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ALGARVE INFORMATIVO 19 de março, 2022
JORGE SOARES E A MAGIA DO TEATRO DOM ROBERTO
«SOPHIA ESTUDANTE 2022» | «O GÉNIO DO LUGAR» | EDMUNDO INÁCIO & JOÃO LEOTE INFORMATIVO #331 «OS TRÊS IRMÃOS» | FADO SOLIDÁRIO | ASSOCIAÇÃO 289 TEM NOVA ALGARVE EXPOSIÇÃO
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SUMÁRIO OPINIÃO 118 - Nuno Campos Inácio
58 - Fado solidário em Loulé
90 - «O Génio do Lugar» de Ana Sério
36 - Jorge Soares
20 - «Sophia Estudante 2022» em Albufeira
48 - Edmundo Inácio e João Leote ALGARVE INFORMATIVO #331
102 - «Vórtices, Abismos, Buracos Negros e Outros Lugares Afins» na 289 10
72 - «Os Três Irmãos» de Victor Hugo Pontes no Cineteatro Louletano
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PRÉMIOS SOPHIA ESTUDANTE 2022 FORAM CONHECIDOS EM ALBUFEIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina lbufeira acolheu, de 4 a 13 de março, a mostra «Sophia Estudante 2022», uma iniciativa da Academia Portuguesa de Cinema – Associação Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas que ALGARVE INFORMATIVO #331
pretende incentivar e motivar futuros cineastas, estimular os institutos de ensino e o seu corpo docente, e favorecer o debate e a partilha de experiências, através da presença de diversos especialistas nacionais e internacionais. A par da exposição patente na Galeria de Arte João Bailote dos cartazes dos diversos filmes a concurso e de múltiplos 20
workshops e masterclasses, entre os quais um com o conceituado realizador Peter Webber, o grande destaque foi para a Gala dos Prémios Sophia Estudante 2022, que teve lugar, no dia 13 de março, no Auditório Municipal de Albufeira. À mostra deste ano concorreram 89 curtas-metragens produzidas, em 21
português, pelos alunos dos estabelecimentos do ensino superior e técnico com cursos de cinema durante o ano letivo de 2020/2021, nomeadamente, 27 filmes na área de Ficção, 18 na Animação, 19 no Documentário, 20 na área Experimental e 8 no Mestrado e Doutoramento. A par dos 89 cartazes dos filmes, o design gráfico do evento contou ALGARVE INFORMATIVO #331
com 46 concorrentes, sendo que o primeiro e o segundo lugar ficaram no Algarve, na Etic_Algarve. Os premiados na Mostra Sophia Estudante 2022 foram: Cartaz: 1.º «Sónia» – Designer Maria Moreira; 2.º «O Prédio» – Designer Marta Laureano e Bárbara Samuel; 3.º «Vamos à Vida» – Designer Pedro Dias. Ficção: 1.º «Punkada» – Gonçalo Ferreira, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; 2.º «Oníris» – Raquel Levi, ESMAD; 3.º «Carteiro» – Tiago Tralhão Smith, EPI – Escola Profissional de Imagem. Experimental: 1.º «Hysteria» –Luísa Campino, Escola das Artes – ALGARVE INFORMATIVO #331
Universidade Católica Portuguesa; 2.º «Os Magalhães» – Marco Bártolo, ESMAD; 3.º «Ata Eterna» –José Fernando Pimenta, Escola das Artes – Universidade Católica Portuguesa. Documentário: 1.º «Borderline» – Leonor Rocha Oliveira, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; 2.º «Unhidden» – Mafalda Amorim, ESAD.CR; 3.º «Terra à Vista» – Ema Lavrador, Escola das Artes – Universidade Católica Portuguesa. Animação: 1.º «Kumaru» – Patrícia Santos, Bruno Maravilha e Tânia Teixeira, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; 2,º «Ímpar» –Laura Pires, Laura Equi e Marta Ribeiro, Universidade do Algarve; 3.º «Headmade Taille» – Margarida Silva, World Academy . 22
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“O TEATRO DOM ROBERTO VAI EXISTIR ENQUANTO O PÚBLICO ASSIM O DESEJAR”, ACREDITA JORGE SOARES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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streia, no dia 20 de março, na Associação Cultural Re-Criativa República 14, em Olhão, a curta-metragem «D. Roberto Contrabandista», com foco na arte de representação Dom Roberto, o teatro itinerante de marionetas que está inscrito, desde junho de 2021, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Com a atriz Sara Vicente e o Bonecreiro Jorge Soares, entre outras participações, a curtametragem faz parte do «Fora da Cesta – Viagem performativa pelo Algarve», um projeto cultural e artístico apoiado pelo programa «Garantir Cultura» e que tem como intuito divulgar a região do Algarve e os seus artistas e criativos, procurando ter, em complemento, uma mensagem de atualidade sobre as alterações ALGARVE INFORMATIVO #331
climáticas e a urgência em desenvolver alertas de consciencialização e de motivação para medidas de ação, tão necessárias à qualidade de vida ambiental de todos os seres vivos. A tradição do Dom Roberto não está muito enraizada no Algarve e, de facto, entrou na vida de Jorge Soares por acaso, quando o jovem de 18 anos estava em Lisboa a tirar uma licenciatura em Relações Internacionais. “Assisti a um
espetáculo do João Paulo Cardoso, do Teatro de Marionetas do Porto, no Jardim da Estrela e fiquei logo apaixonado. Depois dos velhos mestres do Teatro Dom Roberto, ele foi um dos primeiros bonecreiros da nova vaga”, recorda o lagoense, explicando que “existe algo 38
de mágico naqueles bonecos que têm uma vida própria, uma energia, uma alegria, uma verdade muito deles”. “Tu és adulto e não percebes como é que te deixas levar por um montinho de trapos e madeira a mexer-se à tua frente como se fossem pessoas com as suas emoções, a guerrearem-se uns com os outros, que têm histórias de amor. Imitam-nos em tudo, nas mais pequenas coisas características do ser humano, é incrível, porque, ao contrário do teatro tradicional protagonizado por atores de carne e osso, ali são objetos que ganham vida”, realça, de olhos brilhantes.
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O curso de Relações Internacionais ficou, entretanto, pelo caminho, Jorge Soares percebeu que aquela não seria a sua vida, uma vida que deu várias voltas, e depressa começou a aprofundar os seus conhecimentos sobre o Dom Roberto.
“Inscrevi-me num curso do antigo Instituto Português da Juventude dado pelo Manuel Dias e pelo Maurício Rebocho, para tentar perceber como é que se faziam as coisas. Foi o Manuel Dias que me mostrou como era a «palheta», a voz mágica dos Robertos, um dos segredos que os bonecreiros guardavam antigamente. Depois, fiz o meu próprio percurso a nível de construção dos bonecos e da criação de histórias baseadas na tradição”, conta, adiantando ainda que
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esta «nova» opção de vida nunca foi malencarada pelos pais, sabendo-se que o dia-a-dia de um artista nunca é fácil.
“Sempre fui trabalhando nos sítios onde andava a estudar e, quando regressei ao Algarve, estive 10 anos ligado à ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve. Nessa altura houve, efetivamente, uma mudança de vida”. ALGARVE INFORMATIVO #331
Ao mesmo tempo que ia falando com os velhos mestres quando tinha essa possibilidade e que investigava as tradições antigas, Jorge Soares ia construindo os seus bonecos da forma como sabia, não havia propriamente formações específicas de Dom Roberto, muito menos vídeos no Youtube a explicar este ofício. “Quando comecei
a fazer Teatro Dom Roberto, 40
Dom Roberto não nasceu em Portugal.
“O início de tudo deu-se na commedia dell’arte, que depois pegou em bonecos e máscaras e evoluiu para o «Pulcinello» italiano, que depois se espalhou por toda a Europa e deu origem ao «Punch and Judy» inglês, ao «Guignol» francês, ao «Kasperle» alemão e austríaco. Mas, em Portugal, o Dom Roberto sempre foi um teatro «pobre», temos que andar nele por paixão e tentar manter outras atividades paralelas mais ou menos relacionadas com a cultura. Os velhos mestres «iam ao migalho», dependiam das gratificações que recebiam do público”, revela o entrevistado.
existiam três ou quatro bonecreiros em Portugal, hoje, somos 12, 13, 14, resultado de uma luta nossa para tentar dar mais visibilidade a uma tradição que estava a cair no esquecimento. E, no Algarve, os bonecreiros que se viam nas grandes feiras anuais, vinham todos de fora da região”, indica, acrescentando ainda que o Teatro 41
De facto, a guarita do Dom Roberto é das barracas mais simples da Europa, com três ou quatro lados fechados e os bonecos aparecem por cima, sem nenhuma janela ou telhado. E, se os bonecos franceses, ingleses e alemães têm características muito representativas, o Dom Roberto nunca teve uma figura própria em termos escultórios. “Sempre houve vários
heróis neste teatro, como o Arturzinho e o Zé Broa, que tinham em comum com os seus primos europeus o mordaz, o arisco, a coragem, o matreiro, mas os bonecos em si eram bem mais simples”, compara Jorge Soares. “Quem pegava nesta arte eram pessoas realmente pobres, sem ALGARVE INFORMATIVO #331
capacidade para ir buscar roupas ou adereços sofisticados ou construir uma barraca imponente. Para nós eram mestres, mas o cidadão comum que os encontrava, naquela altura, nas feiras ou circos, até desconfiava deles. Os miúdos deliciavam-se com aquilo, mas não se aproximavam muito”.
Outro resultado da realidade portuguesa é que o Teatro Dom Roberto também não possui um vasto repertório no que toca às histórias, porque a quase ausência de cenários tal não permite, admite Jorge Soares. “O verdadeiro
cenário é o céu azul, as fachadas dos edifícios que estão atrás da barraca. É certo que isso não nos dá muitas referências, contudo, abre-nos todo um mundo imaginário, porque ali pode acontecer tudo. Sendo tido como um teatro pobre e não nobre, não existiam muitas pessoas que se dedicassem a fixar as histórias, como a «Rosa e os três namorados» ou o «Barbeiro diabólico». É um repertório que vem do século XVII e XVIII, com os ofícios e profissões da época, e que foi passando oralmente de bonecreiro em bonecreiro”, sublinha o artista. ALGARVE INFORMATIVO #331
Ora, se durante muito tempo o barbeiro diabólico que matou o cliente, o polícia, inclusive a própria morte, foi a figura mais reconhecida do Teatro Dom Roberto, no século XIX surge um novo herói popular que contestava a autoridade e que personificava a luta de poderes, o que bastante agradava à população. “Era
um momento de pequena liberdade em que se podia rir do gajo a envergonhar e bater no 42
polícia. Aliás, havia bonecreiros que, quando chegavam a uma localidade, eram imediatamente chamados à esquadra e lá ficava guardada numa gaveta a personagem do polícia”, conta Jorge Soares, com um sorriso. “O meu percurso foi feito de investigação, não é uma arte de família, daí ter decidido criar as minhas próprias histórias e bonecos, mais bonitos 43
ou menos bonitos não sei, são os meus. Procurei manter a essência do Dom Roberto, mas jogá-los com a minha experiência. No «Dom Roberto e a namorada» e «O burro teimoso» estão lá a morte, o diabo, o dragão, o extraterrestre, a energia das movimentações está lá, assim como adereços como as canas, a vassoura e a frigideira do barbeiro, ALGARVE INFORMATIVO #331
que depois interagem com a voz da palheta. É um desconcerto musical muito próprio que mantive, mas adaptei as histórias e vou gerindo os espetáculos de acordo com o público que tenho pela frente”, refere Jorge Soares. Público, e número de espetáculos, que não deverão sofrer grandes alterações pelo simples facto do Teatro Dom Roberto ter sido inscrito, no ano passado, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, acredita o entrevistado. “A própria essência do
Dom Roberto não o vai permitir, mas ele vai-se manter enquanto o público assim o desejar. As pessoas mais velhas assistem aos espetáculos e nota-se uma componente nostálgica muito forte, lembram-se daquela energia e barulheira que quando eram pequeninos. Os putos, alguns apaixonam-se logo por aquela magia, interagem com o bonecreiro, gritam com os bonecos, que o fantasma está ali, que o diabo está atrás deles, que o dragão os vai morder”, relata o entrevistado. “De certeza que aquela essência e centelha de vida muita ativa e forte que eu vi pela primeira vez aos 18 anos também é vista por outras pessoas. Mesmo que não exprimam a sua emoção no momento, notamos nos olhos delas, aquilo tocou-lhes, mexeu ALGARVE INFORMATIVO #331
com elas. É um faz-de-conta, uma realidade paralela em que os bonecos têm vida”, destaca. O Teatro Dom Roberto vai continuar, por isso, a existir, não tem dúvidas Jorge Soares, mas também nunca será uma arte de multidões, até pelas condições em que é levada ao público. “A palheta
nunca é amplificada, daí que o sucesso do Dom Roberto nas feiras deu-se num tempo em que não 44
existiam estes carrosséis com toda aquela barulheira. Antigamente, ouvia-se o som dos Robertos à distância, íamos atrás dele até encontrarmos a barraca. Como em qualquer teatro de rua, nós é que temos que ir para o meio da população, atrás do público, e hoje há muitas mais alternativas de lazer e, por outro lado, menos tempo para dedicarmos à cultura. 45
Apesar disso, o Teatro Dom Roberto não é uma peça de museu, continua vivo e a fazer vibrar as pessoas, e a tendência é para que existam mais bonecreiros. Em 1995 éramos três ou quatro, agora somos mais de uma dezena, mas temos que ser ativos e dinâmicos e andarmos sempre a motivar o público” .
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EDMUNDO INÁCIO E JOÃO LEOTE ENCANTARAM PORTIMÃO ARENA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Teresa Coelho
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erca de 1.500 pessoas assistiram, na noite de 12 de março, ao excelente concerto que João Leote e Edmundo Inácio deram no Portimão Arena. Os dois portimonenses finalistas da última edição do concurso televisivo «The Voice Portugal», encantaram a assistência em mais um evento inserido no «Março Jovem», ALGARVE INFORMATIVO #331
programa dinamizado pela Câmara Municipal de Portimão. Edmundo Inácio apresentou-se em palco com a sua banda, constituída por José Carmo na guitarra, Josué Gomes na bateria, Tiago Sequeira nos teclados e João Gonçalves no baixo. Já a acompanhar João Leote esteve Bruno Chaveiro na guitarra portuguesa, João Domingos à viola e Frederico Gato no baixo . 50
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CINETEATRO LOULETANO ACOLHEU GALA SOLIDÁRIA PARA COM O POVO DA UCRÂNIA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes
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Cineteatro Louletano recebeu, no dia 13 de março, uma Gala de Solidária de Fado que teve por objetivo angariar fundos a favor dos refugiados ucranianos, sendo que as receitas de bilheteira foram, por decisão do Município de Loulé, encaminhadas para a Asociatia Culturală Vatra Satului. O espetáculo, organizado pela Associação de Fado do Algarve, que comemora este ano uma década de existência, contou com a participação de diversos ALGARVE INFORMATIVO #331
intérpretes que se prontificaram a atuar de forma gratuita em prol de uma causa nobre, a ajuda ao povo ucraniano que está a ser assolado pela guerra. Na gala aturam Alexandra Viana, Rui de Sousa, Cremilde, Luana Velasquez, Melissa Simplício, Luís Manhita, Teresa Viola, Filipa Sousa, Sara Gonçalves, Hélder Coelho, Alcino Bom, Argentina Freire, Zé Manel Ferreira, e Inês Gonçalves. Nas guitarras, o espetáculo contou com a presença de Jorge Franco, Ricardo Martins, Zé Alegre, Valentim Filipe, Tó Correia, José Bandarra, Aníbal Vinhas, Nuno Martins e Manel D’Avó . 60
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«OS TRÊS IRMÃOS» DE VICTOR HUGO PONTES DESLUMBROU CINETEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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ictor Hugo Pontes apresentou, nos dias 11 e 12 de março, no Cineteatro Louletano, a sua mais recente criação, «Os Três Irmãos», colocando em cena três bailarinos imaginados pelo escritor Gonçalo M. Tavares. Abelard, Adler e Hadrian são «Os Três Irmãos» e, “quando
conceituado coreógrafo português.
se encontram naquele não-lugar, procuram o rasto dos seus pais, marcam a giz a sua ausência, lavam-se, comem juntos à mesa, carregam os corpos uns dos outros em sacrifício ritualizado, carregamse aos ombros, vivem em fuga, praticam o jogo perigoso do encontro com o passado”, descreve o
Com direção artística de Victor Hugo Pontes e texto original de Gonçalo M. Tavares, «Os Três Irmãos» é protagonizado por Dinis Duarte, Paulo Mota e Válter Fernandes e tem música original de Joana Gama e Luís Fernandes. O espetáculo é uma coprodução Nome Próprio, Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, Cineteatro Louletano, São Luiz Teatro
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“Abelard, Adler e Hadrian tentam fazer a sua ligação à terra e sobreviver à existência uns dos outros, mesmo se esta houver sido esburacada a berbequim, enrodilhada numa trouxa de roupa, transportada num carrinho de mão”, acrescenta.
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Municipal, Teatro Municipal do Porto e Teatro Viriato. A Nome Próprio é uma estrutura residente no Teatro Campo Alegre, no âmbito do programa «Teatro em Campo Aberto», e tem o apoio da República Portuguesa – Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes .
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ANA SÉRIO EXPÕE «GÉNIO DO LUGAR» EM LOULÉ Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #331
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té dia 23 abril, a pintora Ana Sério apresenta «Génio do Lugar» na Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, em Loulé. O trabalho que a artista realizou desde 2016 insere-se numa pesquisa plástica que pretende objetivar pictoricamente as características da paisagem da região da Gândara, inscrita na obra literária de Carlos de Oliveira, designadamente no romance «Finisterra: paisagem e povoamento e no Trabalho Poético». Partindo deste universo único, procura-se representar as várias paisagens (físicas e psicológicas) construídas pelo escritor a partir do complexo ponto de vista do narrador em diferentes fases da sua vida (criança e adulto). “Este narrador, que
projeta sobre a Gândara uma luz de carência e brevidade, usa, entre os ALGARVE INFORMATIVO #331
seus procedimentos, elementos como o desenho infantil, a (piro)gravura e a fotografia, tornados essenciais para a construção narrativa. Tenta-se assim estabelecer uma relação produtiva, operativa, entre a linguagem literária e a linguagem pictórica, criando um espaço de comunicação que aproveita os diversos códigos linguísticos utilizados pelo escritor, com vista a relacioná-los entre si no suporte físico da tela ou do papel, de forma a abrir ao fruidor uma dimensão outra de perceção inesperada e rica de sugestões”, explica o curador João Moniz. A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h30 às 17h30, e aos sábados, das 9h30 às 16h . 92
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«VÓRTICES, ABISMOS, BURACOS NEGROS & OUTROS LUGARES AFINS» PATENTE NA ASSOCIAÇÃO 289 Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #331
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Associação 289 reabriu ao público, no dia 12 de março, as portas do carismático Solar das Pontes de Marchil, em Faro, com a sua primeira exposição do ano, uma mostra coletiva recheada de surpresas e intitulada «Vórtices, Abismos, Buracos Negros & Outros Lugares Afins». Pelo quinto ano consecutivo, a Associação 289 aposta na divulgação e afirmação da Arte Contemporânea como meio de intervenção social e convida o público para com ela conviver e interagir.
“O título da exposição remete-nos para a Obra de Arte através de um plongée necessário para sua revelação e entendimento. A Obra de Arte é um abismo onde é preciso naufragar para se poder ALGARVE INFORMATIVO #331
sobreviver/existir. É este o desafio que a Associação 289 propõe com esta exposição coletiva, onde se cruzam artistas residentes e convidados, onde se mesclam linguagens e estilos, onde se fundem práticas e conceitos”, explica a direção. A exposição está patente até dia 1 de maio e conta com obras de Ângelo Gonçalves, Bertílio Martins, Bruno Faustino, Bruno Grilo, Christine Henry, Fernando Sampaio Amaro, Gat.Uno, Gustavo Jesus, Joana R. Sá, João R. Ferreira, Jorge Mestre Simão, Leandro Marcos, Miguel Cheta, Milita Doré, Patrícia Serrão, Paulo Serra, Pedro Cabral Santo, Pedro Vale Moreira, Régis Vincent, Ricardo Santa Rita, Rúben Gonçalves, Tiago Batista, Vilma Correia e Xana . 104
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Os sefardistas e a nacionalidade portuguesa Nuno Campos Inácio (Editor e Escritor) os últimos tempos temos sido bombardeados com notícias de uma guerra bélica na Ucrânia, que despoletou uma guerrilha informativa em torno de um cidadão português chamado Roman Arkadyevich Abramovich, um nome pouco frequente no contexto nacional. O nosso concidadão Abramovich, contra quem nada tenho a dizer, tornou-se português, por naturalização, ao abrigo do Decreto-Lei N.º 30-A/2015 de 27 de Fevereiro, que adita ao Regulamento da Nacionalidade Portuguesa a «Naturalização de estrangeiros que sejam descendentes de judeus sefarditas portugueses». Por princípio, as leis devem ser gerais e abstratas e o Legislador deve evitar legislar sob paixão, ou sentimento de culpa. Quando isto assim não acontece e as leis são geradas por fecundação in vitro em escritórios de advogados, que por princípio se dedicam à aplicação do Direito a casos concretos, normalmente nascem aberrações jurídicas, propícias a arbitrariedades e negócios paralelos. Analisando as notícias mais recentes, parece que esta Lei terá sido criada com um fim específico, pouco claro e à revelia ALGARVE INFORMATIVO #331
da mínima noção da realidade e das repercussões nacionais. Pretende a Lei fazer Justiça a um dos maiores – na minha opinião é mesmo o maior, pelas consequências que gerou – erros políticos da história de Portugal: a expulsão dos Judeus de Portugal, em 1504. Essa medida aberrante gerou a expulsão do país de cerca de 25 mil judeus, que iniciaram uma nova diáspora, como apátridas. De facto, a lei fazia (ou faz) todo o sentido, para ser aplicada a descendentes desses judeus apátridas que tenham mantido essa condição ao longo da história, que se tenham mantido judeus e que tenham mantido um vínculo ininterrupto a Portugal, nomeadamente conservando a língua, ou os costumes portugueses. Atribuir a nacionalidade, apenas por ser descendente de judeus expulsos em 1504, é abrir a possibilidade de qualquer indivíduo poder ser português, desde que, nos termos do art.º 2.º, n. º2, al. C) consiga obter um certificado emitido por uma «comunidade judaica com estatuto de pessoa coletiva religiosa», como aconteceu com o nosso concidadão Abramovich. Pretendem muitos fazer passar a ideia de que o visado nem sequer descende de sefarditas portugueses. Por mim, até dou 118
de barato que descenda mesmo e que o consiga demonstrar. A relevância da questão está em saber se esta forma de aquisição da nacionalidade portuguesa é legítima aos olhos dos outros portugueses. Na minha genealogia conto com três ramos de cristãos-novos, acusados de judaísmo pela Inquisição, que estiveram presos, não me passando pela ideia pedir a nacionalidade israelita por isso. Na verdade, por muita simpatia que tenhamos pelas comunidades judaicas, entre 1500 e o ano 2000, passaram 500 anos, ou seja, 20 gerações. A ascendência, em cada geração, é uma progressão aritmética, ou seja: 1 indivíduo tem 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 tetravós, 64 5.ºs avós, 128 6.ºs avós, 256 7.ºs avós, 512 8.ºs avós, 1024 9.ºs avós, 2048 10.ºs avós, 4096 11.ºs avós, 8192 12.ºs avós, 16384 13.ºs avós, 32768 14.ºs avós, 65536 15.ºs avós, 131072 16.ºs avós, 262144 17.ºs avós, 524288 18.ºs avós. Resumindo, em 20 gerações o número de ascendentes de cada indivíduo ultrapassa o meio milhão, ou seja, cerca de 250 mil casais. Se, por acaso, Abramovich descender de Sefarditas por um ramo, isso significa que o peso genético desse casal no seu ADN corresponderá a 0,0004% do total. Por outro lado, o número de descendentes de um casal Sefardita de 1500, tendo uma média de três filhos por geração, teria gerado cerca de três milhões de descendentes na geração actual, valor a multiplicar pelo número de casais férteis expulsos. Seguramente que o número de descendentes de Sefarditas portugueses é várias vezes superior à actual população 119
portuguesa, não sendo, por isso, de estranhar que, em Fevereiro de 2022, 56 mil e 685 pessoas tenham adquirido a nacionalidade portuguesa ao abrigo desta lei. A verdade é que esta lei, como está elaborada, origina a situação aberrante de bisnetos de portugueses emigrantes portugueses, nascidos no estrangeiro e ainda com relações afectivas com os seus ancestrais portugueses, verem recusada a nacionalidade portuguesa por esse vínculo mais próximo, mas conseguirem obtê-la por um 18.º avô Sefardita, como parece estar a acontecer com muitos brasileiros e nacionais de outros países, sem qualquer vínculo religioso ao judaísmo, nem a Portugal, mas que pretendem obter um passaporte português para circularem pela Europa . ALGARVE INFORMATIVO #331
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #331
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