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ALGARVE INFORMATIVO 16 de abril, 2022
DOWNHILL EM SÃO BRÁS | «PANTERA» DA COMPANHIA CLARA ANDERMATT | BLOODY SAM + SER NOVAS EXPOSIÇÕES EM LAGOS | PROVEDORA DO ANIMAL DE TAVIRA | SÃO BRÁS DEBATEU TURISMO 1 ALGARVE INFORMATIVO #335
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ÍNDICE XIII Quinzena Gastronómica de São Brás de Alportel promove sabores da Serra do Caldeirão (pág. 24) São Brás debateu turismo em tempo de desafios (pág. 30) Tavira ganha Provedora do Animal e sonha com um Centro de Recolha Oficial de Animais (pág. 38) Tiago Ladeira e Zoe Zamora vencem Taça de Portugal de Downhill em S. Brás de Alportel (pág. 44) «Com a Corona aos Saltos» é a nova revista à portuguesa do Boa Esperança (pág. 58) Companhia Clara Andermatt recordou Pantera em Loulé (pág. 76) Bloody Sam e SER deram a conhecer a sua música no TEMPO (pág. 90) Novas exposições marcam início do trimestre em Lagos (pág. 106) Um raminho de alecrim Mirian Nogueira Tavares (pág. 118) As limpezas de Primavera Lina Messias (pág. 120) ALGARVE INFORMATIVO #335
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Gonçalo Mesquita, Marlene Guerreiro, Rui Correia, Vítor Guerreiro, Acácio Martins e Idálio Revez
XIII QUINZENA GASTRONÓMICA DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL PROMOVE SABORES DA SERRA DO CALDEIRÃO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina stá a decorrer, desde o dia 12 e até ao dia 25 de abril, a XIII Quinzena Gastronómica de São Brás de Alportel, uma iniciativa da autarquia local que pretende divulgar os sabores da alimentação mediterrânica, saborosa, saudável e sustentável que predomina na Serra do Caldeirão. São verdadeiras tentações para os sentidos a que é difícil resistir e, para acompanhar a refeição, não faltam os doces regionais confecionados à base de mel, alfarroba, figo e amêndoa, assim como o bom vinho, e finalmente, o mel, a ALGARVE INFORMATIVO #335
aguardente de medronho e o licor de alfarroba. A Quinzena Gastronómica Sabores do Caldeirão visa a promoção turística de São Brás de Alportel, no âmbito da integração do Município na Rede Slowcities, uma rede mundial de cidades que têm em comum a preservação de um conjunto de valores em que assenta a vida com qualidade, entre os quais a gastronomia tradicional, aliando-se, neste caso, as tradições culturais e religiosas do Domingo de Páscoa, ponto alto no calendário turístico do concelho, à boa gastronomia tradicional. Uma mostra 24
de gastronomia em que não estão previstos quaisquer prémios ou distinções individuais, apenas a promoção do coletivo de restaurantes participantes. Em simultâneo, valoriza-se igualmente o comércio tradicional e a produção local, reflexo do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nesta área tendo como núcleo central o Mercado Municipal. E o evento é também um incentivo à redescoberta das práticas agrícolas, mediante um regresso à horta, como local de cultivo e de relação do homem com a natureza. Este ano participam o Restaurante 4 à Mesa, a Casa de Pasto Adega Nunes, o Restaurante Brilhafigura, o Restaurante Cantinho da Lili, o Restaurante Iguarias da Serra, o Restaurante O Marquês, o Restaurante Rui's Steakhouse, o Restaurante Sal da Serra e o Restaurante O Tachinho da Avó Luísa. E
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foi precisamente no Rui’s Steakhouse, em São Romão, que o Algarve Informativo jantou, numa destas noites, a convite do Município de São Brás de Alportel, para degustar algumas das suas propostas do Chef Rui Correia para a XIII Quinzena Gastronómica Sabores do Caldeirão. Uma refeição cuja entrada foi constituída por queijo de cabra gratinado, carpaccio de morango, saladinha mescla e grissini de alecrim, seguindo-se, como pratos principais, lombo de bacalhau grelhado com alhinho assado, ratatouille e batata doce assada, crouton de broa de milho e salsa, ou costeletas de borrego grelhadas com legumes salteados, batata doce assada com tomilho e alho, timbalo de cenoura. Para sobremesa tínhamos tarte de alfarroba, puré de frutos vermelhos e gelado de noz crocante de chocolate. Tudo muito bem acompanhado pelo tinto Tiago Cabaças Vinhas Velhas. .
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Marlene Guerreiro, João Fernandes, Vítor Guerreiro, Nídia Amaro, Acácio Martins e João Rosa
SÃO BRÁS DE ALPORTEL DEBATEU O TURISMO EM TEMPO DE DESAFIOS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Município de São Brás de Alportel levou a cabo, no dia 31 de março, o encontro «Turismo, tempo de desafios» no qual foram apresentados projetos e potencialidades do concelho na área do turismo nos mais diversos domínios, como o «Algarve for all», na área do turismo acessível, a Rota da EN2, que é um fenómeno de atratividade turística, mas também a Rota Mediterrânica e a Quinzena ALGARVE INFORMATIVO #335
Gastronómica, a Festa das Tochas Floridas e o programa de voluntariado «Somos Aleluia», no âmbito do turismo religioso. A forte aposta no autocaravanismo, a Rota do Caldeirão e o projeto «Aldeias de Portugal», na área do turismo de natureza, estiveram também em destaque neste encontro em que o Município de São Brás de Alportel pretendeu fomentar o melhor conhecimento e sinergia entre todos os agentes turísticos do concelho e incentivar a realização de parcerias.
“Neste momento bastante conturbado que estamos a viver na 30
Europa, numa nova crise, é importante olharmos para as potencialidades que temos e encontrar nestas dificuldades energia e fontes de motivação para continuarmos a investir, a levar por adiante as nossas empresas, a promover o nosso território e as maravilhas que temos no Algarve e em São Brás de Alportel”, declarou, em início de sessão,
como destino turístico de qualidade”. “Não temos praia, mas temos algumas vantagens que outros concelhos não possuem, a começar por uma natureza fabulosa, com uma paisagem magnífica, percursos pedestres e cicláveis lindíssimos, uma população extraordinária, excelente gastronomia e artesanato”, descreveu Vítor
Vítor Guerreiro.
Guerreiro, lembrando que a autarquia tem procurado continuamente encontrar estratégias para promover as riquezas do território. “Estamos cientes de que
O presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel não tem dúvidas de que “juntos conseguimos criar a
dimensão necessária para tornar este concelho mais conhecido, para ganhar maior notoriedade
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em tempos de crise é ainda mais importante apoiar os nossos empresários, dentro das nossas possibilidades, e acreditem que
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batalhamos bastante para projetarmos mais o nosso concelho. Cada posto de trabalho que as vossas empresas criam, é mais uma família que tem os seus rendimentos e que não necessita de apoios sociais”. Vítor Guerreiro abordou igualmente alguns desafios estruturantes que se colocam a São Brás de Alportel e que exigem determinados investimentos da parte do governo, como a requalificação do troço da Estrada Nacional 2 que liga o concelho a Faro, de modo a encurtar ainda mais a distância em relação ao litoral, à Via do Infante e ao Aeroporto Internacional de Faro. “As coisas estão
bem encaminhadas e existe já um anteprojeto. Temos lutado também pela construção da barragem do Monte da Ribeira, porque a água traz vida e outros atrativos para quem nos visita, e é importante para a proteção civil, para a biodiversidade, para uma natureza que queremos manter viva. E pouco a pouco temos construído outras pequenas barragens, com meios financeiros da autarquia e apoios comunitários”, referiu o edil sãobrasense, para quem dinamizar o interior e a serra é fundamental. “A coesão
territorial é muito falada, mas tem que se tornar uma realidade. Existem, no programa do governo, projetos para ampliar a acessibilidade digital a todo o ALGARVE INFORMATIVO #335
território nacional, em especial às zonas mais isoladas, porque uma boa rede de internet em plena serra é sinónimo de captar mais investimentos para se recuperar casas nas nossas aldeias, para as pessoas ali passarem férias ou mesmo residir permanentemente”, frisou o autarca. Presente no encontro esteve João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, que confirmou estarmos a viver tempos desafiantes, após dois anos muito exigentes marcados pela pandemia por covid-19. “Quando
começamos a levantar a cabeça e a sentir a retoma, apanhamos com uma inacreditável guerra no seio da Europa. Apesar disso, as expetativas são altas, as reservas estão a um nível interessantes e num formato pré-pandemia, ou seja, com parte pré-paga, o que traduz confiança na efetiva realização das viagens. Quanto aos nossos principais mercados
Marlene Guerreiro: “Uma terra que gosta de si própria, que acarinha a sua história, que preserva o seu património, este é o nosso maior tesouro”. 32
emissores – o Reino Unido, Alemanha, Holanda, França, entre outros – estão a dar sinais positivos e isso reflete-se no aumento do número de rotas aéreas, das suas frequências e dos períodos em que operam”, revelou. Os sinais são esperançosos, mas João Fernandes lembra que o grau de incerteza continua a ser grande, porque há consumidores mais conservadores e cautelosos do que outros. “Os
alemães, por exemplo, quando existe uma crise pela frente, retraem o consumo e viajam mais dentro do seu próprio país ou para locais mais próximos. Em relação ao Reino Unido e Irlanda já existe um maior grau de confiança na 33
efetivação da procura. Em mercados como o Canadá, Estados Unidos e Brasil demora mais a retoma e, no que diz respeito ao mercado interno, já há muitos portugueses a demonstrar interesse em viajar para fora, não teremos a mesma concentração no nosso país que se verificou nos últimos dois anos”, indicou o presidente da Região de Turismo do Algarve, acrescentando, porém, que territórios como São Brás de Alportel, que privilegiam o contato com a natureza e a menor concentração habitacional, são novas centralidades para a procura turística. João Fernandes chamou ainda a atenção para a importância de não se baixar os preços praticados como ALGARVE INFORMATIVO #335
sucedeu noutros momentos de crise.
“Isso é determinante, não só para a saúde financeira das empresas e dos empresários, mas também para se pagar melhores salários, para se deixar mais valor no território… mas os custos das matérias-primas e da energia estão a subir. E os recursos humanos são sempre uma grande dificuldade, sobretudo neste ano de transição, em que, depois de dois anos de pandemia, muitas pessoas mudaram de sector de atividade”, avisou o presidente da
De seguida, Marlene Guerreiro, vicepresidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, explicou que a estratégia de desenvolvimento turístico da autarquia assenta em seis vetores – via verde para o desenvolvimento; renovação urbana; valorização da memória/património; acessibilidade para todos; aposta nas artes; e promoção/incentivo às parcerias – tendo sido identificadas várias tipologias de turismo, nomeadamente: Turismo Natureza; Turismo Cultural; Turismo Religioso; Turismo Gastronómico; Turismo Sénio; Turismo de Saúde; e Turismo Acessível. “Estes anos de
Região de Turismo, recordando ainda que existem linhas de apoio para quem pretenda qualificar a sua oferta e capitalizar as suas empresas.
pandemia levaram a uma redescoberta do mercado nacional e à valorização dos destinos de natureza, de ar livre, com menor
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densidade populacional, até mesmo dos alojamentos alternativos, e São Brás de Alportel tem cerca de uma centena de unidades de alojamento local. Somos também um destino seguro e percebemos que juntos somos mais fortes e que somos capazes de superar as adversidades”. Conforme se costuma dizer, São Brás de Alportel é uma porta aberta à serra e uma janela sobre o mar, “e é uma terra em que nos sentimos bem”, salientou Marlene Guerreiro. “Uma terra que
gosta de si própria, que acarinha a sua história, que preserva o seu património, este é o nosso maior tesouro. A natureza, a história e a 35
tradição são os três grandes eixos da nossa estratégia de promoção turística, mas não acreditamos que um turista visite uma terra apenas por uma motivação ou outra. O ser humano tem gostos plurifacetados e não faz sentido dividir o Algarve em litoral e interior. Naturalmente que alguém que escolhe um alojamento em São Brás de Alportel sabe que está a 15 minutos de distância da praia ou que pode percorrer um percurso pedestre ou ciclável na Serra do Caldeirão. Não vale a pena continuarmos a criar muitas gavetas, devemos abrir as mentas e horizontes”, defendeu Marlene Guerreiro . ALGARVE INFORMATIVO #335
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José Manuel Guerreiro, Agnes Freitas, Ana Paula Martins e Sónia Pires
TAVIRA GANHA PROVEDORA DO ANIMAL E SONHA COM UM CENTRO DE RECOLHA OFICIAL DE ANIMAIS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina eve lugar, no dia 7 de abril, na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, em Tavira, a cerimónia de tomada de posse da Provedora do Animal, uma proposta da Câmara Municipal de Tavira que foi depois aprovada pela Assembleia Municipal de Tavira, tendo em conta a evolução legislativa do bemestar animal em Portugal. A função é ALGARVE INFORMATIVO #335
desempenhada por um cidadão ou cidadã independente e imparcial relativamente a qualquer entidade municipal e o seu objetivo primordial é fomentar a comunicação ativa entre a autarquia, os munícipes, as associações locais de defesa animal e as instituições com responsabilidade nesta área. Neste sentido, com o intuito de garantir a defesa e prossecução dos direitos e liberdades dos animais, cabe à recém 38
empossada Agnes Freitas, Provedora do Animal de Tavira, as seguintes competências: receber, analisar e procurar resolver queixas e reclamações apresentadas pelos munícipes; apreciar as reclamações, sem poder decisório, dirigindo apenas as recomendações necessárias; reduzir a escrito as reclamações apresentadas oralmente ou por correio eletrónico, devendo as mesmas ser assinadas pelos reclamantes; dar resposta, no prazo de 30 dias úteis; elaborar, anualmente, um relatório da sua atividade, remetendo-o à Câmara com conhecimento à Assembleia Municipal. Um processo longo que começou, em 2017, quando Jorge Botelho ainda era presidente da Câmara Municipal de Tavira, e que foi acarinhado por todo o executivo municipal.
“Vicissitudes várias geraram alguns atrasos, mas o desígnio
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nunca caiu, porque Tavira quer ser um município de referência no que toca à causa animal”, recordou Ana Paula Martins. A atual edil tavirense aproveitou a ocasião para partilhar a sua preocupação face à situação do Canil Municipal, que levou, inclusive, à possibilidade de se adquirir um terreno fora da cidade para se construir um Centro de Recolha Oficial de Animais, no âmbito da revisão do Plano Diretor Municipal que está em curso. “Entretanto, retomaram-se
as conversas com a Sociedade Protetora dos Animais e, se calhar, até ao final do ano, poderemos dar mais um passo com vista à criação do Centro de Recolha Oficial de Animais, em paralelo com a
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reabilitação das instalações atuais do Canil”, indicou a autarca, deixando o seu compromisso de se continuar a trabalhar para arranjar uma solução que dê uma melhor resposta a toda a causa animal. “Existe total disponibilidade
do Município para trabalhar com a nova Provedora do Animal e com as associações – do concelho e de fora do concelho – que lidam com o problema dos animais errantes, porque nem todas as pessoas dão um tratamento digno aos seus animais”, lamentou Ana Paula Martins. Agnes Freitas lembrou, entretanto, que a Lei N.º 8/2017 veio finalmente alterar a visão que se tinha em Portugal em relação aos animais de companhia. “Até
então eram vistos como coisas e passaram a ter proteção jurídica e a serem entendidos como seres vivos dotados de sensibilidade. Esta grande alteração na nossa legislação passou a obrigar todos os detentores de animais a darlhes um tratamento condigno, ou seja, assegurar o seu bem-estar, abrigo, alimentação e cuidados veterinários, e passou a constituir um crime o abandono e qualquer ato que lhes provoque medo, dor ou morte”, declarou a jurista de profissão. “Muitas famílias têm o amor incondicional dos seus animais, que muitas vezes são a única companhia de pessoas que vivem sozinhas, ou que dão o ALGARVE INFORMATIVO #335
apoio emocional necessário, ajudando a combater depressões e fases menos boas pelas quais todos passamos”, sublinhou Agnes Freitas. “Essas pessoas entendem que os animais são seres que sentem dor, frio, fome, sede, alegrias e tristezas, tal como nós animais humanos. Mas há outras que, infelizmente, não partilham deste sentimento, daí continuarmos a assistir a atos de crueldade e maus-tratos contra a sua integridade física, e muitos abandonos de animais. Há ainda um desvalorizar da lei de proteção animal devido a uma inércia na sua aplicação, levando a que quem comete tais atos se considere impune e não se sinta responsabilizado por isso. Há também o medo de se denunciar o vizinho que maltrata o cão ou que abandona o gato, com receio de represálias e quezílias”, apontou Agnes Freitas. Como alicerce para fomentar a união e a cooperação mais eficaz entre as entidades competentes, e tendo como missão a defesa e monitorização do bemestar animal, foi então criada a figura do Provedor do Animal, que tem legitimidade para intervir em situações que sejam reportadas ou por ele testemunhadas, sempre que os factos apresentados assim o justifiquem.
“Temos os concelhos de Lisboa, Almada, São João da Madeira, 40
Ovar e Funchal já a integrar a Provedoria do Animal nos seus órgãos e a trabalhar neste sentido, e chegou agora a vez de Tavira seguir o mesmo caminho. Esta autarquia demonstra, assim, uma preocupação em promover práticas de bem-estar animal e em zelar pelos direitos dos animais deste concelho. Quer tenhamos afinidades com eles ou não, ninguém tem o direito de os maltratar”, defendeu Agnes Freitas. A sessão terminou com as palavras de José Manuel Guerreiro, presidente da Assembleia Municipal de Tavira e que era o vereador responsável por este pelouro quando o processo arrancou, em 2017, tendo depois sido levado a sessão de 41
Câmara em junho de 2019, poucos meses antes do governo começar a preparar a figura do Provedor do Animal. “Temos
trabalhado sempre bastante com as associações do concelho, não tem sido um caminho fácil e fiquei com muita mágoa de não ter conseguido alterar as condições de vida dos animais de Tavira. E, para além do cão e do gato, temos outros animais no concelho de Tavira que são mal tratados, ovinos, bovinos e equídeos. Graças às forças de segurança, ao canil municipal, à veterinária municipal e à divisão competente da câmara municipal, temos lutado para inverter essa situação”, frisou José Manuel Guerreiro . ALGARVE INFORMATIVO #335
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TIAGO LADEIRA E ZOE ZAMORA VENCEM TAÇA DE PORTUGAL DE DOWNHILL EM S. BRÁS DE ALPORTEL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo
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isputou-se, no dia 10 de abril, em S. Brás de Alportel, a 3.ª Taça de Portugal de Downhill (DHI) presented by Shimano, que teve como vencedores na categoria elite o português Tiago Ladeira (Miranda Factory Team) e a espanhola Zoe Zamora (4rt). Tiago Ladeira (Miranda Factory Team) dominou a descida de qualificação e, na final, ainda conseguiu melhorar o seu registo e garantir a vitória com uma marca de 2'46''328. Rafael Bascon (Itea Sports Team) foi 2,739 segundos mais lento e ALGARVE INFORMATIVO #335
terminou a prova na segunda posição, com Guilherme Jesus (MCF/Xdream/Município de São Brás de Alportel) a fechar o pódio em terceiro, a 3,207 segundos do vencedor. No setor feminino, Zoe Zamora (4rt) levou a melhor sobre as adversárias. A corredora espanhola foi segunda na qualificação, mas conseguiu melhorar o seu tempo na final para assim garantir a vitória com um registo de 3'29''646. Margarida Bandeira (Wildboys/Riding Addiction) e Sara Ferreira (Maiatos) finalizaram a descida com o mesmo tempo, uma marca de 3”34'802, com o desempate a ser feito com base no 46
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tempo conseguido na manga de qualificação, na qual Margarida Bandeira foi mais forte. Desta feita, Margarida Bandeira concluiu a prova na segunda posição, com Sara Ferreira a fechar o pódio em terceiro lugar.
(AEBTT/Mr.Print), que concluiu a prova na segunda posição, a 4,599 segundos do vencedor. O domínio espanhol prosseguiu para os juvenis, com a vitória a ficar para Marco Ortiz (Bike Motril Granada.
Em juniores masculinos foi o espanhol Daniel Castellanos (Planet Mtb) a destacar-se, batendo a concorrência com um tempo de 2”55'08. O melhor português foi Henrique Ferreira (Município de Porto Moniz/C.N. Seixal), que terminou na terceira posição, a 12,473 segundos do vencedor. A prova de cadetes também foi dominada pela mesma nação, desta feita com Francisco Mato (Showtime Bmx) a sagrar-se vencedor. Nesta categoria, o melhor português foi Bernardo Rocha
Nas categorias de veteranos impuseram-se, em masters 30, Miguel Gaboleiro (Individual), em masters 40, Miguel Santos (Wildpack Algarve Racing), em masters 50, José Salgueiro (MCF/Xdream/Município de Sã) e, em masters 60, Rui Portela (Individual). No setor feminino foi Ana Luz (Bicisintra/GásMucifal/2Cycling) a vencer sem concorrência na sua categoria .
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«COM A CORONA AOS SALTOS» É A NOVA REVISTA À PORTUGUESA DO BOA ESPERANÇA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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epois de dois anos de interregno, o Boa Esperança Atlético Clube Portimonense «mandou o vírus embora» e estreou, no dia 9 de abril, a revista à portuguesa «Com a Corona aos Saltos», que ficará em cena na sala de espetáculos da coletividade até 29 de maio. A atualidade noticiosa volta a inspirar as divertidas rábulas, com oportunos e certeiros apontamentos sobre o quotidiano de Portimão e suas gentes, mantendo viva uma tradição com mais de meio século, através da crítica bem-humorada. Originalmente carnavalesca, a revista à portuguesa do Boa Esperança tem evoluído e já se transformou num espetáculo com projeção nacional. ALGARVE INFORMATIVO #335
Exemplo disso é este novo desafio, cheio de humor e ritmo, onde o espetador acompanhará a «Excursão Mimi» onde todos reclamam pelo melhor lugar para verem em palco um Vírus de seu nome «Maricon» que promete não infetar ninguém; um «Pesadelo na Roulotte» onde o chefe «Lubomir» tem sempre solução, seja com seringonho ou malacueco, ou uma bifana à mão; «Num Jardim Paraíso» com namoros e aventuras, será feita uma homenagem justa e merecida a uma «Estátua Esquecida»; “E o Burro Sou Eu?” diz o cigano Almerindo a cantar. Entretanto, no «Condomínio Vale de Rego», a desordem é mais que muita, com o fadinho a acompanhar, para pagar o condomínio é que nem pensar. O espetáculo termina na grande apoteose «Aqui Está Dona Revista», que com plumas será vestida, brilhos e purpurinas, 60
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recebendo aplausos para atores, técnicos e bailarinas. Com textos e letras originais de Carlos Pacheco, o espetáculo é representado pelo próprio autor, à frente de um elenco composto por Telma Brazona, Flávio
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Vicente, Sandra Rodrigues, Soraia Correia, João Martins, Mariana Jobling, Catarina Duarte, Lara Guerreiro, Rita Ferreira e Vânia Lourenço. As atuações têm lugar às sextas-feiras e sábados, a partir das 21h30, e nos domingos, às 15h e às 17h30 .
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COMPANHIA CLARA ANDERMATT RECORDOU PANTERA EM LOULÉ Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes
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músico e compositor Orlando Barreto, mais conhecido como Pantera, nasceu na ilha de Santiago, CaboVerde, em 1967, tendo falecido aos 33 anos. A sua filha Darlene – que tinha apenas 6 anos à data da partida do seu ALGARVE INFORMATIVO #335
pai – tem levado a cabo, nos últimos anos, uma profunda pesquisa sobre a vida e obra de Pantera, e foi nesse contexto que lançou o desafio à Companhia Clara Andermatt de lhe fazer uma homenagem. “Pantera abriu novos
caminhos na música do seu país. Na sua voz pulsava Cabo Verde e as suas gentes: explorando as formas 78
da tradição, fazia brotar uma poesia repleta de amor, perspicácia e assertividade. Sobre esses traços encontramos a nossa própria visão, através das vivências que pudemos partilhar com ele, como amigo e como artista. Para além deste reencontro no reviver da sua criatividade e do seu afeto, seguimos um caminho de exploração, mergulhando na sua terra, costumes e cultura, não deixando de as projetar num mundo contemporâneo onde ele também se posicionava”, refere a coreógrafa Clara Andermatt.
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«Pantera» é, por isso, um espetáculo construído nas andanças da memória, sendo, sobretudo, uma intensa e dinâmica experiência de colaboração.
“Cada um dos intérpretes estabelece uma relação pessoal no relembrar da sua própria experiência e devolve-nos uma riqueza criativa que se converte no valor e no sentido desta homenagem. Entre o muito que ficou por fazer e o muito que ficará por dizer, este é o nosso recado para o Pantera”, acrescenta a líder da prestigiada companhia de dança sobre o espetáculo que subiu ao palco do Cineteatro Louletano no dia 9 de abril e que contou com a participação especial da cantora Mayra Andrade .
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BLOODY SAM E SER DERAM A CONHECER A SUA MÚSICA NO TEMPO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Oalgarvio.pt
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s Bloody Sam apresentaram o seu álbum de estreia no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, no dia 9 de abril, numa noite em que tiveram os SER como convidados especiais. Depois do lançamento nas plataformas digitais dos singles e do vídeo «It doesn’t matter ALGARVE INFORMATIVO #335
anymore», o duo composto por Ray van D na voz e guitarra e por João Ventura na bateria subiram ao palco do Pequeno Auditório para dar a conhecer «El Paso Hotel», com o apoio da Associação Cultural Marginália. Escrito por Ray van D durante o pico da pandemia em 2020, o disco contou com a participação dos seus companheiros de longa data Vasco 92
Moura no baixo e João Ventura na bateria. Depois de alguns ensaios, avançaram rapidamente para o estúdio Coalman Recordings, em Carvoeiro, onde, em take direto, gravaram nove temas cheios de power rock'n'roll e psicadelismo flutuando entre o stoner rock e o blues com o produtor Vítor Bacalhau nas rédeas.
banda de rock alternativo que se estreou nos palcos em 2018, com Anita Nobre (voz), Ricardo Galrão (guitarra e voz), César Mendes (baixo e voz) e João Barros (bateria e voz) a partilharem com o público «Valsa de Curto Pé», o seu primeiro álbum, bem como alguns temas do segundo disco que sairá este ano .
O concerto de apresentação contou com a participação especial dos SER, uma 93
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NOVAS EXPOSIÇÕES MARCAM INÍCIO DE NOVO TRIMESTRE EM LAGOS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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nauguraram, no dia 2 de abril, duas novas exposições no Centro Cultural de Lagos, a mostra coletiva «Apontamentos sobre empatia e alteridade» e «Com os pés nas nuvens», de António Alonso, que estarão patentes até 21 de maio, podendo ser visitadas de terça-feira a sábado, das 10h às 18h. Com curadoria de Orlando Franco e Patrícia Trindade, «Apontamentos sobre empatia e alteridade» (sala 1) é uma exposição coletiva que integra as obras de 18 artistas. Tendo como base o contexto pandémico e a recente invasão da Ucrânia, as obras expostas partem de temas como a empatia, compaixão, integridade, confiança e liberdade surgidos do individualismo, desumanização e confusão ALGARVE INFORMATIVO #335
inerentes a essas problemáticas tão atuais. A própria interdisciplinaridade e pluralidade das obras selecionadas ajuda a desenhar uma narrativa não linear, acabando também por suscitar a reflexão e o debate. A residir e a trabalhar em Barão de São João, António Alonso apresenta a sua nova exposição «Com os pés nas nuvens» (salas 2 e 3), com obras criadas a partir do período de confinamento e crise pandémica, o qual inspirou o artista a usar temas como o silêncio e a incerteza numa desconstrução e simplificação da figura humana onde coexistem animais, formas e ritmos codificados .
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Um raminho de alecrim Mirian Nogueira Tavares (Professora Universitária) “Enquanto eu fiquei alegre, permaneceram um bule azul com um descascado no bico, uma garrafa de pimenta pelo meio, um latido e um céu limpidíssimo com recém-feitas estrelas”. Adélia Prado
Semana Santa, para mim, era a igreja com seus santos cobertos com um pano púrpura. Eu era pequena e a palavra púrpura ainda não frequentava o meu vocabulário. Os panos eram roxos e cobriam os santos com cabelos de gente, que me pareciam assustadores e fascinantes. Era a Procissão do Senhor Morto, que passava em frente de casa enquanto eu e o mano mais novo víamos passar o mano mais velho, nuns paramentos que não decifrávamos e, no meio do cortejo, um caixão de vidro contendo uma imagem do corpo de Cristo. Era o bacalhau na Sexta-Feira Santa. Mais tarde, descobri que era à Gomes de Sá, até hoje não sei porque é que, dentre tantas maneiras de se fazer bacalhau, a que nos chegou foi essa, do Porto. Mais tarde, a Semana Santa era viajar para ver os tios noutra cidade do interior. Mais pequena que Crato. Lá acompanhava a Via Crucis, encenada pelas ruas, e chorava a cada estação. ALGARVE INFORMATIVO #335
Lembro-me de chegar ao morro onde o Cristo era crucificado. Era um final de tarde e o céu do sertão sem chuva brilhava de tanto azul. Na infância só me lembro dos ovos da Páscoa mais tarde. Um dos tios, que morava fora, trazia-os para a casa da avó. Eu só podia comer chocolate aos bocadinhos, culpa de uma hepatite que me deixou vários dias no hospital. Era um suplício. A avó, que era maravilhosa, mas nunca doce, viu-me chorar porque queria mais chocolate. Então disse: “Mirian deve ser a única pessoa que chora pela morte de Cristo”. Era dura, a avó, algumas vezes. Mas faz parte das memórias que guardo da Semana Santa (e da minha infância). Outro dia, estava a fazer sopa e peguei, para temperar, um raminho de alecrim. Lembrei-me, pelo alecrim talvez, da casa da minha avó – um imponente sobrado cor-de-rosa em frente a praça principal. Morei com ela algum tempo e nessa altura éramos apenas os três, eu, ela e o avô. As amigas diziam que a casa era malassombrada e eu tinha algum medo à hora de dormir. Com tantos quartos 118
Foto: Vasco Célio
vazios, levava um sofá-cama para o quarto dos avós e dormia ao pé da rede da minha avó, que ignorava a grande cama de casal, em que meu avô dormia sozinho. Ela contava muitas histórias e eu adormecia ao seu lado. Arranjava sempre uma desculpa para não ocupar o outro quarto. Gostava de ouvir as histórias da avó e sentia-me aconchegada pela sua voz e o baloiço suave da rede. A casa cheirava a alecrim e a charuto. A avó fumava à tarde, no terraço, e eu gostava de vê-la ali sentada, a falar sempre, cheia de ideias: uma mulher em constante ebulição, uma artista que fez da sua casa um museu muito particular, um museu 119
que uma criança, curiosa como eu era, adorava explorar. Não era religiosa, mas assistia à missa aos domingos. Falava-me da vida dos santos e foi ela, quem pela primeira vez, me contou histórias sobre Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Uma destas histórias voltei a ouvir, já a avó tinha morrido, numa aula de Mestrado. A Semana Santa é uma memória doceamarga, é a família que já não está, mas é também a família que vamos construindo e a Páscoa é um símbolo de esperança e de fé. Mesmo que seja apenas a esperança de comer mais chocolates, sem a vigilância acutilante da avó . ALGARVE INFORMATIVO #335
As limpezas de Primavera Lina Messias (Especialista em Feng Shui) esde que me conheço como gente que todos os anos, no início da Primavera dava-se início às grandes limpezas do Ano: as Limpezas de Primavera!
organização das cabanas ou tendas dos nossos antepassados, e coincidia também com o início do plantio nas sociedades agrárias.
Todos os móveis eram revirados e muitas vezes mudados de sítio, todos os têxteis eram lavados (no tanque, claro), e tudo o que havia em casa, mesmo tudo, era objecto de grande análise: “é para ficar ou é para ir”?
Depois do Inverno, a estação ligada à não acção, à hibernação, à escuridão, à água e associada à energia Yin em Feng Shui, chega a Primavera, época do renascimento, do crescimento, dos (re)inícios e associada à energia Yang e ao elemento Madeira.
Desde que estudo Feng Shui que me interesso pela história dos rituais e tradições ligadas à CASA, e este ritual sazonal das Limpezas de Primavera tem milhares de anos! Em relação à sua origem existem várias versões, uma delas remonta à celebração judaica de «Pessach» (Páscoa) que ocorre em Março ou Abril de cada ano. Antes da celebração, a casa tem que ser completamente limpa para que os habitantes se desfaçam de qualquer pão fermentado, chamado «chametz», que é comida proibida durante os dias da Páscoa. Mas, muito provavelmente, a origem das Limpezas de Primavera remonta à pré-história, quando a luz e o tempo mais seco permitiam a limpeza e ALGARVE INFORMATIVO #335
O que é certo é que, ainda hoje, muitas famílias cumprem esta tradição, eu inclusive!
Esta é sem dúvida a melhor altura para limpar e preparar as nossas CASAS e as nossas VIDAS para novas oportunidades, o momento ideal para fazer mudanças e iniciar projectos. A Limpeza do espaço físico está ligada ao bem-estar emocional e de acordo com alguns estudos, também ao bemestar físico e saúde mental. Num estudo da Universidade da Califórnia, reuniram trinta casais para analisar o seu nível hormonal de acordo com o estado da sua casa. Assim, aqueles que viviam em ambientes sujos e caóticos apresentaram um maior índice de cortisol (a hormona que potencia o stress), sendo que as mulheres eram mais afectadas que os homens. 120
Nesses estudos concluiu-se que o caos nos ambientes está ligado a emoções negativas como confusão, tensão, irritabilidade e preocupação, enquanto um espaço limpo e organizado tem mais probabilidade de estar relacionado a emoções positivas como a felicidade, calma e a sensação de bem-estar. “Se você se dedica 20 minutos a limpar a sua 121
casa, pode reduzir consideravelmente os sintomas de ansiedade e depressão”, escreveu a Revista The Way Pointe. Por todas as razões apresentadas, cumprir esta tradição ancestral só nos traz benefícios! Eu já comecei as minhas. Boas LIMPEZAS de PRIMAVERA a todos . ALGARVE INFORMATIVO #335
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #335
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