REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #355

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COMANDO DISTRITAL DE FARO DA PSP COMEMOROU 135 ANOS | GIGGY EM TAVIRA A «NOVA» IGREJA MATRIZ DE LOULÉ | FESTIVAL DA JUVENTUDE DA MEXILHOEIRA GRANDE DIA DE SILVES | «LIVE AND LOUD FEST» EM PORTIMÃO | FUSETA E MONCARAPACHO EM FESTA ALGARVE INFORMATIVO 10 de setembro, 2022 #355

Comando Distrital de Faro da PSP comemorou 135.º aniversário (pág. 24)

Paulo Cunha (pág. 118)

ÍNDICE

Agosto cheio de animação na Fuseta e Moncarapacho (pág. 98)

OPINIÃO

Dia de Silves (pág. 36)

Igreja Matriz de Loulé reabriu (pág. 46)

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Dora Nunes Gago (pág. 122)

«Live and Loud Fest» em Portimão (pág. 110)

GIGGY no «Verão em Tavira» (pág. 82)

Aurea protagonizou um concerto fantástico e emocionado em Silves (pág. 58)

Festival da Juventude da Mexilhoeira Grande (pág. 76)

Mirian Tavares (pág. 120)

Lina Messias (pág. 124)

O lado humano da guerra exposto em Faro (pág. 18)

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Guerra».Ésobretudo

famílias, enfim, da humanidade. É este lado que o fotógrafo Serhiy Stakhnyk, de origem ucraniana, radicado em Faro, quer contar com a exposição «Vozes Fora da o olhar. Intenso,

assertivo,

ALGARVE INFORMATIVO #355 18 O LADO HUMANO DA GUERRA EXPOSTO EM FARO Texto: Vico Ughetto | Fotografia: Vico Ughetto título daspresentesimserquepretendenãoinsinuaraguerrapodehumana,masqueestáoladopessoas,das

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mas que, ao mesmo tempo, revela esperança e firmeza nas convicções, que nos atrai na mais recente exposição ao ar livre, com curadoria da ALFA –Associação Livre Fotógrafos do Algarve, patente até 6 de dezembro no jardim Manuel Bívar em Faro, junto ao velho Coreto que ainda por lá perdura. São 18 famílias que foram captadas pela lente de Serhiy Stakhnyk, ucraniano, a viver em

Faro há vários anos e fotógrafo de profissão.Asuamotivação para este trabalho começou logo no início do conflito, a 24 de fevereiro, quando Serhiy, ou Sérgio, como aceita ser tratado na versão portuguesa, recebe uma videochamada da irmã a mostrar a sua zona a ser atacada por militares russos. Sérgio desabafa que “desde aí sentiu que tinha que fazer algo e, passado alguns dias, lembrou-se de contar as histórias de famílias que tinham vindo refugiar-se em Portugal por as suas cidades estarem sob ataque e destruídas”. Aliás, o tema da destruição está muito presente na exposição, pois cada família segura uma imagem da sua cidade, sendo claramente visível os estragos massivos provocados pelos vários ataques. E são 15 cidades diferentes aqui representadas.

A inauguração a dia 6 de setembro, integrada nas comemorações dos 482

Mas esse contar da história vai para além do retrato visual que fez das famílias. Ele também foi ao pormenor da narrativa de cada uma delas, contada na primeira pessoa, num texto consultável pelo QR-code em cada imagem. É através desse código que ao vermos a fotografia da Oksana Kobeletska, de Odessa, ficamos a saber que essa mãe teve cinco gémeos – três meninos e duas meninas –o primeiro caso em toda a Ucrânia, a que se junta uma filha mais velha. Oksana tem 200 mil seguidores no Instagram e através desta rede consegue alguma ajuda financeira.

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“a arte, e no caso fotografia,a pode ser utilizada para veicular a paz, mostrando outros pontos de vista e visões do mundo, neste caso concreto mostrando a humanidade das famílias face à desumanidade da situação vivida na Ucrânia”. Para Rogério Bacalhau,

anos da elevação da cidade de Faro, contou com a forte presença camarário,executivodoa que se juntou queBacalhauedilidade,presidenteretratos.patentesucraniana,comunidadeaalgunsnosOdaRogériodestaca

esta exposição é “uma forma humilde de a cidade se solidarizar com a causa e dar um pouco de ânimo e esperança que ela termine rapidamente e que as famílias se possam reencontrar em paz e reerguer o país” .

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A cerimónia iniciou-se com uma guarda de Polícia junto ao Centro Cultural António Aleixo e as honras policiais, já no interior do edifício, com a entoação do

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina DistritalComandode Faro da Polícia no135.ºcelebrouSegurançadePúblicaoseuaniversário,dia25de agosto, numa cerimónia realizada da parte da tarde no Centro Cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António, precedida, na parte da manhã, de uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Faro. Na cidade pombalina, a

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cerimónia foi presidida pela Secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, e incluiu, para além da alocução das entidades, a celebração de Protocolos de Cooperação com a Universidade do Algarve e a Região de Turismo do Algarve e a imposição de condecorações e entrega de louvores.

COMANDO DISTRITAL DE FARO DA PSP FESTEJOU 135.º ANIVERSÁRIO EM VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

Hino Nacional, interpretado pela Banda Filarmónica de Vila Real de Santo António e cantado por todos os convidados presentes. De seguida, o Comandante Distrital da PSP de Faro, Superintendente Dário Prates, reiterou “a vontade de querer bem servir o cidadão com elevados padrões éticos, sustentados na lei e sempre disponíveis para, com humildade, melhorar continuamente a qualidade do nosso serviço, alinhados com a estratégia definida pela Direção Nacional e indo ao encontro das expetativas da população que servimos”

O Comandante Distrital da PSP de Faro, Superintendente Dário Prates

.

NumaPrates.breve

naturais repercussões ao nível da criminalidade, do sentimento de segurança e até das relações familiares e sociais. Conforme decorre do Relatório de Segurança Interna de 2021, a criminalidade registada em 2020 e 2021 teve uma descida acentuada relativamente aos anos anteriores, muito por força das restrições do covid-19. No Distrito de Faro verificou-se, em 2021, uma subida da criminalidade geral de 1,4 por cento e uma diminuição da criminalidade violenta e grave de 16,9 por cento, face a 2020”, indicou Dário

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“Encontramo-nos num contexto de alívio das medidas de combate à pandemia, numa fase de ânsia pela retoma da liberdade que foi amplamente condicionada, com

análise ao período de janeiro a julho de 2022, o Superintendente apontou um aumento

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euros, apreendeu droga em montante acima dos 233 mil euros e deteve 214 suspeitos, dos quais 32 sujeitos a prisão preventiva. Realizou também 632 inspeções a locais de crime, com a identificação de 29 suspeitos. atividade operacional do Comando Distrital de Faro da PSP em 2021 resultou em 1.375 operações policiais, 893 operações de fiscalização rodoviária. No âmbito do policiamento de proximidade, destacamos as 590 ações de sensibilização e prevenção criminal, e os 2.195 contatos individualizados efetuados no âmbito dos programas «Escola Segura», «Apoio 65 Idosos em Segurança», «Comércio Seguro» e «Violência Doméstica»”, sublinhou na sua alocução.

Álvaro Araújo, presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

de 10 por cento da criminalidade geral e de 18,4 por cento da criminalidade violenta e grave, mas, comparando-se com o período homologo de 2019, ou seja, antes da pandemia, verificou-se um decréscimo dos crimes registados. Do mesmo modo, os crimes de furto em residência com arrombamento, em veículo automóvel (em especial os catalisadores), o furto em edifício comercial com arrombamento e o crime de resistência e de coação sobre funcionário, bem como a violência doméstica, são os que registam maior agravamento e são, por isso, alvo de um maior esforço de investigação e intervenção da parte da PSP. Ainda segundo Dário Prates, em 2021, o Comando Distrital de Faro recebeu para investigação 4.816 novos inquéritos, concluiu 4.835 inquéritos, realizou 74 buscas domiciliárias, apreendeu 24 armas de fogo e valores superiores a 174 mil

transparente, a que se juntou a preocupação decorrente de outros desafios, como as novas atribuições no âmbito do controlo fronteiriço. Neste contexto, queremos reconhecer e enaltecer a decisão tomada pela Direção Nacional de afetação de 60 novos polícias ao Distrito de Faro”, afirmou o Superintendente.

No que toca aos meios materiais, as deficiências existentes, em especial de viaturas descaracterizadas e de material informático, têm tido também impacto nos processos de trabalho policial, com Dário Prates a salientar a disponibilização recente de 75 novos computadores e respetivos equipamentos acessórios ao Comando Distrital de Faro. Lembrou

Isabel Oneto, Secretária de Estado da Administração Interna

Em relação aos meios humanos, o Comando Distrital de Faro da PSP possui atualmente 802 polícias, que desempenham funções no Comando, nas Divisões de Faro e Portimão e nas Esquadras de Vila Real de Santo António, Tavira, Olhão, Faro, Portimão e Lagos, entre outras unidades, com uma média de idades de 47,8 anos, mas apenas 7 por cento do efetivo é do sexo feminino, “o que tem um impacto muito negativo na operacional”atividade , reconheceu Dário Prates. “Em 2016, desempenhavam funções neste Comando 881 polícias. A informação sobre a situação dos meios humanos foi oportunamente comunicada à Direção Nacional de forma leal e

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por parte dos nossos polícias. Tenho que salientar o elevado número de polícias que desempenham múltiplas funções em acumulação nos vários núcleos e serviços do Comando. Reconheço ainda o profissionalismo dos polícias do InternacionalAeroportodeFaro na difícil fiscalização de centenas de milhares de passageiros no âmbito da pandemia, bem como a disponibilidade e sentido de missão evidenciados pelos polícias em reforço operacional do SEF para garantir o controlo fronteiriço das várias divisões do Comando”, enalteceu o Superintendente Dário Prates. “O nosso objetivo é, não só ir ao encontro das expetativas do cidadão, mas, se possível, excedêlas, dentro do que é legalmente

ainda que a nova Esquadra de Vila Real de Santo António se encontra em fase final de construção, mas pediu uma decisão urgente em relação à esquadra de Olhão, “para podermos garantir as melhores condições de trabalho aos polícias e uma qualidade de serviço ao cidadão que hoje não conseguimos” “Tendo assumido estas funções a 19 de abril do corrente ano, não posso deixar de expressar a minha admiração e orgulho pelo esforço, dedicação e sentido de missão que pude testemunhar nestes últimos meses. Perante as dificuldades inerentes à árdua função policial, pela incerteza que faz parte do nosso quotidiano, perante as dificuldades de meios materiais e humanos, reconheço a resiliência e a vontade de bem servir o cidadão

Aproveitando a presença da Secretária de Estado da Administração Interna na cerimónia que assinalou o 135.º aniversário do Comando Distrital de Faro da PSP, o Presidente do Município de Vila Real de Santo António pediu que seja aumentado o policiamento nas ruas da cidade e a visibilidade das forças de segurança, designadamente a PSP, de forma a aprofundar entre os cidadãos o

O autarca recordou que ainda este ano deverá ser inaugurada a nova esquadra da PSP na cidade, que ficará instalada no antigo edifício da Alfandega, “pela importância da sua localização estratégica, pelo facto de a sua dimensão ser adequada e por ser um edifício emblemático e digno de instalar a polícia que zela pela segurança de todos”. Sem esquecer o

admissível e tecnicamente viável. Mantenham sempre a confiança, resiliência e motivação para trabalhar com ética em prol do cidadão, respeitando e protegendo os direitos fundamentais, em obediência aos princípios da necessidade, adequação e proporcionalidade, e rejeitando qualquer forma de extremismo e discriminação. Sejamos capazes de garantir a segurança para podermos usufruir da liberdade”, apelou, em final de alocução.

sentimento de segurança e proteção de pessoas e bens. “É fundamental incrementar o policiamento nas ruas, precisamente para pôr em prática as vertentes de prevenção e de educação para a cidadania, através de conselhos e informações úteis que os agentes facultam às pessoas. Trata-se de promover uma atitude inclusiva, que há muito é preconizada pelos agentes que patrulham as ruas”, defendeu Álvaro Araújo.

A finalizar a ronda de alocuções, a Secretária de Estado Isabel Oneto também deu ênfase ao decréscimo dos números da criminalidade em Portugal.

que ainda está por fazer no capítulo da segurança, Álvaro Araújo enfatizou o que a Polícia de Segurança Pública tem feito pela segurança no concelho, notando que “todas as palavras proferidas serão sempre exíguas e insuficientes para agradecer tudo o que este corpo policial faz por nós, do ponto de vista humano”

“Continuamos a ser um dos países

No seu discurso, o edil relevou “o caráter preventivo, formativo e educativo que também norteia a ação dos agentes da PSP”, sustentando que “o exemplo da cidade é flagrante para percebermos o valor do apoio constante que é dado à população, durante todo o ano, particularmente nos meses de maior afluência turística” “Aqui as pessoas sentem-se seguras com a

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presença dos agentes da PSP nas ruas da cidade. É um facto que não podemos negar. É difícil adjetivar a importância que a Polícia de Segurança Pública tem para cada um de nós, mas é fácil enumerar as áreas funcionais em que este corpo policial se move: atua na prevenção da criminalidade geral e organizada; na prevenção do terrorismo, na segurança de pessoas e bens; na pequena criminalidade”, salientou Álvaro Araújo, acrescentando a propósito que “não é por acaso que Portugal é um dos países mais seguros da Europa e do Mundo”

houve ainda dois momentos musicais que estiveram a cargo de André Ramos e de Joana e Tiago Lopes. A finalizar o programa realizou-se a imposição de condecorações e louvores aos efetivos do Comando Distrital que foram agraciados com medalhas de serviços distintos, assiduidade, comportamento exemplar e louvores de serviços distintos e de mérito .

Duranterevelou.acelebração

mais seguros do mundo devido, no essencial, ao trabalho das forças de segurança, cada vez mais profissionais e atentas aos novos desafios que Portugal, a Europa e o Mundo atravessam”. Em resposta à solicitação do Presidente da Câmara Municipal, a governante anunciou o reforço para breve dos meios ao dispor da estrutura policial no Algarve e neste concelho em particular. “Foi graças à programação das infraestruturas e equipamentos das forças de segurança que foi possível programar e executar o investimento que aqui vamos inaugurar em breve”, indicou, prometendo também para muito breve a vinda de novas viaturas descaracterizadas e outras para o Algarve e a renovação das esquadras de Olhão e Portimão. Sobre o

efetivo humano da PSP, Isabel Oneto defendeu o rejuvenescimento do pessoal do quadro, pois “só assim será possível manter elevados níveis de prontidão e de resposta”. “Temos em formação mais de 900 agentes, que entrarão ao serviço já em setembro, e ainda no ano de 2022 prevemos a abertura de mais mil vagas”,

personalidades e instituições do concelho e os concertos da Banda Filarmónica de Silves, do Grupo Al-Fanfare e da cantora Aurea, sempre no Castelo de Silves. E, no dia 3, o Município de Silves atribuiu precisamente o Prémio Música a Aurea, ao grupo Inhuman e ao maestro Rogério Marques. Já o Prémio Jovem Revelação foi entregue a Seomara Cabrita, ao passo que o novo Galardão Mérito Coletividade foi concedido à Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines.

SILVES COMEMOROU DIA DO MUNICÍPIO COM ORGULHO NO PASSADO E CONFIANÇA NO FUTURO

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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina s oficiaiscerimóniasdoDia do Município de Silves celebram a conquista da cidade ocorrida a 3 de setembro de 1189, era então D. Sancho I, Rei de Portugal. O programa de atividades que assinalou os 833 anos sobre a conquista da cidade decorreu de 1 a 3 de setembro e incluiu a homenagem a atletas,

afincadamente, na formação e no desenvolvimento dos seus atletas e do seu percurso desportivo. Inclusivamente com participações e excelentes resultados em campeonatos, não só regionais e nacionais, mas também europeus e internacionais”, enalteceu a edil no seu discurso no Dia do Município.

Rosa Palma mostrou-se orgulhosa com conquistas que marcam, não só a história recente, como também a valorização do concelho de Silves. indubitavelmente,“São,fruto de bastante sacrifício e trabalho, mas também reveladoras do empenho, da capacidade de luta e de resiliência que os silvenses possuem para ultrapassar cada uma das adversidades e ser cada vez melhores, levando e elevando Silves no panorama regional, nacional e internacional”, destacou,

Na véspera já tinham recebido a distinção do mérito desportivo, nas várias modalidades ao longo da época, cerca de uma centena de atletas e três equipas de 13 clubes, associações e coletividades do concelho, com Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves, a endereçar “um especial agradecimento pelo esforço e pelo incansável trabalho desenvolvido e que nem em período de crise pandémica os esmoreceu”. “Muito pelo contrário, as associações, coletividades e instituições do concelho – num trabalho em rede e em estreita atamanhocapacidadeter,programasdoparticipaçãocolaboração,eacompanhamentoMunicípio,atravésdosseusdeapoio–mostraramapesardasadversidades,umaderesiliênciadodomundoecontinuaramtrabalhar,empenhadae

De facto, e apesar das dificuldades, Rosa Palma referiu que a sua equipa e executivo têm sabido aproveitar o pacote de fundos comunitários no âmbito do Portugal 2020, e mais recentemente, do Portugal 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência, orçamental,Serracomcompetitividadequalidadebem-estarquedefundamentais“instrumentosparaaconcretizaçãoinúmerosprojetoseaspiraçõesnostêmajudadoamelhorarodaspopulações,asuadevidaeadeumconcelhoumvastíssimopotencialdaaoMar”“Noplanoacomodamosmetase

explicou Rosa Palma. “Neste contexto, o Município de Silves e o seu Executivo permanente tudo têm feito para, diariamente, superar as diversas adversidades e cumprir o compromisso que tem junto das populações”, garantiu.

sem esquecer também os desafios porque passou a própria autarquia que lidera, “devido à crise pandémica; à descentralização de competências do Estado, nas áreas da saúde, educação e ação social, que não é acompanhada, nem dos recursos humanos, nem dos meios financeiros indispensáveis ao seu exercício; aos recursos financeiros transferidos pelo Estado para os Municípios que são insuficientes; à inflação que continua a subir e o custo das matérias-primas, dos serviços, das empreitadas a aumentarem de forma brutal; e às receitas próprias que são sempre insuficientes para cobrir as necessidades das populações e do território, o que implica a priorização das despesas e do investimento numa lógica sectorial, territorial e global”,

objetivos, projetos e obras estruturantes e emblemáticas, para a prossecução do desenvolvimento sustentável, coeso e integrado do nosso concelho; e do qual faz parte uma política fiscal, de preços e incentivos, amiga do cidadão, da empresa e do contribuinte, de reconhecimento de isenções e reduções de taxas municipais, assim como a atribuição de benefícios fiscais e apoios financeiros à reabilitação urbana e ao investimento sustentável no concelho de Silves e à proteção, recuperação e dinamização da economia local no contexto pandémico; uma política de apoio

O Município de Silves está igualmente envolvido em projetos pioneiros e inovadores como a futura Área Marinha

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social a pessoas e famílias carenciadas ou em situação de vulnerabilidade, por forma a aliviar o esforço de cidadãos e famílias nas suas despesas de habitação, saúde, educação, transportes e outras imprescindíveis para garantir a promoção da qualidade de vida, da igualdade de oportunidades, da coesão social e da cidadania; uma política de dinamização cultural, educacional, patrimonial e de âmbito turístico, diversificada e abrangente, para todas as faixas etárias e públicos”, frisou Rosa Palma.

Protegida de Interesse Comunitário com foco principal na Baía de Armação de Pera, e que deverá ganhar forma jurídica como Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado; o desenvolvimento da candidatura do «Geoparque Algarvensis» a Património da UNESCO, em parceria com os Municípios de Loulé e Albufeira; e a dinamização da Rota da Laranja, que, a curto e médio prazo, se pretende impulsionar e consolidar, gerando benefícios para o concelho e para os seus diversos agentes económicos, aliando a agricultura a uma oferta turística diferenciadora. “O desafio é grande, o trabalho maior ainda, mas tudo continuaremos a fazer para tornar este concelho ainda melhor, tendo alocado no plano orçamental avultados recursos públicos no prosseguimento da reabilitação,

extensão, reorganizaçãoconsolidação,emodernização da rede de abastecimento de água; mas também no aperfeiçoamento e inovação do sistema público de limpeza e higiene pública, na melhoria da rede viária, vias de comunicação e acessibilidades, na construção e requalificação de equipamentos de uso coletivo e utilidade pública, na educação, na preservação e valorização do património cultural e na requalificação do espaço público. Tudo isto sem, no entanto, deixar de dar respostas locais e pautando o envolvimento longo e participado do Município com as associações, coletividades e

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não estão, igualmente, o movimento associativo, as Corporações de Bombeiros Voluntários e os Agrupamentos Escolares do concelho, nem as Freguesias e Uniões de Freguesias. “Abraçamos esta missão com sentido de responsabilidade e cooperação. Abraçamos este compromisso com o objetivo de promover a qualidade de vida das populações, a igualdade de oportunidades, a coesão social e a cidadania. Abraçamos este desafio com a noção de que as conquistas

entidades locais”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Silves.Esquecidos

que ainda estão por vir têm um forte e robusto alicerce na sua base, pensando no presente, mas também com os olhos postos no futuro e nas gerações vindouras. Abraçamos este concelho com o orgulho nos olhos de quem o vê crescer passo a passo, com alegria nas grandes e nas pequenas vitórias, mas sempre com uma enorme motivação para elevar Silves a um patamar superior. O caminho faz-se caminhando, o futuro é feito agora e nós contamos convosco”, concluiu a autarca, antes de se dar início à entrega das distinções .

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

APÓS PROFUNDA E LONGA REABILITAÇÃO, IGREJA MATRIZ DE LOULÉ VOLTA A ESTAR AO SERVIÇO DO CULTO E DO TURISMO

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o fim de cinco anos de recuperaçãointensa e reabilitação, a Igreja Matriz de Loulé reabriu, no dia 3 de setembro, rejuvenescida e com melhores condições de conforto e segurança, não só para a comunidade católica que frequenta o espaço, mas também para os turistas que visitam o centro histórico da cidade e que ali têm um ponto de paragem obrigatória. Um dia emotivo para os

louletanos que contou com a presença da Secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, que se deslocou ao Algarve para ver o trabalho realizado neste edifício datado do século XIII, classificado como Monumento Nacional, e que constitui um dos principais testemunhos do período Gótico na região. Já em representação da Igreja esteve o Bispo do Algarve, Manuel Quintas, precisamente no dia em que celebrou o 22.º aniversário da sua ordenação episcopal, juntando-se ainda à cerimónia o louletano António Carrilho, Bispo Emérito do Funchal.

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memória, mas também de afetos e sentimentos, elemento identitário, a Matriz de Loulé vive a partir de agora um novo ciclo na sua vida, depois “de uma intervenção capital, de A a Z”, descreveu Vítor Aleixo. “Fica aberta ao culto e fica também aberta à visitação turística, a todos aqueles que vêm a Loulé e procuram conhecer o seu património, porque este é também um espaço riquíssimo do ponto de vista da sua representação, da arquitetura, dos altares, dos estilos. Tudo isso é motivo de atração de turistas e foi também a

A intervenção promovida pelo Município de Loulé passou primeiro pela reabilitação dos retábulos e altares, seguindo-se a recuperação do pórtico e, finalmente, os trabalhos na estrutura que obrigaram ao encerramento do local. O projeto da autoria do arquiteto Vítor Mestre foi concretizado no “momento limite”, indicou o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, uma vez que esta igreja se encontrava em risco de colapso. “Estava a degradar-se silenciosamente, lentamente, mas inexoravelmente. Dentro de algum tempo já não teríamos a integridade dos altares e já não seria possível recuperá-los. Foi uma intervenção feita no limite, mas decidida em boa hora”, assegurou o autarca, tratando-se de uma obra orçada em cerca de 1 milhão e 100 milEspaçoeuros.de

pensar neles que esta intervenção foi feita”, recordou o edil louletano, acrescentando que “a reabilitação deste edifício faz parte de uma linha política de orientação estratégica apostada na valorização e na recuperação do património, de uma forma consistente e com um olhar estratégico para o futuro” “Loulé

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O edil falou ainda de projetos “muito ambiciosos” como o Quarteirão Cultural no centro histórico da cidade ou a recente abertura dos Banhos Islâmicos/Casa Senhorial dos Barreto, espaço que a Secretária de Estado da

Conservatório de Música de Loulé Francisco Rosado, para o qual o autarca antevê já uma possível “ampliação do espaço”

tem tido a sorte de os últimos ciclos políticos da Câmara terem sido governados por pessoas que sempre tiveram o cuidado de valorizar o património, mas, nos últimos anos, este ritmo acelerou francamente”, disse o responsável municipal, lembrando os casos da recuperação do Palácio Gama Lobo e da requalificação levado a cabo no Solar da Música Nova para instalação do

. No que toca a esta reabilitação, sublinhou “a importância artística e patrimonial de uma igreja que apresenta notáveis testemunhos da evolução histórica e das sucessivas camadas construtivas e ornamentais, do século XIII aos finais do século

Cultura visitou antes de participar na reabertura da Igreja Matriz de Loulé. As palavras da responsável com a tutela do património foram também para o “trabalho meritoso” do Município de Loulé na área da Cultura “que deve servir de exemplo de boas práticas ao levar em harmoniosamentecontaa tradição e a modernidade, colocando o foco nas pessoas e no território para alcançar o sustentável”desenvolvimento

XVIII, mas também o que representa enquanto elemento agregador das pessoas e das comunidades”

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“Construir ou reconstruir uma igreja exige sempre que se desenhe e promova esta identidade. O espaço litúrgico, a

O anfitrião da cerimónia, o padre Carlos Aquino, falou da alegria para a comunidade católica de Loulé da reabertura depois de um longo tempo de portas fechadas “desta bela e grandiosa casa onde se aviva a memória de uma história, de uma cultura e de um povo crente”. O pároco evocou ainda o simbolismo da igreja enquanto espaço de representação humana do divino, lugar e assembleia, local de reunião e celebração.

Outra das novidades do dia foi a abertura do espaço museológico da Igreja Matriz, situado numa ala lateral do edifício, que conta com duas salas: uma dedicada ao cerimonial que envolve a Eucaristia e o Batismo, onde é possível ver elementos como livros litúrgicos, a cruz processional e ciriais, duas custódias ou alguns paramentos; e uma outra onde está patente uma exposição dedicada ao culto da Mãe Soberana e onde se destaca o manto e as coroas da Nossa Senhora da

casa da Igreja é um lugar simbólico na medida em que a sua linguagem nos fala de outra realidade: a do mistério de Cristo significativamente presente na mesa do sacrifício – altar – e no ambão, lugar para a proclamação da palavra”, aludiu o prior.

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Piedade. Entretanto, o presidente da Câmara Municipal de Loulé anunciou que, a partir do dia 3 de setembro, a circulação e estacionamento automóvel no Largo da Matriz serão condicionados, apenas com acesso a moradores e viaturas de emergência. “Aproveitámos esta oportunidade para libertar este largo dos carros. Não podemos gastar tanto dinheiro do erário público municipal a recuperar o património e depois deixar que os carros, sem qualquer regra nem disciplina, lhe tirem o brilho”, explicou. E, numa altura em que existe já um projeto, da autoria do arquiteto Gonçalo Byrne, para a requalificação do largo e envolvente da igreja, o autarca adiantou que essa intervenção poderá ser o próximo passo para a valorização do Centro Histórico de Loulé .

EMEMOCIONADOFANTÁSTICOUMPROTAGONIZOUAUREACONCERTOESILVES Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #355

Aurea saltou para a ribalta, em setembro de 2010, quando se estreou no meio musical com um álbum homónimo, tendo de imediato sido considerada como uma das melhores vozes portuguesas da atualidade. Não foi de admirar, por isso, que «Aurea» tenha disparado para o número 1 dos tops nacionais de vendas e alcançado a dupla platina, feito de invejar numa época em que cada vez se vendem menos discos de música. Um ano depois novo disco, desta feita ao vivo no Coliseu dos Recreios, que obteve o mesmo sucesso, mercê da voz poderosa e sedutora desta algarvia de gema, bem como da sua beleza e simpatia deslumbrantes. 2011 que foi, de

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oite de emoções fortes para a conhecida cantora Aurea, no dia 3 de setembro, que foi homenageada pela Câmara Municipal de Silves no âmbito das comemorações do Dia do Município, mas, principalmente, por ter dado o primeiro concerto na cidade para onde foi viver com apenas dois anos de idade, e onde cresceu e se fez mulher e artista. Um regresso às origens que deixou Aurea bastante emocionada, por ter na plateia os seus pais e muitos amigos da sua infância e do seu dia-a-dia, antes de ter sido descoberta por Rui Ribeiro.

Depois, um interregno, momento de recarregar as baterias, até ressurgir, no início de 2016, com «Restart», e a história

repetiu-se, pois saltou diretamente para os tops nacionais. Dois anos depois aparece «Confessions» com o mesmo sucesso, e novo disco está na forja para sair, um lançamento que foi, entretanto, adiado devido à covid-19. E foi um pouco de tudo isto que Aurea trouxe ao Castelo de Silves na noite de 3 de setembro, num concerto extraordinário em que apresentou os seus maiores êxitos, homenageou alguns cantores que influenciaram o seu percurso e deu a conhecer, quase em primeira mão, um tema original que compôs durante os confinamentos ditados pela pandemia .

facto, o ano de afirmação de Aurea, vencendo o Globo de Ouro de melhor Artista a Solo e conquistando o troféu de melhor Artista Português dos MTV Music Awards, feito que repetiu em 2012. Uma senda vitoriosa que prosseguiu com o segundo disco, «Soul Notes», a atuar em inúmeros festivais, a dar voz a filmes de animação, a ser júri de programas de televisão, inclusive a ser o rosto de uma conceituada marca de automóveis.

UHF, R.A.M.P. E TIO JEL AGITARAM 21.º FESTIVAL DA JUVENTUDE DA MEXILHOEIRA GRANDE Texto: Daniel Pina| Fotografia: Paulo Filipe ALGARVE INFORMATIVO #355

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Na sexta-feira, 2 de setembro, o Festival arrancou com os Apocalypse Conspiracy, um grupo de metal algarvio criado em 2021, a que se seguiu a atuação dos R.A.M.P., uma das bandas de referência da música pesada feita em Portugal e já com nove discos editados. A noite de abertura terminou com os Invaders, a primeira e única banda de tributo ao grupo britânico The Prodigy a atuar em Portugal.

Para sábado, 3 de setembro, foram convidados os Giletes D’Aço, bem conhecidos pelas suas atuações de stand-up comedy; os Viralata, que contam com quatro álbuns editados e também trazem na bagagem humor, mensagens especiais, muita energia e atitude, num espetáculo de punk rock em português; os UHF, uma das mais prestigiadas referências do rock português de todos os tempos; fechando a programação o artista Tio

Grande, que regressou ao Polidesportivo da Figueira nos dias 2 e 3, com nomes bem conhecidos do público nacional como UHF, R.A.M.P. e Tio Jel.

Jel.O

Festival foi organizado pelo Mexilhoeira Grande Futebol Clube em colaboração com a associação Alternativa XIII, tendo os apoios do Município de Portimão e da Junta de Freguesia local, além do patrocínio da empresa Rickytravel .

início de setembro foi marcado no concelho de Portimão pela 21.ª edição do Festival da Juventude da Mexilhoeira

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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Miguel Pires (www.mpalgarve.com)

REGGAE À PORTUGUESA NO «VERÃO EM TAVIRA» COM OS GIGGY

resença regular na animação cultural de Tavira, os GIGGY –Groove Is Gonna Get You voltaram a agitar a Praça da República, no dia 18 de agosto, em mais um excelente concerto inserido no programa «Verão em Tavira» dinamizado pela Câmara Municipal de Tavira. A banda tavirense partilhou a sua enorme alegria e boas vibrações com a assistência, deixando todos os presentes com uma grande vontade de dançar fruto dos seus temas agitados, na grande maioria em português, mas também em inglês.

Os Groove Is Gonna Get You surgiram por brincadeira, em 2011, quando se juntaram três amigos unidos pela paixão de fazer música e por influências semelhantes, em torno do Soul, Funk e, principalmente, do Reggae. Uma década depois, em maio de 2021, lançaram o single «Estás na Tua», gravado ao vivo no Bafo de Baco, em Loulé, e neste período passaram por inúmeros palcos no Algarve e noutros pontos do país, sempre com um êxito assinalável .

AGOSTO RECHEADO DE MÚSICA NA FUSETA E MONCARAPACHO 98

MONCARAPACHO

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Texto: Daniel Pina| Fotografia: Fábio Freira Photography / União de Freguesias Moncarapacho e Fuseta

MÚSICA E ANIMAÇÃO

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Fuseta acolheu, na Zona Ribeirinha, no dia 28 de agosto, o XXXV Festival de Folclore do Rancho Folclórico Moncarapacho,de com um público interessado e seduzido pela elevada qualidade do folclore apresentado, um cenário idêntico ao que já tinha acontecido, na véspera, em Moncarapacho, na Praça Major João Xavier de Castanheda, em dois eventos que contaram com o apoio da União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta.

No dia 21 de agosto, os Némanus protagonizaram um fantástico concerto na

Zona Ribeirinha da Fuseta, com milhares de pessoas a vibrarem com este duo de referência nos ritmos latinos/africanos que, associados à dance music, produzem uma sonoridade muito própria. Antes disso já tinha atuado o duo fusetense «Tons de Baile». Animação não faltou também no dia 19, com a Praça Major João Xavier de Castanheda, em Moncarapacho, repleta para assistir ao espetáculo de Augusto Canário, um dos grandes nomes da música popular portuguesa da atualidade, antecedido pelo som de Ruben Filipe. Ambos os concertos foram organizados pela União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta, com o apoio do Município de Olhão .

LIVE AND LOUD FEST REGRESSOU À ALAMEDA DE PORTIMÃO

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Ricardo Coelho e Miguel Duarte

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ealizou-se, na Praça da República, em pleno centro da cidade de Portimão, nas noites de 30 e 31 de agosto, o 2.º Live and Loud Fest powered by Associação Cultural Marginália.Aprogramação

integrou, no dia 30, os lisboetas «Dead cats Dead rats», que protagonizaram um tributo aos «The Doors», a controversa e influente banda norte-americana da década de 60 liderada pelo carismático Jim Morrison. Músicas como «Break on Through (to the other side)», «Light my fire» e «The end», clássicos do rock psicadélico, fizeram

vibrar o público presente neste evento de entrada gratuita que também contou, na primeira noite, com os «The Twist Connection», uma banda de rock formada em 2015 por Carlos «Kaló» Mendes na voz e bateria, Sérgio Cardoso no baixo e Samuel Silva na guitarra. Vindos de Coimbra, e para além da presença assídua nos tops de várias rádios nacionais, este ano fizeram parte do cartaz do mítico Festival Paredes de Coura.

No dia 31 de agosto subiram ao palco os «The Peakles», num tributo àquela que é considerada a banda mais influente da histórica da música, «The Beatles». «Yesterday», «Let it be», «Hey Jude», «Come Together», clássicos da

banda de Liverpool formada por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, fizeram recordar os Fab Four. Ainda no dia 31, o palco contou com a presença dos «The Mirandas», banda de originais de Faro que percorre o Blues, Rock e Soul inspirados nas sonoridades das décadas de 50, 60 e 70. Em 2021, o grupo lançou o seu primeiro trabalho, «All Those Yesterdays», e fez parte, em 2022, do cartaz do icónico Festival Vilar de Mouros .

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tão difícil perceber que é a diferença que dá à vida um dos seus maiores propósitos? A inteligência emocional revela-se na aceitação e no respeito pelo oposto! Quem a possui tem a capacidade de distinguir, ver e apreciar todas as cores do arco-íris. Ver alguém feliz e ficar feliz com a sua felicidade é

pública ou na sua pretensa normalidade doComolar.

O sexo dos anjos Paulo Cunha (Professor)

pessoas que não entendem a razão por que seres iguais a si sentem atração e amam pessoas do mesmo sexo, esgrimem razões que a própria razão desconhece para justificar a repulsa pela diferença. Ser amigo de alguém é condição de aceitação e de respeito, por isso não consigo entender como é que alguém não tolera e respeita o que realiza emocionalmente e faz feliz outro ser humano.Porvezes,

ou rematarem certas conversas, referindo: “Eu até tenho homossexuais!”.amigosSendo

explicar a alguém que nega e rejeita liminarmente, apelidando-o de contranatura, a atração amorosa e o desejo sexual por uma pessoa do mesmo sexo? Por mais que tentemos, não conseguimos mudar o que nos atrai nos outros, independentemente dos atributos e expetativas socialmente associadas a ser-se do sexo feminino ou do sexo masculino. Porque, afinal de contas, somos o que somos e não o que os outros querem que sejamos.

deparo-me e convivo profissional e socialmente com pessoas que, unicamente por preconceito, têm relutância, não sabem ou não querem aceitar a Munindo-sediversidade.de«certezas»

Num século em que seria expetável já nos termos livrado dos estigmas que catalogavam a homossexualidade como uma aberração, uma doença ou uma qualquer possessão demoníaca, deparamo-nos cada vez mais com um retrocesso civilizacional em relação aos direitos e deveres de uma comunidade que, face à ostracização e discriminação impostas pela sociedade, foi obrigada ao longo dos tempos a fechar-se no «armário».Seráassim

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eio e pessoasfrequentemente,oiço,afinalizarem

científicas, religiosas e éticas tentam esconder a cabeça na areia, proferindo aos quatro ventos que não têm nada a ver com o que os outros fazem entre as quatro paredes do seu quarto, não tolerando é que pessoas do mesmo sexo tenham manifestações amorosas à sua frente, pois tal as incomoda. Confesso que o que me incomoda, como já vi e ouvi mais do que uma vez, são homens a ofenderem e a agredirem as suas companheiras na via

sentir felicidade a dobrar. É disso que o mundo precisa!

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Não tenho amigos homossexuais. Não tenho amigos pretos. Não tenho amigos deficientes. Não tenho amigos «esquisitos». Tenho (apenas) Amigos! Todos nasceram, vivem e morrerão como eu. A diferença só existe em quem a vê... e quem a vê é - efetivamente - diferente de mim! .

Falo da solidão não desejada, daquela que nos come por dentro, às vezes, que habita aquele lugar muito escuro, enfiado num canto e que se revela de forma inusitada ou inesperada. É lugar-comum dizer que nascemos e morremos sós, o que não é exatamente verdade, pelo menos no caso do nascimento, mas é um facto que apesar de tudo e de todos, há momentos em que a solidão nos devora. E nem todos os livros de autoajuda do mundo nos podem socorrer com suas frases feitas, e perfeitas, de mundos corde-rosa que podemos, cada um de nós, projetar para si. Aliás, muitos desses livros deviam ser considerados leituras impróprias, pois dizem que só nós, sozinhos, somos capazes de mudar a nossa vida, de alterar o nosso futuro e quando não conseguimos, sentimo-nos culpados, inúteis, autênticos perdedores num mundo que, aparentemente, é habitado por quem nunca levou porrada, como escreveu o Pessoa. A solidão, além de um município, é um facto. Alguns se sentem sós porque não têm mesmo ninguém, outros porque não conseguem preencher um vazio que lhes habita e do qual, muitas vezes, não se conseguem livrar. Eu faço parte do segundo grupo,

Da Solidão Mirian Tavares (Professora)

olidão é um município brasileiro do estado de Pernambuco. Localiza-se a uma latitude 07º36'01" Sul e a uma longitude 37º39'07" Oeste, estando a uma altitude de 586 metros. Sua população estimada é de 5.405 habitantes distribuídos numa área de 130,74 quilómetros quadrados. Contase que um padre, convidado a benzer a casa do fazendeiro cujas terras deram origem ao município, disse ao chegar: "Que solidão, Jesuíno!", assim se chamava o fazendeiro, que desconhecia o significado da palavra e pediu ao padre para lhe explicar. O padre então responde: solidão é um lugar isolado, deserto. Acho bonita essa história e também me encanta a ideia de uma terra que se chama Solidão. Seus habitantes não são solitários, mas sim solidanenses. Acho bonito porque a solidão é algo que nos frequenta muitas vezes, mesmo quando estamos rodeados de pessoas, mesmo quando temos ao nosso lado alguém que amamos muito e que, maravilha das maravilhas, nos ama de volta. Como é possível sentir-se solitário se nem os habitantes de Solidão o são?

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A solidão é fera, a solidão devora É amiga das horas, prima-irmã do tempo E faz nossos relógios caminharem lentos Causando um descompasso no meu coração (…) Alceu Valença

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mas aprendi, com os anos, a lidar com esta maleita. Não é fácil e não há fórmulas prontas, cada um deve encontrar o seu caminho para sentir-se confortado, acarinhado, feliz mesmo estando irremediavelmente só. O que não podemos, acho eu, é deixar que a solidão que nos habita, também nos devore, que nos impeça de avançar em direção ao outro, aos outros. Conheci pessoas que se sentem refesteladas com a sua solidão. Temos de estar atentos às dádivas que aparecem pelo caminho em forma de pessoas, de afetos, de lugares.

Foto: Vasco Célio

Ao que ele responde: Eu prefiro um tugerante! Já que era para escolher, ele fez a sua escolha. E me fez ver que há sempre mais escolhas à nossa frente além do isso ou aquilo. Entre a miséria da alma humana e a solidão, podemos escolher tomar um gelado, ler um livro, ver um filme. Podemos até escolher ir viver em Solidão, mas não devemos deixar que a solidão viva em nós .

O filho tinha dois anos e eu, num daqueles dias sem paciência, pergunto: preferes tomar banho ou ficar de castigo?

Ao longo das três partes do filme, vamos mergulhando nas profundezas da arte e da intimidade destes notáveis artistas, assim como da turbulência do contexto histórico em que a sua existência se desenrolou. Assim, com o início da Segunda Guerra Mundial, rumaram de Paris a Lisboa, com o intuito de obterem a nacionalidade portuguesa, no entanto, sendo apátridas, além do mais, tendo Arpad origem judaica, o pedido foi negado. Por conseguinte, refugiaram-se no Brasil, mais concretamente no Rio de Janeiro. Das cartas trocadas com a família, nomeadamente com a mãe de Vieira da Silva, a viver em Sintra, configura-se a ideia de desenraizamento, de um profundo exílio, sendo a arte e a

no amor. Casaram em 1930, em Paris, acabando por se tornarem ambos apátridas. Se nos primeiros anos partilharam o atelier, depois acabaram por optar por espaços de criação separados, mantendo, contudo, sempre o profundo diálogo.

Do projecto Cinemalua e Vieirarpad

oi no início de Junho que conheci o Projecto Cinema Lua, dinamizado por Nuno Cardoso, apoiado pela Direcção Regional de Cultura do Algarve, Instituto da Cultura e do Audiovisual, Filmes Midas e por diversos Municípios, do qual já existiram diversas edições. O seu objectivo é levar ao interior algarvio filmes, muitos deles premiados em festivais de cinema de referência (como por exemplo no de Cannes), que se encontram fora dos circuitos comerciais, não sendo de fácil acesso. Este é o caso de títulos como «Festa na aldeia» de Jacques Tati, «Gato Preto, Gato Branco» de Emir Kusturika, entre tantos outros. A projecção dos filmes acontece tanto ao ar livre, como em diversos espaços interiores.Nomeu

caso, tive oportunidade de assistir, no Cine Teatro de São Brás de Alportel, no início de Junho, altura da sua estreia nacional, ao excelente documentário de João Mário Grilo intitulado «Vieirarpad».

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João Mário Grilo partiu das cartas trocadas entre a pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (1908-1922) e o húngaro Arpad Szenes (1897-1985), artistas que partilharam de uma cumplicidade que se estendeu durante 55 anos alicerçada acima de tudo, na arte e

Dora Nunes Gago (Professora)

Além da correspondência que serve como fio condutor, elo a unir as múltiplas dimensões da vida e da arte, também o documentário intitulado «Ma Femme chamada Bicho» de José Álvaro de Morais (à memória de quem o filme é dedicado, assim como à de António Escudeiro) funciona como âncora.

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como refere Luís Miguel Miranda, num texto publicado online em Cinema7arte, “As artes diferenciadas de Vieira e Arpad são e serão uma só, feitas dessa arte suprema e absoluta que é o amar quem se ama, com todas as palavras, em todas as cartas, em todos os caminhos”.

Resta, pois, esperar que o projecto Cinemalua se mantenha e se expanda, permitindo um melhor acesso a valiosos filmes, tanto recentes como mais antigos, que tanto nos enriquecem .

Acima de tudo, «Vieirarpad» (título composto pela fusão dos dois nomes, a evocar um terceiro elemento, uma entidade «fantasmática» nascida dessa aliança) é um filme sobre a arte que une e ultrapassa os diversos e, por vezes, árduos caminhos da vida. Isto porque,

companhia um do outro, os portos de abrigo.Regressados a Paris em câmaragostaSilvacomentárioàconsagradasdecorpoquotidiana,simplicidadeevocamseparados.queNovaBudapeste,Paris,cartasregistadassucessoSeguiram-seintelectualentrerestabeleceram-se1947,aarteeavidaparisiense.anosdeprofissional,atravésdastrocadasdeLondres,LisboaouIorque,sempreseencontravamAscenasfinaismemóriasdadandoàgenuinidadeduasvidasaoamorearte,comodeVieradaareferirquenãodepintarparaaouafrasedeArpad de que “se está bem junto ao lume”. No fundo, breves testemunhos de como uma obra grandiosa pode ir nascendo dos alicerces mais simples e puros da existência.

uma gaveta da estante da sala dos meus pais está uma caixa de cartão cheia de cartas de Amor. Desde o dia em que se conheceram até ao «sim», na igreja, foram sete anos de troca de correspondência, de juras de amor eterno, elogios mútuos e muitas saudades. Namoraram e fizeram planos para o futuro à distância, resistindo ao passar dos anos e a muitos desafios. Outros tempos, muitos dizem… Casaram num primeiro de janeiro, e cinquenta anos depois assim continuam, dando real valor a muito do que foi dito e jurado em frente ao Sr. Padre.

Cartas de Amor Lina Messinas (Especialista em Feng Shui)

Continuamos a escrever, mas agora textos nas redes sociais, mensagens no Messenger e no Whatsapp, onde tudo o que escrevemos se consegue apagar de imediato. Quando queremos e nos convém, podemos «limpar» toda a nossa história com determinada pessoa sem quaisquer registos para mais tarde recordar! Que triste… pois todos nós somos feitos de histórias, sejam elas mais ou menos bonitas, negá-las ou tentar eliminá-las só faz de nós pessoas mais «pobres».Estamos a levar a máxima do «viver aqui e agora» a um extremo em que negamos o nosso passado e muitas vezes recusamos fazer planos para o futuro. O «aqui e agora» não dá mais espaço ao romantismo e à magia dos «para sempres», e sem o sonho das perspectivas que o futuro nos pode reservar, na minha opinião, a vida deixa de fazer Continuosentido.agostar da palavra escrita no papel, continuo a resistir às agendas digitais e insisto em ler livros, revistas e

e felicidade de receber e escrever algumas cartas de Amor, muitos postais de Feliz aniversário e Feliz Natal! Estas novas gerações dificilmente saberão o que é ir à caixa do correio e receber uma carta escrita num papel e as únicas cartas que conhecem e vão receber são as cartas das contas para pagar.

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Confesso que, quando era miúda, abri umas quantas cartas e desejei intimamente que um dia alguém me escrevesse palavras tão bonitas. Ainda hoje, acho que há algo de eterno no que escrevemos num papel, e no tempo em que ainda se acreditava em «para sempres», não havia receio de registar o que se sentia em palavras escritas que se podem guardar e revisitar quantas vezes quisermos.Aindasou da «era a.t.» (antes do telemóvel), aliás, vivi (e bem, por sinal) quase 30 anos antes do «boom» de todas as tecnologias que hoje fazem parte do nosso dia-a-dia. Ainda tive a grande sorte

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jornais em papel. Até estes artigos que escrevo todos os meses, começam sempre com rabiscos e acertos num caderno e só depois os escrevo no computador. Gosto de papel, gosto de senti-lo e cheirá-lo, gosto de saber que posso ler e reler o que lá está escrito as vezes que desejar. O papel tem feito parte da minha história, sendo os livros os grandes protagonistas. Quem conhece a minha casa sabe que os encontra em muitas das divisões, e são das poucas coisas materiais a que tenho verdadeiro apego.

Assumo que também leio muito em formato digital e não pensem que repudio todos os benefícios das novas tecnologias, simplesmente prefiro não abandonar o que me faz mais sentido. Mas, também graças ao amor retratado em papel do passado dos meus pais, continuo a acreditar na eternização da palavra escrita neste formato, e da importância que ela tem na minha própria história e raízes .

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