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ALGARVE INFORMATIVO 5 de junho, 2021
ORBLUA | 30 ANOS DE IPDJ | DIA DO PESCADOR EM OLHÃO | «FLOTADOS» | «FARO BLUES» INFORMATIVO #294 DIA1 DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL | GALA TEIA D’IMPULSOS | BANDEIRA AZULALGARVE EM LAGOA
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108 - «Flotados» em Loulé 14 - Dia de São Brás de Alportel
98 - «Faro Blues» no Teatro Lethes 28 - Bandeiras Azuis hasteadas em Lagoa
50 - 30 anos de IPDJ 60 - Gala 10 anos de Teia d’Impulsos
OPINIÃO 122 - Paulo Cunha 124 - Ana Isabel Soares 126 - Fábio Jesuíno 128 - Alexandra Rodrigues Gonçalves 130 - Teresa Fernandes 36 - Dia do Pescador em Olhão ALGARVE ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #294 #293
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76 - Grand Jeté International Dance Awards em Lagoa
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MUNICÍPIO DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL CELEBROU 107 ANOS COM UM NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO E MUITA CULTURA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Município de São Brás de Alportel assinalou, no dia 1 de junho, o seu 107.º aniversário, com o ponto alto das comemorações a ser a inauguração do Terminal Rodoviário «Circular», numa sessão que contou igualmente com a apresentação do Plano Urbanístico do Quarteirão Fonte Maria e do projeto de requalificação da EN2 – ligação à A22, bem como a abertura da «Porta Digital do ALGARVE INFORMATIVO #294
Município». “Porque a história se
faz com o presente, é necessário ter estratégia e planeamento para prepararmos as próximas gerações. A nossa vila tem, ao longo das últimas décadas, atraído jovens e seniores casais, principalmente pessoas que veem atratividade nos espaços públicos, nos circuitos acessíveis, nas vias de circulação, nos espaços verdes agradáveis”, começou por dizer 14
Acácio Martins, Vereador da Câmara Municipal de São Brás de Alportel
Acácio Martins, Vereador da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, acrescentando que, de acordo com os Censos 2021, a população deste concelho terá crescido 6 por cento na última década. “A saúde física e mental
depende muito da qualidade do lugar onde vivemos, por isso, precisamos de uma vila com espaços verdes, com pessoas a andar a pé e de bicicleta, com pessoas a utilizar transportes partilhados, com pessoas a sentir o pulsar da sua terra. Nos últimos anos, após a conclusão da Circular Norte, acelerou-se o processo de dar mais qualidade de vida ao coração da vila, retirando-se gradualmente o trânsito mais 15
pesado e poluente do centro e valorizando-se os espaços de lazer. Com o novo terminal rodoviário a surgir no Quarteirão Fonte Maria, a sua antiga localização fica renovada, com estacionamento residencial, com espaço público acessível, com menos ruido, com melhoria da qualidade do ar, numa zona nobre onde crescerá mais uma bonita praça de lazer, junto às arcadas de entrada da vila”, anunciou o Vereador. A localização do novo Terminal Rodoviário «Circular» integra o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de São Brás de Alportel, conjuntamente ALGARVE INFORMATIVO #294
José Faísca, da Infraestruturas de Portugal
com a requalificação da Rua Machado dos Santos e a Rotunda da Liberdade, e a renovação da estrada que liga a Rotunda do Centenário ao Alto da Passinha, com candidatura a fundos comunitários já aprovada e a iniciar até final de 2021, mas também a rede de circuitos de acessibilidade que prevê, até 2026, cobrir praticamente toda a vila. “Estes
investimentos, associados a outros, renovaram a nossa vila nos últimos tempos, como são o Largo de São Sebastião, o Parque das Amendoeiras, a Praça da República, a Avenida da Liberdade, a Casa da Memória da Estrada Nacional 2. ALGARVE INFORMATIVO #294
Desencadearam uma valorização do concelho no seu todo, levando o investimento privado a apostar na requalificação do património edificado, transformando-o, não só em habitação residencial, mas também em turismo de habitação com elevados padrões de qualidade, reconhecidos em Portugal e no Mundo, gerando emprego e sustentabilidade para as nossas famílias”, frisou Acácio Martins. “São Brás de Alportel cresce de forma faseada e planeada, afirmando-se com 16
Infante), admitindo que
valor. Apesar de sermos um dos municípios do Algarve com menor verba de transferências do Estado, apesar de termos o orçamento municipal per capita mais baixo da região, as pessoas que nascem, vivem e crescem em São Brás de Alportel investem com muito orgulho na sua terra e fazem-no com sentido de responsabilidade”,
“tem sido uma luta concretizar este projeto”. “Já teve fases em que foi muito mais ambicioso, mas temos que ser comedidos e enquadrar-nos nas necessidades. Este projeto pretende, sobretudo, garantir a boa vizinhança entre São Brás de Alportel e Faro, tendo em conta a orografia, pois estamos na transição entre a Serra do Caldeirão e o Barrocal. Temos, pois, um traçado ondulado para vencer as adversidades que lhe vão sendo apresentadas e vamos tentar salvaguardar as questões da drenagem, uma vez que a via se desenvolve a meia encosta”,
enalteceu ainda o Vereador.
explicou o engenheiro, acrescentando que se vai “manter a reabilitação e
Presente na Sessão Solene, José Faísca, Diretor da Infraestruturas de Portugal, deu a conhecer o projeto de requalificação da Estrada Nacional 2, entre São Brás de Alportel e a A22 (Via do
qualidade das infraestruturas já existentes, nomeadamente na transposição das inúmeras ribeiras que se encontram ao longo do traçado”.
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Vítor Guerreiro, Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel
De acordo com José Faísca, o grande objetivo do projeto de requalificação é dotar este troço de estrada onde circulam muitos veículos pesados com vias e locais para se poder ultrapassar em segurança, nomeadamente no sentido ascendente, na direção Via do Infante – São Brás de Alportel, para se reduzir substancialmente ou mesmo eliminar por completo os acidentes que acontecem com alguma regularidade. “Associado a
este intuito vamos ter a relocalização de transportes públicos, a disciplina nos cruzamentos com construção de rotundas e um reforço de pavimento, sinalização e drenagem. ALGARVE INFORMATIVO #294
Nas zonas dos aglomerados urbanos, e sempre que o espaço o permita, vamos introduzir passeios, quando também existir iluminação pública”, indicou o quadro da Infraestruturas de Portugal.
“Estamos a falar de um projeto com quase oito quilómetros, nove rotundas nos pontos de cruzamento essenciais, 2,4 quilómetros de «vias de lentos» que permitam a ultrapassagem, num investimento que deve andar entre os 7 e os 9 milhões de euros e sempre no respeito pelo ambiente”. 18
Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial
“VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR UNIDOS” Neste dia especial, Vítor Guerreiro começou por enaltecer e agradecer o esforço de toda a comunidade na prevenção e controlo da pandemia, mas também a capacidade de inovação e adaptação dos comerciantes, empresários e empreendedores locais, assim como a dedicação, entrega e profissionalismo dos trabalhadores da área da saúde, das instituições de solidariedade social e das áreas do socorro e segurança, “que muitas
vezes, para abraçarem a nobre missão de salvar vidas e cuidar do próximo, se privaram do contacto 19
com as suas famílias”. O presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel não esqueceu também o altruísmo e abnegação dos muitos voluntários que se juntaram neste momento difícil que Portugal atravessa, a colaboração e empenho do tecido associativo local, e a capacidade de adaptação às novas exigências por parte dos funcionários da autarquia.
“Trabalhamos sempre em articulação e numa perfeita parceria com as instituições e associações, locais e Regionais, das áreas da Saúde, Solidariedade Social e Educação, e assim criámos novas respostas na educação, no apoio e proteção ALGARVE INFORMATIVO #294
aos idosos, na manutenção da saúde”, recordou o edil. Sobre o Terminal Rodoviário «Circular», não tem dúvidas de que vai promover a mobilidade sustentável e acessível para todos e contribuir para melhorar a qualidade de vida dos são-brasenses. “A
inauguração deste Terminal Rodoviário dá continuidade à nossa estratégia de mobilidade sustentável. Localizado na circular norte, no anel rodoviário que ladeia todo o núcleo urbano da nossa vila, vem promover a utilização do transporte coletivo, servido pela nossa rede, que está em constante ampliação, de passeios pedocicláveis e acessíveis, e vem criar melhores condições de circulação e acesso ao nosso concelho, que queremos que seja cada vez mais atrativo. Este percurso de renovação urbana e de criação de novas acessibilidades tem vindo a ser planeado e estruturado de forma rigorosa, com o apoio de fundos comunitários”. Vítor Guerreiro declarou que no Quarteirão Fonte Maria que foi apresentado neste dia 1 de junho está a nascer um novo espaço urbano de equipamentos de uso coletivo, com um terminal rodoviário, uma nova zona comercial, e a construção de uma nova artéria de ligação entre a Avenida da Liberdade e a Rua Serpa Pinto/Estrada Nacional 2, a futura Rua da Comunidades
Portuguesas. “Aqui irá nascer um
jardim público, onde queremos honrar o passado, através da instalação de um monumento de homenagem aos antigos combatentes são-brasenses; e um conjunto de equipamentos na área social e da saúde, o Campus Social, em parceria com instituições de solidariedade social, como é o caso da Santa Casa da Misericórdia de São Brás de Alportel, parceiro do Município nas grandes causas sociais; para além de zonas habitacionais e de equipamentos coletivos que darão mais vida ao norte da vila”, destacou o autarca. O Projeto de Requalificação da Estrada Nacional 2 – ligação à A22, também apresentado nesta data, é uma ambição antiga dos são-brasenses e tida como crucial para o desenvolvimento do concelho.
“Queremos acreditar que é desta que se vai concretizar este projeto, porque é fundamental para aumentar a segurança rodoviária e para melhorar a atratividade e competitividade do território são-brasense, sendo essencial para a fixação de novas empresas e para a criação de novos postos de trabalho”, justificou, acrescentando que, para além da melhoria da rede viária e respetivas ligações, “a
competitividade passa, nos dias ALGARVE INFORMATIVO #294
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João Rosa, Ulisses Brito, Ana Abrunhosa e Vítor Guerreiro
de hoje e no futuro, pelas autoestradas digitais de comunicação”. “Conseguir melhorar a cobertura e velocidade de acesso à internet em todo o território e, em especial, nas aldeias da nossa Serra do Caldeirão, é um passo decisivo no combate à desertificação do interior, fomentando a fixação de novos residentes, da criação de postos de trabalho nestes territórios, mediante a possibilidade de teletrabalho e do contacto com o mundo virtual”, entende Vítor Guerreiro. 21
Nesse sentido, São Brás de Alportel integrou recentemente a Rede Nacional de Espaços Coworking com dois espaços destinados a acolher novos empreendedores, no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), de forma a reduzir a assimetria geográfica de ofertas profissionais, criando iguais oportunidades entre as regiões de elevada densidade populacional e as de menor densidade. “As novas
oportunidades trazidas pela era digital são, sem dúvida, uma área em que continuaremos a focar a nossa atenção. Exemplo disso é todo o processo de modernização ALGARVE INFORMATIVO #294
administrativa que já estava em curso na Câmara Municipal, mas que os desafios criados pela pandemia vieram acelerar no último ano, num investimento superior a 250 mil euros, integrado na execução de projetos ALGARVE INFORMATIVO #294
supramunicipais com financiamento comunitário a 80 por cento, através do CRESC Algarve 2020”, realçou Vítor Guerreiro, referindo-se à nova Porta Digital do Município, que estará aberta 24 horas por dia e sete dias por semana. “Queremos simplificar a 22
O Município de São Brás de Alportel tem vindo igualmente a apostar no Turismo, com investimentos em novos equipamentos, dos quais se destacam a Casa Memória da EN 2, o Núcleo Interpretativo da Serra do Caldeirão, quase a abrir as suas portas, ou a Área de Serviços de Autocaravanismo, também para inaugurar dentro de poucos dias. “Uma aposta no
vida dos nossos munícipes, fazer a diferença na vida das pessoas e das empresas através da desmaterialização de processos, para disponibilizar os serviços de forma digital, mais fácil e acessível para todos”. 23
desenvolvimento do turismo que passa sobretudo pela valorização dos nossos recursos naturais e do nosso património, as tradições, a gastronomia e, muito em especial, as pessoas, que são a nossa maior riqueza. E são cada vez mais aqueles que nos procuram para aqui descansar ou viver novas experiências”, assegurou Vítor Guerreiro. “Neste dia de aniversário homenageamos a nossa história e celebramos o futuro, mas é também o Dia Mundial da Criança e é para eles que queremos construir um futuro próspero e sustentável. É para o futuro destas crianças e jovens que trabalhamos no dia-adia, investindo na educação e na promoção dos valores de cidadania e no sentimento de pertença a esta comunidade”, apontou o autarca, deixando ainda uma garantia para o futuro: “Vamos
continuar a trabalhar, unidos, identificando e solucionando os problemas, atentos a todas as ALGARVE INFORMATIVO #294
oportunidades e colocando em prática as ações necessárias para uma resposta adequada às necessidades de todos e de cada um em particular, com um planeamento rigoroso, que assegure a valorização do nosso território e um desenvolvimento sustentável para o futuro do nosso concelho”.
“TEMOS QUE TORNAR AS NOSSAS VILAS E CIDADES MAIS AMIGAS DAS PESSOAS” Presença habitual nos momentos mais importantes deste concelho, a Ministra Ana Abrunhosa não faltou aos festejos do 107.º aniversário de São Brás de Alportel e agradeceu ao executivo liderado por Vítor Guerreiro “pelos bons exemplos que dão do que é coesão territorial”.
“Da última vez que aqui estive inaugurámos a requalificação da Avenida da Liberdade. Depois, visitamos a Casa da Memória da EN2, uma forma de valorização da história do vosso concelho. Regressei no dia seguinte para assistir aos trabalhos de remoção de amianto das vossas escolas. Hoje, volto, não apenas para celebrar este dia, que é tão importante para a história de São Brás de Alportel, mas para dar os parabéns, mais uma vez, a uma autarquia que não baixa os braços”, declarou a governante. “Apesar de todos os constrangimentos, desafios e ALGARVE INFORMATIVO #294
demoras, não desistem de fazer obra para o bem da vossa população. É isso que este terminal rodoviário nos mostra, mas também os demais projetos que nos foram apresentados, o Quarteirão Fonte Maria e a ligação entre a EN2 e a A22. O que ficou claro é a vontade de dar mais vida ao norte da vila, criar uma nova centralidade, mais mobilidade e acessibilidade, mais espaços verdes e cuidados de saúde e respostas sociais. Tudo isto é coesão social e coesão territorial. Temos que tornar as nossas vilas e cidades mais amigas das pessoas, mais acolhedoras das famílias, dos residentes e dos visitantes, com transportes adequados, com escolas modernas e seguras”, defendeu a Ministra da Coesão Territorial. Ana Abrunhosa não poupou também elogios aos são-brasenses por serem verdadeiros mestres na utilização dos fundos comunitários, geridos, na região, pela CCDR Algarve, entendendo que os territórios do interior devem ter critérios mais vantajosos para o seu usufruto. E garantiu que se continuará a dar uma especial atenção e carinho à EN2, “que atravessa todo o nosso
país e que é absolutamente fundamental para a coesão territorial do interior, assim como também teremos que dar especial atenção à requalificação da EN2 24
entre São Brás de Alportel e a A22”. “Esta Ministra já assumiu publicamente esse compromisso e continuaremos a trabalhar sempre para a sua concretização, conjuntamente com as Infraestruturas de Portugal e com o Ministério das Infraestruturas e Habitação. E também contarão com o nosso apoio para o Quarteirão Fonte Maria, porque, se os projetos são importantes para São Brás de Alportel, são importantes para Portugal”, frisou. A parte da tarde foi preenchida pelas comemorações dos 20 anos da Biblioteca Municipal Dr. Estanco Louro, com exposições, momentos de celebração do 25
Dia da Criança e o lançamento do primeiro título da aguardada reedição da obra de José Dias Sancho, «Deus Pan e outros contos». Foi também inaugurada a exposição alusiva aos 40 anos da Universidade do Algarve e o desafio «É de pequenino que se escolhe o pratinho», no âmbito do projeto «Prato Certo» da Associação In Loco. Para terminar o dia em beleza, o Município de São Brás de Alportel preparou o original «Sons de São Brás», um espetáculo em forma de viagem e uma viagem em forma de espetáculo, com 12 temas originais, 15 autores, mais de três dezenas de músicos, 25 bailarinos, dois grupos de dança e um justo tributo aos compositores sãobrasenses do passado .
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PRIMEIRAS BANDEIRAS AZUIS DE 2021 FORAM COLOCADAS NO CONCELHO DE LAGOA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina s praias do concelho de Lagoa foram as escolhidas pela ASAE – Associação Bandeira Azul da Europa para ver hasteadas as primeiras Bandeiras Azuis de 2021, com a cerimónia oficial a acontecer, na Praia do Carvoeiro, para evidente satisfação de Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa. “Para
além das seis Bandeiras Azuis com que Lagoa foi distinguida, temos ALGARVE INFORMATIVO #294
também nove praias com Qualidade Ouro e uma Praia Acessível, precisamente esta no centro da vila do Carvoeiro. Gostaríamos de ter mais praias acessíveis, mas a morfologia da nossa costa não o permite”, referiu o edil lagoense. O momento era de celebração, mas Luís Encarnação não esqueceu os grandes desafios colocados pela pandemia que ainda persiste a nível 28
mundial, mas também a necessidade “de se ir retomando as nossas vidas”.
“Estamos em risco baixo de contágio e, à medida que o processo de vacinação prossegue, vai-se tornando mais clara a tal luz ao fundo do túnel, pelo que precisamos reativar a economia, criar empregos, voltar a ter uma vida social. E Lagoa vive essencialmente do turismo, 90 a 95 por cento da nossa atividade económica depende deste setor”, frisou o autarca, deixando o desejo de que o Verão corra bem e em total segurança para os residentes e para os milhares de turistas que são esperados no concelho de Lagoa. “Esperemos que,
muito em breve, tenhamos esta pandemia vencida e possamos
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resgatar, finalmente, as nossas vidas. Há regras que teremos que cumprir neste Verão, e compreendemos que assim tem que ser, para desfrutarmos das praias, com a distância de metro e meio entre as toalhas e de três metros entre os chapéus de sol… e que cheguemos ao areal munidos de máscara”. Uma questão que continua na ordem do dia prende-se com a capacidade de carga das praias e o concelho de Lagoa, que possui algumas das praias mais bonitas do mundo, está confrontado com uma lotação reduzida em alguns desses areais. “Nos termos da
legislação portuguesa, ninguém ficará impedido de entrar no areal, mas há que ter em atenção
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Capitão de Mar-e-Guerra Fernando Rocha Pacheco, Comandante da Zona Marítima do Sul, Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, e Pedro Coelho, Diretor da Administração da Região Hidrográfica do Algarve
o dispositivo eletrónico que faz a contagem de pessoas que estão, a cada momento, na praia e que transmite essa informação para as aplicações móveis criadas pelo Município. Deste modo, os cidadãos e os turistas podem melhor decidir qual a praia para que pretendem ir, em função da sua ocupação naquele momento”, explicou Luís Encarnação, confiante de que o próximo Verão terá bastantes turistas nas praias, nas esplanadas, nas unidades hoteleiras. Conforme é habitual, o momento contou com a participação de Pedro Coelho, Diretor da Administração da ALGARVE INFORMATIVO #294
Região Hidrográfica do Algarve, que lembrou que esta será a segunda época balnear em contexto de covid-19, mas que, apesar da exigência ser idêntica a 2020, o processo de planeamento foi mais fácil. “No ano passado
tivemos pouquíssimo tempo para preparar tudo, mas julgamos que as coisas, de uma forma global, correrem bem. Este ano teremos mais turistas, o que é positivo para a economia, mas isso implicará igualmente maior pressão sobre as praias e uma maior exigência na gestão desta época balnear”, sublinhou o dirigente. 30
Entretanto, as regras para o usufruto das praias são, na sua esmagadora maioria, as mesmas de 2020, mas com algumas nuances, sendo que, por exemplo, os intervalos de lotação foram alterados. Assim, até 50 por cento de ocupação, o dispositivo eletrónico colocado à entrada das praias terá a luz verde acesa; dos 50 aos 90 por cento, a luz será amarela; acima dos 90 por cento, entra-se na zona vermelha, significando ocupação plena.
“Devemos ter atenção na escolha da praia para respeitarmos as regras, bastando, para tal, utilizar a aplicação «infopraia». E, sempre que não é possível existir distanciamento, temos que usar a máscara e os acessos às praias são zonas sensíveis e de maior concentração de pessoas. Claro que, no areal, cumprindo-se os distanciamentos entre as toalhas e os chapéus-de-sol, podemos tirar a máscara”, indicou Pedro Coelho. O Diretor da Administração da Região Hidrográfica do Algarve partilha da opinião de que o concelho de Lagoa tem um dos litorais mais bonitos de Portugal, mas o valor paisagístico destas praias está, porém, associado a um risco 31
geológico elevado, nomeadamente aos perigos de desmoronamento das arribas. “E isso influencia,
forçosamente, a capacidade de ocupação das praias. O concelho de Lagoa tem uma capacidade de carga de 4.600 pessoas para todas as suas praias, ao passo que, mesmo aqui ao lado, a Praia da Rocha tem o dobro dessa capacidade”, comparou Pedro ALGARVE INFORMATIVO #294
Coelho. “No âmbito dos POOC –
Planos de Ordenamento da Orla Costeira ainda em vigor, a gestão da capacidade de carga já era discutida há vários anos, mas o covid-19 veio colocar essa temática no centro das atenções. Lagoa tem praias com uma capacidade muito reduzida, pelo que precisarão de ferramentas de gestão diferenciadas. A ideia é que a capacidade de visitação não seja afetada, mas não poderá haver um usufruto demasiado prolongado, para permitir a rotação das pessoas e a diminuição dos riscos no areal”. A finalizar a sua intervenção, Pedro Coelho enalteceu ainda a qualidade da água das praias algarvias. “Nos últimos ALGARVE INFORMATIVO #294
20 anos aumentou de forma considerável e, na última década, atingiu um patamar de excelência. Existem pequenas falhas, resultantes de algumas avarias ou mau funcionamento de partes do sistema, muito pontuais, mas isso é normal acontecer. Dai termos assinado, também hoje, com a Câmara Municipal de Lagoa, um protocolo para aumentarmos a rede de monotorização da qualidade da água balnear no concelho. É para isso que trabalhamos todos os dias, sabendo que manter o nível «excelente» é mais difícil do que atingir esse patamar”, concluiu o Diretor da Administração da Região Hidrográfica do Algarve . 32
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DIA DO PESCADOR ASSINALADO EM OLHÃO COM INICIATIVAS DIRIGIDAS AOS HOMENS DO MAR Texto: Daniel Pina | Fotografia: Município de Olhão Dia do Pescador, que se comemorou a 31 de maio, voltou a servir de mote à Autarquia de Olhão para homenagear os olhanenses que fazem da pesca o seu modo de vida, num concelho que está intimamente ligado histórica e economicamente à ria e ao mar. O ponto alto das comemorações teve lugar no Auditório Municipal, com a tradicional cerimónia de entrega de distinções aos ALGARVE INFORMATIVO #294
profissionais do setor das pescas e aquacultura. Na ocasião, o presidente da autarquia, António Miguel Pina, referiu que “este dia assume-se como um
marco relevante para o nosso concelho, onde o mar e a Ria Formosa estão na génese do seu povo e representam o sustento de muitas famílias, através da pesca e da aquacultura, atividades que sabemos conjugar como 36
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ninguém com as da restauração, da hotelaria, do turismo e da investigação científica”. Referindo-se aos efeitos da pandemia, o autarca assinalou que os últimos tempos não têm sido fáceis. “Tem sido um período de
adaptações, com constantes alterações. Foi necessária uma reinvenção para que fosse possível avançarmos em segurança, determinação e esperança de que, juntos, vamos conseguir ultrapassar este enorme obstáculo que é a pandemia”, afirmou, realçando o papel do Gabinete de Apoio ao Empresário da autarquia no apoio aos pescadores e aquacultores, enquanto elo de ligação entre empresários e entidades, o que se traduzirá, até final do ano, em cerca de ALGARVE INFORMATIVO #294
4,5 milhões de euros injetados na economia local. Aludindo à renovação das licenças dos viveiristas, António Miguel Pina garantiu que “o
Município vai continuar a lutar para que seja criado um regime de exceção para o procedimento relativo às novas concessões e à renovação das concessões existentes”, esperado que até ao final do ano esta questão fique definida. As comemorações oficiais do Dia do Pescador em Olhão tiveram, no entanto, início dois dias antes. No sábado, 29 de maio, decorreu no Auditório Municipal uma sessão subordinada às alterações climáticas e à pesca em Portugal. Foram convidados Martim Granje, especialista 38
em alterações climáticas e energia, e Francisco Leitão, investigador no Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, que conversaram sobre «O Mural do Clima: as mudanças do clima e o seu efeito no planeta» e «As Alterações Climáticas e a Pesca em Portugal», respetivamente. O programa comemorativo ficou concluído com a inauguração da nova lota da Fuseta, que contou com a presença da Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, uma requalificação cujo investimento rondou os 300 mil euros, e 39
que se veio juntar à intervenção levada a cabo pela Docapesca no porto de pesca de Olhão, que ascendeu a cerca de 455 mil euros. ALGARVE INFORMATIVO #294
DISTINGUIDOS Arrasto - Mestre António Lobo - António Sebastião Madeira, Herdeiros - Praia de Monte Gordo - Rosa & Viegas, Lda. Cerco - Samuelito - João Augusto Perruca - Cidade de Setúbal - Francisco Afonso Graça, Unipessoal Polivalente local - VIP - Dário Pedro Buchinho José - Até Já - Luís Rolão Polivalente costeira - Arlete Maria - J. Filipe Pescas, Unipessoal - André Sousa - Rogério Sousa Armação - Rabilho - Real Atunara, S.A. Aquacultura - EDULIS - Comércio de Peixe e Marisco, Lda.
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Mariscador apeado - João Vitorino Mulher na pesca - Dulce Gonçalves Pescador mais novo - Lino Simões Pescador em progressão - Celso Rosário Indústria conserveira - Maria Eduarda Revés Inovação - Sun Concept - Solar Boat Builders Carreira - Miguel Cardoso Mérito - Tripulação da embarcação Rio Odiel - Paulo do Carmo Instituição - Docapesca – Portos e Lotas, S.A.
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CENTRO DE JUVENTUDE DO ALGARVE DO IPDJ COMEMORA 30 ANOS SOB O LEMA «CONTIGO POR TODO O ALGARVE» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, foi o convidado de honra da abertura oficial, no dia 25 de maio, do Programa de Comemorações dos 30 anos do Centro de Juventude do Algarve do Instituto Português do Desporto e Juventude. Ao longo do dia, o IPDJ apresentou diversas ALGARVE INFORMATIVO #294
atividades dinamizadas pelos jovens, associações juvenis e clubes desportivos da região e que incluíram patinagem, xadrez, música, um atelier de rádio e a inauguração da exposição de artes plásticas «Uma Bóia no Telhado», que envolveu 10 jovens artistas plásticos, com curadoria de Fábio Alexandre Soares. Durante a Sessão Solene foram homenageados os trabalhadores e 50
Custódio Moreno, Diretor Regional do Algarve do IPDJ
dirigentes do IPDJ que, ao longo dos últimos 30 anos, contribuíram para a valorização das/os jovens e da população em geral através dos programas e iniciativas deste instituto, num final de tarde abrilhantado pela Escola de Música da Associação Cultural Fusetense, com direção musical do conhecido Domingos Caetano. Realce igualmente para a apresentação do filme/documentário «30 anos e tantas histórias para contar», uma produção do IPDJ do Algarve com argumento e realização de Miguel Veiga.
“Esta é a casa onde eu cresci, onde me fiz homem, mas onde continuo a sonhar como um jovem. O IPDJ faz parte da minha vida e de todos aqueles que por aqui passaram”, 51
afirmou, no início da sessão, Custódio Moreno, Diretor Regional do IPDJ do Algarve. Num discurso emotivo, não contasse já com 20 anos de liderança do Centro de Juventude do Algarve – 15 anos na sua primeira passagem e mais cinco desde que regressou ao cargo em 2016 – Custódio Moreno não escondeu a alegria por ver o renovado auditório repleto de autarcas, líderes associativos, responsáveis das forças de segurança e demais entidades oficiais. “Todos vocês são o IPDJ,
mas temos muita mais gente que faz acontecer o IPDJ no anonimato. O IPDJ são as pessoas, ALGARVE INFORMATIVO #294
não é uma instituição feita de muros, cimento e tijolos. Somos uma equipa em que não se sabe quem é o líder e quem é o técnico, somos todos «operários» desta casa. E o Instituto não termina nestas paredes, existe desde Vila Real de Santo António a Sagres, do litoral ao barrocal e à serra. E nem sequer termina no Algarve”, descreveu o dirigente, lembrando que os jovens sabem muito bem o que querem, daí a importância de se trabalhar com eles, e não para eles. “Os atores
principais são os jovens, o IPDJ, as associações e os clubes são apenas facilitadores que estão cá para apoiar as suas ideias e projetos. Para os ajudar a sonhar, mas
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também para concretizarem os seus sonhos. Um país sem jovens sonhadores e concretizadores é um país pequeno”. A comemorar três décadas de existência, esta «família» teve, como é natural, os seus altos e baixos, mas, olhando para trás, Custódio Moreno garante que muito foi semeado. “Os
jovens fazem voluntariado dia e noite, estão no movimento associativo dia e noite, têm causas dia e noite. Estamos aqui para festejar o sucesso dos jovens do Algarve, porque isso também se traduz no sucesso de Portugal”, declarou, com o coração nas mãos, antes de pedir uma salva de palmas
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Sónia Paixão, Vice-Presidente do Conselho Diretivo do IPDJ para os funcionários do IPDJ, os atuais e todos aqueles que passaram por esta casa nos últimos 30 anos. “Estar no
IPDJ é um caminho cheio de luz, com muito sol, é um projeto e uma vida. Não foi na universidade que o Custódio Moreno tirou a licenciatura, mas sim junto dos clubes e das associações. São uma escola de virtudes”, assumiu o dirigente, aproveitando para agradecer também a presença do Secretário de Estado da Juventude e Desporto nesta importante data. “O nosso papel é
apoiar, porque os jovens têm ideias e sabem como as concretizar. Uma imensa gratidão é o que sinto neste 53
momento. O IPDJ fez de mim um homem diferente, melhor, e Portugal, com um associativismo verdadeiramente dinâmico, forte e empreendedor, só tem a ganhar”, finalizou o Diretor Regional do IPDJ do Algarve. De regresso ao Algarve esteve, mais uma vez, Sónia Paixão, Vice-Presidente do Conselho Diretivo do IPDJ, entidade que, recordou, em setembro assinala também 10 anos de existência, já que foi em 2011 que o Instituto Português da Juventude e o Instituto Português do Desporto se fundiram. “As
organizações são feitas de pessoas, que dão e continuam a ALGARVE INFORMATIVO #294
dar o seu melhor pelas suas «casas». Ao longo destes 30 anos, o IPDJ deixou a sua marca em tantas e tantos rapazes e raparigas do Algarve e valorizar as nossas gentes e o nosso trabalho faz parte da construção do nosso país”, entende Sónia Paixão, elogiando toda a dinâmica do IPDJ do Algarve e do tecido associativo e desportivo da região. “E o
futuro passa por melhorarmos cada vez mais as condições de trabalho de quem aqui está, por fortalecermos cada vez mais as nossas parcerias, nomeadamente com as câmaras municipais e juntas de freguesia, que dizem sempre «presente» aos desafios lançados pelo Custódio Moreno em nome do IPDJ. E quero aproveitar para ALGARVE INFORMATIVO #294
revelar que o IPDJ, juntamente com a Agência de Modernização Administrativa, está a repensar o conceito das Lojas JA e a de Faro estará, certamente, na primeira linha. E estamos a apostar também na certificação deste Centro de Juventude de Faro com o selo do Conselho da Europa. É um desafio grande, que só está ao alcance dos grandes, mas, com esforço, empenho e dedicação de todos, vamos ter sucesso”, afirmou a Vice-Presidente do Conselho Diretivo do IPDJ. A Sessão Solene terminou com as palavras de João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, que partilhou algumas das 54
João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e Desporto suas experiências com o IPJ, enquanto jovem, em Viseu, cidade de onde é natural. “A juventude é sempre
inesquecível, sobretudo quando temos parceiros. Por isso, é fundamental termos Políticas de Juventude que proporcionem uma passagem feliz por esta fase das nossas vidas, que garantam o acesso aos direitos que os jovens possuem e que eles se sintam mais e melhor integrados na sociedade. É isso mesmo que está preconizado no Artigo 70 da Constituição Portuguesa, o direito à educação, ao emprego, à habitação, à livre 55
criação”, indicou o governante. “Assistimos aqui a um casamento feliz entre o desporto e a juventude e o associativismo desportivo e juvenil ajuda a criar e a desenvolver, não só conhecimentos, mas um conjunto de ferramentas e competências que serão muito importantes para os jovens no seu caminho de emancipação. Portugal será um país mais pobre se não contar com a participação dos mais jovens”, reforçou João Paulo Rebelo. ALGARVE INFORMATIVO #294
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Luís Gonçalves, presidente da Direção da Teia d’Impulsos
TEIA D’IMPULSOS RECORDOU UMA DÉCADA DE VIDA NO TEMPO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina TEMPO – Teatro Municipal de Portimão recebeu, no dia 26 de maio, a gala comemorativa dos 10 anos de vida da Teia d’Impulsos, numa noite especial que deu a conhecer os dois primeiros sócios honorários desta associação sediada em Portimão – o já falecido Padre Arsénio Castro da Silva e Isilda Gomes, presidente ALGARVE INFORMATIVO #294
da Câmara Municipal de Portimão – mas também muito do trabalho realizado na vertente cultural, social e desportiva, tudo isto por entre os sketches humorísticos dos «Giletes de Aço». E tudo começou, há uma década, quando um grupo de amigos se juntou para ajudar a revitalizar uma cidade de Portimão que, na altura, atravessava uma profunda crise económica.
“Temos feito o que é possível, 60
Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão, e Nuno Vieira
graças a um conjunto de parcerias com outras entidades, com a missão de melhorar a qualidade de vida daqueles que vivem à nossa volta. Portimão estava numa situação complicada, era uma cidade em que nada acontecia, e queríamos dar o nosso contributo, porque também nos sentíamos responsáveis pela cidade onde residíamos”, contou Luís
a nível nacional, era considerado impossível, um Campeonato da Europa de Vela Adaptada, e agora foi um Campeonato Nacional de Vela Adaptada. A nossa missão nunca acaba e a nossa vontade de ajudar aqueles que mais precisam, e quando mais precisam, será sempre a base do que formos fazendo”, garantiu o antigo
Brito, um dos fundadores da Teia d’Impulsos.
presidente da Teia d’Impulsos, que confessou a alegria por ter reencontrado tantas pessoas, nesta gala, que fizeram parte desta caminhada de uma década. “Cada um
Com o carinho e apoio de outros foi sendo, então, possível concretizar diversas iniciativas e ações que têm feito a diferença na comunidade portimonense e algarvia, e até mesmo do resto do país e além-fronteiras. “Em 2019
organizamos em Portimão algo que, 61
de vós é um pequeno reconhecimento e um grande alento para continuarmos a trabalhar. Temos uma equipa que ALGARVE INFORMATIVO #294
Luís Brito, membro-fundador e antigo presidente da Teia d’Impulsos
começa a ser bastante grande, com voluntários, colaboradores e estagiários, e temos uma grande vontade de construir coisas, o que só é possível graças a essa energia que vocês nos transmitem e porque nos apoiam”. A par dos muitos sucessos também houve lugar a alguns insucessos, reconhece Luís Brito, “em 10 anos com
muita doçura, mas com alguns amargos também”. “Tudo isso fez parte do crescimento da associação e estamos aqui hoje, nesta gala, com os nossos amigos, com as entidades e pessoas que nos ajudaram, aqueles a quem recorremos diariamente. Mas tudo ALGARVE INFORMATIVO #294
aquilo que pedimos não é para nós, mas sim para a nossa comunidade, para construirmos um futuro melhor”, frisou, antevendo que a próxima década será recheada de desafios. “Esta
pandemia trouxe-nos um conjunto de alterações às nossas vidas pessoais e profissionais, à forma de vermos e estarmos na vida, e queremos fazer parte dessas alterações, de uma forma positiva e construtiva. Para isso contamos com todos vós, porque sozinhos não conseguimos fazer nada. A Teia não tinha nada quando realizou a primeira Rota do Petisco. Antes mesmo de existir a Teia construímos um 62
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Custódio Moreno, Diretor Regional do Algarve do IPDJ
projeto reconhecido a nível internacional, a Vela Solidária. E hoje temos projetos ímpares no plano nacional. É este o nosso ADN e forma de estar e viver e queremos que estejam connosco na construção deste novo futuro”, apelou Luís Brito, desejando ainda o maior sucesso à atual direção, liderada por Luís Gonçalves, “para
continuarmos a contribuir para uma sociedade melhor, mais equilibrada e equitativa, onde todos tenhamos o nosso espaço e oportunidades”. Depois das intervenções dos responsáveis por alguns dos projetos da Teia d’Impulsos e de Custódio Moreno, Diretor Regional do Algarve do IPDJ – ALGARVE INFORMATIVO #294
Instituto Português do Desporto e Juventude, usou da palavra Isilda Gomes, que depressa enalteceu “o
exemplo destes jovens empreendedores, de jovens que se preocupam com a sociedade, de jovens que constroem para os outros”. “O melhor que temos no nosso concelho são as pessoas, são elas que fazem a diferença, e a Teia d’Impulsos representa solidariedade, participação, civismo, proximidade e aquilo que há de melhor na nossa juventude. E ficamos também com a certeza de que Portimão tem futuro”, destacou a presidente da Câmara Municipal de Portimão. “Esta rede
pode abarcar muitos outros 64
jovens e assim Portimão ficará uma cidade e um concelho melhor e mais solidário. É um orgulho ter uma associação como a Teia d’Impulsos no nosso município, porque estes jovens têm o know-how, o querer, a vontade e a determinação de fazer e, quando temos gente assim, a obrigação de uma autarquia é providenciar-lhes os meios para que concretizem os seus projetos”, defendeu a edil portimonense, desejando que “continuem a ser uns
empreendedores sociais, desportivos e culturais e façam da nossa juventude uma juventude solidária, criativa e construtiva”. O encerramento da Gala dos 10 anos de Teia d’Impulsos coube ao atual presidente da direção, Luís Gonçalves,
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para quem os diversos projetos sociais, culturais e desportivos apresentados nesta noite justificam plenamente o muito empenho e dedicação de todos os elementos desta associação.
“Interagimos com centenas de pessoas nesta década, construímos pontes e criamos sinergias. Temos uma equipa fantástica, os que estão cá, os que já cá estiveram, os que saíram e os que voltaram, todos pessoas capazes que dão e deram o melhor de si. Somos um grupo de sonhadores que querem mudar a vida dos outros com projetos culturais, sociais e desportivos. Não temos a intenção de mudar o mundo, mas podemos mudar a nossa rua, a nossa cidade, a nossa região”, afirmou Luís Gonçalves .
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OrBlua Um Folhetim Semanal que Celebra a sua Vida e o seu Final Episódio 1
Texto: António Pires| Fotografia: OrBlua
o dia 2 de Junho de 2011 nasceu um novo grupo musical algarvio que dos antigos géneros tradicionais desta terra fez o ponto (e porto) de partida para muitas aventuras. Uma viagem que começou absolutamente por acaso, se o acaso é para aqui chamado quando se pensa nos caprichos do tempo e do que este é capaz de construir a partir do «nada» ou do «quase nada». Sim, pense-se no Big Bang que, dum pedaço de matéria com o tamanho de uma cabeça de alfinete, fez o Universo inteiro. E sim, pense-se ainda na Teoria do Caos, enfeitada de coloridos e psicadélicos fractais, postulando que o bater de asas de uma borboleta em Nova Iorque pode gerar um tsunami nos mares da China. E uma viagem que os levou céus e mar fora para outros ambientes musicais, os mesmos que o trio que viria a tornar-se a formação clássica da banda – o compositor, poeta e multi-instrumentista Carlos Norton, a cantora, baixista (mas não só) Inês Graça e o percussionista Nuno Murta – trazia já na sua bagagem pessoal: ALGARVE INFORMATIVO #294
a folk, o punk, o rockabilly, as sonoridades celtas, o heavy-metal, o rock progressivo, as mais desvairadas músicas do mundo... E ainda muitos outros que, no seu caminho, foram, entretanto, descobrindo. Ao longo do seu percurso, que termina no dia 2 de Junho de 2021, dez anos certinhos depois de terem começado e com a edição do seu último álbum, «Finisterra», os OrBlua cruzaram-se em estúdio e ao vivo com muitos outros músicos e cantores, feiticeiros do vídeo e dos sons, produtores e companheiros de estrada que fizeram da sua jornada uma das mais incríveis aventuras da música tradicional portuguesa reinventada para o Século XXI. No pequeno livreto interior do CD «Finisterra» pode ler-se: “O fim da terra; o extremo do mundo; o último som de uma banda”. E isto, que poderia soar a um pífio epitáfio dos OrBlua, é antes o celebrar de uma vida cheia que, por vontade própria, chega hoje alegremente ao fim. Os OrBlua morreram! Vivam os OrBlua!… . 68
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GRAND JETÉ INTERNACIONAL DANCE AWARDS PREMIOU NOVOS TALENTOS EM LAGOA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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epois do interregno em 2020, ditado pela pandemia por covid19, o Grand Jeté International Dance Awards regressou a Lagoa, a 28 e 29 de maio, para dois dias repletos de dança de enorme qualidade protagonizada por largas dezenas de aspirantes a bailarinos profissionais. A competição internacional de dança nas vertentes de ballet clássico e estilo contemporâneo tem como objetivo promover a arte da dança, permitindo que jovens bailarinos mostrem o seu talento e se conectem com as plateias, mas também proporcionando master classes e oportunidades de educação e bolsas de ALGARVE INFORMATIVO #294
estudo em instituições de dança de prestígio. A Competição Internacional de Dança recebeu estudantes e bailarinos de todas as nacionalidades dos 5 aos 25 anos, com a competição de solistas a decorrer no dia 28 e, no dia seguinte, foi a vez dos duetos e grupos irem a provas. E, depois da dura tarefa do júri premiar os melhores concorrentes, foi tempo do público, maioritariamente formada pelos familiares dos jovens bailarinos, se deliciar com um espetáculo constituído pelas melhores performances a concurso. Foi também possível acompanhar o espetáculo através da página de Youtube do Município de Lagoa . 78
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TEATRO LETHES VIBROU COM OS RITMOS DOS BLUES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova
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uma organização da Blues a Sul – Associação de Blues do Algarve, o Teatro Lethes foi palco da sétima edição do FaroBlues – Festival Internacional de Blues de Faro, com o intuito de divulgar este estilo musical e a sua cultura, apostando-se cada vez mais numa programação de qualidade e que apela a públicos diversificados. Na quinta-feira, 27 de maio, a noite foi animada por Greg Izor & Emílio Arsuaga Blues Quintet, um duo de cantores e harmonicistas, o primeiro oriundo da capital da música de Austin, no Texas, o segundo proveniente de Madrid, que já estão habituados a tocar nos mais importantes eventos de blues na ALGARVE INFORMATIVO #294
Península Ibérica e mais além. E o grupo de músicos veteranos dos blues preencheram, de facto, o Teatro Lethes com um poderoso espetáculo musical. Na sexta-feira, 28 de maio, os protagonistas foram os portugueses The Smokestackers, banda que surgiu de uma conversa num estúdio e de um gosto em comum pelos Blues. João Belchior e Diogo Mão de Ferro representam a imagem e sentimento dos Blues, num reportório que abrange o tradicional e canções mais atuais. Em formato acústico, com umas notas de slide guitar e uma harmónica, e vozes que cantam letras tantas vezes passadas de geração em geração, são, sem dúvida, uma delícia de se escutar. 100
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«FLOTADOS» MARAVILHOU LOULÉ Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes
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nserido na programação em rede Central Artes – Loulé, Albufeira, Faro, Olhão e Tavira, o Parque de Estacionamento Municipal de Loulé assistiu, no dia 28 de maio, à extraordinária performance «Flotados», por David Moreno e Cristina Calleja, dois personagens que, no seu mundo pessoal e íntimo, criam magia e ilusão em cada um dos seus movimentos e ações. “Dois
mundos que se alimentam um do outro sem saberem, que crescem e se transformam por uma força que os ultrapassa, sem saber de onde ela vem ou para onde vai. Como é que a nossa ação transforma a vida dos outros sem o saber?”, questiona a 111
produção, para abrir o apetite da assistência. Neste espetáculo fantástico, o caos leva ao encontro, “uma união entre
as nossas personagens que fará crescer os seus mundos interiores, uma ode ao amor, à beleza da vida, ao encontro entre as pessoas em que a música é o fio condutor que transforma um mundo irreal, sonhado, num mundo em que tudo é possível e os sonhos se tornam realidade”, referem os intérpretes. “Quem está connosco na criação deste universo? Um universo de nave, ALGARVE INFORMATIVO #294
um universo de lua, um universo de piano. Paremos o mundo por um momento. Transformemos o espaço urbano num lugar de sonho, num Universo único onde a música, a dança e o circo iluminam os olhos de quem nos olha”. «Flotados» junta música, dança, performance e artes de circo e foi uma
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estreia absoluta em Portugal, depois de já ter vencido os XXII Prémios Max de Artes Cénicas em Espanha, como o «Melhor Espetáculo de Rua». Chegou ao Algarve, mais concretamente a Loulé, através da «Central Artes», financiada pelo Programa Operacional CRESC Algarve 2020 e que inclui os concelhos de Loulé, Albufeira, Faro, Olhão e Tavira .
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OPINIÃO Reconhecimento público Paulo Cunha (Professor) uando, há uns meses, o presidente do Rotary Club de Faro me telefonou, informando-me que a direção tinha reunido e os seus membros tinham decidido, por unanimidade e aclamação, atribuir-me o Prémio Profissional do Ano - 2020/2021, fiquei pela segunda vez sem saber o que responder. Já no verão de 2007, quando o Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Faro me ligou para me informar que o Executivo tinha decidido, por maioria, atribuir-me a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro, respondilhe que haveria muita gente mais habilitada, digna e merecedora de receber tal distinção. Depois de alguma insistência, ambos me convenceram a aceitar os galardões, referindo que, apesar de ainda ter muito para fazer e realizar, ambas as distinções premiavam o meu percurso cultural, educativo, associativo, social e humanitário. É um facto: uma distinção não é um ponto final, é sim um estímulo para continuar a produzir, a realizar e a inovar. Agora, quase a chegar aos sessenta, sei-o! ALGARVE INFORMATIVO #294
Desta feita, senti o que determinados jogadores de desportos de equipa expressam quando dedicam os prémios aos seus companheiros. Receber um galardão que premeia o profissionalismo no ramo da Educação é sentir que apenas damos a cara e representamos uma enorme equipa onde os alunos, os encarregados de educação, os professores (no ativo e na direção) e os demais funcionários são peças duma enorme engrenagem em que todos são vitais para o seu eficaz funcionamento. Numa altura em que os profissionais do Ensino continuam a ser depreciados, diminuídos e ostracizados, constar que existem setores funcionais e produtivos da nossa sociedade civil que se mantêm atentos ao papel e à importância da Educação, escrutinando-a, dá-nos alento para continuar. Por isso, hoje, ao entrar no meu local de trabalho, senti um enorme prazer ao perceber que, desde o portão da entrada até à sala de professores, as manifestações de apreço e de regozijo pela distinção que me foi atribuída foram sentidas por todos aqueles que continuam a acreditar na Escola Pública. Sabendo que, em grande parte, o foco do Prémio Profissional do Ano foi o 122
trabalho que desenvolvi nas duas últimas duas décadas com alunos surdos, na Escola E. B. 2, 3 Santo António – Faro, resolvi agradecer-lhes, hoje (altura em que vos escrevo), mostrandolhes a «placa de mérito» e partilhando-a com todos eles, os alunos e a intérprete de língua gestual. Se, há vinte anos, não tivesse aceitado o desafio que me foi lançado para ensinar música a surdos, 123
como teria eu aprendido tudo o que hoje sei sobre a música na surdez? Sim, esse foi, é, e continuará a ser, um dos maiores prémios que levarei desta vida: conseguir estimular a descoberta de música onde ela, aparentemente, não existe. Grato à vida! .
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OPINIÃO Vigésima terceira tabuinha - Chá, chat Ana Isabel Soares (Professora Universitária) uma das inúmeras vezes que visitei Londres, fiquei alojada em casa de amigos de amigos (coisa que, hoje, seria bem mais complicada de fazer, com a suspeição que viaja no ar, braço dado com vírus, partículas de microplástico, bactérias nocivas e outros «insectos malignos»*). São lugares curiosos, as casas onde não se habita mais do que uma ou duas noites: apesar da segurança, oferecem ao curioso, também, o desafio dos passos novos, da espessura de outras paredes, do som inesperado de uma tábua do soalho, de uma quina abrupta. Habituei-me, nas casas que conheço e re-habito, aos sinais de cada uma, à extensão que meço em passos, ao eco mole de um respirar, como adivinho paredes e vãos, às claridades e à treva de cada lugar: se, a meio da noite, me levanto do sono (como aquele “sleeper fancying that he might find on the beach an answer to his doubts, a sharer of his solitude”, que Virginia Woolf lamentou não achar sobre a areia noturna da praia nada capaz de trazer “ordem à noite e fazer o mundo refletir o compasso da alma”), caminho no escuro. Assim fiz, na casa que me acolheu, num bairro periférico de Londres. Desci as escadas ALGARVE INFORMATIVO #294
em direção à cozinha (escadas de madeira velha, corrimãos de madeira velha, que pisei com cuidado para evitar o ranger das tábuas, aqui sim, aqui – ui!, não; aqui mal se ouve, sim), olhos antecipando o bule do chá, a água quente que consolaria pele, órgãos, tudo àquela hora desidratado pela ferocidade das máquinas de fazer e de manter calor. No andar de baixo, sosseguei na divisão certa e iluminada pelo luar que a janela grande deixava entrar pelo vidro. Mas a um canto desenhava-se uma mancha, grande silhueta em forma de oito: redonda menor na roda de cima, redonda maior na roda de baixo, que assentava quase plana junto ao parapeito. Um gato. Estava do lado de fora, no jardim da casa, encostado ao vidro, empurrado contra a superfície aquecida do vidro, colado à transparência quente da janela, e apenas estava. Abrandei mais ainda os movimentos, numa lentidão pouco mais que imobilidade, e fiquei a mirá-lo, atenta a ele, atenta a cada centímetro de chão que teria de vencer para, sem o espantar, ganhar o meu chá: olho no gato, olho no bule que deixara sobre a bancada. O esforço de não alertar o bicho aumentava-me era a sede: misericórdia, gato: se ele se mexesse, 124
Foto: Vasco Célio
temia eu, aterrava sobre a casa todo o ruído que até ali evitara. Se não me mexesse eu, mas então a sede... E foi o que me fez mexer, movimentar um nada, quanto bastou para a mancha agora peluda se mover também, silhueta agora alaranjada e gorda, um Garfield vadio que no tempo igual ao meu se mexeu, só mais astuto e rápido. Abalou – teria sentido medo? Foi um salto apenas, do parapeito para a relva, foi 125
para onde o mundo continuasse a imobilidade do silêncio e houvesse outro vidro a transparecer uma casa morna . *Refiro-me a parte do título de um dos ciclos de exposições que a galeria farense Artadentro tem vindo a realizar, com o Município de Faro. A propósito, veja-se, por estes dias, no Museu Municipal de Faro, a obra de Marta Caldas (o raro exato sopro e toque da grafite). ALGARVE INFORMATIVO #294
OPINIÃO Empreendedores de sucesso têm dores! Fábio Jesuíno (Empresário) or alguma razão a palavra empreendedor termina em dor. Ser empreendedor é uma aventura desafiante com algumas dores, que devem ser bem medicadas para se atingir o sucesso. Se és um empreendedor sabes que, com muita ou pouca frequência, as dores aparecem ao logo da nossa caminhada, por isso, devemos sempre recorrer aos melhores médicos para as tratar e conseguirmos ultrapassá-las de forma a alcançarmos novas vitórias no nosso trajecto de empreendedor. O caminho de um empreendedor começa logo com um grande desafio, identificar um problema e transformá-lo numa oportunidade. O percurso continua com muita persistência a criar estratégias para tentar mudar o futuro e, aqueles que conseguem, alcançam impacto na vida das pessoas, seja na sua comunidade, região, país ou no mundo. Durante o nosso caminho de empreededorismo encontramos alguns obstáculos que, para ultrapassá-los, é necessário muito esforço que provoca algumas dores, que devem ser tratadas ALGARVE INFORMATIVO #294
por um médico, que poderá ser um mentor ou um consultor com experiência que vai prescrever a medicação certa para que seja retomado rapidamente o caminho em direção ao sucesso. As dores empreendedoras são algumas vezes muito fortes, difíceis de ultrapassar, momentos de escolha pelo melhor caminho, indecisão e dúvida sobre se se deve continuar ou desistir. Definir a melhor proposta de valor e criar um modelo de negócio inovador e sustentável são alguns dos momentos verdadeiramente decisivos para o sucesso do projeto e para o futuro de qualquer empreendedor. Ser empreendedor é arriscado, é importante conhecer e dominar uma série de variáveis que provocam dores nas mais diversas formas e intensidades. Prever e aprender a identificar essas dores é fundamental para aumentar a nossa autoconfiança e as nossas possibilidades de sucesso. Quando criei a minha primeira empresa, aos 18 anos, estava completamente anestesiado pelo sonho de criar um negócio inovador que me permitisse gerar valor. Depois passou a anestesia e vieram muitas dores cheias 126
de desafios. O meu principal medicamento foi a persistência de seguir o meu sonho e os parceiros, amigos e clientes que consegui ao logo do tempo. Hoje, essa empresa tem 17 anos, tem clientes em Portugal, Angola, Itália, Espanha e Austrália, e já ultrapassou as principais dores. 127
Os empreendedores estão renovando conceitos económicos, ultrapassando barreiras sociais e culturais, criando oportunidades nas mais diversas áreas. As dores fazem parte do caminho de qualquer empreendedor e, quando são ultrapassadas, o sucesso é garantindo . ALGARVE INFORMATIVO #294
OPINIÃO Turismo, o Renegado Alexandra Rodrigues Gonçalves (Diretora da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve) urismo outra vez, sim. Com as notícias do feriado, que colocam Portugal nos destinos «âmbar» do Reino Unido e assim fora da lista verde, com consequências imediatas para terça-feira seguinte, tinha que escrever-vos sobre Turismo. Mas não é este o mote exclusivo deste artigo. Este artigo é também o resultado do desconforto pessoal, que várias conversas com especialistas, académicos e outras entidades, sobre os futuros investimentos na região, mas também no país, estão a trazer-me ao ouvir dizer consecutivamente que o «Turismo» agora é palavra proibida. O Turismo nunca foi visto na sua visão holística e integradora como um fenómeno social completo. A instabilidade total que está a ser criada, não só pela situação de pandemia, mas também pela enorme vulnerabilidade e dependência de alguns mercados, colocam-nos num alerta máximo. Esta analogia simbólica que nos remete para o filme «The Renegade - un osso troppo duro» com Terence Hill (*), não deixa de ser curiosa face ao enredo deste ALGARVE INFORMATIVO #294
conhecido western, mas detenhamo-nos sobre o porquê de «renegado». A importância do emprego no sector é inegável, os dados que apresentamos são do IPDT (**) e referem-se à prépandemia, demonstrando a forte importância do turismo na economia nacional: o turismo era responsável – direta e indiretamente – por 2 em cada 10 empregos em Portugal. Além disso, 1 em cada 5 euros gerados provinham desta atividade; em 2019, o turismo empregava 320 mil pessoas; nas atividades ligadas ao alojamento e à restauração – empregou diretamente 320 mil indivíduos; 6 em cada 10 trabalhadores do turismo são mulheres, contribuindo positivamente para a igualdade de género; 13 por cento das pessoas empregadas em turismo tinham formação ao nível do Ensino Superior (um aumento considerável face a anos anteriores); reduziu a percentagem de pessoas empregadas com formação ao nível do ensino básico; 2 em cada 10 pessoas trabalham por conta própria, pelo que é um dos setores mais empreendedores da economia nacional; e ainda é um impulsionador do emprego jovem, dado que em 2019, 15 por cento das pessoas empregadas no turismo tinha menos de 24 anos, acima da média nacional no total da economia. 128
medidas transversais para a acessibilidade, a digitalização, o património cultural e a criatividade), na construção de uma indústria sustentável (contribuir com incentivos diretos para a adoção de práticas sustentáveis), pois não podemos aceitar a contínua marginalidade regional. A regeneração e diversificação da economia só serão possíveis com a regeneração também do turismo. Outros dados sobre a remuneração associada ao setor estão também disponíveis na ligação do IPDT. Esta crise sem precedentes requer medidas sem precedentes. Não podemos virar as costas à nossa realidade. A importância da atividade turística para a região e para o país requer uma Taskforce. Temos já um Plano Nacional de Ação «Reativar o Turismo. Construir o Futuro» que define quatro pilares de atuação – apoiar empresas, fomentar segurança, gerar negócio e construir futuro –, mas parece-nos essencial monitorizar e avaliar as ações preconizadas, que devem estabelecer investimento concreto nos «produtos» turísticos (aumento da atração, experiências integradores em redes de cooperação), na promoção da competitividade (sistema de monitorização já está em curso com os observatórios, mas, para além de conhecer os dados económicos e ter medidas ao nível das políticas fiscais e de apoio ao investimento, é urgente ter 129
Como Gente Singular (***) de um Sul Ocidental que quer continuar a ser um paraíso de férias, desejamos um olhar particular e cuidado sobre a nossa região e sobre o turismo . (*) «Renegade» é um filme de 1987 em que Terence Hill (Luke) é um cowboy que deambula, pelo sudoeste americano com o seu cavalo e vivendo de «expedientes». Após a prisão de seu amigo, Moose (Norman Bowler), pede para que Luke seja o tutor do filho adolescente e também para cuidar das terras recém adquiridas; sendo assim, Luke e Matt (Ross Hill) chegam a Green Heaven e lá encontram o Lawson (Robert Vaughn) que pretende desocupar toda a região para construir um empreendimento imobiliário, que destruirá o paraíso ecológico que é o local. (**) https://www.ipdt.pt/o-emprego-nosetor-do-turismo-em-portugal/ (***) Gente Singular, alusão à novela de Manuel Teixeira Gomes, de 1909.
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OPINIÃO Porque o Dia Mundial do Ambiente não pode ser «esquecido» Teresa Fernandes (Marketeer) Passados praticamente meio século este dia nunca fez tanto sentido. Celebrar esta data é proteger o planeta que nos dá abrigo elebra-se dia 5 de junho o Dia Mundial do Meio Ambiente, data criada no ano de 1972, numa concertação entre todos os países aquando da Conferência das Nações Unidas em Estocolmo. A partir deste dia, em todo o mundo os países passaram a assinalar este dia na sua agenda anual reafirmando as suas preocupações com a preservação e melhoria das condições ambientais, considerando um maior aprofundamento da consciência ambiental. Esta situação consegue-se, também, através da construção de ações que promovam conhecimento e consequente consciencialização da população para a importância da preservação dos recursos naturais do Planeta, destacando o significado e consequências da sua proteção. A celebração deste dia dá a oportunidade a cada um de demonstrar ser um cidadão responsável, evidenciado o esforço em ajudar a ALGARVE INFORMATIVO #294
melhorar e a preservar a mãe natureza. Este ano, a temática inscreve-se na preservação e restauração dos ecossistemas. A restauração dos ecossistemas pode assumir muitas formas, havendo espaço e oportunidades para todos. Vejam-se algumas sugestões: manutenção de árvores já em crescimento, promoção de cidades (mais) verdes, renovação de jardins com plantas ajustadas ao clima da região, mudança de hábitos alimentares para produtos locais, limpeza de rios, ribeiras, costa marítima, preservação recursos hídricos água doce, consumir água sem desperdiçar…. Estes são apenas alguns exemplos, que podem ser muitos mais. Vivemos num período em que a comunidade não pode ficar indiferente aos impactos a que a sociedade contemporânea está exposta, principalmente na área dos desastres ambientais, que são provocados por diversas ações humanas e consequentemente relacionados com a degradação da diversidade biológica, 130
desafiando inclusivamente os conhecimentos científicos atuais. É por demais evidente a importância do desenvolvimento da educação ambiental, dinamizando uma consciência ecológica pró-ativa em prol de um maior crescimento do «desenvolvimento sustentável» que é já obrigatório. Isto significa a existência de uma sincronia, que se desejaria perfeita, entre o crescimento económico necessário dos países, garantindo a preservação do ambiente e o desenvolvimento social para o presente sem esquecer as gerações futuras. 131
O Planeta é um sistema vivo, integrando num outro sistema muito maior que o ser humano ainda desconhece praticamente por completo. O Ser Humano é apenas mais uma das muitas formas de vida existente neste sistema, num total de cerca de dois milhões de espécies identificadas, não tendo qualquer direito de ameaçar a sobrevivência de outros seres ou o equilíbrio ecológico do Planeta. Até porque colocar a natureza em risco é colocar em perigo a humanidade. Não fique indiferente . ALGARVE INFORMATIVO #294
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