REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #326

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ALGARVE INFORMATIVO 12 de fevereiro, 2022

ORQUESTRA DE SOPROS DO ALGARVE E SOFIA ESCOBAR | «ANESTHETIZE» | «RIA FORMOSA» HÉLDER MARTINS | FERNAND VIÉGAS | SUSANA TRAVASSOS | «LAGOA E OALGARVE CINEMA» 1 INFORMATIVO #326


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SUMÁRIO

OPINIÃO 118 - Paulo Cunha 120 - Paulo Bernardo 122 - Mirian Tavares 124 - Ana Isabel Soares 126 - Adília César 128 - Fábio Jesuíno 130 - Lina Messias

18 - «Lagoa e o cinema»

92 - Susana Travassos em Loulé

46 - «Anesthetize» no Cineteatro Louletano

104 - Fernand Viégas expõe no IPDJ

78 - Orquestra de Sopros do Algarve e Sofia Escobar em Lagoa ALGARVE INFORMATIVO #326

62 - «O Silêncio de Sara» no Lethes 10


34 - Hélder Martins é o novo presidente da AHETA

24 - Centro de Educação Ambiental de Marim tem nova exposição sobre a Ria Formosa 11

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Tomek Chenczke e Slawek Delezuch

CURTA-METRAGEM FILMADA EM LAGOA EM DESTAQUE ALÉM-FRONTEIRAS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina premiada curtametragem «Floaters», da produtora Slavtom, filmada no concelho de Lagoa em 2021 e com o ator lagoense Marcus André como protagonista, foi apresentada, no dia 25 de janeiro, no Auditório Carlos do Carmo, no evento «Lagoa e o Cinema» que serviu igualmente para dar a conhecer a MovieBox Studios que está a nascer em ALGARVE INFORMATIVO #326

Loulé, numa indústria do cinema que cresce a passos rápidos na região. Produzido por Tomek Chenczke e Slawek Delezuch, «Floaters» fala sobre o homicídio de um homem e de uma mulher, cujos corpos são levados até à praia, e das vidas de um pescador local e de uma herdeira estrangeira que se cruzam para desvendar o mistério por detrás das duas mortes. A história tem como cenário as belas paisagens naturais de Lagoa, como é o caso da Senhora da 18


Rocha e das vastas e belas falésias deste concelho algarvio, e «Floaters» não está a passar despercebido no meio cinematográfico internacional. De facto, «Floaters» foi premiado como melhor curta-metragem no PAM – Paris Art & Movie Awards de 2021 e vai participar noutros festivais internacionais de cinema, para satisfação da produtora.

“Foram oito semanas incríveis de produção, uma experiência fantástica. Aquando da escolha do local para as filmagens, o nosso primeiro impulso foi irmos para Sagres, por ser um lugar com muita história, depois pensamos na Marina de Portimão, mas era um cenário demasiado moderno. 19

Quando chegamos à Senhora da Rocha, percebemos que tínhamos encontrado o sítio indicado. O Algarve é uma região excelente para a indústria cinematográfica”, referiram os produtores, com o ator Marcus André a acrescentar que não se pretendeu embelezar, artificialmente, os cenários de «Floaters», até porque o produto natural já tinha toda essa beleza.

“Evitamos explorar as imagens turísticas que todos estamos habituados a associar ao Algarve, preferimos outros locais de enorme beleza que, se calhar, são menos conhecidos”, confirmaram Tomek Chenczke e Slawek Delezuch, lembrando que Marcus André, apesar de ter sido derrotado, nos PAM, por um ALGARVE INFORMATIVO #326


Marcus André

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Luís Encarnação

consagrado ator norte-americano, venceu o prémio de melhor ator nos Rome Prisma Film Awards. Este reconhecimento internacional de «Floaters» foi considerado, por Luís Encarnação, como bastante importante para Lagoa, motivo pela qual a autarquia aderiu imediatamente ao projeto.

“Lagoa e o Algarve têm um potencial enorme para acolher este nicho da indústria cinematográfica e assim contribuir para atenuar a sazonalidade deste destino turístico de excelência. Pode ser uma solução de grande valor, assim como o turismo desportivo, de saúde e bem-estar, da gastronomia e enoturismo”, acredita o presidente da Câmara Municipal de Lagoa. “A pandemia veio 21

tornar evidente que não podemos depender apenas de uma atividade, indústria ou sector, e esta é uma boa oportunidade para se diversificar o tecido económico do Algarve. E neste «Floaters» temos dois lagoenses em destaque: o Slawek nasceu na Polónia, mas é um dos quase cinco mil estrangeiros, entre 23 mil e 717 habitantes, que elegeram Lagoa para aqui viver e neste concelho cosmopolita são todos bemvindos; e o «nosso» Marcus André, de quem temos um imenso orgulho”, indicou Luís Encarnação, garantindo que o Município de Lagoa vai continuar comprometido com os projetos cinematográficos que se realizem na região . ALGARVE INFORMATIVO #326


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Sara Coelho, Nicolas Lemonnier, Patrícia Borges e Hugo Pereira João Fernandes, António Miguel Pina, Joaquim Castelão Rodrigues, Paulo Salsa e José Pacheco

CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE MARIM TEM NOVA EXPOSIÇÃO SOBRE A RIA FORMOSA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina oi inaugurada, no dia 2 de fevereiro, Dia Mundial das Zonas Húmidas, uma nova exposição no Centro de Educação Ambiental de Marim (CEAM), sede do Parque Natural da Ria Formosa e da Direção Regional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, em Olhão. «Ria Formosa» vem substituir a mostra que estava patente há já 30 anos naquele ALGARVE INFORMATIVO #326

espaço, numa iniciativa do Turismo do Algarve para promover a mais importante zona húmida do Sul do país e que recorre a painéis informativos, fósseis e conchas da ria, objetos arqueológicos da época romana e objetos representativos das artes de pesca. A nova exposição é um equipamento estrutural à disposição do CEAM, espaço que em 2019 recebeu cerca de 35 mil pessoas, entre escolas e visitantes 24


nacionais e estrangeiros, e comprova que

“é cada vez mais possível e desejável um olhar de complementaridade entre o turismo e a natureza”. “Durante muitos anos, aqueles que tinham como vocação e obrigação legal defender os ecossistemas viam o turismo e a presença humana como um problema e uma ameaça. E é verdade que, em bom vigor, no início da década de 80 do século passado, alguns exageros feitos por todo o país levaram a que tivessem uma certa razão. Contudo, a aprendizagem que a sociedade, a comunidade, os empresários, os dirigentes públicos e as pessoas em geral

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foram fazendo nos últimos 30 anos, traz-nos hoje a um ponto de muito maior equilíbrio, embora os equilíbrios nunca sejam perfeitos e tenham que ser trabalhados e conquistados diariamente”, referiu António Miguel Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, que não tem dúvidas de que os empresários algarvios ligados ao turismo entendem que a natureza é uma mais-valia e um complemento essencial para o principal produto da região, o «sol e praia». “Há

muito mais para descobrir para atenuar a sazonalidade”, reforçou o autarca. O diretor regional da Direção Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Algarve (DRCNF), Joaquim Castelão Rodrigues, sublinhou que esta exposição

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permanente dá a conhecer os vários habitats existentes na área do Parque Natural da Ria Formosa, a sua flora e fauna, compatibilizando a relação das atividades dos homens com a conservação desta natureza prodigiosa.

“A exposição tem como objetivo o deleite dos visitantes e serve a educação ambiental, constituindose como um equipamento cultural raro no Algarve, sendo o único dedicado à interpretação de um parque natural”, apontou. “A Ria Formosa foi classificada como Zona Húmida de Importância Internacional em 1981, um reconhecimento inteiramente merecido, pois possui uma elevada ALGARVE INFORMATIVO #326

biodiversidade e é essencial à vida de todos os que a habitam, dos bivalves aos peixes, dos répteis às ervas, das plantas aos homens. Isto é já razão suficiente para a protegermos, mas os seus benefícios não se ficam por aqui, pois é fundamental para as várias atividades económicas que exploram os seus recursos, como a salicultura, a mariscagem e os viveiros de ameijoas e ostras. É igualmente importante para a pesca profissional, não pelo que pescam dentro da Ria – onde a pesca é condicionada – mas pela 26


função de viveiro que a Ria possui, pois é um local de maternidade e engorda de muitas espécies que depois migram para fora da área estuarina”, explicou.

todos, sobretudo para os mais jovens”, declarou o dirigente, deixando

Joaquim Castelão Rodrigues realçou também o seu potencial turístico, fruto da beleza das suas paisagens, das praias amenas, da riqueza do seu património natural e gastronómico, que convidam ao recreio e lazer, à observação de aves, às caminhadas e passeios de barco. “E é na

interpretação do Parque Natural da Ria Formosa através do percurso de descoberta da natureza, com 23 estações ao longo de 2,5 quilómetros de extensão, e deste centro de interpretação, onde se aprende o que é o Parque, os seus objetivos e fragilidades, o seu património e a história do território. E esta nova exposição dá a conhecer tudo isto”, destacou Joaquim Castelão

Ria Formosa que se encontra o Centro de Educação Ambiental de Marim, uma antiga quinta agrícola que é propriedade do ICNF e que está vocacionada para a educação ambiental, com atividades de formação e sensibilização para

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um apelo aos Municípios e Agrupamentos de Escolas para que incluam nos seus programas pedagógicos uma visita a este espaço. “Aqui faz-se a

Rodrigues.

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Sendo o CEAM um espaço vocacionado para a educação ambiental e um observatório privilegiado dos vários ecossistemas do Parque Natural da Ria Formosa, era crucial dotá-lo de melhores condições de visitação, “melhorando a

experiência do turista, que assim ficará a conhecer de forma mais profunda e apelativa este importante sistema lagunar do Algarve, que inclui zona de sapal, dunas, pradarias marinhas e grande variedade de espécies de avifauna, peixes, moluscos e crustáceos”, disse, por sua vez, João Fernandes, presidente do Turismo do Algarve, entidade responsável pelo financiamento da obra. “Temos que

atenuar a sazonalidade e concorrer para a coesão territorial e a ALGARVE INFORMATIVO #326

sustentabilidade é um desígnio que deve ser perseguido por todos. Hoje estamos aqui para mais uma parceria com resultados concretos. Numa primeira fase investimos em equipamentos, nomeadamente sinalética direcional, painéis interpretativos, mobiliário urbano, folhetos e brochuras, num processo que culminou com esta exposição”, descreveu o investimento que está integrado no projeto Valuetur, aprovado ao abrigo do Programa de Cooperação INTERREG V-A EspanhaPortugal 2014-2020 (POCTEP). João Fernandes não esqueceu, naturalmente, a efeméride do Dia Mundial das Zonas Húmidas, até porque 2022 volta a ser um ano de stress hídrico.

“Não ficamos parados durante a 28


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pandemia e desenhamos, com a AMAL e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, um Plano de Eficiência Hídrica que trouxe 200 milhões de euros de financiamento a 100 por cento de fundo perdido para melhorar o uso da água e para captar novas fontes de água. As Zonas Húmidas são um ecossistema essencial para preservarmos a qualidade ambiental”, assumiu o presidente do Turismo do Algarve, recordando que “o turismo de natureza é estratégico para o destino Algarve e há uns anos já correspondia a um mercado de 22 milhões de viagens anuais na Europa”. Presente na cerimónia, José Pacheco, vice-presidente da CCDR Algarve, lembrou que o Parque Natural da Ria Formosa, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António constituem as três áreas protegidas do Algarve, a que, dentro em breve, se deverão juntar a Lagoa dos Salgados e a Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário que envolve Albufeira, Armação de Pera e Lagoa. “Mas tudo o que chega à Ria

Formosa provém de uma Bacia Hidrográfica sobre a qual devemos ter um olhar especial. A «Águas do Algarve» tem trabalhado de uma forma excelente, sempre em colaboração com o ICNF e com a Administração Hidrográfica do ALGARVE INFORMATIVO #326

Algarve, para que aquilo que aqui chega venha nas melhoras condições possíveis. No que toca à CCDR Algarve, a biodiversidade vai ter um papel central nos Programas Operacionais do Algarve dos fundos comunitários, com vista a uma maior conservação da natureza”, adiantou, antes de passar a palavra a Paulo Salsa, 30


vice-presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.

“Hoje comemora-se o Dia Nacional dos Vigilantes da Natureza, que são mais de 200, reflexo de uma aposta deste Conselho Diretivo no reforço deste corpo em número de efetivos e dos equipamentos que utilizam. E, no Dia Mundial das Zonas Húmidas, nunca é demais frisar a sua importância 31

estratégica em termos de conservação da natureza e da biodiversidade e também relativamente às alterações climáticas. Por isso, há que sensibilizar as populações para o que acontece nas áreas protegidas”, finalizou .

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“O MAIS IMPORTANTE É ESTARMOS TODOS DO MESMO LADO DA BARRICADA”, DEFENDE HÉLDER MARTINS, O NOVO PRESIDENTE DA AHETA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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élder Martins, conhecido empresário do ramo turístico e antigo presidente da Região de Turismo do Algarve, é o novo timoneiro da AHETA – Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, um desafio que abraçou por acreditar ter capacidade “para fazer

mais e melhor do que vinha sendo feito até à data”. “Estou aqui porque fui convidado por um largo número de associados e pela esmagadora maioria dos elementos que pertenciam aos corpos diretivos desde há muitos anos. Ponderei, falei com a minha família, que me disse que conseguia assegurar a gestão normal do Hotel Rural Quinta do Marco sem qualquer prejuízo, desde que eu estivesse disponível para dar algum apoio”, conta Hélder Martins, à conversa na sede da AHETA, em Albufeira. Um desafio novo que agrada bastante a Hélder Martins, que foi eleito, a 21 de janeiro, para um mandato de três anos e para representar todos os associados da AHETA, e não apenas aqueles que votaram nesta ou naquela lista. E, sendo a filiação um ato voluntário das empresas que operam no ramo turístico, nem todas estão, como se adivinha, inscritas numa associação. Assim, à data das eleições, a AHTA tinha 158 empresas associadas, que vão desde os grandes grupos hoteleiros às unidades mais pequenas, passando igualmente pela imobiliária turística, ALGARVE INFORMATIVO #326

empresas de animação turística e o alojamento local. “A nossa intenção

é aumentar significativamente o número de associados, recuperando alguns que já foram e saíram e conquistando outros que nunca foram, porque existem várias vantagens para as empresas aderentes. Desde logo têm uma associação regional que as representa e defende os seus interesses, a par daquilo que é 36


solicitado com maior regularidade, o apoio jurídico”, indica o entrevistado, lamentando que a AHETA tenha perdido algum protagonismo no passado recente.

“Queremos ter uma voz mais ativa e, como tal, já reatamos a nossa relação com a Confederação do Turismo Português, o principal órgão empresarial da área do turismo em Portugal, com lugar na concertação social e por onde passa a grande parte das discussões que acontecem com o governo. A 37

AHETA trabalha para os seus associados, é a eles que responde, algo que nem sempre é visível para o exterior, mas concordo que tem que ser um parceiro junto dos órgãos do poder central, da Secretaria de Estado do Turismo, do Turismo de Portugal. A nossa vontade é que a AHETA não apareça apenas aqui ou ali a marcar posições, mas que reivindique continuamente para ALGARVE INFORMATIVO #326


alcançar os objetivos dos seus associados”, sublinha Hélder Martins.

enquanto foi presidente da Região de Turismo do Algarve, antes de ter rumado ao setor privado. “Creio que

Interesses e objetivos que, garante o dirigente, são transversais a todos os associados, ainda que possa parecer que, por vezes, as metas de um empreendimento turístico de cinco estrelas não sejam as mesmas de um pequeno alojamento local. “Não senti

algumas dessas questões terão agora um período favorável para se resolverem, porque existe um governo de maioria absoluta que foi eleito legitimamente pelo povo português. Como vimos durante a campanha eleitoral, há um conjunto de carências e necessidades de que praticamente todos os partidos falaram, como a requalificação da EN 125, as portagens na Via do Infante, o Hospital Central do Algarve”, indica o dirigente. “Por outro lado, houve aqui um interregno de dois anos em questões mais estruturais e difíceis de trabalhar, como a sazonalidade, porque tudo parou com a pandemia. A AHETA está disponível para se sentar à mesa, para lutar e trabalhar, porque o nosso foco é o Algarve e não o «cantinho» deste ou daquele. Se calhar existem demasiadas associações ou entidades, até já se chegou à conclusão de que deveria haver algumas fusões, mas o mais importante é estarmos todos do mesmo lado da barricada. E o Algarve só consegue atrair mais turistas se tiver mais infraestruturas e se estiver preparado para os receber

até hoje qualquer choque nesta matéria entre as grandes, as médias, as pequenas ou as microempresas, porque lutamos todos pelas mesmas coisas, seja infraestruturas, condições, acessibilidades ou outras. Quando trabalhamos com o Aeroporto de Faro, a RTA ou a ATA, estamos a fazê-lo para se captar mais turistas para a região como um todo e não a pensar se ele vai para o sítio A ou B. Aliás, com a informação que existe atualmente, o turista decide por si só para onde quer ir e existem clientes para todo o tipo de atividade e alojamento”, frisa Hélder Martins. “O que estes senhores que constituem os órgãos sociais da AHETA fazem é lutar por questões que são importantes para o Algarve”, acrescenta. O problema é que os atores do turismo algarvio reivindicam praticamente as mesmas coisas há largos anos, às vezes até há algumas décadas, e continuam sem ver respondidos os seus anseios, uma situação com que Hélder Martins lidou de perto ALGARVE INFORMATIVO #326

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em qualquer época do ano, e não apenas na época alta”, avisa. Sobre esse tema, Hélder Martins indica que noutros países, alguns bem perto do nosso, existem programas governamentais para se fixar os funcionários nas empresas turísticas durante a época baixa, aproveitando para lhes dar formação intensiva, uma medida que até sai mais barata do que pagar-lhes o subsídio de desemprego. “Se não

houver hotéis abertos, não há clientes, e se não houver clientes não há hotéis abertos, ainda ninguém descobriu se foi o ovo ou a galinha que apareceu primeiro, mas tudo isso se tornou mais flexível. No Aeroporto de Faro existe um determinado número de slots e margem para crescer e, se houver 39

turistas, as companhias aumentam as ligações aéreas, porque querem faturar”, afirma. “Há problemas estruturais que dependem bastante da existência de estabilidade governativa e espero que as pessoas que venham a ocupar lugares de responsabilidade na área do turismo tenham efetivamente o turismo no coração e que tenham presente na sua secretária o programa eleitoral que foi sufragado pela população. E, no Algarve, espero que haja uma vontade séria de lutarmos em conjunto pela resolução dos problemas que todos conhecemos. As infraestruturas estão cá todas, no Inverno ou no ALGARVE INFORMATIVO #326


Verão, e podemos desenvolver diversas atividades relacionadas com a natureza e o bem-estar na época baixa que, se calhar, não trazem muitos milhares de turistas, mas preenchem as unidades”.

FALTA DE MÃO-DE-OBRA E ESCASSEZ DE ÁGUA SÃO PROBLEMAS COMPLICADOS DE RESOLVER A maioria conquistada pelo PS nas eleições legislativas de 30 de janeiro garante a tal estabilidade política, resta agora saber se o Algarve tem, efetivamente, força política para batalhar pelo que deseja. “Durante a campanha

eleitoral, todos os deputados algarvios procuraram falar com as várias associações existentes na ALGARVE INFORMATIVO #326

região, sempre com a missiva de que iam lutar pelo Algarve, e apresentaram diversas propostas. Vamos esperar que assim aconteça”, declara Hélder Martins, com a plena consciência de que o Algarve tem poucos eleitores, mas também que a região tem um peso bastante importante na balança comercial de Portugal. “Assim que

houver governo e deputados eleitos, a AHETA vai sentar-se à mesa com eles para partilhar preocupações que devem ser a Bíblia daquilo que vão ser as próximas decisões. Há que recuperar empresas que estão na corda bamba, fruto da pandemia, e que estão a decidir para que lado é que caem, assim como recuperar postos de trabalho, só 40


que quatro anos passam num instante. Aliás, um governo demora seis meses a instalar-se, a aprovar o programa e a começar realmente a trabalhar e os últimos seis meses do mandato praticamente também não contam”, comenta. Hélder Martins abordou ainda o PRR – Plano de Recuperação e Resiliência “que

se diz ser a mudança global do país, mas isso tem que começar nas pequenas coisas, não pensar apenas nos grandes investimentos”. “Vamos ver se esse PRR é virado muito para a parte pública ou se é virado para quem gere emprego, que são as empresas. Da parte de algumas forças há claramente a vontade de que ele tenha uma distribuição equilibrada e que as empresas tenham acesso a esses fundos para se modernizarem”, entende o entrevistado, falando igualmente do reforço da verba direcionada para a promoção turística do Algarve. “Por questões burocráticas

somos considerados uma região rica e, como tal, a RTA e a ATA têm um orçamento ínfimo para a promoção, apesar da comparticipação das empresas. Hoje, o consumidor decide num instante, com o carregar de um botão vai para a direita ou para a esquerda. O Algarve tem uma grande tradição de fidelizar os seus clientes, mas, quando um cliente 41

vai para outro lado, se calhar cria amores por lá e já não volta”, alerta. Para além de manter as unidades existentes a funcionar o ano todo, o Algarve tem ainda capacidade para acolher novos hotéis ou empreendimentos turísticos, conforme se observa pelos projetos em andamento e pelas inaugurações previstas para 2022, seja no barlavento ou sotavento. Um problema mais complicado de resolver será a contratação de recursos humanos, concorda Hélder Martins, correndo-se o risco de algumas unidades não abrirem partes do seu negócio por falta de mãode-obra, algo que já sucedeu em 2021.

“Não é apenas um problema sentido no turismo, acontece em vários setores de atividade, e não se vai resolver enquanto não tivermos condições para fixar pessoas no Algarve, por causa das dificuldades sentidas no alojamento, na saúde e na educação. Não basta ter projetos aprovados para construir casas que depois são inacessíveis à generalidade dos portugueses, tanto para aquisição ou para arrendamento. Ou depois as famílias não terem vagas nas escolas para os seus filhos, porque há crianças que ainda não nascerem e já estão inscritas nas creches à espera de vaga. O salário é uma das questões que afasta algumas pessoas deste ALGARVE INFORMATIVO #326


ramo, mas não será a mais crucial”, observa o empresário. De volta à promoção, e tendo em conta as «armas» ao dispor dos concorrentes, Hélder Martins reforça que os orçamentos da RTA e ATA são escassos para atacar devidamente os mercados interno e externo. “Viu-se que, em 2021, o

mercado nacional fez uma opção clara pelo Algarve devido à pandemia, mas em tempos normais essa escolha não é tão direta. Em termos internacionais, existem estudos do Turismo do Portugal, RTA e ATA daquilo que são os mercados emergentes e quais os mercados e produtos turísticos fundamentais para a região, mas somente Lisboa – que tem uma engenharia financeira diferente – tem condições para ir a todos os eventos e feiras”, indica o presidente da AHETA. “As empresas, a RTA e o Turismo de Portugal colocam dinheiro e assim resulta o orçamento da ATA e, quanto mais empresas ajudarem, maior é o orçamento, se a RTA consiga acompanhar – e pode não conseguir, porque o Algarve é considerado uma região rica. Para resolver esse problema, o Alentejo, o Centro e o Norte fazem muitas candidaturas a fundos comunitários e a RTA não o pode fazer devido a várias limitações. Quem vier gerir o turismo a nível nacional não pode ALGARVE INFORMATIVO #326

tratar de forma igual o que não é igual, mas sim tratar de modo diferente aquilo que é diferente. Enquanto assim não for, o Algarve vai ficar sempre a perder”, assegura Hélder Martins. Quando a normalidade regressar, que Algarve teremos então? Será que a região sai desta pandemia com uma imagem internacional reforçada em relação a outros destinos da Bacia do Mediterrâneo? “Em 2021, quando o

mercado inglês abriu, eles «invadiram» o Algarve, o mesmo acontecendo com outros mercados, e isso não se deveu certamente aos preços que praticamos. Na Turquia, o governo oferece o terreno para se construir o hotel, o hoteleiro fica isento de pagar impostos durante vários anos, tem trabalhadores a quem não paga salários – vivem de gratificações. Depois, quando há crises como esta, o governo injeta milhões para a promoção turística. O Algarve não tem, nem vai ter, nada disto”, avisa Hélder Martins, acreditando, porém, que a região tem todas as condições para enfrentar os desafios que se avizinham.

“Somos o país que somos, temos os orçamentos que temos, a única solução é otimizar os recursos disponíveis”. E, por falar em novos desafios, há mesmo alguns que, há umas décadas, 42


pareciam improváveis e que num ápice nos estão a bater à porta, como a seca extrema e demais efeitos das alterações climáticas, que levaram também a mudanças no próprio ordenamento do território. “Há

questões que são extremamente preocupantes, porque não podemos ter um destino turístico onde não existe água. São colocados em cima da mesa muitos estudos e propostas, mas, na prática, não vemos nada a concretizar-se. Hoje caminha-se bastante para a dessalinização, dizse que é o futuro, mas isso vai durar muitos anos até ser implementado, penso que nem sequer existe legislação para ela. À boa maneira do português que se desenrasca, teremos que encontrar 43

rapidamente uma solução”, antevê Hélder Martins. “Os empresários também sabem que não se pode construir em todo o lado. O Algarve está todo coberto de planos, não pode crescer desmesuradamente com um hotel em cada canto, mas sim apostar na qualidade e na diversificação. O turismo cria emprego e gera receitas significativas, mas o Algarve pode ter outras atividades, e o próprio turismo está a reinventar-se. E a AHETA está cá para ser uma voz ativa na defesa dos interesses dos seus associados”, garante o empresário e dirigente em final de conversa . ALGARVE INFORMATIVO #326


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MAURÍCIA | NEVES APRESENTOU «ANESTHETIZE» NO CINETEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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Cineteatro Louletano recebeu, no dia 5 de fevereiro, «anesthetize», de Maurícia | Neves, espetáculo que gera uma experiência perto do que se pode considerar um estado de anestesia ou meditação. “Tem uma atmosfera

cenário também ele preto”,

densa e imersiva, talvez devido à aparência similar das três performers, todas vestidas de preto, camufladas em frente a um

“Pretende-se com esta obra criar um universo imersivo que «hipnotize» o público, enquanto este entra numa espécie de vórtex

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descreve a coreógrafa. Através de ciclos repetitivos de movimentos e gestos, «anesthetize» transforma-se numa experiência ambígua e misteriosa, não só como atmosfera, mas também em termos de género, no sentido em que não é claro se as três performers são mulheres ou homens.

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do qual, a certo momento da peça, faz ricochete e é catapultado para outro local/estado”, explica Maurícia | Neves, revelando que, “através da associação de vários conceitos como zombificação, vortex, alienação, mycelium nasceu este «anesthetize»”. Com direção, coreografia, voz, cenografia e figurinos de Maurícia | Neves, o espetáculo tem cocriação e interpretação de Joana Castro, Greta Grineviciute e Mélanie Ferreira, música

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original de Daina Dieva e design de Luz de Vera Martins. Com aconselhamento artístico de Joana Castro e vídeo e fotografia de João Catarino & Catherina Cardoso, «anesthetize» contou com o apoio de ORG.I.A e O Rumo do Fumo, apoio a residências artísticas da Menu spaustuve/ Arts Printing House, O Espaço Do Tempo e Centro de Criação de Candoso e apoio à circulação internacional e nacional da Embaixada de Portugal em Copenhaga / Instituto Camões, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação GDA .

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«O SILÊNCIO DE SARA» REGRESSA AOS PALCOS, NO TEATRO LETHES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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Teatro Lethes, em Faro, volta a receber, até dia 19 de fevereiro, «O Silêncio de Sara», um monólogo protagonizado por Tânia da Silva e baseado no testemunho pessoal de uma jovem mulher que, no princípio da adolescência, se viu mergulhada num pesadelo de abusos e violações. “Durante quatro

anos, ela sofreu os tormentos da exploração e degradação sexual até encontrar, por fim, força para ALGARVE INFORMATIVO #326

dizer «Não!». A experiência de Sara constitui um testemunho da força da mente humana nas situações mais impensáveis, e mostra como o amor e a coragem permitem a esta mulher finalmente recuperar a adolescência que tinha sido roubada”, explica Luís Vicente, responsável pela Direção Artística desta produção da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve .

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ORQUESTRA DE SOPROS DO ALGARVE E SOFIA ESCOBAR ESGOTARAM AUDITÓRIO CARLOS DO CARMO, EM LAGOA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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ais uma lotação esgotada no Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa, no dia 5 de fevereiro, com o concerto da Orquestra de Sopros do Algarve com Sofia Escobar. Com direção a cargo do Maestro Titular João Rocha, foi interpretada a Sinfonia n.º 2 «Mare Nostrum» Op. 124 (2004), de Jorge Salgueiro, obra de inspiração à epopeia dos navegadores portugueses de 1500, seguindo a tradição sinfónica portuguesa iniciada nas sinfonias ALGARVE INFORMATIVO #326

de Luís de Freitas Branco e continuada por Joly Braga Santos, numa narrativa sinfónica com quatro andamentos, designadamente, Vocatorius, Sirenis, De Profundis e Adventus. Tratando-se de uma sinfonia para soprano e orquestra, foi convidada a solista internacional Sofia Escobar, que, apesar de estar fora da sua «zona de conforto» neste registo, conforme referido pelo Maestro Titular João Rocha, voltou a demonstrar o seu enorme talento e versatilidade e encantou a assistência .

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Susana Travassos homenageou o pai em concerto no Cineteatro Louletano Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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tarde de 6 de dezembro foi de concerto de Susana Travassos no Cineteatro Louletano, em Loulé, com a cantora natural de Vila Real de Santo António a prestar uma sentida homenagem ao pai Fernando Reis, ALGARVE INFORMATIVO #326

falecido recentemente. «O meu pai é um pássaro» serviu, por isso, para apresentar o disco «Pássaro Palavra», mas também para recordar o antigo jornalista e diretor do Jornal do Algarve. Um álbum que foi gravado em Buenos Aires e que já foi apresentado na Coreia do Sul, Espanha, Argentina e Uruguai, numa viagem às raízes algarvias da artista . 94


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IPDJ ACOLHE EXPOSIÇÃO DE PINTURA EXPRESSIONISTA DE FERNAND VIÉGAS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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desejo como forma de princípio», de Fernand Viégas, assim se chama a exposição que está patente, até dia 28 de fevereiro, na Galeria de Exposições no IPDJ, em Faro, na qual o artista nos propõe a ligação entre a criação artística e o cuidado terapêutico.

“O amor não é a confusão de sentimentos, de amar o outro que não nos ama e por quem estamos dispostos a nos destruir. É preciso aprender a se amar para não pedir ao outro o que não temos e o que o outro não nos pode dar”, defende.

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Fernand Viégas é poeta, letrista, pintor, professor de jazz moderno e psicanalista. Nasceu em 1955, em Pechão, no concelho de Olhão. Em 1966 chegou a Paris com os seus pais e, em 1971, iniciou os seus estudos em dança clássica e jazz. Em 1984 tornou-se professor de jazz moderno, deu aulas no Paris Center Clichy Studios e no Paris Goubé Dance Center, Salle Playel, e foi fundador e dirigente da associação ducorpsalavie.org. A exposição pode ser visitada nos dias úteis, das 9h30 às 17h30, na sede do Instituto Português do Desporto e Juventude, em Faro .

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A verdadeira riqueza Paulo Cunha (Professor) empre que realizo alguma atividade musical mais inusitada com os meus alunos, aconselhoos a partilhá-la com a sua família ao jantar. Com o gesto sugerido, pretendo que os mesmos, interagindo com os pais, possam trocar informações e conhecimentos. Costumo dizer-lhes que essa é uma das maiores riquezas ao nosso dispor: aprender o que é a vida com quem nos deu vida! Tendo, há já muito tempo, assistido à partida física dos meus ascendentes diretos (pais e irmão), cedo percebi como a sua ausência me deixou consideravelmente mais pobre. Tendome, precocemente, tornado responsável pela gestão do legado familiar, entendi que os bens materiais são incomparavelmente menos importantes do que ter a família «à mão». Por mais fotos que se tirem, filmes que se gravem ou palavras que se escrevam, nada poderá guardar as muitas memórias que transportamos connosco e que, num ápice, a morte roubará a quem de nós se despedirá. Por isso, lamento a perda que, cedo de mais, me tornou mais pobre do que aqueles que ainda têm o privilégio de ter os pais e avós ao dispor. Não sendo preciso perdê-los para saber qual o seu real valor, infelizmente, muitos deixam ALGARVE INFORMATIVO #326

que a espuma dos dias os afaste de um contacto que deveria ser regular e consistente. Para além de múltiplas estórias e conhecimentos, cada pessoa carrega em si a história da sua família. Partilhá-la com os vindouros torná-los-á detentores de informações que, doutra forma, jamais conseguiriam obter. Quantas vezes gostaria de saber responder a algumas perguntas dos meus filhos, mas não o consigo, pois não detenho os preciosos dados que me foram sonegados pela prematura partida dos meus progenitores. Espero que ao expor-me aqui, partilhando um pouco da minha vida privada, muitos de vós percebam, reflitam, descubram, aproveitem e usufruam da enorme fortuna que é ter os vossos pais ao dispor. Abraçar, beijar, sentir, tocar, afagar e falar com os progenitores são ações/sensações/emoções que todos, inevitavelmente, irão perder. Não sabendo quando, todos os momentos que com os nossos pais e avós privarmos, além de únicos e insubstituíveis, serão para nós um bálsamo para a alma e constituirão uma fonte de lembranças e inspiração. Sei, hoje, que foram esses instantes que me continuam a ajudar a trilhar e a prosseguir o caminho, orientando-me na educação dos meus 118


filhos e dando-me alento para continuar a acreditar. É inquestionável, família é património material que o tempo transforma em imaterial, mas - sempre - património! 119

Saibamos honrar a vida dos nossos progenitores, transmitindo aos vindouros tudo o que de valioso nos legaram. E é tanto! .

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Suptnik de Maringá Paulo Bernardo (Empresário) uma noite cinzenta de chuva tropical fiz um voo meio estranho para uma cidade que não sabia o nome até ao dia que para lá voei, iria ter uma reunião no dia seguinte numa cidade próxima. Chegando ao aeroporto tinha lá o meu contacto à espera e levou-me para o hotel, só tive noção onde estava na manhã seguinte quando olhei pela janela e vi a grandeza da cidade e a torre da sua catedral de cento e vinte e quatro metros de altura, desenhada por José Augusto Belluccipor inspirada nas naves «Sputniks» famosas à época. Suptnik que tem origem na palavra russa «poustinikki», que designa o peregrino que se afasta do mundo para ficar mais perto de Deus. Apercebi-me que a cidade que eu julgava pouco mais que um aeroporto tinha os mesmos habitantes que o Algarve, cerca de quatrocentos e cinquenta mil pessoas. Depois de tomar o pequeno-almoço, lá fui para a reunião com uma ameaça de chuva misturada com o sol. Feitos os quase cem quilómetros, reunião feita e o regresso para a base. Nesta viagem tive das visões mais bonitas no Brasil, a chuva começou a cair torrencialmente no meio dos cafezais, a ALGARVE INFORMATIVO #326

mistura do sol, da chuva, da cor verde dos arbustos e do vermelho dos grãos do café, foi algo indescritível pela beleza natural. A cidade ficou lá e eu continuei pelo Brasil, fazendo o meu trabalho em São Paulo. O tempo foi passando e, por coincidência das coincidências, no mês passado e numa atividade da SEDES, fui a Ferreira do Alentejo, mais propriamente à herdade Vale da Rosa, da qual apenas só conhecia mesmo as ótimas uvas. O evento corria de forma bastante interessante, falando sobre a situação do país e do mundo, até que o Comendador António Ferreira, líder da empresa Herdade Vale da Rosa, começou a falar e disse uma palavra mágica que me fez ativar a imagem dos cafezais de Maringá. Aí a minha atenção ficou mais ativa e ouvi com grande paixão a descrição da ida do Comendador para Maringá, da sua aventura de ser professor, de ser agricultor, de participar na vida empresarial e social ativamente, criar família e regressar a Portugal. Nesta fase surgiu a segunda palavra mágica, a necessidade trazer novos povoadores para o nosso país de uma forma ética e justa para que os povoadores venham trabalhar e tenham condições de uma nova vida e de criar atividade económica à 120


volta da agricultura, saindo do ciclo da exploração do território sem criar desenvolvimento. Foi música para os meus ouvidos. Partilhava da ideia e da forma. Reunimos alguns dias depois para partilharmos ideias e também a nossa paixão pelo Brasil. Conversa que me fez pensar ainda mais em todas condições que temos para ser um país onde o desenvolvimento possa acontecer, mas a única coisa que vai acontecendo é o caminho a passos largos para um país de idosos, sem trabalho e sem riqueza. Olhando para o Censos de 2021, os números estão lá, os abacates, as amendoeiras, o Alqueva, não criaram desenvolvimento, apenas lucro para alguns. Encontro que funcionou como um catalisador e já existiram mais trabalhos entre vários empresários para que se possa criar um modelo comum que possa criar desenvolvimento e, por conseguinte, riqueza. Lembrei-me de D. Sancho I o Povoador. Não fomos sempre um país de emigrantes, também fomos um país que em determinadas alturas teve que procurar pessoas para nos ajudar a desenvolver o território. Julgo que estamos nessa altura hoje, necessitamos de profissionais de saúde, a Europa necessita de duzentos mil 121

médicos, vamo-nos manter reféns de alguns que não reconhecem profissionais válidos. Os enfermeiros são igualmente tratados, não será isto também uma forma de racismo? Necessitamos de profissionais das tecnologias, da restauração, hotelaria, construção civil. Necessitamos de pessoas a quem se dê um projeto de vida, necessitamos de potenciar quem chega. Em paralelo, temos que ajudar a que cheguem novas empresas em conjunto com os profissionais, criar desenvolvimento sim, trazer garimpeiros não. Obrigado, amigo António Ferreira pela motivação e energia, permita-me que faça a associação ao peregrino russo que se afasta do mundo para ficar mais perto de Deus, no seu caso a saída de Portugal fê-lo ficar mais próximo do seu Alentejo . ALGARVE INFORMATIVO #326


A imagem que emerge Mirian Tavares (Professora Universitária) Exposição Coletiva Beatriz Ferreira Cátia Jesus Guilherme Pinto Jumoon Berthoux Mariana Mártires dissolução da imagem, no mundo da arte, remonta ao início do Séc. XX. Se quisermos ser mais precisos, talvez tenhamos de recuar ainda mais e vamos encontrar nas obras de artistas como William Turner, em pleno século XIX, uma voragem do desaparecimento ou da ocultação do visível, ou mesmo nas obras dos impressionistas, um afastamento gradual do mundo visível em direção ao mundo sensível. Mas é no alvorecer do séc. XX que Kandinsky vai criar, e teorizar, sobre as criações que pretendem ver para além do visível e, como tal, avança em passos largos para o Abstracionismo. A arte não figurativa, ou não mimética, torna-se uma tendência dominante, podemos dizer, uma marca incontestável do Modernismo, que vai ser ainda mais exaltada a partir do final da II Grande Guerra, com o aparecimento do Expressionismo Abstrato. Na década de 1960, vemos ressurgir a figura, pelas mãos dos artistas da Pop Art, ALGARVE INFORMATIVO #326

sem que ela, no entanto, tenha verdadeiramente desaparecido – pintores como Francis Bacon, Lucian Freud ou Paula Rego continuaram figurativos sem deixar de ser modernos. Mas as suas obras eram casos à parte na História de uma arte que ora se dissolvia, nas tendências mais conceptuais, ora encarnava o próprio objeto, como na Land Art ou na Body Art. A figura permaneceu no cinema, na fotografia, e migrou para as imagens eletrónicas, e mais tarde digitais, da videoarte. Nos últimos anos, podemos afirmar que a tendência no mundo das artes é uma não tendência, ou seja, o campo expandido, proposto por Rosalind Kraus em relação à escultura, continua em expansão, e reencontramos, em muitos artistas atuais, a figura que se perdeu. Nesta exposição, convidamos cinco jovens artistas, da Licenciatura em Artes Visuais da UAlg, cujos trabalhos apresentam-nos uma figuração muito particular, mas onde vemos emergir imagens reconhecíveis, de si mesmos e dos outros que os circundam. A figura 122


Foto: Vasco Célio

emerge não mais como exercício mimético, mas como forma de devolver ao mundo, depois de absorvidas e trabalhadas, imagens que nos convidam a pensar. Diversas são as ferramentas e as técnicas, do desenho à pintura, passando pelo bordado, pela escultura e pela colagem, com que Beatriz Ferreira, Cátia Jesus, Guilherme Pinto, Jumoon Berthoux e Mariana Mártires deixam que a figura ressurja em cada um dos seus trabalhos. Como uma necessidade ou inevitabilidade, como se o momento de se expor fosse agora . 123

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Quadragésima quarta tabuinha

Joelho (VII) Ana Isabel Soares (Professora Universitária) dobradiça de uma porta: é discreto o espelho de metal que a amarra à superfície – normalmente, de madeira, mas pode também ser metálica, ou de plástico – que cobre e destapa o vão que lhe coube. A peça interna da dobradiça é, por regra, um bastãozinho forte a que se abraçam dois tubos, separados, que se prolongam no espelho e rodam em direções opostas. Para que a porta funcione (para que feche e abra) é preciso que esta união seja disjunta, que ambos operem sempre a juntar-se e sempre a separar-se, de costas com costas, rosto contra rosto – figurando, afinal, Janus, a razão de ser da porta. Em que pode embelezar-se uma dobradiça? Se não se lhe esconde o espelho, coisa indiscreta, é a ele que enfeitam, rebitando, adornando os limites do metal. O coração do seu funcionamento, os tubos ao redor do pequeno bastão, como outros corações, está escondido – e a cara não se lhe vê. O que faz de uma dobradiça uma dobradiça bela? O joelho, se não revela a ossada, tem-na suspeitada debaixo de carne, nervos, placas amortecedoras, lugares de ALGARVE INFORMATIVO #326

passagem de fluidos de lubrificação – pele e pelagem. É uma dobradiça em que a estrutura está mais escondida do que a de uma dobradiça de porta. Se a beleza está nos olhos de quem observa, os joelhos levam desvantagem em relação às dobradiças, o que se reflete na apreciação da sua beleza: fala-se em belas pernas, ou num tornozelo bonito. O joelho, se se destaca, é um joelho feio, ou coisa mal feitinha. Anna Klobucka chamou-me a atenção para uma publicação de 1910, O Escândalo do Feminismo, de Carlos de Mello. Nesse livrito, um índice de aforismos (a graphia que reproduzo é tal e qual a que lá está) – o «Indice alfabético», que inclui tópicos tão apelativos como «Concepção do mundo», «Comprometter (Não Pode)», «Ventos e mulheres», «Vergonhas feministas», ou quase-poemas, como as sucessões «Vida da mulher» > «Vida dura» e (belíssimo!) «Como resuscitam as mulheres» > «Como são monstros» > «Como se nos dão” – remete para uma entrada sobre o «Joelho mal feito», que aparecerá na p. 67. Aí, lê-se com todas as letras, bem articuladas: “Não ha resistencia mais furiosa do que a d’uma mulher que tem o joelho mal feito”. Ora, o que será um joelho mal feito? E porque levará essa eventual pecha mecânica 124


(note-se, não é que seja feio, mas «mal Foto: Vasco Célio

feito», o que levanta a questão da possibilidade de não cumprir a função de dobra para que se fez) a suscitar na mulher dona de tal joelho essa furibunda resistência? Há aqui matéria para um pensamento profundo: dobro os joelhos, assento-me, inflito a cabeça também, e vá de me interrogar .

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Notas Contemporâneas [32] Adília César (Escritora) “Teve por isso de construir outra linguagem que pudesse traduzir todo o homem, toda a Natureza, nos seus mais adversos extremos, desde o bestial ao divino: tão fina, tão delicada e transparente, que nela pudesse transmitir-se, sem se evaporar, o aroma de uma simples flor silvestre; tão forte e resplandecente que, através dela, ganhassem brilho e força o diamante e o ouro; tão dúctil, penetrante, transcendente que pudesse modelar o invisível e dizer o indizível”. Eça de Queirós (1845-1900), in Notas Contemporâneas (1909, obra póstuma) ECOMPOR uma paisagem em sons breves. A vida. Ver a paisagem nos chilreios das aves, nos silvos das serpentes, nos cascos das bestas galopantes. Perseguir o paraíso como mentira veloz, à frente do tempo. Escrevo. Decomponho palavras, separo-as das suas sombras. Corro atrás do tempo para que a última hora não me alcance. As palavras agonizam, deitam-se sobre as esferas do movimento da terra. Construo paisagens que se adivinham no ângulo do voo. Subitamente, uma maçã cai sobre a minha cabeça. O tempo extingue-se no instante da epifania.

do lugar e os verticilos florais tombam com o peso dessas memórias tão antigas. São gotas de chuva ou lágrimas? Não sei responder, por tamanha ser a imensidão da tragédia. A mulher reflectida conduzme através do espelho do mundo, mas há uma agulha muito fina e impiedosa que me prende ao cenário humano de onde nunca mais consigo sair. Quem és tu, ó mulher reflectida? Talvez não sejas mais do que uma criança, assim deturpada, assim incómoda na tua nobreza, apesar da linha de sangue que escorre do coração, e vai manchando o vestido branco, e vai indicando um caminho possível para o amor que nos inunda de luz. E. *

* ALGUÉM diz um verso de morte lenta enquanto as nuvens organizam o alimento do espírito em ponto pé de flor. O sentido do discurso é semelhante a um acontecimento clássico, mas qualquer coisa parece fora ALGARVE INFORMATIVO #326

TU vinhas de um modo urgente de pousar telegramas sobre os móveis e mantinhaste encerrada na casa de vidro com as árvores de papel em redor, em chamas. E, todavia, a clausura voluntária soava a falso, fria como a neve. Não tenhas medo, 126


sangrar, enquanto povoas os socalcos das nuvens com os tons frios que consegues imaginar. Gostas do tormento da solidão, do equilíbrio entre margens tão distantes como o sol e a terra. E. *

esses súbitos são as páginas da tua vida por descobrir – digo neste silêncio maternal, quando sabemos que tudo irá recomeçar. Nada mais existe além da superfície lisa da pele da casa, nada mais existe além do rio de sangue que inunda a tua cabeça. Coragem, procura a serenidade disso. O sonho lateja, forte como um diamante. Resplandecente como ouro, deita-se sobre a página vazia que espera contigo a possibilidade da escrita. Agora, escrevo para poder correr à frente do tempo, escrevo para que o tempo não me alcance. Falo comigo mesma, do alto desta solidão de escada íngreme, quase a cair. É este o meu testamento. É esta a minha imortalidade. É este o meu desafio: descer todos os degraus sem nunca os ter subido. A flor silvestre como deus da natureza conhece a linguagem da infinitude, por ser tão efémera, por ser a totalidade da perfeição aprisionada naquele perfume, naquele peso de um deus das pequenas coisas. Levo-te comigo e ordeno-te que também escrevas. E, todavia, tu não queres ir: queres ficar ali, a 127

SE EU te ensinar tudo o que sei, poderás perdoar-me, à distância de um século, à distância de um milénio? E depois irei embora para aquele longe de onde já não possa voltar atrás. Repara, esta escrita ainda não é linguagem, é apenas um processo doloroso de cair nas ravinas do pensamento. Repetes tantas vezes as mesmas palavras, tu, mulher reflectida, tu, percepção inacabada que não entendes o idioma que acabaste de inventar. Tu, que não és capaz de entender a flor no espelho. Tu, que partes o espelho para ficares em silêncio eterno. Basta! A paisagem escurece com as sombras das palavras e repete comigo: basta! * ASSIM será. De sombra em sombra, outras palavras estarão sujeitas a escrutínio. Seremos assolados por um novo caos, porventura mais meritório do que o que foi, entretanto, extinto. Outros diamantes, outros ouros, outras flores silvestres, outros pesos no peito apertando o coração: por exemplo, tu, a mulher reflectida num espelho mais inteiro e progenitor. A vida sob renovada forma, depois de abandonarmos tudo o que nos foi dado, tudo o que se perdeu. Será que Deus nos vai perdoar? . ALGARVE INFORMATIVO #326


Vender melhor online Fábio Jesuíno (Empresário) s vendas online estão em grande crescimento em todo o mundo, uma grande oportunidade, principalmente para pequenos negócios. Uma oportunidade que também é um enorme desafio. Por um lado, os consumidores estão cada vez mais familiarizados com as compras online, por outro, a concorrência é cada vez maior, tornandose uma tarefa mais difícil. Com base na minha carreira de mais de 18 anos na área do marketing digital, reuni algumas ideias para aumentar as vendas online de uma forma sustentável e contínua.

Proposta de valor Ter uma boa proposta de valor é um dos fatores mais importantes para todos os negócios, principalmente quando vendemos online, onde o nosso alcance é mais elevado e existe uma maior importância de nos destacarmos da concorrência. Para encontrar a nossa proposta de valor, devemos descobrir o que nos diferencia e o que nos torna únicos, saber o que a concorrência faz para serem diferentes e saber qual é o nosso público-alvo. A proposta de valor é o pretexto pelo qual o possível cliente ALGARVE INFORMATIVO #326

deve optar pelo seu produto ou serviço e não pelo do concorrente.

Anúncios Investir em anúncios online é importante para rapidamente vender mais online, principalmente no Google e redes sociais. Nos anúncios do Google e nas principais redes sociais devido à diminuição da concorrência, muitas empresas estão a reduzir os investimentos e mesmo a cancelar. Na minha opinião, quem pensar diferente vai ter uma grande oportunidade e com valores mais baixos conseguir grandes resultados.

Blog Ter um blog agregado à sua loja online vai permitir alcançar um bom posicionamento nos motores de busca e captar a atenção mais facilmente. Os conteúdos são essenciais para as marcas construírem progressivamente um relacionamento de confiança com o seu público-alvo e, dessa forma, conquistarem a preferência, principalmente no momento atual, com a procura de conteúdos online a aumentar. É sempre importante a implementação de uma estratégia focada no mercado alvo, porque nem todos os conteúdos que se criam são relevantes para a obtenção de bons resultados em termos de posicionamento nos motores de busca, 128


Pagamento Os métodos de pagamento são outro dos fatores importantes para melhorar as vendas online. Quantos mais métodos disponíveis, maior a possibilidade de se conseguir uma venda. Já consegui aumentar as vendas online de uma loja em mais de 30 por cento com a simples implementação de um método de pagamento mais indicado para o seu mercado alvo. É também importante haver a possibilidade de comprar em prestações, existindo várias plataformas que possibilitam esta implementação de uma forma simples.

Cibersegurança

redes sociais e na credibilidade do negócio.

SEO Ter uma loja online bem posicionada nos resultados orgânicos nos motores de busca é essencial para aumentar o número e qualidade dos visitantes e a taxa de conversão. É um trabalho que leva algum tempo para alcançar os resultados desejados, mas são sempre muito positivos. 129

Os ataques informáticos são cada vez mais frequentes, uma das grandes ameaças para as empresas e organizações em todos os setores de atividade. Investir em cibersegurança numa loja online é essencial, permite proteger a empresa e mostrar mais confiança ao consumidor. Estas são algumas ideias que recomendo para qualquer tipo de loja online conseguir vender melhor online .

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Donas de casa desesperadas Lina Messias (Especialista em Feng Shui) ona de casa é o termo, em direito do trabalho, que define a mulher que, casada ou não, trabalha exclusivamente para a própria família, não exercendo atividade remunerada, ou esta não pode ser considerada habitual e principal. Esta figura tão presente na vivência familiar há apenas duas gerações, hoje está fora de moda e diria até em «vias de extinção». De acordo com as estatísticas, na década de 1980 eram mais de um milhão, em 2019 foram cerca de 354 mil mulheres que escolheram ser donas de casa (dados do INE e Pordata). A última Dona de Casa que conheci foi a minha querida avó Mariana, uma Mulher forte, cuidadora, apaziguadora, de poucas palavras, mas muitos sorrisos. Sempre a primeira a acordar e a última a deitar-se, nunca me lembro de a ver muito tempo sem «fazer nada». As muitas tarefas diárias ocupavam-lhe os dias, entre cozinhar, arrumar, lavar, costurar e cuidar dos netos, pouco tempo ficava para ela própria. O que é certo é que era verdadeiramente Feliz, várias vezes mo confidenciou.

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Graças a esta Dona de Casa tive um enxoval, graças a ela aprendi a tricotar, a costurar e cozinhar. Ter alguém que cuidou de mim toda a infância, teve um impacto enorme na minha educação e na construção de memórias bonitas para o resto da Vida. Outros tempos, dirão vocês! Claro que são outros tempos, mas a ligação da Mulher à casa é ancestral, a mulher cuidava e o homem providenciava. Esta dinâmica, nas culturas mais antigas, nunca retirou poder à figura feminina, muito pelo contrário! A Mulher, como cuidadora da família e geradora da Vida era dignificada, respeitada, admirada e também «ouvida» nas decisões familiares. Hoje, escolher em consciência, ser DONA DE CASA, é visto por muitos (principalmente por outras mulheres) como pouco dignificante e muitas vezes objecto de julgamento. Honrar a essência da energia feminina (Yin) é cada vez mais importante na sociedade moderna, é a sensibilidade, amorosidade e detalhismo desta energia que 130


transforma a casa num LAR, que harmoniza a Casa e a vida familiar.

principalmente financeiras, não é possível para muitas.

Não se trata de comparações com a energia masculina (yang), porque na realidade o que nós precisamos não é igualdade, mas sim equidade e liberdade para sermos e fazermos o que nos faz felizes.

Conciliar uma profissão ou carreira com a vida familiar é cada vez mais difícil, as exigências são cada vez maiores. Encontrar um equilíbrio entre estas duas áreas de vida é muito importante!

Nas minhas consultas de Feng Shui, encontro muitas Mulheres cansadas e frustradas porque não têm tempo para cuidar mais da Casa e da família, como tanto gostariam. Infelizmente, ser Dona de Casa, por razões várias, mas 131

Com certeza nem todas as Mulheres serão felizes neste papel, mas criar condições e, principalmente, dignificar esta figura é um primeiro passo para haver menos Donas de Casa Desesperadas! .

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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #326

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