REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #307

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ALGARVE INFORMATIVO 18 de setembro, 2021

AMOR ELECTRO | DIA DE ALCOUTIM | «ARES DE MESA» | LAGOA MAGIC FEST ALGARVE INFORMATIVO #307 HAMMOND PROJECT | QUINTETO DE JAZZ DE LISBOA | 7 ANOS DE BUBBA BROTHERS 1


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24 - Ponte Alcoutim - Sanlúcar de Guadiana deu primeiro passo 14 - Dia do Município de Alcoutim

48 - Sete anos de Bubba Brothers 34 - «Ares de Mesa» de Jorge Cerqueira

60 - Amor Electro em Tavira

110 - Quinteto de Jazz de Lisboa em Lagos

OPINIÃO

92 - Hammond Project em Portimão ALGARVE INFORMATIVO #307

104 - OrBlua 118 - Paulo Cunha 120 - Mirian Tavares 122 - Ana Isabel Soares 124 - Adília César 8


70 - Lagoa Magic Fest

80 - «Sómente» em Faro 9

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ALCOUTIM COMEMOROU DIA DO MUNICÍPIO COM HOMENAGENS E INAUGURAÇÕES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina lcoutim comemorou, a 10 de setembro, o Dia do Município com um programa adaptado à situação atual de pandemia e que foi composto por atos oficiais, homenagens e inaugurações. O dia arrancou com o tradicional hastear da bandeira, na Praça da República, com a presença dos membros do Executivo, Assembleia Municipal, Juntas de Freguesia e representantes de entidades militares, civis e religiosas, seguindo-se o descerramento das placas de inauguração ALGARVE INFORMATIVO #307

da Área de Serviço de Autocaravanas e do Posto de Informação de Eventos e Património de Alcoutim, no Castelo de Alcoutim. O projeto da Área de Serviço de Autocaravanas foi desenvolvido pelos serviços municipais e o custo da empreitada e fiscalização foi de 143 mil e 680 euros, cofinanciado pelo CRESC Algarve 2020 e integrado no Projeto Rota Serrana de Autocaravanismo, promovido pela Associação In Loco. O projeto inclui edifício de apoio, infraestruturas de água, águas residuais e energia e arranjos 14


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paisagísticos e tem capacidade para 25 autocaravanas. Quanto ao Posto de Informação de Eventos e Património, implicou um investimento de 38 mil euros, cofinanciado pelo Interreg. O projeto incluiu a conceção, produção e montagem de um posto de informação, integrado num projeto mais alargado de promoção e difusão do património cultural transfronteiriço. Com formato adaptado à nova realidade realizou-se depois a Sessão Solene Comemorativa do Dia do Município, no Espaço Guadiana, na qual foi prestada homenagem a atletas e personalidades do concelho que marcaram e marcam o percurso do concelho de Alcoutim, para além da distinção de funcionários da Câmara Municipal, em função dos anos de dedicação e de bom comportamento.

“Um dia importante, pelo seu ALGARVE INFORMATIVO #307

simbolismo, que marca este nosso território, com a sua história, cultura, com um passado que nos orgulha e com um presente perspetivado para um crescimento e desenvolvimento e um futuro que terá de estar preparado para novos desafios”, considerou José Moreira, presidente da Assembleia Municipal de Alcoutim, que destacou a importância da assinatura, no dia 8 de setembro, do contrato de financiamento para a construção da Ponte Alcoutim – Sanlúcar de Guadiana. Para o socialista, outra área que deverá ser uma aposta do executivo camarário é a habitação, lembrando que foi recentemente aprovada na Assembleia Municipal a Estratégia 16


Local de Habitação, que, “em conjunto

com a revisão do Plano Diretor Municipal que se encontra em curso, irão criar as condições para garantir habitação adequada e a preços adequados para que as famílias consigam residir em Alcoutim”. “Outra aposta de futuro que não pode ser perdida está relacionada com a consolidação e aprofundamento do processo de descentralização nos próximos anos, onde temos pela frente o enorme desafio de, em conjunto com o Governo e as estruturas desconcentradas do Estado no Algarve, garantir os recursos humanos e financeiros necessários para permitir o cumprimento destas

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novas atribuições, dotando o concelho dos meios necessários para gerir as competências em áreas críticas como a saúde, educação ou ação social, criando as condições estruturais necessárias para a fixação de famílias e empresas no concelho, e tentando igualmente a instalação e reforço de serviços desconcentrados da administração central em Alcoutim”, afirmou José Moreira. “Ao comemorarmos mais um Dia do Município, volto a deixar um apelo aos autarcas atuais e aos que vão ser eleitos no dia 26 de setembro para que continuemos a nossa união de esforços no

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combate aos enormes desafios que temos pela frente, contribuindo para a dignificação dos órgãos onde estamos inseridos, mas, acima de tudo, para o desenvolvimento e sustentabilidade do concelho de Alcoutim e para a resolução dos problemas dos munícipes”. Na última sessão solene do seu segundo mandato à frente dos destinos de Alcoutim, Osvaldo dos Santos Gonçalves aproveitou para fazer um breve balanço do que foram estes quatro anos, dois dos quais vividos em contexto de pandemia.

“Chegou sem aviso, obrigou-nos a dar mais valor à vida e fez-nos repensar a forma como vivemos em sociedade. O Município reorganizou o funcionamento dos serviços, 19

redefiniu o seu plano de atividades, criou iniciativas e programas de apoio à população e de redução de risco de contágio e garantiu o apoio financeiro a instituições e entidades, de forma a estarem dotadas dos meios adequados para responder às necessidades da população, acautelando a sua saúde e segurança”, destacou o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim. O edil reconheceu, entretanto, que, para além dos efeitos nocivos na vida cultural e desportiva do concelho, a covid-19 gerou atrasos significativos em várias obras municipais, como foi o caso da construção de cinco moradias no antigo edifício dos correios em Alcoutim, do edifício destinado à ALGARVE INFORMATIVO #307


José Moreira, presidente da Assembleia Municipal de Alcoutim

promoção dos produtos endógenos do concelho, do observatório astronómico de Alcoutim e do hangar na zona industrial. “Mesmo assim, temos hoje

o prazer de inaugurar quatro importantes investimentos, em áreas que vão desde a habitação ao turismo, passando pela revitalização urbana, a cultura e o património. Foi igualmente possível alargar o abastecimento de água de grande qualidade a 14 povoações, estando em curso obras de ligação a mais cinco povoações, assim como continuam a ser elaborados ALGARVE INFORMATIVO #307

projetos para alargar essa mesma cobertura. Foi possível retirar da «sombra» parte significativa da Freguesia de Vaqueiros no que diz respeito à cobertura de rede movel e internet e criámos a Estratégia Local de Habitação, um instrumento que visa melhorar as condições de habitabilidade no concelho e, em articulação com outros normativos regulamentares, incentivar a fixação das famílias neste território”, sublinhou Osvaldo dos Santos Gonçalves, não esquecendo, 20


Osvaldo dos Santos Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Alcoutim

claro, a assinatura do contrato que formaliza e contratualiza o compromisso da Ponte Alcoutim – Sanlúcar de Guadiana, “um investimento de nove

milhões de euros que irá, certamente, alavancar o desenvolvimento e potenciar a mobilidade transfronteiriça”. À tarde procedeu-se à inauguração da revitalização urbana do Largo da Igreja, em Giões, cujo custo da empreitada e fiscalização foi de 113 mil e 847 euros, cofinanciado pelo CRESC Algarve 2020, e que inclui pavimentação, infraestruturas 21

de energia, equipamentos urbanos e ajardinamento. A comitiva seguiu depois para Martim Longo, para a inauguração do Loteamento Chada do Moinho do Mocho, com um custo de empreitada, fiscalização e requalificação paisagística da envolvente de 842 mil e 333 euros. O projeto inclui arruamentos, infraestruturas (água, águas residuais, águas pluviais, eletricidade, telecomunicações, gás e PT), sinalização, parque infantil, arranjos paisagísticos, rega e iluminação pública e tem capacidade para 26 lotes . ALGARVE INFORMATIVO #307


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Isabel Ferreira, Osvaldo dos Santos Gonçalves, Ana Abrunhosa, Fernando Alfaiate, Carlos Miguel e José Apolinário

PONTE ALCOUTIM – SANLÚCAR DE GUADIANA TEM QUE SER UMA REALIDADE ATÉ 2026 Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina oram assinados, no dia 8 de setembro, em Alcoutim, os contratos de financiamento entre a Estrutura de Missão Recuperar Portugal, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e o Município de Alcoutim que permitirão concretizar a Ponte Internacional entre Alcoutim e ALGARVE INFORMATIVO #307

Sanlúcar de Guadiana. A cerimónia foi presidida pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e contou com a presença dos Secretários de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, e da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, dos Presidentes da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves, da Estrutura de Missão Recuperar 24


Osvaldo dos Santos Gonçalves

Portugal, Fernando Alfaiate, da CCDR Algarve, José Apolinário, do Alcalde de Sanlúcar de Guadiana, José Maria Pérez, da Delegado da Junta da Andaluzia em Huelva, Bella Verano Domínguez, e da Diputada de Infraestruturas e Meio Ambiente da Diputacíon Provincial de Huelva, Rosa Tirador. Financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência com nove milhões de euros, este investimento público será concretizado pela autarquia alcouteneja, contando com a intermediação e colaboração técnica da CCDR Algarve na ligação à Estrutura de Missão Recuperar Portugal e com as autoridades espanholas. A ponte entre Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana vai reforçar a cooperação entre as regiões do Algarve e da Andaluzia e dar um novo impulso ao 25

trabalho desenvolvido no âmbito da Eurorregião Alentejo – Algarve – Andaluzia (EUROAAA), que ocupa 21 por cento da superfície da Península Ibérica. O projeto vai ajudar na coesão deste território e melhorar a qualidade de vida da sua população, ao assegurar a ligação entre as redes rodoviárias portuguesa e espanhola e reduzir em cerca de 70 quilómetros a ligação entre Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, atualmente separadas por uma curta viagem de barco. O montante total será repartido em tranches anuais no valor de 250 mil euros em 2021 e 2022 para os estudos e projeto de execução; de 1,1 milhões de euros em 2023; de 3,4 milhões de euros em 2024; e de 4 milhões de euros em 2025, ano em que o investimento terá a ALGARVE INFORMATIVO #307


José Apolinário

sua conclusão. Nos termos do contrato, a CCDR Algarve obriga-se a tomar as medidas que se revelem necessárias para assegurar o cumprimento dos marcos e metas definidos e considerados pela Comissão Europeia para efeitos da avaliação dos desembolsos do apoio do PRR e a apresentar a informação contratualmente prevista para efeitos de monitorização e acompanhamento da execução do Investimento. Prevê-se a conclusão da primeira avaliação de impacte ambiental no terceiro trimestre de 2022, mas ainda no primeiro trimestre de 2022 deverá ser lançado o concurso para o projeto de execução, que deverá estar concluído até final de 2023. A empreitada tem de estar contratada até ao terceiro trimestre de 2024, prevendose o início da obra, o mais tardar, até final do primeiro trimestre de 2025. ALGARVE INFORMATIVO #307

A concretização deste projeto proporcionará uma melhoria às ligações rodoviárias destes territórios, garantindo maior proximidade a corredores de grande capacidade e menores custos de contexto para as empresas e residentes no interior da Eurorregião. Em simultâneo, impulsiona a dinâmica socioeconómica na zona de fronteira entre Portugal e Espanha e facilita a partilha de serviços ou infraestruturas já existentes, ajudando a cumprir os objetivos da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço, assinada na Cimeira Luso-Espanhola de outubro de 2020.

“O Guadiana é um rio que nos une muito mais do que nos separa, uma união que queremos fortalecer concretizando a 26


vontade de ligar estas duas margens através de uma ponte permanente, tantas vezes evocada em soluções provisórias e temporárias, e que faz parte de muitas e longas histórias dos dois lados da fronteira que perduram nas comunidades da raia”, disse Osvaldo Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, no início da sessão que decorreu no Espaço Guadiana. Para o edil alcoutenejo, estamos a falar de um sonho tornado realidade, de uma vontade manifestada, ao longo dos anos, através de diversas iniciativas, “e que

nunca esmoreceu perante o conjunto das enormes dificuldades com as quais se defrontou, sendo a inércia combatida sempre com uma

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veemente insistência por parte de quem nunca desistiu de ver esta obra feita”. “Contudo, até esta concretização ser uma realidade, temos à nossa frente um processo de planeamento e execução que é complexo, ponderoso e demorado, mas que terá, a partir de hoje, condições para iniciar a sua contagem decrescente. O Município de Alcoutim estará empenhado em debater e debelar quaisquer questões que surjam durante a operacionalização dos compromissos que hoje assinamos, de forma a que a ponte «chegue a bom porto». Este dia marcará a nossa história, demos um passo importante para

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Ana Abrunhosa

que Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, o Algarve e a Andaluzia, Portugal e Espanha, fiquem ainda mais próximos”, reforçou Osvaldo Gonçalves. No uso da palavra, José Apolinário lembrou que a coesão territorial e o investimento no interior precisam de vontade e decisão política do Governo, de Municípios e de regiões, e que cabe às Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional a responsabilidade de assegurar a coordenação e complementaridade da intervenção dos diversos níveis e entidades do Estado; fortalecer a integração territorial das diversas políticas públicas; e alcançar complementaridade e congruência no uso dos diversos fundos públicos nacionais e ALGARVE INFORMATIVO #307

europeus mobilizados em cada uma das cinco regiões, numa perspetiva supramunicipal e de solidariedade com todos os Municípios, em especial os de menor dimensão, articulando com a intervenção intermunicipal das comunidades intermunicipais e a ainda maior proximidade de Municípios e Freguesias. “O investimento de

nove milhões de euros previstos no Plano de Recuperação e Resiliência para a Ponte de Alcoutim – Sanlúcar de Guadiana, sendo modesto no quadro global dos muitos milhões de euros preconizados no PRR, reveste-se de uma importância estratégica para o interior do Algarve e para o nosso objetivo de dar mais vida 28


ao Rio Guadiana. Ao investimento do PRR queremos somar investimentos do Programa Operacional Regional CRESC Algarve 2020, do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça España Portugal (POCTEP) e de programas temáticos nacionais”, afirmou o presidente da CCDR Algarve. Segundo este responsável, o contrato com a Estrutura de Missão Recuperar Portugal e de delegação de responsabilidades no Município de Alcoutim, como beneficiário final com a responsabilidade de dono da obra, é mais um passo para trazer desenvolvimento sustentável ao interior do Rio Guadiana, concretizando a cooperação transfronteiriça num território periférico para Lisboa e Madrid. A CCDR Algarve e o Município de Alcoutim vão igualmente constituir uma comissão de acompanhamento, convidando a integrar as diversas entidades parceiras deste projeto, de Portugal e da vizinha Espanha.

“Vamos juntar todas as vontades para concretizar esta ambição, porque esta é verdadeiramente a nossa «Ponte Europa». Será financiada com fundos europeus através do PRR, vence a barreira de separação e fronteira do Rio Guadiana, reforçará a conectividade fronteiriça entre Portugal e Espanha, e dará um novo impulso à conectividade rodoviária com o interior do Algarve e Andaluzia, inserindo a ponte no eixo entre a 29

EN 124 Barranco Velho/ Ameixial, Cachopo, Martim Longo, Alcoutim, Sanlúcar de Guadiana e Huelva, do lado da Andaluzia”, sublinhou José Apolinário, referindo ainda que o lançamento nesta data se deve ao curto prazo de tempo disponível para cumprir os marcos de realização do projeto, com os procedimentos de execução do anteprojeto e da avaliação de impacte ambiental.

“AS GENTES DO INTERIOR MERECEM QUE HONREMOS ESTE COMPROMISSO” A sessão foi encerrada pela Ministra da Coesão Territorial, que prontamente salientou a pertinência desta obra, mas, sobretudo, a importância de se conseguirem cumprir os prazos para a sua realização, e que são apertados.

“Hoje é um dia muito bom para estas regiões interiores do Algarve e da Andaluzia, temos que estar, de facto, felizes, porque este projeto vai ajudar a construir a centralidade ibéria que desejamos para estes territórios. Normalmente, os territórios de fronteira são desenvolvidos, o que não sucede, infelizmente, neste caso, daí a construção de uma estratégia comum de desenvolvimento fronteiriço entre os Governos de Portugal e Espanha”, referiu Ana Abrunhosa, adiantando que não se ALGARVE INFORMATIVO #307


trata de um simples plano de intenções, uma vez que já foram identificados os projetos prioritários para realizar. “O

objetivo é garantir a sustentabilidade destes territórios e assegurar que sejam cada vez mais atrativos para viver, trabalhar e investir. Só assim conseguiremos corrigir assimetrias, combater o isolamento destas populações e impulsionar novas dinâmicas de crescimento que se transformem em ciclos de prosperidade”, entende a governante. E, a par da definição da estratégia e do plano de ação, foram também delineados ALGARVE INFORMATIVO #307

os instrumentos financeiros e administrativos necessários para a sua concretização, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência. “Hoje, o

Governo da República Portuguesa, através da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, assume o compromisso de construir a Ponte Alcoutim – Sanlúcar de Guadiana, algo que era desejado há décadas e que vai beneficiar todo o Algarve e a Andaluzia, bem como a Eurorregião Algarve – Alentejo – Andaluzia, que representa mais de 20 por cento da superfície da 30


Península Ibérica. Este investimento vai ter um impacto inestimável no desenvolvimento deste território, na melhoria da qualidade de vida, na redução dos custos de contexto daqueles que querem atravessar a fronteira. A fronteira desaparece quando é atravessada, quando une ao invés de dividir”, indicou Ana Abrunhosa, voltando a enfatizar o muito trabalho que existe pela frente. “Este

projeto comporta questões ambientais que temos que acautelar, tem que desenrolar-se respeitando todas as exigências a que a lei nos obriga, mas tem que 31

ser uma realidade e o tempo corre contra nós. Por isso, a todos peço que se empenhem, que oleemos as nossas máquinas em prol de um projeto que é muito importante. Vai ser preciso um grande esforço para se cumprir com todos os prazos e com a legislação, porque tem que estar concluído em 2026. E as gentes que vivem no Algarve e na Andaluzia merecem que honremos este compromisso com o nosso interior”, finalizou a Ministra da Coesão Territorial .

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MARIONETAS DE JORGE CERQUEIRA EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU DO TRAJE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina / Festival FOMe nserido no FOMe – Festival de Objectos e Marionetas & Outros Comeres, promovido pela ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, o Museu do Traje de São Brás de Alportel acolhe «Ares de Mesa», uma exposição de marionetas de Jorge Cerqueira, até 15 de janeiro de 2022. Nesta mostra são homenageadas algumas das figuras que de alguma forma influenciaram a evolução da gastronomia e o nosso comportamento à volta da mesa. “Algumas delas tiveram um papel direto, enquanto outras foram inspiradoras para nomear ou recriar receitas que chegaram aos nossos dias”, explicou Jorge Cerqueira, na inauguração da exposição, no dia 3 de setembro. ALGARVE INFORMATIVO #307

«Ares de Mesa» assenta em três núcleos distintos – Os Criadores, Os Inspiradores e Os Apreciadores – com o artista natural de Sintra a ter a preocupação de obedecer a uma pesquisa histórica, de época, estatuto social, profissão, características físicas e moda. Sendo o objeto de criação a marioneta, nota-se igualmente o cuidado de diversificar os métodos de construção, materiais utilizados, bem como as técnicas de manipulação. E, por integrar o FOMe, existe ainda uma experiência gastronómica construída pela equipa da Petisqueira 3empipa a partir da exposição de marionetas de Jorge Cerqueira . 34


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Eliseu Correia e Justino Santos

O CÉU PARECE SER O LIMITE PARA OS BUBBA BROTHERS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina s Bubba Brothers, dupla de djs constituída por Eliseu Correia e Justino Santos, assinalaram, no dia 11 de setembro, o seu sétimo aniversário com uma festa no Rooftop Eva, em Faro, na qual participaram igualmente os britânicos «Son of 8», «Charmain Love» e Mc Lelland. O final de tarde, início de noite, serviu também para gravar, ao vivo, o ALGARVE INFORMATIVO #307

videoclip da «No Name Song», a primeira faixa da editora 100 por cento algarvia «Mossdeb Sounds» e que está a cavalgar os top mundiais da Beatport na exigente categoria de «house music». Um sucesso, aliás, que já tinha alcançado o original anterior, «Kharma», que chegou a liderar a principal plataforma online de música eletrónica. “Obviamente que, há

sete anos, nada disto nos passava pela cabeça. Aliás, quando dois quarentões a caminho dos 50 48


Miguel Gião e Eliseu Correia

decidiram começar a passar música, muitas pessoas olharam para nós com algum gozo, acharam que estávamos a jogar numa liga que não era a nossa”, admite Eliseu Correia, um conhecido empresário do ramo turístico que já está habituado a que o rotulem de «louco». “Mas mantenho

sempre o foco no que é essencial, em concretizar os meus sonhos, porque só vivemos uma vez e é uma passagem bastante efémera”, justifica. Contrariamente ao que muitos pensaram na altura, os Bubba Brothers vieram, de facto, para ficar e possuem uma imensa legião de seguidores, uma «tribo», como apelida Eliseu Correia, que os acompanha nos espetáculos ao vivo, 49

mas, sobretudo, nas plataformas online de música. “Na Beatport, por

exemplo, estão seis milhões de músicas e estar em primeiro lugar numa categoria, nem que seja apenas por 24 horas, é um feito épico. Tem sido uma viagem supersónica que acelerou ainda mais desde que lançamos o «Kharma», em maio”, observa o entrevistado, acrescentando que o êxito imediato da «No Name Song» ainda é mais surpreendente por não ter sido lançado por nenhuma editora mainstream. “É natural que uma

música com a chancela das grandes labels tenha uma vida mais facilitada devido a toda a máquina promocional que tem ALGARVE INFORMATIVO #307


por trás. Neste caso estamos a falar de uma editora algarvia que não tem histórico na música eletrónica”, enaltece o proprietário da editora. Posto tudo isto, Eliseu Correia não tem dúvidas em dizer que “foram sete anos

muito bem vividos e ainda temos muita coisa louca para fazer”. Contudo, se o empresário natural do Montenegro, freguesia do concelho de Faro, está perfeitamente acostumado a delinear planos de negócio a curto, médio e longo prazo para a sua EC Travels, com diversos cenários alternativos e planos de contingência, menos planeada foi a trajetória dos Bubba Brothers, admite sem quaisquer problemas. “Eu e o

Justino começamos isto quase por brincadeira, simplesmente para nos ALGARVE INFORMATIVO #307

divertirmos e aos nossos amigos. Depois, as solicitações para aturar foram aumentando, as pessoas seguiam-nos para qualquer sítio, notava-se uma forte empatia. No início basicamente trocávamos a nossa performance pelas bebidas, quando passámos a receber cachet a sério tudo mudou”, recorda com um sorriso. “A responsabilidade cresceu imenso, quer em relação a quem nos contratava, como em relação ao público que tínhamos pela frente”. O aumento da exigência levou Eliseu Correia a assumir que precisava também de subir de patamar enquanto 50


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Eliseu Correia e a esposa Carla Correia

dj e produtor, daí ter rumado à capital inglesa para frequentar a London Sound Academy. “No final do segundo ano,

início do terceiro ano dos Bubba Brothers, começamos, finalmente, a desenhar um plano de sonho, ou um sonho de plano, do que poderíamos vir a atingir. Nessa altura íamos para as atuações com uma mala com 320 CDs para podermos improvisar à vontade, sofríamos imenso porque aquilo pesava uma tonelada”, conta, divertido, acrescentando que a mudança para a música digital, para a «praia» dos djs profissionais, acabou por ser bastante pacífica. “Se nós andávamos a fazer

com a ajuda dos softwares. Ficávamos com mais tempo para nos focarmos na nossa performance enquanto artistas do que propriamente na parte técnica de tirar e meter cds, de passarmos de uma música para a outra no momento certo. Só deixamos de aprender quando morremos. Eu todos os dias procuro superar-me, ser melhor do que era no dia anterior, e com os Bubba Brothers acontece exatamente a mesma coisa”, sublinha o entrevistado.

as coisas da forma mais complicada, de certeza que tudo ia ser mais fácil ALGARVE INFORMATIVO #307

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UMA EDITORA PARA TODOS E UM FESTIVAL NA CALHA Após dominar os trâmites da música digital, foi com naturalidade que a dupla de djs do Montenegro – “a capital do universo”, garantem Eliseu Correia e Justino Santos – criou o primeiro tema original, e mais um, e outro e outro.

“Somos tudo menos comercial, arriscamos e tivemos sucesso com um estilo que não é mainstream. Na altura desejaram-nos boa sorte e disseram-nos que ia ser como nos filmes norte-americanos, com uma rede à frente da cabine de DJ porque o público ia atirar-nos ovos ALGARVE INFORMATIVO #307

e tomates e algumas garrafas de cerveja. De facto, fomos a sítios onde as coisas não correram muito bem, mas isso faz parte da aprendizagem. E a questão não é cair, é a forma como nos levantamos”, declara, antes de chamar a atenção para as dezenas de horas que são necessárias para se criar um tema com poucos minutos de duração. “Para preparar o

alinhamento de uma atuação ouço centenas de músicas, imagine-se agora o trabalho que é produzir algo completamente novo. A «No Name Song» tem três melodias dentro dela e demorou 54


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mais de sete meses a ser feita. As pessoas acham que a música eletrónica é um parente pobre da música, que é fácil de fazer. Convido então essas pessoas a criarem um tema original e a terem sucesso com ele”, desafia. Uma tarefa que, se calhar, para Eliseu Correia é ligeiramente mais fácil porque tem mais anos de vida enquanto cliente, enquanto consumidor de música, do que como criador, como produtor. O reverso da medalha é que os Bubba Brothers já possuem um estilo muito característico, o tal que lhes garante uma legião de fiéis seguidores, e não podem «inventar» muito. “Temos uma certa

flexibilidade durante as atuações, ALGARVE INFORMATIVO #307

mas não podemos fazer viragens totais, caso contrário, vamos defraudar as pessoas que nos foram ouvir. A música faz parte das nossas vidas desde sempre e, se calhar, a vantagem que eu e o Justino temos em relação à concorrência é que misturamos os sons do passado, do presente e do futuro. Por isso é que temos, na pista, pessoas dos 60 aos 17 anos de idade”, nota Eliseu. “Quanto à «Mossdeb Sounds», vai dar, a quem se está a lançar agora, aquele apoio que nós não tivemos. Andamos cá para evoluir, enquanto profissionais, mas 56


também como seres humanos, e temos a obrigação de tornar a sociedade mais justa. E isso não acontece quando as pessoas não têm as mesmas oportunidades”, termina o empresário turístico e dj.

“Enquanto sentirmos o carinho e o apoio das pessoas como aconteceu no dia 11, vamos tentar sempre evoluir, tornar os Bubba Brothers na bandeira da música eletrónica algarvia e portuguesa e dar cartas além-fronteiras. Aliás, a esmagadora maioria das pessoas que nos segue já nem sequer é de Portugal, são de França, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, México e afins” . 57

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AMOR ELECTRO FANTÁSTICOS NO ENCERRAMENTO DE UM VERÃO CHEIO DE CULTURA EM TAVIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Miguel Pires (https://www.mpalgarve.com/)

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esmo com os constrangiment os resultantes da COVID-19, o Município de Tavira recordou, no arranque de setembro, a tradicional Feira da Dieta Mediterrânica, com o fado em destaque com os concertos de Fábia Rebordão, no dia 2, e de Sara Correia, no dia 4, e a Gala de Fado – Fado com História, no dia 3, todos no Parque do Palácio da Galeria. E foi também neste palco que os Amor Electro, uma das principais bandas da atualidade da música moderna ALGARVE INFORMATIVO #307

portuguesa, encerraram a programação com um concerto, no dia 5 de setembro, com uma noite que levou a assistência ao êxtase. A extraordinária voz, presença e simpatia de Marisa Liz, excelentemente acompanhada pelos músicos Tiago Pais Dias, Ricardo Vasconcelos e Mauro Ramos, constituíram o melhor fecho possível para um Verão que foi bastante intenso em termos culturais na cidade de Tavira, graças aos programas «Verão em Tavira» e «Dias da Dieta Mediterrânica», organizados pela Câmara Municipal de Tavira . 62


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MAGIA ANDOU À SOLTA POR LAGOA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Kátia Viola

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concelho de Lagoa acolheu, nos dias 3 e 4 de setembro, a primeira edição do Festival Internacional de Magia, com a participação de vários mágicos conceituados, campeões em diversas modalidades, sob a direção artística do mágico Paulo Cabrita. Integrado na iniciativa da autarquia lagoense de apoio aos artistas locais, «A Cultura sai à rua», o Lagoa Magic Fest ALGARVE INFORMATIVO #307

2021 teve um dia dedicado à magia de rua, com espetáculos de magia em seis pontos do concelho, ao passo que, no dia 4, se realizou a grande Noite de Gala, no Auditório Municipal Carlos do Carmo. O Lagoa Magic Fest 2021 contou com a presença da dupla de mágicos Arkadio & Solange, do mágico José de Lemos, do mágico Salguery, do conhecido mágico argentino Mr. Daba, do mágico Manuel Barata e do mágico lagoense Paulo Cabrita . 72


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«SÓMENTE» DO TEATRO SÓ ABORDOU A SOLIDÃO DOS MAIS VELHOS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina / Festival FOMe

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FOMe – Festival de Objectos e Marionetas & Outros Comeres, promovido pela ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, começou, no dia 4 de setembro, no Largo da Pontinha, em Faro, com «Sómente». O espetáculo da responsabilidade do Teatro Só de Odemira retrata o ritmo a que a sociedade vive e evolui e que faz com que os mais velhos estejam a ser esquecidos ou mesmo abandonados. “No

crepúsculo da vida, um homem pode fechar-se na bolha solitária do passado. É preciso coragem para continuar a procurar alegria e amigos. «Sómente» é o retrato de um homem que permaneceu jovem de coração, mas que está preso num ALGARVE INFORMATIVO #307

corpo desgastado pela passagem do tempo. Conseguirá sair da bolha?”, questiona o encenador, dramaturgo e intérprete Sérgio Fernandes. «Sómente» é uma peça de teatro sem diálogos, onde o carinho, a emoção e a poesia das imagens estão em primeiro plano, e assenta na solidão e no envelhecimento, temas recorrentes das criações do Teatro Só. “Porém, as

personagens não são tocadas pelo desespero, mas sim pela reflexão dos gestos e pela gratidão da memória”, distingue Sérgio Fernandes, no final do espetáculo do Largo da Pontinha, que contou com uma plateia numerosa e bastante atenta ao que se passava em torno do banco de jardim gigante que constitui o cenário de «Sómente» . 82


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HAMMOND PROJECT DEU CONCERTO NO TEATRO MUNICIPAL DE PORTIMÃO COM PAULO DE CARVALHO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Ricardo Coelho

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aulo de Carvalho juntou-se, enquanto convidado, ao Hammond Project de Carlos Araújo (guitarra, voz, composição, arranjos), Luís Ruvina (Hammond B3, pedaleira de baixo) e Manuel Santiesteban (bateria) para um concerto, no dia 2 de setembro, no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão. O espetáculo teve ainda a participação de Jaques Quaresma na voz e guitarra e incluiu temas originais e adaptações do cancioneiro português interpretados de forma única e exclusiva, quer pela sonoridade dos instrumentos, quer pela original abordagem musical dos seus intervenientes e convidados. O público teve assim oportunidade de ouvir Paulo ALGARVE INFORMATIVO #307

de Carvalho interpretar temas como «Prelúdio», mais conhecido por «Mãe Negra», «Meninos de Huambo» e músicas de homenagem a Carlos do Carmo, como «Lisboa, Menina e Moça», em versões adaptadas ao jazz. Hammond Project é um projeto de «jazz luso» que tem o órgão Hammond B3 como instrumento central, sendo Luís Ruvina um dos seus maiores executantes da atualidade. O Hammond B3 é um instrumento clássico na história da música popular, com dois teclados, múltiplos registos e pedaleira de baixo. O trio conta ainda com o experiente Carlos Araújo na guitarra, composição e arranjos e o baterista cubano Manuel Santiesteban. 94


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OrBlua - Um Folhetim Semanal que Celebra a sua Vida e o seu Final Episódio 6 Texto: António Pires | Foto: Jorge Jubilot e OrBlua musicólogo Domingos Morais, no seu texto «O Canto das Mulheres em Portugal» (2017), escreve: “Cantamlhes muito, aos meninos. Fazem-se jogos em que as palavras se repetem vezes sem fim, entoadas sobre motivos melódicos, a par com os sons da língua materna (…) Adolfo Coelho lembrava-nos, há um século, que os contos e rimas infantis parecem ser como o leite materno, que

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nenhuma preparação, por mais adiantada que esteja a ciência poderá igualar. Sabe-se hoje quanto estas criações literárias (Nota nossa: e musicais), genericamente designadas por este autor como «pedagogia das amas», são adequadas ao desenvolvimento e linguagem dos bebés. Da fórmula constam, essencialmente, ritmo e melodia, determinados pela regularidade métrica e pela sonoridade das palavras, com relevo para a alternância de

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acentos fortes e fracos, para a rima e para as repetições (…)”. A memória dessas cantilenas, travalínguas, lengalengas e, principalmente, canções de embalar (ou de ninar; de

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acalentar) ancestrais viriam a estar presentes em muitas das canções que viriam a ser gravadas pelos OrBlua ao longo dos seus dez anos de existência. Mas, se calhar, em nenhuma delas esta matriz (e aqui a palavra matriz é

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propositada) está tão presente como em «Aviãozinho Militar», não por acaso escolhido como single (e vídeo do seu primeiro EP, editado em finais de 2012, «Trihologia Noctiluca». Um disco em que, para além desse tema, estão «Ventos» (uma belíssima e simplicíssima marcha – também lhe poderia chamar balada ou air, mas não seria a mesma coisa) em que a voz de Inês Graça dialoga sorridente com piano, glockenspiel, melódica, etc; «Astrolábio», que revisita, inconscientemente ou não, muito do que Fausto Bordalo Dias pré-«Por Este Rio Acima» criava nos anos 70; «Dança da Ostra», um bluegrass marafado, alegre e folião que por vezes descamba para a uma valsa mandada (se é que isto existe!); e «Lamento da Folha Errante», um tema que não envergonharia Yann ALGARVE INFORMATIVO #307

Tiersen se a sua Amélie andasse a brincar nua, livre e aventureira pelos campos algarvios. Também por lá sopram ventos, mas estes não são nada adversos e mostram já o que os OrBlua prometiam para o futuro. No disco, a juntar ao compositor, letrista, cantor e multi-instrumentista Carlos Norton, à cantora e multiinstrumentista Inês Graça e ao percussionista Nuno Murta ainda surgem o contrabaixista Bruno Vítor e a pianista Joana Costa na faixa-extra do EP, «Azul», para além de Rafael MM na voz-intro de «Aviãozinho Militar». Das outras viagens que este «aviãozinho» faria, das «bombas» que ele largaria e onde elas foram parar, daremos conta nos capítulos que se seguirão . 106


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Fado FEST trouxe Quinteto de Jazz de Lisboa a Lagos Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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a sua edição de 2021, o Fado Fest, realizado anualmente no Centro Cultural de Lagos, foi dedicado a duas das maiores figuras do fado português: Carlos do Carmo e Amália Rodrigues. «Saudade», no dia 10 de setembro, foi um espetáculo de homenagem ao grande senhor do fado pelo Quinteto de Jazz de Lisboa, um tributo ao grande mestre e amigo Carlos do Carmo no qual foram recriados os fados e as canções mais marcantes da obra intemporal deste artista . ALGARVE INFORMATIVO #307

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OPINIÃO Momentos nossos e únicos Paulo Cunha (Professor) om o advento e a proliferação das redes sociais, tornou-se possível quase todos poderem partilhar com o mundo as suas veias crítica e analítica em relação seja a o que for. Tornou-se, por isso, comum ver plasmadas na internet opiniões generalistas, escritas em função de acontecimentos ocasionais e pessoais. Querendo fugir a esse tipo de abordagem, aproveito este espaço de escrita para partilhar convosco a vivência em família de uma manhã de agosto, onde o silêncio, a calma e o desfrute foram os personagens principais. Tendo a ausência de som audível também como ferramenta de trabalho na área da música, é natural que a aprecie e valorize mais do que muitos que com ele contactam. É um facto, a aparente ausência de som faz-nos valorizar e apreciar mais os outros sentidos. E os meus alunos surdos sabem-no bem! Tentando fugir do habitual bulício citadino, onde a propagação de decibéis impera, é natural que procure refúgios ALGARVE INFORMATIVO #307

naturais, onde a ausência de humanos ávidos de mostrar ao mundo que finalmente - estão a gozar as suas merecidas e esperadas férias seja uma realidade. Sendo cada vez mais difícil descobrir a natureza no seu estado puro e selvagem, quando tal acontece é natural que a vontade de partilhar com o mundo tal «achamento» não seja nenhuma. Foi o que aconteceu há uns anos, quando fui bafejado com o privilégio de conhecer uma confluência de rios beirões que, através da mistura de águas com diferentes temperaturas e livres de detritos, tornaram o local como um sítio (spot – como agora é usual chamar) digno de fazer aprazíveis e inesquecíveis piqueniques. De tal forma que a minha família batizou o local como o «rio das minis». Foi no início de agosto a última vez que lá estivemos. Eram cerca das onze da manhã quando, a pé, nos fizemos à estrada que nos levaria ao destino. Já no campo, por carreiros ermos e algo sinuosos e que ainda não conseguiam disfarçar o último incêndio que por lá passou, conseguíamos escutar os nossos passos pisando os ramos caídos e a caruma das árvores. Timbres únicos, resultantes da mistura com o curso das águas do pequeno riacho que seguíamos 118


e a pequena brisa que acariciava a vegetação. Chegados ao local pretendido, o prazer da redescoberta revelou-se indisfarçável, pois todos os anos, no inverno, a força das águas molda e esculpe, de forma diferente e original, o nosso local de eleição. Sem vivalma por perto, foi fácil encontrar um lugar no pequeno ilhéu e, ao estender as toalhas e a merenda, chamá-lo nosso. Já sentados à beira-rio, ao apoiarmonos na areia com as mãos, sentimos as ameijoas de rio quase como a pedir-nos para serem apanhadas, enquanto, ao mesmo tempo, cardumes de pequenos peixes, gratuitamente, nos mordiscavam e limpavam os pés. 119

Falando duma forma suave, tal como nos exigia a eloquente paz que nos envolvia, conseguíamos perscrutar a propagação das vibrações das nossas vozes entre as lindas e coloridas plantas que graciosamente emparedavam as margens do rio. Quase a regressar a casa, como que a despedir-se de nós, as policromáticas borboletas e libélulas, pululavam e, esvoaçando, rondavam-nos sempre que emergíamos após cada mergulho. Sim, estas foram as férias que eu almejava desfrutar junto da família. E vós, também as tiveram? Espero que sim! Este meu «cantinho» continuará secreto. Descubram o vosso, desfrutemno e… não o partilhem . ALGARVE INFORMATIVO #307


OPINIÃO Nem tudo é verdade Mirian Tavares (Professora Universitária) “Eterno, mas até quando? é esse marulho em nós de um mar profundo. Naufragamos sem praia; e na solidão dos botos Afundamos(…)”. Carlos Drummond de Andrade urante cinco anos escrevi, quase religiosamente, num blog. Textos longos, de cunho diarístico. Quando entrei no Facebook, transferi, de alguma forma, a ideia do exercício quotidiano da escrita para esta rede social, menos íntima e/ou intimista que um blog. Quem não me conhece, e mesmo quem me conhece um pouco, acredita que a minha escrita é, de facto, um reflexo do meu quotidiano. Mas ela está mais próxima do exercício, da esgrima das palavras, da busca de sons e de sentidos, que propriamente de um diário em que registo, laboriosamente, a minha vida. Tentei, aos 13 anos, manter um diário e não passei de duas ou três entradas, que mais se assemelhavam a ideia de um autor à procura da personagem (algo meio Pirandello ao reverso) que propriamente textos que dessem seguimento ao introito: Meu querido Diário. Acho que este tipo de diário é uma ficção, ou habita as ficções que lemos e/ou assistimos ao longo da vida. Nunca conheci ninguém com um ALGARVE INFORMATIVO #307

diário/diário. Os que nos chegam às livrarias são obras de escritores que ensaiaram a sua escrita, num tom mais íntimo, nalguns casos sem a menor intenção de partilhá-los com os seus fiéis, ou infiéis, leitores. Penso, por exemplo, nos fragmentos dos diários da Virgínia Woolf, nas notas quase biográficas do Kerouac ou nos delírios ébrios do Bukowski. A lista seria imensa. Buñuel disse que a sua obra só podia ser autobiográfica porque ele ainda não tinha distanciamento suficiente para ver o mundo «fora de si». Habitamos este espaço entre – o fora de nós e o lado de dentro, que pode ser uma visão do mundo, uma memória ou um gesto de afirmação. O meu «fora de mim» chamava-se A Mulher do Lado, inspirada pelo filme do Truffaut de 1981, que considero um dos filmes da minha vida. E neste espaço etéreo e virtual, escrevia sobre o dentro de mim, que é também uma narrativa – eu me conto e, como tal, escolho as palavras e reconstruo quem eu sou. Como escreveu Barthes: “a linguagem é uma pele: esfrego a minha linguagem no outro. É como se eu tivesse palavras ao invés de dedos, ou 120


Foto: Victor Azevedo

dedos na ponta das palavras. Minha linguagem treme de desejo”. E é o que eu tenho, a linguagem. Ela vai mais longe que eu. Vai onde não consigo ir, porque é plástica, extensível. Também porque é anódina, porque não sou eu, nem minha pele. São símbolos gráficos que significam muito ou também podem não significar nada. A linguagem tem a 121

importância que lhe damos, os significados que emprestamos aos discursos, aos textos - ao que dizemos com palavras. Sinto-me confortável aqui, do lado de cá da linguagem. Mesmo que às vezes me apeteça repetir os versos da canção de My Fair Lady: words, words words. I’m so sick of words . ALGARVE INFORMATIVO #307


OPINIÃO Trigésima segunda tabuinha Dança, dança, dança Ana Isabel Soares (Professora universitária) uando alguém se lança num palco para, frente a um muro de olhares, dançar, faz do espaço habitação total – quando ocupa o espaço com todos os membros do corpo, não se limitando a arrastar pela força dos pés uma verticalidade perra, calca o sublime e transforma-o em mola de impulso, força de bailado. Não tem de saltar: todo o corpo se torna visível para lá do centro que os olhos se habituam a ser. Dançar é construir um corpo no espaço. Dançar é construir no tempo um corpo. Um corpo não é só uma massa volumosa – pode ser ar. Há 94 anos por estes dias, uma mulher saiu do hotel onde veraneava. Estava um fim de tarde a convidar ao ar da rua e o passeio enchia-se de gente que respirava a elegância dos visitantes e dos perfumes. Sobre o vestido, a mulher levava um imenso lenço de seda iridescente, que, escondendo-lhe as formas do corpo, fazia com que o confundissem com aquele esvoaçar em volta das luzes da rua. O tempo que caminhou fez dela aragem no passeio de ALGARVE INFORMATIVO #307

fim de verão. Quem passava fixava o olhar no movimento, arrastando os pés e perguntando-se como seria possível não o fazer, como ali viam que era possível seguir sem ser só rente ao chão. O tempo que caminhou deixou-a exausta, poço de ar que a memória de duas crianças mortas – catorze anos antes – asfixiava. Se o corpo, por força da seda no andar, se dissolvia; se as lembranças de mãe anulada a levavam para fora do que nela era corpóreo, queria adormecer. Entrou no automóvel, aberto ao ar da noite, e pediu ao motorista que a levasse de volta ao hotel. Ao sentar-se, nem ela nem ele repararam que uma das pontas soltas do lenço ficou do lado de fora – braço de um deus caridoso. A morte de Isadora Duncan foi um lançar-se de uma maneira extraordinária para o passeio do mundo, impulsionada pela mola da dança, corpo mais que leve, ar sem existência que o pesasse, remoinho de memórias em espiral até ao fim, até ao fundo, até ao cimo. (Um corpo que dança está sempre à beira da morte.) NOTAS: As expressões que destaco são versões minhas da notícia da morte de 122


Foto: Vasco Célio

Isadora Duncan, publicada no jornal New York Times em 15 de setembro de 1927, dia seguinte ao da ocorrência: “Isadora Duncan, the American dancer, tonight met a tragic death at Nice on the Riviera. According to dispatches from Nice Miss Duncan was hurled in an extraordinary manner from an open automobile in which she was riding and instantly killed by the force of her fall to the stone pavement. Affecting, as was her habit, an unusual costume, Miss Duncan was wearing an immense iridescent silk scarf wrapped about her neck and streaming in long folds, part of which was swathed about her body with part trailing behind. After an evening walk along the Promenade des Anglais about 10 o’clock, she entered an open rented car, directing the driver 123

to take her to the hotel where she was staying. As she took her seat in the car neither she nor the driver noticed that one of the loose ends fell outside over the side of the car and was caught in the rear wheel of the machine”. Catorze anos antes da sua morte, Isadora Duncan perdera dois filhos, de 6 e de 4 anos, quando o carro onde se preparavam para ir passear, em Paris, caiu, desgovernado, num braço do Sena – dos quatro ocupantes, que incluíam a ama e o motorista, só este sobreviveu .

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OPINIÃO Notas Contemporâneas [21] Adília César (Escritora) “Tinha de haver uma apresentação condigna, solene, copiosa; e isso passava-se nesse pedaço de prosa de tipo largo, com citações latinas, que se chamava o «Prefácio». Aí, o autor modestement courbé, diante do leitor acolhedor e risonho, falava com prolixidade de si, das suas intenções, da sua obra, da sua saúde; dizia-lhe doçuras, chamava-lhe pio, perspicaz, benévolo: justificava os seus métodos, citava as suas autoridades: se era novo, mostrava, corando, a sua inexperiência em botão: se era velho, despedia-se do leitor à maneira de Boileau, numa pompa triste, como da borda de um túmulo”. Eça de Queirós (1845-1900), in Notas Contemporâneas (1909, obra póstuma)

ER OU NÃO SER poeta, não é uma questão. Estou até convencida que se alguém atirar uma pedra ao ar, acertará em três poetas, pelo menos, tal é a abundância de criaturas que pululam por aqui e por ali a escrever, a publicar e a divulgar a sua obra. Actualmente, a banalização da poesia, do poeta e do poema é merecedora de estudo porque está a transformar-se numa lavagem cerebral do leitor. As pessoas pouco ou nada leem e quando o fazem correm o risco de acertar «ao lado», tendo em conta as suas frágeis escolhas. Contudo, houve sempre alguns bons autores, em todas as épocas: mas, ultimamente, os potenciais autores nascem como cogumelos, reproduzem-se tal qual os coelhos. Ler quem ou o quê? Apesar de tudo, é possível escolher. *

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A OBSCURIDADE que envolve as escolhas assegura a nossa resistência ao fracasso. Não é possível ler tudo e, assim, vamos tentando agarrar as pequenas luzes que surgem um pouco por toda a parte nos suportes de comunicação ao nosso alcance: os jornais e as revistas da «especialidade literária», bem como as democráticas e democratizadoras redes sociais, são como livros abertos a indicar caminhos da «verdade». Contudo, são como as casas com telhados de vidro. Parecem transparentes, mas as bases das suas afirmações são de uma fatal fragilidade. Venha o diabo e escolha ele. * DA TOMADA de decisão faz parte alguma arrogância. Não és tu que me dizes que autor devo ler, sou eu que preciso abrir as janelas para que alguma luz possa entrar no meu espírito ao longo desse trilho mergulhado no escuro. As escolhas dizem respeito ao indivíduo e

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são feitas através de um processo específico, imaginado e enriquecido por ele. Algumas janelas vão-se abrindo enquanto outras se fecham. O equilíbrio demonstrase em si mesmo. O equilíbrio faz-se também de decepções inevitáveis. * NÃO FAZ SENTIDO fazer apresentações públicas de autores e de livros. Nem o autor é um fantoche, nem o livro é o que dele se apregoa. O autor já escreveu o livro – isso não basta? E a obra está à disposição do leitor que, entretanto, a descobriu (talvez por acaso) e a lerá com a sua própria curiosidade e a devida inteligência, delineando as suas conclusões e decidindo se é um bom ou um mau livro. * NÃO FAZ SENTIDO apregoar as propriedades literárias e estéticas de um livro num artigo supostamente «crítico». Mas alguém sabe fazer crítica literária em Portugal? Pregões de pura indiscrição, empolados por uma falsidade a roçar a demagogia – e assim vai o leitor apropriar-se de enganos sobre enganos, em camadas de ignorância disfarçada de eloquência. * UM BOM LIVRO pode ser destruído pelos maus leitores. Um mau livro pode ser encarado e divulgado como um bom livro pelos maus leitores. E o que fazem os bons leitores pelos livros? Não sei, porque o bom leitor é uma raça em vias de extinção. Também os bons leitores podem ser corrompidos ao lerem excertos, versos ao acaso; às vezes, leem um poema, mas, entretanto, ALGARVE INFORMATIVO #307

inoculados com a preguiça contemporânea, esquecem-se de ler o livro inteiro. Cansaram-se, perderam-se, desistiram. Já não são capazes de percorrer a via analítica de um poeta magnânimo ao longo de quinhentas e trinta e seis páginas. * GOSTO POUCO quando apenas dizem “gosto muito”. A expressão faz-me sorrir, de tédio. Tento compreender o que significa; depois passa. Respiro fundo e volto atrás. E de repente, entendo a minha entediante sensação: sou eu que não sou daqui, sou eu que não sei desfazer os laços e permaneço entrelaçada nas dúvidas das minhas próprias escolhas. Mas são as minhas dúvidas, elas pertencemme e só a mim dizem respeito. Então, guardo-as, muito bem arrumadinhas nos espaços que existem entre as palavras. E calo-me, apesar de não me sentir apaziguada, porque o mundo da linguagem também é feito de silêncios reflexivos de preparação para o próximo discurso, e de exercícios imaginativos que facilitam a compreensão deste estado de coisas que me rodeia, tão superficial. * ABRO O JORNAL de referência, carregado de críticas tendenciosas ou encomendadas. Parece um jornal de amigos para amigos, ou de especialistas com interesses mais ou menos recíprocos. As relações de causa-efeito são bastante óbvias, a roçar a patologia – por isso, cuidado com os efeitos secundários… Mais um livro «ímpar» (a sério?). Mais um que eu não vou ler, obrigada .

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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #307

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