REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #296

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ALGARVE INFORMATIVO 19 de junho, 2021

«TRISTE IN ENGLISH FROM SPANISH» | «PETER PAN E A ILHA DOS 3 OLHOS» 1 ALGARVE INFORMATIVO #296 «ANDROIDINÓPOLIS» | «PORTUGALEX» | «DIÁRIO DE UMA REPÚBLICA»


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56 - «Portugalex» em Portimão

64 - «Homens do Sul» em Loulé

88 - «Peter Pan e a Ilha dos 3 Olhos» em Faro

44 - «Diário de uma República» em Loulé

10 - Dia de Olhão

76 - «Androidinópolis» em Lagoa

OPINIÃO 116 - Paulo Cunha 118 - Ana Isabel Soares 120 - Fábio Jesuíno 122 - João Ministro ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #296 #296 ALGARVE

28 - CIV procura respostas para o problema da saúde mental 66


106 - «Triste in English from Spanish» em Loulé

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OLHÃO FESTEJOU O SEU DIA DA CIDADE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina lhão assinalou, a 16 de junho, os 213 anos sobre o levantamento popular que, em 1808, aquando da ocupação francesa, culminou na expulsão das tropas napoleónicas do concelho. Neste feriado municipal, as comemorações oficiais do Dia da Cidade arrancaram com a habitual cerimónia do hastear das bandeiras, em frente aos Paços do Concelho, e com a homenagem aos Heróis da Restauração de 1808, junto à Igreja Matriz. Seguiu-se a inauguração, no Museu Municipal – Edifício do ALGARVE INFORMATIVO #296

Compromisso Marítimo, da exposição «Chegaram os Franceses: Da Memória à Tela», antes da comitiva partir para Moncarapacho, onde foi também inaugurado o Parque de Lazer José Marcelino Dias. De regresso à cidade cubista, houve oportunidade para passear pelo recém qualificado Jardim Pescador Olhanense, antes da tradicional Sessão Solene, que decorreu no Auditório Municipal de Olhão. Uma sessão em que António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, garantiu que, “como no passado, no

presente, ou no futuro, iremos 10


lutar para conseguir o que é justo para o nosso concelho”. “Temos que caminhar de mãos dadas e ladoa-lado em prol do bem comum e não de pequenas quintas, interesses disfarçados ou agendas políticas. Temos que preparar o nosso concelho para os desafios deste século, tornando-o competitivo e atrativo. E, fruto da evolução deste mundo globalizado, temos que estar atentos, de modo a colmatar as carências, bem como ir ao encontro das necessidades dos cidadãos e das vivências atuais”, frisou o edil olhanense. António Miguel Pina falou dos graves problemas económicos e sociais provocados pela pandemia por covid-19 e

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dos danos morais irreparáveis em muitas famílias, com o falecimento dos seus ente-queridos, situação que obrigou “a reformular as metas e os objetivos traçados”.

“Direcionamos todos os recursos necessários, institucionais, políticos, financeiros e logísticos, sempre em parceria com instituições públicas e privadas, para que conseguíssemos minimizar os danos provocados pelos sucessivos confinamentos. No Concelho de Olhão, fruto das medidas implementadas, de um acompanhamento intensivo e diário e dos apoios que prestámos, conseguimos, felizmente, controlar as cadeias de contágio, nunca atingindo

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valores perigosamente elevados. A recuperação desta grave crise irá, como no País, na Europa e no Mundo, levar alguns anos, porém, estou convencido que, com a resiliência que nos caracteriza, com os apoios e medidas do governo central e das autarquias, iremos conseguir erguer-nos rapidamente e posicionarmos como um país competitivo e um destino seguro e atrativo”, afirmou. De acordo com o autarca, o esforço financeiro do Município de Olhão ultrapassou o milhão de euros, em apoios diretos, como, por exemplo, isentando taxas, reduzindo rendas, oferecendo máscaras protetoras e gel desinfetante, bem como em apoios indiretos, às IPSS, em instalações de teste e vacinação, cantinas sociais com distribuição de refeições, entre outros. “Mas a vida

não parou e continuámos, dia-a-dia, com todas as dificuldades inerente, a fazer o nosso trabalho”, indicou, antes de deixar um agradecimento especial a todos os eleitos para os diversos órgãos autárquicos, nesta que foi a sua última Sessão Solene antes das Autárquicas de 2021. “Gostaria de

agradecer também, em meu nome pessoal e de todo o executivo que represento, a todos os colaboradores da Câmara Municipal de Olhão, das Empresas Municipais, das Escolas e outros departamentos cujas competências estão sob a alçada da Autarquia, pela vossa ALGARVE INFORMATIVO #296

dedicação, desempenho e confiança ao longos destes oito anos. Nem sempre foi fácil, mas sei que, da vossa parte, tudo fizeram para estar do lado da solução e nunca do problema. Estou grato e sinto-me honrado por tal desempenho”, assumiu António Miguel Pina. 12


Analisando estes oito anos à frente dos destinos de Olhão, o edil lembrou que, no primeiro mandato, se reduziu a dívida efetiva da Câmara Municipal em mais de 13 milhões de euros, ao mesmo tempo que se aumentaram os apoios na Educação (30 por cento), Desporto (20 por cento) e Ação Social (15 por cento). Na Habitação Social, através da passagem para a empresa municipal Fesnima, deu-se 13

início à requalificação do edificado, num investimento superior a três milhões de euros. “Reduzimos o IMI

em cerca de 20 por cento, devolvendo aos olhanenses mais de um milhão de euros. Com o projeto «Cuidar» efetuaram-se mais de seis mil consultas e 200 operações às cataratas. Transferimos competências para ALGARVE INFORMATIVO #296


as Juntas de Freguesia em mais de meio milhão de euros. Investimos mais de 1.6 milhões de euros em diversas obras no concelho, requalificando, por exemplo, os parques de lazer e infantis de João de Ourém, Pinheiros de Marim, Fuzeta e Bairro 28 de Setembro. Fomos dos primeiros concelhos do Algarve a ter um orçamento participativo. Na área das acessibilidades, efetuámos um conjunto de pavimentações e melhoramentos, num investimento superior a um milhão de euros. No abastecimento de água, realce para a requalificação do ramal ao Bairro da Cavalinha. E começamos a preparar o futuro”, descreveu António Miguel Pina. ALGARVE INFORMATIVO #296

Neste âmbito, o autarca lembrou o Plano de Pormenor da Zona Histórica, a Revisão do PDM e o Plano de Pormenor Noroeste de Olhão e as ORU (Central, Nascente e Poente), a requalificação da Avenida 5 de Outubro e dos Jardins Patrão Joaquim Lopes e Pescador Olhanense, as obras no saneamento básico em diversas zonas de Moncarapacho e Quelfes e a requalificação da rede viária com um investimento anual superior a um milhão de euros. “Mas nem só de

obra vivemos. Lutámos estoicamente contra as demolições nas ilhas barreira e, das 600 casas previstas, somente meia centena foram demolidas. Conseguimos que a Sociedade Polis efetuasse, através de fundos 14


comunitários, a requalificação da frente ribeirinha da Fuseta, o reforço do areal e melhoramentos na praia-mar da Fuseta e na Praia dos Cavacos, hoje utilizada por muitos olhanenses e por quem nos visita. A construção da ETAR tornouse uma realidade e já está em funcionamento. E, com o traçado da Ecovia Fuzeta-Bias terminado, o de Bias-Olhão (em fase de conclusão) e o de Olhão-Faro, concluído até ao final do ano, teremos num futuro próximo mais de 15 quilómetros pedonais ao longo da Ria Formosa”.

“COLOCÁMOS OLHÃO NO MAPA” No segundo mandato, os bombeiros foram dotados de melhores condições, terminou-se a requalificação do Largo do Grémio e da Avenida 5 de Outubro e os Jardins Pescador Olhanense e Patrão Joaquim Lopes deverão ficar prontos no final do Verão. Igualmente se concluiu a requalificação do Jardim do Bairro Horta do Pádua, hoje Salgueiro Maia, da Associação 18 de Março, da estrada Alfandanga-Moncarapacho, da estrada de Quatrim Sul/Norte, da Avenida José Guerreiro em Pechão, da Ciclovia da Avenida Calouste Gulbenkian e dos Polidesportivos do Campo Cassiano (Bairro Cavalinha e Bairro Económico). “E

as obras do saneamento básico e melhoramento no abastecimento de água na Armona começam no final da época balnear. A Ambiolhão investiu cerca de cinco milhões em 15

obras de ampliação e melhoramento da rede de saneamento básico e abastecimento de água e lançou uma forte campanha de consciencialização coletiva no cumprimento das regras de limpeza e recolha de lixo. Assinámos, em maio, um protocolo de Colaboração entre o Município e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), para a construção de cerca de 600 fogos, num investimento superior a 26 milhões de euros a executar nos próximos seis anos. Aumentamos o investimento no desporto em mais de 400 mil euros e renovámos toda a frota de autocarros, apoiando assim mais clubes e jovens na prática desportiva. A nossa Polícia Municipal é uma realidade e estamos a fiscalizar o espaço público e a atuar sempre que existam infrações à lei”, destacou o presidente da Câmara Municipal de Olhão. António Miguel Pina não esqueceu os investimentos no parque escolar, cerca de oito milhões de euros, e a requalificação de vários espaços públicos, casos da Urbanização Custódia Mendes, a Construção do Parque Convívio/Infantil de Pechão, o Parque de Lazer em Moncarapacho, inaugurado neste Dia da Cidade com o ALGARVE INFORMATIVO #296


nome José Marcelino Dias. Concluiu-se igualmente o projeto do Centro de Recolha Oficial do Animal do Município de Olhão, cuja construção deverá avançar ainda este ano, assim como a requalificação da Avenida 16 de Junho e do Porto de Pesca acontecerá no final da época balnear. “A sede da Banda

Filarmónica e dos Escoteiros é uma realidade, o lançamento do concurso para a criação de novas linhas na rede de transportes urbanos está concluído, aguardando o visto do Tribunal de Contas, e, no que toca à tão desejada Rotunda das 4 Estradas, estamos na fase final de negociação com os proprietários e esperamos já no final deste ano lançar o concurso e dar início às obras”, anunciou o edil. “Investimos mais de 33 milhões de ALGARVE INFORMATIVO #296

euros no conjunto de todas as obras municipais. Temos Piscinas, Pavilhão e Estádio Municipais, uma Biblioteca, um Auditório, uma Casa da Juventude, vários Parques Infantis e desportivos e excelentes zonas verdes e de lazer. As nossas frentes ribeirinhas e os mercados são verdadeiros ex-libris e um orgulho para todos nós. Há duas zonas industriais e empresas de média dimensão cujas marcas são reconhecidas e premiadas alémfronteiras. Aumentámos e melhorámos as condições do nosso parque escolar e desportivo, temos saneamento básico e abastecimento de água 16


em mais de 90 por cento do concelho. Ampliámos e melhorámos a rede viária e cuidámos do espaço público. Colocámos Olhão no mapa e muitos dizem que estamos na moda. É verdade, o que muito nos orgulha, mas não podemos parar. Há que preparar o nosso concelho para os desafios do futuro”, avisou. Assim sendo, “é nossa prioridade e

obrigação investir nos jovens, com particular atenção no sector da educação, pois acreditamos que é a partir dos bancos da escola que se promove a igualdade de oportunidades, que se formam públicos, que se cria massa crítica”.

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“Os jovens são o futuro. Temos que lhes proporcionar condições para que o seu crescimento se faça num ambiente saudável, onde o desporto, a cultura e o divertimento façam parte da sua vida, da sua formação. Serão eles as mulheres e os homens do amanhã, mas também é fundamental nunca nos esquecermos de olhar para os mais idosos. Estes são os desafios que temos no nosso horizonte para os próximos quatro anos”, defendeu António Miguel Pina, adiantando que se irá apostar na criação de mais empregos com um conjunto de medidas e apoios para incentivar a instalação de novas empresas. “Para além destas,

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iremos aproveitar os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, cuja aposta incide na diversificação das atividades económicas, nomeadamente nas áreas das novas tecnologias. Já iniciámos esta caminhada, com a instalação do polo da Altice Labs em Olhão, e desenvolvendo, em parceria com a Universidade do Algarve, projetos ligados à investigação, às tecnologias e ao conhecimento”. António Miguel Pina abordou também a requalificação das zonas industriais existentes e a criação de novos espaços e reforçou a intenção de que o turismo não seja a principal atividade económica de Olhão. “Olhão, há mais de 10 anos,

não tinha Turismo. A construção do

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Porto de Recreio e do Hotel Real, a requalificação de algumas unidades hoteleiras, o crescimento da restauração e a visitação da Ria Formosa, foi trazendo a Olhão turistas. Passámos do grau zero para o grau dois ou três, o que dá, estatisticamente, um crescimento de 200 ou 300 por cento. Contudo, antes da pandemia, estávamos em 12.º lugar do Algarve em termos de dormidas, com 180 mil, não atingindo 1 por cento das dormidas globais da região. Também não somos um destino totalmente sazonal, pois as taxas de ocupação das duas unidades hoteleiras de 5 estrelas

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em Olhão, antes da pandemia, eram superiores a 78 por cento de média anual. Este é um setor onde existe empregabilidade e que faz movimentar a economia local através das empresas de serviços conexas e temos capacidade de crescimento para mais duas ou três unidades hoteleiras tradicionais de 4 ou 5 estrelas”, acredita. A habitação é, sem dúvida, uma das prioridades do executivo olhanense que irá a votos a seguir ao Verão, existindo um conjunto de projetos para construção a custos controlados, “de modo a criar

a possibilidade para jovens e menos jovens de adquirir ou arrendar a preços razoáveis, onde os valores 19

da prestação não superem os 25/30 por cento do rendimento do casal”. “Já colocámos a concurso para aquisição os 54 fogos em construção e está prevista a construção de mais 600 nos próximos seis anos. Mas neste novo projeto, e através dos fundos disponíveis no Plano de Requalificação e Resiliência, iremos, não só possibilitar a venda, como teremos fogos para arrendamento apoiado e para aqueles olhanenses com condições financeiras menos favoráveis, através do «1.º Direito»”, destacou .

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ANA REFORÇA COMPROMISSO COM O ALGARVE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes ANA – Aeroporto de Faro, a easyJet e o Turismo do Algarve inauguraram, no dia 15 de junho, a nova base da easyJet em Portugal. A cerimónia ocorreu na área de check-in e contou com a presença de Pedro Siza Vieira, Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, de Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas e Habitação, de Nicolas Notebaert, CEO da VINCI Concessions e Presidente da VINCI Airports, concessionária da ANA e de Johan Lundgren, CEO da easyJet. O dia ficou igualmente marcado pelo ALGARVE INFORMATIVO #296

lançamento da central de painéis fotovoltaicos no Aeroporto de Faro, que irá colmatar 30 por cento das necessidades energéticas do aeroporto, tratando-se do primeiro em ambiente aeroportuário em Portugal. A abertura da base em Faro, num contexto particularmente difícil para a aviação civil, resulta de um esforço conjunto entre a companhia aérea, a ANA e as entidades de turismo portuguesas, evidenciando o enfoque dado pela VINCI Airports no desenvolvimento de rotas, que constitui um elemento central da sua estratégia e que permite apoiar e 22


promover o desenvolvimento das regiões em que os aeroportos estão inseridos. Em 2019, a easyJet era a segunda maior companhia a operar no Aeroporto de Faro, com 12 rotas para Faro a partir do Reino Unido, França e Itália, tendo transportado mais de 1.6 milhões de passageiros nesse ano. A nova base operacional vem reforçar a capacidade de crescimento da easyJet no Aeroporto de Faro, que assim poderá atingir mais rapidamente níveis operacionais semelhantes aos da pré-pandemia. A base é igualmente relevante para que a companhia aérea possa continuar a lançar novas rotas e assim contribuir para a diversificação de mercados emissores, tão importante para o turismo no Algarve.

contexto pandémico tão difícil, consolidou a abertura de uma nova base para a easyJet e que ilustra o compromisso da ANA – VINCI Airports em Portugal e na região do Algarve em particular. O compromisso da ANA – VINCI Airports reflete-se também na escolha do Aeroporto de Faro para a construção da primeira central solar num aeroporto em Portugal, um aeroporto inserido no Parque Natural da Ria Formosa, onde as parcerias ao nível da biodiversidade são particularmente relevantes, e no qual se inclui a realização de estudos específicos de flora e fauna, dentro do plano de ações ambientais na região do Algarve.

Tratou-se de um forte sinal da relevância de Portugal e do Algarve na recuperação no mercado da aviação, que, mesmo num

Os painéis fotovoltaicos terão uma capacidade de 3 MWp e irão fornecer ao Aeroporto de Faro 30 por cento das

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suas necessidades energéticas, gerando uma poupança anual equivalente a mais de 1.500 toneladas de CO2. O projeto da central solar será totalmente desenvolvido e gerido pela ANA – VINCI Airports, através da subsidiária fotovoltaica Sunmind do grupo VINCI, estando o início da construção previsto para breve e a sua entrada em funcionamento para 2022. “As

preocupações ambientais e de sustentabilidade são prioritárias na VINCI Airports, que desde o início da concessão ativou inúmeras parcerias com organizações ambientais locais. A nova central solar em Faro faz parte de um plano de ação global da VINCI Airports nos seus 45 aeroportos em 12 países, ALGARVE INFORMATIVO #296

com projetos semelhantes já implantados ou em desenvolvimento na República Dominicana, Brasil, Reino Unido, Sérvia, Suécia, França e agora Portugal”, referiu Nicolas Notebaert, CEO da VINCI Concessions e Presidente da VINCI Airports, acrescentando ainda que “estamos particularmente

orgulhosos em lançar hoje uma nova fase no desenvolvimento do Aeroporto de Faro, juntamente com as autoridades portuguesas”. “Juntos, estamos a colocar a recuperação do turismo de Portugal sob a bandeira do progresso ambiental e da sustentabilidade”, frisou . 24


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COLÉGIO INTERNACIONAL DE VILAMOURA PROCURA RESPOSTAS PARA O PROBLEMA DA SAÚDE MENTAL Texto: Dina Adão |Fotografia: Colégio Internacional de Vilamoura em calma”, “vai passar”, “não penses nisso”, “vais ver que não é nada”, “não é bem assim” ou “vais dar a volta por cima”, são expressões comuns que usamos para serenar alguém que está a passar por «um mau bocado». Mas estas podem não ser as palavras mais indicadas. Mudanças físicas e emocionais, pressão entre pares ou medo de não corresponder às expectativas fazem parte de um período da vida de todos, sobretudo enquanto adolescentes. Para

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alguns jovens, contudo, estes sentimentos revestem-se de uma tristeza profunda e da perda de interesse generalizado, afetando toda a sua vida. É, por isso, cada vez mais importante estar atento, aprender a identificar os sinais de alarme e pedir ajuda. As escolas desempenham um importante papel neste caminho. “Em

todas as escolas, chegam ao Gabinete de Psicologia, recomendados pelos professores ou a pedido dos pais. Vêm do nada, num dia de desespero, por 28


Susana Frade, Psicóloga CIV

coisas simples, como por exemplo a fobia de apresentar um trabalho, a incapacidade de comunicar com um professor… E este acaba por ser, muitas vezes, o porto seguro para o salto, para um primeiro passo, que é o de pedir ajuda”, explica Susana Frade, Psicóloga do Colégio Internacional de Vilamoura (CIV).

“Os sinais podem estar nas alterações do modo de pensar, agir e sentir. A doença mental acaba por ser a incapacidade para lidar com os desafios comuns da vida, porque a vida tem sempre desafios e obstáculos. E um mesmo diagnóstico pode resultar de uma experiência diferente. É por isso que a saúde mental é tão rica no seu 29

mundo, e tão difícil de tratar”, refere. Os casos têm crescido, também no seio do núcleo escolar. “Tem sido

um ano em cheio, um ano de atuação, de contenção, mais do que de prevenção. E isso foi transversal a todos os níveis de ensino, principalmente entre os alunos mais velhos, onde foram registadas questões de ansiedade, de fobia - depressivas ou ligadas a depressões - mais graves do que é comum no funcionamento de uma escola”, acrescenta Susana Frade. Foi para perceber um pouco melhor os «gatilhos» destes problemas que uma equipa de estudantes de 12.º ano se propôs a desenvolver o seu projeto ALGARVE INFORMATIVO #296


As alunas do 12.º ano Maria F., Cíntia D., Sofia C.

de investigação anual no âmbito da saúde mental. Com a ajuda da Psicóloga do CIV, Cíntia Dourado, Maria Carolina Freitas e Sofia Carvalho prepararam um inquérito para descortinar qual a perceção que os alunos do ensino secundário têm acerca da depressão, da ansiedade e do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Dinamizaram ainda, na turma do 12.º ano, a visualização do documentário «Resumindo a mente: A ansiedade», aplicando também aqui um inquérito, antes e após a sua visualização, com o intuito de avaliarem os possíveis impactos do mesmo sobre a perceção deste tópico em particular. Do projeto fez ainda parte a calendarização da palestra online «Lidar com o Stress», dinamizada pela professora Manuela Neto, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, e a colaboração com o projeto «UAlgoritmo – A ciência trocada por miúdos» (revista de divulgação científica da UAlg), através da ALGARVE INFORMATIVO #296

revisão do artigo «Efeitos de um Programa Breve de Mindfulness sobre a Depressão, Ansiedade e Stress em Universitários Finalistas», que será lançado no novo número da revista no final do ano letivo. O projeto «Boomerang», apresentado pela ex-aluna do CIV, Beatriz Ribeiro, e o seu colega Tomás Gonçalves (a frequentar o 3.º ano da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) foi, por isso, muito bem-recebido entre os alunos de ensino secundário. Concebido pelo Departamento de Saúde Pública e Sexual (DSPS) da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa (AEFM), este projeto tem como missão desconstruir preconceitos, abordar com clareza e correção científica assuntos onde a desinformação é fonte de problemas graves e levar futuros médicos e 30


Os alunos do 11.º ano André M. e Madalena B.

nutricionistas a formar futuros adultos mais informados. A abordagem, com recurso a jogos sob anonimato, e longe da presença de adultos, bem como a idade dos oradores, não muito distante da do seu público, trouxeram ao CIV uma apresentação que conquistou. Para os alunos, “pode ser muito aflitivo não

saber o que dizer ou como agir diante de um ataque de pânico ou de ansiedade”. “Fiquei a saber”, refere Raquel Figueiredo (10.º ano), “que há várias expressões que costumo usar diante de um problema e que não se devem dizer”. “As palavras de conforto podem trazer mais ansiedade. A pessoa não quer sentir-se assim e vê que o tempo da depressão não é o tempo real. Não 31

existe tempo na depressão”, explica a psicóloga Susana Frade.

“Para além de nos ensinar a ajudar a nós mesmos, a sessão do Boomerang ensinou-nos a ajudar o outro. Todos já passámos por algo parecido, não estamos sozinhos”, refere Madalena Brito (11.º ano). “Para além disso, nunca é demais sermos lembrados destes temas”, realça Tiago Peres (aluno de 10.º ano). André Martins (11.º) vai mais longe e considera que “este tipo de

informação poderia bem fazer parte de alguma disciplina do currículo”. Para Madalena B., seria ALGARVE INFORMATIVO #296


Os alunos do 10.º ano Raquel F. e Tiago P.

algo de positivo a acrescentar “ao

suporte básico de vida que nos é ensinado”. Os alunos consideraram igualmente importante encontrar estratégias de descompressão. “Muitos

jovens da nossa idade desacreditam que a meditação possa trazer algum resultado, mas às vezes é tão importante, por exemplo, antes de um teste, parar e concentrarmo-nos por cinco, dez minutos, acalmar, respirar. Devíamos começar a considerar mais este tipo de exercícios”, considera Tiago Peres, que já recorreu à meditação em períodos de maior stress enquanto atleta profissional de futebol.

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“No nosso projeto de investigação conseguimos perceber que os alunos questionados tinham mais conhecimentos sobre a ansiedade do que sobre outras áreas da saúde mental”, indica Maria F., mas, segundo Cíntia D., esta ainda é facilmente confundida com stress. “A

associação a conceitos errados é relativamente comum. Os alunos revelaram pensar que a ansiedade é um problema, mas é algo natural, até saudável, porque nos defende; e apenas quando passa a ser constante se transforma numa perturbação”, declara Cíntia. Esta 32


confusão pode, no entanto, surtir outro tipo de problemas. “Há muitos alunos

que, ao verificarem ansiedade em algum momento, se autodiagnosticam como ansiosos a nível patológico”, reporta Sofia C.. “Ao dizer que sofrem de ansiedade, acreditam que isto pode servir como desculpa para justificar algumas atitudes”, acrescenta. Para as finalistas de secundário, este comportamento poderá ter origem

“sobretudo nos bloguers e influencers que, por hábito, contam já ter passado por muito, ter sofrido de ansiedade, entre outros distúrbios”. “É preciso não esquecer que, para sofrer de alguma perturbação, esta precisa sempre de ser diagnosticada”, argumenta

são outros dos sintomas”, adverte Susana Frade. “A depressão é um túnel. Estamos perdidos, sem bússola, no escuro”. “A verdade é que sempre ouvimos a frase ‘mente sã em corpo são’, mas, pelos vistos, será mais ‘em corpo são’, porque a mente não tem tido os mesmos direitos. A saúde mental sempre foi a «prima pobre» da saúde, por todo o estigma que traz consigo… Há sempre um estereótipo de alguém incapaz, que pode ser perigoso, para si e para os outros, e isso é muito longe daquilo que é a saúde mental definida pela Organização Mundial de Saúde”, acrescenta a profissional de saúde mental.

Maria F.

“Os dois últimos anos trouxeram muitos desafios aos profissionais de saúde e da educação”, recorda a Psicóloga do CIV, com “um crescimento dos transtornos emocionais, comportamentais, psicoses, auto lesões e/ou comportamentos de risco”. Nesse sentido, é fundamental estar atento aos cinco sinais de alerta, em nós e nos outros: “Percebermos se o

comportamento é constante, se não faz parte do padrão de cada um. Alterações de humor, ciclos de sono, deixar de cuidar de si próprio e comportamentos autodestrutivos, como o consumo de drogas e álcool, 33

Esta noção de que o estigma continua presente é revelada por todos os colegas entrevistados pelas três finalistas. “Existe uma tendência

para encarar os problemas que se passam dentro da nossa mente como algo que cada um pode combater…” (Maria F.). Mas não é assim. “Uma doença mental é igual a uma doença física”, menciona Raquel F.. “Antes, acreditava-se que não passava de «macacos na nossa cabeça», mas a doença mental pode ser ainda mais gravosa, porque nos afeta a todos os níveis. É, por isso, preciso aprender a desmistificar” . ALGARVE INFORMATIVO #296


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OrBlua - Um Folhetim Semanal que Celebra a sua Vida e o seu Final Episódio 2 Texto: António Pires| Fotografia: Jorge Jubilot e OrBlua o ano de 2011, Carlos Norton era jornalista, realizador e produtor na RUA FM – Rádio Universitária do Algarve. Era dele, por exemplo, o histórico programa «Sopa da Pedra», em que dava antena a novos nomes da música tradicional portuguesa, ao fado, à folk britânica, escandinava, bretã ou galega, às músicas do mundo e a todas as fusões efectivas ou imaginárias entre estes e outros géneros mais contemporâneos. E um outro, de nome «Megafone», que

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indirectamente estaria na génese dos OrBlua. Foi também nesse ano que Carlos teve a ideia de reunir, numa colectânea promocional da sua região e a editar por esta estação de rádio, artistas e grupos algarvios de várias proveniências estilísticas. Mas com uma nuance: todos eles deveriam compor uma música original inspirada num poema escrito por ele: «Azul». Nove nomes disseram que sim ao convite... Mas houve um deles que, à última hora, desistiu de participar.

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Que fazer? Juntar alguns músicos à sua volta e criar uma nova banda, para em menos de um mês ir para estúdio gravar o tema Azul. OrBlua era agora um novo projecto que iria fazer companhia no CD gravado no estúdio ZipMix, de Tó Viegas, em Olhão - a Deep:Her, Migna Mala, Nobre Ventura, Camaleão Azul, Vá-de-Viró, Esfinge, Santa Mouraria e Marenostrum. Essa nova banda teve nessa primeira encarnação Carlos Norton, Inês Graça e Nuno Murta, e ainda Bruno Vítor e Joana Costa. O primeiro ensaio decorreu com essa formação no dia 2 de Junho de 2011, com os cinco a darem forma à música e aos arranjos entretanto feitos por Carlos Norton para o seu poema-mote. Foi pouco mais tarde, em Agosto, que os OrBlua souberam que o «Sul Azul» iria ter uma apresentação oficial em concerto... e foi aí que uma verdadeira banda começou

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finalmente a tomar forma. Cada participante do Sul Azul teria que apresentar três temas e, a juntar a «Azul», nasceram as canções «Astrolábio» e «Aviãozinho Militar». A colectânea teve a sua apresentação ao vivo em duas noites de meados de Outubro de 2011, no Teatro Lethes, em Faro, e foi nesse seu concerto que os OrBlua se apresentaram pela primeira e última vez como quinteto. Bruno Vítor mudou-se para o Sul barlaventino de Portimão e, depois de mais um showcase na FNAC da Guia, de apresentação do «Sul Azul», em que ainda participou, também Joana Costa abandonou o grupo, rumando a um outro Sul, este muito mais distante, a Austrália. Restaram Carlos, Inês e Nuno... os três juntos neste pedacinho de eternidade que são dez anos .

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AMARELO SILVESTRE APRESENTOU «DIÁRIO DE UMA REPÚBLICA» NO CINETEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes

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o dia 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Cineteatro Louletano recebeu o «Diário de uma República» da companhia Amarelo Silvestre, que pretende responder à questão «que teatro se fará a partir do que se vê?». Trata-se de um projeto de teatro e fotografia enquanto espectadores da vida quotidiana durante uma década, numa reflexão artística sobre o que vão sendo as pessoas e as paisagens de Portugal entre 2020 e 2030.

“Que Teatro resultará do ato de ALGARVE INFORMATIVO #296

(nos) vermos realmente? Ver por querer. As ruas, as pessoas, as casas, as coisas. Fotografar para prolongar o olhar”, refere a companhia de teatro de Canas de Senhorim. De acordo com a produção, as fotografias de Augusto Brázio e de Nelson d’Aires fixam as imagens do real já imaginado teatro, imagens da República, fotografadas, com vida mais longa do que a vida efémera do Teatro, nas dimensões expositivas e editoriais deste projeto. “A Justiça é o tema

foco da primeira edição de «Diário 46


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de uma República», entendida no seu sentido mais amplo: a justiça das leis, das relações, das construções, da natureza, a justiça do nosso próprio olhar. Mantemos próximo um diálogo com Álvaro Laborinho Lúcio, sábio cidadão da República, para melhor nos orientarmos nos diferentes

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domínios desta temática”, explica a companhia, adiantando que as restantes edições deste projeto (20222030) se vão debruçar sobre outras temáticas fundamentais, a um ritmo de estreia de espetáculo nos anos ímpares, com exceção do último espetáculo, a estrear em 2030 como súmula dos quatro anteriores .

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TEMPO esgotou ao sabor do Fado e do Cante Alentejano Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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asa cheia, no dia 9 de junho, no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, para se assistir a «Portugalex», espetáculo que junta dois géneros musicais classificados como Património Imaterial da Humanidade, designadamente, o Fado e o Cante Alentejano. O trio alentejano responsável ALGARVE INFORMATIVO #296

por este projeto é composto por Buba Espinho, Luís Trigacheiro e Luís Espinho, que neste concerto foram acompanhados pela revelação da guitarra portuguesa, Bruno Chaveiro. Buba Espinho tocou nos Adiafa e em 2016 venceu a Grande Noite do Fado no Coliseu dos Recreios. Em 2020 apresentou o seu primeiro disco em nome próprio, com destaque para o single «Roubei-te um Beijo» com o seu 58


conterrâneo e «padrinho musical» António Zambujo, mas também «O Verão, o Alentejo e os Homens», com Raquel Tavares, e «Zefa», com Tiago Nacarato e Diogo Brito e Faro. Luís Trigacheiro foi o grande vencedor do último «The Voice Portugal», tendo emocionado o país logo na sua prova cega, ao ponto de Marisa Liz a ter considerado como uma das melhores de sempre. O seu vídeo desse dia interpretando «As Mondadeiras» já tem mais de um milhão de visualizações 59

no YouTube. Luís Espinho é pai de Buba Espinho e fez parte de vários grupos, entre eles os Adiafa, de 2000 a 2015. Teve participações vocais em trabalhos discográficos de diversos músicos, como Paulo Ribeiro ou os Gaiteiros de Lisboa, tendo reativado recentemente o grupo Hictal, para além de continuar a integrar projetos de Cante Alentejano.

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NOITE MÁGICA COM VITORINO SALOMÉ E ZÉ FRANCISCO NO CINETEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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cabadinho de festejar os 80 anos na véspera, entre amigos, em Loulé, o consagrado cantautor Vitorino Salomé subiu ao palco do Cineteatro Louletano, no dia 12 de junho, na companhia de Zé Francisco, para dar a conhecer, com muita alegria e interatividade, as «Crónicas da Flor da Laranjeira», uma proposta editorial originária deste novo coletivo musical chamado simplesmente «Homens do Sul». A principal sala de espetáculos do concelho de Loulé esgotou por completo ALGARVE INFORMATIVO #296

a lotação ditada pelas regras de segurança em vigor para assistir a dois cantores com provas dadas e de grande reputação artística e popularidade: o alentejano Vitorino Salomé, o famoso intérprete de sucessos como «Leitaria Garrett» ou «Menina estás à janela» e antigo companheiro de lides musicais e políticas dos saudosos Adriano Correia de Oliveira ou Zeca Afonso ou de artistas como Fausto, Janita Salomé ou Sérgio Godinho, entre outros; e o algarvio Zé Francisco, líder dos «Flor do Sal» e «Maré Nostrum». 66


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O novo dueto é fruto de uma amizade de longa data e de uma grande cumplicidade musical e temática – que foi bem visível em palco – que vem da década de 90 do século passado, quando Zé Francisco foi convidado para atuar num concerto em Silves e depois noutras cidades algarvias com os «Lua Extravagante», na altura o grupo onde se movimentava Vitorino Salomé. Esta colaboração haveria de se intensificar em 2018, quando atuaram como dueto em auditórios e outras salas do Algarve, naquele que foi o ponto de partida para, em 2019, darem luz aos «Homens do Sul» e à gravação de um disco com seis temas.

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Um álbum constituído por duas canções da autoria de Vitorino e Zé Francisco e por quatro adaptações de algumas modas populares que falam do mar e de romances da serra algarvia. Temas que se escutaram atentamente no Cineteatro Louletano, assim como as histórias por detrás de cada um deles, com os dois artistas sempre à conversa com um público rendido ao talento de Vitorino Salomé e Zé Francisco, da esplendorosa banda de suporte e de um extraordinário quarteto de cordas .

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VENTANIA ESTREOU EM LAGOA O FANTÁSTICO «ANDROIDINÓPOLIS» DE JORGE SALGUEIRO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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ndroidinópolis, a capital da Nova Ordem», Oratória Apocalíptica para Coro de Crianças e Ensemble, foi a encomenda do VENTANIA – Festival de Artes Performativas ao maestro Jorge Salgueiro ALGARVE INFORMATIVO #296

que estreou, no dia 11 de junho, no Auditório Municipal Carlos do Carmo, em Lagoa, contando com a participação especial das turmas de 7.º ano de Classe Conjunto, do professor Pedro Coutinho, e Atelier das Expressões, a cargo de Sandra Martins e Francisca Pinto, do Agrupamento de Escolas AE ESPAMOL. 78


Forjada entre o grande confinamento mundial de 2020 e as esperanças de 2021, a nova obra de Jorge Salgueiro mantém o mote do festival, centrado nas preocupações ambientais projetadas na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, mas pressagia um futuro distópico, como forma de alerta para uma realidade não tão distante. “Entre o medo e o

amor, a dúvida e a esperança, urgem passos ousados e transformadores em direção a um futuro melhor para todos”, refere o maestro. A ação da obra decorre em 2063, ano da revolução. Estabelecida em lugar incerto, a elite governante do Universo envia ordens para todo o mundo. O planeta devastado pelas alterações climáticas e os povos vergados pela força do medo,

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vivem presos nas suas casas individuais, assépticas, respiram com máscaras e botijas de oxigénio, reproduzem-se por inseminação. “Desapareceu o amor

e o contacto entre humanos, e apenas os menos pobres têm acesso a software holográfico que simula situações de prazer como o campo, a praia, a arte, o amor, o contacto com outros semelhantes. Uma criança, parte do movimento de resistência, começa a comunicar e a cantar secretamente para os que se confinaram e a despertar emoções e sentimentos há muito perdidos. A revolução está em curso e o Governo das Crianças dita as regras da Primavera Universal”,

descreve Jorge Salgueiro .

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PETER PAN «VOOU» ATÉ AO TEATRO LETHES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova

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teatro para a infância continua a ser uma aposta forte da programação do Teatro Lethes, em Faro, e de 15 a 17 de junho foi a vez do imponente espaço cultura receber a peça «Peter Pan e a Ilha dos 3 Olhos», da companhia «Rituais dell Arte». Nesta história, os manos Xande e Babuxa estão em risco de ser entregues para adoção se os pais não regressarem após dois anos de ausência a trabalhar na Índia. Muito tristes e já sem esperança, conhecem Peter Pan e a Fada Sininho, ALGARVE INFORMATIVO #296

que os vão ajudar a descobrir uma forma de trazer os pais de volta. Partem assim numa aventura por mares e céus até uma ilha onde encontram o temível Capitão Gancho e o seu bando. Que segredos esconde a misteriosa ilha? Conseguirão os manos voltar a casa e trazer os pais de volta? Foi isso que ficamos a saber no final desta peça com texto de Miguel Ruivo Duarte, letras originais de Liliana Pereira e Miguel Ruivo Duarte, coreografia de Ana Sofia Mota e interpretação a cargo de Francisca Pereira, Liliana Pereira, Rosária Rocha, Gonçalo Babo e Cláudio Louro . 90


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SÓNIA BAPTISTA LEVOU O SEU «TRISTE IN ENGLISH FROM SPANISH» AO CINETEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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omo se apresenta e representa o corpo dentro de uma dramaturgia criada com a palavra escrita, a imagem filmada, a música, a arte? Qual é a vivência do corpo da mulher atravessado pelos anos e por prazos de validade? Qual é a vivência sustentável desse corpo? As questões fazem parte de «Triste in English from Spanish», espetáculo de Sónia Baptista que foi a cena, no dia 15 de junho, no Cineteatro Louletano, em Loulé. O projeto convida artistas-mulheres de vários continentes para participar num processo coletivo, enfrentando as profundas relações entre a opressão das mulheres, a exploração do planeta e a manutenção de clivagens raciais e sociais.

“A peça pretende sublimar a 107

tristeza do confronto com o que está mal no mundo e chegar a uma criação que nos guie através de uma digestão emocional necessária e urgente. O trabalho explora a noção de vivência e sobrevivência sustentável no choque e luta contra uma vivência insustentável. Se a tudo o que é vivo se atribui um prazo de validade, pegar em coisas fora do prazo é um ato de fé, que vai desde comer um iogurte expirado, confiando que este não nos vai fazer mal, a usar e reutilizar objetos, arranjando maneira de trabalhar com eles”, comenta a criadora e atriz Sónia Baptista, que partilhou o palco com Sílvia Figueiredo . ALGARVE INFORMATIVO #296


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OPINIÃO O peso da incompetência Paulo Cunha (Professor) um destes dias, enquanto aguardava que o jantar fosse servido, um familiar, visivelmente agastado, depois de me confessar estar farto de lidar com tanta incompetência a nível profissional, perguntou-me se será, hoje, a competência um luxo? Respondi-lhe que a incompetência existe desde sempre e está diretamente ligada à injustiça com que se premeia e promove os incompetentes, relembrando-lhe que se tal acontece é porque, de várias formas, os competentes o permitem. Em 1999, os psicólogos sociais David Dunning e Justin Kruger (Cornell University) manifestaram no «Journal of Personality and Social Psychology» a intenção de testar uma hipótese enunciada em 1871 por Charles Darwin, segundo a qual a ignorância, mais do que gerar conhecimento, gera mais autoconfiança (… são os que sabem pouco, e não aqueles que sabem muito, que afirmam de uma forma tão categórica que este ou aquele problema nunca será resolvido pela ciência). No estudo foram analisadas capacidades em matéria de gramática e raciocínio lógico, entre outras, e a seguir perguntaram aos ALGARVE INFORMATIVO #296

inquiridos como se autoavaliariam nessas áreas relativamente aos outros participantes. Os resultados confirmaram largamente a hipótese de trabalho: alguns dos mais ignorantes viam-se praticamente como especialistas. Na senda da famosa frase de Sócrates “Só sei que nada sei”, o filósofo Bertrand Russell afirmou: “Um dos paradoxos dolorosos do nosso tempo reside no facto de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto os que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e indecisões”. A incompetência impede o uso da capacidade cognitiva de entender que não se tem conhecimento numa área específica. David Dunning comparou essa incapacidade à anosognosia (distúrbio neuropsicológico que impede o doente de admitir que tem uma doença, mesmo que ela seja notória). Quanto menor for a capacitação de alguém, melhor será a ideia que tem de si mesmo. Os mais capacitados acreditam que os demais sabem mais ou tanto quanto eles, subestimando, por vezes, as suas competências e capacidades. Quem convive com a incompetência, facilmente afere que todos os que a 116


tornam grande são especialistas numa «ciência» que tomou conta do convívio coletivo e das redes sociais: o «achismo». Qualquer não-competente «acha que…» e «opina sobre…»! Estamos a chegar a um período temporal em que todos são especialistas em tudo e em coisa nenhuma. Mas o mais preocupante é o que nos diz Tomas Chamorro-Premuzic, psicólogo e autor do livro «Why so many incompetent men become leaders»: “Quando se trata de líderes, não nos importamos com a sua competência tanto quanto deveríamos tanto na política como nos negócios”. Normalmente, a falta de qualificações ou experiência profissional dos incompetentes acaba por jogar a seu favor. Quando chega a altura das 117

promoções, progressões e nomeações, o que afinal contará para a escolha serão as aparências, o bom trato, a subserviência para com as chefias e a forma como aproveitaram o trabalho dos outros. São traços comportamentais, transversais, que nos permitem perceber as razões da injustiça e mau funcionamento que grassa numa série de setores da sociedade. Qual é então o peso da incompetência? É proporcional ao peso da permissividade, laxismo e normalidade com que muitos convivem com quem lhes rouba o mérito da sua competência. Mais palavras para quê? .

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OPINIÃO Vigésima quarta tabuinha - Voz (2), Vozes Ana Isabel Soares (Professora Universitária) uço música cantada por mulheres. Não é singular a voz interior. Mas com que voz, com que voz se dirão as vozes? Há aquelas que – juram – fazem estremecer com o seu cantar o céu).

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Como cantou Lola Beltrán o cucurrucucu da pomba, como Sílvia Peréz Cruz o canta. Estremece o céu porque elas se levantam, enérgicas, chegam do fundo e alto arribam? Hans Gumbrecht sugere: “Nada é tão forte como a voz de Janis Joplin em Me and Bobby McGee”.* Penso em força, penso em voz, e são quase sempre de mulher as vozes dessa constelação: entre elas estão as mais poderosas versões que me recordo de ouvir, de músicas de homens, até – a canadiana Frazey Ford (ar frágil como o de Joni Mitchell, conterrânea nascida trinta anos antes dela) fez do vibrato garras, mexeu como amante sôfrega em The times they are a-changin’ e devolveu uma canção nova: deu-lhe uma voz que não houvera, destemida: tremeu, debateuse, desacelerou e gerou o que não existia. A voz aguda da turca Sertab Erener, que devolveu a One more cup ALGARVE INFORMATIVO #296

of coffee todo o exotismo que Bob Dylan lhe sugerira no violino de Scarlet Rivera. Na quarta estrofe de Asimple twist of fate, Joan Baez atreve-se a imitar o autor da canção (Dylan outra vez – afinal, foi a propósito da versão de Frazey Ford de The times... que me veio tudo isto à ideia): não precisa de lhe pegar no tom, não conseguiria – é na modulação da voz, na maneira como uma sílaba se prende na outra à espera de um banal virar da sorte, que repete o frasear de Dylan. A fraqueza feminina, a fraqueza deste sexo – é na voz que se dilui, é na voz que se abate? Ouço a voz de Lhasa de Sela (tão cedo ida, tão cedo ida...) a cantar de nuvens nos versos de La Frontera (“Es el viento que las manda / Y no hay nadie que las pare / A veces combate despiadado / A veces baile – / Y a veces... nada”), a cantar tanto da leveza das nuvens como do desapiedado das lutas desse céu, do céu onde a voz dela cruza a de Janis, e ali está a afirmação, vogais arrastadas para revelar o domínio sobre as consoantes: “maaaaaanDa”, ou “naaaaaada”. É a voz desta mulher que me lembra, quase rindo, ao ritmo de palmas, que já não se canta como dantes se cantava: “Ahora dicen ‘Ven, tomanos un café y besamos en 118


Foto: Vasco Célio

français” – que já não diz, nas canções, coisas como “Sin tu amor me moriré”, já não se grita “No aguanto este sufrir”. Não, já não se canta como ontem se cantou – são diferentes os cantares como são diferentes os dias. Sem Amália, com que voz, sem Lhasa, sem Janis...? Estão 119

Frazey, Joni, tantas vozes, vozes tantas, tão fortes vozes de tantas mulheres . *Atmosfera, Ambiência, Stimmung: Sobre um potencial oculto da literatura (Contraponto/PUC-Rio de Janeiro, 2014, p. 121.). ALGARVE INFORMATIVO #296


OPINIÃO Os empreendedores estão a mudar o mundo Fábio Jesuíno (Empresário) ivenciamos uma grande revolução industrial, onde os avanços tecnológicos e científicos se sucedem e têm um impacto global. Estamos numa época em que as mudanças económicas e sociais acontecem num ritmo acelerado pela pandemia. A maioria destas mudanças são lideradas por empreendedores, que conseguem identificar um problema e transformá-lo numa oportunidade. São esses loucos e persistentes que não têm medo de arriscar para terem a oportunidade de mudar o futuro e fazerem nascer projetos com impacto na vida das pessoas. A cultura empreendedora está cada vez mais presente na nossa sociedade, devendo ser cada vez mais promovida e incentivada, porque é ela o grande motor da nossa economia, principalmente na actual transformação digital. O empreendedorismo começa a estar presente na educação, em diversos níveis de ensino, mas principalmente nas universidades, onde muitas se destacam ALGARVE INFORMATIVO #296

por apostarem nesta vertente com a criação de incubadoras de startups e uma forte ligação com o meio empresarial. Um dos aspectos desta mudança é a preparação para encontrar dificuldades e a qualquer momento enfrentar riscos, tentando assustar o medo de errar, de forma que, quando isso acontecer, seja um momento de aprendizagem. A ausência de erros no empreendedorismo é, na maior parte das vezes, sinónimo de carência de inovação e de risco, por isso mesmo, deve ser encarada de uma forma mais positiva. Ser empreendedor está ao alcance de todos, é uma atitude e uma busca por novas ideias, ter iniciativa, ter ação, sempre pensando de forma diferente. São esses aspetos que contribuem para uma sociedade melhor, onde todos podem participar ativamente na mudança. O interesse crescente pela cultura empreendedora está a mudar mentalidades, mostrando novas realidades e abrindo caminhos que nunca antes foram explorados .

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OPINIÃO Factos e disfarces João Ministro (Engenheiro do Ambiente e Empresário) Instituto Nacional de Estatística publicou na semana passada mais um relatório anual sobre o desenvolvimento regional em Portugal («Índice Sintético de Desenvolvimento Regional»). O Algarve volta novamente a marcar pontos pela negativa, sendo uma das regiões do país com pior desempenho em vários indicadores. No de «Qualidade Ambiental» é mesmo a pior entre as 25 sub-unidades territoriais NUTSIII, ficando atrás de zonas altamente industrializadas e transformadas, como a zona Oeste, a região de Leiria ou das grandes áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Infelizmente, tal classificação não representa propriamente uma surpresa. Já no relatório anterior, relativo a 2018, aí estávamos posicionados. Este novo reporte, referente a 2019, apenas confirma a estagnação a que temos assistido na região desse ponto de vista (e de outros). Qual pedra no fundo de um poço! Poderíamos pensar, em compensação, que teríamos um bravo índice de competitividade ou de ALGARVE INFORMATIVO #296

coesão. Mas não. No de «Competitividade», por exemplo, apesar de estarmos melhor colocados, não passamos da 10.ª classificação geral e no de «Coesão» estamos no segundo pior grupo, abaixo do Alentejo Litoral ou do Alto Alentejo. Por fim, na combinação dos vários indicadores de desenvolvimento, ficamos naquele grupo que apresenta todos os índices parciais abaixo da média nacional e, portanto, no de pior classificação geral. Haverá muito boa gente que contraargumentará com diversas e criativas opiniões: que estes relatórios não traduzem a realidade da região; que não são isentos; que não incluem indicadores sérios; etc. etc. Cada um terá a sua opinião e motivação. Porém, queiramos ou não, é esta a base técnica com que, desde 2011, se tem avaliado por igual todo território nacional e que mostra como o país tem evoluído ao nível de numerosos aspectos, nomeadamente o PIB por habitante, a produtividade do trabalho, a taxa de natalidade, a taxa de espaços florestais ardidos, entre muitos outros. E gostemos ou não, a realidade crua é a seguinte: o Algarve é a pior região de Portugal do ponto de 122


vista da qualidade ambiental e uma das piores ao nível de desenvolvimento. Conta factos não há desculpas e contra números não há disfarces. E não será com «bazucas» que conseguiremos «implodir» o retrocesso ambiental, 123

civilizacional até, que se verifica no Algarve. Saibamos por isso interpretar os factos e exigir verdadeiras mudanças. O futuro digno, equilibrado e sustentado assim o exige . ALGARVE INFORMATIVO #296


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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #296

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