REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #377

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FESTIVAL DE MÚSICA AL-MUTAMID | «AO MESMO TEMPO NUM SÓ BARCO POR DOIS RIOS» CROSS INTERNACIONAL DAS AMENDOEIRAS EM FLOR | ORQUESTRA FILARMÓNICA PORTUGUESA
ALGARVE INFORMATIVO 4 de março, 2023 #377

ÍNDICE

46.º Cross Internacional das Amendoeiras em Flor (pág. 24)

AMAL promoveu Mostra das Indústrias Culturais e Criativas Alentejo - AlgarveAndaluzia (pág. 34)

Fernão de Magalhães recordado através da poesia e música eletrónica

«Válvula» contou a história do grafiti no Club Farense (pág. 64)

Orquestra Filarmónica Portuguesa em Loulé (pág. 74)

Festival Al-Mutamid em Lagoa

Rui Matos expõe em Loulé

OPINIÃO

Mirian Tavares (pág. 108)

Ana Isabel Soares (pág. 110)

Fábio Jesuíno (pág. 112)

Júlio Ferreira (pág. 114)

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Cross das Amendoeiras em Flor trouxe os melhores atletas do mundo a Albufeira

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Município de Albufeira

46.ª edição do Cross Internacional das Amendoeiras em Flor reuniu, no dia 26 de fevereiro, na pista de crosse das Açoteias, os melhores atletas do mundo da modalidade. Integrada no Circuito Mundial da World Athletics Cross Coutry Tour, a única competição de Corta Mato

com pontos WA para o ranking mundial a disputar-se em território nacional é considerada pelo presidente da Câmara Municipal de Albufeira como “um evento estratégico na promoção do concelho e que acontece em plena época baixa, o que é extremamente positivo para promover a marca «Albufeira» lá fora, não só como um destino

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turístico de qualidade, mas também como um concelho que tem todas as condições para receber grandes eventos desportivos internacionais”. “É algo que vem de encontro ao desafio que nos propusemos de candidatar Albufeira a Cidade Europeia do Desporto em 2023”, indica José Carlos Rolo, para quem o sucesso da iniciativa resulta do trabalho conjunto da Associação de Atletismo do Algarve, Município de Albufeira e Clube Desportivo das Areias de S. João.

À semelhança do que tem acontecido em anos anteriores, o 46.º Cross das Amendoeiras contou com centenas de espetadores que se deslocaram à Pista das Açoteias para aplaudir os melhores atletas do mundo, mais de 800 em competição nas várias provas. Na vertente masculina, a vitória coube ao francês Yann Schrub, que terminou com 25:17 minutos, à frente do compatriota Valentin Gondouin, com 25:21. O português Samuel Barata, do Sport Lisboa Benfica, conquistou o terceiro lugar do pódio, com 25:21.

Em femininos, a etíope Likina Amebaw venceu com 21:35 minutos, seguida de Nataliya Strebkova, da Ucrânia, com 21:38. O terceiro lugar foi para Elena Burkard, da Alemanha, que terminou a prova com 21: 44 minutos. Patrícia Serafim, do Clube das Areias de São João, foi a grande surpresa do dia, tendo sido a melhor portuguesa em competição, ao

cruzar a meta em sexto lugar. À margem do evento, Cristiano Cabrita, vicepresidente e responsável pelo pelouro do Desporto da autarquia, referiu que “o Cross é uma prova âncora a nível desportivo”, tendo aproveitado para divulgar que “o Município de Albufeira já firmou o acordo que

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irá permitir voltar a integrar a Taça dos Clubes Campeões Europeus no Cross Internacional das Amendoeiras, sendo pretensão da autarquia voltar a trazer para este local campeonatos mundiais e campeonatos da Europa, como sucedeu em 2010”

A 46.ª edição do Cross Internacional das Amendoeiras em Flor foi uma organização conjunta da Associação de Atletismo do Algarve e do Município de Albufeira, com o apoio do Instituto Português do Desporto e Juventude e da Região de Turismo do Algarve .

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AMAL promoveu Mostra das Indústrias Culturais e Criativas

Alentejo – Algarve – Andaluzia

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina ncontros, performances, música, workshops e exposições preencheram o vasto programa que a MICCAAA – Mostra das Indústrias Culturais e Criativas AlentejoAlgarve-Andaluzia ofereceu, entre 23 e 25 de fevereiro, em Faro e Alcoutim. Foram três dias repletos de atividades, em diversas áreas culturais, numa iniciativa promovida pela AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, no âmbito do Magallanes_ICC, um projeto inspirado nos 500 anos da viagem de circum-

navegação de Fernão Magalhães e que pretende ser um dinamizador da Economia Criativa, incentivando e dando ferramentas às Indústrias Culturais e Criativas (ICC), que abrangem atividades relacionadas com música, literatura, moda, design, teatro, artesanato, entre diversas outras formas de arte.

A programação da MICCAAA contou com a colaboração dos parceiros algarvios do projeto Magallanes_ICC, nomeadamente da Direção Regional de Cultura do Algarve, do Museu Zer0, da QRER – Cooperativa para o

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Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade e de outras associações que se juntaram à iniciativa. Foram também convidados a estarem presentes na Mostra empreendedores da Andaluzia que têm participado em diversos laboratórios criativos com artistas do Algarve e do Alentejo, criando-se assim a oportunidade para novos artesãos, artistas plásticos e digitais, bem como empreendedores de áreas mais tecnológicas e de serviços, se encontrarem e explorarem novas formas de trabalho e de desenvolvimento dos seus projetos.

O dia 23 arrancou com uma sessão de boas-vindas pela Câmara Municipal de Alcoutim e pela QRER no Castelo de Alcoutim, seguindo-se a apresentação do trabalho desenvolvido no território pela QRIAR – Incubadora Criativa do Algarve,

inserido no Magallanes_ICC. Depois, já no Salão Nobre da Câmara Municipal de Alcoutim, houve lugar à apresentação do projeto incubado «Picada Cultural –Associação para a Promoção dos Valores Culturais, Artísticos e Sociais», a cargo da sua presidente Jeannine Trévidic, que incluiu ainda o espetáculo de teatro tradicional de marionetas português «Dom Roberto» pela Companhia S.A. Marionetas - Teatro & Bonecos.

Depois do almoço, a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal deu a conhecer «Apoios e trabalho em Rede Transfronteiriça no âmbito das Indústrias Culturais e Criativas», após o que teve lugar um momento de networking empresarial com empreendedores espanhóis e portugueses do sector do artesanato, para falarem sobre o seu negócio, com o

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objetivo de trocarem contactos e realizar parcerias e negócios. De regresso a Faro, o Club Farense foi palco da abertura oficial da MICCAAA, com a criação «Magalhães», uma performance multidisciplinar pensada sob o tema Magalhães e que reuniu artistas algarvios de áreas artísticas como a poesia, a dança, a música e o desenho.

A manhã do dia 24 foi preenchida com um encontro de criativos AlgarveAndaluzia, no Club Farense, com o propósito de divulgar alguns dos projetos já apoiados no âmbito do Magalhães, bem como partilha de conhecimentos e facilitação de contactos entre artistas e empreendedores. Em simultâneo era possível visitar a Mostra Criativos Arte Digital do Museu Zer0, o Espaço da QRIAR e o Espaço Artéria Lab da Universidade de Évora. Em relação às exposições, eram elas «Eu estive aqui (A a

Z do Graffiti) de António Jorge Gonçalves; «PIZZART», da Associação de Designers do Sul e do Coletivo Terminal Studios; e «Despertar o Esparto», exposição coletiva que surge na sequência do Curso de Transmissão de Saberes Mestre-Aprendiz: Esparto (2021) e da Residência Criativa em Artes Tradicionais: Esparto (2022), organizados pela QRER no âmbito das atividades da QRIAR, ambos com a organização e curadoria de Hugo da Silva.

À tarde, a Biblioteca Municipal de Faro António Ramos Rosa acolheu o Encontro Transfronteiriço, organizado pela Direção Regional de Cultura do Algarve. Enquanto isso, tinha lugar, no Club Farense, um workshop de iniciação ao 3D Club promovido pelo Museu Zer0. Depois, ao final da tarde, realizou-se o Encontro de Criativos com membros da Associação de Designers do Sul e do

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coletivo Terminal Studios, para produzirem, de forma descomprometida e num ambiente informal, peças ligadas à BD, caricatura, ilustração e desenho. O dia terminou com «Válvula», uma palestra-concerto a partir da história do grafiti por António Jorge Gonçalves e LBC Soldjah.

O derradeiro dia da MICCAAA principiou com um workshop de animação Stop Motion dinamizado pelo Museu Zero no Club Farense, enquanto outros participantes visitaram «COVID@ALENTEJO, OLHARES», uma exposição itinerante de fotografia de António Carrapato, António Cunha, Augusto Brázio e Maria do Mar Rêgo, que se encontrava patente Galeria ARCO, da ALFA. Ali bem perto, a comitiva visitou o centro de acolhimento e conhecimento «Faro Story Spot», antes do almoço da

Tertúlia Algarvia. Logo a seguir ao almoço, António Jorge Gonçalves deu a Masterclass «O Desenho Como Performance com o Artista», também no Club Farense. Já no Ginásio Clube Faro decorreu a «Barber Jazz Session», um «casamento» entre Jorge Dias (Barbearia Lusa), um barbeiro apaixonado por jazz, e um quarteto de jazz formado por João Melro (bateria), Luís Miguel (saxofone), Paulo Matos Strak (contrabaixo) e José Vieira (guitarra). Para terminar em beleza esta primeira MICCAAA, o Club Farense vibrou com o concerto dos «Miss Manouche», um quarteto de jazz com a vontade e ambição de recriar os êxitos vocais radiofónicos das décadas de 20 e 30 do século passado, tendo como base o swing e o jazz manouche e a incontornável figura de Django Reinhardt.

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O projeto Magallanes_ICC pretende estabelecer uma rede de cooperação transfronteiriça para a criação de um Centro de Empreendimento de Indústrias Culturais e Criativas (Centro Magalhães), destinado a consolidar e a promover uma oferta cultural inovadora no seio da EURORREGIÃO Alentejo-AlgarveAndaluzia. A cooperação fundamenta-se nas raízes históricas, patrimoniais e culturais, ligadas aos Descobrimentos e comuns às três regiões, bem como na

existência de um tecido produtivo de baixa densidade no conjunto do território da EURO_AAA. Estas Indústrias Criativas são tidas como um dos motores de mudança das zonas mais desfavorecidas e são geradoras de emprego, com benefício direto para a população local. O Magallanes_ICC é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional FEDER, através do Programa Interreg V- A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020 .

FERNÃO DE MAGALHÃES RECORDADO ATRAVÉS DA POESIA E MÚSICA

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

primeiro dia da MICCAAA –Mostra das Indústrias

Culturais e Criativas

Alentejo-AlgarveAndaluzia chegou ao fim, no Club Farense, em Faro, com «Magalhães», uma performance multidisciplinar da

responsabilidade dos Kilavra, dupla constituída por Armando Correia e Trinchax que mistura de forma perfeita a poesia e a eletrónica. Desta feita, a performance incidiu sob o tema Magalhães e contou ainda com a participação da bailarina Filipa Rodrigues e dos designers e artistas visuais

Fernando Madeira e Filipe Coelho .

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«VÁLVULA» CONTOU A HISTÓRIA DO GRAFITI NO CLUB FARENSE

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

nserido na MICCAAA – Mostra das Indústrias Culturais e Criativas Alentejo-AlgarveAndaluzia, o Club Farense recebeu, no dia 24 de fevereiro, «Válvula», uma palestraconcerto interpretada por António Jorge Gonçalves e LBC Soldjah. O espetáculo para adolescentes, jovens e adultos parte da história do grafiti para nos levar numa viagem com diversas perguntas: Porque desenhamos nas paredes desde há milhares de anos? São esses traços transgressão ou arte, comunicação ou ocupação? Pode a desobediência ser legítima?

Nesta performance meio palestra, meio concerto de hip hop, o desenhador António Jorge Gonçalves guiou a

assistência com palavras e desenhos pelos riscos que caçadores-recolectores fizeram nas rochas há 30 mil anos, pelas anotações desenhadas dos romanos nas paredes das casas em Pompeia, e pelos murais mexicanos de há 100 anos atrás, enquanto o MC e ativista Flávio Almada, mais conhecido por LBC Soldjah, usava as palavras e música para abordar as contradições sociais das nossas cidades. “Tudo para podermos compreender as pinturas, a lata de spray que enchem em sobressalto os nossos muros. Sem condescendência, o espetáculo

atravessa vários temas numa perspetiva que está para lá do julgamento”, descreve António Jorge Gonçalves .

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CINETEATRO LOULETANO ACOLHEU CONCERTO SINFÓNICO 2023 PELA ORQUESTRA

FILARMÓNICA PORTUGUESA

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes

Orquestra Filarmónica Portuguesa, dirigida pelo Maestro Titular e Diretor Artístico

Osvaldo Ferreira, apresentou-se, no dia 26 de fevereiro, no Cineteatro Louletano para mais uma atuação fantástica em cuja primeira parte foi interpretado o Concerto para Violino de Beethoven, um dos concertos para violino e orquestra mais famosos de todo o repertório erudito e o único que foi composto pelo grande compositor alemão. Como solista convidada subiu ao palco a francesa Clémence de Forceville,

uma extraordinária intérprete, vencedora de vários concursos internacionais e com uma carreira repleta de sucessos, que tocou numa preciosidade, isto é, um violino Lorenzo Storioni datado de 1777. Foi ainda interpretada a Sinfonia «Júpiter» de Mozart, a última e a mais arrojada de todas as que foram compostas pelo genial compositor austríaco.

Fundada em maio de 2016 por Osvaldo Ferreira e Augusto Trindade, a Orquestra Filarmónica Portuguesa é amplamente reconhecida, pelo público e pela crítica, como uma das melhores orquestras sinfónicas nacionais. Os elevados padrões

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de qualidade e de exigência impressos desde a sua génese, levam-na a integrar um conjunto de músicos de elevado nível técnico e artístico, como sejam instrumentistas premiados em concursos nacionais e internacionais, ex-integrantes da Orquestra Jovem da União Europeia e músicos estrangeiros residentes em Portugal.

A Orquestra Filarmónica Portuguesa produz concertos sinfónicos, ópera e promove ligações a outros géneros artísticos, numa procura constante do desenvolvimento de eventos e espetáculos diferenciadores e únicos, construindo, desta forma, a reputação de ser uma orquestra ímpar no panorama musical português, pela sua versatilidade, ecletismo e visão de futuro. Com uma reputada rede de parceiros de

prestígio global que inclui a Harrison Parrott, Camerata RCO (membros da Royal Concertgebouw Orchestra), Berliner Camerata e Brass Academy Alicante, entre muitos outros, tem sido presença assídua nas principais salas de espetáculo e festivais portugueses, contando com a participação de prestigiados solistas internacionais, de entre os quais se destacam Eldbjørg

Hemsing, Kristina Miller, Mayuko Kamio, Miroslav Kultyshev, Pavel Gomziakov, Pavel Milyukov, Ray Chen, Soyoung Yoon ou Yang Liu. Paralelamente, tem vindo a apostar em talentosos intérpretes portugueses como Ana Beatriz Ferreira, Cristiana Oliveira, João Bettencourt da Câmara, Horácio Ferreira, Luísa Tender, Marco Alves dos Santos, Raúl da Costa ou Vasco Dantas .

XXIII FESTIVAL DE MÚSICA AL-MUTAMID LEVOU «SUFI SOUL ENSEMBLE» A LAGOA

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Município de Lagoa

Festival de Música AlMutamid, na sua 23.ª edição, voltou a passar por Lagoa, nomeadamente pelo Auditório Carlos do Carmo, no dia 25 de fevereiro, com o espetáculo «Sufi Soul Ensemble», um projeto artístico formado por músicos de Marrocos e bailarinos sírios que pretende fazer uma abordagem às músicas do Médio Oriente, principalmente à música e dança espiritual sufi.

A dança sufi teve origem na Síria e, tal como as mercadorias, também as manifestações religiosas e espirituais eram «comercializadas» na Rota da Seda. Desde o Egito, até à Ásia Central e Médio Oriente, existem várias vertentes desta dança espiritual. No entanto, foi na cidade de Anatólia, atual Turquia, que se

desenvolveu esta corrente mística do Islão e que deu origem ao aparecimento dos Dervixes.

«Sufi Soul Ensemble» apresentou na primeira parte do espetáculo o ritual de meditação «Sema», declarado Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, que consiste numa cerimónia giratória que representa a união com Deus interpretada por dois bailarinos sufis. Na segunda parte do espetáculo o grupo interpretou a dança folclórica Tanoura, uma vertente sufi, do Egito. Tanoura significa em árabe antigo «saia», o nome é uma referência à peça de vestuário que mais chama a atenção nessa dança giratória, realizada com caráter sagrado inspirada nos Dervixes.

«Sufi Soul Ensemble» faz-se também acompanhar de uma bailarina que interpreta dança oriental .

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RUI MATOS EXPÕE EM LOULÉ

«AO MESMO TEMPO NUM SÓ BARCO POR DOIS RIOS»

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

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té 18 de março, a Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, em Loulé, recebe a exposição «Ao mesmo tempo num só barco por dois rios», de Rui Matos. “Ir ao mesmo tempo num só barco por dois rios só é permitido aos poetas. Os escultores dão à matéria com que trabalham os objetos da poesia. No atelier corto o ferro, separo, altero, deformo para depois juntar de novo. Conceptualmente disseco e desmonto o que temos como

adquirido para depois com os seus fragmentos começar a construir um novo ser. Esse novo ser é único, irrepetível e completo”, descreve o autor.

Deste modo, quem entra na sala de exposição deixa lá fora o mundo real e entra dentro de um mundo novo. “Vai precisar de atenção, disponibilidade e empatia para o poder usufruir”, aconselha Rui Matos, numa exposição que pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 10h às 13h30 e das 14h30 às 18h, com entrada livre .

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Mirian Tavares (Professora)

á uns anos um grande teórico contemporâneo, homem muito viajado – um autêntico cidadão do mundo, foi pela primeira vez à Coreia do Sul. Passados alguns dias, escreve na sua página do Facebook algumas impressões gerais sobre o país, não apenas sobre a cidade em que estava, mas sobre as pessoas, comportamentos, modos de vida de um país que ele mal conhecia e onde, praticamente, acabara de desembarcar. Era tudo muito positivo – boas impressões acompanhadas de grandes fotografias. Um rapaz coreano, que vivia em Seul, fez um comentário a dizer que agradecia os elogios ao seu país, mas que havia um conjunto de nuances que lhe tinham escapado. E não podia ser diferente – às vezes vivemos a vida inteira num lugar e damo-nos conta de que, mesmo passado tanto tempo, há qualquer coisa que nos escapa. Há um código que não dominamos, há um acento agudo quando na verdade devia ser um grave. Penso sempre nesta história do grande teórico, cidadão do

mundo, que ainda comete este equívoco, que todos cometemos em determinado momento, que é o da ilusão do conhecimento do outro. Mal chegamos num país, observamos três ou quatro coisas, determinamos um padrão qualquer e parece que já podemos arrotar verdades sobre o novo lugar. Como se fôssemos seres dotados de um poder semiótico que nos permitisse ver mais do que os próprios habitantes. Estive há pouco em Bangkok, pela primeira vez, e fui também acometida por esta vontade de sair proferindo sentenças sobre as pessoas, a cidade, o modo de vida. Observei muitas semelhanças com o Brasil, não só em relação ao clima como também pelas frutas que se encontram nos dois países. Comia goiaba ao pequeno-almoço e vi pessoas a venderem jaca e amendoim cozido nas ruas, coisa que era comum em Aracaju, cidade onde morei muitos anos. Conheci alguns tailandeses, colegas da universidade, e visitei a Bienal de Arte Contemporânea. Concluí que é mais o que nos une que aquilo que nos separa, como diz a música, mas que poderia viver lá muitos anos e, dificilmente, conseguiria absorver e dominar a língua – que não se traduz

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“Traduzir-se uma parte na outra parte — que é uma questão de vida ou morte — será arte?”
Ferreira Gullar

apenas em palavras. Mas que está contida nos gestos, na forma de andar, na relação com o espaço público e privado, na relação com o outro, que naquele caso, era eu. De facto, temos de aceitar a nossa posição de estrangeiro, de alguém que está de fora, que percebe uma parte, mas não abarca o todo. Há quem se sinta desconfortável nesta condição. Eu sinto

que ela, a condição de ser estrangeiro, já faz parte de mim. E ando pelo mundo sem tentar dar conta de tudo, pois sei que algo sempre escapa, que a tradução, por mais bem feita, é uma tradução – é uma forma de interpretação. Por isso, mais que a compreensão, prefiro optar pelo mergulho .

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Foto: Vasco Célio

Septuagésima terceira tabuinha - Joelho (XXII)

Ana Isabel Soares (Professora)

etaforicamente, entre as funções anatómicas dos joelhos («anatomia» provém do termo grego que significa «dissecação») estará a de dissecar, de examinar por partes o pensamento. Talvez porque na dobra se implique o movimento e a diferença, a necessária alteração de perspetivas. Por si só, o joelho representa essa deslocação, o desvio de uma extensão para uma contração, por exemplo; em relação com o resto do corpo, aponta para alturas diferentes: se alguém se senta ou se ajoelha, o que vê do mundo fica mais perto do chão; se desdobra os joelhos e se levanta, passa a ver de altura maior. (Curiosamente, estando um corpo deitado, curvar ou não curvar os joelhos não faz alterar, por si, o ponto de onde se percebe o mundo – mas isso apenas devido ao hábito de se centralizar na cabeça as ideias de perceção do mundo. Os próprios joelhos, consoante se mexam para perto da barriga, se está uma pessoa em repouso, percebem em maior grau a temperatura do mundo – ou, pelo menos, do lençol). No «Pensador», que Auguste Rodin esculpiu em 1904, a força da representação do ato de pensar tem o seu fulcro na maneira como a mão quase em punho sustenta a cabeça: a capital da

mente percetiva. A atitude estática (o homem sentado) é toda ela sinal de quem reflete – raro vai a ideia para a tarefa sustentadora daquele joelho que, diretamente ligado à dobra superior (a do cotovelo), ampara o braço, que segura o punho, que sustém, afinal, o lugar cimeiro do corpo. (Como se passa tudo do lado do coração! Quase como se a metade direita do corpo do homem esculpido nada interferisse na ação formada).

Alberto Caeiro, o poeta do não pensamento, coloca sobre o mundo (sobre «o real») o peso das perceções, da relação entre os elementos que existem e que fazem que uns deem conta de outros. Os olhos não têm preponderância sobre outros órgãos, não são portas de sentido principais em relação a nenhum outro ponto do corpo (pensar, aliás, “é estar doente dos olhos”, diz Caeiro, entre parênteses, no poema II de «O Guardador de Rebanhos»). Os joelhos, esses sim, marcam a passagem do tempo e a alteração do real. O que são “Verdade, mentira, certeza, incerteza…”, senão palavras que um cego na estrada igualmente conhece? “Estou sentado num degrau alto e tenho as mãos apertadas / Sobre o mais alto dos joelhos cruzados” – aquilo em que o poeta reflete, estreitando entre as mãos “o mais alto dos joelhos cruzados”, é sobre a natureza daquelas palavras. Quando

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desata o laço entre dedos, palma e o nó da dobra das pernas, assinala uma alteração de mundo causada pela pausa do cego: “O cego pára na estrada, / Desliguei as mãos de cima do joelho” – e analisa: “Verdade, mentira, certeza, incerteza são as mesmas?”. Serão iguais, na marcha do cego como na sua interrupção? Os gestos não compõem o real, mas são-no: mudados os joelhos e as mãos de Caeiro, mudado o ritmo do cego na estrada, ou detidos os gestos dele e retomado o andar do cego (terá parado

na estrada por pressentir o movimento do poeta, o ruminar do pensamento audível no des-roçar de mãos e joelhos), “Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual”. É só um poema, são só versos e explicam o mundo: “Ser real é isto” .

(Referência: Alberto Caeiro, 12-4-1919, 1.ª publicação nos «Poemas Inconjuntos», revista Athena nº 5. Lisboa: Fevereiro de 1925).

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Foto: Vasco Célio

valorização e o desenvolvimento das regiões do interior são fatores fundamentais para o crescimento sustentável e duradouro de um país, tornando-as peças-chave para impulsionar a economia e garantir o bem-estar de toda a população.

Em Portugal, metade da população reside nos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, que representa 5 por cento do território. Os dados mais recentes dos Censos de 2021 revelam que houve um aumento do desequilíbrio na distribuição da população pelo território, com os concelhos do interior perdendo população em favor dos situados no litoral.

Nos últimos anos têm existido várias medidas dos governos para promover uma política de coesão territorial que pretende valorizar o interior do país, através de incentivos para atração de investimentos empresariais, como a fixação de empresas, aumento da produção, promoção do

empreendedorismo, atração de talento qualificado.

Os municípios do interior também têm desenvolvido muitas iniciativas de valorização e desenvolvimento, desde a promoção da cultura, atração de empresas e investimentos, criação de parques industriais, mesmo com orçamentos muito limitados têm conseguido bons resultados.

É também importante valorizar as potencialidades das regiões do interior, sendo a qualidade de vida um dos grandes destaques, proporcionada pela qualidade ambiental, maior mobilidade, um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Outros factores são o custo de vida mais baixo, mais segurança, educação com mais qualidade e uma maior socialização.

Um dos desafios para valorizar e desenvolver as regiões do interior passa por criar condições tecnológicas, como melhorar a cobertura de Internet. Boas condições de internet são um factor fundamental na actualidade. É claramente uma lacuna que inviabiliza a fixação de pessoas no interior. Este problema pode ser resolvido com a

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Fortalecendo o potencial das regiões do interior: estratégias para impulsionar o crescimento Fábio Jesuíno (Empresário)

melhoria da cobertura móvel através de incentivos para instalação de antenas.

Outro dos desafios são as acessibilidades, que ainda são muito deficitárias no interior, sendo fundamental a criação de novas estradas e melhorias das existentes, é também importante a aposta na ferrovia, como forma sustentável de transporte.

Uma maior coesão territorial é um dos fatores mais importantes e determinantes para o desenvolvimento sustentável! .

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Bichinho da rádio Júlio Ferreira (Inconformado encartado)

Ésábado! Acordei nem cedo, nem tarde, depois de um banho, equipei-me a rigor. Chegou o dia do hobby. De fazer uma das coisas que mais me dá prazer na vida, já lá vão mais de 33 anos. Viva a Rádio. Tanto tempo depois, o amor pela Rádio. Tão mágica, tão única, tão humana, nas suas glórias e fraquezas. Todos os sábados volto a apaixonar-me por esse sortilégio, essa magia difícil de explicar por inteiro, aquela energia única. Como se fosse uma hemodiálise, mas em vez de limpar o sangue através dos rins, limpo o espírito através de outro órgão que fica mais acima entre os ombros, assente no pescoço. Aquele instante em que estamos com o microfone ligado e a comunicar com o ouvinte é absolutamente mágico e é a melhor e mais inexplicável sensação que há, porque não há palavras suficientemente definitivas e claras para a definir. É isso o «bichinho da rádio», de que as pessoas falam? Será. Nasceu comigo, e é parte importante do que sou.

Teria eu à volta de 10 ou 11, já tinha o hábito de gravar num gravador daqueles que também usava para «meter» os jogos do «Spectrum», pequenos programas de rádio. Anunciava músicas, cantava-as, dizia as notícias que tinha ouvido no rádio de manhã, e claro, o prazer supremo: fazia relatos dos jogos de futebol, que eu

próprio jogava, no subbuteo. Passava o dia a ouvir rádio, a ouvir tantas rádios. Enchia cassetes TDK ou BASF com canções, mas sobretudo jingles que eu caçava dedicadamente. Um dedo no «play» ou no «pause», outro no «rec». No Verão, eu e a minha prima Anita, gravávamos histórias inteiras, alterando vozes nas várias personagens e depois ouvíamos e riamos deliciados com orgulho as versões da Branca de neve, Cinderela e outras… Mal sabia eu que anos mais tarde a oportunidade surgiria na recentemente legalizada «Rádio Barlavento» pela mão do professor de jornalismo João Ventura. Lembro-me como se fosse hoje o facto de quatro ou cinco alunos terem aceite o desafio de fazer o programa «O outro lado do espelho». Não havia telemóveis nem Internet. Nem canais privados de televisão. Os jornais desportivos saiam três vezes por semana. Recebíamos por fax as manchetes dos jornais. A publicidade era emitida em cassete. Os programas gravados em bobines e gravados em gravadores de oito pistas, quando podia ser. Escrevíamos em máquinas de escrever, não havia computadores. Tocávamos discos de vinil e os The Buggles continuavam a abrir as emissões das rádios e MTV preconizando o fim da rádio, com o seu «Video Killed the Radio Star».

Estes 33 anos têm tanto de orgulho como de gratidão. Percebo hoje que, se

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ainda hoje sei pouco, há 33 anos nada sabia. Mas sabia o que sentia, assim que o Mário Jorge ligou o microfone e me fez sinal para falar e isso foi sempre o mais importante. Sentir que conseguia chegar às pessoas, através dos microfones, nunca deixando de ser eu próprio. E não reclamo para mim nenhum poder de visionário, não há génios da lâmpada nem feiticeiros metidos a este barulho. Há trabalho, algum talento e muita sorte de ter (nos primeiros tempos) ao meu

lado gente como o Helder Nunes, Mário Jorge, Gonçalo Barata, Fernando Vieira, Jorge Eusébio. Mais tarde, Ricardo Coelho, Miguel Neves, João Figueiras, Vera Lisa, Luis Antunes e até colegas e amigas de outras rádios como a Fátima Peres, entre tantos outros…

É certo que fiz e continuo a fazer muito disparate, fui ridículo e incompetente mais vezes do que gostaria. Mas também acertei na mouche algumas vezes. E este meu hobby terá, por vezes, feito a diferença, por pequena que tenha sido, na vida de ouvintes e espectadores. E fui tão, mas tão feliz, tantas vezes. Mas nem tudo têm sido rosas. Nestes anos, fomos assistindo ao encerramento de muitas rádios e empobrecimento das que têm (a muito custo) sobrevivido. Os resistentes na sua maioria (90 por cento no mínimo) são voluntários como eu, uns carolas, eternos apaixonados pela rádio, que continuam a alimentar esse «bichinho da rádio» para que não morra. Mas ironia das ironias, os últimos anos têm mostrado que a internet deu à Rádio, um novo fôlego, tornando-a mais acessível e mais versátil, conseguindo alcançar as diferentes faixas etárias através das diferentes plataformas, permitindo uma diversidade maior de conteúdos. Goste-se ou não a globalização quase matou, a dada altura, a maior parte do que era feito localmente

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pelas Rádios. A rádio, que foi ameaçada de extinção sempre que surgiu uma nova inovação tecnológica, persistiu. Agora passados tantos anos, e segundo alguns estudos de mercado bem recentes é considerado pelo publico o órgão de comunicação social mais fiável, com mais audiência e com mais alta taxa de penetração no mercado. Este não é um artigo antiglobalização, até porque pessoalmente acho que esta nos tornou mais conscientes do mundo à nossa volta – por vezes demasiado conscientes para o meu gosto. Este é um artigo com o mesmo travozinho saudosista e atravessado pela mesma alegria adolescente e inconsciente da música original dos velhinhos «The Buggles». O mesmo estudo, elaborado recentemente pela «Marktest», mostra que a audiência acumulada de véspera atingiu em 2022 o valor mais elevado dos últimos 20 anos. A rádio mostra assim, que renasce lentamente das cinzas. Mostra que se consegue adaptar a situações muito distintas e de crises quase existenciais. A internet veio apenas mostrar a versatilidade que a rádio tem, conseguindo levar ouvintes para qualquer dispositivo que se ligue à «web». Esse conteúdo não se esgota após a sua transmissão. As rádios, os locutores e animadores complementam o conteúdo transmitido através da criação de outros nos seus sites, redes sociais e canais Youtube. Enriquecem-no, fazendo com que os ouvintes comecem a ouvir rádio no carro de manhã, e os acompanhe ao longo do dia no trabalho ou em casa, no computador ou no telemóvel, numa rede social ou numa notícia, levando a uma fidelização muito superior. Os ouvintes deixaram de ter um papel passivo e

pouco participativo, fazendo parte integrante dos programas das rádios. Através de mensagens nas redes sociais, gravações áudio no «WhatsApp», ou de outra aplicação de conversação, os ouvintes tornaram-se eles próprios, conteúdo da programação da maior parte das rádios em Portugal, e é esse um dos principais fatores do seu sucesso. Outra das principais vantagens da rádio, é a sua capacidade de transmitir conteúdos e notícias no imediato, no instante em que as coisas acontecem. Algo que, como sabemos, o público da internet aprecia e valoriza, o que também pode ajudar a explicar a razão pelo qual as pessoas que estão nas faixas etárias compreendidas entre os 18/24, 25/34 e 35/44 são as que mais ouvem rádio e mais confiam na rádio como fonte de conteúdos informativos. A rádio está muito mais pobre, só com pele e osso, mas viva! Mas só a rádio continua a emocionar as pessoas, de uma forma mais íntima do que qualquer outro meio... Eu continuo a sonhar com uma rádio melhor, com gente dentro, com ritmo, humor e sobretudo vida. Assim cheguem a tempo os apoios necessários, a publicidade que teima em desaparecer, para salvar as Rádios locais do Algarve e de Portugal. Uma Rádio poderosa é aquela que não soa a rádio, soa a vida e é disso que também se alimenta o «Bichinho da Rádio».

13 de fevereiro – Dia Mundial do Rádio pela ONU .

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