ÍNDICE
Secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa visitou Inframoura (pág. 28)
Infraquinta hasteou Bandeira Nacional (pág. 30)
ABC atribuiu Bolsas de Investigação José Mariano Gago e João Larguito (pág. 34)
Portimão entregou Prémio Municipal do Voluntariado (pág. 44)
Festival Contrapeso arrancou com «Scotland!» dos The Latebloomers (pág. 54)
UHF em Lagos (pág. 68)
«Dracula - Lucy’s Dream» no Cineteatro Louletano (pág. 78)
Suricata no «Choque Frontal ao Vivo» (pág. 86)
«Zoo Story» no Cineteatro Louletano (pág. 96)
OPINIÃO
Mirian Tavares (pág. 108)
Fábio Jesuíno (pág. 110)
Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa visitou Inframoura
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
Inframoura –Empresa de Infraestruturas de Vilamoura recebeu, no dia 2 de dezembro, a visita do Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, que se deslocou até ao concelho de Loulé para tomar conhecimento das iniciativas promovidas pela autarquia local no âmbito das
tecnologias associadas à gestão da água e resíduos sólidos urbanos e do desenvolvimento urbano sustentável, referente, concretamente, à energia e à mobilidade em Vilamoura. Numa cerimónia que contou também com a presença do Diretor Executivo da Estrutura de Missão Portugal Digital, Bernardo Sousa, do presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo e demais vereadores, e do presidente do Conselho de Administração da Inframoura, José Reis, Mário Campolargo
declarou que a intenção do governo é conceber “uma estratégia nacional de digitalização que não seja apenas um acumular de conceitos e ideias, sem estar verdadeiramente consciente daquilo que já é realizado no terreno”
O Secretário de Estado reconheceu que Portugal tem muitas «Smart Cities», mas há que começar a pensar, sim, em «territórios inteligentes», “porque há diferentes perspetivas, quer estratégicas, quer práticas, na implementação de uma «smart city», e que refletem as maturidades dos próprios municípios, as cidadanias que existem em torno desses
municípios e as prioridades de cada território”. “As opções políticas e as direções estratégicas devem ser definidas pelos eleitos pelas populações, de acordo com os alinhamentos nacionais e internacionais, portanto, temos que perceber como é que cada território, concelho ou cidade interpreta estes conceitos. Interessa-me compreender de que forma a experiência de Loulé pode ser importante para a criação de uma estratégia nacional de digitalização, mas também como é que uma estratégia nacional pode ajudar uma estratégia local”, salientou Mário Campolargo, antes de ficar a conhecer o que está a ser feito pela
Inframoura. “E temos um mecanismo particularmente importante para financiar tudo isto, o Portugal 2030, que tem uma lógica de financiamento muito
completa em todos os sectores que fazem parte desta noção de «território inteligente»”, disse ainda o governante .
Infraquinta hasteou Bandeira Nacional
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
Infraquinta –Empresa de Infraestruturas da Quinta do Lagoa hasteou, no dia 1 de dezembro, Dia da Restauração da Independência, a bandeira nacional nas suas instalações, numa cerimónia que contou com a presença dos membros do Conselho de Administração da Infraquinta, da vereadora da Câmara Municipal de Loulé, Marilyn Zacarias, e do presidente da Junta de Freguesia de Almancil, Joaquim Pinto, entre outras
entidades civis e forças de autoridades. “É um grande orgulho içar a Bandeira da República Portuguesa na sede da Infraquinta pela primeira vez nos seus 26 anos de existência, pois é o principal símbolo da nossa ação pública no dia-a-dia”, justificou Pedro Pimpão, presidente do Conselho de Administração da Infraquinta. “É uma imagem representativa do grande dia que foi o 1 de dezembro de 1640”, acrescentou, por sua vez, Marilyn Zacarias .
ABC atribui Bolsas de Investigação
José Mariano Gago
e João Larguito no valor de 200 mil euros
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
Algarve Biomedical Center (ABC) premiou os investigadores que se distinguiram nos projetos de investigação translacional e clínica «José Mariano Gago» e «João Larguito», numa cerimónia que teve lugar, no dia 28 de novembro, no Anfiteatro da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, em Faro. As bolsas «José Mariano Gago», um projeto de
investigação translacional, e «João Larguito», um projeto de investigação clínica, são duas das maiores bolsas de investigação que existem a nível nacional, no valor máximo de 100 mil euros cada uma durante o período de 24 meses, e foram atribuídas respetivamente a José Bragança e Marco Campinho.
Os projetos são financiados por fundos da Associação para o Desenvolvimento do Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve (ADABC) e destinam-se a investigadores que
apostem em ideias originais e inovadoras, de caráter multidisciplinar e translacional, mas também projetos que valorizem a investigação clínica, nas áreas temáticas desenvolvidas no ABC. “Uma excelente iniciativa bem próxima da data em que se assinalou o Dia Nacional da Cultura Científica, data instituída por José Mariano Gago para homenagear o Professor Rómulo de Carvalho, nascido a 24 de novembro de 1906, professor de Física e Química, precursor da difusão da ciência e da cultura científica em Portugal”, recordou, na ocasião, José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, lembrando ainda que a Estratégia Regional Algarve 2030 aprovada em Conselho Regional em setembro de 2020 e a posição da região
aquando da discussão pública da então proposta do Plano de Recuperação e Resiliência sinalizaram e marcaram a defesa do investimento nas áreas da Saúde, do conhecimento e inovação, da ciência, e da transferência de conhecimento para a sociedade e para as empresas.
José Apolinário salientou o trabalho conjunto desenvolvido pela Universidade do Algarve, ABC e CCDR Algarve no âmbito do Algarve Active Ageing, que congrega mais de 70 parceiros da região e que permitiu, em 2019, o reconhecimento do Algarve pela Comissão Europeia como sítio de referência ao nível europeu para o envelhecimento ativo e saudável, distinção reforçada em outubro do corrente ano com a revalidação do título com a pontuação máxima de quatro
estrelas. “Ao longo da década 20102019, o investimento em Investigação e Desenvolvimento no Algarve oscilou entre 0,41 e 0,44 por cento do PIB gerado na região. Em 2020, o investimento em I&D atingiu os 0,49 por cento do PIB gerado na região, quando, a nível nacional, representa 1,64
por cento do PIB. Não dispondo ainda dos dados regionalizados de 2021, ainda assim sempre será evidente a importância do caminho e do sinal dado por estes prémios de investigação instituídos pelo ABC, com o apoio da Universidade e das famílias dos
homenageados. Juntos, a partir do sistema científico e da Universidade, com a transferência de conhecimento para as empresas, com o contributo da área da saúde, temos de colocar como ambição chegar a um investimento em I&D que atinja 1
por cento do PIB gerado na região até 2030”, defendeu José Apolinário.
O presidente da CCDR Algarve endereçou ainda uma palavra de apreço para a Universidade do Algarve e para o seu Reitor “pela defesa consistente e contínua do curso de Medicina da Universidade do Algarve”, em articulação com a equipa dirigente, docentes, professores eméritos da Faculdade de Medicina, destacando igualmente o constante apoio da parte dos Municípios no quadro da Comunidade Intermunicipal do Algarve. “José Mariano Gago revolucionou a Ciência e a Cultura Científica em Portugal, desde logo com o Manifesto pela ciência em 1990, também pela rutura que representou uma área governativa consolidada na Ciência e Ensino Superior, também pelo programa Ciência Viva, ou a valorização e reorganização dos laboratórios de estado e laboratórios associados. João Larguito Claro, Medalha de Ouro do Ministério da Saúde, especialista em dermatologia, foi pioneiro da telemedicina no hospital do Algarve. Honrar o seu percurso científico na área da saúde é o propósito assumido da distinção destes prémios. Parabéns ao ABC por esta digna iniciativa e o nosso obrigado pelo reconhecimento do papel da CCDR como entidade da administração pública desconcentrada
comprometida em impulsionar o desenvolvimento regional no quadro da política de desenvolvimento económico e social do País”, declarou, acrescentando ainda que “a região do Algarve, para crescer e aumentar os níveis de desenvolvimento, tem de impulsionar a Educação e Formação e aumentar o investimento em investigação e inovação na área da Saúde”.
Este instrumento de financiamento foi aprovado pelo Centro Académico Clínico do Algarve, em julho de 2021, com o intuito de apoiar a investigação científica das equipas do ABC e fortalecer as colaborações internas e externas “numa altura em que o financiamento da
investigação científica em Portugal foi afetado e esquecido em favor de outras prioridades”, indicou Inês Araújo, vice-presidente do ABC – Algarve Biomedical Center. “Nos últimos 10 anos, a irregularidade dos concursos de financiamento de projetos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia tem sido alvo de crítica e preocupação pela comunidade científica em Portugal, dificultando o funcionamento dos laboratórios de investigação, prejudicando a qualidade da investigação, bem como a diversidade de linhas de estudo necessária para servir a sociedade nos seus mais variados desafios atuais e futuros”, frisou.
Foi neste contexto que o Centro Académico Clínico do Algarve decidiu avançar para o apoio de projetos que devem envolver, pelo menos, dois grupos de investigação do ABC, podendo incluir colaboração translacional, sendo que a sua execução deverá acontecer na íntegra no Algarve. Foram assim criadas duas bolsas de investigação, cujas candidaturas foram lançadas no início de 2022 e a seleção dos vencedores, de entre 12 candidatos, coube a um júri composto por um painel de especialistas externos de reconhecido mérito e idoneidade. “Fomos inspirados pela visão transformadora e humanista de duas personalidades algarvias que se destacaram pelo seu mérito, valores e contribuição para
a melhoria e desenvolvimento da investigação científica em Portugal e da prestação de cuidados de saúde à população, nomeadamente, José Mariano Gago e João Larguito”, sublinhou Inês Araújo.
Em representação do júri falou Catarina Resende de Oliveira, presidente da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica, que considerou ser este “um momento de celebração da ciência” “José Mariano Gago foi um docente, um investigador, o primeiro titular de um cargo ministerial vocacionado exclusivamente para a área da ciência e da tecnologia, e todos
nós lhe devemos muito, porque assistimos a uma verdadeira revolução no Ensino Superior e na investigação que se faz no nosso país. Foi ministro, cientista, mas, sobretudo, foi pensador e humanista e continua a ser uma fonte de inspiração para todos nós. João Larguito teve um papel marcante no desenvolvimento e na aplicação na prática clínica de metodologias inovadoras e foi um dos pioneiros da telemedicina em Portugal, nomeadamente na área da dermatologia. Foi alguém que marcou profundamente as gerações que com ele tiveram
oportunidade de trabalhar”, enalteceu Catarina Resende de Oliveira, não esquecendo ainda a sua “generosidade nos cuidados assistenciais à população”.
Depois da apresentação dos projetos vencedores por José Bragança e Marco Campinho, ficou a cargo do Reitor da Universidade do Algarve o encerramento da cerimónia, que começou por lembrar que o Centro Académico Clínico do Algarve nasceu, por portaria, em 2016, tendo sido depois criada, em 2019, a Associação de Desenvolvimento do Centro Académico Clínico do Algarve. “O ABC tem feito um trabalho simplesmente notável e pelo seu dinamismo tem ajudado a
transformar a ligação entre a Academia e os profissionais de saúde”, salientou Paulo Águas, aproveitando para deixar uma palavra de agradecimento a todos os envolvidos neste processo, desde logo ao seu anterior presidente Nuno Marques. “A Universidade do Algarve tem procurado colaborar da melhor forma possível com esta estrutura, até porque muitos dos seus investigadores desenvolvem a maior parte da sua atividade no Campus das Gambelas. Foi também recentemente assinado um contrato-programa que nos vai permitir aumentar o número de vagas do Mestrado Integrado de
Medicina para 96 em 2025, quando, em 2019, esse número era de 48. Foi a partir do curso que começamos a contratar mais professores e procuramos valorizar as suas carreiras, e esperamos também que os investigadores proliferem na nossa região. É um projeto que nunca termina, que evolui e permite realizar candidaturas a fundos nacionais e internacionais, como a nossa comunidade académica tem conseguido fazer no passado recente”, concluiu o Reitor da Universidade do Algarve .
Portimão entregou distinções relativas à quarta edição do Prémio Municipal do Voluntariado
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Município de Portimão auditório do Museu de Portimão recebeu, no dia 5 de dezembro, a cerimónia de entrega das distinções relativas à quarta edição do Prémio Municipal do Voluntariado, antecedida de um convívio entre jovens voluntários de vários países, no âmbito
das comemorações pelo Município de Portimão do Dia Internacional do Voluntariado. Criado pelo Município de Portimão em 2018, o galardão destaca projetos nas áreas da solidariedade, saúde, ambiente, economia social, educação e formação que promovam a melhoria da qualidade de vida de crianças, jovens, idosos, cidadãos portadores de deficiência ou outras pessoas em situação vulnerável.
Nesta edição, o primeiro prémio na categoria Coletivo, no valor de 6 mil e 500 euros, coube ao projeto «Navegar pela Mente», da associação Teia d’Impulsos, que visa possibilitar a prática semanal de vela aos utentes que frequentam o Hospital de Dia de Psiquiatria e Reabilitação do CHUA – Portimão, proporcionando o desenvolvimento de uma atividade desportiva e terapêutica como ferramenta no processo de reabilitação, ao mesmo tempo que estimula competências sociais e cognitivas, aumenta a autoestima e promove a reintegração e participação ativa na sociedade. Na mesma categoria, o segundo prémio, no valor de 3 mil e 500 euros, foi entregue à Oficina Social de Bricolage do GRATO – Grupo de Apoio aos Toxicodependentes, no sentido de equipar uma carrinha com material de manutenção e ferramentas para que
funcione como oficina de pequenas reparações ao domicílio, ao serviço da população mais vulnerável e carenciada do concelho (reformados, pessoas com deficiência e agregados em situação de carência económica), contribuindo para resolver, por exemplo, um simples arranjo de uma torneira ou de uma fechadura.
Foram apresentadas 13 candidaturas no total das duas categorias, não tendo sido atribuído qualquer prémio na categoria Individual, em conformidade com o ponto 2 do Art.º IV do regulamento do Prémio Municipal de Voluntariado, uma vez que as quatro candidaturas recebidas obtiveram classificação desfavorável por parte do júri, composto pela vereadora da Câmara Municipal de Portimão, Teresa Mendes, pela presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Ana Varges
Gomes, pela coordenadora da DUAL, Joana Bastos, pelo presidente de direção do Banco Alimentar do Algarve, Nuno Alves e pelo professor adjunto da Universidade do Algarve, Paulo Alves.
Na ocasião, a presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, realçou a importância das boas práticas do voluntariado, ao declarar que “a solidariedade e o voluntarismo de quem não está à espera de nada em troca é fundamental para o
nosso futuro, pois a humanidade não pode ser desumanizada, tem que ter afetos, os quais se medem na forma como nos entregamos aos outros”. “Todas as associações aqui presentes estão de parabéns, porque aquilo que fazem constitui um ganho para si próprias e para a sociedade. Sei que os vossos projetos foram feitos com muito carinho, amor e dedicação, sentimentos vertidos pela vossa
humanidade e solidariedade junto de quem acompanham no dia-adia”, sublinhou Isilda Gomes, antes de afirmar que, “apesar de sabermos que o sofrimento jamais acabará e faz parte da nossa vida, ao menos conseguimos minorá-lo com as ações praticadas no quotidiano”. Ainda de acordo com Isilda Gomes, “os portimonenses não vivem de costas viradas entre si, a julgar pelos números do nosso
movimento associativo, que mobiliza diariamente muitos milhares de pessoas para fazer desta uma cidade mais solidária e um concelho mais próximo das pessoas”.
A cerimónia foi antecedida de um convívio e partilha de testemunhos entre jovens voluntários de vários países, no âmbito do programa local «Geração XXI», criado em parceria pelo Município de Portimão e a Dypall Network, e no qual intervieram representantes de algumas organizações parceiras do projeto, como foram os casos da vereadora Teresa Mendes (Câmara Municipal de Portimão), Bruno António (Dypall) e Luís Norte (GRATO – Grupo de Apoio aos Toxicodependentes). O programa surgiu da necessidade de dinamizar os jovens e tornar Portimão uma referência regional na implementação de políticas de juventude e incentivo à cidadania e participação ativa, criando oportunidades de aprendizagem, formação e voluntariado a nível local e internacional.
Ao assentar nos pilares estruturais do voluntariado, da capacitação do tecido associativo e da estratégia para a juventude, o «Geração XXI» conta atualmente com 11 voluntários internacionais, oriundo de Espanha, Itália e Turquia, merecendo realce o facto de cinco ex-voluntários, de nacionalidades italiana e polaca, terem adotado Portimão como sua cidade. A cerimónia contou ainda com momentos performativos pela Academia Dança Mais.
FESTIVAL CONTRAPESO ARRANCOU COM «SCOTLAND!» DOS THE LATEBLOOMERS
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel PinaFestival
Contrapeso regress ou ao concelho de Loulé, de 1 a 4 de dezembro, com uma programação internacional com foco no teatro e no jazz, trazendo 25 artistas ao Algarve de 12 nacionalidades distintas (desde França até à Austrália, da Suécia e Noruega até ao Chile ou à Coreia do Sul), assim como workshops de comédia física, ensaios abertos e uma exposição multimédia. «From Paris With Love» foi o tema desta segunda edição do Festival, inspirada nas origens dos seus diretores artísticos, Carolina Santos e Marco Martins, apresentando espetáculos e artistas com quem se cruzaram quando viviam em Paris, e que, de algum modo, os influenciaram ou inspiraram.
O Festival arrancou, no dia 1 de dezembro, no Cineteatro Louletano, com a
estreia nacional de «Scotland!», pela companhia britânica The Latebloomers, uma hilariante comédia física para toda a família na qual três atores, com apenas três bancos, muita mímica e percussão corporal absurdamente complexa, interagem com o público ao longo de uma viagem selvagem, com direito a pesca, caça, whisky, muito ritmo e, claro, o espírito da Escócia. O espetáculo minimalista e deliciosamente non-sense foi a primeira criação desta companhia constituída por Jonathan Tilley, Oliver Nilsson e Sam Dugmore, depois de dois anos juntos na École International de Théâtre Jacques Lecoq, em Paris. «Scotland!» já se apresentou no Reino Unido, França, República Checa, Noruega, Finlândia e Austrália e foi galardoado nos festivais Fringe de Perth, Adelaide, Praga e Paris.
DIGRESSÃO «PODIA SER NATAL» EM LAGOS COM LOTAÇÃO ESGOTADA
Texto: Ricardo Coelho | Fotografia: Ricardo CoelhoNATAL» DOS UHF ARRANCOU ESGOTADA
m dezembro, os UHF percorrem o país de norte a sul com a digressão «Podia Ser Natal», um conceito testado e gravado ao vivo em dezembro de 2021, na histórica sala do Coliseu do Porto, e que será brevemente disponibilizado em disco. A tournée arrancou no dia 4 de dezembro, no Centro Cultural de Lagos, com a mítica banda liderada por António Manuel Ribeiro a estar acompanhada em palco pelo Coro Infantojuvenil do Grupo Coral de Lagos, para interpretar clássicos de Natal e canções dos UHF.
Os UHF nunca desiludem e o público que esgotou a sala foi completamente
arrebatada pelo reportório apresentado em formato semiacústico. Deste modo, na principal sala de espetáculos de Lagos ouviram-se temas como «Rua do Carmo», «Cavalos de Corrida», «Matasme Com o teu Olhar», «Menina Estás à Janela», «O Vento Mudou», «Foge Comigo Maria», «Na Tua Cama», «Hey! Hey! Bora Lá», «Ucrânia Livre», «Podia Ser Natal», «Primeira Noite Sem Ti», o novo single apresentado pela primeira vez ao vivo, e «Hallelujah» de Leonard Cohen, entre muitos outros. A noite foi para conviver em harmonia, celebrando os 44 anos de carreira dos UHF de forma diferente, com novas versões, novas canções e a participação do Coro Infantojuvenil do Grupo Coral de Lagos que deu o tom natalício ao espetáculo .
Festival Contrapeso voltou a Loulé, de 1 a 4 de dezembro, com uma programação internacional com foco no teatro e no jazz que trouxe até ao Algarve 25 artistas de 12 nacionalidades distintas (desde França até à Austrália, da Suécia e Noruega até ao Chile ou à Coreia do Sul), assim como workshops de comédia física, ensaios abertos e uma exposição multimédia. No terceiro dia do certame que teve como mote «From Paris With Love», o Cineteatro Louletano acolheu o sucessor dos êxitos mundiais «Chambre Noire» e «Moby Dick» da Plexus Polaire, ou seja, «Dracula – Lucy’s Dream», da responsabilidade de Yngvild Aspeli, que se inspirou na famosa história de Bram
Stoker, com particular foco nas mulheres.
O espetáculo centra-se, deste modo, na experiência de Lucy e na sua luta contra o demónio interior encarnado por Drácula, que representa a dominação e dependência de uma força destrutiva. Uma metáfora de controlo, tanto forçado como desejado, sedutor e enganador perante a qual o público embarcou numa viagem íntima e psíquica num universo fantasmagórico em que Lucy mergulhou e contra o qual luta com todas as suas forças. Yngvild Aspeli, diretora artística da aclamada companhia Plexus Polaire, desenvolve um universo visual que dá vida aos sentimentos mais sombrios, através de marionetes de tamanho humano e a dupla presença do ator-marionetista .
«CHOQUE FRONTAL AO VIVO» RECEBEU «BALA PERDIDA» DOS SURICATA
epois de, em 2020, terem lançado o seu primeiro EP homónimo, os Suricata estão de regresso com «Bala Pedida», o primeiro longa-duração deste projeto algarvio constituído por Paulo Franco, Pedro Gil e Tércio Freire. O trio esteve, no dia 17 de novembro, à conversa com Ricardo Coelho e Júlio Ferreira em mais um programa «Choque Frontal ao Vivo», onde interpretaram em palco os temas «Outono», «Limbo», «For Greeny», «Bala Perdida», «Cavalos Marinhos» e «Chicken Blues».
Suricata surge da cumplicidade musical
conquistada ao longo de anos entre os membros integrantes da banda, que foram às raízes da música tradicional portuguesa e promoveram o cruzamento destas com as da música moderna. O resultado é uma sonoridade que traz a fusão entre o Fado, o Jazz e o Blues, sendo «Bala Perdida» o segundo trabalho discográfico dos Suricata.
O «Choque Frontal ao Vivo» é um programa da rádio algarvia Alvor FM gravado no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, apresentado por Ricardo Coelho e Júlio Ferreira, onde a música convive com outras expressões artísticas. O próximo capítulo realiza-se no dia 15 de dezembro, com o cantor Wesley Seme .
COMPANHIA TERRA AMARELA APRESENTOU «ZOO STORY» NO CINETEATRO
LOULETANO
um espaço indefinido dá-se um encontro e afirma-se a necessidade de comunicação e entendimento, dispensando a retórica. A partir desse momento, o conflito escrito por Edward Albee entre as personagens Peter e Jerry abriu-se à plateia do Cineteatro Louletano, no dia 30 de novembro. Já não é uma personagem que procura outra, é um grupo de pessoas
sentadas numa sala de teatro, à procura de uma forma de se relacionar com um espetáculo. A única morte é a de Jerry, mesmo no final, tudo o resto é futuro.
Se a obra de Edward Albee mostrava o encontro involuntário entre dois homens que expunham no seu diálogo o isolamento, a segregação e a desumanização das sociedades modernas, esta criação da Companhia Terra Amarela parte para um trabalho em torno da falência da norma,
procurando encontrar uma salvação para as relações humanas na desmistificação e exploração de outras formas de comunicar. A palavra dita é substituída pela palavra gestuada, através do desempenho de dois intérpretes surdos, Marta Sales e Tony Weaver, cujo processo de casting se iniciou em fevereiro de 2022 numa oficina teatral dirigida a intérpretes surdas/os realizada no D. Maria II.
«Zoo Story», dirigido por Marco Paiva, é uma proposta de reconhecimento da
diversidade como um espaço facilitador de encontros, enquanto questiona o teatro que se encerra no dogma, na convenção estética e formal. “Um encontro raro entre públicos que têm diferentes necessidades e expectativas e que reconhecerão na prática teatral o seu espaço de representatividade, afirmação e sentimento de pertença”, explica o encenador .
Do perdão Mirian Tavares (Professora)
Enquanto eu fiquei alegre, permaneceram um bule azul com um descascado no bico, uma garrafa de pimenta pelo meio, um latido e um céu limpidíssimo com recém-feitas estrelas. Resistiram nos seus lugares, em seus ofícios, constituindo o mundo pra mim, anteparo para o que foi um acometimento: súbito é bom ter um corpo pra rir e sacudir a cabeça. A vida é mais tempo alegre do que triste. Melhor é ser. Adélia Prado
Natal está mesmo à porta e é uma boa altura para pensar em todos os que magoamos, com querer ou sem querer, e em todos os que nos magoaram. Não para preparar uma vendetta natalícia com perus a voar pela sala, ou pensar em enviar cartas-bomba pelo correio (até porque, ao ritmo que os correios andam, a carta é capaz de chegar depois de termos feito as pazes com o visado). É tempo de perdoar – aqueles que nos ofenderam e a nós mesmos, que tantas vezes erramos. É tempo de fazermos as pazes com o mundo ao nosso redor, seja ele grande ou pequeno, íntimo ou social, próximo ou distante. Quando era pequena lia sempre, e chorava sempre no final, o conto de Dickens. A memória dos natais passados a assombrar o presente. Um assombro
necessário para uma mudança de atitude, para praticar um ato, ou gesto, de redenção. Para começar novamente e errar um pouco menos. Os natais do passado não me assombram, os do presente um pouco, talvez. O filho está do outro lado do Atlântico, a família está do outro lado do Atlântico e muitos amigos também lá estão – longe. E a família que está lá, pertinho uns dos outros, já não comemora junta, fica cada um em sua casa. Tão perto e tão longe. Depois que os pais morreram, os laços foram se esgarçando e se tornando uma linha tênue. Queria lá estar e passar o Natal com todos juntos, como antes. Porque antes era mais simples e os pais ainda viviam. Este ano fui a casa, continuo a chamar-lhe casa, mesmo que a casa física não esteja mais onde sempre esteve, e tive a terrível sensação de ter perdido os últimos anos que poderia ter passado com a mãe, os casamentos das sobrinhas e dos sobrinhos, o nascimento
dos sobrinhos-netos, as festas de aniversário, os velórios. Não estava lá quando a mãe foi enterrada, quando o mano mais velho morreu, quando o pai foi internado à pressa e já não voltou do hospital. A mana, que sempre foi para mim mais uma mãe, completou 70 anos e eu não estava ao seu lado para festejar. O Natal traz consigo esse sabor agridoce de passado. O Natal, parece, foi sempre ontem – quando eu não tinha de pensar em nada, só no que ia vestir e na prenda
que iria ganhar. Natal é família, mesmo que todas sejam disfuncionais, cada uma à sua maneira. Natal é perdão – perdoar aos outros e a nós mesmos. Perdoar para esquecer e seguir em frente, criar memórias. Memórias melhores, se possível. Eu, do passado, decidi guardar em mim os álbuns de fotografia. Neles estamos todos felizes, de roupa nova, juntos. Neles ninguém foi embora – ainda estamos lá, a olhar para a objetiva. E estamos todos bem .
As criptomoedas estão a transformar a economia mundial
Fábio Jesuíno (Empresário)
economia mundial está em grande transformação, onde as moedas digitais ganham grande destaque pela sua abrangência e implementação.
Num mundo em plena transformação digital, as criptomoedas e a tecnologia de blockchain que está na sua base começaram a fazer parte da nossa vida de uma forma cada vez mais permanente, desde jogos online, pagamentos, registar e rastrear informações entre outras formas.
As criptomoedas começam a fazer parte do dia-a-dia da nossa sociedade, prova disso são países como Portugal, que criou um novo regime de tributação de criptoativos, prevendo que as mais-valias sejam tributadas a uma taxa de 28 por cento quando aqueles são detidos por menos de um ano.
O sucesso das moedas digitais teve outro grande impulso, pela primeira vez na história houve um país, o El Salvador, que declarou o bitcoin como moeda oficial, a primeira e a maior moeda digital descentralizada. Os bancos tradicionais também fazem parte deste impulso, como o Goldman Sachs que têm
efectuado nos últimos anos grandes investimentos em criptoativos.
Existem milhares de criptomoedas, com os mais diversos objectivos, todas têm em comum a metodologia blockchain, uma tecnologia que visa a descentralização como medida de segurança, pode parecer muito complexa, mas o seu conceito é simples. São bases de dados compartilhadas com a função de criar um índice global para todas as operações que ocorrem num determinado mercado.
A tecnologia blockchain, para além das criptomoedas, começa a estar presente nas empresas, possibilitando uma maior transparência nos processos, como, por exemplo, a validação de documentos por meios digitais, como contratos de serviços, venda ou aquisição de imóveis, ações e dos mais diversos bens. As moedas digitais têm um grande potencial de crescimento, fazendo com que este mercado seja atualmente valorizado em cerca de 1,3 biliões de dólares.
As criptomoedas e o blockchain vieram para ficar e já estão a mudar as nossas vidas, criando soluções para vários problemas .
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