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ALGARVE INFORMATIVO 14 de maio, 2022
AMARO FREITAS | «CANTIGAS DE MAIO» | «ARTrEve-te» | «O LIMPOALGARVE E O SUJO» INFORMATIVO #338 FESTIVAL DE CAMINHADAS DO AMEIXIAL | FESTA GRANDE DA MÃE SOBERANA EM LOULÉ 1
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ÍNDICE Festival de Caminhadas do Ameixial (pág. 18) Mãe Soberana de Loulé (pág. 28) Centro de Recuperação do Lince-Ibérico em Silves (pág. 42) São Brás de Alportel não esquece Gonçalo Assunção (pág. 50) «Cantigas de Maio» de Bernardo Moreira (pág. 62) «Romeu & Julieta» do Quorum Ballet (pág. 72) «O Limpo e o Sujo» de Vera Mantero (pág. 96) Amaro Freitas (pág. 110) «ARTrEte-te» em São Brás de Alportel (pág. 120)
OPINIÃO Paulo Cunha (pág. 136) Mirian Nogueira Tavares (pág. 138) Ana Isabel Soares (pág. 140) Adília César (pág. 142) Fábio Jesuíno (pág. 144) Júlio Ferreira (pág. 146) ALGARVE INFORMATIVO #338
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CAMINHAR SEM RESTRIÇÕES Texto: Vico Ughetto | Fotografia: Vico Ughetto e 21 a 25 de abril, o WFA – do inglês Walking Festival Ameixial – trouxe de volta os amantes da natureza e dos percursos pedestres ao interior do Algarve. Diz o ditado que o caminho faz-se caminhando, no sentido de que o objetivo e o fruto do esforço vão-se alcançando e clarificando ao longo da jornada, por oposição à sua definição no papel ainda antes de se começar a fazer seja o que for. Este ditado assenta muito bem no Festival de Caminhadas do Ameixial, não só pelo facto de se caminhar bastante no evento, mas porque esta nona edição, sendo a primeira pós-pandemia (seja ou não oficial o seu fim, popularmente já foi ALGARVE INFORMATIVO #338
decretado como tal) trouxe de volta a alegria, não só à organização e aos que com ela colaboram, mas sobretudo aos participantes que rapidamente colocaram a máscara de lado – o evento coincidiu com o fim da sua obrigatoriedade – e conseguiram desta forma voltar a (re)conhecer os rostos dos caminhantes e a poder respirar o ar puro que se sente no Ameixial. Este foi o evento da recuperação, onde, apesar de não se atingirem os números de 2019, foram já 500 os inscritos, com presença de oito nacionalidades, o que trouxe de volta alguma da moldura humana pós-pandemia de volta à aldeia. A coordenação do WFA está a cargo da Cooperativa QRER, que preparou um programa ambicioso para esta edição, que desde logo se estende por cinco dias, aproveitando a boleia do feriado do 25 de 18
abril. Desde conferências e jornadas técnicas, o festival inicia em força a vertente das caminhadas a partir de sábado, com uma grande variedade à escolha desde as rotas temáticas – como a arqueológica, que liga o território à escrita do sudoeste, com vestígios únicos aqui encontrados, passando pela observação de aves ou pela identificação de plantas comestíveis, sem esquecer as familiares que combinam percursos simples com atividades lúdicas pensadas para os mais novos, mas que atraem também os adultos, como a caminhada com o pastor, na qual miúdos e graúdos fazem um percurso com as cabras algarvias e ficam a conhecer, não só este animal autóctone, como o processo do pastoreio. Depois há as mais especializadas, algumas mesmo para gostos particulares, como é o caso da Radical, que envolve travessia e caminhada ao longo do Vascão, este ano bem abastecido de água, o que torna a aventura mais 19
aliciante e por consequência mais radical. À tarde, o evento entra em modo mais relax, com atividades concentradas na aldeia, desde os workshops com temáticas úteis para os caminhantes, a outros de caráter didático, ligados por exemplo à gastronomia, sem esquecer as muitas atividades lúdicas para crianças. Este evento está inserido no calendário de caminhadas da AWS – Algarve Walking Season, um projeto de divulgação que abrange os quatro maiores eventos de caminhadas da região – Alcoutim (março), Ameixial (abril, Monchique (junho) e Barão de São João (novembro). Estes eventos pretendem colocar a região no mapa dos destinos dos caminhantes internacionais, sob o lema «Algarve, uma região para caminhar todo o ano». João Ministro, da organização e também o diretor da Proactivetur, salienta que “este ano as
condições de alojamento foram melhoradas com o novo albergue e ALGARVE INFORMATIVO #338
balneários, sendo ainda um aspeto a evoluir em futuras edições, mas que depende mais da procura ao longo do ano, do que da demanda de apenas o Festival”. Essa procura,
crescer e a recuperar a afluência do passado, “tendo-se notado um mês
de março com muitas reservas internacionais neste segmento do Turismo de Natureza”.
segundo o próprio, começa também a ALGARVE INFORMATIVO #338
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Para o ano, o WFA celebra a sua 10.ª edição e, sem querer ainda revelar muito, João Ministro levanta pelo menos o véu de que “será uma edição especial e
memorável, que trará novos
percursos”, um dos aspetos que, conforme salienta “tem sido solicitado pelos participantes repetentes que procuram novos caminhos para percorrer”. Pois que venham eles para 2023 .
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MÃE SOBERANA EMOCIONOU MILHARES DE PESSOAS EM LOULÉ Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina cidade de Loulé acolheu, no dia 1 de maio, mais uma Festa Grande da Mãe Soberana, que foi ainda mais especial após dois anos de ausência devido à pandemia da COVID-19. Este é o momento alto das ALGARVE INFORMATIVO #338
festividades da Mãe Soberana, dedicada à Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Loulé, sendo igualmente a maior manifestação religiosa a Sul de Fátima, um evento que faz parte da identidade da comunidade louletana, fortemente enraizado na cultura e tradições, mas sobretudo na essência dos louletanos enquanto povo. 28
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O programa da Festa Grande arrancou logo pela manhã com a celebração da Missa Solene, na Igreja de S. Francisco, onde decorreu também o 28.º Encontro do Povo de Cabo Verde. A Imagem da Padroeira saiu depois em procissão em direção ao Largo do Monumento Eng.º Duarte Pacheco, onde, a meio da tarde, se realizou a Missa Campal. Depois, a Grande Procissão percorreu as principais ruas da cidade e culminou com a subida apoteótica ao Santuário, com os homens do andor a carregarem o pesado andor, quadro único que emociona, não só os louletanos, mas todos os que visitam a cidade para assistir à Festa da Mãe Soberana. Um dia que, este ano, incluiu igualmente a inauguração de um mural de arte urbana de homenagem a Nossa ALGARVE INFORMATIVO #338
Senhora da Piedade num edifício localizado na esquina da Rua de Nossa Senhora da Piedade com a Rua dos Homens do Andor, em Loulé. O grafiti de Stephen Jones – que criou também a imagem junto ao antigo poço de Almancil – foi concebido entre a Festa Pequena (18 de abril) e a Festa Grande (1 de maio) da Mãe Soberana, e tem sido alvo de inúmeros elogios de uma população devota à sua padroeira. “Era um sonho
que acalentava muito antes de ser presidente de Junta, apresentei a ideia aos meus colegas do executivo, e todos aprovaram. Depois de escolhido este prédio, falei com o Vereador Carlos Carmo, que sugeriu a imagem do fotógrafo Luís da Cruz, e selecionou-se a Associação Artística Satori para a realização 30
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deste mural”, explicou Analídio Ponte, presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, que agradeceu o apoio recebido durante este processo da parte da Câmara Municipal de Loulé, do Padre Carlos Aquino e da proprietária do prédio, Maria da Graça Viegas. “Não nos
podemos esquecer que uma nova geração de turistas procura a autenticidade e a genuinidade das regiões a nível paisagístico, gastronómico e patrimonial, incluindo o religioso, onde este mural se insere. Queremos assim contribuir para a diversificação da oferta turística da nossa freguesia e cidade, assim como para aumentar a autoestima dos residentes e o seu orgulho na padroeira dos louletanos. Como ALGARVE INFORMATIVO #338
dizia o nosso poeta António Aleixo: ‘mais do que uma manifestação religiosa, é a alma deste povo que vai dentro daquele andor’”. A alma do povo louletano não está apenas no andor da Mãe Soberana, mas em cada casa da cidade de Loulé, entendeu, por sua vez, o Padre Carlos Aquino. “Tenhamos muita, pouca
ou nenhuma fé, todos somos filhos de Deus e a beleza deste mural dizme uma coisa: podemos não professar fé nenhuma, mas é indesmentível que o sagrado nos habita a todos”, afirmou, emocionado. Seguiu-se a intervenção de Vítor Aleixo, que prontamente agradeceu à Associação Satori, ao artista Stephen Jones e ao fotógrafo Luís da Cruz, 32
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mostrando-se ainda confiante de que este trabalho vai entrar rapidamente no coração dos louletanos. “Todos temos
uma grande devoção à Mãe Soberana e é importante que nos orgulhemos dos nossos símbolos, que tenhamos raízes sólidas. Num mundo em que tudo é instantâneo e rápido, é preciso preservar aquelas coisas que são permanentes nas nossas vidas e ALGARVE INFORMATIVO #338
este símbolo religioso do Culto Mariano da Mãe Soberana acompanha o crescimento de cada louletano e faz parte da sua identidade profunda. Infelizmente, a falta de valores está a tornar-se comum neste mundo, por isso, Loulé e os louletanos voltam a estar de parabéns neste dia” . 34
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INSTITUTO DA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DAS FLORESTAS APRESENTOU COMPLEXO DE TREINO E RECUPERAÇÃO DE LINCEIBÉRICO EM SILVES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas apresentou publicamente, no dia 3 de maio, o Complexo de Treino e Recuperação de Lince-ibérico (CTRLI) inserido no Centro Nacional de Reprodução de Lince-Ibérico localizado em Silves, num momento que contou com a presença do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte ALGARVE INFORMATIVO #338
Cordeiro. Uma deslocação do governante ao Algarve que começou, porém, no concelho de Alcoutim, para se assistir à libertação de dois exemplares de linceibérico, a Sidra e o Salao. A construção do Complexo de Treino e Recuperação de Lince-ibérico representou um investimento de 598 mil e 782 euros e arrancou em outubro de 2018, tendo ficado concluído em 2019. O equipamento possibilita, através dos dois cercados de treino, verificar se os jovens 42
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linces destinados a libertação no habitat natural dispõem de condições físicas e comportamentais adequadas para a sua sobrevivência, assim como para treinar e reforçar comportamentos que os tornem mais resilientes perante os estímulos e fatores de risco que irão surgir num meio natural não controlado humanamente, quando ocorrer a sua libertação, o que normalmente acontece entre os 11 e os 12 meses de idade. O Complexo de Treino e Recuperação de Lince-ibérico permite ainda acolher temporariamente, tratar e recuperar exemplares de LinceIbérico, provenientes da natureza, doentes ou feridos, e que apresentem condições de recuperação viável, em condições de biossegurança, ou seja, sem interferirem com os espaços físicos e com as operações de maneio dos exemplares detidos em cativeiro – progenitores e crias ou juvenis. A tarde do dia 3 de maio principiou, ALGARVE INFORMATIVO #338
conforme referido, com a libertação de mais dois exemplares de Lince-Ibérico no Algarve, nomeadamente entre o Pereiro e a Fonte Zambujeiro de Cima, em Alcoutim, numa das áreas de expansão natural da população constituída na área de reintrodução de Lince-Ibérico do Vale do Guadiana. Tratou-se da segunda solta que decorreu fora da região do Alentejo, desde o início do projeto de reintrodução da espécie em território nacional. Desta feita, foram reintroduzidos na natureza a Sidra, uma jovem fêmea, filha de Narina e Paíño, e o Salão, um jovem macho, filho de Omeya e Norteño, com 13 meses de idade, provenientes do Centro de Cría del Lince-Ibérico de Zarza de Granadilla, em Cáceres, Extremadura, na vizinha Espanha. Os dois animais foram previamente submetidos a controlo sanitário no Centro de Reprodução onde nasceram e são portadores de coleiras emissoras para subsequente monitorização . 44
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SÃO BRÁS DE ALPORTEL NÃO ESQUECE GONÇALO ASSUNÇÃO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina 10 de maio de 2021 São Brás de Alportel perdia um dos seus filhos mais queridos, o jovem Gonçalo Assunção, que, apesar de ter apenas 23 anos, marcou de forma profunda todos aqueles que tiveram a sorte de com ele conviver no dia-a-dia. Um ano depois, o seu nome foi imortalizado ao tornar-se o patrono do Polidesportivo Municipal de São Brás de Alportel, num final de tarde bastante ALGARVE INFORMATIVO #338
emotivo e repleto de lágrimas, de tristeza, sim, mas também de alegria, porque assim era o Gonçalo, um jovem sempre alegre e que contagiava, impulsionava, dinamizava, todos aqueles que o rodeavam. A atribuição do nome de Gonçalo Assunção ao Polidesportivo Municipal de São Brás de Alportel foi aceite em Municipal de São Brás de Alportel numa
“homenagem perfeitamente justa”, na opinião do seu presidente, 50
Ulisses Brito. “Se estivesse cá, de
certeza que ele gostaria deste tipo de festa, porque sempre foi uma pessoa empenhada no desporto, sobretudo no desporto automóvel, do qual era maior fã. Depois de ter recebido uma proposta da parte da população, a Assembleia Municipal considerou que era justa e justificável a atribuição do nome do Gonçalo a este espaço, para que os jovens continuem a olhar para ele como um exemplo de dinamização e de envolvimento desportivo no nosso concelho”, referiu Ulisses Brito. Um dos impulsionadores da homenagem foi o são-brasense e antigo patrão de Gonçalo Assunção, Fernando 51
António, que agradeceu do fundo do coração à Assembleia Municipal e à Câmara Municipal de São Brás de Alportel por terem acolhido positivamente a sua sugestão. Já Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, realçou também a vontade de se
“perpetuar um exemplo de energia e tenacidade de um grande sãobrasense que, apesar da tenra idade, levou o nome de São Brás de Alportel ao mais alto nível através do desporto”. “Foram muitos os jovens do nosso concelho que deram os seus primeiros passos no desporto neste espaço, e em diversas modalidades. Sabemos que carece de uma requalificação, já existe um projeto para esse ALGARVE INFORMATIVO #338
investimento, e este momento cheio de energia positiva e luz dános ainda mais alento para melhorarmos o Polidesportivo Municipal Gonçalo Assunção”, assumiu, num discurso difícil e que preferia não estar a fazer. “Vamos
continuar a fazer de São Brás de Alportel uma terra onde os jovens possam ser felizes, porque eles são maravilhosos. O Gonçalo é um exemplo pelo qual todos nós nos devemos seguir e sempre que aqui passo ganho mais energia. Lutou pelos seus sonhos e deu sempre um contributo positivo para o nosso concelho”, destacou Vítor Guerreiro. Após o descerrar da placa alusiva ao momento, subiram ao palanque Cristina ALGARVE INFORMATIVO #338
Terêncio e Carla Assunção, respetivamente a mãe e a tia de Gonçalo Assunção, com a Kita a apoiar a Carla, a Carla a apoiar a Kita, e todos os presentes a apoiarem a Kita e a Carla. “Muito
obrigado à Câmara e à Assembleia Municipal por esta homenagem, e ao Fernando António por a ter sugerido. Decidimos viver este dia de maneira diferente, para além da dor, com a ajuda de vários jovens maravilhosos. A dor é normal, não precisamos fugir dela, porque o Gonçalo continua a fazer parte das nossas vidas, e a dor que sentimos é ele a aconchegar-se no nosso coração”, declarou Cristina Terêncio, antes de explicar o porquê da frase «Gonçalo tu venceste» inscrita no mural do Polidesportivo Municipal. “Ninguém
vence a morte, é algo que nos vai 52
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acontecer a todos. Mas vence aquele que segue os seus sonhos, aquele que dá o seu melhor até ao último fôlego, aquele que nos motiva e que nos faz acreditar. Vence quem acredita e quem ama, aquele que nos marca para sempre. Por isso, o Gonçalo venceu”, garantiu Kita. “O Gonçalo marcou-nos e vai continuar a marcar-nos para sempre e todos os dias tenho longas conversas com o meu sobrinho Gonçalo e com esta mãe maravilhosa que nos tem dado forças para seguir em frente”, prosseguiu a tia, Carla Assunção, antes de se dirigir ao «nosso campeão». “Há momentos em que
ficamos sem palavras que possam explicar a importância que tiveste ALGARVE INFORMATIVO #338
nas nossas existências. A tua ausência inesperada deixou em nós sentimentos de revolta, de procura por respostas que jamais nos chegarão. Foi um enorme privilégio ter-te tido nas nossas vidas. Obrigado, querido, por nos teres dado tanto, por nos teres amado tanto. Temos guardado num lugar especial todos os momentos que vivemos ao teu lado. Fica em paz nossa estrelinha”, concluiu Carla Assunção. Depois das intervenções sentidas das entidades oficiais e dos familiares, até se cantaram os parabéns à Joana, porque a vida tem destas coisas, o Gonçalo faleceu precisamente na data de aniversário da namorada. Muitos palmas e lágrimas em palco e na assistência, e, apesar de por 54
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esta altura ser quase impossível controlar as emoções, alguns amigos próximos do Gonçalo disseram o que lhes ia na alma e coração e choraram, porque não há problema nenhum de um homem chorar, e quem diz o contrário é porque não percebe nada da vida.
voz que o irmão Rodrigo Assunção faz questão de reenviar, também todas as sextas-feiras, logo por volta das 7h, para a família, para lhes lembrar que o Gonçalo está de olho neles, como que a dizer «Não se deixem ir abaixo», e que estará sempre presente nas suas vidas.
Com o sol já posto, os amigos da NATA juntaram-se em palco para cantar em uníssono e à capela «Mentira» de João Pedro Pais… mas, antes disso, ainda houve oportunidade para escutar a voz do próprio Gonçalo, numa mensagem partilhada pelo primo Diogo Amaral – para maiores de 18, como ele rapidamente avisou – que o jovem sãobrasense enviava todas as sextas-feiras para os amigos da NATA quando ia a caminho do trabalho. Uma mensagem de
Quanto à dor da perda, essa também estará sempre presente. A esperança é que, à medida que os anos forem passando, essa dor se torne um bocadinho de nada mais fácil de suportar, mas desaparecer por completo nunca. Isso significaria que o Gonçalo também tinha desaparecido dos nossos corações e do nosso pensamento e isso nunca vai acontecer .
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CINETEATRO LOULETANO CONHECEU EM PRIMEIRA MÃO AS «CANTIGAS DE MAIO» DE BERNARDO MOREIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Cineteatro Louletano, em Loulé, foi palco, no dia 25 de abril, da estreia nacional do projeto «Cantigas de Maio», uma consequência quase natural no trabalho de mais de 30 anos de Bernardo Moreira na música. Com um início de percurso vincado pela linguagem do jazz, universo em que ainda hoje se move, cedo enveredou por um diálogo com outros géneros musicais e com outros compositores e intérpretes, e que deram origem a dois discos editados com o seu sexteto e na companhia da cantora Paula Oliveira, «Ao Paredes Confesso» e «Lisboa que Adormece», respetivamente.
“«Cantigas de Maio» retoma esse trajeto, homenageando os grandes autores musicais que marcam uma viragem na página da história ALGARVE INFORMATIVO #338
social, política e cultural do nosso país. Autores que, entre si, criaram teias musicais e de partilha”, explica Bernardo Moreira, assumindo a referência de José Afonso, mas contribuindo, com a sua identidade, para uma «marca» na música portuguesa, com Fausto Bordalo Dias, Vitorino Salomé, Sérgio Godinho, José Mário Branco, entre outros. Para este disco, o conhecido contrabaixista convidou músicos que, pela sua idade e percurso musical, representam duas gerações que se cruzam, trazendo percursos e vivências distintas, “o que possibilita uma
abordagem mais moderna para um legado que não pode, nem deve ser esquecido”, defende. Músicos esses que são João Neves (Voz), Ricardo J. Dias (Piano) e André Santos (Cordofones) . 64
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QUORUM BALLET APRESENTOU «ROMEU & JULIETA» EM LAGOA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Município de Lagoa associou-se às Comemorações do Dia Mundial da Dança com o extraordinário espetáculo «Romeu & Julieta», da companhia de dança Quorum Ballet, no dia 30 de abril, no Auditório Carlos do Carmo. Esta nova produção nasce do desejo de continuar a trabalhar os grandes clássicos, dando seguimento ao trabalho desenvolvido com «Lago dos Cisnes» e «Sagração da Primavera», de Daniel Cardoso, relacionando-os com a vida e a sociedade de hoje. O coreógrafo assume 75
desta feita o desafio de apresentar uma nova criação inspirada em «Romeu e Julieta», uma das obras mais conhecidas de Shakespeare, e indubitavelmente um dos clássicos mais revisitados da história da literatura dramática. “Talvez
porque o Amor – na sua conceção romântica e absoluta – aquele que é incondicional, transcendente e redentor, continue a ser alvo de pesquisa, espanto e inquietação. Esse lugar inexplicado que resgata as emoções mais violentas, as mudanças mais avassaladoras, as ações mais decisivas”, explica o ALGARVE INFORMATIVO #338
coreógrafo, que nesta abordagem procura desafiar a centralidade de Romeu e Julieta.
“Multiplicados numa visão contemporânea, numa arena em que todos sem exceção passam a ser Romeus e Julietas. Num universo onde individualmente, todos os homens e mulheres se cruzam de alguma forma no percurso simbólico destas personagens, e experimentam diversas formas de amar”, indica Daniel Cardoso. Destaca-se ainda a noção de aleatoriedade, ou destino, neste grande palco da esfera social, em que o encontro do amor genuíno pode transformar-se num incontrolado jogo do acaso. “Mas, ALGARVE INFORMATIVO #338
sobretudo, procura resgatar-se o espaço para reencontrar o Amor na sua essência mais humana e crua. A sua força irredutível e capital. O seu poder universal. Porque, independentemente das nossas diferenças culturais, sociais e individuais, há algo em que podemos ser unânimes: na fé de que a condição humana seria inconcebível sem o amor. O amor que nos alimenta e simultaneamente nos consome, que nos orienta e faz perder, que pode ser tão imenso quanto o imensurável mundo interior de quem ama”, comenta . 76
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VERA MANTERO TROUXE «O LIMPO E O SUJO» A LOULÉ Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Limpo e o Sujo», de Vera Mantero, foi a cena, no dia 29 de abril, no Cineteatro Louletano, em Loulé, protagonizado pela própria coreógrafa e por Elisabete Francisca e Francisco Rolo. O espetáculo movimenta-se entre duas necessidades: a interrogação da subjetividade e a interação com o mundo exterior (do qual os seres humanos são parte integrante). “Do mesmo modo
que o discurso ecológico defende que precisamos de mudar a nossa maneira de viver e a nossa relação com o ambiente, o mesmo se passa nas práticas artísticas, particularmente nas artes performativas. Há um lugar significativo para o corpo nestas questões (...) é o lugar que providencia a ativação dos sentidos ALGARVE INFORMATIVO #338
e do pensamento, e que intensifica as relações com tudo o que está à nossa volta. Tudo isto tem a ver com energia, movimento, intensidade e desejo, e isso é o que cria sentido na vida”, entende Vera Mantero. Com direção artística de Vera Mantero e cocriação de Elizabete Francisca, Vera Mantero e Volmir Cordeiro, «O Limpo e o Sujo» conta com música ao vivo a cargo de João Bento, Espaço Cénico e Figurinos de João Ferro Martins e Desenho de Luz de Eduardo Abdala. O espetáculo é uma coprodução do Maria Matos Teatro Municipal, Teatro Municipal do Porto, CND — centre d’art pour la danse e do Musée de la Danse — Centre Chorégraphique National de Rennes et de Bretagne, com apoios do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Câmara Municipal de Lisboa / Pólo Cultural Gaivotas | Boavista, EGEAC e Culturgest . 98
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CINETEATRO LOULETANO RECEBEU AMARO FREITAS NO DIA INTERNACIONAL DO JAZZ Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes
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ma das grandes revelações do Jazz Internacional, o pianista Amaro Freitas, esteve em Loulé, no Cineteatro Louletano, no Dia Internacional do Jazz (30 de abril), misturando sons e raízes do nordeste brasileiro com a sonoridade do jazz em piano, contrabaixo e bateria, num concerto raro que faz parte da tour europeia. ALGARVE INFORMATIVO #338
Foi uma oportunidade única para ver e ouvir um instrumentista e compositor que tem vindo a conquistar território na cena jazzística mundial e que tem obtido enorme reconhecimento pela crítica, dando agora a conhecer o seu terceiro álbum de originais, «Sankofa». A UNCUT considera-o um disco
“impressionante, novo e vibrante”. A Downbeat colocou-o na linhagem de nomes como Abdullah Ibrahim, Thelonius Monk e Chick Corea. A Jazzwise classificou-o como um “álbum 112
magnífico”, “repleto de ideias inesquecíveis e sonoridades cativantes”. E a Mojo avaliou-o com uma rapsódia que releva o “elaborado estilo composicional” do seu autor. «Sankofa» é um resgate da cultura afrobrasileira a partir de composições vibrantes e ecléticas que recolheram elogios do público e da imprensa internacional. O nome advém de um dos símbolos Adinkra, ideogramas que representam conceitos, criados pelos povos africanos Akan, na região de Gana,
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como forma de comunicação. O símbolo representa um pássaro com a cabeça voltada para trás, expressando assim a vontade de Amaro Freitas em voltar às raízes para poder avançar em novos voos, sonhos e futuros. O álbum – diz – é uma busca espiritual por histórias esquecidas, filosofias antigas e figuras inspiradoras do Brasil Negro. Um trabalho onde procura entender a história dos seus ancestrais, traduzindo sonoramente a herança e a memória dos povos negros que fizeram a história do Brasil e cujo património cultural e filosófico foi historicamente invisibilizado .
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MOSTRA DE ARTE JOVEM «ARTREVE-TE» DIVULGA NOVOS TALENTOS DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Galeria Municipal de São Brás de Alportel, que há muitos anos dedica o mês de maio à arte jovem, voltou a desafiar, pelo segundo ano consecutivo, os jovens sãobrasenses a «artreverem-se», ou seja, a mostrarem a sua arte. O resultado é uma exposição que junta cerca de 25 jovens nas mais diversas manifestações artísticas, a «ARTrEve-te – Mostra de Arte Jovem», inaugurada no dia 6 de maio e que estará patente ao público até 28 de maio. O Município de São Brás de Alportel aproveitou ainda o facto de estarem reunidos no espaço tantos jovens para lançar a edição de 2022 dos Prémios Juventude, que serão entregues em novembro do corrente ano.
pintura, música, estilismo, artesanato em tecido, cutelaria, arte digital e ilustração são as áreas em que os jovens são-brasenses participantes dão a conhecer o seu talento. A iniciativa contou com a colaboração do Espaço Jovem – Projeto «Jovens Seguros <> Famílias Felizes», em parceria com o Gabinete Municipal de Gestão Cultural e Eventos, e inclui obras de Alice Afonso de Oliveira, Beatriz Pereira, Carlota Guerreiro, Cristiana Guerreiro, Eduarda, Flávio Costa, Gonçalo Mendonça, Inês Guerreiro, Inês Martins, James Carrusca, João Catarino, Joaquim da Custódia, Leandro Gomes, Leonardo Marques, Margarida Gonçalves, Maria Adelaide Galego, Maria Gabriela Martins, Maria Luísa Filipe Malu, Mariana Soares, Melissa Carneiro, Mirian Mendes, Nuno Martins, Ricardo Belela e Zé Eduardo .
Desenho, manipulação digital, fotografia,
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Quando a aposentação urge Paulo Cunha (Professor) tualmente, existem diversas profissões que estão sujeitas a fortes pressões e tensões, originando assim períodos de constante stress e, a longo prazo, um grande desgaste físico e psíquico. Quando as condições de trabalho são precárias, a remuneração é baixa, as chefias não valorizam o trabalho realizado e o ambiente no local de trabalho é hostil, facilmente se instala um forte e persistente desgaste emocional. Apesar de muitas profissões nas áreas da Saúde, Educação, Segurança e Justiça serem atreitas a um enorme desgaste rápido, já foi feita justiça nalgumas profissões ao nível dos regimes especiais de antecipação da idade de acesso à pensão de velhice, nomeadamente: bordadeiras da Madeira, controladores de tráfego aéreo, pilotos e copilotos, bailarinos, trabalhadores abrangidos por acordos internacionais nos Açores, mineiros, pescadores, trabalhadores marítimos e trabalhadores do setor portuário. Quando comecei a minha atividade profissional na área do ensino, recordo que, depois de se reformarem, muitos dos professores continuavam a visitar periodicamente o seu antigo local de trabalho para rever e confraternizar com os colegas, funcionários e alunos, tal era o gosto que nutriam pela «sua escola». Várias décadas volvidas, muitos dos meus colegas dizem-me que logo que consigam passar a ALGARVE INFORMATIVO #338
porta de saída com a reforma garantida, jamais voltarão ao sítio que, segundo eles, lhes roubou anos de vida. Observando e sentindo na pele e no coração o estado a que, na Educação, isto chegou, é com enorme satisfação que assisto à tão almejada aposentação dos professores mais velhos, não me coibindo de lhes transmitir a esperança de que possam ainda renascer para uma vida sem pressões, desespero, tensões, angústias, anseios, medos e depressões. Perto da sua reforma, digo-lhes que aguardo pelos momentos em que, já fora do local de trabalho, terei a oportunidade de, verdadeiramente, os conhecer. Finalmente, já sem o peso duma farda que o tempo transformou num fardo. Custa-me ver os meus colegas mais velhos a, literalmente, arrastarem-se entre as salas de aula, exasperando e clamando por um pouco de silêncio, atenção e respeito e mendigando a compreensão e o apoio dos encarregados de educação, dos colegas, da direção e do seu ministério. Tal como imaginamos os presidiários a riscarem os dias que ainda lhes faltam para a desejada liberdade, hoje, muitos professores desesperam e exasperam para que os meses passem o mais rapidamente possível, para que, perto dos setenta anos, possam então deixar de lecionar aos filhos e netos dos seus primeiros alunos. Tal como noutras profissões, onde o contacto com o pior do ser humano é uma constante, sou obrigado a concordar que, 136
efetivamente, não há falta de professores em Portugal. Antes pelo contrário! Imaginem o que aconteceria se todos os professores que andam com a casa às costas, que deixam a escola invadir o seu lar, que sacrificam as famílias, que lutam por progredir na carreira para ganhar mais uns parcos euros, que se sujeitam a ser desrespeitados pelos alunos e ofendidos por alguns encarregados de educação abandonassem a profissão ou solicitassem acompanhamento psiquiátrico periódico, por manifestarem no seu quotidiano sinais evidentes da Síndrome de Burnout. Se assim fosse, efetivamente, haveria uma enorme falta de professores! Entretanto, conjuntamente com outros profissionais, vítimas de desgaste psíquico rápido, acabam por ser sempre os mesmos 137
a «aguentar o barco». Aqueles que, estoicamente, suportam os maiores impropérios, maledicência, incompreensão e injustiça por parte de quem neles vê apenas meros serviçais que, segundo o senso comum, ganham muito e trabalham pouco. Numa altura em que se fala tanto de resiliência, aqui tiro o chapéu e presto a minha sincera homenagem e agradecimento a todos os professores que, apesar da exaustão, ainda não atiraram a toalha ao chão. Devido a eles, verdadeiros profissionais do Ensino, os meus filhos conseguiram e ainda conseguem ter aulas a todas as disciplinas curriculares. Vamos esperar e ver até quando?! .
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Da poesia do Afonso Dias Mirian Nogueira Tavares (Professora Universitária) “Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida Estes são os imprescindíveis”. Bertold Brecht Afonso Dias deume uma função muito digna, mas também assustadora – prefaciar seu último livro de poemas. Um livro que se chama Boca de Cena, anunciando assim um drama que se irá desenrolar dentro dos vários espaços do teatro. Espaços físicos e também simbólicos, espaços que se foram construindo e sendo ressignificados ao longo dos séculos. Ou não seria o teatro um dos mais antigos representantes da cultura ocidental? Cada época construiu o seu próprio espaço cênico, o que diz muito da importância que uma forma de arte, o teatro, que também nomeia o edifício onde ela decorre. Na contemporaneidade, o teatro tem-se transformado continuamente e abandonado, muitas vezes, o lugar da cena, ocupando o território daquilo a que chamamos de espaço real. O teatro insinuado no título deste livro aparece não apenas como estrutura básica que nomeia as partes, mas cada grupo de poemas responde à lógica subjacente à nomeação, cada grupo de poemas ocupa ALGARVE INFORMATIVO #338
um lugar determinado e cumpre assim a sua função no espaço cénico. No Proscénio, parte do palco mais próxima da plateia, aquela que surge antes da cena, ou que dela faz parte, lemos versos que anunciam um propósito: (…) porque posso e agora sei iluminar o caos que habita o cerne da bondade - o íntimo dos bons O poeta se revela diante de nós e oferece-nos os seus versos como um convite ao presente, ao que vai se desenrolar diante do público, já prevenido: o poeta está nu. Na Cena, lugar onde o drama desenrola-se, encontramos estes versos: (…) emerge da memória um lago antigo e verde enleado de aflições limos e fundura com nenúfares e atabua à tona das bravatas (…) Os poemas aqui agrupados falam da memória, contam uma história que já foi, mas que permanece e, por isso, precisa 138
Foto: Vasco Célio
ser contada uma vez e outra mais, para que não se perca. À cena, segue-se a dramaturgia, que poderia ser o lugar em que o artista descreve o seu processo, explica o desenrolar do drama que vai da farsa à tragédia, como post scriptum ou capítulo final. A tragédia que é quotidiana e que nos entra pela casa através dos ecrãs da televisão, das notícias que circulam em muitos meios, da guerra que parece longe, mas está mesmo ali ao lado. A tragédia que é tentar sobreviver à própria vida, que resiste, apesar de tudo, apesar de nós, humanos, tão frágeis e tão cruéis. Capazes do gesto mais doce e da maior perversidade:
- na longínqua Alemanha hoje amiga nossa - inscreveram o ódio na lei
O ódio que se torna lei e que se justifica, ou se quer justificar. E que não foi desmantelado, que permanece como uma ferida que cicatrizou cedo demais, mas que deixou sob a pele muitas fissuras. E é sobre as fissuras que escreve Afonso Dias. Um poeta e cantautor. Um músico cuja melodia está esparramada em cada verso. Brecht, dramaturgo e poeta, escreveu sobre o seu próprio tempo e sobre a tragédia que o circundava. E clamava pelos heróis, por aqueles que não se calavam diante da injustiça nem fechavam os olhos diante do horror instalado. O herói brechtiano não era nada heroico, era uma pessoa comum e banal. Quotidiana. Mas com a capacidade de resistir uma vez e outra mais. De refazer-se a cada amanhecer e de cantar/contar histórias para que o drama vivido não se repetisse, não se transformasse em farsa. Afonso Dias resiste através da sua poesia, da composição de uma cena em versos, de uma cena que é só dele, mas que é também de todos nós .
as leis de Nuremberga nürnberger gesetze em 1935 139
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Quinquagésima segunda tabuinha Joelho (X) Ana Isabel Soares (Professora Universitária) “O joelho Vai um joelho sozinho pelo mundo. É um joelho, ou seja, nada! Não é árvore! Não é tenda! É um joelho, ou seja, nada. Uma vez, na guerra, um homem foi atingido em todo o corpo. Só o joelho ficou ileso – como um templo. Desde então, vai sozinho pelo mundo. É um joelho, ou seja, nada. Não é árvore, não é tenda. É um joelho, ou seja, nada”. (Tradução minha, a partir do original alemão e da versão inglesa de Alfred Brendel)
onversar sobre o joelho, esta obsessão, resulta quase sempre em descobertas – e na bondade dos meus interlocutores. Há uns dias, Miguel Tamen encaminhou-me para estas três estrofes de Christian Morgenstern (1871-1914) sobre um joelho, poema escrito entre 1887 e 1914. No original, não é apenas o sentido que lhe dá valor – é também (como sói suceder com a poesia) o som. É muito o modo como, naquela palavra de título, se ALGARVE INFORMATIVO #338
ouve o estalar da consoante primeira, afirmada na língua alemã, surda já na inglesa (onde só tem gráfico vestígio). «Das Knie», qualquer coisa que soa ao ouvido como dáz c’nié. (Na língua inglesa, «um joelho» é uma sucessão de vogais e nasais, uan-ni: um joelho do nariz.) O joelho do poema de Morgenstern (apelido que se pode traduzir como «estrela da manhã», Cristiano Estrela da Manhã, que nome iluminado) é uma entidade isolada, surgida em consequência de uma guerra. A época da Primeira Grande Guerra rendeu na Europa alguns bons poemas, mas não este: Morgenstern morreu, relativamente novo e doente, uns três meses antes de rebentar o conflito. A «guerra» a que alude no poema não tem um referente concreto: é uma guerra qualquer, um contexto em que alguém pode ser baleado e ferido, morto – ou transformado numa parte única do corpo, como um joelho. O efeito desta transformação, poética e balística, de homem em joelho, é a ausência de sentido, o non-sense pelo qual este poeta é conhecido. Não há maior non-sense do que uma guerra, isso é certo. Se pudesse ser nada mais do que imagem lírica e resultasse em nada mais do que poemas – poemas, nada, como um joelho . 140
Foto: Vasco Célio
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Notas Contemporâneas [38] Adília César (Escritora) “Depois o autor ia levando o leitor pela mão através da sua obra como através de um jardim que se mostra, repercorrendo com gosto as áleas mais enfeitadas de erudição, parando por vezes a conversar docemente à sombra de um pensamento frondoso. Assim se formava entre ambos uma enternecida intimidade espiritual. O leitor possuía no homem de letras um companheiro de solidão, de um encanto sempre renovado. O autor encontrava no leitor uma atenção demorada, fiel, crente: como filósofo tinha nele um discípulo, como poeta um confidente”. Eça de Queirós (1845-1900), in Notas Contemporâneas (1909, obra póstuma) ER UMA OBRA LITERÁRIA não é o mesmo que apreciar um jardim. Uma flor não é um poema. E o escritor não é, necessariamente, um deus que adoramos, nem sequer tem de ser uma pessoa de inequívocas qualidades amigáveis ou sedutoras. A obra pode ser fascinante, mas o seu autor corre o risco de ser apenas pouco atractivo ou até boçal. Assim aconteceu uma, duas, três, muitas vezes, até que fraquejei na demanda. Decidi então que não era necessário conhecer o autor, mas sim ler e apreciar a sua obra. Vejamos.
que tinha feito da obra. Contudo, esse testemunho público teve um efeito perverso, acabando por me erradicar do cenário literário, por força de alguns desentendimentos. Arrancou-me à esfera do protagonismo festivaleiro e recentroume numa espécie de casulo que é a minha linha de escrita e de leitura: uma “forma redonda de ser”* criadora de modo imersivo, emocional, racional. Em suma, uma maneira de ser alguém que pretende perceber e dizer alguma coisa arrancada ao “ser-de-dentro”: gosto de lhe chamar “peso da memória que carrego”; noutros dias, dou-lhe o nome de “sonho desmedido” ou ainda “mecanismo imperfeito”. Ideias arrancadas a ferros, digo.
* * ENTRETANTO, num determinado encontro literário, afirmei que após a boa leitura de um livro gostava de conhecer o seu autor pessoalmente, porque a conversa presencial abria a minha visão à leitura ALGARVE INFORMATIVO #338
MAS ACONTECEU o melhor de dois mundos: conheci intimamente um escritor do qual admirava a obra e o amor ficou a morar connosco numa “forma redonda de ser” – 142
isto foi ele que me disse. Ler a obra e ler o homem que a escreveu tornou-se assim a missão da mulher que vivia num casulo e o ampliou até ao tamanho do mundo, tal é o poder da obra dele, tal é o poder dele. O dia e a noite. O tempo todo. * E QUEM SOU EU quando escrevo e leio? Serei a mesma pessoa? A espiral da viagem deixa-me perfeitamente lúcida quanto às ideias que quero descobrir e que pretendo revelar. As ideias que leio e as ideias que escrevo não são as mesmas. É um caos organizado, implícito nas memórias do passado e nos desejos do futuro que pertencem a duas pessoas diferentes: o escritor e o leitor. Ou serão a mesma pessoa ao espelho? * APERCEBO-ME que o espelho é uma metáfora viável para o meu dilema, talvez a que melhor corresponde, nesta hora de recolhimento, à implícita solução. De um ponto de vista poético, do céu tombam pássaros, lâmpadas e outras partículas sentimentais. Ele, o escritor, ofereceu-me um espelho novo onde a minha cabeça parece a mesma em todas as figuras: bela como um seixo nas águas pequenas, forte como uma trança que cresceu ao longo de um século. Eu continuo a olhar-me no espelho. Mas realçar o ovalado dos rostos 143
é apenas intenção de pureza, essa presença organizadora da espiral meditativa. É cascata de sangue a regar o jardim jubilado – esse abismo comovido de flor em flor. A vida a acontecer num espelho que se partiu é idade cega e arrumada nos olhos da noite. Ler, escrever, conhecer, amar. Apercebo-me, afinal, que uma flor pode ser um poema. E na hora tardia que me embala, antevejo o meu protagonismo no dilema ecoado até ao infinito. Ainda não é uma voz, mas talvez já seja um murmúrio de sombra e asa, ornamento, convergência. No espelho, sou eu . *Verso de Fernando Esteves Pinto
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Ter boas ideias para empreender Fábio Jesuíno (Empresário) caminho para empreender é uma aventura de descoberta de algo diferente, resolver um ou vários problemas e gerar valor para a sociedade. O principal desafio em ter boas ideias para empreender consiste no facto de que, quando pensamos, lidamos ao mesmo tempo com muitas emoções, acções, lógica e a surpreendente criatividade. O objectivo de todos os empreendedores é ter uma ideia que tenha sucesso, que seja escalada e que tenha um grande impacto na sociedade, mas é sempre uma tarefa desafiante, que na maioria das vezes corre menos bem, mas, mesmo assim, é positivo, porque faz parte da viagem, aprender com as falhas e erros são características importantes de um empreendedor de sucesso. Para ter boas ideias para empreender, temos de ter muita coragem, persistência e uma dose de loucura moderada. Não existe uma fórmula mágica, mas a melhor forma para se ter uma boa ideia para empreender é sonhar em grande, ser ambicioso e ter muitas ideias. Aquilo que diferencia as pessoas comuns de grandes empreendedores como Richard Branson e Elon Musk, não é a capacidade criativa, mas a aptidão para impulsionar essa capacidade, encorajando e desenvolvendo impulsos criativos. ALGARVE INFORMATIVO #338
Um dos maiores exemplos de impulsos criativos é a do físico inglês Isaac Newton com uma maçã nas mãos, sentado à sombra de uma macieira, o sonolento cientista teria a ideia, sem mover um músculo, da lei universal da gravidade. Os impulsos criativos são o grande motor para se ter boas ideias de empreendedorismo, estão presentes na nossa vida todos os dias, mas a maioria das pessoas não os sabe interpretar, desperdiçando grandes oportunidades. As melhores ideias são geralmente aquelas que surgem organicamente, que crescem de forma natural, resultantes das experiências das pessoas. Nesse sentido, a melhor maneira é não pensar, mas sim observar. Partir à descoberta, ficar atento ao que nos rodeia, nas nossas experiências, descobrir as necessidades e problemas. As grandes ideias são as soluções para um determinado problema. As boas ideias surgem muitas vezes na pesquisa das tendências. Como vai ser daqui a três ou cinco anos? Quais problemas existirão? Um exemplo actual é o metaverso ou a mobilidade eléctrica que vai transformar várias indústrias. Acredito que, nas mais diversas áreas de actividade, as descobertas de novas e boas ideias para empreender estão relacionadas com a criatividade e, acima de tudo, saber encontrar os impulsos criativos .
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Envelhecer na terra dos sonhos… Júlio Ferreira (Inconformado Encartado) s meus filhos descobriram a paixão da leitura e estão naquela fase em que devoram livros de todos os géneros. Já dou por mim, a tratar por tu e a perguntar pelos animais de estimação e família, aos simpáticos funcionários de uma livraria bem conhecida de todos os amantes da leitura de Portimão e arredores. Quanto a este novo e magnífico vício, alguns amigos e a família dizem ser “natural”: o pai escreve tal e coiso... Eu acrescento: “Nada mais errado”! Até acrescento que sou daqueles que nunca está satisfeito com o que escreve e, quanto à leitura, até me envergonho de partilhar convosco o quão preguiçoso sou. Até chateia! Vou adiando pegar nos livros que me ofereceram com tanto carinho e amor. Por ser assim e ter a consciência disso, sempre incentivei os meus filhos a não cometerem o mesmo erro. Por isso, há muito que vou dando aquele empurrãozinho que cabe a nós, pais, dar no momento certo. O resto correrá por conta deles e da sua vontade.
Disney, pelos heróis da Marvel, Astérix, Enid Blyton dos «cinco» e Sherlock Holmes para mim, o personagem mais apaixonante de sempre, que chegava mensalmente pela mão do senhor do Círculo dos Leitores. Escondidos debaixo do colchão outra literatura. Confesso!!! Pois, ainda sou do tempo em que uma Playboy tinha a magia de uma viagem ao desconhecido. Aliii… com tudo à mostra!!! Só por puro interesse científico, no que diz respeito ao estudo da anatomia…feminina. Os anos passaram sobre mim, sobre todos nós. Mas, e se o tempo também tivesse influenciado a vida destes simpáticos bonecos? O que seria destes personagens se nos acompanhassem efetivamente ao longo da vida? Se tivessem envelhecido?
Esperem!!!! Não façam como eu, não desistam já…
O Rato Mickey, longe dos holofotes e da fama, teria hoje na realidade 93 anos, seria certamente um rato reformado, rezingão, nostálgico, se calhar viúvo da Minnie. Um Mickey de bengala, impedido pelo médico de comer as tortas da avó por causa da diabetes, a reclamar de uma pensão que não daria para mais do que o aluguer de uma toca manhosa, na lindíssima serra de Monchique...
No meu tempo, já as imensas páginas sem bonecos me faziam desistir logo à primeira e as histórias «de quadrinhos» (assim se dizia e escrevia, porque eram todas importadas do Brasil) eram a minha grande paixão, um vício. O espaço nas estantes do meu quarto era partilhado pela
Na caixa-forte do Tio Patinhas, entretanto falecido, andaria um Pato Donald com 77 anos, herdeiro da fortuna do velho sovina. Está em sérios problemas com a justiça devido às ligações de amizade com o Salgado e Vieira. O seu amor pela Margarida não durou até ao fim da vida e
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O Zé Carioca abandonou o Rio de Janeiro, vive em Portugal desde que Bolsonaro é Presidente do Brasil. É pastor da Igreja Evangélica «bicos de papagaio». É famoso por resolver problemas amorosos, profissionais. Encontra animais perdidos. Cura qualquer doença, vício e unhas encravadas. Pateta e o Peninha descobriram a sua verdadeira sexualidade e vivem juntos num monte alentejano. Destes dois, o que chegou mais longe foi o Pateta. Transformou-se num famoso apresentador de televisão da TVI.
acabaram separados. O sobrinho Huguinho está numa clínica de recuperação pela terceira vez no espaço de dois anos e não consegue largar o pó. Zézinho e Luizinho montaram um site porno na net, onde pela módica quantia de dois euros se podem ver as velhinhas Margarida, Maga Patalógica e a Madame Min, em sessões de strip contínuas através de webcam. Não aconselho!!! O Gastão investe mensalmente toda a sua pensão de invalidez em raspadinhas, mas parece que a sua sorte terminou há muito. Vive da caridade de amigos. Os Irmãos Metralha estão desempregados e a viver do fundo de desemprego. Passam a vida entre entrevistas de emprego e o balcão da tasca mais próxima, onde estoiram o dinheirinho todo em bebida. 147
Na galeria dos restantes personagens da minha infância, o panorama era igualmente desolador: com 63 anos, Obélix depois do último enfarte, foi obrigado pelo médico de família a emagrecer 50 quilos. O Astérix já não tem paciência para aturar romanos. O Tintin, ainda está rijo com os seus 93 anos, sem família, vive num lar. Quanto ao famoso Poppey, já trocou há muito tempo os espinafres por viagra. A Olivia continua um palito. Na verdade, se os heróis da nossa infância envelhecessem, como as pessoas, tornarse-iam iguais a nós. Com uma existência longa e complicada, onde todos esconderiam histórias tristes nas rugas. Mas deixariam de interessar aos mais novos. Ganhavam em humanidade o que perdiam no segredo do seu sucesso. Andariam ao nosso lado, num mundo bem menos colorido e divertido, mas estariam sozinhos entre multidões. Sejam quais forem os vossos heróis «de quadrinhos» não pensem nisso, na terra dos sonhos vive-se melhor. Deixemo-los sossegados .
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #338
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