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Federação Paulista de Judô O. E. C. E. Laz. Periferia Legal Bauru Associação Namie de Judô Mogi das Cruzes Amigos Judô de Paranapanema Paranapanema Instituto Rumo Piracicaba Associação de Judô de Garça Garça Clanisa Judô São Paulo Hatsuyume Kan Dojô Santo André SESP - Poá Poá A. Branco Zanol Judô Orlândia Orlândia Academia de Judo Monte Sinai São Paulo Sec. Esportes Turismo de Matão Matão Ins. Batista Lázaro Ferreira Filho Paulínia Academia de Judô MCMA Piracicaba Hiiroo Centro T. Artes Marciais Taubaté
Cen. Comunitário de Guaratuba Bertioga J. Bushidô Presidente Prudente Presidente Prudente Clube Concórdia Campinas SEST – Taubaté Taubaté Ass. C. Toni Cristian Cerqueira São Paulo Centro T.A.M. Fusão das Lutas Campina do Monte Alegre Sec. Esp. Recreação de Jacareí Jacareí Barueri Esporte Forte Barueri Ass. de Judô Fernandópolis Fernandópolis C. A. T. Pariquera-Açu Pariquera-Açu Soc. Esportiva Sanjoanense Sao João da Boa Vista Ass. Bauru Judô Clube Bauru SMEL Vinhedo Vinhedo SMEL Cordeirópolis Cordeirópolis
A. Acadêmica Euryclides Zerbini São José do Rio Preto Academia Henrique Guimaraes São Paulo A.C. E. Sol Nascente Quintana Quintana Associação Atlética Ararense Araras A. D. Cult. Benicio Guarulhos Guarulhos Clube Atlético Bandeirantes Louveira A.D. Americanense de Judô Americana Associação de Judô Palmital Palmital Ong Futurong Sao Paulo Ass. Judô Jardim Primavera Iguape Ass. Esportiva Judô de Dracena Dracena Judô Trajano Center Artes Marc. Vinhedo Academia Júnior Teixeira Santo Antonio de Posse Asso. Judô Butantã Budokan São Paulo
Academia Kaor Okada Mauá Centro Treina. Meninos de Ouro Guaíra Associação Resgate da Nação Itapecerica da Serra Associação Barbosa de Judô Registro Associação Colossus de Judô São Paulo Ass. Desportiva Centro Olímpico Sao Paulo SET de Mogi Guaçu Mogi Guaçu Acad. de Lutas Anderson Cássio São Paulo Associação Judô Kata Team São Paulo Clube Rodoviário de Judô Jacareí Club Athletico Paulistano São Paulo S.M. Esporte Turismo Ipaussu Ipaussu Associação Batataense Judô Batatais Academia de Judô Asahi Sao Paulo
Ass. João do Grito de Judô São Paulo Ass. Cavalcanti de Judô Nova Odessa Associação Moura de Judô Americana Ass. Sementes do Futuro Judô Sumaré Sec. Esporte e Lazer de Itapira Itapira Associação Hirakawa de Judô São José dos Campos Associação de Judô de Piquete Piquete Judô na Faixa – Tatuí Tatuí Dojô Landim - Gold Team Fernandópolis Instituto Roldão São Paulo Judô Nambei Honganji Campinas Sec. Esportes e Lazer Leme Leme Judô Constantino São Paulo
Ass. Edu. de Jovens do Brasil São Paulo Escola Judô Gilberti Assis Associação de Judô Hinodê Santo André Clube Sem. de Cultura Artística Campinas Ass. Raça Judô de Quintana Quintana E. Municipal de Judô Mauro Sakai Registro Instituto Paulo Tsujimoto – INPT Apiaí Ass. C. Esportiva Judô Rio Claro Rio Claro Clube de Judô São Francisco Ribeirão Preto Secretaria Esporte Taquaritinga Taquaritinga Ass. Cul. Esportiva de Tucuruvi São Paulo Clube Atlético Monte Líbano São Paulo Ass. Ensô Judô Ribeirão Preto Ribeirão Preto
Associação de Judô Mauá Mauá Associação de Judô Guararapes Guararapes Tênis Clube de Campinas Campinas Ass. Judô Cho Do Kan Itanhaém Itanhaém Associação Unijudo Sao Paulo Associação Piedadense de Judô Piedade São João Tênis Clube - Apaja Atibaia União Bras. Israelita Bem-Estar São Paulo Judô Clube Valparaiso Valparaiso Vila Souza Atlético Clube Guarujá Associação Cesário de Judô Pirassununga Associação Pessoa de Judô Sao Paulo Associação Pedreirense de Judô Pedreira
Ass. Pederneirense de Judô Pederneiras Associação Itapevense de Judô Itapeva Prim. Igreja Batista Jacupiranga Jacupiranga Academia Fight Club de Judô Paraguaçu Paulista Associação Cajatiense de Judô Cajati Rio Preto Automóvel Clube São José do Rio Preto Clube Internacional de Regatas Santos Serviço Social Nova Jerusalém Campinas Associação Mercival de Judô Paulínia Clube Atlético Taboão da Serra Taboão da Serra G. Rec. Iochpe Maxion Fabriva Cruzeiro Depto. Cul. Esporte Serra Azul Serra Azul Soc. Técnica Ituveravense Judô Ituverava
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60 Anos 1958 – 2018 Academia Calasans Camargo São José dos Campos Sociedade Esp. Rec. Alvi Celeste Oswaldo Cruz Instituto Cultural Nipo-Brasileiro Campinas Ass. de Judô Budokan Peruíbe Peruíbe Academia de Judô Morada do Sol Poá Associação Kiai Kam São Paulo Associação de Judô Ichikawa Embu Guaçu Ass. Judô Tigre de São Carlos São Carlos Shiroma Judô Defesa Pessoal Jundiaí Asso. de Judô Rogério Sampaio Santos Serra Negra Esporte Clube Serra Negra Fami-Fund. Ass. Mun. Ipaussu Ipaussu A. E. Cultural Okinawa Ipiranga São Paulo Clube Atlético Aramaçã Santo André Ass. Desportiva São Caetano São Caetano do Sul Alphaville Tênis Clube Barueri Olho de Tigre Judô e Comp. Campinas Associação Judô Santa Isabel Santa Isabel Ass. Real União Judô e Karatê Araraquara Ass. de Judô Alto da Lapa São Paulo Ass. de Judô Araçatuba Araçatuba Ass. Fun. Robert Bosch Brasil Campinas Associação de Judô 9 de Julho Guarulhos Ass. Junqueiropolense de Judô Junqueirópolis Clube de Regatas Bandeirantes Bragança Paulista ADC Embraer São José dos Campos Associação de Judô Previato São Paulo Ass. Botucatuense de Judô Botucatu Associação Yoshin-Ryu Judô Itaí Ass. Ibiunense Artes Marciais Ibiúna Ass. Aurélio Miguel de Esportes São Paulo Associação Masters de Judô Mococa Associação Judô Corpore Sano Ribeirão Preto Academia Angatuba de Kodokan Angatuba Ipanema Clube Ribeirão Preto Associação de Judô Nery Ribeirão Pires Associação Lex de Judô Avaré Ass. Judô Kassada de Marilia Marilia Sayão Futebol Clube Araras A. Marcos Mercadante Judô Araras Ass. Hortolandense de Judô Hortolândia Ass. de Judô Nelson Morimoto Presidente Prudente Ass. E. Amigos do Japão Itapecerica da Serra Esporte Clube Santa Sofia Pedreira Associação de Judô Aleixo - M.F. Jaú Associação de Judô Fernandes São Paulo A. Centro Esportivo de Ourinhos Ourinhos Clube Monte Líbano São José do Rio Preto A.E.P. Nissi Paulínia Clube Atlético Bioleve Lindóia Ass. Desportiva Santo André Santo André Associação de Judô Yasuda São Paulo Associação Judô Yama Arashi Avaré Xavante Clube de Altinópolis
Altinópolis Ateneu Barão de Mauá Ribeirão Preto Ass. de Judô Escola Paulista São Paulo Alfa Judô Clube Guarujá Colégio Dom Macário Schimitt Franco da Rocha Associação Takayama de Judô Jundiaí A. Pais Amigos Judô Votorantim Votorantim Associação Limeirense de Judô Limeira Univ. de Metropolita Santos Santos Associação Itapetininga Kodokan Itapetininga Amparense Judô e Defesa Pessoal Amparo Clube Floresta/Amparo Amparo A.R.C. Desportiva São Bernardo São Bernardo do Campo Ass. Desportiva Indaiatubana Indaiatuba S.S.P. Municipais São Sebastião São Sebastião Ass. de Judô Morimoto Lins Lins ADPM São José dos Campos São José dos Campos Ass. Desportiva Judô Gulo São Bernardo do Campo Academia Edinho Company Piracicaba Academia Saúde Total Jaboticabal Associação Sekai de Judô Campo Limpo Paulista Ass. Bandeirantes Sorocaba Sorocaba Fundesport - Araraquara Araraquara Associação Judô Ilha Solteira Ilha Solteira Associação de Judô Kimura São Paulo Associação Judô Belarmino Vila Maria São Paulo SEDUC - Praia Grande Praia Grande Academia de Judô Pissarra São Paulo Ass. Desportiva Ateneu Mansor São José do Rio Preto Academia Águias do Judô Lins Bushikan Dojô Santo André Companhia Athletica Campinas Campinas Associação Santa Bárbara Judô Santa Barbara D’oeste Judô Clube Itararé Itararé Tênis Clube Vargem Grande Sul Vargem Grande do Sul Projeto Budô de Artes Marciais São Paulo Caiçara Clube de Jaú Jaú Ass. Esportiva Irmãos Ribas Itapecerica da Serra Ass. Atlética Botucatuense Botucatu Associação Pro Alcance Sports Guarujá Associação Atlética Portuguesa Santos Liga de Judô do Litoral Guarujá Grêmio Rec. Serv. Mun. Cubatão Cubatão Associação de Judô Caieiras Caieiras Proj. Olí. de Judô de Guararapes Guararapes Associação Judo No Tomodachi Santa Isabel Colégio Jean Piaget Santos Ass. Desportiva Carlos Fossati São Paulo Associação Esportiva Piracicaba Piracicaba Associação de Judô Iguapense Iguape Aca. Judô Taboão São Bernardo Sao Bernardo do Campo Academia Figueiredo Campinas Associação de Judô Lozano Monte Alto Academia Equilíbrio Tatuí
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C. Nipo Brasileira Jacupiranga Jacupiranga Branco Zanol Judô S. J. da Barra Sao Joaquim Da Barra Ass. Amigos Cohab Bandeirantes Guaratinguetá Associação Esportiva Guarujá Guarujá Judô na Faixa Team Sorocaba Ass. Ilhacompridense de Judô Ilha Comprida Ass. Bushidô Pais e Amigos Bauru Ass. Des. Fábrica de Campeões São Carlos Ass. de Judô de Adamantina Adamantina Sesi – SP Cubatão Ass. de Judô de Divinolândia Divinolândia Sesi - SP Limeira Colégio Eduardo Gomes São Caetano do Sul Semel Lins Morimoto Lins Birigui Pérola Clube Birigui Associação Esportiva Ubatuba Ubatuba Ribeirão Pires Fut. Clube/A.D.R.P Ribeirão Pires Academia Judo Gambatê Leme Sec. Mun. Esp. Caraguatatuba Caraguatatuba Associação de Judô Makoto Bom Jesus dos Perdões Sesi - SP Bauru Adu-Ass. Des. União da Comarca São Paulo Adrearmas A.D.R. Artes Marciais São Vicente SEJEL-Cotia Cotia Clube de Campo Braganca Bragança Paulista A.D.E.S Equilibrium São Vicente Associação de Judô Umino Cesário Lange Sesi – SP Sorocaba Sec. Mun. Esp. Lazer Guararema Guararema Associação de Judô Sensei Suga Sao Bernardo Do Campo Judô Arashiro Altair Academia Judô Adriana Bento Tatuí Secr. Mun. Esp. Laz. Sertãozinho Sertãozinho Academia Titãs do Judô Mogi das Cruzes Ass. Des. Cultural Juquiá-ADEJU Juquiá SME – Penápolis Penápolis Sec. Mun. Esp. Pindamonhangaba Pindamonhangaba Pirituba Futebol Clube São Paulo SMEL Francisco Morato Francisco Morato A. Ippon Judô e Defesa Pessoal Limeira Academia Heisei de Judô Piracicaba Aca. Leonardo Cassab de Judô Rio Claro Clube de Campo Rio Claro Rio Claro Associação de Judo Fênix Presidente Prudente Country Club Valinhos Valinhos A.A.P.F. Melhor Bom Sucesso Bom Sucesso de Itararé Ass. Catanduvense de Esportes Catanduva Meikyo – Núc. Atividades Físicas São Paulo Ass. Yamazaki de Judô S.J.C. São José dos Campos Judô Taquarivaí Taquarivaí Academia Fight Center Capão Bonito Associação Mirai de Judô Ferraz Vasconcelos Associação de Judô Mongaguá Mongaguá
Fundada em 17 de abril de 1958 Presidente: Alessandro Panitz Puglia Vice-presidente: José Antônio Jantália Presidente de Honra: Francisco de Carvalho Filho Presidente do TJD: Júlio Sakae Yokoyama Presidente do Conselho Fiscal: Arnaldo Luiz de Queiroz Pereira
Coordenadores de Área Coordenador Técnico: Joji Kimura Coordenador de Arbitragem: Takeshi Yokoti Coordenador Oficiais de Mesa: Marco Aurélio Uchida Coordenador de Cursos: Luis Alberto dos Santos Coordenador Exames Graduação: Dante Kanayama Coordenador Financeiro: Adib Bittar Júnior Coordenador de Eventos: Júlio César Jacopi
Delegados Regionais 1ª DRJ Capital: Hissato Yamamoto 2ª DRJ Vale do Paraíba: Cláudio Calasans 3º DRJ Centro-Sul: Argeu Mauricio Oliveira 4ª DRJ Alta Paulista: Raul de Mello Senra Bisneto 5ª DRJ Noroeste: Wilmar Terumiti Shiraga 6ª DRJ Araraquarense: Osmar Aparecido Feltrim 7ª DRJ Sudoeste: Jiro Ayoama 8º DRJ Oeste: Sidnei Paris 9ª DRJ ABC: José Gildemar de Carvalho 10ª DRJ Central: Leandro Tomé Correa 11ª DRJ Litoral: Osvaldo Mitsuji Uno 12ª DRJ Mogiana: Cleber do Carmo 13ª DRJ Alta Sorocabana: André Costa Gonçalves 14ª DRJ Vale do Paraíba: Akira Hanawa 15ª DRJ Grande Campinas: Celso de Almeida Leite 16ª DRJ Sul Itapeva: Takeshi Yokoti
Centro de Aperfeiçoamento Técnico - CAT Rua Airosa Galvão, 45 - Água Branca - São Paulo (SP) Fones: (11) 3862-0749 - 3673-0497
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FORNECEDORES OFICIAIS
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EDITORIAL Esportes de Combate Foto: Roberto Castro/Rededoesporte.gov.br
Editor e Diretor Paulo Roberto Pinto de Souza paulobudo@gmail.com Diretora Executiva Daniela Lemos daniela.lemos@terra.com.br Conselho Editorial Mauzler Paulinetti Antonio Sérgio Palú Filho José Jantália Redator N. T. Mateus – Mtb 10.864
A brasileira naturalizada portuguesa Bárbara Timo foi vice-campeã mundial em Tóquio, enquanto o Brasil, que foi ao Japão com uma equipe gigantesca e despejou milhões e milhões de reais na competição, alcançou apenas o bronze
Em Tóquio, karatê mostrará por que deve estar em Paris 2024
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Assistente de Redação Isabela Lemos
estão errados e que o karatê tem sim de estar inserido definitivamente no programa olímpico.
Colaboradores Mário Manzatti (FPJ), Lara Monsores (CBJ), Celso de Almeida (FPJ) e Carlos André Kussumoto (FPrJ)
Cadê o judô nacional? A miúdo temos publicado em nossa página da web o retrato de uma modalidade que se apequena semanalmente, fruto de uma gestão egótica e infrutuosa que desgraçadamente tirou o judô brasileiro dos trilhos e o está conduzindo a um futuro sombrio, temeroso e incerto. A luta interna pelo poder fez com que a Confederação Brasileira de Judô ficasse literalmente sem comando. Seu ainda rico orçamento anual é disputado pelas gestões técnica e administrativa, enquanto a base do judô e as federações estaduais estão à míngua e sofrendo com um calendário que é alterado a cada 30 dias, fruto da inoperância, falta de visão e articulação política daqueles que fazem a gestão nacional. O resultado desta operação é simples de ser compreendido: a CBJ, que no passado pautava a modalidade, perdeu protagonismo. As pouquíssimas federações estaduais que possuem vida própria e independência – que não passam de três ou quatro – tocam o barco e acumulam vitórias dentro e fora do shiai-jô. As demais, que deveriam cobrar lisura e seriedade dos gestores da confederação, se curvam e aplaudem os desmandos que vêm de cima. E quem paga a conta são os filiados, que investem tempo e dinheiro e depositam esperança em algo que beneficia somente aqueles que fazem a gestão no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro, pouco se lixando para o esforço e a dedicação de milhares de crianças, mães e professores que se dedicam e fazem a modalidade existir e prosperar verdadeiramente nos quatro cantos do País. Basta avaliar as constantes mudanças no calendário, os resultados internacionais pífios desta temporada e a falta de renovação na seleção brasileira para constatarmos que algo grave está acontecendo. Enquanto os gestores do alto rendimento fazem panelinha e praticam corporativismo clubístico, a nova geração, cansada de esperar, está migrando para outros países e obtendo resultados que o Brasil já não alcança mais.
EXPEDIENTE
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ela primeira vez em sua história e após uma longa e sofrida luta, o karatê estará nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Três anos se passaram desde que seus principais protagonistas receberam esta notícia, mas quando eles ainda estavam comemorando e se organizavam para participar do maior evento esportivo do planeta, foram literalmente nocauteados com a notícia de que estarão fora dos Jogos de Paris 2024. Um duro golpe e uma injustiça para muitos, e uma surpresa estarrecedora para aqueles que conhecem a força e o protagonismo da arte das mãos vazias, entre os celtas. Quantitativamente falando, a França é tida como a segunda ou terceira maior nação em número de praticantes de karatê. Por quais motivos o Comitê Olímpico Francês preteriu uma modalidade com centenas de milhares de filiados em favor de esportes com menor tradição e pouca expressão naquele país? O que levou os franceses a tomarem uma decisão tão drástica a ponto de traírem a memória de Jacques Delcourt, o francês ex-presidente da World Karate Federation, falecido em 19 de novembro de 2011, que pôs fim à hegemonia nipônica e enterrou de vez o pensamento tribal e o sectarismo que por décadas imperaram na modalidade nascida de Okinawa? O karatê atende a todos os requisitos do COI e é praticado em mais de 180 países. É reconhecido pelos comitês olímpicos de todos os países onde há uma confederação, e milhões de pessoas praticam karatê no planeta. Outro dado importantíssimo para o COI: hoje, 70% dos karatecas filiados são menores de 18 anos, o que comprova sua força entre a juventude. Não vemos nada que justifique tamanha aberração, e os praticantes do mundo todo foram atropelados por uma decisão política radical antes mesmo de terem estreado e feito a primeira participação nos Jogos Olímpicos Além de surreal e até mesmo cruel, a atitude dos dirigentes franceses, respaldada pelo Comitê Olímpico Internacional e por Thomas Bach, seu presidente, é grosseira, insana e descabida. Aos karatecas resta fazer a lição de casa em Tóquio, e provar aos seus detratores que
Direção de Arte André Siqueira
Revisão Nilton Tuna Fotografia Marcelo Lopes – FPJudô Cris Ishizava – Brasil Paulo Pinto – Budôpress Gustavo Batista - FPrJ Tradução Ton Pacheco Departamento Comercial Daniela Mendes de Souza revistabudo@gmail.com Assinatura www.revistabudo.com.br/assine Impressão e Acabamento Gráfica e Editora Kaygangue – Palmas (PR)
A REVISTA BUDÔ é uma publicação quadrimestral da GLOBAL SPORTS EDITORA LTDA. Localidade Interior, Sala 3, Bairro Distrito de Ipomeia - Rio das Antas (SC) – 89550-000 Tiragem desta edição 10.000 exemplares Opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas não são de responsabilidade do editor. Direitos reservados © 2019 Global Sports Editora Ltda. Impressa no Brasil – Printed in Brazil www.revistabudo.com.br revistabudo@gmail.com
Informação a serviço do esporte www.revistabudo.com.br
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JOGOS PANAMERIC ANOS 2015
Nesta Edição
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Hirotaka Okada leva 510 professores ao Centro Olímpico
30 Nova gestão torna ITKF maior e mais forte
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Com apoio da Ajinomoto, FPJudô leva seleção sub 18 para Japão
Workshop de capacitação de Hirotaka Okada reúne 154 professores em Curitiba
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Editorial e Expediente Nesta Edição São Paulo preserva legado dos grandes mestres e a essência do Judô Projeto Vitória e Time Ajinomoto marcam a posse CBKT realiza Curso Nacional de Capacitação FPJudô promove 61 professores kodanshas a roku-dan Luiz Iwashita visita novo secretário estadual de Esportes A criança e o judô competitivo Mais profundo, Credenciamento Técnico da FPJudô prioriza a base SESI-SP vence Copa São Paulo Aspirante Ajinomoto Open supera expectativas e aponta novo caminho FPrJ inova e lança projeto Amigos do Judô Vargem Grande do Sul sedia fase final do campeonato paulista Copa Mundial Interclubes da ITKF projeta recorde de atletas I Copa Chico do Judô Professor kodansha Shuhei Okano é condecorado por Naruhito São Carlos sedia fase final do paulista sub 13 e sub 15 A história do karatê baiano é marcada pelo pioneirismo Com 2.538 inscritos e mais de 250 clubes Itapecerica da Serra sedia o Campeonato Paulista Veteranos Copa São Paulo aproxima dirigentes e fomenta Em Hortolândia, SESI-SP vence o Paulista sub 18 São Paulo FC é tricampeão da Copa São Paulo Veteranos Com 13 medalhas, Clube Pinheiros reafirma hegemonia São Luís sedia 24ª edição do Campeonato Norte-Nordeste Em Curitiba, Hirotaka Okada elogia trabalho pedagógico FPJudô propõe novos conceitos e uma visão mais ampla Open Aspirante reúne 1.475 judocas, supera expectativas Pinheiros totaliza 12 medalhas e impõe-se no Júnior Marau sediou o VIII Campeonato Sul-Sudeste de Karatê-Dô Judô paulista inicia a temporada com troca de dirigentes Federação Paranaense de Judô promove 75 faixas pretas Torneio Massaru Yanaguimori comemora o cinquentenário FPJudô inova ao resgatar o Troféu Ippon
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legado
São Paulo preserva lega e a essência do judô ap Criado dentro de uma colônia japonesa entre Mauá e Ribeirão Pires, Francisco de Carvalho não só aprendeu judô. Assimilou costumes e parte da tradição japonesa, que até hoje reverencia e cultiva na relação com familiares, netos, alunos e principalmente com professores japoneses
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POR
PAULO PINTO
I Fotos BUDOPRESS e ARQUIVO JOSÉ JANTÁLIA
m dos dirigentes mais longevos do judô brasileiro, Francisco de Carvalho Filho deu os primeiros passos nos tatamis ainda muito jovem. Nascido em 13 de dezembro de 1950 em Guarulhos, mudou com sua família para Mauá, onde foi morar numa região habitada eminentemente por japoneses. Por influência dos amigos acabou praticando judô, modalidade esportiva que daria novo rumo a sua vida. Começou a competir ainda na infância, e como a escola onde treinava encerrou as atividades, acabou indo treinar com o sensei Teruyuki Endo que tinha escolas em Ribeirão Pires e Mauá. Disputou vários campeonatos estaduais e nacionais, até que em 1967 foi campeão brasileiro. Além de atleta, aos poucos foi-se envolvendo cada vez mais com o judô, passando a dar aulas e cursar educação física, preparando-se para assumir cargos diretivos na modalidade. Começou atuando como delegado na 9ª Delegacia Regional ABC da Federação Paulista de Judô (FPJudô), para posteriormente assumir a presidência da própria entidade, fazendo uma das gestões mais dinâmicas e modernas da modalidade. Anos depois foi vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Contudo, o judô foi apenas um pedaço de seu aprendizado durante o período em que conviveu com as famílias de origem japonesa, enfatiza Francisco de Carvalho, que hoje é presidente de honra da FPJudô. “Sempre falo que sou muito grato por ter recebido a rígida educação japonesa. Além de aprender judô eu vivia com amigos que eram filhos e netos de japoneses, com os quais pude aprender e assimilar muita coisa de uma cultura que para os brasileiros era estranha, ligada a um país muito distante. Foi com os pais e avós dos meus amigos que passei a compreender sutilezas e hábitos de uma cultura milenar e com isso pude absorver aquilo que nos foi legado por Kano sensei.” Os professores kodanshas Miguel Suganuma (9º dan), Francisco de Carvalho (8º dan), Massaru Yanaguimori (9º dan), Shuhei Okano (9º dan) e Massau Shinohara (10º)
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do dos grandes mestres ós 100 anos no Brasil
VII Torneio Anual de Judô da Budokan de 1954
o judoca japonês Masahiko Kimura que veio ao Outro grande registro de 1951 no Rio de Janeiro com o go com sensei Yassuichi Ono que o receu em jogand Gracie, Hélio mestre o vencer e lutar para Brasil jiu-jitsu. Ao fundo estão Mário e Akira Ono com São Paulo e o treinou para o desafiu com a lenda do a esposa do sensei Ono
Década de 1970 em pé o então governador de São Paulo Laudo Natel, Katsuhiro Naito, Yoshiji Goshima e sentados Fuyo Oidê, o deputado Hatiro Shimomoto, general Arnaldo Bastos de Carvalho Braga e Nobuo Suga
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legado Sensei Chico lembra que o judô paulista teve origem na imigração japonesa que se concentrou em São Paulo. Pouco a pouco começaram a surgir os praticantes que haviam aprendido judô no Japão e passaram a disseminar a modalidade na capital paulista, no entorno dela e no interior. “Após muitas idas e vindas do judô pelo País, a partir de 1928 os professores Tatsuo Okoshi (8º dan), Tokuo Terazaki (9º dan), Katsutoshi Naito (7º dan), Yasuichi Ono (8º dan), Zensaku Yoshida (4º dan), Sobei Tani (6º dan), Massau Mori (7º dan) e Ryuzo Ogawa (9º dan), entre outros, robusteceram o processo que vinha acontecendo isoladamente em várias regiões do Brasil, graças à atuação de professores isoera Competição na década de 60 no Ginásio do Ibirapu ladamente”, conta o professor Chico. “Acredito que isso ganhou corpo por conta da formatação muito inteligente elaborada por Kano sensei, que buscou um esporte inclusivo. Outras modalidades, ao contrário, são excludentes. Por exemplo: como pode um jovem com 1,50 metro de altura jogar vôlei ou basquete? O judô acolhe pessoas Década de 1990 os professores Ricardo Marcílio Mendes, Nilson Nishida, Nilson Nishida Júnior, com pesos e tamanhos diferentes e com haNobuo Suga, Clara Sugizaki, Mateus Sugizaki, Chico do Judô, Mário Matsuda, Fabiano Soares, Registro da década de 1950 em Suzano com os senseis i Terazak Tokuzo e imori Yanagu u bilidades distintas. Esta foi a meu ver a granHélio Hiray e Rita Cristina Pereira de Souza Hiray Massar de sacada do professor Jigoro Kano. Por ser assim, o judô cresceu no Brasil, e até hoje expande seu território por meio dos professores que difundem a modalidade em Estados mais distantes, como Acre, Rondônia, Amapá e Tocantins.” Chico do Judô acentua que o Brasil é reconhecido internacionalmente como uma Senseis Júlio Sakae e Mat Chegada ao Brasil de Yukimitsu Kano, presidente do Instituto Kodokan e neto do professor eus Sugizak Jigoro Kano em 1999, Sérgio Adib Bahi, Yukimitsu Kano, Joaquim Mamede Júnior, Francisco na Federação Paulista de i em reunião das principais forças da modalidade. No ano Judô em 1999 de Carvalho Filho e Kaor Okada em que o ex-presidente Paulo Wanderley fez a transição do comando da CBJ, o País terminou a temporada em segundo lugar no ranking da FIJ, atrás apenas do Japão. Para ele, isso ocorreu porque o judô brasileiro é fortíssimo, e fundamentado na técnica japonesa. “Posso estar equivocado, mas até onde pude acompanhar neste ano os paulistas Inauguração da Academia Yanaguimori de Osasco e em 1969, Ziró Yanaguimori, Massaru Yanaguimori foram campeões gerais em todas as comTrês árbitros paulistas de grande expressão internacional na Argentin Massanori Yanaguimori ocasião do Campeonato Sul-Americano de 1974, senseis Shigueto a por petições de que participaram. E não podia Yamasaki, Carlos Catalano Calleja e Dante Kanayama ser diferente, caso contrário não estaríamos honrando o legado dos professores que deixaram suas famílias e vidas de lado para fomentar o judô no Estado de São Paulo.” Quase toda a comissão técnica da seleção brasileira, da base ao alto rendimento, constitui-se de professore paulistas. “E também não poderia ser diferente”, diz o presidente de honra da FPJudô. “Não digo isso por soberba ou prepotência. Reparem que atrás de cada membro da comissão técnica existe Adib Bahi em 1990, um dos mais renomados e da nte a assinatura de um ícone dos tatamis. Se não Sérgio expressivos dirigentes do judô brasileiro. Foi preside
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eração Federação Paulista de Judô, presidente da Confed Sul-Americana Brasileira de Judô, presidente da Confederação Judô, e vicede Judo, presidente da União Pan-Americana de presidente da Federação Internacional de Judô
Equipe chefiada pelo professor João Gonçalves Filho na Universidade Tenri no Japão em 1979, com os professores Uadi Mubarac, Messias Rodarte, Akira Yamamoto e Peixoto, além dos atletas Arnaldo Menani, Carlos Eduardo Motta, Floriano de Almeida, Sumio Tsujimoto, Luiz Mubarac, Paulo Mubarac, Sérgio Baldijão, José Germano e Ney de Lucca Mecking www.revistabudo.com.br
Campeonato Paulista de 1985 no Ginásio Mauro Pinheiro, na qual identificamos os professores Tsutomu Niitsuma, Michiharu Sogabe, Hideo Kussabara, Miguel Suganuma, Uadi Mubarac, Goro Saito, Yoshiji Goshima, Shigueto Yamazaki, Haruo Nishimura, Kikuo Arasaki, Kameo Otagaki, Massakatsu Akamine, Pedro Geraldo Boaratti, Shineite Mito, Fukyu Nakano, Antônio Matsuura, Luiz Tambucci, Fuyuo Oide, Yakihiro Watanabe, Yokishi Kimura, Massao Shinohara, Hiroshi Yamamoto e Katsuhiro Naito
fosse assim, estaríamos assinando atestado de incompetência. Antes de falarmos em bairrismos ou regionalismos temos de investigar quais foram os professores de Jun Shinohara, Douglas Vieira, Marcelo Theotônio e Mário Tsutsui, além de Fúlvio Miyata, que recentemente deixou a seleção principal para assumir o comando do Minas Tênis Clube.” Em resumo, São Paulo está apenas devolvendo aquilo que recebeu dos seus antepassados e trata de difundir o judô em sua essência, sem bairrismos ou coisas do gênero, na visão do dirigente. Quanto mais forte for o judô fluminense, mais forte será o judô paulista, o gaúcho, o roraimense, cearense, pernambucano, mato-grossense – enfim, o brasileiro.
Rumos convergentes
Seleção Paulista do Campeonato Brasileiro de Judô Júnior de 1976 em Brasília, Nélson Onmura, Clóvis Musashi Massuda, Walter Carmona, José Tales Solon de Melo, Floriano de Almeida, Hatiro Ogawa, Odair Aidar, Milton Abujanra, Mário Tsutsui, Akira Yamamoto, Matsuo Ogawa, Mateus Sugizaki e Carlos Pacheco Fuscão
Os professores Hideo Uesugi, Seissetuso Fukaya e Messias Rodarte na década de 1970
Lance de 1958 os profess ores Katsuhiro Naito, Mes Lúcio Moreira Franco e Edg sias Rodarte Correa, ar Ozon
Em dezembro de 1956 o icônico sensei Yoshio Kihara observa uma luta do dojô da Academia Messias na Penha
Kurachi de 1954 judocas da Academia Sede do Hombu Dojô Budokancom o mestre Ryuzo Ogawa, Shunji Hinata, chi, Kura ari Hick de kan Budo chi, e João Salgado Hirosi Minakawa, Manabu Kura
Foto da década de 1950 na qual identificamos João Seto, Oscar kawamoto, Harunobu Ueda, Kamada, Osvaldo Genari, Valdir Melero, Saito, Sodré, Nobuo Suga e Theobaldo Volpini
Seleção Brasileira de Judô de 1965 concentrada no Esporte Clube Pinheiros para o Campeonato Mundial de Judô no Rio de Janeiro, onde identificamos Goro Saito, George Medhi, Durval Rente, Takeshi Miura, Odair Borges, Milton Lovato, Augusto Cordeiro, Edgard Ozom, Paulo Souza, João Gonçalves, Haruo Nishimura, Takayuki Nishida, Miguel Suganuma, Lhofei Shiozawa, Roberto Davi, Mitio Harada; www.revistabudo.com.br sentados : Henrique Batista, Seinosuke Kunitake, Tamura, Manabu Kurati, Aki Ono, Santo Marzulo e Tadao Nagai
“Nosso judô é eminentemente técnico, mas hoje vemos Estados como o Rio Grande do Sul que, não tendo uma colônia japonesa expressiva, desenvolveu um judô que segue o estilo europeu e tem conquistado resultados internacionais cada vez mais expressivos”, avalia Chico do Judô. “O professor Kiko fez escola e está fazendo história no Brasil e fora dele.” O judô paulista preserva as características do judô que chegou ao Brasil no início do século passado, e muitas vezes esta preservação é até mais acentuada do que no Japão. No pós-guerra o país recebeu muita influência externa e experimentou grande crescimento econômico, fatores que alteraram sua cultura. Já os japoneses que vieram para o Brasil preservaram e deram continuidade ao que aprenderam com seus pais e avós. Os japoneses paulistas são muito mais tradicionalistas que os de Tóquio, e isso se aplica também ao judô, que mantém certas exigências no dojô que lá já não são mais aplicadas. “Temos grande respeito pela hierarquia, independentemente do nível das pessoas envolvidas. Um campeão olímpico paulista se curva e reverencia um sensei mais graduado”, exemplifica Chico. “Pelo menos, é isso que nós pregamos, ainda que um ou outro não assimile o aprendizado e acabe valorizando mais o holofote que a formação. Buscamos sempre trazer os inadequados para a realidade, pois o judô não pode resumir-se a medalhas e troféus.” Quando Francisco de Carvalho assumiu a federação paulista sucedeu ao sensei Watanabe, considerado uma pessoa extremamente correta e linha dura, mas pouco acessível. Os filiados queixavam-se da falta de canal aberto, pois ele se relacionava apenas com Revista Budô número 22 / 2019
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legado o grupo que o assessorava. Isso lhe custou a perda de espaço político. “Tive a oportunidade de contar com professores de renome que efetivamente atuaram e me ajudaram na gestão dando enorme contribuição”, lembra o dirigente, citando nomes como os de Mário Matsuda, Júlio Yokoyama e Mateus Sugizaki, que se sagrou primeiro campeão mundial universitário do Brasil em 1968, em Portugal. “O Mateus era uma pessoa diferenciada, muito inteligente e com formação acadêmica bem acima da média. Foi imprescindível na elaboração de normas e regulamentos do departamento técnico, criou o credenciamento técnico e estabeleceu o formato dos exames de faixa que até hoje é usado como modelo. Foi ele também o responsável pela criação do departamento de história, filosofia e ética da Federação Paulista de Judô.” O professor Anderson Dias, outro colaborador daquela época, cuidava da área pedagógica, seguindo um modelo de gestão segmentado e fundamentado em 15 delegacias regionais. “Mas o Mateus pensava no judô como um todo e isso nos fez crescer muito técnica e estruturalmente”, reconhece Chico do Judô. “Muitas coisas que fazemos aqui costumam ecoar em outros Estados.” A formação do presidente de honra da FPJudô lhe permitiu assimilar muita coisa da cultura japonesa e isso o ajudou a lidar com os senseis japoneses que comandavam o judô de São Paulo. “Acredito que minha parceria com o Mateus deu certo devido ao meu conhecimento da cultura japonesa, com a qual me identifico muito. Ele foi criado pelo sensei Mata Sugizaki dentro dos rígidos padrões da cultura nipônica.”
s Martins, Tatsuo Edgard Ozon, Arsênio Costa Vasconcelo gravata cinza) no Jaraguá, onde estão Academia do sensei Sobei Tani (terno e Fukaya, José Roberto Lucas Vieira de judogi em 1949 Okochi (terno e gravata preta), Seisetsu
l do Instituto em 1952 a segunda missão oficia Chegava oficialmente ao Brasil o na Academia Borges em Campinas nas grup o tra regis ssores Shigueishi Kodokan e a foto Campinas onde aparecem os profe dependências do Clube Atléticoersidade Waseda e Kodokan, hoje 10° dan), Shinzo Yoshima, Yoshimi Ozawa (Univnacional do Kodokan), Yoshihiko Yoshimatsu Takagaki (departamento Inter 1952, 1953 e 1955) e José de Almeida Borges (campeão absoluto do Japão em
Sensei Massaru Yanaguimori recebendo a faixa vermelha kyuu-dan (9º dan), do então presidente da Federação Paulista de Judô Francisco de Carvalho Filho
Sensei Massao Shinohara, hoje 10º Jorge Shinohara, Francisco Shino dan, em 18 de março de 1951 com seus irmãos hara e Ernesto Shinohara
Década de 1990 professores João José Antonelli, Umeo Nakashima, Stanley Virgílio, Motoyuki Murayama e Miguel Suganuma
Tempo de pioneiros Na infância Chico viveu num sítio cujos vizinhos eram todos japoneses – e eles foram seus primeiros amigos. Seus pais plantavam agrião, tomate e alface quando surgiu algo importantíssimo para o desenvolvimento econômico daquelas famílias: a Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC), que estabeleceu um corredor verde que saía de Diadema, passava por Santo André, Mauá e Ribeirão Pires e seguia para Suzano e Mogi das Cruzes. Muitos núcleos de judô devolveram-se nessa região. A modalidade também cresceu e expandiu-se no interior do Estado. Em Campinas, com o professor José de Almeida Borges; na região de Araçatuba, o grande propulsor foi o sensei Massao Mori. Já na Alta Paulista,
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Sensei Kikuo Arasaki, Frei Oswaldo, Ono, Matsuo Ogawa e Ryuzo Ogawa em 1968, na inauguração do dojô no Colégio do Carmo em Santos, a 41ª filial do Hombu Dojô Budokan
Registro de 1968 onde Mário Matsuda e Miguel Suganuma ainda são rapazes
Importante registro de 1959 no Valo Velho em Itapecerica da Serra, onde vemos Massao Shinohara, Sussumu Senseis Messias Rodarte Correa e Yoshio Kihara Tsuchida, Isao Assanuma, Kagohara, Daisaku Okada Toshihiro Yui, Guenichi Shinozaki, Rei Shinozaki, Mário Toda, Yano, Shin Suzuki, Toshio Murakami, Mário Tadeu, Yosuke Nishimura, Hidemichi Saito, Massahiro Kimura, Yoshio Okada, Fujita, Oonuma, Shoichi Ogura, Isao Ogura, Ashitani, Etsuji Nakashima, Luis Juniti Shinohara, www.revistabudo.com.br Walter Kooshin Murata, Tsuguio Murata, Shoji Murata, Rintaro Chiba, Asanuma, Kondo, Saito e outros
endo a visita de Yukimitsu Sensei Massao Shinohara receb kan de Tóquio e neto Kodo tuto Insti do e dent presi , Kano ei Okano em 2001 de Jigoro Kano, com sensei Shuh
Sensei Tokuzo Terazaki em seu dojô
Senseis Yasuichi Ono e Naoichi Ono à frente de centen as de judocas no Ginásio do Pacaembu em 1960
de Suzano na década de 1940
Os professores kodanshas João Gonçalves, Edegar Ozon e Yakihiro Watanabe
XVIII Campeonato Brasileiro de Judô (1971) realiza no então Estado da Guanabara, onde estão Uichirodo Umakakeba, Chiaki Ishhi, Odair Borges, Durval Rente, Shuhei Okano, Massanori Yanaguimori, Luiz Iwashi ta e Sérgio Nazário entre outros
o João Gonçalves Filho, Floriano rdo Registro de 1979 em Kyoto, no Japã ijão, Uadi Mubarac, Carlos Edua Bald io Sérg rte, Roda Almeida, Messias Akira Yamamoto e Paulo Mubarac , Silva ano Germ uim Joaq a, Santos Mott
Senseis Yasuichi Ono e Naoichi Ono com o então governador Laudo Natel em 1974
Campeonato Brasileiro Juvenil com ao atletas Giba, Carlos Eduade 1971 realizado em Belo Horizonte : senseis Sérgio Adib Bahi , Hiroshi Yamamoto, Fuyo Oide, rdo Motta, Yakihiro Watanabe, Junite Shinohara, Guadanini, Koya Ikuo Luiz ma, saudoso e Arnaldo Gentil MenIwashita, Roberto Zuasnabar Machusso, Sérgio Akira Oide, DaniOnodera e Yoshio Kihara ani el Carreira Filho, Luiz
Após o Mundial Universitário realizado no Rio de Janeiro, o professor João Gonçalves convocou alguns membros da equipe brasileira para um treinamento na Universidade Tenri, no Japão em 1979. Foto do jantar oferecido pelos japoneses para a delegação brasileira onde aparecen Ney De Lucca Mecking e Arnaldo Menani
Mais uma visita ao Brasil do sensei Yukimitsu Kano, neto do shihan Jigoro Kano em 2002, onde identificamos Takanori Sekine, Fernando da Cruz, Hissato Yamamoto, Durval Rente, Michiharu Sogabe, Setuo Takahashi, Kanefumi Ura, Chosin Zukeran, Zenia Morimasa, Tadashi Kimura, Tokyo Kitami, Rioiti Uchida, Celestino Seiti Shira , Roberto Gaspar Paulo e Silva, Hideshiko Aoki, Clóvis Vieira de Melo, Leandro Alves, Leonardo Yamada, Chiaki Ishii, Goro Kosaihira, Kenzo Matsuura, Luis Tambucci, Shigueto Yamazaki, Massaru Yanaguimori, Messias Rodarte Correa, Yukimitsu Kano, Francisco de Carvalho Filho, Shuhei Okano, Massao Shinohara, Yakihiro Watanabe, www.revistabudo.com.br Tsutomu Niitsuma e David Candeli
Início dos anos 90, reunião na antiga sede da FPJudô no Baby Barioni, onde estão os professores kodanshas os professores Ikuo Onodera, Sérgio Adib Bahi, Miguel Suganuma e Tsutomu Niitsuma
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legado
1983 - Sensei Uichiro Umakakeba, Aurélio Miguel e senseis Massao Shinohara e Paulo Duarte
Pòdio do Campeonato Paulista de Judô Júnior de 1999 que teve em 1º lugar Fabi Mayumi Hukuda (Vasco da Gama), 2º Thais Nagib Dias (Portuários de Santos) e em 3º Priscila Maekawa (Judô Vila Sônia)
Registro da década de 1970 com os judocas Júlio Cesar Gama, Carlos Eduardo Santos Motta, Thales Solon de Mello, Hatiro Ogawa, Roberto Zuasnabar Machusso, e Anelson Guerra embarcando para mais um esafio
onde havia mais de 60 núcleos da colônia japonesa, o sensei Zensaku Yoshida foi pioneiro, posteriormente seguido por Massaru Yanaguimori, Yokichi Kimura, Kioshi Gomi, Tosugue Sugi, Hajime Kobari, Sigueioshi Mori, Takao Fukuda e Yoshio Tomita. O judô brasileiro prosperou dentro das colônias japonesas nos kaikans do interior e academias da capital, mas não fosse a abnegação e dedicação de Tatsuo Okoshi, que já chegou ao Brasil com alta graduação do Instituto Kodokan e aqui foi um empresário bem-sucedido, certamente a modalidade teria levado muito mais tempo para chegar onde está. “Mas quem sabe ou lembra disso hoje?”, pergunta Chico do Judô. Como forma de resgatar o legado do professor Sugizaki, a partir do próximo ano a FPJudô vai revigorar o departamento de história, com o propósito de resgatar, registrar e reverenciar aqueles que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento do judô paulista e, consequentemente, brasileiro.
Sem bairrismo Equipe paulista que disputou o Campeonato Brasileiro Adulto de 1973 em Porto Alegre, com Miguel Suganuma, Oswaldo Cupertino Simões Filho, Roberto Zuasnabar Machusso, Luiz Shinohara, Carlos Fuscão Pacheco , Élvio Giovanetti. e sensei ?; ajoelhados judocas Arnaldo Gentil Menani, Daniel Carreira Filho, Mauro Junqueira, Carlos Eduardo Santos Motta e Sergio Akira Oide
uichi Ono Senseis Shineite Mito, Yas Ono em 199
Competição na década de 1950 no Gnásio do Pacaembú
e Naoichi Década de 1960 os sensei Rudolf de Otero Hermanny, Katsuhiro Naito e Shuhei Okano com os atletas Liogi Suzuki, Mateus Sugizaki, Edson Leandro Sansão, Lhofei Shiozawa, Chiaki Ishii e Arnaldo Artilheiro
Registro histórico de 1957 no Instituto Jaguaribe do sensei Fukaya onde identificamos Messias Rodarte Correa, Tatsuo Okoti (com gravata borboleta), Edgar Ozon e José de Almeida Borges
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Alguns professores de outros Estados olham para São Paulo com certa antipatia, mas Chico do Judô reitera que não há bairristas ou regionalistas no Estado. “A cultura paulista é fundamentada na imigração de gente de toda parte. Pernambucanos e baianos ajudaram a edificar São Paulo no pós-guerra, ao lado de japoneses, alemães, italianos, sírios, portugueses, libaneses, espanhóis e africanos.” “Todos os professores que vêm ao nosso Estado são muito bem-vindos e serão muito bem recebidos”, afirma o dirigente paulista. “Além do belo dojô, nosso Centro de Aperfeiçoamento Técnico, que está permanentemente em atividade, possui alojamento no qual poderão hospedar-se, desfrutando nossa hospitalidade, da mesma forma como abrigamos os professores que vêm do interior do Estado. Entendemos que os nossos verdadeiros adversários estão além de nossas fronteiras.” Sensei Chico gosta de citar Marcus Garvey, jamaicano considerado um dos maiores ativistas negros da história, que diz: “Um povo que não conhece sua história e não valoriza seu passado é como uma árvore sem raiz”. Por isso, insiste em identificar os professores que introduziram e propagaram o judô nos 27 Estados e reverenciá -los. “Caso contrário, nosso esporte estará fadado a carregar as marcas da omissão e da ingratidão”, conclui. www.revistabudo.com.br
PROJETO VITÓRIA
Tatsuya Sasaki com atletas do Time Ajinomoto
Projeto Vitória e Time Ajinomoto marcam a posse do novo presidente da multinacional no Brasil O recém-empossado presidente da Ajinomoto do Brasil, Tatsuya Sasaki, detalhou a ação da multinacional da alimentação e líder mundial na produção de aminoácidos no cenário esportivo
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o dia 2 de julho, a Ajinomoto do Brasil lançou oficialmente o Projeto Vitória, iniciativa que apoia o esporte brasileiro, e apresentou o Time Ajinomoto, integrado por atletas e paratletas que se preparam para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O evento realizou-se na Japan House, em São Paulo, e foi conduzido pelo medalhista olímpico Fernando Scherer, o Xuxa. Estiveram presentes dirigentes esportivos, profissionais ligados ao esporte, à saúde e à nutrição esportiva, que puderam conhecer em detalhes as ações da empresa relacionadas ao universo esportivo global e local. Entre os convidados estavam Tatsuya www.revistabudo.com.br
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PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
Sasaki, presidente recém-empossado da Ajinomoto do Brasil; Alessandro Panitiz Puglia, presidente da Federação Paulista de Judô (FPJudô); Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da (FPJudô); Joji Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Rogério Sampaio, diretor geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB); Manoela Penna, diretora de Comunicação e Marketing do COB; Ivaldo Brandão, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB); e Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil (IKB). Em seu primeiro pronunciamento como presidente da Ajinomoto do Brasil, Tatsuya Sasaki deu boas-vindas a todos e falou sobre o
desafio que terá à frente da filial brasileira. “Acabo de chegar ao País e venho para assumir a presidência da Ajinomoto do Brasil, uma das mais importantes filiais de nossa empresa. Portanto, é uma grande responsabilidade ter sido designado para comandar esta operação. Estou muito animado e feliz com este novo desafio. Na verdade, este é o meu primeiro evento oficial no País e estou muito contente porque gosto muito de esporte. Minha paixão começou no ensino médio, quando eu fazia judô, e estendeu-se para a universidade, quando pratiquei futebol americano”, disse o presidente da multinacional da alimentação. Revista Budô número 22 / 2019
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Tatsuya Sasaki, presidente da Ajinomoto do Brasil
Tatsuya Sasaki detalhou o processo que começou há 16 anos no Japão e agora está sendo implantado aqui no Brasil. “O Projeto Vitória tem como objetivo apoiar os atletas olímpicos e paralímpicos brasileiros utilizando o conceito Kachimeshi de alimentação balanceada, caracterizado pelo conhecimento adquirido durante os 100 anos de atuação da empresa, resultando na criação do Amino Vital. No Japão o projeto teve início em 2003, e os atletas japoneses vêm conquis-
Dirigentes esportivos, profissionais ligados ao esporte, à saúde e à nutrição esportiva participaram do evento
tando cada vez mais medalhas, como aconteceu nas Olimpíadas de Pequim, Londres e Rio de Janeiro, e estamos honrados em fazer parte desta conquista. Este é o nosso primeiro ano no Brasil e o nosso desejo não é apenas o suporte com alimentação balanceada por meio do Amino Vital, mas apoiar ao máximo as necessidades dos nossos atletas. O grupo Ajinomoto, juntamente com todos aqui presentes, deseja que esta relação seja duradoura e que possamos estreitar ainda mais esforços
O Time Ajinomoto possui medalhistas olímpicos e campeões mundiais
Adriana Moucherek, diretora de marketing da Ajinomoto do Brasil
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Rogério Sampaio, diretor geral do Comitê Olímpico do Brasil
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Fernando Scherer exibiu excelente performance na condução do evento
com o esporte brasileiro, ajudando os nossos atletas a terem melhor desempenho nos jogos olímpicos e paralímpicos”, disse o presidente da Ajinomoto.
Ação global da Ajinomoto O Projeto Vitória é uma ação global do Grupo Ajinomoto que começou no Japão, em 2003, oferecendo suporte nutricional aos esportistas do país, incluindo a ingestão de aminoácidos e o conceito do Kachimeshi, palavra japonesa que significa “nutrição para vencer”. Esse programa nutricional incentiva a alimentação equilibrada e saborosa, que atenda às necessidades específicas de cada atleta, além de propor o equilíbrio entre os pilares da boa prática esportiva: treino, alimentação e descanso. No Brasil, o projeto chega com o mesmo objetivo e estreia com uma equipe de peso. O Time Ajinomoto é composto por atletas e paratletas de diversas modalidades que estão na corrida para Tóquio 2020. Entre eles estão Arthur Nory, da ginástica artística; Rafael Silva (Baby), do judô; Ana Marcela Cunha, da maratona aquática; Rosângela Santos, do atletismo; Douglas Brose e Valéria Kumizaki, do karatê; e os paratletas Caio Pereira, do arremesso de
Ivaldo Brandão, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro
Rafael Silva (Judô) falou sobre a melhora no desempenho com a utilização do Amino Vital Gold
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Time Ajinomoto com Tatsuya Sasaki, Carla Junqueira, Priscila Santana e Adriana Moucherek
peso, e Verônica Hipólito, do atletismo. Esses e outros esportistas passam a receber suporte nutricional da Ajinomoto até o fim dos ciclos olímpico e paralímpico, em dezembro do próximo ano. Parte desse suporte é representada pelo produto Amino Vital Gold, suplemento alimentar com nove aminoácidos essenciais que agem rapidamente na recuperação muscular, um benefício para esportistas de alto rendimento. “Vamos utilizar nossa experiência bem-sucedida no Japão para contribuir com os atletas brasileiros. Como especialistas em nutrição e líderes mundiais na produção de aminoácidos, podemos traduzir na prática nossa mensagem corporativa que é Alimente-se Bem, Viva Bem”, afirmou Priscila Santana, gerente de Comunicação da Ajinomoto do Brasil. Para estreitar o relacionamento com os atletas e paratletas brasileiros, a Ajinomoto firmou parcerias para apoiar importantes instituições, como a Federação Paulista de Judô (FPJudô), o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). “Essas são as primeiras iniciativas do Projeto Vitória no Brasil. Queremos estar cada vez mais próximos dos atletas e paratletas não só em Tóquio, mas também em futuros Jogos Olímpicos e Paralímpicos”, disse Priscila. “Se conseguirmos ajudar no aumento do número de medalhas de nossas delegações, assim como aconteceu no Japão, aí nossa alegria será completa”, concluiu a gerente de Comunicação da Ajinomoto do Brasil.
Dirigentes avaliam a parceria e a importância do Projeto Vitória Rogério Sampaio, diretor geral do Comitê Olímpico do Brasil, prevê que a parceria do COB com a Ajinomoto do Brasil será um divisor de águas na conquista de medalhas pelos atletas brasileiros. “Para nós do COB, o patrocínio da Ajinomoto é o reconhecimento da confiança e da credibilidade que o mercado tem no Comitê Olímpico do Brasil. Acreditamos que esta parceria pode se fortalecer ao longo dos próximos anos e inspirar um número maior
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Representantes do COB, da FPJudô com Tatsuya Sasaki e judocas do Time Ajinomoto
Alessandro Puglia cumprimenta e dá boas-vindas a Tatsuya Sasaki
de atletas ao esporte de alto rendimento, ao movimento olímpico e temos certeza de que esta parceria pode ser também um divisor de águas na conquista de medalhas pelos nossos atletas. A gente espera que, por meio do fortalecimento dessa relação, possamos atingir este objetivo”, disse diretor geral do COB. Desejando sucesso ao novo presidente da Ajinomoto do Brasil, Ivaldo Brandão, vice -presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, avaliou a contribuição que o Projeto Vitória oferece ao esporte brasileiro. “É importante que a gente tenha apoiadores como a Ajinomoto do Brasil, porque o esporte hoje é um instrumento gigantesco de transformação social. Empresas que vêm o esporte como elemento essencial de transformação e apoiam nossas iniciativas também estão contribuindo significativamente no difícil processo de conquista de medalhas e oferecendo contribuição social”, disse vice-presidente do CPB. Alessandro Puglia enfatizou a grande quantidade de judocas inseridos no Projeto Vitória, e expressou o desejo de ampliar ainda mais a parceria com a multinacional de alimentos. “Esse é um evento importantíssimo para o esporte como um todo, e em especial para o judô, modalidade com maior número atletas inseridos no projeto da Ajinomoto. Estabelecemos uma parceria importantíssima com esta empresa japonesa, que acreditou em nosso trabalho e em nosso potencial. Desejamos que esta união e a cooperação cresçam ainda mais e que juntos possamos trilhar um caminho vencedor”, disse o presidente da FPJudô. Joji Kimura elogiou o projeto que, em sua
avaliação, nasce vitorioso pelo simples fato de buscar otimizar a performance técnica dos atletas. “Nossa avaliação dessa iniciativa é muito positiva. Estar num grupo seleto capitaneado por uma multinacional como a Ajinomoto, empresa que acima de tudo foca a qualidade de vida, agrega grande valor à nossa marca. Entendo que o mundo atual valoriza as pessoas que pensam de forma diferente e buscam estar sempre um passo à frente. E é assim que eu vejo esta iniciativa da Ajinomoto: um projeto que visa a agregar qualidade e melhorar a performance técnica dos nossos atletas, por meio de uma alimentação balanceada e suplementada”, explicou o coordenador técnico da FPJudô. Francisco de Carvalho entende que a parceria entre a FPJudô e a Ajinomoto do Brasil dará enorme contribuição ao fortalecimento do judô que, por sua vez proporcionará grande contrapartida à difusão do suplemento que a multinacional de alimentos está lançando no Brasil. “A Ajinomoto possui excelência em nutrição humana e é líder mundial no segmento de suplementação alimentar para atletas. Entendo que a experiência por ela acumulada neste segmento endossa a qualidade do Amino Vital, que desde 2003 é utilizado pelos atletas da seleção olímpica japonesa. O Brasil é um dos países com maior número de consumidores de produtos deste segmento, e acredito que com a nossa contribuição a empresa alcançará grande sucesso”, disse o presidente de honra da FPJudô. “Acho que a Ajinomoto do Brasil acertou ao firmar parceria com a federação paulista, porque o judô é uma das modalidades mais praticadas em São Paulo e porque em nosso Estado temos mais de um milhão de praticantes. Estou certo de que a nossa contribuição e a nossa contrapartida em todo este processo serão determinantes no sucesso do Projeto Vitória e na disseminação do Amino Vital entre os atletas que fazem suplementação alimentar”, disse Francisco de Carvalho. Ele lembrou ainda que, das 22 medalhas olímpicas obtidas pelo judô brasileiro desde os Jogos de Munique (1972), 15 foram conquistadas por judocas de São Paulo.
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INTERC ÂMBIO BRASIL X JAPÃO
O workshop realizado no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa recebeu um público maior que a edição de 2018
Hirotaka Okada leva 510 professores ao Centro Olíampico de São Paulo e Sesi Bauru O bicampeão mundial e mestre especialista em treinamento de judô volta a São Paulo e reafirma a metodologia pedagógica de ensino voltado à pré-infância escolar
C
om apoio do governo do Japão, Consórcio Sport For Tomorrow e Instituto Kodokan do Brasil (IKB), a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou duas palestras do workshop para professores sobre o ensino do judô nas escolas. Mais uma vez o palestrante foi o renomado professor kodansha hachi-dan Hirotaka Okada, mestre especialista em treinamento de judô, professor associado e técnico da equipe principal da Faculdade de Educação Física da Universidade de Tsukuba (Japão) e professor da equipe infantil da cidade de Tsukuba, que dissertou sobre o tema Capacitação para o ensino do judô em âmbito escolar. Medalhista de bronze nos Jogos Olímpi-
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PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS/FP JUDô
cos de Barcelona (1992), bicampeão mundial em 1987 e 1991 e árbitro FIJ A, o professor Okada voltou ao Brasil para consolidar o programa do judô nas escolas, um projeto ambicioso do governo japonês que enfatiza a importância de introduzir o judô nas escolas públicas e reforçar a metodologia do ensino pedagógico concentrada nos aspectos motivacionais, priorizando a integridade física e psicológica dos pequenos praticantes. Além de fazer apresentações nos Estados do Rio de Janeiro e Paraná, neste ano sensei Okada se apresentou em dois municípios paulistas: Bauru e a capital, onde dissertou sobre a segurança nas aulas de judô, movimentos básicos em ne-waza, ins-
truções básicas para professores treinarem crianças, movimentos básicos do nage-waza e segurança nos treinos de judô. O workshop no interior realizou-se no Sesi Horto Florestal, enquanto a palestra de São Paulo foi apresentada no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires. Os dois eventos totalizaram mais de 680 professores inscritos. Contudo, apenas 510 judocas participaram efetivamente das duas apresentações. A cerimônia de abertura da capital foi acompanhada por autoridades esportivas como Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; Ryosuke Kimura, gestor de projetos do Consórcio Sport For Tomorrow; Takanori www.revistabudo.com.br
Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil; Joji Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Luís Alberto dos Santos, coordenador de cursos da FPJudô; Roberto Mitio Harada, coordenador de projetos do IKB; Osvaldo Hatiro Ogawa, tradutor oficial do curso; Carlos Honorato, vice-campeão olímpico nos Jogos de Sydney 2000; Henrique Guimarães, medalhista de bronze nos Jogos de Atlanta 1996; Rafael Borges, coordenador do IKB; Hissato Yamamoto, delegado da 1ª DRJ Capital; Sidnei Paris, delegado da 8ª DRJ Oeste; Cristiano Roque Antunes Barreira, diretor da Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto (EEFER// USP); Sidney Teixeira de Castro, coordenador de esportes de alto rendimento do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP); e Teppei Sakauchi, estudante da Universidade de Tsukuba, o uke do professor Okada na turnê realizada no Brasil. Renomados professores kodanshas participaram do workshop apresentado em São Paulo, entre os quais Sator Hirakawa, Michiharu Sogabe, Massanori Yanagimori, Celestino Seiti Shira, Wagner Antônio Vettorazzi, Nélson Shigueki Koh, Soraia André, Sérgio Barrocas Lex, Paulo Ferraz Alvim Muhlfarth, Ivo Vieira Nascimento, Fernando Catalano Calleja, Massakatsu Akamine, Massatoshi Shiroma, Miriam Zyman Minakawa, Nélson Pedroso, Antônio Roberto Coimbra, Kiichi Watanabe, Júlio Takashi Kawaguchi, Ricardo Forte Katchborian, Carlos Kira Yamazaki e Eduardo Freire da Silva. Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil, detalhou a importância do projeto desenvolvido pelo governo do Japão. “É um grande prazer estarmos recebendo mais uma vez o professor Hirotaka Okada em São Paulo, promovendo assim uma aproximação cada vez maior entre os professores paulistas e o judô japonês. Esta iniciativa dos governos do Japão e Brasil busca introduzir o judô nas escolas públicas brasileiras. Não pretendemos com esta iniciativa ensinar judô aos senhores. Nosso intuito é apresentar o sistema de ensino utilizado no Japão, e com isso acelerarmos o processo de massificação da nossa modalidade entre as crianças, que são o futuro do nosso grande País”, afirmou Sekine. www.revistabudo.com.br
Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô
Professor kodansha Hirotaka Okada
Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil
Os professores Hirotaka Okada e Hatiro Ogawa exibiram sintonia perfeita na apresentação, interpretação e tradução do workshop
Sidney Teixeira de Castro, coordenador de esportes de alto rendimento de Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, destacou a relação existente entre o trabalho desenvolvido pelos professores de judô e as atividades do COTP. “Inicio saudando todos os professores formadores de atletas e bons cidadãos. Este também é um dos nossos principais objetivos aqui no centro olímpico. Em nome do nosso secretário Carlos Bezerra e do diretor Marco Antônio Aga, damos as boas-vindas a todos vocês que compartilham do nosso trabalho, que é fundamentado em dez modalidades esportivas de alto rendimento, trabalhando com atletas desde a sua formação como cidadão, como profissional e principalmente como esportista”, enfatizou o coordenador do COTP. Hirotaka Okada iniciou sua fala detalhando os principais objetivos do projeto que pela segunda vez o trouxe ao Brasil. “Dando continuidade ao processo iniciado no ano passado pelos governos do Japão e do Brasil, sinto-me honrado por estar novamente com todos vocês para dar continuidade ao projeto que visa a introduzir o judô nas escolas públicas e privadas do Brasil, elevando assim o preparo das crianças brasileiras. Apesar do tempo ruim e da forte chuva, vemos aqui muitos professores buscando conhecimento e meu desejo é que aproveitem o máximo possível”, disse o bicampeão mundial, que se colocou à disposição dos participantes para esclarecer as dúvidas pertinentes à sua palestra. “Aqui temos professores com muito conhecimento, assim como professores mais jovens e com menor experiência, mas destaco que estou inteiramente à disposição para orientar no que for preciso. Reafirmo que é uma honra enorme poder estar aqui transmitindo um pouco do que aprendi com os mestres japoneses. Mas lembro que nosso encontro de hoje foca eminentemente o judô formação e não o judô de alto rendimento ou competição. Nossa proposta é mostrar o trabalho pedagógico que é feito pelos professores do Japão”, detalhou sensei Okada. Revista Budô número 22 / 2019
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INTERC ÂMBIO BRASIL X JAPÃO Okada surpreende pela excelente didática e enfatiza que o aprendizado deve ser feito de forma lúdica e divertida Externando enorme respeito e cuidado com as crianças e jovens iniciantes, por meio dos quatro módulos apresentados, mais uma vez sensei Okada mostrou como cada técnica poderia ser ensinada para crianças de forma segura, sem abrir mão do lúdico, da diversão e do prazer de estar no dojô. Em segundos Okada transcendia da suavidade absoluta para o vigor total, sem esboçar a menor emoção ou expressão facial. Com grande serenidade exibia o que deve ser feito no sentido de garantir total segurança aos iniciantes e fazer com que sigam trilhando o caminho pavimentado pelo shihan Jigoro Kano, visando a um mundo melhor para todos por meio da prática de princípios como o jita-kyo-ei (se todos atuarem com o espírito de cooperação mútua, o trabalho de cada pessoa beneficia não só a si mesmo, mas também a outros) e o sei-ryoko-zen-yo (uso máximo e eficiente das energias espiritual e física de um indivíduo para realizar o propósito almejado). “Existem vários motivos que me fizeram olhar para este caminho, mas a razão principal é mostrar que por meio do judô as crianças podem desenvolver-se socialmente, e com isso podemos projetar um mundo melhor no futuro. Neste caminho existirão aqueles que se tornarão grandes campeões, mas surgirão grandes cirurgiões, advogados, sociólogos, médicos, professores, engenheiros, pois o judô tem de cumprir seu papel social, dando sua contribuição para a sociedade. Neste sentido, é muito importante desenvolver um trabalho pedagógico específico para cada grupo de praticantes”, concluiu o mestre especialista em treinamento de judô.
Ao todo 510 professores participaram das palestras realizadas em São Paulo e Bauru
Professores fazem o ritsu-rei
Professores aprovam sistema pedagógico japonês Coordenador técnico da FPJudô, Joji Kimura destacou a importância de haver workshops e cursos para que as experiências sejam compartilhadas, mencionando os grandes cursos passados ministrados por Uemura, Nishiyama e Okada, que retorna a São Paulo pela segunda vez.
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O Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa disponibilizou sua excelente estrutura para o curso realizado pela FPJudô
Sensei Okada projeta seu uke Teppei Sakauchi
Professores perfilados durante a execução do Hino Nacional
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“O retorno do professor Okada está sendo valoroso, principalmente porque agora seu enfoque está no ensino voltado às crianças, o que gera grande adesão de professores. É muito importante a aproximação de um renomado professor da Universidade de Tsukuba com os professores do Estado de São Paulo, para que assim possam compartilhar experiências e conhecimento, além de focarem tanto na questão teórica quanto na prática”, afirmou Kimura. O professor kodansha Sator Hirakawa avaliou o evento positivamente, principalmente por Okada ter reiterado ensinamentos importantes já passados anteriormente. “O evento foi muito bom e também nos fez relembrar de ensinamentos passados no último ano, e isso não quer dizer que tenha sido repetitivo, pois devemos fazer várias reflexões dos golpes até chegar à perfeição. Creio eu que é um protocolo, o qual ele esteja cumprindo dentro das normas necessárias para quem dá aula em escolas. E isso é positivo, a partir do momento em que seria, por exemplo, o fundamento com os cuidados principais para o judô não ser rotulado um esporte perigoso ou violento”, explicou o professor kodansha do Vale do Paraíba. Vice-campeão olímpico nos Jogos de Sidney/Austrália (2000), Carlos Honorato afirmou que no curso pôde relembrar sua iniciação na Associação de Judô Vila Sônia. “O curso foi muito interessante porque não mostra apenas como fazer uma reciclagem daquilo que aprendemos no passado. O curso pôde mostrar como é o verdadeiro método de ensino usado pelos japoneses na Revista Budô número 22 / 2019
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INTERC ÂMBIO BRASIL X JAPÃO
Alessandro Puglia cumprimenta sensei Hirotaka Okada
atualidade. Quando comecei a praticar judô na Associação Vila Sônia, recebemos este mesmo padrão de ensino. Parabenizo a FPJudô e o Instituto Kodokan do Brasil por esta excelente iniciativa”, destacou o medalhista olímpico. Alessandro Puglia, presidente da FPJudô explicou que a vinda de Hirotaka Okada foi para dar sequência ao trabalho exposto anteriormente, mas agora com uma preocupação maior de explorar o conhecimento dos professores e ratificar todos os fundamentos pedagógicos necessários para se oferecer uma boa iniciação. “Nossa referência é o judô japonês, e o professor Okada explicita com muita nitidez a importância de fazer tudo muito bem detalhado. Além de demonstrar, conversou bastante com os professores sobre a importância dos detalhes, até da saudação, por exemplo, o que ela significa e para que serve. Temos de começar bem o princípio, pois, se temos uma boa formação, naturalmente as outras formações que teremos dentro do judô serão melhores”, disse o dirigente, que também destacou a importância da manutenção da tradição. “Fico muito contente porque daqui a dois ou três anos teremos outro curso como esse, e aquilo que foi dito aqui será reforçado porque não dá para reinventar a roda, ela é redonda e já existe. De vez em quando, precisamos voltar a fazer um treinamento com os professores para manter estes conhecimentos. Estes encontros também servem para fortalecer e mostrar a importância da base. Tudo que foi dito e visto aqui está relacionado à base e aos fundamentos do judô”, finalizou o presidente. De acordo com Puglia, em Bauru a metodologia aplicada foi a mesma utilizada na capital. E o evento do interior contou
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Sensei Okada exibiu excelente performance no ne-waza
com a presença de professores de diversas regiões. Somando os inscritos nas duas cidades o workshop totalizou 510 professores, que disseminarão o conhecimento adquirido no curso nos dojôs, clubes e escolas de todo o Estado. Oswaldo Hatiro Ogawa, coordenador de judô do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa e tradutor do workshop, comentou a expressividade do evento. “Maravilhoso, muito bom e proveitoso. Com certeza, Hirotaka Okada abordou muitas coisas que os professores já sabiam. Porém, ele as reforçou. O professor Okada possui enorme conhecimento e excelente didática. Devido à quantidade de professores presentes no evento, com certeza o aproveitamento e a repercussão serão enormes”, diz Hatiro. Coordenador de cursos da FPJudô, Luís Alberto dos Santos destacou a importância de o professor Okada ratificar diversas informações e técnicas aos professores. “Ele está reforçando todas as informações e fundamentos já passados anteriormente, determinando um padrão para iniciantes em relação à segurança na prática do dia a dia, ukemi, kumi-kata com a parte de solo (ne-waza). Muitos professores não fazem o link da finalidade destes exercícios como o rastejamento, camarão, soldadinho. Eles servem justamente para finalizar uma técnica de imobilização. Como é iniciação, o objetivo não é o alto rendimento. Segue-se um padrão, não há estilo de acordo com a maneira de que cada criança luta ou com o biotipo. Isso é muito básico e fundamental. O professor que conseguir passar isso de maneira correta para os iniciantes irá construir uma base adequada para eles chegarem muito bem ao alto rendimento”, explicou o coordenador de cursos da FPJudô.
Sesi Bauru promove grande encontro No Sesi Horto Florestal de Bauru, Hirotaka Okada se apresentou para 180 professores, que também puderam conhecer o trabalho feito nas escolas do Japão. Na avaliação do professor kodansha Argeu Maurício de Oliveira, delegado da 3ª DRJ Centro-Sul, o mestre Okada desenvolve um trabalho surpreendente e o delegado também fez sugestões para os próximos encontros. “O workshop realizado pela FPJudô, Instituto Kodokan do Brasil e o governo do Japão foi de fundamental importância no sentido de nos mostrar como se ensina judô nas escolas do ensino fundamental do Japão. A palestra do sensei Hirotaka é excepcionalmente didática e elucidativa. Rica em detalhes, mostra claramente os caminhos que devem ser adotados pelos professores”, pontuou o dirigente. O workshop realizado pela FPJudô, IKB e governo do Japão contou com tradução simultânea realizada pelo experiente professor kodansha Oswaldo Hatiro Ogawa. Possuidor de excelente didática, o neto do sensei Ryuzo Ogawa soube dar ênfase aos principais pontos da palestra e conseguiu fazer a ligação direta entre o mestre Okada e os mais de 330 espectadores ávidos para absorver seu conhecimento. O Consórcio Sport For Tomorrow é uma iniciativa capitaneada pelo governo do Japão que visa a utilizar o esporte como ferramenta no desenvolvimento social e humano. Por meio de uma iniciativa implementada conjuntamente pelo setor público e privado, o Sport For Tomorrow promoverá a prática esportiva para mais de 10 milhões de pessoas em mais de 100 países até 2020, ano em que Tóquio receberá os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de verão. www.revistabudo.com.br
KARATÊ-DÔ TRADICIONAL
CBKT realiza curso nacional de capacitação em Brasílial
Dirigentes com professores e faixas-pretas inscritos no curso nacional de capacitação
Curso realizado na Faculdade de Educação Física foi ministrado pelos professores Eckner de Pereira Cardoso Sobrinho (BA), Antônio Carlos Walger (PR) e Arthur Prisco Paraíso Rêgo (BA)
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om apoio da Universidade de Brasília (UnB), a Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional (CBKT) realizou a segunda edição do curso nacional para formação de árbitros. O curso foi ministrado nos dias 18 e 19 de maio na Faculdade de Educação Física (FEF), conduzido por Sérgio Bastos, presidente da CBKT, e pelos experientes integrantes da comissão de arbitragem da confederação brasileira Eckner de Pereira Cardoso Sobrinho (BA), Antônio Carlos Walger (PR) e Arthur Prisco Paraíso Rêgo (BA). Segundo os dirigentes, o curso destinado a árbitros, faixas-pretas e atletas tem como principais objetivos fortalecer e ampliar o quadro nacional de arbitragem. “Nossa proposta é formar uma nova geração de árbitros competentes para atuar nas competições nacionais e internacionais, visando a aumentar a qualidade dos nossos eventos”, disse o sensei Eckner Cardoso, diretor técnico da CBKT. Na avaliação do shihan Sérgio Bastos, presidente da CBKT, o evento possui cunho educativo e certamente promoverá o desenvolvimento técnico das competições, bem como inspirará maior credibilidade. “A arbitragem é sem dúvida alguma o ponto mais delicado de quase todos os esportes de combate, e no karatê tradicional este quesito é muito mais importante deviwww.revistabudo.com.br
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PAULO PINTO I Fotos ARQUIVI/CBK T
Os professores Sérgio Bastos, Eckner Cardoso, Antônio Walger e Arthur Rêgo
do à enorme quantidade de disputas que compõem nossos certames. A resposta nesta edição foi bastante expressiva, com a presença de representantes de todas as re-
giões do País”, disse o presidente da CBKT. Para Haeckel Patriarcha, o diretor social da CBKT, o evento cumpriu os objetivos traçados no que tange à disseminação de informação técnica. “O curso realizado com apoio da Universidade de Brasília permitiu uma congregação de pessoas em prol do desenvolvimento técnico do karatê-dô tradicional do Brasil”, disse Patriarcha. Para o discente Jamerson Duarte, do Clube Kyokai da Bahia, a proposta de formação de árbitros eleva o nível da arbitragem no Brasil. “A realização de cursos como este estabelece maior compreensão das regras e permite uma aprendizagem continuada”, disse Duarte. Além de concordar com o colega baiano, Adeir Gomes, da Academia Bodhidharma, do Paraná, afirmou que o curso deve ter edições anuais para que haja a devida formação dos árbitros brasileiros. Comemorando o sucesso do curso nacional de capacitação, Sérgio Bastos afirmou que a CBKT buscará estratégias que possibilitem a manutenção periódica desse evento. “Compreendendo que este curso foi um divisor de águas no que se refere à formação institucional dos nossos árbitros em nível nacional e internacional, não mediremos esforços no sentido de realizar edições periódicas”, concluiu o presidente da CBKT. Revista Budô número 22 / 2019
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CERIMÔNIA DE OUTORGA
FPJudô promove
61 professores kodanshas a roku-dan, shichi-dan, hachi-dan e kyuu-dan Solenidade realizada no Teatro Municipal Anselmo Haraldt Walend, de Mauá, também contou com a presença de Massao Shinohara, o único professor kodansha juu-dan (10º dan) do Ocidente
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om o apoio da Prefeitura de Mauá, a Federação Paulista de Judô promoveu a outorga de graduação aos 61 professores kodanshas aprovados pela comissão de graus da FPJudô e chancelados pela comissão de graduação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). O evento realizou-se neste sábado (26), no Teatro Municipal Anselmo Haraldt Walend, de Mauá, na presença de familiares, amigos e alunos dos professores promovidos segundo critérios de ranqueamento e mérito a roku-dan (6º dan), shichi-dan (7º dan), hachi-dan (8º dan) e kyuu-dan (9º dan). Estavam presentes autoridades esportivas e políticas, como Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô e vereador de Mauá; Sílvio Borges, presidente da CBJ; Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; José Antônio Jantália, vice-presidente da FPJudô; Roberto Joji Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Júlio Sakae Yokoyama, presidente do TJD da FPJudô; Willian Marcos Auada, secretário de Esportes e Lazer de Mauá; e Luís Alberto dos Santos, coordenador de cursos da FPJudô. Entre os delegados regionais encontravam-se Osmar A. Feltrim (6ª DRJ), Argeu M. Oliveira (3ª DRJ), Hissato Yamamoto 1ª DRJ), Cláudio Calasans (2ª DRJ), Wilmar T. Shiraga (5ª DRJ), Sidnei Paris (8ª DRJ), José G. Carvalho (9ª DRJ), Leandro T. Correa (10ª DRJ) e Cléber do Carmo (12ª DRJ). Judocas que edificaram a história contemporânea do judô verde e amarelo marcaram presença e prestigiaram a cerimônia. Entre eles destacavam-se os mestres Mas-
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PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS e everton monteiro
Professores e dirigentes se preparam para o rei inicial
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Vista parcial do auditório do Teatro Municipal de Mauá
sao Shinohara (juu-dan - 10º dan), Massaru Yanaguimori (kyuu-dan - 9º dan), Dante Kanayama (kyuu-dan - 9º dan), Miguel Suganuma (kyuu-dan - 9º dan), Tsutomu Niitsuma (kyuu-dan - 9º dan), Michiharu Sogabe (kyuu-dan - 9º dan) e Valdir Melero (kyuudan - 9º dan).
Dirigentes enfatizam a importância da cerimônia
Professores e dirigentes durante a execução do Hino Nacional
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Depois de parabenizar os judocas graduados, Alessandro Puglia destacou o trabalho realizado pela comissão de graus estadual e pediu maior união, comprometimento e qualidade na formação dos novos judocas, principalmente na base. “Hoje é um dia muito especial para todos nós, e faço um agradecimento particular aos membros da comissão de graduação da FPJudô, que compreenderam a importância do trabalho desenvolvido por cada um de vocês no aprimoramento do judô do Estado de São Paulo e do Brasil. Estas graduações premiam o trabalho e o esforço de todos vocês. Meu pai sempre disse que àquele que muito foi dado muito será cobrado, e lembro que a graduação que estão recebendo demanda maior comprometimento e responsabilidade. Peço apenas que permaneçamos unidos e lutando por mais qualidade na formação do judô de São Paulo”, disse o presidente da FPJudô. Após cumprimentar as autoridades, professores, judocas e familiares presentes e dar boas-vidas ao presidente da CBJ, Francisco de Carvalho Filho enfatizou os caminhos que conduzem à alta graduação. “Nas últimas décadas tenho acompanhado cada passo do trabalho de muitos professores que hoje estão sendo premiados e homenageados por meio da nova graduação que vão receber. Acompanhei de perto as dificuldades, os êxitos, e conheço a qualidade de cada um de vocês, e muito me orgulho pelo nível e o quilate dos professores hoje promovidos. São judocas que dedicaram a vida toda ao judô de forma reta, correta, e nos fazem sentir orgulho do judô do Estado de São Paulo”, pontuou o dirigente, que lembrou a responsabilidade que agora recai sobre os novos kodanshas. “Estamos recebendo um novo grupo, uma nova geração de kodanshas, e lembro que a responsabilidade de vocês agora é infinitamente maior. Vocês não podem dar nenhum exemplo negativo e têm de ter postura diferenciada. Muitos professores go-dans pedem e cobram graduação, como Revista Budô número 22 / 2019
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CERIMÔNIA DE OUTORGA
Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô
José Antônio Jantália, vice-presidente da FPJudô
Miguel Suganuma cobrou maior empenho dos professores na transmissão dos fundamentos do judô
se isso dependesse de nós. A graduação de professor kodansha é feita por mérito, e não adianta ficar pedindo diuturnamente aos dirigentes, pois isso depende única e exclusivamente do desempenho e, acima de tudo, da atitude e da conduta de vocês. O mérito da graduação é daquele que a recebe com humildade, é daquele que a recebe como prêmio por aquilo que escreveu e construiu em sua história, já que para chegarmos a este nível temos de construir a nossa própria história. A graduação é reconhecimento de mérito dos professores que entregaram grande parte de suas vidas ao judô. De professores que muitas vezes tiveram de tirar dinheiro de casa para colocar no judô. Hoje é o dia do coroamento de tudo aquilo que cada um dos professores go-dans que aqui estão fez, de serem reconhecidos pela dedicação ao sacerdócio e à difusão dos princípios e ensinamentos do professor Jigoro Kano”, dis-
se o professor Chico. Sílvio Acácio Borges enalteceu a fala do professor Francisco e discorreu sobre o trabalho feito pela nova comissão nacional de graduação e parabenizou os judocas e professores promovidos em São Paulo. “É uma grande alegria estar aqui hoje, neste evento tão especial. Muito mais especial depois de ouvir as palavras proferidas pelo professor Francisco. Palavras que deixam muito clara a importância deste momento, desta conquista, e o que isto significa para o judô.” Na sequência José Jantália iniciou a cha-
mada dos professores, começando pelos 35 promovidos a roku-dan. Com muita emoção, cada um subiu ao palco para receber o certificado, a faixa vermelha e branca e assinar o termo de outorga. Na sequência, 15 professores receberam a graduação de shichi-dan.
Ponto alto da solenidade As atribuições de roku-dan e shichi-dan foram feitas por meio da entrega dos certificados chancelados pela FPJudô e CBJ,
Professores durante a cerimônia de outorga
Professores kodanshas e dirigentes ouvem o depoimento do presidente da CBJ
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Roberto Joji Kimura, coordenador técnico da FPJudô
Francisco de Carvalho confirmou a qualidade dos professores promovidos, e ratificou seu orgulho pelo nível e o quilate da nova geração de professores kodanshas formados
Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô
Professores kodanshas Massaru Yanaguimori (9º dan), Tsutomu Niitsuma (9º dan), Massao Shinohara (10º dan) e Michiharu Sogabe (9º dan), são alguns dos pilares técnicos e éticos do judô verde e amarelo
enquanto as graduações de hachi-dan e kyuu-dan corresponderam à entrega de certificados emoldurados, atendendo ao atual padrão de outorga de graduação instituído pela Confederação Brasileira de Judô. Indubitavelmente o ponto alto da cerimônia foi a entrega dos certificados aos quatro professores kodanshas kyuu-dan (9º dan), que subiram ao palco acompanhados por familiares e alguns de seus principais alunos. Foi emocionante presenciar o encontro de várias gerações das famílias Suganuma, Kanayama, Niitsuma e Melero. Após a entrega dos certificados, José Jantália reverenciou os pioneiros do judô paulista, senseis que edificaram a modalidade e fizeram o judô tornar-se o esporte com melhor retrospecto olímpico no Brasil. “A partir deste momento os senhores passam a transcrever uma das páginas mais importantes da história do judô paulista e brasileiro. Digo transcrever porque é como
Professores assistem o pronunciamento de Francisco de Carvalho Filho
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CERIMÔNIA DE OUTORGA
O professor kodansha Massaru Yanaguimori entrega o certificado ao novo kodansha Renato Dagnino
Francisco de Carvalho faz a entrega do certificado ao professor kodansha shichi-dan, Oscar Hitoshi Ogawa
Massao Shinohara faz a entrega do certificado ao sensei hachi-dan, Hissato Yamamoto
José Gildemar de Carvalho fez a entrega do certificado ao professor Anderson Dias de Lima
Alessandro Puglia entrega o certificado de 8ª dan a Francisco de Carvalho
Alessandro Puglia entrega o certificado de 8ª dan a Sumio Tsujimoto
Francisco de Carvalho entrega o certificado de 9ª dan a Miguel Suganuma, o lendário mestre do kata
Francisco de Carvalho entrega o certificado de 8ª dan para o professor Sérgio Baldijão
registrar em cartório. A história já foi escrita pelos protagonistas, que são as pessoas que agora vamos chamar para lhes entregar o certificado de graduação, assim como os professores que ensinaram o judô a cada um deles”, disse o dirigente, que além de ser mestre de cerimônias da FPJudô é o grande responsável pelo cerimonial dos principais eventos esportivos, técnicos e sociais do judô bandeirante. Em seu depoimento final, o presidente de honra da FPJudô evidenciou a importância desta cerimônia para todos os promovidos. “Quero parabenizar todos os promovidos e termino observando que vimos aqui vários professores com uma certa dificuldade para caminhar, mas tenho certeza de que, diante da importância e da grandeza desta solenidade, estes professores receberam suas promoções com o espírito e o coração tão jovem e forte quanto o de uma criança”, destacou Francisco de Carvalho.
Dirigentes, familiares e amigos marcam presença na outorga de kyuu-dan (9º dan) do professor Dante Kanayama, uma das maiores referências da arbitragem paulista
Professores convidados, dirigentes e professores promovidos posam para a foto histórica
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Dirigentes, familiares e amigos marcam presença na outorga de kyuu-dan (9º dan) do prestigiado professor Miguel Suganuma
Dirigentes, familiares e amigos marcam presença na outorga de kyuu-dan (9º dan) do conceituado professor Tsutomu Niitsuma
Dirigentes, familiares e amigos marcam presença na outorga de kyuu-dan (9º dan) do notável e querido professor Valdir Melero
Sumio Tsujimoto conduziu o rei final
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Professores da Associação de Judô Mauá prestigiaram a promoção do professor kodansha 8ª dan, Francisco de Carvalho Filho PROMOVIDOS À 6º DAN Antônio Carlos Mesquita Antônio da Silva Antônio Marcos Naldi Antônio Tadeu Tardelli Uehara Aurélio Antônio Rosa Carlos Kira Yamazaki Eder Fonzar Granato Edson Catarino dos Santos Edson Silva Barbosa Eduardo Freire da Silva Eduardo Melato Neto Everson Freitas Campante Fernando Catalano Calleja Hamilton Silva João Carlos Giffoni Arantes Joao David de Andrade Júlio Takashi Kawaguchi Marcelo Alvares Figueiredo Marcos Elias Mercadante Marcos Francisco da Silva Marilaine Ferranti Antonialli Massakatsu Akamine Massatoshi Shiroma Miriam Zyman Minakawa Nélson Antônio Claudino Nélson Pedroso Omar Augusto Miquinioty Júnior Paulo Ricardo Castellanos Souza Pedro Edson Neri de Paiva Renato Dagnino Ricardo Forte Katchborian Samir Guedes Salomé Willian Soares de Freitas Yoshihiro Sakashita PROMOVIDOS À 7º DAN Anderson Dias de Lima Anísio de Assis Belchior Cláudio Calasans Camargo Douglas Eduardo de Brito Vieira Francisco Aguiar Garcia Harley Barbosa Gonçalves do Amaral José Paulo da Costa Figueiroa Leandro Alves Pereira Luis Alberto dos Santos Milton Trajano da Silva Oscar Hitoshi Ogawa Paulo Roberto Duarte Almeida Roberto Luis Fuscaldo Wagner Antônio Vettorazzi PROMOVIDOS À 8º DAN Antônio Rizzardo Rodrigues Francisco de Carvalho Filho Hissato Yamamoto José Gomes de Medeiros Josino Francisco de Souza Sérgio Malhado Baldijão Sumio Tsujimoto PROMOVIDOS À 9º DAN Dante Kanayama Miguel Suganuma Tsutomu Niitsuma Valdir Melero
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GESTÃO ESPORTIVA
Nova gestão torna ITKF maior e mais forte Apesar da expansão do calendário anual, o grande desafio da ITKF é estabelecer um marco significativo que gere mudança de paradigmas, resultando no fortalecimento e no crescimento territorial da entidade
Nascido em 1868 em Okinawa no Japão, Gichin Funakoshi foi o criador do karatê shotokan
Shihan Hidetaka Nishiyama ju-dan (10 dan), fundador da ITKF Gilberto Gaertner, presidente da ITKF
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Federação Internacional de Karatê Tradicional (ITKF) foi sucessora da IAKF, fundada em 1974 por Hidetaka Nishiyama. Em 1985 recebeu a nova e atual nomenclatura e tem como principal objetivo a difusão e manutenção do karatê budô, que preserva a filosofia e a base do karatê original, acrescido, porém dos conhecimentos mais atuais das ciências do esporte e das neurociências. Mestre Hidetaka Nishiyama desenvolveu uma metodologia de ensino e treinamento que visa à defesa pessoal, ou seja, a efetividade das técnicas. Para esta empreitada foi fundamental o conhecimento de cinesiologia e biome-
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PAULO PINTO
I Fotos ARQUIVO ITKF
cânica, o que resultou no estudo detalhado e no aperfeiçoamento da forma de execução das técnicas de karatê. A dinâmica corporal exigida no treinamento do karatê tradicional foi detalhada e a compreensão destes fundamentos foi vital para uma releitura atualizada desta nobre arte. O trabalho rico e minucioso desenvolvido pelo mestre Nishiyama assemelha-se ao desenvolvido pelo mestre Funakoshi ao codificar as técnicas de karatê oriundas da ilha de Okinawa, no Japão, e desenvolver uma prática atualizada para o momento histórico que viveu. Mestre Nishiyama faleceu em 2008 deixando um grande legado, que precisa ser pre-
servado e continuado. Como afirmava mestre Funakoshi no seu Shoto Niju, “estudar, criar e aperfeiçoar constantemente”. A base do seu legado pode ser sintetizada com a máxima que orienta a ITKF atual “Budo for Life”. Após a morte do mestre Nishiyama, o canadense Richard Jorgensen assumiu a presidência da ITKF até o fim de 2017. Jorgensen lidou com todas as dificuldades envolvidas numa transição após a falta de uma das maiores lideranças do karatê mundial. Semelhante ao que ocorreu com a JKA após a morte do mestre Masatoshi Nakayama, a ITKF viveu momentos difíceis, desentendimentos e divisões dentro da organização. Graças ao seu www.revistabudo.com.br
Árbitros que atuaram na 15ª do campeonato mundial da ITKF realizado no Rio de Janeiro
trabalho e dedicação, a instituição conseguiu sobreviver e continuar o legado desenvolvido por mestre Nishiyama. Em 2010 realizou-se no Brasil a primeira edição do Campeonato Mundial da ITKF após o falecimento do mestre Nishiyama, que contou com a presença dos maiores expoentes do karatê tradicional mundial (Shirai, Kawazoe, Tanaka, Inoki, Watanabe, Jorga, Jorgensen, entre muitos outros). Em 2018 o brasileiro Gilberto Gaertner assumiu como terceiro presidente da ITKF. O grande desafio da atual gestão da ITKF é resgatar o tamanho e a força que a instituição já teve nos seus momentos áureos. Gaertner tem uma sólida carreira de sucesso tanto no karatê quanto na psicologia do esporte. Além de doutor na área, é medalhista olímpico como psicólogo da seleção brasileira de vôlei masculino. Foi durante muitos anos diretor técnico e presidente da Federação Paranaense e da Confederação Brasileira de Karatê Tradicional. Como professor e técnico formou e treinou numerosos medalhistas mundiais, como Giordana de Souza (campeã mundial 1994), Ricardo Buzzi (campeão mundial 2002, 2004, 2006, 2010), Vinícius Pinto (cam-
Gilberto Gaertner e Ricardo Buzzi exibem do Campeonato Mundial que acontece em dezembro
No mês de junho Portugal sediou o Budo Congress
peão mundial 2002, 2004, 2006, 2010), Ramoci Leuchtenberguer e Nelson Santi (vice-campeões mundiais e campeões pan-americanos 2000, 2001, 2003), Celso Ogasawara e Jean Edoardo (campeões pan-americanos 2001, 2011, 2013, 2016, 2018), entre outros. O ano de 2018 foi marcado pelo início da nova gestão, que começou com a reorganização do calendário anual da ITKF e por ações pontuais no campo administrativo. Nesse ano realizou-se um Master Course na França e outro no Brasil, o Campeonato Europeu em Belgrado, Sérvia, e o Campeonato Pan-Americano em Curitiba, Brasil. Foi realizado também na Universidade Positivo em Curitiba
No Egito, Gilberto Gaertner, presidente da ITKF e Ibrahim Al Bakr, presidente da Federação Africana de Karatê Tradicional (ATKF) vislumbram um novo momento para o karatê tradicional na África
Rick Jorgensen trabalhando a dinâmica corporal no 28º ITKF International Camp Training realizado em Paris no primeiro semestre
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Elígio Contarelli (Itália), Sandrine El Marhoumy (França), Gilberto Gaertner (ITKF), Tasuke Watanabe (Brasil), Rick Jorgensen (Canada), Ramy El Mekkawi (Egito) e Khadir Bougettaya (Argélia) em coletiva de imprensa no Cairo no Másters Course do Egito
Kumitê do Campeonato Mundial realizado em 2010, em Curitiba
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GESTÃO ESPORTIVA
Calendário da ITKF desta temporada
Cartaz oficial do Campeonato Mundial
Os professores Takuo Arai, Yasutaka Tanaka, Hidetaka Nishiyama e Gilberto Gaertner em Curitiba em 1994
Os professores Daniel Eckert-Lindhammer, Gilberto Gaertner e Márcio Kerkoski na Universidade de Leipzig, na Alemanha onde será realizado o Curso Internacional de Instrutores da ITKF da próxima temporada
Mestre Nishiyama nos anos 1990
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Shihan Schmoigl Manfred (Alemanha), Djan Nedev e Venceslau Nedev (Macedônia), Gilberto Gaertner (Brasil), Vladimir Jorga (Servia), Nicolai Marandici (Romênia) e Rajiv Sinha (Índia), no campeonato europeu de 2018 realizado em Belgrado
Giordana de Souza, campeã mundial em Treviso, na Itália com o mestre Nishiyama e Gilberto Gaertner
o III Budo Congress, em parceria com o Seminário Internacional de Educação Física, Lazer e Saúde. Por fim, realizaram-se a assembleia extraordinária da ITKF em Paris e vários outros eventos na África, Américas, Europa e Ásia. O ano de 2019 foi marcado pela ampliação de atividades no calendário da ITKF. Foram realizados Masters Courses no Egito e na França, o V Budo Congress em Portugal, o Campeonato Europeu na Romênia, além de vários eventos regionais. Outro aspecto importante foi a ampliação do número de filiados e o início da expansão da instituição. Criou-se ainda um hotsite específico para os eventos da ITKF (itkf-events.com) e atualizou-se a logomarca da ITKF. Na avaliação de Gilberto Gaertner, o grande desafio de 2019 será a realização do XX Campeonato Mundial da ITKF e o V Campeonato Mundial Interclubes, ambos no campus da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba (PR). “Serão realizações muito importantes que, acima de tudo, objetivam gerar um novo momento para a ITKF. Além dos eventos esportivos, este grande encontro da ITKF terá cursos técnicos e de arbitragem, reuniões do comitê técnico, reuniões do comitê diretor visando a desenvolver o planejamento estratégico institucional de curto, médio e longo prazo, congresso científico, congresso médico, reuniões da Traditional Karate University, assembleias regionais e a assembleia geral da ITKF”, detalhou o dirigente. “O Campeonato Mundial Interclubes será um evento de congraçamento, no qual, além da ITKF, vamos ter a presença de várias instituições convidadas. Já o Campeonato Mundial promete muitas emoções e disputas de alto nível, com a presença já confirmada dos melhores atletas do karatê tradicional mundial”, disse o presidente da ITKF, que concluiu lembrando que uma das principais metas agora é ampliar as fronteiras do karatê tradicional mundial. “A expectativa institucional é que este conjunto de eventos a serem realizados no Brasil de 2 a 8 de dezembro seja um marco significativo e uma mudança de paradigmas visando ao fortalecimento e ao crescimento territorial da ITKF, mantendo vivo o legado desenvolvido pelo mestre Hidetaka Nishiyama”, finalizou o dirigente. www.revistabudo.com.br
JUDÔ PARANAENSE
Luiz Iwashita visita novo secretário estadual de Esportes e sua equipe Além de dar boas-vindas a Hélio Wirbiski, o dirigente apresentou o calendário desta temporada e os projetos sociais e esportivos do judô paranaense POR
PAULO PINTO I Fotos ARQUIVO FPr J
Luiz Iwashita foi ao gabinete de Hélio Wirbiski para dar boas-vindas à nova equipe da pasta do esporte
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lmejando ampliar a parceria existente com a Secretaria de Esporte e Turismo do Paraná, Luiz Hisashi Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô (FPrJ), visitou Hélio Renato Wirbiski, superintendente da Secretaria de Esporte e Turismo do Estado do Paraná (Seet). No encontro realizado nesta segundafeira em 4 de fevereiro foram discutidos temas de interesse da federação e da autarquia estadual. Na pauta do encontro, foram abordados temas relevantes, como a parceria entre a FPrJ e o Governo do Estado do Paraná, a utilização do Ginásio do Tarumã nos principais eventos do judô paranaense, a implantação do Campeonato de Kata nos Jogos da Juventude e Jogos Abertos do Paraná, e o workshop que será realizado no dia 19 de fevereiro no Ginásio da Praça Oswaldo Cruz em Curitiba e ministrado pelo professor kodansha (8º dan) japonês, Hirotaka Okada. Participaram do encontro Hélio Renato www.revistabudo.com.br
Wirbiski, superintendente da Secretaria de Esporte e Turismo do Estado do Paraná; Luiz Hisashi Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô; Cristiano D’el Rei, coordenador de Esportes da Seet; José Alberto de Campos, diretor técnico de Esporte da Seet; e Carlos André Kussumoto, coordenador de eventos da FPrJ.
Avaliando a importância da parceria entre o Governo do Paraná e a FPrJ, Hélio Wirbiski enfatizou o retrospecto vencedor do judô paranaense no cenário nacional. “O judô do Paraná está entre as principais forças da modalidade no Brasil. O retrospecto das seleções da base e do alto rendimento inserem nosso Estado entre a elite deste esporte olímpico que, felizmente, está arraigado na cultura esportiva paranaense. E isso é fruto do grande contingente de imigrantes que vieram para o Estado no início do século passado e temos enorme prazer de apoiar as iniciativas e projetos da FPrJ”, disse Wirbiski. Já o presidente da FPrJ enfatizou a importância da parceria com o Governo do Estado, na gestão e no fomento do judô paranaense. “Além de conhecer o novo secretário e sua equipe, viemos à Secretaria de Esporte e Turismo do Paraná para dar sequência à parceria existente entre a FPrJ e o governo do Paraná. Esta parceria é estratégica na gestão e no fomento de nossa modalidade, bem como na continuidade dos projetos que desenvolvemos nas áreas esportiva e social”, explicou Luiz Iwashita.
Hélio Wirbiski e Luiz Iwashita darão continuidade às parcerias existentes
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ASPEC TOS PEDAGÓGICOS DO JUDÔ
A criança e o judô competitivo Lamentavelmente, parte de uma nova geração de professores não foi orientada de forma condizente com aquilo que o educador Jigoro Kano desejou. Por isso, a educação física integral por meio do judô tende a desaparecer POR
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a atual globalização do judô, as entidades de administração esportiva, professores, técnicos e competidores não estão mais preocupados com os ideais filosóficos e educativos instituídos pelo shihan Jigoro Kano. Estão, portanto, em total discordância com o conceito Do (Caminho). Estamos, talvez, assistindo à morte lenta dos aspectos racional, espiritual e moral do judô, devido ao descaso e à modernidade. Grande parte de professores e competidores não tem a devida preocupação e tempo para o aperfeiçoamento do caráter, da moral, do respeito e da disciplina de seus alunos, pois necessitam primordialmente estar preparados “fisicamente” para a competição e as pretensas medalhas. Uma nova geração de professores – “felizmente, nem todos” – foi orientada em ambiente não condizente com a energia física, moral e espiritual do indivíduo que o educador Jigoro Kano sempre desejou. Por isso, a educação física integral por meio do judô tende a desaparecer.
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Prof. Me. ODAIR BORGE I Foto BUDÔPRESS
É preciso que pessoas que dirigem o judô como atividade física, como esporte, como educação, sejam suficientemente preparadas e bem informadas sobre os aspectos fisiológicos e pedagógicos da criança em desenvolvimento. Essa conotação e a orientação somente competitiva vêm prejudicar a evolução natural das crianças, que são forçadas a competir muitas vezes precocemente, o que as leva em pouco tempo a abandonar o judô. É notória a preocupação dos professores e dirigentes com os resultados e o pódio de minicampeões. Gallahue (1982) mostra que, para se chegar ao domínio de habilidades desportivas, é preciso um longo processo, no qual as experiências com habilidades básicas são de fundamental importância. Infelizmente, quando se
trabalha com habilidades esportivas, é dada uma ênfase excessiva ao produto tem-se e pouca preocupação com o processo. Dar ênfase ao “ser capaz de”, e não levar em consideração o que foi feito para ser “capaz” leva frequentemente ao imediatismo. Como a própria palavra indica, não é capaz de esperar, mas esperando, sim, resultados de alto rendimento no curto prazo. Os erros de desempenho são muitas vezes esquecidos no processo ensino/aprendizagem de habilidades motoras – no caso, a habilidade judô – por professores que não respeitam os limites da capacidade de processamento de informação dos alunos. Frequentemente se dirigem ao imediatismo, transmitindo informações que ultrapassam
A criança não é um adulto em miniatura
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as capacidades dos alunos, e esperam sucesso em curto prazo. Para esses professores só interessa o resultado e não o processo de aprendizagem. (Tani, 1989). A preocupação do “já e agora” e a pressa em vencer competições com crianças fisiologicamente e psicologicamente imaturas não favorecem de modo algum o desenvolvimento físico, afetivo e social da criança. A criança tratada como adulto, segundo Tubino (2001), atuando em competições infantis que reproduzem as competições de alto rendimento com todas as suas características, desde regras, arbitragem, inclusive os vícios, adentra demasiadamente cedo no mundo adulto. É importante ressaltar que poucas crianças chegam a alcançar a vitória e o sucesso. Muitas delas não têm maturidade suficiente para assimilar ou administrar as vitórias ou derrotas. Muitas, depois de uma série de vitórias, acabam por ser derrotadas e abandonam o judô. É preciso ensiná-las a ganhar e a perder, o que as levará a aprender e a lidar com o fracasso, com a vitória e com o sucesso. Devemos prepará-las para a maturidade do judô e não simplesmente ensiná-las a lutar. Não podemos gerar na criança expectativa de resultados positivos, ansiedade e angústia, o que a levará ao abandono da prática tão logo seja vítima da primeira derrota. Portanto, a criança não é um adulto em miniatura. Ela possui medidas, qualidades físicas e mentais, interesses e aspirações diferentes. É inútil, e mesmo prejudicial, tentar levar uma criança a competir sem que seja ela capaz de produzir movimentos coordenados e efetivos que ocorrem no desenvolvimento motor com a maturação neuromuscular. Nessa fase ela não presta atenção ao movimento e sim ao resultado da luta, se ganhou ou perdeu. A criança em seu desenvolvimento normal deve passar por etapas que precisam ser adequadamente cumpridas para que ela possa ser bem-sucedida em estágios posteriores. Na faixa etária compreendida entre os 3 e 6 anos que, segundo Gallahue (1982), Kirchner (1981), Pestolosy e Arnheim (1973), as crianças encontram-se na fase de aquisição dos padrões motores fundamentais de locomoção, manipulação e estabilização. Observa-se realmente, à roda dos três anos, ainda uma certa lentidão motora e dificuldade nos movimentos que requerem controle do equilíbrio e nas trocas de posicionamento do corpo. Kirchner (1981) considera a fase da média infância – aos 7 ou 8 anos de idade – o estágio ideal para o desempenho de habilidades motoras gerais, ou seja, combinar e refinar uma ou mais habilidades fundamentais caracterizadas pela eficiência mecânica, coordenação e desempenho controlado. O estágio da infância
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entre os 10 e 12 anos de idade é considerado uma extensão do estágio anterior. A criança entra na pré-adolescência e o seu interesse está mais voltado para a forma e a precisão nos esportes individuais e de equipes e outras habilidades especializadas. A participação de crianças com idade imprópria para a competição de judô parece não afetar as entidades, professores e dirigentes da modalidade, apesar das constatações cientificas. Seguem programando competições para categorias de idades cada vez menores. O que temos visto são competições entre crianças desde 4 anos com regras rígidas do judô internacional, inclusive com árbitros aplicando, entre outras, penalidades por falta de combatividade com gestos que a criança não entende, decidindo a luta de forma que a criança nem fica sabendo porque perdeu ou venceu, algo simplesmente fora de propósito. Isso não quer dizer que a criança não possa iniciar seu aprendizado no judô. A idade de 4 a 6 anos é um período favorável ao “pré-judô”, com características de educação psicomotora e não como uma atividade já competitiva, de conflitos, e associada a um conceito técnico com o objetivo de vencer o outro. Especial atenção deve ser dada às características físicas que determinam as possibilidades da criança na execução de tarefas motoras, como um meio de favorecer o desenvolvimento físico, afetivo e social, fundamentado no aprendizado das habilidades motoras básicas e variadas. Devem ser utilizados movimentos de forma diversificada, tais como: a consciência do corpo, consciência do espaço, o equilíbrio, a lateralidade, a coordenação e movimentos e tarefas motoras aplicadas ao judô. Deve-se observar especificamente o aprendizado minucioso das quedas e suas variações, os rituais próprios da modalidade, a disciplina, o respeito, enfim os comportamentos no convívio social, dando à criança um conhecimento do judô que corresponda às suas capacidades fisiológicas e, sobretudo, psicológicas. O estágio das habilidades motoras especializadas começa ao redor dos 14 anos e continua até a idade adulta. A especialização representa o ápice do processo de desenvolvimento e caracteriza-se pelo desejo do indivíduo de participar de um número limitado de atividades. Ele pode alcançar esse estágio principalmente pela maturação e influências ambientais, como a oportunidade para a prática, talento individual, condição física, motivação e orientação adequada. Guiselini (1985) Considerando a relevância de nossa pesquisa e ponderações averiguadas com abordagens na literatura cientifica, deve-se ressaltar que o judô pode ser ensinado e
orientado desde que a criança demonstre um controle motor bem definido e uma adequada orientação pedagógica. No caso da competição observa-se a necessidade de, até os 9 anos, uma atenção especial à organização metodológica/pedagógica da competição. Por exemplo: um formato diferenciado de competição, regras adaptadas, sem penalidades, sem gestos incompreensíveis, com orientação adequada aos árbitros – que compreensivelmente, por vezes, não possuem experiência pedagógica – no sentido de aproveitar o momento para orientar e ensinar. Enfim, educar. Com uma conscientização mais acadêmica e educativa, evitaríamos o envolvimento estressante e às vezes até verbalmente agressivo – por enquanto – entre pais, professores e árbitros. Quanto à premiação, não basta contemplar todos com medalhas, é preciso que entendam sua participação e tenham assimilado o aprendizado. Conforme demonstram e evidenciam as pesquisas científicas, a participação na competição “com regras oficiais” deveria começar aos 12 anos, quando a criança já desenvolveu um grande repertório de habilidades específicas. É a fase em que a criança começa a querer ter êxito no esporte e a praticá-lo com maior dedicação. Não só pela pesquisa, mas também por experiência própria e conhecimento de grandes judocas no Japão e no mundo – sem falsa modéstia –, eu mesmo, com meus desempenhos, e de aluno que chegou à seleção brasileira principal, sendo vice-campeão mundial, nunca foram ou fomos campeões mirim ou infantil. Portanto, não façamos pequenos especialistas e vamos evitar procurar entre eles o futuro campeão. Nós temos tempo, e o campeão deve ser fruto de uma orientação adequada, tanto física quanto psicológica e social.
Bibliografia Gallahue, D.L. – Development movement experiences for children, New York, John Wiley & Sons, 1982. Guiselini, M.A – Educação Física na Pré-Escola. Belo Horizonte, Imprensa Universitária, 1983. Kirchner, G – Physical Education for Elementary School Children Dubuque, WMC Brow Company Publishers, 1981. Pestolesy, R.A. & Arnhein, D.D. – Developing Motor Behavior in Children, Saint Louis, C. V. Mosby Company, 1973. Tani, G. (et AL). Educ. Física Escolar – Fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista E.P.U. São Paulo, 1988 Tubino, M.G. (2001) – Dimensões sociais do esporte. 2ª edição – São Paulo
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CREDENCIAMENTO TÉCNICO FPJUDÔ 2019
Mais profundo,
Credenciamento Técnico
prioriza eminentemente a base Floriano de Almeida, José Olívio e Tiago Camilo expõem a grande dificuldade existente hoje na renovação e propõem opções fundamentadas no trabalho mais amplo e profundo no apoio às categorias de base POR
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PAULO PINTO I Fotos marcelo lopes/FPjudô e BUDÔPRESS
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No encontro, o presidente da FPJudô anunciou a parceria com a Ajinomoto do Brasil e falou sobre a iniciativa que este ano levará uma equipe sub 18 para o Japão
Francisco de Carvalho enalteceu os professores visionários que criaram o Credenciamento Técnico
Floriano de Almeida apresentou a palestra Categorias de Base, os Novos Desafios
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om o apoio da Prefeitura de São Bernardo do Campo E do Sesi Bauru, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou o Credenciamento Técnico de 2019, voltado à atualização e à oficialização dos técnicos que atuarão no shiai-jo, neste ano. Após esse evento, a coordenação de arbitragem da FPJudô realizou seminário para 180 árbitros da capital e das delegacias mais próximas da cidade de São Paulo. Ambos os eventos foram realizados no Teatro Cenforpe Ruth Cardoso de São Bernardo do Campo e Sesi Horto Florestal de Bauru. As palestras foram proferidas pelos professores Joji Kimura, coordenador técnico da FPJudô, que falou sobre as alterações, novas normas e propostas para 2019; o professor kodansha Floriano de Almeida, o experiente técnico que por três décadas atuou no Projeto Futuro e Minas Tênis Clube, apresentou a palestra Categorias de Base, os Novos Desafios; o medalhista olímpico Tiago Camilo demonstrou a plataforma sueca Athlete Analyzer para o gerenciamento de treinamento de atletas e análise de lutas; o professor José Alfredo Olívio Júnior discorreu sobre Pedagogia Complexa do Judô; o professor kodansha Edison Minakawa, coordenador nacional de arbitragem, falou sobre as mudanças nas regras promovidas pela FIJ para esta temporada. Autoridades esportivas participaram da cerimônia de abertura, entre as quais Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; Francisco de Carvalho, presidente de honra da FPJudô; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; os medalhistas olímpicos Rogério Sampaio, diretor geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB); Carlos Honorato, técnico do Clube Paineiras do Morumby; Tiago Camilo, presidente da Comissão de Atletas do COB; Júlio Sakae Yokoyama, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva; Alexandre Drigo, membro do Conselho Federal de Educação Física e representante do Cref-SP no evento; Edison Minakawa, gestor nacional de arbitragem da CBJ; Roberto Joji Shiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Yutaka Tsunoda, gerente de planejamento estratégico da Ajinomoto do Brasil; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô; Michiharu Sogabe, professor kodansha kyuu-dan; e os palestrantes Floriano de Almeida e José Alfredo Olívio Júnior. Também ocuparam lugar na mesa de honra os delegados regionais Cléber do Carmo, Wilmar Terumiti Shiraga, Akira Ha-
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CREDENCIAMENTO TÉCNICO FPJUDÔ 2019
Joji Kimura falou sobre as alterações, novas normas e propostas para 2019
Tiago Camilo apresentou a plataforma sueca Athlete Analyzer para o gerenciamento de treinamento de atletas e análise de lutas
José Olívio discorreu sobre Pedagogia Complexa do Judô
nawa, Argeu Maurício de Oliveira, Takeshi Yokoti, Hissato Yamamoto, Leandro Tomé Correa e José Gildemar de Carvalho. No período da tarde houve o seminário de arbitragem ministrado pelo professor Edison Minakawa e o encontro dos coordenadores dos oficiais técnicos da FPJudô, que foi comandado pelo professor Marco Aurélio Uchida, coordenador de oficiais de mesa.
São Bernardo do Campo amplia a presença no calendário da FPJudô Em seu pronunciamento, o presidente da FPJudô enalteceu a dedicação e o esforço de cada professor que trabalha pela difusão e na propagação da modalidade nos 412 municípios do Estado de São Paulo. “Ver o número de professores aqui presentes me deixa muito feliz, mas sabemos da responsabilidade que recai sobre cada coordenador de área de nossa entidade, da mesma forma que conhecemos o comprometimento de cada membro de nossa
equipe com os objetivos do judô paulista. Agradeço mais uma vez a todos os professores porque a entidade é o resultado do esforço de todos nós juntos. Ninguém é mais ou menos importante. Cada um de nós exerce papel preponderante e função específica nesse processo de propagar e desenvolver a modalidade em nosso Es-
Clóvis Aparecido Cavenaghi Pereira reiterou a disposição do SESI-SP de apoiar as principais iniciativas da FPJudô
Por meio de um evento técnico o judô de São Paulo mostra poderio e sua força
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tado”, disse Alessandro Puglia, que ainda agradeceu o apoio recebido do governo de São Bernardo. “Não poderia deixar de enfatizar o importante apoio que recebemos em São Bernardo do Campo. A FPJudô sempre foi muito bem recebida nesta cidade, mas o governo atual tem desenvolvido esforços para nos oferecer cada vez maior apoio e espaço. As principais competições de São Paulo são realizadas no ginásio municipal de esportes Adib Moysés Dib, uma das maiores e melhores praças esportivas do Brasil, e graças ao grande apoio do prefeito Orlando Morando e do vereador Alex Mognon este ano pudemos inovar e realizar este evento neste espaço maravilhoso. Faço questão de destacar este importante gesto do governo desta cidade”, concluiu o presidente da FPJudô. Francisco de Carvalho lembrou os professores que criaram o Credenciamento Técnico, evento que acima de tudo visa à transmissão de conhecimento. “No passado iniciamos este encontro de forma tímida, mas aos poucos aquele evento que aglutinava poucas centenas de
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Yutaka Tsunoda, reiterou o interesse da Ajinomoto do Brasil em desenvolver parcerias com o judô paulista
Incisivo, mais uma vez o professor Edison Minakawa roubou a cena fazendo belíssima dissertaçaão
Francisco de Carvalho e os coordenadores de área, Takeshi Yokoti e Marco Aurélio Uchida
professores foi tomando corpo e hoje vemos esta quantidade gigantesca reunida aqui. Este projeto foi pensado e elaborado pelos professores Mateus Sugizaki e Anderson Dias, que naquela época tiveram de brigar muito para nos fazer entender a importância dele. Hoje, sabendo que mais de 1.500 técnicos serão credenciados, entendo e afirmo que, além de visionários, eles sabiam o que buscavam e tinham razão. Na pior das hipóteses, este é um momento em que nos reencontramos, mas é claro que todos vieram em busca de subsídios técnicos para seguir desenvolvendo sua atividade, seja ela social ou esportiva, e sugiro que façam valer o esforço de estar aqui hoje, buscando fazer no dia a dia o trabalho de formiguinha. Levem a informação que obtiverem aqui para os dojôs e multipliquem o número de professores e faixas pretas com este conhecimento”, disse o dirigente. Aproveitando a quantidade expressiva de professores, Francisco de Carvalho Filho fez um desabafo a respeito da falta de sintonia com a comissão de graduação da CBJ. “Quero também aproveitar que temos esta quantidade gigantesca de professores para reafirmar que são vocês que fazem a federação. É justamente esta soma de todos vocês que torna o judô de São Paulo o que ele realmente é. Mas muitas vezes não somos reconhecidos à altura, e o professor Floriano que está aqui conosco é prova do que digo. Quando lhe foi oferecido espaço na seleção brasileira? Temos de estar cada vez mais unidos, pois juntos somos mais fortes. Digo isso porque recentemente tivemos um evento muito grande, a cerimônia de outorga de dans, que aliás estava superdefasada por conta de não termos respostas da CBJ. Aproveito esta oportunidade para afirmar que para nós, da direção da FPJudô, o professor Hatiro Ogawa é sim 9º dan. Embora a confederação não tenha aprovado nos-
so pedido, por um pingo no i, ou quem sabe uma vírgula, para todos nós você é 8º dan sim, Hatiro. Temos enorme carinho e respeito por você e por sua trajetória, e não vamos parar até reparar este erro”, disse o professor Chico, que ainda apontou outro equívoco da comissão nacional. “Da mesma forma, a graduação do professor Celestino Seiti Shira também foi rejeitada por uma vírgula, e lamento isto profundamente porque quando eu ainda era i’kkyo o Shira já era ni-dan. Além de ter sido um excelente aluno do sensei Ryuzo Ogawa, ele era seu tradutor oficial nas cerimônias e compromissos. Penso que todos aqui saibam quem foi Ryuzo Ogawa e qual é a importância de sua obra, mas lembro que o avô do sensei Hatiro veio do Japão já adulto, não falava português e mesmo com esta dificuldade fundou a Associação de Judô Budokan, a maior escola de judô de todos os tempos em nosso País, com 117 filiais instaladas em 11 Estados. Há quantos anos o Shira está nesta caminhada? Ele está
prestes a completar 80 anos, e me nego a usar o 8º grau que recebi recentemente da CBJ enquanto meu sempai não receber o kyuu-dan (9º dan). Não é justo, pois kodansha deve ser a coroação do mérito e não uma imposição ou necessidade, e vamos em busca de reparar este erro”, afirmou o dirigente.
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Palestras focaram os mesmos objetivos Por meio de diferentes caminhos os três palestrantes da área técnica mostraram a necessidade de desenvolver um trabalho mais abrangente e profundo na base. Floriano de Almeida começou mostrando um projeto que está sendo desenvolvido com a FPJudô com a importante participação de todos os técnicos que estiveram presentes no encontro. “Vamos entregar um questionário a cada técnico que aqui está e faremos este estudo visando à ampliação da base técni-
Antônio Dias, diretor executivo da Shihan Kimonos marcou presença no principal evento técnico do judô paulista A galeria inferior do Teatro Cenforpe Ruth Cardoso foi quase completamente tomada pelos técnicos paulistas que foram ao credenciamento da capital
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Dirigentes e técnicos assistem a palestra apresentada pelo professor Joji Kimura
Takeshi Yokoti falou sobre as mudanças nas regras promovidas pela FIJ para esta temporada
ca do judô paulista. Esta pesquisa justificase pela possibilidade de colaboração direta da FPJudô na melhoria do processo de ensino adotado pelos treinadores. Além do potencial para estreitar a relação entre atletas e treinadores, vemos a grande possibilidade de desenvolver uma padronização da forma de ensino e treinamento. Após analisarmos o questionário entregue a todos, vamos traçar um plano de ação que, basicamente, poderá começar com visitas de treinadores escolhidos pelo departamento técnico da FPJudô a academias e clubes nas delegacias regionais”, explicou Floriano, que detalhou o próximo passo. “Uma segunda proposta é criar um processo de qualificação de treinadores. Ainda está em discussão como isso será feito. Mas seria um trabalho constituído de módulos com aulas teóricas e práticas, ministrados por profissionais de diferentes áreas de conhecimento”, explicou o treinador, que é formado em educação física pela USP e esteve 13 anos à frente do Projeto Futuro. Além disso, atuou 19 anos como treinador do Minas Tênis Clube, foi técnico da seleção olímpica feminina em Atenas, auxiliar técnico na olimpíada de Atlanta e técnico da federação paulista em diversos campeonatos brasileiros. O segundo palestrante foi o experiente medalhista olímpico Tiago Camilo, que mais uma vez participou do credenciamento técnico paulista. “Vim ao credenciamento técnico para apresentar a plataforma sueca Athlete Analyzer, que estamos trazendo para o Brasil, e o Alessandro Puglia pediu que eu falasse também sobre a importância do desenvolvimento do trabalho na base e como devemos lidar hoje com os adolescentes. É preciso deixar clara a questão da paciência e fazê-los entender que devem desenvolver-se tecnicamente, pois quase todos são imediatistas. Fazer com que eles percebam a necessidade de investir tempo
no preparo, e não no objetivo final, que é o resultado. A minha mensagem foi mostrar a importância do preparo, da evolução e da humildade para aprender, mostrando que quanto maior for a sua base, maior será a sua edificação nos tatamis. Quanto mais fundamentos técnicos eles acumularem quando jovens, maiores serão as possibilidades de triunfo. Esta base, na verdade, é muito mais importante que os resultados. Lamentavelmente a geração atual é imediatista, pois o mundo é assim hoje. As pessoas conseguem tudo por meio de um clique, mas no esporte de rendimento as coisas não funcionam assim. É preciso investimento em tempo. O judô não é um esporte de moda. É uma modalidade centenária que exige comprometimento não apenas físico, mas espiritual também. E é justamente isso que coloca o judô em outro patamar, pedagogicamente falando”, disse o medalhista olímpico. A seguir ele explicou o que é o Athlete Analyzer. “Estamos iniciando a operação no Brasil de uma plataforma sueca para o gerenciamento de treinamento de atletas e análise de lutas. O mundo mudou, o esporte mudou, e precisamos utilizar todos os recursos possíveis para nos mantermos entre as principais forças olímpicas. Penso que esta plataforma é de grande utilidade para o judô kihon, que está sendo muito usada na Europa e poderá colocar-nos numa posição de igualdade no desenvolvimento do treinamento e acompanhando a evolução do mundo. Temos de fazer um trabalho fundamentado em resultados precisos, e não em achismos, que já mostrou grande resultado no judô europeu. Esta ferramenta traz um novo conceito de treinamento e outra qualidade no conceito de gerenciamento do treino dos atletas. Nós, brasileiros, somos meio resistentes a grandes mudanças, mas tenho certeza de que esta plataforma pode contribuir muito para o benefício do judô no futuro”, detalhou Tiago Camilo
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O professor Fernando Ikeda comandou a reunião dos coordenadores de oficiais técnicos
Autoridades durante a execução do Hino Nacional
O terceiro palestrante foi José Alfredo Olívio Júnior, que apresentou um trabalho bastante profundo sobre a pedagogia no judô. “A ideia da FPJudô era promover um debate, uma provocação em relação às práticas dos treinadores. Nesta linha, pediram que eu apresentasse a abordagem dos meus livros, Pedagogia complexa do judô 1 e 2. Sendo assim, tentei sintetizar a ideia central deles, que é o cruzamento do método situacional de ensino-aprendizagem-treinamento, tendo a tática como eixo central, com a espiral progressiva de conteúdos, tudo isso balizado pelas unidades funcionais da luta. A compreensão das unidades permite ao treinador sistematizar, orientar e controlar seu processo de treinamento, pois possibilita uma interpretação fragmentada da luta no que está dando certo e no que está dando errado. Logo, apresentamos uma ferramenta pedagógica para contribuir com a prática dentro dos treinamentos”, explicou. José Alfredo Olívio Júnior é doutorando em motricidade humana pela Unesp e faixa preta ni-dan. Além de autor de livros, atua como técnico da Associação de Judô Mercadante, auxiliar técnico da base da CBJ e técnico da CBDU na Universíade Taipei. Ele destacou a importância do credenciamento no processo de desenvolvimento dos técnicos e professores de judô. “Acredito que eventos como este podem contribuir na capacitação e formação continuada de treinadores em dois aspecwww.revistabudo.com.br
Francisco de Carvalho pontuou que o Credenciamento Técnico oferece subsídios técnicos para os professores paulistas desenvolverem sua atividade, seja ela social ou esportiva
Vista parcial das duas galerias do teatro de São Bernardo do Campo
tos. O primeiro é o networking, pois, além dos artigos que estudam a educação continuada de treinadores, os encontros e as discussões se apresentam como as fontes mais eficientes de aprendizagem, permitindo o compartilhamento de situações de dificuldade e sucesso com seus pares e possibilitando o business entre eles. O segundo aspecto é que as palestras tendem a chamar atenção para fatos novos, ou novos olhares para situações da prática do treinador, e oferecer ferramentas que ele possa agregar à sua expertise. Permitem também que o treinador identifique novas fontes de conhecimento e ferramentas para o trabalho”, disse o judoca, que nasceu em 29 de outubro de 1983 em Araras (SP) e desenvolve trabalho na base desde 2014.
Técnicos, dirigentes e palestrantes que marcaram presença no CT 2019 do interior
SESI Bauru sedia a segunda fase Com o apoio do Serviço Social da Indústria (SESI-SP), a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou no dia 9 de março a última fase do credenciamento técnico desta temporada. Entre os palestrantes estavam os professores Joji Kimura, coordenador técnico da FPJudô, que falou sobre as alterações nas regras, novas normas e propostas para 2019; e José Alfredo Olívio Júnior, que discorreu sobre pedagogia complexa do judô. Já Maurício Neves, representando o medalhista olímpico Tiago Camilo, demonstrou a plataforma sueca Athlete Analyzer para o gerenciamento de treinamento de atletas e análise de lutas, enquanto o professor kodansha Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô, fez palestra sobre as mudanças nas regras promovidas pela FIJ para esta temporada. Na sequência, Fernando Ikeda, coordenador de oficiais técnicos da 1ª DRJ Capital, comandou a reunião anual com os coordenadores de oficiais técnicos do interior. Autoridades políticas e esportivas participaram da cerimônia de abertura, entre as quais Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Clóvis Aparecido Cavenaghi Pereira, diretor do SESI-SP da
Mais uma vez o auditório do SESI Bauru foi tomado pelos professores e técnicos do interior
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Região de Bauru; Joji Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Júlio César Jacopi, supervisor de eventos da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô; e os delegados regionais Osmar Aparecido Feltrim, André Gustavo Costa Gonçalves, Raul de Mello Senra Bisneto, Wilmar Terumiti Shiraga, Argeu Maurício de Oliveira Neto, o anfitrião do evento, e seu delegado adjunto Átila Castro Silveira. Os professores kodanshas Francisco Aguiar Garcia, Teruo Nakamura, Isaburo Suto, Sérgio Lex, Marcos Elias Mercadante, Marcos Francisco da Silva, Jorge Siqueira, Roberto Luiz Fuscaldo e Luís Sérgio Ferrante abrilhantaram a segunda fase do credenciamento técnico desta temporada. Segundo os organizadores, o evento reuniu 246 professores que, somados aos 1.220 participantes da primeira fase realizada em São Bernardo do Campo, totalizam 1.466 técnicos credenciados para atuar nos certames da Federação Paulista de Judô e da Confederação Brasileira de Judô desta temporada.
Números não param de crescer Segundo os organizadores, os dois eventos reuniram 1.446 técnicos e 180 árbitros, o que ratifica o crescimento constante do judô no Estado de São Paulo. O professor Júlio César Jacopi, supervisor de eventos da FPJudô, lembrou que os eventos das áreas técnica e arbitragem registram sempre enorme demanda. “Felizmente vivemos um novo momento no País, mas na prática as coisas ainda estão melhorando muito lentamente. Contudo, iniciamos a temporada com uma melhora significativa no número de judocas inscritos nos poucos compromissos realizamos até aqui. Mas até 2021 projetamos receber 2 mil técnicos e árbitros nestes dois eventos”, disse Jacopi.
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COPA SÃO PAULO aspirante 2019
SESI-SP vence Copa São que teve recorde Reunindo 1.078 judocas de 173 associações e clubes das 16 delegacias regionais, a competição abriu o calendário oficial da classe aspirante desta temporada POR
PAULO PINTO I Fotos MARCELO LOPES/FPJUDÔ BOLETIM OSOTOGARI - DANIELA SERPA
A
Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou em 23 de março, com o apoio da Prefeitura de São Bernardo do Campo, a segunda fase da Copa São Paulo de Judô voltada para a classe aspirante. A competição realizou-se no Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib e reuniu 1.078 judocas das 16 delegacias regionais da FPJudô e abrangeu disputas nas classes sub 9, sub 15, sub 18 e adulto. Os clubes que exercem protagonismo na base do judô paulista participaram da competição, que oferece grande intercâmbio para atletas ainda estão iniciando nas competições:: SESI-SP, Vila Sônia, Judô Mauá, Judô Aleixo, Judô Pissarra, Namie de Judô, Olhar Futuro, Judô Bastos, Judô Hinodê, Sekai Judô, Mogi Guaçu, Alto da Lapa, Gota
de Leite, Praia Grande, Acert Tupã, Mogi das Cruzes, São Paulo, Bushidô Prudente, Osasco/ Yanaguimori, ADC Urbam, Clube Paineiras, Morada do Sol, Tumiaru, SEME Itu, São Carlos, Judô Taboão, Campineira Judô, Judô na Faixa, SEL Itapira, Vila Carrão, Judô Messias, Grêmio Cubatão, Barueri Forte, Registrense de Judô, Clube Internacional, Matsumi Judô, Clube Espéria, Pessoa de Judô, Lins/Morimoto, Esportiva Guarujá, Corinthians, Ômega Academia, Tiago Camilo, Judô Makoto, Instituto Húngaro, Ateneu Mansor, Budokan Peruíbe, Divino Budokan e Kyoei Suzano, entre outros.
A classe sub 9 mostrou muitos judocas talentosos
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Paulo Aspirante, de atletas e equipes Autoridades prestigiam a competição A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Rafael Silva, medalhista olímpico; Alex Mognon, secretário de Esportes de São Bernardo do Campo; Marcelo Oliveira, vereador de Mauá (PT); José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Joji Shiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Georgton Pacheco, presidente da Federação de Judô do Tocantins; Takeshi Yokoti, coordenador de árbitros da FPJudô; Adib Bittar, coordenador financeiro da FPJudô; delegados regionais e dezenas de professores kodanshas paulistas.
Pronunciamentos dos dirigentes e autoridades Alessandro Panitz Puglia deu boas-vindas aos judocas, professores e familiares dos atletas que foram a São Bernardo do Campo abrilhantar a Copa São Paulo Aspirante. “Estamos recebendo atletas das 16 delegacias regionais de São Paulo, e a Copa São Paulo Aspirante atingiu um nível que nos deixa per-
Atletas no shiai-jô durante a cerimônia de abertura
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plexos, mas entendemos a importância de um evento que fortalece nosso comprometimento com o nosso esporte. Lembro aos pais que aqui estão que vocês estão fazendo um investimento e o resultado vai vir de várias formas. Alguns serão campeões, vão continuar treinando e fazendo um aprendizado que será para toda a vida”, disse o dirigente, que destacou uma importante iniciativa da fábrica de kimonos Shihan. “Além da premiação que será feita por nós, todos os atletas da classe sub 9 serão contemplados com uma medalha comemorativa ao trigésimo aniversário dos Kimonos Shihan. Esta é uma iniciativa capitaneada pelo Toninho, diretor executivo de uma empresa pioneira em São Paulo e que sempre foi parceira de nossa entidade”, concluiu o dirigente. Alex Mognon deu boas-vindas a todos e reiterou que São Bernardo é a casa do judô do Estado de São Paulo e sempre apoiará as iniciativas da FPJudô. “Mais uma vez estamos surpresos com o que vemos aqui. A cada ano a Copa São Paulo se recicla e ocupa maior espaço em nossa arena. Parabenizo a FPJudô pela qualidade técnica da competição e número gigantesco de atletas inscritos. Agradecemos pelo fato de o judô trazer anualmente um número cada vez maior
A apresentação do grupo de danças da terceira idade foi muito aplaudida pelos judocas paulistas
de visitantes para a nossa cidade. Em nome do prefeito Orlando Morando reafirmo que fazemos questão de tratar muito bem cada um de vocês, porque o judô e os judocas merecem este tratamento”, disse o secretário de Esportes de São Bernardo do Campo. Dono de dois bronzes olímpicos conquistados em Londres 2012 e no Rio 2016, Rafael Silva, o Baby, falou sobre a importância dos eventos voltados para o fomento da base e cumprimentou os pais que inventem na criação de seus filhos por meio da prática esportiva. “Quero agradecer o convite feito pela diretoria da FPJudô e afirmar que é um grande prazer estar aqui com todos vocês. É muito bom participar de uma competição como esta.
Dirigentes e autoridades na mesa de honra
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COPA SÃO PAULO aspirante 2019 Queria muito ter vindo aqui na semana passada para integrar a minha equipe, o Esporte Clube Pinheiros, mas fui à Rússia representar o Brasil, onde conquistei mais uma medalha de bronze. Parabenizo os pais pelo comprometimento com o desenvolvimento de seus filhos e reafirmar que o judô transforma e prepara nossas crianças para a vida”. O último pronunciamento foi feito por Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô e vereador na cidade de Mauá (Patriotas). “Quero cumprimentar meu colega na Câmara Municipal de Mauá, o vereador Marcelo de Oliveira, e pedir que continue sendo o parlamentar íntegro, pois é de políticos com este perfil que nosso País precisa. Apesar das inúmeras conquistas de grande expressão, o Baby se mantém fiel aos princípios que norteiam a nossa modalidade. Ele é uma grande referência para todos nós, não apenas como atleta, e sim como a pessoa simples, abnegada e dedicada à essência do judô. Encerro cumprimentando também o professor Hatiro Ogawa, ex-presidente da federação paulista e técnico do Baby e do David Moura, outro gigante da categoria pesado do Mato Grosso. O Hatiro sempre deu grade parcela de contribuição ao alto rendimento como atleta e posteriormente como técnico dos dois maiores pesos pesados brasileiros de todos os tempos”, disse Chico do Judô.
Alessandro Puglia
Francisco de Carvalho Filho
Alex Mognon e Rafael Silva
SESI-SP de Bauru, o campeão da Copa São Paulo Aspirante Na edição de 2018 da Copa São Paulo Aspirante a equipe SESI-SP ficou na 13ª colocação, mas neste ano a equipe de Bauru foi a São Bernardo do Campo com uma equipe forte, coesa e determinada a vencer. E deu certo. Dos 21 atletas inscritos no certame, 11 medalharam. Disputando sete finais e conquistando duas medalhas de ouro, cinco de prata e quatro de bronze, a equipe comandada pela técnica Renata Pereira da Silva Schiaveto (san-dan) totalizou 29 pontos e sagrou-se campeã da Copa São Paulo Aspirante 2019. As medalhas de ouro da equipe de Bauru foram obtidas por Anna Beatriz Amorim de Jesus e Bruno Martins Lapo. As de prata foram asseguradas por Yasmin Sanches, Giovana Pereira Fracalossi, Felipe de Sousa Ribeiro, Gabriel Dumalak e Elisa Lopes Abreu. As de bronze vieram por meio de Yasmin Gabrielly Ferreira, Otto Dilli Nano, Júlia Lorena de Souza e Ana Clara Neves. A técnica Renata Pereira da Silva Schiaveto avaliou o nível técnico da competição e detalhou a estrutura de que o SESI dispõe no judô.
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Georgton Pacheco, Francisco de Carvalho Filho e Marcelo Oliveira
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Rafael Silva
Como sempre acontece nos eventos da FPJudô, os professores kodanshas Valdir Melero e Pedro Jovita Diniz abrilhantam a cerimônia de abertura e acompanham toda a competição
Alex Mognon
“Apesar de ser um evento da classe aspirante, o nível foi altíssimo. Tivemos atletas que venceram várias lutas e mesmo assim ficaram fora do pódio. O SESI mantém três programas voltados para o judô. O Atleta do Futuro (PAF) abrange todo o Estado, o Treinar Esportivo atende atualmente 16 cidades de São Paulo e o Rendimento Esportivo que tem sede em Bauru”, disse a técnica sesiana, que citou os demais técnicos da equipe. “Contamos com quatro técnicos em Bauru: a sensei Fernanda Assis, responsável pelo PAF, atende cerca de 280 alunos na faixa de 6 a 15 anos. Sou responsável pelo programa Treinamento Esportivo, de 10 a 20 anos, hoje com 106 atletas. O programa Rendimento Esportivo envolve 40 atletas a partir do sub 15, e os responsáveis são os senseis Marinho Esteves e Marcos Souza. O SESI estabelece que os atletas só podem competir a partir dos 10 anos. O programa PAF fornece atletas para o Treinamento Esportivo, que encaminha os judocas mais competitivos para o programa Rendimento Esportivo”, disse Renata. “Nosso projeto tem a ambição de formar autonomicamente as equipes do alto rendimento. Aliás, temos dois atletas que saíram do PAF: Laislaine Rocha e Marcos Soares, que hoje são destaques em suas categorias em
Raul Senra Bisneto, delegado da 4ª DRJ Alta Paulista foi homenageado pelo sexagésimo segundo aniversário
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COPA SÃO PAULO aspirante 2019 âmbito internacional”, disse a técnica, que finalizou avaliando esta importante conquista. “Fomos campeões da Copa São Paulo Aspirante de 2016 e felizmente agora repetimos esta façanha. Esta conquista importante ratifica a consistência técnica e estratégica do trabalho que desenvolvemos desde a base ao alto rendimento”, concluiu a professora Renata Schiaveto.
Associação de Judô Aleixo de Jaú, a vice-campeã Terceira colocada na Copa São Paulo Aspirante de 2018, a Associação de Judô Aleixo conquistou três medalhas de ouro, duas de prata e seis de bronze, que resultaram em 27 pontos e asseguraram o vice-campeonato desta edição. A equipe comandada pelos professores Bento Emanoel Aleixo (go-dan) e Hercílio Aparecido Benedicto (go-dan) foi a São Bernardo do Campo com 27 atletas, dos quais 11 conquistaram vaga no pódio. Bento Emanoel Aleixo, professor responsável e fundador da associação, explicou que no início do ano a equipe faz sempre uma pré-temporada e são convidados professores de outras modalidades de luta. Este trabalho tem sido de grande importância no aprimoramento técnico de seus alunos e antes da disputa a equipe já havia traçado a meta de ficar entre os primeiros colocados. “Com base no excelente resultado obtido no ano passado, nós realmente contávamos com um grande resultado nesta temporada, e felizmente estávamos certos. Mas é importante frisar que isso se deve à importante ajuda prestada pelos vários faixas pretas que nos auxiliam, bem como à determinação e ao esforço dos judocas da nossa equipe. A meta agora é conquistar muitas medalhas na fase final do Campeonato Paulista Aspirante”, disse o professor, que concluiu listando os apoiadores do time jauense. “Estamos na região central do Estado de São Paulo, cerca de 300 quilômetros da capital. Para manter todas as demandas que o calendário de eventos da FPJudô exige, contamos com o apoio de várias entidades, como a Prefeitura de Jaú que, por meio da Secretaria Municipal de Esportes, desde 2001é nossa maior apoiadora. A Real Dragões, torcida organizada do São Paulo Futebol Clube, e a Luvemaq Peças e Serviços, também apoiam nossas ações. Temos uma comissão de pais que é muito atuante e nos ajuda muito”, disse o professor Aleixo.
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Classificação po associação r Agremiaçã
Dirigentes com parte dos árbitros que atuaram na competição
o Ponto Ouro Prata 1º - SESI-SP Bronze 29 2 2º - Associação de Judô 5 4 Aleixo 27 3 3º - Academia de Judô 2 6 Pissarra 26 3 4º - A. Bushidô de Judô 3 2 Kodokan 25 2 5º - Projeto Olhar Futuro 2 9 /ADPM 23 1 6º - Associação Sekai de 5 3 Judô 22 2 7º - SET de Mogi Guaçu 3 3 22 2 8º - Assist. Santos-Gota 3 3 de Leite 21 4 9º - Judô Praia Grande 0 1 19 3 10º - Associação de Jud 1 1 ô Mauá 17 2 11º - A. Cultural Esp. Rec 2 1 . Tupã 15 3 12º - Bushidô Presidente 0 0 Prudente 14 a2 13º - ADC. Urbam 1 1 13 2 14 º - Acad. Judô Morad 1 0 a do Sol 13 2 15º -Associação Campin 0 3 eira Judô 12 2 16º - Clube de Regatas 0 2 Tumiaru 11 1 17º - Judô Budokan de 1 3 Peruíbe 11 0 18º - Academia Judô Tab 1 8 oão SB 10 1 19º - SESI-SP 1 2 9 1 20º - Selar -Jandira 1 1 9 1 1 1
Academia de Judô Pissarra, de Mairiporã, a terceira colocada
Equipe campeã com o troféu da Copa São Paulo Aspirante 2019
Os representantes das 10 primeiras equipes classificas
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Oitava colocada na Copa São Paulo Aspirante de 2018, a Academia de Judô Pissarra ajustou os ponteiros e aumentou o foco do trabalho realizado anteriormente. Com 22 atletas no shiai-jô do Ginásio Adib Moysés Dib, a equipe comandada pelos professores Horácio Pissarra (san-dan) e Gilberto Tadeu de Freitas (sho-dan) atingiu os objetivos traçados e voltou para Mairiporã com o troféu de terceira colocada num certame que teve 173 equipes inscritas. Conquistando três medalhas de ouro, três de prata e duas de bronze, a equipe Mairiporense totalizou 26 pontos. Fundamentados no trabalho realizado na temporada passada, os professores da Academia Pissarra sabiam que poderiam chegar entre os primeiros colocados, e o sensei Gilberto Freitas explicou de que forma atingiram este objetivo. “De 2018 para 2019 intensificamos os trabalhos na classe sub 9 e a atenção nas classes sub 18 e adulto. Não adianta querer inventar a roda. É muito mais prático trabalhar bem aquilo que temos em mãos, e foi isso que fizemos, desbancando equipes e clubes poderosos do nosso Estado”, explicou o técnico, que também falou sobre as metas para esta temporada. “Iniciar a temporada entre as três melhores equipes da base nos incentiva a seguir trabalhando ainda mais focados e aprimorando ainda mais o treinamento e o preparo de nossa equipe para novas conquistas. Mas nosso objetivo principal é sempre fomentar a difusão dos aspectos filosóficos do judô, dentro e fora dos tatamis”, disse Gilberto Freitas. Revista Budô número 22 / 2019
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A JINOMOTO OPEN SÃO PAULO DIVISÃO ESPECIAL 2019
Ajinomoto Open supera
expectativas e aponta novo caminho para o desenvolvimento técnico do judô paulista
Torneio inédito, voltado exclusivamente para o alto rendimento e a divisão especial, reuniu atletas da seleção brasileira e a elite do judô paulista no ginásio do Sport Club Corinthians Paulista
POR
PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS e MARCELO LOPES/FPJUDÔ
A primeira edição do Ajinomoto Open foi realizada em 10 áreas
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R
atificando o excelente momento que o judô paulista atravessa e a grande sintonia existente entre as áreas técnica e administrativa, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou a primeira edição do Ajinomoto Open São Paulo da Divisão Especial. Criado para substituir o Campeonato Paulista Regional, o Ajinomoto Open visa a proporcionar maior intercâmbio, acirrar a competição e elevar o nível técnico dos atletas que vão compor as seleções do Estado de São Paulo nas competições nacionais das classes sub 15, sub 18, sub 21 e sênior. Além de contar pontos para o ranking estadual, o torneio inédito realizado no dia 27 de abril no ginásio de esportes do Sport
Club Corinthians Paulista reuniu 1.060 judocas de todo o Estado e classificou os quatro primeiros colocados de cada classe e categoria de peso para a fase final do campeonato paulista. Além de delegados regionais e dezenas de professores kodanshas paulistas, a cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades esportivas, entre as quais Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Masayoshi Kurosaki, presidente da Ajinomoto do Brasil; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Roberto Toledo, o Roba, gerente de Esportes Terrestres do Sport Club Corinthians Paulista; os medalhistas olímpicos Douglas Vieira, Henrique Guimarães e Car-
los Honorato; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Joji Shiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador de árbitros da FPJudô; Solange Pessoa, diretora técnica de judô do Sport Club Corinthians Paulista; Adib Bittar, coordenador financeiro da FPJudô; Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil; Paulo Pi, representante dos técnicos na FPJudô; Stewart Elorza Júnior, assessor de judô do Sport Club Corinthians Paulista; e membros da Ajinomoto do Brasil, apoiadora do judô paulista: Yutaka Tsunoda, gerente de planejamento estratégico; Seiji Takagi,
Charles Chibana expôs seu talento no ginásio do Corinthians
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A JINOMOTO OPEN SÃO PAULO DIVISÃO ESPECIAL 2019 diretor de AminoScience; Ichiro Yamazaki, diretor superintendente; e Shimpei Ashina, gerente do departamento de AminoScience. Masayoshi Kurosaki enfatizou que a Ajinomoto, ao apoiar as atividades da FPJudô, pretende contribuir com o desenvolvimento dos jovens e da sociedade brasileira como um todo. “Recentemente lançamos o projeto Vitória, que tem entre seus objetivos apoiar os atletas brasileiros que participarão dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, oferecendo nutrição alimentar e o suplemento nutricional Amino Vital. Esse suplemento já é usado regularmente pelo Rafael Silva, o Baby, e Allan Kuwabara, peso ligeiro campeão da Copa São Paulo 2019. Além deles, muitos atletas olímpicos japoneses o utilizam, e com isso estão obtendo melhor performance”, disse o presidente da multinacional da área da nutrição, que concluiu: “O nosso projeto apoia o judô e os judocas com tatamis e judogis, pois acreditamos que os jovens brasileiros poderão ter um futuro melhor por meio da prática contínua do judô. Espero que hoje possam mostrar o resultado de cada treino e esforço, pois acredito que temos muitos futuros atletas olímpicos aqui. Estamos torcendo por vocês.”
Explicando uma competição inovadora A Budô ouviu Joji Shiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô, que avaliou o processo que, acima de tudo, busca estabelecer uma mudança de conceitos. “Em dezembro, apresentamos a proposta de realizar este evento aos delegados regionais na assembleia geral realizada no CAT. Mudamos uma estrutura que se perpetuou por mais de 50 anos em termos de fases seletivas para o campeonato paulista e, na prática, esta experiência deu certo”, disse Kimura. “O que pudemos perceber de imediato é que foi um evento com participação acima do normal e nível técnico altíssimo. Recebemos atletas das seleções brasileiras sub 18, sub 21, sênior e até mesmo da seleção olímpica. Além de outros aspectos, por meio desta competição e dos demais certames da temporada podemos avaliar com maior exatidão o desempenho e a regularidade dos atletas. O resultado prático é que estabeleceremos um ranking mais
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Alessandro Puglia enfatizou o compromisso de sua gestão com o desenvolvimento técnico dos judocas paulistas
Roberto Toledo e Francisco de Carvalho
Atletas perfilados nos shiai-jô
Autoridades perfiladas durante a execução dos Hinos do Japão e Brasil
Francisco de Carvalho parabenizou os responsáveis pela criação de mais um evento voltado para o alto rendimento
Em seu último depoimento como presidente da Ajinomoto do Brasil, Masayoshi Kurosaki reiterou o apoio da empresa às atividades da FPJudô
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Yutaka Tsunoda, Seiji Takagi e Ichiro Yamazaki
Dirigentes e autoridades perfilados durante a execução dos Hinos do Japão e Brasil
preciso e seletivo, possibilitando a formação de uma equipe muito mais preparada e homogênea para representar São Paulo nos próximos campeonatos brasileiros”, previu o coordenador técnico paulista, que falou sobre a mudança de postura dos atletas. “Suprimimos a fase regional que se realizava nas 16 delegacias e criamos um campeonato aberto, buscando fazer com que os principais atletas se enfrentassem mais uma vez antes do campeonato paulista. Dessa forma, conseguimos elevar o nível técnico dos combates e, consequentemente, a qualidade do evento. Quanto mais o atleta enfrentar oponentes fortes, mais ele estará preparado para as adversidades. Aliás, é justamente esta adversidade que vai levá-los a construir estratégias e práticas diferentes. E essa construção é importante para o desenvolvimento do atleta”, detalhou o dirigente. Em seguida, ele agradeceu às coordenadorias e a todos os dirigentes que apoiaram as mudanças. “Dividimos o sucesso deste evento com a Ajinomoto, com os delegados regionais que acreditaram na nossa proposta de mudança e a endossaram, assim como a Alessandro Puglia e Francisco de Carvalho, que também apoiaram nosso projeto que, aparentemente simples, mudou uma cultura que se perpetuava por cinco décadas. Fizemos essa inovação e estamos certos de que, num futuro muito próximo, estaremos colhendo frutos dessa iniciativa que contou com a participação de todos”, finalizou Joji.
Evento inédito voltado para o alto rendimento
As quatro classes exibiram confrontos de altíssimo nível técnico
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Há muitos anos não víamos tantos medalhões numa mesma competição. Não fosse o fato de a seleção brasileira estar em Lima, no Peru, disputando o Campeonato Pan-Americano sênior, certamente teríamos um número muito superior de atletas do grupo de elite no ginásio do Corinthians. Entre os destaques vimos Charles Chibana, o peso leve da seleção brasiRevista Budô número 22 / 2019
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A JINOMOTO OPEN SÃO PAULO DIVISÃO ESPECIAL 2019 leira olímpica; Rafael Buzacarini, o meio -pesado da seleção brasileira olímpica; a meio-pesado Camila Vitória Vieira Ponce; o meio-pesado Rubens Inocente Filho; o peso leve Rafael Yoshio Fuzita; o peso leve sub 21 Pietro Marmorato Muhlfar; o peso médio Ernane Ferreira da Silva, que indubitavelmente uma é das maiores promessas do sub 15 paulista; o peso meio-leve sub 18 Lucas Antonelli e o peso médio sub 18 Gabriel Bondezan de Freitas; além de feras mais experientes como Breno Renan Bufolin Alves e Adriano Ricardo dos Santos. Entrevistamos alguns técnicos com projeção no cenário paulista e todos foram enfáticos ao afirmar que a realização do Ajinomoto Open foi um divisor de águas. Ao inovar e ter a coragem de ousar e mexer numa estrutura que se perpetuava há décadas, todos os setores da Federação Paulista de Judô que apoiaram esta iniciativa proporcionaram grande avanço técnico para os atletas de São Paulo. Paulo Pi, representante dos técnicos paulistas junto à FPJudô, avaliou positivamente as mudanças promovidas no sentido de impulsionar o desenvolvimento técnico dos atletas de todo o Estado. “Isso é algo que já vínhamos amadurecendo há certo tempo junto à coordenação técnica da FPJ e demais coordenadorias. Trata-se da realização de novo formato de torneio em nível de excelência, porque é como uma Copa São Paulo exclusiva para os filiados da FPJudô. Valeu muito a pena trocarmos o regional, uma competição que se desgastou, vinha enfraquecendo e atraindo poucos atletas. Em contrapartida vimos aqui algumas categorias com mais de 30 praticantes, e a maioria de alto nível. Isto fortalece o judô de São Paulo, qualifica e prepara os nossos judocas para os campeonatos brasileiros”, explicou o presidente de honra da Asso-
Diretores da Ajinomoto do Brasil e dirigentes da FPJudô comemoraram o sucesso da competição
Árbitros que atuaram na competição
Judocas no shiai-jô durante a cerimônia de abertura
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Francisco de Carvalho, Masayoshi Kurosaki e Alessandro Puglia exibem a lembrança ofertada a empresário japonês
Joji Kimura comemorou a criação de mais um importante evento para o judô paulista
ciação Paulo Alvim de Judô de Atibaia. Sumio Tsujimoto, supervisor de alto rendimento do Esporte Clube Pinheiros, destacou a importância de estar sempre mudando e buscando evoluir técnica e estruturalmente. “Particularmente, acho que toda e qualquer inovação é sempre muito bem-vinda. Mesmo que seja o mesmo campeonato, mudando o termo ou a nomenclatura, já funciona como estímulo. O Ajinomoto Open cumpriu plenamente sua tarefa e atendeu totalmente a proposta de reinventar e fortalecer o judô por meio de uma estratégia simples, porém bastante objetiva. A competição foi muito forte. E até vimos alguns atletas mais veteranos estimulados a participar, nomes como Breno e Adriano, do Pinheiros, além é claro de alguns atletas da seleção brasileira,
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e isso é muito bom. A pontuação para o ranking sub 21 foi outro grande estímulo, e acredito que todos os clubes trouxeram a classe sub 21 em peso para subir no ranqueamento. Além de inovador, o evento em si foi muito bem pensado e a área técnica da FPJudô está de parabéns”, disse Tsujimoto. Doutorando em motricidade humana pela Unesp e faixa preta ni-dan, José Alfredo Olívio Júnior enumerou as vantagens decorrentes desta importante inovação da FPJudô. “Referindo-me às questões técnicas, vejo o open como um grande avanço para o judô paulista, pois agregamos em nosso calendário mais uma grandiosa competição, na qual reunimos a elite dos nossos atletas em mais uma oportunidade de confrontar os desempenhos. Este ponto por si só já nos proporciona um avanço incomensurável, mas vejo ainda outras vantagens, como a centralização de calendário, tornando o trabalho dos treinadores mais unificado. Em vez de fazermos dois ou três regionais fracos, concentramos o trabalho num evento fortíssimo e grandioso. Para os atletas cria-se a oportunidade de lutar em alto rendimento. Para o Estado a vantagem fica por conta da seleção de seus representantes nos campeonatos nacionais, pois favorece a competitividade e a apuração dos atletas mais constantes”, disse o técnico da Associação de Judô Mercadante e auxiliar técnico da base da CBJ, que finalizou parabenizando a federação paulista por esta importante iniciativa. “Cabe ressaltar que o campeonato paulista não perde o glamour, pois ainda é o principal certame do calendário. Na minha opinião, até ganha, pois chega nesta etapa mais equilibrado e com atletas que já se confrontaram e se estudaram,
possibilitando elevar cada vez mais o nível técnico do Estado. Cabe parabenizar o departamento técnico a FPJ por ousar mudar um formato de competição que durava anos, assim como a estrutura proporcionada pelo Corinthians, sem a qual um torneio desta magnitude não poderia ocorrer”, pontuou Zé Olívio.
Inovando e elevando a qualidade técnica Alessandro Panitz Puglia comemorou a criação e a aprovação do novo certame para o calendário esportivo do judô no Estado de São Paulo. “Passamos por um longo processo de avaliação de uma competição que teve apoio da Ajinomoto do Brasil, nossa nova parceira. Com esta iniciativa promoveremos maior intercâmbio interno, fortalecendo e elevando o nível técnico dos atletas paulistas”, previu o presidente da FPJudô. Francisco de Carvalho enalteceu a iniciativa da coordenação técnica da Federação Paulista de Judô e parabenizou os responsáveis pela criação de mais um importante evento para o calendário da entidade. “Como gestores temos de ser sensíveis às mudanças e inovações que se fazem necessárias. Esta mudança vinha sendo pensada já há um bom tempo, e após o estudo apresentado pelo nosso coordenador técnico, o apoio tomou corpo. As alegações feitas pelo professor Joji nos fizeram ter a certeza de que havia chegado o momento de colocá-la em prática. Lembro que, antes de ser aprovada, a proposta passou pelas demais coordenadorias, comissões e pelo crivo dos nossos 16 delegados regionais, que foram sensíveis à mudança. O evento realizado no Corinthians apenas ratificou tudo aquilo que havia sido apresentado pela coordenação técnica, e parabenizo toda equipe que esteve à frente deste projeto simples, porém audacioso e vencedor”, avaliou o presidente de honra da FPJudô. A Federação Paulista de Judô tem o apoio da Ajinomoto do Brasil, Original Tatamis, Shihan Kimonos e Adidas. Por meio das 16 delegacias regionais o judô paulista congrega mais de 10 mil atletas federados, e o judô está presente em 482 municípios. Anualmente a FPJudô credencia mais de 1.500 técnicos que atuam nas competições estaduais e nacionais. Revista Budô número 22 / 2019
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GESTÃO ESPORTIVA
Ronaldo Babiak, Heraldo Neves, Luiz Iwashita e Carlos Eduardo Pijak
FPJudô inova e lança o projeto Amigos do Judô Paranaense
Evento realizado em Curitiba reuniu representantes das iniciativas pública e privada, que conheceram o projeto que objetiva atender milhares de crianças e promover profunda mudança na estrutura esportiva no judô paranaense
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uma ação inédita, as coordenações de eventos e de captação de recursos da Federação Paranaense de Judô (FPrJ) desenvolveram o projeto Amigos do Judô Paranaense, iniciativa que busca angariar contribuições de entidades públicas e privadas para desenvolver vários setores da entidade, facilitar acesso ao judô e fomentar sua prática no Estado do Paraná. No dia 7 de agosto os dirigentes da FPrJ apresentaram o projeto aos representantes de várias autarquias públicas, empresários e executivos, no café de negócios realizado no Hotel Lizon, em Curitiba (PR). No encontro foram mostrados mais detalhes da modalidade esportiva cria-
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POR
PAULO PINTO
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da por Jigoro Kano em 1882 e a história do judô paranaense a um público seleto que até então conhecia apenas aspectos competitivos do esporte. Luiz Hisashi Iwashita, presidente da FPrJ, mostrou então que a modalidade com melhor retrospecto olímpico do País tem também enorme potencial socioeducativo. “O projeto Amigos do Judô Paranaense surgiu da necessidade de impulsionar e fomentar o crescimento do judô, como modalidade olímpica e de formação, no Paraná. Nossa proposta visa a estabelecer parcerias de fidelização com empresas que tenham interesse em associar suas marcas a um segmento diferenciado, fundamentado na prática es-
portiva e no desenvolvimento humano”, explicou o dirigente. Carlos André Kussumoto, coordenador de eventos da FPrJ, expôs as dificuldades encontradas por atletas e filiados que não têm condições de desenvolverse em pé de igualdade. “Nosso projeto visa a dar oportunidade a crianças e jovens que possuem talento, mas não dispõem de recursos para treinar, vestir-se e competir adequadamente. Atende prioritariamente a crianças com vulnerabilidade social e em situação de risco, matriculadas em escolas públicas do ensino fundamental, e contempla os atletas classificados nos rankings estadual e nacional impossibiwww.revistabudo.com.br
Marlon Vaz, Luiz Iwashita e Nicole Marin
litados de participar das competições dentro e fora do País devido à falta e recursos”, explicou Kussumoto. “Nossa proposta é promover o desenvolvimento humano e a inclusão social por meio do esporte e da educação, utilizando o judô como ferramenta educacional e de transformação social, formando faixas-pretas dentro dos tatamis e cidadãos diferenciados para a sociedade fundamentados num dos pilares filosóficos do judô: o jita-kyoei, o princípio da prosperidade e benefícios mútuos. Para isso, utilizamos o conceito de responsabilidade social, com o apoio da iniciativa privada”, acrescentou Iwashita. “Visamos a implementar nosso projeto socioesportivo desenvolvido em parceria com a prefeitura de Curitiba e que hoje atende 800 crianças. Não podemos depender apenas dos governos que a cada troca de mandato acabam preterindo iniciativas de cunho social”, prosseguiu Kussumoto. “Buscamos preparar jovens para uma vida digna, formando faixas-pretas que no futuro poderão trabalhar como professores de judô e técnicos. Além disso, vamos preparar atletas para o alto rendimento, gerando possibilidades infinitas de crescimento social. O judô, nesse sentido, é uma modalidade privilegiada,
Marco Aurélio Kalinke apresentou o projeto da FPrJ
Representantes das iniciativas pública e privada marcaram presença no encontro
por carregar tradições e valores que são importantes instrumentos socioeducativos, como coragem, humildade, respeito, disciplina, determinação, retidão e solidariedade”, concluiu o presidente da FPrJ.
Sistema de cotas e contrapartidas
Luiz Iwashita, presidente da FPrJ
Evento inédito pretende impulsionar a modalidade
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Flávio Balan, Luiz Iwashita e Rafael Lamastra
Flávio Balan, coordenador de captação de recursos da FPrJ, falou sobre a abrangência da proposta apresentada aos convidados e disse que a aceitação parece ter sido bastante grande. “Buscando disponibilizar acesso ao nosso projeto para vários tipos de empresa, criamos três classes de cotas e contrapartidas: Amigo do Judô Koka, Amigo do Judô Wazari e Amigo do Judô Ippon. Todas apresentam custo extremamente baixo, pois o momento que nosso País atravessa é delicado”, disse. “O investimento mensal dos pacotes varia, assim como a contrapartida oferecida aos nossos apoiadores. Entendemos que com o nosso projeto as empresas do Paraná poderão exercer cidadania e contribuir socialmente por meio de uma iniciativa socioesportiva transparente que, acima de tudo, promove o desenvolvimento humano”, detalhou Balan. Revista Budô número 22 / 2019
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Emílio Trautwein, secretário Municipal de Esportes
Avaliações positivas Na avaliação de Heraldo Alves das Neves, diretor-presidente da Fomento Paraná, a diretoria da FPrJ acertou ao apresentar a modalidade à sociedade civil. A federação paranaense está no caminho certo. Ela possui um número expressivo de atletas filiados, calendário extenso, e precisa de recursos para financiar suas iniciativas. É preciso construir uma rede de parceiros que ofereçam suporte à entidade, e acredito que aqui mesmo em Curitiba exista grande variedade de empresas que podem estabelecer parcerias com o judô no nosso Estado”, disse Neves. Rafael Lamastra Júnior, diretor-presidente da Compagas, destacou que, mesmo tendo um caráter meritório importantíssimo, o esporte deve ser visto e administrado como um negócio. “Já militei nos dois lados do esporte e vejo esta realização de forma muito positiva. O esporte, assim como as demais atividades de mercado, precisa organizar-se, criar ferramentas de gestão e buscar aproximar-se de todas as camadas da sociedade saindo das quadras e dos tatamis em busca do apoio necessário para implementar o
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desenvolvimento pretendido”, disse. “Queiramos ou não, o que move tudo é o dinheiro, e o esporte também acaba sendo um negócio. Contudo, mesmo tendo um caráter meritório espetacular, para os investidores o esporte tem de ser um negócio. Esta aproximação é saudável, é importante e é o que vai viabilizar projetos como o Amigos do Judô Paranaense”, concluiu o diretor-presidente da Compagas. Rogério de Lorenzo Leal, gerente de marketing da central Sicredi Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, destacou a aproximação de sua instituição financeira com o esporte. “Avaliamos esta iniciativa de forma bastante positiva, o Sicredi é um apoiador nato do esporte e apoiamos vários atletas e equipes. Temos todo um histórico e tradição nessa área e esperamos poder conseguir recursos para o judô, uma modalidade sobretudo fundamentada em valores. O Sicredi tem este enraizamento nas cidades onde atua, e no Paraná somos a maior rede financeira, com mais de 400 agências. Apoiamos muitos projetos por acreditar que valorizar a sociedade e o local onde atuamos é que acaba construindo relações fortes e produtivas, com
uma qualidade de vida melhor. Apoiar o esporte está em nosso DNA e em nosso jeito de fazer a gestão”, disse Lorenzo Leal. Christian Gaziri, gerente administrativo do Sindicombustiveis-PR, elogiou a iniciativa que aproxima os setores público e privado da gestão esportiva. “Estou representando Jones da Silva Salvaro, diretor administrativo do Sindicombustível, e minha avaliação desta iniciativa é bastante positiva. A federação acerta ao apresentar seus projetos para representantes das iniciativas pública e privada, pois a prática esportiva coloca a juventude num ambiente sadio e promove a socialização das nossas crianças. O judô é uma modalidade que cultua a disciplina, o respeito pelo próximo, e estou certo de que a FPrJ colherá muitos frutos com esta ação”, previu o gerente administrativo do Sindicombustível. Jonatham Rinaldin, consultor de investimentos da Ademilar, consórcio de investimento imobiliário, parabenizou a FPrJ pela aproximação feita com empresários e representantes da iniciativa privada. “Avalio muito bem este encontro, pois o esporte necessita da parceria e do apoio da iniciativa privada. O judô é uma www.revistabudo.com.br
Flávio Balan, coordenador de captação de recursos da FPrJ
modalidade diferenciada que, além de formar atletas, forma cidadãos melhores para a sociedade. A FPrJ está fazendo sua parte, e entendo que cabe às empresas fazerem a parte delas”, pontuou o consultor de investimentos da Ademilar. Emílio Trautwein, secretário de Esportes de Curitiba, entende que fomentar o esporte é uma forma de as iniciativas públicas e privadas devolverem à sociedade tudo que recebem dela. “É uma iniciativa inédita e importantíssima para o desenvolvimento do esporte em nosso País, porque aproxima vários segmentos e mostra que a união dessas forças resulta no crescimento e fortalecimento do esporte no Brasil. O judô é constituído de valores importantíssimos e proporciona enorme contribuição na formação de jovens mais bem-educados e preparados para a vida, o que faz o judô ser, de verdade e de fato, uma gigantesca ferramenta de transformação social”, disse o secretário de Esportes de Curitiba. Para Flávio Balan, economista e coordenador de captação de recursos da Federação Paranaense da FPrJ, o evento superou as expectativas. “Achei a iniciativa da FPrJ excelente no sentido de mostrar o judô e o trabalho que desenvolvemos para vários segmentos da sociedade e para os futuros patrocinadores e apoiadores da nossa entidade. Acho que o evento em si foi um sucesso porque pudemos mostrar os valores que fundamentam o judô, quão acessíveis eles são e quanto é importante promover o resgate destes valores. O encontro foi um sucesso, e parabenizo os professores Iwashita e Kussumoto por esta importante iniciativa”, disse Balan. Carlos André Kussumoto, coordenador de eventos da FPrJ, destacou o ineditismo do encontro e previu o sucesso dele junto aos convidados da FPrJ. www.revistabudo.com.br
“O ponto alto foi o ineditismo do evento. Jamais uma federação de judô havia realizado algo parecido. Pudemos mostrar nosso dia a dia, nossa realidade e o trabalho que desenvolvemos no sentido transformar vidas e promover desenvolvimento social. Agora iniciaremos o trabalho de prospecção junto a todas as empresas e entidades que participaram do nosso café de negócios, e tenho certeza de que conquistaremos grandes parceiros”, previu o coordenador de eventos da FPrJ. Marco Aurélio Kalinke, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e presidente do Tribunal de Justiça Desportiva da FPrJ, disse que o café de negócios foi uma grande sacada. “Achei o evento extremamente importante e acho que vai dar muitos frutos porque a proposta é bem interessante e porque busca a contrapartida dos empresários a um custo realmente acessível. Oferecemos algo visando unicamente ao social. Não é nada abusivo e não buscamos lucro. Agora é correr atrás e projetar o judô em nosso Estado”, disse o presidente do TJD da FPrJ. Fazendo um balanço final, o presidente Luiz Iwashita parabenizou a equipe que desenvolveu esta ação inédita e avaliou como um ippon o café de negócios promovido pela Federação Paranaense de Judô. “Inicio agradecendo empenho do Kussumoto, Paulo Pinto, Balan e Kalinke, membros da nossa equipe que realizaram algo verdadeiramente inédito e que busca impulsionar a nossa modalidade em todas as regiões do Estado. Penso que todas as metas foram atingidas e notamos que os convidados simpatizaram bastante com a nossa proposta. Agora é fazer a lição de casa e começar 2020 dando início a um grande projeto”, avaliou Iwashita.
Rogério Leal e Flávio Balan
Entre os convidados estavam Heraldo Alves das Neves, diretor-presidente da Fomento Paraná; Rafael Lamastra Júnior, diretor-presidente da Compagas; Rogério Leal, gerente de comunicação e marketing do Sicredi; José Manoel dos Santos, do departamento jurídico da Copel; Fabrício Haesbaert, chefe de gabinete da presidência da Sanepar; Emílio Trautwein, secretário Municipal de Esportes; Patrícia Alberti, assessora de comunicação da Compagas; Ronaldo Babiak, diretor Municipal de Lazer; Daiane Semicek, gerente de Contas do Banco Santander; Carlos Eduardo Pijak, diretor Municipal de Esportes; João Carlos Rocha Almeida, Chefe do Núcleo Regional de Curitiba da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná; Jones Sálvaro, diretor executivo da Rede de Postos Sálvaro; Nicole Marin e Marlon Vaz do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Christian Gaziri, gerente administrativo do Sindicombustiveis-PR; Raphael Kussumoto, presidente da Rede Hiperfarma; Jonatham Rinaldin, consultor de investimentos da Ademilar; Suélio de Mesquita, diretor executivo da Hipervisão Automotivo; Maicon Gonçalves de Jesus, da Gonçalves Advogados Associados; Wallace Oliveira, da Ótica Semear; Alan Parise, da PDMG Marcas e Franquias; Eduardo Fassina, da Nave Lavagens; Jhonny Antunes, diretor comercial da Cota Pesquisas de Mercado; e Kleber Ramos, da Lupas Ideal. O time da Federação Paranaense de Judô no evento estava composto por Luiz Iwashita (presidente), Carlos Kussumoto (coordenador de eventos), Marco Aurélio Kalinke (presidente do TJF), Paulo Pinto (coordenador de comunicação) e Flávio de M. Balan (coordenador de captação de recursos). Revista Budô número 22 / 2019
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C AMPEONATO PAULISTA SUB 9 E SUB 11
Vargem Grande do Sul sedia
fase final do campeonato paulista das classes sub 9 e sub 11 aspirante Atendendo ao objetivo de fortalecer e difundir ainda mais a modalidade no interior do Estado, a FPJudô realizou um dos principais eventos da base na Região Sudeste
A
Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou no dia 29 de junho a fase final do campeonato paulista das classes sub 9 e sub 11 da divisão aspirante, com apoio da prefeitura e do Departamento de Esportes de Vargem Grande do Sul. A competição recebeu 569 judocas de 186 clubes e associações das 16 delegacias regionais da FPJudô no Centro Educacional e Esportivo José Cortez, em Vargem Grande do Sul, município da Região Sudeste do Estado, a 237 km da capital. A cerimônia de abertura teve a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; Amarildo Duzi Moraes, prefeito de Vargem Grande do Sul; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Luís Carlos Garcia da Silva, diretor do Departamento de Esportes de Vargem Grande; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Joji Chiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô; Júlio César Jacopi, coordenador de eventos da FPJudô; Gabé Seixas (PTB), vereador de Vargem Grande do Sul; Takeshi Yokoti, coordenador estadual de Arbitragem; Marilaine Ferrante, coordenadora-adjunta de arbitragem da FPJudô; Sidnei Paris, delegado da 8ª DRJ Oeste que, com a importante colaboração do professor Marco Aurélio Gomes, organizou e realizou a competição.
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POR
PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
Completaram a mesa de honra os delegados regionais Celso de Almeida Leite, Osmar Aparecido Feltrim, José Gildemar de Carvalho, Raul de Melo Senra Bisneto e Hissato Yamamoto, além dos professores kodanshas Solange Pessoa, Miriam Zyman Minakawa, Tomyo Takayama, João David de Andrade, Paulo Ferraz Alvim Muhlfarth, Tsutomu Nitsuma, Paulino Tohoru Namie, Rubens Pereira, Oscar Hitoshi Ogawa, José Sinésio Vanzella, Edson Catarino dos Santos, Luiz Catalano Calleja, Edson Silva Barbosa, Roberto Luís Fuscaldo, Antônio Rizzardo Rodrigues, Antônio Honorato de Jesus, Nélson Onmura, Belmiro Boaventura da Silva, Fernando Catalano Calleja e Marcos Francisco da Silva. Cinquenta oficiais técnicos e oito coordenadores atuaram sob o comando de Marco Aurélio Uchida, enquanto 68 árbitros trabalha-
ram nas dez áreas de disputa comandados por Takeshi Yokoti e Marilaine Ferrante. Integraram a comissão disciplinar do certame os professores Ademir Nora, Mário Assis e Osmar Aparecido Feltrim. O júri de arbitragem estava composto por Takeshi Yokoti, Marilaine Ferranti e João David de Andrade. A comissão técnica foi formada por Mirian Minakawa, Paulino Tohoru Namie e Celso Toshiaki Kano. Após cumprimentar os dirigentes, árbitros, técnicos e atletas, o prefeito de Vargem Grande do Sul destacou a importância de receber grandes eventos esportivos, além de promover e difundir a prática esportiva entre os jovens de sua cidade. “Agradeço a presença de vocês em nossa cidade. Vargem Grande do Sul sente-se honrada em receber pessoas como vocês. Somos Apesar da pouca idade e experiência, vimos vários judocas talentosos Vargem Grande do Sul
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cional e Esport As duas arquibancadas laterais do Centro Educa
ivo José Cortez foram completamente tomadas
um município pequeno, com apenas 45 mil habitantes, mas temos uma população bastante acolhedora e vocês são muito bem-vindos. Destaco a importância do esporte no desenvolvimento humano, e em especial o judô, uma modalidade que vem do Japão, país com cultura milenar, onde a disciplina é a principal virtude de seus cidadãos. O Brasil vive hoje um momento muito difícil, e acredito que nossos problemas vêm da família e de nossa própria origem. Certamente se os pais que hoje estão aqui fossem exemplo para a população do País, e se todos fizessem o que vocês estão fazendo, incentivando e apoiando seus filhos, certamente o Brasil estaria numa situação muito melhor”, disse o prefeito, que concluiu destacando o diferencial do judô como esporte de inclusão e formação. “Em especial o judô, em que a disciplina é uma característica essencial para atingir objetivos. Fazer esporte é trilhar o caminho da vitória que só acontece com muito esforço e dedicação. Isto se estende às dificuldades e adversidades que estes jovens encontrarão no caminho pela vida, estando dentro ou fora da competição. Mais uma vez obrigado à diretoria da FPJudô por nos prestigiar com esta competição, e faço um agradecimento especial
kod Autoridades e professores
anshas
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Vargem Grande do Sul foi o palco de gran
ao professor Marco Aurélio e ao diretor Luís Carlos Garcia”, disse Amarildo Duzi Moraes. Alessandro Panitz Puglia lembrou que a prioridade das classes sub 9 e sub 11 é a troca de experiência e a vivência adquirida. “Pegando o gancho de tudo que o prefeito Amarildo disse há pouco, destaco que o mais importante hoje é a conduta e a postura de vocês na competição. É obvio que todos querem vencer, mas não esqueçam que a prioridade dos seus pais é a educação e a formação de vocês. É por este motivo que eles estão aqui acompanhando vocês. Façam bonito hoje, e não falo em vencer. Mostrem a educação que recebem em casa e ponham em prática tudo que seus senseis ensinaram na academia. Acima de tudo, vocês estão aqui para trocar experiência, adquirir conhecimento e vivência nos tatamis. Futuramente serão vocês que estarão no comando e para tanto têm muito que aprender”, disse o dirigente, que concluiu desejando boa sorte a todos. Dirigindo-se aos pais que foram a Vargem Grande do Sul, Francisco de Carvalho Filho cobrou mais comprometimento deles na educação de seus filhos. “Buscando compensar a ausência no dia a dia de seus filhos, muitos pais deixam a garotada fazer o que quer. Mas lembro aos senhores que a responsabilidade de educar os filhos é do pai e da mãe, e não do prefeito, do vereador, do professor de judô ou da escola do ensino fundamental ou de qualquer outro agente público. Educação é berço, educação é dentro de casa, educação é chamar a atenção dos
des combates nas classes mirim e infan
til
s e Alessandro Francisco de Carvalho Filho, Amarildo Duzi Morae Puglia entoam o Hino Nacional
filhos, é corrigir os erros cometidos, é dar responsabilidade e impor limites, mesmo quando sejam garotos novos. E que com isso tenhamos uma geração melhor que a nossa, menos corrupta, mais justa e muito mais comprometida com o coletivo e com o País”, disse o presidente de honra da FPJudô.
Academia de Judô Pissarra, a campeã do sub 9 feminino Conquistando duas medalhas de ouro com a peso ligeiro Lara Mitiko dos Santos Uzue e a peso meio-médio Giovana de Morais Souza Rosa, a Academia de Judô Pissarra, de Mairiporã, foi a primeira colocada da classe sub 9. Com uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze, o Projeto Olhar do Futuro/ ADPM-Reg. de São José dos Campos se garantiu na segunda colocação da classe sub 9. As medalhas foram conquistadas pela peso médio Rafaely Silva de Carvalho (ouro), a peso leve Hellen Alice Schorro Barbosa (prata) e pela peso ligeiro Anna Klara da Silva (bronze). A terceira colocação foi dividida por cinco equipes, cada uma com uma medalha de ouro, conquistadas pela peso superligeiro Anna Flávia Oliveira Vicente, da Associação Masters de Judô; a peso meio-leve Dara Vitória de Souza Silva, do Centro Comunitário de Guaratuba; a peso leve Giovanna de Azevedo, da SMEL Francisco Morato; a peso meio-pesado Sophia Revista Budô número 22 / 2019
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C AMPEONATO PAULISTA SUB 9 E SUB 11 Cardoso Costa, da Associação Registrense de Judô; e a peso pesado Manuella Debortoli Simão, do Clube Monte Líbano.
Com três ouros, a Associação Namie de Judô é a campeã do sub 11 feminino Mantendo a tradição de formar grandes atletas na base do esporte bandeirante, a Associação Namie de Judô totalizou três medalhas de ouro e uma de bronze, sagrando-se campeã da classe infantil. As medalhas de ouro da equipe comandada pelo sensei Paulino Namie foram conquistadas pela peso ligeiro Lavínia Freitas Igaki; pela peso meio-leve Kauany Pires de Souza; e pela peso médio Manuela Souza de Oliveira. A peso superligeiro Isabella Ayumi Mitsuda conquistou o bronze. Com uma medalha de ouro e uma de prata, o Projeto Olhar do Futuro/ADPM-Reg. de São José dos Campos assegurou a segunda colocação do sub 11 feminino. A peso meio-médio Maria Júlia Monteiro (ouro) e a peso ligeiro Anna Laura Ribeiro R. Morais (prata) foram as medalhistas. A terceira colocação foi dividida por cinco equipes que conquistaram uma medalha de ouro: Associação Cultural Esportiva e Recreativa de Tupã, com a peso meio-pesado Maria Eduarda Maran; São Paulo Futebol Clube, com a peso superligeiro Thauanny Ferreira da Silva; Escola de Judô Giberti, com a peso leve Rebeca Jacinto Balbo; Judô Clube Mogi das Cruzes, com a peso pesado Maria Eduarda Coutinho Bento; e Esporte 100% Tarumã, com a peso superpesado Clarissa Midena Alcemiro.
Os árbitros FIJ A, Takeshi Yokoti
e Marilaine Ferrante comandaram
a arbitragem em Vargem Grande
Associação Bushidô de Judô Kodokan e Associação Namie de Judô, as campeãs do sub 9 masculino Totalizando uma medalha de ouro e uma de prata, as associações Bushidô de Judô Kodokan e Namie de Judô sagraram-se campeãs da classe mirim masculina. As medalhas da Associação Bushidô de Judô Kodokan, de Vargem Grande do Sul, foram conquistadas pelo superpesado Gustavo da Costa (ouro) e por Felipe Garcia Milanez (prata). A Associação Namie de Judô, de Mogi das Cruzes, assegurou suas medalhas com o peso ligeiro Tiago Henrique Amorim de Faria (ouro) e o peso médio Miguel Valezini de C. Dantas (prata). Sete equipes conquistaram uma medalha
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Ao todo, 68 árbitros atuaram na competição Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra
Amarildo Duzi Moraes,
prefeito de Vargem Gra
nde do Sul
Autoridades durante a exe
Alessandro Panitiz Puglia, pres
da FPJudô
cução do Hino Nacional
idente da FPJudô
Judocas no shiai-jô
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C AMPEONATO PAULISTA SUB 9 E SUB 11 de ouro e dividiram a segunda colocação: Academia de Judô Morada do Sol, com o superligeiro Rafael Henrique de Oliveira Li; Associação Cultural Nipo-Brasileira Vila Carrão, com o meio -leve Igor Barbosa Balbo; Grêmio Recreativo dos Servidores Municipais de Cubatão, com o peso leve Halessandro Barbosa da Silva; ADC Urbam, com o meio-médio Pedro Henrique Rangel Vicente; Associação Cultural Esportiva e Recreativa de Tupã, com o peso médio Arthur Bellafronte Quinhoneiro; Esporte Clube Pinheiros, com o meio-pesado Felipe Gurian Achcar; e Ipê Clube, com o peso pesado Arthur Eduardo Paganotti Carna.
Associação Namie de Judô também é campeã do sub 11 masculino Fechando a competição com chave de ouro, a Associação Namie de Judô chegou em primeiro lugar também na classe infantil do masculino. As duas medalhas de ouro da tradicional equipe de Mogi das Cruzes foram conquistadas pelo peso leve Matheus Ryuji Aramaki e o meio-médio Samuel Felipe da Costa. O superligeiro Robson Vitor Rodrigues Pires ganhou a de prata. A SMEL Francisco Morato ficou em segundo lugar com uma medalha de ouro e uma de prata. O peso ligeiro Nicolas Costa de Almeida conquistou o ouro e o meio-leve Nicollas Caner Madureira ganhou a prata. Sete escolas dividiram a terceira colocação com uma medalha de ouro. Garantiram a conquista o superligeiro Antônio Silva Machado Montes, da Associação Brasileira A Hebraica de São Paulo; o peso ligeiro Nicolas Costa de Almeida, da SMEL Francisco Morato; o meio-leve Kauê Kyrillos, da Associação Cultural, Esportiva e Recreativa de Tupã; o peso médio Renato Souza de Oliveira, do Pirituba Futebol Clube; o peso pesado Arthur Tozzi Rosendo de Souza, do Judô Clube Mogi das Cruzes; o superpesado Ercindo Mariano Neto, da Associação de Judô Campinas; e o extrapesado Marcus Vinicius Mota Patrocini, do Grêmio Recreativo dos Servidores Municipais de Cubatão.
Com 11 medalhas, a Associação Namie de Judô confirma supremacia na base do judô paulista Após disputar nove finais e conquistar seis medalhas de ouro, três de prata e duas de bronze, a Associação Namie liderou três das quatro classes disputadas neste fim de semana.
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A competição recebeu 569
judocas de 186 clubes e asso
ciações
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Dirigentes, equipe técnic
a da FPJudô e professor
es paulistas
Chico do Judô com professores e atletas da Associação de Judô Mauá Atletas perfilados durant e a execução do Hino Nac
ional
Parte dos atletas da Associação Namie de Judô Namie que medalharam na competição
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Além de ratificar seu talento como formador de atletas, com mais este excelente resultado o experiente professor kodansha Paulino Tohoru Namie faz da escola de Mogi das Cruzes um dos principais celeiros do judô brasileiro na última década. “Acredito que neste ano alcançamos uma das nossas melhores campanhas. No mês de maio saiu minha aposentadoria da Prefeitura de Mogi, e mesmo sem receber nenhum apoio mantivemos nosso trabalho para não prejudicar as crianças do projeto. Gosto muito do que faço e nunca encarei esta atividade como trabalho. É realmente um prazer estar dentro de um dojô”, disse Namie. “Já esperávamos ir bem na final do paulista, pois os resultados na Copa São Paulo e no Open São Paulo demonstraram que estávamos no caminho certo. Apesar da pouca idade, três dos seis campeões deste fim de semana já são bicampeões: Matheus Aramaki, Samuel Campos e Manuela Souza”, disse o professor kodansha, que também falou sobre os próximos eventos. “Os resultados positivos nos motivam a trabalhar muito mais para nossas crianças. As metas agora são os campeonatos brasileiros sub 13 e sub 15. Vamos para o infanto-juvenil com dois atletas: a Adrielly Lopes e o Pedro Paes. No pré-juvenil teremos quatro atletas: Fernando Mitsuda, Sol Rodrigues, Júlia Barreto e Isabeli Barreto, e espero a confirmação como técnico de São Paulo”, detalhou Namie. Ele fez questão de mencionar os professores que hoje compõem sua equipe. “Sozinho não sou nada, e vários deles foram meus alunos. Trabalham comigo os Edson Marques de Souza, pai (ni-dan) e filho (sho-dan); Gabriel Novaes, Thiago Cachoni, Roberto Kato, Carlos Modesto, Fernando Tomé, Leonardo Cruz e Jefferson Redondo.” Destacando que seu primeiro aluno, Leandro Tomé Corrêa, é hoje o delegado regional da 10ª DRJ Central, Paulino Namie agradeceu o suporte e a colaboração da Prefeitura de Mogi das Cruzes, que mantém e apoia o projeto do judô Mogiano há 37 anos. A Federação Paulista de Judô tem apoio da Ajinomoto do Brasil, Original Tatamis, Shihan Kimonos e Adidas. Por meio das 16 delegacias regionais a entidade congrega mais de 10 mil atletas federados e está presente em 482 municípios de São Paulo. Anualmente a FPJudô credencia mais de 1.500 técnicos e 950 árbitros, que atuam nas competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais. Revista Budô número 22 / 2019
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INTERC ÂMBIO TÉCNICO NO JAPÃO
Atletas, professores e dirigentes que marcaram presença no encontro
Em parceria com a Ajinomoto do Brasil, FPJudô levará 18 atletas para estágio técnico no Japão Atletas e técnicos envolvidos no projeto Ajinomoto/FPJudô/IKB Japão 2019 reuniram-se no Centro de Aperfeiçoamento Técnico para entrega do material esportivo e checklist final da viagem
N
o dia 10 de setembro, diretores da Ajinomoto do Brasil, dirigentes da Federação Paulista de Judô (FPJudô), atletas e técnicos reuniram-se no Centro de Aperfeiçoamento Técnico (CAT) da federação paulista para entrega do material esportivo e checklist final da viagem ao Japão no Projeto Ajinomoto/FPJudô/IKB. Essa parceria inédita entre a Ajinomoto do Brasil e a FPJudô tem o intuito de proporcionar estágio e
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POR
ISABELA LEMOS I Fotos BUDÔPESS
intercâmbio técnico de alta qualidade aos judocas que ocupam o topo do ranking paulista da classe juvenil (sub 18) nas categorias masculina e feminina. Com duração de 20 dias, o roteiro contempla as cidades de Tóquio e Katsuura, na província de Chiba. A delegação embarca em São Paulo (SP) na madrugada do dia 3 de outubro e chega ao Japão no dia seguinte. De 4 a 16 de outubro, a equipe ficará em Katsuura, hospedada na tradi-
cional e conceituada International Budo University, que ministra cursos especializados em artes marciais. Nessa universidade, serão realizados treinos diários de dois períodos com 120 judocas faixas-pretas. Após o dia 16, a delegação retornará à capital japonesa e se hospedará no Instituto Kodokan, primeira escola de judô, fundada em 1882 pelo shihan Jigoro Kano. Durante seis dias, os atletas vão treinar na Shotoku Gakuen Junior & Sewww.revistabudo.com.br
Judocas observam atentamente ao depoimento do sensei Shimotsu
nior High School com judocas dos 15 a 18 anos. A equipe volta ao Brasil no dia 22. Alessandro Puglia, o presidente da FPJudô, explica que a parceria visa a proporcionar aos jovens da classe sub 18 uma imersão na cultura japonesa, de forma a influenciar positivamente sua formação. “A proposta da parceria que estabelecemos com a Ajinomoto do Brasil é levar jovens que ainda estão dando os primeiros passos rumo ao alto rendimento e que, a partir de toda a vivência que terão no Japão, possam dar continuidade ao seu desenvolvimento técnico e cresçam ainda mais”, disse o dirigente. Para o presidente de honra da FPJudô, Francisco de Carvalho Filho, levar os atletas paulistas ao berço do judô mundial faz com que se sintam motivados e valorizados. “No passado, a federação paulista viveu uma experiência similar ao levar um grupo de jovens judocas à França, acompanhados pelo professor João Gonçalves. Esses atletas selecionados eram em sua maioria do Centro de Excelência (Projeto Futuro) e acabaram tornando-se atletas de ponta e parte da seleção brasileira. Todos os praticantes querem ir ao Japão para conhecer o judô técnico e original. Acho que vai ser de grande valia para o currículo de todos, técnicos e professores. Lembro que esse projeto só é possível graças à parceria com a Ajinomoto do Brasil, à qual a FPJudô proporcionará sem dúvida a devida contrapartida”, afirmou o presidente de honra. Destacando valores e princípios que fundamentam o budô, Seiji Takagi, o diretor de operações da divisão de aminoscience da Ajinomoto do Brasil, ressalta a importância de os jovens judocas aprenderem o judô e a cultura do Japão, e terem a oportunidade disseminá-los a pessoas próximas. “Eminentemente o judô é budô, www.revistabudo.com.br
Francisco de Carvalho enfatizou a necessidade de os atletas representarem São Paulo adequadamente
Alessandro Puglia exibe Amino Vital, suplemento alimentar oferecido aso atletas paulistas que irão ao Japão
Seiji Takagi, diretor de operações da divisão de aminoscience da Ajinomoto do Brasil
O professor kodansha Yoshiyuki Shimotsu, chefe de delegação que irá ao Japão
Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô
e ambos são muito importantes no processo de educar e formar bons cidadãos devido à riqueza ética e filosófica que possuem. Além de ser um esporte olímpico, o judô é um caminho que tomamos para fortalecer o físico, a mente e o espírito de forma integrada. Os jovens que vão ao Japão têm um grande futuro pela frente, e na volta terão a importante missão de repassar o conhecimento adquirido nesta viagem aos amigos e colegas de treinamento”, afirma Takagi. O coordenador técnico da FPJudô, Joji Kimura, explicou que essa iniciativa busca também resultados para os Jogos Olímpicos de 2024 e 2028. “Acredito que esse intercâmbio, a médio e longo prazo, tem dois aspectos importantes. O primeiro é a formação cultural e de conduta dos judocas. O segundo são as experiências que irão obter para as próximas competições olímpicas. Quanto mais frequentes forem esses intercâmbios, melhor será para todos. Então, um ponto forte é trazer do Japão o que eles têm de melhor, principalmente em relação a disciplina, cultura e respeito ao próximo”, expôs Kimura. O chefe de delegação, Yoshiyuki Shimotsu, acredita que, apesar de o ensino do judô brasileiro não ser tão diferente do japonês, do qual se originou, na viagem todos poderão resgatar certos ensinamentos que foram alterados ou perdidos ao longo dos anos da prática da modalidade no país. “É bastante importante que os judocas passem pela experiência de lutar com pessoas da mesma idade e com bastante experiência; afinal, os atletas do Japão estão muito preparados. Aos professores, a viagem também oferecerá grande aprendizado sobre como é feito o ensinamento no país do sol nascente”, acrescentou o chefe de delegação. Revista Budô número 22 / 2019
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INTERC ÂMBIO TÉCNICO NO JAPÃO
Seleção paulista sub 18 feminina
A professora Solange Pessoa acredita que esta é uma oportunidade única para todos, pois a equipe passará por locais que são grandes referências no judô e, a partir desta experiência, ela conseguirá aprimorar o conhecimento que transmite aos alunos diariamente. “Minha motivação nesta viagem é conhecer as novidades em metodologia de ensino, treinamento tático, preparação física e emocional para inovar nossos treinos no Brasil, além do privilégio de conhecer mais a cultura japonesa. Gostaria de agradecer à Federação Paulista de Judô e à Ajinomoto do Brasil por confiarem e acreditarem no meu trabalho”, diz Solange. O professor Paulo Ferraz Alvim Muhlfarth ressaltou a importância de visitar o país em que o judô foi criado. “Ir ao Japão,
Seleção paulista sub 18 masculina
Seiji Takagi faz entrega de material esportivo
Seiji Takagi faz entrega de material esportivo
o berço da nossa modalidade, onde tudo se iniciou, e buscar conhecimento técnico e cultural é de extrema importância para a faixa etária dos atletas que estão participando. Acredito que seja uma experiência sensacional para eles, que a levarão para suas vidas inteiras. Eles também estarão assegurando um futuro promissor dentro da modalidade, porque já são líderes do ranking da federação, muitos já têm diversos títulos e eu acho que essa viagem ampliará o caminho e a visão deles sobre como se faz verdadeiramente o judô. Com certeza, a FPJudô sai na frente com essa parceria com a Ajinomoto do Brasil”, declarou o professor. Delegado regional da 12ª DRJ Mogiana, o professor Cléber do Carmo já visitou o país em 2003 e acredita que este intercâmbio vai acentuar o desenvolvimento
Todos os detalhes da viagem para o Japão foram definidos no encontro
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Cleber do Carmo, Solange Pessoa, Alessandro Puglia, Takanori Sekine, Yoshiyuki Shimotsu, Francisco de Carvalho, Paulo Alvim Muhlfarth e Joji Kimura
técnico dos atletas e, principalmente, acrescentar experiência de vida. “O ganho que os atletas terão conhecendo e vivenciando uma nova cultura e, de certa forma, um novo tipo de treinamento certamente agregará qualidade tanto à parte técnica quanto a suas vidas pessoais; afinal, o Japão é o berço do judô. Tive a oportunidade de ir há 15 anos e realmente encontrei uma cultura totalmente diferente, a qual vai engrandecer nossos atletas. Acredito que sairão ganhando atletas, comissão técnica e FPJudô.” O professor Marcos Elias Mercadante destacou que a delegação que vai ao Japão é composta pelos melhores judocas da seleção paulista sub 18, que estão sendo premiados com uma viagem a um país disciplinado, que segue a rigor a filosofia do judô. “Os atletas entenderão o porquê de os japoneses darem tanto valor ao judô, que por trás dele há disciplina, caráter e honestidade. Além disso, irão encontrar uma parte técnica muito forte, porque os japoneses se dedicam demais a seus treinamentos e buscam sempre o ippon, pontuação máxima do judô. Será muito produtivo esse treinamento de alto rendimento, que proporcionará um aprendizado sobre a cultura japonesa e toda a disciplina do país – e isso os atletas vão carregar para toda a vida”, pontuou Mercadante. Veja ao lado os atletas, professores e dirigentes que participarão do projeto conjunto da Ajinomoto do Brasil e da Federação Paulista de Judô com apoio do Instituto Kodokan do Brasil. www.revistabudo.com.br
Masculino Ligeiro Meio-leve Meio-leve Leve Leve Meio-médio Médio Meio-pesado Pesado
Gabriel Anselmo de Arruda Felipe Breintenbach de Lima Caio Kenji Yokota Kiwada Matheus Roberto Pereira Vinicius Ardina Gustavo Santos Gomes Gabriel Bondezan de Freitas Carlos Eduardo de Macedo Bernardo César Cabrera
(Clube Paineiras do Morumby) (São João Tênis Clube) (Associação de Judô Araçatuba) (Sesi – SP) (Sociedade Esportiva Palmeiras) (Judô Praia Grande) (Clube Athletico Paulistano) (Judô Praia Grande) (Associação de Judô Araçatuba)
Feminino Superligeiro Ligeiro Meio-leve Leve Meio-médio Meio-médio Médio Meio-pesado Pesado
Alline Cristina Silva Paloma Abreu Soares Ana Beatriz da Silva Carolina Caldas Lima Sarah Vieira de Souza Júlia Roberta Henriques Maria Eduarda Paiva Diniz Anna Júlia da Silva Beatriz Furtado Freitas
(Judô Kyoei) (Clube Internacional de Regatas) (São João Tênis Clube) (Associação de Judô Calasans) (Associação Marcos Mercadante) (Judô Clube Mogi das Cruzes) (Projeto Olhar do Futuro) (Judô na Faixa Team) (Esporte Clube Pinheiros)
Comissão Técnica Alessandro Panitz Puglia - Presidente Yoshiyuki Shimotsu - Técnico Cléber do Carmo - Técnico Solange de Almeida Pessoa Vincki - Técnica Paulo Ferraz Alvim Muhlfarth - Técnico Marcos Elias Mercadante - Técnico Isabela Lemos – Assessora de Imprensa
Técnicos responsáveis
Os atletas selecionados para a viagem ao Japão são os respectivos líderes das categorias de peso no ranking paulista, e todos estão embarcando neste projeto sob a responsabilidade dos professores Alexandre Lee, Clube Paineiras do Morumby; Paulo Ferraz, São João Tênis Clube; Marcelo Kiwada, Associação de Judô Araçatuba; Omar Miquinioty, Sesi; Alberto Betencourt, Judô Praia Grande; Vanessa Bilard, Judô Kyoei; Pedro Nery, Clube Internacional de Regatas; Marcos Dagnino, Clube Athletico Paulistano; Cláudio Calasans, Associação de Judô Calasans; Marcos Mercadante, Associação Marcos Mercadante; Jefferson Santos, Projeto Olhar do Futuro; Vlamir Dias, Associação de Judô na Faixa; Sumio Tsujimoto, Esporte Clube Pinheiros; Denílson Lourenço, Sociedade Esportiva Palmeiras; e Renato Yoshio Kimura, Judô Clube Moji das Cruzes.
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COPA MUNDIAL INTERCLUBES 2019
Copa Mundial Interclubes da ITKF projeta participação
recorde de atletas
Programada para o início de dezembro, em Curitiba, a copa já está gerando grande expectativa por oferecer amplo leque de disputas e permitir que atletas e clubes do mundo inteiro tenham visibilidade internacional
A
Gilberto Gaertner, presidente da ITKF
V Copa Mundial Interclubes será realizada de 2 a 8 de dezembro no ginásio da PUC-PR, em Curitiba, simultaneamente às atividades que integram o XX Campeonato Mundial da ITKF, ou seja, cursos técnicos e de arbitragem, congressos científicos, reuniões da Universidade de Karatê Tradicional e do comitê técnico e administrativo, assembleias continentais e assembleia geral. O credenciamento e as inscrições para a copa poderão ser feitos nos dias 3 de dezembro das 9h às 20hs e no dia 4 das 9 às 16hs, na secretaria do evento; já o congresso técnico será realizado no dia 4 de dezembro às 18h, sempre no campus da PUC-PR. Gilberto Gaertner, presidente da In-
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I Fotos BUDÔPESS e Arquivo
ternational Traditional Karate Federation (ITKF), destaca que a copa interclubes tem como objetivo possibilitar a participação, em um evento de caráter mundial, de atletas que não fazem parte das seleções nacionais, já que no mundial o número de participantes por país é bastante limitado. Outro objetivo é ampliar a participação de crianças e atletas veteranos, além de lançar e testar novos formatos de competição e processos no sistema de arbitragem. “A Copa Mundial Interclubes está gerando grande expectativa no Brasil e nos filiados de todos continentes, pois
vai permitir um intercâmbio direto entre os clubes de karatê tradicional em nível global. Será sem dúvida um evento majestoso, propiciando um momento de integração efetiva entre os povos, muito além das fronteiras, raças e línguas que nos separam. Além da ITKF, teremos outras entidades convidadas; sem dúvida será uma grande festa”, previu o dirigente.
Categorias em disputa A V Copa Mundial Interclubes será disputada nas seguintes categorias individuais: kata e kihon ippon kumitê – 8 e www.revistabudo.com.br
campeonato mundial tilhar nossas experiências e aumentar o com enorme satisfação nível técnico dos atletas da ITKF. Esta fore muita alegria. No ano ma de competição irá ajudar-nos a conspassado sediamos o truir uma relação muito forte entre todos campeonato pan-ameos países e regiões; independentemente das cores da pele e das línguas, trabalharicano e em dezembro receberemos as seleremos apenas sob o nome e o caminho definido pela ITKF. Tenho certeza de que ções dos quatro conteremos uma competição maravilhosa e tinentes que participamuito bem-sucedida”, disse Albakr. rão dos eventos que Alessandro Tizoni Ramos, presidenintegram o XX Campeonato Mundial da ITKF. te recém-eleito da Federação de Karatê É uma responsabilidaTradicional do Paraná, afirma que os clude muito grande, mas bes paranaenses e a diretoria estão muiao mesmo nos enche to motivados pelo evento. de orgulho poder or“Primeiramente gostaria de agraBahia. da ional Tradic -Dô Karatê de ção da Federa Eckner de Pereira Cardoso Sobrinho, presidente ganizar o principal decer à ITKF pela grande oportunidade evento internacional de nossa que nos foi oferecida. Vejo como 9 anos, 10 e 11 anos, 12 e 13 anos; kata modalidade. Em 2010 realizamos e ko-go kumitê – 14 e 15 anos, 16 e 17 a melhor edição de mundiais da anos; e kata e kumitê – 18 a 21 anos, 22 a ITKF, e este ano certamente re35 anos, 36 a 49 anos, 50 a 56 anos, 57 a petiremos o feito”, disse o diri62 anos e 63 anos e acima. gente, que tem a esperança de As disputas por equipe serão comobter um recorde no número postas por três atletas no kata misto – de karatecas inscritos na copa até 13 anos, 14 a 17 anos e 18 anos e aciinterclubes. ma; kata veteranos masculino – 50 a 59 “A realização da Copa anos e 60 anos e acima; e kata veteranos Mundial Interclubes agrega feminino – 50 anos acima. enorme valor ao mundial. Este certame oferecerá um Dirigentes destacam intercâmbio gigantesco para a importância da os karatecas de todas as faiCopa Mundial xas etárias porque não limiInterclubes ta o número de atletas por modalidade. Além de proSérgio Bastos, presidente da Confeporcionar o surgimento de deração Brasileira de Karatê Tradicional, Sérgio Bastos, presid novos talentos, a disputa ente da Confederaç ão Brasileira de Ka lembrou que em 2010 o Brasil realizou a ratê Tradicional promove grande troca de melhor edição de mundiais da ITKF. experiências”, disse o professor Bastos. “Recebemos a copa interclubes e o privilégio sediar um evento de tamanha Ibrahim Albakr, magnitude em nosso Estado, sendo que presidente da Feparticipar de um mundial em outros paíderação Africana de ses é dificultoso e muito caro para todos Karatê Tradicional e nós, principalmente para os nossos atlemembro do consetas”, disse o dirigente, que concluiu falanlho administrativo do sobre a expectativa e o legado desta da ITKF, mandou importante competição. uma mensagem à “A copa gera grande expectativa comunidade intermundial por oferecer amplo leque de nacional. disputas e permitir que atletas e clubes “Eu gostaria do mundo todo tenham visibilidade de aproveitar esta internacional. Nossa estimativa é a de oportunidade para inscrever mais de 300 atletas somente encorajar todas no mundial interclubes. Penso que esas federações natamos trabalhando duro para que este cionais de karatê evento fique na história do karatê do tradicional a partiParaná e da ITKF.” ciparem da Copa O macedônio Dejan Nedev, secretário Mundial Interclunovo vislumbram um e Ibrahim Al Bakr, presidente da ATKF geral da Federação Europeia de Karate Trabes para comparGilberto Gaertner, presidente da ITKF a momento para o karatê tradicional na
Áfric
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COPA MUNDIAL INTERCLUBES 2019 dicional (ETKF) e membro do conselho administrativo da ITKF, destacou a expertise da CBKT na realização de grandes eventos. “Em primeiro lugar, gostaria de parabenizar a CBKT por seus esforços na organização da Copa do Mundo Interclubes em Curitiba. A confederação brasileira é uma das maiores e mais fortes federações de karatê tradicional do mundo, com enorme experiência na organização de grandes competições. Participei do
Alessandro Tizoni Ramos, presidente FPrKT e seu vice Jean Laure Edoardo
Jorge Crosa, presidente da Federação
de Karatê Tradicional do Uruguai
campeonato mundial realizado na cidade de Curitiba em 2010, e posso afirmar que foi um evento de excelência. Isso significa que a Copa do Mundo Interclubes deste ano será organizada no mais alto nível. Desejo tudo de bom para os organizadores e reitero que os países europeus darão grande apoio e participarão deste grande evento”, disse Nedev. Para o presidente da federação da Bahia e diretor técnico da Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional (CBKT), professor Eckner de Pereira Cardoso Sobrinho, é grande a expectativa para a realização da V Copa Mundial Interclubes. “Trata-se de um evento de alto nível, com o padrão de seriedade e organização dos dirigentes paranaenses. Algumas novidades serão testadas, como as modalidades de kata equipe mista e kata equipe máster, o que permitirá a participação de maior número de atletas de todos os países. Jovens a partir dos 8 anos também poderão inscrever-se por intermédio dos seus clubes”, disse o dirigente baiano. “Coordenados pelo professor Gilberto Gaertner, presidente da ITKF, os organi-
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zadores trabalham exaustivamente para êxito do certame. Enfatizo que a competição é um importante meio de aprimoramento técnico, físico e psicológico, aliado ao cultivo de valores inerentes aos praticantes de karatê-dô tradicional, inseridos no dojô-kun”, concluiu sensei Eckner. Otimista, Jorge Crosa, presidente da Federação de Karatê Tradicional do Uruguai, prevê uma conquista histórica para a seleção celeste. “Depois de uma participação excepcional no Campeonato Pan -Americano de 2018 em Curitiba, no qual foram medalhistas de ouro em várias modalidades e ocupaDejan Nedev, secretário geral da ram o segundo lugar entre as se- Trad Federação Europeia de Karate icional (ETKF) leções, os celestes buscarão reafirmar tudo que foi feito nos últimos quatro anos”, assegurou o dirigente uruguaio. nal 2019/Copa Bushidô. Será a maior deleO Uruguai espera desembarcar em gação que o Uruguai já organizou. terras brasileiras com 50 atletas aproximaMais informações e notícias sobre a V Copa Mundial Interclubes poderão ser damente, entre crianças, jovens e adultos. encontradas a partir de 1º de setembro no As eliminatórias para compor a delegasite www.itkf-events.com e no facebook ção uruguaia terminam em novembro, www.facebook.com/pg/itkf-events quando se disputa o Campeonato Naciowww.revistabudo.com.br
TORNEIOS EX TRAOFICIAIS
Torneio Sensei Chico do Judô
agita Mauá com mais de mil judocas
Professor Francisco de
Atletas perfilados no shiai-jo na cerimônia de abertura
Carvalho Filho, o Chico
do Judô
Ao todo, 46 clubes do Estado de São Paulo prestigiaram o evento que homenageou o professor Francisco de Carvalho, um dos mais destacados dirigentes do judô brasileiro
C
om o apoio da Prefeitura de Mauá e a supervisão da Federação Paulista de Judô, a 9ª DRJ ABC e a Associação de Judô Mauá realizaram a primeira edição do Torneio Sensei Chico do Judô da cidade de Mauá, que no domingo (25) reuniu mais de mil judocas de 46 agremiações no ginásio poliesportivo Celso Daniel, em Mauá (SP). Realizado para homenagear o professor Francisco de Carvalho Filho, o Chico do Judô, um dos mais destacados dirigentes do Brasil, o certame superou as expectativas traçadas em seu planejamento. José Gildemar de Carvalho, delegado da 9ª DRJ ABC, falou sobre a www.revistabudo.com.br
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PAULO PINTO
I Fotos BUDÔPESS
iniciativa que contemplou a criação de quatro novas importantes disputas nesta temporada do calendário do Grande ABC. “Buscando incrementar o judô em nossa delegacia regional, já no início de minha gestão criamos o Circuito Regional da 9ª DRJ ABC. A primeira etapa foi a Auto Shopping Global de Santo André; a segunda foi a do Judô Taboão; Mauá foi a terceira; e a última será a da Associação de Judô Hinodê. Nossa previsão para o evento de Mauá era receber cerca de 600 atletas, mas o carisma do professor Chico fez com que nossas expectativas fossem rapidamente superadas”, explicou o dirigente,
que assumiu o comando da 9ª DRJ em janeiro. Exibindo números bastante expressivos, o torneio realizado em seis áreas contou com participação de 29 árbitros, coordenados por Andaluza Aparecida Cossovan Marin e Ricardo Calvo. A coordenação dos oficiais técnicos ficou a cargo de Mariana Possari, coordenadora da 9ª DRJ ABC, e 26 professores kodanshas abrilhantaram o certame. A cerimônia de abertura reuniu autoridades esportivas e políticas, entre as quais Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Clóvis Cirilo Bosquetti, secretário de Serviços Revista Budô número 22 / 2019
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TORNEIOS EX TRAOFICIAIS
Alessandro Panitz Pu
glia
O torneio superou todas as expectativas traçadas
Após cumprimentar as autoridades presentes, Alessandro Puglia destacou os principais aspectos da gestão feita pelo professor Chico do Judô e reiterou o comprometimento do dirigente com o desenvolvimento do judô em todo o País. “Hoje é um dia muito especial porque este torneio homenageia a história escrita pelo professor Francisco. Tenho certeza de que todos os professores que aqui estão vieram para prestigiar um judoca que nos enche de orgulho. Quando eu tinha 12 anos o professor Chico já era delegado regional da federação, e posso afirmar que a história do Chico na modalidade fundamenta importantes conquistas. Sua gestão imprimiu grande desenvolvimento ao judô do Estado de São Paulo, e esta homenagem premia alguém que dedicou a vida verdadeiramente à nossa modalidade”, disse Puglia. Enaltecendo o apoio recebido pela Prefeitura de Mauá e a presença das autoridades, Gildemar de Carvalho, o Gil, reverenciou a trajetória do Chico do Judô. “Estamos homenageando um dirigente que é sinônimo de gestão esportiva bem-sucedida em nossa modalidade em São Paulo e no Brasil. Falar da história do judô paulista nas últimas décadas é falar da gestão de um dirigente
Autoridades na mesa de honra
Autoridades durante a execução do Hino Nacional
Urbanos de Mauá, que representou a prefeita Alaíde Damo; José Gildemar de Carvalho, delegado da 9ª DRJ ABC; Marcelo Oliveira, vereador de Mauá pelo PT; Gerardo Siciliano, presidente da Associação de Judô Mauá; Júlio Sakae Yokoyama, presidente do TJD da FPJudô; Adelto Damasceno, o Cachorrão, vereador de Mauá pelo Avante; Adib Bittar, coordenador financeiro da FPJudô; os delegados regionais Celso de Almeida Leite ( 15ª DRJ), Hissato Yamamoto (1ª DRJ), Akira Hanawa (14ª DRJ); Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô; Inácio Hirayama, contador da FPJudô; Andaluza Cossovan Marin e Ricardo Calvo, coordenadores de arbitragem da 9ª DRJ; e Celestino Seiti Shira (9º dan), que representou todos os professores kodanshas no certame. Destaque para a presença de Edinanci Silva, a lendária judoca paraibana radicada em São Paulo e que por muitos anos defendeu a cidade de São Caetano e a seleção brasileira, pela qual conquistou várias medalhas em mundiais, além de dois ouros nos Jogos Pan-Americanos.
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Além da muita garra e determinação, os judocas da base apresentaram excelente nível técnico
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As arquibancadas da arena Celso Daniel ficaram completamente tomadas
dinâmico, que projetou a modalidade a patamares mais elevados e jamais imaginados por todos nós. A gestão do professor Chico uniu todos os professores em torno de uma proposta que valorizou a modalidade em todos os níveis”, disse o delegado da regional do ABC. Agradecendo a presença e o carinho de todos que foram a Mauá, Chico do Judô falou sobre a emoção de ver o ginásio Celso Daniel tomado pelos judocas. “Faço um agradecimento especial aos pais, professores e atletas que estão participando desta competição, porque além de ser domingo está fazendo muito frio. Geralmente, este tipo de homenagem é feita aos professores que já estão com um pé na cova e o outro na casca de banana, mas espero que isto não ocorra tão cedo comigo”, brincou o dirigente, que confessou ter ficado bastante emocionado. “Quando entrei no ginásio e vi as arquibancadas tomadas e repletas de crianças, fiquei muito feliz e emocionado. Sobre o que o Alessandro e os demais professores falaram sobre o meu trabalho à frente da federação, lembro que ninguém realiza absolutamente nada sozinho. Meu sucesso sempre foi amparado na expertise da equipe que possuímos, e pelo comprometimento de nossa diretoria em parceria com os 16 delegados regionais e os milhares de professores do Estado de São Paulo”, lembrou Chico do Judô.
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Adelto Damasceno, o Cachorrão e Chico do Judô
Entrega de judogis doados pelo IKB e Ajinomoto Durante a cerimônia de abertura foram entregues os judogis oferecidos pela Ajinomoto do Brasil e o Instituto Kodokan do Brasil (IKB) às crianças de projetos sociais da 9ª DRJ ABC. A entrega dos kimonos foi feita por dirigentes, autoridades políticas e convidados que participaram da abertura do evento,
Mokutô O rei inicial, comandado pelo árbitro Paulino Kumagae, foi precedido pelo mokutô (minuto de silêncio) pelo falecimento do
Classificação Final Associação De Judô Hinodê Judô Clube Mogi das Cruzes Academia de Judô Pissarra A.D. Santo André São Paulo Futebol Clube Sociedaade Esportiva Palmeiras Academia de Judô Morada do Sol Academia de Judô Taboão - SBC Associação de Judô Nery A.R.C.D. São Bernardo
1º Lugar 2º Lugar 3º Lugar 4º Lugar 5º Lugar 6º Lugar 7º Lugar 8º Luga 9º Lugar 10º Lugar
Marcelo Oliveira e Chico do Judô
professor e atleta de grande destaque da classe veteranos Edson Shigueo Sakai e de Antônio Grecco, ex-secretário executivo da FPJudô e um dos grandes colaboradores da entidade. Grecco teve grande atuação nos anos 1990, início da administração Francisco de Carvalho Filho.
Associação de Judô Hinodê, a grande campeã Nos tatamis estavam grandes atletas, com destaque para os judocas da classe infanto-juvenil que haviam sido campeões uma semana antes no brasileiro sub 13 realizado em Curitiba. Resgatando uma velha tradição do judô, além das medalhas ofertadas aos quatro primeiros colocados de cada classe e categoria de peso, foram entregues troféus aos dez primeiros colocados na competição. A Associação de Judô Hinodê, de Santo André, foi a grande campeã; o Judô Clube Mogi das Cruzes foi vice-campeão e a Academia de Judô Pissarra, de São Paulo ficou em terceiro lugar. A Associação Desportiva Santo André ficou em quarto lugar e o São Paulo Futebol Clube, em quinto.
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KOTEI NO OMA JU
Puglia, Dell´Aquila, Takagi, Sekine, Ogawa, Sasaki e Chico prestigiaram sensei Okano, uma das maiores referências técnicas do judô brasileiro
Professor kodansha Shuhei Okano é condecorado por Naruhito, o novo imperador do Japão Grupo de japoneses radicados no Brasil faz parte da primeira leva de imigrantes e descendentes laureados pelo monarca do Japão, que assumiu o trono no dia 1º de maio
E
m cerimônia realizada nesta quintafeira (25) na residência do cônsul do Japão em São Paulo (SP), um pequeno grupo formado por imigrantes japoneses foi condecorado com a Ordem do Sol Nascente Raios de Prata, segunda maior honraria outorgada pelo governo japonês, e descendentes nascidos no Brasil receberam a Ordem do Sol Nascente Raios de Bronze. A condecoração outorgada pelo monarca Naruhito e entregue por Yasushi Noguchi, cônsul-geral do Japão, foi instituída em 1875 pelo imperador Meiji e tradicionalmente é entregue àqueles que presta-
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ram longos e meritórios serviços ao país, sendo destinada a civis, militares japoneses e estrangeiros. Entre os homenageados estavam empresários, profissionais liberais e o professor kodansha kyuu-dan (9º dan) Shuhei Okano, que dedicou sua vida à difusão do legado filosófico e técnico deixado pelo shihan Jigoro Kano O grupo homenageado nesta quintafeira foi o primeiro constituído por imigrantes laureado por Naruhito, que no dia 1º de maio substituiu seu pai Akihito – imperador emérito do Japão, nascido em 23 de dezem-
bro de 1933, em Tóquio – que abdicou do trono em cerimônia realizada em 30 de abril. Akihito foi o 125º imperador do Japão e ocupou o trono de 7 de janeiro de 1989 a 30 de abril de 2019, sendo o primeiro imperador a abdicar do trono em quase 200 anos. Ele ascendeu ao trono após a morte do pai, Hirohito, ocupando a 17ª posição na lista de monarcas e líderes mais longevos no cargo. Akihito foi o único monarca reinante da atualidade a ter o título de imperador. Participaram da cerimônia de outorga autoridades políticas e esportivas, além de familiares dos homenageados, entre os quais www.revistabudo.com.br
o casal Shuhei e Reiko Okano com os filhos Maurício Shunske Okano e Juliano Yasuhito Okano e a nora Mary Mishina Okano; Yasushi Noguchi, cônsul-geral do Japão em São Paulo; Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; Tatsuya Sasaki, presidente da Ajinomoto do Brasil; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil; Oswaldo Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô; Daniel Dell´Aquila, ex-judoca da seleção brasileira; e Seiji Takagi, diretor de AminoScience da Ajinomoto do Brasil.
Uma vida dedicada ao judô Nascido em 20 de janeiro de 1938, em Hokkaido, graduado em direito pela Universidade de Thu, em Tóquio, Shuhei Okano é um judoca educado e formado sob os preceitos, tradições e costumes da Ásia Oriental. Aos 28 anos migrou para o Brasil e mergulhou na vida e nos costumes de um País tropical, eminentemente cristão e com sua cultura marcada pela miscigenação. Ex-técnico da seleção brasileira e fervoroso colaborador da Federação Paulista de Judô, sensei Okano dedicou sua vida integralmente à modalidade. Apesar dos graves problemas de saúde, até os dias de hoje contribui incansavelmente para a difusão e o desenvolvimento da arte do caminho suave. Atualmente o professor Okano é presidente de honra do Instituto Kodokan do Brasil, auxiliando na área da pesquisa de dados para a história do judô no Brasil. É responsável também por várias publicações de cunho didático e cultural envolvendo o caminho suave. Dedica-se ainda ao aprimoramento do kosen judô (técnicas utilizadas em lutas de solo) e à defesa pessoal específica para mulheres.
Yasushi Noguchi, cônsul-geral do Japão em São Paulo, entrega a condecoração a Shuhei Okano
Ao lado do cônsul-geral do Japão, Reiko e Shuhei Okano exibem a homenagem imperial
Cerimônia marcada pela emoção Bastante emocionada, após a cerimônia de outorga Reiko Okano falou sobre a trajetória do marido no Brasil e de sua colaboração ao judô verde e amarelo. “Estamos casados há mais de meio século e sempre acompanhei o trabalho que o professor Okano desenvolveu no judô brasileiro. Mesmo jamais estando à frente de nada, na medida do possível o ajudei atuando nos www.revistabudo.com.br
Em foto histórica, Yasushi Noguchi com os agraciados pelo governo do Japão
bastidores, e mais do que ninguém sei de sua dedicação e comprometimento com os destinos do judô paulista e brasileiro. Ele sempre fez tudo com extrema retidão, e felizmente sempre houve pessoas que acreditaram em seu trabalho e o apoiaram. Isso fez com que muitos resultados positivos fossem alcançados no desenvolvimento do judô como modalidade olímpica. Muitas pessoas que o apoiaram já faleceram, mas dividimos esta importante homenagem com todos aqueles que apoiaram e participaram da longa jornada do sensei Okano”, disse Reiko Okano. Repetindo o mesmo feito de seu pai que no passado recebeu a mesma condecoração de Akihito, ex-imperador do Japão, Shuhei Okano externou a felicidade por receber tamanha honraria. “Sinceramente, tudo que fiz pelo judô do Brasil foi feito de coração e pensando apenas no desenvolvimento da modalidade. Eu não esperava receber tamanha honraria do governo japonês. Fiquei realmente surpreso com a homenagem feita pelo imperador do Japão e sinto-me honrado por tamanha deferência. Não posso deixar de agradecer às pessoas que me auxiliaram neste processo, e faço um agradecimento especial aos irmãos Hitoshi e Hatiro Ogawa, que em momentos distintos prestaram enorme colaboração, assim como os professores Takanori Sekine, Alessandro Puglia e Francisco de Carvalho, o kaichô que sempre reverenciou o oportunizou os principais mestres da nossa modalidade”, detalhou professor Okano. Com enorme destreza e exatidão, o ex-atleta da seleção brasileira Daniel Dell´Aquila destacou a importância do sensei Okano em diversos planos do cenário judoísta. “A homenagem concedida ao sensei Okano coroa uma história de vida dedicada a um ideal: difundir a filosofia e os princípios criados por Jigoro Kano, idealizador do judô, como instrumento de educação e desenvolvimento social. Com sua sabedoria, conhecimento e empenho, sensei Okano consegui influenciar, por meio do judô, diversas histórias de vida, sempre marcadas pela superação pessoal e sem perder de vista o respeito ao próximo.” “Hoje, inúmeras crianças, jovens, educadores e senseis levam essa bandeira à frente, como alicerce de suas vidas, e, de quebra, o judô transformou-se na modalidade olímpica mais Revista Budô número 22 / 2019
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KOTEI NO OMA JU vitoriosa de nosso País. Quantas pessoas chegam à fase madura de suas vidas podendo olhar para trás e constatar que cada minuto, hora, dia, mês, ano e década dedicada ao judô resultaram em um importante legado para a sociedade? Nós, discípulos do sensei Okano podemos dizer que ele pode fazer isso com tranquilidade, tamanho é o seu legado”, lembrou Dell´Aquila, que enfatizou a credibilidade do professor Shuhei no Japão. “Por mais de 50 anos abrindo portas no Japão e fora dele, para estágios, treinos ou trabalho, usando sempre seu prestígio pessoal e muitas vezes auxiliando com seus próprios recursos, sensei Okano, ao lado dos senseis Sekine, Ishii e o saudoso Onodera, dentre outros, criou o IKB, Instituto Kodokan do Brasil, único país a possuir instituição com esse nome fora do Japão”, disse. “A homenagem feita pelo cônsul do Japão em São Paulo, com a outorga do diploma concedido pelo imperador japonês, na presença de líderes de grandes empresas japonesas e autoridades máximas do judô paulista, materializa o enorme empenho da família Okano em prol do judô nacional. Como ex -atleta da seleção, e em nome das várias gerações de atletas formados e treinados por ele, faço um agradecimento sincero, reiterando minha eterna gratidão ao professor Shuhei Okano por tudo que nos proporcionou.” Além de lembrar alguns feitos importantes, Alessandro Puglia falou sobre a atuação decisiva do professor Okano em várias gerações de medalhistas olímpicos. “A partir da década de 1970, grandes ações do judô brasileiro contaram com a participação do professor Okano. Ele aglutinou um grupo de judocas que impulsionaram a modalidade tecnicamente. No shiai-jô ele se destacou e teve atuação decisiva nas conquistas de medalhistas olímpicos como Chiaki Ishii, Aurélio Miguel e Rogério Sampaio, criando um modelo de treinamento vencedor. Sua atuação neste setor foi decisiva”, disse o dirigente. “Eu mesmo fui beneficiado com o conhecimento que ele possui no
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Yasushi Noguchi, Shuhei e Reiko Okano com os convidados para a cerimônia
Japão e no ano de 1995 fui para Tóquio e outras cidades, por meio do intercâmbio organizado por ele. Assim como eu, vários judocas foram ao Japão graças ao importante conhecimento e credibilidade que ele possui em seu país até hoje. Fiz estágio em Tsukuba e este período foi muito importante para minha careira e a de muitos outros atletas”, lembrou o presidente da FPJudô. Puglia também enalteceu a iniciativa do governo japonês. “Desde a fundação, o Instituto Kodokan do Brasil mantém a mesma preocupação com o desenvolvimento do judô, principalmente no tocante à essência filosófica e aos fundamentos. Avalio que o recebimento da Ordem do Sol Nascente Raios de Prata, segunda maior honraria outorgada pelo governo japonês, coroa de êxito toda a obra e o legado deixado a nós brasileiros pelo sensei Okano”, concluiu Alessandro Puglia.
Missão cumprida
Alessandro Panitiz Puglia, Daniel Dell´Aquila, Maurício Okano, Seiji Takagi, Francisco de Carvalho, Hatiro Ogawa, Takanori Sekine, Tatsuya Sasaki, Shuhei Okano e Yasushi Noguchi
Oswaldo Hatiro Ogawa, Francisco de Carvalho Filho e Shuhei Okano
Profundo conhecedor da trajetória do professor Okano, Oswaldo Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô, descreveu a trajetória do homenageado. “Em 1964 o sensei Okano fez parte da seleção de judô japonesa que disputou os Jogos Olímpicos de Tóquio, mas não como titular. Assim que o torneio acabou ele iniciou o processo de migração para o Brasil. Antes, porém, assumiu compromisso junto à diretoria do Instituto Kodokan de propagar ainda mais o judô no Brasil. Esta foi a sua principal missão. Chegando aqui, assumiu na Usiminas (MG) um cargo na área do direito civil, na qual é formado. Naquela mesma época um grupo de japoneses migrou para vários países com a mesma missão e tenho certeza absoluta de que ele a cumpriu à risca”, lembrou Ogawa. Os judocas mais antigos sabem que o judô competitivo do Brasil viveu uma era antes da vinda do sensei Okano e outra que se iniciou com a sua chegada. Ogawa também ressaltou esse aspecto. “Por toda a vivência olímpica que adquiriu no Japão, aqui ele teve www.revistabudo.com.br
uma enorme participação na formação de atletas e equipes cada vez mais expressivas. Apenas para dar um exemplo, ele foi o técnico de Chiai Ishii e Lhofei Shiozawa, únicos judocas do Brasil nos Jogos de Munique 1972, quando aconteceu a conquista da primeira medalha olímpica do judô brasileiro.” Nessa época Okano decidiu reunir os melhores atletas de São Paulo para treinar no Clube Pinheiros aos sábados e domingos, e com isso conseguiu formar uma equipe forte e coesa. “Os Estados do Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais começaram a ficar para trás, e resolveram fazer o mesmo tipo de treinamento, o que fez com que crescessem e se desenvolvessem tecnicamente”, explicou Ogawa. “Assim o judô do Brasil ficou fortíssimo e distanciou-se dos demais países das Américas, já que nenhum deles apresentava tamanha competitividade interna. Dessa forma o sensei Okano obteve projeção nacional e conquistou a confiança dos judocas dos demais Estados. Com ele estavam sempre Ikuo Onodera e Chiaki Ishii.” Passada a fase de seleção brasileira, o professor Okano passou a dedicar-se mais às questões técnica, estrutural e histórica do judô de São Paulo e do Brasil. Posteriormente fez parte do grupo de professores que criou uma padronização na graduação. “As escolas do Hombu Budokan seguiam as normas estipuladas por meu avô e meu pai”, descreveu Ogawa, “mas cada uma das outras tinha suas regras, e aquele grupo de professores conseguiu criar um novo padrão para graduação do judô. Posteriormente a FPJudô criou todo um sistema de graduação que passou a ser adotado por outros Estados, e paulatinamente o judô foi-se estruturando, graças à atuação e dedicação de muitos judocas que nos precederam e transformaram a nossa modalidade nesta potência.” Alguns anos depois, em 1982, o professor Okano fundou o Instituto Kodokan do Brasil, visando a aproximar e oficializar a relação com o Instituto Kodokan de Tóquio, até hoje a meca do judô mundial. Por meio dessa iniciativa ele passou a organizar grupos de atletas e a desenvolver uma série de www.revistabudo.com.br
Justa homenagem
Alessandro Panitiz Puglia e Shuhei Okano
Alessandro Puglia, Daniel Dell´Aquila, Maurício Okano, Seiji Takagi, Takanori Sekine, Francisco de Carvalho, Hatiro Ogawa, Mary Okano, Juliano Okano, Tatsuya Sasaki, Shuhei Okano e Reiko Okano
intercâmbios e até mesmo parcerias com o instituto e o governo do Japão. Ogawa enfatizou que há mais de dez anos ele foca a introdução do judô nas escolas do ensino fundamental e que há exatos 54 anos no Brasil ele trabalha incansavelmente pelo desenvolvimento de nossa modalidade. “A homenagem feita a ele pelo imperador do Japão é totalmente pertinente”, concluiu Ogawa. “E ele até recebeu convite para ser homenageado no Japão, mas declinou em função da saúde. Aliás, ele nem queria receber esta homenagem, porque sua locomoção hoje em dia é um pouco difícil e ele não quer incomodar as pessoas. Mas graças à iniciativa do professor Francisco de Carvalho, que foi até a residência dele e conseguiu demovê-lo, tudo deu certo e a festa foi completa.”
Francisco de Carvalho iniciou sua avaliação mostrando a relevância do trabalho desenvolvido por Shuhei Okano no judô do Brasil “A outorga da comenda da Ordem do Sol Nascente Raios de Prata pelo imperador do Japão ao professor Shuhei Okano é uma justa homenagem pelos serviços prestados por ele na difusão da cultura japonesa no Brasil e pelo desenvolvimento técnico que ele proporcionou ao judô brasileiro. Esta é uma deferência feita a poucas pessoas no mundo, mas curiosamente o pai do sensei Okano também recebeu esta mesma comenda do governo japonês, porém isto aconteceu após a sua morte”, disse. “Desde jovem acompanho sua jornada e afirmo que esta premiação é revestida de grande importância e significado. Está coroando o trabalho e a dedicação de toda uma vida do sensei Okano e de sua esposa Reiko Okano, que além de cuidar dos filhos, do marido e da casa, sempre esteve nos bastidores dando o suporte necessário ao professor. Além de difundir a modalidade, o sensei impôs no Brasil, a cultura do desenvolvimento técnico alicerçado no treinamento sistemático dos fundamentos da modalidade”, detalhou o dirigente, que concluiu mostrando que a premiação feita ao professor Okano premia também todos os judocas do Brasil. “O histórico de vitórias e conquistas obtidas pelo sensei Okano foi coroado com esta premiação que premia igualmente o judô brasileiro e todos que estão envolvidos neste cenário – federações, CBJ, associações, professores e atletas do Brasil. Todos nós fomos reverenciados pelo governo japonês. Mais uma vez o sensei Okano nos premia com seu protagonismo e com seu trabalho. Todos nós devemos orgulhar-nos desse reconhecimento que o novo imperador está concedendo a um pequeno grupo de japoneses e descendentes, já que o resultado prático daquilo que começou em 1965 foi reconhecido e premiado num ambiente em que habitualmente vemos apenas empresários e executivos de grandes conglomerados”, lembrou o professor Francisco. Revista Budô número 22 / 2019
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São Carlos sedia fase final do campeonato paulista das classes sub 13 e sub 15 Disputa realizada no ginásio municipal de São Carlos, uma das principais arenas esportivas do Estado, recebeu 620 judocas e 255 clubes das 16 delegacias regionais da FPJudô
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om o apoio da prefeitura e da Secretaria de Esporte e Cultura de São Carlos, no dia 8 de junho a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou a fase final do campeonato paulista sub 13 e sub 15. A competição, que soma pontos para o ranking estadual, realizou-se no ginásio municipal de São Carlos, uma das principais arenas esportivas da região Centro-Leste de São Paulo, e recebeu 620 judocas de 255 clubes e associações das 16 delegacias regionais da FPJudô. A cerimônia de abertura teve a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; Edson Ferraz, secretário de Esporte e Cultura de São Carlos; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Fabiano Lourenço, diretor de esportes de rendimento da Secretaria de Esporte e Cultura de São Carlos; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Joji Chiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô;
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PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
Sebastião Alexandre da Cunha, o Sebá, chefe de projetos e planejamento da Secretaria de Esporte e Cultura de São Carlos e organizador do evento; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô; Júlio César
Jacopi, coordenador de Eventos da FPJudô; Marco Aurélio Uchida, coordenador de oficiais técnicos da FPJudô; e Marilaine Ferrante, coordenadora-adjunta de arbitragem da FPJudô. Completaram a mesa de honra os delegados regionais Celso de Almeida Leite, Raul de
Uma das principais referências da classe sub 15 paulista, Ernane Neves venceu todas as lutas por ippon
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Autoridades durante a execução do Hino Nacional
Mello Senra Bisneto, Cléber do Carmo, Osmar Aparecido Feltrim, Hissato Yamamoto, Argeu Maurício Oliveira, Wilmar Terumiti Shiraga, José Gildemar de Carvalho, Leandro Tomé Correa, Takeshi Yokoti e Sidnei Paris, da 8ª DRJ Oeste e anfitrião do evento, além de dezenas de professores kodanshas. Ao todo, 52 oficiais técnicos e sete coordenadores atuaram sob o comando de Marco Aurélio Uchida, enquanto 67 árbitros trabalharam nas oito áreas de disputa comandados pelos
árbitros FIJ A Takeshi Yokoti e Marilaine Ferrante. Representando o prefeito Airton Garcia Ferreira, o secretário de Esporte e Cultura são-carlense Edson Ferraz deu boas-vindas a todos os judocas que foram à cidade em busca de medalhas e pontos no ranking estadual. “Todos os judocas que chegam à fase final de um Campeonato Paulista de Judô já são vencedores. Sabemos das dificuldades que todos enfrentaram para chegar até aqui, e parabenizo os atletas e familiares por fazerem a opção de manter a família unida por meio
do esporte”, disse o secretário. Em seguida, saudou os árbitros que atuaram na disputa, cumprimentou o professor Francisco de Carvalho pelo conjunto de ações que projetaram o judô paulista no cenário nacional e o sensei Umakakeba, por ser uma importante referência da modalidade em todo o País. Edson Ferraz encerrou destacando o importante apoio que o esporte são-carlense recebe do prefeito Airton Garcia Ferreira. “Esta é a segunda vez que a FPJudô realiza um grande evento em nossa cidade, e
Os 620 judocas inscritos no certame receberam squeezes ofertados pela Ajinomoto do Brasil
A competição foi realizada em 10 áreas
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esta parceria é fruto do olhar diferenciado que o prefeito Airton Garcia Ferreira lança para o esporte. Entendemos que o judô e as demais modalidades que compõem a nossa grade esportiva são uma importante ferramenta de inclusão social, e desenvolvemos todos os esforços no sentido de promover a difusão de todas as modalidades esportivas vinculadas a nossa secretaria”, concluiu o secretário de Esporte e Cultura. Dando ênfase ao squeeze oferecido a todos os 620 judocas inscritos no certame pela Ajinomoto do Brasil, Alessandro Puglia destacou a importância da experiência, da troca e do aporte técnico que cada atleta obtém em cada competição. “É aqui que cada um de vocês vai colocar em prova o treinamento que realiza em seu dojô. É aqui que vocês colocarão a prova tudo aquilo que fazem no dia a dia em suas escolas, e isso passa também pela cortesia, pela eduRevista Budô número 22 / 2019
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Edson Ferraz, o secretário de Esporte e Cultura são-carlense dando boas-vindas a todos os judocas que foram a São Carlos
cação e disciplina. Aproveitem ao máximo cada combate que farão, pois é lutando, vencendo e perdendo que vocês se desenvolverão tecnicamente. Parabenizo todos os atletas e familiares que aqui estão e desejo sorte a todos”, disse o presidente da FPJudô. Após cumprimentar as autoridades presentes, Francisco de Carvalho Filho destacou a trajetória vencedora de Sebastião Alexandre da Cunha, o Sebá, quando atleta. Faço um cumprimento especial ao chefe de Projetos e Planejamento da Secretaria de Esporte e Cultura de São Carlos, o Sebá, pela trajetória vencedora nos tatamis. Sebá sempre se destacou nas competições, e até hoje conquista o lugar mais alto dos pódios das competições em que atua. No mês de maio ele foi o campeão peso médio da classe M3, defendendo a Associação Desportiva e Cultural Fábrica de Campeões de São Carlos, no Campeonato Paulista Veteranos, realizado em Itapecerica da Serra. Estou certo de que, fora dos tatamis, ele também é exemplo na gestão pública do esporte são-carlense. O dirigente encerrou lembrando que a fase final do campeonato paulista definirá o ranking estadual e as seleções paulistas que representarão o Estado no campeonato brasileiro. “A realização desta competição definirá o ranking estadual e apontará as equipes que representarão nosso Estado nos campeonatos brasileiros infanto-juvenil e pré-juvenil. Desejo que deem o melhor de si e façam o melhor pos-
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Francisco de Carvalho, presidente de honra da FPJudô
Francisco de Carvalho, Alessandro Puglia e Edson Ferraz
Alessandro Puglia, presidente da FPJudô
Árbitros fazem o rei inicial
Atletas perfilados no shiai-jô
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Após o término da competição Enzo Simomura Maximiano Trombini embarcou para o Japão, onde fará estágio para aperfeiçoar seu judô Edson Ferraz, Alessandro Puglia e Sidinei Paris com parte da equipe são-carlense que atuou na competição
Membros da diretoria e coordenadores de área da FPJudô com os delegados regionais que prestigiaram o importante evento realizado em São Carlos
Diretores e coordenadores de área da FPJudô com parte da equipe da Secretaria de Esporte e Cultura de São Carlos
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C AMPEONATO PAULISTA SUB 13 E SUB 15 sível hoje, e que depois defendam a tradição e a força da escola paulista de judô nas competições nacionais”, enfatizou Chico do Judô. Na sequência José Jantália comandou o juramento do atleta e convidou os 67 árbitros para se posicionarem para o rei inicial, que foi precedido pelo mokutô (minuto de silêncio) em homenagem ao professor kodansha Teruo Nakamura, falecido no dia 1º de junho em Tupã (SP), comandado pelo professor kodansha Carlos Honorato. Após a homenagem póstuma o árbitro Kendi Yamamoto proferiu o rei inicial e os combates foram iniciados.
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Uma nova geração com grandes promessas A fase final das classes sub 13 e sub 15 apontou a formação de uma nova geração de judocas muito bem preparados técnica e psicologicamente e, acima de tudo, com excelente postura nos shiai-jô. Alguns nomes despontam como destaque e já estão sendo disputados pelas principais equipes de judô do Estado e do País. O multicampeão peso médio Ernane Ferreira Neves da Silva, que defende o Projeto
Olhar do Futuro/ADPM-REG, é um dos principais exemplos desta nova geração. Contudo, basta um olhar um pouco mais profundo para identificarmos vários atletas que possuem potencial gigantesco de crescimento nos tatamis. Entre os atletas do pré-juvenil destacamos Pedro Henrique Mitsuaki Paes, campeão peso leve defendendo a Associação Namie de Judô; Enzo Simomura Maximiano Trombini, peso leve da Associação de Judô Bastos, que saiu da competição diretamente para o aeroporto de Guarulhos, com destino ao Japão, onde fará estágio para aperfeiçoar seu judô; Cauã Yuta Kokota Kiwada, vice-campeão peso meio-médio da Associação de Judô Araçatuba; Luísa Naomi Iutaka, campeã peso meio-leve que defende o Clube Paineiras do Morumby; e Isabella Marques Montaldi, a Portelinha, campeã do meio-pesado pelo São João Tênis Clube/Apaja. Entre os judocas da classe infanto-juvenil destacamos Talita Yukari Uemura Chiao, campeã peso meio-leve que defende a Academia Chiao de Judô; as gêmeas Isabeli Teixeira Barreto, campeã peso leve, e Júlia Teixeira Barreto, campeã meio-médio, da Associação Namie de Judô, que prometem fazer história nos tatamis; o fenomenal Fernando Masato Mitsuda, campeão peso leve também da Associação Namie de Judô; e João Pedro Delena Silva, campeão meio-médio da Associação de Judô Bastos. Outro grande destaque do infanto-juvenil é o judoca Bruno Quinhoneiro da Acert. O peso médio de Tupã é bicampeão da Copa São Paulo, bicampeão do Campeonato Paulista e já exibe muita personalidade no shiai-jô. A Federação Paulista de Judô tem apoio da Ajinomoto do Brasil, Original Tatamis, Shihan Kimonos e Adidas. Por meio das 16 delegacias regionais a entidade congrega mais de 10 mil atletas federados e está presente em 482 municípios. Anualmente a FPJudô credencia mais de 1.500 técnicos e 950 árbitros, que atuam nas competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais.
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KARATÊ BAIANO
A história do, karatê baiano é marcada pelo pioneirismo Fundada em 16 de dezembro de 1974, em ata firmada por Denílson Caribé de Castro, a FBK foi homologada oficialmente em 7 de novembro de 1975
de Castro, Professor Denílson Caribéiro patrono do karatê brasile
Os professores Ubiratan Bezerra, Antônio Carlos Negreiros e Milton Mucarzel Leovigildo
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POR
ASCOM/FBK I Fotos ARQUIVO
niciada pelo saudoso sensei Denílson Caribé de Castro, patrono do karatê brasileiro, o processo de fundação da Federação Bahiana de Karatê (FBK) percorreu caminhos que remontam à sua participação na criação do departamento de karatê da Confederação Brasileira de Pugilismo (CBP), assim como na criação da Confederação Brasileira de Karatê (CBK), em 11 de setembro de 1987, dois anos após sua morte, com especial destaque ao lendário dirigente baiano João Fauzi Abdala. A FBK, por sua vez, foi referência para a fundação de outras federações no Nordeste e de outras regiões do País, que utilizaram a experiência da FBK na organização e gestão das áreas técnica e de arbitragem. O ato de criação da entidade foi homologado pelo ministro da Educação e Cultura, em 30 de outubro de 1975, por meio de Portaria que seria publicada no Diário Oficial da União em 7 de novembro de 1975, fato pouco visto no karatê brasileiro. Primeira entidade do gênero no Brasil, a FBK teve papel decisivo na expansão e sedimentação do karatê na Bahia, em especial até o fim da década de 1990, quando diversos clubes e associações foram criados na capital e no interior do Estado. Para isso, entretanto, foi necessária a preparação de numerosos faixas-pretas. Detentora de diversos títulos nacionais e www.revistabudo.com.br
internacionais, a Bahia notabilizou-se na vertente do karatê esportivo desde os primórdios da arte no Brasil, quando seus atletas, em especial da família Caribé, fizeram parte de seleções nacionais. Decorridos 28 anos da sua criação, a FBK passou por um processo de provação e teve de mostrar sua capacidade de superação de obstáculos. Descontentes com a gestão daquela época, seus associados tiveram de promover uma ruptura no modelo, protagonizando o primeiro impeachment de um presidente de federação no karatê brasileiro. Mas isso só se concretizou após sofridas idas e vindas à Justiça comum, que deu ganho de causa aos denunciantes, cujo grupo era liderado pelos professores Ubiratan Bezerra, então vice-presidente da FBK; Antônio Carlos Negreiros, então diretor técnico da entidade, e Milton Mucarzel Leovigildo. A partir de 2001, já sob o comando do professor Ubiratan Bezerra, a FBK iniciou a reconstrução da sua credibilidade perante todas as entidades governamentais e de controle do karatê, em especial a CBK. Concluído o mandato em 2002, por eleição, o professor Antônio Carlos Negreiros assumiu o comando da entidade e a partir daí deu continuidade ao modelo de gestão implantado, levando a FBK a recuperar o respeito administrativo e a gestão esportiva que havia perdido.
Negreiros investiu maciçamente nos profissionais que lidam com os praticantes, com foco na formação do cidadão e, como corolário, a preparação do atleta. Para tanto, instituiu o curso de formação de professor de karatê, com chancela universitária e novo método de avaliação. Isso inclui todo o instrumental de formação do cidadão/karateca, com grade curricular específica por estilo, culminando com a preparação do faixa-preta avaliador, o qual deve obrigatoriamente passar por treinamento específico e prova de aptidão. Atualmente a modalidade, na Bahia, transita com naturalidade e facilidade entre o karatê marcial e o esportivo. Para tanto, tem o cuidado de manter tudo o que é necessário para que os seus filiados cultuem o karatê marcial (budô), sem perder a visão da necessidade de aprimoramento das técnicas por meio da essência de cada estilo. Ao mesmo tempo, busca constantemente aprimorar a técnica de combate, enquanto esporte, considerando o novo cenário vivido a partir da inserção do karatê no programa olímpico. Marca principal do grupo que assumiu a gestão da FBK, a transparência dos atos, ratificada por documento do conselho fiscal e pela assembleia geral, levou a entidade a ter acesso a diversos caminhos de parcerias com os governos estadual e municipal. Tal credibilidade possibilitou à FBK ter assento garantido em comissões governamentais, recebendo apoio para eventos que necessitam de aporte financeiro. O investimento feito no desenvolvimento de profissionais – desde atletas que atuam nas seleções estadual e nacional até técnicos, árbitros e dirigentes – promete resultados capazes de aproximar o karatê baiano da chama olímpica. Prova disso são os resultados alcançados por seus atletas, aqui e no exterior, com ênfase para a classificação no atual ranking nacional e olímpico. No momento em que nos aproximamos aos Jogos de Tóquio 2020, responsabilidades e desafios se avizinham, e o grupo dirigente da FBK busca por todos os meios transpô-los para levar a entidade ao local de destaque pelo qual tanto lutou o saudoso sensei Denílson Caribé de Castro. Revista Budô número 22 / 2019
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INTERC ÂMBIO BRASIL X JAPÃO
Workshop em capacitação de Hirotaka Okada reúne 154 professores em Curitiba
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Seguindo o mesmo sistema pedagógico exibido no Rio de Janeiro e São Paulo, o bicampeão mundial e mestre especialista em treinamento de judô apresentou um trabalho que enfatiza aspectos motivacionais e prioriza a integridade física e psicológica dos jovens praticantes
om apoio do governo do Japão, consórcio Sport For Tomorrow, Instituto Kodokan do Brasil e Prefeitura de Curitiba, a Federação Paranaense de Judô (FPrJ) realizou no dia 19 de fevereiro o workshop para professores sobre o judô nas escolas. O palestrante foi o renomado professor kodansha hachi-dan Hirotaka Okada, mestre especialista em treinamento de judô, professor associado e técnico da equipe principal da Faculdade de Educação Física da Universidade de Tsukuba (Japão) e professor da equipe infantil da cidade de Tsukuba, que dissertou sobre o tema Capacitação para o ensino do judô em âmbito escolar.
POR
PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992), bicampeão mundial em Essen (Alemanha, 1987) e Barcelona (Espanha, 1991), renomado árbitro FIJ A e comentarista da maior emissora de TV do Japão, o professor Okada voltou ao Brasil para consolidar o programa do judô nas escolas, um projeto ambicioso do governo japonês que enfatiza a importância de introduzir o judô nas escolas públicas e utiliza uma metodologia focada nos aspectos motivacionais, priorizando a integridade física e psicológica dos pequenos praticantes. A cerimônia de abertura foi acompa-
nhada por autoridades políticas e esportivas como Luiz Hisashi Iwashita, presidente da FPrJ; Hiroshi Teramichi, cônsul-geral adjunto do Japão; Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil; Emílio Antônio Trautwein, secretário municipal do Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba; Ryosuke Kimura, gestor de projetos do consórcio Sport For Tomorrow; Kenji Ishida, vice-cônsul do Japão; Carlos Eduardo Pijak Júnior, diretor de Esporte, Lazer e Juventude da Prefeitura de Curitiba; Roberto Mitio Harada, coordenador de projetos do IKB; Nobuyuki Nagata, representante do governo da Província de Hyogo no Japão; Rafael Borges, coordenador de comunicação do IKB; Carlos André Kussumoto,
Professores perfilados durante a execução do Hino Nacional Luiz Iwashita cumprimenta Hirotaka Okada
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coordenador de eventos da FPrJ; e Teppei Sakauchi, estudante da Universidade de Tsukuba, o uke do professor Okada na turnê realizada no Brasil. Completaram a mesa de honra os professores kodanshas Makoto Yamanouchi, Ney de Lucca Mecking, Roberto Nagahama, Ademir Xavier, Celso Takeshi Ogawa e Washington Toshihiro Donomai, tradutor oficial do workshop. A primeira fala da cerimônia de abertura foi proferida pelo secretário Emílio Antônio Trautwein, que, após dar boas-vindas a todos os judocas que estavam no Centro de Esporte e Lazer Dirceu Graeser, enalteceu os ensinamentos proporcionados pelo judô. “Em nome do prefeito Rafael Greca cumprimento todos os professores e judocas que vieram a nossa cidade prestigiar este importante evento. É com grande satisfação que a Prefeitura de Curitiba apoia encontros que fomentam a prática esportiva e o desenvolvimento humano. Além de todo o retrospecto olímpico vencedor, entendemos que o judô é uma das mais nobres artes por proporcionar aos jovens e crianças os ensinamentos glorificantes que dignificam a nossa sociedade”, disse o secretário municipal do Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba. O professor Takanori Sekine falou sobre a iniciativa governamental bilateral que pretende introduzir o judô nas escolas públicas do Brasil. “Por meio da iniciativa dos governos do Japão e Brasil, estamos desenvolvendo iniciativas que resultem na introdução do judô nas escolas da rede pública de ensino fundamental brasileiras. Graças ao importante trabalho realizado por todos vocês professores, o Brasil possui 2 milhões de judocas e buscamos agora atingir uma nova etapa, proporcionando a transmissão dos nossos princípios filosóficos para o maior número possível de crianças do País. Para atingir este objetivo contamos com a colaboração de todos vocês”, disse o presidente do Instituto Kodokan do Brasil. Hiroshi Teramichi, cônsul-geral adjunto do Japão enfatizou a importância da iniciativa que envolve o Brasil e o Japão. “Como todos vocês sabem, em 2017 os governos do Japão e Brasil estabeleceram um acordo que visa a introduzir o judô nas escolas públicas deste País. Desta forma, destaco que o papel de cada um de vocês é de suma importância no sentido de orientar bem as crianças que são o futuro do Brasil. Lembro que a educação é base de uma sociedade www.revistabudo.com.br
Okada jogando seu uke Teppei Sakauchi com tai-otoshi
desenvolvida, e se quisermos uma vida melhor para nossos filhos e netos, devemos focar nestes objetivos”, destacou o membro da equipe consular nipônica em Curitiba. Após parabenizar a destreza do professor Carlos André Kussumoto, coordenador de eventos da FPrJ, na realização do workshop, Luiz Hisashi Iwashita falou sobre a importância histórica e pedagógica da visita do professor Hirotaka Okada ao Paraná. “A história e a origem do judô paranaense estão eminentemente ligadas ao povo japonês. Aos imigrantes que nos idos de 1935 se reuniam para praticar judô em Assaí, na região Norte do Estado, com os senseis Shunzo Shimada, Shiro Suzuki, Hideo Takikawa, Yutaka Tanabe e o grande professor Sadai Ishihara, nosso eterno presidente de honra. Hoje, 84 anos após a vinda dos nossos ancestrais para o Brasil, recebemos a visita de um dos maiores ícones do judô do Japão na atualidade. Um judoca que, mesmo após todas as glórias e conquistas obtidas nos tatamis, resolveu dedicar sua vida ao desenvolvimento pedagógico do judô mundial, a quem reverenciamos pela humildade e o profundo conhecimento. Agradecemos ao IKB por esta iniciativa que certamente trará enormes benefícios para o Paraná e o Brasil”, afirmou o presidente da FPrJ.
Professores exaltam sistema pedagógico Ouvimos alguns professores que participaram da palestra e todos enalteceram a forma didática do trabalho apresentado pelo mestre japonês. José Luís Lemanczuk Júnior, do Judô Lemanczuk, destacou a progressão pedagógica do trabalho apresentado pelo professor Hirotaka Okada. “Achei a metodologia do professor Okada sensacional. O trabalho de progressão pedagógica de tudo que ele ensinou é espetacular, principalmente aquilo que é relacionado aos fundamentos: saudação, ukemis, postura, movimentação, esquiva e kumi-kata. Com isso, ele mostrou a progressão pedagógica para realmente ensinarmos o judô de maneira correta nas escolas”, explicou Lemanczuk. Neury Ferreira Tussolino, professor godan da Academia Budokan de Curitiba, elogiou o excelente padrão de ensino mostrado pelo sensei Okada. “Foi uma apresentação espetacular, que trabalhou e esmiuçou os pequenos detalhes que muitas vezes passam despercebidos por nós. O professor Okada foca exatamente os Revista Budô número 22 / 2019
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INTERC ÂMBIO BRASIL X JAPÃO pontos-chave do ensino do judô para crianças e estabelece um excelente padrão de ensino”, disse o professor responsável pelo dojô Budokan de Curitiba, que também parabenizou a FPrJ e o IKB pela importante iniciativa. Na visão do professor kodansha Celso Takeshi Ogawa, da Academia Hobby Sport de Maringá, o trabalho mostrado pelo mestre japonês inspira a formação e o desenvolvimento humano. “Cada vez mais a federação paranaense tem trabalhado em prol dos professores de todo o Estado, e esta ação foi mais uma excelente iniciativa da entidade. Sempre pedimos cursos com professores de renome, e desta vez o sensei Iwashita trouxe a Curitiba um ícone de nossa modalidade. Cada professor que aqui estava vai transmitir conhecimento para seus alunos, multiplicando assim a vivência adquirida. Sensei Okada foca uma faixa etária com a qual nós, professores, gostamos de trabalhar ensinando os fundamentos técnicos e filosóficos que a nossa modalidade possui. O judô não pode e não deve ser apenas competitivo. Temos de focar a formação e o desenvolvimento da criança que nos é confiada pelos pais. É exatamente isso que nos mostra e inspira o trabalho do sensei Okada”, disse Ogawa. O professor kodansha Ney de Lucca Mecking destacou o fracionamento das técnicas para melhor assimilação e maior aceitação das quedas pelas crianças. “Minha avaliação do workshop é a melhor possível, haja vista que a progressão pedagógica no ensino das técnicas, das formas de cair, da movimentação, do desequilíbrio e da execução da técnica em si é bem observada. Esta dificuldade buscada agora como melhoria para o ensino do judô no Brasil já se observa em vários segmentos porque os professores, de maneira geral, buscam formas de ensinar as crianças. Aqui também ocorrem situações semelhantes, que são fracionamentos da técnica em si e se caracterizam como progressões pedagógicas. Esta é a vertente principal do workshop que o professor Okada está passando: um fracionamento das técnicas para melhor assimilação e mais aceitação da queda, principalmente pelas crianças, evitando lesões”, detalhou o professor Mecking.
Emílio Antônio Trautwein, secretário municipal do Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba
Em seu pronunciamento Luiz Iwashita lembrou e enalteceu os pioneiros do judô paranaense
Hirotaka dissertou sobre a segurança nas aulas de judô, movimentos básicos em ne-waza, instruções básicas para professores treinarem crianças, movimentos básicos do nage-waza e segurança nos treinos de judô
Carlos André Kussumoto, Takanori Sekine, Kenji Ishida, Nobuyuki Nagata, Hiroshi Teramichi, Luiz Iwashita e Emílio Antônio Trautwein
Professores fazem o ritsu-rei
Okada surpreende pela excelente didática Um dos maiores nomes do judô mundial nos anos 1990, Hirotaka Okada fez história como atleta, posteriormente se destacou
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Professores perfilados na cerimônia de abertura
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Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil
Washington Toshihiro Donomai deu importante contribuição na realização do workshop
Em seu depoimento Hiroshi Teramichi destacou a relevância dos professores no processo de formação das novas gerações
Luiz Iwashita entrega certificado ao professor Okada
Os professores paranaenses acompanharam atentamente toda apresentação do mestre japonês
Professores kodanshas e autoridades
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Professores e dirigentes após a cerimônia de encerramento do workshop
Sensei Makoto Yamanouchi fez a tradução do primeiro bloco do seminário
como árbitro internacional e hoje é um dos judocas mais comprometidos com o projeto que visa a tornar o judô matéria extracurricular nas escolas públicas do ensino fundamental do Japão e em todos os países em que o judô é praticado. Na palestra apresentada no Centro de Esporte e Lazer (CEL) Dirceu Graeser, em Curitiba, mestre Okada discorreu de forma profunda sobre os fundamentos básicos da modalidade e abordou temas simples como posição correta dos pés, caminhar, sentar e reverenciar corretamente no shiai-jô. Falou sobre protocolos e códigos do judô com a mesma confiança e desenvoltura que demonstrou nas técnicas, como os seus tokui-wazas: o-soto-gari e o ko-uchi-gari, criado por ele para surpreender o senpai que o venceu por muitos anos seguidos. Externando enorme respeito e cuidado com as crianças e jovens iniciantes, mestre Okada mostrou como cada técnica pode ser ensinada de forma segura. Com grande serenidade exibiu o que deve ser feito para garantir total segurança aos iniciantes e fazer com que sigam trilhando o caminho pavimentado pelo shihan Jigoro Kano. Ou seja, a busca de um mundo melhor para todos por meio da prática de princípios como o jita-kyo-ei (se todos atuarem com o espírito de cooperação mútua, o trabalho de cada pessoa beneficia não só a si mesmo, mas também a outros) e o sei-ryokozen-yo (uso máximo e eficiente das energias espiritual e física de um indivíduo para realizar o propósito almejado). Mesmo realizado numa terça-feira, o workshop promovido pela FPrJ, IKB e governo do Japão contou com a participação de 154 professores vindos das cinco delegacias regionais do judô paranaense. A tradução e a interpretação da palestra foram executadas pelo professor kodansha Washington Toshihiro Donomai, de Cascavel (PR), que deu sua importante contribuição para esmiuçar e pormenorizar cada detalhe exposto pelo professor japonês. O Sport For Tomorrow é uma iniciativa capitaneada pelo governo do Japão que visa a utilizar o esporte como ferramenta no desenvolvimento social e humano. Por meio de uma iniciativa implementada conjuntamente pelos setores público e privado, o Sport For Tomorrow promoverá a prática esportiva para mais de 10 milhões de pessoas em mais de 100 países até 2020, ano em que Tóquio receberá os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de verão. Revista Budô número 22 / 2019
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12ª COPA SÃO PAULO DE JUDÔ
Com 2.538 inscritos e mais de 250 clubes, Copa São Paulo dá o hajime da temporada 2019 Além de receber uma agremiação do Chile e centenas de equipes de 17 Estados, a maior competição do judô pan-americano recebeu os presidentes de 12 federações POR
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Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou de 15 a 17 de março a primeira fase da 12ª edição da Copa São Paulo de Judô 2019, que anualmente abre o calendário esportivo do judô paulista. O evento, que teve apoio da Prefeitura de São Bernardo do Campo, permite que as principais equipes do País avaliem e aprimorem o trabalho desenvolvido na pré-temporada. Participaram desta primeira fase do certame agremiações vindas do Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. A competição classificatória para o Campeonato Brasileiro da Região V e para o Combat Games realizou-se no Ginásio Poliespor-
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tivo Adib Moysés Dib e reuniu 2.538 judocas das classes sub 11, sub 13, sub 15, sub 18, sub 21 e sênior. No próximo fim de semana haverá a disputa das classes aspirante, veteranos, kata e judô para todos. Os principais clubes do Brasil participaram da competição, que proporciona grande intercâmbio na base: Esporte Clube Pinheiros, Instituto Reação, Clube Paineiras do Morumby, Minas Tênis Clube, SESI- SP, Sociedade Esportiva Palmeiras, Praia Clube, A Hebraica, Academia Dojô Harai Goshi, A.D. São Caetano, Associação de Judô Yamate, Seduc-Praia Grande, Judô Lemanczuk, SESIDF, Associação de .Judô Bastos, A. Desportiva de Judô Tonietto, São Paulo Futebol Clube, Fundação Municipal de Esportes de São José, Club Athletico Paulistano, SKD Judô, Sport Club Corinthians Paulista, Centro de Treina-
mento de Judô Emílio Moreira, Associação de Judô Yamarashi, Judô & Cia., Clube Espéria, Associação de Judô Rogério Sampaio, Judô Fragoso, Associação Namie de Judô e São João Tênis Clube.
Autoridades prestigiam a competição A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Aildo Rodrigues Ferreira, secretário de Esportes do Estado de São Paulo; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Rogério Sampaio, campeão olímpico e diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil; Alex Mognon, secretário de Esportes de São Bernardo do Campo;
Dirigentes perfilados durante a execução do Hino Nacional
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Arnaldo Luiz de Queiroz Pereira, diretor de esportes olímpicos e formação do Esporte Clube Pinheiros; Beto do Social, vereador de São Paulo (PSDB); Sérgio Pessoa, técnico da seleção de base do Canadá; os medalhistas olímpicos Douglas Vieira, Henrique Guimarães, Carlos Honorato e Tiago Camilo, presidente da Comissão de Atletas do COB; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Joji Shiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador de árbitros da FPJudô; Edison Minakawa, gestor nacional de arbitragem da CBJ; Adib Bittar, coordenador financeiro da FPJudô; Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil; membros da diretoria da Ajinomoto do Brasil, a nova apoiadora do judô paulista (Toshiyuki Mochizuki, diretor vice-presidente, Seiji Takagi, diretor de operações, Yutaka Tsunoda, gerente de planejamento estratégico, Shimpei Ashina, gerente do depto. de Aminoscience); delegados regionais e dezenas de professores kodanshas paulistas.
A coordenação técnica da FPJudô espera receber mais 2.000 judocas no próximo fim de semana
Em seu pronunciamento prof. Francisco de Carvalho homenageou o sensei Shuhei Okano
No primeiro dia de disputa foram utilizadas 10 áreas
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12ª COPA SÃO PAULO DE JUDÔ Completaram a mesa de honra os presidentes das federações estaduais que superaram toda a pressão sofrida e prestigiaram a 12ª edição da Copa São Paulo de Judô: Luiz Hisashi Iwashita, Paraná; Moisés Gonzaga Penso, Santa Catarina; Georgton Pacheco, Tocantins; Antônio Luiz Milhazes Filho, Alagoas; José Caldeira Cardoso, Ceará; Cesár Augusto Paschoal, Mato Grosso do Sul; Delfino Batista da Cunha Filho, Acre; Luís Rodolfo Martins Leite, Maranhão; Fernando Moimaz, Mato Grosso; Tibério Maribondo do Nascimento, Rio Grande do Norte; e Antônio Jovenildo Viana, Amapá.
Judocas das classes sub 18, sub 21 e sênior perfilados
Pronunciamentos dos dirigentes e autoridades Alessandro Panitz Puglia deu boas-vindas aos judocas, professores e familiares dos atletas que foram a São Bernardo do Campo abrilhantar a 12ª edição da Copa São Paulo. “Estamos recebendo atletas de 16 Estados e um país, o Chile. Agradeço portanto, às equipes vindas do Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima e Santa Catarina, que vieram participar da nossa competição e abrilhantá-la”, disse o dirigente, que também enfatizou o nível técnico da competição. “Este é o maior torneio de judô das Américas, mas o fato relevante é seu nível técnico altíssimo, e este é o propósito da competição: contribuir significativamente no desenvolvimento técnico de todos os judocas que aqui estão. Temos de sonhar alto e treinar muito na busca do melhor resultado para o Brasil e para cada um de vocês”, disse o presidente da FPJudô. Agradecendo o apoio e a solidariedade dos judocas que se sensibilizaram com as enchentes que São Bernardo no fim de semana, Alex Mognon deu boas-vindas a todos. “Mais uma vez estamos surpresos com o que vemos aqui. A cada ano a Copa São Paulo se recicla e ocupa maior espaço em nossa arena. Parabenizo a FPJudô pela qualidade técnica da competição e número gigantesco de atletas inscritos. Agradecemos pelo fato de o judô trazer anualmente um número cada vez maior de visitantes para a nossa cidade e nos sensibilizamos com a campanha feita pela federação paulista e o apoio prestado pela comunidade de judocas. Em nome do prefeito Orlando Morando reafirmo que o Ginásio Adib Moysés Dib é a casa do judô paulista e que temos enorme prazer de rece-
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Professor Chico cobrou maior protagonismo dos pais na educação e formação das crianças
Aildo Rodrigues Ferreira destacou a importância do esporte na formação dos cidadãos. Alessandro Panitz Puglia deu boas-vindas as equipes dos 16 Estados que participaram da primeira fase da Copa Sâo Paulo 2019
Toshiyuki Mochizuki reafirmou o desejo da Ajinaomoto do Brasil de apoiar os judocas brasileiros
Alex Mognon agradeceu o apoio e a solidariedade dos judocas que fizeram doações para as vítimas das enchentes
Judocas fazendo o compromisso dos atletas
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Professores renomados de São Paulo com dirigentes estaduais
Visão parcial da mesa de honra
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bê-los”, disse o secretário de Esportes de São Bernardo do Campo Aildo Rodrigues, secretário de Esportes do Estado de São Paulo, parabenizou a cidade de São Bernardo pelo excelente equipamento esportivo e destacou a importância do esporte na formação dos cidadãos. “Trago hoje o abraço do governador João Dória a todos os atletas, professores, dirigentes e público presente. Fico emocionado ao ver um evento como este, porque sabemos da importância do esporte na vida, na construção e formação do cidadão. Muito obrigado pelo convite, porque tudo isto muito nos emociona. Parabéns e sucesso a todos os atletas que aqui estão”, disse. Agradecendo o convite para participar da Copa São Paulo, Toshiyuki Mochizuki reafirmou o desejo da Ajinomoto do Brasil de apoiar os judocas brasileiros. “O grupo Ajinomoto decidiu apoiar as atividades do IKB e da Federação Paulista de Judô, que trabalham pelo desenvolvimento social dos jovens. Visando a otimizar o desempenho dos judocas brasileiros nas Olimpíadas de Tóquio 2020, a Ajinomoto do Brasil criou o projeto Victory, que disponibiliza alimentação balanceada e o suplemento Amino Vital aos atletas brasileiros. Apesar de não ser divulgado no Brasil, muitos atletas do Japão utilizam o Amino Vital da Ajinomoto, e com isto estão obtendo melhor desempenho. Nosso desejo é ajudar os judocas brasileiros a se destacarem nas competições”, disse o diretor vice -presidente da multinacional alimentícia. Francisco de Carvalho Filho destacou a educação e paciência dos judocas durante as extensas cerimônias que antecedem as competições. “Quero em primeiro lugar cumprimentar a família do judô paulista, uma família que nos proporciona muito orgulho. É muito difícil fazer uma abertura tão extensa como as que nós fazemos, e não ouvimos um assovio e nenhuma vaia. E isto só é possível porque a comunidade do judô prima pela educação e a formação desde a base. Tenho muito orgulho desta comunidade e da forma como eles nos recebem sempre”, disse o dirigente, que na sequência homenageou um professor kodansha kyuu-dan (9º dan). “Quero homenagear o professor Shuhei Okano, que não está presente devido a um problema de saúde. Ele foi atleta da seleção japonesa, depois, já no Brasil, formou centenas de grandes atletas, foi técnico da seleção brasileira e desempenhou papel fundamental no desenvolvimento técnico do judô nacional abrindo as portas do Japão para os Revista Budô número 22 / 2019
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12ª COPA SÃO PAULO DE JUDÔ
Homenagem feita às vítimas do massacre de Suzano
Parte dos professores e dirigentes na mesa de honra
Alfredo Dornelles, Arnaldo Queiróz, Floriano de Almeida e Francisco de Carvalho
Carlos Honorato, Sérgio Pessoa, Rogério Sampaio, Tiago Camilo e Hatiro Ogawa
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Diretores da Ajinomoto do Brasil com dirigentes da FPJudô
Classificação por associa
Agremiação
1º Esporte Clube Pinheiros 2º Associação Namie de Judô 3º Clube Paineiras do Moru mby 4º Instituto Reação 5º SESI-SP 6º Associação de Judô Araç atuba 7º Associação Desportiva São Caetano 8º Seduc-Praia Grande 9º São João Tênis Clube/Ap aja
10º Associação Brasileira A Hebr 11º A.R.C.D. São Bernardo 12º Associação Yamazaki de 13º Academia Corpo e Arte
Judô
14º Projeto Olhar do Futuro 15º Ômega Academia 16º Judô Clube Mogi das Cruz es 17º Club Athletico Paulistano 18º Minas Tênis Clube 19º Associação de Judô de Bastos 20º SET de Mogi Guaçu
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aica
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Pontos Ouro Prata Br onze 82 13 3 8 58
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judocas brasileiros. Posteriormente fundou o Instituto Kodokan do Brasil e criou uma ponte entre o Brasil e o Instituto Kodokan de Tóquio. Atuando nos bastidores e com enorme discrição, o professor Okano é uma das maiores autoridades do judô em nosso País.” O professor Francisco de Carvalho finalizou cobrando maior protagonismo e comprometimento dos pais na educação e na formação das crianças brasileiras. “Frente a tudo isto que estamos vendo e vivendo, quero dizer que é de suma importância que os pais tenham consciência de sua responsabilidade e obrigação. Não é obrigação do professor, do prefeito, do secretário de Estado dar educação às crianças. A educação dos nossos filhos cabe a cada um de nós e não abram mão disso. Não terceirizem a educação dos seus filhos. Quem sabe assim tenhamos no futuro uma geração melhor do que a nossa e quem sabe um País melhor que o de hoje. Temos um quadro político e social lamentável e tenho certeza de que cada um dos senhores que aqui estão não quer que esta triste história se repita”, concluiu o presidente de honra da FPJudô.
Mokusô pelo massacre de Suzano e pela fatalidade que ceifou a vida do jovem Haniel Simas No encerramento da cerimônia de abertura o presidente da FPJudô fez o mokusô (minuto de silêncio) em homenageou as vítimas do bárbaro e trágico ataque na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no município de Suzano, em São Paulo. A dupla de atiradores Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro, ambos ex-alunos, matou cinco estudantes e duas funcionárias da escola. No total dez pessoas morreram e 11 foram feridas. Foi lembrado também o jovem e talentoso judoca Haniel Gabriel de Oliveira Simas, faixa preta sho-dan do São João Tênis Clube, de Atibaia (SP), que faleceu na sexta-feira (15 de março), vítima de um acidente de trânsito quando voltava da faculdade de Direito. Campeão paulista e com passagens pela seleção brasileira, Haniel destacou-se rapidamente e era exemplo de conduta dentro e fora dos tatamis. Após o mokutô os árbitros se posicionaram entre os competidores e a mesa de honra para o compromisso dos atletas e o rei inicial, que foi comandado pelo árbitro Mário Miranda. Revista Budô número 22 / 2019
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C AMPEONATO PAULISTA VETERANOS 2019
Itapecerica da Serra
sedia o Campeonato Paulista
Comprovando a importância e o glamour que envolvem as disputas da classe veteranos, o presidente e o gestor nacional de eventos da CBJ prestigiaram a cerimônia de abertura do certame POR
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PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS e MARCELO LOPES/FPJUDÔ
om o apoio da prefeitura e da Secretaria de Esporte e Lazer de Itapecerica da Serra, da Associação Desportiva União da Comarca (ADUC) e da Sabesp, a Federação Paulista de Judô promoveu o Campeonato Paulista Veteranos 2019. A disputa, que reuniu 312 atletas de 57 clubes, realizou-se no dia 25 de junho no Centro Poliesportivo Antônio Baldusco, em Itapecerica da Serra (SP), uma das melhores arenas esportivas do Estado. A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; José Jantália, vice-presidente da entidade; Joaquim Neto, que representou o prefeito Jorge Costa e o secretário de Esporte e Lazer de Itapecerica da Serra Valdomiro de Freitas Dias, o Miro; Silvio Acácio Borges, presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); Roberto Joji Chiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Edison Koshi Minakawa, gestor nacional de arbitragem da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador estadual de arbitragem;
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Matheus Teotônio, gestor nacional de eventos da CBJ; os medalhistas olímpicos Rafael Baby Silva e Carlos Honorato; os vereadores professor Marcelo e Cepacol; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô; Michiharu Sogabe, representante do conselho de graus da CBJ: Jun Shinohara, supervisor técnico da seleção masculina olímpica; Miriam Ischallioni, representante da Sabesp; delegados regionais; renomados professores kodanshas do Estado de São Paulo; Eduardo Lourencetto e diversos colaboradores do esporte de Itapecerica da Serra. Agradecendo o apoio da prefeitura e a presença de todas as autoridades, Alessandro Puglia parabenizou os judocas que foram agraciados com nova graduação. “Cumprimento o professor Hatiro Ogawa e o professor Antônio Honorato de Jesus pela atualização de suas promoções. Atuando em áreas distintas, ambos nos orgulham pelo trabalho que realizam no judô do nosso Estado”, disse o dirigente paulista, que concluiu parabenizando o judoca do São Paulo Futebol Clube, Josué Gomes Bragança, o Zuzu, pela conquista da medalha de ouro
Atletas durante a execução
Revista Budô número 22 / 2019do Hino Nacional
A disputa realizada em Itapecerica da Serra mostrou uma nova geração da classe Veteranos
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No encerramento da cerimônia de abertura, árbitros e autoridades fazem o rei inicial
Veteranos Autoridades durante a execução do Hino Nacional
na última edição do Campeonato Mundial Veteranos, realizado em Cancún, no México. Enaltecendo a importante presença do presidente da CBJ cerimônia de abertura do paulista veterano, Francisco de Carvalho Filho destacou a complexidade que permeia a gestão esportiva. “Cumprimento o professor Sílvio Acácio Borges, presidente da CBJ, afirmo que fazer a gestão em nível nacional de uma modalidade olímpica como é o judô, o esporte com melhor retrospecto olímpico do Brasil, com a necessidade de fazer o mostrar sempre o melhor, é algo extremamente difícil e complexo, e cumprimento o Sílvio pela gestão frente à Confederação Brasileira de Judô”, disse o presidente de honra da FPJudô. Ele também destacou o comprometimento dos judocas da classe veteranos. “Agradeço a todos que participaram direta e indiretamente da organização deste importante evento do calendário da FPJudô, e finalizo cumprimentando cada um dos judocas que estão no shiai-jô, em busca do título paulista e da manutenção do sonho de lutar, competir e fazer judô”, concluiu Chico do Judô.
Os medalhistas olímpicos Carlos Honorato e Rafael Silva durante a execução do Hino Nacional
Após cumprimentar Alessandro Puglia e Michiharu Sogabe, o presidente da Confederação Brasileira de Judô parabenizou os atletas que estavam perfilados no shiai-jô. “Parabenizo os dedicados e empenhados atletas que aqui estão. É uma honra muito grande vir prestigiá-los dentro deste evento da federação paulista, que é sem dúvida alguma a maior competição desta categoria. Lembrando que tão logo assumimos a CBJ, aos sermos procurados por representantes desta categoria, a CBJ abraçou a causa e vem tentando ao longo deste período oficializar e dar ainda mais sustentação a esta classe. Temos hoje aqui o nosso gestor técnico, que responde por esta categoria, e fizemos questão de estar aqui para afiançar a vocês que a nossa preocupação, sabendo que não podemos dar muito no nível do que é necessário, não estamos medindo esforços em nível de organização e oficialização”, disse o dirigente, que finalizou falando sobre o gigantismo do judô paulista.
Atletas perfilados no shiai-jô
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C AMPEONATO PAULISTA VETERANOS 2019
José Neto e os vereadores professor Marcelo, Cepacol e Chico do Judô
“É muito bom estar na federação paulista e poder evidenciar a representatividade junto à CBJ. Presidente Alessandro, enquanto fazia uso da palavra mencionou, os nomes dos nossos representantes aqui. Sogabe sensei, Minakawa, Matheus, Jun e Baby, que hoje aqui representa a seleção principal da CBJ. Então não são pouco, são membros efetivos da confederação brasileira e filiados oriundos deste Estado que é sem dúvida alguma a maior potência do judô nacional. Parabéns a todos, sucesso, e que possamos estar fazendo a partir daqui a caminhada para o nosso campeonato brasileiro, os campeonatos pan -americano e sul-americano e o mundial do Marrocos”, concluiu Sílvio Acácio Borges. O professor Eduardo Lourencetto, anfitrião de Itapecerica da Serra, agradeceu à coordenação de eventos da FPJudô pela oportunidade de a cidade receber mais uma vez um importante evento do judô paulista. “Em nome do prefeito Jorge Costa agradeço a diretoria da FPJudô e em especial à
José Neto da boas-vindas aos atletas e dirigentes
Alessandro Puglia, presidente da FPJudô
Francisco de Carvalho Filho, presidente de Honra da FPJudô
Sílvio de Acácio Borges, presidente da CBJ
José Jantália, vice-presidente da FPJudô
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Alessandro Puglia, Rafael Silva, Hatiro Ogawa e Sílvio Acácio após a entrega do certificado do hachi-dan
Rafael Silva e Hatiro Ogawa exibem o certificado do 8ª dan
coordenação de eventos, por mais uma vez estarmos sediando a fase final de um grande certame da modalidade. Finalizo fazendo um agradecimento especial à Sabesp, pelo apoio irrestrito ao Campeonato Paulista Veteranos e ao Torneio de Judô de Itapecerica da Serra que se realizará aqui amanhã”, disse Lourencetto. Na sequência houve a entrega da graduação de hachi-dan (8º dan) ao professor kodansha Oswaldo Hatiro Ogawa e o reconhecimento tardio da oficialização da certificação de árbitro FIJ B ao professor kodansha Antônio Honorato de Jesus. A execução do rei inicial foi comandado pelo experiente árbitro Mário Miranda. A coordenação de arbitragem do Campeonato Paulista Veteranos ficou a cargo do professor kodansha Takeshi Yokoti, auxiliado pelo professor João David de Andrade. A comissão disciplinar do certame foi composta pelos professores Lauro Miaki, Marco Aurélio Uchida e Ademir Nora. O júri de arbitragem atuou sob o comando dos professores Takeshi Yokoti, João David de Andrade e Mário Miranda. Compuseram a comissão técnica os professores Valter Pereira Júnior, João do Grito e Maurício Kawahara.
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Hatiro Ogawa e Francisco de Carvalho exibem o certificado do 8ª dan
Muita técnica e determinação Reafirmando o poderio do judô máster verde e amarelo, atual campeão mundial dos veteranos, no shiai-jô vimos lutas memoráveis e muitos judocas sobrando na qualidade técnica e na determinação em todas as classes, e não apenas nas M1, M2 e M3. A cada ano os atletas veteranos aprimoramse física, técnica e psicologicamente, o que acaba resultando em combates cada vez mais parecidos com o judô que vemos nas classes júnior e sênior. Cobrimos lutas em seis áreas simultaneamente, e seria no mínimo irresponsável de nossa parte relacionar aqui os judocas que se destacaram na técnica, na garra ou em ambas as condições. Mas uma coisa é certa: a classe veteranos de São Paulo exibe hoje um desempenho de altíssimo nível, e com isto o judô veteranos brasileiro vai muito bem, obrigado. A Federação Paulista de Judô tem o apoio da Ajinomoto do Brasil, Original Tatamis, Shihan Kimonos e Adidas. Por meio das 16 delegacias regionais a entidade congrega mais de 10 mil atletas federados e está presente em 482 municípios. Anualmente a FPJudô credencia mais de 1.500 técnicos e 950 árbitros, que atuam nas competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais.
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Copa São Paulo aproxima dirigentes e fomenta o intercâmbio técnico entre Estados Edição histórica do maior certame do judô verde e amarelo levou dirigentes de 11 federações estaduais a São Bernardo do Campo, proporcionando também grande intercâmbio na área da gestão POR
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efinitivamente, os números da 12ª edição da Copa São Paulo de Judô impressionam e comprovam que ela é o maior certame do judô brasileiro e, muito provavelmente, também a maior competição interclubes do judô mundial. Com a participação de 4.445 atletas, 278 árbitros, 1.163 técnicos, 804 clubes, 372 oficiais técnicos e 12 presidentes de federações estaduais, esta edição da Copa São Paulo confirma que a coordenação técnica da Federação Paulista de Judô (FPJudô) está capacitada para promover e realizar eventos grandiosos. Participaram da cerimônia de abertura
PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
numerosas autoridades esportivas e políticas de grande expressão, mas o principal destaque foi o número expressivo de dirigentes estaduais presentes em São Bernardo do Campo para conhecer e ver de perto como é feita a gestão da maior competição de judô das Américas. Mais de 16 presidentes estaduais haviam confirmado presença no certame, mas deixaram de comparecer por motivos alheios à vontade deles. Entre os dirigentes que enfrentaram a pressão exercida em várias esferas do esporte nacional e foram a São Paulo estavam Luiz Hisashi Iwashita, Paraná; Moisés Gonzaga Penso, Santa Catarina; Georgton
Thomé Burjar Moura Pacheco, Tocantins; Antônio Luiz Milhazes Filho, Alagoas; José Caldeira Cardoso, Ceará; Cesár Augusto Paschoal, Mato Grosso do Sul; Delfino Batista da Cunha Filho, Acre; Luís Rodolfo Martins Leite, Maranhão; Fernando Moimaz, Mato Grosso; Tibério Maribondo do Nascimento, Rio Grande do Norte; e Antônio Jovenildo Viana, Amapá. Ao avaliar o gigantismo da competição, cada dirigente estadual destacou um aspecto importante da disputa que, além de reunir atletas, técnicos e equipes de 21 Estados, constituiu o hajime do calendário esportivo desta temporada. Dirigentes na confraternização realizada na Churrascaria Fogo de Chão
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Os medalhistas olímpicos Rogério Sampaio, Douglas Vieira, Tiago Camilo e Carlos Honorato com dirigentes na cerimônia de abertura da Copa São Paulo
Em bate-papo informal os dirigentes avaliaram o momento do judô nacional
Moisés Gonzaga Penso cumprimenta Francisco de Carvalho Filho
Presidentes exaltam a Copa São Paulo “Mais uma vez São Paulo confirma seu gigantismo e mostra excelência na realização de eventos de grande magnitude, seja no número de atletas ou no de clubes, deixando grande exemplo de gestão para os demais Estados, disse Antônio Jovenildo da Silva Viana, presidente da Federação Amapaense de Judô (FAJ). Luiz Hisashi Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô (FPrJ), lembrou: “Todos os anos faço o possível para estar na Copa São Paulo, um evento monstruoso, com enorme importância técnica, que nos deixa muito orgulhosos de participar”. Para Delfino Batista da Cunha Filho, presidente da Federação de Judô do Estado do Acre (FJEAC), a Copa São Paulo é um evento de que a família judoísta brasileira tem orgulho. “O Acre sempre participou e participará desta competição que proporciona enorme intercâmbio técnico”, avaliou “A Copa São Paulo é referência para todos nós e revela altíssimo nível técnico. Santa Catarina enviou alguns atletas, como em todos os anos, porque é muito importante para o desenvolvimento técnico de todos nós”, disse Moisés Gonzaga Penso, presidente da Federação Catarinense de Judô (FCJ). “Esta é a terceira vez que participamos da Copa São Paulo, e este é um evento de enorme sucesso por tudo que oferece aos atletas e técnicos”, afirmou Luiz Rodolfo Leite, presiden-
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Raul Senra, Moisés Gonzaga, Adib Bittar, Hatiro Ogawa, César Augusto Paschoal e Luís Rodolfo Martins
Mais de 16.000 pessoas foram ao Ginásio Adib Moysés Dib no primeiro fim de semana da Copa São Paulo 2019
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12ª COPA SÃO PAULO DE JUDÔ te da Federação Maranhense de Judô (FMJ). “Ela abre o calendário esportivo da temporada e é aqui que os nossos atletas têm oportunidade de conhecer judocas de todos os Estados. Para nós, do Maranhão, a Copa São Paulo possui especial importância.” Cesár Augusto Progetti Paschoal, presidente da Federação de Judô do Mato Grosso do Sul (FJMS), que já veio ao evento no ano passado, disse que espera voltar outras vezes para presenciar o grande exemplo de organização e gestão. “Pela quantidade de atletas que participam, só mesmo uma equipe altamente capacitada pode realizar algo desta magnitude, e a FPJudô faz isto com maestria. Temos aqui um exemplo de gestão de grande valia para que todas as federações de menor porte possam aprender a executar eventos desta relevância”, enfatizou. “A Copa São Paulo é referência para todos nós. Nós organizamos a Copa Ceará, e sem dúvida alguma aprendemos muito acompanhando este evento. A organização, a premiação e até mesmo a divulgação da copa são impecáveis”, disse José Caldeira Cardoso Neto, presidente da Federação Cearense de Judô (FECJU). “Estou muito feliz por voltar mais uma vez a este grandioso evento”, garantiu Ton Pacheco, presidente da Federação de Judô do Estado de Tocantins (FEJET). “A cada ano a equipe técnica da FPJudô melhora e aperfeiçoa uma competição que se renova a cada ano e acaba atraindo um número sempre maior de participantes.” Fernando Moimaz, presidente da Federação Mato-grossense de Judô (FMTJ), considera a Copa São Paulo um evento verdadeiramente grande e uma referência importantíssima para quem vem de outros Estados. “Pelo gigantismo, a nossa avaliação do certame é ótima; porém, o grande legado desta iniciativa é o intercâmbio técnico que proporciona aos atletas de todas as classes e pesos”, disse “Este é um evento fantástico e exemplar em termos de organização, de adesão de atletas, clubes e, sobretudo, de competência da equipe organizadora. Isto mostra a capacidade da liderança em desenvolver eventos de tamanha magnitude”, destacou Antônio Luiz Milhazes Filho, presidente da Federação Alagoana de Judô (FAJU). “Estamos aqui para parabenizar o presidente Alessandro Puglia pelo grandioso evento que reuniu milhares de atletas de todo o País, registrar a nossa alegria em poder estar presente e observar o desempenho de grandes atletas”, afirmou Tibério Maribondo do Nascimento, presidente da Federação de Judô do Estado do Rio
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Os professores kodanshas Miguel Suganuma, Michiharu Sogabe, Emílio Moreira e Paulo Duarte com dirigentes
Dirigentes em foto oficial nas dependências do Ginásio Poliesportivo de São Bernardo do Campo
Luiz Iwashita, José Cardoso Neto, Antônio Luiz Milhazes, Fernando Moimaz e Francisco de Carvalho
José Caldeira Cardoso Neto cumprimenta o presidente de honra da FPJudô
O maranhense Luís Rodolfo Leite com os colegas paulistas
Antônio Luiz Milhazes cumprimenta os amigos paulistas
Adversários nos tatamis nos anos 1960, Iwashita e Chico vivem hoje momentos inusitados na gestão esportiva
Antônio Jovenildo Viana cumprimenta o amigo Chico do Judô
Cesár Augusto Progetti despediu-se oficialmente da gestão do judô sul-mato-grossense na Copa Sâo Paulo
Reintegrado ao circuito competitivo, Delfino Batista e atletas do Acre marcaram presença na Copa São Paulo
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Além de professores kodanshas e dirigentes, nesta foto estavam um campeão e três vice-campeões olímpicos
Francisco de Carvalho enfatizando a importância de encontros entre os dirigentes estaduais
Grande do Norte (FJERN). E aproveitou para convidar todos para a Copa Natal.
Francisco de Carvalho destacou a importância da união entre os dirigentes que fazem o judô acontecer
Grupo de dirigentes incorporado com Tibério Maribondo do Nascimento, Laedson Lopes e Tiago Camilo
Fernando Moimaz cumprimenta os colegas Chico do Judô e Alessandro Puglia
Ton Pacheco com Rafael Silva
Fernando Moimaz concedendo entrevista para a equipe da Budôpress
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Luiz Iwashita, Antônio Viana e Francisco de Carvalho
O ponto alto do encontro foi a entrega da faixa vermelha e branca (6º dan) a Antônio Viana que recebeu seu roku-dan do professor kodansha (9º dan), Miguel Suganuma uma das maiores referências técnicas do judô brasileiro
Luiz Milhazes concedendo entrevista para a equipe da Budôpress
Mostrando enorme satisfação pelo número expressivo de dirigentes estaduais que participaram da 12ª Copa São Paulo de Judô, Francisco de Carvalho, presidente de honra da FPJudô, afirmou que os dirigentes que foram a São Bernardo do Campo abrilhantaram o certame e prestigiaram os atletas. “Avalio que a participação dos presidentes estaduais na Copa São Paulo é de suma importância, principalmente acompanhando a classe máster, que a cada ano vem-se destacando nos cenários nacional e internacional, obtendo resultados significativos. É uma classe que começou modestamente em São Paulo e se espalhou por todo o País, tornando-se hoje uma realidade. Agradeço a todos os presidentes que estiveram em nosso evento porque, além de abrilhantá-lo e proporcionarem um upgrade na competição, prestigiaram os atletas de seus Estados que aqui estavam”, disse o professor Chico, que detalhou a importância da participação de todos eles. “Solicitamos que cada dirigente avaliasse a competição, apontando os erros e acertos. É só deste jeito que podemos construir uma competição com nível cada vez melhor: ouvindo os presidentes. E foi muito bom. Tivemos momentos de descontração e pudemos trocar ideias sobre os mais diferentes assuntos relativos ao judô e à sociedade, e expusemos as nossas expectativas sobre o momento que vivemos. Foi um encontro extremamente importante para todos nós, e desejo que no ano que vem tenhamos não 12 ou 13, mas sim 27 presidentes, para vivermos um momento de descontração e de intercâmbio muito maior. Acredito que, quanto maior for a aproximação dos dirigentes que realmente fazem o judô acontecer, maior será o judô do Brasil”, previu Francisco de Carvalho. Revista Budô número 22 / 2019
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C ampeonato Paulista Sub 18
Em Hortolândia, SESI-SP vence o Paulista sub 18 e conquista o primeiro título da temporada
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Evidenciando o excelente momento na classe juvenil, a equipe de Bauru consolidou sua conquista totalizando nove medalhas, sendo duas de ouro, quatro de prata e três de bronze
om o apoio da Prefeitura de Hortolândia, e por meio da parceria entre a 8ª Delegacia Regional Oeste e a Secretaria de Esportes e Lazer de Hortolândia, a Federação Paulista de Judô realizou no dia 4 de abril a fase final do Campeonato Paulista sub 18 de 2019. Principal evento na contagem de pontos para o ranking paulista, o campeonato da classe juvenil reuniu 291 atletas das 16 delegacias regionais do judô paulista no Centro de Especialidades em Artes Marciais Eliel Gomes, projetado exclusivamente para os esportes de combate. Inaugurado em 16 de setembro de 2017, com investimento estimado em R$ 6 milhões, o Centro de Especialidades em Artes Marciais é resultado de parceria entre os governos federal e municipal. Mensalmente, o espaço atende 3 mil crianças e, segundo a coordenação do equipamento, existe uma fila de espera com nomes de milhares de jovens de Hortolândia e região. A cerimônia de abertura reuniu autoridades políticas e esportivas, entre as quais Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da entidade; Ângelo Perugini, prefeito de Hortolândia; Sidnei Paris, delegado da 8ª DRJ Oeste e anfitrião do evento; Marcos Antônio Panicio, o Mercadão, secretário-adjunto de Cultura, Esportes e Lazer de Hortolândia; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Régis Athanázio Bueno, secretário de Inclusão e Desenvolvimento Social de Hortolândia; Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô; Joji Kimura, coordenador técnico da FPJ; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJ; Marco Aurélio Uchida, coordenador de oficiais de mesa da FPJudô; Júlio César Jacopi, supervisor de eventos da FPJudô; e os vice-campeões olímpicos Douglas Vieira e Carlos Honorato.
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PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
Em Hortolândia o judô paulista mostrou uma classe juvenil renovada e muito bem preparada
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Atletas perfilados no shiai-jô
Mercadão, Douglas Vieira, Alessandro Puglia, Ângelo Perugini, Carlos Honorato, Reinaldo Naia e Roberta Gecyaza
Sérgio Matos, Douglas Vieira, Reinaldo Naia, Anderson Dias, Francisco de Carvalho, Alessandro Puglia, Ângelo Perugini, Mercadão, Roberta Gecyaza, José Jantália, Milton Trajano, Carlos Honorato e Régis Bueno
Também compuseram a mesa de honra os delegados regionais André Gonçalves Costa (13ª DRJ Alta Sorocabana), Osmar Aparecido Feltrim (6ª DRJ Araraquarense), Cléber do Carmo (12ª DRJ Mogiana), José Gildemar de Carvalho (9ª DRJ ABC), Celso de Almeida Leite (15ª DRJ Grande Campinas), Leandro Tomé Correa (10ª DRJ Central); os professores kodanshas Umeo Nakashima, Paulo Alvim Muhlfarth, Roberto Luís Fuscaldo, Rubens Pereira, Tomyo Takayama, Anderson Dias de Lima, Galileu Paiva dos Santos, Sumio Tsujimoto, Sadao Fleming Mulero, Floriano de Almeida, Marcos Elias Mercadante, Eduardo Freire da Silva, Antônio Carlos Mesquita, Milton Trajano da Silva, Omar Augusto Miquinioty Júnior, Edson Silva Barbosa, Mercival Daminelli, Pedro Edson Neri de Paiva e Antônio da Silva; e os professores Sérgio Matos, Reinaldo Naia Cavazani e Roberta Gecyaza de Andrade Yamashita, presidente da Associação Hortolandense de Judô.
Parte dos árbitros que atuaram em Hortolândia Autoridades durante a execução do Hino Nacional
Alessandro Puglia presenteando o prefeito de Ângelo Perugini com uma bolsa da FPJudô
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Dirigentes e autoridades durante a cerimônia de abertura
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Pronunciamentos da cerimônia de abertura Após saudar autoridades, professores e atletas, Ângelo Perugini, prefeito de Hortolândia fez uma menção especial aos professores Sérgio Matos e Reinaldo Naia por ostentarem brava e honradamente a bandeira do judô na cidade e deu boas-vindas a todos. “Agradeço à diretoria da FPJudô, que mais uma vez elegeu o município de Hortolândia para sediar a fase final do Campeonato Paulista sub 18, importante evento da modalidade. Faço uma saudação especial aos árbitros que brilhantemente conduzem os combates, e encerro cumprimentando os atletas que, diferentemente daqueles que fazem do chão o seu fim, fazem do chão e dos tatamis o início de jornada de vitórias para o Estado de São Paulo e para o Brasil”, discursou o prefeito hortolandense. Agradecendo o empenho de toda a equipe da cidade na realização de mais um importante evento do calendário da federação e cumprimentando todas as autoridades presentes, Alessandro Puglia conclamou os atletas da classe juvenil a perseguirem seus sonhos e ideais. “Quero mais uma vez lembrar a todos os atletas que vieram a Hortolândia em busca da realização de um sonho ou atingir sua meta que vale a pena lutar por ideais. Nós, atletas que no passado atingimos os mesmos obje-
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tivos que vocês perseguem, estamos sempre buscando mostrar referências a vocês. Hoje estão conosco Douglas Vieira e Carlos Honorato, dois gigantes que disputaram as finais dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984 e Sydney 2000, respectivamente, e ambos foram vice-campeões. Além de tudo que os dois fizeram e conquistaram para o Brasil, até hoje eles continuam atuando na área técnica e são um exemplo vivo de que vale a pena treinar duro e perseguir objetivos”, relembrou o presidente da FPJudô. Ressaltando o comprometimento do governo municipal de Hortolândia com o esporte, e em especial com os eventos da Federação Paulista de Judô, Francisco de Carvalho desejou que em sua gestão o prefeito Ângelo Perugini consiga dar prioridade àqueles que mais necessitam do serviço público e finalizou destacando a importância dos atletas da base no projeto de gestão da FPJudô. “Reafirmando a importância dos atletas que compõem a base do judô paulista em nosso projeto, destaco que, em parceria com a Ajinomoto do Brasil, este ano o Alessandro Puglia e a coordenação técnica da FPJudô estão desenvolvendo um trabalho diferenciado, que visa a proporcionar à classe sub 18 um período de treinamento no Japão. Poder oferecer maior intercâmbio técnico que resulte no crescimento dos nossos atletas é a prioridade da Federação Paulista de Judô”, afirmou o dirigente.
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Judô Clube Mogi das Cruzes é campeão do feminino e SESI-SP fatura o masculino Nos tatamis, o primeiro lugar geral em cada gênero foi conquistado por duas equipes que dedicam enorme atenção à base e congregam grandes talentos. O Judô Clube Mogi das Cruzes ficou no topo do feminino com quatro medalhas (uma de ouro, uma de prata e duas de bronze). Conquistando duas medalhas (uma de ouro e uma de bronze), o Esporte Clube Pinheiros ficou em segundo lugar. O São João Tênis Clube/APAJA e a Associação Marcos Mercadante de Judô ficaram em terceiro com duas medalhas (uma de ouro e outra de bronze). A Associação de Judô Kyoei, de Suzano, Clube Internacional de Regatas, Projeto Olhar do Futuro e o Judô na Faixa Team ficaram na quarta colocação conquistando uma medalha de ouro. O SESI-SP terminou na quinta colocação no feminino, conquistando quatro medalhas (duas de prata e duas de bronze). Já no masculino o SESI-SP assegurou a primeira colocação, conquistando cinco medalhas (duas de ouro, duas de prata e uma de bronze). Ratificando sua tradição nos tatamis, o Judô Praia Grande ficou em segundo lugar com duas medalhas de ouro. O Clube Paineiras do Morumby obteve a terceira colocação somando duas medalhas (uma de ouro e uma de prata). A UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos e a Associação de Judô Araçatuba ficaram em quarto lugar com duas medalhas (uma de ouro e uma de bronze). O São João Tênis Clube/APAJA assegurou a quinta colocação geral no masculino conquistando uma medalha de prata. www.revistabudo.com.br
SESI-SP inicia a temporada em altíssimo nível Totalizando nove medalhas, sendo duas de ouro, quatro de prata e três de bronze, a equipe do Serviço Social da Indústria conquistou a primeira final de estadual desta temporada e levou para Bauru o título de campeã geral do certame. O São João Tênis Clube/APAJA foi vice-campeão geral conquistando três medalhas (duas de ouro e uma de bronze). O Judô Praia Grande assegurou o terceiro lugar no quadro geral obtendo duas medalhas de ouro. O Judô Clube Mogi das Cruzes ficou em quarto lugar com cinco medalhas (uma de ouro, uma de prata e três de bronze). O Esporte Clube Pinheiros e o Clube Paineiras do Morumby ficaram em quinto, conquistando duas medalhas (uma de ouro e uma de prata). A comissão técnica e os atletas do SESI-SP dedicaram o título do campeonato paulista juvenil de 2019 ao professor kodansha Omar Augusto Miquinioty Júnior, recém-empossado técnico da equipe. “Há poucas semanas assumi o comando técnico de uma equipe da qual eu já fazia parte, e este título é muito bem-vindo, pois mostra o entrosamento que existe em nosso grupo e premia o excelente trabalho desenvolvido pelos membros de nossa comissão técnica e os atletas. Acima de tudo esta conquista expõe a sintonia das áreas administrativa e técnica do SESI-SP”, disse o professor Miquinioty. Revista Budô número 22 / 2019
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COPA SÃO PAULO VETERANOS 2019
São Paulo F. C. é tricampeão da Copa São Paulo Veteranos e Judô Alto da Lapa vence no kata
Certame que reuniu judocas de 14 Estados e uma equipe do Chile abriu oficialmente o calendário de eventos da classe máster do Brasil desta temporada POR
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om o apoio da Prefeitura de São Bernardo do Campo, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou no dia 24 de março a quarta fase da 12ª edição da Copa São Paulo de Judô, voltada para as classes veteranos, kata e para todos. A competição realizou-se no Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib e reuniu 593 judocas da classe veteranos, que abrangeu disputas nas categorias M1 a M8 no masculino e M1 a
PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS e MARCELO LOPES
M4 no feminino. Na competição do kata 92 duplas disputaram medalhas do nage-no-kata, ju-no-kata, katame-no-kata, kime-no-kata e kodokan goshin jutsu. Cerca de 67 judocas participaram da competição para todos. Mantendo a tradição dos principais eventos realizados pela FPJudô, mais uma vez a cerimônia de abertura da Copa São Paulo Veteranos contou com a apresentação magistral do grupo Taiko Kendaiko, da Vila Lusitânia, de
São Bernardo do Campo. O grupo formado eminentemente por percussionistas também utiliza instrumentos típicos de sopro, e remeteu ao Japão os judocas presentes na arena poliesportiva de São Bernardo do Campo. Ratificando a importância da Copa São Paulo Veteranos, participaram do certame atletas vindos de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Tocantins, Amapá, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio de
Autoridades na mesa de honra durante a cerimônia de abertura
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Mais uma vez o grupo Taiko Kendaiko marcou presença na abertura da Copa São Paulo Veteranos Alessandro Puglia, presidente da FPJudô
Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô
Janeiro, Maranhão, Rio Grande do Norte, São Paulo e mais uma equipe do Chile. A competição transcorreu em dez áreas montadas com os novos tatamis fornecidos pela Ajinomoto do Brasil. A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades esportivas, entre as quais Alessandro Puglia, presidente da FPJudô; Francisco de Carvalho, presidente de honra da FPJudô; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Joji Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Georgton Pacheco, presidente da Federação de Judô do Tocantins; Júlio Yokoyama, presidente do TJD da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador de árbitros da FPJudô; Dante Kanayama, coordenador dos exames de gra-
duação da FPJudô; e os delegados regionais Hissato Yamamoto, 1ª DRJ; Argeu de Oliveira, 3ª DRJ; André Gonçalves, 13ª DRJ; Wilmar Shiraga, 5ª DRJ; Celso de Almeida Leite 15ª DRJ; e Jiro Aoyama, 7ª DRJ. O cerimonial da Copa São Paulo Veteranos foi abrilhantado com a presença de dezenas de professores kodanshas paulistas, entre estes Miguel Suganuma, Dante Kanayama, Pedro Jovita, Takeshi Yokoti, Massaru Yanaguimori, Solange Pessoa, Paulo Ferraz Alvim Muhlfarth, Takeshi Nitsuma, Satoru Ebihara, Celso Ferreira Franco, Leandro Alves Pereira, Gerardo Siciliano, Antônio Honorato de Jesus, Marilaine Ferranti Antonialli, Walmir Shiraga, Gerardo Siciliano, Alcides Camargo, Roberto Joji Kimura, Antô-
Na semifinal do peso médio M5, Ton Pacheco encaixa um potente uchi-mata e projeta Marcos Benador
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Atletas perfilados na cerimônia de abertura
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COPA SÃO PAULO VETERANOS 2019 nio Tadeu Tardelli Uehara, Rodrigo Guimarães Motta, Fernando da Cruz, Rubens Pereira, Alessandro Panitz Puglia, Georgton Burjar Pacheco, Francisco de Carvalho Filho, Tomyo Takayama, Jiro Aoyama, Argeu Maurício de Oliveira, José Gomes de Medeiros, Nélson Hirotoshi Onmura e Milton Ribeiro Correa. Nos tatamis estavam grandes nomes da classe veteranos e vários campeões mundiais que foram a São Bernardo do Campo para dar o start a mais uma temporada vibrante da classe máster. Com uma equipe aguerrida e com um judô consistente o tricolor do Morumbi conquista o tricampeonato da Copa São Paulo A equipe são-paulina foi a São Bernardo com 17 atletas, disputou nove finais e conquistou 14 medalhas – seis de ouro, três de prata e cinco de bronze. A equipe do tricolor do Morumbi totalizou 44 pontos, que garantiram o tricampeonato consecutivo da competição Campeões da Copa São Paulo em 2017 e 21018, e heptacampeões do Torneio Beneméritos do Brasil na temporada passada, a equipe máster do Morumbi é hoje o time mais forte do judô bandeirante, e em seus quadros estão grandes nomes dos tatamis. Entre os campeões da equipe são-paulina figuram a meio-leve do F1 Lilian Canassa Terada, a leve do F1 Cristina Castilho, a peso pesado do F1 Vanessa Kelly, o peso leve do M1 Adriano Lima Silva, o meio-médio do M5 Shigueto Yamazaki e o pesado do M2 Josué Gomes Bragança Júnior, o Zuzu. Entre os vice-campeões está o meio-médio do M4 Rogério Shinobi, o meio-médio do M1 Paulo Henrique Conceição e a peso pesado do M3 Fernanda Rojas. Os medalhistas de bronze foram: o peso médio do M1 Madson André Marques, o meio-pesado do M4 Evilásio Martins, o meio-pesado do M3 Marciel Martins, o peso ligeiro do M1 Bruno Pires Vieira e a meio-pesado do F2 Juliana de Paula Medeiros. Em depoimento para a Budô, Zuzu, o atual campeão mundial dos pesados do M2, falou sobre a hegemonia tricolor na classe máster no Estado de São Paulo e destacou o relevante apoio que a equipe recebe da diretoria tricolor. “Na temporada passada conquistamos os principais títulos da classe veteranos. Quase todos os nossos atletas venceram torneios estaduais, nacionais, continentais e o mundial realizado em Cancún, onde de quebra o Brasil conquistou o título inédito de campeão, graças ao excelente desempenho dos atletas de todo o Brasil que foram ao México. O São Paulo Futebol Clube mantém uma estrutura excelente, e tanto o professor André Cipriani, diretor de judô, quanto o doutor Antônio Donizete Gonçalves,
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Os professores kodanshas kyuu-dan Dante Kanayama e Miguel Suganuma, com Celso Franco que é shichi-dan
Os tambores do grupo Taiko Kendaiko elevaram o ritmo da disputa
A mauaense Jéssica Amaral foi vice-campeã peso médio do M1
O árbitro FIJ B, Antônio Honorato de Jesus observa o combate finalizado por ippon
A cada ano a classe veteranos evolui e apresenta lutas mais eletrizantes
Usando seu seoi-nage indefensável Vitor Carvalho de Freitas da Associação Matsuda de Judô de Macaé (RJ), venceu os dois primeiros combates em menos de 15 segundos
O coronel Antônio Marin foi vice-campeão pesado do M6 jogando de ippon
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Defendendo o Judô Giberti de Assis, o pesado Elton Quadros Fiebig conquistou mais um ouro na copa Sâo Paulo
Mais uma vez o maranhense Marcos Leite marcou presença na Copa São Paulo
diretor de esporte social, não medem esforços para apoiar as nossas iniciativas”, disse o peso pesado, que ainda falou sobre a área técnica. “Atingimos nossos objetivos graças ao comprometimento e à união que existe. Estamos sempre realizando treinamentos fortes e incentivando os atletas a se desafiarem, buscando sempre estabelecer objetivos e metas. Acho que um grande exemplo disso é a nossa meio-pesado do F1 Juliana de Paula Medeiros, que deu à luz há quatro meses e fez questão de lutar. Falamos que era cedo, mas ela insistiu, lutou e conquistou o bronze”, disse Zuzu. Josué Bragança comemorou o início brilhante de temporada. “É muito importante iniciar a temporada conquistando o tricampeonato de uma competição que reuniu 14 Estados e 124 clubes. Isto dá um incentivo maior para começar o ano buscando novas metas, assim como mostrar o nosso trabalho e elevar o nome do judô do São Paulo Futebol Clube.” Entre os grandes nomes da equipe máster tricolor, destacam-se Shigueto Yamazaki, atleta olímpico, ícone de uma geração e campeão dos Jogos Pan-Americanos de Cuba (1991) e bronze no mundial de Cancún; Lilian Canassa Terada, campeã mundial em Cancún; Josué Gomes Bragança Júnior, campeão mundial em Cancún; Adriano Lima, campeão mundial em Cancún; Bruno Pires, vice-campeão mundial; e Madson André Marques, campeão pan-americano. Detentores de títulos tão importantes, todos fizeram questão de competir em São Bernardo e iniciar a temporada marcando presença no pódio.
Vice-campeã, ICI quer ser a maior e melhor equipe máster do Brasil
Daniel Hideki, campeão pesado do M3 vence combate por imobilização
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Alessandro e Chico do Judô, com os judocas da equipe campeã
O ICI (Instituto Camaradas Incansáveis) trouxe uma equipe que sofreu profundas transformações na última temporada, mas mesmo assim conquistou a vice-liderança da competição, ficando apenas a dois pontos da primeira colocada. Com seis medalhas de ouro, duas de prata e seis de bronze o clube do bairro da Pompeia, na capital paulista, totalizou 42 pontos. Em nome da equipe, o multimedalhista Cristian Cesário falou sobre o trabalho desenvolvido especificamente para a Copa São Paulo 2019. “Este ano nos reunimos, fizemos uma força-tarefa dentro do ICI e trouxemos todos os veteranos federados para fazer uma campanha expressiva na Copa São Paulo Veteranos. Felizmente deu certo e fomos vice-campeões.
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COPA SÃO PAULO VETERANOS 2019 Levamos 19 atletas e conquistamos 14 medalhas. Realmente nos empenhamos muito e todos que precisaram entrar no peso atingiram este objetivo. Acredito que graças ao treino forte e ao empenho de todos conquistamos um excelente resultado. Ficamos apenas com dois pontos menos que o São Paulo, um clube tradicional e que possui uma equipe máster consolidada há alguns anos.” Avaliando a importância desta conquista para uma equipe recém-criada, Cesário explicou que a meta do ICI é ser a equipe número 1 do Brasil. “Esta conquista é fundamental para alavancar e embasar ainda mais as nossas pretensões, que é a de sermos a maior e melhor equipe de veteranos do Brasil. Este foi apenas o primeiro passo. Vamos nos reagrupar, aumentar e preparar melhor a equipe para que no ano que vem possamos obter o primeiro lugar em todas as competições másteres realizados no Brasil”, afirmou o campeão mundial do M3. Entre os destaques do ICI figuram grandes nomes do judô veteranos mundial: Silvio Tardelli Uehara, meio-leve do M6, campeão da copa e do mundial em Cancún; Cristian Cesário, peso ligeiro do M3, campeão da copa e do mundial de Cancún; Bahjet Rached Kassem Said, campeão meio-médio do M3 na copa e bronze em Cancún; Renato Fiori Ramos, vicecampeão pesado do M2 na copa e no mundial de Cancún; Humberto Alonso, bronze no meio -pesado do M2 na copa e vice-campeão em Cancún; Rogério Gonçalves, campeão meio -leve no M1 na copa; e Rodrigo Reis, campeão peso pesado do M1 da copa.
Parte da equipe do São Paulo nos tatamis da Copa São Paulo
Os medalhistas da Copa São Paulo do ICI reunidos no dojô do bairro da Pompéia
Alessandro Puglia entreg Diko, os representantes a o troféu de campeão a Zuzu e do São Paulo F.C.
Terceira colocada, Associação de Judô Yanagimori é uma das principais forças do judô máster paulista A equipe osasquense foi a São Bernardo com 12 atletas e conquistou nove medalhas – duas de ouro, três de prata e quatro de bronze –, que renderam 23 pontos e a terceira colocação no quadro geral de medalhas. Com o retrospecto de ter sido a terceira colocada na Copa São Paulo Veteranos em 2017 e quinta colocada em 2018, a Associação de Judô Yanagimori de Osasco apresenta-se como uma das principais forças da classe veteranos no Estado de São Paulo. Neto do professor kodansha kyuu-dan (9º dan) Massaru Yanaguimori, o fundador da tradicional escola de Osasco, Daniel Hideki Kan falou sobre a tradição da Yanagimori na classe veteranos.
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vice-campeã a Alessandro Puglia entrega o troféu de Cristiano Cesário, representante do ICI
Joji Kimura entrega o troféu de terceiro coloca Hideki, da Associação de Judô Yanagimori do a Daniel
“A principal força da nossa academia reside nos atletas da categoria veteranos. Creio que isto aconteça devido à quantidade e à qualidade dos atletas e, aos bons treinos que fazemos. A qualidade e a constância do treinamento resultam em bons resultados nas competições”, disse Daniel Hideki. Avaliando a importância de iniciar a temporada em terceiro lugar numa competição que reuniu 14 Estados e 124 clubes altamente competitivos no judô de veteranos, o campeão pesado do M3 revelou que pretende ampliar a força de sua equipe ainda nesta temporada. “Terminar na terceira colocação é uma grande honra, pois a Copa São Paulo é o maior torneio de judô das Américas, e a cada ano melhora ainda mais em termos organizacionais e competitivos. Somamos nove medalhas, mas esperamos contar com mais atletas nas próximas competições. Uma das grandes novidades da equipe foi a volta do meu tio Ziró Yanagimori ao shiaijô. Após 45 anos parado, ele competiu e sagrou-se campeão meio-leve do M8”, comemorou Hideki, que avaliou a importância desta conquista. “Este resultado possui grande importância, já que comprova que somos uma força numa classe hoje tão disputada. Mostra também que podemos evoluir e buscar www.revistabudo.com.br
Os professores kodanshas Jiro Ayoama e Massanori Yanagimori com parte da equipe terceira colocada
O pódio com as primeiras cinco equipes classificadas
melhores resultados na temporada”, disse. Entre os principais nomes da equipe osasquense estão: Ângelo Berto, peso pesado do M4, campeão pan-americano, sul -americano, brasileiro e paulista; Jefferson Brito, peso médio do M6, campeão mundial; João Velloza, peso leve do M6, campeão mundial em Cancún; e Rodolfo Yamayose, peso ligeiro do M6.
O exemplo vem de cima Seguindo o pensamento de que o exemplo deve vir sempre de cima e de quem está no comando, destacamos a importante conquista de Ton Pacheco, um judoca formado por dois grandes nomes do judô verde e amarelo nascidos em São Paulo: Lhofei Shiozawa e Cid Yoshida. O atual presidente da Federação de Judô do Estado do Tocantins é natural de Goiânia (GO), mas tem passagem expressiva pelo judô paulista, no qual conquistou importantes títulos. Aos 51 anos e disputando no M5, o peso médio Georgton Thomé Burjar Moura Pacheco, o Ton Pacheco, sagrou-se campeão fazendo quatro lutas impecáveis, vencendo todas por ippon. Lembrando das medalhas de ouro conquistadas na Copa São Paulo, falou sobre a única derrota sofrida na competição. “Já participei de várias edições e perdi a www.revistabudo.com.br
conta das medalhas conquistadas na copa. Até hoje só perdi uma luta, e foi para um gigante da classe máster, o querido professor Marco Aurélio Trinca, que venceu de shido”, disse o professor kodansha. Ele detalhou as lutas realizadas nesta edição da competição. “Fiz quatro lutas e venci todas de ippon. Ganhei a primeira de okuri-eri-jime (estrangulamento), a outra foi uma combinação o-uchi-gari com sasae-tsuri-komi-ashi, a terceira encaixei um uchi-mata e na final meu colega levou três punições e levou hansoku -make”, explicou o judoca, que também é fisioterapeuta e avaliou o nível técnico desta edição da Copa São Paulo.
Top 10 da Classe
V eteranos
1º São Saulo Fute bol Clube 2º Instituto Cam aradas Incansáv eis 3º Associação de Judô Yanagimor i 4º Academia Ca lasans Camargo 5º Escola de Judô Giberti 6º SMEL Francisco Morato 7º Sociedade Es portiva Palmeiras 8º Associação de Judô Messias 9º Associação Cu lt. e Esportiva Irm ãos Ribas 10º Judô Clube Mogi das Cruzes
“Por ser o pai e a mãe do judô nacional, São Paulo concentra um número gigantesco de bons atletas que continuam praticando judô. O problema é que o número de judocas másteres paulistas é infinitamente maior em quantidade e qualidade em relação aos demais Estados. Então, competir em São Paulo sempre é muito mais interessante e proveitoso, porque as lutas são muito mais disputadas. É isto que o bom judoca procura: adversários categorizados e capacitados”, disse o dirigente que finalizou avaliando a importância da Copa São Paulo para o desenvolvimento do judô veteranos do Brasil. “A Copa São Paulo é de suma importância para todas as classes, desde a base aos veteranos, mas avaliando especificamente sobre o judô máster, lembro que a competição reuniu 14 Estados e recebeu cerca de 600 judocas. Além de dar início ao calendário de nossa classe, a competição mostra quem está disposto a competir na temporada, quem está bem fisicamente, e gera uma motivação importantíssima para os atletas que irão em busca de medalhas nacionais e internacionais na temporada. Tecnicamente falando ela é muito mais forte e disputada que o campeonato brasileiro, e tem o poder de reunir a elite do judô máster do nosso País”, concluiu Ton Pacheco.
Judô Alto da Lapa é campeão da Copa São Paulo de Kata A cada ano aumenta expressivamente o interesse de jovens judocas pela competição de kata, forma de competição que abrange os fundamentos da modalidade e envolve disputas de nage-no-kata, ju-no-kata, katameno-kata, kime-no-kata e kodokan goshin jutsu. A grande campeã desta edição da Copa São Paulo 2019 foi a equipe da Associação de Judô Alto da Lapa, que totalizou 48 pontos. Uma das mais tradicionais escolas do judô paulista, a Alto da Lapa mantém um dos trabalhos mais profícuos e duradouros na difusão do kata no Brasil. Em segundo lugar ficou a Associação de Judô Vila Sônia, com 38,5 pontos. Um dos principais berços do kata no Brasil, devido ao trabalho de vários professores kodanshas que acontece naquele dojô às sextas-feiras. A premiação é um tributo ao esforço incansável desenvolvido há décadas pela família Shinohara Em terceiro lugar ficou o projeto Budô, que totalizou 13 pontos. A Associação Namie de Judô ficou em quarto lugar, com 10,5 pontos, e a Associação Kenshin de Judô, em quinto, com 8,5 pontos. Revista Budô número 22 / 2019
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C AMPEONATO PAULISTA SÊNIOR 2019
Com 13 medalhas, Esporte Clube Pinheiros reafirma hegemonia na classe sênior em São Carlos Disputando dez finais, Pinheiros é campeão com sete medalhas de ouro, quatro de prata e duas de bronze. São Caetano fica em segundo, Paineiras em terceiro, Yamazaki em quarto e SESI em quinto lugar POR
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Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou no dia 9 de junho a fase final do Campeonato Paulista Sênior, que teve apoio da prefeitura e da Secretaria de Esporte e Cultura de São Carlos. A competição, que soma pontos para o ranking estadual, recebeu 237 judocas de 74 clubes e associações das 16 delegacias regionais da FPJudô no ginásio municipal de São Carlos, uma das principais praças esportivas da região Centro-Leste de São Paulo. Aliando o gigantismo das instalações ao conforto que oferece, a arena São Carlos foi o palco perfeito para a competição com maior glamour do calendário paulista, que se repete ininterruptamente há mais de 60 anos, revestindo-se de grande simbolismo e importância.
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Autoridades durante a execução do Hino Nacional
Com a mescla de duas gerações, a classe sênior paulista atravessa uma de suas melhores fases
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A cerimônia de abertura teve a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Joji Chiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Sebastião Alexandre da Cunha, o Sebá, chefe de projetos e planejamento da Secretaria de Esporte e Cultura de São Carlos e organizador do evento; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô; Júlio César Jacopi, coordenador de eventos da FPJudô; Marco Aurélio Uchida, coordenador de oficiais técnicos da FPJudô; e Marilaine Ferrante, coordenadora-adjunta de arbitragem da FPJudô.
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Completaram a mesa de honra os delegados regionais Wilmar Terumiti Shiraga, José Gildemar de Carvalho, Leandro Tomé Correa, Celso de Almeida Leite, Takeshi Yokoti e Sidnei Paris, da 8ª DRJ Oeste e anfitrião do evento; os vice-campeões olímpicos Douglas Vieira e Carlos Honorato; e os professores kodanshas Hatiro Ogawa, Solange Pessoa, Miriam Zyman Minakawa, Tomyo Takayama, Sumio Tsujimoto, Rubens Pereira, Paulo Ferraz Alvim, Samir Guedes Salomé e Omar Augusto Miquinioty Júnior. Trinta oficiais técnicos e sete coordenadores atuaram sob o comando de Marco Aurélio Uchida, enquanto 46 árbitros trabalharam nas seis áreas de disputa comandados pelos árbi-
tros FIJ A Takeshi Yokoti e Marilaine Ferrante. Representando o prefeito Airton Garcia Ferreira e Edson Ferraz, o secretário de Esporte e Cultura são-carlense, Sebastião Alexandre da Cunha, deu boas-vindas aos judocas da classe sênior que foram a São Carlos em busca de medalhas e pontos no ranking estadual. “É um enorme prazer receber todos vocês em nossa cidade, principalmente sediar um evento como o paulista sênior, a principal competição individual do judô nacional. Agradeço à diretoria e ao professor Sidnei Paris, o delegado de nossa região, por confiarem em nossa capacidade de receber e apoiar um evento com tamanha importância. Espero que no próximo ano sejamos contemplados com eventos do calendário
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C AMPEONATO PAULISTA SÊNIOR 2019 da FPJudô”, disse Sebá, que finalizou destacando o compromisso da atual administração de São Carlos com o esporte. “O Edson Ferraz, nosso secretário de Esporte e Cultura, está na abertura de uma corrida tradicional em nossa cidade e não pôde comparecer ao evento. É ele que, com o apoio do nosso prefeito Airton Garcia, fomenta o esporte são-carlense”, afirmou. Alessandro Puglia agradeceu o apoio da Prefeitura de São Carlos e o comprometimento de toda a equipe da Secretaria Esporte e Cultura do município. “Faço um agradecimento especial ao prefeito Airton Garcia Ferreira, ao secretário de Esporte e Cultura são-carlense Edson Ferraz, ao Sebá e a toda a equipe da Secretaria de Esporte e Cultura de São Carlos por tudo que está sendo disponibilizado na realização deste evento. Desde a última quinta-feira a arena e a equipe da secretaria ficaram à nossa disposição, ratificando assim o compromisso que esta administração possui com o esporte e com o judô em especial. Estamos realizando três competições neste fim de semana e fomentando o judô nesta região do Estado e no interior de São Paulo como um todo”, disse o presidente da FPJudô. Na sequência José Jantália comandou o juramento do atleta e convidou os 46 árbitros para se posicionarem para o rei inicial, que foi precedido pelo mokutô (minuto de silêncio) em homenagem ao professor kodansha Teruo Nakamura, falecido no dia 1º de junho em Tupã (SP), comandado pelo professor kodansha Hatiro Ogawa. Após a homenagem póstuma o árbitro Mário Miranda proferiu o rei inicial e os combates foram iniciados. Delegado da 8ª DRJ Oeste, Sidnei Paris explicou por que muitos certames da federação paulista estão sendo realizados no interior do Estado. “Buscamos sempre desenvolver nossa gestão na DRJ da melhor forma possível. Desde o ano passado o presidente da FPJudô entendeu que deveríamos trazer as finais dos paulistas para o interior do Estado, e felizmente muitas prefeituras de nossa regional se dispuseram a apoiar nossos certames. Somente neste ano estamos sediando seis finais de estaduais, e sem dúvida alguma a realização destes torneios tem incentivado o judô da região e em especial o judô da 8ª DRJ Oeste”, comemorou o dirigente. Destacando o grande apoio que a Prefeitura de São Carlos oferece ao esporte, Sidnei Paris concluiu avaliando o suporte que alguns municípios proporcionam ao judô paulista. “Felizmente a administração municipal de São Carlos dá grade ênfase ao esporte, e com isso estamos incluindo cada vez mais a cidade em nosso calendário esportivo. Hortolândia é
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Atletas perfilados no shiai-jô
Árbitros fazem o rei inicial
Sidnei Paris, delegado da 8ª DRJ Oeste e anfitrião do evento e Alessandro Puglia
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Sebastião Alexandre da Cunha, o Sebá, chefe de projetos e planejamento da Secretaria de Esporte e Cultura de São Carlos e organizador do evento
Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô
José Jantália, vice-presidente da FPJudô
outro município no qual a administração pública vê no esporte uma grande ferramenta de inclusão social. Com isso, a cidade também está incluída no tour que a FPJudô promove no interior de São Paulo. Neste ano teremos ainda outra final, em Vargem Grande do Sul, e com exceção da fase final do Campeonato Paulista Veteranos, que se realizou em Itapecerica da Serra, a 8ª DRJ está promovendo todas as seis finais que compõem a grade de eventos da FPJudô desta temporada”, lembrou o dirigente.
Pinheiros sobra no masculino e conquista cinco medalhas de ouro A classe sênior é a mais cruel de todas no quesito medalhas e resultados. Até mesmo os clubes que fazem grande investimento nesta categoria acabam conquistando apenas uma ou duas medalhas de ouro. É no sênior que o Esporte Clube Pinheiros está à vontade e comanda o espetáculo, mesmo quase nunca utilizando as principais estrelas de seu vasto e poderoso plantel. Em São Carlos deu a lógica no masculino, porém no feminino os demais concorrentes surpreenderam e conquistaram espaço. No masculino os pinheirenses subiram ao lugar mais alto do pódio com Rafael Bondezan de Freitas (73kg), Vinicius Taranto Panini (81kg), Giovani Henrique Ferreira (90kg), Henrique Abreu Francini (100kg) e Jonas Facho Inocêncio (+100kg). Os outros ouros do masculino foram conquistados por Raphael Minoru Miaque (60kg), da Associação Yamazaki de Judô, de São José dos Campos, e Michael Vinicius Oliveira Marcelino (66kg), do SESI-SP, de Bauru. No feminino houve mais equilíbrio, com cinco clubes subindo ao degrau mais alto do pódio. O Pinheiros arrebatou dois ouros com a peso ligeiro Gabriela Shinobu Chibana e a meio -pesado Samanta de Almeida Batista Soares. A Associação Desportiva São Caetano conquistou dois ouros com a peso médio Amanda Cavalcanti de Oliveira e a peso pesado Agatha Martins Silva. Aliás, a dupla dourada que defende o São Caetano vem de escolas muito boas, exibem excelente judô e devem ir muito longe nos tatamis. Os demais ouros foram conquistados pela campeã mundial júnior Tawany Gianelo da Silva (52kg), do Judô Praia Grande; Amanda Ferreira Culato (57kg) do Clube Paineiras do Morumby; e Gabriella Mantena de Moraes (63kg), da A.R.C.D. São Bernardo, de São Bernardo do Campo. www.revistabudo.com.br
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C AMPEONATO PAULISTA SÊNIOR 2019 Seleto grupo do sênior Felizmente há quase 500 associações e clubes filiados à Federação Paulista de Judô, mas sabemos que o judô é ministrado em mais de 5 mil locais no Estado. Isso passa por escolas do ensino fundamental das redes pública e privada, clubes, associações e academias. Contudo, apesar do gigantismo de uma modalidade que mantém escolas filiadas em 482 municípios, apenas 22 equipes conquistaram medalhas em São Carlos, o que mostra a competitividade existente na classe sênior do judô bandeirante. O Clube Pinheiros foi campeão totalizando 13 medalhas, sendo sete de ouro, quatro de prata e duas de bronze, enquanto a Associação Desportiva São Caetano, vice-campeã acumulou sete, sendo duas de ouro, três de prata e duas de bronze. O Clube Paineiras ficou na terceira colocação com sete medalhas (uma de ouro, duas de prata e quatro de bronze); a Associação Yamazaki de Judô, na quarta colocação, somou quatro (uma de ouro, outra de prata e duas de bronze); e o SESI-SP, em quinto lugar, levou três medalhas: uma de ouro, uma prata e outra de bronze. Muitos atletas que medalharam em São Carlos deveriam ter uma oportunidade na seleção brasileira, cuja estrutura inibe o acesso de grandes talentos ao blindar velhos judocas. Assim, novas gerações ficam à margem do processo.
Sidnei Paris entrega o Troféu Ippon a Amanda Cavalcanti de Oliveira (70kg), a judoca da Associação Desportiva São Caetano venceu quatro combates com ippons
Uma das inovações desta edição do paulista sênior foi a premiação de todos os campeões com a medalha de ouro e um troféu Michael Vinicius Oliveira Marcelino (66kg), do SESI-SP recebeu o Troféu Ippon após vencer cinco lutas com ippons
a São Caetano, vice-c Associação Desportiva Sênior de 2019 list Pau ato on pe Cam
Esporte Clube Pinheiros, campeão geral do Campeonato Paulista Sênior de 2019
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ampeã geral do
Troféu Ippon A coordenação técnica da FPJudô inovou ao instituir o Troféu Ippon. Ou melhor, o termo mais adequado seria relançou, já que no passado o Troféu Ippon era a grande mola propulsora da modalidade. Em matéria específica daremos mais detalhes de uma iniciativa que certamente será um divisor de águas no judô paulista que, voltando à sua origem, deu matte nos conceitos que vinham deturpando valores nas últimas décadas, relançando um troféu que foi símbolo de importantes conquistas para muitas gerações de judocas no Brasil e no mundo. Congratulamo-nos com os dirigentes que acharam por bem rever conceitos modernistas que estavam sufocando e desviando o judô de sua essência e origem. Os judocas Michael Vinicius Oliveira Marcelino (66kg), do SESI-SP de Bauru, com cinco ippons, e Amanda Cavalcanti de Oliveira (70kg), da Associação Desportiva São Caetano, com quatro, conquistaram o Troféu Ippon do Campeonato Paulista Sênior de 2019. A Federação Paulista de Judô tem apoio da Ajinomoto do Brasil, Original Tatamis, Shihan Kimonos e Adidas. Por meio das 16 delegacias regionais a entidade congrega mais de 10 mil atletas federados e está presente em 482 municípios. Anualmente a FPJudô credencia mais de 1.500 técnicos e 950 árbitros, que atuam nas competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais. www.revistabudo.com.br
C AMPEONATO NORTE-NORDESTE DE KARATÊ-DÔ TRADICIONAL
São Luís sedia 24ª edição do Campeonato Norte-Nordeste
Realizada nas dependências do Golden Shopping Calhau, a mais tradicional disputa do karatê das regiões Norte e Nordeste recebeu atletas da Bahia, Ceará, Pará, Piauí e Maranhão
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PAULO PINTO
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om o apoio da Prefeitura de São Luís (MA) e Golden Shopping Calhau, a Federação Maranhense de Karatê-Dô Tradicional (FEMAKT) realizou a 24° edição do Campeonato Norte-Nordeste de KaratêDô Tradicional nos dias 28 e 30 de junho. A competição teve a chancela da Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional (CBKT), entidade máxima da modalidade no Brasil, filiada à International Traditional Karate Federation (ITKF). Márcio Jorge Bastos Costa, presidente da federação maranhense, destacou que o evento comemorativo dos 30 anos da entidade foi disputado por atletas de cinco Estados. “Tivemos a honra e a satisfação de receber 254 karatecas de agremiações da Bahia, Ceará, Pará, Piauí e Maranhão, além de árbitros, técnicos e dirigentes que contribuíram decisivamente na realização de um evento grandioso”, disse o dirigente. A nova diretoria da Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional (CBKT) marcou presença na cerimônia de abertura, e foi representada por Sérgio Bastos, presidente da entidade; Eckener de Pereira Cardoso Sobrinho, diretor técnico da www.revistabudo.com.br
CBKT; e pelo secretário geral Jonathan Miranda. Na sexta-feira (28 de junho) realizou-se o treino técnico para mais de 80 karatecas, ministrado pelos shihans Sérgio Bastos e Eckener Cardoso. As disputas de kata e kumitê das classes infantil a máster realizaram-se nos dias 29 e 30, com grande emoção e forte apoio das torcidas estaduais. Na competição por Estado o Maranhão foi campeão, com o Ceará na segunda colocação e a Bahia no terceiro lugar. Avaliando a disputa positivamente, o presidente da FEMAKT agradeceu o apoio recebido da equipe técnica da federação maranhense e das equipes visitantes. “Em nome da diretoria da federação maranhense agradeço a todos que participaram e colaboraram na realização deste certame. A 24ª edição do Campeonato Norte-Nordeste certamente engrandecerá o karatê tradicional do Maranhão e de todo o Norte e Nordeste. Faço um agradecimento especial à diretoria da CBKT por nos ter confiado tão importante missão. Na pessoa do dr. Frederico Augusto Berniz Aragão, agradeço o suporte oferecido pela comissão médica. Termino fazendo um agradecimento importantíssimo aos professores Sebastião
Rodrigues, Hudson Ramada e Joaquim Itapari, karatecas pioneiros que fundaram a FEMAKT e encabeçaram a primeira diretoria da entidade”, disse o dirigente maranhense. Parabenizando o presidente da FEMAKT e sua diretoria pela realização de um grande evento, Sérgio Bastos enalteceu o trabalho desenvolvido pelo staff da federação maranhense. “Além de agradecer, quero parabenizar toda a equipe da FEMAKT pelo grande trabalho desenvolvido neste certame. Na pessoa do professor Jouglimar Silva, diretor de arbitragem da FEMAKT, parabenizo toda a equipe de arbitragem e cumprimento os membros da atual diretoria: Eric Takashi, Claudionor Garrido, Sebastião Paiva, Magdalene Pinheiro, Manoel Boas, Durval Lopes e Francisco Pereira. Sem esquecer, é claro, dos mesários e todos aqueles que contribuíram para o sucesso desta importante competição do calendário anual da CBKT”, pontuou o presidente da confederação brasileira. Para realizar a 24ª edição do Campeonato Norte-Nordeste a FEMAKT contou com o apoio da Prefeitura de São Luís, Golden Shopping Calhau, Kimonos Towakai e Clínica SIM - Saúde Integral da Mulher. Revista Budô número 22 / 2019
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JUDÔ PARANAENSE
Karla Kuehns, Hirotaka Okada e Saimon Magalhães com as crianças que recepcionaram o sensei na escola municipal Otto Bracarense Costa
Em Curitiba, Hirotaka Okada elogia trabalho pedagógico desenvolvido por Saimon Magalhães A iniciativa de visitar a escola municipal Otto Bracarense Costa, no bairro Cidade Industrial de Curitiba (PR), partiu do próprio Okada, professor da Faculdade de Educação Física da Universidade de Tsukuba no Japão
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or meio de uma iniciativa do governo do Japão, Sport For Tomorrow (SFT), Instituto Kodokan do Brasil (IKB) e Federação Paranaense de Judô (FPrJ), na última terça-feira (19) o sensei Hirotaka Okada visitou a escola municipal Otto Bracarense Costa, na periferia de Curitiba. O professor japonês é mestre especialista em treinamento de judô, técnico da equipe principal da Faculdade de Educação Física da Universidade de Tsukuba (Japão) e professor da equipe infantil da cidade de Tsukuba. Os pequenos judocas deram início ao encontro com uma apresentação preparada especialmente para o mestre japonês, que foi muito elogiada pelo visitante. Durante a conversa com as crianças, o professor kodansha exaltou diversas vezes a metodologia de ensino utilizada pelo sensei Saimon,
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afirmando nunca ter visto nada igual, nem mesmo em seu país de origem. “A forma como o professor apresentou o mae-ukemi (técnica de queda frontal), o zenpoo-kaiten (rolamento para frente) e o ushiro-ukemi
Professor Okada enaltecendo o trabalho feito no dojô da escola pública de Curitiba
(queda para trás) revelou um método de ensino sensacional”, afirma Okada. O bicampeão mundial e medalhista olímpico japonês acredita que, a partir do momento em que o grupo já está realizando os movimentos de forma perfeita dentro das técnicas, o progresso na aprendizagem será enorme. Além disso, não poupou elogios ao comportamento das crianças, que permaneceram em silêncio do início ao fim do encontro. Para ele, esse é um ponto positivo que não se tem visto ultimamente. Ao fim, parabenizou o professor e os alunos brasileiros, desejando que continuem dedicando-se muito ao judô. O professor Saimon Magalhães de Souza, que ministra as aulas de judô na escola municipal da Cidade Industrial de Curitiba, explica que o trabalho teve início em 2013 com www.revistabudo.com.br
Exteriorizando grande respeito pelas crianças, Hirotaka Okada cumprimentou os 20 judocas que o aguardaram ansiosamente
Humilde, mas com uma percepção fora do comum, sensei Okada detalhou o que viu na execução dos fundamentos e afirmou que o método de ensino criado pelo professor Saimon é sensacional
Sensei Okada cumprimenta Saimon Magalhães pelo importante trabalho desenvolvido na periferia de Curitiba
uma turma de 15 alunos. Seis anos depois, são aproximadamente 260 as crianças praticantes de judô. Para ele, a visita de Okada foi como a realização de um sonho. “Contar com a presença do professor Okada significa muito para nós, pois a sementinha que plantamos anos atrás agora está podendo finalmente florescer. Ter uma pessoa como ele visitando nosso pequeno e singelo dojô dentro de uma escola pública na periferia de Curitiba, para mim, é motivo de imensa satisfação e alegria”, diz Magalhães. Diretora da escola municipal Otto Bracarense Costa, Karla Kuehns, expressa felicidade pela iniciativa de Okada. A instituição é a única escola pública da capital paranaense que oferece aulas de judô aos alunos. Consequentemente, é a mais procurada da região, tendo uma lista de espera com mais de 180 crianças. “Okada ficou encantado com a didática do professor Saimon. A visita foi espetacular, pois ele poderia ter ido a qualquer academia conceituada de Curitiba, mas preferiu vir a uma escola da região do CIC. Ficamos contentes em poder apresentar um judoca
com um histórico tão relevante às nossas crianças, é como um incentivo”, explica Karla. Coordenador de comunicação do IKB, Rafael Borges ressalta que o exemplo curitibano deve ser seguido por todos os professores de judô que pretendem trabalhar com crianças em escolas públicas. “O professor Saimon segue fielmente os ensinamentos de Jigoro Kano shihan, promovendo não só a educação física, mas também o ensinamento de valores morais e éticos, envoltos nos temas da educação, disciplina e respeito. Um trabalho exercido com humildade e com valor inestimável para a educação, como relatado pelos pais, diretora e autoridades municipais. Um exemplo que deve ser seguido por todas as escolas”, afirma o coordenador de comunicação do IKB. Borges revela que a comitiva japonesa teceu muitos elogios à forma como o judô está sendo difundido com seus reais propósitos nesta escola. Os dirigentes relataram que as instalações são simples, mas o que faz a diferença é a união do setor público, direção da escola e professor de judô diretamente envolvidos.
“Comparando nosso País com o Japão, notamos que temos muito a melhorar, porém, toda caminhada, por mais longa que seja, inicia-se com um primeiro passo. Como sempre, os japoneses sentem-se felizes por incentivar esse projeto no Brasil, cedendo recursos e profissionais altamente qualificados. Isso tudo como forma de agradecimento ao Brasil por ter acolhido tão bem a colônia japonesa no passado”, diz o coordenador de comunicação do IKB. Participaram do encontro Karla Kuehns, diretora da escola; Hirotaka Okada, professor da Universidade de Tsukuba (Japão); Saimon Magalhães, professor da escola pública; Luiz Hisashi Iwashita, presidente da FPrJ; Takanori Sekine, presidente do IKB; Roberto Mitio Harada, coordenador de projetos do IKB; Rafael Borges, coordenador de comunicação do IKB; Ryosuke Kimura, gestor de projetos do consórcio Sport For Tomorrow; Teppei Sakauchi, estudante da Universidade de Tsukuba; Carlos André Kussumoto, coordenador da FPrJ; e vários pais dos alunos judocas da escola municipal Otto Bracarense Costa.
Feliz com a visita de um dos maiores ícones do judô mundial, sensei Saimon afirma que o dia 19 de fevereiro foi um dia inesquecível
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As crianças terminaram a aula dando um grande abraço no sensei do dojô Otto Bracarense Costa
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JUDÔ PAULISTA
Alessandro Puglia da boas-vindas ao professor Floriano de Almeida
FPJudô propõe novos conceitos e uma visão mais ampla no ensino do judô Os workshops de formação tratam o judô além dos limites da competição e o primeiro deles realiza-se no fim do mês no Centro de Aperfeiçoamento Técnico (CAT) da FPJudô
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uscando lançar uma visão mais ampla sobre cada praticante e filiado, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizará nos dias 20 e 27 de maio o primeiro Workshop de Formação. O curso será ministrado pelo renomado professor Floriano Almeida no Centro de Aperfeiçoamento Técnico (CAT) da FPJudô. O workshop será realizado em todas as delegacias regionais com o intuito de identificar as principais mudanças no ensino da modalidade, de forma que a federação consiga estabelecer uma referência e normatizar a prática em todo o Estado. Essa referência abrangerá os fundamentos, uchi -komis, ukemis e vários tipos de iniciação procurando instituir, num segundo momento, um padrão básico de ensino. O professor kodansha Floriano Almeida explica que esta iniciativa visa a desenvol-
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ver o judô de São Paulo de forma mais homogênea. Para ele, nenhuma região deve ter um judô mais forte que o das outras. “Ao contrário, a modalidade deve ser forte como um todo e, para tanto, devemos lançar um olhar mais amplo e ensinar o judô de forma mais padronizada”, diz. “Só vamos conseguir atingir este objetivo por meio de uma normatização de metodologias e processos. O que se faz no sub 9, sub 11 e sub 15 e nas demais classes faz parte da construção de um atleta de alto rendimento, mas o judô não pode ficar focado apenas na competição. Não existe apenas o judoca competidor. Há um leque gigantesco de opções que devem ser consideradas desde a iniciação. Precisamos ver a evolução no longo prazo e pensar na formação do praticante até a faixa preta, e não apenas até a próxima competição.
Havendo este processo de formação do judoca até obter a faixa preta e graus superiores, ele poderá progredir de forma mais clara, objetiva – ou até menos traumática – e estabelecer livremente se será professor, competidor, técnico, árbitro ou simplesmente um praticante que estará no judô a vida toda”, esclarece.
Uma visão mais socioeducativa O professor kodansha destaca que os workshops pretendem despertar uma visão do judô além da competição. Isso porque, caso seja ensinado com foco apenas no lado competitivo, o praticante pode perder o interesse pelo judô prematuramente, se perceber que não terá espaço no rendimento. www.revistabudo.com.br
Delegados regionais e dirigentes que participaram do encontro com o professor Floriano em Hortolândia (SP)
“Por exemplo, um professor fala para seu aluno de 8 anos que vai treiná-lo para ser campeão. Entretanto, quando tiver 12 e perder a primeira competição, aquela criança – que já era judoca – poderá abandonar a modalidade e perderemos um praticante que no futuro poderia ser um bom árbitro ou técnico. Vamos perder um praticante que já estava inserido em nosso cenário. A ideia é fazer esse processo de ensino respeitando a vocação do praticante, que pode querer ser faixa-preta, campeão, professor ou outro profissional (como médico e advogado), mas eternamente ligado à prática do judô”, explica o professor. O presidente da Federação Paulista de Judô, Alessandro Puglia reitera a linha de raciocínio do sensei Floriano e informa que estes workshops ocorrerão paulatinamente nas 16 delegacias regionais, buscando oferecer um conhecimento mais amplo do judô como esporte de formação, e não apenas de competição. “Para nós, o Floriano é uma referência e provou isso a vida toda sendo um excelente formador. Essa possibilidade de ele estar em contato com os professores e passar sua
Joji Kimura e Francisco de Carvalho discutem detalhes do projeto que inicia este mês da 1ª DRJ Capital
Os professores Floriano de Almeida e José Gildemar delegado da 9ª DRJ ABC avaliando as vantagens de implantar educação continuada na área técnica da FPJudô
visão de ensino é extremamente importante. Ele propõe exatamente aquilo que o judô prega, valorizando a natureza e a aptidão de cada praticante. Os tempos mudaram e, pedagogicamente falando, temos de ter a sensibilidade de mostrar o judô em todas as suas vertentes, e não apenas como rendimento. Nossa proposta é passar um pouco do conhecimento que ele detém e a visão dele sobre o judô para todos professores do Estado”, detalha o dirigente. Mostrando-se preocupado com as constantes mudanças da área técnica, o presidente da FPJudô explica que, após a realização dos workshops em todas as 16 DRJs, a coordenação técnica da federação avaliará a possibilidade de criar uma referência de ensino para o Estado dentro desta visão mais ampla e atual da modalidade. Joji Kimura, coordenador técnico da
FPJudô, enfatiza a necessidade de ser implantada uma metodologia de treinamento mais homogênea, que alcance todas regiões de São Paulo. “A ideia da educação continuada na área técnica da federação paulista é estabelecer uma homogeneidade e talvez até criar uma metodologia de treinamento nas categorias de base. Esperamos que o professor Floriano inicie um trabalho homeopático e de formiguinha, buscando as informações que nos permitam estabelecer um roteiro para melhorar a nossa condição técnica no médio e no longo prazo, principalmente com os atletas da seleção principal. Nossa proposta é disseminar nas pequenas entidades do interior uma formatação mais padronizada na metodologia de treinamento”, explica o coordenador técnico. Enaltecendo a iniciativa da coordenação técnica e desejando que a ação encabeçada pelo sensei Floriano estabeleça um ponto de convergência entre praticantes, aficionados e o alto rendimento, Francisco de Carvalho Filho dá boas-vindas e deseja sucesso ao projeto. “O judô em sua origem não foca o alto rendimento, e sim o desenvolvimento humano. Acho esta proposta do professor Floriano bastante interessante porque demanda ampla reflexão sobre o trabalho que vem sendo feito há décadas por todos os professores. Por si só, o resultado desta reflexão nos remeterá a outro estágio, e o meu desejo é que este processo seja o ponto de partida para um novo momento no judô paulista e brasileiro”, acredita o presidente de honra da FPJudô.
Floriano de Almeida detalha os princípios que norteiam sua pesquisa aos delegados regionais
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Open Aspirante 2019
Open Aspirante reúne 1.475 judocas, supera expectativas e impõe novo formato à competição As coordenações técnica e de eventos da FPJudô mostraram inovação e criatividade ao adequar o espaço limitado da arena à quantidade surpreendente de atletas e do público que lotou as arquibancadas
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PAULO PINTO I Fotos MARCELO LOPES/FPJUDÔ e SEBASTIÃO PINTO
om apoio do Clube Esportivo da Penha, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou no dia 1º de junho o Open Aspirante 2019, terceira edição do certame voltado para os atletas das classes sub 9, sub 11, sub 13, sub 15, sub 18 e sênior iniciante. A competição assegura vaga na fase final do Campeonato Paulista Aspirante para os quatro primeiros colocados da cada classe e categoria de peso e realizou-se no ginásio de esportes do Clube Esportivo da Penha, na Zona Leste da capital paulista, reunindo 1.475 atletas de 177 clubes e 363 técnicos aproximadamente.
A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Armando Aldrighi Júnior, vice-presidente do Clube Esportivo da Penha; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Roberto Joji Chiba Kimura, coordenador técnico da entidade; Takeshi Yokoti, coordenador estadual de arbitragem; Marilaine Ferrante, coordenadora estadual adjunta de arbitragem; Marcelo Marafante, diretor de esportes do Clube Esportivo da Penha; o vice-campeão olímpico Carlos Hono-
O Open Aspirante fomenta prioritariamente o desenvolvimento da base
O Open Aspirante foi o evento com maior número de atletas nesta temporada depois da Copa São Paulo
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rato; delegados regionais e renomados professores kodanshas do Estado de São Paulo. Criado em 2017 como mais um certame para a classe aspirante, em sua primeira edição, realizada em Sertãozinho, o Open reuniu apenas 290 atletas. No ano seguinte, em São Paulo, recebeu cerca de 660 judocas. Em 2019 foi ampliado o número de classificações para a fase final do Campeonato Paulista Aspirante, o que aumentou expressivamente o interesse dos atletas e resultou no dobro de inscrições. Alessandro Puglia detalhou o desenrolar da edição realizada este ano. “A ampliação no número de classificados para a fase final do Campeonato Paulista Aspirante provocou uma mobilização muito grande, e nós não esperávamos um crescimento de 110% na quantidade de inscrições. Felizmente o evento foi um sucesso e transcorreu dentro do horário previsto. Montamos 12 áreas e todas as coordenadorias fizeram a sua parte. Recebe-
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Dirigentes durante a cerimônia de abertura
Alessandro Puglia, presidente da FPJudô
Francisco de Carvalho Filho, presidente de Honda da FPJudô
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Open Aspirante 2019
Francisco de Carvalho, Armando Aldrighi e Alessandro Puglia
mos exatos 400 judocas a mais do que na Copa São Paulo Aspirante de 2019, e conseguimos encerrar a disputa uma hora antes do que o evento realizado em março”, disse o dirigente, comemorando o êxito do certame. “Ficamos muito felizes pelo resultado geral de uma competição que ainda está em sua terceira edição. Fizemos um evento expressivo, e mesmo não prevendo que haveria demanda tão grande, tivemos agilidade suficiente para atender da melhor forma possível esta importante classe do judô paulista. Remanejamos a pesagem para o dojô do Clube Esportivo da Penha, realizada em horários alternados para agilizar o fluxo de atletas no clube e principalmente no ginásio – e felizmente deu certo”,
Francisco de Carvalho, José Gildemar, Alessandro Puglia, Marcelo Marafante, Simone Lima e Hyago Marafante
explicou Puglia, que encerrou agradecendo o empenho de toda a equipe que atuou na competição. Takeshi Yokoti, coordenador estadual de arbitragem, detalhou que 70 árbitros atuaram nas 12 áreas da competição, o que resultou na média de seis árbitros em cada uma, permitindo um rodízio permanente nas equipes que atuaram. Marco Aurélio Uchida revelou o processo que permitiu executar a competição no prazo previamente estipulado. “Realizar um evento com quase 1.500 atletas em oito horas é muito puxado, e tudo acaba sendo feito na correria, mas não houve imprevistos. Iniciamos a cerimônia de abertu-
ra às 08:30hs, as lutas terminaram às 17hs, e a cerimônia de premiação encerrou-se às 18hs. Trabalhamos com 100 oficiais técnicos em várias funções, como placar, súmula e demais demandas. Fui auxiliado por oito coordenadores, que assumiram várias tarefas simultaneamente. Ter escalonado a pesagem e transferi-la para o dojô do clube foram decisões estratégicas que minimizaram o congestionamento da pesagem em si, do aquecimento e da movimentação nas arquibancadas e demais áreas de acesso ao shiai-jô. Apesar da quadra ser grande, as arquibancadas não comportavam todo o público de uma vez”, disse o dirigente. Ele falou também sobre a logística adotada na cerimônia de premiação.
Vagner Valentim, Francisco de Carvalho, Simone Lima, Milton Correia, Marcelo Marafante, Armando Aldrighi e Rubens Pereira
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Cristiano Carrion, José Gildemar, Francisco de Carvalho, Valdir Melero e Luiz Catalano Calleja
Judocas sentados no shiai-jô durante a cerimônia de abertura
“Outro grande gargalo das competições é a cerimônia de premiação, cujo roteiro é bastante complexo. Precisávamos liberar espaço nas arquibancadas, tornando premente trabalhar o mais depressa possível. Mas é preciso lembrar que premiar não é algo tão simples. Acaba a luta, saem as súmulas com os resultados, segue-se a confecção e a assinatura dos diplomas, e só depois de tudo isso estamos prontos para fazer a cerimônia de premiação. E foi com a agilização deste processo que conseguimos rodar rapidamente o público nas arquibancadas, eliminando assim outro importante obstáculo para realizar a competição em tempo recorde”, detalhou o coordenador de oficiais técnicos.
Um evento extraordinário Na avaliação de Joji Kimura, além de superar todas as expectativas e demandar muita criatividade, a terceira edição do Open Aspirante foi extraordinária. “Avalio que o evento foi extraordinário, por ter mostrado mais uma vez a grande força de uma classe que se desenvolve e se aprimora cada vez mais. A terceira edição confirmou que os judocas da classe aspirante mantêm importante vínculo com a competição criada para eles, oferecendo-lhes uma oportunidade única de lutarem de forma equilibrada tanto em nível técnico, quanto tático e estratégico”, avaliou Kimura. “A classe aspirante fortalece eminente-
mente as pequenas associações e projetos de cunho social, valorizando verdadeiramente um segmento que antes ficava à margem das competições ou competia em desvantagem devido à menor experiência”, pontuou o coordenador técnico paulista. Francisco de Carvalho Filho enfatizou que o elevado número de judocas inscritos na terceira edição do Open Aspirante mostra que a FPJudô está no caminho certo. “Sem dúvida alguma, este foi um campeonato diferenciado, com inscrições muito acima da expectativa, e isso mostra que estamos no caminho certo. A FPJudô foi sensível ao momento que o País vive e não alterou sua tabela de preços e custas. Apertamos o cinto, e a contrapartida dos nossos filiados está sendo extremamente positiva. Somente neste evento tivemos mais de 200 colaboradores envolvidos, o que acarreta um custo muito grande. Apesar da crise, estamos obtendo um crescimento significativo nesta temporada. Sobre o nível técnico, por ser classe iniciante, creio que o certame
atendeu às expectativas da maioria dos professores”, disse o dirigente. Por fim, ele elogiou o comprometimento das equipes técnica e de arbitragem, além das demais coordenadorias, na realização de mais um grande evento. “Concluo parabenizando todo o staff da FPJudô pelo comprometimento e a determinação em realizar um evento grandioso em tempo recorde. O ponto mais importante do Open Aspirante é o fato de ser voltado eminentemente para a base da modalidade. São números expressivos, que ratificam o compromisso de São Paulo em fomentar o surgimento de novos talentos. A qualidade e a renovação da seleção brasileira sênior dependem diretamente do trabalho que as federações e os professores de todo o País realizam na base, e esta é uma das prioridades da gestão feita no Estado de São Paulo”, pontuou o dirigente.
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Em muitas categorias de peso havia três ou quatro atletas muito fortes e aptos para representar o Estado de São Paulo e o Brasil
Esporte Clube Pinheiros
totaliza 12 medalhas em Hortolândia e impõe-se também na classe júnior Pinheiros foi campeão com seis medalhas de ouro, três de prata e três de bronze. Mogi das Cruzes ficou em segundo; SESI, em terceiro; Paulistano, em quarto; e Paineiras, em quinto lugar
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om o apoio da prefeitura e da Secretaria de Esportes e Lazer de Hortolândia, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou em 16 de junho a fase final do Campeonato Paulista sub 21. A competição, que soma pontos para o ranking estadual, recebeu 239 judocas de 87 clubes e associações das 16 delegacias regionais da FPJudô no Centro de Especialidades em Artes Marciais Eliel Gomes, em Hortolândia, município da microrregião de Campinas a 110 km da capital.
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A cerimônia de abertura teve a presença de autoridades políticas e esportivas, entre as quais Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; Ângelo Perugini, prefeito de Hortolândia; José Jantália, vice-presidente da FPJudô; Joji Chiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; Marcos Antônio Panicio, o Mercadão, secretário de Esportes e Lazer de Hortolândia; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô; Júlio César Jacopi, coordenador de eventos da FPJudô; Clóvis Aparecido Cavenaghi Pereira, diretor do Centro de Atividades do SESI Bauru; Marco
Aurélio Uchida, coordenador de oficiais técnicos da FPJudô; Marilaine Ferrante, coordenadora-adjunta de arbitragem da FPJudô; e os professores hortolandenses Roberta Gecyaza de Andrade Yamashita, presidente da Associação Hortolandense de Judô, Sérgio Matos e Reinaldo Naia, organizadores do evento. Completaram a mesa de honra os delegados regionais Leandro Tomé Correa, Celso de Almeida Leite, Cléber do Carmo e Sidnei Paris, da 8ª DRJ Oeste e anfitrião do evento, além dos professores kodanshas Hatiro Ogawa, Yoshiyuki www.revistabudo.com.br
Shimotsu, Sator Hirakawa, Solange Pessoa, Miriam Zyman Minakawa, Tomyo Takayama, João David de Andrade, Paulo Ferraz Alvim, Kiichi Watanabe, Anderson Dias de Lima, Eduardo Freire da Silva, Omar Augusto Miquinioty Júnior e o vice-campeão olímpico Douglas Vieira. Trinta e cinco oficiais técnicos e seis coordenadores atuaram sob o comando de Marco Sidnei Paris, Alessandro Puglia e Ângelo Perugini Aurélio Uchida, enquanto 46 árbitros trabalharam nas cinco áreas de disputa comandados por Marilaine Ferrante e João David de Andrade. Integraram a comissão disciplinar do certame os professores Ademir Nora, Mário Assis e Lea Moro Tomé. O júri de arbitragem estava composto por Marilaine Ferranti, João David de Andrade e Kendi Yamamoto. A comissão técnica foi formada por Fernando Hirakawa, um certame da FPJudô Marco Antônio Inácio e Thiago VaMais uma vez o prefeito de Hortolândia prestigiou ladão. Após cumprimentar os dirigentes, árbitros, técnicos e atletas presentes, o prefeito de Hortolândia parabenizou todos aqueles que direta ou indiretamente estão envolvidos com o judô. “Faço uma reverência especial aos atletas, àqueles que com seu protagonismo farão com que este acontecimento se torne realidade. Faço um agradecimento especial à Federação Paulista de Judô por mais uma vez ter escolhido nossa cidade para sediar este importante evento da Alessandro Puglia cobrou não participam da cerimô melhor postura dos atletas que classe júnior. Sentimo-nos honrados com nia de abertura a presença de todos vocês em nossa cidade e deixamos as portas de Hortolândia abertas para a FPJudô. Sempre que precisarem
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venham, pois comprovadamente os eventos realizados aqui têm estimulado a prática do judô entre as crianças de nossa cidade. Com sua contribuição socioeducativa, o judô notadamente eleva a condição humana e fomenta o crescimento de seus praticantes. Parabenizo os dirigentes, os pais dos judocas e todos os praticantes envolvidos neste processo evolutivo propiciado por este nobre esporte”, disse Ângelo Perugini. Usando certa veemência, Alessandro Panitiz Puglia cobrou melhor postura dos judocas que insistem em não descer e perfilar-se no shiai-jô durante a cerimônia de abertura. “Me deixa profundamente chateado ver alguns atletas que, mesmo sabendo da importância desta competição, ficam sentados nas arquibancadas durante a cerimônia de abertura. Não custa nada vestir o judogi e descer para o shiai-jô. Fui atleta, o Douglas Vieira é vicecampeão olímpico e a Solange Pessoa foi um dos grandes destaques de sua época, e naquele tempo nós nem éramos chamados para descer. Sabíamos qual era a nossa obrigação e o nosso compromisso, e ai de quem chegasse atrasado. Tínhamos o maior orgulho de participar e de representar nossa escola, desde a cerimônia de abertura até a premiação. Termino lembrando que a competição é feita para vocês e não para nós. Aqui em São Paulo nós temos tradição e vamos segui-la à risca. O judô é especial, nós somos especiais, e quer queiram vocês ou não, vamos seguir os exemplos deixados por aqueles que nos prece-
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Sidnei Paris e Alessandro Puglia com os árbitros que atuaram na competição
Alessandro Puglia e Ângelo Perugini
deram, e isto passa obrigatoriamente pela educação, o comprometimento e o respeito”, disse o presidente da FPJudô. Lembrando que o professor Francisco de Carvalho teve um compromisso na capital e não pôde participar do evento, José Jantália comandou o juramento do atleta e convidou os 46 árbitros para se posicionarem para o rei inicial, que foi comandado pelo professor Kendi Yamamoto; em seguida as lutas foram iniciadas
Diversidade X competitividade Ao todo 87 clubes vindos das 16 delegacias regionais da FPJudô participaram da competição realizada em Hortolândia, mas apenas 20 agremiações alcançaram vaga no pódio e somente dez conquistaram medalhas de ouro – 11,5% dos clubes inscritos, o que atesta a alta competitividade do judô paulista. As equipes que conquistaram o ouro são Esporte Clube Pinheiros, Judô Clube Mogi das Cruzes, SESI-SP, Club Athletico Paulistano, Associação Desportiva São Caetano, Clube Paineiras do Morumby, Ômega Academia, Associação de Judô Belarmino, Associação de Judô Araçatuba e ARCD São Bernardo. A soma de um número expressivo de escolas filiadas, mais uma quantidade significativa de professores e técnicos altamente capacitados, árbitros preparados para grandes eventos e centenas de atletas de altíssimo nível técnico resultou naquilo que vimos em Hortolândia: uma classe júnior extremamente forte e pronta para brigar por vagas na seleção brasileira sub 21 e sênior. Em muitas categorias de peso vimos três ou quatro atletas muito fortes e aptos para representar o Estado de São Paulo e o Brasil em competições nacionais e internacionais, e esta expressividade técnica é fruto do trabalho realizado pelos clubes e professores em parceria com a FPJudô. Com intuito apenas de referendar os atletas que chegaram muito bem à fase final do
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Anderson Dias, Sidnei Paris, José Jantália, Alessandro Puglia, Ângelo Perugini, Marcos Antônio Panicio. Douglas Vieira, Sérgio Matos, Reinaldo Naia e Roberta Yamashita
Diego Billy, Rafael Amaro (Ceará), Marco Aurélio Uchida, Sidnei Paris, Mário Manzatti, Joji Kimura, Celso de Almeida Leite, Mário Assis e Ademir Nora
Campeonato Paulista Sub 21, destacamos as judocas Isabela Farias Pereira e Thayná Cavalcante da Silva (44kg), Laura Louise Nunes Ferreira (48kg), Jéssica Carvalho da Silva (52kg), Vitória Siqueira Andrade (57), Gabriella Mantena de Moraes e Izabela Sommer Franco (63kg), Meire Elen Cornélio Souza e Vitória Pereira Netto da Silva (70kg), Giovanna Vitória Máximo Fontes, Thauana das Dores Lopes, Luana do Prado Moura e Laislaine Sampaio da Rocha (78kg), e Giovanna Melo dos Santos, Viviane Fernandes da Costa, Rebeca de Souza Silva e Josiane Vitória C. Oliveira (+78kg). No masculino destacamos Chrystian Diógenes da Silva e Gabriel Soares de Souza (55kg), João Paulo dos Santos Correia e Caio Kenji Yokota Kiwada (60kg), Willian de Sousa Lima e Antônio Vitor de Andrade (66kg), Gustavo Borsoi de Siqueira e Pietro Marmorato F. A. Muhlfar (73kg), Marcelo Augusto Silva Gomes, Victor Hugo da Silva Nascimento e Gustavo Ferreira Guimaraes (81kg), Leonardo Lara Lopes e Igor da Silva Morishigue (90kg), Lucas Antônio Martins Lima, João Victor Sattler e Victor Hugo Sousa (100kg), e Lucas da Costa Brito, Eduardo Manoel da Costa e Silva e Guilherme Oliveira Cabral (+100kg).
Clube Pinheiros isola-se na liderança Com seis medalhas de ouro, três de prata e três de bronze, o Esporte Clube Pinheiros abriu enorme vantagem sobre os adversários para consolidar sua liderança na classe sub 21. Conquistando bravamente dois ouros e dois bronzes, o Judô Clube Mogi das Cruzes superou agremiações que fazem grande investimento nesta classe e ficou na segunda colocação geral do certame realizado em Hortolândia. Disputando quatro finais e totalizando oito medalhas, sendo uma de ouro, três de prata e quatro de bronze, o SESI-SP de Bauru ficou na terceira colocação. Com as mesmas medalhas obtidas pelo SESI, mas fazendo menos quintos e sétimos www.revistabudo.com.br
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C AMPEONATO PAULISTA SUB 21 lugares, o Club Athletico Paulistano ficou em quarto lugar, surpreendendo muita gente ao mostrar seu protagonismo nas classes júnior e sênior nesta temporada. O Clube Paineiras do Morumby conquistou uma medalha de ouro, uma de prata e outra de bronze, garantindo a quinta colocação geral na competição.
Mudança da área técnica reflete-se positivamente nos tatamis Para Joji Kimura, o coordenador técnico da FPJudô, as mudanças promovidas nesta temporada proporcionaram resultado acima do esperado. “O nível técnico do paulista sub 21 estava realmente muito alto e que tivemos maior competitividade. Creio que a mudança feita para avaliar a regularidade dos nossos atletas, excluindo os torneios regionais e incluindo o Open, fez os técnicos mudarem a estratégia, a tática e o planejamento. Tanto é que não vimos mais aquela hegemonia avassaladora de um ou dois clubes frente aos demais. Tivemos judocas sub 18 fazendo finais, e entendemos que o nível subiu em função das mudanças que fizemos durante o ano na forma de avaliar e definir os atletas para os campeonatos brasileiros”, disse o dirigente. “Minha opinião é que acertamos em tirar o regional e incluir o open, forçando os atletas a terem mais confrontos com nível equilibrado, e isto trouxe o brilhantismo que vimos no sábado em Hortolândia. Lembro que esta é uma avaliação pessoal, mas entendo que só o fato de o corpo técnico da FPJudô, mais os representantes dos árbitros, técnicos, atletas e os delegados regionais terem sido unânimes em fazermos este teste já representou um grande avanço. Não podemos falar que esta experiência tenha sido decisiva e absoluta, mas contribuiu muito e foi um dos fatores principais nesta evolução técnica”, disse o coordenador técnico da federação, que concluiu lembrando que o fator zebra não existe mais. “Fazendo uma avaliação mais profunda com base nos anos anteriores, agora não existe mais aquela questão da zebra. Pegamos os atletas mais regulares que participaram do inter-regional, da Copa São Paulo, do Open e da final do paulista, quatro competições fortíssimas. Tivemos quatro eventos para avaliar a regularidade de cada um, e com isso poderemos formar a melhor equipe possível para o campeonato brasileiro. Por tudo isso, considero este processo extremamente positivo”, finalizou Kimura.
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C AMPEONATO SUL-SUDESTE DE KARATÊ-DÔ TRADICIONAL
Associação Shobu-Kan de Karatê-Dô, a grande campeã do VIII Campeonato Sul-Sudeste de Karatê-Dô Tradicional
Marau sedia VIII Campeonato SulSudeste de Karatê-Dô Tradicional
A competição reuniu atletas dos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul
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om o apoio do governo municipal de Marau (RS), a Federação Sul-Riograndense de Karatê-Dô Tradicional (FSRKT) realizou no dia 22 de junho a oitava edição do Campeonato Sul-Sudeste de Karatê-Dô Tradicional. A competição realizada no ginásio Jatyr Francisco Foresti em Marau abrangeu disputas nas classes infantil, juvenil, adulto e máster, reunindo 179 atletas de 22 clubes dos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. O certame foi organizado pela Associação Shobu-Kan de Karatê-Dô (ASK), com o apoio da Federação Sul-Riograndense de Karatê-Dô Tradicional e a chancela da Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional (CBKT) e Panamerican Karate Federation. Por meio da lei municipal 14.872/16, a cidade de Marau tornou-se a capital gaúcha do karatê-dô tradicional; com www.revistabudo.com.br
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isso a modalidade goza de amplo apoio do governo local. Na cerimônia de abertura o prefeito Iura Kurtz e o secretário de Cultura, Esporte e Lazer Josias Trento deram boas-vindas a todos e destacaram a importância da competição para o município. “O karatê tem um projeto em Marau
Classificação geral por Estados Campeão: Rio Grande do Sul - 841 pontos Vice-campeão: Paraná - 397 pontos 3º colocado: São Paulo - 9 pontos
Classificação geral por clubes Campeã: Associação Shobu-Kan Marau - 415 pontos Vice-campeã: Associação Centro-Oeste Pitanga - 95 pontos 3ª colocada: Associação Onna Bugeisha Erechim - 94 pontos 4ª colocada: Associação Ichiban São José dos Pinhais -93 pontos
mantido pela gestão pública municipal. É um esporte praticado por muitas crianças e jovens inseridos no universo escolar, no qual constatamos melhora significativa após a introdução do karatê, bem como nos ambientes social e familiar. Por meio dos vários índices positivos obtidos, confirmamos que a prática do karatê é de enorme importância no desenvolvimento social e humano de nossa cidade”, disse o gestor municipal, Nos tatamis os atletas apresentaram excelente nível técnico, exibindo uma disputa acirrada e sadia, expondo o verdadeiro espírito do budô que fundamenta o karatê-dô tradicional. Sob o comando dos professores Alfredo Aires, presidente da comissão técnica da FSRKT, e Juarez da Silva, presidente da ASK e membro da comissão técnica da FSRKT, com o respaldo da equipe técnica e do excelente corpo de árbitros, a organização da competição foi impecável e transcorreu dentro do planejado. Revista Budô número 22 / 2019
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GESTÃO ESPORTIVA
Dirigentes e delegados regionais que participaram do encontro
Judô paulista inicia a
temporada com troca de dirigentes e inovações técnicas Reunião dos delegados impõe nova dinâmica no calendário esportivo, anuncia novas parcerias e evidencia a constante busca pela excelência esportiva
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omo ocorre anualmente, no dia 19 de janeiro o judô paulista deu o hajime na temporada 2019 com o evento que reúne delegados, coordenadores técnicos e tesoureiros das 16 delegacias regionais, além dos coordenadores de áreas, colaboradores e dirigentes da Federação Paulista de Judô (FPJudô). Além das questões que envolvem os calendários do judô estadual e nacional, no encontro foram discutidos temas das áreas fiscal, arbitragem, jurídica e técnica da modalidade. Os protagonistas do encontro foram Roberto Joji Kimura, coordenador técnico; Júlio Sakae Yokoyama, presidente do TJD; Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; José Antônio Jantália, vice-presidente da FPJudô; e Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô.
Dois novos delegados regionais Nesta temporada, duas delegacias regionais estão sob novo comando. Na
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9ª DRJ ABC, o professor kodansha José Gildemar de Carvalho, o Gil, substituiu o também professor kodansha Júlio César Jacopi, que assume a supervisão de eventos da FPJudô. Em seu pronunciamento, Jacopi agradeceu o apoio recebido dos dirigentes e demais delegados regionais no período em que esteve à frente da 9ª DRJ ACB. “Desejo enorme sucesso ao professor Gil e me despeço da gestão da 9ª delegacia regional agradecendo a confiança em mim depositada pelos dirigentes da federação paulista. Faço também um agradecimento especial aos demais delegados regionais que sempre apoiaram e prestigiaram as nossas iniciativas”, disse o novo supervisor de eventos da FPJudô. Na 10ª DRJ Central, o professor Leandro Tomé de Correa substituiu o professor kodansha Roberto Joji Kimura, que a partir de agora poderá dedicar mais tempo à coordenação técnica do judô paulista.
Troca no comando da arbitragem bandeirante Professor kodansha e árbitro FIJ A, Takeshi Yokoti é o novo coordenador de arbitragem da Federação Paulista de Judô. Delegado da 16ª DRJ Sul Itapeva, Yokoti substitui o experiente árbitro FIJ A Edison Minakawa, atual gestor nacional de arbitragem da CBJ e diretor de arbitragem da Federação Sul-Americana de Judô. No encontro, Edison Minakawa agradeceu o apoio recebido dos dirigentes e árbitros paulistas e desejou boa sorte ao seu sucessor. “É com grande alegria e total confiança que transfiro o bastão da arbitragem paulista para meu colega Takeshi Yokoti, um dos mais importantes e experientes árbitros do Brasil na atualidade. Eu vinha acumulando a gestão de três importantes setores da arbitragem continental, nacional e estadual, e isso me sobrecarregava. Achamos que era hora de transferir a gestão paulista para meu colega Takeshi, a quem desejo enorme sucesso”, explicou Minakawa. www.revistabudo.com.br
Francisco de Carvalho cumprimenta Gil de Carvalho, o novo delegado da 9ª DRJ ABC
Várias mudanças na área técnica A área técnica apresentou mudanças significativas que visam a proporcionar maior desenvolvimento técnico ao judô paulista desde a base ao alto rendimento. Entre as mudanças, destacamos: a criação da classe sub 12 feminina no Campeonato Beneméritos, a introdução de mais um peso no Campeonato Paulista por Faixas, a pontuação no ranking nacional classe sênior na Copa São Paulo, a criação do ranqueamento da classe sub 15 da divisão especial e realização da Copa Ajinomoto Open, que será uma entrada para o Campeonato Paulista e vai pontuar no ranking estadual. Nas classes sênior e adulto, foram extin-
Alessandro Puglia, Takeshi Yokoti, Edison Minakawa e Francisco de Carvalho
tas as categorias superligeiro 55kg masculino e 44kg feminino. O tempo de luta e golden score aspirante sub 15, sub 18 e adulto será de um minuto. Do M1 a M6 serão três minutos de luta e golden score infinito. No M7, o tempo de luta ficará em 02:30 minutos e golden score, em um minuto. Na classe sub 9 da divisão aspirante dos campeonatos paulistas regional, inter-regional e final, agora haverá repescagem para todos os atletas. E na Copa São Paulo Open, todos os atletas desta classe serão premiados. Joji Kimura detalhou por que a coordenação técnica fez essa mudança no sub 9. “Entendemos que esta classe não deve ser competitiva, mas queremos oferecer o maior estímulo possível para que as crianças se interessem verdadeiramente pelo
judô. As escolas de idiomas pregam que é justamente nesta fase que as crianças desenvolvem maior capacidade de assimilação, e com estas mudanças buscamos inserir nos pequenos judocas os valores socioeducativos que o judô possui”, disse o coordenador técnico da FPJudô. Joji Kimura explicou que uma das principais mudanças desta temporada foi a extinção dos campeonatos regionais de todas as delegacias regionais da divisão especial e a criação do Campeonato Open. “Esta iniciativa visa a melhorar a peneira de forma geral. Acreditamos que a médio e longo prazos essa mudança vai oferecer maior intercâmbio técnico, aprimoramento e equilíbrio dos atletas. Estamos investindo na diversidade técnica dos nossos judocas”, explicou Kimura.
Delegados, dirigentes e colaboradores que participaram na reunião dos delegados de 2019
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JUDÔ PARANAENSE
Professores avaliadores e os judocas
examinados no encerramento da solen
idade
Luiz Hisashi Iwashita cumprimenta os novos faixas pretas do Estado do Paraná
Federação Paranaense de Judô promove 75 faixas pretas O elevado nível técnico dos candidatos examinados e aprovados ratifica a competência e a credibilidade dos membros da comissão estadual de graduação da FPrJ
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comissão estadual de graduação da Federação Paranaense de Judô (FPrJ) realizou o exame anual de graduação para os judocas candidatos a faixas pretas sho-dan a go-dan (1º ao 5º dans). Realizado nos dias 24 e 25 de novembro no ginásio de esportes do Colégio Marista Paranaense em Curitiba (PR), o exame foi distribuído em dez bancas de avaliação montadas nas dez áreas e recebeu judocas vindos das delegacias regionais Noroeste, Norte, Centro-Sul, Oeste e Sul. A comissão estadual de graus da FPrJ, presidida pelo professor kodansha Hélder Marcos Faggion (6º dan), é composta pelos seguintes membros: Liogi Suzuki (9º dan), Yoshihiro Okano (9º dan), Washington Donomai (6º dan), Sidnei Pereira Lima (7º dan), Jorge Meneguelli (7º dan) e Francisco de Souza (5º dan).
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O evento contou ainda com a importante colaboração dos avaliadores convidados: Eidi Kawazoe, Walter Kazunori Babata, Marcelo Mercúrio, Rodrigo Tonietto, Ney de Lucca Mecking, Edilson Hobold, Roberto Okano, Marcelo Bueno, Lauro Azuma, Reinaldo Francisco, Tullius Dallagassa, Celso Takeshi Ogawa, Alexandre Segantini e Luiz Mattos. Ao todo foram aprovados 54 candidatos para sho-dan (1º dan), 14 para ni-dan (2º dan), quatro para san-dan (3º dan) e três para yon-dan (4º dan). A cerimônia de outorga de dans aos candidatos aprovados foi feita no dia 9 de março, na cidade de Ibiporã, em paralelo ao seminário estadual de arbitragem, ao exame estadual de arbitragem e ao campeonato paranaense para faixas marrons, pretas e estímulo.
Dirigentes avaliam desempenho de candidatos O professor Francisco Souza, coordenador de arbitragem da FPrJ, destacou a evolução técnica dos candidatos que anualmente são promovidos nos exames da entidade. “Acredito que a cada ano o nível técnico dos candidatos aprovados tem aumentado, e credito esta evolução ao comprometimento dos novos faixas pretas em assimilar e aprender os fundamentos e os katas, que são os pilares de nossa modalidade. Entendo que este desenvolvimento comprova a credibilidade da nossa comissão estadual de graduação, que busca sempre fazer uma avaliação justa e coerente dos judocas examinados”, disse o professor Chico. www.revistabudo.com.br
Candidatos promovidos a sho-
Dirigentes e professores avaliadores do exame de graduação da FPrJ 2018
O professor kodansha Liogi Suzuki kyuu-dan (9º dan) faz suas considerações aos novos faixas pretas paranaenses
Abílio Ribeiro dos Santo s Neto Adauto da Silva Neto Adrian o Simõe s de Olivei ra Alessa ndro Padilh a do Nascim ento Ana Caroll ine T. Kemcz enski Ana Eliza Kondo Langn er André Paulin o Cabre ra Antôn io Henriq ue Gonça lves Antôn io Pavlak Neto Arthu r Martin s Dallag assa Aureli no Migue l do Nascim ento Bianca de Mend onça L. Araújo Breno Barão Nunes Bruno de Lucca Meno n Bruno Henriq ue Grolli Carva lho Carlos Emanu el de O. Souza Carlos Henriq ue F. da Silveir a Caroli ne Borso ni de Souza Celso Alexan dre Costa Danie la Correi a R. Iuki Eduardo Narim atsu Elaine Fernan des da Silva Fernan do Arthu r Belém Franco Frede rico Kemcz enski Giova nne Alves P. dos Santo s Gustavo Costa Branc alhão Harold o Renato Schiab el Heber t Hirosh i Sato Iury Trinda de Vilas Boas Ivan Marco s Beck James William Xavier Cama rgo Jose Ubiraj ara Luiz Paraná Júnior Joelso n Vesentin P. de Lima Júnior Kevin Keyti Shino da Suzuk i Letícia Cardo so de Olivei ra Lucian o Ferrei ra de Lima Luís Felipe Liotto Luiz Guilhe rme E. M. Metta Maria Eduarda Meno n da Silva Maurí cio Fernan do Z. de Jesus Moaci r Pereir a Fernan des Pedro Cruz Caprio tti Peter Fabian o Vieira Júnior Ricard o Rodrig ues de S. Morei ra Robso n Carlos de Olivei ra Rodrig o Teodo ro da Silva Saul Dayan de Paula de Lima Thiago Pellizz ari Tiago Augus to Koswo ski Manci ni Valdem ar Rosa da Silva Vítor Albert ino Corde iro Vítor Calleg ari Carne iro Walde mar Pilger Wesle y Rosa Ferrei ra
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Candidatos promovidos a ni-dan
Foto histórica com todos os participantes do exame de graduação de 2018
Hélder Marcos Faggion, presidente da comissão estadual de graus da FPrJ, enalteceu o empenho dos 22 avaliadores que atuaram nas dez bancas examinadoras montadas no Colégio Marista. “A cada ano recebemos um número mais expressivo de candidatos, e felizmente os judocas examinados nesta temporada estavam muito bem preparados. Mas faço uma menção e um agradecimento especial aos 22 professores que atuaram nos dois dias de exame”, detalhou Faggion. Luiz Hisashi Iwashita, presidente da FPrJ, destacou o número cada vez mais expressivo de judocas aptos a obter graduação no Estado do Paraná. www.revistabudo.com.br
“Entendo que o judô cresce na medida em que o número de faixas pretas formados pela federação aumenta. São estes mesmos judocas que no futuro poderão transmitir conhecimento e ensinar o judô em escolas do ensino fundamental, clubes e dojôs espalhados em todo o Estado. Este ano fizemos chamada para 93 judocas aptos a serem examinados e 75 foram aprovados. Estamos alcançando números cada vez mais expressivos, e esperamos formar cada vez mais judocas, professores e bons cidadãos, pois esta é também uma das nossas prioridades e o principal objetivo de nossa modalidade”, disse o dirigente.
André Luís dos Santo s Elton Pereir a Ruiz Gustavo Henriq ue T. Tanah aki Hélio Ney Prado Fabri Herme s Lira Silva José Vande rlei Almei da Josma r Gouve ia Couto Lidian e Fernan des S. Lessa Bener da Silva Braga Júnior Rafael Gustavo F. Klinge lfus Rudiso n Luiz Ladisl au Thaisa Costa Dias Victor Hugo R. dos Santo s Victor Octav io N. Lavan dovsk i
Candidatos promovidos a san-
Edega r Akio Kimur a Edson Saito Luiz Rober to Ribas Washi ngton da Cruz Rodrig ues
Candidatos promovidos a yon-
Jackso n Antôn io de Castro Marco s Rober to da Veiga Eduardo Samue l Russo
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TORNEIOS EX TRAOFICIAIS
Professor kodansha kyuu-dan (9º dan), Massaru Yanaguimori
Atletas perfilados
Torneio Massaru Yanaguimori comemora o cinquentenário do Esporte Clube Osasco Yanaguimori Evento que se realiza a cada dois anos foi prestigiado por Rogério Lins, prefeito de Osasco, e Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da Federação Paulista de Judô
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ealizado a cada dois anos e em sua décima edição, o Torneio Aberto de Judô Professor Massaru Yanaguimori 2019 comemorou os 50 anos de fundação do Esporte Clube Osasco Yanaguimori, tradicional dojô da família, fundado pelo patriarca professor kodansha Massaru Yanaguimori (kyuu-dan - 9º dan), o sensei mais longevo do Brasil. No dia 9 de junho o torneio reuniu 650 atletas de 29 agremiações, das classes sub 9 à dos veteranos no ginásio de esportes Professor José Liberatti, em Osasco. A cerimônia de abertura contou com a participação de várias autoridades políticas e esportivas, como Rogério Lins, prefeito de Osasco; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Carmônio Gonçalves Bastos, secretário
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de Esporte, Recreação e Lazer de Osasco; Takanori Sekine, presidente do Instituto Kodokan do Brasil; e Alexandre Capriotti, secretário do Meio Ambiente de Osasco. Completaram a mesa de honra os professores kodanshas Sadao Fleming Mulero, Nélson
Professor Massaru é homenageado durante a cerimônia de abertura
Onmura, Antônio Rizzardo, Jiro Aoyama, Nelson Koh, João David de Andrade, Antônio Honorato de Jesus, George Osako, Yoshihiro Sakashita e os anfitriões Massaru e Massanori Yanaguimori. Daniel Hideki Kan, neto do professor Massaru, falou sobre o significado e a importância de um evento que reverencia a trajetória do patriarca de sua família. “Esta data é muito especial e importante para todos nós, pois além de homenagear a trajetória do nosso grande mestre que hoje está com 98 anos e é o professor kodansha mais longevo do Brasil, celebramos os 50 anos de fundação do Esporte Clube Osasco Yanaguimori”, explicou Hideki. Sensei Massanori Yanaguimori fez questão de destacar o apoio recebido de todos aqueles
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Rogério Lins e Francisco de Carvalho
que num determinado momento de suas vidas se relacionaram com ele e com seu pai. “Felizmente conseguimos organizar uma bela festa graças à importante ajuda de muitas pessoas. Alunos e ex-alunos que passaram por nossa escola, amigos, apoiadores do Yanaguimori Judô, e também a prefeitura de Osasco. Sem o esforço e a união de todos em torno deste projeto, certamente não teríamos conseguido realizar este festejo”, comemorou sensei Massanori. Bastante emocionado com a presença dos amigos, Massaru Yanaguimori falou sobre a sorte por ter uma excelente família e muitos alunos dedicados e comprometidos verdadeiramente com o judô. “Agradeço a linda festa organizada em minha homenagem. Nunca imaginei que a nossa escola faria 50 anos em Osasco. Tive muita sorte de contar com alunos que amam o judô e que são muito dedicados. Graças a Deus, mesmo aos 98 anos de idade, tenho muita saúde e pude acompanhar de perto o certame e esta importante comemoração. Agradeço a todos os membros de minha família: filhos, netos e todos os amigos que contribuíram na realização desta competição”, disse o professor Yanaguimori. Um dos organizadores do evento, Daniel Kan falou sobre a alegria de poder desfrutar a presença de seu avô num evento que, acima de tudo, marca a trajetória quase centenária de seu avô nos tatamis. “Sinto-me muito honrado em participar dessa linda homenagem ao meu avô. Eu comecei no judô aos 5 anos sob influência dele e dos meus tios faixas pretas: Massanori, Roberto, Ziró e Júlio. Além dos 98 anos completados neste ano pelo meu avô, a nossa academia está comemorando 50 anos de história e importantes conquistas em Osasco. Marcas muito expressivas e especiais para todos os alunos, ex-alunos e amigos que já passaram pelo nosso dojô. Muita alegria por vê-lo acompanhando o campeonato do começo até o fim. Sensei Massaru é uma grande referência para mim como judoca e principalmente como pessoa. A presença de autoridades como o prefeito Rogério Lins (ex-aluno do meu avô) e do sensei Francisco de Carvalho, uma das principais lideranças de nossa modalidade, engrandeceram
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Cerimônia de abertura
Na abertura os senseis Jiro Aoyama e Massanori Yanaguimori fizeram a apresentação de ju-no-kata, enquanto os judocas Renato Machado e Bruno Shimizu, do Esporte Clube Yanaguimori, apresentaram nage-no-kata
Francisco de Carvalho, Massaru Yanaguimori e a esposa Satsuki Yanaguimori, a companheira inseparável com quem está casado há 75 anos
Na foto quatro gerações da família Yanaguimori: Daniel Kan, Ziro Yanaguimori, Massaru Yanaguimori, Roberto Yanaguimori, Massanori Yanaguimori, Lucas Yanaguimori, Jun Yanaguimori e Arthur Yanaguimori
Rogério Lins, prefeito de Osasco
Os professores Sadao Fleming, Francisco de Carvalho e Massanori Yanaguimori com dona Satsuki Yanaguimori e sensei Massaru
Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô
ainda mais o evento”, disse Hideki, que agradeceu a todos que participaram e contribuíram na realização da disputa. Após destacar a origem e a importância do trabalho desenvolvido pelo professor Massaru, Francisco de Carvalho Filho enfatizou a contribuição do professor de judô mais longevo do Brasil. “O professor Yanaguimori é uma das principais reservas éticas e morais do judô do Estado de São Paulo. Em sua longa trajetória pelos tatamis ele passou por várias cidades da região da Alta Paulista, inclusive Tupã, e veio para Osasco, onde há 50 anos fundou sua escola. É um professor com quase 100 anos de idade que dedicou toda a sua vida à família e ao judô, e isso serve de referência para todos nós como exemplo de longevidade, apego e comprometimento com o judô. Sensei Massaru nunca esteve distante da modalidade, a sua família é envolvida com o judô, uns mais e outros menos, porém todos de alguma forma passaram e atuaram na modalidade. Portanto, a história da família Yanaguimori e de seu patriarca se mescla com a história do judô de São Paulo e a embasa”, disse o presidente de honra da FPJudô.
Associação de Judô Shinohara, a grande campeã Importantes escolas do judô paulista prestigiaram a décima edição do Torneio de Judô Professor Massaru Yanaguimori, e a grande campeã foi a Associação de Judô Shinohara, a antiga Associação de Judô Vila Sônia, comandada pelo sensei Massao Shinohara, outra lenda do judô paulista, que totalizou 94 pontos. A segunda colocada foi a equipe da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Taboão da Serra, comandada peço sensei Nélson Onmura, com 93 pontos. Capitaneada pelos professores Chico do Judô e Rogério Valeriano, a Associação de Judô Mauá conquistou a terceira colocação, totalizando 59 pontos. A quarta colocação foi alcançada pela Associação de Judô Kenshin de Osasco, com 51 pontos. Conquistando também 51 pontos, a Associação de Judô Caieiras ficou na quinta colocação.
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C APA PAULISTA JUDÔ
Amanda de Oliveira sempre mostra excelente
Implacável com seus adversários, Mich
ael Marcelino venceu todas lutas por
postura no shiai-jô
ippon O que a ajuda muito a encaixar os golpes em suas
adversárias
FPJudô inova ao resgatar o Troféu Ippon Além de premiar e homenagear atletas mais técnicos, o troféu busca resgatar o verdadeiro judô e estimular a competitividade e o maior desenvolvimento técnico
A
Federação Paulista de Judô (FPJudô) reali-
zou no dia 9 de junho a fase final do Campeonato Paulista Sênior, disputa tradicionalmente revestida de muita importância por reunir grandes nomes e os principais destaques dos tatamis do Estado. A competição, que soma pontos e define o ranking estadual da temporada, recebeu 237 judocas de 74 clubes e associações das 16 delegacias regionais da FPJudô no ginásio municipal de São Carlos, uma das principais praças esportivas da região Centro-Leste de São Paulo. A cada ano a diretoria da federação paulista busca criar atrativos que estimulem a participação dos medalhões da modalidade, que geralmente estão no exterior a serviço da seleção brasileira. Além de receber medalhas de ouro, desde o ano passado os campeões das sete categorias de peso do feminino e do masculino são contemplados com troféus. Neste ano os dirigentes paulistas foram mais audaciosos e instituíram o Troféu Ippon, destinado exclusivamente ao judoca e à judoca que alcançarem maior número de ippons na competição.
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POR
PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
Escrevemos instituíram porque é algo novo e até inédito na atual gestão. Contudo, na verdade os dirigentes resgataram uma premiação que havia sido deixada para trás, já que nos primórdios da modalidade o Troféu Ippon era a cereja do bolo nos certames. Era algo muito semelhante ao reconhecimento que se dá aos artilheiros no futebol. Os primeiros atletas homenageados com a nova premiação são justamente dois símbolos de uma geração muito forte que está despontando e ocupando cada vez maior espaço no alto rendimento: a peso médio Amanda Cavalcanti de Oliveira, da Associação Desportiva São Caetano, e o meio-leve Michael Vinicius Oliveira Marcelino, do SESI-SP de Bauru. Com cinco ippons, Michael Marcelino superou seus adversários diretos na disputa do troféu inédito, enquanto Amanda de Oliveira se isolou na disputa com quatro ippons, e ambos conquistaram o Troféu Ippon do Campeonato Paulista Sênior de 2019. Para Amanda de Oliveira a premiação chegou num excelente momento, recompensando
o esforço que ela e sua comissão técnica estão desenvolvendo nas últimas temporadas. “Esta premiação é muito importante e chega num momento bastante oportuno; é tudo que eu buscava, até mesmo para compensar meu esforço e o comprometimento de toda a comissão técnica que me apoia no dia a dia. Agente se dedica, treina muito duro, vem para a competição, tem um bom desempenho e, coroando tudo, recebe um reconhecimento desta importância e magnitude. É muito reconfortante e estimulante”, comemorou a judoca do São Caetano. Um dos atletas mais versáteis de sua geração, Michael Marcelino lutou muito, venceu todas as lutas por ippon e por fim vibrou com a conquista do Troféu Ippon. “Olhando para tudo aquilo que busco e vislumbro daqui por diante nos tatamis, entendo que esta premiação tem um significado muito grande. Penso que o Troféu Ippon se reveste de muita importância, e, quando soube que seria restabelecido, falei que lutaria muito para conquistá-lo. Felizmente deu certo e estou muito feliz”, comemorou Michael.
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Os troféus ofertados aos campeões de todas as categorias de peso e aos vencedores do Troféu Ippon
judô efeti O peso meio-leve do SESI é adepto do
O pódio do peso meio-leve
Somente na fin
vo
O pódio do peso médio
Logística no controle dos ippons Trinta oficiais técnicos e sete coordenadores atuaram sob o comando de Marco Aurélio Uchida, que explicou como foram feitos a contagem e o controle dos ippons. “Utilizamos uma equipe com o número de oficiais proporcional às seis áreas que foram utilizadas. A coordenação de arbitragem colocou um árbitro a mais em cada área, cuja função era contar os ippons aplicados nos combates.” Alessandro Puglia adiantou que a federação paulista está desenvolvendo um novo software que em breve fará a contagem automática dos ippons.
Rei do ippon avalia iniciativa da FPJudô Vice-campeão olímpico nos Jogos de Sydney (2000), medalhista de bronze em Pequim (2008) e bicampeão mundial em Cali (1998) e Rio de Janeiro (2007), Tiago Camilo é o judoca brasileiro com a maior quantidade de medalhas e títulos conquistados. No auge de sua trajetória ele era chamado de Rei do Ippon, devido à qualidade técnica que possuía e à objetividade com que enfrentava seus adversários. A Budô foi ouvir a opinião dele, e na avaliação do judoca de Bastos a coordenação técnica da FPJudô deu ippon com mais esta grande inovação. “A iniciativa da federação paulista é de extrema importância porque vai valorizar ainda mais os atletas que lutam buscando o ippon. Meu objetivo no judô foi sempre vencer por meio do ippon, e hoje vemos muitas lutas que acabam decididas por punições ou decisões dos árbitros e poucas vitórias de atletas com o ímpeto de buscar o ippon. Vemos com certa frequência as lutas acabarem com pequena vantagem e até mesmo por shidô.
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Michael Marcelino exibe o Troféu Ippon conquistado em São Carlos
Isso não diminui nenhuma vitória, mas, sob o ponto de vista da qualidade, é muito ruim”, disse. “Acredito que esta é uma iniciativa superimportante e muito bem vista pelos judocas que têm este perfil. Vamos torcer para que o Troféu Ippon mude um pouco a característica dos atletas brasileiros. Que eles realmente busquem mais o ippon e tenham uma postura mais ofensiva. Façam lutas mais dinâmicas e com menor passividade. Parabenizo toda a coordenação técnica da FPJudô, pois acredito que o mundo do judô está vendo esta iniciativa com bons olhos”, concluiu Camilo.
Dirigentes comemoram a grande sacada Na avaliação de Joji Kimura, coordenador técnico da Federação Paulista de Judô, o Troféu Ippon premia o judô positivo. “Premiações como o Troféu Ippon, primeiro, estimulam e depois valorizam o judô positivo. A premiação é muito importante porque faz os melhores atletas darem o melhor de si no treinamento e na competição. Os judocas ficam mais aguerridos e determinados, e isto também se reflete na arbitragem, que acaba tendo menos trabalho; os combates não se prolongam para o golden score”, disse Kimura. O presidente Alessandro Puglia lembrou que todas as inovações visam a estimular o aperfeiçoamento técnico dos judocas paulistas. “No ano passado criamos um diferencial premiando os campeões com medalhas de ouro e troféus, e a nossa intenção era mostrar que a competição sênior se reveste de uma importância muito maior. É o suprassumo do nosso calendário. Tudo converge para esta classe e, sem desmerecer as categorias da base, fizemos isto buscando deixar claro que é no sênior que as coi-
Amanda de Oliveira exibe sua medalha de ouro, o troféu de campeã do peso médio e o Troféu Ippon
sas acontecem e estão fundamentadas as nossas maiores expectativas”, detalhou o dirigente, que também explicou a importância do Troféu Ippon. “Sobre o resgate do Troféu Ippon, entendemos que por meio dele nós estimulamos e mostramos aos atletas que o ippon vale muito. É claro que o importante é vencer, mas vencer por ippon é outra conversa. Penso que todos os judocas que conquistarem o Troféu Ippon terão a sensação de missão cumprida e serão vistos sempre como judocas diferenciados. Pode acontecer inclusive que futuramente o troféu fique com o vice-campeão ou com o terceiro colocado, o qual será lembrado como o judoca mais técnico ou mais habilidoso da competição. O troféu busca estimular o aprimoramento técnico e premiar o judoca mais aguerrido”, concluiu o presidente da FPJudô. Enfático, o professor Francisco de Carvalho Filho resumiu sua avaliação pontuando que o Troféu Ippon resgata o primor técnico. “Eu poderia usar uma infinidade de adjetivos para explicar a importância desta premiação, mas a verdade é que, como principal característica, o Troféu Ippon objetiva fundamentalmente o primor técnico”, explicou o dirigente, que ainda usou como exemplo o Japão, o berço do judô. “O judô japonês é fundamentado no aprimoramento técnico e na busca incansável pelo ippon, ou seja, golpe e técnica perfeitos. O ippon representa o judô 100%. E todos nós, judocas, no dia a dia, temos o dever de buscar a perfeição, seja nos tatamis ou fora deles. O que diferencia as pessoas é justamente esta busca pela perfeição e pelo ippon. Professores de judô, sejam eles pedagogos ou técnicos, têm a obrigação de incutir o espírito do ippon em seus educandos ou atletas. Com isso, todos serão grandes naquilo que fazem, sejam engenheiros, professores de matemática, comerciantes ou medalhistas olímpicos”, detalhou o presidente de honra da FPJudô.
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C APA MEMÓRIA
Os professores Teruo Nak
Sensei Teruo Nakamura
amura e Francisco de Car
valho
Uma das principais referências do judô paulista, Teruo Nakamura deixa legado de conduta, caráter e retidão Símbolo de uma geração de professores abnegados que fizeram do judô um sacerdócio, uma forma de fazer o bem e ajudar o próximo, sensei Nakamura faleceu em sua casa em Tupã
F
POR
aleceu no dia 1º de junho, em sua residência em Tupã (SP), o professor kodansha Joaquim Teruo Nakamura, que será sempre lembrado como sensei Teruo. Com 78 anos, já há algum tempo o professor Teruo enfrentava problemas de saúde, mas jamais abandonou os tatamis, nos quais compartilhou seu vasto conhecimento técnico com várias gerações de praticantes. Nascido em Tupã em 28 de janeiro de 1941, ainda criança Joaquim Teruo Nakamura deu os primeiros passos nos tatamis na Associação de Judô Kaikan, que com a junção de outros departamentos posteriormente se tornou a Associação Cultural Esportiva e Recreativa de Tupã. A ACERT surgiu graças à presença da colônia nipo-brasileira em Tupã, tornando-se uma entidade que representa, agrega e difunde a cultura, as tradições, costumes, artes, culinária e os esportes mais populares do povo japonês e de seus descendentes. Com o tempo, a colônia criou o Tupã Baseball Clube e o estádio do beisebol, entre outras conquistas. Em 1958, foi criada a sede da Kaikan, e a ACERT passou a desenvolver importante trabalho social, esportivo e recreativo, por meio de todos os seus departamentos. Professor kodansha shichi-dan (7º dan), sensei Teruo é responsável pela formação de milhares de judocas ao longo dos 63 anos em que atuou na modalidade. Alguns se tornaram grandes campeões, enquanto outros absorveram seus ensinamentos sobre conduta, ética, caráter e retidão. Apesar de preferir investir na formação de homens e mulheres diferenciados, sensei Teruo foi um exímio preparador de atletas para o alto rendimento, entre os quais destacamos Denílson Mo-
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PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS E MARCELO LOPES/FPJUDÔ
raes Lourenco, o Zóio, que além de conquistar numerosos títulos internacionais foi atleta olímpico e serviu à seleção brasileira durante 15 anos. Outro nome importante é Alana Martins Maldonado, atual campeã mundial e vice-campeã paralímpica, tendo conquistado sua medalha de prata nos Jogos Rio 2016. Destacam-se ainda Eduardo Marandola, campeão brasileiro e sul-americano; Guilherme Meira Trocoli, campeão brasileiro e sul -americano; e Gustavo Cavalhieri, campeão brasileiro, sul-americano, medalhista no mundial júnior e no pan-americano júnior.
Abnegação e amor ao próximo Símbolo de uma geração de professores abnegados que fizeram do judô um sacerdócio e não uma profissão, o professor kodansha de Tupã sempre viu no judô uma ferramenta de desenvolvimento social e humano e uma forma de fazer o bem e ajudar o próximo. Em 1984, há exatos 35 anos, sensei Teruo sucedeu o professor Tosokisugi, que em 1945 fundou a Associação Cultural, Esportiva e Recreativa de Tupã (ACERT). Desde então o professor Nakamura era o diretor técnico do departamento de judô desta tradicional escola de Tupã. Na avaliação de Raul de Melo Senra Bisneto, delegado da 4ª DRJ Alta Paulista, além de ter sido um grande formador de atletas, sensei Teruo Nakamura foi uma importante referência para o judô paulista. “Essencialmente, o professor Teruo nos transmitiu exemplo de honestidade, abnegação e dedicação imensa ao judô de Tupã, da região e do Estado, já que por muitos anos atuou como árbitro da FPJudô. Enquanto sua saúde permitiu ele
não faltava a nenhuma competição e jamais teve empecilhos para participar dos eventos e atuar com capacidade técnica suficiente para agradar a todos. Vai deixar muita saudade porque era um professor que fazia o que era preciso e necessário, sem incomodar ninguém, o que hoje é muito difícil de encontrar”, detalhou o dirigente. Profundo conhecedor e grande amigo do sensei Teruo Nakamura, Francisco de Carvalho Filho destacou as principais virtudes que constituem o legado deixado pelo professor de judô de Tupã. “Sensei Nakamura representa muito mais que ter profundo conhecimento das técnicas de judô, de ser um bom árbitro e até mesmo um grande professor. Ele reunia predicados que o transformaram num dos maiores exemplos de humildade, bom caráter e retidão de nossa comunidade. Possuía postura típica apenas dos professores que assimilaram verdadeiramente a proposta do professor Jigoro Kano. O grande legado do professor Teruo Nakamura reside naquilo que ele foi como pessoa e como ser humano para todos nós”, disse o dirigente, que finalizou falando da felicidade de ter convivido com uma das maiores referências do judô do Estado. “Tenho muito orgulho de ter convivido e estabelecido uma grande amizade com sensei Teruo, ao longo das últimas décadas. Guardo um carinho imenso por ele, exatamente pela pessoa que ele sempre foi. Suas qualidades como professor, árbitro e colaborador da federação e difusor do judô em Tupã, no Estado de São Paulo e no Brasil são mera consequência daquilo que ele foi como homem, professor, pai e, principalmente, como amigo. Sua maior virtude era o caráter, que o distinguiu para todos que conviveram com ele”, concluiu o presidente de honra da FPJudô. www.revistabudo.com.br
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