféu Sensei Ikuo Onodera foi entregue para a ACERT de Tupã, campeã da classe sub 11. O Troféu Sensei Sebastião Germano da Silva coube à Associação Namie, de Mogi das Cruzes, campeã da classe sub 13.
Classificação FINAL Feminino Sub 15 - Pesado 1º Associação Brasileira A Hebraica 2º Judô Clube Mogi das Cruzes 3º Judô Clube Mogi das Cruzes B
A Associação A Hebraica, de São Paulo, campeã do naipe masculino da classe sub 15, recebeu o Troféu Sensei Matheus Sugizaki.
3º Titans do Judô
O Troféu Miriam Tereza Bezerra Correa foi entregue à campeã do gênero feminino da classe sub 15, também a Associação A Hebraica, de São Paulo.
3º Derem - Martinópolis
O Troféu Sensei Messias Rodarte Correa ficou com a Associação Araçatuba de Judô, campeã da classe sub 18.
Sub 11 – Extra-pesado
A Associação de Judô Belarmino, de São Paulo, conquistou o Troféu Sensei Nobuo Suga como campeã da classe sub 21. O Troféu Sensei Uadi Mubarak foi entregue ao Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, campeão da classe sênior do gênero masculino. O Pinheiro levou também o Troféu Sensei Sérgio Adib Bahi, como campeão da classe sênior do naipe feminino. O Troféu Sensei Yokichi Kimura foi atribuído ao São Paulo Futebol Clube, campeão da classe veteranos do naipe masculino
1º Esporte Clube Pinheiros 2º Associação de Judô de Mauá
Masculino 1º Assoc. Cult. Esp. Rec. de Tupã 2º Associação Namie de Judô 3º Academia de Judô Pissarra 3º ADPM-Reg. S. J. C. Sub 13 - Pesado 1º Associação Namie de Judô 2º Associação Bras. A Hebraica de SP 3º ADPM-Reg. S. J. C. 3º UNIMES - Univ. Metropolitana de Santos Sub 15 - Pesado 1º Associação Brasileira A Hebraica de SP 2º Associação de Judô Araçatuba
no houve disputa nas classes sub 15 e sênior. Como ocorre tradicionalmente, a FPJ ofereceu troféus de posse definitiva para as campeãs de cada classe, cada um com o nome de um importante professor do judô do Estado de São Paulo. O ponto alto do certame foi a presença de familiares dos beneméritos do judô que, junto com a FPJ, homenageiam aqueles que no passado edificaram a modalidade hoje praticada por milhões de brasileiros. Após a cerimônia de premiação, Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da CBJ,
enfatizou a importância da manutenção da tradição do judô. “O Torneio Beneméritos reveste-se de grande importância histórica e é o mais tradicional de São Paulo. Participam dele apenas escolas e clubes que fazem bom trabalho na base ou que investem e contratam atletas de outras agremiações. O fato marcante é que neste evento reverenciamos a mais tradicional e empolgante forma de disputa do judô, a competição por equipe, que, além de consagrar o talento e a habilidade dos judocas, nutre e fortalece o sentimento de união”, explicou o dirigente.
3º Associação de Judô Hinodê 3º Titãs do Judô Sub 18 - Pesado 1º Associação de Judô Araçatuba A 2º Judô Clube Mogi das Cruzes 3º Associação Pessoa de Judô 3º Associação de Judô de Mauá Sub 21 - Meio-pesado 1º Associação Judô Belarmino 2º C.T. Meninos de Ouro 3º Selar - Jandira 3º Judô Clube Mogi das Cruzes Sênior - Meio-pesado 1º Esporte Clube Pinheiros 2º São Paulo Futebol Clube B 3º São Paulo Futebol Clube A 3º Associação Shiroma Judô Def. Pessoal Master - Pesado 1º São Paulo Futebol Clube A 2º Instituto Chiaki Ishii B 3º Esporte Clube Osasco/Yanaguimori 3º Judô Clube Mogi Das Cruzes
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