REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #381

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1 de abril, 2023 #381 CENTRO INTERPRETATIVO DA CARAVELA BOA ESPERANÇA | 4.º FESTIVAL DO CONTRABANDO RESIDÊNCIA PARA PESSOAS COM ALZHEIMER E OUTRAS DEMÊNCIAS | «OS ATROPELADOS» «O DIA SOTURNO» | «CHOQUE FRONTAL AO VIVO» | X CONCERTO DA QUARESMA DE LAGOA
NÃO
EM LOULÉ
ALGARVE INFORMATIVO
«PORTUGAL
É UM PAÍS PEQUENO»

ÍNDICE

Centro Interpretativo da Caravela Boa Esperança inaugurado em Lagos (pág. 24)

Residência para pessoas com Alzheimer e outras demências abriu em Castro Marim (pág. 34)

4.º Festival do Contrabando (pág. 44)

«Portugal não é um país pequeno» no Cineteatro Louletano (pág. 62)

«Os Atropelados» no Cineteatro Louletano (pág. 76)

Tozé Brito no «Choque Frontal ao Vivo» em Portimão (pág. 90)

«o dia soturno» de Edgar Massul e Patrícia Serrão em Loulé (pág. 100)

X Concerto da Quaresma da Ideias do Levante em Lagoa (pág. 108)

OPINIÃO

Mirian Tavares (pág. 116)

Adília César (pág. 118)

Fábio Jesuíno (pág. 120)

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Centro Interpretativo da Caravela Boa Esperança convida turistas e residentes a experiência imersiva nos Descobrimentos Portugueses

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

novo Centro Interpretativo da Caravela Boa Esperança e dos Descobrimentos Portugueses foi inaugurado, no dia 21 de março, no Cais da Ribeira de Bensafrim, em Lagos. O projeto materializa a aposta da Região de Turismo do Algarve e do Município de

Lagos numa oferta cultural diferenciada e pretende levar os visitantes numa viagem à epopeia dos Descobrimentos, dando a conhecer melhor o papel do Algarve e das caravelas neste contexto histórico, através de uma experiência educativa e sensorial. As visitas vão ser desenvolvidas pelo Centro de Ciência Viva de Lagos e estarão disponíveis de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.

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A cerimónia de inauguração decorreu a bordo da histórica caravela e contou com a presença dos presidentes da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira, da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, e da Fundación Nao Victoria, José Fernández de Cabo. “A criação do Centro Interpretativo da Caravela Boa Esperança e dos Descobrimentos Portugueses representa um passo decisivo para que a embarcação aqui ancorada se transforme, efetivamente, num ativo emblemático da estratégia de valorização e divulgação desse período histórico tão marcante da Humanidade. Estamos certos de que este novo polo de dinamização constituirá um fator adicional de atração de visitantes à nossa cidade e à região, ajudando a consolidar a marca «Lagos dos Descobrimentos» e a tornar ainda mais gratificante a estada de quem nos procura motivado por interesses de ordem cultural. Hoje é, por isso e sem dúvida, um dia muito importante para Lagos e para os lacobrigenses”, declarou o presidente da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira.

O autarca não esqueceu, igualmente, de dar os parabéns a José Valentim Rosado e a Hélder Martins, que eram os presidentes da Câmara Municipal de Lagos e da Região de Turismo do Algarve quando, há cerca de 20 anos, se concretizou a possibilidade de trazer a

Caravela Boa Esperança para o Algarve e para Lagos. “Só estamos a seguir as vossas pegadas. E não posso esquecer também o Comandante Gravata e a sua equipa, os responsáveis por içar as velas e colocar os motores a funcionar para manter viva esta embarcação. Este novo projeto não é tão arrojado, mas era igualmente

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desejado, passar de um «postal» junto ao qual se podia tirar uma fotografia e pouco mais, para algo vivo e que pode representar a história do Algarve e de Lagos, tornando-se assim mais um espaço museológico numa região que pode e deve ser visitada o ano todo”

Por sua vez, o presidente da RTA, João Fernandes, destacou que “esta intervenção na Caravela Boa Esperança permite-nos dar a conhecer a todos quantos nos visitam, de uma forma pedagógica e estimulante, o navio que ainda hoje faz parte do imaginário das viagens dos Descobrimentos

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Portugueses e o papel que o Algarve e os algarvios desempenharam no tempo das Descobertas, em particular a faixa costeira de Lagos a Sagres, graças à sua localização privilegiada e à experiência marítima das suas gentes”. “Procurámos, assim, tornar a caravela num polo dinamizador do turismo cultural no destino, de valorização do património cultural da região e de preservação da memória cultural de Lagos e do Algarve”, reforçou João Fernandes.

Para uma experiência imersiva que estimula diversos sentidos em simultâneo e transmite ao visitante a sensação de ser parte integrante da embarcação, o

Centro Interpretativo da Caravela Boa Esperança e dos Descobrimentos Portugueses desenvolveu a aplicação informática «Lagos: Caravela Boa Esperança», com conteúdos de realidade aumentada que permitem experienciar a vida a bordo de uma caravela, recriando o ambiente da época dos Descobrimentos. A App, que está disponível nos sistemas Android e iOS, permite ainda conhecer a cidade de Lagos, com interações, informações e realidade aumentada dos locais relacionados com os Descobrimentos Portugueses e na companhia virtual de membros da tripulação.

Além da aplicação mobile, o centro interpretativo conta também com uma brochura e um vídeo-documentário sobre «O Algarve e os Descobrimentos Portugueses», com enfoque no papel das

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caravelas e na relevância histórica dos Descobrimentos e da exploração marítima em toda a sua dimensão –económica, cultural e política – e no papel da região do Algarve, pela sua situação geográfica privilegiada. Desenvolvido pela agência New Light Pictures, o vídeo tem a duração de cerca de 13 minutos e encontra-se disponível em Português, Inglês e Espanhol no canal YouTube VisitAlgarve. Já a brochura foi editada em quatro idiomas (Português, Inglês, Espanhol e Francês). Foram ainda concebidos um pequeno folheto de divulgação do Centro Interpretativo da Caravela Boa Esperança e dos Descobrimentos Portugueses e da sua App (em Português, Inglês e Espanhol), e um vídeo para ações promocionais (Português, Inglês e Espanhol) com cerca de dois minutos de duração e está em curso uma campanha de divulgação do centro interpretativo nas redes sociais em Portugal e Espanha.

A transformação da Caravela Boa Esperança em centro interpretativo sobre os Descobrimentos Portugueses está integrada na candidatura EXPLORATERRA, cofinanciada pelo programa INTERREG V-A EspanhaPortugal (POCTEP). Fabricada em Vila do Conde por especialistas de construção naval em madeira, a Caravela Boa Esperança foi lançada à água a 28 de abril de 1990 e adquirida em 2001 pela Região de Turismo do Algarve para projetar a história algarvia no mundo. Desde então, esta réplica aproximada da caravela dos Descobrimentos já percorreu muitas milhas náuticas em nobres missões, visitou portos europeus e do Mediterrâneo, participou em grandes regatas, foi cenário de documentários e filmes e recebeu turistas e estudantes para visitas guiadas sobre a época dos Descobrimentos e a vida das gentes do mar dos séculos XV a XVII .

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Residência para Alzheimer de Castro Marim foi inaugurada pela

Ministra da Coesão Territorial

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Estrutura

Residencial para Idosos e Centro de Dia para pessoas com Alzheimer e outras demências, em Castro Marim, foi inaugurada, no dia 24 de março, numa sessão presidida pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, juntamente com a direção da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim e do executivo do Município de Castro Marim.

O equipamento social destina-se a proporcionar alojamento residencial permanente ou temporário a 70 pessoas adultas com perturbação neurocognitiva (demência), incorporando ainda uma unidade de reabilitação neurocognitiva e serviços de saúde especializados. Simultaneamente, o centro de dia terá capacidade para 20 pessoas.

Foi, por isso, um dia importante para Castro Marim, para o Algarve e para o Sul do país, frisou Francisco Amaral,

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lembrando que os doentes com demência são em cada vez maior número. “A longevidade média de vida está a aumentar de dia para dia e, como se sabe, 50 por cento das pessoas com mais de 90 anos sofre de alguma demência. Este Lar de Alzheimer é a concretização de um sonho de nove anos do Provedor da Misericórdia, José Cabrita, e do Município de Castro Marim. Surgiram vários obstáculos pelo caminho, a começar na burocracia deste país, passando pela complexidade do projeto de uma obra desta índole, pela adjudicação da empreitada e pelo decurso da mesma. Mas, um a um, estes obstáculos foram sendo ultrapassados pela determinação e

vontade inabaláveis do Provedor da Misericórdia, com um substancial apoio técnico do Município”, apontou o edil.

Francisco Amaral elogiou igualmente a vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Filomena Sintra, que foi “uma autêntica engenheira deste investimento”, e agradeceu a José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, “pela sua compreensão e apoio”, bem como à Ministra da Coesão Territorial pelo apoio financeiro significativo que permitiu realizar esta obra e à Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social “pela prontidão na contratualização das camas que permitem que qualquer doente com demência, qualquer que seja a sua condição financeira, possa usufruir deste benefício tão

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importante para a sua vida e para a vida dos seus familiares”. “A demência é uma doença que acarreta um enorme transtorno e desgaste emocionais, não só para o próprio doente, mas também para os seus familiares e amigos. Como médico e como autarca de porta aberta, tenho assistido a familiares completamente desesperados e exaustos, completamente impotentes perante situações para as quais não se encontram minimamente preparados para lidar e muito menos para as resolver. A escassez

de respostas do Estado é flagrante e dolorosa, numa patologia de difícil tratamento, mas, com uma equipa motivada, com formação, competente e dedicada, far-se-ão milagres”, acredita Francisco Amaral.

No uso da palavra, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, José Cabrita, enfatizou que cada dia que passa significa o agravamento da demência, e reconheceu que levar por diante um projeto desta dimensão não foi fácil. “Desde logo, houve a necessidade de desconstruir mentalidades, sobretudo as que entendiam tratar-se de um projeto

demasiado grande para Castro Marim, mas nada é demasiado grande quando se trata de ajudar aqueles que de nós precisam. Por outro lado, encontrar financiamento para esta obra foi um processo complexo e moroso e, a par do apoio do CRESC Algarve 2020 e da autarquia local, tivemos que recorrer a um financiamento bancário substancial. Sem a CCDR Algarve, o Município de Castro Marim e o Banco Montepio, este feito não seria possível”, assumiu o Provedor, que realçou igualmente o “empenho extraordinário” do Centro Distrital da Segurança Social, na pessoa da sua diretora Margarida Flores, “que se mostrou incansável e genuinamente preocupada com a nossa instituição e com estes doentes e as suas famílias”.

De acordo com José Cabrita, este projeto beneficiou de uma feliz convergência de sinergias e vontades e “foram muitos os que silenciosamente, mas com empenho máximo, ajudaram nas várias fases do processo”

“Queremos tirar o maior partido deste investimento e do trabalho que aqui vai ser levado a cabo, como tal, queremos promover e participar, junto dos meios académicos, em estudos e investigações, na produção de conhecimento e acolhimentos de estágios. Queremos posicionarnos como uma unidade piloto e de referência na prestação de cuidados na demência, através da promoção de serviços de

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excelência”, manifestou o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim.

Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial, não faltou à inauguração “de uma das maiores obras realizadas em Castro Marim nos últimos tempos”. “Hoje é um dia de celebração, pois trata-se de uma estrutura que vai trazer melhor qualidade de vida àqueles que necessitam de um cuidado especial e que vem dar resposta a uma grande lacuna a nível regional. Esta é a prova de que estamos a mudar o paradigma na oferta de cuidados aos mais frágeis, aos nossos mais vulneráveis”, declarou a governante. “Olhamos para os territórios de forma a promover a coesão social e territorial e

estamos perante um equipamento construído de raiz e que vai ser igualmente um espaço de aprendizagem, de avaliação, para as melhores estratégias e práticas no tratamento deste tipo de doenças”, enalteceu Ana Abrunhosa.

Sendo a primeira unidade a sul do Tejo e uma das primeiras do país, a estrutura implicou um investimento na ordem dos 5 milhões de euros, financiado em cerca de 83 por cento do valor elegível. Mais concretamente, incluída no Plano de Ação da ARU e do PARU, foi financiada pelo programa PO CRESC Algarve 2020, apoiado por Portugal e União Europeia, cofinanciado pelo FEDER em 1 milhão, 557 mil e 766,69 euros, a que se somou mais de 1 milhão de euros de apoio do Município de Castro Marim. O restante montante foi assumido pela Santa Casa da Misericórdia, através de capitais próprios e empréstimo bancário .

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Milhares rumaram a Alcoutim para mais um Festival do Contrabando

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Município de Alcoutim

lcoutim acolheu, de 24 a 26 de março, mais um Festival do Contrabando –Tráfico de Artes no Guadiana, evento que resgata a importância que a atividade do contrabando teve noutros tempos e que permite construir o cenário perfeito para a materialização das memórias dispersas que faziam parte da identidade

alcouteneja e, simultaneamente, ir além destas, concretizando o sonho de muitas gerações através da construção da uma ponte que unisse as duas margens. A edição de 2023 apresentou um recinto alargado e novidades no programa, sendo lançado igualmente um concurso com diversos prémios para quem se vestisse à moda antiga, baseando-se no contexto dos anos 30 e 40 do Século XX (com reminiscências temporais de outras épocas) em Alcoutim e na Raia do

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Guadiana sobre o Contrabando, e nas diversas personagens da época representativas do quotidiano social.

A Praia Fluvial de Alcoutim recebeu por estes dias o Mercado de Cerveja Artesanal e, a juntar a esta novidade, todo o recinto do festival manteve um programa eclético, abarcando apresentações ou intervenções artísticas que invadiram e agitaram as vilas de Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, cercadas pelas tradições e onde se constroem pontes de união entre o passado, o presente e o futuro. “São três dias de enorme festa, convívio, alegria e amizade transfronteiriça, nas margens deste Guadiana que é nosso. Construímos uma ponte flutuante que liga a cultura, a história e a

arte destas duas vilas raianas, pois os episódios do contrabando eram frequentes e tiveram um impacto na época com alguma relevância no desenvolvimento económico e social deste território”, declarou Osvaldo dos Santos Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, na inauguração da quarta edição deste festival, momento solene que contou ainda com a presença do Alcaide de Sanlúcar de Guadiana, José María Perez Díaz, do Presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, do Porta-Voz da Equipa do Governo da Diputacion de Huelva, Salvador Gomez, da Delegada do Governo Andaluz em Huelva, Bella Verano Dominguez, e da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

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Uma prática de contrabando que surgia muitas vezes aliada a um conjunto de necessidades que desabavam num reduto de subsistência, e o intuito da autarquia é homenagear os homens e mulheres que a ele se dedicavam. “Hoje, felizmente, os tempos são outros, mas a história deve ser contada e a preservação da memória coletiva deve ser um compromisso para o qual estas iniciativas devem dar um forte contributo”, acrescentou o edil alcoutenejo, que aproveitou a presença da Ministra da Coesão Territorial para sensibilizar o governo para que o Festival do Contrabando volte a ter apoios financeiros do poder central, à semelhança do que sucedeu no passado com o «365 Algarve». “Temos aqui artistas de várias nacionalidades e

atividades que, aliadas ao mercado de rua, proporcionam um cenário idílico para que todos possamos viajar até aos tempos do contrabando, em ambiente de festa em Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana”, reforçou dos Santos Osvaldo Gonçalves.

João Fernandes, presidente do Turismo do Algarve, mostrou-se bastante satisfeito com “a incrível adesão do público ao Festival do Contrabando, que é um importante instrumento de coesão territorial e de dinamização do interior” “É uma iniciativa que aglutina muitas boas-vontades e queremos criar mais valor em alturas do ano em que a procura é

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menos favorável. O «365 Algarve» dava espaço aos territórios para terem as suas ideias e para criarem as suas propostas, com o apoio de instrumentos centralizados, e este é um legado cultural e histórico que remonta à memória coletiva da zona raiana que deve ser preservado. O contrabando era um complemento ao bem-estar das populações, era o sustento da vida de muita gente, hoje é aqui celebrado com alegria e animação”

Fortes parabéns por esta iniciativa deu Ana Abrunhosa a Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, “dois territórios que estão divididos por um rio, mas que trabalham como um só”. “O

Festival do Contrabando tem o mérito de atrair público de várias partes do nosso país e da vizinha Espanha, de promover a economia local, de dar a conhecer as nossas tradições, os encantos e as potencialidades deste território do interior, onde é importante continuarmos a investir os nossos fundos europeus. Temos hoje aqui uma ponte pedonal a ligar as duas margens, mas vamos ter, em breve, uma ponte de verdade que vai romper com a barreira geográfica que o Rio Guadiana impõe a Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana”, frisou a Ministra da Coesão Territorial, antes da comitiva atravessar a ponte flutuante rumo ao outro lado do Rio Guadiana .

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ANDRÉ AMÁLIO VOLTA A FALAR DO ULTRAMAR EM «PORTUGAL NÃO É UM PAÍS PEQUENO»

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Cineteatro

Louletano recebeu, no dia 26 de março, «Portugal não é um país pequeno», mais um espetáculo de teatro documental produzido pelo Hotel Europa, criado e interpretado por André Amálio, que reflete sobre a ditadura e a presença portuguesa em África, em particular a vida dos antigos colonos portugueses, através dos seus testemunhos reais.

O texto deste espetáculo foi criado através de um processo de verbatim, que significa copiado palavra por palavra, cuja dramaturgia seguiu fielmente as palavras das pessoas entrevistadas sobre a sua vida em África no Período Colonial Português. A metodologia seguida

combinou a recolha de testemunhos dessas pessoas e uma detalhada pesquisa historiográfica, criando um texto que retrata a complexidade da história recente em Portugal e sobre o fim do colonialismo português. Com esta criação, a Hotel Europa investigou histórias reais que se tornaram memórias e que com o tempo foram herdadas e onde as pessoas reais contribuem para contestar e reconstruir identidades culturais, “trabalhando a forma como o teatro pode contribuir para a reescrita da história, dando voz a um grupo silenciado e trabalhando assim na transmissão da memória

entre gerações”, explica André Amálio, que esteve acompanhado em palco por Pedro Salvador, responsável pela criação musical .

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ASSOCIAÇÃO ARTÍSTICA SATORI APRESENTOU «OS ATROPELADOS»

NO CINETEATRO LOULETANO

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Cineteatro Louletano foi palco, no dia 11 de março, de «Os Atropelados», uma criação da Associação

Artística Satori subsidiada pela Bolsa de Apoio ao Teatro de Loulé.

Interpretada pelos alunos da Academia Iluminarte e Associação Artística Satori, com encenação de Catarina Bernardino e produção de Tiago Guerreiro, a cómica aventura tem lugar na capital do interior algarvio, a Vila de Rilas, que não sofre com a desertificação e onde a taxa de desemprego é inexistente. A localidade

possui todos os equipamentos necessários para residentes e visitantes, que acorrem aos milhões.

Ali há piscinas cobertas e exteriores, um parque infantil de excelência, um Centro de Saúde com dois enfermeiros e dois médicos diários e uma receção premiada pela sua simpatia. Ora, é nesta vila que se reencontram com enorme alegria quatro amigos, em torno de uma visita às infraestruturas, cuja coqueluche é um dos maiores parques de diversões da Europa. Porém, dizem os antigos que na freguesia vizinha do Nafim, terra boa, gente ruim, daí que esta reunião nostálgica rapidamente ganhe contornos de tragédia, baseada em factos verídicos .

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PROGRAMA CHOQUE FRONTAL AO VIVO RECEBEU TOZÉ BRITO

Texto: Ricardo Coelho| Fotografia: Vera Lisa

o dia 16 de março, o convidado do «Choque Frontal ao Vivo» foi Tozé Brito, reconhecido cantor, letrista e compositor português, exexecutivo das editoras Universal Music e BMG e atual vice-presidente da direção da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo escrito mais de 500 canções, das quais cerca de uma centena são temas infantis ou criados para teatro, cinema e televisão. Em quase duas horas de programa a noite foi de recordações, emoções e muitas histórias partilhadas com o público que voltou a encher o

pequeno auditório do TEMPO – Teatro Municipal de Portimão.

Do início da sua carreira com os «Pop Five» e o «Quarteto 1111», aos mais recentes álbuns «Tozé Brito (de) novo» e «Tozé Cid», as conversas retrataram momentos marcantes da vida de um dos mais carismáticos artistas nacionais, os tempos com os «Green Windows» e «Gemini», os festivais da canção, as «Doce» e os muitos intérpretes com quem partilhou as suas músicas. Muitos foram os temas de conversa sobre uma carreira tão longa e notável que seriam precisas bastantes mais horas para tudo o que ficou por contar. “Noite

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inesquecível em Portimão durante a gravação do programa «Choque Frontal ao Vivo». A entrevista foi emocionante e cantei ao vivo algumas canções para um público muito especial. Obrigado a todos, foi um prazer voltar a Portimão e ser recebido assim”, referiu Tozé Brito.

O «Choque Frontal ao Vivo» é um programa de rádio da Alvor FM, gravado no TEMPO e apresentado por Ricardo Coelho e Júlio Ferreira. No dia 18 de maio, o programa conta com a participação da cantora Filipa Sousa, natural de Albufeira, que venceu o Festival RTP da Canção em 2012 .

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EDGAR MASSUL E PATRÍCIA SERRÃO LEVAM «O

DIA

SOTURNO» AO CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

té dia 15 de abril, a Galeria de Arte do Convento de Santo António, em Loulé, recebe a exposição «o dia soturno», dos artistas Edgar Massul e Patrícia Serrão. Com curadoria de Miguel Cheta, esta exposição inaugura o ciclo programático do Plano de Apoio às Artes do Município de Loulé de 2023, que já vai na sua terceira edição.

Edgar e Patrícia trazem-nos uma proposta melancólica, traduzida num conjunto de obras site specific, pensadas e construídas para este tomo único de relação com o lugar onde decorre a exposição. O lugar emana uma aura mística imediatamente

percecionada pelos dois artistas. A mesma aura incorpora o seu corpo de trabalho, o que faz com que esta exposição fosse desde há muito um encontro desejado, entre um e o outro artista e o local que a acolhe.

O Plano de Apoio às Artes do Município de Loulé foi um projeto desenhado para garantir o apoio e a divulgação das artes visuais. Começou por se dirigir, numa primeira fase de ação, aos artistas do concelho de Loulé, tendo vindo a estender-se a colaborações com artistas da região, ou que com esta tenham uma ligação estabelecida. A exposição pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 10h às 13h30 e das 14h30 às 18h .

X CONCERTO DE QUARESMA DE LAGOA TRANSBORDOU DE TALENTO E DE APLAUSOS

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Ideias do Levante

associação

cultural Ideias do Levante produziu, no dia 26 de março, na Ermida de Nossa Senhora da Encarnação, em Carvoeiro, a décima edição do Concerto de Quaresma de Lagoa, com Carla Pontes (soprano) e Cristiana Silva (piano). O evento resultou de uma parceria entre o Município de Lagoa, a Paróquia de Lagoa e a Ideias do Levante, com o intuito de promover o património artístico religioso do concelho de Lagoa e dar a conhecer/promover espaços religiosos, artistas, instrumentos e obras de compositores portugueses e

estrangeiros. As talentosas musicistas deslumbraram uma sala repleta de público com a interpretação magistral de várias obras de compositores como George Frideric Handel (1685-1759) e Antonio Vivaldi (1678 – 1741), entre outros.

A Ideias do Levante é uma associação

cultural, fundada a 27 de abril de 1995, com sede em Lagoa e extensão em Portimão, com atividade em torno da formação, produção e promoção cultural, através de projectos regulares e pontuais, não só na área das artes performativas, visuais e literárias, como também na área da saúde e do bem-estar .

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De mães e de filhos Mirian Tavares (Professora)

Filhos... Filhos?

Melhor não tê-los! Mas se não os temos Como sabê-los?

Vinícius de Moraes

filho tinha uns quatro anos quando decidiu que, aos oito, se chamaria Félix. Nunca soube bem porquê, mas era uma grande decisão. Perguntou-me se era possível e eu, como uma mãe daquelas chatas e pragmáticas, em vez de dizer – sim, sim, pensando que aos oito ele já nem se lembraria, fui explicarlhe o processo de mudança de nome. E disse que ele poderia, quem sabe, adotar Félix como nome artístico. Aliás, a minha mania de explicar as coisas bem, fosse qual fosse a pergunta, fez com que a educadora de infância, um dia, viesse me dizer: “Todos os coleguinhas do Pedro, quando têm alguma dúvida, recorrem sempre a ele”. Disse num tom entre o “parece-me bem” e vê lá, oh mãe, o que andas a explicar ao miúdo”. Continuei a explicar-lhe tudo, da etimologia das palavras à importância dos gestos. E creio que não me saí nada mal. Um dia recebi, da minha mãe, um diploma de MÃE. Sendo ela diplomada com reconhecido valor, após oito filhos criados, senti-me invadida por uma enorme felicidade.

Parece que eu tinha feito alguma coisa bem. E não era uma coisa qualquer – era a coisa mais importante da minha vida –ser mãe. Algo que nunca me tinha passado pela cabeça, a maternidade, aconteceu-me de forma inesperada e maravilhosa. Sobretudo porque nada substitui abraçar o filho, abarcá-lo com os nossos braços, consolá-lo, mimá-lo. Nada substitui o momento em que ele, aos 10 meses, deu seus primeiros passos e eu, ali sozinha, em lágrimas, quase derreto de emoção. Sim, porque mãe é bicho que se derrete fácil. Aliás, sou acusada, vezes sem conta, de ser demasiado branda, mole, doce. Como se eu fosse uma espécie de mãe-marshmallow. De facto, fazendo as contas, dei muitos mais abraços que gritos. Dei muito e acho que ainda é sempre pouco. Porque o amor, o verdadeiro amor incondicional, é desmesurado, é pegajoso, é terno. E não me envergonho da mãe que sou, diplomada, não se esqueçam! De uma mãe, que como todas as mães, sem livros de instrução, tentam fazer o seu melhor. E, para mim, o melhor é ver o filho crescer, lindo, adorável, corajoso. Esta semana completa 10 anos que a minha mãe morreu. Tanto tempo que às vezes

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parece tão pouco. Há 10 anos, estava eu ao seu lado, no hospital. A vê-la sofrer, a ser chamada de «velhinha» pelas enfermeiras. Ela a quem este epíteto jamais caberia. Porque mãe não envelhece. Permanece em nós, que repetimos, sem querer, os seus gestos. Dizem que tenho as suas mãos. Não tenho é o seu talento. Mas tenho um diploma. E um filho que é a prova viva do meu merecimento .

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Foto: Vasco Célio

Cristovam Pavia: Só de agora a mágoa*

Adília César

(Escritora)

“Um barco sem velas E sem rumo

Singrando um mar de fumo, Mas descobrindo estrelas…

Nisto me resumo”**.

Cristovam Pavia

Epígrafe» é o título dado a este pequeno poema de Cristovam Pavia. E, todavia, poderia ser um desses arquipélagos de cinza que o poeta foi visitando para meditar sobre a sua curta vida. De descoberta em descoberta, ele viu frotas de nuvens, turbilhões de cores, clarões do crepúsculo Certamente que o poeta se encontrava encerrado em si mesmo, respirando com dificuldade, focado na construção da sua linguagem poética como se esta fosse uma casa com as janelas fechadas por dentro. Depois foram abertas todas as torneiras/E a casa desceu no espaço/como uma gota de água. Quem ficou fechado lá dentro? Quem se afogou? Quem bebeu aquela gota de água universal? O poeta Cristovam Pavia ou o homem de nome Francisco António Flores Bugalho, nascido em 1933 e falecido em 1968? Basta de perguntas.

Toda a poesia de Cristovam Pavia é um aviso. Contudo, se ele poetiza a partir das suas vivências, os seus poemas devem ser lidos tendo em conta o seu sofrimento emocional, verificando-se revelações

inéditas das suas circunstâncias pessoais. Do poeta para o homem, portanto. A voz poética, o som que o homem faz ao autodestruir-se.

Ainda era criança e o fogo da poesia já lhe queimava as mãos, como um ardor acaso demasiado excessivo para o que então lhe era possível suportar***. Aos 13 anos já o rapaz escrevia e projectava-se em um-outro poético capaz de se abrir a um mundo dolorido que parecia cercá-lo como uma ilha de angústia. A infância é o paraíso perdido que ele desenha em traços de epitáfio, não sem antes procurar as nascentes de água pura, o baptismo da caminhada imbuída de desafios insuperáveis, demandas inultrapassáveis. Suster o peso da hora. O fim de qualquer coisa sempre visível e palpável. Profundo. Chamemos-lhe, pragmaticamente, epitáfio. Mais tarde, ele percebe que o menino que era não morreu. Pelo contrário, um e outro são o mesmo, confundindo-se um com o outro nas palavras escritas, grandes e opacas como a ampla solidão, o imenso silêncio que se instaura na reconciliação de ambos.

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Havia grandes tílias aromáticas…

E pedrinhas brilhantes, coloridas

Conforme a luz…

E havia animais

Com rotas desconhecidas…

E folhas estranhas todas diferentes…

E tu estavas lá:

– Menino

Das pálpebras tombadas.

Mas nós sabemos que está ali um menino já morto e que o homem caminha para a morte. Mas enquanto esta não chega, o poeta medita e escreve. Abandona-se a si mesmo e escreve

consolações para tempos incertos. Deseja alcançar uma vertiginosa vertigem A certeza: a força austera do comboio que desfaz o menino das pálpebras já tombadas .

* Verso do poema de amor «Pequena canção», incluído no livro «35+15 poemas», 2018, Opera Omnia.

** Em itálico: versos de poemas de Cristovam Pavia.

*** Do texto «Sobre a poesia de Cristovam Pavia» de José Bento, incluindo na obra Poesia,1982, Moraes Editores.

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s momentos de crise podem ser catalisadores de oportunidades, impulsionando empreendedores de qualidade que sabem aproveitar as circunstâncias para lançar novas startups.

Em momentos como estes, é essencial manter uma postura ativa na busca por oportunidades, já que elas surgem com maior frequência. Para aproveitá-las, basta ter uma mente aberta e uma visão estratégica a longo prazo.

Além disso, é durante esses períodos que os incentivos económicos para a criação de novos negócios, empregos e projetos em diversas áreas se intensificam.

Nesse sentido, elaborei uma lista de dicas estratégicas para o lançamento bem-sucedido de novas startups:

Ideia de negócio de sucesso

O primeiro passo é encontrar uma ideia de negócio rentável e com potencial de crescimento. Conhecer as tendências de mercado é crucial para identificar a

melhor ideia para uma startup bemsucedida.

Crie um plano de negócios

O plano de negócios é um documento essencial para planificação e organização, que detalha a ideia de negócio e seus objetivos. Ele demonstra a viabilidade financeira da ideia sob várias perspectivas, funcionando como um mapa para orientar a fase inicial de qualquer startup.

Estrutura base de um Plano de Negócios:

1. Sumário executivo: é uma introdução breve e clara do plano de negócios, que resume os pontos mais importantes, como a visão, missão, objetivos e estratégias da empresa.

2. O histórico da Companhia e/ou dos promotores: apresenta a história da empresa e/ou dos promotores, destacando as experiências, habilidades e conquistas relevantes que demonstram a capacidade de liderança e gestão do negócio.

3. O mercado subjacente: descreve o mercado em que a empresa irá atuar, incluindo informações sobre a concorrência, os potenciais clientes, as

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3 dicas estratégicas para lançar a sua startup com sucesso Fábio Jesuíno (Empresário)

oportunidades e as ameaças do setor.

4. A nova ideia e o seu posicionamento no mercado: apresenta a ideia de negócio da empresa, destacando sua inovação, diferenciação e proposta de valor.

5. O Projeto/ Produto/ Ideia: detalha o produto ou serviço oferecido pela empresa, destacando as suas características, benefícios e vantagens em relação aos concorrentes.

6. Estratégia Comercial: descreve as estratégias de marketing e vendas da empresa, incluindo a segmentação de mercado, o posicionamento da marca, a estratégia de preço, as ações promocionais e a distribuição dos produtos ou serviços.

7. Projeções Financeiras: inclui as projeções financeiras da empresa, como o orçamento, o fluxo de caixa, o balanço patrimonial e a análise do ponto de equilíbrio.

8. Gestão e controlo do negócio: apresenta a estrutura organizacional da empresa, as funções e responsabilidades dos gestores e colaboradores, e os planos de crescimento e desenvolvimento da equipe.

9. Investimento necessário: descreve o

investimento necessário para a empresa começar a operar, incluindo as fontes de financiamento, os custos iniciais e as necessidades de capital

Marketing

O investimento em marketing é um dos factores mais importantes a ter em conta quando lançamos uma nova startup, ele vai permitir divulgar a nossa ideia no mercado, atrair e fidelizar clientes. Aqui deve-se ter sempre em conta a definição do público-alvo e a forma como será transmitida a mensagem.

O investimento nesta área deve ser sempre numa perspectiva de médio e longo prazo para se conseguir de uma forma sustentável obter bons resultados, e, acima de tudo, notoriedade e credibilidade no mercado.

Estas são as três dicas estratégicas fundamentais para quem deseja lançar uma startup de sucesso .

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