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ALGARVE 15 de julho, 2023
FEIRA DE CAÇA, PESCA, TURISMO E NATUREZA | FEIRA DO MAR | «A APARIÇÃO» LOTA COOL MARKET | FESTAS EM HONRA DO IMACULADO CORAÇÃO ALGARVE DE MARIA 1 INFORMATIVO #395 MERCADO DE CULTURAS À LUZ DAS VELAS | ÁGUAS DO ALGARVE E CASTRO MARIM GOLFE
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ÍNDICE XXV Feira da Caça, Pesca, Turismo e Natureza voltou a ser um sucesso (pág. 22) Primeira edição da Feira do Mar em Sagres foi um êxito (pág. 36) Águas do Algarve passa a fornecer água reciclada para rega de campos de golfe do Castro Marim Golfe & Country Club (pág. 46) Altura ao rubro com as Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria (pág. 58) «Blue Fever» do Lota Cook Market invadiu Zona Ribeirinha de Portimão (pág. 68) Lagoa recebeu 8.º Mercado de Culturas à luz das velas (pág. 80) Cenas na Rua arrancou de forma esplêndida com «Migrare» (pág. 92) «A Aparição» surpreendeu Jardim da Alameda, em Faro (pág. 108)
OPINIÃO Fábio Jesuíno (pág. 120) Júlio Ferreira (pág. 122) Dora Gago (pág. 126)
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XXV Feira da Caça, Pesca, Turismo e Natureza voltou a ser um sucesso Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina Feira de Caça, Pesca, Turismo e Natureza, que este ano celebrou as bodas de prata em Albufeira, num novo espaço, na zona poente da Marina, onde habitualmente se realiza a Feira Quinzenal, decorreu de 7 a 9 de julho e contou com 200 expositores e mais de 40 mil visitantes. Houve atividades para todos os gostos, com exposição de animais, produtos e artefactos ligados à caça e à pesca, gastronomia, artesanato, demonstrações cinotécnicas, eventos equestres, concursos, exposições de ALGARVE INFORMATIVO #395
máquinas agrícolas, um colóquio sobre Gestão Cinegética e as Alterações Climáticas, e concertos com artistas locais e grandes nomes da música nacional, com destaque para os concertos dos D.A.M.A., Miguel Gameiro e Polo Norte e os NÉMANUS. O presidente da Câmara Municipal de Albufeira sublinhou que, uma vez mais, o evento superou todas as expectativas, “e
para o efeito contribuiu a relocalização para um terreno muito mais amplo, o que permitiu aumentar o tamanho dos stands”. Realce para o Salão de Exposições, onde 22
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os visitantes puderam apreciar produtos e artefactos ligados à caça, à pesca, turismo e natureza, produtos da terra, máquinas agrícolas, gastronomia, exposição de animais e aves exóticas, bem como para “a qualidade das
atividades envolvidas e do programa de animação, que, para além de trazer a Albufeira os melhores músicos do panorama artístico nacional, deu oportunidade a vários artistas locais de mostrarem o seu trabalho perante milhares de visitantes”. José Carlos Rolo referiu que este novo espaço é bastante melhor do que o anterior e sublinhou igualmente a apresentação do Stand do Município, um espaço expositivo de 400 metros quadrados, dividido em dois pisos: o primeiro inteiramente dedicado a ALGARVE INFORMATIVO #395
mostrar a residentes e turistas iniciativas, obras, projetos e eventos relevantes desenvolvidos pela autarquia; enquanto o piso superior é ocupado por uma área lounge, destinada a receber os visitantes. Trata-se de um stand móvel, que tem a vantagem de futuramente poder ter outras utilizações. “Albufeira não é
um destino unicamente de sol e de praia, temos um interior muito rico sob o ponto de vista geológico, natural, paisagístico e das tradições que é importante preservar e divulgar. O Município integra o projeto de implementação de um geoparque no interior dos concelhos de Albufeira, Loulé e Silves, o chamado aspirante Geoparque Algarvensis, uma área territorial com um património geológico de 24
grande relevo, candidato a Geoparque da UNESCO”, lembrou o
organização de um evento com estas dimensões “só é possível graças ao
edil albufeirense, acrescentando que a Feira de Caça e Pesca é uma forma de aproximação do mundo rural ao litoral do concelho. “No fundo, eventos como
apoio da Câmara Municipal de Albufeira e do seu presidente, bem como da equipa extremamente profissional do Município”. Vítor
este são uma espécie de simbiose entre o mundo rural e o litoral, sendo que tudo isto fica sob o chapéu do turismo”, concluiu. Vítor Palmilha, presidente da Federação de Caçadores do Algarve, por sua vez, afirmou que “a edição deste ano da
Feira de Caça, Pesca, Turismo e Natureza foi a maior de sempre, com dois mil metros quadrados só para a tenda de exposições e a participação de 200 expositores”. O responsável da Federação destacou que a
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Palmilha terminou confessando que
“gostaria que continuássemos a organizar o evento neste espaço maravilhoso”. A Feira de Caça, Pesca, Turismo e Natureza foi organizada em parceria pela Federação de Caçadores do Algarve, Câmara Municipal de Albufeira e Marina de Albufeira. O evento contou, ainda, com a colaboração da Região de Turismo do Algarve, Agência de Promoção de Albufeira (APAL) e Crédito Agrícola de Albufeira .
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Primeira edição da Feira do Mar foi um êxito Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Feira do Mar ais de cinco mil pessoas visitaram a Feira do Mar, iniciativa organizada pela M.A.R – Maresia Associação Recreativa com o apoio da Câmara Municipal de Vila do Bispo, que decorreu, em Sagres, de 30 de junho a 2 de julho. Teresa Coelho, Secretária de Estado das Pescas, presidiu à abertura do evento numa cerimónia que contou com a presença de Rute Silva, presidente da Câmara Municipal, e de Samuel Inês, ALGARVE INFORMATIVO #395
presidente da M.A.R – Maresia Associação Recreativa. O ato contou ainda com representantes de várias entidades regionais e locais. Tendo como principal objetivo a promoção das atividades desportivas ligadas ao mar, bem como outras atividades conexas do mar, como a gastronomia e o turismo, a primeira edição da Feira do Mar contou com uma tenda gigante com 17 stands com artesanato, doces regionais, licores e produtos ligados ao mar, entre outros. Ao 36
longo do evento, os participantes tiveram acesso a iniciativas como workshops, palestras, showcooking, desportos náuticos, gastronomia, música, artesanato e comes & bebes.
Raposeira Dub Club, Quem é o Bob?, Banda MT80 – We Rock The 80’s e Humberto Silva, o certame ficou marcado pelos concertos de Rouxinol Faduncho, no sábado, e Rosinha, que encerrou a Feira, no domingo .
Além das atuações de Naomi and The 37
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Águas do Algarve passa a fornecer água reciclada para rega de campos de golfe do Castro Marim Golfe & Country Club Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina Águas do Algarve e o Castro Marim Golfe & Country Club assinaram, no dia 3 de julho, em Castro Marim, um acordo para o fornecimento de ApR – Água para Reutilização aos campos de golfe do resort, possibilitando assim uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos numa região que vem sendo cada vez mais impactada pela escassez de água. A ALGARVE INFORMATIVO #395
cerimónia contou com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Hugo Polido Pires, para além de José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, António Miguel Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve e de vários autarcas, dirigentes associativos e empresários. O acordo resulta da conclusão da primeira fase do projeto «Infraestruturas de Elevação e Adução de ApR – Água para Reutilização da ETAR de Vila Real de 46
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Santo António» pela Águas do Algarve, destinado a permitir a utilização de águas residuais tratadas na rega dos campos de golfe existentes na zona norte deste concelho, de modo a contribuir para assegurar o equilíbrio entre a oferta e a procura e a promover a resiliência à seca, tendo por base os cenários de alterações climáticas. A empreitada envolveu a instalação de um sistema de desinfeção por cloragem e a construção de uma estação elevatória para ApR e do troço de ligação à conduta de ligação a dois pontos de entrega, nomeadamente ao Castro Marim Golfe e aos Golfes da Quinta do Vale. No início da sessão, Filomena Sintra, vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, lembrou o trabalho começado, há alguns anos, com a APA – Agência Portuguesa do Ambiente em torno do Plano de Gestão de Recursos Hídricos do Algarve, e no qual foram rapidamente identificados dois empreendimentos localizados neste concelho – Castro Marim Golfe e Quinta do Vale – que consumiam a mesma água que a restante população deste território, cerca de um milhão de metros cúbicos de água. “Tínhamos também uma
ETAR em Vila Real de Santo António, colocada no ativo em 2005 e que debitava três milhões de metros cúbicos de água para o rio. Só poderíamos ser considerados maus gestores se não fizéssemos alguma coisa com esse recurso, mas, quando tentamos criar a operação, deparamo-nos com várias ALGARVE INFORMATIVO #395
barreiras. Hoje, essa operação é uma realidade, fruto de uma partilha muito grande, de um trabalho de confiança enorme entre os vários promotores envolvidos – Câmara Municipal, Águas do Algarve, APA e CCDR Algarve. Não sabíamos bem para onde íamos, mas sabíamos que precisávamos de uma solução para regar estes campos de golfe”, declarou a autarca. 48
Filomena Sintra apelou ainda à união de todos quando se fala no combate à escassez de água e reconheceu que o consumo, apesar de todas as campanhas de sensibilização levadas a cabo, não está a reduzir no Algarve. “Só estão a
baixar os níveis de água nas reservas que temos, daí o sonho da Barragem da Foupana. Tendo em conta os níveis de consumo necessários para fazer face à 49
economia que está instalada, precisamos de soluções de retenção alternativas, sempre pensando no equilíbrio do ecossistema. O território não é para ser consumido no imediato, é para ser deixado para as gerações futuras, mas não devemos ser fundamentalistas”, defendeu, preocupada. “O nordeste algarvio é diferente do resto do país, há ALGARVE INFORMATIVO #395
muitos estudos sobre a desertificação e as alterações climáticas, não devemos entrar em discussões político-partidárias sobre esta matéria. Queremos vida no Algarve, mas sem água ela não é possível”. Com o fornecimento da ApR pela Águas do Algarve, o Castro Marim Golfe & Country Club irá substituir cerca de 450 mil metros cúbicos de água utilizada no processo de rega e manutenção dos seus campos de golfe e espaços verdes exteriores do empreendimento, assegurando um maior equilíbrio entre a procura e a disponibilidade do recurso hídrico. “Estamos conscientes da
necessidade de sermos cada vez mais sustentáveis, devido às alterações climáticas e escassez hídrica registadas nos últimos anos, pelo que o nosso empenho ALGARVE INFORMATIVO #395
neste projeto tem sido total desde o primeiro momento. Acreditamos que o futuro passa por aqui e queremos estar no pelotão da frente, pela qualidade dos campos de golfe e do destino Algarve”, indicou David Martins, Diretor-Geral da Algarvelux, lembrando que a utilização de ApR vem no seguimento de outras medidas que este empreendimento turístico já implementou, nomeadamente a rega noturna, a utilização de sistemas de gestão inteligente de rega, o aproveitamento de águas pluviais através de lagos, a instalação de estações meteorológicas, a redução de áreas regadas, por exemplo, nos fairways e roughs, a utilização de relvas mais adequadas, a utilização de espécies autóctones e a redução de espaços ajardinados entre outras. David Martins lamentou, porém, que o golfe continue a ser encarado como “um 50
desporto elitista que usa água com abundância, que contamina o ar e a água devido à utilização de químicos para manter os espaços verdes, que promove o aumento do custo de vida por meio da subida do custo dos imóveis, que origina a perda da biodiversidade, que cria pressão no território, entre muitos outros aspetos negativos”. “O turismo de golfe é considerado um dos principais produtos turísticos estratégicos a nível nacional, porque promove a redução da sazonalidade, e nós funcionamos todo o ano, criamos emprego 12 meses por ano. Promovemos também a qualificação e diferenciação da oferta turística, reforçamos a 51
projeção da imagem de Portugal e prestamos um contributo importante para o crescimento das receitas. Apostar no turismo de golfe é garantir um destino mais competitivo, mais dinâmico e mais sustentável”, salientou David Martins, esclarecendo ainda que o retorno económico do consumo de água é muito maior no golfe do que noutras atividades, nomeadamente na agricultura. “É
crucial eliminar o preconceito de que o mal de todos os pecados são os campos de golfe. A poupança da água e a sua melhor utilização é uma missão de todos e os campos de golfe têm feito um trabalho sério nesse domínio, e assim vão continuar a fazer”, reforçou o responsável pelo Castro Marim Golfe & Country Club. ALGARVE INFORMATIVO #395
Representando um investimento de 1,5 milhões de euros, com financiamento do POSEUR, o projeto permite substituir a utilização anual de cerca de um milhão de metros cúbicos de água superficial por ApR, ficando a ETAR com capacidade instalada para a disponibilização de outros pontos de entrega, quer campos de golfe quer rega agrícola e também para usos urbanos, como lavagem de arruamentos e rega de espaços verdes públicos. Para a Águas do Algarve, a celebração deste acordo representa um passo importante para dar mais resiliência ao sistema de abastecimento de água do Algarve. “Temos que
utilizar de forma mais eficiente os recursos hídricos numa região que cada vez é mais fustigada pelas alterações climáticas e pela escassez hídrica. As medidas previstas garantem um acréscimo de disponibilidade média anual de água de 17 milhões de metros cúbicos já em 2023, totalizando um ALGARVE INFORMATIVO #395
acréscimo anual acumulado de cerca de 62 milhões de metros cúbicos em 2026 em toda região do Algarve”, explicou António Eusébio, presidente da Águas do Algarve. No que respeita à produção de água para reutilização no Algarve, está previsto um investimento de 23 milhões de euros até 2025, estimando-se um incremento de 1,4 para 8 milhões de metros cúbicos/ano, destinando-se 71 por cento à utilização pelos campos de golfe.
“A procura de novas origens, como a produção de ApR e a dessalinização, é uma prioridade para fazer face aos impactos das alterações climáticas no Algarve, que se traduzem em menos água nas barragens e nos aquíferos. Mas, a par do aumento da oferta, temos também de reforçar as ações de redução de consumos e de promoção da eficiência hídrica. A escassez de água é um desafio 52
global e a ação deve ser de todos”, avisa António Eusébio. Precisamente para fazer face aos impactos da escassez de água que tem vindo a impactar alguns territórios de Portugal Continental, sob o mote «Água é vida – não a desperdice», o Grupo Águas de Portugal (AdP), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), com o financiamento do Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e Ação Climática, lançaram uma campanha de sensibilização para a redução dos consumos de água visando promover práticas que fomentem o seu uso eficiente. A campanha arrancou no Algarve, território que é neste momento o mais afetado pela seca e escassez de água, numa região que, no Verão, quase duplica a sua população. É promovida pela Águas do Algarve, a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, a CCDR Algarve e a Região de Turismo do
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Algarve, contando com o envolvimento de diferentes associações hoteleiras e de restauração do Algarve que conjugam esforços para apelar a residentes e turistas nacionais e estrangeiros que não desperdicem água. A campanha «Água é vida – não a desperdice» alerta para a importância da água e faz um apelo a todos para a adoção de comportamentos que contribuam para o bom uso do recurso. “Uma torneira aberta pode gastar 12 litros de água em apenas 1 minuto. Se cada pessoa desperdiçar 1 minuto de água por dia em Portugal, são 120 milhões de litros de água, o suficiente para satisfazer as necessidades básicas diárias de um milhão de pessoas. A água é essencial à vida e merece toda a nossa atenção. Seja mais consciente e evite gastos desnecessários”, apela a campanha, desenvolvida a nível nacional e em várias fases, com a comunicação e ativações reforçadas nos territórios mais afetados pela escassez de água.
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Ponderar todas as alternativas para não desistir de nenhum setor Na sessão interveio igualmente José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, que chamou a atenção para a existência de 200 milhões de euros para a Eficiência Hídrica no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, pelo que é fundamental
“juntar todas as pontes e peças do puzzle e procurar abrir os regos e as linhas de água necessários para que isto funcione”. “A articulação entre todas as entidades é absolutamente crítica para executarmos em tempo este desafio. É preciso sensibilizar os cidadãos, assegurar uma melhor gestão e diminuição das perdas ALGARVE INFORMATIVO #395
nos municípios, reutilizar águas nos espaços públicos. E o golfe é o nosso maior ativo de compensação pela sazonalidade, em termos de dinamização de emprego e do mercado imobiliário nestes territórios, bem como de projeção internacional do nosso país e região. Temos no Algarve dos melhores campos de golfe do mundo”, apontou José Apolinário, que abordou ainda a importância de se ponderar todas as alternativas que estão em cima da mesa. “Há que estudar a
viabilidade da Barragem da Foupana e de uma ligação entre Alqueva e Odeleite, porque estamos na mesma bacia, mas também olhar para a reutilização da água na agricultura, para a retenção de água em pequenas 54
charcas e açudes, para soluções de dessalinização e de osmose inversa”, frisou o líder da CCDR Algarve. O tema da água uniu os algarvios, enalteceu, por sua vez, António Miguel Pina, presidente da AMAL e da Câmara Municipal de Olhão. “Sabemos todos
o que é preciso fazer e tudo tem de fazer sentido daqui para a frente. As soluções são várias e nenhuma deve ficar de fora, respeitando as questões ambientais”, referiu, antes de usar da palavra o Secretário de Estado do Ambiente, Hugo Polido Pires. “O
Algarve é a região que mais tem sofrido com a escassez hídrica e é aqui que o governo tem de concentrar todos os seus esforços para a resolução deste problema. Temos de responder às
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necessidades de cada território e é isso que estamos a fazer com a elaboração do Plano de Eficiência Hídrica, com uma candidatura ao PRR de 200 milhões de euros, com o Pacto para a Água no qual queremos envolver todos os setores. Não está sequer em cima da mesa desistir de um ou outro setor”, garantiu, mostrando-se impressionado com a forma como os autarcas algarvios estão empenhados nesta matéria e em tornar a região mais resiliente. “Há uma sensibilidade
ambiental enorme, o Algarve tem muito futuro, e nós faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, em conjunto, para que este território se desenvolve, crie riqueza e gere emprego”, finalizou o Secretário de Estado do Ambiente .
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Altura ao rubro com as Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria Texto: Daniel Pina| Fotografia: Município de Castro Marim e 30 de junho a 2 de julho, Altura voltou a viver as tradicionais Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria. São as celebrações religiosas o grande motivo desta festa, que acolhe também muita animação musical, grandes concertos e a Feira de Artesanato. ALGARVE INFORMATIVO #395
As Festas arrancaram a 30 de junho, sexta-feira, com o Dia da Juventude. Numa iniciativa da Associação de Jovens de Altura, Young-Link, com o apoio do Município de Castro Marim, este foi um dia marcadamente dedicado à atividade desportiva. Entre a Praia da Alagoa e o Skate Park de Altura, houve um torneio de voleibol de praia, um torneio de futebol de praia e um workshop de 58
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demonstração de skate. À noite, as atenções mudaram para o recinto das Festas, com Sugaland Band na abertura, seguida pelo concerto de Domingues e, a fechar, DJ Gustavo Vera. No sábado subiu ao palco NENA, que substituiu Bárbara Bandeira, impossibilitada de atuar por motivos de saúde. O domingo, 2 de julho, foi marcado pelas celebrações religiosas. A homenagem à padroeira de Altura começou, pelas 17h30, com a Recitação do Terço, seguindo-se a celebração da Eucaristia e a Procissão em Honra do Imaculado Coração de Maria. O
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espetáculo de dança das ARUTLA encerrou as Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria. Durante os três dias, a Feira de Artesanato de Altura ofereceu também uma genuína mostra das artes e ofícios locais, com uma enorme variedade de doçaria regional. As Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria são uma organização conjunta da Câmara Municipal de Castro Marim e da Paróquia de Altura, com o apoio da Junta de Freguesia de Altura, Clube Recreativo Alturense, Associação Young Link e Irmandade do Imaculado Coração de Maria .
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«Blue Fever» do Lota Cool Market invadiu Zona Ribeirinha de Portimão Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina, Ricardo C. e J. Figueiras Lota Cool Market voltou à zona ribeirinha de Portimão, de 5 a 9 de julho, assente na consciencializaç ão ambiental e na preservação do meio aquático, sob o tema «Blue Fever». Considerado o mercado mais cool do Sul, o evento aumentou a área ocupada e o dinamismo, chegando ao Jardim Visconde Bivar através do Young Cool Vibe, espaço dedicado a cinco jovens artesãos, um por cada final de tarde, que em pequenos workshops demonstraram ALGARVE INFORMATIVO #395
a sua arte «cool» na ótica do mar, do surf e da proteção dos oceanos. Como vem sendo habitual, funcionou uma zona de restauração composta por 12 foodtrucks e pequenos veículos, enquanto, no largo fronteiro à antiga Lota, marcaram presença três dezenas de artesãos e produtores locais, o que significa que a oitava edição do Lota Cool Market registou um acréscimo de criativos nacionais com produtos originais, feitos à mão, numa excelente oportunidade para promoverem a sua oferta junto do grande público. Também nessa área funcionou o palco Choque 68
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Frontal ao Vivo, dinamizado pelo popular programa radiofónico da Alvor FM, que recebeu os concertos de Filipa Sousa e Mário Inácio, Brasa Doirada, João Vila Nova e André Pereira, Fernando Leal & Banda, Macadamia, Domingos Caetano, Carmen Danen, Tércio Nanook, José Francisco e Knightriders / Tributo Anos 80. Nos diversos foodtrucks existentes, os visitantes podiam consumir street food para todos os gostos, entre comida vegan e vegetariana, até hambúrgueres, hot dogs, pizza, empanadas e crepes doces e salgados, tripas de Aveiro, waffles belgas, brigadeiros e gelados soft. Para acompanhar, não faltaram a marca de gin alentejana Black Pig, a ginja em copinhos de chocolate, licores algarvios Granny's Flavor e os melhores vinhos da região. Quanto ao artesanato e novo design, as 71
marcas inspiraram à reutilização e reciclagem de materiais, como também à preservação aquática que, através da arte, ganham vida nova, podendo ser encontrados no Lota Cool Market produtos como peças em crochê e macramê, vestuário, bijuteria botânica e cosmética natural, entre outros. Por sua vez, a Happy Van apresentou uma carrinha pão de forma que serviu de Photobus para captar boas recordações do evento, não faltando pinturas com tinta de henna e insufláveis para as crianças. De novo considerado um ecoevento graças à parceria com a Algar, no Lota Cool Market foi estimulada a prevenção e redução de quantidades de resíduos produzidos, com separação de embalagens e a recolha seletiva e encaminhamento para reciclagem das quantidades produzidas no recinto. ALGARVE INFORMATIVO #395
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Estiveram, por isso, reunidas todas as condições para cinco dias de criatividade num ambiente descontraído, que convidaram os visitantes a passar bons momentos, entre a descoberta de novas marcas e a degustação da mais deliciosa «comida de rua». “O Lota Cool
área e oferecer mais momentos de animação”, realçou a organização, a cargo da Associação Teia D’Impulsos, que contou com a parceria do Município de Portimão .
Market é já uma referência e tem vindo a conquistar cada vez mais público pelo seu espírito jovem e descontraído, além de ser um evento amigo do meio ambiente. Quisemos dar um «salto», daí a nossa aposta em ocupar mais
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Lagoa recebeu 8.º Mercado de Culturas à Luz das Velas Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina agoa voltou a ser o epicentro do Mercado de Culturas à Luz das Velas, com a realização da oitava edição cuja temática foi as «Culturas e Rituais da IberoAmérica». O Convento de São José e as ruas circundantes receberam, de 6 a 9 de julho, 60 artesãos de várias culturas e religiões do mundo, que conviveram em harmonia e mostraram aos milhares de visitantes as suas tradições, sabores e artes. ALGARVE INFORMATIVO #395
Este evento cultural de caraterísticas únicas pretendeu abranger a diversidade cultural e sonora da cultura IberoAmérica do mundo. As músicas tradicionais de raiz estiveram em destaque nos diversos cenários do evento, com a presença dos grupos Son de Cuba (Cuba), Mariachi Mezcal (México), Lídia Brandão, Grupo Muzenza, Batucada Som Brasil (Brasil), Viento Nuevo (Equador), La Porteña Tango (Argentina) e o músico José Luís Pastor, que interpretou as melodias da Península Ibérica, na época da Descoberta da 80
América. À semelhança das anteriores edições, houve diferentes espaços contemplativos que procuraram deleitar os visitantes. Para além disso, o evento contou com sete zonas com mais de 40 símbolos desenhados com velas que deram a conhecer as religiões, tradições, gastronomia e mitologia das cultura Ibero-Americana, posicionados nas entradas e nos meandros do mercado, constituindo um espetáculo de enorme beleza visual.
São José acolheu a exposição de fotografia «(En)cantos do Brasil» e na mesma sala esteve exposto um «Altar de Muertos» representativo do «Dia de Muertos» de México, dedicado a Frida Khalo. Como é hábito, a gastronomia representou um papel preponderante, pelo que os claustros do Convento de São José se converteram num barzinho carioca com gastronomia brasileira. Fora deste bar houve picanha no fogo e outras especialidades gastronómicas .
A sala de exposições do Convento de 81
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CENAS NA RUA ARRANCOU DE FORMA ESPLÊNDIDA COM «MIGRARE» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Festival Internacional de Teatro e Artes na Rua de Tavira – Cenas na Rua marcou, no dia 5 de julho, na Praça da República, o arranque do programa cultural «Verão em Tavira», que tem como objetivo assegurar a fruição cultural, divulgar diferentes disciplinas e géneros artísticos, poesia, comédia, cinema, música, teatro, novo circo, malabarismo, dança, assim como dar a conhecer e permitir uma nova leitura sobre a cidade de Tavira. E o começo não podia ter acontecido de melhor forma, com o extraordinário «Migrare» da Cia. Maduixa, de Espanha, verdadeira poesia em movimento. ALGARVE INFORMATIVO #395
No Praça da República encontraram-se quatro mulheres e um espaço vazio, embora minado de obstáculos e fronteiras invisíveis, de ódios irracionais, de preconceitos. “Quatro mulheres
tiveram de deixar a sua terra de origem e, agora, o país de chegada rejeita-as. O espaço tornou-se um não-espaço e elas atravessam-no em busca do seu lugar, um lugar onde possam viver, ficar, criar raízes. Um lugar ao qual possam chamar de «casa», é só isso que pedem, e vão lutar para conseguilo. Este espetáculo retrata a luta de quatro mulheres fortes, corajosas e, acima de tudo, resilientes”, descreve a produção . 94
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«A APARIÇÃO» SURPREENDEU JARDIM DA ALAMEDA EM FARO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
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Jardim da Alameda, em Faro, recebeu, no dia 10 de junho, a «Aparição» d’As Testemunhas, mais um grande êxito do MOMI – Festival Internacional de Teatro Físico Algarve, organizado pelo JAT – Janela Aberta Teatro. Com encenação/olhar externo de Tom Roos e Pedro Fabião e apoio à criação do International Clown Lab e das Oficinas do Convento de Montemor-o-Novo, Eva Ribeiro e Rafa Santos trouxeram à capital algarvia a mensagem do amor e da paz universal. Maria da Conceição e Emilinha são fiéis de uma nova religião, As Testemunhas do Todo. Elas estão em todo lado, a toda a hora, em todas as partes para partilhar ALGARVE INFORMATIVO #395
com o seu querido público a palavra profética do grande olho egípcio e, com muito humor absurdo e comédia física, o espetáculo converteu o público presente com muitas gargalhadas. «As Testemunhas» nasceram em 2019, no âmbito do Laboratório Internacional de Clown com Tom Ross, numa residência artística nas Oficinas do Convento, em Montemor-o-Novo. Da observação de «figuras» de rua despoletou o desejo de trabalhar duas personagens cuja presença quebrasse os códigos da interação social e da normalidade. Eva Ribeiro, atriz, palhaça e educadora, trabalha há mais de 15 anos na área das artes performativas. Estudou na Escola de Teatro Físico Jacques Lecoq e é formada em Teatro pela ESAP (Bacharel). 110
Trabalha desde há vários anos com as linguagens do teatro do oprimido e do clown social. Estudou a arte do clown com Adelvane Néia, Silvia Leblon, Palhaço Tomate, Jesús Jara, Virginia Imaz, Matteo Ciffariello, Maria Colomer, Alex Navarro e Carolina Dream, Jeff Johson, Johny Melville, Celia Ruiz, Elise Ouvrier De-Buffett e Tom Roos. É uma das organizadoras das Noites Clown, no Chapitô, em Lisboa, da Mostra de Mulheres Palhaças no Malaposta, em 2015, da Mostra Gargalhadas na Lua, em Carnide, Lisboa e do Bolina – Festival Internacional de Palhaças, desde 2016. É uma das fundadoras e administradora do projeto Laboratório Internacional de Clown, em parceria com a Nuvem
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Voadora – associação cultural e Tom Roos, pedagogo internacional. Rafa Santos começou num curso de iniciação teatral no Chapitô, em simultâneo com outro no Espaço Evoé, na mesma área. Possui uma licenciatura em Teatro-Interpretação e Encenação na Escola Superior Artística do Porto, assim como o CAP – Certificado de Formação Pedagógica e o CTEA – Certificado de Formação Pedagógica direcionado para crianças com Transtorno do Espectro Autista. Tem formação em Máscara e Marionetes e é encenadora e atriz em diversos trabalhos artísticos colaborando com diferentes companhias teatrais, com realce para a «Cabeças no Ar e Pés na Terra», tendo tido o privilégio de
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O Impacto do Marketing da Apple: Uma Análise do Sucesso Fábio Jesuíno (Empresário) reconhecimento do sucesso da marca Apple é mundial e a sua estratégia de marketing foi o grande impulso que a tornou uma das empresas mais valiosas do mundo. A Apple foi fundada em 1976 por dois estudantes universitários, Steve Jobs e Steve Wozniak, na garagem de uma casa em Los Altos, Califórnia. O seu primeiro produto lançado foi o computador Apple I, que era considerado extremamente avançado para a época e alcançou grande destaque. Ao longo dos anos, a empresa cresceu com base em dois pilares fundamentais – inovação e marketing –, que foram essenciais para seu sucesso. O posicionamento da marca Apple é baseado em três características fundamentais: simplicidade, diversão e amizade. Isso faz com que ela seja amplamente reconhecida e altamente recomendada pelos seus clientes. Uma das estratégias utilizadas pela Apple para demonstrar que seus produtos e soluções são distintos é criticar a grande complexidade dos concorrentes, transformando a marca em uma espécie de herói com superpoderes. ALGARVE INFORMATIVO #395
Além de vender hardware, essa marca oferece inspiração e motivação para que as pessoas possam mudar o mundo, como exemplificado em sua magnífica campanha lançada em 1984, intitulada «Think Different», que encoraja as pessoas a pensarem de forma única. A Apple consegue comunicar seus valores de forma consistente e abrangente, seja entre seus colaboradores, no suporte ao cliente ou na qualidade de seus produtos e serviços, o que é fundamental para apresentar valores elevados. A simplicidade no design está presente em todos os aspectos, indo além dos produtos e serviços. A comunicação, tanto visual quanto textual, é simples e de fácil compreensão. Outro ponto importante são os lançamentos da Apple, que geram grandes expectativas, tanto antes quanto depois, uma vez que os produtos só se tornam disponíveis no mercado após algum tempo. A Apple também se tornou uma marca de moda, fazendo com que seus clientes se sintam mais atraentes ao utilizarem seus produtos, assim como acontece ao 120
vestir um casaco da Louis Vuitton ou Chanel. O sucesso do marketing da Apple só é possível graças ao seu compromisso com a inovação. A empresa é uma das principais investidoras nessa área e foi classificada como a mais inovadora globalmente de acordo com um ranking criado pelo Boston Consulting Group em 2021 . 121
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Largou o pilão para isto… Júlio Ferreira (Inconformado encartado) uma das minhas incursões selvagens pela internet, em 2022 descobri uma seita novinha em folha, que cresce na região centro de Portugal, a prova cabal que somos um país de crentes ingénuos que não aprendemos nada com o tipo que nos fundou. E lembrei-me disto porquê (perguntam vocês)? Porque esta seita é tema de uma grande reportagem da revista «Visão» desta semana. A «coisa» dá pelo nome de «Reino do Pineal». Um ex-chefe de cozinha britânico, após «um despertar», deixou de lado o pilão, nunca mais quis saber do Salazar, largou tachos e panelas e tornou-se um guru, com um discurso saído de uma série de ficção científica de série B. E como muitas outras seitas e até religiões, tem insígnias e símbolos próprios, com «leis» (mandamentos) e seus zeladores privativos, com sistemas socioeconómicos e filosóficos instituídos e praticados e até moeda própria (Pin Coin). Os seus «seguidores» (cerca de 100) assumem expressamente a sua «independência» face aquilo que os circunda, inclusive em relação ao País onde de facto estão… Portugal. Este ALGARVE INFORMATIVO #395
grupo de «palhaços» alucinados acredita que devemos reconhecer autonomia a um «reino» cuja mensagem reúne teorias de conspiração, posições antissistema, algumas pouco originais na linha do que defendem outras seitas e… religiões. Falam do «grande reset», só não sabem o dia e a que horas. Já aqui falei de religião e do embrutecimento que esta normalmente causa nos mamíferos aderentes, mas isto para mim é mais grave, porque me parece um cocktail perigoso de crença com «stand-up comedy». Os gajos, devotos membros deste «Kingdom», enquanto se apregoam «libertários», parece pretenderem impor as suas diferenças a outros cidadãos e a outras «comunidades». Se assim for, será um mau princípio e uma péssima prática já vista e revista. A religião, seja ela qual for, sempre esteve presente ao longo da história da humanidade, assumindo as mais distintas formas, em tempo também eles distintos. Costumo dizer que nós, portugueses, tivemos o azar de nos calhar a religião cristã, coisa que normalmente escandaliza os meus amigos mais tementes e que normalmente acaba em tristes cenas à boa maneira cristã. Uma religião que fala em dar a outra face e que em diversas alturas da nossa história é a principal responsável pelo massacre de outros povos e culturas, só pode estar a 122
simultaneamente se dá a si própria a autoridade de dizer quem vai para onde, não pode ser considerada uma religião, mas tão somente um centro logístico de distribuição de almas gerida com base em premissas, no mínimo, duvidosas.
gozar perdidamente connosco. Uma religião que observa 10 mandamentos, mas que não respeita nenhum deles está completamente a achincalhar-nos. Uma religião que dita se usamos ou não preservativo (quem são esses gajos para me dizerem o que devo colocar à volta da minha... adiante!). Uma religião que chantageia os seus crentes com um inferno, um purgatório e um «céu», e que 123
Mas as seitas ainda conseguem ser piores. A seita está para a religião como a loja do comércio local está para o hipermercado: as primeiras adequam a sua oferta ao tipo de zona comercial onde se inserem, as segundas vendem indiscriminadamente a quem quiser comprar. Como podem comprovar, criar uma seita não é difícil, basta conhecer relativamente bem os papalvos que queremos evangelizar, adequando o discurso aos seus medos, às suas ansiedades e às suas necessidades. E depois é como fazer sabonetes, ou apostamos no básico e temos o sabão azul que dá para tomar banho e lavar a roupa, ou vamos para uma coisinha mais sofisticada acrescentando hidratante ou um cheirinho agradável a coco ou frutos vermelhos, que dão a ilusão que, para além de lavar, fazem mais qualquer coisinha. ALGARVE INFORMATIVO #395
Uma condição «sine qua non» de qualquer seita bem-sucedida é a figura do seu líder espiritual. Convém salientar que não será o melhor cartão de visita, aquele líder que deixou de ser Chef de cozinha. A quantidade de homens que, hoje em dia, gosta de dizer simplesmente, que sabe cozinhar está a aumentar de forma assustadora. O que é feito do velho sonho de querer ser médico ou astronauta!? Onde está aquela ambição de vir a ser jogador de futebol!?? Agora, o sucesso com as mulheres também passa pela capacidade de inovar num sedutor carpaccio de salmão… O lóbi dos cozinheiros está a vencer e estende os seus tentáculos para as seitas religiosas. As estrelas dos restaurantes são a prova de que estavam tão desesperados por atenção que nem pensaram um pouco no galardão. Uma estrela Michelin num restaurante, faz tanto sentido como galardoar uma oficina com uma estrela denominada «Punheta de bacalhau» ou «Bobó de camarão». E depois temos os seguidores. Uma seita sem seguidores é um terrível aborrecimento. Para se ser seguidor de uma seita não são necessárias grandes habilitações: basta querer acreditar em qualquer coisa. Convém ser uma coisa assim distante e inatingível tipo: teorias de conspiração e narrativas populistas usadas para incutir medo em relação ao futuro. Outra coisa que contribui para criar um espírito de corpo numa seita é o vestuário: pode ser mais ou menos elaborado dependendo do grau de loucura dos participantes, mas convém ALGARVE INFORMATIVO #395
que seja uniforme. Neste caso específico, tudo descalço vestindo sumptuosos e longos trajes purpura e turbante protegendo a moleirinha que isto no verão aquece e bem. O que interessa mesmo é que todos se vistam de igual, tipo cardeais. Finalmente, a parte mais importante das seitas: o financiamento. Este «Reino do Pineal» pretende expandir-se e adquirir terrenos avaliados em… 11 milhões de euros. Claro que se desconhece as origens do «pilim». Uma seita que não tenha apoios financeiros não é uma seita, é um grupo de escuteiros com distúrbios de personalidade. O apoio financeiro de uma seita não é pera doce, e depende do grau de exigência do seu líder espiritual. Normalmente o jato particular e o carro do «Cavallino Rampante» fazem parte do cerimonial, mas outros benefícios podem ser acrescentados dependendo da quantidade e qualidade dos seguidores. Neste aspeto as seitas aprenderam com a secular experiência da Igreja Cristã, hoje muito mais discreta, mas igualmente eficaz na arte de sacar o seu indiscriminadamente, sem pagar impostos, passar recibos ou quaisquer deduções à coleta. Para todos os que acham que a cozinha, oficina ou política já não tem futuro, sugiro uma pequena reengenharia na atividade profissional: façam a vossa seita e peçam independência de Portugal. Porque nós, algarvios nunca nos lembramos disto? .
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Nas garras do quotidiano Dora Gago (Professora) sempre com surpresa que noto os formatos, dimensões e cores que adornam actualmente as unhas, sobretudo femininas, embora não exclusivamente. Há de todo o género, de gel, gelinho, gelão, em formato de garra de águia, de urso, de tigre das neves, enfim, sabe-se lá do quê mais. E eu completamente alheia a esse universo, limito-me a admirar a agilidade com que a jovem que vende protectores de ecrã para os telemóveis, passa as negras garras onduladas (formato de unha de urso no final da hibernação) para desfazer as bolhas de ar. E, claro, a minha admiração advém sobretudo da minha incapacidade de usar esse tipo de garra, devido sobretudo a uma vertente prática e de inépcia pessoal. Simplesmente não conseguiria sobreviver com elas no meu quotidiano, sob pena de estraçalhar as mais elementares tarefas domésticas, como os ursos fazem às presas. Na verdade, nunca fui além do tal gelinho em unhas curtas e com cores discretas, passíveis de durarem mais e que seja possível serem removidas por mim a qualquer momento. Sempre fui avessa a tudo o que é ou me parece demasiado definitivo – e isto reflectiu-se tanto na vida profissional como pessoal e no modo como tenho ido colecionando vidas, por espaços do globo e tempos repartidas. Neste caso, aflige-me ter algo no meu corpo que não possa remover em caso de necessidade, sem recorrer a terceiros.
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Alimento-me daquela ilusão de controlo das situações pelo menos das mais próximas que, aparentemente, dependem da nossa vontade. No entanto, naquele dia, com apresentações de livros, conferencias, viagens, decidi que o tal do gelinho talvez fosse uma boa escolha para me apresentar de forma mais arranjadinha. Entro numa esteticista em Évora, onde parece haver uma vaga que vem mesmo a calhar e digo o que quero, alertando, contudo, para a fragilidade das minhas unhas. De repente e antes de mais, vejo-as cilindradas por uma espécie de broca assassina. Questiono o procedimento, refilo, pois achava que aquela ação se fazia apenas para remover verniz de gel ou algo do género. Respondem que tem de ser para que as unhas fiquem porosas e absorvam o gelinho. Só que as minhas fragilizadas unhas não ficam porosas, mas sim transparentes. E ficam de tal modo que após, a tortura para que não se desintegrem completamente, a única solução é aplicar-lhes duas camadas de verniz endurecedor transparente, paralelamente a umas gotas de óleo, supostamente para as cutículas, mas que a jovem esteticista teima em colocar nas pontas – a tal perigosa confusão com as extremidades. Afogo a frustração no lago das certezas: garras só mesmo as do quotidiano, essas que nos levam pelos ares para os mais insólitos ninhos de tarefas constantes, a enlear os sonhos nos novelos do esquecimento . 126
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 67, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 67, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #395
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